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Samuel Luporini

Transferência de Massa

Edição de agosto de 2005

Universidade Federal da Bahia


OBJETIVOS:
1. Conhecimento básico das leis de transferência de massa indispensável a uma formulação correta
dos problemas correntes de engenharia química.
2. Desenvolvimento da capacidade para modelar matematicamente, simular e avaliar processos de
transferência de massa com ênfase em equipamentos de contato direto.

TRANSFERÊNCIA DE MASSA

1. Fundamentos da transferência de massa


1.1. Transferência de massa molecular
1.2. O coeficiente de difusão
1.3. Transferência de massa convectiva

2. Equações diferenciais de transferência de massa


2.1. A equação diferencial de transferência de massa
2.2. Formas especiais da equação de transferência de massa
2.3. Condições de contorno
2.4. Modelagem de processos envolvendo difusão molecular

3. Difusão molecular no estado estacionário


3.1. Transferência de massa independente de reação química
3.2. Sistemas associados com reação química
3.3. Sistemas de duas e três dimensões
3.4. Transferências simultâneas de momento, calor e massa

4. Difusão molecular no estado transiente


4.1. Difusão transiente e a segunda lei de Fick
4.2. Difusão transiente em meio semi-infinito
4.3. Difusão transiente em um meio finito sob condições de resistência de superfície
desprezível
4.4. Cartas de concentração tempo para formas geométricas simples

5. Transferência de massa convectiva


5.1. Considerações fundamentais em transferência de massa convectiva
5.2. Parâmetros significantes em transferência de massa convectiva
5.3. Analise dimensional
5.4. Análise exata da camada limite de concentração laminar
5.5. Análise aproximada da camada limite de concentração
5.6. Analogias entre transferência de massa, calor e momento
5.7. Modelos para coeficientes de transferência de massa convectiva
6. Transferência de massa convectiva entre fases
6.1. Equilíbrio
6.2. Teoria das duas resistências

7. Correlações para transferência de massa convectiva


7.1. Transferência de massa para placas, esferas e cilindros
7.2. Transferência de massa envolvendo escoamento através de tubos
7.3. Transferência de massa em colunas de parede molhada
7.4. Transferência de massa em leitos fixo e fluidizado
7.5. Transferência de massa gás-líquido em tanques agitados
7.6. Coeficientes de capacidade para torres de recheio
7.7. Modelagem para processos de transferência de massa envolvendo convecção

8. Equipamentos de transferência de massa


8.1. Tipos de equipamentos de transferência de massa
8.2. Operações de transferência de massa gás-líquido em tanques de mistura perfeita
8.3. Balanços de massa para torres de contatos contínuos
8.4. Balanço de entalpia para torres de contatos contínuos
8.5. Coeficientes de capacidade para transferência de massa
8.6. Analises de equipamentos de contatos contínuos

Bibliografia:
WELTY, J.R., WICKS, C.E., WILSON, R.E., RORRER, G., Fundamentals of Momentum, Heat
and Mass Transfer, 4th Edition, John Wiley & Sons, Inc., 2001.
WELTY, J.R., WICKS, C.E., WILSON, R.E., Fundamentals of Momentum, Heat and Mass
Transfer, 3th Edition, John Wiley & Sons, Inc., 1984.
BIRD, R.B., STEWART, W.E., LIGTHFOOT, E.N., Fenômenos de Transporte, 2a. edição, LTC
EDITORA, 2004.
CREMASCO, M.A., Fundamentos de Transferência de Massa, 2ª. Edição revista, Editora
UNICAMP, 2002.
GEANKOPLIS, C.J., Mass Transfer Phenomena, Holt Rineart and Winston, Inc., 1972.
MILLS, A.F., Mass Transfer, Prentice Hall, 2001.
CUTLIP, M.B., SHACHAM, M., Problem Solving in Chemical Engineering with Numerical
Methods, Prentice Hall PTR, Chapter 7 Mass Transfer, 1999.
Fundamentos de Transferência de Massa 1.1

1. FUNDAMENTOS DA TRANSFERÊNCIA DE MASSA

o Quando um sistema dois ou mais componentes na qual as concentrações variam de ponto a


ponto, há uma tendência natural da massa ser transferida, minimizando as diferenças de
concentração entre os sistemas.

o O transporte de um constituinte de uma região de alta concentração para aquela de menor


concentração é chamado de transferência de massa.

o Exemplos:
o A remoção de poluente a partir de uma corrente de descarga por absorção.
‘Stripping’ de gases por lavagem de água.
o Difusão de nêutron em um reator nuclear.
o A difusão de substâncias adsorventes dentro de poros de carbono ativado.
o A taxa de catalise química e reações biológicas.

o A transferência de massa pode ocorrer pelo movimento molecular ao acaso em fluidos


estagnados ou podem ser transferidos a partir de uma superfície para um liquido em movimento,
adicionado pelas características dinâmicas do escoamento.

o Dois modos distintos de transporte:


molecular
convectivo
simultâneos

1.1 TRANSFERÊNCIA DE MASSA MOLECULAR

1815 → Panot observou quantitativamente que uma mistura de gases contendo duas ou mais
espécies moleculares, na qual as concentrações relativas variam de um ponto ao outro, um processo
natural resulta em diminuir a desigualdade da composição, chamando de difusão molecular.

O fluxo líquido de cada espécie molecular ocorre na direção de um gradiente de concentração


negativo.

Teoria cinética dos gases.

A transferência de massa ou difusão ocorre somente em misturas.

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Fundamentos de Transferência de Massa 1.2

CONCENTRAÇÕES:

Moléculas de espécie A

ρ A = concentração mássica da espécie A = volume


massa de A
da mistura (1.1)
ρ = concentração mássica total ou densidade

ρA ρA
Fração mássica = w A = = (1.2)
n ρ
∑ρi
i =1
n
∑wi =1 (1.3)
i =1

n = número de espécie da mistura

A concentração molar da espécie A, cA é o número de moles de A presentes por unidade de


volume da mistura.
1 mol de A ≡ massa equivalente ao seu peso molecular

ρA
cA = (1.4)
MA

MA = peso molecular de A

Pela lei dos gases ideais pAV = nART, logo:

nA pA
cA = = (1.5)
V RT

Onde: PA = pressão parcial da espécie A na mistura


nA = número de moles da espécie A
V = volume do gás

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Fundamentos de Transferência de Massa 1.3

T = temperatura absoluta
R = constante dos gases

A concentração molar total, c, é o mole total da mistura por unidade de volume.

n n total P
c = ∑ci = = (1.6)
i =1 V RT

P = pressão total

Fração molar de líquidos e sólidos: xA = cA/c

Gases: yA = cA/c (1.7)

Para uma mistura que obedece a lei dos gases ideais:

cA p A RT pA
yA = = = (1.8) Lei de Dalton
c P RT P

n n
∑ x i =1 e ∑yi =1 (1.9)
i =1 i =1

Tabela 24.1 Concentrações em uma mistura binária com A e B (Welty)

Exemplo 1: A composição do ar é muitas vezes dada em termos das duas espécies principais na
mistura de gases:
O 2 ⇒ y O 2 = 0 , 21
N 2 ⇒ y N 2 = 0 , 79

Determinar a fração mássica de O2 e N2 e o peso molecular médio do ar a 25o C e 1atm.

Velocidades
Num sistema multicomponentes as varias espécies n, moverá normalmente a diferentes
velocidades. A velocidade de mistura será a media das velocidades da cada espécie presente.

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Fundamentos de Transferência de Massa 1.4

n n
r r
r
∑ρi vi ∑ρi vi
i =1 i =1
v= = (1.10) velocidade média mássica
n ρ
∑ρi
i =1

r
v i = velocidade absoluta de i para um eixo estacionário

n
r
r
∑ci vi
i =1
V= (1.11) velocidade média molar
c

r r
v i − v = velocidade de difusão de i relativa a velocidade mássica média
r r
v i − V = velocidade de difusão de i relativa a velocidade molar média

De acordo com a lei de Fick um componente pode ter uma velocidade relativa para a velocidade
média molar ou mássica somente se existir gradientes de concentração.

Exemplo 2: Sabendo que as velocidades absolutas das espécies químicas presentes na mistura
gasosa são: v CO,z = 10 cm/s; v O,z = 13 cm/s; v H 2 O,z = 19 cm/s; v N 2 ,z = 11 cm/s;

Determinar:
a) velocidade média molar da mistura
b) velocidade média mássica da mistura
c) velocidade de difusão de O2 na mistura relativa a velocidade média molar da mistura
d) velocidade de difusão de O2 na mistura relativa a velocidade média mássica da mistura

Fluxos

É um vetor quantitativo atribuído a quantidade da espécie particular, em unidade mássica ou molar,


que passa em um incremento de tempo através de uma área normal ao vetor.

Podem ser definidos com referência a coordenadas fixas no espaço, coordenadas que movem com a
velocidade média mássica ou molar.

O fluxo molar na direção z:

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Fundamentos de Transferência de Massa 1.5

dcA
J A , z = − D AB 1ª Lei de Fick (1.12)
dz

DAB = difusividade mássica ou coeficiente de difusão do componente A difundindo em B.


dcA/dz = gradiente de concentração na direção z.

dyA
J A ,z = − cD AB (1.13)
dz

O fluxo mássico na direção z:

dwA
j A ,z = − ρD AB (1.14)
dz

dρA
j A , z = − D AB (1.15)
dz

Para um sistema binário com uma velocidade média constante na direção z o fluxo molar
relativo a velocidade média molar é:

J A , z = c A (ϑ A , z − V z ) (1.16)

Igualando (1.13) com (1.16), temos:

J A ,z = c A (ϑ A ,z − Vz ) = -cD A,B
dy A
dz

dy A
Portanto : c A ϑ A ,z = − cD A,B + c A Vz
dz

sendo : V z =
1
(c A ϑ A ,z + c B ϑ B ,z ) ou c A Vz = y A (c A ϑ A ,z + c B ϑ B ,z )
c

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Fundamentos de Transferência de Massa 1.6

+ y A (c A ϑ A ,z + c B ϑ B ,z )
dy A
Logo : c A ϑ A ,z = − cD A,B
dz

Os fluxos dos componentes A e B relativo ao eixo estacionário são :

r r r r
N A = c AϑA e N B = c BϑB

temos que :

+ y A ( N A ,z + N B ,z )
dy A
N A ,z = − cD A,B
dz

 fluxo de A   fluxo resultante   fluxo resultante 


     
 c/ referência  =  da contribuição  +  do movimento 
 ao eixo z   difusiva   global da solução 
     

r r
(r
N A = − cD A,B ∇y A + y A N A + N B ) (1.17)

para uma mistura multicomponente :

r r n
N A = − cD A,M ∇y A + y A ∑ i
N (1.18)
i =1

D A,M = coeficiente de difusão de A na mistura

Da mesma forma temos :

+ x A ( N A,z + N B,z )
dx A
N A,z = − cD A,B para liquidos
dz

+ w A (n A,z + n B,z )
dw A
n A,z = − ρD A,B
dz

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Fundamentos de Transferência de Massa 1.7

Exemplo 3: Sabendo que a mistura gasosa tem as velocidades relativas:

ϑ CO ,z = 10 cm/s; ϑ O 2 , z = 13 cm/s; ϑ H 2 O ,z = 19 cm/s; ϑ N 2 ,z = 11 cm/s.

Determine para a temperatura de 105º C e 1 atm:


a) Fluxo difusivo molar de O2 na mistura.
b) Contribuição do fluxo convectivo de O2 na mistura.
c) Fluxo molar total com referência ao eixo estacionário

2. COEFICIENTE DE DIFUSÃO

Lei de Fick ⇒ a constante de proporcionalidade é conhecida como coeficiente de difusão.

− J A ,z  M   1  L2
≡
D AB = ≡  
dc A dz  L t   M L ⋅ 1 L 
2  3 t

D AB = f ( P , T , w )

Idêntico as dimensões fundamentais de outras propriedades de transporte.

Viscosidade cinemática: ν
Difusividade térmica: α = k/ρcp

Aumenta a Gases → 5 x 10-6 a 10-5 DAB


mobilidade da m2/s diminui
molécula líquidos → 10-10 a 10-9 m2/s
sólidos → 10-14 a 10-10 m2/s

Difusividade mássica de gases

- mistura gasosa de baixa densidade


- teoria cinética dos gases

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Fundamentos de Transferência de Massa 1.8

ρA = ρA(y)

y ∆y
∆x

Figura 1.2 Movimento molecular para a superfície de um volume de controle

Transferência de massa

0 (estacionário)

∫∫CS ρ (ϑn )dA + ∂t ∫∫∫CV ρdv = 0


rr ∂ → Fluxo para frente = fluxo para trás

1 ∂ρ
j A ,y = Cλ A
3 ∂y

1
D AA = Cλ
3
?
8 kT
C= ⇒ velocidade molecular ao acaso
πm

1
λ= ⇒ caminho livre médio
2πd 2 N

k = constante de Boltzmann
N = concentração molecular
m = massa de uma molécula
1
Z = NC
4
d = diâmetro da molécula esférica
Z = freqüência em que as moléculas alcançam a área ∆x ∆z

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Fundamentos de Transferência de Massa 1.9

1 2
 kT 
2
Logo : D AA * =  
3π d N  m 
3 2 2

Para um gás ideal :

NkT = cRT = P

1 2
2  k 3T3 
D AA * =   Coeficiente de difusão de uma mistura de moléculas similares.
3 2 2  
3π d P  m 
Ex A e seu isótopo A *

A equação de Chapman-Enkosg:

1 2
−3  1 1 
1, 858 x 10 T 3 2
 + 
MA MB 
D AB =
Pσ 2AB Ω D

onde: DAB (cm2/s)


MA e MB = pesos moleculares
P = pressão absoluta (atm)
σAB = diâmetro de colisão, parâmetro de Leonard-Jones (Å)
ΩD = integral de colisão

É válida para um par de gases apolares e moléculas não reagentes.

 kT 
Ω = f   TABELA K.1 WELTY
 ε AB 

onde: k = constane de Boltzmann = 1,38 x 10-16 erg/K


εA = energia de interação molecular (ergs)

Os parâmetros de Leonard-Jones σ e εAB ⇒ TABELA K.2 WELTY

Na ausência de dados experimentais:

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Fundamentos de Transferência de Massa 1.10

1 3
σ = 1,18 V b

1 3
σ = 0 , 841V c

1 3
 Tc 
σ = 2 , 44  
 Pc 

ε A k = 0 , 77 T c

ε A k = 1,15 T b

Vb = volume molar para o ponto normal de ebulição (cm3/gmol) ⇒ TABELA 24.4 WELTY
Vc = volume molar crítico (cm3/gmol)
Tc = temperatura crítica (K)
Tb = temperatura de ebulição normal (K)
Pc = pressão crítica em (atm)

Para pares de moléculas apolares, tem-se

σA + σB
σ AB =
2

ε AB = ε A ε B

Para moléculas polar-polar e polar-apolar são discutidas por Bird e Cremasco

Predição de DAB variando com a P e T

 P1  T2 
3 2
Ω D ,T1
D AB ,T 2 ,P 2 = D AB ,T1 , P1    
 P2   T1  Ω D ,T 2

Apêndice J.1 de Welty

Exemplo 4: Avaliar o coeficiente de difusão para o CO2 no ar a 20ºC e 1 atm. Comparar com os
dados experimentais.

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Fundamentos de Transferência de Massa 1.11

Quando os parâmetros de Lennard-Jones não são disponíveis pode-se utilizar a equação de Fuller.

1 2
−3  1 1 
10 T 1 , 75
 + 
 MA MB 
D AB = ϑ ⇒ TABELA 24.3 WELTY
P [(∑ ϑ ) 1 3
A
+ (∑ ϑ )
B
]
1 3 2

Exercicio 5 (24.12), itens a, b, e


Determinar os valores da difusividade dos seguintes gases.
a) CO2/ar 310 K e 1,5 x 105 Pa
b) Etanol/ar 325 K e 2,0 x 105 Pa
e) SO2/ar 300 K e 1,5 x 105 Pa

Exemplo 6. Reavaliar o coeficiente de difusão do dióxido de carbono em ar a 20º C e 1 atm,


utilizando a equação de Fuller, Schettler e Giddings e comparar o novo valor com o obtido no
exemplo 4.

Para compostos polares, tem-se a equação de Hirschfelder com a integral de colisão avaliada por:

0 ,169 δ 2AB
Ω D = Ω Do +
T∗

onde : δ AB = ( δ A δ B )1 2

1, 94 x 10 3 µ p
δ=
Vb T b

µ p = momento dipolo (debyes)


V b = volume molar do líquido no ponto de ebulição (cm 3 / gmol )
Tb = ponto normal de ebulição (K)

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Fundamentos de Transferência de Massa 1.12

kT
T* =
ε AB

1 2
ε AB ε ε 
=  A + B 
k  k k 

ε
k
(
= 1,18 1 + 1, 3 δ 2 T b )
A C E G
Ω Do = + + +
T* B exp ( DT * ) exp ( FT * ) exp ( HT * )

A = 1,06036 E = 1,03587
B = 0,15610 F = 1,52996
C = 0,19300 G = 1,76474
D = 0,47635 H = 3,89411

σ AB = diâmetro de colisão

σ AB = ( σ A σ B )1 2

1 3
 1, 585 V b 
σ= 
 1 + 1, 3 δ 2 
 

Mistura de gases (WILKE)

1
D 1,mistura =
y ′2 y ′3 y ′n
+ L
D 1, 2 D 1, 3 D 1,n

y2
Fração molar livre de 1 ⇒ y ′2 =
y2 + y3 + y 4 L+ yn

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Fundamentos de Transferência de Massa 1.13

Exemplo 7: Determinar a difusividade do monóxido de carbono através de uma mistura de gases na


qual a fração molar de cada componente são:

y O 2 = 0 , 2 , y N 2 = 0 , 70 , y CO = 0 ,10

O gás esta a 298 K e 2 atm de pressão total.

Exemplo 8 (24.14 – WELTY)


Determinar a difusividade do dióxido de carbono em uma mistura de gases com as seguinte
Composição: O2 = 7%, CO = 10%, CO2 = 15% e N2 = 68%. T = 273 K e P = 1,5 x 105 Pa.

DIFUSIVIDADE MÁSSICA EM LÍQUIDOS

Equação de Stoke-Einsteim, da teoria hidrodinâmica.

kT
D AB = Solução diluída de não eletrólitos. É uma equação pouco precisa
6 πµ B

D AB
Em geral: = f (V ) Função do volume molar
kT

D AB 7 , 4 x10 −8 ( φ B M B )1 2
Equação de Wilke-Chang para não eletrólitos: µ B =
T V A0 , 6

Onde: µB = viscosidade da solução de não eletrólitos cP


VA = volume molar no ponto normal de ebulição (TABELAS 24.4 E 24.5– WELTY)
φB = parâmetro de associação para o solvente B (complemento da TABELA 24.5 –WELTY)
Deduções de compostos com anel (complemento da TABELA 24.5 –WELTY)

Exemplo 9
Estimar o coeficiente de difusão em liquido do etanol (C2H5OH) em solução diluída de água a 10oC
O volume molecular do etanol pode ser avaliado usando valores da tabela 24.5.

Hayduk e Laudie propuseram a equação:

D AB = 13 , 26 x 10 −5 µ −B1 ,14 V A−0 , 589 . Com resultados semelhantes a equação Wilke-Chang.

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Fundamentos de Transferência de Massa 1.14

O coeficiente de difusão de um sal univalente em soluções diluídas pode ser calculado utilizando a
equação de Nernst

2 RT
D AB =
 1 1  2
 + ℑ
 λo λo 
 + − 

R = 8 , 316 J / K .gmol

 Amp volt   g equivalente 


λo+ , λo− = condutância iônica a concentração zero    
 cm 3   cm 3 
Tabela 1.10 - CREMASCO

ℑ = constante de Faraday = 96500 Coulumbs/g equivalente

Substituindo 2 por 1/n+ + 1/n- onde n+ e n- são as valências do cátion e anion.


Para temperaturas diferentes de 25oC, estes parâmetros podem ser estimados a partir da seguinte
correlação:

λ iT ( o C ) = λ iT ( 25 o C ) + a ( T − 25 ) + b ( T − 25 ) 2 + c ( T − 25 ) 3 Tabela 1.11 – CREMASCO

Exemplo 10: Estimar o coeficiente de difusão em solução diluída do cloreto de potássio a 30o C.
Comparar com o valor experimental de 2,233 x 10-5 cm2/s.

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Fundamentos de Transferência de Massa 1.15

DIFUSÃO EM SÓLIDOS CRISTALINOS

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Fundamentos de Transferência de Massa 1.16

• Arranjos nas estruturas cristalina: cúbica, CCC, CFC.


• Movimento do soluto → ocupar vazios (falhas na estrutura cristalina ou nos interstícios
entre os átomos da matriz cristalina.
• A energia de vibração do átomo deve ser alta o suficiente para vencer a barreira energética
‘Q’ determinada pela energia de ativação.

D AB = D o e − Q RT

difusão
Energia
Q Q = energia de ativação difusional (cal/mol)
R = 1,987 cal/mol K
Do = coeficiente de difusão sem que
houvesse a necessidade de salto energético
Q e Do = TABELA 1.13 - CREMASCO
z

Exercício 11: Estime a difusividade do carbono em Fe (CCC) e em Fe (CFC) a 1000º C. Analise os


resultados.

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Fundamentos de Transferência de Massa 1.17

DIFUSÃO EM SÓLIDOS POROSOS

a) Difusão de Fick ou ordinária


b) Difusão de Knudsen
c) Difusão configuracional

Difusão ordinária
• Poros maiores que o livre caminho médio das moléculas difundentes.

dC A
J A ,z = − D ef 1ª Lei de Fick
dz

Def = coeficiente efetivo aparece em razão da natureza tortuosa do sólido poroso.

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Fundamentos de Transferência de Massa 1.18

εp
D ef = D AB
τ

εp = porosidade
τ = tortuosidade ⇒ TABELA 1.14 – CREMASCO

τ = 4,0
εp = 0,5 ⇒ Na ausência de dados tabelados

Difusão de Knudsen

Poros estreitos da ordem de tamanho do livre caminho médio do difundente, ocorre colisões
com as paredes dos poros.

1
D k = Ωd p
3

dp = diâmetro médio dos poros (cm)


Ω = velocidade média molecular (cm/s)

[cm / s ]
1 2
 T 
Dk = 9 , 7 x 10 r p 
3
 2
 MA 

2ε p 2 Vp
rp = = [cm ]
Sρ B S

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Fundamentos de Transferência de Massa 1.19

Onde: εp = porosidade do sólido


S = área da matriz porosa
ρB = massa especifica aparente do sólido
Vp = volume especifico do poro da partícula sólida

Quando a tortuosidade do poro é considerada, efetuar a correção:

εp
D Kef = D K
τ

Devido a estrutura do sólido poroso, um soluto gasoso, ao se difundir, pode deparar com vários
tamanhos de poros, ocorrendo a difusão ordinária e a de Knudsen, logo:

1 1 1
= +
D Aef D ef D Kef
12 3 { 12 3
efetivo ordinária Knudsen
segue a
1 a Lei de Fick

Exemplo 1.12: Determine o coeficiente efetivo de difusão do dióxido de carbono em partícula


catalítica esférica de alumina a 30º C.

Difusão configuracional

• Ocorre em matrizes porosas (zeólitas).


• Macro e microporos.
• Arranjo tipo colméia → peneira molecular.
• A difusão ocorre devido a saltos energéticos do solutos pelos microporos.

 −Q 
D A zeo = D o exp   ⇒ TABELA 1.16 – CREMASCO
 RT 

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Fundamentos de Transferência de Massa 1.20

Difusão em membranas

• Osmose inversa
• Ultrafiltração
• Diálise
• Perevaporação
• Perpetração

• Podem ser de materiais cerâmicos → inorgânicos


• ou materiais poliméricos → orgânicos

• A difusão do soluto em polímeros ocorre por um processo de estado ativado, via saltos
energéticos, ocupando vazios na estrutura polimérica.

 Q 
D a me = D o exp  −  ⇒ TABELA 1.17 - CREMASCO
 RT 

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Fundamentos de Transferência de Massa 1.21

Exemplo 1.13: Estime a difusividade do CO2 a 30º C para as seguintes situações:


a) difusão em um membrana de borracha butilica.
b) difusão em uma membrana de polibutadieno.
c) difusão em uma membrana de poli(dimetil butadieno).

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Fundamentos de Transferência de Massa 1.22

TRANSFERÊNCIA DE MASSA CONVECTIVA

o Envolve um fluido em movimento e uma superfície ou entre dois fluidos em movimento


relativamente imiscíveis.
o Depende das propriedades de transporte e das características dinâmicas do fluido em
escoamento.
o Quando bombas ou outros equipamentos similares externos causam o movimento no fluido ⇒
convecção forçada.
o Movimento do fluido causado pela diferença de densidade, a qual é conseqüência da diferença
de concentração ou temperatura ⇒ convecção natural.

N A = k c ∆c A ⇒ Equação da taxa de transferência de massa convectiva, generalizada de uma


maneira análoga a lei de resfriamento de Newton.

