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PO' ,',

BOTEIRO
11.\l'Ot:SI,\ IUI.\SII.t:III.\

••. _;Ull'.~ ,---

Seleção e Prefácio
Sânzio de Azevedo

São Paulo
2006
I.DGlol1;11Editora. 2006

Dirdor EJitori4/ RIPúllUCA fUlfRAT1VA DO BRASIL


JEFFERSON L. AI.VES
Prrsián.u' da Rqníb/ira
Gn-t?llr tÚ l'roállfdO LUIZ INÁCIO I.UL\ DA SILVA
FLÁVIO SAMUEL
Mi ••utrQ da C,,/tJlrll PARNASIANISMO
Assisr_t~ FJiitoriA/ GIL8ERTO PASSOS GIL MOREIRA
ANA CRISTINA TEIXEIRA
l'rnUk"t~ da F""dRpío Bib/iot~rll NlIr;o_/
RnJiuio MUNIZ $ODRÉ
JOÃo REYNAI.J)O DF. PAIVA
Dirrtora ~rwti"II
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RICARDO VAN STEEN - TEMI'O DF.SIGN Albcno de Oliveil3 - Raimundo COllci3 - Obvo
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EJilorapio F.urrlmirll ELMU BARBOSA
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- Artur A-I,evt:do - j\ugusro de Lima - Fr;ln<.:i.~Cl
Júli;l da Silva - Guimara.ens l'asso~ - Emílio
dt' Ml'ne7.cs Júlia Conines - JO;-IO Ribcil'O
Magalldes de Azevedo !\1anitl~ fOllles
HUlTlhelto de Campo~ - Olegário M:l1iano

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(Câmara Brasileira do Uvro, SP, Brasil)

Parnasianismo I seleçao e prefácio Sanzio de Azevedo.


- sao Paulo: Global, 2006. - (Coleçao roleiro da
poesia brasileira)

ISBN 85-26().1146-4

1. Parnasianismo - Brasil 2. Poesia brasileira - História


e crllJca I, Azevedo. Sánzio de. 11.Série

06-8316 COO-869,91

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1. PoeSia: literatura brasileira 869.91

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N" DI: CAIÁlt)GO, 2817


PARNASIANISMO

Sabemos que o I>;lrna~ianismo deve seu nome à


colcdnca que, elll 1866, reuniu (rima c sete poetas franceses
e que se illlirulou I.£' ParnllHt' conumpomin. É bom lembrar
que ~1rna50. nome d;1 lendária montanha das Musas na fó-
cida. Grécia, foi muiw usado como sinônimo de coleção dc
poemas. Houve mais duas colerâncas. mas a principal. foi a
primeira. que congregou cuhores da Forma, como Gamier.
Lecomc de Lisle, Banville, Mendes, Heredia, Sully Prud~
homme, lhudelaile, VCI'!:line, M:lllarmé e outros, alguns dos
quais se desI3Guiam no Simholi!;:lIlo.
Sânzin de Azevedo, Oouror cl(, letras pcb UFRJ. ê Mesmo n:.1 Fr;lll,.a c em seu tempo, o Parnasianismo
plOfcssol visiranu: na Universidade Federal do Ce;ui. ÂUlOI j;í cr;! ;llvo de dl~Spre'l.o. Catullc Mendes, um daqueles poctas,
(te mais d" vinlc livlOS - poesia. emaio, hiSlllliografia. (lírica com;) nllm livro dl' 1884 tcr ouvido de alguém que, numa

c biografia -. dentre eles se Je.st;lcam Ap% Vt'lSlIS Dionií/w brig:'l t:ntrl' <.:odu:iros, um deles. havendo esgotado seu

