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F. S. A.

– FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES

P R I M E I R O C A P Í T U L O INTRODUÇÃO GERAL
C . U. F. S. A .
FA E NG – En g . E l et r ôni ca - T e le c om u ni ca çõ es Prof. Carlos E. VIANA
Engenheiro Eletrônico – FE-FAAP / 1991 [faap.br]
Mestre em Engenharia Microeletrônica – EPUSP / 1998 [lsi.usp.br]
Doutor em Engenharia Microeletrônica – EPUSP / 2002 [lsi.usp.br]
Ementa
 O telefone;

SISTEMAS
 A linha;
 Regeneradores;
 Sistemas a 2 e 4 fios;
 PCMs de ordem superior;
 Hierarquia síncrona (SDH) e plésincrona (PDH);
 Teoria de Tráfego: distribuição de Erlang de 1a e 2a espécie;

TELEFÔNICOS  Sistemas de perda e de espera;


 Matrizes de acoplamento; Rede de Clós;
 Dimensionamento de sistemas telefônicos;
 Noções sobre as Estrutura das Redes e os Planos de Sinalização e Transmissão;
 Telefonia Digital: Introdução;
 Interfaces de linhas;
 Comutação digital e suas estruturas típicas;
 Controle de uma CPA-T;
 Assinante digital;
 ISDN (Integrated Services Digital Network) e BISDN (Broadband-ISDN).

Bibliografia Básica
PR O F . C AR L O S E . VI AN A
⊕ Bellamy, J.
Digital Telephony,
John Wiley, 2a ed., 1991.

Bibliografia Complementar
⊕ Flood, J. E.,
Telecommunications Switching, Traffic and Networks,
Prentice-Hall, 1994.

2009 Bibliografia Sugerida pelo Professor


⊕ Jeszensky, P. J. E.,
Sistemas Telefônicos,
Editora Manole Ltda., 2003.
TEL-662 - versão: 16/11/2009 11:43:10 ⊕ Esta apostila.

SISTEMA S TELEFÔNICOS
1 PROF . CA RLOS E. VIANA
F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES
Seminários – Temas
S E G U N D O C A P Í T U L O INTRODUÇÃO AOS
1. Grupo 1 - COMPARAÇÃO ENTRE SISTEMAS TELEFÔNICOS ANALÓGICOS E DIGITAIS;
SISTEMAS TELEFÔNICOS
2. Grupo 2 - ISDN (INTEGRATED SERVICES DIGITAL NETWORK) E BISDN (BROADBAND-
ISDN);
3. Grupo 3 - REDES FÍSICAS DE ACESSO EM BANDA LARGA; 1- IN T R O DU ÇÃ O

4. Grupo 4 - REDES ÓPTICAS; a . O Telefone de A. Graham Bell

5. Grupo 5 - VOIP – BANDA LARGA – INTRODUÇÃO, MERCADO, CARACTERÍSTICAS E  História - Universo da telefonia atual;
TENDÊNCIAS;  Experiências de A. G. Bell com transmissores e receptores;
6. Grupo 6 - PLANO DE ENCAMINHAMENTO, SINALIZAÇÃO E TARIFAÇÃO EM SISTEMAS  O 1 o . aparelho telefônico - Transmissão da informação telefônica;
TELEFÔNICOS.  O circuito do telefone atual – interpretação – ligação entre o aparelho e sua central
de comutação;
OBS. 1: Ficou combinado de comum acordo entre os alunos que haverá:
 Representação da corrente da linha telefônica referente à discagem do numero “3”.
1. 50% de redução da nota caso o trabalho não seja apresentado na data;
2. 20% de redução da nota caso o trabalho escrito não seja entregue uma aula antes da
apresentação;
OBS. 2: As apresentações que necessitarem de equipamento multimídia: o próprio GRUPO
deverá solicitar diretamente ao setor responsável, e a não disponibilidade do mesmo não
justifica a não apresentação do trabalho. Sendo assim, outras formas de apresentação
deverão ser utilizadas: quadro negro, transparências por meio de retroprojetor (a ser
reservado igualmente), panfletos, entrega de resumos, etc.

Apresentação da Disciplina
Apresentações Iniciais em Aula
F I G U R A 1 : O T E L E F O N E E S U A C E N T R A L [ 1] .
 Do professor e do curso;
 Da ementa e bibliografia do curso;
 Do sistema de avaliação: P1, P2 e P SUB (marcadas pela secretaria);
 Trabalho em grupo para ser apresentado ao final das aulas – de acordo com
cronograma fornecido. Trabalhos sem cópias idênticas seja de livros ou da internet,
uso das normas de escrita de trabalho, entrega uma semana antes da apresentação,
etc.;

 P1 + P 2 
 Média = 0,8 *   + 0,2 * T , onde: FIGU RA 2: R EPRESENTAÇÃ O D A CORRENTE DA LINHA TE LEF ÔNICA RE FERENTE A DISCAG EM DO
 2  NÚMERO “3” .

P1 e P2 = provas agendadas pela secretaria A interpretação da Figura 1 e Figura 2 foi realizada em sala de aula.
T = trabalhos.

[1] Jeszensky, P. J. E., Sistemas Telefônicos, Editora Manole Ltda., 2003.


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2- A AT EN UAÇ ÃO DO SI N AL
No caso de transmissão para médias e longas distâncias surge o problema da atenuação do P1 P2 > P1
sinal, soluções: R<0
 Pupinização;
 Amplificadores:
o Amplificadores de resistência negativa; FIGU RA 3: A MPL IFICADOR DE RESISTÊ NCIA NE GATIVA [1].
o Amplificadores com junções híbridas;
 Amplificadores com junções híbridas;
o Amplificação contida em sistemas multicanais.
o Amplificadores unidirecionais requerem a separação dos canais: A → B e B → A
b. Pupinização (M. I. Pupin) [1]:
Adição de indutâncias em série com os condutores da linha telefônica de modo a fazer:
L/C = r/G [2], tornando a linha sem distorção na faixa de freqüências em que vale a relação
(faixa de áudio) e ao mesmo tempo diminuindo a atenuação dentro dessa faixa.
A B
 Atenuação independente de ω na condição enunciada;
 Na prática tem-se: L/C < r/G ⇒ a introdução de indutâncias concentradas ao longo
do trecho implementa ≈ essa condição; A B
 Por impor características de filtro passa-baixas, sua aplicação impede o uso de
freqüências altas (necessárias para os sistemas multicanais). FIGURA 4: A MPL IFICADORES U NI DIRE CIONAIS [1 ].
c . Amplificadores  Solução com 2 pares de fios para cada assinante;
 Amplificadores de resistência negativa:  Economicamente inaceitável;
o Bipolo ativo com resistência dinâmica negativa conectado em paralelo a linha  Amplificação de maneira simples;
telefônica;  Solução:
o Conexão somente para freqüências de voz;
Combinar o sistema a 2 fios com o sistema a 4 fios, instalando-se amplificadores no trecho a
o A corrente contínua é bloqueada; 4 fios.
o O bipolo (R < 0) fornece energia ao invés de consumi-la;
A passagem de 2 para 4 fios, e vice-versa, é feita através de junções híbridas: separando os
o Resulta em um ganho de potência, i. e. Amplificação do sinal; dois sentidos de comunicação.
o Amplificador bidirecional a 2 fios sobre uma linha;
Essa solução, por exigir 2 pares de fios para cada assinante, seria economicamente
o O circuito limita-se a um ganho de 8 dB para evitar que ocorra oscilação; inaceitável para os sistemas telefônicos; entre tanto, teria a grande vantagem de possibilitar
o Em redes digitais essa alternativa não é mais usada. amplificação de maneira simples.
A solução consiste, então, em combinar o sistema a 2 fios com o sistema a 4 fios, instalando-
se os amplificadores no trecho a 4 fios.
A passagem de 2 para 4 fios, e vice-versa, é feita através de junções híbridas, ou
simplesmente híbridos, cuja função e, em última análise, separar os dois sentidos de
comunicação.
Também nesse caso a amplificação é limitada, pois, como as linhas ligadas às junções
híbridas são variáveis, não permitem um equilíbrio perfeito em todos os casos.
[2] L/C = r/G, onde: L = indutância; C = capacitância; r = resistência; G = condutância. Parte do sinal amplificado então flui para o extremo oposto e é novamente amplificado.
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Forma-se uma malha fechada que, para ganhos altos, poderá oscilar (Figura 5).

A B
C D

FI GURA 5: AMPLIF ICAÇÃO A 4 FIOS [1 ].

O híbrido é um circuito com quatro acessos (isto é, quatro pares de terminais), construído é
balanceado de forma que o sinal aplicado a um dos acessos somente aparece (com alguma
eventual atenuação) em dois dos outros acessos, chamados adjacentes, resultando, pois
sinal zero no 4 o . acesso, chamado oposto.

Isso vale para qualquer acesso que se tome como entrada, permutando-se rotativamente os
nomes dos outros acessos (Figura 1.5).

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Como conseqüência, pode-se dizer que, num híbrido, o sinal passa somente entre acessos  Amplificação contida em sistemas multicanais.
adjacentes, sendo zero a função de transferência entre qualquer acesso e seu oposto (desde Um terceiro sistema para aumentar o alcance da comunicação, ao mesmo tempo em que se
que o híbrido esteja perfeitamente balanceado). encaminham vários canais sobre um só meio de transmissão, e pelo uso de sistemas
Duas formas comuns de realização de híbridos são o tipo transformador balanceado (ou multicanais, com multiplexação por divisão em freqüência ou por divisão em tempo, sempre
híbrido indutivo) e o tipo de ponte de resistência (ou híbrido resistivo). a 4 fios.
O híbrido indutivo apresenta 3 dB de perda entre acessos adjacentes, enquanto no resistivo Os sistemas de multiplexação por Divisão em Freqüência (FDM – “Frequency Division
essa perda é de 6 dB; por essa razão o híbrido indutivo é preferido em Telefonia. Multiplex”) usam normalmente modulação AM-SSB (“Amplitude Modulation - Single
A solução da amplificação a 4 fios é utilizada para as linhas telefônicas extensas: Sideband”, às vezes AM comum) para os canais individuais, podendo transmitir até:

 Dos assinantes até as centrais de trânsito das respectivas cidades, tem-se linhas a 2  12 canais SSB sobre par telefônico,
fios.  120 canais SSB sobre cabo de quadras,
 Nestas, híbridos transformam o canal para a modalidade a 4 fios.  10.800 canais SSB sobre cabo coaxial,
 No trecho a 4 fios, isto é, entre os híbridos, não haverá problema para amplificação  E da ordem de 2.700 canais SSB sobre microondas.
do sinal, que poderá ser efetuada várias vezes, estendendo-se o sinal por milhares Os sistemas de multiplexação por Divisão de Tempo (TDM – “Time Division Multiplex”) usam
de quilômetros sem atenuação líquida (Figura 9). modulação pulsada para os canais individuais, normalmente PCM (“Pulse Code Modulation”),
e fornecem sobre um par telefônico, até:
 24 canais de voz (padrão EUA) ou
 30 canais de voz (padrão CCITT [3], adotado no Brasil).
Sobre meios de transmissão com maior banda passante:
 Cabos coaxiais,
 Microondas,
 Fibras ópticas,
Podem-se transmitir muito mais canais (7.600 canais para um PCM de 600 Mbits/s, por
exemplo).
Esses sistemas, especialmente o PCM, são muito usados para linhas tronco, interligando
FIGURA 9: TRANSFORMAÇÃO DE 2 PARA 4 FIOS. centrais telefônicas.

Nos sistemas reais, ambos os aspectos (transmissão e comutação) são combinados, uma vez As amplificações inerentes aos processos de modulação / demodulação, multiplexação /
que os esquemas são bastante complexos, envolvendo: demultiplexação, e opcionalmente na transmissão, resolvem o problema da atenuação das
linhas, acrescendo-se a esse fato a vantagem econômica propiciada pela transmissão
 Redes urbanas, multicanal.
 Redes interurbanas,
No caso de transmissão via cabos telefônicos, os pares usados não devem ser pupinizados,
 Centrais de comutação telefônica a 2 fios, pois não seria possível transmitir em altas freqüências dos sinais multiplexados.
 Centrais de comutação telefônica a 4 fios e
 Canais de longa distância a 4 fios que utilizam vários meios de transmissão:
 Rádio,
 Cabo coaxial,
 Cabo submarino,
 Satélite etc. [3] CCITT: “Comité Consultatif International Télégraphique et Téléphonique”.
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O nível (físico) de potência elétrica de sinal se expressa em mW (miliwatts).
O nível (físico) de potência elétrica de ruído se expressa em pW (picowatts).
O tom de teste padrão (“standard test tone”) mundialmente aceito num sistema telefônico é
do nível de 1 miliwatt (mW), medido num ponto de referência que geralmente é o quadro
D G ) de uma estação telefônica, ou, então, o seu distribuidor de áudio
distribuidor geral (D
D A ), ou de qualquer maneira o ponto (par de terminais) por onde o sinal entra no sistema
(D
de transmissão (linha física, canal multiplex etc.).
A potência de 1 miliwatt corresponde a uma tensão de 0,775 V, numa carga de 600 ohms, ou
numa linha com essa impedância característica.
Então, esse nível de potência é tomado como nível relativo zero de uma escala logarítmica,
onde um nível qualquer se expressa em dB relativos a 1 mW, isto é, dBmW, ou simplesmente
dBm.
Portanto, 0 dBm ≅ 1 mW (≅ leia-se corresponde a) e de modo geral um nível de potência
absoluta P se expressa por P dBm = 10 logP mw' valendo, pois a tabela de correspondência:

TABELA 1: TABE LA DE CORRESPONDÊNCIA.


F I GURA 1 0: E XE M PL O DE UM A POS SÍVE L L IGAÇÃO IN TE RNACIO NAL.
Observe-se que a separação dos canais de ida e volta nesses sistemas, que são a 4 fios, não 10 -N mW 0,001 mW 0,01 mW 0,1 mW 1 mW 10 mW
implica necessariamente portadores físicos distintos. Por exemplo, num sistema F D M [4] de
-10N dBm -30 dBm -20 dBm -10 dBm 0 dBm +10 dBm
“carrier” ou de ondas portadoras sobre linha física, pode-se colocar os canais de ida e volta
em faixas de freqüências diferentes, o que elimina qualquer possibilidade de interferências
(o mesmo não é feito normalmente nos sistemas T D M , embora seja teoricamente possível
A razão do uso de 1 mW como referência é o fato de ser este valor o nível que tipicamente
colocar os canais de ida e volta em faixas de tempo diferentes). Na Figura 10 temos uma
se encontra nas linhas telefônicas.
ligação hipotética entre São Paulo e Yokohama é uma possível alocação dos equipamentos
de transmissão envolvidos. Também se utiliza o conceito de "potência relativa" de sinal em sistemas de comunicações.
Toma-se como referência a potência de sinal (P 0 ) antes do híbrido, no senti do da
3- U N I D A D E S D E N Í V E L D E S I N A L U S A D A S E M T E L E CO M U N I C A Ç Õ E S transmissão (ver Figura 5, ponto C na ligação de A para B e ponto D na ligação de B para A);
Para fins de análise, especificação, testes e medidas em sistemas telefônicos, definem-se se, num ponto X qualquer da via de comunicação, a potência do sinal for P x , entende-se por
unidades logarítmicas de sinal e de ruído, expressas em decibéis (dB) relativos a nível de potência relativo, no ponto X, a expressão:
determinados níveis de referência.
O uso dessas unidades justifica-se pelo fato de se estarem transmitindo sinais de áudio, P dBr = 10 log (Px /P 0)
destinados a um utilizador final humano (embora possa haver outras aplicações, como E QUAÇÃO I
transmissão de dados em que o destinatário final do sinal elétrico é uma máquina, por
exemplo). Nessas condições, aplica-se a lei de Weber-Fechner, segundo a qual a sensação dBr significando dB relativos.
subjetiva (psicológica) é proporcional ao logaritmo do estímulo objetivo (físico), o que Finalmente, é muito freqüente falar-se em nível absoluto de um sinal medido no ponto de
justifica que, na técnica de áudio, sejam os níveis de som (quer sinal acústico quer o nível relativo convencional zero:
correspondente sinal elétrico) expressos em decibéis, que são unidades logarítmicas. A
extensão dessa prática à telefonia resultou nas seguintes definições: PdBm0 = 10 log (P 0/1 mW)
E QUAÇÃO II

[4] F D M de “carrier” = F D M de ondas portadoras sobre linha física.


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dBm0 leia-se "dBm zero".
T E R C E I R O C A P Í T U L O CONCEITOS
Para o projeto dos equipamentos de transmissão, é importante saber qual o nível do sinal
telefônico em dBm0 no ponto C (Figura 5). Este é função do modo de falar do assinante A, ASSOCIADOS AOS SISTEMAS TELEFÔNICOS
das características do seu telefone e da linha até o ponto C. Dadas às características de
grande variabilidade (ou, em termos matemáticos, variância) do nível instantâneo do sinal de
voz, só tem sentido falar-se em valor médio estatístico.
1- IN T R O DU ÇÃ O

Deve-se considerar, porém, que a presença do sinal não é permanente, pois ha intervalos em Para que dois assinantes quaisquer pudessem estabelecer a todo instante, e com segurança,
que o assinante A fala, outros em que fala o B e o A fica a escuta, ha intervalos entre frases, uma ligação entre si, seria necessária a existência de uma rede em malha ligando cada
palavras, sílabas e intervalos em que nenhum dos dois fala; alem disso, ha tempos assinante a todos os demais. Essa solução, para grandes redes, é inaceitável do ponto de
consideráveis em que o canal não esta ocupado, fato que tem muita importância no caso de vista econômico, uma vez que o número de linhas cresce com o quadrado do número de
sistemas multicanais. Levando tudo isso em conta, pode-se concluir que num feixe de muitos pontos a interligar (Figura 11).
canais, mesmo que muito carregados com tráfego, pode-se contar com um fator de atividade
de 0,25 para cada canal; ou seja, o nível relativo médio de sinal de voz seria 25 µW,
correspondente a -16 dBm0.
4- RASC UN HO
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__________________________________________________________________________________________________ REDE EM MALHA REDE em ESTRELA
__________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________ n (n − 1) n linhas
linhas
__________________________________________________________________________________________________ 2
__________________________________________________________________________________________________ FI GURA 11: RED E EM MAL HA E E M ESTREL A.
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Em seu lugar, adota-se uma rede em estrela, com as linhas convergindo numa central
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telefônica. O número de linhas necessário, assim, n(n-1)/2n=(n-1)/2 vezes menor. Por
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exemplo, para 10 mil assinantes, Seriam necessárias 5 mil vezes mais linhas com rede em
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malha do que com rede em estrela (observação: esse exemplo é meramente teórico, uma vez
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que nunca existiu rede em malha para mais que algumas dezenas de terminais!).
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__________________________________________________________________________________________________ Considerando em detalhe a função da Central Telefônica, verifica-se que ela deve comutar as
__________________________________________________________________________________________________ conexões entre os assinantes, donde o nome Central de Comutação (também aplicável a
__________________________________________________________________________________________________ centrais telegráficas, centrais de comutação de dados etc.). E importante notar que nem
__________________________________________________________________________________________________ todos os assinantes hão de querer comunicar-se simultaneamente, de modo que o número
__________________________________________________________________________________________________ de vias de conexão internas da central pode ser sensivelmente inferior ao número de
__________________________________________________________________________________________________ assinantes (ou melhor, de ligações possíveis).
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F IGURA 12: E XE MPLO DE CO MUTA ÇÃO.


FIGURA 1 3: OCU PAÇ ÃO DE N V IAS TELEFÔNICAS.
No exemplo da Figura 12, vê-se intuitivamente que 10 assinantes, ou seja, uma demanda
máxima teórica de 5 ligações simultâneas, poderia ser atendida satisfatoriamente por 3 vias A ocupação das N vias se processa de forma aleatória, sendo o tempo de retenção (ou de
de conexão apenas. ocupação) também uma variável aleatória.

Surgem dai considerações estatísticas: em função do número de assinantes, de seus O tempo de retenção de cada linha (t r ) é major que o tempo de conversação (t c ), e é decisivo
requisitos de conversão (tráfego originado) e do número de vias de conexão disponíveis, para o dimensionamento dos sistemas. Considerando, porém, que muitas ocupações podem
ocorre uma perda de tráfego ou perda de serviço, que corresponde à porcentagem das não chegar a realizar conversações (principalmente quando o sistema está congestionado),
ligações tentadas e não efetuadas. pode ocorrer que o tempo de retenção médio (t r ) seja menor que o tempo de conversação
médio (t c).
O tráfego telefônico convencional caracteriza-se pela ocorrência de ligações de duração
relativamente curta; considerando-se o tempo total de retenção (sinalização seguida de Define-se como volume de tráfego, num intervalo de tempo T, a expressão:
conversação), seu valor médio é de 1,5 a 3 minutos.
t 0 +T
O número de ligações totais efetuadas (ou tentadas) por um grupo de assinantes, num certo
intervalo, varia conforme a natureza do serviço (Se comercial ou residencial), a hora do dia,
dia da semana e até mesmo o mês: em outras palavras, varia de acordo com os requisitos
V = ∫ ndt
t0
das fontes geradoras de tráfego, que são os assinantes. O número de meios de conexão
E QUAÇÃO III
oferecidos para dar vazão ao tráfego numa central de comutação é uma solução de
compromisso entre o custo dos equipamentos e o conforto dos assinantes, este último
Que corresponde ao tempo total de ocupação de todas as linhas, no intervalo T (horas ou
definido pelo grau de serviço. As normas internacionais recomendam uma perda de serviço
Erlangs X hora).
não superior a 5%.
O volume de tráfego tem, a rigor, a dimensão de tempo, mas se exprime usualmente em
2- D E F I N I ÇÕ E S chamadas X hora (auto-explicativo) ou em Erlangs X hora (em que a unidade adimensional
a . Volume de Tráfego Erlang, que será definida adiante, visa lembrar que se trata de tráfego telefônico).
Considere-se um feixe de N vias telefônicas (Figura 13), não importando, no momento, se O volume de tráfego pode também ser interpretado somando-se os tempos de retenção (t ri .)
são vias de entrada ou de saída numa central telefônica, ou, ainda, vias de conexão interna, de todas as vias no intervalo, ou seja:
canais interurbanos etc.

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N t 0 +T No caso particular de uma única linha, seu aproveitamento é numericamente igual a sua
V =∑ ∑ t ri = C .t r intensidade média de tráfego; assim, a máxima intensidade média de tráfego por linha é
igual a 1 Erlang. Os assinantes telefônicos usuais geram uma intensidade média de 0,05
1 t0
Erlang (obviamente, a intensidade instantânea de tráfego para uma única linha só pode ser 0
E QUAÇÃO IV ou 1 Erlang).
Se todas as vias de um feixe tiverem a mesma probabilidade de ocupação, isto é, a mesma
(em virtude da definição de tempo médio de retenção t r , sendo C o número total de
intensidade média de tráfego, pode-se escrever, intuitivamente:
chamadas no intervalo T).
b. Intensidade de Tráfego t 0 +T t rlinha
V 1
Nessas condições, define-se intensidade média de tráfego no intervalo T, pela expressão: Im
feixe
= NI m
linha
= N linha = N
T T
∑ t ri = N T
t0
t 0 +T
1 V E QUAÇÃO VIII
Im =
T ∫ ndt = T
=n (Erlang)
t0 onde t rlinha = tempo de retenção total da linha no período de observação; de onde a

E QUAÇÃO V eficiência do feixe resulta:

A intensidade média de tráfego representa, pois, o número médio (ti) de vias ocupadas no I mfeixe tr
intervalo T. a= = I M linha = linha
Embora essa grandeza seja adimensional (ou signifique vias ou chamadas), ela se exprime em
N T
E QUAÇÃO IX
Erlang, em homenagem a A. K. Erlang, quem pela primeira vez aplicou a teoria estatística aos
fenômenos de tráfego.
Fração do tempo em que qualquer linha está ocupada. Portanto: num feixe onde todas as
A intensidade instantânea de tráfego num instante qualquer é obtida passando-se ao limite a vias têm a mesma probabilidade de ocupação, a eficiência do feixe é igual à fração do tempo
intensidade média, quando o intervalo de observação tende a zero, ou seja: em que qualquer linha está ocupada.
c . Hora de Maior Movimento — HMM
t + ∆t
1
I = lim I m = lim
∆t → 0 T ∫ ndt Se a intensidade de tráfego instantânea num feixe for representada ao longo do dia, obtém-
se uma função descontinua (número inteiro) do tipo representado na Figura 14.
t
O ciclo se repetirá, ora com tráfego mais intenso (segundas e sextas-feiras), ora com tráfego
E QUAÇÃO VI
mais fraco (sábados e domingos). Sobrepõe-se ao ciclo diário um ciclo semanal, e a este um
sazonal.
A intensidade instantânea representa, pois, o próprio número de vias simultaneamente
ocupadas no instante em questão (consequentemente, e sempre um número inteiro). O sistema telefônico deve operar bem não apenas nos dias calmos, o que não é
problemático, mas também nos dias de tráfego intenso. Por outro lado, não pode ele, por
Define-se, ainda, aproveitamento de um feixe “a”, ou sua eficiência, a intensidade média de
motivos econômicos, ser dimensionado para tráfegos de pico em certos dias excepcionais.
tráfego por linha:
Para dimensionar os sistemas, torna-se a média das curvas para os 30 dias de tráfego mais
intenso. Esta curva, semelhante a anterior, apresenta horas não problemáticas. O
Im n equipamento deverá ser dimensionado para atender ao tráfego na Hora de Maior
a= = (0 ≤ a ≤ 1) adimensional
N N Movimento (HMM), que pode ser obtido da forma seguinte:
E QUAÇÃO VII

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F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES
que não conseguem escoar num determinado instante em:
a.) Sistema de chamadas perdidas ou, simplesmente, sistema de perdas.
b.) Sistema de chamadas em espera ou, simplesmente, sistema de espera.
No primeiro caso, não se alcançando uma saída livre, a fonte de tráfego é informada (sinal
de ocupado) e a tentativa se perde. Uma nova poderá ser iniciada em seguida.
No segundo caso, não havendo saída livre, a fonte de tráfego fica aguardando, pelo menos
por certo tempo, que alguma saída esteja disponível.
F IGU RA 14: I NTE NSIDA DE DE TRÁF E GO IN STANT ÂNE A E M UM FE I XE A O LONG O DO DI A.
a.) Mede-se a intensidade média para os intervalos de 15 minutos ao longo das horas i. Sistemas de perdas
do dia. Define-se perda, ou grau de serviço, de um sistema de perdas, pela relação:
b.) Os quatro intervalos consecutivos que tiverem a intensidade média resultante
major constituirão a H M M . A −Y
A fração do volume de tráfego diário que se escoa na HMM é denominada fator de B =
concentração. Situa-se geralmente entre 10 e 15%.
A
E QUAÇÃO X
d . Sistemas Seletores Ou Acopladores
Sejam M fontes (por exemplo, assinantes) que pretendam escoar um tráfego A numa Onde A seria a oferta espontânea. A perda é função da oferta A, do número de vias de
determinada direção (Figura 15). As vias de escoamento serão em número diferente do escoamento N e das características do sistema acoplador. Refere-se normalmente a
observado no feixe de entrada. Admite-se que o feixe de saída tenha N < M vias. Define-se intensidade de tráfego da H M M .
sistema seletor ou acoplador o que estabelece a interconexão temporária entre as entradas
e as saídas, de acordo com as solicitações das fontes de tráfego. Pontos de acoplamento são ii. Sistema de espera
Os pontos de interconexão entre as entradas e as saídas. Nos sistemas de espera, as tentativas de chamada que não podem ser atendidas
Se N < M, é possível que a intensidade de tráfego oferecida ao sistema seletor, em certos imediatamente não são descartadas, mas ficam aguardando até que uma saída se desocupe.
instantes, seja tal que todas as vias de escoamento estejam já ocupadas. A intensidade de Para definir a qualidade, ou grau de serviço, em vez do conceito de perdas B, se introduzem
tráfego escoado Y será, portanto, menor ou igual a "A A " , a intensidade de tráfego que conceitos vinculados à fração das chamadas que terão que esperar (P (>0) ) e ao tempo de
escoaria se não houvesse limitações de escoamento. espera.
a.) P (>0) é a probabilidade de espera em uma tentativa de chamada: representa a
fração das chamadas que terão de aguardar algum tempo.
b.) P (>t) , é a probabilidade de uma chamada ter que esperar mais do que t.
c.) O tempo de espera médio t m é a média dos tempos de espera das chamadas que
chegam a esperar. Utiliza-se também o tempo de espera médio de todas as
chamadas, incluindo-se aquelas completadas imediatamente. É fácil constatar que
este valerá q = t m P (>0) .
FIGURA 15: SISTEMA ACOPLADOR.
As grandezas P (>t) e t m variam em função do modo de atendimento das chamadas em espera,
A impossibilidade de atender todas as tentativas de chamada condiciona, por sua vez, que a
o que pode ocorrer de forma cronológica, seqüencial ou aleatória.
oferta não atinja o valor que teria espontaneamente, bem como altera as características
estatísticas da oferta, em virtude das novas tentativas decorrentes. Enquanto estas forem Quanto à capacidade de acessar as saídas, os sistemas acopladores podem ser de
poucas, as imperfeições estatísticas ocasionam efeitos de segunda ordem de grandeza, que acessibilidade plena ou limitada. Se um sistema acoplador puder estabelecer uma ligação de
poderão ser desprezados. uma entrada qualquer para todas as saídas, ele é dito de acessibilidade plena. Nesse caso,
enquanto houver saída ainda livre, a ligação é feita.
Os sistemas acopladores podem ser classificados quanto ao tratamento que dão as chamadas
SISTEMA S TELEFÔNICOS SISTEMA S TELEFÔNICOS
18 PROF . CA RLOS E. VIANA 19 PROF . CA RLOS E. VIANA
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Se de uma entrada do sistema acoplador não houver acesso a todas as suas saídas, ele é dito … (1-Bn )
Y = A(1-B 1)(1-B 2 )…
de acessibilidade limitada. Nesse caso, mesmo havendo uma saída ainda livre, a ligação pode E QUAÇÃO XII
não se estabelecer, por impossibilidade de conexão com o acoplador. Define-se
acessibilidade (k) do acoplador como o número de vias de escoamento as quais se tem Como por sua vez, Y = (1-B) A, tem-se:
acesso de uma entrada. Se k = N, o sistema passa a ser de acessibilidade plena. Obviamente,
mantidos A e N constantes, quanto maior k, menor será a perda.
… (1-B n)
1-B = (1-B 1)(1-B2 )…
Quanto à estrutura interna dos sistemas acopladores, estes ainda poderão ser classificados E QUAÇÃO XIII
como de um ou de vários estágios.
No primeiro caso, a interconexão entre entrada e saída é feita diretamente através de um Ou seja:
ponto de acoplamento. Entende-se por ponto de acoplamento um conjunto de contatos
(para os 2 ou 4 fios do sinal de voz, além dos eventuais fios para sinalização), sempre n n
acionados simultaneamente, que interconectam as entradas as saídas do acoplador. B = 1 − ∏ (1 − B i ) = ∑ Bi − ∑ Bi B j + ...
Nos sistemas acopladores de vários estágios, também chamados sistemas de enlaces, há i =1 i =1 i≠j
entre uma entrada e uma saída pelo menos dois pontos de acoplamento nos quais existem E QUAÇÃO XIV
os enlaces internos. Nos sistemas de enlace de vários estágios, existem vários modos de
interconectar uma entrada e uma saída. Se as perdas B 1, B 2 ... B n forem pequenas, pode-se ainda simplificar a expressão para:
e . Sistemas de Perdas em Cascata
Se vários sistemas acopladores de perdas, com perdas B 1 , B 2 , ... B n , estiverem ligados em B ≈ B 1+B2 +...+B n
série, o sistema global terá uma perda B (Figura 16). E QUAÇÃO XV

Como as perdas individuais se referem a HMM e não precisam ser coincidentes (diferenças
de ciclo diário ou mesmo de fuso horário), a perda real pode, nesses casos, ser menor que a
indicada.
3- EX E M P L O S D E SI S T E M AS A CO P L AD O R E S
Apresentam-se, a seguir, alguns tipos de sistemas acopladores, não do ponto de vista de
FIGU RA 16: SIST EMAS E M CASCAT A. detalhe de equipamento, mas sim de suas características em relação à teoria do tráfego. A
apresentação não pretende ser completa, pois visa somente à ilustração dos conceitos
Y1 = A(1-B1 ) apresentados.
a . Seletores Eletromecânicos de um e de Dois Movimentos
Y2 = Y1 (1-B2)
Embora não sejam mais utilizados, são muito úteis para a visualização dos conceitos
… anteriores:

i. Seletor de giro
Y =Yn-1 (1-Bn )
Nesse seletor, cuja representação simbólica é a indicada na Figura 17, um cursor desliza
E QUAÇÃO XI
sobre um banco de contatos dispostos cilindricamente. Um conjunto de relês está associado
ao cursor para propiciar o seu movimento, passo a passo, do tipo catraca, até Se atingir a
Multiplicando-se todas as parcelas entre si e simplificando, resulta:
saída desejada (livre no pré-seletor ou em espera no buscador de linha). Esta saída é
identificada através do potencial (+B ou terra) do terceiro fio, ou seja, na realidade existem
três bancos de contatos e cursores, dois para os fios de conversação e um para sinalização,
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20 PROF . CA RLOS E. VIANA 21 PROF . CA RLOS E. VIANA
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todos acionados simultaneamente. Vários seletores (M) têm as suas saídas (N) colocadas em obtém-se sinal de ocupado. Trata-se, portanto, de um sistema de perdas com acessibilidade
múltiplo (paralelo), tornando um sistema seletor de M entradas e N saídas. O seletor de giro k = 10.
pode ser utilizado em duas configurações típicas: b. Sistemas de Acoplamento com Matrizes
ii. Pré-seletor Também estes sistemas, embora estejam em desuso, são muito úteis para a visualização dos
Em alguns sistemas de comutação, os assinantes são diretamente ligados a pré-seletores. conceitos anteriores. Seja uma matriz de acoplamento a relês com M entradas e N saídas.
São reunidos em grupos de 100, formando-se um feixe de entrada com M = 100. O feixe de Para interconectar uma entrada a uma saída, basta acionar o relê adequado da matriz de
saída tem N vias. A acessibilidade k é igual ao número de saídas do seletor (normalmente, acoplamento. A acessibilidade do sistema é plena. A representação esquemática é a indicada
10). O seletor procura uma saída livre em seleção não-numérica (não depende do número na Figura 20.
discado pelo assinante). Se chegar a última saída sem que nenhuma saída livre tenha sido
encontrada, o assinante recebe o sinal de ocupado. Trata-se, portanto, de um sistema de
perdas. O pré-seletor era utilizado como estágio concentrador na entrada dos sistemas de
comutação. O nome estágio concentrador advém do fato de sendo N < M, as vias de saída
escoarem o tráfego de forma mais concentrada.

