Você está na página 1de 57

LIMPEZA

PÚBLICA

Prof. Eng. FERNANDO ANTONIO WOLMER


AGOSTO/2002
RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES

1. INTRODUÇÃO

Consideramos como lixo tudo aquilo gerado por atividades humanas que não
possuam valor econômico, inúteis, indesejáveis e totalmente descartáveis.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, conceitua resíduos


sólidos domiciliares como sendo todos os produzidos em edificações
residenciais, em estabelecimentos públicos e do comércio em geral, assim
como aqueles resultantes das diversas atividades de limpeza urbana.

Excluem-se os resíduos industriais, de serviços de saúde, os de portos e


aeroportos que exigem cuidados especiais quanto ao manuseio,
acondicionamento, coleta e disposição final.

Vale ressaltar que em qualquer dos estabelecimentos excluídos, acima


mencionados, existem a geração de resíduos considerados domésticos, ou
seja, nas indústrias além da atividade industrial propriamente dita há a geração
de resíduos no refeitório, escritório e banheiros que são considerados
resíduos domésticos. Nos serviços de saúde tais como: hospitais, postos de
saúde, pronto socorros, centros de ortopedia, clínicas, laboratórios de análises
clínicas, clínicas médico e odontológicas, clínicas veterinárias e farmácias,
existem também a parte sem contato com o paciente como escritórios,
lanchonetes que devem ser segregados e dispostos como resíduos
domiciliares.

Nos portos e aeroportos todos os resíduos oriundos dos navios e aviões, e dos
locais em que os passageiros tenham contato, devem ter tratamento especial.

2. CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

A ABNT editou um conjunto de normas para padronizar, a nível nacional, a


classificação dos resíduos. Segundo a Norma NBR 10004 os resíduos são
agrupados em três classes:

 RESÍDUOS CLASSE I – PERIGOSOS: aqueles que apresentam


periculosidade, conforme definição contida nessa norma, ou
apresentarem características de: inflamabilidade, corrosividade,
reatividade, toxicidade e patogenicidade.

 RESÍDUOS CLASSE II – NÃO INERTES: aqueles que não se


enquadram nas especificações da Classe I – perigosos ou Classe III –
inertes ou seja aqueles que podem apresentar propriedades como:
combustibilidade, biodegradabilidade ou insolubilidade em água.

2
 RESÍDUOS CLASSE III – INERTES : como exemplo podemos citar:
entulho e restos de construção.

O Quadro a seguir mostra que o lixo pode ser classificado de acordo com a
sua natureza, os riscos ao meio ambiente e sua origem.

NATUREZA FÍSICA
QUÍMICA
CARACTERIZAÇÃO DOS RISCOS CLASSE I
RESÍDUOS AO MEIO CLASSE II
AMBIENTE CLASSE III
DOMICILIAR
COMERCIAL
INDUSTRIAL
PÚBLICOS(VARRIÇÃO,
CAPINAÇÃO, RASPAGEM)
ORIGEM FEIRAS LIVRES
PARQUES E JARDINS
SERVIÇOS DE SAÚDE
PORTOS E AEROPORTOS
AGRÍCOLAS
ENTULHOS DEMOLIÇÕES

2. 1 – Características Físicas

As características físicas são determinadas através de sua composição


qualitativa e quantitativa.

A tabela a seguir mostra a característica física do lixo no município de São


Paulo.

CONSTITUINTES Ano 1972 (%) (1) Ano 1992 (%) (2) Ano 1998 (%) (2)
Papel 21,8 4,4 18,7
Papelão 4,1 2,5
Madeira 1,9 0,4 1,3
Trapos 3,4 3,5 0,2
Couro 0,9 0,3
Borracha 0,6
Osso 0,1
Plástico 4,3 9,5 22,8
Frutas e verduras 42,7
Folhagens 4,1
Restos de comida 0,7
Animais mortos 0,1
Latas 3,9 0,9
Metais 0,3 3,1 0,1
Vidro 2,1 1,2 1,5
Terra 9,0 2,9
Matéria orgânica 74,6 49,5
Outros 0,5 2,1
Peso Específico 215 188
(Kg/m)

Fonte : (1) Serete Engenharia (2) Proema Engenharia

3
2.1.1 – Amostragem e Quartejamento

Para se obter a quantidade em peso ou porcentagem em peso dos materiais


contidos nos resíduos gerados e coletados em um centro produtor existem
algumas maneiras normalmente utilizadas.

Os materiais necessários são: encerado ou lona plástica, luvas, aventais,


botas, pás, rastelos, tambores ou outro tipo de recipiente e uma balança de
armazém.

O encerado ou lona será estendido no chão onde se despeja o lixo coletado


pelo caminhão. A partir daí os braçais começaram o processo de separação e
armazenagem de cada tipo de material separado para posterior pesagem.

Se for em cidades de pequeno porte, onde a geração e coleta dos resíduos


perfazerem menos de um caminhão por dia, a forma de se obter um dado mais
próximo do real é separando e pesando o total da carga. Se for em cidades de
grande porte, onde a geração e coleta de resíduos perfazerem diversos
veículos por dia, a forma de se obter um dado mais próximo do real é
misturando o conteúdo dos diversos caminhões e “quartejando”, isto é,
dividindo em quatro essa massa de lixo para posterior separação e pesagem.

De uma forma ou de outra, essa tarefa deverá ser repetida por diversos dias,
nunca esquecendo as segundas-feiras que é um dia que mostra o lixo gerado
nos finais de semana onde normalmente não há coleta.

2.2 – Características Químicas

As características químicas dos resíduos é determinada por análises


realizadas em laboratórios especializados e seguem métodos recomendados
pelo Institute of Solid Wastes e pelo American Public Works Association.

A tabela a seguir mostra as características químicas dos resíduos coletados


nos municípios de Santo André e São Bernardo do Campo.

CARACTERÍSTICAS SANTO ANDRÉ SÃO BERNARDO DO


CAMPO
Nº DE ANÁLISES 25 19
PODER CALORÍFERO 2.644 3.606
SUPERIOR ( KCAL/KG)
SÓLIDOS VOLÁTEIS 57,32 74,27
MATERIAL FIXO 20,55 10,27
UMIDADE 53,13 62,41
N 1,13 1,53
P 0,23 0,25
K 0,71 0,93
C 29,38 38,62
S 0,18 0,17
H 3,35 3,31
O 44,87 45,22
FONTE: Serete Engenharia

4
2.3 – Características Físico-químicas

A tabela a seguir mostra os parâmetros físico-químicos dos resíduos nos


municípios de Santo André e São Bernardo do Campo.

MUNICÍPIOS
PARÃMETROS SANTO ANDRÉ SÃO BERNARDO DO CAMPO
PH 6,6 6,5
Fosfato total ( g/g ) 3.380 9.000
Potássio ( g/g ) 4.400 6.000
Nitrogênio total ( g/g ) 8.250 9.500
Enxofre ( % ) 0,3 0,3
Carbono ( % ) 29,0 25,0
Umidade ( % ) 61,0 58,0
Resíduo volátil ( % ) 67,0 59,2
Cinzas ( % ) 33,0 40,8
Poder calorífero superior ( cal/g ) 2.783 3.026
Poder calorífero inferior (cal/g ) 637 834
FONTE: Proema

2.4 – Características por Nível Social

A tabela a seguir mostra a composição físico-química dos resíduos


domiciliares do município de São Paulo por classe de renda familiar – 1998.

Classe
Parâmetros ALTA ALTA MÈDIA MÉDIA BAIXA BAIXA
Moema Pinheiros Butantã Ipiranga S. Miguel Campo Limpo
Umidade (%) 49,1 61,8 59,7 67,4 33,9 48,2
Mat. Orgânico (%) 37,0 35,8 35,7 30,1 60,6 57,2
Mat. Inorgânico (%) 50,0 54,1 40,9 44,3 28,1 30,4
Outros (%) 13,0 10,9 23,4 25,6 11,3 12,4
FONTE: Ecolabor Ltda.

3. GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

A produção de resíduos sólidos domiciliares de uma cidade está relacionada


com a condição socioeconômica da mesma. As cidades com rendas “per
capita” maior produziram mais lixo que outras cidades com população
semelhante mas com renda “per capita” menor. Outras variáveis como clima e
costumes, também pode alterar a geração de lixo.

Para se obter um valor correto da geração de resíduos de um município deve-


se utilizar da pesagem diária dos caminhões da coleta, em balanças tipo
rodoviárias.

O critério indicado para a execução dessa pesagem é de 7 (sete) dias corridos,


de segunda a segunda. Em municípios com atividades sazonais, como por
exemplo cidades do litoral no verão e climáticas no inverno, a pesagem deve
ser efetuada na época considerada comum e em períodos de temporada.

5
Quando não houver possibilidade da pesagem e existindo a necessidade de
estimar a quantidade de lixo originado nos domicílios, considera-se a produção
de lixo por nº de habitante.
A tabela a seguir mostra a produção domiciliar de resíduos e a quantidade
recebida nos locais de disposição final.

POPULAÇÃO RESÍDUO PRODUZIDO (Kg/dia) RESÍDUO DISPOSTO (Kg/dia)


Até 100.000 0,40 0,50
100.001 a 500.000 0,60 0,70
500.001 a 1.000.000 0,70 0,80
+ 1.000.000 0,80 1,00
FONTE: CETESB

A diferença entre resíduo domiciliar produzido e resíduo disposto é geralmente


a quantidade a maior gerada nos estabelecimentos comerciais e nas áreas
domésticas das indústrias, coletados pelo serviço de coleta regular.

Geralmente em grandes municípios, de 5 a 10% do lixo produzido não é


coletado, devido aos acessos difíceis, favelas, costumes inadequados da
população que queimam ou despejam em córregos e terrenos baldios.

4. PRODUÇÃO E PESOS ESPECÍFICOS

O peso específico ou densidade aparente do lixo, isto é, não descontando o


volume referente aos vazios, é obtido por diferença de pesagem do veículo
coletor, cheio e vazio, em relação ao volume da caçamba.

Esse valor constitui outro elemento básico para o dimensionamento do serviço


de coleta e a forma ideal de acondicionamento do material a remover.

Nas últimas décadas o peso específico aparente tem decaído em


consequência do teor de matéria orgânica encontrada no lixo e pelo aumento
da quantidade de plástico e alumínio em uso pela sociedade.

A tabela a seguir mostra a produção de resíduos e os pesos específicos.


3
TIPO DE RESÍDUO SÓLIDO PRODUÇÃO PESO ESPECÍFICO ( Kg/m )
Domiciliar 0,4 a 0,8 kg x hab./dia 160 a 180
Comercial 150
Industrial 320
Varrição De 6 a 10 sacos de 100 litros x varredor 80 a 120
2
Feiras livres 0,55 kg/m 120 a 500
Serviços de saúde 2,5 kg/leito 200 a 250
2
Capinação 120 m / capinador x dia 230 a 300
2
Raspagem 260 m / raspador x dia 1.000
Caminhões compactadores Vc ( veloc. Média de coleta ) = 5 km/h 500 a 580
Qm ( quant. Média coletada) = 0,88 t/h
Aterro sanitário 700 a 900
FONTE: Serete Engenharia

6
5. ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

Normalmente, o lixo não é enfatizado por ser um risco a saúde pública e sim
pelo aspecto estético. Seres patogênicos não sobrevivem na massa
compactada e coberta do aterro sanitário devido a decomposição biológica que
gera altas temperaturas. O pessoal que trabalha na coleta e processamento do
lixo, não tem apresentado sintomatologia especial e as perturbações
normalmente são devido a esforços físicos e viciosos.

O comprometimento da saúde humana está na presença de organismos que


vivem ou são atraídos aos lixões a céu aberto. Dentre esses vetores, os mais
importantes são os insetos, roedores, suínos e aves que causam as mais
diversas moléstias aos seres humanos.

O quadro abaixo mostra os principais vetores encontrados nos lixões e as


doenças principais causadas pelos mesmos.

VETORES MODO DE TRANSMISSÃO DOENÇAS


Rato Mordida, pulga e urina Tifo, peste e leptospirose
Mosca doméstica e Contato das patas Febre tifóide, verminose e
varejeira gastroenterite
Barata e formiga Patas, corpo e fezes Febre tifóide, giardíase e diarréias
Mosquito Picada da fêmea Dengue, malária, febre amarela e
leishmaniose
Escorpião e aranha Picada Doenças cardíacas, coma e morte
Urubus, gaivotas Patas, piolho Pestes,
Porcos Carne Salmoneloses
FONTE: CETESB

Não podemos esquecer que os seres humanos são grandes “AMIGOS” desses
vetores pois:

 Escolhemos lugares afastados dos grandes centros para esse tipo de


vazadouro, portanto sem perturbação.
 Diariamente despejamos grande quantidade de matéria orgânica coletada
nos centros urbanos, portanto saciamos sua fome.
 Os resíduos coletados são constituídos de vasilhames plásticos ou metal
que acumulam água de chuva, portanto saciamos sua sede.
 Esses mesmos resíduos de plásticos ou metal que acumulam água de
chuva servem também para a sua proliferação e desenvolvimento.
 Os resíduos coletados são constituídos de vasilhames de madeira e
papelão que servem como abrigo contra chuva, ventos e outros animais,
portanto damos proteção.

