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RESENHA CRÍTICA

PHILIPPE ARIÈS, autor do livro “História social da criança e da família”

Philippe Ariès (Blois, 21 de julho de 1914 - Paris, 8 de fevereiro de 1984) foi um importante
historiador e medievalista francês da família e infância, no estilo de Georges Duby. Ariès escreveu
vários livros sobre a vida diária comum. Seu mais proeminente trabalho rendeu um brilhante estudo
sobre a morte. No seu trabalho A história Social da Criança e da Família, Ariès demonstra que o
surgimento de um discurso sobre a infância está vinculado à emergência da percepção da
especificidade do infantil na modernidade.

No prefácio de 22 páginas do Livro “História Social da criança e da Família”, o autor (Philippe Ariès),
coloca suas duas teses de maneira simplista (de fácil compreensão), a sociedade tradicional VS
sociedade industrial priorizando a convivência da criança nas sociedades em questão.

A primeira das duas teses referi-se a vida da criança e do adolescente na sociedade tradicional,
e a segunda na sociedade industrial. Em relação à tese que se refere à sociedade tradicional, o autor
coloca o ponto de vista dessa sociedade, sobre esses seres em formação (as crianças, onde eram
supostamente mal “vistas”). A aprendizagem e educação dessas crianças, não eram feitas como hoje
em dia, com escolas e até mesmo etapas, que separam a criança e o adolescente do adulto, mais sim
feita de puro convívio com os adultos daquela época, partilhando de seus afazeres, prazeres e
problemas. A criança em seus primeiros dias de vida era vista como um animalzinho, onde era
paparicada a todo o tempo, mas se sua vida termina-se de alguma maneira, não se era dado nenhum
valor, logo outra criança, assim como um animal, substituiria aquele lugar. Após o período de
paparicação se essa criança viesse a sobreviver logo ela era inserida naquela sociedade, fazendo parte
do meio social dos adultos. Essa criança não era vista como “tal” (criança), mais sim como um mini-
adulto.

Na segunda tese o autor mostra o novo papel social da criança e do adolescente em uma nova
sociedade (sociedade industrial), onde a criança sairia do seu lugar oculto, para um lugar de destaque.
Não somente a criança mais também a escola, tomariam participações diferentes de seu passado, não
tão distante dessa nova sociedade. A figura da criança torna-se o papel principal, no conceito da nova
sociedade familiar, deixando claro que uma família feita apenas de um casal, “marido e mulher” não
era mais bem vista pela nova sociedade. A sociedade agora movida por conceitos “religiosos
governamentais,” absorve essas idéias, que transformam além do sistema de vida social, também
acaba transformando o sentimento humano, fazendo com que a maternidade seja vista como algo
glorioso e divino, estabelecendo assim um novo conceito familiar. Além da mudança da família a
escola também muda. A escola sai de seu lugar feito somente para dar a aprendizagem, a criança, para
o lugar de educadora (ou instituição educacional).

De uma maneira geral o autor Philippe Ariès realiza um texto que tenta trazer para o nosso
presente momento a “visão”, do por que a nossa sociedade moderna se comporta dessa forma com a
criança hoje em dia?

O autor em muitas palavras deixa a incerteza sobre alguns fatos abordados, trazendo uma grande
reflexão, sobre o texto lido, nos deixando com um ponto de interrogação. O que de fato é de real ou de
imaginário nesse texto?

Daniel Leite Tavares, cursando 2° período de psicologia, da Faculdade Celso Lisboa, em 14 de


março de 2011.

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