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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

Proposta de um Modelo Metodológico de Ensino-Aprendizagem


em Programação Integrado ao Ambiente Moodle baseado na
Zona de Desenvolvimento Proximal de Vygotsky

Michelle Moreira1
1
Universidade Federal do Pará, imichelle@ufpa.br

Resumo: O presente artigo discute o conceito proposto por Lev Vygotsky denominado ZDP (Zona de
Desenvolvimento Proximal), no qual ele descreve a existência de uma área potencial de
desenvolvimento cognitivo, determinada pelo desenvolvimento real atual do indivíduo, ou seja, o nível
atual em que ele se encontra, para resolver problemas sem auxílio de outras pessoas; e pelo nível de
desenvolvimento potencial, em que é necessário conduzir o indivíduo para efetuar a resolução de
problemas. Assim, propõe-se, um modelo metodológico de integração de três módulos de
aprendizado ao ambiente Moodle que auxiliarão o estudante na construção e amadurecimento de
suas próprias ideias, a fim de solucionar questões em linguagem de Programação Object Pascal do
Curso de Computação. O principal resultado do trabalho é mostrar a contribuição do conceito
defendido por Vygotsky para o processo de aprendizagem inicial de estudantes de computação em
disciplinas de Programação.

Palavras-chave: Vygotsky, ZDP,ambiente de aprendizagem, modelo metodológico, construção de


conhecimento.

Abstract: This article discusses the concept proposed by Lev Vygotsky termed ZPD (Zone of
Proximal Development), in which he describes the existence of a potential area of cognitive
development, determined by the current real development of the individual, ie the current level at
which it is to solve problems without assistance from others, and by the level of potential development,
it is necessary to lead the individual to perform the troubleshooting. Thus, it proposes a
methodological model for the integration of three learning modules in Moodle environment that will
assist the student in the construction and development of their own ideas in order to resolve issues in
language Object Pascal Programming Course Computer. The main result of this work is to show the
contribution of the concept advocated by Vygotsky for the initial learning process of students in
computer programming disciplines.

Keywords: Vygotsky, ZDP, learning environment, methodological model, knowledge construction.

1. Introdução Sob o ponto de vista da teoria


educacional de Vygotsky, este trabalho parte
O ensino de programação representa a de uma concepção teórica acerca do processo
base para o entendimento computacional. A de ensino de programação voltado aos
Programação pode ser considerada como uma estudantes de computação, que se encontram
das disciplinas mais importantes do curso de nos primeiros níveis de aprendizado,e de que
Ciência da Computação, pois é responsável forma é possível melhorar o entendimento
pela formação daqueles que terão no desses alunos na disciplina de programação,
desenvolvimento de softwares o produto final conduzindo-os progressivamente de um
do seu trabalho. Segundo as diretrizes estado de atitude receptiva para uma atitude
curriculares do MEC (MINISTÉRIO DA ativa.
EDUCAÇÃO, 1999,p.5), “As linguagens de O trabalho concentra-se no ambiente de
programação constituem-se em uma aprendizagem virtual Moodle, que apresenta
ferramenta de concretização de software, que três módulos integrados e implementados em
representa o resultado da aplicação de uma PHP, contendo exercícios em pascal, na qual
série de conhecimentos que transformam a os estudantes podem responder perguntas
especificação da solução de um problema em referentes a esta linguagem de programação.
um programa de computador que efetivamente Estes módulos representam elementos
resolve aquele problema..” principais de transição entre duas fases: a de

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recepção de informações e a autônoma, desenvolvimento com o próximo nível em


permitindo que o aluno construa um programa potencial. Portanto, para Vygotsky, o estágio
por meio de passos, em que ele escolhe, do aprendizado, que permite a utilização do
dentre um amplo conjunto de comandos, as conhecimento de forma autônoma, é o
funções apropriadas para se gerar um desenvolvimento real do estudante. Este
programa. Em outro estágio, o aluno responde estágio é dinâmico e vai se alterando no
questionários sobre a construção de processo de aprendizagem. O
programas em linguagem pascal. Além disso, desenvolvimento real produz as possibilidades
é disponibilizado um fórum onde os ainda não consolidadas que potencialmente
estudantes podem interagir entre si, corrigindo podem ser construídas; o que gera o
questões dos participantes do curso aos quais desenvolvimento potencial. O
eles pertencem e discutir dúvidas dos desenvolvimento potencial estimulado por
exercícios propostos. meio do processo contínuo de aprendizagem,
Este artigo encontra-se estruturado da evolui posteriormente para o desenvolvimento
seguinte forma: referencial teórico baseado no real. A figura 1 mostra o significado de ZDP:
conceito de Zona de Desenvolvimento
Proximal, proposto por Vygotsky, na seção 2; P
breve descrição sobre o ambiente Moodle e O
ZDP
apresentação do modelo metodológico na
T
seção 3, e por fim, na seção 4 são
apresentadas as conclusões e trabalhos E
futuros. N
R
E C
2. Referencial Teórico
A I
Nesta seção apresentam-se alguns L A
princípios que norteiam a aprendizagem do
L
indivíduo como condição para o
desenvolvimento e a relação deste conceito Figura 1 – Conceito de ZDP.
com a Zona de Desenvolvimento Proximal.
VYGOTSKY (2004) analisa a “...a zona de desenvolvimento proximal
aprendizagem do indivíduo sobre a ótica da refere-se, assim, ao caminho que o indivíduo
psicologia educacional. Para ele, o processo vai percorrer para desenvolver funções que
educacional é um processo psicológico, em estão em processo de amadurecimento e que
que a educação significa sempre a se tornarão funções consolidadas,
modificação do comportamento hereditário e a estabelecidas no seu nível de
difusão de novas formas de reação. Nesta desenvolvimento real. (OLIVEIRA, 2000)...”
área do conhecimento é que se ditam os Assim, o conceito de zona de
meios de realização de tarefas e objetivos da desenvolvimento proximal diz respeito ao
educação. apoio em recursos auxiliares oferecidos pelo
No contexto da psicologia educacional, a outro, caracterizando a capacidade de
escola tem um papel significativo no desenvolver o raciocínio do indivíduo de modo
desenvolvimento do indivíduo, pois é por meio partilhado.
dela que ele dá o passo fundamental para a
formação de sua consciência, superando, 3. Modelo Metodológico
portanto, pré-conceitos adquiridos na
interação social cotidiana e aprendendo novos Nesta seção apresentam-se uma breve
conceitos. Assim, VYGOTSKY (2005), descrição sobre o ambiente de aprendizagem
elaborou o conceito de Zona de Moodle, bem como um modelo metodológico
Desenvolvimento Proximal (ZDP). de três novos módulos de aprendizagem que
Esse autor considera que todo indivíduo, serão integrados ao Moodle.
numa situação de aprendizagem, já possui um O Moodle é um sistema colaborativo-
certo nível de desenvolvimento, que lhe dá distribuído, com fins pedagógicos, criado em
uma capacidade de resolver um problema de 2002 por uma comunidade internacional de
forma autônoma, sem o auxílio de outra desenvolvedores. O sistema possui tradução
pessoa. A Zona de Desenvolvimento Proximal em diversos idiomas e é disponível
(ZDP) representa, então, a área intermediária gratuitamente via download, através de seu
do processo que liga o nível atual de website (MOODLE, 2010).

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Por apresentar arquitetura em


componentes, o Moodle, permite ao
programador incluir novos módulos
condizentes com a realidade de cada sistema
implementado.

3.1. Funcionalidades incorporadas ao


ambiente Moodle
O modelo metodológico corresponde à
inclusão de três novos módulos, ao ambiente
Moodle, que tem a finalidade de contribuir
para o aprimoramento dos conhecimentos já
adquiridos pelo aluno. Na figura 2 é
apresentado o modelo arquitetural de Figura 4 – Interface de Respostas.
integração.
Ao inserir a primeira linha de código da
questão, o MOrder informa de imediato se o
aluno está respondendo o exercício de
maneira correta ou não. Caso a resposta não
seja a correta, o sistema emite uma
mensagem para que o aluno verifique o seu
erro. A figura 5 apresenta a interface do
verificador do sistema.

Figura 2 – Modelo Arquitetural de Integração.


3.1.1. MOrder: Esta funcionalidade, já
implementada, corresponde ao módulo
principal e proporciona ao professor a
elaboração de exercícios de construção de
programas, em que o aluno responde
ordenando os códigos de programação, que
estão em linguagem pascal. Figura 5 – Interface exibindo verificador.
Este módulo utiliza o recurso de correção Este módulo apresenta ainda um tempo
automática, informando a pontuação do aluno limite para a resolução dos exercícios. Ao
para cada resposta realizada. iniciar a resolução é exibida uma mensagem
As figuras 3 e 4 mostram, na sequência, a informando que há um limite de tempo que
interface de perguntas e respostas do sistema. deve ser respeitado pelo aluno. Finalizado o
tempo, será mostrada ao aluno uma tela
contendo a nota obtida e a porcentagem de
acertos.

3.1.2. MQuest: Nesta funcionalidade, o


professor pode formular quatro tipos de
perguntas relacionadas a linguagem pascal.
Dependendo do tipo de pergunta, o aluno
pode responder por meio de duas hipóteses:
Selecionando o item que ele considera correto
ou escrevendo a resposta. Em ambas as
hipóteses, o sistema utiliza o recurso de
correção automática. Os tipos de perguntas
são descritos a seguir:
Figura 3 – Interface de Perguntas.

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- Escolha múltipla: São elaboradas As funcionalidades interativas presentes


questões com cinco alternativas, nas quais o em cada um dos exercícios proporcionam aos
aluno escolhe uma única opção de resposta, professores, que precisam modificar seus
clicando no item correto. métodos de ensino, a superação de práticas
- Resposta curta: Há um espaço para que antigas para novas estratégias de ensino.
o aluno possa escrever a sua resposta, Sendo assim, é de fundamental
podendo, inclusive, indicar mais que uma importância que o uso destes módulos
resposta possível. contribua para que o estudante consiga atingir
- Híbrida: Corresponde a uma mistura de o fator potencial de seu desenvolvimento
perguntas de escolha múltipla e de resposta cognitivo e o professor atuaria como guia no
curta. A pergunta inicia sob a forma de processo de aprendizagem, até o estudante
resposta curta. Se o aluno realizar mais que ser capaz de assumir o controle cognitivo do
duas tentativas frustradas de resposta curta, o conteúdo.
sistema passa a condição de escolha múltipla Como trabalho futuro, espera-se
e fornece uma lista de hipóteses, nas quais o desenvolver as funcionalidades MQuest e
aluno precisa optar pela resposta correta. MForum, já citadas aqui neste artigo. Além
- Seleção Múltipla: É apresentado ao disso, de forma a enriquecer ainda mais o
aluno um conjunto de itens, dentre os quais modelo metodológico, pretende-se realizar
ele deve selecionar os que são corretos. testes com alunos e professores do Curso de
Ciência da Computação da UFPA, a fim de
3.1.3. MFórum: Nesta funcionalidade os que seja possível traçar uma estimativa do
participantes do curso respondem as questões nível de aprendizado dos alunos.
relativas aos outros dois módulos já citados,
sendo permitido que os alunos tirem dúvidas Referências Bibliográficas
entre si.
Por exemplo, se um aluno responder uma
1. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. (1999).
questão, ele pode enviar sua resolução a
Diretrizes curriculares de cursos da
outros alunos, inclusive ao professor para
área de computação e informática.
leitura e observação do que o aluno fez.
Disponível:
Qualquer participante poderá oferecer dicas
http://www.inf.ufrgs.br/ecp/docs/diretriz.pdf
ou corrigir o resultado do colega, ou se
.[16 Set. 2010].
ninguém tiver a iniciativa, a resposta será
automaticamente encaminhada ao professor 2. MOODLE. (2010). Disponível:
para correção. http://www.moodle.org. [16 Set. 2010].
Neste módulo é gerada uma pontuação 3. OLIVEIRA, Marta, Vygotsky Aprendizado
conforme a correção que os participantes e desenvolvimento um processo sócio-
realizaram sobre a referida resposta, histórico. São Paulo: Scipione, 2000, n.º
indicando ao aluno, além disso, se a resposta 60p.
foi ideal ou não, se ele precisa melhorar seu 4. VYGOTSKY, Lev. Psicologia
desempenho e como está seu nível de Pedagógica. 1ª Edição. São Paulo:
aprendizado. Martins Fontes, 2004.
O objetivo principal desta funcionalidade é 5. VYGOTSKY, LURIA, LEONTIEV et al.
fazer com que os alunos se interajam no Psicologia e Pedagogia: bases
curso, aprendam uns com os outros e saibam psicológicas da aprendizagem e
se eles realmente estão aprendendo. desenvolvimento. 4ª edição. São Paulo:
Centauro, 2005.
4. Conclusões e Trabalhos Futuros
Agradecimentos: Ao CNPq, por ter
Considerando as reflexões expostas no possibilitado e financiado esta pesquisa e à
referencial teórico da seção 2, conclui-se que UFPA por ter concedido laboratório específico
a utilização de exercícios com métodos para desenvolvimento desta pesquisa.
voltados para o aprendizado em programação
integrados ao ambiente Moodle, constitui um
aspecto fundamental de incentivo e
aperfeiçoamento das habilidades dos
estudantes em assimilar o conteúdo já
estudado.

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Interoperabilidade do Moodle com Plataformas Microsoft –


Novas Alternativas de Uso e Ampliação de seu Mercado
Eduardo Martins Morgado1, Rodrigo Yuji Mizobe Nakamura2, Renato Schmidt2, Marcus
Vinycius Flores Barizon2, João Manoel Palmeira Tripoloni2
1
Depto. Computação – UNESP - Universidade Estadual Paulista
Av. Luiz Edmundo Coube – Campus – Bauru – SP – Brazil
2
LTIA – Laboratório de Tecnologia de Informação Aplicada – Dco/FC
UNESP, SP.
emorgado@travelnet.com.br,{rodrigo.mizobe, renato.schmidt,
marcos.barizon, joao.tripoloni}@ltia.fc.unesp.br

Abstract. This paper describes the alternatives of integration of Moodle


Educational Platform with many Microsoft Platform, through modern
resources of Interoperability, showing their technical advantages and some
educational possibilities. It orients about the alternatives of download these
resources of integration, because they are connectors developed as open
applications. This Interoperability enhance the possibilities of use of Moodle
for almost all the interested, users of infrastructures based on Open Software
or Microsoft Platform, without any migration or new equipment. Finally, it
presents the resources, in development, of Interoperability for Cloud
environment of all the resources presented at this paper, pointing out the
advantages for the next future of Education.

Resumo. Este artigo descreve as alternativas de integração da Plataforma


Educacional Moodle com várias Plataformas Microsoft, através dos modernos
recursos da Interoperabilidade, apresentando suas vantagens técnicas e
algumas possiblidades educacionais. Orienta sobre as alternativas de
“download” desses recursos de integração, por se tratarem de conectores
desenvolvidos em aplicações abertas. Essa Interoperabilidade amplia as
possibilidades de uso do Moodle para praticamente todos os interessados,
sejam eles usuários de infraestruturas baseadas sobre Software Aberto ou
sobre Plataformas Microsoft, sem necessidade de migração ou aquisição de
novos equipamentos. Finalmente, apresenta os recursos, ora em
desenvolvimento, de Interoperabilidade no ambiente “Cloud”, de todos os
recursos apresentados, apontando suas vantagens para o futuro próximo da
Educação.

PALAVRAS-CHAVE: Interoperabilidade; Novas arquiteturas Moodle; Integração


Moodle / Microsoft; Computação Cloud.

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1. Introdução
A Plataforma Educacional Moodle, ou simplesmente Moodle é um dos exemplos mais
bem sucedidos de desenvolvimento em Software Aberto (também chamado de Software
Livre), segundo Morgado (2009,a). De acordo com o site oficial Moodle (Moodle.org,
2010), temos hoje mais de 55 mil sites Moodle registrados e cerca de 35 milhões de
usuários. Nossa tese é que esse número poderia ser muitas vezes maior se lançássemos
mão das oportunidades oferecidas pelas tecnologias de Interoperabilidade e
integrássemos o Moodle com as as Plataformas Microsoft. De uma forma simplista,
podemos definir Interoperabilidade, em tecnologia, como fazer com que plataformas
tecnológicas diferentes “conversem” entre si de forma transparente para o usuário,
tirando o maior proveito de cada uma dessas plataformas. É fato conhecido a adequação
do Moodle à atividade educacional, pois conforme Dalpizzo (2007) ela “permite um
novo posicionamento do aluno com características mais autônomas e do professor com
responsabilidade mais voltada à mediação e ao incentivo que à transmissão do
conhecimento”, o que explica seu enorme sucesso junto à comunidade educacional.
Outra razão para o enorme número de usuários do Moodle, é sua flexibilidade,
conforme destaca Machado (2007) ao afirmar que o Moodle “dispõe de muitos recursos
de interação mútua... e possibilidades de modificação da interface”.
Se acrescentarmos à essas reconhecidas vantagens, as também conhecidas
vantagens das Plataformas Microsoft através das ferramentas de Interoperabilidade,
normalmente conectores, add-ins e/ou add-ons desenvolvidos normalmente em
linguagens de aplicação aberta, garantindo a continuidade da liberdade dos usuários,
poderemos ter o melhor dos dois mundos. Neste trabalho apresentaremos várias dessas
integrações Moodle com Plataformas Microsoft, desenvolvidas e em desenvolvimento,
com técnicas de Interoperabilidade. Estas aplicações se encontram livremente
disponíveis no site de Software Aberto da Microsoft (Porta 25, 2010).

2. Interoperabilidade Moodle e SharePoint

O SharePoint é uma ferramenta de colaboração e integração de comunidades da


Microsoft, totalmente adaptável e replicável, podendo ser customizado para a criação de
comunidades educacionais facilmente replicáveis, que integrado ao Moodle, cria um
conjunto de alta sinergia, por dividir tarefas com o Moodle, ao assumir a missão de
criação e manutenção das comunidades educacionais que se formam durante e após os
cursos Moodle, que continua independente e com toda sua estrutura livre e também
altamente adaptável. A integração do Moodle com a ferramenta de colaboração
SharePoint está em operação em algumas universidades onde a infraestrutura é baseada
nas Plataformas e produtos Microsoft, onde o SharePoint já havia sido adotado. A forma
de acesso ao SharePoint, quando em uso educacional, passa a ser feita através do
Moodle, por meio de um “login único”, de forma transparente aos usuários do Moodle –
logado no Moodle, o usuário já está autorizado para utilizar os recursos do SharePoint.

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O conector desenvolvido foi denominado de Moodle-Sharepoint Unified1 e


enfrentou o desafio de prover uma autenticação transparente entre os controladores do
SharePoint WebParts e a plataforma Moodle. Tecnicamente podemos descrever esse
conector, como composto dos seguintes componentes:

 MSU Moodle Patch – Customização do sistema Moodle que habilita o


processo de autenticação unificado, consumindo o WebService necessário
desenvolvido como parte do projeto MSU.
 MSU Modified MoodleWS.PHP – MoodleWS2 – modificação no WebService
que habilita o acesso e a edição dos dados da plataforma Moodle.
 MSU WebService.NET – WebService responsável pela sincronização entre o
cadastro do usuário e o sistema de gerencimento da Microsoft Active Directory,
atuando de modo transversal, de modo que se um usuário é cadastrado no
Moodle, será criado um entrada para este usuário no Active Directory e vice-e-
versa.
 MSU Web Parts
o MSU Login – WebPart que adiciona o usuário do SharePoint no Active
Directory.
o MSU Change Password – WebPart que permite a troca de senha,
garantindo transparência ao sistema Moodle e o Active Directory no
processo de autenticação.
 MSU Moodle Login Delay Tester – Ferramenta que possibilita um modo
simples de teste de latência do processo de autenticação.

Figura 1 – Integração Plataforma Moodle com Plataforma SharePoint

1
Disponível em http://msu.codeplex.com/
2
Disponível em http://cipcnet.insa-lyon.fr/Members/ppollet/public/moodlews/

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3. Interoperabilidade Moodle, Live@Edu, Windows Server, SQL Server e


Internet Information Services (IIS)
A integração de login do Moodle com o Live@Edu permite o acesso aos recursos desta
plataforma (e-mail, calendário e mensagens instantâneas) utilizando apenas o
procedimento de login do Moodle, a qual os usuários já estão acostumados, criando uma
nova dinâmica de interação entre os estudantes e os professores. O Windows Live@Edu
permite a implementação de e-mails com o domínio da organização educacional
(@nomedaescola.edu.br). Embora saibamos que atualmente a maioria dos alunos e
professores já possuem um e-mail pessoal, consideramos esse novo e-mail um novo
recurso educacional, uma vez que pode ser usado exclusivamente, se assim definido
pela proposta pedagógica, para as atividades através do Moodle.

Considerando outro aspecto, se uma organização já utiliza uma infraestrutura


baseada nas Plataformas Microsoft (Windows Server, IIS e SQL Server), é possível que
o Moodle seja instalado diretamente sobre esta plataforma, eliminando, assim, a
necessidade de um novo servidor, com sistema operacional Unix ou Unix-like, como o
Linux, Solaris ou FreeBSD, entre outros, apenas para hospedar o Moodle. A integração
é feita sobre o sistema operacional Windows Server 2008 e banco de dados SQL Server
2008 com significativa economia em hardware e com a equipe de suporte da
organização escolar e, principalmente, de forma transparente para os usuários
experientes em Moodle que estejam implementando um determinado projeto
pedagógico na escola.

Para que a essa integração ocorra são necessárias configurações no banco de


dados, no servidor web e no PHP. Todas as instruções podem ser encontradas na
documentação oficial do Moodle3. A vantagem desta solução é a possibilidade de
centralizar o gerenciamento e manutenção do Moodle com outras soluções Microsoft já
existentes.

Integração do Moodle com a plataforma Microsoft

Network

Usuários

Figura 2 – Integração Moodle com Live@Edu, em Windows Server e SQL Server.

3
Disponível em http://docs.moodle.org/en/Installing_MSSQL_for_PHP

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3.1 Live@Edu, Linux, Apache, MySQL e Moodle – uma questão específica

A solução descrita acima resolve e integra o Moodle e o Live@Edu em usuários que


iniciam o uso do Moodle. Em grandes instalações do Moodle já existentes, há uma
grande base de dados Moodle dinâmica e uma estrutura de software livre já definida.
Isso criou um caso bem definido e particular, por que as bases de dados do Moodle
contêm dados diferentes das bases de dados do Outlook Live. O caso particular, uma
grande organização de capacitação, utiliza o Moodle sobre Linux, Apache e MySQL.

Para evitar o recadastramento no Live@Edu, foi desenvolvida uma ferramenta


de migração chamada Chain. Esta ferramenta extrai as informações dos usuários do
Moodle diretamente de seu banco de dados e cria um arquivo CSV (“Comma-Separated
Values”) contendo as informações necessárias para o cadastro como nome, sobrenome,
login, senha, etc, pronto para ser importado para o Live@Edu, criando também o
vínculo Moodle–LiveID. O Chain está disponível gratuitamente em seu site no
Codeplex4.

No caso da criação dos usuários pós-migração para a plataforma Live@Edu, foi


desenvolvido o ChainService, que automatiza a criação de usuários no Live@Edu. No
momento em que um usuário é criado no Moodle, é criada uma solicitação ao
Live@Edu a partir do WebService do ChainService e um usuário é criado nesta base de
dados por meio de um script PowerShell.

Essa solução permitiu tirar ainda mais proveito da Integração Moodle e


Live@Edu, estendendo-a para organizações educacionais com grandes bases de dados
de usuários através de um simples “plug-in”, desenvolvido em parceria com os recursos
do Microsoft Education Labs (2010).

4. Moodle e Cloud Computing na Plataforma Windows Azure e SQL Azure

4.1. Cloud Computing

Com o desenvolvimento da Internet surgiu a oportunidade de se prover acesso, em


tempo real, a serviços, software e hospedagem de dados, a uma rede virtual de “data
centers”espalhados no mundo todo, ou seja a “nuvem” ou “cloud”. Para os usuários
surge a oportunidade de consumir recursos em caráter permanente ou temporário sem a
necessidade de montar uma infraestrutura física para prover estes mesmos recursos. As
grandes vantagens dessa solução seriam a desobrigação com a manutenção da
infraestrutura física; maior atenção para os negócios da organização, que no nosso caso
é a Educação; redução de custos; flexibilidade e despreocupação com os investimentos e
desinvestimentos em tecnologia; mas, principalmente no nosso caso, que gira em torno
do uso do Moodle e portanto da Educação, da facilidade com que se enfrenta

4
http://chain.codeplex.com/

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sazonalidades de demanda – o aumento ou diminuição de usuários são resolvidos


imediatamente, pela “nuvem”, que é uma provedora de serviços sob demanda.

A importância da computação na “nuvem” para a educação é ressaltada pelo


Horizon Report (2010) que claramente declara que “as tecnologias que usamos estão
evoluindo rapidamente em direção a ser baseadas na “nuvem”... A contínua aceitação
e adoção de aplicações e serviços baseados na “nuvem” está mudando não apenas a
forma como nós configuramos e usamos o software e o armazenamento de dados, mas
também como nós concebemos essas funções. Isso faz com que não mais importe onde
nosso trabalho está armazenado, mas sim que nossa informação esteja disponível; e,
que não importe onde estejamos ou que tipo de equipamento estejamos usando...”.

4.2. Plataforma Windows Azure

A Plataforma Windows Azure é um grupo de tecnologias para uso na “nuvem”,


hospedados nos data centers da Microsoft, que fornece um conjunto específico de
serviços para desenvolvedores. A plataforma de serviços Azure é composta por um
sistema operacional, Windows Azure, e um conjunto de serviços para os
desenvolvedores, como o Azure AppFabric e SQL Azure.

Nosso projeto de pesquisa, ora em andamento é a migração de toda a Plaraforma


Educacional Moodle já em Interoperabilidade com as Plataformas Windows Azure e
SQLAzure para a “nuvem” visando maximizar o alcance do conjunto de sistemas e
facilitar o acesso da maioria de usuários possível. Como a plataforma Windows Azure
permite a execução de serviços FastCGI, como o PHP, acreditamos existir certa
facilidade no porte do Moodle. O SQL Azure é uma versão especial do Microsoft SQL
Server 2008 para o ambiente de cloud computing. O Moodle, na versão 2.0, cuja versão
final estará disponível em setembro de 20105, suporta o SQL Server como banco de
dados nativamente. Mediante configuração e adaptações em seu código, é possível a
execução do Moodle como um serviço na plataforma de cloud computing da Microsoft.
Para tanto, utilizamos o SDK para o desenvolvimento de aplicações em PHP para Azure
da Microsoft, integrada ao ambiente de desenvolvimento Eclipse6, que inclui as
extensões para integração do SQL Azure no PHP e outros componentes que integram
aplicações escritas em PHP com o Windows Azure.

5. Conclusões

Como vimos, a Interoperabilidade de Plataformas Microsoft com o Moodle é uma


realidade comprovada e disponível gratuitamente, ampliando as possibilidades de
utilização do Moodle a uma enorme base de potenciais usuários, que hoje utilizam a

5
http://docs.moodle.org/en/Moodle_2.0_release_notes
6
http://www.windowsazure4e.org/

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Plataforma Microsoft, além de permitir aos atuais usuários Moodle, alternativas


operacionais para sua infraestrutura, acrescentando recursos novos, que não precisarão
ser desenvolvidos dentro do Moodle. Finalmente, apresentamos uma pesquisa em
andamento, que estará migrando o Moodle em Interoperabilidade, tal como descrito
neste artigo, para a computação na “nuvem”, democratizando de forma definitiva o
acesso a Educação baseada no Moodle.

Referências

DALPIZZO, N,D; PANDINI, M.C.; JACQUES, E.M.S. Educação a Distância e as


diferentes formas de aprender através do ambiente Moodle. Anais do I MoodleMoot
Brasil; pag 82;85. São Paulo, 2007.

HORIZON REPORT. Version 2010; Chapter 2 - Key Trends -


http://wp.nmc.org/horizon2010/; The New Media Consortiun, 2010.

MACHADO Jr, F,S. Comparando o Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle com


tipos mais comuns de web sites. Anais do I MoodleMoot Brasil; pag 72;75. São
Paulo, 2007.

MOODLE.ORG; Site oficial da Comunidade Moodle mundial, http://moodle.org, em


28/07/2010.

MICROSOFT EDUCATION LABS – portal de discussão e soluções para a educação


do século 21; www.educationlabs.com; 2010.

MORGADO, E.M. Notas de aula “Tópicos em Sistemas de Informação III, Unesp,


2009.

MORGADO, E.M; GOULARD, J.G; RIBEIRO, R.A. Investigação de framework entre


o Moodle e o Microsoft Office SharePoint Server 2007, para aplicação em larga
escala. Anais do I MoodleMoot Brasil; pag 37. São Paulo, 2007.

MSDN, “Plataforma Windows Azure”. Disponível em: <http://msdn.microsoft.com/pt-


br/windowsazure/default.aspx>. Acesso em: 21 julho 2010.

Portal 25 – Portal de Aplicações Abertas da Microsoft, onde no site


www.codeplex.com/NDOS, podem ser encontrados os conectores, em aplicações
abertas, citados nesse artigo. Brasil, 2010.

HP Research, “Cloud”. Disponível em: <http://www.hpl.hp.com/research/cloud.html>


Acesso em: 21 julho 2010.

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Uma Experiência na Utilização do Ambiente Virtual de


Aprendizagem Moodle no Ensino de Inteligência Artificial

Sidnei Renato Silveira


UniRitter – Centro Universitário Ritter dos Reis, sidnei@uniritter.edu.br

Resumo: Este artigo apresenta a experiência didática na disciplina de Inteligência Artificial, no Curso
de Bacharelado em Sistemas de Informação do UniRitter, utilizando recursos de Educação a
Distância. A disciplina é ministrada na forma semipresencial, utilizando o ambiente virtual de
aprendizagem Moodle.

Palavras-chave: Ambientes Virtuais de Aprendizagem, Moodle, Inteligência Artificial

Abstract: This paper presents the teaching experience of the Artificial Intelligence Course of the
School of Information Technology at UniRitter, with distance education resources. The course applies
the Moodle Virtual Learning Environment.

Keywords: Virtual Learning Environments, Moodle, Artificial Intelligence

1. Introdução 2. Ensino de IA utilizando recursos de


EaD
Atualmente, a Educação a Distância (EaD)
vem ganhando espaço e se consolidando A disciplina de Inteligência Artificial foi
cada vez mais. Segundo Sanchez (2010), introduzida no currículo do Curso de
existem 972 mil estudantes em EaD no Brasil, Bacharelado em Sistemas de Informação do
representando um crescimento de 213% de UniRitter no ano de 2005, tendo sua primeira
alunos entre 2004 e 2007. Nos cursos da área turma efetivada em 2006. A disciplina já
de Informática, a utilização de Ambientes passou por reformulações, necessárias para
Virtuais de Aprendizagem (AVAs) é bastante ajustar possíveis desvios com relação ao
difundida, tendo-se em vista a facilidade, por conteúdo e/ou ferramentas abordadas.
parte do público-alvo, no manuseio destas Atualmente, os seguintes assuntos são
ferramentas. discutidos em sala de aula: Introdução à
No UniRitter, uma das disciplinas Inteligência Artificial, Sistemas Especialistas,
ministradas na forma semipresencial, Sistemas de Recomendação, Mineração de
utilizando-se os recursos do AVA Moodle, é a Dados, Sistemas Hipermídia Adaptativos,
de Inteligência Artificial, no Curso de Algoritmos Genéticos, Raciocínio Baseado em
Bacharelado em Sistemas de Informação. Casos e Redes Neurais.
Esta disciplina é ofertada desde 2006, sendo A disciplina é ministrada na forma
50% da sua carga horária realizada de forma semipresencial, sendo 50% da carga horária
presencial e, os 50% restantes, através das em sala de aula e 50% desenvolvida a
ferramentas existentes no Moodle (SILVEIRA distância, utilizando-se as ferramentas do
et. al., 2007). AVA Moodle. Muitas instituições (de ensino ou
Neste sentido, este artigo apresenta a organizações) têm utilizado esta plataforma,
experiência no ensino de Inteligência Artificial pois a licença permite a customização e
(IA) no UniRitter e está assim organizado: a adaptação das funcionalidades desenvolvidas,
Seção 2 apresenta os recursos de EaD e desde que o código-fonte alterado seja
ferramentas empregadas na disciplina. A disponibilizado a outros usuários da
seção 3 apresenta as impressões dos alunos plataforma (Bertagnolli, 2009). A Figura 1
sobre a disciplina e a seção 4 apresenta as apresenta a interface do Moodle, customizada
considerações finais. para o UniRitter.

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

O plano de ensino é disponibilizado aos


alunos através do ambiente Moodle.

Tabela 1: Atividades do Plano de Ensino da


Disciplina
Estratégias de Estratégias de
Aprendizagem Avaliação
Aula 1 (Presencial) –
Apresentação da disciplina,
cronograma, critérios de
avaliação. Introdução à
Inteligência Artificial e
aplicação das técnicas de IA
Figura 1 - Interface do Moodle customizada no desenvolvimento de
para o UniRitter Sistemas de Informação.
02/03/2010
As principais ferramentas utilizadas são
arquivos (para a disponibilização de materiais Bibliografia Indicada:
didáticos elaborados pelo professor), fórum Capítulo 1 - (FERNANDES,
(para discussão dos conteúdos abordados), 2005). Capítulo 11 –
recursos (para disponibilização de materiais (BARONE, 2003). Capítulo 1 –
(REZENDE, 2005).
didáticos, softwares e links para acesso à
Aula 2 (EaD) – Procurar na Participar do
web), atividades (para publicação e Internet exemplos de Sistemas Fórum “Sistemas
recebimento dos trabalhos realizados pelos Especialistas e postar no Especialistas”. A
alunos), portfólio (para disponibilização de fórum sobre Sistemas avaliação desta
materiais extras) e e-mail. Durante todo o Especialistas uma breve atividade
semestre, são realizadas atividades de descrição e links para consulta compreende 10%
pesquisa e/ou práticas, para auxiliar no aos mesmos. da nota do Grau
entendimento das técnicas estudadas. Os A.
resultados das pesquisas realizadas pelos
alunos são publicados através de fóruns de Com relação às ferramentas existentes no
discussão, além de serem apresentados e AVA, na disciplina de Inteligência Artificial são
discutidos, também, em sala de aula, nos utilizadas as seguintes:
momentos presenciais. Outra forma de • Fórum de discussão: durante o semestre são
aplicação é a realização de trabalhos de realizados em torno de quatro fóruns de
implementação, através dos quais os alunos discussão, sobre os temas abordados na
precisam desenvolver um software aplicando disciplina. Entre eles destacam-se: Sistemas
uma ou mais técnicas de Inteligência Artificial Especialistas, Sistemas de Recomendação,
abordadas na disciplina. Sistemas Hipermídia Adaptativos e
Para facilitar o entendimento das técnicas Algoritmos Genéticos. Os alunos realizam
estudadas e favorecer o processo de pesquisas na web e postam no fórum
aprendizagem, são empregadas ferramentas informações sobre sistemas encontrados
baseadas em software livre e/ou (objetivos, ferramentas utilizadas na
desenvolvidas pelo professor da disciplina. implementação, técnicas, etc). O professor
A metodologia utilizada para as aulas visita os sites informados e leva para a aula
envolve diversos aspectos diferenciados, presencial um resumo do que foi
iniciando-se pela elaboração do plano de apresentando, correlacionando com os
ensino. O plano de ensino, seguindo um dos conceitos estudados. Além da discussão em
modelos institucionais, prevê a realização de sala de aula, são realizadas discussões
atividades a distância. Estas atividades são através do próprio fórum;
apoiadas pelo AVA, através das ferramentas • Arquivos: esta ferramenta permite que o
disponibilizadas. As atividades são todas professor disponibilize materiais para a
detalhadas no plano de ensino. A Tabela 1 disciplina. Estes arquivos são
apresenta como são detalhadas estas disponibilizados através da programação
atividades. Definem-se os tópicos abordados semanal da disciplina, como recursos ou
em cada aula, bibliografia indicada, estratégias como atividades;
de avaliação e data de entrega das atividades. • Portfólio: esta ferramenta permite que o
professor (e também os alunos) compartilhe

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

materiais adicionais para a disciplina. São desenvolvidos com linguagens de


disponibilizados softwares utilizados programação e ferramentas voltadas à área
(ferramentas livres e ferramentas comercial, como é o caso do Microsoft Visual
desenvolvidas pelo professor, que podem Studio.
ser baixadas pelos alunos) e materiais
adicionais (materiais extras, que incluem
3. Impressões dos Alunos
artigos publicados em eventos, monografias
de trabalhos de conclusão de curso, entre
Semestralmente o processo acadêmico
outros documentos). Utiliza-se o plugin
das disciplinas é avaliado, a partir da
Portfolio Sophia;
aplicação de um instrumento on-line,
• Atividades: através das atividades propostas,
construído e analisado pela coordenação
os alunos podem enviar os resultados das
setorial de avaliação institucional da
atividades práticas realizadas e receberem o
Faculdade de Informática, em conjunto com a
feedback do professor. Fornecer um
Comissão Própria de Avaliação (CPA). Este
feedback adequado permite que se diminua
instrumento é aplicado de forma anônima.
a distância no processo de aprendizagem e
Entre as questões apresentadas ao aluno,
se incentive a interação por parte dos alunos
algumas destacam, especificamente, as
(Amaral et. al., 2007).
atividades das disciplinas semipresenciais. As
Além das ferramentas apresentadas,
questões relacionadas com a EaD são as
também utilizam-se o e-mail e o fórum de
seguintes (como mostra a Tabela 2): 1)
notícias, para manter um contato mais próximo
atividades propostas no ambiente virtual de
com os alunos. Cabe destacar a importância
aprendizagem; 2) material didático
de utilizar-se uma linguagem conversacional,
disponibilizado para as atividades a distância;
que favoreça a interação.
3) interação do professor com os alunos
As ferramentas utilizadas envolvem duas
através do ambiente virtual de aprendizagem e
categorias: 1) ferramentas livres, disponíveis
4) integração entre as aulas presenciais e as
na Internet e 2) ferramentas desenvolvidas
atividades a distância. Para cada uma destas
pelo professor, utilizando o ambiente Microsoft
questões, o aluno atribuiu um conceito,
Visual Studio.NET. As ferramentas
dividido em uma escala de 5 opções:
desenvolvidas pelo professor envolvem
excelente, muito bom, bom, regular e
simulações de Algoritmos Genéticos,
insatisfatório. Ainda existe uma opção sem
Raciocínio Baseado em Casos e Redes
resposta.
Neurais. Entre as ferramentas livres
destacam-se: a) Expert SINTA: esta Analisando-se os resultados das
ferramenta é um Shell para construção de avaliações semestrais, verifica-se que os
sistemas especialistas (LIA, 2010); b) alunos têm considerados adequados os
FreeCBR: esta ferramenta permite a instrumentos, materiais e interações
construção e consulta a bases de casos realizadas. A tabela 2 apresenta os
(FreeCBR, 2010); c) Tanagra: ferramenta que percentuais de avaliações Excelente e Muito
implementa inúmeros algoritmos para Bom, para as questões que envolvem as
mineração de dados (Rakotomalala, 2010). atividades de EaD, de 2007/2 (07/2) a 2009/2
(09/2). Considerando-se o número de alunos
Estas ferramentas são utilizadas da
matriculados na disciplina tem-se, em média, a
seguinte forma: o professor aborda a utilização
participação de 60% dos acadêmicos no
em sala de aula, nos momentos presenciais,
processo de avaliação. Entre 2007/2 e 2009/2,
acompanhando uma atividade prática junto
78 alunos já participaram da disciplina de
aos alunos, no Laboratório de Informática.
Inteligência Artificial.
Posteriormente, os alunos, de posse do
material didático elaborado disponível através Tabela 2: Resultados da Avaliação do
do Moodle, realizam uma atividade com as Processo Acadêmico
mesmas ferramentas (Silveira, 2008).
Questões 07/2 08/1 08/2 09/1 09/2
Os exemplos desenvolvidos em Visual 1 71% 67% 70% 70% 82%
Basic.Net permitem que os alunos, além de 2 86% 66% 85% 85% 81%
utilizarem as simulações, possam analisar o 3 71% 100% 80% 80% 72%
4 71% 67% 80% 80% 81%
código-fonte implementado. Utilizando-se as
ferramentas desenvolvidas em .Net, fica claro
aos alunos que os sistemas que aplicam Verifica-se, pelos dados apresentados na
técnicas de Inteligência Artificial podem ser tabela 2, que as impressões dos alunos têm

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sido bastante satisfatórias. Considerando-se a Com relação ao Moodle, atualmente está


média das avaliações entre 2007/2 e 2009/2, sendo desenvolvido um projeto de pesquisa
72% dos alunos considera as atividades que pretende aplicar técnicas de hipermídia
propostas no ambiente virtual de adaptativa, visando individualizar o processo
aprendizagem excelentes ou muito boas. de ensino e aprendizagem. Pretende-se
Analisando-se as questões 2 e 3, este aplicar estas técnicas, também, na disciplina
percentual chega a 80,6%. Com relação à de Inteligência Artificial.
questão 4 o percentual é de 75,8%. Mesmo
considerando-se estes percentuais, as Referências Bibliográficas
atividades presenciais e/ou a distância são
repensadas semestralmente, já que a 1. AMARAL, C.; SANTOS, I.; SCHENEIDER,
disciplina aborda a utilização de técnicas de A.; MENDONÇA, M. Gestão em EaD em
Inteligência Artificial no desenvolvimento de duas Dimensões: o tempo e o risco. Anais
Sistemas de Informação e é preciso estar em do VIRTUAL EDUCA BRASIL 2007.
consonância com as tendências do mercado. Disponível em
Além disso, os alunos discutem os resultados <http://aveb.univap.br/opencms/opencms/
da avaliação em sala de aula, com a sites/ve2007neo/pt-BR/inicio/index.html>.
participação do professor. Os comentários e Acesso em maio de 2010.
sugestões dos alunos são levados em conta 2. BERTAGNOLLI, S. C. et al. O Uso do AVA
na preparação da disciplina para os semestres Moodle na Modalidade de EaD do
posteriores. UniRitter. Anais da V SEPesq – SEMANA
DE EXTENSÃO, PESQUISA E PÓS-
GRADUAÇÃO. Porto Alegre: UniRitter,
4. Conclusões e Trabalhos Futuros
2009.
3. FREECBR. Disponível em:
A disciplina de Inteligência Artificial foi iniciada
<http://freecbr.sourceforge.net/>.
em 2006/1. Atualmente está sendo realizada a
Consultado em março de 2010.
9ª edição da mesma. Os resultados obtidos
4. LIA, Laboratório de Pesquisa em
até o momento demonstram o interesse pela
Computação. Expert SINTA. Disponível
área, já que vários alunos têm desenvolvido
em <HTTP://www.lia.ufc.br>. Acesso em
seus Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC)
março de 2010.
na área de Inteligência Artificial. Além disso,
5. RAKOTOMALALA, Ricco. Tanagra: a free
alguns alunos já publicaram os resultados de
data mining software for teaching and
seus trabalhos em eventos e participaram de
research. Disponível em <http://eric.univ-
projetos de pesquisa ligados à área.
lyon2.fr/~ricco/tanagra/en/tanagra.html>.
As avaliações do processo acadêmico
Acesso em abril de 2010.
têm demonstrado que os alunos estão
6. SANCHEZ, F. Anuário Brasileiro
satisfeitos com os recursos e com a forma
Estatístico de Educação Aberta e a
como os mesmos estão sendo empregados.
Distância. Disponível em
Entretanto, os conteúdos, materiais didáticos e
<http://www.abraead.com.br>. Acesso em
formas de interação com os alunos estão
abril de 2010.
constantemente sendo revisados, visando
7. SILVEIRA, S. R. Ensino de Inteligência
aprimorar os processos de ensino e de
Artificial em Cursos de Sistemas de
aprendizagem.
Informação. Anais do II WEI Tchê –
Acredita-se que o amadurecimento dos
WORKSHOP DE EDUCAÇÃO EM
acadêmicos - já que a disciplina é ofertada no
COMPUTAÇÃO DO RS. UniRitter: Porto
8º semestre do curso – e, também, pelo
Alegre, 2008.
interesse na área de Inteligência Artificial,
8. SILVEIRA, S. R.; BERTAGNOLLI, S. C.;
contribua para o êxito das atividades
SANCHES, L.; MOREIRA, E. N. O Uso de
realizadas, incluindo a abordagem via EaD. A
Atividades Semipresenciais em Cursos
partir da reforma curricular proposta no 2º
Presenciais como Forma de Qualificação
semestre de 2009, a disciplina passará a
da Educação Superior: o caso do
integrar o 6º semestre do currículo do curso, a
UniRitter. RENOTE: Revista Novas
partir de 2012. Esta alteração foi solicitada
Tecnologias na Educação, v. 5, p. 11,
pelos próprios alunos, para que pudessem
2007.
estudar os conceitos de Inteligência Artificial
antes de decidirem sobre os temas de seus
respectivos Trabalhos de Conclusão de Curso.

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Inclusão e Diagnóstico de um Modelo Afetivo no Ambiente Virtual


Moodle

Walison Silva1; Júlia Marques Carvalho da Silva2


1
Universidade do Vale do Itajaí, walison@univali.br
2
Instituto Federal do Rio Grande do Sul, julia.silva@bento.ifrs.edu.br

Resumo: O presente artigo apresenta um projeto cujo objetivo é desenvolver um módulo para o
ambiente virtual Moodle que seja capaz de identificar aspectos afetivos a partir de indicadores
observáveis. Tais indicadores são representados por interações que o aluno faz no ambiente virtual
como provas, exercícios e participação nas ferramentas de comunicação (chat e fórum). A cada
realização de uma atividade, o aluno recebe uma nota pelo número de acertos. Esta nota é aplicada
em equações pré-definidas que simularão a oscilação dos seguintes aspectos afetivos: confiança (ou
autoconfiança), preocupação e aversão. Cada aspecto oscila negativamente ou positivamente. Os
valores calculados são registrados no ambiente e estarão visíveis aos professores, permitindo o
acompanhamento dos estados afetivos do aluno ao longo do curso.

Palavras-chave: modelo afetivo, Moodle, ambientes virtuais de aprendizagem.

Abstract: This paper presents a project whose goal is to develop a module for Moodle virtual
environment that is able to identify aspects of affection from observable indicators. Such indicators are
represented by the student makes interactions in virtual environment as evidence, exercises and
participation in communication tools (chat and Forum). In each activity, the student receives a grade
by the number of hits. This grade is applied in pre-defined equations that will simulate the oscillation of
the following aspects of affection: trust (or self-confidence), concern and disgust. This aspect
oscillates negatively or positively. The calculated values are recorded in the environment and will be
visible to teachers, enabling monitoring of affective states the student throughout the course.

Keywords: affective model, Moodle, virtual learning environments.

exercícios e atividades, além de realizar


1. Introdução registros sobre a interação de seus
participantes.
O uso de recursos tecnológicos para apoio Em geral, os AVEAs disponibilizam
as atividades de ensino e aprendizagem tem ferramentas para: gerenciamento dos
gerado experiências ricas a alunos e participantes, gerenciamento de conteúdo,
professores. Em especial, os computadores comunicação síncrona e assíncrona,
têm conquistado os educadores por permitir verificação da aprendizagem, registro das
simular situações que seriam difíceis de interações. Alguns exemplos são: o Moodle
executar através dos recursos tradicionais, (2009), o Claroline (2007) e o TelEduc (2007).
como o quadro e o giz. O grande número de Estes ambientes apresentam poucas
pesquisas e resultados obtidos tornou a funcionalidades de personalização e, apesar
Informática na Educação uma área importante disso, vem tendo aceitação e popularização de
de investigação científica. seu uso por diversas organizações (i.e.
A partir do advento da Internet, universidades, profissionais liberais,
primeiramente identificou-se uma empresas).
oportunidade de disponibilizar materiais e O presente artigo descreve um projeto de
atividades didáticas. Na seqüência, iniciou-se graduação integrado realizado com o objetivo
a desenvolvimento dos chamados Ambientes de desenvolver um componente para um
Virtuais de Ensino-Aprendizagem (AVEAs). AVEA que seja capaz de identificar aspectos
Nos ambientes é possível gerenciar usuários e afetivos a partir de indicadores observáveis. O
cursos, disponibilizar conteúdo instrucional, AVEA selecionado para o projeto é o Moodle,
por se basear em software livre e apresentar a

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

filosofia de desenvolvimento de módulos


aplicáveis (ex: caixas executáveis, recursos ou 3. Desenvolvimento
atividades). Acredita-se que este projeto irá
contribuir com a área da Informática na Sob o ponto de vista dos pedagogos, a
Educação devido a escolha por um AVEA relação da afetividade entre o professor e o
utilizado em diversas universidades, e, aluno, converge na forma que o primeiro
portanto, há a possibilidade de ser difundido; e atende e se relaciona com o segundo. Isto é,
ainda, por explorar um tema ainda recente nas como o professor percebe e atinge as
pesquisas de âmbito nacional. necessidades de cada um de seus alunos,
Este artigo está organizado da seguinte respeitando sua personalidade (Flores, 1998).
forma: a Seção 2 apresenta conceitos gerais Entretanto, através de um ambiente
de computação afetiva; A Seção 3 apresenta educacional apoiado por computador, a
as etapas do desenvolvimento do trabalho, a afetividade está relacionada a ação de
Seção 4 apresenta as conclusões. conhecer o comportamento, o estado cognitivo
e emocional dos alunos, aproximando a
2. Computação Afetiva máquina ao cotidiano deles. Assim, espera-se
que esses vejam o ambiente não apenas
Estado afetivo caracteriza-se por como uma fonte de aprendizado, mas como
“qualquer agitação ou perturbação da mente, um sistema que os entenda e aceite.
sentimento, paixão; qualquer estado mental
veemente ou excitado. Há uma centena de 3.1. Definição dos Estados Afetivos
estados afetivos, juntamente com suas
combinações, variações, mutações e matizes. Logo, a partir de um estudo sobre os
Na verdade, existem mais sutilezas de estados afetivos apresentado por Goleman
estados afetivos do que as palavras que (1999), foram selecionados os estados
temos para defini-las”. afetivos desejáveis para análise através de um
Já afetividade significa resumidamente ambiente de ensino, e que além de se
como “todo o domínio dos estados afetivos encaixar no contexto educacional vivido em
propriamente ditas, dos sentimentos dos sala de aula, tivessem sido utilizadas em
estados afetivos, das experiências sensíveis e, outros trabalhos da área de computação
principalmente da capacidade em se poder afetiva, possuindo mecanismos para serem
entrar em contato com as sensações” (Bercht, mensuradas. Dessa forma, selecionaram-se
2001). os três estados afetivos que são descritos a
A computação afetiva surgiu como uma seguir:
área de estudo da Inteligência Artificial, cujo • Confiança (ou autoconfiança): o
objetivo é o estudo dos estados afetivos e sua quanto o aluno se sente confiante a
aplicação em sistemas computacionais. respeito de seus conhecimentos
Segundo Picard (2000), a computação afetiva perante a disciplina. Segundo Snyder
estuda como os sistemas computacionais (1991, apud Goleman, 1999, pg. 99),
podem detectar classificar e responder aos estudantes autoconfiantes, em
estados afetivos humanos. A detecção dos momentos de dificuldade, buscam
estados afetivos diz respeito à capacidade dos trabalhar mais e estudam as diversas
computadores identificarem estados afetivos possibilidades de atingir o sucesso;
por meio de sensores; a simulação é a contudo os que apresentam
capacidade dos computadores representarem sentimentos opostos (incerteza,
internamente os estados afetivos; e a geração insegurança, desconfiança,
artificial dos estados afetivos é permitir que o descrédito) demonstram pouca
computador tenha estados afetivos próprios determinação e tendem desistir
(Vicente e Pain, 2000). facilmente;
Os estados afetivos têm uma relação • Preocupação: o quanto o aluno
próxima à educação, pois o estado afetivo de preocupa-se em obter um resultado
um aprendiz interfere diretamente na positivo no final do semestre, e dessa
motivação e aptidão em se aprender algo forma, como a sua preocupação se
(FLORES, 1998). E, neste trabalho, pretende- transcorre ao longo do semestre
se aplicar os conceitos da computação afetiva através das notas alcançadas em
no âmbito educacional, onde inicialmente se avaliações e exercícios. Slipp (1991,
pretende identificar estados afetivos por meio apud Goleman, 1999, pg. 97) cita que
de aspectos observáveis. quanto mais a pessoa é propensa a

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preocupações, pior é o seu que nesses casos o estado afetivo encontra-


rendimento acadêmico, se mais estável. Por exemplo, um aluno muito
independentemente da forma de confiante não se abala tão facilmente quanto
medição: notas em provas, média de outro de confiança média. Assim como um
pontos obtidos, etc.; aluno com pouca aversão não irá facilmente
• Aversão: o quanto o aluno rejeita a mudar de opinião (considerando que os
disciplina, este estado afetivo é fatores que disparam o ajuste são as notas de
geralmente encontrado em alunos que exercícios e avaliações). As equações a
apresentam certa experiência no serem disparadas a cada evento são
assunto e assim não percebem a ilustradas na Tabela 2.
importância de seu aprendizado, ou
apresentada em alunos cujos Tabela 2: Equações de ajuste conforme
resultados nas avaliações não acontecimento no ambiente
transcorrem com êxito. Carneiro e Tipo Nível Equações
Lück (1985) revelam ainda que a Bom
aversão pode ser desenvolvida devida

Exercícios, chat, fórum


a uma experiência negativa vivenciada
durante o aprendizado, como, um
processo penoso ou impessoal por
parte do professor. Médio
ou Ruim
3.2. Cálculo dos Estados Afetivos

Para medir os estados afetivos em valores


numéricos está sendo usado como valor inicial
50% da nota do aluno que varia de 0 a 10. Os
Fonte: adaptado de Silva e Raabe (2008)
ajustes das notas ocorrem quando um
exercício é corrigido, onde serão aplicadas
Conforme descrito anteriormente e
nas equações da Tabela 2 e logo em seguida
analisando as equações, nota-se que a
os resultados são registrados no ambiente.
alteração nos estados afetivos dos alunos,
Para a realização desse cálculo, foram
quando referente a um exercício tende, a
elaboradas regras onde para cada um dos
afetar a metade do que afetaria caso fosse
eventos, os ajustes ilustrados na Tabela 1
uma avaliação (exceto se a nota da avaliação
ocorrerão. A definição dos ajustes e das
for mediana).
fórmulas foi baseada na pesquisa de Silva e
Raabe (2008).
3.3. Implementação no Moodle
Tabela 1: Ajustes para cada estado afetivo.
Estado afetivo
O Moodle é uma ferramenta de ensino a
Acontecimento distância amplamente difundida e completa,
Confiança Preocupação Aversão
Se avaliação ↑ - ↓ contendo uma série de ferramentas tanto para
boa (aumenta) (não altera) (diminui) os usuários do ambiente. Dentre as
Se avaliação - ↑ ↑ ferramentas que serão aqui descritas, elas
médio ou ruim (não altera) (aumenta) (aumenta)
podem ser divididas entre ferramentas de
Fonte: Silva e Raabe (2008) disponibilização de recursos didáticos e
ferramentas de disponibilização de atividades
Na prática, essas alterações, de aumento (Moodle, 2009).
ou redução do nível dos estados afetivos, que Para realizar a implementação das
ocorrem a partir de um evento, são equações apresentadas previamente,
especificadas através de equações. Os inicialmente foi necessário estudar as
comportamentos obtidos por elas refletirão nas funcionalidades do ambiente virtual Moodle.
modificações dos valores, de forma que os Em sua instalação padrão, são oferecidas
mesmos nunca ultrapassem o limite de valor ferramentas que permitem a exibição de
1, devido ao limiar estabelecido pela material didático ao aluno e a realização de
normalização vista anteriormente. As atividades que podem gerar avaliações
alterações nos estados afetivos tendem a ser medidas através de nota de 0 a 100 ou
em menor grau quando o aluno está próximo através de escalas de avaliação criadas pelo
dos limites máximo e mínimo, pois se entende professor. Dentre as atividades padrão, foram

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escolhidas três para o diagnóstico: o chat, o Promoção, Medida e Avaliação. 2 ed.


fórum, e o questionário. A cada interação do Petrópolis: Vozes, 1985.
aluno com tais ferramentas, é identificada sua 3. Claroline Claroline. Net. Disponível em:
participação e aí calculada a intensidade que <http://www.claroline.net>. Acessado em:
um aspecto afetivo ocorre, numa escala de 0 a 28 de jun. de 2007.
1. 4. Flores, I. A. A afetividade e a
A Figura 1 mostra a consulta do perfil aprendizagem. Monografia
afetivo do aluno no ambiente Moodle. Nela (Especialização Currículo e Metodologia
são exibidos os aspectos afetivos, com seu das Séries Iniciais e Pré-Escola)-
respectivo valor (na escala de 0 a 1) e uma Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí,
imagem que representa visualmente o valor. 1998.
5. Goleman, D. Inteligência Emocional. 36
ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 1999. ISBN:
8573020806.
6. Moodle Modular Oriented-Object
Dynamic Learning Environment.
Disponível em: <http://www.moodle.org>.
Acessado em: 28 de jun. de 2009.
7. Picard, R. Affective Computing. The MIT
Press, Edição 1, ISBN: 0262661152.
8. Silva, J. M. C.; Raabe, A. L. A. Including
Affective Student Model in ITS to
Teaching Introductory Programming. In:
Workshop Emotional and Cognitive Issues
in ITS, Montreal. Workshop Emotional and
Figura 1: Tela do Ambiente Moodle com o
Cognitive Issues in ITS, 2008.
perfil afetivo do aluno.
9. TelEduc. TelEduc - Ambiente de Ensino
a Distância. Disponível em:
4. Conclusões <http://teleduc.nied.unicamp.br/pagina/>.
Acessado em: 30 de jun. de 2007.
Com o desenvolvimento do módulo para o 10. Vicente, A.; Pain, H. A computational
ambiente virtual Moodle os instrutores podem model of affective educational
identificar problemas na realização dos dialogues” In: AAAI Fall Symposium,
eventos através de indicadores observáveis Falmouth, Massachusetts, 2000. Technical
apresentado pelo sistema, de forma que, Report FS-00-01. Menlo Park: AAAI Press,
poderão assim criar estratégias de ensino CA, USA, 2000. pp 113-121. Disponível
oferecendo materiais de apoio, exercícios em: < http://www.iac.es/galeria/
entre outros. angelv/papers/AVicente00.pdf >. Acesso
Houve a necessidade de realizar algumas em: jan.2005.
adaptações no ambiente virtual Moodle para
guardar as informações afetivas que são
geradas após a realização de um evento.
Também houve uma preocupação na criação
de tabelas no banco de dados onde estão
sendo armazenadas informações de tempo
dos últimos eventos realizados.

Referências Bibliográficas

1. Bercht, M. Em direção a agentes


pedagógicos com dimensões afetivas.
Tese de Doutorado (Doutorado em
Ciência da Computação)-Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre, 2001.
2. Carneiro, D. G.; Lück, H.
Desenvolvimento Afetivo na Escola:

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Analisando Dimensões Afetivas do Tutor Humano em Turmas no


Moodle

Fabrício Oscar da Cunha1 e Júlia Marques Carvalho da Silva2


1
Universidade do Vale do Itajaí, bill@univali.br
2
Instituto Federal do Rio Grande do Sul, julia.silva@bento.ifrs.edu.br

Resumo: As inovações na computação têm apresentado mudanças em todas as áreas, inclusive no


ensino e, mais especificamente, no ensino a distância. Outra área computacional que surgiu
recentemente e está sendo alvo de mais pesquisas é a computação afetiva. Alguns trabalhos vêm
sendo desenvolvidos sob esta aplicação, porém não abrangem um ator importante neste processo: o
tutor. Este presente trabalho visa observar exatamente esse papel desenvolvido no ensino à
distância, buscando analisar e definir as principais funções, os fatores afetivos que podem ser
detectados e como podem melhorar e influenciar o ensino. Estudos sobre computação afetiva,
ambientes virtuais de ensino e aprendizagem, atividades do tutor e dimensões afetivas são
apresentados, a fim de obter embasamento suficiente. Pretende-se desenvolver um módulo protótipo
implantado dentro de um sistema escolhido (MOODLE), que buscará auxiliar o professor a melhorar
seu método de ensino, seu relacionamento com os alunos e suas atividades.

Palavras-chave: modelo afetivo, tutor, ambientes virtuais de aprendizagem, Moodle.

Abstract: The innovation in computer science has presented a lot of changes, including in Education
and, especially in the e-learning. The Affective Computing has also emerged recently. Some
researchers are being developed in these areas, but they don’t cover an important actor in this
process: the tutor. This research aims to study the tutor, such as the emotional factors that can be
detected and how they can improve the teaching and influence into the learning process. We intend to
develop a module into a LMS (MOODLE), in order to help the tutor improves his/her actions and the
relationship with the students.

Keywords: affective model, tutor, virtual learning environments,Moodle (até cinco palavras).

separados espacial e/ou temporalmente, mas


1. Introdução podem estar conectados, interligados por elas,
como a Internet (Moran, 1994).
Com o advento dos recursos tecnológicos Com o surgimento da Internet,
e seu uso em atividades de ensino e primeiramente identificou-se uma
aprendizagem, inovações têm propiciado a oportunidade de disponibilizar materiais e
alunos e professores novas experiências. Em atividades didáticas. Em seguida, iniciou-se o
especial os computadores têm conquistado desenvolvimento dos AVEA - Ambientes
cada vez mais os educadores, por Virtuais de Ensino e Aprendizagem, que além
proporcionar situações que seriam difíceis de de gerenciar os conteúdos didáticos, são
executar com os recursos atuais, como quadro capazes de realizar registros sobre a interação
e giz. O grande número de pesquisas e de seus participantes.
resultados obtidos despertou para a Hoje, um dos maiores desafios do
Informática na Educação o interesse pela professor, tanto em sala de aula como em um
investigação científica. ambiente virtual de ensino, é manter os alunos
Dentre as novas experiências vivenciadas dispostos a aprender. O professor pode utilizar
pelos alunos e professores está a Educação a várias formas para manter os alunos com
Distância, que é o processo de ensino- vontade de aprender, propondo novos
aprendizagem mediado por tecnologias desafios, comunicando-se com ele, enviando
(cartas, televisão, computadores e suas materiais complementares, etc. Já sob o ponto
mídias). Professores e alunos estão de vista profissional, um professor deve
apresentar formação em sua área de atuação

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e facilidade em se fazer entender pelo aluno até então não tão importante, que é a
utilizando os recursos técnicos e capacidade de motivar e incentivar o aluno
psicopedagógicos disponíveis. Além dessa durante o curso. Isto vem sendo ainda mais
formação, a importância da adequada reforçado com o uso de materiais didáticos
utilização das suas habilidades afetivas cresce online. Seus conhecimentos sobre métodos de
cada vez mais, pois a não presença do aluno ensino, metodologia e do próprio assunto
em sala de aula exige do professor um lecionado continuam sendo importantes,
percepção maior e, normalmente, são pouco porém vem se adaptando para as novas
exploradas em qualquer tipo de ambiente características do Ensino a Distância.
educacional.
Os ambientes AVEA estão sendo cada 3. Proposta
vez mais utilizados nos cursos a distancia e
estes sistemas atuais têm enfatizado a A afetividade junta opiniões e interesses
importância da aprendizagem onde o aluno é (mediadas por escolhas), atitudes
o foco. A associação entre a cognição e o tipo (predisposições para agir), valores,
de emoção que permeia o processo de ajustamento a situações sociais e crenças. As
ensino-aprendizagem tem sido objeto de respostas afetivas estão correlacionadas com
discussões que privilegiam mais as questões as respostas cognitivas e psicomotoras.
relativas à primeira do que à emoção e as O investimento em estudos relativos a
afetividades envolvidas. Entretanto, durante o entender e desvendar as situações dentro do
processo de ensino-aprendizagem, o ambiente de aprendizado nos aspectos
professor é tão importante quanto os alunos, cognitivos e psicomotores normalmente é
pois, dependendo do seu conhecimento maior, fazendo com que o misterioso vínculo
técnico e de suas características afetivas, tem existente do aluno em seu aprendizado seja
influência direta sobre os resultados do deixado de lado.
processo acima citado e sobre as relações Para evitar maiores confusões com
entre os participantes. relação às definições ou má interpretações ao
Neste projeto a utilização de técnicas e que o projeto se propõe, se definem nesse
conhecimentos da relacionados a Computação projeto as ideias que serão consideradas para
Afetiva serão muito úteis. A Computação os termos professor(a), tutor(a), atributo e
Afetiva é uma área de conhecimento da perfil afetivos. Será considerado professor(a)
computação que tem por objetivo fazer com todo docente com qualificação e capacitação
que sistemas computacionais possam suficiente para exercer tal funções, cujas
detectar, classificar e responder as emoções capacidades afetivas virão a ser estudadas e
humanas (Picard, 1997). experimentadas, possibilitando avaliar e
Nesse sentido o presente artigo discute a estudar as afetividades em AVEA. Ainda como
utilização de técnicas e metodologias para definições auxiliares poderão ser utilizadas
identificar, analisar e apresentar por meio de tutor, formador, facilitador, etc. O tutor(a) neste
módulo a ser desenvolvido, os fatores afetivos projeto será relacionado a aqueles
para o tutor que atua no nível de graduação instrumentos, ferramentas ou agentes
em atividades educacionais à distância ou artificiais e que auxiliem os alunos e
semi-presenciais. professores em suas interações com o
sistema durante o processo educativo.
2. Tutor Os atributos afetivos serão considerados
como toda a peculiaridade afetiva humana
Para um curso que utiliza as novas representada passível de conceituação e que
tecnologias, é preciso uma infra-estrutura pode ser identificada através de emoções e
organizacional complexa, tanto na parte sentimentos expressados e existentes nas
técnica, como na pedagógica e na relações educacionais.
administrativa. O curso a distância exigirá a
formação de uma equipe que irá trabalhar 3.1. Atributos Afetivos Selecionados
para desenvolver o curso, assim como, definir
como será o ambiente online onde o mesmo Os atributos afetivos selecionados são
será aplicado (Alves & Nova, 2003). apresentados por Cunha, Silva & Bercht
O tutor é um papel que teve sua origem (2008). Tal modelo foi selecionado por estar
por volta do século XV, porém, vem sofrendo de acordo com os objetivos do presente artigo.
modificações em suas funções ao longo do Este modelo foi obtido através de pesquisas,
tempo. Ele precisa possuir uma característica onde se buscou discutir e identificar sobre que

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qualidades são consideradas essenciais a um data de entrega final da tarefa e da


professor ou tutor que faz leciona em data de avaliação e resposta do
ambientes virtuais de EaD (Jaques & Vicari, professor.
2007; Silva & Raabe, 2008). Também se • Meticulosidade: refere-se a
procurou demonstrar através de exemplos capacidade do professor de ter
como a tecnologia computacional pode auxiliar atenção não apenas nas interações
no reconhecimento dos aspectos afetivos, dos alunos no ambiente virtual, mas
demonstrando a viabilidade dos mesmos também manter a percepção e a
serem identificados. solução das consequências destas
Por fim, foram estipulados a seguir seis interações. O cálculo da
atributos como sendo os principais a que meticulosidade é dado a partir da data
devem ser desenvolvidos pelos profissionais, e hora da ultima visita do professor ao
indicando como podem ser identificados e fórum. A diferença desta data com a
trabalhados a partir do AVEA. data atual é o tempo estimado em que
• Sociabilidade: é dada como a o professor não acessou o sistema.
capacidade do professor formar • Iniciativa: refere-se à capacidade do
vínculos sociais com os demais professor apoiar o aluno em novas
professores e principalmente com os ações no ambiente virtual. Foi feito o
alunos. A sociabilidade é dada pelo cálculo de quantas semanas se
cálculo do desvio padrão do número passaram desde o início do curso e de
de mensagens enviadas para da cada quantos materiais foram colocados
aluno. pelo professor desde o início do curso.
• Comunicabilidade: tem como
referência a qualidade, oportunidade e 3.2. Desenvolvimento
precisão da comunicação entre os
participantes. O cálculo da Foi desenvolvido um framework em forma
comunicabilidade é feito contando os de box (caixa) para o ambiente virtual
caracteres das mensagens do MOODLE. O motivo da escolha de tal
professor direcionadas aos alunos. ambiente se deve ao fato deste ter código-
• Pontualidade: trata-se, a partir do que aberto, passível de modificações e agregação
foi acordado com a turma, do ponto de de novas funcionalidades. O box contém
atendimento do professor as informações sobre o estado das dimensões
interações dos alunos, seja ele um afetivas do professor, que auxiliarão no
questionamento via fórum de desenvolvimento do processo educacional
discussões, o envio de um trabalho, (Figura 1).
uma dúvida geral sobre o curso ou um
feedback a uma resposta de um
exercício. Para determinar a
pontualidade, foram utilizadas a data
de entrega da tarefa e a data da
resposta do professor e a data de
postagem de um fórum pelo aluno e a
data de resposta do professor a esse
fórum. A diferença destas datas é
computada, para que posteriormente
gere uma média do tempo de resposta
do professor.
• Comprometimento: refere-se ao
comprometimento do professor em Figura 1: Box implementado.
cumprir os critérios e acordo
previamente estabelecidos. O cálculo A equação de cada foi transcrita para uma
do comprometimento é igual ao da consulta SQL, permitindo assim a
pontualidade. Porém, o implementação dentro do Moodle.
comprometimento não é calculado
tendo como base a data de entrega da 3.3. Verificações
tarefa pelo aluno, e sim a data de
entrega final da mesma. Ou seja, o Durante o desenvolvimento foram
cálculo é feito sobre a diferença da utilizados dois banco de dados: uma base de

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dados original do Moodle (dados controlados) Referências Bibliográficas


e outra em utilização por uma instituição
(dados reais). Tal procedimento foi realizado a 1. Alves, L.; Nova, C. Educação a distância:
fim de validar as consultas usando todas as uma nova concepção de aprendizagem
ferramentas possíveis, e após isso, testando e interatividade. São Paulo, Futura, 2003.
em uma instalação Moodle em funcionamento. 2. Cunha, C. R.; Silva, J. M. C. S.; Bercht, M.
Para comprovação dos resultados, foi Proposta de um Modelo de Atributos
elaborado um questionário de avaliação do para o Aprimoramento da Comunicação
professor pelo aluno. Desta forma, foi possível Afetiva para Professores que atuam na
confrontar os dados obtidos pelas equações Educação a Distância. In Simpósio
desenvolvidas e as opiniões dos alunos. Brasileiro de Informática na Educação
Com os resultados obtidos, percebe-se (19), Fortaleza, 2008.
que há relação entre as opiniões dos alunos e 3. Jaques, P. A.; Vicari, R. M. Pat: Um
os valores apresentados nas equações. Agente Pedagógico Animado para
Compreende-se que uma compatibilidade total Interagir Afetivamente com o Aluno. In
não seria alcançada, já que os questionários Revista Novas Tecnologias na Educação,
refletem as opiniões de alunos, o que é Mai ; 2005.
suscetível a algumas variáveis do processo 4. MOODLE. Modular Oriented-Object
educativo. Dynamic Learning Environment.
Disponível em: http://www.moodle.org.
4. Conclusões Acessado em: 15 de out. de 2008.
5. Moran, J. M. Novos caminhos do ensino
Nos dias atuais, com o advento de a distância. In Informe CEAD - Centro de
diversas tecnologias, principalmente dos Educação a Distância. SENAI, Rio de
computadores e da informática, as Janeiro, ano 1, n.5, out-dez. pp. 1-3, 1994.
possibilidades de seu uso na educação tem 6. Picard, R. Affective Computing. MIT
sido cada vez maior. Essa situação Press. Cambridge, 1997.
possibilitou uma revolução e novos métodos 7. Silva, J. M. C.; Raabe, A. L. A. Including
de ensino. Affective Student Model in ITS to
Vários estudos envolvendo a afetividade Teaching Introductory Programming. In:
nos processos educacionais têm sido Workshop Emotional and Cognitive Issues
desenvolvidos, a fim de analisar o real impacto in ITS, Montreal. Workshop Emotional and
deste aspecto durante esta atividade, porém Cognitive Issues in ITS, 2008.
poucos deles trabalham com o tutor si,
buscando verificar seu aspecto afetivo.
YACEF (2002) reforça a importância que o
professor exerce sobre o aprendizado e
propõe novos sistemas que tornem o
professor com um papel mais importante
dentro deste processo.
Para o presente trabalho, optou-se por
utilizar um modelo afetivo já definido, sendo
necessária apenas a construção de equações
que simulassem as oscilações dos valores
conforme as ações do tutor. Tais equações
foram aplicadas no Moodle através de
consultas SQL e então apresentadas
visualmente em forma de box. Para validar as
informações, foi elaborado um questionário no
qual os alunos informavam suas percepções
para cada uma dos atributos afetivos.
Espera-se que este trabalho contribua na
qualidade do ensino. Crê-se que com a
inclusão do box, o professor possa se
autorregular, descobrindo como melhorar no
seu processo de ensino.