NA = Transferência de massa molar,


∆cA = diferença entre a concentração da superfície e a concentração média da corrente de
fluido da espécie A se difundindo.
kc = coeficiente de transferência de massa convectivo.

o Transferência de massa molecular: a transferência de massa convectiva ocorre na direção do


decréscimo de concentração.
o kc inclui as características de escoamento laminar e turbulento.
o kc é uma função da: geometria, propriedades do fluido e escoamento, ∆cA.
o Similaridades entre kc e h ⇒ técnicas desenvolvidas para avaliar h, pode ser reaplicadas para kc.

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Equações diferenciais em transferência de massa 2.1

CAPITULO 2: EQUAÇÕES DIFERENCIAIS EM TRANSFERÊNCIA DE MASSA

O balanço material para uma dada espécie química A através de um volume de controle apropriado
é:

∆y
?y
∆z
∆x

 Taxa de massa que   Taxa de massa   Taxa de produção   Taxa de acúmulo 


       
 entra no volume de  −  que sai no volume  +  de massa no volume  =  de massa no volume  (2.1)
 controle   de controle   de controle   de controle 
       

A transferência de massa através da área ∆y∆z para x será :

r
ρ A ϑ A , x ∆y∆z ou n A = ρ A ϑ A
x

O fluxo líquido (entrada-saída) do constituinte A será:

na direção x : n A, x ∆y∆z − n A, x ∆y∆z


x + ∆x x

na direção y : n A, y ∆x∆z − n A, y ∆x∆z


y + ∆y y

e na direção z : n A, z ∆x∆y − n A, z ∆x∆y


z + ∆z z

A taxa de acúmulo de A no volume de controle será:

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Equações diferenciais em transferência de massa 2.2

∂ρ A
∆x∆y∆z
∂t

Se A é produzido no interior do volume de controle por uma reação química a uma taxa rA (massa
de A produzida)/(volume⋅tempo), a taxa de produção de A é:

rA ∆x∆y∆z

Substituindo cada termo na equação (2.1) temos:

n A, x ∆y∆z − n A, x ∆y∆z + n A, y ∆x∆z − n A, y ∆x∆z + n A, z ∆x∆y


x + ∆x x y + ∆y y z + ∆z
∂ρ A
− n A, z ∆x∆y + ∆x∆y∆z − rA ∆x∆y∆z = 0
z ∂t

Dividindo pelo volume ∆x∆y∆z , e cancelando os termos :

n A, x − n A, x n A, y − n A, y n A, z − n A, z ∂ρ A
x + ∆x y + ∆y y z + ∆z
x
+ + z
+ − rA = 0
∆x ∆y ∆z ∂t

Avaliando o limite com ? x, ? y e ? z tendendo a zero temos :

∂n A , x ∂n A , y ∂n A , z ∂ρ A
+ + + − rA = 0 (2.2)
∂x ∂y ∂z ∂t

A equação da continuidade para o componente A

r ∂ρ
∇ ⋅ n A + A − rA = 0 (2.3)
∂t

Operador divergente

Uma equação da continuidade similar pode ser desenvolvida para o componente B.

r ∂ρ
∇ ⋅ n B + B − rB = 0 (2.4)
∂t

Adicionando os dois componentes, nós obtemos:

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Equações diferenciais em transferência de massa 2.3

r r ∂ (ρ A + ρ B )
∇ ⋅ (n A + n B ) + − ( rA + rB ) = 0
∂t

Para uma mistura binária vale:

r r r r r
n A + n B = ρ A ϑ A + ρ B ϑ B = ρϑ

ρA + ρB = ρ

rA = − rB

r ∂ (ρ )
Logo: ∇ ⋅ ρϑ + =0 (2.5)
∂t

Da definição de derivada substantiva:

D ∂ r
= + ϑ⋅∇
Dt ∂ t

Figura 3.2 Cremasco

Logo:
Dρ r
+ ρ∇ ⋅ ϑ = 0
Dt

em termos de fração molar:

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Equações diferenciais em transferência de massa 2.4

Dw A r
ρ + ∇ ⋅ J A − rA = 0
Dt

∂w A r r
ρ + ρϑ ⋅ ∇ w A + ∇ ⋅ J A − r A = 0
∂t

Em termos de unidades molares:

r ∂c
∇⋅NA + A − RA = 0 Componente A
∂t

r ∂c
∇⋅NB + B −R B = 0 Componente B
∂t

e a mistura:
(
∂ c A + c cA )
( )
r r
∇⋅ NA + NB + − (R A + R B ) = 0
∂t

r r r r r
N A + N B = c A ϑ A + c B ϑ B = cϑ

cA + cB = c

Não se pode tomar RA + RB = 0, salvo para cada mol de A produzido desaparece o mesmo
tanto de B (ou vice-versa).

A↔B

em geral:

r ∂c
∇ ⋅ cϑ + − (R A + R B ) = 0
∂t

∂c r
∂t
[ r
]
+ ϑ ⋅ ∇c + c ∇ ⋅ ϑ = ( R A + R B )

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Equações diferenciais em transferência de massa 2.5

FORMAS ESPECIAIS DA EQUAÇÃO DIFERENCIAL DE TRANSFERÊNCIA DE MASSA

Temos a equação para o componente A:

r ∂c
∇⋅NA + A = R A
∂t

( )
r r r
Como: N A = − cD AB ∇y A + y A N A + N B

e seus equivalentes:

r r
N A = − cD AB ∇y A + c A ϑ

r r r
e n A = − ρD AB ∇w A + w A ( n A + n B )

e seu equivalente:

r r
n A = − ρD AB ∇w A + ρ A ϑ

nós obtemos:

r ∂ρA
− ∇ ⋅ ρD AB ∇w A + ∇ ⋅ ρ A ϑ + − rA = 0 (2.6)
∂t

r ∂c
− ∇ ⋅ cD AB ∇y A + ∇ ⋅ c A ϑ + A − R A = 0 (2.7)
∂t

SIMPLIFICAÇÕES

a) Se a densidade da mistura, ρ, e o coeficiente de difusão, DAB, são assumidos constantes, a


equação (2.6) torna-se:

r r ∂ρA
− D AB ∇ 2 ρ A + ρ A ∇
{ ⋅ϑ + ϑ∇ρ A + − rA = 0
=0
∂t
equação da continuidade

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Equações diferenciais em transferência de massa 2.6

Dividindo cada termo pelo peso molecular

r ∂c
ϑ ⋅ ∇c A + A = D AB ∇ 2 c A + R A
∂t
(2.8)
 contribuição   contribuição 
  + ( acúmulo ) =   + ( geração )
 convectiva   difusiva 

b) RA = 0: sem reação química, ρ e DAB = constantes

r ∂c
ϑ ⋅ ∇c A + A = D AB ∇ 2 c A
∂t

DcA
ou = D AB ∇ 2 c A
Dt

r
c) ϑ = 0 , RA = 0: sem reação química, ρ e DAB = constantes

∂cA
= D AB ∇ 2 c A 2ª Lei de Fick da difusão.
∂t

- Líquidos estagnados
- Sólidos

d) As equações dos itens a, b e c podem ser simplificadas se o processo esta em estado


estacionário, isto é:

∂cA
=0
∂t

Se ∇ 2 c A = 0 temos a equação de Laplace.

Laplaciano ∇ 2 : coordenadas retangulares, cilíndricas e esféricas.

2ª Lei de Fick

∂cA  ∂ 2cA ∂ 2cA ∂ 2cA 


= D AB  + +  Coordenadas retangulares.
∂t  ∂x2 ∂ 2
∂z2 
 y 

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Equações diferenciais em transferência de massa 2.7

∂cA  ∂ 2cA 1 ∂cA 1 ∂ cA ∂ cA


2 2 
= D AB  + + +  Coordenadas cilíndricas.
∂t  ∂r2 r ∂r r2 ∂θ2 ∂z2 
 

∂cA  1 ∂  2 ∂cA  1 ∂  ∂c  1 ∂ cA
2 
= D AB   r  +  senθ A  +  Coordenadas
∂t  r 2 ∂ r  ∂r  r 2 senθ ∂ θ  ∂θ  r 2 senθ ∂ φ 2 
esféricas.

A equação diferencial geral para transferência de massa do componente A, ou a equação da


continuidade de A são descritas nas 3 coordenadas, como:

∂ c A  ∂ N A , x ∂ N A , y ∂ N A ,z 
+ + + =RA
∂t  ∂x ∂y ∂z 
 

∂cA  1 ∂ ∂N ∂N 
+  (r N A , r ) + 1 A , θ + A , z =RA

∂t  r ∂r r ∂θ ∂z 

∂cA  1 ∂ 2
∂t
+ ( )
r N A ,r +
1 ∂
( N A ,θ senθ ) +
1 ∂ N A ,φ 
 = RA
 r 2 ∂ r r senθ ∂ θ r senθ ∂ φ 

CONDIÇÕES DE CONTORNO E INICIAL MAIS COMUM

As condições de contorno e inicial utilizadas são muito similares à aquelas de transferência


de calor.
Condições iniciais:

Para t = 0, cA = cA0 (unidades molares)

Para t = 0, ρA = ρA0 (unidades mássicas)

As condições de contorno geralmente encontradas, são:

a) A concentração na superfície pode ser especificada:

cA = cA1 , frações molares

yA = yA1, gases

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Equações diferenciais em transferência de massa 2.8

xA = xA1, líquidos e sólidos

ρA = ρA1, concentração mássica

wA = wA1, fração mássica

Quando o sistema é um gás pode-se utilizar a pressão parcial pela lei Dalton:

pA = pA1 = yA1P

Para casos específicos de difusão de um líquido dentro de uma fase gasosa, pode-se utilizar a
equação da lei de Rault:

pA1 = xAPA

onde: xA = fração molar da fase líquida


PA = pressão de vapor de A na transferência ao líquido

b) O fluxo mássico para a superfície pode ser especificado como, por exemplo:

jA = jA1 ou NA = NA1
O fluxo na superfície pode ser:

dw A
j A ,z = − ρD AB
dz z =0

Em superfícies impenetráveis: jA,z = 0

c) A taxa de reação química pode ser especificada:

N A 1 = k 1 c A 1 reação de 1ª ordem, sendo k1 a constante da taxa.

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Equações diferenciais em transferência de massa 2.9

d) Quando o fluido esta escoando sobre uma fase, a espécie pode ser perdida a partir da fase de
interesse por transferência de massa convectiva.

N A 1 = k c ( c A 1 − c A∞ )

cA∞ = concentração de A na corrente de fluido.


cA1 = concentração de A no fluido adjacente a superfície.
kc = coeficiente de transferência de massa convectivo.

EXEMPLO 2.1:
Num cilindro de combustível nuclear com material fissionável, a taxa de produção de nêutrons é
proporcional a concentração de nêutrons. Use a equação diferencial de transferência de massa para
escrever a equação diferencial que descreve o processo de transferência de massa. Liste suas
condições de contorno.

EXEMPLO 2.2:
Numa câmara de combustão, o oxigênio difunde através de um filme de ar para a superfície de
carbono, onde ele reage de acordo com a seguinte equação:

3 C + 2 O 2 → 2 CO + CO 2

O2 CO CO2

z=δ

z=0

a) Escreva a equação diferencial especifica para este processo em estado estacionário para o
componente O2.
b) Escreva a lei de Fick para o componente oxigênio.

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Difusão em regime permanente 3.1

CAPÍTULO 3: DIFUSÃO EM REGIME PERMANENTE

Temos a equação diferencial de transferência de massa:

r ∂c
∇⋅NA + A − RA = 0
∂t

RA = taxa de produção química do componente A dentro da fase através da qual a massa esta sendo
transferida.

∂cA
= acumulo de A dentro da fase.
∂t

∇ ⋅ N A = taxa líquida de fluxo mássico do componente A.

∂cA
= 0 no estado estacionário, ou seja, a concentração de A não varia com o tempo.
∂t

TRANSFERÊNCIA DE MASSA UNIDIMENCIONAL INDEPENDENTE DE REAÇÃO


QUÍMICA

Num sistema binário, o componente z deste fluxo é expresso por:

+ y A ( N A , z + N B ,z )
dy A
N A ,z = − cD AB
dz

3.1 DIFUSÃO ATRAVÉS DE UM FILME GASOSO INERTE E ESTAGNADO

Encontrar o fluxo molar da difusão através de um filme gasoso inerte e estagnado


Hipóteses: T e P = constantes
B é quimicamente inerte a A
Solubilidade de B em A é desprezível

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Difusão em regime permanente 3.2

Gás B escoando
z = z2

NAz|z+∆z

∆z
NAz|z
z = z1

Líquido puro A

Figura 3.1 Célula de difusão de Arnold

cD AB ( y A 1 − y A 2 )
Solução: N A ,z = (3.1)
z 2 − z1 y B ,ln

n P pA
Para um gás ideal: c = = e yA = , substituindo em (3.1), temos:
V RT P

PD AB (p A1 − p A 2 )
N A ,z = (3.2)
RT ( z 2 − z 1 ) p B ,ln

As equações (3.1) e (3.2), correspondente a difusão em estado estacionário de um gás


através de um segundo gás estagnado.
Um difunde e o outro não è absorção e umidificação.
A equação (3.2) tem sido usada para descrever o coeficiente de transferência de massa
convectivo pela teoria do filme.

Corrente de gás principal


z=δ
z = 0 NAz Filme de gás movendo lentamente

Líquido A
Escoamento
de gás B
Líquido A

Figura 3.2 Modelo do filme para a transferência de massa do componente A movendo para a
corrente gasosa.

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Difusão em regime permanente 3.3

Neste caso z2 – z1 = δ, logo a equação (3.2) fica:

PD AB ( p A 1 − p A 2 )
N A ,z =
RTδ p B ,ln

Pela definição de convecção temos:

N A ,z = k c ( c A 1 − c A 2 ) ou

kc
N A ,z = (ρ A 1 − ρ A 2 )
RT

Por comparação o coeficiente de transferência de massa convectivo é:

D AB P
kc =
p B ,ln δ

Modelo do filme sugere que k c ∝ D AB

Outros modelos (capítulo 28 – Welty) k c ∝ D nAB , onde : n = 0,5 a 1

Determine o perfil de concentração para a difusão através de um filme gasoso inerte estagnado e
também sua concentração media.

( z − z 1 ) ( z 2 − z1 )
y y 
Solução: B =  B 2  Perfil de concentração
y B1  y B1 

y B 2 − y B1
yB = = y B ,ln Concentração média
ln ( y B 2 y b 1 )

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Difusão em regime permanente 3.4

Exercício 3.1:
Através de uma abertura acidental de uma válvula, água foi espalhada no chão de uma planta
industrial em uma área remota de difícil acesso. Estimar o tempo necessário para evaporar a água
nas vizinhanças que esta estagnada. A camada de água é de 0,04’’, que pode ser assumida constante
a temperatura de 75º F. O ar esta a 75º F e 1 atm, com uma umidade absoluta de 0,002 lb de água/lb
ar seco. A evaporação é assumida constante e ocorre por difusão molecular através do filme de gás
de espessura 0,20 in.
Resposta: 2,73 hrs

3.2 DIFUSÃO PSEUDO-ESTACIONÁRIA NUM FILME GASOSO ESTAGNADO

• Um dos contornos move com o tempo


• Após um intervalo de tempo longo, nota-se a variação no nível do líquido a partir do topo do
capilar.

Gás B escoando

NAz|z+∆z

∆z

NAz|z

z = z1 para t0 = zto
z = z1 para t1 = zt

Líquido puro A

Figura 3.3 Célula de difusão de Arnold com liquido se movendo na superfície.

• Sobre um intervalo de tempo considerável somente uma pequena fração de difusão.


• t1 – t0 => longo tempo.
• O fluxo molar na fase gasosa estagnada é:

cD AB ( y A 1 − y A 2 )
N A ,z = , onde z 2 − z 1 = z (3.2.1)
z y B ,ln

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Difusão em regime permanente 3.5

• O fluxo molar NA,z esta relacionado com a quantidade de A deixando o liquido por:

ρ A ,L dz ρ A ,L
N A ,z = , onde = densidade molar de A na fase líquida (3.2.2)
M A dt MA

Em condições pseudo-estacionária, igualam-se (3.2.1) e (3.2.2),

ρ A ,L dz cD AB ( y A 1 − y A 2 )
= (3.2.3)
M A dt z y B ,ln

Integrando:

zt
t ρ A , L y B ,ln M A
∫ dt = cD AB ( y A 1 − y A 2 ) ∫ z dz
0 zt0

Rearranjando, temos:

ρ A , L y B ,ln M A  z t − z t 0 
2 2

D AB = (3.2.4)
c ( y A 1 − y A 2 ) t  2 

 

A equação (3.2.4) é utilizada para determinação do coeficiente de difusão do gás a partir dos
dados experimentais da célula de Arnold.

Exemplo 3.2:
E. M. Larson, usando uma célula de Arnold, mediu a difusividade do clorofórmio no ar a 25º C e 1
atm de pressão. A densidade do clorofórmio líquido a 25º C é 1,485 g/cm3, e sua pressão de vapor a
25º C é 200 mmHg. No tempo tempo t = 0 a superfície do liquido de clorofórmio era 7,40 cm a
partir do topo do tubo, e após 10 hrs a superfície do líquido caiu de 0,44 cm. Se a concentração do
clorofórmio é zero no topo do tubo, qual seria o coeficiente de difusão do gás clorofórmio no ar?
Resposta: 9,3 x 10-6 m2/s

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Difusão em regime permanente 3.6

3.3 CONTRADIFUSÃO EQUIMOLAR

• Destilação de 2 constituintes quando os calores latentes de vaporização são iguais.


• Fluxos iguais em direções opostas. N A ,z = − N B ,z

e.e. = 0 sem reação = 0


r ∂c
∇⋅NA + A − RA = 0
∂t

∇⋅NA = 0

• Considerando somente a direção z:

d
N A ,z = 0
dz

• Lei de Fick

N A ,z = − D AB A + y A ( N A ,z + N B ,z )
dc
1424 3 14442444
dz 3
bulk
difusão

• Como N A , z = − N B , z , logo:

dc A
N A ,z = − D AB (3.3.1)
dz

• Condições de contorno:

Para z = z1 temos: cA = cA1


Para z = z2 temos: cA = cA2

Integrando a equação (3.3.1) com as c.c., temos:

D AB
N A ,z = (c A1 − c A 2 ) (3.3.2)
z 2 − z1

Pela lei dos gases ideais:

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Difusão em regime permanente 3.7

nA pA
cA = = , substituindo, fica:
V RT

D AB
N A ,z = (p A1 − p A 2 ) (3.3.3)
RT ( z 2 − z 1 )

As equações (3.3.2) e (3.3.3) são comumente referidas como equações da contradifusão


equimolar no estado estacionário.

Obter o perfil de concentração para contradifusão equimolar no estado estacionário.


c − c A1 z − z1
Resposta: A =
c A1 − c A 2 z 1 − z 2

Por comparação:

D AB
N A ,z = (c A1 − c A 2 ) = k o (c A1 − c A 2 )
δ
para a contradifusão equimolar.
D AB
Logo : k o =
δ

Exemplo 3.3:
Calcule o fluxo molar da amônia gasosa, sabendo-se que ela se difunde num capilar de 10 cm de
comprimento com 2 reservatórios contendo nitrogênio. O sistema esta a 25º C e 1 atm. A pressão
parcial da amônia em um dos reservatórios é 90 mmHg e no outro 10 mmHg.

NA,z pA2 = 90 mmHg A ≡ amônia

B ≡ Nitrogênio

∆z

pA1 = 10 mmHg

Resposta: -1,07 x 10-7 gmol/s.cm2

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Difusão em regime permanente 3.8

3.4 SISTEMAS ASSOCIADOS COM REAÇÕES QUÍMICAS

• Quando ocorre uniformemente através de uma fase => reação homogênea. Acontece em todos
os pontos do elemento de volume. Aparece diretamente na equação da continuidade do soluto.
• Toma lugar numa região restrita no contorno da fase => reação heterogênea.

r ∂cA
∇⋅NA + − RA =0 (3.4.1)
∂t {
taxa de aparecimento
da espécie A (homogênea)

• Numa reação heterogênea a taxa de aparecimento de A não aparece na equação diferencial,


desde que a reação não ocorra dentro do volume de controle, ao invés disto ela entra na analise
como uma condição de contorno:

R A = N A ,z = kscA0
z =δ

• A reação heterogênea as vezes aparece na equação da continuidade de A => sistemas pseudo-


homogêneo.

3.4.1 DIFUSÃO SIMULTÂNEA E HETEROGÊNEA, REAÇÃO QUÍMICA DE 1ª ORDEM:


DIFUSÃO COM VARIAÇÃO DE ÁREA

• Quando a taxa de reação é instantânea em relação a taxa de difusão => processo com difusão
controlada.
• Quando a taxa de reação para o componente transferido nos limites da superfície limita a taxa de
transferência de massa => processo com reação controlada.

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Difusão em regime permanente 3.9

Exemplo:
Partícula de carvão pulverizada dentro de uma câmara de combustão em leito fluidizado => difusão
controlada.
Moles de oxigênio transferido pelo tempo

Ar nas vizinhanças
NCO2,r

R
C
∆r r
NO2,r

NCO,r

Figura Difusão através de um filme esférico

3 C ( s ) + 2 , 5 O 2 ( g ) → 2 CO 2 ( g ) + CO ( g )

Equação geral de transferência de massa em coordenadas esféricas:

 
 
 
∂cA
∂t
 1 ∂ 2
+
2 ∂r
(
r N A ,r +
r
)
1
senθ ∂

θ
( N A ,θ senθ ) +
r
1 ∂ N A ,φ 
sen θ ∂ φ
 = RA
123  r 1444444424444444 3
=0  =0 
estado  difusão 

estacionário  unidirecional em r 

RA = 0 se A = O2 => nenhuma reação homogênea ocorre ao longo do caminho da difusão.

∂ 2
∂r
( )
r N O 2 ,r = 0 ⇒ r 2 N O 2 ,r = cte ou r 2 N O 2 ,r
r
= R 2 N O 2 ,r
R

quadro

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Difusão em regime permanente 3.10

Equação da Lei de Fick para o O2 fica:

cD O 2 −mis dy O 2
N O 2 ,z = −
1 + 0, 2 y O 2 dr

Condições de contorno:

r = R, yO2 = 0 ⇒ reação instantânea


r = ∞, yO2 = 0,21

 1  cD O 2 −mis  1 
Solução: r 2 N O 2 ,z   = ln  
R 0, 2  1, 042 

(
Como WO 2 = Moles de O 2 transferido pelo tempo = 4 π r 2 N O 2 r )
cD O 2 −mis
WO 2 = −4 πR ln (1, 042 )
0, 2

A esfera de carvão oxida com o tempo => diminuição da esfera => pseudo-estacionário

Tempo para esfera de carbono encolher de um raio inicial para um final.

Balanço material para o carbono:

(C entra ) − (C sai ) = (C acumulado )


 ρ C dV 
( 0 ) − ( w C ) =  
 M C dt 
ρC dV ρ C dR
onde = 4 πR 2
MC dt M C dt

quadro

ρC
MC
(R 2
i − R f2 )
t=
12 cD O 2 −mis ln (1, 042 )

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Difusão em regime permanente 3.11

PRODUÇÃO DE DIOXIDO DE CARBONO SOMENTE

Ar nas vizinhanças
NCO2,r

R
C
∆r r
NO2,r

C ( s ) + O 2 ( g ) → CO 2 ( g )

quadro

Equação da Lei de Fick para o O2 fica:

dy O 2
N O 2 ,r = − cD O 2 − mis
dr

Condições de contorno:

r = R, N O 2 = − k s c O 2 s ⇒ Reação de 1a. ordem (não instantânea)


r=R

r = ∞, yO2 = yO2∞

1
(
Solução: r 2 N O 2 , r   = − cD O 2 − mis y O 2 ∞ − y O 2 s )
R

Como WO 2 = Moles de O 2 transferido pelo tempo = 4 π r 2 N O 2 r ( )


(
W O 2 = −4 πRcD O 2 − mis y O 2 ∞ − y O 2 s )

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Difusão em regime permanente 3.12

quadro

c O 2s − N O2R
y O 2s = = logo:
c ksc

− 4 πRcD O 2 −mis y O 2 ∞
WO 2 =
D O 2 − mis
1+
ksR

Se k s >> D O 2 −mis

W O 2 = −4 πRcD O 2 − mis y O 2 ∞

EXEMPLO 3
Um reator de leito fluidizado de carvão tem sido proposto para uma nova planta. Se operar a 1145
K, o processo será limitado pela difusão de oxigênio em contracorrente com dióxido de carbono,
formado na superfície da partícula. Assumir que o carvão é carbono puro sólido com densidade de
1,28 x 103 kg/m3 e que a partícula é esférica com diâmetro inicial de 1,5 x 10-4 m. Ar (21% O2 e
79% N2) existe a vários diâmetros da esfera. Sob as condições de combustão, a difusividade do O2
na mistura é 1,3 x 10-4 m2/s a 1145 K. Se o processo esta em estado estacionário, calcular o tempo
necessário para reduzir o diâmetro da partícula de carbono a 5 x 10-5 m. O ar nas vizinhanças é uma
fonte infinita de transferência de O2, onde a oxidação do carbono na superfície da partícula é
diminuída pela transferência de O2. A reação na superfície é: C ( s ) + O 2 ( g ) → CO 2 ( g )
Resposta: t = 0,92 s

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Difusão em regime permanente 3.13

3.4.2 DIFUSÃO COM UMA REAÇÃO QUÍMICA DE 1ª ORDEM HOMOGÊNEA

• Operações unitárias: um constituinte de uma mistura gasosa é preferencialmente dissolvido em


contato com um liquido. Dependendo da natureza química das moléculas envolvida a absorção
pode envolver reação química.

