O autor argumenta que os sonhos dos adolescentes de hoje são pequenos pois eles se inspiram nos sonhos limitados vividos pelos adultos, que renunciaram às idealizações de suas juventudes. As ficções contemporâneas entretem mas não inspiram mais, e a escola precisa oferecer uma promessa de futuro além da mera conformidade ao mercado de trabalho para manter o interesse dos estudantes.
O autor argumenta que os sonhos dos adolescentes de hoje são pequenos pois eles se inspiram nos sonhos limitados vividos pelos adultos, que renunciaram às idealizações de suas juventudes. As ficções contemporâneas entretem mas não inspiram mais, e a escola precisa oferecer uma promessa de futuro além da mera conformidade ao mercado de trabalho para manter o interesse dos estudantes.
O autor argumenta que os sonhos dos adolescentes de hoje são pequenos pois eles se inspiram nos sonhos limitados vividos pelos adultos, que renunciaram às idealizações de suas juventudes. As ficções contemporâneas entretem mas não inspiram mais, e a escola precisa oferecer uma promessa de futuro além da mera conformidade ao mercado de trabalho para manter o interesse dos estudantes.
Se tivesse que comparar os jovens de hojecom os de dez ou vinte anos atrás, resumiriaassim: eles sonham pequeno.É curioso, pois,pelo exemplo de pais, parentes evizinhos,nossos jovens sabem que suaorigem não fecha seu destino:sua vida nãotem que acontecer necessariamente no lugaronde nasceram, sua profissão não tem queser a continuação da de seus pais. Peloacesso a uma proliferação extraordinária deficções e informações, eles conhecem umapluralidade inédita de vidas possíveis.Apesar disso, em regra, os adolescentes e ospré adolescentes de hoje têm devaneiossobre seu futuro muito parecidos com a vidada gente: eles sonham com um dia-a-diaque, para nós, adultos, não é sonho algum,mas o resultado (mais ou menos resignado)de compromissos e frustrações. Eles são"razoáveis": seu sonho é um ajuste entresuas aspirações heróico-ecológicas e as"necessidades" concretas (segurança doemprego, plano de saúde e aposentadoria).Alguém dirá: melhor lidar com adolescentestranqüilos do que com rebeldes sem causa,não é? Pode ser, mas, seja qual for aqualidade dos professores, a escola despertainteresse quando carrega consigo umapromessa de futuro: estudem para ter umavida mais próxima de seus sonhos. É bomque a escola não responda apenas à "durarealidade" do mercado detrabalho, mas também (talvez, sobretudo)aos devaneios de seus estudantes; sem isso,qual seria sua promessa? "Estude para seconformar"? Conseqüência: a escola ésempre desinteressante para quem pára desonhar.É possível que, por sua própria presençamaciça em nossas telas, as ficções tenhamperdido sua função essencial e sejamcontempladas não como um repertórioarrebatador de vidas possíveis, mas comoum caleidoscópio para alegrar os olhos, umsimples entretenimento. Os heróis percorremo mundo matando dragões, defendendocausas e encontrando amores solares, maseles não nos inspiram: eles nos divertem,enquanto, comportadamente, aspiramos aum churrasco no domingo e a uma cervejacom os amigos. É também possível (semcontradizer a hipótese anterior) que osadultos não saibam mais sonhar muito alémde seu nariz. Ora, a capacidade de osadolescentes inventarem seu futuro dependedos sonhos aos quais nós renunciamos.Pode ser que, quando eles procuram, nasentrelinhas de nossasfalas, as aspirações das quais desistimos,eles se deparem apenas com versõesmelhoradas da mesma vida acomodada que,mal ou bem, conseguimos arrumar. Cadaépoca tem os adolescentes que merece. Adaptado de Contardo Calligaris. Folha deS. Paulo, 11/01/07 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS EEXERCÍCIOS 1. O autor considera que falta aos jovensde hoje: (A) um mínimo de discernimento entre o queé real e oque é puro devaneio. (B) uma confiança maior nas promessas defuturoacenadas pelo mercado de trabalho. (C) a inspiração para viver que lhes oferecemos quedescartaram as idealizações. (D) a aspiração de perseguir a realização dossonhospessoais mais arrojados. (E) a disposição de se tornarem capazes deusufruir aestabilidade profissional. 2. Atente para as seguintes afirmações: I. As múltiplas ficções e informações quecirculam nomundo de hoje impedem que os jovensformulemseus projetos levando em conta umparâmetro maisrealista.
II. As escolas deveriam ser maisconseqüentes dianteda dura realidade do mercado de trabalho eestimular os jovens a serem mais razoáveisemseus sonhos.
III. As ficções que proliferam em nossas telassãoassimiladas como divertimentoinconseqüente,
enão como sinalização inspiradora de umapluralidadede vidas possíveis.Em relação ao texto, está correto o que seafirma em: (A) I, II e III. (B) I e II, apenas. (C) III, apenas. (D) II, apenas. (E) I, apenas.
3. No segundo parágrafo, ao estabeleceruma relação entreos jovens e os adultos de hoje,
o autor fazver que: (A) os sonhos continuam sendo os mesmos,para uns epara outros. (B) os adultos, quando jovens, eram maisconservadoresque os jovens de hoje. (C) os jovens esperam muito mais do que osadultos jáobtiveram. (D) o patamar de realização de vida atingidopelosadultos tornou-se uma meta para os jovens. (E) a resignação dos adultos constitui a razãode frustraçãodos jovens.
4. A expressão hipótese anterior, quesurge entre parênteses,faz referência à seguinte
passagem dotexto: (A) É possível que (...) as ficções tenhamperdido suafunção essencial. (B) Conseqüência: a escola é sempredesinteressantepara quem pára de sonhar. (C) Pode ser que (...) eles se deparemapenas comversões melhoradas da mesma vida (...) (D) Ora, a capacidade de os adolescentesinventaremseu futuro depende dos sonhos aos quaisnósrenunciamos. (E) (...) seja qual for a qualidade dosprofessores, aescola desperta interesse quando carregaconsigouma promessa de futuro (...).
5. Certa impropriedade que se verifica nouso da expressãonas entrelinhas das nossas
falas poderiaser evitada, semprejuízo para o sentido pretendido, caso oautor a tivessesubstituído por: (A) entre os parênteses das nossasconversas. (B) no que não se explicita em nossaspalavras. (C) nas assumidas reticências do nossoestilo. (D) na falta de ênfase de nossasdeclarações. (E) no que não se sublinha em nossosdiscursos.