Você está na página 1de 82

VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS

LÍNGUA ESTRANGEIRA
DO RIO DE JANEIRO

VIII PLE-RJ
2012

Instituições Promotoras
VIII Encontro de Português
Língua Estrangeira do Rio de Janeiro

VIII PLE-RJ

Tema
Ensino de PLE: trajetórias e desafios

CADERNO DE RESUMOS

Organizadores
Adriana Rebello
Adriano Oliveira Santos
Andrea Belfort Duarte
Norimar Júdice

ISBN: 978-85-65355-01-8

26, 27 e 28 de junho de 2012


Letras da UFF
Universidade Federal Fluminense
Niterói-RJ
Brasil
Comissão Executiva

NorimarJúdice (UFF)
Rosa Marina de Brito Meyer (PUC-Rio)
Patricia M. C. de Almeida (UFRJ)

Comissão Organizadora

Adriana Rebello (PUC-Rio)


Ana Maria de Carvalho (UFF)
Andrea Belfort (UFRJ/UFF)
Cirlene Sanson (UFF)
Lygia Trouche (UFF)
Ronaldo Amorim Lima (UFF)
SUMÁRIO

Apresentação......................................................................................05
Programação.......................................................................................06
Quadro de comunicações....................................................................07
Comunicações Coordenadas..............................................................18
Comunicações Individuais...................................................................32
Instituições Representadas..................................................................80
Equipe de Apoio...................................................................................81
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

APRESENTAÇÃO

Os Encontros de Português Língua Estrangeira do Rio de Janeiro


(PLE-RJ) constituem uma iniciativa conjunta da Universidade Federal
Fluminense (UFF), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), com o
intuito de reunir anualmente pesquisadores, professores, estudantes e
outros interessados em Português para Estrangeiros, promovendo
uma ampla troca de conhecimentos produzidos na área.
O PLE-RJ foi idealizado como um evento regional que reunisse
profissionais da área e oferecesse contribuições e divulgação para
eventos nacionais e internacionais a ela relacionados, vindo, contudo,
a adquirir um alcance inesperado pela participação de profissionais de
vários estados do Brasil e mesmo de outros países.
Os encontros, sempre organizados conjuntamente, são itinerantes,
acontecendo a cada ano em uma das três instituições participantes.
Neste ano, em sua oitava edição, o evento sediado pela Universidade
Federal Fluminense, propõe como tema norteador para debate o
Ensino de PLE – trajetórias e desafios. Durante sua realização
objetivamos promover discussões e trocas de experiências sobre
questões relativas a constituição e especificidades da área, atividades
de ensino e pesquisa nela empreendidas e desafios com que se
depara na contemporaneidade.
Agradecemos aos participantes a presença, aproveitando a ocasião
para desejar-lhes boas-vindas e um excelente evento!

Comissão Organizadora

5
PROGRAMAÇÃO – VIII PLE-RJ (2012)
26 DE JUNHO (TERÇA-FEIRA) 27 DE JUNHO (QUARTA-FEIRA) 28 DE JUNHO (QUINTA-FEIRA)

8h00 – INSCRIÇÕES 8h00 – MINICURSO (Sala 218 /Bloco C) 8h00 – COMUNICAÇÕES INDIVIDUAIS
(Bloco C) Elaboração de materiais didáticos:
desafios para o professor de PBE 10h15 – PALESTRAS
9h30 – ABERTURA Profª Mª. Sandra Helena Figueiredo (Auditório Macunaíma/ Bloco B)
(Auditório Macunaíma/ Bloco B) Profª Drª Norimar Júdice (UFF)  A interculturalidade como eixo
estruturador da formação de professores
10h00 – CONFERÊNCIA 11h00 – PALESTRAS (Aud.Macunaíma/ Bl.B) de PL2E
(Auditório Macunaíma/Bloco B)  Língua, cognição e discurso: expressões Prof. Dr. Alexandre do Amaral Ribeiro(UERJ)
linguísticas e implícitos culturais  Material preparatório para o exame
Prof. Dr. Mário Perini (UFMG) Profª Drª Regina Pagliuchi da Silveira (PUC-SP) Celpe-Bras
 Aspectos fonológicos, gramaticais e Profª Mª Graziela Naclério Forte (Unicamp)
Estrutural ou comunicativo? semânticos do gênero no ensino do
Reflexões sobre um falso dilema português como segunda língua 11h15 – COMUNICAÇÕES COORDENADAS
Profª Drª Daniele Grannier (UNB)
12h00 – Intervalo 12h30 – Intervalo
12h15 – Intervalo
13h15 – MESA-REDONDA 13h45 – MESA-REDONDA
(Auditório Macunaíma-Bloco B / Org. UFRJ) 13h30 – MESA-REDONDA (Auditório Macunaíma -Bloco B/ Org. PUC-Rio)
Desafios para o professor de PLE (Auditório Macunaíma-Bloco B / Org. UFF) A formação do professor de PL2E na
na contemporaneidade Ensino, avaliação e difusão do Português PUC-Rio: trajetórias e perspectivas
Profª Drª Maria Teresa G.Pereira (UERJ) do Brasil para Estrangeiros: Profª Drª Adriana Albuquerque(PUC-Rio)
Profª Drª Valderez Fraga (FGV) trajetórias e desafios Profª Drª Flávia Di Lucio (Cons.Americano)
Profª Mª Vivian Flanzer (Univ.of Texas at Austin) Prof. Dr. Nelson Viana (UFSCar) Profª Mª Ana Helena Vannier (Esc.Americana)
Profª Drª Regina Dell’Isola (UFMG)
14h45 – COMUNICAÇÕES COORDENADAS Profª Drª Viviane Bagio Furtoso(UEL) 15h15 – Intervalo

16h00 – Intervalo 15h00 – COMUNICAÇÕES COORDENADAS 15h30 – COMUNICAÇÕES INDIVIDUAIS

16h15 – COMUNICAÇÕES INDIVIDUAIS 16h15 – Intervalo 16h45 – ENCERRAMENTO / SORTEIO DE


LIVROS (Auditório Macunaíma-Bloco B)
16h30 – COMUNICAÇÕES INDIVIDUAIS
VIII PLE-RJ – SESSÕES DE COMUNICAÇÕES
TERÇA-FEIRA, 26.06.2012 – HORA: 14h45 às 16h
COMUNICAÇÕES COORDENADAS TÍTULO Autor(es) Instituição(ções)
Regina Célia Pagliuchi IP-PUC-SP
Sessão 1 da Silveira
O grau no uso efetivo do Português Brasileiro. Deborah Gomes de IP-PUC-SP/UNIP
Título:Questões pertinentes para o ensino de Paula
PLE
Coord. Regina Célia Pagliuchi da Silveira Maria do Carmo Branco PUC-SP
(PUC-SP) O ensino de português língua estrangeira e o uso de material autêntico: Ribeiro
anúncios publicitários como recurso didático. Aparecida Regina PUC-SP
SALA: 1 Borges Sellan
As diferentes dimensões enunciativas no ensino/aprendizagem de PLE. Milton Gabriel Junior PUC-SP
Ana Katy Lazare Gabriel PUC-SP
A explicitação dos implícitos culturais na crônica do cotidiano de Chico Siomara Ferrite Pereira
Buarque. Pacheco PG-PUC/FMU

Sessão 2 O professor de PLE: da língua à cultura. Natália Moreira Tosatti UFMG

Título: Interculturalidade em aulas de PLE: de


que depende essa prática?
Cultura, diversão e funcionalidade nas aulas de PLE. Isabel Mendes Pinheiro UFMG
Coord. Natália Moreira Tosatti
(UFMG)
Mestiçagem cultural na sala de aula de PLE. Andrea Ferraz UFMG
SALA: 2

Sessão 3 PLE: interações em contexto multicultural. Monique Nascimento UFMG


Longordo
Título: Aspectos linguísticos e culturais no
ensino de Português para estrangeiros Uma análise contrastiva da regência preposicional verbal em português Leila Beatriz Azevedo UFMG
por falantes do italiano. Ponciano
Coord. Monique Nascimento Longordo
(UFMG)

SALA: 3 Português – língua estrangeira para falantes do espanhol: dificuldades e Ana Paula Andrade UFMG
facilidades Duarte
TERÇA-FEIRA, 26.06.2012 – HORA: 16h15 às 18h30
COMUNICAÇÕES INDIVIDUAIS TÍTULO AUTOR(ES) INSTITUIÇÃO(ÇÕES)

Diálogo Brasil sob a ótica das representações do mundo de negócios Andrea Belfort Duarte UFRJ/UFF

Português do Brasil como língua de trabalho em contextos plurilíngues Tatiana Pereira UFF
Carvalhal
Sessão 1 Ensino de português para estrangeiros no mundo empresarial: gêneros Débora Cristina Ricardo UFJF
textuais sob a perspectiva do interacionismo sociodiscursivo.
Coord. Andrea Belfort Duarte PLE na indústria criativa Denise Coronha Lima Rio Total Consultoria
(UFRJ/UFF)
Luis Alejandro
SALA: 1 Decolagem, travessia, aterrissagem. Ballesteros Susana Universidad Nacional de
Maria del Carmen Córdoba (Argentina)
Caribaux
Graziela Hoerbe
O ensino do Português como Língua Adicional voltado para situações de Andrighetti Escola Bem Brasil
negócios Letícia Grubert dos
Santos
Ensino de Português para falantes de outras línguas: análise do trabalho Kaline Araújo Mendes UFC
em discurso profissional. Eulália Leurquin
Um olhar estrangeiro: percepção de aprendizes de PLE sobre a língua Vivian Flanzer University od Texas (EUA)
portuguesa e a cultura brasileira através de vídeos autênticos
Sessão 2 PLE e tecnologia: o uso do blog no processo de ensino/aprendizagem Rafael Ferreira da Silva UFC
O uso da tecnologia no ensino de PLE Adrianne Miller DePaul University (EUA)
Coord. Vivian Flanzer Lívia Assunção Cecílio Alma Mater Studiorum
(University of Texas at Austin - EUA) Teletandem e aprendizagem de PLE: relato de uma experiência
Università di Bologna (Itália)
Planejamento e material didático em AVAs: reflexões a partir de aulas Sarah dos S.Ferreira UFRJ
SALA: 2 experimentais. Danúsia Torres
O ensino/aprendizagem de PLE e as tecnologias de informação e
comunicação (TICs): o contexto virtual e a produção escrita nas redes Gabriel Nascimento UESC - Ilhéus-BA
sociais.
Antonio R.M. Simoes University of Kansas (EUA)
O papel do output no aprendizado de línguas naturais.
Sessão 3 (A)
Estilos de aprendizagem em sala de aula de Português como Língua Miriam Josie Kurcbaum The University of the West
Coord. Maria Cecília G.Carvalho Estrangeira: aplicando a teoria Futer Indies (EUA)
(PUC-Rio) O papel do inglês nas aulas de português como segunda língua para Maria Cecília G. PUC-Rio
estrangeiros Carvalho
SALA: 3 Português para estrangeiros: Como você aprende? Diva Farret Rangel FURB
Martinelli
TERÇA-FEIRA, 26.06.2012 – HORA: 16h15 às 18h30 (CONT.)
COMUNICAÇÕES INDIVIDUAIS TÍTULO AUTOR(ES) INSTITUIÇÃO(ÇÕES)

Sessão 3 (B) Representações do Brasil nos textos do Exame Celpe-/Bras Ronaldo Amorim Lima UFF

Coord. Ronaldo Amorim Lima Cristina Marques UFRGS


(UFF) Celpe-Bras: um exame para além do domínio de normas e códigos Uflacker UEM
Neiva Maria Jung
SALA: 3 Faculdade de Roseira
Luciana Aparecida Silva Faculdade de
Preparação para o CELPE-BRAS: o embate entre o ser e o dever-ser
de Azeredo Pindamonhangaba

A prática e a formação docente do professor de PLE - Afinal, quem sou eu? Christiane Moisés UnB
QUARTA-FEIRA, 27.06.2012 – HORA: 15h às 16h15
COMUNICAÇÕES COORDENADAS TÍTULO AUTOR(ES) INSTITUIÇÃO(ÕES)
Jerônimo Coura CEFET-MG
Sessão 4 A formação inicial do professor de PLE. Sobrinho
Simone Garofalo Infortec-CEFET-MG
Título: Ensino de PLE no Cefet-MG: práticas
compartilhadas. Ensino de PLE no CEFET-MG: produção oral e escrita Mônica Oliveira Pereira Infortec-CEFET-MG
Natália Moreita Tosatti Infortec-CEFET-MG
Coord. Jerônimo Coura Sobrinho
(CEFET-MG) Ensino de PLE no CEFET-MG: experiências interculturais Henrique Rodrigues CEFET-MG
Leroy
SALA: 1
Ensino de PLE no CEFET-MG: da sistematização à competência interacional Augusto da Silva Costa UFMG

Trajetória do PLE na UFRN/Natal: constituição e desafios Marcelo da Silva UFRN


Sessão 5 Amorim

Título: Programas de PLE no Brasil e no exterior:


relatos de experiência

Coord. Marcelo da Silva Amorim O Programa de Português para Estrangeiros na UNC-Chapel Hill: uma breve Patricia Helena Fuentes University of North
(UFRN) biografia Lima Carolina at Chapel Hill
(EUA)
SALA: 2

Sessão 6 O formador de professores de português como língua estrangeira para o Kleber Aparecido da UnB
meio virtual: legitimação de crenças e/ou (re) construção de Silva
Título: O professor de português como língua competências?
estrangeira: experiências, crenças e identidades
Aspectos trabalhistas relativos ao profissional de Português como Língua Francisco Tomé de UnB
Coord. Kleber Aparecido da Silva Estrangeira no Brasil e no exterior Castro Neto
(UnB)

SALA: 3 Maria Antônia UnB


A aprendizagem de PLE de uma criança em perspectiva sociocultural
Germano dos S. Maia
QUARTA-FEIRA, 27.06.2012 – Hora: 16h30 às 18h45
COMUNICAÇÕES INDIVIDUAIS Título Autor(es) Instituição(ções)

Sessão 4(A) Um imigrante alemão como autor de material didático de PBE Patrícia Maria Campos UFRJ
de Almeida
Coord. Patrícia Maria Campos de Almeida Norimar Júdice UFF
(UFRJ) Materiais didáticos de PBE fundadores: depoimentos de autores Patrícia Maria Campos UFRJ
de Almeida
SALA: 1
A voz do aprendiz de PLE numa análise sociodiscursiva Rosana Salvini Conrado USP
Gabriela de Almeida FloripaWave Language Center
Produção de material a partir de experiências de sala de aula Lemes

Sessão 4(B) Representações do Brasil em materiais didáticos de PLE utilizados na Cirlene de Sousa (SEE/RJ - UFF)
França Sanson
Coord. Cirlene de Sousa Sanson Ana Maria M. Gomes
(SEE/RJ - UFF) Representações de gênero em materiais didáticos de PLE Leite de Carvalho UFF
Brasil, mostra a sua cara: os vídeos da Embratur como recurso didático Maria Rodrigues Arruda Universidade Aberta de Portugal
SALA: 1 para uma nova imagem do Brasil no exterior

Sessão 5 (A) A expressão da modalidade epistêmica através das locuções adverbiais De Adriana L. do P. Rebello PUC-Rio
repente e Às vezes.
Coord. Adriana L. do P. Rebello Samira Ahmad Orra USP
Ensino do sistema verbal do português brasileiro para falantes de árabe.
(PUC-Rio)
Rosane Margareth Kath UFSC
Ensino comunicativo do subjuntivo é possível? Reflexões sobre a teoria de
SALA: 2 Fernando dos S.
Raquel Ramalhete
Pedretti The Language Club
SER ou ESTAR: eis a questão! Uma proposta de descrição de usos em Bruno de Andrade PUC-Rio
português língua materna voltada para o ensino de PL2E Rodrigues

Sessão 5 (B) Ser, estar e ficar: uma proposta de sistematização. Ricardo Borges Alencar PUC-Rio
Contribuições da Teoria da Variação ao ensino-aprendizagem de PLE Francisca Paula S. Maia Prefeitura Municipal de Belo Horizonte
Coord. Ricardo Borges Alencar É nós! É a gente! Assistindo a um reality show em Português. Jones de Sousa PUC-Rio
(PUC-Rio) Luis Alejandro Universidad Nacional de Córdoba
Português brasileiro e ensino de PLE na Argentina Ballesteros (Argentina)
SALA: 2
O emprego dos conectivos concessivos em Português: contribuições para o Thamara Santos de PUC-Rio
ensino de PL2E Castro
QUARTA-FEIRA, 27.06.2012 – Hora: 16h30 às 18h45 (CONT.)
COMUNICAÇÕES INDIVIDUAIS TÍTULO AUTOR(ES) INSTITUIÇÃO(ÇÕES)
Rosane Silveira UFSC
Sessão 6(A) Percepção e produção das fricativas alveolares do português brasileiro Tharen Teixeira Universidad del Norte (Colômbia)
Aquisição da fonologia do português como língua estrangeira e como Daniela Mara Lima
Coord. primeira língua: interseções Oliveira Guimarães UFMG
Adriano Oliveira Santos Adriana T. de Almeida Instituto Horizonte Brasil (Argentina)
Ferramentas para ensino/aprendizagem de fonética em PLE por meio de
Luiz Roos Fundación Centro de Estudos
(UFF) música
Laura Marcato Brasileiros (Argentina)
Deise Dulce Barreto de Scholar Language Center
Oralidade em foco: É possível conter interferências linguísticas no
SALA: 3 Lemos
aprendizado de Português para Estrangeiros?
Escuta: dificuldades de aprendizes em uma aula para iniciantes de Maíra Ferreira Sant’ana UFV
Sessão 6(B) Português para estrangeiros
Lia Abrantes Antunes UFRJ
Coord. Adriana Albuquerque O desenvolvimento da fluência em PBE através de narrativas orais Soares
(PUC-Rio) Ah, é? Reações do ouvinte em rituais interacionais de manutenção do Liliane Trindade de FLC Idiomas / Idiomaster
discurso em PLM - uma proposta para o ensino da expressão oral em PL2E. Oliveira
SALA: 3 Práticas sociais no ensino de sotaques em PLE: um continuum entre Davidson Martins Viana UFRJ / FAPERJ
inclusão e exclusão Alves
Perfil do professor de português para estrangeiros da região metropolitana Anderson José A.
Sessão 7(A) do Rio. Petrucelli UFF
Português, língua estrangeira: ensino e formação de professores. Marília Carvalho Batista UnB
Coord. Anderson José A. Petrucelli Heloísa Tramontim
(UFF) Narjara Oliveira Reis UFSC
Reflexões sobre experiências de ensino em PLE.
Silvia Inês C. C. de
SALA: 4 Vasconcelos
Helena da Conceição
Vivências e práticas de ensino de PLE. Gonçalves UFF
Danúsia Torres dos
Sessão 7(B) Santos UFRJ
A noção de interculturalidade e a formação de professores de PLE Ana Catarina N. de UFRJ
Coord.Danúsia Torres dos Santos Mello
Formação docente e desafios para a construção de critérios de avaliação Alexandre do Amaral
(UFRJ) de alunos de PL2E. Ribeiro UERJ
Eulália Vera Lúcia Fraga UFC
SALA: 4 O agir do professor de PLE em sala de aula Leurquin
Formação de professores africanos: um encontro entre prática pedagógica Ana Célia Clementino UFC
e cultura. Moura
QUINTA-FEIRA, 28.06.2012 – HORA: 8h às 10h15
COMUNICAÇÕES INDIVIDUAIS TÍTULO AUTOR(ES) INSTITUIÇÃO(ÇÕES)

Sessão 8(A) Língua, cultura, crenças no ensino de português para estrangeiros: Aparecida Regina NUPLLE-IP-PUC-SP
aproximações e distanciamentos. Borges Sellan
Coord. Aparecida Regina Borges Sellan Maria Lúcia Segabinazi Faculdade de Línguas -
(NUPLLE-IP-PUC-SP) Mobilidade acadêmica eixo central da integração cultural. Dumas Universidade Nacional de
Córdoba (Argentina)
SALA: 1 Alícia Nancy Santoro UNNE -Univ Nac del
O ensino da cultura brasileira dentro e fora das aulas de português LE: Emílio Raúl Castillo Nordeste - Sec.de Ext.
experiências bem sucedidas no nordeste da Argentina. Hernández Univ.- Depto.Idiomas-
(Argentina)
Perspectivas interculturais no ensino de Português para estrangeiro: uma Caroline Caputo Pires UFV
reflexão da prática do professor de PLE.

Sessão 8(B) Brasil pra inglês ver. Fernanda Fontoura PUC-Rio

Coord. Ana Maria de Carvalho Reflexos da família e da casa no ambiente de trabalho brasileiro Célia Regina R. Exército Brasileiro
(UFF) Gusmão

SALA: 1 Estereótipos sobre a imagem do brasileiro e do Brasil construídos pelos Larissa Santiago de INES - UNESA
alunos estrangeiros em contexto de aprendizagem formal. Sousa

Por uma representação para além do samba e do futebol: desconstruindo Jaqueline Barros UnB
a cristalização da identidade nacional nas aulas de PLE Marcelo Sousa Santos

Sessão 9(A) Expressões correntes no português causadoras de dificuldades para o Aurora de Jesus UBC
aluno estrangeiro. Rodrigues
Coord.Sheila Mejlachowicz
(PUC-Rio) O léxico da cultura brasileira no livro didático Português Via Brasil: um Luhema Santos Ueti USP
curso avançado para estrangeiros.
SALA: 2
Tirar o cavalinho da chuva? Mas não ‘tá’ chovendo!! - o trabalho com Sheila Mejlachowicz PUC-Rio
expressões em uma aula de português como segunda língua para
estrangeiros – PL2E.

“Não coloque o nariz onde não é chamado!” A agressividade em Arilton Dutra da Silva PUC-Rio
expressões idiomáticas – uma aplicabilidade em PL2E.
QUINTA-FEIRA, 28.06.2012 – HORA: 8h às 10h15 (CONT.)
COMUNICAÇÕES INDIVIDUAIS TÍTULO AUTOR(ES) INSTITUIÇÃO(ÇÕES)

“Ih, acho que não vai dar”... ou atos de fala de recusa a convites no Maristela Gripp Faculdade Santa Cruz de
Sessão 9(B) português brasileiro curitibano e carioca. Curitiba

Coord. Lívia Nogueira Ferre Atos de fala nas aulas de PLE: como ensinar cultura? Pamela Andrade USP
(UFF) Fernanda Cristina
Quem disse que recusar é fácil? Vieira La Ruína PUC-Rio
SALA: 2
Qual o telefone do cachorrinho? A funcionalidade das cantadas no ensino Andréa Cristina Q. Dias Sem vínculo institucional
de PL2.
Formas de tratamento de parentesco: comparando usos no chinês,
japonês e português brasileiro. Elisa Figueira de S. PUC-Rio
Corrêa

Sessão 10(A) Português como segunda língua para surdos (PL2S): o emprego do Danielle Coelho Lins PUC-Rio
pronome relativo “que” em textos acadêmicos.
Coord. Henrique Rodrigues Leroy
(CEFET-MG) Entre dois mundos – o sarau e sua contribuição para o ensino de língua Daniele Barboza Moura UERJ/INES
portuguesa como L2 em contexto bilíngue.
SALA: 3
O ensino de PLE na UNILA: percursos e percalços Fleide Daniel S. de UNILA
Albuquerque

Políticas linguísticas do Português Brasileiro no Mercosul Sergio Ricardo Lima de PRODOC/CAPES/UFS


Santana
Sessão 10(B) Eduardo de S. Nunes
Políticas de ensino-aprendizagem de português para estrangeiros: um Isabella S. Toguchi UnB
Coord. Luana Rocha olhar candango Isabela Cristina B.
(UFF) Cardoso

SALA: 3 Políticas de (trans)formação de professores de Português para Estrangeiros Victor Araujo Coutinho UnB

Políticas de (trans)formação de professores de português para Bruna de O. C.Carvalho


estrangeiros: novos olhares Daniella S. de Souza UnB
Tatiany da S. Carvalho
As contradições do ensino de língua portuguesa na cooperação técnica Diego Barbosa da Silva PUC-Rio / UFF / Arquivo
Brasil-CPLP Nacional
QUINTA-FEIRA, 28.06.2012 – HORA: 8h às 10h15 (CONT.)
COMUNICAÇÕES INDIVIDUAIS TÍTULO AUTOR(ES) INSTITUIÇÃO(ÇÕES)

Sessão 11 (A) Trabalhando obras de literaturas africanas em língua portuguesa nas aulas Mariana Cortez Universidad Nacional de
de PLE. Córdoba (Argentina)
Coord. Andrea Belfort Duarte
(UFRJ/UFF) Ensino de PLE: desafio e perspectiva para produção de material didático. Maria José Nélo UEMA e SEDUC/MA

SALA: 4
Potencialidades para interação no ensino-aprendizagem de Português Marina Ayumi Izaki UFSCar
Segunda Língua.

O ensino/aprendizagem de PLE por meio da música popular brasileira: Yeris Gerardo Láscar UnB
relato de um chileno no Brasil. Alarcón

Marília Carvalho Batista


A significação cultural e intercultural em PLE: os sentidos em textos não-
Yeris Gerardo Láscar UnB
verbais da cultura brasileira.
Alarcón

Sessão 11(B) Isabella A. dos S. Mello Faculdade de Ciências e Letras -


Ensino de Português Língua Estrangeira (PLE) na Faculdade de Ciências e
Nildicéia A. Rocha FCLAr/UNESP
Letras (FCLAr-UNESP)
Coord. Augusto da Silva Costa
(UFMG)
Ana Letícia F.de Universidade do Estado do
O ensino de Língua Portuguesa para estrangeiros na fronteira com a
SALA: 4 Carvalho Amazonas
Colômbia e o Peru: intercâmbio linguístico.

