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Pedro - História Geral - Apostila 2006
Pedro - História Geral - Apostila 2006
Pedro - História Geral - Apostila 2006
1. O Feudalismo, conceituação:
. O que foi: Feudalismo foi o modo de organização da sociedade na Idade Média (séculos V ao XV) na
Europa. Sua característica maior é a servidão, relação social de produção onde há dependência e exploração
entre o senhor e o servo. Basicamente, o servo trabalhava nas terras do senhor e o senhor tinha que defender o
servo. Vejamos outras características do feudalismo.
. Descentralização política: Apesar de haver reis e reinos com grandes territórios, quem realmente tinha o
controle das diversas regiões da Europa eram os senhores feudais, cada um tendo controle sobre o pequeno
senhorio, estando a Europa dividida, portanto, em pequeníssimos estados, cada um com o seu senhor.
. Produção para o consumo: Diferentemente do capitalismo, no regime feudal produziam-se bens
essencialmente para o consumo dos habitantes do próprio senhorio. Assim, produzia-se apenas o pão que iria
ser consumido no senhorio e não mais do que isso, a produção não era feita em função do comércio, apenas o
excedente de produção era vendido para o mercado.
. Pequeno comércio e pouca movimentação de pessoas: O comércio entre as diversas regiões da Europa
era pequeno assim como a movimentação das populações, principalmente na primeira parte da Idade Média, a
Alta Idade Média (séculos V ao X). O comércio e a urbanização aumentaram na Baixa Idade Média (XI-XV).
. Três ordens sociais: A sociedade medieval poderia ser dividida em três ordens ou grupos. Os que
lavram, os camponeses que eram servos; os que guerreiam, a nobreza feudal que lutava nas guerras; e os que
oram, o clero, membros da Igreja que, nesse período tinham grande prestígio. Tanto a nobreza – os cavaleiros
– como o clero eram proprietários de terra e, portanto, senhores feudais.
. Predomínio da Igreja romana e teocentrismo: A Igreja católica era muito poderosa nesse tempo,
podendo ser considerada a maior força da Idade Média, mais que os reis e senhores feudais. Tudo nesse
período era explicado através da religião, de Deus e a superstição era muito forte entre todas as pessoas.
. Condenação do lucro e da usura (juros) pela Igreja: Um ponto importante da doutrina da Igreja nesse
período era a condenação do lucro e da usura, que se tornaram empecilhos para o crescimento do artesanato e
comércio, tornando-se um ponto de conflito entre a Igreja e a burguesia que estava surgindo na Baixa Idade
Média. Essa condenação do lucro e o fato de a produção não ser voltada para o comércio eram empecilhos
para o desenvolvimento da burguesia.
História Geral - Aula no 2 - A formação dos estados nacionais, enfoque sobre Portugal
2. A unificação de Portugal:
. Uma região voltada para o mar: Também dominada pelos mouros – muçulmanos ibéricos – assim como
a Espanha, Portugal surgiu na luta de Reconquista contra os mouros, que chegaram na península no século
VIII. Desde cedo, Portugal mostrou uma forte tendência para a pesca e o comércio, visto que era o entreposto
marítimo entre as duas principais regiões de comércio da Europa, as cidades italianas e Flandres. Assim,
conseguiu se organizar facilmente para a expulsão dos mouros. No século XII, todos já tinham sido expulsos
da região, diferentemente da Espanha que só expulsou os últimos muçulmanos do seu território em 1492.
. Feudalismo diferente, centralizado: O condado Portucalense surge como um estado vassalo de Castela,
tornando-se independente em 1139. Portugal se caracterizava no início por ter um feudalismo muito
centralizado, diferente de outros feudalismos na Europa. O rei tinha mais poder do que em outras regiões da
Europa, o feudalismo iria acabar no país com a Revolução de Avis de 1385.
. Decadência do feudalismo em Portugal: O rei era forte em Portugal e, opondo-se aos senhores feudais,
faz um amplo incentivo à fuga dos servos e também a criação das feiras de comércio. Os senhores feudais vão
se enfraquecer e desesperadamente tentam se aliar a Castela para manter o poder sobre os senhorios. Isso
detona a guerra que trará a formação do moderno estado português, a chamada Revolução de Avis.
. Revolução de Avis: Em uma disputa dinástica, dois postulantes ao trono se confrontam em uma guerra.
A casa de Borgonha era aliada aos senhores feudais portugueses e ao poderoso reino de Castela. Do outro
lado, Dom João da casa de Avis, aliado dos comerciantes portugueses, dos pescadores e mestres de ofício. A
vitória é de Dom João I e marca o fim do feudalismo em Portugal e o início do estado nacional monárquico
português. Com essa unificação adiantada do país, os lusitanos serão o primeiro povo a navegar pelos oceanos
em busca de riqueza. Nesse momento, Portugal é uma das regiões mais avançadas comercialmente da Europa,
sendo o primeiro Estado a se unificar de fato.
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1. Apresentação:
A época moderna é um período de transição entre o feudalismo medieval para o capitalismo
contemporâneo. Apesar de formas de trabalho semelhantes à servidão continuarem comuns no campo, existe
uma burguesia mercantil e manufatureira com certo poder. Em função desse quadro social complexo em que
coexistem burguesia e nobreza, existe uma forma própria de Estado, o estado absolutista e uma teoria e
política econômica de forte intervenção do Estado também restrita a esse período histórico, o mercantilismo.
2. O Absolutismo:
. Conceituação: O nome absolutismo dá a falsa idéia de que o rei tem poderes absolutos, totais. Na
verdade, o rei serve como um ponto de equilíbrio entre os conflitos existentes entre as classes sociais daquela
sociedade – burguesia, nobreza e campesinato. Em função desse quadro contrastante, o rei representava o
poder que terminaria com todos os conflitos. Na verdade, o rei tinha que jogar com as pressões desses grupos
sociais. A classe hegemônica daquele meio, no entanto, era a classe que se sustentava a partir do controle da
terra, ou melhor, a nobreza e o clero.
.Antigo regime: É o nome dado ao regime absolutista pelos iluministas do século XVIII de uma forma
pejorativa. Na história é sinônimo de monarquia absoluta ou absolutismo.
. Teóricos do absolutismo: O poder absoluto era legitimado através de discursos. Esses discursos foram
importantíssimos para que o regime se consolidasse e fosse aceito por todos. As principais teorias são:
. O Direito divino dos reis: Le Bret, Bodin e Bossuet são teóricos franceses que afirmam que os reis têm
uma origem divina e por isso têm a legitimidade para governar. Essa é a principal base de sustentação teórica
do regime absolutista. Portanto, a figura do rei nos tempos modernos é sagrada.
. O Leviatã: Hobbes afirma que o homem é o lobo do homem e sem um governo forte e coercitivo, o
homem pode se destruir. Diante dessa animalidade humana, é necessário um governo forte na mão de um rei.
. Maquiavel: Esse autor escreveu o livro O Príncipe mostrando como os reis italianos de seu tempo
agiam, como eram anti-éticos e arbitrários, mostra como eram os regimes absolutistas de seu tempo.
3. Mercantilismo
. O que é: É a teoria e a prática econômica dos estados modernos, das monarquias absolutas. Tem como
característica fundamental a intervenção do Estado na economia para o fomento da riqueza nacional.
Pressupõe que a riqueza não se reproduz, ela é limitada na natureza, por isso os estados europeus vão ter
longas e numerosas guerras para ter essa riqueza. Essas medidas têm o objetivo também de fortalecer o poder
dos ainda fracos Estados nascentes. Existem ainda aspectos específicos do mercantilismo:
. Metalismo – ou bulionismo: É o fator maior do sistema mercantilista que vai explicar todas as outras
características desse sistema. Pensava-se na época que toda a riqueza do mundo estava nas pedras preciosas e
outras riquezas naturais, principalmente o ouro e a prata. A riqueza de um país media em quanto ouro e prata
havia em seu território. Diante disso, os países europeus restringem a saída de ouro e prata dos seus
territórios, tentando trazer o máximo desses metais para dentro se suas fronteiras.
. Balança comercial favorável: Os países europeus traçaram várias formas de se conseguir essa riqueza
em metais. Com a balança comercial favorável, exportando-se mais do que se importava, o reina adquiria
metais de outros reinos. Todos os países europeus tentavam manter esse saldo positivo na balança.
. Colonialismo: Consistia na aquisição matérias-primas de alto valor, ouro e prata nas colônias no
ultramar e a venda de produtos manufaturados para estas regiões. Era mais uma forma de enriquecimento.
. Industrialismo: Era o fomento da produção de manufaturas, principalmente para exportação,
objetivando uma balança favorável. Essa é uma característica mais tardia do mercantilismo, dos séculos XVII
e XVIII. As unidades fabris desse período não são as mesmas da Revolução Industrial, são manufaturas.
. Populacionismo: O poder de uma nação também era medido pela população que havia no reino. Isso
porque a população mostrava o tamanho do exército que o país podia montar e a produção de alimentos e
manufaturas que esse país podia ter, especialmente em períodos de guerra.
. Contraste com o liberalismo: A teoria econômica que surge no final do século XVIII e consolida-se no
século XIX, o liberalismo, nasce da crítica dessas práticas mercantilistas. O liberalismo defende a não
intervenção do Estado na economia, já que as leis naturais do mercado regulariam automaticamente a
economia.
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1. Renascimento, conceituação:
. O que foi: Foi a efervescência artística e cultural vivida nos séculos XV e XVI na Europa Ocidental que
marca o início da Era Moderna e o nascimento do universo burguês, especificamente em sua face cultural. No
Renascimento, fica claro o rompimento com a Idade Média em grande parte de seus elementos. É, sobretudo,
a exposição do universo e dos valores da nova classe emergente, a burguesia.
. Quando e onde: O Renascimento foi um movimento restrito à Europa Ocidental católica. Seu epicentro
foi certamente a Itália e de modo mais específico, a cidade de Florença. Desde o meio da Baixa Idade Média
já se via um florescimento das artes e da cultura, mas isso tomou uma forma ampla mesmo apenas no século
XV. A partir deste momento ela sairá da Itália e ganhará todo o espaço da Europa Ocidental.
2. Elementos do Renascimento:
. Estudo dos clássicos greco-romanos: Um dos elementos que sublinham o afastamento com a Idade
Média é a visitação dos textos e livros clássicos da Antiga Grécia e do Império Romano. Reliam-se os textos
políticos, admirava-se a arte daqueles povos e os seus conhecimentos sobre a natureza e o mundo. Inclusive a
religião pagã desses povos antigos traz interesse, mas o catolicismo não chega a perder força diante disto.
