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Avaliação do perfil epidemiológico dos


pacientes portadores de infecção pós
artroplastia total do joelho

Article · January 2006

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Rodrigo Rodarte
Instituto Nacional de Traumatologia e Orto…
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Avaliação do perfil epidemiológico dos pacientes
portadores de infecção pós artroplastia total do joelho
Analysis of the epidemiologic profile among patients with infected total
knee arthroplasty
Rodrigo Ribeiro Pinho Rodarte 1, João Paulo Bezerra Leite2

RESUMO
A infecção pós artroplastia total do joelho é uma das mais temidas complicações ortopé-
dicas. Através de um estudo retrospectivo realizado com 36 pacientes que foram internados
no INTO no período entre janeiro de 2002 e dezembro de 2004 para tratamento desta
complicação, buscou-se traçar o perfil epidemiológico destes pacientes através da análise
de 16 variáveis. Obtivemos um índice de infecção de 3,5%. Destas, 19,4% eram agudas
e 80,6% crônicas. O agente predominante foi o Staphylococcus (50,1%). Diabetes, artrite
reumatóide, osteonecrose, artrose pós traumática e o número de cirurgias prévias no local
mostraram-se fatores de risco relevantes estatisticamente. Entretanto, a presença de TVP
(5,6%) não mostrou correlação estatística com infecção. O tempo médio de antibiotico-
terapia foi de 61,5 dias. Em média, houve a necessidade de 3 procedimentos cirúrgicos
para controle do quadro e hospitalização por 86 dias para controle do quadro. Houveram
2 óbitos(5,6%).
Palavras chave: Infecção; ATJ; joelho

ABSTRACT
Deep infection after total knee arthroplasty is one of the most feared complications for
the orthopedic surgeon. Through a retrospective study with 36 patients that were treated for
this complication between January of 2002 to December of 2004 in our institute (INTO),
the authors aimed to trace epidemilogic profile of these patients analyzing 16 variables.
The incidence of infection was 3,5%, which 19,4% were acute and 80,6% late infections.
The most common agent was the Staphylococcus (50,1%). Diabetes, rheumatoid arthritis,
osteonecrosis, post traumatic arthrosis and the number of surgeries performed previously
on the site showed statistical relevance and appeared to be important risk factors. However,
deep vein thrombosis , present in 5,6%, did not show statistical relation to infection. The
mean duration of antibiotic therapy was 61,5 days. In average, 3 surgical procedures and
hospitalization of 86 days were needed. There were 2 deaths (5,6%).
Keywords: Infection; TKA; knee

* Trabalho realizado pelo Grupo de Joelho do Instituto Nacional de Traumato-Ortopedia (INTO), Rio de Janeiro, RJ
1. Médico Assistente do Grupo de Joelho do INTO - MS - RJ; Membro Titular da SBOT
2. Médico Residente do 2° Ano do INTO- MS - RJ
Nome e endereço para correspondência
João Paulo Bezerra Leite
Rua Washington Luís, 79/ 202 - 20230-026 - Centro – Rio de Janeiro – RJ
E mail: joaotere@terra.com.br
* Perfil epidemiológico dos portadores de infecção pós ATJ*

R. Into, Rio de Janeiro, v. 4, n. 1, p. 23-40, jan/abr. 2006 23


Avaliação do perfil epidemiológico dos pacientes
portadores de infecção pós artroplastia total do joelho