Superfície
do líquido Mistura gasosa z
(A e gás inerte)

z=0
NAz|z
∆z
NAz|z+∆z
Líquido B
z=δ

Condições de contorno: Em z = 0 ⇒ cA = cA0


Em z = δ ⇒ cAs = 0

Figura Absorção com reação química homogênea.

Fluxo molar: N A , z = − D AB A + y A ( N A , z + N B , z )
dc
(3.4.2.1)
1424 3 14442444
dz 3
bulk
difusão ≈ 0, a concentração de A
é muito pequena dentro do
filme

Equação diferencial de transferência de massa no estado estacionário considerando apenas a direção


z:

dN A , z
− RA =0 (3.4.2.2)
dz {
taxa de desaparecimento
da espécie A (homogênea)

R A = − k 1 c A ⇒ Taxa de desaparecimento de A ⇒ reação química de 1ª ordem. (3.4.2.3)

Substituindo (3.4.2.3) e (3.4.2.1) em (3.4.2.2), temos:

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Difusão em regime permanente 3.14

d  dc 
 − D AB A  + k 1 c A = 0 , com DAB = constante, fica:

dz  dz 

d 2cA
− D AB + k 1c A = 0 (3.4.2.4)
dz 2

A solução geral da equação (3.4.2.4) é:

k1 k1
c A = c 1 cosh z + c 2 senh z
D AB D AB

As condições de contorno permitem calcular c1 e c2 (quadro), e o perfil de concentração fica:

k1
c A 0 senh z
k1 D AB
c A = c A 0 cosh z− (3.4.2.4)
D AB k1
tgh δ
D AB

Fluxo molar:

dc A
N A ,z = − D AB
dz

Solução:

k1
δ
D AB c A 0 D AB
N A ,z = (3.4.2.5)
z =0 δ k1
tgh δ
D AB

D AB c A 0
• Se não houver reação química: N A ,z =
δ

k1
δ
D AB
• Numero adimensional de Hatta = ⇒ mostra a influencia da reação química.
k1
tgh δ
D AB

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Difusão em regime permanente 3.15

k1
• Se a taxa da reação química aumenta (k1 aumenta) o fator tgh δ se aproxima de 1, e
D AB
N A ,z = D AB k 1 ( c A 0 − 0 )
z =0

Por comparação com a equação da convecção: N a ,z = k c ( c A 1 − c A 2 ) , temos que:

kc ∝ D AB ⇒ Teoria da penetração
Capítulo 28 Welty
Se k c ∝ D AB ⇒ Teoria do filme

EXEMPLO 4
Considerando um processo unitário com um disco rotativo para o tratamento de fenol (espécie A)
em água. O biofilme contém um microrganismo em enzima peroxidase que degrada o fenol. A
concentração de A dentro do biofilme diminuirá à medida que o penetra, ou seja A é degradado.
Não há resistência convectiva entre o fluido e a superfície do biofilme.

Corrente de alimentação da
água de lavagem Seção transversal do
CAi = moles/m3 biofilme

Biofilme

CAO Superfície
Sólida inerte
CA(z)

biofilme
Água de lavagem
tratada CAO
Mistura perfeita
z=0 z=δ

dcA/dz = 0

Figura Tratamento de água de lavagem por biofilme.

É desejável tratar 0,1 m3/h de água contendo 0,1 mol/m3 de fenol. Se a espessura do biofilme é 2 x
10-3 m, qual é a área do biofilme necessária para obter uma concentração de saída de 0,02 mol/m3?
R A , max c A
A taxa de degradação é descrita pela cinética de Michales-Menten: RA =
kA + cA

onde RA,max = 5,7 x 10-3 mol/m3, kA = 0,3 mol/m3 e DAB = 2 x 10-10 m2/s a T = 25º C.
Solução: S = 57 m2

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Difusão em regime permanente 3.16

3.4.3 DIFUSÃO INTRAPARTICULAR COM REAÇÃO QUÍMICA (Cremasco)

Quando um sólido poroso apresenta sua área interna maior (30 m2/g ou maior) ou da mesma
magnitude do que a sua superfície externa, considera-se o soluto, depois de atingir a superfície da
partícula, difunda no interior desta para depois ser absorvido e sofrer transformação por reação
química nas paredes dos sítios ativos do catalisador, conforme mostra a figura.

sólido
A R”A
B
poro

CAs

Figura - Difusão com reação química heterogênea no interior de um sólido poroso

• Termo reacional = aR”A, onde a = superfície do poro/unidade de volume da matriz porosa


(sistema pseudo-homogêneo)

• Equação geral para espécie A:

 
 
 
∂cA
∂t
 1 ∂ 2
+
2 ∂r
( )
r N A ,r +
1 ∂
r senθ ∂ θ
( N A ,θ senθ ) + 1 ∂ N A ,φ 
r senθ ∂ φ 
 = aR ′A′
123  r 1444444424444444 3
=0  =0 
estado  difusão 
estacionário 
 unidirecional em r 


1 ∂ 2
( )
r N A ,r = aR ′A′ (3.4.3.1)
r2 ∂r

Sendo a reação de desaparecimento do soluto A escrita como:

R ′A′ = − k s C A (3.4.3.2)

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Difusão em regime permanente 3.17

O fluxo de A no interior da matriz porosa será dado por:

dC A
N A ,r = − D ef (3.4.3.3)
dr

Supondo temperatura e pressão constantes e substituindo (3.4.3.2) e (3.4.3.3) em (3.4.3.1),

d  2 dC A  k a
r  = r 2 s C A (3.4.3.4)
dr  dr  D ef

ksa
Denominando: λ2 =
D ef

A equação (3.4.3.4) fica na forma:

d 2CA 2 dC A
+ − λ2 C A = 0 (3.4.3.5)
dr 2 r dr

a qual esta sujeita as seguintes condições de contorno:

C.C.1: em r = R → CA = CAs

dC A
C.C.2: em r = 0 → = 0 ou lim C A = valor finito (simetria da partícula)
dr r →0

Chamando: rC A = ψ

A equação (3.4.3.5) fica:

d 2ψ
+ − λ2 ψ = 0 (3.4.3.6)
2
dr

A solução geral da eq. (3.4.3.6) é:

ψ = C 1 cosh ( λr ) + C 2 senh ( λr ) ou CA =
1
[C 1 cosh ( λr ) + C 2 senh ( λr )] (3.4.3.7)
r

A determinação das constantes parte da aplicação das condições de contorno C.C.1 e C.C.2,
ficando:

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Difusão em regime permanente 3.18

CA R senh ( λr )
= (3.4.3.8)
C As r senh ( λR )

A eq. (3.4.3.8) fornece o perfil de concentração de A no interior da matriz porosa em função da


relação entre as resistências a difusão e a reação química irreversível de 1ª ordem que se processa
nos sítios internos da partícula.

O fator de efetividade

O fator de efetividade representa o efeito que a taxa da matéria exerce na taxa de reação
numa partícula, sendo definido como a razão entre a taxa real de reação química, Rsg, e a taxa da
reação baseada nas condições de superfície externa da partícula, como se toda a superfície ativa dos
poros estivesse exposta nas mesmas condições da superfície, R sg . Assim:

R sg
ηε =
R sg

dC A
com: R sg = 4 πR 2 N A ,R = −4 πR 2 D ef
dr r =R

representado todo o soluto consumido na superfície externa da partícula transportado para dentro
dessa partícula. Substituindo a eq. (3.4.3.8) e efetuando a derivação, temos:

R sg = −4 πRD ef C As [1 − ( λR ) coth ( λR )]

Caso ocorra somente reação química irreversível de 1ª ordem, a taxa é:

4 4
R sg = πR 3 R ′A′ = − πR 3 ak s C As
3 3

3 [( λR ) coth ( λR ) − 1]
Logo: η ε =
( λR ) 2

O parâmetro λ pode ser reformulado da seguinte maneira: φ = R ne λ , que é o modulo de Thiele,


indica a relação entre a taxa de reação química de 1ª ordem e a taxa de difusão. E Rne = Vp/Sm um
raio generalizado que depende da geometria da partícula. Pa esfera perfeita: Vp = 4πR3/3 e Sm =
4πR2, logo: λR = 3φ.

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Difusão em regime permanente 3.19

O perfil de concentração do soluto e o fator de efetividade em função do modulo de Thiele


no interior do catalisador esférico são fornecidos por:

CA R senh ( 3 φr R )
=
C As r senh ( 3 φ )

3 φ coth ( 3 φ ) − 1
ηε =
3φ 2

Para catalisadores muito ativos (ks elevado) → φ = elevado → baixos valores de ηε


Para catalisadores pouco ativos → altos valores de ηε → utilizam quase toda a área interna
do catalisador.

Exemplo
No craqueamento catalítico do petróleo utilizaram-se microesferas de sílica-alumina de diâmetro
igual a 1,8 mm e de área especifica dos poros de 3,2 cm2/cm3. Estime o valor do fator de efetividade
considerando que a reação química catalítica, cuja velocidade é 6,9 cm/s, é irreversível e de 1ª
ordem. O coeficiente efetivo de difusão é 8,0 x 10-4 cm2/s.
Resposta: ηε = 0,187

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Difusão em regime permanente 3.20

3.5 SISTEMAS DE DUAS E TRÊS DIMENSÕES

• A transferência de condução de calor é análoga a transferência de massa molecular, as soluções


analíticas, analógicas e numéricas são similares (cap. 17 Welty).
• J.Crank – The Mathematics of Diffusion, Oxford University Press, London,1957.

Exemplo:
Considerar uma placa plana retangular fina, largura W e comprimento L. O topo é imerso em
inseticida (y = L).

y
CA = C(x)
L

CA = 0
CA = 0

0 CA = 0 W x

Figura 3.5.1 – Modelo de três dimensões para o transporte de inseticida.

A equação geral de transferência de massa fica:

r ∂c
∇ ⋅ N A + A − R A = 0 ou
∂t

∂ N Ax ∂ N Ay ∂ N Az ∂cA
+ + + − RA =0
∂x ∂y ∂z ∂t {
123 123 0
0 0 sem (3.5.1)
estado reação
estacionário química

dC A
N Ax = − D AB + y A ( N Ax + N Bx ) (3.5.2)
dx 144 42444 3
termo bulk = 0

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Difusão em regime permanente 3.21

N Ay = − D AB
dC A
dy 144
(
+ y A N Ay + N By
42444 3
) (3.5.3)
termo bulk = 0

Substituindo (3.5.3) e (3.5.2) em (3.5.1):

∂ 2CA ∂ 2CA
+ =0 (3.5.4)
∂x2 ∂ y2

que é uma equação diferencial parcial, linear e homogênea com solução da forma:

C A ( x , y ) = X ( x )Y ( y ) (3.5.5)

Substituindo (3.5.5) em (3.5.4), temos:

1 d2X 1 d2Y
=
x dx2 y dy2

Ambos os lados são constantes, logo:

d2X
+ λ2 X = 0 (3.5.6)
2
dx

d2Y
− λ2 Y = 0 (3.5.7)
2
dy

A eq. (3.5.6) tem a solução geral da forma:

X = A cos λx + Bsenλx (3.5.8)

A eq. (3.5.7) tem a solução geral da forma:

Y = De − λy + Ee λy (3.5.9)

A eq. (3.5.5) fica:

(
C A ( x , y ) = ( A cos λx + Bsenλx ) De − λy + Ee λy ) (3.5.10)

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Difusão em regime permanente 3.22

Onde A, B, C e D são constantes avaliadas pelas condições de contorno:

x = 0 → CA = 0
x = W → CA = 0
y = 0 → CA = 0
y = L → CA = C(x)

Utilizando as três primeiras condições de contorno a solução é:


nπx nπy
C A ( x , y ) = ∑ A n sen senh (3.5.11)
n =1 W W

Utilizando a ultima condição de contorno:


nπx nπL
C A ( x ) = ∑ A n sen senh (3.5.12)
n =1 W W

A avaliação de An é mostrada por Cremasco, a solução final é:

  nπy  
 senh  
2 ∞ 
W
 W  nπx  nπx 
C A (x , y ) = ∑ sen ∫ C A ( x )sen  dx (3.5.13)
W n =1   nπL   W 0  W 
 senh  
  W 

A equação (3.5.13) é resolvida após se conhecer a função CA(x).

Exemplo:
Considere a situação na qual ocorra o fluxo mássico de A através da superfície de um catalisador.
Ao entrar em contato com o catalisador, o soluto A se difunde nas direções x e y. Atingindo três das
quatro superfícies, a espécie A reage instantaneamente. Em y = L para qualquer x, a sua
concentração mantém-se constante em um valor β. Considerando a existência da contradifusão
equimolar entre produto e reagente, pede-se:
a) a distribuição mássica do soluto A.

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Difusão em regime permanente 3.23

3.6 TRANSFERÊNCIA SIMULTÂNEA DE MOMENTO, CALOR E MASSA

• Exemplo: Secagem de uma superfície molhada pelo calor de um gás quente e seco: energia
transferida a para superfície fria por convecção e radiação; transferência de massa associada a
entalpia na corrente gasosa se movendo.
• Os processos de transporte simultâneos são mais complexos, requerendo o tratamento
simultâneo de cada fenômeno de transporte envolvido.

3.6.1 Transferência simultânea de calor e massa

• Condições isotérmicas

r n r
qD
= ∑ Ni Hi (3.6.1.1)
A i =1

r
qD
= fluxo de calor por difusão mássica
A
H i = entalpia molar parcial de i numa mistura

• Condições não isotérmicas (diferenças de temperatura)

r n r
qD
= − k{∇T − h{ ∆T + ∑ N i H i (3.6.1.2)
A condutivo convectivo i=1

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Difusão em regime permanente 3.24

Exemplo: Condensação de vapor em uma superfície fria


A condensação de um filme liquido escoando para baixo em uma superfície fria e um filme de gás
na qual o condensado é transferido por difusão molecular.

Filme líquido
condensado Contorno do
filme gasoso

T = T(z)
T1

T2
T3
yA= yA(z) yA1

yA2

z3 z2 z1

Figura Condensação de vapor em uma superfície fria.

z1 → yA1 = conhecido por psicometria


T1 = conhecido
T3 = conhecida (temperatura na superfície)

Na fase gasosa ocorre convecção natural onde h é estimado pela equação:

1 4
0 , 670 Ra L
Nu L = 0 , 68 +
[1 + (0, 492 / Pr ) ]
9 16 4 9

A equação diferencial que descreve a transferência de massa na fase gasosa é:

d
N A ,z = 0 ⇒ fluxo mássico é constante na direção z.
dz

Se o componente A esta se difundindo através do gás estagnado, o fluxo é descrito pela seguinte
forma da lei de Fick:

− cD AB dy A
N A ,z =
1 − y A dz
Se o perfil de temperatura é conhecido:

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Difusão em regime permanente 3.25

n
T  z 
= 
T1  z 1 

Podemos estimar o coeficiente de difusão que varia com a temperatura:

3 2 3n 2
 T   z 
D AB = D AB T1
  = D AB T1
 
 T1   z1 

A concentração também varia com a temperatura:

P P
c= =
RT R ( z z 1 ) n

A equação de fluxo torna-se:

− P D AB T1  z 
n 2
dy A
N A ,z =  
RT1 (1 − y A )  z 1  dz

Para uma pequena faixa de temperatura, pode-se aproximar para uma equação:

( cD AB ) médio dy A
N A ,z =
(1 − y A ) dz

Com as condições de contorno:


Para z = z1 ⇒ yA = yA1
Para z = z2 ⇒ yA = yA2 = PA/P, Lei de Dalton,

Integrando a equação temos:

( cD AB ) médio ( y A 1 − y A 2 )
N A ,z =
( z 2 − z 1 ) y B ,ln

O fluxo de energia total é:

qz
= h L ( T2 − T3 ) = h C ( T1 − T 2 ) + N A ,z M A ( H 1 − H 2 )
A

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Difusão em regime permanente 3.26

h L = Coeficiente convectivo de transferência de calor no filme líquido


h C = Coeficiente convectivo de transferência de calor natural no filme gasoso
M A = Massa molecular de A
H 1 = Entalpia no plano de vapor 1
H 2 = Entalpia no plano de líquido 2

Para resolver a equação de fluxo de energia, utiliza-se a técnica de tentativa e erro:


Assume o valor da temperatura da superfície liquida: T2
Calcula hC e (cDAB)médio.
Calcula yA2 = PA/P, com PA = pressão de vapor acima do liquido a T2 e P = pressão total do sistema
Quando os lados esquerdo e direito se satisfazerem o chute de T2 esta correto.

Exemplo:
Uma mistura de vapor etanol-água esta sendo destilada pelo contato da solução liquida etanol/água.
O etanol é transferido a partir do líquido para a fase vapor e a água é transferida na direção oposta.
A condensação de vapor de água fornece a energia para a vaporização do etanol. Ambos os
componentes estão se difundindo através do filme de gás de 0,1 mm de espessura. A temperatura é
368 K e a pressão é 1,013 x 105 Pa. Para estas condições, a entalpia de vaporização dos
componentes puros do etanol e água são 840 e 2300 kJ/kg, respectivamente.
a)Desenvolver a equação de fluxo para o vapor de etanol.
b) Desenvolver a equação de fluxo assumindo que os componentes tem calores equimolares de
vaporização.

Vapor Filme
Mistura liquida saturada de etanol/água

etanol/água gasoso
(δ)

NEtOH
(vapor) Parede
adiabática
NH2O
(condensado)

Figura - Retificação adiabática de uma mistura etanol/água.

• Assumir uma direção


• Processo de transferência de massa molecular adiabático
• Espessura do filme δ

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Difusão em regime permanente 3.27

3.6.2 Transferência simultânea de momento e massa

• Absorção: A dissolução seletiva de um dos componentes de uma mistura gasosa por um líquido:
coluna de parede molhada.

• Escoamento de um filme ao longo de uma parede na qual esta em contato com uma mistura de
gás.
Suposições:
1. O comprimento para contato entre as duas fases é curto, portanto uma pequena quantidade de
massa é absorvida ⇒ propriedades do liquido são inalteradas.

2. A velocidade do filme não afetara o processo de difusão.

- Balanço de momento na direção x:

 
   
   ∂ τ 
∂ϑx ∂ϑx ∂ ϑx ∂ϑx  = − ∂ P −  ∂ τ xx + ∂ τ zx 
ρ
yx
+ ϑx + ϑy + ϑz + + ρg x
 ∂t ∂x { ∂y { ∂z  ∂x  ∂x ∂y ∂z 
 123 123 =0 =0  {  123 123 
 0 0  = 0  = 0 =0 
 estado estacionário ϑ x =cte 

∂ τ yx
Logo, = − ρg (3.6.2.1)
∂y

As condições de contorno que devem ser satisfeitas:


C.C.1 para y = 0 ϑx = 0
C.C.2 para y = δ ∂ϑx/∂y = 0 ( contato do liquido com o gás)

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Difusão em regime permanente 3.28

dϑ x
Fluido newtoniano: τ xy = µ
dy

Substituindo em (1), temos:

∂ 2 ϑx ∂ϑx ρg ρg y 2
µ = − ρg ⇒ = − y + c1 ⇒ ϑ x = − + c1 y + c 2 (3.6.2.2)
∂ y2 ∂y µ µ 2

Pela C.C.1 ⇒ c2 = 0

Pela C.C.2 ⇒ c1 = ρgδ/µ

Substituindo e após um rearranjo, temos:

ρg  y 1  y 2 
ϑx = − δ2  −    (3.6.2.3)
µ  δ 2  δ  

ρg 2
ϑ max = ϑ x y =δ
= δ (3.6.2.4)

 y 1  y 2 
Logo: ϑ x = 2 ϑ max  −    (perfil de velocidade) (3.6.2.5)
 δ 2  δ  

Equação diferencial de transferência de massa

r ∂cA
∇⋅NA + − RA = 0
∂t {
123 =0
=0 sem
estado reação
estacionário química

nas direções x e y apenas:

∂ N A ,x ∂ N A ,y
+ =0 (3.6.2.6)
∂x ∂y

Os fluxos molares são definidos pela Lei de Fick como:

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Difusão em regime permanente 3.29

+ x A ( N A ,x + N B ,x )
dc
N A ,x = − D AB A (3.6.2.7)
1424 dx
3 14442444 3
=cAϑx
desprezar, o tempo de contato
do vapor com o liquido é muito
curto.

N A , y = − D AB
dc A
(
+ x A N A ,y + N B ,y
dy 14442444 3
) (3.6.2.8)
desprezar , muito baixa
a solubilidade de A em B

Direção y: A é transportado principalmente por difusão.


Direção x: A é transportado principalmente por convecção.

Substituindo (3.6.2.7) e (3.6.2.8) em (3.6.2.6), temos:

∂ (c A ϑ x ) ∂2 cA
+ − D AB = 0 , como ϑ x é dependente de y apenas, logo :
∂x ∂ y2

∂cA ∂2 cA
ϑx + − D AB =0 (3.6.2.9)
∂x ∂ y2

Sendo ϑx dado pela equação (3.6.2.5), ∴

 y 1  y 2  ∂c ∂2 cA
2 ϑ max  −    A
+ − D AB =0 (3.6.2.9)
 δ 2  δ   ∂ x ∂ y2

As condições de contorno para a película deslizando são:

C.C.1: para x = 0 → cA = 0

∂cA
C.C.2: para y = 0 → = 0 (parede)
∂y

C.C.3: para y = δ → cA = cA0 (contato com o gás)

A qual pode ser resolvida numericamente pelo método das diferenças finitas.
Johnstone & Pigford (1942) resolveram a equação (3.2.6.9) analiticamente, e obtiveram a
concentração adimensional no fundo da coluna(Trans. AICHE, 38, 25, 1942):

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Difusão em regime permanente 3.30

cA x =L
− cA y =δ
= 0 , 7857 e −5 ,1213 n + 0 ,1001e −39 , 318 n + 0 , 03500 e −105 , 64 n
cA x =0
− cA y =δ (3.2.6.10)

+ 0 , 01811e −204 , 75 n + L

Onde:
D AB L
n=
δ 2 ϑ max
cA x =L
= concentração do soluto no fundo da coluna
cA x =δ
= concentração do soluto na interface gás - liquido
cA x =0
= concentração do soluto no topo da coluna
L = altura da coluna
δ = espessura da película
ϑ max = velocidade máxima do filme, localizada na superfície
D AB = coeficiente de difusão do soluto no líquido

Teoria da penetração: modelo desenvolvido por Higbie (Trans, AICHE, 31, 368-389, 1935)

• Um soluto é transferido dentro de uma película em y = δ. O efeito da película deslizando sobre a


espécie difundindo, é tal que a velocidade do escoamento do fluido pode ser considerada
uniforme e igual a ϑmax.

Profundidade da penetração

• O soluto A não será afetado pela presença da parede, então o fluido pode ser considerado de
profundidade infinita.

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Difusão em regime permanente 3.31

Com estas simplificações, a equação (3.2.6.8) fica:

∂cA ∂2 cA
ϑ max = D AB
∂x ∂ y2

com as condições de contorno:


C.C.1: para x = 0 → cA = 0
C.C.3: para y = δ → cA = cA0 (contato com o gás)
C.C.3: para y = -∞ → cA = 0

Fazendo ξ = δ - y, temos:

∂cA ∂2 cA
ϑ max = D AB
∂x ∂ξ2

e as condições de contorno ficam:


C.C.1: para x = 0 → cA = 0
C.C.2: para ξ = 0 → cA = cA0 (contato com o gás)
C.C.3: para ξ = ∞ → cA = 0

Aplicando a Transformada de Laplace na direcao x, na equação acima, temos:

∂ 2 c A (ξ , s )
ϑ max s c A − 0 = D AB no domínio de Laplace
∂ξ2

∂ 2 c A (ξ , s ) ϑ max s c A
rearranjando: − =0
∂ξ 2 D AB

Esta equação diferencial ordinária de 2ª ordem, possui a solução geral de:

 ϑ max s   ϑ max s 
c A ( ξ , s ) = A 1 exp  ξ  + B 1 exp  − ξ
 D AB   D AB 
 

As constantes A1 e B1 são avaliadas utilizando as condições de contorno transformada para o


domínio de Laplace:

cA0
C.C.1: para ξ = 0 → c A ( 0 , s ) = (contato com o gás)
s

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Difusão em regime permanente 3.32

C.C.2: para ξ = ∞ → c A ( ∞ , s ) = 0

Produzindo a solução:

cA0  ϑ max s 
c A (ξ , s ) = exp  − ξ
s  D AB 

Aplicando a inversa da transformada de Laplace, temos:

  
  
  ξ 
c A (x ,ξ ) = c A 0  1 − erf   ou
  4 D AB x  
 − ϑ max  
 

  
1 − erf  ξ 
c A (x ,ξ ) = c A 0
  
  − 4 D AB t exp 

onde o tempo de exposição é definido como texp = x/ϑmax.

A função erro: erf() → apêndice L de Welty.