. Humanismo: Ao contrário do extremo peso que tinha a Igreja e Deus na cultura medieval, agora a
atenção é voltada para o homem. Este, agora, constrói o seu mundo, o homem pode construir o seu
conhecimento, conhecimento que pode modificar o mundo. O próprio conhecimento e as ações do homem na
Terra não se justificam mais unicamente por Deus. Fala-se de um antropocentrismo – o homem no centro de
tudo – moderno ante um teocentrismo medieval.
. O indivíduo e a razão: A noção individual do mundo passa a ser valorizada contra uma visão mais
comunal ou religiosa, característica da Idade Média. E esse indivíduo usa a razão para compreender o mundo.
A razão, durante a Idade Média, era menos importante do que a fé, era submissa a esta.
. Avanço do conhecimento e da técnica: Surge nesse período a origem do que depois será chamado de
ciência. A razão agora será valorizada, mas ainda não será mais importante do que a fé. O conhecimento
racional das coisas começa a ganhar corpo para depois triunfar no Iluminismo no XVIII. Durante o
Renascimento e os séculos seguintes, constata-se um grande avanço de todos os campos do conhecimento e
da técnica.
. As artes: De forma bem ampla, as artes vão ser renovadas. Novas técnicas, novas formas de se fazer arte
e também novos elementos artísticos serão introduzidos enriquecendo e diversificando bastante o campo das
artes na Europa. As artes vão ser financiadas pelos mecenas, homens ricos – burgueses ou nobres – que
patrocinavam os artistas para que estes fizessem as suas obras de arte. Com esse financiamento, surgem
alguns artistas profissionais, o que antes não existia. Essa arte, porém, não é voltada para as massas, mas para
uma pequena elite apenas.
. A imprensa, as línguas e as grandes obras literárias: Um grande avanço técnico do período é a invenção
da imprensa. Com ela, as obras literárias serão difundidas mais rapidamente, haverá um pequeno impulso para
a redução do analfabetismo, mas a maioria da população européia ainda continuará analfabeta. Nesse
momento surgirão as línguas nacionais, principalmente a partir de grandes obras literárias nacionais. Cada
país que se unifica e ganha a sua língua própria, tendo também a sua própria obra-mãe. Assim, Os Lusíadas
de Luís de Camões é tido como a certidão de nascimento da língua portuguesa, junto com outros escritos
portugueses do mesmo período. O Dom Quixote de Miguel de Cervantes é a principal obra espanhola do
período e é um marco para a fundação do idioma castelhano. A Utopia de Thomas Morus e as obras de
Shakespeare são marcos fundantes da língua inglesa e assim por diante.
. O elitismo do Renascimento: Vale lembrar que nessa época poucos eram os que sabiam ler e também
eram poucos os que tinham acesso à arte. Essa arte que surge no Renascimento era fortemente elitista, poucos
tinham acesso a esta arte e poucos também podiam entendê-la.
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1. A América Pré-colombiana:
Diversidade: A América, antes da chegada dos europeus em 1492, era densamente habitada. Estima-se
entre 80 a 100 milhões o número de habitantes do continente naquele período. Havia grupos em vários
estágios de desenvolvimento, desde grupos semi-nômades que usavam a agricultura de maneira não
generalizada – como os índios encontrados no Brasil – até as grandes civilizações Inca, Asteca e Maia. Os
maias tinham como organização a cidade-estado e desapareceram como civilização antes da chegada dos
europeus. Os incas e astecas se organizavam em grandiosos impérios onde hoje ficam aproximadamente o
Peru e o México. Ambas civilizações foram destruídas pelos espanhóis.
2. A conquista e a colonização:
. O Genocídio: Se existiam por volta de 100 milhões de habitantes na América no final do século XV, no
final do século XVI, os indígenas não passavam de 10 milhões devido à conquista européia. Foi o maior
genocídio da História. As duas grandes civilizações foram dominadas e seus complexos sistemas produtivo e
político foram tomados pelos espanhóis. Milhões de índios foram escravizados pelos conquistadores. A
violência da invasão fez também minguar e até fez desaparecer as culturas desses povos.
. Traços gerais das colonizações: Todas as dominações feitas pelos diversos povos europeus foram
marcadas pela extrema violência dos brancos e pelo objetivo maior da colonização, o enriquecimento dos
conquistadores e de seus países de origem.
. O Colonialismo: A colonização da América se deu dentro do quadro do mercantilismo europeu, ela
buscava o enriquecimento da nação de origem. A colônia deveria se especializar na produção de produtos
primários de alto valor no mercado europeu, como o ouro, a prata, o açúcar, o tabaco, o algodão, o cacau, etc.
Esses produtos só podiam ser vendidos para a metrópole colonizadora – é o exclusivo comercial – que
revenderia os mesmos produtos no mercado europeu. A metrópole vendia também produtos manufaturados do
reino para as colônias e estas eram proibidas de produzir qualquer artigo que concorresse com a produção
metropolitana. Também importante era o comércio de mão-de-obra, o tráfico de escravos africanos e
indígenas que davam tanto lucro aos comerciantes metropolitanos e locais. Esses princípios norteavam todas
as colonizações na América, com a exceção de regiões conquistadas mas não colonizadas, como o Norte das
treze colônias inglesas e outras poucas regiões da América.
. A colonização espanhola: Segundo o Tratado de Tordesilhas de 1494 – que em seguida não foi
respeitado – a Espanha ficaria com a maior parte do continente americano. Os espanhóis foram o primeiro
povo europeu a chegar nas novas terras, o primeiro a achar grandes riquezas e a iniciar a colonização no início
do XVI. Logo, foi descoberto ouro no México asteca e prata em grande quantidade no Império Inca, regiões
do atual Peru e Bolívia. Fez-se uma grande empreitada mineradora, usando-se mão-de-obra compulsória
(obrigatória) indígena, seguindo formas de trabalho que existiam na região antes da chegada dos europeus.
Outras áreas da América hispânica se especializaram na pecuária, agricultura e atividade portuária em função
daquelas áreas mineradoras.
. Colonização portuguesa: Um pouco mais tardia que a espanhola, foi especializada na produção de
produtos agrícolas, como a cana-de-açúcar e derivados na costa Nordeste do Brasil atual, utilizando-se do
trabalho escravo indígena e africano. No XVIII, houve forte mineração de ouro e diamante no interior do
território, com a utilização do mesmo tipo de mão-de-obra.
. Colonização francesa: Mais atrasada, deu-se em regiões teoricamente já dominadas pelas potências
ibéricas, como Quebec (leste do Canadá atual), Louisiana (atual região dos EUA), na costa portuguesa
fundando cidades como o Rio de Janeiro e São Luiz – depois reconquistadas pelos portugueses –, no Haiti e
outras localidades. No século XVIII, desenvolveu uma poderosa produção escrava açucareira no Haiti.
. Colonização inglesa: A mais tardia, deu-se apenas no século XVII, majoritariamente na costa Leste da
América do Norte. Na faixa Sul do território, desenvolveu-se a colonização de fato com grandes propriedades
e trabalho escravo que produziam tabaco, açúcar e outros produtos para exportação. No Norte do território,
não há colonialismo – ou pacto colonial –, há apenas uma faixa livre de terra para onde perseguidos religiosos
e políticos de toda a Europa fugiam. Lá, eles se estabeleciam gratuitamente em pequenas propriedades.
. Colonização holandesa: De menor importância, estabeleceu territórios nas Antilhas e no Norte da
América do Sul – o atual Suriname – principalmente com produção de cana-de-açúcar. Muito importante
também foi a ocupação holandesa no Nordeste da América portuguesa de 1630 a 1654.
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1. Introdução:
. Conceituação e contextualização: As reformas religiosas ocorreram no século XVI na Europa e têm
certa diversidade. Trata-se de um grande movimento, múltiplo, de contestação da velha religião católica em
sua forma medieval. Este movimento adequou a religião aos novos tempos, à nova sociedade que emergia nos
tempos modernos com a marcada presença da burguesia. O velho catolicismo feudal, do dízimo obrigatório,
das missas em latim, da condenação da usura e do grande lucro não davam mais conta dos interesses e modo
de vida dessa classe ascendente, a burguesia, e de toda nova vida material existente na Europa Ocidental.
2. A reforma protestante:
. Críticas à Igreja: A primeira reforma e a detonante de todas as outras, a reforma luterana, parte de uma
crítica interna na Igreja. As críticas de Martim Lutero se dirigiam à corrupção do clero, ao enriquecimento da
Igreja, à venda de indulgências – uma forma de perdão religioso – e de outros artigos religiosos diversos,
inclusive terrenos no céu. Criticava-se também a condenação feita pela Igreja aos juros, ao lucro e a outras
práticas dos comerciantes e burgueses em geral.
. O Luteranismo: Lutero, um monge alemão da Igreja, faz essa série de críticas a esta em 1517, tornando-
se logo um inimigo dela até ser excomungado. Ele defendia que a Bíblia fosse traduzida nas línguas nacionais
e não fosse só em latim como era até então, defendia a salvação pela fé e condenava o excesso dos ritos
católicos. Consegue uma legião de seguidores na Alemanha, dentre camponeses, comerciantes e príncipes. Os
camponeses alemães interpretam os ensinamentos luteranos como palavras de libertação contra a opressão
senhorial e fazem uma revolta. São massacrados pelos príncipes alemães com o apoio de Lutero.
. Calvinismo: Calvino é um suíço seguidor de Lutero, ele reformula as palavras deste, dando origem a
outra seita protestante – em seguida, surgirão várias destas. Cria a teoria da predestinação, onde o homem já
nasce com um destino certo após a morte escolhido por Deus, é certo já se ele irá para o inferno ou o paraíso.
. Expansão e guerras: O protestantismo rapidamente se expandiu a partir da Alemanha e da Suíça,
passando a ser a religião dominante do Norte da Europa. Essa expansão levou a várias guerras entre católicos
e protestantes entre os países europeus e também dentro desses países.