F IGU RA 1 7: S E LETO R DE FIGURA 18: BUSCADOR DE FIGU RA 19: SEL ETOR DE FIGURA 20: SISTEMAS DE ACOPLAMENTO COM MATRIZES.
GIRO. LINHA. DOIS MOVIMENTOS.
Uma diferença fundamental entre os seletores anteriores e as matrizes de acoplamento é
iii. Buscador de linha que nos primeiros os próprios pulsos enviados pelo telefone do assinante podem posicionar
E também utilizado como concentrador de tráfego. As entradas são ligadas ao banco de os seletores, ao passo que, com as matrizes, as informações de seleção devem ser
contatos do seletor de giro. As saídas são ligadas ao cursor. encaminhadas a um órgão central, que as analisa e decide qual o ponto de acoplamento deve
ser acionado.
As entradas estão ligadas em múltiplo (todos os bancos em paralelo). Quando uma entrada é
ocupada, um seletor livre entra em movimento, buscando-a. Se todos os seletores estiverem Com o aumento do número de entradas M e, consequentemente, das saídas N, o número de
ocupados, o assinante deverá aguardar um deles ser liberado. Trata-se, portanto, de um pontos de acoplamento M X N cresce de forma muito acentuada, o que eleva,
sistema de espera. O atendimento das chamadas em espera será seqüencial, se toda busca proporcionalmente, o custo da matriz. Para grandes configurações, contorna-se esse
partir do ponto 0, ou aleatório, se a busca partir da última parada — porém, não é problema subdividindo-se o conjunto em matrizes parciais, que se interligam por meio de
cronológica. A acessibilidade é plena. A representação simbólica é a indicada na Figura 18. enlaces internos. Os sistemas acopladores, utilizando matrizes e enlaces internos, poderão
ter 2, 3 ou mesmo 4 estágios, de acordo com o número de circuitos a interconectar.
iv. Seletor de dois movimentos (elevação e giro)
i. Sistemas de enlaces com dois estágios
Trata-se de um seletor com dois movimentos. O conjunto de relês propicia os movimentos
do cursor, passo a passo, em duas etapas. Os próprios pulsos emitidos pelo telefone do Considere-se um sistema de dois estágios em que as M entradas foram agrupadas em h
assinante vão movimentar o seletor. O de elevação segue uma seleção numérica, escolhendo matrizes parciais, com m entradas e z saídas, conforme indicado na Figura 21.
um nível. Dentro desse nível, pode-se ter a seleção não-numérica de uma saída livre As N saídas foram agrupadas em z matrizes parciais, com n saídas. Cada matriz parcial do
qualquer do feixe (no caso de um seletor de grupo ou de rota — S G ) ou uma segunda seleção primeiro estágio se interconecta a cada matriz parcial do segundo estágio, por meio de um
numérica (no caso de seletores de linha ou de assinante — S L ) para escolha de uma enlace interno. A matriz única teria M X N pontos de acoplamento. Já a configuração com
determinada linha. A representação simbólica é a indicada na Figura 19. enlaces tem somente mzh + hnz = (m + n) hz pontos de acoplamento.
Existem, normalmente, 10 níveis e, dentro de cada nível, 10 saídas. Não havendo saída livre,

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único feixe. Constata-se que existe grande flexibilidade na fixação do número de rotas e de
circuitos por rota, sem prejuízo da acessibilidade plena. E uma grande vantagem em relação
aos sistemas acopladores de dois movimentos, em que o número de rotas e a acessibilidade
eram limitados pela construção mecânica dos seletores.
No caso particular em que M = N e m = n = z, o número de pontos de cruzamento da rede é
minimizado, aproximadamente, para:

M = N
2
E QUAÇÃO XVI

FIGU RA 21: SIST EMAS DE ENL ACE S COM DOIS ESTÁGI OS. Com o mínimo correspondente dado por:

Por exemplo: Seja M = N = 100, m h = 10, n = 20 e z = 5. Em lugar de 10 mil, haveria somente


1.500 pontos de acoplamento. Embora se tenha acessibilidade plena, isto é, de qualquer C min = 2N 2N
entrada se pode atingir qualquer saída, constata-se que surge um novo efeito, o de E QUAÇÃO XVII
eventuais perdas na matriz por bloqueios internos decorrentes da não disponibilidade de
enlaces internos quando o tráfego fluir através da matriz. Se numa matriz parcial, z dos m Nos sistemas matriciais, a decisão sobre qual saída deve ser acessada provem de um
assinantes estiverem ocupados, percebe-se que uma nova ocupação não poderá estabelecer comando central. A marcação dessa saída, bem como a procura de um dos vários caminhos
a conexão, mesmo que a saída almejada esteja livre, por falta de enlace interno. possíveis para interconectar a entrada com a respectiva saída, é executada por órgãos
Obviamente, as perdas por bloqueio interno aumentam com a intensidade de tráfego denominados marcadores, que operam de forma seqüencial, isto é, executam as
processada pela matriz. Esse efeito é o preço pago pela economia de pontos de interconexões uma por vez. Devem, portanto, ter uma dinâmica suficiente para processar o
acoplamento. número total de ligações executadas pela matriz na H M M .

ii. Sistemas de enlaces com três estágios Quanto à execução física das matrizes, podem se diferenciar os sistemas em “Crossbar” e
“Crosspoint”, estes últimos ainda nas variantes com relês (abertos ou protegidos) ou
Considere-se um sistema acoplador utilizando matrizes parciais distribuídas em três estágios,
eletrônicos. Os sistemas Crosspoint prevêem um acionamento individual de cada ponto de
conforme indicado na Figura 22.
acoplamento da matriz, seja através de um relê simples ou encapsulado ("reed") ou de um
O total dos pontos de acoplamento cai de MN para mzh + hpz + znp. Seja, por exemplo: componente eletrônico (tíristor ou chip). Embora conceitualmente mais simples, os sistemas
M = N = 1.000, m = n = 10, p = h = 100 e z = 7; os pontos de acoplamento caem de 10 6 para Crosspoint só se interpuseram a partir da década de 1960, por motivos econômicos, quando
8,4 x 10 4, ou seja, uma economia de 91,6%. se conseguiu baixar significativamente os custos por ponto de acoplamento. Desde os anos
Também neste caso, ocorre acessibilidade plena sem tráfego, mas dispõe-se de 1920, os sistemas Crossbar se haviam imposto também por aspectos econômicos. Nestes,
alternativamente de z caminhos para que se atinja uma determinada saída. Com tráfego, um artificioso sistema de barras e pontes de ferro, que são acionadas por relês situados na
podem também ocorrer às perdas por bloqueio interno. Se z entradas de uma matriz parcial abscissa e ordenada da matriz, ocasionam o fechamento e travamento de um determinado
já estiverem ocupadas, uma nova ocupação necessariamente será perdida por bloqueio ponto de acoplamento. Em principio, o sistema Crossbar permitiu reduzir o custoso cobre
interno. Nesse caso, podem também ocorrer perdas por bloqueio entre os estágios 2 e 3, por dos relês dos M X N pontos de acoplamento da matriz para M + N relês na abscissa e
tráfego originado em outras matrizes parciais. ordenada, substituindo-o pelo barato ferro das barras e pontes. Essa economia, em relação
aos sistemas Crosspoint, teve como contrapartida algumas desvantagens: maiores massas em
As estruturas matriciais são bastante flexíveis e permitem configurações que se adaptem as
movimento (cerca de cem vezes maiores) e conseqüentes desgastes e necessidades de
reais necessidades de tráfego. Elas podem tanto ser utilizadas para selecionar uma
ajuste, bem como tempos de acionamentos maiores (também cerca de cem vezes maiores).
determinada saída, atuando então como seletor de linha ou de assinante, como para
Este último fator gerou certa incompatibilidade com a eletrônica, que gradativamente foi se
selecionar uma saída qualquer de um feixe, atuando, portanto como seletor de grupo ou
introduzindo no comando da central.
rota. Neste último caso, basta agrupar um número conveniente de saídas para formar um
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24 PROF . CA RLOS E. VIANA 25 PROF . CA RLOS E. VIANA
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FIGURA 22: SISTEMAS DE ENLACE COM TRÊS ESTÁGIOS.

Nos sistemas modernos C PA — Controle por Programa Armazenado (ou S P C — “Stored-


F IGU RA 2 3: C E NTRAL DE CO MUTA ÇÃO.
Program Control”), a tecnologia eletrônica de processamento de dados se implantou nas
funções de decisão e comando, exigindo dos acopladores velocidades compatíveis. Por esse As diversas gerações de centrais de comutação resolvem os problemas aqui citados de
motivo, as matrizes Crossbar foram banidas dessa função, sendo substituídas por matrizes diferentes maneiras. Agrupando essas funções, obter-se o esquema geral para uma central
Crosspoint. de comutação indicado na Figura 23.
4- CE N T RA L DE CO MUT A ÇÃO O receptor tem por finalidade registrar os desejos da fonte de tráfego. O comando deve, com
base nas informações contidas no receptor, fixar o destino, escolher uma saída livre
Um sistema de comutação deve, além das funções de interconexão das entradas as saídas,
adequada e decidir sobre uma eventual retransmissão de parte das cifras recebidas, e para
realizadas nos acopladores ou seletores, executar outras funções, tais como:
tanto utilizará o transmissor. As operações serão realizadas conforme o programa
a.) Receber informações do assinante quanto ao destino desejado. armazenado na memória.
b.) Eventualmente, passar parte ou o total dessas informações para outras centrais.
Procura-se identificar as diferentes funções e a maneira como são realizadas nas diversas
c.) Decidir qual a saída que deve ser acessada. gerações de centrais de comutação.
d.) Encaminhar certos sinais ao assinante chamador (tom de chamada, controle de
a . Sistema de Comutação Manual
chamada, sinal de ocupado).
O sistema acoplador é constituído por um conjunto de cordões e “plugs” ou chaves, além de
e.) Enviar o toque de campainha ao assinante chamado.
um banco de contatos (“jacks”). A logística da comutação é realizada pela própria
f.) Alimentar os telefones dos assinantes.
telefonista. Ela recebe o número desejado (receptor), interconecta (comando) ou
g.) Armazenar ou encaminhar certas informações para fins de tarifação. retransmite (transmissor) o número desejado para outra telefonista, tudo de acordo com
instruções recebidas e gravadas em sua memória.
Trata-se de um sistema de espera, sendo P (>0) a probabilidade de um assinante ter de
aguardar o atendimento da telefonista. No dimensionamento do número de mesas, interessa
não o tráfego de conversação, mas sim o de ocupação das telefonistas. O tempo de retenção
médio será, portanto, o tempo médio que a telefonista leva para estabelecer a ligação e não
o que vai durar a conversação a seguir.
Se a pretensão for dimensionar um feixe (N = ?) de escoamento do tráfego numa
determinada direção (rota), passará a interessar o tempo de retenção médio dessas vias, ou
seja, o tempo de conversação mais o do estabelecimento da ligação. No primeiro caso, os
tempos de retenção têm duração aproximadamente constante; no segundo, aproxima-se de

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uma distribuição exponencial.
b. Centrais com Comando Direto
Utilizam seletores de um e dois movimentos, comandados diretamente pelos pulsos emitidos
pelo telefone. Foram produzidos por diversos fabricantes, utilizando-se diferentes princípios
construtivos. O primeiro deles foi idealizado por Strowger e batizado com seu nome. Os
seletores utilizam os movimentos rotativo (pré-seletor e buscador de linha) e de elevação e
giro (seletor de grupo e de linha), conforme anteriormente exposto.
Os receptores passam a ser os conjuntos de relês associados aos seletores. Esses sistemas
não têm condição de retransmitir cifras adiante, o que tolhe bastante sua utilização em
redes amplas. A função de comando é assumida pelo próprio assinante. A cifra, uma vez
utilizada, desaparece, impossibilitando a sua reutilização, o que seria necessário em
processos de encaminhamento mais complexos. Um exemplo de utilização destas centrais
para 500 assinantes é apresentado no esquema representado na
Figura 24.
Os assinantes são agrupados em 5 centenas por condição construtiva dos buscadores de
linha (100 saídas do B L ). No estágio inicial de seleção não-numérica, processa-se uma FIGURA 24: E XEMPLO DE CE NTRAL COM 500 ASSINANTES.
concentração de tráfego para melhor aproveitamento nos feixes e órgãos subseqüentes. Do
jogo de relês do estágio S G é enviado o tom de discar ao assinante A. O S G processa a Quando o número de assinantes aumenta, toma-se necessário introduzir mais estágios de S G
distribuição de tráfego através da primeira seleção numérica (2 a 5), para escolher o grupo (com dois estágios de S G , atingem-se 10 mil assinantes; com três, 100 mil, e assim por
(centena) de destino. No feixe desejado, por exemplo, 3, processa-se uma seleção não- diante).
numérica, pois todos os circuitos levam a um mesmo grupo de seletores de linha e são, Alguns dos inconvenientes dos sistemas de comando direto são:
portanto, todos aceitáveis. O seletor de linha opera as duas seleções numéricas, X e Y, para
atingir o assinante especifico (3XY). a.) Os números enviados são consumidos no processo de seleção e, dessa farina, não
d possível efetuar encaminhamentos complexos em redes amplas;
O feixe entrante que trás o tráfego vindo de outras centrais deve ser conectado ao nível do
b.) A acessibilidade aos feixes de saída é limitada (k = 10), em função da construção
SG para que possa acessar todos os assinantes da central. Todo o tráfego destinado a outras
dos seletores. Os feixes de saída, consequentemente, têm um mau
centrais é encaminhado a um feixe próprio, digitando-se “0”.
aproveitamento;
Observe-se que o mesmo assinante aparece à esquerda e a direita do esquema, caso seja c.) Não ha flexibilidade na Formação de rotas, tendo em vista a estrutura decimal do
chamador (AA ) ou chamado (B
B ). As saídas do S L e as entradas do B L estão, portanto, sistema;
interconectadas.
d.) Os movimentos mecânicos geram desgastes, exigindo permanente manutenção.
c . Centrais de Comando Central ou Comum
São centrais do tipo Crossbar ou Crosspoint, que utilizam como acopladores os sistemas
matriciais. Nessas centrais, destacam-se três níveis hierárquicos:

i. Periférico
Formado pelo acoplador propriamente dito e pelos juntores que são utilizados para ligar os
troncos e os circuitos de assinante ao acoplador.
As matrizes poderão ser do tipo Crossbar ou Crosspoint e, nesse caso, eletromecânica (relês)
ou eletrônica (tíristores ou chips).

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ii. Semi-centralizados
M F ou M F C ). Em
Constituído por registradores, marcadores, transmissores e receptores (M
centrais C PA , essas funções são assumidas por microprocessadores.

iii. Comando central


Que processa a informação e a transmite aos marcadores e geradores, indicando como
proceder. A ele está associada à memória, que poderá ser cabeada (“wired logic”) ou
armazenada em forma de software, como no case das centrais CPA.
Na Figura 25 exemplifica-se uma central de comutação do tipo Crosspoint, com acopladores
utilizando relês. Esse sistema foi desenvolvido na década de 1960 e apresenta,
consequentemente, mais recursos que os sistemas Crossbar, concebidos entre 1920 e 1940.
O comando central é eletrônico, com lógica cabeada (“wired logic”).
Os assinantes são agrupados em n grupos de mil. Cada um desses grupos de mil assinantes é
ligado a uma matriz S A — Seleção de Assinantes — que concentra o tráfego originado em um
feixe de N circuitos, cada qual com um juntor de origem. Quando um assinante ocupa um FIG URA 2 5: EXEMPL O DE CENTRA L DE COMA ND O COMUM.
circuito, processa-se uma interconexão através de SA a um juntor qualquer de origem que
esteja livre, num processo de seleção não-numérica, comandado pelo marcador M 1. O juntor Através do acoplador S A , flui, portanto, tráfego nos dois sentidos. Da esquerda para a
J 0 envia ao assinante o tom de discar e, ao mesmo tempo, solicita um registrador R através direita, processa-se uma concentração semelhante a dos pré-seletores (P P S ) ou Buscadores
de um estágio concentrador. O número enviado é recebido e armazenado no registrador. O de linha (BB L ) dos sistemas de comando direto e, no sentido inverso, tem-se uma expansão
comando processa a informação obtida dos registradores e, através de M 2, marca um dos semelhante à verificada no estágio de seleção de linha dos sistemas de comando direto.
circuitos do feixe de interligação com as outras centrais. O marcador M 2 também executa a O estágio de Seleção de Rotas (SS R ) executa a função de distribuição de tráfego, de forma
busca de um caminho através do estágio de Seleção de Rotas — S R —, interligando o J 0 ao J S semelhante aos estágios de seleção de grupo das centrais com comando direto.
especifico.
O tráfego entrante de outras centrais aflui ao estágio S R através dos juntores de entrada J E.
Caso a ligação se destine a um assinante da própria central, o marcador M 2 indica uma saída O número de feixes de saída e de entrada é igual ao número de centrais com as quais existe
qualquer no feixe de retomo correto e, ao mesmo tempo, o comando instrui o marcador M 1 a interligação direta. O número de circuitos em cada feixe será determinado em função do
interconectar o circuito indicado per M 2 com o assinante chamado. tráfego a ser escoado.
Em cada uma das matrizes haverá uma perda por bloqueios internos, em função do tráfego
escoado por ela.
No nível hierárquico semi-centralizado, encontram-se os marcadores M 2 (um só) e M 1 (um
para cada mil assinantes, ou seja, n) e os registradores. Estes só se conectam aos circuitos
através de J0 ou J E, na fase inicial do estabelecimento da ligação. Isto feito, durante a
conversação, eles são dispensáveis de e se ocuparão em estabelecer outras ligações. Dai
resulta a possibilidade de utilizar um número menor de registradores (RR ), ou seja, recorrer a
um estágio concentrador.
O comando central é duplicado por motivo de segurança e atua como maestro no
estabelecimento das ligações através das matrizes, que são processadas uma por vez, em
forma seqüencial.
A dinâmica do processador central deve ser suficiente para processar todas as tentativas de
chamada na H M M e é expressa em B H C A (“Busy-Hour Call Attempts”).

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30 PROF . CA RLOS E. VIANA 31 PROF . CA RLOS E. VIANA
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Os sistemas Crossbar apresentam uma arquitetura semelhante, continuando, porém, as Nas hipóteses aqui apresentadas, com quatro algarismos haverá disponibilidade para 8 mil
funções de comando em grande parte associadas aos marcadores. O comando central é assinantes; com 5, para 80 mil; com 6, para 800 mil e, com 7, para 8 milhões de assinantes.
ainda incipiente e apresenta pouca flexibilidade. a . Plano de Numeração Aberto ou Fechado
d . Centrais CPA — Central por Programa Armazenado Considerem-se vários centros urbanos que devam ser interligados telefonicamente. Os
A partir da década de 1960, mas especialmente nos anos de 1970, as C PA S se consolidaram, assinantes de cada cidade terão números do tipo apresentado aqui, sendo o número de
inicialmente na sua versão analógica. algarismos função do tamanho de cada uma.
Nestas, o sistema acoplador continuava sendo uma estrutura de matrizes. Normalmente com Se a telefonia interurbana for do tipo manual (de mesa para mesa), um assinante de uma
contatos protegidos (“reed relays”), mas os níveis semi-centralizado e centralizado foram cidade, desejando falar com um de outra, chama a telefonista local, comunicando a cidade
substituídos por um computador de processes de alta capacidade. de destino e o número desejado. A telefonista chama sua colega da cidade de destino, que
Os sistemas C PA analógicos não tiveram um grande sucesso e representaram uma tecnologia por sua vez chama o assinante desejado. Nesse caso, não haveria necessidade de estabelecer
de transição no caminho para as centrais C PA - T (CPA temporais), que acabaram se impondo um plano de numeração entre as cidades, pois elas são interligadas por uma rede cm malha
na década de 1980. As centrais C PA analógicas apresentam um anacronismo tecnológico de feixes de canais telefônicos interurbanos. Embora estes freqüentemente tenham poucos
entre o processador (microeletrônica) e os acopladores (“reed relays”). O volume físico e o canais, pode-se obter uma boa eficiência do feixe, porque a telefonista tem a possibilidade
custo desses acopladores representam cerca da metade do custo total da central. de fazer as ligações em seqüência, deixando os assinantes em espera.

Nos sistemas C PA - T , o volume do acoplador se reduz a uma parcela desprezível, utilizando- Com a automatização da telefonia interurbana, toma-se necessário associar um plano de
se acopladores totalmente eletrônicos, que não mais comutam o sinal telefônico numeração as cidades. A cada cidade (ou região) se associa um código do tipo A B C D . O
diretamente, mas sim amostras deste, multiplexadas no tempo e codificadas. Os acopladores número de algarismos do código pode variar de cidade para cidade. Um assinante de uma
analógicos exigem uma utilização múltipla no espaço, dai resultando o seu volume, ao passo cidade, desejando contatar um assinante de outra cidade, terá que discar um número do
que nas matrizes temporais se faz uso múltipla do tempo. Durante um pequeno intervalo de tipo:
tempo (“time-slots”) uma entrada se interconecta a uma determinada saída, Num intervalo
seguinte, outra interconexão poderá ser feita, decorrendo dai a utilização múltipla do P XX ABC Y NNNN
tempo. Onde:
Nos sistemas C PA - T , o sinal telefônico é amostrado e codificado em 8 bits (P P C M ), P é um prefixo, usualmente “0”, utilizado para sair da rede local de origem e
preferivelmente já na entrada da central. Como dai em diante se transmitem sinais binários, ter acesso à rede interurbana.
que são insensíveis a ruídos e interferências, consegue-se utilizar acopladores totalmente
XX criado mais recentemente, indica a operadora escolhida para a chamada,
eletrônicos (chips), sem Os sérios problemas de diafonia que caracterizavam os pontos de
no caso de ligações de longa distância.
acoplamento eletrônicos nos sistemas analógicos.
ABC É o código da cidade de destino.
Nos sistemas C PA - T , atingiu-se uma coerência tecnológica entre o processador e os
acopladores. Os sistemas C PA - T dominam o cenário atual de centrais telefônicas. Novos YNNNN É o número do assinante desejado, na cidade de destino.
princípios físicos, como a comutação óptica, ainda estão em estágio embrionário nos Uma numeração desse tipo é dita aberta. Para atingir um determinado assinante da região, é
laboratórios e só se justificarão quando os circuitos ligados as centrais utilizarem preciso discar um certo número de dígitos, dependendo do lato de estar, ou não, na mesma
predominantemente fibras Ópticas. cidade. Consequentemente, o assinante que chama deve ter uma noção da estrutura da
5- EST RU T U RA D AS R ED ES T EL E FÔN IC AS rede, ou pelo menos do local de destino. O fato de ter que utilizar um prefixo para atingir a
rede interurbana conscientiza o assinante de estar estabelecendo nina ligação mais onerosa.
Para a identificação dos assinantes de uma rede telefônica urbana, a eles se associa um As listas telefônicas devem fornecer não só os números dos assinantes, mas também os
número do tipo Y N N N N . O número de dígitos é função do tamanho da rede. O primeiro, Y , códigos das cidades.
1 : serviços
usualmente assume os números de 2 a 9, reservando-se 1 e 0 para fins especiais (1
Se as várias cidades estiverem próximas entre si e os vínculos econômicos e sociais forem
especiais; 0 : acesso à rede interurbana e serviços especiais). Estas escolhas não são
muito intensos, originando tráfego telefônico entre elas comparável com o tráfego local, a
obrigatórias, mas adotadas por diversos países, inclusive o Brasil.
numeração aberta toma-se incômoda, pois exige do assinante constante atenção ao discar.

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32 PROF . CA RLOS E. VIANA 33 PROF . CA RLOS E. VIANA
F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES
Nesse caso, podem-se integrar essas cidades numa numeração fechada. Associa-se ao
número do assinante o código de sua localidade.
Os novos números de assinantes serão do tipo A B C Y N N N . Esse número deve ser discado de
qualquer lugar, da própria cidade ou de outra, para atingir o assinante, não sendo necessário
utilizar prefixo para diferenciar tráfego local de interurbano. O assinante não precisa mais
pensar na estrutura da rede ao discar, mas, em compensação, terá que discar mais dígitos
em média. Freqüentemente utiliza-se uma numeração fechada nas grandes regiões
metropolitanas e associa-se a estas regiões nina numeração aberta, para interconectá-las
com a rede nacional.
b. Estrutura das Redes Interurbanas
A interligação entre várias cidades poderá ser feita através de uma rede em malha ou em
estrela. M A L H A (Figura 26): Na rede em malha, o número de feixes cresce muito rapidamente
com o número de localidades. A comunicação entre duas cidades se processa pelo caminho
mais curto, mas a ampliação da rede para inclusão de uma nova Localidade exige a
implantação de N feixes. E S T R E L A (Figura 27): As localidades são todas conectadas a cidade
mais importante. O tráfego entre duas outras quaisquer passa através da cidade principal,
onde será comutado numa central de trânsito. O número de feixes C menor. Como F IG URA 2 8: E ST RUTURA DA RE DE INTE RURB AN A.
conseqüência, o tráfego escoado por feixe C maior, e seu aproveitamento C melhor. A
Dessa forma, garante-se também versatilidade de ampliações e um melhor aproveitamento
ampliação e interconexão de redes em estrela são simples. Em compensação, as linhas são
dos feixes nos níveis inferiores.
mais longas, e os equipamentos de comutação necessários, mais complexos.
A estrutura da rede interurbana sugere o plano de numeração para ela. Na Figura 28, ha
quatro regiões numéricas (áreas em que todos os códigos tem o mesmo algarismo inicial).
Quanto mais alta a classe da central de trânsito interurbano, mais algarismos tem o seu
código. Adota-se, nesse exemplo, um sistema de numeração misto, pois foi prevista, dentro
da região numérica 3, uma área de numeração fechada (área numérica). No restante, a
numeração é do tipo aberto.
Pelo exposto, conclui-se que o esqueleto da rede interurbana está intrinsecamente vinculado
FIGU RA 26: EST RUTURA E M MALH A. FIGURA 27: ESTRUTURA EM E STREL A.
ao plano de numeração. Sobreposta a rede apresentada, freqüentemente ha outra, de rotas
diretas. Estas eram muito comuns na época da telefonia manual, construídas especialmente
Dentro de um só país, procura-se formar uma rede em estréia, conectando os povoados as
quando os interesses econômicos o justificam, interligam centros, às vezes de regiões
cidades mais próximas. Estas, por sua vez, são ligadas ao seu pólo econômico por outra rede
numéricas diversas, diretamente. Essas rotas, sendo mais curtas, devem ser utilizadas
em estrela. As cidades mais importantes do país são interligadas por uma rede em malha.
prioritariamente. Só quando ocupadas é que se recorre à rota da estrutura básica,
Formam-se, dessa maneira, vários níveis hierárquicos (classes) de centrais de trânsito,
denominada alternativa. Embora os feixes diretos tenham poucos canais, apresentam boa
conforme se vê na Figura 28.
eficiência, pois podem ser dimensionados para grandes perdas, as quais não são efetivas,
pois, estando ocupada à rota direta, escoa-se o tráfego pela alternativa. Tem-se perda no
feixe direto, mas não na ligação.

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34 PROF . CA RLOS E. VIANA 35 PROF . CA RLOS E. VIANA
F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES
6- P R OB LE M AS P R O P O S T O S
E x er cí c i o : 1 D AD A A S E GUI N T E ES TRU T U RA , F IG UR A 3 1 , D E CO M UT A ÇÃO AN AL Ó GI CA A 3 EST Á GI O S:

F IGURA 2 9: IN TE RCON E XÃ O DAS CE NTRAI S DE TRÂN SITO.


FIGURA 30: COMUTAÇÃO ANALÓGICA A T RÊS ESTÁGIOS.
No exemplo da Figura 29, o assinante A estabelece uma ligação para o assinante B discando
a.) Calcule o número de pontos de cruzamento em função de N, n e k;
0 X X - 3 1 - 4 5 7 - Y N N N . Ambos estão ligados a centrais de pequenas localidades, que se
b.) Considerando-se duas linhas especificas (nina de entrada e outra de saída),
interconectam a rede interurbana através de centrais de trânsito de 4 a . classe. As
determine quantas formas diferentes de conexão se pode realizar;
interconexões entre as centrais de trânsito são a 4 fios, para possibilitar amplificações e
utilizações múltiplas (sistemas Multiplex F D M ou P C M ). Nessa mesma figura, o assinante A c.) Compare essa solução com n = 100, N = 1.000 e k = 200 com a obtida por uma
da região numérica 2, para alcançar o assinante B da região numérica 3, dispõe das rotas matriz quadrada que realiza a mesma função, em termos de número de pontos de
diretas a, b, c e d, que serão testadas nesta seqüência. Somente se todas as rotas estiverem cruzamento.
ocupadas se recorrerá à rota alternativa, que interliga os dois centros de classe 1. E x er cí c i o : 2 CO M BA S E NA FIG URA 3 1,
U M A E ST RUT U RA DE CO M UT AÇ ÃO D E 2
c . Plano de Numeração do Brasil
E ST Á GIOS , U T ILIZAD A COMO E STÁ GIO
No Brasil, o plano de numeração é misto. Dentro de uma estrutura aberta de oito regiões CON CE NT RA DO R, IS TO É: M < N,
numéricas, prevêem-se áreas de numeração fechada, quando as condições sociais e RE S PO ND A :
econômicas o justificam. As regiões numéricas correspondem a um ou mais estados da
a.) A acessibilidade é plena?
Federação, de acordo com o número de assinantes. Por exemplo, SP representa a região
Isto é, qualquer entrada
numérica 1, M G é a 3, R J e E S em conjunto formam a região 2 etc. Nas grandes regiões
pode ser ligada a qualquer
metropolitanas têm-se áreas de numeração fechada. Por exemplo: a Grande São Paulo tem o
saída?
código 11: a Grande Rio de Janeiro, 2 1; Belo Horizonte, 31. Os números nacionais dos
assinantes são do tipo A B C D + Y N N N N , ou seja: b.) Dadas duas linhas
especificas (uma de entrada
Código nacional da área + número local do assinante e outra de saída), haveria
FI GURA 31: COMUTAÇÃO ANALÓG ICA A DOIS
quantas formas diferentes ESTÁGIOS.
O número de algarismos dos códigos de área varia de 2 a 5, em função do tamanho da para realizar essa conexão?
localidade, tendo o número local do assinante de 8 a 5 dígitos, de forma que o número c.) Qual o número total de
nacional tenha sempre dez algarismos. Utilizam-se os prefixos 0 e 00 para atingir a rede pontos de cruzamento?
interurbana nacional e internacional, respectivamente.

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Q U A R T O C A P Í T U L O CONCEITOS DE TRÁFEGO

1- EST ADO S D E UM CIR CU IT O O U Ó RGÃ O


De acordo com a ocupação de um circuito ao longo do tempo, observa-se dois estados
possíveis: livre ou ocupado, como indicado na Figura 32.

Livre Ocupado Livre Ocupado Livre

FIGU RA 32: EST ADOS DE UM CIRC UITO OU ÓRGÃ O.