i"(JJlsidemrât's em torno t/n Parnasianismo /Jrmi/eiro (1 ~)78). A arsenal de insullOs. teria lançado ao adversário esra ofensa:
"- Parnassien. va!"1 (" - Vai~te. parnasiano!")
Padaria f:spiritual e o Simbolismo no CeartÍ (2: ed. 199G), Parti
No 131asil, após a levolução ;lIl(i~mndIlLiw da Poesia
urJUlttoria tio verso (1997) e O Parnasianismo na POt'Slrl brmi/rim
Filosófico-cicllLílicl (Teixt'ir~l de Sousa t' lvlarrins Júnior).
(2004). Sua conferência "Albt'rto de Oliveira: a orrodoxi;1 em
da Poesia RC;llisla (Carvalho Júnior l' Tl""Ófilo Di::ls) c da
quest30", pronunciada lU Academia Brasileira de l.ell3s em
Poesia Socialista (Fontoura Xavier e Lúcio de Mendonça), o
2003. esd no livro Ej-coLlS lill'TtÍrim 110 l~rm;1
(20o.'D, d:l ABL.
P;unasi;mismo seria in;lllgur:ldo com ;1S Gmrões romtÍnticilS
CooH.it'J1:lç;.io dl' I"all Junqllcir:l. (1878), dl' AJbeno de Oliveira, livro que, apesar do rímlo, rem
poemas bem trabalhados e <.:orn alusões à MilOlogia d:íssica.
Embora alguns :ImOleS, me.\IIlO de pe~o, ;lpnntem Fanjàrrm
(1882), de "lcófilo Di;}s, COf1l0 1I0SS0 primeiro fruto do
P:ullasi:lIlismo, fiC:1I1l0S com Pi'rich:s Eugt-nio da Silva Ramos,
que preferiu estudar o poeta como precursor do Simbolismo.2
Acrl'SCl'ntl'-SC que Wilson M:urins considerou o poema
"Apariçáo nas ~iguas", d:ls Cmrócs românticas, texto "de um

'!\llNutS C,IIUllt. Lll 1':,~"I1"•. "/I 1'.11I/{/.IJ•. CI"I1"IIII),'raill. Gcne\"c. Paris:


Slaktinc. IIJK1. /l. l)
; RAMOS. Péricks EU}:l'nill d;1 $11\,1 1'""s;lI S;10 P;wlo:
s;l/Iholisw.
\ldhnr;'IIl,.nhl\. 1'16'\ Vl'r t;lI11b.'m ..,\ rt'llo\,I\";io l';lrJJ;, ••r;l11;1Il;l p.wsi;I •. In.
COtrIINIIO. Alr."lllln (I)if) ,.\ /iTl'l<lflfl(l 1/0 B,aJif. 2. ed. Rio de Janeiro: Sul
Amcrican;1. 11)(,1). \ •• ';