3. A Reforma Anglicana:
. Uma religião nacional: O rei da Inglaterra nunca teve muito poder em seu país devido à força da
nobreza representada no parlamento, existente desde a Idade Média. Henrique VIII, rei inglês, resolve
nacionalizar em nome da Coroa todas as propriedades da Igreja católica no país, sendo apoiado pelo
Parlamento. Vários sacerdotes católicos foram mortos e a Igreja Católica passa a ser Igreja Anglicana em
1534, onde o rei era o chefe supremo da mesma. A Coroa fica com as enormes propriedades rurais católicas
em seu país, vendendo e alugando essas terras. Isso leva a um grande incremento do poder real no país.
1. Introdução:
. A ciência: Pode-se dizer que a Ciência como ela mais ou menos é hoje surgiu na Europa do século
XVII, principalmente com os trabalhos de Galileu, Descartes e Newton. Trata-se de uma forma de pensar
nova, baseada na relação de conhecimento entre sujeito e objeto e tem como primado central o uso da razão.
. O Iluminismo ou Ilustração: Foi um movimento de pensadores do XVIII herdeiros de Descartes e que
defendiam a liberdade, o racionalismo, o progresso do homem, o fim do absolutismo e o anticlericalismo. O
movimento iluminista mais conhecido é o francês, mas há iluministas em outros países. Foi importantíssimo,
pois deu embasamento teórico às revoluções burguesas e todo o mundo burguês do século XIX.
3. A Ilustração:
. Quadro geral: O Iluminismo pode ser considerado uma visão específica da burguesia sobre a realidade,
ou melhor, trata-se de uma ideologia burguesa. Das obras dos autores da Ilustração, importantes são os
escritos sobre política: falam do quadro político daquele período e sobre a forma ideal de governo. O que se
pregava para a França da época era a revolução para que se findasse o absolutismo no país como ele acabou
na Inglaterra. Alguns filósofos ganharam grande destaque nesse período.
. Locke e a Revolução Gloriosa: John Locke, que pode ser considerado um precursor da Ilustração dos
setecentos, foi um pensador inglês do século XVII que escreveu seu principal livro, o Tratado do Governo
Civil, logo após a Revolução Gloriosa na Inglaterra de 1688, legitimando-a. Ele dizia que todo povo tinha
direito de escolher seu governante sendo a revolução seria legítima em casos de mau governo, dizia também
que as principais funções do Estado deveriam ser a defesa da propriedade privada e das liberdades
individuais. Este é o liberalismo político que influenciou bastante os iluministas franceses.
. Voltaire: Escreveu as Cartas Inglesas, obra que não pode ser chamada de um estudo teórico, mas um
panfleto contra o absolutismo francês. Era profundamente anticlerical e anti-absolutista.
. Montesquieu: Para este filósofo, cada povo tem o governo que lhe cabe, isto está claro em sua obra O
Espírito das Leis. Dizia que o absolutismo na França não condizia com o anseio do povo francês, que queria
um regime constitucional. Defendia, baseando-se em Locke, o Estado em três esferas: Executivo, Legislativo
e Judiciário, cada poder limitaria o outro para que assim não houvesse tirania de um desses poderes.
. Rousseau: Diferente dos outros filósofos, não é consenso de que se trata de um pensador iluminista,
muitos o situam na corrente do Romantismo. Defendia a democracia total com votos de todos, diferentemente
dos outros pensadores ilustrados. Dizia que a propriedade era a origem de toda a desigualdade e sofrimento
dos homens no seu livro O Contrato Social. Esta propriedade acabou com o estado de natureza humana onde
reinaria a paz e a solidariedade.
. Enciclopedistas: D´Alembert e Diderot com o auxílio de outros filósofos empreenderam esse grande
esforço, compilar todo o conhecimento racional humano em uma grande obra, a ‘Enciclopédia’.
. Fisiocratas: São teóricos da economia que questionam o mercantilismo, defendendo a não interferência
do Estado na economia – laissez-faire, laissez-passer. Para esses pensadores, sobretudo franceses, só gera
valor que é produzido na agropecuária. Eles defendem que a economia é regida por leis naturais.
. Adam Smith e os liberais: Adam Smith é um iluminista, mas é também o pai fundador do liberalismo na
economia. O liberalismo econômico será uma doutrina hegemônica no XIX. Assim como os fisiocratas, ele
era crítico do mercantilismo e favorável à não-intervenção estatal na economia nacional. Todo a riqueza, para
Smith vinha do trabalho e não do ouro e prata ou da agricultura. Dizia que os homens em um ímpeto
individualista produziam para a sociedade e essa produção se auto-regulava pela mão invisível da economia, a
lei a oferta e da demanda. Assim, a liberdade econômica geraria a prosperidade.
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1. Aspectos gerais:
. Conceituação: Foi a prática política de alguns reis da periferia européia na segunda metade do século
XVIII de utilizar em seus governos idéias e ideais iluministas, com o objetivo de dinamizar e modernizar a
estrutura do Estado além de dar uma imagem mais progressista ao reino.
. Objetivos: O objetivo dessa prática é que estes países se tornassem tão desenvolvidos quanto as potências
européias do período: Inglaterra e França. Pretendia fomentar a burguesia nacional e reafirmar o poder
monárquico. Apesar de esclarecido, o absolutismo persiste e os objetivos, em geral, não foram atingidos.
. Como: O método para se atingir esse fim era o reforço do mercantilismo. Assim, fiscalismo, balança
favorável, metalismo, fomento do comércio são características das práticas dos déspotas esclarecidos.
. Traços gerais: Apesar de se diferenciar razoavelmente de país para país, o absolutismo ilustrado tinha
certas características gerais, que eram: a racionalização da administração pública, os conflitos com a Igreja
Católica – no caso da Rússia com a Igreja ortodoxa –, a modernização do exército, o fomento da economia
através de práticas mercantilistas e o aumento das liberdades individuais, com muitos limites.
2. Casos particulares:
. A importância dos casos particulares: É importante conhecer os casos isolados, pois estas reformas
trouxeram grandes mudanças a estes países e às suas colônias. Por exemplo, as reformas bourbônicas na
Espanha vão ser importantíssimas para o processo de independência das colônias hispano-americanas e as
reformas pombalinas em Portugal vão transformar a colonização na América portuguesa.
. Prússia: As reformas ocorreram, sobretudo, com Frederico II (1740-1786) que impôs as seguintes
medidas: concedeu liberdade de expressão à população, liberdade religiosa e, principalmente, instituiu uma
ampla rede escolar na Prússia, que fez do país um dos melhores do mundo em termos de educação básica.
Essa escolarização vai ser muito importante no futuro, na industrialização alemã, pois o país vai ter disponível
uma ampla mão-de-obra especializada. A escolarização também será importante para o exército prussiano – o
mais organizado, eficiente e nacionalista da Europa – que ao longo do século XIX irá unificar a Alemanha.
Vale lembrar que as medidas de liberdade podiam ser e foram revogadas de acordo com o interesse do
monarca. Portanto, os benefícios de liberdade individual não se estenderam por muito tempo.
. Áustria: José II (1780-90) impôs uma forte centralização administrativa, acabou com a servidão em seu
país, deu liberdade religiosa e igualdade jurídica aos cidadãos, expulsando ainda os jesuítas do território
austríaco. O resultado disto tudo foi um enorme aumento do poder real. Novamente, as reformas eram
revogáveis e não uma conquista perpétua da população, mas um simples exercício provisório do poder real.
. Rússia: Pedro, o Grande na primeira metade do século XVIII já pode ser considerado um monarca
absoluto ilustrado por suas reformas modernizantes, mas é Catarina II (1762-94) quem empreende as maiores
reformas iluministas bem à maneira particular russa. Ao contrário de José II, ela não acaba com a servidão,
mas a reafirma, nacionaliza e doa as terras da Igreja ortodoxa russa aos nobres e incentiva-os a manter o
trabalho servil, sobretaxa os servos e camponeses livres e expande territorialmente o Império Russo. Isso tudo
vai criar o enorme e arcaico Império servil que chega a ir da Polônia ao Alasca. A servidão se manterá até
1861.
. Espanha: No reinado de Carlos III (1759-1788), o ministro Aranda teve grande peso no que ficaram
conhecidas como as reformas bourbônicas. Assim como Portugal, o grande foco das reformas foi a
colonização na América, esta foi completamente reformulada. Os jesuítas foram expulsos da Espanha e da
América espanhola. Novas medidas fiscalistas conseguiram diminuir bastante o contrabando, que era
gigantesco antes das reformas. Isso atrapalhou a vida dos colonos que tinham vantagens em comerciar
ilegalmente com os britânicos e outras medidas endureceram a colonização, desagradando as elites criollas no
Novo mundo. Isso vai levar a um caráter de revolta dessas elites, que começam a formular as independências.
. Portugal: Durante o reinado de José I (1750-77) o ministro Marquês de Pombal ganha uma projeção
nacional muito forte e se torna uma figura central na administração do Estado, principalmente a partir da
reconstrução de Lisboa, abalada pelo terremoto de 1755. Assim como a Espanha, ele vai reformular a
colonização portuguesa no ultramar. A capital do Brasil muda em 1763 de Salvador para o Rio de Janeiro,
mais próximo das minas de ouro. Os jesuítas são expulsos da metrópole e da colônia em 1759. O fiscalismo
aumenta de modo absurdo, instituindo-se a derrama, que vai ser o motivo maior para a Inconfidência mineira.
Assim, os primeiros projetos de independência na colônia vão surgir após esse enrijecimento do colonialismo.
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1. Apresentação:
A primeira coisa a se refletir sobre esse assunto é a forma como ele geralmente é exposto. Chama-se
geralmente esse tema de Revolução americana, há aí um erro. Não se trata de uma revolução, pois este termo
pressupõe que haja uma mudança profunda na estrutura social existente com modificações na economia, na
política e cultura, o que não ocorre. O que há é a independência de uma região da América que se tinha
tentado estabelecer um pacto colonial tardiamente. O novo país cria uma forma relativamente nova de poder,
baseada nos ideais iluministas. Tratava-se, porém, de uma democracia fortemente reduzida, com o predomínio
dos grandes fazendeiros e sem o voto feminino e o voto dos escravos. Estes últimos continuaram a existir
após a independência.