INTRODUÇÃO maior incidência de infecção que aqueles


Nos últimos anos as artroplastias portadores de gonartrose primária (2,2%
totais do joelho (ATJ) obtiveram grande contra 0,9%).
sucesso no tratamento dos pacientes com Pacientes com DM também possuem
degeneração da articulação do joelho, maior predisposição a esta complicação.
oferecendo-lhes uma melhora dramática Em quatro importantes estudos (4), o
na qualidade de vida. No entanto, em até índice de infecção variou de 0 a 12%.
20% dos casos podem ocorrer complica- No entanto, em 3 trabalhos este índice
ções (1), sendo que a infecção profunda foi maior que 7 %.
periprotética certamente é uma das mais Má nutrição, diagnosticada através
temidas tanto para o cirurgião quanto para da contagem de linfócitos (<1,5/cm3),
o paciente. Esse temor deve-se ao fato de albumina sérica (<3,5g/dl) e transferrina
a infecção, além de alterar a biomecânica (< 226) (4) foi relacionada a complicações
da articulação, coloca também em risco a na cicatrização da ferida cirúrgica e maior
preservação do membro e ocasionalmente risco de infecção profunda.
até a vida do paciente. Vários sistemas de classificação foram
Sua prevalência varia na literatura propostos (1-9). Segawa et al (9) propuseram
mundial de 0,5 a 5% nas ATJ primárias e 3 uma classificação que divide em 4 subtipos
a 6% nos procedimentos de revisão (1 a 4). quanto à apresentação clínica:
Muitos esforços ultimamente foram • Tipo I: Culturas positivas após proce-
empregados no intuito de identificar dimento de revisão(>2 culturas).
fatores de risco associados para auxiliar • Tipo II: Infecção aguda diagnosti-
no tratamento e prevenção das infec- cada até 30 dias após a cirurgia
ções profundas periprotéticas. Como • Tipo III: Infecção hematogênica
resultado, muito se evolui na redução aguda em paciente previamente
de patógenos no ambiente cirúrgico, normal
contaminação dos profissionais durante • Tipo IV: Infecção indolente
o procedimento e principalmente no uso
da antibioticoprofilaxia. A maioria das classificações é falha
O tratamento destes pacientes é muito em alguns pontos, principalmente no
desgastante e frequentemente necessita de que se considera o melhor momento para
internações prolongadas e de alto custo, remoção ou retenção da prótese(4,7,13,14).
longos períodos de antibioticoterapia Esta classificação é baseada na precocidade
venosa, e múltiplos procedimentos para dos sintomas em relação temporal com a
sua erradicação. cirurgia. Com isso, ele criou um protocolo
Wilson et. al. (5), em revisão de 1857 baseado em análises estatísticas e em sua
casos de infecção pós ATJ constatou que experiência para cada um dos subtipos
pacientes com infecções recorrentes do alcançando 80 % de bons resultados.
tracto genito-urinário(TGU), diabetes É fundamental para o diagnóstico a
mellitus(DM), usuários crônicos de corti- realização de anamnese e exame físico
costeróides e obesidade estavam asso- minuciosos, exames de imagem(Rx,
ciados a um risco maior de infecção, no RNM, Cintilografia), artrocentese e
entanto as relações não eram significantes. exames hematológicos (hemograma,
Num outro trabalho (7) com 4171 artro- VHS, PCR). A dor é o sintoma mais
plastias de joelho, aqueles portadores de comum, sendo caracteristicamente de
artrite reumatóide(AR) apresentaram uma repouso, piorando à noite. Além disso,

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Avaliação do perfil epidemiológico dos pacientes
portadores de infecção pós artroplastia total do joelho

também deve-se suspeitar de infecção Não utilizamos grupo controle em


quando a dor é persistente, presença nosso estudo, no entanto, através da análise
de rigidez progressiva pós operatória, estatística dos dados coletados nos prontu-
drenagem persistente e presença de sinais ários, buscamos traçar o perfil do paciente
inflamatórios locais. (2,4,7,9). portador de infecção profunda pós ATJ. Os
Sabendo que a chave para o sucesso no dados coletados estão apresentados nas
manejo das infecções pós ATJ é o diag- tabelas 2 a 5.
nóstico precoce e acurado, é fundamental A idade dos pacientes variou de 41 a
estarmos atentos àqueles que apresentam 82 anos, com uma média de 66,1 anos,
maior predisposição a desenvolvê-la. sendo 20 mulheres e 16 homens. Quanto
Este estudo foi realizado com o objetivo ao diagnóstico observamos distinção em
de traçar o perfil epidemiológico dos quatro grupos principais: Gonartrose
pacientes que apresentam essa compli- 1° (75%.), Artrite Reumatóide (11,1%),
cação no INTO, apresentando o resultado Gonartrose 2°(8,4%) e Osteonecrose
das diversas variáveis analisadas. (5,6%). (Tabela 6)
Os pacientes operados em nossa
MATERIAIS E MÉTODOS instituição para ATJ primária ou revisão
asséptica foram internados no dia ante-
No período entre janeiro de 2002 a rior à cirurgia. Para otimizar o status
dezembro de 2004 foram realizadas 683 clínico destes, foram vistos por nossa
artroplastias totais do joelho (primárias e equipe no intuito de detectar comorbi-
revisões) pelo Grupo de Joelho do INTO- dades associadas e eliminar focos poten-
HTO-MS. No mesmo período, foram ciais de contaminação bacteriana (pele,
internados 36 pacientes para tratamento de boca, urina, etc.). O membro operado foi
infecção profunda pós artroplastia total de lavado previamente com solução PVPI
joelho, sendo que oito destes submeteram- degermante ou clorexidina nos alér-
se à cirurgia em outras instituições. Este gicos a iodo, e a tricotomia foi realizada
estudo, do tipo retrospectivo analítico, foi momentos antes do procedimento. Anti-
baseado em todos estes pacientes tratados bioticoprofilaxia venosa (Cefazolina 2g
de infecção pós ATJ neste período, inde- 30 minutos antes + 1g de 8/8 horas por
pendente de onde este sofrera a substituição 24hs) foi administrada rotineiramente. A
protética. Também foram incluídos dez necessidade do uso de cimento com ou
pacientes que submeteram – se a cirurgia sem antibiótico foi avaliada de acordo
antes de 2002, mas que apresentaram com avaliação criteriosa do cirurgião.
infecção e foram tratadas neste período. Dreno de sucção foi utilizado por 24 horas
O INTO é um centro de referência para de rotina.
cirurgias de alta complexidade e rece- Consideramos a graduação da OMS
bemos pacientes de todo país. para análise do padrão físico dos
Os prontuários foram analisados de pacientes. Esta leva em consideração o
cálculo do IMC (peso kg/altura2), divi-
acordo com um protocolo contendo 16
dindo-os em:
variáveis (Tabela 1) que foi previamente
elaborado com base nos dados da literatura • Normal - 18 a 25 Kg/m2
mundial. Não foi necessária exclusão de • Sobrepeso – 25 a 30 kg/m2
nenhum caso. Para manejo destes pacientes • Obesidade leve – 30 a 35 kg/m2
no INTO dispomos de equipe multidisci- • Obesidade moderada – 35 a 40 kg/m2
plinar atuante e com experiência. • Obesidade mórbida - > 40 kg/m2

