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INTRODUÇÃO
O obreiro precisa saber comunicar a Palavra de Deus com eficiência e de maneira clara.
Surge então, a necessidade da homilética.
"Sermão é Deus quem dá". Por que há níveis diferentes de sermões? Por que há
pregadores melhores que outros? Todos os sermões e todos os pregadores deveriam ser
uniformes. Há culto narcisismo nos púlpitos. Quase todos os pregadores se acham bons
e não gostam de ser corrigidos. Corrigir um pregador não significa duvidar de sua
vocação. Há pregadores que encaram o preparo do sermão como descrença no poder
espiritual deles.
1. O valor da pregação
Helmut Thielicke, famoso pregador alemão, disse: "Onde quer que encontremos, hoje
em dia, uma congregação cheia de vida, encontraremos no centro uma pregação cheia
de vida". Com isto podemos entender que a pregação é a principal tarefa do pastor.
2. Definição de pregação
3. Definição de Homilética
"É a arte de pregar sermões", "a ciência da pregação", "arte de fala religiosa". Do grego:
"Homileo" (conversa, fala, em espírito de camaradagem).
4. Objetivo da homilética
Ajudar na confecção de sermões para uma pregação mais eficiente. Isto porque
beneficia o pregador (torna mais fácil a pregação do sermão) e beneficia o auditório (um
sermão homileticamente preparado é mais assimilável). Muitos sermões falham por ser
absolutamente sem ordem. As idéias são confusas e a pregação perde o sentido, por
completo. Talvez chegue o tempo em que poderá dizer-se: "Felizmente a vida não é
como o sermão do pastor, porque a vida, apesar de tudo, tem algum sentido, enquanto o
sermão do pastor não tem nenhum".
5. A homilética não é:
6. A homilética é:
c) Uma compreensão de que o sermão tem muito a ver com o pregador. O pregador é o
sermão.
d) Uma compreensão de que Deus colocou no mundo recursos que devemos aproveitar.
Inclusive os da ciência da comunicação verbal.
1. Sermão evangelístico.
2. O sermão doutrinário.
c) Dá embasamento à ação;
3. O sermão devocional
Sua finalidade é desenvolver nos crentes um sentimento de amorosa devoção para com
Deus, despertando sentimento de louvor.
4. O sermão de consagração
Sua finalidade é estimular os crentes a dedicarem talentos, tempo, bens, influência, vida,
etc, ao serviço de Deus. Estimula a igreja para vocação, abertura de novos trabalhos,
ofertas missionárias, etc.
Sua finalidade é orientar os crentes para pautarem suas condutas diárias e relações
sociais de acordo com os princípios cristãos. Assuntos que cabem aqui: Matrimônio,
adultério, divórcio, justiça social, racismo, dignidade da pessoa.
6. O sermão de alento (ou pastoral)
. Sermão textual.
. Sermão expositivo
Na introdução o pregador mostrou como podemos crer na bíblia. Ela tem sido
comprovada pelos séculos. A argumentação seguiu a partir daqui: A palavra de Deus é a
verdade e isto está provado. Surgiram as três divisões:
II – PELA CIÊNCIA
I - VITÓRIAS
II - DERROTAS
III - PECADOS
IV - RIXAS
V - SOFRIMENTOS.
1.1 - Vantagens do sermão tópico ou temático.
a) O tema deve ser claro, específico e expressivo, pois tudo dependerá dele;
2. Textuais Literais.
II - A ESPERANÇA
III – O AMOR
I - A CONCUPSCÊNCIA DA CARNE
I - O CAMINHO
II - A VERDADE
III – A VIDA
Na confecção do sermão pode se fazer perguntas ao texto: Quem? Que? Como? Por
que? Para que?
3. Textuais Livres
c) O sermão é negativo, deve exigir grande esforço do pregador para dizer algo
construtivo.
4. Sermões Expositivos
b) Exige estudo sério da palavra de Deus (é benção para o pregador e é bênção para a
igreja – é a melhor maneira de edificar a igreja)
I - A condição espiritual do homem natural está descrita em nosso texto sob três figuras:
II - Para esta terrível condição Deus proveu um remédio adequado que nosso texto
descreve em três maneiras:
1. É um remédio de amor – "pelo seu muito amor com que nos amou."
Conclusão
d) Momento histórico: - Fatos relevantes acontecidos no mundo. " em quem votar? " (Js
24.15) . "A eleição do rei" ( Dt. 17.14-20) do Pr Éber Vasconcelos.