1. Introdução:
. O que foi: A Revolução industrial foi a generalização do modelo fabril pela Inglaterra que ocorreu no
período de 1780 a 1840. Esse modelo fabril é caracterizado pela conjugação do trabalho humano coletivo com
o uso de máquinas. Diferentemente das manufaturas, onde as ferramentas pertenciam aos próprios
trabalhadores, nas fábricas as máquinas pertencem ao industrial que emprega a mão-de-obra em regime
assalariado. Mais importante que os avanços técnicos desta revolução são as conseqüências sociais que ela
trouxe.
. Conseqüências: A principal conseqüência da Revolução Industrial é, talvez, o surgimento da classe
operária. Essa classe operária é formada por ex-camponeses expulsos do campo pelo processo de
capitalização do campo inglês e também por ex-artesãos que não podem mais competir com a produção
dessas novas indústrias. Esses homens vão vender o único bem que lhes resta, sua força de trabalho ficando
dependente de quem possui a fábrica e as máquinas, o industrial. Existe uma parcela de trabalho que não é
paga ao operário, é a mais-valia.
. Expansão da Revolução Industrial: Em diferentes dimensões, a Revolução técnica e social que se inicia
na indústria têxtil inglesa se estenderá a todos os campos. Primeiramente, outras indústrias e empresas na
Inglaterra adotarão o modelo e a tecnologia das primeiras indústrias. A agricultura também passará por uma
modernização em decorrência das mudanças nas fábricas. Ainda, a industrialização não ficará restrita à
Inglaterra, ela se espalha para outros países no século XIX.
1. Introdução:
.O que foi: Foi a grande revolução que pôs fim ao Antigo Regime na França, destruindo as estruturas
sociais daquele regime e levando a burguesia ao poder. Apesar dos principais eventos terem ocorrido em Paris
e no interior do país, ela se espalhou por toda a Europa e influenciou todo o mundo no século XIX.
. A sociedade francesa: O estado monárquico francês dividia a sociedade em três estados, que na verdade
não correspondiam à realidade sócio-econômica daquele país. O primeiro estado é constituído por todos
membros do clero. O segundo, pelos nobres, tanto do interior como da Corte. O terceiro estado era o resto da
sociedade e era o único que pagava impostos, sendo que muitas vezes o 1o e 2o estados eram sustentados por
esses tributos.
. Subprodução e fome: Apesar de a economia francesa ter se desenvolvido bastante no século XVIII, nos
anos imediatamente anteriores à Revolução, assistiu-se a uma grande seca no campo, que levou à fome no
país. Isso vai ser um dos fatores imediatos para a Revolução.
. Crise financeira da Coroa: As freqüentes guerras e a extravagante corte tinham deixado o Estado francês
extremamente endividado, levando a uma série crise financeira da Coroa. Luís XVI, o rei francês do período,
tentou fazer uma reforma tributária onde o 1o e 2o estado pagassem impostos, mas esta foi barrada por estes.
Dá-se uma crise política que leva o Rei a convocar os Estados Gerais, órgão consultivo do rei que era dividido
entre os três estados, com um voto para cada um. A decisão final, no entanto, seria sempre do monarca.
. Divisão cronológica da Revolução: A Revolução Francesa é dividida geralmente em três períodos. A
Era das Instituições (1789-92), onde a burguesia chega ao poder; a Era das Antecipações (1792-4), onde são
antecipadas práticas políticas igualitárias; e a Era das Consolidações (1794-1815), onde a alta burguesia se
consolida no Estado.
1. O governo de Napoleão:
. Dezoito Brumário: Mesmo com o sufrágio censitário, os termidorianos ainda sofrem com uma oposição
dentro da Assembléia e decidem então pelo golpe militar. Chamam o jovem general Napoleão Bonaparte para
dar esse golpe. Em 1799 é dado o golpe, consolidando o governo da alta burguesia com uma ditadura.
. O Império napoleônico, plano interno: O governo de Napoleão é dividido em dois períodos, o
Consulado que vai até 1804 e o Império, até 1815. Internamente, Napoleão executou uma série de reformas
que beneficiavam a burguesia: reformulou o sistema bancário criando uma moeda nacional francesa, o franco,
e o Banco da França; criou as escolas normais, com ensino laico por toda a França; criou o Código Civil;
tentou retornar a escravidão nas colônias, não conseguindo e perdendo a colônia do Haiti; fez ainda um amplo
incentivo à indústria e o comércio nacional da França.
. O Império napoleônico, plano externo: Por volta de 1805, Napoleão tinha subjugado toda a Europa
continental, tendo reinos controlados por parentes seus e outros subordinados à França. Napoleão, no entanto,
não conseguia vencer a Inglaterra por não ter uma marinha capaz de derrotar a frota britânica.
. Bloqueio Continental: Napoleão criou em 1806 o Bloqueio Continental que proibia qualquer país do
continente europeu de comerciar com a Grã-Bretanha. Isso visava fomentar a indústria francesa, provendo o
continente de produtos industrializados e também visava liquidar o poderio industrial e naval inglês. Porém, a
indústria francesa não dava conta de suprir todo o continente como a Inglaterra supria. Além disso, as ilhas
britânicas eram grandes compradoras de cereais e outros produtos primários da Europa continental, o que a
França não era, pois era auto-suficiente na produção agrícola. Isso desagrada fortemente os países que eram
antigos exportadores de produtos primários para a Inglaterra. Alguns países vão renunciar ao Bloqueio,
sofrendo a conseqüente invasão francesa, é o caso de Portugal em 1807 e da Rússia em 1812. A família real
portuguesa transfere a sede do Estado português para o Rio de Janeiro, fugindo das tropas francesas.
. A campanha da Rússia: No entanto, na Rússia, Napoleão sofre sérias perdas humanas e militares,
levando à quase total destruição do exército napoleônico devido às estratégias do exército russo e ao rigoroso
inverno daquele país. Em 1814, forma-se um exército conjunto europeu para destruir o exército francês,
liquidando Napoleão e seu Império.
. O restabelecimento do Antigo Regime na França: Em 1815, Luís XVIII é posto no trono francês pelas
tropas vencedoras das guerras. A França ficará sob ocupação militar até 1820 e as questões territoriais
européias serão resolvidas no Congresso de Viena. O Antigo Regime na França tem vida curta, visto que suas
bases sociais tinham sido destruídas.
1. Introdução:
As colônias da América espanhola chegaram às suas independências na mesma época e no mesmo
contexto histórico, com poucas exceções – como Cuba, por exemplo. No entanto, nesse início do século XIX
não se pode falar ainda das nações latino-americanas, estas se formam ao longo do século XIX e apesar da
emancipação política, esses países recém-surgidos não são independentes economicamente da Europa.
A independência do Haiti: A colônia francesa do Haiti teve uma independência diferente de todas as
outras regiões da América. Lá, houve um processo revolucionário, uma independência que surge de uma
revolta escrava que pôs fim à escravidão. A revolta e o processo de independência começam em 1791 e esta
se consolida em 1804, com aa aceitação da independência pela França.
2. As reformas bourbônicas:
. Quadro geral: As reformas bourbônicas de fins do século XVIII são análogas às reformas de Pombal no
Império português, apesar de haver pequenas diferenças entre as duas. Trata-se de uma ampla mudança no
Estado espanhol no sentido de dinamizar e modernizar esse Estado. Elas eram, sobretudo, dirigidas às
colônias e reforçavam o colonialismo com uma exploração maior das áreas coloniais. Enquadram-se no
chamado absolutismo ilustrado que é um recrudescimento das práticas mercantilistas e absolutistas.
. Pontos fundamentais da reforma: As reformas bourbônicas visavam, sobretudo, fortalecer o Estado
espanhol e aumentar a arrecadação através da racionalização da administração e do endurecimento fiscal.
Algumas medidas importantes foram a expulsão dos jesuítas das colônias – o que leva a um sério problema
educacional na região –, a fiscalização ostensiva que fez diminuir significativamente o contrabando e ainda o
incentivo às manufaturas do reino, para que a Espanha não precisasse mais importar manufaturados inglesas e
francesas e pudesse sozinha abastecer de manufaturados a América. As medidas tiveram certo êxito para o
Estado espanhol e os grandes comerciantes, mas feriu fortemente os interesses das elites coloniais.
. Contestação da colonização: A partir da implementação das reformas, surgem os movimentos de
contestação da colonização espanhola – e não apenas das reformas bourbônicas – defendendo a independência
de regiões na América. É o caso, por exemplo, do movimento indigenista de Tupac Amaru no Peru.
. Os criollos: A elite colonial era formada pelos criollos, filhos de espanhóis nascidos na América que
eram ou grandes comerciantes ou grandes fazendeiros, tendo interesses a defender. Esse criollos foram
feridos em seus interesses com a política bourbônica. Eles queriam o livre comércio com outros países
europeus e serão muito importantes para os processos de independência na América hispânica, sendo os
principais interessados na emancipação.
3. O processo de independência:
. A deposição de Fernando VII: Napoleão invadiu a península ibérica em 1807 e destronou o rei espanhol
Fernando VII, colocando outro rei em seu lugar. As colônias espanholas se auto-organizaram a partir dos
cabildos – as câmaras municipais da Hispano-América – e rejeitaram o rei escolhido por Napoleão como o
novo rei espanhol. Pôs-se em prática o livre comércio com os outros países europeus, sobretudo a Inglaterra.
. O interesse inglês: Os capitalistas ingleses, muito prejudicados com o Bloqueio Continental, estavam
interessados na aplicação do livre comércio na América ibérica e o Estado inglês passou a apoiar os
movimentos de independência desses países a partir de 1810.
. A retomada do colonialismo e as guerras de independência: Em uma região periférica da Espanha,
criou-se uma resistência à invasão francesa. Essa resistência pretendia manter ainda os laços com a América
espanhola. Após o fim das guerras napoleônicas e com a volta do absolutismo na Espanha, tenta-se repor em
prática o antigo colonialismo. As elites criollas que estavam desfrutando do livre comércio e da auto-
organização rejeitam essa tentativa de recolonização. Os generais San Martin e Simon Bolívar lideram as
tropas que libertarão quase toda a América do Sul espanhola até 1824.
. A organização dos estados: Diversas repúblicas foram criadas ao contrário do sonho do líder Bolívar,
que idealizava uma grande confederação unindo toda a antiga Hispano-América. O projeto não foi adiante
pela inexistência de um poderoso grupo capaz de fazê-lo e também pela antipatia da Inglaterra ao projeto.