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Avaliação do perfil epidemiológico dos pacientes
portadores de infecção pós artroplastia total do joelho

O diagnóstico de infecção foi confir- (11,1%). A incidência de infecção aguda


mado por meio do quadro clínico, profunda periprotética (até 4 semanas)
laboratorial(hemograma, VHS, PCR), foi de 1,02%, já a incidência de infecção
e cultura de material coletado através crônica foi de 4,2%.
de punção ou no intra-operatório. Utili- A maioria dos pacientes apresentava
zamos a classificação de Segawa (2) para gonartrose primária como diagnóstico
dividi-las em 4 subtipos clínicos para inicial (75,1%), enquanto 11,1% tinham
análise. O número de cirurgias (e não AR, 8,4% gonartrose pós traumática e
o tipo) também foi analisado. Todos se 5,4% osteonecrose. A presença de um
submeteram a pelo menos um procedi- diagnóstico diferente de osteoartrose
mento cirúrgico para o tratamento da provou-se fator de risco estatisticamente
infecção, seja para realização de desbri- significante (p<0,001).
damentos, remoção da prótese, trocas A presença de pelo menos um fator de
de espaçador, revisões, artrodeses ou risco foi observada em 91,6% dos casos.
amputações. Mais importante, o número ou combi-
O tempo de antibioticoterapia foi nação de fatores mostrou-se um bom
baseado em parâmetros clínico-laborato- valor preditor para o desenvolvimento de
riais, e avaliado junto aos cirurgiões do infecção profunda pós ATJ.
Grupo de Joelho do INTO e o Grupo de Quando analisamos o padrão físico,
Infecções Hospitalares do INTO. observamos que a maioria dos pacientes
apresentava-se normal ou com sobre-
ESTATÍSTICA peso(83,3%), enquanto apenas 16,6%
eram obesos leves, não apresentando
Todos os itens analisados foram testados
nenhum paciente com IMC >35.
contra infecção em análises bivariadas.
A freqüência dos patógenos identifi-
Aqueles que se apresentaram estatistica-
cados na cultura é mostrada no gráfico 1.
mente significantes foram colocados em
O mais comum deles foi o estafilococos
conjunto num modelo de regressão logís-
(50,1%), sendo 38,9% S, Aureus e 11,2
tica, com diferentes combinações e variá-
% S. Epidermitis. Outro microorganismo
veis. Utilizando a análise Chi Quadrado,
bastante identificado foi o E. coli(22%).
algumas comorbidades foram estudadas
Não foi possível isolar o microorganismo
como fatores independentes.
causador da infecção em 22% dos casos.
As análises estatísticas realizadas estão
Apenas dois pacientes apresentaram
ilustradas nas tabelas 6 a 10.
trombose venosa profunda durante o
seguimento pós-operatório ou ao longo do
RESULTADOS tratamento da infecção, não se mostrando
Neste período obtivemos um índice um dado estatisticamente relevante.
de 3,5% de infecção profunda dentre Considerando que a ATJ foi o proce-
as cirurgias de artroplastia total do dimento realizado por todos pacientes,
joelho realizadas no INTO, incluindo 66,6% dos que infectaram nunca haviam
as revisões e próteses primárias. O lado sido submetidos a cirurgias prévias no
esquerdo foi o mais acometido(63,9%). local. Dos 33,3% restantes, 41,6%( 5
Utilizando a classificação proposta por pacientes) sofreram 2 ou mais procedi-
Segawa (2), nenhum paciente apresentou mentos, incluindo artroscopia, recons-
infecção tipo I, no entanto 7 eram tipo trução ligamentar, artroplastia unicom-
II(19,4%), 25 tipo III(69,4%), e 4 tipo IV partimental, osteotomias, artrodese, ou

