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Bagé
2016
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Bagé
2016
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Banca examinadora:
______________________________________________________
Profa. Dra. Luciana Machado Rodrigues
Orientadora
(UNIPAMPA)
______________________________________________________
Profa. Dra. Maria Alejandra Liendo
(UNIPAMPA)
______________________________________________________
Profa. Dra. Sabrina Neves da Silva
(UNIPAMPA)
______________________________________________________
Msc. Leandro Ademar Lissner
(UNIPAMPA)
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AGRADECIMENTO
Aos meus pais, Beatriz e Arlei, por todo apoio e motivação, sempre acreditando no
meu potencial. Aos meus irmãos, Larissa e Artur, que de alguma forma sempre estavam
presentes.
Ao Murilo, por todo carinho, dedicação, conhecimentos compartilhados, pela
paciência nas horas de choro e por me socorrer nas horas difíceis.
À Prof. Dra. Luciana Rodrigues, que me deu a oportunidade de realizar este trabalho
sob sua orientação, e por seus ensinamentos.
À Steffany, Priscila e Cibele que acompanharam diretamente a realização deste
trabalho, por seu apoio, companhia, descontração e toda a ajuda. Ainda, à Vitória e Thais, que
acompanharam o período de graduação, pelo apoio e exemplo dado a mim.
Aos técnicos dos Laboratórios de Engenharia Química, por todo o suporte na
realização dos diferentes ensaios, e em especial ao Leandro, por todo conhecimento
compartilhado e sugestões para a realização do trabalho.
À Dona Magda e Seu Edison, por todo carinho e disposição, bem como por contribuir
para a realização deste trabalho, fornecendo muitas vezes a matéria-prima deste.
Ao pessoal do Laboratório da CGTEE, onde realizei meu estágio, pela ótima recepção
e amizade. Em especial ao Alexander e Lúcio, que estavam sempre dispostos a ensinar e
compartilharam ideias para aprimorar este trabalho.
Aos membros da banca examinadora, por todos os conselhos para aperfeiçoar este
trabalho.
A todos que de alguma forma contribuíram para a realização deste trabalho.
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(Anonymous)
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RESUMO
Os metais pesados e corantes sintéticos são importantes fontes de contaminação dos efluentes
industriais, os quais, segundo a legislação, devem receber tratamento e destino adequado antes
de seu lançamento em locais receptores. Esta preocupação está vinculada à toxicidade dos
diferentes metais e corantes, que são regulamentados por órgãos ambientais. A indústria de
curtume é uma fonte geradora de efluentes líquidos contendo metais, uma vez que são
utilizados na etapa de curtimento da matéria-prima. A indústria têxtil emprega uma série de
corantes sintéticos para o tingimento de fibras têxteis, sendo lançados no seu efluente líquido.
Métodos convencionais de tratamento de efluentes apresentam-se, em geral, com alto custo,
sendo necessária a busca por diferentes processos. A adsorção é um processo estudado em
virtude de ser uma boa opção para o tratamento de efluentes líquidos com baixos custos,
utilizando-se materiais alternativos. Os adsorventes alternativos compreendem geralmente
resíduos industriais ou domésticos, gerados em grandes quantidades e sem destinação
específica. A erva-mate, por possuir ampla oferta na região sul do Brasil, em especial no Rio
Grande do Sul, baixo custo e não ser tóxica pode ser estudada como um potencial
biossorvente. No presente trabalho foi avaliada a capacidade de adsorção do resíduo de erva-
mate após seu uso no chimarrão, para o tratamento de efluentes contendo íons metálicos ou
corante. A caracterização do resíduo foi realizada por análises microscópica, granulométrica e
termogravimétrica. O resíduo de erva-mate foi preparado por tratamentos térmicos e
químicos, a fim de se determinar a melhor forma de tratamento do adsorvente, visando uma
maior adsorção. Os efluentes tratados foram sintetizados em laboratório contendo íons Fe2+,
Cr6+ ou corante violeta cristal. Para cada tratamento foram realizados ensaios de adsorção,
variando-se parâmetros de quantidade de adsorvente/adsorvato, tempo de contato, intensidade
de agitação e pH, para se determinar as melhores condições de tratamento. A cinética de
adsorção foi determinada para o esclarecimento do mecanismo dominante do processo. O
resíduo de erva-mate tratado quimicamente com NaOH 0,1 M representou uma eficiência de
adsorção do corante de 88,5%, equivalente a 4,4 mg/g. No entanto, este material não foi
empregado com sucesso para a adsorção dos íons metálicos estudados, por haver uma
liberação de constituintes condutores elétricos, provavelmente, metais, às soluções tratadas, o
que mascarava o resultado real de adsorção.
ABSTRACT
Heavy metals and synthetic dyes are important sources of contamination of industrial
effluents, which, according to legislation, should be treated and be given adequate disposal
prior to their release at receiving sites. This concern is linked to the toxicity of different
metals and dyes, which are regulated by environmental agencies. The tannery industry is a
source of liquid effluents containing metals, since they are used in the tanning stage of the raw
material. The textile industry employs a great number of synthetic dyes for the dyeing of
textile fibers, being cast into their liquid effluent. Conventional methods of effluents treatment
are, in general, of high cost, turning the seek for different processes into a necessary matter.
Adsorption is a process which is studied due to the fact that it is a good option for low-costs
treatment of liquid effluents using alternative materials. The alternative adsorbents consist of
industrial or domestic waste, generated in large scale and without specific destination. Yerba
Mate can be studied as a potential biosorbent because it has a large supply in South Brazil,
especially in Rio Grande do Sul, it is a low cost and non-toxic. In the present work, the
adsorption capacity of yerba mate waste after its use in chimarrão was evaluated for the
treatment of effluent containing metallic ions or dye. The characterization of the waste was
performed by microscopic, granulometric and thermogravimetric analyzes. The yerba mate
waste was prepared for the thermal and chemical treatments in order to determine a better
form of adsorption treatment, aiming for a greater adsorption. The treated effluents were
synthesized in the laboratory containing ions Fe2+, Cr6+ or crystal violet dye. For each
treatment adsorption assays were performed, varying adsorbent/adsorbate quantity, contact
time, stirring intensity, pH, to determine the best treatment conditions. Adsorption kinetics
were determined to elucidate the dominant mechanism of the process. The yerba mate waste
chemically treated with 0.1 M NaOH represented a dye adsorption efficiency of 88.5%,
equivalent to 4.4 mg/g. Nevertheless, this material has not been successfully employed for the
metal ions adsorption studied, because there is a release of electrical conducting constituents,
probable metals to the treated solutions, which misled the actual adsorption result.