. A América para os americanos: No início dos anos vinte do XIX, os EUA adotaram a chamada doutrina
Monroe, que era o apoio às independências dos países latino-americanos, o que era conveniente para os
comerciantes norte-americanos que poderia comercializar livremente com os países nascentes.
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2. As doutrinas sociais:
. Liberalismo: Pensamento essencialmente burguês, existe em várias vertentes: política, econômica e
outras, mas todas têm características comuns. Defende a propriedade privada e sua permanência como um
direito absoluto e reformas sociais graduais que nunca interfiram no regime de propriedade. Defende
ardorosamente as liberdades civis e de mercado, como a livre iniciativa. Condena a interferência forte do
Estado na vida das pessoas e na economia. Associa-se ao darwinismo, afirmando uma natureza humana
desigual, o que explica a desigualdade na propriedade.
. Romantismo: Ponto de oposição ao Iluminismo e ao Liberalismo, não se restringe apenas às artes. É um
movimento muito heterogêneo que critica a nova sociedade capitalista e louva características da sociedade do
Antigo Regime e da Idade Média como a vida rural. Condena o racionalismo iluminista e tende para um
sentimentalismo, em oposição ao racionalismo crescente daquelas sociedades.
. Nacionalismo: Princípio burguês de defesa dos interesses de uma elite local sobre uma dada região –
nação –, revestida de traços de união de um povo comum. Muitas vezes vem associado ao romantismo na
crítica do liberalismo. Defende que para cada povo haja uma nação. A nação seria constituída por uma língua,
uma religião e cultura comuns. Defende os interesses do comércio e da indústria nacionais – protecionismo –
e louva os símbolos e a cultura nacional frente aos das outras nações.
. Socialismo utópico: De caráter romântico, defende a transformação da sociedade em uma mais igualitária
e solidária, mudando o regime de propriedade. Fizeram-se diversas experiências de comunidades socialistas
que nunca deram completamente certo e não tinham possibilidade de mudar toda a sociedade. Não há uma
elaboração muito profunda nem uma crítica sistemática à sociedade capitalista.
. Socialismo científico: Muitas vezes usado como sinônimo de marxismo e comunismo, foi criado pelos
filósofos alemães Karl Marx e Friederich Engels, vai ser o mais importante movimento anti-capitalista. Ao
contrário do socialismo utópico, não defendia uma sociedade ideal baseada em temas medievais. Tentava
entender as contradições da sociedade capitalista para superá-la, constituindo uma sociedade socialista
moderna, posterior ao capitalismo, com o primado da igualdade. Uma filosofia extremamente complexa que
via as sociedades constituídas por classes sociais e as idéias vinculadas intimamente à vida social. Foi de
extrema importância para as revoluções do século XX.
. Sindicalismo: Tem, de certa forma, como origem o cartismo dos operários ingleses. Visa a união dos
trabalhadores para aquisição de direitos políticos, trabalhistas e também a transformação da sociedade e do
regime de propriedade. Há diferenças em seu seio. Há os reformistas que defendem a negociação e a mudança
gradual e há os radicais, que defendem a mudança rápida, com o uso da violência em última instância.
. Anarquismo: Uma radicalização total do liberalismo, defende o fim do Estado, da propriedade e de toda
forma de poder. Afirma que todos os males sociais vêm dessas formas de poder. A sociedade deveria se
organizar através da livre iniciativa e da livre associação. Alguns grupos anarquistas defendem atos extremos
contra o Estado, como atentados.
. Doutrina social da Igreja: Diante das mudanças sociais na Europa, das péssimas condições de vida dos
trabalhadores e da radicalização dos movimentos sociais, a Igreja também se posicionou em relação às
questões sociais, criando uma doutrina, o catolicismo social. Não defendia a luta, mas o entendimento entre os
grupos opostos, a união entre as classes sociais, a melhoria das condições dos trabalhadores e a caridade. Não
questionava o sistema de propriedade vigente.
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1. Terreno comum:
. Burguesia almejando o poder: Apesar de as revoltas e revoluções na Europa do século XIX serem
muitas, elas têm características comuns. Trata-se da tentativa de tomada de poder pela burguesia e da reação
das forças do Antigo Regime. Assim, os grupos sociais do progresso, a burguesia, medem forças contra o
grupo social antigo, da reação, a nobreza e o clero, classes dirigentes no Estado absolutista.
. Crises de fome e crises econômicas: Apesar do motivo essencial nessas revoluções ser a mudança de
poder da antiga nobreza para a burguesia emergente, fatores imediatos também foram importantes para se
entender esses movimentos, como as constantes fomes e as crises econômicas. As fomes, por exemplo,
levavam a população pobre a se rebelar, o que era usado muitas vezes pela burguesia, culpando o velho
regime pela fome, para se fazer uma tomada de poder.
. A industrialização e as lutas operárias: Se a industrialização vai fortalecer as burguesias nacionais para
que essas possam tomar o poder, também vai criar um operariado que, em péssimas condições de trabalho, vai
lutar pelos seus direitos contra a burguesia. Assim, em várias revoltas, o proletariado também vai fazer suas
reivindicações à parte. Se em alguns momentos, haverá uma aliança entre o operariado e a burguesia contra a
nobreza e o clero, essa aliança não vai ser duradoura.
. Socialismo: É um elemento novo que surge nas últimas revoltas do século, nas revoluções de 1848 e na
Comuna de Paris, de 1871. O socialismo não é uma ideologia burguesa, mas é operária. Ou melhor, não
caracteriza mais a vontade da burguesia, mas a vontade do proletariado, de igualdade e mudança no regime de
propriedade.
2. As revoluções:
. Revoluções de 1820: Em 1820, dá-se o primeiro ciclo de revoltas e revoluções burguesas na Europa que
atingem Portugal, Espanha e outras regiões da Europa. A maioria delas é massacrada pela Santa Aliança.
. Revoluções de 1830: Começaram na França e se espalharam por toda a Europa, o liberalismo e o
nacionalismo guiaram essas revoltas. Assim, as lutas centrais eram pelas liberdades individuais e por
governos eleitos, mesmo que não por voto universal. Na França, instaurou-se uma monarquia constitucional.
A Bélgica ficou independente da Holanda, a Grécia também conseguiu sua independência do Império
Otomano e outras revoltas nacionalistas explodiram na Itália, Alemanha e Polônia, mas foram todas
massacradas.
. Revoluções de 1848: As revoluções de 1848 foram mais marcadas ainda pelo nacionalismo. Cada povo
lutava pela sua independência frente aos grandes impérios europeus. Ainda, surge pela primeira vez e de
forma ainda tímida o socialismo, com destaque para a publicação do Manifesto do Partido Comunista de
Marx e Engels neste ano. A dinastia Bourbon teve fim na França com a proclamação da República. No
Império austríaco, eclodiram diversos movimentos nacionalistas, todos esmagados pelo exército austríaco
com a ajuda do exército russo. Ainda, revoltas nacionalistas na Itália e na Alemanha demonstraram o que iria
acontecer logo, a unificação das duas regiões em Estados Nacionais.
. Comuna de Paris: Durante dois meses de 1871 em Paris ocorreu a primeira experiência socialista da
História. Depois da derrota do exército francês na guerra franco-prussiana, guardas locais se organizam para a
resistência nas cidades francesas. O governo francês assina um armistício e a guarda de Paris, composta pela
população pobre urbana, passa a governar a cidade. Instaurou-se um novo governo, popular, onde o exército
seria composto pelas camadas pobres da população, o Estado seria separado da Igreja, o sufrágio seria
universal e as indústrias teriam como donos e administradores os próprios operários. A comuna foi
massacrada pelo exército prussiano a pedido do governo francês. Trinta mil pessoas foram mortas, muitas
outras presas e deportadas.
. Lutas operárias na Inglaterra: Apesar de a Inglaterra já não ter um antigo regime na política nacional, a
história nacional do país no século XIX também foi bem violenta. Prevaleciam os conflitos entre os
numerosos operários ingleses contra os industriais do país. A legislação liberal proibia greves, sindicatos,
reuniões etc. Com bastante luta e insistência, as organizações – clandestinas inicialmente – desses operários
foram conquistando direitos trabalhistas básicos e políticos, já que esses operários não tinham direito de voto
ou de se eleger. Os sindicatos serviram, portanto, também para as exigências políticas dos trabalhadores, que
queriam direito ao voto, assalariamento dos cargos políticos e liberdade para formar seus próprios partidos.
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1. As mudanças na indústria:
. Segunda Revolução Industrial ou revolução tecnológica: Um conceito muito utilizado para definir o
tema desta aula é o de Segunda revolução industrial, porém ele não é correto. A Revolução industrial (inglesa
de fins do século XVIII) teve como inovação maior a generalização da relação assalariada entre os
empresários e os trabalhadores. Na chamada segunda revolução industrial do século XIX não houve mudança
nessa relação de produção, houve sim um número tremendo de inovações tecnológicas, uma nova organização
do capital com a sua concentração e a diversificação geográfica dessa indústria. Assim, o que temos é uma
inovação tecnológica, puxada por novas formas de produção e novas fontes de energia.
. As ferrovias, uma grande mudança: O invento da locomotiva e das estradas de ferro no início do século
XIX trouxe uma grande mudança tanto para o mundo como para a própria organização do capitalismo. A
construção dessas ferrovias necessitava um grande montante de dinheiro, o que faz concentrar o capital,
aproxima mercados distantes, dinamiza a produção, dentre outras conseqüências.
. A nova organização do capital: A concentração dos capitais em poucas mãos é uma característica do
capitalismo nesse período. Os bancos ganharam uma importância decisiva, visto que eles eram os grandes
investidores nos grandes empreendimentos, como as ferrovias. A união entre o capital bancário e o capital
industrial forma o capital financeiro, onde os bancos têm preponderância sobre a indústria. Surgem ainda
grandes complexos empresarias dominados pelo capital financeiro – ou capital monopolista – como os trustes,
cartéis, holdings.
. Novas fontes de energia: O carvão e a força hidráulica simples, fontes de energia da ‘Primeira
Revolução Industrial’ vão passar a conviver com novas fontes de energia. A força hidráulica passa a ser usada
de forma extensa, como nas grandes hidrelétricas. A eletricidade, descoberta há pouco tempo, passa a ser
utilizada industrialmente. E o petróleo vai ser utilizado largamente para a geração de força por combustão.