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Um Experimento para Avaliar a Percepção dos Alunos com Relação


à Aplicação de Recursos de Hipermídia Adaptativa no Moodle

Sidnei Renato Silveira1, Sílvia de Castro Bertagnolli2, Vinicius Gadis Ribeiro3


1
UniRitter – Centro Universitário Ritter dos Reis, sidnei@uniritter.edu.br
2
Instituto Federal do Rio Grande do Sul, IFRS, silvia.bertagnolli@canoas.ifrs.edu.br
3
UniRitter – Centro Universitário Ritter dos Reis, vinicius@uniritter.edu.br

Resumo: Este artigo apresenta um experimento de aplicação de recursos de hipermídia adaptativa


no Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle. O objetivo do experimento é identificar estilos de
aprendizagem, visando o emprego de técnicas adaptativas mais adequadas para cada aluno. A partir
da identificação do estilo de aprendizagem do aluno, serão definidas as estratégias de ensino e
aprendizagem. A proposta será validada por meio de um experimento do tipo Solomon de quatro
grupos.

Palavras-chave: Ambientes Virtuais de Aprendizagem, Estilos de Aprendizagem, Hipermídia


Adaptativa

Abstract: This paper presents an application of adaptive hypermedia resources in the Moodle Virtual
Learning Environment, using the definition of students learning styles to improve teaching and learning
processes. Currently classes are being selected to participate in a Solomon experiment with four
groups.

Keywords: Virtual Learning Environments, Learning Styles, Adaptive Hypermedia

dos processos de ensino e de aprendizagem


1. Introdução (SILVEIRA, 2006).
Os métodos e técnicas de HA definidos
Acredita-se que os alunos de cursos de estão sendo aplicados em um experimento,
graduação, conforme a área do conhecimento com alunos de diferentes cursos de graduação
possuam estilos de aprendizagem do UniRitter, visando verificar se as técnicas
diferenciados (GELLER, 2004). Neste sentido, foram aplicadas adequadamente.
surge a idéia principal do presente trabalho, O artigo encontra-se organizado em
cujo foco é estudar e definir técnicas de quatro seções: na seção 2 são apresentados
Hipermídia Adaptativa adequadas com o os aspectos relacionados com hipermídia
intuito de otimizar o uso de ferramentas adaptativa; a seção 3 aborda aspectos
direcionadas à apropriação do conhecimento relacionados com o modelo de aluno e as
em um Ambiente Virtual de Aprendizagem técnicas de adaptação; já a seção 4 descreve
(AVA), de acordo com os estilos de os procedimentos metodológicos para o
aprendizagem dos alunos. Espera-se experimento em andamento, e após, são
estabelecer, para o AVA Moodle, a apresentadas algumas conclusões pertinentes
possibilidade de serem realizadas adaptações, ao trabalho.
tanto em nível de interface como de conteúdo,
conforme o perfil/curso dos usuários deste 2. Hipermídia Adaptativa
ambiente.
Dentre as tendências em pesquisas na Os Sistemas Hipermídia Adaptativos (SHA)
área de desenvolvimento de ambientes de constroem um modelo dos objetivos,
ensino e aprendizagem destacam-se a preferências e conhecimento dos indivíduos
definição de modelos de aluno baseados em (alunos e/ou usuários) e utilizam estas
estilos de aprendizagem, que permitam a informações e também informações
adaptação dos conteúdos e da interface relacionadas à interação com o sistema para
destes ambientes, visando ao aprimoramento adaptar o conteúdo de acordo com o usuário

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(BRUSILOVSKY, 1996; BRUSILOVSKY, 2002; Um modelo de aluno contém as crenças,


CARRO, 2002; FALKEMBACH & TAROUCO, as informações relevantes e o conhecimento
2000). que o sistema possui sobre o aluno. A
De posse dos objetivos e o conhecimento presença deste módulo permite a
do usuário, SHA podem apoiar o usuário na adaptabilidade do tutor a cada estudante. O
navegação, limitando seu espaço modelo do aluno descreve o conhecimento do
navegacional, sugerindo os links mais estudante em um domínio específico e é
relevantes e fornecendo comentários utilizado para que o ambiente adapte-se às
adaptativos para os links visíveis características individuais do usuário. Em um
(BRUSILOVSKY, 1996; FALKEMBACH & modelo de aluno podem ser armazenadas
TAROUCO, 2000). diversas informações, entre elas: nível de
Para realizar a adaptação são utilizadas conhecimento, objetivos, planos, capacidades,
técnicas e métodos adaptativos. As primeiras atitudes e conhecimento ou crenças.
fazem parte do nível de implementação de um O modelo de aluno empregado neste
SHA. Cada técnica pode ser caracterizada por trabalho baseia-se na aplicação do
um tipo específico de representação do instrumento elaborado e validado por BARIANI
conhecimento ou por um algoritmo de (1998) e implementado computacionalmente
adaptação específico. Já os métodos por GELLER (2004). Este modelo foi escolhido
adaptativos são definidos como por permitir que as técnicas de hipermídia
generalizações de técnicas adaptativas adaptativa sejam empregadas de acordo com
existentes. (BRUSILOVSKY, 1996; o estilo de aprendizagem dos alunos. Este
FALKEMBACH & TAROUCO, 2000). modelo compreende os alunos em seis estilos
Através da interação do usuário com o cognitivos: 1) Convergente; 2) Divergente; 3)
sistema, alguns aspectos devem ser levados Holista; 4) Serialista; 5) Reflexivo e 6)
em conta para fornecer a adaptação. A Impulsivo. Através destes estilos foram
maioria dos sistemas utiliza os objetivos, definidas técnicas de adaptação a serem
conhecimento, background, experiência na utilizadas, como mostra o Quadro 1.
utilização de sistemas hipermídia e
preferências do usuário (BRUSILOVSKY, Impulsivo
1996; FALKEMBACH & TAROUCO, 2000). Texto: tópicos
Além do conhecimento dos aspectos que Comunicação: bate-papo, e-mail
devem ser levados em conta na adaptação, O professor deve constantemente inserir novos
tópicos e promover a participação no bate-papo.
também é necessário saber o que pode ser
Holista
adaptado, ou seja, quais as características do
Texto: artigo, links, sites de busca, livros
sistema que podem ser adaptadas para Imagem: diagramas
diferentes usuários? O que pode ser adaptado Comunicação: bate-papo, e-mail
é o conteúdo de páginas regulares (adaptação Tem motivação intrínseca. Propor pesquisas na
em nível de conteúdo) e os links de páginas Internet e compartilhar resultados com o grupo.
regulares e páginas de índice (adaptação em Convergente
nível de links). A adaptação em nível de Texto: artigos, tutoriais, apostilas
conteúdo é realizada através de técnicas de Imagem: fotos, imagens animadas, desenhos
apresentação adaptativa, enquanto que a Comunicação: e-mail
adaptação em nível de links é realizada Deve ser motivado pelo professor, através de
desafios.
através de técnicas de suporte adaptativo à
Reflexivo
navegação. Segundo BAILEY (2002) e
Texto: tutorial, livro, capítulos de livros, artigos
BRUSILOVSKY (1996), as tecnologias de Imagem: gráfico, diagrama
adaptação aplicadas na hipermídia adaptativa Comunicação: fórum, e-mail, lista de discussões
podem ser subdivididas em: (i) apresentação O professor deve propor atividades em forma de
adaptativa: apresentação adaptativa de textos questionários, solicitar resenhas críticas.
e apresentação adaptativa de itens multimídia; Serialista
e (ii) navegação adaptativa: orientação direta, Texto: apostilas, tutoriais, tópicos
classificação, ocultação, anotação e Imagem: gráficos, desenhos seqüenciais (início, meio
adaptação de mapas de navegação. e fim)
Comunicação: bate-papo, fórum
Deve ser motivado pelo grupo e pelo professor. O
3. Modelo de Aluno e Técnicas de
professor deve propor atividades em forma de
Adaptação questionários.

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Divergente Assim, conforme o estilo de


Texto: links, sites de busca, tópicos aprendizagem identificado para cada aluno,
Imagem: gráficos, diagramas serão exibidos os conteúdos e o tipo de
Comunicação: fórum, e-mail, lista de discussões instrumento de avaliação que lhe deve ser
Tem motivação intrínseca. O professor deve apresentado, de acordo com a técnica de
promover constantes desafios.
fragmentos variantes (BRUSILOVSKY,
Quadro 1: Perfis do Modelo de Aluno e
1996). Para que a adaptação dos conteúdos e
Técnicas Adaptativas
dos instrumentos de avaliação seja possível,
os docentes deverão elaborar materiais
De acordo com o modelo de aluno
didáticos de acordo com as diferentes formas
(BARIANI, 1998; GELLER, 2004), foram
apresentadas no Quadro 3.
estabelecidas 24 técnicas de adaptação,
incluindo adaptação de conteúdo e de
4. Metodologia
avaliação, apresentadas no Quadro 2.
Considerando os objetivos propostos
Criação de apresentações Desenhos
(utilizando um software de Diagramas
neste trabalho, observou-se a necessidade de
apresentação) E-mail estruturar uma equipe de trabalho
Artigos Fórum multidisciplinar, composta por
Bate-papo Fotos professores/acadêmicos das Faculdades de
Capítulos de livros Gráficos Design e Informática, de modo que seja
Construção de sites Sites de busca possível aliar os conhecimentos de Interfaces
Desenhos seqüenciais (com Tópicos Gráficas com o Usuário, Hipermídia Adaptativa
início, meio e fim) Tutoriais e Tecnologia, visando estabelecer diferenciais
Imagens animadas Lista de Discussões de qualidade à modalidade semipresencial do
Links para web Apostilas
Livros Desafios
UniRitter (BERTAGNOLLI et. al., 2007).
Mural Resenhas críticas Em um primeiro momento, foram
Questionários estudados os aspectos teóricos para
Quadro 2: Técnicas de Adaptação fundamentar o projeto. Após, foram realizadas
análises pela equipe com o intuito de definir
Estas técnicas foram divididas em dois quais estilos aprendizagem, técnicas de
grupos, as que podem ser utilizadas na hipermídia adaptativa e critérios de
adaptação dos conteúdos e as que podem ser usabilidade serão utilizados nas ferramentas
usadas na avaliação (Quadro 3). do ambiente. Em um terceiro momento, foram
Adaptação de Conteúdos definidos o desenho do experimento -
Artigos apresentado na Figura 1, e o instrumento de
Capítulos de Livros medição – um questionário construído com
Desenhos seqüenciais variáveis em escala de Likert. Os grupos
Desenhos experimentais e de controle envolvem alguns
Diagramas cursos de Graduação do UniRitter, para
Fotos possibilitar a aplicação das técnicas de
Gráficos
Hipermídia Adaptativa previamente
Imagens animadas
Links para web delimitadas. O desenho de pesquisa segue o
Livros modelo de Solomon de quatro grupos, ou
Sites de busca Antes-Depois, com dois grupos experimentais
Tópicos e dois grupos de controle (RIBEIRO, 2001).
Tutoriais Os grupos experimentais são representados
Apostilas pelo símbolo GE, e os de controle, GC (Figura
Adaptação da Avaliação 1).
Criação de apresentações
Bate-Papo GE1: R O1 X O2
Construção de páginas HTML GC1: R O3 O4
E-mail
GE2: R X O5
Fórum
Mural
GC2: R O6
Questionários
Resenhas críticas Figura 1: Desenho do Experimento
Lista de Discussões
Desafios Esse projeto (ou desenho) de
Quadro 3: Grupos das Técnicas de Adaptação experimento busca evitar possíveis variáveis

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estranhas em um experimento. Os quatro 3. BERTAGNOLLI, S. C.; SILVEIRA, S. R.;


grupos foram aleatoriamente escolhidos MOREIRA, E. N.; SANCHES, L. A. B. O
(representados pela letra R), sendo cada Uso de Atividades Semipresenciais em
indivíduo identificado por um número Cursos Presenciais como Forma de
sequencial. Foram realizadas medições Qualificação da Educação Superior: o
(representados pelas letras O com índice) caso do UniRitter. RENOTE Revista de
antes do tratamento (representado por X), Novas Tecnologias na Educação. v. 5, n.
para identificar o nível de percepção do uso de 1. jul: 2007.
um grupo de ferramentas (variável 4. BRUSILOVSKY, P. Methods and
independente). Em cada grupo, foi realizada a Techniques of Adaptive Hypermedia. In:
predição após o tratamento, mesmo nos User Modelling and User Adapted
grupos onde não se realizou a intervenção (ou Interaction, 6:87-129. 1996. Special Issue
tratamento), para evitar o efeito-teste. O on Adaptive Hypertext and Hypermedia.
controle é obtido pelo emprego dos grupos 5. BRUSILOVSKY, P.; MAYBURY, M. T.
sem a intervenção. From Adaptive Hypermedia to the
Atualmente, a equipe encontra-se na fase Adaptive Web. Communications of the
de elaboração de materiais didáticos e ACM. 45: 5. May. 2002.
instrumentos de avaliação para a realização 6. CARRO, R. M. Adaptive Hypermedia in
do experimento, seguindo os diferentes Education: New Considerations and
formatos propostos pelo modelo de aluno que Trends.
será empregado. Pretende-se, para cada Disponível:http://citeseer.nj.nec.com/5325
material e/ou atividade utilizada pelo aluno, 90.html. [set. 2002].
apresentar um questionário através do qual 7. FALKEMBACH, G. A. M.; TAROUCO, L.
será possível informar como a atividade foi M. R. Hipermídia Adaptativa: um recurso
percebida, ou seja, qual a relevância da para a adequação de ambientes e
mesma para o processo de aprendizagem. aprendizagem ao perfil do aprendiz.
Através destes resultados, será possível medir Canoas: ULBRA, 2000. Revista Acta
quais as atividades mais importantes para Scientiae, 2: 67-75, jan/dez. 2000.
cada grupo de alunos, para que, em um 8. GELLER, M. Educação a Distância e
segundo momento, possam ser aplicadas Estilos Cognitivos: Construindo um Novo
técnicas de navegação adaptativa, visando Olhar sobre os Ambientes Virtuais. 2004.
reduzir a sobrecarga cognitiva dos alunos. Tese (Doutorado em Informática na
Educação) – Pós-Graduação em
5 Considerações Finais Informática na Educação, UFRGS, Porto
Alegre.
Acredita-se que o uso de técnicas de 9. RIBEIRO, V. G.; WEBER, R. F. Um estudo
Hipermídia Adaptativa ampliará as sobre os métodos de pesquisa utilizados
possibilidades de aprendizagem e em segurança computacional. In:
potencializará o processo de ensino, em Congresso Argentino de Ciência de La
especial, a interatividade necessária nas Comutacion. El Calafate: Universidad
atividades realizadas a distância. Pretende-se, Nacional de la Patagonia Austral, 2001.
com a realização do experimento proposto, 10. SILVEIRA, S. R. Formação de Grupos
validar a aplicação do modelo do aluno Colaborativos em um Ambiente
definido, bem como das técnicas de Multiagente de Aprendizagem na Internet:
apresentação adaptativa, para que o mesmo um estudo de caso utilizando sistemas
seja aplicado em todas as atividades multiagentes e algoritmos genéticos. Porto
realizadas na forma semipresencial e/ou a Alegre: PPGC/UFRGS, 2006. Tese de
distância na Instituição, visando um Doutorado.
aprimoramento dos processos de ensino e de
aprendizagem.

Referências Bibliográficas

1. BAILEY, C. et al. Towards Open Adaptive


Hypermedia. LNCS 2347, 36-46. 2002.
2. BARIANI, I. C. D. Estilos Cognitivos de
Universitários e Iniciação Científica. 1998.
Tese (Doutorado) – Unicamp, Campinas.

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Aplicação de Plugins no Ambiente Virtual de EaD Moodle

Adriana Sadowski de Souza1; Silvia de Castro Bertagnolli2, Sidnei Renato Silveira3


1
Centro Universitário Ritter dos Reis, UniRitter, adriana_souza@uniritter.edu.br
2
Instituto Federal do Rio Grande do Sul, IFRS, silvia.bertagnolli@canoas.ifrs.edu.br
3
Centro Universitário Ritter dos Reis, UniRitter, sidnei@uniritter.edu.br

Resumo: Este artigo apresenta a análise da aplicação de plugins para o Ambiente Virtual de
Aprendizagem Moodle. O objetivo principal foi o de identificar e mapear os principais aspectos de
configuração e utilização de alguns plugins, documentados na literatura, para o AVA Moodle, com o
intuito de integrar ferramentas que permitam aos usuários ampliar as possibilidades de apropriação
do conhecimento, bem como potencializar a sua aprendizagem.

Palavras-chave: Plugins, Ambiente Virtual de Aprendizagem, Moodle.

Abstract: This paper presents the application of plugins for Virtual Learning Environment Moodle. The
main objective was to identify configuration aspects of some plugins, to integrate tools that allow users
to expand their knowledge and learning.

Keywords: Plugins, Virtual Learning Environment, Moodle.

obteve sucesso com estas modalidades de


1. Introdução ensino, nos cursos de Graduação, decidiu-se
encaminhar o processo de credenciamento
Hoje em dia, há uma grande expansão na para ofertar a EaD em cursos de Pós-
utilização de Ambientes Virtuais de Graduação Lato Sensu. Este processo
Aprendizagem (AVAs). As Instituições de encontra-se em tramitação junto ao Ministério
Ensino, e outras organizações, perceberam a da Educação. Desse modo, para flexibilizar a
importância da utilização destes sistemas, pois utilização na pós-graduação foi necessário
estes possibilitam qualificar e capacitar usar um ambiente virtual que possibilitasse
profissionais e estudantes. Desse modo, customizações.
percebe-se claramente a necessidade de Até o ano de 2009, o UniRitter utilizava
implantação de um AVA, principalmente em um ambiente proprietário e com poucas
Instituições Educacionais. Estes ambientes opções de ferramentas, e como a Instituição
podem ser proprietários, ou baseados em não possuía permissão para realizar
plataformas livres e sem custo de aquisição. customizações, optou por estudar e implantar
Observa-se que, atualmente, as a plataforma Moodle, uma ferramenta livre
instituições estão optando pelas ferramentas (código aberto), que oferece um amplo
livres, porque não impõem custo para o seu conjunto de ferramentas e também uma
uso, e também, por possuir código aberto, o diversidade muito grande de plugins.
que viabiliza que os envolvidos possam A origem deste trabalho está ligada a um
realizar sua própria customização, ou seja, projeto de pesquisa proposto no UniRitter, em
podem alterar características, aplicar plugins e que os participantes do mesmo propõem-se a
criar novos módulos, de acordo com as usar o ambiente Moodle (Modular Object
especificidades de cada Instituição. Oriented Learning Environment) para a
Em 2003, o UniRitter (Centro Universitário realização das atividades a distância, nas
Ritter dos Reis) iniciou as atividades do disciplinas semipresenciais e que utilizam o
Programa Institucional de Educação a AVA como apoio, nos Cursos de Graduação e
Distância (EaD), optando por trabalhar com nos cursos de Pós-Graduação Lato Sensu.
duas modalidades de ensino: a semipresencial Neste contexto, este artigo apresenta a
e a de apoio nos cursos de Graduação. Já que análise de Plugins para o AVA Moodle, com o

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

objetivo de permitir aos usuários do UniRitter a (REIS, 2007). O ambiente apresenta algumas
possibilidade de utilizar novos recursos de vantagens, tais como: sistema aberto (que
interação. permite que os usuários realizem alterações,
Este artigo está organizado como segue: adaptações e correções), interações sócio-
a seção 2 apresenta algumas características construtivistas (a existência de um grupo
relacionadas à plataforma Moodle; a seção 3 social que constrói coisas para os outros) e a
apresenta a metodologia empregada para o comunidade virtual, na qual a plataforma
estudo e análise dos plugins e alguns dos torna-se um fator único de aprendizagem no
plugins estudados. A seção 4 relata o estudo mundo todo (REIS, 2007).
de caso realizado para validação dos plugins. A Figura 1 ilustra a página inicial da
Por fim, a seção 5 apresenta as considerações plataforma Moodle, já customizada para o
finais referentes ao desenvolvimento do UniRitter.
trabalho.

2. Moodle

Os Ambientes Virtuais de Aprendizagem


(AVAs) são sistemas educacionais que
servem para dar suporte às atividades
voltadas à educação, principalmente na
modalidade a distância. Neste sentido, um
AVA pode auxiliar os usuários (professores e
alunos) em seu trabalho, mantendo interações
entre pessoas e ferramentas, além de permitir
a integração de diferentes mídias e recursos
(PORFIRO, 2008). Na sua grande maioria, os
AVAs são baseados em um processo de Figura 1: Plataforma Moodle UniRitter.
interação, onde as ferramentas
Entre as vantagens do Moodle,
disponibilizadas exercem um papel
destacam-se: mínimo de estrutura e de
fundamental na aprendizagem dos sujeitos.
conhecimento de informática para
Hoje em dia, existem vários ambientes
customização, implantação e gerenciamento,
virtuais de aprendizagem, que contêm uma
oferecendo um ambiente de interação entre os
série de recursos disponíveis para interação,
usuários (BUCCI, 2009).
criação e alteração das ferramentas e/ou
atividades. Dentre as diferentes plataformas
3. Metodologia e Plugins Estudados
existentes, pode-se destacar as mais usadas
atualmente, que são NAVi, AulaNet, TelEduc,
Em um primeiro momento, para o
Dokeos e o Moodle. Em um primeiro
desenvolvimento do trabalho, realizou-se uma
momento, foram realizados diversos estudos
busca de todos os plugins existentes no site
comparativos sobre esses ambientes e foram
do Moodle. No início de 2009, o número
elaborados alguns modelos mentais para
aproximado de plugins era de 496 (MOODLE,
entender cada ambiente como um todo. Após
2009). Devido a esse grande número optou-se
diversas análises foi selecionada a plataforma
em criar uma planilha constando algumas
Moodle, devido as suas principais
informações consideradas relevantes para a
ferramentas.
escolha dos plugins: nome do plugin, versão
O Moodle é um ambiente educacional de
do Moodle em que pode ser instalado,
apoio à aprendizagem, que permite a criação
descrição, link (localização para download),
e gestão de cursos a distância. O que
informações gerais e critérios para instalação.
diferencia o Moodle de outros ambientes é que
Neste sentido, realizou-se uma análise
o mesmo possui código-fonte aberto, baseado
dos plugins selecionando somente alguns
em uma forte filosofia educacional. O alto
deles para o estudo, sendo que todos os
crescimento mundial da comunidade de
passos foram documentados desde o início: a
usuários é o fator indispensável para o
busca do plugin para download, a sua
sucesso da plataforma (PULINO, 2009;
instalação, a sua aplicação, como utilizá-lo e
BELINE, 2009).
suas funcionalidades principais. Após este
Esse ambiente fornece vários
estudo, foram selecionados os plugins mais
módulos/funcionalidades que permitem uma
adequados para serem aplicados no ambiente
melhor organização dos recursos/ferramentas

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

Moodle, tendo-se em vista as características compartilhar materiais e também comentar


institucionais do UniRitter e dos cursos que materiais compartilhados;
utilizam a plataforma. • Relatório de Papéis de Usuários - este
Foram selecionados 25 plugins e destes plugin permite exibir todos os papéis que
foram selecionados somente alguns, os quais um usuário tem em todo o ambiente. Ele
encontram-se descritos a seguir: também permite remover qualquer papel
• Acesso Google Tradutor – plugin que dessas atribuições;
permite realizar a tradução de páginas da • Tradutor do Google - esta ferramenta
web em vários idiomas dentro do site do permite realizar a tradução das
Google; palavras/textos, sendo que a tradução será
• Google Tradutor – plugin que também exibida dentro de seu bloco;
permite realizar a tradução de páginas da • AutoView Apresentador – esta ferramenta
web dentro do site do Google. A diferença sincroniza vídeo e slides utilizando a
deste plugin com o anterior é que, ao interface da Web. Esta ferramenta permite
informar a palavra/texto no campo em colocar vídeo on-line com slides
branco, o mesmo apresenta, sincronizados e legendas. O AutoView é
automaticamente, a sua tradução em uma um sistema de vídeo que pode ser utilizado
outra janela; para apresentar vídeos sincronizados no
• Estatísticas no Moodle - a ferramenta estilo Power Point slides e legendas na
Estatísticas permite gerar as estatísticas web.
qualitativas e quantitativas no Moodle. Ao concluir a análise dos plugins alguns
Também permite gerar a estatística na tela foram selecionados, pois muitos apresentaram
e/ou imprimir um relatório das mesmas; problemas de instalação ou não funcionavam
• Flash Vídeo - a ferramenta Flash Video é como o esperado. Após, com os plugins
um módulo de atividade que tem como adaptados às necessidades do UniRitter foi
objetivo principal distribuir conteúdo na realizado um estudo de caso para verificar a
forma de vídeos; opinião dos usuários a respeito de cada um
• FLV Player - é um módulo de atividade destes plugins. A próxima seção apresenta a
que permite exibir qualquer tipo de vídeo descrição do estudo de caso aplicado no
(suportados pelo Flash Player) como uma UniRitter.
atividade. A diferença do FLV Player para o
plugin Flash Video é que o anterior possui 4. Estudo de Caso
abas com alguns recursos adicionais;
• Google – este plugin tem a função de Um estudo de caso consiste numa
exibir a lista de conteúdos pesquisados abordagem de investigação na qual se procura
dentro do site do Google, ou seja, é compreender, explorar ou descrever, ou seja,
inserida a palavra/texto no campo em um estudo mais aprofundado de uma
branco e o usuário é direcionado para o determinada unidade individual (pessoa, grupo
site do Google já com a lista de resultados de pessoas, etc.) (GONÇALVES, 2008). Para
da pesquisa efetuada; validação da proposta deste artigo, foi
• Mail – a ferramenta Mail é encontrada realizado um estudo de caso descritivo, pois
dentro do curso, e permite enviar e receber elaborou-se um questionário aplicado em um
mensagens de vários usuários e/ou grupo contexto definido – o AVA Moodle.
de usuários, com a possibilidade de anexar Para realizar o estudo de caso foram
arquivos. Observa-se que as mensagens selecionadas 3 turmas da Faculdade de
enviadas e recebidas são somente para os Informática, sendo uma do Curso Superior de
usuários que possuem e-mail cadastrado Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de
no AVA Moodle; Sistemas, uma do Curso de Bacharelado em
• OU Wiki - este plugin é simples, fácil de Sistemas de Informação e uma do Curso de
usar, e é uma alternativa mais completa ao Pós-Graduação de Tecnologias Aplicadas a
padrão Wiki do Moodle. A ferramenta Sistemas de Informação. Estas turmas
possibilita editar páginas, editar e/ou excluir utilizaram o ambiente Moodle com os plugins
comentários, visualizar a tabela referente selecionados para o estudo de caso.
ao histórico da ferramenta, a emissão de Posteriormente, aplicou-se um questionário,
relatórios, entre outras ações; com os alunos e professores, para verificar se
• Portfólio Sophia - esta ferramenta permite a utilização dos plugins contribuiu para a
que os professores e alunos possam interação no AVA.

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

Ao desenvolver o questionário para 5. Conclusões e Trabalhos Futuros


análise dos plugins foram selecionados três
dos anteriormente apresentados: Google Os resultados da avaliação realizada com
Tradutor, Mail e Portfólio Sophia. Esta seleção os usuários demonstraram que os plugins
foi realizada pela equipe de desenvolvimento selecionados são adequados para o
deste trabalho, em parceria com o Núcleo de aprimoramento dos processos de ensino e
Educação a Distância (NEaD) do UniRitter. Os aprendizagem a distância, tendo-se em vista
resultados que foram coletados com o os altos percentuais de satisfação com relação
questionário de avaliação foram tabulados em a sua utilidade.
gráficos, os quais possibilitaram identificar que Para trabalhos futuros, considera-se
os usuários (35 divididos em alunos e interessante a aplicação de outros plugins
professores) consideraram os plugins além dos estudados neste trabalho. Dos
selecionados úteis para o desenvolvimento de plugins existentes no site do Moodle, além dos
suas atividades. já apresentados neste trabalho, poderiam ser
O questionário realizou uma consulta aplicados: Gravador de Áudio, Crot (um bloco
sobre a freqüência de uso das ferramentas do de detecção de plágio), Módulo Skype,
AVA Moodle, visando identificar as que OpenMeetings, Vídeo Conversação, entre
deveriam ser implantadas no UniRitter no ano outros que também tornam-se interessantes.
de 2010. Com relação às ferramentas mais
utilizadas os usuários apontaram a ferramenta Referências
“Arquivos” como a mais usada. Outras
ferramentas apontadas com grande percentual
1. BELINE, Willian et al. EaD no Mundo
de utilização foram: correio eletrônico,
Open Source: Construindo Conhecimento
diário/agenda, tarefas (entrega de trabalhos) e
com Liberdade. Disponível:
portfólio para compartilhamento de arquivos.
http://br.geocities.com/mhaefeli2/EaD_no_
As demais ferramentas (fórum, lição,
Mundo_Open_So.pdf. [06 jun. 2009].
questionário, chat, notícias, glossário, blogs e
2. BUCCI, M. A. M.; MENEGHEL, P. S.
Wiki não foram apontadas como essenciais,
Tecnologias e ferramentas gratuitas da
neste primeiro momento.
internet e sua aplicação aos programas de
A análise dos resultados da aplicação dos
aprimoramento profissional à distância de
plugins selecionados demonstrou que eles são
equipes em bibliotecas universitárias.
ferramentas eficientes e adequadas para
Disponível:http://www.febab.org.br/rbbd/oj
utilização junto ao Moodle. Além da aplicação
s-.1.1/index.php/rbbd/article/view/106/122.
do questionário de avaliação dos plugins,
[07 jun. 2009].
foram estudados outros plugins considerados
3. GONÇALVES, Fátima. Estudo de Caso.
importantes para o projeto de pesquisa, ao
2008.Disponível:http://www.scribd.com/do
qual este trabalho está vinculado.
c/17182246/Estudo-de-Caso. [31 jul.
Dos plugins existentes (número total 496
2009].
plugins – dado obtido em março de 2009) no
4. MOODLE. Site Institucional.
site do Moodle, além dos já apresentados
Disponível:http://moodle.org. [07 jun. 2009]
neste trabalho, poderiam ser aplicados ao
5. PORFIRO, Roberto Martins. Uma
AVA Moodle os plugins: Gravador de Áudio,
ferramenta para gestão de grupos por
Crot (um novo bloco de detecção de plágio),
perfil de alunos no ambiente Moodle.
Módulo Skype, OpenMeetings, Vídeo
PUCRS, 2008. Disponível:
Conversação, entre outros que também
http://www.scribd.com/doc/4605923/Estud
tornam-se interessantes.
ando-o-moodle. [01 jun. 2009].
Espera-se que alguns dos plugins, acima
6. PULINO, Athail Rangel Pulino. Moodle -
relacionados, possam ser propostos
Um Sistema de Gerenciamento de Cursos.
futuramente para aplicação no sistema do
Disponível:www.moodle.ufu.br/livro_moodl
UniRitter, quando os usuários tiverem um
e.pdf. [08 jun. 2009].
tempo maior de contato com o ambiente
7. REIS, Cláudio Barbosa. Moodle. 2007.
Moodle, e a migração do antigo sistema para a
Disponível:http://claudiobarbosa.wordpres
plataforma Moodle esteja totalmente
s.com/2007/10/22/moodle-claroline-
consolidada.
dokeos-claudio-barbosa/. [07 jun. 2009].

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

Configurar Notas no Moodle


Marcieli Paula Langer1, Everton Coimbra de Araújo2, Cesar Alfredo Cardoso3
1
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, srtalanger@gmail.com
2
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, everton@utfpr.edu.br
3
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, cardoso@utfpr.edu.br

Resumo: O trabalho descrito pelo presente artigo aborda o processo de configuração das notas, as
quais são utilizadas para avaliação dos alunos nas atividades desenvolvidas pelos mesmos,
buscando instruir o leitor na realização desse processo. Tal processo não se dá necessariamente em
apenas uma etapa, mas sim possivelmente em duas, a configuração da nota e a do peso, que não é
obrigatoriamente necessário, além de ser possível ainda a classificação dessas notas em categorias.
Configurar a nota não significa necessariamente configurar apenas questões referentes à nota do
aluno em determinada atividade, ou a nota final para determinado curso, mas também a maneira com
que essas notas serão organizadas no boletim, disponível on-line para visualização do aluno.
Palavras-chave: tarefa, peso, avaliação, categorias de nota, boletim.
Abstract: The work described in this article covers the configuration process of the notes, which are
used for student assessment in the activities undertaken by them, seeking to instruct the reader in
realizing this process. This process does not occur necessarily in one step, but possibly two, setting
the note and weight, which is not absolutely necessary, and is still possible to classify these notes into
categories. Set the note does not necessarily set only issues of note in the student's particular activity,
or the final grade for a particular course, but also the way that these notes will be organized in the
newsletter, available for online viewing of student.
Keywords: Assignment weight, assessment, categories of note, newsletter.

A avaliação pode ser feita de várias


1. Introdução formas, entretanto deve ser muito bem
elaborada, não sendo apenas uma mera
O processo avaliativo não está apenas
aplicação de um instrumento avaliativo. Deve-
presente na vida acadêmica, mas sim de
se buscar a melhor maneira de mostrar ao
alguma forma, em nossa vida cotidiana, onde
estudante como está sendo o seu
somos forçados constantemente a tomar
desempenho no processo de aprendizagem,
decisões (SUHR, 2008).
proporcionando um momento de estudo e por
A avaliação do aluno, seja ela na forma de
conseqüência, aprendizado (SUHR, 2008).
qualquer atividade, deve analisar se os
Como em qualquer processo de
objetivos alcançados correspondem em parte
capacitação, seja ele presencial ou à
satisfatória ao que foi pretendido (KLEIN,
distância, o aprendizado dos alunos deve ser
1997).
avaliado. Em um curso realizado a partir do
O acesso democrático à educação,
ambiente Moodle, as atividades executadas
principalmente em nível superior, é um
pelos alunos são avaliadas e a elas são
acontecimento recente no Brasil. Contudo,
atribuídas notas, as quais decidirão a
com a melhora no acesso aos cursos, a
aprovação ou não aprovação do aluno ao
qualidade de ensino deve estar no mesmo
término do curso. Além das notas, é possível
ritmo de crescimento. Entende-se por
incluir feedbacks às avaliações, ou seja,
qualidade de ensino, tanto o domínio do
comentários sobre o desempenho do aluno
conteúdo ministrado aos alunos, quanto ao
naquela atividade.
desenvolvimento de habilidades didáticas,
As notas, de maneira geral, são uma
entre elas, está a de avaliar de forma
forma de representar toda e qualquer
adequada o nível de aprendizado dos alunos
participação do aluno, que possa interferir na
(SUHR, 2008).
aprovação do mesmo no curso do qual
Tendo esses fatores em vista, é possível
participa.
notar a importância que a avaliação tem
Todas as notas de um aluno ficam
dentro do processo de formação do individuo.
disponíveis, em forma de boletim on-line,

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

sempre atualizado, permitindo que os alunos • Média Ponderada Simples: se usar


consultem suas notas a qualquer momento. média ponderada simples o peso não é
O sistema de notas no Moodle se dá obrigatório, pois esse método reconhece como
primeiramente pela criação da atividade peso a nota máxima do item, estabelecida no
devidamente configurada, seguida da criação momento da configuração da atividade.
das categorias das atividades/notas.
Este artigo tem por finalidade apresentar 3. Configurando a Nota
como o uso de notas no Moodle pode ser No momento da criação da atividade, ou
trabalhado/configurado, abordando conceitos mesmo depois de criada, por meio da edição,
de elementos presentes no sistema de notas a nota pode ser configurada. A configuração
no Moodle, como categorias e pesos. da nota, de modo geral, se dá pela
2. Configuração Geral das Notas necessidade de especificar qual será a nota
máxima permitida para determinada atividade.
Todas as atividades avaliativas ficam Além disso, algumas atividades presentes no
visíveis no quadro de notas, ou boletim. Moodle podem ou não ser caracterizadas
Geralmente, as atividades tratam de assuntos como avaliativas. Para tanto, há um item da
distintos e nem sempre possuem o mesmo configuração da nota que especifica a
peso. A fim de organizar e possibilitar a utilização ou não dessa atividade como
atribuição de pesos diferenciados às método avaliativo.
atividades, são criadas as categorias.
As categorias são um meio de detalhar a 3.1. Configuração de Notas para Atividades
visualização das notas. Sendo assim, não são A configuração das notas para atividades
recursos obrigatórios, porém recomendados on-line, off-line ou de envio de arquivos não se
por questões já citadas, organização e difere entre elas. Para tais, apenas dois
atribuição de pesos diferenciados. campos referentes à nota precisam ser
A configuração das atividades engloba a configurados, que são: nota e categoria da
configuração da nota das mesmas. Além da atividade. O primeiro (nota) diz respeito à nota
nota, é atribuído um peso, que será a máxima a ser atribuída a um estudante para o
porcentagem de nota que a atividade assumirá item.
em relação à nota final total do curso ou O segundo e não menos importante, é o
categoria, já que as notas podem ser divididas campo categoria de nota. Caso a atividade
em categorias. Tanto a nota quanto o peso não pertença a nenhuma categoria, deve-se
podem variar de 0 a 100. A nota é configurada selecionar a opção “Não Classificados”. Além
em conjunto com a atividade, ao passo que o de selecionar a categoria a qual o item
peso é configurado posteriormente à criação e pertence nesse momento da configuração,
configuração das mesmas, no item Notas, essa configuração pode ser feita
presente no bloco de Administração. posteriormente, juntamente com a definição,
As notas referentes a cada atividade, se for o caso, de um peso para atividade. Este
quando um curso possui duas ou mais processo é detalhado adiante.
atividades, são parciais, ou seja, fatias da nota
final. Se tratando de notas parciais é, por 3.2. Configuração de Notas para Fóruns
padrão, adotado algum tipo de média ou A configuração de notas para um fórum é
fórmula para calcular a nota final a partir das diferente do que é oferecido para a mesma
parciais. O Moodle disponibiliza vários tipos de situação em atividades. Configurar a nota para
médias, sendo as principais: um fórum diferencia-se, pois este recurso
• Média Ponderada das Notas: se pode ou não ser usado como avaliativo. No
utilizar média ponderada das notas o peso é caso de um fórum avaliativo, onde a nota deve
obrigatório, já que é baseado nele que a ser configurada, além do campo categoria, há
média será calculada. o campo nota que leva uma opção adicional.
• Soma das Notas: se usar soma das O tipo utilizado é o Average of ratings (média
notas o peso não é obrigatório, porém o valor de avaliações), ou seja, a nota é referente à
total (100) deverá ser dividido entre as média das participações no fórum, cada
atividades e estabelecido na configuração da postagem equivale a uma participação, a qual
nota na mesma. será atribuída uma nota e ao final a média
• Média das Notas: se utilizar média das compreendida como a nota de participação no
notas, o peso não é obrigatório, pois a média é fórum. Além da opção Average of ratings,
a soma das notas divididas pelo número de
notas (média aritmética).

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

podem ser adotadas outras formas de calcular


a nota das participações no fórum, são elas: 4. Configurando o Peso
• Count of ratings (contagem de O peso é o que determina qual o valor de
avaliações), onde é levado em consideração o influência do item sobre o total da nota final. É
número de postagens e por fim é calculada a quesito obrigatório para alguns tipos de
nota final. médias adotadas, para outras, não influi em
• Maximum ratings (avaliação máxima), nada.
em que é levada em consideração a maior No item Nota, no bloco de Administração,
nota referente às participações do usuário no além de visualizar as notas referentes a todas
fórum. as atividades do curso, usuários que possuem
• Minimum ratings (avaliação mínima), perfil de Administrador/Professor podem
em que é levada em consideração a menor configurar os pesos de cada atividade. Para
nota referente às participações do usuário no tal, escolha a opção categorias e itens, no
fórum. combobox “Escolher uma ação...” no canto
• Sum of ratings (soma de avaliações), superior esquerdo da tela.
todas as notas das participações do usuário No modo de edição da categoria, os
no fórum são somadas. principais campos a serem configurados são:
É importante que as notas finais do fórum • Nome da categoria: determina o nome
não deve exceder a nota máxima permitida, da categoria, é importante que o nome faça
especificada na configuração do mesmo. algum sentido;
A figura 1 apresenta em destaque a • Tipo de Média: é a média que será
configuração do campo nota referente à um adotada, conforme a fórmula que deseja ser
fórum avaliativo. aplicada ao cálculo da nota final;
• Categoria Pai: como o próprio nome
sugere, é a categoria onde essa nova
categoria que está sendo criada será alocada,
ou seja, a categoria pai da que está sendo
Figura 1: Campo Nota do Fórum Avaliativo. criada e configurada;
Fonte: Autoria Própria • Peso do Item refere-se ao peso que a
categoria irá assumir na nota final do curso.
3.3. Configuração de Notas para A figura 3 apresenta em destaque tal
Questionários configuração.
Configurar a nota para um questionário,
quando no modo de edição, refere-se apenas
a determinar o campo categoria. Quando
estiver no questionário, porém não no modo
de edição, estará visível a aba modificar.
Nessa aba, o campo nota máxima equivale ao
campo nota das demais atividades. Cada
questão do questionário possui um peso em
relação à nota máxima, não necessariamente
tendo que somar o valor atribuído à esse
campo. O que é levado em consideração é a
relação entre os valores, de forma que, uma
questão com valor de nota 2 (dois) tenha o
dobro do peso de outra com valor de nota 1
(um). A figura 2 apresenta em destaque essa
configuração.

Figura 3: Criar/Configurar Categoria de Nota.


Fonte: Autoria Própria

No modo de edição de notas da atividade,


o Campo Peso do Item nas atividades também
Figura 2: Campo Nota do Questionário. pode ser configurado. A obrigatoriedade, como
Fonte: Autoria Própria
já citado, varia conforme a média adotada na

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

categoria em que essa atividade está. A figura pertence e o peso que assumirá em relação a
4 apresenta em destaque um exemplo de nota final, no caso de ser adotada uma média
configuração do peso de uma atividade. que trate do peso como um valor que
influência no total da nota.
Assim como os pesos, as categorias
apenas fazem parte do sistema de notas,
entretanto não são itens obrigatórios e são
utilizados em determinadas situações.
De modo geral, a configuração da nota
para as atividades não varia. O que muda é
quando se trata de fóruns e questionários.
Ao passo que, configurar o peso ou criar e
configurar uma categoria são processos
homogêneos, independente da atividade, ou
seja, da mesma forma que é configurado o
peso de um fórum é configurado o de uma
atividade off-line. O mesmo vale para
categorias.
Figura 4: Configuração do Peso – Campo
Peso do Item.
Referências Bibliográficas
Fonte: Autoria Própria
1. FATEC, Faculdade de Tecnologia (2010).
Caso durante a criação/configuração da
Incluindo Notas no Moodle.
atividade, a categoria para a mesma não
Disponível:http://srvprod.sistemafiergs.org.
tenha sido informada, este processo pode ser
br/portal/page/portal/sfiergs_senai_uos/se
feito também através dos recursos desta
nairs_uo692/Incluindo%20Notas%20no%2
página, bastando mover a atividade para a
0Moodle.pdf. [12 jul. 2010].
categoria, da mesma forma que se move
2. FILHO, Athail Rangel Pulino (2005).
recursos e atividades na área do curso. A
Moodle: Um sistema de gerenciamento
figura 5 destaca esse procedimento.
de cursos.
Disponível:http://uab.unb.br/file.php/1/mod
data/data/1/2/1/chapter01.pdf. [12 jul.
2010].
3. KLEIN, Luiz Fernando. Subsídios para a
Pedagogia Inaciana. Col. Ignatiana, 39.
São Paulo: Edições Loyola, 1997.
4. MOODLE LIVRE (2009). Como
configurar notas no moodle 1.9.
Disponível:http://moodlelivre.com.br/como-
configurar-notas-no-moodle-19/. [12 jul.
2010].
Figura 5: Movendo Atividade para Categoria 5. SUHR, Inge Renate Fröse. Processo
de Nota Correspondente. Avaliativo no Ensino Superior. 1ª ed.
Fonte: Autoria Própria Curitiba: Editora IBPEX, 2008.

5. Considerações Finais

Quaisquer que seja o perfil utilizado pelo


usuário, as notas são visíveis. Podendo alguns
perfis visualizar as notas de todos os alunos,
ao passo que o de Estudante apenas as
próprias notas.
A configuração da nota em qualquer que
seja a atividade avaliativa, pode englobar não
somente o campo nota, propriamente dito,
mas também a categoria a qual essa atividade

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Novos Recursos do Moodle 2.0

Daniel Arndt Alves1


1
Universidade Presbiteriana Mackenzie, daniel.alves@mackenzie.br

Resumo: Desde o lançamento da versão 1.0 do Moodle, em 20 de Agosto de 2002, esta plataforma
recebeu inúmeras contribuições e melhorias. A tarefa do lançamento de sua primeira grande
atualização, representado pela versão 2.0, mostra-se um grande desafio aos seus desenvolvedores.
Este artigo tem como objetivo divulgar as principais mudanças e novidades do Moodle 2.0,
atualmente agendado para lançamento em Setembro de 2010.

Palavras-chave: Moodle, Desenvolvimento, Ambientes Virtuais de Aprendizagem, Open Source.

Abstract: Since the release 1.0 of Moodle, on August 20, 2001, this platform receives amounts of
contributions and enhancements. The task of launch of its first biggest update, presented by release
2.0, is a big challenge to yours developers. This paper aims to show the mail changes and news of
Moodle 2.0, now scheduled for release in September 2010.

Keywords: Moodle, Development, Virtual Learning Environments, Open Source.

poderá vir a ser postergada, caso o padrão de


1. Introdução qualidade desejável pelos desenvolvedores
ainda não venha a ser atingido.
Desde o lançamento da versão 1.0 do
Moodle, em 20 de Agosto de 2002 [8], a 2. Novas Funcionalidades
plataforma recebeu inúmeras contribuições e
melhorias, graças aos esforços da crescente O objetivo deste artigo é apresentar as
comunidade de desenvolvedores ativos [6]. principais novidades na plataforma Moodle.
Diversos desenvolvedores independentes, os Estas novidades já encontram-se atualmente
quais se aliaram ao seu fundador, Martin implementadas em sua versão preliminar,
Dougiamas no trabalho de desenvolvimento atualmente em fase de testes pela
desta plataforma educacional. comunidade de desenvolvedores do Moodle
Em um universo de mais de 54.000 2.0.
instalações, registradas [7], distribuídas em Além das novas funcionalidades, diversos
216 países [7], o Moodle atualmente atende a recursos já existentes no ambiente Moodle
quase 4 milhões de cursos [7]. Uma grande foram aprimorados, de forma a garantir
mudança de versão nesta plataforma estabilidade, performance e escalabilidade da
certamente não é uma tarefa fácil para seus plataforma.
desenvolvedores. O desenvolvimento do Moodle segue o
O Moodle 2.0 representa o maior modelo open source [13], o qual é suportado
lançamento da comunidade, apos dois anos por uma comunidade ativa de
de intenso desenvolvimento. Esta versão inclui desenvolvedores, espalhados por vários
um grande numero de mudanças no núcleo da países do mundo. Esta grande distribuição de
plataforma, a maioria das quais se destinam a desenvolvedores e usuários em diferentes
oferecer aos usuários e desenvolvedores de culturas e localidades possibilita a criação de
módulos adicionais uma maior flexibilidade, um produto bastante flexível que possa
escalabilidade e segurança [11]. atender ao máximo as necessidades de cada
Este artigo apresenta as principais um de seus usuários.
novidades da nova versão do Moodle, Apesar do desenvolvimento do Moodle
atualmente agendada para o lançamento no utilizar este modelo open source, todo o
final do mês de Setembro de 2010. Esta data código-fonte da plataforma é constantemente

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

verificado, de forma a se manter um bom nível Com a oportunidade institucional de


de controle de qualidade do software. Aliado à compartilhamento de conhecimentos, os
metodologia de desenvolvimento e testes de usuários, sejam estes professores ou alunos,
todos os componentes principais, que formam poderão se beneficiar desta troca de
o núcleo deste software. Todo o trabalho de experiências e conhecimentos mais intensa
desenvolvimento destes componentes entre suas instituições. E também poderão
principais da plataforma são acompanhados manter um contato próximo com seus colegas
de perto pela equipe de desenvolvedores nas mais diversas localidades, com sua
principais, liderados pelo Martin Dougiamas, o bagagem sócio-cultural diversificada.
criador original da primeira versão do Moodle.
4. Suporte a Repositórios (Repository
3. Centros Comunitários (Community hub) support)

O Moodle atualmente é bastante A partir da versão 2.0, o Moodle contará


conhecido pela sua filosofia educacional com a integração de repositórios de conteúdos
construtivista, proporcionando, através de externos (Repository support) [10],
seus módulos, a construção de verdadeiras simplificando ainda mais a publicação de
comunidades virtuais de ensino- documentos e mídias digitais no ambiente
aprendizagem. Moodle. A publicação de conteúdos é
A idéia da criação dos “Centros realizada através de sua nova interface,
Comunitários” (Community hub) [3], é baseada na tecnologia AJAX. Como uma
possibilitar a qualquer administrador pode criar simples caixa de diálogo de abertura de
um centro comunitário. Esta nova arquivos, estes conteúdos poderão ser
funcionalidade transforma o seu ambiente publicados no Moodle, seja este a partir do
Moodle em uma coleção de cursos, que computador pessoal do professor ou do aluno,
podem ser utilizados em outras comunidades ou mesmo a partir de repositórios remotos, de
púbicas ou privadas. forma transparente ao usuário.
Os sites Moodle afiliados a estas Inicialmente o Moodle 2.0 trará
comunidades poderão a partir de agora serem incormporado alguns plugins nativos, que
registrados em qualquer comunidade, ao invés incluem o suporte aos seguintes repositórios:
de apenas uma comunidade Moodle.org Alfresco, Amazon S3, Box.net, Flickr, Google
global. Estas comunidades agora podem se Docs, Mahara, MERLOT, Picasa, arquivos em
organizar regionalmente em associações, sites Moodle remotos, WebDAV, Wikimedia e
sejam estas formadas por membros Youtube.
geograficamente próximos, ou por Cabe destacar que o tradicional suporte a
comunidades formadas a partir de parcerias arquivos armazenados no próprio servidor
inter-institucionais. Estas comunidades Moodle continua presente nesta versão, com
permitem que seus membros utilizem o diversos aprimoramentos e novos recursos.
Moodle como plataforma regional de ensino-
aprendizagem. 5. Suporte a Portfólios (Portfolio support)
Os professores registrados nestas
comunidades podem anunciar seus cursos, Uma das grandes novidades aos
para que as pessoas interessadas possam professores e autores de curso que
facilmente se inscrever e participar dos atualmente trabalham com os recursos Moodle
mesmos. Além disso, os professores podem será o suporte a portfólios (Portfolio support)
também buscar em qualquer site registrado [9].
em sua comunidade cursos que poderão ser Os módulos podem exportar dados para
utilizados como modelos na preparação de sistemas externos, especialmente úteis para a
seus próprios cursos. elaboração de portfólios. Nestes portifólios, a
Os centros comunitários possibilitarão exibição dos conteúdos de fóruns e os
uma maior integração entre as instituições de resultados de atividades no Moodle, entre
ensino, auxiliando na união da comunidade outros dados, podem ser úteis para a criação
Moodle existente. Esta integração poderá de um relatório ou até mesmo de um artigo
facilitar ainda mais a troca de experiências, científico.
conhecimentos e conteúdos inter- A ilustração das experiências
institucionais, de uma forma similar à união educacionais, por meio das atividades
atualmente proporcionada entre professores e desenvolvidas no Moodle, bem como a coleta
estudantes em uma plataforma individual. dos dados científicos para a publicação de

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resultados ficará muito mais simples de ser 8. Grupos de Usuários (Cohorts)


realizada.
Inicialmente o Moodle 2.0 incluirá suporte Os grupos de usuários (Cohorts)[2] são
nativo aos serviços: Box.net, Flickr, Google grupos de usuários criados a nível de site
Docs, Mahara e Picasa. As APIs de Moodle. Estes grupos funcionam de uma
desenvolvimento permitem facilmente a forma análoga aos recursos atualmente
criação de módulos opcionais, permitindo disponíveis para a criação e manipulação de
facilmente a expansão desta funcionalidade a grupos de estudantes dentro de um curso
outros serviços. hospedado no Moodle. Os novos grupos de
usuários do site permitem o agrupamento e a
6. Realizações (Completion) manipulação do conjunto de usuários,
simplificando as tarefas administrativas na
Os professores poderão especificar as plataforma.
condições que definirão quando uma atividade Os grupos de usuários ainda podem ser
será dada como concluída para o estudante inscritos em um curso, através de apenas uma
(Completion) [4]. ação, a qual pode ser realizada de forma
Estas condições podem ser baseadas na manual ou automática, sem a necessidade do
quantidade de mensagens enviadas em um tratamento individual de cada usuário.
fórum, ou uma nota mínima a ser alcançada Um exemplo prático de aplicação é a
em uma determinada atividade, ou no mínimo criação de turmas de estudantes, as quais
uma escolha a ser realizada em uma receberão diversas disciplinas, criadas e
determinada pesquisa. mantidas pelos seus respectivos professores.
Além do controle a nível de atividade, os Quando da mudança de um período letivo, a
professores também podem definir condições turma toda troca o seu conjunto de disciplinas,
em que um curso pode ser tido com o sem a necessidade da manipulação individual
concluído pelo aluno. As condições podem das inscrições de cada estudante na
incluir a participação em determinadas plataforma.
atividades, uma nota mínima a ser alcançada Outro exemplo prático do emprego destes
no curso, uma data limite de encerramento grupos de usuários, é a criação dos grupos de
das atividades ou a combinação de um ou suporte, sejam estes grupos de suporte
mais destes critérios. técnico ou pedagógico, nos quais seus
integrantes precisam de permissões especiais.
7. Atividades Condicionais (Conditional Por exemplo, para visualização do conteúdo
activities) de um grupo específico de cursos disponíveis,
para as atividades de auxilio aos usuários.
As Atividades Condicionais (Conditional Uma vez formado este grupo de usuários,
activities) [5], certamente é um dos recursos pode-se atribuir as devidas permissões ao
mais desejáveis da nova versão do Moodle. grupo. A manutenção de tal grupo simplifica as
Atuando como desenvolvedor especializado operações de atualização de permissões no
em Moodle na DirectWeb [1], por pouco mais caso da saída de algum membro, ou da
de um ano, a maior necessidade apresentada expansão de tais equipes de suporte à
por diversos clientes era justamente a plataforma.
possibilidade da criação de cursos
seqüenciais. Os cursos seqüenciais definem 9. Suporte a Web Services (Web services)
que os estudantes devem seguir uma
seqüencia definida de atividades, nas quais a O suporte a padrões de web services [12]
liberação de uma atividade estava diretamente a partir da versão 2.0 estará embutido
ligada à conclusão de uma atividade anterior. diretamente no código base do Moodle. Esta
As Atividades Condicionais permitem a integração nativa permite ao administrador
restrição de aceso a atividades, baseadas em aproveitar funcionalidades especificas do
determinados critérios, tais como datas limites ambiente através de diferentes interfaces, ou
de abertura e encerramento, notas obtidas, ou simplificar a integração com outros sistemas.
a conclusão de outras atividades. Estas Estes novos recursos permitem facilmente
condições podem ser combinadas, de forma a a integração com interfaces administrativas,
criar um curso com conteúdo progressivo, de desenvolvidas por terceiros, tais como
acordo com as suas necessidades sistemas acadêmicos e financeiros, ou até
pedagógicas específicas. mesmo o emprego de interfaces móveis.

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Com o desenvolvimento das novas Referências Bibliográficas


tecnologias e a expansão do mercado de
dispositivos móveis com acesso à Internet, 1. DIRECTWEB (2010). Grupo Directweb.
atualmente uma considerável parte dos Portal Institucional. Disponível:
usuários emprega estes dispositivos para http://www.directweb.com.br/. [6 ago.
acessar aos recursos do Moodle. Uma 2010].
interface desenvolvida especificamente para 2. DOUGIAMAS, Martin (2010). Cohorts.
atender às necessidades deste tipo de Moodle Documentation. Disponível:
dispositivos consegue otimizar a experiência http://docs.moodle.org/en/Cohorts. [6 ago.
do usuário na utilização dos recursos 2010].
oferecidos pelo Moodle durante este tipo 3. DOUGIAMAS, Martin (2010). Community
específico de navegação, com recursos hub. Moodle Documentation. Disponível:
limitados. http://docs.moodle.org/en/Community_hub
O framework de web services foi . [6 ago. 2010].
construído baseado em um elevado nível de 4. DOUGIAMAS, Martin (2010). Completion.
segurança, com todo um sistema de Moodle Documentation. Disponível:
autenticação e o completo controle de todas http://docs.moodle.org/en/Completion. [6
as funções expostas da plataforma. ago. 2010].
Todas as funções definidas no Moodle são 5. DOUGIAMAS, Martin (2010). Conditional
automaticamente disponíveis a partir dos Activities. Moodle Documentation.
seguintes padrões: SOAP, XML-RPC, REST e Disponível:
AMF (Flash). O administrador do ambiente http://docs.moodle.org/en/Conditional_acti
pode facilmente definir a política de acesso e vities. [6 ago. 2010].
segurança a cada funcionalidade a ser 6. DOUGIAMAS, Martin (2010). Credits.
disponibilizada via web service em seu Moodle Documentation. Disponível:
ambiente específico. http://docs.moodle.org/en/Credits. [6 ago.
2010].
10. Conclusões e Trabalhos Futuros 7. DOUGIAMAS, Martin (2010). Moodle
Statistics. Moodle.org. Disponível:
O grande esforço de desenvolvimento da http://moodle.org/stats/. [6 ago. 2010].
equipe de programadores atualmente ativos 8. DOUGIAMAS, Martin (2010). Moodle
na comunidade Moodle, nos últimos dois anos, Version History. Moodle Documentation.
estará, em breve, oferecendo uma grande Disponível:
atualização de recursos e novas http://docs.moodle.org/en/Moodle_version
funcionalidades à plataforma. O Moodle 2.0 _history. [6 ago. 2010].
contará com recursos que facilitarão ainda 9. DOUGIAMAS, Martin (2010). Portfolios.
mais a colaboração inter institucional. Moodle Documentation. Disponível:
Cabe aos administradores e http://docs.moodle.org/en/Portfolios. [6
coordenadores pedagógicos a função da ago. 2010].
análise do impacto destas mudanças em seu 10. DOUGIAMAS, Martin (2010).
grupo de usuários da plataforma e em seus Repositories. Moodle Documentation.
conteúdos didáticos. Através da avaliação dos Disponível:
ganhos obtidos com as novas funcionalidades, http://docs.moodle.org/en/Repositories. [6
e o impacto sobre seus conteúdos, definindo o ago. 2010].
melhor momento para aplicação desta 11. DOUGIAMAS, Martin (2010). Roadmap.
atualização. Moodle Documentation. Disponível:
Um detalhe importante a destacar é que, http://docs.moodle.org/en/Roadmap. [6
apesar do pleno desenvolvimento do Moodle ago. 2010].
2.0, já existem planos preliminares de 12. DOUGIAMAS, Martin (2010). Web
funcionalidades já definidas para o Moodle 2.1 Services. Moodle Documentation.
[11], tais como a inclusão de novos módulos Disponível:
de pesquisas, mesclando os recursos dos http://docs.moodle.org/en/Web_Services.
atuais módulos questionnaire, feedback e [6 ago. 2010].
survey, bem como a criação de um novo 13. RAYMOND, Eric S. The Cathedral & The
sistema de armazenamento do banco de Bazaar. Sebastopol, CA - USA: O’Reilly
questões. Estes recursos somente serão Media, 1999, 256 p.
trabalhados após o lançamento da versão 2.0.

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Um Módulo Baseado em um Agente Detector Automático de


Indícios de Plágio, Integrado a Plataforma MLE-Moodle

Solange de L. Pertile1; Sandra Dutra Piovesan2; Patrícia Mozzaquatro Mariotto3 ,


Jaziel S. Lôbo4 , Fábio Teixeira Franciscato5 , Roseclea Duarte Medina6
1
Universidade Federal de Santa Maria, solangepertile@gmail.com
2
Universidade Federal de Santa Maria, sanpiovesan@gmail.com
3
Universidade Federal de Santa Maria, patriciamozzaquatro@gmail.com
4
Universidade Federal de Santa Maria, jaziel.lobo@gmail.com
5
Universidade Federal de Santa Maria, fabiofranciscato@yahoo.com.br
6
Universidade Federal de Santa Maria, roseclea.medina@gmail.com

Resumo: Juntamente com ampliação da educação à distância utilizando os ambientes virtuais de


aprendizagem, aumentam também a distribuição e acesso a informações por um número muito maior
de pessoas, o que vem dificultando o controle da originalidade de tais informações e facilitando o
trabalho dos usuários que fazem uso de tais informações de forma inadequada. É sob esse enfoque e
sobre a importância de se avaliar tais informações que este artigo apresenta a modelagem de um
agente detector de indícios de plágios em trabalhos acadêmicos, a partir de textos publicados na
internet. Além disso, o agente será integrado ao módulo de envio de tarefa da plataforma MLE-
Moodle, visando potencializar aos professores os benefícios de sua utilização, já na postagem dos
trabalhos no AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem).

Palavras-chave: ambientes virtuais de aprendizagem móvel, m-learning, mle-moodle, detecção


automática de indícios de plágio.

Abstract: Along with expansion of distance learning using virtual learning environments, also
increases the distribution and access to information by a much larger number of people, which has
strained the control of the originality of the information and facilitating work of plagiarists users who
use such information improperly. It is under this approach and the importance of evaluating the
information that this paper presents a modeling environment based on an agent detector evidence of
plagiarism in academic work, based on texts published on the internet. Moreover, the environment will
be integrated into the module sending task of MLE-Moodle platform, aiming to empower teachers to
the benefits of its use, since the posting of work in the AVA (Virtual Learning Environment).

Keywords: virtual learning environments mobile, m-learning, mle- moodle, Automatic detection of
signs of plagiarism.

simples operações do teclado ou do mouse


1. Introdução para realização de uma pesquisa em motores
de busca, selecionando, copiando e colando
A possibilidade de comunicação de informações (OLIVEIRA et. al, 2007).
qualquer lugar em tempo real através da Deste modo, este trabalho propõe utilizar
internet faz com que a disponibilidade de as tecnologias de agentes de software para
informações digitais na web cresça de forma atuar como um detector automático de indícios
disparada, tornando acessível a qualquer de plágio em tarefas acadêmicas submetidas
pessoa conectada a internet um grande ao Mle- Moodle, no sentido de contribuir para
acervo de documentos digitais disponibilizados um reconhecimento mais eficaz das
em bibliotecas digitais. possibilidades de plágios e minimizar a
Entretanto, a grande quantidade de sobrecarga do professor na analise dos
informações distribuídas na mídia digital vem trabalhos. Apesar de ser uma aplicação
causando um grande estímulo à prática do móvel, o ambiente também estará disponível
plágio uma vez que reduziu o esforço de para acesso via desktop.
pesquisa e de cópia dos plagiadores pelas

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2. M-Learning e MLE-Moodle copia de fontes externas, como, por exemplo,


livro, artigo de revista, monografias ou internet.
No contexto deste trabalho a forma
Os Ambientes Virtuais de Aprendizagem adotada será extra-corporal, pois a instituição
(AVAs) tem sido empregados como onde o projeto de pesquisa se desenvolve não
facilitadores no processo de ensino e possui repositório, ou seja, os trabalhos
aprendizagem, tanto em termos de distribuição submetidos pelos alunos em formato textual
de informações quanto na disponibilidade de serão comparados somente com fontes da
diferentes alternativas para diversificar as web.
estratégias pedagógicas utilizadas (SANTOS,
2009). 4. Agentes
O grande aumento de ferramentas
desenvolvidas para apoio ao ensino à A utilização de agentes de software pode
distância vem oferecendo novas ser considerado como uma abordagem
possibilidades para o processo de ensino- promissora para ser aplicada nos desafios
aprendizagem, possibilitando a ampliação da atuais dos ambientes educacionais modernos,
infra-estrutura para o escopo tanto do ensino que estão cada vez mais influenciados por
a distância como do ensino presencial. Desta tecnologias voltadas a Internet, Inteligência
forma, o uso dessas novas tecnologias fez Artificial, entre outras, devido ao fato dessa
surgir uma nova modalidade de ensino, o tecnologia proporcionar grande flexibilidade na
mobile learning, ou seja, um e-learning resolução de problemas complexos e
utilizando dispositivos móveis, assim como, dinâmicos (CUNHA, 2002).
notbooks, laptops, palmtops, telefones Não se encontra um conceito padrão para
celulares e diversos tipos de PDAs (Personal agentes, ou seja, não há um consenso sobre
Digital Assistants). Essas tecnologias uma definição exata de agentes, em vez disso,
proporcionam ao usuário algumas vantagens, há várias abordagens diferentes para o termo,
tais como: pró-atividade, mobilidade, dependendo do contexto em que está inserido.
flexibilidade e portabilidade (TAROUCO et. al, Por conseqüência, a definição a ser adotada
2004; ARANTES; TEIXEIRA, 2008). nesse trabalho é a seguinte: Um agente é uma
Neste contexto, diferentes pesquisas têm entidade de software encapsulado que está
sido desenvolvidas em busca de integração de situado em algum ambiente e é capaz de ação
novos ambientes para MLE- Moodle (Mobile autônoma neste ambiente a fim de atingir seus
Learning Engine – Moodle), assim como, o objetivos de projeto (WOOLDRIGE;
SEDECA (Mozzaquatro, 2010), o ROAD JENNINGS, 1995).
desenvolvido por Franciscatto (2010), o MOLE Existem algumas iniciativas no sentido de
de Sakharkar et al. (2009), entre outros. introduzir agentes em Ambientes Virtuais de
Aprendizagem, algumas dessas podem ser
3. Detecção Automática de Plágios em encontradas em Goñi; Milidiu (2002), onde se
AVAs desenvolveu um sistema multi-agentes para
auxiliar o professor na busca de conteúdos
A tarefa de verificar a originalidade dos educacionais no padrão IMS; Oliveira; Siqueira
trabalhos submetidos aos AVAs de uma (2006) desenvolveram um agente de
grande quantidade de alunos de forma recomendação para um sistema de
manual, acaba tornando o trabalho do acompanhamento de produções de tudo que é
professor extremamente cansativo e produzido por professores e alunos no IESAM
demorado, levando os professores a optar por - Instituto de Estudos Superiores da
aplicar tarefas nas quais os ambientes avaliam Amazônia; Ribeiro et al. (2007) propôs
automaticamente os alunos, assim como, introduzir um agente pedagógico a interface
exercícios de múltiplas escolhas, associação de um sistema de gerência de cursos, o qual
de colunas e verdadeiro ou falso, deixando de tem como função promover a interação entre
lado as questões dissertativas e a produção os alunos; Santos (2009) propôs a inserção de
de textos (FRANCO; MILANEZ, 2008). um agente conversacional animado em um
Conforme a idéia de Liu et al. (2007), o ambiente virtual de aprendizagem a partir da
plágio pode ser considerado de duas formas. teoria da carga cognitiva, entre outros.
Intra-corpal, no qual um sujeito copia a tarefa
de outro quando ambos estão realizando uma 5. Método Proposto
mesma tarefa, e extra-corpal, onde o sujeito

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Este trabalho faz parte de um projeto de receber a notificação. Isto significa que o
pesquisa desenvolvido junto ao Grupo de professor só receberá uma notificação quando
Redes e Computação Aplicada da as semelhanças achadas forem maiores que
Universidade Federal de Santa Maria, assim um valor que foi anteriormente determinado.
como, o sistema SEDECA, desenvolvido por 5º- Por fim, o relatório gerado será
Mozzaquatro (2010) para a análise de estilos armazenado juntamente com o seu
cognitivos, o qual possibilitou o documento original correspondente para
desenvolvimento de um framework para a posterior análise do professor. Desta forma, o
adaptação do ambiente virtual de professor não precisará mais se preocupar
aprendizagem móvel Mle-Moodle aos estilos com a tarefa manual de verificação de indícios
cognitivos predominantes dos alunos. A figura de plágios nos trabalhos submetidos ao
1 apresenta a arquitetura de integração do ambiente virtual de aprendizagem móvel
módulo proposto juntamente com o framework Moodle, pois o agente detector realizará a
desenvolvido por Mozzaquatro (2010) ao tarefa de forma automática.
Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle.
6. Resultados

Embora já existam algumas ferramentas


aptas para detecção automática de indícios de
plágio, não foram identificadas ferramentas
que fazem uso de agentes de software para
realizar esta tarefa. Além disso, a maioria são
pagas e não são integradas aos Ambientes
virtuais de aprendizagem móvel.
No entanto, a principal contribuição da
proposta descrita neste trabalho é reconhecer,
combater e inibir a prática do plágio,
auxiliando o professor na análise da qualidade
e originalidade dos documentos
Figura 1: Arquitetura do ambiente proposto.
disponibilizados no ambiente de aprendizagem
Fonte: Adaptado de Mozzaquatro (2010). virtual MLE-Moodle, a qual também estará
disponível para acesso via desktop.
Para melhor compreensão das funções
que serão realizadas pelo agente detector, Referências Bibliográficas
faz-se uma breve descrição do seu
funcionamento:
1º- Primeiramente, o agente ADP é
acionado quando uma nova atividade em 1. CUNHA, Leonardo Magela. Formação de
formato .doc ou pdf for submetida ao recurso Grupos de Trabalho Utilizando Agentes de
de envio de tarefas do Moodle. Software. 2002. 115 f. Dissertação
2º- Ao ser acionado, o agente fracionará o (Informática) - Pontifícia Universidade
documento em sentenças (parágrafo) e as Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,
enviará aos robôs de buscas da web, os quais 2002.
realizarão a comparação por sentenças 2. FANCISCATO, Fabio Teixeira. ROAD:
similares em fontes da web. Repositório Semântico de Objetos de
3º- A cada trecho comparado o agente Aprendizagem para Dispositivos Móveis.
inclui em um relatório a sentença analisada e 2010. 117 f. Dissertação (Informática) -
a destaca na cor vermelha em caso de ser Universidade Federal de Santa Maria,
considerada como indício de plágio, Santa Maria, RS, 2010.
complementando-a com os endereços virtuais
3. FRANCO, Lucia R. H. R.; MILANEZ, José
das fontes encontradas na web. Além disso,
Renato Castro. Implantação de um
ao final deste relatório será apresentado um
software detector de plágio para análise
gráfico com a porcentagem de originalidade do
das questões dissertativas do ambiente
documento analisado.
virtual de aprendizagem TelEduc. Revista
4º- Em seguida, o agente enviará uma
Brasileira de Aprendizagem Aberta e a
notificação via e-mail ao professor de tais
Distância, v. 7. 2008. Disponível
indícios de plágio. Desta forma, o docente
em:<http://www.abed.org.br/revistacientific
poderá configurar o nível de sensibilidade para

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a/Revista_PDF_Doc/2008/ARTIGO_17_R Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS,


BAAD_2008_PESQUISA.pdf>. Acesso em 2009.
julho, 2010. 12. TAROUCO, Liane M. R. et al.. Objetos de
4. GOÑI, Jorge Luis; MILIDIÚ, Ruy Luiz. Aprendizagem para M-Learning.
Agentes de Software para auxiliar ao Congresso Nacional de Tecnologia da
Professor na busca de Conteúdos Informação e Comunicação, Florianópolis,
Educacionais no Padrão IMS. Disponível SC, 2004. Disponível
em:<ftp://ftp.inf.puc- em:<http://www.cinted.ufrgs.br/CESTA/obj
rio.br/pub/docs/techreports/02_13_goni.pdf etosdeaprendiz agem_sucesu.pdf>.
>. Acesso em agosto, 2010. Acesso em: 15 de julho. 2010.
13. WOOLDRIGE, M.; JENNINGS, N. R..
5. LIU, Y. et al.. Extending web search for Intelligent Agents: Theory and Practice.
online plagiarism detection. IEEE TheKnowledge Engineering Review,
International Conference on Information Vol.10:2, pp.115-152. 1995.
Reuse and Integration. Las Vegas, pp.
164-169. 2007.
6. MOZZAQUATRO, P. M. Modelagem de
um Framework para Adaptação de
Ambientes Virtuais de Aprendizagem
Móveis aos Diferentes Estilos Cognitivos.
168 f. 2010. Dissertação (Informática),
Universidade Federal de Santa Maria,
Santa Maria, RS, 2010.
7. OLIVEIRA, Igor Carneiro; SIQUEIRA,
Luana N. de A. Agentes de
Recomendação para um Sistema de
acompanhamento de Produções
Acadêmicas no IESAM. 2006. 31 f.
Trabalho de Conclusão (Engenharia da
Computação) - Instituto de Estudos
Superiores da Amazônia, Amazônia, 2006.
8. OLIVEIRA, Márcia et al.. Bibliotecas
Digitais Aliadas na Detecção Automática
de Plágio. Seminário Internacional de
Bibliotecas Digitais Brasil. 2007.
Disponível
em:<http://libdigi.unicamp.br/document/?c
ode=23482>. Acesso em: julho. 2010.
9. RIBEIRO, João Pedro Accorsi;
REATEGUI, Eliseo; BOFF, Elisa.
Integrando um Agente Pedagógico para
Recomendação de Tutores a um Sistema
de Gerência de Cursos, Ciclo 9.2007.
Porto Alegre: UFRGS, Centro
Interdisciplinar de Novas Tecnologias na
Educação. 2007.
10. SAKHARKAR, Hemant; Iyer, Sridhar;
Baru, Malathy. MOLE: An Extension to
MLE Moodle. National Conference on
Open Source Software, Mumbai, India.
2007.
11. SANTOS, Leila M. A. A Inserção de um
Agente Conversacional Animado em um
Ambiente Virtual de Aprendizagem a partir
da Teoria Cognitiva. 2009. 115 f.
Dissertação (Informática) - Universidade

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Estudo de Caso: Uma análise da relação do Projeto Conexão


do Saber com o processo de avaliação da aprendizagem no
Ensino Fundamental

Maria Dorothea Chagas Correa


Universidade Estadual de Campinas, dorothea.chagas@gmail.com

Resumo:
Este artigo apresenta a análise da relação do Projeto Conexão do Saber com o processo de
avaliação da aprendizagem acontecida em uma Escola de Educação Infantil e Ensino
Fundamental, na cidade de Campinas-SP. O Projeto Conexão do Saber é um software
educacional criado e desenvolvido no laboratório de comunicações da Unicamp e é, também,
uma ferramenta pedagógica que utiliza metodologia própria para avaliar, estimular e reforçar
conteúdos apresentados em sala de aula, através de diversos módulos educacionais
baseados na realidade nacional.
A avaliação foi feita em três alunos da Escola “X” , usando o Projeto Conexão do Saber e
gerando resultados em relação ao processo de avaliação da aprendizagem.