No instante em que o circuito ou órgão está livre, poderá ser tomado por qualquer chamada
que tenha acesso a ele.
Imaginemos agora um circuito constituído por cinco circuitos ou órgãos, cujo funcionamento
foi observado durante o intervalo de 60 minutos, conforme indicado na Figura 33.

FIGURA 33: RE GI STRO DE OB SE RVA ÇÕES INDIV IDU AIS DE CHAMAD AS EM 60 MI N.

A partir do gráfico da Figura 33, pode-se construir outro, onde tem-se a cada instante, um
registro do número de ocupações simultâneas, conforme Figura 34.
Observando as Figuras: Figura 33 e Figura 34 (apresentada a seguir), podemos notar:
 Enquanto no primeiro gráfico (Figura 33) temos uma visão da ocupação de cada
circuito, no segundo temos uma melhor idéia da carga total durante o período em
que o sistema foi observado;
 Todos os circuitos estiveram ocupados no intervalo de tempo t 10  t 15 . Qualquer
chamada que aparecesse nesse intervalo seria recusada.

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Figura 33 e Figura 34 que o tempo de observação foi de 60 minutos.
d . Intensidade de Ocupações
Também chamamos de intensidade de chamadas. E o número de ocupações ou de chamadas
que ocorre num grupo ou feixe de circuitos ou órgãos durante o período de observação.
Podemos observar na Figura 33 que houve 15 ocupações durante o período de observação
de 60 minutos. Portanto, a intensidade de chamadas será de:

15
F IG URA 3 4: RE GI STRO DE OCU PAÇ ÕE S SIMULTÂN E AS DE 5 CIRCUITO S. I = cham / min = 0 ,25cham / min
60
2- D E F I N I ÇÕ E S Podemos notar também que esse dado pode ser tirado da Figura 33, porém ele e perdido
a . Tempo de Ocupação quanto se constrói a Figura 34.

E o intervalo de tempo em que uma chamada está ocupando um circuito ou órgão. e . Tempo Médio de Ocupação

Uma mesma chamada pode provocar diferentes tempos de ocupação em diversos É a média aritmética dos tempos de ocupação das chamadas observadas num sistema
equipamentos de um sistema. Por exemplo, durante uma ligação telefônica, o tom de discar durante um período de observação T. Portanto:
e enviado por um equipamento apenas até o inicio da discagem. O tempo de ocupação desse
equipamento será de alguns segundos. Já um seletor, envolvido na chamada, será retido V
durante toda a conversação. tm =
n
b. Volume de Tráfego
E QUAÇÃO XIX
É a soma dos tempos de ocupação dos circuitos ou órgãos de um sistema.
Onde: V = volume de tráfego no sistema
j =n n = número de chamadas observadas.
V = ∑t j Como já observamos anteriormente, uma ligação exigira o trabalho de uma série de
j =1 equipamentos numa central telefônica. Cada órgão envolvido será retido durante um
E QUAÇÃO XVIII diferente intervalo de tempo. Definimos para esses órgãos os tempos médios de ocupação,
como já definimos para eles os tempos de ocupação.
Onde: n = número total de ocupações e No caso da Figura 33 temos:
t j = tempo de ocupação da chamada “j”.
Examinando a Figura 33, temos: 155
tm = min/cham = 10 ,3 min
15
V = t1 + t2 + ... + t15
f . Intensidade de Tráfego

V = (15 + 20 + 10 + 10 + 20 + 20 + 5 + 5 + 10 + 10 + 5 + 5 + 5 + 10 + 5) min É o quociente entre o volume de tráfego e o período de observação:

V = 155 min V
A=
c . Período de Observação T
É o intervalo de tempo em que um sistema é observado. Podemos observar nas Figuras: E QUAÇÃO XX

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No caso da Figura 33 temos: d.) Tempo de ocupação é aquele em que todos os circuitos ou órgãos estão ocupados.
( )
155
A= min/ min = 2 ,58 e.) Volume de tráfego e a somatória dos tempos de ocupação de todas as chamadas.
60 ( )
A esse valor acrescentamos a palavra ERLANG. Observem que essa divisão deverá ser feita f.) O volume de tráfego depende do tempo médio de ocupação das chamadas.
entre unidades iguais. Assim, deveremos sempre observar: ( )
g.) Quanto mais ocupações houver num sistema, maior será sempre o volume de
155 min 2 ,58 min 9300 seg
A= = = tráfego. ( )
60 min 1 hora 3600 seg h.) E possível calcular-se a intensidade de chamadas a partir do gráfico de ocupações
Portanto, a intensidade de tráfego do nosso exemplo é de 2,58 Erlang. simultâneas. ( )
i.) Quanto maior o período de observação, maior será a intensidade de tráfego num
3- EX E RCÍ C IOS
sistema. ( )
E x er cí c i o : 1 D ADO O G RÁ FICO DA FIGU RA 3 5, CO NS T RU IR A S EG UIR O G R ÁF ICO D E O CU PAÇÕ ES j.) Um sistema foi observado durante 60 minutos e apresentou a condição "todos os
S IM UL TÂ NE AS E C AL C UL A R : circuitos ocupados" durante 10% desse tempo. Se tivessem aparecido mais
chamadas durante os 60 minutos, com certeza, seriam recusadas pelo sistema.
( )
E x er cí c i o : 3 D ADO O GRÁ F I CO DA FIG U RA 3 7 , C O NST RU I R O GRÁ FI C O D E O CU P AÇ Õ E S SI M U L T ÂN EA S
E CAL CULA R:

FIGURA 35: GRÁF ICO DE OCUPAÇÕES INDIVIDUAIS.

a.) Qual é tempo médio de ocupação das chamadas que ocuparam o órgão de número
3?
b.) Qual e a intensidade de chamadas no circuito número 4?
c.) Qual e o volume total de tráfego apresentado pelo conjunto dos 6 circuitos? FIGURA 37: GRÁF ICO DE OCUPAÇÕES INDIVIDUAIS.
d.) Crie o gráfico de ocupações simultâneas, e examinando-o, diga durante quantos
a.) Volume total de tráfego;
minutos encontramos a condição de todos os circuitos ocupados.
b.) Intensidade de chamadas no sistema;
E x er cí c i o : 2 I ND IC AR , E N T RE A S AF IR M AÇ Õ ES A SE GUI R, A S QU E S ÃO V ERD AD E IRA S (V ) E AS Q U E SÃO
c.) Tempo médio de ocupação no sistema;
FA LSA S (F):
d.) Crie o gráfico de ocupações simultâneas, e examinando-o, diga durante quantos
a.) A partir de um gráfico de ocupações simultâneas e possível construir-se o minutos encontramos a condição de todos os circuitos ocupados;
correspondente gráfico de observações individuais. ( )
e.) Porcentagem do tempo de observação em que todos os circuitos estiverem
b.) Quando todos os circuitos de um sistema estão ocupados, as chamadas que ocupados.
aparecerem serão recusadas. ( )
4- RASC UN HO
c.) Uma chamada sempre ocupa igualmente (tempos de ocupação iguais) todos os
circuitos e órgãos de uma central, dos quais depende. ( ) _____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
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TABELA 2: I NTERV ALO, NÚME RO DE OCUPAÇÕES E VOL UME DE TRÁFEGO
Q U I N T O C A P Í T U L O UNIDADES DE MEDIDA DO EXEMPLO DA FIGURA 34.

DE TRÁFEGO I NTERVALO N ÚMERO DE O CUPAÇÕES VOLUME ( MIN )

t 0  t 2,5 1 2,5
1- ME DI DAS DE I NT EN SI DAD E DE TRÁ FE GO t 2,5 t 5 2 5,0
Analisando os resultados dos exercícios anteriores (primeiro e segundo), podemos observar ... ... ...
que os dois sistemas apresentaram um mesmo volume de tráfego, ou seja, V = 58 min.
0 0
Examinando, porém, o gráfico de ocupações individuais, notamos que esses sistemas t 57,5 t 60 155,0
62
apresentaram diferentes distribuições de tráfego. Alem disso, do gráfico de ocupações
simultâneas, concluímos que o primeiro sistema apresentou, durante o período de Temos, portanto:
observação, por duas vezes, a situação de todos os circuitos estarem ocupados. Isso não 62
Média de ocupações = = 2,58 ocupações
ocorreu nenhuma vez com o segundo sistema. Em suma, são dois sistemas bastante 24
diferentes, embora com o mesmo volume de tráfego. 155 min
Intensidade de tráfego = = 2,58 Erlang
Ora, o primeiro sistema apresentou 58 min de ocupação num período de observação de 60 min
24 minutos, enquanto o segundo apresentou esse mesmo volume de tráfego, porém num Tiramos daqui um método de medida da intensidade de tráfego. Poderemos sempre estimar
período de observação de 48 minutos. a intensidade de tráfego num sistema através de amostragens periódicas.
A melhor maneira, portanto, de se definir o tráfego num sistema é pela sua intensidade.
ii. A unidade de tráfego Erlang representa o número médio de chamadas
Já definimos anteriormente a intensidade de tráfego como sendo o quociente do volume de originadas durante um período de tempo igual ao tempo médio de
tráfego pelo período de observação. Já vimos também que damos o nome de ERLANG, ocupação
embora esse resultado seja adimensional.
Para provar isso, vamos supor um sistema com os seguintes dados:
O significado pratico da unidade ERLANG é o seguinte:
Intensidade de chamadas I = 2 chamadas/min
“Um Erlang representa um circuito ocupado
por uma hora” Tempo médio de ocupação tm = 1 minuto
a . Interpretações da Unidade de Tráfego ERLANG No instante to nasce a primeira chamada, que ocupa o primeiro circuito. Logo após, nasce a
segunda e ocupa o segundo circuito. Não aparecerá nenhuma outra, até terminar o minuto,
i. A unidade de Tráfego ERLANG representa o número médio de circuitos ou
pois I = 2 ch/min. Com o término desse primeiro minuto, termina a primeira chamada.
órgãos ocupados durante uma hora
Imediatamente, o circuito será ocupado pela terceira chamada. Termina, em seguida, a
Para provar isso, vamos analisar o gráfico da Figura 34, onde temos: segunda e o circuito e tomado pela quarta e assim por diante. Podemos perceber que o
número médio de circuitos tomados é 2, e, portanto, essa é a intensidade de tráfego em
Erlangs.
Isso poderia ser provado a partir das definições:
Intensidade de chamadas:

n
I =
T
E QUAÇÃO XXI

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Tempo médio de ocupação: 30 EBHC = 1 Erlang
E QUAÇÃO XXV
V
tm = 2- EX E RCÍ C IOS
n
E QUAÇÃO XXII
E x er cí c i o : 1
a.) Dois sistemas que apresentam volumes iguais de tráfego podem apresentar
Multiplicando, temos: intensidade de tráfego diferentes?
b.) Se analisarmos um circuito durante 120 minutos e constatarmos que apresentou
n V V em média 10 ocupações, podemos concluir que tivemos intensidade de tráfego de
I ⋅tm = ⋅ = =A 10 Erlangs?
T n T
c.) Um conjunto de órgãos apresentou uma intensidade de chamadas
E QUAÇÃO XXIII
I = 5 chamadas/segundo e um tempo médio de ocupação de t m = 100 seg. Calcular
a intensidade de tráfego em: Erlang, CCS e EBHC.
iii. A unidade de tráfego Erlang representa o tempo total, expresso em horas,
para escoar todas as chamadas E x er cí c i o : 2 D ADO O GRÁ F I CO DA FIG U RA 3 9 , C O NST RU I R O GRÁ FI C O D E O CU P AÇ Õ E S SI M U L T ÂN EA S
E CAL CULA R:
Para provar isso, imaginemos que essas mesmas chamadas da Figura 33 apareçam
ordenadamente, isto é, que a segunda chamada entre no sistema após o termino da a.) Volume de tráfego, V;
primeira; que a terceira logo após o termino da segunda e assim por diante. Teremos uma b.) Período de observação, T;
ocupação total de 155 minutos, ou seja, todo o volume de tráfego estará ocupando o c.) Intensidade de chamadas, I;
primeiro circuito. Esse volume representara 2,58 horas de ocupação. Isso é o mesmo que a d.) Intensidade de tráfego, A em Erlangs, CCS e EBHC.
intensidade de tráfego em Erlangs.
b. Outras Unidades de Intensidade de Tráfego
Há duas outras unidades a serem consideradas:

i. CCS - Uma unidade CCS significa: C (Cem) C (Chamadas) S (Segundos) e


eqüivale a cem chamadas de 1 segundo de duração, ou a uma chamada de
100 segundos de duração.
Outra maneira de se entender essa unidade e pensar em mostrar um circuito por 36 vezes
durante uma hora, ou seja, uma amostra a cada 100 segundos. Se o circuito apresentar
ocupação de 1 hora durante essa hora, isso significara 1 Erlang e também 36 C C S . Portanto, FIGURA 39: GRÁFICO DE OBSERVAÇÕES INDIVIDUAIS.

36 CCS = 1 Erlang
E QUAÇÃO XXIV

ii. EBHC - Uma unidade EBHC significa: E (“Equate”) B (“Busy”) H (“Hour”) C


(“Call”) e eqüivaleequivale a 120 chamadas de 1 segundo de duração, ou a
uma chamada de 120 segundos de duração.
Da mesma forma que definimos C C S , podemos pensar em mostrar um circuito por 30 vezes
durante uma hora. Podemos também concluir que:

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F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES
E x er cí c i o : 3 D ADO O DI A GRA M A D A F I GU RA 4 0 , C AL CU L A R:
SEXTO CAPÍTULO DEFINIÇÕES RELATIVAS
AO TRÁFEGO

1- DE MA N DA
É uma previsão do tráfego que deverá ocorrer em uma região. Esta previsão é usada para
dimensionar o serviço telefônico. Resumindo: é a intenção de utilização do sistema, não é
um valor de tráfego!
Por exemplo:
FIGU RA 40: GRÁ FICO DE OCUPAÇ ÕES SIMUL TÂNEAS.
 Tipo de região: urbana, suburbana, residencial, comercial, industrial, etc.
a.) Volume de tráfego;  Poder aquisitivo dos moradores, nível social, etc.
b.) Intensidade de tráfego; 2- TR ÁF E G O OF E R E CI DO
c.) Porcentagem do tempo em que todos os circuitos estiveram ocupados;
Parte da demanda telefônica se traduz em tentativa de efetuar chamadas. Em um sistema
d.) Ocupação do circuito número 3. telefônico pode existir a demanda, mas não se efetivar uma oferta de tráfego (uma tentativa
3- RASC UN HO de ligação, por exemplo). Por exemplo, se um assinante comercial realiza normalmente um
certo número de chamadas por dia, essas chamadas serão sempre esperadas e configurarão
_____________________________________________________________________________
uma demanda, mas não é ainda uma oferta.
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________ Ou seja, é a demanda que realmente ocorre após a implantação do serviço, mesmo que o
_____________________________________________________________________________ mesmo ao ser implantado seja insuficiente para atender todas as tentativas de ligações
_____________________________________________________________________________ efetuadas pelos assinantes.
_____________________________________________________________________________ 3- TRÁF E GO ESC O ADO OU C UR SADO
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________ É o tráfego que realmente é efetuado (realizado, concluído), excluindo-se as tentativas
_____________________________________________________________________________ malogradas.
_____________________________________________________________________________ Do total do tráfego oferecido, uma parte não consegue se completar, ou pela desistência do
_____________________________________________________________________________ assinante em discar todos os dígitos, ou por não conseguir órgãos da central para processar
_____________________________________________________________________________ suas chamadas, etc. Porém, à parte do tráfego que foi aceita pela central e processada é
_____________________________________________________________________________ chamada de tráfego escoado. Mesmo esse tráfego escoado nem sempre significará sucesso
_____________________________________________________________________________ para o assinante. Pode ser, por exemplo, que ele tenha discado um número errado, ao
_____________________________________________________________________________ atenderem do outro lado, ele constatará o engano e tentará novamente. Pode também
_____________________________________________________________________________ ocorrer de o assinante B não estar em casa e a chamada não se efetivar, apesar de o tráfego
_____________________________________________________________________________ oferecido ter sido aceito e processado pela central telefônica.
_____________________________________________________________________________ É no momento do final das atividades de construção da chamada e no momento que o
_____________________________________________________________________________ assinante B atende que tem início a tarifação.
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________ 4- CO NG E ST I O N AM E N T O
_____________________________________________________________________________ Quando se é oferecido um certo tráfego a um sistema, haverá congestionamento se o
_____________________________________________________________________________ número de meios colocados à disposição não for suficiente para escoar todas as chamadas.

SISTEMA S TELEFÔNICOS SISTEMA S TELEFÔNICOS


45 PROF . CA RLOS E. VIANA 46 PROF . CA RLOS E. VIANA
F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES
Portanto, um sistema apresenta perdas quando uma nova chamada aparece e encontra uma Todavia, uma nova chamada somente seria recusada, se ela surgisse justamente em um
situação de congestionamento, isto é, naquele instante todos os órgãos de conexão estão desses dois intervalos onde houve a condição de todos os circuitos ocupados. Poderia até
ocupados. Nessas situações as novas chamadas não podem ser realizadas. mesmo ocorrer que o sistema apresentasse congestionamento de tempo e nenhuma nova
Exemplo: seja a distribuição de ocupações mostrada na Figura 41. chamada tivesse sido recusada. Definimos então, um novo conceito, o congestionamento de
chamadas.
Congestionamento de chamadas é a relação entre o número de chamadas recusadas pelo
sistema e o número total de chamadas que tentam o acesso a esse mesmo sistema.

p
Bc =
n+p
E QUAÇÃO XXVII

Onde: p = número de chamadas recusadas pelo sistema


n = número de chamadas aceitas pelo sistema.
FIGU RA 41: GRÁ FICO DE OCUPAÇ ÕES SIMUL TÂNEAS (INTERVALOS DE 2,5 MIN). Suponhamos, que para o caso da Figura 41, que, além das 18 chamadas aceitas pelo sistema,
tenha havido duas tentativas recusadas, naqueles intervalos de tempo em que houve
Observando o registro de ocupações simultâneas da Figura 41, pode-se observar, que houve
congestionamento.
duas ocasiões em que todos os circuitos estiveram ocupados:

t 7,5  t 10 e t 45  t 47,5 2 2
Bc = = = 0 ,10s
Defini-se congestionamento de tempo de um sistema como sendo a relação entre o 18 + 2 20
somatório dos intervalos de tempo de congestionamento e o período de observação. Observa-se, portanto, que das 20 tentativas, 18 conseguiram ser aceitas pelo sistema e 2
foram recusadas, dando como resultado um congestionamento de chamadas de 10 %.

Bt = ∑t i Lembre-se que a demanda e o tráfego oferecido são sempre quantidades estimadas, embora
o tráfego oferecido seja um fato real, difícil de ser medido.
T
E QUAÇÃO XXVI
A grandeza B t é também chamada de perda por congestionamento de tempo.
Semelhantemente B c é designada de perda por congestionamento de chamada. Devido ao
Onde: t i = intervalo de tempo em que o sistema apresentou congestionamento; comportamento estatístico do tráfego, quando o número de fontes é infinita, tem-se:

T = período de observação.
Bt = Bc = B
Para o caso da Figura 41, tem-se: E QUAÇÃO XXVIII

2 ,5 min + 2 ,5 min 5 min A Figura 42 apresenta os últimos conceitos abordados.


Bt = = = 0 ,083
60 min 60 min
Assim sendo, o sistema esteve com todos os circuitos ocupados, Assim sendo, o sistema
esteve com todos os circuitos ocupados, apresentando congestionamento durante 8,3 % do
período em observação.

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47 PROF . CA RLOS E. VIANA 48 PROF . CA RLOS E. VIANA
F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES
e.) Nem sempre todo o tráfego oferecido é escoado, porque uma parte dele encontra
congestionamento quando tenta entradas livres no equipamento.
( )
f.) A demanda de tráfego e o tráfego oferecido são sempre valores estimados.
( )
E x er cí c i o : 2 U M S I S T EM A T E L E F Ô NI CO C O NS T I T U Í D O PO R 1 0 C I R C U ITO S F O I O BS E RVA D O D URA N T E
6 0 M I N U T O S , A P RE S E N T AND O O S SE GU I N T E S RE S U L T A D O S :
1.) 520 chamadas oferecidas;
2.) Tempo médio de ocupação de 1 minuto;
3.) 10 chamadas recusadas pelo sistema.
Calcular:
a.) O número médio de circuitos ocupados durante o período de observação ;
FIGURA 42: DEMANDA TEL EFÔNICA, TRÁFE GO OFERECIDO, TRÁFEGO ESCOADO E
CONVERSAÇÃO. PERDAS. b.) As perdas do sistema .

5- PE RD AS 7- RASC UN HO
_____________________________________________________________________________
As perdas em um sistema são o resultado do congestionamento. Até o presente momento,
_____________________________________________________________________________
entendemos tráfego oferecido como sendo aquele que é oferecido na entrada de um
_____________________________________________________________________________
sistema. Deve-se, entretanto, entender-se que sempre que um certo tráfego sai de um
_____________________________________________________________________________
estagio de equipamento e vai entrar em outro, ele é de novo um tráfego oferecido.
_____________________________________________________________________________
Novamente poderão existir as mesmas condições de congestionamento e perdas.
_____________________________________________________________________________
Na prática, para um número elevado de fontes, as perdas devidas a congestionamento de _____________________________________________________________________________
tempo e congestionamento de chamadas se confundem e dizemos simplesmente perdas no _____________________________________________________________________________
sistema. _____________________________________________________________________________
6- EX E RCÍ C IOS _____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
E x er cí c i o : 1 I ND IC AR , E N T RE A S AF IR M AÇ Õ ES A SE GUI R, A S QU E S ÃO V ERD AD E IRA S (V ) E AS Q U E SÃO
_____________________________________________________________________________
FA LSA S (F):
_____________________________________________________________________________
a.) A diferença entre a demanda e o tráfego escoado se perde no sistema telefônico. _____________________________________________________________________________
( ) _____________________________________________________________________________
b.) Congestionamento de chamadas ocorre quando duas ou mais chamadas aparecem _____________________________________________________________________________
em um sistema no mesmo instante de tempo. _____________________________________________________________________________
( ) _____________________________________________________________________________
c.) Se um sistema apresentou, num período de observação de 1 hora, um _____________________________________________________________________________
congestionamento de chamadas de 5 %, podemos concluir que, num total de _____________________________________________________________________________
3 minutos, todos os seus circuitos estiveram ocupados. ( ) _____________________________________________________________________________
d.) O tráfego oferecido é sempre maior ou igual ao tráfego escoado. _____________________________________________________________________________
( ) _____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

SISTEMA S TELEFÔNICOS SISTEMA S TELEFÔNICOS


49 PROF . CA RLOS E. VIANA 50 PROF . CA RLOS E. VIANA
F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES

SÉTIMO CAPÍTULO
ENGENHARIA DE TRÁFEGO

1- IN T R O DU ÇÃ O
Dado um certo tráfego oferecido, qual será o número de meios colocados à disposição para o
escoamento das chamadas? Esse número não poderá ser excessivo, no interesse da
economia nem muito pouco, no interesse da qualidade. Dimensionar um sistema significa,
pois, calcular o número de meios necessários para escoar um certo tráfego oferecido,
admitida uma certa perda. F I G U R A 4 3 : V A R I A Ç Õ E S D E I N T E N S I D A D E D E T R Á F E G O A O L O N G O D O A N O , N A S HMM D E C A D A
SE MANA.
Para analisarmos o problema de tráfego e empregar corretamente as equações de
dimensionamento, precisamos conhecer: Observando o tráfego nos períodos de maior intensidade (outubro e novembro, neste
a.) Como varia o tráfego oferecido ao longo da HMM, do dia ou do ano, para termos exemplo) ainda vamos notar variações semanais e diárias, como mostradas na Figura 44.
certeza de estarmos escolhendo efetivamente o valor mais representativo;
b.) Quais os fatores que influem nas perdas de um sistema, que levam em
consideração características das chamadas e também dos sistemas de tráfego que
as irão escolher.
2- V A R I A Ç Õ E S D E T R ÁF E G O
Para podermos projetar um sistema, que ofereça um determinado grau de serviço,
precisamos conhecer a média do tráfego oferecido. Não basta, contudo, conhecermos
apenas a média, precisamos saber também como esse tráfego variou ao longo do tempo em
que foi observado, dia, semana, ano etc.
Conforme o sistema analisado, a intensidade de tráfego varia sazonalmente, dia a dia, ou de FI GURA 44: VARIAÇÃO D O TR ÁF EGO NOS DIAS DE UMA SEMANA.
hora em hora. Poderá também variar de assinante para assinante.
Na Figura 43 mostramos, ao longo do ano, o tráfego da H M M de cada semana de uma rota
telefônica interurbana. Podemos notar, neste exemplo, que o maior tráfego se verifica entre
outubro e novembro.
Essa variação e diferente para cada cidade e para cada tipo de serviço. As cidades de
veraneio, por exemplo, apresentam os picos de tráfego por ocasião das ferias. Outras
cidades têm seu maior tráfego na época de comercialização de cereais.

F IG URA 4 5: VAR IAÇÃ O DE TRÁFE G O HO RA A HO RA D URANTE O DIA.

Apesar de todas essas flutuações, o importante e que esse padrão se repita em todas as
semanas, isto e, sempre, em todas as semanas, haverá maior intensidade de tráfego nas
segundas e sextas que nos outros dias da semana. Da mesma forma, podemos esperar, para
um certo sistema, que a H M M se repita entre 10 e 11 horas da manha.
SISTEMA S TELEFÔNICOS SISTEMA S TELEFÔNICOS
51 PROF . CA RLOS E. VIANA 52 PROF . CA RLOS E. VIANA
F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES
H M M ), obtemos a seguinte figura
Levantando agora o tráfego na Hora de Maior Movimento (H
(Figura 46):

FI GURA 47: VARIAÇÃ O D A INTENSI DADE DE CHA MA DAS E NTRE 40 A SSINANTES.

a . Hora de Maior Movimento


A idéia de prestação de um bom serviço telefônico deve prevalecer em todas as horas do dia.
Evidentemente, não poderemos dimensionar nosso sistema para a maior H M M do dia de
maior tráfego do ano, pois muitos equipamentos ficariam ociosos durante o restante do
FIGURA 46: VARIAÇÃO DA INTENSIDADE DE TRÁF EGO NA HORA DE MAIOR M OVIME NTO -
HMM . tempo. Seria insatisfatório também oferecer um mau serviço nas horas de pico,
compensando com um excelente acolhimento às chamadas do resto do dia. Da mesma forma
Essa variação da intensidade de tráfego na H M M não e previsível, nem sistemática como as não seria aceitável dimensionar-se um equipamento para oferecer bom serviço em 10 meses
outras já observadas. Nunca poderemos afirmar, por exemplo, que a intensidade de tráfego do ano. Por isso, projetam-se os equipamentos para trabalhar na média da H M M do ano.
aumenta nos dez primeiros minutos da H M M . Da mesma forma, nunca poderemos prever
Teoricamente a H M M e definida como o período de 60 minutos consecutivos de mais alto
qual será a intensidade de tráfego num certo intervalo dentro da H M M .
tráfego. Na prática, entretanto, a fim de tomar as medidas mais simples, consideram-se os
Essa natureza aleatória da distribuição do tráfego telefônico dentro dessa hora se baseia na quartos de hora e não os minutos. Assim, definimos a H M M de uma central como sendo, por
hipótese de que os assinantes originam chamadas independentemente uns dos outros e a exemplo, os 60 minutos entre 9h45 e 10h45.
qualquer momento.
A maneira de obter a H M M , quer seja tomando a média dos 10 dias de maior intensidade de
Mas, ha um fato importante a ser observado nessa figura, o tráfego varia em torno de uma tráfego do ano, ou tomando a média do tráfego da H M M em 10 dias úteis quaisquer
média e não apresenta tendências. Das 9 às 10 horas, por exemplo, o tráfego apresenta uma consecutivos, varia de organização para organização.
tendência de subida.
Na prática, há vários métodos práticos para determinarão da HMM. Entre eles citamos a
Das 11 em diante, tende a decrescer. N esse período, portanto, das 10 às 11 horas, o tráfego medida indireta, através das leituras de consumo de energia da central.
variou em tomo de uma média, numa condição de equilíbrio estatístico. Nessas condições
3- EX E RCÍ C IOS
podemos usar equações matemáticas para previsão de perdas nos sistemas.
E x er cí c i o : 1 C O M O S D A D O S D A T AB EL A A S E GU I R , D E T E RM I NA R A H MM :
Outra fonte importante de flutuações e o fato de alguns assinantes usarem seus telefones
mais que os outros. Em geral, assinantes de negócios originam mais tráfego que os SOMA DAS MÉDIAS DE TRÁFEGO
MÉDIA DE
HORÁRIO PERÍODO DE 1 H OCUPAÇÕES MÉDIO EM ERL
assinantes residenciais. Mesmo entre assinantes de uma mesma classe ha diferenças OCUPAÇÕES
EM 1 H EM 1 H
marcantes na intensidade de chamadas. 12:00 - 12:15 32 -------- -------- --------
Esse fato e muito importante para o balanceamento de uma central. Devemos distribuir as 12:15 - 12:30 27 -------- -------- --------
cargas de tráfego por igual entre grupos, a fim de balancear o tráfego da central. Caso 12:30 - 12:45 25 -------- -------- --------
contrario, poderemos ter, numa central de 10.000 linhas, por exemplo, algumas milhares 12:45 - 13:00 20 12:00 - 13:00
com alto tráfego, enquanto outras estarão com seus equipamentos ociosos. Isto redundara 13:00 - 13:15 23 12:15 – 13:15
em assinantes com bom e mau grau de serviço. 13:15 - 13:30 28 12:30 – 13:30
Na Figura 47 vemos a variação de intensidade de chamadas entre 40 assinantes. Nesse 13:30 - 13:45 36 12:45 - 13:45
exemplo, os assinantes mais ativos ocupam o sistema 70 vezes mais que os menos ativos. 13:45 - 14:00 37 13:00 – 14:00
14:00 - 14:15 40 13:15 - 14:15
SISTEMA S TELEFÔNICOS SISTEMA S TELEFÔNICOS
53 PROF . CA RLOS E. VIANA 54 PROF . CA RLOS E. VIANA
F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES
14:15 - 14:30 45 13:30 - 14:30
14:30 - 14:45 48 13:45 - 14:45
OITAVO CAPÍTULO
14:45 - 15:00 51 14:00 - 15:00 BERNOUILLE - OCUPAÇÃO DE CANAIS
15:00 - 15:15 54 14:15 - 15:15
15:15 - 15:30 57 14:30 - 15:30
15:30 - 15:45 53 14:45 - 15:45 1- IN T R O DU ÇÃ O
15:45 - 16:00 44 15:00 - 16:00 Neste capitulo serão apresentados às deduções estatísticas que vão desde Bernoulli até
16:00 - 16:15 42 15:15 – 16:15 Poisson.
16:15 - 16:30 39 15:30 - 16:30 2- DI S T RI B UI Ç ÃO ES T AT Í S T I C A D E B E R NO U L L I
16:30 - 16:45 34 15:45 - 16:45
Vamos supor que a quantidade de assinantes é S (“subscribers”). Seja p a probabilidade de
16:45 - 17:00 21 16:00 - 17:00
cada um fazer uma chamada, ou seja, ocupar um canal.
A probabilidade de que r canais sejam ocupados simultaneamente é dada pela fórmula de
Resposta: A H M M é de: _____________ às _____________ . Bernouille:
E x er cí c i o : 2 CO LOCA R V (V E RD A DE IRO ) OU F (FA L SO) N A S A FI RM AÇÕ ES A SE GUI R: ANAL I SA NDO O
T R Á F E G O O F E R E C I D O P O R U M N Ú M E RO M U I T O G R A N D E D E A S S I N A N T E S , P O D E M O S A F I R M A R Q U E : S 
P =   p r (1 − p )S −r
a.) Os assinantes originam chamadas aleatoriamente.
( )
r 
E QUAÇÃO XXIX
b.) As chamadas de um assinante tendem sempre a influenciar o comportamento dos
outros na mesma central.
S!
( )
P = p r (1 − p )S −r
c.) Os circuitos ou órgãos de controle tem seus tempos de ocupação ditados pelo r ! (S − r )!
tempo de conversação dos assinantes.
E QUAÇÃO XXX
( )
d.) Para uma mesma perda, podemos sempre esperar que os sistemas com fila exijam
S (S − 1)(S − 2)...[S − (r − 1)] r
um menor número de circuitos para escoar o mesmo tráfego. P = p (1 − p )S −r
( ) r!
e.) Acessibilidade plena existe quando qualquer assinante pode discar para qualquer E QUAÇÃO XXXI
outro numa mesma central.
( ) Note-se que o numerador da fração é um produto de r termos contendo S. Quando S é muito
f.) Usamos acessibilidade limitada quando queremos diminuir as perdas num sistema. maior que r, todos os termos daquele produto ficam aproximadamente iguais a S. Portanto:
( )
S(S - 1)(S - 2) ... [S - (r - 1)] ≈ S r
E QUAÇÃO XXXII

A probabilidade de ocupação de r canais fica:

SISTEMA S TELEFÔNICOS SISTEMA S TELEFÔNICOS


55 PROF . CA RLOS E. VIANA 56 PROF . CA RLOS E. VIANA
F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES
r
S P(r)
Distribuição Poissoniana
P = p r (1 − p )S −r 0.20
r! 0.18
A=4 ERL
E QUAÇÃO XXXIII 0.16
0.14
Se o tráfego total oferecido pelos S assinantes for A Erl, então a probabilidade de cada 0.12
assinante gerar tráfego é: 0.10
0.08
0.06
A
p= 0.04
S 0.02
0.00
E QUAÇÃO XXXIV 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 r
FIGURA 48: E XEMPLO DE DI STRI B UIÇÃO P OISSONIA NA DE PROBAB ILI DADE.
Substituindo (Equação XXXIV) em (Equação XXXIII) resulta:
A seguir será demonstrada uma propriedade básica desse tipo de distribuição: o valor médio
S −r
Ar  A é igual ao valor da variância sendo ambos iguais ao parâmetro A.
P = 1 − 
r!  S E(r) = V(r) = A
E QUAÇÃO XXXV E QUAÇÃO XXXVIII

Se S tender a um valor infinito resulta: 3- P R OP R I E DAD ES DA D I S T R I B U I ÇÃO DE P R O B A B I LI DAD E DE P O I S S O N


Sendo r um número inteiro representando um evento, a probabilidade de acontecer esse
S −r
 A evento é dada pela expressão:
lim  1 −  = e −A
S → ∞ S Ar −A
E QUAÇÃO XXXVI p (r ) = e
r!
Portanto, para um número infinitamente grande de assinantes teremos como probabilidade E QUAÇÃO XXXIX
de ocupação simultânea de r canais:
Nesta expressão, o parâmetro A é constante e r pode adquirir qualquer valor de zero a

Ar −A infinito.
P = e A Figura 48 mostrou essa distribuição para o caso em que A = 4.
r! Média de r:
E QUAÇÃO XXXVII


Ar × r −A ∞
Ar × r −A

E (r ) = ∑ p (r ) × r = ∑ = ∑
Este tipo de probabilidade foi publicado, pela primeira vez, no século dezenove, por um
matemático francês chamado Poisson. Por isso recebeu o nome de distribuição poissoniana e e
de probabilidade. Na Figura 48 temos um exemplo dessa distribuição, onde A = 4 ERL. r =0 r =0 r ! r =1 r !
E QUAÇÃO XL

SISTEMA S TELEFÔNICOS SISTEMA S TELEFÔNICOS


57 PROF . CA RLOS E. VIANA 58 PROF . CA RLOS E. VIANA
F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES
0 E[r(r -1)] = A2
A ×0 0
Para r = 0 ⇒ e −A = =0 ou
0! 1
E QUAÇÃO XLI E(r2 )- E(r) = A2
Sendo: r! = r(r-1)! ou

E(r2 )- A == A2

A r −1  A A2 A 3 
E (r ) = A ∑ e −A −A 
= Ae  1 + + + + ...  ou
r =1(r − 1)!  1! 2! 3! 
E(r 2) = A2 + A
E QUAÇÃO XLII
Mas
Error! Objects cannot be created from editing field codes.

