lOMoARcPSD|29278216

Resumo de Lições Preliminares do Direito, Reale CAP 1 AO

8
Introdução ao Estudo do Direito I (Universidade Federal do Rio Grande do Norte)

A Studocu não é patrocinada ou endossada por nenhuma faculdade ou universidade

Baixado por ISAEL PEREIRA COSTA (isael.pc@discente.ufma.br)
 lOMoARcPSD|29278216

CAPÍTULO 1 - OBJETO E FINALIDADE DA INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 1

CAPÍTULO 1 - OBJETO E FINALIDADE ● direito privado: são relações
noção elementar do direito 1 DA INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO particulares entre os indivíduos que
multiplicidade e unidade do direito 1
complementaridade do direito 1 DIREITO não interessa ao Estado
linguagem do direito
o direito no mundo da cultura
1
1
● “o direito é um manto protetor (das
o método no direito 1 noção elementar do direito ações legais) de organização e de
natureza da intro ao estudo do direito 1
direção dos comportamentos sociais”
CAPÍTULO II - O DIREITO E AS CIÊNCIAS AFINS
noção de filosofia do direito
2
2
● senso comum: o direito é lei e ordem, complementaridade do direito
noção de ciência do direito 2 é um conjunto de regras obrigatórias ● as disciplinas jurídicas são
noção de teoria geral do direito 2
direito e sociologia 2 que garante a convivência social, interdependentes
direito e economia 3
graças ao estabelecimento de limites à ● o direito é uma unidade orgânica:
CAPÍTULO III - NATUREZA E CULTURA
o dado e o construído
3
3
ação de cada um de seus membros várias partes que agem para um
conceito de cultura 3 ● “direção, ligação, obrigatoriedade de determinado fim
leis físico-matemáticas e leis culturais 3
bens culturais e ciências culturais 4 um comportamento” linguagem do direito
CAPÍTULO IV - O MUNDO ÉTICO 4
● lei é aquilo que une; jus = ordenar; ● ciência = linguagem
juízos de realidade e de valor 4
direito = convivência ordenada ● “cada ciência exprime-se numa
estrutura das normas éticas 4
formas de atividade ética 5 ● relações intersubjetivas = relação entre linguagem específica”
os homens ● jurisprudência = ciência do direito
teoria do mínimo ético 5
do cumprimento das regras sociais 6
direito e coação 6
● qualquer atividade social está ligada ao ● conhecer o direito é conhecer sua
direito e heteronomia 6
bilateralidade atributiva 6 jurídico e qualquer norma jurídica está linguagem
ligada ao social o direito no mundo da cultura
breves dados históricos 7
confronto com as normas de trato social 7

CAPÍTULO VI - CONCEITO DE DIREITO - SUA ESTRUTURA TRIDIMENSIONAL 7

● o direito é vivido sem se propor o ● relacionar o direito à arte, a economia,
a intuição de Dante 8 problema do seu significado lógico ou a religião etc
acepções da palavra “direito” 8
estrutura tridimensional do direito 8 moral >> criam-se regras e estruturas o método no direito
CAPÍTULO VII - SANÇÃO E COAÇÃO - A ORGANIZAÇÃO DA SANÇÃO E O PAPEL DO
jurídicas >> pensado como ciência ● método = verificação
ESTADO 8
acepções da palavra “coação” 8
● “é digno separar a experiência jurídica ● ciência = conhecimento verificado
conceito de sanção
o Estado como ordenação objetiva e unitária da sanção
8
9
das estruturas lógicas” natureza da intro ao estudo do direito
as ordenações jurídicas não estatais 9 ● ciência propedêutica
CAPÍTULO VIII - METODOLOGIA DA CIÊNCIA DO DIREITO 9 multiplicidade e unidade do direito ● “sistema de conhecimentos, recebidos
o problema metodológico
os métodos do direito - indução, dedução e analogia
9
10
● direito público: as relações que se de múltiplas fontes de informação,
explicação e compreensão 10 referem ao estado e traduzem o destinado a oferecer os elementos
teoria da argumentação dialética 10
predomínio do interesse coletivo essenciais ao estudo do Direito”