Palavras – Chave: Soluções Educacionais; Avaliação

Abstract:
This paper presents the analysis of the Project of Knowledge Connection with the process of
assessment of learning happened in a Preschool and Primary School in the city of Campinas.
The Project Connection of Knowledge is an educational software created and developed in the
laboratory's communications and Unicamp is also an educational tool that uses its own
methodology to assess, stimulate and reinforce content presented in class, through various
educational modules based on national reality.
The evaluation was done in three students of the School "X" using the Project Connection of
Knowledge and generating results in relation to the evaluation process of learning.

Key - words: Educational Solutions, Evaluation

1.Introdução:

Este artigo foi elaborado a partir de uma contribuições quanto à isenção de


pesquisa, que se propõe a estudar determinados erros ortográficos na escrita
elementos que configuram ambientes de redação de um grupo de três alunos da
a
digitais de aprendizagem, assim como as 4 série do Ensino Fundamental de uma
suas relações com o processo de avaliação escola da cidade de Campinas-SP.
1
por meio do Projeto Conexão do Saber . A
Em função do contínuo desenvolvimento
aplicação do projeto visa mensurar suas
tecnológico uma nova forma de ensino, que
1
une os interesses comuns às
O Conexão do Saber é um software oportunidades está se configurando.
educacional que contribui para o
desenvolvimento de um novo ambiente de
aprendizagem.

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A introdução de formas diversificadas de processo da avaliação, mas ele não se


interação, a possibilidade do registro e as esgota nessa dimensão.
formas de intervenção do professor são
A avaliação não é um momento de uma
características que configuram os
proposta pedagógica, mas um de seus
ambientes digitais de aprendizagem e os
componentes constantes. É fundamental
diferenciam dos modelos clássicos de
considerar a avaliação como parte de um
educação, onde aprender era uma tarefa
processo dinâmico, que influencia, mas que
praticamente solitária.
ao mesmo tempo é influenciado pelas
Esta nova forma de ensinar propõe um respostas dos alunos, pela peculiaridade
novo paradigma, que transcende o ensino do contexto e do momento. O campo da
tradicional e demanda, portanto, a avaliação atualmente abrange, além da
construção de novos conceitos e práticas avaliação do rendimento escolar, a
pedagógicas que respondem às avaliação do desempenho, a avaliação de
necessidades de alunos e professores. cursos e de instituições e, também, de
Desafio maior é o da avaliação da sistemas educacionais. Ainda assim,
aprendizagem, pois incorporar as permanece dominada por uma marcante
particularidades trazidas pelos ambientes preocupação com a qualidade da
digitais na construção de instrumentos e educação. A avaliação é, portanto, a parte
estratégias de avaliação adequada aos mais importante de todo o processo de
novos contextos é tarefa que vem não só ensino/aprendizagem.
com a evolução da produção teórica sobre
o tema, mas também com o
amadurecimento das experiências 3. Projeto Conexão do Saber
concretas deste novo modelo.
Este artigo está organizado da seguinte
O Projeto Conexão do Saber é um software
forma: Seção 2. Apresenta uma pequena
educacional originado dentre as várias
reflexão sobre avaliação; A Seção 3. fala
atividades do grupo Partnership in Global
sobre o Projeto Conexão do Saber e seu
Learning (PGL), que é uma iniciativa de
funcionamento; A Seção 4. mostra a
escopo internacional projetada para
análise dos dados; A Seção 5. apresenta
produzir e-learning numa escala global. O
os resultados da investigação; A Seção 6.
apresenta a análise dos gráficos; A Seção Conexão do Saber contribui para o
7. apresenta os resultados finais e, desenvolvimento de ambiente de
aprendizagem colaborativa, enfoca a
finalmente, a Seção 8. mostra a bibliografia
integração de mídias e promove a
utilizada neste artigo.
disseminação e compartilhamento de
conteúdos via Internet. Uma preocupação
existente quando da implantação e
2. Avaliação
desenvolvimento de soluções como o
Conexão do Saber nas escolas, é a
formação dos professores da rede de
A prática avaliativa nasceu nos colégios do
ensino público ou particular e a maneira
Século XVII por meio dos exames orais.
como avaliam seus alunos. Para isso, os
Tais exames tinham a intenção inicial de
professores participam de cursos de
verificar o ensino oferecido nas escolas e o
formação e, também, desenvolvem material
rendimento dos estudantes. Com a
técnico-didático da seguinte forma:
massificação do ensino, especialmente a
partir do Século XIX, a avaliação passa a Cada professor escolhe o conteúdo que
ser desenvolvida por meio de provas mais lhe agrada, prepara uma aula
escritas e além da dimensão cognitiva, pensando em seu público-alvo, esta aula é
também se buscou verificar as levada para o laboratório, é desenhada,
características dos alunos nas dimensões programada, transformada em aula virtual
dos valores e atitudes. No início do Século e colocada em um gerenciador de
XX começam a ser construídos testes conteúdos. Depois de pronta, o professor
padronizados. Tal prática se sustentou em navega pela aula junto aos seus alunos,
nome da qualidade da educação e trabalha com eles e tem a oportunidade de
contribuiu significativamente para a avaliá-los de forma cognitiva. Esta aula é
classificação dos alunos e das escolas. composta seis ou sete páginas web e cada
Verificar a assimilação de saberes uma contém atividades lúdicas, jogos,
específicos é, sem dúvida, parte do

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textos, com o objetivo de avaliar e rever o laboratório. Após esta data, fizeram outra
trabalho desenvolvido em sala de aula. redação, também, com tema livre.

4. Análise dos dados 5. Resultados


Dificuldades apresentadas por S.H antes de serem
trabalhadas.
a) Descrição da escola
A avaliação foi feita na Escola “X”, da
cidade de Campinas/SP. Para a escola “X”
educar significa conjugar um ensino forte
com uma visão ética, moral e social do ser
humano. Com vistas a aprofundar e
orientar de forma mais sistematizada a
atuação da escola cidadã, são
desenvolvidos projetos pedagógicos e
pesquisas abertas ao relacionamento
humano onde o conhecimento é construído
na interação educando/educador,
proporcionando vivência de valores sócio-
culturais e éticos através de atividades
contínuas e interrelacionadas.

b) Caracterização dos alunos

Tendo sido a Escola “X” receptiva à


pesquisa, ficou acordado, então, que três
alunos do sexo masculino seriam
escolhidos: S.H.; F. e G.A. Os três têm dez
anos de idade, estão alfabetizados e
a
vieram de outras escolas para cursar a 4
série do ensino fundamental, no período
da manhã. Foram escolhidos por
Dificuldades apresentadas por F antes de serem
apresentarem dificuldades ortográficas em trabalhadas.
relação ao grupo que, estando na escola
há alguns anos, não apresenta mais estas
dificuldades. As dificuldades ortográficas
apresentadas pelos alunos foram:
dificuldade em acentuar palavras, ausência
de letra maiúscula no início de frases,
indecisão na colocação do ão/am nas
terminações verbais, troca de letra f/v.
S.H., F. e G.A. escreveram uma redação
com tema livre, que foi corrigida pela
professora e guardada. Uma vez por
semana, durante cinquenta minutos, estes
alunos foram levados ao laboratório de
informática onde trabalharam com módulos
relacionados à ortografia, previamente
escolhidos pela professora, conforme o
estudo em sala de aula durante a semana.
Enquanto os alunos navegavam pelas
atividades propostas, a professora teve a
oportunidade de observa-los e avalia-los. A
pesquisa foi desenvolvida durante quatro
semanas, com uma ida por semana ao

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fornece subsídios ao trabalho docente,


direcionando o esforço empreendido no
processo ensino/aprendizagem de forma a
contemplar uma melhor abordagem
pedagógica.

7. Conclusão

Dentro do panorama da educação on-line,


os recursos interativos e os processos
colaborativos de aprendizagem ainda
convivem com a prática de estratégias de
Dificuldades apresentadas por G.A antes de serem
trabalhadas. avaliação que privilegiam a reprodução do
conhecimento. Isso ocorre porque a mera
inovação dos recursos tecnológicos não
garante a inovação dos processos
educacionais. No caso da avaliação da
aprendizagem, muitas mudanças em
relação à concepção de aprendizagem e
formação de professores também estão em
jogo. Os ambientes digitais de
aprendizagem possuem elementos que se
configuram como um novo contexto
educacional, diverso do tradicional, e por
isso a criação de processos e estratégias
que respondem às novas necessidades e
circunstâncias é fundamental. “Os pontos
de partida são múltiplos, assim como são
diferentes os caminhos percorridos, o que
só pode gerar vários pontos de
chegada”(Esteban-2001).

8. Bibliografia:

• LÜCK,H;FREITAS,K.S.; Girling,
R.; Keith, S. - 2002 – A Escola
Participativa, Ed. DP & A

• VALENTE, I. – 2002 – Em
Defesa da Escola Pública

6. Análise dos Gráficos • LOYOLLA, W. – 1998 –


Educação a Distância
Mediada por Computador
Os gráficos dos três alunos em questão
mostraram que, dentro das dificuldades • CUNHA, F. – 2001 – O
que foram apresentadas, a utilização de Aprendizado a Distância
alguns módulos de Língua Portuguesa, Através de um Ambiente
previamente selecionados como um Computacional Inteligente
instrumento a mais de avaliação, auxiliaram para Educação na Web, Univ.
para saber quais objetivos foram atingidos, Brás Cubas.
quais ainda faltam e quais as interferências
da professora podem ajudar os alunos. O
Projeto Conexão do Saber ao mesmo
tempo que se mostra um instrumento de
aprendizagem interativa e colaborativa,

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Módulo para Adaptação do Ambiente Virtual de Aprendizagem


Moodle

Sandra Dutra Piovesan1; Solange de L. Pertile2; Patrícia Mozzaquatro Mariotto3;


Fábio Teixeira Franciscato4; Érico Marcelo Hoff do Amaral5;
Roseclea Duarte Medina6
1
Universidade Federal de Santa Maria, sanpiovesan@gmail.com
2
Universidade Federal de Santa Maria, solangepertile@gmail.com
3
Universidade Federal de Santa Maria, patriciamozzaquatro@gmail.com
4
Universidade Federal de Santa Maria, fabiofranciscato@yahoo.com.br
5
Universidade Federal de Santa Maria, ericohoffamaral@gmail.com
6
Universidade Federal de Santa Maria, roseclea.medina@gmail.com

Resumo: A difusão do uso de dispositivos móveis apresenta um grande potencial para


desenvolvimento de aplicações para o uso na educação. Este artigo apresenta a modelagem de
um sistema para educação à distância móvel que tem por objetivo adequar o ambiente às
características individuais dos estudantes. Tendo em vista a importância de um ambiente mais
dinâmico e que consiga se adaptar continuamente as necessidades dos estudantes, esta sendo
desenvolvido o M-SEA (Sistema de Ensino Adaptado Móvel). O sistema está sendo desenvolvido
utilizando o ambiente virtual de aprendizagem móvel, o Mle-Moodle, e possibilitará tornar o
ambiente totalmente adaptado ao nível de conhecido do estudante.

Palavras-chave: Ambientes Virtuais de Aprendizagem, M-learning, Mle-moodle, M-SEA,


Ambientes Adaptados.

Abstract: The dissemination of mobile devices use presents a great potential for the development
of applications to the usage of education. This article presents the modeling of a system for
distance education mobile which aims to befit the environment to the individual characteristics of
the students. In view of the importance of an environment more dynamic and succeed to
continually adapt to the needs of students, it is being developed the M-SEA (System Adapted
Teaching Mobile). The system is being developed using Mobile Virtual Learning Environment, the
Mle-Moodle, and will make the environment fully adapted to the level of knowledge of the student.

Keywords: Mobile Virtual Learning Environment, M-Learning, Mle-Moodle, M-SEA, Adapted


Environments

1. Introdução ambientes onde estes estudantes além de


terem as facilidades de mobilidade e
O uso dos Ambientes Virtuais de adaptação, terão um ambiente que se
Aprendizagem (AVAs) no meio acadêmico tem adaptará ao seu nível de conhecimento.
se tornando cada mais comum, tanto nos Este artigo está estruturado como segue:
cursos à distância quanto nos presenciais, na seção 2 são apresentados aspectos
diante disso, tornar o ambiente adequado ao relacionados com M-Learning e Ambientes
estudante, com suas características individuais Virtuais de Aprendizagem Móvel. Na seção 3
é hoje uma necessidade. Neste campo apresenta-se o Modelo de Ambiente Móvel
também está inserido o Mobile Learning (M- Adaptado M-SEA. Na seção 4 são discutidas
Learning), que possibilita o acesso aos as Considerações Finais.
recursos educacionais com total mobilidade e
adaptação do sistema aos dispositivos dos 2. M-Learning
estudantes. Diante deste cenário, os
Ambientes Virtuais de Aprendizagem estão em Os dispositivos móveis estão se
constante processo de desenvolvimento e transformando em um dispositivo para
adaptação, podendo citar: o AulaNet, Teleduc aprendizagem pessoal com acesso da
e Moodle. Dentro deste contexto este artigo Internet. Uma ampla gama de possibilidades
busca propor uma nova aplicação para estes surge, auxiliando o estudante a manter contato

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com a instituição, com os serviços de suporte, telefones, PDAs, smartphones para auxiliar o
contato com materiais e com seus colegas de sistema e-learning. Possui código fonte livre, é
aprendizagem, tanto no ambiente de gratuíto e tem a possibilidade de adaptação. O
aprendizagem propriamente dito como no acesso ao Mle-Moodle é feito através de
trabalho, ou em viagens. [Keegan 2002]. qualquer navegador de qualquer aparelho de
Segundo Marçal, “...os dispositivos de celular, mas também pode utilizar o MLE-
comunicação sem fio oferecem uma extensão Cliente, que é um módulo especialmente
natural da educação à distância via desenvolvido para no processo de
computadores, pois contribuem para a aprendizagem com dispositivos móveis. Como
facilidade de acesso ao aprendizado, por estes ambientes, o Mle-Moodle e o Moodle
exemplo, na obtenção de conteúdo específico são integrados, os estudantes tem a
para um determinado assunto, sem hora e possibilidade de estudar no celular e depois
local pré-estabelecidos.” [Marçal 2005] continuar os estudos em seus computadores
Segundo Dochev: “Aprendizagem Móvel é desktop. (Mle-Moodle, 2010).
o emprego de tecnologias específicas para a Sob esta perspectiva, vários trabalhos
aprendizagem com recursos que diferenciam a estão sendo desenvolvidos no sentido de
aprendizagem móvel de outras aprendizagens adaptar os AVAs existentes para o contexto de
eletrônicas como e-learning (ensino à distância dispositivos móveis, como é o caso do Mle-
com o auxílio de tecnologias).” Aprendizagem Moodle e do AulaNetM (Filippo, 2005).
Móvel é considerada um paradigma Trabalhos como o SEDECA (Mozzaquatro,
emergente, onde ainda é muito necessário o 2010) desenvolvido para a análise de estilos
desenvolvimento de novas interfaces onde o cognitivos, possibilitou o desenvolvimento de
usuário realmente possa ter vantagens com o um framework para a adaptação do ambiente
uso da M-Learning, tonando a comunicação virtual de aprendizagem móvel Mle-Moodle
com o ambiente realmente eficaz e com aos estilos cognitivos predominantes dos
vantagens para a aprendizagem. Então M- alunos, demonstrando as vantagens dos
Learning é uma forma de EAD (Educação à ambientes adaptados para o processo de
Distância) com característica principal a ensino-aprendizagem. No entanto, nenhum
mobilidade do usuário, que poderão estar deles apresenta adaptação do conteúdo ao
acessando e realizando suas atividades dos nível de conhecimento do estudante. A partir
mais diversos lugares e com diversos destas carências observadas na literatura,
equipamentos distintos. Assim podemos tratar este artigo apresenta um modelo de
a M-Learning como uma importante adaptabilidade do ambiente Mle-Moodle ao
ferramenta de auxilio de aprendizagem, pois nível de conhecimento do estudante. A Figura
pode auxiliar o aprendiz onde quer que ele 1 apresenta a arquitetura do framework
esteja e em qualquer tempo, tornando a SEDECA.
aprendizagem totalmente dinâmica. [Dochev
2006].

2.1. AVAs Móveis

Diante da crescente utilização dos


dispositivos móveis, aplicações antes
utilizadas somente em computadores desktop,
passsaram a ser disponibilizadas para acesso
por dispositivos móveis, tornando possível
surgimento de novos ambientes de
programação focados neste tipo de
equipamento onde é possível desenvolver
Figura I - Arquitetura do Framework
aplicações quase que totalmente
SEDECA. (Mozzaquatro, 2010).
independentes de dispositivo e fabricante,
como as plataformas Android (Alliance, 2010),
e J2ME (Java, 2010), que propiciam o M- 3. Proposta de Ambiente Adaptado M-SEA
Learning surgir em ambientes como:
GlobalEdu (Barbosa, 2005) MLE-Moodle (Mle- Segundo Pereira, “Não somos todos
Moodle, 2010) entre outros. (Ribeiro, 2009). iguais, assim como as áreas de conhecimento
O Mle-Moodle é um sistema projetado também não o são. Desta forma, temos muito
para funcionar em dispositivos móveis como a pesquisar para que o processo ensino-

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aprendizagem seja mediado por plataformas aplicação também poderá ser usada em
AVAs, adequadas ao seu público-alvo e ao computadores desktop. A Figura 2 apresenta a
domínio de conhecimento a ser tratado.” arquitetura do framework M-SEA.
[Pereira 2007].
O objetivo específico do desenvolvimento
do M-SEA é proporcionar um ambiente
adaptado para dispositivos móveis
proporcionando um ambiente adequado ao
nível de conhecimento do estudante, através
da adaptação do conteúdo e da interface
disponibilizada.
Os estudantes além de adquirirem
conhecimento no ambiente de estudo podem
já possuir ou adquirir conhecimento fora deste
ambiente, assim estes alunos que possuem
Figure 2. Arquitetura do Framework M-
maior nível de conhecimento são obrigados a
SEA
rever conceitos que já sabem e assim não
evoluem seus estudos.
4. Considerações Finais
Ao disponibilizar para cada estudante uma
sugestão de seqüência adequada ao seu perfil
O uso de dispositivos móveis no processo
atual e atualizada dinamicamente, o ambiente
de ensino e aprendizagem no momento
criará condições para que os mesmos possam
caracteriza-se como uma promissora
guiar o próprio aprendizado de forma
possibilidade. Muitas investigações devem ser
personalizada.
realizadas no sentido de compreender e
desenvolver estratégias de seu uso na
3.1. Modelagem do M-SEA
Educação. Verifica-se que o uso de celular
como um dispositivo móvel educacional
A arquitetura proposta apresenta uma
poderá complementar as ações do professor
organização em camadas. Na Camada de
frente aos novos desafios educacionais, ou
Interface, onde o aluno acessa o conteúdo
seja, permitirá a abertura e trará maiores
para realização de atividades, o conteúdo já
possibilidades de interação, comunicação,
estará disponível de acordo com o nível de
participação, troca, colaboração entre os
conhecimento de cada estudante. Nesta
envolvidos. (Silva 2009).
camada são acessados os conteúdos, as
Durante as pesquisas notamos o aumento
ferramentas e os questionários. Na Camada
dos AVAs móveis ampliando
de Comunicação, a arquitetura propõe um
significativamente o número de cursos na
Agente de Adaptação que tem a função de
modalidade de EAD, fazendo-se necessário a
tratar as informações das atividades
disponibilização de ferramentas que tornem as
executadas na Camada de Interface pelos
práticas dessa modalidade de ensino
estudantes. Este Agente irá comunicar-se com
realmente eficazes. É extremamente
o Sistema Gerenciador de Banco de Dados
necessário que o material didático esteja
(SGBD) e adequar o ambiente para o nível de
adequado ao aluno, os materiais sejam de boa
conhecimento do estudante.
qualidade e toda a estrutura deste ambiente
O sistema proposto utilizará o histórico de
funcione de forma que proporcione um
navegação do aluno e as atividades
ambiente adequado à estrutura de ensino-
realizadas, levando em conta a realização
aprendizagem, por isso surge à necessidade
correta das atividades. A identificação do nível
de cada vez mais os ambientes virtuais serem
de conhecimento do estudante indicará quais
aprimorados e adaptados aos seus usuários,
conteúdos e quais ferramentas serão
que por sua vez possuem características
disponibilizadas no seu próximo acesso ao
bastante individuais.
ambiente.
A adequação do ambiente para o nível de
O material a ser utilizado pelos estudantes
aquisição de conhecimento do estudante tem
será armazenado em categorias distintas, de
por objetivo preencher lacunas de
acordo com os conceitos adquiridos no último
aprendizagem, através da obtenção de
acesso ao ambiente, individualizando o
avaliações e de informações sobre os estudos
ensino, tornando o ambiente totalmente
realizados pelos estudantes, também
personalizado ao seu nível de conhecimento.
ajudando os professores a diagnosticar
Apesar de ser uma aplicação móvel, a

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dificuldades e habilidades desses estudantes oject_one/book.html>. Acesso em março.


individualmente. 2009.
A principal contribuição deste artigo é a
apresentação de uma proposta de ambiente 7. MARÇAL el al. Aprendizagem utilizando
totalmente adaptado as necessidades do Dispositivos Móveis com Sistemas de
usuário, levando em consideração seu nível de Realidade Virtual. RENOTE : Revista
conhecimento. Entre os resultados esperados, Novas Tecnologias na Educação, 2005,
encontram-se o desenvolvimento de um V.3 Nº 1, Maio, Porto Alegre: UFRGS,
sistema que manipule conceitos de disciplinas Centro Interdisciplinar de Novas
e níveis de conhecimento de alunos. Tecnologias na Educação.
Também possui a vantagem de ser uma
aplicação que será desenvolvida para 8. MLE-MOODLE – END USERS. MLE-
funcionar em dispositivos móveis. Este Moodle. Disponível em:
sistema está sendo desenvolvido pelo Grupo <http://mle.sourceforge.net/mlemoodle/ind
de Pesquisa em Computação Aplicada, da ex.php?lang=en>. Acesso em maio. 2010.
Universidade Federal de Santa Maria e será
testado em disciplinas de graduação e pós- 9. Mozzaquatro, P. M. Modelagem de um
graduação dentro da própria universidade. Framework para Adaptação de
Ambientes Virtuais de Aprendizagem
Referências Bibliográficas Móveis aos Diferentes Estilos
Cognitivos, no estado do Rio Grande do
Sul: Santa Maria/UFSM, 2010.
1. Alliance. Alliance Open Hand Sent. Dissertação de Mestrado,
Android Overview. Disponível em:
<http://www.openhandsetalliance.com/an 10. Pereira, A.T.C.; Schmitt ,V.; Dias, M.R. A.
droid_overview.html>. Acesso em março. C. AVA -Ambientes Virtuais de
2010. Aprendizagem em diferentes
contextos. 2007. Editora Ciência
2. Barbosa, D. N. F. et al. GlobalEdu - an Moderna , Rio de Janeiro.
architecture to support learning in a
Pervasive Computing Environment. In: 11. Ribeiro, P.S. et al. Validação de um
IFIP TC10 Working Conference: Ambiente Móvel em Curso à Distância.
EduTech. New York : Springer, 2005. XX Simpósio Brasileiro de Informática na
Educação, 2009, Florianópolis.
3. Dochev, D.; Hristov, I. Mobile Learning
Applications Ubiquitous 12. Silva, M. G. M.; Consolo, A. T.; Uso de
Characteristics and Technological dispositivos móveis na educação – o
Solutions. In: Bulgarian Academy Of SMS como auxiliar na mediação
Sciences Cybernetics and Information pedagógica de cursos a distância.
Technologies, 2006. Vol. 6, No. 3, pp. 63- 2009. PUC: Porto Alegre.
74.

4. Filippo,D. et al. AulaNetM: Extensão do


Serviço de Conferências do AulaNet
destinada a usuários de PDAs. In:
Anais do XVI Simpósio Brasileiro de
Informática naEducação – SBIE, 2005,
Juiz de Fora, MG, pp. 623-633.

5. Java. O que é J2ME? Disponível em:


http://www.java.com/pt_
BR/download/faq/whatis_j2me.xml.
Acesso em março. 2010.

6. KEEGAN, D. The future of learning:


From eLearning to mLearning.
Disponível em:
<http://learning.ericsson.net/mlearning2/pr

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Acessibilidade Visual no Ambiente Moodle

Marcela Turim Koschevic1, Everton Coimbra de Araújo2, Cesar Alfredo Cardoso3 e


Paulo Lopes de Menezes4
1
SWA Informática, marcela@swai.com.br
2
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, everton@utfpr.edu.br
3
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, cardoso@utfpr.edu.br
4
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, plopes@utfpr.edu.br

Resumo: Neste artigo é apresentado um estudo sobre ferramentas que garantem a acessibilidade de
pessoas com deficiência visual a plataforma Moodle. Existem várias ferramentas no mercado, cada
qual com um modo de trabalho. O deficiente visual pode escolher aquela mais adequada a sua
realidade e experiência com a tecnologia. O Moodle oferece suporte a esse ferramental, pois sua
constituição é de páginas de Internet, ou seja, qualquer leitor de tela, que se adapte a leitura de
páginas Web, conseguirá ler também as páginas do Moodle. O que diferenciará um produto do outro
é a adaptabilidade do usuário.

Palavras-chave: Acessibilidade Visual, Tecnologia Assistiva, Moodle, DOSVOX, NVDA.

Abstract: This paper presents a study of tools that ensure accessibility for people with visual
impairments in the Moodle platform. There are many tools on the market, each with a working mode.
The visually impaired can choose the one best suited to their reality and experience with technology.
Moodle support this tool, because its constitution is of websites, any screen reader that adapts Web
pages to read, also can read the pages in Moodle. What will differentiate one product from another is
the user adaptability.

Keywords: Visual Accessibility, Assistive Technology, Moodle, DOSVOX, NVDA.

Disabilities Act, que regula os direitos dos


1. Introdução cidadãos com deficiência nos EUA, além de
prover a base legal dos fundos públicos para
A tecnologia assistiva define recursos e compra dos recursos que estes necessitam.
serviços que contribuem para proporcionar ou A informática oferece hoje vários recursos
ampliar habilidades funcionais de pessoas para deficientes visuais tais como livros
com deficiências. O objetivo central é digitais (com recursos em áudio e ampliação
promover independência e inclusão. de tela), a audiodescrição que é usada no
Os recursos são itens, equipamentos, cinema e teatro e os leitores de tela com os
produtos ou sistemas produzidos em série ou sintetizadores de voz.
sob medida, utilizados para aumentar, manter O Moodle (Modular Object-Oriented
ou melhorar capacidades funcionais das Dynamic Learning Environment) é um software
pessoas com deficiência. Os serviços são livre, de apoio ao ensino e à aprendizagem. O
definidos como aqueles que auxiliam Moodle é executado na Internet e por conta
diretamente uma pessoa com deficiência a disso, para os leitores de tela, é visto como
selecionar, comprar ou usar os recursos. qualquer outra página de Internet. Isso
O termo Assistive Technology, traduzido significa que se um software lê muito bem uma
no Brasil como Tecnologia Assistiva, foi criado página Web, provavelmente ele lerá muito
em 1988 como importante elemento jurídico bem o Moodle também.
dentro da legislação norte-americana
conhecida como Public Law 100-407 e foi Este artigo tem a finalidade de apresentar
renovado em 1998 como Assistive Technology um estudo sobre as ferramentas DOSVOX e
Act de 1998 (P.L. 105-394, S.2432). Compõe, NVDA no contexto do Moodle. O estudo foi
com outras leis, o ADA - American with promovido pela Universidade Tecnológica

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Federal do Paraná (UTFPR) que fornece 3.1 DOSVOX


cursos de especialização na modalidade de
ensino a distância. O DOSVOX é um software desenvolvido
Por fim, este artigo associa a pelo Núcleo de Computação Eletrônica da
acessibilidade na web, os softwares leitores de Universidade Federal do Rio de Janeiro
tela e o Moodle demonstrando que é possível (UFRJ). Ele se comunica com o usuário
que pessoas com deficiência visual acessem e através de síntese de voz, viabilizando, deste
participem de ambientes de ensino- modo, o uso de computadores por deficientes
aprendizagem. visuais, que adquirem assim, um alto grau de
independência no estudo e no trabalho.
2. Acessibilidade na Web O software é composto por um sistema de
Acessibilidade na Internet ou síntese de fala; editor, leitor e
acessibilidade na web significa permitir o impressor/formatador de textos;
acesso à web por todos, independente de tipo impressor/formatador para Braille; programas
de usuário, situação ou ferramenta. É criar ou de uso geral para o cego, como jogos de
tornar as ferramentas e páginas web caráter didático e lúdico; ampliador de telas
acessíveis a um maior número de usuários, para pessoas com visão reduzida; programas
inclusive pessoas com deficiências. A para ajuda à educação de crianças com
acessibilidade na web beneficia também deficiência visual; programas sonoros para
pessoas idosas, usuários de navegadores acesso à Internet, como Correio Eletrônico,
alternativos, usuários de tecnologia assistiva e acesso a páginas de Internet, Telnet e FTP e
de acesso móvel. leitor simplificado de telas para Windows.
Para os testes foi utilizado o leitor de telas
3. Softwares Leitores de Tela – Estudo Monitvox, que faz parte do DOSVOX, e
para Ambiente Moodle. funciona como leitor de telas.
Existem vários softwares leitores de tela. O software é capaz de exibir na forma de
Este estudo contempla duas ferramentas voz as informações que são apresentadas na
deste tipo: DOSVOX e NVDA. Ambas foram tela com diversas possibilidades:
testadas para leitura de material da plataforma • Ler em síntese de voz o objeto
Moodle da UTFPR. A versão do Moodle selecionado (ou falando tecnicamente,
utilizada foi a 1.9.3. "em foco")
Para fazer o uso de softwares leitores de • Ler o objeto sobre o qual o mouse
tela, não foi necessário realizar nenhuma está passando.
alteração no ambiente Moodle. Para este • Ler as informações completas sobre a
estudo, foram instaladas em ambiente janela do programa ativo.
Windows as ferramentas DOSVOX e NVDA. O Monitvox permite também que se leia e
Estas ferramentas contemplam a leitura geral edite (com algumas limitações) diversos
da tela de um computador. A navegação entre objetos, incluídos aí textos gerados nos
os itens a serem lidos é realizada através de editores mais populares. Permite ainda um
teclas de atalho ou então da posição do controle efetivo do mouse, dando ao usuário a
mouse. opção de registrar e acessar pontos
Quando o software leitor de tela já estiver específicos da tela, saber o conteúdo desses
instalado no sistema operacional, basta que o pontos e clicar sobre eles, sem usar o mouse.
usuário acesse através de navegador web, o O controle do Monitvox é feito através de
ambiente Moodle de seu curso. A navegação Hotkeys (teclas de atalho).
no site deve ser feita utilizando teclas de A versão utilizada nos testes foi a 4.1.
atalho ou eventual posicionamento do cursor
do mouse. 3.2 NVDA: NonVisual Desktop Access
Os testes foram realizados de forma a – Acesso Não-Visual ao Ambiente de
validar as funcionalidades das ferramentas Trabalho
citadas. A equipe que realizou os testes era O NVDA é um leitor de tela gratuito e de
composta basicamente pelos autores deste código aberto para o Windows. Funciona nos
artigo. sistemas operacionais Windows Vista e XP.
O software ainda é recente, surgiu em
2006, desenvolvido pelo australiano Michael
Curran, durante seu bacharelado em Ciências
da Computação.

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A voz padrão é o sintetizador Espeak. É atalho e comando que ele possui. Tanta
possível trocar de idioma usando o comando informação pode confundir e frustrar o usuário.
CONTROL+SHIFT+V. É possível escolher O software NVDA é operado de forma mais
também outro sintetizador através do simples, exigindo pouco esforço do usuário ao
comando CONTROL+SHIFT+S. se tratar de número e complexidade de
O NVDA, assim como o DOSVOX, pode comandos.
ser operado através de teclas de atalho. A No entanto, vale ressaltar que para o uso
maioria delas inclui a chamada tecla NVDA ou não de uma ferramenta, deve sempre ser
que corresponde a tecla “Insert” do teclado. levada em conta a experiência e necessidade
A versão utilizada para os testes foi a do usuário, além é claro da adaptabilidade.
2009.1. Trabalhos futuros podem abranger um
estudo técnico a respeito das ferramentas
citadas neste artigo. É possível também,
4. Resultados estudar ferramentas que possam ser utilizadas
em outros sistemas operacionais, como o
Para analisar o comportamento dos Linux, por exemplo.
softwares no ambiente Moodle da UTFPR, foi
adotada uma abordagem empírica, baseada Referências Bibliográficas
no comportamento do usuário.
Ao utilizar a ferramenta Monitvox, foi 1. BERSCH, Rita; TONOLLI, José Carlos
detectado que o mesmo é bastante complexo (2010). O que é Tecnologia Assistiva?.
para operar. Um dos motivos pode ser a Tecnologia Assistiva.
grande quantidade de teclas de atalho e Disponível: http://www.assistiva.com.br/.
comandos que ele possui. Alguns comandos [03 ago. 2010]
não funcionaram conforme a especificação da 2. BORGES, Antônio (2010). O que é o
documentação. DOSVOX. Projeto DOSVOX. Disponível:
Outro agravante foi o sintetizador de voz, http://intervox.nce.ufrj.br/DOSVOX/intro.ht
o qual era um tanto quanto robotizado e de m.
difícil compreensão pela maioria dos usuários. 3. CASARIN ULIANA, Cleverson. NVDA -
A ferramenta NVDA, no entanto Software Livre - Leitor de Tela para
surpreendeu. Além de oferecer um excelente Windows. A Bengala Legal. Disponível:
sintetizador de voz, seus comandos são fáceis http://www.bengalalegal.com/nvda.php.
e básicos. Na realidade, o usuário pode usar
uns poucos comandos da ferramenta e usar
os atalhos do próprio Windows, pois a
ferramenta narra tudo que está acontecendo
na tela do computador. Ou seja, um usuário
acostumado a utilizar o ambiente Windows
provavelmente não terá dificuldades com a
ferramenta.
No Moodle, o NVDA também mostrou um
excelente desempenho. A navegação feita foi
através de links (utilizando a tecla Tab). No
link com o conteúdo desejado, basta
pressionar a tecla Enter, e sinalizar para a
ferramenta a partir de onde ela deve começar
a leitura. Ainda é possível solicitar a
ferramenta a leitura integral da página através
de um comando da própria ferramenta.

5. Conclusões e Trabalhos Futuros

Os dois softwares cumpriram muito bem


seu papel de leitores, no entanto, algumas
diferenças no funcionamento foram notadas.
Foi detectado que o software Monitvox é
mais complexo de se operar. Um dos motivos
pode ser a grande quantidade de teclas de

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Jogos no Ensino à Distância


Julia Elisa Volpato da Silva1, Everton Coimbra de Araújo2 e Cesar Alfredo Cardoso3

1
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, juliaelisavs@gmail.com
2
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, everton@utfpr.edu.br
3
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, cardoso@utfpr.edu.br

Resumo: As atividades do ensino à distância se mostram cada vez mais atuantes e adequadas às
exigências no que se diz respeito à formação profissional. A qualidade do material utilizado e a forma
em que é exposto ao aluno são fortes aliados dos profissionais na busca por novas formas de ensino.
O avanço das tecnologias impulsiona este modelo de ensino. Os jogos, uma maneira interativa de
aprender, ajudam nesse processo melhorando a interação entre os indivíduos relacionados e o modo
de ensino atual.

Palavras-chave: atividades lúdicas, jogos, ambiente virtual, Moodle.

Abstract: The distance learning activities are becoming more active and suitable to the demands
about professional formation. The quality of the material used and the ways that they are exposed to
the students are the professionals strongest weapons in search for new ways of teaching. New
technologies put this way of teaching beyond. The games, an interactive learning activity, help
students assimilate the subjects of learning by keeping their attention and improving the interaction
between them and the actual learning methods.

Keywords: recreational activities, games, virtual environments, Moodle.

um melhor aproveitamento do ensino ofertado


1. Introdução e sem que precise ser encarada como uma
simples brincadeira, mas uma maneira nova
de ensinar, diferenciando do tradicional, das
Introduzir atividades lúdicas na vida
aulas expositivas. O aluno deve ser
escolar é uma maneira eficaz de inserir novos
estimulado com a criatividade do educador
conhecimentos, sendo muito importante para o
que assume seu papel de mediador do
desenvolvimento sensório e cognitivo,
conhecimento, oferecendo novos horizontes a
tornando-se, assim, uma maneira inconsciente
seu educando.
de se aprender e uma forma de interação mais
O lúdico deve ser utilizado nas aulas
agradável (KISHIMOTO, 2002).
como um método de aprendizagem que visa
Os benefícios didáticos do lúdico são
os interesses dos alunos sem perder o foco no
procedimentos altamente importantes, pois,
conteúdo.
além de um passatempo, é o meio
indispensável para promover a aprendizagem
3. Ludopedagogia no Ensino à Distância
disciplinar, o trabalho do aluno e introduzir-lhe
comportamentos básicos, necessários à
A utilização de ambientes virtuais de
formação de sua personalidade.
aprendizagem no desenvolvimento de
Este artigo apresenta o módulo de jogos
atividades a distância já faz parte do cotidiano
criado para o Moodle e como esta atividade
das instituições de ensino, mas a
lúdica pode influenciar no ensino à distância.
comunicação entre alunos e professores pode
se tornar difícil e distante. Embora uma das
2. Ludopedagogia grandes vantagens em ambientes virtuais de
aprendizagem seja a comunicação a qualquer
A ludopedagogia pode ser aplicada em hora e qualquer lugar, foi observado que a
qualquer nível de instrução, a fim de estimular interação a distância para trabalhos em grupo,

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demora muito mais tempo do que no


presencial (SILVA, 2006).
Em uma modalidade de ensino como esta,
é necessário que haja um atrativo para as
aulas; é neste ponto que entra a
ludopedagogia e suas técnicas, trazendo o
aluno mais próximo da realidade, aumentando
a socialização e integração entre os
participantes.
Os jogos permitem que os alunos
explorem melhor os objetos de estudo através
da interação dentro do próprio ambiente de
estudo.
Em nossa cultura a palavra jogo tende a
ser confundida com competição. Do ponto de
vista educacional, a palavra jogo se afasta do Figura 1 - Visualização do jogo Palavras-
significado de competição e se aproxima de Cruzadas.
sua origem etimológica latina, com o sentido
Fonte: Autoria própria.
de gracejo ou divertimento, brincadeira. Desta
maneira, os jogos podem até incluir uma ou
outra competição, mas essencialmente visam Atualmente, no Moodle, existem 7 jogos:
estimular o crescimento, aprendizagem e a Forca, Palavra Cruzada, Secreto, Milionário,
relação interpessoal entre dois ou mais Sudoku, Cobras e Escadas e Figura Oculta.
indivíduos realizada dentro de algumas regras O jogo da Forca consiste em acertar a
(ANTUNES, 2008). palavra proposta, tendo como dica a
quantidade de letras e o tema ligado à palavra.
4. Jogos do Moodle São 6 tentativas. Ao errar a letra, uma parte do
corpo do boneco é desenhada pelo sistema e
perde-se uma tentativa. Este jogo pode ser
Os jogos do Moodle podem ser vistos configurado utilizando glossário, questões ou
como uma interação dinâmica pré-programada questionários.
que visa o incentivo ao ensino chamando a O jogo Palavras-Cruzadas do Moodle tem
atenção do aluno ao conteúdo do curso. o mesmo intuito do jogo já conhecido:
A criação de um jogo no Moodle é preencher horizontal ou verticalmente as
simples, pois são necessários somente os lacunas de acordo com a dica dada pelo
recursos já disponibilizados pelo professor sistema. Essas dicas são provenientes de
como as questões, questionários e o glossário questões, questionário ou glossário
e a configuração do módulo. especificado pelo professor da disciplina ou do
O glossário é um recurso do Moodle que curso. Quando for informada uma resposta
permite a inserção de termos e seus errada, a questão continua aberta até que o
respectivos significados, comentários e jogador acerte.
imagens representativas. Pode ser definido O jogo Secreto é um caça-palavras onde o
como um dicionário de termos técnicos intuito é auxiliar na resposta às questões ou
referentes à disciplina ou ao curso. dicas apresentadas. Cada resposta correta
A utilização dos jogos no ponto de vista do mostra a palavra correspondente na grade de
aluno é ainda mais simples, pois são jogos já letras. A configuração deste jogo é feita
conhecidos do usuário, um exemplo é o utilizando glossário.
Palavras-Cruzadas, mostrado na Figura 1. O jogo Milionário é semelhante ao
conhecido Show do Milhão. O jogador deve
responder corretamente a questão, pois, caso
contrário o jogo termina. Existem 3 opções de
ajuda. Deve ser configurado utilizando-se
questões ou questionário.
Este jogo não seria de grande valia para o
curso, pois o aluno errando a questão
proposta, não conseguiria visualizar o restante
das questões, visto que o jogo termina assim
que uma resposta errada for informada.

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

O jogo Sudoku é um quebra-cabeça Devido ao fato de não haver datas de


baseado na colocação lógica de números. O abertura e encerramento para esta atividade, a
objetivo do jogo é a colocação de números de mesma deve permanecer oculta, sendo
1 a 9 em cada uma das células vazias em uma alterada sua exibição pelo administrador ou
grade de 9x9, constituída por subgrades de criador de curso.
3x3. Cada coluna, linha e região só podem ter
um número de cada um (de 1 a 9). Para a 5. Conclusões e Trabalhos Futuros
configuração deste jogo utiliza-se glossário,
questões e questionário. Os jogos do Moodle, em sua maioria,
Apesar de ser um jogo que utiliza bastante podem ser utilizados para revisão de
a questão lógica, no Moodle não é utilizado conteúdo, uma vez que, este módulo, não
desta maneira, pois os números são possui agregação de notas.
preenchidos pelo sistema de acordo com as Como trabalho futuro, sugere-se para os
respostas dadas para as dicas apresentadas jogos do Moodle a inserção de datas de
pelo jogo. Pode ser muito útil para revisões de abertura e encerramento assim como existem
prova, uma vez que o aluno pode errar as nas outras atividades e a agregação de notas
alternativas tendo outra chance de respondê- como uma atividade avaliativa.
las.
O jogo Cobras e Escadas é um jogo de Referências Bibliográficas
tabuleiro onde uma peça caminha pelo jogo de
acordo com o número obtido no dado. Para 1. KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O brincar
que o dado seja jogado pelo sistema é e suas teorias. São Paulo: Pioneira
necessário acertar a questão proposta. O jogo Thomson Learning, 2002
só termina quando a peça chegar ao final do 2. SILVA, Marco. Educação online. 2ª ed.
tabuleiro. Edições Loyola, São Paulo.
Cobras e Escadas também é um jogo que 3. ANTUNES, Celso. O Jogo e a Educação
pode ser utilizado para revisão de conteúdo, Infantil. 6. ed. Petrópolis, RJ. Vozes,
visto que o aluno irá responder todas as 2008.
perguntas e o jogo continuará independente
se a resposta for certa ou errada.
Este jogo não é bem visto pelos usuários
devido ao fato de despender tempo em
demasia e precisar de um grande número de
questões para que estas não se repitam no
decorrer do jogo.
O jogo Figura Oculta funciona somente
com glossário que possui imagem, pois neste
jogo existe uma imagem que ficará oculta até
que a pergunta principal seja respondida
corretamente ou respondendo corretamente
cada dica dada, uma parte da imagem é
revelada.
Pode ser utilizado para fixar o conteúdo,
mas sua configuração exige um pouco mais
que os outros jogos, pois é necessário um
glossário com imagens e definições para cada
uma, enquanto aos outros, basta ter questões
ou um glossário somente com definições.
Os jogos Forca e Palavra-cruzada,
configurados com glossário, foram utilizados
no curso de Educação: Métodos e Técnicas de
Ensino do Ensino à Distância da Universidade
Tecnológica Federal do Paraná – Campus
Medianeira, nas disciplinas de Aspectos
socioeconômicos da Educação e Psicologia
Institucional como exercício de fixação de
conteúdo e revisão, em duas edições do
curso, com ótima aceitação.

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Blog Pessoal e OU Blog no Moodle: ferramentas potencializadoras


da Web 2.0
Edgardo Gustavo Fernández1; Fábio da Purificação de Bastos2
1
Universidade Federal de Santa Maria, edklug@politecnico.ufsm.br
2
Universidade Federal de Santa Maria, fbastos@ce.ufsm.br

Resumo: Neste artigo são apresentadas as características do blog do Moodle versão 1.9.9 e do
módulo de atividade OU Blog. O OU Blog permite ter o blog como módulo de atividade, mediando
tecnologicamente as práticas educacionais na modalidade a distância. O potencial didático será
avaliado no âmbito da Universidade Aberta do Brasil (UAB) na Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM). A idéia é tomar como parâmetro de produção colaborativo para o ensino-aprendizagem a
Web 2.0.

Palavras-chave: Blog, OU Blog, Moodle, colaboração.

1. Introdução O termo Web 2.0 é de autoria de TIM


O’Reilly (O’REILLY, 2005). Essa nova web
Embora as tecnologias de informação caracteriza-se por ser uma web “social”, por
e comunicação tenham aberto caminho no ser mais participativa (ALEXANDER, 2006). A
mundo participativo, colaborativo e solidário, utilização da Internet de forma colaborativa,
no escopo educacional o impacto ainda é produz e disponibiliza conhecimento
tênue. No âmbito do Moodle que media compartilhado de forma livre e aberto para ser
tecnologicamente a Universidade Aberta do utilizado e reeditado. Isso faz da web um
Brasil na Universidade Federal de Santa espaço onde cada um seleciona e controla a
Maria, a ferramenta de atividade tarefa é a produção de acordo com as suas
mais utilizada nos cursos. necessidades e interesses, visto a
Com a Web 2.0 a internet deixou de possibilidade da publicação e rapidez no
ser um enorme espaço para busca de armazenamento digital. Exemplos disso são o
informação. Passou a ser um espaço onde o youtube, Orkut, facebook, twitter entre muitos
conhecimento é construído por todos, de outros que potencializam a colaboração entre
forma colaborativa. Desta forma, possibilita a seus usuários e incentivam a interação
todos participação no processo produtivo produtiva.
desse conhecimento, reeditando-o conforme Em virtude da facilidade e rapidez de
suas necessidade e interesses. disponibilização de informações dos sistemas
Este artigo inicia apresentando as de blog e microblog, eles proliferaram na web
novas características da Web 2.0 e de uma e a cada dia ganham mais adeptos, isso é
das suas ferramentas, o blog, mostrando o seu constatado em NEILSEN COMPANY (2009).
potencial de utilização educacional, como um O termo blog (contração do termo “web log”),
recurso para incentivar o trabalho colaborativo também chamado de blogue em Portugal, é
com abordagens multidisciplinares. Numa uma ferramenta de internet cuja estrutura
segunda fase apresentam-se as permite a atualização rápida a partir de
características do blog do Moodle, que será acréscimos das chamadas mensagens, ou
chamado de blog pessoal e apresenta-se o “posts”. Podem ser constituídas por imagens e
módulo OU blog, desenvolvido pela The Open ou textos, de pequenas dimensões, podendo
University, que potencializa as formas do ser acompanhadas por links. Esses são, em
professor explorar o uso de blogs nas geral, organizados de forma cronológica
atividades educacionais. inversa, tendo como foco a temática proposta
do blog, podendo ser escritos por um número
2. A Web 2.0 e o Blog variável de pessoas, de acordo com a política
do blog (GOMES, 2005). Difere do wiki por
não ser um texto colaborativo, ou seja, os

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visitantes não podem alterar o conteúdo A Figura 1, apresenta o bloco blogs


postado, mas sim enviar comentários atualizados, mostrando as últimas mensagens
adicionais. postadas no blog pessoal do Moodle.
Porém, mesmo somente podendo
postar comentários, os blogs com o uso das
tags (marcas), possibilitam que outros blogs
correlatos possam ser seguidos, ampliando as
discussões sobre um referido assunto. Assim,
um post, é como uma porta para uma rede de
conhecimento, que assume um caráter
interdisciplinar e multidisciplinar. Em
COUTINHO (2007) vemos um estudo que
mostra o potencial educativo desta ferramenta,
assim como do wiki na formação de
professores.

3. Blog e Moodle

O Moodle oferece o recurso de blog,


porém não como uma ferramenta de atividade,
mas sim, como um recurso para postagem de
mensagens, independente de curso ou
disciplina. Ou seja, é um blog pessoal, para
qualquer participante, independentemente do
perfil que ele possua.
Figura1: Bloco blogs atualizados
Uma vez que o blog é um recurso
pessoal e não da disciplina ou curso, como
Esse bloco coloca as postagens nos
recurso didático torna-se restritivo. Isso faz
blogs pessoais em destaque. Como mostrado
com que poucos professores mediem suas
pela Figura 2, o blog é acessado a partir da
práticas pedagógicas no Moodle com ele.
interface de perfil do usuário, como mais um
Alem, disso, esse recurso fica bastante
guia. Dessa forma, fica bastante oculto para a
“escondido”, já que seu acesso dá-se a partir
maioria, visto que é preciso acessar o perfil de
da página de perfil do participante.
cada um dos usuários dos quais se deseja
Com o intuito de dar mais
acompanhar as postagens, ou mesmo acessar
potencialidade didática ao blog no Moodle, e
seu próprio perfil para postar suas próprias
incentivar a integração e interação entre
mensagens.
estudantes e professores da UAB-UFSM, foi
incluído o bloco “blogs atualizados”, mantido
por Marc Alier (Ludo), aos blocos já existentes
do Moodle, e mostra os blogs que sofreram
atualização. Assim os participantes podem
acompanhar as postagens na área de trabalho
educacional.
Além disso, foi incluído o blog como
atividade do Moodle. Ou seja, fazendo uso do
OU blog, adicionou-se ao Moodle uma
atividade de blog independente do blog
pessoal e que é incluída como atividade na
agenda do curso.
Nos tópicos seguintes é descrito o Figura 2: localização do Blog pessoal
funcionamento do bloco “blogs atualizados”,
do blog pessoal, e da atividade OU blog no No bloco blogs atualizados, as
Moodle. atualizações aparecem diretamente na
interface principal da disciplina. Assim, com
3.1 Blog Pessoal e Blogs Atualizados um simples clique na mensagem desejada
este é direcionado para o blog dessa
mensagem. Com isto, os blogs do Moodle

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

podem mediar mais a colaboração na UAB- A Interface tag do blog, Figura 3,


UFSM. mostra as mensagens de uma determinada
O blog pessoal do Moodle, ao tag, mostrando que apesar de não ser possível
contrário dos sites de blogs, não permite comentar as postagens dos blogs pessoais de
determinar um título. Dessa forma o blog do outros usuários, pode-se estabelecer um
Moodle libera ao seu autor de se deter a diálogo através do uso de tags. Dessa forma,
discutir um único e determinado assunto. é possível interagir com diversos grupos a
Na Figura 2, temos a interface do blog respeito dos mais variados assuntos.
pessoal, onde encontramos o menu do blog,
com opções como: Acrescentar novo texto;
Ver os meus textos; Configuração do Blog e
Ver os textos do site.
A opção acrescentar novo texto, nos
permite postar uma nova mensagem. Para tal
é preciso estar autenticado no Moodle. A
postagem precisa possuir um título, o texto da
mensagem, e opcionalmente poderá ser
incluído um anexo, com dimensões máximas
determinadas pelo administrador. Além disso,
o autor pode determinar se a mensagem é um Figura 4: interface gerência de tags
rascunho ou se pode ser visualizada por
todos. 3.2 OU Blog
É interessante destacar que no blog
pessoal, não temos um limite máximo de O módulo de atividade OU blog, da
caracteres. Com isso o participante está livre The Open University, permite ao professor
para escrever. trabalhar o recurso de blog como uma
Durante o processo de edição, o autor ferramenta avaliativa de atividade, nos
ainda pode definir tags (marcas) para sua mesmos moldes de uma atividade de fórum,
mensagem, que funcionam como palavras- tarefa ou wiki. Para tal o professor deverá
chave, que possibilitam que sua mensagem entrar no modo de edição da disciplina e no
seja recuperada junto de outras que tratam do tópico desejado da agenda do curso, localizar
mesmo assunto. Porém, o uso de tags não é a atividade OU blog no menu de atividades e
obrigatório, mas facilita a classificação e incluí-la.
localização de mensagens. É importante esclarecer, que este
As tags do Moodle podem ser módulo é independente, e não interfere no
definidas pelo usuário ou serem oficiais, módulo blog original do Moodle. Diferente do
definidas pelo administrador, através do blog pessoal, a criação de um OU blog, exige
gerenciador de tags, Figura 4, acessível como do professor algumas configurações como:
um link, na interface Tags de blog, Figura 3. definição de nome do blog, descrição da
Para ter acesso a essa interface é preciso atividade ou tema a ser abordado, definir se os
clicar em qualquer tag de qualquer mensagem. posts aceitarão ou não comentários, e
determinar nível de visibilidade do blog.
Além dessas configurações, assim
como com qualquer outra atividade Moodle, é
possível definir o uso ou não de grupos ou
agrupamentos. Uma vez configurado pelo
professor, a atividade de blog aparecerá na
sessão escolhida da agenda do
curso/disciplina.
Como mostra na Figura 5, ao entrar na
referida atividade são apresentadas as
mensagens/posts realizadas. Cada
mensagem, quando assim autorizado na
configuração, dá acesso a ver os comentários
recebidos e realizar comentários.
Figura 3: Interface tag do blog Os comentários diferenciam-se dos
posts, pois não permitem a inclusão de
anexos, e não permitem receber comentários.

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

Além, do fato de estarem relacionadas a acompanhar as discussões dos blogs de forma


mensagem para a qual foram escritos. ordenada e não livre como nessa, alem de
As mensagens, assim como no blog permitir o uso de comentários. Atualmente, a
pessoal, podem ter associadas tags/marcas. atividade OU blog, não está integrada com o
Porém as tags definidas para o OU blog são sistema de avaliação do Moodle.
independentes das tags do Moodle. Clicando
numa tag, seremos remetidos as mensagens 4. Conclusões e Trabalhos Futuros
relacionadas com essa tag, permitindo filtrar
as mensagens por essa marcação. Como apresentado anteriormente, o
blog é uma excelente ferramenta para
divulgação do conhecimento e construção do
mesmo, com a colaboração dos leitores
através de comentários.
Vendo este potencial educacional do
blog, buscou-se trazê-lo para a realidade da
UAB-UFSM, para a vida de sua comunidade,
dando novas ferramentas para os professores
desenvolverem atividades com seus
estudantes. Principalmente por seu caráter
multidisciplinar e interdisciplinar, como
possibilitado pelo blog pessoal.
No final do primeiro semestre de 2010,
iniciou-se a capacitação dos tutores e
Figura 5: Interface OU blog professores para mediarem-se por esses
recursos, que acreditamos serão de grande
Se o objetivo do blog, por exemplo, valia no processo de desenvolvimento
fosse uma construção argumentativa sobre cognoscente dos envolvidos.
algum assunto, poderíamos usar marcas do
tipo: pró e contra e, dessa forma, poderíamos Referências Bibliográficas
filtrar as argumentações, melhorando o
acompanhamento da argumentação e 1. ALEXANDER, B., Web 2.0: A new
avaliação da atividade. wave of innovation for teaching and
Todas as mensagens são identificadas learning? EDUCAUSE Review, vol. 41,
por um assunto, data e hora da postagem, o
n .2 (Março/Abril 2006), pp.32-44.
autor e última edição. Além dos dados de 2. COUTINHO, Clara P.;JUNIOR, João
identificação, cada mensagem é B.B. Blog e Wiki: Os futuros professores e
acompanhada por um conjunto de links de as ferramentas da Web 2.0, in Atas
opções do tipo: Editar; Apagar e comentários. SHE’2007, 2007. pp. 199-204.
O link editar nos permite modificar a 3. GOMES, M. J., Blogs: um recurso e
mensagem. Isto somente é permitido para o uma estratégia educativa. In Atas do VII
autor da mensagem. Além disso, o autor pode Simpósio Internacional de Informática
excluir sua mensagem, porém está ficará Educativa, SIIE, 2005. pp. 305-311.
disponível para acesso pelo administrador do 4. NEILSEN COMPANY, 2009. Global
sistema. faces and networked places: A Neilsen
Na mesma interface principal do blog, report on social networking’s new global
encontramos o botão “nova mensagem”, que footprint. March 2009. Disponível:
permite criar um post. Os dados solicitados http://blog.nielsen.com/nielsenwire/wp-
são: título ou assunto, conteúdo da content/uploads/2009/03/nielsen_globalfac
mensagem, formatada com os mesmos es_mar09.pdf [9 Out. 2009]
recursos de edição encontradas para outras 5. O’REILLY, Tim (2005), What is Web
ferramentas Moodle, opção de definição de 2.0: Design Patterns and Business Models
marcas/tags, e escolha de receber ou não for the next generation of softwareI.
comentários. É importante ressaltar, que o OU Disponível:
blog não permite o envio de anexos, http://oreillynet.com/pub/a/oreilly/tim/news/
diferentemente do blog pessoal. 2005/09/30/what-is-web-20.html. [17 abr.
O funcionamento da atividade OU blog 2007]
é semelhante a do blog pessoal, a diferença
básica é que naquela o professor poderá

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Acesso ao Moodle via Aplicação para Tv Digital


Eduardo Barrere, Crystiam Kelle Pereira e Silva

Universidade Federal de Juiz de Fora


Rua José Kelmer, S/n - Campus Universitário - Bairro São Pedro
CEP: 36036-330 - Juiz de Fora – Minas Gerais
Eduardo.barrere@ice.ufjf.br, crystiam.kelle@uab.ufjf.br

Abstract. One of the attractions of digital TV and its reach, approximately


97% of Brazilian households, constituting a promising environment for the use
of distance education. As already happens with mobile devices, integration of
Moodle with the Digital TV is an important step to enlarge its scope.
Therefore, this paper provides an application integration solution for Digital
TV and Moodle, developed in UFJF.

Resumo. Um grande atrativo da Tv Digital é seu alcance, aproximadamente


97% dos lares brasileiros, configurando um ambiente promissor para o uso de
EaD. Assim como já acontece com os dispositivos móveis, a integração do
Moodle com a Tv Digital é um passo importante para ampliar sua
abrangência. Neste sentido, este artigo apresenta uma solução de integração
de aplicações para Tv Digital e o Moodle, desenvolvida na UFJF.

1. Introdução
A EaD atual é baseada nos ambientes web (e-learning). Mesmo com os avanços
proporcionados pela Web 2.0 (redes sociais, multimídia, etc), a EaD continua
expandindo seus limites, seguindo as oportunidades geradas, principalmente pelas áreas
de computação e telecomunicação. Nos últimos anos a EaD chegou aos dispositivos
móveis (m-learning)[Pelissoli e Loyolla, 2004] e também à televisão digital (t-learning).
Um exemplo de integração é o Mobile Learning Engine Moodle (MLE-Moodle)
[Yingling, 2006], que permite acessar o Moodle via dispositivos móveis.
Em consonância com esse tipo de integração, o trabalho apresenta uma aplicação
para Tv Digital que disponibiliza algumas funcionalidades do Moodle. O projeto surgiu
da necessidade do Centro de Educação à Distância da Universidade Federal de Juiz de
Fora (UFJF) em explorar novas oportunidades em EaD, motivado pela futura criação de
uma Tv Digital Universitária no campus. O artigo foi organizado de forma a apresentar
inicialmente as características relevantes do ambiente de Tv Digital. A arquitetura do
projeto. As aplicações desenvolvidas para tal integração. Detalhes da aplicação de Tv
Digital e, por último, as considerações finais e trabalhos futuros.

2. Ambiente de TV Digital
A especificação do Sistema Brasileiro de Televisão Digital originou a Televisão Digital
Interativa (TVDI) no país. Atualmente vivemos a fase de implementação pelas emissoras,
consolidação e ampliação do Midleware Ginga [SBTVD 2006] e pesquisas quanto às
aplicações e potencialidades. A Figura 1 apresenta o ambiente de TVDI.

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

Figura 1 – Ambiente de TVDI

A Emissora gera as programações convencionais (áudio e vídeo) e a parte de


interatividade, que envolve o envio de aplicações. Esses dados são distribuídos, via
difusão em broadcast. Na casa do usuário, o sinal é captado pela Set-top Box (STB), na
qual todas as informações oriundas da emissora são decodificadas e apresentadas ao
usuário, permitindo assim, além de ver os programas da forma convencional, também
interagir com as aplicações ou pontos de interatividades inseridos no programa. O
resultado da interação pode ser enviado para um provedor, através do Canal de Retorno
[Margalho et al. 2007]. A STB delimita a forma de interatividade fornecida ao usuário e o
respectivo Canal de Retorno com um Provedor de Serviços Interativos (PSI). O tipo de
STB pode ser dividido em cinco classes [Manhães e Shieh 2005], sendo que a primeira
apresenta as mesmas funcionalidades de um computador completo e a quinta é muito
semelhante a um equipamento básico de tv a cabo, ou seja, decodificação e exibição do
sinal e execução de aplicações, mas sem canal de retorno. Neste contexto, as
características do ambiente de TVDI importantes para este artigo são:
 A Televisão aberta é o meio de comunicação com maior área de abrangência no
Brasil, aproximadamente 97% dos lares. Depois da total implantação da TV Digital
no país, em 2014, será um fator importante de inclusão;
 É cada vez mais comum nos lares brasileiros o acesso à Internet, seja pelo
barateamento no seu custo pelas operadoras ou por programas governamentais de
inclusão digital, o que resolve o problema da falta de um canal de retorno;
 A classe de STB utilizada é um limitador, pois os equipamentos mais baratos não têm
grande capacidade de processamento e nem canal de retorno. O barateamento dos
equipamentos, que realmente permitem maior interatividade, acontecerá
normalmente com o crescimento do mercado de STBs;
 A interatividade é realizada através de um controle remoto com uma Tv (“monitor”
de grandes dimensões e mais afastado do usuário do que um computador conven-
cional). Esta situação nos leva a grandes desafios na área de IHC, onde vários traba-
lhos vem sendo desenvolvidos, como trabalho de Piccolo e Baranauskas (2006).

3. Integração entre o Moodle a uma Aplicação para TVDI


O PSI funciona para o ambiente de TVDI assim como um Provedor de Internet funciona para
a web, ou seja, é o elemento de integração do computador do usuário, nesse caso a STB,
com os demais recursos da rede. No contexto deste projeto temos um PSI responsável pela
integração com o Moodle, chamado de Provedor de Serviços Educacionais (PSE).
O ambiente proposto é constituído por uma STB, um PSE e um servidor web. A

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

ideia do PSE é gerar registros de quais aplicações estão sendo utilizadas, por quais
usuários e suas localizações. Esta postura possibilita diversos estudos posteriores dos
perfis dos usuários, o que fica limitado quando o canal de retorno acessa diretamente o
servidor web (no qual está instalado o Moodle). A Figura 2 ilustra o ambiente de
integração, no qual o PSE é o responsável por receber a solicitação do aplicativo da
TVDI, repassá-la ao Moodle, receber o retorno deste e entregá-lo ao aplicativo. Na STB
é executada a aplicação de t-learning para TVDI, chamado T-Moodle. O servidor web é
o responsável por hospedar o Moodle e o aplicativo de t-learning do Moodle.

Figura 2 - Integração entre o ambiente de TVDI e o Moodle

O T-Moodle foi projetado para disponibilizar as atividades associadas aos


professores, tutores e alunos, pois as atividades relativas à administração do Moodle não
precisam ser disponibilizadas na TVDI, pois essas elas são realizadas pelos
administradores do sistema, ou seja, usuários da Internet. Assim, foi iniciado o processo
de seleção das funcionalidades presentes no Moodle que seriam disponibilizadas, na
primeira versão do T-Moodle [Barrere et al. 2008]: Perfil, Fórum, Mensagem, Recursos
materiais, Chat e Glossário. Após foi analisado o código do Moodle, buscando deter-
minar como as funcionalidades escolhidas estavam armazenadas, e depois foram
definidas as informações que iriam compor os arquivos XML responsáveis por
“transportar” as requisições e respostas, durante o processo de troca de dados entre o T-
Moodle e o Moodle. Os XMLs são trocados por meio de serviços web (web services).

5. T-Moodle
O núcleo do T-Moodle foi desenvolvido em NCL e Lua e está organizado de forma a ser
incorporado por qualquer aplicação final, front-end, que implemente uma interface
adaptada a cada situação. Desta forma, o aplicativo está centrado na integração com o
Moodle e não com sua interface (aspectos de layout). Na versão atual do T-Moodle,
uma interface padrão foi desenvolvida, como prova de conceito. Para a versão a ser
disponibilizada aos alunos, uma nova versão da interface está sendo desenvolvida,
levando em consideração diversos aspectos pedagógicos e de interação observados pela
equipe de Produção de Conteúdo. Na interface atual, um vídeo é apresentado no canto
superior esquerdo, representando o programa atualmente em exibição no instante que o
usuário estivesse acessando o Moodle. Duas ações podem ser tomadas, manter o
programa atualmente em exibição ou deixar somente o T-Moodle (tela cheia).
Para permitir maior flexibilidade na criação da interface, as funcionalidades foram
divididas em: Módulo de Comunicação (manipula os arquivos XMLs e a chamada ao
serviço web), Módulos de Conteúdos (trata os dados oriundos de uma etapa de acesso
ao Moodle e suas peculiaridades, como Login e Fóruns, por exemplo), Módulo de
Navegação (implementa as ações de navegação entre as opções e chamadas aos

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módulos) e Módulo de Interface (define a interface e aciona os módulos). A Figura 3


apresenta a tela de Fóruns (esquerda) e Cursos (direita) do T-Moodle.

Figura 3 – Telas de Fóruns e Listagem dos Cursos do T-Moodle

6. Considerações Finais e Trabalhos Futuros


Esta implementação é uma prova de conceito e demonstra a viabilidade do T-Moodle,
principalmente nos aspectos referentes à alta modularidade do Moodle em consonância
com a arquitetura de TV Digital. Este tipo de integração, na qual aplicações sirvam
somente como front-end em novos ambientes computacionais se apresenta como uma
solução consolida para EaD. Um ponto de destaque do T-Moodle é a sua independência
de interface, permitindo ao projetista definir todo o layout e respectivos recursos de
interface. A expansão das funcionalidades do T-Moodle, a fim de acessar todas as
funcionalidades (não administrativas) do Moodle, é um dos trabalhos futuros a serem
realizados, além da finalização do controle de t-Learning como um plug-in do Moodle.

