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EDITADO PELO CENTRO DE PUBLICAÇÕES

DA IGREJA METODISTA WESLEYANA

Rua Venância, Nº 17 - Xerém


Duque de Caxias - RJ, CEP
25250-589

www.cpimw.com.br
contato@cpimw.com.br

Presidente:
Pr. Agnaldo Batista Valadares

Coordenação Editorial:
Fernandinho Araújo
Pr. Jeferson Rosa

Capa:
Daniel Martins

Projeto Gráfico:
Daniel Martins e Joyce Matos

Diagramação:
Joyce Matos

Revisão:
Pr. Jeferson Rosa

Todos os direitos reservados


(leiº 9.610 de 19/02/1998).
É proibida a reprodução total ou parcial deste livro,
salvo breves citações com indicação da fonte.

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EFL

ESCOL A DE FORMAÇÃO DE LÍDERES — GCEU

MÓDULO LIDERANÇA

COORDENADOR GERAL GCEU


Pr. Gilberto Geraldo da Silva

COORDENADOR GERAL DA EFL


Pr. Rafael Francelino Ferreira Mendes Vieira

COORDENADORES REGIONAIS — GCEU:


1ª Região: 5ª Região:
Pr. Natanael Lima da Silva Pr. Junior da Silveira Araújo
2ª Região: 6ª Região:
Pr. Rafael Francelino Ferreira Mendes Pr. Wagner Teixeira de Almeida
Vieira 7ª Região:
3ª Região: Pr. Theyveson Francisco Pereira da
Pr. Flávio Aparecido Alves Coelho Silva
4ª Região: 8ª Região:
Pr. Swami Otto Barboza Neto Pr. Marcos José de Jesus Klein

ESCRITORES:
Pr Gilberto Geraldo da Silva

IGREJA METODISTA WESLEYANA


Secretaria Geral de Educação Cristã:
Pr. Ronaldo Cabrera

. 2 .

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Nossa Visão
Nossa visão é que cada membro entenda o
princípio do sacerdócio universal de todos
os crentes (1 Pedro 2.9). E se comprometa com
a Grande Comissão (Mateus 28.18-20). Que
cada casa seja uma extensão da igreja (Atos
5.42); para que possamos conquistar toda
cidade para Cristo através dos GCEUs que
se multiplicam todo ano (Atos 6.7); visando
alcançar as multidões (Atos 5.14).

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Nossa Missão
AMAR A DEUS, AMAR AO PRÓXIMO
E FAZER DISCÍPULOS.

(Grande Mandamento [Mt 22.37-39] e


Grande Comissão [Mt 28.18-20]).

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na perspectiva wesleyana; assim
nasceu esta obra.
No final de 2018 lançamento a
primeira edição desse livro, mas
com o andar do Projeto, identifi-
camos a necessidade de ampliar
alguns assuntos e adequar algu-
mas informações. É com muita
satisfação que estamos trazendo
para o povo wesleyano a segunda
edição do livro “Visão e Prática dos
Pequenos Grupos na Perspectiva
Wesleyana”.
Nesta segunda edição, há uma
abordagem bem mais ampla que
a edição anterior, com sutis ade-
quações e pequenas modificações,
que se fizeram necessárias. Todas
elas foram inseridas objetivando
trazer mais clareza e compreensão
da visão.
Como já dissemos anteriormen-

 te, este manual não é uma obra


completa e acabada, uma vez que
a igreja é um organismo vivo e
mutante, sempre haverá a neces-
SOBRE A 2ª EDIÇÃO sidade de fazermos alguns ajus-
tes, visando a contextualização
de nossos métodos e estratégias
Iniciamos nossa jornada de rees- frente aos desafios de alcançarmos
truturação do GCEU em outubro de os perdidos para Cristo. É certo
2017, quando realizamos a primeira que serão necessárias atualiza-
ções constantes e diversas outras
reunião geral com todos os Coor-
edições sobrevirão nos próximos
denadores Regionais. Daquela
anos, sempre buscando aproximar
reunião saiu a decisão de publicar-
as estratégias aos desafios de uma
mos um material que seria o nosso igreja viva e dinâmica.
“manual” para a implantação e a or- Entre diversas adequações e in-
ganização dos Pequenos Grupos, serções, destaco a modificação

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substancial do capítulo 10, onde que para nós, a multiplicação é o
inserimos as nossas declarações resultado de um grupo que esco-
de “visão” e “missão”, fazendo uma lheu a evangelização, o discipulado, a
abordagem esclarecedora de am- comunhão e o serviço cristão, como
bas; a inserção do “Trilho” do Pro- forma de “ser” e “viver” a igreja.
jeto, visando dar clareza a todos Minha expectativa é que essa
os pastores, sobre o caminho a ser nova edição possa colaborar ainda
percorrido, por aqueles que alme- mais, para o esclarecimento da vi-
jam chegar a liderança de um GCEU são, sobre os GCEUs, dinamizando
ou ao ministério pastoral; e a inclu- a implantação e o desenvolvimen-
são de um apêndice com um plano to dos Pequenos Grupos, que são
de aula para que o livro seja melhor nossa estratégia para participar-
aproveitado na Escola de Formação mos da maior colheita de almas de
de Líderes de GCEU (EFL), Módulo Vi- todos os tempos.
são e Prática.
Estamos também promovendo Belo Horizonte, janeiro de 2020.
um pequeno ajuste quanto aos ob- Rev. Gilberto Geraldo da Silva
jetivos do GCEU, para deixar claro Coordenador Geral do GCEU

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Para muitos, os Pequenos Gru-
pos são como um avião pousado
em uma ilha deserta: É a melhor al-
ternativa para sair do lugar, contudo
eles não sabem como fazer o avião
funcionar. Atualmente, existem mi-
lhares de obras literárias que abor-
dam, de forma prática e simples, as
estratégias para os Pequenos Gru-
pos. Então, por que decidi escrever
mais esse material?
Um dos meus primeiros compro-
missos ao assumir a Coordenação
Geral do GCEU (Grupo de Cresci-
mento, Evangelização e Unidade)
da Igreja Metodista Wesleyana, foi
o de não tentar “reinventar a roda”.
Nada do que será tratado neste
material é novo ou me foi revelado
diretamente do Trono da Graça.
Procuro esboçar aqui, minha com-
preensão sobre esse tema, após
participar de diversos congressos,
 ler e reler várias obras de autores
que, com maestria, escreveram es-
tudos fantásticos a respeito desse
APRESENTAÇÃO assunto. A proposta desta obra é
sistematizar uma metodologia para
o funcionamento dinâmico dos
Uma das dificuldades entre os GCEUs, em todas as Igrejas Meto-
pastores que desejam iniciar o pro- distas Wesleyanas, independente-
jeto dos Pequenos Grupos é saber mente da região onde elas estão
“como” e “por onde” começar. Te- localizadas. Desejamos criar uma
nho percebido que muitos líderes, identidade para os nossos GCEUs,
mesmo tendo a visão de que os num contexto denominacional, que
Pequenos Grupos são a estratégia se encaixe em nosso sistema wes-
bíblica para o crescimento saudá- leyano de funcionamento.
vel da igreja, não sabem como dar Não desejo ater-me a pequenas
início ao Projeto. particularidades que serão adota-

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das em cada igreja e que não com- Desde então, passei a frequentar
prometerão a identidade do Pro- congressos e encontros que trata-
jeto. Minha intenção é estabelecer vam do assunto. Fui a congressos
princípios, valores e metodologias do MDA (Modelo de Discipulado
fundamentais, que sejam aplicá- Apostólico), Igreja em Células (de
veis em todas as igrejas wesleya- Curitiba), DNA (Batista Central de
nas, dentro de seu contexto local BH), entre outros.
e cultural. Inicialmente, sentia em meu co-
Este material é a sistematização ração que a evangelização através
da Visão e Prática dos Pequenos Gru- das células era um plano de Deus,
pos na Perspectiva Wesleyana. Não é mas não tinha uma compreensão
uma obra completa e também não clara de como entrar na visão.
é o esforço de uma só pessoa. As Passei a comprar e ler livros so-
ideias aqui exploradas foram deba- bre o tema. Li dezenas deles, até
tidas exaustivamente com outros que senti que eu já não tinha mais
pastores, com os Coordenadores a visão dos Pequenos Grupos,
Regionais dos GCEUs e também mas era ela que me tinha! Percebi
com o Colégio Episcopal. que estava tomado e apaixonado
pela visão!
Em 2011, tomei posse na atual
igreja em que estou pastoreando
Em relação aos Pequenos Grupos,
(1ª IMW do Industrial, Contagem-
um dos fatores que muito
-MG) e imediatamente dei início
contribui para o esclarecimento
a um projeto de implantação dos
da visão, são as experiências
Pequenos Grupos. Nessa ocasião,
pessoais daqueles que foram
essa igreja contava com aproxima-
“tomados pela visão”. Nesta
damente 180 membros e estava
perspectiva, desejo compartilhar
presente naquele bairro há mais de
minhas experiências pessoais, no
40 anos. Era uma boa igreja, porém
desenvolvimento desse projeto em
precisava romper numericamente,
minha igreja local.
para se tornar uma igreja relevante
no bairro e na grande BH.
Por volta do ano de 2006, come- Iniciamos em 2012 nosso Projeto
cei a ser tomado por uma grande com 12 Pequenos Grupos.
curiosidade sobre o movimento Foi muito entusiasmante, mas
“em células”. Nesse tempo, diversas também muito difícil, pois ape-
igrejas da cidade de Belo Horizonte sar de amar a visão, não tinha me
(MG), já estavam colhendo gran- preparado para os seus desafios e
des resultados com esse Projeto. dificuldades. Faltava-me também

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uma orientação clara sobre “o que Revigorado ministerialmente, to-
fazer”, após iniciar o Projeto. Eu não mei novamente em minhas mãos a
tinha ainda compreendido a impor- condução do Projeto. Conheci em
tância da “formação continuada de seguida o Pr Pedro Estrella, da Igre-
líderes” e da necessidade da multi- ja Metodista de Venda Nova (BH),
plicação dos GCEUs, e por isso nos- com quem estabeleci um forte rela-
sos Pequenos Grupos chegaram a cionamento e fui muito influencia-
um bom número de membros, mas do pela ação de Deus sobre a vida
estagnaram em seguida. dele. Mesmo sendo um pastor tão
Mesmo com algumas dificulda- jovem, com “vinte e poucos anos”
des iniciais, a igreja experimentou na época, ele se tornou uma refe-
um bom crescimento, nos primei- rência em Pequenos Grupos para
ros anos da implantação do projeto. toda Grande BH, e foi um grande
motivador da visão, para mim.
Entre os anos de 2013 e 2015,
Iniciei em 2016, sobe a orienta-
enfrentei algumas dificuldades
ção do Pr Pedro Estrella, um pro-
pessoais, que afetaram minha vida
jeto envolvendo todas as igrejas do
ministerial. Por mais de um ano,
distrito de Belo Horizonte, do qual,
não escrevi uma única linha, para
até hoje, sou o Superintendente.
orientar o funcionamento dos gru-
Passei a reunir os pastores desse
pos, no entanto, eles estavam sen-
distrito, uma vez por semana, para
do conduzidos por líderes muito
juntos sermos ministrados sobre a
compromissados, que mantiveram
Visão dos Pequenos Grupos. Deus
a visão e não deixaram que a igreja
usou muito o Pr Pedro Estrella para
sofresse as consequências das di-
nos motivar, encorajar e direcionar.
ficuldades que sobrevieram a mim.
Com o fortalecimento da visão,
Sou grato Deus, por esses líderes a igreja continuou crescendo e
que, tão corajosamente, prosse- encerramos o ano de 2017 com
guiram remando, mesmo quando aproximadamente 500 pessoas,
o comandante do barco estava entre membros, congregados
desorientado! e participantes das nossas reu-
Ao superar as minhas dificul- niões semanais.
dades, entendi que os Pequenos Quando recebi o convite para
Grupos era a única opção para se assumir a Coordenação Geral do
conduzir seguramente uma igreja. GCEU, fui tomado por dois senti-
Embora com minhas debilidades e mentos distintos: De alegria, pela
dificuldades, a igreja continuou a confiança que a denominação depo-
crescer e ultrapassou a casa dos sitava em mim, e preocupação, sobre
trezentos membros. “o que fazer”.

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Sei que em nossa denominação Desse modo, o objetivo deste
o projeto dos Pequenos Grupos é trabalho é exatamente apresentar
amado por alguns, desconhecido aos pastores e líderes, de nossa de-
pela maioria e repudiado por pou- nominação, o programa estabeleci-
cos. Assim, a difusão dessa visão, do pela Comissão Geral do GCEU e
em todas as igrejas de nossa deno- aprovado pelo Colégio Episcopal,
minação, é um grande desafio. para a organização e o estabele-
cimento dos Pequenos Grupos na
Senti-me extremamente hon-
Perspectiva Wesleyana.
rado pela oportunidade de poder
Minha expectativa é que esse
contribuir no processo de organi-
material possa auxiliar todos aque-
zação do projeto GCEU, em nossa
les que desejam abraçar a visão
denominação. Tão logo fui nomea-
dos pequenos grupos e fazer desse
do, organizei uma Comissão Ge- Projeto a estratégia para alcançar-
ral, formada pelos coordenadores mos as multidões para Cristo, pas-
regionais e mais alguns pastores toreando bem e individualmente,
que já estavam trabalhando com cada alma alcançada.
Pequenos Grupos, para que juntos,
elaborássemos um programa que Pr. Gilberto Geraldo da Silva
atendesse as nossas igrejas. Coordenador Geral do GCEU

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cia. Por outro lado, a sociedade é o
reflexo do que ocorre nas famílias,
ela vai bem ou mal, na proporção
em que os lares estão bem estru-
turados; por essa razão, tornou-se
celebre a expressão: A família é a
célula mater da sociedade.
O problema das grandes igrejas,
em sua grande maioria, é que elas
impressionam, por atraírem multi-
dões, mas não atendem as neces-
sidades dos seus membros, nem
da sociedade no tocante ao verda-
deiro apascentamento como Jesus
recomendou ao apóstolo Pedro ( Jo
21.15-17). Diante disso, concluímos
que ela está em falta com os pro-
pósitos estabelecidos por Jesus ao
comissionar os seus discípulos a
que fossem por todo mundo para
levarem a mensagem de salvação,
conforme eles foram ensinados.

 Em face ao que expomos acima,


resta-nos encontrarmos uma al-
ternativa, pois, do contrário, vamos
trabalhar muito sem, contudo, ver-
PREFÁCIO mos os resultados esperados.
A Igreja Metodista Wesleyana
reconhece que a sua herança his-
Para nós que temos a herança Ju- tórica é linda, uma vez que no sé-
daica Cristã, sabemos da importân- culo XVIII, John Wesley chegou à
cia da família, tanto para trazer o conclusão de que a igreja que nas-
equilíbrio para pessoas no tocante cera como fruto da experiência do
a formação do seu caráter, quanto coração abrasado, só teria futuro
do seu equilíbrio emocional, prepa- se trabalhassem em pequenos
rando-a assim para a vida. Por isso, grupos, trazendo assim um funda-
aquele que não vem de uma família mento bíblico aos que iam sendo
bem estruturada, terá grandes difi- alcançados pela mensagem que
culdades ao longo de sua existên- concitava aos homens a passarem

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pela experiência do “novo nasci- princípios que aqui nos são apre-
mento”. É lamentável, mas com o sentados, vai colher muitos frutos,
passar do tempo negligenciamos e, ao mesmo tempo, ficar impres-
essa prática, e temos que admitir sionado com a transformação pela
que por conta disso os prejuízos qual passará a sua igreja, uma vez
foram enormes, mas graças a Deus que ela estará retornando para os
que nos despertou para corrigir- princípios bíblicos vivenciados pela
mos essa falha. Igreja Primitiva.
O material que temos em mãos,
Aqui temos um conteúdo de mui-
fruto de um trabalho acurado do
ta qualidade, que procura man-
Pr Gilberto Geraldo da Silva, vem
ter o ponto de equilíbrio, a fim de
preencher uma lacuna para aque-
que igreja que o adotar não sofra
les que estão dispostos a trabalha-
alterações na sua estrutura, an-
rem com pequenos grupos, pois
tes pelo contrário, seja reforçada
como ele bem define: GCEU (Grupo
para ter condições de crescer com
de Crescimento, Evangelização e
Unidade) não é apenas mais um de- qualidade.
partamento em nossas igrejas, ele Que o Senhor abençoe grande-
é a forma de sermos igreja. GCEU mente a todos que aderirem esse
é a estratégia bíblica para ganhar livro, eis a minha oração.
as multidões e cuidar bem de cada
novo convertido. Bispo Elisiário Alves dos Santos
Por essa razão, entendo que todo Superintendente Regional da
aquele que estudar e praticar os 2ª Região Eclesiástica

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das denominações: Sim, denomina-
ções podem ser um obstáculo para
que igrejas se tornem em células,
mas eu conheço muitas igrejas em
células dentro de denominações; eu
disse a ele.
Yoido Full Gospel Church (YFGC) é
um bom lugar para começar. YFGC
é a precursora das modernas igre-
jas em células, começou como uma
igreja Assembleia de Deus e depois
se tornou uma afiliada das Assem-
bleias de Deus. O movimento das
igrejas em células da Coreia “ex-
plodiu”, entre a maioria das deno-
minações. A maior Igreja Metodista
do mundo está na Coreia, e é uma
igreja em células.
Igrejas Presbiterianas em células,
muito grandes e também muito pe-
quenas, são abundantes na Coreia.
Tive o privilégio de pregar em uma
UMA PALAVRA Igreja Batista de dez mil membros,
em Seul. Percebo que as grandes
denominações têm uma igreja em
células representativa na Coreia.
PEQUENOS GRUPOS NAS
A Igreja Anglicana, na Inglaterra, é
IGREJAS DENOMINACIONAIS
um dos maiores exemplos de uma
igreja em células denominacional.
O livro de Phil Potter, “O Desafio da
Fiquei surpreso quando o líder Igreja em Células”, e o de Michael
de uma mega igreja em células Green, “Igreja sem Paredes”, des-
me perguntou se eu pensava que crevem o movimento das células
igrejas denominacionais podiam entre os Anglicanos, da Inglaterra.
também ser igreja em células. Ele Ministrei na Igreja Anglicana em
sentia que as denominações obs- Células, em Luton, na Inglaterra, e
truíam o fluir das células. Eu disse vi pela primeira vez como uma igre-
a ele que tenho visto muitos exem- ja Anglicana edificada no século
plos de igrejas em células dentro XVII, que tem uma cadeira para a

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Rainha da Inglaterra, pode transi- sente em uma grande variedade de
cionar para um modelo em células denominações.
com sucesso. Steve Cordle, um pastor da União
A América Latina está cheia de Metodista de Pittsburgh, descre-
igrejas em células denominacionais ve sobre sua transição para igreja
que crescem. O Centro Cristiano em células, no seu livro “A Igreja
(representante da Assembleia de em Muitas Casas”, o qual considero
Deus) em Guayaquil, no Equador, uma leitura obrigatória. No livro de
minha autoria, “A Igreja que Se Multi-
foi um dos modelos de células de
plica”, destaquei 27 igrejas em célu-
minha pesquisa de doutorado.
las exemplares, de denominações
Como missionário da Aliança Cristã
como a Assembleia de Deus, Igreja
Missionária, em Quito, no Equador,
de Cristo, Igreja de Deus, Aliança
vi muitas igrejas dessa denomina-
Cristã Missionaria, Metodista Livre,
ção transformarem-se para a es-
Luterana, Nazareno, Batista do Sol,
tratégia em células.
Pentecostal, Pentecostal Batista Li-
Poderia destacar muitas outras vre, União Metodista e Wesleyana.
igrejas em células denominacio- Portanto, se você pertence a uma
nais, por toda a América Latina, igreja de denominação, quero en-
como a Igreja Batista em Tabasco, corajá-lo: Com a ajuda de Deus, você
no México, que tem mais de 600 também pode vir a ser uma igreja
células. Em um blog anterior, falei em células.
sobre o crescimento do movimento Por Dr. Joel Comiskey.
de igreja em células no Brasil, pre- 12 de novembro de 2012

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A visão dos Pequenos Grupos que
se reúnem nas casas não é nova, na
realidade essa era a forma de “ser”
e “viver” da igreja primitiva. No
capítulo 16 de Romanos, Paulo faz
saudações a diversas casas onde se
reunia a igreja de Cristo.

Esta também foi a estratégia de-


senvolvida por John Wesley, que
organizou o movimento metodista
em Pequenos Grupos, que se reu-
niam nas casas.
Se Lutero é o responsável pela
Reforma Soteriológica da igreja
(Sobre a Salvação), Wesley é o pai
da Reforma Eclesiológica (sobre
a vida prática da igreja). Lutero foi
muito feliz ao levantar o debate
sobre o “sacerdócio universal de
 todos os crentes”, mas quem colo-
cou isso em prática foi Wesley, 200
anos depois, por meio dos Peque-
nos Grupos.
INTRODUÇÃO
Os grupos de Wesley, chamados
de “classes”, eram grupos de apoio,
discipulado e comunhão, através
Este material é a sistematização dos quais os membros cuidavam
da Visão e Prática dos Pequenos Gru- uns dos outros. O objetivo princi-
pos, na Perspectiva Wesleyana, para pal das classes era gerar mudan-
a implantação do projeto, nas igre- ças de comportamento. Elas eram
compostas de 12 a 20 membros, de
jas de nossa denominação. Os Pe-
ambos os sexos, com variedade de
quenos Grupos são uma estratégia
faixas etárias e classe social, sob a
eficiente para ganhar as multidões, direção de um líder leigo treinado.
para cuidar bem e individualmente Nessas reuniões havia confissão
de cada uma das almas alcançada. de pecados, oração pelas necessi-

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dades dos membros e um grande estrutura denominacional e a nos-
incentivo ao amor e às boas obras. sa forma de governo. Outros mate-
As Escrituras Sagradas eram exa- riais, além deste, serão necessários
minadas à luz da experiência pes- para o desenvolvimento do Projeto.
soal. Ao contrário da estrutura da Nesta obra, estamos apenas lan-
igreja na Inglaterra, as lideranças çando os fundamentos dos GCEUs.
das classes eram leigas, portanto,
precisavam ser alimentadas e equi-
padas continuamente por Wesley.
O Movimento Metodista iniciou- Nossa expectativa é que este
-se através dos pequenos grupos, roteiro seja prático, claro, simples
e por meio deles, cresceu vigorosa- e de fácil compreensão, para que
mente. Quando Wesley faleceu em todas as igrejas possam
1791, sua comunidade estava orga- utilizá-lo, independentemente de
nizada em mais de 12 mil peque- seu contexto social e cultural.
nos grupos, por toda Inglaterra e
EUA. Ele é o melhor exemplo de um
homem que sonhou com as multi- Aqui compreenderemos que
dões e entendeu que a melhor for- GCEU não é um culto ou um depar-
ma de as alcançar, e as pastor, era tamento da igreja, ele é um projeto,
por meio dos Pequenos Grupos. que têm cinco objetivos definidos:
Quando nos voltamos para a estra- EVANGELIZAÇÃO, DISCIPULADO,
tégia dos Pequenos Grupos, nada COMUNHÃO, SERVIÇO CRISTÃO E
mais estamos fazendo, do que MULTIPLICAÇÃO.
voltando às origens wesleyanas. O Para a implantação e o funciona-
que Wesley chamava de classes, mento dos GCEUs é preciso haver
nós hoje chamamos de GCEU (Gru- uma mudança de mentalidade do
po de Crescimento, Evangelização pastor e da igreja local. Líderes e
e Unidade). igrejas que vivem de eventos (pro-
Estamos vivendo os últimos dias gramações), que têm suas agendas
da igreja sobre a terra! Somos a ge- tomadas de atividades, certamente
ração do arrebatamento! Somos a não obterão êxito com esse projeto.
igreja que fará a grande colheita;
O GCEU nos desafia a entender:
e, faremos isto por meio dos Pe-
quenos Grupos, que se reúnem 1) Sobre o que é ser e viver a
nas casas! Igreja;
Aqui estabelecemos as bases so- 2) Sobre a importância de
bre as quais cada igreja local orga- nossas igrejas locais serem
nizará seus GCEUs, considerando a grandes;

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3) Que “gerar” é mais 6) Sobre a importância da
importante do que “fazer”; “Grande Comissão” (fazer
4) Sobre a importância do discípulos);
resgate do “sacerdócio 7) Que as casas são a extensão
da igreja;
universal de todos os
8) Sobre a visão para alcançar
crentes”;
as multidões;
5) Sobre a importância dos 9) Sobre a importância da
dons espirituais, para a comunhão;
edificação do Corpo de 10) Sobre a estratégia para a
Cristo; multiplicação;

GCEU é a forma da igreja se


organizar, viver e crescer.
Pequenos Grupos é o retorno ao
modelo de “ser” e de “viver” a igreja
dos tempos primitivos. Viver GCEU
é voltar às origens do metodismo
de Wesley.

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SUMÁRIO

20 Capítulo 1
SUA IGREJA PRECISA SER GRANDE

25 Capítulo 2
DOIS PARADIGMAS

29 Capítulo 3
POR QUE PEQUENOS GRUPOS?

40 Capítulo 4
O QUE É UM GCEU?

45 Capítulo 5
OS CINCO OBJETIVOS DO GCEU

65 Capítulo 6
MULTIPLICAÇÃO

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73 Capítulo 7
PRINCÍPIOS ORIENTADORES DO GCEU

81 Capítulo 8
A ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO GCEU

91 Capítulo 9
A REUNIÃO DO GCEU

97 Capítulo 10
É IMPORTANTE SABER

109 
MODELOS DE CARTA PASTORAL

123 
PROPOSTA DE AULAS PARA A EFL

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Senhor que tomou a mente do
profeta Joel:

Multidões, multidões no vale da


Decisão! Porque o Dia do Senhor
está perto, no vale da Decisão.
Joel 3.24 (ARA)

A mensagem de Joel transcendeu


o tempo em que foi profetizada e
escrita, anunciando tempos futu-
ros que certamente alcançam os
nossos dias. Entendemos que o
avivamento iniciado em Atos 2, no
chamado “Evento do Pentecostes”,
estende-se até nossos dias, através
do Batismo com o Espírito Santo e
pela manifestação dos dons espi-
rituais. O que aconteceu naquele
tempo, pelo registro bíblico, é um
cumprimento da profecia de Joel.

CAPÍTULO 1 Mas o que ocorre é o que foi dito


por intermédio do profeta Joel: E
acontecerá nos últimos dias, diz
o Senhor, que derramarei do meu
SUA IGREJA PRECISA
Espírito sobre toda a carne; vossos
SER GR ANDE filhos e vossas filhas profetizarão,
vossos jovens terão visões, e
sonharão vossos velhos.
Se há uma visão que deve mo- Atos 2.16, 17 (ARA)
ver a coração de um pastor e dos
As palavras de Pedro, segundo
líderes de sua igreja, é a visão da
Champlin, não são um cumprimen-
grande multidão de salvos diante
to completo da profecia, porém
do Cordeiro no dia final.
uma demarcação do início “desses
Não foi outra senão a visão de tempos do fim”. Desde o Pentecos-
multidões estacionadas no vale tes até a Segunda Vinda de Cristo,
da decisão, aguardando o Dia do são “os tempos do fim”, no qual to-

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dos os aspectos da profecia de Joel der de ganhar pessoas para Cristo
irão se cumprir. como são a melhor estratégia para
Estamos inseridos nos tempos discipular cada novo convertido.
da profecia de Joel, e o que o pro- Na verdade, os Pequenos Grupos
feta viu e anunciou para esse tem- são o meio mais eficiente para se
po foi: Multidões! Multidões! No Vale cumprir a “Grande Comissão” (Mt
da Decisão! É possível ouvir ressoar 28.18-20), que visa a evangeliza-
dos céus as palavras de Joel: Lançai ção e o discipulado. Essa era a
a foice, porque está madura a seara estratégia da igreja primitiva para
( Jl 3.13). alcançar o mundo naqueles dias!
Seguindo essa visão, precisamos Como já mencionei, o Movimento
deixar de pensar pequeno, de nos Wesleyano teve sua origem a partir
conformar com algumas poucas de Pequenos Grupos. John Wesley
dezenas de membros; ousemos transformou a Inglaterra e a Amé-
sonhar com as multidões, pois rica do Norte (hoje EUA) por meio
tem trigo amadurecendo no cam- dos Pequenos Grupos.
po, aguardando os ceifeiros para Certa vez, George Withefield, que
a colheita. foi companheiro de ministério de
Não é pecado desejar ter uma Wesley por um tempo, depois unin-
grande igreja, e nem é errado de- do-se ao pregador calvinista, Jona-
sejar ter nossos templos tomados than Edwards, afirmou:
pelas multidões. O desejo de alcan-
çar as multidões foi plantado no co- John Wesley foi mais bem-sucedido
ração de muitos líderes e pastores do que nós, em sua pregação, pois,
dessa geração, e eles estão se mo- embora fosse menos eloquente
vendo nessa direção e muitos tem do que nós, organizou suas
alcançado isso. comunidades em Pequenos Grupos.
Algumas igrejas estão experi-
mentando uma grande colheita, GCEU não é apenas mais um de-
justamente por acreditarem que partamento em nossas igrejas, ele
é possível ganhar as multidões, e é a forma de ser igreja. GCEU é a
pastoreá-las bem. estratégia bíblica para ganhar as
É claro que não conseguiremos multidões e cuidar bem de cada
ganhar multidões e treiná-las com novo convertido.
qualidade, para que sejam discípu- Por tudo que tenho lido e visto
los de Cristo, quando todo o tra- nesses últimos anos, concluo que
balho está centrado nas mãos de os homens que Deus está levan-
“meia dúzia” de líderes. Os Peque- tando nesta geração, para fazerem
nos Grupos não apenas têm o po- a diferença, têm a visão das multi-

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dões e escolheram os Pequenos em seu coração, porque os peque-
Grupos como estratégia para ga- nos grupos são a estratégia bíblica
nhá-las, edificá-las, consolidá-las e e mais eficiente de discipular e con-
enviá-las para ganhar outros. solidar as almas alcançadas.
Creio que estamos vivendo os A principal marca dos pastores
últimos dias da história da Igre- dessa geração é o desejo de edifi-
ja na terra, como creio, também, car uma grande igreja. Não impor-
que a geração atual é que fará a ta a localização, seja numa grande
maior colheita espiritual de todos metrópole ou numa pequena cida-
os tempos. de do interior do Brasil, eles têm o
A exemplo do agricultor que co- desejo de ganhar as multidões para
lheu uma abundante safra e teve Cristo. Eles sonham com números
que reconstruir seus celeiros (Lc que pode parecer impossível de ser
12.16-21), os vocacionados desta alcançado.
geração terão que construir gran- Alguns podem perguntar: Porque
des celeiros para recolher a grande devemos desejar uma grande igreja?
colheita dos últimos dias. Por diversas razões, mas, principal-
Nunca antes na história do Cris- mente, porque esse foi o modelo
tianismo tivemos um número tão e o padrão da Igreja de Atos dos
grande de mega igrejas espalhadas apóstolos. Ela era uma igreja de
por todos os continentes. Essas multidões:
grandes igrejas foram edificadas
para recolher a grande colheita, Então, os que lhe aceitaram a

que o Senhor lhes concedeu a gra- palavra foram batizados, havendo

ça de alcançar. um acréscimo naquele dia de quase

No Brasil, estamos vivencian- três mil pessoas. Atos 2.41 (ARA)

do a expansão de grandes igrejas Porém, muitas pessoas que ouviram


que estão fazendo uma colheita a mensagem creram e os homens
extraordinária. Essa realidade das que creram foram mais ou menos
mega igrejas era inimaginável há cinco mil. Atos 4.4 (ARA)
três décadas atrás. Hoje as gran-
Uma multidão de homens e
des igrejas estão presentes em
mulheres também creu no Senhor e
diversos bairros de diversas ci-
veio aumentar ainda mais o grupo.
dades brasileiras. E entre elas há
Atos 5.14 (NTLH)
um ponto convergente: A maioria
delas estão organizadas em Peque- Multidões vinham das cidades
nos Grupos. vizinhas de Jerusalém trazendo
O pastor que sonha em alcançar os seus doentes e os que eram
as multidões tem pequenos grupos dominados por espíritos maus

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e todos eram curados. Atos didos, uma vez que ela desfruta
5.16 (NTLH) de mais recursos financeiros. As
grandes igrejas de hoje estão fa-
A segunda razão para desejar- zendo um excelente trabalho com
mos o crescimento da Igreja é que casas de recuperação de viciados,
tudo o que é saudável cresce. Uma atendimento a moradores de rua,
igreja saudável crescerá natural- assistência aos menores desam-
mente! Assim, se uma igreja não parados, atendimento psicológico,
está crescendo, nossa tarefa é des- clínico e dentário, abrigo para ido-
cobrir o que está impedindo seu sos e tantas outras atividades de
crescimento e remover esse obs- cunho social. Uma pequena igreja
táculo para que ela possa crescer
não tem recursos para investir nes-
naturalmente.
sas obras, sua arrecadação garante
Outra coisa que precisamos levar
apenas a sua sobrevivência.
em conta, quando se trata de cres-
Até nossos jovens são atendidos
cimento de igrejas, é que essa é a
em suas necessidades relacionais,
vontade de Deus. Ele deseja ver sua
quando estão inseridos em uma
Casa cheia!
grande comunidade; isso tanto
para o estabelecimento de ami-
Respondeu-lhe o Senhor: Sai pelos
zades quanto para a constituição
caminhos e atalhos e obriga a todos
de famílias.
a entrar, para que fique cheia a
Destaca-se ainda que numa gran-
minha casa. Lucas 14.23 (ARA)
de igreja há mais recursos huma-
Precisamos entender ainda que nos para dinamizar os trabalhos e
uma grande igreja tem melhores ministérios, tornando a igreja mais
condições para investir na obra relevante para toda a comunidade
de evangelização do mundo. Para onde ela está inserida.
alcançarmos as terras mais longín- Por fim, diria que devemos dese-
quas precisamos de maiores recur- jar uma grande igreja, porque esse
sos humanos e financeiros. Uma é o mover de Deus para esse tem-
pequena igreja até pode se tornar po. Se em nosso país e em nossas
relevante em seu bairro, mas cer- cidades existem grandes igrejas,
tamente ela não conseguirá alcan- esse é um sinal de que Deus tem
çar “Samaria e os confins da Terra”, isso para nós também. Deus nunca
posto que para isso é necessário usa apenas um homem e o Espí-
pessoas e recursos financeiros. rito de Deus não se move apenas
Uma grande igreja também po- em uma igreja. Se alguém, em sua
derá implementar com mais efi- região, recebeu Graça para cres-
ciência um socorro social aos per- cer e edificar uma grande igreja,

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esse é o sinal de que há graça para mens com visão de multidões para
você também. alcançar essa geração! A maior co-
Esse é o tempo da maior colheita lheita de todos os tempos já está
da história da igreja! Os campos es- acontecendo e, para guardar todo
tão brancos e prontos para serem trigo que será colhido, nossas igre-
colhidos! Deus está levantando ho- jas precisam ser grandes!

