O livro resume a história da medicina e as mudanças na profissão médica ao longo dos anos, como o aumento da especialização e a relação mais distante entre médico e paciente. Também discute desafios atuais como a distribuição desigual de médicos e a necessidade de equilibrar a formação clínica com a visão holística do paciente. Por fim, encoraja os jovens médicos a terem uma abordagem humanista e menos mercadológica na profissão.
O livro resume a história da medicina e as mudanças na profissão médica ao longo dos anos, como o aumento da especialização e a relação mais distante entre médico e paciente. Também discute desafios atuais como a distribuição desigual de médicos e a necessidade de equilibrar a formação clínica com a visão holística do paciente. Por fim, encoraja os jovens médicos a terem uma abordagem humanista e menos mercadológica na profissão.
O livro resume a história da medicina e as mudanças na profissão médica ao longo dos anos, como o aumento da especialização e a relação mais distante entre médico e paciente. Também discute desafios atuais como a distribuição desigual de médicos e a necessidade de equilibrar a formação clínica com a visão holística do paciente. Por fim, encoraja os jovens médicos a terem uma abordagem humanista e menos mercadológica na profissão.
Universidade Federal de Pernambuco Curso: Medicina Turma: M1 137 2014.2 Disciplina: MEHRU Aluno: Caio Csar Paes Monteiro
Essa resenha tem o objetivo de falar sobre o livro Cartas a um
jovem mdico de Adib Jatene do ano de 2007 da editora Elsevier. O autor abre o livro abordando o a histria da medicina e entra por um vis do perfil da profisso, muitos sculos era tratada at como curandeirismo e hoje em dia tem o lado cientfico predominante, nas 53 especialidades e 54 reas de atuao, do profissional, que, dcadas atrs tinha uma relao mais prxima e tinha um maior prestgio, por no haver tanto desenvolvimento tecnolgico e cientfico enquanto que nos dias atuais, devido a alguns fatores socioeconmicos, o mdico tem se transformado em um assalariado e das perspectivas estabelecidas nos ltimos cinquenta anos, tempo que ele pde no s exercer a medicina, mas viv-la politicamente tambm. Na dicotomia entre presente e passado, Adib Jatene pontua as diferenas entre doena e doente. Enquanto que, em anos anteriores o mdico tinha poucas especialidades e o seu foco era centrado no doente, hoje em dia com as mais diversas reas de atuao, h a necessidade de se formar especialistas nas mais diversas reas, o que pode acarretar em falhas na formao do jovem mdico. Isso retrata tambm a funcionalidade do sistema de sade brasileiro, que prioriza as especializaes, em detrimento da formao de mdicos que atuem na sade da famlia, a exemplo da Inglaterra. Com isso, o que se v no pas o caminho inverso da hierarquia clnica, pelo fato de pacientes, ao invs de procurarem clnicos ou o mdico da famlia procuram os especialistas. Nos captulos que seguem, Adib Jatene aborda, desde o vestibular e suas mudanas ao longo dos ltimos 50 anos, tais como a maior entrada de mulheres, que hoje em dia so em maiores nmeros e, com razo ele fala sobre o enriquecimento que elas levam profisso atravs de sua delicadeza, detalhismo, responsabilidade e sentimentalismo, apesar de a maternidade ser um empecilho, j que mes tm de dividir-se entre o trabalho e a famlia. Negros tambm entram nessa lista que tem seu nmero reduzido, no por preconceito racial, mas por uma questo social. Nesse captulo, ainda ele fala dos tempos de recm-formado, que um catedrtico comandava toda uma enfermaria, enquanto que hoje em dia h mais subdivises em especialidades. Isso d ao aluno um grande aprofundamento na viso micro, porm a viso macro no tem o devido valor, o que resulta em mdicos formados para ver doenas com muito mais perspiccia do que ver os doentes em si. Sobre o curso mdico e as universidades no Brasil, o autor se mostra conservador sobre a abertura de novos
cursos sem a devida estrutura fsica e profissional, no obstante, foi
visto que no ano de 2014, vrias universidades pblicas e privadas tiveram seus cursos de medicina interditados por falta de qualidade estrutural e profissional. Sobre a residncia mdica e o exerccio profissional, h uma passagem bastante interessante, que o reconhecimento da limitao e o tato ao abordar situaes em que opinies profissionais divergem. H uma passagem no fim do captulo que ele defende no se tratar de corporativismo, o que j uma defesa ao corporativismo mdico em si. O mercado de trabalho do mdico brasileiro peculiar. H um baixo nmero absoluto de mdicos, que 20 para cada 10.000 habitantes, enquanto que a nossa vizinha Argentina tem 28 mdicos/10.000 habitantes e o Uruguai 32 mdicos para cada 10.000 habitantes. Adib Jatene expe que h uma concentrao de mdicos em centros urbanos e, em contrapartida, h escassez de mdicos em cidades mais afastadas, o que faz o leitor refletir sobre possveis solues como ajustar um plano de carreira para o profissional da medicina da mesma forma que feita para Juzes e Policiais Federais. Isso resolveria a falta de mdicos nessas cidades preteridas pelos profissionais, todavia como seriam resolvidos os problemas de recursos financeiros, estruturais e humanos que vo alm de mdicos nesses locais?! Um pensamento mais humanista. Esse captulo chama bastante ateno por se tratar de algo que no se ensina em livros, que a questo do bito e da relao com familiares. Segundo Cesare Pace, o mdico trava uma disputa com a morte. Ele sabe que vai perder, mas h de vender essa derrota o mais caro possvel. Quando se faz o possvel para no haver o bito e mesmo assim ocorre, que ocorra com o mnimo de sofrimento possvel e h, ainda a famlia do paciente que est desamparada e se ver no mdico o esforo feito, ela ter o amparo da situao do profissional que lutou e perdeu para a morte. Isso d, tambm, o carter de psiclogo ao mdico. No final do captulo, Adib Jatene entra no mrito poltico de sua vida, quando era secretrio de sade do estado de So Paulo, inclinando a opinio do leitor a aceitar que h a falta de recursos, ao invs de gestores competentes. Com certeza, um poltico no iria falar mal de sua gesto e iria provar que algum outro fator que foi falho. O sistema poltico brasileiro est com alguns defeitos estruturais e no h justificativa, por exemplo, para haver uma carga tributria to pesada e alegar falta de recursos.
O mdico, segundo Adib Jatene, deveria ter um servio social
obrigatrio, aos moldes do servio militar obrigatrio, o que remonta ao pensamento de restabelecer um plano de carreira em que o mdico pague sua dvida social. Entretanto, h um deslize por parte do autor, ao propor esse pagamento de dvida social e dizer que, dentre outros hospitais, o Hospital do Corao, em que ele o diretor, no h vnculo algum com o SUS. Por mais que ele tenha pago a dvida social que props, essa colocao contradiz o que ele estipula para jovens mdicos. Nos captulos posteriores o autor trata a vida poltica dele e como foi difcil realizar o trabalho que ele realizou. O fechamento do livro, na verdade no um fechamento. Ele incita o jovem mdico a ter uma viso um pouco diferente e menos mercadolgica da profisso. Fala do prazer que sentido ao ajudar outras pessoas. A ltima frase o chamado a fazer a diferena na sua profisso e na sociedade do jeito que ele tentou fazer. Se cruzar os braos e ceder, as coisas no caminharo sozinhas.