. Inovações tecnológicas e invenções: O período é conhecido pelas inovações na indústria, no surgimento
de novos ramos industriais e nas invenções. Assim, alguns exemplos são os novos métodos para se fazer o
aço, agora produzido industrialmente. A indústria química surge com os seus sintéticos, dispensando o uso de
algumas matérias-primas outrora usadas, como o anil, o açúcar de cana, a seda do bicho-da-seda, etc. As
invenções são muitas, como o automóvel, a lâmpada, o dirigível e a máquina de escrever. Os transportes
também ganham um grande impulso com navios mais rápidos e os grandes canais de Suez (1869) e Panamá
(1915).
2. A unificação alemã:
. Caráter geral: Diferentemente da Itália, a união alemã foi mais autoritária e deu-se através de três
guerras, dando origem a um forte e industrializado país. Um personagem importante para unificação foi o
primeiro-ministro Otto von Binsmarck que articulou a política externa da unificação, forjando as guerras.
. Origens: No Congresso de Viena, ficou decidida a criação da Confederação Alemã, formada pela
Áustria, a Prússia e uma série de pequenos reinos que existiam na região do atual território alemão. Ainda, a
Prússia anexa a rica região do Reno e começa a disputa com a Áustria pela anexação dos pequenos reinos.
. A Prússia: O estado prussiano era centralizado e tinha um poderoso exército. Há uma aliança entre uma
classe de proprietários, os junkers com a burguesia nacional, aliança esta em proveito do desenvolvimento do
país.
. O Zollverein e as ferrovias: Em 1834, a Prússia e os pequenos estados alemães fazem um pacto criando
um mercado comum, o Zollverein. Esse mercado seria consolidado com uma ampla rede de ferrovias ligando
suas regiões, o que facilitará a integração econômica e a movimentação das tropas nas guerras de unificação.
. Guerra com a Dinamarca: Sob desculpa de que o Sul da Dinamarca continha uma população germânica,
em 1864, Prússia e Áustria invadem o país e dividem o tal território em dois, um pedaço para cada.
. Guerra contra a Áustria: Alegando que a administração austríaca na região dinamarquesa ocupada era
mal feita, a Prússia declara guerra à Áustria, tomando a região dinamarquesa e os reinos do Norte.
. Guerra com a França: Como a França não permitia a anexação prussiana de reinos independentes da
Confederação Germânica, a Prússia inventa outro argumento estapafúrdio para fazer a guerra com aquele
país, obtendo outra fácil e rápida vitória. Toma os reinos ao Sul da Alemanha, a Alsácia e a Lorena da França
e ainda uma pesada indenização de guerra, trazendo a humilhação da nação francesa.
. Conseqüências: Em 1871 a Alemanha é totalmente unificada pela Prússia. Tem continuação um
processo extremamente rápido de industrialização, a mais rápida e voraz da Europa. Porém, a Alemanha não
dispõe de uma poderosa marinha, o que atrapalhará sua expansão no Imperialismo e fica temendo o
revanchismo francês, fazendo diversas alianças contra aquele país. A guerra franco-prussiana vai ser uma das
mais importantes causas da Primeira Guerra Mundial.
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2. Causas da guerra:
. A escravidão: São várias as causas da guerra diretas ou indiretas, mas uma diferença fundamental entre
as sociedades do Norte e do Sul explica todas essas causas: a escravidão. Tratava-se de duas sociedades
diferentes, uma escravista e outra capitalista, por causa dessa contradição fundamental houve a guerra.
. A balança comercial: O Norte desejava defender a sua indústria, por isso defendia altas taxas de
importação. Enquanto isso, o Sul defendia baixas taxas de importação, pois queriam comprar os
manufaturados ingleses por um preço baixo, já que não há indústrias no Sul.
. Terras no Oeste e equilíbrio no Congresso: As brigas pelo trabalho livre ou escravo no Oeste criaram
grandes discussões no Senado e na Câmara, que geralmente tinham em certa igualdade de representação entre
nortistas e sulistas. Esse equilíbrio, às vésperas da guerra, estava se desfazendo em favor do Norte, o que
criou a ira do Sul.
. Arrecadação e investimentos: O Sul se dizia preterido nos investimentos da União, já que a exportação
de algodão era uma das maiores receitas do Estado norte-americano. Eles queriam que esses recursos
ficassem preferencialmente nos estados sulistas, por isso defendiam uma Confederação onde as arrecadações
locais ficassem majoritariamente nos Estados.
3. A guerra e o pós-guerra:
. A criação da Confederação: Devido a todos os motivos acima expostos, os estados escravistas dos EUA
em 1860 se declararam uma Confederação livre da União. Como resposta, os estados nortistas declaram
guerra à Confederação. Deu-se início à guerra de secessão.
. A vitória do Norte: A estratégia da Confederação era de apenas defender a sua independência do Norte.
A União, mais equipada e adiantada, vence com relativa facilidade. Morreram 620 mil pessoas na guerra que
dura até 1865. O presidente Lincoln é assassinado por um radical cinco dias após o término da guerra.
. A vitória de um modelo: O modelo nortista de sociedade foi imposto a todo o território nacional. A
partir desse momento, os EUA dão sua arrancada para a industrialização. Ferrovias seriam construídas no país
ligando costa a costa, iriam emergir os grandes grupos financeiros e as terras passariam a se concentrar cada
vez mais. As taxas de importação passam a ser protetoras da indústria nacional, passando de 20% para 47%.
. A situação dos libertos: Em 1863, Lincoln decretou o fim da escravidão no país, o que só ocorreu de
fato com o fim da guerra. Um grupo de congressistas radicais defendia a reforma agrária, dando as terras dos
grandes senhores escravistas para os libertos, mas essa reforma foi barrada no Congresso. Poucos libertos
ganham terra e muitos fogem para o Norte, fugindo do regime de exclusão social que eles iriam viver em
seguida no Sul, sem direito a voto e com discriminações legais, era o apartheid.
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2. O Imperialismo na África:
. Quadro geral da África antes do Imperialismo: O continente é diverso antes das incursões européias. Na
região mediterrânea, existia o grande e decadente Império turco-otomano. Outras regiões litorâneas da África
foram colonizadas desde os tempos do velho colonialismo, como Angola e África do Sul. Mas a maior parte
da África não tinha qualquer dominação estrangeira, tendo a sua lógica geopolítica e social própria.
. Justificativa ideológica do Imperialismo: Os países europeus davam várias desculpas para legitimar e
explicar a invasão dessas regiões. As principais eram: a missão civilizatória feita por povos civilizados sobre
os povos bárbaros, a divisão das riquezas materiais do mundo, a evangelização cristã de povos que não
conheciam a verdadeira religião e a superioridade racial dos povos brancos sobre os povos preto e amarelo.
. A divisão da África: Na colonização da África, feita antes da asiática, apenas os povos europeus
participaram. Os principais certamente eram Inglaterra e França, que dominavam a maior parte do continente.
A Alemanha, também importante, chegou atrasada na corrida imperialista, por isso, não conseguiu muitos e
bons territórios. Portugal e Itália foram convidados pela Inglaterra a participar da corrida para que a França
não dominasse regiões muito vastas e para constituírem estados-tampões entre territórios britânicos e
franceses, grandes rivais na corrida imperialista.
. Rivalidades entre europeus na conquista: Apesar do constante diálogo, dos estados-tampões e dos
congressos – como o de Berlim em 1885 que tentava resolver os problemas na dominação na África
subsaariana –, houve uma série de pontos de confronto entre os europeus na África e na Ásia também, o que
constitui a principal causa da Primeira Grande Guerra. Alguns deles são: a Inglaterra desejava construir uma
ferrovia ligando a sua colônia do Egito à África do Sul, o que era barrado pela Alemanha; a França queria
construir uma ferrovia cortando todo o Saara, o que foi barrado pela Inglaterra que dominava o Egito e o
Sudão; França e Inglaterra brigavam pelo controle do canal de Suez e pelo controle do Egito e do Sudão.
2. A presença na Ásia:
. Os países imperialistas na Ásia: As principais potências européias que se encontravam na África
estavam também presentes na Ásia, como Inglaterra, França, Bélgica e Alemanha. Mas outras potências
também estavam lá: é o caso da Holanda, que desde tempos do antigo colonialismo, domina a Indonésia; o
Japão, que a partir da Guerra russo-japonesa de 1905 inicia a sua expansão imperialista; os EUA, que
chegaram atrasados no Imperialismo em 1898 e só tinham territórios na Ásia; e ainda a Rússia, que exercia
uma dominação que não se caracterizava muito bem como imperialista.
. Japão: Na primeira metade do XIX, a impressão que se tinha era que o Japão poderia ser mais uma
futura colônia imperialista dos europeus na Ásia. Sua sociedade era feudal e o país era em geral mais atrasado
do que a China. Os norte-americanos fizeram uma forte intimidação no país, fazendo os chamados acordos
desiguais de comércio. A partir de 1868, inicia-se o fim do feudalismo no país com a unificação do país sob a
liderança do imperador, que inicia um processo de modernização do país, é a chamada Era Meiji – era
iluminada. As reformas que visam a ocidentalização incluem uma reforma monetária, militar, o envio de
jovens japoneses aos centros de estudo do Ocidente e um incentivo muito forte à educação e à
industrialização. O Japão se moderniza e industrializa-se, ficando imune à dominação ocidental. Em 1904-5, o
Japão vence a guerra contra a Rússia e passa a dominar a Coréia e o Sul da Manchúria, na China, dando início
à sua expansão imperialista.
. Imperialismo norte-americano: Desde as primeiras décadas do século XIX, os EUA mostravam
interesse pela região do Pacífico. Acabaram sendo os principais responsáveis pela não divisão da China em
protetorados, deixando-a livre para a penetração de qualquer país. A partir da vitória na guerra contra a
Espanha em 1898, os EUA passam a dominar as Filipinas, tendo então uma forte penetração na Ásia.
