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otempo.com.br/opiniao/vittorio-medioli/mkultra-de-kennedy-a-bolsonaro-parte-i-1.2069112
Abraham Lincoln e John F. Kennedy foram os mais famosos entre os suprimidos antes do
término do mandato na Casa Branca. Sobre a morte de outros quatro presidentes, pesa a
desconfiança de envenenamento. Ainda em relação a Robert F. Kennedy, irmão de John,
faltando-lhe pouco para ser eleito, acabou seguindo o destino do irmão pelos tiros de
Shiran B. Shiran. Este, como todos os outros “atendadores”, apressadamente foi definido
como lobo solitário. Aliás, “lobo solitário” tem sido o termo preferido pelas autoridades à
frente das investigações. Fica assim sem implicações e delongas.
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Shiran B. Shiran, com 78 anos agora, que liquidou Robert, não cansa de repetir, do
cárcere onde sobrevive, que não se lembra de ter matado Robert. O episódio teria sumido
da memória dele. Embora tenham transcorrido 53 anos de cárcere, até hoje se mantém
fiel a essa versão. E a ilusão dele é descrita como efeito do “suspiro do diabo”.
Segundo os teóricos mais alinhados da conspiração, existem indícios e razões para a CIA,
controlada pela Skull and Bones, ter provocado a morte dos dois irmãos Kennedy, de
origem irlandesa, primeiros católicos romanos a conquistar a cúpula do poder americano.
Estes eram desalinhados dos descendentes ingleses protestantes, com remotas ligações
com os cavaleiros templários, que, banidos pela Igreja Católica, comandaram os lucrativos
negócios da pirataria ao longo dos séculos por todos os mares.
Para tentar entender a recorrente teoria conspiratória atrás dos atentados, nele também
encontramos aquele sofrido por Jair Bolsonaro no dia 6.9.2018, faltando 31 dias para a
eleição.
Precisamos voltar ao ano de 1947, início da Guerra Fria, quando a Marinha Americana
iniciou o projeto Chatter, o embrião de experimentações que tinham como objetivo o
controle da mente humana com fins de defesa dos EUA. Com o advento da CIA em 1950, a
pesquisa do controle da mente tomou o nome de Bluebird no âmbito da agência. Em 1951,
desdobrou-se no projeto Artichoke, e paralelamente o Exército americano entrou na
corrida com o projeto MKNaomi. A CIA, em 1953, estabeleceu um setor de pesquisas
ultrassecretas batizado de MKultra, que persistiu até 1973, quando uma investigação,
conduzida pelo senador Ted Kennedy, levou a CIA a dar oficialmente por encerrado o
departamento, justamente pelas flagrantes evidências de envolvimento nos atentados dos
irmãos John e Robert F. Kennedy.
O presidente JFK, o primeiro e único católico romano a chegar à Casa Branca, em maio
1963, seis meses antes de sofrer atentado em Dallas, determinou ao novo chefe da CIA,
McCone, que o MKultra fosse desativado. Desconfiou de alguma coisa? E assim ficou
debaixo das cinzas até dezembro do mesmo ano, quando seu sucessor, Lindon B.
Johnson, ao sucedê-lo depois de sua morte, substituiu McCone e reativou de imediato o
programa. Em 1968, Robert Kennedy, que tinha entre seus planos voltar a desativar o
MKultra, encontrou a morte por três tiros de Shiran B. Shiran. Este agora é convicto de
não ter existido na vida dele o dia do atentado.
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conduziu a imprensa a fáceis conclusões de “lobo solitário” esquerdopata, e parou por aí.
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MKultra, de Kennedy a Bolsonaro (parte II)
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Vittorio Medioli
Sem dúvida, Adélio é dotado de alto QI e de capacidade de leitura e análise crítica. Ele
passou a ser bombardeado (aparentemente de fora para dentro) de informações raras e
perturbadoras que desenvolveram a determinação de atentar contra Bolsonaro.
O atentado de Juiz de Fora pode se encaixar na clássica trama conspiratória que teria
vários agentes, nos últimos dois anos mudando a personalidade de Adélio, escolhido
como alvo de um projeto MKultra. Esse projeto desde 1947 evoluiu e se potencializou,
supostamente com o uso de derivados da escopolamina, um alcaloide que anula a vontade
e permite a submissão da personalidade à vontade alheia.
No Brasil não existe e não tem ambiente para um sofisticado projeto de controle da
mente; disso se pode crer que apenas a interferência de um ente estrangeiro estaria
atuando nesse caso. Não necessariamente conduzido pelos EUA, já que outros países
também avançaram nessas pesquisas.
Nas redes sociais de Adélio encontram-se pelo menos cinco referências elogiosas à “vida
comum” em Cuba. De onde chegaram a ele é difícil de imaginar.
Essas relações poderiam ter chegado ao presidente eleito, Bolsonaro, e acelerado a reação
hostil em relação aos cubanos, no Brasil, do programa Mais Médicos? Cuba poderia,
direta ou indiretamente, possuir programa de MKultra?
As rusgas entre Bolsonaro e Cuba, ocorridas na última semana pelos R$ 800 milhões de
royalties por ano pagos pelo governo brasileiro ao governo cubano pelo Mais Médicos,
descortinaram um rancor recíproco. Bolsonaro quer passar a limpo os 8.300 médicos e
desvinculá-los da relação de submissão ao país de origem.
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O Serviço de Inteligência do Exército, que assessora Bolsonaro, conduz, paralelamente à
PF, investigações que abastecem o círculo do presidente eleito. E não paira dúvida de que
chamou a atenção para uma necessidade de alerta máximo decorrente do incômodo que
Bolsonaro gerou pelo mundo afora. Se existe uma conspiração, difícil é localizar os
responsáveis e onde esta se centraliza, já que o presidente eleito incomoda adversários
poderosos com suas ideias reformistas.
Pesa também o fato de ser o Brasil uma praça de lavagem de dinheiro, de especulação
predatória, de juros exorbitantes, de lucros fáceis de piratas das finanças, de facilidades
encontradas por organizações criminosas e até de abrigo em quarentena de terroristas.
Todos nadando de braçada na economia conturbada do Brasil.
Das anotações de Adélio entende-se que ele estudou cuidadosamente o atentado, tirou
inspiração (ou a tiraram por ele) de fatos históricos, gozava de informações das
movimentações de Bolsonaro. Alguém o ajudou e protegeu para chegar no dia 6 de
setembro ao encontro de Juiz de Fora. Na delegacia onde foi recolhido, já o aguardava um
advogado, que ele estranhou. Ao ser detido, sinalizava estar sob efeito de drogas, com
pupilas dilatadas. As imagens imediatamente anteriores à facada o mostram sorridente e
determinado, sem dúvida fisicamente preparado para uma tarefa difícil como aquela que
viria a desempenhar.
Bolsonaro não é um dos Kennedy, tem origem humilde, mas incomoda fortemente o
mundo por outras razões. É uma incógnita para quem ganha muito e ganha fácil sem
escrúpulo, inclusive com tráficos de todas as espécies.
Pode se preparar para enfrentar poderosos inconformados que dispõem de armas mais
sofisticadas e letais que uma faca de 20 cm, esta que daria a impressão de um disparatado
lobo.
Terá que mudar para sobreviver a tantas pressões contrárias? Parece que sim.
As conspirações na sombra do poder não são ficções; elas existem e são a mais antiga
realidade da história, de Júlio César aos Kennedy, e não pararam em Juiz de Fora.
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