2. O título do sermão
3. A necessidade de um título
b) Auxilia a congregação a entender o que o pregador quer dizer. É bom que o povo
saiba para onde vai andar.
a) Clareza - Deve permitir que o ouvinte saiba o que vai ser tratado. O que significa
"Prolegômenos pneumatológicos " ?
b) Específico - Não deve ser genérico. Salvação, Deus, universo, etc.
e) Relevância - Deve ter relação com a vida do povo. Qual é o melhor "A vida de José"
ou "A fidelidade de um jovem crente?" O que nos diz mais respeito "como Abraão se
portou" ou "Porque devemos obedecer a Deus" ?
f) Originalidade - Um bom: "O direito de rejeitar a Cristo" (Tiago Lima). Não confunda
com sensacionalismo, irreverência ou vulgaridade.
a) Ter em mente que o título vai ser "dividido". Deve haver um elemento "divisível" no
título.
Exemplo 1
"O poder do evangelho" - Rm 1.16 (Crane 131)
Exemplo 2
Exemplo 1
2º) As razões pela quais se deve obedecer à ordem dada. Veja o exemplo de crane:
(p.135)
I - Podemos faze-lo se somos fiéis no testemunho pessoal no lugar em que o Senhor nos
colocou.
4º) O sermão como o título imperativo pode ter uma combinação dos métodos descritos.
Veja-se o exemplo de Crane ( p. 135)
1º) O que a proposição significa. Veja-se este esboço de Spurgeon (citado por Crane, p.
136)
3º) Uma combinação dos dois métodos anteriores. Veja-se o exemplo de Crane (p. 137-
8)
c) Após a introdução.
VI - O TEXTO DO SERMÃO
2. Escolhendo o texto
d) Cuidado com textos cuja tradução seja disputada: Jo 5.39, no caso de usar o verbo no
imperativo.
f) Via de regra, limitar-se a um só texto para cada sermão. Em caso excepcional, mais
de um. Manter a unidade de pensamento.
O texto bem escolhido é aquele que apresenta a idéia central do sermão em uma
sentença clara e definida.
A idéia do sermão pode ser tirada diretamente do texto. Por exemplo: Em João 3, "A
necessidade do novo nascimento". Que idéia você tiraria para o Salmo 23 e em João 20?
A idéia do sermão pode ser achada por referência. Quando Paulo fala sobre carne
sacrificada aos ídolos. "A importância da influência cristã".
Pode ser analogia. Mt 18.15-17 é uma passagem sobre relacionamento pessoal, mas
pode ser usada para falar sobre "Como evitar a guerra?".
5. A interpretação do texto
Como organizar a matéria: Estrutura = esboço = plano. O material do sermão deve ser
disposto em ordem. Isto exige talento e treino. É necessário a imaginação construtiva.
Mas, uma estrutura é indispensável.
1. A importância da estrutura
a) Para o pregador: Por os pensamento nos lugares devidos. A falta de ordem leva à
digressão, a repetição e à falta de clareza.
b) Para os ouvintes: Uma boa estrutura ajuda: A compreensão - o que foi mesmo que o
pastor pregou?
c) A aceitação - é convincente
a) Unidade: Uma só mensagem de cada vez. Geralmente é preciso decidir o que omitir.
b) Ordem: As idéias devem ter uma seqüência. Devem caminhar para um clímax.
c) Equilíbrio: Deve haver proporção ou simetria entre as partes. As vezes, não dá tempo
para concluir.
c) Divisões.
e) Apelo
4. A introdução
Tudo neste mundo tem uma introdução: entrada, pórtico em casa, peça musical, o
prefácio de um livro.
c) Apropriada à ocasião, à mensagem. Deve ter estreita relação com o texto e o tema do
sermão
d) Introdução de objetivo. Sermão sobre "Regresso à disciplina": "O nosso mundo hoje
nos confronta com pelo menos uma necessidade elementar: A necessidade de
disciplina"
Obs.: Nunca usar introdução com declaração geral, generalidade. "O mundo está em
crise". Evite a banalidade.
5. As divisões do sermão
5.3.3 - Somos ricos porque as glórias dos céus nos estão reservadas
5.7.1 - A pergunta importante foi "que devo fazer para ser salvo?"
5.7.2 - A resposta certa foi: "crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo"
5.8 Aspectos do texto. "Ao fato central da história do mundo" Gl 4. 4-5 (Crane 152)
5.8.1 - Ele nos diz que o tempo escolhido por Deus para enviar Seu Filho ao mundo foi
um tempo propício.
5.8.2 - Ele nos diz que o método adotado por Deus para enviar Seu Filho ao mundo foi
um método apropriado.
5.8.3 - Ele nos diz que o propósito com que Deus enviou Seu Filho ao mundo foi um
propósito adequado.
5.9.1 - No passado
5.9.2 - No presente
5.9.3 - No futuro.
5.10 Problemas = Solução. Uma divisão é a resposta da outra "A busca humana por
Deus" Jo 6.68.
5.11 Conteúdo das divisões. O que se deve dizer em cada divisão? Como encher cada
uma?
5.11.6 - Experiências
Obs.: Cuidado para não explicar demais, entrando em minúcias desnecessárias que não
coadunam com o propósito do sermão. Quando citar grego e hebraico, faça-o com jeito
para não ser pernóstico. Não seja pedante não faça citação em outros idiomas.