. Imperialismo russo: A dominação russa na Ásia é bem anterior a das outras nações européias. A
dominação russa na China, no Afeganistão, Coréia, Pérsia não caracterizam o Imperialismo praticado pelos
outros países. A Rússia era um país mais atrasado e não tinha capitais para exportar para outras regiões, ela
mesmo era um escoadouro dos capitais da Europa Ocidental, principalmente o capital francês. Trata-se,
portanto, de um Imperialismo menos sofisticado que os exercidos por Inglaterra, França, EUA e outros.
. A Índia: A dominação inglesa na Ásia tem como principal colônia o continente indiano. Era essa na
verdade, a principal colônia inglesa. Os ingleses para dominar essa vasta região, antes dominada pelo frágil
Império Mogol, aliando-se aos chefes locais. A dominação não foi feita de uma vez, mas foi fruto de um
longo processo. A agricultura no país, que antes era muito bem organizada, com alto grau de produtividade,
foi desorganizada pelos colonizadores ingleses, com a introdução, por exemplo, de plantações de ópio com
produção voltada para a China. Deram-se, por isso, as grandes crises de fome no país.
. A China: Antes da chegada dos europeus, os chineses viviam sob jugo da dinastia estrangeira Manchu.
O fato de o país viver sob o domínio de uma dinastia estrangeira explica em grande parte a fragilidade do país
à dominação estrangeira. O Sul do país, onde estão Macau, Cantão e Hong Kong sempre foi ma região mais
aberta aos ocidentais, os quais os chineses em geral desprezavam, achando-os inferiores à cultura chinesa. A
abertura do país se dá à força com as duas guerras do ópio, que opuseram o Império Celestial à Inglaterra. A
primeira (1839-42), com vitória inglesa, obriga os chineses a abrir os portos ao Ocidente e doar Hong Kong
para os ingleses por algo como 150 anos. O país deve pagar uma indenização de guerra e os ingleses detêm o
controle das exportações e importações locais. A partir disso, todos os países ocidentais vão investir e
exportar produtos para a China. Há a construção de várias ferrovias, que desorganizam o espaço chinês,
destruindo a agricultura de alguns lugares. Várias são as revoltas contra os ocidentais e a dinastia estrangeira.
Pré-vestibular solidário Vetor
1. Introdução:
A América Latina no século XIX não teve uma história feliz. Apesar do que acreditavam os latino-
americanos, a independência não trouxe um mundo de prosperidade e auto-determinação para os recém-
criados países. As fronteiras não eram certas e logo vieram guerras civis, guerras entre países do
subcontinente e ainda invasões estrangeiras. Os novos estados há pouco criados também não passaram por
bons momentos logo após a independência. A situação da economia da região era dramática, com a perda
momentânea da produção e do comércio de exportação devido às guerras de independência.
1. Introdução:
Acontecida em 1910, a Revolução mexicana talvez seja a primeira grande revolução amplamente popular
dos tempos contemporâneos. Foi uma revolução basicamente rural e camponesa, com poucos focos de lutas
nas cidades. Apesar de todo o ambiente progressista, um grupo nada revolucionário que se dizia parte da
revolução chegou ao poder e instaurou uma longa ditadura unipartidária que só teve fim em 2000.
2. O México pré-revolucionário:
. A dolorosa consolidação nacional: Após ter encarado guerras civis, lutas regionais pela independência,
guerra com os EUA e invasão francesa, o México, sem 2/3 do território original, consegue consolidar o seu
estado e sua economia através da exportação de petróleo, metais preciosos e produtos tropicais.
. Porfiriato (1876-1910): Os golpes de estado e as ditaduras não eram novidade na história nacional
mexicana, mas a ditadura de Porfírio Diaz foi a maior experimentada no país até então. Fruto de um golpe de
estado de 1876, ela só terminou com a Revolução mexicana. Trata-se de um governo fortemente liberal,
ligado aos capitais nacionais com vínculos com o capital estrangeiro, sobretudo inglês. Há um incentivo à
uma industrialização dependente dos capitais de exportação e de capitais estrangeiros, criando uma
urbanização no país e também uma grande pobreza nas cidades. Ainda, o governo construiu algumas ferrovias
ligando o país. As terras dos indígenas e da Igreja, terras coletivas, eram vendidas pelo governo para dar lugar
a latifúndios exportadores, causando grandes danos sociais para a população rural que iriam levar a revoltas.
. Quadro geral do México no fim do Porfiriato: O governo de Diaz fez a economia mexicana crescer de
forma dependente e piorou muito a situação das classes pobres rurais do país. No Norte do país, havia grandes
latifúndios pecuaristas, minas de metais, além de indústrias. As cidades, como a cidade do México, cresceram
muito nesse período com operários que ganhavam muito mal e não tinham direitos trabalhistas. Havia ainda
alguns intelectuais liberais e de esquerda nas cidades que eram críticos de Diaz. No Sul do país se
encontravam as terras coletivas, que se transformavam em latifúndios para o capital exportador.
3. A Revolução Mexicana:
. Palavras iniciais: Por ser uma ditadura há 35 anos no poder que oprimia a população pobre do país e
também era criticada por uma parte da elite por se vincular excessivamente aos capitais ingleses, quando ela é
derrubada, uma série de movimentos antes calados se mostram e reivindicam seus direitos. Por isso, a
Revolução acontece em quatro frentes: no Norte rural, no Sul rural, nas cidades – principalmente a capital – e
com os liberais radicais – mais tardios –, que triunfarão sobre todos os outros no final.
. O golpe no México: Porfirio Diaz leva um golpe em 1910 do grande proprietário ligado aos capitalistas
norte-americanos, Madero, que é eleito presidente em 1911. Segue-se uma série de golpes de estado até
chegarem no poder os constitucionalistas, ligados a Villa e Zapata. Faz-se a constituição com Carranza eleito
presidente em 1917. Carranza é assassinado pelos liberais radicais, que empossam Óbregon.
. Sul: Em uma região indígena densamente povoada chamada Morelos, onde o porfiriato fora cruel com a
instalação de grandes fazendas de cana-de-açúcar, inicia-se um movimento pela reforma agrária. Emiliano
Zapata é eleito líder desses indigenistas e uma invasão de uma dessas comunidades por hacienderos – grandes
fazendeiros – é dado como estopim para o início da luta revolucionária. O grupo segue marchando tomando
as grandes propriedades e transformando-as em terras comunais dos indo-descendentes. Chegam em 1914 à
cidade do México onde são saudados pela classe intelectual urbana.
. Norte: A região de Chihuahua no Norte do país é terra de grandes pecuaristas. Vaqueiros desses
proprietários criam um movimento para tomar as suas terras tendo como líder Pancho Villa. Eles confiscam as
terras e dão ao Estado revolucionário, no caso os ‘generais’ de Villa. Esses generais depois serão contra o
prosseguimento da luta, defendendo suas terras ganhas na Revolução.
. PRI: Surge um terceiro grupo ‘revolucionário’ no Noroeste do país, ligado às firmas norte-americanas,
são os liberais radicais. Eles tomam regiões exportadoras do país, conseguindo comprar armas no exterior
com dinheiro das exportações. Vencem os exércitos de Villa e Zapata, matam os dois e tomam o poder.
Fundam o Partido Revolucionário Institucional que se manterá no poder até o final dos anos 90.
. Após a revolução: O PRI se diz herdeiro da Revolução mexicana, de Villa e de Zapata. Em alguns
momentos do século XX, de maneira populista, toma posições progressistas, fazendo a reforma agrária e
implantando um direito trabalhista, mas nunca permite participação popular e democrática no seu governo.
Pré-vestibular comunitário Vetor
1. Apresentação:
A guerra mundial de 1914 a 1918 foi a maior guerra vivida pelo mundo até então. Após 100 anos de
relativa paz na Europa, essa guerra chegou a matar quase 20 milhões de pessoas. Esses números nunca antes
vistos se devem, sobretudo, ao fato de essa guerra ser a primeira grande guerra entre sociedades industriais. A
guerra se deu majoritariamente na Europa, mas chegou a envolver todos os continentes do mundo.
2. As causas da guerra:
. Uma guerra imperialista: A divisão do mundo nos grandes impérios que havia não dizia mais respeito ao
real poder econômico dos países industrializados em 1914. A produção industrial inglesa já tinha sido
ultrapassada pelas economias alemã e norte-americana. Entretanto, Inglaterra e França tinham quase o total
controle sobre os territórios colonizados na África e na Ásia, enquanto os dois países emergentes tinham
pouquíssimos territórios no ultramar. Isso era um entrave para a expansão das grandes empresas alemãs e, em
menor escala, das norte-americanas. Esse vai ser o fator decisivo da guerra.
. Conflitos europeus e imperialistas: Não só o conflito de interesses entre Inglaterra e Alemanha levaram
à guerra. Entre os países europeus, existiam uma série de disputas de interesses, territórios e áreas de
influência na Europa e nas áreas coloniais. Isso vai levar a Europa a se dividir em duas grandes alianças.
. O sistema de alianças e a paz armada: Duas alianças se formaram. A primeira era a Tríplice Aliança,
que juntava a Alemanha, o Império Áustro-húngaro, a Itália, o Império Turco-Otomano e a Bulgária. A
Tríplice Entente unia eminentemente a Inglaterra, a França e o Império Russo. Todos já estavam certos de que
haveria guerra, levando à grande produção de armamentos e o destacamento de soldados. Faltava apenas uma
faísca para explodir aquele conflito.
. O nacionalismo vence o internacionalismo: Em 1914, com o assassinato do herdeiro do trono do
Império austro-húngaro, inicia-se a guerra. Os grupos socialistas, anarquistas e comunistas apelam para os
soldados trabalhadores não lutarem contra outros soldados trabalhadores. O apelo não surte o efeito esperado.
3. A guerra:
. Frente ocidental: A Alemanha, principal potência da guerra, decide primeiro vencer a França e depois a
Rússia. Eles, porém, ficam presos toda a guerra dentro do território francês na guerra de trincheiras, lutando
contra franceses e ingleses. Os alemães tentaram diversas ofensivas que chegaram a beirar Paris, mas nunca
conseguiram avançar por muito tempo.
. Frente oriental: Com a frente ocidental paralisada, os alemães invadem a Rússia e obtêm seguidas e
fáceis vitórias. Os soldados russos morrem aos montes, não tendo a tecnologia de guerra que tinham os
alemães. Em 1917, os bolcheviques – grupo revolucionário socialista russo – tomam o poder e fazem uma paz
em separado com a Alemanha, retirando a Rússia da guerra.
