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Apostila de Materiais de Construção Experimental 2 PDF
Apostila de Materiais de Construção Experimental 2 PDF
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
EXPERIMENTAL
Edição reformulada
Talita Rodrigues de Medeiros
Talita Rodrigues de Medeiros
Orientadora:
3
Lista de Figuras
4
Figura 22 – Teatro municipal de São Paulo.................................................... 67
5
Lista de Tabelas
6
SUMARIO
APRESENTAÇÃO
Lista de Figuras............................................................................................................4
Lista de Tabelas...........................................................................................................6
CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO....................................................................................11
2.4. Conceituação............................................................................................16
2.6. Classificação.............................................................................................20
2.8.2. Penetração.....................................................................................33
3.4.1. Clínquer...........................................................................................49
3.4.2. Adições............................................................................................49
3.9.3. Barragens........................................................................................67
3.9.6. Pré-Fabricados................................................................................70
3.9.7. Solo-Cimento...................................................................................70
3.9.8. Edificações......................................................................................71
3.10.1. Finura............................................................................................72
4.1. Agregados.................................................................................................87
4.3.1. Pedra...............................................................................................93
4.3.2. Areia................................................................................................94
4.6.2. Granulometria................................................................................102
5.1. Concreto.................................................................................................111
5.2.3. Providências..................................................................................114
5.4.1. Retração........................................................................................118
5.4.2. Expansão......................................................................................118
5.4.4. Fluência.........................................................................................119
APÊNDICE...............................................................................................................133
Apêndice A. Exercícios.............................................................................................134
BIBLIOGRAFIA.........................................................................................................142
10
Capítulo 1
Introdução
11
1. INTRODUÇÃO
12
Capítulo 2
Materiais Betuminosos
13
2.1. MATERIAIS BETUMINOSOS
14
O asfalto moderno é um constituinte natural do petróleo, sendo obtido
submetendo-se o petróleo a um processo de destilação no qual as frações leves
(gasolina, querosene e diesel), são separadas do asfalto por vaporização,
fracionamento e condensação em torres de fracionamento com arraste de vapor,
sendo que o estágio final é a destilação a vácuo. O resíduo obtido, após a remoção
dos demais destilados de petróleo é o cimento asfáltico de petróleo (CAP).
O asfalto é também um material betuminoso, porque contem betume, que é
um hidrocarboneto, solúvel no bissulfeto de carbono (CS2), sendo ele o responsável
pela característica aglutinante do asfalto. O alcatrão que se obtém da destilação
destrutiva do carvão mineral ou vegetal, assim como o asfalto, resíduo obtido pela
destilação de petróleo são considerados um materiais betuminosos.
15
Figura 1- Asfalto natural da Ilha de Trindade
2.4. CONCEITUAÇÃO
16
duas grandes categorias de materiais betuminosos: os asfaltos e os alcatrões. As
definições de Betume, Asfalto e Alcatrão podem ser assim sumariadas:
• Betume – é uma mistura de hidrocarbonetos pesados, obtidos em
estado natural ou por diferentes processos físicos ou químicos, com seus derivados,
de consistência variável e com poder aglutinante e impermeabilizante, sendo
completamente solúvel no bissulfeto de carbono (CS2).
• Asfalto – material aglutinante de consistência variável, de cor preta a
castanho escuro, o qual se liquefaz gradualmente quando aquecido e cujo elemento
predominante é o betume, podendo ocorrer na natureza ou ser obtido pela refinação
do petróleo.
• Alcatrão – material obtido quando matérias orgânicas naturais, tais
como madeira e hulha, são carbonizadas ou destiladas destrutivamente na ausência
de ar.
Portanto, o constituinte principal dos asfaltos e dos alcatrões é o betume. O
alcatrão, porém encontra-se em desuso devido ao seu poder cancerígeno e não
será objeto de estudo.
18
solicitações rápidas, são, contudo, mais sensíveis que os sistemas GEL às
solicitações mais lentas.
Pode-se considerar que o asfalto é um material constituído por uma matriz
viscosa, os maltenos, reforçada por uma estrutura de asfaltenos. Essa estrutura
governa o comportamento reológico do asfalto. Os asfaltos utilizados sem serviços
de pavimentação são fundamentalmente decorrentes da destilação fracionada do
petróleo. Quando o processo de destilação é controlado, de modo que não ocorram
mudanças químicas, tem-se o que se denomina destilação direta e os produtos
obtidos são designados óleos residuais asfálticos ou asfaltos de destilação direta.
O petróleo cru é aquecido sob pressão a elevadas temperaturas, sendo
utilizada uma torre de destilação para a separação das diferentes frações que
destilam nas seguintes temperaturas aproximadas:
• gasolina..................................... 37 a 204ºC
• querosene.................................. 177 a 302 ºC
• óleo diesel.................................. 218 a 371 ºC
• óleos lubrificantes........................ acima de 343 ºC
19
Figura 3 - Destilação do petróleo
2.6. CLASSIFICAÇÃO
Podemos classificar o asfalto por sua penetração e por sua viscosidade como
iremos ver nos ensaios mais adiante. Em serviços de pavimentação são
empregados os seguintes tipos de materiais betuminosos: cimentos asfálticos,
asfaltos diluídos e emulsões asfálticas, como mostra a Figura 4:
20
2.6.1. CIMENTOS ASFÁLTICOS
21
Tabela 1 – Especificações Brasileiras (ANP-2005)
22
cimentícias necessárias. A essa evaporação dá-se o nome de cura do asfalto
diluído.
Os asfaltos diluídos são classificados em 3 tipos, de acordo com o tempo de
cura – tempo de evaporação do solvente:
• Asfalto Diluído tipo Cura Rápida – CR: (CAP+ fração leve, gasolina);
• Asfalto Diluído tipo Cura Média – CM: (CAP+ fração média,
querosene);
• Asfalto Diluído tipo Cura Lenta – CL: (CAP+ fração pesada, óleo
Diesel).
As especificações brasileiras contemplam os asfaltos diluídos de cura média
(CM), a partir de suas viscosidades: CM - 30 e CM - 70.
A consistência do cimento asfáltico obtida após a evaporação do solvente é
próxima ao do cimento asfáltico originalmente empregado na fabricação do asfalto
diluído. As quantidades de cimento asfáltico e de diluentes utilizados na sua
fabricação variam com as características dos componentes, sendo, em média, as
seguintes:
23
Figura 6 - Aplicação do asfalto diluído
24
é apresentada. São obtidas combinando com água o asfalto aquecido, em um meio
intensamente agitado, e na presença dos emulsificantes, que tem o objetivo de dar
uma certa estabilidade ao conjunto, de favorecer a dispersão e de revestir os
glóbulos de betume de uma película protetora, mantendo-os em suspensão.
Para a fabricação das emulsões são utilizados equipamentos que realizam
uma agitação intensa a fim de obter as dispersões mais finas e mais estáveis
possíveis. São utilizados na fabricação os moinhos coloidas, moinhos de bolas,
homogeneizadores, agitadores mecânicos, misturadores, emulsionadores por
injeção, etc.
25
• Emulsificantes aniônicos: são sabões onde um ânion orgânico está
associado a um álcali, como por exemplo o estearato de sódio. É solúvel no betume,
conferindo aos glóbulos de betume na emulsão uma carga elétrica negativa,
mantendo-os separados. As emulsões obtidas com esses emulsificantes são
denominadas Emulsões Aniônicas.
• Emulsificantes catiônicos: são geralmente os sais de amina,
conferem aos glóbulos de betume uma carga elétrica positiva, dando origem as
Emulsões Catiônicas.
Os emulsificantes são adicionados em pequena quantidade, da ordem de 1,5
% em peso, sobre a emulsão, enquanto que o material betuminoso constitui cerca de
60% do produto. Os asfaltos diluídos e os cimentos asfálticos mais moles são
normalmente os mais utilizados na fabricação das emulsões, embora os
procedimentos mais modernos contemplem também os asfaltos mais duros.