John Wesley foi mais bem-sucedido


do que nós, em sua pregação, pois,
embora fosse menos eloquente
do que nós, organizou suas
comunidades em Pequenos Grupos.

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PARADIGMA DO FAZER
Caim e seus filhos são os melho-
res representantes do Paradigma
do “fazer”:

E coabitou Caim com sua mulher;


ela concebeu e deu à luz a Enoque.
Caim edificou uma cidade e lhe
chamou Enoque, o nome de seu
filho. A Enoque nasceu-lhe Irade;
Irade gerou a Meujael, Meujael, a
Metusael, e Metusael, a Lameque.
Lameque tomou para si duas
esposas: o nome de uma era Ada,
a outra se chamava Zilá. Ada
deu à luz a Jabal; este foi o pai
dos que habitam em tendas e
possuem gado. O nome de seu
irmão era Jubal; este foi o pai de
todos os que tocam harpa e
flauta. Zilá, por sua vez, deu à
luz a Tubalcaim, artífice de todo
CAPÍTULO 2 instrumento cortante, de bronze
e de ferro; a irmã de Tubalcaim
foi Naamá. Gênesis 4.17-22 (ARA -
Grifo do autor)
DOIS PAR ADIGMAS

O estilo de vida dessas pessoas


foi marcado pelo “fazer”, uma vez
Nossa visão classifica as igrejas que Caim edificou uma cidade,
da seguinte forma: Igrejas de progra- Jabal era fabricante de tendas e
mas ou igrejas em Pequenos Grupos. criador de gado, Jubal era especia-
As igrejas de programas são todas lista nos instrumentos musicais,
harpa e flauta, Tubalcaim era artí-
aquelas cujo propósito é “fazer
fice de todo instrumento cortante.
algo”, realizar atividades, promover
Os descendentes de Caim op-
eventos e programas. Nessas igre- taram pelo “fazer”. Tornaram-se
jas, toda a logística e investimentos grandes construtores, edificado-
são direcionados para “o fazer”. res, artífices e até músicos. Havia

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naquela geração um forte paradig- O paradigma do fazer produz
ma do fazer. uma mentalidade nas igrejas, por
Alguns líderes pensam que o que meio da qual as programações têm
Deus espera deles está ligado àqui- uma importância além do normal.
lo que eles podem fazer. Acreditam Os líderes, os departamentos e os
que Deus se agrada de suas obras. ministérios sobrevivem de even-
Alguns chegam ao extremo do ati- tos, atividades e realizações. Estão
vismo, pensando que ficar “sem sempre ocupados fazendo, reali-
fazer nada” para Deus é pecado e zando e produzindo algo.
sinal de frieza espiritual. Muitos líderes de hoje, são ver-
Inevitavelmente, esse paradigma dadeiras “Martas”, que vivem tão
promove no coração daqueles que preocupadas com os afazeres
o possuem, a impressão de que, diários que não têm tempo para
a parte mais importante da vida
para Deus, suas boas obras são
cristã, que é assentar-se aos pés
mais importantes que eles. Che-
do Mestre.
gam ao extremo de acreditarem
O paradigma do fazer confia na
que suas realizações podem lhes
produtividade humana, gerando
tornar mais aceitáveis por Deus.
um enorme esforço dos envolvi-
Como também, acreditam que mo-
dos, um alto investimento de tem-
mentos de inatividade podem pro-
po e dinheiro. Gasta-se muito para
duzir consequências danosas em
realizar inúmeros eventos, nos
seus relacionamentos com Deus.
quais se trabalha muito, investe-se
Não é errado preocupar-se em
muito e colhe-se pouco.
“fazer coisas” para Deus, contudo
A mentalidade das igrejas de
precisamos entender que nossas
programas é fazer algo para Deus.
boas obras não passam de “trapo A preocupação não é o que estão
de imundície” diante daquilo que fazendo, elas desejam apenas a
Ele já fez por nós. satisfação de estarem realizando
Somos fruto das obras do Senhor atividades.
e sem Ele nada podemos fazer ( Jo Em muitos casos, os líderes to-
15.5). Nossas obras dizem muito mados pelo paradigma do fazer es-
sobre a quem servimos, entretan- tão empenhados em deixar seus
to não podemos estabelecer se o nomes na história. Estão cons-
que fazemos é ou não a vontade truindo o seu legado. Estão empe-
de Deus. Podemos estar fazendo nhados em deixar suas “digitais”,
muita coisa boa e mesmo assim naquele lugar, para que no futuro,
não estarmos vivendo a Vontade outros possam se lembrar de suas
Perfeita do Senhor. realizações.

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Muitos estão comprometidos a memória do meu nome; e deu o
em deixar o seu legado para o seu próprio nome à coluna; pelo que
povo, não entendendo que isso até hoje se chama o Monumento de
nada mais é do que pura vaida- Absalão. 2 Samuel 18.18
de pessoal.
Talvez Absalão seja a melhor ex-
PARADIGMA DO GERAR pressão da diferença entre os pa-
radigmas do fazer e do gerar, pois
A geração de Sete é conhecida
ele preferiu fazer uma coluna para
por “gerar”. As Escrituras não dizem
si, ao invés de gerar filhos, para lhe
nada sobre suas realizações, senão
perpetuar o nome. A exemplo de
que geraram filhos:
Absalão, muitos líderes têm prefe-
Sete viveu cento e cinco anos e
rido as edificações e as realizações,
gerou a Enos; Enos viveu noventa do que gerar filhos para Deus.
anos e gerou a Cainã. Cainã viveu O principal fruto de um cristão
setenta anos e gerou a Maalalel; são outras pessoas servindo ao
Maalalel viveu sessenta e cinco Senhor. O principal fruto de um
anos e gerou a Jarede; Jarede pastor não são realizações e feitos
viveu cento e sessenta e dois anos extraordinários, mas pessoas que
e gerou a Enoque; Enoque viveu foram salvas e discipuladas, atra-
sessenta e cinco anos e gerou a vés de seus ministérios.
Metusalém; Metusalém viveu cento Nossas igrejas não são fábricas
e oitenta e sete anos e gerou a de produção em massa, mas sim
Lameque; Lameque viveu cento e famílias que geram filhos e que
oitenta e dois anos e gerou um estão preocupadas em deixar des-
filho; pôs-lhe o nome de Noé. Era cendentes. Deus nunca pedirá mo-
Noé da idade de quinhentos anos e numentos! Ele deseja gerar novos
gerou a Sem, Cam e Jafé. Gênesis
filhos espirituais através de nós!
5.6,9,12,15,18,21,25,28,29a,32 (ARA -
As igrejas que abraçam a visão
grifo do autor)
dos Pequenos Grupos vivem prio-
ritariamente em função das almas.
O equívoco entre esses dois pa-
Elas estão preocupadas em ga-
radigmas pode ser mais bem per-
nhar, consolidar, discipular e en-
cebido no texto a seguir, que diz:
viar as multidões. A essência dos
Ora, Absalão, quando ainda vivia, Pequenos Grupos é como uma
levantara para si uma coluna, que família: Gerar filhos e cuidar bem de-
está no vale do Rei, porque dizia: les. Essa é nossa principal missão
Filho nenhum tenho para conservar nesse mundo.

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Em paralelo ao grande esforço que alguns fazem e outros não;
daqueles que vivem pelo paradig- pelo paradigma do gerar o cresci-
ma do fazer, quem vive pelo para- mento é exponencial, pois de for-
digma do gerar, simplesmente gera ma milagrosa o Senhor gera filhos
filhos; de forma milagrosa e gra- através de todos.
ciosa, muitos discípulos são acres- Esses dois paradigmas têm di-
centados à família de Deus. Da rigido a história do homem, como
mesma forma como os pais ficam também tem influenciado a igreja
surpresos quando um filho é gera- no decorrer dos anos. Hoje, esta-
do, a igreja perceberá que de forma mos sendo desafiados a sermos a
miraculosa os filhos surgirão e pas- igreja do gerar, que por meio dos
sarão a ser contabilizados entre os Pequenos Grupos gerará filhos
membros da família. para Deus, até termos alcançados
Enquanto o crescimento pelo as multidões que irão povoar o Rei-
paradigma do fazer é adicional, por- no dos céus.

Muitos líderes de hoje, são


verdadeiras “Martas”, que vivem
tão preocupadas com os afazeres
diários que não têm tempo para
a parte mais importante da vida
cristã, que é assentar-se aos pés
do Mestre.

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Com certeza, podemos afirmar
que uma igreja que se organiza
apenas em cultos, no templo, está
limitando o seu crescimento, impe-
dindo o desenvolvimento do “sacer-
dócio de todos os crentes” e “não
cuidando do discipulado de seus
membros”. As igrejas que optaram
em centralizar suas atividades em
programas e eventos, precisam de
uma mobilização enorme de seus
pastores e líderes, para atender to-
das as necessidades e expectativas
dos seus membros.
Nessas organizações, 20% dos
membros (os líderes) realizam to-
das as atividades da igreja, enquan-
to que 80% das pessoas, apenas
têm a responsabilidade de contri-
buir financeiramente, para a ma-
nutenção da igreja, e comparecem
aos cultos e programações, a fim
CAPÍTULO 3 de produzir uma boa plateia.
As igrejas que resolveram cen-
tralizar seu projeto de crescimento
nos Pequenos Grupos, realizam a
POR QUE PEQUENOS GRUPOS?
missão de evangelizar, ganhar, edifi-
car, discipular, integrar e promover a
comunhão entre os irmãos, de uma
Uma pergunta que geralmente forma muito mais dinâmica; onde
é feita por aqueles que ainda não todos os membros têm a oportu-
estão trabalhando com GCEU é: Por nidade de contribuir para o cresci-
que precisamos de Pequenos Grupos? mento do Reino, por meio dos dons
e ministérios.
Há diversas razões para uma
Nos GCEUs, todos os membros
igreja abraçar essa visão; por isso,
são desafiados a assumirem um
nesse capítulo, externaremos papel relevante para a “edificação
aquelas que entendemos serem as do Corpo de Cristo”. Nesse contex-
mais relevantes. to, não há espaço para consumi-

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dores ou espectadores, todos são ministério nos lares: Visitou e minis-
“atores principais”, atuando por trou nas casas dos discípulos, curou a
meio de seus dons para a edifica- sogra de Pedro, jantou com Levi, com
ção do Reino. Zaqueu e se hospedou na casa de Lá-
Iremos destacar 10 razões para zaro; por exemplo.
abraçarmos o Projeto GCEU: O Mestre não só ministrou nas
casas, mas também ordenou que
PORQUE É BÍBLICO E FOI os seus discípulos fizessem o mes-
O MODELO ADOTADO mo, dando instruções para irem
PELA IGREJA PRIMITIVA aos lares. Fez isso com os doze (Mt
10.12-14), e depois com os setenta
Em Êxodo 18, vemos que Moisés
estava extremamente atarefado ao (Lc 10.5-8).
ter que julgar todas as causas do As casas foram fundamentais no
povo, além de conduzi-los na ca- início da Igreja: Naquele tempo não
minhada no deserto. Jetro, vendo o haviam templos ou espaços reserva-
grande esforço de seu genro, acon- dos aos cultos. Todas as atividades
selhou-o a estabelecer “chefes de comunitárias aconteciam em am-
mil, de cem, de cinquenta e de dez bientes domésticos. Sendo assim,
pessoas”, para lhe ajudarem na ta- era nas casas que os primeiros dis-
refa do pastoreio e do cuidado do cípulos se reuniam para realizar as
povo. Com isso, o povo foi pasto- orações e transmitir os ensinamen-
reado mais de perto e Moisés pode tos de Jesus:
se dedicar as causas mais pontuais.
Nesse relato bíblico, vemos o prin- Quando Pedro entendeu o que
cípio do cuidado por meio dos Pe- havia acontecido, foi para a casa de
quenos Grupos. Maria, mãe de João Marcos. Muitas
Jesus concentrou sua atenção, pessoas estavam reunidas ali,
ensino e relacionamento nos doze orando. Atos 12.12
apóstolos (Mt 10.1-4). O Mestre nos
ensina que, por meio de um Peque- As casas eram, também, o lugar
no Grupo, as pessoas aprendem a da celebração dos cultos, da Santa
viver como cidadãos do Reino, sen- Ceia, e o ambiente onde a comu-
do uma estratégia eficiente para o nhão era desenvolvida:
discipulado e o crescimento.
Ele começou com um Peque- Nas suas casas partiam o pão
no Grupo de doze pessoas, para e participavam das refeições
ganhar as multidões. Além disso, com alegria e humildade de
Jesus desenvolveu parte de seu coração. Atos 2.46

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E uma certa mulher, chamada Lídia, do se espalhou por todo o mundo,
vendedora de púrpura, da cidade chegando até nós.
de Tiatira, e que servia a Deus, Os Pequenos Grupos de Wesley,
nos ouvia, e o Senhor lhe abriu o chamados de classes, eram grupos
coração para que estivesse atenta de apoio, discipulado e comunhão,
ao que Paulo dizia. E, depois que onde os membros cuidavam uns
foi batizada, ela e a sua casa, nos dos outros. O objetivo principal das
rogou, dizendo: Se haveis julgado classes era gerar mudança de com-
que eu seja fiel ao Senhor, entrai portamento. Elas eram compostas
em minha casa, e ficai ali. E nos de 12 a 20 membros, de ambos os
constrangeu a isso. Atos 16.14,15. sexos, com variedade de idade e
classes sociais, sob a direção de um
As residências também eram líder leigo treinado.
utilizadas por Paulo para o ensino Nas reuniões das classes havia
da Palavra: confissão de pecados, oração pelas
necessidades dos membros e um
Vocês sabem que não deixei grande incentivo ao amor e às boas
de pregar-lhes nada que fosse obras, assim como o ensino das Es-
proveitoso, mas ensinei-lhes tudo crituras Sagradas, que eram exami-
publicamente e de casa em casa. nadas à luz da experiência pessoal.
Atos 20.20 Ao contrário da estrutura da
igreja na Inglaterra, as lideranças
No capítulo 16, de Romanos, Pau-
das classes eram de leigos. Esses
lo faz menção à igreja que se reu-
líderes sempre eram alimentados e
nia na casa de Priscila e Áquila e na
equipados por Wesley.
casa de Gaio, deixando evidente
Em 25 de dezembro de 1738,
que era nos lares que os cristãos
Wesley apresentou as seguintes re-
se reuniam como igreja.
gras para as classes:
Assim, podemos afirmar com
toda certeza que pequenos grupos 1) Reunir uma vez por semana,
não é um modismo atual, mas o re- pelo menos;
torno da Igreja às origens. 2) Chegar pontualmente na
hora marcada;
3) Começar (com os que estão
PORQUE ESSA FOI A presentes) exatamente na
ESTRATÉGIA UTILIZADA hora, com cânticos e oração;
POR WESLEY 4) Cada um, em ordem, de
John Wesley foi usado por Deus forma livre e clara, deve
para promover o maior avivamento falar o verdadeiro estado
da história da Inglaterra, seu lega- de suas almas, como as

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faltas que cometeram em por Wesley para expansão extraor-
pensamento, palavra ou dinária do Metodismo.
ação, e as tentações que Adam Clarke, historiador do me-
estão enfrentando, desde o todismo, escreveu o seguinte:
último encontro;
5) Para terminar cada encontro, Foi com esse meio, pela formação de
deverá ser realizada uma Pequenos Grupos que conseguimos
oração adequada para a estabelecer igrejas permanentes
necessidade de cada pessoa e santas em todo o mundo. O sr.
presente; Wesley viu a necessidade disso desde
o início. O sr. Whitefield, quando
Como podemos ver, o Movimen- se separou do sr. Wesley, não
to Metodista iniciou-se através de seguiu essa prática. Quais foram as
Pequenos Grupos, e sua metodolo- consequências? O fruto do trabalho
gia muito se assemelha a proposta do sr. Whitefield morreu com ele; os
de nossos GCEUs. frutos do sr. Wesley permaneceram,
Quando John Wesley faleceu em cresceram, se expandiram, se
1791, sua comunidade estava orga- multiplicando sobremaneira. O sr.
nizada em mais de 12 mil Pequenos Whitefiel enxergou seu erro? Sim,
Grupos, por toda Inglaterra e Nova mas só quando já era tarde demais.
Inglaterra (EUA). Ele é o melhor
exemplo do homem que sonhou Então, o que estamos propondo
com as multidões e entendeu que é apenas um retorno à forma de
a melhor forma para alcançá-las e ser e viver igreja, segundo o padrão
pastoreá-las, era por meio dos Pe- estabelecido por John Wesley, na
quenos Grupos. fundação do movimento metodis-
Certa vez, George Withefield, que ta. Voltar aos Pequenos Grupos
foi companheiro de ministério de é voltar as nossas origens. O que
Wesley por um tempo, depois unin- apresentamos aqui não é uma
do-se ao pregador calvinista, Jona- nova proposta, é apenas o resgatar
than Edwards, afirmou: daquilo que deu certo no passado.

John Wesley foi mais bem-sucedido


PORQUE É A MELHOR
do que nós, em sua pregação, pois,
ESTRATÉGIA PARA
embora fosse menos eloquente
FORMAR NOVOS LÍDERES
do que nós, organizou suas
comunidades em Pequenos Grupos. Levantar novos líderes numa
igreja é sempre um grande desafio,
É indiscutível que os Pequenos no ministério pastoral. Em muitas
Grupos foram a estratégia utilizada igrejas, os principais cargos e fun-

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ções são exercidos pelos irmãos toral deve ser exercido por aqueles
que são mais influentes ou mais que foram primeiro testados num
antigos na comunidade, e muitos ambiente de Pequenos Grupos.
deles não possuem nenhuma apti-
dão para aquelas funções. PORQUE É UMA
O GCEU é uma estratégia perfeita ESTRATÉGIA DE
para o surgimento natural de novos CRESCIMENTO, QUE NÃO
líderes. Neles, pessoas que são for- DEMANDA GRANDES
jadas pelos relacionamentos e pela
INVESTIMENTOS
visão do crescimento da igreja, são
FINANCEIROS
preparadas e desafiadas a assumi-
rem novos postos de liderança. Um dos grandes desafios para as
À medida que vão se desenvol- igrejas que desejam se expandir, é
vendo no Projeto, tornam-se líde- a limitação de seus recursos finan-
res, supervisores, coordenadores ceiros. Quando planejam abrir um
e pastores ajudantes. Nesse am- novo trabalho, é preciso disponibili-
biente, vão sendo preparados, na zar recursos para custear os gastos
prática, para assumirem as funções com aluguéis, contas de água, luz,
pastorais. limpeza, manutenção, aquisição de
Os GCEUs são verdadeiras Esco- móveis e utensílios necessários ao
las de Formação de Líderes. Os líde- funcionamento dos cultos. À vista
res aprovados nos primeiros níveis, de todos esses desafios financei-
são promovidos aos níveis superio- ros, torna-se impraticável para as
res, até se habilitarem ao ministé- igrejas menores, abrirem novos
rio pastoral. Não apenas com ins- trabalhos, nos moldes atuais.
truções técnicas e teológicas, mas Os GCEUs são uma estratégia
são formados na prática. que não exige desprendimento fi-
Os Pequenos Grupos propiciam nanceiro das igrejas, para fazê-lo
a formação prática dos novos líde- acontecer. Não há gastos com alu-
res, neles são desafiados a cons- guéis, contas de água, luz, oferta
truir relacionamentos, a cuidar das para preletores, gastos com lim-
pessoas, a promover a unidade do peza, conservação, manutenção e
grupo, a praticar o discipulado e a zeladoria, entre outros. Uma igreja
evangelização. pode ter centenas de GCEUs sem
Os GCEUs são a escola prática ter que gastar “um único centavo”
para o crescimento de novos líde- para mantê-los.
res e a oportunidade para o desen- À proporção que os GCEUs vão
volvimento dos dons e ministérios. se multiplicando, criam-se os seto-
Acreditamos que o ministério pas- res que são formados por 5 GCEUs;

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depois as áreas que são formadas bros (os líderes), realizam todas as
por 5 setores e 25 GCEUs; por fim, atividades da comunidade, en-
as redes que são formadas por 5 quanto que os 80% dos membros,
áreas, 25 setores e 125 GCEUs. apenas contribuem financeira-
Nesse processo de expansão e mente e assistem a liderança fazer
multiplicação, é possível reunir os todo o trabalho. Nesse ambiente,
GCEUs de uma determinada área há uma valorização extremada do
ou região da cidade, em um novo pastor e de sua equipe ministerial,
prédio, já contando inicialmente contribuindo para um sistema cle-
com uma boa quantidade de pes- rical (sacerdotal).
soas que desenvolverão esse novo Lutero foi muito feliz ao enfren-
trabalho, com as mesmas qualida- tar esse sistema e levantar o deba-
des da “Igreja Mãe”. te sobre o “sacerdócio universal de
Desta forma, podemos organizar todos os crentes”; esse foi um dos
novas igrejas, que surgem da mul- pontos mais relevantes da reforma
tiplicação dos GCEUs, dos setores protestante, com o qual nós con-
e das áreas, sem a necessidade de cordamos e proclamamos como
investimentos vultuosos. sendo o meio bíblico e eficaz para a
No projeto GCEU nós priorizamos “edificação do Corpo de Cristo”.
as pessoas, por isso investimos em Apesar de ter sido Lutero, o ho-
pessoas; consequentemente, co- mem responsável pelo resgate des-
lhemos pessoas. Quem investe em se princípio, foi John Wesley quem
pessoas têm pessoas! E as pessoas conseguir colocar em prática, por
nos possibilitam ter coisas. Se de- meio dos Pequenos Grupos (apro-
sejamos fazer uma expansão con- ximadamente 200 anos depois).
sistente de nossas igrejas e deno- O GCEU é a estratégia para o res-
minação, precisamos investir em gate do “sacerdócio universal de
pessoas; e isso se faz por meio dos todos os crentes”; por meio dele
Pequenos Grupos. todos se envolvem na missão da
“edificação do Corpo de Cristo”;
cada um, segundo o dom que lhe
PORQUE É A
foi concedido, contribui para a ex-
ESTRATÉGIA PARA O
pansão do Reino.
DESENVOLVIMENTO DO
Nos GCEUs, não há espaço para
“SACERDÓCIO UNIVERSAL
membros consumidores e espec-
DE TODOS OS CRENTES” tadores; todos são convidados a
Como já mencionamos, numa assumirem a tarefa de “gerar filhos
igreja organizada em programas e espirituais” e de cuidar bem deles.
eventos, apenas 20% de seus mem- Todos são desafiados a entender

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que somos uma geração de sacer- Uma das principais atribuições
dotes, cada um de nós, servido a dos líderes de GCEUs é o pastoreio
Deus segundo o dom que nos foi e o cuidado do rebanho. Cada lí-
conferido. der assume a responsabilidade de
acompanhar um Pequeno Grupo
Vós, porém, sois raça eleita,
de irmãos, dando-lhes orientações
sacerdócio real, nação santa, povo
e auxílio espiritual, acompanhan-
de propriedade exclusiva de Deus,
a fim de proclamardes as virtudes do o crescimento de cada um e
daquele que vos chamou das levando-os a assumir novas obri-
trevas para a sua maravilhosa luz. gações, desenvolvendo seus dons
1 Pedro 2.9 (ARA) espirituais.
Nesse sentido, uma igreja local
poderá ter centenas ou até milha-
PORQUE É UMA FORMA
INTELIGENTE DE res de membros, e todos serão
PASTOREIO DO REBANHO bem acompanhados e pastorea-
dos, uma vez que esse cuidado
É humanamente impossível um
acontecerá continuadamente nos
pastor cuidar pessoalmente, e
Pequenos Grupos.
bem, de cem ovelhas. Na verdade,
O líder do GCEU é o responsável
um líder consegue cuidar bem de
até, no máximo, 15 pessoas. Acima pela visitação, pelos conselhos mais
desse número, o trabalho torna-se básicos e pelo socorro nas necessi-
inconsistente. dades de menores complexidade.
Vejo que nossas igrejas não têm Naqueles temas mais complexos e
dificuldades para ganhar almas, que demandam uma atenção pas-
nossa dificuldade está em conso- toral, o líder encaminha o caso ao
lidá-las, cuidando e discipulando seu supervisor ou pastor.
as pessoas que ganhamos, isso Ao pastor titular resta a função
porque acreditamos que essas são
de discipular os líderes (coordena-
tarefas exclusivas do pastor. Como
dores, supervisores e líderes dos
é improvável que um pastor dê
GCEUs); podendo dedicar a esses,
atenção e cuidado para cem pes-
uma atenção mais especial.
soas, enquanto ele cuida de alguns,
outros e sentem abandonados e Assim, se distribui o trabalho e o
acabam deixando o rebanho. As- cuidado das ovelhas em uma igreja
sim, ganhamos as pessoas “de um que se organiza em Pequenos Gru-
lado” e acabamos perdemos elas pos. Isso acontece de forma organi-
“de outro”. zada, dinâmica e funcional.

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PORQUE É UMA postas a contribuir para o bem de
ESTRATÉGIA PARA todos os membros do grupo. Nesse
DESENVOLVER A ambiente de comunhão e unidade,
COMUNHÃO há a edificação de uma igreja sau-
dável, focada no interesse do gru-
Uma das marcas mais notáveis
po e não nos interesses pessoais.
das igrejas organizadas em Peque-
O problema de um, passa a ser o
nos Grupos é a comunhão. Esse
problema de todos, assim como a
ambiente se assemelha a uma fa-
vitória de alguns é celebrada como
mília, no qual os pontos fracos são
sendo a vitória de todos.
tratados e o auxílio mútuo contri-
bui para o crescimento e o desen-
volvimento de todos. A comunhão PORQUE É A ESTRATÉGIA
produzida no ambiente do GCEU PERFEITA PARA CUMPRIR
é altamente salutar, haja visto que A “GRANDE COMISSÃO”
ela promove a integração das pes-
Em muitas igrejas o “IDE” foi
soas, dando-lhes um sentimento
substituído pelo “VINDE”. Todas as
de pertencimento.
atividades são realizadas e pro-
Conseguir estabelecer um am-
movidas no prédio da igreja, e os
biente de comunhão, nas igrejas,
membros dessas comunidades es-
não é uma tarefa fácil. Sempre
peram que os não crentes entrem
existem as dificuldades de relacio-
por suas portas, para encontrarem
namentos e os conflitos interpes-
a Salvação.
soais, que muitas vezes, tomam o
Há muitos fatores que impedem
maior tempo do pastor e dos líde-
res. Infelizmente, em muitas igrejas, um “não crente” de entrar em nos-
há um espírito de divisão, entre os sos prédios: Alguns se sentem in-
irmãos, por isso, promover a união dignos de entrarem em um templo;
desse povo é missão quase impos- outros estão tão apegados a sua re-
sível. Muitas igrejas são marcadas ligião, que entendem que entrar em
por fragmentações e divisões, e por uma igreja evangélica seria negar sua
isso elas não crescem. Geralmente fé; outros têm verdadeira aversão às
quanto menor for uma igreja, mais igrejas evangélicas (por preconceito);
divisões há em seu meio. e outros entendem não precisar de
Os Pequenos Grupos propiciam uma igreja. Por essas razões, muitas
à igreja local a promoção de um pessoas dificilmente aceitariam um
ambiente de unidade e comunhão, convite para ir a um templo, para
as pessoas que integram os GCEUs um de nossos cultos de celebração.
sentem-se comprometidas umas Essas mesmas pessoas, que por
com as outras e sempre estão dis- diferentes razões, não entrariam

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em um de nossos templos, não de Cristo; para que todos cheguemos
teriam dificuldades de ir a casa de à unidade da fé e ao pleno
um amigo. Elas aceitariam de bom conhecimento do Filho de Deus;
grado um convite para um encon- para que não sejamos agitados
tro doméstico. de um lado para o outro e levados
Na prática, as igrejas organiza- ao redor por ventos de doutrinas;
das em Pequenos Grupos estão para que não sejamos meninos na
fazendo uma grande colheita, isso fé; para que possamos crescer em
porque há a comprovação de que a tudo naquele que é a cabeça; para
melhor estratégia para a evangeli- o próprio crescimento e edificação
zação, nesta geração, é através dos de si mesmo; para que cheguemos
relacionamentos, sendo as casas o à perfeita varonilidade e à medida
melhor lugar para isso.
da estatura da plenitude de Cristo.
Os GCEUs são verdadeiras “ma-
Efésios 4.12,13
ternidades espirituais”, onde milha-
res de recém-nascidos são trazidos Ou seja, para que possamos cres-
à vida e recebe todo o cuidado ne- cer até nos tornamos semelhantes
cessário. Lá eles são alimentados e
a Cristo, é imprescindível que de-
acompanhados, para que nenhum
senvolvamos os dons espirituais
deles se percam.
em nossas vidas, em colaboração
Fazer discípulos não é uma opção,
com os dons manifestados na vida
é a nossa missão, e os Pequenos
dos nossos irmãos.
Grupos têm se mostrado a estra-
Segundo C. Peter Wagner:
tégia mais eficiente para o cumpri-
mento da “Grande Comissão”.
Os dons espirituais podem capacitar
os crentes a participarem com maior
PORQUE É O MELHOR eficácia no cumprimento da “Grande
LUGAR PARA O Comissão”, dada por Jesus aos seus
DESENVOLVER OS DONS discípulos: Fazei discípulos de todas
ESPIRITUAIS as nações.
Os dons foram conferidos à igre-
ja, pelo próprio Deus. Esses dons Para John MacArthur:
existem para auxiliar a igreja a
crescer. Eles foram conferidos ten- Nenhuma congregação local será

do em vista: o que deveria ser de acordo com


aquilo que Jesus orou para que
O aperfeiçoamento dos santos fosse ou aquela que o Espírito Santo
para o desempenho do seu serviço dotou e preparou enquanto ela não
cristão; para a edificação do Corpo compreender os dons espirituais.