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parna ••ianislllo p:HaJigndtico". n:pn:senrando de, :l sell ver, l:llllhém fabrJ.m mal do Parnaso. ATlIOllio Carlos St'cchin, em
lima "grande elltrada da mitologia helênica na tt'm:Ítica de conferência de 200j. n:fCre-se a essa~ e uutr:lS uít icas e observa
nossa poesia Illllden13".} que em nossos dias "o 1IlllvimeIHO costuma ser estigmatiz.ado
Dcpois do advenw do Modernismo, 3 corrente (,'In por não ser o que não se propôs a st'r". As censuras, segundo
que pomificou a famosa "uindade" (Alberto de Oliveira, li professO!' e acadêmico. dizem que o Parnasi:lOismo "nâo
Raimundo Correia e Olavo Bilac) ficou estigmatizada como tt'm 3 carga emol iva do Romamismo", ou "a complexidade
:l eSférica do mau goSto. É certo que Mário de Andrade, ao do Simbolismo", ou ainda "a carga irônica de nosso primeiro
(fa(ar dos "mcs(res do passado", em 1921, apontava defeitos Modernismo". Conclui ele que nesse confronto o Parnaso se
nos três cilados e mais em Vicente de Carvalho e em fr;lIlcis- IOrna "devedor de algo a que nunca se propÚ!.".8
ca Júlia da Silv;l, mas também des(acava seus méritOs. Ainda Como se "':1 he desde os rem pos de José Veríssimo, o
assim, <;hcgou hOneSl31lleIHC a se peni(enciar. em 1924, reve- Parnasianismo não foi no Brasil o que a corrente pretendeu
lando: "[)efcilOs dos mCSlIcS do passado. l'vtas l'm geral as ser na França. E Icmbrc-sl' que, lá, Paul Valê!'}' afirmou: "um
ou(ras vt'nbdcs, as boas, deix3va de as di1.er."" Como porém é romântico que :lprcndeu sua arte torna-se um clássico. Eis
mais duradoura a memória dm; 3t3ques do que a dos elogios. por qut' li ROlllantismo desembocou !lO P;llll:lsÍ3nismo".9
o que ficou roi a idéia de que o Parnasianismo foi apenas Alberto de Oliveira que, (omo Machado de Assis, falava
um:! l'!.cola esrrangt:'ira, com poetas impassíveis e frios ... do "desleixo" dos rom;"lIlti<.:osdesconhecendo a versificação
Os ataques dos modernislas só fizeram n:fOlçar um c:sp:lllhola seguida por e.s!j{'Spoe(as, encarcci3 o culto da
preCOn(cilO que já existia: 30 falar das COrJtonponill{'m, de forma, e reconhecia: "do nosso romantiSl1Io o que havia
Augusw de Lima, em 1884, Lívio de Castro, após manifcslar de melhor, a elllo~~;i(l 1ll:1isou menos sincera dos primeiros
.sua :lIllipatia pcb conCIlIe, dizia llue esse poera "só é parna- tempos e o sl,ntimenro da natureza C .. ), reverteu em pane,
siano apalcntcmelltc. e a simpatia que ele desperta esd na como herança, ~lOSnovos poetas e revivc, animando seus
PlOpor~.:-I()do qU(: ele .sL'llle, do que dL' !>t'.'" afas(a da cs(ob".~ \"l'r .••
os".tIl J...••n Cla ditD CIll 1913.
Ora, se for par:l retirar da U)ITentc os poetas que dela se ~&IS- Para se ver que..' 116. uma facc ortodoxa e outra não-
1:11aml'm algum mOIlH:nto, ulvcl'. n;í.o fiqut' (Im só. AlbnlO Ollodo:\a em !lI I"'''' I'" II~llnasianos. b;I',t.1 U.llllp;lr:l1 ('111

de Oliveira. con.sidt:laJo o m;li.s OI todoxo, devido ao fato de Bibc, POI eXc..'lllplo, ;1 obj<'livid:lde Je "A scsta dl' Nero" c
Sílvio ROIlH:1'Ohavê-lo dumadu de "o parnasiauo em regra, ~lsubjetividade de "1\S estr<.'las"; u primeilO segue o modelo
extn:mado".c' nCIll .sempre foi t:Ío radiell, e por isso Manuel francê.s, t'nquanto n .<,cgunJo é o que chama mos de parnasiano
Bandl'ira, depois de :dudir aos ('ujam{,ementJ c às inversôes no st..'nlido bra ••ileilO do terl11o. Náo C: :H.:eit:Ível que Bilac
dos prilllt"ilOs tcmpos, as.')in:llolJ: "Com o passar <~os anos figure em al~uns livro!. apel13S com a "Profissão de fé", 011

L.), se roi 11 ('nela dcspoj;lIldo desses artifícios :llé atingir ?t que de Alberto de Olivcir;1 IllUilOS alunos conheçam só o
iwll'I';1••
illlpln dl' 'Alma elll f1or'."l "Vaso !;rt'gn", com St'lIShipérbaIOs dt, eXIl;1(rjo h:llloca.
Iklolde-.se quc Railllundo Correia. grande poeta Ono Malü C:1Ipe~HIXElla da "derrota que sofreu no
do 1ll0Vi1lH'1\I0. l' Jo:ío Ribl:ilo, lJ.U{'dde havia l);uti<."ipado, Blasil o moviml'llw silllhnlisl:l".11 Ocorre que um estilo
de época .só se impúe quando aquele quc o alllecedeu está
'MA!{IINS. \\'11-.011 //I.\{';/IOII" ;ml'/iS':Ilf"f(l "lIlsi/eira $;10 I';,uln: Cullri".
t')7X, I l' :n es~otado. O ROITl;lI11i_<'lTIo
só veio:l inst;wr:lr-!.t' no Brasil mais
',\Nlllt,\I)F ~tirio dl' ..Cri'nil'a Úl' "'l,llalarlc .. AlIlà;ul brasilt';m I{i,l dc
t'
I:Ull"i,,1 alml ,li- I'J~_l