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Avaliação do perfil epidemiológico dos pacientes
portadores de infecção pós artroplastia total do joelho

osteossíntese de fraturas ao redor do características dos pacientes associadas a


joelho. um risco aumentado de infecção pós ATJ.
Aproximadamente 33,3% dos casos Essas características incluem infecções
havia infecções concomitantes (urina, concomitantes, DM, tabagismo, alcoo-
pulmão ou tracto gastrointestinal). No lismo, uso de corticóides, obesidade, má
entanto, em apenas um caso (2,7%) houve nutrição, insuficiência renal crônica e
correlação entre a cultura da urina e do cirurgias prévias no local. Outros fatores
material colhido durante a cirurgia. que também podem estar relacionados
O tempo de antibióticoterapia variou estão listados na tabela 11. A maioria dos
de 42 a 178 dias, sendo que a média foi estudos analisados incluía a população
de 61,5 dias. Um dado importante é que norte- americana, européia ou asiática,
56,6% dos pacientes necessitaram de um povos que apresentam características dife-
período maior que 6 semanas para controle rentes da população brasileira.
do quadro, o que prolongou em muito o É importante enfatizar que apesar da
tempo de internação destes. Como visto, grande lista de fatores de risco associados
o tempo médio de hospitalização foi de como já demonstrados, nenhuma destas
86 dias. características apresenta qualquer valor
Em 83,3% dos pacientes foram como fator preditor independente para
necessários de 1 a 4 procedimentos infecção pós ATJ utilizando análises
cirúrgicos (desbridamentos, retirada da multivariadas. No entanto, a combinação
prótese, amputação) para o tratamento e o maior número de comorbidades asso-
da infecção. Nos pacientes que sofreram ciadas no mesmo paciente fazem com
5 ou mais cirurgias, o risco de amputação que este apresente um risco aumentado
foi de 66,7%. de infecção.
O estudo, assim como a literatura
DISCUSSÃO mundial, mostrou que aqueles com osteo-
Infecção profunda periprotética certa- artrose secundária apresentam um índice
mente é uma das complicações mais de significância maior que o restante da
temidas em cirurgia ortopédica. Nas população, apresentando maior chance de
últimas décadas, muitos esforços e investi- desenvolver infecção profunda. Nos com
mentos foram concentrados na prevenção AR características importantes como a má
e controle dessa condição devastante. cicatrização, necessidade de múltiplas cirur-
A identificação dos pacientes com risco gias e uso de medicação imunossupressora
maior de infecção pós ATJ deve auxiliar o são fatores a serem considerados.
cirurgião e o paciente em avaliar os riscos Cirurgias prévias no local resultam
e benefícios do procedimento. numa grande formação de tecido cica-
A identificação dos fatores de risco não tricial local, o que aumenta o tempo de
são tão óbvias quanto parecem. O termo cirurgia, consequentemente aumentando a
fator de risco é frequentemente utilizado chance de contaminação(2) .
para designar características do paciente A distribuição de patógenos isolados
ou ambiente cirúrgico na qual, embora através de cultura não alterou-se nos
possa estar associado a um risco aumen- últimos anos (1,2,15), sendo que nosso
tado quando analisado junto a outras estudo também apresentou resultados
variáveis, não é necessariamente um fator semelhantes aos relatados na literatura
preditor independente de infecção(4).Vários mundial. Atenção deve ser dada ao
autores (1,4,6,7,10) já identificam inúmeras número crescente de infecção polimi-