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Quase tudo quanto Deus está fa- dons, em decorrência da própria
zendo no mundo, é feito através de dinâmica do culto; já nos Pequenos
discípulos que estão trabalhando Grupos, os dons podem ser desen-
juntos em uma comunidade, com- volvidos por todos.
plementando uns aos outros, com No início da Igreja Metodista
seus dons espirituais, em suas res- Wesleyana, no Brasil, era comum
pectivas congregações locais. as reuniões domésticas, e nelas,
Quando uma igreja local ama- muitos irmãos eram usados por
durece, naturalmente ela cresce. Deus, em seus dons e ministérios.
Quando o Corpo de Cristo está Aquele foi um período de grande
funcionando bem e há uma justa crescimento espiritual e desenvol-
cooperação de cada parte, evi- vimento dos dons.
dencia-se um grande crescimento. Objetivamos com o projeto
Há uma ligação claramente bíblica GCEU, resgatar a possibilidade de
entre os dons espirituais e o cresci- cada discípulo de Cristo exercer
mento da igreja local. seu ministério, por meio dos dons.
Há uma crescente onda de pes- Nessa expectativa, cremos que ha-
soas que vêm à igreja em busca verá uma dinamização do trabalho
de satisfazer suas necessidades e consequentemente uma grande
colheita de almas.
físicas, materiais, emocionais, sen-
timentais e espirituais. Essa é a
geração dos crentes que vem para PORQUE É UMA EFICIENTE
“buscar”, nunca para “trazer, fazer ESTRATÉGIA PARA O
ou ser”. É crescente o número de CRESCIMENTO DA IGREJA
espectadores, frequentado nossos Como cada GCEU é programado
cultos. O problema do “especta- para se multiplicar uma vez por ano
dor” é que como ele não se sente e após a multiplicação, ele inicia um
parte do corpo, ele não tem com- novo processo de crescimento e
promisso com o crescimento e o preparação para a próxima multi-
desenvolvimento dele. Quando a plicação, isso cria um processo de
igreja passa por algum problema crescimento vertiginoso, exponen-
ou dificuldade, ele simplesmen- cial, contínuo e ilimitado, indepen-
te troca aquela comunidade por dentemente da capacidade física
outra, que atenda melhor as suas do prédio da igreja. Como a visão
expectativas. da evangelização é uma das bases
Sabemos que nos grandes cul- do projeto, e todos os GCEUs estão
tos de celebração, não há a pos- programados para a multiplicação,
sibilidade de todos os discípulos o resultado é um crescimento con-
exercerem ou desenvolverem seus tínuo da igreja.

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A melhor prova do êxito dos Pe- sar as igrejas que mais cresciam no
quenos Grupos, no crescimento mundo, nos diferentes continentes,
das igrejas, está diante de nossos encontrou entre elas alguns pontos
olhos; ao nosso redor existem di- convergentes, dentre eles, a visão e
versas comunidades e igrejas que a prática das células.
abraçaram essa estratégia e estão Não acreditamos que os Peque-
crescendo vertiginosamente. nos Grupos sejam um modismo,
No Brasil, existem diversas de- temos convicções firmes que essa
nominações que estão experimen- é a estratégia de Deus, para o cres-
tando um crescimento exponen- cimento da igreja, nesses tempos
cial, através dos Pequenos Grupos; finais. É isso que temos visto acon-
dentre as principais, podemos des- tecer em todo o mundo.
tacar: Igreja Videira, Igreja da Paz, Nossa denominação está es-
Igreja Batista Central de BH, Igreja da parramada por todo o território
Cidade, Comunidade Cristã de Ribei- brasileiro, e acredito que temos
rão Preto e a Igreja Metodista de BH. todas as condições necessárias
Joel Comiskey nos afirma em sua para um crescimento extraordiná-
obra “O crescimento explosivo da rio, nos próximos anos, por meio
igreja em células”, que após anali- dos GCEUs.

Creio que por meio dos GCEUs nós


faremos a maior colheita de todos
os tempos e a Igreja Metodista
Wesleyana experimentará
um grande crescimento, nos
próximos anos.

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O GRUPO é estabelecido por
um número de 07 a 15 pessoas,
conduzidas por um líder, um líder
em treinamento, um secretário
e um anfitrião; que se reúnem,
prioritariamente, numa casa.

Primeiro, esperamos que o GCEU


traga um crescimento numérico, de
novos membros, e isso acontece-
rá por meio da evangelização e do
discipulado; pois as reuniões dos
GCEUs são o ambiente apropriado
para levar o Evangelho aos perdi-
dos, resgatar os desviados e reen-
contrar os desigrejados.
Posteriormente, esperamos
que os GCEUs tragam crescimen-
to espiritual, para todos os seus

CAPÍTULO 4
membros; e acreditamos que isso
acontecerá por meio da comunhão
e do serviço cristão. Cada membro
do grupo é desafiado a viver em
O QUE É UM GCEU? perfeita comunhão e a desenvolver
seus dons, para servir a igreja e às
pessoas, colaborando para a edifi-
GCEU é a abreviatura de “Grupo cação do Corpo de Cristo.
de Crescimento, Evangelização e A EVANGELIZAÇÃO está baseada
Unidade”. Esta é a nomenclatura no texto da “Grande Comissão”:
que a nossa denominação ado-
Jesus, aproximando-se, falou-lhes
tou para designar os seus Peque-
dizendo: Toda a autoridade me foi
nos Grupos.
dada no céu e na terra. Portanto,
O CRESCIMENTO a que nos refe-
vão e façam discípulos de todas as
rimos na nomenclatura do GCEU
nações, batizando-os em nome do
abrange diversas áreas da igreja e
Pai, do Filho e do Espírito Santo,
da vida dos membros.
ensinando-os a guardar todas as

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coisas que tenho ordenado a vocês. A UNIDADE é o clímax, através
E eis que estou com vocês todos os da qual Deus ordena suas bênçãos
dias até o fim dos tempos. Mateus (Sl 133). É onde Deus se manifesta:
28.18-20 (ARA) Onde houver dois ou três reunidos em
meu nome, ali eu estarei (Mt 18.20).
Para nós, a “Grande Comissão” É o lugar de resposta de oração:
não se resume apenas na pregação Quando dois de vós concordarem
do Evangelho, ela é mais completa sobre qualquer coisa na terra, have-
e abrange também o “fazer discípu- rá concordância nos céus (Mt 18.19).
los, ensinando-os a guardar todas É o lugar para vencermos juntos
as coisas”. as adversidades: Um cordão de
Logo, o foco do GCEU é fazer três dobras não se rompe facilmente
discípulos, levando o Evangelho às (Ec 4.12).
pessoas, ganhando-as para Cristo As igrejas que abraçaram a visão
e cuidando delas como cuidamos
dos Pequenos Grupos têm experi-
dos recém-nascidos. E, fazendo
mentado o crescimento da koinonia
isso num ambiente de Pequenos
(comunhão), entre seus membros,
Grupos. Essa foi à estratégia uti-
e tem experimentado a construção
lizada por Wesley para discipular
de um ambiente de amabilidade,
as multidões que se convertiam a
cordialidade e fraternidade. O gru-
cada dia, durante seu ministério.
po se torna uma verdadeira família.

UM GRUPO DE 07 A 15
Entendemos que o discipulado não PESSOAS
é uma classe, é um estilo de vida
GCEU é um grupo de 07 a 15
cristã em que os mais maduros
pessoas; que se unem por afinida-
espiritualmente auxiliam os mais
des, com o objetivo de crescerem
novos na caminhada cristã.
numérica e espiritualmente; por-
tanto, o foco do grupo é o cresci-
Os membros de um GCEU pre- mento. Ao chegar no número de 15
cisam ser acompanhados, orien- membros, o grupo deverá estar em
tados, pastoreados, visitados, plenas condições para se multipli-
confrontados e ensinados, sobre car; para isso ele terá que ter, além
quem são em Cristo. É por meio do do líder, um líder em treinamento,
discipulado, que acontece dentro pronto, e uma nova casa para a re-
dos GCEUs, que cuidamos das pes- ceber o novo grupo.
soas e as preparamos para a cami- Quando o grupo excede a 15
nhada cristã. membros, torna-se difícil a comu-

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nicação e o compartilhar da Pala- nos resultados e no projeto da-
vra. Fica difícil o acompanhamento quele GCEU.
e o discipulado individual de cada
pessoa; dificulta a organização do
lanche e torna as reuniões cada vez
Os GCEUs são inicialmente
mais impessoais. Além disso, tor-
organizados por quatro
na-se difícil reunir em uma casa ou
pessoas, que são: O líder, o líder
apartamento pois, geralmente são
em treinamento, o secretário e o
pequenas ou com pouco espaço.
anfitrião. O ideal é que cada um
Em nossa prática, é visível o
desses quatro se comprometa
comprometimento dos membros
em convidar, no mínimo, mais
do grupo, quando ele ainda é pe-
uma pessoa da igreja, para
queno. Até o limite de 15 pessoas,
iniciar o grupo.
os membros do grupo estão com-
prometidos em participar das re-
uniões, uma vez que a ausência é O número de 07 a 15 pessoas é
sentida por todo o grupo. consenso na maioria das igrejas
É notável também o desejo do que estão na visão dos Peque-
grupo em crescer e o compromis- nos Grupos.
so de todos em convidar outras
pessoas, para integrar o GCEU, en- REUNIÕES SEMANAIS
quanto ele está pequeno. À medida
Nossos encontros são regular-
que o grupo cresce, há um descui-
mente realizados uma vez por se-
do dos membros, tanto em relação
mana, pois entendemos que esse é
à frequência nas reuniões, quanto
um tempo apropriado para que os
no comprometimento de levar no- membros do grupo desenvolvam
vas pessoas para as reuniões. uma perfeita comunhão e vivam o
A multiplicação é a estratégia ambiente de cuidado mútuo.
para o crescimento da comunida- Algumas igrejas e pastores têm
de e para manter os grupos “pe- realizado reuniões quinzenais, e
quenos”, afinal a eficácia está no justificam isso a sobrecarga da
“ser pequeno”. agenda, para tal decisão; todavia
Estabelecemos que o núme- essas igrejas não conseguem ob-
ro mínimo para a organização ou ter êxito com o projeto. A decisão
multiplicação de um GCEU seja de de fazer as reuniões a cada quinze
07 pessoas, por entendermos que dias só evidencia que o Pequeno
quando o grupo é muito pequeno, Grupo não é prioridade para aque-
isso também influencia na saúde, la igreja. Por que não fazemos nos-

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sos cultos dominicais a cada 15 dias? UM PROJETO PARA “SER”
Porque eles são prioridade em nos- E “VIVER” A IGREJA
sas agendas. Por que fazer a reunião
do GCEU de 15 em 15 dias? Porque O que objetivamos com os GCEUs
não é a prioridade da igreja; se não é o resgate do “Grande Mandamen-
é prioridade, não dará certo. to” (Amar a Deus e amar ao próxi-
Sugiro que se a igreja não tiver mo) e da “Grande Comissão” (fazer
tempo e disponibilidade para fazer discípulos); por isso ousamos dizer
os encontros semanais que ela não que o projeto GCEU é a forma de
se aventure nesse projeto. “ser” e de “viver” a igreja. GCEU não
Em nossa denominação já há um é um departamento ou um minis-
consenso de transformar um dos tério da igreja; ele também não é
cultos da semana (terça ou quinta), apenas uma reunião da semana,
em reuniões de GCEUs, visando ele é a estratégia para cumprir o
desafogar a agenda de atividades “Grande Mandamento” e a “Grande
para que o projeto GCEU possa Comissão”.
florescer.

OS OBJETIVOS DO
REUNIÕES EM UMA PROJETO GCEU
CASA OU NUM ESPAÇO
DISTINTO DO PRÉDIO DA Esses são os cinco objetivos
IGREJA do projeto GCEU: A Evangeliza-
ção, o Discipulado, a Comunhão e
Entendemos que as casas são
o Serviço Cristão, que resultarão na
o melhor lugar para as reuniões
Multiplicação.
semanais dos GCEUs. O ambiente
GCEU é um projeto que trabalha
doméstico é mais acolhedor e inti-
de forma integral o desenvolvimen-
mista. As casas por si, já criam um
to das pessoas e o crescimento da
ambiente de informalidade e de
igreja. Entendemos que uma igre-
liberdade.
É possível realizar reuniões em ja que promove a evangelização, o
outros espaços, como empresas e discipulado a comunhão e o serviço
restaurantes, mas nenhum desses cristão, consequentemente experi-
ambientes é tão acolhedor e pes- mentará a multiplicação.
soal, quanto uma casa. Podemos Só o GCEU consegue reunir em
sim iniciar um GCEU nesses am- um só projeto, e com uma única es-
bientes, mas o adequado é que as- tratégia, todos esses objetivos que
sim que possível, ele seja migrado certamente levarão uma igreja à
para um ambiente residencial. multiplicação.

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UM LUGAR DE de, isso as atraem a um novo estilo
COMUNHÃO de vida, considerando que um dos
maiores desafios dessa geração
Os cultos de celebração são im-
são os relacionamentos. Um Pe-
portantíssimos para a edificação
queno Grupo em que há uma co-
da igreja, porém a perfeita comu-
munhão verdadeira torna-se uma
nhão acontece nos Pequenos Gru-
maternidade espiritual. Muitos
pos. Irmãos que só se encontram
bebês espirituais nascerão nes-
nos cultos, não têm a oportunidade
se ambiente.
de desenvolverem relacionamen-
tos saudáveis e fraternais.
Através dos GCEUs, as pessoas UM GRUPO ABERTO
se aproximam mais, umas das ou- É preciso ressaltar que o GCEU
tras. As reuniões promovem um é um grupo aberto, pelo foco na
conhecimento mais íntimo entre os
evangelização e na multiplicação,
irmãos, nascendo, assim, laços de
não se confundindo com um gru-
amizade; com isso, a comunhão na
po de mentoria, que é um gru-
igreja torna-se forte e evidente.
po fechado, com foco apenas no
De acordo com o pastor David
discipulado.
Kornfield, em seu livro “Implantan-
Assim, não é correto dizer: GCEU
do Grupos Familiares”:
da Junta Diaconal, GCEU do presbi-
tério, GCEU do Ministério de Louvor,
É impossível cumprir os
GCEU do Ministério de Dança; pois
mandamentos recíprocos – os “uns
todos esses grupos são fechados e
aos outros” – quando os “uns” só se
encontram com os “outros” no meio
circunscritos aos membros da igre-
de multidões reunidas para grandes
ja, não permitindo a participação
eventos. Com os Pequenos Grupos, de um não crente.
abre-se a oportunidade de levar a O primeiro objetivo do GCEU é
sério esses mandamentos, pois são a evangelização, é trazer pessoas
lugares perfeitos para a comunhão: não crentes ou desviadas para o
Ambiente permeado pela comunhão convívio com os crentes mais ma-
atrai outras pessoas. duros; e nesse ambiente influenciá-
-los a tomarem uma decisão de se-
Quando as pessoas chegam num guir a Cristo. O GCEU está sempre
ambiente de amizades, cordialida- de portas abertas para receber um
des, companheirismo e fraternida- novo “não crente” em seu meio.

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GCEU é um grupo de 07 a

15 pessoas que se reúnem

semanalmente em uma casa ou

espaço, distinto do prédio da

igreja, para “ser” e “viver” a igreja,

com o objetivo de promover a

evangelização, o discipulado, a

comunhão e o serviço cristão,

visando a multiplicação.

O que nos motiva não é apenas a


multiplicação, mas o cumprimento
da “Grande Comissão” por meio da
evangelização e do discipulado, e o
cumprimento do “Grande Manda-
mento” por meio da comunhão e do
serviço cristão.

CAPÍTULO 5
Para nós, a multiplicação é o
resultado natural de uma igreja
OS CINCO OBJETIVOS DO GCEU que se envolveu intencionalmente
na missão de evangelizar, fazer
discípulos, promover a comunhão
Nenhum projeto ou ministério
e o serviço cristão, por meio dos
subsistirá se a motivação não for
correta. Se a motivação estiver er- dons espirituais.
rada, depois de algum tempo os
líderes desanimam e desistem de Se não nos movermos com
continuar; se as motivações forem
base nos objetivos corretos, o
corretas, permaneceremos ao lon-
projeto GCEU será apenas mais
go do tempo e elas darão significa-
do e propósito para o que fazemos. uma atividade entre tantas que já
Como já temos afirmado: realizamos.

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EVANGELIZAÇÃO Não podemos desprezar os re-
sultados que esses programas e
projetos trouxeram para a Igreja no
E disse-lhes: Ide por todo o mundo,
passado, mas precisamos enxergar
pregai o evangelho a toda criatura.
com clareza que a maioria dessas
Marcos 16.15
estratégias não funcionam mais em
nossos dias.
Elegemos a evangelização como
Nosso grande desafio é chegar-
o primeiro objetivo desse Proje-
mos às pessoas de forma mais
to, por entendermos que essa é a
eficiente, para que possamos com-
principal missão da igreja, além de
partilhar com elas o Evangelho
ser uma ordenança de Jesus. Sendo
da Graça. Entendemos que a me-
assim nosso maior desafio é pro-
lhor opção hoje é a evangelização
clamarmos o Evangelho para esta e
através dos relacionamentos. Os
a próxima geração; logo, o ponto de
Pequenos Grupos são eficientes
partida dos GCEUs não poderia ser
estratégias para ganhar os perdi-
outro, senão a preocupação com a
dos para Cristo, porque a evange-
Salvação dos perdidos.
lização se efetiva prioritariamente
Como já mencionamos, enten-
por meio dos relacionamentos. Os
demos que estamos vivendo os
membros de um GCEU se com-
últimos dias da Igreja sobre a ter-
prometem a inserir no grupo seus
ra! Acreditamos fortemente que amigos e familiares, que ainda não
somos a geração do arrebatamen- se converteram, e nesse ambiente
to! Temos a convicção que esta relacional, o Evangelho é proclama-
geração fará a maior colheita de do e as vidas se rendem com mais
almas de todos os tempos, por facilidade, ao senhorio de Cristo.
isso precisamos ter a compreen- A maioria das pessoas não cren-
são da importância e da relevância tes têm muitas dificuldades para
da evangelização, para que pos- entrar em um templo evangélico,
samos tomar parte na grande co- mas recebem com facilidade um
lheita final. convite para uma reunião domésti-
Nos últimos séculos, diversas ca. Lá elas encontram um ambien-
estratégias evangelísticas foram te amável e agradável, no convívio
desenvolvidas, tais como: Grandes com outros irmãos, e o Espírito
cruzadas, cultos nas praças, distribui- Santo as alcança, convencendo-as
ção de folhetos, marchas para Jesus, do “pecado, da justiça e do juízo”.
programas evangelísticos em rádios e Isso é glorioso!
TVs, evangelismos em semáforos, en- Ao iniciarmos o projeto GCEU, em
tre tantas outras. nossas igrejas, é preciso sermos

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enfáticos sobre a proposta evan- que estava no mundo dos mortos
gelística, compreendendo esse e Abraão. Nesta oportunidade, o
como o objetivo primário do grupo. rico diz a Abraão que tinha cinco
Os membros precisam se compro- irmãos, e que ele não gostaria que
meter em convidar seus amigos e seus irmãos fossem para o lugar de
familiares não crentes, para as re- sofrimento.
uniões semanais. Sem convite, não O que destacamos nesta histó-
há a possibilidade do “não crente” ria, é que todos nós, como o rico,
chegar até um GCEU. temos cinco amigos ou irmãos, que
se morrerem agora, poderão ser
condenados a viverem eternamen-
te sem Deus.
As reuniões dos GCEUs não Com base nesta história, desafia-
podem ser encontros sociais de mos todos os membros dos GCEUs
crentes, elas são estratégias a se empenhar para alcançar seus
para alcançar os perdidos, cinco amigos ou irmãos, que es-
reencontrar os desviados e tão perdidos.
abraçar os desigrejados. Nós utilizamos a estratégia de
entregar para cada membro uma
Quando o GCEU somente se con- mão, feita de papel, onde cada
centra em comunhão, ele está per- dedo representa um de nossos
dendo um aspecto importante do irmãos ou amigos. Eles devem es-
crescimento espiritual e falhando crever os cinco nomes naqueles
na condução dos membros do gru- dedos, para se comprometerem e
po no cumprimento do “ide”. se empenharem em alcançar inten-
A evangelização realizada nos cionalmente aquelas pessoas.
GCEUs é intencional e organizada, Essas cinco pessoas são o nosso
onde todos os membros do grupo alvo de oração e de evangelização.
têm um papel importante para que Elas também serão as pessoas que
ela aconteça. vamos convidar para as reuniões
Queremos compartilhar aqui al- semanais dos GCEUs. Isso signi-
gumas estratégias de evangeliza- fica que um GCEU composto por
ção que têm se mostrado eficiente 12 pessoas, tem o potencial para
onde estão sendo implementadas: alcançar 60 almas; elas são os nos-
sos alvos e deverão ser convidadas
todas as semanas para os encon-
MEUS CINCO IRMÃOS
tros do GCEU.
Em Lucas, no capítulo 16, há o Precisamos ser persistentes e
registro da conversa entre o rico insistentes quando se trata da

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salvação dos perdidos. Se você já convertidos a nossa fé; o que que-
convidou uma, duas ou três vezes remos é que as pessoas que estão
e a pessoa ainda não foi a reu- a nossa volta, tenham uma real ex-
nião, convide mais duas, mais dez, periência de Salvação; que encon-
mais cem vezes, até obter o êxito trem em Cristo, a paz que o mundo
do convite. não pode dar; que sejam libertas
Nós acreditamos na evangeliza- do pecado e das garras do diabo e
ção realizada pelos relacionamen- que encontrem o verdadeiro amor
tos, por isso sugerimos a escolha de Deus, que lhes dará sentido
de cinco pessoas próximas. Quan- para a vida.
do trabalhamos para alcançar São Patrício foi um grande evan-
pessoas que são mais próximas a gelista da Irlanda, responsável pela
nós, nos empenhamos com mais conversão daquela nação ao Se-
esmero para realizar a missão. Em
nhor; ele ensinava que “pertencer”
se tratando da Salvação de almas,
vem antes de “crer”. Sua estraté-
especialmente daquelas que ama-
gia de evangelização consistia em
mos, não podemos medir esforços
convidar as pessoas abertas ao
nem desanimar; na perseverança,
Evangelho, para se unirem à sua
alcançaremos a Salvação de todos.
comunidade. As pessoas que en-
A sociedade ferida de hoje pre-
travam no grupo viam vidas trans-
cisa desesperadamente de uma
formadas, amor em ação, e como
família amorosa. Como as pessoas
um discípulo de Cristo deveria se
poderão encontrá-la se nossos Pe-
portar. Como resultado dessa es-
quenos Grupos não estiverem dispos-
tratégia, muitas receberam a Jesus,
tos a evangelizar?
e os grupos eram multiplicados, e
Sobre a evangelização, há uma
fala que muito me agrada: Antes de novos grupos missionários se infil-
ganharmos as pessoas para Cristo, travam em regiões não alcançadas.
precisamos ganhá-las para nós. Isso O evangelismo e o discipulado es-
só pode acontecer por meio da tavam intimamente ligados entre si.
evangelização por meio dos rela- Assim como a civilização da época
cionamentos. Só há uma forma das de São Patrício, as pessoas hoje es-
pessoas conhecerem o amor de tão famintas por relacionamentos.
Deus: Se relacionando com pessoas O modelo relacional oferecido
que foram alcançadas por esse amor. por São Patrício e pela igreja primi-
No processo de evangelização tiva, com o foco nas reuniões das
não devemos cometer o erro de casas, traziam as pessoas à comu-
deixarmos a impressão que nos- nidade, permitiam que elas vissem
sa intenção é de apenas fazermos a transformação dos convertidos

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e a evangelização acontecia com CASAS DE PAZ
naturalidade.
As “casas de paz” são uma efi-
O Doutor Peace foi professor de
ciente estratégia para alcançar fa-
evangelismo no seminário Fuller,
mília inteiras para o Cristo.
durante muitos anos. Em seu livro
O Pr Danilo Figueira, da Comuni-
“Evangelismo do Grupo Pequeno”,
dade Cristã de Ribeirão Preto (SP),
ele escreve:
aplica essa ferramenta a muitos
Em um grupo pequeno bem-
anos no Brasil, disponibilizando
sucedido, o amor, a aceitação e a
gratuitamente todos os materiais
comunhão fluem de uma maneira
didáticos e orientações sobre
fora do comum. Essa é a situação
“como fazer”.
ideal para se ouvir a respeito do
O que sugerimos é que toda casa
reino de Deus. Nesse contexto, de paz seja organizada por meio
os fatos do Evangelho não são dos GCEUs; e que os líderes das
transmitidos como uma fria “casas de paz” sejam os líderes ou
proposição, mas como verdades membro de um GCEU.
vivas, visíveis na vida de outros. Em As casas de paz acontecem para-
uma atmosfera dessas uma pessoa lelamente com os GCEUs, mas em
é irresistivelmente atraída a Cristo, dias distintos. O objetivo é de mi-
mediante sua Graciosa Presença. nistrar aos “não crentes”, em suas
casas, e procurar levá-los para o
É isso o que esperamos para convívio do GCEU. As casas de paz
nossos GCEUs! Que nossos Pe- são pontes para trazer as pessoas
queno Grupo vivam em amor fra- para o Pequeno Grupo. Elas são a
ternal; cuidando uns dos outros estratégia para alcançar os perdi-
e aproveitando as oportunidades dos e inseri-los em um GCEU. No
para expressar o amor de Cristo, ambiente dos Pequenos Grupos,
aos perdidos. Essa é a combinação essas pessoas experimentarão o
perfeita para fazermos a maior co- poder da comunhão e terão uma
lheita de todos os tempos. experiência de Salvação.
Tenho observado ao longo da Após se consolidarem no GCEU
caminhada que quando há pes- é hora de enviá-las para o Encontro
soas não crentes nas reuniões dos do Coração Abrasado (Encontro com
GCEUs, o ambiente torna-se mais Deus); e, em seguida, iniciar a pre-
vivo e alegre. Assim, fazer de nos- paração para o batismo. Após o ba-
sos encontros o lugar para alcançar tismo elas poderão disponibilizar
os perdidos é a estratégia para dar suas casas para receber um novo
vida ao nosso Projeto. GCEU, que será fruto da multiplica-

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ção do grupo que trabalhou para semanas de oração; sempre pedin-
alcançá-las. do Graça a Deus, para fazer dessa
Tenho entendido que para ex- estratégia uma forma de levar a Pa-
trairmos das “casas de paz” sadias, lavra da Salvação à aquela família,
para o melhor resultado precisa- por meio do amor.
mos atrelá-las a um GCEU. É im- Durante o período de oração, os
portante que as pessoas que estão líderes do GCEU farão uma mobi-
chegando em uma igreja, sejam lização para que todos os mem-
integradas a um grupo de cristãos bros do grupo possam contribuir
mais maduros, para auxiliá-las no com donativos, para a montagem
crescimento e no amadurecimento de uma boa cesta de alimentos. O
espiritual. ideal é separar no mínimo três se-
Nesta perspectiva, as casas de manas para fazer o levantamento
paz são mais uma estratégia para dos donativos.
o crescimento, o fortalecimento e a A pessoa do grupo que tem
multiplicação dos GCEUs. mais afinidade com a família esco-
lhida, agendará um dia para uma
visita. Nesta visita, essa pessoa
EVANGELIZAÇÃO SOLIDÁRIA
levará consigo o líder e o anfi-
A evangelização solidária é uma trião do GCEU.
estratégia que Deus colocou em A visita deve ser rápida e tem o
nossos corações e estamos ob- objetivo de evidenciar a preocu-
tendo ótimos resultados, em nos- pação, com a situação que a famí-
sa igreja local. Ela é simples, mas lia está passando; é o momento
muito eficaz. oportuno de fazer uma oração pela
Mais uma vez, enfatizamos que casa, pedido a Deus que venha com
ela será realizada integralmen- a providência que eles precisam.
te dentro do GCEU e por meio do Após a oração, o amigo da fa-
GCEU. Caberá ao grupo escolher mília fará a entrega da cesta de
uma família, que seja amiga de um alimentos, que foi levantada pelo
dos membros do GCEU, que não grupo. Nesse momento o anfitrião
seja formada por crentes e que do GCEU aproveitará para convidar
esteja passando por dificuldades toda a família para a próxima reu-
financeiras, em decorrência de de- nião, que acontecerá na sua casa,
semprego ou de crise financeira. naquela semana. É importante que
O grupo faz a escolha da família, um dos três que ali estão (líder, o
que será alvo do projeto, e inicia um amigo e o anfitrião), se disponha a
período de oração por todos eles. É passar na casa para pegá-los no dia
ideal que se faça, no mínimo, três da reunião.

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A reunião do GCEU desta semana Infelizmente as pessoas não são
terá uma mensagem evangelística despertadas para essa pequena
poderosa, e o ambiente que já foi estratégia que pode ser desenvol-
preparado em oração, por todos vida por todos, independentemen-
os membros do GCEU, acolherá te do nível de conhecimento bíblico
aquela família com muita Graça ou teológico, e que é extremamen-
e alegria. te eficiente. Todos os membros
No domingo seguinte a vinda da dos GCEUs e da igreja têm amigos
família a reunião do GCEU, será que aceitarão um convite para um
nossa festa da colheita; um gran- encontro especial de amigos, que
de encontro com todos os GCEUs, acontece em uma casa, ainda que
onde será organizado um culto seja por educação.
evangelístico e vibrante, com teste- Quando vamos a uma pescaria,
munhos sobre conversões à Cristo. levamos como isca, aquilo que os
Esta será a noite de laçarmos as re- peixes mais gostam. Ninguém se
des, para uma pesca maravilhosa. lança numa pescaria sem uma boa
Creio que para ganharmos as isca. Assim é na evangelização! Se
pessoas para Cristo, precisamos queremos alcançar as pessoas
ganhá-las para nós. Assim será para Cristo, precisamos atrai-las
possível o pecador receber o amor para um ambiente agradável e
de Deus, por meio de nosso amor. amável; posso dizer com toda cer-
Se quisermos que as pessoas en- teza, que hoje o que mais atrai as
contrem o Deus da Salvação, temos pessoas é a possibilidade de faze-
que levá-las a encontrar-se com rem parte de um grupo de amigos,
pessoas que já foram salvas. que se preocupam uns com os ou-
tros e estão interessados no bem
estar de todos. Creio que o melhor
O PODER DO CONVITE
método de evangelização nesta ge-
Existem diversas outras estraté- ração, são os relacionamentos, e
gias de evangelização que podem os GCEUs são a melhor estratégia
ser desenvolvidas no ambiente para isso.
dos Pequenos Grupos, todavia, a Devemos convidar todos os nos-
mais eficiente e simples é o CON- sos amigos, vizinhos, colegas de
VITE. Se num GCEU de 12 pessoas, trabalho e de escola. Também de-
cada um convidar seus cinco ami- vemos convidar aquelas pessoas
gos, e apenas 10% dos convidados que encontramos esporadicamen-
atenderem ao convite, teremos 06 te, como a pessoa que nos atende
visitantes todas as semanas; isso é no supermercado, no açougue, no
poderoso! sacolão, no salão, etc....

