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Aí Vem o Temporal - Karl Valentin
Aí Vem o Temporal - Karl Valentin
[Ventania,
trovoadas,
chuva,
vendaval,
raios,
barulhos
de
rua,
buzinas,
travadas,
batidas
de
carros,
conversas,
gritos,
etc.]
Elizabeth:
-‐
Mas
que
ventania!
Eu
não
disse
que
você
tinha
que
trazer
o
seu
guarda-‐chuva?
Olha
aí,
já
começou
a
chover!
E
agora
nós
só
temos
o
meu
guarda-‐chuva!
Elizabeth: – Fica quieto e amarra o pacote! Não, pelo cordão não. Vai desamarrar.
Elizabeth: – Viu? Eu não disse! Pega esse pacote de uma vez, senão vai molhar!
Werner: – Me dá o guarda-‐chuva! E pega meu chapéu, que vai voar.
Werner: -‐ Para, para, para! Vamos decidir quem pega o que.
Werner: – Uma tempestade horrorosa destas e nós parados no meio da rua!
Elizabeth:
–
Werner,
se
nós
estivéssemos
dentro
de
casa,
a
tempestade
seria
exatamente
igual.
Elizabeth: – Como, Werner? Estamos no meio de um tufão! [ Mais ventania]
[Relâmpago]
Elizabeth: – Quando?
Werner:
–
Agora!
Elizabeth:
–
A
que
horas?
Elizabeth:
–
Deixa
trovejar.
Trovão
não
é
perigoso.
O
raio
sim.
Do
trovão
a
gente
se
protege,
mas
contra
o
raio
não
há
defesa.
Werner: – É??
Elizabeth: -‐ Claro, Werner. Se o raio lhe pega, você vira carvão.
[Trovão]
Werner: – Vamos escapar daqui antes do raio! Lá vem o ônibus 13.
Elizabeth: – Ah, não. O 13 eu não pego. Dá azar. [passa o ônibus]
Werner:
–
Pronto,
lá
vem
o
28,
que
também
serve.
[passa
outro
ônibus]
Lotado.
Elizabeth,
faça
alguma
coisa,
eu
estou
encharcado.
Elizabeth:
–
As
pessoas
razoáveis
foram
para
a
casa
antes
do
temporal.
Mas
você
não
é
do
tipo
razoável.
Werner: – Como?
Elizabeth:
-‐
Se
você
fosse
razoável,
já
teria
colocado
o
seu
chapéu.
Pelo
menos
a
sua
cabeça
estaria
seca.
Werner: -‐ E por que é que você não abre o seu guarda-‐chuva?
Werner: -‐ Agora que estamos molhados, podemos ir para a casa a pé.