7
ATIVIDADES DA LIMPEZA PÚBLICA

Limpeza Pública ou Urbana é um conjunto de atividades atribuída ao poder


público, a fim de preservar a saúde local e fornecer um meio ambiente
agradável para o bem estar comum da população.

1. ADMINISTRAÇÃO DOS SERVIÇOS

Até pouco tempo atrás, o serviço de limpeza pública era efetuado


exclusivamente com administração direta, ou seja, pela Prefeitura Municipal.
De uns tempos para cá, esse serviço foi sendo terceirizado, administrado
indiretamente. Surgirão empresas especializadas no ramo que iniciaram suas
atividades em cidades de grande porte, passando para as de médio e agora
até as pequenas comunidades repassam esses trabalhos.

Na administração indireta cabe a empreiteira executar as tarefas e a


municipalidade fiscalizar e efetuar a medição (comprovar a realização) dos
serviços contratados.

O quadro abaixo mostra algumas vantagens de um ou outro tipo de


administração.

ADMINISTRAÇÃO DIRETA
VANTAGENS DESVANTAGENS
Não visa lucro Não forma bom quadro de pessoal
Aquisição de equipamentos com menor custo Dificuldade de premiar ou punir
o quadro funcional
Integração mais perfeita com outros serviços Demora no conserto e recuperação de
públicos equipamentos
Cooperação dos munícipes com mais rapidez Redução da vida útil dos equipamentos
Dependência de transferência de recursos
Interferência política
Descontinuidade administrativa

ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
VANTAGENS DESVANTAGENS
Obtenção de mão de obra eficaz Abuso por falta de fiscalização
Aquisição de equipamentos e Interferências políticas nos serviços
peças com rapidez
Melhor rendimento com incentivos ao pessoal Subornos a fiscalização
Modificações com rapidez Difícil retorno para a administração direta
Continuidade administrativa Maior possibilidade de greves e paralisações
Melhor fiscalização

Em resumo, com um bom edital de concorrência e um contrato bem preparado


é possível servir melhor a população, utilizando-se o serviço empreitado, à
vista do desembaraço que o mesmo dispõe para a execução dos serviços.

Na redação do edital, não é suficiente que funcionários e advogados se


concentrem procurando cercear o futuro contratado. É necessário que chefes e

8
encarregados com experiência na execução dos serviços, participem sendo
que eventuais interessados sejam consultados, examinando todas as
possibilidades e alternativas para evitar concorrências não correspondidas, ou
contratos dando origens a situações imprevistas, controvérsias e impasses que
acabam condenando o sistema.

2. ATRIBUIÇÕES DA LIMPEZA PÚBLICA OU URBANA

As principais atividades atribuídas à limpeza pública de um município são:

 Coleta de lixo;
 Varrição de vias públicas;
 Capinação;
 Raspagem;
 Pintura de guias e sarjetas;
 Limpeza de locais de feiras livres;
 Limpeza de bocas de lobo;
 Coleta seletiva;
 Coleta de resíduos de serviços de saúde;
 Coletas especiais (bota-fora);
 Apreensão de animais;
 Limpeza de praias;
 Coleta de entulhos;
 Limpeza de logradouros públicos;
 Operação de sistemas de transbordo de lixo;
 Operação de sistemas de tratamento de lixo;
 Operação de aterros sanitários.

3. ACONDICIONAMENTO DOS RESÍDUOS

3.1 – Recipientes Pequenos e Sacos Plásticos

A forma de acondicionamento do lixo, isto é, as condições em que os resíduos


devem ser apresentados na fonte de produção para o seu recolhimento pela
coleta, é de suma importância para a eficácia da coleta.

A primeira exigência legal determinando o uso de recipientes padronizados


que se tem notícia data de 07.03.1884, promulgada pelo prefeito de Paris, que
denominou esses recipientes de vasilhames.

Atualmente no Brasil, o acondicionamento de lixo para a coleta regular está


dividido em duas formas: recipientes diversos de metal (latas) e madeira
(caixotes) e o uso de sacos plásticos.

9
O saco plástico, cuja primeira experiência em São Paulo foi em 1971, tornou-
se o mais utilizado em todo mundo e em muitas cidades já são exigidos por
leis municipais.

Esse tipo de acondicionamento apresenta as seguintes vantagens:

 Elimina a operação de recolher o vasilhame;


 Dispensa sua limpeza periódica;
 Reduz totalmente a atração de vetores;
 Evita espalhamento do lixo por cães;
 Elimina mau cheiro;
 Evita ruídos na descarga;
 Evita furtos;
 Reduz o tempo de coleta pois não tem retorno;
 Contribui para a limpeza do logradouro pois são fechados;
 Impede o acúmulo de água;
 Evita a permanência do recipiente por longos períodos na calçada.

O único inconveniente é o seu custo, razão pela qual o seu uso não é
obrigatório em locais de baixa renda.

As Normas Técnicas NBR 9190 e 9191, nem sempre seguidas, são as que
especificam os padrões para fabricação de sacos descartáveis

As normas da ABNT exigem o uso exclusivo de polietileno, composto sem


cloro podendo ter sua incineração sem risco de emissão de contaminantes na
atmosfera.

Se considerarmos a média brasileira como sendo próxima de 5 habitantes por


residência, produzindo uma média de 0,7 kg/dia cada e o peso específico
médio de 200 kg/m3, teremos: 5 X 0,7 : 200 = 0,0175 m 3 ou 17,5 litros de lixo
por residência/dia. Como comprovadamente não se justifica a coleta diária na
grande maioria dos municípios e sim em dias alternados, temos que 17,5 x 2 =
30,0 litros.

Na prática, devido a excessos por festividades, grande número de embalagens


descartáveis, recomenda-se o uso de sacos plásticos de 50,0 litros. Muitos
códigos de postura municipais permitem um volume de até 100,0 litros que é a
capacidade máxima que pode ser manuseada sem maiores esforços pelos
coletores.

A maioria dos códigos de postura municipais, para efeito de coleta regular de


resíduos sólidos, determina que cada residência ou estabelecimento comercial
deposite para coleta até 100 litros diariamente. Muitas vezes isto não é
cumprido devido a falta de fiscalização e interesse dos coletores, sempre
acabam sendo compensados com gorjetas ou brindes.

10
3.2 – Contêineres

É um recipiente utilizado nas fontes com elevada geração de resíduos para o


acondicionamento, como é o caso de estabelecimentos comerciais, prestação
de serviços, supermercados, shopping centers, edifícios, indústrias,
condomínios e outros. O lixo pode ser acondicionado utilizando-se dispositivo
compactador descarregado nos veículos coletores por equipamento
basculador, acoplado ao chassis.

Há duas classes de contêineres, os basculáveis e os intercambiáveis. Os


basculáveis, dotados geralmente de rodízios são deslocados até o veículo
coletor que através de um dispositivo acoplado, realiza o basculamento da
carga para dentro da caçamba. As suas capacidades variam de 1,0 a 3,0 m 3.
Os intercambiáveis ou estacionários são removidos por caminhões dotados de
guincho ou guindaste, devendo deixar um vazio enquanto leva o carregado
(intercâmbio). As capacidades destes últimos são maiores variando de 3 a
30 m3.

3.3- Recipientes Herméticos Basculáveis

Esses recipientes caracterizam-se pela estanqueidade, pelo formato


retangular, bonito visual e poder ser basculável no caminhão coletor. Possuem
rodízios e são fabricados em polietileno e a sua capacidade varia de 25 a 700
litros. São conhecidos pela sigla RECHE, recipientes herméticos.

É muito difundida sua utilização nos programas de coleta seletiva onde são
juntados Reches com as cores padronizadas para armazenamento de
materiais recicláveis.

11
3.4- Contêineres Estacionários Compactadores

São caixas metálicas retangulares, constituídas por duas partes: uma parte
motora, que é a prensa elétrica e uma parte passiva onde há armazenagem
dos resíduos. A parte do contêiner de armazenagem é removido por caminhão
com dispositivo “roll on roll off”. Também existem alguns tipos onde o
compactador é monobloco formando um só corpo que é removido por inteiro
para esvaziamento.

Esses contêineres são muito utilizados nos grandes centros geradores de


resíduos.

4. COLETA REGULAR DE RESÍDUOS SÓLIDOS

A coleta regular de resíduos é a atividade da limpeza pública de maior


preocupação do dirigente municipal ou de empresa privada em virtude do
montante de recursos que absorve e do estreito relacionamento entre esse
serviço e a população. Caso esse serviço não seja equacionado corretamente,
ocasionará gastos excessivos, desconfiança e reclamações de imediato da
população. Os resíduos quando não são coletados dentro de uma
periodicidade adequada resultam em períodos longos de exposição e
armazenamento nos passeios públicos e o descarte dos mesmos em terrenos
baldios, rios, erosões e outros, podendo trazer graves riscos a saúde pública
além de críticas e reclamações à administração.

Seu orçamento é estimado entre 35 a 50% de toda a verba destinada a


limpeza pública.

Esse serviço é responsável pelo recolhimento do lixo domiciliar das


residências, estabelecimentos comerciais, prestadoras de serviços, repartições

12
públicas, pequenas fábricas e da ala domestica (cozinha, vestiário, w.c. e
refeitório) de indústrias de porte médio.

4.1 - Frequência da Coleta

A frequência usualmente recomendada para a grande maioria das cidades é a


de dias alternados. Isto está baseado no fato de que:

 O lixo pode ser perfeitamente acumulado em uma residência de um dia


para o outro sem grandes transtornos e riscos.
 Não dobra de peso ou volume devido a uma melhor acomodação por parte
dos munícipes para economia de recipientes.
 Gera uma economia de 30 a 40% nos gasto em comparação com a coleta
diária pois um único veículo pode atender até 3 áreas diferentes.

A coleta com frequência diária é normalmente programada para locais de


grande produção de resíduos como por exemplo, a região central do município
onde está agrupado o comércio, bancos e prestadoras de serviço.

Costuma-se também, em locais periféricos com pouca densidade demográfica,


efetuar a coleta periódica ou seja duas vezes por semana, 2ª e 5ª feiras , 3ª e
6ª feiras e 4ª e sábados.

Tanto na frequência em dias alternados como na periódica, é necessário que


se cumpram as tarefas nos sábados e feriados.

4.2 – Horário da Coleta

Quando não há coleta noturna em um município o ideal é reservar as primeiras


horas da manhã para atender a zona central onde, com o passar das horas,
surgem grande concentração de tráfego tanto de veículos como de
transeuntes.

Deve-se considerar que horários muito matinais podem não encontrar todos os
vasilhames expostos, principalmente em locais de muito comércio onde o
início das atividades são a partir das 08h, e com isso comprometer a eficiência
do serviço prestado.

A coleta noturna é a solução ideal, deveria ser implantada em todos os


lugares. É a que apresenta um rendimento muito maior pois encontra as vias e
passeios mais desimpedidos, o serviço passa mais desapercebido, melhora a
eficiência dos coletores devido ao clima mais ameno.

Em lugares onde não são obrigados o uso de sacos plásticos a coleta noturna
pode trazer a desvantagem do ruído e da exposição dos vasilhames até o
início do dia seguinte.

13
A implantação do sistema misto ou seja parte do município no horário noturno
e parte no diurno é a forma correta pois reduz o número de veículos
necessários, pela metade.

4.3- Equipe de Coleta

A velocidade com que se efetua a coleta é um elemento básico para o


dimensionamento da frota, e esse fator depende em muito da equipe coletora
que usualmente é denominada de guarnição. Normalmente essa equipe de
coleta é composta de um motorista e três ajudantes. Em cidades onde não há
caçamba compactadora de lixo nem a obrigatoriedade do uso de sacos
plástico com recipiente, o número de ajudantes chega a quatro, pois um fica
em cima da carroçaria recebendo os vazilhames cheios e devolvendo-os
vazios.

4.4- Projeto de Coleta Regular

Um bom planejamento dos serviços de coleta regular de resíduos sólidos


domiciliares trará economia ao erário público, elogios da população atendida e
satisfação da mão-de-obra envolvida, dividendos políticos aos dirigentes
municipais e lucro aos empresários do ramo.

Para a elaboração de um projeto de coleta regular deverão ser levantados os


seguintes dados:

 Pesagem do lixo coletado diariamente;


 Tempo e quilometragem para a carga completa da caçamba em uso;
 Tempo despendido na coleta, na circulação na viagem e na descarga;
 Quilometragem de coleta circulação e viagem;
 Topografia local;
 Sistema viário demarcando ruas, avenidas, mão de direção, obstáculos e
outros;
 Tipo de calçamento das ruas, avenidas e acesso a descarga;
 Tipo de ocupação territorial;
 Localização de grandes centros geradores de resíduos.

Com base nos resultados da análise dos dados levantados, o município deverá
ser dividido em setores que individualmente forneçam carga de resíduo
suficiente para completar a viagem do caminhão coletor, considerando-se
todos os parâmetros de influência.

