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Se Eu Começasse Meu Ministério de Novo PDF
Se Eu Começasse Meu Ministério de Novo PDF
omeçasee
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e Novo...
J o h n M.
D re& cher
Recém-Ordenado ^
Se Eu
Com eçasse
M eu M in is té rio
De N ovo
Se Eu
Começasse *
Meu Ministério
De Novo
John M. Drescher
Ia Edição - 1997
CONTEÚDO
1.
Eu procuraria ser mais disciplinado no cultivo
da minha própria vida espiritual.
Página 13
2.
Eu procuraria dedicar muito mais tempo
ao estudo e pregação da Escritura.
Página 25
3.
Eu procuraria tomar meu ministério
mais centralizado em Cristo.
Página 31
4.
Eu procuraria lembrar que não é minha eloqüência,
e sim a habilitação do Espírito Santo, que cumpre
o propósito de Cristo em meu ministério.
Página 39
5.
Eu procuraria ter em mente que, a despeito de todas as suas falhas,
a igreja é o Corpo de Cristo realizando a obra de Deus no mundo.
Página 45
6.
Eu me empenharia em orientar e
equipar cada membro para a obra do ministério.
Página 53
7.
Eu procuraria e incentivaria a formação de centros criativos.
Página 56
8.
Eu daria uma ênfase preponderante à oração.
Página 59
9.
Eu procuraria sempre lembrar-me de que meu chamado
não é para controlar a fé das pessoas, mas para
amá-las dentro do reino de Deus.
Página 65
10 .
Eu procuraria estar sempre cônscio de que Deus está
operando, geralmente em pessoas, lugares e programas,
nos quais eu menos espero que Ele esteja agindo.
Página 71
11.
Eu procuraria sempre lembrar que estou ministrando
somente fora do transbordamento, e que o fruto é produzido
somente com base num novo crescimento.
Página 77
12 .
Eu seria fortemente atraído para a plantação de igreja,
e não para uma congregação estabelecida.
Página 83
13.
Eu procuraria ser mais disciplinado na prática do
contato pessoal através da visitação ao rebanho.
Página 87
14.
Eu tomaria cuidado com certas armadilhas do ministério.
Página 96
Mais Sabedoria...
Página 97
Notas
Página 107
Prefácio
p
JL or vários anos, especialmente os pastores mais jovens, e
tam bém aqueles que se preparam para o m inistério, me
incentivaram a escrever Se Eu Começasse Meu Ministério de
Novo. Não há dúvida de que este título foi sugerido pelos meus
dois livros anteriores, Se Eu Começasse Minha Família de Novo
(Editora Cristã Unida) e Se Nós Começássemos Nosso Casamento
de Novo (edição brasileira tem o título Começar de Novo, Editora
Mundo Cristão).
O que se segue resultou também de minha própria busca e
necessidade. Aqui estão apontamentos sobre o que me parece
importante quando me ponho a considerar onde deveria colocar
a ênfase, se tivesse de começar meu ministério de novo. Eles
também abordam pontos que eu teria desejado que alguém
compartilhasse comigo quando iniciei meu ministério. Talvez eles
tenham sido compartilhados numa extensão maior do que imagino
agora. Muitas coisas não são aplicáveis até que se chegue a
situações relevantes na vida.
Tenho servido como pastor em três congregações, como bispo
10 SE EU COMEÇASSE M EU MINISTÉRIO D E NOVO
D
- L / epois [Jesus] subiu ao monte e chamou os que ele mesmo
quis, e vieram para junto dele. Então designou doze— [os quais
constituiu apóstolos]—para estarem com ele e para os enviar a
pregar, e a exercer a autoridade de expelir demônios” (Marcos
3.13-15).
Esta experiência de estar “com Cristo” e praticar sua presença
para o desenvolvim ento de m inha vida interior não foi
suficientemente ressaltada durante minha preparação teológica.
Apenas um ou dois professores me deram a impressão de que
tinham uma vida devocional profunda, uma intimidade com Cristo
que me deixaram a sensação de terem vindo da presença do
Senhor, ou de terem uma vida de oração tão vibrante e vital que a
traziam para dentro da sala de aula.
