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AGRADECIMENTOS
A os amigos A l e x a n d r e F r a n c i s c o M a i a B u e n o e J o s é A l o í s e
Ragone Filho da CEMIG, que acredit a r a m e incentiv a r a m o
desenvolvimento deste trabalho.
A os m e u s p a i s , J o s é Á v i l a e M a r i a L u z i a , p e l o e x e m p l o , c a r i n h o
e e d u c a ç ã o , p i l a r e s de m i n h a f o r m a ç ã o .
DEDICATÓRIA
RESUMO
ABSTRACT
The work presents the data used in the development of the case study
consisting of three sources of infor mation: lightning data, extracted from
LLS records; interruption data extracted from CONINT (a CEMIG´s
Interruption Control System) reports; topology data and location the
protection equipment, supplied by GEMINI (a CEMIG´s Management Network
System).
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
SIMBOLOGIA
SUMÁRIO
PÁG.
1. INTRODUÇÃO 1
1.1 OBJETIVO ........................................................................ 2
1.2 ORGANIZAÇÃO DO T E X T O . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . 3
4. RESULTADOS 28
4.1 I N T R O D U Ç Ã O . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . 28
4.2 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO DE CASO – ALIMENTADORES E
28
D E S C A R G A S A T M O S F É R I C A S. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4.3 ANÁLISE DOS DADOS DE INTERRUPÇÃO DOS ALIMENTADORES... 33
4.3.1 A L I M E N T A D O R C N L U 1- 10 – A N Á L I S E D E I N T E R R U P Ç Õ E S . . . . . . . . . . 35
4.3.2 A L I M E N T A D O R RCA - 10 – A N Á L I S E D E I N T E R R U P Ç Õ E S . . . . . . . . . . 36
4.3.3 A L I M E N T A D O R C N L U 1- 19 – ANÁLISE DE I N T E R R U P Ç Õ E S . . . . . . . . . .. 38
ix
PÁG.
4.4 CÁLCULO DE DESEMPENHO ESTIMADO E REAL DOS
39
ALIMENTADORES..................................................................
4.4.1 ALIMENTADOR C N L U 1- 10 – AN Á L I S E DE DESEMPENHO................ 40
4.4.2 A L I M E N T A D O R RCA - 10 – A N Á L I S E DE DESEMPENHO................... 42
4.4.3 ALIMENTADOR C N L U 1- 19 – AN Á L I S E DE D ESEM P E N H O ................ 45
4.5 DISCUSSÃO DE R E S U L T A D O S. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
5. CONCLUSÕES 50
5.1 P ROPOSTAS DE C O N T I N U I D A D E. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
1. INTRODUÇÃO
B u s c a n d o m e l h o r e n t e n d e r o p r o b l e m a d e d e s e m p e n h o d a s r e d e s de
d i s t r i b u i ç ã o e l i n h a s d e t r a n s m i s s ã o, a C E M I G e m c o n j u n t o c o m S I M E P A R ,
Furnas e o INPE, constituíram uma Rede Integrada Nacional de Detecção de
D e s c a r ga s A t m o s f é r i c a s ( R I N D A T ) . E s se s S i s t e m a s u t i l i z a m i n f o r m a ç õ e s d e
medições remotas de campo eletromagnético, sendo considerados uma
importante ferramenta de monitoramento do fenômeno. O Sistema de
L o c a l i z a ç ã o e D e t e c ç ã o d e D e s c a r g a s ( S L T ) f o r n e c e d i v e r s o s da d o s s o b r e a s
d e s c a r g a s a t m o s f é r i c a s , c o n s t i t u i n d o u m a d a s m a i s m o d e r n a s f e r r a m e n t a s de
avaliação da proteção e desempenho do sistema elétrico [MESQUITA, 2001].
1.1 OBJETIVO
2.1 INTRODUÇÃO
E s s e c a p í t u l o a p r e s e n t a a r e v i s ã o d e l i t e r a t u r a s ob r e o t e m a d e s e m p e n h o
d e r e d e s d e d i s t r i b u i ç ã o d e m é d i a t e n s ã o f r e n t e a d e s c a r g a s a t m o s f é r i c a s . São
apresentados os principais tipos de sobretens ões que afetam o sistema
e l é t r i c o c o m ê n f a s e n a s d e s c a r g a s a t m o s f é r i c a s . A s e g u i r , o s p a r â m e t r o s de
d e s c a r g a s de i n t e r e s s e s ã o d i s c u t i d o s j u n t a m e n t e c o m o m o d e l o
eletrogeométrico utilizado na determinação do número de descargas diretas e
indiretas nas estruturas . Também é apresentada a metodologia de cálculo de
desempenho estimado das redes de distribuição frente a descargas
atmosféricas. O capítulo é concluído com a apresentação do “Estado da Arte”
sobre o tema.
A s s o b r e t e n s õ e s s ã o t e n s õ e s t r a n s i t ó r i a s e n t r e f a s e - t e r r a o u f a s e- f a s e ,
variáveis no tempo, cujo valor máximo é superior ao valor de crista das
tensões máximas de operação do sistema. Podem ser classificadas como
sobretensões temporárias, sobretensões de manobra e sobretensões
a t m o s f é r i c a s [A N D E R S O N , 1 9 8 2 ] . A s s o b r e t e n s õ e s t e m p o r á r i a s e d e m a n o b r a
são de origem interna nos sistemas, e ocorrem quando da mudança da
topologia. São geralmente causadas por manobras tais como energização e
religamento, ocorrência ou eliminação de faltas, ressonância e
ferroressonânc ia, dentre outras [D’AJUZ et al, 1987].
A f r e q ü ê n c i a d e d e s c a r g a s n u v e m- solo é um p a r â m e t r o d e g r a n d e
significado para a proteção do sistema elétrico contra descargas atmosféricas.
O parâmetro que traduz esse valor é a densidade de descargas ao solo (NG ).
Este índice estabelece uma medida do número médio de descargas que
incidem no solo por ano, sendo expresso em número de descargas/km2 /ano.
A a n á l i s e e s t a t í s t i c a d e d a do s d e d e s c a r g a s l e v a n t a d a e m t o d o o m u n d o
demonstra que as variações da corrente de pico (Ip) apresentam uma
d i s t r i b u i ç ã o l o g- n o r m a l [ C H O W D H U R I , 1 9 9 6 ] , e q u a ç ã o ( 2 . 1) :
1 1 ln I − ln I 2
p( I ) = .exp− , (2.1)
σ lnI I 2π 2 σ lnI
o n d e P ( I ) é a f u n ç ã o d e n s i d a d e d e p r o b a b i l i d a d e d a c o r r e n t e d e p i c o, e
I ,σ ln I s ã o o s v a l o r e s m é d i o e o d e s v i o p a d r ã o d o l o g a r i t m o d a c o r r e n t e d e
retorno. Esses valores são referidos à primeira componente da descarga, que
n o r m a l m e n t e a p r e s e n t a v a l o r e s d e p i c o m a i s e l e v a d o s [ C H O W D H U R I, 2005] .