VIII - ILUSTRAÇÕES
1. Necessidade.
1.1 - São um meio pedagógico eficiente.
1.2 - Auxiliam a memória. O povo se lembra mais das ilustrações do que das
argumentações. Um pastor pediu a vinte pessoas que escrevessem sobre o que se
lembravam do sermão que pregara. Um ou dois se lembraram do esboço; quase todos se
lembraram da história final.
1.3 - Foi o método usado por Jesus para ensinar. A projeção da parábola do filho
pródigo
2. Tipos de ilustrações
2.3 – Poemas.
3. Fontes de ilustrações
3.5 - A ciência
3.6 - As artes. Histórias de hinos, citações de livros, versos, estrofes, pinturas, etc
4.2 - "Eu resolvi usar ilustrações que envolvam minha família com muita cautela e
consideração"
4.5 - "Eu resolvi fugir de engrandecer a mim mesmo nas minhas pregações"
4.8 - "Eu resolvi me esforçar para dar o devido crédito a uma ilustração"
6. Sugestões práticas
IX - A CONCLUSÃO
De grande importância. Põe abaixo ou salva o sermão. É onde se chega a uma decisão.
Muitas vezes o auditório vê o sermão se esfumaçar no fim. Não deve ser um amontoado
de frases, mas o clímax do sermão. O ponto alto.
1. Cuidados a tomar
1.1 - Prepare-se, não neglicencie. Esboço visto! "conclusão: O que vier na hora". Pode
se esperar algo do pregador preguiçoso?
1.8 - Cuidado com gestos que distraem: olhar o relógio, fechar a Bíblia, recolher o
esboço, falar enquanto folheia o hinário, buscar um hino a ser cantado, etc
2.3 - Deve ser pessoal, personalize o sermão. Cada ouvinte deve saber que está se
falando para ele. Deve o ouvinte se perguntar: "Muito bem, à luz disto, que devo
fazer?". Evite o festival de banalidades: "que possamos ser crentes melhores", "que
Deus nos abençoe". Isto não quer dizer nada.
2.5 - Deve ser vigorosa (Não quer dizer violenta, agressiva). Deve ter vida, mas deve ser
amorosa.
3. Estrutura da conclusão
3.3 - Apelo – Para decisão íntima ou pública. Toda a conclusão giraria ao redor do
apelo, que pode ser para decisões, consagração, prática das virtudes cristãs, dedicação à
obra, etc.
4. Tipos de conclusão
O pregador caprichoso variará as maneiras de concluir seus sermões. Eis alguns tipos de
conclusão:
4.2 - Com contrate – Sermão sobre a volta de Cristo: "você será levado ou será
deixado?"
4.3 - Com apelo à imaginação – Sermão sobre o natal: "O último natal"
4.8 - Com perguntas – Mas evite a generalidade ou banalidade de "Será que estamos
fazendo isso?"
4.9 - Com a repetição do texto – Mas levando em conta a necessidade do desafio. Que
deve ter em toda conclusão.
3. Cultive o idioma: A pregação é comunicação oral. Conheça pelo menos o seu idioma.
É sua ferramenta
4. Cuidado com regionalismo: "Botão, mucidade, cruis de Jesuis, dolze, irrael, etc" etc.
5. Use seu próprio estilo: Seja você mesmo. Não copie. O uniforme de Saul não coube
em Davi.
6. Fale toda a palavra: Não engula os "r" e os "s" não engula as sílabas finais. Evite as
sujeições "eles tão" ao invés de "eles estão".
8. Fale às pessoas: Olhe para elas. Paredes, bancos, teto e chão não se convertem nem
aprendem.
9. Fale com o corpo: Use expressão facial condizente. Evite a "cara de mau". Use ambas
as mãos. Não oscile o corpo para trás e para a frente. Tão pouco se levante
constantemente na ponta dos pés. Evite o dedo indicador apontando para o ouvinte.
10. Module a voz: Deve ser de acordo com o ambiente. Não é o grito. É a consistência e
convicção.
11. Evite os vícios de linguagem: - "né", "intão", "é interessante notar", "aí", etc
3. Em sua vida brilhe a luz do evangelho e em seus pés sempre brilhe os sapatos.
7. Procure a casa dos homens para que os homens procurem a casa de Deus.
9. Perdoe as dívidas dos seus devedores, mas não se endivide e ganhe os seus credores.
10. Unhas esmaltadas podem ser criticadas, mas sujas são sempre apontadas.
13. Busque a Deus antes, para estar vivo diante dos homens.
NOTA: Os primeiros sete preceitos foram traduzidos e adaptados pelo Pr. Alberto
Blanco de Oliveira da publicação "word and way", de Missouri, EUA. Os demais são de
sua autoria, publicado em "O jornal de oração" de março de 1881.