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Apontamentos Contratos em Especial
Apontamentos Contratos em Especial
CONTRATOS EM ESPECIAL
ARTIGO 874º
Noção
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
António Filipe Garcez José
CARACTERÍSTICAS
O contrato de compra e venda é um contrato...
1. nominado e típico
3. consensual
5. oneroso
6. sinalagmático
8. de execução instantânea
Nominado
Porque que a lei o reconhece como categoria jurídica
Típico
Porque a lei estabelece para este contrato um regime, quer no
âmbito do Direito Civil (arts. 874° e ss. CC), quer no âmbito do
Direito Comercial (arts. 463° e ss. CCom)
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
António Filipe Garcez José
3. contrato consensual
Contrato obrigacional
A compra e venda determina a constituição de duas obrigações:
5. Contrato oneroso
Contrato oneroso
Porque existe uma contrapartida pecuniária em relação à
transmissão dos bens.
6. contrato sinalagmático
Contrato siinalagmático
Uma vez que as obrigações do vendedor e do comprador
constituem-se tendo cada uma a sua causa na outra (o que
determina que permaneçam ligadas durante a fase da execução do
contrato).
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
António Filipe Garcez José
Cumutativo
Uma vez que ambas as atribuições patrimoniais, se apresentam
como certas, não se verificando incerteza nem quanto à sua
existência (an) nem quanto ao seu conteúdo (quantum).
Contrato aleatório
Como nos casos de ...
- venda de expectativas
FORMA
A compra e venda é um contrato essencialmente
consensual (art. 219°)
Mas,...
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
António Filipe Garcez José
Se a compra e venda tiver por objecto bens imóveis, esta só
é válida quando for celebrada por escritura pública (art.
875°),...
excepto se for uma ...
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
António Filipe Garcez José
O art. 205°/2, refere expressamente que às coisas móveis
sujeitas a registo é aplicável o regime das coisas móveis em
tudo o que não seja especialmente regulado.
EFEITOS
ARTIGO 879º
Efeitos essenciais
os seguintes efeitos :
- Um efeito real
a transmissão da propriedade da coisa ou da titularidade do
direito.
e...
e...
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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2. Obrigação de pagar o preço
EFEITO REAL
É essencial à compra e venda a alienação de um direito, isto é,
uma aquisição derivada do mesmo.
Princípio da consensualidade
a propriedade é transmitida apenas com base no simples consenso
das partes, sendo o efeito real verificado nesse momento.
Princípio da causalidade
A existência de uma justa causa de aquisição é sempre
necessária para que o direito real se constitua ou transmita.
Venda real
O adquirente após a celebração do contrato adquire imediatamente
a propriedade da coisa vendida que pode imediatamente opor erga
omnes, no caso dos bens não sujeitos a registo, ficando no caso
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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dos bens sujeitos a registo essa oponibilidade a terceiros
dependente do cumprimento do ónus registral.
Primeira situação
ocorre sempre que a lei proceda a uma separação, entre o
momento em que se verifica a conclusão do contrato e o
momento em que ocorre o fenómeno translativo.
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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Pois ...
Venda obrigatória
Caracteriza-se especialmente pelo facto de o contrato de compra e
venda nunca produzir efeitos reais, apenas tendo por função a
constituição de obrigações (resultando assim a transferência da propriedade de
um segundo acto, que o vendedor se obriga a praticar, o qual produz os efeitos reais)
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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A compra e venda terá que ser registada quando respeitar a
direitos reais sobre bens imóveis ou a bens móveis sujeitos a
registo (arts. 2º/a) CRPred. e 11º/1/a) CRBMóveis), sob pena de não
ser oponível a terceiros nem prevalecer contra uma eventual aquisição tabular,
desencadeada por uma segunda alienação do mesmo bem (arts. 5º e 17º/2
CRPred. e arts. 3º e 38º CRBMóveis)
Sendo o direito real um direito absoluto com eficácia erga
omnes é conveniente e útil que todos os parceiros interessados
possam conhecer a sua existência.
RISCO
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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O risco continua a correr para o vendedor, se a coisa tiver
continuado em poder deste, em consequência de termo
estabelecido em seu favor; neste caso, a transferência do
risco só se verifica, com o vencimento do termo ou a entrega da
coisa, salvo se .... o devedor entrar em mora, o que produz a
inversão do risco (796º/2)
ARTIGO 796º
Risco
EFEITOS OBRIGACIONAIS
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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A obrigação que surge através do contrato de compra e venda
reconduz-se essencialmente ao dever de entregar a coisa.
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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O desrespeito destas regras determinará a aplicação do regime
do incumprimento das obrigações (art. 918º)
Regras gerais
ARTIGO 805º
Momento da constituição em mora
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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a) Se a obrigação tiver prazo certo;
b) Se a obrigação provier de facto ilícito;
c) Se o próprio devedor impedir a interpelação, considerando-se
interpelado, neste caso, na data em que normalmente o teria sido.
- determinadas
O art. 772° determina que nos outros casos, a coisa deve ser
entregue no domicílio do vendedor.