Decidi-me pelo ministério com um claro sentido de vocação e
excitação para ser ministro de Cristo e da igreja. Entretanto, levei
algum tempo para aprender que o fruto é produzido somente com
14 SE EU COMEÇASSE M EU MINISTÉRIO D E NOVO
A Vida Fermaneeente
Em João 15 Jesus nos diz, por duas vezes, que, se não
permanecermos nele e Ele não permanecer em nós, nenhum fruto
espiritual de valor eterno produziremos. Nenhum? A carne, no
entanto, sente que podemos, através de exercícios, educação, dons,
trabalho extenuante, e outras qualidades pessoais, realizar uma
obra espiritual. Jesus afirma que não.
A menos que nos entreguemos franca e diariamente à Escritura,
à meditação e à oração, em pouco tempo estaremos procurando
nossa própria identidade espiritual. Teremos menos fé e confiança,
e teremos um discernimento decrescente da realidade espiritual.
Sem a permanência diária em Cristo, estaremos sujeitos à
16 SE EU COMEÇASSE M EU MINISTÉRIO D E NOVO
Prioridades Pessoais
Com o objetivo de autodisciplinar-me, encontrei um grande
auxílio ao decidir estabelecer certas prioridades específicas.
Primeira Prioridade: Comprometi-me a ler a Palavra dé Deus
diariamente, antes de ler qualquer outra coisa. Antes de tomar o
alimento natural, é agradável receber o alimento para a alma e
satisfazer minha fome de Deus e da vontade de Deus. Esta
prioridade levou-me a levantar cedo, dividir o Novo Testamento
em trinta partes, de modo que ele possa ser lido no período de um
mês. Faço isto em meses alternados, e no mês intermediário leio
uma boa parte do Velho Testamento. Preciso desta disciplina, que
tem sido uma prática tão necessária à minha vida como apropriar-
me do alimento natural de cada dia.
Segunda Prioridade: Assumi o compromisso de falar com
Deus a cada manhã, antes de falar com qualquer outra pessoa.
Além de ser um momento de louvor e ações de graças, em que
procuro meditar sobre o caráter de Deus e seus dons, percebo
que uma lista de orações é muito útil para mim. Algumas orações,
petições e nomes de pessoas na lista são ocasionais ou por algum
tempo, enquanto outras figuram na lista por muito tempo. Há
pessoas por quem oro diariamente há muitos anos. Há outras que
são mencionadas nas orações por um tempo mais curto ou mesmo
por um período predeterminado.
Algumas pessoas têm-me perguntado o que acontece se, por
alguma razão, eu preciso atender a uma chamada telefônica ou
falar com alguém antes de minha leitura ou oração matinal. Minha
resposta tem sido que de modo algum isso quebra meu
18 SE EU COMEÇASSE M EU MINISTÉRIO D E NOVO
jtÈÊÊÊMMSÊÊÊÊ
A
i l segunda declaração sobre o desejo de Deus para os pastores
do povo de Deus em Jeremias é que Deus deseja dar-lhe pastores
segundo o seu coração, que os “apascentem com conhecimento e
com inteligência” (Jeremias 3.15).
A ordem da Escritura para o ministro é pregar a Palavra (2
Timóteo 4.2). Os primeiros discípulos entregaram-se à “oração e
ao ministério da palavra” (Atos 6.4).
Deveria ser óbvio que, para pregar a Palavra, o estudo da
Escritura é fundamental. Eu trataria de realizar um intenso
treinamento em estudos bíblicos. Dwight L. Grubbs escreve em
B eginnings— Spiritual Form ation fo r Leaders (Inícios—
Formação Espiritual para Líderes): “A dignidade de uma vocação
deve ser medida sempre pela seriedade da preparação que se faz
para ela.”8
Eu escolheria cuidadosamente uma escola em que houvesse
um alentado programa de estudos bíblicos, com ênfase na
espiritualidade e na pregação da Escritura, bem como um
26 SE EU COMEÇASSE M EU MINISTÉRIO D E NOVO
Fugas Comuns
Um dos meios de escapar do estudo sério da Escritura é
envolver-se em juntas, comissões, encontros e organizações da
igreja e da comunidade. A incumbência de “pregar a Palavra” é
negligenciada, e o ministro ordenado acaba se devotando à grande
quantidade e variedade de mecanismos da igreja e da comunidade,
em detrimento do seu próprio crescimento espiritual, do ministério
espiritual e da vida da igreja. A tarefa de ministrar não consiste
em construir um império organizacional, mas exaltar a Cristo. E
provar plenamente o ministério do Evangelho. Não é dirigir um
escritório, mas alcançar pessoas com o oferecimento da graça e
da salvação.