E QUAÇÃO XLIII V(r) = E(r 2)- [E(r)]2 = A 2 + A - A2 = A


Error! Objects cannot be created from editing field codes. Portanto:
E QUAÇÃO XLIV C. Q. D.
V(r) = A
a . Cálculo da variância E QUAÇÃO XLVIII

Vamos calcular a seguinte média:


b. Perspectiva

Ar −A ∞ Na distribuição de Poisson, a média é igual à variância.
E r r − 1 = ∑ p (r ) × r (r − 1) = ∑ r (r − 1)
[ ( )] e
r =0 r =2 r! E(r) = V(r) = A
E QUAÇÃO XLIX
E QUAÇÃO XLV

ou
ou

m(r) = V(r) = A
A r −2 − A
∞  A A2 
E [r (r − 1)] = A ∑
2
e 2 −A 
= A e 1 + + + ...  E QUAÇÃO L

r = 2(r − 2)!  1! 2!  4- CA R A CT E R Í ST I C AS D E C H E G A D A D E CH A M AD A S
E QUAÇÃO XLVI
Em telefonia, as situações mais comuns que ocorrem são:
 As chamadas se originam ao acaso e são independentes umas das outras.
E [r (r − 1)] = A 2e − Ae A  O número de assinantes com possibilidade de utilizar o sistema é muito maior que
E QUAÇÃO XLVII os órgãos colocados à disposição.
Isto acarreta que, a possibilidade de surgir uma nova solicitação de chamada num
Portanto:
determinado intervalo muito pequeno de tempo, é independente do número de
comunicações já estabelecidas.

SISTEMA S TELEFÔNICOS SISTEMA S TELEFÔNICOS


59 PROF . CA RLOS E. VIANA 60 PROF . CA RLOS E. VIANA
F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES
a . Probabilidade de Chegada de Chamadas Durante Um Intervalo t. intervalo t fica (Figura 50):
Seja um determinado intervalo t. Vamos dividir este intervalo em um número n de
subintervalos (Figura 49). Chamaremos de ∆ t cada subintervalo.

∆t r =5

n t × ×× ××
n t
FIGURA 49: IDE NTI FICAÇÃO DE ∆t.

Portanto:
FIGURA 50: EXEMPLO DE r CHAMADAS EM UM INTERVALO t.

t  n  
∆t = P (r ) = lim   p r (1 − p )n −r 
n n → ∞  r 
E QUAÇÃO LI 
E QUAÇÃO LV
Observe-se que:
 n!
r
 I ×t   I ×t 
n −r 
lim ∆t = 0 P (r ) = lim    1 −  
n →∞ n → ∞  r ! (n − r )  n   n  

E QUAÇÃO LII
E QUAÇÃO LVI

A probabilidade de chegar um certo número de chamadas no intervalo ∆ t, é proporcional ao


valor desse intervalo:  n(n − 1) − − − −(n − r + 1)  I × t  r  I × t n−r 
P(r ) = lim    1 −  
n→∞
 r!  n  n  
t
P(ch.) = I x ∆ t = I× E QUAÇÃO LVII
n
E QUAÇÃO LIII Isto eqüivaleequivale a:

Vamos supor que n é extremamente grande, acarretando um ∆t extremamente pequeno, de


tal modo que não existe possibilidade de chegar mais do que uma chamada naquele
 n r (I × t )r  I ×t  
n
P (r ) = lim  r 1 −  
subintervalo. n →∞  r !
 n  n  
t E QUAÇÃO LVIII
p = p (1) = lim (I × ∆t ) = lim (I × )
n →∞ n →∞ n ou
E QUAÇÃO LIV

Supondo uma única chamada por subintervalo, a possibilidade de chegar r chamadas no

SISTEMA S TELEFÔNICOS SISTEMA S TELEFÔNICOS


61 PROF . CA RLOS E. VIANA 62 PROF . CA RLOS E. VIANA
F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES
r número médio de chamadas
(I × t ) − I ×t I =
P (r ) = e t
r!
E QUAÇÃO LIX E QUAÇÃO LXI

Esta expressão mostra que a probabilidade de acontecer r chamadas no intervalo t segue a Vemos que, o parâmetro I corresponde à intensidade de chamadas definida anteriormente.
fórmula de Poisson. Com base na demonstração realizada anteriormente: E x er cí c i o : 1 3 E X EM PL O : E M UM PE RÍO DO D E UM A HOR A CONTO U- SE A CHE GA DA DE 3. 60 0
C H AM AD AS . C A L CUL A R I.

nchannels n V V
I = , I × t m = channels × = =A 3600 ch . 600 ch . 10 ch .
T T nchannels T I = = =
hora min s
Podemos concluir que o número médio de chamadas que ocorre no intervalo t é:
E x er cí c i o : 1 4 E X EM PL O : U M A CE N T R AL T EM RE C EBI D O U M A M É D I A D E D U A S C HAM AD AS PO R
S EG UN DO . QUAL A Q UA N TID ADE MÉ DIA DE C HAMA DAS Q UE O CO RRE E M UM PE RÍO DO D E 1 M IN UTO .
E(r)=I x t
E QUAÇÃO LX
ch .
I =2
A Figura 51 mostra um exemplo desta distribuição para o caso em que: s
I x t = 4 chamadas ch .
M=Ixt= 2 × 60s = 120 ch .
P(r)
Distribuição Poissoniana s
0.20
Vimos, também, que a distribuição de Poisson possui a variância igual à média. Portanto, a
0.18
Valor Médio probabilidade de chegada de chamadas em um intervalo t, possui:
0.16
0.14 =
0.12
Variância = Média = I x t
4 chamadas
0.10 E QUAÇÃO LXII
0.08
0.06 b. PROBABILIDADE COMPARATIVA: CÁLCULO DA PROBABILIDADE DE QUE O
0.04 INTERVALO, ENTRE CHEGADA DE CHAMADAS, SEJA MAIOR DO QUE t
0.02
Esta probabilidade é igual à probabilidade de não chegar nenhuma chamada no intervalo t: r
0.00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
r = 0.

F IGU RA 5 1: E XE MPLO DE r CHAM A DAS E M U M I NTE RV ALO t . Portanto, a probabilidade de que o intervalo ∆ T, que separa duas tentativas sucessivas, ser
superior a um tempo t, é dado pela expressão matemática:
Vimos que:
Número médio de chamadas = I x t
(I × t )0 − I ×t
Portanto: P (∆T > t ) = P (r = 0) = e = e − I ×t
0!
ou

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63 PROF . CA RLOS E. VIANA 64 PROF . CA RLOS E. VIANA
F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES
− I ×t 1
P (∆T > t ) = e −
a) P (∆T > 1 s ) = e 2 = 0,607
E QUAÇÃO LXIII

Esta expressão é conhecida como probabilidade poissoniana comparativa dos intervalos de 5



chegada de chamadas. b) P (∆T > 5 s ) = e 2 = 0,082
Esta expressão depende do parâmetro I. Este parâmetro é a intensidade média de chamadas,
Isso significa que, se o intervalo médio entre chegadas de chamadas for 2 s, então, 60,7 %
ou seja, a quantidade média de chamadas recebidas na unidade de tempo. Ele é o inverso do
das vezes esse intervalo é maior que 1 s, e apenas 8,2 %, desses tempos, entre chegadas de
intervalo médio ∆ T m entre chegadas de chamada. Por exemplo, se trabalharmos com
chamadas, ultrapassa 5 s.
unidade de tempo em segundos, e o tempo médio entre chamadas for 2 segundos teremos:
A Figura 52 mostra a distribuição dessa probabilidade comparativa, em que o intervalo
∆Tm = 2 s médio entre chamadas é de 2 s.

P(∆ T>t)
1.000

1 1 0.875

I = = = 0 ,5 cham / s 0.750
∆Tm = 2 s
∆T m 2s 0.625

P (∆T > t ) = e − 0 ,5t


0.500

Neste caso: 0.375

0.250
È interessante frisar que, dada uma intensidade de chamadas de I chamadas por segundo, o
0.125
intervalo médio entre chegada de chamadas é dado por:
0.000
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

t(s)
1 FIGURA 52: INTERVALO ENTRE CHAMADAS CONSECUTIVAS, EXERCÍCIO.
∆T m =
I c . Perspectivas
E QUAÇÃO LXIV
Vimos que a distribuição de probabilidades de Poisson, na forma comparativa, segue a
expressão matemática de uma simples exponencial decrescente. Reciprocamente, pode-se
Portanto, a probabilidade comparativa pode, também, ser escrita:
dizer que, se uma distribuição comparativa de probabilidades segue a forma de uma
exponencial decrescente, então essa distribuição de probabilidades é dita Poissoniana.
t

∆T m 5- DI S T RI B UI Ç ÃO D O S T E M P O S D E O C U P A ÇÃO
P (∆ T > t ) = e
As características de tempo de ocupação de um circuito, órgão ou canal são, principalmente,
E QUAÇÃO LXV de dois tipos: constante é aleatório.

E x er cí c i o : 1 5 U M S I S T E M A RE CE BE , EM M É DI A , UM A C H AM AD A A C AD A 2 S EGUNDOS . DE TER MI NA R a . Tempo constante


A S P RO B A B I L I D A D E S D E Q U E O I N T E R V A L O E N T R E C H A M A DA S S E JA : Alguns tempos de ocupação são considerados constantes. É o caso da ocupação de alguns
a.) Maior que 1 s. órgãos durante o processamento da chamada. Alguns serviços via telefonista também se
enquadram nessa categoria. Por exemplo: quando se pede uma informação pelo código 102,
b.) Maior do que 5 s
o tempo de ocupação total desde o atendimento até a desconexão varia pouco em torno de
Solução: 20 segundos.
b. Tempo de ocupação aleatório
∆Tm = 2 s
É o caso dos tempos de conversação entre assinantes. Entretanto, sempre haverá uma
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65 PROF . CA RLOS E. VIANA 66 PROF . CA RLOS E. VIANA
F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES
duração média das chamadas. Uma conversa extremamente curta ou muito longa acontece n
n  t 
com mais raridade do que as conversas de duração média. P (0) = (p ) = 1 − µ 
6- EST UD O E ST AT ÍS TI CO DA D U RAÇ Ã O D A S C HAM AD AS  n
E QUAÇÃO LXX
Seja um intervalo t dividido em n subintervalos ∆ t (Figura 53).

Isto é o mesmo que dizer que se tem a probabilidade da conversação só terminar em um


tempo T maior do que o intervalo t (probabilidade comparativa). Portanto:
∆t

t n
n  t 
P (T > t ) =  1 − µ 
FIGURA 53: IDENTIF ICAÇÃO DE ∆T.  n
A probabilidade de uma chamada terminar em um dado intervalo ∆ t é proporcional a E QUAÇÃO LXXI
duração daquele subintervalo.
Supondo um número infinito de intervalos:

p = µ∆t n
E QUAÇÃO LXVI  t 
P (T > t ) = lim  1 − µ 
Mas: n →∞  n
ou
t
∆t = P (T > t ) = e − µt
n
E QUAÇÃO LXVII E QUAÇÃO LXXII

Portanto: Como a distribuição de probabilidade comparativa tem a forma de uma exponencial


decrescente, podemos concluir que a duração das chamadas aleatórias segue uma
t distribuição Poissoniana de probabilidades.
p=µ Por analogia com o caso do item anterior (Equação LXIV), podemos concluir que a duração
n média das chamadas é dada por:
E QUAÇÃO LXVIII

1
A probabilidade da chamada não terminar no subintervalo considerado é: tm =
µ
t
p =1− µ Portanto:
n
E QUAÇÃO LXIX t

tm
A probabilidade da chamada não terminar em nenhum subintervalo fica:
P (∆T > t ) = e
E QUAÇÃO LXXIII

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67 PROF . CA RLOS E. VIANA 68 PROF . CA RLOS E. VIANA
F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES
Na Figura 54 temos uma comparação da distribuição teórica e o resultado de medições em 8- D E T E R MI N A Ç Ã O D O T R Á F E G O
uma determinada central telefônica. Registraram-se as durações T das chamadas. Observou- Os dados: intervalo médio entre chamadas e duração média da ocupação são usados para a
se que a duração média das chamadas foi de 2 minutos. Computou-se a distribuição determinação do tráfego médio. Vimos que a intensidade de tráfego pode ser calculada pela
cumulativa das durações dessas chamadas. Por exemplo: expressão:
 100 % das chamadas duraram um tempo T maior do que zero minutos.
 36 % das chamadas duraram um tempo T maior do que 2 minutos. A = I × tm
P(T>t) E QUAÇÃO LXXIV

No caso de duração da ocupação constante, o tempo médio de ocupação é aquele próprio


m valor. Portanto, sendo t 0 essa duração constante, o tráfego oferecido será:

A = I × t0
E QUAÇÃO LXXV

t (min) E x er cí c i o : 1 7 É O F E RE C I D A U M A M ÉD I A D E 5 0 C H AM AD A S PO R M I NU T O , COM DU RA ÇÃO MÉD IA DE


O C U P AÇ ÃO D E 3 M I N U TO S . C AL C UL A R A I N TE NS ID A D E M ÉD I A D E T RÁ F EGO .

FIGURA 54: C OMPARAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO TEÓRIC A E O RESULTADO DE MEDIÇÕES EM UMA


DETERMINADA CENTRAL TELEFÔNICA. cham . min
I = 50 tm = 3
E x er cí c i o : 1 6 E X E M PL O : SA B E N D O Q UE A D U RA ÇÃO M ÉDI A D A OCUP A ÇÃO É DE 2 M INU TOS, min cham .
D E T E RM I N A R A P R O B A B I L I D A D E D E U M A C H A M A D A D U R A R M A I S DO Q U E U M T E M P O T MAIO R QUE 6
M INU TOS . cham . min
A = 50 ×3 = 150Erl
Solução:
min cham .
6 E x er cí c i o : 1 8 E X ER C Í C IO

2 =0,05 a) Uma operadora decidiu otimizar uma rota interurbana entre duas cidades. Para isto ela
P (∆T > t ) = e analisou as contas telefônicas e concluiu que 60 % das conversações, naquela rota, não
Isto significa que, se a duração média das chamadas for 2 minutos, apenas 5 % delas duram ultrapassam 3 minutos. Determinar a duração média das chamadas.
mais do que 6 minutos. b) A mesma operadora mediu o tráfego escoado. Resultou 600 Erl. Determinar a quantidade
7- DU RAÇ ÃO MÉ DI A DA OC UP AÇÃ O média de chamadas, não rejeitadas, que chega a cada segundo.

Varia conforme o tipo de operação. Assim a conversação local, por linha fixa, dura mais do 9- AC ES S I BI L I DA DE
que a celular, que por sua vez dura mais que a interurbana é menos que a internacional. A a . Acessibilidade plena
tarifa correspondente ao minuto de ocupação é altamente influente na duração média da
ocupação. Dai, também, sua dependência do padrão financeiro dos assinantes locais. Existe acessibilidade plena quando qualquer entrada livre pode atingir qualquer saída livre
de uma rota desejada. A Figura 55 mostra um sistema com acessibilidade plena.
a . Perspectivas
Dentro das condições estabelecidas, os três fenômenos aleatórios relacionados com o
N 1,5
tráfego telefônico, ou seja: ocupação de canais, chegada de chamadas e duração de
chamadas seguem a distribuição poissoniana de probabilidades.
N 5,1
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69 PROF . CA RLOS E. VIANA 70 PROF . CA RLOS E. VIANA
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1 0 - TRÁF E GO S NÃ O POI SSO NIA NO S
Para que um tráfego seja poissoniano é necessário que a quantidade de fontes que possam
gerar chamadas sejam muito maior que o número de circuitos disponíveis.
Desta maneira a probabilidade de uma solicitação de chamada independe de quantos
circuitos estão em uso pelas chamadas anteriores. Praticamente a quase totalidade dos
sistemas opera desta maneira. O tráfego originado nessas situações é dito aleatório.
a . Tráfego originado suave
São os casos onde o número de fontes é pequeno. Neste caso a probabilidade de chegada de
novas chamadas decresce com o aumento de tráfego. Isto acontece porque novas chamadas
só podem ser fornecidas por fontes ainda inativas. Quando a intensidade é alta o número de
fontes livres é baixo. Como a probabilidade de chegada de uma nova chamada depende da
FIGU RA 55: E XEMPLO DE UM SIS T EMA COM ACESSIB IL IDADE PLENA. quantidade dessas fontes concluímos pelo seu decréscimo mencionado. O tráfego gerado
Os nós N i,j são pontos de comutação. Qualquer entrada a i ou b i pode ser conectada a nessas condições é dito suave.
qualquer saída de 1 a 6. Nesses casos a distribuição de probabilidades possui média maior que a variância:

b. Acessibilidade Limitada
m(r) > V(r)
As entradas são impedidas de se conectar a algumas saídas. A Figura 56 mostra um exemplo
b. Tráfego originado no pico
de acessibilidade limitada.
É o tráfego que aparece quando há sobrecarga de uma rota e providenciam-se novas rotas
de ligação para minimizar as perdas. Usam-se as chamadas rotas de sobrecarga ou
"overflow". Na Figura 57, temos um sistema onde as centrais A, B e C possuem rotas diretas
ligando-as à central M. Quando um destes troncos congestiona, as novas chamadas são
redirecionadas à central M, através de uma central intermediária T.

FIGURA 56: E XEMPLO DE UM SIS TE MA COM ACESSIB IL IDA DE LIMITADA.

Podemos ver, por exemplo, que a entrada a 1 não pode se conectar com a saída 3 e 4. Se as
FIGURA 57: ROTA DE SOBRECARGA OU “OVERFLOW” .
saídas 1, 2, 5 e 6 estiverem ocupadas à chamada de a 1 será recusada, mesmo estando as
saídas 3 ou 4 livres. A rota T-M recebe os tráfegos das centrais A, B, e C rejeitados pelas rotas diretas. Quanto
Entretanto o arranjo, deste exemplo, utilizou dois terços dos nós que foram requeridos para maior a quantidade de chamadas nas rotas diretas, maior será a probabilidade de congestão
a acessibilidade plena. No caso da comutação eletromecânica isto pode trazer alguma nessas rotas é, portanto, maior a probabilidade de aparecimento de chamadas na rota T-M.
vantagem econômica para o preço das centrais, em troca de um certo aumento das perdas. Podemos concluir que esta é uma situação oposta à do caso anterior.
Nos casos da comutação digital eletrônica, praticamente não há vantagem econômica em se Em casos como esse à distribuição de probabilidades possui a média menor do que a
diminuir os pontos de comutação. Por isso essas centrais utilizam acessibilidade plena.
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71 PROF . CA RLOS E. VIANA 72 PROF . CA RLOS E. VIANA
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variância.
NONO CAPÍTULO
m(r) < V(r) SISTEMAS COM PERDAS: ERLANG B
1 1 - CH AM AD AS RE C USA D AS N A PR IM EI RA T EN T AT I VA
São os seguintes os casos para as chamadas recusadas na primeira tentativa. 1- IN T R O DU ÇÃ O
a . LCC (“Lost Calls Cleared”) A fórmula Erlang B é utilizada em sistemas com perdas e se baseia nas seguintes hipóteses:
É quando o usuário encontra um sinal de congestionamento e desiste provisoriamente.  Características de chegada de chamadas:
Nesse caso supõe-se que a chamada desapareceu do sistema, com tempo de ocupação zero.
Supõe-se que há um grande número de fontes de tráfego que originam chamadas ao acaso é
Mais tarde ele poderá fazer nova tentativa. A teoria de Erlang se baseia nessa situação.
independentemente umas das outras. Isto caracteriza um tráfego oferecido do tipo Poisson
b. LCH (“Lost Calls Hold”) [m(r)=V(r)].
Supõe-se que o usuário não se conforma com o congestionamento e continua fazendo  Tratamento dado às chamadas recusadas na primeira tentativa:
tentativas até conseguir a ligação. Este caso é estudado na teoria de Molina (não será
As chamadas recusadas ou são consideradas perdidas ou podem ser encaminhadas a uma
abordado neste curso).
rota alternativa. Supõe-se, também, que essas chamadas tenham ocupado o sistema durante
c . LCD - (“Lost Calls Delayed”) zero segundos.
Esta hipótese vale para o sistema de filas, como alguns serviços de operadoras, ou situação  Distribuição dos tempos de ocupação:
de espera do tom de discar. Neste caso há um parâmetro importante: a ordem em que são
A fórmula é válida para qualquer dos dois tipos de ocupação: constante ou exponencial
atendidas as tentativas. Elas podem ser atendidas aleatoriamente ou com algum critério de
negativa.
prioridade. Por exemplo, poderia ser atendida primeiro a solicitação que estivesse
esperando há mais tempo.  Acessibilidade:

O caso do atendimento aleatório não necessita de memórias sofisticadas, por isto as centrais A fórmula é válida somente para os sistemas com acessibilidade plena (qualquer assinante
antigas utilizam quase sempre este método. As centrais modernas, controladas por programa pode ocupar qualquer circuito, órgão ou canal).
armazenado, já não têm qualquer dificuldade para a utilização do atendimento com 2- P R OB AB I LI DAD E DE P E R D AS D E C HAM A DA S
prioridade estabelecida.
a . Situação de ocupação total ou parcial do sistema
1 2 - RASC UN HO
Dado um tráfego médio oferecido igual a A, a probabilidade de ocupação de r canais é dada
_____________________________________________________________________________ pela expressão (Distribuição de Poisson):
_____________________________________________________________________________

Ar −A
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________ P (r ) = e
_____________________________________________________________________________ r!
_____________________________________________________________________________
Se o sistema tiver um total de r canais, e todos esses canais ficarem ocupados, ao aparecer
_____________________________________________________________________________
uma nova chamada, ela será recusada. A probabilidade de ocupação dos c canais resulta:
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________ Ac − A
_____________________________________________________________________________ P (c ) = e
_____________________________________________________________________________
c!
E QUAÇÃO LXXVI
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
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Vamos definir os termos: ocupado e desocupado ocupado ocupado
Ocupado = probabilidade de que todos os c canais fiquem ocupados. De acordo com nosso
E (c , A ) = =
todas desocupado + ocupado
estudo tem-se:

Ac − A Ac − A
ocupado = e e
c! E (c , A ) = c!
 2
A3 A 4 Ac  − A
E QUAÇÃO LXXVII
1 + A + A +
 2! 3!
+
4!
+ ... +
c ! e
Desocupado = probabilidade do conjunto de situações em que existem canais desocupados:  
nenhum ocupado; um ocupado; dois ocupados; até (c - 1) ocupados. ou

A 0 −A A1 −A A 2 −A A 3 −A A c −1 − A
desocupado = e + e + e + e + ... + e Ac
0! 1! 2! 3! (c − 1)!
E (c , A ) = c!
Todas = as duas situações possíveis = desocupado + ocupado A2 A3 A 4 Ac
1+ A + + + + ... +
Resulta: 2! 3! 4! c!
A 0 −A A1 −A A 2 −A A c −1 − A A c − A E QUAÇÃO LXXIX
todas = e + e + e + ... + e + e
0! 1! 2! (c − 1)! c!
Esta fórmula foi deduzida, pela primeira vez, pelo engenheiro dinamarquês A. K. Erlang. Ela
ou ficou conhecida como "Erlang B".
A grandeza E(c,A) é, também, conhecida por outros nomes:
 A 0 A1 A 2 A c −1
A c 
todas =  + + + ... + −
e +A e − A  Grau de serviço;

 0! 1! 2! (c − 1)! c !   Probabilidade de congestionamento;


 Probabilidade de bloqueio de chamadas.
E QUAÇÃO LXXVIII
Esta última denominação explica porque se usa, também, a notação B c em muitos textos
b. Razão de perdas de chamadas técnicos sobre o assunto. Em nosso texto usamos as notações E(c,A), ou B c, conforme a
conveniência, na análise desse parâmetro.
Esta grandeza é definida pela relação:
Lembremos que os demais parâmetros que entram na fórmula Erlang B são:
 c = Número de circuitos, órgãos ou canais.
 A = Média do tráfego oferecido;

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E x er cí c i o : 1 9 E X E M PL O : S E U M D E TE RM INA DO CÁL CULO , D EU COMO RE SUL TA DO , BC = 0 , 01 , A representação de congestionamento de chamadas significa a proporção de chamadas
S I GN I F I C A Q U E O S IS T EM A RE C US A UM A C H AM AD A P A RA CA D A 1 0 0 T E NTA T I VA S D E C H AM AD A S , O U S E J A, recusadas na primeira tentativa dentro das hipóteses que estarão perdidas ou desviadas
D AS 1 0 0 T ENT A TIV AS , ELE A CEI TA 99 E RE CU SA A P E NA S UMA . para uma rota alternativa.
E x er cí c i o : 2 0 D E T E RM I NA R A P R O B AB I L ID A D E D E CO N GE S T I O NAM E N T O D E UM S IS TEM A T E L E F Ô NI CO E x er cí c i o : 6 E X EM PL O : C O NS I D ERE M O S U M T RÁ F E G O DE 1 4 ER L O F E RE C I DO S A 20 C A N A IS .
D E 4 C A N A I S S U J E I T O A U M T R Á F E GO O F E R E C I D O D E 3 E R L . A P L I C A N DO -S E A F ÓRM U L A ERL A N G B R E S UL TA :
Solução:
B c = Bt = E(20,14)= 0,03

34 Isto significa, simultaneamente, que se tem congestão de chamadas onde se perdem 3 delas
em cada 100, e congestão de tempo que acarreta ocupação total dos circuitos durante 108
Bc = 4×3×2 ≈ 0 ,2 = 20% segundos em cada hora de operação, pois:
2
3 33 34
1+3+ + + (0,03 X 3600 s = 108 s)
2 3×2 4× 3×2 b. Todos os Circuitos Ocupados - ATB
Interpretação do resultado: Isto significa que se acontecerem 100 tentativas de chamadas,
Da condição de "todos os circuitos ocupados", podemos ver na Figura 58 a seguir as ocasiões
80 serão aceitas e 20 serão recusadas por congestionamento.
em que houve congestionamento de tempo. As chamadas que surgiram nesses intervalos de
3- EX E RCÍ C IOS ( UT ILI ZE AS T AB EL AS Q UE FOR NE CE M ER LA NG B ): ATB (“All Trunks Busy”) foram recusadas, com E c = 0,03.
E x er cí c i o : 1 U M A O P E R A D O R A T E M D I S P O N Í V E I S 2 0 C A N A I S D E T R Á F E G O P A R A S E R V I R U M T R Á F E GO
M ÉDIO O FE RE CIDO DE 1 4 E RL . DE TE R M I NA R A P RO BA B I L ID A D E D E BL O QU E IO .
E x er cí c i o : 2 D ET E RM INA R A Q U A N T I DA D E D E C A NA I S DE T RÁ F E G O NE C E SS Á RI A PA RA S E RV I R U M
T RÁ FE GO M ÉDIO O FE RE C IDO DE 7 0 E RL , C O M UM A PR O BA BIL IDA DE DE B LO Q UEIO D E 1 %.
E x er cí c i o : 3 TEM-SE A DI SPO SIÇÃO 100 CA N A IS D E T RÁ F EG O . D ETE RM IN A R O M A IO R T R Á F E GO
M ÉD I O O F E RE C ID O Q U E O S IS T EM A PO D E S UP O R T AR , S EM QU E A P RO BA BI L I D A D E D E BL O Q UE I O
U LT RA PA SS E 1 %.
E x e r cí c i o : 4 U M A O P E R A DO R A P O S S U I 5 0 C A N A I S D E T R Á F E GO S E R V I N D O U M A D E T E R M I N A D A
C O M U N I DA D E. EL A CO M P UTO U A QUA N T I DA DE DE C HAM AD AS RE JE I TA D AS . ES S A M E D I DA DEU , CO M O
RE S ULT A DO, U M B LOQ UE IO D E 10 % . DE TE RM INA R Q UA NTO S CA NAI S D E T RÁ F EGO SE RI AM N ECESS Á RIO S
P A RA Q U E ES S E BL O Q U E IO F I C A S S E D A O R D E M D E 1 % .

E x er cí c i o : 5 E M O U TR A CO M U NI D AD E , Q UE SE RV I A 1 .6 00 A S SI NA NT ES, O S 50 C A NA I S DE T RÁ FE GO FIGURA 58: VARIAÇÃO DE TRÁF EGO TE LEF ÔNICO, COM INDIC AÇÃO DAS SITUAÇ ÕES DE
CONGE STIONAME NTO.
P RO D U Z I AM U M BL O QU E IO D E 0 , 1 % . . D E T E RM I N A R A Q U AN T ID A D E D E A SS I N A N T E S QU E E S S E S I S T E M A
S U P O R T A RI A S E F O SS E P E RM I T I D O U M B L O QU E I O D E 1 % . Devemos sempre imaginar que todo o tráfego foi oferecido ao primeiro circuito. A seguir, o
4- CO NS ID ER AÇ ÕE S A RE SP EIT O DA F Ó RMUL A E RL AN G B tráfego rejeitado foi oferecido ao segundo circuito. Haverá, de novo, um tráfego rejeitado,
que será oferecido ao terceiro circuito e assim por diante. E importante levar sempre em
a . E(c,A)
conta que tanto os tráfegos escoados como os rejeitados não tem mais as características de
O valor E(c,A) poderá expressar, tanto a congestão de tempo, quanto à congestão de distribuição de Poisson.
chamadas uma vez que, para o tráfego poissoniano, esses dois efeitos se confundem.
Na Tabela 3 temos uma idéia desse processo, onde o tráfego de 4 Erl e oferecido a
O valor numérico de E(c,A), ao representar congestão no tempo, significa a proporção do diferentes números de canais:
tempo em que todos os circuitos, órgãos ou canais estão ocupados, neste caso a notação é
Bt.

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77 PROF . CA RLOS E. VIANA 78 PROF . CA RLOS E. VIANA
F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES
TABELA 3: VAL ORES DE TRÁF EGO ESCOADO E REJEITAD O E RESPECTI VAS VARIÂNCIAS PARA supondo o mesmo número de circuitos, serão:
OFERTA DE 4 ERL.

