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Dicas e conselhos para escrever melhor e sair-se bem ante a exigência de bons textos no mercado de trabalho, nos
processos seletivos e no cotidiano.
Aprimorar a redação está longe de ser perda de tempo. Língua sugere a seguir 10 passos para a redação de qualidade em
situações de comunicação cotidianas. Indicam caminhos para o redator aperfeiçoar suas técnicas de escrita. E fazer frente às
exigências de escrita do dia a dia.
Um texto sem erros gramaticais, no entanto, deve ser hoje encarado mais do que uma mera meta. É antes um
pressuposto. Toda redação é um composto em que o uso da linguagem adequada se revela um de seus fatores
importantes, é verdade. Mas não o único.
Quem examina redações em concursos, vestibulares e no mercado de trabalho tende a supor que o redator seja capaz
de conhecer e reconhecer as diversas linguagens, sabendo comunicar-se em diferentes situações conforme a exigência
do contexto.
É preciso saber acentuar, concordar verbal e nominalmente; demonstrar que conhece os preceitos da ortografia e tem
habilidade com conectivos, pronomes e verbos, e que o conhecimento da regência verbal e nominal condiga com o
tecido textual.
Convém evitar expressões como "eu acho", "eu penso" ou "quem sabe", porque elas mostram dúvida e fazem com que
seu texto perca credibilidade.
É preciso, acima de tudo, usar linguagem simples, que não exige do leitor o esforço de decifrar um texto complicado
de entender.
Torne as frases leves e curtas sendo claro, seguindo a ordem direta de apresentação do assunto, sem inversão da
sequência de dados e opiniões.
É providencial que os parágrafos estejam organizados para que a leitura seja clara e sem dispersão. Para tanto, o
uso correto dos conectivos torna-se fundamental. São eles que permitem ajustes de raciocínio por meio de ligações
adequadas.
Um bom vocabulário é outro fator importante na composição do raciocínio, pois é preciso saber variar os termos e
fazer uso de sinônimos. A coesão espaço temporal requer cuidados para evitar equívocos, como conferir a um
personagem citado falas distintas do tempo em que o apresentamos.
6 - Seja coerente
Uniformidade é uma palavra-chave. A ideia que o norteia não pode ser contraditória, generalizante ou inverossímil. A
boa redação prima pela coerência, não desdiz o que vinha apresentando, não faz generalizações inexatas, nem
considerações infundadas.
A coerência diz respeito ao modo como as ideias e os fatos são dispostos. Descreva argumentos coerentes.
Apresente apenas argumentos que tenham fundamento, não tente escrever o que você "acha" ou não tenha certeza.
Tudo isso tende a levar o texto ao descrédito - como dizer, simplesmente, que todos os políticos são desonestos,
todos os jovens usam drogas, todas as mulheres gostam de apanhar, e coisas do gênero.
Seja objetivo. Numa seleção de emprego com tema livre, por exemplo, convém falar da carreira, da profissão, da
área de atuação ou algo sobre a atualidade. Redações com temas indistintos, como "minhas férias", ou confessionais
demais, indicam falta de objetividade.
7 - Evite fórmulas
Há quem busque por fórmulas mágicas capazes de, num só momento, produzir um texto impecável sem as "dores do
parto" que costumam acompanhar o processo de escrita. Esses redatores tendem a colecionar técnicas e mais
técnicas, num amontoado de efeitos que, se não conduzidos a contento, levam a um texto pífio ou sem noção de
autoria. É evidente que não se podem eliminar as técnicas na composição de um texto, mas é fundamental que elas
sejam bem empregadas, com sentido e bem alicerçadas.
É preciso evitar, por exemplo, o uso de frases de efeito, pois tendem a permitir interpretações apressadas, quando
não indesejáveis - isso se a frase for de fato inteligente (há sempre o risco de só o criador delas achá-las
inteligentes).
Na dúvida, evite usar termos em inglês. É recurso usado muitas vezes de forma inábil, como sinalização de status e
conhecimento com que, de fato, nem sempre se está familiarizado. Corre-se o risco desnecessário de errar a grafia e
pode-se encarar um leitor ressabiado pelos estrangeirismos .