A coleta a ser realizada em cada setor será de responsabilidade de uma única


equipe que ira operar o veículo coletor. Após a divisão do município em
setores de coleta, deverá ser elaborado os roteiros de trajetos com mapas e
vias a serem percorridas. Esse traçado deve:

 Ser contínuo para evitar interrupções e entrelaçamentos dos trajetos;


 Ter seu início o mais próximo da garagem ou pátio de guarda dos veículos;

14
 Ser concluído de possível o mais próximo do acesso para a disposição
final;
 Ter sentido descendente nas vias íngremes para poupar a guarnição e
veículo coletor.

4.5 – Dimensionamento da Frota de Caminhões

Antes de falarmos em dimensionamento da frota de caminhões temos que


mencionar que em muitos lugares do Brasil, principalmente em municípios de
pequeno porte, a coleta ainda é efetuada com carroças e carretas metálicas ou
de madeira acoplada a um trator tipo agrícola. Nestas regiões o não existe
planejamento e sim, a prática por parte do carroceiro ou tratorista que define
os setores e a periodicidade do serviço.

Nas cidades maiores quando a geração de lixo comporta a aquisição de um ou


mais caminhões munidos de caçambas coletoras e compactadoras de lixo,
vários são os cuidados que devem ser tomados para o dimensionamento da
frota de caminhões. Dentre esses cuidados podemos destacar :

 Sempre que possível adquirir caminhões equipados com caçambas


coletora e compactadoras de lixo pois:

- O volume de armazenagem é muito maior, evitando várias viagens ao


local de disposição do lixo;
- A estanqueidade do lixo é total evitando sua visualização, queda e
espalhamento;
- Possui um compartimento para armazenagem de chorume ou líquidos
percolados da massa de lixo e com isso evita o derramamento dos
mesmos nas vias públicas;
- Compartimento de carga é grande, o que permite a descarga de vários
recipientes ao mesmo tempo. Esse compartimento é traseiro,
proporcionando maior segurança à guarnição evitando atropelamento;
- A borda de carga é na cintura do coletor o que trás facilidade para
descarga.

 Tomar como base a demanda de lixo em dias normais. É mais econômico


dimensionar os circuitos de forma que a capacidade de carga dos veículos
coletores se complete durante a jornada de 08 horas de serviço. Quando
houver excesso de lixo ele será coletado pela prestação de horas extra.
 Adotar como capacidade de coleta dos vários modelos de caçamba
existente, somente 80% do valor nominal expresso nos catálogos do
fabricante.
 Manter 10% da frota em reserva para que a frota sofra as manutenções
periódicas e para casos de colisão ou quebra dos veículos titulares.
 Nos casos de municípios com grande demanda sazonal de turista, como
por exemplo, cidades litorâneas na temporada de verão, ou estâncias
climáticas na temporada de inverno onde a geração diária de lixo chega a
quadruplicar, a administração municipal deverá prever serviços temporários
com o aumento da frota e equipe coletora.

15
 Verificar a existência de locais onde um veículo munido de caçamba
compactadora não é capaz de circular como por exemplo favelas, ruas com
declividade acentuada, nos quais a coleta de lixo será efetuada com
caçambas estacionárias ou caminhões basculantes com tração nas quatro
rodas.

4.5.1 Exemplo de Cálculo do Dimensionamento da Frota

Dimensionar a frota de veículos coletores de resíduos sólidos domiciliares e


guarnição para uma cidade de 100.000 habitantes na zona urbana.

a-) Cálculo da quantidade diária de lixo gerado a ser coletado (Q)

Q  R H G

Onde: R = porcentagem do lixo gerado no município que realmente é coletado.


H = população urbana onde normalmente existe serviço de coleta lixo.
G = estimativa da quantidade diária gerada de lixo por habitante.

Q  0,95 100.000  0,40  38,0 t / dia

b-) Cálculo do tempo dispendido pelo transporte de cada viagem ao sistema de


tratamento ou destinação final

2D 2  10
TV   T1 TV   0,3333  0,9999
Vt 30

Onde: D = distância média do centro gerador até o local de descarga.


Adotaremos a média de 10 km.
Vt = velocidade de transporte na viagem até o local de descarga.
Adotamos a média de 30km/hora.
T1 = tempo necessário para a viagem, pesagem descarga do lixo e
retorno Adotamos a média de 20 minutos = 0,3333 horas.

c-) Cálculo do número de viagens possíveis de cada veículo realizar dentro de


um período de 8 horas de trabalho

Q  VC  J 38  5  8
N N
( L  2  C )  (Q  VC  TV ) (200  2  5)  (38  5  0,9999)

1520
N NV  2,2
689,98

Onde: NV = número de viagens por dia.


Q = quantidade de lixo a ser coletado por dia que foi calculado
no item a-) dando o valor de 38 t/dia.
VC = velocidade de coleta. Adotamos a média de 5 km por hora.
J = jornada de trabalho de 8 horas.

16
L = quilômetros de vias públicas de uma cidade a serem atendidas pelo
serviço de coleta. Foi adotado a média de 200 km que por ser coleta em
dias alternados deverá ser dividido por 2 .
C = capacidade de carga da caçamba. Adotado a média de 5 toneladas
por viagem
TV = tempo de viagem que cada veículo executa para descarga do lixo.
Calculado no item b-) em 0,9999.

d-) Cálculo da frota

1 Q 1 38
F ( Y)  K F  (  2,2)  1 F  2,4  3
NV C 2,2 5

F 3

Onde: NV = É o número de viagens possível de cada caminhão realizar


dentro de uma jornada de trabalho. Foi calculado no item c-) como
sendo 2,2.
Q = É a quantidade de lixo coletado. Foi calculado no item a-)
como sendo 38 t/dia.
C = É a capacidade de carga de uma caçamba> foi adotado a média
de 5 ton/viagem.
Y = É o número de viagens necessárias, por veículo, por setor em
uma jornada de trabalho no período noturno.
K = número de veículos de reserva. Foi adotado a quantidade de
1 caminhão.

Se um caminhão efetua 2,2 viagens por jornada normal de trabalho de 8 horas


e o veículo tem capacidade de carga de 5 t de lixo por viagem temos que um
caminhão transporta 11 t de lixo por jornada de trabalho.

Se o município produz 38 toneladas por dia e um caminhão transporta 11 t de


lixo por jornada de trabalho temos: 38 : 11 = 3,45 = 4 veículos na ativa.

Porém, e propusermos um setor no período noturno temos que serão


recolhidas diariamente 11 toneladas à noite, utilizando-se um dos caminhões
que fazem a coleta no período diurno sobraram 27 toneladas para
recolhimento e portanto temos: 27 : 11 = 2,45 = 3 veículos.

Para segurança do andamento adequado do sistema implantado será


necessário mais 1 veículo de reserva.

Portanto, a frota necessária para esse município, tomado como exemplo, será
de 4 veículos com capacidade para transportar 5 t/viagem, com caçamba para
8 a 10 m3.

17
Se conseguirmos dois setores no período noturno, e dois no período diurno
poderemos economizar na aquisição de um veículo, pois teríamos dois
caminhões coletando diuturnamente.

Na prática, devido a falta de recursos, não se adquire um veículo para a


reserva e quando por qualquer motivo houver necessidade da substituição
temporária de um veículo da coleta regular, a administração desloca um
caminhão basculante do departamento de obras da prefeitura. Essa regra não
se aplica ao serviço terceirizado onde o contrato reza que a coleta deverá ser
efetuada com veículos compactadores e neste caso normalmente o empreiteiro
alugará esse veículo, quando necessário.

4.6 – Uniformização da Equipe de Coleta

O uso de uniformes é um fator primordial não só para a manutenção da


higiene e segurança dos coletores como também para a boa apresentação dos
servidores da limpeza pública que estão em contato muito próximos com os
munícipes.

Esses uniformes devem apresentar algumas características, tais como:

 Coloração facilmente identificável pela população;


 Resistência que garanta a proteção do servidor;
 Leveza, conforto, mobilidade e boa absorção do suor;
 Luvas para proteção de materiais cortantes;
 Calçados leves com solado antiderrapante;
 Capa de proteção contra chuvas;
 Coletes refletores.

4.7- Implantação do Projeto

Para implantação de um projeto de coleta regular de resíduos sólidos


domiciliares, deverão ser programadas as seguintes fases:

1ª - Divulgação do plano internamente.

2ª - Treinamento do pessoal envolvido.

3ª - Divulgação externa do sistema a ser implantado, junto à população,


através de faixas, panfletos, imprensa, mostrando os dias da semana e horário
em que a coleta será efetuada naquele bairro/setor.

4ª - Implantação propriamente dita em toda a região preestabelecida no


projeto.

5ª - Análise do desempenho das equipes por meio de inspeções de fiscais e


informações prestadas pela população.

18
6ª - Avaliação do sistema implantado, através de entrevistas com a equipe,
vistoria nos setores e dados registrados em planilhas pelos motoristas dos
veículos coletores.

7ª - Reajustes necessários através do compilamento dos dados corrigindo


algumas distorções existentes. Esse ajustamento deve ser sistemático e
contínuo devido a expansão municipal, construção de fontes com grande
geração de resíduos e outros.

Exemplos:

a-) Desenho de um setor e trajeto de coleta

19
b-) Planilha de coleta

DIA DA SEMANA..................DATA......../......./.........SETOR.................PERÍODO........................

NOME DO MOTORISTA................................................................................................................

NÚMERO DE COLETORES.....................PREFIXO..........................PLACA................................

BAIRROS COLETADOS................................................................................................................
........................................................................................................................................................

PRIMEIRA VIAGEM SEGUNDA VIAGEM TERCEIRA VIAGEM


KM HORA KM HORA KM HORA
SAÍDA DA GARAGEM PARA O SETOR
COLETA DO PRIMEIRO RECIPIENTE 1ª VIAGEM
COLETA DO ÚLTIMO RECIPIENTE
CHEGADA AO LOCAL DE DESCARGA
SAIDA DO LOCAL DE DESCARGA
COLETA DO PRIMEIRO RECIPIENTE 2ª VIAGEM
COLETA DO ÚLTIMO RECIPIENTE
CHEGADA AO LOCAL DE DESCARGA
SAIDA DO LOCAL DE DESCARGA
COLETA DO PRIMEIRO RECIPIENTE 3ª VIAGEM
COLETA DO ÚLTIMO RECIPIENTE
CHEGADA AO LOCAL DE DESCARGA
SAIDA DO LOCAL DE DESCARGA
CHEGADA À GARAGEM

PRIMEIRA VIAGEM SEGUNDA VIAGEM TERCEIRA VIAGEM


PESO BRUTO DO CAMINHÃO

c-) Folheto de orientação à população

PERÍODO DIURNO
SEGUNDA, QUARTA E SEXTA-FEIRA.

PASSA O CAMINHÃO DE LIXO


1- SOMENTE PONHA O LIXO NA CALÇADA NOS
DIAS INDICADOS NESTE FOLHETO.
2- OBSERVE O HORÁRIO QUE O COLETOR
PASSA EM SUA RUA. ASSIM VOCÊ SABERÁ
O PERÍODO DE COLETA: MANHÃ OU TARDE.

20
d-) Fotos de caminhões munidos com caçambas coletoras/compactadores

21
22
5. COLETAS ESPECIAIS

Considera-se coleta especial a remoção de resíduos não tidos como lixo pela
coleta regular.

A seguir são apresentados os principais tipos de coletas especiais.

5.1. Coleta de Resíduos Volumosos

Na grande maioria das cidades os resíduos considerados volumosos são


removidos pelo próprio produtor. Porém, existem em muitos municípios coletas
bancadas pela municipalidade denominadas “Operação Bota-fora, Cata
Bagulho, Cata treco”.

Essas operações funcionam em dias predeterminados, em itinerários


preestabelecidos, com muita campanha de esclarecimento e orientação a
população envolvida. A administração coloca caminhões de carroçaria de
madeira ou basculante munidos de guindaste tipo Munck, que fazem o
recolhimento desses entulhos constituídos geralmente por móveis, geladeiras,
fogões restos de mudanças em geral, colchões, máquinas de lavar roupas e
outros.

Esses resíduos são levados para alguma entidade assistencial e após triagem,
são recuperados e doados às camadas menos favorecida da população.

É bom lembrar que alguns desses objetos quando jogados no fundo do quintal,
pode ser reservatório de água de chuva e contribuir em muito para a
proliferação da Dengue.

5.2 Poda

São resíduos originários da poda da vegetação existente nos jardins, praças,


vias e logradouros públicos e até em quintais particulares.

Normalmente, para a realização dessa tarefa, utilizam-se caminhões munidos


de carroçaria de madeira. Em função das características do material a ser
transportado (galhos, pequenas árvores e arbustos) é necessário efetuar
diversas viagens ao local de disposição, devido aos espaços vazios que
sobram na carga.

Hoje em dia está muito difundido o uso de picadores de galhos. Esses


equipamentos são um conjunto formado por um rotor provido de lâminas
acionados, por gerador, por motores à combustão ou acoplados no terceiro
eixo de força de um trator tipo agrícola e a carreta que serve em parte para o
transporte dos equipamentos e também para armazenamento dos cavacos.
Esses cavacos são levados à carreta ou à carroçaria de outro caminhão, pela
impulsão da própria força centrífuga do rotor, por intermédio de duto ou
tubulação.