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Nosso foco principal, deverá ser Durante três anos e meio, Ele de-
as cinco pessoas pelas quais es- dicou tempo e atenção a essa tare-
tamos orando e trabalhando para fa. Apesar de ter realizado muitos
leva-las a um encontro pessoal milagres e deixado grandes ensina-
com Cristo (nossos cinco irmãos). mentos, podemos dizer com toda
Para com essas pessoas, devemos certeza, que fazer discípulos foi sua
desenvolver uma estratégia dife- principal missão.
renciada, como por exemplo, con- A compreensão de que os Peque-
vidá-las para o GCEU que irá come- nos Grupos estão comprometidos
morar o nosso aniversário. com a missão de “fazer discípulos”,
O nível de vida num GCEU é pro- insere os GCEUs na estrutura bí-
porcional a quantidade de “não blica, produzindo uma motivação
crentes” frequentando nossos en- correta no coração das pessoas
contros. Quanto mais pessoas “não que estão comprometidas com
crentes” nas reuniões semanais o projeto.
dos GCEUs, mais vida haverá no O que é fazer discípulos? É multi-
grupo. O contrário também é ver- plicar-se em outros. É influenciá-los
dade: Quanto menos pessoas “não a tal ponto que eles desejem ser
crentes” nas reuniões, menor o nível como você é. E, nesse caso, como
de vida no grupo. não fazemos discípulos para nós,
mas para Cristo, entendemos que
DISCIPULADO fazer discípulos é reproduzir, em
cada novo convertido, o caráter
E, chegando-se Jesus, falou-lhes,
de Cristo. Como o apóstolo Paulo,
dizendo: É-me dado todo o poder nós precisamos ser um exemplo a
no céu e na terra. Portanto ide, ser seguido pelos novos discípulos
fazei discípulos de todas as nações, (1 Co 11.1).
batizando-os em nome do Pai, E como geramos discípulos? Por
e do Filho, e do Espírito Santo; meio do relacionamento, da con-
Ensinando-os a guardar todas as vivência, da influência, do ca-
coisas que eu vos tenho mandado; e minhar juntos, do carinho e da
eis que eu estou convosco todos os atenção. Discipular é influenciar;
dias, até a consumação dos séculos. só podemos influenciar as pes-
Amém. Mateus 28.18-20 soas com quem nos relacionamos
intencionalmente.
Fazer discípulos é a nossa prin- É no ambiente dos GCEUs que
cipal missão. Essa foi também um se viabiliza a melhor oportunida-
dos principais objetivos de Jesus, de para o discipulado. Discipular
durante seu ministério terreno. alguém é acompanhar essa pes-

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soa em sua caminhada espiritual, Durante a reunião do GCEU é
visando moldá-la ao exemplo de possível que o líder faça uma leitu-
Cristo. No GCEU, o discipulado é ra do estado emocional e espiritual
vivido e praticado integralmente. de cada membro; observando as-
O líder do GCEU tem a missão de sim o nível de interesse e de conhe-
acompanhar espiritualmente todos cimento bíblico; percebendo se há
os membros de seu grupo, cuidan- sinais de problemas ou de dificul-
do deles, como um pastor cuida de dades, em suas vidas e famílias. Por
suas ovelhas. exemplo: Quando as pessoas vão
A principal missão de um líder apresentar seus pedidos de oração, é
GCEU não é a organização da re- possível fazermos uma avaliação de
união semanal, é o discipulado e suas necessidades.
o cuidado de cada pessoa de seu Observando que algum membro
esteja evidenciando uma necessi-
grupo. O líder exerce uma função
dade de uma atenção mais espe-
pastoral no grupo; ele precisa se
cial, o líder deve se dispor a cumprir
comprometer com a missão de le-
sua missão; neste caso, realizando
var todos os membros ao cresci-
o discipulado individualmente para
mento na graça e no conhecimento
com aquela pessoa.
de Cristo e ao amadurecimento es-
Em alguns casos é possível que o
piritual, para que possam também
líder do GCEU não seja um cristão
gerar novos discípulos.
tão experiente ou não saiba o que
Para exercer o discipulado com
fazer para ajudar a pessoas; nesse
eficiência, o líder pode subdividir
caso é indispensável que todo líder
o grupo em dois, e distribuir com
seja discipulado por um supervisor,
o líder em treinamento, a mis-
mais maduro, e com mais expe-
são do pastoreio e do cuidado riência, pois ele será a pessoa que
das pessoas. prestará ao líder o suporte neces-
É possível que os líderes tenham sário para cumprir sua missão de
que fazer visitas, aconselhamentos discipular os membros.
e ensino, pois tudo isso faz parte O supervisor é o discipulador do
de um discipulado bíblico. líder, e deverá estar à disposição
O discipulado é realizado coleti- para atender as demandas do líder,
vamente, em um ambiente do gru- sejam pessoais ou do grupo que
po, durante as reuniões semanais, está sob seus cuidados.
mas também deverá ser realizado O GCEU é a estratégia mais ade-
individualmente, porque alguns ca- quada para a prática do discipulado
sos são especiais, e há a necessida- e do cuidado individual, de todos os
de de uma atenção melhor. membros da igreja. Sabemos que é

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impossível para um pastor cuidar Não nascemos espiritualmente
bem, e individualmente, de mais com o entendimento e o caráter de
que 15 pessoas; numa igreja orga- Cristo, totalmente formado dentro
nizada em GCEUs, todos podem de nós; a maturidade espiritual virá
ser cuidados e acompanhados. com o passar dos dias; por isso é
Organizar a igreja ao redor de um preciso desenvolver o fortaleci-
programa eficiente de discipulado, mento da fé e o desenvolvimen-
é o segundo objetivo do projeto to do caráter de Cristo, no novo
GCEU. Nós nos tornamos discípulos convertido.
na medida em que aprendemos a Entendemos que o discipulado
amar uns aos outros e permitir que pelo relacionamento, porque ele é
outros requeiram a nossa presta- a base para o desenvolvimento de
ção de contas. Quando aproveita- um discipulado bíblico e prático.
mos a vida relacional de um Peque- Não compreendemos o discipu-
no Grupo para que uns auxiliem lado como uma “classe de escola”
outros, no processo de crescimen- ou um “curso ofertado”, por um
to espiritual. Era isso o que Jesus determinado tempo; porém, en-
tinha em mente quando ordenou tendemos também, que a forma-
aos seus discípulos que “fizessem ção de um discípulo e a capacita-
discípulos”. É isso que esperamos ção de um discipulador, passam
que aconteça em cada GCEU. necessariamente por um trilho de
O novo nascimento é uma mu- treinamento e capacitação, através
dança profunda, interior e radical, de uma boa escola, que é ofertada
realizada pelo Espírito Santo, em pelo projeto GCEU, chamada de
nossa personalidade humana. O Escola de Formação de Líderes de
Senhor nos concede um novo cora- GCEU (EFL).
ção e uma nova vida, fazendo-nos O que afirmamos é que a vida re-
novas criaturas. lacional e o trilho de treinamento,
Os novos nascimentos precisam precisam estar associados para a
ser acompanhados de perto, por construção de um discipulado bí-
um discipulador mais experiente, blico e dinâmico.
que possa ministrar aos bebês re- O novo convertido precisa ter um
cém-nascido, o mais puro leite es- bom conhecimento das doutrinas
piritual, que posteriormente será e verdades bíblicas, para que isso
substituído por uma papinha, até produza convencimento e trans-
que por fim, será oferecido um formação. Há princípios e verdades
alimento mais sólido, em decor- que eles precisam saber para “jogar
rência do natural crescimento e no nosso time”, pois não queremos
amadurecimento. produzir apenas “crentes”, mas fu-

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turos discipuladores, por isso a EFL discípulo um crescimento consis-
é fundamental. tente e contínuo.
Após o batismo, o novo conver-
tido deve ser encaminhado para COMUNHÃO
o módulo Maturidade Espiritual (1ª
etapa da EFL). A função do disci-
Todos os dias, continuavam a
pulador é a de acompanhar a ins-
reunir-se no pátio do templo.
crição e o crescimento do novo
Partiam o pão em suas casas, e
discípulo.
juntos participavam das refeições,
Em seguida, o novo convertido
com alegria e sinceridade de
deve ser orientamos a se matricu-
coração. Atos 2.46
lar no módulo Visão e Prática dos
Pequenos Grupos (2ª etapa da EFL
Conforme já mencionamos no
- com base nesse livro), para que
capítulo anterior:
ele possa conhecer todo o proje-
to do GCEU. A UNIDADE é o clímax, através da
Após a Visão e Prática, o discipu- qual Deus ordena suas bênçãos
lado deverá ser conduzido ao mó-
(Sl 133). É onde Deus se manifesta:
dulo Liderança (3ª etapa da EFL),
Onde houver dois ou três reunidos
para que ele seja preparado para
em meu nome, ali eu estarei (Mt
assumir uma liderança de GCEU,
18.20). É o lugar de resposta
em eventuais multiplicações.
de oração: Quando dois de vós
Por último, os melhores líderes
concordarem sobre qualquer coisa
de GCEU, deverão ser convidados
na terra, haverá concordância
para o módulo Liderança Avançada
nos céus (Mt 18.19). É o lugar para
(4ª etapa da EFL), que visa preparar
vencermos juntos as adversidades:
líderes para liderar líderes (supervi-
Um cordão de três dobras não se
sores e coordenadores).
rompe facilmente (Ec 4.12).
Enquanto o novo convertido
está crescendo no conhecimen- As igrejas que abraçaram a
to e na revelação da Palavra, por visão dos Pequenos Grupos têm
meio dos módulos ofertados pela experimentado o crescimento da
EFL - GCEU, seu discipulador está koinonia (comunhão), entre seus
acompanhando-o pessoalmente e membros, e tem experimentado
avaliando seu nível de crescimento a construção de um ambiente
e amadurecimento. Assim, o disci- de amabilidade, cordialidade e
pulado (pessoal) e o treinamento fraternidade. O grupo se torna uma
caminham juntos, para propiciar ao verdadeira família.

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mos resultados, tanto quanto ao
crescimento numérico, como no
Não é possível estabelecermos crescimento espiritual.
uma perfeita comunhão entre os Entendemos que o momento fi-
irmãos, apenas nos grandes cultos nal da reunião do GCEU, quando
de celebração. Entendemos que nos reunimos ao redor da mesa
os GCEUs são a melhor estratégia para nos confraternizarmos, é mui-
para o fortalecimento dos to importante para o fortalecimen-
relacionamentos e a promoção da to da união e da comunhão do gru-
comunhão. po, mas entendemos que somente
aquele momento, não é suficiente
para o estabelecimento de relacio-
Os membros de um GCEU tor-
namentos saudáveis.
nam-se uma verdadeira família,
A obra de Deus não estará com-
e esse ambiente de comunhão e
pleta na vida do discípulo até que
unidade é altamente atrativo para
o espaço pessoal, particular e in-
as pessoas que estão vivendo num
dividual, tenha dado lugar para a
contexto de dificuldades relacio-
vida comunitária. Koinonia é a co-
nais. Nesse ambiente, há gran-
de facilidade para a proclamação munhão que temos como comuni-
do Evangelho e a conversão dos dade, a exemplo da Trindade que
“não crentes”. já vivia em comunidade antes mes-
A comunhão é a base fundamen- mo da criação. Um relacionamen-
tal para o crescimento do grupo e to pessoal e individual com Deus,
da igreja, e os GCEUs são a melhor que não leve à pessoa a integrar
estratégia para promover a unida- uma comunidade, é estranho ao
de dos irmãos. cristianismo. Precisamos entender
Já se comprovou por diversos que Deus comissionou a igreja para
estudos e pesquisas, que as pes- fazer discípulos. Nós somos salvos
soas deixam as igrejas por não por Jesus, e moldados por meio da
terem conseguido estabelecer re- comunidade, para “sermos” e “fa-
lacionamentos saudáveis. Quando zermos” discípulos de Cristo.
as pessoas não têm o sentimento Nós dependemos de outros para
de pertencimento e de utilidade, nascer, sobreviver e ser sepulta-
elas tendem a não permanecer dos. Os GCEUs proporcionam uma
onde estão. estrutura que possibilita o desen-
Há um poder muito forte na co- volvimento dos relacionamentos a
munhão e na unidade, e as igrejas níveis mais profundos, desfazendo
que estão organizadas em Peque- a semente maligna do individualis-
nos Grupos, estão colhendo óti- mo e do isolacionismo.

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Na comunhão dos Pequenos que as irmãs, que geralmente
Grupos, podemos ter a certeza são responsáveis pelas
de que estamos verdadeiramen- refeições de domingo, ficarão
te seguindo a Jesus e não apenas 6 semanas “longe do fogão e
encenando práticas religiosas, por da pia”!
mais correta que possa ser a nossa 3) Festas de aniversário:
teologia. O cristianismo tem muito Outra atividade que é
a ver com relacionamentos saudá- muito presente na vida de
veis; relacionamento com Deus e minha igreja são as festas
com outras pessoas. de aniversário. Geralmente
o grupo se une para
comemorar os aniversários
ATIVIDADES PARA PROMOVER
dos membros do GCEU. A
COMUNHÃO
festa pode ser combinada
Há diversas atividades que po- ou surpresa. Não precisa
dem ser realizadas pelo grupo, ser nada que gaste muito
para promover a comunhão, como: dinheiro; geralmente cada
pessoa contribui com um kg
1) Encontros socias em sítios:
de carne, um refrigerante
Quando todos se reúnem
ou uma sobremesa. O grupo
durante um final de semana
aproveita esse momento
para viverem um ambiente de
para se fazer presente
relacionamento e amizade.
na vida do aniversariante
Nesses encontros o objetivo
e ainda estreita os
central é a integração das
relacionamentos pela
pessoas, com muito lazer e
comunhão;
tempo para boas conversas;
4) Passeios em grupo: Passeios
2) Encontros de panelas:
do grupo em parques,
As famílias do GCEU se
cinemas, zoológico, etc... São
reúnem numa mesma casa
uma ótima estratégia para o
para compartilharem os
desenvolvimento da amizade
almoços de domingos. Nesta
entre os membros;
proposta, cada família pode
5) Viagens em grupo: Viagens
levar um prato, ou a família
de férias realizada com o
que vai receber em sua casa
grupo, tem um alto poder de
o encontro, fica responsável
fortalecimento dos vínculos;
pelo almoço, promovendo
um rodízio entre as casas. Se Desenvolver os relacionamentos
no GCEU existem 07 famílias, é a missão do grupo. Tudo que pu-
por exemplo, isso significa der ser feito para a integração dos

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irmãos é bem-vindo. Cada líder de Porém cada um de nós recebeu um
GCEU precisa ter criatividade para dom especial, de acordo com o que
aproveitar as oportunidades para Cristo deu. Como dizem as Escrituras
fazer de seu grupo uma grade fa- Sagradas: Quando ele subiu aos

mília. Lembre-se! Onde há unidade, lugares mais altos, levou cativo o

Deus ordena a benção (Sl 133). cativeiro e deu dons às pessoas.


Efésios 4.7,8 (NTLH)

SERVIÇO CRISTÃO Todo discípulo de Cristo foi agra-


ciado por Deus com pelo menos
Foi ele quem deu dons às pessoas. um dom, com o qual ele irá servir
Ele escolheu alguns para serem aos irmãos e contribuir para a “edi-
apóstolos, outros para profetas, ficação do Corpo de Cristo”. Num
outros para evangelistas e ainda grande culto, geralmente não há
outros para pastores e mestres da espaço para oportunidades, nem
Igreja. Ele fez isso para preparar o para o desenvolvimento ministerial
povo de Deus para o serviço cristão,
de cada discípulo; já no GCEU todos
podem se envolver. Pois, enquanto
a fim de construir o corpo de Cristo.
um fará o lanche, outro o louvor;
Efésios 4.11,12 (NTLH)
um compartilhará um testemunho,
Quando falamos em serviço cris- outro um texto bíblico; outro orará
tão, estamos nos referindo a todo pelos enfermos e outro conduzirá
a reunião; alguns serão usados no
o trabalho realizado por discípulos
aconselhamento, outros farão vi-
de Cristo, por meio dos dons espi-
sitas; outros ministrarão as crian-
rituais. Todos aqueles que foram
ças, outros cuidarão para atender
alcançados por Jesus, receberam
as necessidades sociais dos que
Dele um ou mais dons, visando a
precisam; enfim, todos cooperarão
“edificação do Corpo de Cristo”,
com seus dons, para o crescimen-
que é a Igreja.
to do grupo.
Os dons espirituais são a estra- No GCEU haverá oportunidade
tégia de Deus para o resgate do para o dom de liderança, dom de ser-
“sacerdócio universal de todos viço, dom de ensino, dom para acon-
os crentes” e “para a edificação selhamento, dom para visitar, dom
da Igreja”. de hospedar, dom de socorro, dom
A obra completa de Cristo consis- de profecias, dom de diversidade de
te em: Libertar o homem do cativei- línguas, dom de interpretação, dom
ro (pecado, morte, diabo) e conceder de palavra de conhecimento, dom
dons aos homens. de discernimento de espíritos, dons

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de curar, dom para a evangelização, mente de Deus. É Ele quem edifica
dom de exortação, dom para traba- a igreja, através de nós, por meio
lhar com crianças, entre outros. dos dons espirituais.
A estratégia para a “edificação
Portanto, meus irmãos, o que é do Corpo de Cristo”, não são atra-
que deve ser feito? Quando vocês vés programas, departamentos ou
se reúnem na igreja, um irmão ministérios; a Igreja só poder ser
tem um hino para cantar; outro, edificada por meio dos dons; só o
alguma coisa para ensinar; outro, Espírito Santo pode realizar esta
uma revelação de Deus; outro, uma obra. Esta foi a palavra dirigida pelo
mensagem em línguas estranhas; e profeta Zacarias:
ainda outro, a interpretação dessa
mensagem. Que tudo seja feito para E respondeu-me, dizendo: Esta é

o crescimento espiritual da igreja. 1 a palavra do Senhor a Zorobabel,


dizendo: Não por força nem por
Coríntios 14.26
violência, mas sim pelo meu
Já pensou no potencial de um gru- Espírito, diz o Senhor dos Exércitos.

po que conseguiu reunir pessoas para Zacarias 4.6

servirem segundo seus diferentes


A W Tozer, em seu livro “A tra-
dons? O potencial desta equipe, tra-
gédia da Igreja - ausência de
balhando juntos, para o crescimen-
dons”, nos diz:
to do Reino, é algo extraordinário.
Isso não é um sonho inatingível;
A Bíblia ensina que chegará um
isso pode ser nossa realidade, por
dia em que todos compareceremos
meio dos GCEUs, que trabalham diante do trono do julgamento de
para resgatar o serviço cristão, por Cristo. Naquele dia, cada um de
meio dos dons espirituais. nós vai rever tudo o que fez no seu
O que podemos concluir é que, corpo terreno, tanto as coisas boas
nos GCEUs, é possível o desenvol- como as más. Então estaremos
vimento de todos os dons, e que totalmente expostos, e as coisas
quanto mais dons existirem no que fizemos com a nossa própria
meio do grupo, melhor e mais for- força e para a nossa própria glória,
te ele será. rapidamente serão levados pelo
Não é possível realizarmos a ta- vento, como o feno e a palha que
refa de “edificarmos o Corpo de não têm valor, e ficarão para sempre
Cristo”, com nossos métodos, es- separados das obras e ministérios
tratégias ou conhecimentos huma- que foram forjados pelo Espírito,
nos; para realizarmos essa obra, que são descritas como tesouros
precisamos depender exclusiva- eternos à vista de Deus – ouro,

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prata e pedras preciosas, que o fogo to Santo. Muitas atividades religio-
não pode consumir. Tudo o que for sas, que vemos em nossas igrejas,
relacionado com a obra da carne não são a obra que permanecerá
perecerá e apenas o que foi forjado por toda a eternidade, mas são
pelo Espírito de Deus é que irá trabalhos criados por homens, que
permanecer. logo morrerão.
Ainda citando A.W. Tozer, no livro
Pelas palavras de A.W. Tozer, so-
“A tragédia da Igreja - ausência de
mos chamados a uma reflexão so-
dons”, ele escreve:
bre o que estamos fazendo com
os dons que nos foram confiados
Pelo que vejo e sinto no meio
pelo Senhor, como também. se não
evangélico, posso constatar que
estamos tentando fazer a obra de
grande parte do trabalho realizado
Deus com nossas próprias forças
nas igrejas está sendo feito por
ou para nossa própria glória. Obras
membros que não têm dons.
realizadas segundo o esmero e o
Estou referindo-me a homens e
conhecimento humano, são como
mulheres que sabem fazer muitas
madeira, feno e palha; facilmente
coisas, mas que não buscam ter
destruídas pelo fogo.
os dons espirituais que nos foram
Só agrada a Deus a obra que rea-
prometidos. Essa e uma das formas
lizamos na dependência e na força
pela qual temos diminuído o alcance
do Espírito, segundo os dons que
do projeto de Deus em sua Igreja
nos foram confiados. Apenas essas
obras serão recompensadas por e no coração das pessoas não

Deus, na eternidade. convertidas ao nosso redor. Temos

Estamos sendo convidados por permitido que membros que não

Deus a nos alinharmos a Ele, e possuem dons genuínos do Espírito


permitirmos ser movidos pelo seu realizem, ou tentem realizar a
Espírito para a realização da mis- obra de Deus.
são mais importante na história da
humanidade, que é a “edificação Resgatar o Serviço Cristo, por
do Corpo de Cristo”, e isso se fará meio dos dons espirituais, para a
por nosso intermédio, através dos “edificação da igreja de Cristo”, é
dons que Ele nos concedeu. uma missão urgente e necessária.
A igreja não pode alcançar sua es- É tolice acreditar que faremos algo
tatura necessária, para a realização para Deus, sem Ele; ou nos sub-
dos propósitos de Deus, enquanto metemos totalmente ao Espírito
seus membros negligenciarem os Santo, para nos tornarmos parti-
dons espirituais e a graça do Espíri- cipantes com Ele da realização de

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sua obra, ou seremos encontrados nos recompensar pelas obras que
fazendo uma outra obra. fizemos na força do nosso braço
É importante destacar, que to- ou pelo nosso próprio entendi-
dos nós seremos recompensados mento ou conhecimento. Deus não
por Deus, na eternidade, através se satisfaz nos esforços humanos.
dos galardões, por tudo aquilo que O Senhor não quer nosso sangue e
fizermos aqui na terra, por meio do nosso suor; Ele já tem o sangue o e
Espírito Santo, visando a edificação o suor de seu Filho, que se tornou
do Corpo de Cristo. a obra Perfeita e Acabada. O que
Somos enfáticos quanto a Sal- Deus espera de cada um de nós é
vação ser uma obra da Graça, me- que nos movamos na realização da
diante a fé somente; isso quer dizer obra que Ele nos confiou, na força e
que para a Salvação do homem na capacidade do seu Espírito.
não há esforço do homem, apenas
Resgatar os dons espirituais é a
a ação de Deus; contudo, isso não
nossa única opção! Só é possível
significa a paralisia total do homem
realizar a obra de Deus na força
após sua Salvação. Alguém que foi
Dele e na capacidade Dele.
alcançado pela Graça Salvadora
Não podemos deixar de nos lem-
torna-se um ramo frutífero, e seus
brarmos da maravilhosa parábola
frutos redundarão em recompensa
dos talentos – Apesar de talentos
eterna por meio dos galardões.
não serem uma palavra para habi-
Isso quer dizer que nosso estado
lidades, mas é uma moeda (dinhei-
na eternidade será definido pelo
ro). Nela encontramos três tipos de
trabalho que fizemos aqui na ter-
pessoas: Uma que tem capacidade
ra, por meio dos dons espirituais
para receber cinco talentos; outra que
que recebemos do Pai. Cremos e
afirmamos com base bíblica, que tem capacidade para receber dois; e
cada discípulo de Jesus recebeu ao a terceira que tem capacidade para
menos um dom, com o qual ele irá receber apenas um talento. Segun-
glorificar a Deus e contribuir para a do a capacidade de cada um deles,
edificação do Corpo de Cristo, que todos foram agraciados com uma
é a sua Igreja. certa quantidade.
É o que fazemos com esses dons Ocorre que, os dois primeiros fo-
que determinará os galardões que ram diligentes em trabalhar com os
recebermos na eternidade. Jesus talentos recebidos e foram capazes
só nos recompensará pelas obras de multiplicá-los. O terceiro, que
que forem realizadas segundo o havia recebido apenas um talento,
dom que nos foi confiado. O Se- dotado do sentimento de medo e
nhor não tem compromisso em de uma compreensão equivocada

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de quem era o seu Senhor, enter- receberemos no final de nosso tra-
rou aquele talento. balho. É possível que muitos cren-
O que queremos destacar aqui, tes, a exemplo do terceiro, estejam
é que o senhor, daqueles três ho- enterrando seus dons e não este-
mens, confiou a eles, segundo a ca- jam apercebidos de que um dia te-
pacidade de cada um, uma medida remos que prestar contas daquilo
de talentos, conforme a capacida- que nos foi confiado.
de de administrar de cada um. O Resgatar o Serviço Cristão, por
que esse senhor esperava, era que meio dos dons espirituais, para a
todos eles fossem diligentes para “edificação do Corpo de Cristo”,
multiplicarem aqueles talentos. To- que é a Igreja; não é uma propos-
davia, aquele que recebera apenas ta humana, é um retorno à prática
um, trouxe ao seu senhor um pre- bíblica; essa é a forma de “ser” e
juízo, ao resolver enterrar aquilo “viver” a igreja. Esse é o quarto ob-
que lhe fora confiado. A fala final, jetivo do GCEU!
dessa parábola contada por Jesus,
é terrível: MULTIPLICAÇÃO

O senhor respondeu: Servo mau


Crescia a Palavra de Deus, e, em
e negligente! Você sabia que eu
Jerusalém, se multiplicava o número
colho onde não plantei e junto
dos discípulos. Atos 6.7
onde não semeei? Então você devia
ter confiado o meu dinheiro aos A multiplicação é o resultado na-
banqueiros, para que, quando tural de uma igreja que escolheu
eu voltasse, o recebesse de volta priorizar a evangelização, o discipu-
com juros. Tirem o talento dele e lado, a comunhão e o serviço cristão,
entreguem-no ao que tem dez. Pois que é realizado por meio dos dons
a quem tem, mais será dado, e terá espirituais. Assim, entendemos a
em grande quantidade. Mas a quem multiplicação, como o resultado
não tem, até o que tem lhe será do trabalho, não como o objetivo
tirado. E lancem fora o servo inútil, principal.
nas trevas, onde haverá choro e A multiplicação também é a
ranger de dentes. Mateus 25.26-30 principal estratégia para o cresci-
mento do projeto dos Pequenos
Esta parábola é desafiadora, pois Grupos, a longo prazo. Quando se
remete claramente a expectativa inicia um GCEU, é preciso destacar
do nosso Senhor, sobre o que fa- que a prova do êxito do projeto é
zemos com os dons que nos foram a multiplicação; se ela não ocorre,
confiados, para a recompensa que é um sinal de que o Projeto GCEU

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não está sendo implementado não houver multiplicação, a espé-
como previsto. cie desaparece.
É pelo poder da multiplicação Alguns pastores se perguntam
que poderemos alcançar um gran- sobre “o que devem fazer” para
de número de lares, por todos os suas igrejas crescerem; esta não é
bairros e ruas de nossas cidades. a pergunta certa; uma igreja sau-
Nosso sonho é que em cada rua dável cresce naturalmente, como
do nosso bairro exista, no míni- uma criança saudável se desenvol-
mo um GCEU. ve, sem que seja preciso fazer algo
Sem a multiplicação, um Peque- para o seu crescimento. A pergunta
no Grupo estagnará, murchará, que devemos fazer é: O que está im-
definhará, até fechar. Tenho vivido pedindo a igreja de crescer?
isso na prática; em meu ministério O Projeto GCEU foi concebido
pastoral tive a oportunidade de com um propósito claro, que é o
ver muitos Pequenos Grupos cres- de levar a igreja a um crescimento
cerem vertiginosamente, todavia numérico e espiritual; desejamos
como não estavam programados ver a Igreja de Cristo se multipli-
para a multiplicação, cresceram, cando ao nosso redor, e para isso,
chegando a ter mais de 30 pessoas estabelecemos quatro áreas que
nas reuniões; permaneceram gran- deveremos trabalhar objetivamen-
des por algum tempo (em média te: A evangelização, o discipulado, a
dois anos); depois começaram a comunhão e o serviço cristão; essa
reduzir gradativamente (25, 20, 15, é a nossa parte. É claro que não
10, 5), até deixarem de existir. estamos afirmando que faremos
Quando um GCEU não se multi- isso na força de nossos braços ou
plica, ele perde seu objetivo final, de nosso conhecimento, “porque
que é o de gerar outro GCEU. Tudo nós somos cooperadores de Deus”;
que é saudável, cresce naturalmen- e como tais, dependemos direta-
te e se multiplica, se não há mul- mente Dele para que tudo possa
tiplicação é porque algo está fora acontecer.
do lugar. Nós devemos preparar o terreno,
A perpetuação de uma espécie, lançar as sementes, cuidar do que
está diretamente ligada ao poder foi plantando; todavia, o crescimen-
da multiplicação. Ovelhas geram to, a multiplicação e a colheita se-
ovelhas, líderes geram líderes, rão obras exclusiva de Deus.
pastores geram pastores, igrejas É certo que a multiplicação es-
geram igrejas; logo, GCEUs geram teve presente na vida da igre-
GCEUs. Isso é o ciclo natural para ja primitiva; Jesus começou com
a perpetuação de uma espécie. Se doze discípulos, que mais tarde

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se tornaram setenta, depois cento para o Projeto, dedicamos um capí-
e vinte, quinhentos, três mil, cinco tulo especialmente para tratarmos
mil, até chegar à bilhões de salvos desse assunto.
(atualmente). Para encerrar, desejamos apenas
A visão de Apocalipse é de “uma reafirmar o que é um GCEU:
multidão tão grande, que ninguém
podia contar” (Ap 7.9). Esta também GCEU é um grupo de 07 a
foi a Palavra de Deus a Abraão, so-
15 pessoas que se reúnem
bre sua descendência: Eles seriam
semanalmente em uma casa ou
tantos quantos as estrelas do céu
espaço, distinto do prédio da
ou como os grãos de areia do mar
igreja, para ser e viver a igreja,
(Gn 15.5).
Como já temos afirmado, para o com o objetivo de promover a

Projeto GCEU, a multiplicação é o evangelização, o discipulado, a


resultado final de uma igreja com- comunhão e o serviço cristão,
prometida em cumprir o “Grande visando a multiplicação.
Mandamento” (Mt 22.37-39) e a
“Grande Comissão” (Mt 28.18-20). E A multiplicação é, portanto, o re-
como esse tema é muito relevante sultado do trabalho.

O que nos motiva não é apenas a


multiplicação, mas o cumprimento
da “Grande Comissão” por meio da
evangelização e do discipulado,
e o cumprimento do “Grande
Mandamento” por meio da
comunhão e do serviço cristão.

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GCEU estiver focado na evangeli-
zação, no discipulado, na comunhão
e no serviço cristão, realizado por
meio dos dons espirituais, natu-
ralmente ele se multiplicará. Sendo
assim, nosso foco não é a multipli-
cação, nosso foco é a evangeliza-
ção, o discipulado, a comunhão e o
serviço cristão. A multiplicação é o
resultado da prática desse quadri-
látero do GCEU.
Infelizmente, o processo de multi-
plicação sofre muita resistência, por
parte daqueles que não entende-
ram o que é ser um Pequeno Gru-
po. Existe uma mentalidade errada,
entre algumas pessoas, de que o
grupo que deu certo é aquele que
cresceu numericamente, a ponto de
não caber mais pessoas numa casa.
Por mais estranho que possa pare-
cer, o crescimento exagerado de um
CAPÍTULO 6 grupo, que não consegue se multi-
plicar, é a maior prova do fracasso
do Projeto. Minha experiência pas-
MULTIPLICAÇÃO toral me ensina que um grupo que
cresce e não se multiplica, estagna,
regride e, gradativamente, morre.