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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- que tratando-se de coisa determinada, pode incluir a
execução específica da obrigação (art. 827°)
ARTIGO 883º
Determinação do preço
ARTIGO 885º
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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2. Mas, se por estipulação das partes ou por força dos usos o preço
não tiver de ser pago no momento da entrega, o pagamento será
efectuado no lugar do domicílio que o credor tiver ao tempo do
cumprimento.
A obrigação de pagamento do preço é sujeita à prescrição
ordinária de vinte anos (art. 309º)
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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c) Ainda não ter ocorrido a transmissão da propriedade
(mesmo que a coisa já tenha sido entregue) Quando o vendedor
conserva a propriedade com fins de garantia, pode em caso
de incumprimento, proceder à resolução do contrato e exigir a
restituição do bem.
Proibições de venda
Casos em que a lei veda a celebração do contrato de compra e
venda entre determinadas pessoas.
ARTIGO 876º
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ARTIGO 579º
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c) A alienação ao credor em cumprimento do que lhe é
devido (ex: alienação em cumprimento de contrato-promessa
celebrado antes de o bem passar a litigioso)
ARTIGO 877º
ARTIGO 1892º
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Proibição de adquirir bens do filho
ARTIGO 1893º
Actos anuláveis
ARTIGO 1894º
Confirmação dos actos pelo tribunal
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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O tribunal pode confirmar os actos praticados pelos pais sem a
necessária autorização.
- curador (art.156º)
4) Venda a prestações
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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5) Venda a retro
- que não estão em seu poder (ex: venda dos peixes que vier a pescar
nesse dia no lago)
- A que ele não tem direito (ex: um agricultor vende os cereais que lhe
virão a ser fornecidos por outro agricultor)
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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translativo, que não fica dependente de uma segunda
atribuição patrimonial a realizar pelo vendedor.
ARTIGO 409º
Reserva da propriedade
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REGIME da venda com reserva de propriedade
A cláusula de reserva de propriedade tem que ser estipulada
no âmbito de um contrato de compra e venda, do qual não
pode ser cindido.
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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Ressalvadas as regras do registo, quando se trate de bens a
ele sujeitos, o comprador poderá opor eficazmente a sua
expectativa real de aquisição aos credores do vendedor,
através de processo de embargos de terceiro, dado que é
titular de um direito incompatível com a penhora desses bens
(art. 351º/2)
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
António Filipe Garcez José
prestação e esta não exceder a oitava parte do preço
(art. 934º)
Risco
a partir da entrega da coisa, o risco corre por conta de quem
beneficia do direito, logo, por conta do comprador, devendo este
pagar o preço em caso de perda ou deterioração fortuita da coisa.
Em relação ao vendedor
Em relação ao comprador
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Venda a prestações
A venda a prestações está regulada nos arts. 934º e ss.
ARTIGO 934º
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Sendo o comprador culpado pelo incumprimento, o recurso à
resolução do contrato não impede o vendedor de exigir
simultaneamente ao comprador a indemnização por todos os
prejuízos causados, sendo ao vendedor que cabe o ónus da
prova
Venda a retro
Esta modalidade específica de venda está definida no art. 927º
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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Os arts. 923º e ss. referem-se a modalidades específicas de venda
em que esta se realiza por etapas, como a venda a contento e a
venda sujeita a prova.
ARTIGO 923º
Primeira modalidade de venda a contento
Venda a contento
1ª modalidade
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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Se se verificar o perecimento da coisa antes de findo o prazo
estabelecido, o risco corre para o vendedor.
2ª modalidade
ARTIGO 924º
Segunda modalidade de venda a contento
ARTIGO 925º
Venda sujeita a prova
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ARTIGO 892º
Nulidade da venda
mas ...
o vendedor não pode opor a nulidade ao comprador de boa fé,
como não pode opô-la ao vendedor de boa fé o comprador doloso.
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A nulidade da venda não ocorre se a venda tiver por objecto
coisa futura.
ARTIGO 893º
Bens alheios como bens futuros
A venda de bens alheios fica, porém, sujeita ao regime da venda de
bens futuros, se as partes os considerarem nesta qualidade.
ARTIGO 894º
Restituição do preço
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1. Sendo nula a venda de bens alheios, o comprador que tiver
procedido de boa fé tem o direito de exigir a restituição integral do
preço, ainda que os bens se hajam perdido, estejam deteriorados
ou tenham diminuído de valor por qualquer outra causa.
ARTIGO 895º
Convalidação do contrato
ARTIGO 896º
Casos em que o contrato se não convalida
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ARTIGO 897º
Obrigação de convalidação
ARTIGO 898º
Indemnização em caso de dolo
Se um dos contraentes houver procedido de boa fé e o outro
dolosamente, o primeiro tem direito a ser indemnizado, nos termos
gerais, de todos os prejuízos que não teria sofrido se o contrato
fosse válido desde o começo, ou não houvesse sido celebrado,
conforme venha ou não a ser sanada a nulidade.
ARTIGO 899º
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Indemnização, não havendo dolo nem culpa
O vendedor é obrigado a indemnizar o comprador de boa fé, ainda
que tenha agido sem dolo nem culpa; mas, neste caso, a
indemnização compreende apenas os danos emergentes que não
resultem de despesas voluptuárias.