CAPÍTULO 2 – DESEMPENHO ESTIMADO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO 7
FRENTE A DESCARGAS ATMOSFÉRICAS
1
P( I ≥ io ) = (2.2)
2. 6
i
1 + o 31
100
90
80
70
Probabilidade (%)
60
50
40
30
20
10
0
1 16 31 46 61 76 91 106 121 136 151 166 181 196
Intensidade de Corrente (kA)
A f o r m a d e o n d a “ t í p i c a ” p a r a u m a d e s c a r g a d e s c e n d e n t e n e g a t iv a ,
[ C I G R E , 1 9 9 1 ] , é m o s t r a d a n a F i g u r a 2 . 3 . N e s t a F i g u r a , T1 0 / 9 0 é o i n t e r v a l o
d e t e m p o n a o n d a e n t r e 1 0 % e 9 0 % d a o n d a d e c o r r e n t e e T3 0 / 9 0 é o i n t e r v a l o
de tempo entre 30% e 90% da onda de corrente. Os valores de corrente se
encontram normalizados.
CAPÍTULO 2 – DESEMPENHO ESTIMADO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO 8
FRENTE A DESCARGAS ATMOSFÉRICAS
A partir da Figura 2.4 e das equações (2.3) e (2.4) determina -se o valor
da distância horizontal da descarga para a linha, representada pela equação
(2.5).
2 2 2
rS = ( r g − h ) + x (2.5)
110
100
INCIDÊNCIA
Intensidade de corrente [kA]
90
DIRETA DE
80 DESCARGA NO
CONDUTOR
70
60
50
40 DESCARGA
PARA O SOLO
30
20
10
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160
Distância do ponto de incidência [m]
N = N G 28 × h + b / 10 ,
0 ,6
(2.6)
Onde : NG = densidade de descargas [número de descargas/km2 /ano] ,
h= a l t u r a d o p o s t e [ m ] ,
b = afastamento dos condutores na cruzeta (largura da estrutura) [m],
N = número de descargas [interrupções/100km/ano].
200
Número de Descargas Diretas (descargas/100km/ano)
175
Poste de 9,0 m
150
Poste de 10,0 m
Poste de 11,0 m
125
Poste de 12,0 m
Poste de 13,0 m
100
75
50
25
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Valores de NG (descargas/km2/ano)
P o r o u t r o l a d o , ár v o r e s , e d i f i c a ç õ e s e o b j e t o s p r ó x i m o s à s l i n h a s e a s
alturas rela tivas dos mesmos são fatores determinantes do número de
descargas diretas nas linhas de distribuição. Esses objetos podem interceptar
muitas descargas que poderiam cair diretamente na estrutura. As descargas
interceptadas por objetos próximos passam a influenciar o desempenho das
redes de forma indireta, ou seja, aumentando o efeito das tensões induzidas.
NS = N × 1 − S f( ) (2.7)
CAPÍTULO 2 – DESEMPENHO ESTIMADO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO 12
FRENTE A DESCARGAS ATMOSFÉRICAS
F i g u r a - 2 . 7 : Fa i x a d e b l i n d a g e m – L i n h a p r ó x i m a d e a r b o r i z a ç ã o .
CAPÍTULO 2 – DESEMPENHO ESTIMADO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO 13
FRENTE A DESCARGAS ATMOSFÉRICAS
ZoI oh 1 ν 1
VMax = 1+
y 2 νo , ( 2 . 8)
1 ν
2
1− ×
2 νo
onde
I 0 = C o r r e n t e de p i c o d e d e s c a r g a ,
h = Altura media da linha em relação ao solo,
y = Distância entre o ponto de incidência da descarga e a linha,
ν = Velocidade de propagação da onda de descarga,
νo = Velocidade da luz,
Zo = Impedância característica.
A e q u a ç ã o ( 2 . 8) é b a s t a n t e u t i l i z a d a p e l a c o m u n i d a d e c i e n t i f i c a , t e n d o
sido testada , avaliada e estudada por diversos pesquisadores [LOPES,
1990] ,[ B O A V E N T U R A , 1 9 9 0 ] , [ S T A R L I N G , 1 9 9 2 ] , [ P A U L I N O e t . a l , 1 9 9 3 ] e
[ S I L V A , 2001] . O s e u d e s e n v o l v i m e n t o m a t e m á t i c o b a s e a d o n a s e q u a ç õ e s d e
Maxwell pode ser demonstrado com resultados experimentais. Dessa forma, o
modelo proposto por RUSCK mostra-se adequado para o cálculo das tensões
induzidas por descargas laterais.
CAPÍTULO 2 – DESEMPENHO ESTIMADO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO 14
FRENTE A DESCARGAS ATMOSFÉRICAS
2 2
YMIN = rS − ( rG − h ) (2.9)
F i g u r a - 2. 8 : U s o d o m o d e l o e l e t r o g e o m é t r i c o e d o m o d e l o d e R u s c k p a r a
determinação do número de desligamentos por tensões induzidas e descarga
direta
CAPÍTULO 2 – DESEMPENHO ESTIMADO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO 15
FRENTE A DESCARGAS ATMOSFÉRICAS
200
∑ ( yimax − yimin )× NG × Pi × 10
−3
Fi = 2 × (2.10)
i =1
O nde:
yim a x = máxima distância para o qual a descarga não provoca tensão
i n du z i d a ;
yimin = mínima distância crítica;
NG = densidade de descargas;
P i = distribuição de probabilidade acumulada para corrente I.
Fi = número de desligamentos/100km/ano
CAPÍTULO 2 – DESEMPENHO ESTIMADO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO 16
FRENTE A DESCARGAS ATMOSFÉRICAS
Ft = Fd + 4 × Fi (2.11)
Onde:
Ft = número total de desligamentos [desligamentos/100km/ano];
Fi = número de desligamentos por descarga indireta;
Fd = número de desligamentos por descargas diretas.
A p a r t i r d a m e t o d o l o g i a d e s c r i t a n o g u i a d o I E E E S t a n d a r d 1 4 1 0, pode -
se determinar o número de desligamentos para um circuit o aberto aterrado
(sem blindagem) e para um circuito blindado por árvores e/ou edificações.
Segundo o guia , o método descrito constitui uma forma simplificada para
determinação do número de desligamentos para uma linha de distribuição
provocada por uma descarga próxima [IEEE, 2004] .
E m 1 9 5 0 , o A I E E C o m m i t t e e p u b l i c a u m t r a b a l h o p r o p o n d o uma
me t o d o logia p a r a o c á l c u l o d o d e s e m p e n h o f r e n t e a d e s c a r g a s a t m o s f é r i c a s
para linhas de transmissão até 230kV [AIEE, 1950].
E m 1 9 5 7 , S . R u s c k e s t a b e l e c e um m o d e l o d e c á l c u l o d e t e n s õ e s
induzidas para linhas, baseado nas equações de Maxwell permitindo calcular a
máxima tensão induzida em uma linha de distribuição provocada por uma
descarga incidindo nas suas proximidades [RUSCK, 1957].
CAPÍTULO 2 – DESEMPENHO ESTIMADO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO 17
FRENTE A DESCARGAS ATMOSFÉRICAS
E m 1 9 8 2 , o E l e c t r i c Po w e r R e s e a r c h I n s t i t u t e ( E P R I ) a p r e s e n t a a 2 ª .
Edição do “Transmission Line Reference Book”, onde o capítulo 12 é dedicado
ao cálculo do desempenho das linhas de transmissão frente às descargas
atmosféricas [ANDERSON, 1982].