Baixado por ISAEL PEREIRA COSTA (isael.pc@discente.ufma.br)


● Filosofia do Direito, a Sociologia
Jurídica, a História do Direito, e a
Teoria Geral do Direito
CAPÍTULO II - O DIREITO E AS
CIÊNCIAS AFINS
● forma de conhecimento de natureza
propedêutica
● conjunto sistemático de princípios e
noções indispensáveis àquele que vai
penetrar no mundo jurídico
noção de filosofia do direito
● no que se refere propriamente à
Filosofia do Direito, seria ela uma
perquirição permanente e fenômeno jurídico tal como ele se
desinteressada das condições morais,
lógicas e históricas do fenômeno
jurídico e da Ciência do Direito
● O Direito é um fenômeno
histórico-social sempre sujeito a
variações e intercorrências, fluxos e
refluxos no espaço e no tempo
● "razões fundantes da experiência
jurídica"
● três ordens de pesquisas, a que a
Filosofia do Direito responde: Que é
Direito? Em que se funda ou se
legitima o Direito? Qual o sentido da
história do Direito?
● problemas axiológicos do direito: Por
que o Direito obriga? Basearse-á o
Baixado por ISAEL PEREIRA COSTA (isael.pc@discente.ufma.br)
lOMoARcPSD|29278216
Direito na força? Pode-se explicar o
Direito segundo critérios de utilidade?
Fundar-se-á o Direito na liberdade ou
terá a sua razão de ser na igualdade?
● sentido da experiência jurídica: Há
progresso na vida jurídica? Pode-se
afirmar que existem leis governando a
experiência do homem nessa sua árdua
faina de fazer e refazer leis?
● o filósofo do Direito indaga dos
princípios lógicos, éticos e
histórico-culturais do Direito
noção de ciência do direito
● A Ciência do Direito estuda o
concretiza no espaço e no tempo
● ciência de um Direito positivo, isto é,
positivado no espaço e no tempo,
como experiência efetiva, passada ou
atual
● Não há, em suma, Ciência do Direito
em abstrato, isto é, sem referência
direta a um campo de experiência
social
● a ciência do Direito é uma forma de
conhecimento positivo da realidade
social segundo normas ou regras
objetivadas, ou seja, tornadas
objetivas, no decurso do processo
histórico
noção de teoria geral do direito
● a Ciência Jurídica não fica circunscrita
à análise destes ou daqueles quadros
particulares de normas, mas procura
estruturá-los segundo princípios ou
conceitos gerais unificadores
● representa a parte geral comum a
todas as formas de conhecimento
positivo do Direito, aquela na qual
se fixam os princípios ou diretrizes
capazes de elucidar-nos sobre a
estrutura das regras jurídicas e sua
concatenação lógica, bem como sobre
os motivos que governam os distintos
campos da experiência jurídica
direito e sociologia
● determinar as condições objetivas, que
favorecem ou impedem a disciplina
jurídica dos comportamentos
● A Sociologia Jurídica apresenta-se,
hodiernamente, como uma ciência
positiva que procura se valer de
rigorosos dados estatísticos para
compreender como as normas jurídicas
se apresentam efetivamente como
experiência humana
● não visa à norma jurídica como tal,
mas sim à sua eficácia ou
efetividade, no plano do fato social