Número de Tráfego Escoado Tráfego Rejeitado E(14,6) = 0,002


Canais Média Variância Média Variância
1 0,80 0,16 3,20 3,60 E(71,60) = 0,020
2 1,54 0,40 2,46 3,10
3 2,20 0,75 1,80 2...60 Podemos constatar por esses números que o segundo sistema, apesar de apresentar maior
4 2,76 1,20 1,24 1,90
eficiência, e também o mais susceptível a variações de tráfego.
5 3,20 1,80 0,80 1,30
6 3,53 2,40 0,47 0,79
7 3,75 2,90 0,25 0,42
TABELA 4: REFERENTE AO EXERCÍCIO ATUAL.
8 3,88 3,40 0,12 0,20
9 3,95 3,70 0,05 0,09 6- TRÁF E GO OFE RE CID O E T RÁF EGO CURSADO
10 3,98 3,90 0,02 0,03
Foi suposto que o tráfego oferecido é do tipo poissoniano. Entretanto esse comportamento
não é válido para tráfego escoado (cursado) como, também, não vale para o tráfego
rejeitado.
5- RE NDI M EN TO E TA XAS DE P ER DAS
Para tráfego rejeitado valem as relações:
Um fato importante que podemos extrair dessa tabela e quanta a eficiência do sistema.
Podemos notar que o primeiro circuito escoa 0,80 Erl e tem, portanto, uma eficiência de
0,80. Os 5 primeiros circuitos escoam 3,20 Erl, apresentando uma eficiência média de 0,64, média do tráfego rejeitado mr (r )
E(c, A) = =
enquanto o conjunto dos 10 circuitos apresenta uma eficiência de 0,40. média do tráfego oferecido A
Portanto, os primeiros circuitos carreiam sempre a maior parte do tráfego. No nosso caso, os
portanto
5 primeiros circuitos levam 80% do tráfego, enquanto os 5 restantes apenas 20%. Isso e
muito importante e sugere o uso de rotas alternativas, que poderão transportar, não só esse,
como também outros tráfegos semelhantes, oferecendo um maior rendimento por circuito. m r (r ) = A × E (c , A ) = A × Bc
Outro fato importante a ser mencionado e quanta ao rendimento de rotas de alto e baixo E QUAÇÃO LXXX
tráfego. Os sistemas com grande número de meios tem maior eficiência que aqueles de
poucos circuitos. É demonstrável que a variância do tráfego rejeitado segue a expressão:

E x er cí c i o : 7 E X E M PL O : C A L C U L A R O NÚ M E RO D E C I RC UI TO S NE C ES S Á RIO S P A RA ES C O A R O S
T RÁ FE GO S DE 5 E RL E 5 0 E RL P AR A P ERD A S D E 0 ,0 0 1 .  A 
V r (r ) = m r ×  1 − m r + 
Temos, das Tabela 5 e Tabela 6:  c + 1 + m r − A 
E(c,5) = 0,001 para c = 14,
E QUAÇÃO LXXXI
e
E(c,50) = 0,001 para c = 71 O tráfego escoado é a diferença entre a média do tráfego oferecido e a média do tráfego
A eficiência será dada por: rejeitado.

η 1 = 5/14 = 0,36 me (r) = A − m r = A − A × E(c,A)


E QUAÇÃO LXXXII
η 2 = 50/71 = 0,70
Vemos assim que o sistema com 71 circuitos apresenta maior eficiência que o de 14. Porém, ou
vamos agora supor que, repentinamente, haja uma sobrecarga de 20%. As novas perdas,
SISTEMA S TELEFÔNICOS SISTEMA S TELEFÔNICOS
79 PROF . CA RLOS E. VIANA 80 PROF . CA RLOS E. VIANA
F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES
me (r) = A × [1 − E(c,A) ] = A × (1 − Bc ) l c = 10 Erl x (0,057 - 0,037) = 0,20 Erl

me (r) = A × [1 − E(c,A) ] = 10 × (1 − 0 ,037) = 9 ,36 Erl


E QUAÇÃO LXXXIII

Também é demonstrável que a variância do tráfego escoado é dada por:


V e (r ) = me × (1 − l c ) = 9 ,36 × (1 − 0 ,20) = 7 ,70 Erl
V e (r ) = me × (1 − l c )
E QUAÇÃO LXXXIV m r (r ) = A × E (c , A ) = 10 × 0 ,037 = 0 ,37 Erl
Onde:
 A 
V r (r ) = m r ×  1 − m r + =
c + 1 + m r − A 
mr = Média do tráfego rejeitado;
Vr = Variância do tráfego rejeitado; 
me = Média do tráfego escoado;
 10 
Ve = Variância do tráfego escoado; V r (r ) = 0 ,37 ×  1 − 0 ,37 +  = 0 ,814
E(c, A) = Probabilidade de congestão dada pela fórmula Erlang B;  15 + 1 + 0 ,37 − 10 
c = Número de circuitos, órgãos ou canais; Podemos imaginar que, inicialmente, todo tráfego foi entregue ao primeiro circuito. A seguir,
o tráfego rejeitado foi oferecido ao segundo circuito. Haverá, de novo, outro tráfego
A = Média do tráfego oferecido;
rejeitado que deverá ser oferecido ao terceiro circuito e assim sucessivamente.
lc = Tráfego escoado pelo último canal.
É importante frisar que tanto o tráfego escoado como os rejeitados não têm mais as
E x er cí c i o : 1 6 E X E M PL O : SÃ O O F E RE C I DO S 1 0 ER L D E T RÁ F E G O PO I S SO NI A NO A U M A R O T A PRI M A RI A características poissonianas de distribuição de probabilidades, uma vez que as médias
C O N S IS T I ND O D E 15 T RO NCO S CO M AC E SS I B I L ID A D E PL E NA . A S C H AM A D AS RE C U S A D A S PO R E S S E S I S T E M A diferem das variâncias.
S ÃO E NCAM INHA DAS A UMA ROT A A LT ERN AT IV A .
7- EX E RCÍ C IOS
Calcular:
E x er cí c i o : 1 C A LCUL A R, E M UM S IST EMA COM PERDA S DE B = 0,01, O N ÚME RO N D E T RO NCOS
a.) A média e a variância do tráfego escoado. P A RA E SCO A R 7 ,7 E RL . E M SE GU IDA , CAL CULA R O S NOV O S VALO RE S D E B PA RA “N + 1” E “N -1 ”,
b.) A média e a variância do tráfego rejeitado e encaminhado à rota alternativa. S UP O ND O O M ES M O T RÁ F E GO O F ER EC ID O .

Solução: Pela tabela de Erlang B tem-se: E x er cí c i o : 2 M ED IDA S 9


E F E T U A D A S E M U M S I S T E M A T E L E F Ô N I C O I N D I C A R A M Q U E U M GR U P O D E
T RO N CO S DE P RI M EI RA E SC O L H A A P RE SE NTO U UM A P E RD A D E B = 0 , 2 0 . Q U A N T O S T R O N C O S D E VE M S E R
E(c,A)= E(15,10) = 0,037 A DI CI O N ADO S PA RA Q U E SE TE NH AM PER DA S DE B = 0 ,0 3?
E x er cí c i o : 3 S Ã O O F ER EC I D A S NA H M M 1 8 0 C H A M AD A S , CO M U M T E M PO M É D I O D E D U RA Ç ÃO D E
E(14,10) = 0,057 2 5 0 S , A U M GRU P O DE T RO N CO S , NU M A RO TA DE P RI M E I RA ES CO L H A . Q UAN TO S T RO NC OS S ERÃ O
Portanto o tráfego escoado pelo décimo quinto circuito será: N E CESS Á RIOS P A RA ES COA R E S SE T RÁ F EGO , S UP ONDO Q U E 3 0 % D AS CHAMA DA S S E JAM DES VI ADAS P AR A
U MA ROT A A LT ER NAT I VA ?

E x er cí c i o : 4 C A L C U L A R O T RÁ F E G O Q U E PO D E RÁ S E R O F E RE C I D O A U M A RO T A DE 6 4 C A NA I S P A R A
P E RD A S D E 1 % . S U PO ND O QU E E S S A R O T A S E J A D I V ID I D A E M DU A S , C A DA U M A CO M 3 2 C A NA I S P A R A A
M ES M A P E RD A , Q UA L D EV ER Á S E R O NO VO T RÁ F E GO O F ERE C I D O ? S U PO ND O M AI S UM A V E Z A D IV I S ÃO D A
R O T A , A GO R A P O R Q U A T R O D E 1 6 C A N A I S C A D A E A I N D A C O M A M E S M A P E R D A , C A L C U L E O N O VO
T RÁ F E G O T O T A L , C A L C U L A R T A M B É M A E F I C I Ê N CI A DE S S E S T R Ê S S I S T E M A S .

SISTEMA S TELEFÔNICOS SISTEMA S TELEFÔNICOS


81 PROF . CA RLOS E. VIANA 82 PROF . CA RLOS E. VIANA
F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES
F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES
TABE LA 5: FÓ RMUL A DE E RL ANG B – VALOR ES DE TR ÁFE GO A (ER L) PAR A PER DAS B E NÚMER O DE TR ONC OS VARIANDO DE 1 A 50.
E x er cí c i o : 5 U M T R Á F E GO D E 1 5 , 2 E R L É O F E R E C ID O A 2 0 T R O N C O S N U M A R O T A D I R E T A . Q U A L É O
T RÁ F E GO C A RRE A D O PEL O D ÉC IM O T RO N CO ?

8- RASC UN HO
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S IS T EM AS T E LE F Ô N IC OS
_____________________________________________________________________________ 84 PRO F. CARLOS E. VIANA

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SISTEMA S TELEFÔNICOS
83 PROF . CA RLOS E. VIANA
F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES
TABE LA 6: FÓ RMUL A DE E RL ANG B – VALOR ES DE TR ÁFE GO A (ER L) PAR A PER DAS B E NÚMER O DE TR ONC OS VARIANDO DE 1 A 50.
F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES

DÉCIMO CAPÍTULO
PLANO DE ENCAMINHAMENTO

1- IN T R O DU ÇÃ O
As centrais transito de uma rede nacional subordinam-se a uma hierarquia de nível
crescente, desde a central local até a central internacional. A estrutura assim formada exige
definição de regras de encaminhamento.
2- EST RU T U RA D A RE DE
Nos países de grande extensão territorial, os níveis hierárquicos são mais numerosos. A
denominação dos níveis das centrais, infelizmente, varia entre os E E U U , E U R O PA e U I T- T . Em
alguns casos, um país denomina o seu último nível inferior hierárquico de Centro Primário,
porem em outro país este nome corresponde ao Centro Nacional de maior hierarquia. Isto é
apenas uma questão de denominação. Devemos ter o cuidado de nos inteirarmos se os níveis
foram designados em ordem crescente a partir da central internacional ou da central local.
S IS T EM AS T E LE F Ô N IC OS o Brasil adota a denominação utilizada pela U I T- T a partir do centro internacional. Dentro
85 PRO F. CARLOS E. VIANA
deste critério, o país e dividido em áreas primarias de grande extensão territorial, tanto
maior quanta menor for a densidade telefônica da região. A área primária possui um centro
transito principal chamado centro classe I. As áreas primarias dividem-se em áreas
secundarias, cada uma servida por um centro transito classe II. As áreas secundarias, por sua
vez, são subdivididas em áreas terciárias, cada uma servida par um centro transito classe III.
Finalmente, nas regiões mais remotas, pode surgir a necessidade de subdividir a própria área
terciária em áreas menores, denominadas áreas quaternárias, cada uma servida por um
centro transito classe IV. A central local mais remota, mais distante do centro internacional,
e tributária desta central trânsito classe IV.
As cidades mais importantes de cada área são sede do centro de trânsito de sua hierarquia, e
sua rede local e tributaria direta deste centro. A Figura 59 retrata a estrutura de duas áreas
primárias A e B, mostrando como as redes locais L C mais importantes (principais capitais,
capitais medias, cidades grandes, etc.) são tributarias de centros de transito
correspondentemente mais altos.
Fixada a estrutura da rede, o país de encaminhamento deve definir as regras de interligação
dos centros de transito.
as centros classe I do país formam a espinha dorsal do entroncamento. Todas as centrais
classe I (tais como A1 e B1) são interligadas diretamente por rotas de média e grande
capacidades (sistema óptico, microondas ou cabo coaxial). Para dimensionamento mais
econômico e segurança do tráfego, alem da rota direta, duas centrais classe I (A1 e B1) se
interligam via uma terceira classe I (C1). Assim, se a rota direta entre duas transito classe I
SISTEMA S TELEFÔNICOS
86 PROF . CA RLOS E. VIANA
F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES

estiver totalmente ocupada par tráfego ou bloqueada por acidente, encaminha-se o tráfego
através de uma terceira classe I, e dela alcança-se a classe I desejada.
A classe I de uma área primaria distribui o tráfego para suas subordinadas. Entretanto, uma
central classe II (B2), de outra área primaria, poderá ser acessada por rota direta de um
centro classe I que não o seu (A1). Isto ocorre para as áreas secundarias de grande interesse
de tráfego. Nesse caso, se o tráfego se destina a uma destas áreas secundarias, a transito
classe I, em questão, verifica se há uma rota direta (A1-B2) e, se existir, terá a prioridade.
Caso não haja esta rota ou ela esteja no momento totalmente ocupada, o centro I (A1)
encaminhara o tráfego via classe I (B1) a que pertence a classe II (B2).
Importantes áreas secundarias do país podem ter rotas diretas entre si. Neste caso, se
houver tráfego em uma trânsito classe II (A2) destinada a uma área secundaria de outra área
primária (B2), há três possibilidades de encaminhamento: a rota direta (A2-B2) via classe II
(primeira órgão); a rota alternativa via classe I (A1) superior da área secundaria de origem
(segunda órgão), que por sua vez tomara a rota direta A1-B2 da classe I para classe II do
destino e, finalmente, uma terceira órgão, também via classe I (A1) da área de origem, que
encaminhara o tráfego a classe I do destino (B1) que por sua vez o encaminhara a classe de
destine (B2).
Geralmente, abaixo da classe II, não há rotas diretas para classes III que não sejam suas
subordinadas. Poderá ocorrer exceção em casos muito especiais, quando uma classe III (B3)
de uma área primaria B se situar próxima a fronteira limítrofe com a área secundaria A2 e
apresentar um alto interesse de tráfego com ela. Nesse caso, poder-se-á abrir uma rota
direta excepcional entre A2 e B3.
Como regra geral, as chamadas de níveis inferiores devem sempre atingindo pelo menos sua
central classe II superior, para efeito de tarifarão, pois nas classes II e I se localizam os
bilhetadores automáticos.

F IGU RA 5 9: N Í VE IS HIE RÁRQUICO S DE RE DE ANALÓ G ICA .

Uma outra regra importante no encaminhamento a evitar o " Z I G - Z A G " de chamadas. Por isso,
os centros de transito tem que registrar por qual rota de entrada a chamada se apresenta,
de forma a não escolher uma rota que a conduza de volta ao centro de transito de onde saiu.
Para que isto não ocorra, as restrições devem ser registradas nas centrais transito como
dados semipermanentes.

SISTEMA S TELEFÔNICOS SISTEMA S TELEFÔNICOS


87 PROF . CA RLOS E. VIANA 88 PROF . CA RLOS E. VIANA
F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES

Outra restrição importante no encaminhamento entre centrais classe I a nunca permitir que A estrutura digital do futuro terá apenas centros classe I e II digitais. A estes se
o máximo de três trânsitos classe I em série seja ultrapassado em uma conexão. Oeste modo, interconectarão grandes complexos de seletores de grupo digitais (central mãe) que
se uma transito classe I recebe um encaminhamento que já fez transito em uma classe I controlarão os estágios subsidiários de assinantes.
intermediaria, não lhe será permitido encaminhar a chamada para um quarto centro classe I.
4- EX E RCÍ C IOS
Não havendo, momentaneamente, meios de alcançar seus níveis inferiores de destino, não
restara outra saída senão interromper o encaminhamento e sinalizar congestionamento a E x er cí c i o : 1 O Q U E SE E N T END E P O R PL A NO D E ENCA MIN HAME N TO ? J UST IFI Q UE SU A RE S POST A .
central de origem. E x er cí c i o : 2 Q U A L A H I E RA RQ U I A DA S CE NT RA I S D E T RÂ N SI TO C O M BA SE A UM A RO TA

Como os centros de transito tomam estas decisões de encaminhamento? Tomam-nas P RE FE RE N CIA L?

baseados em duas informações: a primeira e fundamental são os algarismos do código de E x er cí c i o : 3 O Q U E É “ Z I G-Z A G ” DE C H AMAD AS ?
área de destino, as vezes adicionados dos primeiros algarismos da numeração local do
E x er cí c i o : 4 Q U A L A D IF E RE NÇ A D A T A RI FA Ç Ã O D O T I PO M U L T I M E D I Ç ÃO E BI L H E T AD O R? Q UA NDO
assinante chamado. Esta analise a confrontada com as possibilidades de encaminhamento do
U SA -S E UM A OU OUT RA ?
centro em questão. Nesta função, o centro de transito considera também por qual rota a
chamada chegou a central transito em questão, para garantir que a conexão não retroaja na 5- RASC UN HO
estrutura. Além do encaminhamento, os centros tem que providenciar a tarifação da _____________________________________________________________________________
chamada. No caso mais complexo adota-se a multimedição para chamadas de curta distancia _____________________________________________________________________________
dentro das áreas numéricas e a bilhetagem automática para distancias maiores com destinos _____________________________________________________________________________
em outras áreas secundarias. as centros de transito possuem _____________________________________________________________________________
estas funções tarifadoras. A tarifação por multimedição situa-se em centros de transito de _____________________________________________________________________________
hierarquia mais baixa, normalmente classe III ou IV. A tarifação por bilhetagem automática _____________________________________________________________________________
se faz nos centros classe II e classe I. A chamada a tarifada no primeiro centro com _____________________________________________________________________________
bilhetagem em que a chamada faz transito e não pode haver sobreposição de tarifação _____________________________________________________________________________
(multimedição e bilhetagem) na mesma chamada. _____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
3- A ES T RU T U RA D A RE DE D IGI T AL
_____________________________________________________________________________
A estrutura da Figura 59 refere-se a uma rede predominantemente analógica. Por razoes _____________________________________________________________________________
econômicas, muitas funções mais complicadas como a bilhetagem, inserção de supressores _____________________________________________________________________________
de eco, comutação de atenuadores, comutação a quatro fios, eram possíveis somente nas _____________________________________________________________________________
centrais de maior nível (I e II) que são em menor quantidade na rede. Com as centrais S P C _____________________________________________________________________________
ou C PA , estas facilidades puderam, de forma econômica, ser disseminadas nas centrais mais _____________________________________________________________________________
próximas aos assinantes (classe III e IV). Do mesmo modo, as centrais digitais levam, sem _____________________________________________________________________________
custo adicional, a comutação a 4 fios a estes níveis. _____________________________________________________________________________
Por outro lado, cabos ópticos e transmissão digital tornam os circuitos mais econômicos. _____________________________________________________________________________
Todos estes fatores formam um achatamento da estrutura de centrais, de modo que os _____________________________________________________________________________
níveis IV e III se transformam, respectivamente, em níveis II e I, diminuindo os níveis _____________________________________________________________________________
hierárquicos. Desse modo, com esses dois níveis pode-se atender a todo o país com centrais _____________________________________________________________________________
de maior capacidade, em maior numero e atendendo as áreas mais extensas. Isto se reflete _____________________________________________________________________________
também nas redes locais, onde a digitalização e centrais SPC permitem substituir muitas _____________________________________________________________________________
centrais locais autônomas analógicas por estágios de linha remotos, situados mais próximos _____________________________________________________________________________
aos assinantes e reduzindo drasticamente o custo de sua rede. _____________________________________________________________________________

SISTEMA S TELEFÔNICOS SISTEMA S TELEFÔNICOS


89 PROF . CA RLOS E. VIANA 90 PROF . CA RLOS E. VIANA
F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES

DÉCIMO PRIMEIRO CAPÍTULO


PLANO DE SINALIZAÇÃO

1- IN T R O DU ÇÃ O
O estabelecimento da conexão de um assinante chamador para um chamado necessita de
dados para interligar as partes corretas. Uma grande parte desses dados refere-se as
identidades dos assinantes envolvidos. Deste modo, chamado a central comutadora
necessita analisar o "endereço" do assinante chamado para comutar os circuitos na direção
correta.
Vimos no país de encaminhamento uma série de decisões a serem tomadas a partir da
numeração dos assinantes. Ao se bilhetar a chamada, temos, também, que fazer chegar ao
ponto de bilhetagem os números completos do chamador (assinante A) e do chamado
(assinante B) e o resultado da chamada (se foi atendida ou não).
Deste modo, as centrais que irão estabelecer o caminho para o circuito de conversação
(sejam analógicas ou digitais) precisam ser, previamente informadas, principalmente, sobre
o numero chamado. Ora, o assinante chamador quando teclou ou discou, depositou na área
do registrador da sua central local o numero do assinante 8 completo (internacional, Com esses 4 grupos concluímos a
nacional, local). Esta mesma central, identificou e memorizou o numero de quem chamou identificação dos quatro conjuntos de
(identidade do chamador) e atributos a ele vinculados, deduzidos pela central a partir de sua sinais, de finalidades especificas, que
identidade (categoria do chamador: assinante comum, telefone publico, terminal de dados, ocorrem em um sistema telefônico.
telefonista, manutenção da central, etc.). Todos estes dados serão usados durante as
decisões de encaminhamento ao longo da cadeia comutadora, e estão disponíveis na central
de origem do assinante chamador, mais especificamente no seu registrador ou área de F IG URA 6 0: AS Q UATRO SIN ALIZ AÇÕ E S DA TE L E FON IA.
mesmo nome nas centrais S P C , e precisarão ser enviados as outras centrais.
o terminal telefônico utiliza a linha metálica bifilar ou acesso radio do assinante para enviar
Como esses dados serão usados em cada ponto de comutação até o destino, as centrais
uma serie de sinais a central. No caso do telefone analógico, estes são transmitidos por
necessitam de um sistema de sinais para transmiti-los e recebê-los, numa fase anterior a
abertura e fechamento de “loop” da linha. As informações do disco (ou teclado decádico) são
existência do próprio circuito por onde far-se-á a telecomunicação. Esse sistema de
também transferidas a central por seqüências de abertura-fechamento. Quando o teclado for
comunicação entre centrais denomina-se S I S T E M A D E S I N A L I Z A Ç Ã O D E R E G I S T R A D O R .
D T M F 5, os algarismos 1-0 e demais sinais do teclado (* e #) são transferidos por códigos
Alem das informações numéricas previas ao estabelecimento da comutação, há outros sinais multifreqüênciais. Esse grupo de sinais constitui a SINALIZAÇÃO DE ASSINANTE.
que circulam antes, durante e depois da conversação. São aqueles sinais referentes aos
Alem dos três grupos de sinais acima, há um quarto grupo de sinais destinado a informar
troncos que indicam sua disponibilidade (ou indisponibilidade), sua ocupação, seu bloqueio,
varias situações aos assinantes. Entre eles temos os sinais de discar, de ocupado, tom de
o atendimento do assinante chamado, o desligamento espontâneo ou forçado, etc. Esse
controle de chamada, toque da campainha, etc. É a SINALIZAÇÃO AUDÍVEL.
grupo de sinais constitui a S I N A L I Z A Ç Ã O D E L I N H A .

[5] D T M F – “Dual Tone Multi Frequence”.


SISTEMA S TELEFÔNICOS SISTEMA S TELEFÔNICOS
91 PROF . CA RLOS E. VIANA 92 PROF . CA RLOS E. VIANA
F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES

2- EV OL UÇ ÃO DA SI NAL I ZAÇ Ã O sinalização multifreqüencial (M M F ). Inicialmente, surgiu a M F pulsada, denominada U I T- T R 1


À época que existiam apenas circuitos metálicos entre as centrais, as informações entre elas usada nos EEUU, e a U I T- T No. 5 usada nos circuitos internacionais. Para conferir mais
eram trocadas por sinais de corrente continua, inclusive para transmitir algarismos de uma segurança e flexibilidade ao sistema M F surgiram, posteriormente, os sistemas M F C (M MF
central à outra. Isto se fazia de modo semelhante à discagem de um aparelho telefônico, e Compulsório), onde se incluem os M F C proprietários da S O C O T E L (França), E R I C S S O N e a
esse método chamava-se “LOOP DIALING”. Foi o sistema mais primitivo de sinalização! sinalização padronizada U I T- T R 2 . o sistema R 1 norte-americano somente possui sinais para
a frente.

TABELA 7: SINAIS DO SISTEMA MF R1.


Freqüência - Hz
Sinais 700 900 1100 1300 1500 1700
fo f1 f2 f4 f7 f 10
1 X X
2 X X
3 X X
4 X X
5 X X
6 X X
7 X X
8 X X
FIGURA 61: E QUI VAL ENTE DA SINA LIZ AÇÃO EM ANEL USANDO TOM DE 3.825 HZ (“ OUT OF 9 X X
BAND, TON E- OFF I DLE”) 0 X X
KP X X
Com o advento de amplificadores na linha (ainda a válvulas), substituíram-se os pulsos de ST X X
corrente contínua por pulsos de freqüência dentro da faixa de voz. Assim, em vez de enviar
fechamentos/aberturas do "loop", estes foram substituídos por pulsos de freqüência de
2.280 Hz (sinalização dentro da faixa), ou 3.825 Hz (sinalização fora da faixa). Mais tarde 4- SI NAL I ZAÇ Ã O M F C R2
surgiu o primeiro sistema codificado de duas freqüências: 2.040 e 2.400 Hz, que formavam Esta sinalização foi desenvolvida e usada inicialmente pelo C E P T (Conferencia Européia de
os elementos básicos de sinal para a codificação das informações. Correios e Telecomunicações), de acordo com o Protocolo de Berna (1962). Ela foi
Esse sistema denominou-se Sinalização 2VF. O sistema da U I T- T No. 4 utilizou esse método preconizada para uma padronização européia nos sistemas nacionais e internacionais. Em
de 2VF que usava freqüências também presentes na faixa de voz (300 - 3.400 Hz). Essa 1968, foi reconhecida pela U I T- T e recomendada para tráfego internacional em âmbito
sinalização apresentava, entretanto, o problema da imitação de sinais pela conversação, regional, recebendo a denominação M F C R 2 .
sendo necessário interrompê-la ("splitting") quando um sinal 2VF fosse intercambiado. Para E um sistema ainda muito usado na automatização nacional e internacional por meios
contornar este problema de imitação do sinal decidiu-se, na década de 50, separar os sinais terrestres. Infelizmente, o seu caráter compulsório provoca longos ciclos de sinalização
de linha daqueles sinais de registrador. Para os sinais de linha passou-se a usar variações de quando usada nos enlaces via satélite, o que veio restringir seu uso.
corrente contínua nas linhas físicas de curta distancia (troncos urbanos) e pulsos de VF para
O Brasil usava exclusivamente a sinalização M F C R 2 na sua rede nacional que era a
os circuitos de longa distancia, porem optou-se por uma freqüência de sinalização fora da
sinalização padrão entre centrais eletromecânicas e S P C , antes de ser desenvolvida a
faixa de voz para evitar a imitação e a necessidade da função "splitting". Surgia a sinalização
sinalização U I T- T No. 7 (sinalização a canal comum No. 7). Entretanto, quando se
O U T O F B A N D ”, com sinais na freqüência de 3.825 Hz.
“O
implantaram as rotas D D D para áreas remotas (Amazônia), via satélite, houve necessidade
3- SI NAL I ZAÇ Ã O D E REGI STR ADO R de se desenvolver uma variante do R 2 para evitar os longos tempos pós-discagem. Esta
As sinalizações de registrador, para ganhar velocidade e maior significados de sinais, variante, chamada M F C 5 S , eliminou o grupo A de sinais para trás, operando o grupo I para
passaram a usar códigos compostos de seis freqüências combinadas duas a duas. Surgia a frente de forma pulsada. Foram mantidos

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93 PROF . CA RLOS E. VIANA 94 PROF . CA RLOS E. VIANA
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os sinais do grupo B para trás face a necessidade de informar a origem sobre o sinal de fim
de seleção.
o MFC apresentou variantes proprietárias desenvolvidas pela ERICSSON (1954) antes do
Protocolo de Berna e colocadas em tráfego em 1957, na Holanda. Antes das recomendações
de Berna e da U I T- T (Buenos Aires, 1968), muitas redes foram instaladas com o M F C da
E R I C S S O N que utilizava somente quatro, das seis freqüências para trás. Muitas destas
sinalizações foram modernizadas e seus sistemas foram complementados e convertidos ao
M F C R 2 , com seis freqüências para a frente e seis para trás.
Os sinais MFC são intercambiados entre o registrador de origem (o mais próximo ao
assinante chamador) que lidera o estabelecimento da chamada, e o registrador que no FIGU RA 62: C OMPOSIÇ ÃO DOS CÓD IGOS MFC .
instante esta comutando o estagio na vanguarda da comutação. A comutação de uma longa
Os códigos para trás formam também dois grupos de sinais: A e B. Um sinal para trás (sinal
cadeia vai se estabelecendo em etapas sucessivas, pois temos uma serie de centrais
A3) prepara a retaguarda da chamada (o registrador na origem) para, a partir da sua
comutadoras intermediarias. Em cada um desses pontos, há um registrador
recepção, interpretar os sinais seguintes como do grupo B (Figura 63).
temporariamente conectado ao estagio em questão que e, no momento, a vanguarda da
conexão. Tão logo esse ponto seja interconectado, seu registrador e desligado e aquele do O M F C e compulsório, isto e, o primeira sinal para frente (grupo I) se for recebido
próximo ponto a comutar e inserido no circuito, passando a ser, então, a nova vanguarda da perfeitamente no destino, desencadeia um sinal para trás (grupo A). Este, sendo recebido
conexão. perfeitamente na origem, interrompe a emissão do sinal para frente anterior. Quando este
desaparece no destino, cessa a emissão do sinal para trás. Este, quando desaparece na
Assim, a comutação vai sendo construída e o registrador na origem vai, sucessivamente,
origem, causa a emissão do próximo sinal para frente, iniciando-se um novo ciclo M F C
dialogando com o último da cadeia. o M F C e uma sinalização E X T R E M O A E X T R E M O (“end-
(Figura 64).
to-end”). Envolve somente os registradores de origem e de destino, e os sinais passam
diretamente pelos pontos já comutados.
O M F C R 2 , em que pese sua inadequação as rotas via satélite, e um sistema muito flexível e
com grande capacidade de informação, com uma velocidade de seis ciclos de sinalização por
segundo (seis sinais para frente e seis para trás por segundo). Tem grande segurança contra
a imitação por ruídos e diafonia, pois alem dos níveis de sensibilidade dos receptores e da
seletividade dos filtros, cada código s6 e reconhecido quando composto de duas e somente
duas freqüências (ver Figura 62).
Com dois grupos de seis freqüências, um para frente e outro para trás, podemos ter 15
códigos de sinais em cada sentido. Entretanto, podemos obter o dobra de significados
diferentes de sinais, mediante um sinal que troca o significado do grupo de sinais. Assim, os
15 códigos para frente são usados duas vezes, formando os grupos I e II de sinais. A troca do
grupo I para o grupo II e provocada por um sinal para trás (sinal A5), de acordo com a
necessidade da vanguarda da comutação. F IGU RA 6 3: S I GN IFICADO DOS S INA IS MFC R 2 (VARI ANTE 5C BRASIL E IRA).

