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A alma americana debilitada – completo – SAPIENTIAM AUTEM NON VINCIT MALITIA 03/11/2023, 20:00
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Branca quanto na CIA ou no FBI, todo mundo sabia que Oswald era um
comunista fanático e que seu intuito ao atirar em Kennedy fôra o de
frustrar qualquer iniciativa americana contra a ditadura de Fidel Castro.
Aterrorizado ante a perspectiva de que uma explosão nacional de revolta
anticomunista respingasse sobre o Partido Democrata, reavivando
suspeitas do tempo de Harry Truman, o presidente Lyndon Johnson fez o
que podia para que a comissão Warren desviasse as atenções desse
ponto sensível, explicando o crime de Oswald não como resultado de
suas convicções ideológicas, mas de motivações genéricas como
instabilidade emocional, problemas de família, etc. Por incrível que
pareça, a comissão consentiu em analisar o mais famoso homicídio
político do século XX sem falar em política. Vindo em socorro do
presidente, a mídia chique e os intelectuais iluminados produziram então
uma caudalosa literatura de pretensões pseudo-sociológicas, que lançava
a culpa do delito sobre a “cultura americana de violência” e outras
generalidades ocas que, no acerto final, eram debitadas na conta dos
conservadores. O discurso anti-americanista da New Left, que então
começava a ganhar algum destaque, recebeu assim um poderoso apoio
vindo do próprio governo de Washington contra o qual ele voltava a sua
histérica eloqüência. Esse discurso acabou por se incorporar no “senso
comum”, ao ponto de que hoje é repetido rotineiramente pela grande
mídia sem que ninguém note nisso nada de estranho. O livro que
descreve essa imensa mutação psicológica que nasceu nas altas esferas
de Washington e se propagou por toda a cultura americana é Camelot and
the Cultural Revolution. How the Assassination of John F. Kennedy
Shattered American Liberalism, de James Piereson (New York, Encounter
Books, 2007).
admitir que sua principal arma contra o Vietnã do Sul tinha sido a mídia
americana. Endossando a lenda da derrota americana, Johnson impôs a
seu país uma humilhação que a mídia elegante e a intelectualidade
tagarela não cessaram de celebrar desde então como um castigo justo
imposto ao povo reacionário, fanático e violento que perseguira inocentes
na era McCarthy e assassinara dois Kennedys…
Nenhum outro país do mundo teve tantos traidores por milha quadrada
quanto os EUA. Toda a mitologia anti-americana que circula no mundo
originou-se em Washington e Nova York – com nada mais que leves
empurrões iniciais da KGB. Como os EUA conseguiram sobreviver a tão
graves mentiras lançadas contra o país por seus próprios governantes e
por seus mais destacados líderes intelectuais, eis algo que só pode ser
explicado pela obstinada permanência residual do apego popular às
tradições americanas. É verdade que nós, brasileiros, não precisamos vir
à América do Norte para conhecer um povo bom governado por
trapaceiros. Mas a pergunta que não me sai da cabeça é se os trapaceiros
de Brasília teriam subido tão alto sem a ajuda dos de Washington.
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