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Transformações expansoras.
V. Araújo
Conteúdo
1 Transf. Expansoras 1
1.1 Expansão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Bacia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.3 Ramos inversos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.4 Med. abs. cont. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2 Cobertura de Markov 13
2.1 Construção via pré-imagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.2 Diâmetro nova cobertura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1 Transf. Expansoras
Densidade invariante para transformação expansora
Vamos provar que toda transformação expansora de uma varie-
dade compacta M com jacobiano det Dƒ Hölder admite uma única
probabilidade invariante absolutamente contínua com relação a toda
medida de volume na variedade (medida de Lebesgue). Essa proba-
bilidade é positiva em todos os subconjuntos abertos de M, é ergó-
dica, e a sua bacia ergódica tem medida de Lebesgue total em M.
Recordamos que, dado ν > 0, dizemos que ϕ : M → R é ν-Hölder
na distância d em M se existe alguma constante C > 0 tal que |ϕ(1 )−
ϕ(2 )| ≤ Cd(1 , 2 )ν para todo par 1 , 2 em M.
1.1 Expansão
Transformação expansora em variedade
1
Dada uma variedade compacta (de dimensão finita) M e ƒ : M
aplicação de classe C1 , dizemos que ƒ é expansora se existe σ > 1
e alguma métrica riemanniana k · k em M tais que
1.2 Bacia
Suporte e bacia de probabilidade invariante
O suporte de uma probabilidade μ é o conjunto spp(μ) dos pon-
tos tais que toda vizinhança tem medida positiva para μ.
Note que o suporte de μ é o espaço M se e somente se μ é positiva
em todo aberto de M.
Se μ é ƒ -invariante, então sua bacia (ergódica) é o conjunto B(μ)
dos pontos ∈ M tais que
1 n−1
X Z
j
lim φ(ƒ ()) = φ dμ
n→∞ n j=0
2
Única densidade invariante para transformação expansora
Teorema
Seja ƒ : M transformação expansora em variedade compacta co-
nexa M. Assuma que
Estratégia da prova
É fácil ver que a pré-imagem por ƒ de um conjunto com volume
zero tem também volume zero. Portanto, ƒ∗ η é absolutamente contí-
nua com relação ao volume sempre que η seja absolutamente contí-
nua.
Em particular, a n-ésima imagem ƒ∗n m é absolutamente contínua
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existe ρ0 () > 0 tal que ƒ envia vizinhança V() de difeomorfica-
mente sobre a bola de raio ρ0 () em torno de y = ƒ ().
O valor ρ0 () é uma função positiva e contínua do ponto ∈ M,
já que ƒ é um difeomorfismo. Por compacidade, podemos tomar ρ0
independente de .
Então o número de pré-imagens de y ∈ M é limitado. Além disso, o
conjunto Cn dos pontos que têm exatamente n pré-imagens é aberto,
n ≥ 0; além disto, este conjunto é claramente fechado. Portanto, por
conexidade de M, o número de pré-imagens deve ser o mesmo para
todo y ∈ M.
Seja h = (ƒ | V())−1 . A condição de expansão garante
C1
≤ inf ℓ(h ◦ γ); γ : ([0, 1], 0, 1) −→ (B(y0 , ρ0 ), y1 , y2 )
C1
≤ σ −1 inf ℓ(γ); γ : ([0, 1], 0, 1) −→ (B(y0 , ρ0 ), y1 , y2 )
= σ −1 d(y1 , y2 )
4
para todo y1 , y2 ∈ B(y, ρ0 ).
Vamos escrever hn = hn ◦ · · · ◦ h1 composição de ramos inversos de
ƒ e h = h ◦ · · · ◦ h1 para 1 ≤ < n, e ainda h0 = d.
n
X
= log | det Dh (h−1 (y1 ))| − log | det Dh (h−1 (y2 ))| .
=1
Mas log | det Dh | = − log | det Dƒ | ◦ h e log | det Dƒ | é (C0 , ν)-Hölder
para algum C0 > 0; e pelo lema anterior cada hj é σ −1 -contração,
logo
portanto
(ƒ∗
n m)(B)
m(B)
≤ exp(2C1 (2ρ0 )ν ) .
(ƒ∗
n m)(B )
0 m(B0 )
5
Naturalmente (ƒ∗n m)(B ) ≤ (ƒ n m)(M) = 1 e o volume das bolas com
0 ∗
um raio ρ0 está afastado de zero por alguma constante α0 > 0 que
só depende de ρ0 , pois 7→ m(B(, ρ0 )) é função contínua e positiva
no compacto M. Deduzimos então
n
exp(2C1 (2ρ0 )ν )
(ƒ∗ m)(B) ≤ m(B)
α0
para obter a conclusão da proposição basta fazer C2 = exp(2C1 (2ρ0 )ν )/ α0 .
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Medida invariante abs. contínua e ergódica
Vamos mostrar que μ acabada de construir é a única probabilidade
invariante absolutamente contínua em relação ao volume e, além
disso, é ƒ -ergódica.