Rocilange S. Cabral Centro de Estudos Superiores


Curso de Língua Portuguesa para haitiano.
de Tabatinga - CSTB- UEA

Aulas de PLE para crianças – discussão de uma realidade desafiadora Ailana Assis Cota UnB
QUINTA-FEIRA, 28.06.2012 – HORA: 11h15 às 12h30
COMUNICAÇÕES COORDENADAS TÍTULO AUTOR(ES) INSTITUIÇÃO(ÇÕES)

Sessão 7 Projeto Ensino e formação de professores de espanhol e português: Juan José Rodríguez Universidad Nacional de
relações interculturais no âmbito do MERCOSUL, características e Maria Lúcia S. Dumas Córdoba
Título: Ensino e formação de professores de contextualização. (Argentina)
espanhol e português: relações interculturais no
âmbito do MERCOSUL Representações sociais em narrativas: relato de experiência. Mariana Cortez Universidad Nacional de
Córdoba
Coord.: Juan José Rodríguez (Argentina)
(Universidad Nacional de Córdoba – Argentina)
Escolhas metodológicas e resultados parciais do questionário para o Juan José Rodríguez Universidad Nacional de
SALA:1 estudo das representações sociais sobre a cidadania do MERCOSUL no Valmir Roos Córdoba
contexto da formação de formadores UFG-UNC. (Argentina)

Sessão 8 Ensino de Língua Portuguesa como língua estrangeira: estudos de caso e Margarete Von Mühlen UFPB
propostas de trabalho. Poll
Título: Estudos de caso em PLE
Proposta de aprimoramento da pronúncia do português brasileiro por Rafael A. de Oliveira UFPB
Coord.Margarete Von Mühlen Poll teutofalantes com base na fonética acústico-articulatória.
(UFPB)
Relação entre termo antecedente e vogal átona final em textos de falantes Jefferson A. da Rocha UFPB
SALA: 2 de Português como segunda língua.

A sintaxe de colocação e de regência do português brasileiro em textos de Francielly R. Soares UFPB


falantes de alemão como língua materna.

Sessão 9 O Ensino-Aprendizagem de Português como língua estrangeira e (trans) Kleber Aparecido da


formação cidadã: avanços e desafios Silva UnB
Título: Ensino-aprendizagem e a (trans)
formação de professores de português como
língua estrangeira/segunda língua: novas Experiências, crenças e expectativas de um aprendiz de PLE: as suas faces e Glauber Heitor Sampaio Universidade Federal de
perspectivas interfaces. Viçosa (UFV)

Coord.Kleber Aparecido da Silva


(UnB)
A (trans) formação inicial de professores de português língua estrangeira
Márcia P. de A. Mendes UnB
no Brasil e na América Latina: (des) caminhos e colheitas.
SALA: 3
QUINTA-FEIRA, 28.06.2012 – HORA: 15h30 às 16h45
COMUNIÇAÇÕES INDIVIDUAIS TÍTULO AUTOR(ES) INSTITUIÇÃO(ÇÕES)

Sessão 12(A) Ensino de português como língua estrangeira na Universidade de Utah, Vítor Marconi de Souza University of Utah (EUA)
EUA
Coord. Vítor Marconi de Souza
(University of Utah - EUA)
“Português para missionários” – Foco nas competências oral, escrita e Juliana de Oliveira Utah Valley University (EUA)
SALA: 1 cultural Sant'Anna dos Santos

O ensino do português como língua estrangeira na Indiana University: Luciana Namorato Indiana University (EUA)
desafios e estratégias

Aprender fazendo - um projeto de imersão em língua portuguesa Dorly Piske University of Wyoming (EUA)

Sessão 12(B) Trajetória e futuro do PLE, na Universidade Autônoma de Entre Ríos – Gustavo Alejandro UADER (Argentina)
Argentina Pereira
Coord. Maria Lúcia Dumas
(Universidad Nacional de Córdoba)
Brasileirinhos - resgate do português como língua herança em Salzburg / Alessandra Daniela Sem vínculo institucional
SALA: 2 Áustria Marchi Carrasco

A recente evolução do ensino de PLE na Universidade de Varsóvia, Polônia: Ana Carolina Walczuk UFRJ
observações de uma década Beltrão

Português no Japão - desafios e perspectivas Janete da Silva Oliveira UERJ


VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

RESUMOS “alternância de áreas de luz e sombra” para os hispanofalantes


COMUNICAÇÕES COORDENADAS em relação ao português com o intuito de explicitar
procedimentos eficientes para uma prática que minimize essa
ANA PAULA ANDRADE DUARTE dificuldade observada.

Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)


Português – língua estrangeira para falantes do espanhol: ANDREA FERRAZ
dificuldades e facilidades Universidade Federal de Minas Gerais (CENEX/UFMG)
Mestiçagem cultural na sala de aula de PLE
A comparação entre os idiomas português e espanhol nos leva à
constatação da presença de várias palavras que têm a grafia e Um dos aspectos que mais chama a atenção de muitas pessoas
som bem próximos em ambos os idiomas. Esse fato pode ser quando se trata de PLE (Português Língua Estrangeira) e que
considerado como aspecto facilitador da aprendizagem de uma contrastam com as condições dos demais cursos de línguas
pelo falante da outra. Entretanto, estudos comprovam que essa estrangeiras no Brasil, é a mistura de alunos de diferentes
tem sido uma das principais dificuldades para os estudantes de nacionalidades, culturas e línguas em uma mesma sala de aula.
português – língua estrangeira, uma vez que eles levam muito Mais razoável seria, e muitos assim o imaginam, se professores
tempo para conseguir separar, de maneira eficaz, quais palavras proficientes em inglês dessem aulas de português para alunos
e estruturas pertencem ao português e quais pertencem ao anglófonos, outros proficientes em francês ministrassem cursos
espanhol. É comum que os estudantes estendam as regras de aos alunos francófonos etc., mas a realidade de muitos cursos de
sua língua materna à língua estrangeira. Segundo Júdice (2002), PLE no Brasil e especificamente na UFMG (Universidade Federal
“por conseguir uma comunicação emergencial usando o de Minas Gerais) é outra. A primeira pergunta que muitos fazem
‘portunhol’, inserindo palavras do português aprendidas no ao se depararem com este fato é: qual é a língua comum, então?
quotidiano em estruturas de sua língua de origem, muitos A esta pergunta respondemos: o português, entre outras. Neste
hispanofalantes que chegam ao Brasil vão adiando trabalho, baseado nos fundamentos do filósofo francês Michel
indefinidamente a busca de um ensino regular da nova língua”. Serres, que considera toda aprendizagem um processo de
Entretanto, a nossa prática comprova que aqueles que querem mestiçagem, defendemos o contexto de multiculturalismo em sala
aprender a língua portuguesa desejam evitar a transferência de de aula como uma condição favorável ao ensino/aprendizagem a
vocabulário e estruturas do espanhol para o português, formando depender do perfil do professor, sua formação e seus recursos
o famoso “portunhol”. Levando em consideração esse contexto, o didáticos. Serão abordados aspectos inerentes ao processo de
objetivo desta comunicação é analisar algumas evidências dessa aprendizagem que não estão apenas presentes, mas levados ao

18
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

extremo numa sala de aula multicultural e que possibilitam o módulos oferece, ao professor de gramática, informações sobre o
sucesso da didática nesse ambiente. processo de ensino-aprendizagem do estudante, constituindo o
ponto de partida para um diálogo construtivo de abordagens de
ensino específicas para as necessidades do aprendiz.
AUGUSTO DA SILVA COSTA
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Ensino de PLE no CEFET-MG: da sistematização à competência FRANCIELLY RODRIGUES SOARES
interacional Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
A sintaxe de colocação e de regência do português brasileiro em
Em consonância com o desenvolvimento econômico do Brasil, o textos de falantes de alemão como língua materna
ensino da língua portuguesa para estrangeiros cresce
significativamente, tanto no Brasil quanto no exterior. Torna-se A língua alemã e a língua portuguesa pertencem a troncos
importante, assim, verificar as práticas de ensino adotadas pelo linguísticos distintos, o que implica diferenças consideráveis na
professor, cujos objetivos devem ser o de estreitar a relação entre realização sintática dos elementos na frase e, dessa forma, gera
aluno e língua e cultura-alvo e o de apurar a capacidade do pontos de dificuldade na aprendizagem do português brasileiro.
aprendiz de dizer e de se dizer na língua estudada. O presente Nesse sentido, o presente trabalho propõe investigar
trabalho apresenta as práticas de um professor para avaliar a inadequações em produções escritas de teutofalantes em
aquisição gramatical dos alunos do Curso (modular) Intensivo de processo de ensino/aprendizagem de português como língua
Língua Portuguesa e Cultura Brasileira oferecido pelo CEFET- estrangeira (PLE) no que se refere à sintaxe de colocação e de
MG, que é dividido em três módulos: produção textual, gramática regência. Esta pesquisa realiza uma análise dos problemas
e língua-cultura brasileira. Considerando que uma língua não encontrados nas provas de nivelamento de alemães aprendizes
existe apenas como estrutura (Saussure, 1977), mas que sua do português que pretendem entrar no curso de PLE do
contextualização é relevante para o aprendizado, a gramática é, Programa Linguístico-Cultural para Estudantes Internacionais –
assim, subsídio para o aluno produzir textos em contextos reais PLEI. A partir dos dados levantados na análise, será possível
de comunicação, oral e escrita. Os módulos do curso, portanto, obter um panorama sobre as principais dificuldades encontradas
oferecem tais contextos. Estes se tornam, então, uma espécie de nesses aspectos gramaticais e, assim, planejar um trabalho mais
"espelho" em que se reflete, entre outros, o desenvolvimento pontual nas questões que se investigaram, visando a um
gramatical do aluno, que deverá ativar e articular suas aprendizado mais eficiente no ensino do português brasileiro.
habilidades de compreensão e produção textual para executar as
tarefas propostas. O produto final desses alunos obtido nesses

19
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

GLAUBER HEITOR SAMPAIO


FRANCISCO TOMÉ DE CASTRO NETO Universidade Federal de Viçosa (UFV)
Universidade de Brasília (UnB) Experiências, crenças e expectativas de um aprendiz de PLE: as
Aspectos trabalhistas relativos ao profissional de Português como suas faces e interfaces
língua estrangeira no Brasil e no exterior
Apesar da existência de considerável número de pesquisas na
Dois dos maiores desafios da área de português como língua área de português como língua estrangeira/segunda língua
estrangeira (doravante PLE) no momento atual, em que o Brasil (doravante PLE/L2), parecem ser poucos os trabalhos que
tornou-se a 6ª economia do mundo e a demanda pela nossa buscam analisar as experiências de ensino e aprendizagem,
língua aumentou consideravelmente, são a formação e a expectativas e necessidades do aprendiz de PLE/L2 (SILVA &
profissionalização. Segundo o modelo da Operação Global do SANTOS, 2012). Por essa razão, neste estudo objetivamos
Ensino de Línguas (OGEL) proposto por Almeida Filho (1993) e analisar os tipos de experiências e crenças que um aluno
retomado/discutido em Silva (2005), existem pelo menos três estadunidense possui a respeito do ensino e aprendizagem de
atores-chave neste processo: o educador; o educando e os português brasileiro, bem como o modo em que esses fatores se
terceiros agentes (diretores, coordenadores, formuladores de relacionam à sua motivação para aprender a língua. O
políticas, etc.) (cf. Ameida Filho, 2011; Silva, 2005). Nesta desenvolvimento dessa pesquisa se justificou pelo fato de que,
comunicação visa-se abordar questões teóricas e práticas com o apesar de existirem estudos que tratam das crenças e
objetivo de melhorar a competência profissional de educadores e experiências de estudantes de português (MILENO &
terceiros agentes na área de PLE. Partindo de conceitos como CONCEIÇÃO, 2010), bem como a motivação de aprendizes
professor reflexivo, crenças, competência explícita e nesse mesmo contexto (CARVALHO, 2007), não existem
empoderamento chegaremos a questões práticas como pesquisas, de acordo com nosso levantamento bibliográfico
sindicalização, plano de carreira, visto diplomático para trabalhar (SILVA & TORRES, 2012), que tratam da relação entre os
no exterior, reconhecimento e maior visibilidade da profissão conceitos de experiências, crenças e motivação de alunos
(Torres & Silva, 2012; Almeida Filho, 2011; Silva, 2010; Barcelos estrangeiros em ambientes de imersão. Observar e analisar
& Vieira-Abrahão, 2006). esses conceitos traz também possibilidades de reflexões com
implicações para o ensino e formação profissional. De abordagem
qualitativa, este é um estudo de caso, de cunho exploratório e
descritivo, em que foram utilizados questionários abertos,
narrativas escritas e entrevistas semiestruturadas. Os resultados

20
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

sugerem que grande parte das crenças negativas do aluno em desenvolver senso crítico; (4) ter atitude em descobrir
relação ao ensino e aprendizagem de português teve origem, informações culturais e (5) saber como relativizar a sua própria
geralmente, nas experiências negativas advindas, sobretudo, das cultura, valorizando e respeitando a cultura do outro.
abordagens dos professores, da estrutura do curso, e dos
métodos utilizados, o que também influenciou negativamente na
sua motivação para aprender.

ISABEL MENDES PINHEIRO


HENRIQUE RODRIGUES LEROY Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
(Infortec/CEFET– MG) Cultura, diversão e funcionalidade nas aulas de PLE
Ensino de PLE no CEFET-MG: experiências interculturais
No preparo das aulas de português como língua estrangeira
O ensino da língua portuguesa para estrangeiros tem se tornado (PLE), especialmente no contexto de sala de aula brasileira que
cada vez mais difundido no Brasil. Em busca de sucesso em suas possui alunos de diversas nacionalidades, é preciso pensar em
respectivas áreas, sejam acadêmicas ou profissionais, os atividades que, além de apresentarem conteúdo linguístico, sejam
estrangeiros necessitam compreender, decodificar, interagir e capazes de transmitir cultura de forma que o aluno encontre nas
produzir sentido na variante brasileira da língua-cultura-alvo aulas o prazer de conhecer mais sobre a língua alvo. A língua,
(AGAR: 1994). Portanto, o presente trabalho visa a discorrer sistema dinâmico submetido a diversas condições culturais, pode
sobre o curso intensivo de português língua estrangeira ser estudada como fenômeno real, integrado com a sociedade e
ministrado no Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas seus conhecimentos de mundo; pode ser descrita levando-se em
Gerais (CEFET-MG) em seus três módulos: produção textual, conta as condições em que os falantes a usam e em termos de
gramática e língua-cultura brasileira. Tomando a língua interações. Buscando compartilhar experiências nesta área,
portuguesa como língua de mediação cultural (MENDES: 2011), apresentaremos estratégias que auxiliam o professor a preparar
esta comunicação versa sobre o módulo intercultural do curso. uma aula de PLE que seja ao mesmo tempo “divertida”,
Tal módulo destaca a competência intercultural (CI) dos agradável e pautada na funcionalidade, considerando-se a
aprendizes a partir de apresentações produzidas por eles por importância da prática reflexiva.
meio de tarefas interculturais que evidenciam o papel do aprendiz
etnógrafo (CORBETT: 2010; BUSNARDO: 2010). Destarte ,
avalia-se a CI dos alunos em consonância com os seguintes
componentes (BYRAM: 1997): (1) conhecer a si mesmo e o outro;
(2) aprender a relacionar e a interpretar significados; (3)

21
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

JEFFERSON ALVES DA ROCHA JERÔNIMO COURA SOBRINHO


Universidade Federal da Paraíba (UFPB) SIMONE GAROFALO
Relação entre termo antecedente e vogal átona final em textos de (CEFET– MG)
falantes de Português como segunda língua A formação inicial do professor de PLE

Este trabalho faz uma análise sobre o uso da flexão nominal de O interesse crescente dos estrangeiros pelo Brasil e,
gênero em textos de estrangeiros aprendizes do português. O consequentemente, pela aprendizagem da Língua Portuguesa
presente trabalho vem observar, em textos escritos, a ocorrência tem ampliado a atuação dos profissionais de Letras. Observa-se
ou não da coincidência estrutural que se dá entre artigo definido atualmente uma demanda por professores de português como
“o”/ “a” com vogal átona final, também “o”/ “a”. Analisamos se há língua estrangeira (PLE) e, ao mesmo tempo, uma carência da
ocorrência de sintagmas como “a praia” ou “o praia”, isto é, se oferta de cursos em nível de graduação e de pós-graduação para
ocorre o uso do termo antecedente “o” em vez de “a” ou vice- atender a essa demanda. A internacionalização das instituições
versa. Investigamos nos textos se os critérios gramaticais são de ensino, um dos critérios de avaliação de sua excelência,
seguidos de acordo com a gramática normativa. Utilizamos provoca, também, um fluxo maior de intercâmbio internacional
provas de nivelamento de alunos dos seguintes níveis: Básico, envolvendo pesquisadores e alunos. Neste trabalho, discutimos a
Pré-intermediário, Intermediário e Avançado do PLEI (Programa formação inicial de profissionais de Letras para atuarem como
Linguístico-cultural para Estudantes Internacionais). Estudamos professores de PLE em cursos intensivos para intercambistas
elementos lexicais antecedentes que têm a mesma natureza estrangeiros do CEFET-MG. Entrevistas com professores
estrutural e gramatical. Tais elementos lexicais são nomes que formadores e com professores em formação serviram de base
apresentam marca estrutural de masculino ou feminino, como os para a reflexão sobre a capacitação do professor de PLE e sobre
artigos indefinidos “um/ uma”, os pronomes possessivos “meu/ sua atuação futura em cursos intensivos.
minha”, os demonstrativos “este/ esta”, os pronomes indefinidos
“algum/ alguma” e, ainda, os numerais “dois/ duas” Os vocábulos
mencionados anteriormente possuem marca de oposição a qual
poderá ser utilizada em consonância com um substantivo de
mesmo gênero, seja ele masculino ou feminino. Averiguamos os
textos com o intuito de formular material didático para as aulas de
Português para os falantes de Língua Estrangeira, com vistas a
melhorarmos o desempenho linguístico gramatical dos alunos.

22
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

JUAN JOSÉ RODRÍGUEZ JUAN JOSÉ RODRÍGUEZ


VALMIR ROOS MARIA LÚCIA SEGABINAZI DUMAS
Facultad de Lenguas de la Universidad Nacional de Córdoba Universidad Nacional de Córdoba (UNC)
(UNC) Projeto Ensino e formação de professores de espanhol e
Escolhas metodológicas e resultados parciais do questionário português: relações interculturais no âmbito do MERCOSUL,
para o estudo das representações sociais sobre a cidadania do características e contextualização
MERCOSUL no contexto da formação de formadores UFG-UNC
Os planos de ação do setor educativo do MERCOSUL 2006-2010
O estudo sobre as representações sociais (Jodelet, 1989)
e 2011-2015 definiram sua missão no sentido da formação de
construídas em torno da cidadania do MERCOSUL em contextos
“um espaço educacional comum, por meio da coordenação de
de formação docente de Português e Espanhol supôs resolver
políticas que articulem a educação com o processo de integração
dois problemas fundamentais do ponto de vista metodológico,
do MERCOSUL, estimulando a mobilidade, o intercâmbio e a
nomeadamente, a coleta de dados e sua análise, com o intuito de
formação de uma identidade e cidadania regional”. Por sua vez,
satisfazer o interesse em contribuir ao sucesso dos atuais -e
os governos argentino e brasileiro através das leis 11.161/2005
futuros- programas de mobilidade acadêmica e levar adiante um
(Brasil) e 26.468/2009 (Argentina) vêm implementando políticas
estudo sobre as representações sociais que revestisse valor.
linguístico-educativas para o ensino de Espanhol e de Português,
Seguindo a proposta de Abric (2001), entendemos que este tipo
e estas iniciativas supõem o desafio da formação de recursos
de estudos deve pesquisar tanto o conteúdo quanto a estrutura
humanos que levem à prática tais políticas nos sistemas
interna das representações sociais, e em vista disso, foram
educativos nacionais. O objetivo desta comunicação é descrever
definidos instrumentos orientados à coleta de dados sobre o
um programa de ações de mobilidade académica e pesquisa
núcleo central e o sistema periférico das representações. Nesta
entre a Argentina e o Brasil, desenvolvido pela Facultad de
comunicação abordaremos as decisões tomadas no tocante aos
Lenguas (UNC) e a Faculdade de Letras (UFG), orientado a
instrumentos utilizados e a alguns resultados parciais da
estudar as visões construídas em torno da cidadania do
aplicação de um questionário de perguntas abertas e fechadas a
MERCOSUR nos contextos de formação de docentes de
um grupo de estudantes do curso de formação de professores da
Espanhol e Português.
Universidade Nacional de Córdoba.

23
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

KLEBER APARECIDO DA SILVA focos orientados para a formação cidadã e crítica na


Universidade de Brasília (UnB) contemporaneidade e, portanto, à (re) construção de
O ensino-aprendizagem de português como língua estrangeira e multiletramentos necessários à participação ativa e ética na
(trans) formação cidadã: avanços e desafios sociedade atual, considerando-se a importância da confluência de
culturas, línguas e linguagens sociais nesse processo.
Nesta comunicação visa-se apresentar e discutir o conceito de
geopolítica, que diz respeito ao alcance, sobretudo político,
econômico e ideológico do português do Brasil. Concordamos KLEBER APARECIDO DA SILVA
com Rajagopalan & Lacoste (2005), quando afirma que esse Universidade de Brasília (UnB)
conceito extrapola a definição geográfica de uma língua sobre os O formador de professores de português como língua estrangeira
territórios quando particulariza a discussão ao tratar de sua para o meio virtual: legitimação de crenças e/ou (re)construção de
difusão como um fenômeno global, significando para diversas competências?
comunidades a língua de ascensão e de prestígio. Também se
abordará os desafios do poder da língua portuguesa tanto no Apesar de haver um número considerável de cursos de Letras
Oriente quanto no Ocidente, em meio à herança da colonização e implementando a abordagem crítica-reflexiva (Silva, Daniel,
ao papel do português na sociedade globalizada em que estamos Kaneko-Marques & Salomão, 2011; Gil & Vieira-Abrahão, 2008) e
inseridos/imbricados (Silva & Santos, 2012). Por último, sociocultural (Mota & Scheyrl, 2004, Vygotsky, 1978), alinhada
apresenta-se os (possíveis) reflexos da geopolítica do português com as teorias dos (trans) letramentos (múltiplos) (Rocha, 2010;
no Brasil e no mundo; e esboça-se uma política prudente e Silva, 2010; Rojo, 2009), são ainda raros os trabalhos que
propositiva para um enfrentamento não ingênuo desta questão focalizam o (trans) formador de professores de línguas, em
tendo por esteio teórico-reflexivo o seguinte trinômio: especial, o formador de professores de português como língua
plurilinguismo, transculturalidade e multiletramentos (Silva & estrangeira para o meio virtual (Silva, 2010). Considerando que
Santos, 2012; Rocha, 2010; Rajagopalan, 2010; Rojo, 2010, este exerce um papel crucial no início e na sustentação da
2009). Em síntese, visa-se apresentar os resultados de trabalho reflexão (crítica) no processo de (trans) formação inicial, torna-se
de ensino-aprendizagem e de pesquisa empírica na área de extremamente relevante compreender de que modo as possíveis
português como língua estrangeira (Silva & Santos, 2012), interpretações do que seja (trans) formar profissionais crítico-
realizados em uma universidade pública brasileira, em seus reflexivos estejam sendo colocadas em práticas e os desafios que
variados contextos (graduação, pós-graduação e extensão) e no estas representam. Sendo assim, a referida comunicação é um
âmbito de suas diversas materializações, assim como à (trans) recorte da minha tese de doutorado que visava investigar se no
formação inicial/contínua de docentes da área, sendo ambos os processo de formação inicial, desenvolvido no Teletandem Brasil,

24
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

ocorre legitimação de crenças ou (re)construção de se como meta evitar as inadequações no uso das preposições na
competências. Os dados nos revelam que a professora língua portuguesa que são decorrentes de transferência ou de
mediadora, por ter sólida formação em Linguística Aplicada e por interferência da língua italiana. Nesta comunicação busca-se
estar engajada em um curso de pós-graduação Stricto Sensu ressaltar a importância de um estudo contrastivo entre línguas
(Doutorado em Estudos Linguísticos), possibilita meios para que próximas.
a interagente possa refletir sobre o processo de ensino e
aprendizagem de línguas, mostrando que as ações empreendidas
por ela nas sessões de mediação não são formas de apenas
legitimar as crenças, mas de possibilitar condições para que a MARCELO DA SILVA AMORIM
interagente (re)construa competências e pense criticamente Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
acerca do seu papel como professora ou como aprendiz de Trajetória do PLE na UFRN/Natal: constituição e desafios
línguas.
Nossa apresentação tem por objetivo trazer à comunidade
LEILA BEATRIZ AZEVEDO PONCIANO acadêmica os resultados de aproximadamente três anos de
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) experiência com o ensino de Português Língua Estrangeira na
Uma análise contrastiva da regência preposicional verbal em Universidade Federal do Rio Grande do Norte – Natal, que vem
português por falantes do italiano sendo implantado em um contexto no qual a internacionalização
tem se tornado cada vez mais presente. Refletiremos sobre os
A partir de reflexões sobre a análise contrastiva do português- desafios de proporcionar a um público estrangeiro extremamente
língua estrangeira, esta comunicação tem como propósito heterogêneo – advindo das mais variadas partes do mundo – um
apresentar um estudo de caso de colocação da regência ensino da língua de qualidade, ao mesmo tempo em que
preposicional verbal em português por falantes da língua italiana. tentamos atrair o interesse de estudantes de licenciatura para
Devido à proximidade entre as duas línguas, é possível uma formação complementar nesta promissora área.
evidenciar, desde o início da aprendizagem, os pontos de
similitude entre elas, e, torna-se, de certa forma, mais
imperceptível notar as diferenças de uso. É importante, para o
aprendiz italiano, perceber as diferenças, para que ele possa ter o
distanciamento necessário entre a sua língua materna e a língua
alvo, e, assim, fazer o uso adequado das preposições. A partir
desse confronto e baseado no trabalho de Fulgêncio (2009) tem-

25
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

MÁRCIA PEREIRA DE ALMEIDA MENDES que consiste em identificar quais são as experiências (Miccoli,
Universidade de Brasília (UnB) 2010), crenças (Silva, 2010, 2005; Barcelos & Vieira-Abrahão,
A (trans) formação inicial de professores de português língua 2006) e identidades (Mastrella-de-Andrade, 2011) que tem sido
estrangeira no Brasil e na América Latina: (des) caminhos e (re)(des)construídas e (re)significadas pelos professores de PLE
colheitas no início e no fim de sua (trans)formação inicial (Silva & Santos,
2012).
Com o recente Plano de Ação 2011-2015 do Setor Educacional
do MERCOSUL, a criação de novos espaços de (trans) formação MARGARETE VON MÜHLEN POLL
inicial de professores de português língua estrangeira (PL2/PLE) Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
deverá ser uma questão em evidência. Sabe-se, contudo, que Ensino de Língua Portuguesa como língua estrangeira: estudos
para o estabelecimento de qualquer processo formal de de caso e propostas de trabalho
(trans)formação inicial de professores são necessários
parâmetros de orientação curricular. Ao observarmos os Esta comunicação objetiva apresentar o trabalho de Ensino de
documentos brasileiros que estabelecem estes parâmetros, Língua Portuguesa como Língua Estrangeira realizado pelo
notamos que o resultado esperado deste processo é um Programa Linguístico-Cultural para Estudantes Internacionais –
professor crítico-reflexivo (Gil & Vieira-Abrahão, 2008; Almeida PLEI, apontando algumas pesquisas que são realizadas a partir
Filho, 2004) e, portanto, seguro e independente (Celani, 2010). da produção textual dos alunos estrangeiros e as propostas de
Isto parece não ser observado na prática (Leffa, 2005). Diante trabalho que surgem a partir dos estudos realizados.
desta constatação, apresentamos a seguinte questão: as Descreveremos, primeiramente, o trabalho de ensino de língua
(trans)formações iniciais de professores de PLE, no Brasil e na portuguesa desenvolvido no PLEI e a estrutura organizacional do
América Latina, têm seguido propostas de (trans)formação Programa. Posteriormente, apresentaremos três estudos de caso
reflexiva e crítica? Em busca de possibilitar condições para a realizados a partir de textos orais e escritos produzidos por
(re)construção de novas políticas para a formação inicial de alunos das turmas de Português como Língua Estrangeira (PLE)
professores de PL2/PLE, nesta comunicação visa-se apresentar e as propostas de trabalho surgidas a partir dos resultados das
um recorte de uma pesquisa que está sendo realizada no pesquisas, com vistas a sanar os pontos de maior dificuldade dos
cômputo da pós-graduação em Linguística Aplicada. A primeira alunos. Os estudos que aqui apresentamos são das áreas de
fase da pesquisa consiste em uma análise documental dos fonética articulatória, de morfologia e de sintaxe. Em um último
documentos oficiais que tratam da (trans) formação inicial na momento, haverá um debate sobre os estudos apresentados e
busca de traçar como foi idealizado este processo. A segunda sobre a aplicação dos resultados, com vistas a melhorar o
fase se caracteriza como qualitativa e de base etnográfica, visto desempenho linguístico dos alunos de PLE.