23
Os picadores atualmente existentes no mercado variam de potência
dependendo da finalidade do seu uso. Normalmente se reduz o volume de
poda em até 1/15 do original. O cavaco originário serve como forração de
canteiros agrícola, cama de frango e outros. Em algumas cidades, como já
verificado destinam esse tipo de resíduo para olarias, onde é utilizado como
lenha e em contrapartida, esses estabelecimentos doam tijolos e telhas para a
manutenção de escolas e creches municipais.

Foto de um picador de galho

5.3 Coleta de Animais Mortos

Um dos problemas que ocorre nos centros urbanos é o aparecimento de


animais mortos nas vias públicas, vitimados geralmente em acidentes de
trânsito (atropelamento) e cuja remoção tem que ser de imediato.

Podemos classificá-los de duas maneiras:

5.3.1 Coleta de Animais de Grande Porte

A maioria dos animais de grande porte mortos em vias públicas são os


equinos. Quando é grande o número de acidentes e posteriormente a remoção
desses animais, recomenda-se a aquisição de um equipamento especialmente
projetado para esse fim, ou seja, de um veículo munido de guincho acionado
por tomada de força do chassis, carroçarias hermeticamente fechadas, com
dispositivo para armazenagem do sangue, e com tampa traseira que baixa
ficando como estrado inclinado.

Com o uso do guincho, o animal é puxado sobre o estrado (tampa traseira) e


posteriormente, para dentro da carroçaria. Essa mesma operação é feita para
a descarga do animal nos incineradores ou aterrados em vala.

24
Animais vivos abandonados ou perdidos são recolhidos pela municipalidade,
transportados em veículos apropriados com rampa na parte traseira e
enviados a cocheiras públicas, onde aguardarão sua retirada pelo proprietário
ou leiloados.

5.3.2 Coleta de Animais de Pequeno Porte

A maioria dos animais mortos de pequeno porte (cães e gatos), quando


encontrados em vias públicas, são recolhidos da mesma forma que a descrita
acima, para animais maiores.

Outra atividade é o recolhimento de cães vivos que ficam perambulando pelas


vias e logradouros públicos. Para isso são utilizados veículos tipo jaula
denominados “carrocinhas” que após a apreensão levam os animais para o
Serviço de Apreensão de Animais para posteriormente, se não forem
reclamados e retirados pelos donos em três dias, serem sacrificados.

Os animais, depois de mortos, são colocados em sacos plásticos e


transportados em veículos hermeticamente fechados, para os incineradores
de resíduos de serviços de saúde.

Em cidades pequenas onde a quantidade de animais mortos é bem menor, e


devido a falta de um sistema de incineração, os mesmos são levados e
enterrados nos aterros sanitários, em valas especiais.

5.4. Coleta de Resíduos de Serviços de Saúde

Os resíduos de serviços de saúde gerados em: hospitais, postos de saúde,


prontos-socorros, ambulatórios, clínicas, farmácias, serviços veterinários e
outros, normalmente são recolhidos de duas maneiras.

A primeira são nos centros de grande e médio porte que contratam empresas
especializadas neste tipo de atividade, que coletam esses resíduos em furgões
com carroçarias especialmente projetadas e fabricadas para esse fim, que não
permitem qualquer visualização da carga e também não deixam o sangue ou
outro líquido escorrer pelas vias públicas. Após o seu recolhimento os mesmos
são transportados para serem tratados em incineradores, sistema de
microondas, autoclaves e outros. Nesses locais pode ser adaptado um
dispositivos pneumático que ergue a frente do veículo fazendo com que a
carga deslize para traz.

Não podemos esquecer que este tipo de coleta especial é caro em


comparação com a coleta normal de resíduos domiciliares e portanto deve ser
cobrado um valor diferenciado da fonte geradora. Esses estabelecimentos, por
conseguinte, farão uma segregação dos resíduos, diferenciando o que é
realmente lixo séptico (do paciente ou que teve contato com o mesmo) do lixo
tipo doméstico (material de escritório, recepção, refeitório de visitantes) que
pode ser coletado pelo serviço de coleta regular.

25
A segunda forma são em cidades de pequeno porte onde a produção desse
tipo de resíduo não comporta a aquisição de um veículo especial ou a
contratação de empresas especializada nesse recolhimento. Neste caso o lixo
ainda é misturado com o resíduo doméstico e recolhido pela coleta regular.

O que é recomendado, se possível, que esses resíduos sejam acondicionados


em sacos plásticos na cor branca (mais resistentes), para posterior disposição
em pequenas valas impermeabilizadas com manta de PEAD e com cobertura,
escavadas no próprio aterro sanitário.

5.5. Coleta de Entulhos e Restos de Construções

Normalmente a coleta e transporte desses resíduos, resultantes de reformas


residenciais ou de trabalhos na construção civil é efetuada com a contratação
de empresa especializada, que efetua essa atividade através do intercâmbio
de caixas metálicas padronizadas (contêineres) conhecidas como “caixas
brooks”, transportadas através de caminhões poliguindastes. O gerador
particular aluga essa caixa, e a mesma permanece defronte a obra por dois ou
mais dias até seu esgotamento.

O destino desse material inerte, nas grandes cidades, são os aterros


especialmente construídos para esse tipo de resíduo nos próprios aterros
sanitários, em locais reservados para esse fim. Não é aconselhado a mistura
do lixo doméstico com esse tipo de resíduo pois em muitas vezes este último é
constituído de grandes blocos e lajes de concreto, que ocasionará danos no
equipamento ou dificuldade na operação do aterro sanitário.

Hoje, já existe no mercado, um equipamento tipo moinho, utilizado em


pedreiras, que faz a moagem desses restos de construção, constituídos
especialmente de telhas e paredes de tijolos ou blocos, desde que não
possuam em seu meio vigas ou outro elemento de concreto. O material
resultante desta moagem serve para nivelamento de terrenos e vias públicas.

26
5.6. Coleta de Resíduos de Indústrias

Existem três tipos de resíduos que podem ser gerados em estabelecimentos


industriais. Esses são divididos em três classes, conforme segue:

Resíduos classe I - perigosos, gerados na área fabril.


Resíduos classe II - não inertes, gerados na área fabril e nos refeitórios,
banheiros, vestiários e administração.
Resíduos classe III – inertes, gerados na área fabril ou demolições.

A coleta desse lixo industrial gerado por grandes estabelecimentos não é


atribuição do serviço de limpeza urbana. Os geradores normalmente contratam
empresas especializadas para coleta e transporte até o destino final.

Esses resíduos são acondicionados em caçambas estacionárias e


intercambiáveis nas quais são armazenados todos os resíduos gerados, tanto
na área fabril como nos refeitórios, banheiros, vestiários e administração.
Quando uma indústria gera resíduos de classe 2 – não inertes e de classe 1 –
perigosos, esses últimos devem ser separados dos demais devido as formas
especiais de tratamento e disposição que normalmente é cobrado por peso
com um valor muito alto.

27
Para cada tipo de resíduo gerado na linha de produção, classificado como
classe 1 ou 2, a empresa deverá, para sua remoção, obter o CADRI –
Certificado de Autorização Para Disposição de Resíduos Industriais, emitido
pelo órgão ambiental. Nele será mostrado o tipo de resíduo, sua classificação,
a quantidade gerada e local de tratamento ou disposição final do mesmo.

Pequenas indústrias que geram muito pouco resíduo, normalmente colocam os


mesmos em recipientes para serem coletados pelo serviço de coleta regular
do município.

Os resíduos químicos oriundos de laboratórios de centros de pesquisas,


escolas e particulares não industriais, têm os mesmos procedimentos dos
resíduos industriais Classe 1, abrangido neste item.

5.7 Coleta de Resíduos Gerados em Fossas Sépticas

Em regiões onde ainda não possuem rede coletora de esgotos, a população


envolvida se utiliza de fossas sépticas como forma de tratamento dos dejetos.
Esse tipo de tratamento exige limpezas periódicas. Para executar essa tarefa
existem empresas especializadas denominadas “limpa-fossa”, que dispõem de
veículos à vácuo para sucção desse lodo, da fossa para o tanque. Esse
resíduo deve ser levado para a ETE – Estação de Tratamento de Esgoto
municipal ou da empresa concessionária do sistema.

Deve-se ter muito cuidado na contratação dessas empresas pois algumas


empresas não idôneas pode coletar o esgoto da fossa e dispor em terrenos
baldios ou beiras de estradas secundárias causando sério efeito destrutivo ao
meio ambiente.

5.8 Coleta de Resíduos Radioativos

Os chamados lixos atômicos, potencialmente perigosos, exigem técnica e


cautela para o seu manuseio, transporte e tratamento. A maior parte desses
resíduos provêm de reprocessamento em usinas nucleares ou em laboratórios
de pesquisa. Em nosso país, cabe a união, com exclusividade, a remoção e
tratamento desse lixo. Todo e qualquer material ou equipamento onde em seu
conteúdo houver elemento radioativo deve ter seu cadastro no CNEN –
Comissão Nacional de Energia Nuclear que deve ser comunicado em caso de
translado.

5.9 Coleta pelo Próprio Produtor

Todo material que não se enquadra na definição legal de lixo, deve ser
removido para tratamento e disposição pelo próprio produtor. As remoções
pelo próprio produtor ou seus prepostos aliviam a coleta regular, mas exigem
uma rígida fiscalização a fim de disciplinar as condições de transporte e evitar
descargas em terrenos baldios e beiras de estradas.

28
Outros graves problemas causados quando das descargas pelo próprio
gerador em aterros sem fiscalização ou vazadouros não legalizado, é a
queima desses resíduos para evitar identificação, ou a atração de catadores
que imaginam retirar materiais de valor para seu sustento.

Como nos resíduos gerados na construção civil, a coleta e transporte de


resíduos é realizada com a contratação de empresa especializada que efetua
essa atividade através do intercâmbio das caixas metálicas transportadas por
caminhões poliguindastes.

No Estado de São Paulo, a empresa contratada pelo gerador dos resíduos é


obrigada a ser cadastrada no órgão oficial de controle da poluição.

A legislação vigente considera o gerador como responsável pelos resíduos até


seu destino final e não só a empresa contratada para removê-lo. Portanto,
qualquer penalidade recairá sobre os dois.

Como exemplo, vamos calcular quantos caminhões poliguindaste necessita


uma cidade com os seguintes dados:

Velocidade de deslocamento na cidade = 25 Km/h


Velocidade de deslocamento na estrada = 35 Km/h
Tempo de coleta de uma caixa brooks = 10 minutos
Tempo de pesagem e basculamento no aterro = 15 minutos
Distância do centro ao início da estrada do aterro = 3 Km
Distância do perímetro urbano ao aterro = 7 Km
Quantidade de lixo gerado em diversas obras = 9 t/dia
Horas trabalhadas = 8 h/dia
Capacidade de cada caixa = 1,5 t
Distância da garagem a 1ª caixa = D1 = 1 KM
Distância da 1ª caixa ao aterro = D2 = D3 = D4 = D5 = D6 = D7 = 3 + 7 = 10
KM
Distância do aterro a garagem = D8 = 11 KM

Cálculos:

Quantidade de caixas necessárias: QD = 9 t/dia : 1,5 = 6 caixas


Quilometragem percorrida pelo caminhão poliguindaste:
QC = D1 + 2D2 + 2D3 + 2D4 +2D5 + 2D6 + 2D7 + D8
Tempo de coleta:
TC = T1 + 2T2 + 2T3 + 2T4 + 2T5 + 2T6 + 2T7 + T8

5.10 Outros

Qualquer outro resíduo não mencionado nos itens anteriores deverá ter sua
remoção a cargo do gerador, que providenciará seu transporte com a
contratação de empresa especializada. A administração só deverá efetuar
essa remoção se houver qualquer tipo de risco a população. Após isso, se o

29
gerador for identificado, a municipalidade solicitará o ressarcimento do custo
dessa operação.

6. VARRIÇÃO DE VIAS E LOGRADOUROS PÚBLICOS

O serviço de varrição de vias e logradouros públicos dos municípios, que até


bem pouco tempo era relegado a um plano secundário, é atualmente tido
como extremamente importante e necessário. Tal fato se deve a um aumento
muito grande de ruas pavimentadas, elevação do padrão social dos munícipes
que exigem ambientes públicos saneados, intensificação das atividades
humanas, fluxo grande de veículos, falta de educação sanitária pela população
e a falta de fixação de pequenos cestos nas calçadas para que o público
acostume a descartar pequenos resíduos em seu interior.

Assim, como os demais serviços da limpeza pública, a varrição de ruas e


outros logradouros constituem-se em condição fundamental para a beleza,
higiene, segurança, saúde pública e desenvolvimento turístico do local e
conseqüentemente, deve ser encarado com muita seriedade e
responsabilidade pela administração municipal.

Os resíduos encontrados nas vias e logradouros ocorrem por dois fatores:

 Natural - como é o caso das folhas e flores das árvores, terra e areia
trazidas pelas águas de chuva, excremento de animais.
 Acidentais – como é o caso de papéis, invólucros, tocos de cigarro e
outros detritos jogados no chão pela população.