direito e economia
● quem comanda as forças econômicas,
através delas plasma o Estado e o
Direito, apresentando suas volições em
roupagens ideológicas destinadas a
disfarçar a realidade dos fatos
● Há, em suma, uma interação dialética
entre o econômico e o jurídico, não
sendo possível reduzir essa relação a
nexos causais, nem tampouco a uma
relação entre forma e conteúdo
● o conteúdo dos atos humanos é
econômico, a sua forma é homens, sem a sua participação
necessariamente jurídica
CAPÍTULO III - NATUREZA E
CULTURA
o dado e o construído
● O homem não apenas existe, mas
coexiste, ou seja, vive necessariamente
em companhia de outros homens
● estabelecem os indivíduos entre si
relações de coordenação, de
subordinação, de integração, ou de
outra natureza, relações essas que não
ocorrem sem o concomitante
aparecimento de regras de organização
e de conduta
● essas relações podem ocorrer em razão
de pessoas, ou em função de coisas
Baixado por ISAEL PEREIRA COSTA (isael.pc@discente.ufma.br)
lOMoARcPSD|29278216
● Há relações, portanto, entre os homens leis físico-matemáticas e leis
e as coisas, assim como existem culturais
também entre as coisas mesmas ● Entre a lei e o fato, no mundo físico,
● uma ordem que denominamos não há que hesitar: prevalece o fato,
realidade natural, e uma outra, ainda que seja um só fato observado;
realidade humana, cultural ou modifica-se a teoria, altera-se a lei
histórica ● Uma é lei subordinada ao fato; a outra
● dois mundos complementares: o do é lei que se impõe ao fato isolado que
natural e o do cultural; do dado e do conflitar com ela (direito)
construído; do cru e do cozido ● ao contrário das leis
● expressão técnica para indicar os físicomatemáticas, as leis culturais
elementos que são apresentados aos caracterizam-se por sua referibilidade
a valores, ou, mais especificamente,
intencional: “dado”, “mundo natural” por adequarem meios afins
● "Construído" é o termo que ● Daí sua natureza axiológica (teoria dos
empregamos para indicar aquilo que valores) ou teleológica(teoria dos fins)
acrescentamos à natureza, através do ● ética: ciência normativa dos
conhecimento de suas leis visando a comportamentos humanos
atingir determinado fim ● Quando, pois, uma lei cultural envolve
● a lei é definida como sendo uma uma tomada de posição perante a
"relação necessária que resulta da realidade, implicando o
natureza das coisas" reconhecimento da obrigatoriedade de
conceito de cultura um comportamento, temos
● "cultura" é o conjunto de tudo aquilo propriamente o que se denomina regra
que, nos planos material e espiritual, o ou norma
homem constrói sobre a base da ● LEI
natureza, quer para modificá-la, quer ○ físico-matemática ou natural
para modificar-se a si mesmo ○ cultural:
● O termo "cultura" designa, portanto, ■ sociológica, histórica,
um gênero, do qual a "civilização" é econômica etc.
uma espécie