26
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

MARIA ANTÔNIA GERMANO DOS SANTOS MAIA contexto sócio-cultural. O objetivo desta comunicação é de
Universidade de Brasília (UnB) discutir como as interações para a criança na função de aprendiz
A aprendizagem de PLE de uma criança em perspectiva podem ajudá-la a construir suas habilidades e competências em
sociocultural relação ao português como L2. Algumas questões como a escola
no papel de mediadora, interação com outras culturas, também
O ensino de português como língua estrangeira (doravante PLE) serão contempladas.
para crianças alfabetizadas desperta o interesse de muitos
profissionais na atualidade. Alguns estudos empíricos
MARIA DO CARMO BRANCO RIBEIRO
desenvolvidos no bojo da Linguística Aplicada brasileira (Rocha &
APARECIDA REGINA BORGES SELLAN
Silva, 2011; Rocha, Tonelli & Silva, 2010; Rocha, 2010, 2006;
Pontifícia Universidade Católica (PUC/SP)
Santos, 2010, 2005; Ramos, 2007) trouxeram significativas
O ensino de português língua estrangeira e o uso de material
contribuições teóricas, práticas e/ou metodológicas para que o
autêntico: anúncios publicitários como recurso didático
professor de língua estrangeira para crianças possa desenvolver
um olhar mais cuidadoso para o ensino de PLE para crianças. O
Esta comunicação trata do emprego de anúncios publicitários
fato de expor uma criança ao aprendizado de uma segunda
como material autêntico para ensino de Português Língua
língua requer muito profissionalismo de quem vai ensinar. Dos
Estrangeira, com enfoque interculturalista. O uso exclusivo de
diversos contextos de ensino de PLE, um dos mais intrigantes é o
manuais didáticos pelo professor de PLE configura-se como
dos filhos de militares estrangeiros que são transferidos para o
insuficiente para o ensino do português brasileiro, em uma
Brasil e que vivenciam situações bilíngues e/ou multilíngues, pois
perspectiva comunicativa e interculturalista. Cabe ao professor
tendem a ser envolvidos no processo de aprendizagem do PLE.
selecionar material apropriado para o aprendente adquirir
Essa situação levanta alguns questionamentos de como amenizar
competências que supram suas necessidades no âmbito da
o impacto de aprendizagem e como expor uma criança no
linguagem. Os anúncios publicitários vêm sendo utilizados em
contexto de aprender o português como segunda língua (PL2)
aulas, justificando pesquisas, a fim de que esta seleção seja
sem que a traumatizemos ou a subestimemos. Santos & Alvarez
adequada para o processo de aprendizagem do uso efetivo da
(2010) apontam que para esse tipo de situação de ensino o
língua portuguesa e compreensão da cultura. Tanto do ponto de
professor pode estimular a reflexão a respeito dos "conteúdos
vista linguístico como visual, esta composição multimodal é
culturais", favorecer a autonomia do aprendiz, possibilitando o
guiada por valores culturais, fazendo-se necessário um estudo
desenvolvimento de uma competência intercultural (Mendes,
para a explicitação desses valores quando implícitos. Segundo
2011, 2007). O professor-profissional, ao apontar a cultura alvo
Silveira (2006:220), o discurso publicitário interaciona com o
para a criança, poderá, segundo Vygotsky (1978), inseri-la no
produto anunciado como marco das cognições sociais dos grupos

27
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

que o anunciador publicitário seleciona para consumi-lo. Essa formação de uma identidade e cidadania regional”. Neste
interação é realizada com traços culturais e ideológicos dos contexto, as narrativas têm por objetivo identificar as
grupos sociais, de modo a configurar uma identidade. O objetivo representações (Jodelet 1989: 36) construídas em situação de
deste estudo é contribuir com pesquisas relativas ao discurso intercâmbio. Assim sendo, foram organizadas por meio das
publicitário e ensino de Português como Língua Estrangeira. São temáticas abordadas, a saber: impressões gerais, a cidade, a
objetivos específicos: 1. analisar a organização imagética dos universidade e as relações pessoais. Os resultados apresentados
anúncios publicitários; 2. estudar a seleção lexical na elaboração são qualitativos, expressando uma visão subjetiva da experiência,
dos enunciados verbais; 3. levantar recursos argumentativos contudo essa abordagem oferece dados significativos para
presentes nos textos multimodais. Os resultados indicam que a compreender necessidades, ansiedades e desejos do estudante.
produção significativa ocorre por meio da interrelação
enunciado/imagem; verifica-se a presença de valores culturais MILTON GABRIEL JUNIOR
implícitos. Conclui-se serem os anúncios publicitários adequados ANA KATY LAZARE GABRIEL
para a utilização como material autêntico de PLE. Pontifícia Universidade Católica (PUC/SP)
As diferentes dimensões enunciativas no ensino/aprendizagem
de PLE
MARIANA CORTEZ
Universidad Nacional de Córdoba (UNC) Esta comunicação situa-se na área dos estudos culturais e nos
Representações sociais em narrativas: relato de experiência pressupostos da Linguística textual e Análise Crítica do Discurso.
Temos por objetivo apresentar um breve relato de experiência de
Esta comunicação pretende analisar as narrativas escritas por atuação e observação no ensino/aprendizagem de PLE
estudante argentina, “profesorado de portugués”, da Universidad ministrado por professores/pesquisadores do NUPPPLE da
Nacional de Córdoba, em intercâmbio na Universidade Federal de PUC/SP com enfoque em especial no ensino intercultural, com
Goiás, no período de fevereiro a junho de 2012, como resultado intuito de solucionar entraves linguísticos, culturais e ideológicos
parcial das investigações desenvolvidas pelo projeto “Enseñanza em sala multicultural. O problema observado é que o aluno
y Formación de profesores de español y portugués: relaciones estrangeiro busca aprender as unidades sistêmicas do português
interculturales en el ámbito del MERCOSUR”. Este projeto atende brasileiro, contudo, o mesmo não reconhece e não compreende a
a missão do plano educativo Argentina-Brasil, que visa a “um sua função em diferentes interações sociais. Partimos do
espaço educacional comum, por meio da coordenação de pressuposto que ensinar LE para estrangeiros é ensinar a língua
políticas que articulem a educação com o processo de integração e a cultura da língua alvo, conforme Silveira (1998) “Tenho por
do MERCOSUL, estimulando a mobilidade, o intercâmbio e a pressuposto que a língua é o código social de uma comunidade

28
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

que implica visões culturais políticas e culturais”. Nesse sentido o relação ao ato de comunicação, pelo fato de o aprendiz não
discurso é definido como uma prática social decorrente dos dominar ou não ter acesso às formas mais adequadas para
papéis representados por seus participantes, assim, entende-se determinada situação de comunicação, relataremos como se deu
que o discurso se define pela maneira de tratar os diferentes no módulo "Produção Oral e Escrita" o processo de articulação
temas a serem abordados na diferentes interações.(Van Djik, entre os conteúdos e também nossas impressões sobre esse
1997). Concluímos que o ensino de questões gramaticais requer desenho de curso.
diferentes dimensões enunciativas: a linguística, a textual e a
discursiva, onde se situam os implícitos culturais/ideológicos, MONIQUE NASCIMENTO LONGORDO
objeto de estudo da língua alvo. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
PLE: interações em contexto multicultural
MÔNICA OLIVEIRA PEREIRA
NATÁLIA MOREIRA TOSATTI Esta comunicação tem por objetivo apresentar um cenário de
(Infortec/CEFET– MG) experiências interculturais em aulas de PLE, na UFMG e baseia-
Ensino de PLE no CEFET-MG: produção oral e escrita se, sobretudo, nos fundamentos da Sociolinguística Interacional
de John Gumperz (2009). O nosso contexto ocorre em aulas
Nesta comunicação apresentaremos recursos e estratégias ministradas por uma professora do Rio de Janeiro, com sua
empregados em curso intensivo de PLE, com duração de 45h/a, variante carioca, recém-chegada à cidade de Belo Horizonte,
em contexto de imersão, oferecido pelo CEFET-MG a alunos ministrando aulas para alunos de várias nacionalidades
intercambistas. Nesse curso, tivemos como propósito integrar acostumados com a variante mineira de seus professores e da
aspectos culturais, gramaticais e comunicativos com a finalidade comunidade local. A partir de contrastes entre duas variantes
de possibilitar aos aprendizes desenvolver habilidades e linguísticas, verifica-se a ocorrência de enriquecimento de ensino
competências para a compreensão e produção de textos, orais e aprendizagem na sala de aula, diante da diversidade. Constata-
escritos, de diferentes gêneros e em diferentes situações de se que, em uma classe multicultural, o uso da língua imbuída de
comunicação. Os encontros foram divididos em três módulos: crenças e valores culturais irá, à medida que a interação evolui,
"Aspectos culturais", "Aspectos gramaticais" e "Produção Oral e estimular uma integração entre culturas distintas, um respeito
Escrita". Detalharemos em nossa apresentação a proposta de pelo diferente, uma reflexão sobre seus próprios valores e
trabalho desenvolvida no terceiro módulo, que se propôs a crenças. A divulgação deste relato de experiência em duas
articular os conteúdos culturais e gramaticais explorados, turmas distintas de Português para estrangeiros aponta reflexões
igualmente, no curso. Sensíveis à realidade de que, por vezes, as relevantes a respeito das variações linguísticas no ensino de
expectativas de um falante de LE podem ser frustradas em Português como língua estrangeira.

29
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

PATRICIA HELENA FUENTES LIMA


University of North Carolina at Chapel Hill
NATÁLIA MOREIRA TOSATTI O Programa de Português para Estrangeiros na UNC-Chapel Hill:
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) uma breve biografia
O professor de PLE: da língua à cultura
Este relato tem como principal objetivo comunicar a comunidade
Nosso trabalho fundamenta-se na concepção de língua como científica, as experiências de aproximadamente cinco anos de
ponte que possibilitará a interação entre sujeitos de formações trabalho com o ensino de português como língua estrangeira na
culturais distintas e de que o professor de Português Língua Universidade da Carolina do Norte, sediada na cidade de Chapel
Estrangeira (PLE) tem como desafio ensinar muito mais que as Hill, nos Estados Unidos. Uma breve biografia contendo as
estruturas da língua portuguesa. Como seria a atuação desse características, as origens e os objetivos deste tradicional
profissional que, além de amplo e sólido conhecimento linguístico, programa, assim como suas modificações nos últimos anos
deve também ser conhecedor de sua própria cultura e ainda podem contribuir para uma visão mais lúcida e objetiva desta
mediar a complexa articulação entre sujeitos de mundos culturais área em crescente desenvolvimento e expansão dentro do Brasil
diferentes do seu e diferentes entre si em uma turma composta e no Exterior.
por alunos de diversas nacionalidades? Como favorecer e
valorizar a expressão dessa diferença, motivando a comunicação
na língua alvo? Que aspectos devem ser considerados ao se RAFAEL ALVES DE OLIVEIRA
planejar um curso? Buscando responder a essas questões, nesta Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
comunicação, teremos como foco o professor de PLE e sua Proposta de aprimoramento da pronúncia do português brasileiro
formação. À luz da abordagem intercultural, discutiremos o lugar por teutofalantes com base na fonética acústico-articulatória
desse profissional como professor de uma língua e ao mesmo
tempo mediador cultural. A intersecção entre os quadros fonêmicos existentes entre
línguas distintas permite que o aprendiz de uma segunda língua
(L2) projete as características próprias dos segmentos fônicos da
língua materna (L1) sobre a L2. Assim, com base na pronúncia de
teutofalantes aprendizes do português, este trabalho propõe
analisar as estratégias empregadas por eles durante a pronúncia
de alguns fones do português brasileiro (PB) e, com base na
fonética acústico-articulatória, analisar a aplicação de exercícios

30
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

que aprimorem a pronúncia de algumas consoantes, a fim de que funções que estão no uso efetivo do português brasileiro. Conclui-
eles as realizem de forma semelhante à de falantes nativos do se que entre a designação e o referente designado, existem
PB. Com os resultados obtidos nesta pesquisa, será possível conteúdos linguísticos que são ampliados e modificados por
analisar se esses aprendizes obtiveram uma evolução positiva e conteúdos ideológicos e culturais de forma a construir
efetiva em suas pronúncias. simbolicamente a cada contemporaneidade novas significações.
Assim, o ensino deve ter um enfoque interculturalista dando ao
REGINA CÉLIA PAGLIUCHI DA SILVEIRA aluno consciência da cultura presente na língua-alvo, de forma a
DEBORAH GOMES DE PAULA explicar os implícitos culturais e ideológicos que guiam a
(IP-PUC/SP – UNIP) construção dos enunciados.
O grau no uso efetivo do Português Brasileiro

Esta comunicação se situa na área da morfologia portuguesa e SIOMARA FERRITE PEREIRA PACHECO
trata das funções do grau no uso efetivo do Português brasileiro, PG-PUC/FMU
de forma a considerar as expressões linguísticas e os implícitos A explicitação dos implícitos culturais na crônica do cotidiano de
culturais contidos nelas. O material analisado foi coletado em Chico Buarque
jornais e anúncios publicitários. Justifica-se a pesquisa, pois, de
forma geral, nas aulas de PLE o ensino está centrado nas regras Esta comunicação situa-se na área de ensino de português para
do sistema da língua; o mesmo ocorre com o material didático. estrangeiros com enfoque interculturalista e tem por tema os
Pressupõe-se que os falantes nativos, no uso efeito da língua, implícitos culturais na crônica do cotidiano de Chico Buarque.
atribuem diferentes funções para as unidades sistêmicas Tem-se por objetivo geral contribuir com o ensino de PLE com
construindo uma identidade linguística para o brasileiro. Os enfoque interculturalista e por objetivos específicos: 1) examinar
resultados obtidos indicam que: 1. os morfemas de grau adquirem os implícitos culturais contidos no texto; 2) explicitar os implícitos
funções semânticas de valores positivos e negativos que mantém para o processamento da leitura da crônica. Justifica-se a
relações com as representações culturais dos brasileiros; 2. os pesquisa na medida em que se considera a crônica um tipo de
morfemas de grau gramaticalizam-se em outros morfemas com texto opinativo, no qual se encontram implícitos culturais. Nesse
valores afetivos; 3. a gramaticalização dos morfemas de grau sentido, segundo Silveira (2006), o ensino de Língua não dever
ressemantiza os lexemas. A discussão dos resultados obtidos ser reduzido às estruturas gramaticais, “o dito”; é necessário
permite entender que para o ensino de PLE não bastam as regras ensinar ao aprendiz a explicitar o implícito, ou seja, o que se quer
sistêmicas; faz-se necessário tratar dos implícitos culturais das dizer com o que foi dito, que nem sempre faz parte da cognição
expressões linguísticas a partir da gramaticalização de novas do falante nativo. Tem-se por base teórica a Análise Crítica do

31
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

Discurso na interrelação das categorias Discurso, Cognição e


Sociedade (V. Dijk, 1997) e os implícitos culturais tratados por ADRIANA TOLEDO DE ALMEIDA
Silveira (2006). Os resultados obtidos são parciais e indicam que LUIZ ROOS
compreender os implícitos que se encontram no texto-crônica é LAURA MARCATO
uma forma de colocar o falante não nativo em contato com a Instituto Horizonte Brasil – Buenos Aires
nossa identidade cultural manifestada em língua. Conclui-se que Ferramentas para ensino/aprendizagem de fonética em PLE por
os conhecimentos socioculturais influem na leitura e a meio de música
explicitação deles auxilia não apenas na expansão do léxico
como também na aquisição de conhecimentos interculturais. A experiência no ensino de PLE para hispanofalantes nos mostra
que, mesmo os aprendizes que chegam a um bom
desenvolvimento da competência comunicativa, ou seja, das
RESUMOS competências linguística, sociocultural, textual, metalinguística e
COMUNICAÇÕES INDIVIDUAIS estratégica, têm a produção oral prejudicada, dadas as
dificuldades que surgem no momento de emitir determinados
sons. Considerando que a aprendizagem da fonética é vital para
ADRIANA LEITE DO PRADO REBELLO um bom desempenho na comunicação oral em língua
Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio) estrangeira, este trabalho visa a compartilhar uma série de
A expressão da modalidade epistêmica através das locuções propostas didáticas, já implementadas em salas de aula de PLE e
adverbiais “De repente” e “Às vezes” desenhadas com base nos critérios da Abordagem Comunicativa
Intercultural (Mendes), por meio da incorporação da música como
A modalidade é uma categoria gramatical que revela a atitude do ferramenta de ensino/aprendizagem. Em cada uma das
falante em relação ao que é dito. A modalidade epistêmica atividades propostas, busca-se estimular o interesse dos alunos
expressa o julgamento do falante sobre o estado factual do que pelas questões fonéticas, desenvolvendo não só a compreensão
ele declara, ou seja, através dessa modalidade podemos saber auditiva, mas também a produção oral, promovendo, além disso,
se o locutor crê ou não na verdade do que diz, no momento em o interesse pela cultura brasileira de uma maneira lúdica. Desse
que diz. Essa categoria pode abarcar variadas formas de modo, pretende-se ampliar o leque de recursos didáticos na área
manifestação, como, por exemplo, as verbais, as prosódicas e as de ensino de fonética de PLE.
que abordaremos neste trabalho: as adverbiais. Assim, faremos
uma tentativa de sistematização do uso das locuções adverbiais
“De repente” e “Às vezes” em enunciados que expressam valor
de probabilidade.

32
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

podem dificultar o trabalho do/a professor/a. Por outro lado, o


ADRIANNE MILLER interesse das crianças e a rapidez com que elas, em contexto de
DePaul University imersão, aprendem a língua são fatores motivacionais para a
O uso da tecnologia no ensino de PLE realização do trabalho. De fato, os/as professores/as de PLE para
crianças navegam sem rumo, sem material adequado e, muitas
A apresentação resumirá minha experiência como professora de vezes, sem nenhum objetivo. Questões gramaticais, lexicais,
PLE nos EUA, enfocando principalmente na incorporação de temáticas são, em sua maioria, tratadas de forma aleatória
tecnologia no ensino. Primeiro farei um resumo da teoria de (COTA, 2011) e poderiam ser mais bem aproveitadas se
aquisição de línguas estrangeiras. Depois vou resumir minha houvesse estrutura adequada. A proposta deste trabalho é
pesquisa de mestrado sobre o uso de tecnologia no ensino de discutir questões relevantes para o ensino de PLE para crianças
línguas (teoria, prática, etc.). Finalmente vou falar sobre a minha e apresentar ideias que deram certo dentro dessa realidade
experiência pessoal como professora de línguas. Destacarei os desafiadora.
melhores aplicativos e programas já existentes e recomendações
para novas inovações para melhorar o mercado de tecnologia de
PLE. ALESSANDRA DANIELA MARCHI CARRASCO
Brasileirinhos – resgate do português como língua herança em
AILANA ASSIS COTA Salzburg / Áustria
Universidade de Brasília (UnB)
Aulas de PLE para crianças – discussão de uma realidade O projeto Brasileirinhos nasceu da vontade dos pais brasileiros
desafiadora que vivem em Salzburg de desenvolver o português como língua
herança em seus filhos, que crescem sob a influência
Aulas de línguas estrangeiras para crianças têm características predominante da língua alemã e dos dialetos da região de
muito diferentes de aula de línguas estrangeiras para adultos e Salzburg.A comunidade brasileira em Salzburg está crescendo
adolescentes. Aulas de PLE se diferem muito de aulas de outras nos últimos anos. Contudo, pela disposição geográfica das
línguas estrangeiras, pelo menos aqui no Brasil. Com a mistura cidades e pela falta de organização de uma Associação, ou algo
dessas duas realidades, os/as professores/as de PLE para do tipo, para unir os brasileiros e difundir a nossa cultura na
crianças no Brasil têm um grande desafio. A falta de material Áustria, vários pequenos grupos foram formados e ficaram
adequado, a falta de estrutura para português de muitas escolas isolados e sem comunicação. A criação do projeto tem reunido
bilíngues, a instabilidade com que as crianças estrangeiras vêm e muitas destas pessoas e despertado o desejo de reavivar as
vão embora do Brasil e o não interesse dos pais são fatores que raízes brasileiras, bem como criar um ambiente propício aos seus

33
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

filhos de contato com a língua, a cultura e com os outros


brasileiros que também vivem tão longe do Brasil. Brasileirinhos ALEXANDRE DO AMARAL RIBEIRO
foi inspirado por alguns projetos que têm se tornados bem- Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
sucedidos no ensino de PLH - como é o caso da Província de Formação docente e desafios para a construção de critérios de
Kyoto no Japão ou da Abrace e da MBV nos EUA - e está dando avaliação de alunos de PL2E
os primeiros passos para a difusão da língua portuguesa e da
cultura Brasileira na Áustria, por meio do ensino da língua Nesta comunicação, apresenta-se um levantamento dos
portuguesa às crianças que possuem alguma origem brasileira e principais desafios encontrados para a construção de critérios de
moram na região de Salzburg. Nosso público é bem variado, avaliação de alunos estrangeiros, discutidos no processo de
assim como o seu conhecimento em português. Algumas crianças formação de professores de PL2E, promovido pelo Núcleo de
são realmente expostas à língua, seja porque fala em casa, seja Pesquisa e Ensino de Português Língua Estrangeira/ Segunda
por meio de desenhos e programas de televisão em português, Língua (NUPPLES/UERJ). A avaliação, entendida como uma
ou ainda por causa das viagens ao Brasil e do contato com os função pedagógica, exige a promoção de reflexões que tratem
parentes brasileiros. Pudemos observar, no entanto, que a das possíveis formas de identificação de competências e
maioria dos alunos se sente mais confortável em falar alemão e habilidades linguísticas e interculturais, em construção pelos
apresenta alguma insegurança e dificuldade de comunicação em estudantes estrangeiros de diversas nacionalidades, no que diz
português. Meu objetivo neste trabalho é apresentar um pouco do respeito à aprendizagem da língua e da(s) cultura(s) brasileiras. A
projeto, mostrando as dificuldades e as recompensas de se elaboração de instrumentos de avaliação específicos precisa ser
pensar o português como língua materna fora dos países guiada por critérios claros. Esse procedimento gera a
lusófonos, desenvolvendo o conceito de língua herança. Além necessidade de conjugar diferentes saberes, através dos quais se
disso, gostaria de falar um pouco sobre os alunos e suas busca um equilíbrio entre o ideal, o real, o possível e o aceitável
experiências individuais, assim como da nossa experiência como em termos de ensino de língua s. Os dados discutidos neste
professoras e a forma que estamos encontrando para dar trabalho são coletados a partir das narrativas de professores em
continuidade ao projeto. formação e dos resultados alcançados pelos alunos estrangeiros.
Discutem-se, portanto, as perplexidades e as soluções
encontradas pelos professores, suas justificativas e a
plausibilidade teórico-prática dessas para o aproveitamento dos
resultados de avaliação para o planejamento de aulas de
português para estrangeiros.