As emulsões catiônicas rompem por reação química entre o emulsificante e o
agregado e por evaporação da água. A esse fenômeno de separação material
betuminoso – água dá-se o nome de ruptura da emulsão. Nas aniônicas a ruptura se
dá principalmente por evaporação da água. O sinal de ruptura é dado pela mudança
de cor da emulsão, que passa de marrom para a preta. Para garantir o transporte e
armazenagem, as emulsões devem ter um mínimo de estabilidade à ruptura que é
garantida pela quantidade e qualidade do emulsificante empregado.
Quanto à velocidade de ruptura, as emulsões asfálticas se classificam em três
tipos:
• Ruptura Rápida – RR
• Ruptura Média – RM
• Ruptura Lenta – RL
26
As emulsões especiais são fabricadas sem carga elétrica (não iônica). As
especificações de serviço fixam as características básicas para emulsões asfálticas
catiônicas, aniônicas e especiais. As catiônicas e aniônicas são classificadas pela
sua ruptura, viscosidade, teor de solvente e resíduo asfáltico, nos seguintes tipos:
27
Figura 9 – Constituição da Emulsão Asfáltica
28
Tabela 4 - Especificações Brasileiras (DNC 44/97) - Emulsões Asfálticas
catiônicas
29
2.7. INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA NAS PROPRIEDADES FÍSICAS DO
ASFALTO
30
2.8. ENSAIOS COM MATERIAIS BETUMINOSOS
APARELHAGEM:
31
• Chama piloto
• Termômetro
• Tripé com fogareiro
• Fonte de aquecimento
EXECUÇÃO DO ENSAIO:
32
RESULTADOS:
2.8.2. PENETRAÇÃO
- Cuba de penetração
- Penetrômetro
- Agulha
- Banho d'água
- Cuba de transferência
- Termômetro
- Estufa
- Cronômetro
EXECUÇÃO DO ENSAIO:
34
Figura 12: Amostra imersa no banho
35
RESULTADOS:
36
betuminosos e corresponde, aproximadamente, à temperatura do ponto de fusão
(não é bem definido em face dos diferentes pontos de fusão dos componentes do
CAP).
A figura 14 mostra como o ensaio de ponto de amolecimento é realizado.
APARELHAGEM:
• 2 Anéis de molde
• Placa de decantação
• 2 Bolas de aço
• 2 Guias de centralização de bolas
• Bécher de vidro*
• Suporte de anel e termômetro
• Termômetro**
• Pinça
• Equipamento para gerar o banho
• Estufa
• Bico de Bunsen
• Equipamento anel-bola
*) O bécher deve possuir medidas mínimas de 85 mm de diâmetro e 120 mm de
profundidade.
**) O termômetro utilizado deve ser adequadamente selecionado em função do
intervalo de temperatura no qual se encontra o ponto de amolecimento do material.
37
A figura 15 apresenta os materiais utilizados no ensaio.
EXECUÇÃO DO ENSAIO:
38
• O agente de liberação pode ser graxa de silicone ou semelhante e tem
a função de impedir a adesão do betume com a placa, preservando o molde de
possíveis danos. Esta graxa deve ser aplicada somente no local onde será
posicionado o anel de molde.
• Depois de nivelados, retirar os anéis da placa de decantação
cuidadosamente e posicioná-los no suporte de anel e conjunto. Este suporte deverá
estar mergulhado em um banho (de substância adequada segundo o ponto de
amolecimento esperado para a amostra) contido num bécher. O conjunto anel-
bécher deve ser resfriado por meio de outro banho de álcool etílico. O banho no qual
o suporte de anel deve estar diretamente mergulhado pode ser de água, etilenoglicol
ou glicerina USP, seguindo as devidas considerações da tabela 7.
39
• Para começar o ensaio a temperatura inicial deve estar de acordo com
o banho utilizado e a taxa de aquecimento deverá ser de 5 ºC/min. O equipamento
(com a amostra) deve estar todo o tempo sob um exaustor.
• Registrar para cada anel e bola a temperatura indicada pelo
termômetro no instante em que o material que envolver a bola toca a placa inferior.
Caso a diferença entre os dois valores obtidos nas determinações em duplicata
exceder a 1ºC, repetir o ensaio.
RESULTADOS:
40
serviços de campo. O aquecimento inadequado do ligante betuminoso pode trazer
conseqüências graves.
O gráfico da figura 17 representa a relação temperatura x viscosidade (T x
VSSF), de um cimento asfáltico, verificada nos ensaios laboratoriais, através de três
determinações (A,B e C). O procedimento a seguir descrito, mostra como se deve
proceder para definir a consistência do asfalto, nas diferentes etapas de um serviço.
41
Dependendo da consistência do CAP, os valores das temperaturas poderão
variar significativamente. A mistura asfáltica pode apresentar aspecto de excesso de
ligante ou de deficiência de ligante no caso das temperaturas não terem sido
determinadas corretamente, mesmo que o teor de ligante esteja atendendo ao
projeto desenvolvido corretamente no laboratório. Esquematicamente tem-se:
temperatura acima da temperatura ótima: exsudação (fluimento do
asfalto)
temperatura abaixo da temperatura ótima: envelhecimento prematuro
(fragilidade).
A viscosidade é função da temperatura e dela a espessura da película de
asfalto que envolve o agregado e que consequentemente influencia acentuadamente
a vida de serviço do revestimento betuminoso.
APARELHAGEM:
42
Figura 18 – Exemplo de equipamento Saybolt-Furol de ensaio de viscosidade e
esquema do interior do equipamento.
EXECUÇÃO DO ENSAIO:
43
• Parar o cronômetro quando a amostra atingir o traço de referencia do
frasco receptor.
RESULTADOS:
44
Estudos de laboratório têm mostrado que a medida que a temperatura (t)
aumenta, o asfalto amolece e consequentemente a penetração (P) aumenta. A
figura 19 representa a sensibilidade do CAP às variações da temperatura.
45
Capítulo 3
Cimento Portland
46
3.1. CIMENTO PORTLAND
3.2. HISTÓRIA
O cimento no Brasil
47
necessidade de um cimento para fins especiais, que proporcionasse mais beleza e
conforto, através do tratamento térmico das edificações.
O primeiro forno de cimento branco entrou em operação em 1952, sendo
distribuído ao mercado, a partir de 1954, com a marca Irajá, que integra a linha de
produtos da Votorantim Cimentos.
Em 1984, foi lançado o cimento branco estrutural, com o objetivo de atender
construtores de obras de concepção arrojada, nos serviços de concreto aparente,
pré-fabricados e pisos de alta resistência.
3.4.1. Clínquer
3.4.2. Adições
50
vantagem de conferir maior impermeabilidade, por exemplo, aos concretos e às
argamassas.
Outros materiais pozolânicos têm sido estudados, tais como as cinzas
resultantes da queima de cascas de arroz e a sílica ativa, um pó finíssimo que sai
das chaminés das fundições de ferro-silício e que, embora em caráter regional, já
têm seu uso consagrado no Brasil, a exemplo de outros países tecnologicamente
mais avançados.
Os materiais carbonáticos são rochas moídas, que apresentam carbonato de
cálcio em sua constituição tais como o próprio calcário. Tal adição serve também
para tornar os concretos e as argamassas mais trabalháveis, porque os grãos ou
partículas desses materiais moídos têm dimensões adequadas para se alojar entre
os grãos ou partículas dos demais componentes do cimento, funcionando como um
verdadeiro lubrificante.Quando presentes no cimento são conhecidos como fíler
calcário.
Conclui-se, pois que, de todas as adições, o gesso não pode, em hipótese
alguma, deixar de ser misturado ao cimento, e que as demais matérias-primas
adicionadas (escória de alto-forno, materiais pozolânicos e materiais carbonáticos)
são totalmente compatíveis com o principal componente do cimento portland . o
clínquer . acabando por conferir ao cimento pelo menos uma qualidade a mais.