Muitos fatores intervêm na produção do lixo recolhido pela varrição e dentre


eles podemos destacar: arborização, densidade de trânsito, população
flutuante, movimentação e concentração de pedestres, poder aquisitivo,
presença de animais domésticos, vendedores ambulantes, comércio intenso,
atrações turísticas e principalmente conscientização da população.

Não devemos esquecer que em muitos lugares, a população quer se desfazer


desses pequenos resíduos e descartá-los em cestos apropriados, mas não os
encontra. Portanto, o departamento de limpeza urbana deve se ater a este
fator e colocar o maior número de recipientes em áreas de grande fluxo.

6.1 Tipos de Varrição

Os serviços de varrição nos municípios são caracterizados por uma ausência


de mecanização que só existe nos grandes centros urbanos.

Do ponto de vista financeiro, a varrição mecanizada se mostra mais econômica


do que a manual. Entretanto, a varrição manual, com rendimentos menores e
com inevitáveis problemas de natureza empregatícia, apresenta a expectativa
do benefício social no que se refere ao emprego de mão-de-obra pouco
qualificada, muito abundante nos dias atuais.

30
6.1.1 Varrição Mecânica

Sempre que se pensar em utilizar equipamentos para o serviço de varrição


pública deve se considerar a necessidade de um adequado serviço de
manutenção e técnicos qualificados, que em muitos lugares não existem.

Além disso, deve ser observado a restrição desses equipamentos, com


rendimentos ideais em vias urbanas expressas de grande extensão, com
condições favoráveis de pavimentação.

A seguir apresentamos as principais vantagens e desvantagens da varrição


mecânica.

VANTAGENS

 Eficiência maior na remoção de terra, areia e lama das sarjetas.


 Maior rapidez por área varrida.
 Maior eficácia na remoção dos resíduos, sem locais de acúmulo.
 Rendimento excelente em grandes avenidas e calçadões.
 Menor riscos ao pessoal envolvido.
 Economia de mão-de-obra.

DESVANTAGENS

 Elevado investimento inicial com o equipamento e infra-estrutura.


 Causa descontentamento da população que a considera desnecessária
(causa desemprego).
 É eficaz somente em vias com pavimentação de asfalto ou similar, e com
poucos declives.
 É ineficiente em vias onde é permitido o estacionamento para veículos.
 Não varre ou recolhe resíduos dos passeios públicos.
 Atrapalha o tráfego natural.
 Problemas com reposição de peças, assistência técnica e mão-de-obra
especializada para o seu manuseio e manutenção.
 Necessidade de reabastecimento de água.

6.1.2 Varrição Manual

A varrição manual é um dos serviços da limpeza urbana que envolve a maior


quantidade de recursos humanos e de materiais para a sua execução e
portanto, requer a elaboração de projeto específico com ajustes e expansões
constantes.

Não se deve esquecer que se trata de um serviço que atrai muito a atenção
dos munícipes que de imediato percebe sua qualidade e eficácia.

Esta forma de operação é utilizada na totalidade dos municípios onde esse


serviço é prestado à população. Mesmo que em algumas áreas municipais as

31
tarefas sejam efetuadas por varredeiras mecânicas, sempre haverá setores
onde os serviços terão que ser efetuados manualmente.

A seguir apresentamos as principais vantagens e desvantagens da varrição


manual.

VANTAGENS

 Possibilidade de varrer qualquer pavimentação.


 Possibilidade de varrer também o passeio e ilhas canteiros.
 Sem dificuldades de contornar obstáculos.
 Pequeno investimento inicial.
 Baixo custo de manutenção e reposição de equipamentos.
 Facilidade de obtenção de mão de obra.
 Mão de obra sem qualificação específica.
 Treinamento inicial mínimo.
 Possibilidade de recolhimento de materiais fora dos padrões.

DESVANTAGENS

 Dificuldade de remoção de terra, lama e areia.


 Necessidade de caminhão para recolhimento dos recipientes cheios
(sacos).
 Necessidade de veículo para o transporte das equipes aos seus
respectivos setores.
 Possibilidade de paralisações dos serviços por causa de faltas, licenças
e greves.
 Alta reposição de materiais (vassouras, sacos plásticos, carrinhos).

6.2 Formas de Varrição

Para ambos os tipos citados, mas principalmente para a varrição manual,


normalmente os serviços ocorrem de duas maneiras:

- Varrição corrida, empregada em locais que devido as suas características


de uso e ocupação, seja possível a manutenção de intervalos mais longos
entre um período e outro de limpeza. Esse serviço é efetuado em cada
local uma única vez no dia determinado.

- Varrição com repasse, adotada em trechos comerciais, turísticos ou outro


local onde: seja intenso o fluxo de transeuntes e/ou muito arborizado. Esse
serviço é efetuado normalmente de manhã com repetição à tarde quando a
mesma equipe refaz o setor, diariamente.

6.3 Feqüência e Horário de Varrição

A frequência da varrição é determinada em função da demanda local dos


serviços. Para áreas comerciais, turísticas ou de maior produção de “ciscos”

32
recomenda-se a varrição diária com repasse. Para áreas circunvizinhas ao
centro comercial, deve ser adotada a varrição diária corrida ou sem repasse.
Nos bairros e áreas mais distantes é recomendável a varrição corrida, em dias
alternados ou ainda com freqüências ainda menores. A sua determinação
ficará a critério da equipe de fiscalização dos serviços.

O horário adotado para a varrição de vias e logradouros públicos é muito


variado. Algumas cidades adotam o horário diurno e outras também o noturno.
Neste caso o serviço noturno pode ser efetuado manualmente ou com
varredeiras mecânicas que terá uma ótima eficiência devido a queda no
número de veículos, tanto em movimento como estacionados.

6.4 Equipes de Varrição

Para a varrição mecanizada é necessário apenas o motorista da varredeira. Já


para o tipo manual, o mesmo pode ser executado por um único elemento ou
por grupos de serviçais que distribuem as funções de varrer, coletar e remover
os resíduos.

Em grande parte das cidades brasileiras a varrição é executada por grupos de


2 ou 3 elementos subdivididos em 1 ou 2 varredores propriamente dito, que
varrem e acumulam os resíduos em pequenos montes ao longo das sarjetas, e
de 1 elemento trabalhando um pouco atras, que coleta e armazena no carrinho
os resíduos, até o ponto de acumulação já predeterminado em projeto.

Esse sistema, se possível deve ser evitado, pois, além de diluir a


responsabilidade individual pela eficiência dos serviços no setor, reduz o
rendimento operacional por permitir muita conversa entre os elementos da
equipe.

6.5 Equipamentos de Varrição

Para a varrição mecanizada já existem no mercado brasileiro diversas marcas


e modelos que atenderá a necessidade do projeto elaborado.

Para a varrição manual os materiais e equipamentos fundamentais são:

 Vassouras que podem ser de confecção industrial como também, de forma


artesanal com produtos característicos de regiões (bambu, vassoura, folhas
de palmeiras) e com reciclagem de PET.
 Pazinhas fabricadas em metal com cabo de madeira ou toda de plástico
 Carrinhos confeccionados metal ou de fibra de vidro tipo “Lutocar” (o
melhor é o de fibra de vidro por ser mais leve e de vida útil mais
prolongada).
 Sacos plásticos que servem para forrar os carrinhos e acumular os
resíduos.

33
6.6 Sistemas de Apoio

Todo o serviço de varrição deverá contar com um sistema de apoio,


principalmente dos setores de transporte e da coleta regular.

De manhã e à tarde deverá estar disponível, veículos para o transporte das


equipes de varrição, da garagem da prefeitura ou da empresa responsável
pelo serviço até os seus respectivos setores. À tarde deverá ser programada a
viagem de retorno.

Normalmente os equipamentos (vassouras, pás e carrinhos) pernoitam em


abrigos predeterminados em projeto (escolas, creches, repartições públicas e
outros).

As refeições e lanches das equipes, geralmente pelo sistema “quentinha” será


fornecida por empresa contratada e são degustadas nos próprios setores.

A coleta dos resíduos da varrição, armazenados em sacos plásticos, são


deixados pelas equipes em locais preestabelecidos. Se possível coincidentes
com os horários e frequências dos veículos da coleta regular, que efetuará
concomitantemente o recolhimento dos resíduos domiciliares e da varrição e o
transporte até o local de tratamento e disposição existente.

6.7 Produção dos Serviços

Há uma diversificação muito grande de dados sobre produção dos serviços de


varrição de uma cidade. Tal fato se deve às diferenças de condições e de
características locais das áreas a serem varridas e à insuficiência, na maioria
das cidades, de dados estatísticos e de controle desse tipo de tarefa.

Os dois controles mais comuns são as medições em metros lineares de sarjeta


e as medições de áreas varridas.

Em termos médios, pode-se considerar que um trabalhador, atuando 8 horas


exclusivamente na varrição manual, atinge uma produção diária de 500 metros
de sarjeta varrida por hora de trabalho ou seja 4.000 metros por dia. Não se
deve esquecer que no tipo de varrição com repasse a produção é a metade.

Para a produção média em área, um varredor consegue varrer em um turno de


8 horas, 1.500 metros quadrados por dia.

Na varrição mecânica estes dados estão condicionados, além dos mesmos


fatores influentes na varrição manual, à escolha do tipo de varredeira.

Tomando como média, uma varredeira mecânica varre entre 6 a 8 quilômetros


por hora trabalhada e portanto, em um turno de trabalho de 8 horas, esse
equipamento executará o serviço em: 8 horas x 6 km/h – 20% de percurso =
38,4 km/dia de sarjetas.

34
6.8 Custos do Serviço de Varrição

A análise comparativa dos custos dos serviços de varrição manual e mecânica


é a decomposição desses custos nas partes que os forma a fim de se obter
uma melhor interpretação das vantagens de utilização de uma ou outra
modalidade.

Para efeito de comparação entre a varrição manual e a mecânica, pode ser


feito o confronto dos custos diretos nos dois sistemas em termos de varrição
linear e varrição de áreas.

O quadro a seguir mostra os custos da varrição manual, tomando-se como


base os componentes do custo direto dos serviços.

SALÁRIOS E Nº DE SALÁRIO MENSAL CUSTO


MÃO-DE-OBRA ENCARGOS OPERÁRÍOS POR POR EQUIPE DIÁRIO POR
SOCIAIS ( R$) EQUIPE (R$) EQUIPE (R$)
Varredor 2
Carrinheiro 1
Total (I) x 3 x

EQUIPAMENTO CUSTO VIDA ÚTIL AMORTIZAÇÃO QUANTIDADE AMORTIZAÇÃO


UNITÁRIO (DIAS) DIÁRIA POR EQUIPE DIÁRIA POR
EQUIPE
Vassoura 7 1
Vassourão 7 2
Carrinho 365 1
Pá 30 1
Uniforme 90 3
Total (II) x x x x

CUSTO POR EQUIPE CUSTO E AMORTIZAÇÃO CUSTO DO KM


DIÁRIA (R$) VARRIDO/ DIA (R$)
TOTAL I
TOTAL II
TOTAL GERAL

Observação: :
custo diário por equipe
1 - Custo do quilômetro varrido 
produção da equipe por dia

2 - Produção da equipe por dia  8 km

35
O quadro a seguir mostra os custos da varrição mecanizada, tomando-se
como base os componentes do custo direto dos serviços.

GASTOS PREÇO VIDA ÚTIL OU CUSTO HORÁRIO CUSTO DIÁRIO POR


OPERACIONAIS UNITÁRIO CONSUMO POR VARREDEIRA (R$)
(R$) DIÁRIO VARREDEIRA (R$)
Varredeira 10.000 horas
Combustível 8 litros/hora
Escovas (duas) 250 horas
Pneus 5.000 horas
Operador x x
Total (I) x x

GASTOS PREÇO PERIODICIDADE CUSTO HORÁRIO CUSTO DIÁRIO


MANUTENÇÃO (R$) (HORAS) POR VARREDEIRA POR VARREDEIRA
(R$) (R$)
Revisão
Retífica de motor
Lubrificação motor
Lavagem do equip.
Lubrificação equip.
Subst. peças motor
Subst. peças equip.
Total (II) x x

CUSTO POR CUSTO DIÁRIO POR CUSTO HORÁRIO CUSTO DO QUILÔMETRO


VARREDEIRA VARREDEIRA POR VARREDEIRA VARRIDO POR VARREDEIRA
TOTAL I
TOTAL II
TOTAL GERAL

Observação :

custo horário por varredeira


1 - Custo do quilômetro varrido 
quilômetro varrido por hora

2 - Quilômetros varridos por hora  8

6.9 Projeto de Varrição

Para a elaboração do projeto criterioso de varrição de vias e logradouros


públicos, deve-se proceder a um levantamento e análise cuidadosa de dados
para a obtenção de amplo conhecimento dos problemas pertinentes ao setor.

Esses dados devem ser levantados no próprio local constando basicamente


de:

 Apontamento das ruas que possuam guias e sarjetas;


 Especificação dos tipos de pavimentos;
 Condições das vias públicas;
 Existência de canteiros centrais nas vias públicas;
 Densidade de tráfego;
 Quantidade de logradouros (praças e jardins) existentes;

36
 Concentração de pedestres;
 Quantidade e tipo de arborização;
 Tipo de assentamento local;
 Quantidade e tipo de resíduo a ser varrido;
 Locais disponíveis para guarda dos equipamentos.