34
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

ALICIA NANCY SANTORO ANA CAROLINA WALCZUK BELTRÃO


EMILIO RAÚL CASTILLO HERNÁNDEZ Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Universidad Nacional del Nordeste (UNNE) – Secretaria de A recente evolução do ensino de PLE na Universidade de
Extensión Universitaria – Depto. Idiomas Varsóvia, Polônia: observações de uma década
O ensino da cultura brasileira dentro e fora das aulas de
português LE: experiências bem sucedidas no nordeste da A presente comunicação pretende, em primeiro lugar, traçar a
Argentina história do ensino de PLE na Universidade de Varsóvia, Polônia,
a partir da criação da Seção Luso-brasileira do Instituto de
Esta proposta leva em consideração alguns aspectos Estudos Ibéricos e Iberoamericanos, para então apresentar todas
pedagógicos relacionados à importância da abordagem cultural as modalidades de ensino de língua portuguesa naquela
no ensino do Português como língua estrangeira (LE), no universidade: PLE para estudantes do curso de
nordeste da Argentina. Além disso, apresenta uma revisão Português/Língua, Cultura e Literatura, PLE para estudantes do
histórica sobre o ensino da cultura brasileira/ lusófona nas aulas curso de Espanhol/Língua, Cultura e Literatura, e PLE para a
de português LE nos cursos regulares do depto. de IDIOMAS da comunidade acadêmica em geral. Depois, enfoca a evolução
UNNE. O trabalho também considera alguns pontos de destaque sofrida pelo curso de Português/Língua, Cultura e Literatura na
relativos à abordagem cultural, através da apresentação de última década. Por fim, tomando-se o contexto específico em que
atividades intra e extra-aula sobre o assunto com o apoio de se dá o ensino de PLE e os objetivos de aprendizagem da língua,
ferramentas virtuais, contrastando, na sua maioria, com a própria avalia-se o peso conferido ao longo dos anos às variantes
cultura materna da região. Este trabalho também tem o objetivo portuguesa e brasileira, bem como a abordagem de outras
não só relatar experiências vivenciadas durante o ensino e questões relativas à diversidade linguística – entre outras, o
mostrar como essas atividades são trabalhadas e adequadas problema de ensinar a língua para além da “norma padrão”, as
para alunos com diferentes níveis de conhecimento, mas também atitudes de professores frente a “erros” e a natureza dos métodos
apresentar algumas reflexões teóricas que nos ajudam no de avaliação.
desenvolvimento dessas atividades. Faz-se, ainda, uma análise
do papel da cultura na formação inicial e continuada de
professores de PLE na nossa região, que possui uma localização
estratégica em relação ao MERCOSUL.

35
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

letradas das sociedades complexas contemporâneas da


ANA CÉLIA CLEMENTINO MOURA lusofonia. Os cursos de formação acontecem uma vez por ano,
Universidade Federal Do Ceará (UFC) em julho e agosto, período de férias dos professores de Cabo
Formação de professores africanos: um encontro entre prática Verde.
pedagógica e cultura

O presente trabalho relata a experiência que desenvolvemos, há ANA LETÍCIA FERREIRA DE CARVALHO
quatro anos, com formação de professores de Cabo Verde, que Universidade do Estado do Amazonas (UEA)
ministram aulas de língua portuguesa no ensino secundário O ensino de Língua Portuguesa para Estrangeiros na fronteira
daquele país, que, no Brasil, corresponde ao ensino médio. Esta com a Colômbia e o Peru: intercâmbio linguístico
é uma das ações do Programa Linguagem das Letras e dos
Números (PLLN), cujo objetivo é formar professores de português Este trabalho visa proporcionar aos participantes do evento: VIII
(Projeto José Aparecido de Oliveira) e de matemática (Projeto PLE-RJ, as experiências adquiridas no Projeto de Extensão de
Amílcar Cabral). Embora o projeto tenha focado especificamente Ensino de Língua Portuguesa para Estrangeiros da Colômbia e
professores de Cabo Verde, em 2009, participaram professores do Peru, que é oferecido no Centro de Estudos Superiores de
de Moçambique, Guiné-Bissau, Angola, São Tomé e Príncipe. Tabatinga da Universidade do Estado do Amazonas, uma vez
Espera-se que o professor, ao longo do seu processo de que pela peculiaridade da nossa região, temos um contato diário
formação, reflita sobre o ensino de Língua Portuguesa e de com falantes de espanhol em nossa cidade, que necessitam fazer
línguas adicionais no universo de comunidades linguísticas da uso do Português diariamente em contexto de trabalho e nas
lusofonia; compreenda a natureza complexa do letramento nas mais diversas situações cotidianas, principalmente no comércio e
práticas sociais; perceba a possibilidade de o ensino de Língua nas repartições públicas. Portanto, com os resultados adquiridos
Portuguesa estar a serviço de biletramentos; conheça, com o projeto, pode-se afirmar que a demanda é constante e a
experimente e reflita criticamente sobre as realidades necessidade do ensino de língua portuguesa para essa
socioculturais brasileiras; sinta-se capacitado a produzir materiais população está sendo de suma importância para gerir a
didáticos para a efetiva prática de ensino de línguas adicionais; interlocução entre a comunidade estrangeira residente nessa
conheça os métodos de avaliação contemporâneos para região fronteiriça.
desenvolver instrumentos de avaliação coerentes com os
objetivos de educação linguística; sinta-se habilitado a conduzir o
ensino de língua portuguesa voltado para a formação de cidadãos
reflexivos, críticos, atos à participação plena nas práticas sociais

36
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

ANA MARIA M. GOMES LEITE DE CARVALHO nessa área, decorrente da grande demanda atual pelo ensino de
Universidade Federal Fluminense (UFF) Português do Brasil para Estrangeiros. Buscamos, através da
Representações de gênero em materiais didáticos de Português análise (realizada com procedimentos quantitativos e qualitativos)
do Brasil para Estrangeiros de questionários respondidos por 62 informantes, levantar seu
perfil com relação à formação, experiências, posturas,
Este estudo pretende analisar as representações do homem e da conhecimentos, lacunas de formação e ainda colher sugestões
mulher em textos de três livros didáticos de Português para para futuras ações de formação. O perfil de professor encontrado
Estrangeiros editados no Brasil nos anos 50,80 e 90. é, em linhas gerais, o de um jovem, graduado em Letras,
Considerando o contexto político e social dessas décadas e geralmente em português-inglês, frequentemente com pós-
recorrendo à Teoria das Representações Sociais, pesquisamos graduação, com atividade de ensino de PBE em universidades e
em textos verbais e não verbais dos materiais elaborados por cursos livres da região e com desejo de aprofundar, em cursos de
Marchant, Ramalhete, Ponce, Burim e Florisse, como o homem e curta duração, seus conhecimentos, principalmente os relativos a
a mulher brasileiros são configurados pela palavra e pela materiais didáticos e às tecnologias de informação e
imagem. Buscamos a ideologia de gênero subjacente a essas comunicação. O perfil de estudante encontrado é, em linhas
construções nas representações dos dois gêneros. O homem gerais, o de um graduando em Letras, de instituição que oferece
apresentado preferencialmente nos papéis sociais de trabalhador, disciplina voltada para o ensino de PLE, com poucas
chefe e provedor da família. A mulher, nos papéis de esposa e oportunidades de estágios e pesquisas, e que encontra nos
mãe, com progressivo desprendimento do espaço doméstico. eventos da área organizados pelas universidades da região
motivação e possibilidades de ampliação de seus conhecimentos.

ANDERSON JOSÉ ALMEIDA PETRUCELLI ANDRÉA CRISTINA DE QUEIROZ DIAS


Universidade Federal Fluminense (UFF) Qual o telefone do cachorrinho? A funcionalidade das cantadas
Perfil do professor de português para estrangeiros da região no ensino de PL2
metropolitana do Rio
Este trabalho pretende analisar a funcionalidade das cantadas
Este estudo enfoca os resultados de uma pesquisa que visou utilizadas no Brasil, mais especificamente no Rio de Janeiro,
traçar os perfis de estudantes e de professores com atividade na enquanto elementos discursivos que fazem parte da identidade
área de Português para Estrangeiros da Região Metropolitana do cultural do falante de língua portuguesa e que, portanto, além de
Rio de Janeiro. O interesse pela pesquisa foi determinado pela serem utilizadas, na comunicação, como estruturas linguísticas,
necessidade, na região, de profissionais com formação adequada também refletem a cultura do povo. É importante considerar que

37
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

os interlocutores constroem seus discursos baseando-se em na apresentação de informações sobre a cultura e a língua-alvo.
regras, contextos e situações em que estes discursos se dão. Diante do exposto, julgamos relevante empreender pesquisa
Portanto, quando os falantes não possuem o mesmo cujos objetivos foram: (1) levantamento de textos motivadores
conhecimento cultural ou social, mesmo dispondo da língua para para atividades de leitura inseridos no material didático Diálogo
veicular suas ideias, pode haver falhas na comunicação, Brasil: curso intensivo de português para estrangeiros; (2)
inviabilizando o seu sucesso. Devido ao fator cultural, as identificação e análise das representações de Brasil, na área de
cantadas tornam-se muitas vezes incompreensíveis para o negócios, presentes no recorte proposto pelo referido material.
estrangeiro. Enquanto o nativo, intuitivamente, consegue Para a análise do corpus, recorremos a pressupostos da teoria
depreender a intenção do falante e interagir com ele, o das Representações Sociais (DOISE, JODELET, MOSCOVICI,
estrangeiro pode não entender nem a estrutura, nem a intenção. 2001). Nesta comunicação apresentamos os resultados obtidos
Por isso a importância de reconhecermos a funcionalidade das na investigação, que estão em consonância com o momento
cantadas, para viabilizar que os professores de PL2 disponham político-econômico vivenciado por nosso país nas últimas
dessas informações para poder incluir no material didático uma décadas.
estrutura que faz parte da nossa língua e costumes.
ANTONIO R.M. SIMOES
University of Kansas
ANDREA L. BELFORT DUARTE O papel do output no aprendizado de línguas naturais
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Universidade Federal Fluminense (UFF) Neste estudo buscamos isolar os processos cognitivos de
Diálogo Brasil: sob a ótica das representações do mundo dos aprendizagem de uma língua estrangeira, i.e. a internalização de
negócios
 componentes linguísticos específicos assim como os mecanismos
metalinguísticos ou metacognitivos de aprendizagem, os quais
O material didático é uma ferramenta de suma importância no servem de previsores de processos de aprendizagem que podem
ensino/aprendizagem de uma segunda língua (L2) ou de língua ser usados no modelamento de comportamento durante a
estrangeira (LE). Dentre as inúmeras funções que exerce nesse aprendizagem. Analisaram-se as habilidades linguísticas de dez
processo, podemos destacar sua colaboração na construção do falantes nativos de espanhol aprendizes do português do Brasil,
conhecimento linguístico-cultural e, ainda, na configuração, pelo em imersão no Brasil. Primeiramente, observamos que regras
aprendiz, de representações da cultura-alvo. Por extensão, fonológicas de enlace entre palavras, as quais são diferentes em
podemos entender também que os textos selecionados para a português e espanhol, podem ser indicadores de níveis de
composição desse material didático assumem um papel central habilidades linguísticas. Padrões de enlace indicam não somente

38
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

que se aprende o *sistema*, mas também a transição de um nível barreiras culturais se sobrepõem, muitas vezes, às de língua, fato
de proficiência a outro, e.g. avançado-1 a avançado-2, ou a observado tanto com falantes de línguas de proximidade como de
superior, no caso de aprendizes de português que falam distanciamento. Este estudo trata de questões culturais
espanhol. Em segundo lugar, após concluir as análises dos dez registradas em aulas, oferecidas pelo Núcleo de Pesquisa
sujeitos, realizamos um estudo de um dos casos encontrados Português Língua Estrangeira – NUPPLE-IP-PUC/SP, no curso
entre os dez aprendizes, um casal de chilenos. O interesse desse Português Brasileiro: Língua e Cultura, em janeiro de 2012. Tem
casal é que eles tiveram oportunidades semelhantes para por objetivos 1- apresentar apontamentos sobre dificuldades
aprender português, são adultos com aproximadamente as observadas nos grupos, composto por um total de nove
mesmas idades e um deles conseguiu avançar bem mais do que nacionalidades; 2- discutir estratégias utilizadas nas aulas com o
o outro, no domínio da língua portuguesa. O entendimento dessa objetivo de criar uma aproximação e, por consegu inte, uma
diferença pode contribuir significantemente para o nosso interação entre professor ↔ alunos e alunos ↔ aluno, a fim de
entendimento de como se realiza o aprendizado de línguas atingir o objetivo do ensino. Assim, faz-se necessário partir de
estrangeiras. No caso desse casal, concluímos que a diferença concepções sobre aquisição de língua estrangeira, metodologias
em ganho está relacionada à atitude de cada um e à de ensino e sobre cultura e interculturalismo. A abordagem mais
conscientização metalinguística de um deles, i.e. interesse no prestigiada é a comunicativa com enfoque interculturalista ao
ensino, autocorreções e conserto de orações estrangeiras ao buscar propiciar ao aluno conhecimentos sobre os mecanismos
português de usos linguísticos social e individual, tanto na escrita quanto no
oral, que envolvem diferentes práticas sociais e discursivas do
brasileiro. Os resultados indicam ser necessário que o professor
APARECIDA REGINA BORGES SELLAN saiba perceber que as dificuldades ocorrem como reflexo do
NUPLLE-IP-PUC-SP bloqueio cultural e elabore diferentes estratégias a fim de diminuir
Língua, cultura, crenças no ensino de português para distanciamentos e provocar aproximações para favorecer o
estrangeiros: aproximações e distanciamentos aprendizado do aluno.

O atual momento político e econômico brasileiro tem contribuído


para fortalecer o espaço ocupado pelo ensino do português
brasileiro para estrangeiros de diferentes procedências. Essa
situação propicia discussões sérias a respeito desta modalidade
de ensino em razão de sua especificidade. Entre muitos
problemas enfrentados neste tipo de ensino, questões sobre

39
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

ARILTON DUTRA DA SILVA AURORA DE JESUS RODRIGUES


Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio) Universidade Braz Cubas
“Não coloque o nariz onde não é chamado!” A agressividade em Expressões correntes no Português causadoras de dificuldades
expressões idiomáticas – uma aplicabilidade em PL2E para o aluno estrangeiro

Este trabalho tem por objetivo descrever e analisar algumas Esta comunicação está situada na área do uso de formas
expressões utilizadas para transmitir algum tipo de grosseria ou gramaticais que contêm implícitos culturais e ideológicos. Tem-se
agressividade e que são constituídas por palavras que designam por tema o uso da negação, da solicitação e da ordem que
partes do corpo humano. As expressões analisadas tiveram sua apresentam vários problemas de aprendizagem para os alunos
aplicabilidade comprovada não por frases desconexas, mas por estrangeiros. O problema consiste nas lacunas existentes nas
situações de uso bastante correntes, como aparecem gramáticas tradicionais do Português que apresentam os itens
representadas nos diálogos dos programas Tapas e Beijos, gramaticais por regras construídas a partir do uso escrito literário.
Separação!?, Os Normais e Os Aspones. Assim, pode ser para construir o idioma nacional. Dessa forma, as regras
observada, por exemplo, a adequação de expressões como gramaticais impostas pelo uso padrão normativo só conseguem
“Bunda mole” e “Enfiar a mão na tua cara” às situações em que dar conta do uso efetivo da língua no discurso literário. Tem-se
são empregadas. A principal contribuição deste trabalho é por pressuposto que, entre a designação lexical e as suas
proporcionar aos profissionais de ensino de PL2-E maior reflexão combinações gramaticais, que constroem a linearidade do texto-
quanto ao ensino/aprendizagem dessas estruturas tão comuns produto verbal, há um espaço preenchido por um conjunto de
entre os brasileiros em situações geralmente informais. valores culturais e ideológicos. Silveira (2009) diferencia cultura e
Para um aluno de língua portuguesa como segunda língua (L2) ideologia. Segundo a autora, a cultura expressa um conjunto de
ou língua estrangeira (LE) torna-se relevante saber que algumas valores construídos a par tir do vivido e do experienciado
expressões têm sua composição mais cristalizada, não permitindo socialmente pelas pessoas, inter-relacionando-se com a cognição
muitas alterações: que, por exemplo, em oposição a dedo duro e o discurso. Por sua vez, os valores ideológicos são impostos
chamar uma pessoa de dedo mole não fará qualquer sentido. pelo poder para discriminar os grupos que interferem no interesse
Mas que outras já são mais livres e permitem variadas social.A pesquisa realizada selecionou o traço cultural da cortesia
construções. O interesse por pesquisar esse tema partiu da do brasileiro, examinando-o como guia para o emprego de formas
observação de como é intenso o uso de expressões das mais gramaticais e lexicais do uso da negação, da solicitação e da
inusitadas possíveis em nosso cotidiano. São estruturas que em ordem, durante interações comunicativas a partir de contextos
muito agilizam a nossa comunicação e, apesar da economia de discursivos selecionados na internet. Foi constatado que a
palavras, imprimem uma incrível riqueza de significados. solicitação e a ordem se confundem pela utilização do pretérito

40
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

mais que perfeito do indicativo e que o não é sempre evitado e BRUNO DE ANDRADE RODRIGUES
substituído por expressões mais amenas. Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio)
SER ou ESTAR: eis a questão! Uma proposta de descrição de
BRUNA DE OLIVEIRA CHACON CARVALHO usos em português língua materna voltada para o ensino de
DANIELLA SOARES DE SOUZA PL2E
TATIANY DA SILVA CARVALHO
Universidade de Brasília (UnB) Os usos dos verbos “ser” e “estar”, quando articulados a SN,
Políticas de (trans) formação de professores de português para SAdj. e SP, constitui dificuldade para os estudantes estrangeiros,
estrangeiros: novos olhares falantes, mormente, de francês e inglês, línguas que não
codificam a diferença semântica entre aqueles verbos. Ademais,
O ensino de português para estrangeiros está crescendo muito trata-se de uma matéria cujo tratamento nos livros didáticos
nos últimos anos, porém, é necessária uma mudança nas destinados ao ensino PL2E é insatisfatório. Quando considerados
políticas nacionais para que haja uma excelente (trans)formação em sua complexidade, os usos desses verbos devem ser
de professores. O cenário universitário atual, não permite uma explicados tendo em conta, por um lado, traços semânticos
formação ampla e abrangente, focando na habilidade do referentes aos constituintes que os acompanham; e, por outro
professor em lidar com diferentes culturas em um contexto sócio- lado, a importância que tem o compartilhamento pelos
cultural totalmente diferente do que estão acostumadas, e muito interlocutores dos seus contextos sociocognitivos. Portanto,
menos permitindo uma formação específica para o Ensino de quando contemplados os usos de “ser” e “estar”, concorrem, para
Português como Língua Estrangeira/Segunda Língua.O referido efeito de descrição e explicação de sua seleção, aspectos
trabalho se respaldará nos seguintes estudos empíricos semânticos e contextuais. Nosso estudo se desenvolve na
desenvolvidos no bojo da Linguística Aplicada, embasados pelas perspectiva funcionalista desenvolvida por Halliday, donde se
políticas de ensino formuladas pelo Ministério da Educação, para conclui a importância de considerar em conjunto aqueles
ressaltar a importância da formação transdisciplinar do aspectos.
profissional de Letras, principalmente se este for lidar muito mais
com aspectos culturais do que estruturais dentro da língua, como
é o caso do ensino de Português como Língua Estrangeira e
como Segunda Língua dentro e fora do Brasil.

41
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

CAROLINE CAPUTO PIRES CÉLIA REGINA RODRIGUES GUSMÃO


Universidade Federal de Viçosa (UFV) Exército Brasileiro
Perspectivas interculturais no ensino de Português para Reflexos da família e da casa no ambiente de trabalho brasileiro
estrangeiro: uma reflexão da prática do professor de PLE
No Brasil, a família e a casa se misturam ao ambiente da rua e do
Este trabalho descreve a experiência das aulas de português trabalho e isso se reflete na relação entre chefes e subordinados
para estrangeiro em uma instituição federal de ensino superior, que, muitas vezes, criam laços de amizade. Essa proximidade
enfocando o ensino da língua na sala de aula como um lugar de pode ser prejudicial quando, por exemplo, uma promoção é
comunicação intercultural entre várias nacionalidades, com baseada na amizade e não na competência, ou quando o chefe
diferentes visões de mundo. A questão da cultura é timidamente precisa demitir um funcionário, mas não consegue fazê-lo devido
trabalhada em livros didáticos (CUNHA & SANTOS, 2002; aos vínculos criados.À luz dos conceitos de Individualismo versus
ALMEIDA FILHO, 2002; MOTA & SCHEYERL, 2004), por isso a Coletivismo, de Geert Hofstede, e do conceito de casa e jeitinho
necessidade de inserir motivações linguísticas através da brasileiro, de Roberto DaMatta, essa característica da sociedade
identificação com aspectos culturais da língua alvo. Para tanto se brasileira será analisada por meio de um episódio da série de TV
optou por uma didática construtivista utilizando de uma Batendo Ponto, a fim de servir de apoio a quem trabalha no
metodologia em que se preconizam os estudos culturais para ensino de português para estrangeiros em ambiente empresarial.
uma aquisição mais eficaz da língua portuguesa. Aprender uma
língua estrangeira é aprender a forma de ser, de pensar, de sentir
e de agir, isto é, a cultura implícita na língua alvo. Mas aprender CHRISTIANE MOISÉS
uma língua estrangeira também é aprender a comunicar-se com Universidade de Brasília (UnB)
ela e saber usá-la em situação real. Neste sentido, o artigo A prática e formação docente do professor de PLE – afinal, quem
mostra como o aspecto da manifestação cultural, o qual consiste sou eu?
nas atividades produzidas pela sociedade, como literatura,
música e artes, enfatiza a identidade linguística dos brasileiros, O presente estudo visa explicitar as dúvidas e recorrências
facilitando assim o desenvolvimento da competência lexical do advindas da prática pedagógica no ensino de português como
aluno. O estudante de PLE pode, assim, aprimorar o língua estrangeira (doravante PLE) por professores em formação
ensino/aprendizagem através de concepções simbólicas culturais, inicial e continuada do /UnB – Programa de Ensino e Pesquisa
incluindo conteúdos e atividades que revelam aspectos do ensino para Falantes de Outras Línguas da Universidade de Brasília.
da língua relacionada à abordagem comunicativa. Esses professores advindos de outras áreas de línguas
estrangeiras (inglês, francês, alemão, espanhol) e de língua

42
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

materna muitas vezes se deparam com a dificuldade de construir No que se refere ao Brasil, revelaram-se como traços positivos
sua identidade e especificidades como professores de PLE. recorrentes as menções à beleza natural e à culinária de muitas
Saber como tratar os vários aspectos que compõem o ensino de vertentes e como traços negativos o clima tropical, a
PLE, tais como: os aspectos culturais que influenciam na relação desigualdade social e a violência.
professor-aluno, os estilos de aprendizagem que envolvem o uso
da língua, o conhecimento metalinguístico e quais
abordagens/métodos usar são alguns pontos levantados por CRISTINA MARQUES UFLACKER
esses professores e que contribuem para delineamentos mais NEIVA MARIA JUNG
pontuais referentes às características do profissional de PLE. Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Celpe-Bras: um exame para além do domínio de normas e
códigos
CIRLENE DE SOUSA SANSON
Universidade Federal Fluminense (UFF) Este trabalho busca refletir sobre a concepção de letramento
Secretaria Estadual de Educação – Rio de Janeiro (SEE-RJ) privilegiada na proposta teórico-metodológica do exame Celpe-
Representações do Brasil em materiais didáticos de PLE Bras, especialmente no que se refere à parte escrita e as
utilizados na França implicações disso para a avaliação do candidato. Para isso, será
reconhecida a concepção de linguagem expressa no Manual do
Este estudo aborda as representações da identidade brasileira Candidato, segundo a qual a linguagem é concebida como “uma
em textos de seis materiais didáticos editados na França e ação conjunta de participantes com um propósito social” (Manual
utilizados, nas duas últimas décadas, no ensino da língua e da do Aplicador do Exame Celpe-Bras, 2012, p.5), relacionando-a
cultura do Brasil naquele país. Recorrendo à Teoria das aos modelos de letramento propostos por Street (1984; 2003), e
Representações Sociais, apoiando-nos em estudos que abordam serão analisadas as questões escritas propostas para o exame
a identidade brasileira por ângulos diversos e considerando o de 2007/1 e 2011/1. A partir dessa análise, observamos que tal
panorama de ensino de Português para estrangeiros naquele proposta parece valorizar um candidato familiarizado com as
contexto, pesquisamos, nos textos verbais e não-verbais que se diferentes práticas de escrita demandadas na sociedade, o que
inscrevem nas obras examinadas, como o Brasil e os brasileiros poderíamos pressupor que seria um candidato letrado, e não
nelas são configurados e que estereótipos são recorrentes alguém que domina o código, mas não consegue usá-lo
nessas representações. Verificou-se que entre os traços positivos adequadamente nas diferentes esferas sociais. Esse resultado
atribuídos ao brasileiro destacam-se a afetividade e o calor nos permite discutir sobre o que é valorizado em uma avaliação
humano, e entre os negativos, o iletramento e a impontualidade. dessa natureza e quais são as possíveis implicações dessa

43
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

avaliação para o ensino de português como língua adicional. Ao enquanto lócus de categorização fonológica é um importante
explicitarem a interlocução e o propósito do que deve ser aspecto a ser considerado no ensino de português como língua
produzido, as questões buscam sustentar uma concepção de estrangeira.
proficiência fundamentada no uso adequado da língua para agir
no mundo. (trabalho com dois autores) DANIELE BARBOZA MOURA
(UERJ/INES)
Entre dois mundos – o sarau e sua contribuição para o ensino de
DANIELA MARA LIMA OLIVEIRA GUIMARÃES língua portuguesa como L2 em contexto bilíngue
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Aquisição da fonologia do português como língua estrangeira e O presente trabalho tem por objetivo apresentar algumas
como primeira língua: interseções experiências que foram desenvolvidas em um grupo bilíngue.
Este grupo é formado por alunos surdos e ouvintes do Curso de
Este trabalho visa avaliar aspectos da produção fonológica do Pedagogia Bilingue (INES), que possuem em sua grade curricular
português como língua estrangeira em comparação à aquisição a disciplina de Língua Portuguesa ao longo de todo o curso.
fonológica do português como primeira língua (Guimarães, 2008). Entretanto ao iniciar como professora desta disciplina me deparei
O foco será dado à produção de oclusivas, sibilantes e africadas com a seguinte questão: como atender aos nativos e
alveopalatais, por crianças adquirindo o português e por falantes "estrangeiros" dentro de um mesmo contexto educacional sem
de inglês, aprendizes de português como língua estrangeira. Os que ambos perdessem o interesse? Nativos representados aqui
dados são provenientes de coleta longitudinal. A base teórica pelos ouvintes, estrangeiros representados pelos surdos, que por
desta pesquisa encontra-se na Fonologia de Uso (Bybee, 2001, ironia são denominados estrangeiros dentro de seu próprio
2010) e na Teoria de Exemplares (Johnson, 1997; Pierrehumbert, território, espaço este que viveu muitos momentos de lutas e
2011; Foulkes e Dockerty 2006). A partir dessas teorias, conquistas. Bakhtin (1992) afirma sobre a importância da
argumenta-se que a aquisição fonológica de primeira e segunda interação verbal, na construção da linguagem. Realmente essa
língua envolve parâmetros fonéticos gradientes. Afirma-se, ainda, interação é de suma importância, uma vez que este contexto
que a aquisição é não linear e que os momentos de instabilidade contempla não apenas uma língua a ser ensinada, mais também,
refletem a elaboração de hipóteses por parte do aprendiz. dois grupos linguisticamente distintos, sendo um deles
Entretanto, a elaboração de hipóteses sobre o funcionamento da representantes daquele espaço e outro a representação social da
o conhecimento de padrões da língua materna. Em ambos os língua a ser aprendida, da língua que segrega, que ainda é um
casos, o léxico apresenta-se como o motor da apropriação do símbolo de poder (Lodi,1999) e que causa tanto desconforto aos
conhecimento fonológico. Argumenta-se, assim, que a palavra, educandos surdos.