Em menor escala são consumidos, seja pela menor oferta, seja pelas
características especiais de aplicação os seguintes tipos de cimento:
52
• cimento portland de alta resistência inicial;
• cimento portland resistente aos sulfatos;
• cimento portland branco;
• cimento portland de baixo calor de hidratação;
• cimento para poços petrolíferos.
53
Tabela 8 – Composição dos cimentos portland comuns e compostos
54
Como já explicado, as escórias granuladas de alto-forno apresentam
propriedades hidráulicas latentes, isto é, da forma como são obtidas endurecem
quando misturadas com água. Contudo, as reações de hidratação das escórias são
tão lentas que limitariam sua aplicação prática se agentes ativadores, químicos e
físicos, não acelerassem o processo de hidratação.
A cal liberada durante a hidratação do clínquer é o principal ativador químico
da escória quando esta é adicionada ao cimento, ao passo que a ativação física é
conseguida pelo aumento da finura quando a escória é moída separada ou
conjuntamente com o clínquer.
Os materiais pozolânicos, ao contrário das escórias granuladas de alto-forno,
não reagem com a água da forma como são obtidos. Entretanto, quando finamente
divididos, reagem com o hidróxido de cálcio em presença de água e na temperatura
ambiente, dando origem a compostos com propriedades aglomerantes. Por essa
razão, os materiais pozolânicos são utilizados conjuntamente com o clínquer, pois o
hidróxido de cálcio é um produto normalmente resultante da hidratação deste.
A adição de escória e materiais pozolânicos modifica a microestrutura do
concreto, diminuindo a permeabilidade, a difusibilidade iônica e a porosidade capilar,
aumentando a estabilidade e a durabilidade do concreto.
Tais fatores repercutem diretamente no comportamento do concreto,
melhorando seu desempenho ante a ação de sulfatos e da reação álcali-agregado.
Outras propriedades são também alteradas, incluindo a diminuição do calor de
hidratação, o aumento da resistência à compressão em idades avançadas, a melhor
trabalhabilidade e outros.
Dado o fato de as escórias granuladas de alto-forno e os materiais
pozolânicos terem menor velocidade de hidratação em relação ao clínquer, os
cimentos com adição desses materiais podem apresentar, em igualdade de
condições, menor desenvolvimento inicial de resistência. Entretanto, na prática,
verifica-se que as resistências efetivamente alcançadas em todas as idades
superam os limites mínimos estabelecidos pelas normas técnicas da ABNT, que
especificam os valores necessários às aplicações mais usuais. A Figura 20 ilustra a
evolução média de resistência dos principais tipos de cimento, com base nos valores
experimentais obtidos nos laboratórios da ABCP.
55
Figura 20 - Evolução média de resistência à compressão dos distintos
tipos de cimento portland (fonte: ABCP, 1996)
56
pozolânico) que apresente adicionalmente a propriedade de desenvolver altas
resistências iniciais já é adotada nos países da União Européia. O mesmo fato
deverá ocorrer no Brasil com os trabalhos de revisão da norma brasileira NBR 5733,
no âmbito do Mercosul para adoção de norma única nos países integrantes desse
Mercado.
O princípio de considerar quatro ou cinco tipos básicos de cimento
classificados por sua composição (porcentagem de clínquer e adições) e tipos
especiais derivados dos tipos básicos, que apresentem certas peculiaridades ou
características, já é adotado no Brasil; os tipos especiais normalizados são os
cimentos portland resistentes aos sulfatos e os cimentos portland de baixo calor de
hidratação.
57
Uma dúvida que tem surgido entre os usuários é se o CP II-F que tem
necessariamente mais que 5% de fíler calcário e não contém escória ou pozolana
pode ser considerado resistente a sulfatos. Nesse caso, o cimento deve
necessariamente ser submetido a ensaios específicos de determinação da
resistência aos sulfatos antes de uma decisão sobre sua utilização em meios
agressivos sulfatados. Os testes mais correntes são os especificados pela ASTM C-
1012 - Length Change of Hidraulic - Cement Mortars Exposed to a Sulfate Solution,
com mínimo de 180 dias de duração, NBR 13583 – Cimento Portland -
Determinação da variação dimensional de barras de argamassa de cimento portland
expostas à solução de sulfato de sódio, com duração de 66 dias ou ainda o método
proposto por Koch & Steinegger, com duração de 77 dias.
58
Tabela 11 - Composição dos cimentos portland branco
59
quatro corpos cilíndricos de 5 cm de diâmetro por 10 cm de altura, que são
ensaiados após o tempo de cura em uma máquina de compressão (prensa).
Até o ano de 1979 a unidade em que se expressava a resistência à
compressão do corpo-de-prova padronizado era o quilograma-força por centímetro
quadrado (kgf/cm2). Seguindo recomendação do INMETRO, o órgão normativo do
Governo Federal que tornou obrigatória a adoção do Sistema Internacional de
Unidades (Sl), essa unidade passou a ser expressa em megapascal (MPa) e as
classes de resistência dos cimentos tiveram, por conseqüência, a supressão de um
zero na sua identificação, uma vez que 1 MPa corresponde aproximadamente a 10
kgf/cm2. Tabela 12 apresenta a evolução da nomenclatura, siglas e classes dos
cimentos, ao passo que o Tabela 14 apresenta a nomenclatura atual.
A Tabela 13 apresenta os limites estabelecidos de exigências físicas e
mecânicas para os diferentes tipos de cimento. As exigências físico-mecânicas
garantem o desempenho mecânico e reológico quando da aplicação em pastas,
argamassas e concretos.
60
Tabela 13 - Exigências físicas e mecânicas
61
Tabela 14 - Nomenclatura dos cimentos Portland atual
63
primeiras idades, o calor de hidratação, o inicio de pega e a estabilidade química dos
compostos;
• Depósito do clínquer: a principal matéria-prima do cimento fica
armazenada em silos, aguardando a próxima etapa;
• Adições: junto com o clínquer, adições de gesso, escória de alto-
forno, pozolana e o próprio calcário compõem os diversos tipos de cimento Portland.
Essas substancias são estocadas separadamente, antes de entrarem no moinho do
cimento;
• Moinho do cimento: é na moagem final que o clínquer, adicionado ao
gesso ou outras adições, resulta no cimento tal como o conhecemos;
• Silos de cimento: o cimento resultante da moagem de clínquer e
outras adições é transportado mecânica e pneumaticamente para os silos de
cimento, onde é estocado. Após os ensaios finais de qualidade, o produto é enviado
para a expedição;
• Estocagem: definido o tipo de cimento, falta apenas atentar para os
cuidados necessários à conservação do cimento (que é um produto perecível), pelo
maior tempo possível, no depósito ou no canteiro de obras. O cimento é embalado
em sacos de papel kraft de múltiplas folhas. Trata-se de uma embalagem usada no
mundo inteiro, para proteger o cimento da umidade e do manuseio no transporte, ao
menor preço para o consumidor.
Além disso, o saco de papel é o único que permite o enchimento com material
ainda bastante aquecido, por ensacadeiras automáticas, imprescindíveis ao
atendimento do fluxo de produção (ao contrário de outros tipos de embalagem já
testados, como a de plástico). Mas, o saco de papel protege pouco o cimento nele
contido da ação direta da água.
Se o cimento entrar em contato com a água na estocagem, ele vai empedrar
ou endurecer antes do tempo, inviabilizando sua utilização na obra ou fábrica de pré-
moldados e artefatos de cimento.
A água é o maior aliado do cimento na hora de confeccionar as argamassas e
os concretos. Mas é o seu maior inimigo antes disso. Portanto, é preciso evitar a
todo custo que o cimento estocado entre em contato com a água. Essa água não
vem só da chuva, de uma torneira ou de um cano furado, mas também se encontra,
sob forma de umidade, no ar, na terra, no chão e nas paredes.