,k bUfll"
Jcl l'mos n'l'r;I,lc ••••c Il"W ao I'ror r\nl.-,nio Drm;IS)
• CASO' RU. 1.1110 ,k . C"JI!l:mpor.'lllc;I••.. In 11~IA.AU~USI(\d~'. /'m ..ll/n_ RIO
(j;Ullll'l. 1'10" p ~qo
(. 1~()\lU{(J. Slhio /lo/ri, ia d,1 1110,,"/1,1 /".lúlciul h ,'il ;'\Jcboll h:"mno
I " SI-TCHI:'oI_ :\nllllllll (';lrI'h '.Pr,""cllC:"l do P,lrna50 .. 111" .lUNQIJEIRA. h:"ll1
,C'M'rd I £.''''/11\ Iir •.• ,infH 'I" UI"<I.\,/ .Rio ú•...lallci,,) A{"ad~'lllia Ilr:"lsrlcir:"l ,k
lxlr;ls, :!OO-ll. 2.1'- -t'J! 11).1.
":\pud DLC;\II;"':LS 1.11'. / 11/"'(:\'" l'mllll.Hi<'lIIlt". 1';lflS: Sl'ghn ••. 1977. p. 17.
l(lf}:) RI",kJam'lfll,1 (J1~mpi(,.19(,n 1('.1'.167(,
1'.Ol.1\'FIRA. AIt1l'rI",k
'.U ,Ullo d;. forma lia P'l<!';,i:"lhIJ5i1cira". In: Aliais ria
. BA:'\ 1)\-.1\~A, :'>I.tlllld AI" ".1f'1I1(1\",i" drl I'''''Ú(I 111//1//<'/1,I .• ,'\I 1{lu ,Ic .Iallcir(l.
fI,/>/ú'/('1'1I Nal"lllllll/ ,I" Ui" ",'
.I,mciro_ Rio (k J;IIl\'iro 191.1 I ..• 5. p_ 122.
(' ••~;lll" 1.~lllil;lrll,' .lo Br;lsil. '1.)">7 1'.91
"CI\I<I'i:t\lIX, OIIl':-' \;Iri:"l !'('(IIIt'Il<I/'i/>/;(I,I:'-q/ia crfr".olf,,/,'(.mlllm !"flsileilll.
:!. cJ, Ri<lú" .I:"lI1Clro \11.(.".1<)'-" I' 1<)7
de vime anos apÓS;) morre do úhimo dO'> grandl"!i ;írcades, s<.'milll(:llto); "mOI jusle",;J paLlvra t:x;tta; gosto pelos poemas

Silva Alvarenga, E (JlIando J\lbcHO de 0lin'ira in;llIgurou o descririvos e/ou narr:ui\"os; uso do alexandrino clássico (o que

P;lrnasi;mi~lJIo nao vivia mais um só dos grandes românticos nem sempre foi scguido); vai i;H,::iudos inos do decassílabo;

(as Cf111(ân romflmicllS 530 de 1878, t' Castlo Alves havia :lIm.~-o pda rima (r3los poemas em versos brancos); predileção

f.1.lecidu em 1871). Confrolllandu-sc as datas, se 3dmitirrnos pela fOfn13 fiX3 (soneto, vi1ancctc, b3lada, palllWTl. etc);
i
para o início do Simbolismo ano de 1893. do !'.1iSSll! e dos prcsença da Mitologia grcco-Ialina; His{()ria grega ou romana;
"" 1.1

Broquhs, de Cruz e Sousa (já que ohr;].'> :lfllt'Tiorcs, como as exotismo, focalizando o mundo oriental; Hisrória do Brasil;