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Avaliação do perfil epidemiológico dos pacientes
portadores de infecção pós artroplastia total do joelho

crobiana (8,4%) e MRSA(13,9%). Em Outro dado importante de nosso estudo


oito pacientes com infecção clínica foi a análise dos pacientes com infecção
nenhum organismo foi observado nas recente, que apesar de não serem a maioria
culturas (22%), sendo que em seis deles o (9 dos 36 pacientes), eles necessitaram
período antibioticoterapia foi prolongado de 3 ou mais procedimentos cirúrgicos,
(> 42 dias). Em alguns deles, o uso de tempo de internação e antibioticoterapia
antibióticos havia sido iniciado inapro- prolongados para controle da doença.
priadamente antes da coleta do material Muitas vezes as infecções evoluem com
em ambiente asséptico, um procedimento perda óssea maciça, deficiência do meca-
condenável nos dias atuais. nismo extensor ou instabilidade articular
A redução na duração da antibiotico- comprometendo enormemente a cirurgia
profilaxia de 48 para 24 horas não causou de revisão. Nestes casos, artrodese, artro-
aumento nas taxas de infecção como plastia de ressecção ou amputação acima
demonstrado em estudos recentes(14,15). do joelho podem ser necessárias(1,2). Três
A dose inicial deve ser dada 30 minutos de nossos pacientes tiveram de sofrer
antes da cirurgia para manter o hematoma amputação ao nível da coxa. Todos apre-
da ferida cirúrgica estéril. Há pratica- sentaram infecção dentro de 3 meses após
mente um consenso sobre o uso de cefa- o procedimento inicial, sendo que apesar
losporinas de 1° geração como agentes dos múltiplos procedimentos e antibio-
ticoterapia adequada, evoluíram com
profiláticos de escolha (1,14,15) .
sepsis. Dois destes pacientes evoluiram
Técnica cirúrgica apropriada e a
para óbito (5,6%). Estatisticamente estes
atenção ao manuseio dos tecidos moles
dados encontram-se dentro dos padrões
são cruciais para minimização dos riscos.
mundiais que colocam a amputação com
Cirurgias longas e necessidade de grande
sendo necessária em até 10% dos casos
dissecção apresentam alto risco de infecção (9)
, tendo indicação somente em situações
pós-operatória. Pursman (10) demonstrou
extremas ( sepsis, perda óssea maciça,
que cirurgias para ATJ que se prolongaram risco de morte). É fundamental considerar
além de 150 minutos apresentaram risco que a amputação nestes pacientes, que são
significativamente aumentado. idosos, traz grande limitação funcional.
Corroborando com os resultados de Leone et al (9) demonstrou que 50% dos
vários estudos sobre infecção pós ATJ pacientes que sofreram amputação estavam
(10,14,15), houve uma maior incidência confinados a uma cadeira de rodas.
de infecções tardias que agudas. Consi- A maioria dos protocolos atuais para
deramos infecção aguda aquela que se tratamento de infecção profunda peripro-
iniciou até 4 semanas. Importante analisar tética inclui a necessidade de antibioti-
o trabalho de Segawa (2), realizado com 81 coterapia por 6 semanas (9,11,12) . Também
pacientes, que demonstrou a má resposta seguimos estes protocolos em nossa insti-
ao tratamento com retenção da prótese nos tuição. No entanto, em torno de 40% dos
casos em que a infecção clínica tornou- pacientes houve necessidade de estendê-
se evidente após 4 semanas da cirurgia. la além das 6 semanas, seja devido ao
Em todos os casos houve a necessidade uso de antibióticos previamente, ou em
de remoção da prótese para controle da decorrência de infecção por patógenos
infecção. Em geral, quanto mais tempo de agressivos e multirresistentes. Há de se
infecção, mais difícil é o tratamento sem considerar que são pacientes maiores de
remoção da prótese. 60 anos, que apresentaram mais de uma

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Avaliação do perfil epidemiológico dos pacientes
portadores de infecção pós artroplastia total do joelho