Quer isto dizer que devo dedicar uma grande parcela de tempo
ensinando a meu povo as grandes verdades cardinais da Escritura.
Somente quando firmadas na Escritura as pessoas podem crescer
na fé, pois “a fé vem por ouvir a mensagem, e a mensagem vem
pela pregação” (Romanos 10.17, BLH). Não somos instados a
26 SE EU COMEÇASSE M EU MINISTÉRIO D E NOVO
Fugas Comuns
Um dos meios de escapar do estudo sério da Escritura é
envolver-se em juntas, comissões, encontros e organizações da
igreja e da comunidade. A incumbência de “pregar a Palavra” é
negligenciada, e o ministro ordenado acaba se devotando à grande
quantidade e variedade de mecanismos da igreja e da comunidade,
em detrimento do seu próprio crescimento espiritual, do ministério
espiritual e da vida da igreja. A tarefa de ministrar não consiste
em construir um império organizacional, mas exaltar a Cristo. E
provar plenamente o ministério do Evangelho. Não é dirigir um
escritório, mas alcançar pessoas com o oferecimento da graça e
da salvação.
Quer isto dizer que devo dedicar uma grande parcela de tempo
ensinando a meu povo as grandes verdades cardinais da Escritura.
Somente quando firmadas na Escritura as pessoas podem crescer
na fé, pois “a fé vem por ouvir a mensagem, e a mensagem vem
pela pregação” (Romanos 10.17, BLH). Não somos instados a
ESTUDO E PREGAÇÃO 27
orar para ter fé. Não podemos ter mais fé em Deus e em Cristo do
que sabemos a respeito deles. Portanto, procuro ampliar em meu
povo a compreensão de Deus, de Cristo, do Espírito Santo e de
todas as doutrinas básicas da fé. Eu pregaria mais mensagens
expositivas, guiando meu povo através de cada livro da Bíblia. A
tentação é escolher um texto e pregar sobre ele e, algumas vezes,
um pouco além dele. O Senhor não prometeu abençoar minha
palavra, mas prometeu abençoar a Palavra de Deus.
E preciso tempo para estudar a Bíblia. Isto significa que devo
evitar os comitês como se fossem praga. Eu deixaria que os que
possuem o dom da administração cuidassem o mais possível
dessas tarefas. Talvez mais do que por outra coisa qualquer, os
ministros ficam emperrados e são censurados por todas as espécies
de falha, pelo fato de se descuidarem da pregação e do ensino da
Palavra para se ocuparem da organização.
Nos dias em que o tempo limitava drasticamente as viagens,
os pastores “invemavam” com um assunto, autor ou um livro da
Bíblia. Isto significava que o ministro separava horas em cada
dia, durante seis meses ou mais, para fazer um estudo específico
de um livro da Bíblia ou de uma doutrina ou assunto bíblico.
Se eu estivesse começando meu ministério de novo, eu
invemaria cada ano com um livro da Bíblia, ou uma série de
livros pequenos, como as três epístolas de João, lendo, ouvindo o
Espírito através da meditação e oração, e aprendendo o que outros
disseram e tudo o que eu pudesse sobre o livro ou livros. Desta
forma, em vinte anos ou menos, eu poderia tomar-me profunda
mente versado em todos os livros do Novo Testamento, e nos
demais livros da Escritura.
Eu também invemaria com grandes escritores. Um meio
fantástico de aprender a conhecer intimamente os grandes
personagens de todos os tempos é ler o que eles escreveram e
c o
...eu procuraria tornar meu
ministério mais centralizado em Cristo
lembre-se de Jesus.”