LISTA DE FIGURAS
Figura 29 - Solução bruta e após o processo de adsorção para as diferentes massas de resíduo
de erva-mate. ............................................................................................................................ 84
Figura 30 - Influência do pH inicial na remoção de VC por resíduo de erva-mate. ................ 85
Figura 31 - Análise granulométrica do resíduo de erva-mate quimicamente tratado. .............. 90
Figura 32 - Amostras analisadas para microscopia. ................................................................. 91
Figura 33 – Microscopia das amostras in natura e na melhor forma de tratamento. ................ 91
Figura 34 - Microscopia para a amostra após o processo adsortivo. ........................................ 92
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LISTA DE TABELAS
LISTA DE SIGLAS
LISTA DE SÍMBOLOS
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 15
2. OBJETIVOS .................................................................................................................. 17
2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................... 17
2.2 Objetivos Específicos .................................................................................................... 17
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................................... 18
3.1 O Efluente Industrial .................................................................................................... 18
3.1.1 Tipos de contaminantes ................................................................................................ 19
3.1.2 Efluentes contendo metais ............................................................................................ 21
3.1.3 Principais origens de efluentes contendo metais ........................................................ 26
3.1.4 Toxicidade de efluentes contendo metais .................................................................... 29
3.1.5 Efluentes contendo corantes ......................................................................................... 31
3.1.6 Principais origens de efluentes contendo corantes ..................................................... 34
3.1.7 Toxicidade de efluentes contendo corantes ................................................................. 36
3.2 Adsorção ........................................................................................................................ 37
3.2.1 Tipos de adsorção .......................................................................................................... 39
3.2.2 Fatores que influenciam a adsorção ............................................................................ 40
3.2.3 Cinética de adsorção ..................................................................................................... 41
3.2.4 Isotermas de adsorção................................................................................................... 42
3.2.5 A adsorção para o tratamento de efluentes ................................................................ 45
3.2.6 Materiais adsorventes ................................................................................................... 46
3.2.7 Materiais adsorventes alternativos .............................................................................. 47
3.2.7.1 Erva-mate .............................................................................................................. 48
4. MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................................ 55
4.1 Materiais ........................................................................................................................ 55
4.2 Métodos Experimentais ................................................................................................ 55
4.2.1 Preparo do resíduo de erva-mate ................................................................................ 55
4.2.2 Caracterização do resíduo de erva-mate..................................................................... 55
4.2.2.1 Análise termogravimétrica .................................................................................. 56
4.2.2.2 Análise granulométrica ........................................................................................ 56
4.2.2.3 Análise microscópica ............................................................................................ 56
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1. INTRODUÇÃO
A remoção de metais pesados e corantes de efluentes industriais pode ser realizada por
meio de diferentes processos, entre estes, redução, precipitação, troca iônica, osmose inversa e
adsorção. Contudo, muitos destes envolvem elevados custos, ocasionando a necessidade de
investimento em processos que proporcionem maior viabilidade e rentabilidade, podendo-se
destacar o processo de adsorção (BATISTA, 2014).
Para o processo de adsorção, vem-se estudando diferentes materiais alternativos em
substituição ao principal material adsorvente utilizado, o carvão ativado. Dentre estes, tem-se
buscado a matéria-prima de menor custo, que apresenta menores índices de toxicidade e
maior oferta, a fim de se obter um processo mais viável e rentável no tratamento de efluentes.
Os materiais alternativos podem ser denominados biossorventes, e são provenientes de
alguma forma biológica, como, por exemplo, os vegetais.
A erva-mate (Ilex paraguariensis) é uma árvore nativa da região de clima subtropical
da América do Sul: nordeste da Argentina, sudeste do Paraguai, e sul do Brasil. Suas folhas e
talos possuem inúmeras utilizações, destacando-se para o preparo de chimarrão, tererê, mate
solúvel e chá mate. Abrange um grande número de consumidores e uma considerável parte do
mercado no sul do Brasil (Revista Rural, 2006). Neste contexto, o resíduo de erva-mate, após
seu uso no chimarrão, foi testado como um material adsorvente alternativo.
Desta forma, o presente trabalho de conclusão de curso avaliou o preparo do resíduo
de erva-mate por meio de tratamentos térmicos e químicos, a fim de testar o seu potencial de
adsorção para a remoção de íons metálicos e corante, contribuindo para o desenvolvimento de
tecnologias empregando materiais alternativos.
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2. OBJETIVOS
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Cromo
O cromo foi descoberto em 1797, pelo químico francês Louis Valquelin, quando
estudava o mineral crocoíta, PbCrO4, e isolado pela primeira vez em 1854, por Busen. Além
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disso, seu nome deriva do grego, chroma, que significa cor (SAMPAIO et al., 2005). É um
elemento químico do grupo 6, ou seja, metal de transição, que pertence ao quarto período da
tabela periódica.
É um metal de coloração cinza aço, com forma cristalina cúbica, sem odor e muito
resistente à corrosão. O cromo é o sétimo metal mais abundante na Terra, porém, não é
encontrado livre na natureza. O mais abundante composto de cromo encontrado na natureza é
o minério cromita, o qual possui fórmula FeO.Cr2O3 ou Fe (CrO2)2 e contém de 40 a 50% de
cromo em sua composição (SILVA; PEDROZO, 2001). Na Figura 1 é apresentada uma
amostra de cromo metálico com pureza de 99,99%.
Ferro
Tabela 3 - Países com as maiores reservas de minério de ferro e seus respectivos teores
médios de ferro.
País Reservas (milhões de toneladas) Fe (%)
Austrália 17.000 48,6
Brasil 16.000 55,2
Rússia 14.000 56,0
China 7.200 31,3
Índia 4.500 64,3
Venezuela 2.400 60,0
Canadá 2.300 36,5
Ucrânia 2.300 35,4
Suécia 2.200 62,9
EUA 2.100 30,4
Irã 1.400 56,0
Cazaquistão 900 36,0
Mauritânia 700 63,6
África do Sul 650 65,0
México 400 57,1
Total Mundo 80.050 48,2
Fonte: Carvalho et al., 2014.
Nos seres vivos, o ferro possui grande importância, devido ao transporte de oxigênio
pela hemoglobina e formação de mioglobina. No entanto, apesar de não se classificar como
tóxico, este metal traz diversos problemas para o abastecimento público de água. Entre estes,
são citados a cor e o sabor que confere à água, além de provocar manchas em roupas e
utensílios sanitários. Também ocasiona o problema do desenvolvimento de depósitos em
canalizações e de ferro-bactérias, provocando a contaminação biológica da água na própria
rede de distribuição. Por estes motivos, o Ministério da Saúde estabeleceu um padrão de
potabilidade para o ferro, com concentração limite de 0,3 mg/L, conforme a Portaria n°. 36 do
Ministério da Saúde, de 1990 (BRASIL, 1990).
