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Manifesto Pau Brasil
Manifesto Pau Brasil
OSWALD DE ANDRADE
Correio da Manh, 18 de maro de 1924
equaes.
Uma viso que bata nos cilindros dos moinhos, nas turbinas eltricas; nas
usinas produtoras, nas questes cambiais, sem perder de vista o Museu
Nacional. Pau-Brasil.
Obuses de elevadores, cubos de arranha-cus e a sbia preguia solar. A reza.
O Carnaval. A energia ntima. O sabi. A hospitalidade um pouco sensual,
amorosa. A saudade dos pajs e os campos de aviao militar. Pau-Brasil.
O trabalho da gerao futurista foi ciclpico. Acertar o relgio imprio da
literatura nacional.
Realizada essa etapa, o problema outro. Ser regional e puro em sua poca.
O estado de inocncia substituindo o estada de graa que pode ser uma
atitude do esprito.
O contrapeso da originalidade nativa para inutilizar a adeso acadmica.
A reao contra todas as indigestes de sabedoria. O melhor de nossa tradio
lrica. O melhor de nossa demonstrao moderna.
Apenas brasileiros de nossa poca. O necessrio de qumica, de mecnica, de
economia e de balstica. Tudo digerido. Sem meeting cultural. Prticos.
Experimentais. Poetas. Sem reminiscncias livrescas. Sem comparaes de
apoio. Sem pesquisa etimolgica. Sem ontologia.
Brbaros, crdulos, pitorescos e meigos. Leitores de jornais. Pau-Brasil. A
floresta e a escola. O Museu Nacional. A cozinha, o minrio e a dana. A
vegetao. Pau-Brasil.
OSWALD DE ANDRADE
(Correio da Manh, 18 de maro de 1924.)
Falao
Este poema-programa uma reduo, com alteraes, do "Manifesto da
Poesia Pau-Brasil", publicado no Correio da Manh, RJ, 18/03/1924
Extrado do livro "Poesia Reunidas - Oswald de Andrade", ed. Civilizao
Brasileira