E m 1 9 8 4, J . O . S . P a u l i n o e C . A . L . B r a n d ã o p u b l i c a m u m t r a b a l h o d e
melhoria de desempenho de redes de distribuição. Esse trabalho apresenta um
estudo de sobretensões devido a descargas atmosféricas, sendo calculado o
desempenho das Redes de Distribuição, propondo alternativas para melhorar o
d e s e m p e n h o d a s r e d e s . T a m b é m , s ã o a p r e s e n t a d o s o s en s a i o s r e a l i z a d o s e m
estruturas com cruzetas de 2400mm (padrão CEMIG) , em postes de madeira e
concreto, determinando-se o NBI das mesmas e os pontos fracos de cada uma
delas [PAULINO, 1984].
E m 1 9 8 9 , C h o w d h u r i p u b l i c a um t r a b a l h o p r o p o n d o u m m é t o d o p a r a o
cálculo do número de interrupções causadas por descargas próximas ao solo
[CHOWDHURI, 1989].
E m 1 9 9 0 , s ã o r e a l i z a d a s t r ê s di s s e r t a ç õ e s d e m e s t r a d o n a U F M G , t e n d o
como principal assunto cálculo de tensões induzidas em linhas [LOPES,
1990], [BOAVENTURA, 1990], e [FONSECA, 1990]. Lopes realizou a
i m p l e m e n t a ç ã o d a t e o r i a d e R u s c k p a r a u m a l i n h a f i n i t a e m u l t i– a t e r r a d a ,
t e n d o d e s e nv o l v i d o u m a m e t o d o l o g i a d e c á l c u l o b a s e a d a n a s u b s t i t u i ç ã o d a s
descontinuidades por fontes de correntes equivalentes, fazendo com que os
seus efeitos fossem simulados em um programa de cálculo de transitórios .
Boaventura realizou a investigação do fenômeno da tensão induzida
utilizando técnicas de modelo reduzido em escala 1:200. Finalmente, Fonseca
r e a l i z ou o c á l c u l o d a s t e n s õ e s i n d u z i d a s numa l i n h a u n i f i l a r i n f i n i t a c o m
solo de resistividade nula, utilizando os modelos de Rusck e Uman, e
c o m p a r a ndo o s r e s u l t a d o s d a s simula ç õ e s c o m o s v a l o r e s d e m e d i ç ã o .
CAPÍTULO 2 – DESEMPENHO ESTIMADO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO 18
FRENTE A DESCARGAS ATMOSFÉRICAS
E m 1 9 9 1 , o G r u p o d e T r a b a l h o d o C o mm it t e e 3 3 d o I E E E p u b l i c a o g u i a
para o cálculo de desempenho de linhas de transmissão. Este trabalho
c o n s t i t u i u m d o s d o c u m e n t o s m a i s c o m p l e t o s , a p r e s e n t a ndo a l g u n s d a d o s d e
medição de descargas, avaliação dos valores de densidade de descarga,
p a r â m e t r o s d e de s c a r g a s a t m o s f é r i c a s ( f o r m a d e o n d a , t e m p o d e c r i s t a ,
análise estatística da forma de onda, entre e outros), incidência de descarga e
blindagem da linha, representação de modelos e estudo do fenômeno
“ b a c k f l a s ho v e r ” e m l i n h a s d e t r a n s m i s s ã o [ C I G R E , 1 9 9 1 ] .
E m 2 0 0 0 , M e l i o u p o u l o s e K e n n e d y , p u b l i c a m um t r a b a l h o o n d e é
r e a l i z a d o o e s t u d o d e de s e m p e n h o p a r a l i n h a s d e d i s t r i b u i ç ã o c o n s i d e r a n d o a
a p l i c a ç ã o do M é t o d o d e M o n t e C a r l o [ M E L I O U P O U L O S e K E N N E D Y , 2 0 0 0 ] .
E m 2 0 0 1 , N u c c i e P a o l o n e p u b l i c a m um t r a b a l h o c o m p a r a t i v o d e c á l c u l o
de tensões induzidas, considerando o modelo de Rusck e o modelo
desenvolvido pelos autores, utiliza ndo o programa LIOV, desenvolvido pela
Universidade de Bologna -Itália, para o cálculo das tensões induzidas [NUCCI
e PAOLONE, 2001]. Adicionalmente, em 2003 , os autores, publicam outro
trabalho onde realizam a comparação dos modelos de cálculo de tensões
induzidas, tendo como base o procedimento definido pelo IEEE Standard 1410
[NUCCI e PAOLONE, 2003]
E m 2 0 0 4 , é p u b l i c a d a a r e v i s ã o d o I E E E S t a n d a r d 1 4 1 0 , a p r e s e n t a ndo
opções para a redução do número de desligamentos por descargas
atmosféricas em linhas de distribuição. O texto aborda aspectos do
desempenho de linhas considerando os parâmetros de descarga s , descargas
diretas e indiretas, nível de isolamento das linhas, proteção das linhas com
c a b o p á r a -r a i o s , e u s o d e p á r a- r a i o s [ I E E E , 2 0 0 4 ] . O g u i a s i n t e t i z a t o d a a
metodologia de cálculo de desempenho de linhas de distribuição, sendo
detalhado alguns itens utilizados neste trabalho para o cálculo de desempenho
estimado de linhas de distribuição frente a descargas atmosféricas.
CAPÍTULO 3 – DESEMPENHO REAL DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO 20
FRENTE A DESCARGAS ATMOSFÉRICAS
3.1 INTRODUÇÃO
E s s e c a p í t u l o a p r e s e n t a a m e t o d o l o g i a d e s e n v o l v i d a p a r a o e s t u d o do
desempenho real de redes de distribuição frente a descargas atmosféricas,
utilizando dados da operação do sistema, topologia da rede e de incidência de
descarga s atmosféricas.
A C E M I G e m c o n j u n t o c o m o S I M E P A R , F U R N A S e I N P E, c o n s t i t u i u
uma Rede Integrada Nacional de Detecção de Descargas Atmosféricas
( R I N D A T ) , c o n f o r m e a p r e s e n t a d o n a F i g u r a 3- 1 . A i n t e r l i g a ç ã o d o s s i s t e m a s
permitiu um melhor índice de detecção, maior precisão na localização e uma
ampliação da área de cobertura do sistema, passando a abranger as regiões
s u l , s u d e s t e e c e n t r o- o e s t e d o B r a s i l .
Dois tipos básicos de sensores são utilizados pela rede RINDAT: LPATS
e IMPACT. Enquanto os sensores LPATS registram somente a componente
elétrica da radiação produzida pelas descargas, os sensores IMPACT
registram tanto a componente elétrica como magnética. Além disso, os
sensores apresentam diferenças na forma de processamento para determinar a
localização e demais características das descargas. Após o registro dos sinais
de descarga pelos sensores, esses são enviados às centrais de processamento
p a r a o b t e r - s e a l o c a l i z a ç ã o e c a r a c t e r í s t i c a s d a s d e s c a r g a s . [ D I A S , 2 0 0 2]
A p r e c i s ã o d a s i n f o r m a ç õ e s d e l o c a l i z a ç ã o da s d e s c a r g a s a t m o s f é r i c a s do
sistema é, em média, de 500 metros dentro do perímetro definido pela posição
das estações remotas de recepção. O SLT opera através do sistema de
p o s i c i o n a me n t o g l o b a l ( G P S ) , o q u a l p r o p o r c i o n a i n f o r m a ç õ e s d e
t e m p o r i z a ç ã o d e r a i o s c o m r e s o l u ç õ e s d e a t é 3 0 0 n a n o s e g u n d o s [ D I A S , 2 0 0 2] .
