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Ligações

Corneliu Codreanu: o Herói da Roménia


Por Juan de Áluta (In «A Nação», n.º 39, págs. 6/7, 16.11.1946)

Quando, nas suas reflexões sobre a História Universal, Jacob Burckardt se enfrenta
com o problema da grandeza histórica, quer dizer, com os homens excepcionais e a
sua missão no Mundo, verifica, como, aliás, em poucas ocasiões, que as
interpretações racionalistas e positivistas são incapazes de dar uma explicação
suficiente deste fenómeno capital.

E, nas páginas do grande professor de Basileia, encontramos, possivelmente pela


primeira vez, frases como esta: «A verdadeira grandeza é um mistério. A escala de
valores, que aplicamos, é incerta, irregular. Sem o homem superior, o Universo
aparecer-nos-ia incompleto, porque determinadas acções grandes não podem ser
realizadas, senão por ele, na sua época, no seu meio e, ainda, porque seriam
imperceptíveis de qualquer outro modo.»

Os povos só vivem momentos excepcionais através de homens excepcionais. Os


próprios povos, cuja história se não encontra em condições de lograr projecção
sobre o mundo, num sentido de História objectiva, só manifestam a sua existência
por intermédio dos seus símbolos humanos de excepção.

A história do povo romeno foi, acima de tudo, um problema de destino. Toda a Navegação
historiografia, de tipo objectivo, lhe regista poucas acções com projecção universal. Início
Mas, apesar disto, a sua História foi uma História de missão e de integração total no
destino europeu. E tudo isto foi possível através das suas grandes figuras nacionais. Sobre nós

Índice geral de textos


E só foram grandes figuras as que souberam dar ao seu destino um sentido
universal! Activismo on-line

Nesta linha situam-se os seus maiores Príncipes — um Mircea, o Velho, um Estêvão, Ligações
o Grande, e um Miguel, o Valente, primeiro unificador das terras romenas,
defensoras do Continente, nos seus limites e nas suas entranhas. Procurar
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Os momentos que, uns e outros, representam e marcam, são, incontestavelmente,
momentos autênticos, quer dizer, momentos de exaltação ou, numa palavra, Causas
instantes históricos excepcionais.

É já um lugar comum, sobretudo para os que julgam o fenómeno histórico com


critérios positivistas e com medidas próprias de uma paralisia espiritual, mais ou
menos acentuada, afirmar que, para se julgarem, devidamente, uma figura e um
momento histórico e cultural, é necessária uma apreciável perspectiva, ou seja uma
grande distância de tempo.

Como se, para um apaixonado do momento napoleónico — espiritualmente


integrado no destino do grande chefe — fossem indispensáveis cem anos, para
conseguir verificar que se viveu, naquela época, um momento histórico de excepção!

As perspectivas históricas constituem um problema de existência e de


sensibilidade, e não, como, se pretende, uma questão de distância material.

Por tal motivo, na mais imediata análise da história romena, pouca importância tem
a brevidade do tempo decorrido para se verificar que o momento vivido através da
presença do Movimento Legionário e do seu Fundador, é um momento de projecção
universal, no mais rigoroso sentido dos termos, isto é, de autêntica projecção dos
valores do Espírito.

Corneliu Codreanu faz a sua aparição na cena histórica, no momento em que,


segundo as interpretações tradicionais acerca das crises e das revoluções, o povo
romeno se encontrava, menos do que nunca, preparado e necessitado de uma
transformação fundamental nas suas instituições básicas e nas suas perspectivas
espirituais.

Efectivamente, como consequência da primeira guerra mundial, o povo romeno


tinha logrado realizar a sua unidade nacional, pela integração, dentro da mesma
forma estadual, de todos os grupos étnicos, disseminados, anteriormente, sob a
influência de outros domínios.

Por consequência, um movimento revolucionário não podia invocar, como razão das
suas actividades, quaisquer reivindicações de tipo territorial.

Além disso, durante os anos que se seguiram à Grande Guerra, os problemas, de


tipo económico e social, suscitados na Roménia, foram em tão reduzido número que
qualquer movimento revolucionário não podia fixar raízes num terreno, que ficava,
por íntimas razões, afastado das convulsões de natureza marxista.

O movimento nacionalista, de tipo anti-comunista e anti-semita, conhecido na


Roménia pela designação de Geração de 1922, nascido sob a autoridade espiritual
do Professor Gusa e no qual Codreanu, muito novo ainda, tomou parte, desapareceu,
não obstante a sua consequência, da grande luta dos partidos.

A Codreanu, visionário das grandes possibilidades espirituais do seu povo


apresentou-se o momento próprio para aproveitar o espírito daquele momento de
juventude.

Deve ter verificado, desde o primeiro momento, que o povo romeno apresenta
grandes reservas de natureza moral e espiritual e que só pondo-as em equação, se
poderia realizar um grande momento histórico romeno.

O regresso às grandes linhas da tradição romena: a exaltação dos antigos valores


da estirpe; a Fé profunda em Deus e a crença de que a História é um problema de
destino e, por consequência, submetida a Deus e aos Seus desígnios; a recuperação
dos valores fundamentais do homem, através da criação do Homem Novo,
completamente oposto ao Homem Massa símbolo crepuscular da nossa época —
eis os problemas capitais, que dominavam o espírito de Codreanu, ao fundar, em
Junho de 1927, a Legião de S. Miguel Arcanjo.

Nos primeiros momentos, teve, à sua volta, sete fidelíssimos elementos, jovens
como ele e, como ele, terrivelmente pobres, que tinham experimentado já os
sofrimentos físicos e morais e que estariam dispostos, alguns anos mais tarde, a
suportar o martírio, com uma resignação verdadeiramente cristã.