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No caso específico dos curtumes, o Brasil possui cerca de 450 empreendimentos, dos
quais 80% são considerados de pequeno porte. Além disso, a produção está centrada
principalmente no sul e sudeste do país, sendo que o Rio Grande do Sul detém 30,3% da
produção brasileira, como apresentado na Figura 3 (PACHECO, 2005).
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Os corantes, em virtude de sua própria natureza, são altamente detectáveis a olho nu, e
podem ser visíveis mesmo em baixas concentrações, como 1 mg/L. Desta forma, uma
pequena quantidade de corantes lançada nos efluentes aquáticos pode causar uma brusca
mudança na coloração dos rios, sendo assim facilmente detectada pelo público e autoridades
responsáveis pelo controle ambiental. Ademais, o lançamento não controlado de corantes em
diferentes concentrações irá interferir na absorção da luz pelos animais e vegetais do ambiente
aquático. Pode também influenciar na potencial acumulação, e/ou ainda pode ser transportado
para a estação de tratamento de águas municipais, promovendo a contaminação dos
mananciais e da água distribuída para a população (GUARATINI e ZANONI, 2000).
Os Artigos n°.14, 15 e 16 da Resolução nº. 357 de 17 de março de 2005 do Conselho
Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) determinam limites acerca dos corantes em águas.
Portanto, não é permitida a presença de corantes oriundos de fontes antrópicas que não sejam
removíveis por processos de coagulação, sedimentação e filtração convencionais, em corpos
d´água das classes 1, 2 e 3.
Em geral, os corantes são tóxicos, não-biodegradáveis e de origens sintéticas. Além
disso, apresentam em sua estrutura anéis aromáticos e grupamento azo e são pouco suscetíveis
à degradação oxidativa. Devido a estes fatores existe uma grande dificuldade em remover os
corantes dos efluentes onde então presentes, além de difícil degradação química e biológica
(POSTAI, 2013).
Os corantes, de acordo com Kammradt (2004), são materiais comumente aplicados em
solução, os quais possuem capacidade de se fixarem em um substrato, podendo este ser um
tecido, papel, cabelo, couro, entre outros materiais. Os corantes devem ser preferencialmente,
estáveis à luz e aos processos de lavagem, da mesma forma como devem apresentar fixação
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uniforme com as fibras em todo o substrato. Sua classificação pode ser realizada conforme os
processos de tingimento aplicados, como apresentado na Tabela 6.
Diretos Podem ser aplicados, em solução aquosa, diretamente sobre Lã, seda,
as fibras em banhos neutros ou alcalinos, sem tratamento algodão e
preliminar. Menor perda durante aplicação, menos teor no rayon
efluente.
Reativos Contêm grupos reativos capazes de formar ligações com as Algodão, lã,
fibras celulósicas. celulose
Violeta Cristal
O corante violeta cristal (VC) é também conhecido como violeta básico 2, violeta
genciana e violeta de metila 10B, o qual pertence ao grupo de corantes triarilmetanos. Os
triarilmetanos apresentam três grupos fenilo e um átomo de hidrogênio, ambos unidos a um
átomo de carbono, como pode ser observado na Figura 5, pela estrutura molecular do violeta
cristal (BERTOLINI, 2014).
de água de uma fábrica de médio porte com uma produção de 8.000 kg de tecido por dia é de
1,6 milhões de litros. A água destinada especificamente para processo de tingimento varia
entre 30 a 50 litros por kg de roupa dependendo do tipo de corante utilizado. Portanto, a seção
de tingimento contribui em 15 a 20% do total de resíduos de água. Estima-se que a quantidade
anual de efluente têxtil gerado é na faixa de 200 milhões de litros (KANT, 2012).
Além do grande uso de água pelas indústrias têxteis, outro grande problema ambiental
é a remoção da cor do banho de lavagem. Estima-se que cerca de 15% da produção mundial
de corantes é perdida para o meio ambiente durante a síntese, processamento ou aplicação
destes corantes. Este percentual representa 1,2 toneladas por dia desta classe de compostos
para o meio ambiente. Além disso, a incompleta fixação dos corantes durante a etapa de
tingimento das fibras têxteis é a principal fonte desta grande perda (GUARATINI e ZANONI,
2000).
No Brasil, a indústria têxtil teve uma Receita Operacional Líquida de vendas baseada
em estabelecimentos industriais com 5 ou mais empregados, de R$ 40,6 bilhões em 2011.
Deste total, 52,2% está concentrado na região Sudeste e 28,3% na região Sul, como
apresentado na Figura 6. Ainda, o Nordeste também possui uma participação importante no
setor, representando 15,6%. Já as regiões Centro-Oeste e Norte são pouco representativas,
possuindo participação de 3,5 e 0,4%, respectivamente. Dentre as unidades da federação, São
Paulo e Santa Catarina são os principais produtores. Já o Rio Grande do Sul representa uma
parcela pequena da produção nacional, sendo esta de 3,88%.
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Os efeitos tóxicos das substâncias químicas sobre os organismos expostos podem ser
de dois tipos, agudo ou crônico. O efeito agudo é dito como uma resposta severa e rápida a
um estímulo, a qual se manifesta num intervalo curto que pode variar de 0 a 96 h. Para
verificar este efeito é utilizado o parâmetro LD50, que é a concentração do agente tóxico que
causa letalidade em 50% dos organismos em teste. Já o efeito crônico é usualmente o
resultado de exposições repetidas ou de longa duração com baixas concentrações de
exposição (DELLAMATRICE, 2005).
Portanto, os riscos toxicológicos dos corantes sintéticos à saúde humana estão
diretamente relacionados ao tempo e modo de exposição, ou seja, ingestão oral, sensibilização
da pele e das vias respiratórias. A análise do grau de toxicidade de corantes, medida através
do LD50 demonstrou, no entanto, que apenas um pequeno número de corantes apresenta
toxicidade aguda, os quais são encontrados principalmente em corantes bi-azo e catiônicos.
(GUARATINI e ZANONI, 2000).
Os corantes azo, principalmente, representam maior preocupação em relação aos
efluentes têxteis por possuírem caráter carcinogênico e mutagênico, além de elevada
resistência à degradação (KAMMRADT, 2004). Entretanto, os corantes menos tóxicos, se não
37
tratados, causam também severos impactos ao corpo hídrico. Conforme Kant (2012), a
matéria coloidal presente entre os corantes aumenta a turbidez e proporciona à água uma
aparência desagradável, além de impedir a penetração dos raios solares necessários para o
processo de fotossíntese. Este efeito, por sua vez, interfere com o mecanismo de transferência
de oxigênio na interface ar-água. O esgotamento do oxigênio dissolvido na água é o efeito
mais sério ocasionado pelos efluentes de indústrias têxteis, uma vez que o oxigênio dissolvido
é essencial para a vida marinha.