44
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

DANÚSIA TORRES DOS SANTOS


DANIELLE COELHO LINS ANA CATARINA MORAES RAMOS NOBRE DE MELLO
Pontifícia Universidade Católica (PUC – Rio) Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Português como segunda língua para surdos (PL2S): o emprego A noção de interculturalidade e a formação de professores de
do pronome relativo “que” em textos acadêmicos PLE

O presente trabalho aborda o emprego do pronome relativo “que” A sociedade contemporânea, caracterizada pelo grande avanço
por alunos do nível superior do Instituto Nacional de Educação de das tecnologias e pelas constantes mudanças nas diversas áreas
Surdos (INES). Como objetivo geral, propõe-se a aplicação de do conhecimento, anseia por novos meios e possibilidades de
uma oficina voltada ao uso do mesmo em textos acadêmicos de aprendizagem que auxiliem no desenvolvimento intelectual,
alunos surdos e ouvintes do Instituto. Para tal, utiliza-se uma afetivo e social de seus cidadãos. Uma vez que esse paradigma
abordagem bilíngue na qual o português escrito desempenha torna o processo de ensino-aprendizagem extremamente mais
papel de segunda língua e a Língua Brasileira de Sinais (Libras), complexo, faz-se necessário que o professor, em particular o de
o de primeira. Com base em produções de alunos do programa português como língua estrangeira (PLE), tenha predisposição
de pós-graduação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de para adquirir novos saberes. As propostas dos cursos de
Janeiro (PUC – Rio), três funções sintáticas deste pronome são formação de professores, portanto, devem ser focadas em
selecionadas para análise, a saber, sujeito, objeto direto e adjunto despertar nos agentes participantes uma postura investigativa,
adverbial. Como resultado geral, observa-se um aumento geral reflexiva e de avaliação da sua própria forma de agir,
na produção do pronome nas três funções sugeridas. No entanto, incentivando a abertura para a busca permanente de caminhos
há redução nas funções de objeto direto e adjunto adverbial no mais adequados para a realização do processo de ensino-
exercício de união de frases e na de adjunto adverbial no aprendizagem. Seguindo essa linha, o presente trabalho pretende
exercício com frases a serem completadas. Estes resultados são trazer para debate a noção de interculturalidade, considerando
devidamente justificados, fato que comprova a eficácia da oficina sua atualidade, seus desdobramentos e complementos, além de
para surdos e ouvintes. Vale destacar a importância deste sua possível inserção no planejamento de cursos, na produção
trabalho por se tratar de uma abordagem sobre o ensino de PL2 a de materiais didáticos e na avaliação da aprendizagem. Desse
alunos surdos em nível universitário. modo, acredita-se que o professor de (P)LE deve ser “um
profissional em formação contínua, que precisa estar sempre se
atualizando, não só para acompanhar o mundo em constante
mudança, mas também para ser capaz de provocar mudanças”
(Leffa, 2001:9).

45
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

DAVIDSON MARTINS VIANA ALVES interrelacionam, dada a multifuncionalidade de seus itens


Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ / bolsista fonológicos.
FAPERJ)
Práticas sociais no ensino de sotaques em PLE: um continuum DÉBORA CRISTINA RICARDO
entre Inclusão e Exclusão Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Ensino de português para estrangeiros no mundo empresarial:
O presente trabalho parte do pressuposto que aprender uma gêneros textuais sob a perspectiva do interacionismo
língua implica também desvendar a cultura em que ela se insere, sociodiscursivo
já que aquela é um organismo vivo, dinâmico e variacional. A
linguagem se caracteriza como um dos principais componentes Com o aumento das exportações brasileiras, das parcerias
da cultura, delineando formas de atitudes e comportamentos dos comerciais e o reconhecimento do país como uma potência,
quais nos servimos para preencher os espaços sociais e principalmente dentro do MERCOSUL, cresce a presença de
interacionais desenvolvidos durante o uso da língua. Os conceitos investidores e estrangeiros, impulsionando o aprendizado da
de inclusão/exclusão linguística estão aí inseridos, pois desde o variante brasileira do Português. Nossa pesquisa insere-se no
processo de ensino-aprendizagem de uma língua até a formação quadro da atual projeção que o Brasil vem conquistando no
específica do professor, o tema é discutido. Em meio à inevitável cenário internacional, considerando um contexto de ensino de
internacionalização da Língua Portuguesa e ao avanço da Português como Língua Estrangeira (PLE) com propósito
globalização, faz-se necessária, portanto, a difusão dos diversos comunicativo e tendo em vista que dominar gêneros textuais
falares regionais e dialetais a um aprendiz de português como variados significa caminhar em direção à proficiência. As teorias
língua estrangeira e a consequente disseminação do conceito de expostas em nosso trabalho convergem para os aspectos que
multifuncionalidade. Assim sendo, cita-se Bybee (2001a), que especificam o ensino de Português para estrangeiros no mundo
mostra que a produtividade de um padrão fonético estritamente empresarial, entendendo que seja de suma importância o
relacionado com sua frequência de tipo (typefrequency) e de enfoque na necessidade de aprendizagem do público-alvo e nos
ocorrência (token frequency) encontra-se fortemente vinculada à diferentes gêneros textuais envolvidos em sua interação a partir
competência pragmática do falante e aos seus propósitos de abordagens interacionistas da linguagem, por meio da
comunicativos. Desse modo, não se deve nem incluir, nem excluir perspectiva sociodiscursiva.
o ensino de uma determinada variedade linguística por questões
meramente subjetivas ou pela manutenção de um falso 'status'
social, mas sim, deve-se prezar pela coexistência de ambas as
variedades sonoras, que, por sua vez, se complementam e se

46
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

DEISE DULCE BARRETO DE LEMOS DENISE CORONHA LIMA


Scholar Language Center Rio Total Consultoria
Oralidade em foco: É possível conter interferências linguísticas no PLE na Indústria Criativa
aprendizado de Português para Estrangeiros?
A economia do século 21 ou economia criativa constitui uma nova
O estrangeiro que se propõe a estudar a Língua Portuguesa (LP) rota de trabalho capitaneada por profissionais de diferentes áreas
se vê diante de uma série de desafios: os primeiros sons são com a habilidade de inovar, agregar valor a produtos e serviços e,
articulados, as comparações entre LP e Língua Materna são consequentemente, gerar novas fontes de renda. Trazer
inevitáveis, o grau de dificuldade pode parecer maior ou menor de professores para a arena da economia criativa é reconhecer sua
acordo com o idioma que o estudante já domina. Nestes contatos familiaridade com a matéria-prima da indústria criativa, formada,
iniciais com a língua-alvo, há tentativas de se comunicar através basicamente, pela sinergia entre conhecimento e criatividade. No
de Português, porém contendo, naturalmente, dificuldades na momento em que o Brasil ganha um destaque internacional sem
articulação de determinados fonemas, sobretudo quando estes precedentes, temos a oportunidade de discutir como os
são inexistentes na língua-mãe. Aprender línguas tão próximas, educadores ligados ao ensino do Português como Língua
como Português e Espanhol, configura-se como vantagem ou Estrangeira poderiam participar deste novo nicho da economia.
desafio? É mais fácil ensinar a um hispanofalante? Qual é o Portanto, esta comunicação visa iniciar um debate sobre: • a
momento certo para corrigir a fala do aluno? O presente trabalho conceituação de economia criativa e como ela se harmoniza com
aborda as principais dificuldades na oralidade do estudante nossa área de atuação;• como podemos trazer inovação e frescor
estrangeiro de acordo com a sua língua de origem. Pretende-se para o ensino e aprendizagem de PLE; • com que novo olhar e
apresentar pontos críticos, assim como formas de lidar com o ações podemos promover o patrimônio cultural e valorizar as
problema procurando contorná-lo. As falhas na comunicação realidades típicas locais, diante de demandas cada vez mais
tendem a causar incompreensão, desconfortos e conflitos, complexas;• qual é o papel do professor como empreendedor.
podendo ser evitadas ao passo que o aluno percebe a
necessidade de pronunciar da forma mais semelhante à nativa
possível, assim como o professor deve se atentar à necessidade
de apresentar-lhe a articulação, comparação e pensamento
crítico, possibilitando a observação dos processos fonológicos
decorrentes de contextos linguísticos, questões pontuais a serem
discutidas neste trabalho.

47
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

discurso da solidariedade, a cooperação brasileira ainda está


longe de ser uma construção entre as duas ou mais partes
envolvidas, privilegiando por fim, um sentido de “transferência” de
DIEGO BARBOSA DA SILVA expertise. Tal conclusão nos traz, assim, muitos desafios a serem
PUC-Rio/UFF/Arquivo Nacional vencidos tanto pelo governo brasileiro quanto pelos professores
As contradições do ensino de língua portuguesa na cooperação de PLE que atuam nesses países.
técnica Brasil-CPLP

Durante o governo Lula (2003-2010) pudemos observar


mudanças significativas na política externa brasileira em torno do
aprimoramento do diálogo Sul-Sul e da diversificação de DIVA FARRET RANGEL MARTINELLI
parceiros. Nesse contexto a cooperação técnica entre o Brasil e Universidade Regional de Blumenau
países em desenvolvimento ampliou-se consideravelmente, Português para estrangeiros: Como você aprende?
sobretudo com a América Latina, a África e o Timor-Leste. Em
dissertação de mestrado recentemente defendida, sobre as O presente estudo investiga como indivíduos estrangeiros
relações de poder em torno das políticas linguísticas da aprendem português. Sabemos do crescente interesse que nosso
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) para a idioma tem despertado e buscamos analisar o perfil de alguns
expansão do português, identificamos a produção de um efeito de estrangeiros presentes no Brasil entre julho de 2011 e julho de
homogeneidade que visa silenciar a heterogeneidade no discurso 2012. Através de questionários, coletamos dados para descobrir
da organização. O objetivo deste trabalho é analisar os projetos quanto tempo dedicaram ao estudo formal da língua, se
de cooperação técnica oferecida pelo Brasil aos países da CPLP aprenderam mais com estudo formal ou informal, que tipos de
nas áreas de educação (ensino de língua portuguesa; educação estratégias usaram e como qualificam suas competências
de jovens e adultos, entre outros) para verificar se esse efeito de comunicativas em nossa língua.
homogeneidade também se apresenta nessas políticas,
favorecendo, assim, o português brasileiro e uma visão brasileira
de educação e consequentemente de cultura. Após a análise de
diversas fontes – entre textos oficiais brasileiros e dos demais
países, relatórios e trabalhos acadêmicos dos técnicos que
trabalharam nos projetos de cooperação, além de notícias
veiculadas na imprensa – podemos concluir que apesar do

48
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

EDUARDO DE SOUSA NUNES


DORLY PISKE ISABELLA S. TOGUCHI
Universidade de Wyoming ISABELA CRISTINA B. CARDOSO
Aprender fazendo - um projeto de imersão em língua portuguesa Universidade de Brasília (UnB)
Políticas de ensino-aprendizagem de português para
Nesta comunicação se apresentará uma experiência de ensino de estrangeiros: um olhar candango
língua portuguesa a jovens americanos num programa residencial
de verão no Concordia Language Villages em Minnesotta, nos E aos cinquenta e dois anos de existência, Brasília deixou de ser
Estados Unidos. Fundado em 1961 com um programa de língua apenas uma cidade de migração interna e ganhou olhares
alemã, hoje se ensinam quinze línguas modernas, entre elas o internacionais. Fruto do processo de construção das pessoas que
Português. A Vila Mar e Floresta foifundada em 2008.A filosofia vieram para a região central do Brasil, os Candangos ajudaram a
do CLV é a aprendizagem centrada no estudante, através de concretizar o sonho de Juscelino Kubitscheck na idealização da
atividades que criam a necessidade de comunicação, respeitando cidade. A capital brasileira acolheu diversas culturas e sotaques;
a autenticidade linguística e cultural. O aluno aprende a se o “falar” brasiliense foi construído tanto pela miscigenação entre o
comunicar dentro do âmbito das tarefas em que está envolvido. “falar” de diversas regiões brasileiras, quanto pelas influências de
Em julho de 2011 tive não só a oportunidade de conviver com os comunidades estrangeiras, e até hoje é uma cidade com um
alunos, professores e monitores na Vila Mar e Floresta por duas grande crescimento populacional. Entre os fatores que explicam
semanas, mas também de desenvolver um projeto. A escolha foi esse fenômeno estão: a alta qualidade de vida e possibilidades
ensinar a fazer biojoias, tendo à disposição uma vasta coleção de de trabalho oferecidas, além de fatores socioculturais. Esses
sementes tropicais do Brasil. O projeto despertou enorme quesitos reforçam a necessidade do brasiliense de aprender o
interesse e o nível de engajamento por parte dos alunos foi muito Português Segunda língua por diversos motivos, entre eles
grande. Todo o projeto se conduziu na língua-alvo, havendo sido diplomáticos, de ensino e de comunicação espontânea com
os alunos preparados com as ferramentas comunicativas outras pessoas. A aprendizagem do Português e de qualquer
necessárias para o desenvolvimento da atividade.Embora esta outra língua estrangeira deveria ter como finalidade a formação
experiência tenha ocorrido fora da sala de aula regular, há de cidadãos críticos e o desenvolvimento de uma consciência
aprendizados importantes que se aplicam ao o ensino de línguas intercultural, mas a realidade de Brasília é a falta de uma política
estrangeiras nas escolas. Se discutirá o valor que a participação de inserção do ensino de Português Língua Estrangeira. Diante
ativa de todos os estudantes tem no aprendizado, quando desse problema, que medidas são necessárias para que o Distrito
aprendem a falar fazendo. Federal seja incluído nas novas fronteiras de ensino do Português
Segunda Língua e se torne um modelo para o país, e até mesmo

49
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

para o mundo? Uma resposta é necessária, pois mesmo sendo a falantes para se referir a não-parentes, de modo que serve tanto
única cidade de representação diplomática dos países dos cinco ao ensino de língua quanto cultura brasileira para alunos
continentes, Brasília ainda engatinha em uma política do estrangeiros.
Português Segunda Língua.
EULÁLIA VERA LÚCIA FRAGA LEURQUIN
Universidade Federal do Ceará (UFC)
O agir do professor de PLE em sala de aula
ELISA FIGUEIRA DE SOUZA CORRÊA
Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio) Este trabalho decorre de uma formação de professores realizada
Formas de tratamento de parentesco: comparando usos no por membros do Grupo de Estudos e Pesquisas em Linguística
chinês, japonês e português brasileiro Aplicada, da UFC, por mim coordenado. O Curso Português
Língua Estrangeira: língua e cultura brasileiras tem uma carga
Este trabalho é uma progressão da pesquisa elaborada para horária de 50h, com duração de três meses e meio. Após o teste
minha dissertação de mestrado – defendida em 2011 – na qual de nível, dividimos a turma em três níveis. O projeto envolve três
investiguei formas de tratamento de parentesco em uma bolsistas da graduação e três professoras. Coordeno-o e também
comparação entre o japonês e o português do Brasil com assumo uma sala de aula. Os alunos são estrangeiros que
aplicabilidade no ensino de Português como Segunda Língua chegaram à UFC de países diversos para cursar, através da
para Estrangeiros (PL2E). Nesta nova etapa, adicionamos uma mobilidade acadêmica, cursos diversos, em nível de graduação e
terceira língua à comparação, a saber, a língua chinesa, na qual de pós-graduação. As aulas estão sendo gravadas e também
também se utilizam formas de tratamento de parentesco com realizamos uma sessão de autoconfrontação com os professores.
referência a pessoas que não são efetivamente membros da Nosso objetivo maior nesta comunicação é apresentar os
família. Nesse momento inicial desta nova pesquisa, observei os primeiros dados analisados que compreendem da entrevista feita
usos de “tio/a” (com referência a uma pessoa que não é com os professores sobre o agir em sala de aula de PLE e de
realmente irmã ou cunhada dos seus pais) tanto na língua parte da autoconfrontação. Das três professoras, duas já
japonesa, na língua chinesa quanto na língua portuguesa. A trabalham com língua estrangeira e uma está iniciando suas
análise é feita com base em conceitos da antropologia, do pesquisas nessa área. Pretendemos apresentar os conflitos
interculturalismo e da pragmática e confirma que há diferenças vivenciados por elas e fazer uma análise comparativa das
entre o uso japonês, o chinês e o brasileiro dos vocábulos de experiências vivenciadas. Para isso, são importantes os conceitos
parentesco. Os resultados desta pesquisa mostram quando, de representação (BRONCKART, 2008) agir do professor; e de
como e por que cada uma dessas formas é escolhida pelos repertório da ação do professor (CICUREL, 2010).

50
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

FERNANDA CRISTINA VIEIRA LA RUINA FERNANDA FONTOURA


Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio) Pontifícia Universidade Católica (PUC)
Quem disse que recusar é fácil? Brasil pra inglês ver

Ao longo de sete anos de ensino de português para estrangeiros Este trabalho tem por objetivo debater sobre a importância de se
no Brasil, pude presenciar dezenas de mal-entendidos por conta levar em consideração aspectos culturais no ensino de língua
de uma recusa elaborada de maneira inadequada. Tal situação portuguesa para estrangeiros com base em uma fundamentação
me instigou a investigar o tema e logo percebi que nossas teórica que conta com contribuições da Pragmática, da
“desculpas” utilizadas para recusar convites podem ocorrer em Sociolinguística Interacional e do Interculturalismo. Levando estes
estruturas padronizadas. A partir dessa constatação, iniciei aspectos em consideração, é imprescindível que o professor de
investigações mais aprofundadas e observei que os materiais PLE esteja preparado para atuar não apenas com os domínios
didáticos disponíveis no mercado dispunham pouquíssima linguísticos, mas também discursivos, exigindo-se do profissional
atenção ao ato de recusar um convite. Mesmo materiais para conhecimentos culturais, ideológicos, históricos, políticos, entre
falantes nativos, não davam destaque ao tema. Inicialmente, as outros. Tais requerem do professor um olhar atento sobre sua
hipóteses motivadoras deste estudo sobre o Ato de Recusar (AR) própria cultura e para a cultura do outro, a fim de trabalha-la com
em português foram: (a) existência de um padrão de recusas a eficácia. É necessário ter uma postura séria e livre de
convites mais valorizado na cultura brasileira; (b) termos preconceitos para não se deixar levar por estereótipos ou atitude
recorrentes no AR; (c) e presença de indiretividade nas jocosa. Tal atitude poderia levar a um efeito contrario do que se
estratégias de polidez utilizadas na recusa a convites. Tais deseja. Lewis diz que quanto menos se é familiar com
hipóteses me estimularam a iniciar uma análise do AR e propor determinada cultura maior será a tendência a exageros,
novos estudos, a fim colaborar para a prática da sala de aula de estereótipos. A aquisição de hábitos linguísticos não basta para
PL2E.Intento, aqui, destacar algumas estruturas cristalizadas que um estrangeiro aprenda uma nova língua: é necessário que
relativas ao AR, destacar e nomear as estruturas mais utilizadas, ele compreenda as formas de pensar, agir e sentir da nova
destacar elementos fixos e móveis, ressaltar a ordem sintática cultura. Isso, entretanto, não significa fazê-lo assimilar a cultura
preferida pelos falantes analisados e iniciar um manual de apoio em questão, modificando a sua, mas permitir que esse indivíduo
ao professor no ensino a estrangeiros. tome consciência das diferenças e similaridades existentes entre
essas duas culturas, para que assim consiga vivenciá-las da
melhor maneira possível.

51
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

FLEIDE DANIEL SANTOS DE ALBUQUERQUE FRANCISCA PAULA SOARES MAIA


Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA) Prefeitura Municipal de Belo Horizonte
O ensino de PLE na UNILA: percursos e percalços Contribuições da Teoria da Variação ao ensino-aprendizagem de
Português/LE
O presente trabalho traz à tona alguns dos desdobramentos do
ensino de português a falantes de espanhol na Universidade Esta explanação tem por objetivo relatar como a aplicação dos
Federal da Integração Latino-Americana - UNILA. Idealizada a fundamentos da Teoria da Variação, a qual concebe a língua
partir de um projeto que prevê 5000 alunos brasileiros convivendo como uma realidade inerentemente variável, porém passível de
com outros 5000 alunos de outros países da América Latina, a ordenação estrutural (cf. WEIREICH, LABOV, HERZOG, 1968;
UNILA tem a tarefa de ensinar português a falantes de espanhol LABOV, 2001) pode contribuir para explicitar parte de fenômenos
e outras línguas e espanhol a falantes de português. Dotado de de oralidade presentes em Língua Portuguesa e mostrar a
uma multifacetada bagagem cultural e oriundo de realidades relevância de se tratar fenômenos linguísticos de uma forma mais
socioculturais muitas vezes imprevisíveis, o corpo discente da científica, sem pré-estabelecer conceitos pautados em um único
UNILA representa um desafio ao professor de PLE/PLA, que modelo.Ressalva seja feita, ainda, ao direito de aprendizes de
precisa ter em conta os seguintes fatores, entre outros, em sua Português Língua Estrangeira em contexto de não imersão terem
atividade pedagógica: as profundas diferenças de formação acesso a fatos da variedade linguística considerada coloquial,
escolar entre as diversas nacionalidades; as diferentes que na realidade trata-se da língua usada na interação do dia a
expectativas em relação ao Brasil e aos estudos em uma dia por falantes de todas as camadas sociais, tanto para uso da
universidade federal brasileira; a necessidade urgente de otimizar língua oral, quanto para uso da língua escrita, respeitando a
a compreensão textual, com vistas a contemplar os estudos em diversidade textual que circula na sociedade contemporânea.
disciplinas de diferentes áreas; a dificuldade do professor em Procuro também pôr em evidência como ações de sala de aula
estabelecer um eixo contínuo para sua relação com os alunos; a que refletem uma formação docente embasada na teoria da
tarefa de administrar o ritmo do ensino sem menosprezar as variação linguística, a qual reconhece a heterogeneidade
diferenças culturais profundas e a influência de línguas como o linguística e as diversidades culturais, podem transformar o
guarani e o quéchua; a atuação no limiar entre o precisar ambiente de aquisição de Português/LE em um espaço de
aprender e o não precisar usar que afeta diretamente os alunos confiança e de trocas mútuas, e de formação de valores
da universidade. O trabalho fala, portanto, de tais problemas e pessoais, sociais, extensiva ao âmbito nacional e internacional.
elenca as respostas que pudemos formular para este contexto do
ensino de português.