A multiplicação é o processo pelo


qual o GCEU se subdivide, para dar O PODER DA
início a um novo grupo. Essa é uma MULTIPLICAÇÃO
importante estratégia para o êxito Há um poder sobrenatural na
do projeto dos pequenos grupos. multiplicação. Pensemos numa
Quando se inicia um GCEU, é pre- igreja que possui 150 membros, e
ciso deixar claro que seu objetivo conseguiu organizar no primeiro
final é a multiplicação. ano, 10 GCEUs, entendendo a im-
Um grupo saudável crescerá na- portância de multiplicá-los, uma
turalmente e multiplicará. Se um vez por ano. Veja a tabela a seguir:

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Ao contemplarmos esse quadro, cias pessoais e dos ministérios que
essa realidade parece-nos inatingí- estão à sua volta. Quero deixar
vel, pois uma boa parte das igrejas aqui uma contribuição pessoal, de
que conhecemos estão estagna- alguém que tem vivido ao lado de
das na casa de 200 membros, por ministérios que estão experimen-
várias décadas. Seus pastores já tando a Graça de alcançar multi-
tentaram de tudo, porém, entra dões, por meio da multiplicação de
ano e sai ano, entra pastor e sai suas células.
pastor, mas aquela comunidade Conheci, em 1997, o Pr Ivênio
não consegue romper aquela bar- dos Santos, então, pastor titular da
reira numérica. Igreja Batista Central de Belo Hori-
É possível que você não acredi- zonte (MG). Naquela ocasião, essa
te na viabilidade desses números, igreja contava com aproximada-
em decorrência de suas experiên- mente 300 membros. Alguns anos

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depois, Pr Ivênio transferiu o pas- uma Graça semelhante a essa, para
toreio da igreja para seu ajudante, cada um de nós?
Pr Paulo Mazzoni, que deu início a A estratégia da multiplicação dos
implantação da visão celular. GCEUs é o caminho para alcançar-
As células renovaram a vida da- mos toda nossa cidade para Cristo.
quela igreja e, em apenas duas Cada um de nós deveria sonhar em
décadas, ela saiu da casa dos 300 ter um GCEU, em cada rua de nos-
membros, para mais de 20 mil so bairro. Isso é possível, e, aqueles
membros, tornando-se uma das que assim crerem e dinamizarem
igrejas mais relevantes do Brasil. seus GCEUs, certamente colherão
Outro exemplo é o da Igreja Me- muitos frutos nos próximos anos.
todista de Venda Nova (BH), que A multiplicação é o resultado de
com 70 anos de existência, não quem entendeu que um GCEU é
o lugar de evangelização, discipu-
ultrapassava a casa dos 30 mem-
lado, comunhão e serviço cristão.
bros. Em 10 anos, sob o ministério
Quando a intenção da reunião é
do visionário Pr Pedro Estrella, pela
apenas ajuntar crentes, para uma
implantação da visão dos Peque-
confraternização ou reunião so-
nos Grupos, essa comunidade che-
cial, ela deixou de ser um grupo
gou à casa de quase 3 mil pessoas.
de crescimento e a multiplicação
E o que dizer do extraordinário
não ocorrerá.
crescimento da Igreja da Paz, do
Nós proclamamos e afirmamos
Pr Abe Uber, da Igreja Videira, do
que o crescimento dos Pequenos
Pr. Aluísio Silva? Poderia aqui falar
Grupos precisa ser integral. É pre-
de dezenas de igrejas, que estão
ciso crescer numérica e espiritual-
experimentando o milagre da mul-
mente: Para dentro (comunhão) e
tiplicação, por meio dos Pequenos para fora (evangelização e discipula-
Grupos, mas, para não me tornar do). Se a multiplicação não for o ob-
enfadonho, citarei apenas com es- jetivo final dos GCEUs, dificilmente
ses exemplos. experimentaremos a benção de
Ao ler esse livro, é possível que alcançarmos todas as ruas e to-
você mesmo esteja se lembrando dos os bairros de nossas cidades,
de igrejas, que estão próximas a ti, para Cristo.
e que estão fazendo uma grande Na multiplicação está o segre-
colheita por meio das células. Será do do crescimento do Projeto! Há
que essa bênção do crescimen- um poder espetacular na multipli-
to, multiplicação e expansão, está cação e, por meio dela, é possível
apenas sobre essas comunidades que todas as igrejas alcancem as
e esses pastores? Será que não há multidões!

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A igreja que trabalha com o prin- um perdido encontrar o Evangelho
cípio da multiplicação de seus Pe- e a Salvação. Quanto mais casas
quenos Grupos não cresce apenas estiverem de portas abertas, para
numericamente. Ela também mul- esta estratégia, mais almas serão
tiplica líderes, e seu crescimento é alcançadas.
integral (numérico e espiritual). Quando iniciamos um novo
Entendemos que uma igreja que GCEU, em uma nova rua ou con-
está comprometida com a Evange- domínio propiciamos a todos os
lização, com o discipulado, com a moradores adjacentes a possibili-
comunhão e com o serviço cristão, dade de encontrarem a mensagem
naturalmente experimentará a da salvação.
multiplicação. Cada família que abre suas por-
tas para um GCEU, está atraindo a
Salvação para dentro de sua casa.
A possibilidade de um amigo que
A MULTIPLICAÇÃO é o resultado está perdido encontrar Jesus na-
natural de um grupo que quela casa é maior do que ele en-
elegeu a evangelização como contrar Jesus em um templo. As
sua prioridade, promoveu um forças espirituais do mal sabem
discipulado bíblico e dinâmico disso, e farão de tudo para impedir
no grupo; valorizou a comunhão a abertura de novas casas.
e resgatou o serviço cristão por É por isso que incentivamos os
meio dos dons espirituais. líderes a trabalharem a multiplica-
ção, primeiro, no mundo espiritual;
orando constantemente para que
sejam rompidas as barreiras esta-
FORÇAS CONTRÁRIAS A belecidas pelo nosso adversário.
MULTIPLICAÇÃO. Em todas as reuniões dos GCEUs
A multiplicação é a parte do pro- oramos por sua multiplicação.
jeto GCEU, que mais sofre resistên-
cia, pois há diversas forças contrá- A SEGUNDA FORÇA É O
rias trabalhando para impedi-la ou PRÓPRIO GRUPO
retardá-la.
Com o passar do tempo o grupo
se acostuma com o convívio, com o
A PRIMEIRA FORÇA É MALIGNA
relacionamento, a comunhão e as
O nosso adversário sabe que amizades, com as pessoas daquele
quanto mais GCEUs se multipli- GCEU. Como no caso dos homens
cam, maiores serão as chances de de Babel, muitos membros dos

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Pequenos Grupos resistem à ideia discípulos faz parte de nosso pro-
de se espalharem para ocupar cesso de crescimento.
toda a terra. É mais fácil e cômodo vivermos
segregados, em nossos “guetos es-
Agora vamos construir uma cidade pirituais”, do que avançar sobre o
que tenha uma torre que chegue terreno do inimigo. Quando as pes-
até o céu. Assim ficaremos famosos soas não compreendem os objeti-
e não seremos espalhados pelo vos do GCEU o caminho mais curto
mundo inteiro. Gênesis 11.4 é fazer do grupo uma confraria fe-
chada de irmãos.
Nesse caso, os membros do
GCEU passaram a valorizar mais a A TERCEIRA FORÇA É O LÍDER
comunhão do que a evangelização. DO GRUPO
Quando o grupo não compreende
Quando o líder não tem a visão,
que o papel principal deles é cum-
ele vê na multiplicação a perda de
prir a “Grande Comissão” (evange-
pessoas, não o ganho de novos
lizar e discipular), seus membros
convertidos, novos líderes e um
passam a supervalorizar a comu-
novo GCEU. Em muitos casos ele se
nhão do grupo. A princípio, o dis-
acomoda com os resultados e não
curso é até convincente: Precisa-
aceita encarar novos desafios, nem
mos estruturar primeiro o grupo pra
“pagar o preço” pelo recomeço. É
depois fazermos a evangelização...
muito mais cômodo para esse líder,
vamos priorizar a unidade para que
continuar a trabalhar com aquele
possamos crescer juntos... nós preci-
grupo, do que recomeçar.
samos crescer primeiro, para depois
Pense num líder que iniciou o
frutificarmos; todavia, isso não pas-
grupo com 5 ou 6 pessoas, que
sa de uma compreensão equivoca- trabalhou o ano todo para chegar
da quanto a missão e o plano de a 15 membros; agora aquelas pes-
Deus para esse projeto. soas vivem em perfeita comunhão,
A ordem de Jesus é “indo pelo como se fossem uma grande fa-
mundo, façam discípulos” (Mt 28.18- mília. Tudo que eles fazem juntos
20). À medida que caminhamos, dá muito certo e as reuniões são
vamos fazendo discípulos. Não so- empolgantes e agradáveis. Ele vai
mos autorizados a tirar um tempo desejar multiplicar o grupo, para
de investimento pessoal, para de- começar novamente com 6 ou 7
pois fazermos discípulos; álias, nós pessoas? Não é fácil!
crescemos espiritualmente à me- Se o líder não tem a visão do
dida que fazemos discípulos. Fazer Projeto e do Reino, ele se tornará

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um obstáculo para a multiplicação. pastor, para identificar as razões da
Esse líder precisa entender que em não multiplicação daquele grupo.
cada recomeço há uma nova vida, É aconselhável que o supervisor
que novos desafios acrescentar- se reúna com o líder do GCEU, pelo
-lhe-ão mais experiências e que menos uma vez por mês, para fa-
o Senhor irá recompensá-lo por zer uma análise dos fatores que
todos os frutos alcançados, em estão impedindo o grupo de se
todos os GCEUs oriundos do pri- multiplicar. Se o empecilho para a
meiro grupo. multiplicação for o próprio grupo, o
Além dessas três forças que po- supervisor deverá acompanhar as
reuniões, para verificar qual parte
dem embaraçar a multiplicação do
do Projeto eles não compreende-
grupo, há também o problema da
ram; e orientar ações que devem
ausência dos projetos evangelísti-
ser tomadas pelo líder.
cos, a ausência do convite, as reu-
É possível que a multiplicação
niões podem não ser inspirativas;
não aconteça por inexistência de
os líderes podem estar desmotiva-
casas, nesse caso o supervisor de-
dos; ausência do discipulado e do
verá ajudar o líder a encontrar uma
cuidado dos novos membros, que
nova casa, o que poderá ser até de
acabam se perdendo; entre outros. pessoas que não fazem parte da-
Todos esses fatores contribuem di- quele grupo. É possível que em um
retamente para retardar o proces- outro GCEU, do mesmo setor, exis-
so de multiplicação do GCEU. tem pessoas disponíveis e desejo-
sas de receberem em suas casas
UM SUPERVISOR um GCEU, pode ser a solução para
EFICIENTE ACOMPANHA A o problema daquele GCEU, do caso
MULTIPLICAÇÃO anterior. Nessas questões, a inter-
venção do supervisor é essencial.
Caberá ao Supervisor do Setor
Não sendo possível encontrar de
fazer uma análise sobre quais for- imediato, uma nova casa, poderá
ças estão atuando para impedir a ocorrer a multiplicação do grupo
multiplicação, de cada GCEU, ou dentro da mesma casa, em dias
quais os problemas que precisam diferentes e sob a condução do lí-
ser sanados para liberar o grupo der em treinamento. Para isso, é
para a multiplicação. preciso que o anfitrião concorde
Não ocorrendo a multiplicação em abrir sua casa, mais de uma vez
do GCEU, no prazo de um ano, será por semana, ou até mesmo, a mul-
necessário a intervenção direta do tiplicação acontece em cômodos
supervisor, do coordenador ou do diferentes da casa. Entretanto, esta

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situação não poderá perdurar por A EFL é a espinha dorsal do pro-
muito tempo, para não pesar para jeto GCEU. É ela quem vai deter-
aquele anfitrião. minar o tempo e a qualidade da
multiplicação. Quanto mais rápido
MULTIPLICANDO LÍDERES e eficientemente ela treinar líderes,
mais rápida será a multiplicação.
A multiplicação de líderes antece- Quanto melhor forem os líderes,
de a multiplicação dos GCEUs; sem melhor serão os grupos por eles
os primeiros, não haverá possibi- liderados. Uma boa EFL é o pon-
lidade de novos grupos; portanto, to de partida para uma eficiente
uma igreja que está comprome- multiplicação. A EFL deve ser o co-
tida com a multiplicação de seus ração de uma igreja que se organi-
GCEUs, necessariamente precisa za em GCEUs.
estar comprometida com a forma-
ção continuada de novos líderes.
Posso afirmar, com toda con-
COMO SE REALIZA A
vicção, que a multiplicação dos
MULTIPLICAÇÃO?
líderes é o principal fator para o No processo de multiplicação,
crescimento saudável dos grupos que deverá acontecer quando o
e da igreja local. Se não há um pro- grupo chegar a 15 pessoas cons-
grama de treinamento e capacita- tantes, o líder deixará a casa com
ção para novos líderes, não haverá um grupo de 7 ou 8 pessoas, para
multiplicação. ir a nova casa, e o líder em treina-
Numa igreja organizada em mento ficará na primeira casa, onde
GCEUs, o principal papel do pastor já funcionava o GCEU.
é investir na formação, treinamen- É ideal que no processo de multi-
to e capacitação de seus membros, plicação, as pessoas sejam agrupa-
para que eles se tornarem líderes. das por afinidades, não necessaria-
O fator determinante para o êxito mente por localização geográfica.
do Projeto está em formar conti- O ideal é que a decisão seja dos
nuadamente novos líderes; essa é próprios membros!
a estratégia principal. Sem líderes, O líder estará saindo da primeira
não há multiplicação! casa, para iniciar um novo grupo,
Por isso é muito importante que levando consigo aquelas pessoas
as igrejas organizem a Escola de For- que são mais próximas dele e que
mação de Líderes de GCEU (EFL); pois também são as mais novas na fé,
é por meio dela que prepararemos pois geralmente essas pessoas têm
os líderes que conduzirão a igreja a uma dependência e apego maior ao
multiplicação. primeiro líder. Isso é natural, pois

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as “crianças espirituais”, têm mais quela mesma casa, no momento
afeto às pessoas que cuidaram de- do compartilhar a Palavra. Assim,
las no começo da caminhada. o líder se reúne com um grupo,
Uma ótima ferramenta para di- enquanto o líder em treinamento se
namizar a multiplicação é o “micro reúne com a outra parte. Durante
GCEU”. Ao utilizarmos essa estraté- o louvor e no momento do lanche,
gia reduzimos consideravelmente
os dois grupos podem ficar juntos,
as chances de uma multiplicação
já no compartilhar da Palavra e nas
não dar certo. O “micro GCEU” é um
orações, eles ficam cada um em
preparo adequado para uma mul-
um cômodo.
tiplicação saudável, pois quando o
Essa estratégia, no entanto, só
dia chegar, todos já estarão habi-
tuados na comunhão entre si e na poder ser implementada em casas
condução do novo líder. que possuem mais de um ambiente
No micro GCEU, quando o grupo disponível. O micro GCEU é o labo-
alcança o número de 10 a 15 pes- ratório para testar o líder em treina-
soas, ele é multiplicado para um mento e ajustar nas necessidades
outro cômodo ou ambiente da- do grupo, para a multiplicação.

Na multiplicação está o segredo


do crescimento do Projeto! Há um
poder espetacular na multiplicação
e, por meio dela, é possível que
todas as igrejas alcancem as
multidões!

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cuidado, atenção e apoio umas às ou-
tras. O pastoreio (discipulado) é o re-
lacionamento entre uma pessoa mais
experiente, com outras menos expe-
rientes, com vistas no crescimento e
amadurecimento espiritual.
A evangelização também precisa
ser baseada em relacionamentos
e não em programações evangelís-
ticas. Ela acontece quando um dis-
cípulo compartilha a sua nova vida
em Cristo, com aqueles que não
conhecem o Evangelho, em um am-
biente de amizade e cordialidade.
O discipulado não consiste em
ensinar coisas, mas transmitir a
vida de Cristo por meio de relacio-
namentos saudáveis.

CAPÍTULO 7 O GCEU não é uma reunião,


é um grupo de pessoas que
se relacionam e se edificam
mutuamente nos moldes do estilo
PRINCÍPIOS
de vida dos primeiros cristãos.
ORIENTADORES DO GCEU

A organização de uma igreja em Diariamente, perseveravam


Pequenos Grupos é bíblica e funda- unânimes no templo, partiam pão
mental para o desenvolvimento e de casa em casa e tomavam as suas
crescimento do Reino de Deus, pois é refeições com alegria e singeleza
nos Pequenos Grupos que se estabe- de coração, louvando a Deus e
lecem os relacionamentos. Relaciona- contando com a simpatia de todo o
mento é a palavra-chave dos GCEUs. povo. Enquanto isso, acrescentava-
A Igreja é formada por pessoas cons- lhes o Senhor, dia a dia, os que iam
truindo relacionamentos de amor, sendo salvos. Atos 2.46,47

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Um dos maiores desafios para quase 40 anos fora conhecida como
aqueles que estão iniciando o pro- uma igreja de muita qualidade,
cesso de entendimento da Visão séria, bíblica e dedicada a Deus.
dos Pequenos Grupos é entender a Mas era uma igreja que não crescia.
sistemática para desenvolver na Variava entre duzentos e quinhentos
prática, a visão. Tenho percebido membros, década após década,
que por ser muito simples, muitos conforme as habilidades ministeriais
não conseguem enxergar que em do pastor. Nos fins dos anos 90, o Pr.
tamanha simplicidade, há resulta- Paulo Mazoni, que permanece como
dos tão promissores. o pastor titular até o presente, se viu
A dinâmica é simples, todavia, se em uma crise pessoal e ministerial
alguns princípios forem desprezados, – não poderia continuar com a
muito provavelmente, o Projeto não igreja daquele jeito. Algo tinha que
colherá os resultados pretendidos. acontecer! E foi nessa busca que ele,
Escolhemos apontar nesse capítulo, quebrantado por Deus e renovado
seis princípios norteadores para o no seu espírito, conheceu a estratégia
bom funcionamento dos GCEUs: celular e entendeu que era esse
caminho que a Central deveria trilhar.
TUDO COMEÇA COM O E começou a revolução! No início do
PASTOR ano 2000, ele convocou as pessoas
mais influentes da igreja e expôs uma
Apenas pastores que estão insa-
nova visão de igreja – evangélica,
tisfeitos com seus resultados irão
influente na sociedade, não
embarcar nessa grande aventura
ministerial, de edificar uma igreja centrada em um só ministro, mas

por meio dos Pequenos Grupos. participativa, em que cada crente

Enquanto a insatisfação não bater era um ministro. É claro que houve

a porta do coração do pastor, nada muita resistência (inclusive da minha

vai mudar. Um leão satisfeito dor- parte) – toda mudança gera oposição
me até 22 horas por dia. – mas, perseveramos, sem se deixar
Quero aqui compartilhar a história abalar por nada, movido por uma
do Pr Paulo Mazoni, homem que te- convicção interior dada por Deus,
nho aprendido a admirar nesses últi- o Pr Paulo foi superando todos os
mos anos. O texto a seguir é extraído obstáculos, conquistando o apoio de
na integra do livro “Multiplicação, o cada um (inclusive o meu) e conduziu
desafio do cristão, da liderança e da a igreja para uma nova realidade.
igreja”, do escritor Pr Roberto Bottrel.
Apenas para nos nortearmos
A igreja Batista Central de Belo e nos direcionarmos melhor, na
Horizonte, fundada em 1961, durante compreensão da proposta, desejo

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destacar alguns momentos desse Acho que esses pontos, apon-
testemunho do Pr Paulo Mazoni, tados pelo Pr Roberto Bottrel, são
segundo o texto acima: importantíssimos para que pos-
samos compreender o processo
1) A Igreja Batista Central de
da adoção da visão de Pequenos
Belo Horizonte (MG), era
Grupos, por igrejas que já são rele-
conhecida como uma igreja vantes, mas que não estão experi-
de muita qualidade, séria, mentando um grande crescimento
bíblica e dedicada a Deus. ou estão estagnadas.
Mas era uma igreja que não
crescia;
2) Nos fins dos anos 90, o Pr.
Paulo Mazoni, se viu em uma Insatisfação ministerial +
crise pessoal e ministerial, Conhecimento da visão +
concluindo que não poderia Convencimento da liderança
+ Perseverança para superar
continuar conduzindo a igreja
as primeiras resistências +
daquele jeito;
Conquistar o apoio da igreja = Uma
3) Foi nessa insatisfação
nova realidade com crescimento
ministerial que ele conheceu
exponencial.
a estratégia celular. E
começou a revolução;
4) No início do ano 2000 ele Naturalmente, um pastor que foi
convocou as pessoas mais tomado pela visão do GCEU, infla-
influentes da igreja e expôs a mará toda a sua congregação. Ele
nova visão de igreja; despertará suas ovelhas por meio da
pregação, de estudos, de conversas
5) Houve muita resistência no
pessoais, de reuniões administrati-
início, inclusive, por parte do
vas, de postagens nas redes sociais,
Pr Bottrel;
etc. Um pastor inflamado pela visão,
6) Houve perseverança, sem
não terá outro assunto, senão dos
se deixar abalar pelas
Pequenos Grupos. Independente-
dificuldades;
mente do tema que for pregar, citará
7) O Pr Paulo foi superando os GCEUs. Em seus estudos, usará os
todos os obstáculos, Pequenos Grupos como exemplo e
conquistando o apoio de todas as pessoas a sua volta saberão
cada um, inclusive do Pr que a visão dele, para o seu rebanho,
Bottrel; passa pela igreja nos lares.
8) Isso conduziu a igreja para É importante ressaltar que, no iní-
uma nova realidade; cio, sempre haverá pessoas que se

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posicionarão contrárias ao projeto mos também visitar igrejas que es-
(como na confissão do Pr Roberto tão mais avançadas na implantação
Bottel), contudo, isso não desmoti- dos Pequenos Grupos.
vará um pastor que foi tomado pela Se o pastor não estiver seguro
visão. Motivado, ele se tornará um quanto a visão, ele não conseguirá
motivador dos outros. Esse Projeto convencer sua comunidade a abraçar
só produzirá resultados se for de- o Projeto. É aconselhável que uma co-
senvolvido por pessoas apaixonadas munidade só inicie o Projeto, após o
pela visão. As comunidades locais coração de seu pastor ser totalmente
que entenderem que os Pequenos tomado por essa visão; sem isso, não
Grupos são a forma bíblica de “ser” haverá segurança para o implemento
e “viver” a igreja, experimentarão um das mudanças que se farão necessá-
crescimento numérico e espiritual ex- rias, para o êxito do projeto.
traordinário, nos próximos anos. Um pastor que foi tomado pela
visão inflamará toda sua comu-
nidade! Se um pastor não conse-
guiu convencer suas ovelhas sobre
Uma igreja organizada em
a visão é um sinal de que a visão
Pequenos Grupos começa no
ainda não o convenceu de fato; ela
coração do seu pastor. Existem
ainda não tomou seu coração. Se
pastores que já tem a visão, porém,
os membros da igreja não sentirem
o pastor que colherá resultados
que o pastor está seguro na visão,
extraordinários é aquele que foi
eles não o acompanharão.
tomado pela visão. Uma coisa é ter
a visão, outra coisa é quando a
visão nos tem. TUDO PASSA PELO
CONVENCIMENTO
DA IGREJA
O pastor tomado pela visão tem
um coração dirigido pela vontade Ainda que entendamos que é im-
de ganhar multidões para Cristo, e possível conseguirmos convencer
pelo desejo de cuidar bem e indi- toda uma igreja sobre determinado
vidualmente de cada pessoa alcan- assunto ou projeto, para o êxito do
çada. O pastor que sonha com mul- Projeto GCEU, é preciso que uma
tidões valoriza cada ovelha gerada. parcela considerável da liderança
Para se aprofundar na visão é e dos membros tenham sido con-
preciso ler livros sobre o tema, par- vencidas, quanto a viabilidade e im-
ticipar de congressos, conferências portância dos Pequenos Grupos.
e simpósios, promovendo uma ver- Sem isso, dificilmente o Projeto
dadeira imersão na visão. Sugeri- dará certo.

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No início alguns membros podem ganização da igreja em Pequenos
evidenciar desinteresse pelo proje- Grupos, mas que não tenham dispo-
to, entretanto, isso não significa que nibilidade de tempo, em decorrência
eles são contra a visão, mas, simples- de estudos, trabalho ou por estarem
mente, estão avaliando o “andar da se preparando para um concurso pú-
carruagem”. Certamente, com o “car- blico, para um vestibular, porque vão
ro andando”, os que estão parados, se casar, porque estão aguardando
correrão para participar da viagem, a chegada de um filho, etc... Nesses
principalmente quando começarem a casos, o aconselhável é deixar essas
ver os resultados do trabalho. pessoas para um segundo momento.
Uma boa estratégia para iniciar É possível também que em algu-
o projeto GCEU, na igreja local, é mas igrejas tenhamos pessoas dispo-
começar motivando os principais níveis, mas que não tenham nenhum
líderes e pessoas influentes. Con- interesse pelo projeto dos Pequenos
vença essas pessoas sobre a visão Grupos; elas até podem entrar nesta
e certamente a maioria dos mem- viagem, mas apenas para tentar agra-
bros irão acompanhá-las. dar ao pastor. Elas também não nos
Se a visão dos Pequenos Grupos interessam nesse momento!
for rejeitada pela maioria dos líde- Interesse e disponibilidade são as
res locais e dos membros da igreja, palavras mais relevantes para o
é aconselhável que o pastor desti- bom início dos GCEUs. Encontrar
ne um tempo maior à consagração pessoas interessadas e disponí-
e ao estudo da visão, antes de dar veis é o grande desafio para todos
prosseguimento ao Projeto. Tentar os pastores que esperam ter êxito
implementar os GCEUs sem a com- nesse projeto.
preensão da igreja redundará em É possível que você encontre os
problemas para o pastor e para a interessados e disponíveis no meio
sua comunidade. dos “improváveis”; ou seja, aquelas
pessoas que possivelmente não se-
riam eleitas na assembleia da igreja,
É UM PROJETO PARA
nem nomeadas para um ministério
QUEM TEM INTERESSE E
mais expressivo. Invista nesses, por-
DISPONIBILIDADE
que esses dois fatores não tem a ver
Esse é um projeto para pessoas com grandes habilidades ou dons,
que têm interesse e disponibilidade; mas sim com comprometimento.
esses dois requisitos precisam an- Os improváveis interessados
dar juntos, senão, não dará certo. É e disponíveis podem ser a força
possível que em sua igreja existam transformadora de sua igreja, num
pessoas muito interessadas na or- projeto de Pequenos Grupos. Essa

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é a história do Pr Paul Yonggi Cho! O GCEU PRECISA SER O
Quando ele recebeu a direção para CORAÇÃO E A ALMA DA
implantar pequenos grupos em IGREJA
sua igreja local e compartilhou com O GCEU não é um departamen-
a liderança, todos os líderes locais to, um ministério ou um tipo de
foram enfáticos dizendo que não culto doméstico; GCEU é um Pro-
tinham disponibilidade para aten- jeto! Que tem como objetivos: A
evangelização, o discipulado, a co-
der a essa demanda, em decorrên-
munhão e o serviço cristão, visando
cia da carga horária de trabalho
a multiplicação.
– Que na Coreia do Sul é enorme. Nenhum outro projeto, progra-
Ele conta-nos que retornou para ma, departamento ou ministério
casa frustrado, pois tinha convic- da igreja local consegue atender
ções firmes sobre a viabilidade do simultaneamente esses 5 objeti-
vos, de uma forma tão orgânica
projeto. Numa conversa com sua
e dinâmica.
sogra, essa sugeriu que ele come-
Nos GCEUs, estabelecemos as
çasse com as mulheres, pois elas bases para o crescimento numéri-
tinham mais disponibilidade que co e espiritual da igreja local. Neles
os homens. Paul Yonggi Cho conta cumprimos o “Grande Mandamen-
que iniciou o projeto com mulhe- to” e a “Grande Comissão”, por isso
res, numa cultura oriental. Tinha ousamos dizer que GCEU deve ser
a forma de “ser” e de “viver” a igreja.
tudo pra dar errado! Todavia, como
GCEU é um projeto que visa esta-
o projeto não era humano, a histó-
belecer uma comunidade que vive
ria nos conta que essa foi a estra- para amar a Deus, amar ao próximo,
tégia para fazer daquela igreja, a e fazer discípulos; essa é a nossa
maior do mundo. missão, por isso ouso dizer que:
GCEU é o coração e a alma da igreja.
O GCEU não suporta competição
com outras atividades que são rea-
Guarde bem essas palavras: lizadas no templo, pela diferença
Interessados, disponíveis e de estrutura, número de pessoas
e até capacitação dos líderes. Se
improváveis; essas palavras
no dia da reunião do GCEU sua
são muito relevantes na visão
igreja tem outras atividades, eles
de Pequenos Grupos e podem não progredirão. As comunida-
significar o início da revolução em des que triunfaram neste projeto,
seu ministério. foram aquelas que colocaram os

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Pequenos Grupos no centro de mantê-lo acesso, a melhor estra-
suas agendas. tégia é sempre mexer a lenha; se
Em algumas igrejas as reuniões descuidarmos dela, o fogo apaga.
dos GCEUs estão acontecendo de Os Pequenos Grupos são como um
15 em 15 dias; isso é uma declara- fogão a lenha: Para dar certo é preci-
ção clara que GCEU não é importan- so mexer os gravetos frequentemente.
te naquela comunidade. Porque que Se parar, o fogo apaga.
os cultos de domingo não acontecem A visão dos Pequenos Grupos
de 15 em 15 dias? Porque eles são precisa ser trabalhada frequente-
muito importantes para a igreja. mente. Os líderes dos GCEUs pre-
A existência de diversas ativida- cisam conhecer outras igrejas que
des, programas, eventos, celebra- estão mais avançadas na visão;
ções, cultos, encontros, reuniões devem participar de congressos e
administrativas, festas e retiros, conferências sobre o tema. Esses
inviabilizam o Projeto GCEU. As di- pastores precisam estar sintoniza-
versas atividades dispersam a for- dos nas ondas que trazem a reno-
ça e as pessoas. Se o GCEU não for vação da visão.
colocado no centro das atividades, Para que o milagre dos Pequenos
como uma das mais relevantes e Grupos aconteça é preciso cuidar
importantes ferramentas, e se as para que o fogo não se apague; e
agendas não forem desafogadas, esse fogo será mantido com:
para que as pessoas possam de-
1) Encontros e eventos de
dicar tempo aos relacionamentos,
celebração dos GCEUs;
não dará certo.
2) Pela festa da multiplicação;
3) Pela unção dos novos líderes;
4) Pelos testemunhos dos
milagres acontecidos nos
Se o GCEU não for o coração
GCEUs;
e a alma da igreja, não haverá
5) Pelo testemunho das
resultados promissores.
conversões acontecidas no
ambiente dos Pequenos
Grupos;
PEQUENO GRUPO É Anualmente, nossa denominação
FOGÃO A LENHA promoverá um grande congresso
Como um bom mineiro, sei apre- geral de GCEU, visando esparramar
ciar uma boa comida, feita num a VISÃO e renovar a PAIXÃO, por
fogão a lenha. Também sei como esse projeto. Essa conferência pro-
lidar com esse tipo de fogão. Para duzirá uma grande motivação, que

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nos levará, nos próximos anos, a novos líderes. Líderes são levanta-
maior colheita de todos os tempos. dos, treinados e formados; essa é
a principal missão pastoral, e para
SEM A ESCOLA DE isso, precisamos de uma escola.
FORMAÇÃO DE LÍDERES Pastores geram pastores; líderes
(EFL) O PROJETO NÃO geram líderes; mas, infelizmente
AVANÇA muitos pastores estão demasia-
Após o convencimento da igreja damente ocupados, com ativida-
ou de pelo menos uma parte con- des ministeriais, administrativas e
siderável dela, é hora de investir na eclesiásticas, que não tem tempo
formação de líderes, e isso faremos
para se dedicarem a missão de fa-
por meio da Escola de Formação de
zer novos líderes, apesar desta ser
Líderes de GCEU (EFL). Nesta escola
a missão mais importante de seus
vamos reunir as pessoas que de-
monstram interesse pelo Projeto ministérios.
e tem disponibilidade, para serem Em nossa igreja local, todos os
treinadas para a missão de ganhar novos convertidos são incentiva-
e de cuidar de pessoas. dos e motivados a ingressarem na
Essa formação de liderança pre- Escola do Formação de Líderes (EFL).
cisa ser continuada; sugerimos que Lá eles são treinados e preparados
as igrejas adotem o formato que
para em breve, se tornarem líde-
estamos oferecendo, com quatro
res de GCEU.
módulos: Maturidade Espiritual, Vi-
Só há médicos, advogados, en-
são e prática dos Pequenos Grupos,
Liderança e Liderança avançada. genheiros e demais profissionais
Se interrompermos o proces- no mercado hoje, porque as facul-
so de formação de novos líderes, dades estão formando pessoas
interromperemos o processo de continuadamente. Se pararmos
multiplicação dos GCEUs; sem no- de formar novos líderes, interrom-
vos líderes não há como iniciarmos peremos o fluxo de crescimento e
novos grupos. Uma igreja terá tan-
multiplicação dos GCEUs.
tos GCEUs quantos líderes ela con-
Esses seis princípios são funda-
seguir treinar e capacitar.
mentais para que o projeto seja
Muitos pastores afirmam que
não conseguem trabalhar com o implementado e produza os resul-
GCEU, porque não tem líderes. Pre- tados que esperamos. Se algum
cisamos entender que não há um deles for desprezado os resultados
mercado onde podemos comprar serão incertos.