Coord_N Coord_E Corrente T_frente T_cauda di_dt Ano Mês Dia Hora Minuto Segundo Milésimo
657293,22 7674177,00 -13 3 51 0 2003 1 2 20 12 10 357404900
653908,45 7674596,23 7 1 51 0 2003 1 2 21 24 45 194975100
653013,33 7673342,41 16 2 51 0 2003 1 4 4 5 8 49623600
657060,49 7671555,31 -10 3 51 0 2003 1 13 18 13 31 897396700
CAPÍTULO 3 – DESEMPENHO REAL DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO 22
FRENTE A DESCARGAS ATMOSFÉRICAS
A s i n f o r ma ç õ e s d e i n t e r r u p ç õ e s u t i l i z a d a s n o d e s e n v o l v i m e n t o d e s s e
trabalho foram extraídas de relatórios do CONINT. Depois de extraídos, os
d a d o s f o r a m c l a s s i f i c a d o s s e g u n d o os g r u p os d e c a u s a s d e o c o r r ê n c i a s :
− G R U P O 4: T I P O D E R E D E – E s s a t a b e l a i n f o r m a q u a l o t i p o d e r e d e
o n d e o c o r r e u i n t e r r u p ç ã o . A s r e d e s de d i s t r i b u i ç ã o s ã o c l a s s i f i c a d a s e m
rede convencional urbana, rede convencional rural, rede protegida
urbana, rede protegida rural, rede isolada urbana, rede isolada rural e
subterrânea.
− G R U P O 5: T I P O D E T R E C H O – E s s a t a b e l a i n f o r m a e m q u a l t r e c h o d a
l i n ha o c o r r e u a i n t e r r u p ç ã o . O s t r e c h o s s ã o c l a s s i f i c a d o s e m t r o n c o ,
derivação e rede secundária.
T a b e l a - 3. 4: F o r m a t o d a b a s e d e d a d o s d e e q u i p a m e n t o s
CAPÍTULO 3 – DESEMPENHO REAL DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO 26
FRENTE A DESCARGAS ATMOSFÉRICAS
P a r a o s e q u i p a m e n t o s d e p r o t e ç ã o, f o i u t i l i z a da c o m o c h a v e d e a c e s s o a
identificação dos equipamentos selecionados nos relatórios do GEMINI-
PROLUX.
D e p o i s d e s e l e c i o n a d o s o s r e g i s t r o s d e d e s c a r g a e d e a t u a ç ã o d a p r o t e ç ã o,
s ã o t o t a liza dos o n ú m e r o d e e v e n t o s p o r m ê s / a n o d e f o r m a a e s t a b e l e c e r a
relação entre o número de desligamentos/100km/ano × mês/ano de
o c o r r ê n c i a p a r a c a d a t i p o de e v e n t o ( d e s c a r g a e / o u a t u a ç ã o d a p r o t e ç ã o ) .
CAPÍTULO 3 – DESEMPENHO REAL DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO 27
FRENTE A DESCARGAS ATMOSFÉRICAS
− O b t e n ç ã o d a re l a ç ã o e n t r e o n ú m e r o d e i n t e r r u p ç õ e s e a i n c i d ê n c i a d e
descarga s : essa etapa utiliza as informações da filtragem dos dados da
o p e r a ç ã o ( C O N I N T ) e d o s r e g i s t r o s d e d e s c a r g a s ( S L T ). O s d a d o s d e
ambos os blocos de informaçã o são analisados , tendo como base comum a
m e s m a c r o n o l o g i a d e t e m p o . D e s s a f o r m a , pode - s e e s t a b e l e c e r uma
relação entre a densidade de descarga e o número de interrupções para um
determinado alimentador . Os pontos definidos nessa relação são plotados
no gr á f i c o d e d e n s i d a d e d e d e s c a r g a s v e r s u s n ú m e r o d e i n t e r r u p ç õ e s
( N g × Fp ) a s s u m i n d o u m a r e l a ç ã o l i n e a r e n t r e e s s e s e l e s .
A r e l a ç ã o l i n e a r e n t r e o s d a d o s p a r t e d o p r i n c í p i o , q u e e m uma r e g i ã o
com elevada densidade de descargas poderá ocorrer um número de
desligamentos também e levado. U m a densidade de descarga s nula
corresponderá a zero em desligamentos por descargas atmosféricas.
F i n a l m e n t e é r e a l i z a d a a re p r e s e n t a ç ã o d a r e l a ç ã o e n t r e o s v a l o r e s d e
d e n s i d a d e d e d e s c a r g a s ( d e s c a r g a / k m 2 / a n o ) e o n ú m e r o de d e s l i g a m e n t o s
(interrupção/100km/ano) considerando-se uma faixa delimitada por duas
retas: o limite inferior corresponde aos desligamentos tendo como causa
registrada “descarga atmosférica”, e o limite superior corresponde à
soma dos desligamentos registrados como “descarga atmosférica” e
“atuação da proteção”.
CAPÍTULO 4 - RESULTADOS 28
4. RESULTADOS
4.1 INTRODUÇÃO
E s s e c a p í t u l o a p r e s e n t a o s r e s u l t a d o s de u m E s t u d o d e C a s o d e s e n v o l v i d o a
p a r t i r d a s m e t o d o l o g i a s d e s c r i t a s nos c a p í t u l o s a n t e r i o r e s . O c a p í t u l o i n i c i a -
s e c o m a d e s c r i ç ã o dos a l i m e n t a d o r e s e s t u d a d o s , e m s e g u i d a f a z- s e u m a
análise de sua exposição a descargas atmosféricas e dos dados de interrupção
a partir dos dados da operação. São apresentados os cálculos de desempenho
real e estimado, para os alimentadores e os resultados comparados entre si. O
capítulo termina com uma discussão de resultados.
O a l i m e n t a d o r C N L U 1- 1 0 , l o c a l i z a d o n a s u b e s t a ç ã o C o n s e l h e i r o L a f a i e t e
1 ( C N L U 1 ) d a C i d a d e d e C o n s e l h e i r o L a f a i e t e ( MG) , c o r r e s p o n d e a o 4 º .
a l i m e n t a d o r d e u m t o t a l d e 7 a l i m e n t a d o r e s da S E . E s t e a l i m e n t a d o r p o s s u i
439,68 km de extensão, sendo 10,24 km no trecho do tronco e 429,44 km nos
r a m a i s ( 9 6 , 1 3 k m t r i f á s i c os e 3 3 3 , 3 1 k m m o n o f á s i c os ) . A o l o n g o d o
alimentador estão instalados 5 religadores automáticos, 4 seccionalizadores,
2 reguladores de tensão, 1 banco de capacitores, 165 chaves fusíveis , 116
c h a v e s f a c a e 926 p á r a - r a i o s d e M T ( 4 4 9 n o c i r c u i t o 1 Ø e 4 7 7 n o c i r c u i t o
3 Ø ) . O a l i m e nt a d o r a t e n d e a 8 0 6 5 c l i e n t e s d i s t r i b u í d o s e n t r e a s l o c a l i d a d e s
de C a t a s A l t a s d a N o r u e g a , O u r o P r e t o , C o n s e l h e i r o L a f a i e t e , O u r o B r a n c o ,
P ir a n g a e I t a p e r a v a , p o s s u in d o n í v e l b á s i c o d e i s o l a m e n t o d e 9 5 k V a o l o n g o
CAPÍTULO 4 - RESULTADOS 29
F i g u r a - 4. 2 : D i a g r a m a u n i f i l a r d o a l i m e n t a d o r C N L U 1- 10.