64
Por isso, o cimento deve ser estocado em local seco, coberto e fechado de
modo a protegê-lo da chuva, bem como afastado do chão, do piso e das paredes
externas ou úmidas, longe de tanques, torneiras e encanamentos, ou pelo menos
separado deles.
Recomenda-se iniciar a pilha de cimento sobre um tablado de madeira,
montado a pelo menos 30 cm do chão ou do piso e não formar pilhas maiores do
que 10 sacos. Quanto maior a pilha, maior o peso sobre os primeiros sacos da pilha.
Isso faz com que seus grãos sejam de tal forma comprimidos que o cimento contido
nesses sacos fica quase que endurecido, sendo necessário afofá-lo de novo, antes
do uso, o que pode acabar levando ao rompimento do saco e à perda de boa parte
do material. A pilha recomendada de 10 sacos também facilita a contagem, na hora
da entrega e no controle dos estoques.
É recomendável utilizar primeiro o cimento estocado há mais tempo, deixando
o que chegar por último para o fim, o que evita que um lote fique estocado por tempo
excessivo, já que o cimento, bem estocado, é próprio para uso por três meses, no
máximo, a partir da data de sua fabricação.
Nas regiões de clima frio a temperatura ambiente pode ser tão baixa que
ocasionará um retardamento do inicio de pega. Para que isso não ocorra, convém
estocar o cimento em locais protegidos de temperaturas abaixo de 12°C.
Tomados todos os cuidados na estocagem adequada do cimento para
alongar ao máximo sua vida útil, ainda assim alguns sacos de cimento podem se
estragar. Às vezes, o empedramento é apenas superficial. Se esses sacos forem
tombados sobre uma superfície dura e voltarem a se afofar, ou se for possível
esfarelar os torrões neles contidos entre os dedos, o cimento desses sacos ainda se
prestará ao uso normal. Caso contrário, ainda se pode tentar aproveitar parte do
cimento, peneirando-o. O pó que passa numa peneira de malha de 5 mm (peneira
de feijão) pode ser utilizado em aplicações de menor responsabilidade, tais como
pisos, contrapisos e calçadas, mas não deve ser utilizado em peças estruturais, já
que sua resistência ficou comprometida, pois parte desse cimento já teve iniciado o
processo de hidratação.
A Figura 21 mostra de forma simplificada todos os processos de fabricação do
cimento:
65
Figura 21 – Fluxograma de Fabricação do Cimento
66
horizontais com a finalidade de evitar fissuras localizadas. Já a alvenaria estrutural
armada caracteriza-se por ter os vazados verticais dos blocos preenchidos com
graute (microconcreto de grande fluidez) envolvendo barras e fios de aço. A figura
22 mostra a obra mais conhecida de alvenaria estrutural armada é o Teatro
Municipal de São Paulo, inaugurado em 1911.
3.9.3. Barragens
67
finalidade de obter a elevação do nível de água ou criar um reservatório de
acumulação, seja para regulação de vazões, abastecimento, geração de energia,
recreação ou outro fim.
As barragens podem ser classificadas pelos materiais empregados em sua
construção. Alternativas como pedra argamassada e concreto ciclópico, muito
usadas no passado, estão praticamente em desuso. Em seu lugar, e para atender às
atuais obras de grandes dimensões, os materiais básicos mais usados são a argila
compactada (barragem de terra), rochas britadas compactadas (enrocamento) e
concreto.
Barragens de Concreto:
69
Figura 24 – Tubo de Concreto para Rede de Saneamento
3.9.6. Pré-Fabricados
3.9.7. Solo-Cimento
70
Praticamente qualquer tipo de solo pode ser utilizado, entretanto os solos
mais apropriados são os que possuem teor de areia entre 45% e 50%. Somente os
solos que contêm matéria orgânica em sua composição (solo de cor preta) não
podem ser utilizados. O solo a ser utilizado na mistura pode ser extraído do próprio
local da obra.
Solo-cimento na habitação: em habitação, o solo-cimento pode ser utilizado
segundo dois processos construtivos: o de paredes monolíticas e o da produção de
tijolos ou blocos prensados. A escolha da técnica a ser utilizada depende das
características de cada obra em particular. A sua principal aplicação é na construção
de paredes, mas pode ainda ser utilizado na construção de fundações, passeios e
contrapisos.
Solo-cimento na pavimentação: os pavimentos com base ou sub-base de
solo-cimento são empregados no Brasil desde 1939, quando foi construída a estrada
Caxambu-Areias, em empreendimento no qual a ABCP juntou-se ao DNER. Desde
então, foram executados no país mais de 25.000 km com essa solução, um marco
mundial. Mistura homogênea compactada, curada e endurecida de solo, cimento e
água, pode empregar solos do próprio leito da futura base, misturados no local com
equipamento pulvimisturador, ou usar solos selecionados, de jazida, misturados em
usina central ou no próprio campo. O baixo custo inicial e a alta durabilidade são
dois pontos fortes dessa alternativa. É indicado como base e sub-base de
pavimentos flexíveis e de peças pré-moldadas de concreto e também sub-base de
pavimentos de concreto. No campo rodoviário, serve também como contenção de
encostas.
3.9.8. Edificações
71
pesquisa e aplicação. Além da arquitetura, o país dispõe de grandes profissionais e
escolas nas áreas de cálculo e de materiais, que também vêm recebendo atenção
especial da indústria do cimento, desenvolvedora de novos insumos.
A melhor prova da evolução das estruturas de concreto - e do cimento em
especial – é a tendência universal de aplicar-se concreto de alta resistência às
estruturas, e a exigência de elevar a durabilidade das estruturas. Como o tema é
novo, a ABCP dispõe de curso que visa preparar nossos engenheiros para o
emprego do concreto de alto desempenho, também conhecido por CAD.
3.10.1. FINURA
APARELHAGEM:
EXECUÇÃO DO ENSAIO:
72
• Decorrido de 3 a 5 minutos, retirar o fundo e dar golpes para
desprender as partículas aderidas a tela e a parede;
• Continuar o peneiramento por mais 10 minutos;
• Repetir o processo para retirar o material aderido à tela e a parede;
• Feito isso, pesar a quantidade de material retida na peneira.
RESULTADOS:
R
%F = .100 Eq.1
M
Onde:
F = índice de finura do cimento, em porcentagem
R = resíduo do cimento na peneira 75 µm, em g
M = massa inicial do cimento, em g
73
APARELHAGEM:
• Balança;
• Misturador mecânico, com velocidade alta, sendo a rotação da pá de
(285±10) rpm;
• Cronômetro;
• Espátula;
• Forma de aço em forma de tronco de cone;
• Bacia;
• Aparelho de Vicat, acompanhado de sonda Tetmajer com 1 cm de
diâmetro;
• Placa de vidro para base da forma.
EXECUÇÃO DO ENSAIO:
RESULTADOS:
M
CN = a .100 Eq.2
Mc
onde:
Ma: massa de água;
Mc: massa de cimento.
75
3.10.3. DETERMINAÇÃO DOS TEMPOS DE PEGA
APARELHAGEM:
RESULTADOS:
IP = t2 – t1 Eq.3
Onde t1 é o momento em que a agua foi adicionada no ciemento.
77
O fim de pega é dado pela relação:
FP = t2f – t1 Eq.4
3.10.4. LÊ CHATELIER
APARELHAGEM:
78
Figura 27 – Frasco Volumétrico de Lê Chatelier
EXECUÇÃO DO ENSAIO:
RESULTADOS:
80
Tabela 15 – Aferição Experimental do Frasco de Lê Chatelier
81
Tabela 17 - Tabela de aferição completa, interpolada a partir de valores
experimentais para o frasco 02
M
ρ= Eq. 5
V Fcorr − V Icorr
Onde:
ρ=massa específica
M=massa do cimento
VFcorr = Volume final corrigido
VIcorr = Volume inicial corrigido
82
APARELHAGEM:
• Balança;
• Misturador mecânico;
• Formas cilíndricas para a moldagem dos corpos de prova (altura: 100
mm; diâmetro: 50 mm)
• Soquete normal com dimensões normalizadas;
• Peneiras;
• Espátulas;
• Cronômetro;
• Máquina de ensaio à compressão.