■ ética ou norma ética
(moral, política,
religiosa, jurídica etc.)
bens culturais e ciências culturais
● todas as ciências representam fatos
culturais, bens culturais, mas, nem
todas as ciências podem ser chamadas,
no sentido rigoroso do termo, ciências
culturais
● Ciências culturais são aquelas que,
além de serem elementos da cultura,
têm por objeto um bem cultural
● A sociedade em que vivemos é, em
suma, também realidade cultural e não
mero fato natural
● invariantes axiológicas ou valorativas,
como as relativas à dignidade da
pessoa humana, à salvaguarda da vida
individual e coletiva, elevando-se até
mesmo a uma visão planetária em
termos ecológicos
CAPÍTULO IV - O MUNDO
ÉTICO
juízos de realidade e de valor
● as normas éticas culminam na escolha
de uma diretriz considerada
obrigatória numa coletividade
● Da tomada de posição axiológica
resulta a imperatividade da via
escolhida, é a expressão de um
Baixado por ISAEL PEREIRA COSTA (isael.pc@discente.ufma.br)
lOMoARcPSD|29278216
complexo processo de opções
valorativas, no qual se acha, mais ou
menos condicionado, o poder que
decide
● toda norma enuncia algo que deve
ser, em virtude de ter sido reconhecido
um valor como razão determinante de
um comportamento declarado
obrigatório
● Há, pois, em toda regra um juízo de
valor, cuja estrutura mister é
esclarecer, mesmo porque ele está no
cerne da atividade do juiz ou do
advogado
● Juízo é o ato mental pelo qual
atribuímos, com caráter
necessidade, certa qualidade a um
ser, a um ente
● A ligação entre o sujeito e o predicado
pode ser de duas espécies: ou
simplesmente indicativa ou, ao
contrário, imperativa
● Em todo juízo lógico, cuja expressão
verbal se denomina proposição, há
sempre um sujeito de que se predica
algo
● os juízos de realidade (ser) dos de
valor (dever ser):
○ "S" é “P”
○ "S" deve ser “P
○ INDICATIVA = CÓPULA
DO SER (LÓGICA
FORMAL)
● As relações que se passam entre os
homens podem ser estudadas segundo
nexos lógicos dessa natureza
● juízos de valor assumem uma feição
diversa em virtude do caráter de
obrigatoriedade conferido ao valor que
se quer preservar ou efetivar
● o legislador determina que algo deva
ser, com a previsão de diversas
conseqüências, caso se verifique a
ação ou a omissão, a obediência à
de norma ou a sua violação
estrutura das normas éticas
● Toda norma ética expressa um juízo de
valor, ao qual se liga uma sanção
● uma forma de garantir-se a conduta
que, em função daquele juízo, é
declarada permitida, determinada ou
proibida
● A necessidade de ser prevista uma
sanção, para assegurar o
adimplemento do fim visado, já
basta para revelar-nos que a norma
enuncia algo que deve ser, e não algo
que inexoravelmente tenha de ser
● toda norma é formulada no
pressuposto essencial da liberdade que

tem o seu destinatário de obedecer ou
não aos seus ditames
● uma forma ética se caracteriza pela
possibilidade de sua violação
● A regra, embora transgredida e porque
transgredida, continua válida, fixando
a responsabilidade do transgressor
● A imperatividade de uma norma ética,
ou o seu dever ser não exclui, por
conseguinte, mas antes pressupõe a
liberdade daqueles a que ela se destina
● A norma ética estrutura-se, pois, como
um juízo de dever ser, mas isto
significa que ela estabelece, não
apenas uma direção a ser seguida, mas
também a medida da conduta
considerada lícita ou ilícita
● A regra representa, assim, um módulo
ou medida da conduta. Cada regra nos
diz até que ponto podemos ir, dentro
de que limites podemos situar a nossa
pessoa e a nossa atividade
formas de atividade ética
● toda e qualquer atividade humana,
enquanto intencionalmente dirigida à
realização de um valor, deve ser
considerada conduta ética
● valores cardinais éticos que visam o
bem em função do social e individual:
belo, útil, santo, amor, poder, bem
individual e bem comum
Baixado por ISAEL PEREIRA COSTA (isael.pc@discente.ufma.br)
lOMoARcPSD|29278216
● enquanto ordenação teórico-prática outro campo da ação humana, que
dos comportamentos em geral, na chamamos de Direito
medida e enquanto se destinam à
realização de um bem, pode ser vista CAPÍTULO V - DIREITO E
sob dois prismas fundamentais: MORAL
○ o do valor da subjetividade do teoria do mínimo ético
autor da ação - ● teoria do "mínimo ético" consiste em
INTENCIONALIDADE DO dizer que o Direito representa apenas o
AGENTE/MORAL mínimo de Moral declarado
○ o do valor da coletividade em obrigatório para que a sociedade possa
que o indivíduo atua - sobreviver
MORAL SOCIAL/DIREITO ● Nem todos podem ou querem realizar
de maneira espontânea as obrigações
● A Ética, vista sob esse ângulo, que se morais
verticaliza na consciência individual, ● o Direito não é algo de diverso da
toma o nome de Moral, que, desse Moral, mas é uma parte desta, armada
modo, pode ser considerada a Ética da de garantias específicas
subjetividade, ou do bem da pessoa ● "tudo o que é jurídico é moral, mas
● implicando a existência de um bem nem tudo o que é moral é jurídico"
social, que supera o valor do bem de ● IDEAL:
cada um, numa trama de valorações
objetivas, a Ética assume duas
expressões distintas: a da Moral Social
(Costumes e Convenções sociais); e a
do Direito
● A Justiça é, sempre, um laço entre um
homem e outros homens, como bem
do indivíduo, enquanto membro da
sociedade, e, concomitantemente,
como bem do todo coletivo. Por ●
conseguinte, o bem social situa-se em