ARTIGO 900º
Indemnização pela não convalidação da venda
ARTIGO 901º
Garantia do pagamento de benfeitorias
ARTIGO 902º
Nulidade parcial do contrato
ARTIGO 903º
Disposições supletivas
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2. A declaração contratual de que o vendedor não garante a sua
legitimidade ou não responde pela evicção envolve derrogação de
todas as disposições legais a que o número anterior se refere, com
excepção do preceituado no artigo 894º.
ARTIGO 904º
Âmbito desta secção
ARTIGO 905º
Anulabilidade por erro ou dolo
Anulabilidade
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O contrato é anulável por erro ou dolo, desde que se
verifiquem no caso concreto os requisitos legais de
anulabilidade.
ARTIGO 906º
Convalescença do contrato
Indemnização
ARTIGO 908º
Indemnização em caso de dolo
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Em caso de dolo, o vendedor, anulado o contrato, deve indemnizar
o comprador do prejuízo que este não sofreria se a compra e venda
não tivesse sido celebrada.
ARTIGO 909º
Indemnização em caso de simples erro
ARTIGO 910º
Não cumprimento da obrigação de fazer convalescer o contrato
ARTIGO 912º
Disposições supletivas
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não ser que o vendedor tenha procedido com dolo e as
cláusulas contrárias àquelas normas visem a beneficiá-lo.
situação de ...
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ou de ...
ARTIGO 913º
Remissão
Em caso de erro
Exige-se a essencialidade e a cognoscibilidade dessa
essencialidade do erro para o declaratário (arts. 251° e 247°)
Em caso de dolo
Basta que o dolo tenha sido determinante da vontade do declarante
(art. 254°/1), salvo se provier de terceiro, caso em que se exige
igualmente que o destinatário conhecesse ou devesse conhecer a
situação (art. 254°/2)
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ARTIGO 914º
Reparação ou substituição da coisa
Indemnização
ARTIGO 915º
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Indemnização em caso de simples erro
A indemnização prevista no artigo 909º também não é devida, se o
vendedor se encontrava nas condições a que se refere a parte final
do artigo anterior.
Redução do preço
ARTIGO 916º
Denúncia do defeito
ARTIGO 917º
Caducidade da acção
A acção de anulação por simples erro caduca, findo qualquer dos prazos fixados
no artigo anterior sem o comprador ter feito a denúncia, ou decorridos sobre
esta seis meses, sem prejuízo, neste último caso, do disposto no nº 2 do artigo
287º.
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ARTIGO 918º
Defeito superveniente
Se a coisa, depois de vendida e antes de entregue, se deteriorar, adquirindo
vícios ou perdendo qualidades, ou a venda respeitar a coisa futura ou a coisa
indeterminada de certo género, são aplicáveis as regras relativas ao não
cumprimento das obrigações.
ARTIGO 921º
Garantia de bom funcionamento
ARTIGO 940º
Noção
1. Doação
é o contrato pelo qual uma pessoa, por espírito de liberalidade e à
custa do seu património, dispõe gratuitamente de uma coisa ou de
um direito, ou assume uma obrigação, em benefício do outro
contraente.
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Elementos constitutivos
Espírito de liberalidade
CARACTERÍSTICAS
É um contrato ...
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- gratuito
- não sinalagmático
Nominado e típico
Primordialmente formal
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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cuja validade depende da ocorrência concomitante da
tradição da coisa doada
Contrato gratuito
Objecto
ARTIGO 942º
Objecto da doação
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salvo declaração em contrário, as coisas singulares que venham de
futuro a integrar a universalidade.
ARTIGO 943º
Prestações periódicas
ARTIGO 947º
Forma da doação
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sendo acompanhada de tradição da coisa, só pode ser feita por
escrito.
A formação do contrato
A proposta
ARTIGO 945º
Aceitação da doação
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3. Se a proposta não for aceita no próprio acto ou não se verificar a
tradição nos termos do número anterior, a aceitação deve obedecer
à forma prescrita no artigo 947º e ser declarada ao doador, sob
pena de não produzir os seus efeitos.
ARTIGO 948º
Capacidade activa
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a capacidade é regulada pelo estado em que o doador se
encontrar ao tempo da declaração negocial (art. 948º/2)
ARTIGO 950º
Capacidade passiva
ARTIGO 951º
Aceitação por parte de incapazes
ARTIGO 949º
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Carácter pessoal da doação
contrato-promessa de doação
pode ser nula por força de não ter obedecido à forma legal
(art. 947º) ou por indisponibilidade relativa (art. 953º)
Efeitos
ARTIGO 954º
Efeitos essenciais
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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- um de natureza obrigacional
para o doador a obrigação de entrega da coisa;
Doação real
ARTIGO 955º
Entrega da coisa
doação obrigacional
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ARTIGO 958º
Reserva de usufruto
ARTIGO 959º
Reserva do direito de dispor de coisa determinada
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faculdade potestativa de disposição do doador que lhe permite
restringir o objecto da doação
ARTIGO 960º
Cláusula de reversão
excepção 967º
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inferior; se não cumprir pode ser responsabilizado
(indemnizar) podendo o doador resolver o contrato – cfr. 966º
ARTIGO 963º
Cláusulas modais
ARTIGO 964º
Pagamento de dívidas
ARTIGO 965º
Cumprimento dos encargos
ARTIGO 966º
Resolução da doação
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condições ou encargos impossíveis ou ilícitos 967º, 2230º e ss.