Referências
Barrére, E., Santos Jr. e J. B. e Bueno, L. M. (2008). Adaptação das Funcionalidades de
um AVA para um Ambiente de TVDi. In V SMIE.
Manhães, M. A. R. e Shieh, P. J. (2005) “Canal de Interatividade: Conceitos,
Potencialidades e Compromissos”. In: http://www.wirelessbrasil.org/wirelessbr/
colaboradores/manhaes_e_shieh/canal_de_interatividade.html, visited in jun 2010.
Margalho, M., Francês, R. e Costa, J. C. W. A. (2007) “Canal de Retorno para TV
Digital com Interatividade Condicionada por Mecanismo de Sinalização Contínua e
Provisionamento de Banda Orientado a QoS”. In: IEEE LATIN AMERICA
TRANSACTIONS, volume 5, number 5, september.
Pelissoli, L. e Loyolla, W. (2004) "Aprendizado Móvel (M-Learning): Dispositivos e
Cenários", In: 11º Congresso Internacional de Educação a Distância, Salvador, Brasil.
Piccolo, L. S. G. e Baranauskas, M. C. C. (2008) "Desafios de design para TV Digital
Interativa". In: Proceedings of VII IHC.
SBTVD (2006) “Ginga Digital TV Middleware Specification”. In:
http://www.ginga.org.br, visited in jun 2010.
Yingling, M. (2006) “Mobile Moodle”. In: Journal of Computing Sciences in Colleges.
Volume 21, Issue 6, pp. 280-281.

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Adaptação do Mobile Learning Engine Moodle aos diferentes


Estilos Cognitivos

Patrícia Mozzaquatro Mariotto1; Sandra Dutra Piovesan2; Solange de L. Pertile3;


Fábio Teixeira Franciscato4; Roseclea Duarte Medina4
1
Universidade Federal de Santa Maria, sanpiovesan@gmail.com
2
Universidade Federal de Santa Maria, solangepertile@gmail.com
3
Universidade Federal de Santa Maria, patriciamozzaquatro@gmail.com
4
Universidade Federal de Santa Maria, fabiofranciscato@yahoo.com.br
5
Universidade Federal de Santa Maria, roseclea.medina@gmail.com

Resumo: Este artigo apresenta a adaptação do ambiente virtual de aprendizagem Mobile Learning
Engine Moodle aos diferentes estilos cognitivos utilizando a hipermídia adaptativa. A validação do
sistema foi realizada em duas turmas onde foi ministrado o Curso sobre Softwares Educativos. Os
materiais e atividades foram apresentados de acordo com os quatro Estilos cognitivos que mais se
destacaram: Holista, Serialista, Divergente e Reflexivo. Os resultados inferidos mostraram que o AVA
adaptado influenciou positivamente no processo de aprendizagem dos alunos e consequentemente
na sua estrutura cognitiva.

Palavras-chave: Estilos cognitivos, MLE Moodle, Hipermídia Adaptativa, SEDECA.

Abstract: This article presents the adaptation of virtual learning environment Moodle Mobile Learning
Engine to different cognitive styles by using the adaptive hypermedia. The system validation was
performed in two classes where he taught a course on Educational Software. The materials and
activities were presented according to the four cognitive styles that have stood out: Holistic, Serial,
Divergent and Reflective. The results showed that the inferred adapted AVA has positively influenced
the process of learning and consequently in their cognitive structure.

Keywords: Cognitive styles, MLE Moodle, Adaptive Hypermedia, SEDEC.

se pode identificar os estilos cognitivos


1. Introdução predominantes de cada pessoa? Quais são os
níveis de preferência admitidos para cada
Nas últimas décadas, segundo Almeida estilo cognitivo?
(2008), “a educação a distância (EAD) tomou Os estudos de (Barbosa, 2007), mostram o
um novo impulso que favoreceu a desenvolvimento de ambientes virtuais de
disseminação e a democratização do acesso à aprendizagem (AVAs) que suportam essa
educação em diferentes formas de interação e modalidade de educação, o foco será o aluno-
aprendizagens”. No entanto, mais importante aprendiz, em suas necessidades, objetivos,
do que qualquer tecnologia é a forma como as estilo cognitivo e ritmo de aprendizagem, com
pessoas a utilizam no seu desenvolvimento a finalidade de facilitar o processo de
individual ou coletivo, ou seja, como as aprendizagem e gerar conhecimento. É neste
pessoas tornam as tecnologias úteis às suas contexto de variáveis que se procurou adaptar
vidas, tendo em conta os seus estilos o AVA MLE Moodle (módulo extensivo do AVA
cognitivos. Moodle acessado via dispositivo móvel) aos
Witkin e Goodenough (1981) definem diferentes estilos cognitivos, com o auxílio do
“estilos cognitivos como formas sutis e SEDECA, favorecendo situações de
relativamente estáveis usadas pelo sujeito aprendizagem individualizadas.
para perceber, resolver problemas e aprender
a se relacionar com os outros”. Ao tratar o
tema estilos cognitivos surgem algumas 2. Mobile Learning (M – Learning) –
questões, tais como: Quais são os estilos Estilos Cognitivos
cognitivos em que se pretende refletir? Como

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O avanço das TICs tem estimulado o modelagem e implementação do AVA a ser


desenvolvimento das mais diversas e adaptado. O questionário foi aplicado aos
inovadoras formas de difundir conhecimento alunos dos cursos de Graduação e Pós-
através da WWW. Neste contexto, discute-se Graduação da modalidade EAD. Constatou-se
hoje o conceito de Aprendizagem com que os quatro estilos predominantes foram
Mobilidade – Mobile Learning ou M-Learning. Divergente (28%), Holista (26%), Reflexivo
O M-Learning é a fusão de diversas (24%) e Serialista (22%). Em relação as
tecnologias de processamento e comunicação ferramentas de comunicação preferenciais aos
de dados que permite a estudantes e estilos predominantes destacaram-se a
professores uma maior interação. Nesse mensagem e o fórum (estilo Divergente e
sentido, tornou-se possível o surgimento de Reflexivo). Estilo Holista (chat e mensagem) e
novos ambientes de programação focados o estilo Serialista (chat e fórum).
neste tipo de equipamento, onde é possível Prosseguindo, foi aplicado um Questionário
desenvolver aplicações quase que totalmente On-line complementar ao SEDECA. O
independentes de dispositivo e fabricante. questionário foi composto por 13 questões,
Kulski e Quinton (2002), afirmam que: “Há sendo elas objetivas e dissertativas. O
uma preocupação crescente nos conteúdo abordado no questionário referiu-se
investigadores com a construção de AVAs, de a indicação das ferramentas de comunicação
modo que sejam adaptáveis aos diferentes e formato do material. Após estabelecer –se
estilos cognitivos, ou seja, na concepção e os indicadores para a adaptação, iniciou-se o
estruturação dos conteúdos, numa perspectiva processo de modelagem.
da sua reutilização em novos ambientes de
educação”. A chave para o sucesso da 4. Mobile Learning Engine Moodle
aprendizagem em AVAs é reconhecer que as Adaptado
diferenças de aprendizagem existem e que as
mesmas devem ser reconhecidas, salientando O trabalho proposto buscou adaptar um
que uma mesma abordagem não funciona do AVA móvel aos diferentes estilos cognitivos. A
mesmo modo para todos os alunos (Palloff; adaptação foi realizada no AVA móvel Mle
Pratt, 2003). Moodle. A adaptação do conteúdo baseou-se
em estereótipos, classificando os alunos de
3. Metodologia acordo com os estilos cognitivos. Um aluno
pode estar compreendido entre quatro estilos
A pesquisa consistiu na adaptação do cognitivos: Reflexivo, Serialista, Holista e
AVA móvel MLE Moodle aos diferentes estilos Divergente. Para cada um destes estilos,
cognitivos utilizando técnicas de hipermídia foram definidas as melhores formas de
adaptativa. Foi criado e aplicado um Sistema apresentação de conteúdo, baseadas nos
Especialista para diagnosticar estilos trabalhos de Bariani (1998). Através desse
cognitivos, SEDECA. O estilo de modelo, foram estabelecidas 14 técnicas de
aprendizagem foi identificado através do adaptação, sendo 9 de conteúdo e 5
Instrumento "Questionário" embasado nos avaliação, e definidas quais as mais
instrumentos de investigação propostos por adequadas para cada estilo cognitivo. As
Felder - Soloman (1993), Honey – Munford técnicas utilizadas são: No estilo Holista o
(2000) e Bariani (1998). O resultado do teste material a ser apresentado ao aluno encontra-
indicou as preferências nos estilos: Sensorial, se nas categorias: Texto (Links, Artigos,
Intuitivo,Visual, Verbal, Ativo, Reflexivo, Livros); Imagem (Diagramas ou Mapas);
Seqüencial, Global, Teórico, Pragmático, Atividades (Pesquisa, Resenha crítica);
Impulsivo, Convergente, Divergente, Holista, Ferramentas (Chat, Mensagem). O Estilo
Serialista, Independência de Campo e Serialista sugere o Texto no formato de
Dependência de Campo. O sistema (Tutoriais e materiais apresentados na forma
inicialmente foi constituído por 68 questões de tópicos); Imagens (Vídeo e Esquemas);
objetivas (4 questões de cada estilo) em que o Atividades (Fórum, Questionário e Pesquisa);
aluno deveria escolher uma das quatro Ferramentas (Chat e Fórum). No Estilo
alternativas apresentadas (C), (CT), (D), (DT). Divergente é apresentado: Texto (Links e
A partir dos dados coletados no SEDECA, foi formato Tópicos); Imagens (Vídeo, Diagramas
possível identificar os quatro estilos cognitivos ou Mapas); Atividades (Fórum, Mapa
que mais se destacaram, como também as conceitual, Pesquisa e Questionário);
ferramentas de comunicação preferenciais a Ferramentas (Fórum e Mensagem). O Estilo
cada estilo, a fim de subsidiar o processo de Reflexivo apresenta: Texto (Capítulo de Livros,

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Artigo, Tutorial); Imagens (Vídeo, Diagramas alunos consideraram que o tipo de atividade
ou Mapas); Atividades (Fórum, Resenha proposta para o seu estilo cognitivo favoreceu
Crítica, Questionário, Pesquisa); Ferramentas o processo de aprendizagem. Quanto aos
(Fórum, Mensagem). Agregado ao ambiente estilos cognitivos diagnosticados, 83%
existe um questionário que deverá afirmam que a forma de apresentação dos
obrigatoriamente ser preenchido por todos os conteúdos favoreceu a aprendizagem. Além
alunos ao iniciarem um curso. Esse dos resultados apresentados, os alunos que
questionário tem como função identificar o participaram da validação tiveram um espaço
estilo cognitivo predominante. Para o aluno para realizar considerações sobre o AVA
ser individualizado no sistema, deve efetuar adaptado, entre as quais destacou-se: “A
um login inicial, desta forma suas ações serão forma de apresentação do conteúdo foi
registradas e acompanhadas. Após será bastante satisfatória. Senti muita diferença,
mostrada uma página contendo um pois consegui visualizar o conteúdo de forma
instrumento, através do qual será estabelecido prazerosa”; “O acesso ao ambiente pelo
o estilo cognitivo dominante, que será iphone foi normal, apenas encontrei algumas
armazenado no banco de dados e comporá o limitações em relação ao tamanho dos
Modulo Adaptado. arquivos e imagens. Mas foi muito produtivo,
A identificação do estilo de aprendizagem pois em qualquer lugar e a qualquer tempo eu
servirá para indicar quais as ferramentas e pude ler os materiais e fazer as atividades”.
materiais preferenciais serão mais adequados Nas questões que envolveram a interface e a
a seu estilo cognitivo. Somente depois de navegação, todos os percentuais
respondido o questionário, o aluno terá acesso apresentados foram positivos com relação ao
à tela inicial do sistema. sistema implementado.
Conforme exposto anteriormente, o Curso
5. Resultados e Discussão foi ministrado para duas turmas. A partir dos
dados coletados foram feitas demonstrações
O AVA móvel adaptado foi validado por 25 gráficas apresentando os resultados obtidos.
alunos dos Cursos de Graduação e Pós A Turma A que utilizou o AVA adaptado
Graduação a Distância do Sistema apresentou 21 participantes com apenas 4
Universidade Aberta do Brasil (UAB). Foi desistências. Em contrapartida, a Turma B que
ministrado um Curso sobre Softwares utilizou o AVA não adaptado apresentou 16
Educativos integrando uma população de 50 participantes com 9 desistências. Dos 21
alunos, sendo a Turma A composta por 25 participantes da Turma A, 6 realizaram o curso
alunos acessando o ambiente adaptado e a via dispositivo móvel e 15 via desktop. Ao
Turma B também com 25 alunos acessando efetuar a inscrição no Curso, os alunos
ambiente não adaptado. O acesso aos responderam a um questionário. Observa-se
ambientes foi realizado via desktop e que a maioria dos alunos apresentou
dispositivo móvel. O material integrante do conhecimento básico (21). Quanto aos níveis
Curso foi apresentado de acordo com os de conhecimento Intermediário e Avançado
quatro estilos cognitivos: Holista, Serialista, (3). Em contrapartida, um número elevado de
Divergente e Reflexivo. As atividades participantes apresentaram nenhum
existentes foram diferenciadas de acordo com conhecimento sobre o tema (10). Através da
os estilos cognitivos, para compor a avaliação ferramenta Relatório dos AVAs foi possível
final. A constituição formal deste trabalho deu- verificar a quantidade de acessos dos
se através de análises estatísticas e análise integrantes das Turmas A e B quanto aos
de conteúdo, utilizadas com o propósito de materiais para leitura e atividades.
estudar e analisar se o prévio conhecimento Conforme observado, a quantidade de
dos estilos cognitivos irá influenciar acessos aos materiais para leitura e atividades
positivamente no processo de ensino – foram maiores no AVA adaptado (314 acessos
aprendizagem. Analisando-se os resultados da aos materiais e 1186 acessos às atividades).
validação quanto à interação com o sistema e Em contrapartida, no AVA não adaptado (169
à adaptação de conteúdo, verificou-se que acessos aos materiais e 788 acessos às
todos os itens avaliados tiveram resultados atividades). O Curso ministrado compõe-se de
positivos com relação ao Ambiente Adaptado. seis atividades (Fórum, Resenha Crítica,
Destaca-se que a 83% dos alunos que Questionário, Mapa conceitual, Pesquisa e
participaram da validação, consideram válida a Glossário), sendo três delas correspondentes
utilização do sistema implementado. Com a cada semana. Observou-se que a média
relação à adaptação das atividades, 100% dos geral dos alunos participantes da Turma A foi

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77,33%, enquanto os alunos integrantes da de2009<http://www.anped.org.br/reunioes/


Turma B apresentaram 68,25%, constatou-se 26/ trabalhos /ma riaeliza bethalmeida.rtf>.
um diferencial de 9,08%. 2. Barbosa, Débora Nice Ferrari. (2007), “Um
modelo de educação ubíqua orientado
6. Considerações Finais à consciência do contexto do
aprendiz”. Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. Porto Alegre.
Acredita-se que o trabalho, que aqui se 3. Bariani, I. C. (1998), “Estilos Cognitivos
encerra, tenha alcançado seus objetivos, bem de Universitários e Iniciação Científica”.
como contribuído para uma evolução nas Campinas: UNICAMP. Tese (Doutorado
pesquisas sobre o tema estilos cognitivos. O em Educação), Faculdade de Educação,
ambiente adaptado foi validado no Curso Universidade Estadual de Campinas.
sobre Softwares Educativos com alunos dos 4. Felder, R. M. (1993), “Reaching the
Cursos de Especialização (TICs Aplicadas à Second Tier: learning and teaching
Educação, Mídias na Educação, Educação styles in college science education”.
Ambiental e Mestrado em Geografia) e Journal of College Science Teaching. v.23,
Graduação (Pedagogia e Letras e n.5, p-286-290. Página consultada em 10
Matemática) sistema UAB/UFSM. Conforme a de julho de 2009<
análise dos resultados referentes às médias http://www.ncsu.edu/felder-
gerais, número de acessos aos AVAs, public/Papers/Secondtier.html>
interação com o sistema e à adaptação de 5. García, Catalina M. Alonso; GIL, Domingo
conteúdo considera-se que os objetivos J. Gallego; CUÉ, José Luis García. (2009),
definidos neste artigo foram alcançados na “Cuestionario Honey-Alonso de Estilos
sua totalidade. As médias gerais da Turma A de Aprendizaje CHAEA”. Página
que utilizou o AVA adaptado ao estilo cognitivo consultada em 17 de julho de
do aluno diferenciou-se com percentual de 2009<http://www.estilosdeaprendizaje.es/c
9,08% maior que a Turma B (AVA não haea/chaea.htm>
adaptado). Percebeu-se que o AVA adaptado 6. Honey, P. e MUMFORD. A. (2000), “The
proporcionou maior motivação dos alunos a Learning Styles helper’s guide”.
interagirem com os materiais e atividades que Maldenhead Berks: Peter Honey
compõe o ambiente. Deve-se ressaltar que a Publications.
qualidade da atuação da autora na Turma A 7. Kulski, M; QUINTON, S. (2002),
(AVA adaptado) e Turma B (AVA não “Personalising the online learning
adaptado) foi equivalente. experience”, In S. J. Armstrong et al.
Logo, estes dados levam-nos a crer que o (Eds.), Learning Styles: Realibility &
prévio conhecimento dos estilos cognitivos irá Validity, Proceedings of the 7 th Annual
influenciar positivamente na estrutura cognitiva ELSIN Conference. 221-225. Ghent:
do aluno. Espera-se contribuir com novos Ghent University. Belgium & ELSIN.
olhares para aprimorar estratégias de ensino 8. Palloff, R; PRATT, K. (2003), “The virtual
que proporcionem melhorias para o processo student: A profile and guide to working
de ensino – aprendizagem, contribuindo with online learners”. San Francisco:
assim, para a formação integral do acadêmico. Jossey- Bass Publishers.
Procurou-se, antes de tudo, entender que o 9. Soloman, Barbara A. e FELDER, Richard
processo de ensino e aprendizagem alcança M.. (1993), "Index of Learning Styles
seus objetivos quando professor e aluno Questionnaire”. Department of Chemical
encontram-se dispostos a experimentar novas Engineering North Carolina State
alternativas que promovam e justifiquem a University Raleigh, NC 27695-7905.
aprendizagem. Página consultada em 03 de agosto de
2009 < http://www.engr.ncsu.e
Referências Bibliográficas du/learningstyles/ilswe b.html>.
10. Witkin, H. A. e GOODENOUGH, D. R.
1. ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de. (1981), “Cognitive Style: essence and
(2008), “Tecnologia e educação a origins”. New York: International
distância: abordagens e contribuições Universities Press
dos ambientes digitais e interativos de
aprendizagem”. Página consultada em 20
de dezembro

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PROCEDIMENTO DIDÁTICO PARA


UTILIZÇÃO NO MOODLE, DENOMINADO 3R

Marcos Mendes1; Milena da Silva Mendes2


1
EaDDigital – Cursos OnLine, marcaodigital@gmail.com
2
EaDDigital – Cursos OnLine, milenaed@gmail.com

Resumo: Descrição de um procedimento didático para utilização no Moodle, denominado 3R, em


alusão às 3 realidades que são debatidas no decorrer da atividade. O ponto forte do método é que o
membro do grupo tem que defender o ponto de vista do grupo, mesmo que não concorde. Neste
procedimento os alunos aprendem de forma verdadeiramente interativa, pois antes de iniciar o
Fórum, eles se reúnem no Blog do Moodle, para organizar o CHAT de cada grupo. Neste CHAT,
formam um entendimento comum sobre o ponto de vista que irão defender, para então debaterem no
Fórum. Após os debates, os cursistas utilizam a ferramenta Glossário para descreverem seus reais
pontos de vista sobre o tema.

Palavras-chave: Moodle, procedimento didático, Professor-Tutor

Abstract: Description of a didactic procedure for use in Moodle, called 3R, alluding to the three
realities that are discussed during the activity. The strength of this method is that the group member
has to defend the view of the group, even if you disagree. In this procedure students learn in a truly
interactive because before starting the Forum, they gather in Blog of Moodle to organize the CHAT
from each group. In CHAT, form a common understanding on the point of view I will defend to then
discuss the Forum. After discussions, the teacher students use the glossary tool to describe their real
views on the subject.

Keywords: Moodle, didactic procedure, Teacher-Tutor

1. Aprender, ensinar ou conhecer? Esta descoberta, do que há por dentro,


estimula o pensamento a alcançar o que
A cada época o conhecimento é ainda é desconhecido, tal fez Cristóvão
formatado de acordo com as realidades que Colombo: “a terra é feita para o homem;
se vivencia, de forma que se atenda às portanto, se há terras elas devem ser
necessidades que se apresentam naquele habitadas”. A aprendizagem é um processo
espaço de tempo. A educação, como uma mental, em que o indivíduo estipula
das bases geradoras do conhecimento, pode significados às informações que recebe. O
se adequar ao contexto, e elabora soluções sentido que cada um atribui à informação
para que os contemporâneos apresentem que recebe é definido pelos padrões culturais
soluções (Longo, 2009). Parafraseando e sociais que o indivíduo está inserido, e as
Nietzsche, “o mundo real é muito menor que ações executadas com o que se aprende é o
o mundo da imaginação”, talvez para explicar conhecimento que se adquire. (VEEN;
que, o que se realiza difere e muito do que VRAKING, 2009).
se sonha em realizar como docente. O sonho Para Nietzsche (2007), “quase em toda
do educador é que seus alunos aprendam o parte, é a loucura que aplana o caminho da
que foi proposto, mas em muitos casos a idéia”. Ao se aceitar esta ‘Aurora’ como uma
realidade é diferente do que se sonha. conexão entre ensinar, aprender, estudar,
Neste contexto, Lee (2007) filosofa que o agir, modificar, ser modificado, estas ações
aprender é uma descoberta, a descoberta da acabam por fazer parte do universo do
causa da nossa ignorância. Porém, a melhor conhecimento, onde alunos e professores
forma de aprender não é computar contracenam em um mesmo palco. Neste,
informações. Aprender é explorar, descobrir segundo Moran (2000), se aprende mais
o que existe dento de nós. quando se aprende vivenciando,

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2

experimentando, sentindo. Se aprende Moodle: o Blog e o CHAT, atentando para o


quando se descobre novos assuntos sobre o fato que deverá ativar um Blog e um CHAT
que já conhecemos e também se aprende específico para cada Grupo.
quando se debate sobre o que não Através de mensagens privadas, o
concordamos. O aprendizado ocorre também Professor-Tutor informa a composição de
com as relações com o outro e com o cada grupo, e indica o link do Blog referente
mundo, uma vez que, ao grupo.
Após, os membros terão um prazo para
para aprender conceitos e resolver
problemas, os alunos devem ser colocados elegerem um Líder do grupo, que irá
diante de situações discrepantes, de modo desenvolver interações entre os membros
que a aprendizagem se dê pela descoberta. para definirem uma data e horário para o
(FILATRO, 2009) CHAT do grupo (respeitando o cronograma).
O Professor-Tutor deve esclarecer que
Quando idealizado por um educador
o CHAT gera um registro de tudo que foi
que faz relações entre fatos e atos, que
debatido, tanto para que os membros
valoriza a diferença e aceita o efêmero, o
recapitulem o que foi debatido, quanto para
aprendizado faz florescer novos pontos de
que o Professor-Tutor avalie as interações
vista, aplainando o caminho da idéia. E é
desenvolvidas.
justamente este florescer de idéias o
motivador deste método, em que o
2ª Etapa
Professor-Tutor permite ao cursista aprender
com seus colegas, ao mesmo tempo em que
Após o término do prazo do CHAT, o
ensina também, a partir de suas percepções.
Professor-Tutor deverá ativar um Fórum (tipo
Um dos pontos fortes deste método
Uma Única Discussão Simples), e que os
reside no fato de que os cursistas são
membros irão debater o tema proposto, a
organizados em grupo pelo Professor-Tutor,
partir do ponto de vista estabelecido para
sendo vetada a troca de grupos, o que
seu grupo.
desenvolve no cursista a capacidade de se
O Professor-Tutor deverá esclarecer
adaptar ao meio. Se espera também levar o
aos cursistas que no decorrer do Fórum,
cursista a desenvolver da capacidade de agir
mesmo que um membro de um grupo não
e reagir na adversidade, dando o melhor de
concorde com a visão indicada ao grupo, em
si mesmo em situações contrárias.
sua postagem deverá assumir a visão do
grupo, defendendo assim o mesmo ponto de
2. Descrevendo o método vista.

O Professor-Tutor deverá organizar a  Grupo A: os cursistas deste grupo


turma em 03 grupos, em que cada grupo assumem o papel dos pais dos alunos,
deverá assumir uma realidade, a partir do tanto aqueles que buzinam e fazem filas
ponto de vista indicado pelo Professor-Tutor. duplas, quanto aqueles que estacionam
A natureza deste método é que, corretamente e seguem as regras. Os
independente do tema escolhido, sempre membros deverão fazer uma visita a uma
haverá 03 grupos, em que cada grupo tenha escola no momento de saída das aulas,
uma função oposta ao outro em relação ao para interpretação pessoal do que ocorre
tema. Daí o nome 3R. neste horário. Importante destacar que se
trata de um curso à distância, e por este
2.1 Exemplo de uma situação didática motivo cada membro irá ter uma
interpretação diferente, devido à
Considerando o tema “O Trânsito no localização geográfica de cada um;
entorno da escola”, o professor organiza os
integrantes de cada grupo, que terão como  Grupo B: os cursistas deste grupo
objetivo debater os problemas decorrentes assumem o papel dos policiais de
da desorganização do trânsito em frente às trânsito, que explicariam as leis de
escolas. trânsito que estão sendo infringidas, e as
conseqüências de tal ato. Os membros
1ª Etapa deste grupo deverão contatar um guarda
de trânsito para uma conversa informal
Para esta primeira etapa, o Professor- sobre o problema, e ainda, fazer
Tutor deverá ativar duas ferramentas no consultas on-line ao código de trânsito;

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3

a aprender se o Professor-Tutor utilizar


 Grupo C: os cursistas deste grupo métodos interativos, em que os cursistas
assumem o papel dos alunos que foram possam aprender com o saber de seus
prejudicados pela confusão característica colegas, ao mesmo tempo que também
de frente de escola ao final do horário das ensina, com as postagens que faz sobre os
aulas. Os membros deste grupo deverão temas debatidos.
descobrir uma pessoa que já passou por Em 2011 Se pretende desenvolver
algum problema decorrente da uma comunidade na internet, utilizando o
desorganização do trânsito em frente à WordPress, para que os cursistas que já
escola; utilizaram este método possam debater
sobre a aprendizagem, de forma que se
3ª Etapa possa aperfeiçoar e também corrigir falhas.

Ao final do prazo do Fórum, o Referências Bibliográficas


Professor-Tutor deverá ativar a ferramenta
Glossário, em que cada cursista irá inserir o 1. FILATRO, Andrea. Design Instrucional
seu ponto de vista pessoal sobre o tema na Prática. São Paulo: Pearson, 2008.
estudado. 2. LEE, Bruce. Aforismos. São Paulo:
Este é o momento em que cada Conrad, 2007.
cursista deverá expor seu ponto de vista 3. LONGO, Carlos Roberto Juliano. A EaD
pessoal, sobre cada um dos 03 temas na pós-graduação. São Paulo: Pearson
indicados para cada grupo. Após postar, Education, 2009
deverá acessar o Glossário em outras 4. MORAN, José Manuel Moran. Novas
oportunidades, para ler as postagens dos Tecnologias e Mediação Pedagógica.
colegas, e escolher 03 colegas para 12ª ed. Campinas: Papirus, 2000.
comentar a postagem. 5. Nietzsche. Aurora. São Paulo: Record,
2007
3. Conclusões e ações futuras 6. VEEN, Win. VRAKKING, Vem. Homo
Zappiens: educando na era digital. Porto
Este método, antes de ser utilizado Alegre: Artmed, 2007
como padrão nos cursos do EaDDigital, foi
proposto a uma turma de 30 participantes.
Todos foram voluntários. Dos 30
participantes, 12 já haviam participado de
cursos no EaDDigital, com estratégias
diferentes. Dentre os 18 que estavam
participando pela primeira vez em cursos no
EaDDigital, 06 nunca haviam participado de
cursos à distância.
Após o curso, 100% daqueles que já
haviam participado de cursos no EaDDigital
informaram que este novo método permitiu
um melhor aprendizado. Entre aqueles que
18 que participaram da primeira vez de
cursos no EaDDigital, 78% informaram que
“aprenderam muito” com este método.
Isolando a mesma pergunta entre aqueles
que nunca haviam participado de cursos à
distância, 100% informaram que
“aprenderam muito”, com este método.
Assim, se concluiu que com o uso
deste método o cursista tem um aprendizado
efetivo, baseado na diversidade, do
diferente, pois ao ter que defender um ponto
de vista que não é o seu, ele amadurece.
O Moodle, como ferramenta
educacional oferece muitas opções de
interatividade, mas somente levarão o aluno

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Adaptive-Moodle: Adaptatividade no Ambiente Moodle

José dos Reis Mota1 e Márcia Aparecida Fernandes2


1
Universidade Federal de Uberlândia, jreismota@gmail.com
2
Universidade Federal de Uberlândia, marcia@ufu.br

Resumo: Sistemas adaptativos no domínio de e-learning são aqueles capazes de adaptar o


conteúdo e o modo de apresentação de acordo com o perfil de um determinado usuário ou grupo de
usuários. Esses sistemas, geralmente, mantêm-se no contexto de pesquisas acadêmicas e são
pouco utilizados em situações reais. Por outro lado, os ambientes de e-learning, como o Moodle, que
apresentam uma plataforma completa de recursos e ferramentas disponíveis, são largamente
utilizados pelas instituições de ensino, mas são restritos em adaptatividade. Neste trabalho, propõe-
se uma forma de integrar esses dois tipos de sistemas, com o objetivo de aproveitar as vantagens de
ambos, ou seja, a adaptatividade de um, somado à abrangência de utilização de outro. Com base
nessa proposta, foi projetada a integração entre sistemas adaptativos ao ambiente Moodle e
implementou-se um agente que realiza essa integração.

Palavras-chave: adaptatividade, ambientes de e-learning, Moodle, padrões para e-learning.

Abstract: Adaptive systems in the field of e-learning are those capable of adapting the content and
mode of presentation according to the profile of a particular user or user group. These systems
generally remain in the context of academic research and are rarely used in real situations. Moreover,
the e-learning environments that present a complete platform of tools and resources available are
largely used by educational institutions, but are not adaptive. We propose to integrate these two types
of systems, aiming to take advantage of both - adaptivity coupled with the scope of use of e-learning
environments. Therefore, has described the implementation of an agent that integrates an intelligent
adaptive system with the e-learning environment Moodle.

Keywords: adaptativity, e-learning environments, Moodle, e-learning standards

contexto de pesquisas acadêmicas e não são


1. Introdução aplicados a situações reais. Isso se deve ao
fato de que, ao propor um sistema que
Diversas pesquisas, como disposto em possibilite adaptatividade, normalmente os
BRUSILOVSKY e PEYLO (2003), enfatizam a pesquisadores não se preocupam com a
necessidade de sistemas educativos integração com outros sistemas e
adaptativos, pela possibilidade de atenderem implementam uma plataforma completa, com
a uma grande demanda de estudantes, e todos os recursos necessários. Assim, as
assim, haver a necessidade de se adequarem instituições que já disponibilizam cursos, para
a diferentes perfis de usuários e contextos de se beneficiarem dessa característica, teriam
aprendizagem. que migrar os cursos para um novo sistema, o
Atualmente, estão disponíveis diversos que, na maioria das vezes, não é viável em
ambientes de e-learning, inclusive algumas relação a custo e tempo.
opções open-source, como Moodle, Teleduc e Este trabalho propõe a integração entre o
Claroline. Tais sistemas apresentam vários ambiente de e-learning Moodle com sistemas
recursos, como ferramentas de autoria, de adaptativos, utilizando-se o padrão SCORM
interação, de avaliação e de gerenciamento de SCORM (Sharable Content Object Reference
cursos. Apesar de muito utilizados pelas Model), que por sua vez abrange o padrão
instituições, esses ambientes ainda são LOM (Learning Object Metadata), para
restritos em termos de adaptatividade. estruturação de conteúdos. Pretende-se
Por outro lado, os sistemas adaptativos propor uma estrutura genérica, que possa ser
existentes mantêm-se, em sua maioria, no utilizada para integração de sistemas

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adaptativos ao Moodle, e que possa direcionar seja, as tabelas da base de dados que se
propostas para integração com outros referem aos tópicos e atividades. Foram
ambientes de e-learning. consideradas as atividades: SCORM/AICC,
Este artigo está organizado da seguinte para estruturação de conteúdo, chat e fórum,
forma: a Seção 2 apresenta conceitos e para verificar a interação do aluno com o
relacionados aos sistemas adaptativos e seus ambiente, e questionário, para avaliação.
principais componentes. A Seção 3 apresenta Em relação às informações que se
a proposta para integração entre o Moodle e associam ao Modelo do Estudante, estão
sistemas adaptativos. A Seção 4 detalha o presentes apenas informações sobre os
funcionamento do processo de adaptação e, usuários e as permissões concedidas. Assim,
finalmente, a Seção 5 apresenta as como se pretende utilizar um modelo mais
conclusões e trabalhos futuros. elaborado, que considere outros aspectos,
como os estilos de aprendizagem dos
2. Sistemas adaptativos: conceitos e estudantes, foram acrescentados algumas
componentes informações à base de dados do Moodle.
Outras informações relativas ao processo de
BRUSILOVSKY e PEYLO (2003) definem adaptação, como o conteúdo apresentado ao
sistemas educacionais adaptativos como estudante e o seu aproveitamento de acordo
aqueles que proporcionam adaptatividade por com as regras de adaptação também foram
meio da construção de um modelo de acrescentadas, de forma a manter o histórico
objetivos, preferências e conhecimento de do estudante, conforme a necessidade dos
cada estudante e uso deste modelo na sistemas adaptativos.
interação com o estudante no sentido de
adaptar o conteúdo de acordo com suas 3. Adaptive-Moodle: integrando o Moodle
necessidades. Sistemas adaptativos são, a sistemas adaptativos
portanto, capazes de adaptar o conteúdo e o
modo de apresentação de acordo com o perfil Entre os requisitos técnicos, procurou-se
de cada usuário ou grupo de usuários. definir um sistema independente de
WU (2002) mostra que os sistemas plataforma, que permitisse uma fácil
adaptativos possuem, conceitualmente, três integração, utilizando os padrões LOM e
componentes básicos. O primeiro componente SCORM, e que apresentasse um fraco
é o Modelo de Domínio, que representa o acoplamento entre os módulos envolvidos.
conteúdo apresentado pelo sistema. O Assim, os interessados poderão optar por
segundo componente é o Modelo do Usuário, utilizar os recursos de adaptação em
contendo as características relevantes para a determinados cursos, assim como manter
adaptação, tais como preferências, intacta a estrutura de cursos já inseridos.
conhecimento e objetivos. O terceiro é o Dessa forma, espera-se facilitar a adoção
Modelo de Adaptação, que mantém atualizado dessa proposta, já que não exigirá esforços no
o perfil do usuário, de acordo com a sentido de modificar a estrutura de cursos
observação de seu comportamento, e define existentes ou utilizar uma nova plataforma.
como realizar a adaptação, utilizando A partir dos requisitos, foi definida a
informações dos demais componentes. arquitetura do sistema, denominada Adaptive-
ActiveMath (MELIS, 2001), AHA! (Adaptive Moodle, representada na Figura 1, em que se
Hypermedia for All) (DE BRA, 2006) e observa que não há dependência do Moodle
SIMEDUC (DORÇA, 2004) são exemplos de em relação aos outros sistemas. Os sistemas
sistemas adaptativos que contêm esses adaptativos dependem da forma como as
componentes. No entanto, esses sistemas não informações são estruturadas no ambiente
permitem a reusabilidade, pois os cursos não para processar as regras de adaptação,
são criados de acordo com padrões especialmente como são organizadas as
adequados para este fim. avaliações e como o estudante interage com o
A partir da análise dos sistemas ambiente.
adaptativos, foi possível identificar as Já o módulo de integração mantém uma
informações presentes no Moodle que relação de dependência com o Moodle,
poderiam ser utilizadas para o processamento buscando as informações dos cursos a serem
dos componentes dos sistemas adaptativos. adaptados, e com os sistemas adaptativos,
Assim, foram localizadas informações fornecendo as informações necessárias ao
referentes ao Modelo de Domínio, que são seu processamento. Na Figura 1, o agente
aquelas voltadas à estruturação de cursos, ou integra ao Moodle o sistema adaptativo

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SIMEDUC e outro sistema adaptativo, atividades do curso original, no entanto, os


baseado em ontologias, descrito em MOTA conteúdos apresentados pelos pacotes
(2010). Percebe-se, assim, que diferentes SCORM são específicos para cada estudante,
sistemas adaptativos podem colaborar na conforme definido nas regras para adaptação.
tarefa de adaptação, possibilitando, dessa
forma, que mais opções sejam consideradas 4. Funcionamento do Processo de
nesse processo. Adaptação

Neste trabalho, propõe-se que o conteúdo


de um curso seja estruturado em pacotes
SCORM, tendo em vista que, nesse padrão,
poderão ser definidas várias organizações de
forma a disponibilizar estruturas diferentes
para os tópicos. Cada tópico conterá um
pacote SCORM e um questionário, para
avaliar o conhecimento do estudante. As
atividades fórum e chat são também utilizadas
para avaliar o comportamento do estudante no
decorrer do curso.
Figura 1: Arquitetura do Adaptive-Moodle Para a construção dos pacotes SCORM,
pode-se utilizar duas abordagens, visando a
A partir das informações levantadas na aumentar as possibilidades de adaptação. Na
análise do ambiente Moodle e para atender primeira, os pacotes SCORM serão
aos requisitos estabelecidos, foi desenvolvido estruturados em diversas organizações, em
o módulo de integração utilizando a tecnologia grau crescente de complexidade, de forma
de sistemas multiagentes, por apresentar que sejam disponibilizadas aquelas
características como autonomia e capacidade adequadas ao nível de conhecimento dos
de reação. Conforme WOOLDRIDGE (1994), estudantes. Na segunda abordagem, serão
um agente é capaz de atuar em determinado inseridos metadados, conforme o padrão
ambiente, perceber as mudanças e, em LOM, aos recursos dos pacotes SCORM, que
resposta a tais mudanças ou em decorrência correspondem aos objetos de aprendizagem.
da busca de seus objetivos, modificar esse Em especial o elemento descrição, presente
ambiente, sem esperar por nenhum evento de na categoria Classificação do padrão LOM,
um usuário ou de outro sistema. Conforme deverá conter o título do item correspondente
representado na Figura 1, o agente foi no pacote SCORM, para que, dinamicamente,
desenvolvido utilizando-se o framework JADE seja possível relacionar ao item os possíveis
(Java Agent DEvelopment Framework). objetos de aprendizagem a serem
O agente de integração é responsável por apresentados ao estudante. Assim, objetos
monitorar e efetuar as alterações necessárias que se adéquam a um determinado estilo de
ao ambiente, para que ele se comporte de aprendizagem do estudante, serão utilizados
forma adaptativa. Para que a integração para adaptar o conteúdo, ou seja, quanto mais
ocorra, inicialmente o responsável por um opções de objetos de aprendizagem, em
curso deverá configurar as definições de sua diferentes níveis de dificuldade e diferentes
plataforma em um arquivo de propriedades, formatos de apresentação, maiores as
como dados de conexão à base de dados, possibilidades de que sejam selecionados
diretório de armazenamento de arquivos do conteúdos adequados ao perfil do estudante.
Moodle, e outras configurações específicas Em um primeiro momento, o sistema
para a adaptação, como os códigos dos adaptativo utilizado para integração com o
cursos a serem adaptados e os parâmetros ambiente Moodle foi o SIMEDUC (Sistema
exigidos pelas regras de adaptação. Inteligente Multiagente), um sistema composto
Após essa configuração, automaticamente por quatro agentes – especialista, avaliação,
o agente passa a monitorar os dados do pedagógico e assistente – e que possui um
Moodle para verificar se algum novo estudante sistema de avaliação baseado em lógica fuzzy
foi matriculado ou se foram registradas e rede neural, descrito em DORÇA (2004).
avaliações para os cursos que fazem parte do Para a avaliação do estudante, baseou-se
processo de adaptação. Ao localizar uma nova na proposta apresentada por FARIA (2008),
matrícula, o agente gera uma cópia do curso em que o resultado final é composto por dois
para o estudante. Esse curso compartilha as fatores: o comportamento e o conhecimento

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do estudante. No primeiro contato, ou seja, aprendizagem de um curso, conforme os


após a matrícula, o sistema disponibiliza para estilos de aprendizagem dos estudantes. A
o estudante uma organização de geração das organizações em um pacote
complexidade intermediária. A partir daí, um SCORM em diversos níveis de complexidade
novo tópico, assim como uma organização do também pode ser automatizada, utilizando-se,
pacote SCORM, são selecionados de acordo por exemplo, um mapa conceitual que
com o resultado da avaliação do estudante. Se estabeleça relações entre os itens de
o estudante obtiver um resultado insatisfatório, conteúdo de um tópico.
terá que rever o mesmo tópico, com uma Com isso, além de contribuir para tornar o
organização de complexidade menor. Se ambiente Moodle mais adequado a propiciar
obtiver um resultado satisfatório, o sistema uma aprendizagem significativa, ao considerar
disponibilizará uma nova seção com uma as necessidades específicas de cada
organização de complexidade intermediária ou estudante, espera-se incentivar a adoção
de complexidade maior. dessa proposta e o desenvolvimento de novos
O SIMEDUC não utiliza estilos de projetos que integrem outros sistemas
aprendizagem no modelo do estudante, adaptativos inteligentes a ambientes de e-
apenas os resultados de avaliação. Para learning.
explorar a segunda possibilidade de
adaptação, ou seja, associar diversos objetos Referências Bibliográficas
de aprendizagem a um mesmo item de uma
organização, apresentando aqueles que sejam 1. BRUSILOVSKY, P. e PEYLO, C. Adaptive
mais adequados ao estudante, foi and intelligent web-based educational
desenvolvido o sistema adaptativo baseado systems. International Journal of Artificial
em ontologias, que também foi integrado ao Intelligence in Education V. 13, pp. 156–
ambiente Moodle utilizando-se o agente de 169, 2003.
integração. Nesse sistema, os objetos de 2. DE BRA, P.; SMITS, D., STASH, N.
aprendizagem são selecionados de acordo Creating and delivering adaptive
com o estilo de aprendizagem do estudante. courses with AHA!, Proceedings of the
first European Conference on Technology
5. Conclusões e Trabalhos Futuros Enhanced Learning, EC-TEL 2006,
Springer LNCS 4227, pp. 21-33, Grécia,
Neste artigo, mostrou-se a viabilidade de 2006..
integrar sistemas adaptativos ao ambiente 3. DORÇA, F. A. Um sistema inteligente
Moodle, a partir do uso de padrões para e- multiagente para educação a distância.
learning, no caso o SCORM, para estruturação Dissertação de Mestrado, Universidade
de conteúdos, e o padrão LOM, para Federal de Uberlândia, 2004.
associação de metadados aos objetos de 4. FARIA, M. N. et al. Um sistema de
aprendizagem. Mostrou-se ainda que é avaliação em EAD baseado em lógica
possível realizar essa integração sem afetar a fuzzy. Revista Horizonte Científico, vol. 1,
estrutura de cursos existentes no ambiente, nr. 8, 2008.
facilitando a sua adoção. 5. MELIS, E. et al. ActiveMath: a web-
A estruturação de cursos conforme based learning environment.
apresentado nessa proposta, propicia ainda International Journal of Artificial
uma maior interoperabilidade, pois o curso Intelligence in Education, V. 12(4), pp.
estará disponível para qualquer ambiente que 385-407, 2001.
suporte o padrão, além de orientar a 6. MOTA, J. R. Adaptive-Moodle:
organização de cursos focados nas adaptatividade e interoperabilidade em
necessidades dos alunos. Porém, dificulta o ambientes de e-learning utilizando
trabalho no sentido de será uma tarefa árdua tecnologias da web semântica.
definir um curso nesse formato, em que muitas Dissertação de Mestrado, Universidade
organizações e muitos objetos de Federal de Uberlândia, 2010.
aprendizagem podem ser necessários para 7. WOOLDRIDGE, M. e JENNINGS, N. R.
que o processo de adaptação ocorra de forma Intelligent agents: theory and practice.
adequada. Knowledge Engineering Review, 1994.
Assim, serão necessárias novas 8. WU, Hongjing. A reference architecture
propostas, como ferramentas para retornar for adaptive hypermedia applications.
informações para o professor sobre a Tese de Doutorado. Technische
necessidade de determinados objetos de Universiteit Eindhoven, 2002.

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Preparação de estudantes para a Olimpíada Brasileira de


Informática por meio do ambiente Moodle
Paulo Malcher, Pedro Aviz, Louise Barros, Janne Oeiras Lachi
Faculdade de Computação – Universidade Federal do Pará
{prcmalcher, afonsobaco, louisebarros}@gmail.com, joeiras@ufpa.br

Resumo: Este artigo visa mostrar a utilização do ambiente Moodle no projeto “Formação de recursos
humanos para a área de Ciência e Tecnologias por meio de olimpíadas escolares” e mostrar as
modificações feitas neste ambiente para melhor adequá-lo ao projeto.

Palavras-chave: Olimpíada Brasileira de Informática, estruturação de disciplinas e cursos, avaliação


heurística, Moodle.

Abstract: This paper presents the Moodle environment use in the "Training of human resources for
the Science and Technology area through school Olympics" and show the changes made in this
environment to better tailor it to the project.

Keywords: Brazilian Informatics Olympiad, program and courses structure, heuristic evaluation,
Moodle.

[MOODLE 2008]. Por fim, o Moodle era o


1. Introdução software de apoio à aprendizagem adotado
pela Instituição de Ensino Superior onde o
Este trabalho descreve as modificações e projeto estava ocorrendo.
configurações do Moodle usadas a fim de Neste artigo será descrito a organização
viabilizar a preparação de estudantes de do curso preparatório no Moodle, os recursos
escolas da Educação Básica para a Olimpíada selecionados para apoiar a interação entre
Brasileira de Informática (OBI). O uso do todos os participantes e apresentar as
ambiente ocorreu no âmbito de um projeto que adaptações feitas nele visando facilitar a sua
tinha por objetivo divulgar a Computação para utilização por todos os envolvidos.
esses estudantes e incentivá-los a A seção 2 descreve brevemente o
conhecerem, de maneira geral, as carreiras planejamento de recursos do Moodle para dar
relacionadas à Ciência e à Tecnologia, que vê suporte ao curso; a seção 3 apresenta a
sofrendo com a perda de interesse dos jovens Avaliação heurística, um método usado para a
[Simon 2008, Lôbo e Machado 2007]. adaptação do ambiente; os resultados da
adaptação são mostrados na seção 4, na
No processo preparatório para a OBI, seção 5 são feitas as considerações finais.
além de aulas presenciais, foi utilizado o
Moodle para dar suporte à interação à 2. Planejamento de recursos a serem
distância. A escolha desse ambiente se deu utilizados no curso preparatório
devido a diversos aspectos, que envolveram o
baixo custo e possibilidade de adaptação, já Para cada escola parceira do projeto foi
que é uma ferramenta Open Source (sob os criado um curso no Moodle, envolvendo o
termos da Licença Pública Geral). Outra razão cadastro de todos os participantes
para a escolha do ambiente foi o número (professores universitários e da escola,
elevado de usuários, o que aumenta a estudantes das escolas e bolsistas do projeto).
confiabilidade do sistema. Assim, se ocorresse Os conteúdos do curso foram organizados
algum erro, este poderia já ter sido reportado utilizando o recurso “link a um arquivo ou site”
por outro usuário e até mesmo já ter sido para postar materiais diversos como apostilas,
corrigido, o que não acontece com freqüência cronogramas de aulas, softwares, links para
em sistemas que possuem poucos usuários jogos de lógica na Web etc.

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Para realizar a comunicação entre todos 3) Controle do usuário e liberdade: os


os participantes foi utilizada a ferramenta usuários freqüentemente escolhem por
Fórum, para dar avisos e responder dúvidas; o engano funções do sistema e precisam ter
Chat para prover encontros síncronos além claras as saídas de emergência para sair do
das aulas presenciais do projeto; e a estado indesejado.
ferramenta Blog, usada pelos bolsistas para 4) Compatibilidade do sistema com o
fazerem um relato semanal para a professora mundo real: o sistema precisa falar a
supervisora da Universidade sobre as linguagem do usuário, com palavras, frases e
atividades que realizavam pelo projeto em conceitos familiares ao usuário.
cada escola. A versão original do Moodle passou por
A ferramenta Questionários do Moodle foi duas avaliações a fim de verificar se as
utilizada para elaborar simulados semelhantes funcionalidades do software estavam
aos que são aplicados na OBI para que os adequadas aos requisitos das tarefas do
alunos pudessem respondê-los e conferir suas usuário permitindo que estas fossem
respostas. Além disso, os alunos tinham realizadas de modo fácil e eficiente.
acesso por meio de links postados no recurso Uma lista de tarefas que os estudantes
“link a um arquivo ou site” a outros conteúdos deveriam realizar no ambiente foi elaborada e
como jogos online ou ao sistema Susy da testada em dois momentos: o primeiro por
Universidade Estadual de Campinas que uma aluna de mestrado e o segundo por
permite a submissão de programas de alunos da universidade que estavam cursando
computador elaborados pelos estudantes para a disciplina “Interação usuários-máquina”
correção. (IHC). Ao final do processo relatórios foram
A etapa de planejamento de cada curso no gerados com uma lista de modificações a
Moodle revelou a necessidade de adaptação serem realizadas no Moodle para torná-lo
desse ambiente para que principalmente os mais simples e acessível aos estudantes de
estudantes tivessem menos dúvidas ou ensino básico, as principais modificações
dificuldades sobre o seu uso. Assim, a seção a serão detalhadas na próxima seção.
seguir descreve a Avaliação Heurística
[NIELSEN e MOLICH, 1990] realizada para 4. Resultados
levantar problemas de usabilidade e propor
soluções para eles. As mudanças foram efetuadas com o
intuito de adequá-lo as necessidades do
3. Método projeto e viabilizar sua utilização nos cursos
de lógica (modalidade de Iniciação na OBI) e
A Avaliação Heurística é um método no qual programação (modalidade de programação na
um avaliador procura identificar problemas de OBI) oferecidos aos estudantes e atender as
usabilidade por meio da análise e sugestões e críticas feitas nos dois relatórios
interpretação de um conjunto de princípios ou feitos após as AH. Cerca de 40 modificações
heurísticas. Esse método de avaliação é foram feitas no ambiente. Para exemplificar, a
baseado no julgamento do avaliador e, seguir são mostradas 4 modificações com
normalmente, descobre 75% dos problemas respeito às heurísticas citadas na seção 3.
de usabilidade, método este de avaliação de A primeira modificação realizada diz
interfaces abordado em disciplinas de respeito à heurística “Estética e Design
Interação humano-computador (IHC). Minimalista”, na página inicial do ambiente
Fazer uma Avaliação Heurística consiste Moodle, mostrado na Figura 1 não continha
em relatar problemas que não estão de acordo muitas informações sobre o projeto, a área de
com os princípios da usabilidade. Os acesso não tinha nenhum destaque, omitindo
problemas encontrados na avaliação do informações importantes para o entendimento
Moodle estavam relacionados às heurísticas do que se tratava o ambiente.
[NIELSEN, 1994]:
1) Estética e design minimalista: os
diálogos não devem conter informações que
são irrelevantes ou raramente necessárias.
2) Consistência e padrões: os usuários
não precisam adivinhar que diferentes
palavras, situações ou ações significam a
mesma coisa.

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A mudança a seguir diz respeito à


heurística “Controle do usuário e liberdade”.
Ao inserir ou modificar um usuário no
ambiente, havia informações avançadas a
serem preenchidas (como Tipo de digest das
mensagens, AJAX, entre outros) e que
provavelmente seriam de difícil entendimento
para os estudantes. Além disso, faltavam
informações importantes para suprir as
Figura 1: Tela inicial antes das modificações necessidades do projeto de extensão como
número de telefone residencial e celular como
A página inicial do ambiente sofreu se pode observar na Figura 5. Após as
algumas modificações, sendo acrescentado modificações, as informações avançadas
um texto com considerações a respeito do que foram suprimidas e foram acrescentados os
se tratava o ambiente, a área de acesso dados citados ao formulário (Figura 6).
ganhou destaque, foram criados dois cursos,
programação e lógica e houve uma
reorganização nos blocos de funções como se
pode notar na Figura 2.

Figura 5: Tela de cadastro de usuário antes


das modificações

Figura 2: Tela inicial após as modificações

Outra modificação baseou-se na heurística


“Consistência e padrões”. O ambiente oferece
no rodapé de cada página a possibilidade do
retorno a página inicial, porém o botão que
fazia isto não seguia um padrão, em algumas
páginas aparecia com o nome
“Fortalecer_OBI” e em outras com “Home
Page” (Figura 3). O padrão adotado foi
“Página inicial” como na Figura 4.
Figura 6: Tela de cadastro de usuário após
das modificações

Por fim, uma mudança a respeito da


heurística “Compatibilidade do sistema com o
Figura 3: Botões “Fortalecer_OBI” e “Home mundo real” pode ser vista na Figura 7. A tela
Page” com mesma função de envio de mensagens do Moodle
disponibilizava uma forma de envio por meio
do link “Versão sem frames e Javascript”.
Essa opção utiliza um nome técnico, também
de difícil entendimento para usuários leigos
em Informática, o que poderia causar um
problema de usabilidade. A heurística sugere
que sejam seguidas convenções do mundo
real de modo que as informações apareçam
Figura 4: Página com botão “Página Inicial” numa ordem seqüencial e lógica, além de usar

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termos familiares ao usuário ao invés de as necessidades previstas, obtendo uma boa


termos orientados ao software. aceitação pelos participantes.
Devido a esses fatores essa opção de O uso do ambiente não foi intenso devido
envio foi retirada, como se pode perceber na vários problemas ao longo do projeto como
Figura 8, para simplificar o processo de greve nas escolas públicas e indisponibilidade
mandar mensagens e porque não se via a do laboratório de informática devido uma
necessidade de ter duas versões para essa reforma na escola. Porém, os estudantes que
função. tinham outros meios de acesso à Internet
puderam estudar em casa de forma mais
dinâmica e também ter um maior contato com
seus tutores para tirar dúvidas.
A liberdade em realizar mudanças neste
ambiente é algo a ser frisado, sendo este um
dos fatores que ajudaram a melhorar os
problemas de usabilidade encontrados na
avaliação heurística feita no ambiente.
Outro fator a ser considerado foi a difusão
deste software, pois problemas obtidos
durante o processo de modificação e
adequação do mesmo, em maioria já estavam
Figura 7: Tela de envio de mensagens com a reportados por outros usuários, havendo
versão “sem framese Javascript” assim possibilidades de encontrar possíveis
soluções para estes problemas, facilitando
assim o processo de modificação.

Referências Bibliográficas

1. MOODLE (2008) “Modular Object-Oriented


Dynamic Learning Environment”.
Disponível em <http://Moodle.org>.
2. LÔBO, Irene; MACHADO, Grazielle.
Evasão de alunos de bacharelado pode
aumentar déficit de 240 mil professores no
ensino médio. Agência Brasil. Disponível
Figura 8: Tela de envio de mensagens em:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detal
modificada he.jsp?id=57407 JC e-mail 3557, de 18 de
Julho de 2008. Acesso em: 02/05/2008.
5. Conclusões e Trabalhos Futuros 3. SIMON, Imre. A Relevância Social e
Profissional da Computação no Início do
Apesar de o Moodle possuir muitas Século 21 – Uma Reflexão Pessoal
ferramentas que podem ser utilizadas para (palestra). Curso de Qualidade – XXVIII
apoiar atividades educacionais, para o objetivo Congresso da Sociedade Brasileira de
específico do projeto esse ambiente teve que Computação. Belém – PA, 2008.
passar por várias modificações. Disponível em:
Nos relatórios produzidos após a http://www.ime.usp.br/~is/aula/belem-
avaliação heurística, vários problemas foram 2008/rspc.pdf. Acesso em: 03/05/2010
detectados em relação à heurística 4. NIELSEN, Jakob. Ten usability heuristics.
“Compatibilidade do sistema com o mundo Disponível em:
real”, já que os recursos disponibilizados pelo <http://www.useit.com/papers/heuristic/he
ambiente, quando eram acrescentados uristic_list.html>. Acesso em: 04/05/2010.
geralmente tinham campos com informações 5. NIELSEN, Jakob; MOLICH, Rolf. Heuristic
técnicas ou sem utilidade para o projeto. evaluation of user interfaces. In:
Esses campos foram suprimidos (escondidos) CONFERENCE ON HUMAN FACTORS IN
e inseridos como default no código do COMPUTING SYSTEMS, 8, 1990, Seattle.
ambiente. Proceedings of the SIGCHI conference on
Com a adequação do ambiente, as Human.
expectativas do projeto a respeito do seu o
uso foram alcançadas, pois conseguiu suprir

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SmartEduc- Uma Plataforma Inteligente para Gestão em EaD


Ahmed Ali Abdalla Esmin1,2, Tiago Amador Coelho2, Roberto L. de Oliveira Júnior2,
Eder Bruno Fonseca2; Cleide Mirian Pereira2; Rafaela Girôto2, Leandro Alonso2,
Teresa Cristina Monteiro Martins2
1
Departamento de Ciência da Computação
Universidade Federal de Lavras (UFLA) – Lavras, MG – Brasil
2
InSyst Sistemas Inteligentes e Serviços
Http://www.insyst.com.br
Rua Misseno de Pádua, 495, sala 301 - Centro, Lavras/MG
{ahmed, tiago, roberto,eder, cleide ,ragiroto, Leandro,
teresa}@insyst.com.br

Resumo: Este artigo apresenta a ferramenta de Business Intelligence (BI) intitulada SmartEduc®
desenvolvida pela InSyst Ltda. Esta ferramenta é voltada para a área de Educação a Distância
(EaD), que visa apoiar as instituições de ensino na coleta e análise de dados, gerando uma visão
estatística inteligente e de alto nível, a fim de acompanhar alunos, tutores e todos os envolvidos no
processo de ensino e aprendizagem mediado pelo AVA (Moodle) e, desta forma, ajudar no controle
da qualidade e no planejamento estratégico de projetos de EaD.

Palavras-chave: Inteligência de negócios, avaliação, ambientes virtuais de aprendizagem, Moodle.

Abstract: This paper presents a tool for Business Intelligence (BI) called SmartEduc ® developed by
InSyst Ltda. This tool is focused on the area of Distance Learning (DL), which aims to support
educational institutions, to collect and analyze the data, generating a high-level statistical and
intelligent vision, in order to follow students, tutors and all involved in teaching and learning as
measured by the AVA (Moodle) and thereby assist in quality control and strategic planning of its
distance education project.

Keywords: Business Intelligence, evaluation, virtual learning environments, Moodle.

1. Introdução

Este artigo tem por objetivo apresentar a


ferramenta SmartEduc®, construída com
modernos conceitos de Business Intelligence
(BI) e Mineração de Dados, que visa ajudar as
empresas e instituições de ensino na coleta de
dados estatísticos precisos e minuciosos que
ajudarão na tomada de decisão para o
planejamento estratégico de seu negócio.
O SmartEduc é um produto inovador,
voltado para a área de Educação a Distância Figura 1: Visão geral do SmartEduc
(EaD), centrado na extração de dados reais e Fonte: http://www.insyst.com.br
com base nos conceitos de Business
Intelligence BI (Esmin 2009). Tem como O SmartEduc é uma ferramenta gerencial
objetivo fornecer uma visão completa e de dados que possibilita detectar diversos
detalhada do desempenho de cursos elementos e ações que, segundo Mercado
ministrados a distância, bem como de todos os (2007), nos alunos podem provocar o
atores envolvidos no processo, os quais abandono do curso, repercutir na graduação
utilizam a Plataforma Moodle como ambiente tardia, afetar a fidelidade no curso; na
web de apoio ao ensino (Figura 1). instituição pode causar a rejeição da

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modalidade de aprendizado e
aperfeiçoamento pessoal, prejudicar o
orçamento e o prestígio social da instituição.
Por se tratar de uma ferramenta gerencial
do ambiente virtual, o SmartEduc propicia
também o acompanhamento focado nas
disciplinas e alunos cadastrados no AVA.
Assim, pode-se facilmente acompanhar a
evolução dos alunos em relação à quantidade
de acessos dos mesmos, número de
disciplinas cadastradas, entre outros dados.
Figura 2: Visão geral
A fim de facilitar a extração de relatórios, o
sistema conta com uma ferramenta de
Os seguintes benefícios podem ser
visualização e exportação desses dados. São
inúmeros e diversos relatórios que o destacados:
SmartEduc provê, desde relatórios sobre as
● Acompanhamento do aluno em tempo real.
informações já disponíveis no sistema até os
● Diversos relatórios dinâmicos.
que forem incluídos com informações
● Informações de comportamento no AVA.
direcionadas pelo administrador. Esta
● Indicadores de qualidade.
funcionalidade do SmartEduc ainda conta com
a possibilidade de criação de outros relatórios, ● Gestão remota (pela internet).
a partir das necessidades dos usuários. ● Visão geral dos cursos e alunos.
● Identifica o relacionamento entre perfis;
O restante deste artigo está organizado
●Visualização de gráficos dos indicadores que
da seguinte forma: a Seção 2 apresenta uma
ajudam na tomada de decisão.
visão geral do SmartEduc e os benéficos
●Ajuda na identificação de problemas de
agregados; a Seção 3 aborda os principais
resultados deste trabalho e, finalmente, a evasão ou outros.
Seção 4 apresenta as considerações finais. ● Emissão de alertas e avisos; entre outros.

2. Visão geral, funcionamento e 3. Os principais componentes


benefícios
O SmartEduc oferece inúmeros benefícios
A ferramenta oferece uma visão gerencial de visualização e análise dos dados através
do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) de painéis de indicadores desses dados. Os
que utiliza o software livre - Moodle como principais são:
ferramenta de ensino para EaD. Utilizando
uma arquitetura de sincronização periódica • Indicadores de AVAs:
dos dados que os mantêm intactos no AVA,
além da segurança de não modificá-los, ainda Os indicadores de AVAs levam em conta
alivia o processamento de dados no mesmo cada AVA separadamente: disciplinas mais
servidor onde o AVA está instalado, evitando ativas, horário mais acessado, quantidade
que erros causados por sobrecarga de total de alunos, informações em tempo real,
processamento ocorram. Ainda, o SmartEduc etc. Esses indicadores proporcionam uma
oferece o cadastro e a gerência de vários visão geral de cada AVA (um curso, por
ambientes simultâneos (Figura 2). exemplo), com todas as turmas e usuários
ativos nele (Figura 3).
As principais funcionalidades são:

● Coleta os dados periodicamente.


● Gerencia vários ambientes simultaneamente
● Gera uma visão inteligente das informações.
● Garantia de segurança dos dados.
● Suporte técnico qualificado.

Figura 3: Visão geral indicadores AVA

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• Indicadores de Disciplinas: ainda a criação de outros relatórios, de acordo


com as necessidades dos usuários.
Os indicadores de disciplinas analisam
cada disciplina separadamente: como estão
sendo acessadas, quais os módulos mais
ativos, quais os usuários mais ativos, etc.
(Figura 4).

Figura 6: Gerador de Relatórios

Figura 4: Visão geral indicadores de Disciplina


• Funcionalidades Inteligentes e sistema
de alertas:
• Indicadores de Usuários:
Por se tratar de uma ferramenta gerencial
Os indicadores de usuários levam em de ambientes virtuais de aprendizagem, o
conta cada usuário separadamente: disciplinas SmartEduc propicia também o
desse usuário, disciplinas que o usuário mais acompanhamento focado nas disciplinas e
acessa, horário de maior acesso, etc. alunos cadastrados no AVA. Assim, pode-se
Proporciona uma visão individualizada de facilmente acompanhar a evolução dos alunos
cada aluno dentro de cada disciplina e curso em relação à quantidade de acessos dos
(Figura 5). mesmos, número de disciplinas cadastradas,
entre outros dados.
Pensando-se em facilitar cada vez mais o
lado gerencial de um Ambiente Virtual de
Aprendizagem, o SmartEduc conta com uma
central de alertas. Nesta central de alertas é
possível criar indicadores que verificam o
ambiente à procura de situações que podem
representar algo anormal (por exemplo, aluno
com pouco acesso ou pouco ativo).
A fim de que estas situações sejam
rapidamente contornadas, esta central de
alertas propicia uma visão geral a respeito de
Figura 5: Visão geral indicadores de usuários cada alerta disponibilizado, trazendo ao
usuário do SmartEduc® o retorno do alerta
cadastrado. Sendo assim, ao se cadastrar um
• Relatórios: alerta também é possível configurar o envio de
e-mails, com mensagens customizadas, para
O painel de relatórios oferece a facilidade os atores que causaram este alerta ou outros
de geração de diversos relatórios (Figura 6) . os quais se desejar informar a respeito. Além
Para tal, conta com uma ferramenta de disso, mensagens que geram estatísticas a
visualização e exportação desses dados. São respeito do alerta podem ser pré-programadas
inúmeros e variados os tipos de relatórios que para serem enviadas automaticamente aos
o SmartEduc pode gerar, apresentando devidos responsáveis.
diversas informações disponíveis no sistema. Com o uso da mineração de dados é
Esta funcionalidade do SmartEduc possibilita possível a construção desses alertas que

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conscientizarão tutores, professores, Novas Tecnologias na Educação, v. 6, p.


supervisores e coordenadores sobre padrões 3-13, 2008.
de comportamentos de seus alunos, 3. ESMIN, A. A. A. ; OLIVEIRA JUNIOR, R.
chamando a atenção destes sobre situações L. ; BRUNO, E. ; CARNEIRO, T. ;
que podem levar à reprovação e/ou evasão e, GIROTO, R. ; FRADE, E. G. . Uma
assim, tomar medidas preventivas para evitar Proposta de Mineração de Dados e
essas situações (Kampff, 2008). Estes alertas Business Intelligence Aplicado ao
provêm de agrupamentos, regras de Ambiente Virtual de Aprendizagem. In: I
associação, árvores de decisão e análises Encontro Internacional do Sistema
estatísticas sobre os dados (Esmin 2009). Universidade Aberta do Brasil, 2009,
Brasília-DF
4. Considerações Finais 4. MOODLE. Moodle Documentation.
Disponível em <http://www.moodle.org>.
Na educação a distância o professor/tutor Acesso em: 01 de maio de 2010.
não possui convivência direta com o aluno, o
que dificulta a detecção de falhas no Agradecimentos: Gostaríamos de agradecer
aprendizado. Sendo assim é necessário à Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP)
recorrer a outros recursos que estão no apoio deste projeto dentro do Programa
disponíveis, como a base de dados com PRIME – Primeira Empresa Inovadora – 2009.
informações de iterações dos alunos com o Também agradecer a FAPEMIG (Fundação de
AVA. Geralmente, essas bases de dados Amparo à Pesquisa de Minas. Gerais) pelo
contêm uma quantidade de informação que apoio.
ultrapassa a capacidade humana em sua
interpretação.
Como a maior dificuldade encontrada no
modelo de ensino a distância é a falta de
ferramentas de monitoramento e orientação do
processo ensino/aprendizagem, o SmartEduc
da InSyst Ltda se apresenta como uma
ferramenta inovadora capaz de monitorar
AVAs, professores, tutores e alunos.
Com a aplicação das técnicas de
mineração de dados e o uso de Business
Intelligence (BI), podem-se obter as
informações necessárias para que o
professor/tutor tenha um melhor
acompanhamento do processo
ensino/aprendizagem dos alunos.
O SmartEduc está sendo usado pelo
Centro de Apoio à Educação a Distância
(CEAD), da Universidade Federal de Lavras
(UFLA).

Referências Bibliográficas

1. MERCADO, L. P. L.. Dificuldades na


Educação a Distância Online. In: 13.
Congresso Internacional de Educação a
Distância, 2007, Curitiba-PR. Anais da
ABED. Rio de Janeiro RJ. ABED, 2007. v.
1. p. 1-10.
2. KAMPFF, A. J. C., REATEGUI, E., LIMA,
J. V.. Mineração de dados educacionais
para a construção de alertas em
ambientes virtuais de aprendizagem como
apoio à prática docente. RENOTE. Revista

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Integração de atividades virtuais e presenciais no ensino de Física

Osvaldo Canato Júnior1


1
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, canatojr@cefetsp.br

Resumo: A interatividade promovida pelo uso de ferramentas como os passatempos gerados por
meio do programa Hot Potatoes associados ao ambiente Moodle permitem incorporar elementos de
aprendizagem virtual a cursos presenciais, facilitando o processo de ensino-aprendizagem. Nesse
contexto, o presente trabalho relata experiências junto a alunos da escola média e da Licenciatura em
Física proporcionados pela estruturação de um ambiente Moodle hospedado em domínio próprio do
professor.

Palavras-chave: hot potatoes, ensino de física, passatempos de física, moodle.

Abstract: The interactivity promoted by pastime tools created by Hot Potatoes software joined with
Moodle environment allow to incorporate virtual learning elements in physical presence courses,
facilitating the teaching-learning process. In this context, this paper reports experiences done with
highway and physics teaching undergraduated students promoted by a structured Moodle
environment hosted in a own teacher domain.