● São razões puramente técnicas, de
utilidade social, que resolvem muitos
problemas de caráter jurídico.
● Não é exato dizer que tudo que se
passa no mundo do jurídico seja ditado
pela ordem moral
● Há, pois, que distinguir um campo de
Direito que, se não é imoral, é pelo
menos amoral: REAL
● expressão da força: o Direito
do cumprimento das regras sociais
● O ato moral implica a adesão do
espírito ao conteúdo da regra
● Não é possível conceber-se o ato
moral forçado, fruto da força ou da
coação
● A Moral, para realizar-se
autenticamente, deve contar com a
adesão dos obrigados. Quem pratica
um ato, consciente da sua moralidade,
já aderiu ao mandamento a que
obedece
● A Moral é incompatível com a
violência, com a força, ou seja, com a
Baixado por ISAEL PEREIRA COSTA (isael.pc@discente.ufma.br)
lOMoARcPSD|29278216
coação, mesmo quando a força se
manifesta juridicamente organizada.
direito e coação
● a Moral é incoercível e o Direito é
coercível
● O que distingue o Direito da Moral,
portanto, é a coercibilidade
● Coercibilidade é uma expressão
técnica que serve para mostrar a plena
compatibilidade que existe entre o
Direito e a força
○ 1. Direito nada tem a ver com
a força, não surgindo, nem se
realizando graças
intervenção do poder público
○ 2. Direito uma efetiva
se reduz a "norma + coação",
"a organização da força";
● “Jhering simbolizava a atividade
jurídica com uma espada e uma
balança: o Direito não seria o
equilíbrio da balança se não fosse
garantido pela força da espada”
● a coação já é, em si mesma, um
conceito jurídico, dando-se
interferência da força em virtude da
norma que a prevê
● a teoria da coercibilidade, segundo a
qual o Direito é a ordenação
coercível da conduta humana
● A teoria da coercibilidade, certa
enquanto revela a possibilidade de
haver execuções jurídicas
compulsórias
direito e heteronomia
● Podemos criticar as leis, das quais
dissentimos, mas devemos agir de
conformidade com elas, mesmo sem
lhes dar a adesão de nosso espírito
● elas valem objetivamente,
independentemente, e a despeito da
opinião e do querer dos obrigados
● Essa validade objetiva e transpessoal
à das normas jurídicas, as quais se
põem, por assim dizer, acima das
pretensões dos sujeitos de uma
relação, superando-as na estrutura de
um querer irredutível ao querer dos
destinatários, e o que se denomina
heteronomia
● Moral autônoma, e o Direito
heterônomo
● o Direito é heterônomo, visto ser
posto por terceiros aquilo que
juridicamente somos obrigados a
a cumprir
● o Direito é a ordenação heterônoma e
coercível da conduta humana
bilateralidade atributiva
● há bilateralidade atributiva quando
duas ou mais pessoas se relacionam