comorbidade associada e que necessitaram 4. Hanssen, AD. et al. Evaluation and


de tempo de hospitalização prolongada. treatment of infection at the site of a
Sharkey et. al(13) ao analisar 212 revi- total hip or knee arthroplasty. JBJS,
sões de ATJ realizadas por ele concluiu que v.80, 1998, p.910-922.
a infecção é a 4° causa mais freqüente de 5. Petty, W.et al. Infection after total
revisão pós ATJ(17%), perdendo apenas knee arthroplasty. Orthop. Clin. North
para os problemas com o polietileno America,1975, v.6, p.1005-1014.
(25%),afrouxamento asséptico (24,1%), 6. Ayers, DC. et al. Common complica-
e instabilidade(21,2%). Basic (14) mostrou tions of total knee arthroplasty. JBJS,
que as cirurgias de revisão para infecção v.79, 1997, p. 278-311
apresentam mais complicações em compa- 7. Wilson, M. G.; Kelley, K.; and Thor-
ração àquelas realizadas por afrouxamento nhill, T. S.: Infection as a complica-
asséptico, sendo necessário maior tempo tion of total knee-replacement arthro-
de internação e necessidade de cirurgias, plasty. Risk factors and treatment in
além dos custos hospitalares serem pratica- sixty-seven cases. JBJS,1990, v.72-A,
mente o triplo ($60.000 contra $22.000). p. 878-883, July 1990
8. Greene, K. A. et al. Preoperative
CONCLUSÃO nutritional status of total joint patients.
Os autores concluem que o diabetes, Relationship to postoperative wound
obesidade, a doença de base, infecções complications. J. Arthroplasty,1991,
concomitantes e o número de cirurgias v. 6: p. 321-325
prévias no local constituem fatores de 9. Leone, JM. et al. Management of infec-
risco para o desenvolvimento de infecção tions at the site of a total knee arthro-
profunda pós ATJ, sendo que a presença plasty. JBJS, 2005, v.87-A, n.10
de TVP não teve correlação estatística 10. Peersman, G. Infection in total knee
com infecção. Também, observou-se replacement. A retrospective review
que estes pacientes apresentam em sua of 6489 total knee replacements. The
maioria infecção crônica causada por Insall Award Paper, 2001, n. 392, p-
estafilococos, e necessitaram de múltiplos 15-23
procedimentos cirúrgicos, além de longos 11. Tsukayama, DT. Diagnosis and
períodos de internação e antibioticoterapia management of infection after total
para controle do quadro. knee arthroplasty. JBJS, 2003, v. 85,
p. 75-80
REFERÊNCIAS 12. Hanssen, AD. Prevention of deep peri-
1. Crockarell, Jr. Artroplastia de Joelho prosthetic joint infection. JBJS, 1996,
in: Canale, TS. Cirurgia Ortopédica de V. 78-A, p. 458-471
Campbell, Tamboré: Manole, 2006, 13. Sharkey, PF. Why are total knee
p.243-313. arthroplasties failing today? Insall
2. Segawa, H. et al. Infection after total Award Paper, 2002, n. 404, p. 7-13
knee arthroplasty. A retrospective 14. Bozic, KJ. The Impact of infection
study of the tratment of eighty-one after total hip arthroplasty on hospital
infections. JBJS Am, V. 81, 1999, p. and surgeon resource utilization. JBJS,
1434-1445 august 2005, v.87-A, n.8.
3. Windsor, ER. et al. Infected total knee 15. Queiroz, AA. Tratamento das infec-
replacements. JAAOS, v.2, 1994, p. ções nas artroplastias totais de joelho.
44-53 RBO, 1996, v.31, n.5, p.366-368

R. Into, Rio de Janeiro, v. 4, n. 1, p. 23-40, jan/abr. 2006 29


Avaliação do perfil epidemiológico dos pacientes
portadores de infecção pós artroplastia total do joelho

ANEXO 1

Fatores de Risco Analisados

Idade

Sexo

Lado acometido

Tempo de evolução

Doença de Base

Diabetes

Uso de cimento com ou sem antibiótico

Presença de Trombose Venosa profunda (TVP)

Número de cirurgias prévias no local

Germe encontrado na cultura do material coletado no per-operatório

Presença de infecções concomitantes

Tempo de antibioticoterapia (dias)

Número de procedimentos cirúrgicos necessários para controle do quadro

Tempo de internação (dias)

Obesidade ( Índice de Massa Corporal > 30 kg/m2)

Procedência da Infecção (INTO e Não INTO)

30 R. Into, Rio de Janeiro, v. 4, n. 1, p. 23-40, jan/abr. 2006


Avaliação do perfil epidemiológico dos pacientes
portadores de infecção pós artroplastia total do joelho

TABELA 1: CARACTERÍSTICAS ANALISADAS NO ESTUDO

ANEXO 2

Uso de
Tempo Doença Presença
Idade e cimento com Procedência
Prontuário Lado de de Diabetes de
Sexo ou sem ATB da Infecção
Evolução Base TVP
para fixação