52
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

GABRIEL NASCIMENTO a criação de grupos, o post de informações e atividades, bem


Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC)- Ilhéus-BA como oferta o uso do chat, levando o estudante de PLE entender
O ensino/aprendizagem de PLE e as tecnologias de informação e a linguagem em seu funcionamento. Portanto, em tais
comunicação (TICs): o contexto virtual e a produção escrita nas ferramentas das redes sociais é possível observar o
redes sociais comportamento de nativos e estrangeiros e a disseminação e
(des) importância do aprendizado da cultura do outro, bem como
Este estudo objetiva analisar o papel das redes sociais como a observação de estereótipos, entre outros.
Tecnologias de Informação e Comunicação (doravante TICs) no
ensino/aprendizagem de Português como Língua Estrangeira GABRIELA DE ALMEIDA LEMES
(PLE). O Ensino de PLE mediado por ferramentas tecnológicas já FloripaWave Language Center
vem sendo tratado na obra de inúmeros pesquisadores (cf. Produção de material a partir de experiências de sala de aula
MORITA, 1992), mas o uso das redes sociais como um desses
recursos é uma possibilidade a ser explorada. O presente artigo A professora de português como língua estrangeira Denise
parte de duas pesquisas de Iniciação Científica, uma concluída e Coronha Lima (2004) cita Albert Einstein em seu livro Ensinando
a outra em andamento, que se pretendem investigar o papel das Português no Mundo Corporativo: “Tudo deve ser apresentado da
TICs no aprendizado de PLE. Sendo assim, toma-se como maneira mais simples possível, porém, não mais simples do que
referencial teórico os pressupostos da Linguística Aplicada como isso”. É essa a prerrogativa que norteia minhas decisões e as de
uma ponte entre a teoria e a prática, sendo a hipótese formulada minha sócia na escola FloripaWave Language Center,
através das práticas do discurso, realizando-se, desse modo, um especializada no ensino de português como língua estrangeira,
percurso diferente do canônico e vigente no racionalismo (MOITA quanto à produção de material.Nossa escola tem como objetivo
LOPES, 2006). O papel da Linguística Aplicada, nesse contexto, desenvolver cursos personalizados e para isso, parte das
é perceber nas práticas do discurso e nas experiências reais atividades da escola é criar materiais baseados em dúvidas que
possibilidades. Esse é o caso das TICs que se apresentam como os alunos levantam e que não são contempladas nos livros
suportes para o aprendizado de PLE, ou, ao dizer de Lévy (1993) didáticos que conhecemos. Nessa apresentação, vamos trazer
a representação de novas interfaces da técnica que situam e/ou dois exemplos de atividades criadas a partir de dúvidas de alunos
localizam o homem em suas práticas. Portanto, ao localizar o estrangeiros durante as aulas. O primeiro exemplo envolve a
homem em suas práticas de linguagem utilizando as TICs, sistematização de modelos que ajudam a explicar a Voz Passiva
objetiva-se entender o papel das redes sociais Facebook e em frase no Discurso Indireto. Já o segundo exemplo é a
Twitter a partir de uma coleta de dados desenvolvida com sistematização gerada durante a aula, também a partir de uma
estrangeiros no aprendizado de PLE. Tais redes sociais permitem dúvida do aluno, mas, dessa vez, o objeto de dúvida foi a

53
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

diferença de significado que existe dependendo das diferentes através das asserções levantadas neste trabalho, contribuir com
combinações da conjunção EMBORA com tempos verbais professores de PLA que também estejam envolvidos na
diferentes. discussão sobre a elaboração de materiais didáticos com fim
específico de negócios.

GRAZIELA H. ANDRIGHETTI GUSTAVO ALEJANDRO PEREIRA


LETÍCIA G. DOS SANTOS Universidade Autônoma de Entre Ríos (UADER)
Escola Bem Brasil Trajetória e futuro do PLE, na Universidade Autônoma de Entre
O ensino do Português como Língua Adicional voltado para Ríos – Argentina
situações de negócios
A presente comunicação visa partilhar a trajetória e futuro da
O destaque do Brasil no cenário mundial em diferentes Língua Portuguesa para Estrangeiros na Universidade Autônoma
segmentos tem refletido um crescente interesse pela de Entre Rios, da província de Entre Ríos Argentina. De um modo
aprendizagem da Língua Portuguesa. É visível o número de geral começaremos fazendo referência à presença desta língua
pessoas interessadas em aprender português com fins estrangeira, desde a criação da universidade em 2001, nas
acadêmicos, de negócios e/ou de turismo. Em virtude disso, há quatro Faculdades que a integram; apontando para as diferentes
uma demanda por materiais didáticos que preparem os alunos modalidades de abordagens nas diversas carreiras de grau. E de
para atuar em situações de comunicação relacionadas a essas uma maneira mais particular destacar o trabalho desde o
áreas específicas. Neste trabalho, discutimos acerca de tarefas Professorado em Português Língua Estrangeira, dentro da
pedagógicas voltadas ao ensino de português para desempenhar Faculdade de Humanidades, Artes e Ciências Sociais, com 15
funções de negócios, uma vez que ainda são escassos materiais anos de existência. Compartilhar as diferentes ações promovidas
didáticos a esse respeito (Duarte, 2009). Para isso, relatamos a nos últimos anos, a fim de abrir novos caminhos, novas
criação do curso Português para Negócios na Escola Bem Brasil possibilidades para alunos e professores, como por exemplo, a
e analisamos uma tarefa do curso com o propósito de discutir incorporação gradativa do PLE em séries das escolas de
nossos entendimentos acerca do que consideramos necessário aplicação da Faculdade, a criação de material didático para estas
em materiais com esse foco. Entendendo que ensinar uma língua escolas, projetos plurilíngues, etc.
adicional seja criar oportunidades em sala de aula que busquem
promover e ampliar a participação do aluno em diferentes práticas
sociais (Schlatter, 2008) através de uma perspectiva de ensino
baseada em gêneros do discurso (Bakhtin, 2003), esperamos,

54
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

atividades desenvolvidas neste contexto como exemplo,


pretende-se analisar as circunstâncias que permitiram o sucesso
HELENA DA CONCEIÇÃO GONÇALVES ou mau êxito destas, recorrendo a teorias sobre metodologias de
Universidade Federal Fluminense (UFF) ensino, leitura, compreensão e produção de textos no ensino de
Vivências e práticas de ensino de PLE línguas.

Propondo discutir a importância do cuidado na seleção de textos


e elaboração de atividades no ensino de língua estrangeira, é HELOISA TRAMONTIM DE OLIVEIRA
tratada aqui minha experiência de difundir a língua portuguesa e NARJARA OLIVEIRA REIS
cultura brasileira no meio escolar francês, como assistente de SÍLVIA INÊS CONEGLIAN CARRILHO DE VASCONCELOS
língua portuguesa na França, através do programa Assistente de Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Língua, organizado pelo Ministério da Educação Francesa em Reflexões sobre experiências de ensino em PLE
parceria com os consulados. Ao longo do ano escolar 2010/2011,
em dois liceus públicos situados em uma periferia próxima a Esta pesquisa trata das lacunas de formação de uma graduanda
Paris, aulas de português foram desenvolvidas por três em Letras-Português da UFSC, na atuação como professora de
professoras e uma assistente brasileira (graduanda em PLE em uma escola particular e salienta a importância de
Letras/Francês pela UFF), para grupos de jovens de 14 a 18 habilitação específica para a atuação nesta área. Esta pesquisa
anos, possuindo níveis diferenciados em português, que para tem caráter qualitativo. Para triangulação de dados, foi constituído
alguns era língua materna e, para outros, língua estrangeira. um corpus a partir de depoimentos da professora em questão
Focava-se o desenvolvimento das competências comunicativas (registrados em áudio) sobre sua experiência, cuja temática
deles, priorizando a produção e compreensão oral, aprofundando envolvia: a percepção do ambiente docente (filtro afetivo), o
os conhecimentos numa civilização e cultura diferentes, e material didático utilizado (insumo) e suas crenças sobre ensino-
utilizando preferencialmente textos autênticos, conforme aprendizagem de PLE. Para fundamentação teórica, foram
orientações dos inspetores e professores. A escolha de textos e a utilizados os conceitos de Insumo e Filtro Afetivo de Stephen
preparação de atividades a serem propostas em sala de aula, não Krashen (1981;1982), a metodologia para análise de crenças no
era tarefa evidente, e exigia cuidado com alguns aspectos, como ensino de línguas de Barcelos e Vieira-Abrahão (2006) e
o conhecimento textual e cultural dos alunos, temas de interesse reflexões sobre Elaboração de Materiais Didáticos e concepção
deles, transparência dos textos, dentre vários outros. Na medida de projetos em Linguística Aplicada de Almeida Filho (1989;
em que tais aspectos foram considerados, as atividades eram 1992; 1996; 2009, 2011). Os resultados obtidos revelaram que a
bem sucedidas ou não. Desta forma, tomando algumas das formação do professor não deve prescindir de formação

55
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

específica em PLE, além de constante atualização quanto às desenvolvendo nos aprendizes a competência linguístico-
teorias aplicadas ao ensino de língua estrangeira, e reflexões discursiva necessária às atividades acadêmicas e à sua
autocríticas sobre as crenças que embasam a abordagem de convivência no país, tendo em seu conteúdo programático não
ensinar do professor. apenas noções gramático-textuais e práticas linguístico-
discursivas, como também noções histórico-regionais e aspectos
culturais e interculturais do Brasil, para ajudar na inserção do
ISABELLA ALVES DOS SANTOS MELLO intercambista em nosso meio acadêmico e citadino, regional e
NILDICÉIA APARECIDA ROCHA brasileiro. Os cursos são ministrados por alunos da graduação do
UNESP – FCLAr curso de Letras da FCLAr, bolsistas e voluntário, sob a
Ensino de Português Língua Estrangeira (PLE) na Faculdade de supervisão e orientação da docente coordenadora do projeto.
Ciências e Letras (FCLAr-UNESP)

Esta comunicação pretende apresentar o trabalho realizado no JANETE DA SILVA OLIVEIRA


projeto de extensão “Ensino de Português Língua Estrangeira Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
(PLE) para estrangeiros” da UNESP, além de promover Português no Japão - Desafios e perspectivas
discussões e troca de experiências sobre questões relativas às
atividades de ensino e pesquisa na área de PLE. O referido O ensino do português como língua estrangeira tem expandindo-
projeto de extensão apresenta-se ligado ao Departamento de se bastante nos últimos anos em decorrência de fatores
Letras Modernas da Faculdade de Ciências e Letras (FCL) da econômicos e migratórios. Os econômicos despertaram o
UNESP, Campus de Araraquara e é coordenado pela Profa. Dra. interesse pelas novas oportunidades de trabalho que se abrem no
Nildicéia Aparecida Rocha. Sua implementação visa a atender à e com o Brasil. Os migratórios emergem pelo aumento em várias
demanda de atividades efetivas de ensino de PLE gerada no partes dos mundos de imigrantes brasileiros cuja presença
processo de desenvolvimento da internacionalização das desperta interesse pela nossa cultura e língua, bem como suscita
universidades brasileiras, em especial da UNESP de Araraquara. a necessidade da preparação de recursos humanos locais para o
Assim, o projeto oferece, desde abril de 2012, cursos de ensino e tradução de documentos direcionados a essa população
português aos intercambistas estrangeiros, estudantes da imigrante. Foi nessa situação na qual estive no Japão entre 2006
graduação e da pós-graduação da FCL bem como das outras e 2008 a fim de ensinar português para filhos de japoneses em
unidades da UNESP de Araraquara, advindos de diversos países. uma escola japonesa por esses terem esquecido a língua-mãe/de
As aulas presenciais oferecidas pretendem promover a seus pais e deparei-me com uma situação de interesse dos
aprendizagem de PLE a falantes de outras línguas, japoneses pela língua por haver uma estrutura de aulas de apoio

56
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

para brasileiros em português, bem como todo um aparato de mas, também, em materiais midiáticos nacionais, como filmes e
preparação de documentos e materiais de orientação que séries, que podem servir, igualmente, como material pedagógico
necessitava de pessoas falantes de ambas as línguas. Pretendo de apoio nas aulas de PLE. Ancorados nas teorias dos estudos
apresentar essa experiência vivida no Japão com o ensino de culturais de identidade (HALL, 2000; SILVA, 2000) e na Análise
língua portuguesa para indivíduos alfabetizados em um idioma Crítica do Discurso (FAIRCLOUGH, 2001, 2003; FAIRCLOUGH E
ideográfico e de sintaxe tão distintos da nossa língua e CHOULIARAKI, 1999), interessa-nos, pois, analisar um trecho do
apresentar as dificuldades de ensino e o panorama do português décimo quinto episódio da décima terceira temporada do seriado
no país apresentando alguns materiais didáticos utilizados nas de animação Os Simpsons intitulado “A Culpa é da Lisa” (Blame it
aulas. on Lisa, 2002) a fim de evidenciar essa representação da
identidade nacional outrora mencionada e, ao mesmo tempo,
propor a utilização desse material em sala como forma de
JAQUELINE BARROS desconstruir tal representação concretizada nos estereótipos
MARCELO SOUSA SANTOS culturais do brasileiro. A isso, acrescentamos a importância de se
Universidade de Brasília (UnB) desvelar ideologias e discursos dominantes para a (re)construção
Por uma representação para além do samba e do futebol: de identidades de professores e alunos no processo de ensino-
desconstruindo a cristalização da identidade nacional nas aulas aprendizagem de PLE, produzindo, por conseguinte, sujeitos
de PLE críticos.

Nessa era pós-moderna em que as fronteiras culturais têm se


tornado cada vez mais opacas por meio da influência dos JONES DE SOUSA
processos de globalização e dos fluxos migratórios, as Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio)
identidades deixaram de ser concebidas como centradas e fixas, É nós! É a gente! Assistindo a um reality show em Português
passando a ser vistas como clivadas, contraditórias e instáveis.
Apesar desse entendimento, é sabido que a identidade nacional O presente trabalho pretende fazer um levantamento de um
brasileira tem sido, frequentemente, representada de forma fixa e corpus de Língua Portuguesa falada a partir do reality show Big
acabada, isto é, cristalizada (BARBOSA, 2009), nos livros Brother Brasil, exibido na TV brasileira. Apesar de ser um
didáticos (LDs) de português para estrangeiros (PLE) como nos programa com dinâmica bem conhecida do grande público e dos
apontam alguns estudos realizados por BARBOSA (2007, 2009); seus participantes, a ausência de um roteiro definido para as
ALMEIDA FILHO (2002); BOLOGNINI (1991). Essa falas propriamente dita permite uma análise de um corpus bem
representação de identidade não é encontrada apenas nos LDs, autêntico. Com a finalidade principal de verificar a existência de

57
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

uma tendência de substituição do pronome reto “nós” pelo desenvolver tais habilidades. Tendo em vista as características do
sintagma “a gente” e o consequente uso da 3ª pessoa do singular público-alvo, o curso de português avançado da Utah Valley
em substituição da 1ª pessoa do plural em contextos informais de University objetiva criar um espaço pedagógico no qual esses
português falado no Brasil e a partir daí propor estratégias de alunos possam, ao mesmo tempo, aperfeiçoar sua competência
ensino de Língua Portuguesa para estrangeiros numa perspectiva oral, ampliar sua competência cultural e desenvolver sua
mais comunicativa, os dados gerados serão analisados utilizando capacidade de escrita. O curso é organizado em duas partes
a ferramenta Word Smith Tools® com a finalidade de quantificar inter-relacionadas. Na primeira, procura-se levar os alunos a
exatamente o número de incidências de cada caso nas situações aperfeiçoar sua proficiência oral a partir da leitura e discussão de
de comunicação levantadas. contos brasileiros; na segunda, visa-se desenvolver sua
capacidade de escrita por meio da produção de resumos e
resenhas críticas, ora relacionadas aos contos, ora a outros
JULIANA DE OLIVEIRA SANT'ANNA DOS SANTOS textos e eventos culturais. Em minha comunicação, pretendo
Utah Valley University discutir em que medida o curso contribui para o desenvolvimento
“Português para missionários” – Foco nas competências oral, de tais competências.
escrita e cultural

Neste trabalho, pretendo apresentar minha experiência de ensino KALINE ARAUJO MENDES
de português como língua estrangeira (PLE) em uma instituição EULÁLIA LEURQUIN
de ensino norte-americana, a Utah Valley University. No ano Universidade Federal do Ceará (UFC)
letivo 2011/2012, atuei como professora de PLE nessa Ensino de português para falantes de outras línguas: análise do
universidade como bolsista do programa Foreign Language trabalho em discurso profissional
Teaching Assistant (FLTA) financiado pela Comissão Fulbright e
CAPES. Os alunos do curso avançado de PLE da universidade, Nos últimos anos, tem-se avolumado o número de pesquisas que
geralmente, apresentam um alto nível de proficiência oral, tendo se dedicam à compreensão do ensino de português para falantes
em vista que atuaram por dois anos como missionários da Igreja de outras línguas (PFOL). Muitos dos trabalhos investigam as
de Jesus dos Santos dos Últimos Dias em um dos países de práticas de sala de aula realizadas pelo professor da área de
língua portuguesa. Contudo, o nível de competência escrita e PFOL, enfatizando, sobretudo, o que ele deveria ou não fazer.
cultural desses alunos está muito aquém de sua capacidade de Contrariamente a esta postura investigativa, na tese O agir do
comunicação oral, uma vez que, considerando suas atividades professor de português para falantes de outras línguas: análise
como missionários, eles não tiveram muitas oportunidades de do trabalho no discurso, em andamento no Programa de Pós-

58
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

Graduação em Linguística da Universidade Federal do Ceará, os estereótipos construídos têm relação com as informações
buscamos, ancoradas no quadro teórico-metodológico do colhidas pelos alunos nos meios de massa como televisão,
Interacionismo Sociodiscursivo (BRONCKART, 1999, 2004, jornais, internet e também através de amigos brasileiros ou não e
2008), compreender o agir-referente do professor de PFOL, em parentes; (iii) as imagens construídas pelos estrangeiros são
discursos produzidos pelo docente sobre o trabalho e em positivas em relação ao brasileiro, e negativas quanto ao Brasil;
situação de trabalho. Nesta comunicação, com vista a tratar das (iv) a atitude positiva diante da imagem dos brasileiros e a
representações que tal profissional tem de seu trabalho, de seu exposição à cultura brasileira facilitam a interação nas situações
papel, de seus objetivos e dos variados aspectos que interculturais desse aluno com brasileiros.
caracterizam o contexto em que atuam, analisamos entrevistas
que compõem o corpus da pesquisa de doutorado anteriormente LIA ABRANTES ANTUNES SOARES
referida, assumindo como categoria analítica os mecanismos Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
enunciativos, por compreendermos que são estes clarificadores O desenvolvimento da fluência em PBE através de narrativas
de significação acional. orais

Ser fluente em LE requer mais que uma produção acurada de


LARISSA SANTIAGO DE SOUSA segmentos ou conhecimento de estruturas gramaticais da LE. É
INES-UNESA preciso apresentar fluidez na fala. Com base na proposição de
Estereótipos sobre a imagem do brasileiro e do Brasil construídos Labov (1972), de que narrativas orais são relatos de
pelos alunos estrangeiros em contexto de aprendizagem formal acontecimentos passados que incluem atos de comunicação
cotidiana, e por isso, fáceis de serem acessadas pela memória
Este trabalho investigou os estereótipos sobre o brasileiro (Bybee, 2001) e reproduzidas no momento em que são
construídos pelos alunos estrangeiros do curso de Português solicitadas, desenvolvemos pesquisa sobre fluência em língua
como segunda língua (PL2E) da PUC-Rio. Objetivou-se identificar estrangeira.No tocante à área de ensino/aprendizagem do
as expressões qualificativas, representadas em especial pelos português do Brasil para estrangeiros, podemos constatar que:
adjetivos, verbos ou advérbios, e também substantivos, em (1) há poucos trabalhos que estimulem o desenvolvimento da
relação à cultura brasileira, analisar essas avaliações dos alunos habilidade de produção oral, com o objetivo na fala fluente e (2)
antes e depois de estarem imersos no Brasil e mostrar como elas o desejo de aprendizes de se tornarem falantes fluentes do
podem interferir na comunicação intercultural. A análise revelou português. Diante das necessidades expostas, partiremos do
que: (i) grande parte dos alunos estrangeiros já tinham construído conceito de fluência e dos fatores prosódico-temporais nela
uma imagem prévia e estereotipada do brasileiro e do Brasil; (ii) envolvidos, a fim de propor o uso de narrativas orais

59
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

espontâneas como técnica para o desenvolvimento do fator


prosódico fluência, contribuindo para o desempenho oral dos
aprendizes.

LIVIA ASSUNÇÃO CECILIO


LILIANE TRINDADE DE OLIVEIRA Alma Mater Studiorum Università di Bologna
FLC Idiomas e IDIOMASTER Teletandem e aprendizagem de PLE: relato de uma experiência
“Ah, é?” Reações do ouvinte em rituais interacionais de
manutenção do discurso em PLM - uma proposta para o ensino Sabe-se que as novas tecnologias de comunicação podem, se
da expressão oral em PL2E bem utilizadas, contribuir para o ensino de línguas, servindo
como um valioso complemento às práticas didáticas tradicionais.
“Ah, é?”, “Jura?” são recursos verbais recorrentes na Propusemos neste trabalho uma reflexão acerca da prática de
comunicação oral cotidiana do brasileiro, que funcionam como teletandem como contexto virtual de ensino e aprendizagem de
uma espécie de “feedback” entre os interlocutores. Como as português como língua estrangeira na Itália. Analisamos as
regras de manutenção conversacional variam de cultura para interações online via Skype realizadas entre os alunos de
cultura, o estrangeiro não sabe lidar com as da língua-alvo português da Alma Mater Studiorum Università di Bologna (Forlì,
quando em interação com brasileiros. Afinal, como reagir diante Itália) e os alunos do curso de italiano da Universidade Estadual
de um “ah, é”? A fim de diminuir o estranhamento dialógico entre Paulista (UNESP-Assis, Brasil), dando ênfase à dimensão
o novo aprendiz e o nativo, este trabalho propõe uma descrição linguístico-cultural de tais interações. Concluímos que o
e análise das motivações comportamentais e linguísticas que teletandem favorece o desenvolvimento da oralidade em
levam o brasileiro a usar e reagir com esses sinalizadores. situações reais de comunicação, além de contribuir para a
Tendo em vista os conceitos teóricos da Análise da instrução recíproca dos aprendizes no que diz respeito às
Conversação, Sociolinguística e Antropologia Social, dimensões culturais das duas línguas.
discorremos sobre o tema através de uma entrevista extraída do
programa de televisão Mais Você, em 2011, exibido pela Rede
Globo.

60
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

saber seja sacramentado e legitimado. Porém, para que o


LUCIANA APARECIDA SILVA DE AZEREDO professor se torne discursivista, como sugere a proposta do
Faculdade de Roseira e Faculdade de Pindamonhangaba exame analisado, é mister que ele consiga adentrar outras
Preparação para o CELPE-BRAS: o embate entre o ser e o discursividades que mobilizem sua prática pedagógica,
dever-ser singularizando a referida proposta.