 
∂cA D AB D AB  
= N A ,y = − D AB = cA0 =  c{ A1 − c
{ 
Fluxo: N A , y A 2
ξ =0 y=δ ∂y y =δ
πt exp πt exp 
 A0
= c =0 

Por comparação com a equação de convecção: N A , y = k c ( c A 1 − c A 2 )

D AB 1 2
kc = ou k c ∝ D AB ⇒ Teoria da penetração.
πt exp

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Difusão molecular no estado transiente 4.1

CAPÍTULO 4: DIFUSÃO MOLECULAR NO ESTADO TRANSIENTE

• 2 variáveis independentes: posição e tempo

• Grandes quantidades de problemas de difusão podem ser resolvidos simplesmente olhando as


soluções do problema análogo à condução de calor. Quando a equação diferencial e a condição
inicial e de contorno do processo de difusão são exatamente da mesma forma daqueles do
processo de condução de calor, então a solução pode ser tomada com as mudanças apropriadas
na notação.

• Muitas soluções analíticas em:


o Carslaw & Jaeger, Heat conduction in solids, Oxford University Press, 1959, 2ª edição.
o J. Crank, The mathematics of diffusion, Oxford University Press, London, 1958.

• São peculiares apenas para transferência de massa:


o Difusão com reações químicas
o Difusão com velocidade media molar diferente de zero
o Difusão com mais de 2 componentes
o Convecção forçada com taxas de transferência de massa elevada

• Processos transientes:
o O processo na qual esta em estado não estacionário somente em sua partida inicial.
o O processo na qual é uma batelada (descontínuo) ou operações em sistemas fechados do
começo ao fim de sua duração.

SOLUÇÃO ANALÍTICA

A segunda lei de Fick, descreve uma situação onde:


r
• Não ocorre nenhuma contribuição ao movimento (bulk), isto é, ϑ = 0
• Nenhuma reação química, isto é, RA = 0

Logo:

r ∂c
∇⋅NA + A − RA =0 (1)
∂t {
=0
sem reação
química

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Difusão molecular no estado transiente 4.2

( )
r r
N A ,z = − cD AB ∇x A + x A N A + N B 1ª Lei de Fick, logo:
1442 r
443
=cϑ=0

N A ,z = − D AB ∇c A (2)

Introduzindo (2) em (1), temos:

∂cA
= D AB ∇ 2 ⋅ c A 2ª Lei de Fick (3)
∂t

Útil para:
• Difusão em sólidos, líquidos estacionários, ou em sistemas em contradifusão equimolar.
• Devido a taxa de difusão extremamente lenta em líquidos, a contribuição do movimento bulk,
r
da 1ª lei de Fick (isto é, x A ∑ N i ) aproxima de zero para soluções diluídas, portanto satisfaz a
2ª lei de Fick.

4.1 DIFUSÃO TRANSIENTE EM UM MEIO SEMI INFINITO

• Transferência de massa unidirecional dentro de um meio estacionário semi-infinito com uma


concentração superficial fixa.
• Absorção de O2 a partir do ar na aeração de um lago.
• Processo de difusão na fase sólida envolvendo a dureza do aço em atmosfera rica em carbono.
• A equação diferencial a ser resolvida é:

∂cA ∂ 2cA
= D AB
∂t ∂z2

e as condições inicial e de contornos são:

C.I.: cA = cA0 para t = 0, para todo z

C.C.1: c A = c As para z = 0, para todo t

C.C.2: c A = c A 0 para z = ∞, para todo t, o soluto penetra uma distância muito pequena
durante o tempo finito de exposição em relação a profundidade do meio.

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Difusão molecular no estado transiente 4.3

CAs

CAs CA0 t aumenta

CA0
z
z

usando a transformação:

θ = cA − cA0

∂θ ∂2 θ
= D AB (2)
∂t ∂z2

e as condições inicial e de contornos são:

C.I.: θ(z ,0 ) = 0

C.C.1: θ ( 0 , t ) = c As − c A 0

C.C.2: θ ( ∞ , t ) = 0

Pela transformada de Laplace da eq. (2), temos:

∂2 θ
s θ − 0 = D AB ou
∂z2

∂2 θ sθ
− =0 (3)
∂z2 D AB

E as condições de contorno na T.L.:

( c As − c A 0 )
C.C.1: θ ( 0 , s ) =
s

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Difusão molecular no estado transiente 4.4

C.C.2: θ ( ∞ , s ) = 0

A solução geral de (3) é:

s D AB z − s D AB z
θ = Ae + Be

Pelas condições de contorno: z=∞⇒A=0


z = 0 ⇒ B = (cAs-cA0)/s

 c − cA0  − s D AB z
Logo: θ =  As  e (4)
 s 

A inversa da T.L. da eq. (4), fica:

 
θ = ( c As − c A 0 )erfc 
z  ou
2 D t 
 AB 

cA − cA0  z 
= 1 − erf   (perfil de concentração) (5)
c As − c A 0 2 D t 
 AB 

erf( ): função erro, apêndice L de Welty ou no Excel.

O fluxo unidirecional de A na placa semi-infinita, na superfície do meio é:

dc A D AB
NA z =0
= − D AB = ( c As − c A 0 ) (6)
dz z =0 πt

4.2 DIFUSÃO TRANSIENTE EM UM MEIO DIMENSIONAL FINITO SOB CONDIÇÕES


DE RESISTÊNCIA DE SUPERFÍCIE DESPREZIVEL

• Um corpo é submetido a uma mudança subta nas vizinhanças a qual influencia sua
concentração na superfície cAs.

• Consideramos uma lamina larga de madeira a qual possui uma espessura uniforme L.

• A distribuição de concentração inicial é uma função de z, ou seja, cA0(z).

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Difusão molecular no estado transiente 4.5

• Condições:

C.I.: c A = c A 0 (z ) para t = 0, para todo 0 ≤ z ≤ L

C.C.1: c A = c As para z = 0, para t > 0

C.C.2: c A = c As para z = L, para t > 0

CAs CAs

z=0 z=L
c A − c As
A equação da 2ª lei de Fick, com a concentração adimensional, Y = , na direção z, fica:
c A 0 − c As
∂Y ∂2 Y
= D AB (1)
∂t ∂z2

Com as condições inicial e de contorno adimensionais:

C.I.: Y = Y0 ( z ) para t = 0, para todo 0 ≤ z ≤ L

C.C.1: Y = 0 para z = 0, para t > 0

C.C.2: Y = 0 para z = L, para t > 0

dY
( L 2 , t ) = 0 , devido a simetria no meio da placa.
dz

Resolvendo a equação (1) pelo método de separação de variáveis (Welty) leva a seguinte solucao
produto:

Y = ( C 1 cos λx + C 2 senλx )e −D AB λ
2
t

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Difusão molecular no estado transiente 4.6

As constantes C1 e C2 e o parâmetro λ são obtidos da C.I. e das C.C.1 e C.C.2, obtendo:

c A − c As 2 ∞
L
 nπz  −( nπ 2 )2 X D  nπz 
Y= = ∑ sen 
c A 0 − c As L n =1  L 
e ∫ Y0 ( z )sen  L 
dz (2)
0

onde:
D AB
XD = → razão de tempo relativo
x1
x 1 = comprimento caracteristico de L/2
n = 1, 3, 5, L

Se a lamina tem uma concentração uniforme, no instante inicial, isto é Y0(z) = Y0, então a eq. (2),
fica:

c A − c As 4 ∞ 1  nπz  −( nπ 2 )2 X D
Y= = ∑ sen  e (3)
c A 0 − c As π n =1 n  L 

onde: n = 1, 3, 5, ...

O fluxo mássico para algum plano da placa de madeira pode ser avaliado por:

∂cA
N A ,z = − D AB
∂z


( c As − c A 0 ) ∑ cos  nπz e −( nπ 2 ) X D
4 D AB 2
N A ,z =
L n =1  L 

onde: n = 1, 3, 5, ...

dc A
No centro da placa (z = L/2), NA = 0 pois (L 2 , t ) = 0
dz

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Difusão molecular no estado transiente 4.7

Exemplo:
Considerando a dopagem do fósforo no silício cristalino, semicondutor tipo n, a 1100º C, uma
temperatura capaz de promover a difusão do fósforo. A concentração da superfície do fósforo (cAs)
no silício é 2,5 x 1020 atomos de P/cm3 de Si sólido, que é relativamente diluído, desde que o silício
contem 5 x 1022 atomos de Si/cm3 de sólido. A cobertura rica de fósforo é considerada como uma
fonte infinita para a quantidade de átomos de P transferido, de maneira que, cAs é constante.
Predizer a profundidade do filme Si-P após 1 h, se a concentração é de 1% na superfície (2,5 x 1018
atomos de P/cm3 de silício sólido).

POCl3 Cl2 Vapor de POCl3

Cobertura de SiO2(s) + 2P(s)

Placa de Si
P

Si(s) + 2POCl3(g) → SiO2(s) + 3Cl2 + 2P(s)

Fonte rica de P
z=0
cAs

P Si

Resposta: 1,76 µm

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Difusão molecular no estado transiente 4.8

4.3 GRÁFICOS CONCENTRAÇÃO-TEMPO PARA FORMAS GEOMÉTRICAS SIMPLES

• Gráficos de “Gurney-Lurie” apresentam soluções para placa plana, esfera e cilindros longos.

• Equação diferencial para condução de calor análoga a equação diferencial para difusão
molecular ⇒ estes gráficos podem ser utilizados para ambos os fenômenos de transportes.

• Para difusão molecular, temos:

c As − c A
Y = mudança na concentração adimensional =
c As − c A 0
D AB t
XD = tempo relativo =
x 12

x
n = posição relativa =
x1

D AB resistência de transferência de massa convectiva


m = resistência relativa = =
k c x 1 resistência de transferência de massa molecular interna

x1 = comprimento característico, é a distância do ponto médio para a posição de interesse.

Condições:
a) Assumir a 2ª lei de Fick, isto é, ϑ = 0 , nenhum termo de produção, RA = 0, e difusividade
constante.
b) O corpo tem um concentração inicial uniforme, cA0.
c) O contorno esta sujeito a uma nova condição que permaneça constante com o tempo.

1. Para formas onde o transporte ocorre em somente uma das faces, a razões adimensionais são
calculadas como se a espessura fosse duas vezes o valor verdadeiro.

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Difusão molecular no estado transiente 4.9

1) Transporte em uma barra retangular com extremidades seladas:

selada
b
b

a a

selada

Ybar = YaYb
Ya = avaliação com a largura x1 = a
Yb = avaliação com a espessura x1 = b

2) Paralelepípedo retangular

c
b
c b

a a

Ypar = YaYbYc

Ya = avaliação com a largura x1 = a


Yb = avaliação com a espessura x1 = b
Yc = avaliação com a espessura x1 = c

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Difusão molecular no estado transiente 4.10

3) Cilindros, incluindo ambas as extremidades

R
R

Ycil = YcilindroYa, Ycilindro = avaliado em coordenada radial (x1 = R)


Ya = avaliado para placa plana, de espessura x1 = a (axial)

Exemplo
Uma placa de madeira 12 in por 12 in por 1 in, é exposta ao ar seco. As extremidades são
inicialmente seladas para limitar o processo de secagem para as faces planas mais largas da placa. O
liquido interno difunde para a superfície, onde é evaporada pela passagem da corrente de ar. O
conteúdo de umidade sobre a superfície permanece constante a 15% em peso. Após 10 hr de
secagem o conteúdo de umidade do centro diminui de 50 para 32% em peso Se o coeficiente de
transferência de massa convectivo pode ser considerado suficientemente elevado, a resistência
relativa m é aproximada para zero, calcule:
a) O coeficiente de difusão efetiva.
b) O conteúdo de umidade se as seis faces são usadas para o mesmo período de secagem.
c) O tempo necessário para diminuir o conteúdo de umidade do centro de um cubo de 1 ft de aresta
feito com a mesma madeira, de 50 para 32% em peso se todas as 6 faces são usadas. Assumir
que o coeficiente de difusão efetiva calculado em (a) é constante através do cubo.

Resposta: a) 8,85 x 10-5 ft2/h; b) 0,471 lbm de água/lbm de madeira seca; c)650 h

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Difusão molecular no estado transiente 4.11

4.4 MÉTODOS NUMÉRICOS PARA ANÁLISE DE TRANSFERÊNCIA DE MASSA


TRANSIENTE

Enunciado:
Uma placa de material com uma espessura de 0,004 m tem uma superfície subitamente exposta a
uma solução do componente A com CA0 = 6 x 10-3 kg-mol/m3 enquanto que a outra superfície é
suportada sólido isolado permitindo nenhuma transferência de massa. Há um perfil de concentração
inicial linear para o componente A dentro da placa a partir de CA = 1 x 10-3 kg-mol/m3 para um lado
e CA = 2 x 10-3 kg-mol/m3 para o lado sólido. A difusividade DAB = 1x 10-9 m2/s. O coeficiente de
distribuição. O coeficiente de distribuição entre a concentração na solução adjacente a placa CALi e
a concentração na placa sólida para a superfície CAi é definida por: K = CAli/CAi, onde K = 1,5. O
coeficiente de transferência de massa para a superfície da placa pode ser considerado infinito.

x = 0,004 m
x dx = 0,0005 m

Superfície exposta
Condições de contorno
CA1 é mantido a um
valor constante.

CA3 CA5 CA7 CA9


CA1
CA2 CA4 CA6 CA8

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Figura 1 – Transferência de massa transiente em uma placa unidimensional

A equação diferencial parcial:

∂CA ∂ 2CA
= D AB 2ª Lei de Fick
∂t ∂x2

Condições iniciais
CA para t = 0, perfil linear de 1 x 10-3 a 2 x 10-3

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Difusão molecular no estado transiente 4.12

Condições de contorno
Como a equação diferencial é de 2ª ordem são necessárias duas condições de contorno:

CA0
CC1: C Ai x =0
= , onde k = 1,5
k

∂CA
CC2: = 0 , condição de fluxo difusional para o contorno isolado.
∂x x =0 , 004

a) Calcular as concentrações dentro da placa até 2500 s. Utilize o método numérico em x com
intervalo entre nodos de 0,0005 m (ver fig. 1) correspondente a 9 nodos.
b) Fazer o gráfico da concentração versus tempo ate 2500 s.
Método numérico
O método de linhas (MOL: method of lines): o tempo é resolvido como equações diferenciais
ordinárias: método de Euler ou Runge Kutta por exemplo. O espaço é discretizado por diferenças
finitas.
Neste exemplo o espaço é dividido em N = 8 intervalos envolvendo N + 1 = 9 nodos (figura 1).
Utilizando a fórmula da diferença central para a 2ª derivada (equação A9), deixando o tempo como
uma derivada ordinária, temos:

dC A D AB
= (
C A n +1 − 2 C A n + C A n −1 ) para 2 ≤ n ≤ 8
dt ∆x 2

Condições de contorno
Superfície exposta
Neste exemplo em x = 0

CA0 CA1

x=0

∂CA
k c ( C A 0 − KC A 1 ) = − D AB
∂x x =0

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Difusão molecular no estado transiente 4.13

Usando a formula das diferenças (A5) para o derivativo do lado direito desta equação temos:

∂CA (− C A 3 + 4 C A 2 − 3C A1 )
=
∂x x =0
2 ∆x

(− C A 3 + 4 C A 2 − 3C A1 )
Logo: k c ( C A 0 − KC A 1 ) = − D AB
2 ∆x

Isolando CA1, que nos interessa temos:

2 k c C A 0 ∆x − D AB C A 3 + 4 D AB C A 2
C A1 =
3 D AB + 2 k c K∆x

CA0
no nosso exemplo temos que kc →∞ logo C A 1 = , onde K = 1,5.
K

Superfície isolada
Neste exemplo em x = L

CA9
isolante

x=0 x = L = 0,004m

∂CA
=0
∂x x =0 , 004

Utilizando a formula da diferença finita (A7) para este derivativo, temos

dC A 9 3 C A 9 − 4 C A 8 + C A 7
= =0
dx 2 ∆x

Isolando CA9 que nos interessa, temos:

4C A8 − C A 7
CA9 =
3

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Difusão molecular no estado transiente 4.14

Condição inicial
Perfil de concentração inicial, neste exemplo é lineal de 1 x 10-3 a 2 x 10-3, ficando:

x em m CA x 103 Nodo n
0 1 1
0,0005 1,125 2
0,001 1,25 3
0,0015 1,375 4
0,002 1,5 5
0,0025 1,625 6
0,003 1,75 7
0,0035 1,825 8
0,004 2 9

dx = 0,0005
Equações discretizadas:

dC A 2 (C A 3 − 2 C A 2 + C A1 )
f2 = = D AB
dt dx 2
dC A 3 (C A 4 − 2 C A 3 + C A 2 )
f3 = = D AB
dt dx 2
dC A 4 (C A 5 − 2 C A 4 + C A 3 )
f4 = = D AB
dt dx 2
dC A 5 (C A 6 − 2 C A 5 + C A 4 )
f5 = = D AB
dt dx 2
dC A 6 (C A 7 − 2 C A 6 + C A 5 )
f6 = = D AB
dt dx 2
dC A 7 (C A 8 − 2 C A 7 + C A 6 )
f7 = = D AB
dt dx 2
dC A 8 (C A 9 − 2 C A 8 + C A 7 )
f8 = = D AB
dt dx 2

CA9 e CA1 são diferentes devido as condições de contorno, logo

4C A8 − C A 7
CA9 =
3
CA0
C A1 =
K

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Difusão molecular no estado transiente 4.15

onde CA0 = 6 x 10-3 e K = 1,5

Neste exemplo usaremos o método de Euler para discretizar o tempo:

dC A 2
f2 =
dt
C A 2 ( j +1 ) − C A 2 ( j )
f2 =
∆t
C A 2 ( j +1 ) = f 2 ∆t + C A 2 ( j )

Neste exemplo ∆t = 1 s e j é o numero de tempos.

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Difusão molecular no estado transiente 4.16

Fluxograma:

Dados

Condições
iniciais

J = 0 a 2500

f 2 = D AB ( C A 3 ( j ) − 2 C A 2 ( j ) + C A 1 ( j ) ) dx 2
f 3 = D AB ( C A 4 ( j ) − 2 C A 3 ( j ) + C A 2 ( j ) ) dx 2
f 4 = D AB ( C A 5 ( j ) − 2 C A 4 ( j ) + C A 3 ( j ) ) dx 2
f 5 = D AB ( C A 6 ( j ) − 2 C A 5 ( j ) + C A 4 ( j ) ) dx 2
f 6 = D AB ( C A 7 ( j ) − 2 C A 6 ( j ) + C A 5 ( j ) ) dx 2
f 7 = D AB ( C A 8 ( j ) − 2 C A 7 ( j ) + C A 6 ( j ) ) dx 2
f 8 = D AB ( C A 9 ( j ) − 2 C A 8 ( j ) + C A 7 ( j ) ) dx 2

C A 1 ( j + 1) = C A 0 K
C A 2 ( j + 1 ) = C A 2 ( j ) + f 2 dt
C A 3 ( j + 1 ) = C A 3 ( j ) + f 3 dt
C A 4 ( j + 1 ) = C A 4 ( j ) + f 4 dt
C A 5 ( j + 1 ) = C A 5 ( j ) + f 5 dt
C A 6 ( j + 1 ) = C A 6 ( j ) + f 2 dt
C A 7 ( j + 1 ) = C A 7 ( j ) + f 2 dt
C A 8 ( j + 1 ) = C A 8 ( j ) + f 2 dt
C A 9 ( j + 1) = ( 4 C A 8 ( j + 1) − C A 7 ( j + 1)) 3
t ( j + 1 ) = t ( j ) + dt

Impressão

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Difusão molecular no estado transiente 4.17

Módulo em VBA aplicado ao EXCEL

Public Sub Ptran()


Dim t(3000) As Double
Dim CA1(3000) As Double
Dim CA2(3000) As Double
Dim CA3(3000) As Double
Dim CA4(3000) As Double
Dim CA5(3000) As Double
Dim CA6(3000) As Double
Dim CA7(3000) As Double
Dim CA8(3000) As Double
Dim CA9(3000) As Double

'Dados
dx = 0.0005
CA0 = 0.006
K = 1.5
DAB = 0.000000001
tf = 2500
Cells(12, 1) = "dx ="
Cells(12, 2) = dx
Cells(13, 1) = "CA0 ="
Cells(13, 2) = CA0
Cells(14, 1) = "K ="
Cells(14, 2) = K
Cells(15, 1) = "DAB ="
Cells(15, 2) = DAB

'Condições iniciais
t(0) = 0
CA1(0) = 0.001
CA2(0) = 0.001125
CA3(0) = 0.00125
CA4(0) = 0.001375
CA5(0) = 0.0015
CA6(0) = 0.001625
CA7(0) = 0.00175

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Difusão molecular no estado transiente 4.18

CA8(0) = 0.001825
CA9(0) = 0.002
dt = 1

'Solução numérica
For j = 0 To 2500
f2 = DAB * (CA3(j) - 2 * CA2(j) + CA1(j)) / dx ^ 2
f3 = DAB * (CA4(j) - 2 * CA3(j) + CA2(j)) / dx ^ 2
f4 = DAB * (CA5(j) - 2 * CA4(j) + CA3(j)) / dx ^ 2
f5 = DAB * (CA6(j) - 2 * CA5(j) + CA4(j)) / dx ^ 2
f6 = DAB * (CA7(j) - 2 * CA6(j) + CA5(j)) / dx ^ 2
f7 = DAB * (CA8(j) - 2 * CA7(j) + CA6(j)) / dx ^ 2
f8 = DAB * (CA9(j) - 2 * CA8(j) + CA7(j)) / dx ^ 2
CA1(j + 1) = CA0 / K
CA2(j + 1) = CA2(j) + f2 * dt
CA3(j + 1) = CA3(j) + f3 * dt
CA4(j + 1) = CA4(j) + f4 * dt
CA5(j + 1) = CA5(j) + f5 * dt
CA6(j + 1) = CA6(j) + f6 * dt
CA7(j + 1) = CA7(j) + f7 * dt
CA8(j + 1) = CA8(j) + f8 * dt
CA9(j + 1) = (4 * CA8(j + 1) - CA7(j + 1)) / 3
t(j + 1) = t(j) + dt
Next j

'impressão na planilha
For i = 0 To 8
Cells(18, 5 + i) = i * dx
te = 50
Next i
For j = 0 To 2500 Step te
Cells(20 + j / te, 4) = t(j)
Cells(20 + j / te, 5) = CA1(j)
Cells(20 + j / te, 6) = CA2(j)
Cells(20 + j / te, 7) = CA3(j)
Cells(20 + j / te, 8) = CA4(j)
Cells(20 + j / te, 9) = CA5(j)
Cells(20 + j / te, 10) = CA6(j)

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Difusão molecular no estado transiente 4.19

Cells(20 + j / te, 11) = CA7(j)


Cells(20 + j / te, 12) = CA8(j)
Cells(20 + j / te, 13) = CA9(j)
Next j
End Sub

Planilha Placa_transiente_7_13.xls do EXCEL: Próxima pagina.