O corante violeta cristal, assim como outros corantes, é pouco metabolizado pelos
microrganismos, não é biodegradável e pode persistir em diversos ambientes. Além disso,
pode ser considerado altamente citotóxico e carcinogênico para células de mamíferos. Este
corante é responsável por causar moderada irritação nos olhos, ocasionando em sensibilidade
dolorosa à luz. Pode também causar danos permanentes na córnea uma vez que seu produto
contém um corante catiônico, irritação na pele, no trato digestivo, e em casos extremos pode
levar à insuficiência respiratória e problemas renais (CHAKRABORTY et al., 2011).
3.2 Adsorção
Seader et al. (2010) pontuam que no processo adsortivo, moléculas, átomos ou íons
em um gás ou líquido se espalham para a superfície de um sólido. É neste ponto que eles irão
se ligar com a superfície sólida ou são mantidos por forças intermoleculares fracas. Durante o
processo, ocorre a saturação ou praticamente saturação do agente de separação sólido com as
moléculas, átomos ou íons transferidos da fase fluida. A fim de se alcançar uma grande área
de superfície para adsorção por unidade de volume, partículas sólidas porosas com pequeno
diâmetro e poros interconectados são usados, com a adsorção ocorrendo na superfície dos
poros.
Na Figura 7 é exemplificado o processo de adsorção em uma partícula de adsorvente.
O adsorvato atinge primeiramente o seio do líquido, ocorrendo então a difusão no filme
líquido. Em sequência, ocorre a difusão intrapartícula, ou seja, entre todas as partículas
existentes do material adsorvente. A partir deste momento, começa a atuar a difusão
superficial, que é então acompanhada pela difusão no interior do poro, até que as partículas do
material adsorvente alcancem seu nível de saturação.
As aplicações da adsorção são inúmeras na indústria. Pode ser citada a remoção de
componentes orgânicos da água ou soluções orgânicas, remoção de corantes para recuperação
de solventes, tratamento de efluentes e resíduos industriais, remoção de cores, sabores e
odores indesejáveis na indústria alimentícia, entre outras aplicações (GEANKOPLIS, 1993).
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uma etapa essencial de uma reação heterogênea catalítica (DUTTA, 2007). A comparação
entre os processos de fisissorção e quimissorção é apresentada na Tabela 8.
superfície, sendo proporcional à área superficial específica (SILVA, 2005). Por conseguinte, a
difusão das moléculas para o interior do sólido acontece mais facilmente com moléculas de
diâmetros moleculares menores e assim, a quantidade adsorvida é maior (VAGHETTI, 2009
apud MOREIRA, 2010, p. 23).
( ) (1)
( ) (2)
⁄
( ) (3)
Como se pode observar na Figura 8, curvas que são côncavas para baixo (tipo I) são
designadas como “favoráveis”, enquanto que aquelas que são côncavas para cima (tipo III)
são ditas “desfavoráveis”. As outras isotermas, dos tipos II, IV e V possuem um ou mais
pontos de inflexão. A designação de “favorável” se refere às isotermas que são capazes de
extrair quantidades relativamente altas mesmo em níveis baixos de concentração de
adsorvato. Já o termo “desfavorável” é assim dito devido à sua baixa capacidade de remoção
em baixas concentrações no fluido (MALONEY, 2008).
Conforme Schwanke (2003), a isoterma representada pelo tipo I é a mais comum. Esta
engloba os adsorventes microporosos, que possuem diâmetro dos poros do sólido não muito
maiores que o diâmetro molecular do adsorvato. Com estes adsorventes, uma única molécula
de adsorvato é capaz de preencher totalmente os poros, resultando em um limite de saturação.
As isotermas dos tipos II e III são resultado de adsorventes em que há uma grande variação de
tamanho dos poros. Esta variação permite ao adsorvente a capacidade de avançar de uma
adsorção monocamada para multicamada, seguida de condensação capilar.
Já a isoterma do tipo IV é caracterizada pela formação de duas camadas superficiais
adsorvidas, onde uma camada encontra-se sobre a superfície plana e a outra nas paredes do
poro cujo diâmetro é maior que o diâmetro molecular do adsorvato. Para a obtenção da curva
isotérmica do tipo V é necessário que os efeitos de atração intermolecular sejam grandes, ou
seja, que as atrações entre as moléculas adsorvidas sejam mais fortes que as interações
adsorvato-superfície (SCHWANKE, 2003).
Portanto, através das isotermas de adsorção é possível comparar e determinar como
diversos fatores influenciam o processo. Algumas isotermas comumente utilizadas são linear,
de Freundlich e de Langmuir, como representado na Figura 9.
a) Isoterma linear
A isoterma do tipo linear não é comum quando comparada com as demais isotermas.
Porém, na região diluída ela pode ser usada para aproximar os dados de muitos sistemas, além
de ser utilizada quando a quantidade adsorvida é baixa, isto é, menor que 25 cm3/g
(GEANKOLIS, 2003; SEADER et al, 2010). A Equação 4 expressa a isoterma linear, e é
similar à equação da Lei de Henry.
(4)
b) Isoterma de Langmuir
(5)
c) Isoterma de Freundlich
al. 1998). A isoterma de Freundlich, a qual pode ser utilizada para soluções muito diluídas, é
descrita pela Equação 6.
⁄
(6)
Grande parte de efluentes contém altos índices de contaminantes que podem gerar
odor, mau gosto, coloração indesejada, entre outras características, tornando-os tóxicos ou não
desejáveis. Os métodos de tratamento destes contaminantes se resumem em métodos
biológicos e físico-químicos, como coagulação/floculação, sedimentação e filtração. No
entanto, tais processos não são efetivamente eficientes na remoção de contaminantes. Deste
modo, a adsorção tem sido largamente utilizada na indústria, principalmente no tratamento de
efluentes a fim de remover diferentes tipos de contaminantes (COONEY, 1999).
Na indústria têxtil existem dois tipos de processos de adsorção. O primeiro se dá pela
adsorção estática, quando o adsorvente e o fluido são mantidos estacionários, ou seja, há
somente a operação de correntes de convecção naturais. Já o segundo é a adsorção dinâmica,
nos casos em que há contato entre o fluido e a corrente do substrato do qual se deseja eliminar
constituintes (CIOLA, 1981 apud GOMES, 2014, p. 28).
O uso do processo de adsorção nas indústrias vem sendo estudado por diversos autores
(Tabela 9).