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ganograma e do fluxograma do
projeto, pois sem isso, corremos o
risco de estabelecermos mais ativi-
dades, que ao final redundarão em
cansaço e frustração.
A base da estrutura do projeto
GCEU é relacional; esse é um proje-
to que visa estabelecer e viabilizar
relacionamentos, entre os diversos
níveis de liderança, da igreja local:
1º Nível: Pastor Titular com os
Coordenadores
2º Nível: Coordenador com os
Supervisores
3º Nível: Supervisor com os Líde-
res de GCEU
4º Nível: Líder de GCEU, com os
Líderes em treinamento e com os
membros do grupo

O GRUPO (GCEU)

CAPÍTULO 8 Como já afirmamos:

A ESTRUTUR A GCEU é um grupo de 07 a 15 pessoas


ORGANIZ ACIONAL DO GCEU que se reúnem semanalmente em
uma casa ou espaço, distinto do
prédio da igreja, para ser e viver a
Para que possamos desfrutar igreja, com o objetivo de promover
de todos os benefícios do projeto a evangelização, o discipulado,
GCEU, é preciso estabelecer uma a comunhão e o serviço cristão,
estrutura simples e funcional; que visando a multiplicação.
seja mais orgânica e menos institu-
cional. Que esteja centrada em re- O GCEU é liderado por equipe
lacionamentos e não em atividades. de quatro pessoas: O líder, o líder
É importante que tenhamos um em treinamento, o secretário e o an-
conhecimento detalhado do or- fitrião. Todos eles têm papéis im-

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portantíssimos e relevantes, para precisa ter um alto nível cultural ou
o desenvolvimento do Projeto. O intelectual; nem ter um grande co-
desempenho de cada um contri- nhecimento teológico; também não
buirá para o êxito do grupo, e não se espera que ele seja um mestre,
permitirá que haja sobrecarga de professor, pregador ou um evan-
trabalho, para apenas uma pessoa. gelista; nem tão pouco que tenha
O trabalho em equipe é o principal muitos anos de convertido. Esses
fator para o êxito desse projeto. No não são os atributos mais impor-
GCEU não é apenas o líder que faz tantes na vida de um líder de GCEU.
tudo acontecer; todos os membros Seu objetivo principal deve ser a
contribuirão, realizando tarefas, edificação dos membros do grupo,
para o crescimento do grupo. levando cada um a descobrir sua
O ideal é que cada grupo seja missão e seus dons, para que jun-
composto por 7 a 15 pessoas; pois tos possam ser usados por Deus na
um número menor ou maior que edificação da Igreja, que é o Corpo
isso, pode comprometer o desen- de Cristo.
volvimento do Projeto e compro- O que se espera de um
meter a multiplicação. líder GCEU:
O grupo é reunido por afinida- 1) Que tenha tido uma
des, e todos devem trabalhar com verdadeira experiência
o objetivo de promover a evangeli- de conversão, e tenha
zação (alcançar os perdidos); disci- experimentado a
pulado (auxiliar os menos maduros regeneração, para que seu
do grupo a crescerem em Cristo); testemunho seja coerente
comunhão (estabelecimento de vín- com o Evangelho que
culos fortes dentro do grupo); servi- pregará;
ço cristão (auxiliando as pessoas a 2) Esteja empenhado em
descobrirem seus dons e desenvol- crescer espiritualmente e
ver seus ministérios). disposto a ajudar outros a
A seguir, estabeleceremos os pa- crescerem na fé em Cristo;
peis de cada um dos membros da 3) Evidencie interesse em
equipe de um GCEU: aprender e seja uma pessoa
ensinável;
4) Seja submisso a Deus, sua
LÍDER
Palavra, a igreja e a seus
O líder é a figura central do Proje- líderes;
to, pois ele é o discipulador do gru- 5) Evidencie interesse e
po e o facilitador das reuniões. Para comprometimento com a
exercer bem esse papel, ele não Visão dos Pequenos Grupos;

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6) Tenha facilidade de presença é importantíssima
relacionar-se com pessoas; para o crescimento da
7) Transmita confiança a unidade;
comunidade, afim de que 7) Visitar periodicamente os
outras pessoas tenham membros do grupo, não
interesse em caminhar com apenas após faltas ou
ele; problemas, visando uma
integração maior de todos,
As principais atribuições de um
especialmente para o
líder são:
crescimento da comunhão
1) Cuidar de sua vida entre o líder e seus liderados;
devocional, com práticas 8) Dedicar tempo aos novos
diárias de oração, leitura convertidos do grupo,
bíblica e jejuns; acompanhando-os no
2) Preparar-se espiritualmente crescimento espiritual por
para os encontros semanais
meio do conhecimento
do GCEU;
da Palavra; inclusive
3) Preparar cuidadosamente a
preparando-os para o
lição que será compartilhada
batismo;
no encontro semanal;
9) Exercer a função de
4) Conduzir as reuniões
discipulador dos membros
semanais com alegria e
do grupo, o que poderá ser
entusiasmo; cuidando para
feito em reuniões coletivas
que todos os presentes
e também individualmente,
compartilhem o que
sempre procurando auxiliar
aprenderam, não permitindo
as pessoas na solução de
que algumas poucas pessoas
monopolizem a palavra; seus problemas e conflitos,
5) Fazer contato com os para um crescimento
membros do grupo que espiritual saudável;
estão se ausentando das 10) Apascentar os membros do
reuniões e dos cultos grupo, por meio de visitas e
de celebração, inclusive aconselhamentos, cuidando
visitando-os quando julgar individualmente de cada
necessário; pessoa;
6) Fazer-se presente na vida 11) Gerar novos líderes dentro
dos membros do grupo, nos do grupo e encaminhando-os
momentos de enfermidade, para a Escola de Formação de
luto, conflitos e perdas. Essa Líderes de GCEU (EFL);

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12) Acompanhar o líder 21) Ser um exemplo de fidelidade
em treinamento no seu através dos dízimos e das
crescimento espiritual e ofertas;
ministerial;
O líder do GCEU é a figura central
13) Promover a integração dos
do projeto, ele é a pessoa que vai
membros do grupo, por
fazer o grupo acontecer, todos os
meio de reuniões de oração,
dias; sua motivação e empolgação
encontros sociais, momentos
inflamará as pessoas. Ele precisa
de confraternização e lazer.
se envolver com todos, e estar o
14) Encorajar os membros do
mais próximo possível de cada pes-
grupo a participarem do
soa do grupo.
culto de celebração; Uma boa estratégia para o líder
15) Informar ao seu Supervisor acompanhar as pessoas e suas fa-
as anomalias ou dificuldades mílias é estar com elas nas refeições
do grupo; dominicais. Um bom líder sabe se
16) Cuidar para manter a paixão oferecer para almoçar com as pes-
pelo Projeto, mantendo- soas sem lhes trazer constrangi-
se atualizado, por meio mento, e aproveitará os encontros
de mensagens, leituras de para desenvolver relacionamentos.
livros e participação em O almoço de domingo pode ser
conferências, sobre a Visão um tempo apropriado para uma
dos Pequenos Grupos; boa conversa e para o fortaleci-
17) Participar de todas as mento da comunhão, além de ser
reuniões convocadas pelos uma ótima oportunidade para o
líderes superiores; discipulado.
18) Prestar contas a seu Sintetizando as atribuições do lí-
Supervisor que é, der, podemos agrupá-las em cinco
também, seu discipulador, categorias:
informando-o sobre o seu 1) Cuidar do seu
desenvolvimento pessoal e o desenvolvimento espiritual;
do seu grupo; 2) Planejar e dirigir as reuniões
19) Planejar a multiplicação do do grupo;
GCEU, que deverá acontecer 3) Apascentar os membros
uma vez por ano, treinando do grupo, por meio do
o líder auxiliar e procurando discipulado;
uma nova casa; 4) Planejar a multiplicação do
20) Estar sempre presente nos grupo;
cultos de celebração; 5) Gerar novos líderes;

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Nas palavras do Pr. Aluízio A. Sil- Maturidade Espiritual, Visão e Prática
va, da Igreja Videira: e Liderança, antes de se tornar o lí-
der principal de um grupo.
Um líder de células ideal age como Todo GCEU deve ter um líder em
um maestro. Ele faz a célula toda treinamento, sem isso não haverá
funcionar em harmonia. Ele é um
a multiplicação. Como já dissemos:
facilitador e não um manipulador.
A multiplicação de líderes antecede a
Seu alvo é ver todos os membros
multiplicação do GCEU. Assim, um lí-
funcionando.
der de GCEU que falha no processo
de levantar um líder em treinamen-
LÍDER EM TREINAMENTO to, não obterá êxito no processo
de multiplicação de seu grupo, no
O líder em treinamento é a pes-
tempo programado.
soa que evidenciou ter tido uma
experiência com o Espírito Santo; é
submissa, ensinável, transparente SECRETÁRIO
e tratável. Sem essas característi-
O secretário é a pessoa respon-
cas não é aconselhável separar al-
sável pelo preenchimento dos rela-
guém para o treinamento.
tórios das reuniões e do lançamen-
Ele desenvolverá seu trabalho,
to deles no sistema de controle
seguindo a orientação do líder do
dos GCEUs. Caberá ao secretário,
grupo, que é também o seu dis-
preencher a ficha dos candidatos
cipulador. Espera-se de um líder
a membros e providenciar a docu-
em treinamento a disposição para
mentação necessária para a recep-
atender as necessidades do grupo
ção deles na igreja. É ainda atribui-
e as solicitações de seu Líder.
ção do secretário: Manter atualizado
É aconselhável que o líder dele-
gue ao líder em treinamento, algu- os dados de todos os membros do
mas tarefas importantes do grupo, grupo (telefones, e-mails, endere-
como por exemplo: Ficar respon- ços etc...), informar sobre datas im-
sável pela organização e escala das portantes, especialmente aniversários
pessoas que ofertarão o lanche, fazer dos membros do grupo, encontros es-
algumas visitas e também ser respon- peciais dos GCEUs, festa da multipli-
sável pelo compartilhar da Palavra cação e atividades da igreja.
algumas vezes. Geralmente ele faz uso das redes
É indispensável que o líder em sociais, para comunicar-se com o
treinamento passe pela Escola de grupo e prestar as informações
Formação de Líderes de GCEU (EFL), necessárias para o bom funciona-
onde ele deverá cursar os módulos mento das reuniões.

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ANFITRIÃO O anfitrião trabalha para:

O anfitrião tem um papel muito 1) Limpar o acesso e o local da


importante para o bom êxito do reunião;
grupo, afinal é em sua casa que 2) Arrumar as cadeiras (de
tudo acontece. Um bom anfitrião preferência em círculo);
fará muita diferença para que as 3) Disponibilizar fácil acesso a
pessoas se sintam à vontade em água;
sua casa e possam, também, sentir 4) Verificar, no banheiro, se
a liberdade para trazer seus amigos está limpo e abastecido com
as reuniões. papel higiênico, toalha e
A hospitalidade é um dom, que sabonete;
permite que o estranho entre em 5) Garantir que nenhum
sua casa e se sinta bem. É um dom barulho atrapalhe a reunião
do Espírito que faz com que a pes- (telefones fixos, televisão e
soa tenha as características de afe- computadores devem ser
tuosidade e generosidade. desligados; manter o próprio
O bom anfitrião recebe com ale- celular em modo silencioso);
gria aqueles que chegam em sua 6) Impedir que animais de
casa; recepciona as pessoas evi- estimação frequentem o
denciando satisfação com a pre- local, durante a reunião,
sença delas. Ele cria um ambiente pois algumas pessoas não
aconchegante, hospitaleiro, com os se sentem confortáveis com
recursos necessários para que a isso, por medo ou alergia;
reunião flua com facilidade. 7) Cuidar para que o ambiente
O anfitrião é também uma peça seja muito bem iluminado;
chave para a multiplicação do 8) Ficar atento às necessidades
GCEU. Se as pessoas que forem à de cada participante da
reunião não se sentirem à vontade, reunião;
elas não voltarão mais. Por isso é 9) Informar ao líder do grupo
importante que ele seja hospitalei- qualquer anomalia ou
ro, educado, de bom trato, recep- problema ocorrido em sua
tivo, amável para com todos, espe- casa durante a realização do
cialmente para com os visitantes. GCEU;
Espera-se do anfitrião, mais do
que a disponibilidade de sua casa, Servir é uma missão, todo anfi-
ele deve participar ativamente trião tem isso em seu coração. É
da reunião, evidenciando sua sa- certo que o Senhor recompensará
tisfação em receber o grupo em o trabalho e a disposição destas
sua casa. pessoas, por cederem suas casas

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para uma missão tão importante, GCEUs. Assim, semanalmente ele
como a que realizamos, por meio visita um GCEU e periodicamente
dos Pequenos Grupos. Nós acre- encontra-se com os líderes, para
ditamos e proclamamos que todas apascenta-los e motiva-los.
as casas que hospedam um GCEU, Ademais, o Supervisor terá que
receberão de Deus uma grande participar das reuniões periódicas
recompensa. Elas serão lugares de discipulado com seu coordena-
de prosperidade, Salvação, trans- dor, visando prestação de contas e
formação, libertação, curas e mui- acompanhamento espiritual; como
tos milagres. todo líder precisa de tempo para si
e para sua família, pois é visível que
não dá para acumular as funções
O SETOR
de supervisor e líder de um GCEU.
O Setor é formado por cinco Se destacam entre as principais
GCEUs, e liderado por um super- funções de um supervisor:
visor. No geral, o Supervisor é es-
1) Reunir-se periodicamente
colhido entre os líderes dos GCEUs
com os líderes dos GCEUs,
que mais multiplicaram seus gru-
para mentoria, discipulado e
pos. Ele será o discipulador dos
apascentamento;
líderes dos GCEUs, de seu setor.
2) Gerar novos supervisores,
Assim, é de sua responsabilidade
entre os líderes dos GCEUs,
acompanhar os grupos e cuidar da para a multiplicação do setor;
mentoria e discipulado dos líderes. 3) Emitir relatórios periódicos
Para o bom êxito de seu trabalho, sobre a evolução e o
ele terá que se reunir periodica- desenvolvimento dos GCEUs,
mente com os líderes e visitar se- em seu setor, enviando-os ao
manalmente os GCEUs. seu Coordenador;
O supervisor deverá dar atenção 4) Acompanhar os GCEUs em
especial àqueles grupos ou líderes suas reuniões e verificar o
que estiverem passando por difi- crescimento do grupo;
culdades, principalmente aos que 5) Verificar se as reuniões estão
evidenciarem dificuldades no pro- acontecendo segundo a carta
cesso de multiplicação. pastoral, disponibilizada pelo
Em nosso projeto o supervisor pastor;
não lidera um GCEU; ele é o res- 6) Acompanhar os GCEUs no
ponsável pela mentoria e o disci- processo de multiplicação,
pulado dos líderes de seu setor; auxiliando no levantamento
como também é o responsável de líderes em treinamento e
pelo acompanhamento de todos os na escolha de novas casas;

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7) Promover eventos de A supervisão eficiente é o ele-
integração social entre os mento chave para se obter sucesso
GCEUs de seu setor; duradouro no projeto dos Peque-
8) Acompanhar o envio nos Grupos. Sem uma boa super-
de novos alunos para a visão não é possível manter a mo-
EFL-GCEU; tivação de todos os líderes, bem
9) Substituir o líder de um
como acompanhar o desempenho
GCEU, na reunião semanal,
de cada grupo.
quando necessário;
10) Acompanhar o crescimento
espiritual de cada líder, por A ÁREA
meio da mentoria; Uma área é composta por até 5
setores (25 GCEUs), e será liderada
O supervisor é o guardião da Vi-
são dos Pequenos Grupos; ele é o por um coordenador. A principal
elo de ligação entre os líderes e o função do coordenador é o disci-
pastor da igreja. Só alguém apaixo- pulado e pastoreio dos superviso-
nado pelo projeto GCEU consegui- res. Ele exercerá um papel muito
rá exercer essa função com esmero importante no acompanhamento
e dedicação. espiritual dos líderes dos setores.
Segundo Joel Comiskey, em seu O coordenador é um motivador
livro “Seja um Supervisor de células da visão, alguém responsável por
Eficaz”, há sete hábitos de um bom manter aceso, no coração dos su-
supervisor, que são: pervisores, a chama e o amor pelos
1) Recebem de Deus o que vão Pequenos Grupos. Caberá tam-
ministrar aos outros; bém ao coordenador acompanhar
2) Ouvem o líder; a evolução de cada setor sob sua
3) Encorajam o líder; responsabilidade, por meio dos re-
4) Cuidam do líder; latórios que serão emitidos pelos
5) Formam/treinam o líder; supervisores.
6) Desenvolvem estratégias O coordenador deverá se reunir
com o líder; periodicamente e individualmente
7) Desafiam o líder;
com os supervisores, visando a edi-
Nas palavras do Pr Paul Yonggi ficação de cada um. É responsabi-
Cho, pastor da maior igreja na lidade dos coordenadores: Orientar
história do cristianismo: A chave os supervisores sobre suas atividades
por trás do sistema de células é o e repassar a eles todas as informa-
supervisor. ções/orientações pastorais.

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A REDE pastor titular. É lógico que essa es-
trutura completa só se configurará
Uma rede é composta por até 5
quando a igreja estiver com pelo
áreas (125 GCEUs), e será liderada menos 125 GCEUs, mas é a realida-
por um pastor. de de grandes igrejas.
Os pastores de rede farão o Veja a seguir a estrutura or-
acompanhamento, mentoria e dis- ganizacional do GCEU, para me-
cipulado dos coordenadores; as- lhor visualizar tudo o que foi des-
sim como serão discipulados pelo crito acima:

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Em resumo, a estrutura de acom- Não desejamos apenas reunir
panhamento, mentoria e discipula- pessoas nos Pequenos Grupos,
do do projeto GCEU, precisa acon- queremos cuidar bem delas e de
tecer da seguinte forma: seus líderes, e cremos que o pro-
Grupo (GCEU) jeto GCEU contempla todas as ne-
Formado por pelo menos cessidades, para que o discipulado
7 pessoas; aconteça nesses diversos níveis.
No grupo temos o líder, o líder Cuidar das pessoas alcançadas
em treinamento, o secretário e o
anfitrião; é tão importante quanto alcançá-

O líder é responsável por discipular -las; a isso chamamos de discipu-


o líder em treinamento e o restante lado. Não é possível avançarmos
dos membros (com o auxílio do líder
em treinamento); na colheita de novas almas, sem

SETOR uma estrutura eficiente de cuidado

Formado por até 5 GCEUs; e de discipulado. É isso que pro-

O setor é liderado por um pomos com o projeto GCEU. Essa


supervisor; estrutura foi pensada e idealizada
O supervisor é responsável por para que todos (membros, líderes,
discipular os líderes dos GCEUs;
supervisores, coordenadores e
ÁREA
pastores de rede), sejam cuidados
Formada por até 5 setores
(25 GCEUs); e acompanhados enquanto desen-

A área é liderada por um volvem seus ministérios.


coordenador;
O coordenador é responsável por
discipular os supervisores;
REDE Um bom líder acorda pensando
Formada por até 5 áreas no grupo que discipula, e ora
(125 GCEUs); por todos eles; durante o dia
A rede é liderada por um pastor; e aproveita as oportunidades
O pastor é responsável por para fazer contatos, com seus
discipular os coordenadores;
discípulos, já pensando na próxima
Nas igrejas organizadas em reunião. Faz visitas de discipulado
GCEUs todos devem estar sendo no decorrer da semana e dorme
discipulados por um líder. É essa com um alvo em mente: Multiplicar
rede de cuidado que propiciará um
o seu GCEU, Setor, Área ou Rede.
discipulado bíblico e eficiente.

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de Deus, através de Sua Graça. Só
essa Graça pode trazer vida a reu-
nião, produzir Salvação e transfor-
mação de pessoas e levar o grupo
a um crescimento contínuo.
O encontro semanal, do grupo,
precisa ser inspirativo, motivacio-
nal, agradável, acolhedor e trans-
formador. É preciso que após a reu-
nião, cada participante possa dizer:
Valeu a pena. É certo que só a pre-
sença do Senhor conosco nos, le-
vará a alcançarmos esse resultado.
A reunião semanal do GCEU,
começa a acontecer alguns dias
antes. O líder é uma pessoa em-
penhada na oração, orando todos
os dias pelos membros do grupo
e pela reunião que irá acontecer.
Quando ele recebe a Carta Pastoral
da semana, ele dedica tempo para
estudá-la, a fim de obter o melhor

CAPÍTULO 9 resultado e trazer crescimento


para as pessoas do grupo.
O que produz um ambiente de es-
piritualidade, na reunião, é o tempo
A REUNIÃO DO GCEU que foi gasto com Deus, antes dela.
Quanto mais os líderes e os mem-
bros do grupo se comprometem
“Porque, onde estiverem dois ou três em buscar de Deus, para a direção
reunidos em meu nome, aí estou eu da reunião, melhor será o ambiente
no meio deles”. Mateus 18.20 e maiores serão os resultados.
A preparação para a reunião da
Nenhuma técnica, dinâmica de semana seguinte, começa quando
grupo ou estratégia humana, pode se termina a reunião da semana.
substituir a presença de Deus em Todos os membros do GCEU pre-
uma reunião. O que torna um Pe- cisam ter comprometimento para
queno Grupo agradável e saudá- estarem nas reuniões, e também
vel espiritualmente, é a presença colaboram em oração para que ela

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seja muito produtiva. Todos tam- as reuniões para debater suas te-
bém, não apenas o líder, devem ses. O roteiro é muito útil, também,
se preocupar em trazer visitantes. para os líderes que não têm uma
Sem essa dinâmica, as reuniões se grande experiência.
tornarão infrutíferas. É aconselhável que o líder te-
O projeto GCEU fornece uma nha sempre o roteiro da reunião
orientação quanto ao roteiro da impresso em papel e disponibilize
reunião, todavia, a vida do grupo a todas as pessoas que estiverem
não está no roteiro; ele é apenas na reunião; isso auxiliará na fixação
um balizador para a condução e do aprendizado, pois sabemos que
organização da reunião. Um bom quando as pessoas leem e ouvem,
roteiro, sem uma espiritualidade aumenta-se a fixação do conteúdo.
contagiante, não produzirá resulta- Estando com o roteiro em mãos,
dos significativos, na vida do grupo. é possível também que cada mem-
O roteiro das reuniões deve ser bro do grupo contribua, fazendo a
simples e de fácil condução. Qual- leitura de uma parte ou de um tex-
quer líder é capaz de conduzir bem to bíblico, transcrito no roteiro.
encontros com roteiros simples. O Ademais, quando entregamos o
maior desafio do líder é fazer com roteiro impresso, propiciamos as
que todos os presentes na reunião pessoas a possibilidade de levarem
participem, de alguma forma, para para casa a ministração da noite e
que aconteça a mutualidade. As
de continuarem a meditar sobre o
reuniões não são lugar para a pre-
assunto abordado. Um bom líder
gação, lá é o lugar do compartilha-
não desprezará o roteiro impresso.
mento da Palavra. O líder não é um
pregador, nem um professor, ele
é um facilitado, que conduz bem ROTEIRO DA REUNIÃO
a reunião, visando a participação
de todos.
MOMENTO 1 – INÍCIO DA
É importante a liderança enviar
REUNIÃO:
um roteiro prévio, contendo a Car-
ta pastoral da semana, direções O líder inicia a reunião com uma
para oração e avisos da igreja, para palavra de boas-vindas, dirigida
evitar as improvisações ou o surgi- a todos os presentes, sem fazer
mento de debates infrutíferos, que menção de ninguém em especial.
fazem a reunião perder seu objeti- Em seguida, fará uma oração de
vo principal. Quando há um roteiro, agradecimento a Deus, pela reu-
fica fácil do líder fugir daqueles ir- nião que irá acontecer e por todos
mãos polêmicos, que amam utilizar os participantes.

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MOMENTO 2 – LOUVOR: O ideal é que quem as convidou,
tenha a honra de apresentá-las. O
O grupo entoará até dois cânticos
líder fará um agradecimento espe-
que foram previamente seleciona-
cial a presença dos visitantes, evi-
dos. Cópias impressas, das letras
denciando a alegria de recebê-los
das músicas, deverão ser disponi-
na reunião.
bilizadas para os participantes. O
Como agir com um visitante
ideal é que os líderes escolham as
não crente?
canções, já que ele estará na con-
dução da reunião, e que elas sejam • Não mude a reunião por cau-
de fácil de cantar. Hinos muito len- sa dele;
tos, em tom muito alto, com tempo • Não seja apelativo;
de duração muito longo, não con-
• Não se apresse em evange-
tribuem com o ambiente evangelís-
lizá-lo. Conquiste a amizade
tico e de comunhão que desejamos
primeiro;
produzir nos GCEUs.
• Não faça perguntas embara-
çadoras;
MOMENTO 3 – TESTEMUNHO:
• Não pregue exclusivamente
O líder dará a oportunidade para para ele;
alguém testemunhar, de uma bên-
• Forneça-lhe as letras das
ção alcançada na última semana
músicas e o roteiro da reu-
(no máximo 5 minutos). É aconse-
nião;
lhável que o líder já tenha acerta-
do previamente, com alguém do • Todos do grupo deverão se
grupo, sobre o testemunho a ser apresentar ao visitante, no
compartilhado. Havendo, todavia, final da reunião;
mais de uma pessoa interessada • Dê uma atenção especial a
em compartilhar um testemunho, eles, no momento do lanche;
é viável deixa-las falar, pois esse
• Convide-os para a próxima
momento é sempre impactante
reunião;
para aqueles que falam, como para
• Se possível, disponibilize-se
aqueles que ouvem.
para uma visita durante a se-
mana;
MOMENTO 4 – APRESENTAÇÃO
DOS VISITANTES:
MOMENTO 5 – QUEBRA GELO:
As pessoas que estão visitando
o GCEU, pela primeira ou segun- O líder se dirigirá a cada integran-
da vez, deverão ser apresentadas. te do GCEU, perguntando como foi

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a sua semana, frisando sempre que abordado. O líder deve direcionar
as respostas devem ser curtas e as perguntas aos membros especi-
objetivas. Esse é um momento em ficamente, do contrário, se as per-
que o líder aproveitará para fazer guntas ficarem “ao ar”, ninguém fa-
interação com os presentes, princi- lará ou sempre as mesmas pessoas
palmente os visitantes, quebrando falarão, fazendo a reunião se tornar
o gelo e melhorando o ambiente. É monótona e cansativa. Decorridos
possível também fazer alguma di- os 30 minutos, para finalizar esta
nâmica, para preparar as pessoas parte, deve ser feita uma oração,
para uma reunião descontraída e para que a Palavra ministrada e
agradável. Cuidado apenas com o compartilhada possa produzir fru-
tempo que poderá tomar da reu- tos em cada pessoa.
nião com essa dinâmica, seja rápi-
do e objetivo. MOMENTO 7 – AVISOS:
É importante que antes das
MOMENTO 6 – COMPARTILHAR orações finais, o líder dê os avi-
A CARTA PASTORAL: sos importantes, da igreja, para o
No momento de compartilhar a grupo, pois assim evidenciamos
que o Pequeno Grupo faz parte
Palavra, segundo a Carta Pastoral,
de um grande grupo – a Igreja. Os
enviada pela liderança da igreja, é
avisos precisam estar no roteiro
ideal que reservamos pelo menos
da semana, conforme orientação
30 minutos, para isso.
do pastor, dos coordenadores ou
O GCEU não é o lugar para o líder
supervisores.
exibir seus conhecimentos bíblicos;
também não é uma sala de Escola
Bíblica. É o momento de comparti- MOMENTO 8 – PEDIDOS DE
lhar a Palavra de Deus, com simpli- ORAÇÃO:
cidade de informalidade. Esse é o momento em que as
Após a leitura da Carta e de uma pessoas podem apresentar seus
breve explanação do líder, é im- pedidos de oração específicos. O
portante que cada participante líder escolherá uma ou mais pes-
possa falar sobre o que o tema da soas, para fazer as orações, pelos
semana, mais falou ao seu coração, pedidos apresentados.
para que ele possa ter um melhor Durante a apresentação dos pe-
aproveitamento. É ideal que o líder didos, o líder deverá estar atendo
incentive o diálogo aberto no gru- para perceber as necessidades dos
po, fazendo, para isso, perguntas membros do seu grupo, pois os pe-
relacionadas ao tema e ao assunto didos de oração, falam muito sobre

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a realidade espiritual e as necessi- não monopolizem a Palavra e nem
dades das pessoas. Esse é um óti- desviem o foco da reunião.
mo ponto de partida para o desafio Em alguns dias especiais, é possí-
do discipulado. vel que a dinâmica da reunião fuja
do roteiro, para atender uma ou
MOMENTO 9 – ORAÇÃO FINAL: outra demanda; quando por exem-
plo, o GCEU resolve promover uma
O líder fará a oração final, apre-
festa surpresa de aniversário, para
sentando a Deus, em especial, a
algum membro; é perfeitamente
casa anfitriã e o desejo de ver seu
GCEU se multiplicar. Ele também in- possível, deixar de seguir o roteiro
tercederá pela igreja, pelos pasto- da semana, para ter um momento
res, coordenador e supervisor, pelo de confraternização e comunhão.
bairro, pela cidade e pelo país. O roteiro não é a razão do su-
cesso ou do fracasso das reuniões,
ele é apenas um direcionador de-
MOMENTO 10 – LANCHE:
las. O êxito da reunião está na vida
Tendo sido feita a última oração, das pessoas que integram o grupo.
inicia-se o momento de desenvol- Quanto mais alegres e abençoadas
ver a comunhão, através dos ali-
elas forem, melhor será o ambiente
mentos. Esse é um momento mui-
da reunião.
to especial para que, tanto o líder
O que levará o visitante a voltar,
quanto os demais membros do
ou não, na próxima reunião, certa-
grupo, deem atenção aos visitan-
mente é o ambiente que ele encon-
tes. Será também uma oportunida-
trou no grupo. Onde está o Autor
de para que os membros interajam
entre si. O tempo destinado a esse da Vida, há ressureição e os mor-
momento deve ser de no máximo tos espirituais serão atraídos para
30 minutos, para não pesar ao aquele lugar.
anfitrião. Em resumo, quais pontos são
É preciso destacar que o roteiro importantes ser observados nas
não tem o objetivo de engessar a reuniões?
reunião, pelo contrário, ele é elabo-
• A reunião precisa ter horário
rado pensando em facilitar o traba-
para iniciar e para acabar;
lho do líder, que pode ser um novo
convertido, que ainda não tem uma • O ideal é que todos os mo-
boa experiência e base teológica, mentos durem no máximo
para promover debates no grupo. 1:30 horas – 1 hora para a
Ele também visa promover a parti- reunião e 30 minutos para o
cipação de todos, para que alguns lanche;

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• Não permita que alguém do em um estudo bíblico, outros em
grupo monopolize a Palavra; uma cruzada evangelística, e ainda
• É importante que todos par- outros em um concerto de louvor...
ticipem, deixando sua cola- Eleve Jesus bem alto em seu grupo,
boração;
e ele proverá um suave equilíbrio
• Tenha sabedoria para fugir entre estudo, louvor, evangelismo
de temas complicados;
e comunhão.
• Procure produzir uma reu-
nião agradável e descontraí- Lembre-se que estamos reuni-
da;
dos por causa de Jesus. Ele é o cen-
Gosto muito da seguinte fala de tro de nossa celebração. E como
Joel Comiskey:
Ele prometeu, estará presente co-

O foco de sua célula deve ser Jesus. nosco, todos os dias, até a consu-
Alguns vão querer converter o grupo mação dos séculos (Mt 28.20).

O roteiro não é a razão do sucesso


ou do fracasso das reuniões, ele
é apenas um direcionador delas.
O êxito da reunião está na vida
das pessoas que integram o grupo.
Quanto mais alegres e abençoadas
elas forem, melhor será o ambiente
da reunião.

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Nossa visão é que cada membro
entenda o princípio do sacerdócio
universal de todos os crentes;
e se comprometa com a Grande
Comissão. Que cada casa seja
uma extensão da igreja, para que
possamos conquistar toda cidade
para Cristo, através dos GCEUs
que se multiplicam todo ano,
visando alcançar as multidões.