CAPÍTULO 4 - RESULTADOS 30
F i g u r a - 4 . 3 : D i a g r a m a u n i f i l a r d o a l i m e n t a d o r R C A - 10
F i g u r a - 4. 4 : D i a g r a m a u n i f i l a r d o a l i m e n t a d o r C N L U 1- 19
P a r a o p e r í o d o d e e s t u d o , 2 0 0 1 a 2 0 0 4 , f o r a m r e g i s t r a d a s 73 7 . 7 4 7
descargas em uma área de abrangência de 29.100 km2 . A Figura 4.5 apresenta
a incidência mensal de descargas do período. Observa -s e que 90% das
ocorrências estão entre os meses de setembro a março, correspondendo a
estação de chuvas da região sudeste. Para as três estações de chuva, 2001-
2 0 0 2 , 2 0 0 2 - 2 0 0 3 e 2 0 0 3- 2 0 0 4 , o s v a l o r e s d e p i c o d e i n c i d ê n c i a d e d e s c a r g a
foram: 45.875 em fevereiro de 2002, 54.595 em janeiro de 2003 e 35.445 em
fevereiro de 2004.
CAPÍTULO 4 - RESULTADOS 32
65000
54595
60000
52481
55000
45875
45526
50000
Número de Descargas
45000
36394
35446
40000
32238
31571
30666
35000
29429
29241
27959
27868
27324
26782
24578
30000
25000
19402
17301
16243
20000
14158
12146
12104
15000
7771
7322
7122
7143
6841
10000
5265
4445
4451
4274
3560
3531
2847
2793
1907
1391
1297
1312
5000
set-04 787
173
jul-02 49
mai-03 30
65
35
1
jul-03 8
0
nov-01
nov-02
nov-03
nov-04
jan-01
set-01
jan-02
set-02
jan-03
set-03
jan-04
mar-01
mar-02
mar-03
mar-04
mai-01
jul-01
mai-02
mai-04
jul-04
Meses do Ano
F i g u r a - 4 . 5 : I n c i d ê n c i a m e n s a l d e d e s ca r g a s p a r a p e r í o d o 2 0 0 1 - 2 0 0 4 .
A i n c i d ê n c i a d a s d e s c a r g a s , q u a n d o s e p a r a das p o r p e r í o d o s a n u a i s ,
permitem calcular o valor de densidade de descarga (N G ) e comparar com os
valores de NG extraídos dos mapas de curvas isoceraúnicas (valores
t a b e l a d o s ) . A T a b e l a 4 . 1 a p r e s e n t a a v a r i a ç ã o a n u a l d o NG e o v a l o r m é d i o
p a r a o p e r í o d o d e 4 a n o s , o b s e r v a ndo- s e a c a r a c t e r í s t i c a s a z o n a l d o v a l o r d e
NG ao longo dos anos.
NÚMERO DE
ANO NG /ANO
DESCARGAS
2001 176. 9 7 5 6,08
2002 245.858 8,45
2003 134.433 4,62
2004 166.481 5,72
1400
1156
1200
NUMERO DE DESLIGAMENTOS
1000
909
800 759
642
600
494
456
372
325 385
400
238
131
200
71 52 54
39
0
PROGRAMADA FENOM. NATURAIS MEIO AMBIENTE FALHA CAUSAS DO
EQUIPAMENTO SISTEMA
CAUSAS DE DESLIGAMENTO
R e a l i z a n d o u m a a n á l i s e p o r c a u s a e s p e c íf i c a , ob t é m- s e o g r á f i c o d a
F i g u r a 4 . 7, o n d e s ã o a p r e s e n t a da s c o m o p r i n c i p a i s c a u s a s o s e v e n t o s de
interrupção programada (construção, manutenção e operação) , fenômenos
naturais (vento, descarga atmosférica e temporal) , meio ambiente (contato de
árvores, animais e pássaros na linha, queimada, vandalismo e outras causas
CAPÍTULO 4 - RESULTADOS 34
1250
1118
1000
Numero de Desligamentos
CNLU1-10
CNLU1-19
738
750
RCA-10
628
500
436
369
344
228
203
250
188
156
96 150
148
130
123
83
69
79
71
73
73
62
59
58
54
52
52
39
29
021
818
19
821
721
12
317
7
17
4
0
0
0
DE NTO
QU ORE
L
GA
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ÃO
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O
GA GA
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UI
TR
E
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M
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AL
OU
EI
M
IM
A
LH
AN
FA
TR
OU
T a b e l a - 4. 2: N ú m e r o d e D e s l i g a m e n t o s n o A n o – A l i m e n t a d o r C N L U 1- 10
Causa: Causa:
Total Geral de
Ano Descarga Religamento
Desligamentos
Atmosférica Automático
2001 295 86 762
2002 354 144 776
2003 238 311 624
2004 350 309 706
2001 -2004 1237 850 2868
A T abela 4 . 2 m o s t r a q u e o n ú m e r o d e r e l i g a m e n t o s a u t o m á t i c o s f o i
maior para os anos 2003 e 2004, se comparados com os períodos anteriores,
devidos provavelmente, à intensa atividade de descargas atmosféricas na
região durante a estação chuvosa de 2002/2003 e 2003/2004, a grande
extensão do alimentador, e o baixo nível de isolamento (95kV) o que fe z com
os religadores atuassem com maior freqüência.
120 115
105 98 98
Numero de Desligamentos
96
90
82
75 69 71 70
68 68
65
60 57
52 50
48
45 4238 42
38 40
35 36 35 36
30 30 31 31 3130
28 28 28
30 24 24
22
21 22
21 23
20 18 19
18 18 16
14 13 1312
15 11 11 12 10 8
6 7 6 7 8 9
5 5 4 4 4 5 3 4 5 3 5
2 2 2 21 2 2
0 0 1 0 0 0 0 0 1 0
1 0 0 0
0
nov/01
nov/02
nov/03
nov/04
jul/01
jul/02
jul/03
jul/04
jan/01
jan/02
jan/03
jan/04
mar/01
mar/02
mar/03
mar/04
mai/01
set/01
mai/02
set/02
mai/03
set/03
mai/04
set/04
Mes/Ano
F i g u r a - 4 . 8 : A n á l i s e d e c a u s a s p r i m á r i a s d o a l i m e n t a d o r C N L U 1- 10
4 . 3 . 2 A l i m e n t a d o r R C A- 1 0 – A n á l i s e d e I n t e r r u p ç õ e s
A t a b e l a m o s t r a q u e pa r a o p e r í o d o c h u v o s o 2 0 0 2 - 2 0 0 3 e 2 0 0 3 - 2 0 0 4 o
número de atuações dos religadores foi muito maior se comparado com o
período 2001-2002. Três são as hipóteses que explicam essa variação: a
mudança no ajuste dos tempos de atuação dos religadores realizado pela
operação; maior atividade elétrica na região (maior número de incidência de
d e s c a r g a s p a r a o p e r í o d o 2 0 0 2 / 2 0 0 3) ; e a p o s s i b i l i d a d e d e a l g u m a s d a s
atuações dos religadores por contato com a arborização ou uma causa
semelh ante (pássaros ou animais na linha).