Fixamos uma partição P = {U1 , . . . , Us } de M em regiões com inte-
rior não vazio e diâmetro menor que ρ0 e refinamos Pn esta partição
via ƒ como na definição de entropia. Então, pelo lema da contração
nos ramos inversos, temos que dim Pn ≤ ρ0 σ −n+1 .
Lema (pontos de densidade)
Seja (Pn )n≥1 sequência de partições num espaço métrico compacto X
com dim Pn → 0, η probabilidade em X e B mensurável com η(B) >
η(B∩V )
0. Então existem Vn ∈ Pn , ∀n ≥ 1, tais que η(Vn ) > 0 e η(V )n −−−→ 1.
n n→∞
7
Homeomorfismos expansores
Um homeomorfismo local ƒ : X de um espaço métrico compacto
admite ρ0 = ρ0 (ƒ ) > 0 tal que para todo aberto conexo U com
dim(U) < ρ0 , vale que ƒ −1 U = V1 ∪ · · · ∪ Vk tem número finito de
componentes conexas abertas V , cada uma homeomorfa a U,
isto é ƒ | V : V → U é um homeomorfismo, para todo = 1, . . . , k.
Um homeomofismo local é expansor se existem constantes ≥
b > 1 e ρ1 > 0 para as quais
B(ƒ (), br) ⊂ ƒ B(, r) ⊂ B(ƒ (), r)
Lema
Todo homeomorfismo expansor ƒ : X de um espaço compacto X ad-
mite uma cobertura de Markov finita P com diâmetro arbitrariamente
pequeno. Além disto, se P ∈ P, então P = int P e X \ P = int (X \ P).
Estas coberturas permitem uma construção simples de uma parti-
ção de Markov para homeomorfismos expansores.
(Prova do Lema)
8
Partições de Markov
Uma partição de Markov para uma transformação ƒ : X num
espaço compacto é uma família P enumerável (pode ser finita) que
satisfaz
1. ∪P∈P P = X;
P[1] P[p]
P = U1 ∩ · · · ∩ Up ,
A+ = A e A− = int (X \ A).
θ : 7→ ⇐⇒ ∈ int P
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intersectam o bordo ∂P = ∪ ∂P , esta transformação é uma conjuga-
ção com sua imagem!
Isto permite desenvolver a “Teoria Ergódica das Transforma-
ções Expansoras”, título da dissertação de Mestrado de Marcos
Craizer, IMPA, 1985.
P = P0 ∩ ƒ −1 P1 ∩ · · · ∩ ƒ −n+1 Pn−1
ƒ n−1 P = Pn−1 ∈ P
para qualquer n ≥ 2.
10
n ≥ Nϵ , e seja U(n) = ƒ n−1 (Vn ). A distorção limitada aplicada ao ramo
inverso de ƒ n−1 que envia U(n) em Vn dá
11
Ergodicidade e unicidade de probabilidade invariante absolu-
tamente contínua
Se A é um subconjunto invariante qualquer então, pelo corolário
anterior, A tem volume zero ou M \ A tem volume zero.
Uma vez que μ m, segue que μ(A) = 0 ou μ(M\A) = 0, provando
que μ é ƒ -ergódica.
Mas B(μ) é um conjunto invariante com μ(B(μ)) = 1 pelo Teorema
Ergódico. Logo m(B(μ)) > 0 e, consequentemente, deve ter volume
total:
m B(μ) = 1.
sentação de Riesz-Markov.
spp μ = M
Observação
É possível mostrar que a densidade dμ/ dm é Hölder e limi-
tada de zero.
Em particular, a probabilidade μ é equivalente ao volume
m, no sentido de que elas têm os mesmos conjuntos com me-
dida nula.
Para mais pormenores: “Stochastic Dynamics of Deterministic Sys-
tems”, Marcelo Viana, XXI Colóquio Brasileiro de Matemática, IMPA,
1997.
A conclusão do Teorema é falsa, em geral, se omitirmos
a hipótese de que o jacobiano é Hölder: a distorção limita
é crucial neste argumento e quando falha não vale em geral
n m tem densidade uniformemente limitada independen-
que ƒ∗
temente de n ≥ 1.
12
Inexistência genérica de medida invariante absolutamente
contínua
De fato, resultados recentes
Avila, A; Bochi, J. A generic C1 map has no absolutely conti-
nuous invariant probability measure, Nonlinearity 19 (2006)
2717–2725.
Avila, A; Bochi, J. Generic expanding maps without absolu-
tely continuous invariant σ-finite measure. Mathematical
Research Letters 14 (2007), 721–730.
V1 = {CC(ƒ −1 U) : U ∈ U0 }.
U(1) = {V ∈ V1 : V ∩ U 6= ∅}.
[
Vj+1 = {CC(ƒ −1 V) : V ∈ Vj }
13
U(1)
U U
−1
f (U)
V ∈ Vj =⇒ dim V ≤ λj dim U0 , ∀j ≥ 1.
e por indução
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A cobertura final
Para cada U ∈ U0 defina
∞
U(∞) = U(j) .
[
j=1
Lema topológico
Todo U ∈ U∞ satisfaz U = int U e M \ U = int (M \ U).
Portanto
j≥j0 j≥j0
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