Escrevendo ao pregador Timóteo Paulo diz: “Lembra-te de
Jesus Cristo” (2 Timóteo 2.8).
O Cristianismo é Cristo
Pregação cristã é pregar Cristo. Muita pregação é sobre Cristo.
Se eu estivesse começando meu ministério de novo, tomaria a
decisão de pregar Cristo em todos os sermões.
Pregar Cristo deve incluir pelo menos cinco áreas específicas.
Primeiro, eu o apresentaria como uma presença viva, como alguém
distinto da figura histórica do passado. Jesus está vivo. Ele ergueu-
se dentre os mortos como Salvador e Senhor glorificado. Esta é a
razão por que a ressurreição de Cristo é tão central. Assim, eu
lembraria aos meus ouvintes que Cristo está presente na
assembléia dos crentes. “Ide e pregai”, disse Jesus, “e eu estarei
convosco sempre” (Mateus 28.20).
Pregar Cristo significa também que eu procuraria apresentar-
me como embaixador dele, trazendo a mensagem do Senhor vivo.
Eu transmito suas idéias, suas palavras e sua mensagem, não as
m inhas próprias. Q uer isto dizer que eu apresentaria a
reivindicação de Cristo sobre meus ouvintes: “Eis o Cordeiro de
Deus, que tira o pecado do mundo!” (João 1.29).
Pregar Cristo também significa apresentá-lo como Aquele que
nos liberta agora do poder do pecado. Um libertador que precisa
ser crido, como escreveu Oswald Chambers: “A submissão a Je
sus rompe qualquer forma de cativeiro em qualquer vida humana.”
É até mesmo possível testificar a obra de Cristo em nossa vida
de tal maneira que nos seja possível apontar para nós mesmos,
em vez de para Cristo.
Pregar Cristo significa pregar seus ensinos. Se Jesus é Senhor
e Mestre, então a mensagem do mestre é para nós. É a mensagem
34 SE EU COMEÇASSE M EU MINISTÉRIO D E NOVO
A Causa do Vazio
A causa capital do vazio em muito sermão, aula da escola
dominical ou estudo bíblico não é a ausência de fatos ou verdades
corretas. É porque não há mais do que uma discussão intelectual
de um ponto de vista racional. Daí o vazio, ou seja, a falta de
iluminação espiritual. Naturalmente, deve haver conhecimento
dos fatos. É por isso que a Bíblia ressalta nossa necessidade de
conhecer. Porém, enquanto não houver a iluminação do Espírito
Santo, nada acontece. Muitos podem testificar que, depois de anos
na igreja ouvindo muitos sermões e assistindo a aulas bíblicas,
de repente são tocados pelo amor, por um anseio e uma
compreensão de Cristo e de sua Palavra que não podem ser
apreendidos sem a ação do Espírito Santo.
Sou contra a disciplina da mente? Não, mas, antes de
progredirmos espiritualmente, temos necessidade de admitir que
não podemos, por nosso próprio intelecto, entender as coisas
espirituais. Nenhuma quantidade de raciocínio intelectual poderia
ter persuadido Paulo de que Cristo era o Salvador do mundo.
Nenhuma quantidade de persuasão intelectual teria levado Pedro
A HABILITAÇÃO D O ESPÍRITO SANTO 43
Deus é Fiel
Procuraria lembrar-me de que Cristo está sempre levantando
seus fiéis. E, se em alguma região do mundo a igreja falha em
responder ao Espírito Santo e na obediência à sua palavra, Ele
encontra seus fiéis noutra parte. Por isso, preciso evitar uma visão
estreita da igreja e observar que Cristo está em atividade no mundo
inteiro, para que sua causa não falhe nem se desencoraje.
Lembrar-me-ia, especialmente quando me sentisse isolado em
minha tarefa e posição, de que Deus tem um povo fiel. Lembrar-
me-ia da palavra de Deus a Elias quando ele disse ao Senhor:
“Eu fiquei só, e procuram tirar-me a vida.” Então o Senhor lhe
disse: ‘“Vai, volta ao teu caminho... conservei em Israel sete mil:
todos os joelhos que não se dobraram a Baal, e toda boca que o
não beijou.”’