CAPÍTULO 4 - RESULTADOS 37
T a b e l a - 4. 3: N ú m e r o d e d e s l i g a m e n t o s n o A n o – A l i m e n t a d o r R C A - 10
Causa: Causa:
Total Geral de
Ano Descarga Religamento
Desligamentos
Atmosférica Automático
2001 227 45 272
2002 365 27 392
2003 159 204 363
2004 226 374 600
2001 -2004 977 736 1713
A F i g u r a 4. 9 a p r e s e n t a a a n á l i s e d a v a r i a ç ã o d o n ú m e r o d e
desligamentos ordenados por mês de ocorrência, onde as principais causas
apresentadas foram religamento automático e descargas atmosféricas. Existe
uma relação entre o número de descargas e o religamento automático. Sabe -se,
que nem toda descarga resultará no bloqueio do religador, contudo o número
d e r e l i g a m e n t os é m a i o r e m a l g u n s m e s e s . E s s a d i f e r e n ç a p o d e s e r c r e d i t a d a a o
contato eventual entre a linha e arborização ou a ação de animais ou pássaros
na linha. Essa condição pode ser verificada através dos dados do CONINT e da
Figura 4.7.
100
Religamento_Automatico Descargas_Atmosfericas 88
90
81
81
80
76
Número de Desligamentos
68
70
61
60
54
51
50
42
42
41
40 37 38 38
35
32
32
29
29
30
28
27
30 28
25
25
25
23
23
21
19
19
20
17
17
17
20
16
15
13
11
11 111011 12
9
10 8 7
6 6 6 6 6
6
6
5
4 4 3 3 4
4
3 2 2 3 2 2 3 2
2
1
1
1
1
0 0 0 0 0 0 0 0
0
0
0
0
0
nov/01
nov/02
nov/03
nov/04
jan/01
set/01
jan/02
set/02
jan/03
set/03
jan/04
set/04
jul/01
jul/02
jul/03
jul/04
mar/01
mai/01
mar/02
mai/02
mar/03
mai/03
mar/04
mai/04
Mes/Ano
F i g u r a - 4 . 9 : A n á l i s e d e c a u s a s primária s a l i m e n t a d o r R C A - 10
CAPÍTULO 4 - RESULTADOS 38
A F i g u r a 4 . 10 a p r e s e n t a a e v o l u ç ã o d o n ú m e r o d e r e l i g a m e n t o s
a u t o m á t i c o e d e s c a r g a s p a r a o a l i m e n t a d o r C N L U 1- 1 9 . P a r a o p e r í o d o d e
chuvas 2003/2004 a freqüência de atuação do religador foi maior, se
c o m p a r a d o c o m o s p e r í o d o s a n t e r i o r e s . O b a ix o v a l o r d e N B I ( 9 5 k V ) d o s
diversos ramais monofásicos , que compõe m o alimentador pode ser apontado
como uma das possíveis causas do aumento do número de religamento
automático no período.
150 144
145
140
130
110
100 100
Número Desligamentos
92 87 89
90
80
82 77
73
70
70 71
62
62 63
60 60 58 56
57 53
54
50 50
45 43
43
40 36
37 35 31 33
32 30 30
30 27 31 25
23 2323
21 23 20 26 22 22 26
18
20 1614 14 20 1616
11 17 16
9 9 11 7 9 13
10 6 6 5 8 10 9
73 7
4 0 6 0 0 0
3 2 5 7
4 0
3 2 7 6 8
1 3 1 0 1 0
0 00
jul/01
jul/02
jul/03
jul/04
jan/01
nov/01
jan/02
nov/02
jan/03
nov/03
jan/04
nov/04
set/01
set/02
set/03
set/04
mar/01
mar/02
mar/03
mar/04
mai/01
mai/02
mai/03
mai/04
Meses/Ano
F i g u r a - 4 . 1 0 : A n á l i s e d e c a u s a s p r i m á r i a s d o a l i m e n t a d o r C N L U 1- 19
T a b e l a - 4. 4: N ú m e r o d e d e s l i g a m e n t o s n o A n o – A l i m e n t a d o r C N L U 1- 19
Causa: Causa:
Total Geral de
Ano Descarga Religamento
Desligamentos
Atmosférica Automático
2001 384 134 518
2002 435 197 632
2003 314 307 621
2004 371 629 1000
2001 -2004 1504 1267 2771
D a m e s m a f o r m a d o a l i m e n t a d o r C N L U 1- 1 0 ( 9 5 k V ) , p a r a o p e r í o d o 2 0 0 3
a 2 0 0 4 o n ú m e r o d e r e l i g a m e n t os a u t o m á t i c os f o i s u p e r i o r a o n ú m e r o d e
d e s c a r g a s . A s c a u s a s p o s s í v e i s do a u m e n t o d o n ú m e r o d e d e s l i g a m e n t o s s ã o
a s m e s m a s a p r e s e n t a d a s n o i t e m 4 . 3. 1 .
CFO = NBI
( 1 − 1 ,28 × σ ) (4.1)
CAPÍTULO 4 - RESULTADOS 40
− F a t o r d e b l i n d a g e m d e 0. 0 1 p a r a a 1 ª . c o n d i ç ã o d e c á l c u l o , o u s e j a , l i n h a
s e m b l i n d a g e m e o f a t o r d e b l i n d a g e m d e 0. 99 pa r a a 2 ª . c o n d i ç ã o d e
cálculo, ou seja, linha totalmente blindada por objetos próximos .Os valores
de fator de blindagem foram calculados considerando a variação de 0.05.
− V a l o r e s d e N G v a r i a n d o d e 0. 0 a 1 0 . 0 d e s c a r g a s / k m 2 / a n o c o m o i n t e r v a l o d e
0. 5 d e s c a r ga / k m 2 / a n o . O s l i m i t e s d e v a r i a ç ã o f o r a m d e f i n i d o s d e f o r m a a
manter a mesma escala de valores do mapa de curvas isoceraúnicas
apresentadas no capítulo 2.
120,0
RELIGAMENTO
110,0
100,0
90,0
DESCARGA
80,0
70,0
FS=0,99
60,0
50,0
40,0
30,0
20,0
10,0
0,0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0 9,5 10,0
Ng [Descargas/km2/ano]
O b s e r v a -s e q u e o s v a l o r e s d e d e s e m p e n h o e s t i m a d o , c o n t ê m o s v a l o r e s d e
desempenho real. Dessa forma, para uma linha com NBI de 95kV, e
c o n h e c i d o s o s v a l o r e s d e NG d a r e g i ã o e o f a t o r d e b l i n d a g e m d a l i n h a , é
possível estimar o número de desligamentos/100km/ano a partir do gráfico da
Figura 4.11.
P a r a o N G d e 6. 2 2 d e s ca r g a s / k m 2 / a n o , o n ú m e r o d e d e s l i g a m e n t o s v a r i a
d e 5 8 ( F S = 0. 9 9 ) a 1 2 0 ( F S = 0. 0 1 ) d e s l i g a m e n t o s / 1 0 0 k m / a n o , c o m o v a l o r
m é d i o d e 8 9 d e s l i g a m e n t o s / 1 0 0 k m / a n o ( F S = 0. 5 5 ) . C o m p a r a n d o a s f i g u r a s
4.11 e 4.12, pode - se estimar o fator de blindagem médio real da linha é menor
o u i g u a l a 0. 58.