Quando se trata da remoção tanto de metais pesados quanto de corantes da água, sabe-
se que os métodos tradicionais incluem redução, precipitação, troca iônica, adsorção e osmose
reversa. Entretanto, muitos destes necessitam elevados custos para implementação do
processo. Portanto, devido ao processo de adsorção exigir menores demandas financeiras, este
se destaca como um eficiente método na remoção de metais pesados e corantes, mesmo em
baixas concentrações (BATISTA, 2014).
3.2.7.1 Erva-mate
A erva-mate (Ilex paraguariensis) possui sua origem na América do Sul, e pode ser
encontrada naturalmente na Argentina, Brasil e Paraguai. Cerca de 80% da área de ocorrência
pertence ao Brasil, distribuindo-se entre os Estados do Mato Grosso do Sul, São Paulo,
Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A região Sul é a maior produtora, onde 596
municípios desenvolvem a atividade ervateira, envolvendo um total de, aproximadamente,
710.000 pessoas, para uma produção anual aproximada de 650.000 toneladas de folhas
(MACCARI e SANTOS, 2000). A área de distribuição de plantação da erva-mate no Rio
Grande do Sul se concentra na região norte e nordeste, não sendo registradas, desta forma,
ervateiras no município de Bagé (Figura 10).
49
Figura 11 – Planta Ilex paraguariensis St. Hil. (a) e erva-mate para chimarrão (b).
a b
Corante natural e
conservante alimentar;
Insumos de alimentos Clorofila e óleo essencial
sorvetes, balas, bombons,
chicletes egomas
Bactericida e antioxidante
hospitalar doméstico;
Extrato de saponinas e óleo
Higiene geral esterilizante e emulsificante;
essencial
tratamento de esgoto;
reciclagem de lixo urbano
Para o uso da erva-mate no chimarrão, Pagliosa (2009) afirma que são necessárias
duas fases para a sua produção, como pode ser observado na Figura 12. A primeira é a fase de
cancheamento, que abrange a colheita, sapeco, secagem e cancheamento. A segunda fase
consiste no beneficiamento, onde são realizadas as operações de secagem, separação, mistura
e empacotamento.
52
resultante denomina-se erva cancheada. Este produto pode ser utilizado diretamente como
matéria-prima para a produção de chás ou, após passar por um processo de soque, para o
chimarrão (ESMELINDRO, 2002).
Na etapa do beneficiamento, a erva cancheada passa por novas operações até a
obtenção do produto final. O procedimento de secagem, realizado se necessário, visa a
retificação da umidade. Na parte de separação, a erva é conduzida à limpeza e separação por
meio de peneiras, ventiladores, filtros e coletores de pó, que permitem a separação entre a
erva cancheada, o pó e talos. Para a mistura, frações de erva cancheada, pó e talos são
misturados na proporção correta para compor os tipos comerciais, que são então enviados
para o setor de embalagem (JUNIOR, 2005).
O conhecimento destas proporções, além do diâmetro dos talos, é imprescindível para
a determinação das características do produto (DANIEL, 2009). Na legislação brasileira, a
Portaria n°. 234 de 1998, padronizava o percentual de talos e folhas para preparar a erva-mate
para chimarrão e erva-mate para tererê. No entanto, esta foi substituída pela RDC n°. 277 de
2005, ficando a critério das empresas a padronização das concentrações de folhas e talos nos
produtos (PAGLIOSA, 2009; BRASIL, 2005; BRASIL, 1998).
Reuso de erva-mate
O Rio Grande do Sul é o maior produtor de folha verde de erva-mate, com uma
produção média de 263.928 toneladas por ano no período de 2009 a 2011, representando 60%
da produção nacional. O estado do Paraná lidera a segunda posição de produção, com 125.778
toneladas por ano, seguido por Santa Catarina e Mata Grosso do Sul, com 45.045 e 3.272
toneladas por ano, respectivamente (SEPLAN, 2016).
Em relação ao emprego da erva-mate na elaboração do chimarrão, o Rio Grande do
Sul é o estado que mais a consome para este fim, estando na faixa de 70.000 toneladas por
ano, seguido pelo Paraná e Santa Catarina, com 20.000 e 15.000 toneladas por ano
consumidas (UFRGS, 2016).
Por conseguinte, levando-se em consideração a alta produção de erva-mate e
consequentemente, seu elevado consumo, sabe-se que a quantidade de resíduos gerados
também é grande. Desta forma, vem-se estudando as possibilidades de reuso da erva-mate
como biossorvente, em tratamentos de diversos tipos de efluentes. Estudos de alguns autores
em relação à erva-mate estão relacionados na Tabela 12.
54
Verifica-se que têm sido realizados diferentes estudos acerca do uso de erva-mate
como biossorvente tanto de íons metálicos como de corantes. Dentre os autores que utilizaram
resíduo de erva-mate em processo de adsorção, mencionados na Tabela 12, apenas Copello et
al. (2011) testou o resíduo após o processo de infusão. Além disso, comparou este resíduo
com as folhas de erva-mate obtidas comercialmente, as quais passaram apenas por lavagem
em água fervente por 10 min. Os demais autores utilizaram resíduo de erva-mate proveniente
de casas ervateiras, em diferentes formas, sendo estas o palito, os ramos e resíduos em geral
do processo de produção de erva-mate.
55
4. MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 Materiais
Para a execução deste trabalho foi empregado o resíduo da erva-mate após seu uso no
chimarrão, como biossorvente. As soluções empregadas contiveram concentrações conhecidas
dos íons Fe2+ e Cr6+, preparadas a partir dos reagentes P.A. FeSO4 e K2Cr2O7,
respectivamente, o corante violeta cristal P.A., NaOH P.A. e HCl P.A.
Os equipamentos empregados constaram de balança analítica (Shimadzu AUY220),
estufa com circulação de ar (Nova Ética), agitador magnético com controle de agitação (Nova
Ética, modelo 109/1), agitador eletromagnético com peneiras (Bertel), microscópio
estereoscópico (Motic), analisador térmico (Shimadzu TGA-50), mesa agitadora (Nova Ética,
modelo 109/1), centrífuga de copos (Quimis, modelo Q222TM), condutivímetro digital
portátil (Hanna Instruments), medidor de pH de bancada (Metrohm 827 pH Lab) e
espectrofotômetro de absorção na região do UV-Vis (Equilam, modelo UV755B).
Para as curvas de calibração dos íons metálicos Fe2+ e Cr6+ foram preparadas soluções
padrão de sulfato ferroso (FeSO4) e dicromato de potássio (K2Cr2O7), ambas com
concentração 1 g/L, utilizando-se água deionizada, por possuir condutividade elétrica mínima.