41a
105550 E 4 anos Gonartrose 1° Não Com ATB Não Into Não
Fem.
81a
111660 E 9 meses Gonartrose 1° Não Sem ATB Into Não
Masc.
70a
111646 D 15 dias Gonartrose 1° Não Sem ATB Into Não
Masc.
45a
95526 E 3 meses Osteonecrose Não Sem ATB Into Não
Masc.
63a
123696 E 4 meses Gonartrose 1° Sim Com ATB Into
Masc.
77a
108878 D 2 meses Gonartrose 1° Não Sem ATB Into Não
Fem.
76a
72908 D 16 dias Osteonecrose Não Com ATB Into Sim
Masc.
82a Artrite
101809 E 2 anos Não Sem ATB Into Não
Fem. Reumatóide
64a
107338 E 5 anos Gonartrose 1° Sim Sem ATB Não Into Não
Fem.
69a
107579 E 6 meses Gonartrose 1° Não Sem ATB Não Into Não
Masc.
Gonartrose
53a
66417 E 13 anos Pós- Não Sem ATB Into Não
Fem.
traumática
57a
119947 E 10 dias Gonartrose 1° Sim Com ATB Into Não
Masc.
Gonartrose
50a
56392 E 1 mês Pós- Não Sem ATB Into Sim
Fem.
traumática
63a
81789 D 9 anos Gonartrose 1° Não Sem ATB Into Não
Fem.
76a
120425 D 21 dias Gonartrose 1° Sim Sem ATB Into Não
Fem.
72a
141335 E 27 dias Gonartrose 1° Não Sem ATB Into Não
Masc.
68a
108215 E 5 meses Gonartrose 1° Sim Com ATB Into Não
Masc.

Gonartrose
62a
136456 E 2 meses Pós- Não Sem ATB Into Não
Masc.
Traumática

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Avaliação do perfil epidemiológico dos pacientes
portadores de infecção pós artroplastia total do joelho

TABELA 2
ANEXO 3

Uso de
Idade Procedência
Tempo de Doença de cimento com Presença
Prontuário e Lado Diabetes da
Evolução Base ou sem ATB de TVP
Sexo Infecção
para fixação

68a
126717 D 7 meses Gonartrose 1° Não Into Sem ATB Não
Fem.
63a
112521 E 4 meses Gonartrose 1° Sim Into Com ATB Não
Fem
64a
72015 E 14 anos Gonartrose 1° Não Into Sem ATB Não
Fem.
67ª
108957 D 3 anos Gonartrose 1° Não Não Into Sem ATB Não
Fem.
82a
122635 E 6 dias Gonartrose 1º Sim Não Into Com ATB Não
Masc.
75a
123796 E 2 anos Gonartrose 1° Sim Into Sem ATB Não
Masc.
74a
126267 D 7 meses Gonartrose 1° Não Não Into Com ATB Não
Fem.
57a
56392 E 3 meses Gonartrose 1° Não Não Into Com ATB Não
Fem
68a Artrite
66417 E 13 anos Não Into Sem ATB Não
Fem. Reumatóide

81a
97079 D 1 ano Gonartrose 1° Sim Into Sem ATB Não
Masc.

59a
109863 D 3 meses Gonartrose 1° Não Into Sem ATB Não
Masc.

57a
136488 E 2 meses Gonartrose 1° Não Into Sem ATB Não
Fem.

56a
136449 D 12 anos Gonartrose 1° Sim Não Into Sem ATB Não
Masc.

73a
110992 D 2 anos Gonartrose 1° Sim Into Sem ATB Não
Masc.

60a
110248 E 35 dias Gonartrose 1° Sim Into Com ATB Não
Fem.

68a
101224 E 8 meses Gonartrose 1° Não Into Sem ATB Não
Fem.

70a Artrite
143225 E 9 dias Não Into Sem ATB Não
Fem Reumatóide

71a Artrite
124658 D 10 meses Sim Into Com ATB Não
Fem. Reumatóide

32 R. Into, Rio de Janeiro, v. 4, n. 1, p. 23-40, jan/abr. 2006


Avaliação do perfil epidemiológico dos pacientes
portadores de infecção pós artroplastia total do joelho

TABELA 3

ANEXO 4

Índice de
Tempo Número
Massa Cirurgia Germe Tempo de
Infecções De de
Prontuário Corporal Prévia Encontrado Internação
Concomitantes ATB cirurgias
IMC no local na cultura (Dias)
(Dias) necessáriaa
(Kg/m2)

105550 20,4 1 Cultura - Não 63 1 75

111660 25,6 1 Cultura - Não 48 2 69

111646 21,6 1 MRSA Não 62 6 101

95526 24,6 3 MSSA Não 42 2 47

123696 30,8 2 Cultura - Não 60 3 85

108878 27,1 1 MSSA Não 34 4 40

MRSA
Pseudomonas
72908 27,1 5 Não 52 2 251
sp.
S. Epidermidis
Urina
101809 22,8 1 Cultura - 36 1 49
(E. coli)
Urina
107338 31,5 1 S. Epidermidis 42 4 37
(Proteus mirabillis)

107579 30,5 1 Cultura - Não 56 3 62


Urina
66417 27,8 3 S. Epidermidis 73 1 33
(E. coli)
Enterobacter
clocae
119947 25,4 1 Não 81 7 197
Citrobacter
Freundi

Urina
56392 31 2 MSSA 76 4 196
(E. coli)

Urina
81789 29,4 1 E. Coli ( E coli + Proteus 69 1 80
Mirabillis

120425 28,3 1 MSSA Não 73 4 84

Gastroenterite
141335 25,3 1 MRSA (Enterobacteriae 102 6 170
Clocae)

108215 28,7 1 MRSA Não 42 5 56

MRSA
136456 26,9 1 Pseudomonas Não 112 4 140
sp.