Elizabeth O íConnor escreveu: “Não somos chamados
A IGREJA 47
O Teste Final
Eis aqui uma espécie de teste final da efetividade de um
ministério. Alguns formaram muitos adeptos por meio da sua
eloqüência e personalidade dinâm ica ou habilidade de se
expresssar. Grandes congregações cresceram durante uma geração
em tomo desses líderes. Contudo, o teste ocorre quando essas
fortes personalidades saem de cena. O teste consiste em saber se
eles foram os equipadores de outrem para o ministério. Muitas
vezes tais líderes tiveram apenas um cortejo de admiradores, mas
não formaram um corpo de crentes que ministram realizando o
trabalho de Cristo no mundo.
Lembro-me de um destacado pregador de uma prestigiosa
congregação que lamentava precisamente este fato. Ele afirmou
que a congregação fora edificada em tomo de um bem conhecido
pregador. Após o falecimento desse pregador, a congregação
procurou outro ministro que pudesse comandar o mesmo tipo de
EQUIPAR CADA MEMBRO 51
A Grande Comissão
Na Grande Comissão (Mateus 28.18-20), a ordem é fazer
discípulos. Os outros três verbos “ir”, “batizar” e “ensinar” são
para o treinamento do ministério. Alguns observadores disseram
que o declínio da igreja na Europa Ocidental era devido à falta de
treinamento através dos anos. A igreja norte-americana está indo
atualmente na mesma direção.
Em The D isciple-M aking Pastor (O Pastor Fazedor de
Discípulos), o melhor livro recente sobre o discipulado de pessoas
de que estou informado, Bill Hull afirma que não muita coisa
mudará para melhor na igreja até que os pastores comecem a
52 SE EU COMEÇASSE M EU MINISTÉRIO D E NOVO
A Prática da Oração
Eu também procuraria levar minha congregação a tomar-se
uma congregação de oração. Jesus disse: “A minha casa será
chamada casa de oração” (Mateus 21.13). Estou persuadido de
que qualquer congregação, com um décimo de seus membros em
intercessão diária pelo trabalho de D eus, prosperará
A ORAÇÃO 63
Amado no Reino
Se cometo enganos, oro para que eles sejam do lado da
misericórdia e do amor. Finalmente as pessoas são amadas no
Reino e alcançaremos tantas quantas tenhamos a capacidade de
amar. “O amor nunca falha.”
Andrew Blackwood, em seu livro The Voicefrom de Cross (A
Voz da Cruz), conta uma história aprazível de como o amor de
um pregador mudou uma comunidade inteira.
Duas comunidades rurais situam-se cerca de oito quilômetros
distantes uma da outra, sob o mesmo sol e nuvens. Os fazendeiros
de cada distrito cultivam as mesmas espécies de plantações. Eles
enfrentam os mesmos problemas ano após ano. Metade das
pessoas de uma comunidade têm parentesco com metade das
pessoas da outra. As duas vizinhanças são tão parecidas como
podem ser as vizinhanças, em tudo, exceto num importante
aspecto.
Numa comunidade há contenda. O corpo de bombeiros, o
O AMOR 67
Transbordamento
O verdadeiro trabalho pastoral é o fluxo do amor espontâneo.
Sem amor, nenhuma habilidade do mundo ajudará; com amor,
nenhuma quantidade de erros levará a pessoa a falhar. “O amor
nunca falha.”
Um jovem pastor começou num local difícil de uma grande
cidade. Parei ali para vê-lo. Quando conversávamos no parque
da cidade, ele disse: “Tenho um pacto com Deus de amar cada
pessoa que Ele enviar para minha igreja.” Não surpreende que
Deus esteja fazendo milagres de regeneração, e que pessoas
estejam vindo ouvir sua mensagem e receber sua ajuda.