Fez-se diluições a partir da solução padrão até a concentração de 0,1 g/L com intervalos de
0,1 g/L. A condutividade elétrica das soluções diluídas foi quantificada através de
condutivímetro, previamente calibrado. Para o ponto com 0% de íons metálicos, mediu-se a
condutividade da água deionizada utilizada para a preparação das soluções. As curvas de
calibração para ambos os íons metálicos foram realizadas em duplicata.
Para a curva de calibração do corante violeta cristal foi preparada uma solução padrão
10 mg/L. Fez-se diluições a partir desta solução até a concentração de 0,1 g/L com intervalos
de 0,1 g/L. A absorbância das soluções diluídas foi quantificada por espectrofotometria de
absorção na região UV-Vis, a 584 nm.
(NaOH e HCl), totalizando um número de 4 amostras. Estas foram então agitadas em mesa
agitadora a 180 rpm, por 1,5 h. Após o tratamento, foi realizada uma lavagem das amostras
com água até que a solução de lavagem estivesse praticamente límpida e o pH neutro. A
Figura 13 exemplifica o processo de tratamento químico do resíduo de erva-mate.
in natura
NaOH 0,1 M
Tratamento Químico
resíduo de erva-mate
in natura
Agitação
HCl 0,1 M Lavagem
180 rpm
seco a 40 ºC com água
1,5 h
NaOH 0,1 M
seco a 40 ºC
HCl 0,1 M
4.2.4.4 Adsorção
de 584 nm. Quando necessário, as amostras foram diluídas previamente às leituras para se
adequarem às condições da curva de calibração. Todos os ensaios foram realizados em
duplicata.
O percentual removido (adsorvido) foi obtido através da Equação 7.
.100 (7)
Sendo:
R = percentual de remoção de corante (%)
Ci = concentração inicial antes da adsorção (mg/L)
Cf = concentração final após a adsorção (mg/L)
A quantidade adsorvida foi calculada por meio da Equação 8.
( )
(8)
Sendo:
q = quantidade adsorvida (mgadsorvato/gadsorvente)
V = volume de solução (L)
M = massa de material adsorvente (g)
( ) ( ) (9)
(10)
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 14 – Curva TG e DTG para as amostras (a) in natura e (b) seca a 40ºC.
100
0,00
80
-0,01
TG
dm/dt (mg/s)
60
-0,02
40
-0,03
20 -0,04
(a)
0 -0,05
0 100 200 300 400 500 600
Temperatura (؛C)
100
0,000
80
-0,003
Perda de massa (%)
TG
60
dm/dt (mg/s)
DTG
-0,006
40
-0,009
20 -0,012
(b)
0 -0,015
0 100 200 300 400 500 600
Temperatura (؛C)
Neste tópico são apresentados os resultados obtidos para os ensaios de adsorção dos
íons metálicos Fe2+ e Cr6+ utilizando resíduo de erva-mate como biossorvente.
65
As soluções padrão contendo os íons Fe2+ e Cr6+, ambas com concentração de 1 g/L
foram diluídas, até a concentração de 0,1 g/L com intervalos de 0,1 g/L. Por meio dos
resultados obtidos de condutividade elétrica das soluções preparadas foram realizadas as
curvas de calibração relacionando a concentração dos íons e a condutividade elétrica das
soluções. Foram determinadas as respectivas equações da reta, as quais foram empregadas
posteriormente para calcular a concentração de íons metálicos remanescentes nas soluções
após os processos de adsorção. As Figuras 15 e 16 apresentam as curvas de calibração para os
íons Fe2+ e Cr6+.
-4
1,0 y = 1,5459E-7x2 + 4,2564E x - 0,0012
R2 = 0,9993
0,8
Concentraçمo (g/L)
0,6
0,4
0,2
0,0
0 300 600 900 1200 1500
Condutividade elétrica (µs/cm)
66
0,4
0,2
0,0
0 500 1000 1500 2000 2500
Condutividade elétrica (µs/cm)
Conforme a Tabela 15, percebe-se que para todas as formas de resíduo de erva-mate
empregadas no ensaio, bem como para ambos os íons metálicos, a concentração final de íons
é maior do que a concentração inicial (0,4 g/L), mesmo com a aplicação do fator de correção.
A determinação da condutividade elétrica empregada nas soluções não garante a quantificação
69
relativa a um íon específico, e sim uma condutividade elétrica final, levando em conta a
influência de todos os materiais condutores elétricos presentes. Desta forma, qualquer
conteúdo de resíduo ou contaminações é detectado no resultado final da análise.
Por conseguinte, haveria a necessidade do uso de uma técnica mais precisa de análise
de íons metálicos, como a espectroscopia de absorção atômica, ou a titulação de cada amostra
final para se determinar a concentração dos íons metálicos específicos, ou ainda o emprego de
espectrofotometria de absorção na região do UV-Vis utilizando-se soluções para alteração da
cor conforme o íon metálico. Entretanto, não foi possível realizar a primeira técnica, pois não
se dispunha do equipamento necessário em operação. A segunda alternativa se tornou inviável
em consequência de demandar um maior tempo de realização e reagentes químicos
indisponíveis no momento, tornando alguns ensaios propostos neste trabalho inviáveis de
serem executados. O uso do espectrofotômetro de absorção na região do UV-Vis seria viável,
no entanto, as soluções utilizadas para mudança de cor são para a detecção do íon metálico em
água, considerando que a mesma seja transparente, e nos presentes ensaios ocorreu a liberação
de cor por parte do resíduo de erva-mate para a solução, inviabilizando a aplicação da técnica.
Diante do exposto, a investigação sobre o emprego do resíduo da erva-mate como
biossorvente de íons metálicos tornou-se inviável, tendo em vista que provavelmente, a
biomassa esteja liberando metais ou materiais condutores elétricos às soluções tratadas, o que
interfere e altera os resultados obtidos. Optou-se então, por investigar a possibilidade do uso
do resíduo de erva-mate para a adsorção de corante.
Através de diluições de uma solução padrão de violeta cristal 10 mg/L, com intervalos
de 1 mg/L, determinou-se a absorbância de cada ponto por espectrofotometria.
Consequentemente, obteve-se uma curva de calibração para o corante violeta cristal,
relacionando a concentração da solução e o comprimento de onda de absorção, como
apresentado na Figura 17. A equação da reta foi determinada para o cálculo da concentração
de corante remanescente nas soluções após a adsorção.
10 y = -0,2190x2 + 6,3286
R2 = 0,9993
8
Concentraçمo (mg/L)
0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8
nm)
Conforme a Figura 18 verifica-se que ocorreu a liberação de cor por parte do resíduo
para a água, possivelmente havendo este fenômeno também para o caso da solução de VC.