segundo uma proporção objetiva que
as autoriza a pretender ou a fazer
garantidamente algo
● Bilateralidade atributiva é, pois, uma
proporção intersubjetiva, em função da
qual os sujeitos de uma relação ficam
autorizados a pretender, exigir, ou a
fazer, garantidamente, algo
○ sem relação que una duas ou
mais pessoas não há Direito
(bilateralidade em sentido
social, como
intersubjetividade)
○ para que haja Direito é
indispensável que a relação
entre os sujeitos seja objetiva,
isto é, insuscetível de ser
reduzida, unilateralmente, a
qualquer dos sujeitos da
relação (bilateralidade em
sentido axiológico)
○ da proporção estabelecida
deve resultar a atribuição
garantida de uma pretensão ou
ação, que podem se limitar aos
sujeitos da relação ou
estender-se a terceiros
(atributividade)
Baixado por ISAEL PEREIRA COSTA (isael.pc@discente.ufma.br)
lOMoARcPSD|29278216
breves dados históricos
● "ninguém sofre pena pelo simples fato
de pensar"
● "nem tudo que é lícito é honesto"
● O Direito, dizia ele, só deve cuidar da
ação humana depois de exteriorizada;
a Moral, ao contrário, diz respeito
àquilo que se processa no plano da
consciência
● A anulabilidade dos atos jurídicos está
ligada, em grande parte, ao exame da
intenção
● e o Direito jamais cuida do homem
isolado, em si e de per si, mas sim do
homem enquanto membro da
comunidade, em suas relações
"intersubjetivas”
● elemento da proporcionalidade
● O Direito é sempre "alteridade" e se
realiza sempre através de dois ou mais
indivíduos, segundo proporção
● Direito como "forma de querer
entrelaçante, heterônomo e inviolável"
confronto com as normas de trato
social
● as normas "convencionais"
compartilham da espontaneidade e da
incoercibilidade próprias da Moral
● Para que seja atendida uma norma de
trato social basta, com efeito, a
adequação exterior do ato à regra,
sendo dispensável aderir a seu
conteúdo: nesse ponto, as regras de
trato social coincidem com o Direito,
no que este possui de heteronomia
● a atributividade surge tão-somente
quando o costume se converte em
norma jurídica consuetudinária, ou
então quando o ato de cortesia se
transforma em obrigação jurídica
●
CAPÍTULO VI - CONCEITO DE
DIREITO - SUA ESTRUTURA
TRIDIMENSIONAL
● o Direito é a ordenação bilateral
atributiva das relações sociais, na
medida do bem comum
● o bem comum, a rigor, é a ordenação
daquilo que cada homem pode realizar
sem prejuízo do bem alheio, uma
composição harmônica do bem de
cada um com o bem de todos
● estrutura social na qual sejam
possíveis formas de participação e de
comunicação de todos os indivíduos e
grupos

a intuição de Dante
● "O Direito é uma proporção real e
pessoal, de homem para homem, que,
conservada, conserva a sociedade;
corrompida, corrompe-a"
● a relação jurídica conclui-se entre
pessoas, não entre homens e coisas,
mas é "real" quando tem uma coisa
(res) como seu objeto
acepções da palavra “direito”
● A Ciência do Direito, durante muito
tempo teve o nome de Jurisprudência
● "experiência jurídica": efetividade de
comportamentos sociais em função de
um sistema de regras que também
designamos com o vocábulo Direito
● sistema de normas ou regras jurídicas
que traça aos homens determinadas
formas de comportamento,
conferindo-lhes possibilidades de agir,
como o tipo de ciência que o estuda, a
Ciência do Direito ou Jurisprudência
● sentido subjetivo: inseparável do
objetivo, ao qual já nos referimos. É,
por assim dizer, a regra de direito vista
por dentro, como ação regulada
● “justiça”, “justo”
● Direito como fenômeno
histórico-cultura
● o Direito como fato de convivência
ordenada
Baixado por ISAEL PEREIRA COSTA (isael.pc@discente.ufma.br)
lOMoARcPSD|29278216
estrutura tridimensional do direito
● normativo: o Direito como
ordenamento e sua respectiva ciência
● fático: o Direito como fato, ou em sua
efetividade social e histórica
● axiológico: o Direito como valor de
Justiça
● onde quer que haja um fenômeno
jurídico há um fato subjacente; um
valor, que confere determinada
significação a esse fato, inclinando ou
determinando a ação dos homens no
sentido de atingir ou preservar certa
finalidade ou objetivo; uma regra ou
norma, que representa a relação ou
medida que integra um daqueles
elementos ao outro, o fato ao valor
● tais elementos ou fatores (fato, valor e
norma) não existem separados um dos
outros, mas coexistem numa unidade
concreta
● atuam como elos de um processo
○ Se F é, deve ser P
○ Se não for P, deverá ser SP
● o fato e o valor nesta se correlacionam
de tal modo que cada um deles se
mantém irredutível ao outro
● Direito é a realização ordenada e
garantida do bem comum numa
estrutura tridimensional bilateral
atributiva
● Direito é a ordenação heterônoma,
coercível e bilateral atributiva das
relações de convivência, segundo uma
integração normativa de fatos segundo
valores
CAPÍTULO VII - SANÇÃO E
COAÇÃO - A ORGANIZAÇÃO DA
SANÇÃO E O PAPEL DO ESTADO
acepções da palavra “coação”
● possibilidade lógica da interferência da
força no cumprimento de uma regra de
direito
● O ato moral exige espontaneidade por
parte do agente, sendo, desse modo,
inconciliável com a coação
● primeiro sentido de coação: coação
significa apenas a violência física ou
psíquica, que pode ser feita contra uma
pessoa ou um grupo de pessoas (torna
anuláveis os atos jurídicos)
● segundo sentido da coação: entendida
como força organizada para fins do
Direito mesmo
conceito de sanção
● As formas de garantia do cumprimento
das regras denominam-se "sanções"
● Sanção é, pois, todo e qualquer
processo de garantia daquilo que se
determina em uma regra
● A sanção na Moral obedece a essa
dimensão individual-social do homem,