ARTIGO 967º
Condições ou encargos impossíveis ou ilícitos
ARTIGO 968º
Confirmação das doações nulas
Proibições de doação
ARTIGO 956º
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Doação de bens alheios
ARTIGO 969º
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Revogação da proposta de doação
ARTIGO 970º
Revogação da doação
ARTIGO 974º
Casos de ingratidão
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doado ainda estiver na esfera jurídica do donatário. Caso
contrário já não é possível.
ARTIGO 975º
Exclusão da revogação
b) Sendo remuneratória;
ARTIGO 976º
Prazo e legitimidade para a acção
1. A acção de revogação por ingratidão não pode ser proposta, nem depois da
morte do donatário, nem pelos herdeiros do doador, salvo o caso previsto no nº
3 e caduca ao cabo de um ano, contado desde o facto que lhe deu causa ou
desde que o doador teve conhecimento desse facto.
ARTIGO 977º
Inadmissibilidade de renúncia antecipada
EFEITOS DA REVOGAÇÃO
ARTIGO 978º
Efeitos da revogação
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1. Os efeitos da revogação da doação retrotraem-se à data da proposição da
acção.
ARTIGO 979º
Efeitos em relação a terceiros
CASOS PRÀTICOS
I)
II)
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Descontente com a situação, Paulo pretende revogar a doação
por entender que Rui nem sequer declarou aceitar e por ver no seu
comportamento um gesto de ingratidão. Quid Juris?
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Instrumento
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Objecto
Organização
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É um contrato de caracter duradouro.
não formal
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Forma – 981º. Não há forma. Só é exigível forma se a
prestação para realização da entrada for de natureza que
exija forma (se entrar com bens imóveis então o contrato já
necessita de forma)
A personalidade jurídica
A capacidade de gozo
A capacidade de exercício
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as sociedades sendo agrupamentos de pessoas é necessário
determinar a quem cabe a representação da sociedade. Aqui
entra em campo a sua organização.
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as decisões são tomadas por maioria (deliberação). A maioria
pode ser de 2/3 ou outra se assim o for designado no contrato
de constituição da sociedade.
o sócio de industria,
é aquele que entra com o trabalho e não entra com capital;
o sócio de capital
é aquele que entra com o capital. Em função da entrada é atribuído
uma participação na sociedade. Em regra a participação nos lucros
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depende da participação na entrada. No entanto as normas são
supletivas e podem ser afastadas.
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de um dos sócios se a utilização do nome revelar interesse
económico para a sociedade. Se for um nome que produza
uma imagem que se traduza em riqueza.
direito de fiscalização
que se traduz no …
há três entendimentos:
A representação – 996º
No contrato de sociedade há uma associação entre a
representação e a administração (996 – 985º)
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Tutela de aparência – 996º/2
Há no entanto possibilidade de limitar a responsabilidade
pelas dívidas.
CASOS PRÁTICOS
Ex.: A, B e C são administradores.
Em 24/4 C é destituído.
Em 25/4 C celebra um contrato em nome da sociedade.
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O terceiro desconhece a sua destituição e celebra o contrato
convencido que C era realmente administrador.
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e ele subscreveu parte ou todo desse capital. Na primeira hipótese
faz sentido a aplicação do art.º 997º/4.(esta interpretação do art.º
997º/4 deve ser feita de forma restritiva). Na segunda hipótese, ele
realizando capital, tem de haver uma alteração do contrato e podem
ocorrer duas situações: - ele exime-se das obrigações do contrato já
existentes, ou ele nada diz será obrigado como os restantes, pelas
dividas anteriormente contraídas.
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da sociedade o sócio aparece como devedor solidário. A
solidariedade não é reciproca, isto é, a sociedade não responde pelas
dividas dos sócios. O património da sociedade +e autónomo e só
responde pela dividas da própria sociedade. A única coisa que
poderiam executar era: - os lucros; a quota que o sócio tem na
sociedade, mas isto não é da sociedade, mas sim do sócio.
COMODATO
Encontra-se regulado nos arts. 1129° e ss.
ARTIGO 1129º
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Noção
Características
As características qualificativas do contrato de comodato são:
Características
O comodato é um contrato real quoad constitutionem
mediante qual uma das partes entrega à outra certa coisa,
móvel ou imóvel, para que se sirva dela, com a obrigação de a
restituir- art. 1129º
Objecto
Podem ser objecto do comodato tanto as coisas móveis como as
imóveis.
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Objecto do comodato
Conforme ao art. 1129º podem ser objecto de comodato tanto
as coisas móveis como imóveis. Porém, as coisas móveis não
podem corresponder a coisas consumíveis.