180,0
FS=0,01
FS=0,01
FS=0,10
160,0
FS=0,25
FS=0,35
FS=0,50
Numero interrupções/100km/ano
140,0
FS=0,75
FS=0,35
FS=0,85
120,0 FS=0,99
FS=0,50
100,0 FS=0,75
80,0
FS=0,99
60,0
40,0
20,0
0,0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0 9,5 10,0
Densidade de Descarga [descarga/km2/ano]
4 . 4 . 2 A l i m e n t a d o r R C A- 1 0 – A n á l i s e d e D e s e m p e n h o
O a l i m e n t a d o r R C A - 10 ( R i o C a s c a - 1 0 ) c a r a c t e r i z a - s e p o r a p r e s e n t a r o
n í v e l b á s i c o d e i s o l a m e n t o e m 1 7 0 kV e m t o d a s u a e x t e n s ã o ( r a m a i s e
tronco). Para o cálculo de desempenho foram considerados os mesmos dados
da condição de cálculo do item 4.4 com o valor de NBI de 170kV para o
alimentador RCA-10.
CAPÍTULO 4 - RESULTADOS 43
A F i g u r a 4 . 13 a p r e s e n t a o s r e s u l t a d o s d o c á l c u l o d e d e s e mp e n h o p a r a
c o n d i ç ã o e s t i m a d a e a r e a l , r e p r e s e n t a d a n a f o r m a d o g r á f i c o ( N g × F p ).
100,0
FS=0,01
90,0
80,0
Fp[Interrupções/100km/ano]
70,0
DESCARGA+
60,0 RELIGAMENTO
50,0
40,0
DESCARGA
30,0
20,0 FS=0,99
10,0
0,0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0 9,5 10,0
Ng [Descarga/km2/ano]
C o n s i d e r a n d o o v a l o r d e N G i g u a l a 6. 2 2 d e s c a r g a s / k m 2 / a n o , t ê m- s e o s
s e g u i n t e s v a l o r e s d e d e s l i g a m e nt o s / 1 0 0 k m / a n o :
(1) R e a l: l i m i t e s u p e r i o r 52 d e s l i g a m e n t o s / 1 0 0 k m / a n o (e v e n t o : d e s c a r g a s
atmosféricas+ religamento automático) e inferior 35 desligamentos
/100km/ano (evento: descargas atmosféricas );
(2) E s t i m a d o : l i m i t e s u p e r i o r 7 2 d e s l i g a m e n t o s / 1 0 0 k m / a n o ( F S = 0. 01 – l i n h a
sem blindagem por objetos próximos ) e inferior 10
d e s l i g a m e n t o / 1 0 0 k m / a n o ( F S = 0. 99 – l i n h a c o m b l i n d a g e m p o r o b j e t o s
próximos ).
CAPÍTULO 4 - RESULTADOS 44
C o m p a r a n d o o s r e s u l t a d o s d a s Fi g u r a s 4 . 13 e 4 . 14 p o d e - s e e s t i m a r o
f a t o r d e b l i n d a g e m m é d i o p a r a a c o n d i ç ã o r e a l d o a l i m e n t a d o r R C A - 10 , s e n d o
m e n o r o u i g u a l a 0. 43.
110,0
100,0 FS=0,01
FS=0,01
FS=0,10
FS=0,25
90,0
FS=0,35
Fp[Numero interrupções/100km/ano]
FS=0,50
FS=0,10
80,0 FS=0,75
FS=0,85
FS=0,25
70,0 FS=0,99
60,0 FS=0,35
50,0 FS=0,50
40,0 FS=0,75
30,0
FS=0,85
20,0
FS=0,99
10,0
0,0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0 9,5 10,0
Ng (Descarga/km2/ano)
F i g u r a - 4 . 14 : C u r v a s d e f a t o r d e b l i n d a g e m p a r a l i n h a c o m N B I d e 1 7 0 k V
CAPÍTULO 4 - RESULTADOS 45
O a l i m e n t a d o r C N L U 1- 1 9 ( C o n s e l h e i r o L a f a i e t e 1 9 ) a p r e s e n t a - s e c o m o
nível básico de isolamento (NBI) de 170kV na extensão do tronco e 95kV nos
ramais, constituindo dessa forma um alimentador com característica mista .
P a r a o c á l c u l o d o d e s e m p e n h o , f or a m u t i l i z a do s o s d o i s v a l o r e s d e N B I ,
9 5 k V e 1 7 0 k V , d e f o r m a a d e f i n i r o s l i m i t e s e x t r e m o s d a s f a i x a s de
d e s e m p e n h o . O s d e m a i s p a r â m e t r o s s ã o o s m e s m o s d e f i n i d o s n os ite n s
anteriores.
A F i g u r a 4 . 15 a p r e s e n t a o g r á f i c o d e d e s e m p e n h o p a r a a c o n d i ç ã o r e a l e
estimada . São apresentados os limites superiores e inferiores para a condição
de NBI de 95kV e 170kV (cálculo estimado) , além dos valores reais do
a l i m e n t a d o r C N L U 1- 19.
140,0 FS=0,01-95kV
130,0
120,0 FS=0,01-170kV
110,0
DESCARGA+
100,0
Fp [Interrupções/100km/ano]
RELIGAMENTO
90,0
80,0
FS=0,99 - 95kV
70,0
60,0
50,0
DESCARGA
40,0
30,0
FS=0,99 - 170kV
20,0
10,0
0,0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0 9,5 10,0
Ng [Descarga/km2/ano]
F i g u r a - 4 . 15 : A l i m e n t a d o r M i s t o 9 5 - 1 7 0 k V – A n á l i s e d e F a i x a s
CAPÍTULO 4 - RESULTADOS 46
C o n s i d e r a n d o o v a l o r d e N G i g u a l a 6. 2 2 d e s c a r g a s / k m 2 / a n o t ê m- s e o s
seguintes valores de desligamentos:
(1) R e a l: l imite s u p e r i o r 75 d e s l i g a m e n t o s / 1 0 0 k m / a n o ( e v e n t o : d e s c a r g a s
atmosféricas + religamento automático) e inferior 42
desligamentos/100km/ano (evento: descargas atmosféricas );
(2) E s t i m a d o p a r a o N B I d e 9 5 k V : li m i t e s u p e r i o r 1 2 0
d e s l i g a m e n t o s / 1 0 0 k m / a n o ( F S = 0 . 0 1 ) e i n f e r i o r 78
desligamentos/100km/ano (FS= 0. 99);
(3) E s t i m a d o p a r a o N B I d e 1 7 0 k V: l imite s u p e r i o r 72
d e s l i g a m e n t o s / 1 0 0 k m / a n o ( F S = 0. 0 1 ) e i n f e r i o r 10
d e s l i g a m e n t o s / 1 0 0 k m / a n o ( F S = 0. 9 9 ) .
C o m p a r a n d o o s g r á f i c o s d a F i g u r a s 4. 12, 4 . 1 4 e 4 . 1 5 f o i p o s s í v e l
d e t e r m i n a r o f a t o r d e b l i n d a g e m m é d i o p a r a o a l i m e n t a d o r C N L U 1- 19 , s e n d o
e s s e v a l o r m e n o r o u i g u a l a 0. 23.
