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Caso Prático 1

António Antunes, apreciador de arte sacra, deslocou-se em 10 de Outubro de


2010 ao Alentejo e subtraiu de uma Igreja uma imagem de arte sacra de valor
patrimonial consideravelmente elevado.
Descoberto o facto, António Antunes foi julgado e condenado em Janeiro do ano
seguinte à pena máxima prevista no artigo 204.º, n.º 2 CP, ou seja, oito anos de prisão.
Suponha que em Setembro do corrente ano entrava em vigor uma nova lei, a lei
X, reduzindo a pena máxima do crime de furto qualificado para 6 anos de prisão.
Quid iuris?
- Tendo os factos exposto no enunciado, passo á resolução do caso pratico:
Antonio no dia um de Setembro de 2011, teria que pedir a redução da pena para
seis anos, visto que a lei X imponha esse tempo como o limite de pena, artigo 2 nº4 CP.
Este requerimento é possível, tendo em conta o artigo 2 n4 parte1 CP, que nos
descreve um dos princípios fundamentais do Direito penal. Nos casos em que as leis
novas, mudem as disposições legais das anteriores, aplicamos sempre a mais
favoráveis.

Caso Prático 2
Em Janeiro de 2014, António Alberto foi julgado e condenado a um ano de
prisão por haver subtraído um anel, avaliado em €1.000,00, a Berta, sua mulher.
Suponha que em Outubro de 2014 entrava em vigor a Lei Y que passava a
sancionar com uma coima as condutas do artigo 207.º CP.
Quid iuris?
- Tendo os factos exposto no enunciado, passo á resolução do caso pratico:
António em Outubro, poderá pedir a sua libertação, visto que a lei de Outubro
de 2014, elimina a conduta de António do numero das infracções. Sendo assim,
invocando o artigo 2 nº2 do Código Penal, irá ser aplicada a lei a mais favorável.
Como á data do facto, este não era punida com coima , António não ter que
pagar a coima da lei posteriores, artigo 1 nº1 do Código Penal.

Caso Prático 3
Após uma violenta discussão, António Antunes empurra várias vezes Bento
Bernardes, ameaçando-o de que se ele não se calasse se iria arrepender seriamente.
Bento Bernardes nervoso com toda aquela situação e na sequência da discussão,
acaba por falecer vítima de um enfarte do miocárdio.
Atendendo a que António Antunes desconhecia a doença de Bento Bernardes
determine a sua responsabilidade jurídico-penal.
- Tendo os factos exposto no enunciado, passo á resolução do caso pratico:
Neste caso, o agente do facto não poderá ser acusado de crime, visto que lhe era
impossível prever que as suas acções, iriam provocar um ataque cardíaco ao falecido. Existe
assim, um erro sobre ilicitude do acto, artigo 17nº1 Código Penal.
Concluindo António não tem qualquer responsabilidade jurídico-penal sobre o infeliz
acontecimento.

Caso Prático 4
Após uma violenta discussão, António Antunes acerta um tiro em Rogério, com
intenção de matar, mas este apenas fica gravemente ferido e consegue dirigir-se ao
hospital ainda a tempo de salvar a vida. Porém, Mário, médico de serviço, faz-lhe uma
transfusão de sangue correspondente a um grupo sanguíneo que não é o de Rogério, o
que acaba por lhe causar a morte.
Qual é a responsabilidade jurídico-penal de António Antunes?
- R: DUVIDAS
Tendo em conta os factos jurídicos relatados no enunciado, podemos concluir
que António Antunes ao disparar um tiro a Rogério com a intenção de o matar e,
apesar de este ter ficado gravemente ferido, acabou por morrer devido a facto
diverso (negligência médica). No entanto, António deve ser responsabilizado
pela tentativa de homicídio, uma vez que existe uma intenção de matar intrínseca
à actuação do agente. Existe tentativa sempre que há uma tentativa de praticar
um acto de execução de um crime sem que este chegue a consumar-se, sendo
que, neste caso especifico, os meios utilizados para obter o fim foram adequados
– art. 22º nº 1 e nº 2 al.b). Posto isto, o crime simples de homicídio previsto no
artigo 131º do CP prevê uma pena de prisão entre os 8 e 16 anos, contudo, visto
que tal acto não foi consumado pelo agente que disparou o tiro, de acordo com o
artigo e 23º nº 1 a mera tentativa é punível quando o crime consumado prevê
uma pena de prisão superior a 3 anos, algo que se aplica ao caso concreto. Como
tal, a tentativa é punível com a pena aplicável ao crime consumado com especial
atenuação de pena – art. 23º nº2 CP.