De nada vale, também, decorar trechos de obras, menções históricas e coisas do gênero, para depois usar de forma
indiscriminada e sem critério num escrito. Abrir um texto com definição descontextualizada ou uma alusão imprópria
mostra a debilidade do redator. Uma citação, uma alusão, um efeito de causa e consequência, uma definição, entre
outras técnicas, são recursos que imprimem ao texto uma qualidade superior, mas não devem e não podem ser
usados sem nexo nem competência. O caminho para uma adequação inteligente desses recursos é o exercício.
8 - Desenvolva um estilo
É muito importante que a redação tenha um rosto, por meio do qual se vislumbre uma noção de estilo por parte do
redator. Pode-se desenvolver a argumentação de pelo menos duas maneiras: usando um tom mais ponderado,
focado na discussão de um assunto mais sério e sem espaço para o humor; ou de maneira mais solta e espontânea,
exaltando o tema em questão. Esses dois registros são como máscaras, que o redator pode mudar conforme a
ocasião ou assunto tratado. Evidentemente, será inadequada a abordagem de um tema como o aborto, por exemplo,
valendo-se de um registro leve e descompromissado. Tampouco será apropriado falar de temas que demandem um
trato despojado sob um ponto de vista demasiado sisudo ou tecnicista. No entanto, seja qual for o tom adotado, é
importante escrever em terceira pessoa, evitando manifestações exacerbadas de sentimentos e tentativas de
impressionar com um vocabulário rebuscado.
9 - Estruture os parágrafos
Evite escrever parágrafos muito longos, pois tendem a ser tomados como maçantes. O cuidado com os parágrafos
deve ser preocupação permanente de quem escreve. Um parágrafo longo demais pode ser sinônimo de um acúmulo
ou confusão de ideias. Já um parágrafo muito curto pode ser indício de sonegação dessas mesmas ideias. O ideal é
que eles sejam equilibrados - nem longos, nem curtos - e que possam expressar a ideia de uma forma lógica e
competente. Quantos parágrafos deve ter um texto? Cada situação de escrita vai estabelecer o limite da escrita. O
ideal é que, para um texto de 30 linhas, haja ao menos 4 parágrafos: um para introdução, dois para o
desenvolvimento e um para a conclusão. Entretanto, essa não é uma fórmula exata.
Atenção ao que se propõe - Uma leitura cuidadosa da proposta de redação evita que o candidato fuja do tema ou
só o tangencie.
Examine a antologia - Trechos selecionados pela prova cumprem a tarefa de provocar a reflexão acerca da
situação-problema em questão.
Siga as instruções - Desrespeitar o mínimo de 8 e o máximo de 30 linhas escritas, bem como não entregar a prova
à tinta, podem desclassificar o candidato.
Faça um rascunho - É nessa etapa que se organizam as ideias, esquematizando-as em parágrafos para que se
organizem segundo a estrutura clássica da dissertação: introdução (apresentação da tese a ser defendida);
desenvolvimento (argumentos que justifiquem a tese); conclusão (parágrafo final em que se expõe uma solução ou
desfecho para o tema).
Norma culta - O domínio da língua não implica necessariamente um texto rebuscado. O ideal é que seja correto e
simples. Convém evitar períodos longos demais e vocabulário pedante, bem como clichês e generalizações vazias.
Marcas de oralidade - Expressões da fala cotidiana, como "né", "ok" ou "tá, por exemplo, não têm lugar numa
redação. Palavras obscenas também devem ser evitadas, a menos que indispensáveis ao tratamento do assunto.
Sem internetês - Abreviações do tipo "vc", "hj", "td", etc., podem tirar pontos de uma redação que não está na
situação de comunicação que exige o internetês. Nenhum leitor é obrigado a entender a linguagem dos
computadores. Convém não usar nenhum tipo de abreviação não explicada, pois se corre o risco de fazer uma
abreviação equivocada.
Manter a pessoa do discurso - Convém manter a mesma pessoa do discurso ao longo de todo o texto - seja a 3ª
do singular ("entende-se que ela tenha agido assim...") ou a 1ª do plural ("vivemos uma era tecnológica...").
Revisão final - É aconselhável ler o texto depois de terminá-lo, para que não passem possíveis deslizes gramaticais,
erros de concordância, etc. Além disso, repetições e redundâncias, comuns quando se escreve com pressa, podem
colocar a redação a perder.