Nessa análise dos dados deve-se considerar a freqüência de varrição (diária


ou alternada), o período (diurno ou noturno) e o tipo (corrida ou com repasse).

Após o levantamento dos dados e em função de uma pré análise o projeto


será elaborado e deverá atender os seguintes tópicos:

 Delimitação em planta da cidade, da área que deverá ser atendida pelos


serviços;
 Subdivisão da área delimitada em setores de varrição com horário, tipo e
frequência de varrição;
 Demarcação de praças, jardins e outros logradouros públicos onde haverá
prestação dos serviços;
 Estabelecimentos de pontos fixos para a descarga de sacos plásticos com
resíduos;
 Estabelecimento de pontos fixos para desembarque e embarque das
equipes;
 Estabelecimento de pontos fixos para guarda dos equipamentos;
 Determinação do itinerário de varrição a ser cumprido pelo operário ou
equipe de varrição;
 Determinação de itinerários e horários dos veículos coletores dos sacos
plásticos com resíduos da varrição.

6.10 Dimensionamento do Projeto

6.10.1 Varrição Manual

Para dimensionar o número de varredores em um sistema de varrição manual,


deve-se saber o quilômetro de vias aonde desejamos efetuar os serviços mais
a quantidade de elementos fixos para a limpeza das praças ou outros
logradouros públicos.

Mesmo tendo os dados práticos, após a implantação dos trabalhos e passado


algum tempo o melhor é ajustar o sistema com dados reais obtidos através de
levantamentos nos setores. Na prática observamos que ao aproximarmos da
área central da cidade a quilometragem de sarjetas varridas diariamente
diminui.

O número de varredores necessários para um sistema de varrição manual


pode ser dado pela seguinte equação:

Kj
Nv   Cr
Fv.Pd

37
Onde: Nv = nº de varredores necessários
Kj = nº de vias a serem varridas em km de sarjetas
Fv = frequência de varrição
Pd = produção diária de cada varredor
Cr = coeficiente de reserva (20%)

Exemplo:

Dimensionar o sistema de varrição de um município com os dados da tabela a


seguir, que fazem parte do Anexo I do Edital. Os setores serão varridos por um
único funcionário.

SETORES KM FREQUÊNCIA DIAS PRODUÇÃO Nº DE DIAS = Fv


S1 61,50 DIÁRIA 26 1.599,00 1
S2 38,70 ALTERNADA 12 464,40 2
S3 69,40 ALTERNADA 12 832,80 2
S4 33,40 SEMANAL 4 133,60 6
S5 409,70 MENSAL 1 409,70 26
TOTAL 3.439,50

Pela fórmula temos:

61,50 38,70
S1   15,37  16 S2   4,83  5
1  4,0 2  4,0

69,40 33,40
S3   8,67  9 S4   1,39  2
2  4,0 6  4,0

409,70
S5   3,93  4
26  4,0

Total de varredores necessários para varrição das vias públicas: 36

Reserva Técnica: 36 x 20% = 7,2 = 7

Número de praças e logradouros: 5

Total geral: 32 + 5 + 7 = 44 varredores

A prática mostra a necessidade de 1 fiscal para cada turma de 20 varredores.

6.10.2. Varrição Mecânica

Para dimensionar o número de varredeiras mecânicas em um sistema de


varrição, deve-se saber o quilômetro de vias aonde desejamos efetuar os
serviços.

38
O número de varredeiras mecânicas, necessárias para um sistema de varrição
pode ser dado pela seguinte equação:

Kv
Nv   Cr
T .Ht.Vv.Fv

Onde: Nv = número de varredeiras


Kv = quilometragem de vias a serem varridas
T = quantidade de turnos de serviço
Ht = número de horas de trabalho
Vv = Velocidade de varrição
Fv = frequência de varrição

Exemplo:

Dimensionar a quantidade de varredeiras mecânicas para a varrição


mecanizada de 20 quilômetros de eixo de vias públicas da zona central do
município. O período de trabalho será o noturno, após às 22 horas.

Considerando:
 hora trabalhada após as 22 horas é de 52 minutos e portanto, o turno será
de 6,33 horas;
 uma varredeira rebocável gasta 1:00 hora de transporte;
 uma monobloco 33 minutos de deslocamento garagem/setor/garagem;
 período de trabalho será o noturno, após as 22:00 horas;
 velocidade de varrição para equipamento monobloco é igual a 8km/hora;
 velocidade de varrição para equipamento rebocável é igual a 3km/hora;
 um turno noturno de trabalho;
 freqüência diária de varrição.

Kv
Nv   Cr
T .Ht.Vv.Fv

Para varredeiras monobloco temos:

2  20
Nv   1  0,83  1  2
1 6  8  1

Para varredeiras rebocável temos:

2  20
Nv   1  2,50  1  3
1  5,33  3  1

Obs.: Vale lembrar que uma varredeira rebocável acoplada a um trator tipo
agrícola custa R$ 80.000,00 e uma varredeira com tração própria denominada
monobloco custa 3 vezes mais.

39
6.11 Implantação, Avaliação e Ajustes do Projeto

A implantação do projeto em termos de elementos humanos e materiais, deve


obedecer as seguintes fases:

 Recrutamento e seleção de pessoal;


 Aquisição de equipamentos e uniformes;
 Treinamento do pessoal envolvido;
 Implantação do projeto;
 Acompanhamento, inspeções aos setores e coleta de informações dos
munícipes;
 Reuniões e entrevistas periódicas com os operários da varrição;
 Análise do desempenho do pessoal;
 Verificação “in loco” de metragem varrida, quantidade de lixo recolhido e
tempo trabalhado. É muito importante que o trabalho em cada setor seja o
mais semelhante possível;
 Qualidade dos serviços prestados por cada equipe;
 Avaliação periódica dos equipamentos e uniformes utilizados;
 Avaliação através de entrevistas com os munícipes sobre o serviço
prestado.

Com esses dados o projeto implantado poderá ser reajustado, corrigindo-se


falhas e distorções porventura verificadas. As avaliações e reajustes deverão
ser procedimentos sistemáticos e constantes para atualização do projeto
original.

Vale lembrar que para um bom desempenho dos serviços de varrição das vias
e logradouros públicos o departamento de limpeza urbana precisa contar com
um suporte de outros setores como por exemplo: transporte, almoxarifado e
vestiários.

40
Exemplos:

a-) Desenho de um setor e trajeto de varrição

41
b-) Planilha de varrição

DIA DA SEMANA ....................DATA......../......./.........SETOR................PERÍODO......................

NOME D0(S) VARREDOR(S) .......................................................................................................

RUAS VARRIDAS ......................................................................................................................


........................................................................................................................................................

LOCAL HORA
ENTRADA NA GARAGEM
SAÍDA DA GARAGEM PARA O SETOR
INÍCIO DA VARRIÇÃO
INTERVALO PARA REFEIÇÃO
FIM DA VARRIÇÃO
CHEGADA A GARAGEM
SAÍDA DA GARAGEM

PRIMEIRA VIAGEM SEGUNDA VIAGEM TERCEIRA VIAGEM


TARA DO VEÍCULO
PESO BRUTO DO CAMINHÃO
QUANTIDADE DE RESÍDUOS COLETADOS

c-) Folheto a ser distribuído à população

PERÍODO DIURNO
SEGUNDA, QUARTA E SEXTA-FEIRA.

HAVERÁ VARRIÇÃO NA SUA RUA.

Lembre-se: a limpeza do passeio ou da calçada


é sempre de sua responsabilidade.

42
d-) Foto de carrinho de varrição

e-) Varredeira mecânica

43
7. SERVIÇOS COMPLEMENTARES

Além das três principais atribuições do Departamento de Limpeza Urbana de


um município, que são: coleta regular de resíduos domiciliares, varrição de
vias e logradouros públicos e tratamento e disposição dos resíduos gerados e
coletados, temos outros serviços que também fazem parte das atribuições
desse setor e consideradas, principalmente nos grandes centros urbanos, de
suma importância.

Dentre essas outras tarefas podemos citar: capinação e roçagem de ruas e


terrenos baldios, limpeza de locais de feiras livres, limpeza de bocas-de-lobo,
limpeza de praias e outros.

7.1 Limpeza de Locais de Feiras Livres

Praticamente todos os municípios brasileiros possuem suas feiras livres, pelo


menos uma vez por semana.

A limpeza de ruas ou logradouros onde funcionam as feiras livres deve ter


início logo após o término das atividades. Isso visa impedir o espalhamento
dos detritos pelo vento, “guerra” de frutas e verduras e acabar com os odores
dos locais de manuseio de pescado, e também ter seu encerramento o mais
rápido possível para liberar o local para o trânsito e circulação dos moradores.

Os serviços devem começar pelas extremidades da feira, fechando-se um


círculo até atingir o seu centro.
Em municípios pequenos, onde existe um ou dois locais para implantação da
feira livre, pode-se deslocar varredores ou outros braçais do departamento,
para a sua limpeza. Mas, em cidades onde existem diversas feiras livres
espalhadas diariamente em diferentes bairros, é necessária a utilização de
trabalhadores permanentes, contratados para esse propósito.

Nesse serviço são empregados vassouras, vassourões, pás, forcados, rastelos


e carrinhos de mão. Os resíduos deverão ser concentrados em montes, e daí
recolhidos para os veículos coletores que poderão ser basculantes
convencionais ou caminhões compactadores, quando a quantidade de lixo
justificar a utilização.

Deve-se dispensar atenção especial aos locais em que ficam as barracas que
vendem pescado, pois pelas suas condições peculiares, recomenda-se que
sejam reservados os melhores lugares quanto a pavimentação, para facilitar a
limpeza. É recomendável que os feirantes utilizem recipientes para
armazenagem dos restos de suas barracas e os dirigentes coloquem
contêineres estacionários em locais predeterminados que facilitará em muito a
limpeza do local.

Após a feira, os locais onde funcionaram as barracas de peixes devem ser


lavados sob pressão, com o auxílio de caminhão pipa equipado com conjunto
de motobomba, neles se possível, aplicar-se-á algum composto com cloro,

44
como por exemplo, solução de hipoclorito de cálcio diluído em água (1kg do
produto para 100 l de água) que com a ação bactericida do cloro cessa o
processo de decomposição da matéria orgânica, eliminando os odores
desagradáveis. Hoje em dia, devido ao custo e escassez da água, é o único
local recomendável de lavagem de vias e logradouros públicos.

Os resíduos gerados e coletados nesses locais deverão ser tratados e/ou


dispostos em conjunto com o lixo domiciliar.

7.2 Capinação

Os serviços de capinação são realizados em áreas não edificadas e em ruas


sem pavimentação ou com calçamento com paralelepípedos. O propósito é
evitar que o mato, capim e outras ervas daninhas prejudiquem o trânsito, tanto
de pedestres como de veículos, segurança pessoal, a estética e a sanidade
dos logradouros públicos e das áreas residenciais próximas. Visa ainda
impedir a transformação dessas áreas em depósitos de lixo, esconderijo de
animais e em focos de proliferação de mosquitos, baratas e roedores.

Vale ressaltar que os terrenos baldios, sem edificações, possuem donos e os


mesmos devem ser notificados da necessidade da limpeza. Se não
manifestarem interesse na realização da limpeza a municipalidade executará
os trabalhos e o custo do serviço será cobrado.

A extensão das áreas a serem capinadas, o grau de dificuldade e a


periodicidade dos serviços são os principais fatores para a formação ou não de
equipes permanentes nesses trabalhos.

Além da capinação manual com o uso de enxadas, forcados e rastelos em


grandes áreas, é hoje muito comum nas laterais e canteiro central de rodovias,
os serviços de capinação é executado mecanicamente, com o uso de um
implemento agrícola denominado capinadeira ou enxada rotativa. Esse

45
implemento consiste de lâminas na forma de “L” fixadas em um eixo
longitudinal, acionado pela tomada de força do trator tipo agrícola. Essas
lâminas, girando a alta velocidade, escarificam o solo.

Existe também a capinação química com o uso de herbicidas aplicados com


pulverizadores de costado. Tem por objetivo a erradicação do mato, sem
prejuízo da vida animal ou de outros vegetais.

7.3 Roçagem

A roçagem consiste, não na retirada da vegetação, mas sim no corte da


mesma a uma altura desejável. Apesar de ter os mesmos objetivos da
capinação a raspagem apresenta algumas diferenças: mantém a cobertura
vegetal sobre o solo, evitando erosões e oferece melhor efeito paisagístico em
áreas de grande extensão.

Há duas maneiras de executar os serviços de raspagem, manual e mecânico.

No primeiro caso o principal instrumento é a foice do tipo “bico de gavião”. No


segundo a tarefa é executada com o uso de um implemento agrícola
denominado “roçadeira de pasto”. Esse equipamento é tracionado por um
trator de pneus, seu funcionamento dá-se pela tomada de força do trator,
ligado a uma caixa multiplicadora, por correias que acionam o eixo vertical
onde estão fixadas facas que giram em alta velocidade que dilaceram a
vegetação em uma altura regulável.