EXECUÇÃO DO ENSAIO:
83
• Após a introdução de todo o cimento ligar o misturador na velocidade
baixa durante 30 segundos;
• Após esse tempo, sem paralisar a operação de mistura, inicia-se a
colocação da areia com o cuidado de que toda esta areia seja colocada
gradualmente durante o tempo de 30 segundos;
• Imediatamente após o término da colocação da areia, muda-se para a
velocidade alta, misturando-se os materiais nesta velocidade durante 30 segundos;
• Após esse tempo, desliga-se o misturador durante 1 minuto e 30
segundos. Nos primeiros 15 segundos, retira-se, com o auxilio de uma espátula, a
argamassa que ficou aderida as paredes da cuba e à pá e que não foi
suficientemente misturada, colocando-a no interior da cuba. Durante o tempo
restante (1 minuto e 15 segundos), a argamassa fica em repouso na cuba coberta
com um pano úmido;
• Imediatamente após este intervalo, liga-se o misturador na velocidade
alta misturando os materiais durante 1 minuto;
• Preenche-se o molde (previamente untado) com óleo mineral em 4
camadas, cada uma recebendo 30 golpes do soquete padrão;
• Decorrido 20 a 24 horas, usualmente, procede-se a desforma dos
corpos de prova. Vale salientar que a desforma pode ser executada após o fim de
pega do cimento;
• Em seguida, os corpos de prova são colocados imersos em água ate a
data de ruptura;
• Passado o tempo especificado, retira-se o corpo de prova do tanque
deixando escoar o excesso de água;
• Proceder a regularização dos corpos de prova (capeamento) com
mistura de enxofre e cimento, no traço 1:3;
• Colocar o corpo de prova na prensa submetendo-se a ruptura.
RESULTADOS:
84
F
R= Eq. 6
A
Onde,
F: carga de ruptura
A: área da seção transversal
85
Capítulo 4
Estudo dos Agregados
86
4.1. AGREGADOS
A NBR 9935 (ABNT, 1987) define agregado como o material granular pétreo,
sem forma ou volume definido, a maioria das vezes quimicamente inerte, obtido por
fragmentação natural ou artificial, com dimensões e propriedades adequadas a
serem empregados em obras de engenharia.
Os agregados são produzidos a partir de britagem de maciços rochosos
(pedra britada, pó de pedra) ou da exploração de ocorrências de material particulado
natural (areia, seixo rolado ou pedregulho).
A principal aplicação dos agregados é na fabricação de concretos e
argamassas onde, em conjunto com um aglomerante (pasta de cimento portland /
água), constituem uma rocha artificial, com diversas utilidades em engenharia de
construção, cuja principal aplicação é compor os diversos elementos estruturais de
concreto armado (lajes, vigas, pilares, sapatas, etc).
Além do uso em concreto e argamassas, os agregados apresentam outras
aplicações no campo da engenharia, tais como: base de estradas de rodagem, lastro
de vias férreas, elemento filtrante, jateamento para pintura, paisagismo, etc.
O termo “agregados para a construção civil” é empregado no Brasil para
identificar um segmento do setor mineral que produz matéria-prima mineral bruta ou
beneficiada de emprego imediato na indústria da construção civil. São basicamente
a areia e a rocha britada. O termo “emprego imediato na construção civil” – que
consta da legislação mineral para definir uma classe de substâncias minerais – não
é muito exato, já que nem sempre são usadas dessa forma. Muitas vezes entram em
misturas – tais como o concreto e a argamassa – antes de serem empregadas na
construção civil.
A ABNT NBR 7211 fixa as características exigíveis na recepção e produção
de agregados, miúdos e graúdos, de origem natural, encontrados fragmentados ou
resultante da britagem de rochas. Dessa forma, define areia ou agregado miúdo
como areia de origem natural ou resultante do britamento de rochas estáveis, ou a
mistura de ambas, cujos grãos passam pela peneira ABNT de 4,8 mm e ficam
retidos na peneira ABNT de 0,075 mm.
Define ainda agregado graúdo como pedregulho ou brita proveniente de
rochas estáveis, ou a mistura de ambos, cujos grãos passam por uma peneira de
87
malha quadrada com abertura nominal de 152 mm e ficam retidos na peneira ABNT
de 4,8 mm.
Segundo BAUER (1979), o estudo dos agregados deve ser considerado
imprescindível em um curso de tecnologia do concreto, tendo em vista que de 70 a
80% do volume do concreto é constituído pelos agregados, bem como é o material
menos homogêneo com que se lida na fabricação do concreto e das argamassas.
A principal aplicação dos agregados, seja a areia ou a pedra, na fabricação do
concreto é de natureza econômica, tendo em vista tratarem-se materiais de baixo
custo unitário, inferior ao do cimento. No entanto, os agregados possibilitam que
algumas outras propriedades da rocha artificial a ser formada apresentem melhor
performance, tais como: redução da retração da pasta de cimento, aumento da
resistência ao desgaste, melhor trabalhabilidade e aumento da resistência ao fogo.
88
agregados com especificações técnicas adequadas e custo competitivo, que permita
a obtenção de um concreto a preço competitivo, com característica técnica de
resistência e durabilidade, capaz de concorrer com os outros materiais de natureza
estrutural utilizados na construção civil.
A produção de areia e pedra britada caracteriza-se pelo baixo valor unitário e
pela produção de grandes volumes. O transporte corresponde à cerca de 67% do
custo final do produto, o que impõe a necessidade de ser produzido o mais próximo
possível do mercado consumidor. Em regiões metropolitanas, como as de São Paulo
e Rio de Janeiro, quase toda a areia consumida pela construção civil está sujeita a
transporte por distâncias de cerca de 100 km.
A indústria da construção civil no Brasil consumiu, em 2001, 399 milhões de
toneladas de agregados, sendo 163 milhões de toneladas de pedra britada e 236
milhões de toneladas de areia. O Estado de São Paulo responde por cerca de 30%
da produção nacional de pedra britada, enquanto outros grandes estados produtores
são Minas Gerais (12%), Rio de Janeiro (9%), Paraná (7%), Rio Grande do Sul (6%)
e Santa Catarina (4%). Destacam-se como principais pólos produtores de areia as
regiões do Vale do Paraíba do Sul, no Estado de São Paulo, Seropédica e Itaguaí,
no Rio de Janeiro, os rios Guaíba, Caí e Jacuí, no Rio Grande do Sul, o vale do rio
Itajaí, em Santa Catarina e a várzea do rio Iguaçu na região metropolitana de
Curitiba (VALVERDE, 2002).
89
inviável, constituindo grave problema econômico e social, já que se trata de grande
empregadora de mão de obra e o déficit habitacional tenderia a aumentar com o
aumento populacional. Logo há que se ter bom senso e fiscalização dos órgãos
competentes (IBAMA1, DNPM2, Secretarias Estaduais de Meio Ambiente, etc).
Os principais impactos ambientais causados pela extração mineral de
agregados são:
• alteração da paisagem;
• supressão da vegetação, principalmente da mata ciliar;
• alteração na calha dos cursos d’água;
• instabilidade de margens e taludes;
• turbidez da água;
• lançamento de efluentes.
RESERVAS
90
transporte rodoviário para distâncias entre 40 km e 60 km. Um aumento de 30 km na
distância de transporte provoca um aumento de 6% no consumo do óleo diesel.
Segundo dados ingleses de 1977, 50% do preço final para o consumidor era devido
ao transporte. Ainda segundo os ingleses, 95% das vendas eram entregues por
transporte rodoviário e, dos restantes 5%, em algum momento haveria a
necessidade de transporte por caminhão.
