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MKultra, de Kennedy a Bolsonaro (parte I)

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November 17, 2018

O esfaqueador de Bolsonaro, assim como Lee Oswald aos russos


e Shiran B. Shiram à Palestina, conduziu a imprensa a fáceis
conclusões de “lobo solitário” esquerdopata
18/11/18 - 03h30

No livro de Steven Sora, “Sociedades Secretas da Elite das Américas”, se encontra


referência especial à confraria Skull and Bones (Caveira e Ossos, símbolo dos piratas que
estiveram na origem da independência dos Estados Unidos, tendo entre seus membros
vários presidentes daquele país). Consta na página 172: “Os chamados ‘pilares da
sociedade’ (predominantemente maçônica) dispunham de uma força incalculável e de tal
magnitude que até o presidente da nação americana era descartado sempre que seus
programas de governo fossem uma ameaça aos lucros dos detentores de um poder mais
organizado. É inegável que o assassinato de Lincoln tenha sido uma conspiração, e pelo
menos dois outros presidentes foram vítimas das tramas de indivíduos que desejavam
dominar o governo da mesma forma que controlavam seus mais lucrativos negócios”.

Abraham Lincoln e John F. Kennedy foram os mais famosos entre os suprimidos antes do
término do mandato na Casa Branca. Sobre a morte de outros quatro presidentes, pesa a
desconfiança de envenenamento. Ainda em relação a Robert F. Kennedy, irmão de John,
faltando-lhe pouco para ser eleito, acabou seguindo o destino do irmão pelos tiros de
Shiran B. Shiran. Este, como todos os outros “atendadores”, apressadamente foi definido
como lobo solitário. Aliás, “lobo solitário” tem sido o termo preferido pelas autoridades à
frente das investigações. Fica assim sem implicações e delongas.

Os Kennedy ousaram tirar o comando da CIA (Central de Inteligência Americana) da


influência da Skull and Bones, afastando “o poder acima do poder” e ganhando um
imenso inimigo oculto no ano do atentado. Teria ocorrido com ele a sentença de Catão em
relação a Cartago: “delenda est” (precisa ser destruída, antes que nos destrua).

Os lobos Lee Oswald e Shiran B. Shiran, respectivamente assassinos de John e de Robert,


teriam sido induzidos a cometer os crimes depois de um treinamento de “controle da
mente”, especialidade cultivada secretamente pela CIA há longos anos. Ambos mostraram
certa confusão ao serem detidos – sinal das drogas (a escopolamina, “suspiro do diabo”)
que acompanham o preparo do condicionamento mental. Lee Oswald encontrou a morte
quase imediatamente, com três tiros disparados por Jack Ruby (originalmente Jacob
Rubenstein, de origem judaica), que morreu depois em cárcere por câncer de pulmão. Era
dono de uma boate em Dallas e ligado à organização criminosa Cosa Nostra Americana.
Não passou por autópsia, e tem quem acredite que a morte foi apressada pela CIA.

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Shiran B. Shiran, com 78 anos agora, que liquidou Robert, não cansa de repetir, do
cárcere onde sobrevive, que não se lembra de ter matado Robert. O episódio teria sumido
da memória dele. Embora tenham transcorrido 53 anos de cárcere, até hoje se mantém
fiel a essa versão. E a ilusão dele é descrita como efeito do “suspiro do diabo”.

Segundo os teóricos mais alinhados da conspiração, existem indícios e razões para a CIA,
controlada pela Skull and Bones, ter provocado a morte dos dois irmãos Kennedy, de
origem irlandesa, primeiros católicos romanos a conquistar a cúpula do poder americano.
Estes eram desalinhados dos descendentes ingleses protestantes, com remotas ligações
com os cavaleiros templários, que, banidos pela Igreja Católica, comandaram os lucrativos
negócios da pirataria ao longo dos séculos por todos os mares.

De George Washington, passando por Benjamin Franklin, Truman, Roosevelt,


Eisenhower, Bush, Clinton e pelo próprio Obama, a Skull and Bones esteve presente e
influenciando as escolhas da maior potência econômica do planeta.