Uma roçadeira de pasto acoplada a um trator agrícola comum, em oito horas


de trabalho roça até 30 hectares de área, desde que a vegetação seja
uniforme, não passe de um metro de altura e o terreno esteja desimpedido de
pedras e matacões.

7.4. Limpeza de Praias

As cidades que a natureza brinda com praias marítimas têm, além da beleza
que enriquece seu patrimônio paisagístico, um local próprio para o lazer de
sua população e de turistas, principalmente nas férias de verão e feriados
prolongados.

Essa forma de lazer, se barata para seus frequentadores, representa para a


administração pública um ônus pesado, no esforço em manter as praias em
condições higiênicas de uso e sem nenhum tipo de risco.

Os resíduos comumente encontrados nas praias são deixados pelos banhistas


ou são trazidos pelo mar. No primeiro caso, detritos constituídos na sua grande
maioria por: papel, restos de alimentos, embalagens diversas, normalmente
produtos de venda no próprio local por ambulantes.

Quanto aos detritos lançados às praias pelo mar, os mais comuns são:
pedaços de madeira, vegetais e animais mortos e os resíduos provenientes de

46
embarcações através de lançamentos propositais ou de derramamentos
acidentais.

Algumas vezes, o mar pode trazer óleo proveniente de vazamento por


acidentes ou lavagem de tanques de embarcações. Esse óleo ou até mesmo
petróleo cru que, devido a sua densidade, acaba no final sendo depositado na
areia. Quando esse derramamento é de grandes proporções, contaminando
uma quantidade razoável de praias, pode ser utilizado jateamento com
detergentes, principalmente em costões de pedra. Deve-se ter o cuidado de
verificar se esse produto não é maléfico a fauna e a flora. Outro material
utilizado são mantas absorventes, ou pó de madeira. Em último caso essa
areia será removida para tratamento que é efetuado através de lavagem ou
queima. Em alguns acidentes, com enormes quantidade de petróleo
derramado, a areia impregnada foi recolhida e utilizada para cobertura de
aterros sanitários.

7.4.1 Limpeza Manual

A execução dos serviços de limpeza de praias, manualmente, exige que os


trabalhadores, divididos em grupos e setores, rastelem a areia formando
montes de resíduos que serão colocados em sacos plásticos por outros
braçais, para posterior recolhimento por um caminhão deslocado para essa
tarefa.

Tanto a limpeza como o recolhimento dos resíduos devem ser efetuados no


final da tarde e começo da noite onde o fluxo de banhistas reduz
consideravelmente evitando transtornos e acidentes.

Atualmente existem campanhas cujo objetivo é distribuir pequenos recipientes


de plástico, no formato de sacolas, para os banhistas depositarem o lixo nos
guarda-sóis para posterior armazenagem nos recipientes estacionários, na
hora de se retirarem das praias. Por isso, recomenda-se a colocação por parte
da municipalidade ou pelos vendedores ambulantes, de cestos, contêineres ou
sacos plásticos com suporte, em lugares estratégicos, e de fácil visualização.

7.4.2 Limpeza Mecânica

No Brasil não é comum a limpeza de praias com o uso de equipamentos


mecanizados. O uso de rastelos grandes puxados por tratores trazem sérios
inconvenientes por arrastarem, alem dos resíduos, grande quantidade de
areia.

Em alguns países já existem pequenas máquinas com tração independente


que revolvem a areia e sugam através de aspiradores os resíduos.

7.5. Limpeza dos Sistemas de Captação de Águas Pluviais

A limpeza dos sistemas de captação de águas pluviais é uma atividade


indispensável à prevenção de inundações em zonas urbanas, principalmente

47
em municípios com proporção elevada de pavimentos, ou seja, com poucos
lugares para infiltração e consequentemente formando grandes volumes de
água.

Parte integrante do sistema geral de drenagem, o sistema de captação de


águas pluviais deve ser projetado, implantado e mantido de maneira a captar,
conduzir e levar ao local de lançamento, adequadamente as águas da chuva
principalmente no verão.

A limpeza de galerias, ramais e bocas-de-lobo é também uma atribuição do


departamento de limpeza urbana por estar ligada a varrição de vias públicas e
não depender de obras abertura e reconstrução de pavimentação. Quando
houver a necessidade de reparos e substituição de elementos deverá também
ser acionado o departamento de obras.

O sistema de drenagem é composto pelos pavimentos das vias, sarjetas,


bocas-de-lobo, condutos, caixas de ligação, poços de visita e galerias .
Para que esse sistema todo tenha bom desempenho, reduzindo os danos
causados principalmente com as enchentes, não basta um bom projeto e sua
implantação adequada. É fundamental planejar e proceder a manutenção
preventiva, isto é, a desobstrução e limpeza dos elementos, antes da
temporada de chuvas. Deve-se lembrar, que as outras atividades até aqui
descritas, interferem diretamente no sistema de drenagem de águas pluviais.
Uma adequada coleta de lixo, varrição, capinação e raspagem das vias
públicas, não deixam o arraste de resíduos pela água, e consequentemente
evitará a interrupção do sistema, prevenindo inundações.

7.5.1 Limpeza de Bocas-de-lobo

Boca-de-lobo é um dispositivo especial que tem por finalidade captar as águas


que escoam pelas sarjetas, para em seguida conduzi-las às galerias ou
tubulações subterrâneas. Normalmente é feita de alvenaria, localizada sob o
passeio público e com um vão na sarjeta para entrada da água. Nessa
construção normalmente é colocado um recipiente de ferro com tela que tem
por objetivo reter e armazenar os resíduos arrastados pela enxurrada.
Antigamente era muito utilizada a boca-de-lobo com tampo grelhado e barras
metálicas que visava reter os materiais já na superfície da sarjeta.

Quando da existência do recipiente de ferro com tela, os serviços ficam mais


fáceis pois é só retirá-lo, fazer sua limpeza e colocá-lo de volta. Mas quando a
boca-de-lobo não possui tal objeto, o serviço é mais difícil, pois o braçal entra
dentro desse pequeno espaço e com uma pá ou enxada começa a retirar os
resíduos e a lama com algum material em decomposição, causando fortes
odores. Atualmente também se usa eductores para esse tipo de tarefa. São
equipamentos aspiradores que, através de uma mangueira com a
extremidade livre e serrilhada, quando atingi o fundo da boca-de-lobo,
possibilita o remeximento da massa de resíduo com posterior sucção.

48
7.5.2 Limpeza e Desobstrução de Ramais e Galerias

Após os trabalhos executados nas bocas-de-lobo, outro trabalho de igual


importância, é a limpeza e desobstrução de condutores, ramais e galerias de
águas pluviais

Para início dos trabalhos, é de fundamental importância o cadastro em planta


da localização dessas edificações subterrâneas. A partir daí, com trabalhos
preventivos bem planejados e executados, contribuirão em muito para se evitar
enchentes.

Em municípios pequenos o serviço é efetuado manualmente, com o operário


agachado no poço de visita ou numa abertura especialmente efetuada para
esse fim, procura retirar o material da obstrução com pás e “paus-de-engate”
que serve, como o próprio nome já diz, para alcançar um maior espaço de
galeria.

O sistema mais freqüente para esses serviços é o uso de piões adaptados no


extremo de mangueiras de carros tanques e que são introduzidos nos ramais e
galerias. Um orifício dianteiro, dá saída ao jato, que abre o caminho, enquanto
outros na parte posterior o impulsionam, soltando a terra e a areia acumulada.

Existem ainda outras forma de limpeza e desobstrução de galerias que utiliza


sondas, cabos flexíveis, “rotorruter” e com o uso de caminhões “vacum”.

Muitas vezes após esses serviços, é efetuada também a desinfecção, com


produtos especiais que não tragam problemas aos corpos de água receptores.

49
7. 6 Pintura de Guias

Os serviços de pinturas de guias por intermédio do sistema de caiação, vêm


dar um toque de requinte nas atividades da limpeza urbana, além de ajudar na
segurança do trânsito, devido a sua melhor visualização. Os trabalhos devem
ser executados, após a capinação e raspagem das vias públicas, com o
recrutamento de pessoal tipo mutirão que executarão os trabalhos, geralmente
aos sábados, quando diminui o tráfego, em áreas predeterminadas.

7.7 Limpezas Especiais (túneis, monumentos, escadarias, estátuas)

Em municípios de médio a grande porte, todo responsável pelo Departamento


de limpeza urbana deverá prever os serviços especiais de limpeza e
manutenção de túneis, escadarias, monumentos, estátuas e obeliscos. Se a
limpeza urbana for terceirizada, os mesmos deverão serem previstos em
contratos. A frequência, equipe e equipamentos necessários para esse tipo de
atividade será planejado conforme levantamento prévio.

8. LEGISLAÇÃO

A legislação vigente para a limpeza pública é quase que de exclusividade


municipal. A grande maioria dos municípios possuem códigos de posturas,
onde em um dos tópicos é abordada as responsabilidades, exigências e
obrigações de cada uma das partes envolvidas (poder executivo e cidadão).
As leis federais e estaduais serão envolvidas a partir do tratamento e
disposição dos resíduos.

Portanto, é muito importante para o dirigente municipal a atualização e


aprovação desses códigos de postura e obrigações pois, deles dependerá a
limpeza, higiene e o saneamento do seu município.

Para o cumprimento das leis e obrigações trabalhistas, os sindicatos das


categorias envolvidas farão a fiscalização e exigências.

1. UNIDADES DE MEDIDAS USADAS NA LIMPEZA URBANA

A tabela a seguir mostra as unidades freqüentemente utilizadas na limpeza


urbana. Essas unidades são muito importantes principalmente para medição
de serviços terceirizados.

ATIVIDADES UNIDADES DE MEDIDA


Coleta e transporte de resíduos Toneladas por dia (t/d)
Varrição de vias públicas – manual/mecânica Quilômetros de sarjeta por dia (Km/d)
2
Varrição de logradouros – manual/mecânica Metros quadrados por dia (m /d)
Capinação manual ou mecânica Metros quadrados por dia
Raspagem Quilômetros de sarjeta por dia (Km/d)
Pintura de guias Quilômetros de guias por dia (Km/d)
2
Limpeza locais de feiras-livres Metros quadrados por dia (m /d)
Poliguindastes – caixas brooks Toneladas por dia (t/d)

50
ATIVIDADES (cont.) UNIDADES DE MEDIDA (cont.)
Limpeza de bocas de lobo Unidades por dia (unid./d)
Coleta seletiva Quilômetros percorridos por dia (Km/d)
Coleta resíduos de serviços de saúde Toneladas por dia (t/d)
Mutirão ou bota-fora Equipe padrão por dia (equipa/dia)
Apreensão de animais vivos Unidades por dia (unid./d)
Coleta e transporte de animais mortos Unidades por dia (unid./d)
2
Limpeza de praias Metros quadrados por dia (m /d)
Coleta de entulhos Toneladas por dia (t/d)
Limpeza especiais Equipe padrão por dia (equipa/dia)

2. CUSTOS DOS SERVIÇOS

Os custos e preços dos sistemas de limpeza pública diferem de região para


região. Tal fato se deve às diferenças nos salários dos operacionais e
necessidades de equipamentos mais sofisticados para os serviços.

Geralmente na limpeza urbana prevalece o conceito da economia em escala,


quanto mais lixo o município gerar, menores são seus custos e preços
unitários.

Determinado número de profissionais do departamento pessoal por exemplo,


com salários estabelecidos, administram 100 braçais que fazem a limpeza de
uma cidade A que produz 20 t/dia de lixo. O mesmo departamento pessoal
consegue administrar 150 braçais de uma cidade B que produz 35 t/dia de lixo.
Portanto, em relação ao custo X pago com o pessoal do departamento o
mesmo será diluído em X/20 no município A e X/35 no município B. A mesma
coisa acontece comparando, por exemplo, o serviço realizado com um veículo
coletor, com capacidade de 12 m3 de lixo. Esse veículo, pelo mesmo custo,
tem condições de atender uma cidade A com 30.000 habitantes, com
frequência diária e período diurno e uma cidade B com 60.000 habitantes, com
a mesma frequência e diuturnamente.

Em municípios que não possuem os serviços privatizados, entregues mediante


licitação a uma empresa particular, para através de pagamentos efetuar os
trabalhos, para calcularmos o custo de determinada atividade da limpeza
urbana são necessários inúmeros parâmetros tais como:

 Quantidade de mão-de-obra necessária operacional e administrativa com


valores de salários, leis sociais e benefícios;
 Aquisição de veículos e equipamentos;
 Operação e manutenção desses veículos (combustíveis, pneus,
lubrificantes, impostos, seguros, licenciamentos, depreciação do
investimento);
 Vestimentas e uniformes;
 Materiais de consumo (vassouras, sacos plásticos);
 Administração (contas de energia elétrica, telefônica, água, material de
escritório e almoxarifado).

51
Esses fatores são conhecidos como despesa.

A tabela abaixo mostra o custo unitário real dos serviços em um município que
possui 340.000 habitantes (Dados de Nov/2001).