1º) O SACERDÓCIO UNIVERSAL


DE TODOS OS CRENTES

Vós, porém, sois raça eleita,


sacerdócio real, nação santa, povo
de propriedade exclusiva de Deus,
a fim de proclamardes as virtudes

CAPÍTULO 10 daquele que vos chamou das


trevas para a sua maravilhosa luz.
1 Pedro 2.9

É IMPORTANTE SABER
2º) A GRANDE COMISSÃO

Jesus, aproximando-se, falou-lhes,


dizendo: Toda a autoridade me
SOBRE A NOSSA VISÃO foi dada no céu e na terra. Ide,
portanto, fazei discípulos de todas as
A declaração de visão do GCEU nações, batizando-os em nome do
está comprometida com o resga- Pai, e do Filho, e do Espírito Santo,

te de alguns valores bíblicos que ensinando-os a guardar todas as


coisas que vos tenho ordenado. E
acompanharam a igreja primitiva.
eis que estou convosco todos os
Estabelecemos nossa visão com dias até à consumação do século.
base em quatro grandes temas: Mateus 28.18-20

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3º) AS CASAS COMO UMA Amarás o teu próximo como a ti
EXTENSÃO DA IGREJA... mesmo. Mateus 22.37-39
CONQUISTAR TODA CIDADE
PARA CRISTO, ATRAVÉS DOS GRANDE COMISSÃO
GCEUS (NAS CASAS) QUE SE
MULTIPLICAM TODO ANO Jesus, aproximando-se, falou-lhes,
dizendo: Toda a autoridade me
E todos os dias, no templo e de casa foi dada no céu e na terra. Ide,
em casa, não cessavam de ensinar e portanto, fazei discípulos de todas as
de pregar Jesus, o Cristo. Atos 5.42 nações, batizando-os em nome do
Crescia a palavra de Deus, e, em Pai, e do Filho, e do Espírito Santo,
Jerusalém, se multiplicava o número ensinando-os a guardar todas as
dos discípulos; também muitíssimos coisas que vos tenho ordenado. E

sacerdotes obedeciam à fé. Atos 6.7 eis que estou convosco todos os
dias até à consumação do século.
Mateus 28.18-20

4º) VISÃO DE MULTIDÕES


De forma mais objetiva, definimos
E crescia mais e mais a multidão nossa missão, da seguinte forma:
de crentes, tanto homens
como mulheres, agregados ao
Senhor. Atos 5.14
Amar a Deus, amar ao próximo e
fazer discípulos.
NOSSA DECLARAÇÃO DE
MISSÃO
Evidenciamos nosso amor a
Entendemos que nossa missão Deus, por meio de nossos cultos
foi muito bem estabelecida pelo de celebração; o amor ao próximo
Mestre e é: O Grande Mandamento pelas reuniões domesticas, dos Pe-
e a Grande Comissão. quenos Grupos. É no ambiente dos
GCEUs que trabalhamos também
GRANDE MANDAMENTO a Grande Comissão, visando fazer
dos membros, discípulos de Cristo.
Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Tudo o que realizamos no GCEU
Senhor, teu Deus, de todo o teu guarda consonância com essa de-
coração, de toda a tua alma e de claração de missão. Entendemos
todo o teu entendimento. Este é o que cumprimos a “Grande Comis-
grande e primeiro mandamento. são”, através da Evangelização e do
O segundo, semelhante a este, é: Discipulado; e cumprimos o “Gran-

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de Mandamento”, por meio da Co- Para que o bolo saia conforme a
munhão e do Serviço Cristão. receita, precisamos entender que
GCEU não é um departamento ou
A ESSÊNCIA DO PROJETO um ministério da igreja; GCEU não é
um culto doméstico ou uma célula.
Reservamos este tópico para GCEU é um Projeto, que visa reunir
apresentarmos os pontos mais im- pessoas, por afinidades, para a prá-
portantes do Projeto GCEU, fazen- tica da evangelização, do discipulado,
do assim um resumo dos tópicos da comunhão e do serviço cristão, vi-
mais importantes, apresentados sando com isso a multiplicação.
nesta obra. Se o GCEU for implantado como
A simplicidade do Projeto GCEU, mais um programa ou departa-
pode ser observada em cada capí- mento, ao invés de ser a coluna
tulo, tudo foi idealizado para que vertebral da igreja, os resultados
o GCEU seja liderado por pessoas não serão satisfatórios, nem dura-
simples, não demandando delas, douros, e com o tempo as pessoas
um conhecimento teológico ou aca- irão se desmotivando.
dêmico, para realizar o trabalho. Estabelecer o GCEU como coluna
Ser simples, não quer dizer que vertebral da igreja significa que a
seja fácil! Isto porque todo o Pro- agenda de atividades, programas
jeto trabalha para resgatar valores e ministérios, da comunidade lo-
essências do Cristianismo primiti- cal, serão organizados a partir do
vo, que foram abandonados a di- Projeto GCEU. A razão do GCEU ser
versos séculos atrás. Reformar a a coluna de sustentação da igreja,
Igreja é uma necessidade para esta deve-se ao seu comprometimento
geração. Nós acreditamos em um com a “Grande Comissão” (Evange-
retorno ao Simples! lização e Discipulado) e o “Grande
Restaurar os valores da simpli- Mandamento” (Comunhão e Ser-
cidade e praticidade da fé cristã, viço Cristão). Cremos que tudo
bem como reativar a Igreja, numa deve se mover, na igreja, sobre
dinâmica viva e orgânica, sem des- essas duas bases. Por isso, todos
prezar a instituição, é um grande os líderes de departamentos e mi-
desafio para esse tempo. Acredito nistérios, diáconos e presbíteros,
fortemente que os Pequenos Gru- precisam estar comprometidos e
pos, que se reúnem nas casas, são empenhados no Projeto GCEU.
a ferramenta que o Senhor disponi- Sugerimos que no dia principal
bilizou, para que façamos a última das reuniões do GCEU, não haja
grande reforma na Igreja de Cristo, nenhuma atividade na igreja local.
antes da volta Dele. Não permita reuniões, ensaios ou

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atividades que possam concorrer Nosso projeto visa resgatar o “sa-
com a reunião semanal. O foco da cerdócio universal de todos os cren-
igreja deve ser o GCEU; se não for tes”, por meio da ativação dos dons
assim, a igreja local não entende- espirituais; resgatar o comprome-
rá a importância do Projeto e não timento com a “Grande Comissão”,
abraçará esta dinâmica. que é a missão de fazer discípulos
O que almejamos é o crescimento (por meio do evangelismo e do disci-
numérico e espiritual de nossas igre- pulado); resgatar o “Grande Manda-
jas, através do GCEU. Acreditamos mento”, de amar a Deus e amar ao
que o crescimento numérico virá próximo (por meio da comunhão e o
com a Evangelização e o Discipulado serviço cristão); promover o enten-
(Grande Comissão); enquanto que o dimento que os lares são a exten-
crescimento espiritual, acontecerá são da igreja, para que possamos
por meio da Comunhão e do Serviço ganhar toda nossa cidade para Cris-
Cristão (Grande Mandamento). to, por meio de GCEUs (nas casas),
Acreditamos que uma igreja que que se multiplicam todo ano.
elegeu esses quatro objetivos prin- GCEU é a estratégia para alcan-
cipais: A evangelização, o discipulado, çar as multidões, cuidando bem e
a comunhão e o serviço cristão; expe- individualmente de cada pessoa
rimentará por consequência, uma alcançada. Por isso, ousamos dizer
grande multiplicação. Assim, para que: O GCEU precisa ser o coração
nós, a multiplicação é o resultado na- e a alma da igreja. Se não houver
tural, de uma igreja que escolheu os um sentimento afetivo, por parte
GCEUs, para resgatar a “Grande Co- dos membros da igreja, para com
missão” e o “Grande Mandamento”. o GCEU, os resultados não serão
Em resumo, o Projeto GCEU está promissores, e em pouco tempo os
comprometido em resgatar: líderes se desmotivarão e abando-
narão o projeto. Com isso não es-
• O sacerdócio universal de to-
tamos afirmando que, numa igreja
dos os crentes
local não possa haver departamen-
• A “Grande Comissão” (fazer tos ou ministérios, mas que as ati-
discípulos); vidades e os programas desses de-
• O “Grande Mandamento” vem ser orientados e organizados a
(amar a Deus e ao próximo); partir do GCEU.
Nossa proposta é que O GCEU
• As casas como extensão da
seja a base dos ministérios. As-
igreja; sim, numa igreja local, organizada
• A visão de alcançarmos as em Pequenos Grupos, as crian-
multidões; ças, adolescentes, jovens, casados

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e até os irmãos da terceira idade, entre todas essas mega igrejas? To-
se agrupem em GCEUs, forman- das elas estão organizadas em Pe-
do setores, áreas e redes. Assim, quenos Grupos.
o coordenador ou supervisor, de Essa é uma estratégia que está
cada uma dessas faixas etárias, dando certo, em todos os lugares
será o líder do ministério daquele onde foi implementada, porque
grupo. O GCEU é a forma de orga- essa era a dinâmica da igreja primi-
nizar e estruturar a igreja, para o tiva. Foi por meio das casas, que a
seu perfeito funcionamento e cres- Igreja cresceu e avançou nos seus
cimento, desde as crianças até a primeiros trezentos anos. Sem tem-
terceira idade. plos! Apenas pelas reuniões nos la-
A proposta do GCEU é promover, res, os cristãos dos três primeiros
por meio dos Pequenos Grupos séculos, promoveram a expansão
uma evangelização mais eficiente, do Evangelho, por todo o impé-
realizada através dos relaciona- rio romano e além dele. O avanço
mentos; um discipulado dinâmi- do cristianismo, até a conversão
co, em que o grupo todo coopera, de Constantino no ano de 312, se
para o crescimento de todos; a co- deveu exclusivamente pela ação
munhão e integração de todos os do Espírito Santo, que Agiu numa
membros da igreja, que são acolhi- liderança leiga e nos ambientes
dos em reuniões semanais e pelo domésticos. Os leigos e as casas
acompanhamento pessoal, feito foram as únicas ferramentas que o
pelo líder; o desenvolvimento dos Espírito Santo utilizou, para levar o
dons espirituais, para que todos Evangelho a quase todo civilização
possam servir a Cristo e coope- existente daquela época.
rarem na edificação do Corpo de O que estamos propondo hoje, é
Cristo, que é a Igreja. Acreditamos um retorno ao que inicialmente foi
que esses são os tempos da grande tão bem entendido e praticado, pe-
colheita final, e que os GCEUs são los primeiros cristãos: O sacerdócio
os nossos celeiros, onde armaze- universal de todos os crentes e as ca-
naremos todo o trigo que vamos sas como a extensão da igreja local,
colher nos próximos anos. para que possamos avançar, em dire-
Há uma onda de Graça, fluindo ção à Salvação dos perdidos.
por todo o mundo nesse momen- A cada dia, me apaixono mais por
to. Nos cinco continentes (América, esse projeto, e sinto que a Graça
Europa, África, Ásia, Oceania) gran- de Deus nos levará a uma grande
des igrejas estão surgindo, fazendo revolução, nos próximos anos. Por
a maior colheita de almas de todos meio de líderes, em casas, que se-
os tempos. E o que há em comum rão usados por Deus, para alcançar

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uma multidão de perdidos, que não deve ser o de ganhar as pessoas
seria possível de serem alcançadas para o grupo; pois se elas forem
nas reuniões dos templos. integradas ao grupo, facilmente se-
Meus olhos espirituais já contem- rão integradas a igreja local.
plam nossa denominação chegan-
do a 10 mil GCEUs, esparramados 2º) PROJETOS
por todo o Brasil e fora dele; inte- EVANGELÍSTICOS:
grados pela mesma visão, de alcan-
çar os perdidos, cuidando bem e A evangelização é o primeiro ob-
individualmente deles. jetivo do GCEU, sem ela não haverá
O que temos hoje, é apenas uma multiplicação. Assim, desenvolve-
semente, mas o que teremos daqui a mos diversos projetos evangelísti-
alguns anos, será uma grande lavou- cos, para serem implantados nos
ra, composta por milhares de casas, GCEUs, conforme apresentando no
milhares de líderes e pastores, que capítulo sobre os Cinco Objetivos do
dinamicamente estarão empenha- GCEU (Capítulo 4).
dos em colher multidões. Estamos
iniciando a maior revolução espiritual 3º) ENCONTRO DO CORAÇÃO
de nossa história denominacional. ABRASADO:
As pessoas que foram ganhas
O TRILHO DO PROJETO pelos GCEUs, devem ser encami-
Para que tudo funcione a contento nhadas para o Encontro do Cora-
e possamos aproveitar, desenvolve- ção Abrasado; lá, certamente elas
mos uma trilha que auxiliará o pastor terão um encontro pessoal com
local na implementação do Projeto e Deus, que consolidará nelas a obra
na obtenção de melhores resultados: da Salvação.

1º) GCEUS: 4º) PREPARAÇÃO PARA O


BATISMO:
As pessoas são evangelizadas
através dos Pequenos Grupos, e As pessoas que voltam do En-
são convidadas a integrar aquele contro do Coração Abrasado, voltam
GCEU. É importante que elas se sedentas e desejosas de descerem
encontrem primeiro com o grupo, as águas batismais; por isso a pre-
para depois se encontrarem com paração delas precisa ser dinâmica
a igreja local. Precisamos primeiro e sem delongas. Cada igreja tem
ganhar as pessoas para nós, para escolhido um método para prepa-
depois ganha-las para Cristo. Todo rar essas pessoas para o batismo, o
empenho evangelístico do GCEU, ideal é que não decorra muito tem-

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po, entre o Encontro e o batismo (no maior colheita espiritual de todos
máximo três meses). os tempos.
Para que possamos avançar com
5º) MÓDULO MATURIDADE esse projeto, é indispensável que to-
ESPIRITUAL (1ª ETAPA DA EFL) dos os novos membros entendam e
compreendam nossa proposta de
Após o batismo, todos os novos
igreja, para o crescimento e avanço do
membros devem ser encaminhados
Evangelho, através de uma igreja que
para a Escola de Formação de Líde-
se relaciona nos Pequenos Grupos.
res de GCEU (EFL), ingressando no
Módulo Maturidade Espiritual. Neste
primeiro curso, elas serão ministra- 7º) MÓDULO LIDERANÇA (3ª
das sobre a obra da Graça de Deus, ETAPA DA EFL)
e como essa obra contribui para o Aqueles que concluíram o Módulo
crescimento espiritual de cada um.
Visão e Prática, serão imediatamen-
Sugerimos que todos os novos
te matriculados no Módulo Lideran-
membros da igreja (sejam aqueles
ça. Nesse curso, oferecemos aos
que são batizados ou aqueles que
alunos, o conhecimento necessário
vem de outras denominações),
para que possam assumir a lide-
sejam compelidos a fazer o curso
rança de um novo GCEU. Eles serão
de Maturidade Espiritual, pois nele
ministrados sobre obediência, fide-
as verdades transformadoras do
lidade, submissão, relacionamento
Evangelho da Graça, serão minis-
interpessoais, dons espirituais, entre
tradas, o que contribuirá para o
outros temas. Ao concluir esse mó-
crescimento e o amadurecimento
dulo, o membro estará apto para
espiritual desses novos membros.
se tornar um líder de GCEU.

6º) MÓDULO VISÃO E PRÁTICA


DOS PEQUENOS GRUPOS (2ª 8º) MÓDULO LIDERANÇA
ETAPA DA EFL) AVANÇADA (4ª ETAPA DA EFL)

Todos que concluiriam o Módulo Convidamos para esse Módulo,


Maturidade Espiritual, deverão se aqueles líderes que tem se destaca-
matricular no Módulo Visão e Prática do durante o desenvolvimento do
dos Pequenos Grupos, que será mi- Projeto, e evidenciam capacidade
nistrado com base nesse livro. De- de liderar líderes. O objetivo des-
sejamos que todos os novos mem- se módulo e preparar supervisores
bros de nossas igrejas conheçam e coordenadores de GCEUs. Líderes
o Projeto GCEU, pois foi ele que o que se tornarão “líderes de líderes”;
Senhor nos deu, para fazermos a eles aprenderão a cuidar de outros

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líderes e auxiliar os GCEUs em seu O que almejamos ao final des-
desenvolvimento e multiplicação. se processo é formarmos líderes
e pastores que foram forjados no
9º) CURSO DE FORMAÇÃO ambiente prático dos Pequenos
TEOLÓGICA (CEFORTE) Grupos, liderando e pastoreando
pessoas, desde o início da cami-
Após concluir o Módulo Liderança nhada, até o momento de assu-
Avançada, esses líderes serão con- mirem igrejas em todo o Brasil e
vidados a ingressarem no nosso fora dele. Esse é o caminho para
seminário teológico, visando à pre- a grande revolução espiritual dos
paração deles para o crescimento próximos dias.
da igreja, pois haverá a necessida- Quando temos um trilho bem de-
de de novos pastores, com o avan- finido e claro, é fácil para o líder se
ço do projeto. localizar e descobrir em que etapa
Há muitas pessoas em nosso meio está, assim como o que precisam
que tem um chamado ministerial, e fazer, para avançar para o próximo
precisamos propiciar a essas pessoas ponto. A inexistência de um trilho
uma clareza quanto ao caminho que ministerial, deixa as pessoas perdi-
elas devem seguir. Quando falta essa das; elas não conseguem se loca-
clareza, é possível que essas pessoas lizar e nem entender o que preci-
deixem nossa denominação, por sam fazer para crescer, espiritual e
acreditar que elas nunca conseguirão ministerialmente.
chegar ao ministério.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS amo ler seus livros! Tenho diversos
em minha biblioteca pessoal, e todas
Para finalizar, quero deixar aqui
as vezes que vejo um novo, dele, não
algumas dicas práticas, para alimen-
consigo me conter, compro todos. A
tar a Visão dos Pequenos Grupos,
paixão de Comiskey pelos Pequenos
em sua vida, e responder previa-
Grupos me inspira; sua forma simples
mente, algumas das questões que de abordar o tema, me encanta.
mais são levantadas nos seminários Leio também tudo que é publicado
de GCEU, que tenho participado por pelo Pr Pedro Estrella, pois ele tem
toda a nossa denominação. sido um dos motivadores de meu mi-
nistério com Pequenos Grupos.
LEIA BONS LIVROS SOBRE A Certamente o fogo que alimen-
VISÃO DOS PEQUENOS GRUPOS! to em meu coração, pelos GCEUs,
tem sido mantido aceso, por obras
Existe muito material escrito sobre
literárias, produzidas por homens
Pequenos Grupos. Alguns livros são
apaixonados por essa visão.
simplesmente brilhantes, na aborda-
gem desse tema. Eles contribuirão
muito para o esclarecimento de dú- PARTICIPE DE CONGRESSOS E
vidas e para a consolidação da visão. CONFERÊNCIAS DESSA VISÃO!
Sugiro aos amantes dessa visão Como já afirmei: Pequenos Grupos é
que observem a bibliografia, na fogão a lenha; é preciso cuidar do fogo
qual deixo registrada uma relação todo o tempo, se não ele apaga. Em
de obras que subsidiaram a escrita meu testemunho pessoal, a minha vi-
desse e dos demais materiais que são foi muito ampliada e a motivação
estão sendo publicados pelo Proje- aumentada, por meio de congressos,
to GCEU. Todas essas obras são de seminários e encontros, na Visão dos
fácil compreensão e de valor acessí- Pequenos Grupos, que tive a oportu-
vel. Creio que elas contribuirão para nidade de participar.
o desenvolvimento da visão que já Todo congresso e conferência
está plantada em seu coração. trarão contribuições especiais em
Lembre-se sempre daquela ex- nossas vidas. Em todos os que eu
pressão: Pequenos grupos é fogão a participei, fui muito abençoado e
lenha, se não for mantido a paixão, o motivado a continuar caminhan-
fogo se apaga. E a paixão é sempre do nessa direção; além de ter sido
renovada quando lemos um bom alargado no conhecimento e na
livro, que foi escrito por pessoas compreensão do projeto.
apaixonadas por Pequenos Grupos. Nossa denominação realizará
Pessoalmente, tenho grande ad- anualmente uma grande conferên-
miração pelo escritor Joel Comiskey; cia, que chamaremos Visão e Pai-

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xão. Nosso objetivo é de espalhar Grupos. Num futuro próximo, essa
a Visão dos Pequenos Grupos, em será uma grande marca.
todas as igrejas, e incendiarmos Podemos associar ao GCEU, as
todos os nossos pastores, líderes seguintes expressões: Pequenos
e membros, com paixão por almas. grupos; Até a última casa; Eu amo
Nosso Congresso Geral de GCEU tem essa ideia; etc.... Damos liberdade
o objetivo de produzir Visão e Pai- para a criatividade dos pastores,
xão pelos Pequenos Grupos. para que contribuam para a difu-
Realizaremos, também, no de- são do Projeto e na construção de
correr do ano, nas regiões, semi- uma identidade denominacional,
nários de Imersão na Visão; visando para nossos Pequenos Grupos. Se-
alcançar os pastores e líderes, para guimos os ensinamentos de Wes-
capacitá-los a implantarem o Proje- ley: No essencial, unidade; no não
to em suas igrejas locais. essencial, liberdade; em tudo, o amor.

POR QUE UTILIZAREMOS A GCEU NÃO É CÉLULA!


EXPRESSÃO GCEU?
É possível que entre nossos de-
Alguns têm me inquerido de “por safios, para a implementação do
que” mantemos a expressão GCEU, Projeto dos Pequenos Grupos, a
uma vez que “células” é muito mais compreensão de que GCEU não é
comum e comunicativo. É preciso célula, seja um dos nossos maio-
que compreendamos que nossa res desafios.
denominação está espalhada por Por que GCEU não é célula? Escla-
todo o território nacional e fora recer essa questão é fundamental
dele; e que almejamos, com a ma- para a compreensão do Projeto. A
nutenção do nome “GCEU”, a cria- ideia da “célula” está ligada a mul-
ção de uma marca que nos iden- tiplicação. Quando associamos os
tificará como denominação. Creio Pequenos Grupos a expressão “cé-
que em breve, teremos milhares de lula”, o que mais se destaca é a visão
GCEUs espalhados por todo Brasil; de multiplicação, apesar de não ser
e essa será uma marca nossa, ser- apenas isso. O objeto principal de
vindo para identificar o movimento uma igreja organizada em células é
wesleyano de Pequenos Grupos. a multiplicação delas. Tudo é desen-
GCEU é a nossa marca! E estamos volvido com esse objetivo! Em algu-
trabalhando para fazê-la conhecida mas igrejas, as células são obrigadas
também fora de nossa denomina- a se multiplicarem, em determinada
ção. Estamos criando uma identi- época do ano, independentemente
dade wesleyana, para os Pequenos do número de seus membros.

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O GCEU não tem por objetivo vivendo a dinâmica dos Pequenos
primário a multiplicação; nós en- Grupos, estão experimentando um
tendemos que a multiplicação é o tempo magnífico de grandes colhei-
resultado natural de uma igreja que tas e reavivamento espiritual.
elegeu a evangelização, o discipulado, Em minha declaração pessoal de
a comunhão e o serviço cristão, para fé, tenho afirmado:
somente então alcançar a multiplica-
ção. Desta forma, deslocamos a mul- 1º) Nós somos a geração do
tiplicação para o resultado do traba- arrebatamento!
lho, não como objetivo primário do Fazemos parte da última Igreja;
grupo. Para nós, a multiplicação é a nós não veremos a morte, seremos
prova do êxito do projeto do GCEU. arrebatados e encontraremos com
Forçar a multiplicação é justamente Cristo, nos ares. Creio, com vee-
um dos maiores problemas que as mência, que estamos vivendo os úl-
igrejas na visão celular tem dissemi- timos dias da história da Igreja, so-
nado na história recente. Não que- bre a terra. Nunca antes na história
remos enfrentar esse problema! da humanidade houveram tantos
discípulos vivendo sobre a face
Nosso foco não está na multi-
terra, como temos hoje. Somos bi-
plicação; a multiplicação é o re-
lhões de cristãos, esparramados
sultado, não o objetivo primário
por todos os continentes.
do grupo. Nosso foco é a “Grande
Comissão” (por meio da evangeliza-
2º) A Igreja desta geração fará
ção e do discipulado), e o “Grande
a maior colheita da história!
Mandamento” (por meio da comu-
Estamos vivendo dias de um
nhão e do serviço cristão). Assim
mover de Graça e do Espírito. Há
compreendemos e cumprimos a
Salvação acontecendo na Índia, na
nossa missão: Amar a Deus, amar
China, na África, etc.... Indus, budis-
ao próximo e fazer discípulos.
tas, mulçumanos, ateus, agnósti-
cos, espíritas, católicos, índios, es-
MINHAS DECLARAÇÕES DE FÉ: tão se convertendo aos milhares.
Nós acreditamos que igrejas em Esse é o tempo que vamos colher
até aquilo que não plantamos.
Pequenos Grupos é o retorno às
origens da igreja primitiva, é o res-
3º) As igrejas que vão tomar
gatar da visão de João Wesley e o
parte nessa colheita final,
projeto de Deus para esta geração.
têm três coisas em comum:
Os benefícios dos Pequenos Grupos
na vida da igreja local, são inúme- 1) Amor pelas almas
ros; as igrejas e pastores que estão perdidas: Deus não

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nos dará aquilo que não de cuidar daqueles que
queremos. Se não formos vamos colhendo. Os GCEUs
uma igreja apaixonada por são os celeiros onde nós
almas perdidas, não as armazenaremos a colheita
teremos. Se nossa visão é que o Senhor nos dará,
de apenas promovermos nesses últimos dias. Quanto
entretenimentos para mais celeiros disponíveis
crentes, não vamos participar tivermos, maior será a nossa
da colheita; colheita.
2) Centralidade no Evangelho Quero te convidar a sonhar com
da Graça. Estamos vendo as multidões e a desejar pastoreá-
o Espírito promover uma -las, a acreditar que você nasceu
grande onda de Graça, nesse tempo, porque Deus deseja
por todo o planeta. Por te usar na maior colheita de todos
muitos anos as igrejas os tempos. Creio que aqueles que
evangélicas estiveram mais abraçaram essa visão, verão seus
comprometidas com a Lei, ministérios florescerem e suas igre-
do que com a Graça. O jas se expandirem por todos os
que estamos vendo hoje bairros de sua cidade, por meio dos
são comunidades que GCEUs que se multiplicarão. Esse é
abraçaram a visão da Graça, o tempo da grande colheita, é hora
crescendo em todos lugares. de reconstruir nossos celeiros e nos
A Graça traz Cristo de volta prepararmos para recolher o trigo
ao centro do púlpito e das que já está maduro.
mensagens. Só pela Graça A nossa denominação experimen-
de Cristo alcançaremos as tará o maior crescimento de sua his-
multidões, como aconteceu tória (vejo pela fé a festa pelos 10 mil
nos primeiros dias da Igreja GCEUs). Ela se tornará uma referência
Primitiva. mundial em Pequenos Grupos. Pro-
3) Organizadas em duziremos os melhores líderes de
Pequenos Grupos. Só Pequenos Grupos desta geração e
uma igreja organizada em seremos uma multidão de pastores e
Pequenos Grupos tem líderes, empenhados em esparramar
capacidade de alcançar a Visão e renovar a Paixão.
as multidões, cuidando Eu creio que o vento do aviva-
bem e individualmente de mento chegou em nossas vidas e
cada pessoa alcançada. O ministérios, nos preparando para
Senhor nos dará a colheita, um tempo de abundante Graça e
segundo a nossa capacidade de farta colheita.

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MOMENTO 2 - Louvor: Dois
ou três cânticos pré-selecionados
(sempre com cópia das letras, para
todos os participantes);
MOMENTO 3 - Testemunho:
Oportunidade para um breve tes-
temunho (no máximo 05 minutos);
MOMENTO 4 – Apresentação
dos visitantes: Apresentação dos
visitantes, que deverá ser feita por
quem os convidou;
MOMENTO 5 – Quebra Gelo:
Pode ser perguntas abertas, como:
Como foi a semana de vocês? (por
exemplo); também pode ser feito
alguma dinâmica rápida (cuidado
com o tempo nisso);
MOMENTO 6 – Compartilhar
da Carta Pastoral: (Máximo 30
minutos).

Texto:

 Romanos 8.1-2 “Portanto, ago-


ra nenhuma condenação há para
os que estão em Cristo Jesus, que
não andam segundo a carne, mas
MODELOS DE CARTA PASTOR AL segundo o Espírito. Porque a lei do
Espírito de vida, em Cristo Jesus, me
livrou da lei do pecado e da morte”.

Tema:
ROTEIRO DO ENCONTRO –
VIVENDO EM PERFEITA
MODELO 1
LIBERDADE
Encontro do dia ____/___/____
Objetivo:
MOMENTO 1 - Início: Dar as
Compreender que Jesus nos
boas-vindas aos presentes; fazen- trouxe liberdade completa do pe-
do em seguida uma oração de grati- cado, da morte, do Diabo e da con-
dão pela reunião que irá acontecer; denação eterna.

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Desenvolvimento: Essa é a mensagem do Evangelho
Não há nada mais agressivo ao da Graça; ela é a boa nova de salva-
homem, que a perda da liberdade. ção que nos apresenta o presente
Nós fomos criados para sermos li- de Deus para nossas vidas; e o pre-
vres. Quando alguém é preso por sente é a liberdade completa que
um crime ou enfermidade, isso lhe temos em Cristo Jesus; pois na cruz
traz um grande sofrimento. ele nos livrou da lei do pecado e da
O pecado veio para tirar a liber- morte. A cruz que aprisionou Jesus,
dade do homem e fazer dele um nos libertou.
escravo de Satanás. O homem A mensagem do Evangelho é a
escravizado pelo Diabo, torna-se proclamação da libertação do ho-
praticante dos piores pecados; e, mem. Os alcançados pela cruz es-
como escravo, não tem a liberdade tão livres de todo o pecado, de toda
de não fazer o que o pecado orde- a condenação e de toda a maldição;
na. Ele pode até decidir que não vai eles não experimentarão a morte
beber, se drogar ou se prostituir, eterna, e passarão dessa vida, para
mas como é escravo, seu senhor, a vida eterna.
o pecado, lhe dominará a ponto de A mensagem de Cristo nos con-
não conseguir deixar de pecar. vida a crer em seu sacrifício e crer
O pecado é a corrente que man- que Ele morreu em nosso lugar; Sua
tém o homem preso ao Diabo. O morte foi para que nossos pecados
grande desafio do perdido é en- fossem perdoados, e tivéssemos di-
contrar sua liberdade; ter o poder reito a viver eternamente com Deus.
de escolher o que fazer, onde ir e A Palavra afirma que agora é tem-
como viver; todavia, isso só é pos- po de experimentarmos a verdadei-
sível quando essas correntes fo- ra liberdade em Cristo Jesus, pois
rem quebras. aqueles que são nascidos de Deus
O que esse texto de Romanos não andam mais segundo a nature-
está nos comunicando, é que para za da carne, mas são dirigidas pelo
aqueles estão em Cristo, foram li- Espírito Santo. Nós somos livres: O
bertos integralmente do domínio pecado, a morte e o Diabo não têm
do pecado, consequentemente es- mais poder sobre nossas vidas.
tão também livres do governo de Devemos viver essa liberdade
Satanás: “Agora, não há mais con- glorificando a Cristo Jesus, por sua
denação para nós que estamos em obra na cruz. Quem crê em Jesus e
Cristo Jesus”. A cruz neutralizou o recebe a sua Graça, passa a viver
poder do pecado sobre as nossas uma vida de vitória sobre o pecado.
vidas, e quebrou as correntes que A lei do Espírito nos liberta da lei
nos mantinham presos ao Diabo. do pecado.

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Perguntas: ROTEIRO DO ENCONTRO –
1) O que nesta palavra mais MODELO 2
falou ao seu coração? Encontro do dia ____/___/____
2) Você confia que seus
pecados já formam MOMENTO 1 - Início: Dar as
perdoados e que você está boas-vindas aos presentes; fazen-
livre do Diabo? do em seguida uma oração de grati-
3) Você tem experimentado dão pela reunião que irá acontecer;
a alegria de viver livre do MOMENTO 2 - Louvor: Dois
pecado e da morte? ou três cânticos pré-selecionados
(sempre com cópia das letras, para
Oração: todos os participantes);
Para que a Palavra ministrada MOMENTO 3 - Testemunho:
possa frutificar nos corações que a Oportunidade para um breve tes-
receberam. temunho (no máximo 05 minutos);
MOMENTO 4 – Apresentação
MOMENTO 7 – Avisos: Confor- dos visitantes: Apresentação dos
me o boletim informativo da igreja. visitantes, que deverá ser feita por
MOMENTO 8 – Pedidos de Ora- quem os convidou;
ção: Cada membro faz um pedido, MOMENTO 5 – Quebra Gelo:
para orarem juntos. Pode ser perguntas abertas, como:
MOMENTO 9 – Oração Final: Como foi a semana de vocês? (por
1) Pelos pedidos, apresentados exemplo); também pode ser feito
por cada participante da alguma dinâmica rápida (cuidado
reunião; com o tempo nisso);
2) Pela casa anfitriã e pela MOMENTO 6 – Compartilhar
multiplicação do GCEU; da Carta Pastoral: (Máximo 30
3) Pela igreja local, seus minutos).
pastores e líderes.
4) Pelo bairro, cidade e país; Texto:
Gálatas 2.16,19,20 “Sabemos
MOMENTO 10 – Lanche: Tempo que o ninguém é justificado pela
para o lanche e a integração entre prática da lei, mas mediante a fé
as pessoas do grupo. em Jesus Cristo. Assim, nós tam-
bém cremos em Cristo Jesus para
sermos justificados pela fé em Cris-
to, e não pela prática da lei, porque
pela prática da lei ninguém será
justificado. Pois, por meio da lei eu

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morri para a lei, a fim de viver para Outros tentam chegar a Deus por
Deus. Fui crucificado com Cristo. meio de um voto de pobreza; e ain-
Assim, já não sou eu quem vive, da há aqueles que creem ser possí-
mas Cristo vive em mim. A vida que vel chegar a Deus cumprindo suas
agora vivo no corpo, vivo-a pela fé obrigações religiosas. Mas qual
no filho de Deus, que me amou e se é o caminho para chegarmos até
entregou por mim”. Deus? Vamos explorar três versícu-
los de Gálatas, para encontrarmos
Tema: essa resposta:
A CRUZ QUE NOS LEVA AO
AMOR DE DEUS 1) Mas sabemos que todos são
aceitos por Deus somente pela
Objetivo: fé em Jesus Cristo e não por fa-
Entendermos a cruz como o zerem o que a lei manda (v.16).
caminho para recebermos o
amor de Deus Só há um caminho para chegar-
mos ao coração de Deus: A fé em
Desenvolvimento: Jesus Cristo. Deus estabeleceu um
Nos últimos dias estamos sendo caminho de reconciliação com o
desafiados a amar a Deus “de todo homem, e esse caminho passa por
nosso coração, de toda nossa alma, seu filho e pelo sacrifício dele na
com todo o nosso entendimento e Cruz. A mensagem bíblica e cris-
com todas as nossas forças”. Mas tocentrica é aquela que aponta os
quem é Deus para que eu o ame? E erros e os pecados dos homens,
como faço para chegar até ele? mas também aponta a solução do
As principais religiões do mundo problema; e a única saída é acre-
tentam chegar a Deus de diversas ditar no Cristo crucificado, porque
formas: Os judeus confiam na obe- foi na cruz que o Senhor colocou os
diência a lei Mosaica; algumas pes- meus e os seus pecados sobre Je-
sus. A cruz é a justiça de Deus para
soas acreditam na autoflagelação;
aqueles que creem em Cristo Jesus.
outros acreditam na reencarna-
Não é possível sermos aceitos por
ção. Muitos acreditam ser possível
Deus por meio da obediência a lei
chegar a Deus por meio das boas
(moral ou cerimonial), só a fé em
obras. No passado, os monges pro-
Jesus Cristo nos torna aceitáveis
curavam chegar a Deus por meio
diante de Deus Pai.
da clausura, do isolamento, da
abstinência e do celibato (sacrifi- Você tem procurado ser aceito
car a carne). Alguns tentam chegar por Deus por sua fé ou por suas
até Deus por meio da meditação. realizações?