Para tentar entender a recorrente teoria conspiratória atrás dos atentados, nele também
encontramos aquele sofrido por Jair Bolsonaro no dia 6.9.2018, faltando 31 dias para a
eleição.

Precisamos voltar ao ano de 1947, início da Guerra Fria, quando a Marinha Americana
iniciou o projeto Chatter, o embrião de experimentações que tinham como objetivo o
controle da mente humana com fins de defesa dos EUA. Com o advento da CIA em 1950, a
pesquisa do controle da mente tomou o nome de Bluebird no âmbito da agência. Em 1951,
desdobrou-se no projeto Artichoke, e paralelamente o Exército americano entrou na
corrida com o projeto MKNaomi. A CIA, em 1953, estabeleceu um setor de pesquisas
ultrassecretas batizado de MKultra, que persistiu até 1973, quando uma investigação,
conduzida pelo senador Ted Kennedy, levou a CIA a dar oficialmente por encerrado o
departamento, justamente pelas flagrantes evidências de envolvimento nos atentados dos
irmãos John e Robert F. Kennedy.

A solução, em razão da segurança do Estado e preservação da CIA, foi enterrar o projeto,


que continuaria num setor externo, custeado secretamente pela CIA e fora do alcance do
Congresso. Outros países, como Rússia, Israel, Irã, teriam entrado nesse filão como forma
de criar homens-bomba e sicários teleguiados.

O presidente JFK, o primeiro e único católico romano a chegar à Casa Branca, em maio
1963, seis meses antes de sofrer atentado em Dallas, determinou ao novo chefe da CIA,
McCone, que o MKultra fosse desativado. Desconfiou de alguma coisa? E assim ficou
debaixo das cinzas até dezembro do mesmo ano, quando seu sucessor, Lindon B.
Johnson, ao sucedê-lo depois de sua morte, substituiu McCone e reativou de imediato o
programa. Em 1968, Robert Kennedy, que tinha entre seus planos voltar a desativar o
MKultra, encontrou a morte por três tiros de Shiran B. Shiran. Este agora é convicto de
não ter existido na vida dele o dia do atentado.

O esfaqueador de Bolsonaro, Adélio Bispo de Oliveira, montes-clarense de 40 anos, ex-


filiado ao PSOL, assim como Lee Oswald aos russos e Shiran B. Shiram à Palestina,

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conduziu a imprensa a fáceis conclusões de “lobo solitário” esquerdopata, e parou por aí.

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MKultra, de Kennedy a Bolsonaro (parte II)
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Vittorio Medioli

Sem dúvida, Adélio é dotado de alto QI e de capacidade de leitura e análise crítica. Ele
passou a ser bombardeado (aparentemente de fora para dentro) de informações raras e
perturbadoras que desenvolveram a determinação de atentar contra Bolsonaro.

Seu perfil é exatamente o de um “estranho” e, por isso, temido pelo establishment


financeiro, ao contrário de um Meirelles, que chegou à presidência do Bank of Boston, nos
EUA, instituição nascida do Providence Bank, de 1791, fundada pelo comerciante de
escravos John Brown, em seguida transformada em Fleet Financial Group of New
England, até se fundir com o Bank of Boston.

O atentado de Juiz de Fora pode se encaixar na clássica trama conspiratória que teria
vários agentes, nos últimos dois anos mudando a personalidade de Adélio, escolhido
como alvo de um projeto MKultra. Esse projeto desde 1947 evoluiu e se potencializou,
supostamente com o uso de derivados da escopolamina, um alcaloide que anula a vontade
e permite a submissão da personalidade à vontade alheia.

No Brasil não existe e não tem ambiente para um sofisticado projeto de controle da
mente; disso se pode crer que apenas a interferência de um ente estrangeiro estaria
atuando nesse caso. Não necessariamente conduzido pelos EUA, já que outros países
também avançaram nessas pesquisas.