Obrigações do comodante
obrigação de não perturbar o uso da coisa pelo comodatário
(1138º, nº 1 e 2 /1273º/1275º)
Obrigações do comodatário
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obrigação de restituir a coisa emprestada, findo o contrato –
art. 1135º/h).
Extinção do contrato:
O contrato de comodato pode extinguir-se por...
- caducidade,
- denúncia ou ...
- resolução
Caso prático
Vasco empresta a Xavier a sua caso no Algarve para este passar
férias durante o mês de Agosto juntamente com a sua família.
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Empresta-lhe ainda o seu automóvel para ele poder passear
durante as férias.
Durante as férias Xavier decide participar num rali com o
automóvel obtendo o primeiro lugar, ganhando um prémio no
valor de 1.000€.
Numa das noites Xavier resolva transformar a casa numa discoteca
dando uma festa para 50 pessoas.
No dia seguinte sem que Xavier consiga explicar as causas as
paredes encontram-se riscadas e o chão manchado.
Nessa mesma noite, inesperadamente, ocorreu um violento
temporal que arrastou um contentor do lixo que foi embater no
carro de Vasco que se encontrava estacionado na rua tendo
amolgado a parte da frente.
Ao tomar conhecimento deste facto por terceiro, Vasco decide
dirigir-se ao Algarve e aproveitando o facto de Xavier se encontrar
na praia mudou a fechadura da casa.
Vem agora a exigir-lhe que lhe sejam pagos os danos do veículo,
da casa e ainda que lhe seja entregue o prémio recebido no rali.
Xavier pede uma indemnização a Vasco por este não lhe ter
deixado usar a casa durante todo o mês. Quid iuris.
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- quando no momento da celebração do contrato haja uma
avaliação dos bens comodatados.
Quanto ao prémio:
Fruto é o que a coisa tenha capacidade de produzir periodicamente.
Os frutos advêm da própria coisa. Se o comodatário tiver
participado decididamente na obtenção do fruto, não é fruto.
Aqui não há fruto porque foi resultado da perícia do comodatário.
Ao participar na corrida o comodatário está a utilizar o carro para
fim diverso. Desta forma o comodante terá direito a uma
indemnização se provar que há prejuízos.
Quanto à mudança da fechadura:
A forma de celebração do comodato é consensual.
A resolução também pode ser consensual. As forma pode ser de
qualquer forma, porque não exige forma. Quanto à mudança da
fechadura: - podia invocar acção directa porque não conseguiu
contactar o comodatário. Podia invocar que foi o único modo que
ele encontrou para resolver o contrato.
O comodante pode resolver o contrato porque não tem de suportar
os prejuízos. O contrato é sempre feito tendo em conta o comodante
(pois se ele é gratuito não é lógico que seja a favor do comodatário)
(ex.: ele tinha oferta para venda. Mesmo que o comodatário
cumprisse todas as cláusulas do contrato, ele tinha fundamento para
a resolução porque se não vendesse tinha prejuízo, e isso não pode
acontecer.)
Se entendermos que esta forma não é a adequada à resolução do
contrato o comodante é obrigado a indemnizar o comodatário, nos
termos da restituição da posse.
MÚTUO
O mútuo encontra-se previsto nos arts. 1142° e ss.
ARTIGO 1142º
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Noção
Mútuo é o contrato pelo qual uma das partes empresta à outra
dinheiro ou outra coisa fungível, ficando a segunda obrigada a
restituir outro tanto do mesmo género e qualidade.
Características
Características qualificativas do contrato de mútuo :
Objecto
O mútuo tem por objecto dinheiro ou outra coisa fungível;
Efeitos
O mútuo tem em primeiro lugar um efeito real (art. 1144°) e um
efeito obrigacional (1142°)
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O contrato de comodato não tem forma especial
Obrigação do comodatário – 1133º/1
Por ser um contrato gratuito não há grande responsabilidade pelo
comodante. Ele só responde pelo art.º 1134º
Direitos do comodatário:
- art.º 1132º - só tem direito ao uso e não aos frutos, salvo
convenção em contrário.
O mútuo é:
- juridicamente é um contrato de transmissão de bens
- economicamente é um contrato de gozo de bens alheios
- é um contrato real quoad constitutionem, porque sem a
entrega não há contrato
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dinheiro é condição para a existência do próprio contrato e não uma
obrigação do contrato.
EMPRÉSTIMO:
- comodato
- mutuo
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O comodato e o mutuo distinguem-se pelo objecto sobre o qual
incidem:
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- o comodato é sempre consensual independentemente do tipo,
natureza e valor do bem. Como não opera a transferencia de
propriedade é consensual.
- O mutuo depende do montante envolvido. – até 2.000€ é
consensual; a partir de 2.000€ é formal, porque tem de ser por
documento escrito; a partir de 20.000€ tem de ser por
escritura pública – art.º 1143º C.C.. O vicio da forma implica a
nulidade do contrato, o que faz com que não haja juros,
embora tenha de ser restituído o dinheiro - art.º 289º. Quando
o mutuante é uma entidade bancária ele assume forma
diversa.
5 -Quanto ao risco:
- no mutuo o risco corre por conta do mutuário – 1144º - 796º
C.C.