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Ao contrario da sinalização MFC, que se processa de extrema a extremo, a sinalização de


linha se processa de enlace a enlace (a cada tronco). Os sinais são regenerados em cada
central.
Nas sinalizações mais antigas, não havia uma clara divisão entre os sinais de informação
numérica e os de linha. Nos esquemas de sinalização 1 VF, 2 F e “tone-off idle“ (ou “tone-on
idle”), estes dois grupos de sinais acham-se reunidos. Nas sinalizações multifreqüênciais, a
separação e bem evidente.
Os principais sinais de linha são:
 O C U PA Ç Ã O : sinal que ocupa a entrada na outra central e que provoca a conexão da
entrada a um dispositivo receptor de informação numérica (por exemplo, um
registrador de entrada). Assim, quando uma entrada da central (via um juntor de
entrada) recebe este sinal, desencadeia um processo de busca ao tal dispositivo
para conectá-lo a entrada em questão.
Supor, por exemplo, que o meio de transporte do sinal usa a opção de marcar o circuito livre
e disponível com a presença de tom (tone-on idle) e, consequentemente, o sinal de ocupação
e representado pela transição "presença para ausência de tom". U ma rota de entrada na
FIGU RA 64: C OMPUL SORIEDA DE ENTRE OS SI NAIS MFC. central consta de dezenas de circuitos e, se ocorrer uma interrupção do meio de transmissão
nesta rota, todas as entradas receberão simultaneamente um falso sinal de ocupação. Uma
Caso um dos sinais, por questão de transmissão, não seja reconhecido em qualquer dos
falha no sistema de transmissão provocara uma avalanche de falsas ocupações que
extremos, o ciclo se alonga no tempo e, se a deformação for momentânea, o sinal e
bloqueara a central. E preferível, para evitar o problema, a sinalização "tone-off idle" (ver
finalmente reconhecido e o cicio se completa. Se a deformação não for passageira, o sistema
Figura 60) em que, na condição de disponível ou livre, o circuito não apresenta sinal algum e
tem supervisão de tempo e procedimentos para corrigir o processo. o uso da sinalização
a ocupação efetuar-se-á pela transição "ausência para presença de tom". Esta alternativa
M F C expandiu-se rapidamente, antes do advento das centrais S P C e do uso de satélites para
evita as avalanches de ocupações, porem tem uma desvantagem: durante a conversação, o
tráfego nacional. o M F C e uma sinalização analógica que flui pelo mesmo circuito que depois
tom estará presente tanto no sentido de transmissão como de recepção. Haverá
conduzira a conversação. Suas freqüências estão dentro da faixa de voz e são normal mente
simultaneidade de sinal e de voz. Para evitar sobrecarga no sistema de transmissão, o nível
digitalizadas tal como as freqüências de voz. Entretanto, a tecnologia S P C requer outra
do tom de sinalização terá que ser obrigatoriamente baixo (-20 dBm0).
filosofia de sinalização mais apropriada ao dialogo entre processadores: a sinalização a canal
comum. Todas as sinalizações até o M F C inclusive eram sempre do tipo associado ao canal.  AT E N D I M E N T O : sinal emitido pelo lado do assinante chamado em direção a origem,
quando aquele atender a chamada.
5- SI NAL I ZAÇ Ã O D E LINH A
Tem as seguintes finalidades principais:
Os sinais de linha destinam-se a:
o iniciar a contagem do tempo de conversação com finalidade de tarifação
 iniciar os processos de conexão e desconexão, isto é, a ocupar o tronco e liberá-lo
(excetuando-se as chamadas gratuitas);
ao final da conexão;
o desencadear o sinal de coleta de moedas, fichas ou debito no cartão nos
 retransmitir os sinais de "no gancho" e 'fora do gancho" do telefone do assinante
telefones públicos;
chamado para a supervisão da conexão, inicio da tarifação, etc.;
o inibir os dispositivos de supervisão de tempo ativados quando a comutação foi
 controlar o processo de desconexão, supervisionando quando o tronco retornar a
estendida até a linha do assinante chamado.
condição de disponível;
 controlar a integridade do circuito, isto e, que ele não esta interrompido. Um sinal de atendimento falso a muito grave, pois provoca tarifação indevida.
 TA R I FA Ç Ã O : sinal emitido em direção à central de origem durante a conversação,
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para acionar o contador do assinante chamador (somente na tarifação por pulsos). ponto de tarifação, e outro distinto para os enlaces após o ponto de tarifação por
 R E P O S I Ç Ã O D O A S S I N A N T E C H A M A D O : sinal emitido pelo destino em direção à origem, multimedição.
informando que o assinante chamado repôs seu monofone no gancho. E um sinal  D E S B L O Q U E I O : sinal enviado do juntor de entrada em direção ao juntor de saída,
que inicia a supervisão de tempo no caso do controle do mando da chamada ser como reconhecimento da recepção do sinal anterior de desconexão e confirmação
pelo chamador (controle de desconexão simples). Caso alguma falha inibisse a de que a cadeia comutadora, a partir desta entrada, foi desfeita. o sinal de
recepção deste sinal pela central de origem, ou o assinante chamador não desbloqueio informa ao lado de saída que o enlace em questão já esta novamente
desligasse, o assinante chamado ficaria retido, daí a necessidade de supervisão de disponível para ser ocupado por uma nova chamada. Caso haja alguma falha no
tempo para desencadear o sinal de desconexão e liberá-lo. enlace que impeça a recepção do sinal de desbloqueio, ou que tenha impedido o
 D E S C O N E X Ã O : sinal emitido a partir da saída em direção à entrada da central à sinal de desconexão de alcançar o juntor de entrada, o juntor de saída permanecera
frente, quando o assinante chamador repõe seu monofone, ou então quando o bloqueado, evitando sua ocupação em uma nova chamada. Nesta situação, inicia-se
juntor de saída recebe o sinal de desconexão forçada, solicitando-o a enviar o sinal uma supervisão de tempo para se receber o sinal de desbloqueio em confirmação
de desconexão. Tem finalidade de desfazer toda a cadeia comutadora, liberando os ao sinal de desconexão. Ao fim de cada período de supervisão, o juntor de saída
equipamentos e troncos. repetira a emissão do sinal de desconexão e aguardara o sinal de desconexão
 D E S C O N E X Ã O F O R Ç A D A : sinal emitido pela extremidade de entrada (lado do correspondente. Esta seqüência repetir-se-á ata que o enlace retorne à condição de
assinante chamado) em direção ao juntor de saída. Não tem função direta de normalidade, quando o sinal de desconexão for confirmado pelo sinal de
desconexão, mas de solicitar ao juntor de saída a inicialização do processo de desbloqueio. A seqüência repetitiva de sinais de desconexão tentando desbloquear
emissão do sinal de desconexão, que a realmente o sinal mandatório para repor o enlace denomina-se "signal pumping".
toda a cadeia comutadora. o sinal de desconexão forçada existe nos enlaces em que
TABELA 8: SINAIS DE LINHA ANTES E DEPOIS DO PONTO DE TARIFAÇÃO.
ocorre o sinal de tarifação. E importante identificar o ponto de tarifação (aquela
Sinais de Linha
central comutadora responsável pela tarifação da chamada). o ponto de tarifação Antes do Ponto de Tarifação Após o Ponto de Tarifação
envia o sinal de tarifação em direção à central local de origem (que recebe a linha Direção Direção
Sinal Sinal
do assinante chamador). Assim o ponto de tarifação separa os enlaces em duas A-B A-B
categorias. Aqueles entre a central local de origem e o ponto de tarifação Ocupação → Ocupação →
constituem os enlaces "antes do ponto de tarifação", nos quais ocorrera o sinal de Atendimento ← Atendimento ←
Reposição do Assinante.
tarifação; e os enlaces entre o ponto de tarifação e o destino, denominados enlaces Tarifação ← Chamado.

"após o ponto de tarifação". Nos enlaces antes do ponto de tarifação, não se pode Desconexão → Desconexão →
usar o sinal de reposição do assinante chamado. Este a recebido no ponto de Desconexão forçada ← Desbloqueio ←
tarifação e, em vez de ser retransmitido aos enlaces antes do ponto de tarifação, Desbloqueio ←
inicia uma supervisão de tempo. Enquanto esta não se esgota e, caso o assinante 6- SI NAL I ZAÇ Ã O C O NTI NU A E D ES CO NTI NUA
chamado, que ainda esta com seu circuito estabelecido, voltar a levantar o
monofone do gancho, haverá a repetição do sinal de atendimento, que a também Na sinalização contínua, os sinais não tem duração predeterminada e permanecem enquanto
bloqueado no ponto de tarifação. Evita-se, deste modo, que sinais de atendimento perdurar a situação sinalizada. Os sinais da linha de assinante são contínuos. o esquema
do assinante chamado, exceto o primeiro, circulem pelos enlaces antes do ponto de representado na Figura 61 e também contínuo. As sinalizações contínuas, ao apresentarem
tarifação e sejam interpretados como sinal de tarifação e provoquem tarifação sinais durante longo tempo na condição de repouso ou de conversação e as vezes
indevida do chamador. Ao esgotar-se a supervisão de tempo, envia-se, a partir do simultâneas a condição de conversação, precisam operar com nível baixo, tornando-se muito
ponto de tarifação, o sinal de desconexão forçada para a central local de origem. sensíveis as perturbações.
Ao alcançar o juntor de saída, ele provoca a emissão do sinal de desconexão, que Para superar as desvantagens da sinalização contínua foi desenvolvida a sinalização
Ira iniciar o processo de reposição da cadeia comutadora. descontínua, cujos sinais tomam a forma de pulsos e podem ser usados com sinalização
Pelo exposto, conclui-se que há um esquema de sinais de linha para os enlaces antes do dentro ou fora da faixa. Operam com nível alto e são muito menos susceptíveis as

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99 PROF . CA RLOS E. VIANA 100 PROF . CA RLOS E. VIANA
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perturbações. A sinalização U I T- T No. 3 para tráfego internacional emprega sinais TABE LA 9: SINAL IZAÇÃO DESCONTINUADA.
descontínuos. A partir dela, a E R I C S S O N desenvolveu um esquema nacional, que foi Sinal Duração (ms) e sentido Obs.
introduzido em vários países e transformado depois em sinalização padrão em muitos deles. Ocupação 150 ---
7- SI NAL I ZAÇ Ã O N OS C IR CU IT O S PCM
Atendimento 150 ---
Os sistemas P C M conduzem a sinalização de registrador nos intervalos de tempo reservados
as freqüências de voz. Os sinais M F de registrador são codificados normalmente como a voz, 600
Desconexão ---
ou os sinais são gerados diretamente em palavras de oito bits no canal correspondente. Os
sinais de linha são, entretanto, conduzidos no intervalo de tempo 16, nos quinze quadros 1- Desbloqueio 600 ---
15 de um multiquadro.
Tarifação 150
Cada um dos intervalos com oito bits e compartilhado por dois canais, isto e, quatro bits
Somente nos enlaces antes do
para cada canal, o que resulta numa velocidade do canal de sinalização de 2 kbits/s. ponto de tarifação
Desconexão forçada 600
Normalmente, dois' bits são suficientes para a sinalização de linha.
A U I T- T definiu uma sinalização de linha R 2 digital para uso em canais P C M . A Tabela 10 600 Somente após o ponto de
Reposição do chamador
mostra o estado dos dois bits que conduzem os sinais de linha no senti do de transmissão af, tarifação
bf e no sentido da recepção ab, bb. Os dois outros bits em cada sentido não variam e tem
TAB ELA 1 0: S I NA LIZAÇÃO R2 DIG I TA L ( F = “ PARA FRE NTE” , B = “ PARA T R ÁS” )
seus estados definidos pela U I T- T .

Código
Sentido
Condição de Linha Sentido Transmissão
Recepção
af bf ab bb
Livre 1 0 1 0

Ocupação 0 0 1 0

Confirmação de Ocupação 0 0 1 1

Atendimento 0 0 0 1

Desconexão para Trás 0 0 1 1

Desconexão para Frente 1 0 1 1

Desconexão / Livre 1 0 1 0

Bloqueado 1 0 1 1

8- SI NAL I ZAÇ Ã O A UD ÍVE L


Antes da automatização internacional (D D D I ), não havia grande motivação para uma
padronização ou uniformização mundial destes sinais. Embora alguns sinais permaneçam
dentro da rede de origem como, por exemplo, o tom de discar, há outros que são emitidos
da central de destino e são enviados ao assinante chamador no país de origem. atravessando
todas as centrais intermediarias (tom de controle de chamada, tom de numero inacessível).
o assinante conhece o significado dos sinais do seu local de residência e trabalho.
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Entretanto, a ausência de um padrão internacional tumultuava a interpretação da processador da central S P C , ao providenciar a comutação, associe logicamente as
informação, quando o assinante originava uma chamada 001 ou quando viajava a outros informações dos sinais de cada "label" as respectivas chamadas. Os sistemas, cujos sinais
países. caminham separadamente do circuito da voz em um canal comum aos sinais das demais
No início do processo de automatização nacional. as administrações telefônicas tiveram que chamadas, denominam-se S I S T E M A S D E S I N A L I Z A Ç Ã O A C A N A L C O M U M .
uniformizar esses sinais, pois havia diferenças entre os vários fabricantes de centrais. A U I T- Considerando que a sinalização toma um tempo relativamente curto em relação ao tempo de
T recomenda para os sinais audíveis, também chamados tons, a freqüência de 425 Hz. Os conversação, a sinalização a canal comum apresenta a grande vantagem de escoar em um
vários significados são caracterizados por uma sucessão de tons e pausas. canal de sinalização informações referentes a milhares de chamadas. Tem a vantagem
Principais sinais audíveis de 425 Hz: também de dispensar equipamentos de sinalização vinculados a cada circuito de voz,
substituindo-os por um equipamento comum. Já que no canal comum, podemos ter vários
 Sinal de D I S C A R : tom continuo; tipos de tráfego, a estrutura dos sinais e maior para permitir mais flexibilidade e adequação
 Sinal de O C U PA D O : sinal de 0,25 s separado por pausa de 0,25 s; a cada tipo de comunicação.
 Sinal de C O N T R O L E D E C H A M A D A : sinal de 1 ,0 s separado por pausa de 4,0 s; A sinalização a canal comum e ao mesmo tempo econômica, rápida, confiável, de alta
 Sinal de C O N G E S T I O N A M E N T O : sinal de 0,25 s separado por pausa de 0,75 s; capacidade em informação, e altamente flexível para uso atual e futuro, mediante expansão
 Sinal de N Ú M E R O I N A C E S S Í V E L : sinal de 0,25 s, uma pausa de 0,25 s, sinal de 0,75 s e da quantidade de sinais. Os sinais, nesse canal, são sob a forma de dados e o canal comum e
uma pausa de 0,25 s. na verdade um canal de dados.
Outro sinal audível, porem fora do grupo dos tons de 425 Hz, e aquele que aciona a o primeiro sistema a canal comum recomendado pela U I T- T (1968) foi o No. 6, destinado ao
campainha. É um sinal de 70V de 25 Hz, que aciona diretamente a campainha tráfego internacional.
(eletromagnética) ou modula a campainha eletrônica do telefone. Esse sinal tem mesma o sistema mais recente, destinado as redes digitais, com recursos de maior velocidade (64
cadencia que o sinal de controle de chamada (1,0 s de sinal separado por pausa de 4,0 s). kbits/s) e o UIT-T No. 7 (1980).
9- S I NAL I ZAÇ Ã O A S S OC I ADA A C AN AL E A C AN AL C O MU M 1 0 - SI NAL I ZAÇ Ã O A C A NAL C O MUM U IT -T N O . 7
A sinalização associada a canal e aquela em que os sinais fluem pelo mesmo caminho da A estrutura básica da sinalização, o U I T- T No. 7, consta de duas partes principais: a do
conversação. Mesmo a sinalização ocorrendo antes da conversação ser iniciada, ela usa o usuário (UU P = “User Part”) e a parte de transferência de mensagem (M M T P = “Message
circuito que depois será usado para a conversação. Vemos que o canal da sinalização esta Transfer Part”). A parte UP e constituída conforme o tipo de tráfego. Assim, para telefonia a
associado ao canal de conversação. Esta vinculação pode ser na mesma faixa de voz, como U P e a T U P (“Telephony User Part”), para I S D N a U P e I S U P (“Integrated Services User
nos sistemas 1 VF, 2VF, ou numa faixa adjacente associada ao canal. como na sinalização fora Part”), etc.
da faixa, em que a freqüência 3.825 Hz esta separada da faixa 300-3400 Hz para o transporte
da conversação, porem sempre a acompanha no transporte. Embora a sinalização I T U - T No. 7 seja um padrão recomendado, há dentro da T U P
(“Telephony User Part”) definições de parâmetros a serem feitas pelos países que a aplicam.
Mesmo no P C M de 30 ou 24 canais, onde os sinais correspondentes a cada canal de voz Assim, foi necessário desenvolver e validar a TUP do Brasil, do mesmo modo que outros
estão em intervalos de tempo diferentes, a sinalização e do tipo associado a canal, pois a voz países tiveram que criar a sua TUP específica. Com o início da operação nas redes dos
e sinais fluem pelos mesmos caminhos. serviços digitais integrados (II S D N ), foi necessário elevar o nível de facilidades da T U P para
Nas centrais S P C , são os processadores que recebem as informações, analisam e decidem as incluir também aquelas funções da ISDN, recebendo então a designação de I S U P
providencias. Devido a esta centralização, não e mais necessário que os sinais sejam (“Integrated Services User Part”).
associados ao canal de conversação correspondente. Pode-se ter, entre os processadores das A sinalização U I T- T No. 7 baseia-se no modelo O S I (“Open System Interconnexion”)
centrais, um canal de grande capacidade e especializado em sinais: um canal comum a sinais amplamente utilizado em comunicação de dados. A sinalização a canal comum No. 7, tal qual
de milhares de comutações já estabelecidas ou em progresso. A sinalização de uma conexão o O S I , esta estruturada em sete níveis. A Figura 65 mostra as funções da sinalização No. 7
não esta mais vinculada ao circuito da conversação, isto e, o canal comum que transporta distribuídas nas quatro camadas inferiores do modelo OSI.
sinais segue por caminho diferente da comutação da voz. o importante e que os sinais
possuam um "label", que informe a qual chamada eles correspondem, para que o
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103 PROF . CA RLOS E. VIANA 104 PROF . CA RLOS E. VIANA
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1 1 - ME NS AGE M DA S IN AL I ZAÇ ÃO mensagem.


A mensagem abrange os quatro níveis inferiores (Figura 65). A informação fundamental para o C I C (“Circuit Identification Code”) que define o enlace de sinalização e a
o estabelecimento da comutação acha-se dentro da TUP no nível quatro. A M T P (“Message referencia da conexão de voz a ser estabelecida par caminhos separados.
Transfer Part”) com as informações distribui-se por três níveis: o nível compreende o enlace
físico para transportar os dados da sinalização; o nível 2 compreende as funções do enlace
desempenhadas pelo terminal de sinalização, inclusive a mensagem com campos para
detecção de erro e sua correção; o nível 3 compreende as funções para tratamento da
mensagem e da rede de sinalização.
A MSU (“Message Signal Unit”) tem a estrutura apresentada na Figura 66, com os seguintes
campos: F I G U R A 6 6 : E S T R U T U R A MSU .
 “F
F L A G ” - informa o início da mensagem (e também o seu final), pois o “flag” inicial
1 2 - EX E RCÍ C IOS
de uma mensagem sinaliza também o fim da imediatamente anterior.
 “C
C H E C K B I T S ” - são bits de verificação e asseguram a recepção da M S U na E x er cí c i o : 1 O Q U E EST A BE LEC E O PLA NO D E SI NAL I ZA Ç Ã O ?
seqüência correta e solicita a repetição em caso de erro. E x er cí c i o : 2 Q UA I S O S G RUP O S D E S I NA IS ?
 “S
S E R V I C E I N F O R M AT I O N ” - tem função dupla: assegura que a parte usuária (“User E x er cí c i o : 3 O Q U E S I G N IF I C A M F C (M U L TI F R EQ ÜE N C I AL - C O M PU L S Ó RI O )?
Part”) receba a mensagem e indica se o tráfego e nacional ou internacional.
E x er cí c i o : 4 Q UA I S O S P RI NC I P A IS T I PO S D E S I N A IS D E L I NH A?
 “LL E N G H T I N D I C AT I O N ” - informa o comprimento e o tipo de mensagem.
E x er cí c i o : 5 Q UA I S O S T I PO S DE SI NAL I Z A ÇÃO AUD Í VE L ?
E x er cí c i o : 6 CO M O É CO M PO ST A UM A M ENS A GEM DE SI NAL I Z AÇ ÃO ?
1 3 - RASC UN HO
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
F I G U R A 6 5 : S I N A L I Z A Ç Ã O N O . 7 E A E S T R U T U R A OSI . _____________________________________________________________________________
 “SS I G N A L I N F O R M AT I O N ” - compreende a mensagem propriamente dita, _____________________________________________________________________________
antecedida do "label" que contem informações relativas a chamada correspondente _____________________________________________________________________________
a mensagem de sinalização, a saber: _____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
o D P C (“Destination Point Code”) - informa o número do ponto de destino (por
_____________________________________________________________________________
exemplo, qual o endereço da central a qual a mensagem se destina).
_____________________________________________________________________________
o O P C (“Origination Point Code”) - informa a endereço de onde se origina a _____________________________________________________________________________
SISTEMA S TELEFÔNICOS SISTEMA S TELEFÔNICOS
105 PROF . CA RLOS E. VIANA 106 PROF . CA RLOS E. VIANA
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corretamente identificados em uma longa serie de medidas, executadas enquanto se


DÉCIMO SEGUNDO CAPÍTULO introduzem atenuações de valores secretos aos que pronunciam e identificam os logatons.
PLANOS DE TRANSMISSÃO E SINCRONIZAÇÃO R E = “Reference Equivalent”) e justamente o valor
o valor do equivalente de referencia (R
médio da atenuação adicionada ou retirada do sistema padrão de referencia para equilibrar-
se com o sistema sob medida.
1- PL AN O D E TRAN SM I SS ÃO
Baseado, neste critério, a U I T- T recomenda os valores de R E para a transmissão e recepção
A principal finalidade de um país de transmissão e garantir condições para uma boa até um ponto de referência na central internacional do país, denominado V S P (“Virtual
reprodução da voz no sistema telefônico, de forma que a maior proporção passível de Switching Point”).
ligações seja considerada pelos usuários como de "boa qualidade". Além disso, mesmo
aquelas ligações que os usuários classificam como de "má qualidade" devem ter um padrão Os R E dos circuitos não estão concentrados em um único ponto, mas suas parcelas são
mínimo de inteligibilidade. distribuídas ao longo dos circuitos e compete ao país de transmissão disciplinar sua
distribuição. A maior parcela do RE deve ser alocada a rede de assinantes par razões
Com estes propósitos, a U I T- T emitiu uma serie de recomendações sobre os fatores que econômicas. Isto significa, em outras palavras, que sendo a rede de assinantes o maior
influem na inteligibilidade das ligações, entre os quais destacamos: investimento, deve-se atribuir-lhe a contribuição pela maior parcela da atenuação (para
a.) A reprodução da voz não pode ser demasiado fraca, mas não pode também ser cabos mais econômicos). Os sistemas a quatro fios dos circuitos de longa distancia, providos
demasiado forte, embora este último inconveniente seja menos problemático na de recursos de amplificação, devem contribuir com parcela mínima do equivalente de
prática. referencia. Esta estratégia, alem de econômica, tem a vantagem de evitar grandes diferenças
b.) Os ruídos e interferências não podem ser excessivos, o que implica em não utilizar de qualidade entre as ligações locais e as de longa distancia.
níveis que sobrecarreguem os equipamentos de transmissão. Tomando como referencia a V S P na central internacional do país, a rede nacional deste
c.) A voz deve ser reproduzida com suficiente fidelidade. ponto até a telefone (inclusive) deve obedecer a um RE máxima para a transmissão e outro
d.) As condições de eco devem ser limitadas, de forma que ele seja tolerável na para a recepção. Esses valores não são iguais. Concede-se maior R E para a sentido da
conversação. transmissão, país a transdução neste
e.) As diafonias devem ser limitadas para assegurar a sigilo das conversações. sentido tem perdas específicas adicionais que não ocorrem na recepção.
f.) Os ganhos dos circuitos não devem atingir o ponto de oscilação dos trechos a A U I T- T especifica um par (T
T R E e S R E ) de valores máximos de equivalentes de referencia
quatro fios, mantendo-se uma margem de segurança abaixo desse ponto para para países com média, grande e muito grande extensão territorial. Estes dois últimos, por
compensar variações devido a temperatura, tolerância de fabricação e necessitarem de cadeia de comutação mais extensa, tem permissão para consumir um
envelhecimento de componentes. pequeno adicional de R E (1 x 0,5 dB, 2 x 0,5 dB respectivamente). A Figura 67 indica as R E
2- V O L U M E D A V O Z, E Q U I V AL E N TE D E RE F E R E NC I A máximos especificados pela U I T- T nos três casos de extensão dos circuitos.

Dentre os fatores, o que provoca maiores conseqüências na qualidade de transmissão e o Vimos que as redes de assinantes mais remotas da estrutura tem RE disponíveis 17,3 dB para
volume de reprodução da voz. A U I T- T regulamenta a atenuação do sinal que chega ao transmissão e 8,7 dB para recepção. Estes RE incluem todas as atenuações desde a lado a
ouvido do ouvinte em relação ao seu ponto de emissão junto a boca do locutor. E um circuito dois fios do transformador híbrido até o telefone.
de transmissão complexo que inclui propagação da voz no ar, a transformação de energia Para as redes locais que se conectam aos centros de hierarquia superior, as RE são
acústica em elétrica, o circuito elétrico que interliga os dois telefones, a transdução inversa e gradativamente maiores. Estes RE disponíveis são calculados a partir dos RE totais para o
novamente a propagação no ar do receptor do telefone ao ouvido. país, deduzidas as parcelas de RE destinadas a cadeia a quatro fios até o centro trânsito em
A U I T- T desenvolveu um equipamento de referencia e método das medidas (N N O S F E R ) para questão. Sendo n a quantidade de seções a quatro fios entre a central em questão e a centro
determinar os E Q U I VA L E N T E S D E R E F E R Ê N C I A de circuitos ou partes de circuitos. A internacional, a cadeia a quatro fios (inclusive os próprios centros de trânsito a quatro fios e
medição se faz por processo comparativo e subjetivo, baseado na pronuncia de “logatons” perda liquida no transformador híbrido, considerando o uso de inserção automática de
(sons padronizados sem significado) e sua identificação por ouvintes. Contam-se os logatons atenuador comutável na central) contribui com (2+0,5 n)dB.

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terminal). O plano de transmissão não só disciplina a distribuição do R E , mas também


contempla os outros fatores que influem na inteligibilidade como ruído, distorção,
estabilidade, perda de retorno e eco. Normalmente, e o mais volumoso de todos os planos
fundamentais, pois tem que especificar os limites de todos os fatores responsáveis pelas
penalidades acima em todos equipamentos componentes da cadeia de transmissão.
Quando se usavam apenas meios de transmissão metálicos, os acessos dos assinantes
padeciam de limitações nos seus alcances máximos. Utilizavam-se, então, de extensores de
enlace para os assinantes com linhas muito longas. Com a digitalização das redes, essas
limitações desapareceram por varias razões:
a.) Em primeiro lugar, os troncos urbanos opticalizados trabalham com perdas muito
baixas, permitindo equivalentes de referencia próximos ao valor máximo, mesmo
nas redes de centros comutadores de menor hierarquia;
b.) O uso de estagio remoto de linha (EE L R ) leva a digitalização para bem próximo ao
assinante, ficando bastante reduzido o comprimento das linhas de assinantes;
c.) Desapareceram as longas linhas de assinantes na periferia das cidades, pois o
F I G U R A 6 7 : RE R E C O M E N D A D O S P E L O UIT-T . aumento da densidade telefônica implicou na implantação de mais centros
comutadores. Não e freqüente a ocorrência de grandes áreas sem serviços
telefônicos básicos. Alem disso, passou a ser mais econômico o atendimento a
assinantes distantes pelo serviço celular fixo ou por rádio ponto-multiponto e,
mais recentemente, por acesso via radio (“Fix Wireless Access”).
Nas décadas passadas, quando não se dispunha dos recursos de eletrônica como atualmente,
tinha-se de manipular com extrema critério a perda introduzida a cada metro de cabo
adicionado, e os equivalentes de referencia dos próprios aparelhos telefônicos
desempenhavam um papel decisivo na engenharia da rede externa.
3- PL AN O D E SIN CR ONI ZAÇ ÃO
O plano de Sincronização somente há pouco tempo passou a fazer parte dos Planos
FIGURA 68: RE E M LIGAÇÕES LOCAIS.
Fundamentais para a rede de telecomunicações de um país. Antes da digitalização da
Os projetos da planta externa (seleção dos cabos) são feitos, a partir dos R E que o Plano de comutação, a sincronização tinha importância menor, pois somente havia necessidade de
Transmissão preconizou para aquela planta. Para este cálculo e necessário conhecer as varias sincronizar as duas extremidades de um mesmo sistema P C M . A comutação digital ampliou a
parcelas de R E do aparelho telefônico a ser usado e as características dos cabos (de importância e a extensão da sincronização, onde todos os sistemas P C M e as centrais digitais
assinante e tronco). tem que manter uma referencia de tempo de grande precisão para não haver o
escorregamento dos intervalos de tempo.
Quando a rede local esta distante do centro de transito, porem não o suficiente para
justificar mais uma seção a quatro fios, pode-se compensar parcial mente a perda do cabo A manutenção de uma referência de tempo dentro da precisão requerida se faz por dois
tronco terminal a dois fios, com um ganho adicional no último trecho a quatro fios, a que métodos de operação: operação síncrona ou operação plesiócrona.
denominamos "compensação do trecho a dois fios". Devido a este ganho adicional, o Na primeira modalidade, há uma coordenação entre as referencias de tempo (“clock”) das
atenuador comutável da ultima central transito será calculado com base no valor a ser centrais envolvidas. Na segunda, não há a comparação entre relógios, porem cada central
compensado (valor distinto daqueles das centrais transito sem compensação do tronco deve possuir sua base de tempo de tão alta precisão de forma que os seus eventuais desvios

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não afetem a transmissão e comutação digitais. Estas, por sua vez, operam como mestre para suas centrais subordinadas. o importante e
A operação síncrona pode ser executada de duas formas: sincronização mutua ou que, nas ramificações mais remotas da estrutura, o eventual escorregamento fique dentro
sincronização despótica. dos limites especificados (no máxima 300 escorregamentos/hora para telefonia e 0,2
escorregamentos/hora para transmissão de dados, no caso mais desfavorável).
Na sincronização mutua, o relógio de uma central recebe a referencia de tempo das outras e
de onde deduz sua freqüência (sincronização mutua simples) ou então, recebe as referencias 4- SI NC RON I SMO V IA SAT É LIT E
das demais centrais e envia, também, sua base de tempo para elas (sincronização mutua Outro usa importante do G P S (“Global Positioning System”) nas telecomunicações e como
dupla). A sincronização mutua e usada nas redes em malha, em que cada relógio se trava na fonte de sinais de sincronismo para as redes digitais. Essas redes precisam ter seus relógios
média das freqüências das demais. Assim, cada central tende a operar na freqüência média oscilando na mesma cadencia para operarem os equipamentos multiplex. Antes do
que será idêntica para todas. sincronismo via GPS, as redes tinham que possuir relógios mestres de césio com tripla
redundância para sincronizarem suas redes. Hoje, uma pequena antena GPS e um receptor
de sincronismo em prédio de equipamentos podem extrair o sincronismo para a rede.
Assim, em vez de um relógio mestre de césio de altíssimo custo e vida limitada, extrai-se o
sincronismo do G P S . As empresas de instrumentação possuem equipamentos de
sincronização a partir de sinais de satélite G P S .
5- RASC UN HO
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
FI GURA 69: MÉT ODOS DE SINCRONIZAÇÃO DA REDE. _____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
A sincronização despótica parte do principio de que uma central ou algumas centrais são
_____________________________________________________________________________
consideradas de maior hierarquia e determinam a base de tempo de suas subordinadas. A
_____________________________________________________________________________
principal modalidade de sincronização despótica e a mestre-escravo, em que uma central
_____________________________________________________________________________
opera como mestre e envia sua base de tempo para determinar a freqüência dos relógios
_____________________________________________________________________________
escravos. Geralmente aplicada em redes em estrela em que a central principal, ou mãe,
_____________________________________________________________________________
determina a freqüência nos concentradores ou estágios e linha remotos.
_____________________________________________________________________________
Na operação plesiócrona, as centrais operam com bases de tempo independentes. Exigem _____________________________________________________________________________
relógios de altíssima precisão (da ordem de 1 microssegundo em 24 horas) para assegurar os _____________________________________________________________________________
requisitos mínimos contra o escorregamento, mesmo com esta independência. _____________________________________________________________________________
A U I T- T recomenda a operação plesiócrona nos enlaces digitais internacionais, especificando _____________________________________________________________________________
uma taxa de um escorregamento em 70 dias. A operação plesiócrona requer relógio atômico _____________________________________________________________________________
(césio). A central internacional do país, com esse relógio de alta precisão, constitui uma _____________________________________________________________________________
excepcional referencia de _____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
tempo para a rede nacional e deve operar como mestre para suas centrais de maior nível.
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2- CO DI FI CAÇ ÃO DE LIN H A
DÉCIMO TERCEIRO CAPÍTULO
Os sistemas de transmissão digital são projetados para fornecer uma determinada resposta
REDE TELEFÔNICA DIGITALIZADA ao pulso transmitido. O pulso retangular ou função porta representa o pulso básico de
transmissão e tem equação dada por: p T(t) = A[u(t+T/2)-u(t-T/2)], ou:

1- IN T R O DU ÇÃ O
 T
A entrada ou saída de uma central temporal de programa armazenado, C PA - T corresponde a A se t ≤ 2
um sinal digitalizado de um T D M - P C M de primeira ordem. Os diversos entroncamentos são: pT = 
T
E N T R O N C A M E N T O U R B A N O : uso de codificação na fonte. Equalização e filtragem para corrigir  0 se t >
distorção e interferências. Uso de modulação digital para grandes distancias. Alguns tipos de
 2
sinais utilizados na transmissão em banda básica entre centrais são mostrados na: Figura 74. E QUAÇÃO LXXXV

Em que u(t) e a função degrau unitário dada por

1 se t ≥ 0
u( t ) = 
0 se t < 0
E QUAÇÃO LXXXVI

o pulso básico esta ilustrado na Figura 73. A transformada de Fourier do pulso básico de
transmissão e dada por:

T
2 T T
− jωt A jω − jω
F(ω) = ∫ Ae dt = (e 2 − e 2 )

T

2
E QUAÇÃO LXXXVII
FIGURA 70: TRIBUTÁRIOS [ 6] DE FONTES DISTINTAS.

E N T R O N C A M E N T O A L O N G A D I S TÂ N C I A - Multiplexação de sinais e transmissão em faixa larga. A ωT


F(ω) = 2 jsen
Transmissão por cabo. Radio digital. Comunicação por fibra óptica. Transmissão digital via jω 2
satélite.
E QUAÇÃO LXXXVIII
R E D E B Á S I C A D I G I TA L - A rede telefônica absorveu serviços digitais. A rede se desenvolve com
rapidez, incluindo meios de alta capacidade, TDM's de ordem elevada e hierarquia digital Que poderia ser escrito como:
síncrona (em “Synchronous Digital Hierarchy” - S D H ).