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2) Pois, quanto à lei, estou mor- 3) Assim já não sou eu quem
to, morto pela própria lei, a fim vive, mas Cristo é quem vive em
de viver para Deus. Eu fui morto mim. E esta vida que vivo ago-
com Cristo na cruz (v.19). ra, eu a vivo pela fé no Filho de
Deus, que me amou e se deu a si
A mensagem da cruz não anuncia mesmo por mim (v.20).
só a morte de Cristo, ela também
anuncia a minha morte. Aqueles Aqui está o nosso atestado de
que creem no sacrifício de Cristo, óbito para o mundo e a nossa cer-
morreram com Ele na cruz. Se mor- tidão de nascimento no reino de
remos com Cristo, não estamos Deus. Quando vou a cruz de Cristo
mais subjugados a lei ou ao peca- para morrer com Ele, recebo dele
do. O pecado não tem mais poder o poder da ressurreição e da vida
sobre um corpo morto. A cruz es- eterna. Quando morro com Cris-
tabeleceu a minha morte para o to na cruz, Ele torna-se a minha
mundo e para o pecado, e me deu própria vida.
vida eterna com Deus. O que nos Agora vivo uma vida de fé no Fi-
torna aceitáveis diante de Deus é o lho de Deus. E esta não é uma fé
fato de termos morrido com Cristo estática, é uma fé que se renova e
lá na cruz. O meu Eu foi pregado na se expande a cada novo dia. Quan-
cruz com Cristo, por isso não te- do olho para a cruz, eu vejo a maior
nho medo de perder nada. Já perdi expressão de amor por minha vida;
tudo. Nada do mundo tem mais va- Ele me amou a ponto de se dar a
lia em minha vida. Quem está pre- si mesmo por mim. É essa com-
gado numa cruz não tem domínio preensão do amor de Deus e de
sobre nada. A minha unidade com Jesus que transforma nossas vidas.
Cristo se estabeleceu na cruz, com Enquanto eu não enxergar na cruz,
Ele eu morri a fim de viver para a expressão do amor de Deus por
Deus. Se fui unido com Ele em sua mim, não experimentarei a vida de
morte, também serei unido com Ele Cristo em minha vida.
na sua ressurreição. E também me Todos nós somos pecadores,
assentarei com Ele nas regiões ce-
não importando a especificidade
lestiais, e receberei por meio dele a
de nossos pecados; mesmo que
recompensa da filiação eterna.
você possa ser a pessoa mais per-
Você está crucificado com versa de todas, e tenha vivido nas
Cristo ou o seu “Eu” ainda te sarjetas do pecado, e que tenha
domina? É a sua vontade ou a cometido as coisas mais horríveis;
vontade de Deus que prevalece saiba que por meio deste homem,
em sua vida? o Senhor Jesus Cristo, hoje lhe é

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pregado o perdão de seus peca- 1) Pelos pedidos, apresentados
dos. E por intermédio dele todos os por cada participante da
que creem, incluindo você, estão reunião;
inteiramente justificados diante de 2) Pela casa anfitriã e pela
Deus. Se você crer que Jesus é o Fi- multiplicação do GCEU;
lho de Deus, e que ele morreu lá na 3) Pela igreja local, seus
cruz por seus pecados e para rece- pastores e líderes.
ber a sua punição; e confiar intei- 4) Pelo bairro, cidade e país;
ramente apenas nele e no que ele
MOMENTO 10 – Lanche: Tempo
fez, todos os seus pecados serão
para o lanche e a integração entre
apagados por completo. É como se
as pessoas do grupo.
você jamais os tivesse cometidos
em sua vida.
ROTEIRO DO ENCONTRO –
A cruz é o único caminho para o
MODELO 3
homem chegar até Deus e desfru-
tar de seu abundante amor, por- Encontro do dia ____/___/____
que ela é a prova do amor de Deus
MOMENTO 1 - Início: Dar as
para conosco.
boas-vindas aos presentes; fazen-
do em seguida uma oração de grati-
Perguntas:
dão pela reunião que irá acontecer;
1) A cruz de Cristo tem te MOMENTO 2 - Louvor: Dois
levado ao conhecimento do ou três cânticos pré-selecionados
amor de Deus por sua vida? (sempre com cópia das letras, para
2) O que mais desses textos todos os participantes);
falou ao seu coração? MOMENTO 3 - Testemunho:
Oportunidade para um breve tes-
Oração: temunho (no máximo 05 minutos);
Para que a Palavra ministrada MOMENTO 4 – Apresentação
possa frutificar nos corações que a dos visitantes: Apresentação dos
receberam. visitantes, que deverá ser feita por
quem os convidou;
MOMENTO 7 – Avisos: Confor- MOMENTO 5 – Quebra Gelo:
me o boletim informativo da igreja. Pode ser perguntas abertas, como:
MOMENTO 8 – Pedidos de Ora- Como foi a semana de vocês? (por
ção: Cada membro faz um pedido, exemplo); também pode ser feito
para orarem juntos. alguma dinâmica rápida (cuidado
MOMENTO 9 – Oração Final: com o tempo nisso);

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MOMENTO 6 – Compartilhar de grande alegria; esse é o signifi-
da Carta Pastoral: (Máximo 30 cado da expressão Evangelho.
minutos). Paulo faz questão de afirmar
para todos os crentes de Roma,
Texto: que ele não tem vergonha nenhu-
Romanos 1.16-17 “Não me en- ma de se apresentar como o segui-
vergonho do evangelho, porque é dor de Jesus, aquele que foi morto
o poder de Deus para salvação de pelo império romano, em uma cruz.
todo aquele que crê, primeiro do A condenação à morte na cruz era
judeu e também do grego; visto razão para vergonha de todos os
que a justiça de Deus se revela no familiares e amigos. Ninguém teria
evangelho, de fé em fé, como está coragem de se apresentar como
escrito: o justo viverá por fé”. amigo de alguém que foi condena-
do e morto em uma cruz, pois essa
Tema: condenação era sinal de indignida-
de. Só as pessoas de má índole re-
O QUE É O EVANGELHO?
cebiam tal condenação. Só alguém
Objetivo: que tivesse praticado crimes he-
diondos recebia essa pena.
Entender que o evangelho é
É preciso ter essa compreensão
Cristo; Ele é o poder que salva
para entender a declaração de Pau-
os homens.
lo. Para alguns, dizer-se cristão era
algo humilhante, coisa de louco,
Desenvolvimento:
pois só insanos seguiriam alguém
A compreensão do que significa que foi condenado a morte de cruz.
o “Evangelho”, é crucial para enten- Paulo faz questão de apresentar
dermos a mensagem comunicada Jesus como o poder de Deus para
por Paulo. O “Evangelho” não é um a salvação de todo aquele que crê.
livro ou uma escrita, ele é o próprio Isso pode parecer loucura para os
Senhor Jesus Cristo. romanos, mas foi exatamente para
Em outras palavras, Paulo está isso que Jesus veio ao mundo. Sua
dizendo: Não me envergonho de missão era morrer na cruz, para
Jesus Cristo, porque Ele é o poder se tornar o poder de Deus, para a
de Deus para a salvação de todo salvação de todos os que estavam
aquele que crê. perdidos e condenados por causa
No grego a palavra Evangelho sig- do pecado.
nifica “boa notícia”. Quando Jesus É por isso que Paulo afirma que a
nasceu, o anjo anunciou aos pasto- justiça de Deus se revela no Evan-
res de Belém: Hoje vos trago novas gelho, ou seja, Jesus Cristo é a for-

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ma de Deus fazer justiça em rela- salvação do homem. Jesus realizou
ção ao pecado. tudo, fez tudo, consumou tudo, ter-
O homem pecou, e deveria pa- minou tudo, e agora, nos convida
gar o preço do pecado: A alma que a vivermos confiando nesta obra,
pecar, esta morrerá; mas Deus que recebendo e acreditando nesse
sempre amou o homem de uma for- sacrifício; somos desafiados a vi-
ma inexplicável, providenciou um vermos tão somente acreditando
escape para livrá-lo da condenação
nesta história, isso é viver pela fé.
eterna; e esse escape é Jesus.
Muitos crentes da atualidade não
É isso que significa dizer que a
têm compreendido o que é o Evan-
Justiça de Deus se revela no Evan-
gelho; o que é essa boa notícia; que
gelho. Em Cristo somos justifica-
essa obra consumada e acabada
dos, somos perdoados, somos li-
bertos do poder do pecado, livres que foi realizada na cruz para que
das garras de Satanás, livres da pudéssemos receber a justiça de
condenação eterna. Quando Jesus Deus. Há muitas pessoas que não
se revela como a nossa justiça, Ele conseguem viver de fé em fé; elas
leva sobre seus lombos todos os querem fazer algo para agradar a
nossos pecados; é por essa razão Deus; elas não sabem receber de
que Ele teve que morrer na cruz, bom grado o presente de Deus;
porque nossos pecados eram he- elas acreditam que precisam coo-
diondos, era nós quem deveria perar de alguma forma para a sal-
estar lá; ali Ele se colocou no lugar vação de suas almas. Mas isso na
de todos os mentirosos, idólatras, verdade é uma forma de viver fora
avarentos, homicidas e adúlteros. da fé. Qualquer crente que não
A justiça de Deus se revelou em compreender que para sua justifi-
Jesus; Ele foi colocado em nosso
cação, salvação e santificação, bas-
lugar lá na cruz; essa é uma obra
ta apenas crer e receber a obra da
de Deus e do próprio Senhor Jesus.
cruz, estará vivendo fora da fé.
Ele fez tudo em nosso lugar; ele so-
Viver pela fé é acreditar que já
freu em nosso lugar, Ele morreu em
não há mais condenação para nós
nosso lugar.
Após fazer essa revelação, Paulo por causa de nossos pecados; que
nos desafia a vivermos uma vida somos santificados pela obra da
de fé nesta obra. Ele então faz uma cruz; que fomos reconciliados com
grande afirmação: O justo viverá Deus por causa da obra de Cristo; e
por fé. A fé na obra consumada de que nada mais poderá nos separar
Jesus na cruz; essa é a nossa par- do amor de Deus. Isso é viver de fé
te nesse maravilhoso processo de em fé. Fé do começo ao fim.

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e) Perguntas: ROTEIRO DO ENCONTRO
– MODELO 4
1) O que nesta Palavra mais
falou ao seu coração? Encontro do dia ____/___/____
2) Você sente que seus pecados
MOMENTO 1 - Início: Dar as
foram colocados em Cristo
boas-vindas aos presentes; fazen-
ou você ainda carrega o peso
do em seguida uma oração de grati-
deles?
dão pela reunião que irá acontecer;
3) Você consegue entender que
MOMENTO 2 - Louvor: Dois
Jesus resolveu o problema
ou três cânticos pré-selecionados
com o pecado lá na cruz, e
(sempre com cópia das letras, para
que nós só precisamos crer
todos os participantes);
nesse sacrifício para vencer o
MOMENTO 3 - Testemunho:
pecado?
Oportunidade para um breve tes-
Oração: temunho (no máximo 05 minutos);

Para que a Palavra ministrada MOMENTO 4 – Apresentação

possa frutificar nos corações que a dos visitantes: Apresentação dos


receberam. visitantes, que deverá ser feita por
MOMENTO 7 – Avisos: Confor- quem os convidou;
me o boletim informativo da igreja. MOMENTO 5 – Quebra Gelo:
MOMENTO 8 – Pedidos de Ora- Pode ser perguntas abertas, como:
ção: Cada membro faz um pedido, Como foi a semana de vocês? (por
para orarem juntos. exemplo); também pode ser feito
MOMENTO 9 – Oração Final: alguma dinâmica rápida (cuidado
com o tempo nisso);
1) Pelos pedidos, apresentados
MOMENTO 6 – Compartilhar
por cada participante da
da Carta Pastoral: (Máximo 30
reunião;
minutos).
2) Pela casa anfitriã e pela
multiplicação do GCEU; Texto:
3) Pela igreja local, seus
Romanos 4.4-5 “Ora, ao que tra-
pastores e líderes.
balha, o salário não é considerado
4) Pelo bairro, cidade e país;
como favor, e sim como dívida. Mas,
MOMENTO 10 – Lanche: Tempo ao que não trabalha, porém crê na-
para o lanche e a integração entre quele que justifica o ímpio, a sua fé
as pessoas do grupo. lhe é atribuída como justiça”.

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Tema: dicionada a obediência total a lei.
OS DOIS MODELOS DE Quem não obedece está debaixo
RELACIONAMENTOS de maldição! Esse é o primeiro re-
lacionamento, aquele que o traba-
Objetivo: lhador recebe por justiça a recom-
Reconhecermos a superiori- pensa de seu trabalho.
dade da graça sobre a lei. O segundo relacionamento foi fir-
mado sobre o monte Calvário, teve
Desenvolvimento: como intermediário Jesus, e tem
Na Bíblia, vamos encontrar dois por base a Graça. Neste relaciona-
tipos de relacionamentos estabe- mento, Deus escolheu alguém para
lecidos entre Deus e os homens: O obedecer integralmente a todas as
relacionamento fundamentado na lei regras e mandamentos em nosso
e o relacionamento fundamentado lugar. Nesse caso, a benção está
na Graça. Os dois são simbolizados condicionada a receber o presente
por dois montes: O primeiro está de Deus, que é a obra consumada
firmado no monte Sinai e o segundo de Cristo na cruz, e a maldição está
no monte Calvário. Os dois são es- sobre aqueles que se recusam a
tabelecidos por intermédio de dois receber esse presente. O segun-
homens: O primeiro por Moisés, e o do relacionamento é a pessoa que
segundo por Jesus. não trabalhou, mas se apresentou
Os dois relacionamentos são
para receber a recompensa, como
apresentados no texto que lemos.
se tivesse trabalhado. Esse é o re-
O primeiro é simbolizado pelo tra-
lacionamento fundamentado na
balhador que trabalhou e, portan-
Graça, na confiança obra de Cristo,
to, merece receber o seu salário.
nos méritos de Cristo, no esforço
O segundo é simbolizado pelo tra-
de Cristo.
balhador que não trabalhou, mas
O primeiro relacionamento está
compareceu para receber a recom-
firmado no que “eu faço” ou “deixo
pensa como se tivesse trabalhado.
O primeiro relacionamento foi de fazer”; o segundo, naquilo que
firmado sobre o monte Sinai, que Cristo fez por mim. No primeiro,
teve como intermediário o Profeta as bençãos estão condicionadas a
Moises, e tem por base a Lei, es- obediência integral a lei; no segun-
tabeleceu uma “regra de conduta”, do, as bençãos estão condiciona-
onde o homem precisa se subme- das ao recebimento do presente de
ter a todas elas, para ficar bem com Deus. O primeiro relacionamento
Deus e receber uma recompensa está firmado no “fazer”; o segundo
por isso. Nele a benção está con- no “receber”.

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Na parábola do filho pródigo, o 3) Você quer se relacionar
mais novo representa aquele que com Deus segundo a Lei ou
escolheu viver pela Graça, pois
segundo a Graça?
não merecendo o perdão do pai,
4) Você prefere confiar nas suas
recebeu isso como um presente. O
mais velho, por sua vez, sempre se obras ou na obra completa
viu como um escravo e firmou seu de Cristo na cruz?
relacionamento na obediência, não 5) Você se vê como o filho que
na bondade do Pai: voltou para casa ou como o
que não saiu de casa?
Mas ele respondeu: Faz tantos
anos que trabalho como um
escravo para o senhor e nunca
Oração:
desobedeci a uma ordem sua. Para que a Palavra ministrada
Mesmo assim o senhor nunca me possa frutificar nos corações que a
deu nem ao menos um cabrito para
receberam.
eu fazer uma festa com os meus
amigos. Lucas 15.29 MOMENTO 7 – Avisos: Confor-
me o boletim informativo da igreja.
O segundo filho representa
aqueles que escolheram se relacio- MOMENTO 8 – Pedidos de Ora-
nar com o Pai segundo a Lei; com ção: Cada membro faz um pedido,
base nos seus méritos próprios e para orarem juntos.
segundo suas obras. Todavia, foi
MOMENTO 9 – Oração Final:
para o primeiro que o pai resolveu
matar o bezerro cevado. 1) Pelos pedidos, apresentados
por cada participante da
Perguntas:
reunião;
1) Você quer receber segundo a 2) Pela casa anfitriã e pela
recompensa do seu trabalho multiplicação do GCEU;
ou você prefere receber
3) Pela igreja local, seus
a recompensa segundo o
pastores e líderes.
trabalho de Cristo Jesus?
2) Você quer ser abençoado 4) Pelo bairro, cidade e país;
segundo sua obediência ou
MOMENTO 10 – Lanche: Tempo
você prefere ser abençoado
segundo a obediência de para o lanche e a integração entre
Jesus em seu lugar? as pessoas do grupo.

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ROTEIRO DO ENCONTRO na mensagem que ouviram? 3 Será
– MODELO 5 que perderam o juízo? Tendo co-
meçado no Espírito, por que agora
Encontro do dia ____/___/____
procuram tornar-se perfeitos por
MOMENTO 1 - Início: Dar as seus próprios esforços? 4 Será que
boas-vindas aos presentes; fazen- foi à toa que passaram por tantos
do em seguida uma oração de grati- sofrimentos? É claro que não foi
dão pela reunião que irá acontecer; à toa! 5 Volto a perguntar: acaso
MOMENTO 2 - Louvor: Dois aquele que lhes deu o Espírito e
ou três cânticos pré-selecionados realizou milagres entre vocês agiu
(sempre com cópia das letras, para assim porque vocês obedeceram à
todos os participantes); lei ou porque creram na mensagem
MOMENTO 3 - Testemunho: que ouviram?”
Oportunidade para um breve tes-
Tema:
temunho (no máximo 05 minutos);
MOMENTO 4 – Apresentação OBEDIÊNCIA A LEI OU A FÉ?
dos visitantes: Apresentação dos
visitantes, que deverá ser feita por Objetivo:
quem os convidou; Entender que Crer na obra de
MOMENTO 5 – Quebra Gelo: Cristo é mais importante que obe-
Pode ser perguntas abertas, como: decer a Lei.
Como foi a semana de vocês? (por
exemplo); também pode ser feito Desenvolvimento:
alguma dinâmica rápida (cuidado Nós recebemos o Espírito por
com o tempo nisso); obedecermos à lei ou por crermos
MOMENTO 6 – Compartilhar na mensagem da cruz? Os crentes
da Carta Pastoral: (Máximo 30 da Galácia iniciaram sua caminhada
minutos). na fé crendo no sacrifício de Cris-
to, mas por influencias legalistas,
Texto: passaram a acreditar ser neces-
Gálatas 3.1-5 “Ó gálatas insen- sário agregar à fé, a obediência as
satos! Quem os enfeitiçou? Jesus leis mosaicas. Eles começaram pela
Cristo não lhes foi explicado tão fé e agora estavam tentando viver
claramente como se tivessem vis- pelo esforço humano. O que os le-
to com os próprios olhos a morte galistas daquela época desejavam
dele na cruz? 2 Deixem-me per- era fazer um casamento entre a
guntar apenas uma coisa: vocês Graça de Cristo e a Lei de Moisés;
receberam o Espírito porque obe- e contra isso, Paulo se posicionou
deceram à lei ou porque creram duramente.

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Esta compreensão equivocada no para o seu desenvolvimento.
dos Gálatas está presente também Na fé cristã, sua única participa-
na vida de muitos crentes da atua- ção é CRER.
lidade. Muitos “tendo começado A Graça faz com que o Cristianis-
no Espírito, .... procuram tornar-se mo seja uma fé única; totalmente
perfeitos por seus próprios es- distinta das demais crenças. Tudo
forços”. Há muitos crentes acredi- pra nós se resume em crer em Je-
tando que é possível fazer algum sus, como o Cristo, que veio para
esforço humano para vencer o trazer-nos vida; nos libertar do
pecado, crescer, amadurecer, san- pecado, do diabo e da morte; nos
tificar-se e frutificar. Muitos acredi- dar a salvação, santificação, pros-
tam que precisam pagar um preço peridade e saúde; a obra da cruz
para crescerem em Graça e em é completa.
revelação de Deus; isso é um gran- Muitos crentes estão vivendo
de equívoco. uma vida de fracasso contra o Dia-
A única coisa que podemos fazer bo e o pecado porque eles estão
para sermos salvos e crescermos tentando vencê-los com esforço
espiritualmente, em santidade e humano, e isso não é possível.
frutificação, é CRER; essa é a parte Muitos não estão crescendo espi-
que nos foi reservada. CRER para ritualmente, porque acreditam que
ser salvo, continuar CRENDO para isso depende deles e do que eles
crescer, CRER para amadurecer, fazem, quando na verdade isso é
CRER para ser santificado, CRER obra exclusiva de Cristo, através do
para a frutificação, CRER para a Espírito Santo. Os insensatos gála-
libertação, CRER até a glorifica- tas também acreditavam assim.
ção. Não é fé no começo e fé es- A mensagem do Evangelho nos
forço humano em seguida. É fé o informa que temos tudo pela Gra-
tempo inteiro: É por meio da fé, do ça; tudo está disponível para nós
começo ao fim. Qualquer coisa dife- através da obra consumada de
rente disso é loucura e insensatez. Cristo na cruz. Esse é o presente de
A obra de salvação e santificação Deus para todos nós. Tudo se ope-
do homem não tem nada a ver co- ra pela Graça mediante a fé. A única
nosco; não tem nada a ver com o coisa que precisamos fazer é CRER.
que fazemos, mas como CREMOS. É termos fé do princípio ao fim; pois
Talvez essa seja a loucura do Evan- Cristo é o autor e consumador de
gelho, para muitos. Pois em nenhu- nossa fé; isso quer dizer que nossa
ma religião isso é possível, porque fé se inicia Nele e se aperfeiçoa por
em todas elas o homem precisa meio Dele. É Ele quem faz tudo; nós
fazer algum tipo de esforço huma- só precisamos CRER.

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Perguntas: MOMENTO 8 – Pedidos de Ora-
ção: Cada membro faz um pedido,
1) O que mais falou contigo
para orarem juntos.
nesta mensagem?
MOMENTO 9 – Oração Final:
2) Você consegue entender
que a única coisa a fazer 1) Pelos pedidos, apresentados
na fé cristã é CRER ou você por cada participante da
ainda entende que precisa reunião;
fazer alguma coisa com seus
2) Pela casa anfitriã e pela
esforços humanos?
multiplicação do GCEU;

Oração: 3) Pela igreja local, seus


pastores e líderes.
Para que a Palavra ministrada
possa frutificar nos corações que a 4) Pelo bairro, cidade e país;
receberam.
MOMENTO 10 – Lanche: Tempo
MOMENTO 7 – Avisos: Confor- para o lanche e a integração entre
me o boletim informativo da igreja. as pessoas do grupo.

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e Prática, sendo assim, apresenta-
remos uma proposta de divisão de
aulas, para atender o semestre em
que o módulo será aplicado.
Temos orientado todos os nos-
sos pólos da EFL, espalhados pelo
Brasil que dividam o semestre em
18 aulas, que compreenderá de 4
a 5 meses letivos (por semestre).
Sendo assim, segue a proposta de
divisão de conteúdo a ser ministra-
do, com base nesse livro:

Aula 1 – Sobre a “Visão” –


Parte 1: Sacerdócio Universal
e Grande Comissão

• Contexto histórico sobre o “Sa-


cerdócio Universal de todos os
crentes”, trazendo uma aplica-

 ção aos dias de hoje;

• Aula sobre a “Grande Comis-


são”: Conceito bíblico com
PROPOSTA DE AUL AS aplicação prática;
PAR A A EFL
Aula 2 – Sobre a “Visão” –
Parte 2: Igreja nas casas e
Como já mencionei em capítulos
Visão de Multidões
anteriores, sugerimos que todas
as igrejas organizem uma Escola de • A importância da igreja nas ca-
Formação de Líderes de GCEU (EFL), sas: Igreja de Relacionamentos
para formar e treinar os líderes de Vs Igreja de Programas;
GCEU, dentro da Visão Wesleyana
para os Pequenos Grupos. • Jesus morreu por toda a hu-
Esse livro, é base para o curso do manidade, por isso nossa vi-
2º módulo da EFL, o Módulo Visão são precisa ser de multidões;

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Aula 3 – Sua igreja precisa ser Aula 7 – O que é um GCEU?
grande
• Definições do GCEU, periodi-
• Complemento à “visão de Mul- cidade e objetivos do Projeto
(resumidamente);
tidões”, desmistificando con-
ceitos, como: Não dá para ter
Aula 8 – Os Cinco Objetivos do
quantidade e qualidade, ao GCEU – Parte 1: Evangelização
mesmo tempo;
• A importância da evangeliza-
• Transmitir o conceito de que ção como o primeiro objetivo
precisamos crer que Deus de- do GCEU;
seja formar grandes igrejas; • A apresentação das estratégias
propostas pelo livro;
Aula 4 – Dois Paradigmas
Aula 9 – Os Cinco Objetivos do
• Uma visão de Graça: Onde
GCEU – Parte 2: Discipulado
deixamos de desenvolver nos-
sa missão na força do nosso • Conceituação do discipulado:
Não apenas uma Escola de
braço (Fazer), para cumpri-la
Formação, mas um relaciona-
na confiança do que Deus fará
mento entre um cristão mais
através de nós (Gerar), pelos
maduro com um menos ma-
dons do Espírito; duro, visando o crescimento
espiritual dele;
Aula 5 – Por que Pequenos
Grupos? Parte 1: Os cinco Aula 10 – Os Cinco Objetivos
primeiros motivos do GCEU – Parte 3: Comunhão

• Aula sobre os motivos de 1 à • A importância da comunhão;

5, para “sermos” e “vivermos” • A apresentação das atividades


a igreja, em Pequenos Grupos; propostas pelo livro;

Aula 6 – Por que Pequenos Aula 11 – Os Cinco Objetivos


do GCEU – Parte 4: Serviço
Grupos? Parte 2: Os cinco
Cristão
últimos motivos
• O serviço cristão sendo de-
• Aula sobre de 6 à 10, para “ser- senvolvido no ambiente dos
mos” e “vivermos” a igreja, em Pequenos Grupos, através dos
Pequenos Grupos; dons do Espírito Santo;

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Aula 12 – Os Cinco Objetivos Aula 16 – Nossa Missão
do GCEU – Parte 5: – Grande Mandamento e
Multiplicação + Capítulo 6: A Grande Comissão
Multiplicação
• Aula sobre a nossa declaração
• Aula sobre a multiplicação: de Missão, fazendo uma re-
Conceito e práticas; visão dos conceitos da Nossa
Visão;
Aula 13 – Princípios para o
bom funcionamento do GCEU Aula 17 – É importante saber

• Sobre as forças que podem di- • Revisão das partes mais im-
namizar ou travar o avanço do portantes do livro, proposta de
Projeto GCEU; “trilho” (para as igrejas) e algu-
mas considerações finais;
Aula 14 – Estrutura
Organizacional do GCEU Aula 18 – Apresentação de
livros complementares a
• Apresentação da estrutura do
Visão dos Pequenos Grupos
Projeto GCEU;
• Apresentação de alguns livros
Aula 15 – A reunião do GCEU que podem auxiliar os líderes a
se aprofundarem na Visão;
• Apresentação dos 10 momen-
tos de uma reunião; • Aula também pode ser usada
para dúvidas e respostas, so-
• Fazer um simulado da reunião
bre todo o conteúdo do livro;
do GCEU, em sala de aula;

. 125 .

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• A tragédia da Igreja – Ausência
dos dons. A. W. Tozer. Danpre-
wan Editora.
• Célula o embrião para grandes
igrejas. ESTRELLA, Pedro; VI-
LELA, Fábio.
• Crescimento explosivo das igre-
jas em células. Joel Comiskey.
Ministério Igreja em células.
• Descubra Seus Dons Espiri-
tuais. C. Peter Wagner. Abba
Press.
• Desenvolvendo dons Espiri-
tuais e Equipes de Ministério.
David Kornfield. Editora Se-
pal.
• Edificando uma Igreja de Gru-
pos Pequenos. Bill Donahue e
Russ Robinson. Vida Acadê-
mica.
• Fazendo a diferença, investin-
 do sua vida em outras. Benja-
min Wong. Ministério Igreja
em Células
Bibliograf ia • Fazer Discípulos na Igreja do
Século 21. Joel Comiskey. Mi-
nistério Igreja em células.
• Grupos familiares e o cresci-
• A formação de um discípulo.
mento da igreja. Paul Yonggi
Keith Phillips. Editora Vida. Cho. Editora Vida.

• A Forte mão de Deus - O Minis- • Igreja em células. MOREIRA,


Dinamarcia.
tério Quíntuplo. Jens Kaldway.
• Manual da visão de células.
Editora Esperança.
SILVA, Aluízio Editora Videira.
• A igreja em células. LARRY, • Manual do Líder de Célula.
Stockstill. Editora Betânia. NEIGHBOUR JR., Ralph W.

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Editora Ministério Igrejas em Igreja em células EARLEY, Dr
Células. Dave

• Mentoria Espiritual Autêntica. • Quem é você no Corpo de Cris-


Larry Kreider to. Lida E. Knight. Editora Vi-
são Ministerial.
• Manual do Supervisor de célu-
las. LARRY, Stockstill. Ministé- • Reuniões atraentes. Joel Co-
rio Igrejas em Células. miskey. Ministério Igrejas em
Células.
• Multiplicação – o desafio do
• Seja um supervisor de células
cristão da liderança e da igre-
eficaz. Joel Comiskey. Ministé-
ja. BOTTREL, Roberto - Edito-
rio Igreja em Células.
ra Central.
• Transformando membros em
• Multiplicando a liderança. Joel
líderes. Dave Earley. Ministé-
Comiskey. Ministério Igrejas
rio Igrejas em Células.
em Células.
• Um modelo para fazer discí-
• O crescimento explosivo das
pulos - A reunião de classe de
igrejas em células. Ministério John Wesley. Ministério Igreja
Igreja em células. COMISKEY, em células HENDERSON, Dr
Joel Michael.
• O fazedor de Discípulos. Dani- • 21 dias mudando sua dieta.
lo Figueira – SELAH PRODU- Pedro Estrella e Fábio Vilela.
ÇÕES.
• 21 dias rumo a maturidade
• Oito hábitos do líder eficaz de espiritual. Pedro Estrella e Fá-
grupos pequenos, Ministério bio Vilela.

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