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Difusão molecular no estado transiente 4.20

dx = 0.00050
CA0 = 0.00600
K= 1.50000
DAB = 1.00000E-09

distância x
0 0.0005 0.001 0.0015 0.002 0.0025 0.003 0.0035 0.004
tempo
(s) CA1 CA2 CA3 CA4 CA5 CA6 CA7 CA8 CA9
0 0.001 0.001125 0.00125 0.001375 0.0015 0.001625 0.00175 0.001825 0.002
50 0.004 0.001616 0.001294 0.001378 0.0015 0.001624 0.001741 0.001816 0.00184
100 0.004 0.001965 0.001394 0.001392 0.001501 0.001622 0.001733 0.001806 0.00183
150 0.004 0.002217 0.001514 0.001421 0.001505 0.00162 0.001726 0.001796 0.00182
200 0.004 0.002406 0.001635 0.001462 0.001514 0.001619 0.001719 0.001787 0.00181
250 0.004 0.002553 0.001751 0.00151 0.001527 0.001618 0.001713 0.001778 0.0018
300 0.004 0.002669 0.001859 0.001564 0.001544 0.00162 0.001707 0.00177 0.00179
350 0.004 0.002764 0.001957 0.00162 0.001565 0.001623 0.001703 0.001761 0.001781
400 0.004 0.002843 0.002047 0.001676 0.001589 0.001628 0.001699 0.001754 0.001772
450 0.004 0.00291 0.002128 0.001732 0.001615 0.001635 0.001696 0.001747 0.001764
500 0.004 0.002967 0.002202 0.001787 0.001643 0.001644 0.001695 0.00174 0.001756
550 0.004 0.003017 0.002269 0.001841 0.001673 0.001655 0.001694 0.001735 0.001748
600 0.004 0.003061 0.00233 0.001892 0.001703 0.001667 0.001695 0.00173 0.001741
650 0.004 0.003101 0.002386 0.001941 0.001734 0.001681 0.001697 0.001725 0.001735
700 0.004 0.003136 0.002438 0.001987 0.001765 0.001695 0.0017 0.001722 0.001729
750 0.004 0.003167 0.002485 0.002032 0.001795 0.00171 0.001704 0.00172 0.001725

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Difusão molecular no estado transiente 4.21

800 0.004 0.003196 0.002529 0.002074 0.001825 0.001726 0.001709 0.001718 0.001721
850 0.004 0.003222 0.00257 0.002114 0.001855 0.001743 0.001715 0.001717 0.001718
900 0.004 0.003246 0.002608 0.002153 0.001884 0.00176 0.001721 0.001717 0.001716
950 0.004 0.003269 0.002643 0.002189 0.001913 0.001777 0.001728 0.001718 0.001715
1000 0.004 0.003289 0.002677 0.002224 0.00194 0.001795 0.001736 0.00172 0.001714
1050 0.004 0.003308 0.002708 0.002257 0.001968 0.001812 0.001745 0.001723 0.001715
1100 0.004 0.003326 0.002737 0.002288 0.001994 0.00183 0.001754 0.001726 0.001716
1150 0.004 0.003342 0.002764 0.002319 0.00202 0.001848 0.001764 0.00173 0.001719
1200 0.004 0.003358 0.00279 0.002347 0.002045 0.001865 0.001774 0.001735 0.001722
1250 0.004 0.003372 0.002814 0.002375 0.002069 0.001883 0.001785 0.00174 0.001726
1300 0.004 0.003386 0.002837 0.002401 0.002093 0.0019 0.001796 0.001747 0.00173
1350 0.004 0.003398 0.002859 0.002426 0.002115 0.001918 0.001807 0.001753 0.001736
1400 0.004 0.003411 0.00288 0.00245 0.002138 0.001935 0.001819 0.001761 0.001742
1450 0.004 0.003422 0.002899 0.002473 0.002159 0.001952 0.00183 0.001769 0.001748
1500 0.004 0.003433 0.002918 0.002495 0.00218 0.001969 0.001843 0.001777 0.001756
1550 0.004 0.003443 0.002936 0.002516 0.002201 0.001986 0.001855 0.001786 0.001763
1600 0.004 0.003453 0.002953 0.002537 0.002221 0.002003 0.001868 0.001796 0.001772
1650 0.004 0.003462 0.002969 0.002556 0.00224 0.002019 0.00188 0.001805 0.00178
1700 0.004 0.003471 0.002985 0.002575 0.002259 0.002035 0.001893 0.001816 0.00179
1750 0.004 0.003479 0.003 0.002594 0.002277 0.002052 0.001906 0.001826 0.001799
1800 0.004 0.003487 0.003014 0.002611 0.002295 0.002068 0.001919 0.001837 0.001809
1850 0.004 0.003495 0.003028 0.002628 0.002313 0.002083 0.001933 0.001848 0.00182
1900 0.004 0.003503 0.003041 0.002645 0.00233 0.002099 0.001946 0.001859 0.001831
1950 0.004 0.00351 0.003054 0.002661 0.002346 0.002114 0.001959 0.001871 0.001842
2000 0.004 0.003516 0.003066 0.002676 0.002363 0.00213 0.001973 0.001883 0.001853
2050 0.004 0.003523 0.003078 0.002691 0.002379 0.002145 0.001986 0.001895 0.001865

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Difusão molecular no estado transiente 4.22

2100 0.004 0.003529 0.00309 0.002706 0.002394 0.00216 0.002 0.001907 0.001876
2150 0.004 0.003535 0.003101 0.00272 0.00241 0.002175 0.002013 0.00192 0.001888
2200 0.004 0.003541 0.003111 0.002734 0.002425 0.002189 0.002027 0.001932 0.001901
2250 0.004 0.003547 0.003122 0.002747 0.002439 0.002204 0.00204 0.001945 0.001913
2300 0.004 0.003552 0.003132 0.00276 0.002454 0.002218 0.002054 0.001958 0.001926
2350 0.004 0.003558 0.003141 0.002773 0.002468 0.002232 0.002068 0.001971 0.001938
2400 0.004 0.003563 0.003151 0.002786 0.002482 0.002246 0.002081 0.001983 0.001951
2450 0.004 0.003568 0.00316 0.002798 0.002495 0.00226 0.002095 0.001997 0.001964
2500 0.004 0.003573 0.003169 0.00281 0.002509 0.002274 0.002108 0.00201 0.001977

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Difusão molecular no estado transiente 4.23

0.0045
CA1 CA2 CA3 CA4 CA5 CA6 CA7 CA8 CA9

0.0040

0.0035
CA (kg-mol/m 3)

0.0030

0.0025

0.0020

0.0015

0.0010
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600
tempo (s)

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Difusão molecular no estado transiente 4.24

Aproximações por diferenças finitas úteis:

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Transferência de massa por convecção 5.1

CAPÍTULO 5: TRANSFERÊNCIA DE MASSA POR CONVECÇÃO

⇒ Envolve o transporte de material entre uma superfície de contorno e um fluido escoando ou


entre dois fluidos relativamente imiscíveis em escoamento.

NA = kc ∆c A
{ { {
Fluxo de massa coeficiente de diferença de
→ ocorre na direção transferência concentração
do decréscimo de de massa
concentração convectivo

kc 
 função das propriendades do fluido, caracteristicas dinâmicas e geometria do sistema
h 

q
é análogo a : = h∆T da transferência de calor
A

Considerações fundamentais em transferência de massa

⇒ Camada extremamente fina junto à superfície → escoamento laminar.

⇒ Escoamento laminar: o transporte entre a superfície do fluido escoando é por meio molecular.

⇒ Escoamento turbulento: movimento físico de volume de material através de linhas de corrente,


transportada por turbilhões. Altas taxas de transferência de massa ou transferência de calor estão
associadas ao escoamento turbulento.

N A = k c ( c As − c A )

Onde:

moles do soluto A deixando a interface


NA =
tempo x área interfacial
c As = concentração do soluto no fluido na interface; é a composição do fluido em
equilíbrio com o sólido para a temperatura e pressão do sistema
c A = composicão para algum ponto dentro da fase fluido

⇒ Há quatro métodos de avaliação do coeficiente de transferência de massa convectivo que serão


discutidos neste capítulo. Estes são:

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Transferência de massa por convecção 5.2

1. Análise dimensional ligada a experimentos;


2. Análise exata da camada limite;
3. Análise aproximada da camada limite;
4. Analogia entre momento, energia e transferência de massa.

EXEMPLO 1
O ar escoa sobre uma placa sólida de dióxido de carbono congelado (gelo seco) com uma área
superficial exposta de 1 x 10-3 m2. O CO2 sublima com uma corrente escoando a 2 m/s e taxa de
liberação de 2,29 x 10-4 mol/s. O ar está a 293 K e 1,013 x 105 Pa ( D CO 2 ,ar = 1, 5 x10 −5 m 2 s e νar
= 1,55x10-5 m2/s). Determine o coeficiente de transferência de massa do CO2 sublimando sobre o ar
escoando.
Resp.: 0,118 m/s

5.2. PARÂMETROS SIGNIFICANTES:

⇒ A difusividade molecular para cada fenômeno de transporte são:

µ 
ν= difusividade de momento 
ρ
 2
k  L 
α= difusividade térmica   
ρc p   t 
D AB = difusividade mássica 

⇒ Número de Schmidt (Sc)

ν µ difusividade de momento
Sc = = =
D AB ρD AB difusividade mássica

Sc (T.M.) é análogo ao Pr (T.C.)

⇒ Número de Lewis (Le)

α k difusividade térmica
Le = = =
D AB ρc p D AB difusividade mássica

Le é importante quando o processo envolve transferência de massa de energia simultaneamente.

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Transferência de massa por convecção 5.3

ϑ∞

cAs - cA∞
y
ϑ = ϑ(y)

cAs - cA = (cAs – cA)(y)

cAs na interface

Figura 5.1 – Perfil de velocidade e concentração para um fluido escoando numa superfície sólida.

Na interface => mesmo fluxo do componente A deixando a superfície do fluido.

N A = k c ( c As − c A ∞ ) deixando a superfície por convecção

d ( c A − c As )
N A = − D AB Entrando no fluido por difusão melecular
dy y =0

d ( c A − c As )
Logo: k c ( c As − c A ∞ ) = − D AB
dy y =0

Rearranjando e multiplicando por L, ambos os lados, temos:

kcL d ( c A − c As ) ( c As − c A ∞ )
=− ⇒
D AB dy y =0
L

resistência de transferência de massa molecular gradiente de concentração para a superfície


=
resistência de transferência de massa convectiva do fluido gradiente de concentração global

kcL
= Nu AB ou Sh
D AB

NuAB: número de Nusselt para transferência de massa


Sh: número de Sherwood.

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Transferência de massa por convecção 5.4

EXEMPLO 2
Determine o número de Schmidt para o metanol em ar a 298 K e 1,013 x 103 Pa e em água líquida a
298 K.

5.3. ANÁLISE DIMENSIONAL DE TRANSFERÊNCIA DE MASSA CONVECTIVA

Transferência em uma corrente escoando sob convecção forçada

⇒ Considerando a transferência de massa da parede de um tubo para o fluido escoando através do


conduite. (força direcional cAs – cA)

Variável Símbolo Dimensões


Diâmetro do tubo D L
Densidade do fluido ρ M/L3
Viscosidade do fluido µ M/Lt
Velocidade do fluido ϑ L/t
Difusividade do fluido DAB L2/t
Coeficiente de transferência de massa kc L/t

D ρ µ ϑ DAB kc
M 0 1 1 1 0 1
L 1 -3 -1 0 2 0
t 0 0 -1 -1 -1 1

- Várias combinações de matriz 3 x 3.


- Variáveis incluem sistema geométrico, o escoamento, props. do fluido
- kc tem o interesse principal
- rank = 3 ⇒ r de uma matriz: significa o numero de coluna do maior determinante diferente de
zero, que se pode formar a partir dela.
i = no de variareis – rank = 6 – 3 = 3 grupos adimensionais.

DAB, ρ e D → variáveis central (núcleo) pode conter qualquer das variáveis que, entre elas incluem
todas as dimensões básicas (MLt).

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Transferência de massa por convecção 5.5

π1 = D aAB ρ b D c k c

π 2 = D dAB ρ e D f ϑ

π 3 = D gAB ρ h D i µ

Escrevendo π1 na forma adimensional:

a
 L2   M b
1=     ( L ) c  L 
 t   L  t 
 

Equacionando os expoentes, temos:

L : 0 = 2 a − 3 b + c + 1  a = −1

t : 0 = − a −1  b=0
M:0 = b  c =1

kcD
π1 = ≡ Nu ou Sh
{
D AB 12AB
3
no. de Nusselt no. de Sherwood
para transferência
de massa

Os outros 2 grupos são determinados da mesma maneira, produzindo:

Dϑ µ
π2 = e π3 = ≡ Sc
D AB ρD AB no. de {
Schimidt

Dividindo π2 por π3:

π 2  Dϑ   D AB ρ  Dϑρ
=    = ≡ Re
π 3  D AB  µ  µ {
no. de Reynolds

Portanto uma correlação poderia ser feita da forma:

Sh = NuAB = f(Re, Sc)

Que é análoga a correlação de transferência de calor,

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Transferência de massa por convecção 5.6

Nu = f(Re, Pr)

Transferência dentro de uma fase na qual o movimento é devido a convecção natural

⇒ Correntes de convecção natural → desenvolvera se existir variação de densidade na fase líquida


ou gasosa. Ex.: parede plana vertical com um fluido adjacente.

As variáveis importantes, seus símbolos e representações adimensionais são:

Variável Símbolo Dimensões


Comprimento característico L L
Difusividade do fluido DAB L2/t
Densidade do fluido ρ M/L3
Viscosidade do fluido µ M/Lt
Força de empuxo g ∆ρA M/L2t2
Coeficiente de transferência de massa kc L/t

L DAB ρ µ g ∆ρA kc
L 1 2 1 1 1 0
M 0 0 -3 -1 -2 1
t 0 -1 0 -1 -2 -1

⇒ DAB, L e µ → variáveis central (núcleo) pode conter qualquer das variáveis que, entre elas
incluem todas as dimensões básicas (MLt).
⇒ Matriz 3 x 3 ⇒ maior det ≠ 0, portanto o rank = 3
⇒ i = no de variareis – rank = 6 – 3 = 3 grupos adimensionais.

π1 = D aAB Lb µ c k c

π 2 = D dAB Le µ f ρ

π 3 = D gAB Lh µ i g∆ρ A

Resolvendo os 3 grupos adimensionais, obtemos

kcL ρD AB 1 L3 g∆ρ A
π1 = ≡ Nu AB , π 2 = ≡ , π3 =
D AB µ Sc µD AB

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Transferência de massa por convecção 5.7

Multiplicando π2 e π3

 ρD AB   L g∆ρ A   L3 g∆ρ A 
3
π 2 π 3 =   =  ≡ Gr
  µD AB   ρν 2  AB
 µ  
12 3
 no de Grashof

Portanto sugere uma correlação da forma:

Sh = f(GrAB, Sc) para convecção natural.

⇒ As correlações de dados experimentais pode ser feita em termos de 3 variáveis ao invés de 6


originais, tanto para convecção forçada como para natural.
⇒ Correlações => equações empíricas capitulo 30 do Welty, 7 deste apontamento.

5.4 ANÁLISE EXATA DA CAMADA LIMITE LAMINAR DA CONCENTRAÇÃO

⇒ Extensão da solução exata desenvolvida por Blasius para a camada limite hidrodinâmica.

Extremidade da C.L. de concentração


cA∞

x cA = cA(y)

cAs y

Figura – Camada limite de concentração para escoamento laminar em uma placa plana

A equação da continuidade em coordenadas retangulares; componentes A, ρ e DAB = constantes.

 
 
 
   2 
∂cA  ∂cA ∂cA ∂cA   ∂ cA ∂ cA 2
∂ cA 
2
+  ϑx + ϑy + ϑz = D AB  + + + R
∂ y { ∂ z 
A
∂t  ∂x ∂ x 2
∂ y 2
∂ z 2 {
123  =0   123 123  =0
=0  ∂ 2c =0  nenhuma
estado  << 2A c A =f ( x , y )  produção
 de A
estacionário
 ∂ y 

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Transferência de massa por convecção 5.8

logo, temos:

∂cA ∂cA ∂ 2c A
ϑx + ϑy = D AB (13)
∂x ∂y ∂ y2

Equação similar as equações desenvolvidas a partir das equações de momento e energia para a
solução da camada limite hidrodinâmica e a camada limite térmica; portanto terá solução análoga as
estes fenômenos de transporte, pois as condições de contorno são análogas.

Condições de contorno:

c A − c As
= 0 para y = 0; e
c A ∞ − c As
c A − c As
= 1 para y=∞
c A ∞ − c As
ν
Sc = =1
D AB

ϑx ϑ x − ϑ x ,s c − c As
f′=2 =2 =2 A (14) e
ϑ∞ ϑ ∞ − ϑ x ,s c A ∞ − c As

y ϑ∞ y xϑ ∞ y
η= = = Re x (15)
2 νx 2x ν 2x

ψ (x , y )
f (η ) = (16)
( νxϑ ∞ )

∂ ψ ϑ∞
ϑx = = f ′(η ) (17)
∂y 2

∂ψ 1 νϑ ∞
ϑy = = ( ηf ′ − f ) (18)
∂x 2 x

Introduzindo as equações (14) a (18) na (13), obtemos:

f ′′′ + ff ′′ = 0

com as condições de contorno:

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Transferência de massa por convecção 5.9

f = f ′ = 0 p/η = 0

f′=2 p/η = ∞

A solução análoga a transferência de momento sugere que:

 c − c As 
d  2 A 
df ′  c A ∞ − c As 
= f ′′ ( 0 ) = = 1, 328 (19)
dη  y  
d   Re x 
 2 x   y =0

A equação (19) pode ser rearranjada para obter uma expressão para o gradiente de concentração na
interface:

dc As  0 , 332 
= ( c A ∞ − c As ) Re x  (20)
dy y =0  x 

Eq. (20) ⇒ a taxa na qual a massa entra ou deixa a superfície da camada limite é tão pequena que
não altera o perfil de velocidade predito pela solução de Blasius, onde ϑy não é envolvido.

Se ϑ y = 0 ⇒ contribuição bulk para a 1ª lei de Fick na direção y é zero, logo:


y =0

∂cA
N A , y = − D AB (21)
∂y y =0

Substituindo (21) em (20), temos:

 0 , 332 
N A , y = D AB  Re x  ( c As − c A∞ ) (22)
 x 

O fluxo de massa do componente A se difundindo é definido como:

N A , y = k c ( c As − c A∞ ) (23)

igualando as equações (22) e (23), temos:

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Transferência de massa por convecção 5.10

kcx
= Nu AB = 0 , 332 Re x (24)
D AB

onde: Sc = 1 e a transferência de massa entre a placa plana e a camada limite é baixa.

ϑ ys
Re 1x 2 > 0 ⇒ transferência de massa a partir da placa para dentro da camada limite.
ϑ∞

ϑ ys
Re 1x 2 < 0 ⇒ transferência de massa a partir do fluido para a placa.
ϑ∞

ϑ ys  taxa de transferência de massa não tem nenhum efeito sobre o perfil de velocidade, e em y =
Re 1x 2 = 0 ⇒ 
ϑ∞  a inclinação é 0,332 ⇒ equação (19).

ϑ ys
⇒ Em muitas operações físicas envolvendo transferência de massa Re 1x 2 é desprezível,
ϑ∞
valendo a equação (24).

⇒ Vaporização de um material volátil dentro de uma corrente gasosa escoando a baixa pressão, a
suposição de baixa transferência de massa não pode ser feita.

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Transferência de massa por convecção 5.11

Inclinação = 0,332

c As − c A
c As − c A∞

ϑys = 0

ϑ ys 1 2
Re x Sc 1 3
ϑ∞

δ
= Sc 1 3
Solução de Pohlhausen
δc

δ = espessura da camada limite hidrodinâmica


δc = espessura da camada limite da concentração.

Para y = 0, temos:

dc As  0 , 332 
= ( c A ∞ − c As ) Re x 3
Sc 
dy y =0  x 

kcx
Conduzindo a: = Sh x = 0 , 332 Re x 3
Sc (25)
D AB

Coeficiente de transferência de massa médio para uma placa plana (largura W e comprimento L)

1 2
 ϑ ∞ ρx 
L L 1 2 L 0 , 332 D AB 
 µ 
0 , 332 D AB Re x  
W ∫ k c dx ∫ Sc 1 3 dx ∫ Sc 1 3 dx
x x
kc = 0
= 0
= 0

L L L
W ∫ dx
0
1 2L
 ϑ∞ρ  −1 2
k c L = 0 , 332 D AB Sc   ∫x
1 3
dx
 µ  0

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Transferência de massa por convecção 5.12

Resolvendo e rearranjando, temos:

kcL 1 2
= Sh L = 0 , 664 Re L Sc 1 3
(28)
D AB

O numero de Sherwood local para uma distancia x, esta relacionado com o numero de Sherwood
médio para uma placa plana pela relação:

ShL = 2 Shx|x=L

ϑ ys 1 2
O parâmetro do limite da superfície, Re x > 0 , aumenta quando a inclinação da curva
ϑ∞
decresce (ver gráfico). Como a magnitude do coeficiente de transferência de massa esta relacionado
 c −cA 
d  As 
 c As − c A∞ 
com a inclinacao pela relação: k c = , o decréscimo na inclinação => o sistema
dy

y =0

com valores elevados no limite da superfície terá um menor coeficiente de transferência de massa.

Escoamento turbulento

A mesma expressão encontrada para transferência de calor, na camada limite laminar


térmica, é encontrada para a camada limite laminar para a concentração, utilizando a equação
integral de von Kármán, onde o perfil de concentração é dado por:

c A − c A ,∞ = η + ξy 1 7

obtendo: Sh x = 0 , 0292 Re 4x 5
para Sc = 1 e aplicando a solução de Pohlhausen, extende-se para:

4 5
Sh x = 0 , 0292 Re x Sc 1 3 , para Rex > 3 x 105 (29)

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Transferência de massa por convecção 5.13

EXEMPLO 3
O coeficiente de transferência de massa para uma camada limite turbulenta formado sobre uma
placa plana tem sido correlacionado em termos de um número de Sherwood local por:
k c ,turb x
Sh x = = 0 , 0292 Re 4x 5 Sc 1 3
D AB
onde x é a distancia a partir do começo de turbulência da placa plana. A transição do escoamento
laminar para turbulento ocorre para Rex = 2 x 105.
a) Desenvolver a expressão para o coeficiente de transferência de massa médio para uma placa
plana de comprimento L.
b) Um vasilhame contendo acetona foi acidentalmente derrubado, cobrindo uma superfície plana
do laboratório. O exaustor produz uma velocidade de ar de 6 m/s paralelo a superfície da
bancada de 1 m de largura. O ar foi mantido a 298 K e 1,013 x 105 Pa. A pressão de vapor da
acetona a 298 K é 3,066 x 104 Pa.
1. Determinar o coeficiente de transferência de massa a 0,5 m do ponto inicial da bancada.
2. Determinar a quantidade de acetona evaporada por m2 de superfície a cada segundo. A 298 K, a
viscosidade cinemática do ar é 1,55 x 10-5 m2/s e a difusividade mássica da acetona em ar é 0,93 x
10-5 m2/s.

5.5 ANALOGIAS ENTRE TRANSFERÊNCIAS DE MOMENTO, CALOR E MASSA

⇒ Fenômenos de transferência => similaridades de mecanismos.


⇒ As analogias são úteis para o entendimento do fenômeno de transferência e como um meio
satisfatório para predizer o comportamento dos sistemas na qual são disponíveis uma quantidade
limitada de dados quantitativos.
⇒ Condições:
1. As propriedades físicas são constantes.
2. Não há produção de energia ou massa, não ocorre nenhuma reação química.
3. Não há emissão ou absorção de energia radiante.
4. Não há dissipação viscosa.
5. O perfil de velocidade não é afetado pela transferência de massa, então há uma baixa
transferência de massa.

Analogia de Reynolds

⇒ Extensão da teoria de Reynolds incluindo o mecanismo de transferência de massa se o no de


Schimidt, Sc, é igual a 1.

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Transferência de massa por convecção 5.14

Placa plana com Sc = 1. Os perfis de concentração e velocidade dentro da camada limite estão
relacionados por:

∂  c A − c As 
 ∂  ϑx 
=   (30)
∂ y  c A ∞ − c As 
 ∂ y  ϑ ∞ 
y =0 y =0

O contorno próximo da placa, onde y = 0, é:


N A , y = − D AB ( c A − c As ) = k c ( c As − c A∞ ) (31)
∂y y =0

DAB = µ/ρ, pois Sc = 1 (32)

∂  c A − c As 
De (31), k c = − D AB  
∂ y  c As − c A∞  y =0

Substituindo (32) em (30), temos:

µ ∂ϑx
kc = (33)
ρϑ ∞ ∂ y y=0

A definição do coeficiente de fricção Cf é:

τ0 2µ ∂ ϑ x
Cf = = (34)
ρϑ ∞ 2 2 ∂y
ρϑ ∞ y=0

Substituindo (33) em (34), temos:

k c Cf
= (35), que é a analogia de Reynolds para transferência de massa para Sc = 1.
ϑ∞ 2

A eq. (35) é análoga a analogia de Reynolds para transferência de calor com Pr = 1.

h C
= f , analogia de Reynolds para transferência de calor para Pr = 1.
ρc p ϑ ∞ 2

A equação (35) não pode ser utilizada se o sistema envolver forma de arraste.

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Transferência de massa por convecção 5.15

Considerações sobre escoamento turbulento

⇒ Na maioria das aplicações praticas o escoamento na corrente principal é turbulento.


⇒ Hipótese do comprimento de mistura de Prandt: alguma velocidade de flutuação ϑ ′x é devido ao
momento na direção y de um turbilhão através de uma distancia igual ao comprimento de
mistura L. O turbilhão de fluido, possui uma velocidade media, ϑ x , e é deslocado dentro de
y

uma corrente onde o fluido adjacente tem uma velocidade media, ϑ x . A velocidade de
y+L

flutuação esta relacionada com o gradiente de velocidade media por:

d ϑx
ϑ ′x = ϑ x − ϑx = ±L (1)
y+L y dy

a tensão de cisalhamento total é definida por:

dϑ x
τ=µ − ρ ϑ ′x ϑ ′y (2)
dy

Substituindo (1) em (2), temos:

[
τ = ρ ν + Lϑ ′y ]ddy
ϑx
ou τ = ρ [ν + ε M ]
dϑx
dy
(3)

Onde:

ε M = Lϑ ′y → difusividade turbilhonar de momento analoga a difusividade molecular de momento, ν .

De maneira similar é analisado o escoamento turbulento em transferência de massa.

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Transferência de massa por convecção 5.16

y
cA y+ L

cA y

dc A
L
dy

ξA

Figura 5.6 – Perfil da porção turbulenta de concentração, mostrando o comprimento de mistura de


Prandt.

A taxa de transferência instantânea do componente A na direção y é:

N A , y = c ′A ϑ ′y (4)

onde: c A = cA + c ′A
{ {
concentração flutuação
média temporal da concentração
do componente A

dc A
c ′A = c A y+ L
− cA y
= ±L (5)
dy

Substituindo (5) em (4), temos:

dc A
N A , y = − ϑ ′y L taxa de transferência de massa instantânea devido a turbulência.
dy

dc dc dc
N A , y = − D AB A − ϑ ′y L A = − ( D AB + ε D ) A (6)
dy dy dy
14243 1424 3
laminar turbulento

onde: ε D = Lϑ ′y é a difusividade mássica turbilhonar.