Dez anos decorridos, surgiria uma geração disciplinada, fanática na sua fé em Deus
e nos destinos da sua Pátria, organizada em comunidade verdadeiramente
ecuménica, capaz de grandes sacrifícios e, sobretudo, com uma visão da grandeza
nacional nunca, até então, registada na História do povo romeno.

Quis o Capitão que a Legião fosse, acima de tudo, uma escola, uma grande escola
espiritual, afastada das preocupações políticas e destinada a formar homens —
homens autênticos, capazes de encontrar a solução para todos os problemas da
vida e da Nação, ultrapassando qualquer critério programático, qualquer sistema ou
qualquer orientação existente, de sentido político.

O eco desta chamada de retorno aos postulados fundamentais da vida, a luta


permanente contra as alterações do espírito, esta filosofia revolucionária, única no
século em que, tanto as revoluções, como as contra-revoluções levavam a marca
inconfundível do materialismo e das preocupações sociais da vida — este eco foi
imenso, como se anunciasse o regresso de uma nova Idade Média, no sentido mais
positivo do termo.

O exemplo oferecido pelo Movimento Legionário romeno, que, durante vinte anos,
depois de ter suportado, ininterruptamente, no mais vivo da sua carne, os mais
duros golpes, que atingiram os chefes e os respectivos quadros do Movimento,
mantém íntegra a sua essência espiritual, a sua posição e os seus núcleos de
combate — constitui uma prova bem clara de que a nossa época é capaz de
exaltações espirituais.

Esta exaltação foi possível na Roménia pela presença polarizadora e integradora de


Corneliu Codreanu, profundo visionário dos valores da sua Nação.

«O mundo legionário — dizia, uma vez, a voz inspirada de Victor Puin Garcineau,
doutrinador do movimento — surge das virtualidades do povo romeno pela presença
polarizadora do Capitão.
A personalidade deste Homem é essencialmente romena, porque é o único homem
que crê em Deus. E não crê, apenas, vai mais longe; porque crê, igualmente, que a
política se deve subordinar também à vontade de Deus.

Este Homem é, ao mesmo tempo, um cerebral e um sentimental, racional e místico,


bom e severo, voluntário e calmo, orgulhoso e modesto, tenaz sem rigidez, idealista
sem resvalar em utopias, visionário das grandes possibilidades romenas, dotado de
uma forte energia espiritual acompanhada por igual energia física, pedagogo e
comandante, paciente, prudente, senhor dos seus sentimentos, apesar de
tumultuoso na estrutura dos seu temperamento, valente e, sobretudo, moral, na
mais rigorosa expressão da palavra, ou seja completamente livre de imperativos
pessoais; numa palavra: Homem predestinado para os altos domínios colectivos».

Nos livros que Corneliu Codreanu escreveu e legou, tanto para os seus discípulos,
como para o mundo extra-romeno, sentem-se, em todas as suas dramáticas
dimensões, a trajectória histórica e espiritual da sua vida e as linhas essenciais da
sua filosofia revolucionária.

Livros como "Para os Legionários" (interrompido a meio pelo martírio do autor); "A
Cartilha do Chefe de Nido" (contendo as directrizes da organização do Movimento;
"Circulares e Manifestos" (documento importante sobre a vida e o espírito da
organização) e "Memórias" (documento confessional de grande profundidade cristã,
escrito por Codreanu no cárcere, poucos meses antes de ser assassinado pelo rei
Carol) — livros, como estes, bastam para demonstrar-nos que o Movimento
Legionário não foi uma organização política, com critérios políticos, mas, sim, e
acima de tudo isso, uma Escola de grandes possibilidades e que o seu Chefe e
Criador se integra no pequeno e reduzido número de homens, que lograram, alguma
vez, na História dos povos, auscultar o pulso do Destino que só a eles se revela.

A presença de Codreanu, na História do seu povo, foi como presságio de futuras


convulsões, que viriam destruir, por completo, as instituições existentes.

Nem o anti-comunista, nem o anti-semita, nem, tão pouco, o anti-democrático da


sua doutrina, representam verdadeiramente, a essência do seu pensamento
revolucionário. Não se tratava, apenas, de um sistema político ou de um paradigma
de soluções para os grandes problemas sociais e económicos do seu povo.

Procurava-se, antes e acima de tudo, realizar a tarefa contínua de humanizar, outra


vez, o homem, situando-o na sua condição de ser criado à imagem e semelhança de
Deus; de restaurar o Homem, depurado de escombros, com a garantia de que, uma
vez conseguido este objectivo, não haveria sistema, nem técnica, no mundo, que
pudesse realizar melhor os grandes postulados de justiça e de liberdade, pelos
quais, afinal, tanto tem trabalhado a humanidade!

A luta, os ideais e o sacrifício do Fundador do Movimento Legionário romeno não


foram estéreis — e o que, para os cépticos, acostumados a medir tudo com critérios
positivistas, parecia utópico, os factos demonstraram que não se tratava de uma
utopia.

Uma geração inteira se educou e manteve dentro desse mesmo espírito.

Em frente dos mais terríveis e contraditórios golpes, que possam atingir uma
comunidade revolucionária — esta, criada e vitalizada por Codreanu, manteve-se
firme, inabalável, e é, ainda hoje, a única garantia de luta efectiva, constituindo o
mais decisivo instrumento da resistência nacional romena, ao meio da confusão e
da tragédia nacional.

E tudo isto foi possível, graças à intuição e visão de grandeza, que teve, inspirado no
espírito de Cristo, um Homem, que passou pelo mundo e que se chamou: Corneliu
Codreanu.

Colocado em Geral às 00:39 de Segunda 05 Novembro por causanac

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