Opa/liS. de rOlllOllra Xavier. de 1884, n;1u tiveram maior o amor (que é de tod3s as COrlt'ntes, mas dcu algulllas ohl'a.\-

repercussão), vamos ver que o Parnasianismo ainda eSlava primas ao nosso Pai nasialliSllIO); t: o fluir do tempo (t:uTlbi'm

em plena asct'ns.ío. bastando lembrar que os \lasos e rimm, preselHe em OlltlOS movimentos, mas cons{iruindn a pane

de Alberto de Otiveir;}, s:io de J 895. J.S Pocsim, de Raimundo mai •• jlUllgeJ1lt' da obra final de alguns poetas), tudo isso

Coneia, são de 1898. a segunda t:diçáo aUlllclllada das POf'silH


conqitui o conjullfo das principais calacreristicas da corrente

de Bilae t: de.' 1902 c o livro que iria consagrar Vicente de elll CllIsa, sendo imcrcssalHe assinalaI que t:1lvez tenha origem

Carvalho, Poemm {' CIWÇÕl'S, é de 1908! na~ Afinifltllrm (1871) de Gnll~:;dves Crespo, brasileil'o

Tem-se aflrmado (Itil' o Parnasianismo, em nosso país, radicado em Ponug;ll, a pl:Ílica do soneto parnasiano em

durou demais. Se tornarmos, porém, 1836, nHll os Suspiros decassílabos, quando saht'lTlos que os mestres franceses

poéticos e Jaudad~s, de Conçalvcs de Magalh.1es, corno início plcfeliam o alexandrino. M:Khado de Assis, em "A Nova

do Romamisl11o e, (orno início do Parnasianismo, as citadas Ger.:lç;io", dt' 1879, já aponrava ;) influência desse livro em

Cançóes romtintictlJ de Alberto de Oliveira, ou seja, 1878, os .:llgllllS poetas brasileiros. 1'01 outlO lado, há quem associe ;1

româmicos redo dominado as nossas letras por 42 anos. Já do t'scula o nome de Anur de Oliveira, cujo papel seria o de um

início do Parnaso até a primeira manifestação do Modernismo dos introdulOles da COrlCnll' IlO Bra .••il, n:lO escrev('ndo, mas

(1922), teremos 44 anos_ Mas da mesma malleir:l (:OIllO eram divulgando allui os livros que trouxera de Paris.
românticos os /vIi/os l' ponnm, de Melo Morais Filho, em C. Le Gentil, ao consratar Cjue o movimelllo 1I;i:O
1884, S0111/l1"Il, úlhlcio l" _1011/10, de !vlanins FOIlIt~~, misrurava ~tHl(;\V;\. l'1ll PorrugaJ. "scn.lo dois ICprCSCtlrantcs qualifica.

Parnasianismo e Simbolismo em 1933. F. <JUt', segundo a dos, Gonçalvcs Crespo e J0;10 Penha", chegou;1 revelar: "No

observação de Aflânin Coutinho, Id muiro desapareceu Brasil. ao contrário, os P:llll;lSi:IIlO.'i s;io legiáo."u

a idéia de um movimenro se encen;H c OlJ[ro começar, Se Andlade MuriLY, ao cSlll<i:1r lima corrente qUI: ele
com data exala: "("111yt'Z da sucessão dos pniodos, como mcsmo considelolJ SUIHtTr:int':1t.m nO$S:1SI(:tras, conseguiu reunir
hlocos estanques, o <Jtl(. rcssaha é ;J imbrinção, pOlquallw mais de ceJll .1lUlIres em seu Ill('ritório nmomma do mOl';'llcnIO

os sistemas d.e 1I00mas que se substituem ('111dois períodos .lim!J,,/úlfl !Jrmilriro (1952), é evideme que do Parnasianismo St'
jamais começam e ;K;\h:lm em IllOlllenws pnxisos".1.> JlOdt'1i;l ~'IlCOllIr:1rUIll númclO bCIll maior de poeras.
Isso para n:ío fJ.IaIIllOS dos Estados 11l:li.\ disl;lIl{t'S, Enucramo, numa 31l101ogia da n;llurC7.:l desta, só