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Transferência de massa por convecção 5.17

A eq. (6) é similar a:

 
 
qy   dT
= − ρc p  α
{ + ε H 
A {
 difusividade difusivida  dy
 molecular térmica 
de

 térmica turbilhonar 

⇒ Região turbulenta: transporte rápido, redução no gradiente de concentração.


⇒ Região laminar: difusão molecular, maior resistência a transferência de massa na camada
limite próxima a superfície o gradiente de concentração é mais excessivo.

As analogias de Prandtl e von Kármán

Analogia de Prandtl
⇒ Considerações dos efeitos na região turbulenta e na subcamada laminar.

Subcamada laminar
⇒ Difusividade turbilhonar de momento e massa são desprezíveis
⇒ τs = tensão de cisalhamento na superfície = constante.
⇒ NAy,s = fluxo de massa na superfície = cte.

ϑx ξ
τs ξ τsξ
∫ dϑ x =
ρν ∫0
dy ou ϑ x ξ
=
ρν
(7)
0

onde ξ é a espessura da subcamada laminar.

A porção laminar da equação (6)

cA
∫c As ξ dc A = −
N Ay ,s
D AB
ξ
∫0 dy ou (c As − cA ξ
) = ND
Ay ,s ξ
(8)
AB

Eliminando ξ das equações (7) e (8), temos:

( ) (9)
ρν ϑ x ξ D AB
= c As − c A ξ
τs N Ay ,s

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Transferência de massa por convecção 5.18

Região turbulenta
⇒ Aplica-se a analogia de Reynolds:

kc Cf τs
= =
ϑ∞ 2 ρϑ ∞
2

de y = ξ a y = condições bulk.

O fluxo mássico na região turbulenta torná-se:

N Ay = k c c A ( ξ
)
− c A∞ =
(
ρν ϑ ∞ − ϑ x
τs
)(c A ξ − c A∞ ) (10)
ξ

União das regiões laminar e turbulenta


Eliminando c A ξ entre as equações (9) e (10), temos:

c As − c A∞ ρ   ν 
= ϑ∞ + ϑx 
ξD
− 1   (11)
N Ay τs   AB 

Substituindo as definições:

τs NA ν
Cf = ; kc = ; Sc =
ρϑ∞
2
2 c As − c A∞ D AB

na eq. (11) e rearranjando, temos:

kc Cf 2
=
(
ϑ ∞ 1 + ϑ x ξ ϑ ∞ (Sc − 1 ) ) (12)

Na subcamada laminar é definido que ϑ+ = y+ = 5, portanto:

ϑx ξ
ϑx ξ Cf
ϑ+ = = 5 ou =5 (13)
Cf ϑ∞ 2
ϑ∞
2

Substituindo (13) em (12), obtemos:

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Transferência de massa por convecção 5.19

kc Cf 2
= (14)
ϑ∞ Cf
1+ 5 (Sc − 1)
2

multiplicando ambos os lados de (14) por ϑ ∞ L / D AB , onde L é o comprimento característico:

(C f 2 ) Re Sc
Sh = (15)
Cf
1+ 5 (Sc − 1 )
2

As equações (13) e (14) são análogas a analogia de Prandtl para momento e energia. Elas reduzem a
analogia de Reynolds quando Sc = 1.

Analogia de von Kármán

⇒ Von Kármán extendeu a analogia de Prandtl considerando a zona de transição em adição a


subcamada laminar e o núcleo turbulento, obtendo:

(C f 2 ) Re Sc
Sh = (16)
Cf
1+ 5 {Sc − 1 + ln [(1 + 5 Sc ) 6 ]}
2

kc Sh (C f 2)
ou = = (17)
ϑ ∞ Re Sc Cf
1+ 5 {Sc − 1 + ln [(1 + 5Sc ) 6 ]}
2

kc Sh (C f 2 )
= = → resultados de muitas analogias
ϑ ∞ Re Sc  
 
 grupo
14444
complexos de termos 
4244444 3
 correção
 para a analogia de Reynolds 

Analogia de Chilton-Colburn

⇒ Utilizando dados experimentais

kc
jD = Sc 2 3
→ fator j para transferência de massa.
ϑ∞

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Transferência de massa por convecção 5.20

⇒ Baseado em dados coletados para escoamentos em regime laminar e turbulento, encontraram:

kc Cf
jD = Sc 2 3
= (18)
ϑ∞ 2

Válida para gases e líquidos na faixa 0,6 < Sc < 2500

A equação (18) satisfaz a solução exata para escoamento laminar sobre uma placa plana:

1 2
Sh x = 0 , 332 Re x Sc 1 3

Se ambos os lados são divididos por RexSc1/3, temos:

Sh x 0 , 332
= (19)
Re x Sc 1 3
Re x
1 2

Sh x Sh x Sc 2 3  k c x   µ   ρD AB  2 k c Sc 2 3
= =       Sc 3
= (20)
Re x Sc 1   xϑ ∞ ρ   µ  ϑ∞
3 Re x Sc  D AB

Das equações (19), (20) e (18), temos:

k c Sc 2 3
0 , 332 Cf
= = (21)
ϑ∞ 1 2
Re x 2

⇒ A analogia de Chilton-Colburn relaciona os 3 fenômenos de transporte:

Cf
jH = jD = (22)
2

A equação (22) é válida quando não tem nenhuma forma de arraste presente. Porem quando a forma
de arraste esta presente, temos:

jH = jD (23)

h k c Sc 2 3
ou Pr 2 3
= (24),
ρϑ ∞ c p ϑ∞

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Transferência de massa por convecção 5.21

⇒ A equação (24) é uma relação entre transferência de massa e calor convectivos, válida para 0,6
< Sc < 2500 e 0,6 < Pr < 100.
⇒ A equação (24) é válida para muitas geometrias diferentes como: escoamento em placas planas,
escoamento em tubos, e escoamento ao redor de cilindros.

EXEMPLO 4
Utilizando o enunciado e o coeficiente de transferência de massa do exemplo 1, determinar o valor
do coeficiente de transferência de calor, h, para a corrente de ar.

EXEMPLO 5
O ar seco sob pressão de 1,013 x 105 Pa sopra o termômetro na qual o bulbo foi coberto com um
pano úmido. A clássica temperatura do bulbo úmido indica que a temperatura no estado
estacionário foi alcançado por uma pequena quantidade de água evaporando num grande
reservatório de mistura de gás e vapor insaturado. A leitura no termômetro é 290 K.
Propriedades do ar e água:
PA, pressão de vapor da água = 1,94 x 103 Pa
ρ, densidade do ar = 1,219 kg/m3
λTs, calor latente de vaporização da água = 2461 kJ/kg
Pr = 0,71
Sc = 0,61
cp, calor especifico do ar = 1,006 J/kgK
Qual é a temperatura do ar seco?
Resp: 322,1 K

5.6 MODELOS PARA O COEFICIENTE DE TRANSFERÊNCIA DE MASSA


CONVECTIVO

⇒ Em muitos casos kc é empírico (determinado por experimentos)


⇒ A explicação teórica requer um melhor entendimento do mecanismo da turbulência →
características dinâmicas do escoamento.

Teoria do filme: é baseada na presença de um filme fictício de fluido, onde se admite existir toda a
resistência e transferência de massa, na qual o transporte é inteiramente por difusão molecular.
A espessura do filme, δ, é estendida alem da subcamada laminar para incluir uma resistência
equivalente encontrada com a mudança de concentração dentro da região de transição e do núcleo
turbulento.

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Transferência de massa por convecção 5.22

⇒ Fluido estagnante (célula de difusão de Arnold)

D AB P k D P
N Az = ( p A 1 − p A 2 ) ≡ c ( p A 1 − p A 2 )∴ k c = AB
RTp B ,ln δ RT p B ,ln δ

⇒ Contradifusão equimolar (NAz = -NBz)

dc A
N Az = − D AB + x A ( N Az + N Bz )
dz 14 4244 3
=0

D AB
(c A1 − c A 2 )
z2 cA2
N Az ∫ dz = − D AB ∫ dc A ⇒ N Az =
z1 c A1 z 2 − z1

D AB
z 2 − z 1 = δ , como N Az = k c ( c A 1 − c A 2 )∴ k 0c =
δ

O superescristo 0 → não há uma transferência molar liquida dentro do filme devido a contradifusão
equimolar.

Na teoria do filme: kc esta relacionado com DAB e δ é fictício, portanto nunca será medido.

Teoria da penetração: originalmente proposta por Higbie em 1935, para explicar a transferência de
massa na fase liquida durante a absorção do gás.
⇒ Aplicada para escoamento turbulento por Danckwerts (Ind. Eng. Chem. 43, 1460-67, 1951)
quando o componente que difunde apenas penetra uma curta distancia dentro de uma fase
de interesse, devido ao seu rápido desaparecimento através da reação química ou seu tempo
relativamente curto de contato.
⇒ Higbie considerou a transferência de massa para dentro da fase liquida como um transporte
molecular no estado não estacionário, encontrando:

D AB
N Ay = ( c As − c A∞ )
πt exp

⇒ Danckwertz aplicou este conceito de estudo não estacionário para a absorção do componente
A numa corrente liquida turbulenta. Seu modelo assume que o movimento do liquido é
constantemente levado por turbilhões de liquido fresco do interior até a superfície, onde
estes substituem os elementos do liquido anteriormente sobre a superfície. Enquanto que
sobre a superfície cada elemento do liquido torna-se exposto a uma segunda fase e a massa é

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Transferência de massa por convecção 5.23

transferida para dentro do liquido apesar dela ser estagnante e de profundidade infinita. A
total penetração do soluto no turbilhão num tempo de exposição é:

1 2
D AB D t 
( c As − c A∞ ) ∫0 dt = 2 ( c As − c A∞ ) AB exp
t exp t exp −1 2 
∫0 N A dt =
π
t
π 
 

1 2
D t 
NA = 2 ( c As − c A∞ ) AB exp 
{ π 
taxa de transferência média  
durante o t exp

⇒ Danckwertz modificou a suposição de período de exposição constante propondo uma faixa


infinita de idades para os elementos de superfície → probabilidade de um elemento de
superfície ser substituído por um novo turbilhão.
A taxa de transferência de massa com a renovação da superfície ao acaso é:

NA = D AB s ( c As − c A∞ )

onde s = fator de renovação da superfície (experimental)

O conceito de renovação da superfície de renovação tem sido bem sucedido em:


o Reações químicas na fase líquida.
o É valida somente se a superfície de renovação é relativamente rápida.

Teoria entre a do filme e a da penetração:

k c ∝ D 0AB
,5
a D AB

Modelo da camada limite:

D AB
k c = 0 , 664
1 2 1 3
Re L Sc
123
L
ν
=
D AB

logo k c ∝ D 2AB3

⇒ Sublimação de um sólido dentro de um gás.


⇒ Dissolução de um sólido por um líquido.

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Transferência de massa convectivo entre fases 6.1

CAPÍTULO 6: TRANSFERÊNCIA DE MASSA CONVECTIVO ENTRE FASES

⇒ Até agora vimos a transferência de massa dentro de uma única fase.

⇒ Transferência entre 2 fases de contato; exemplos:


o Corrente gasosa em contato com líquido
o Dois líquidos imiscíveis.
o Fluido escoando sobre um sólido.

⇒ A transferência entre duas fases requer o desvio do equilíbrio a qual pode existir entre a
concentração media (bulk) dentro de cada fase ⇒ desvio do equilíbrio fornece o gradiente de
concentração dentro de uma fase.

6.1 EQUILÍBRIO

⇒ Equilíbrio dinâmico: é indicado por uma concentração constante do soluto na fase líquida
(solvente) e uma concentração constante ou pressão parcial do soluto na fase gasosa. Exemplo:
inicialmente ar e amônia na fase gasosa e água pura na fase líquida → quando em contato, a
amônia é transferida para dentro da água, a qual é solúvel, e a água é vaporizada dentro da fase
gasosa, um equilíbrio dinâmico entre as duas fases eventualmente será estabelecido.
Pressão parcial de A no gás PA

Concentração de A no líquido, cA

Figura 6.1 – Distribuição de equilíbrio do soluto A entre uma fase gasosa e uma líquida à
temperatura controlada.

⇒ Adicionando mais soluto (concentração de A) ao sistema isobárico e isotérmico, um novo


equilíbrio é alcançado.

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Transferência de massa convectivo entre fases 6.2

⇒ Equações relacionadas a equilíbrio nas duas fases → livros de termodinâmica.

⇒ Gases reais e fases líquidas → equações complexas.

Fase líquida ideal (Lei de Raoult)

p A = x A PA (1)

Onde:
p A = pressão parcial de equilíbrio do componente A na fase vapor acima da fase líquida.
x A = fração molar de A na fase líquida.
P A = pressão de vapor de A puro para a temperatura de equilíbrio.

Fase gasosa ideal (Lei de Dalton)

pA = yAP (2)

Onde:
y A = fração molar de A na fase gasosa.
P = pressão total do sistema.

Duas fases ideais (Lei de equilíbrio Raoult-Dalton)

y A P = x A PA (3)

Soluções diluídas (Lei de Henry)

p A = Hc A (4)

Onde: H = constante de Henry


cA = composição de A no equilíbrio na fase líquida.

Lei da distribuição (dois líquidos imiscíveis)

c A ,líquido1 = Kc A ,líquido 2 (5)

Onde: cA = concentração do soluto A na fase líquida especificada.


K = coeficiente de distribuição.

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Transferência de massa convectivo entre fases 6.3

⇒ Conceitos básicos para todos os sistemas envolvendo a distribuição de um componente entre


duas fases.

1. Para condições fixas de temperatura e pressão, a regra das fases de Gibbs estabelece que existe
relações de equilíbrio, a qual pode ser apresentada na forma de curva de distribuição de
equilíbrio.
2. Quando o sistema esta em equilíbrio, não há transferência de massa liquida entre as fases.
3. Quando o sistema não esta em equilíbrio, componente ou componentes do sistema serão
transportados de tal maneira que cause a composição do sistema um retorno ao equilíbrio num
tempo suficiente.

EXEMPLO 1
Uma corrente de exaustão a partir de uma unidade de fabricação de um semicondutor contem 3
mol% de acetona e 97 mol% de ar. Para eliminar alguma possível poluição ambiental, esta corrente
de acetona-ar alimenta uma coluna de transferência de massa na qual a acetona será eliminada por
contracorrente de água a 293 K. A torre opera a uma pressão total de 1,013 x 105 Pa. Se a relação de
equilíbrio Raoult-Dalton pode ser usada para determinar a distribuição acetona entre o ar e a fase
aquosa, determinar:
a) A fração molar da acetona dentro da fase aquosa a qual estaria em equilíbrio com 3 mol% de
acetona na mistura gasosa.
b) A fração molar da acetona na fase gasosa a qual estaria em equilíbrio com 20 ppm de acetona na
fase aquosa.

A 293 K a pressão de vapor da acetona é 5,64 x 104 Pa.

EXEMPLO 2
A constante da lei de Henry para o oxigênio dissolvido em água é 4,06 x 109 Pa/(mol de O2 por mol
da solução total) a 293 K. Determine a concentração da solução de oxigênio na água que é exposta
ao ar seco a 1,013 x 105 Pa e 293 K. A lei de Henry pode ser expressada em termos de unidade de
fração molar por: p A = H ′x A , onde H’ é 4,06 x 109 Pa/(mol de O2/mol da solução total).

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Transferência de massa convectivo entre fases 6.4

6.2 TEORIA DAS DUAS RESISTÊNCIAS

Envolvem 3 etapas:
1. Transferência de massa do meio (bulk) de uma fase para a superfície interfacial.
2. Transferência através da interface para a segunda fase.
3. Transferência para o meio (bulk) da segunda fase.

Filme gasoso Filme líquido

NA

Interface gás-líquido

Figura 6.2 – Absorção de um gás com um soluto A transferido da fase gasosa para a fase líquida.

⇒ A teoria das duas resistências foi inicialmente sugerida por Whitman (Chem. Met. Engr., 29 (4),
147, 1923), esta possuía duas suposições principais:

1. A taxa de transferência de massa entre as duas fases é controlada pela taxa de difusão
através das fases sobre cada lado da interface
2. Nenhuma resistência é oferecida na transferência do componente difundindo na interface.

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Transferência de massa convectivo entre fases 6.5

Fase gás Fase líquida Fase gás Fase líquida

δG δL δG δL
Concentração de A se difundindo

Concentração de A se difundindo
pAG pAG
cAi

cAL
cAi
pAi pAi

cAL
Interface se Interface se
H < 1,0 H =1,0

Distância z Distância z

Figura 6.3 – Gradientes de concentração entre duas fases em contato, onde o soluto é transferido do
gás para o líquido.

Na fig. 6.3 o gradiente de pressão parcial, pAG, até a composição do gás interfacial, pAi, e o
gradiente de concentração da fase líquida, cAi, na interface até a concentração bulk da fase líquida,
cAL.

⇒ Se não existe nenhuma resistência a transferência de massa na interface ⇒ pAi e cAi são
concentrações de equilíbrio.
⇒ PAi pode ser menor, maior ou igual a cAi, de acordo com as condições da temperatura e pressão
do sistema.

Se ocorrer transferência de massa da fase liquida para a gasosa ⇒ cAL > cAi e pAi > pAG como
mostram as figuras abaixo:

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Transferência de massa convectivo entre fases 6.6

Filme gasoso Filme líquido

NA

Interface gás-líquido

Figura 6.4 – Desorção (stripping) do liquido com o soluto A transferido do líquido para o gás.

Fase gás Fase líquida

δG δL
Concentração de A se difundindo

cAL
pAi
cAi

pAG

Interface

Distância z

Figura 6.5 – Gradiente de concentração entre duas fases em contato quando o soluto é transferido
do líquido para o gás.

Coeficientes de transferência de massa individuais


⇒ Taxa de difusão na direção z sobre cada lado da interface:

N Az = k G ( p AG − p Ai ) (6)

N Az = k L ( c Ai − c AL ) (7)

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Transferência de massa convectivo entre fases 6.7

Onde:

k G = coeficiente de transferência de massa convectivo na fase gasosa


 moles de A transferido 
≡ 
 tempo x área interfacia x ∆ρ A unidades de concentraçãol 
k L = coeficiente de transferência de massa convectivo na fase líquida
p AG − p Ai = força direcional necessária para transferir o componente A das condições do meio gasoso
para a interface separando as duas fases.
c Ai − c AL = força direcional necessária para continuar a transferir o componente A para a fase líquida.

Em regime no estado estacionário, o fluxo de massa de uma fase é igual ao fluxo de massa na
segunda fase, portanto:

N Az = k G ( p AG − p Ai ) = − k L ( c AL − c Ai ) (8)

kL p AG − p Ai
e − = (9)
kG c AL − c Ai

Inclinação = -kL/kG
0
pAG
Curva de equilíbrio
Pressão parcial de A na fase gasosa

pAi

cAL cAi

Composição de A na fase líquida

Figura 6.6 – Composições interfacial predita pela teoria das duas resistências.

0 → condições do meio (bulk) em um plano de transferência de massa. As condições em outro


plano poderiam ser diferentes.

A tabela 29.1 (WELTY) apresenta os coeficientes de transferência de massa individual encontrados


com mais freqüência, bem como a inter-relações entre eles.

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Transferência de massa convectivo entre fases 6.8

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Transferência de massa convectivo entre fases 6.9

Coeficientes de transferência de massa global

⇒ É muito difícil medir fisicamente a pressão parcial e a concentração na interface. É conveniente


empregar os coeficientes global, baseado na força direcional global entre as composições do
meio (bulk), pAG e cAL.

(
N A = K G p AG − p ∗A ) (10)

Onde:

K G = coeficiente de transferência de massa global, baseado na força direcional da pressão parcial.

 moles de A transferico 
K G ≡ 
 tempo x área interfacial x pressão 

p AG = composição bulk da fase gasosa

p ∗A = pressão parcial de A em equilíbrio com a composição bulk da fase líquida de A, c AL

(
N A = K L c ∗A − c AL )
Onde:

K L = coeficiente de transferência de massa global, baseado na força direcional


da concentração na fase líquida.

 moles de A transferico 
K L ≡ 
 tempo x área interfacial x moles/volume 

c AL = composição bulk da fase líquida

c ∗A = concentração de A em equilíbrio com p AL

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Transferência de massa convectivo entre fases 6.10

Figura 6.7 – Forças direcionais de concentrações para a teoria das duas resistências.

A figura 6.7 ilustra as forças direcionais associadas a cada fase e as forças direcionais global.

resistência na fase gasosa ∆p A ,filme gás 1 k G


= =
resistência total em ambas as fases ∆p A , total 1 KG

resistência na fase líquida ∆c A ,filme líquido 1 k L


= =
resistência total em ambas as fases ∆c A , total 1 KL

⇒ Relação entre os coeficientes global e os coeficientes da fase individual:

p Ai = m
{ c Ai (12)
= H, constante
da lei de Henry
para baixas concentrações

utilizando a equação (12):

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Transferência de massa convectivo entre fases 6.11

p AG = mc ∗A

p ∗A = mc AL

p Ai = mc Ai

Pela equação (10) rearranjada:

1 p AG − p ∗A p AG − p Ai p Ai − p ∗A
= = +
KG N Az N Az N Az

Substituindo pela Lei de Henry:

1 p AG − p ∗A p AG − p Ai m ( c Ai − c AL )
= = +
KG N Az N Az N Az

Substituindo (6 ) e (7), temos:

1 1 m
= + (13)
KG kG kL

Pode ser encontrada uma expressão similar para KL, como segue:

1 c ∗A − c AL ( p AG − p Ai ) ( c Ai − c AL )
= = + ou
KL N Az mN Az N Az

1 1 1
= + (14)
K L mk G k L

⇒ Se m é pequeno: KG = kG ⇒ fase gasosa controlada.


⇒ Se m é grande: KL = kL ⇒ fase gasosa pode ser desprezada, fase líquida controlada.

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Transferência de massa convectivo entre fases 6.12

EXEMPLO 3
Num estudo experimental de absorção de amônia em água numa coluna de parede molhada, o
coeficiente global de transferência de massa, KG, foi encontrado no valor de 2,74 x 10-9 kg
mol/m2.s.Pa. Para um ponto na coluna, a fase gasosa contem 8 mol% de amônia e a concentração na
fase líquida foi de 0,064 kg mol de amônia/m3 de solução. A torre opera a 293 K e 1,013 x 105 Pa.
Para esta temperatura, a constante da lei de Henry é 1,358 x 103 Pa/(kg mol/m3). Se 85% da
resistência total para transferência de massa é encontrada na fase gasosa, determine os coeficientes
individuais de massa do filme e as composições interfaciais.

EXEMPLO 4
Uma corrente de água para lavagem é introduzida no topo de uma torre de transferência de massa
onde uma corrente de ar escoa em contracorrente. Para um ponto na torre, a corrente de água
contem 1 x 10-3 g mol de A/m3 e o ar é essencialmente livre de A. Para as condições de operação da
torre, os coeficientes de transferência de massa do filme são kL = 5 x 10-4 kg/mol/m2.s.(kg mol/m3)
e kG = 0,01 kg mol/m2.s.atm. As concentrações esta na região da lei de Henry onde pAi =HcAi com
H = 10 atm/(kg mol/m3). Determine
a) O fluxo de massa global de A.
b) O coeficiente de transferência de massa global, KL e KG.

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Correlações para transferência de massa convectiva 7.1

CAPÍTULO 7: CORRELAÇÕES PARA TRANSFERÊNCIA DE MASSA CONVECTIVA

⇒ Correlações para transferência de massa baseada em dados experimentais e quando possível


teórico.

TABELA 7.1 Números adimensionais em correlação para dados de transferência de massa

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Correlações para transferência de massa convectiva 7.2

7.1 TRANSFERÊNCIA DE MASSA PARA PLACAS, ESFERAS E CILINDROS

Técnicas empregadas para obter o coeficiente de transferência de massa entre o fluido em


movimento e certas formas:
o Sublimação de um sólido.
o Vaporização de um líquido no ar.
o Dissolução de um sólido na água.

PLACA PLANA

kcL 1 2
Sh L = = 0 , 664 Re L Sc 1 3
(Laminar) ReL < 2 x 105 (1)
D AB

kcL
Sh L = = 0 , 0365 Re 0L, 8 Sc 1 3
(Turbulento) ReL > 2 x 105 (2)
D AB

ρϑ ∞ L
onde: Re L =
µ

Para uma distancia x a partir do inicio da placa plana, temos:

kcx 1 2
Sh L = = 0 , 332 Re x Sc 1 3
(Laminar) (3)
D AB

ρϑ ∞ x
onde: Re x =
µ

As equações também podem ser escritas em termos se fator j, como:

2 3
kc kcL µ D AB ρ  µ  Sh L
jD = Sc 2 3
=   = , logo:
ϑ∞ D AB Lϑ ∞ ρ µ  ρD AB  Re L Sc 1 3

−1 2
j D = 0 , 664 Re L (laminar) Re < 2 x 105 (4)
j D = 0 , 0365 Re L−0 , 2 (turbulento) Re > 2 x 105 (5)

Estas equações podem ser usadas com 0,6 < Sc < 2500.