Idealmente, portanto, os pontos de produção devem ficar o mais próximo
possível dos pontos de consumo, o que torna antieconômico boa parte dos recursos
minerais para areia e rocha disponíveis na natureza.
Entretanto, nem sempre as condições ideais são encontradas. Há regiões
onde os recursos disponíveis estão distantes. Por exemplo, na região de
Manaus/AM, rochas para brita não são encontradas, sendo então utilizado o
cascalho. Na Bacia do Paraná, como é geologicamente conhecida boa parte da
região Sul e Sudeste do país, afloramentos de rocha para britagem são difíceis de
serem encontrados, criando-se a necessidade de transportar a brita por distâncias
superiores a 100 km.
Muitas vezes, mesmo havendo recurso mineral disponível, este não pode ser
extraído devido a restrições à sua exploração. Caso típico de restrição encontramos
na cidade do Rio de Janeiro, onde acima da cota 100 é proibida a extração de rocha,
restringindo tanto o nível de produção quanto à vida útil das pedreiras em operação,
além de inviabilizar a abertura de novas pedreiras. Áreas de proteção ambiental,
como o caso do Rio de Janeiro, existem em todo país, criando restrições ao uso dos
recursos minerais existentes.
Além das restrições ambientais, leis de zoneamento municipais restritivas
também impedem o aproveitamento dos recursos existentes. Muitas cidades
brasileiras estão encravadas em bacias sedimentares ou vales de rios, inviabilizando
o aproveitamento da areia existente. Outras estão localizadas sobre maciços
rochosos. Freqüentemente, as autoridades administrativas locais adotam como
objetivos formados a promoção do desenvolvimento industrial em detrimento da
produção de agregados em seus territórios, aparentemente sem perceberem que
estas duas atividades são interdependentes.
Mesmo que não haja zoneamento municipal restritivo à mineração, a própria
expansão urbana torna o acesso a esses recursos minerais inviável. A ocupação
91
desordenada de várzeas e morros nos grandes centros urbanos expulsam os portos-
de-areia e as pedreiras, seja pela ação política dos habitantes, seja pelo
encarecimento da propriedade. Na Região Metropolitana de São Paulo, recursos
importantes de areia foram esterilizados por loteamentos residenciais e industriais
legais e clandestinos. Apesar de terem sido cubados na região cerca de 6 bilhões de
metros cúbicos de areia, pelo Projeto Bases para o Planejamento de Areia na
Região Metropolitana de São Paulo; pela combinação de restrições, usos
competitivos do solo e inadequado planejamento, esta região importa mais da
metade de suas necessidades de areia de locais a mais de 150 Km de distância, o
que é um verdadeiro contra-senso.
A vista destas considerações, por serem produtos de baixo valor e
abundantes, desnecessário se torna analisar os valores numéricos das reservas
constantes no Anuário Mineral Brasileiro. Isto porque, qualquer estudo sobre
reservas de agregados, deve-se levar em conta o planejamento local existente e/ou
as restrições que a sociedade impõe à atividade. Em outras palavras, de nada vale a
existência de reservas de ótima qualidade, quantidade e localização, se a sociedade
restringe ou impede o aproveitamento. Via de regra, servem apenas para ilustrar a
distribuição geográfica dos tipos de substâncias minerais que se prestam à produção
de agregados e que podem estar disponíveis para a lavra. A título de ilustração, o
Anuário Mineral Brasileiro (2000), registra uma reserva total de agregados da ordem
de 20,5 bilhões de toneladas, para um consumo anual da ordem de 340 milhões de
toneladas. Acrescente-se que essa reserva é apenas das concessões de lavra, sem
considerar aquelas referentes às áreas licenciadas, que são em maior número que
as concessões. Além disso, as reservas de leitos de rios são repostas naturalmente.
PRODUÇÃO
92
maioria, pequenas empresas familiares, gerando cerca de 45.000 empregos diretos.
Destas, 60% produzem menos de 100.000 toneladas/ano; 35%, entre 100.000
toneladas ano e 300.000 toneladas/ano; e 5%, mais do que 300.000 toneladas/ano.
A participação dos tipos de rocha utilizadas na produção de brita é a seguinte:
granito e gnaisse – 85%; calcário e dolomito – 10%; e basalto e diabásio – 5%. O
Estado de São Paulo responde por cerca de 30% da produção nacional. Outros
importantes estados produtores são Minas Gerais (12%), Rio de Janeiro (9%),
Paraná (7%), Rio Grande do Sul (6%) e Santa Catarina (4%).
4.3.1. Pedra
A pedra, para uso como agregado graúdo em construção civil, pode ser
classificada como natural (pedregulho ou seixo rolado, cascalho) e artificial (pedra
britada, argila expandida, escória, etc).
Neste item do trabalho é descrita a obtenção da pedra britada, por ser o
agregado graúdo de uso mais difundido para a confecção do concreto.
A pedra britada é obtida em uma unidade industrial / mineradora chamada
pedreira, onde ocorre a desintegração, por explosão controlada, da rocha que dá
origem à brita (granito, gnais, basalto, etc). Após a detonação da rocha matriz,
grandes matacões são transportados para serem triturados em equipamento
chamado britador (razão do nome pedra britada). Por fim, a brita é passada em
peneiras onde é classificada de acordo com sua granulometria (brita 1, 2, 3, etc). A
figura 28 mostra uma pedreira produtora de brita com suas diversas etapas de
produção.
93
Figura 28 – Pedreira produtora de brita
4.3.2. Areia
94
Figura 29 – Mineração de areia
96
• leves – γ < 1000 kg/m3, por exemplo vermiculita, pérolas de isopor,
argila expandida, pedra pome, etc;
• normais – 1000 kg/m3 < γ < 2000 kg/m3, por exemplo, areia quartzoza,
brita e seixos rolados graníticos;
• pesados – γ > 2000 kg/m3, por exemplo, brita de barita e magnetita.
Como cerca de 70 a 80% do volume do concreto é constituído pelos
agregados, esta propriedade permite que sejam fabricados concretos com diversas
aplicações, conforme sua massa específica seja maior ou menor. O concreto normal
de uso estrutural, confeccionado com areia lavada quartzoza e brita de granito,
possui massa específica da ordem de 2200 a 2500 kg/m3, conforme se trate de
concreto simples ou concreto armado. O concreto e a argamassa leve, com massa
específica inferior a 2000 kg/m3, normalmente, não têm aplicação estrutural3, sendo
usado no entanto para redução de cargas permanentes e isolamento térmico e
acústico. Os concretos pesados são usados em condições especiais, possuindo
massa específica superior a 2500 kg/m3, em estruturas que necessitam de alto grau
de isolamento tais como: edifícios de contenção de reator nuclear e escudo
biológico.
97
• Ígneas: São as rochas que se formaram pelo resfriamento e
endurecimento de minerais em estado de fusão. Podem apresentar estrutura
cristalina ou ser amorfas, de acordo com a velocidade de resfriamento. Resultantes
de atividades vulcânicas, são também conhecidas como rochas magmáticas. Seu
componente principal é a sílica. Quimicamente, são as mais ativas. Por exemplo:
granito, basalto e pedra-pomes;
• Sedimentares: São as rochas estratificadas em camadas, que se
originaram da fragmentação de outras rochas. Por exemplo: calcário, areia,
cascalho, arenito e argila;
• Metamórficas: São as rochas que se originaram da ação de altas
temperaturas e fortes pressões sobre rochas profundas, sem que ocorresse fusão do
material original. São, portanto, resultantes da metamorfose de rochas ígneas ou de
rochas sedimentares. Por exemplo: gnais, mármore, ardósia e pedra-sabão.
98
A escolha da dimensão do agregado graúdo é função da dimensão da peça a
ser concretada (geometria da estrutura), bem como da densidade de armadura da
seção transversal. Deve-se usar o maior tamanho possível do agregado,
obedecendo às limitações seguintes:
• menor que1/4 da menor dimensão da peça em planta;
• menor que1/3 da espessura, para lajes;
• menor que 1,2 x (espaçamento vertical entre as armaduras);
• menor que 0,8 x (espaçamento horizontal entre as armaduras);
• menor que 1/3 do diâmetro da tubulação (para concreto bombeado).