Numa gande conferência interdenominacional, um pequeno
grupo reuniu-se para orar entre as sessões. No último dia um pas
tor confessou que tinha ido à conferência em busca de ajuda. Se
ele não encontrasse ajuda, deixaria o ministério. “E Deus mostrou-
me aqui”, disse ele, “que eu não amo meu rebanho. Fico agitado
e irado com seu comportamento. Deus mostrou-me que devo,
com o amor de Cristo, voltar e amar meu povo.”
Juntamo-nos em oração, impondo as mãos sobre esse pastor,
pedindo a Deus que o enchesse do amor divino. Alguns meses
O AMOR 69
mais tarde recebi uma carta. “As coisas estão florescendo por
aqui”, disse ele. “Deus tem-me dado um grande amor por meu
rebanho.”
Malcolm Muggeridge informa que a maior doença hoje não é
a lepra ou a tuberculose, mas sim o sentimento de ser indesejado,
desprotegido e abandonado por todo mundo. E o maior mal é a
falta de amor, a terrível indiferença para com os que vivem em
necessidade à beira da estrada. Para esses precisamos permitir
que o amor de Cristo flua por nosso intermédio.
...e u procuraria estar sem pre cônscio
de que D eus está operando, geralm ente
em pessoas, lugares e programas, nos
quais eu m enos espero que E le esteja agindo
TA. enho aprendido mais e mais a temer colocar Deus numa caixa.
Os líderes religiosos do tempo de Jesus imaginavam Deus de tal
modo que não podiam ver ou compreender sua obra desenrolada
bem diante deles.
Deus é tão revigoradamente novo que raramente faz— se
alguma vez o faz— a mesma coisa duas vezes do mesmo modo.
Pessoalmente, quando penso que tenho Deus todo estereotipado,
Ele está operando em algum outro lugar e fazendo a coisa de um
modo diferente do que eu havia planejado ou esperado. Isto é
cada vez mais excitante.
Oswald Chambers disse em My Utmost fo r His Highest (O
Máximo de Mim para o Altíssimo): “Quando estamos certos do
modo como Deus vai agir, Ele nunca mais volta a agir do mesmo
modo.”
O teólogo italiano Cario Carretto disse em The God Who
Comes (op. cit.): “Se você me perguntar como Deus se revela a
mim, respondo: ‘Ele se revela com inovação.’ ... Deus é
72 SE EU COMEÇASSE M EU MINISTÉRIO D E NOVO
E de vez em quando
ouvindo ele o ranger
do cata-vento girando,
Fechava seus olhos
e dizia: “Na verdade,
de Deus estou agora aprendendo. ”
74 SE EU COMEÇASSE M EU MINISTÉRIO D E NOVO
E no manuscrito do sermão
ele escrevia diariamente
o que pensava tinha vindo do céu.
E ele deixava cair isto
sobre as cabeças de seu povo
duas vezes num dia da semana.
disse: “Puxe-o e ele irá aonde você quiser. Empurre-o e ele não
irá a lugar algum. É exatamente este o caminho quando se trata
de liderar pessoas.”
Se eu estivesse começando de novo, procuraria ser não somente
alguém que conhece e mostra o caminho, mas também alguém
que anda no caminho. O pastor vai adiante das ovelhas.
Um Flano Definido
Pelo fato de fazer muito poucas visitas sem um itinerário
definido, considero útil preparar um plano para visitar um certo
grupo de pessoas toda semana, outro grupo a cada duas semanas,
e alguns uma vez por mês. Essas categorias não representam um
grande número dos congregados, mas incluem os que estão
internados, os idosos e aqueles que têm necessidades específicas.
Todos os membros devem figurar numa lista ocasional para serem
visitados pelo menos uma vez por ano. Isto é m inistrar o
Evangelho “de casa em casa” (Atos 20.20).
Uma experiência significativa, que procuro realizar até com
mais fidelidade, é fazer algum contato no refeitório da escola, ou
em outro ambiente, com todos os adolescentes da congregação.
Toda vez que fiz isto, senti que foi altamente compensador e abriu
a porta para os jovens me procurarem mais tarde quando surgiu
uma necessidade de uma ou outra natureza.
Sempre oro com minhas ovelhas e por elas quando as visito
no hospital ou em sua casa. Embora possa haver ocasionalmente
O CONTATO PESSOAL 89
■ *