- no comodato o risco corre por conta do comodante.
Casos práticos
I)
Vasco empresta a Xavier a sua caso no Algarve para este passar
férias durante o mês de Agosto juntamente com a sua família.
Empresta-lhe ainda o seu automóvel para ele poder passear durante
as férias.
Durante as férias Xavier decide participar num rali com o
automóvel obtendo o primeiro lugar, ganhando um prémio no valor
de 1.000€.
Numa das noites Xavier resolva transformar a casa numa discoteca
dando uma festa para 50 pessoas.
No dia seguinte sem que Xavier consiga explicar as causas as
paredes encontram-se riscadas e o chão manchado.
Nessa mesma noite, inesperadamente, ocorreu um violento
temporal que arrastou um contentor do lixo que foi embater no
carro de Vasco que se encontrava estacionado na rua tendo
amolgado a parte da frente.
Ao tomar conhecimento deste facto por terceiro, Vasco decide
dirigir-se ao Algarve e aproveitando o facto de Xavier se encontrar
na praia mudou a fechadura da casa.
Vem agora a exigir-lhe que lhe sejam pagos os danos do veículo, da
casa e ainda que lhe seja entregue o prémio recebido no rali.
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Xavier pede uma indemnização a Vasco por este não lhe ter deixado
usar a casa durante todo o mês. Quid iuris.
Relativamente ao veículo:
O risco é suportado pelo comodante porque a propriedade não se
transferiu. Transfere-se o risco se o comodante provar que o
comodatário agiu negligentemente – art.º 1136º C.C..
Relativamente à casa:
O art.º 1135º impõe várias obrigações para o comodatário. Ele
utilizou a coisa par fim diverso. No contrato definiu-se que a coisa
se destinava a férias. A nossa lei aplica sanções quando o
comodatário viole as obrigações do contrato. Desta forma há a
inversão da responsabilidade e do ónus da prova. Aqui, sim, o
comodatário poderá invocar a relevância negativa da causa virtual,
o que neste caso não colhe. É uma excepção para as penalizações do
comodatário pela utilização diversa do estipulado no contrato.
Situações de inversão da responsabilidade da coisa: (são 3)
- quando aplique fim diverso ao estipulado;
- quando o comodatário se tenha responsabilizado por isso;
- quando no momento da celebração do contrato haja uma
avaliação dos bens comodatados.
Quanto ao prémio:
Fruto é o que a coisa tenha capacidade de produzir periodicamente.
Os frutos advêm da própria coisa. Se o comodatário tiver
participado decididamente na obtenção do fruto, não é fruto.
Aqui não há fruto porque foi resultado da perícia do comodatário.
Ao participar na corrida o comodatário está a utilizar o carro para
fim diverso. Desta forma o comodante terá direito a uma
indemnização se provar que há prejuízos.
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Quanto à mudança da fechadura: - podia invocar acção directa
porque não conseguiu contactar o comodatário.
Podia invocar que foi o único modo que ele encontrou para resolver
o contrato.
O comodante pode resolver o contrato porque não tem de suportar
os prejuízos. O contrato é sempre feito tendo em conta o comodante
(pois se ele é gratuito não é lógico que seja a favor do comodatário)
(ex.: ele tinha oferta para venda. Mesmo que o comodatário
cumprisse todas as cláusulas do contrato, ele tinha fundamento para
a resolução porque se não vendesse tinha prejuízo, e isso não pode
acontecer.)
Se entendermos que esta forma não é a adequada à resolução do
contrato o comodante é obrigado a indemnizar o comodatário, nos
termos da restituição da posse.
II)
Manuel celebrou com Natália um contrato por escrito pelo qual lhe
emprestava 15.000€.
Determinava o contrato que Manuel lhe entregava de imediato 50%
e passado um ano o restante.
Acordaram que Natália pagaria juros semestrais à taxa anula de
12%.
O empréstimo destina-se á compra de um automóvel.
1. Suponha que Natália apenas pagou juros no 1º semestre
deixando de o fazer a partir daí. Como pode Manuel reagir e
quais os efeitos daí decorrentes.
2. Natália após sair de casa de Manuel é assaltada sendo
desapossada do dinheiro. Como não chegou a empregá-lo no
fim a que se destinava entende nada ter a pagar.
3. no fim do ano Manuel recusa-se a entregar a Natália os
restantes 7.500€. Natália pretende saber como pode reagir.
Quid iuris.
Estamos perante um contrato de mutuo oneroso.
Os juros aplicados não são usurários porque os juros legais são de
7% onde acrescem 5%. O que não havendo garantia real, não
ultrapassa os 12%, logo não são usurários.
É um contrato que foi celebrado por escrito, logo é válido nos
termos do art.º 1143º C.C.
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1. o mutuante pode resolver o contrato – art.º 1150º. Quais as
consequências práticas da resolução? São as mesmas da
nulidade. Cada um restitui o que adquiriu. Mas aqui aplica-se
o art.º 434º. O mutuário devolve a quantia mutuada mas o
mutuante não tem de restituir as prestações já vencidas
porque a mutuária até ali usou o dinheiro e disso tirou
proveito pelo que deve juros.