O dizer-fazer, arena onde ocorre o embate entre a teoria e a LUCIANA NAMORATO


prática, entre o ser e o dever-ser, tem sido bastante discutido em Indiana University
estudos na área de Linguística Aplicada. Esta pesquisa visa, à O ensino do português como língua estrangeira na Indiana
luz da ADF e seus entrelaçamentos com conceitos University: desafios e estratégias
foucaultianos, problematizar este embate na preparação de
alunos para o Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa Nesta comunicação, discutirei alguns dos desafios enfrentados
para Estrangeiros (CELPE-BRAS), sendo o “ser”, nesta no ensino do português como língua estrangeira nos Estados
pesquisa, a prática docente e aos modos de subjetivação do Unidos, baseando-me em minha experiência de seis anos como
professor diante de uma nova proposta de exame tida como professora da Universidade de Indiana, localizada em
ideal; o “dever-ser”, o arcabouço teórico que embasa o exame Bloomington, no estado de Indiana (experiência esta que se
em questão. Como material de pesquisa foram realizados segue a sete anos de trabalho em outras duas instituições de
questionários escritos e entrevistas semiestruturadas, com ensino superior norte-americanas: a University of North Carolina,
professores de Português como língua estrangeira atuantes no no estado da Carolina do Norte, e a University of Oklahoma, no
Brasil e na Colômbia. A análise dos depoimentos nos permitiu estado de Oklahoma). A Indiana University atualmente oferece o
ratificar as contradições existentes entre a teoria e a prática e bacharelado em português, e o mestrado e o doutorado em
também entrever as formações imaginárias e ideológicas, literaturas lusófonas. Minha comunicação se concentrará em
constitutivas do discurso. Concluímos que, embora não deixe de nosso programa de graduação e se iniciará com um breve
se inscrever ou de se posicionar discursivamente em suas resumo da trajetória do ensino do português nesta instituição.
práticas discursivo-pedagógicas, o professor não acessa, Em seguida, apresentarei as principais estratégias adotadas
totalmente, sua memória discursiva (feita de esquecimentos) e para contornar três dos principais desafios por nós enfrentados,
encontra-se no entre-lugar: vaga entre a abordagem mais especificamente o relativamente reduzido tamanho de
comunicativa/discursiva e a abordagem tradicional. Outro fato nosso programa (quando comparado com outros programas de
observado é que os sujeitos pesquisados tendem a colar-se na línguas estrangeiras nos Estados Unidos, como o espanhol), e a
proposta da prova e a reproduzi-la em suas aulas para que seu variedade de níveis de fluência e de áreas de especialização por

61
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

parte dos estudantes, frequentemente agrupados em uma


mesma classe de língua portuguesa.
LUIS ALEJANDRO BALLESTEROS
SUSANA MARÍA DEL CARMEN CARIBAUX
LUHEMA SANTOS UETI Universidad Nacional de Córdoba (UNC)
Universidade de São Paulo (USP) Decolagem, travessia, aterrissagem
O léxico da cultura brasileira no livro didático Português Via
Brasil: um curso avançado para estrangeiros Este trabalho (apresentado conjuntamente pelo Prof. Dr. Luis
Alejandro Ballesteros e pela Prof.ª Susana Caribaux) está
Como a demanda pelo ensino de Português para Falantes de baseado em um estudo de caso correspondente à leitura
Outras Línguas (PFOL doravante) vem aumentando, uma vez compreensiva do manual de manutenção técnica do avião
que as políticas públicas de relações internacionais e a Tucano T-27 editado pela empresa Embraer para ser
globalização têm ampliado a imagem Brasil para os outros empregado por técnicos e engenheiros aeronáuticos. Para a
países, a cultura brasileira está sendo disseminada pelo mundo compreensão, os alunos trabalharam estratégias e técnicas de
afora e até mesmo dentro próprio país, observando-se que o leitura tais como a busca de palavras-chave, levantamento de
número de estrangeiros vivendo no país é grande e que a cada hipóteses, enxurrada de ideias, dentre outros. O papel do texto é
ano, mais estrangeiros escolhem o país como lugar para de instigador e provocador do conhecimento prévio no campo
trabalhar e/ou residir. Ao se pensar em ensino/aprendizagem de aeronáutico para atingir a ativação adequada e conseguir assim
uma língua estrangeira, sabe-se que não é possível dissociar o uma construção bem sucedida da informação. Também se
ensino/aprendizagem de língua e cultura de uma nação, tendo considerou importante e necessária a participação efetiva dos
em vista que para se compreender a estrutura de uma língua é alunos no processo de leitura compreensiva, através de
necessário, também, que se entenda a cultura dos falantes comentários espontâneos, opiniões, e debates sobre o tema,
dessa língua. Por isso, o presente trabalho objetiva fazer um desencadeados ou propostos. O estudo está centrado na analise
levantamento do léxico da seção “Cotidiano Brasileiro” do livro das estratégias cognitivas em jogo e o papel que desempenham
didático “Português Via Brasil: um curso avançado para no processo de leitura compreensiva em português como língua
estrangeiros”, identificar os campos léxico-semânticos e analisar estrangeira. Observamos 1) a escolha de certos elementos e
como é apresentada a cultura brasileira através do léxico aos como eles facilitam ou não a ativação que o leitor faz durante a
alunos estrangeiros. Para que sejam feitas essas análises, o leitura compreensiva dos textos em LE, 2) como o aluno utiliza
trabalho baseia-se na lexicologia e na Análise Crítica do os esquemas em língua materna (LM) e os aplica em língua LE
Discurso, pela vertente sociocognitiva de Van Dijk. para fazer a correspondência nas duas línguas (espanhola e

62
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

portuguesa), e 3) como o conhecimento que ele tem da conhecimento da língua fundado no compromisso empírico da
linguagem técnica do campo da aviação ajuda ou não na linguística (Fiorin 2003) y respeitoso de diferenças linguísticas
interpretação do conteúdo. Também se analisou a relação entre que se correlacionam com diferenças sociais (v. gr. Bagno 2003;
as interferências surgidas e o léxico normalmente internacional Scherre id.), e ao mesmo tempo inserido na realidade
dos textos específicos trabalhados. geopolítica latino-americana (Rajagopalan 2003).

LUIS ALEJANDRO BALLESTEROS MAÍRA FERREIRA SANT'ANA


Universidad Nacional de Córdoba (UNC) Universidade Federal de Viçosa (UFV)
Português brasileiro e ensino de PLE na Argentina Escuta: Dificuldades de aprendizes em uma aula para iniciantes
de Português para estrangeiros
Esta comunicação apresenta conclusões de pesquisas que
vimos desenvolvendo na Universidade Nacional de Córdoba Este trabalho foi realizado em uma sala de aula de um Curso
(Argentina) sobre as propriedades sintáticas do português iniciante de Português para estrangeiros, composto por
brasileiro e a importância da sua inclusão na formação docente estudantes de graduação e pós-graduação vindos de diferentes
em PLE na Argentina. O marco teórico está conformado pela países, no Departamento de Letras da Universidade Federal de
ecolinguística (Couto 2009) em sua relação com a Viçosa. Dentre os estudantes estrangeiros que participaram da
sociolinguística (v. gr. Scherre 2003) desenvolvidas no Brasil nos pesquisa, quatro são homens e quatro são mulheres. Sabe-se
últimos anos. Propomos a consideração ecológica dos que o ensino e a aprendizagem de língua estrangeira envolve
processos de mudança linguística registrados no português quatro habilidades: leitura, fala, escrita e escuta. Este trabalho
brasileiro atual (v. gr. Perini 2010, Castilho 2010) que já têm enfoca a habilidade da escuta. Esta habilidade é essencial para
gerado resistências a sua inclusão no ensino de português como o aprendiz de língua estrangeira, não somente para este
língua materna no Brasil e que ainda não tiveram impacto reconhecer os sons que são transmitidos a ele, mas também
explícito no ensino de PLE na Argentina. Salientamos como para compreender a informação, responder e reagir
caso específico as mudanças na concordância no português coerentemente à mensagem que lhe é transmitida. Este estudo
brasileiro atual e enfatizamos o necessário questionamento do é útil também para os professores de Português como Língua
modelo de língua a ensinar e os conteúdos gramaticais e Estrangeira, uma vez que irá proporcionar mais conhecimento
metagramaticais a serem incluídos nos cursos de formação de sobre a habilidade de escuta, assim como ajudá-los a refletir
licenciados em PLE.Concluímos que os traços definidores do sobre os seus métodos de ensino. Desta forma, o objetivo geral
português brasileiro não podem deixar de ser considerados na deste trabalho é investigar o papel da escuta em uma classe de
formação docente em PLE na Argentina se aspiramos a um Português como Língua Estrangeira para iniciantes, além de

63
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

analisar as dificuldades na habilidade de escuta que os alunos Pretendo apresentar o exame do corpus coletado segundo as
têm, visto que devido à sua complexidade, esta é uma das quatro funções nele encontradas: (1) expressão de sentimentos,
competências em que os alunos afirmam ter mais dificuldades. (2) avaliação, (3) compreensão de estruturas e (4) expansão
No referencial teórico explicitaremos o que alguns autores, tais vocabular, sempre em vista das questões norteadoras da
como, Celce-Murcia (1995), Weaver (1972), Rivers (1981), pesquisa que dá origem a este trabalho: qual a natureza das
Morley (1991), Rost (2001) e Nunan (2002), falam sobre a recorrências ao IL1 nas aulas de PL2E? Elas são um recurso
escuta e iremos expor e discutir o questionário que os alunos de produtivo ou apenas um ruído do processo de ensino-
Português como Língua Estrangeira responderam. aprendizagem?

MARIA CECÍLIA GONSALVES CARVALHO MARIA JOSÉ NÉLO


Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio) Universidade Estadual do Maranhão / SEDUC-MA
O papel do inglês nas aulas de português como segunda língua Ensino de PLE: desafio e perspectiva para produção de material
para estrangeiros didático

A forma como o aprendiz se relaciona com sua L1 é sintomática A produção de material didático para complementar os materiais
de sua organização psíquica, portanto é possível auxiliá-lo no utilizados no ensino de PLE consiste em criar condições aos
processo de aprendizagem de uma L2 remetendo-o à língua que aprendizes de adquirirem conhecimentos que ultrapassam os
fundamenta sua construção de sentidos, e não tentando saberes linguísticos e textuais. O gênero crônica do cotidiano
frustrantemente isolá-lo dela. Tendo isso em vista, busco possibilita tratar do léxico linguístico e de implícitos culturais do
compreender, na pesquisa a ser apresentada, a forma como o brasileiro, tendo em vista as dificuldades apresentadas pelos
aprendiz estrangeiro do português, imerso na cultura brasileira, aprendizes ao fazerem inferências de leituras em textos sobre o
atravessa esse processo e como a relação com sua L1 (neste cotidiano do brasileiro. O uso de léxico e expressões linguísticas,
caso, o inglês) incide nele. Para tanto, à luz de conceitos básicos que trazem representações e ocultamentos sobre o modo de ser
da psicanálise, do interculturalismo e da socioconstrução do e agir do brasileiro, é usado com sentidos de efeitos variados,
conhecimento, analiso recorrências ao inglês como primeira por exemplo, o humorístico.Neste gênero, pela intertextualidade,
língua (IL1) em aulas de português como segunda língua para configuram estratégias de usos do cronista que visa alcançar
estrangeiros (PL2E), com o objetivo maior de colocar em xeque seu interlocutor, as quais, muitas vezes, dificultam a leitura.
a crença de que o emprego da língua materna (LM) em aulas de Tem-se por objetivo contribuir com a produção de material
segunda língua (L2) ou de língua estrangeira (LE) é um recurso didático, e por objetivos específicos a) proporcionar ao
prejudicial ao processo de ensino-aprendizagem. estudante-aprendiz condições de complementaridade, de forma

64
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

que possam criar hipóteses de leituras; e b) acionar Nacional de Córdoba (UNC) a universidades brasileiras.Os
conhecimentos enciclopédicos como estratégias de leituras, na interlocutores para essa discussão serão Renato Ortiz (1994),
medida em que constrói sentidos em situações de interatividade Garcia Canclini (2009) e o sociólogo português Boaventura de
e de interação, a partir do léxico e expressões usadas Souza Santos (2009). Os espaços de cooperação inter-
intencionalmente pelo cronista, ao tratar de implícitos culturais universitários, através das experiências de intercâmbio, devem
do brasileiro. Constata-se que a construção de sentidos e a ser valorizados, pois isso permitirá desenvolver uma visão
produção efeitos na crônica requerem informações acerca das cultural muito mais ampla das realidades dos países do Cone
atitudes do brasileiro se ocultar ao tratar conteúdos tabus, tais Sul.
como morte e sexo. Em suma, o brasileiro recorre à sutileza e a
certo presságio quando se trata de morte e sexo. Assim, tornou- MARIA RODRIGUES ARRUDA
se necessário oferecer outras informações que possibilitassem a Universidade Aberta de Portugal
interatividade comunicativa dos aprendizes. Brasil, mostra a sua cara: os vídeos da Embratur como recurso
didático para uma nova imagem do Brasil no exterior
MARIA LÚCIA SEGABINAZI DUMAS
Facultat de Lenguas de la Universidad Nacional de Córdoba Durante muitos anos a imagem do Brasil no exterior foi sempre
(UNC) ligada ao samba, à mulata e ao futebol, e, ainda hoje, resquícios
Mobilidade acadêmica: eixo central da integração cultural desse lugar-comum ainda existem em determinados países,
como, por exemplo, a Itália, país onde ensinamos o PLE através
O conceito de competência intercultural atualmente é utilizado de aulas particulares e de cursos em universidades e em
em diferentes contextos, cabendo tanto a pessoas como a escolas de línguas. Para mostrarmos aos nossos alunos que o
entidades de diversas características. Na esfera educativa cada Brasil é muito mais que um “país tropical, abençoado por Deus”,
vez mais se destaca o desenvolvimento de uma sociedade utilizamos em sala de aula os vídeos promocionais da Embratur
intercultural, onde os sujeitos não são culturas diferentes que se para lhes ensinar que a realidade brasileira é também
defrontam, mas sujeitos diferentes que, além de coexistirem, constituída por monumentos de Oscar Niemeyer, Cataratas do
transmitem cognitivamente outros saberes e experiências, Iguaçu, Pelourinho e tantas outras riquezas brasileiras. Valorizar
respeitosos da diversidade cultural. Dentro de tal perspectiva, a a imagem do nosso país através desses vídeos nos permite,
proposta central desse trabalho é analisar a relação do conceito enquanto profissionais de PLE, não só explorarmos os aspectos
de competência intercultural com o âmbito universitário e com os verbais da língua, mas, também, difundirmos o vasto patrimônio
programas de mobilidade acadêmica, através de algumas ações artístico-histórico-cultural e as belezas naturais do Brasil como
concretas de mobilidade de estudantes da Universidade um interessante recurso didático à nossa disposição na internet.

65
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

Assim, o nosso trabalho tem como objetivo apresentar alguns


aspectos linguístico-semióticos contidos em alguns vídeos da
Embratur e que utilizamos com nossos alunos na Itália.
MARÍLIA CARVALHO BATISTA
MARIANA CORTEZ YERIS GERARDO LÁSCAR ALARCÓN
Universidad Nacional de Córdoba (UNC) Universidade de Brasília (UnB)
Trabalhando obras de literaturas africanas em língua portuguesa A significação cultural e intercultural em PLE: os sentidos em
nas aulas de PLE textos não-verbais da cultura brasileira

O objetivo da comunicação é desenvolver uma leitura crítica de O artigo se inicia com a explicação de significação cultural e
textos ficcionais (romances e contos) que, ao mesmo tempo em intercultural no processo de ensino de Português como língua
que, configuram, documentam e recriam a experiência de estrangeira (PLE), indicando, depois, os sentidos despertados
realidades político-histórico-sociais e culturais dos países de pelos textos não-verbais da cultura brasileira. Neste trabalho,
língua portuguesa na África, sugerem apreender e discutir a intencionamos abordar esses sentidos para apoiar as estratégias
questão de como trabalhá-los em sala de aula em perspectiva diversas desenvolvidas pelos professores para fortalecer a
intercultural, em que língua/cultura sejam faces indissociáveis. Competência Comunicativa de seus aprendentes. Queremos
As literaturas de língua portuguesa em África apresentam contribuir com o argumento de que a significação é socialmente
inúmeras questões que também recuperam a identidade modelada e merece ser estudada, não apenas pelo ângulo
brasileira e, por meio deste ir e vir cultural aproxima-se o puramente linguístico, mas também, pelo ângulo estético-cultural.
aprendente da matéria da aprendizagem. Esta comunicação A pintura que se dedica na representação dos gestos, dos
adota especificamente uma análise de natureza contrastiva e costumes e das atitudes naturais dos homens, sustentará a
inscreve-se no campo da crítica cultural interessada na apreensão histórica e cultural na aula de PLE. O artigo procura
avaliação da produção em sua diversidade sócio histórica, no fazer surgir o seu objeto de estudo e não analisá-lo, ou seja, a
caso, peculiar a dos países africanos de língua portuguesa. significação interroga no núcleo da cultura os limites da
Trataremos a análise contrastiva dos romances e contos aprendizagem de uma língua estrangeira, no caso de PLE. Sem
propostos, a saber – Bom dia, Camarada, de Ondjaki (Angola) e ambicionarmos a conclusão, pode-se e deve-se acrescentar às
O beijo da palavrinha, de Mia Couto (Moçambique). aulas de PLE elementos culturais (não estereotipados) para
desenvolver a competência comunicativa, criativa e, também,
crítica-reflexiva do aprendente. Saber encontrar, no momento
oportuno, a significação – por meio da pintura – e atribuí-la

66
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

valores tanto à maneira linguística quanto à cultura brasileira, é uma língua para não falantes da língua portuguesa. O
demonstrar no processo de ensino/aprendizagem a compreensão posicionamento do professor em relação ao processo de
que a língua é afetada culturalmente pela existência da vida formação em que está envolvido deve ser consolidado pela
(social, cultural, política, econômica) e que simboliza o modo de prática de ensino, na escolha de materiais e métodos adequados
ser de um povo. É a tradução de posturas e imposturas de como e nas inter-relações entre os participantes. Todos esses aspectos
se vê e como é visto pelos outros, ou melhor, é o afetam o processo de co-construção da aprendizagem da língua.
desestrangeirizar-se pelo olhar do outro. Assim entendemos que a formação do professor de PLE é um
ponto diferenciador e especifico para o ensino quer no contexto
de língua materna quer no de língua não-materna (estrangeira ou
MARÍLIA CARVALHO BATISTA segunda).
Universidade de Brasília (UnB)
Português, língua estrangeira: ensino e formação de professores MARINA AYUMI IZAKI
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
O tema deste trabalho focaliza-se nas diferenças entre ensinar a Potencialidades para interação no ensino-aprendizagem de
modalidade Português como Língua Estrangeira – PLE – e Português Segunda Língua
ensinar o Português como língua primeira ou materna (L1/LM).
Cumpre salientar de imediato que, em se tratando de ensino de As histórias em quadrinhos são constantemente utilizadas por
português como Língua Estrangeira, há uma dificuldade de profissionais da área de educação no que tange a combinação
compreensão do processo de ensinar, pois, para os profissionais “aprendizagem e lúdico”. Trabalhos como os de Anselmo (1975)
(nativos) de LM ou L1, o processo de ensino para PLE pode já revelam que ao mesmo tempo em que as HQs despertam para
parecer ser o mesmo de LM, passível de ser exercido com a o riso, podem difundir as ideologias do país, expressando, desse
mesma formação profissional de PL1. O ensino de PLE tem uma modo, a cultura, os costumes de um povo. Levando em conta
especificidade que não ocorre naturalmente aos profissionais e essa perspectiva, o desenvolvimento desta pesquisa teve por
que sua introdução no currículo e como prática de ensino nas objetivo explorar e analisar histórias em quadrinhos do Brasil,
escolas e universidades precisa ser planejada com fundamentos. especificamente produzidas por Henfil, como potencial para
O professor que não teve em sua graduação a disciplina de PLE elaboração de atividades visando o desenvolvimento de interação
se confronta com dificuldades e desorientação de como agir e na sala de aula de português para estrangeiros, cujas línguas
fazer em sala de aula de PLE. Pois, o fato de serem falantes maternas sejam de origem não-hispânica e que apresentam
nativos não lhes garante o sucesso no ensino e na competência comunicativa em português em nível básico,
aprendizagem, porque falta o conhecimento de como ensinar buscando responder as questões: De que maneira os conteúdos

67
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

das HQs podem auxiliar pedagogicamente o ensino do português acolhedor. O objetivo do nosso projeto é verificar como esses
como língua estrangeira? Qual a reação dos alunos ao realizar dois grupos aparentemente opostos, se comportam a partir das
atividade com as HQs? A pesquisa, de natureza qualitativa de teorias da Polidez linguística no momento de elaborarem atos de
base etnográfica e interpretativista, possibilitou resultados que fala de recusa a convites formais ou informais.
permitem reconhecer histórias em quadrinhos como mais um
elemento a ser utilizado para favorecer a interação no ensino de MIRIAM JOSIE KURCBAUM FUTER
português e de aspectos culturais do Brasil para falantes de The University of the West Indies
outras línguas, reforçando a importância de um trabalho Estilos de aprendizagem em sala de aula de Português como
fundamentado na abordagem comunicativa cujos pressupostos Língua Estrangeira: aplicando a teoria
orientam para um aprendizado significativo e relevante.
Cada indivíduo é único, e única também é a maneira como cada
MARISTELA GRIPP um experimenta o mundo ao seu redor. As diferentes formas
Faculdade Santa Cruz de Curitiba como internalizamos informações dependerão de nossas
“Ih, acho que não vai dar”... ou atos de fala de recusa a convites preferências de aprendizagem. Algumas pessoas interiorizam
no português brasileiro curitibano e carioca informações quando estas são expostas visualmente (aprendizes
visuais). Há indivíduos que têm facilidade na captação de
Recusar a um convite não é uma tarefa das mais fáceis, conteúdo ouvido (aprendizes auditivos). Há, também, pessoas
principalmente, quando estão em jogo a amizade ou pessoas que aprendem melhor fazendo algo (aprendizes cinestésicos).
com as quais desejamos estreitar relações. O projeto presente Nós, como professores, apresentamos certos estilos de ensinar
visa analisar como as pessoas se comportam social e que nada mais são do que uma reflexão de nossos estilos de
linguisticamente quando precisam recusar um convite nas aprender. Contudo, os estudantes também têm preferências
cidades do Rio de Janeiro e de Curitiba. A escolha dos falantes próprias, as quais podem ou não coincidir com nossos estilos de
dessas duas cidades surgiu a partir de uma reportagem da ensino. Desta forma, será que as técnicas que utilizamos são
Gazeta do Povo de 30/07/2006 em que o comportamento social compatíveis com a maneira com que os alunos internalizam
do curitibano é posto em contraste com o de moradores de outras conhecimento? Este trabalho visa discutir atividades variadas que
capitais do país. O jornal declara que para a maioria dos que vêm auxiliem os professores na contemplação dos principais estilos de
de fora, o jeito curitibano é “fechado” e mais avesso aos aprendizagem em sala de aula, promovendo, assim, uma maior
“estrangeiros”. Já a escolha pelos cariocas se deu justamente assimilação de conteúdo.
pelos motivos inversos aos citados na reportagem da Gazeta. O
povo do Rio de Janeiro é conhecido por ser extrovertido e mais

68
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

NORIMAR JÚDICE PAMELA ANDRADE


Universidade Federal Fluminense (UFF) Universidade de São Paulo (USP)
PATRICIA MARIA CAMPOS DE ALMEIDA Atos de fala nas aulas de PLE: como ensinar cultura?
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Materiais didáticos de PBE fundadores: depoimentos de autores Esta apresentação tem como objetivo discutir o ensino de cultura
nas aulas de português como língua estrangeira (PLE) por meio
Cada material didático de língua estrangeira que surge, com o da teoria dos atos de fala. Partimos do princípio de que para
perfil peculiar que lhe imprimem seu autor e também o tempo e o ensinar uma língua, precisamos necessariamente pensar em
espaço em que se inscreve, constitui para o pesquisador uma cultura. Assim, para que a aprendizagem se torne bem-sucedida,
espécie de janela que se abre sobre o presente ou o passado, os alunos têm de ser capazes de dominar, além dos aspectos
permitindo a prospecção e análise de diversas facetas do linguísticos, os aspectos pragmáticos da língua, que envolvem
processo de ensino-aprendizagem de uma dada língua e cultura. também o aspecto cultural. A teoria dos atos de fala como é vista
Contribuindo para a reconstituição da trajetória do ensino de PBE a partir da pragmática intercultural nos fornece instrumentos para
no Brasil, estamos desenvolvendo, no âmbito do Grupo de a reflexão e discussão de como diferentes culturas compreendem
pesquisa Português do Brasil para Estrangeiros: estudos e e produzem o mesmo ato de fala de formas diversas. Esses
depoimentos sobre o processo de constituição e consolidação da dados podem ser aproveitados pelos professores para que
área (CNPQ), investigação que objetiva fazer um levantamento conscientizem seus alunos sobre os aspectos culturais da língua
dos materiais didáticos de PBE editados no Brasil, buscando que estão ensinando. Neste trabalho, serão revisados artigos
ampliar o conhecimento sobre obras mais antigas e colhendo acadêmicos que discutem o uso dos atos de fala em materiais
depoimentos de autores que criaram materiais de PBE a partir didáticos de língua estrangeira. O objetivo é propor uma atividade
dos anos 1950. O objetivo deste trabalho é apresentar, sob a didática que lide com o ato de fala recusar como é realizado em
forma de entrevistas, depoimentos de autores de alguns materiais português brasileiro e que incentive a consciência pragmática dos
fundadores, enfocando o processo de elaboração dos materiais e alunos. Este trabalho tem como base teórica Kerbrat-Orecchioni
o contexto em que surgiram. (2005) e Blum-Kulka, House e Kasper (1989).

69
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

PATRICIA MARIA CAMPOS DE ALMEIDA RAFAEL FERREIRA DA SILVA


Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Universidade Federal do Ceará (UFC)
Um imigrante alemão como autor de material didático de PBE PLE e tecnologia: o uso do blog no processo de
ensino/aprendizagem
O Brasil tem sido marcado, ao longo dos anos, pela presença de
estrangeiros. Sua contribuição pode ser observada tanto na A didática de língua estrangeira postula que não se pode ignorar
esfera social e econômica quanto no campo educacional. No que a necessidade de adequar cada intervenção educativa e instrutiva
diz respeito ao ensino de Português do Brasil para Estrangeiros aos fatores e processos de natureza cognitiva que movimentam o
(PBE), os imigrantes tiveram papel de grande relevância como estudante dentro de sua cultura e de seu modo de viver. Desde o
autores e editores de obras didáticas voltadas para o ensino da fim do século XX, quando foi expandido o uso da grande rede
língua portuguesa e da cultura brasileira desde o século XIX. mundial, buscou-se a utilização desta tecnologia também para o
Essas obras destinavam-se, sobretudo, aos imigrantes e aos ensino de idiomas estrangeiros, vista a facilidade de acesso a
filhos de imigrantes matriculados, na maior parte das vezes, nas textos, áudios e vídeos na língua viva contextualizados, de
escolas localizadas nas inúmeras colônias que se formaram em autoria nativa. É fato que o computador conectado à internet tem
nosso território. Apesar da importância desses imigrantes para o um importante papel na educação, por facilitar e acelerar muitos
esboço de uma história que resgate o modo como a área de processos, oferecendo muitas ferramentas que são utilizadas
ensino de Português do Brasil para Estrangeiros se constituiu no para se obter êxito na aprendizagem, dentre as quais o blog, um
Brasil, observamos que há, de modo geral, um apagamento tipo especial de website, surgido no final da década de 90, cuja
desses personagens. Nossa proposta, então, neste trabalho, foi estrutura permite uma rápida atualização através das postagens.
analisar uma obra para ensino de português para imigrantes de O objetivo deste trabalho é aliar o ensino de Português Língua
língua alemã escrita por um imigrante alemão nascido no século Estrangeira às Tecnologias da Informação e da Comunicação,
XIX e radicado no Brasil. A obra, publicada no início do século propondo a reflexão “Que tipo de estratégias metodológicas
XX, retrata, em seus textos, o cotidiano de uma família brasileira. devem ser desenvolvidas para que as atividades com a
Uma vez identificados os textos, formamos um corpus para ferramenta blog se direcionem para a construção do
análise de aspectos linguísticos e culturais que pudessem revelar conhecimento, considerando as competências linguísticas e
a visão de Brasil e de brasileiros construída ao longo da obra e culturais?"
apresentada aos estudantes de PBE da época.