Na figura 30 são mostradas fotos de amostras de pedra britada de rocha
granítica, com granulometria variando de brita 0 a brita 3.
99
Tabela 20 – Classificação do agregado miúdo quanto à dimensão.
100
• Pureza e material deletério: os agregados devem ser relativamente
puros quando usados no concreto asfáltico. Vegetação, partículas finas, impurezas
como argila podem afetar a performance pela degradação rápida, que causa uma
perda de suporte estrutural.
4.6. ENSAIOS
APARELHAGEM:
• Balança;
• Recipiente metálico em forma de paralelepípedo com dimensões
conforme prescrito na NBR 7251;
• Régua rasadora;
• Pá metálica.
EXECUÇÃO DO ENSAIO:
101
O processo repete-se até que todo o recipiente seja preenchido. Com o
auxílio de uma régua, procede-se o rasamento da superfície de forma a deixá-la
nivelada em relação às bordas do recipiente. Finalmente, pesa-se o recipiente com o
agregado contido.
O ensaio é realizado para o agregado miúdo e graúdo, seguindo os mesmos
procedimento citados acima.
RESULTADOS
Onde:
ρu : massa unitária solta
Pm : peso do agregado
P0 : peso do recipiente
V : volume do recipiente
4.6.2. GRANULOMETRIA
102
APARELHAGEM
EXECUÇÃO DO ENSAIO
103
• Promover a agitação mecânica do conjunto por um tempo razoável,
para permitir a separação e classificação prévia dos diferentes tamanhos de grão da
amostra;
• Destacar e agitar manualmente a peneira superior do conjunto (com
tampa e fundo falso encaixados) até que, após 1 minuto de agitação contínua, a
massa de material passante pela peneira seja inferior a 1,0% da massa do material
retirado. A agitação da peneira deve ser feita em movimentos laterais e circulares
alternados, tanto no plano horizontal quanto no vertical e no inclinado.
• Remover o material retido na peneira para uma bandeja identificada.
Escovar a tela em ambos os lados para limpar a peneira. O material removido pelo
lado interno é considerado como retido (juntar na bandeja) e o desprendido na parte
inferior como passante;
• Determinar a massa total de material retido em cada uma das peneiras
e no fundo do conjunto. O somatório de todas as massas não deve diferir mais de
0,3% da massa seca da amostra, inicialmente introduzida no conjunto de peneiras;
• Deve ser feito o mesmo procedimento tanto para o agregado miúdo
quanto para o agregado graúdo, respeitando as quantidades de material
especificados na norma.
RESULTADOS
104
Dimensão máxima característica:
Módulo de finura:
• AGREGADO MIÚDO
APARELHAGEM
• Frasco de Chapman;
• Balança;
• Areia (500g)
• Concha ou pá
EXECUÇÃO DO ENSAIO
105
Deixa-se a mistura em repouso e em seguida faz-se a leitura final.
RESULTADOS
M
ρ= Eq. 8
Vf −V
Onde:
ρ: massa específica real
M: massa do agregado miúdo
Vf: volume final
V: volume inicial
• AGREGADO GRAÚDO
APARELHAGEM:
106
• Repartidor de amostras de 3 cm de abertura;
• Peneiras de 2,0 mm e 4,75 mm de abertura, conforme a DNER-EM
035/95
• Tabuleiro de (45 x 25 x 2) cm;
EXECUÇÃO DO ENSAIO
RESULTADOS
Ms
DR = Eq. 9
Mh − L
Onde:
DR = densidade real
Ms = massa ao ar do agregado seco em estufa
107
Mh = massa ao ar do agregado na condição saturada
L = leitura na balança do agregado imerso em água
Absorção:
Mh − Ms
a= Eq. 10
Ms
Onde:
a = absorção do agregado em porcentagem
APARELHAGEM
EXECUÇÃO DO ENSAIO
108
• Colocar a massa no encerado de lona, homogeneizar e determinar a
massa;
• Adicionar água sucessivamente de modo a obter teores de umidade
próximos aos seguintes valores: 0,5; 1,0; 2,0; 3,0; 4,0; 5,0; 7,0; 9,0 e 12,0 em
porcentagem. Homogeneizar cuidadosamente a amostra a cada adição de água.
Coletar uma amostra úmida do agregado, a cada adição de água, e colocar em uma
cápsula para determinar o teor de umidade, determinar simultaneamente a massa
unitária;
• Para obtenção do teor de umidade, determinar a massa de cada
cápsula cheia com a amostra úmida coletada, bem como sua massa após a
secagem em estufa.
RESULTADOS
Vh γ S 100 + h
= ⋅ Eq. 11
V0 γ h 100
Onde:
Vh : volume do agregado com %h de umidade, em dm3
Vo : volume do agregado seco em estufa, em dm3
γs : massa unitária do agregado seco em estufa, em Kg/dm3
γh : massa unitária do agregado com %h de umidade, em Kg/dm3
h : teor de umidade do agregado, em %
(Vh / Vo): coeficiente de inchamento
109
Capítulo 5
Tecnologia do Concreto
5.1. CONCRETO
110
O concreto é um material resultante da mistura íntima e proporcionada de um
aglomerante (cimento), agregados miúdos, agregados graúdos e água. É
considerado o material mais importante na construção civil e possui várias
aplicações além da estrutural, tais como: revestimento, pavimentos, paredes,
canalizações, fundações, etc. É necessário o conhecimento dos materiais que
compõem o concreto, além do aperfeiçoamento dos métodos de cálculo, para que se
possam aproveitar melhor as características do produto.
111
segregação, denominados reo-plásticos. Usa-se na ordem de 0,7% a 1,2% da
massa de cimento
Incorporadores de ar: são aditivos que incorporam ar ao concreto na
forma de pequenas bolhas, aumentando a trabalhabilidade e a coesão do concreto.
Usa-se ordem de 0,05% da massa de cimento.
Impermeabilizantes: são aditivos que provocam um maior
adensamento do concreto, oferecendo uma maior coesão na mistura.
112
resistir solidariamente aos esforços solicitantes. Essa solidariedade é garantida pela
aderência.
113
• Processos construtivos conhecidos e bem difundidos em quase todo o
país.
• Facilidade e rapidez de execução, principalmente se forem utilizadas
peças pré-moldadas.
• O concreto é durável e protege a armação contra a corrosão.
• Os gastos de manutenção são reduzidos, desde que a estrutura seja
bem projetada e adequadamente construída.
• O concreto é pouco permeável à água, quando executado em boas
condições de plasticidade, adensamento e cura.
• É um material seguro contra fogo, desde que a armadura seja
convenientemente protegida pelo cobrimento.
• É resistente a choques e vibrações, efeitos térmicos, atmosféricos e a
desgastes mecânicos.
5.2.3. Providências
114
Além de resistência à tração, o aço garante ductilidade e aumenta a resistência à
compressão, em relação ao concreto simples.
A fissuração pode ser contornada ainda na fase de projeto, com armação
adequada e limitação do diâmetro das barras e da tensão na armadura. Também é
usual a associação do concreto simples com armadura ativa, formando o concreto
protendido. A utilização de armadura ativa tem como principal finalidade aumentar a
resistência da peça, o que possibilita a execução de grandes vãos ou o uso de
seções menores, sendo que também se obtém uma melhora do concreto com
relação à fissuração.
O concreto de alto desempenho – CAD – apresenta características melhores
do que o concreto tradicional – como resistência mecânica inicial e final elevada,
baixa permeabilidade, alta durabilidade, baixa segregação, boa trabalhabilidade, alta
aderência, reduzida exsudação, menor deformabilidade por retração e fluência, entre
outras.