Deste modo, avaliaram-se as duas formas testadas de se realizar o branco para a análise no
espectrofotômetro de absorção na região do UV-Vis, em que se pôde observar que os
resultados de absorbância obtidos foram muito similares. Com isso, para a continuação do
trabalho, definiu-se que o branco seria realizado com uma alíquota de amostra do respectivo
resíduo agitado com água, a fim de excluir qualquer efeito externo presente igualmente em
todas as amostras.
A Figura 19 exibe o percentual adsorvido pelas três diferentes formas do biossorvente,
utilizando-se concentração inicial de corante VC 25 mg/L, sob agitação por 1 h, bem como a
concentração remanescente de corante na solução.
72
50
40
30
20
10
0
in natura 40 ؛C 80 ؛C
Formas do biossorvente
60
40
20
0
in natura in natura 40 ؛C 40 ؛C
HCl NaOH HCl NaOH
Formas do biossorvente
e 87 e 80% de Ni2+ e Zn2+, respectivamente, com o uso de cana de açúcar tratada. Os autores
defenderam que o tratamento utilizando NaOH pode tornar o diâmetro dos poros mais regular,
ou seja, homogêneos, uma vez que tais materiais possuem uma superfície irregular.
De acordo com a Figura 19, o resíduo in natura tratado com NaOH apresentou um
resultado de 91,7% de remoção de VC, sendo equivalente à 2,1 mg/L de corante remanescente
na solução final. Já o resíduo seco a 40ºC tratado com NaOH proporcionou um resultado de
95,3% de corante removido, representando uma quantidade remanescente em solução de 1,2
mg/L. Comparando-se estes resultados, notou-se que não houve diferença significativa entre o
uso de resíduo de erva-mate in natura e seco a 40ºC.
A Figura 21 apresenta as soluções bruta (CV 25 mg/L) e após o processo de adsorção,
nas diferentes condições. Enquanto os biossorventes tratados são apresentados na Figura 22,
antes e depois do processo de adsorção.
químico, o que exigiria, neste caso, uma secagem prévia do material. Como neste trabalho
visa-se a minimização dos processos e custos, foi descartada a hipótese de moagem do resíduo
de erva-mate.
Solução Biossorvente
bruta moído
90
% adsorvido
80
70
60
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
Tempo (min)
corante da solução. O ponto de estagnação se deu em aproximadamente 100 min, com uma
remoção de cerca de 90% de violeta cristal. De acordo com Hameed (2008), neste momento a
quantidade de corante sendo adsorvida pelo material adsorvente alcança um estado de
equilíbrio dinâmico com a quantidade de corante na solução. Além disso, o tempo necessário
para atingir este estado de equilíbrio é denominado tempo de equilíbrio, e a quantidade de
corante adsorvida no tempo de equilíbrio reflete a capacidade máxima de adsorção de corante
do adsorvente sob as condições de operação utilizadas (HAMEED, 2008). Portanto, para os
próximos ensaios definiu-se o tempo de adsorção de 100 min.
A elevada taxa de adsorção, de cerca de 83%, no período inicial (primeiros 40 min)
está relacionada ao grande número de sítios disponíveis na fase inicial, resultando em um
elevado gradiente de concentração entre o adsorvato na solução e o adsorvato na superfície do
material adsorvente. À medida que o tempo passa, o gradiente de concentração é reduzido
devido à acumulação de partículas de corante nos sítios, ocorrendo a saturação dos mesmos, o
que gera um decréscimo na taxa de adsorção nos estágios seguintes (UDDIN et al., 2009).
Santos et al. (2014) avaliaram o poder adsortivo do palito de erva-mate proveniente de
uma indústria ervateira para a adsorção de azul de metileno. Para o estudo cinético, os autores
utilizaram 0,5 g de biossorvente em 50 mL de corante a 200 mg/L, com temperatura
controlada a 30ºC, sob agitação de 100 rpm. A partir deste ensaio, os palitos de erva-mate
adsorveram 17% de azul de metileno nos primeiros 5 min de processo e o tempo de equilíbrio
foi atingido em 120 min, tempo similar ao presente trabalho, porém, com percentual máximo
de adsorção de 24%. A diferença no percentual adsorvido se deve aos parâmetros diferentes
aplicados, sendo a concentração inicial de corante o principal fator.
A fim de se conhecer mais a respeito do processo de adsorção do presente ensaio,
utilizaram-se modelos cinéticos, em que é possível traçar o perfil de adsorção de solutos por
sólidos. A Figura 25 apresenta os modelos cinéticos de pseudo-primeira ordem, pseudo-
segunda ordem e difusão intrapartícula, respectivamente, aplicados à cinética de adsorção. Da
mesma forma, as constantes de cada modelo bem como os valores da quantidade adsorvida
obtida experimentalmente (qe,exp), para comparação, são encontrados na Tabela 16.
78
(a)
(b)
(c)
79
Tabela 16 - Parâmetros obtidos do ajuste cinético para adsorção do corante VC por resíduo de
erva-mate.
Pseudo-primeira Pseudo-segunda Difusão
ordem ordem intrapartícula
qe,exp (mg/g) 4,529 qe,exp (mg/g) 4,529 qe,exp (mg/g) 4,529
qe,calc (mg/g) 1,212 qe,calc (mg/g) 4,498 qe,calc (mg/g) 3,064
Este trabalho
k (min-1) 0,037 k (g/mgh) 0,074 C (mg/g min0,5) 0,443
R2 0,946 R2 0,998 R2 0,945
qe,calc (mg/g) 4,710 qe,calc (mg/g) 4,900 - -
Santos et al.,
k (min-1) 0,210 k (g/mgh) 0,081 - -
2014
R2 0,941 R2 0,985 - -
adsorção de azul de metileno e violeta cristal por bagaço de cana de açúcar (GUSMÃO et al.,
2013) e adsorção de violeta cristal por zeólitas de cinzas de carvão (BERTOLINI, 2014).
O modelo de difusão intrapartícula foi também analisado uma vez que nenhum dos
modelos de pseudo-primeira ou pseudo-segunda ordem podem identificar o mecanismo de
difusão. De acordo com o modelo de difusão intrapartícula, o gráfico de qt versus t0,5 deveria
ser linear caso a difusão intrapartícula estivesse envolvida no processo de adsorção. Ademais,
se esta linha passar pela origem, ou seja, caso o parâmetro C seja igual a zero, este modelo é a
etapa determinante da velocidade. Como observado pela Tabela 16, o parâmetro C é diferente
de zero, indicando que o modelo de difusão intrapartícula não é a única etapa determinante de
velocidade, mas sim, outros modelos cinéticos podem controlar a velocidade de adsorção, os
quais podem estar operando simultaneamente (HAMEED, 2008).