130
120
Alimentador-CNLU1-10
110 95 kV
100
Alimentador CNLU1-19
Fp [Interrupções/100km/ano]
90 Misto
80
70
60
50 Alimentador RCA-10
170 kV
40
30
20
10
0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0 9,5 10,0
Ng [ Descargas/km2/ano]
C o n s i d e r a n d o o v a l o r d e N G ig u a l a 6. 2 2 d e s c a r g a s / k m 2 / a n o , o b t é m- s e o
valor médio para cada alimentador do estudo, sendo: 85
d e s l i g a m e n t o s / 1 0 0 k m / a n o p a r a o a l i m e n t a d o r C N L U 1- 1 0 ( 9 5 k V ) , 5 9
d e s l i g a m e n t o s / 1 0 0 k m / a n o p a r a o a l i m e n t a d o r C N L U 1- 1 9 ( m i s t o / 9 5 e 1 7 0 k V )
e 46 desligamentos/100km/ano para o alimentador RCA-10 (170kV).
V a l o r e s o b t i d o s p a r a o N G = 6,22 de s c a r g a s / k m 2 / a n o .
O s g r á f i c os d a s F i g u r a s 4 . 1 1 , 4 . 1 3 e 4 . 1 5 a p r e s e n t a m a m e s m a t e n d ê n c i a
de c r e s c i m e n t o d a s f a i x a s e n t r e o s v a l o r e s r e a i s e e s t i m a d o s . C o n s i d e r a n d o ,
que no processo de cálculo estimado o número de descargas indiretas foi
multiplicado por um fator igual a 4 (quatro), conforme expresso na equação
( 2 . 1 1 ) , p e r c e b e -s e q u e e s s e v a l o r co r r e s p o n d e a u m a a p r o x i m a ç ã o d o m o d e l o
da condição estimada para a condição real. No cálculo das tensões induzidas,
foi utilizado o fator 0.9, representando a redução de sobretensões nos
isoladores, pela presença do condutor neutro na linha. Esse valor é
CAPÍTULO 4 - RESULTADOS 49
A a v a l i a ç ã o d o d e s e m p e n h o p o r v a l o r e s m é di o s p e r m i t e u m a m e l h o r
compreensão dos índices reais e estimados, embora a avaliação por faixas
limites mostre as condições extremas, ou seja, o número mínimo e máximo de
desligamentos que podem ocorrer.
CAPÍTULO 5 - CONCLUSÕES 50
5. CONCLUSÕES
A p a r t i r d o l e v a n t a m e n t o d e d a d o s do S i s t e m a d e I n t e r r u p ç õ e s d a C E M I G
(CONINT), é possível determinar os três eventos mais freqüentes associados
a desligamentos em linhas de distribuição: descargas atmosféricas (40%);
contato eventual da arborização ou pássaros na linha (21%), e religamento
automático (12%). Já as falhas de equipamentos correspondem a 3% do total
de desligamentos e a manutenção programada 4%. Dessa forma, as descargas
atmosféricas contribuem com mais de 50% dos desligamentos no sistema de
distribuição.
N o d e s e n v o l v im e n t o de s s e t r a b a l h o , f o i c o n s i d e r a d a u m a a m o s t r a d e
d a d o s d o C O N I N T e d o S L T d e 4 ( q u a t r o ) a n o s . A a m o s t r a d e d a d o s , foi
definida considerando a disponibilidade de dados do SLT (a partir de 1998) e
do CONINT (a partir de 2000) para o mesmo período de anos , e a
configuração do número de sensores da RINDAT (25 sensores a partir de
2001) . P a r a e s s a c o n f i g u r a ç ã o f o r a m a n a l i s a d o s 7 3 7 . 7 4 7 r e g i s t r o s d e
descargas atmosféricas e 56.587 registros de interrupções. Uma comparação
h is t ó r i c a i d e a l s e r i a u m p e r í o d o d e 1 0 ( d e z ) a n o s . C o n t u d o , p a r a e s s e pe r í o d o
estima -se um volume de 1.850.000 registros de descargas atmosféricas e
142.500 registros de interrupções.
O e s t u d o d o d e s e m p e n h o r e a l d o a l i m e n t a d o r C N L U 1- 1 0 d e 9 5 k V
m o s t r o u u m n úm e r o m é d i o d e i n t e r r u p ç õ e s d e 8 5 d e s l i g a m e n t o s / 1 0 0 k m / a n o . O
a l i m e n t a d o r C N L U 1- 1 0 a p r e s e n t o u o p i o r d e s e m p e n h o e n t r e o s t o d o s o s
alimentadores do Estudo de Caso. O fator de blindagem médio para o
a l i m e n t a d o r C N L U 1- 10 é d e 0 . 5 8 .
O d e s e m p e n h o d o s e g u n d o a l i me n t a d o r , R C A - 1 0 d e 1 7 0 k V , é o m e l h o r
d o s t r ê s a l i m e n t a d o r e s d o e s t u d o . O s í n d i c e s d e i n t e r r u p ç õ e s s i t u a m- s e e n t r e
3 5 e 5 2 d e s l i g a m e n t o s / 1 0 0 k m / a n o p a r a a c o n d i ç ã o r e a l e d e 10 a 72
desligamentos/100km/ano para a condição estimada. O índice médio de
interrupções é de 46 desligamentos/100km/ano e o fator de blindagem médio é
CAPÍTULO 5 – CONCLUSÕES 51
0,4 3. O a l i m e n t a d o r a p r e s e n t a u m d e s e m p e n h o e m m é d i a 4 6 % m e l h o r d o q u e o
a l i m e n t a d o r C N L U 1- 1 0 d e 9 5 k V .
O t e r c e i r o a l i m e n t a d o r a n a l i s a d o C N L U 1- 1 9 , p o s s u i o t r e c h o t r o n c o c o m
o NBI de 170kV e os ramais com NBI de 95kV. Os índices de interrupções da
c o n d i ç ã o r e a l s i t u a m- s e e n t r e 4 2 e 75 d e s l i g a m e n t o s / 1 0 0 k m / a n o , u m v a l o r
médio de 59 desligamentos/100km/ano e um fator de blindagem médio de
0,2 3. E s t e a l i m e n t a d o r a p r e s e n t a u m d e s e m p e n h o e m m é d i a 3 1 % m e l h o r d o
q u e o a l i m e n t a d o r C N L U 1- 1 0 d e 9 5 k V .
O m o d e l o d e c á l c u l o d e d e s e m p e n h o , a pr e s e n t a d o n o g u i a d o I E E E
Standard 1410 representa uma formula simplificada de cálculo. Existem
algumas limitações do modelo, contudo os resultados reais e estimados
apresentam valores próximos entre si, indicando uma boa aproximação do
modelo. A comparaçã o dos resultados dos cálculos estimados e reais, permitiu
uma melhor compreensão do modelo de cálculo e de suas limitações. A
simplicidade do modelo, indica que ele pode ser aprimorado e aperfeiçoado.
mesma forma a análise dos dados do SLT deve ser realizada com critério, pois
s e n d o o S L T u m s i s t e m a a u t o m a t i z a d o p o d e m e x i s t i r v a l o r e s e x t r e mos
discrepantes na base de dados do Sistema.
D i v e r s o s s ã o o s a s p e c t o s c o m p l e m e n t a r e s , q u e p o d e m s e r a na l i s a d o s e m
trabalhos futuros, entre os quais citamos:
− A v a l i a r a s l a r g u r a s d e f a i x a d e s e r v i d ã o d a s l i n h a s d e d i s t r i b u iç ã o
c o n s i d e r a n d o a a p l i c a ç ã o d o s f a t o r e s d e b l i n d a g e m p o d e n d o- s e c h e g a r a o
fator de blindagem de diferentes alimentadores com o mesmo nível de
isolamento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 54
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