Freud propõe a descrição de três tipos libidinais gerais: 1) o erótico, centrado no amor e dependência dos outros; 2) o obsessivo, guiado por princípios internos em vez do amor dos outros; e 3) o narcísico, independente e voltado para grandes ações. Ele também discute tipos mistos, e sugere que esses tipos fornecem insights sobre a variabilidade humana e predisposição a distúrbios.
Freud propõe a descrição de três tipos libidinais gerais: 1) o erótico, centrado no amor e dependência dos outros; 2) o obsessivo, guiado por princípios internos em vez do amor dos outros; e 3) o narcísico, independente e voltado para grandes ações. Ele também discute tipos mistos, e sugere que esses tipos fornecem insights sobre a variabilidade humana e predisposição a distúrbios.
Freud propõe a descrição de três tipos libidinais gerais: 1) o erótico, centrado no amor e dependência dos outros; 2) o obsessivo, guiado por princípios internos em vez do amor dos outros; e 3) o narcísico, independente e voltado para grandes ações. Ele também discute tipos mistos, e sugere que esses tipos fornecem insights sobre a variabilidade humana e predisposição a distúrbios.
Neste pequeno artigo Freud propõe a descrição geral de
alguns tipos humanos, mediante a localização da libido nessas pessoas. Sua proposta com este exercício é compreender algo da enorme variabilidade que existe entre os seres humanos a partir de alguns tipos psicológicos gerais, que, em seu extremo, podem até chegar à anormalidade, mas que, em geral, são tipos relativamente comuns. Freud sugere a descrição de três tipos: o erótico, o narcísico e o obsessivo. O tipo erótico é aquela pessoa que centra o sentido de sua existência em amar e ser amada. Teme enormemente a perda do amor das pessoas, de quem, não raro se torna dependente por isso. Trata-se de um tipo muito comum. Pode existir em sua forma pura ou mesclado a outros tipos. A componente agressiva na experiência amorosa pode estar mais ou menos presente. Este tipo representa as exigências elementares do id, a quem o ego e o superego se submeteram. São exemplos desse tipo, poetas do período romântico e heroínas literárias como Emma Bovary e o jovem Werther, de Goethe. No tipo obsessivo o apreço à própria consciência predomina em detrimento do medo de perder o amor dos outros. São pessoas que se tiverem que escolher entre o certo e a proteção dos seres amados, por exemplo, escolherão o primeiro. Guiam-se mais por princípios internos (ética, normas, lei) do que por princípios externos (estima dos outros ou família, por exemplo). Por não serem dependentes do amor dos outros, demonstram extrema autoconfiança. São os verdadeiros protetores da civilização, na medida em que buscam conservar seus valores. Encontram-se estes tipos entre grandes juristas, por exemplo. O tipo narcísico é aquele de personalidade independente e tem um alto senso auto conservativo, o que o torna uma pessoa extremamente prática e voltada para grandes ações, já que não se deixa intimidar por nada e tem uma grande quantidade de agressividade a seu favor, para realizá-las. No amor, preferem amar à serem amadas. Citam-se como exemplos deste tipo o próprio Freud e grandes líderes políticos como Alexandre, o Grande, Napoleão Bonaparte e Churchill. Mais comum do que os tipos puros, são os tipos mistos: erótico-obsessivo, erótico-narcísico e o narcísico-obsessivo. O tipo erótico-obsessivo é aquele que ama profundamente seus objetos, mas que, por seu alto seu alto senso moral, ao invés de buscar satisfazer seu erotismo de modo direto com eles, toma-os como modelo e ideal. O tipo erótico-narcísico é o mais comum de todos. Trata-se de pessoas que se utilizam de sua enorme atividade, agressividade e independência sobre os outros em nome da realização no amor, o que exerce enorme poder de sedução sobre eles. Cita-se como exemplos famosos deste tipo o sedutor Giacomo Casanova e a bela Cleópatra. O tipo narcísico-obsessivo é de maior valor para a humanidade, pois alia sua enorme capacidade ativa de realização e auto suficiência a um alto senso moral e ético. O fato de não haver um tipo que mescle os três - narcísico-obsessivo-erótico, revela a impossibilidade de uma junção perfeita entre três posições libidinais muito diversas entre si, o que seria a harmonia total em um homem. Na economia mental, a prevalência de duas posições libidinais, sempre vai tornar menos prevalente e fraca a terceira. Freud sugere que tipos mistos têm maior probabilidade de criar condições propícias ao estabelecimento de uma neurose do que tipos puros. Pessoas em que o tipo erótico predomina quando caem doentes, desenvolverão histerias. Nas que predomina o tipo obsessivo, desenvolverão neuroses obsessivas. E nas que predomina o tipo narcísico, tenderão a desenvolver psicoses e ir para a criminalidade, graças à força descomunal com que nutrem suas motivações para agir.