ITEM SERVIÇOS UNID PREÇO QUANT. TOTAL


UNITÁRIO MENSAL MENSAL (R$)
(R$)
01 Coleta de resíduos domiciliares e de varrição t 51,13 4.300 217.859,00
02 Coleta conteineirizada de resíd. domiciliares t 56,83 750 42.622,50
03 Transporte de resíd. domiciliares além 20 km km 1,97 0 0
04 Coleta de resíduos serviços de saúde Viagem 178,91 50 8.945,50
05 Coleta em hospitais Viagem 651,92 26 16.949,92
06 Coleta seletiva Equipe 716,56 50 35.828,00
07 Usina de reciclagem Equipe 1.375,57 25 34.389,25
08 Tratamento de RSS kg 1,43 26.800 38.324,00
09 Serviços de poda Equipe 701,47 26 18.238,22
10 Serviços de bota-fora Equipe 653,49 26 16.990,74
11 Educação ambiental Eventos 10.672,21 1 10.672,21
12 Disposição dos resíd. domic. e de varrição t 23,20 5.050 117.160,00
TOTAL 557.979,34

Nessa tabela podemos verificar que:

 O custo “per capita” é de R$ 1,64;


 39 % do custo da limpeza urbana são com a coleta de lixo domiciliar;
 o gasto anual com esse tipo de serviço é um valor bastante razoável, da
ordem de R$ 6.695.752,00.

A seguir, apresentamos, modelo de planilha para o levantamento dos custos


com a coleta domiciliar.

PLANILHA DE CUSTO DA COLETA DE LIXO DOMICILIAR

1. Quantidade de lixo coletado:

2. Frota de veículos:

PERÍODO VEÍCULOS
Diurno
Noturno
Reserva
Total

3. Quilometragem total percorrida:

Nº de veículos X Dias/mês X Km/dia = Km/mês

4. Mão-de-obra direta

4.1 Número de pessoal

52
PERÍODO MOTORISTAS GARIS
EFETIVO RES TOTAL EFETIVO RES TOTAL
Diurno 4 1 5 12 3 15
Noturno 2 0 2 6 1 7
Total 7 22

4.2. Salário mensal

Salário motorista/hora x nº horas/mês = salário mensal

Salário gari/hora x nº horas/mês = salário mensal

Adicional noturno = horas trabalhadas X dobro da normal

Adicional de insalubridade = 20% do S.M.

Ticket Alimentação = 20% do S.M.

Cesta básica = 25 % do S.M.

Vale transporte = 37 % do S.M.

Desjejum = café + leite + pão = 2,5 % do S.M.

4.3. Uniformes – Custo/Mês

Calça + camisa + bota para motoristas = 6 jogos/ano = 0,5/mês = R$ 10% S.M.


Calça + camisa para gari = 6 jogos/ano = 0,5/mês = R$ 6% S.M.
Tênis para gari = 1/mês = R$ 4% S.M.
Boné e capa para gari = 0,25/mês = R$ 0,5 % S.M.
Luva para gari = 2,5/mês = R$ 0,5 % S.M

4.4. Contêineres

Preço médio por unidade = 5 x S.M.


Vida útil + 36 meses

4.5. Combustível

Consumo médio por veículo = 1,8 km/l


Preço médio por litro = 0,4 X S.M.
Gasto total = nº de Veículos x (km/mês : 1,8km/l) x (0,4 x S.M.)

4.6. Pneu

Vida útil : 30.000 Km com duas recapagens


Custo de cada pneu : R$ 2 S.M.
Custo total: R$ 2 S.M. X 4 = R$ 8 S.M.
Para 30.000 km temos o acréscimo de mais
6câmaras + 6 protetores + 12 recapagens = R$ 5,6 S.M.
Portanto custo total será R$ 13,6 S.M.
Custo mensal = R$ 13,6 S.M. : 30.000 x Quilometragem Mensal dos Veículos

4.7. Lubrificação

Custo por km = R$ 0,1% do S.M.


Custo mensal = R$ 0,1% do S.M. x Quilometragem Mensal dos Veículos

4.8. Manutenção
Custo do chassis = R$ 325 S.M.
Custo da caçamba = R$ 150 S.M.
Custo de manutenção = 65% do valor do veículo durante toda sua vida útil (84 meses)
Custo total de manutenção por mês = nº de veículos X 0,65 : 84

53
4.9. Depreciação

Considerado como valor residual de 10% após a sua vida útil


Custo de depreciação mensal = nº de veículos x R$ 475 S.M. X 0,90 X 84

4.10. Custo do capital investido

Custo mensal do capital investido = nº de veículos X R$ 475 S.M X 1 %

4.11. Licenças e seguros

Seguro obrigatório = R$ 0,4 S.M.


IPVA = R$ 3 S.M.
Seguro total e contra terceiros = 5% do valor do veículo = R$ 5% x 475 S.M. = R$ 23,7 S.M.
Custo mensal = nº de veículos X R$ 27,1 S.M : 12 meses

4.9. Mão-de-obra indireta

Nº de funcionários = 2 escriturários
Custo mensal = Salário + encargos + benefícios = R$ 12 S.M.

4.10. Veículo para supervisão

Uma perua tipo van custa em média R$ 20 S.M. mensais

4.11. Despesas administrativas

Considerada 13% sobre todos os custos de operação + mão-de-obra indireta + veículo de supervisão

4.12 . B.D.I. ( para empresas terceirizadas)

ISS = 5% do custo total


CONFINS = 3% do custo total
PIS = 0,65 % do custo total
CPMF = 0,38 % do custo total
CONT. SOC = 1,20% do custo total
LUCRO = 5% do custo total
TOTAL = 15,23% do custo total

Preço mensal cobrar = custo total mensal = Faturamento mensal total (Fmt) = R$ _______
1 – 0,1523

4.13 Preço por tonelada coletada (Ptc)

Ptc = __Fmt_________ = R$ _________


Quant. a coletar

OBSERVAÇÃO : S.M. = SALÁRIO MINÍMO = R$ 200,00 (Agosto/2002)

54
12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. LIMPEZA PÚBLICA
Cetesb – Cia de tecnologia de Saneamento Ambiental 1980
Autores: Diversos
2. MANUAL DE LIMPEZA PÚBLICA
Metroplan – Fundação Metropolitana de Planejamento de PortoAlegre1980
3. CURSO BASÍCO PARA GERENCIAMENTO DE SISTEMAS DE
RESÍDUOS SÓLIDOS
Cetesb – Cia de tecnologia de Saneamento Ambiental 1982
Autores: Diversos
4. TREINAMENTO A DISTÂNCIA – RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS E
LIMPEZA PÚBLICA
Cetesb – Cia de tecnologia de Saneamento Ambiental 1984
Autores: Diversos
5. PROJETO PHENIX
Pesquisa de Resíduos Sólidos em Campinas 1984
Autores : Diversos
6. SEMINÁRIO SOBRE ALTERNATIVAS TECNOLÓGICAS DE BAIXO
CUSTO PARA LIMPEZA URBANA
Ministério da Habitação Urbanismo e Meio Ambiente e P.M. Olinda 1988
7. GERAÇÃO, ACONDICIONAMENTO, COLETA E TRANSPORTE DE
RESÍDUOS SÓLIDOS REGULARMENTE DESCARTADOS PELA
POPULAÇÃO E CUSTOS DOS SERVIÇOS DE LIMPEZA
Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública 2000
Autor: Eng. Adalberto Leão Bretas
8. ASPECTOS GERAIS DA LIMPEZA URBANA EM SÃO PAULO
LIMPURB –Departamento de Limpeza Urbana de São Paulo 2000
9. GUIA PEDAGÓGICO DO LIXO
Secretaria do Meio Ambiente – Coordenadoria de Educação Ambiental
Autor: José Flávio de Oliveira
10. MANUAL DE GERENCIAMENTO INTEGRADO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
IPT - Instituto de Pesquisa Tecnológica e CEMPRE – Compromisso
Empresarial para Reciclagem 2000
Autores: Diversos

55
13. ÍNDICE

Resíduos Sólidos Domiciliares

1. INTRODUÇÃO..................................................................................................02
2. CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS................................................02
2.1. CARACTERÍSTICAS FÍSICAS..........................................................................03
2.1.1. AMOSTRAGEM E QUARTEJAMENTO............................................................04
2.2. CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS......................................................................04
2.3. CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS.........................................................05
2.4. CARACTERÍSTICAS POR NÍVEL SOCIAL.......................................................05
3. GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS..............................................................05
4. PRODUÇÃO E PESOS ESPECÍFICOS............................................................06
5. ASPÉCTOS EPIDEMIOLÓGICOS DOS RESÍDUOS SÓLIDOS.......................07

Atividades da Limpeza Pública

1. ADMINISTRAÇÃO DOS SERVIÇOS................................................................08


2. ATRIBUIÇÕES DA LIMPEZA PÚBLICA OU URBANA.....................................09
3. ACONDICIONAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS.......................................09
3.1. RECIPIENTES PEQUENOS E SACOS PLÁSTICOS.......................................09
3.2. CONTÊINERES.................................................................................................11
3.3. RECIPIENTES HERMÉTICOS BASCULÁVEIS................................................11
3.4. CONTÊINERES ESTACIONÁRIOS COMPACTADORES................................12
4. COLETA REGULAR DE RESÍDUOS SÓLIDOS...............................................12
4.1. FREQUÊNCIA DA COLETA..............................................................................13
4.2. HORÁRIO DA COLETA.....................................................................................13
4.3. EQUIPE DE COLETA........................................................................................14
4.4. PROJETO DE COLETA REGULAR..................................................................14
4.5. DIMENSIONAMENTO DA FROTA DE CAMINHÕES.......................................15
4.5.1. EXEMPLO DE CÁLCULO DE DIMENSIONAMENTO DE FROTA...................16
4.6. UNIFORMIZAÇÃO DA EQUIPE........................................................................18
4.7. IMPLANTAÇÃO DO PROJETO DE COLETA...................................................18
5. COLETAS ESPECIAIS......................................................................................23
5.1. COLETA DE RESÍDUOS VOLUMOSOS..........................................................23
5.2. PODA................................................................................................................23
5.3. COLETA DE ANIMAIS MORTOS.....................................................................24
5.3.1. COLETA DE ANIMAIS DE GRANDE PORTE..................................................24
5.3.2. COLETA DE ANIMAIS DE PEQUENO PORTE................................................25
5.4. COLETA DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE......................................25
5.5. COLETA DE ENTULHOS E RESTOS DE CONSTRUÇÕES............................26
5.6. COLETA DE RESÍDUOS DE INDUSTRIAS......................................................27
5.7. COLETA DE RESÍDUOS GERADOS EM FOSSAS SÉPTICAS.......................28
5.8. COLETA DE RESÍDUOS RADIOATIVOS.........................................................28
5.9. COLETA PELO PRÓPRIO PRODUTOR...........................................................28
5.10. OUTROS...........................................................................................................29
6. VARRIÇÃO DE VIAS E LOGRADOUROS PÚBLICOS....................................30
6.1. TIPOS DE VARRIÇÃO......................................................................................30
6.1.1. VARRIÇÃO MECÂNICA...................................................................................31
6.1.2. VARRIÇÃO MANUAL........................................................................................31
6.2. FORMAS DE VARRIÇÃO..................................................................................32

56
6.3. FREQUÊNCIA E HORÁRIO DE VARRIÇÃO...................................................32
6.4. EQUIPES DE VARRIÇÃO................................................................................33
6.5. EQUIPAMENTOS DE VARRIÇÃO...................................................................33
6.6. SISTEMAS DE APOIO.....................................................................................34
6.7. PRODUÇÃO DOS SERVIÇOS.........................................................................34
6.8. CUSTOS DO SERVIÇO DE VARRIÇÃO..........................................................35
6.9. PROJETO DE VARRIÇÃO...............................................................................36
6.10. DIMENSIONAMENTO DO PROJETO..............................................................37
6.10.1. VARRIÇÃO MANUAL.......................................................................................37
6.10.2. VARRIÇÃO MECÃNICA...................................................................................38
6.11. IMPLANTAÇÃO, AVALIAÇÃO E AJUSTES DO PROJETO............................40
7. SERVIÇOS COMPLEMENTARES..................................................................44
7.1. LIMPEZA DE LOCAIS DE FEIRAS LIVRES....................................................44
7.2. CAPINAÇÃO....................................................................................................45
7.3. ROÇAGEM......................................................................................................46
7.4. LIMPEZA DE PRAIAS.....................................................................................46
7.4.1. LIMPEZA MANUAL.........................................................................................47
7.4.2. LIMPEZA MECÂNICA.....................................................................................47
7.5. LIMPEZA DOS SISTEMAS DE CAPTAÇÃO DE ÁGUAS PLUVIAIS.............47
7.5.1. LIMPEZA DE BOCAS-DE-LOBO....................................................................48
7.5.2. LIMPEZA E DESOBSTRUÇÃO DE RAMAIS E GALERIAS...........................49
7.6. PINTURA DE GUIAS......................................................................................50
7.7. LIMPEZAS ESPECIAIS..................................................................................50
8. LEGISLAÇÃO.................................................................................................50
9. UNIDADES DE MEDIDAS USADAS NA LIMPEZA PÚBLICA........................50
10. CUSTOS DOS SERVIÇOS.............................................................................51
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................56
12. ÍNDICE

57

Você também pode gostar