[6] Tributários: São as entradas de um multiplexador – uma alusão à formação dos rios caudalosos a partir de
afluentes (tributários).
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 sen ωT
F(ω) = AT 2
( )
 ωT 
 2 
E QUAÇÃO LXXXIX

Essa ultima função (Equação LXXXIX) é conhecida como função amostragem ou “sampling”,
cujo modulo esta ilustrado na Figura 73, e de grande importância na teoria de comunicações.
A banda passante para a transmissão do pulso quadrado pode ser obtida considerando-se o
primeiro cruzamento em zero do espectro, ou seja:

1
B= Hz F I G U R A 7 2 : E N T R O N C A M E N T O E N T R E CPA-Ts .
T
E QUAÇÃO XCI

FIGU RA 73: ES PE CTRO DO PULS O BÁSICO DE TRA NS MISSÃ O.

Apesar da banda passante nominal dada acima, o espectro do sinal espalha-se em uma faixa
bem maior, possivelmente produzindo interferência em pulsos transmitidos por portadoras
distintas. Existem, no entanto, maneiras de conformar o pulso transmitido para obter
determinado efeito sobre o espectro, e.g. eliminando o nível médio, introduzindo uma raia
espectral em dada freqüência, ou reduzindo a banda passante. Essas técnicas de
conformação do pulso estão presentes na codificação de linha.
Ao ser transmitido por um sistema de comunicações, o pulso sofre pequenas perturbações
que podem produzir interferência entre os símbolos (II S I ) transmitidos. As principais causas
de I S I são:
 Imprecisão temporal;
 Banda passante insuficiente;
 Distorção de amplitude;
 Distorção de fase.
FI GURA 71: EMPREG O DE CÉL ULAS ESPECIALIZA DAS POR TRIB UTÁRI O. Para permitir a recuperação dos símbolos transmitidos, que implica na correta recuperação
do relógio (informação de sincronização) do sistema, algumas técnicas de codificação de

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linha são realizadas: problema e encontrado também em radiodifusão, televisão, comunicações por satélite e
a.) Utilização de códigos específicos; numa serie de outros sistemas.

b.) Uso de bits de temporização; A informação e levada de um ponto para outro, por sinais, usando um meio de propagação,
c.) Inserção de bits; como ilustra a Figura 75. Esse meio de propagação pode ser não guiado como a atmosfera,
para a transmissão de rádio, por exemplo, ou guiado como as linhas telefônicas. Para que a
d.) Embaralhamento dos dados;
energia do sinal passe convenientemente do transmissor ao meio de propagação e deste ao
e.) Erros de bits forçados. receptor e necessário haver elementos de transição, funcionando como irradiadores ou
captadores de energia. Muitas vezes as características do sistema são impostas pela
possibilidade de realização de tais elementos.

F IGU RA 7 5: M OD E LO DO SISTE M A DE TRAN SMISS ÃO.

Por exemplo, no caso acústico o elemento irradiador e o alto-falante, cujas dimensões físicas
dependem da freqüência e da quantidade de energia a ser transferida. No caso de
radiotransmissores, seria impossível a transmissão de sinais na freqüência da voz humana,
pois, a partir da teoria de ondas eletromagnéticas, pode-se demonstrar que um sinal s6 pode
ser irradiado com eficácia se a antena irradiadora for da ordem de um décimo ou mais do
comprimento da onda correspondente as freqüências dos sinais a serem transmitidos, desta
FIGURA 74: TIP OS DE SINAI S U TI LIZADOS NA T RANSMISSÃO ENTRE CENTRAIS. forma as antenas necessitariam de dimensões da ordem de centenas de quilômetros para
irradiar com eficiência.
Algumas técnicas de codificação de linha estão ilustradas na Figura 74. As principais são:
Logo, para que se possa irradiar eficientemente nas transmissões radioelétricas, utilizam-se
 N R Z (“Non-Return to Zero”), ou código polar;
ondas portadoras, cujos parâmetros são compatíveis com as dimensões do elemento
 A M I (“Alternate Mark Inversion”), código bipolar em que os pulsos têm a
irradiador e com as características do meio. Essas ondas servem como um suporte para levar
polaridade invertida;
a informação, também chamado sinal modulador. A Figura 76 apresenta o espectro
 B N Z S (“Binary N Zero Substitution”), que substitui seqüências determinadas de eletromagnético disponível para a transmissão de sinais.
zeros por uma seqüência especial de pulsos para produzir violação no código A M I ,
exemplo B 3 Z S ;
 C O D I F I C A Ç Ã O T E R N Á R I A , que implica na codificação de grupos de 4 bits em três
dígitos ternários (4 4 B 3 T );
 C Ó D I G O M A N C H E S T E R ou B I F A S E , usado no padrão “Ethernet” I E E E 8 0 2 . 3 para redes
locais;
 C M I (“Coded Mark Inversion”), padronizado pelo C C I T T , no qual a técnica A M I e
combinada com a codificação dos zeros por ondas quadradas de meio-ciclo e
determinada fase. F IGU RA 7 6: ESP E CTRO E L E TROMA GN É TICO, PA RA O QUAL SE DE F INE : M.O. - MICROO NDAS,
a . Transmissão entre Centrais CPA-T O.M. - O NDAS MI LIMÉ TRI CAS, I.V. - INF RAVERMEL HO E U.V. - ULTRAV IOLE TA.

O problema da transmissão de informação entre centrais e fundamental em telefonia. Esse

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b. Transmissão via Rádio coaxial e outro tipo de canal guiado com aplicações em telefonia, mas principalmente em
Para realizar a transmissão via radio, o sinal deve ser modulado. A modulação consiste na redes locais de computadores. As principais características do canal guiado são:
variação de uma característica qualquer da onda portadora, em função de um sinal  Permite o confinamento da onda eletromagnética do transmissor ao receptor
modulante ou modulador. A onda senoidal e usada tradicionalmente como portadora, com a através do guia;
modulação podendo se processar geralmente de três maneiras:  E adequado para áreas de campo eletromagnético intenso;
 Modulação em Amplitude (A A M ), quando o parâmetro da portadora a ser variado e a  Facilita as aplicações em enlaces privados de comunicações;
amplitude. Inclui os sistemas A S K , O O K e A S K M - Á R I O ;  Possibilita contornar obstáculos;
 Modulação em Ângulo, quando o parâmetro da portadora a ser variado e a sua fase  A atenuação depende da freqüência, tipo e dimensão do material guia;
P M ) ou freqüência (FF M ). Os sistemas mais comuns são o F S K , P S K e P S K M - Á R I O ;
(P  Há a necessidade de casamento de impedâncias para evitar perdas por reflexão;
 Modulação em Quadratura (Q Q U A M ) quando são variados os parâmetros de  Exibe um custo de implementação mais elevado que os sistemas rádio,
amplitude e angulo ao mesmo tempo. Dentre os mais conhecidos estão o Q A M e o principalmente no caso de longas distancias e em centros urbanos.
QPSK.
A transmissão guiada entre centrais por meio cabo óptico e ilustrada na Figura 78. A partir
A Figura 77 mostra um exemplo de transmissão via radio digital, que prevê a inserção da década de 80, esse tem sido o meio preferencial para fazer o entroncamento entre as
provisória de sinais digitais, com dados abaixo da faixa de voz (DD U V ), acima da faixa de voz centrais do sistema telefônico.
D O V ) ou dentro da faixa de voz (D
(D D I V ). A Tabela 11 mostra as características básicas dos
diversos meios de transmissão.

FIGURA 78: ME IO DE TR ANS MISSÃO P OR C ABO ÓPTICO.

TABE LA 11: C ORRE SPONDÊNCIA E NTRE OS MEIOS DE TRANS MISSÃO.

FIGURA 77: TRANSMISSÃO VIA RADIO DIGITAL.

c . Transmissão por Canal Guiado


O canal fibra óptica tem sido adotado como padrão para transmissão guiada entre centrais
telefônicas, conhecida como entroncamento, em virtude de ser a tendência atual para
veiculação de grandes volumes de informação. O canal óptico representa um dos tipos de
canais guiados, no qual a radiação situa-se entre o infravermelho e o ultravioleta. O cabo
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b. Análise do Ponto de Vista Operacional


O plano de numeração não terá a sua filosofia alterada com a digitalização, no entanto o
tamanho dos números pode aumentar. O plano de encaminhamento passa a ser dinâmico
com o uso de computadores para analisar constantemente as condições da rede, evitando a
necessidade de mecanismos de gerencia e reprogramação de rede.
Com relação ao plano de sinalização, não devem ocorrer alterações na sinalização em linha
de assinante ou na sinalização acústica. A sinalização de registro será muito afetada com a
filosofia de sinalização em canal comum (Sistema No. 7 do I T U - T ). O plano de transmissão
sofrera pequenas alterações, tendo em vista a necessidade de especificações mais rigorosas
para a fase e outras referencias de tempo.
Não M motivo para mudar o plano de tarifação - enquanto o serviço for puramente
F IG URA 7 9: CON V E RSÃO CLÁSSICA E PO R TRA NSMU L TIPL E XAÇÃO.
R D S I ) será necessária a adoção de
Telefônico. Com a Rede Digital de Serviços Integrados (R
d . Conversão FDM-TDM tarifação por volume de informação, ao invés da tradicional tarifação por tempo de
utilização. O plano de sincronismo aparece como novidade com a digitalização da rede e a
A interligação dos sistemas F D M e T D M se faz necessária no período de transição para a
adoção do esquema P C M / T D M .
rede digital. As tecnologias para conversão podem ser divididas em clássica, como na Figura
79, ou por transmultiplexação, que se divide em convencional e digital, como ilustrado na
Figura 80.
No sistema europeu, a conversão e realizada de um supergrupo F D M para 2 T D M - P C M de
30 canais. No sistema americano, dois grupos F D M são convertidos para 1 T D M - P C M de 24
canais.
O entroncamento da C PA - T com a central convencional envolve a conversão de canais
individuais para um quadro T D M - P C M de primeira ordem.
A Figura 82 ilustra a conversão F D M / T D M realizada entre a telefonia urbana e interurbana.
Num certo momento do processo de digitalização, pode existir uma área geográfica na qual
todos os equipamentos estão digitalizados. Define-se essa área como ilha digital.
3- TRAN SF OR MAÇ ÃO DA R ED E TE LE FÔN ICA CO M A DIG IT AL IZAÇ Ã O
a . Análise do Ponto de Vista Topológico
A rede local, com as centrais e entroncamentos em área urbana, esta num estagio mais
C PA ' S ) estão disponíveis
avançado de digitalização. As centrais de programa armazenado (C
desde a década de 70.
A rede de longa distancia, a qual pertencem as centrais interurbanas e internacionais e os
respectivos entroncamentos, conta com digitalização mais recente. As técnicas analógica e
digital vão conviver por algum tempo nessa rede.
No enlace do assinante, constituído pelos terminais e linhas de assinante, a digitalização se
faz aos poucos. O aparelho digital fixo ainda não esta disponível comercialmente no Brasil. FI GURA 80: TRANSMULTIPLEX AD OR CONVENCI ONAL E DI GITAL.

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F IGU RA 8 3: O CO N CE ITO DE IL HA D IGITAL .

c . Digitalização dos Equipamentos telefônicos


A conversão analógico/digital pode ser feita em P C M ou D M a 64 kbits/s. A lógica de
sinalização se encarrega das funções de sinalização acústica e de linha de assinante. A
operação digital e feita a quatro fios. O modem inclui uma híbrida telefônica para a
conversão.
4- CO NF I ABILI DA DE , D IS P ONI BILI DA DE E SE G U RAN ÇA
Os sistemas de comutação devem ser confiáveis. A central Strowger era muito tolerante a
falhas por conta da natureza distribuída de seu controle. Apesar da ocorrência de falhas em
dispositivos individuais, seu efeito era pequeno na qualidade de serviço global. Falhas totais
em centrais desse tipo dificilmente aconteciam.
Em contraste, a utilização de controle comum e principalmente controle centralizado nas
F I G U R A 8 1 : E N T R O N C A M E N T O D A CPA-T C O M A C E N T R A L C O N V E N C I O N A L .
centrais modernas torna a operação da central muito dependente de um pequeno número
de equipamentos. Estes devem ser projetados de acordo com elevados padrões de
confiabilidade, de forma a apresentarem longos tempos médios entre falhas (“mean time
between failures” - M T B F ). O software das centrais de programa armazenado também deve
ser bastante confiável.

F I G U R A 8 2 : C O N V E R S Ã O FDM/TDM P A R A T R A N S M I S S Ã O .

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123 PROF . CA RLOS E. VIANA 124 PROF . CA RLOS E. VIANA
F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES

T A B E L A 1 2 : O B J E T I V O S E S T A B E L E C I D O S P E L O ITU-T P A R A A I N D I S P O N I B I L I D A D E .  Os processadores centrais são duplicados.


Todo o sistema 1,5 10 -5 (6 horas em 50 anos) 5- EV OL UÇ ÃO DA RE DE TE L EFÔ NIC A P ARA A RD SI
Linha de assinante 10 -4 (1 dia em 25 anos)
Com a digitalização e codificação todos os sinais de comunicação podem ser reduzidos a uma
Circuito entre centrais 10 -4 base comum. Isso permite a integração de serviços, com vantagens para o usuário e para a
Chamadas de emergência 1,5.10 -5 operadora. Do ponto de vista do usuário, a integração facilita e flexibiliza a interligação e
Serviço telefônico básico 10 -4 utilização dos terminais, melhora a qualidade, reduz os custos e expande o conjunto de
serviços disponíveis. Como o usuário esta se tomando mais informado, começa a exigir
Serviços suplementares 10 -3
serviços mais diversificados e sofisticados, implicando na fusão de técnicas de informática e
Tarifação 10 -4 telecomunicações, A operadora ganha maior eficiência e uma otimização da rede e dos
Medição de tráfego 10 -3 equipamentos.
Operações de administração 10 -2

Dado que um equipamento falhou, o defeito deve ser encontrado e corrigido, o que da
origem a outra medida chamada tempo médio para reparo (“mean time to repair” - M T T R ).
A disponibilidade do equipamento e dada então pela relação:

MTBF
Disponibilidade = FIGU RA 84: CONF IGURAÇÃO TÍPIC A PAR A A RDSI.
MTBF + MTTR
E QUAÇÃO XCII O planejamento e a normatização da Rede Integrada devem atender aos aspectos de
versatilidade, dinamismo e abrangência do serviço, com velocidade de sinalização,
A disponibilidade fornece a probabilidade de o equipamento funcionar corretamente quando confiabilidade, fidelidade e segurança na transmissão e privacidade na comunicação.
requisitado, A probabilidade de o equipamento não funcionar e chamada indisponibilidade: A Rede Integrada deve atender a uma grande variedade de serviços, alguns já previstos e
outros que possam ser idealizados no futuro. Portanto, ha necessidade de especificar
MTTR interfaces adequadas ao atendimento dos serviços.
Indisponibilidade = 1 − disponibilidade =
MTBF + MTTR a . Premissas para a Formação da RDSI
E QUAÇÃO XCIII O estabelecimento de protocolos padronizados e necessário para permitir a ligação de
equipamentos de diversos fabricantes à rede. Os protocolos “Open Systems Interconection”
A falha total de uma central telefônica é um assunto muito sério e deve ocorrer, no mínimo, O S I ) deverão ser utilizados na Rede Digital de Serviços Integrados (R
(O R D S I ). A Rede Digital
a cada 50 anos. O I T U - T tem recomendações estabelecendo objetivos para a Integrada (R R D I ) de telefonia tende a se fundir com a Rede de Comunicação de Dados (R RCD)
indisponibilidade. Os valores máximos estão listados na Tabela 12. que deve absorver as comunicações telegráficas e de telex.
Algumas medidas são normalmente tomadas para prover segurança ao sistema Telefônico, O acesso básico destina-se aos usuários de voz e dados e é feito por uma interface formada
ou seja, manter a operação correta do equipamento mesmo quando falhas estão presentes. pela combinação de canais “2B+D”. O canal B é síncrono em nível de bits transmite a 64
As medidas de segurança mais comuns são: kbit/s e transporta informação do usuário. O canal D leva a sinalização da R D S I , operando
 Não ha redundância para os circuitos de linha; tanto a 16 kbits/s quanto a 64 kbits/s (Alves, 1994).
 A rede de comutação pode ser parcialmente duplicada; A interface primaria ou acesso primário destina-se a usuários de maior tráfego, sendo
 Os controle comuns operam no regime N + 1; compatível com o T D M digital de primeira ordem e contendo uma combinação de canais

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125 PROF . CA RLOS E. VIANA 126 PROF . CA RLOS E. VIANA
F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES

“30B+D”. A interface primaria pode também usar uma combinação de canais H, destinada a  T L - Terminação de linha para acoplamento entre a linha de transmissão da central.
serviços de fax ou videoconferência do tipo N x 64 kbit/s em que N varia de 6 a 30. A Compreende as funções de alimentação, localização de falhas, conversão de
interface de alta capacidade destina-se a conectar níveis superiores do T D M . códigos e regeneração.
A R D S I também aceita interfaces híbridas para aplicações especiais, combinando sinais  T C - Terminação de central, que faz o tratamento de sinalização, mantém e
analógicos e digitais e envolvendo os, canais A (analógico de 4 kHz) e C (digital de 8 ou 16 supervisiona a conexão do lado da central. Compreende as funções de tratamento
kbit/s). de protocolo, gerência de rede, operação e manutenção.

6- CO NF IG UR AÇÕ E S D E AC ES SO A RD SI a . Plano de Numeração para a RDSI

A fim de caracterizar as montagens típicas para a interligação de usuários a R D S I , como Em 1984 o I T U - T , na época ainda chamado C C I T T , produziu recomendações para um plano
mostrado na Figura 84, foram estabelecidos os conceitos de: internacional de numeração que cobrisse as redes digitais de serviços integrados. A
recomendação estende os planos de numeração existentes, utilizados pelas operadoras
 P O N T O S D E R E F E R Ê N C I A - Pontos conceituais usados para separar grupos de funções,
publicas. Dessa forma, o acesso de um usuário R D S I será idêntico ao de um usuário
com características de interface padronizada.
convencional, sendo provido pela mesma central local.
 G R U PA M E N T O S F U N C I O N A I S - Arranjos físicos de equipamentos para desempenhar
O comprimento máximo dos números internacionais é estendido para 15 dígitos. O código de
certa função.
área passa a chamar-se código de destino de rede (“Network Destination Code” - N D C ). Uma
Segue uma descrição dos pontos de referencia e agrupamentos funcionais da RDSI: central trânsito internacional analisará seis dígitos, para determinar uma rota.
 S E T - Pontos de referencia que caracterizam as interfaces físicas entre os Além disso, a rede permitira o sub-endereçamento. Neste caso, dígitos adicionais serão
equipamentos definidas como tomadas de acesso do usuário a R D S I . utilizados, em seguida ao número nacional de um assinante, para selecionar o terminal
 U - Ponto de referencia que pode fazer parte do equipamento de transmissão ou apropriado para uma conexão R D S I , por exemplo. O campo de sub-endereçamento pode
identificar uma interface. variar de quatro, para aplicações simples, ate um máximo de 40 dígitos, para uso em
 V - Ponto de referencia entre a terminação de linha e a terminação da central. O S I ).
interconexão de sistemas abertos (O
 E T 1 - Equipamento terminal R D S I que obedece a interface S da R D S I . Inclui 7- RE DE I NTE LIG E NTE
funções de tratamento de protocolo, manutenção, interface e conexão com outros
O conceito de rede inteligente e baseado em plataformas (“software”) e dados associados
equipamentos.
mantidos em um ponto de controle remoto, ao qual tem acesso um conjunto de centrais
 E T 2 - Equipamento terminal que inclui as mesmas funções do E T 1 , mas não dependentes, dentro de sua área de atuação. Os programas, conhecidos como I N “software”
obedece a interface S da R D S I . são usados para controlar tipos específicos de chamadas. As chamadas que não requerem o
 AT - Adaptador do terminal, que permite interligar o equipamento E T 2 a interface controle adicional destes programas de rede inteligente são processadas da forma usual. A
S. idéia de rede inteligente esta ilustrada na Figura 85. Pode-se observar que a sinalização na
 T R 1 - Terminação de rede que faz o acoplamento entre a linha de transmissão e as rede e feita com o sistema de sinalização No. 7 do I T U - T ( S S # 7 ) .
instalações do usuário. Compreende as funções de terminação de linha,
temporização e multiplexação temporal. Faz a conversão do código de linha
(interface V ) para o código da instalação do usuário (interface interna T ). Na linha,
a transmissão e feita a dois fios, enquanto na instalação do usuário, pode ser de
quatro a oito fios de acordo com o I T V - T .
 T R 2 - Terminação de rede para distribuição dos terminais E T 1 e E T 2 nas instalações
do usuário, quando este possui instalação multiusuário. O T R 2 faz a concentração
de acesso de vários terminais. Compreende as funções de tratamento de protocolo,
comutação, concentração e manutenção.

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127 PROF . CA RLOS E. VIANA 128 PROF . CA RLOS E. VIANA
F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES

a.) P L A N O D E S E R V I Ç O - A primeira camada descreve os serviços como são vistos pelos


usuários;
b.) P L A N O F U N C I O N A L G L O B A L - Descreve as funções na segunda camada que são
requeridas pela rede inteligente como um todo;
c.) P L A N O F U N C I O N A L D I S T R I B U Í D O - A camada três especifica a rede em termos de suas
funções componentes, ou seja, entidades funcionais e suas ações. O fluxo de
informações entre as entidades também e descrito neste nível;
d.) P L A N O F Í S I C O - A última camada modela os aspectos físicos das diversas entidades
físicas, como os elementos da rede, e os protocolos utilizados para comunicação
entre estes.
8- EX E RCÍ C IOS
E x er cí c i o : 1 CO MO E COM POST A A RE DE T EL EFÔN ICA ? COMO S ÃO CL AS SI FI C A DA S A S RE DE S
T E L EFÔ NI C AS Q UA NTO À H I E RA RQ U I A E QU A N TO À A PL I C A ÇÃO ?

FIGURA 85: ESTRUTURA DA REDE INTELIGENTE. E x er cí c i o : 2 E X P L I Q U E A C L A S S I F I C A ÇÃ O DA D A A S C E N T RA I S P U B L I C A S E S E U S N Í V E IS H I E RÁ RQ U I CO S .


Existem três atributos que caracterizam a implementação aceita de rede inteligente: E x er cí c i o : 3 D ES C RE V A A S I NC RO N IZ A Ç ÃO E L Á S TI CA E E S QU EM AS D E J US T IF I C AÇ ÃO P RO PO S TO S .
a.) Instalação em local centralizado, do software específico para controle de serviços, E x er cí c i o : 4 Q UAIS AÇ Õ E S S ÃO TO M A D A S Q UAN D O O C Ó D I GO D E S I NC RO N IS M O NÃO É R EC EB I D O
capaz de servir a diversas centrais telefônicas de programa armazenado; COR RE TA M E NTE ?

b.) Facilidades de criação de serviços, tanto na instalação de novos programas, E x er cí c i o : 5 D I S CO RRA AC E R C A D O S D I V E R SO S E NT RO N CA M E N T O S E NT RE C E NT RA I S T E L E F Ô N IC A S


quanto na adequação de um programa existente para atender a determinado D IGI TAI S.
cliente; E x er cí c i o : 6 ANALISE A T R A NS F O RM A Ç Ã O D A RE D E T E L E F Ô NI C A CO M A DI G I T A L I Z A ÇÃ O S O B O S
c.) Interfaces padronizadas e abertas em pontos apropriados da arquitetura. A S P E C T O S T O P O L Ó GI C O E O P E R A C I O N A L .
A rede inteligente tipicamente realiza um serviço de tradução do número discado pelo E x er cí c i o : 7 D ES C RE V A O S CO N C E I TO S D E C O NF I AB I L I DA DE , D I SP O NI BI L I DAD E E SE GU RA NÇ A DE
usuário, para um número I N baseado no serviço a ser prestado. As principais vantagens da S I ST EM AS T EL EFÔ NI CO S .Q U AI S AS R EC O M END A ÇÕ ES DO ITU - T P A RA A I N DI SPO NI BI L I DA D E DO S SE RV I Ç O S
arquitetura IN são: D E EM E RG ÊN C I A E TEL EF Ô N IC O BÁ S I CO ?
a.) Facilidade de introdução de novos serviços; E x er cí c i o : 8 Q U A I S A S P RE M IS S AS PA RA A F O R M AÇ ÃO D A RDSI ?
b.) Redução no tempo necessário para a entrada de novos serviços; E x er cí c i o : 9 D ES C RE V A O S CO N CE I TO S D E PO N TO S D E RE F E RE N C I A E G RU PA M E NTO S F UNC IO NA I S .
c.) Provisão de serviços complexos no nível de toda a rede;
E x er cí c i o : 1 0 C O M A R ED E D I GI T AL D E S E RVI Ç O S I N T EG RA D O S ( R D S I ), S E RÁ N E C ES S Á RI A A A D O Ç ÃO
d.) Possibilidade de oferecimento de serviços com características únicas; D E T A RI F A Ç Ã O PO R V O L U M E D E I N F OR M A Ç Ã O , A O I N V É S D A T R A DI C I O NA L T A R I F A Ç Ã O PO R T E M PO D E
e.) Os serviços podem definidos em função da necessidade do assinante. U T IL I Z A ÇÃO . PRO P O N H A UM ES QU EM A D E T A RI F A ÇÃ O AD EQ U A D O .
Pode-se citar como exemplos de serviços adequados para implementação por uma rede E x er cí c i o : 1 1 Q U A I S A S V A N T A G E N S D O M É T O DO D E S I N A L I Z A Ç Ã O E M C A N A L CO M U M ? QU AI S OS
inteligente, os seguintes: serviço 0900, redes privadas virtuais, distribuição automática de C U I D A D O S A S E R E M T O M A DO S ?
chamadas, redirecionamento de chamadas, numeração personalizada e serviços alternativos
E x er cí c i o : 1 2 C I T E A S V A N T A G E N S D A S I N C RO N I Z A Ç Ã O M Ú T U A . Q U AIS A S DIFE RE N ÇAS EN TR E ES SE
de cobrança.
E S Q U EM A D E S I NC RO N IZ AÇ ÃO E A O P ER AÇ ÃO P L E S I Ó C RO NA?
A arquitetura I N , como definida pelo I T U - T , e baseada em quatro planos, ou camadas;

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129 PROF . CA RLOS E. VIANA 130 PROF . CA RLOS E. VIANA
F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES

E x er cí c i o : 1 3 A I NT E RL IGA ÇÃO DOS S IST EM AS FDM E TDM P RE C I S A S ER F E IT A NO PE RÍ O D O D E


T RA N SIÇ ÃO PA RA A RE D E DI GIT AL . NA CO N VE RSÃO DE UM S U PE RGRU P O FDM D O SIS TEMA N A CIO NAL DÉCIMO QUARTO CAPÍTULO
P A RA O T DM -PC M, Q UA L A FAI XA N EC ES SÁ RIA À AC O M O DAÇ ÃO DO SIN AL RE SU LTA N TE ? SINCRONISMO DE REDES DIGITAIS
9- RASC UN HO
_____________________________________________________________________________ 1- IN T R O DU ÇÃ O
_____________________________________________________________________________
Foi visto nos capítulos anteriores que, em um equipamento terminal P C M , todo o
_____________________________________________________________________________
procedimento envolvido na recepção e demodulação e feito com base em um relógio
_____________________________________________________________________________
recuperado a partir do próprio sinal de linha. Esse procedimento garante que a recepção seja
_____________________________________________________________________________
feita exatamente a mesma taxa da transmissão, evitando, assim, a perda ou duplicação de
_____________________________________________________________________________
informação, por efeito de escorregamento, que ocorreria caso essas taxas fossem diferentes.
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________ A Figura 86 ilustra o fenômeno do escorregamento, mostrando a continua variação da
_____________________________________________________________________________ diferença de fase entre dois sinais de freqüências diferentes. No instante t 0, ambos
_____________________________________________________________________________ encontram-se em fase e o sinal com freqüência (f 0 + ∆f) se adianta continuamente ao longo
_____________________________________________________________________________ do tempo, ate que, no instante “t 0 + T”, os dais sinais voltam a estar em fase. No intervalo de
_____________________________________________________________________________ tempo T , ocorrem N ciclos de f 0 e (N + 1) ciclos de (f 0 + ∆f). Assim, na transmissão, a cada T
_____________________________________________________________________________ segundos perde-se um bit e, consequentemente, to do o sincronismo do terminal. É fácil ver
_____________________________________________________________________________ que o período T corresponde ao inverso da diferença entre as freqüências das dais sinais, ou
_____________________________________________________________________________ seja, T = 1/∆f. Em situação contraria a anterior, ou seja, relógio de recepção com freqüência
_____________________________________________________________________________ maior que o de transmissão, em vez de perda haveria a duplicação de um bit, o que seria
_____________________________________________________________________________ igualmente indesejável para o sincronismo do terminal.
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________ FIGU RA 86: FE NÔMENO DO ESCORRE GAMENTO.
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________ Apesar disso, a recepção de sinais P C M segundo um relógio diferente do de transmissão e
_____________________________________________________________________________ possível e por vezes ate necessária, como por exemplo, em uma rede telefônica digital
_____________________________________________________________________________ assíncrona, onde cada central recebe sinais P C M de varias outras centrais digitais que
_____________________________________________________________________________ operam em freqüências próximas. Nesse caso, deve-se prover em cada central a
_____________________________________________________________________________ transferência dos relógios dos vários sinais recebidos para o relógio local.
_____________________________________________________________________________
2- TRAN SF ER Ê NC IA DE RE LÓGIO
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________ A recepção de um sinal P C M com relógio de freqüência diferente do de transmissão implica,

SISTEMA S TELEFÔNICOS SISTEMA S TELEFÔNICOS


131 PROF . CA RLOS E. VIANA 132 PROF . CA RLOS E. VIANA
F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES

como visto, a perda ou duplicação de informação, fenômeno este também conhecido como
escape (“slip”). Para evitar a perda do sincronismo decorrente do escape de um bit, faz-se
T A B E L A 1 3 : R E C O M E N D A Ç Ã O CCITT P A R A A T A X A M E D I A D E S L I P S T O T A L N U M A C O N E X Ã O
necessário garantir que o escape ocorra apenas no âmbito do quadro. Em outras palavras, e
INTERNACIONAL A 64 KBITS/S.
necessário armazenar as informações recebidas ate que a diferença de fase entre os dois
relógios chegue a 256 ciclos e, então, suprimir ou repetir os últimos 256 bits recebidos, Desempenho Taxa média de “slips” Parcela do tempo
mantendo, assim, inalterada a estrutura de quadros do sinal P C M .
Satisfatório para todos os Menor que 5 slips/24 horas Maior que 98,9%
No que tange aos sinais de voz, tal procedimento corresponde a supressão ou repetição de serviços
uma amostra de cada canal. Dado que amostras consecutivas de um mesmo canal são
altamente correlacionadas, esse procedimento não introduz degradação perceptível na Satisfatório para serviços de Entre 5 slips/24 horas e 30 Menor que 1%
qualidade do sinal demodulado, principalmente levando-se em conta a baixa freqüência de voz slips/hora
ocorrência desses escapes. Para exemplificar, suponha que os relógios de transmissão e
Insatisfatório para todos os Maior que 30 slips/hora Menor que 0,1%
recepção sejam controlados por cristais de baixa qualidade, com estabilidade de 50 partes
serviços
por milhão (5 x 10 -5 ). No pior caso, M será igual a 204,8 Hz, para freqüência nominal de 2,048
MHz, o que corresponde a um intervalo de tempo de 1,25 s entre escapes. Os mesmos
cristais acondicionados em câmaras térmicas (estabilidade de 2 x 10 -7) levariam a um
intervalo de tempo entre escapes de 5,2 minutos aproximadamente; padrões de césio Distribuindo esse desempenho pelas redes envolvidas, tem-se:
altamente estáveis (1,5 x 10 -12) levariam tal intervalo a 480 dias, aproximadamente. T A B E L A 1 4 : R E C O M E N D A Ç Ã O CCITT P A R A T A X A M E D I A D E S L I P S D I S T R I B U Í D A P E L A S V Á R I A S
Em relação aos canais de sinalização, deve-se tomar o cuidado de desviar as informações de PARTES DA REDE.

sinalização antes da transferência de relógio. Observe, no entanto, que, no caso de canal de Parte da Rede Inaceitável se maior Satisfatório se menor
sinalização associado, a perda de um dado e quase sempre desprezível e, no caso de
sinalização par canal comum, existe um mecanismo de proteção com códigos detetores de Internacional (2%) O,6 slips/hora 4 slips/1.000 horas
erro que recupera eventuais dados perdidos.
Tronco (9%) 2,7 slips/hora 18 slips/1.000 horas
A degradação aqui ilustrada, no caso de cristais de baixa qualidade, apesar de aceitável para
sinais de voz, pode vir a ser inconveniente em conexões estabelecidas através de varias Local (40%) 12 slips/hora 80 slips/1.000 horas
centrais digitais. Além disso, caso os canais P C M sejam utilizados para transmissão de dados,
intervalos de tempo da ordem de segundos entre escapes tomam-se inaceitáveis. Por
exemplo, em transmissão de dados de boa qualidade recomenda-se taxa de erros da ordem Note que a maior parte da taxa media de slips e atribuída as centrais locais (que são mais
de 1 bit em 107. Para se atingir essa média numa transmissão através de canal P C M , o esparsas e pouco carregadas) e não a central internacional ou tronco (mais concentradas e
intervalo de tempo entre escapes devera ser de, pelo menos, 10 minutos aproximadamente, com alta carga), por uma questão de custo.
para memórias elásticas de um quadro. A Tabela 13 ilustra a especificação C C I T T aplicável Assim, em conexões internacionais, a recomendação do C C I T T para canais de 64 kbits/s e de
para conexões internacionais numa taxa de 64 kbits/s, com valores totais. um escape a cada 54 dias, aproximadamente, valor este que decorre diretamente da
utilização de padrões de césio (entretanto, resultados de ensaios e estudos realizados na
“Bell-Northen Research” apontam como desprezíveis os efeitos decorrentes de intervalos de
tempo de cinco horas entre escapes). A especificação C C I T T recomenda a utilização de
relógio com estabilidade relativa da ordem de 4 x 10 -10 . A estabilidade necessária ao
atendimento das recomendações para redes locais pode ser atingida quer pela utilização de
osciladores estáveis, quer pelo ajuste periódico de osciladores de menor qualidade. as
valores da Tabela 15 ilustram a periodicidade de ajustes necessária para garantir
estabilidade de uma parte em 10 10 .
SISTEMA S TELEFÔNICOS SISTEMA S TELEFÔNICOS
133 PROF . CA RLOS E. VIANA 134 PROF . CA RLOS E. VIANA
F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES

TABELA 15: DER IVA MENSAL E INT ERV ALO DE AJUSTE PARA ALGU NS TI POS DE CONTROLE.