onde os movirIH:mos V;lO mais longe no IC'IIlPO pelo faro de d('VClll figurai os IIOllles LOIl.••idn;ldos exponenciais, c assim
se haverem iniciado lIlais r:ude. t~t]lIC os dezt"lIove poetas l'scolhidos C's~ão, um ou outrO, em
Idenlillcaçáo d,l poesia COIII ;l l'SI.-Ultur:l; r:OIIl:Ç:iO al~UIIl;\ ~Olt'ltlllt':l da CürrCIHI.':i\lberro de Oli .•..
ci (;1, Raimundo
métrica e gramatical; ausl.ncia de St'ntilll('malislllo (mas 1I;i:Ode Cont'ia l. OI:1vO Bibe (a cirad:l "Ililllbde'.), Vi(:etltt" de

';r:OlllINHO. Afr;ill111 ti litol//ura


/11/1<1(1/11";0 /10 Iiw.\/I J nl RIO dl' j;lIwiro: " 1.1:(jt;\'TII.. G. --I.'lllllu.:me J>;IrIJ;l>M~'lllll. au Hrt'Slr. N"'"lle ti•. liu,;rOfIfl'.
SâoJo~('. 1966. p 21 I'.ui •.. .'\1- 1 pn\in-ll1ars
f'fJJIII',IIt'/ •. 1\(\1 p 21 I De\'(,nlos copia desse l~'_ •••
lll

10 II
Carvalho (que !>L"projclOu mais tarde), Luí" Dclfino, Luís
Guim;lr:í.es, Machado de Assis (pOU;l (.. também (I írico da
corrente). B. Lopes (que, UHIlO Francisca Júlia da Silva, (em
poemas simh(}lisl:ls). Artur Azevedo e Emílio de Menezes
Alberto de Oliveira
r (ambos
Guilllar3cns
com n:rsos sérios e cômicos),
Passos, Jldia Conines
Augusto
(de traços originais),
de Lima,
João
Ribeiro (que !lO rim d~t vida atacaria a escola), Magalhães de

r A7.crcdo. COIll a tentativa de aclimatação de versos longos,


chamados "melros b;i,b:lIos". Manins Fomes. HUlTlheno de Antônio Mariano Alheno de Oliveira nasceu
C;lInpos e Olcg~rio Mariano. estes mais recentes, mas denno em Palmital de Saquarema, Província do Rio de Janei-
da e..;cob. ro, no dia 28 de abril de 1857, e faleceu em Niterói,
Acresu'lIlc-se que, emhora figur;lIldo m livlOs com as Capital do Est:lllo do Rio, em 19 de janeiro de 19."37.
datas ori~iJlais,for;lIll " ..speitadas as altt:r3çúes que eventual-
Diplomado em Farmácia, cursou Medicina, que não
menu: os aUWlt.s fi/l"falll em alguns pocmas.
l~ondlliu, e exerceu vários cargos públicos, entre os
Buscou o anwlogista incluir texlOS ortodoxos e não-
quais o de Diretor-Geral da Instrução do Estado do
onodoxos desses poctas, sem porém abrigar pocmas perten-
Rio e o de professor de Português, Literatura Nacional
cen£<.'sillt~iralllCIHC a outra correnle liledria. Esperamos com
e llistória Universal na Escola Normal do Distrito
isso dar lima idéi:t fid do quc foi o Parnasianislllo no Brasil.
Federal. Obra poética: Cançóes romiÍnticaJ (1878),
MeridionaiJ (1884), Sonetos e poemflJ (1885), e Versos (
SiÍlIzio de Auverlo
rimtlS (1895), que reuniu em Poesias, l.a série (1900),
c mais Poesidi, La série (1906), Pot'S;m, 3.a série (1913)
c POl'Jit15,4.a série (1927), ;llém de Poesias esco!!Jirias
(193:;), organizaçáo dI: Jorge Jobim. Um dm funda~
don:s da Academia llrasildra de Lctr;l.s.

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