94
92
% adsorvido
90
88
86
0 10 20 30 40 50
Concentraçمo inicial (mg/L)
81
Com base na Tabela 17, nota-se que a concentração remanescente de corante é menor
para a concentração inicial mais baixa (10 mg/L), devido à menor quantidade de corante antes
do processo disponível para ser adsorvido. Este fato não implica, em uma quantidade
adsorvida maior para a concentração de 10 mg/L, pois a relação entre concentrações inicial e
final não é superior para o primeiro caso em comparação com o último.
Além disso, pode-se comprovar a maior eficiência de remoção de corante para a
concentração mais alta através da quantidade adsorvida em massa adsorvida por massa de
82
94
92
% adsorvido
90
88
86
Figura 29 - Solução bruta e após o processo de adsorção para as diferentes massas de resíduo
de erva-mate.
Solução
0,5 g 1,0 g 1,5 g 2,0 g 2,5 g 3,0 g
bruta
94
92
% adsorvido
90
88
86
4 5 6 7 8 9 10
pH
Com base na Figura 30, o pH da solução inicial de corante que resultou em uma
porcentagem maior de corante adsorvido foi o pH neutro, seguido do pH 10. Entretanto, a
capacidade de adsorção do resíduo de erva-mate quimicamente tratado não sofreu mudanças
significativas com a variação do pH da solução de corante, dado que todos os valores de pH
ajustados apresentaram resultados semelhantes. A Tabela 19 mostra os valores de
86
metileno e violeta cristal. A adsorção favorável em pH básico pode ser atribuída à natureza do
corante catiônico bem como aos grupos na superfície sólida (GUSMÃO et al., 2013). O
comportamento evidenciado pode também ser explicado através do ponto de carga zero, não
estudado no presente trabalho, assim como natureza molecular do corante (POSTAI, 2013).
Por conseguinte, baseado nos dados apresentados, contata-se que não há necessidade
de ajuste de pH para melhorar a adsorção de violeta cristal por resíduo de erva-mate
quimicamente tratado.
Ali e Muhammad,
Folhas de Calotropis procera Violeta Cristal 4,1
2008
Namasivayam et al.,
Fibra de coco Violeta cristal 1,6
2001
Resíduo de erva-mate
Este trabalho Violeta cristal 4,4
quimicamente modificado
e tratamento utilizados no presente trabalho, este biossorvente não se mostrou tão eficaz se
comparado aos outros materiais adsorventes de baixo custo.
Por meio da Tabela 21 percebeu-se que a peneira que mais reteve o resíduo de erva-
mate foi a que possui abertura de 0,25 mm, representando cerca de 32% de massa retida. Em
razão disto, escolheu-se utilizar a amostra retida na peneira de 60 Tyler/mesh. Ainda, a maior
parte da amostra possuiu granulometria na faixa de 0,25 a 2,36 mm, o que equivale a cerca de
96% da amostra total.
90
0,8
0,6
xi
0,4
0,2
0,0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
Diâmetro da particula (mm)
na melhor forma de tratamento (tratamento químico com NaOH 0,1 M) e para o resíduo do
ensaio de adsorção nas condições otimizadas. As amostras analisadas são exibidas na Figura
32, enquanto que o resultado da microscopia para as amostras in natura e tratado
quimicamente é apresentado na Figura 33.
Tratado
In natura Após adsorção
quimicamente
250x 250x
92
erva-mate na forma de palitos adsorve uma maior quantidade de corante. Isto poderia ser um
dos motivos pela baixa capacidade adsortiva do resíduo de erva-mate do presente trabalho em
relação aos estudos de Juchen et al. (2014) e Santos et al. (2014), em que ambos utilizaram
resíduo de erva-mate apenas na forma de palitos.
Assim, a análise microscópica da amostra após a adsorção ajuda a compreender o
baixo percentual adsorvido no ensaio, bem como a quantidade adsorvida (qe) de VC, devido à
falta de homogeneidade das partículas e sua composição.
94
6. CONCLUSÃO
As análises de adsorção dos íons metálicos Fe2+ e Cr6+ utilizando resíduo de erva-mate
como material adsorvente não puderam ser concluídas uma vez que ocorreu liberação de
metais para a solução de trabalho por parte do biossorvente. Desta forma, como o potencial
adsorvido estava previsto para ser medido através da concentração de cada íon na solução
remanescente, com o auxílio de condutivímetro, e o mesmo detecta quaisquer sinais de
condutividade elétrica, não houve possibilidade de avaliar a adsorção especificamente para
cada íon em questão.
Ao avaliar a influência dos tratamentos térmico e químico do biossorvente na adsorção
do corante violeta cristal verificou-se que o resíduo de erva-mate sem secagem prévia (in
natura) tratado com NaOH 0,1 M apresentou maior capacidade adsortiva. No entanto, fez-se
necessária uma secagem do material após seu tratamento, a 40ºC, a fim de garantir uma
homogeneidade das partículas (com o auxílio de separação granulométrica), além de garantir
uma amostra livre de umidade.
O estudo cinético da adsorção de VC permitiu identificar o tempo em que ocorre a
saturação das amostras de resíduo de erva-mate quimicamente tratado, sendo este em 100
min. Além disso, averiguou-se o ajuste de modelos matemáticos aos dados experimentais, em
que o modelo de pseudo-segunda ordem resultou em um melhor ajuste, o que está em
conformidade com a literatura.
Os parâmetros de concentração inicial do corante VC, massa inicial do material
adsorvente e pH da solução inicial de corante foram avaliados para realizar um ensaio final
nas condições otimizadas. Desta forma, estas condições otimizadas são concentração de 25
mg/L de VC, massa de 0,5 g de resíduo de erva-mate quimicamente tratado e pH sem ajuste
(cerca de 6). Ainda, utilizou-se um volume de 100 mL de solução, em 100 min de adsorção
com o sistema em velocidade de agitação de 180 rpm. Nestas condições, o percentual
adsorvido se deu por 88,4% e a quantidade adsorvida por 4,4 mg/g.
Com base no resultado apresentado, concluiu-se que o resíduo de erva-mate tratado
com NaOH 0,1 M possui capacidade adsortiva. Entretanto, considerando-se os custos
necessários para tratamento do material e a baixa quantidade adsorvida obtida, comparada a
outros estudos, verificou-se que este biossorvente, nas condições estudadas, não é viável para
adsorção do corante violeta cristal, comparado à outros biossorvente de baixo custo. Ressalta-
se que diferentes fatores podem influenciar no processo adsortivo, além dos analisados no
95
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