Tipo de controle Deriva mensal Intervalo de ajuste

Padrão de césio 1,5 x 10 -12/10 anos 660 anos

Padrão de rubídio 2,0 x 10 -11 5 meses

Cristal alta qualidade 1,5 X 10 -9 2 dias

Cristal media qualidade 1,5 X 10 -8 5 horas

Cristal baixa qualidade 2,0 x 10 -7 28 minutos F IGU RA 8 8: ME MÓ RIA E L ÁSTICA O U BUF FER.

E importante observar que um dispositivo como o da Figura 88 exerce um papel mais amplo
no tocante ao sincronismo, absorvendo instabilidades rápidas (“jitter’) e acomodando
A transferência de relógio e sempre feita com o auxilio de uma memória, na qual as
automaticamente as instabilidades transitórias. Nesses casos, embora o adiantamento do
informações são escritas na taxa de recepção e lidas na taxa do relógio local. As Figura 87 e
ponteiro de escrita varie em função da instabilidade, a regularidade da leitura se mantém.
Figura 88ilustram esse procedimento através da utilização de uma memória com capacidade
Por causa dessa elasticidade do intervalo de tempo entre os ponteiros, tais memórias são
para um quadro. No caso de as duas taxas serem rigorosamente iguais, a leitura ocorre
normalmente conhecidas como memórias elásticas.
sempre após um intervalo de tempo fixo com relação à escrita (por exemplo, meio quadro).
Caso a taxa de escrita seja maior que a de leitura, o referido atraso aumenta 3- RE DE S SÍ N CRO NA S
progressivamente ate que o ponteiro de escrita ultrapasse o de leitura. A partir desse Redes telefônicas digitais em que as varias centrais operam com a mesma freqüência
instante, e durante os 32 canais seguintes, novas amostras serão escritas sem que as nominal, embora de forma independente, são conhecidas como redes plesiócronas ou quase
anteriores tenham sido lidas. Em outras palavras, ocorre a perda de um conjunto de 32 síncronas. Nessas redes, os efeitos decorrentes de escapes podem ser reduzidos a níveis
amostras sem, entretanto, qualquer prejuízo para a estrutura de quadros do sinal P C M . Em aceitáveis, e o grau de tolerância resultara do compromisso entre a qualidade de serviço
situação contrária, ou seja, taxa de leitura maior que a de escrita, o atraso do instante de desejado e o custo de relógios de alta estabilidade. A solução mais recomendável para grau
leitura diminui progressivamente ate que o ponteiro de leitura ultrapasse o ponteiro de de serviço elevado e menor investimento consiste na utilização de uma rede inteiramente
escrita. A partir desse instante, e durante os 32 canais seguintes serão lidas amostras já lidas síncrona, na qual os relógios das varias centrais são sincronizados entre si e controlados por
no quadro anterior, ocorrendo, portanto, a duplicação de um quadro inteiro. um ou por poucos padrões de alta estabilidade.
Dois procedimentos básicos podem ser adotados para o controle dos vários relógios de uma
rede digital. O primeiro deles e conhecido como sincronismo mutuo e corresponde a igualar
a freqüência de cada relógio a media (aritmética ou ponderada) das freqüências de todos os
demais relógios da rede. O segundo conhecido como mestre-escravo, corresponde a
utilização de um ou de um número reduzido de relógios como referencia para todos os
demais.
FIGURA 87: PROCEDIMENTO DE TRANSFERÊNCIA DE REL ÓGIO. No sincronismo mútuo, cada relógio esta conectado a todos os demais, e o sistema de
controle utiliza como referencia, para o relógio local, o resultado da média ponderada das
varias freqüências. O sistema será chamado democrático se todos os pesos adotados forem
iguais, e hierárquico se forem diferentes. Em ambos os casos, a estabilidade da freqüência
resultante será melhor que a de qualquer dos relógios isoladamente. Todavia, o
comportamento dinâmico de tal rede e extremamente complicado e a freqüência final de

SISTEMA S TELEFÔNICOS SISTEMA S TELEFÔNICOS


135 PROF . CA RLOS E. VIANA 136 PROF . CA RLOS E. VIANA
F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES F. S. A. – FAENG – ENGENHARIA ELÉTRICA – ÊNFASE: TELECOMUNICAÇÕES

operação não pode ser prevista. Do ponto de vista do funcionamento da rede, essa melhoria, a “Bell-Northen Research” realizou estudos com três configurações diferentes em
dificuldade não traz qualquer prejuízo, mas numa interligação entre duas dessas redes de uma conexão de 50 quilômetros aproximadamente. As varias experiências e seus resultados
forma plesiócrona (por exemplo, em ligações internacionais), a taxa de escapes não poderá estão reunidos na Tabela 16.
ser prevista. Apresenta, entretanto, como principais vantagens à possibilidade de utilização
TA BELA 1 6: FAL HAS E M CA BOS E SUA CAR ACTE RIZ AÇÃO.
de relógios de baixa estabilidade e a alta imunidade à falhas em qualquer dos relógios.
No procedimento mestre-escravo, a configuração mais simples consiste na utilização de um Configuração
único relógio de alta estabilidade, que serve de referencia única para todos os demais
relógios. Essa configuração e, sem duvida, a mais barata de todas, embora traga como serio Conexão simples par Rota alternativa em Rota alternativa em
telefônico par do mesmo cabo par de outro cabo
inconveniente a sua baixa confiabilidade. Uma falha em qualquer conexão ou no relógio
mestre provocaria a perda parcial ou total do sincronismo da rede. Nesses casos, para evitar Cortes do cabo Circuitos de
taxa de escapes elevada, cada relógio deveria apresentar alta estabilidade de operação no Causa mais comum de
Repetidores Circuitos Cortes do cabo chaveamento de
falhas
modo livre, o que elevaria os custos a valores próximos ao de uma rede plesiócrona. dos relógios rota
Tempo médio de
A Figura 89 ilustra uma combinação dos procedimentos descritos: a C I e mestre para as de 2 a 8 horas 8 horas 2 horas
duração da falha
hierarquia imediatamente inferior, assim como as C L S são escravas das de hierarquia
Tempo médio entre
imediatamente superior. Fora esses dois casos, o sistema adota a filosofia de sincronismo 10 meses 3 anos 94 anos
falhas
mutuo hierárquico.

Os resultados evidenciam o aumento da confiabilidade citada. Entretanto, pode-se observar


também que, mesmo no pior caso, os relógios permaneceriam no modo livre por 8 horas a
cada 10 meses. Considerando-se o valor j sugerido de um escape a cada 5 horas, haverá, no
pior caso, a ocorrência de um ou dois escapes a cada 10 meses em media, o que já pode ser
considerado uma performance plenamente satisfatória.
4- NE CE S S I D AD E D E M E M Ó RI AS EL ÁS T I CAS
Como visto anteriormente, memórias elásticas são necessárias em redes plesiócronas para
prover as transferências de relógios. Em redes síncronas, a identidade das freqüências dos
relógios e garantida apenas em media, ao longo do tempo, de forma que tais memórias
fazem-se também necessárias para compensar diferenças transitórias entre as freqüências
de recepção e local. As principais causas desses transitórios são listadas e comentadas a
seguir:
 “ J I T T E R ” : provocado par ruído e distorções dos pulsos durante a transmissão e
FI GURA 89: SINC RONIS MO DE UMA RE DE DIGITAL . caracterizado, em geral, por modulação de fase e de freqüência relativamente
elevadas. Sua amplitude depende muito dos repetidores ao longo do canal de
A confiabilidade em relação à falhas pode ser aumentada por processos de duplicação do
transmissão, chegando, no máximo, a alguns bits;
relógio mestre ou pela utilização de mutuo sincronismo entre duas ou três centrais com
 T E M P O D E R E S P O S TA D O S R E L Ó G I O S E S C R A V O S : para evitar que o relógio escravo
relógios de alta estabilidade. Esta última solução tem sido vista como a mais atraente, em
acompanhe indevidamente transitórios da freqüência de referencia, o controle do
razão da maior estabilidade de freqüência resultante.
escravo baseia-se no valor médio dessa freqüência, avaliado dentro de períodos de
Com relação à falhas na conexão entre mestre e escravos, a confiabilidade pode ser tempo relativamente grandes (da ordem de horas). Assim sendo, qualquer variação
significativamente aumentada pela utilização de rotas alternativas. Para avaliar essa duradoura na freqüência do relógio mestre provocam tempos de acomodação

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137 PROF . CA RLOS E. VIANA 138 PROF . CA RLOS E. VIANA
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relativamente longos, durante os quais as duas freqüências serão diferentes. O 5- P R OB LE M AS P R O P O S T O S


comportamento dessa diferença dependera, ainda, da função de transferência dos E x er cí c i o : 1 D AD A UM A M EMÓRI A EL ÁS TICA DE 128 PO SIÇÕ ES ( RAM DE 1 2 8 X 8 BI TS ), QUAL A
circuitos de controle, podendo ate mesmo apresentar característica acumulativa E S T A BI L I DA DE NE C ES S Á RI A DO S REL Ó GI O S P AR A GA RA N TI R UM A TA X A DE E S C AP E S ( TAM BÉM D E NOM I NA D A
em cadeias de centrais escravas. A Figura 90 ilustra esse acumulo para controles S L I P ) I N F E R I O R A 1 E S C A P E (O U S L I P ) A C A D A 1 0 HO R A S ?
tipo P L L – “Phase Locked Loop” com coeficiente de amortecimento 0,7 e freqüência
natural ξ = 5,4 x 10 -3. E x er cí c i o : 2 S U P O NDO Q U E A RE C E P ÇÃO D O S I NAL PCM S E J A F E I T A CO NF O RM E U M RE L Ó G I O L O C AL
N ÃO S INCRO N IZ ADO COM O DE T RA NS MISS ÃO (RE LÓ GIO NÃO R ECU PE RA D O ) E AD MIT INDO Q UE A
 E F E I T O D O P P L E R : variações de velocidade de propagação, ou de comprimento do
E ST A BI L I DA DE D E CA D A REL Ó GI O (T RAN SM I SSÃO E R EC EP Ç ÃO ) S E JA D E 5 0 PP M , EM Q UA NTO TE M PO , A
canal de transmissão, geram variações do número de bits em transito, provocando,
P A RT IR D O E ST ADO D E SINC RO NISMO , O A LIN HA MEN TO S E P E RD ERI A ?
na saída do canal, variações de freqüência semelhantes ao efeito D O P P L E R . Nas
transmissões através de cabos telefônicos, variações de comprimento do cabo ou 6- RASC UN HO
da velocidade de propagação são provocadas por alterações nas condições _____________________________________________________________________________
ambientais e, em geral, levam a desvios de freqüência desprezíveis. O efeito _____________________________________________________________________________
D O P P L E R deve ser levado em conta principalmente nas comunicações via satélite, _____________________________________________________________________________
nas quais as variações do comprimento do lance, ou da velocidade de propagação, _____________________________________________________________________________
são mais significativas. _____________________________________________________________________________
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F I G U R A 9 0 : A C Ú M U L O P A R A C O N T R O L E S D O T I P O PLL . _____________________________________________________________________________
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O dimensionamento das memórias elásticas devera levar em conta a somatória desses
_____________________________________________________________________________
efeitos para que possa satisfazer a máxima taxa de escapes admissível.
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register is, how they are produced and how many there are. The following definitions refer
ANEXO to the different ranges of the voice.
b. Chest voice
1- H U M A N V O I C E ( H T T P : / / E N . W I K I P E D I A. O R G / W I K I / H U M A N _ V O I C E ) The chest voice is the register typically used in everyday speech. It is so called because it can
The human voice consists of sound made by a person using the vocal folds for talking, produce the sensation of the sound coming from the upper chest. This is because lower
singing, laughing, screaming or crying. The vocal folds in combination with the teeth, the frequency sounds have longer wavelengths, and resonate mostly in the larger cavity of the
tongue, and the lips, are capable of producing highly intricate arrays of sound, and vast chest. A person uses the chest voice when singing in the majority of his or her range.
differences in meaning can often be achieved through highly subtle manipulation of the The tonal qualities of the chest voice are usually described as being rich or full, but can also
sounds produced (especially in the expression of language). These differences can be in the be pushed or belted by shouting or screaming.
individual noises produced, or in the overall tone in which they are uttered.
When talking about a singer's vocal range, usually only the chest voice is counted. When a
The tone of voice may suggest that a sentence is a question, even if grammatically it is not, singer or person shouts or screams, this is in the chest voice; however, screaming above a
and can display emotions such as anger, surprise, and happiness. In a request, the tone can singer's natural range is highly damaging in long term overuse and should be brief and
reveal much about how much one wants something, and whether it is asking a favor or more occasional.
like an order. The tone of saying, for example, "I am sorry" can change the phrase's meaning
c . Middle voice
dramatically: it may vary from a sincere request for forgiveness to implying something like, "I
have the right to do this even if you do not like it". The middle voice, also known as the "blend", is the term used to describe the range of notes
which marks the crossover between the chest and head, or "falsetto" voice. It may be a
Singers use the human voice as an instrument for creating music.
distinct change (a passaggio) or a more gradual blending. With training, many singers can
2- CO NT E NT S choose whether to sing notes in this range in the head or chest voice. In the male baritone
1 Voice registers this range falls between G3-E4, typically.

1.1 Chest voice d . Head voice

1.2 Middle voice The head voice is similar to falsetto, but usually sounds 'tighter' and less airy than falsetto. It
is sometimes heard when a woman shouts or is highly excited, and is used less commonly by
1.3 Head voice
men unless they are deliberately accessing the range. To the untrained ear it can be difficult
1.4 Falsetto to distinguish between someone singing in falsetto or head voice.
2 External links Head voice is different from falsetto in that it is possible to connect it to the chest voice.
3 See also That is, the singer's head voice & chest voice can be linked and sound bridged; in transition
the voice can be trained to not cut out or make any audible changes in harmonics. Usually
3- VOICE REGI STE RS this involves clever use of delineation or other vocal tricks. The head register is accessible
The human voice is a complex instrument. Humans have vocal cords which can loosen or and can be developed and strengthened through proper training. Freddie Mercury is often
tighten or change their thickness and over which breath can be transferred at varying cited as not having had any formal vocal training, yet his head voice was very well
pressures. The shape of chest and neck, the position of the tongue, and the tightness of developed.
otherwise unrelated muscles can be altered. Any one of these actions results in a change in The tonal qualities of the head voice are usually described as being sweet, balladic, lilting,
pitch, volume, timbre, or tone of the sound produced. lyrical, or pure. It is often used in choir singing in adult men. However, with proper training,
One important categorization that can be applied to the sounds singers make relates to the one can develop a more chest-like sounding head voice.
register or the "voice" that is used. Singers refer to these registers according to the part of Nearly all technically competent contemporary male singers who have an extended range
the body in which the sound most generally resonates, and which have correspondingly that goes beyond E above middle C use their head voice to sing the highest notes, and
different tonal qualities. There are widely differing opinions and theories about what a
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employ a mix between chest and head registers to sing the mid to high notes. Notable spectrum between 300 and 3000 Hz.
singers who use their head voice are Thom Yorke of the British band Radiohead, and the late f . Fundamental frequency
Jeff Buckley who was also renowned for making heavy use of his falsetto register. Examples
in rock are Sebastian Bach of Skid Row, and Chris Cornell of Soundgarden and Audioslave. The voiced speech of a typical adult male will have a fundamental frequency of from 85 to
Since rock singers are required to sing with a more raw sounding voice, they often employ 155 Hz, and that of a typical adult female from 165 to 255 Hz. Thus, the fundamental
vocal belting to make their head voice sound harsher. Other notable male singers with well- frequency of most speech falls below the bottom of the "voice frequency" band as defined
developed head registers include Stevie Wonder and Michael Jackson. above. However, enough of the harmonic series will be present for the missing fundamental
to create the impression of hearing the fundamental tone.
e . Falsetto
References
Falsetto begins in the same range as the average untrained head voice, but the falsetto
register typically goes higher (as far as C6 in some men). The physiological difference Baken, R. J. (1987). Clinical Measurement of Speech and Voice. London: Taylor and Francis
between head voice and falsetto is the amount of vocal chords that vibrate. The physiology Ltd.
of someone singing in falsetto is that only the thin edges seem to be used during; the 5- FO RM ANT
internal mass of the vocal muscles seem to be motionless. In time, this falsetto, typically
pale and fragile strengthens itself. [1] A contemporary singer who makes heavy use of his
falsetto register is Chris Martin of the British band Coldplay. To the untrained ear it can be From Wikipedia, the free encyclopedia
difficult to distinguish between someone singing in head voice or falsetto.
Jump to: navigation, search
It is generally more obvious when men use it, but women, in the higher voices, usually use
Spectrogram of American English vowels [i, u, ά] showing the formants f1 and f2A formant is
falsetto voice adjustments, however it does not tend to sound harsh in women, on the
a peak in an acoustic frequency spectrum which results from the resonant frequencies of any
contrary it tends to sound articulated and feminine. It tends to be rather quiet at high notes
acoustical system. It is most commonly invoked in phonetics or acoustics involving the
in the register, except when there is amplification through careful practice, or a heavily
resonant frequencies of vocal tracts or musical instruments. However, it is equally valid to
compressed and amplified microphone setup. It is a quite distinct range from the head voice,
talk about the formant frequencies of the air in a room, as exploited, for example, by Alvin
and generally when singers describe their range they exclude the falsetto voice. A classical
Lucier in his piece I am sitting in a room.
male singer who routinely sings using the falsetto is called a countertenor.
Formants are the distinguishing or meaningful frequency components of human speech and
Of Vocal Registers by Gilles Denizot - Singer and Voice Teacher - Brussels - Geneva - London –
of singing. By definition, the information that humans require to distinguish between vowels
Paris - http://operalab.org (acesso em: 06/08/2006) [1]
can be represented purely quantitatively by the frequency content of the vowel sounds.
4- VOIC E FRE Q UE NCY Formants are the characteristic partials that identify vowels to the listener. Most of these
formants are produced by tube and chamber resonance, but a few whistle tones derive from
periodic collapse of Venturi effect low-pressure zones. The formant with the lowest
A voice frequency (VF) or voice band is one of the frequencies, within part of the audio range frequency is called f1, the second f2, and the third f3. Most often the two first formants, f1
that is used for the transmission of speech. and f2, are enough to disambiguate the vowel. These two formants are primarily determined
In telephony, the usable voice frequency band ranges from approximately 300 Hz to 3400 Hz. by the position of the tongue. f1 has a higher frequency when the tongue is lowered, and f2
The bandwidth allocated for a single voice-frequency transmission channel is usually 4 kHz, has a higher frequency when the tongue is forward. Generally, formants move about in a
including guard bands, allowing a sample rate of 8 kHz to be used as the basis of the pulse range of approximately 1000 Hz for a male adult, with 1000 Hz per formant. Vowels will
code modulation system used for the digital PSTN7. almost always have four or more distinguishable formants; sometimes there are more than
six.
The term voice frequency can also be used to refer to the band of the electromagnetic
Nasals usually have an additional formant around 2500 Hz. The liquid [l] usually has an extra
formant at 1500 Hz, while the English "r" sound (IPA []) is distinguished by virtue of a very
7 PSTN: Public switched telephone network. low third formant (well below 2000 Hz).
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TAB ELA 1 7: V O WE L FO RMAN T CE NTE RS.


Vowel formant centers
Vowel IPA Formant f 1 Formant f 2
u u 320 Hz 800 Hz
o o 500 Hz 1000 Hz
a aά 700 Hz 1150 Hz
a a 1000 Hz 1400 Hz
FIGURA 9 1: SPECTROG RAM OF AME RICAN E NG LISH V OWELS [I , U, ɑ] SHOWI NG T HE FORMA NTS ø ø 500 Hz 1500 Hz
F1 AND F2
y y 320 Hz 1650 Hz
Plosives (and, to some degree, fricatives) modify the placement of formants in the æ ά 700 Hz 1800 Hz
surrounding vowels. Bilabial sounds (such as 'b' and 'p' as in "ball" or "sap") cause a lowering e 500 Hz 2300 Hz
e
of the formants; velar sounds ('k' and 'g' in English) almost always show f2 and f3 coming
i i 320 Hz 3200 Hz
together in a 'velar pinch' before the velar and separating from the same 'pinch' as the velar
is released; alveolar sounds (English 't' and 'd') cause less systematic changes in neighboring TABE LA 18: VOWEL FORMANTS.
vowel formants, depending partially on exactly which vowel is present. The time-course of Vowel formants
these changes in vowel formant frequencies is referred to as 'formant transitions'.
Vowel Main formant region
If the fundamental frequency of the underlying vibration is higher than the formant u 200 to 400 Hz
frequency of the system, then the character of the sound imparted by the formant o 400 to 600 Hz
frequencies will be mostly lost. This is most apparent in the example of soprano opera
a 800 to 1200 Hz
singers, who sing high enough that their vowels become very hard to distinguish.
e 400 to 600 and 2200 to 2600 Hz
Control of formants is an essential component of the vocal technique known as overtone i 200 to 400 and 3000 to 3500 Hz
singing, in which the performer sings a low fundamental tone, and creates sharp resonance's
to select upper harmonics, giving the impression of several tones being sung at once. 6- SI NG ER' S FO RM ANT

Spectrograms are used to visualize formants. Studies of the frequency spectrum of trained singers, especially male singers, indicate a clear
formant around 3000 Hz (between 2800 and 3400) that is absent in speech or in the spectra
of untrained singers. It is this formant, which allows singers to be heard and understood over
an orchestra. This formant is actively developed through vocal training, for instance through
so-called voce di strega exercises.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: O Telefone e sua central []. ___________________________________________________ 3


Figura 2: Representação da corrente da linha telefônica referente a discagem do número “3”. ____ 3
Figura 3: Amplificador de resistência negativa [1]. ________________________________________ 5
Figura 4: Amplificadores unidirecionais [1]. ______________________________________________ 5
Figura 5: Amplificação a 4 fios [1]. _____________________________________________________ 6
Figura 9: Transformação de 2 para 4 fios. ________________________________________________ 8
Figura 10: Exemplo de uma possível ligação internacional. _________________________________ 10
Figura 11: Rede em malha e em estrela. ________________________________________________ 13
Figura 12: Exemplo de comutação. ____________________________________________________ 14
Figura 13: Ocupação de N vias telefônicas.______________________________________________ 15
Figura 14: Intensidade de tráfego instantânea em um feixe ao longo do dia. __________________ 18
Figura 15: Sistema acoplador. ________________________________________________________ 18
Figura 16: Sistemas em cascata. ______________________________________________________ 20
Figura 17: Seletor de giro. ___________________________________________________________ 22
Figura 18: Buscador de linha. _________________________________________________________ 22
Figura 19: Seletor de dois movimentos. ________________________________________________ 22
Figura 20: Sistemas de acoplamento com matrizes. _______________________________________ 23
Figura 21: Sistemas de enlaces com dois estágios.________________________________________ 24
Figura 22: Sistemas de enlace com três estágios._________________________________________ 26
Figura 23: Central de comutação. _____________________________________________________ 27
Figura 24: Exemplo de central com 500 assinantes. _______________________________________ 29
Figura 25: Exemplo de central de comando comum. ______________________________________ 31
Figura 26: Estrutura em malha. _______________________________________________________ 34
Figura 27: Estrutura em estrela. ______________________________________________________ 34
Figura 28: Estrutura da rede interurbana._______________________________________________ 35
Figura 29: Interconexão das centrais de trânsito. ________________________________________ 36
Figura 30: Comutação Analógica a Três Estágios. _________________________________________ 37
Figura 31: Comutação analógica a dois estágios. _________________________________________ 37
Figura 32: Estados de um circuito ou órgão. _____________________________________________ 36
Figura 33: Registro de observações individuais de chamadas em 60 min. _____________________ 36
Figura 34: Registro de ocupações simultâneas de 5 circuitos._______________________________ 37
Figura 35: Gráfico de ocupações individuais. ____________________________________________ 39
Figura 37: Gráfico de ocupações individuais. ____________________________________________ 40
Figura 39: Gráfico de observações individuais.___________________________________________ 44
Figura 40: Gráfico de ocupações simultâneas. ___________________________________________ 45
Figura 41: Gráfico de ocupações simultâneas (intervalos de 2,5 min). ________________________ 47
Figura 42: Demanda telefônica, tráfego oferecido, tráfego escoado e conversação. Perdas.______ 49
Figura 43: Variações de intensidade de tráfego ao longo do ano, nas HMM de cada semana._____ 52
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Figura 44: Variação do tráfego nos dias de uma semana. __________________________________ 52 Figura 82: Conversão FDM/TDM para transmissão. ______________________________________ 123
Figura 45: Variação de tráfego hora a hora durante o dia. _________________________________ 52 Figura 83: O conceito de ilha digital. __________________________________________________ 124
Figura 46: Variação da intensidade de tráfego na Hora de Maior Movimento - HMM. ___________ 53 Figura 84: Configuração típica para a RDSI. ____________________________________________ 126
Figura 47: Variação da intensidade de chamadas entre 40 assinantes. _______________________ 54 Figura 85: Estrutura da rede inteligente. ______________________________________________ 129
Figura 48: Exemplo de distribuição poissoniana de probabilidade. __________________________ 58 Figura 86: Fenômeno do escorregamento. _____________________________________________ 132
Figura 49: Identificação de ∆t. ________________________________________________________ 61 Figura 87: Procedimento de transferência de relógio. ____________________________________ 135
Figura 50: Exemplo de r chamadas em um intervalo t._____________________________________ 62 Figura 88: Memória elástica ou buffer. ________________________________________________ 136
Figura 51: Exemplo de r chamadas em um intervalo t. ____________________________________ 63 Figura 89: Sincronismo de uma rede digital. ____________________________________________ 137
Figura 52: Intervalo entre chamadas consecutivas, exercício._______________________________ 66 Figura 90: Acúmulo para controles do tipo PLL. _________________________________________ 139
Figura 53: Identificação de ∆t. ________________________________________________________ 67
Figura 54: Comparação da distribuição teórica e o resultado de medições em uma determinada
central telefônica. ___________________________________________________________ 69
Figura 55: Exemplo de um sistema com acessibilidade plena._______________________________ 71
Figura 56: Exemplo de um sistema com acessibilidade limitada. ____________________________ 71
Figura 57: Rota de sobrecarga ou “overflow”. ___________________________________________ 72
Figura 58: Variação de tráfego telefônico, com indicação das situações de congestionamento. ___ 78
Figura 59: Níveis hierárquicos de rede analógica. ________________________________________ 88
Figura 60: As quatro sinalizações da telefonia.___________________________________________ 92
Figura 61: Equivalente da sinalização em anel usando tom de 3.825 Hz (“out of band, tone-off idle”)
__________________________________________________________________________ 93
Figura 62: Composição dos códigos MFC. _______________________________________________ 96
Figura 63: Significado dos sinais MFC R2 (variante 5C brasileira). ___________________________ 96
Figura 64: Compulsoriedade entre os sinais MFC. ________________________________________ 97
Figura 65: Sinalização No. 7 e a estrutura OSI. __________________________________________ 105
Figura 66: Estrutura MSU. __________________________________________________________ 106
Figura 67: RE recomendados pelo UIT-T._______________________________________________ 109
Figura 68: RE em ligações locais. _____________________________________________________ 109
Figura 69: Métodos de sincronização da rede. __________________________________________ 111
Figura 70: Tributários [] de fontes distintas. ____________________________________________ 113
Figura 71: Emprego de células especializadas por tributário. ______________________________ 115
Figura 72: Entroncamento entre CPA-Ts._______________________________________________ 116
Figura 73: Espectro do pulso básico de transmissão. _____________________________________ 116
Figura 74: Tipos de sinais utilizados na transmissão entre centrais._________________________ 117
Figura 75: Modelo do sistema de transmissão.__________________________________________ 118
Figura 76: Espectro eletromagnético, para o qual se define: M.O. - Microondas, O.M. - Ondas
Milimétricas, I.V. - Infravermelho e U.V. - Ultravioleta. ____________________________ 118
Figura 77: Transmissão via radio digital. _______________________________________________ 119
Figura 78: Meio de transmissão por cabo óptico.________________________________________ 120
Figura 79: Conversão clássica e por transmultiplexação.__________________________________ 121
Figura 80: Transmultiplexador convencional e digital. ____________________________________ 122
Figura 81: Entroncamento da CPA-T com a central convencional. __________________________ 123

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Tabela de correspondência. __________________________________________________ 11


Tabela 2: Intervalo, Número de ocupações e volume de tráfego do exemplo da Figura 34. ______ 42
Tabela 3: Valores de tráfego escoado e rejeitado e respectivas variâncias para oferta de 4 Erl. ___ 79
Tabela 4: referente ao exercício atual. _________________________________________________ 80
Tabela 5: Fórmula de Erlang B – valores de tráfego A (erl) para perdas B e número de troncos
variando de 1 a 50. __________________________________________________________ 84
Tabela 6: Fórmula de Erlang B – valores de tráfego A (erl) para perdas B e número de troncos
variando de 1 a 50. __________________________________________________________ 85
Tabela 7: Sinais do sistema MF R1. ____________________________________________________ 94
Tabela 8: Sinais de linha antes e depois do ponto de tarifação. ____________________________ 100
Tabela 9: Sinalização descontinuada. _________________________________________________ 102
Tabela 10: Sinalização R2 digital (f = “para frente”, b = “para TRÁS”) _______________________ 102
Tabela 11: Correspondência entre os meios de transmissão. ______________________________ 120
Tabela 12: Objetivos estabelecidos pelo ITU-T para a indisponibilidade._____________________ 125
Tabela 13: Recomendação CCITT para a taxa media de slips total numa conexão internacional a 64
kbits/s. ___________________________________________________________________ 134
Tabela 14: Recomendação CCITT para taxa media de slips distribuída pelas várias partes da rede.134
Tabela 15: Deriva mensal e intervalo de ajuste para alguns tipos de CONTROLE. ______________ 135
Tabela 16: Falhas em cabos e sua caracterização. _______________________________________ 138
Figura 91: Spectrogram of American English vowels [i, u, ɑ] showing the formants f1 and f2 ____ 145
Tabela 17: Vowel formant centers. ___________________________________________________ 146
Tabela 18: Vowel formants. _________________________________________________________ 146

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