2. o art.º 1144º estipula que as coisas mutuadas tornam-se
propriedade do mutuário. Transferindo-se a propriedade
transfere-se o risco. – art.º 796º C.C.
3. o contrato de mutuo para além de ser quoad effectum é
também quoad constitutionem porque a traditio é um acto de
constituição do contrato (é condição). Só há mutuo com a
entrega. Aqui estão dois contrato: - um de mutuo, quando
entrega parte do dinheiro; o outro não é mutuo porque não há
entrega. Se não é mutuo o que é?
Aqui surgem teorias diferentes:
Antunes varela: - se não é mutuo é promessa de mutuo.
Menezes Cordeiro: - não é promessa porque no contrato
promessa promete celebrar o contrato. Aqui ele não promete
emprestar, diz que empresta. Assim será um mutuo consensual.
É um mutuo atípico. Não se rege pelas regras do contrato mutuo,
mas por outras.
Para ser mutuo tem de haver entrega do bem. No contrato de
mutuo não nasce a obrigação de entrega do bem. Tem de
entregar logo. Se não entregar logo não é mutuo.
O contrato de mutuo neste caso é idêntico ao do comodato. São
ambos quoad effectum porque ambos só se celebram com a
entrega do bem.
Para quem considerar que é um contrato promessa aplica as
regras da promessa.
Para quem considerar que é um contrato atípico tem de ir-se ás
regras gerais do contrato.
MANDATO
O contrato de mandato está regulado no art. 1157° e ss.
ARTIGO 1157º
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Noção
Mandato é o contrato pelo qual uma das partes se obriga a praticar
um ou mais actos jurídicos por conta da outra.
Elementos essenciais
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Características qualificativas
1) Contrato nominado e típico
2) Contrato primordialmente não formal
3) Contrato que tanto pode ser gratuito como oneroso
4) Contrato sinalagmático (oneroso) ou sinalagmático imperfeito
(gratuito)
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No mandato comercial o art. 232° C. Com. Consagra
injuntivamente a regra da onerosidade.
Forma do contrato
O mandato é em principio um contrato consensual, dado que
a lei não exige forma especial.
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Mandato especial
Aquele que abranja certos e determinados negócios.
ARTIGO 1167º
Enumeração
O mandante é obrigado:
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ARTIGO 1168º
Suspensão da execução do mandato
Direitos do mandatário
Direito ao reembolso de despesas
Obrigações do mandatário
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1) Obrigação de executar o mandato com respeito pelas
instruções recebidas
ARTIGO 1161º
Obrigações do mandatário
O mandatário é obrigado:
ARTIGO 1162º
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Inexecução do mandato ou a inobservância das instruções
ARTIGO 1163º
Aprovação tácita da execução ou inexecução do mandato
ARTIGO 1164º
Juros devidos pelo mandatário
Substituição do mandatário
Quando o mandatário encarrega outro mandatário de praticar os
mesmos actos jurídicos de que foi encarregado pelo mandante,
havendo assim um subcontrato de mandato, ou seja, um
submandato.
Utilização de auxiliares
Não implica que estes pratiquem os actos jurídicos de que o
mandatário foi encarregado.
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O mandatário só pode fazer-se substituir por outrém se o
mandante o permitir, ou se essa faculdade resultar do
conteúdo do mandato, ou da relação que o determina
ARTIGO 1165º
Substituto e auxiliares do mandatário
ARTIGO 1166º
Pluralidade de mandatários
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Características do mandato:
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- O mandato é restrito a : a prática de actos jurídicos (não
abrange actos materiais); por conta do mandante
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Obrigação do mandatário (1161º e ss. C.C.):
-
obrigações acessórias de custódia de objectos
que lhe sejam entregues aos quais se aplica o regime do depósito.
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Obrigações do mandante (art.º 1167º e ss C.C.):
Direitos do mandatário:
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Extinção do mandato:
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Entre estas existe uma posição intermédia...
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- Outra questão pertinente resultante desta dupla transferência
é a do risco relativo à execução dos bens adquiridos pelo
mandatário pelos seus credores uma vez que estes estão na
sua esfera jurídica antes de serem transmitidos ao mandante.
Porém, o legislador entendeu adoptar a instituição de
separação de patrimónios na esfera do mandatário. (art.
1184º). Esta impenhorabilidade depende porém da existência
de documento anterior à penhora dos bens e do não registo
da aquisição pelo mandatário em ordem a evitar expectativas
de satisfação de crédito nos seus credores.
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CASOS PRÀTICOS
I)
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O nosso código prevê a tese da dupla transferência. Como é
que o mandatário faz a transmissão para o mandante? Como
os actos que pratica são para o mandante e estão sujeitos à
ratificação do mandante, esse problema resolvia-se com a
ratificação do mandante. Mas não faz sentido esta posição
(eram necessários dois negócios). O mandatário comprou, o
mandatário vende. Mas esta ideia inutiliza o mandato.