Caso Prático 5
António seguia viagem conduzindo o seu automóvel. Em determinado momento
Berta, uma transeunte, ao atravessar a estrada é atropelada por António, ficando
inconsciente e em perigo para a vida.
António decide abandonar o local do acidente e fugir, deixando Berta estendida
na estrada. Berta acaba por falecer.
Em tribunal, veio a provar-se que se António tivesse transportado Berta para o
Hospital lhe teria salvado a vida.
Quid iuris?
- Tendo em conta os factos jurídicos relatados no enunciado, podemos concluir
que:
António ao atropelar Berta, tendo abandonado o local sem socorrer a mesma
pratica um crime omissivo impróprio – art. 10º nº2 C.P. Isto porque António encontra-
se numa posição de garante, nomeadamente, de ingerência, uma vez que criou perigo e
lesou um bem jurídico de 3º, como tal fica adstrito a evitar que o perigo por ele criado
não resulte num mal maior, devendo prestar auxílio, o que não acabou por acontecer,
facto que por si só é punido com pena de prisão até 2 anos ou 240 dias de multa - art.
200º nº 1 e 2 C.P.
Contudo, como consequência da omissão de auxílio, Berta acabou por morrer no
local, como tal, António será também responsabilizado de acordo com o art. 138º nº 3
al. b), ficando sujeito a pena de prisão entre 3 a 10 anos.

Caso Prático 6
António de 80 anos de idade passeava com o seu cão Rex. No momento em que
atravessavam a rua, na passadeira para peões, Rex que seguia um pouco mais à frente de
António é atropelado por Carlos que conduzia o seu automóvel em excesso de
velocidade. Deparado com a morte de Rex, António sofre um ataque cardíaco e acaba
por falecer. Quid iuris?
a) Imagine que Carlos sabendo que António sofria de coração e que tinha uma
grande estima pelo seu cão atropelava propositadamente Rex com o objetivo
final de matar António. Quid iuris?

- Tendo em conta os factos jurídicos relatados no enunciado, podemos concluir que:


Carlos ao atropelar Rex (cão de António) na passadeira, conduzindo em excesso de
velocidade incorre no regime contra-ordenacional previsto no Código da Estrada. Uma
vez que Rex, cão de António acabou por morrer logo após o atropelamento, isto
originou que, António, debilitado por virtude da sua idade avançada, perante tal
desgosto, sofresse um ataque cardíaco que acabou por culminar com o seu falecimento.
Contudo, Carlos, não pode ser responsabilizado pela morte de António uma vez que,
recorrendo ao juízo de prognose póstuma é possível determinar que a acção de Carlos
não é adequada de forma a provocar a morte de António, visto que não é presumível que
ao atropelar o cão resulte a morte do seu dono de forma indirecta. Como tal, é justo
afirmar que não existe culpa por parte do agente em relação à morte de António, e que
daí não advém qualquer tipo de responsabilidade criminal.
R: Caso inverso seria se Carlos, ao saber da condição cardíaca debilitada de
António atropelasse de forma propositada e premeditada o seu cão com o intuito
de provocar a morte de António de uma forma indirecta. Neste caso, Carlos agia
com dolo, ficando por isso sujeito à responsabilidade criminal prevista no art.
132º nº 1 e 2 alíneas c), d), j), com uma moldura penal compreendida entre 12 a
25 anos de pena de prisão.

Caso Prático 7
António sofre de sonambulismo. Por vezes durante a noite levanta-se e de manhã
quando acorda não se lembra de nada.
Certa noite, por volta das 02:00horas da manhã, António levanta-se da cama, no
estando de sonambulismo e dirige-se à rua e com um pau parte os vidros do carro e o
capô do carro do seu vizinho Joel.
Após partir os vidros do carro António dirige-se de novo a sua casa e deita-se
novamente.
Quid iuris?
- Tendo em conta os factos descritos, passemos de seguida à resolução do caso
prático em questão.
António vandalizou o carro do vizinho Joel e é necessário analisar este acto.
Foi um acto humano visto que foi prático pelo António, foi um acto típico contudo não
foi um acto voluntário. António praticou o dito acto contudo estava num estado de
inconsciência ( Sonambulismo) e devido a isto, não estão reunidos todos os requisitos
para se qualificar a conduta do António como um Crime pois este deve ser um acto
voluntário, humano, culposo, típico e ilícito. Em suma, António não praticou um crime.

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