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Correlações para transferência de massa convectiva 7.3

Em muitas situações a camada limite da concentração começa após a camada limite


hidrodinâmica, conseqüentemente a camada limite hidrodinâmica começa a se desenvolver antes da
camada limite da concentração.

ϑ∞

cA∞
δ
δc
NA
CA = 0 p/ parede cAs

Parede inerte Parede (fonte de A)

x=0 x=X x=x


x=0

Figura: Escoamento laminar sobre uma placa plana com inicio da camada limite hidrodinamica
antes da camada limite de concentração.

Condições de contorno:
0 ≤ x < X, cA = cA∞
X ≤ x < ∞, cA = cAs

E o numero de Sherwood local, fica:

1 3
 
 
 Sc 
Sh x = 0 , 332 Re 1x 2  
3 4
 X 
1 −
 x 
   

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Correlações para transferência de massa convectiva 7.4

Exemplo 7.1

Reator horizontal de deposição química (CVD): crescimento de um filme de arsenito de gálio


(GaAs)

Alimentação de gás
Distribuidor de gás

Gás de alimentação:
H2 + Ga(CH3)3 + AsH3
Placa de silício de 10 cm

Placa aquecida
(susceptor)
x = 0 cm x = 4 cm x = 9 cm

Reações simplificadas que ocorrem na superfície de silício:

2 A s H 3 ( g ) → 2 As ( s ) + 3 H 2 ( g )

2 Ga ( CH 3 )3 ( g ) + 3 H 2 ( g ) → 2 Ga ( s ) + 6 CH 4 ( g )

No presente processo, a placa de silício de 10 cm é posicionada a 4 cm a partir da placa quente. A


temperatura do processo é 800 K e a pressão total do sistema é 101,3 KPa (1 atm). Considerando o
caso limitante onde o escoamento do gás rico em H2 esta a uma velocidade media de 100 cm/s
(Ga(CH3)3 diluído).
Determinar o coeficiente de transferência de massa global (kc) para o trimetil gálio em H2 no centro
da placa de silício usando:
a) A teoria da camada limite.
b) A teoria do filme

DAB = 1,55 cm2/s a 800 K e 1 atm (A = trimetil gálio e B = H2)

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Correlações para transferência de massa convectiva 7.5

ESFERA ÚNICA

Forma geral:

kcD
Sh = = 2{ +C
1Re
m
42Sc
4
1 3
443
D AB difusão convecção
molecular forçada

C e m são constantes da correlação.

ρϑ ∞ D
Re =
µ

Onde: D = diâmetro da esfera


ϑ∞ = velocidade do fluido bulk
ρ, µ = densidade e viscosidade da mistura de fluidos, respectivamente.

Transferência de massa dentro de uma corrente líquida

Sh =
kLD
D AB
( 2 3
= 4 + 1, 21Pe AB ) 1 2
(Brian and Hales) (1)

PeAB = número de Peclet = Re⋅Sc < 10000

1 3
Sh = 1, 01Pe AB Levick, para PeAB > 10000 (2)

Transferência de massa numa corrente gasosa

kcD
Sh = = 2 + 0 , 552 Re 1 2 Sc 1 3
(Fröessling) (3)
D AB

válida para 2 < Re < 800 e 0,6 < Sc < 2,7

A equação (1) a (3) são válidas quando a convecção natural é desprezível e a convecção forçada é
predominante, isto é, quando:

Re ≥ 0 , 4 Gr 1 2 Sc −1 6
(4)

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Correlações para transferência de massa convectiva 7.6

A seguinte correlação é recomendada quando ocorre transferência na presença de convecção


natural.

(
Sh = Sh o + 0 , 347 Re Sc 1 )
2 0 , 62
(Steinberger and Treybal) (5)

onde Sho é dependente de Gr e Sc.

Sh o = 2 + 0 , 569 ( GrSc ) 0 , 25 , para GrSc < 108 (6)

Sh o = 2 + 0 , 0254 ( GrSc )1 3 Sc 0 , 244 , para GrSc > 108 (6)

válidas para 2 ≤ Re ≤ 3 x 104 e 0,6 ≤ Sc ≤ 3200

Onde: Gr = número de Grashof, definido como:

D 3 ρg ∆ρ
Gr = (7)
µ2

ρ e µ são tomados nas condições bulk do fluido em escoamento.


∆ρ = diferença de densidade entre as duas fases em contato.

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Correlações para transferência de massa convectiva 7.7

EXEMPLO 7.2
Estimar a distância de percurso de uma gota esférica de água em escoamento, originalmente 1,0 mm
em diâmetro, em ar seco imóvel a 323 K, de modo a reduzir seu volume em 50%. Assumir que a
velocidade da gota é sua velocidade terminal avaliada no diâmetro médio e que a água permaneça a
293 K. Avaliar as propriedades do gás para a temperatura média do filme gasoso de 308 K.
O sistema físico requer uma analise combinada de transporte de momento e massa. A gota de água
líquida é a fonte de transferência de massa, o ar das vizinhanças serve como meio infinito, e o vapor
de água (A) é transferido. A taxa de evaporação é pequena de maneira que a gota de água é
considerada isotérmica a 293 K, senão o transporte de calor também deveria ser combinado.
Considerando um balanço de força na partícula esférica no meio fluido, nós podemos mostrar que a
velocidade terminal da partícula é:

( )
4 d p ρ água − ρ ar g
ϑo =
3 C D ρ ar

Onde: dp = diâmetro da partícula


g = aceleração da gravidade
CD = coeficiente de arraste, função de Reynolds e da esfericidade, que neste caso é 1 por ser
considerada partícula esférica.

Resp: 56,6m

CILINDROS ÚNICOS

Sublimação do cilindro sólido em ar escoando normal ao seu eixo.

k G PSc 0 , 56
= 0 , 281( Re D ) −0 , 4 válida para 400 < ReD < 25000 e 0,6 < Sc < 2,6
GM

Onde: P = pressão total do sistema.


GM = velocidade superficial molar do gás (kg.mol/m2.s)
ReD = número de Reynolds em termos do diâmetro do cilindro.

Para outras faixa se Re e Sc pode-se utilizar analogia de Chilton-Colburn: jD = jH.

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Correlações para transferência de massa convectiva 7.8

EXEMPLO 7.3
Em um aparelho de umidificação, a água líquida escoa em filme estreito sobre um cilindro vertical.
Ar seco a 310 K e 1,013 x 105 Pa escoa em ângulo reto alinhado verticalmente ao cilindro de 0,076
m de diâmetro e 1,22 m de comprimento a uma velocidade de 4,6 m/s. A temperatura do filme
líquido é 290 K. Calcular a taxa na qual o líquido deve ser suprido ao topo do cilindro se a
superfície total do cilindro é usada para o processo de evaporação e nenhuma água deve escorrer a
partir do fundo do cilindro.
O filme líquido do lado externo do cilindro representa a fonte de transferência de massa, e a
corrente de ar escoando normal ao cilindro representa o meio infinito. As propriedades da corrente
de ar são avaliadas para a temperatura média do filme de 300 K (ρ = 1,1769 kg/m3, ν = 1,5689 x 10-
5
m2/s).
Resp.: 1,14 x 10-4 kg/s.

TRANSFERÊNCIA DE MASSA ENVOLVENDO ESCOAMENTO TURBULENTO


ATRAVÉS DE CANOS

k c D p b ,ln
= 0 , 023 Re 0 , 83 Sc 0 , 44 para 2000 < Re < 35000 e 0,6 < Sc < 2,5 (Gilliland and
D AB P
Sherwood) (1)

onde D é o diâmetro interno do cano; pB,ln é a composição média logarítmica do gás de arraste,
avaliado entre a composição da superfície e a corrente bulk; P é a pressão total; DAB é a
difusividade mássica do componente A se difundindo no gás de arraste B; Re e Sc são avaliados nas
condições bulk da corrente de escoamento.

kLD
= 0 , 023 Re 0 , 83 Sc 1 3
para 2000 < Re < 35000 e 1000 < Sc < 2260 (Gilliland, Sherwood e
D AB
Linton)(2)

TRANSFERÊNCIA DE MASSA EM COLUNAS DE PAREDE MOLHADA

O coeficiente de transferência de massa convectivo para a corrente gasosa utiliza a equação (1)
anterior. O coeficiente para o filme líquido segue a correlação:

1 6
kLz  ρ 2 gz 3 
= 0 , 433 (Sc )1 2   ( Re L ) 0 , 4 (Vivian and Peaceman) (3)
D AB  µ2 
 

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Correlações para transferência de massa convectiva 7.9

Onde: z = comprimento de contato


DB = difusividade mássica de A se difundindo em B
ρ = densidade do líquido B.
µ = viscosidade do líquido B.
Sc = número de Schmidt para o soluto dissolvido no líquido na temperatura do filme líquido.

4Γ 4 w
Re L = =
µ πDµ

w = vazão mássica do líquido.


D = diâmetro interno da coluna.
Γ = vazão mássica do liquido por unidade de perímetro molhado da coluna.

EXEMPLO 7.4
Uma coluna de parede molhada de 2 esta sendo utilizada para absorver CO2 a partir de uma solução
aquosa por uma corrente de ar escoando a 2,5 ft/s. Para um ponto da coluna, a concentração de CO2
na corrente de ar é 1 mol%. Para o mesmo ponto da coluna, a concentração de CO2 na água é 0,5
mol%. Determinar o coeficiente de transferência de massa na fase gasosa e o fluxo mássico para o
ponto da coluna. A coluna é operada a 10 atm e 25º C.

TRANSFERÊNCIA DE MASSA EM LEITOS FIXO E FLUIDIZADO

- Adsorção
- troca íons
- cromatografia
- reações gasosas catalisadas em superfícies sólidas.

Equação de Sherwood, Pigford e Wilke, para leito fixo:

j D = 1,17 Re −0 , 415 10 < Re < 2500

d p u ave ρ
onde: Re =
µ

uave = velocidade superficial do fluido


dp = diâmetro da esfera que tem a mesma superfície ou volume como a partícula.

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Correlações para transferência de massa convectiva 7.10

Transferência de massa entre líquidos e leitos de esferas, equação de Wilson e Geankoplis:

1, 09
ε jD = para 0,0016 < Re ′′′ < 55, 165 < Sc < 70600 e 0,35 < ε < 0,75.
Re ′′′

0 , 25
ε jD = para 55 < Re ′′′ < 1500, 165 < Sc < 10690
( Re ′′′ ) 0 , 31

Re ′′′ é definido em termos do diâmetro da partícula, velocidade mássica superficial do fluido, G,


massa por unidade de tempo por unidade da seção transversal da torre sem recheio. ε é a fração de
vazios.

volume do espaço vazio entre as partículas sólidas


ε=
volume total do espaço vazio mais as partículas sólidas

Correlação de Gupta e Thodos, para gases e leito de esferas:

2 , 06
ε jD = para 90 < Re ′′′ < 4000
( Re ′′′ ) 0 , 575

Correlação de Gupta e Thodos, para gases e líquidos em leito de esferas fluidizado:

0 , 863
ε j D = 0 , 010 +
( Re ′′′ ) 0 , 58 − 0 , 483

Mais detalhes sobre transferências de massa, calor e momento em leitos fluidizados se encontra no
livro de Kunii & Levenspiel, Fluidization Engineering, Wiley, New York, 1969.

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Correlações para transferência de massa convectiva 7.11

EXEMPLO 7.5
Para realizar ensaios de transferência de massa, construí-se uma coluna que se comportasse como
leito fixo e fluidizado, dependendo da velocidade de injeção do fluido de trabalho na base do
equipamento. Para proceder a experimentação, esferas de naftaleno de 2,9 mm de diâmetro e massa
especifica igual a 1,145 g/cm3 foram eleitas como material de teste. Utilizando ar seco como fluido
de trabalho a 25º C e 1 atm (Sc = 2,45 e DAB = 0,0611 cm2/s), determine:

a) O valor de Sherwood da partícula quando o ar é injetado a 14,91 cm/s na base da coluna. Nessa
condição observou-se que o leito comportara-se como fixo de porosidade 0,49. Utilize a
correlação apresentada neste tópico e compare os resultados obtidos com o experimental que é
12,95.

b) Mantendo-se a carga de partículas presentes no item anterior, estime o valor do ShP, para o caso
da velocidade do ar ser duplicada. Nesse caso, assume-se que o leito comporta-se como
fluidizado com porosidade igual a 0,69.

uo

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Correlações para transferência de massa convectiva 7.12

ENXAME DE BOLHAS ESFÉRICAS

⇒ Introdução do gás em líquidos através de orifícios gerando o enxame de bolhas.


⇒ Comportamento diferente aos de esferas rígidas.

Calderbank e Môo-Young: transferência de um soluto A do gás para o solvente liquido B através de


grande quantidade de bolhas contendo o gás A.

k Ldb
Sh = = 0 , 31Gr 1 3 Sc 1 3
para db < 2,5 mm
D AB

k Ld b
Sh = = 0 , 42 Gr 1 3 Sc 1 2
para db ≥ 2,5 mm
D AB

d 3b ρ L g∆ρ
Gr =
µ 2L

∆ρ = diferença de densidade do líquido e a densidade do gás no interior da bolha.


ρL e µL avaliados nas propriedades bulk da mistura.

Para relacionar o fluxo NA com a taxa de transferência a razão ‘hold up’do gás deve ser conhecida
(φg).

Volume das bolhas de gás Vg


φg = =
Volume do líquido V

A área da interface de transferência de massa por unidade de volume para bolha é:

Ai Vg área da bolha 6
= ⋅ = φg pois
V V Volume da bolha db

área da bolha πd 2b 6
= =
Volume da bolha π 3 d b
d
6 b

ϑ
φg < 0,2 para muitos casos e φ g ∝ com a agitação mecânica do líquido.
ϑt

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Correlações para transferência de massa convectiva 7.13

Para transferência de massa de gases a líquidos em tanques agitados por impulsor.


Devido as colisões continuas das bolhas de gás borbulhando e a agitação mecânica do impulsor, a
área interfase para transferência de massa é impossível de ser medida. Nestes casos a medida do
coeficiente de transferência de massa para tanques agitados são colocadas na forma de coeficiente
de capacidade, por exemplo, kLa. O parâmetro a, é definido como:

Ai área disponivel para transferência de massa interfase


a= =
V Volume do líquido

Conversão de unidades:

A i  m  m 2  −1
k La = k =   =s
L
V  s   m 3 

wA = NA ⋅
Ai
V
(
⋅ V = k L a ⋅ V c ∗A − c A )

⇒ Equações de Van’t Riet para transferência de O2 em água com bolhas de ar coalescendo:

0, 4
 Pg 
( k L a )O 2 = 2 ,16 x 10 −2 
 V

 (u gs )0 , 5 para V < 2,6 cm3 de líquido, e
 

⇒ Transferência de O2 em água com bolhas de ar que não coalescem:

0,7
−3 
Pg 
( k L a )O 2 = 2 x 10 
 V 
 (u gs )0 , 2 para V < 2,6 cm3 de líquido
 

Pg
Ambas valendo para: 500 < < 10000 w/m3
V

Pg poência de consumo da aeração  W 


=  
V Volume líquido  m3 

ugs = velocidade superficial do gás escoando através do recipiente vazio (m/s) = (vazão volumétrica
do gás)/(área da seção transversal)

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Correlações para transferência de massa convectiva 7.14

EXEMPLO 7.6:
Num projeto de remediação airada para tratamento de água contaminada com tricloroetileno (TCE)
a uma concentração de 50 mg/L. A trincheira é um duto aberto de 1 m de largura (W) e
profundidade de 2 m (H), e a vazão volumétrica da água de lavagem adicionada a trincheira é 0,1
m3/s. O ar é borbulhado no fundo do duto a uma taxa que fornece um hold up de gás de 0,02 m3 de
gás por 1 m3 de água, e o diâmetro médio das bolhas é 0,01 m. Determine o comprimento da
trincheira necessária para reduzir a concentração do efluente TCE para 0,05 mg/L. A temperatura
do processo é 293 K e a pressão do sistema é 1 atm.

NAAi
Atmosfera

H=2m
Ar

Forro Solo W=1m

z z + ∆z

⇒ Estado estacionário
⇒ Processo contínuo onde TCE é transferido da água de lavagem para o gás de aeração.
⇒ Variação do perfil apenas na direção axial (boa mistura)

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Equipamentos de transferência de massa 8.1

CAPÍTULO 8: EQUIPAMENTOS DE TRANSFERÊNCIA DE MASSA

Exemplos típicos de equipamentos de transferência de massa incluem:


1) Transferência do soluto de uma fase gasosa para uma fase líquida: absorção,
desudimificação e destilação.
2) Transferência do soluto de uma fase líquida para uma fase gasosa: desorção ou stripping e
umidificação.
3) Transferência de um soluto da fase líquida para uma segunda fase líquida imiscível (ex. fase
aquosa para hidrocarboneto): extração líquido-líquido.
4) Transferência de um soluto a partir de um sólido para uma fase fluido: secagem e lavagem
(leaching).
5) Transferência de um soluto a partir de um fluido para a superfície de um sólido: adsorção
coluna troca íons.

⇒ Torres e tanques: contato íntimo as duas fases.

8.1 TIPOS DE EQUIPAMENTOS DE TRANSFERÊNCIA DE MASSA

Classificação em 4 tipos gerais de acordo com o método usado para produzir contato entre as duas
fases:

TORRES DE BOLHAS
Consiste de uma câmara aberta na qual a fase líquida escoa e a fase gasosa é dispersa no líquido na
forma de pequenas bolhas. As bolhas fornecem a área de contato desejada.

⇒ A fase líquida normalmente controla a taxa de transferência de massa. Ex. absorção de gases
parcialmente insolúveis, como a oxidação pelo ar na água.

O tempo de contato e a área de contato determinam a quantidade de massa transferida entre as fases.

⇒ Oxidação biológica 
 tanque de mistura aeróbios
⇒ Operações de tratamento de água 

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Equipamentos de transferência de massa 8.2

Entrada do líquido

Saída do gás

Saída do líquido

Entrada do gás

Figura 1 – torre de bolhas

TORRES DE SPRAY
O gás escoa para cima numa câmara aberta e a fase líquida é introduzida, na parte superior, por
atomização na forma de pequenas gotas em contracorrente a fase gasosa. As pequenas gotas
garantem uma grande área de contato entre as duas fases.
⇒ Gases altamente solúveis.
⇒ A resistência da fase gasosa normalmente controla a taxa de transferência de massa.

Entrada do líquido

Saída do gás

Entrada do gás

Saída do líquido

Figura 2 – torres spray

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Equipamentos de transferência de massa 8.3

TORRES DE RECHEIO
Envolve o contato contracorrente continuo entre duas fases imiscíveis. As torres são colunas
verticais preenchidas com recheio (ver figura).
Uma variedade de materiais para recheios é usada como cerâmicas e plásticos.
A proposta do recheio é fornecer uma grande área de contato entre as duas fases imiscíveis. O
líquido é distribuído sobre o leito e escoa sobre a superfície do recheio com um filme líquido.
O gás geralmente escoa para cima em contracorrente ao líquido.
⇒ Sistemas gás-líquido na qual as resistências de ambas as fases controlam a taxa de transferência
de massa (ambas são importantes).
⇒ Ex. torre de resfriamento onde a água é recirculada como meio de transferência de calor
(condicionador de ar natural).

Anéis de Raschig Selas de Berl Anéis de Lessing Anéis de Pall

Figura 3 – Recheios comuns na industria.

Entrada do líquido

Saída do gás

Entrada do gás

Saída do líquido

Figura 4 – torre de recheio

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Equipamentos de transferência de massa 8.4

TORRES DE PRATOS
⇒ São as torres mais comumente utilizadas nas industrias.
⇒ Mecanismo combinado: torre de bolhas com torre spray.

Em cada prato, as bolhas de gás são formadas a partir do fundo do liquido pobre, forçando o gás
através de pequenos orifícios no prato ou sobre válvulas imersas no liquido.
A transferência de massa interfase ocorre durante a formação das bolhas, e quando as bolhas
aumentam em dímetro através do liquido agitado.
Os pratos são arranjados um em cima do outro em uma torre cilíndrica (fig.5). O líquido escoa
cruzando o primeiro prato superior e então os pratos abaixo. O vapor aumenta através de cada prato.
⇒ Torres de pratos não podem ser projetadas por equações obtidas por integração sobre uma
área continua de contato interfase. São projetadas por cálculos para cada estágio ou prato.

Figura 5 – Torre de pratos

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Equipamentos de transferência de massa 8.5

8.2 OPERAÇÕES DE TRANSFERÊNCIA DE MASSA GÁS-LÍQUIDO EM TANQUES


BEM AGITADOS

A aeração é uma operação de contato gás-líquido onde o ar comprimido é introduzido no fundo de


um tanque de água liquida através de pequenos orifícios dispersos, como tubos perfurados, tubo ou
placas porosas.
O agitador (turbina) quebra as bolhas e dispersa através do líquido, ocorre um processo de absorção
ou stripping.

Figura 6 – Tanque agitado airado

Absorção: O soluto no gás de aeração é transferido para o líquido. Muitas vezes o soluto é o
oxigênio gasoso presente no ar, a qual é poupadamente solúvel em água. A absorção de oxigênio na
água é muito importante em muitos processos de engenharia química.

Stripping: O soluto volátil dissolvido é transferido do líquido para o gás de aeração, importante em
processos de tratamento de água em engenharia ambiental.

Quando o gás está disperso em uma fase continua líquida, a fase líquida controla a taxa de
transferência de massa, portanto o balanço de massa para transferência de massa do soluto é feito
para a fase líquida.

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Equipamentos de transferência de massa 8.6

A transferência de massa do soluto A nos filmes gás e liquido baseado no coeficiente global de
transferência de massa é (ver cap. 6):

(
N A = K L c ∗A − c A ) (1)

A taxa de transferência de massa é:

WA = K L
Ai
V
( )
V c ∗A − c A = K L aV c ∗A − c A ( ) (2)

pA
onde: c ∗A = Lei de Henry.
H

pA = pressão parcial de A na fase bulk.


KLa = coeficiente de capacidade, pois o área de interface de TM por unidade de volume é difícil de
se medir.

O processo da figura 6 é continuo se for batelada elimina-se a corrente de entrada e saída, e o


balanço de massa no estado transiente para o soluto A na fase liquida fica:

d (c A V )
ϑ 0 c A 0 − ϑc A + N A A i + RAV = (3)
1
424 3 { 123 dt
=0 =0 =0
não há reação
homogenea

Como V = constante, portanto, K L aV c ∗A − c A = V ( ) dc A


dt

cA dc A t
c ∗A = constante, logo: ∫c A 0 − = − K L a ∫ dt (4)
c ∗A − cA 0

( )
ficando: c A = c ∗A − c ∗A − c A 0 e − K L a ⋅ t (5)

c A ≅ c ∗A se t → ∞

Para processo continuo no estado estacionário temos:

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Equipamentos de transferência de massa 8.7

d (c A V )
ϑ 0 c A 0 − ϑc A + N A A i + RAV = (6)
1
424 3 { 123 dt 4
entrada saída =0
1
42 3
não há reação =0
homogenea estado
estacionário

Para processos com soluções diluídas as vazões volumétricas ϑ 0 = ϑ , a equação (6), fica:

(
ϑ ( c A 0 − c A ) + K L a ⋅ V c ∗A − c A = 0 )
ϑ0
c A 0 + K L a ⋅ c ∗A
ou cA = V (7)
ϑ0
+ K La
V

EXEMPLO 8.1
O projeto de um sistema de aeração para processos de fermentação aeróbia é baseado na
transferência de massa gás-líquido. Microorganismos crescem numa suspensão líquida e são
alimentados por nutrientes dissolvidos em glicose e sais minerais. Microorganismos aeróbios em
líquidos suspensos também requerem oxigênio para o seu crescimento. Se o oxigênio não é suprido
com uma taxa suficiente para suportar o crescimento da célula, as células morrerão.
No presente processo, Aerobacter aerogenes está sendo cultivado dentro de um fermentador
continuo de 3 m3 de volume líquido (V) e o diâmetro do tanque (dT) de 1,5 m. O meio nutriente
fresco contem uma quantidade de traços de oxigênio dissolvido a uma concentração de 0,01 mol
O2/m3 entrando no fermentador a uma vazão de 1,8 m3/h. Para condições de estado estacionário, o
fermentador aeróbio opera a uma concentração celular (cX) de 5 kg de massa sêca/m3 de cultura
líquida.
A concentração celular é determinada por taxa de crescimento especifico dos organismos e a
composição nutriente do meio líquido.
A suspensão celular líquida consome oxigênio proporcionalmente a concentração da célula de
acordo com a equação da taxa: R A = − q 0 c X
onde q0 é a taxa de consumo de oxigênio especifico das células = 20 mol O2/kg de célula⋅h, que é
assumido constante. Determinar o valor de KLa necessário para assegurar que a concentração de
oxigênio na cultura líquida (cA) é pelo menos 0,05 mol/m3. Determinar a potencia de entrada para 3
m3 do fermentador se a vazão de gás no fermentador é 1 m3 de ar/min para as condições do
processo a 298 K e 1 atm. Assumir que as bolhas não coalescem. Para 298 K, a constante da lei de
Henry para o oxigênio dissolvido no meio nutriente líquido é 0,826 atm.m3/mol.
Resp.: KLa = 0,136 s-1 e Pg = 4716 W

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Equipamentos de transferência de massa 8.8

Eckenfelder desenvolveu uma correlação geral par transferência de oxigênio de bolhas de ar para o
liquido.