- Teoria de Galvão Teles: - o acto que o mandatário está
obrigado a praticar não está tipificado na lei. O objectivo é o
mandatário alienar. É um negócio de alienação. É o negócio
específico deste contrato. Por isso é um negócio alienatório
específico. Esta obrigação que existe é uma verdadeira
obrigação. O mandatário é obrigado a celebrar esta obrigação.
Esta obrigação é assumida aquando da celebração do
mandato. Assumiu duas obrigações: 1ª - cumprir o mandato;
2ª - se cumprir o mandato transmitir os bens para o mandante.
O que está presente no mandato é uma dupla obrigação. - A
obrigação de cumprir o mandato; - O que está inerente é o de
alienação especifica do mandatário para o mandante (é uma
promessa de alienação). Se o mandatário não cumprir esse
negócio o mandante pode invocar acção de incumprimento do
contrato. Pode também recorrer á execução especifica – 830º
C.C... É inerente no mandato uma promessa de venda
especifica ao mandante. O tribunal declara uma alienação
específica. Mas para aplicar o art.º 830º C.C., para além desta
fundamentação, requer ainda a presença de verdadeiros
requisitos formais (o contrato promessa validamente formado.
Tem subjacente as regras do art.º 41º C.C.). Para se recorrer às
regras da execução específica é necessário que as regras do
art.º 410º/1 e 2 estejam respeitadas (as do 410º/3 não fará
sentido). A forma do art.º 410ª é só necessário para se recorrer
ao art.º 830º. A analogia do art.º 410º com o mandato sem
representação é de que o mandatário assumiu a promessa de
vender, adquirindo o bem, ao mandante. Não se podendo
recorrer à execução especifica do art.º 830º recorre-se à acção
de incumprimento do contrato.
2. É um contrato oneroso.
É oneroso quando: as partes o estipulem; o mandatário faça
disso a sua profissão.
O mandante tem de pagar – art.º 1168º/f).
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O mandatário tem direito de retenção nos termos do art.º
755º/c).
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esquivar aos credores. Assim não estávamos na presença do
mandato.
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- Sinalagmático
- Oneroso
- preço global;
- por unidade de construção;
- por tempo de trabalho;
- por percentagem..
Direitos do empreiteiro:
Receber o preço
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- Para Antunes Varela o empreiteiro não goza do direito de
retenção;
Deveres do empreiteiro:
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No caso de empreitada de construção de imóveis
Vicissitudes da empreitada:
A subempreitada – 1213º CC
Trata-se de um subcontrato semelhante ao previsto no art. 264º
(substituição do procurador)
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- Se em consequência das alterações o preço for elevado em
mais de 20%, o empreiteiro pode denunciar o contrato e exigir
uma indemnização equitativa.
-
Defeitos da obra e responsabilidade do empreiteiro
depois da obra feita – art. 1218º e ss.
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Casos Práticos
Resolução
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- obras novas.
Obras novas
são obras com autonomia relativamente à obra contratada.
Alteração
Uma obra que não tenha autonomia tem de ser considerada como
alteração
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porém ...
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Assim ...
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O contrato de empreitada não é um contrato real porque quando se
celebra o contrato ainda não há nada.
A propriedade da obra determina-se pela propriedade do solo.
Mesmo que não seja o dono da obra a fornecer os materiais ele vai
adquirindo a propriedade sobre eles à medida que vão sendo
aplicados na obra.
II)
A vende a B, pelo preço de 30.000 contos uma casa em ruínas
da qual era comproprietário juntamente com os seus três
irmãos.
B com o intuito de recuperar a moradia para a tornar habitável
celebrou com C, construtor civil, um contrato para reparação
do imóvel.
Acordaram que o preço da obra seria 20.000c e que os
materiais necessários para a sua execução seriam fornecidos
por B.
Após ter iniciado a obra e com a sua execução a meio ocorreu
um violento terramoto que provocou um desmoronamento total
da mesma. C informou B do sucedido e pretende que este lhe
forneça novos materiais lhe pague o trabalho já realizado para
que ele possa continuar a executar a obra. B exige que C
conclua a obra mas não lhe fornece mais materiais.
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1228º na diz. Portanto o empreiteiro tem de suportar o risco do
trabalho. O dono da obra é obrigado a fornecer os materiais, porque
foi isso o estipulado no contrato. Se o dono da obra não fornecer os
materiais não é uma impossibilidade absoluta do art.º 1227º. Se ele
não fornecer os materiais o empreiteiro não pode cumprir o
contrato. O empreiteiro invoca a excepção do art.º 801º e não
cumpre por culpa do dono da obra.
124
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RESPOSTA:
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
António Filipe Garcez José
adquiriu – 1161º. Quando o mandatário celebrou o contrato assumiu
duas obrigações: - cumprir o mandato; - quando cumprir o mandato
transferir o bem para o mandante. Por aqui podemos recorrer à
execução específica e com ela obter a declaração judicial que
substitua a vontade do mandatário. Para se recorrer à execução
especifica é necessário que o mandato tenha sido revestido da
forma do contrato promessa, nos termos do art.º 410º/1 e 2. Se
assim não for não pode recorrer-se à execução especifica mas sim
às outras – acção de incumprimento – art.º 817º
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