Keywords: hot potatoes, physics teaching, physics pastime, moodle.

aprendizagem aos cursos presenciais tem sido


1. Introdução aplicado por diversas instituições de ensino e
defendido por pesquisadores de EAD (Ensino
Apresenta-se neste trabalho um relato da a Distância): “Dois ambientes de
experiência realizada junto a alunos da escola aprendizagem que historicamente se
média da rede pública e privada e da desenvolveram de maneira separada, a
Licenciatura em Física do Instituto Federal de tradicional sala de aula presencial e o
Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo moderno ambiente virtual de aprendizagem,
(IFSP) com o objetivo de facilitar a vêm se descobrindo mutuamente
aprendizagem nas disciplinas ministradas pelo complementares. O resultado desse encontro
autor do presente texto. são cursos híbridos que procuram aproveitar o
Com o uso de um domínio próprio que há de vantajoso em cada modalidade,
(fisicaemrede.com) configurado como um considerando contexto, custo, adequação
ambiente Moodle integrado a recursos pedagógica, objetivos educacionais e perfil
interativos, pretende-se estender e aprofundar dos alunos. (TORI, 2009)”.
o experimento anteriormente realizado no Por sua vez, atividades interativas, tais
âmbito da escola média (CANATO JR, 2009) como os passatempos de Física gerados pela
acerca do uso da ferramenta Hot Potatoes na ferramenta Hot Potatoes associada ao
aprendizagem em Física. ambiente Moodle, favorecem a aprendizagem
Na seqüência, se apresenta o método com por meio de uma atitude exploratória do
que essa experiência vem sendo estruturada, educando: “É bem conhecido o papel
seus resultados iniciais e as perspectivas que fundamental do envolvimento pessoal do
se abrem para sua evolução. aluno no processo de aprendizagem. Quanto
mais ativamente uma pessoa participar da
2. Método aquisição de um conhecimento, mais ela irá
integrar e reter aquilo que aprender. Ora, a
O uso de Sistemas de Gestão de multimídia, interativa, graças à dimensão
Aprendizagem, LMS (Learning Management reticular, não linear, favorece uma atitude
System), tais como o Moodle em cursos exploratória, ou mesmo lúdica, face ao
híbridos que incorporam atividades virtuais de material a ser assimilado. É, portanto, um

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instrumento bem adaptado a uma pedagogia preenchimento de lacunas e reordenamento


ativa (LEVY, 1993, p.40)”. lógico de palavras. Inicialmente aplicados com
É no contexto das considerações acima o objetivo de reconhecimento da ferramenta e
indicadas que se insere o presente trabalho. A desvinculados de um processo avaliativo,
fim de melhor compreender a metodologia esses passatempos tornam-se
empregada e a atual estrutura do ambiente progressivamente componentes do processo
Moodle por mim gerenciado, é pertinente de avaliação da aprendizagem do aluno
apresentar um breve histórico da pesquisa. quanto ao conteúdo da disciplina, com a
A suspensão das aulas na rede pública e perspectiva de que o educando domine a
privada em agosto de 2009 em virtude da ferramenta e passe a elaborar seus próprios
pandemia da gripe AH1N1, instigou a criação passatempos a fim de desafiar seus colegas.
de um ambiente virtual de interação através do No caso das disciplinas voltadas a
qual o aluno pudesse apresentar tarefas acompanhamentos de estágios de regência,
válidas como reposição do conteúdo perdido. propõe-se incorporar os passatempos na
Na rede pública, optou-se por hospedar um prática de ensino do estagiário.
domínio próprio configurado como ambiente Outra ferramenta que vem sendo
Moodle através do qual se disponibilizaram incentivada é o uso de fóruns, seja para
diversos passatempos de Física elaborados indicações de textos, hipertextos e simulações
com o uso da ferramenta Hot Potatoes. Nessa computacionais de Física, seja para interações
fase da pesquisa, FASE 1, gerou-se um único entre os próprios educandos ou destes para
espaço virtual de trabalho para acesso de com o professor quanto à qualidade e
todos os alunos da EE Alberto Levy, São exeqüibilidade de aulas e projetos. No primeiro
Paulo, vinculados ao plano de reposição por caso, uma vez criado o fórum com as
mim apresentado. Paralelamente, na rede sugestões iniciais do professor, orienta-se o
privada, Escola Experimental Pueri Domus, aluno a inserir tópicos de discussão com suas
intensificou-se o processo que já ocorria de próprias sugestões de pesquisa de forma a
disponibilização dos passatempos de Física criar bibliografias e webgrafias atualizadas e
nos espaços de trabalho destinados a essa abrangentes. O segundo caso vem sendo
disciplina internamente ao ambiente Moodle trabalhado prioritariamente no
pré-configurado pela instituição. acompanhamento dos estágios de regência,
O ingresso, no início do presente ano, em que se estimula uma discussão
como professor na Licenciatura em Física do colaborativa acerca de cada projeto. Incluem-
IFSP trouxe novas perspectivas para a se também aqui discussões e análises críticas
seqüência da pesquisa e o início de uma nova das aulas por mim ministradas, como
fase da investigação, FASE 2. professor orientador dos estágios, ações que
O ambiente virtual foi reestruturado de cumprem um papel de feedback da opinião do
forma a permitir não só uma interação entre aluno quanto ao desenvolvimento da
alunos de uma determinada disciplina disciplina.
ministrada presencialmente pelo professor, Além dessa característica interativa, os
mas também entre alunos de disciplinas espaços de trabalho de cada disciplina
distintas. Planejamentos, atividades e também incorporam o aspecto de
avaliações referentes a uma determinada gerenciamento de arquivos, tal como a
disciplina, como Mecânica dos Sólidos e disponibilização de listas de exercícios,
Fluídos ou Oficinas de Projetos de Ensino, questões das avaliações realizadas em sala
estão dispostas em um espaço virtual de de aula, roteiros de experimentos aplicados
trabalho (um curso Moodle) de acesso restrito em laboratório ou de simulações
aos alunos matriculados nessa disciplina. computacionais de Física.
Fóruns e atividades não avaliativas sobre a
Física em geral e mesmo sobre cada uma das 3. Resultados
disciplinas se apresentam em espaços de
trabalho configurados como metacursos, De resultado satisfatório, a FASE 1 da
abertos a alunos de todas as disciplinas. pesquisa, contou na rede pública com a
São diversas as atividades interativas participação de cerca de 150 alunos de cursos
inseridas em cada espaço de trabalho. regulares e de Educação de Jovens e Adultos
Destaque especial tem se dado a quatro (EJA) que rotineiramente acessaram o espaço
modalidades de passatempos de Física virtual de trabalho e realizaram as tarefas
associados à ferramenta Hot Potatoes: solicitadas, validando o plano de reposição de
palavras cruzadas, associação de colunas, aulas e funcionando como um instrumento

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motivador do processo de ensino- dois semestres de 2010 (OTC, MCF). Como


aprendizagem como um todo. Dificuldades há alunos inscritos em dois ou mais cursos, o
diversas como a não familiarização com número total de alunos da Licenciatura em
ferramentas básicas da informática, Física usuários do fisicaemrede.com pode ser
inexistência de acesso à internet na residência mais claramente verificado pelo número de
do aluno e estrutura de informática precária na participantes no Metacurso destinado ao
escola, impossibilitaram a extensão do compartilhamento entre os cursos da
processo no sentido da aprendizagem quanto Licenciatura.
ao uso do programa Hot Potatoes para a
elaboração de passatempos pelo educando. Tabela1: Espaços de trabalho e número de
Tais dificuldades não se observaram na participantes no fisicaemrede.com em
escola da rede privada, onde cerca de 200 setembro de 2010
alunos não apenas resolveram os Espaços virtuais Configuração Número de
passatempos elaborados pelo professor, mas de trabalho participantes
aprenderam a manusear o programa Hot Passatempos e Metacurso 306
simulações (inclusos todos
Potatoes e a elaborar seus próprios computacionais de os usuários do
passatempos que eram postados em fóruns Física ambiente)
internos aos espaços virtuais de trabalho de Física para o 3º ano Curso afiliado 20
cada sala de aula. O entusiasmo com que tais do EM
Laboratório de Curso afiliado 24
tarefas foram cumpridas evidenciou-se pela Estrutura da Matéria
melhoria no relacionamento professor-aluno, (ESM)
pela realização de todas as tarefas por Laboratório de Curso afiliado 36
praticamente todos os alunos, pela qualidade Óptica (OTC)
quanto às questões de conteúdo de Física Mecânica dos Curso afiliado 51
Sólidos e Fluidos
percebida em diversos passatempos e pela (MCF)
criatividade em usufruir de diversos recursos Oficinas de Projetos Curso afiliado 16
alternativos permitido pelo Hot Potatoes, como de Ensino 1 (PE1)
alterar as cores ou imagens de fundo dos Oficinas de Projetos Curso afiliado 16
de Ensino 2 (PE2)
exercícios.
Oficinas de Projetos Curso afiliado 26
Por estar em seu início, não há resultados de Ensino 4 (PE4)
consolidados a serem analisados da FASE 2 Área de Metacurso 139
da pesquisa. Após um período de compartilhamento (inclusos ESM,
ambientação no IFSP, o uso do ambiente entre cursos OTC, MCF,
PE1, PE2,
Moodle e dos passatempos de Física iniciou- PE4)
se de forma tímida ainda no 1º semestre do
presente ano, mas é neste 2º semestre que o Fonte: http://www.fisicaemrede.com
trabalho tem se intensificado.
A tabela 1 mostra o número de espaços No momento, a atividade mais ativa que
virtuais de trabalho atualmente existentes, foi desenvolvida nestes espaços de trabalho é
suas configurações e correspondentes o de gerenciamento dos arquivos referentes a
números de alunos participantes. Vale cada curso. No entanto, o trabalho com as
informar que o elevado número de ações interativas encontra-se em crescente
participantes no espaço de trabalho dinâmica, seja com o uso dos fóruns de
denominado “Passatempos e simulações indicações bibliográficas e webgráficas,
computacionais de Física” deve-se à sua postagens de passatempos elaborados pelo
disposição como um “portal de entrada” ao professor e fóruns de discussões colaborativas
ambiente Moodle, com inscrição aberta a quanto aos projetos de regência dos alunos da
todos os “internautas” e estando nele também disciplina PE4 (Oficinas de Projeto de Ensino
inscritos os alunos da rede pública que 4). Em tal disciplina, os licenciandos são
participaram da primeira fase da pesquisa. orientados a elaborar e aplicar um projeto de
Com exceção do espaço virtual de trabalho regência na escola média de inclusão da
denominado “Física para o 3º ano do Ensino Física Moderna e Contemporânea em rede
Médio”, curso em que o professor teve curta com a Física Clássica e/ou outras disciplinas e
participação, todos os demais “cursos áreas. O uso dos fóruns para a postagem de
afiliados” correspondem a disciplinas da comentários e análises críticas a cada projeto
Licenciatura em Física do IFSP, trabalhadas por parte de cada aluno de PE4 tem permitido
apenas no 1º semestre (PE1), exclusivamente um enriquecimento da troca de experiências
neste 2º semestre (ESM, PE2, PE4) ou nos entre alunos e destes para com o professor,

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por vezes tolhida quando limitada ao tempo A hipótese é que tais associações de
regulamentar creditado às aulas presenciais. conteúdos possam ser facilitadas, instigadas e
As próprias aulas ministradas pelo professor melhor assimiladas com o uso das atividades
orientador do estágio têm sido objeto de interativas descritas no presente trabalho.
discussões nestes fóruns, constituindo-se A análise da própria estrutura do ambiente
como um significativo feedback do aluno com Moodle utilizado é outro aspecto que merece
respeito à qualidade do curso. investigação. Diversos alunos têm solicitado
Em breve espera-se iniciar também o inscrição nos espaços de trabalho das
processo de orientação para o aprendizado de disciplinas em que não estão matriculados,
elaboração de passatempos pelo próprio indicando a possibilidade de uma
aluno. reestruturação do ambiente de modo a permitir
livre circulação dos alunos da Licenciatura em
4. Conclusões e Trabalhos Futuros Física do IFSP pelos espaços virtuais de
trabalho e o conseqüente uso da ferramenta
Os resultados obtidos até o momento de agrupamentos de grupos disponibilizada na
atestam o importante papel que as atividades versão 1.9 do Moodle. Nesse mesmo
interativas associadas a ambientes Moodle contexto, a incorporação de alguns alunos
podem cumprir no processo de ensino- como aprendizes do gerenciamento do
aprendizagem seja na escola média, seja em ambiente virtual e, portanto, de uma
cursos de nível superior. participação como tutores do
Na continuidade da pesquisa se fisicaemrede.com é uma possibilidade
apresentam diversas perspectivas. Além da promissora que vem sendo considerada,
consolidação da chamada FASE 2 com a podendo mesmo inaugurar uma nova linha de
orientação para o aprendizado de elaboração trabalho interna ao grupo de pesquisa dos
de atividades Hot Potatoes pelo aluno, outras docentes de Física do IFSP.
ferramentas serão investigadas e
provavelmente incorporadas. Associação com Referências Bibliográficas
o ambiente Moodle via pacotes Scorm de
atividades geradas por programas como 1. CANATO Jr., Osvaldo. O Uso da
Ardora e Quandary estão em fase de Ferramenta Hot Potatoes como
investigação. Facilitadora do Processo de Ensino-
Outra perspectiva é o referido trabalho que Aprendizagem de
vem sendo realizado junto aos alunos da Física na Escola Média. Anais do Moodle
Licenciatura em Física do IFSP inscritos na Moot Brasil 2009. São Paulo, 2009.
disciplina PE4, de acompanhamento de Disponível:
estágios, quanto ao papel que a Física http://www.moodlemoot.com.br/eduead/mo
Moderna e Contemporânea (FMC) pode d/forum/discuss.php?d=149 [15 ago.
cumprir no estabelecimento de uma rede 2010].
interdisciplinar de conteúdos na escola média. 2. CANATO Jr., Osvaldo. A Física Moderna
O estudo da composição química de uma e Contemporânea como facilitadora do
estrela, identificada pela luz por ela emitida aprendizado em rede. Anais do VII
pode, por exemplo, ser aproveitado como um ENPEC. Florianópolis, 2009. Disponível:
gancho entre a Física, a Química e a http://www.foco.fae.ufmg.br/viienpec/index.
cosmologia. De forma similar, pode-se fazer php/enpec/viienpec/paper/view/590/641
uma ligação entre a Física e a Biologia a partir [15 ago. 2010].
do estudo da estrutura do DNA e do trabalho 3. LÉVY, Pierre. As tecnologias da
de engenharia molecular. Conexões internas à inteligência: o futuro do pensamento na
própria Física também são facilitadas por era da informática. Rio de Janeiro:
elementos da FMC, como é o caso da íntima Editora 34, 1993.
relação entre as propriedades ópticas e 4. TORI, Romero. Cursos híbridos ou
elétricas de um material. Vínculos ainda mais blended learning. In: LITTO, Frederic M;
abrangentes envolvendo duas ou mesmo as FORMIGA, Marcos M. Educação a
três disciplinas das ciências da natureza distância: o estado da arte. São Paulo:
podem ser visualizados, como é o caso dos Pearson Education do Brasil, 2009. pp
questionamentos sobre a possibilidade da 121-128.
existência de vida em outros planetas, assunto
necessariamente relacionado às radiações e,
portanto, à Física, à Química e à Biologia.

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MLEA - Uma Arquitetura Baseada em OWL para a Formação de


Ambientes Móveis Flexíveis de Recomendação, Interação e
Alarmes para Usuários de uma Plataforma EAD.
Sérgio Crespo C S Pinto 1; Lucas M. Braz2, Tássia Serrão3, Gisela Clunie4
1
Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS, crespo@unisinos.br
2
Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS, lmonteirobraz@gmail.com
3
Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS, tassiaserrao@gmail.com
4
Universidade Tecnológica do Panamá - UTP, gisela.clunie@utp.ac.pa

Resumo: O desenvolvimento da computação móvel aliado à educação fez surgir uma nova
abordagem de ensino à distância denominada aprendizagem móvel (ou M-Learning), a qual
possibilita aos estudantes aprenderem em qualquer lugar e a qualquer momento. Este artigo propõe o
desenvolvimento de uma arquitetura que permita a formação de um ambiente colaborativo
customizável de recomendação, interação e alarmes para usuários de uma plataforma EAD por meio
de celulares com sistema Android (Google) embarcado.

Palavras-chave: objetos de aprendizagem, avaliação, ambientes virtuais de aprendizagem, Moodle.

Abstract: The development of mobile computing combined with education led to a new approach to
distance education called mobile learning (or M-Learning) that allows students to learn anywhere and
anytime. This paper proposes the development of an architecture that allows creating a collaborative
customizable environment for recommendation, interaction and alarms for users of traditional
educational environments.

Keywords: learning objects, evaluation, virtual learning environments , Moodle.

armazenamento igual ou superior ao que os


1. Introdução computadores detinham poucos anos atrás.
Além disso, já é possível utilizar softwares
O desenvolvimento da computação móvel como editores de texto e leitores de PDF,
e sua ampla divulgação têm promovido a inicialmente desenvolvidos para
criação de aplicações voltadas para o campo computadores.
educacional, através da integração de A possibilidade de conciliar a educação a
diversos serviços que promovem o surgimento dispositivos móveis impulsiona o
de uma nova categoria de educação à desenvolvimento das redes e permite inserir
distância, denominada “aprendizagem móvel” metodologias de aprendizagem colaborativa.
(geralmente conhecida como M-Learning). De As redes promovem um ambiente de
acordo com GEORGIEV et al. (2004), essa comunicação com grande potencial, tornando
abordagem de ensino viabiliza a capacidade possível a troca de experiências entre alunos
de estudantes aprenderem em qualquer lugar, de um mesmo centro ou de diferentes
a qualquer momento, por meio de conexões contextos geográficos. Em alguns países, já
de redes sem fio. existem cidades que estão completamente
Diversos dispositivos móveis podem ser cobertas por redes WI-FI, facilitando a
utilizados no processo de educação, como combinação de um ambiente educacional com
Personal Digital Assistants (PDAs), Tablet PCs a mobilidade oferecida por dispositivos
e telefones celulares. Dentre esses, o celular móveis. Essas tecnologias proporcionam uma
se mostra o mais promissor por ser um aprendizagem móvel, fortalecendo e
dispositivo amplamente difundido em todo o reforçando o processo de cooperação e
mundo, independentemente de idade e classe interação entre seus usuários. Assim, o
econômica. Outro fator importante é o notável potencial da Internet móvel, permite o acesso
aumento do poder computacional dos mais fácil aos seus recursos, de qualquer
telefones celulares, que hoje possuem lugar e a qualquer momento.
capacidade de processamento e

Projeto financiado pela SENACYT - Panamá - COL09-045, Convocatória I+D (COL 2009).

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O Moodle é um Sistema de combinar o estudo com trabalho, família e vida


Gerenciamento de Curso (CMS do inglês social (WAINS & MAHMOOD, 2008).
Course Management System), uma aplicação Dentre os dispositivos móveis que podem
que permite aos educadores a construção de ser utilizados para o M-Learning, o telefone
sites para aprendizado online. Segundo celular se mostra o mais promissor. Alguns
FELIZARDO et al. (2007), os pontos fortes do fatores que evidenciam isso são: i)
Moodle são as ferramentas de comunicação, ubiquidade: os celulares fazem parte da vida
criação e administração de elementos de das pessoas, que os carregam para todos os
aprendizado. Entretanto, apesar disso e de lugares. Estima-se que em 2005 havia 1,5
todas as vantagens que o M-Learning bilhão de celulares no mundo, com uma taxa
proporciona, o Moodle, assim como outros de 500 milhões vendidos a cada ano
ambientes educacionais, não provê um (PRENSKY, 2005). Além disso, dados
ambiente colaborativo de recomendação em recentes mostram que a quantidade de
dispositivos móveis. celulares no Brasil ultrapassa os 180 milhões,
Diante disso, este artigo apresenta o o que representa pouco mais de 95 celulares
desenvolvimento de uma arquitetura que para cada 100 (cem) habitantes (ANATEL,
permita a formação de um ambiente 2010); ii) desempenho: a capacidade de
colaborativo customizável de recomendação, processamento e armazenamento desses
interação e alarmes para usuários de uma dispositivos chegam a ser superiores ao dos
plataforma EAD por meio de celulares com computadores de alguns poucos anos atrás
sistema Android (Google) embarcado. Este (PRENSKY, 2005); iii) GPS: a integração
ambiente colaborativo é definido segundo a entre os celulares e a tecnologia de
ótica do professor e do aluno. Para cada posicionamento por satélites proporciona
metáfora (professor e aluno), diferentes novas possibilidades de ensino baseado na
formas de alertas e recomendações bem localização do estudante. Por exemplo, BO
como interação com ferramentas presentes no (2005) descreve um sistema que apresenta
Moodle estarão disponibilizadas. informações aos visitantes de um museu de
Este artigo está estruturado da seguinte acordo com a exposição que eles estão
maneira: na Seção 2 são apresentados os observando.
conceitos sobre M-Learning; a Seção 3 Um ponto importante ao se falar de
apresenta os trabalhos relacionados; a aprendizagem móvel é que esta não deve ser
aplicação proposta é descrita na Seção 4 e, entendida como uma substituição ao
finalmente, a Seção 5 apresenta as paradigma usual de educação à distância
conclusões e trabalhos futuros. facilitada por computador, mas sim como um
complemento, no sentido que esta oferece
2. M-Learning mais liberdade (e às vezes mais motivação)
aos estudantes em sua tarefa de aprender.
M-Learning (ou aprendizagem móvel) é Nesse sentido, a aplicação proposta é
definido por PAN et al. (2010) como qualquer apropriada, visto que esta objetiva a
tipo de aprendizagem que ocorre quando o integração entre um Ambiente Educacional
estudante não está em um local fixo, (Moodle) com a nova tendência de
predeterminado, ou quando este tira proveito ensino/aprendizagem móvel.
das oportunidades oferecidas por tecnologias
móveis. Além disso, M-Learning pode ser visto 3. Trabalhos Relacionados
como um complemento às abordagens de
ensino à distância tradicionais, que oferece Diversos trabalhos têm abordado o avanço
aos estudantes liberdade de tempo e espaço da tecnologia móvel e o surgimento do termo
(GEOGIEV et al., 2004), através do uso de M-Learning como um complemento para
dispositivos móveis como PDAs, Tablet PCs e educação à distância. O objetivo desta Seção
telefones celulares (WAINS & MAHMOOD, é apresentar uma breve descrição de
2008). trabalhos que demonstrem similaridade com
A principal característica da aprendizagem este.
móvel é a possibilidade de os alunos Em COLAZZO et al. (2003) é apresentado
estudarem em qualquer lugar e a qualquer uma adaptação de um Sistema de
momento (e.g. voltando para casa ou Gerenciamento de Cursos para suprir as
aguardando em um consultório médico), de necessidades de usuários móveis. Essa
acordo com as suas necessidades de adaptação utiliza tecnologia de web services

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

para definir a interface de comunicação entre configuradas pelos usuários com a


o CMS e as suas extensões móveis. intenção de receberem informações
(WAINS & MAHMOOD, 2008) propõem pertinentes aos seus cursos, bem
um framework para integração de um como dados relacionados à sua
ambiente de aprendizagem móvel com um produtividade. Por meio desta
ambiente de E-Learning, apresentando camada, professores podem
recursos educacionais por meio de configurar agentes de software que
mensagens de texto (SMS), chamadas de voz ficarão monitorando o ambiente
e transmissões de rádio e televisão. Moodle para uma determinada
Entretanto, a maior parte do conteúdo é condição. Pelo lado do aluno, um
acessível via conexões de internet dos conjunto de ações podem ser
celulares, sem nenhuma adequação dos configuradas para que agentes sejam
objetos de aprendizagem. criados, e estas possam ser
percebidas pelos alunos durante o seu
4. Aplicação Proposta deslocamento, usando seus
dispositivos móveis.
Esta Seção objetiva descrever a As funcionalidades oferecidas são as
arquitetura proposta com o intuito de aumentar seguintes: i) fórum: os usuários podem
as funcionalidades do ambiente Moodle por participar dos fóruns lendo e criando novas
meio de telefones celulares, proporcionando discussões. Além disso, os professores têm a
aos estudantes os benefícios da possibilidade de avaliar as postagens dos
aprendizagem móvel. É importante frisar, que alunos à medida que as lê; ii) avaliação:
este ambiente composto pela arquitetura permite aos estudantes responderem a
proposta não objetiva competir com o Moodle enquetes ou avaliações na forma de perguntas
Desk top, nem portá-lo para dentro da tela do curtas de múltipla escolha e verdadeiro ou
celular. O que esta arquitetura provê é um falso; iii) mensagens: os usuários podem
conjunto de recursos não oferecidos pelo CMS trocar mensagens assíncronas semelhantes a
Moodle. e-mails; iv) chat: os estudantes podem
participar de conversas de bate-papo para
4.1 Arquitetura MLEA (Mobile LEArning) esclarecer dúvidas no momento em que elas
surgem, seja com professor, tutor ou outros
A arquitetura proposta está dividida nas alunos que estejam disponíveis; v) arquivos:
seguintes camadas: é possível efetuar o download de arquivos
(a) Moodle_DB.owl - Camada de para o celular, de forma que os estudantes
Descrição do modelo de dados do possam aprender mesmo quando estiverem
Moodle. Esta camada é representada em locais sem conexão à internet; vi)
por meio de uma ontologia, em localização: a aplicação utiliza a tecnologia de
formato OWL, que possibilita os GPS dos celulares para sugerir a formação de
agentes de software interagirem com grupos de estudo a alunos com interesses
a base de dados do Moodle para parecidos e que estejam próximos fisicamente;
atualizar informações pertinentes aos vii) alertas e recomendações: os estudantes
usuários conectados por meio dos podem configurar eventos de interesse (e.g.
dispositivos móveis. O uso dessa foi iniciada uma nova discussão no fórum, o
ontologia proporciona uma grande professor avaliou determinada atividade) e
flexibilidade, pois se em versões serem alertados quando estes ocorrerem; os
futuras do Moodle houver mudanças professores podem ainda acompanhar o
na camada de persistência, bastará desempenho dos alunos por meio de
atualizar a ontologia para que os estatísticas, como quantidade de perguntas
agentes automaticamente saibam respondidas e tempo desde o último acesso.
como interagir com o novo modelo de A Figura 1 apresenta a arquitetura da
dados do CMS. aplicação proposta. Essa arquitetura utiliza um
(b) DomainOntology.owl - Camada de modelo cliente/servidor, no qual os celulares
domínio de aplicação. Esta camada desempenham o papel de cliente e o lado
é representada por uma ontologia que servidor representa o ambiente onde o Moodle
descreve as possíveis formas de está instalado.
composição dos serviços providos Para cada funcionalidade provida (e.g.
pelo Moodle e as necessidades de fórum, chat), há um agente de software no
alertas e recomendações, lado cliente. Esses agentes se comunicam

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

com o lado servidor através da figura de um realizada de 1:1 entre o celular e o servidor.
agente mediador. De outra forma, isto seria uma comunicação
De forma análoga, no lado servidor há um n:n o que poderia elevar exponencialmente o
agente correspondente para cada número de agentes rodando no servidor
funcionalidade e também a presença de um Moodle.
mediador. As requisições dos clientes são
recebidas pelo mediador, que as encaminha 5. Conclusão e Trabalhos Futuros
aos agentes apropriados, os quais acessam o O uso de celulares é uma constante no
banco de dados do Moodle para alteração, cenário mundial. Este novo dispositivo permite
consulta, inserção ou remoção de dados. As a convergência de mídias e uma grande
respostas às requisições seguem o caminho mobilidade. Sendo assim, aliar EAD e
inverso. mobilidade torna-se uma necessidade frente
ao novo perfil de usuários. O modelo
arquitetural proposto atua como um
middleware entre o CMS Moodle e os
dispositivos móveis com sistema operacional
Android. Esta arquitetura adiciona novas
funcionalidades não previstas na plataforma
EAD, facilitando aos usuários a configuração
de uma grande variedade de serviços através
de agentes de software que atuam como
assistentes do aluno e do professor,
reforçando determinadas ações por meio de
alertas ou recomendações e permitindo ao
aluno uma interação com a ferramenta Moodle
em seus serviços.

Referências Bibliográficas

1. ANATEL (2010). Quantitativo de acessos


m óveis e participação de m ercado. Portal
Anatel. Disponível:
Figura 1: Arquitetura da aplicação http://w w w .anatel.gov.br/Portal/exibirPortalInternet
.do#. [13 ago. 2010].
proposta.
2. COLAZZO, Luigi; MOLINARI, Andrea;
RONCHETTI, Marco; TRIFONOVA, Anna.
4.2 Escalabilidade da Arquitetura Tow ards a m ulti-vendor m obile learning
m anagem ent system . Proceedings of e-learn
Quando se utiliza agentes de software de Conference, 2003.
forma extensiva, é necessário identificar o 3. FELIZARDO, Katia; AMARAL, Marília; VEDOATO,
Roberto. O uso do m oodle no apoio de ensino
ponto onde a escalabilidade do modelo torna- de program ação para alunos iniciantes . 13º
se fragilizada. Sendo assim, este modelo foi Congresso Internacional de Educação a
simulado para ser utilizado com o maior Distância, 2007.
número de agentes simultâneos. Foi utilizada 4. GEORGIEV, Tsvetozar; GEORGIEVA, Evgenia;
a ferramenta JADE para o modelo de SMRIKAROV, Angel. M-Learning – a new stage
of e-learning. CompSysTech '04: Proceedings of
simulação proposto. Após uma batelada de
the 5th international conference on Computer
testes realizados com sistemas operacionais systems, 1-5, 2004.
Windows 7 e Linux, verificamos que o número 5. PAN, Yu-mei; ZHANG, Xue-jun; LI, Li. Learning
máximo de agentes simultâneos fica em torno can happen anytim e and anyw here: the
de 7 mil para Linux e 6.500 para Windows 7. application of m -learning in m edical education.
Com esta certeza, a arquitetura foi projetada Education Technology and Computer Science
(ETCS), 2010 Second International Workshop,
para utilizar o menor número possível de
2:508-511, 2010.
agentes ao mesmo tempo. Isto pode ser visto 6. PRENSKY, Marc. What can you learn from a
no uso de duas fachadas, que atuam como cell phone? Alm ost anything!. Innovate, Journal
agentes de software. Estes agentes reduzem of Online Education, jun. 2005.
o número de criação de agentes para recursos 7. WAINS, Shahid; MAHMOOD, Waqar. Integrating
selecionados pelos usuários. Isto permite que m -learning w ith e-learning. SIGITE '08:
Proceedings of the 9th ACM SIGITE conference
a comunicação dos agentes presentes no on Information technology education, 2008.
celular com os agentes instanciados seja

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

ForUX: Um novo modelo de fórum de discussões para o Moodle


Marcelo Andrade1; Jorge Fonseca1; Eduardo A. Oliveira1;
Carina Alves1 e Mario Godoy1,2
1
Universidade Federal de Pernambuco, {mcma, jcbf, eao, cfa, mgn}@cin.ufpe.br
2
Universidade Federal do Vale do São Francisco {mario.godoy@univasf.edu.br}

Resumo: Dentre as diversas funcionalidades disponíveis no Moodle, o fórum de discussão é um


recurso fortemente utilizado para minimizar a distância entre docentes e alunos. No entanto, é comum
encontrarmos alguns ruídos que dificultam a comunicação entre os membros desse ambiente,
acarretando em diversos problemas como a desmotivação, dificuldades no esclarecimento de
dúvidas, postagem de conteúdos fora do tema em questão, entre outros. Visando minimizar ruídos de
comunicação em fóruns de discussão do Moodle, foi desenvolvido um protótipo operacional de alta
fidelidade, baseado no modelo Fórum User eXperience (ForUX).

Palavras-chave: ambientes virtuais de aprendizagem, Moodle, fórum de discussão, ruídos de


comunicação.

Abstract: Among the many features available in Moodle, the discussion forum is a resource heavily
used to minimize the distance between teachers and students. However, it is common to find some
noises that hinder communication between members of the environment, resulting in several problems
like lack of motivation, difficulty in answering questions, posting content outside of the theme, among
others. In order to minimize noise communication in discussion forums in Moodle, we developed a
prototype system of high-fidelity model based on Forum User eXperience (ForUX).

Keywords: virtual learning environments,Moodle, discussion forum, communication problems.

1. Introdução Este artigo foi dividido em 6 seções. Na


Apesar do crescimento e da preocupação Seção 2 apresenta-se o modelo do ForUX. A
em assegurar a qualidade dos cursos virtuais seção 3 demonstra o desenvolvimento do
[1], os ambientes virtuais de aprendizagem protótipo de alta fidelidade. A Seção 4
(AVA) continuam apresentando problemas apresenta a metodologia utilizada na pesquisa
quanto à comunicação entre seus estudantes. com usuários de AVA. A seção 5 exibe os
Os ruídos na comunicação interferem na resultados do estudo com usuários.
qualidade da informação proposta e gera Finalmente, a Seção 6 conclui o trabalho
incertezas no entendimento do conteúdo em apresentando sugestões de trabalhos futuros.
estudo. Os ruídos ocorrem quando o emissor
não consegue transmitir ao destinatário o seu 2. ForUX: um modelo de fórum de
ato comunicativo com eficácia [2]. discussão
Com o objetivo de diminuir alguns dos Com o objetivo de identificar os principais
principais ruídos relacionados ao fórum de ruídos em fóruns de discussão e suas causas
discussões e prover meios de comunicação de em AVAs, o trabalho de Oliveira e colegas
maior qualidade e precisão, este artigo (2009) realizou um estudo com alunos de um
apresenta como resultado um protótipo curso de graduação à distância que usa o
baseado no ForUX, um modelo de fórum de Moodle como AVA. Como resultado deste
discussão proposto por Oliveira e colegas estudo, foi criado o ForUX, um modelo de
(2009) e idealizado a partir de uma pesquisa fórum que apresenta como diferencial em
qualitativa realizada com usuários do AVA relação aos modelos já existentes de fórum, a
Moodle. O ForUX foi desenvolvido, integrado organização e representação de conteúdos
1
ao Moodle e validado por estudantes e por meio de entidades (caixas) de navegação
profissionais de cursos a distância oferecidos que transformam cada tópico ou post em
pela Universidade Aberta do Brasil, em entidades distintas. Tais entidades possuem
parceria com a UFRPE. uma organização hierárquica permitindo que
sejam relacionadas entre si, conectando
discussões com objetivo de facilitar o
1
http://moodle.org/about/

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

entendimento. À medida que as entidades são A partir dessas especificações, o


selecionadas, os tópicos são refinados, desenvolvimento foi dividido em duas fases
atingindo um nível mais especializado em principais: gerenciamento de relacionamento e
determinado assunto. visualização das entidades.
O modelo apresentado foi avaliado através
de técnicas de prototipagem de baixa Gerenciamento de Relacionamento
fidelidade [4]. Tendo como base este modelo
Nesta fase o requisito RF02 foi
proposto, este artigo apresenta a sua
implementado possibilitando relacionar novos
integração a um ambiente real, produzindo um
tópicos com outros já existentes, através da
protótipo de alta fidelidade.
opção “Discussão Original" na seção de
criação ou edição de um tópico apresentada
3. Protótipo de Alta Fidelidade do ForUX
na Figura 1. O tópico escolhido pela opção
será o pai da hierarquia de tópicos.
O protótipo de alta fidelidade do ForUX foi
integrado ao Moodle, a fim de abstrair
detalhes de requisitos como controle de
usuários, criação de cursos, entre outros,
focando apenas na implementação do modelo.
O ForUX apresenta diversas soluções
para minimização de diferentes ruídos de Figura 1 – Tela de criação de uma nova
comunicação em fóruns. Para o
discussão.
desenvolvimento deste protótipo, um
subconjunto dessas soluções foi definido, O Moodle já oferece a possibilidade de
gerando os requisitos apresentados a seguir: interromper uma discussão criando
RF01 - Tópicos organizados em caixas de automaticamente uma nova discussão a partir
navegação (entidades) de um post (divisão de um tópico de fórum em
Ruídos Relacionados: Dificuldades de N outros tópicos) [5]. Esta operação foi
navegação, Mudança de foco, Comentários adaptada para inserir automaticamente um
com pouco valor. relacionamento entre a nova discussão e a
RF02 - Associação entre entidades (pelo discussão interrompida.
professor e alunos - organização em rede)
Ruídos Relacionados: Dificuldades de Visualização da rede de entidades
navegação, Mudança de foco, Comentários Uma vez que o relacionamento foi
com pouco valor. implementado, a apresentação e organização
RF03 - Posts organizados em caixas de de discussões conforme requisitos RF01,
navegação (entidades) RF03 e RF04 foram desenvolvidas. A Figura 2
Ruídos Relacionados: Dificuldades de mostra a nova tela de tópicos do Moodle
navegação, Mudança de foco, Comentários (RF01) seguindo o proposto pelo ForUX, onde
com pouco valor. as discussões são representadas por
RF04 - Esconder ou mostrar rede de entidades que obedecem eventos acionados
associações pelo mouse, como clicar e mover. Estas
Ruídos Relacionados: Dificuldades de entidades podem ser interligadas através de
navegação um relacionamento criado quando estas
Estes requisitos são relativos às possuem conteúdos relacionados.
sugestões do ForUX que menos dependem do O conjunto de entidades interligadas
perfil do usuário que esta usando o AVA. O forma um grafo de assuntos relacionados que
objetivo destes requisitos é minimizar um permite fácil detecção tanto dos assuntos mais
conjunto de ruídos existentes que impactam relevantes para os usuários, ou seja, as
diretamente na melhoria da navegabilidade e entidades centrais, aquelas que mais possuem
do aprendizado através do Moodle. ligações de outras entidades, como também
dos assuntos menos relevantes, com poucas
3.1. Desenvolvimento do Protótipo de Alta
ou nenhuma entidade relacionada – as
Fidelidade do ForUX
entidades folha. Essa característica é
O ForUX é independente de plataforma e fundamental para auxiliar o tutor virtual ou
utilizou as linguagens de programação PHP e professor a gerenciar estrategicamente seus
JavaScript juntamente com a linguagem de alunos, auxiliando as dúvidas principais, e
marcação HTML em seu desenvolvimento. trazendo ao foco do debate aqueles alunos
que fogem do tópico em questão.

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

4. Metodologia da Pesquisa
Com o objetivo de avaliar as
funcionalidades do ForUX, foi realizada uma
pesquisa qualitativa com estudantes do
Moodle envolvendo 11 alunos e 2 tutores (6
homens e 7 mulheres) de diferentes cursos de
nível superior. O recrutamento de participantes
foi realizado na UFRPE. O entrevistador
apresentou o projeto aos participantes e
explicou brevemente as etapas necessárias
para utilizar as funcionalidades do ForUX. A
Figura 2 – Tela de visualização das pesquisa foi realizada através da aplicação
discussões. das seguintes etapas: (i) Questionário sobre o
modelo tradicional de fórum; (ii) Uso do
A figura 3 ilustra a implementação dos protótipo usando a técnica de análise da tarefa
requisitos RF03 e RF04, com os posts [6]; (iii)Questionário sobre o protótipo ForUX;
organizados como entidades onde são (iv) Entrevistas semi-estruturadas.
disponibilizados controles de visualização – Inicialmente, durante o encontro presencial,
botão “explorar” ou “esconder”. Esses botões foi aplicado um questionário com quatro
quando pressionados alteram a apresentação perguntas objetivas. As respostas para cada
dos relacionamentos de uma determinada pergunta eram compostas por uma escala de
discussão. Um efeito similar ao 1 a 5: (1)Muito complicado, (2)Complicado,
pressionamento dos botões ocorre quando o (3)Regular, (4)Simples e (5)Muito simples. As
usuário clica no título de uma determinada perguntas tinham como objetivo identificar o
discussão, mostrando ou escondendo grau de dificuldade em manusear o fórum
perguntas e respostas conectadas através de tradicional oferecido pelo Moodle. Logo em
seus relacionamentos. Assim como nos seguida, foi solicitado aos alunos que
tópicos, apenas os 300 caracteres de utilizassem as funcionalidades do protótipo
conteúdo são exibidos, com um link que se ForUX a fim de desenvolver atividades pré-
clicado permite a visualização total do definidas visando garantir que fossem
conteúdo. utilizadas as funcionalidades implementadas,
O projeto e a implementação do protótipo como procurar tópicos ou posts, adicionar um
de alta fidelidade ForUX encontram-se sob os post a uma discussão e criar um novo tópico.
termos da mesma licença do Moodle – GNU Após a condução da técnica de análise da
General Public License, Licença Pública Geral, tarefa, foi aplicado um segundo questionário
ou simplesmente GNU GPL. O ForUX é um com as mesmas perguntas do primeiro. O
software livre com código fonte aberto, objetivo deste segundo foi avaliar o grau de
disponível em: http://code.google.com/p/forux/, dificuldade no manuseio o do protótipo e
o que viabiliza o aprimoramento contínuo comparar o seu resultado com o primeiro
através da implementação de trabalhos futuros questionário. A fim de refinar as informações
por toda a comunidade de desenvolvedores. coletadas através do questionário, foram
realizadas oito entrevistas individuais, e uma
entrevista de grupo, composta por 5 alunos,
visando obter opiniões imparciais a respeito
das novas funcionalidades implementadas no
protótipo. A análise conjunta dessas opiniões
possibilitou alcançar resultados relevantes
detalhados na seção a seguir.

5. Resultados
Calculando a média dos resultados, o
questionário referente ao protótipo apresentou
pesos maiores do que o questionário referente
ao modelo tradicional em geral, conforme
Figura 3 – Tela com trecho de visualização
apresentado na Figura 4. O resultado mais
dos posts.
expressivo foi referente à pergunta número 2 –
“Qual é o grau de dificuldade em diferenciar

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

tópicos de seu interesse e tópicos que não são também, tópicos de pouco interesse que
de seu interesse?” – no qual a média para o devem ser estimulados.
primeiro questionário foi de 2,69 enquanto que Os resultados identificados através da
para o segundo foi 4,38, o que equivale a um pesquisa foram positivos e incentivadores,
aumento de 63% aproximadamente. contribuindo para a diminuição de ruídos na
A visualização e organização por comunicação dos estudantes. No entanto,
“entidades móveis”, além de ser mais pretendemos realizar estudos mais detalhados
interativa traz benefícios no manuseio do com estudantes de diferentes níveis e
fórum, pois diminui a quantidade de posts ou experiências no uso do Moodle para obtenção
tópicos que precisam ser lidos para encontrar de mais resultados.
o que de fato interessa aos estudantes. Como O protótipo foi desenvolvido com
desvantagem, os estudantes afirmaram que o tecnologias atuais e encontra-se disponível
maior problema seria o tempo de adaptação para outros desenvolvedores contribuírem
com o novo fórum e que a visualização com novas implementações, através da
poderia ser prejudicada quando uma licença GPL. O próximo passo da pesquisa
discussão ou rede de tópicos se tornasse envolve a implementação de outros
extensa. Muitos participantes deram subconjuntos de funcionalidades já levantadas
sugestões de melhorias que foram agrupadas desde a elaboração do primeiro protótipo,
em possíveis trabalhos futuros como, por como: diferentes escalas de visualização
exemplo, agrupar ou esconder posts já lidos. (zoom) sobre o grafo de tópicos e posts,
detecção automática de posts relacionados,
como também sua avaliação colaborativa.

Referências Bibliográficas

1. ABRAEAD - Anuário Brasileiro Estatístico


de Educação Aberta e a Distância
http://www.abraead.com.br. Acesso:
23/02/2010.
2. Assis, A. G., Sousa, H. D. Chat versus blog
versus forum. Blog dos voluntários do
Texto Livre. 2008. Disponível em:
http://otextolivre.wordpress.com/2008/04/11
/chat-versus-blog-versus-forum/. Acesso:
Figura 4 – Comparativo referente às 24/02/10.
perguntas do Questionário
3. OLIVEIRA, E. A., AZEVEDO, A.,
6. Conclusão FONSECA, J., GODOY, M., ALVES, C.,
O presente trabalho desenvolveu e GOMES, A. S.: ForUX: um modelo de
integrou o ForUX como fórum de discussão no fórum de discussão para representações
Moodle. Este artigo é uma evolução da fidedignas de idéias. XX Simpósio
pesquisa realizada anteriormente envolvendo Brasileiro de Informática na Educação,
a concepção de alto nível deste modelo. Florianópolis - SC - 2009, ISSN: 2176-4301
O protótipo ForUX permite uma 4. Snyder, C. Paper Prototyping: The Fast and
visualização mais efetiva do fórum de Easy Way to Design and Refine User
discussões, onde o formato de grafo permite Interfaces, Morgan Kaufmann, 2003.
detectar mais facilmente tópicos com densa
discussão e colaboração – aqueles que 5. MOODLE - Arquitetura do sistema Moodle
possuem mais ligações - bem como tópicos http://docs.moodle.org/pt/Arquitetura:Moodl
menos comentados. Cada conteúdo criado e. Acesso: 06/07/2010
pode ser relacionado a outro, ou seja, ligado 6. Nielsen, J. "Enhancing the explanatory
visualmente com outras entidades (tópicos ou power of usability heuristics", proc. ACM
posts). Estes recursos permitem auxiliar CHI'94 Conf. (Boston, MA, April 24-28),
professores e tutores virtuais no 152-158, 1994.
gerenciamento e manutenção do debate nos Agradecimentos: agradecemos aos alunos e
fóruns de discussão, possibilitando detectar tutores usuários do ambiente Moodle, que
tópicos de interesse dos alunos, como colaboraram e acreditaram no protótipo.

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A UTILIZAÇÃO DO MOODLE NAS FORMAÇÕES A DISTÂNCIA DO


INSTITUTO AYRTON SENNA

Adriana Martinelli1; Kátia Ramos2; Marcela Januário3; Simone Mennella4


1
Instituto Ayrton Senna, amartinelli@ias.org.br
2
Instituto Ayrton Senna, kramos@ias.org.br
3
Instituto Ayrton Senna, mjanuario@ias.org.br
4
Instituto Ayrton Senna, smennella@ias.org.br

Resumo: A estruturação e implementação das formações a distância realizadas pelo Instituto Ayrton
Senna foram possibilitadas pelo Moodle. Mais do que a utilização da ferramenta de EAD, para
garantir resultados efetivos foi desenvolvida uma metodologia própria: Experiência de Aprendizagem
Colaborativa (EAC). A grande vantagem é que o Moodle apresenta a possibilidade de customização e
contempla tópicos de interação para a efetiva participação dos usuários, condição fundamental para
prática da metodologia.

Palavras-chave: moodle, aprendizagem, ferramenta, metodologia, ead.

Abstract: The structure and implementation of distance learning by the Ayrton Senna Institute was
made possible by Moodle. Moodle, in this case, was more than a tool that simply guaranteed effective
results. We have used it as the environment for the development and implementation of our own
methodology: Collaborative Learning Experience (CLE). Moodle´s great advantage over competing
products in this case lies in the ease with which it can be customized to allow for maximum interaction
and effective collaboration of participants, a key condition for the use of our methodology.

Keywords: moodle, learning, tool, methodology, distance learning.

1. Introdução Seção 1 discorre sobre a metodologia, a


Seção 2, sobre a ferramenta, a Seção 3, sobre
A educação on-line é uma forte aliada para que a interoperabilidade, a Seção 4, sobre
o Instituto Ayrton Senna consiga ampliar suas resultados e, a Seção 5, sobre conclusões.
soluções educacionais em escala, sendo possível
manter um custo reduzido sem comprometer a
qualidade das formações, se comparadas àquelas
realizadas presencialmente. A execução das
2. Metodologia
formações on-line depende do uso de uma
ferramenta que possibilite o aprendizado A EAC é uma metodologia de educação a
colaborativo no qual participantes constroem distância constituída por um ambiente virtual
conjuntamente o conhecimento. A estratégia que propicia a vivência de aprendizagem
adotada pelo Instituto para a realização de colaborativa, por sua flexibilidade no que se
suas formações foi o desenvolvimento de uma refere ao tempo, espaço e diversidade de
metodologia denominada Experiência de percursos, permitindo a interação de todos
Aprendizagem Colaborativa. Considerando-se com todos, em um processo similar ao que
essa metodologia, o Moodle foi a ferramenta ocorre em uma reunião na qual qualquer um
mais apropriada para se produzir um ambiente pode tomar a palavra, mas com peculiaridades
de educação on-line, uma vez que inclui próprias dessa interação (Garcia, 2004).
recursos que apóiam o compartilhamento de A EAC além de gerar conhecimento e
papéis dos participantes (que ora atuam como troca de experiências, promove a convivência,
formadores, ora como aprendizes). O presente constituindo-se num ambiente virtual em que
artigo está descrito da seguinte forma: a as pessoas são encorajadas à criatividade, à
experimentação e à receptividade a novas

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

idéias; buscando formas de interação e serviços. Com essa integração colaborativa,


aprendizagem. O Moodle contextualiza essa todas as facilidades do Windows Live@Edu
experiência de convivência virtual, já que ficam disponíveis no mesmo ambiente. Além
proporciona a criação de fóruns, blogs, de os participantes receberem gratuitamente
dinamizando o processo de aprendizagem. uma conta de e-mail, eles têm à sua
As formações do Instituto dividem-se em disposição um conjunto de ferramentas on-line
formações abertas com duração de 30 horas que inclui calendários, espaços de
para disseminação de conceitos e práticas, e armazenamento de documentos, áreas de
formações voltadas a um público específico, trabalho compartilhadas, além de ferramentas
atendido pelo programas, para a transferência de mensagens instantâneas para edição de
das soluções educacionais. Estas podem ter a blogs. Estando nesse ambiente, o usuário
duração de até 220 horas. ainda pode acessar um sistema de busca —
Bing. Os benefícios são oferecidos a todos os
3. Ferramenta participantes do ambiente de educação on-line
do Instituto intensificando a qualidade do
A plataforma Moodle disponibiliza vários aprendizado.
recursos para a elaboração
 e
 construção
 

coletiva
do
conhecimento:

‐
 fórum:
 utilizado para interação entre os
participantes acerca de uma temática
específica. Para cada fórum é lançada uma
questão desafiadora que norteará as
discussões. Ao tutor compete mediar e instigar
essas discussões;
- reuniões online: atividade síncrona na
qual os participantes interagem por meio de
uma reunião virtual com áudio e vídeo,
utilizando apresentações em PowerPoint,
tendo a possibilidade de envio de arquivos aos
participantes, e a realização de enquetes em 

tempo real; Figura 1 – Tela do ambiente de formação on-line
- chat: é o encontro virtual onde pessoas do Instituto Ayrton Senna.
podem se encontrar e conversar em tempo
real através de mensagens escritas; Fonte: http://www.educacaoonline.org.br/
- wikis: são páginas em formato de
hipertexto, cujo conteúdo pode ser criado,
revisado e modificado por qualquer usuário
interessado no mesmo assunto. Suas
características mais marcantes são a
colaboração e a dinamicidade;
- blogs: esse recurso constitui-se em mais
um elemento de interatividade, permitindo a
troca de informações entre os usuários, além
de ser um canal para relatar projetos, inserir
textos e fotos. Dessa forma, cultiva-se o hábito
nos estudantes de registrar suas iniciativas,
favorecendo sua criatividade.

Todos esses recursos propiciam a


comunicação síncrona e assíncrona, e
asseguram a interação entre os participantes.

4. Interoperabilidade - A Integração
Figura 2 – Destaque do box contendo as
Moodle com Live@edu
ferramentas Live@edu.

O plug-in do Microsoft Education Labs foi Fonte: http://www.educacaoonline.org.br/


utilizado para integrar o Moodle ao Windows
Live@Edu, unificando o login de ambos os

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5. Resultados 1) Interação geral [participação qualitativa


nos fóruns e chats do ambiente de formação] -
Educação a distância é uma prática que 50%
permite um equilíbrio entre as necessidades e a) Fórum – 45%
habilidades individuais e as do grupo. Nessa  Repete com outras palavras -
perspectiva, é possível trocar experiências, 15%
compartilhar vivências, processos de  Traz novos elementos para
aprendizagem e resultados, esclarecer discussão e/ou relaciona com a
dúvidas e inferir resultados. prática em sala de aula- 30%
A educação a distância permite a troca de  Faz reflexão comentando as
informações e a construção do conhecimento, postagens dos outros, seja
abrindo espaços para que os participantes relacionando com a prática ou
compreendam os pontos de vista de cada um, trazendo novos elementos - 45%
respeitem a diversidade, aprendam a b) Chat – 5%
questionar as próprias certezas e incertezas, 2) Atividade individual [processo e
reconstruam conceitos e fortaleçam as produto] - 20%
próprias práticas. 3) Atividade em grupo [processo e
produto] - 15%
5.1 Avaliação de desempenho 4) Avaliação – 5%
5) Autoavaliação - 10%
No caso de se conferir um certificado, é
necessária a avaliação de desempenho dos
participantes. Isso pode ser feito pelas A estrutura das formações abertas
atividades individuais e participação ativa nas diferencia-se das outras, uma vez que a carga
atividades coletivas. Sabemos que existe horária é reduzida (30 horas).
aprendizagem mesmo quando uma pessoa se
comporta apenas como "leitora" em uma EAC. 1) Interação geral [participação qualitativa
Entretanto, esta postura não permite uma nos fóruns do ambiente de formação - 85%
avaliação de desempenho. a) Repete com outras palavras - 25%
b) Traz novos elementos para
É bastante característico da aprendizagem discussão e/ou relaciona com a prática em
colaborativa que haja uma grande diversidade sala de aula - 50%
de competências desenvolvidas pelos c) Faz reflexão comentando as
participantes ao longo do processo. Por isso, postagens dos outros, seja relacionando com
entre outras coisas, convém que a avaliação a prática ou trazendo novos elementos - 85%
seja processual e flexível, fazendo uso de 2) Avaliação - 15%
múltiplos referenciais.
Em ambas as formações são emitidos
O Instituto realiza formações fechadas certificados de participação a todos que
para parceiros de seus programas obtenham média final igual ou superior a 60%.
educacionais (transferência da tecnologia
social) e formações abertas ao público geral
(disseminação de seus conceitos e práticas).
5.2 Como se avalia uma EAC?
Para exemplificar a estrutura de avaliação
de uma formação para parceiros, abaixo está Como em qualquer outra atividade
o exemplo do Programa Escola Conectada. educativa, é importante verificar se os
objetivos propostos estão sendo atingidos. É
Carga Horária: 220 horas, durante um ano conveniente que os participantes possam se
letivo pronunciar, ao longo de todo o processo,
sobre aspectos como:
Módulo 1 - 10%  conteúdo da EAC
Módulo 2 - 30%  estrutura da EAC
Módulo 3 - 15%  dificuldades que sentem
Módulo 4 - 45%  aproveitamento que percebem
 qualquer outra coisa que queiram
Atividades de cada módulo: comentar.

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

Isso pode ser feito utilizando-se formulário grupo pude vencer e ser lançada a novos
específico, ou simplesmente solicitando que conhecimentos. Quero colocar em prática a
as pessoas se pronunciem. construção de um Blog com meus alunos, sei
Dados quantitativos, como a demanda que muito contribuirá para o avanço
pela EAC, número de inscritos, número de dos mesmos em suas hipóteses de leitura e
participantes ativos, evasão ao longo do escrita bem como o crescimento pessoal.
processo e outros também devem ser Realmente construímos nossos
considerados. conhecimentos.”
Nilva Pontello - Monte Azul Paulista/ SP
São apresentados, a seguir, alguns
depoimentos que ilustram o impacto dessa “Eu queria participar de uma experiência
experiência. de aprendizagem à distância. Sempre ouvia
muitos colegas emitindo diversas opiniões
“O que aprendi na formação a distância sobre o que eles pensavam em relação a este
me deixou muito satisfeita, pois foi real. O tipo de aprendizagem, mas nada como a
apoio dos colegas e das colegas de curso é possibilidade de podermos vivenciá-la
uma nova e forte ferramenta que estimula o pessoalmente. Acredito que esta seja a
aprendizado e não deixa a "peteca" cair. tendência de um futuro, já bem presente, visto
Sem nenhuma demagogia digo que sou muito também como uma perspectiva voltada a
crítica quanto à condução da aprendizagem nossa formação continuada, hoje em dia tão
em algumas modalidades e/ou instituições. As necessária e urgente. Acredito agora, depois
formações a distância do Instituto são desta experiência na formação a distância,
conduzidas de maneira a socializar o que a figura do mediador tenha
conhecimento, deixando o professor apenas se tomado o elemento chave em cursos deste
como mediador e essa construção está tipo, sendo um dos grandes responsáveis pela
realmente dando muitos e bons frutos.” manutenção da motivação entre os diversos
Maria Marlúcia Feijó do Nascimento – participantes. Gostei muito de diversos textos
Meruoca/ CE e mensagens que neste espaço foram
compartilhadas. Muitas vezes elas me deram
“A importância do trabalho do instituto coragem e força para prosseguir no caminho.
Ayrton Senna na formação docente é um Apesar de estarmos muito distantes
trabalho pioneiro. A educação a distância é geograficamente, sinto que pudemos nos
uma das modalidades de ensino que vem aproximar muito neste nosso mundo virtual.”
contribuindo para a formação de um sistema Melanie Lerner Grinkraut – São Paulo/ SP
educacional coeso e consistente, capaz de
planejar ações efetivas no desenvolvimento de
competências e na construção de
conhecimentos capazes de promover o
desenvolvimento da sociedade. Destacamos a
importância do trabalho do instituto a partir da
Formação do Programa Escola Conectada, na
mudança da prática pedagógica de nossos
professores, que aos poucos demonstram na
prática a inclusão da tecnologia ao fazer
pedagógico.”
Lyedja Symea Ferreira Barros Carvalho –
Tabira/ PE Entre os meses de março/2009 e
agosto/2010 foram realizadas 58 formações,
“Participar da formação a distância foi que contaram com a participação de 2.900
muito gratificante, conheci várias pessoas, pessoas.
troquei experiências, dei opiniões, recebi
sugestões e refleti sobre minha prática. O 6. Conclusões e Trabalhos Futuros
portal já faz parte do meu trabalho, tudo que
preciso recorro a ele. Os textos uso com Experiências de Aprendizagem
freqüência em nossas reuniões pedagógicas, Colaborativa realizadas pela Área de
os vídeos e tudo o que é exposto muito Educação e Tecnologia privilegiam o
contribui para nosso aperfeiçoamento. Foram Paradigma da Nova Educação, propiciando
lançados vários desafios, e com a ajuda do espaços para que os participantes discutam e

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

reflitam sobre a importância da vivência por


meio de uma aprendizagem colaborativa.
Outro ponto que merece ser destacado refere-
se à adaptação do aluno no ambiente virtual, o
qual deixa de ver-se como um receptor no final
de uma linha e passa a ver-se como um nó de
transmissão numa teia de linhas de
comunicação e aprendizagem (AZEVÊDO,
1997).

Referências Bibliográficas

1. AZEVÊDO, Wilson. Muito além do jardim


da infância. 1997. Disponível em:<
http://www.aquifolium.com.br/educacional/artig
os>. Acesso em: 11 fev. 2004.
2. INSTITUTO AYRTON SENNA. Educação e
tecnologia: Um caminho para a promoção do
desenvolvimento humano. São Paulo: 2002.
14 p.

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

Integrando o Moodle ao Sistema Acadêmico Institucional

César Fernando Sarmento1


1
Universidade Feevale, cesar@feevale.br

Resumo: Este artigo tem por objetivo apresentar o estudo de caso realizado na Universidade
Feevale, referente à importação automática, para o Moodle, das turmas e participantes cadastrados
no sistema acadêmico institucional.

Palavras-chave: Moodle, importação de dados, sistema acadêmico.

Abstract: This article aims to present the case study conducted at the University Feevale, referring to
the automatic import for Moodle, of the classes and participants enrolled in the academic institutional
system.

Keywords: Moodle, data import, academic system.

diferenciados para instituições de ensino,


1. Introdução possibilitando o uso de softwares Microsoft em
suas versões mais recentes a valores
Em outubro de 2008, a Universidade consideravelmente mais acessíveis. Por isso,
Feevale percebeu a necessidade de utilizar o utiliza em suas máquinas servidoras o sistema
ambiente virtual de aprendizagem Moodle, operacional Windows Server e o banco de
como uma das ferramentas disponíveis para dados SQL Server, além de outras
ensino a distância e apoio didático ferramentas. Possui, também, uma equipe de
pedagógico. Tal decisão foi influenciada pela suporte fortemente qualificada para instalação
grande aceitação do Moodle junto a outras e gerenciamento destas ferramentas.
instituições de ensino, bem como As demais aplicações institucionais
possibilidades de integração entre estas. também se utilizam de tecnologia Microsoft. O
Fez-se necessário, então, o sistema acadêmico institucional, por exemplo,
desenvolvimento de ferramentas que é desenvolvido em plataforma .NET, com
provessem um meio de integrar o Moodle ao banco de dados SQL Server.
sistema acadêmico institucional e o Moodle. Mesmo sendo o Moodle desenvolvido em
Assim, na Seção 2 deste artigo é outra linguagem (a PHP), houve a
apresentada a plataforma sobre a qual estão preocupação de instalá-lo sobre a mesma
instalados o Moodle e o sistema acadêmico plataforma institucional. Desta forma, optou-se
institucional, bem como os seus bancos de por utilizar o banco de dados SQL Server com
dados. Na Seção 3, são descritos os estudos o Moodle. Ea sua base de dados foi
realizados para a compreensão do modelo de configurada no mesmo servidor em que se
dados do Moodle e o planejamento do encontra o banco de dados do sistema
desenvolvimento da aplicação responsável acadêmico institucional. Esta decisão foi
pela importação das turmas e seus crucial para o planejamento da aplicação
participantes. Na Seção 4, são apresentados responsável pela importação dos dados entre
os resultados obtidos e, por fim, na Seção 5, os sistemas, pois facilitaria o desenvolvimento
são apresentadas as conclusões deste das rotinas de acesso ao banco de dados,
trabalho e ações futuras. além de prover um melhor desempenho e
mais segurança quando da troca de
2. Plataforma informações entre o Moodle e o sistema
acadêmico institucional.
A Universidade Feevale possui, junto à
Microsoft, o convênio “Campus Agreement”.
Este convênio provê valores e licenciamentos

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3. Estudos e Ações Feevale. Através deste módulo, poder-se-ia


gerenciar quais disciplinas, de qual professor e
Definida a plataforma, iniciou-se o estudo período, seriam importados e para qual
da estrutura de tabelas da base de dados do sistema de EAD (Moodle ou Virtuale). A
Moodle, utilizada para armazenamento das interface teria de ser simples, intuitiva, e o
turmas, participantes e o vínculo entre estes. processo de importação da turma e seus
Ou seja, uma vez cadastrada uma turma e participantes (professores, monitores e alunos)
uma pessoa, como vincular esta pessoa como não deveria despender mais que 30 (trinta)
sendo professor desta turma? segundos.
Descobriu-se, então, que houve uma Tendo-se estas definições, optou-se por
mudança substancial do modelo de dados do fazer com que a interface de importação
1
Moodle a partir da versão 1.9 . Uma nova apenas disparasse a execução de stored
4
modelagem foi definida por seus procedures programadas no próprio banco de
desenvolvedores, com a finalidade de dados do sistema acadêmico. E, estas sim,
padronizá-la para a versão 2 do Moodle (para seriam responsáveis pela importação dos
quando do seu lançamento). E, esta mudança, dados de um banco de dados de uma
tornou a estrutura de tabelas do banco de aplicação para outra. Desta forma, toda a
dados, bem como o relacionamento entre elas, troca de informações se daria diretamente na
consideravelmente mais complexa. camada de banco de dados, não passando
Foram despendidos 3 (três) dias úteis em pela de aplicação.
pesquisas até que um modelo E-R satisfatório
e que esclarecesse quais as tabelas eram
necessárias para o fim desejado e descrito
fosse encontrado. O mesmo, representado
pela Figura 1, está disponível em um fórum
francês do Moodle.
Encontrado o modelo E-R desejado, foram
necessários mais 5 (cinco) dias úteis para a
realização de testes, envolvendo a criação de
cursos e turmas no Moodle, cadastramento de
pessoas e criação de vínculos entre estas e as
turmas criadas, visando identificar como os
dados eram armazenados, em quais tabelas e
como estes vínculos eram construídos. O
2
código disponível em e a documentação
3
publicada em foram de grande ajuda para o
entendimento de como cursos e suas
categorias são criados, já que cada um possui
um código específico, próprio do Moodle, para
identificação do tipo de dado que está sendo
armazenado. Ou seja, uma categoria de um
curso possui um código interno fixo “40”
(quarenta), enquanto um curso possui um
código interno fixo “50” (cinquenta). O mesmo
se aplica aos usuários, quando da criação do
seu vínculo junto à turma. No entanto, o
código utilizado não é fixo, mas o ID do grupo,
cadastrado no banco de dados,
correspondente ao grupo ao qual será
vinculado (professor, aluno ou outro).
A aplicação deveria funcionar como um
módulo de um sistema de Helpdesk
desenvolvido pelo SEAD (Sistemas de
Educação a Distância), para uso do próprio
SEAD e do NEAD (Núcleo de Educação a
Distancia), setores responsáveis pelas áreas
técnica e pedagógica de Educação a
Distância, respectivamente, da Universidade

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Figura 1: Modelo E-R parcial do Moodle.


Fonte: http://docs.moodle.org/fr/Relations_entre_les_cours_et_les_utilisateurs

4. Resultados Obtidos A aplicação cumpriu com os requisitos


definidos: seu uso ficou bastante fácil e
No que diz respeito à sua camada de intuitivo. Entretanto, houve situações (raras)
aplicação, o desenvolvimento do módulo de em que o processo de importação, devido a
importação se deu de forma bastante rápida e uma maior quantidade de participantes,
fácil. O mesmo não se pode dizer do ultrapassou os 30 (trinta) segundos. Mesmo
desenvolvimento das stored procedures tendo excedido o tempo definido nos
(camada de banco de dados). requisitos, a importação foi bem sucedida. A
Mesmo com os 5 (cinco) dias úteis de Figura 2 mostra um exemplo de uso da
estudos despendidos para a compreensão do ferramenta desenvolvida, onde 1 (uma) turma
processo de cadastramento dos dados nas está disponível para importação e, as outras 2
tabelas do Moodle, mais 5 (cinco) dias úteis (duas) já foram importadas, cada uma para um
foram necessários para o desenvolvimento ambiente de EAD distinto.
das stored procedures. Esta demora se deu
tanto pela complexidade do relacionamento
entre os dados do Moodle, quanto pela
necessidade de se criar um código otimizado e
de rápida execução. Uma vez desenvolvidas
as stored procedures, foram facilmente
integradas à camada de aplicação.

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Figura 2: Tela da ferramenta HelpdeskEAD


Fonte: SEAD - Universidade Feevale

5. Resultados Obtidos Referências Bibliográficas

Criar uma interface própria, que integre os 1. Upgrading to Moodle 1.9. Moodle – site
dados do sistema acadêmico institucional oficial. Disponível:
diretamente com o banco de dados do Moodle http://docs.moodle.org/en/Upgrading_to_M
é possível, mas não é uma tarefa simples. oodle_1.9. [15 ago. 2010].
Principalmente quando a estrutura de exibição 2. Annotation of /moodle /lib
das turmas no Moodle deve seguir um padrão /accesslib.php. Moodle – CVS oficial.
próprio institucional. Disponível:
Melhorias vêm sendo desenvolvidas à http://cvs.moodle.org/moodle/lib/accesslib.
ferramenta, principalmente no que diz respeito php?annotate=1.514#l136 [15 set. 2010].
a desempenho e uso desta diretamente pelos 3. Development: Roles and modules.
professores da Universidade Feevale, Moodle – site oficial. Disponível:
permitindo que eles mesmos escolham o http://docs.moodle.org/en/Development:Ro
ambiente de EAD que desejam utilizar, les_and_modules. [15 set. 2010].
importem suas turmas e atualizem a listagem 4. SQL Stored Procedures. MSDN Library.
de participantes. Disponível: http://msdn.microsoft.com/en-
Para um futuro próximo, serão realizados us/library/aa174792%28SQL.80%29.aspx.
estudos para melhorar a importação das [15 ago. 2010].
turmas, não somente classificando-as por
instituto e curso (como já vem ocorrendo),
mas, também, por período e característica de
EAD (turma presencial, semipresencial ou a
distância).

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Análise semiótica e complexa da ferramenta wiki do Moodle-STOA


Ecivaldo de Souza Matos
Universidade de São Paulo
Faculdade de Educação
Av. da Universidade, 308, Sala 18-B – CEP: 05508-040
São Paulo/SP – Brasil
ecivaldomatos@usp.br

Resumo: As ferramentas de colaboração são recursos agregados ao conjunto de tecnologias compu-


tacionais com o objetivo de facilitar o processo de interação humana e de aprendizado. No último
ano, foi lançada uma plataforma de interação social para a comunidade da Universidade de São Pau-
lo (USP) intitulada STOA. Esta plataforma possibilita interações sociais, de ensino, de aprendizagem
e de pesquisa pela comunidade acadêmica espalhada por todos os campi da USP. Este texto apre-
senta uma avaliação da interação do componente WIKI-Moodle desta plataforma. Esta avaliação
toma por base teórica e metodológica a teoria da complexidade de Edgar Morin e a engenharia semi-
ótica, respectivamente.

Palavras-chave: Avaliação de interface, pensamento complexo, inspeção semiótica, wiki, STOA.

Abstract: Collaboration tools are features added to the set of computer technologies in order to make
the processes of learning and human-computer interaction easier. Last year, the University of São
Paulo (USP) launched a platform for social interaction for its academic community, this platform is the
STOA. This platform enables social, learning, teaching and research interactions by the academic
community located on all campuses of USP. This paper presents an evaluation of the interaction of
wiki-STOA (Moodle) component. This evaluation is based on Edgar Morin’s complexity theory and
semiotic engineering.

Keywords: interface evaluation, complexity theory, semiotic inspection, wiki, STOA.

educação é permeado por uma concepção


1. Introdução epistemológica" (SCHLEMMER, 2005, p. 137).
Para que o AVA possibilite o aprendizado
Este texto tem a finalidade de apresentar é necessário que contribua para afastar as
uma avaliação semiótica do wiki-STOA, como incertezas desse complexo, atual e inquietante
componente de colaboração e pedagógico, conjunto de informações e tarefas de aprendi-
analisando-o sob a ótica do pensamento com- zagem no mundo contemporâneo.
plexo. No momento de concepção (visual, técni-
Ambientes de Colaboração, dentre eles os ca e pedagógica) do AVA, deve-se atentar
Ambientes Virtuais de Aprendizagem – AVA, para com os signos de interação utilizados.
não devem ser projetados para trabalhar no Sejam eles icônicos, indiciais ou simbólicos;
“paradigma da simplificação” (Morin, 2007). sejam estáticos ou dinâmicos; palavras, áu-
Pois o input necessário para a aprendizagem, dios, imagens ou multimídias.
especialmente nesta era, é o de organizar Espera-se que este artigo possa contribuir
cognitivamente a complexa rede de informa- à concepção técnica e pedagógica de um e-
ções, incertezas, ambiguidades e desordem lemento de cooperação virtual utilizado com
que são impostas pelos fenômenos sociais do fins pedagógicos.
dia-a-dia, inclusive do dia-a-dia acadêmico- Este artigo está organizado da seguinte
escolar. forma: a Seção 2 a base teórica de análise; a
Vale a pena salientar que "[...] quando se Seção 3 apresenta o ambiente STOA; a Seção
fala em [informática na] educação, o primeiro e 4 apresenta o método de avaliação; a Seção 5
mais importante item a ser avaliado é o critério resume a avaliação semiótica do Wiki-STOA
didático-pedagógico do software, pois todo e e, finalmente, a Seção 6 apresenta as conclu-
qualquer desenvolvimento de um produto para sões.