1+ n
A θgQg h
0 , 78
KL = (8)
V V
onde:
θg = constante de acordo com o tipo de dispersador.
Qg = taxa de escoamento do gás (ft/min).
n = constante que depende do tamanho dos orifícios do dispersador.
h = profundidade abaixo da superfície líquida para qual o ar é introduzido no tanque.

Um gráfico para a equação (8) é representado abaixo:

Figura 7 – fator de transferência de oxigênio para um único dispersor num tanque de aeração.

EXEMPLO 8.2
Uma lagoa de aeração de 566 m3 é airada com 15 dispersores, cada um usando ar comprimido a
uma taxa de 7,08 x 10-3 m3/s. Os dispersores estão localizados a 4,57 m abaixo da superfície da
lagoa. Encontrar o tempo requerido para aumentar o oxigênio dissolvido de 2 mg/L para 5 mg/L se
a temperatura da água é de 293 K.
Resp.: 1540 s.

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Equipamentos de transferência de massa 8.9

8.3 BALANÇO DE MASSA PARA TORRES DE CONTATO CONTÍNUO: EQUAÇÕES


PARA A LINHA DE OPERAÇÃO

São quatro fundamentos importantes que constituem a base de projeto para equipamentos de
contato contínuo:
1) Balanço material e de entalpia, envolvendo equações de conservação da massa e energia:
forma a expressão para avaliar a composição bulk das duas fases em contato em algum
ponto da torre, bem como a mudança nas composições bulk entre dois pontos da torre.
2) Equilíbrio interfase (leis termodinâmicas => capítulo 6)
3) Equações de transferência de massa: desenvolvidas nas formas diferenciais, combinadas
com o balanço diferencial de massa, e quando integrado sobre a área interfacial de contato
fornece o comprimento requerido na troca de massa.
4) Equações de transferência de momento: importante para avaliar a queda de pressão no
equipamento.

Escoamento contracorrente
Considerando alguma operação no estado estacionário que envolve o contato contracorrente de duas
fases insolúveis como mostra a fig. 8. As duas fases insolúveis são identificadas como G e L.

L2, xA2, XA2 G2, yA2, YA2

z = z2

Lz, xAz, XAz z Gz, yAz, YAz

z = z1
L1, xA1, XA1 G1, yA1, YA1

Figura 8 – Processo contracorrente no estado estacionário.

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Equipamentos de transferência de massa 8.10

Para o fundo da torre temos as definições:


G1 = Vazão molar de entrada da fase G [moles da fase G/h⋅área da seção transversal da torre]
L1 = Vazão molar de entrada da fase L [moles da fase L/h⋅área da seção transversal da torre]
yA1 = fração molar de A na fase G [moles de A/moles total na fase G]
xA1 = fração molar de A na fase L [moles de A/moles total na fase L]

As definições são similares para o topo da coluna, no plano z2.

O balanço global macroscópico de massa para o componente A no trocador de massa no estado


estacionário, na qual não ocorre produção química de A ou desaparecimento de A, requer:

 moles de A   moles de A 
 entrtando na torre  =  deixando na torre 
   

ou G 1 y A1 + L 2 x A 2 = G 2 y A 2 + L1 x A1 (1)

Um balanço de massa para o componente A no plano z = z1 e um plano arbitrário z, é:

G 1 y A 1 + L z x Az = G z y Az + L 1 x A 1 (2)

As equações ficam mais fáceis de manipular se forem designadas concentrações por unidade de
concentração livre de soluto como:

yA
YA = (3)
1− yA

xA
XA = (4)
1− x A

Onde: YA = moles de A em G por mol livre de A em G.


XA = moles de A em L por mol livre de A em L.

As taxas de escoamento usadas com unidades livres de soluto são:


LS = moles da fase L sobre uma base livre de soluto
GS = moles da fase G sobre uma base livre de soluto

L S = L 1 (1 − x A 1 ) = L 2 (1 − x A 2 )

G S = G 1 (1 − y A 1 ) = G 2 (1 − y A 2 )

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Equipamentos de transferência de massa 8.11

O balanço global de A pode ser escrito em termos livre de soluto:

G S YA 1 + L S X A 2 = G S Y A 2 + L S X A 1 ou

G S ( YA 1 − YA 2 ) = L S ( X A 1 − X A 2 ) (5)

LS YA 1 − YA 2
Logo: = (6)
GS X A1 − X A 2

Equação (6) ⇒ equação de uma reta que passa por (XA1,YA1) e (XA2,YA2) com inclinação LS/GS.

Um balanço de massa em A no plano z1 e o plano arbitrário z em termos livre de soluto:

G S YA 1 + L S X Az = G S YAz + L S X A 1 ou

G S ( YA 1 − YAz ) = L S ( X A 1 − X Az ) (7)

LS YA 1 − YAz
Logo: = (8)
GS X A 1 − X Az

Equação (7) ⇒ equação de uma reta que passa por (XA1,YA1) e (XAz,YAz) com inclinação LS/GS.

Equação (5) ≡ Equação (7)

A equação (7) é uma expressão geral relacionando as composições bulks das duas fases para algum
ponto do trocador de massa. Esta define as condições operacionais dentro do equipamento: é linha
de operação para operações contracorrente.

Figura 9: Ilustra a localização da linha de operação relativa a linha de equilíbrio para transferência
de soluto da fase G para a fase L(absorção). O equilíbrio bulk, localizado sobre a linha de operação
, deve ser maior do que a concentração de equilíbrio para fornecer uma força direcional,
YAG − YAi ou seu equivalente p AG − p Ai ou YAG − YA∗ ou seu equivalente p AG − p ∗A ,
necessária para transferir a partir da fase G para fase L.

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Equipamentos de transferência de massa 8.12

YA Linha de operação

YA1

LS
inclinação =
GS

Curva de equilíbrio
YAi versus XAi
YA2

XA2 XA1 XA

Figura 9 – Processo contracorrente no estado estacionário, transferência a partir da fase G para a L.

YA
Curva de equilíbrio
YAi versus XAi

YA2

Linha de
operação

LS
YA1 inclinação =
GS
XA
XA1 XA2

Figura 10 – Processo contracorrente no estado estacionário, transferência a partir da fase L para a G.

Figura 10: Ilustra a localização da linha de operação relativa a linha de equilíbrio para
transferência de soluto da fase L para a fase G(stripping). A localização da linha de operação abaixo
da curva de equilíbrio assegura uma força direcional, x Ai − x AL ou seu equivalente c Ai − c AL ou
x ∗A − x AL ou seu equivalente c ∗A − c AL , necessária para transferir a partir da fase L para fase G.

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Equipamentos de transferência de massa 8.13

O balanço de massa para o componente A sobre o comprimento diferencial dz, é facilmente obtido
pela diferenciação da equação (7). Esta equação diferencial

L S dX A = G S dYA

relaciona a transferência molar em operações contracorrente pelo tempo e pela área da seção
transversal disponível no comprimento dz

No projeto de equipamentos de transferência de massa, a vazão de pelo menos uma fase e três das 4
composições de entrada e saída devem ser fixadas pelo requisito do processo. A necessidade da
vazão da segunda fase é muitas vezes a variável projetada.
Três possíveis linhas de operação são mostradas na figura 11. A inclinação decresce quando o valor
da vazão LS decresce. O mínimo LS, que deve ser usado, corresponde a linha de operação que toca a
linha de equilíbrio. Para o ponto de tangencia a força direcional é zero, e a transferência de massa
entre as duas fases não ocorre. Isto representa a condição limite, a razão mínima LS/GS para
transferência de massa.

YA

YA1 P1 P2 P3
(LS/GS)2

(LS/GS)3
(LS/GS)1

Curva de equilíbrio

inclinações

YA2

XA2 XA

Figura 11 Localização da linha de operação.

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Equipamentos de transferência de massa 8.14

EXEMPLO 8.3
A amônia deve ser absorvida a partir de uma mistura com ar a 293 K e 1,013 x 105 Pa de pressão
numa torre de recheio contracorrente, usando água a 293 K como absorvente. A vazão do gás de
entrada é 1,21 x 10-2 m3/s e uma corrente de água sem amônia de 9,46 x 10-3 kg/s será utilizada. Se
a concentração da amônia, NH3, é reduzida de 3,52 1,29% por volume, determine a razão
( L S G S ) real ( L S G S ) min . Os dados de equilíbrio para o sistema a 293 K e 1,013 x 105 Pa são
os seguintes:

kg mol de NH 3
X 0,0164 0,0252 0,0349 0,0455 0,0722
kg mol de H 2 O
kg mol de NH 3
Y 0,021 0,032 ,042 0,053 0,08
kg mol de H 2 O

Resp.: 1,38

Equilíbrio
X Y
kg mol de NH3/ kg mol de NH3/
kg mol de H2O kg mol de H2O
0 0
0.0164 0.0210
0.0252 0.0320
0.0349 0.0420
0.0455 0.0530
0.0722 0.0800

linha de operação
0 0.0131
0.0215 0.0365

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Equipamentos de transferência de massa 8.15

0.09

0.08

0.07
(Ls/Gs)min
YA, mol de NH3/mol de ar

0.06

0.05

0.04 0.0215, 0.0365

Curva de equiíbrio
0.03
Linha de operação
0.02
0.0296
0, 0.0131
0.01

0.00
0.00 0.01 0.02 0.03 0.04 0.05 0.06 0.07 0.08
XA, moles de NH3/mol de água

Escoamento cocorrente

Para operações e transferência de massa no estado estacionário envolvendo contato cocorrente de


duas fases imiscíveis, mostrada na figura 14, o balanço de massa global para o componente A com
base livre de soluto é:

L2,LS, xA2, XA2 G2,GS, yA2, YA2

z = z2

Lz,LS, xAz, XAz z Gz, GS, yAz, YAz

z = z1
L1, LS, xA1, XA1 G1, GS, yA1, YA1

Figura 14 – Processo cocorrente no estado estacionário

Samuel Luporini/DEQ/UFBA
Equipamentos de transferência de massa 8.16

G S YA 2 + L S X A 2 = G S YA1 + L S X A1 ou

G S (YA1 − YA 2 ) = L S (X A 2 − X A1 ) (1)

LS YA1 − YA 2
Logo: − =
GS X A1 − X A 2

Equação (1) ⇒ equação de uma reta que passa por (XA1,YA1) e (XA2,YA2) com inclinação -LS/GS.
Um balanço de massa em A no plano z1 e o plano arbitrário z em termos livre de soluto:

G S Y Az + L S X Az = G S Y A 1 + L S X A 1 ou

G S ( Y A 1 − Y Az ) = L S ( X Az − X A 1 ) (2)

LS Y A 1 − Y Az
Logo: − =
GS X A 1 − X Az

Equação (1) e equação (2) ambas são equações de uma reta que passa por um ponto
comum(XA1,YA1) com a mesma inclinação -LS/GS. A equação (2) é uma expressão geral que
relaciona a composição das duas fases em contato para algum ponto do equipamento. É designada
como equação da linha de operação para operações cocorrente. As figuras 15 e 16 ilustram a
localização do linha de operação relativa a curva de equilíbrio.

YA
Linha de operação
YA1
LS
inclinação = -
GS

YA2
Curva de equilíbrio
YAi versus XAi

XA1 XA2 XA

Figura 15 – Processo cocorrente no estado estacionário, transferência a partir da fase G para a L.

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Equipamentos de transferência de massa 8.17

YA
Curva de equilíbrio
YAi versus XAi

LS
YA2 inclinação = -
GS

Linha de
operação

YA1
XA
XA2 XA1

Figura 16 – Processo contracorrente no estado estacionário, transferência a partir da fase L para a G.

Um balanço de massa para o componente A sobre o comprimento diferencial, dz, para escoamento
cocorrente:

L S dX A = − G S dY A

que verifica a inclinação para a linha de operação em operação cocorrente de –LS/GS.

EXEMPLO 8.4
Uma corrente de ar-amônia descrita no exemplo 3 é alimentada cocorrentemente com uma corrente
de água sem amônia. A concentração da amônia deve ser reduzida de 3,52 para 1,29% por volume,
usando uma corrente de água 1,37 vezes a mínima. Determine (a) a razão mínima LS/GS, (b) vazão
real de água, e (c) concentração na corrente aquosa de saída.

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Equipamentos de transferência de massa 8.18

Equilíbrio
X Y
kg mol de NH3/ kg mol de NH3/
kg mol de H2O kg mol de H2O
0 0
0.0164 0.0210
0.0252 0.0320
0.0349 0.0420
0.0455 0.0530
0.0722 0.0800

linha de operação
0 0.0365
0.0072 0.0131

0.09

0.08

0.07
YA, mol de NH3/mol de ar

(Ls/Gs)min
0.06

0.05

0.04
0, 0.0365
Curva de equiíbrio
0.03
Linha de operação
0.02

0.01
0.0072, 0.0131

0.00
0.00 0.01 0.02 0.03 0.04 0.05 0.06 0.07 0.08
XA, moles de NH3/mol de água

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Equipamentos de transferência de massa 8.19

8.4 BALANÇO DE ENTALPIA PARA TORRES DE CONTATO CONTÍNUO

Muitas operações de transferência de massa são isotérmicas, principalmente quando envolve


misturas diluídas. No entanto, quando grandes quantidades de soluto são transferidas, o calor de
mistura pode produzir um aumento de temperatura na fase receptora. Se a temperatura da fase
muda, a solubilidade no equilíbrio do soluto será alterada, e a força de difusão também se alterará.
Considerando um processo contracorrente como da figura 8, um balanço entalpico no plano z = z2 e
um plano arbitrário z, temos:

L 2 H L 2 + GH G = G 2 H G 2 + LH L (1)

Onde: H = entalpia molar da corrente em sua temperatura particular, pressão e concentração. As


entalpias são normalmente baseadas sobre uma referencia de solvente livre de soluto e soluto puro
para uma temperatura base escolhida, T0. A entalpia normal de uma mistura líquida é avaliada sobre
uma temperatura base pela relação:

H L = c pL ( T L − T 0 ) M avg + ∆H S (2)

Onde: HL = entalpia da corrente liquida [kJ/mol]


cpL = capacidade calorífica da mistura sobre uma base mássica [kJ/kg⋅K]
TL = temperatura da mistura [K]
Mavg = massa molecular media da mistura
∆HS = calor integral da solução em T0 e para a concentração da mistura [kJ/mol]

A entalpia molar para a mistura gasosa, com a mesma temperatura base e estado padrão do soluto é

[ (
H G = y soluto c p ,G ,soluto M soluto + (1 − y soluto ) c p ,G ,livre soluto fase G )(M livre soluto da fase G )]
(TG − T 0 ) + y soluto h f ,g ,soluto M soluto

Onde: HG = entalpia da corrente gasosa [kJ/mol]


cp,G = capacidade calorífica na fase gas [kJ/kg⋅K]
TG = temperatura da mistura gasosa [K]
hf,g, soluto = calor de vaporização do soluto [kJ/kg]

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Equipamentos de transferência de massa 8.20

8.5 COEFICIENTES DE CAPACIDADE PARA TRANSFERÊNCIA DE MASSA

Coeficiente individual de transferência de massa, kG, foi definido pela expressão:

N A = k G (p A ,G − p A ,i ) (1)

Coeficiente global de transferência de massa, KG, foi definido pela expressão:

(
N A = K G p A ,G − p ∗A ) (2)

Para coluna de parede molhada as equações (1) e (2) são convenientes, pois possui a área da
superfície interfacial definida.
Outros equipamentos de transferência de massa são impossíveis de se medir a área da superfície
interfacial, por esta razão a é introduzido como área da superfície interfacial/volume.

 moles de A transferido    área interfacial  


NA   a    dz ( comprimento )
 ( tempo )( área interfacial )    volume 
ou
moles de A transferido
=
( tempo )( área da seção transversal )

N A a dz = k G a (p A ,G − p A ,i )dz (3) e

(
N A a dz = K G a p A ,G − p ∗A dz ) (4)

Onde: kGa = coeficiente de capacidade de transferência de massa individual


KGa = coeficiente de capacidade de transferência de massa global

São combinados como um produto

 moles de A transferido   área interfacial 


kGa  
 ( tempo )( área interfacial )( pressão )   volume

moles de A transferido  gmol de A 


= =
( tempo )( volume )( pressão )  s ⋅ m 3 ⋅ Pa 

Na fase líquida L, temos:

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Equipamentos de transferência de massa 8.21

N A a dz = k L a (c A ,i − c A ,L )dz (5) e

( )
N A a dz = K L a c ∗A − c A ,L dz (6)

 
 
 gmol de A 
k La
 gmol de A 
s⋅m ⋅ 3
3

 m de solução 

8.6 ANÁLISES DE EQUIPAMENTOS DE CONTATO CONTÍNUOS

Coeficiente de capacidade global constante

Hipóteses:
- isotérmico
- contracorrente
- KYa = constante

O balanço de massa do componente A sobre o comprimento diferencial dz é descrito como:

moles de A transferido
= L dX = G S dY A (1)
( tempo )( área da seção transversal ) S A

A transferência de massa do componente A no comprimento diferencial dz é definido por:

moles de A transferido
( tempo )( área da seção transversal )
( )
= N A adz = K Y a Y A − Y A∗ dz (2)

A transferência de A a partir da fase gasosa G para a fase líquida L fica:

(
− G S dY A = K Y a Y A − Y A∗ dz
14243
)
a fase G
esta perdendo A

GS dY A
ou dz = −
K Y a Y A − Y A∗

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Equipamentos de transferência de massa 8.22

z2 GS YA 2 dY A
∫z1 dz = −
K Y a ∫YA 1 Y A − Y A∗
(3)

GS dY A
= (z 2 − z1 ) =
YA 1

K Y a ∫YA 2 Y
z{

comprimento A − YA
de troca de massa 1442443
integração (4)
gráfica ou numérica

Pela curva de equilíbrio e a linha de operação (fig. 19) podemos avaliar YA − YA∗ e calcular o
recíproco 1 YA − Y A∗ plotando contra YA (fig. 20) e encontrando a área sob a curva.

YA Linha de operação

YA1

YA Curva de equilíbrio

YA2
YA∗

XA2 XA1 XA

Figura 19 – Avaliação de Y A − Y A∗ , a força direcional global

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Equipamentos de transferência de massa 8.23

1
YA − YA∗ YA1 dYA
Área = ∫
YA 2
YA − YA∗

YA2 YA1 YA

YA 1 dY A
Figura 20 – Avaliação da integral ∫YA 2 Y − Y A∗
A

Após obter a área sob a curva da figura 20, podemos avaliar o comprimento do trocador de massa
pela equação (4).

Para transferência da fase L para a fase G (desorção ou stripping) temos:

G S dY A
1424 3
(
= K Y a Y A∗ − Y A dz )
a fase G
esta ganhando A

GS dY A GS dY A
= (z 2 − z 1 ) =
YA 1 YA 1
z{
KYa ∫YA 2 Y
− Y A∗
=
K Y a ∫YA 2 p AG − p ∗A
(5)
comprimento A
de troca de massa 1442443 1442443
integração integração
gráfica ou numérica gráfica ou numérica

Em termos da fase líquida, para a transferência de massa de A a partir da fase G para a fase L,
temos:

L S dX A
1424 3
(
= K X a X A − X ∗A dz)
a fase L
esta ganhando A

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Equipamentos de transferência de massa 8.24

LS dX A
= (z 2 − z 1 ) =
X A1
z{ ∫X A 2 X ∗ (7)
A −XA
comprimento
KXa
de troca de massa 1442443
integração
gráfica ou numérica

z é avaliado com o mesmo procedimento da fase G.

Coeficiente de capacidade global variável

O coeficiente de capacidade global variável quando a inclinação da linha de equilíbrio varia dentro
da região que incluem as concentrações bulk e interfacial.
No caso se as linhas de equilíbrio tiver curvatura pronunciada, o cálculo exato é baseado sobre um
dos coeficientes de capacidade individual.
O balanço de massa para A sobre um comprimento diferencial dz é

L S dX A = G S dY A (1)

YA = moles de A por mol livre de A, ambos na fase G, ou seja:

yA
YA = , que diferenciando fica:
1− y A

dy A
dY A =
(1 − y A ) 2

Substituindo em (1),

dy A
N A adz = L S dX A = G S (2)
(1 − y A ) 2

Sabemos que:

N A a dz = k G a (p A ,G − p A ,i )dz (3)

Combinando (2) com (3)

− G S dy AG
dz = ou
k G a ( p AG − p Ai )(1 − y AG )2

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Equipamentos de transferência de massa 8.25

− G S dy AG
dz =
k G aP ( y AG − y Ai )(1 − y AG )2

A composição interfacial, yAi e xAi pode ser encontrada para cada ponto da linha de operação
dirigindo uma reta até tocar a linha de equilíbrio. As inclinações destas retas são − k L k G para
gráfico pA contra cA ou − ck L Pk G para gráfico yA contra xA, ver figuras 21.

Figura 21 Determinação da composição interfacial para transferência a partir da fase G para a fase
L.

Força direcional média logarítmica

Hipóteses:
⇒ Para correntes relativamente diluídas
⇒ Curva de equilíbrio e linha de operação linear em termos de frações molares na faixa de
concentração envolvida.
⇒ G1 ≈ G2≈ G e L1 ≈ L2≈ L

Logo o balanço de massa aproximado:

L ( x Ai − x A ) = G ( y Ai − y A ) (1)

ou Ldx A = Gdy A (2)

(
N A adz = K G aP y A − y ∗A dz) (3)

Definindo ∆ = y A − y ∗A

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Equipamentos de transferência de massa 8.26

d∆ ∆1 − ∆ 2
=
dy A y A 1 − y A 2

G dy A G dy A
Como dz = − =−
K G aP y A − y ∗A K G aP ∆

G ( y A 1 − y A 2 ) d∆
Ou dz = −
K G aP ∆ 1 − ∆ 2 ∆

Integrando e rearranjando:

G ( y A1 − y A 2 )
z=−
( )
(4)
K G aP y A − y ∗A
ln

(
onde: y A − ) = (y
y ∗A ln
A − y ∗A ) − (y
1 A − y ∗A ) 2

( )
(5)
 y A − y ∗A 1 
ln  
 (
y A − y ∗A 2 ) 

Similarmente em termos de coeficiente de capacidade global para a fase líquida, temos:

L ( x A1 − x A 2 )
z=
( )
(6)
K L ac x ∗A − x A
ln

) = (x ) − (x )
∗ ∗
( x ∗A −xA
A −xA 1 A −xA 2

( )
onde: ln (7)
 x ∗A − x A 
ln  
1

(
 x ∗A − x A ) 2


EXEMPLO 8.5
A amônia é absorvida a partir do ar a 293 K e 1,013 x 105 Pa de pressão em uma torre de recheio
contracorrente de 0,5 m de diâmetro, utilizando água livre de amônia como absorvente. A vazão do
gás de entrada é 0,2 m3/s e a vazão da água de entrada 203 kg/s. Sob estas condições o coeficiente
mol
de capacidade global, KYa, pode ser assumido para ser 80 . A fração molar da amônia
m ⋅ s ⋅ ∆Y A
3

será reduzida de 0,0825 para 0,003. A torre será resfriada, operação ocorrera a 293 K; os dados de
equilíbrio do exemplo 3 poder ser usado. Determinar o comprimento do trocador de massa.

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Equipamentos de transferência de massa 8.27

X Y
kg mol de NH3/ kg mol de NH3/
kg mol de H2O kg mol de H2O
0.0164 0.0210
0.0252 0.0320
0.0349 0.0420
0.0455 0.0530
0.0722 0.0800

0.09 Dados de equilíbrio


0.08 Polinômio (Dados de equilíbrio)
0.07 y = -2.839x 2 + 1.3098x
0.06 R2 = 0.9993

0.05
Y

0.04
0.03
0.02
0.01
0.00
0.00 0.02 0.04 0.06 0.08
X

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Equipamentos de transferência de massa 8.28

YA XA Y*A Y - Y* 1/(Y - Y*) [1/(Y - Y*)]médo ∆YA [1/(Y - Y*)]médo∆YA


0.003 0.00003 0.00004 0.00296 337.6823
299.6194894 0.007 2.097336426
0.01 0.00477 0.00618 0.00382 261.5567
225.5574282 0.01 2.255574282
0.02 0.01153 0.01472 0.00528 189.5582
166.3360319 0.01 1.663360319
0.03 0.01830 0.02301 0.00699 143.1139
127.3647849 0.01 1.273647849
0.04 0.02506 0.03104 0.00896 111.6157
100.4864383 0.01 1.004864383
0.05 0.03183 0.03881 0.01119 89.35719
81.22129633 0.01 0.812212963
0.06 0.03859 0.04632 0.01368 73.0854
66.96731932 0.01 0.669673193
0.07 0.04536 0.05357 0.01643 60.84924
56.13770455 0.01 0.561377045
0.08 0.05212 0.06055 0.01945 51.42617
47.72352068 0.01 0.477235207
0.09 0.05889 0.06728 0.02272 44.02087
Área total 10.81528167

400

350

300

250
1/(Y-Y*)

3 2
200 y = -721827x + 150572x - 11309x + 365.43
2
R = 0.9986
150

100

50

0
0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1
Y

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