porquanto opera tanto no plano da
consciência quanto no plano da
chamada consciência coletiva
● O fenômeno jurídico representa,
assim, uma forma de organização da
sanção
● O que caracteriza a sanção jurídica é a
sua predeterminação e organização
● "todo direito corresponde uma ação
que o assegura"
● ao lado das sanções penais, temos as
sanções premiais que oferecem um
benefício ao destinatário, como, por
exemplo, um desconto ao contribuinte
que paga o tributo antes da data do
vencimento
o Estado como ordenação objetiva e
unitária da sanção
● ESTADO: É a organização da Nação
em uma unidade de poder, a fim de
que a aplicação das sanções se
verifique segundo uma proporção
objetiva e transpessoal
● o Estado detém o monopólio da
coação no que se refere à distribuição
da justiça
● O Estado, como ordenação do poder,
disciplina as formas e os processos de
execução coercitiva do Direito
● entidades supranacionais podem
aplicar sanção ao Estado: ONU,
Baixado por ISAEL PEREIRA COSTA (isael.pc@discente.ufma.br)
lOMoARcPSD|29278216
MERCOSUL, MERCADO COMUM
EUROPEU
as ordenações jurídicas não estatais
● a coação existe também fora do Estado
● O Estado é o detentor da coação em
última instância
● Igrejas, organizações esportivas (FIFA
CONMEBOL), ONGs
● inexorável: Nenhum de nós pode fugir
à coação do Estado
● Daí dizermos que, se num país são
múltiplos os entes que possuem ordem
jurídica própria (teoria da pluralidade
dos ordenamentos jurídicos internos),
só o Estado representa o ordenamento
jurídico soberano, ao qual todos
recorrem para dirimir os conflitos
recíprocos
● graduação de positividade jurídica:
diversos graus de incidência do Direito
positivo, quer em extensão, quer em
intensidade, devido exatamente à
maior ou menor organização da
sanção, sua objetividade e eficácia
● o Estado é um meio: na medida em
que sua estrutura e sua força
originam-se historicamente, através de
mil vicissitudes, para possibilitar aos
indivíduos uma vida condigna no seio
de uma comunidade fundada nos
valores da paz e do desenvolvimento
● e um fim: enquanto representa uma
ordem jurídica e uma ordem
econômica de coexistência social
harmônica, onde os direitos de cada
um pressupõem iguais direitos dos
demais, assegurando-se cada vez mais
a plena realização desse ideal ético
CAPÍTULO VIII -
METODOLOGIA DA CIÊNCIA
DO DIREITO
o problema metodológico
● verificação analítica ou sintética
● uma verdade é analiticamente
verificável quando ela, ou é evidente,
ou pode ser reconduzida, por
inferência, a uma verdade evidente, ou
a um pressuposto admitido como certo
ou válido
● uma verdade se diz evidente quando
ela manifesta a sua certeza no ato
mesmo de ser enunciada, sendo como
tal recebida, sem contestação
● a Ciência do Direito, como
investigação positiva desse campo da
realidade social que chamamos
experiência jurídica, não pode deixar
de obedecer às regras da Lógica, nem
deixar de seguir métodos adequados às
suas finalidades