70
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

duas turmas: Curso de Língua Portuguesa para haitiano, cada


turma com (35) trinta e cinco alunos, total de (70) setenta
RICARDO BORGES ALENCAR haitianos. As aulas com enfoque ao direito à cidadania (brasileira)
Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio) e ocorreram aos sábados no período vespertino, das 14 às 18
Ser, estar e ficar: uma proposta de sistematização horas, nas instalações do Centro de Estudos Superiores de
Tabatinga/UEA. A Língua Portuguesa tem como objetivo principal
Este trabalho tem por objetivo uma sistematização dos usos dos a comunicação, a socialização e a interação da comunidade
verbos ser, estar e ficar, com vistas ao ensino de alunos iniciantes haitiana com a comunidade brasileira. Como afirma (LUFT, Celso
de PL2E. Devido a uma recorrente confusão que os alunos de Pedro: 2002, p. 54): “O homem é um ser de linguagem.” O
nível básico fazem para determinar se precisam usar SER< segmento pedagógico utilizado nas aulas de Português obedeceu
ESTAR ou FICAR, propomos uma sistematização dos usos à mesma didática empregada no Curso de Língua Portuguesa
desses verbos. para Estrangeiro (para colombianos e peruanos), ministrado pelo
Curso de Letras do CESTB/UEA, há mais de (06) seis anos para
a comunidade estrangeira residente na região da tríplice fronteira.
ROCILANGE SALLES CABRAL Com a aprovação do Comitê dos haitianos adotou-se esta
Centro de Estudos Superiores de Tabatinga - CSTB- UEA apostila para o ensino-aprendizagem do PLE – Português Língua
Curso de Língua Portuguesa para haitiano Estrangeira, também jornais, revistas e os mais diversos gêneros
textuais para facilitar e estimular o aprendizado. Além disso, o
O Centro de Estudos Superiores de Tabatinga operacionalizou o projeto contou com a colaboração da voluntária e comunicadora,
Projeto de Integração da UEA com a Comunidade Haitiana de Sra. Bárbara Silva, que disponibilizou uma apostila
Tabatinga, aprovado pela Pró-Reitoria de Extensão da Francês/Português desenvolvida pela Pastoral da Mobilidade
Universidade, através de (02) dois acadêmicos bolsistas Humana da Diocese do Alto Solimões, além da colaboração dos
remunerados e outros (06) seis voluntários, com apoio dos cursos seminaristas jesuítas Emílio Travieso, brasileiro estudante em
de Licenciatura em Letras e de Licenciatura em Matemática, além Belo Horizonte/MG e Rwoldds Augustin, Haitiano estudante em
da Coordenação de Extensão Universitária deste Centro. Desde Bogotá, *Colômbia que colaboraram com a apostila Crioulo
06 de dezembro/11, ocorreram reuniões semanais, para Haitiano/Português. O segmento pedagógico utilizado obedeceu
discussões e planejamentos com a participação dos haitianos. E a didática transdisciplinar, que envolveu ensinamentos básicos do
encerrou-se com (60) sessenta horas/aulas, dia 25 de manuseio da internet e informações sobre cidadania,
fevereiro/12, o projeto piloto. Os imigrantes (refugiados haitianos) disponibilizou-se aos alunos formas de acesso aos sites e ao
interessados em participar do projeto, foram alocados em (02) sistema legal brasileiro, como a Constituição Federal, a

71
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

Consolidação das Leis Trabalhistas e outras leis, que regulam a declaradas pelos estudantes pesquisados refletem um discurso
convivência, direitos e deveres da sociedade brasileira. no qual o Brasil é configurado de forma estereotipada como o
Professoras responsáveis: Rocilange Salles Cabral e Adriana país do futebol, do carnaval, das belezas naturais e das pessoas
Aparecida das Neves de Queiroz. cordiais.

RONALDO AMORIM LIMA ROSANA SALVINI CONRADO


Universidade Federal Fluminense (UFF) Universidade de São Paulo (USP)
Representações do Brasil e dos brasileiros em textos do Exame A voz do aprendiz de PLE numa análise sociodiscursiva
Celpe-Bras
Com o objetivo de verificar de que forma os aprendizes de PLE
Estudo em que se focalizam as representações do Brasil e dos entendem o processo de aprendizagem e, nesse contexto,
brasileiros configuradas em 230 textos da Parte Individual do observar como avaliam a utilidade do livro didático, foram
Exame para obtenção do Certificado de Proficiência em Língua aplicados questionários a nove participantes, cujo conteúdo
Portuguesa para Estrangeiros – Celpe-Bras, entre o ano 2000 e abordava desde o perfil social dos aprendizes até seu
abril de 2007. Para tanto, baseia-se em estudos da Teoria das posicionamento crítico e avaliativo a respeito do material didático
Representações Sociais (JODELET, 2001), recorrendo também a utilizado. Os participantes deveriam ter um nível intermediário de
pressupostos da Análise Crítica do Discurso, com base em Van conhecimento e de fluência escrita, já que o questionário também
Dijk (1997, 1998, 2002, 2005), e a estudos antropológicos de orientava a produção de relato de experiência. Outra importante
DaMatta (1989) e de Almeida (2007). Após levantamento do condição é que essa tarefa fosse realizada de forma autônoma,
corpus e elaboração de quadro de temas e tópicos para sem a interferência de um falante nativo. Nossa escolha por esse
categorização dos textos analisados, procedeu-se à prospecção instrumento de avaliação deve-se ao fato de que, numa
das representações do Brasil e dos brasileiros neles abordagem sociodiscursiva, há que se considerar a voz dos que
configuradas, cotejando-as com aquelas presentes em integram os processos analisados. Por esse trabalho fazer parte
questionários respondidos por aprendizes de PBE de de uma pesquisa maior, inserida no quadro da Linguística
nacionalidades diversas, com a finalidade de detectar Aplicada, julga-se necessário esclarecer que a aplicação do
convergências e divergências. Concluiu-se que os textos questionário é parte de uma abordagem em que se observam os
selecionados para compor o quadro de elementos provocadores efeitos do uso de determinados livros didáticos e a consciência
da Parte Individual do Exame mostram a face desenvolvida e crítica do aprendiz nesse processo. Entendemos que a visão do
moderna de nossa sociedade, enquanto as representações aprendiz pode contribuir para que nossa pesquisa atinja seu

72
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

objetivo social, o de propor o aprimoramento dos livros didáticos “formar” os professores que trabalham com o idioma e a
existentes. Os resultados dessa análise justificam a necessidade impossibilidade de adotar materiais didáticos editados no Brasil,
de avaliação e atualização constante desses recursos, a fim de inclusive como material suplementar. O próximo passo consiste
garantir que atendam às expectativas de seus usuários: professor em documentar e mensurar a eficácia da experiência, através do
e aprendiz. acompanhamento de alguns alunos.

ROSANE MARGARETH KATH ROSANE SILVEIRA


FERNANDO PEDRETTI THAREN TEIXEIRA
The Language Club Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Ensino comunicativo do subjuntivo é possível? Reflexões sobre a Percepção e produção das fricativas alveolares do português
teoria de Raquel Ramalhete brasileiro

Pretendemos nesta comunicação compartilhar nossa experiência A relação entre a percepção e a produção dos sons da L2 tem
de buscar uma abordagem diferenciada para o ensino do modo sido tópico de intensos debates na área de interfonologia. No
subjuntivo do português para falantes de outras línguas na escola centro do debate está a questão do quanto a produção dos sons
de idiomas The Language Club, em Florianópolis. Nossa da L2 é precedida pela percepção dos mesmos, ou se a
experiência inicia com a necessidade específica de um aluno percepção é apenas uma dos elementos que contribuem para a
anglo-falante em entender e usar melhor o modo subjuntivo em produção dos sons da L2. Dentre esses outros elementos estão a
seu discurso – nossa motivação inicial. Fez-se necessário a utilização de informações visuais, obtidas quando o aprendiz de
análise de alguns materiais didáticos existentes no mercado, bem L2 observa os movimentos articulatórios de um falante da língua-
como a comparação com algumas gramáticas. A reflexão sobre o alvo, bem como o uso de informações sobre as correspondências
texto “Uma classificação comunicativa do subjuntivo e sua grafo-fono-fonológicas na L2. Neste estudo, verificamos a
implicação para o ensino de português para estrangeiros”, de correlação entre a percepção e a produção das fricativas
Raquel Ramalhete, levou-nos à elaboração de uma sequência de alveolares /s/ e /z/ por hispano-falantes aprendendo português e
10 casos do subjuntivo, sua distribuição ao longo de um de que modo o nível de proficiência, a ortografia das palavras
programa de curso e à criação de material didático específico. testadas e o contexto fonológico afetam essa correlação. Dados
Depois de um ano de uso, constatou-se a necessidade de uma foram coletados com 15 participantes colombianos, adultos de
redistribuição de situações de uso, o que foi feito. A aplicação da níveis de proficiência diversos. Foram aplicados um teste de
teoria gerou algumas dificuldades, tais como a necessidade de percepção e um teste de produção, os quais incluíram o mesmo

73
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

conjunto de 40 palavras (que constituíam 20 pares mínimos) visa, principalmente, delinear com precisão as estruturas que
contrastando os fonemas /s/ e /z/ (ex.: casa / caça; fase / face). oferecem problemas de aprendizagem e as que apresentam
Os dados mostram correlações fracas entre percepção e facilidades. A análise detalhada ajudaria, através do contraste
produção e uma maior dificuldade na produção de /z/ do que de das línguas, serviriam de base para a elaboração de materiais
/s/, mas também indicam que a ortografia e o contexto fonológico didáticos.
afetam a produção das fricativas alveolares.

SARAH FERREIRA
SAMIRA AHMAD ORRA DANÚSIA TORRES
Universidade de São Paulo (USP) Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Ensino do sistema verbal do português brasileiro para falantes de Planejamento e material didático em AVAs: reflexões a partir de
árabe aulas experimentais

As línguas portuguesa e árabe, embora tenham um contato As novas facetas do mundo contemporâneo tornam necessárias
antigo, desde a presença árabe na Península Ibérica, ainda algumas reflexões sobre a tarefa de ensinar e aprender línguas
podem ser consideradas pouco estudadas (mutuamente) no estrangeiras. O ritmo cada vez mais frenético das grandes
campo de ensino de línguas estrangeiras. Isso afeta o cidades, a consequente dificuldade na gestão do tempo, o uso
intercâmbio cultural entre as regiões que têm o árabe e o quase imprescindível da tecnologia e a constante busca pela
português como línguas predominantes. Nesta comunicação qualificação profissional, entre outras questões, são grandes
apresentamos uma Análise Contrastiva entre diferentes aspectos desafios para o mundo na atualidade, e a área de ensino de
do sistema verbal do árabe padrão moderno (APM) e do línguas não poderia permanecer alheia a essas questões.
português brasileiro (PB). Pretendemos, com isso, explorar os Considerando-se esse contexto, quais as consequências para o
principais problemas morfossintáticos, pragmáticos (tipos dos ensino de português para estrangeiros provocadas pelas
verbos e seus usos em PB e no APM), discursivos e interculturais mudanças ocorridas na era digital? De que forma o ensino de
que enfrentará o aprendiz, que tem o árabe como L1, no seu PLE foi afetado ao sofrer desdobramentos decorrentes da
processo de aprendizagem do português brasileiro. Exploramos o supermodernidade?A partir desses questionamentos motivadores
uso dos verbos na comunicação, especialmente entre as orações e dos dados coletados em aulas experimentais, pretendemos
e os contextos e situações em que estas se usam no mundo real. fazer um panorama do potencial de uso da ferramenta SKYPE no
Nossa análise está concentrada na flexão de número e pessoa contexto de ensino de PLE. Buscamos, em especial,
dos verbos em português e em árabe. A Linguística Contrastiva compreender melhor o planejamento e a rotina das aulas nesse

74
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

ambiente, as características do material didático nele utilizado, as concerne à ampliação do ensino de PLE, buscando comparar
habilidades e os recursos que devem ser desenvolvidos pelo experiências da Argentina, Uruguai e Paraguai, inclusive na sua
professor frente a essa nova demanda, a gestão do tempo e do relação com o Brasil, em correspondência às demandas
espaço pelos envolvidos na aula e a interação aluno-professor. geopolíticas. Algumas experiências positivas de cada um dos
Para refletir sobre essas e outras questões utilizamos como países serão citadas como exemplos, porém com a intenção de
referenciais teóricos os textos de Marc Augé (1994), Zygmunt se demonstrar como a integração e o desenvolvimento de ações
Bauman (2001), Almeida Filho (1993, 1997) e Moita Lopes conjuntas, envolvendo também o Brasil, poderiam redundar em
(1996), entre outros resultados mais efetivos para o bloco econômico.

SERGIO RICARDO LIMA DE SANTANA SHEILA MEJLACHOWICZ


Universidade Federal de Sergipe (UFS) /PRODOC/CAPES Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio)
Políticas linguísticas do Português Brasileiro no MERCOSUL Tirar o cavalinho da chuva? Mas não ‘tá’ chovendo!! (O trabalho
com expressões em uma aula de português como segunda língua
A partir de uma perspectiva geopolítica, a meta do bilinguismo no para estrangeiros – PL2E)
MERCOSUL corresponderia a uma maior coesão do bloco latino-
americano frente aos blocos hegemônicos do mundo globalizado. A língua portuguesa é cheia de expressões coloquiais. Muitas
Entretanto, obstáculos relacionados à integração real entre os delas possuem um valor metafórico, outras não. Expressões
seus países e à consolidação do MERCOSUL enquanto força como “saia justa”, “pegar o bonde andando”, nos remetem a um
política e mercado econômico comum, e não meramente como conceito e, a partir dele, transferimos para um sentido
abstração de base geográfica, por um lado, e à fragilidade de metafórico.Existem, porém, expressões que são cristalizadas, de
políticas linguísticas que integrem os países membros, por outro, uso tão comum, mas, ao mesmo tempo, não identificamos o
constituem alguns dos desafios para a atuação efetiva e ampla do porquê de usá-las. Alguns exemplos, tais como “Pode tirar o
ensino de PLE, na sua variedade brasileira (PB), no âmbito deste cavalinho da chuva”, “fazer uma vaquinha”, “acabar em pizza”,
bloco econômico. É evidente, por exemplo, a necessidade de entre outros, fazem-nos refletir de onde vêm essas expressões e
aumento da oferta nos sistemas de ensino dos países membros, qual o seu significado. E mais ainda: como explicar seu sentido e
o que dependeria tanto das políticas públicas integradas às sua aplicação ao aluno de PL2E?A partir desse desafio,
realidades dos países, no âmbito do incentivo à formação tentamos, no presente trabalho, encontrar uma forma de
docente em PLE, quanto da produção de material didático. Este desvendar as expressões que trazem em sua origem uma história
trabalho objetiva apontar as principais necessidades no que que, real ou não, pode ser a chave do mistério.

75
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

TATIANA PEREIRA CARVALHAL THAMARA SANTOS DE CASTRO


Universidade Federal Fluminense (UFF) Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio)
Português do Brasil como língua de trabalho em contextos O emprego dos conectivos concessivos em Português:
plurilíngues contribuições para o ensino de PL2E

Este trabalho visa a discutir a situação/status da Língua De maneira geral, nas gramáticas tradicionais de Língua
Portuguesa do Brasil (LPB) e o seu ensino como LE no contexto Portuguesa, as conjunções/ locuções conjuntivas concessivas
das empresas petrolíferas multinacionais situadas na cidade do são expostas em uma lista sem qualquer observação sobre suas
Rio de Janeiro. Para tanto, são identificadas as situações de uso condições de uso e seus aspectos semânticos, como se
da LPB e as representações sociais dos participantes desse pudessem ser utilizadas de forma aleatória. Isso dificulta o ensino
contexto, assim como as representações da LPB, possibilitando de Português, principalmente como segunda língua. Como há
um entendimento sobre a influência dessas representações na construções intrínsecas aos usuários nativos da língua, essas
escolha da LPB como língua de trabalho. Este trabalho faz parte precisam ser mais bem detalhadas para que o falante não nativo
de uma pesquisa de Doutorado em curso, desenvolvida no consiga atingir um nível relevante de competência linguística.
programa de Estudos de Linguagem da UFF, motivada pelo Para isso, baseando-nos na perspectiva funcionalista da
crescente uso do português do Brasil por estrangeiros nessas linguagem, que entende que as escolhas gramaticais dependem
empresas, e se localiza no encontro da psicologia social com a do contexto em que estão inseridos os enunciados, este trabalho
sociolinguística. A pesquisa baseia-se nos estudos sobre línguas tem o objetivo de verificar as estruturas morfossintáticas em que
em contato, na teoria das representações sociais (Moscovici, ocorrem as orações concessivas e de observar os diferentes
1961; Jodelet, 1989; Guareschi & Jovechelovitch, 2011) e na sentidos secundários que cada conjunção ou locução conjuntiva
teoria das representações linguísticas (Houde bine, 1996, concessiva pode trazer ao enunciado. Com isso, faremos um
Petitjean, 2009). estudo que tentará facilitar o ensino das conjunções/ locuções
conjuntivas concessivas, visando à aprendizagem dos falantes
não nativos de português.

76
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

VICTOR ARAUJO COUTINHO VÍTOR MARCONI DE SOUZA


Universidade de Brasília (UnB) University of Utah
Políticas de (trans)formação de professores de Português para Ensino de português como língua estrangeira na Universidade de
Estrangeiros Utah, EUA

O ensino de português para estrangeiros está crescendo muito Este trabalho visa apresentar um relato de experiência do ensino
nos últimos anos, porém é necessária uma mudança nas políticas de português como língua estrangeira na Universidade de Utah,
nacionais para que haja uma excelente (trans)formação de Estados Unidos. Pretendo descrever a organização do programa
professores. O cenário universitário atual não permite uma de português nessa instituição e discutir os projetos pedagógicos
formação ampla e abrangente, focando na habilidade do que venho implementando em sala de aula ao longo dos últimos
professor em lidar com diferentes culturas em um contexto dois anos. Esses projetos, voltados para os níveis básico e
sociocultural totalmente diferente do que estão acostumadas, e intermediário, contemplam o uso de tecnologia como instrumento
muito menos permitindo uma formação específica para o Ensino de ensino-aprendizagem e possibilitam maior interação entre
de Português como Língua Estrangeira/Segunda Língua. Sendo alunos e falantes nativos de língua portuguesa. Outras atividades
assim, este estudo propõe para todas as universidades brasileiras com foco no processo de escrita e no ensino de cultura brasileira
a elaboração de políticas voltadas para a (trans)formação de também são apresentadas. O ensino de línguas estrangeiras na
professores focados no ensino de PLE/PL2, incentivando a presente universidade é orientado pelos Parâmetros Nacionais de
criação de novos programas que abarquem esses novos ramos Educação em Língua Estrangeira (National Standards in Foreign
de ensino do português, (trans)formando professores com Language Education) dos Estados Unidos. Além do uso desses
consciência crítica e cultural, objetivando a internacionalização do parâmetros, lanço mão de conceitos relacionados à instrução
português. Tal trabalho se respaldará nos estudos empíricos baseada em conteúdos (Content-based Instruction) (BRINTON e
realizados dentro do âmbito da Linguística Aplicada, focando na HOLTEN, 1997; GRABE e STOLLER, 1997) e ao processamento
formação do professor em trabalhar a transculturalidade em sala de instrução (Processing Instruction) (LEE e VANPATTEN, 2003).
de aula.

77
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

VIVIAN FLANZER YERIS GERARDO LÁSCAR ALARCÓN


University of Texas at Austin Universidade de Brasília (UnB)
Um olhar estrangeiro: percepção de aprendizes de PLE sobre a O ensino/aprendizagem de PLE por meio da música popular
língua portuguesa e a cultura brasileira através de vídeos brasileira: relato de um chileno no Brasil
autênticos
O objetivo desta comunicação é demonstrar o quanto é
O uso de recursos audiovisuais (comerciais, programas de importante a música popular brasileira como recurso
televisão e filmes) na sala de aula tem sido prática corrente nos metodológico para a aprendizagem de Língua Portuguesa como
cursos de Português como Língua Estrangeira. No entanto, estes língua estrangeira (PLE) e, assim, refletir em todos os níveis
vídeos não são necessariamente autênticos, já que se baseiam possíveis de análise sobre a complexidade daquilo que se ensina
em roteiros e são previamente ensaiados, refletindo um falar mais e aquilo que se aprende. Quero dizer, a música rompe barreira
“limpo”. Este estudo investiga a percepção de alunos (preconceito) na qual há conflito linguístico e a alma se eleva
universitários americanos de PLE sobre a língua e a cultura diante das diferentes situações do cotidiano. Por meio de minha
brasileira através de vídeos autênticos, i.e., vídeos que não são própria narrativa de vida, pretendo mostrar a trajetória de um
baseados em roteiros nem são previamente ensaiados e que estrangeiro aprendendo o português, demonstrando fatos que
refletem a fala autêntica (com pausas, interrupções, hesitações, acontecem com muitos estrangeiros. Músicas do conjunto
“erros”, etc.) entre dois ou mais brasileiros. Estes vídeos fazem “Engenheiros do Hawaí’, banda liderada por Humberto Gesinger,
parte do website ClicaBrasil (http://laits.utexas.edu/clicabrasil), proporciona a percepção do universo cultural e linguístico do
que contém lições onde brasileiros de diversas partes do país e Brasil, além de colorir com tintas irônicas e, por vezes,
de diferentes condições socioeconômicas falam naturalmente melancólicas as facetas da vida. As metáforas utilizadas nas
sobre o Brasil e suas vidas. Vinte e seis alunos participaram deste letras despertam o interesse de compreender a significação
estudo, respondendo anonimamente a um questionário com social, permitindo uma aproximação com o pensamento e a
questões abertas e de múltipla-escolha. Os resultados indicam cultura brasileira. A música como material didático-cultural
que ClicaBrasil é visto pelos alunos como uma ferramenta eficaz possibilita uma aprendizagem sem sofrimento, superando os
para o ensino de PLE e da cultura brasileira. estágios mais difíceis de dominar a Língua Portuguesa,
solidificando as competências do aprendente”. Músicas como

78
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

“Exército de um homem só”, “Ando só”, “Muros e grades”, “Piano


bar”, “Perfeita simetria”, “Mapas do acaso” e “Vícios de
linguagem” serão analisadas, neste artigo, para demonstrar a
interpretação e ressaltar os elementos socioculturais e incentivar
novas práticas pedagógicas em salas de PLE.

79
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

INSTITUIÇÕES REPRESENTADAS

Universidade Estácio de Sá
ENSINO SUPERIOR Universidade Estadual de Campinas
Centro Federal de Educação Tecnológica Universidade Estadual de Santa Cruz
DePaul University Universidade Estadual do Maranhão
Faculdade de Pindamonhangaba Universidade Estadual Paulista
Faculdade de Roseira Universidade Federal da Integração Latino-Americana
Faculdade Santa Cruz de Curitiba Universidade Federal de Juiz de Fora
Faculdades Metropolitanas Unidas Universidade Federal de Minas Gerais
Fundação Getúlio Vargas Universidade Federal de Santa Catarina
Indiana University Universidade Federal de São Carlos
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Universidade Federal de Sergipe
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Universidade Federal de Viçosa
The University of the West Indies Universidade Federal do Ceará
Universidad Autonoma de Entre Rios Universidade Federal do Rio de Janeiro
Universidad del Norte Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Universidad Nacional de Cordoba Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Universidad Nacional del Nordeste Universidade Federal Fluminense
Universidade Aberta de Portugal Universidade Paulista
Universidade Autonoma de Entre Rios Universidade Regional de Blumenau
Universidade Braz Cubas Università di Bologna
Universidade de Brasília University of Utah
Universidade de São Paulo University of Kansas
Universidade do Estado do Amazonas University of North Carolina at Chapel Hill
Universidade do Estado do Rio de Janeiro University of Texas at Austin
University of Wioming
Utah Valley University

80
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
_______________________________________________________________________________________________________________________________

EQUIPE DE APOIO
OUTRAS INSTITUIÇÕES
Coordenação
Escola Bem Brasil Prof. Anderson Petrucelli e Prof. Vitor Marconi
FLC Idiomas Participantes
Floripa Wave Language Center Professores:
Fundación Centro de Estudos Brasileiros (FUNCEB - Buenos Adriano Oliveira e Lívia Ferre
Aires/Argentina) Estudantes:
Idiomaster Douglas G. de Souza
Instituto Horizonte Brasil (Argentina) Iolanda Delmiro
Instituto Nacional de Educação de Surdos João Gabriel Vasconcelos
Rio Total Consultoria Kíssila N.S. Quintanilha
Scholar Language Center Luana Rocha
The Language Club Mariana Viera Gomes Pereira
Priscilla Pavão

APOIO

Instituto de Letras
Universidade Federal Fluminense

PROLEM
Programa de Línguas Estrangeiras Modernas – UFF

Superintendência de Tecnologia da Informação/ Setor Web


Universidade Federal Fluminense

81

Você também pode gostar