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

2. Pensamento complexo mesmo campus, de campi diferentes, de áreas


iguais ou distintas. Enfim, o STOA foi pensado
A teoria da complexidade (pensamento para promover a agregação e, também, a faci-
complexo), enunciada pelo Edgar Morin, indica litação do uso das Tecnologias de Informação
que não adianta estudar um ser ou um fenô- e Comunicação (TIC) pelos professores em
meno simplificando-o, num processo de ob- suas disciplinas, em um espaço único e inte-
servação restrita que se limite a apenas um de grado.
seus aspectos. Para o autor todos os seus Cada membro cadastrado no STOA pos-
aspectos estão interligados em um sistema. sui um espaço disponível para blog, repositó-
Não é possível estudar o professor sem estu- rio de arquivos e a possibilidade de criar co-
dar as suas condições de ensino, a sua institu- munidades virtuais sobre temas quaisquer, na
ição, seus alunos, seus conhecimentos, suas forma de blog coletivo ou de fóruns para dis-
subjetividades. Assim como não é possível cussão. O AVA Moodle acoplado ao STOA já
estudar o aprendizado dos alunos sem levar possui interlocução com os sistemas adminis-
em conta as suas condições cognitivas, soci- trativos de graduação e de pós-graduação da
ais, de ensino, a instituição. Enfim, há uma USP, Júpiter e Fênix, respectivamente.
rede semiótica e simbiótica que, num primeiro
momento, parece dificultar a análise, mas o 4. Técnica e método de avaliação: Inspe-
que dificulta mesmo é não reconhecer a exis- ção Semiótica
tência dessa complexidade.
Segundo Morin (2007) o princípio da sim- A inspeção semiótica é um dos métodos
plicidade separa o que está ligado (princípio de avaliação de interfaces da Engenharia Se-
da disjunção) e une o que está diverso (princí- miótica, a qual examina um diverso conjunto
pio da redução). de signos aos quais os sujeitos estão expostos
Para efetuar a análise sob a ótica do pen- ao interagir com quaisquer sistemas computa-
samento complexo, precisamos articular o cionais interativos (DE SOUZA et al, 2006),
objeto de estudo com as necessidades e obje- como os AVA.
tivos dele esperados, não compartimentá-lo
para estudar as suas partes, simplificando-o A Engenharia Semiótica é uma teoria de
para, depois, juntá-las numa análise preten- Interação Humano-Computador (IHC) dedica-
samente “completa”. Nem sempre as partes se da a estudos do processo de significação e
configuram no todo. comunicação durante a interação do ser hu-
mano com os sistemas computacionais, sob
3. STOA – Ambiente de colaboração, en- aspectos da semiótica peirceana, consideran-
sino, aprendizagem e de prática do que a interface de software é uma ferra-
menta auxiliar para a mediação entre sujeitos
O STOA é um ambiente que congrega em quaisquer (DE SOUZA, 2005), considerando
um só “espaço virtual” um ambiente de intera- as diversas semioses (significa-
ção social (comunidades virtuais – colabora- ções/interpretações humanas).
ção e prática), um ambiente de ensino- A semiose ilimitada é um processo com-
aprendizagem (AVA - informação, interação, plexo e que não pode ser modelada através
ensino-aprendizagem) e um ambiente de de algoritmos ou grafos, uma vez que ela não
construção coletiva de texto (Wiki - edição), tem condições de definir precisamente condi-
além de blogs, calendários e repositório de ções de parada. Conseqüentemente, dentro
arquivos. do escopo de uma teoria semiótica não pode
O STOA surgiu a partir da congregação de haver um modelo computacional único de
várias ferramentas virtuais isoladas de colabo- interpretação e significação humana. Entretan-
ração e de ensino-aprendizagem espalhadas to, o design de produtos de software é com-
pelos campi da Universidade de São Paulo – posto por metassignos, considerando que eles
USP. representam o que os designers tem em men-
O STOA, atualmente sob a tutela da Co- te quando finalizam o processo de design.
ordenadoria de Tecnologia da Informação da Portanto, eles podem fazer “semiose limitada”,
USP (CTI), usa a infra-estrutura tecnológica da induzindo o usuário ao processo natural de
USP para facilitar a interação e formação de semiose ilimitada, impondo aspectos subjeti-
redes sociais e de aprendizagem pelos mem- vos nas interfaces de seu produto.
bros da sua comunidade, sejam alunos, fun- Diferente do que defende Umberto Eco
cionários docentes, funcionários não- para a narrativa textual, onde ele diz que "um
docentes, ex-alunos, ex-funcionários, de narrador não tem que fornecer interpretação

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da sua obra, ou não valeria a pena escrever comunicação unificada, com base nas etapas
romances, uma vez que eles são, por exce- anteriores. Todavia, com influência do avalia-
lência, máquinas de gerar interpretação" dor, que determina, segundo seus critérios, as
(ECO, 1976), na IHC os desenvolvedores de- possibilidades e os limites semióticos, ou seja,
vem fornecer caminhos para uma conjunção de significação, dessa porção de software.
interpretativa entre atores mediados, para que
a linha de interpretação seja única, ou próxima 5. Avaliação do WikiStoa
disso.
O principal propósito do método de inspe- O wiki é uma ferramenta que permite a e-
ção semiótica (MIS) é avaliar as possibilidades dição coletiva de documentos. Uma das carac-
de comunicação sugeridas pelo software que terísticas da tecnologia wiki é a facilidade com
é avaliado, ou seja, quais as potencialidades e que as páginas são criadas e alteradas - ge-
limites impostos pela interface à comunicação ralmente não existe qualquer revisão antes de
humana. Com isso podemos antecipar os tipos as modificações serem aceitas, e a maioria
de consequências que haverá durante a real dos wikis são abertos a todo o público ou, pelo
interação dos sujeitos utilizando a tecnologia menos, a todas as pessoas que têm acesso
escolhida. ao servidor wiki.
O MIS é dividido em cinco etapas: A partir da análise dos signos metalingüís-
1. análise dos signos metalinguísticos; ticos foi construída a seguinte metamensa-
2. análise dos signos estáticos; gem:
3. análise dos signos dinâmicos; “Você é um estudante ou professor da
4. comparação entre a mensagem de USP, ou, ainda, um visitante externo à univer-
metacomunicação gerada nas etapas anterio- sidade. Você quer compartilhar equipamentos
res; e de videoconferência e arquivos ou textos de
5. avaliação qualitativa final das possibi- projetos de pesquisa com outros colaborado-
lidades e limites interpretativos e, consequen- res. Para isso será necessário criar login e
temente, comunicativos do sistema inspecio- senha para entrar no sistema. Todavia, você
nado. prefere usar seu número USP e uma senha
Na primeira etapa, são analisados os sig- única para todos os serviços. Está a sua dis-
nos metalinguisticos existentes na documen- posição um plugin para GoogleMaps®, uma
tação e quaisquer outras metamensagens ferramenta wiki, acompanhamento por e-mail
expressas no próprio ambiente virtual ou soft- para qualquer mudança de páginas, uma for-
ware (sistema). Na próxima etapa, são anali- ma simples de colocar documentos na WEB,
sados os signos que são, a priori, interpreta- além de criar páginas para acompanhamento
dos independentemente das relações tempo- de cursos. Mas você poderá utilizar o ambien-
rais, causais e consecutivas, se valendo ape- te de wiki para guardar atos de reuniões, rela-
nas os elementos sígnicos presentes na inter- tórios e outros documentos, além de elaborar
face (estáticos) em determinado momento. Já rascunhos até que seja finalizado e uma pes-
na terceira etapa, a avaliação dos signos di- soa fique responsável pelo seu conteúdo, ou,
nâmicos, são analisados os signos resultantes ainda, o professor de determinada disciplina
da interação do sujeito com os signos estáti- pode permitir que seus alunos construam rela-
cos, ou seja, a transição semiótica presente na tórios colaborativamente”.
interface, como, por exemplo, as mensagens Após análise dos signos estáticos, a me-
de erro ao clicar em um botão presente na tamensagem foi (re)construída assim:
interface. “Você é um usuário cujo texto será com-
A partir dessas três primeiras etapas, será partilhado com outros usuários, você quer
possível construir a mensagem de metacomu- discutir esse texto durante o seu desenvolvi-
nicação, etapa quatro, cuja essência é: “Aqui mento, editar o texto, verificar o histórico de
está o meu entendimento de quem você é, o alterações realizadas pelos seus pares, além
que eu aprendi que você quer ou precisa fa- de mover trechos do texto para outras compo-
zer, de qual jeito você prefere fazer e por que. sições. Este é o sistema projetado para você e
Este é o sistema que eu projetei para você e com o qual você (ou outra pessoa) vigiará o
este é o jeito que você pode ou deve usá-lo que está sendo escrito, bem como analisará o
para satisfazer seus propósitos”. (DE SOUZA texto antes de publicá-lo podendo, inclusive,
et al, 2006, p. 149). oferecer um parecer (comentário). Para fazer
Na última etapa do MIS, avalia-se a(s) essas atividades você deve clicar em abas,
condição(ões) de interpretabilidade do siste- pois cada aba contém um conjunto específico
ma, reconstruindo uma mensagem de meta-

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de funcionalidades a partir das suas necessi- escreve”, outra pessoa “reescreve – apaga”,
dades.” um terceiro vigia, outro analisa, dar parecer e
Na avaliação dos signos dinâmicos não fo- “escreve ou apaga”.
ram encontradas mensagens de erro ou expli- Enfim, há um movimento dinâmico de difí-
cativas, o que dificultou a avaliação semiótica, cil concepção numa visão tradicionalista de
uma vez que o “sistema” não explicita as dire- educação. Com o wiki, noutros formatos, po-
ções a serem tomadas pelos usuários. A me- demos trabalhar esse movimento dinâmico
tamensagem do sistema ficara assim: como parte do processo de aprendizado e,
“Você é um usuário que pode escrever o mais ainda, incorporar uma visão interdiscipli-
que desejar, sendo que seus textos serão nar a um contexto disciplinar.
considerados rascunhos até que alguém revi- Mesmo em uma ferramenta desse porte
se e/ou corrija seu rascunho e transforme-o tecnológico, o conservadorismo pedagógico
num texto revisado. Esse texto revisado será tornado senso comum ainda é muito forte.
considerado confiável somente após aval des- Alguns dirão que é preciso, outros que nem
se revisor. Para que você saiba o que já foi tanto. Como saber os limites e encontrar o
revisado e o que ainda está pendente de revi- equilíbrio num AVA?
são, o sistema envia uma mensagem estática Do ponto de vista do pensamento comple-
na página de edição do rascunho”. xo, jamais teremos um ambiente virtual com-
É preciso que fique claro que diversas me- pleto. Ademais, para que esses ambientes
tamensagens podem ser compostas, a depen- promovam autonomia na interação é preciso
der do feeling do avaliador e do conjunto de atenuar os aspectos ideológicos infiltrados na
signos avaliados. interface e nos mecanismos de interação.
Após todas as análises, foi possível per-
ceber, somente com a inspeção semiótica dos Referências Bibliográficas
signos selecionados, e que apesar do sistema
ter sido desenvolvido para elaboração colabo- 1. DE SOUZA, C.S. Semiotic Engineering
rativa de textos, e ele permite isso, o que é of Human-Computer Interaction. Cam-
mais claro em sua interface é o controle pelo bridge: MIT Press, 2005.
qual o texto passará. Isso nos mostra um pou- 2. DE SOUZA, C S; LEITÃO, C F; PRATES,
co do controle institucionalizado na academia R O; SILVA, E J. The Semiotic Inspecti-
tradicionalista que vê as TIC ou os recursos on Method. Anais do IHC 2006. Porto A-
tecnológicos para apoio à aprendizagem com legre: SBC, 2006. 148-157.
receio e medo do novo. Todavia, permite que 3. ECO, U. Tratado Geral de Semiótica. 4ª
a comunidade acadêmica possa interagir com ed. São Paulo: Perspectiva, 1976.
ganho de tempo e, nas disciplinas, possibilitar 4. MORIN, E. Introdução ao Pensamento
a integração dos alunos sob a forte supervisão Complexo. Tradução de Eliana Lisboa. 3ª
do professor. ed. Porto Alegre: Sulina, 2007.
Nesta perspectiva, o professor mantém 5. SCHLEMMER, E. Ambiente virtual de
um papel “vigilante da aprendizagem”, restrin- aprendizagem (AVA): uma proposta para a
gindo a autonomia dos alunos. Sendo, portan- sociedade em rede na cultura da aprendi-
to, uma ferramenta potencialmente pedagógi- zagem. In: VALENTINI, C B, SOARES, E
ca, porém apresenta características específi- M S. (orgs.) Aprendizagem em Ambien-
cas de uma pedagogia tradicionalista do opri- tes Virtuais: compartilhando ideias e
mido e tecnicista, em que o professor é o cen- construindo cenários. Caxias do Sul
tro do conhecimento e vigilante das atividades (RS): EDUCS, 2005. 135-159.
dos seus alunos.
Agradecimentos
6. Conclusões
O autor agradece à Fundação Ford pelo su-
Além da impossibilidade física de dar con- porte oferecido por meio do Programa Interna-
ta das tantas mentes, em suas mais variadas cional de Bolsas de Pós-graduação da Funda-
complexidades de conhecimento, há com o ção Ford.
advento dos AVA um movimento dinâmico do
todo com as partes, do micro ao macro, do
macro ao micro, ou seja, várias direções e
diversos sentidos, como foi percebido na ins-
peção semiótica do wiki do STOA; pode haver
movimentos de textos rascunhados, “apaga –

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

Tecnologia da Informação e Comunicação na Graduação:


impacto da utilização do Moodle no aprendizado segundo os
universitários
Rita de Cássia Garcia Verenguer
Universidade Presbiteriana Mackenzie, ritaveren@mackenzie.com.br

Resumo: O uso das Tecnologias de Informação e Comunicação e dos Ambientes Virtuais de


Aprendizagem está cada vez mais presente no cotidiano dos universitários. Este trabalho objetiva
analisar o impacto do uso do Moodle na aprendizagem pela perspectiva dos universitários.

Palavras-chave: Moodle, impacto na aprendizagem, ambientes virtuais de aprendizagem.

Abstract: The use of the Technologies of Information and Communication and of Virtual
Environments of Learning is each more present time in the daily one of the college’s student. This
objective work to analyze the impact of the use of the Moodle in the learning for the perspective of the
college’s student.

Keywords: Moodle, impact in the learning, virtual environment of learning.

interdependência, no qual se espera o


1. Introdução desenvolvimento de um processo de
aprendizado mutuamente responsável
A Universidade, de tempos em (ALMEIDA, 2007).
tempos, sofre perturbações no modo de Isto posto, para compreender como o
operar suas funções. Graças aos jovens, que uso das TIC’s e dos AVA’s podem
passam a fazer parte dela, os docentes, potencializar o ambiente de aprendizagem,
aqueles sensíveis às mudanças, se vêem definimos o seguinte objetivo: analisar o
desafiados a aprimorar suas estratégias de impacto do uso do Moodle na aprendizagem
ensino e suas competências metodológicas. pela perspectiva dos universitários.
Os atuais universitários, nativos
digitais, têm incorporado em seu cotidiano as
mais diversas tecnologias e seu uso é uma 2. Método
extensão da sua própria vida. Para os
docentes universitários, imigrantes digitais, Metodologicamente esse trabalho se
aprender a usar as Tecnologias de Informação caracteriza por uma pesquisa qualitativa,
e Comunicação (TIC’s) e os Ambientes notadamente um estudo de caso e
Virtuais de Aprendizagem (AVA’s) passa a etnográfico. A coleta de dados deu-se através
fazer parte das suas responsabilidades da adaptação de um questionário utilizado por
enquanto profissional, inclusive para garantir Diegues et all (2003) e as respostas às
sua empregabilidade (VERENGUER, 2009). questões abertas foram categorizadas a partir
Neste contexto, universitários e da análise de conteúdo (RICHARDSON et al.,
docentes estão, juntos, vivenciando novas 1999).
experiências de aprendizagem, descobrindo e Os sujeitos, em número de 45, eram
avaliando os limites e as possibilidades do uso calouros de um curso de graduação de uma
das TIC’s e dos AVA’s no processo de Universidade paulistana que, por um semestre
profissionalização. letivo, freqüentaram uma disciplina presencial
Pautada nas concepções da que utilizou o AVA-Moodle e seus recursos
andragogia e da heutagogia, a experiência interativos. Para efeito deste trabalho
universitária não é a extensão da educação analisamos as respostas sobre a utilização da
básica. A relação docente-universitário- ferramenta fórum.
conteúdo, neste contexto, é de

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

Ao final do semestre letivo, aos calouros consciência de que, embora os universitários


que assinaram o Termo de Consentimento dominem o uso das TIC’s, é seu papel criar
Livre e Esclarecido foi solicitado que situações nas quais os universitários
respondessem à pergunta norteadora: “relate aprendam a utilizá-las com foco nas metas
quais foram suas experiências e suas educacionais. A mediação pedagógica é
aprendizagens em relação a utilização do essencial.
fórum na disciplina BFAEF?”.

3. Resultados Quadro 2: Troca de Conhecimento e


Opiniões (exemplos de manifestações)
A partir das respostas dadas à pergunta
norteadora foi possível organizá-las em seis S1: “você pode expressar seus conhecimentos
categorias, a saber: uso do ambiente e da e compartilhar com os outros colegas”;
ferramenta; troca de conhecimento/opiniões; S2: “pude compartilhar com meus colegas de
aprendizado coletivo; preocupação com a classe assuntos que na oralidade não falamos
comunicação escrita; debate e e sobre o que pensam das tarefas propostas”;
aprofundamento do conteúdo; e expressão S12: “a utilização deste recurso me
livre das opiniões. proporcionou troca de conhecimento mais
A seguir apresentaremos as respostas específico;
categorizadas e as discussões que julgamos S13: “a troca de informação com os colegas
pertinentes. ajudaram bastante”;
S15: “promove a exposição das idéias”;
Quadro 1: Uso do Ambiente e da S16: “tive um acesso a mais de
ferramenta (exemplos de manifestações) conhecimento”;
S18: “os relatos ali postados dão novos rumos,
S3: “antes quase não usava o computador. bem como o surgimento de novas idéias”;
Agora uso mais”. S22: “foi uma nova forma troca, produção e
S4: “houve uma mudança no meu modo de disseminação do conhecimento”;
ver a internet”. S25: “pude compartilhar o conhecimento”;
S8: “conhecimento de uma nova ferramenta S32: “é uma ferramenta importante por
na internet”. disponibilizar pontos de vistas das pessoas”;
S10: “aprendi a utilizar e participar de um S34: “aprendi mais uma forma de opinar e
fórum”. aceitar novas opiniões”
S13: “pude conhecer melhor o Moodle”. S35: “foram passadas diversas visões”;
S17: “com o impacto tecnológico obtive S41: “muito interessante, pois podemos
conhecimento sobre diversas tecnologias e o observar e expor nossas opiniões”
fórum é uma delas”.
S21: “tive a oportunidade de me familiarizar Nas manifestações contidas no Quadro 2
com a ferramenta”. podemos observar que, pelo fato das opiniões
S23: “aprendi a usar uma nova ferramenta da estarem registradas, elas são fontes de novas
internet”. idéias e oportunizam conhecer as opiniões e
S26: “como se comportar ao participar de um conhecimentos dos colegas.
fórum acadêmico”. Poderíamos afirmar que para essas
S31: “aprendi também que existe regras para manifestações, mais importante que os
participar de alguns fóruns”. resultados, é o processo da aprendizagem que
vemos valorizado. É durante o percurso que o
Sobre as respostas apresentadas no universitário vê-se impelido em “... exercitar
Quadro 1, podemos observar um aspecto sua criatividade, buscar caminhos, reforçar
importante, qual seja, a mudança na forma de sua auto-estima e preparar-se para gerar
se relacionar e usar os recursos tecnológicos. inovação...” (ZUFFO, p. 333, 2009).
Desta forma, podemos afirmar que, ainda
que as TIC’s façam parte do cotidiano dos
calouros, o seu uso no ambiente universitário Quadro 3: Aprendizado Coletivo
propicia novas experiências e exige deles um (exemplos de manifestações)
aprimoramento do seu uso, visando atingir os
objetivos acadêmicos. S5: “foi gerando um aprendizado com um
É preciso, então, como advoga todo, com a professora e com os colegas”;
VERENGUER (2009) que o docente tenha S7: “conseguimos visualizar os pontos de

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vistas de todos de acordo com as discussões”; da escrita me afastou de certa forma do fórum.
S20: “e possibilitou uma visão mais ampla do Todavia, aprendi que é necessário maior
ponto de vista e opiniões dos colegas”; dedicação e mais prática com esse tipo de
S24: “pude expressar e até mudar de ferramenta, pois vejo que é determinante para
pensamento através da opinião dos colegas”; o futuro da minha carreira”.
S30: “pudemos discutir idéias, melhorar o S23: “a experiência com o fórum foi boa, pois
aprendizado e saber se nossas idéias estão eu necessito praticar a escrita cada vez mais”.
sendo compatíveis com a dos outros colegas” S33: “e formular perguntas e respostas mais
S36: “aprendi muito com os meus colegas e elaboradas para os companheiros pudessem
com a professora e coloquei em prática aquilo compreender”.
que aprendi em sala de aula” S37: “outra coisa de grande importância foi me
S38: “a ferramenta amplia o conhecimento de
expressar pela escrita, a meu ver comecei a
todos e estimula uma maior interação”
S42: “aprendi com alguns erros meus e erros elaborar melhor meus textos e tomar cuidado
dos colegas. E lá você pode ler e reler e isso é com a escrita”.
muito bom para ir aprendendo” S40: “tive a oportunidade de aprender e
S43: “você expõe suas idéias, lê as idéias dos aprimorar minha escrita”.
outros companheiros de classe, enfim constrói
conhecimento e reflete sobre ele”
S45: “minhas aprendizagens foram As afirmações contidas no Quadro 4
relacionadas ao que os meus colegas sinalizam um “efeito colateral” do uso do
postaram no fórum” Moodle: a preocupação dos universitários com
a melhora da comunicação escrita e com a
As respostas apresentadas no Quadro 3 necessidade de se fazer entender.
ilustram uma experiência de aprendizagem Considerando a realidade da educação
interdependente, na qual o outro é importante brasileira no que tange ao domínio da língua
e fundamental para o aprendizado. materna, o cuidado e, principalmente, a
Nesta interdependência, as posições valorização da norma culta é um ganho
sacralizadas do docente como detentor importante, sobretudo para aqueles que têm
exclusivo do conhecimento e do universitário ambições profissionais.
como sujeito passivo são rompidas.
KENSKI (2007, p.103) acredita que nesse
aprendizado coletivo “... professor e aluno Quadro 5: Debate e Aprofundamento do
formam ‘equipes de trabalho’ e passam a ser Conteúdo (exemplos de manifestações)
parceiros de um mesmo processo de
construção e aprofundamento de S1: “e aprendemos mais profundamente sobre
conhecimento: aproveitar o interesse natural o curso”
dos jovens estudantes pelas tecnologias e S6: “ao discutir um fórum, leva-me a buscar
utilizá-las para transformar a sala de aula em mais informações do que está sendo pedido”
espaço de aprendizagem ativa e de reflexão S15: “e melhora o aprofundamento do
coletiva”. conhecimento em relação à disciplina”
Em última instância, não é o uso do S23: “foi debater os conteúdos retratados em
Moodle e das TIC’s que torna o aprendizado aula mais a fundo”
colaborativo, mas a intencionalidade do S27: “a discussão fica mais aprofundada”
docente e a participação ativa dos
S34: “para discutir um pouco mais a matéria”
universitários.
S37: “refletir e debater sobre as matérias
abordadas”
Quadro 4: Preocupação com a S44: “pude adquirir um pouco mais de
Comunicação Escrita (exemplos de conhecimento sobre a disciplina”

manifestações)

S4: “aprendi a expor melhor as idéias e a Podemos observar nas afirmações


estruturá-las”. expressas no Quadro 5 que a utilização do
S8: “aprimorar a gramática”. Moodle, nas disciplinas presenciais, passa a
S9: “aprendi a importância do uso da ser uma extensão da sala de aula e contribui
linguagem escrita de forma adequada, mesmo com o aprofundamento das temáticas.
no ambiente virtual”. É importante ressaltar aqui que em todo o
S11: “a dificuldade para me expressar através processo de utilização do Moodle e

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participação nos fóruns foram estabelecidas conhecimento, é motivo para continuarmos


regras (netiqueta) visando os objetivos de neste caminho.
aprendizagem. Compreender como podemos aprimorar a
Assim, foi possível criar um ambiente no mediação pedagógica é um passo a serem
qual a qualidade da participação era desejada dado.
e valorizada (VERENGUER, 2009).
Referências Bibliográficas
Quadro 6: Expressão Livre de Opiniões
(exemplos de manifestações)
1. ALMEIDA, Maria E.B. As teorias principais
S4: “pude expressar minha opinião sem que da andragogia e heutagogia. In: LITTO,
os colegas discutissem todos ao mesmo Fredric; FORMIGA, Marcos. Educação a
tempo” Distância: o estado da arte. São Paulo: Ed
S21: “posso participar mais livremente e dar Pearson, 2009.
minha opinião sem pressa”
S39: “pelo fato do aluno responder sem a 2. DIEGUES, Alexandre et al. O Fórum na
‘pressão’ imposta pelos colegas de classe e construção de comunidades virtuais de
sem interrupções neste espaço, o aluno pode aprendizagem. 2003. Disponível:
se expressar por completo” http://ccvap.futuro.usp.br/TMP_UPLOAD/fil
es/tc-secs1177516369034__nusp6.pdf

Quanto às afirmações contidas no Quadro 3. KENSKI, Vani M. Educação e


6 é sabido que existem várias formas de se tecnologias: o novo ritmo da informação.
expressar e que cada pessoa tem a sua Campinas-SP: Papirus, 2007.
preferência.
O importante em um processo de 4. RICHARDSON, R. J. et al. Pesquisa
aprendizagem é criar oportunidades para que social: métodos e técnicas. 3. ed. São
todos, de alguma maneira, possam, a seu Paulo: Atlas,1999.
tempo, participar das discussões.
5. VERENGUER, Rita C.G. Docência
Universitária e Moodle: construindo uma
4. Conclusões e Trabalhos Futuros metodologia para a mediação
pedagógica. ANAIS. MoodleMoot Brasil
É ingênuo pensar que a educação 2009.
universitária está imune ou isolada das coisas
que acontecem na sociedade. Pelo contrário, 6. ZUFFO, Marcelo. Aprendizagem por meio
por ser uma instituição social a Universidade, de ambientes de realidade virtual. In:
através dos seus atores, dialoga e recebe LITTO, Fredric; FORMIGA, Marcos.
influencia deste ambiente. Educação a Distância: o estado da arte.
Se por um lado, os docentes universitários São Paulo: Ed Pearson, 2009.
estão diante de uma realidade que para
muitos é assustadora, como usar e usufruir
das TIC’s e dos AVA’s nas suas aulas, por
outro lado, os universitários, embora dominem
o uso das tecnologias, não sabem tirar delas
todo o seu potencial educacional.
Tal realidade pode ser encarada com uma
oportunidade de ampliar as competências
profissionais e de aprendizagem. Na qualidade
de docente-pesquisador, refletir e produzir
conhecimento sobre o uso das tecnologias na
Universidade é uma forma ampliar a
consciência sobre os limites e possibilidades
do seu uso.
Ao descobrirmos que o uso do Moodle e
de suas ferramentas interativas contribuíram
para que os universitários, segundo eles
próprios, valorizassem a escrita, a
aprendizagem coletiva e a troca de

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A formação de tutores e a customização de cursos online: um


modelo de tutoria que alavanca a qualidade dos cursos ofertados
Ana Sílvia Martins Montrezol Antunes1; Andrea Correa Silva2 ; Flávio Camargo 3
1
Pontifícia Universidade Católica – PUC/SP, profa.ana.silvia@gmail.com.br
2
Centro Universitário - Senac/SP, andreacsil@gmail.com
3
Centro Universitário - Senac/SP, flavioroberto15@gmail.com

Resumo: Tendo por objetivo a apresentação de modelos de aprendizagem, ensinagem, aprendizes e


tutores, o presente texto demonstra um dos modelos de desenvolvimento de cursos online, adotados
pela Escola de Governo e Administração Pública pertencente à Fundação do Desenvolvimento
Administrativo (Egap/Fundap), visando apoiar as ações às políticas de qualificação na gestão pública
e ao desenvolvimento de políticas voltadas à gestão por competências nos órgãos da Administração
Pública.

Palavras-chave: Formação de tutores, políticas públicas, gestão por competências, avaliação,


ambientes virtuais de aprendizagem.

aprendizagem, discussão e fóruns temáticos e


1. Introdução acompanhamento de turmas de alunos a eles
designadas).
A Fundação do Desenvolvimento O trabalho desenvolvido na
Administrativo – Fundap possui em sua Egap/FUNDAP consiste na criação de um
estrutura organizacional a Escola de Governo Design Educacional - DE específico para um
e Administração Pública (Egap/Fundap), a ela curso online. Esse DE consiste na oferta de
cabe a capacitação, aprimoramento ou um curso realizado em três etapas distintas
especialização de profissionais para o setor que, em seu conjunto constitui-se em um
público. Realizada em parceria com diversos curso completamente customizado,
órgãos do Estado de São Paulo - secretarias, atendendo as necessidades específicas de
autarquias, fundações, empresas e instituições capacitação do tutor e o aprimoramento ou
de ensino superior -, atuando ativamente tanto especialização de seu aluno – servidor
na definição de objetivos e metas de público, participante.
qualificação de recursos humanos quanto na
sua realização. 2. Método de desenvolvimento e
Dentre os diversos cursos na modalidade aplicação
EaD, desenvolvidos pela Egap/Fundap o
presente trabalho destaca o curso de O curso, em seu conjunto, é apoiado pela
Programa de Desenvolvimento Gerencial – teoria da Pesquisa-ação, definida por David
PDG, a principal característica desenvolvida Tripp como:
pela escola de Governo em relação ao PDG é
a observância criteriosa em sua customização “pesquisa-ação é uma forma de
à cada específica área para qual ele será investigação-ação que utiliza técnicas de
ofertado. Após criteriosa caracterização do pesquisa consagradas para informar a ação
gestor – público a quem o curso será que se decide tomar para melhorar a prática”
destinado – inicia-se um trabalho cuidadoso a
ser realizado desde a customização, no Paralelamente a metodologia é apoiada
ambiente Moodle, do material a ser adotado, a pelo conceito estrutural da Community of
formação e treinamento específico de tutores Inquiry, ou Comunidade de questionamentos.
envolvendo (validação de objetos de A metodologia apoiada na pedagogia
tecnológica possui como principal

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

característica que o ambiente virtual de anteriormente aplicadas buscando assim


aprendizagem nos leva a observar que a facilitar o processo de customização e
educação ocorre também sobre idéias e não promovendo a gestão do conhecimento
sobre fatos, para os autores o aspecto acumulado em outros cursos realizados pela
essencial do e-learning se estende além do Escola de governo.
seu acesso a informação, construindo Nessa primeira etapa atividades a serem
aspectos comunicativos e interativos. O desenvolvidas em pólos de vídeo conferência
objetivo do e-learning de qualidade é o de também são organizadas, pois a presença dos
mesclar diversidade e coerência em uma e- alunos nesses pólos também podem estar
leraning ecology dinâmica e intelectualmente previstas no desenvolvimento do curso.
desafiadora. Para cada pólo são selecionados tutores
que atuarão de forma presencial, essa seleção
Os elementos chave que compõem a é realizada por meio de cadastramento junto a
community of inquiry são: Egap/Fundap.

a. Presença cognitiva: representada pela 2ª. Etapa: Os tutores selecionados para


detecção de problemas, informação externa e atuarem presencialmente atuarão também a
aplicação de novas idéias; distância, pois percebeu-se que esse
b. Presença Social: expressão de nova acompanhamento contínuo dos alunos, tanto
emoções. Livre expressão e encorajamento da presencialmente, quanto online torna o curso
colaboração mais atrativo quanto a temática a ser
c. Presença de Ensino: aplicação de desenvolvida, quanto a interação tutor-aluno.
curículo e métodos, participação com Uma vez selecionados e treinados para o
significação pessoal e foco na discussão. acompanhamento presencial, inicia-se o
processo de formação de tutores, para o
trabalho online. Esse trabalho é realizado e
Partindo-se dessa metodologia e estruturado na Plataforma Moodle. Inicia-se o
aplicação, descrevemos a seguir a construção curso de formação de tutores para atuação no
e customização do Programa de Programa de Desenvolvimento Gerencial –
Desenvolvimento Gerencial nas três etapas PDG.
que a compõe: O curso aborda o trabalho de tutoria sob a
ótica da pedagogia tecnológica, com foco no
1ª. Etapa: existe na necessidade de que teoria da Community of Inquiry desenvolvida
os temas abordados sejam completamente por Anderson e Garrison, inicia-se o trabalho
customizados às necessidades de seu público de tutoria a partir da compreensão das
alvo, para tanto, estabelece-se um trabalho presenças cognitiva, social e de ensino
conjunto entre os especialistas temáticos das estabelecida dentro do ambiente virtual e
disciplinas que compõem o Programa de desenvolvida em conjunto entre aluno-
Desenvolvimento Gerencial – PDG a serem professor, professor-aluno e aluno-aluno.
abordadas e os especialistas das áreas as Elementos sobre compreensão do significado
quais os servidores públicos – os alunos – de distância, presença e interatividade
pertencem. Exemplificando: aos servidores também são abordados, em especial os
voltados à área da educação as disciplinas apresentados por Romero Tori.
que compõem o PDG serão trabalhadas pelo Aos tutores são apresentados também as
foco temático das políticas educacionais, ferramentas de gerenciamento do ambiente
realidade e aplicabilidade. moodle a serem utilizadas durante o curso.
Para tanto um ambiente online, para o Serão esses tutores responsáveis pelo
trabalho conjunto é aberto no Moodle. As controle de presença, desenvolvimento de
disciplinas são então tratadas sob a ótica da atividades, auxilio e promoção de interação
área específica em que será ofertado. entre os alunos.
Exercícios, textos, temas para debate em Estabelecida a compreensão sobre o
fóruns, glossário e bibliografia são papel do tutor, do aluno e o que é esperado
organizados. dentro desse ambiente virtual de
Uma equipe da Egap/Fundap realiza aprendizagem, as atividades a serem
pesquisas prévias nos cursos ofertados realizadas aos alunos são apresentadas
previamente e auxilia os conteudistas previamente ao tutor de forma a prepará-lo
especialistas ao apresentar os resultados para o exercício efetivo da tutoria focada no
obtidos em atividades semelhantes PDG específico do curso, cada exercício é

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realizado e validado pelo tutor. Cabe a esse realidade de ação, subordinação e


tutor, conhecedor da área e do público a quem hierarquização mais dinâmica e autônoma é
o curso é destinado, validar as atividades sua atuação no curso.
quanto ao seu grau de dificuldade, Os alunos se empenharam plenamente
aplicabilidade. em todo o desenvolvimento do curso, sendo
Ao realizar essas ações os tutores as desistências raras, menos de 10% do total
também entrarão em contato direto com os de alunos, sendo que parte dos desistentes
especialistas de cada uma das disciplinas, demonstrou desejo de retornar as atividades,
serão eles o elo entre os alunos e esses caso ocorra nova oferta desse mesmo curso.
mesmos especialistas. Essa formação é
fundamental para o desenvolvimento do curso
como um todo, pois o número de alunos a 4. Conclusões e Trabalhos Futuros
serem capacitados na área pública é
demasiadamente elevado e, um contato direto Observou-se que além do
com o especialista tornaria o curso desenvolvimento mais ativo do curso de
completamente inviável. Programa de Desenvolvimento Gerencial, o
Paralelamente, toda a atuação do tutor é próprio ambiente virtual de aprendizagem
acompanhada pela coordenação de tutores, apresentou-se como fértil à realização de
são verificados sua assiduidade, pesquisas especialmente desenvolvidas para
comprometimento, compartilhamento, a pesquisa-ação do perfil específico do aluno
autonomia e letramento digital, a seleção que dele participa.
inicial compõe uma parte de todo o processo Especificamente no curso de Programa de
de desenvolvimento e formação de tutores. Desenvolvimento Gerencial direcionado aos
3ª. Etapa: o curso é oferecido ao seu diretores de escolas estaduais do estado de
público alvo, o servidor público. Os exercícios, São Paulo foi possível consolidar o perfil
glossário, bibliografia e temas a serem desses diretores e a forma como atuam em
abordados em fóruns, já foram customizados suas áreas profissionais.
por especialistas, validados por tutores, com
formação compatível ao público ao qual o
curso é oferecido e, que ao mesmo tempo, Referências Bibliográficas
capacitados quanto ao desenvolvimento da
atuação pedagógica tecnológica e 1. GARRISON, R.D. 2001, Cognitive
gerenciamento do ambiente virtual. Presence for effective Asynchronous
ONLINE Learning: the Role of
REFLECTIVE inquiry, self-direction anda
3. Resultados atuais Metacognitition [online]
HTTP:qqcommunitiesofinquiry.com/docum
A metodologia descrita é inovadora e está ents/SLOAN%20cp%20Chapter%202003.
em fase de implementação, experiências doc.
iniciais já apresentaram resultados muito 2. _____________________ 2007, Online
positivos existindo porém, a necessidade community of inquiry review: Social,
constante de que cada etapa seja Cognitive, and Teaching Presence Issues.
cuidadosamente analisada, sob a ótica de [online], www.sloan-
desenvolvimento aplicabilidade efetividade e c.org/publications/JALN/V11n1/V11n1_8ga
eficiência. Resultados positivos foram rrison.asp.
verificados no curso PDG – Educação, voltado 3. TRIPP, David. [online],
aos diretores das escolas públicas do estado http://www.scielo.br/pdf/ep/v31n3/a09v31n
de São Paulo. O curso contava com 241 3.pdf.
tutores e 4.213 alunos, dessa forma foram 4. TORI, Romero. Educação sem distância
formadas turmas com 15 a 20 alunos para Editora SENAC-SP e o NAP Escola do
cada tutor (a distribuição foi estabelecida Futuro / USP, 2010.
conforme a região de atuação a que o diretor
(alunos) estava subordinado.).
Observou-se que a preparação e
supervisão continua ao trabalho do tutor
reflete de forma significativa e positiva quando
ao envolvimento do aluno às atividades a ele
propostas. Quanto mais próxima a sua

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

A Contribuição do Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle


para o Curso de Gestão Escolar na Formação dos Alunos do
Estado do Pará.

Silvério Sirotheau1, Marianne Kogut Eliasquevici1


1
Universidade Federal do Pará, silverio@ufpa.br mariane@ufpa.br

Resumo: O Curso de Especialização em Gestão Escolar vinculado ao Programa Nacional Escola de


Gestores da Educação Básica do Ministério da Educação tem como apoio o Ambiente Virtual de
Educação a Distância - moodle - com mecanismos de comunicação síncrona e assíncrona. Portanto,
o objetivo do estudo é analisar as informações que a ferramenta disponibiliza nas salas ambientes do
Curso Escola de Gestores do Estado do Pará.

Palavras-chave: Ambiente Virtual de Aprendizagem, Moodle, Ferramentas

Abstract: The Specialization in School Management linked to the National School of Management of
Basic Education, Ministry of Education is to support the Virtual Environment for Distance Education -
moodle - with mechanisms for synchronous and asynchronous communication. Therefore, the aim of
the study is to analyze the information that the tool provides environments in the halls of the Course
School of Management of the State of Pará.

Keywords: Virtual Learning Environment, Moodle, Tools

setores Unidade Regionais de Ensino (URES)


1. Introdução e das Unidades SEDUC nas escolas (USES),
estes dois últimos comportam o organograma
O Programa Nacional Escola de Gestores da de gestores do sistema de ensino da SEDUC
Educação Básica, parte das ações do Plano (GUIA DIDÁTICO DO CURSO, 2008).
de Desenvolvimento da Educação (PDE), O curso foi distribuído geograficamente
surgiu da necessidade de se construir em dez polos: um em Belém (Polo
processos de gestão escolar compatíveis com Metropolitano - MTA), dois em Marabá (Polo
a proposta e a concepção da qualidade social Carajás I e II – MTB e MTC), um em Santarém
da educação (MEC, 2007). Uma de suas (Polo Baixo Amazonas - MTD), um em
ações é um curso Lato Sensu em Gestão Castanhal (Polo Guamá/Rio Capim - MTE),
Escolar, na modalidade a distância, para a um em Breves (Polo Marajó - MTF), um em
formação de Gestores escolares, que foi Bragança (Polo Caeté - MTG), um em
realizado em diversos Estados Brasileiros. No Abaetetuba (Polo Tocantins - MTH), um em
Pará, a realização do curso é responsabilidade Tucuruí (Polo Tucuruí - MTI) e um em Altamira
da Universidade Federal do Pará (UFPA), por (Polo Xingu - MTJ).
meio do Instituto de Ciências da Educação Dentro das diversidades que
(ICED), que se articula aos sistemas de constituem a realidade educacional em nosso
educação básica, por meio da Secretaria de País, a Educação a Distância (EaD)
Estado de Educação (SEDUC) e da União dos apresenta-se como uma modalidade que pode
Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME), contribuir substantivamente para mudar o
esta última no papel de articuladora das redes quadro de formação e qualificação dos
municipais de educação básica. profissionais da educação, e, nesse caso
A proposta de formação deste curso, específico, dos dirigentes escolares
no Pará, destina-se aos profissionais que (OLIVEIRA e FIREMAN, 2008).
integram a equipe gestora da escola, diretor e A utilização da rede mundial de
vice-diretor, incluindo-se, também, o computadores vem proporcionando
coordenador pedagógico, os gestores dos expressivas mudanças no cenário de ensino-

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aprendizagem, sem dúvida, um grande permita a compreensão sobre o alcance, às


diferencial sobre os outros meios de possibilidades e os limites das práticas de
comunicação no processo de ensino a gestão nas escolas públicas como instituições
distância, proporcionando a interatividade que compõem a prática social, aliado à
entre os professores e estudantes, principais possibilidade de oferecer oportunidades para a
participantes desse cenário. reflexão a respeito dos aspectos operacionais
Vivemos em um processo de grandes que lhes são próprios. Pretende-se que os
mudanças socioculturais, em que a difusão de processos formativos impliquem na
novas ferramentas que possibilitam a apropriação de meios, mecanismos e
transferência de conhecimento se torna instrumentos que permitam intervenções mais
extremamente importante, a fim de preparar o satisfatórias, do ponto de vista pedagógico, no
exercício da cidadania e para qualificação dia-a-dia escolar, a partir da compreensão dos
profissional. A velocidade do progresso condicionantes sociopolíticos e econômicos
científico e tecnológico e a consequente que permeiam a organização escolar.
transformação dos processos de produção e O curso está estruturado em três eixos
serviços tornam o conhecimento superado vinculados entre si: o direito à educação e a
rapidamente, o que propõe uma atualização função social da escola básica; políticas de
contínua e apresenta novas exigências para educação e a gestão democrática da escola;
formação do professor (MELO NETO, 2007). Projeto Político Pedagógico e Práticas
As novas tecnologias de informação e Democráticas na Gestão Escolar. Esses eixos
comunicação motivam Instituições de Ensino a estão consubstanciados em seis Salas
criarem oportunidades de aprendizagem, de Ambientes, além de um ambiente introdutório
forma a contribuir com desenvolvimento da à Plataforma Moodle e ao curso de
educação pública no Estado do Pará, especialização. Estes, por sua vez, deram
garantido o direito à educação escolar com origem aos seguintes integrantes curriculares,
qualidade social. Nesse contexto, pode-se além da organização do trabalho de conclusão
obter uma noção de como o Ambiente Virtual do curso: a) Introdução ao ambiente Moodle e
de Aprendizagem, no caso o Moodle (Modular ao curso (40 horas); b) Sala Ambiente
Object-Oriented Dynamic Learning Fundamentos do Direito à Educação (60
Environment), por meio de seus recursos, horas); c) Sala Ambiente Políticas e Gestão na
contribui de forma direta no desenvolvimento Educação (60 horas); d) Sala Ambiente
do Programa Nacional. Planejamento e Práticas da Gestão Escolar
Este artigo analisa os resultados do (60 horas); e) Sala Ambiente Tópicos
Curso de Especialização Escolar em EaD na Especiais (30 horas); f) Sala Ambiente
Plataforma de Educação a Distância Moodle, Oficinas Tecnológicas (30 horas); e g) Sala
apresentando um breve resumo dos dados do Ambiente Projeto Vivencial (120 horas).
curso, compartilhando lições aprendidas para
futuras melhorias do projeto. 3. A Contribuição do Moodle para o
Programa Nacional Escola de Gestores do
2. Organização do Programa Nacional Estado do Pará
Escola de Gestores da Educação Básica no
Estado do Pará A infra-estrutura do Ambiente Moodle utilizado
foi a do Ministério da Educação (MEC),
O curso é dirigido aos profissionais gestores através de uma instância (Moodle Network)
das Escolas Públicas de Educação Básica e a com sua sala pré-elaborada, o curso fez uso
sua proposta pedagógica, assentada na das ferramentas como, base de dados, chats,
relação teoria-prática, expressa uma fóruns, glossário, recursos e tarefa.
concepção de formação humana e de gestão Numa primeira análise, verifica-se um
educacional dentro dos marcos da democracia alto índice de acesso durante a entrega de
e da cidadania. Busca favorecer melhorias e atividade da Sala Ambiente Projeto Vivencial,
incentivar inovações na prática cotidiana da a maioria dos discentes acessa a plataforma
gestão escolar que concorram para a elevação no final dos prazos estabelecidos, devido isso,
qualitativa do padrão de escolaridade da a figura 1, mostra dados estatístico retirado
educação básica. do Moodle, onde quase 55,200 acessos no dia
A formação com qualidade dos 1 de Setembro de 2009, quando foi marcado o
profissionais gestores escolares, em nível de fechamento da atividade.
pós-graduação Lato Sensu, requer,
interligadamente, aprofundamento teórico que

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

em dez salas conforme a região do estado do


Pará como mostra a figura 3.

Figura 1: Dados retirados do moodle.

Os dados comprovam um comparativo


em relação aos resultados do suporte, obtidos
durante o curso, onde consta a falta de
disciplina de estudo e a dificuldade de acesso Figura 3: Salas Ambientes com seus
a internet dos cursistas no Estado, a falta de respectivos Pólos.
rotina de estudo comprova o alto índice de Os dados na figuras 4 mostram as
acesso no dia do fechamento da atividade. salas mais ativas e com mais participantes,
Outro dado analisado é o número de em meios quantitativos, a Sala MTC, possui o
acessos mensais que chega a 319 (únicos), maior índice de acesso, com quase 25000, em
com cerca de 9000 logins mensais durante p segundo a Sala MTA e em terceiro a Sala
fechamento de atividade, isto mostra, que os MTE, isso mostra o diferencial entres os pólos
cursistas possuem outros meios alternativos do Estado, com relação à infra-estrutura de
de acesso, novamente o exemplo da Sala acesso as outras regiões.
Ambiente Projeto Vivencial, como mostra a
figura 2.

Figura 4: As salas ambientes mais ativos.


Em seguida são apresentadas lições
Figura 2: Acessos ao Moodle durante a Sala aprendidas para futuras melhorias do projeto
Ambiente Projeto Vivencial. Escola de Gestores que são consideradas
inovadoras no contexto da Faculdade da
Outra informação importante sobre Educação da UFPA.
curso onde teve uma grande demanda de
cursistas foi a dificuldades em relação à • Desenvolvimento de trabalho
estrutura da sala organizada pelo MEC, os colaborativo entre alunos usando a
professores entenderam que o programa não ferramentas da plataforma;
atendia a realidade da região. Com isso houve
uma nova estrutura do curso que foi dividido

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

• Criação de páginas virtuais pelos 5. GUIA DIDÁTICO DO CURSO. Esp. Escola


alunos, através da Sala Ambiente de Gestores. 2009
Oficinas Tecnológicas;

• Utilização de recursos audiovisuais


em páginas e/ou em fóruns de
discussão;

• Disponibilização de tutoriais de vídeo


criados a partir da sincronização de
gravações de aulas e apresentações
eletrônicas.

4. Considerações Finais

Ambientes de aprendizagem, tal como


o Moodle, possibilitam o desenvolvimento de
práticas interativas, na produção de textos
virtuais e de um ambiente construcionista
social favorecendo gestores para o
desenvolvimento do conhecimento no Estado
do Pará.
Além disso, a interatividade ocorrida
no processo de elaboração do conhecimento
favoreceu o estudo e a pesquisa pelos
estudantes com condições de intervir na
realidade de sua escola, no sistema
educacional de seu Município e do Estado,
com a responsabilidade e comprometimento
com a qualidade e com a democratização do
território educacional.

5. Referências Bibliográficas

1. MELO NETO, José Augusto de.


Tecnologia Educacional: Formação de
Professores no Labirinto do Ciberespaço.
1. ed. Rio de Janeiro: MemVavMem, 2007.
v. 1. 126 p.
2. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Secretaria
de Educação Básica - Programa Nacional
Escola de Gestores da Educação Básica.
Projeto Curso de Especialização em
Gestão Escolar (Lato Sensu): projeto de
curso. Brasília, set.2007.
3. OLIVEIRA; Carloney Alves de; FIREMAN;
Elton Casado. Ambiente Moodle como
apoio ao curso de especialização em
gestão escolar da escola de
gestores/UFAL. 2˚ Simpósio Hipertexto e
Tecnologias na Educação Multimodalidade
e Ensino, 2008.
4. FERNANDES,João;MANEIRA, Antonio.
Moodle na FCTUNL. Comunidades de
Aprendizagem Moodle. CaldasMoodle’08.
2008.

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Uma Abordagem para o Ensino de Orientação a Objetos apoiada


pelo Ambiente Virtual MOODLE, Software Alice, PBL e Mapas
Conceituais
Erik Aceiro Antonio1; Milene Ferro2; Sandra C. P. F. Fabbri3
1,3
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), {erik_antonio, sfabbri}@dc.ufscar.br
2
Universidade Estadual Paulista (UNESP), milenef@rc.unesp.br

Resumo: O estudo de linguagens de programação Orientada a Objetos é considerado um


componente curricular de grande importância nos cursos de Ciência da Computação e Sistemas de
Informação. Contudo, o ensino de Orientação a Objetos associado a uma linguagem de
programação, é uma tarefa complexa e que exige do aluno alto grau de abstração. Muitas vezes a
dificuldade no aprendizado de conceitos fundamentais gera a desmotivação e evasão do curso.
Pensando em auxiliar os alunos no processo de ensino aprendizagem, este artigo apresenta uma
abordagem para o ensino de Orientação a Objetos, apoiada pelo Ambiente Virtual Moodle, software
Alice, PBL e uso de mapas conceituais, visando tornar esse aprendizado mais significativo para os
alunos. Esse estudo foi aplicado nos cursos de Sistemas de Informação e Ciência da Computação e
os resultados obtidos apresentam a contribuição da proposta no processo de aprendizado.

Palavras-chave: PBL, Ambiente Virtual MOODLE, Alice, Orientação a Objetos, Mapas Conceituais.

Abstract: The study of object-oriented programming language is considered an important component


of curriculum in courses of Computer Science and Information Systems. However, the learning of
Object Orientation associated with a programming language is a complex task that requires the
student a high degree of abstraction. The learning difficulty of the basic concepts in discipline leads to
demotivation and drop the course. Thus, to assist the students in the teaching and learning process,
this article presents an approach for teaching of the Object Orientation, using Moodle, Alice software,
PBL and concept maps, to order to make this learning more meaningful for students. This study was
applied in the courses of Computer Science and Information Systems and the results show the
contribution of the proposal on student learning.

Keywords: PBL, Virtual Environment, Alice, Object Oriented, Mind Maps.

quadro de evasão pode ser verificado na


1. Introdução Tabela 1, retirada de um caderno de
Perguntas Frequentes (FAQ) do Instituto de
Matemática e Estatística da USP (IME) sobre
Segundo o currículo de referência da
o curso de Bacharelado de Ciência da
Sociedade Brasileira de Computação (SBC)
Computação.
de 1999, o ensino de Linguagens de
Programação Orientadas a Objetos (POO) é
Tabela 1 – Porcentagem de evasão média de alunos do
parte integrante das matérias de Fundamentos curso de bacharelado e Ciência da Computação do IME
da Computação, tendo assim, a disciplina de (USP) das turmas de 1986 a 2000.
POO uma relação direta com a formação % de evasão média dos
Período de curso
básica do aluno, devendo assim ser explorada alunos por período 4 anos
com alto nível de profundidade. 1986 a 1990 9,44
Contudo, ensinar POO para os alunos em 1987 a 1991 22,68
início dos cursos de graduação em Ciência da 1988 a 1992 29,81
Computação e Sistemas de Informação, é 1989 a 1993 39,19
uma tarefa que exige o uso de abordagens 1990 a 1994 43,22
apoiadas em elementos facilitadores de 1991 a 1995 43,60
aprendizagem, já que os estudantes têm certa 1992 a 1996 39,20
1993 a 1997 40,80
resistência e dificuldade em assimilar os 1994 a 1998 36,00
conceitos básicos, o que gera um alto índice 1995 a 1999 25,60
de reprovação e evasão, dificultando e até 1996 a 2000 20,70
impedindo a continuidade no curso. Esse Fonte: http://www.ime.usp.br/~cgmac/faq.html

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Pensando nisso, o artigo propõe investigar argumentações lógicas; 3) ser complexo ao


a importância da customização do MOODLE, ponto de necessitar cooperação na busca da
aliado a técnica de PBL (Aprendizagem solução; e 4) apresentar questões abertas de
Baseada em Problemas) e também ao forma a promover discussão. Assim, para
ambiente de programação 3D Alice, aplicado atender essas características, optou-se pelo
durante as aulas ministradas no primeiro uso do método PBL uma vez que a proposta
semestre de 2010 em duas instituições de dessa linha de ensino é apresentar um estudo
ensino superior. de caso do mundo real, que permita, em certo
Os Mapas Conceituais apresentados, grau, despertar os alunos para o aprendizado.
embora ainda não integrados formalmente ao Embora a estratégia de PBL seja
ambiente virtual serviram para o mapeamento relativamente madura, nota-se uma escassa
e encadeamento lógico de objetos e literatura a respeito do uso dessa estratégia
determinação dos participantes em um modelo em cursos de computação, especificamente
conceitual preliminar. no que diz respeito à aplicação de PBL com o
O artigo está organizado da seguinte uso de AVA’s (SEGURA et al., 2009).
forma: a Seção 2 apresenta os materiais e
métodos utilizados. Na Seção 3 está 2.3. Alice
disponível a estratégia de utilização dos
materiais e métodos apresentados na Seção Ambiente de programação 3D Alice: é um
2. A Seção 4 apresenta os resultados da software escrito em Java que permite a
abordagem proposta e a última seção mostra construção de mundos virtuais animados.
as conclusões do trabalho. Nesses mundos virtuais o estudante pode
inserir e modificar totalmente um cenário, bem
2. Materiais e Métodos como criar novos mundos virtuais. Estruturas
comuns de linguagens de alto nível são
2.1. MOODLE fornecidas tais como condicionais/desvios,
comandos de repetição, envio de mensagens,
O ambiente MOODLE é um Sistema de construção de métodos, criação de variáveis,
Gerenciamento de Cursos – “Course parâmetros com tipos primitivos e comentários
Management System/Learning Management em código. O sistema Alice é mantido e
System” (CMS/LMS), que fornece uma desenvolvido por pesquisadores da
plataforma livre para professores e alunos Universidade de Carnegie Mellon e disponível
compartilharem informações por meio de gratuitamente no endereço www.alice.org.
módulos que estão disponíveis na forma de
“plug-ins” para uso como ferramentas 2.4. Mapas Conceituais
síncronas e assíncronas. Além dos módulos
pré-existentes, o MOODLE também permite a O processo de ensino envolve paciência,
sua customização e o acréscimo de novos vontade para encorajar os estudantes a
módulos (MOODLE, 2010). participar das atividades e talvez, o mais
importante, a habilidade de estimular o diálogo
por um longo período de tempo (BARNES, et
2.2. Problem Based Learning – PBL al. 1994, RANGAN, 1995). Mapas conceituais
são ferramentas que auxiliam no processo de
PBL é uma estratégia centrada no aprendizagem, especialmente na disciplina de
estudante, que o ajuda a desenvolver Orientação a Objetos, em que os estudantes
soluções de maneira colaborativa, são obrigados a obter, interpretar, comunicar e
desenvolvendo o raciocínio e comunicação, representar grandes quantidades de
tendo o professor como um facilitador de informações complexas e abstratas. Essa é
conhecimento. Nessa estratégia, o estudante uma técnica extremamente efetiva para
é constantemente estimulado a aprender e a nortear o pensamento e o processo de
fazer parte do processo de construção desse aprendizado (BUZAN, 1989). O uso de Mapas
aprendizado (DELISLE,1997). Conceituais é um tipo de técnica criativa e
DUCH e colaboradores (2001) consideram produtiva que pode melhorar a aprendizagem
que um bom problema deve possuir algumas e a eficiência de indivíduos e organizações.
características, tais como: 1) motivar os Essa técnica consiste na captura de idéias na
estudantes; 2) incentivar a tomada de forma de um diagrama e suas respectivas
decisões e realização de julgamentos com conexões, podendo ser utilizados em qualquer
base em fatos, informações e/ou

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atividade em que o ensino, planejamento, Além do MOODLE e PBL foi utilizado o


recordação ou criatividade estão envolvidas. ambiente virtual 3D Alice. Esse software
apresenta uma interface amigável e um
3. Abordagem Proposta ambiente interativo que permite facilmente ao
aluno reconhecer os princípios de Orientação
A motivação central do trabalho foi a Objetos, como classes, objetos instanciação
pesquisar e desenvolver uma abordagem, e outros conceitos elementares. Por fim,
visando facilitar o aprendizado de Orientação Mapas Conceituais também foram utilizados
a Objetos pelos estudantes. Para obter esse visando facilitar a análise/modelagem
resultado, foram combinados quatro diferentes preliminar de sistemas orientados a objetos.
tipos de materiais/métodos apresentados na
Seção 2: (i) a colaboração entre alunos e
professor por meio do MOODLE; (ii) a
Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL);
(iii) a utilização do software Alice; e (iv) o uso
de Mapas Conceituais como uma maneira de
apoiar a elicitação de requisitos na fase de
análise em Engenharia de Software.
Para reduzir a complexidade de sistemas
orientados a objetos optou-se pela
customização e uso do MOODLE.
A abordagem proposta foi aplicada às
disciplinas de Linguagem de Programação II
Figura 1 – Exemplo de um Sismógrafo.
(LPII) do curso de Sistemas de Informação do Fonte: http://www.yalosabes.com/images/sismografo.jpg
Centro Universitário Hermínio Ometto
(UNIARARAS) e de Sistemas Orientados a É importante ressaltar que o ambiente
Objetos (SOO) do curso de Ciências da MOODLE customizado com o mascote “Duke”
Computação da Universidade Estadual possibilitou a integração da técnica de PBL e
Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP) também do ambiente virtual 3D Alice, por meio
campus de Rio Claro. A disciplina de LPII de materiais, questionários, fórum e pesquisas
apresentava um total de 45 alunos com carga de avaliação. A proposta usada na
horária de 80 horas, sendo a primeira de uma problematização foi a construção de um
série de disciplinas que apresentam os “Simulador de Abalos Sísmicos” (SAS). Nessa
princípios de Orientação a Objetos. Por outro tarefa os alunos foram conduzidos a uma
lado, a disciplina de SOO tinha um total de 33 leitura introdutória de um roteiro sobre o tema
alunos e carga horária de 60 horas, sendo que proposto que apresentava um Sismógrafo,
os alunos já haviam tido algum contato apresentado na Figura 1.
anterior com linguagens orientadas a objetos
como C# e Java.
Para criar um ambiente com 4. Resultados
características próprias e que despertasse o
interesse dos alunos, foi criado um
Um questionário pré-diagnóstico foi
personagem virtual “Duke”, que tinha como
proposto com questões abertas, sendo que
objetivo tornar o ambiente mais amigável à
cada uma das respostas deveria ser pontuada
realidade dos estudantes. O personagem
como correta ou errada. Esse mesmo
“Duke” faz parte do projeto livre Kenai
questionário foi aplicado antes e depois do uso
(duke.kenai.com) e representava o mascote
da ferramenta virtual 3D Alice a fim de
da linguagem Java. Esse personagem foi
identificar o grau de familiaridade com os
incorporado ao MOODLE na forma de um
termos e também a expressividade no uso do
locutor/instrutor, assim em cada aula o
software Alice. As perguntas foram
mascote mostrava o roteiro da aula e conduzia
configuradas no ambiente MOODLE usando a
os alunos à leitura de materiais existentes.
atividade Questionário. Os principais termos
Para o desenvolvimento das atividades,
explorados foram o significado de Objetos,
procurou-se adotar constantemente o uso da
Classes, Atributos, Métodos, Sobrecarga,
PBL, dessa forma as atividades foram
Troca de Mensagem, Herança e Instanciação.
extraídas da realidade diária dos alunos e
A Figura 2 apresenta o resultado obtido.
também com estudos de casos reais
motivadores.

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

Sísmicos permitiu elencar um problema real,


atual e de grande destaque nos dias atuais,
aproximando os alunos da realidade. Além
disso, o uso de Mapas Conceituais associado
ao uso semântico de estereótipos da UML
permitiu, em certo grau, transcrever o modelo
proposto para diagramas de classes em UML
com certa facilidade. É importante observar
que esse último estudo de caso levou a um
entendimento mínino de Orientação a Objetos
e também de Engenharia de Software.

Referências Bibliográficas

1. MOODLE. Disponível em: http://www.moodle.org.


Figura 2 – Resultado do questionário das atividades Pré- [15 de ago. 2010]
Diagnóstico (Barra azul) e Pós-Diagnóstico (Barra
verde), da avaliação média entre a disciplina de LPII e 2. DELISLE, R.: How to use problem-based
SOO.
learning in the classroom. ASCD: Alexandria,
Virgina, EUA (1997).
Para a avaliação do Projeto SAS foi
utilizada a técnica de Mapas Conceituais para
3. DUCH, B. J.; GROH, S. E.; ALLEN, D. E.: The
a construção de modelos preliminares sobre a
Power of Problem-Based Learning: a practial
elicitação dos requisitos necessários no
how to for reaching
projeto. A Figura 3 apresenta o resultado da
construção de um dos grupos de estudantes.
4. SEGURA, R. A., ARAUJO, C. F. J., SILVEIRA, I.,
F. : Aprendizagem Baseada em Problemas
Apoiada por Ambientes Virtuais: um Estudo
de Caso em Banco de Dados. In: Anais do XVII
Workshop sobre Educação em Informática
(WEI). Bento Gonçalves, Brasil (2009).

5. BARNES, L.B., CHRISTIANSEN, C.R., HANSEN,


A.J.: Teaching and the Case Method: T Cases,
and Readings. Harvard Business School Press,
Boston (1994).

6. RANGAN, V.K.: Choreographing a Case


Class. Harvard Business School Publishing,
Boston (1995).

7. BUZAN, T.: Use Both Sides of Your Brain.


Figura 3 – Mapa Conceitual do Projeto SAS. Plenum, New York (1989).

5. Conclusão

A aplicação do uso do personagem virtual


Duke como forma de customização do
MOODLE, possibilitou através do diálogo, uma
maior interação entre professor (personagem)
e aluno, além de aproximá-los do conteúdo
apresentado, gerando interatividade dos
estudantes com o ambiente MOODLE. O uso
do software Alice, despertou interesse e
facilitou o entendimento dos conceitos de
Orientação a Objetos. A aplicação da PBL
com o uso de um Simulador de Abalos

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RELATA: Um módulo gráfico de geração de relatórios como apoio


às atividades docentes em cursos a distância da UFRN baseados
no Moodle
Arthur H. G. Rêgo1; Apuena Vieira Gomes2; Ana Cristina Facundo de Brito3 e Márcia
Lucena4
1
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, DIMAp/SEDIS, arthurhgr@gmail.com
2
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, SEDIS, apuena@gmail.com
3
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, SEDIS, anacfbrito@gmail.com
4
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, DIMAp, marciaj@dimap.ufrn.br

Resumo: Este artigo descreve a elaboração de um módulo de gestão de dados estatísticos a partir
de um estudo feito em relação à análise de relatórios no ambiente virtual Moodle, visando estimular o
acompanhamento acadêmico dos discentes, bem como os seus rendimentos.

Palavras-chave: relatórios, dados estatísticos, desempenho acadêmico, Moodle.

Abstract: This paper describes the development of a management statistics module from a study
concerning the analysis of reports on Moodle, to stimulate the academic tracking of students as well
as the the income of their income.

Keywords: reports, statistics, academic performance, Moodle.

coordenadores de tutoria, coordenadores de


1. Introdução curso e de pólos.
O grande desafio da Educação a Distância
A Secretaria de Educação a Distância é a de tentar buscar novas formas de
(SEDIS) da Universidade Federal do Rio promover seu ensino. Para isso, é necessário
Grande do Norte (UFRN) surgiu em junho de avaliar se a metodologia empregada é a mais
2003, e foi fundada com o principal objetivo de adequada para o momento. Os docentes
fomentar a educação na modalidade à então precisam moldar suas atividades para
distância na UFRN e estimular o uso das que sejam utilizadas nas ferramentas e
tecnologias de informação e comunicação recursos existentes nos ambientes virtuais,
como ferramenta de ensino e aprendizagem facilitando assim a compreensão dos
(SEDIS, 2010). discentes (GOMES, 2004).
Inicialmente a SEDIS oferecia suporte à Uma das formas de avaliar o rendimento e
docentes com disciplinas presencias, desempenho em um determinado curso ou
complementando seu ensino na modalidade a disciplina no Moodle se dá através da
distância. Porém a partir de 2005, surgiram os ferramenta Relatórios. Nos relatórios estão
cursos superiores à distância. Para oferecer todas as informações de acesso aos recursos
suporte a estes cursos completos foi adotado do Moodle. Com base nos relatórios, os
o Moodle. Atualmente os cursos oferecidos docentes poderão analisar se os discentes
são de licenciaturas em Matemática, Química, estão participando efetivamente da disciplina,
Física, Geografia e Biologia, e também cursos e se sua metodologia está surtindo efeito. O
de bacharelados em Administração projeto relatório de Notas então comprova o
piloto e Administração pública. rendimento de cada discente. Porém,
Nestes cursos à distância oferecidos pela observamos que o item de Relatórios pode
SEDIS através do Moodle, podemos citar os parecer ambíguo e confuso para os usuários
seguintes tipos de usuário: docentes, mais inexperientes em um ambiente
discentes, tutores orientadores, tutores de computacional, fazendo com que seu uso seja
disciplinas experimentais, tutores de estágio, dificultado ou até ilegível. Outro empecilho é o
fato de possuir formulários com muitas opções

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de preenchimento, fazendo com que o usuário 2.1. Módulo RELATA


até mesmo desista de analisar, tamanha a
quantidade de informação, o que dificulta um Visando solucionar os problemas com
melhor aproveitamento da ferramenta. Além relação à interpretação dos dados estatísticos,
disso, o relatório de notas também se bem como a dificuldade de usabilidade no item
apresenta confuso, pois faltam legendas Relatórios, presente no bloco de
explicativas e ajudas ao usuário. Administração do Moodle, a proposta aqui
A seguir, na Seção 2 apresentamos uma será então de entender esta necessidade e
visão geral do Moodle seguido da proposta de desenvolver um módulo em formato de bloco
módulo que propõe amenizar alguns dos capaz de agregar os vários tipos de relatórios
problemas expostos anteriormente. Na Seção de maneira que o mesmo possa transmitir
3 discutimos alguns dos resultados esperados uma informação clara e objetiva para os
no uso do módulo proposto, com base em docentes e demais usuários deste módulo. O
dados obtidos anteriores a seu uso. módulo, ora denominado de RELATA, irá
Finalmente, na Seção 4, apresentamos as agregar as principais funcionalidades da
conclusões e trabalhos futuros. configuração original do Moodle, no entanto,
visará a centralização das informações,
2. Visao geral do Moodle mostrando resultados de tal forma que
docentes e demais usuários inexperientes em
O Moodle, acrônimo para Modular Object- computação possam entender e interpretar os
Oriented Dynamic Learning Environment, é um resultados expostos de forma didática. Como
Sistema de Gerenciamento de Curso (da sigla forma de centralizar a informação também
em inglês CMS), também conhecido como iremos incorporar no mesmo módulo o
Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), que relatório de Notas em atividades, evitando
tem se tornado muito popular entre os assim, o ir e vir de páginas quando se deseja
educadores e instituições de diversos lugares obter dados estatísticos e avaliativos.
do mundo como ferramenta para criação de Para desenvolvermos o módulo,
web sites dinâmicos utilizados para ministrar deveremos levar em conta várias tarefas.
conteúdos para seus alunos. Primeiramente foi feito um levantamento na
Do ponto de vista do administrador, sua instalação do Moodle utilizada pela
arquitetura pode ser definida seguindo os SEDIS/UFRN, procurando identificar o
seguintes critérios: ele deve executar em percentual de docentes que utilizam a
grandes variedades de plataformas, deve ser ferramenta original de relatórios, com base no
fácil de instalar, ensinar e modificar, deve ser quadro geral de docentes que ministram
de fácil atualização, deve ser modular, pode disciplinas nos cursos de graduação a
ser usado em conjunto com outros sistemas distância SEDIS/UFRN. De posse destes
(MOODLE.ORG, 2010). dados, a segunda etapa foi a de selecionar
Entre suas principais ferramentas potenciais usuários e entrevistá-los, afim de
podemos destacar: identificar as principais dificuldades
• Fórum: uma das suas principais encontradas no gerenciamento do item, e o as
ferramentas, senão a mais. ferramentas que não estão dispostas para a
• Chat: para conversas em tempo realização de algumas de suas atividades
real. docentes. Com base nas entrevistas, um
• Questionário: para o esboço do módulo foi proposto, através de
desenvolvimento de atividades levantamento de requisitos e diagramas UML,
online. sendo eles o de classes, casos de uso,
• Enquete: para levantamentos de sequência e atividades. Os diagramas UML
opinião. são importantes para o desenvolvedor de
• Wiki: para atividades software tanto como um resultado do que é
colaborativas. produzido quanto sua evolução. É uma
Como mencionado anteriormente, o maneira de especificar o software (EVITTS,
Moodle dispõe de uma ferramenta de 2000).
Relatórios para fins de acompanhamentos e A arquitetura do módulo será dividida em
consultas de registros de logs. Porém, como dois tipos: gerencial e específica. A arquitetura
constatado em nossas experiências gerencial será voltada para os docentes, para
acadêmicas, a mesma se apresenta confusa que os mesmos possam configurar e consultar
aos nossos usuários. os dados de acesso e atividade de todos os
discentes encontrados na página. A

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

arquitetura específica será voltada para o Partindo da especificação, uma interface é


discente acompanhar seu próprio proposta e apresentada aos potenciais
desempenho na página, e será disponível usuários. Esta interface prezará pela
apenas para consulta. usabilidade, facilitando o manuseio, já que a
Com base em um levantamento preliminar principal dificuldade em relação aos relatórios
através de entrevistas com docentes foram-se presentes no Moodle é quanto a este quesito.
definido alguns requisitos básicos voltados à Sua interface será simples e configurável.
arquitetura gerencial, que estão dispostos no Finalizadas todas as etapas anteriores,
diagrama da figura 1: dá-se início ao desenvolvimento do módulo.
Seu desenvolvimento seguirá o padrão
utilizado pelo Moodle, visando uma instalação
simples, sem maiores dificuldades e
configurações, e seu download disponibilizado
em seu website oficial para a comunidade.