O CAD é especialmente apropriado para projetos em que a durabilidade é
condição indispensável para sua execução. A alta resistência é uma das maneiras
de se conseguir peças de menores dimensões, aliviando o peso próprio das
estruturas. Ao concreto também podem ser adicionadas fibras, principalmente de
aço, que aumentam a ductilidade, a absorção de energia, a durabilidade etc.
A corrosão da armadura é prevenida com controle da fissuração e com o uso
de adequado de cobrimento, cujo valor depende do grau de agressividade do
ambiente em que a estrutura for construída.
A padronização de dimensões, a pré-moldagem e o uso de sistemas
construtivos adequados permite a racionalização do uso de formas, permitindo
economia neste quesito. A argamassa armada é adequada para pré-moldados
leves, de pequena espessura.
115
exemplo: a impermeabilidade do concreto é qualidade essencial para obras
hidráulicas, porém não é tão importante nas estruturas de edifícios.
116
• tratamento: idade, cura e condições de ensaio.
117
5.4. DEFORMAÇÕES
5.4.1. Retração
5.4.2. Expansão
118
5.4.4. Fluência
A) Trabalhabilidade
120
B) Segregação
C) Exsudação
121
Conseqüentemente, há disposição de concreto e a exsudação pode ser expressa
como sedimentação por unidade de massa do concreto. A caracterização
quantitativa da exsudação pode ser descrita por:
• Profundidade da lâmina de água;
• A velocidade em que a exsudação ocorre;
• A duração da esxudação.
D) Ar contido no concreto
E) Bombeabilidade
122
Durante a operação de bombeamento o concreto deve proporcionar
argamassa necessária para lubrificar o interior das paredes dos tubos.
A composição do concreto e, particularmente, o consumo de cimento e de
partículas finas por m3, devem estar dentro de certos limites para que o
bombeamento possa ocorrer sem problemas. Geralmente, areias naturais e
cascalhos arredondados são melhores para o bombeamento do que pedras.
A) Resistência mecânica
B) Durabilidade/Permeabilidade
123
O maior cuidado no ato do lançamento evita a segregação (separação dos
materiais) e a formação de ninhos (brocas).
D) Cura
124
evaporação e aparecimento de trincas e conseqüentemente queda de resistência,
ou seja, é a técnica de impedir a secagem prematura do concreto, possíveis fissuras.
Principais procedimentos de cura:
• Cobrir a superfície exposta do concreto com areia molhada, serragem
molhada, etc;
• Molhar freqüentemente a superfície, criando uma película d’água sobre
as peças, figura 37;
• Manter úmidas as superfícies o tempo mais longo possível;
• Membranas plásticas.
A cura adequada aumenta a resistência à compressão do concreto e evita a
ocorrência de trincas na superfície do concreto.
Cimento:
• Tipo de Cimento
• Massa Específica Real (γc)
125
Agregado Miúdo:
Agregado Graúdo:
Concreto:
Onde,
fck: resistência característica do concreto à compressão simples
fc28: resistência estimada do concreto aos 28 dias à compressão simples
126
δd: desvio padrão, dado em função do controle de qualidade, para um controle
razoável usa-se δd = 5,5 MPa.
Ca
Ci = Eq. 12
fa /c
Cb = Vc . M uc Eq. 13
Onde:
127
Muc: massa unitária compactada
C C C
Vm = 1 − i + a + b Eq. 14
γ c γ a γ b
Onde:
γc, γa, γb são as massa específicas reais do cimento, água e brita,
respectivamente.
O consumo de agregado miúdo é dado por:
C m = Vm . γ m Eq. 15
Onde:
γm é a massa específica real do agregado miúdo.
Ciu = Ci/Ci
Cbu = Cb/Ci
Cmu = Cm/Ci
Cau = Ca/Ci
128
Obs.: é necessário fazer uma relação da brita com a areia para se
obter uma quantidade de brita e areia que garanta a adesão do cimento com os
agregados. Essa correção é feita da seguinte forma:
MT = Cbu + Cmu
Cbu/Cmu : relação de proporção que deverá ser próximo de 1,5.
Ex.: Cm.cor = Cmu + 0,07
Cb.cor = Cbu – 0,07
É necessário também fazer a correção para a quantidade de água
devido a absorção da brita.
Ci50 = Ciu x 50
Cb50 = Cb.cor x 50
Cm50 = Cm.cor x 50
Ca50 = fa/c x 50
Civ = Ci50
Cbv = Cb50 / Musb
Cmv = Cm50 / Musm
Ca = Ca50
129
5.7.7. Cálculo das Dimensões da Padiola (Caixotes):
A
V = Logo,
h
V
h= Eq. 17
A
Essa altura é calculada para os volumes de areia e de brita, caso a
altura for muito alta recomenda-se dividir em quantidades de caixotes suficiente para
atingir uma altura média de 20 cm.
A área da seção transversal normalmente utilizada em obras é de
50x30, como representada na figura 38.
130
5.7.9. Resistência à compressão simples:
131
Somente se admite adição suplementar de água para correção de
abatimento, devido à evaporação, antes do início da descarga e desde que:
• Antes de se proceder a esta adição, o valor de abatimento obtido seja
igual ou superior a 10 mm;
• Que esta correção não aumente o abatimento em mais de 25mm;
• Que o abatimento após a correção não seja superior ao limite máximo
especificado;
• Que o tempo transcorrido entre a primeira adição de água aos
materiais até o inicio da descarga não seja inferior a 15 minutos.
132
APÊNDICE
133
APÊNDICE A
EXERCÍCIOS
• MATERIAIS BETUMINOSOS
134
• CIMENTO PORTLAND
135
• AGREGADOS
136
• DOSAGEM DO CONCRETO
Considere que:
137
APÊNDICE B
138
Resultados: Os resultados dos procedimentos experimentais já processados devem
ser apresentados neste item. O uso extensivo de tabelas e figuras é sempre
recomendado para facilitar a compreensão dos dados expostos, permitindo a rápida
localização destes.
Discussão dos resultados: A discussão dos resultados é outro item importante
num relatório científico, uma vez que pela correta e profunda análise dos resultados
à luz da revisão bibliográfica proposta pode-se avaliar a relevância do trabalho
executado e inferir sobre o real aproveitamento do aluno / autor. Além disso, é na
discussão de resultados que são mostrados os progressos obtidos pelo trabalho na
elucidação dos fatos em estudo.
Conclusões: A forma de sedimentar as informações e resultados obtidos com o
ensaio é a redação das conclusões, focando esforços em mostrar como os objetivos
e metas propostos foram alcançados.
Referências bibliográficas: As referências bibliográficas devem ser numeradas de
acordo com a ordem de citação no texto, como por exemplo:
1. STANSBURY, E. E. Potentiostatic etching. IN: METALS Handbook 9.
ed. Metals Park : ASM, 1985. V. 9: Metallography and microstructures p. 143-7.
139
APÊNDICE C
1. Introdução:
No processo de ensino-aprendizagem é de suma importância que o educando
tenha uma visão prática do conhecimento técnico adquirido, no sentido de que a
teoria dos processos seja melhor internalizada. Neste contexto, uma visita de missão
técnica serve para constatar a construção do conhecimento adquirida na sala de
aula.
2. Objetivo da visita:
Fixar os conteúdos expostos em sala de aula, assim como aqueles
resultantes de pesquisa e discussão por parte dos alunos. Exercitar, através da visita
a aplicação das metodologias e ferramentas indicadas para o aperfeiçoamento da
elaboração e gestão de projetos, segundo as melhores práticas e os conceitos
amplamente reconhecidos.
3. Desenvolvimento:
• Dados da empresa
• Período e data da visita
• Metodologia utilizada
• Conteúdo da visita
4. Resultados apresentados
5. Considerações finais
6. Anexos
• Fotos
140
Apêndice D
Normas Técnicas
141
BIBLIOGRAFIA
142
MB 517 – Determinação da Viscosidade Saylbolt-Furol de materiais betuminosos a
alta temperatura
143