os métodos do direito - indução,
dedução e analogia
● indutiva: o método indutivo se
caracteriza por ser um processo de
raciocínio que se desenvolve a partir
de fatos particulares, até atingir uma
conclusão de ordem geral
● dedutiva: se caracteriza por ser uma
forma de raciocínio que se desenvolve
de uma verdade sabida ou admitida a
uma nova verdade, apenas graças às
regras que presidem à inferência das
proposições
● no momento da feitura ou elaboração
das leis (momento nomogenético), a
observação dos fatos se põe no início
do conhecimento, de modo que a
indução desempenha um papel
relevante
● o legislador estuda e compara esse
projeto de lei com as leis já em vigor,
de tal modo que a indução e a
dedução, assim como a análise e a
síntese, se conjugam e se completam
● elaborada e promulgada a lei o que
prevalece é o processo dedutivo
● analogia: O processo analógico é, no
fundo, um raciocínio baseado em
razões relevantes de similitude
Baixado por ISAEL PEREIRA COSTA (isael.pc@discente.ufma.br)
lOMoARcPSD|29278216
● o processo analógico está como que a caso, resulta de causas; no segundo, ao
meio caminho entre a indução e a contrário, é conseqüência de motivos
dedução ● Ser e dever ser são, por conseguinte,
explicação e compreensão duas posições lógicas perante o real
● Explicar consiste em ordenar os fatos ● sendo o Direito um fato
segundo nexos ou laços objetivos e de histórico-cultural, que é e,
causalidade ou de funcionalidade concomitantemente, deve ser, a sua
● Há sempre uma tomada de posição ciência não pode deixar de ser
perante os fatos, tomada de posição "compreensiva"
essa que se resolve num ato valorativo teoria da argumentação dialética
ou axiológico ● lógica da persuasão
● deve existir objetividade no estudo dos ● a essa arte de argumentar com êxito
fatos jurídicos prático e aliciante alguns dão o nome
● "a natureza se explica, enquanto que a de dialética
cultura se compreende" ● dialética: processo de desenvolvimento
● Compreender é ordenar os fatos de uma realidade segundo normas que
sociais ou históricos segundo suas lhe são próprias ou imanentes
conexões de sentido, o que quer dizer, ● dialética da complementaridade:
finalisticamente, segundo uma ordem compreende o processo histórico, não
de valores como uma sucessão de sínteses que se
● a experiência jurídica não é nem imbricam através de novas teses e
tampouco deve ser mas é e deve ser ao antíteses, mas sim como um processo
mesmo tempo sempre aberto, no qual os fatores
● No plano do ser situa-se tanto a opostos se implicam e se
realidade que está aí, diante de nós, no complementam
instante em que é observada, como a ● é à luz da dialética de
que flui ou se desenvolve complementaridade que, nos últimos
● O que caracteriza o mundo do ser, em anos, vêm sendo melhor
confronto com o mundo do dever ser, compreendidas a concreção e a
não é a ausência de movimento, mas dinamicidade da experiência ou da
sim a origem deste, que, no primeiro vida jurídica.
 lOMoARcPSD|29278216

Baixado por ISAEL PEREIRA COSTA (isael.pc@discente.ufma.br)