3. Resultados esperados

De acordo com dados obtidos da


instalação do Moodle na SEDIS/UFRN, de 194
docentes que já ministraram aulas pelo
Moodle nos cursos de graduação desde o
segundo semestre do ano de 2008 até a
Figura 1: Diagrama de Caso de Uso do presente data, ou ainda ministram aulas,
Módulo RELATA. apenas 76 visitaram ao menos uma vez a
página de relatórios do Moodle, ou seja,
Estes requisitos são: apenas 39% do total de docentes utilizam da
• Ver notas dos discentes: estas ferramenta. Os motivos do não uso da
notas serão seguidas da média da ferramenta são os mais variados. Ou não
turma e por um gráfico
perceberam o recurso, disponível apenas no
comparativo.
Box Administração de cada curso, ou pela
• Consultar ajuda: ajuda detalhada
dificuldade de manuseio.
de todas as ações disponíveis.
A análise de relatórios é essencial para o
• Ver média de acesso e uso da
andamento de um curso a distância. Por não
página: apresenta o percentual de contar com a presença física de docentes e
uso da página no decorrer dos discentes, a única forma de o docente saber
dias. Esta opção é seguida de ou se informar se suas tarefas e recursos
gráfico e poderá ser filtrada por estão sendo acessados é por meio destes. A
período de data. partir da análise de relatórios, esperamos que
• Ver acessos por ação: apresenta os docentes possam analisar se a metodologia
todos os acessos de acordo com a
empregada em suas aulas é a melhor no
ação feita pelo usuário. Este
momento ou que precisa de melhorias e onde
requisito apresentará todos os
estas melhorias serão necessárias. O principal
acessos ou poderá ser filtrado
objetivo do módulo proposto (RELATA) é
conforme a própria ferramenta
auxiliá-los em suas atividades para então
existente no Moodle. Poderá
acompanhar as atividades docentes em suas
também ser feito o filtro por páginas. Esperamos então que a partir de seu
discente ou por grupo de uso os resultados obtidos, as estratégias de
discentes. ensino dos cursos possam ser revistas e
• Definir freqüência mínima melhor planejadas.
desejada: nesta opção o docente Como o módulo será desenvolvido em
poderá definir o acesso mínimo
formato de bloco, sendo assim mais visível ao
que um aluno deverá ter a página
usuário, esperamos também que o número de
ou a um recurso em todo o
docentes a utilizá-lo seja bastante satisfatório.
decorrer da disciplina, fazendo
Provendo também uma ferramenta simples
uma analogia ao número máximo
que atenda à todas as necessidades sem
de faltas em uma disciplina
maiores complicações, o mesmo poderá ser
presencial. manuseado por qualquer nível de usuário,

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

desde os mais leigos em informática até os Distância, Brasília, p. 7-25, dez. 1993
mais experientes. / abr. 1994.
Depois de finalizado o desenvolvimento, o 7. RICE IV, William H. Moodle: e-
módulo será disponibilizado para download na Learning Course Development.
comunidade do Moodle. Birmingham: Packt Publishing, 2006.
8. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A
4. Conclusões e Trabalhos Futuros DISTÂNCIA – SEDIS/UFRN.
Disponível em: <www.sedis.ufrn.br>.
O projeto do módulo RELATA ainda está Acesso em: 9 jul. 2010.
em andamento e a previsão para seu término 9. SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO
será ao final do mês de dezembro. Ao término DE ATIVIDADES ACADÊMICAS –
um relatório será elaborado detalhando todo o SIGAA/UFRN. Disponível em:
seu processo de desenvolvimento e os <www.sigaa.ufrn.br>. Acesso em: 9
resultados reais obtidos em seu uso para ser jul. 2010.
apresentado como trabalho de conclusão do 10. SEIXAS, Carlos Alberto; MENDES,
curso de Ciências da Computação. Isabel Amélia Costa. e-Learning e
Posteriormente, a intenção é incorporar Educação a Distância: Guia prático
em seu uso os tutores orientadores, presentes para Implantação e Uso de Sistemas
nos cursos a distância oferecidos pela Abertos. São Paulo: Atlas, 2006.
SEDIS/UFRN, para que os mesmos possam 11. TELEDUC – SEDIS/UFRN. Disponível
acompanhar o desempenho de seus em: <www.sedis.ufrn.br/~teleduc>.
discentes, e também os coordenadores, sejam Acesso em: 9 jul. 2010.
eles de pólo ou de curso. 12. UNIVERSIDADE ABERTA DO
BRASIL – UAB. Como Funciona.
Referências Bibliográficas Disponível em:
<http://www.uab.capes.gov.br/index.ph
1. EVITTS, Paul. A UML Pattern p?option=com_content&view=article&i
Language. Indianapolis: New Riders d=7&Itemid=19>. Acesso em: 9 jul.
Publishing, 2000. 2010.
2. GOMES, Apuena Vieira. Uma
Abordagem Centrada no Usuário
para Ferramentas de Suporte a
Atividades Docentes em Ambientes
de Educação a Distância. Tese
(Doutorado) – Universidade Federal
de Pernambuco, 2004.
3. MISKULIN, Rosana Giaretta Sguerra;
AMORIM, Joni de Almeida; SILVA,
Mariana da Rocha Corrêa. As
possibilidades pedagógicas do
ambiente computacional TELEDUC na
exploração, na disseminação e na
representação de conceitos
matemáticos. In BARBOSA, Rommel
Melgaço. Ambientes Virtuais de
Aprendizagem. Porto Alegre: Artmed,
2005.
4. MOODLE.ORG: open-source
community-based tools for learning.
Disponível em: <http://moodle.org>.
Acesso em: 9 jul. 2010.
5. MOODLE ACADÊMICO –
SEDIS/UFRN. Disponível em:
<www.sedis.ufrn.br/mdlacademico>.
Acesso em: 9 jul. 2010.
6. NUNES, Ivônio Barros. EAD:
definição, características e evolução
histórica. Revista Educação a

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

Usando actividades Moodle para recolectar metadatos

Cristina González; Regina Motz


Instituto de Computación Facultad de Ingeniería – Universidad de la República – Montevideo -
Uruguay, cgonzalez@seciu.edu.uy, rmotz@fing.edu.uy

Resumen: Dada la necesidad de asociar metadatos a los objetos de aprendizaje como un paso
esencial para su reuso este trabajo muestra una forma sencilla de lograr el ingreso de metadatos a
través del diseño instruccional. Considerando que son los propios docentes en muchos casos quienes
realizan el diseño de los objetos de aprendizaje y que además son los estudiantes que usan
directamente el objeto de aprendizaje quienes mejor lo pueden evaluar, es que en este trabajo
proponemos usar las instancias de aprendizaje para lograr asociar el objeto de aprendizaje con los
metadatos adecuados. Es que proponemos entonces utilizar las instancias de aprendizaje para
recolectarlos.

Palabras-clave: objetos de aprendizaje, metadatos, entorno de aprendizaje virtual, diseño


instruccional.

Abstract: Given the need for associating metadata with learning objects as an essential step to reuse
the LO, this work shows a simple way to achieve the entry of metadata through the instructional
design. Whereas the teachers themselves are often those doing the design of learning objects and
also are students using the learning object directly who are the best able to assess, is that we propose
to use the instances of learning to achieve the appropriate metadata associated with the LO. So that
we propose the use of learning events to collect metadata.

Keywords: learning objects, metadatos, virtual learning environments, instructional design.

1. Introducción durante la instancia de aprendizaje, por último


la sección 4 presenta las conclusiones y
Los recursos y actividades instruccionales trabajos futuros.
que un docente diseña o selecciona de un
repositorio de objetos de aprendizaje (WILEY Estándares
2000) en muchos casos no cuentan con una
cantidad suficiente y adecuada de metadatos. Una buena introducción a los estándares
Los metadatos son asociados a los objetos de de referencia para este trabajo se puede
aprendizaje durante instancias de diseño encontrar en (ORTIZ 2007). Se propone
utilizando asistentes específicos como el aprovechar el propio curso para recabar
Editor de metadatos Reload (RELOAD 2005). metadatos mediante encuestas dirigidas a los
Esto hace que el docente tenga que además estudiantes y docentes. Al diseñar las
de preparar el curso, deba tener una instancia encuestas se propone utilizar metadatos del
para enriquecer los objetos de aprendizaje con estándar LOM (LOM 2002), en particular
metadatos permitiendo su posterior reuso. aquellos metadatos que permitan catalogar los
Este trabajo propone utilizar la propia instancia objetos de aprendizaje desde un punto de
de aprendizaje para recolectar metadatos a vista pedagógico. LOM (Learning Object
partir de la experiencia y el conocimiento del Metadata) es un estándar de la IEEE que
docente así como de las opiniones de los define un esquema de metadatos para objetos
estudiantes. de aprendizaje. Es una descripción jerárquica
con nueve categorías: General, Ciclo de Vida,
Meta-Metadatos, Técnica, Uso Educativo,
Este artículo está organizado de la
Derechos, Relación, Anotación y Clasificación.
siguiente forma: la sección 2 presenta los
LOM puede especializarse para contemplar de
estándares de referencia en el marco de este
mejor manera las necesidades de un
trabajo; la sección 3 presenta mediante un
determinado contexto educativo, a esta
ejemplo el uso de actividades básicas de la
especialización se le denomina perfil de
plataforma Moodle para recolectar metadatos

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

aplicación. En el marco de este trabajo se


seleccionó el perfil LOM-ES (LOM-ES 2008)
que fue elaborado por AENOR con el objetivo
de contemplar y satisfacer las necesidades
específicas de la comunidad educativa
española. En nuestro caso de ejemplo se
utiliza la categoría Uso Educativo, la que
encontramos adecuada para realizar una
catalogación de los recursos y actividades Figura 1: Sección Material para compartir.
instruccionales desde un punto de vista
pedagógico. Se propone el modelo siguiente: cada
recurso o actividad instruccional se incluye a
Uso de actividades para recabar metadatos una sección distinta del curso. La sección
incluye además tres actividades destinadas a
En el diseño instruccional el docente recolectar metadatos, dos de ellas visibles solo
modela un curso de forma de cumplir las para el docente. Las actividades son
metas educativas planteadas, se define que implementadas utilizando actividades
objetos de aprendizaje conformarán el curso y estándares de Moodle como son choice y
la secuencia en que los mismos serán assigments-online text. Las actividades de
presentados a los estudiantes. En el caso de ejemplo son las siguientes: Encuesta de
la plataforma Moodle el docente diseñador del opinión (de tipo choice), Proceso Cognitivo (de
curso cuenta con un conjunto de recursos y tipo choice) y Objetivo didáctico (de tipo
actividades predefinidas. assignments online-text). Estas dos últimas
actividades se ocultan para el estudiante. Las
Además de las metas educativas se actividades para recolectar metadatos quedan
propone que el docente defina un conjunto de asociados al recurso o actividad instruccional a
encuestas o mecanismos para recolectar el través del número de sección. En este modelo
feedback de los estudiantes así como también una sección puede contener un único recurso
para registrar su propio conocimiento y o actividad instruccional.
experiencia en el uso del recurso o actividad
(objetos de aprendizaje). Esta información En la figura 2 se muestra la forma de la
pasará a formar parte de los metadatos de Encuesta de opinión. La encuesta fue
interés educativo que se podrá asociar a los configurada de forma tal de que el docente y el
objetos de aprendizaje. En Moodle las estudiante puedan responderla en más de una
encuestas o mecanismos para recolectar oportunidad durante el curso. La encuesta de
metadatos pueden diseñarse a través de opinión es un módulo Moodle de tipo choice y
actividades incluidas en la plataforma. por tal motivo las acciones de estudiantes y
docente quedarán almacenadas en la tabla
En el siguiente ejemplo se presenta una choice_answers y se podrán recuperar a
propuesta de como llevar adelante en la través de la tabla course_modules
plataforma Moodle el diseño de encuestas relacionadas a la wiki de nombre “Material
para recabar metadatos. para compartir” mediante el número de
sección. Como la tabla choice_answers no
El curso de ejemplo se divide en guarda histórico se implementó un trigger
secciones y en cada sección se incluye un sobre dicha tabla que guarda las respuestas
recurso o actividad junto con un conjunto de anteriores en una tabla choice_answers_hist
encuestas. En la figura 1 se presenta una junto con un timestamp.
sección destinada a una actividad de tipo wiki
donde los estudiantes pueden subir
información relacionada al curso, comentarios
y reflexiones personales para compartir con el
resto de los estudiantes fomentando la
colaboración entre ellos.

Figura 2: Encuesta de opinión.

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

En los trabajos futuros pensamos estudiar


La encuesta sobre el proceso cognitivo la viabilidad de usar otras actividades
permite al docente elegir un verbo que instrucciones como Quizzes para recabar
describe el proceso cognitivo asociado al metadatos.
objeto de aprendizaje. Las opciones para esta
encuesta se tomaron de la categoría Uso Por otro lado se evalúa la posibilidad de
Educativo, metadato Proceso Cognitivo del implementar como un módulo Moodle una
estándar LOM-ES. Esta encuesta también es actividad choice extendida que incluya el
un módulo Moodle de tipo choice, la figura 3 registro histórico de las intervenciones de los
presenta esta encuesta. usuarios (docente y estudiante).

Referencias Bibliográficas

1. WILEY (2000), Connecting learning


objects to instructional design theory:
A definition, a metaphor, and a
taxonomy, The Instructional Use of
Learning Objects, versión online,
http://reusability.org/read/
Figura 3: Encuesta sobre el proceso cognitivo. 2. RELOAD, The Classic RELOAD Editor,
http://www.reload.ac.uk/
Por último la encuesta Objetivo didáctico 3. Moodle, http://moodle.org/
es una actividad Moodle de tipo assignment 4. Learning Technology Standards
que presenta un cuadro de texto de ingreso Committee – LOM (2002) , Draft Standard
libre. Las acciones del docente que describen for Learning Object Metadata, IEEE
el objetivo didáctico quedan almacenadas en Standard 1484.12.1, Institute of Electrical
la tabla assignment_submissions. and Electronics_Engineers,
http://ltsc.ieee.org/wg12/files/LOM_1484_1
La actividad del estudiante en el curso de 2_1_v1_Final_Draft.pdf
ejemplo se puede ver desde dos puntos de
vista: por un lado el estudiante realiza
5. LOM-ES (2008), Perfil de Aplicación
actividades de acuerdo a las metas educativas LOM -ES V 1.0. GT9/SC36
y por otro el estudiante contribuye a la mejora AENOR,http://www.proyectoagrega.es/,
del curso. La evaluación del estudiante con http: /www.aenor.es
respecto a la wiki puede ayudar a decidir si la 6. Fernández Manjón, Moreno Ger, Sierra
misma necesita ser reemplazada por otra que Rodríguez, Martínez Ortíz (2007), Uso de
cumpla el mismo objetivo didáctico pero que estándares aplicados a Tic en
cuente con mejor aceptación por parte de los educación,
estudiantes. http://ares.cnice.mec.es/informes/16/conte
nido/indice.htm
Conclusiones y trabajos futuros

La posibilidad de utilizar las actividades Agradecimientos: Agradecemos al Proyecto


que están pensadas para llevar adelante LACCIR-JARDIN por el apoyo en la
actividades instruccionales pero que se presentación del presente artículo.
pueden utilizar en el diseño de actividades
orientadas a recuperar metadatos es un
enfoque que pensamos puede dar resultados.
En este sentido el docente se hace participe
en el proceso de recolección de metadatos y
decide la forma en que presenta estas
actividades en su curso utilizando las mismas
herramientas que dispone para actividades
tradicionales.

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Aplicação do SCORM em Objeto de Aprendizagem Acessível no


Moodle
Lucas Ernesto Nery1; Marília A. Amaral2
1
Universidade Estadual do Norte do Paraná, nery-lucas@hotmail.com
2
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Universidade Estadual do Norte do Paraná,
marilia@ct.utfpr.edu.br

Resumo: Este artigo apresenta a aplicação do padrão SCORM em um Objeto de Aprendizagem


acessível no Ambiente Virtual de Ensino Aprendizagem Moodle. O desenvolvimento do Objeto seguiu
recomendações de acessibilidade para atender aprendizes com deficiência visual ou deficiência
cognitiva. A validação considerou o uso do Moodle e a acessibilidade e foi realizada em dois
momentos, primeiro com software leitor de tela e em seguida com membros do público alvo. O
processo de desenvolvimento e os resultados obtidos com a validação estão apresentados neste
documento.

Palavras-chave: Objeto de Aprendizagem, SCORM, Ambientes Virtuais de Aprendizagem, Moodle,


Acessibilidade.

Abstract: This paper presents the application of a SCORM Learning Objects available in the Learning
Management System Moodle. The development of the object followed accessibility guidelines to serve
learners with visual or cognitive disabilities. Validation considered the use of Moodle and accessibility
and was conducted in two stages, first with screen reader software and then with members of the
audience. The development process and the results obtained with the validation are presented herein.

Keywords: Learning Object, SCORM, Learning Management System, Moodle, Accessibility.

Para uniformizar a produção dos Objetos,


1. Introdução com características unificadas e simplificadas,
foi necessário desenvolver uma pesquisa que
Este trabalho descreve a adequação de norteasse a escolha de um modelo de
um Objeto de Aprendizagem (OA) ao modelo referência. A escolha recaiu sobre as
de referência SCORM para padronizar o modo especificações do modelo de referência
como os conteúdos se relacionam com os SCORM para normatizar o desenvolvimento
Ambientes Virtuais de Ensino Aprendizagem do Objeto e otimizar a integração e
(AVEA) e posteriormente prover conteúdos comunicação do OA com o AVEA Moodle.
com acessibilidade. Os OAs são recursos O trabalho está dividido em seis seções. A
digitais didáticos interativos utilizados para seção dois contempla o desenvolvimento de
auxiliar o professor/instrutor no ensino de Objetos de Aprendizagem. A seção três e
conteúdos instrucionais, através de textos, quatro, respectivamente, abordam o Moodle e
imagens, animações, exemplos e exercícios o SCORM, e a Acessibilidade. A seção 5
práticos. apresenta os resultados obtidos, seguidos da
O desenvolvimento de Objetos de conclusão e referências.
Aprendizagem acessíveis se justifica por
proporcionar ensino aos Portadores de 2. Objetos de Aprendizagem
Necessidades Especiais (PNEs), público esse
que, muitas vezes, se torna excluído da Segundo [4] um OA é utilizado como
educação devido as suas limitações. Dentre recurso didático interativo, concebido como
os PNEs o OA acessível estende-se aos facilitador na construção do conhecimento
portadores de deficiências visuais, auditivas, para um determinado conteúdo, utilizando
cognitivas e motoras. diferentes tipos de dados como textos,
imagens, áudio, vídeos, exercícios, entre

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

outros recursos que podem ser utilizados para possível gerar OAs interoperáveis, reusáveis,
auxiliar o processo de aprendizagem. gerenciáveis e acessíveis, essas, de acordo
O Objeto de Aprendizagem desta com [2], são algumas das principais
pesquisa aborda o conteúdo “Planeta Terra – características de um OA.
Conhecendo o Solo”, inserido na disciplina de Com o Objeto inserido no Moodle é
Ciências, priorizando conteúdos ministrados possível adaptar e flexibilizar o conteúdo que
na quinta série do ensino fundamental [5]. será ensinado a um determinado público-alvo.
O OA é dividido em duas partes, uma
teórica e outra prática. A parte teórica aborda 4. Acessibilidade em Flash
desde a importância do solo para o planeta, os Segundo as recomendações da W3C [1] a
tipos de solos, as características específicas acessibilidade é definida como a extensão a
de cada tipo, como também experiências que locais, produtos, serviços ou informações
apresentam de forma prática o poder de disponíveis para o maior número e variedade
absorção da água pelos diferentes tipos de de pessoas, independente de suas limitações
solos. físico-motoras e perceptivas, culturais e
A verificação do conhecimento adquirido sociais.
pelo usuário é realizada através de exercícios O desenvolvimento de conteúdos digitais
práticos, o OA também traz situações práticas com acessibilidade utilizando o ambiente de
como pode ser observado na Figura 1 que desenvolvimento Flash, pautou-se em alguns
exibe as camadas do Planeta Terra em três critérios. De acordo com [3], [6] ao projetar
dimensões e conta com a explicação do aplicativos em Flash é necessário levar em
personagem. consideração a maneira como os usuários
interagirão com o conteúdo.
Cada tipo de deficiência possui seus
requisitos indispensáveis: a) Portadores de
deficiência visual: descrição do documento e
de elementos não-textuais, descrever o layout,
controles individuais de navegação seguindo
uma ordem lógica de tabulação para tornar o
conteúdo compreensível pelos softwares
leitores de tela e evitar identificar a
importância das palavras utilizando cores.
b)Portadores de deficiência física: controles
independentes do dispositivo, ou acessíveis
via teclado. c) Portadores de deficiência
cognitiva: primar por design mais simples e
mais fácil de navegar.
Figura 1: OA Planeta Terra.
O OA desenvolvido utiliza diversas mídias
(textos, imagens, animações, vídeo) e para
seu desenvolvimento a ferramenta escolhida
foi o ambiente “Adobe Flash®”.

3. OA Padrão SCORM e o MOODLE

O AVEA Moodle disponibiliza um vasto


conjunto de ferramentas que podem ser
utilizadas pelos professores para alcançarem
seus objetivos pedagógicos, tais como: fóruns, Figura 2: Acessibilidade em OA.
diários, chats, questionários, textos wiki, A Figura 2 demonstra as alterações
publicação de materiais com variadas realizadas no OA a fim de suprir as
extensões de arquivos e utilização de OA sob necessidades de portadores de deficiência
padrão SCORM. visual, física e cognitiva.
O Objeto de Aprendizagem com o padrão De acordo com a Figura 2, pode-se
SCORM facilita e padroniza a utilização do OA observar a descrição do cenário “local com
no AVEA. Entretanto, pode-se destacar o nuvens, pássaros e gramado”, já que o
SCORM como um modelo de referência, já mesmo é classificado como elemento não-
que através das orientações e práticas é textual. Além da descrição textual, esta tela

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também possui ordem de tabulação nomeada de Pais e Amigos dos Excepcionais). Foram
como “Tab index” que auxilia o software leitor envolvidos quinze alunos nesta validação. Os
de tela e usuários sem visão na navegação. alunos possuem faixa etária heterogênea e
Com o intuito de facilitar a utilização do Objeto diferentes tipos de necessidades especiais,
por deficientes cognitivos os botões são tais como deficiências cognitivas (quatro
posicionados com espaçamento entre eles, o alunos), deficiências físicas (dois alunos),
diálogo do personagem é sucinto e o cenário hiperatividade (dois alunos), síndrome de
fornece um contexto que dispensa descrição down (quatro alunos) e paralisia cerebral (três
pelos personagens, evitando com isso alunos). A aplicação foi realizada no próprio
diálogos extensos e cansativos. laboratório de informática da APAE, utilizando
o Sistema Operacional Windows XP e browser
5. Resultados Internet Explorer. As turmas foram divididas
em cinco alunos cada um com uma pessoa
A primeira etapa da validação do Objeto responsável por ajudá-los.
de Aprendizagem envolveu teste de Vale ressaltar que tal aplicação prima pela
acessibilidade com softwares leitores de tela. validação da acessibilidade do OA e não pelo
Com o auxílio dos leitores de tela foi possível entendimento do conteúdo. Em suma os
verificar a eficiência da adaptação do OA aos alunos apresentaram algumas dificuldades
critérios de acessibilidade, tornando-o assim em: a) identificar botões de hiperlink no texto;
acessível, por exemplo, para usuários cegos b) reconhecer o sentido dos feedbacks; c)
ou com baixa visão. identificar botões de diferentes formas.
O OA foi submetido a testes utilizando Posteriormente foram realizadas melhorias
dois softwares leitores de tela distintos, em para atender essas dificuldades encontradas,
toda a sua extensão de navegação, tornando tais como: a) disponibilizar o conteúdo do
os resultados uma análise complementar, pois hiperlink diretamente no texto; b) adicionar
podem ser comparados e analisados sob imagens positivas ou negativas nas caixas de
interpretações dos diferentes softwares. Um feedback; c) padronizar os botões, deixando-
dos softwares é o NVDA (NonVisual Desktop os com layout similar.
Access) que possui código aberto e livre, o Os alunos da APAE também
outro o JAWS desenvolvido pela empresa apresentaram facilidades em: a) assimilar
Freedom Scientific, trata-se de um software elementos utilizados no S.O. com os do OA
proprietário, porém possui versão para teste. (por exemplo o botão de fechar janelas “X”); b)
A Figura 3 mostra uma tela do recurso de navegar pelo OA; c) identificar as funções dos
exibir fala em forma de texto do software botões; d) assimilar imagens com palavras na
NVDA que reflete o resultado da aplicação do atividade de “ligue-os-pontos”; e) identificar a
leitor de tela em um OA acessível. É possível disposição dos itens na tela. Com a validação
observar que seu desenvolvimento foi foi possível constatar que os elementos de
adaptado com base nos requisitos de acessibilidade implementados são relevantes
acessibilidade. para os usuários com necessidades especiais.
Esta validação com os alunos também foi
relevante para testar a aplicação do modelo de
referência SCORM ao OA já que este foi
postado no Moodle, em um curso compatível
com SCORM.
Outra validação também foi realizada por
Figura 3: Tela do OA Planeta Terra – um usuário deficiente visual voluntário, que
Conhecendo o Solo. utilizou o browser Internet Explorer, S.O.
Windows XP, com apoio do software leitor de
No teste realizado com o software JAWS tela NVDA para realizar o processo de
não foi possível exibir o resultado como na navegação no OA. O tempo utilizado na
Figura 3, pois o software não possui tal aplicação deste Objeto de Aprendizagem foi
recurso. De acordo com os resultados, foi compatível com o planejado. Durou 50
possível obter as seguintes considerações: no minutos equivalentes a uma hora aula.
OA acessível o resultado foi semelhante ao Com a aplicação do OA aos PNEs foi
emitido pelo software NVDA. possível observar algumas falhas detectadas,
Além da validação com leitores de tela foi tais como: a) os usuários apresentaram
realizada uma validação em uma escola que dificuldade para navegar na barra inferior do
atende alunos especiais (APAE - Associação OA através das setas do teclado; b) a falta de

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dica explicativa para a atividade prática da com a finalidade de uniformizar a produção


Forca causou confusão no desenvolvimento dos Objetos com características similares.
da atividade; c) o botão “iniciar” que está Esta padronização também permite
presente na tela da atividade da Forca garantir funcionalidades que são relevantes na
atrapalhou a continuidade da mesma; d) a utilização de um OA: a) execução em
falta de feedback negativo para o exercício de diferentes plataformas; b) uso de metadados
“ligue-os-pontos” tornou o exercício ambíguo para descrever e catalogar os conteúdos
quando o usuário realizava uma ligação errada contidos no OA; c) compatibilizar o tempo de
entre os pontos. aplicação do Objeto; d) o Objeto deve ser
Estas observações já foram corrigidas gerenciável para que toda e qualquer
considerando as seguintes melhorias: a) foi alteração realizada possa ser atualizada no
implementada uma função para navegação AVEA simultaneamente.
entre as páginas do OA por meio das setas do Depois de desenvolvido o Objeto foi
teclado; b) uma dica para a realização da validado por PNEs da escola APAE local, e
atividade prática da Forca foi inserida logo no por um deficiente visual voluntário. Esta
início da tela e o botão de iniciar foi retirado validação teve como objetivo colher as
desta mesma tela; c) foi inserido o feedback impressões e as satisfações dos usuários com
negativo quando o usuário realiza uma ligação relação a acessibilidade e usabilidade.
errada entre os pontos da atividade “ligue-os-
pontos”. Referências Bibliográficas
Alguns pontos positivos foram constatados
durante a aplicação do Objeto de 1. B. Hopgood, “W3C: Leading the Web to its
Aprendizagem, entre eles são destacados: a full Potential” in http://www.w3c.org, 2000.
descrição alternativa dos elementos gráficos 2. D. A. Wiley, “The Instructional Use of
foi válida para o uso do OA por portadores de Learning Objects: Online Version” in
necessidades especiais visuais, a ordem de http://reusability.org/read, 2001.
tabulação correta (seguindo a ordem do 3. E. R. Oliveira, L. Ishitani, M. A. V. Nelson,
conteúdo) e a omissão dos elementos sem S. J. F. Guimarães, “Criação de Objetos
importância, a fim de facilitar o entendimento de Aprendizagem em conformidade com o
do conteúdo disposto na tela do OA. Padrão SCORM”, Projeto de Iniciação
Também é válido destacar que, por meio Científica, Pontifícia Universidade Católica
dos registros do Moodle/SCORM, foi de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2006.
observado que os alunos destinaram mais 4. L. L. Machado, J. T. Silva, “Objeto de
tempo da aula para as atividades práticas do aprendizagem digital para auxiliar o
que para os conteúdos teóricos. processo de ensino aprendizagem no
Aproximadamente 70% dos alunos ensino técnico em informática” in Centro
trabalharam durante 20 minutos na parte Interdisciplinar de Novas Tecnologias na
teórica e 30 minutos nas atividades práticas. Educação, Universidade Federal do Rio
Portanto, através destas informações, Grande do Sul, Porto Alegre, 2005, 16p.
pode-se considerar que o Objeto está inserido 5. L. Nery, M. Amaral, A. M. Vasco, H. S. Sá,
de forma correta no Moodle e apto a ser V. Bartholo, Z. M. Sanches, “Planeta Terra
utilizado por PNEs. - Conhecendo o Solo”, Desenvolvimento
de – Recurso Instrucional Digital,
6. Conclusões e Trabalhos Futuros Universidade Estadual do Norte do
Paraná, Bandeirantes, 2009.
Aliar à implantação do modelo de 6. R. Reinhardt, S. Dowd, “Macromedia Flash
referência SCORM ao Objeto de MX: a bíblia”, Rio de Janeiro: Editora
Aprendizagem foco desta pesquisa, tornou Campus, 2002.
viável o uso de padrões e diretrizes de
acessibilidade para torná-lo acessível a todos
os usuários, independentemente se possuem
algum tipo de deficiência. Foi necessário
considerar o modo como os usuários
portadores de necessidades especiais
interagem com o conteúdo para realizar tal
implementação.
Em desenvolvimentos como este é
importante estabelecer uma padronização,

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

Uma Ferramenta para


Compartilhamento de Objetos de Aprendizagem
Rafael Bortolini1; Márcia Cristina Moraes2
1
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, rgreengo@gmail.com
2
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, marcia.moraes@pucrs.br

Resumo: Este artigo tem como objetivo apresentar um novo módulo relacionado ao gerenciamento
de objetos de aprendizagem no ambiente Moodle (Modular Object Oriented Dynamic Learning
Environment). O Moodle é uma ferramenta para gestão das informações relacionada a cursos na
modalidade à distância, que proporciona os educadores a criação de um ambiente virtual de
aprendizagem para suportar atividades, associadas ao seu projeto pedagógico. O Moodle é utilizado
pela comunidade de professores e alunos da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
(PUCRS) tanto em disciplinas de graduação como de pós-graduação. Os professores usuários deste
ambiente têm observado algumas restrições no que tange ao conjunto de funcionalidades
disponíveis, uma destas restrições é a impossibilidade de compartilhar materiais. Espera-se com este
trabalho investigativo, verificar que aspectos relativos às funcionalidades já disponibilizadas podem
ser ampliados, mediante uso de novas funcionalidades, com vistas a atender esta restrição
relacionada ao uso dos materiais.

Palavras-chave: objetos de aprendizagem, ambientes virtuais de aprendizagem, compartilhamento


de materiais digitais, Moodle.

Abstract: This work aims to present a new module related to the management of learning objects in
Moodle (Modular Object Oriented Dynamic Learning Environment). Moodle is a tool for management
of distance learning courses, which aims to help educators to create a virtual classroom to support
learning activities, related to their pedagogical project. Moodle is used by the community of teachers
and students from Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) in both post-
graduate and graduate levels. Teachers have observed some restrictions regarding inability to share
digital materials. It is hoped that this research, found which aspects relating to the features already
available can be increased through use of new features, in order to meet this restriction.

Keywords: learning objects, virtual learning environments, share of digital materials, Moodle.

Existem ambientes virtuais de


1. Introdução aprendizagem disponíveis que reúnem
diversas ferramentas e recursos que ajudam
De acordo com Wiley (2001) o uso de os educadores a criar e manter cursos on-line.
tecnologias pode auxiliar os professores a Tais cursos podem ser semipresenciais ou
desenvolver metodologias diferenciadas e totalmente à distância. Porém, a maioria
inovadoras para realizar seu trabalho com os destes ambientes são pacotes fechados, que
alunos. O autor acredita que a tecnologia deve não permitem ao educador agregar novas
estar a serviço do processo educacional, funcionalidades a eles. Construir tais
ampliando possibilidades e proporcionando ambientes com todas as funcionalidades
alternativas para que o aluno construa e desejadas não é uma tarefa simples, pois
produza o seu conhecimento. O autor também requer conhecimentos avançados de
acredita que as novas tecnologias integradas informática (OLSEN, 2002).
em um ambiente virtual de aprendizagem Neste sentido o objetivo deste trabalho é
permitem a revisão e diversificação das apresentar um plug-in para o ambiente virtual
práticas docentes. de aprendizagem Moodle. A finalidade deste
plug-in é compartilhar objetos de
aprendizagem para os usuários do Moodle de

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

forma a reutilizar e incentivar o uso de objetos como possíveis objetos de aprendizagem a


de aprendizagem por parte dos professores e serem reutilizados.
dinamizar o ambiente de sala de aula através Para implementar a ferramenta foi
da exploração destes objetos. Um Objeto de escolhido o padrão LOM (IEEE, 2002) devido
Aprendizagem (OA) pode ser definido como a sua ampla utilização. Abaixo citamos os
um recurso digital que pode ser usado, campos que foram utilizados de algumas das
reusado e que tem a finalidade de auxiliar no categorias disponíveis no LOM:
processo de aprendizagem de forma a Da categoria “General” os seguintes
desenvolver nos usuários novos campos foram utilizados para a descrição do
conhecimentos e novas habilidades metadado: "numero de identificação (ID)",
(TAROUCO, 2004). Sendo recursos digitais e “titulo”, “palavras-chave”, “sumário”. Da
normalmente modulares, os OAs podem ser categoria "Lifestyle " os seguintes campos
facilmente adaptados para uso e reuso no foram utilizados: "autor" e "data-criação". Da
processo de aprendizagem. categoria "Technical" o campo "formato de
Este artigo está organizado da seguinte arquivo" foi utilizado, este ultimo campo é
forma: a Seção 2 apresenta a descrição da preenchido automaticamente quando um novo
ferramenta e a Seção 3 apresenta as objeto de aprendizagem é cadastrado. A
conclusões e trabalhos futuros. categoria "Rights" ou direitos autorais, sugere
informações de regras de distribuição de
2. Descrição da Ferramenta materiais. Esta categoria não será
implementada por ser considerada fora do
Este trabalho apresenta uma ferramenta, contexto do trabalho. Partindo-se do
desenvolvida como um plug-in para o Moodle, pressuposto que os materiais somente serão
que tem como objetivo possibilitar o cadastrados pelos professores se os mesmos
cadastramento e compartilhamento de objetos não possuem nenhum impedimento legal
de aprendizagem (OA) entre professores. quanto à cópia e distribuição pelos outros
Atualmente somente o professor que professores.
cadastrou o material consegue utilizá-lo e O desenvolvimento da ferramenta utilizou
incluí-lo em sua sala de aula virtual, a idéia como base o arquivo “índex.php” da pasta
desta ferramenta é permitir que não só o autor “files” da raiz do Moodle. Este arquivo foi
tenha acesso ao OA, mas permitir que mais utilizado como base, pois possui vários
professores possam incluí-lo em suas salas de códigos relacionados com “arquivos”. Algumas
aula, diminuindo a redundância de material e partes destes códigos foram aproveitadas e
possibilitando a sua reutilização. nelas adicionadas as funcionalidades
A fim de permitir o compartilhamento necessárias ao novo módulo.
destes OAs, o professor terá a sua disposição O protótipo possui a seguinte estrutura
uma série de funcionalidades, tais como: dentro da pasta “blocks”.
cadastramento de metadados, cadastramento
de objetos de aprendizagem, associar
metadados a um objeto de aprendizagem,
disponibilização dos objetos para uso pelos
demais professores e reutilização de objetos
cadastrados por outros professores e
disponibilizados pelo mesmo para os demais
professores.
Para reutilizar um objeto de
aprendizagem, é necessário realizar uma
consulta ao repositório utilizando como
recurso um conjunto de metadados. Após
selecionar os metadados a serem usados na
pesquisa, o professor terá como retorno uma
lista de objetos de aprendizagem, que foram
tornados públicos, para inclusão nas suas
salas de aula virtuais. Desta maneira, somente
os materiais que o professor realizou o
cadastro de metadados, poderão ser
recuperados da base de dados do Moodle Figura 1: Estrutura básica da ferramenta

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

A pasta “js” possui dois arquivos ser copiado e colado para a pasta files da raiz
JavaScript, “jquery.js” e “jquery.validate.js”, o do Moodle, sendo necessário substituí-lo.
arquivo jquery.js possui uma biblioteca A pasta “metadados” possui os arquivos
Javascript, esta biblioteca possui uma enorme que serão utilizados pelo novo módulo para a
quantidade de funções e métodos definidos, realização de cadastro, alteração e exclusão
que substituem longos e complexos códigos dos metadados e objetos de aprendizagem,
Javascript por simples chamadas as funções todos os arquivos desta pasta utilizam a tabela
da biblioteca, facilitando o desenvolvimento e “mdl_metadados”. Cada professor possui os
a reutilização de código, e a possibilidade de seus próprios metadados, mas os objetos de
se utilizar uma vasta quantidade de plugins aprendizagem associados a esse metadados
criados por outros desenvolvedores. Já o tornam-se públicos automaticamente, sendo
arquivo “jquery.validate.js” é um plugin da todos os metadados cadastrados pelo
“jquery.js”, este plugin tem por objetivo de professor listados no arquivo “index.php”.
facilitar a validação de formulários. Estes dois O arquivo “cadastrarMetadado.php” possui
arquivos JavaScript serão incluídos nos um formulário onde o professor irá cadastrar o
arquivos “.php” através da seguinte linha de novo metadado e o objeto de aprendizagem
código (figura 2). Ambos os arquivos são associado a ele, quando o professor clicar no
disponibilizados como software livre e de botão “Enviar dados” os dados fornecidos
código fonte aberto. serão passados para o arquivo
“efetuarCadastroMetadado.php”, neste arquivo
será efetuada de fato o cadastro na tabela
“mdl_metadados”, e o objeto de aprendizagem
será enviado para a pasta
“objetosAprendizagem”, esta pasta esta
Figura 2: Inclusão dos arquivos JQuery
localizada fora da raiz do Moodle, dentro da
A pasta “files” possui um arquivo chamado pasta “moodledata”. A pasta “moodledata” é
de “índex.php” este arquivo é exatamente o criada automaticamente pelo ambiente Moodle
mesmo da pasta files da raiz do Moodle, mas na hora da sua instalação, e a pasta
possui uma funcionalidade a mais, esta “objetosAprendizagem” é criada
funcionalidade permite compartilhar um automaticamente quando o primeiro objeto de
material que esteja na pasta do usuário aprendizagem é cadastrado.
(professor), e que não tenha nenhum Na pasta “oa” se encontra somente um
metadado associado a ele. Esta arquivo, nele são listados todos os objetos de
funcionalidade esta disponível na tabela onde aprendizagem cadastrados por todos os
são listados os materiais do professor como professores, inclusive o professor logado no
mostra a figura 3. sistema. Através deste arquivo o professor
pode procurar e incluir objetos de
aprendizagem. Os objetos de aprendizagem
escolhidos pelo professor serão copiados para
a pasta da disciplina.
As tabelas que forem criadas para o este
módulo devem ser adicionadas ao arquivo
“mysql.sql” e este arquivo deve estar dentro da
pasta “db”, isto porque, estamos utilizando a
Figura 3: Arquivo índex.php modificado da base de dados Mysql.
pasta files Após a conclusão da instalação do novo
módulo podemos conferir que a tabela
Ao clicar em compartilhar o professor é “mdl_block” possui um novo registro, como
levado a página de cadastro de um novo mostra a figura 4.
objeto de aprendizagem e o material
selecionado previamente para o
compartilhamento é copiado e preenchido
automaticamente no campo objeto de
Figura 4: Tabela “mdl_block” após a
aprendizagem disponível no formulário de
instalação
cadastro de um novo metadado. Para que
esta funcionalidade esteja disponível no Para incluir o novo módulo na disciplina ou
ambiente Moodle o arquivo “index.php” da curso é necessário se adicionar a área o
pasta files, disponível no modulo_moodle deve modulo_moodle. Após isto ter sido realizado, o

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

novo módulo aparece na área do professor


como mostra a figura 5.

Figura 8: Página Procurar_OA


Para incluir este objeto na sua disciplina, o
professor deverá clicar em IncluirArquivo,
como mostrado na figura 8.

3. Conclusões e Trabalhos Futuros


Figura 5: Exibição do módulo na área da
disciplina Neste trabalho apresentamos uma
ferramenta para compartilhamento de objetos
Ao clicar no link “Editar_OA”, o professor
de aprendizagem no Moodle. A reutilização de
será levado para a página de edição de
objetos de aprendizagem, assim como sua
objetos de aprendizagem. Esta página permite
adequação e modificação por professores,
que o professor cadastre novos objetos de
possibilita que um mesmo material possa ser
aprendizagem (através do botão Novo Objeto
utilizado em vários contextos, podendo estar
de Aprendizagem) e também edite ou exclua
adequado aos interesses, necessidades e
os objetos anteriormente cadastrados (figura
especificidades referente a cada novo grupo
6).
de alunos.
Uma possibilidade futura de trabalho é a
de desenvolver uma nova funcionalidade que
permitisse compartilhar objetos de
aprendizagem com diferentes ambientes
Moodle, não se restringindo a um único
sistema Moodle.

Referências Bibliográficas

Figura 6: Página com objetos de


1. Olsen, G. S, 2002. Standy Ready?
aprendizagem cadastrados
Emerging e-learning standards in a
Ao clicar no botão Novo Objeto de pedagogical perspective. Disponível:
Aprendizagem o professor terá acesso à http://www.nettskolen.com/forskning/stand
página de cadastro do objeto de ards.pdf. [22 set. 2008].
aprendizagem (figura 7). 2. Tarouco, L. M., Grando, A. R., Fabre, M.,
Konrath, M. P., 2004. Objetos de
Aprendizagem para M-Learning.
Disponível : http://www.cinted.ufrgs.br/
CESTA/objetosdeaprendizagem_sucesu.p
df. [14 set. 2008].
3. Willey, D.A, 2001. The Instructional Use
of Learning Objects. Wiley & Sons.(Ed).
Disponível: http://reusability.org/read/
chapter/wiley.doc. [28 out. 2008].
Figura 7: Cadastro de objeto de 4. IEEE, 2002. Draft Standard for Learning
aprendizagem Object Metadata. Disponível:
Ao clicar no link Procurar_OA o professor http://ltsc.ieee.org/wg12/files/LOM_1484_1
terá acesso a página de pesquisa, onde são 2_1_v1_Final_Draft.pdf. [18 nov. 2008].
listados os objetos de aprendizagem tornados
públicos pelos demais professores. O
professor poderá filtrar estes objetos buscando
por palavras-chave, título ou extensão do
arquivo (figura 8).

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

Integração do padrão SCORM com Moodle através da LCMS


Scenarichain

Ana Carolina Pereira, Romain Mallard


anacarolina@digitalsk.com.br, romain@digitalsk.com.br

Resumo: Este artigo apresenta um estudo sobre o comportamento do padrão SCORM no Moodle, e
maneiras de utilizá-lo através da ferramenta de LCMS open source Scenarichain para
acompanhamento do andamento do aluno nos conteúdos de curso.

Palavras-chave: SCORM, LMS, LCMS, Moodle, Integração, open source

Abstract: This paper shows a study about the SCORM behavior inside the Moodle, and the methods
to use it with the open source LCMS tool Scenarichain with the purpose of track the student's path in
the course contents.

Keywords: SCORM, LMS, LCMS, Moodle, Integration, open source

Introdução progresso do aluno, tirando assim relatórios de


notas e andamento. Cada função tem
Este artigo tem a finalidade de apresentar permissões diferentes de visualização desta
as funcionalidades básicas do SCORM atividade:
(Sharable Content Object Reference Model), Autores de curso, tutores e moderadores:
no Moodle (Modular Object-Oriented Dynamic visualizam resultados finais (notas).
Learning Environment), auxiliando no Estudantes: visualizam notas e
entendimento do padrão de interoperabilidade porcentagem de conclusão.
entre conteúdo e plataforma LMS (Learning Administrador: visualizam notas e relatórios
Management System). completos com todas os dados: localização,
A LCMS ( Learning Content Management tempo, nota, etc.
System) Scenarichain entra no processo como Dependendo da configuração do pacote
uma alternativa livre e open source para SCORM, esses resultados podem ser
geração desse conteúdo em formato SCORM apresentados de forma diferenciada.
de maneira simples e de fácil gerenciamento. Entretanto, mesmo com todas essas
A seguir, veremos os métodos utilizados possibilidades, o formato SCORM não é tão
para realizar essa integração, os resultados e popular entre os usuários do Moodle. Um dos
os pontos de evolução. motivos para isso é que as ferramentas de
exportação de SCORM são, em sua maioria,
Método softwares proprietários, ou possuem interfaces
pouco amigáveis para o usuário.
Começaremos com os fundamentos do Porém existem plataformas como o
padrão SCORM. A sigla significa Sharable Scenarichain, que ainda não é muito
Content Object Reference Model, e, em conhecido no Brasil – sua origem é a França,
síntese, é um padrão de empacotamento de onde ele foi desenvolvido na UTC (Universite
conteúdos que visa unificar o modus operandi de Technologie de Compiègne)
para e-learning. Na prática, sua maior utilidade (CROZAT,2005)
é a manipulação de dados do aluno, tais como Scenarichain é uma ferramenta de autoria
tempo, notas de avaliações, localização do para criação de conteúdos didáticos voltados a
aluno dentro do curso, e outras. (MALLARD, diversos fins, entre eles, a utilização destes
2004). Dentro do Moodle, ele é uma Atividade em plataformas de aprendizagem como o
que pode ser colocada dentro de um curso. Moodle – ou seja, possui exportação SCORM.
A partir da navegação num conteúdo (CROZAT,2005)
formatado em SCORM, o Administrador do Um de seus diferenciais é a estrutura didática
Moodle pode ter acesso ao pré-concebida para a criação dos cursos, com
campos como Objetivos do Curso, Introdução

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

e Conclusão já prontos para serem


preenchidos. Além disso, traz flexibilidade na
hora de particionar o curso em módulos,
capítulos e telas. (CROZAT,2005)
Uma vez familiarizando-se com a interface,
é possível construir uma infinidade de
combinações diferentes para cursos e
visualiza-los em seguida no navegador de
internet. É recomendável ter o BrOffice
instalado para a publicação de conteúdos em
formato Apostila (versão para impressão do
curso) mas não é obrigatório. (CROZAT,2005)
Da mesma forma que a criação, a Figura 2: Atividade SCORM realizada
exportação do conteúdo para diversos
formatos é feita de maneira simples, e permite
que os empacotamentos sejam feitos em Essa visualização está disponível para o
SCORM 1.2 e SCORM 2004, embora também estudante, assim como as notas disponíveis
existam empacotamentos específicos para no bloco Administração, como reproduzido na
outras LMS , como Ganesha e Sylfadis. tabela a seguir:
Ambas são de licença livre e origem francesa.
(CROZAT,2005) Tabela 1: Relatório de notas SCORM
Eles trabalham bem principalmente em Item de Nota Intervalo Porcentagem Avaliação
avaliação
LMS livres, como é o caso do Moodle. MultiSCO 100% 0% (0,0) 100,00%
Também existe a opção de empacotar o curso (8,0) - 100 %
como um único objeto (monoSco) ou como (8,0)
vários objetos (multiSco), dependendo da Total do 100% 0% (0,0) 100,00 %
curso (100) - 100 %
necessidade. (CROZAT,2005) (100,0)
Entretanto, como já foi dito, isso pode
Resultados variar em função do empacotamento do curso
O principal resultado da utilização de um e das opções disponíveis no software de
pacote SCORM é o rastreamento do exportação, temos um exemplo no próprio
progresso do aluno no conteúdo. Veja abaixo Scenarichain, através do empacotamento
a primeira tela da atividade SCORM em duas mono SCORM (um único objeto), que torna o
situações. Note que, se existir uma avaliação, curso inteiro como um só conteúdo. As
o resultado será retornado nessa tela. principais diferenças podem ser vistas na
Figura 3 e Tabela 2, a seguir:

Figura 3: Atividade SCORM não-


iniciada(mono)
Fonte: http://sk002.dsk/~anacarolina/moodle
Figura 1: Atividade SCORM não-iniciada Tabela 2: Relatório de notas SCORM
(mono)
Item de Nota Interval Porcentagem Avaliação
avaliação o
MonoSCO 100 0% 100,00%
% (0,0) -
(1,0) 100 %
(1,0)
Total do 100 0% 100,00 %
curso % (0,0) -
(100) 100 %
(100,0)

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Note que o maior intervalo possível é de 0 a Conclusão


1, diferente do SCORM Multi, cujo intervalo
máximo é a quantidade máxima de telas que o O SCORM não é simples. Mas é um
pacote SCORM possui, o que também não é aliado do ensino a distância na medida em
um número fixo. que faz o papel de coletor de informações
Além disso, informações como tempo de básicas e oferece segurança nessa
acesso, quantidade específica de telas modalidade de educação que está cada vez
visitadas e status do curso (se o aluno chegou mais em busca de confiabilidade. Mas para
ao final ou não) ficam gravados no banco de que seu potencial seja aproveitado, é
dados do Moodle e também podem ser necessário que uma ferramenta robusta para
visualizados pelo administrador em Relatórios conteúdo e exportação esteja aliada a
Completos. Esses dados são obtidos através plataforma, e o Scenarichain é uma solução
de uma série de variáveis contidas no SCORM comprometida com objetivos pedagógicos.
e, essencialmente, delas depende o que a
LMS conseguirá interpretar. Pode-se dizer que
as mais comuns são, no SCORM 1.2: Referências Bibliográficas
total_time : o tempo que o aluno passou no
conteúdo 1. MALLARD, Romain; Interoperabilidade
lesson_status: se o aluno completou ou não dos conteúdos didáticos digitais. Tese de
o curso Mestrado, 2003.
score.raw : resultado numérico de
questionários e avaliações
2. CROZAT, Stéphane. Scenari – La chaîne
success_status: se o aluno teve sucesso ou
éditoriale libre. 1a. Edição. França: Eyrolles,
falhou (pode estar atrelado ao status, ao
2005.
tempo ou ao resultado dos exercícios. Por
exemplo, uma nota inferior a 70 pode prever
uma falha, assim como não chegar ao final do 3. MELLON, Carnegie; SCORM – Best
conteúdo).(MELLON, 2003) Practices Guide for Content Developers. 1a.
Edição. EUA, Carnegie Mellon University,
Conclusões e Trabalhos Futuros 2003.

É possível conseguir uma integração


flexível com o padrão SCORM através da
LCMS Scenarichain, e, uma vez esclarecidas
as necessidades de acompanhamento, é
possível escolher o formato que se adapte a
situação. Como as fontes do programa são
open source, a principal vantagem da
ferramenta é a adaptação de particulariedades
necessárias a cada LMS, se necessário.
O caminho para uma utilização inteligente
do padrão SCORM é o conhecimento de quais
informações precisamos retirar do aluno.
Tendo isso em mãos, o próximo passo é
procurar ferramentas que possibilitem de
maneira sólida chegar a esse resultado e que
não se tornem complicadas de atualizar
conforme as tecnologias avançam.
Este artigo é um pontapé inicial para que
seja possível um aprofundamento no tema de
maneira prática e acessível aos professores e
tutores interessados em manipular as
informações de seus estudantes. Próximos
trabalhos envolvem a personalização dos
pacotes SCORM através do Scenari e seus
desdobramentos.

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

UM SISTEMA MULTI-AGENTE PARA AVALIAÇÃO DE COMPETÊNCIAS EM


AMBIENTES DE ENSINO E TREINAMENTO

Sergio Crespo C S Pinto1; Roberto Lermen1, Michele Lermen1


1
Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS, crespo@unisinos.br,
lermenroberto@gmail.com, michelelermen@hotmail.com,

Resumo: Avalair competência em ambiente de treinamento é uma tarefa complexa que envolve um
grande número de variáveis. Permitir que este modelo seja flexível, o torna mais complexo. Este
artigo apresenta uma arquitetura, que usa ontologia, em formato OWL, para definir um modelo de
avaliação de competência para ambientes de treinamento, em especial o Moodle. A forma de garantir
a interoperabilidade é realizada mediante o uso de agentes de software que atuam como Web-
Services frente ao servidor Moodle.

Palavras-chave: Avaliação de Competência, Ontologia, Agentes de Software

Abstract: Competency evaluation for training and development environment is a complex task that
involves quite a lot of variables. Having this model flexible is a most difficult task yet. This paper
presents a knowledge based system architecture through OWL ontologies that defines a competency
evaluation module for training and development environments, specially Moodle. This model
guarantee it´s interoperability with Moodle throughout a multi-agent system that implements a web
service communication layer with Moodle.

Keywords: Competency evaluation, Ontologies, Software Agents

necessárias, e os resultados alcançados com


1. Introdução as competências disponíveis.
A sociedade brasileira vem passando por Conforme Depresbiteris (2001, pág. 1)
transformações econômicas, sociais, e “Uma competência pode ser definida como um
políticas, resultando em processos de conjunto de capacidades práticas e
reestruturação da gestão de pessoas. O conhecimentos organizados para realizar uma
grande desafio das organizações é gerenciar o tarefa ou um conjunto de tarefas, satisfazendo
conhecimento dos seus funcionários. Percebe- exigências sociais precisas”.
se a necessidade de mensurá-lo, dimensioná- Diversas organizações têm recorrido à
lo e de estabelecer metas com relação a ele. implantação de modelos de gestão de
Conforme afirmam Kaplan e Norton (1997, p. competências buscando planejar, captar e
21), “[...] o que não é medido não é gerenciado desenvolver as competências em seus
[...]”. Portanto, a gestão e avaliação de recursos humanos.
competências são adotadas pelas O processo de implantação do modelo de
organizações no sentido de mensurar as competências em uma organização surge com
competências disponíveis internamente, a investigação e levantamento dos seus
objetivando evidenciar o conhecimento de seu objetivos estratégicos. Como resultado do
time. Assim, este processo passa a ser posicionamento desejado no mercado, seu
implementado como um recurso para a gestão planejamento operacional visa estabelecer as
de capital humano no ambiente produtivo e diversas funções e atividades a serem
acadêmico. Atualmente diversas empresas e desempenhadas durante a operação.
instituições de ensino, procuram implantar
novas formas e ferramentas que lhes 2. Ontologias para modelos de
permitam melhor avaliar seus alunos e competênicas
funcionários. O ato de avaliar consiste As ontologias são largamente utilizadas na
determinar a diferença ou distância existente engenharia do conhecimento, inteligência
entre as competências estabelecidas como artificial e ciência da computação. Ontologias
permitem a um programador especificar, de

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

maneira aberta, e significativa, os conceitos e diversos países utilizando o mesmo modelo de


relacionamentos que coletivamente competências em suas organizações.
caracterizam algum domínio de conhecimento O estudo desenvolvido por Harzallah,
(DICKINSON; 2009). Ontologias podem ser Berio e Vernadat (2006) desenvolve um
utilizadas como estruturas para suportar os modelo de competências com características
formalismos que envolvem a criação de de: competências requeridas, competências
modelos de competências. Segundo Sicília adquiridas, recursos de competências,
(2005), componentes como propriedades em competências e tarefas e competências
ontologias podem ser utilizados para projetar o aplicadas em contextos. Este modelo tem uma
relacionamento entre os conceitos de característica nova em tantos outros já
competência. desenvolvidos, sua arquitetura permite o
A avaliação de competências demanda estabelecimento de contextos onde são
um modelo de competências que reúne exercidas as competências.
elementos básicos para sua representação. O trabalho realizado por Cicortas e Lordan
Conforme Sicíla (2005), os conceitos seriam: (2007) trata do desenvolvimento de um
(a) Competências Disponíveis: conceito a sistema que objetiva a representação de
ser representado através da ontologia e que competências para realizar comparativos entre
descreve as competências existentes na competências adquiridas e requeridas, mais
organização em detalhe, possuindo um especificamente comparação entre perfis de
mecanismo de registro entre competências e necessidades e perfis de indivíduos, a fim de
indivíduos, associando o indivíduo que possui alocação de pessoal em tarefas. O modelo
a determinada competência. proposto pretende disponibilizar um meio para
(b) Competências Requeridas: conceito a definir e criar as competências, e após realizar
ser representado através da ontologia e que a procura por indivíduos em repositórios de
descreve as competências consideradas competências, permitindo assim realizar uma
necessárias a partir da estratégia da empresa, comparação detalhada das competências
mais precisamente do levantamento das registradas pelos indivíduos avaliados e
tarefas e atividades necessárias serem aquelas requeridas em seu próprio modelo.
executadas para o alcance dos objetivos.
(c) Avaliação de Competências: conceito a 3. Modelo Proposto
ser representado por algoritmo que O modelo proposto tem por objetivo
implementa o levantamento de necessidades funcionar como um plugin ao ambiente
de desenvolvimento de funcionários, Moodle, versão 2.0, de modo a oferecer todo
considerando as competências disponíveis e um ferramental para que se possa realizar por
as competências requeridas. A seguir, alguns meio de agentes de software, inferências e
modelos serão descritos. obter resultados sobre avaliação de
O modelo de Tarassov, Sandkuhl e competências de um ator ou grupo de atores.
Henoch (2006) relatam em seu artigo uma Este modelo enfatiza o uso do Moodle para
abordagem para a modelagem baseada em ambiente de treinamento em empresas.
competências relevantes para uma A figura 1 apresenta os conceitos e os
determinada tarefa. O estudo sugeriu duas relacionamentos que perfazem o modelo de
ontologias distintas, uma para representar o competência do trabalho proposto.
modelo em organizações, e outra para A entidade Competência, conforme
indivíduos. A competência cultural é composta caracteriza as competências do domínio em
de sensibilidade intercultural e domínio da questão. Esta entidade possui os atributos:
língua. A primeira tem sete sub-conceitos referência da competência, descrição da
representando a escala para medir os níveis competência, e nb-nível que define os
de negação/aceitação de outras culturas. Na aspectos quantitativos da competência.
ontologia para representar competências das A entidade Recurso caracteriza os
organizações, as principais características de recursos das competências, ou seja, os
suas competências são as atividades de elementos constituintes das competências.
negócios produtos ou serviços produzidos. Esta entidade possui o atributo: referência de
Este trabalho mostra que os modelos de recurso. Sua existência somente é motivada
competências podem ser desenvolvidos se está relacionado a um aspecto através de
através de ontologia, considerando-a artefato uma de suas relações: conhecimento,
de formalização para o compartilhamento de habilidade ou comportamento. Um recurso
conhecimentos, que neste caso, envolveu deve se relacionar com apenas um aspecto

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através de apenas uma das opções de relacionamento existentes.

Figura 1 - Ontologia para Modelo de Competências


indivíduo, representando os recursos
A entidade Indivíduo caracteriza os adquiridos por um indivíduo com um
indivíduos para os quais as competências determinado grau de sucesso. Um indivíduo
serão avaliadas. adquire um ou vários recursos.
A entidade Aspecto caracteriza os
contextos constituintes do domínio em 4. Modelo de Agentes
questão. Através do aspecto se define o O diagrama da figura 2 apresenta os
propósito da competência. O relacionamento agentes que compõem o sistema de avaliação
Conhecimento caracteriza uma relação entre de competências e os papéis sob
recurso e aspecto, que expressa uma responsabilidade de cada agente. O diagrama
instância do conceito recursos conectada a de agentes apresenta a arquitetura interna do
uma instância de um aspecto pelo sistema multi-agente. Cada agente que
relacionamento conhecimento. Um recurso compõe o sistema é responsável por atender a
pode estar conectado a zero ou apenas um um ou vários papéis estabelecidos. O
aspecto através deste relacionamento. O diagrama de agentes é apresentado na figura
relacionamento Habilidade caracteriza uma 2. Os atores externos interagem diretamente
relação entre recurso e aspecto, que expressa com os agentes de software. Estes agentes
uma instância do conceito recursos conectada fornecem acesso aos atores externos via
a uma instância de um aspecto pelo interface gráfica, e via interoperabilidade e
relacionamento habilidade. Um recurso pode adaptação do módulo de avaliação de
estar conectado a zero ou apenas um aspecto competências. O agente integrador é
através deste relacionamento. O responsável pela interoperabilidade e
relacionamento Comportamento caracteriza adaptação do sistema de avaliação de
uma relação entre recurso e aspecto competências para com sistemas externos.
comportamento, que expressa uma instância Sua função é receber as consultas de dados
do conceito recursos conectada a uma dos sistemas externos, processá-las e enviar a
instância de um aspecto pelo relacionamento informação conforme solicitada. Este agente
Comportamento. Um recurso pode estar atuante como participante no protocolo de
conectado a zero ou apenas um aspecto interação precisa verificar qual o performativo
através deste relacionamento. O que está sendo recebido do ator sistema
relacionamento Refere-se a caracteriza uma externo, para após somente tomar a ação
relação entre a competência e o aspecto com necessária, sendo que esta ação será buscar
objetivo de definir os aspectos a que uma fornecer a informação solicitada ou apenas
competência se refere, podendo variar de um informar o sistema externo sobre outro
a vários aspectos, mas obrigando a existir pelo assunto pertinente.
menos um aspecto relacionado à
competência. O relacionamento Adquirido
caracteriza uma relação entre o recurso e o

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

Figura 2 - Diagrama de Agentes


1. KAPLAN, Robert S.; NORTON, David P. A
O agente Processador necessita de estratégia em ação: Balanced Scorecard.
20. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 1997.
informações do agente GerenciadorMetafora 2. DEPRESBITERIS, Lea. Avaliando
para realizar a avaliação, assim envia duas competências na escola de alguns ou na
solicitações de informações a este. Após escola de todos?. In: SENAC, vol. 27, n. 3,
satisfeitas as solicitações, o agente pode set./nov. 2001.
realizar a avaliação de competências de 3. DICKINSON, Ian. Jena Ontology API.
Disponível em:
acordo com a metáfora de avaliação de http://jena.sourceforge.net/ontology/index.
competências estabelecida. O agente html. Acesso em: Abril, 2010.
GerenciadorMetafora no seu papel de 4. SICILIA, Miguel-Angel. Ontology-Based
gerenciador da metáfora de avaliação de Competency Management: Infrastructure
competências. for the knowledge intensive learning
organization. In: LYTRAS, Miltiadis;
NAEVE, Ambjorn. Intelligent Learning
5. Conclusões Infrastructure for Knowledge Intensive
Organizations: A semantic web
Avaliação de competências no cenário de perspective. p. 302-324, 2005.
treinamento corporativo tem ganhado uma 5. TARASSOV, Vladimir; SANDKUHL, Kurt;
importância dentro do novo cenário de usuário HENOCH, Bengt. Using ontologies for
e da nova forma de trabalho distribuído representation of individual and enterprise
empregado por muitas empresas. Este competence models. In: IEEE, 2006.
trabalho oferece uma arquitetura que pode ser 6. HARZALLAH, Mounira; BERIO, Giuseppe;
VERNADAT, François. Analysis and
plugada ao Moodle para que a competência Modeling of Individual Competencies:
possa ser de fato avaliada. O uso de uma Toward Better Management of Human
ontologia permitiu uma maior flexibilização da Resources. In: IEEE Transactions on
Systems, Man, and Cybernetics, vol. 36, n.
proposta, pois a mesma pode ser estendida 1, jan. 2006.
em tempo de execução. O uso de agentes, por 7. CICORTAS, Alexandru; IORDAN, Victoria.
outro lado, permitiu que a integração com o Representing and Comparing
Moodle fosse mais factível, em razão do uso Competences Using Agents. In: SACI – 4º
de web-services. International Symposium on Aplied
Computational intelligence and informatics,
2007.
Referências Bibliográficas

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Acciones de Formación Docente para la integración de TIC en la


Educación Superior

Nancy Peré1 ,Virginia Rodés2 , Patricia Perera3


1
Universidad de la República, npere@cse.edu.uy
2
Universidad de la República, virginia.rodes@cse.edu.uy
3
Universidad de la República, pperera@cse.edu.uy

Resumen: Este texto presenta una descripción y las actividades realizadas en el Programa de
Formación Docente, Formador de Formadores, denominado “Educación Universitaria, Innovación y
TIC”, realizadas en el marco del proyecto “Generalización del Uso Educativo de TIC en la
Universidad de la República, Uruguay. El proyecto fue financiado por la Agencia Española de
Cooperación Internacional y comenzó su ejecución en julio de 2008. El articulo presenta los
principales recorridos de formación, sus conclusiones y proyecciones.

Palabras-clave: formación docente universitario, entornos virtuales de aprendizaje (EVA), uso


educativo de Moodle.

Abstract: This paper presents the description and activities in the Teacher Training Program,
Educating educators, call "University Education, Innovation and ICT", within the framework of the
"Generalization educational use of ICT at the Universidad de la Republica, Uruguay, The project was
funded by the Spanish International Cooperation Agency and began implementation in July 2008. The
article presents the main training courses organized, conclusions and projections.

Keywords: learning objects, evaluation, virtual learning environments, Moodle.

1. Introducción avances en los procesos de articulación y


flexibilidad curricular, entre otros.” 1
Esta dirigido a la formación de
El 21 de agosto de 2008 dio inicio el formadores en todas las áreas del
Programa de Formación Docente, Formación conocimiento. La propuesta metodológica se
de Formadores, “Educación Universitaria, basa en la participación, la reflexión sobre las
Innovación, TIC” del Proyecto denominado prácticas docentes, aportes del campo de la
“Generalización del uso educativo de las TIC pedagogía y la comunicación; así como de
en la UR”. El proyecto y el programa de acciones y experiencias prácticas primero
formación se inscriben en las políticas de desde el rol de estudiantes virtuales y
incentivo a la mejora de la calidad de la posteriormente como docentes responsables
enseñanza y la innovación educativa que la de cursos semipresenciales y a distancia.
CSE desarrolla desde su creación. Las actividades de formación contaron
“La idea rectora de este Programa está con el aporte de docentes nacionales y
relacionada con la necesidad de contribuir a la extranjeros, con criterios de evaluación
mejora de la docencia y la formación de los tendientes a la acreditación a nivel de
docentes universitarios en cuestiones posgrados, mediante la asignación de
relacionadas con la incorporación de créditos.
actividades innovadoras que fomenten el En este artículo se presenta en la sección
aprendizaje activo y responsable de los 2 el método de trabajo que implica una
estudiantes, la incorporación de estrategias descripción de las acciones implementadas y
didácticas y modalidades de enseñanza se mencionan los principales actores que
diversificadas que favorezcan un mejor apoyan el proceso de formación. En la sección
aprovechamiento de los cursos, y el logro de 3 se presentan los resultados obtenidos, y en

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

la sección 4 se encuentran las conclusiones y participantes contaban con instancias


trabajo a futuro. presenciales grupales a cargo de los docentes
responsables del Módulo y con reuniones de
Método trabajo con el articulador del servicio en donde
realizaban su actividad docente y pensaban
El Programa se implementó atendiendo a poner a funcionar el proyecto.
procesos de formación en diferentes niveles. Desde el Programa de Formación y como
En los primeros dos años 2008-2009 se factor de desarrollo del DATA se estableció la
ofrecieron estrategias de formación docente figura del articulador como figura local de
en profundidad, con un total de 360 horas referencia en la incorporación de las TICs a
semipresenciales realizadas en la plataforma los contextos de aula, quién era responsable
EVA de la Universidad: de mantener un estrecho vínculo con las
(http://eva.universidad.edu.uy). propuestas que se realizan desde la CSE.
La platafoma EVA es una adaptación y En cuanto a los contenidos abordados en
personalización de MOODLE realizada por el el módulo II, se inicia con un diagnóstico y
Departamento de Apoyo Técnico Académico evaluación de la viabilidad del proyecto. Luego
(en adelante DATA) para la Universidad. se trabajan los ejes del diseño educativo en
La personalización de Moodle y su entornos virtuales y materiales educativos. Al
transformación como EVA de la universidad final se analizaron las cuestiones de la
tiene por objetivo el unificar la interfaz gráfica evaluación en tres niveles: 1) aprendizajes, 2)
de los diversos sistemas instalados en las del propio curso y 3) a nivel institucional.
diferentes facultades. Se tiende a la En el Módulo III se realizó la
conformación de un campus virtual implementación de los cursos diseñados
universitario en donde el estudiante pueda durante el Módulo II de Laboratorio. En este
ingresar desde cualquier Facultad y siempre caso la actividad estaba radicada en el
se encuentre formando parte de la servicio correspondiente, con estudiantes de
Universidad. Es pasar de ser estudiante de un grado. Como requisitos se solicitó el aval
servicio a ser estudiante universitario. En institucional para la puesta en marcha del
definitiva se busca una integración y curso.
transversalidad de los estudios. En cuanto a los contenidos se trabajó en
Este cambio conceptual implica una la presentación de dificultades o facilitadores
transformación en la visualización de eva por de la implementación del curso, en la
parte de los docentes. caracterización del perfil de los estudiantes
Con este fin en el espacio virtual de EVA participantes de cada curso y en la
se organizaron todos los cursos de formación apropiación de los recursos y actividades que
de docentes de la universidad en una permite la plataforma EVA. En los dos
modalidad semipresencial. encuentros presenciales de todo el grupo de
A continuación se mencionan las participantes del Módulo se realizó la
características principales del Programa de socialización de las modalidades de trabajo en
Formación de Docentes. los diferentes cursos.
El proceso de formación inició con un Se realizaron dos ediciones del Módulo I,
Módulo I de carácter teórico práctico tres ediciones del Módulo II y dos ediciones
organizado en cuatro seminarios de 30 horas del Módulo III, se está planificando una tercera
cada uno. edición del Módulo III.
Los contenidos allí trabajados En paralelo a la formación en profundidad
comenzaron con un proceso de reflexión antes mencionada se realizaron un conjunto
filosófico pedagógica, luego el análisis de la de instancias de formación orientadas a la
integración de tecnologías en la educación, sensibilización y generalización de la temática
pasando hacia el diseño de proyectos de a partir de las necesidades detectadas en los
educación virtual y la elaboración de servicios universitarios.
materiales educativos. Cada seminario A modo de ejemplo se menciona el curso
culminó con la presentación de un trabajo final Enseñar y Aprender en EVA, que se inició
de aprobación. Para realizar el Módulo II era durante el 2010 en las Sedes de Salto,
necesario haber aprobado el Módulo I. Paysandú y Rivera. Actualmente se están
El Módulo II, denominado “Laboratorio”, organizando cursos similares para las Áreas
consistió en la elaboración de un curso virtual universitarias en Montevideo. Estos cursos
a partir de las propuestas y diseños iniciados tienen como objetivo formar docentes para la
en el módulo anterior. En este caso los utilización de la Plataforma EVA y que a su

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vez actúen como referentes locales en la Estos números corresponden a docentes


temática. que en su mayoría pertenecen a los grados de
Para Enseñar y Aprender en EVA- más reciente ingreso a la Universidad. Dado
INTERIOR se realizaron cuatro encuentros que la matrícula de la Universidad se ha
presenciales de cuatro hora cada uno de femeneizado la mayoría de los participantes
marzo a junio. Para dichos encuentros en los cursos son mujeres.
viajaron docentes del plan de formación y Los conocimientos informáticos previos de
docentes del DATA desde Montevideo a los los participantes son muy diversos lo que
departamentos correspondientes (Salto, implica un esfuerzo importante de los tutores
Paysandú, Rivera) para lo cual se realizaron de los cursos, de los docentes responsables y
las instancias de formación en las aulas de de los articuladores para poder apoyar
informática de cada uno de los Centros adecuadamente a los docentes cursantes.
Universitarios. Los cursos son de 30 horas En las primeras propuestas de formación
totales en modalidad semipresencial. la mayor parte de los docentes inscriptos
Un curso con instancias presenciales en pertenecen a Montevideo (capital del País) a
la sede del interior tiene la doble finalidad de pesar de la posibilidad de cursado
formar capacidad local y dar visibilidad a lo semipresencial.
que se viene trabajando en esta temática. Por En este sentido desde el 2010 surge la
ello en el segundo encuentro los articuladores propuesta de llevar los procesos de formación
de las Sedes del Interior y las Unidades de a las sedes del interior de nuestro país, es una
Enseñanza del dichos centros presentaron las estrategia pensada para que accedan la
experiencias de cursos semipresenciales que mayor cantidad de docentes posibles en su
se están desarrollando en las distintas lugar de origen como Regional Norte, Centro
carreras del centro. Universitario de Paysandú y el Centro
Los participantes luego del primer Universitario de Rivera.
encuentro presencial contaron con un espacio De esta manera se responde a las
en en la Plataforma EVA para desarrollar un políticas de descentralización de la
curso sempresencial o a distancia dentro de Universidad y al fortalecimiento de núcleos
su asignatura, para lo que cuenta con todo el locales que impulsen y promuevan los
apoyo de la figura del Articulador y del equipo avances en relación a estas nuevas formas de
del programa de formación. enseñar y aprender en la UR.