. Decisão norte-americana: Os EUA, neutros desde o início da guerra, resolvem entrar na guerra para
auxiliar os principais endividados de seus banqueiros, os aliados ingleses e franceses. Sua participação é
decisiva e eles derrotam o exército alemão.
1. Introdução:
No meio da Grande Guerra, estoura na Rússia a mais importante revolução do século XX, que iria marcar
profundamente esse século. Essa Revolução comunista mundial que inicia em 1917 tende a se espalhar para
todo o mundo, levando um terço da Humanidade a viver em países de governo socialista no início da década
de 50, apenas trinta anos apenas depois da Revolução na Rússia. Trata-se da primeira grande revolução
operária da história, que iria dar lugar ao primeiro regime socialista sólido do mundo.
1. Apresentação:
A crise de 29, ou Grande depressão dos anos 30, foi a maior crise econômica vivida pelo capitalismo em
todos os tempos. Iniciou com a quebra da bolsa de Nova Iorque em 1929 e se espalhou por todo o mundo nos
anos seguintes, tendo quebrado milhares de empresas e levado milhões ao desemprego em todo o mundo
capitalista. A crise representa a mudança da não intervenção do Estado na economia para um capitalismo com
intervencionismo do Estado na economia.
3. Conseqüências da crise:
. O New Deal: Em 1929, ocupava a presidência americana um republicano liberal. Ele não tomou
nenhuma medida para tentar resolver a crise, crendo que a economia se arrumaria por ela mesma. Isso só
agravou a crise. Em 32, elegeu-se presidente o democrata Franklin Roosevelt defendendo a atuação do Estado
na economia para resolver a crise. Ele pôs em prática o New Deal, plano de intervenção na economia com o
objetivo central de reverter os problemas do desemprego na sociedade. Vários são os traços desse programa:
planejamento da produção agrícola, grandes obras públicas, direitos e assistência trabalhista e outros.
. Países primário-exportadores: Os países que tinham como núcleo da economia as suas exportações,
tendo como exemplo todos os países latino-americanos – duramente atingidos pela crise – já que os países
ricos passaram a comprar bem menos seus produtos. A crise econômica desses países vai ser a causa imediata
para golpes de estado.
. Europa: As economias européias estavam fortemente endividadas dos americanos e com um grande
montante de investimento desses. Isso levou a que essas economias sofressem seriamente também os efeitos
da crise que se iniciou nos EUA. Isso foi mais grave na Alemanha, que tinha tido uma ligeira recuperação
econômica de 1925 a 1929 com a ajuda norte-americana. Isso leva o país à maior hiperinflação de todos os
tempos e um enorme desemprego, terreno fértil para a ascensão nazista.
. A União Soviética: Esse país foi o que menos sofreu no mundo os efeitos da crise. Como o
desenvolvimento planejado daquela economia tinha poucas relações com outras economias, quase não houve
efeitos da crise de 29 nesse país. Os planos qüinqüenais continuaram e uma série de cientistas e técnicos
ocidentais desempregados por causa da crise foram trabalhar na URSS no período.
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1. A queda do liberalismo:
. A descrença no liberalismo: A 1ª Guerra Mundial e a Depressão dos anos 30 são dois golpes no
liberalismo. A primeira acabou com a ilusão de que as democracias liberais, por serem decididas pelo povo,
evitariam qualquer tipo de guerra e a segunda abalou essas democracias e também a doutrina do liberalismo
econômico. O que se vê no período entre-guerras (1918-1939) é a queda das democracias liberais em várias
partes do mundo. Há uma descrença generalizada na democracia liberal e no liberalismo econômico. Parte das
populações ainda aclamava líderes autoritários que diziam que iriam resolver os problemas do país. Assim foi
com Hitler e Mussolini, por exemplo.
. A criação de um modelo de fascismo com Mussolini: A Itália foi duramente humilhada com os tratados
de paz de 1918. O que lhe fora prometido não foi cumprido em termos territoriais. Isso levou a um grande
apelo nacionalista no país que, junto com a crise econômica do pós-guerra, foi um terreno favorável para a
ascensão do radical de direita Benito Mussolini ao poder. Ele implantou no país, a partir de 1922, o primeiro
modelo de governo fascista do mundo, que em algumas características ou de forma generalizada, foi imitado
depois por muitos governos direitistas no mundo inteiro.
. A ascensão de Hitler e a expansão dos fascismos: Se em algumas características, as práticas políticas de
Mussolini foram imitadas, o fascismo só ganhará projeção mundial com a ascensão de Adolf Hitler na
Alemanha em 1933 por via eleitoral. Depois, o nomeado primeiro-ministro Hitler iria transformar a
democracia alemã em uma duríssima ditadura. Hitler modificou alguns traços do fascismo de Mussolini,
criando o nazismo, que tinha como grande inovação e relação às teses de Mussolini o racismo. É a partir da
Crise de 29 e da ascensão do nazismo na Alemanha que o fascismo e o nazismo ganharão uma projeção
internacional maior.
1. Apresentação:
A Segunda Guerra Mundial foi a maior guerra vivida pela Humanidade. Morreram nela
aproximadamente 50 milhões de pessoas. Esse número gigantesco se explica porque se tratou de uma guerra
entre sociedades industriais, agora não tão limitada à Europa como na Primeira Grande Guerra, trata-se
verdadeiramente de uma guerra mundial. As máquinas das indústrias que produziam produtos para o consumo
humano são direcionadas para produzir a morte, cada vez de forma mais eficiente.
3. O pós-guerra:
. Os vitoriosos: Os grandes vitoriosos da guerra são os EUA e a URSS e, em bem menor escala, a Grã-
Bretanha. A diferença é que a União Soviética foi sistematicamente invadida ao longo da guerra, perdendo
grande parte de sua população, sua organização agrícola e suas indústrias. Os soviéticos só tinham ganhado
força política e militar com a guerra. Já os EUA vão ser completamente vitoriosos com a guerra. Perderam
relativamente poucos homens e enriqueceram-se muito com a guerra, tendo a economia do país se beneficiado
bastante com a ampla produção de armamentos, recuperando-se de fato da depressão dos anos 30.
. Os encontros dos vitoriosos: Houve quatro encontros dos líderes dos vitoriosos desde 1943 – quando a
derrota do Eixo já estava clara – até 1945 para resolver o futuro dos países derrotados e das áreas ocupadas.
Houve reuniões em Teerã, Cairo, Yalta, Potsdam e outras localidades, várias foram as decisões. A URSS
declararia guerra ao Japão e retomaria a ilha de Sacalina perdida na guerra russo-japonesa de 1905. A Coréia
seria dividida em duas regiões, uma sob influência soviética, outra sob a influência norte-americana. A
Alemanha e a capital Berlim seria dividida em quatro regiões de acordo com os vitoriosos na Europa:
soviéticos, americanos, ingleses e franceses. As áreas da Europa oriental libertadas pelo Exército Vermelho
teriam o destino decidido pela União Soviética e a Europa Ocidental seria guardada pelos EUA. Todas essas
decisões criariam diversos conflitos durante a Guerra Fria (1945-91). Ainda, seria criada a Organização das
Nações Unidas – ONU –, um fórum para discussão entre as nações e prevenção de outra guerra mundial.
. As origens da guerra fria: A aliança entre a Inglaterra, EUA e a URSS durante a guerra era condicional,
dizia respeito apenas à luta contra o nazismo. Durante esses encontros, ficaram claros os atritos entre os EUA
e a União Soviética que levariam à guerra fria e o medo de uma outra guerra mundial.
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1. Introdução:
Logo depois do fim da 2ª Guerra, o antagonismo entre a União Soviética e os EUA criaram o medo de
uma terceira guerra mundial. Em 1945, apenas os EUA tinham a tecnologia da produção da bomba nuclear.
Em 1949, a União Soviética desenvolve a sua bomba atômica e em 1954, EUA e URSS desenvolvem a
bomba de hidrogênio, uma bomba atômica bem mais poderosa do que a bomba de Hiroshima. Ficava o medo
de uma guerra nuclear que poderia levar as superpotências a uma destruição total. Ao medo dessa guerra
nuclear entre os dois países e à disputa pela hegemonia mundial dá-se o nome de Guerra Fria.
1. Apresentação:
A África e todo o Sul da Ásia – principalmente o continente indiano – são hoje as regiões mais pobres do
mundo. Há sérias epidemias de SIDA (AIDS), tuberculose, lepra e outras várias doenças já controladas nos
países desenvolvidos. Há os maiores índices de miséria do mundo nessas regiões e sérios problemas de fome.
Como se os problemas sociais desses países não fossem enormes, os governos investem pesado em armas,
como os países africanos em guerra civil e o Paquistão e a Índia que têm projetos avançados de produção de
armas atômicas. Mas a causa maior para as crises de miséria e fome na região está no século XIX e na
primeira metade do século XX, no período imperialista.
1. Apresentação:
Quase toda a América Latina hoje goza de democracias liberais como regimes políticos nacionais, pelo
menos nos grandes países, como Brasil, México, Argentina, Chile, Venezuela e outros. Apesar do regime
político livre, a situação econômica da região de uma forma geral não vai bem. Enquanto países emergentes
na Ásia não param de receber investimentos estrangeiros e crescer economicamente, a situação da América
Latina é de uma grande recessão desde a crise da dívida externa no início da década de 80. Vejamos o porquê
de tanta recessão econômica.
1. Apresentação:
Segundo o discurso imperialista atual, o Oriente Médio e o mundo islâmico não têm jeito. Diversos
políticos e analistas afirmam que o Ocidente é superior culturalmente ao mundo muçulmano e o presidente
dos EUA diz que tem que fazer uma missão no local para acabar com as ditaduras sanguinárias e impor a
democracia na região. Vejamos se os árabes são realmente inferiores a nós ou se foi culpa do próprio
Imperialismo e da ganância capitalista pelo petróleo que faz com que a região não tenha democracias.
1. Apresentação:
Após o colapso da União Soviética, um discurso conservador emergiu no mundo afirmando que só o
capitalismo era possível e que o socialismo na prática não funcionava. Esse pensamento vinha aliado de
outros que afirmam que pagar a dívida externa é mais importante do que alimentar a população ou dar escola
e saúde às crianças. São os novos tempos, de uma hiperpotência, do neoliberalismo e do terrorismo.