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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
DISCENTES: Felipe Marafão Renzo (Vespertino)
Thiago Torres Tezzon (Vespertino)
DOCENTE: Prof. Matias Ferreyra
DISCIPLINA: Teoria das Relações Internacionais II
RESUMO DE LEITURA: Teoria do Sistema-Mundo

Nascido em Nova York, no ano de 1930, Immanuel Wallerstein é um autor estudioso

do marxismo, crítico do capitalismo global, e uma das principais referências teóricas dos
movimentos antiglobalização. É doutor em sociologia pela Universidade Columbia, onde
também foi professor. Também deu aulas na Universidade McGill, no Canadá, e na
Universidade de Binghamton, em Nova York. É pesquisador-sênior do Departamento de
Sociologia da Universidade de Yale desde 2000.
O problema para o autor está no fato de que o sistema-mundo atual almeja fornecer
desenvolvimento, prosperidade e equidade democrática em todas as Nações, entretanto, tais
promessas, de acordo com o autor, não passam de uma ilusão oferecida pelo próprio sistema.
Por outro lado, tal sistema já passa por um processo transitório (motivo o qual tais dicotomias
existem, é que nem todos adotaram o sistema capitalista), esse processo está fadado a ceder às
utopias.
Em sua tese, o autor discorre que a forma atual de organização do sistema-mundo é
passageira, e da mesma forma que assim que surgiu para substituir uma organização anterior,
pré-wastfaliana, o sistema atual será substituído por uma organização administrativa global
futura. É dito também que tal sistema muito provavelmente será diferente, já que é pouco
provável que a estrutura de Soberania e de afirmação de Hard Power sobreviva.
Em seguida, o autor apresenta como argumentos para sustentar sua tese sete
tendências do atual sistema-mundo que, segundo ele, estariam contribuindo para seu fim. A
primeira é a polarização que existe no capitalismo, já que os países que se beneficiam dele
acabam se distanciando dos prejudicados pelo sistema, assim, cria-se uma maior separação,
que fica cada vez mais visível, entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos, aumentando o
gap social e de desenvolvimento entre tais países. Segundamente é dito que a forma como se
configurou o sistema, e como o mesmo funciona até hoje, contribui para uma desmoralização
da força de trabalho, o que leva à crescente marginalização dessa classe uma grande parcela
de pessoas marginalizadas. Em seguida, é dito que, ao contrário do que se acreditava, não
ocorrerá um eventual desenvolvimento para os Estados pertencentes ao chamado Terceiro
Mundo. A quarta tendência é a desilusão em relação ao desenvolvimentismo liberal, já que a
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resposta às premissas dessa ideologia foram as teorias anti sistêmicas, que vieram por
eliminar suas maiores restrições. Em quinto lugar é explicado que, com a aplicação do
liberalismo, acompanhou-se uma demanda por serviços públicos - como saúde e educação -, e
que essa demanda continua a subir, gerando Estados superfaturados com dificuldades de
gestão. Além, é dito que a produção frenética de insumos - Fordismo -, assim como o grande
desperdício que ocorre em seu processo e no seu consumo, acabaram por criar problemas
ambientais que provavelmente só poderão ser resolvidos desviando uma quantidade grande de
recursos e reeducando a estrutura de produção, tais recursos viriam das grandes corporações,
perpetuando assim o acúmulo de capital, ou do setor público, responsável por comprometer o
bem-estar social. Por fim, o autor explica na última das tendências que com o avanço da
ciência em prol do desenvolvimento, a mesma gerou uma nova forma de pensamento, que
rejeita a linearidade dos acontecimentos, e, por conseguinte, pensamentos como o
“desconstrucionismo”, que seria um golpe final em tal sistema.
Enfim, pode-se concluir que o autor não acredita no sistema vigente, e explora a
possibilidade de que, como tem acontecido no decorrer da história humana, este é mais um
ciclo em colapso sob o processo de substituição para uma utopia que cumpra realmente as
suas pretensões e que garanta um desenvolvimento global real.
Referências Bibliográficas

IMMANUEL Wallerstein, Autor. Boitempo, São Paulo. Disponível em:

http://www.boitempoeditorial.com.br/v3/Autores/visualizar/immanuel-wallerstein. Acesso
em: 20 set. 2017.
WALLERSTEIN, I. The inter-state structure of the modern world system. In: SMITH, S.;
BOOTH, K.; ZALEWSKI, M. International Theory: positivism & beyond. Cambridge:
Cambridge University Press, 1996. p. 87-107.