Vasculhando as relações de causalidade, chamam a atenção semelhanças do assassinato


do presidente americano William McKinley com a tentativa de apagar Bolsonaro. Ambos
ocorreram em 6 de setembro, um em 1901 e o outro em 2018, e os números dos anos
somam 11; os dois “atentadores” embrulharam a arma do crime para despistar os
seguranças ao desferir o ataque. Outra estranha coincidência aparece em outro
assassinato de presidente, já que a semelhança do rosto de Adélio com o do assassino
Charles Julius Guiteau, que liquidou em 1881 o presidente americano James Garfield, é
impressionante.

Nas redes sociais de Adélio encontram-se pelo menos cinco referências elogiosas à “vida
comum” em Cuba. De onde chegaram a ele é difícil de imaginar.

Essas relações poderiam ter chegado ao presidente eleito, Bolsonaro, e acelerado a reação
hostil em relação aos cubanos, no Brasil, do programa Mais Médicos? Cuba poderia,
direta ou indiretamente, possuir programa de MKultra?

As rusgas entre Bolsonaro e Cuba, ocorridas na última semana pelos R$ 800 milhões de
royalties por ano pagos pelo governo brasileiro ao governo cubano pelo Mais Médicos,
descortinaram um rancor recíproco. Bolsonaro quer passar a limpo os 8.300 médicos e
desvinculá-los da relação de submissão ao país de origem.

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O Serviço de Inteligência do Exército, que assessora Bolsonaro, conduz, paralelamente à
PF, investigações que abastecem o círculo do presidente eleito. E não paira dúvida de que
chamou a atenção para uma necessidade de alerta máximo decorrente do incômodo que
Bolsonaro gerou pelo mundo afora. Se existe uma conspiração, difícil é localizar os
responsáveis e onde esta se centraliza, já que o presidente eleito incomoda adversários
poderosos com suas ideias reformistas.

Pesa também o fato de ser o Brasil uma praça de lavagem de dinheiro, de especulação
predatória, de juros exorbitantes, de lucros fáceis de piratas das finanças, de facilidades
encontradas por organizações criminosas e até de abrigo em quarentena de terroristas.
Todos nadando de braçada na economia conturbada do Brasil.

Das anotações de Adélio entende-se que ele estudou cuidadosamente o atentado, tirou
inspiração (ou a tiraram por ele) de fatos históricos, gozava de informações das
movimentações de Bolsonaro. Alguém o ajudou e protegeu para chegar no dia 6 de
setembro ao encontro de Juiz de Fora. Na delegacia onde foi recolhido, já o aguardava um
advogado, que ele estranhou. Ao ser detido, sinalizava estar sob efeito de drogas, com
pupilas dilatadas. As imagens imediatamente anteriores à facada o mostram sorridente e
determinado, sem dúvida fisicamente preparado para uma tarefa difícil como aquela que
viria a desempenhar.

Na entrevista filmada em juízo usa com frieza palavras calculadas, mostrando-se


preparado para dar a versão de lobo solitário. Os ingredientes que o cercam precisam ser
analisados com muito cuidado.

A história de Adélio seria a de Jason Bourne? Versão hollywoodiana do MKultra, o


programa que tanto invocou a família Kennedy, convencida de ter sido o alvo de maldades
da CIA. Uma família que, como Cartago, condenada por Catão, “delenda est” (“precisa ser
arrasada”), encerrou seu último capítulo com a queda do avião de John John, herdeiro de
JFK, em 1999.

Bolsonaro não é um dos Kennedy, tem origem humilde, mas incomoda fortemente o
mundo por outras razões. É uma incógnita para quem ganha muito e ganha fácil sem
escrúpulo, inclusive com tráficos de todas as espécies.

Pode se preparar para enfrentar poderosos inconformados que dispõem de armas mais
sofisticadas e letais que uma faca de 20 cm, esta que daria a impressão de um disparatado
lobo.

Terá que mudar para sobreviver a tantas pressões contrárias? Parece que sim.

As conspirações na sombra do poder não são ficções; elas existem e são a mais antiga
realidade da história, de Júlio César aos Kennedy, e não pararam em Juiz de Fora.

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