Resultados Conclusiones y trabajos futuros

Desde el 2008 que se esta llevando Se evalua el programa en su conjunto


adelante esta experiencia, se trabajó con como una experiencia positiva porque amplia
docentes que provienen de diferentes áreas las posibilidades de formación de docentes en
del conocimiento en el desarrollo de cursos en el uso educativo de TIC.
el entorno virtual. Desde ese momento existe Se considera especialmente como
una multiplicación de cursos que demuestran importante la ampliación de las acciones de
la apropiación de esta herramienta por parte formación con modalidades más cortas y
de los colectivos docentes. radicadas en el interior porque permiten el
Se presentan algunos datos que muestran acceso a más docentes y permite la
el alcance en números de las experiencias integración desde distintos lugares y
que se vienen llevando adelante por este plan necesidades de formación.
de formación (ver tabla 1.). A su vez se resalta a los articuladores
como una figura colaboradora de integración
Tabla 1. Número de docentes entre las acciones del DATA y las
participantes en los espacios de formación necesidades y problemáticas del servicio o
sede interior.
Primera Segunda Total Si bien se están realizando seguimientos
edición edición y evaluaciones de los procesos realizados se
Modulo I 57 40 97 observa que hay un importante número de
Modulo II 54 49 103 docentes que cada día se suman a las
propuestas de actividades semipresenciales.
Modulo III 47 42 89
También se encuentran que dichas
Fuente: Documentos de Rectorado.N° 11. actividades van cambiando de ser un
repositorio de materiales teóricos a propuestas

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integradoras, centradas en el estudiante y con “Generalización del uso educativo de las


un volúmen de actividad tendiente a la TIC en la Universidad de la República",
construcción de conocimientos en documento de presentación del programa.
colaboración. Edición 2008-2010. Comisión Sectorial de
Es un camino que recién inicia donde hay Enseñanza, Universidad de la República.
mucho por recorrer pero se espera que con el 2. Peré N., Rodés, V. "Concepciones,
apoyo ya instalado y las potencialidades de modelos y prácticas de educación
los equipos formados se puedan lograr universitaria semipresencial y a distancia.
buenos aportes a los objetivos de Aportes desde la Facultad de Ingeniería",
transformación de la Universidad. Unidad de Enseñanza, Facultad de
Ingeniería, julio 2005.
3. Entorno Virtual de Aprendizaje de la
Universidad de la República. EVA.
Referencias Bibliográficas Accesible en:
http://eva.universidad.edu.uy
1. Programa de Formación Docente 4. Hacia la Reforma Universitaria N° 11.
“Educación Universitaria,Innovación, Camino hacia la Renovación de la
TIC,Formación de Formadores, Proyecto Enseñanza. Junio del 2010. Documentos
de Rectorado. Universidad de la República

Agradecimentos: A los integrantes de la Unidad Académica y al Departamento de Apoyo Técnico


Académico de la CSE; a la AECID y a los docentes, tutores, articuladores.

1]Documento de presentación del programa.

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Integração do Moodle com Repositórios Abertos


Liane M R Tarouco1; Marcelo A R Schmitt2
1
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, liane@penta.ufrgs.br
2
Instituto Federal do Rio Grande do Sul, marcelo.schmitt@poa.ifrs.edu.br

Resumo: Com a disseminação da tecnologia de informação e comunicação no ambiente


educacional, aliada à proliferação de ferramentas de autoria, a quantidade de material educacional
digital sendo produzido aumentou bastante fazendo emergir uma gama de sistemas de gestão de
conteúdo capazes de oferecer alternativas para apoiar a criação, gerenciamento e reaproveitamento
de recursos de aprendizagem. Este trabalho descreve modos de integração destes repositórios com
ambientes virtuais de aprendizagem como o Moodle e resultados preliminares alcançados.

Palavras-chave: repositórios de objetos de aprendizagem, integração com ambientes virtuais de


aprendizagem, Moodle.

Abstract: Information and communication technology spread through educational scenario as well as
authoring tools proliferation, increased the amount of digital educational material being produced and
lead to emergence of a variety of content management systems supporting creation, management and
reuse of educational content resources. Integration ways of this learning objects repositories with
learning Management Systems like Moodle are described as well as preliminary results acquired.

Keywords: learning objects repository, learning Management system integration, Moodle.

capazes de ensejar a portabilidade dos


1. Introdução objetos de aprendizagem para que possam
ser utilizados em diferentes contextos
A proliferação de cursos usando educação ampliando as possibilidades de seu reuso.
a distância demanda uma produção intensa de Para superar tais desafios é necessário
recursos educacionais digitais para apoiar as investigar e analisar alternativas
atividades de ensino aprendizagem. A metodológicas e tecnológicas para criar,
reusabilidade de recursos existentes, dentro gerenciar e reaproveitar os objetos de
de uma filosofia de conteúdos educacionais aprendizagem em diversos contextos e
abertos, é importante e necessária para dispositivos. Tendo em vista que os usuários
reduzir custos e aumentar a eficiências das primordiais de tais recursos são
equipes envolvidas neste processo. Todavia, autores/produtores de novos recursos que são
um problema com o qual estas equipes se tipicamente disponibilizados em ambientes
deparam é a dificuldade para encontrar os virtuais de aprendizagem e que o Moodle é o
recursos existentes na própria instituição ou ambiente baseado em software livre muito
em repositórios externos. Tais recursos, utilizado no país, ressalta-se a importância da
estruturados como objetos de aprendizagem, integração destes repositórios com este
podem estar dispersos em grande número de ambiente no qual os professores autores de
servidores e locais (Tarouco 2003). cursos trabalham com maior fluência
O desenvolvimento e a gestão de grandes (Santiago 2010)
volumes de conteúdo educacional digital Neste cenário, torna-se imprescindível
impõem desafios e complexidades não triviais. dispor de mecanismos para localizar os
O acervo de objetos de aprendizagem objetos de aprendizagem existentes. Sistemas
desenvolvidos em uma instituição constitui um genéricos de busca na Internet não são
recurso valioso que precisa ser preservado. suficientes porque nem sempre tais recursos
Neste sentido, o presente trabalho analisa podem ser indexados uma vez que as
estratégias para seu armazenamento de forma informações sobre seu conteúdo não podem
organizada, recuperação e acesso. Também ser derivadas de dados existentes tais como
se faz necessário buscar soluções que sejam nome de arquivo e o conteúdo nem sempre

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

pode ser facilmente indexado, como é o caso professores ou desenvolvedores encontrem


de vídeos, áudio, animações etc. (Tarouco materiais que lhes interesse e ocorre uma
2009). duplicação de dados, uma vez que os objetos
Este trabalho apresenta e comenta um importados são copiados de um curso para
conjunto de estratégias para integrar o outro.
ambiente Moodle com repositórios abertos que
armazenam conteúdos educacionais abertos 2.1 Moodle e repositórios
na forma de objetos de aprendizagem.
Este artigo está organizado da seguinte A investigação de soluções para estas
forma: a Seção 2 apresenta uma análise de demandas levaram inicialmente ao MrCute
diversas estratégias para organizar a gestão (Moodle Repository Create Upload Tag
de conteúdo educacional no âmbito do Embed), um módulo desenvolvido para o
Moodle. A Seção 3 apresenta estratégias para Moodle pela equipe da Worcester College of
armazenar os conteúdos educacionais Technology sob a coordenação de Peter
externamente ao ambiente Moodle e algumas Kilcoyne (Kilcoyne 2009) que permite
alternativas para integrá-los a este ambiente incorporar funcionalidades de um repositório
permitindo sua pesquisa e acesso. A seção 4 de objetos de aprendizagem bem como
discute alguns resultados obtidos e comenta o canalizar pedidos de serviço a repositórios
desenvolvimento subseqüente do trabalho. externos como o Jorum (JISC 2010)
O módulo MrCute2 (versão 2) foi
implementado e testado em um servidor
2. Sistema de Gestão de Conteúdo no Moodle versão 1.9.8 Ele permite carregar
Moodle conteúdos educacionais empacotados de
forma padronizada pelo padrão IMS (Global
Embora os AVAs (Ambientes Virtuais de 2009). Como resultado, um conteúdo
Aprendizagem) possam oferecer algumas educacional empacotado segundo o padrão
funcionalidades de CMS (Content IMS, carregado para o repositório MrCute2,
Management System) seu foco de atuação pode ficar acessível no ambiente Moodle, para
não é o mesmo. Um AVA, ou LMS (Learning todos os cursos, independentemente do curso
Management System), é uma aplicação que em que foi carregado. O armazenamento do
tem por objetivo principal o gerenciamento da pacote (arquivo zipado) carregado é feito em
oferta eletrônica de cursos (Harman 2007). uma parte da estrutura de arquivos do Moodle
Em vista do exposto, considera-se mais externa a qualquer curso individual e pode ser
apropriado e eficiente armazenar os configurado para ser compartilhado ou não.
conteúdos educacionais reusáveis em Isto permite que um educador cadastrado
ambiente especialmente construído para este naquele servidor Moodle utilize a função de
fim. Todavia, é imprescindível dispor de busca (usando metadados tais como palavras
funcionalidades que permitam as operações chave e categorias) para localizar conteúdos
de pesquisa, recuperação, atualização e apropriados e incorporá-los a qualquer curso.
armazenamento de objetos de aprendizagem. Além disso, o módulo permite a criação de
Neste sentido, torna-se necessária a novos pacotes IMS a partir de conteúdos
instalação de módulos que agreguem tais existentes,tal como descrito na seção
funcionalidades uma vez que a instalação seguinte.
padrão do Moodle não as oferece.
No cenário básico do Moodle, cada curso 2.2 Gerando conteúdos IMS
possui os seus próprios objetos, organizados
em um sistema de arquivos e que são Outras ferramentas para criar conteúdos
acessíveis apenas pelos usuários cadastrados empacotados segundo o padrão IMS foram
no curso, ou a todos quando colocados num utilizadas com facilidade pelos professores
diretório global do servidor. Recursos que participaram do grupo de teste da
existentes em outros servidores não são solução. Tais ferramentas foram tanto internas
compartilháveis e sua existência não é ao Moodle, tal como o módulo Livro (Moodle
facilmente descoberta, pois os mecanismos de 2009) e o próprio MrCute2, ou externas, como
busca são barrados pelos controles de o eXe (eXe 2009) que permite exportar o
acesso. Para que um material seja utilizado, conteúdo educacional produzido em formatos
há necessidade de importá-lo de um curso IMS, SCORM, site web compactado ou não,
para o outro. Isto apresenta dois problemas: entre outros.
não há uma ferramenta de busca para que

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

2.3 Repositórios externos Os repositórios de objetos de


aprendizagem tendem a utilizar uma estrutura
O módulo MrCute2 permite também baseada em metadados segundo o padrão
pesquisa e acesso a um repositório de objetos LOM ou Dublin Core (DCMI). Mas a
de aprendizagem externo como o Jorum implementação dos repositórios utiliza
(Jorum 2009), que é mantido pelo Joint diversas opções de software específicos,
Information Systems Committee na Inglaterra adaptados ou genéricos. Um exemplo do
(JISC 2010). primeiro caso é o repositório CESTA da
Para permitir acesso a outros UFRGS que foi especificamente desenvolvido
repositórios, estão sendo investigadas e com base no software LDAP e que está sendo
desenvolvidas outras soluções e plugins para migrado para o ambiente DSPACE e usa
repositórios existentes, tal como será descrito metadados LOM. Em outro exemplo, como o
na seção seguinte. A flexibilidade desta BIOE do MEC, a implementação do repositório
solução, que mescla o uso de um repositório foi feita usando o DSPACE com metadados
interno ao Moodle com o acesso a repositórios DCMI.
externos mostrou-se muito favorável, pois A vantagem em usar o software DSPACE
soluciona o problema de acesso a um acervo como base deriva do fato de existir um
genérico, contendo objetos de aprendizagem. protocolo com ampla aceitação e que permite
Esta solução permite aos professores autores a recuperação dos metadados do repositório.
de curso trabalharem usando apenas os Este protocolo é OAI-PMH (OAI 2010) e ele
interfaces que já conhecem, ou seja, aqueles está sendo utilizado para coletar metadados
existente no próprio Moodle. de diversos repositórios de objetos de
A partir desta experiência inicial, com o aprendizagem no âmbito da federação de
MrCute2 foi iniciado o desenvolvimento de repositórios FEB (Federação Educa Brasil).
uma solução que permitisse integrar o A versão Moodle 2.0 suporta integração
ambiente Moodle com repositórios externos de com repositórios de conteúdo externos via um
objetos de aprendizagem. O primeiro interface AJAX (Dougiamas 2010). Todavia,
repositório considerado foi o CESTA (Tarouco plugins são necessários para viabilizar esta
2003) que utiliza metadados derivados do integração e embora tenha sido anunciado
LOM (IEEE 2002) na categorização dos que inicialmente estariam disponíveis na
objetos de aprendizagem. Uma versão inicial, versão Moodle 2.0 diversos plugins tais como
baseada no software LDAP (Light Directory nos casos abaixo relacionados: Alfresco,
Access Protocol) foi expandida e deu origem a Amazon S3, Box.net, File system on Server,
uma federação de repositórios de Flickr, Google Docs, Mahara, MERLOT,
aprendizagem intitulada FEB – Federação Picasa, Recent Files, Remote Moodle sites,
Educa Brasil que atualmente congrega, além WebDAV servers, Wikimedia, Youtube
do CESTA, o repositório de objetos de (Dougiamas 2010).
aprendizagem do MEC (BIOE – Banco Todavia ao inspecionar fóruns de
Internacional de Objetos Educacionais), da implementadores percebe-se que ainda
Biblioteca Nacional, da biblioteca digital da existem problemas neste interfaceamento que
UFRGS além de outros conforme descrito em impedem o correto funcionamento da
(FEB 2010). integração entre os repositórios e o Moodle
A primeira versão do CESTA é na verdade 2.0 em seu estágio atual (versão beta) tal
um referatório, uma vez que armazena apenas como ocorre no caso do sistema Mahara, um
os metadados dos objetos de aprendizagem. sistema de portfólio que compartilha com o
Uma nova versão foi desenvolvida usando Moodle a autenticação de usuários. Mas o
como base o software DSpace com adaptação plugin que permite o acesso remoto
deste software para utilização de metadados bidirecional (importar e exportar) ao repositório
LOM (Tarouco 2010). O CESTA2 contempla o Mahara apresentou problemas e está sendo
armazenamento não apenas dos metadados reformulado pela equipe que desenvolve o
dos objetos, mas também o objeto em si, em Moodle.
diferentes formatos (SCORM, IMS, Por outro lado, outras formas de
compactado simples ou versão online para integração são possíveis com sistemas que se
acesso direto). comportem como webservices. Atualmente,
está sendo testada a possibilidade de integrar
3. Integração do Moodle com repositórios a versão 2 do repositório CESTA com o
externos Moodle utilizando o interface OAI-PMH, bem
como outros módulos desenvolvidos para o

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DSpace e que viabilizam esta integração 3. DSPACE. Disponível: www.dspace.org/, [2


através de webservices. Uma possibilidade é a fev 2009]
utilização do SWORD - Simple Web-service 4. DOUGIANAS, M. Countdown to Moodle
Offering Repository Deposit. O projeto 2. Disponível: moodle.org/news/. [11 jul
SWORD, financiado pelo JISC, já produziu 2010].
uma implementação de teste do interface para 5. eXe. eLearning XHTML editor .
o DSpace. Outra alternativa investigada para a Disponível: http://exelearning.org/ [5 mar
integração do Moodle com o repositório 2008].
CESTA utilizará uma solução análoga à do 6. FEB. Federação Educa Brasil.
MrCute ou da National Learning Network (NLN Disponível: FEB.ufrgs.br [3 jun 2010].
2010) que envolveram o desenvolvimento de 7. Global Learning Consortium. IMS Global
um módulo simplificado para interface com o Learning Consortium.
repositório permitindo o uso de opções tanto Disponível:www.imsglobal.org/. [5 mai
para pesquisa como de acesso e atualização 2010].
dos objetos no repositório, com mecanismos 8. IEEE. IEEE. 1484.12.1 LOM data model
de autenticação e controle de acesso. standard. Learning Technologies
Este módulo está em fase de Standards Committee. 2002.
implementação e com ele será possível 9. JISC. Jorum. Joint Information System
acessar e incorporar ao Moodle outros Committee. Inglaterra Disponível:
formatos de empacotamento além do IMS. www.jorum.ac.uk. [3 mar 2010].
10. KILCOYNE, Peter. MrCute2. Worcester
4. Conclusões e Trabalhos Futuros College of Technology
Disponível:www.learningobjectivity.com/mr
Os testes e desenvolvimentos realizados cute/. [17 jun 2009].
mostram a viabilidade de utilizar mecanismos 11. MOODLE. Book Module.
que permitam aos docentes usuários do Disponível:docs.moodle.org/en/Book. [5
Moodle pesquisarem repositórios externos mai 2010].
para encontrar o conteúdo educacional 12. NLM. Using the NLN Materials in Moodle.
apropriado para seus cursos, integrando tais National Learning Network - UK .
objetos de aprendizagem ao seu planejamento Disponível: www.nln.ac.uk/?p=Moodle. [20
pedagógico. ago 2010]
O uso de repositórios externos facilita a 13. OAI. Open Archives Initiative.
cooperação entre instituições e o Disponível:www.openarchives.org.[15 mar
reaproveitamento de objetos educacionais 2010].
existentes, potencializando o processo de 14. SANTIAGO, R., RAABE, A. Architecture
criação de novos e melhores conteúdos for learning objects sharing among
educacionais digitais, especialmente tendo em learning institutions-LOP2P (2010) IEEE
vista os cursos de educação a distância. Transactions on Learning Technologies, 3
A integração da federação de repositórios (2), art. no. 5467017, pp. 91-95.
FEB com outras federações tais como a da 15. SARASA, Antonio. CANABAL, José ,
rede espanhola Agrega (Sarasa 2010) ou o SACRISTÁn, Juan Agrega: A Distributed
sistema LOP2P (Santiago 2010) também Repository Network of Standardised
serão objeto de análise com vistas a oferecer Learning Objects. (2009) Lecture Notes
possibilidades mais amplas de acesso a in Computer Science, 5518 LNCS (PART
recursos educacionais digitais existentes em 2), pp. 466-474.
repositórios de objetos de aprendizagem. 16. TAROUCO, Liane.; FABRE, Marie.;
TAMUSIUNAS, Fabricio. Reusabilidade
de objetos educacionais. RENOTE, Vol.
Referências Bibliográficas 1, No 1 (2003). Disponível:
seer.ufrgs.br/renote/article/viewFile/13628/
1. ALLISON. Julie. FRANÇOIS, Sebastien. 7697 [16 jul 2010]
STUART Lewis. SWORD: Simple Web- 17. TAROUCO, Liane. SCHMITT, Marcelo.
service Offering Repository Deposit. Adaptação de Metadados para
ARIADNE. Issue 54 Jan 2008. Disponível: Repositórios de Objetos de
www.ariadne.ac.uk/issue54/allinson-et- Aprendizagem. RENOTE, Vol. 8, No 2
al/#4 [1 ago 2010]. (2010) Disponível:
2. DOOR. Disponível em seer.ufrgs.br/renote/article/view/15225/898
http://door.sourceforge.net/ [5 mai 2009]. 8 [3 ago 2010

- 155 -
MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

A Ferramenta Tarefa como Espaço de Avaliação Formativa no LMS


Moodle: Uma aplicação do Instrumento de Avaliação Learning
Vectors (LV)
Gilvandenys L. Sales1, Allyson B. França2, Giovanni C. Barroso2, José M. Soares2
1
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), denyssales@ifce.edu.br
2
Universidade Federal do Ceará (UFC), allysonbonetti@gmail.com, gcb@fisica.ufc.br,
marques@ufc.br

Resumo: Este artigo apresenta a concepção, especificação e implementação do instrumento de


avaliação online Learning Vectors (LV) aplicado à ferramenta Tarefa do ambiente virtual Moodle. A
intenção é tornar esta ferramenta em espaço de regulagens das aprendizagens e onde se exercita a
avaliação formativa. Sua validação ocorreu em turmas da Universidade Aberta do Brasil (UAB/IFCE).

Palavras-chave: Learning Vectors, avaliação formativa, ferramenta tarefas, Moodle.

Abstract: This paper presents the design, specification and implementation of online assessment tool
Learning Vectors (LV) applied to the tool Task of the virtual environment Moodle. The intention is to
make this tool in the learning space adjustments and where formative assessment exercises. Its
validation occurred in classes at the Open University of Brazil (UAB / IFCE).

Keywords: Learning Vectors, formative evaluation, tool Task, Moodle.

por meio da auto-regulação, organização e


1. Introdução gerenciamento de sua aprendizagem. Ao
professor que o acompanha, imbuído da
A avaliação da aprendizagem que deve se função formativa da avaliação e com suficiente
processar em EaD exige por parte do expertise, compete-lhe: identificar, coletar e
avaliador o seu compromisso de fazê-la de interpretar as respostas de progresso ou de
forma processual, contínua e reguladora, ou dificuldades encontradas pelo aluno e, desta
seja, que ele se valha da função formativa da forma, intervir e reorientar suas
avaliação aprendizagens.
A avaliação formativa em EaD online, Manter o permanente acompanhamento e
articulada à avaliação diagnóstica e somativa intervenções ao longo do processo ensino-
bem estruturada, mesmo que demande mais aprendizagem são necessários instrumentos
tempo do avaliador e, por conseguinte, mais apropriados, algo ainda a ser perseguido nos
dedicação e trabalho, poderá garantir o atuais Ambientes Virtuais de Aprendizagem
sucesso do curso a distância, na medida que (AVA).
pode aumentar os vínculos, ampliar a Desta forma, apresenta-se a concepção,
interação, constituir-se como feedbacks às modelagem e implementação do instrumento
ações dos alunos e retroalimenta a sua de avaliação Learning Vectors (LV). Aplicado à
aprendizagem. “Pode-se considerar que todo ferramenta Tarefa no AVA Moodle, pretende-
feedback é formador, venha de onde vier e se que priorize a lógica formativa sobre a
qualquer que seja sua intenção, visto que lógica seletiva da avaliação (PERRENOUD,
contribui para a regulação da aprendizagem 1999).
em curso” (PERRENOUD, 1999, p.107). Este artigo está organizado da seguinte
Concebendo o aprendiz em EaD como um forma: Na Seção 2 apresenta-se o instrumento
ser autônomo e progressivamente responsável de avaliação formativa Learning Vectors (LV);
pelo próprio desenvolvimento cognitivo, Na Seção 3 faz-se a especificação, a
supõe-se que ele seja o principal interessado modelagem, e apresenta-se a interface e
em melhorar seu rendimento e performance, aplicação do Vetor LV Tarefa no Moodle e,

- 156 -
MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

finalmente, na Seção 4 apresentam as •Vetor-Aprendizagem – Instrumento que


conclusões. permite ao aluno consultar a qualquer instante
seu desempenho e notas durante o processo
2. O instrumento de Avaliação Formativa de Aprendizagem (Figura 1)
Learning Vectors (LV)

Learning Vectors (LV) são representações


geométricas vetoriais concebidos para
automatizar o processo de avaliação quali-
quantitativa em Ambientes Virtuais de
Aprendizagem (AVA), com metodologia de
ação online fundamentada na interação e na
avaliação contínua e formativa.
No processo de construção desta
ferramenta muitas já foram as contribuições
apresentadas (SALES, BARROSO e SOARES
(2007; 2008); SALES et al. (2008); OLIVEIRA
et al. (2008). Figura 1 – Vetor-Aprendizagem
Tais contribuições ajudam a entender os
seguintes construtos conceituais associados •LV ícones / Escala Likert de
ao instrumento LV. Apreciação / Coeficiente do Passo (Tabela
•Fator β - definido basicamente pela 1) – usada para expressar juízo de valor na
relação entre os módulos dos componentes categorização de mensagens; a cada
vertical e horizontal de cada vetor LV, ao qual interação associa um múltiplo do ângulo α
se relaciona a Positividade/Negatividade de (Coeficiente do Passo) a palavras que
desempenho do Aluno/Aprendiz. expressam satisfação.
•Passo Padrão ou Ângulo α - A direção
dos LV varia por meio de passos definido em
7,5º ou fração.
Tabela 1 – Escala de Likert de Apreciação / LV Ícones / Coeficiente do Passo.
Escala de Likert de
Apreciação/
LV Ícones
Muito-Bom Bom Regular Fraco Não-Satisfatório Neutro
Coeficiente do
4 3 2 1 0 -
Passo (CP)

A seguir, passa-se à especificação dos LV Para n = 0 (Condição Inicial): I0 = 0;


em Tarefas do Moodle. Para n = 1 (Domínio de Conteúdo - DC) a
variável In será dada pela Equação 2:
3. Especificação e Modelagem do Vetor I n    I n1 (2)
LV Tarefa
em que, a Equação 3:
Para modelar o LV Tarefa são 5
considerados dois critérios: Domínio de   * CP * 
Conteúdo (DC) e Pontualidade/Apresentação 2 (3)
(PA). O Professor/Tutor, a priori, avalia a representa a variação angular Δ relacionada à
classe Domínio de Conteúdo (DC) e, logo classe avaliada. Nesta equação, CP = 0, 1, 2,
depois, avalia a classe 3, 4 indica o coeficiente de passo atribuído em
Pontualidade/Apresentação (PA). função do item qualitativo da escala Likert.
O módulo do vetor Tarefa ( LV Tarefa), ou Para n = 2 (Pontualidade/Apresentação), a
componente horizontal, é tomado a partir da variação angular é dada pela Equação 4:
Equação 1: 1
  * CP * 
LV 10 * cos [(12 )  I ] (1)
Tarefa n 2 (4)
A Variação Angular Total (In), em função Na Tabela 2, resume-se a variação
de n, dado pelos seguintes critérios: angular atribuída a cada classe avaliada por
Coeficiente de Passo.

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

Tabela 2 – Coeficiente do Passo e Variação Angular Δ do LV Tarefa


Coeficiente do Passo (CP) 4 3 2 1 0
Domínio de Conteúdo (DC) 10α 7,5α 5α 2,5α 0α
Variação Angular Δ
Pontualidade/Apresentação (PA) 2α 1,5α 1α 0,5α 0α

Para o reenvio de uma mesma tarefa (n ≥ nota. Esta variável auxiliar assegura a maior
1), usa-se a variável auxiliar comparativa nota obtida pelo aluno (Equação 5).
LVTarefa (i; n+1), antes de se definir uma nova
LVTarefa (i; n +1) ; se LVTarefa (i; n +1)  LVTarefa (i; n)

LVTarefa (i; n +1)  
LVTarefa (i; n) ; se LVTarefa (i; n +1)  LVTarefa (i; n)

(5)

A seleção de um valor da Variação das caixas localizadas abaixo dos LV Ícones


Angular Δ e da correspondente nota associada (Figura 2).
ocorre quando o Professor/Tutor clica em uma

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
Figura 2 – Apresentação dos LV Ícones em Tarefas

Quando se opta por um dos LV Ícones já Na Figura 3 apresenta-se, de forma mais


se estabelece a avaliação do Domínio de didática e esclarecedora para o aluno, os
Conteúdo (DC), o complemento da nota vem critérios de avaliação nas Tarefas LV.
com a seleção de uma das graduações de
cores sob cada LV Ícone.

LV Tarefa
Escala Valor Associado a Domínio de Conteúdo-
LV Ícone
Qualitativa Pontualidade/Apresentação
Muito Bom 10,0 9,98 9,91 9,81 9,66

Bom 9,47 9,24 8,97 8,66 8,31

Regular 7,93 7,52 7,07 6,59 6,09

Fraco 5,56 5,00 4,42 3,83 3,21

Não Satisfatório 2,59 1,95 1,31 0,70 0,00

Não Agrega Nota -

Figura 3 – LV Ícones e Valores de Notas Associados em Tarefa LV

Na interface do Moodle em Tarefas LV, o aluno, retroalimentando o processo ensino-


Professor/Tutor seleciona um LV Ícone e faz aprendizagem (Figura 4).
seu comentário sobre o conteúdo enviado pelo

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

Figura 4 – Avaliando Tarefas LV

O Professor/Tutor pode gerenciar as acompanhar o item status (Figura 5), que pode
avaliações de Tarefas LV, para tanto, deve ser “Já Avaliado” ou “Nota”.

Figura 5 – Gerenciamento de Avaliações em Tarefas LV

O sistema oportuniza o reenvio de uma aprendizagens entre duas lógicas. Porto


mesma atividade para novas avaliações e Alegre: Artes Médicas, 1999.
mantém a maior nota obtida. 3. SALES, G. L.; BARROSO, G. C.;
4. Conclusões SOARES, J. M. Learning Vectors: Um
Instrumento de Avaliação Online Como
O uso por parte do Professor/Tutor dos LV Suporte a Aprendizagem Colaborativa
Ícones facilita a mediação e as intervenções em Ambientes Virtuais de
pedagógicas necessárias ao longo do Aprendizagem. In: XVII SBIE - Workshop
processo ensino-aprendizagem. sobre Avaliação e Acompanhamento da
Atualmente, a ferramenta Tarefa LV é Aprendizagem em Ambientes Virtuais, São
empregada em todas as turmas da UAB/IFCE. Paulo, 2007.
Face a mediação iconográfica e à escala 4. ________Learning Vectors (LVs) um
qualitativa de Likert à frente da Instrumento Automatizado de Avaliação
correspondente nota quantitativa, observou-se para Suporte a Aprendizagem em EaD.
uma maior interação e motivação dos alunos, In: RENOTE/UFRGS, Julho 2008.
o que tornou o espaço de aprendizagens na 5. SALES, G. L.; BARROSO, G. C.;
ferramenta Tarefa em local onde prevalece a SOARES, CASTRO FILHO, J. A. de;
lógica formativa sobre a seletiva da avaliação. BONETTI, A. F.; DOURADO JUNIOR, C.
M. J. de M. (2008). Indicadores de
Referências Bibliográficas Aprendizagem Learning Vectors: Uma
1. OLIVEIRA, E. M. de; SALES, G. L.; Aplicação em Fóruns do Ambiente
BARROSO, G. C.; SOARES, J. M.; Virtual MOODLE. In: TICAI2008: TICs
AGUIAR, E. P. S. Avaliação de Chats para a Aprendizagem da Engenharia.
com o uso de Learning Vectors. In: Disponível:
RENOTE/UFRGS, Dez 2008. http://romulo.det.uvigo.es/ticai/libros/2008/
2. PERRENOUD, P. Avaliação: da 2008/TICAI_2008_Cap11.pdf [25 maio
excelência à regulação das 2010].

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MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

TECENDO SABERES NA REDE: O MOODLE COMO ESPAÇO DE


ENSINO E APRENDIZAGEM ENTRE PROFESSORES, TUTORES
ONLINE E ALUNOS DA UAB/UFAL
Carloney Alves de Oliveira1; Elton Casado Fireman2
1
Universidade Federal de Alagoas/Centro de Educação, carloneyalves@gmail.com
2
Universidade Federal de Alagoas/Centro de Educação, eltonfireman@yahoo.com.br

Resumo: Esta pesquisa investiga a utilização do Moodle no curso de Licenciatura em Física a


distância da UAB/UFAL como espaço que propicia a construção de conceitos, por meio da interação
entre professores, tutores online e alunos, a partir das interfaces disponibilizadas no ambiente. Os
objetivos da pesquisa foram analisar a especificidade de cada disciplina do curso na utilização de
interfaces diferentes, investigar o domínio das interfaces disponibilizadas no Moodle pelos
professores, para potencializar a dinâmica do curso, analisar a dinâmica de utilização das interfaces
pelo aluno e tutor online na elaboração e construção do conhecimento, tanto individual como em
grupo. A pesquisa caracterizou-se como um estudo de caso numa abordagem qualitativa. Os dados
foram coletados através das entrevistas semiestruturadas, questionários para professores, para
tutores online e para os alunos e da observação no Moodle. Como resultado, foi constatado que os
sujeitos apresentaram algumas lacunas: dificuldade de acesso à plataforma, professores com
dificuldades em montar a disciplina no ambiente, disponibilizar o material didático para os alunos, o
manuseio nas interfaces, as poucas interações e intervenções dos professores e tutores online
mediante os questionamentos e dúvidas dos alunos e uma autonomia ainda limitada na busca
constante do seu próprio conhecimento. O desejo por uma melhor prática na utilização do Moodle no
curso pôde ser constatado, pelo fato de professores, tutores online e alunos estarem à disposição
para um acompanhamento sistemático e uma formação adequada, baseada no apoio, no diálogo e
na colaboração.

Palavras-chave: Ambiente Virtual de Aprendizagem, Educação a distância, Moodle, Formação de


Professores
.

Abstract: This research investigate the use of Moodle in the degree in Physics on-line at UAB/UFAL
understanding that this space offers the construction of ideas, through interaction between professors,
tutors on-line and students, using the tools offered in the ambient. The objectives of the research were
to analyze the specificity of each class in the utilization of different tools, investigating the domain of
the tools available in Moodle through professors, to increase the dynamics of the course, to analyze
the dynamic of the use of the tools by students and tutor on-line in the utilization of the built
acknowledge, both individual and in group. The research was characterized by a study in the case of a
qualitative approach. The data was collected through semi-structured interviews, essays to professors,
to tutors on-line and to students and to participative observation in the Moodle. As a result, it was
discovered that they had few gaps: difficult in access the platform, professors with difficulties to form
the class in the environment, offer class material to the students, the use of the tools, a lack of
interaction and intervention of professors and tutors on-line before the questions imposed by students
and a limited autonomy in the search of their own acknowledge. But, I could see an eager and
constant search to improve acknowledge in the practice to utilize Moodle in their classes. This
happened because professors, tutors on-line and students were available to a systematic monitoring
and an adequate instruction based on support, dialogue and collaboration.

Keywords: Space for Virtual Learning, Education online, Moodle, Academic training for professors

- 160 -
MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

A dinâmica de utilização das interfaces do


1. Introdução ambiente na realização das atividades pelo
Com as novas metodologias de ensino na aluno e pelo tutor online gera no curso
modalidade Educação a Distância (EAD), os interação e estímulo na construção do
Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) conhecimento, desde que a organização das
podem proporcionar aos professores, alunos e interfaces no Moodle possuam pontos
tutores online novas possibilidades de essenciais para seu sucesso: 1) Planejamento
informação, comunicação e criação de por parte do professor (LIMA et al, 2005) numa
materiais e interações, buscando alternativas lógica e administração das mesmas buscando
teóricas e práticas diante de problemáticas uma mudança de postura e de atitude em
propostas (SANTOS, 2003), sendo necessário relação à condução do curso, e 2) Uma
também construir com o aluno uma nova orientação adequada e contínua do tutor
concepção do que seja o processo de ensino online em relação aos alunos quanto ao modo
e de aprendizagem, e de como o seu de realização das atividades e dúvidas.
conhecimento pode ser transformado a partir Desse modo, o artigo proposto está
desses ambientes (SILVA, 2001). É organizado da seguinte forma: a Seção 2
imprescindível analisar quais são os recursos apresenta o método para realização da
a serem empregados, e quais os aspectos pesquisa; a seção 3 apresenta os principais
metodológicos a serem adotados, levando em resultados deste trabalho e, finalmente, a
conta, o ritmo de cada usuário na utilização seção 4 apresenta as conclusões e trabalhos
destes AVA, e em especial, no nosso caso do futuros.
AVA Moodle.
Partindo da realidade do curso de 2. Método
Licenciatura em Física a distância da
UAB/UFAL e tendo constatado no universo A metodologia escolhida foi a realização
acadêmico as dificuldades de utilização destas de uma pesquisa qualitativa, realizando um
interfaces disponibilizadas nos AVA, estudo de caso. A primeira fase da pesquisa,
decorrentes de um conhecimento ainda em caracterizada como exploratória, ofereceu
estágio precário dos usuários, tanto a respeito informações do contexto local e do objeto
das características das interfaces quanto das focalizado, quer em termos de objeto – a
maneiras mais adequadas de empregá-las, utilização do Moodle no curso de Licenciatura
resolvemos pesquisar sobre o Moodle, tendo em Física a distância – quer em termos
como referencial a sua utilização no curso, espaciais – da UAB/UFAL.
com isto, buscamos respostas para o seguinte Selecionamos, aleatoriamente, 54 sujeitos
questionamento: Como as interfaces como grupo para estudo dos dois primeiros
disponibilizadas no Moodle para as disciplinas semestres do curso no ano letivo de 2007.2 e
específicas do curso de Licenciatura em Física 2008.1 nas disciplinas ofertadas, dos quais 38
a distância da UAB/UFAL foram utilizadas foram alunos que, após uma conversa de
pelos professores, tutores online e alunos no conscientização e orientação de como seria
auxílio ao processo de ensino e de desenvolvida a pesquisa, aceitaram o convite,
aprendizagem? nos polos de Maceió, Santana do Ipanema e
Cada disciplina específica do curso traz Olho d’Água das Flores; 8 professores de
necessidades de utilizações diferentes, ou disciplinas e 8 tutores online das disciplinas
seja, de interfaces diferentes no AVA. A partir ofertadas. Todo o grupo manteve-se integrado
da concepção de formação, o professor irá e motivado no que se referiu à sistematização
trabalhar com uma diversidade de interfaces. e ao acompanhamento da pesquisa no
O domínio do professor sobre as interfaces e período proposto.
sua concepção epistemológica potencializam As técnicas e os instrumentos de pesquisa
a dinâmica do curso, podendo gerar adequados às especificidades do fenômeno
investigação e discussão entre os envolvidos. estudado foram: observação direta no
O professor tem papel fundamental no curso: ambiente Moodle nas disciplinas ofertadas,
produzir material, postar no ambiente, e junto envolvendo a parte descritiva e reflexiva do
ao tutor online conduzir o aluno ao melhor campo de pesquisa, dentre elas a descrição
caminho para que a sua aprendizagem seja do sujeito, reconstrução dos diálogos,
alcançada e as interfaces disponibilizadas descrição local, eventos especiais, das
sejam bem utilizadas (BRITAIN e LÍBER, apud atividades propostas, e o nosso
OKADA, 2003).

- 161 -
MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

1
comportamento como observador disponibilizadas e utilizadas pelos sujeitos
(especulações, sentimentos, problemas, envolvidos.
ideias, impressões, pré-concepções, dúvidas, Selecionando os dados aos quais tivemos
incertezas, surpresas e decepções). acesso, estes representam o universo da
Os dados foram coletados, através das pesquisa, através de questionário, falas dos
entrevistas semiestruturadas, questionários professores, tutores online, alunos e
para professores, para tutores online, para os observações do ambiente. Desse modo,
alunos, e da observação no Moodle, que agrupamos esses dados nas seguintes
foram de suma importância para que se categorias:
pudessem utilizar as respostas e observações - utilização do Moodle na prática do professor;
a fim de construir conhecimento a respeito do - o tutor online no curso;
problema investigado. - navegabilidade do aluno durante o curso;
- dificuldades de utilização da plataforma;
3. Resultados A partir das observações no Moodle e,
em seguida, com algumas entrevistas com os
Os dois primeiros semestres do curso de professores, tutores online e alunos nas
licenciatura em Física da UAB/UFAL foram disciplinas, constatamos que estes sabem o
compostos por 8 professores, 8 tutores online básico sobre o Moodle, buscando
e 200 alunos matriculados. O grupo formado compreender este ambiente:
para a pesquisa foi de 7 professores, 5 tutores
online e 38 alunos do curso, isso depois de que, dependendo do conhecimento
uma conversa e um convite para participarem que se tenha, ele é de fácil
da pesquisa, e a partir daí foram enviados navegabilidade, sei apenas o básico
questionários para todos e apenas foi deste programa. (P3)
devolvido o número formado para compor o
grupo da pesquisa. uma plataforma que disponibiliza
O contato inicial se deu com a exploração várias ferramentas que podem ser
do AVA, Moodle/UFAL, locus da pesquisa. utilizadas na EAD. (P6)
Após esse momento, foi proposto aos sujeitos
um questionário com questões abertas. Em é um ambiente interativo onde ficam
seguida, foi possível entrevistá-los, mesmos registradas todas as ações tutor-prof-
buscando entender a dinâmica de utilização aluno. (T1)
da plataforma e seu contexto. A transcrição da
fala e escrita dos sujeitos ocorreu na íntegra e que é um ambiente de aprendizagem
buscamos preservar a identidade dos sujeitos, a distância, como tal, possui diversas
optando por códigos: P – professor, T – tutor ferramentas que possibilitam a
online e A – aluno. interação, o acompanhamento e a
As disciplinas analisadas no Moodle/UFAL avaliação dos participantes. (T2)
foram Matemática Básica, Organização do
Trabalho Acadêmico, Profissão Docente, Moodle é um ambiente de
Tecnologia da Informação e Comunicação aprendizagem assíncrona e síncrona
para Educação a Distância, Introdução à onde o aluno pode interagir com
Física, Projetos Integradores 1, Física outros alunos e com professores,
Experimental, Física 1, Projetos Integradores disseminando assim o conhecimento
2, Cálculo 1 e Política e Organização da adquirido. (A9)
Educação Básica no Brasil, não se precisando
apresentar um código dessas disciplinas o Moodle é um ambiente virtual de
porque as páginas do Moodle que as aprendizagem que pode ser instalado
identificam ficaram ocultas na pesquisa, em qualquer computador; o Moodle
mostrando apenas as interfaces possui ferramentas importantes para o
ensino a distância. (A13)

Apesar de reconhecerem o Moodle como


1
Conforme Maturana (2001), observador é um ambiente de fácil navegabilidade, uma
qualquer ser humano que ao operar na linguagem interface que serve para inserir material e
com outros seres humanos participa com eles na atividades para acompanhamento de suas
constituição de um domínio de ações coordenadas, disciplinas e na suas participações como
com um domínio de distinções, e pode, de certo
sujeitos do processo de ensino e
modo, gerar descrições.

- 162 -
MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

aprendizagem, conhecendo o básico da sua Neste sentido, limitando-se a investigar o


estrutura, nota-se que os outros sujeitos Moodle no curso de Licenciatura em Física a
também conhece com mais propriedade o distância da UAB/UFAL, este trabalho trouxe
ambiente, percebendo a necessidade de se contribuições para a área de TIC na formação
trabalhar com criatividade e dinamicidade com de professores através de AVA.
suas respectivas interfaces e recursos: Da convivência durante meses com os
sujeitos da pesquisa, constatamos que o
convido sempre os meus alunos desejo para uma melhor prática na utilização
para uma viagem que acontecerá do Moodle no curso pôde ser constatado, pelo
numa dinâmica interativa e de troca fato de professores, tutores online e alunos
de experiências, ampliando seus estarem à disposição para um
conhecimentos, conhecendo a acompanhamento sistemático e uma formação
plataforma Moodle e suas adequada, baseada no apoio, no diálogo e na
interfaces. (P4) colaboração.
Na perspectiva de estudos futuros, ainda
ele é um software desenvolvido para ressoam questionamentos, tais como: o que é
proporcionar ao curso a distância uma preciso aprender para ensino em AVA? Como
estrutura escolar virtual, possibilitando manter as práticas pedagógicas atualizadas
a comunicação síncrona e assíncrona nesses ambientes para áreas específicas de
(fórum, não acontece em tempo real) conhecimento, numa dimensão da
sendo, então, o meio pelo qual os aprendizagem colaborativa?
envolvidos (tutor, professor, aluno, Precisamos promover ações que
coordenador, outros) se “encontram” possibilitem espaços para uma constante
de forma organizada para formação desses sujeitos, articulando a teoria
desenvolvimento do curso. (A36) e a prática numa dinâmica dialógica,
potencializando propostas pedagógicas num
Para os dois primeiros semestres da turma AVA a partir da reflexão sobre a sua própria
2007.2, a partir das observações no Moodle ação, reconstruindo a aprendizagem e o
em cada página das disciplinas desses dois conhecimento.
períodos, 2007.2 e 2008.1, os professores
planejaram trabalhar com algumas interfaces Referências Bibliográficas
do Moodle na sua disciplina, porém nem todas
foram utilizadas, observando que é preciso 1. LIMA, Maria de F. W.; TAROUCO, Liane
conhecer profundamente essas interfaces, seu M. R. A utilização de grupos em ambientes
significado e sua dinâmica de usabilidade, digitais/virtuais. In: VALENTINI, Carla B.;
para que possam ser utilizadas de forma SOARES, Elaine M. S. (orgs.)
adequada, pelos alunos e tutores online, Aprendizagem em ambientes virtuais:
contemplando os diferentes estilos de compartilhando idéias e construindo
aprendizagem de cada usuário, a fim de que cenários. Caxias do Sul: Educs, 2005. p.
todos possam ter oportunidade e liberdade de 163-178.
expressão, que impulsionem a distinguir as 2. MATURANA, H. A ontologia da
ambiguidades e singularidades da temática. realidade. Belo Horizonte: Edufmg, 2001.
Ante a realidade vivenciada pelo 3. OKADA, Alexandra L. P. Desafio para
professores, tutores online e alunos para EAD: como fazer emergir a colaboração e
utilização da plataforma Moodle no curso de a cooperação em ambientes virtuais de
Licenciatura em Física a distância da aprendizagem? In: SILVA, Marco (org).
UAB/UFAL, constatou-se que algumas Educação online. São Paulo: Loyola,
dificuldades foram apresentadas, tais como 2003. p. 273-291.
montar a disciplina no ambiente, disponibilizar 4. SILVA, Marco. Sala de aula interativa.
o material didático para os alunos, o manuseio Rio de Janeiro: Quartet, 2001.
nas interfaces, as poucas interações e 5. SANTOS, Edméa O. Articulação de
intervenções dos professores e tutores online saberes na EAD online: por uma rede
mediante os questionamentos e dúvidas dos interdisciplinar e interativa de
alunos, e uma autonomia ainda limitada na conhecimentos em ambientes virtuais de
busca constante do seu próprio conhecimento. aprendizagem. In: SILVA, Marco (org).
Educação online. São Paulo: Loyola,
4. Conclusões e Trabalhos Futuros 2003. p. 217-230.

- 163 -
MoodleMoot Brasil 2010 ISSN 1982-1611

Avaliação de Aulas no ambiente Moodle


Hylson V. Netto1; Hélton J. O. Fernandes1 e Jackson Bagatoli1
1
Instituto Federal Catarinense, Campus Rio do Sul
hvescovi@gmail.com; helton.fernandes@hotmail.com; jacksonbagatoli@gmail.com

Resumo: Este artigo apresenta um plugin do Moodle chamado Evaluation, que permite a avaliação
de aulas pelo corpo discente. O histórico do desenvolvimento deste sistema relata experiências de
utilização e são sugeridos trabalhos promissores na área de avaliação docente e discente.

Palavras-chave: avaliação docente, Moodle, ambientes virtuais de aprendizagem.

Abstract: This paper presents a Moodle plugin called Evaluation, which allows students to evaluate
classes. Experiences about development and usage are reported and promising works in the area of
teacher and student assessment are suggested.

Keywords: teaching evaluation, Moodle, virtual learning environments.

Junior (2008), a avaliação de aula é desejada


1. Introdução e deve ser contínua, para uma análise do
processo de ensino e aprendizagem, bem
Avaliar é necessário: professores avaliam como o desempenho do professor frente a
alunos, com provas e trabalhos, para medir este processo. Uma avaliação de aula deve
desempenho; alunos avaliam professores, envolver aluno e professor, pois ambos são os
através de questionários, com a intenção de componentes principais de uma aula. Para
contribuir na melhoria do processo de ensino e tornar alunos e professores co-participantes
aprendizagem e para expressar suas opiniões no processo educacional, Freire (1996) aponta
a respeito das aulas ministradas. a necessidade de que o professor esteja
A opinião do aluno é importante. Moreira aberto a sugestões e comunique-se
(apud Lampert 1999, 137) afirma que “avaliar efetivamente com seus alunos. Dias Junior
a qualidade do ensino é uma tarefa por (2008) realiza essa comunicação através da
demais difícil e complicada para basear-se utilização de fóruns para registrar as opiniões
unicamente na opinião do aluno. Por outro dos alunos. Pretende-se apresentar neste
lado, é difícil conceber uma avaliação da trabalho uma nova maneira de realizar a
qualidade do ensino sem levar em conta o que avaliação docente e introduzir um conceito
pensam os alunos, pois eles constituem a mais elaborado de uma avaliação de aula.
audiência para a qual o ensino é dirigido”. Este artigo está organizado da seguinte
Entretanto, a avaliação docente geralmente é forma: a Seção 2 apresenta um método para
realizada em término de semestre ou ano produção deste artigo, enfatizando o histórico
letivo, através de questionários; dessa forma, do desenvolvimento do sistema de avaliação
remete ao diagnóstico de práticas docentes de aulas; A Seção 3 apresenta os principais
inseridas em um paradigma educacional resultados deste trabalho e, finalmente, a
tradicional, conforme Dias Junior (2008). Além Seção 4 apresenta as conclusões e trabalhos
disso, estados finais de aprovação ou futuros.
reprovação dos alunos podem influenciar essa
impressão, sem demonstrar o que tem 2. Método
ocorrido durante o período letivo.
Um histórico de avaliações fornece mais Aulas de informática são ministradas
informações que uma única avaliação: uma parcialmente em laboratórios de informática,
aula ruim em meio a uma série de aulas boas contando com a disponibilidade de
é uma exceção; uma seqüência de aulas ruins aproximadamente 20 computadores para
pode sinalizar problemas. Segundo Dias turmas de 30 alunos. Diante dessa realidade,

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foi criado um sistema que permite o e senha). Um campo foi disponibilizado para a
fornecimento de opinião sobre a aula realização de comentários e foram utilizadas
realizada, de maneira que o professor possa, figuras para despertar a atenção do aluno,
após a aula, verificar quais foram os com utilização de imagens aleatórias (há uma
comentários sobre sua aula, bem como variação de duas ou três imagens para cada
observar estas avaliações de uma forma opção), apresentando visualmente a idéia de
quantitativa. quão boa foi a aula e facilitando a escolha.
O sistema passou por cinco versões, Apesar da existência do campo “nota” nas
desde a sua criação; tem sido desenvolvido tabelas dessa versão, permaneceu uma
usando a linguagem de programação PHP e o equivalência numérica para armazenar os
banco de dados MySql. Na interface da conceitos utilizados na avaliação (Não-sei=0,
primeira versão utilizada, que iniciou sua Ruim=1, Média=2, etc). O professor também
operação em 2007/1, os seguintes campos podia avaliar a aula, registrando numa
eram questionados ao aluno: Aula a ser interface diferenciada sua opinião e
avaliada (o aluno selecionava dentre uma lista comentando o desenvolvimento da aula. Esse
das aulas que ocorreriam no dia), Opinião (o registro foi importante para que o aluno
aluno selecionava: “Ruim”, “Média”, “Boa”, acompanhasse o andamento das aulas, no
“Excelente”), Comentários e Assunto desejado ponto de vista do professor. Da primeira
na próxima aula. Nesta primeira versão, ao versão até a quarta, a entrega da opinião do
realizar a avaliação o aluno eventualmente aluno foi anônima, permitindo uma melhor
esquecia de selecionar a aula na qual estava liberdade de expressão, sendo que a
participando, deixando selecionada a opção avaliação podia ser realizada até a meia-noite
padrão “Aula eventual/esporádica”; algumas daquele dia em que houve a aula.
vezes selecionava a turma errada, devido ao Em Agosto de 2010, decidiu-se converter
fato de os nomes das turmas serem a aplicação para um plugin do Moodle, visto
semelhantes (Turma 2B, Turma 2C, Turma que os alunos estavam utilizando este
2E). Na segunda versão, utilizou-se um campo ambiente virtual desde Agosto de 2009. Nesta
“Nota” ao invés do campo “Opinião”; o aluno quinta versão da aplicação, sob forma da
digitava um valor de zero a dez, incluindo atividade denominada Evaluation, algumas
dígitos decimais; nomes de turmas foram mudanças conceituais ocorreram: a avaliação
definidos usando variações/apelidos, para não é mais anônima, pois se utiliza o login do
diminuir os erros na seleção da aula (“Eles e Moodle para armazenar o autor da opinião; a
Elas da 2A”, “Galera da 2B”, “Os ecológicos da senha de avaliação de aula não é mais
2E”). Houve problemas em digitar o valor das necessária, visto que cada sala do Moodle
notas, pois às vezes confundia-se a utilização contém uma instância do módulo de avaliação
de ponto ou de vírgula para o dígito decimal de aula. A figura 1 apresenta a interface de
da nota, e o sistema não tratava essa avaliação da aula utilizada atualmente.
peculiaridade. Ainda nesta versão, houve uma
alteração na interface para disponibilizar
botões de rádio com valores inteiros de zero a
dez, para que o aluno pudesse selecionar a
nota. A terceira versão (operante em 2008/2)
voltou a utilizar conceitos ao invés de notas,
valendo-se das opções “Ótima”, “Legal/Boa”,
“Média/Comum” e “Ruim/Fraca”; essas opções
seriam convertidas para notas.
Na quarta versão do sistema de avaliação,
disponível entre Abril de 2009 até Julho de
2010, houve alterações significativas: o aluno
não mais selecionaria a aula que deseja Figura 1: Interface para avaliação de aula
avaliar, mas apenas informava uma senha de
avaliação; essa senha era fornecida pelo Foi criado também o bloco Evaluation, que
professor em determinado momento permite a visualização de avaliações públicas,
(geralmente próximo ao final da aula), e sem a necessidade de efetuar login no
através da senha seria verificada qual a aula Moodle. A figura 2 apresenta um exemplo de
que estava sendo avaliada. Era necessário um histórico de avaliações.
pré-cadastramento das aulas pelo professor
(campos: data da aula, descrição do conteúdo

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realizar a avaliação de suas aulas coloca à


prova a qualidade de seu trabalho. A
disponibilização pública destas avaliações
fornece as opiniões sobre suas aulas a
qualquer leitor que tenha interesse em
conhecer um pouco mais o trabalho deste
docente, sob uma ótica discente.
Muitas melhorias podem ser feitas neste
sistema de avaliação. Perguntas subjetivas
poderiam ser feitas ao aluno, ao invés de
Figura 2: Histórico de avaliações apenas disponibilizar o campo “comentários” -
perguntas incitam o aluno. A réplica - por parte
O plugin Evaluation está implementado do professor ou de outros alunos - aos
seguindo os padrões de construção de plugins comentários transformaria a avaliação de aula
do Moodle, contemplando atualmente os em um diálogo, tornando a ferramenta
idiomas inglês e português, e foi submetido ao interativa - característica da Web 2.0. Uma
1
repositório oficial do Moodle . revisão realizada por Dias Junior (2009)
aponta a necessidade de ferramentas que
3. Resultados forneçam um retorno aos alunos, a partir das
avaliações realizadas.
A prática da avaliação de aula teve seu As avaliações de desempenho dos alunos
auge quando era a única ferramenta on-line e do professor poderiam ser realizadas
utilizada pelos alunos. Em determinada versão simultaneamente. O término de uma aula é um
do sistema de avaliação, havia uma senha momento bastante propício para que o aluno
para avaliação de cada aula; palavras avalie o professor e o professor avalie o aluno.
diferenciadas eram criadas pelo professor Deseja-se redefinir o conceito de avaliação de
para serem utilizadas como senha, aula como sendo o momento em que os
relacionadas ao conteúdo ministrado nas personagens aluno e professor se avaliam,
aulas; palavras com grafias mais elaboradas gerando assim novas possibilidades de
eram também utilizadas, para promover o descoberta de conhecimento, por conta das
desenvolvimento da escrita do português (ex. informações geradas: um aluno com baixo
exceção, transcendental, analisar). desempenho avalia que uma aula foi boa; um
Após o início da utilização do ambiente aluno com bom desempenho avalia que uma
virtual de aprendizagem, o sistema de aula foi ruim. A descoberta das causas que
avaliação de aulas foi menos utilizado. Com a levam a esse tipo de avaliação poderá abrir
recente transformação do sistema em plugin novos horizontes na tomada de decisões
para o Moodle, ainda se mantém pequena a durante o processo de ensino e
utilização. Acredita-se que não há uma aprendizagem. Além disso, utilizando as
motivação real ou ganho explícito para sua informações das avaliações de aula como
utilização por parte dos alunos. Estão sendo parte do processo avaliativo, espera-se
investigadas estratégias para impelir o aluno a aumentar a aprendizagem; de acordo com
uma maior participação, e a estratégia mais Marchesi (2006), o sistema de avaliação
promissora é a avaliação simultânea do aluno condiciona a aprendizagem. Pode-se pensar,
e do professor – comentar-se-á mais sobre por exemplo, em “nível de participação na
essa estratégia na próxima seção. avaliação de aula” como item a ser
considerado na avaliação.
4. Conclusões e Trabalhos Futuros É gratificante para um professor quando
uma aula planejada transcorre de acordo com
A avaliação docente é considerada em as expectativas: quando os alunos se
muitas escolas e universidades como uma interessam pelo conteúdo apresentado;
prática institucional, mas sob esse ponto de quando a participação dos alunos ocorre e
vista pode gerar angústias e receios por parte quando os alunos emitem sua opinião sobre a
do professor. Uma ferramenta na qual o qualidade da aula. Uma avaliação escrita da
próprio professor é responsável pela sua aula permite uma expressão simples e direta,
avaliação provê autonomia e compartilhando e divulgando o ocorrido nesta
responsabilidade. O docente que opta por sessão de experiências, que é única a cada
tempo e público.
1
http://moodle.org/mod/data/view.php?id=6009

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Referências Bibliográficas

1. DIAS JUNIOR, L. D.; FERREIRA, B. de J.


P. Informática na Educação como apoio
à Avaliação Docente em Disciplina do
Curso de Mestrado em Ciência da
Computação da UFPA. Anais do XIX
Simpósio Brasileiro de Informática na
Educação. Nov. 2008.
2. DIAS JUNIOR, L. D.; Discutindo os
caminhos da avaliação para uma
melhor aprendizagem on-line. Anais do
XX Simpósio Brasileiro de Informática na
Educação. Nov. 2009.
3. FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. São
Paulo: Paz e Terra, 1996, p119.
4. MARCHESI, A. O que será de nós, os
maus alunos? Porto Alegre: Artmed.
2006.
5. MOREIRA, D. A. Fatores Influentes na
Avaliação do Professor pelo Aluno:
uma revisão. Educação e Seleção, n.º 17,
jan-jul 1998.

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Uma proposta de modelo compartilhável e hierárquico


para disciplinas virtuais do Moodle, a partir do
desenvolvimento de um novo núcleo
Mauricio Garcia F. do Nascimento1 e Leônidas de Oliveira Brandão1
1
Instituto de Matemática e Estatística – Universidade de São Paulo (USP)
CEP 05508-090 – São Paulo – SP – Brasil

{mauricio,leo}@ime.usp.br

Resumo: O sistema Moodle constitui-se atualmente numa das mais importantes ferramentas de
apoio a cursos na Web. Apesar disto, seu modelo apresenta algumas deficiências para uma
estruturação hierárquica e compartilhamento de materiais digitais entre disciplinas e turmas do seu
ambiente virtual. Este artigo apresenta um estudo sobre a arquitetura central do Moodle, propondo a
definição de um novo núcleo, visando o aprimoramento destas características.

Palavras-chave: Moodle, núcleo do sistema, hierarquia de cursos, compartilhamento de materiais


digitais.

Abstract: Moodle system is currently one of the most important tools to support Web classes. Despite
its success, it represents a deficient hierarchical model for storing and sharing teaching materials
inside disciplines and student groups on its virtual environment. This article presents a study about
Moodle core architecture, and proposes a redesign for it, aiming to improve these characteristics.

Keywords: Moodle, system core, course hierarchy, digital content sharing.

centenas de milhares de participantes, o que


1. Introdução potencializa as contribuições disponibilizadas
para a comunidade (ALVES et al., 2007); b)
Ao longo dos últimos anos, o Ensino a possui código-fonte disponível, licenciado sob
Distância (EaD) tem alcançado crescente o GNU GPL; c) conta atualmente com
interesse de pedagogos, alunos e tradução para aproximadamente 80 idiomas e
pesquisadores em diversas áreas. Entre é utilizado em mais de 200 países, o que o
outros motivos, este fato pode ser justificado torna amplamente adotado e divulgado
pelos novos meios de comunicação, conexão (MOODLE, 2010); d) é referenciado como
e disseminação de conteúdos didáticos, caso de sucesso pela adoção tanto no Brasil,
principalmente através dos sistemas Web pelo Consórcio CEDERJ e UAB (Universidade
(AZEVEDO, 2005). O aumento de opções dos Aberta do Brasil), quanto em nível mundial
denominados Sistemas Gerenciadores de pela Open University.
Cursos via Web (SGC), em conjunto com a Apesar desses destaques, este artigo
constante incorporação de novas expõe características do Moodle, que
funcionalidades nestes, têm contribuído poderiam ser aperfeiçoadas: o modelo
positivamente para adoção de cursos com hierárquico de organização dos seus cursos e
apoio Web, tanto presenciais como na disciplinas virtuais e o compartilhamento das
1
modalidade EaD. suas disciplinas e materiais digitais entre
O presente trabalho tem como objeto de diversas turmas de alunos.
estudo o SGC Moodle. Algumas
características foram decisivas pela sua 1
Compreende-se neste trabalho como “material
opção, dentre os principais SGC disponíveis digital”, um conjunto amplo de conteúdos
atualmente: a) o número de usuários e direcionados aos alunos e pertinentes a uma
profissionais envolvidos atinge atualmente disciplina no ambiente virtual, podendo abranger,
por exemplo, textos, recursos como fóruns e salas

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Este artigo está organizado da seguinte para cada cópia criada em turmas
forma: a Seção 2 discute estas deficiências do específicas.
Moodle; a Seção 3 apresentada estratégias
para a melhoria; na Seção 4 são descritos os 3. Metodologia
resultados esperados e finalmente na Seção 5
apresentamos a conclusão deste projeto. Existem diversas estratégias para o
aperfeiçoamento do Moodle, de modo que ele
2. Deficiências da estrutura atual do ofereça soluções para as deficiências
Moodle apontadas anteriormente.
Uma alternativa viável para os sistemas de
Uma característica desejável aos SGC é a código-fonte aberto, é o desenvolvimento de
sua capacidade de adaptação e rotinas internas, que agreguem novas
personalização ao seu meio de atuação. Para funcionalidades e comportamentos ao padrão
isto, ele deve ser flexível, para adequar-se à do sistema. Entretanto, esta possibilidade é
realidade da instituição, e às diversas inviável aos objetivos deste projeto, pois essas
metodologias pedagógicas (MORAN, 2003). funcionalidades apresentadas estão definidas
De maneira geral, o Moodle possui uma em estruturas internas, onde não são previstas
estrutura que permite personalizações, de personalizações do seu código-fonte.
modo que os professores possam utilizá-lo Outra possibilidade é o desenvolvimento
orientado às suas práticas pedagógicas. Além completo de um novo sistema. Tanto o
disso, componentes didáticos especializados sistema ROODA (Rede Cooperativa de
de terceiros podem ser embutidos no seu Aprendizagem) quanto o SAW (Sistema de
ambiente a fim de tornarem-se disponíveis a Aprendizagem pela Web) são dois exemplos
todos os seus usuários. Em termos de típicos. O primeiro foi desenvolvido
maturidade e qualidade do seu sistema, ele é integralmente pela Universidade Federal do
considerado satisfatório pelos seus usuários. Rio Grande do Sul para refletir as estruturas
Apesar destes fatos, o Moodle apresenta pedagógicas e planos de ensino daquela
algumas deficiências, sendo duas objeto de instituição (BEHAR et al., 2007). O segundo,
estudo deste trabalho: proposto por BRANDÃO et al. (2005) oferece
• A falta de organização consistente para os recurso para o uso de módulos de
cursos e disciplinas virtuais. Uma parcela aprendizagem interativos especialistas,
considerável de instituições de ensino (IE) disponibilizados na forma de Applets Java.
que utilizam algum SGC tem a A desvantagem desta estratégia é a
necessidade de definir estruturas demanda de esforço exigida para a criação de
hierárquicas para os seus cursos e suas um novo sistema, em termos da quantidade de
respectivas disciplinas, podendo estas profissionais capacitados para a tarefa,
estarem frequentemente contidas em mais número de horas necessárias para a
de um curso. O modelo atual do Moodle programação, dentre outros fatores.
distribui cada uma das disciplinas em A proposta deste projeto objetiva
apenas um único curso (denominado de contornar os problemas do Moodle descritos
“categoria” pelo sistema); anteriormente, utilizando uma estratégia na
• A impossibilidade de compartilhamento de qual as principais vantagens dos métodos
disciplinas e materiais digitais. Uma anteriores possam ser melhor exploradas: o
prática comum nas IE é oferecer a mesma desenvolvido apenas de um novo núcleo ao
estrutura de disciplina para diversas SGC, que seja compatível com os recursos já
turmas, inclusive para cursos distintos. existentes do Moodle.
Mesmo que estas disciplinas possuam Para melhor compreensão desta
materiais digitais semelhantes, o Moodle estratégia, este trabalho analisou a estrutura
exige a criação de ambientes isolados e atual do código-fonte da versão 2.0 do Moodle
independentes para cada uma delas. Uma (a mais recente disponível). Cada um dos
consequência imediata e indesejável desta seus arquivos foi categorizado num
característica é a necessidade de grande determinado grupo, com critérios pré-
esforço por parte do professor para a estabelecidos, de acordo com a sua função
manutenção e atualização destas dentro do sistema. De maneira sucinta, eles
disciplinas e dos seus materiais digitais, podem ser classificados em: a) arquivos
requisitados diretamente pelo usuário, como
criação de uma nova disciplina ou extração de
de bate-papo e Objetos de Aprendizagem
relatório de alunos; b) arquivos do núcleo, que
interativos.

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oferecem a infra-estrutura fundamental do distintos C1 e C2, o que não é desejável na


sistema; c) componentes (plugins) para prática. Pela nova proposta, uma única
diversas funcionalidades, como mecanismos disciplina D3 poderá fazer parte dos currículos
para autenticação do usuário; d) bibliotecas de destes cursos. Isto será possível através de
terceiros. A Figura 1 exibe estes grupos e referências de uma única disciplina D3 em
suas inter-relações. Além disso, foi indicado diversos cursos.
em cada grupo o percentual aproximado do
espaço ocupado pelos seus arquivos de
código-fonte, em relação ao sistema como um
todo. Estes valores foram obtidos através de
uma varredura completa no seu código-fonte,
respeitando os critérios de classificação de
cada grupo descritos anteriormente.

Figura 2: Nova hierarquia para as


disciplinas em um curso.

Outra carência do Moodle, apontada por


grande parte dos professores e coordenadores
de curso diz respeito à criação e manutenção
de disciplinas semelhantes e seus respectivos
materiais digitais entre turmas distintas.
Atualmente cada disciplina deve ser copiada e
mantida de forma isolada e independente
Figura 1: Distribuição do código-fonte do entre as suas turmas, o que acaba gerando
Moodle em grupos. um trabalho dispendioso aos seus
administradores.
Com a implementação do novo núcleo,
4. Resultados esperados
será possível ao coordenador do curso definir
uma estrutura de base para cada disciplina,
Por contar com um conjunto reduzido de
que contemple seus materiais e atividades
código-fonte (27% de todo o Moodle), o
pedagógicas fundamentais. A partir disto, a
desenvolvimento de um novo núcleo
nova funcionalidade de compartilhamento de
demandará menor tempo de desenvolvimento
disciplinas permitirá que cada professor que
em relação a um sistema completo. Além
lecione em uma turma daquela disciplina,
disso, este núcleo terá como benefício do
tenha a sua disposição uma edição desta, pré-
ponto de vista do desenvolvimento, o
definida no seu ambiente, com todos os seus
oferecimento de uma plataforma compatível
materiais digitais dispostos e preparados para
com os recursos já existentes do Moodle, de
o uso, de acordo as definições estabelecidas
modo que possamos aproveitar sua ampla
pelo coordenador. Desta maneira, cada
base de gerenciadores, como por exemplo, o
disciplina base poderá ser compartilhada em
de fórum, sala de bate-papo e repositório de
diversas edições dentro do ambiente Moodle.
arquivos.
Outra vantagem fundamental deste novo
núcleo será a maior liberdade para as
implementações das funcionalidades
desejadas, uma vez que grande parte das
regras de negócio do Moodle estão definidas
neste grupo.
Conforme descrito anteriormente, um dos
objetivos deste projeto é aperfeiçoar a
estrutura de representação hierárquica das
disciplinas entre os cursos (ou categorias), de
modo que seja possível sua indicação em Figura 3: Compartilhamento de edições de
mais de um deles. A Figura 2 ilustra um disciplinas em múltiplas turmas.
exemplo. No modelo atual, uma disciplina
precisa ser representada através de duas A Figura 3 exibe um comparativo entre o
cópias idênticas D3a e D3b para dois cursos modelo atual e esta nova proposta. Ao invés

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de criar e manter múltiplas cópias para as Referências Bibliográficas


disciplinas D1 e D2 entre diversas turmas
(2009/2, 2010/1 e 2010/2), a nova proposta 1. ALVES, A. P. & GOMES, M. J. (2007). O
proporcionará o uso de edições, de forma a ambiente MOODLE no apoio a
compartilhar a mesma base entre estas situações de formação não presencial.
turmas. Centro de Competência da Universidade
Ao contrário do modelo atual do Moodle, do Minho.
este novo núcleo irá manter relacionamentos 2. AZEVEDO, W. (2005). Muito além do
entre a disciplina de base e suas edições. Se Jardim de Infância: temas de Educação
o coordenador alterar algum conteúdo restrito Online. Rio de Janeiro, Armazém Digital.
da disciplina, como por exemplo a sua 3. BEHAR, P., BERNARDI, M., FROZI, A. &
ementa, todas as suas edições também KELLEN, K. (2007). ROODA:
refletirão esta mudança de maneira desenvolvimento, implementação e
automática e sem a intervenção do professor. validação de um AVA para UFRGS.
Este recurso poupará esforço para Nuevas Ideas en Informática Educativa,
manutenção das disciplinas, além da agilidade Vol. 3, pp. 321-338, Santiago de Chile.
garantida pela necessidade de alteração 4. BRANDÃO, L. O. & MOURA, J. G. (2005).
apenas em sua base. Os professores também Aplicações no SAW - Sistema de
terão liberdade para incluir materiais digitais Aprendizagem pela Web. Anais do
específicos dentro da sua edição de disciplina Simpósio Brasileiro de Informática na
a qualquer instante, caso tenham necessidade Educação.
por exemplo, em incluir exercícios de reforço 5. MOODLE. Moodle Statistics. Disponível:
para a sua turma ou iniciar uma discussão http://moodle.org/stats. [03 jul 2010].
através 6. MORAN, J. M. (2003). Educação
inovadora na sociedade da informação.
5. Conclusão Disponível:
http://www.eca.usp.br/prof/moran. [15 jul
Com este projeto, esperamos desenvolver 2010].
um novo núcleo para um SGC compatível com
os módulos e recursos do Moodle, em um
intervalo de tempo reduzido, através da
reutilização dos seus componentes e
bibliotecas.
Por controlar grande parte das regras de
negócio e definições das estruturas internas
do sistema, o desenvolvimento de um novo
núcleo nos proporcionará liberdade suficiente
para modelar a arquitetura proposta de cursos
e materiais digitais.
Com este trabalho, acreditamos que as
deficiências apontadas anteriormente neste
SGC poderão ser solucionadas de maneira
eficaz, de modo que os professores tenham
maior facilidade no manuseio das suas
disciplinas virtuais e nos seus respectivos
materiais digitais.
Estas ações terão reflexo imediato no
processo de ensino-aprendizagem, por
viabilizar práticas pedagógicas mais flexíveis
para as IE, professores e coordenadores de
curso.
O resultado final deste projeto também
será disponibilizado sob a mesma licença
GNU GPL do Moodle, de modo que possamos
beneficiar futuros projetos relacionados ao
tema, desenvolvedores e usuários em geral.

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