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Avaliação do perfil epidemiológico dos pacientes
portadores de infecção pós artroplastia total do joelho

TABELA 4

ANEXO 5

Índice
Infecções N° de
De Cirurgia Germe Tempo Tempo de
concomitantes e procedimentos
Prontuário Massa Prévia no encontrado na de ATB Internação
germe encontrado cirúrgicos
Corporal local cultura (Dias) (Dias)
na cultura necessários
(kg/m2)

Klebsiella
126717 21,3 1 Não 108 4 191
Ozoenae
Urina
112521 27,5 1 S. epidermitis 42 2 56
( E. coli)
72015 27,2 1 Cultura - Não 42 1 49
Urina
108957 28,2 5 S. Epidermitis 42 2 43
(E coli)

Pseudomonas
122635 28,3 3 Não 56 3 68
Fwonesceus

Urina
123796 31,2 3 Cultura - 56 1 14
(E. coli)

Pneumonia
126267 24,7 3 MRSA 42 2 49
(S. Pneumoniae)

Urina
56392 25,6 3 MSSA 178 11 217
(E.coli)

Klebsiella
66447 27,8 1 Não 42 1 37
Pneumoniae

97079 27,5 1 Cultura - Não 42 1 56

MSSA
Urina
109863 34,6 1 Pseudomonas 42 1 42
(E. coli)
specimens

136488 28,6 1 MRSA Não 120 20 181

Klebsiella
136449 24,3 1 Não 43 1 28
Pneumoniae

Proteus
110992 27 1 Não 42 2 25
Mirabillis

110248 26,3 2 MSSA Não 53 3 35

101224 26,6 1 MSSA Escara Sacra 42 1 61

143225 21,3 1 MSSA Não 42 3 71

124658 21,1 2 MSSA Não 60 2 104

34 R. Into, Rio de Janeiro, v. 4, n. 1, p. 23-40, jan/abr. 2006


Avaliação do perfil epidemiológico dos pacientes
portadores de infecção pós artroplastia total do joelho

TABELA 5

ANEXO 6

Sexo Frequência Percentual Valid Percent

F 20 55,555 55,555
M 16 44,444 44,444
Total 36 100 100

Lado Frequência Percentual Valid Percent


D 13 36,111 36,111
E 23 63,888 63,888
Total 36 100 100

Doença de Base Frequência Percentual Valid Percent


Artrite Reuma 4 11,111 11,111
Gonartrose 1° 27 75 75
Gonartrose Pó 3 8,333 8,333
Osteonecrose 2 5,555 5,555
Total 36 100 100

Diabetes Frequência Percentual Valid Percent


Não 23 63,888 63,888
Sim 13 36,111 36,111
Total 36 100 100

Uso de cimento Frequência Percentual Valid Percent


Com ATB 11 30,555 30,555
Sem ATB 25 69,444 69,444
Total 36 100 100

Procedência Frequência Percentual Valid Percent


Into 28 77,777 77,777
Não Into 8 22,222 22,222
Total 36 100 100

TVP Frequência Percentual Valid Percent


Missing 1 2,777 2,777
Não 33 91,666 91,666
Sim 2 5,555 5,555
Total 36 100 100

R. Into, Rio de Janeiro, v. 4, n. 1, p. 23-40, jan/abr. 2006 35


Avaliação do perfil epidemiológico dos pacientes
portadores de infecção pós artroplastia total do joelho

N° de Cirurgias Prévias
Frequência Percentual Valid Percent
no local
1 24 66,666 66,666
2 4 11,111 11,111
3 6 16,666 16,666
5 2 5,555 5,555
Total 36 100 100

IMC Frequency Percentual Valid Percent


Obesidade leve 6 16,666 16,666
Normal 9 25 25
Sobrepeso 21 58,333 58,333
Total 36 100 100

TABELA 6 : RESULTADOS DA ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS


COLETADOS

ANEXO 7

Evolução
Idade IMC Internação
(Dias)

Média 66,16667 878,3056 26,775 86,08333


Erro Padrão da Média 1,682072 255,3729 0,544021 10,47631
Mediana 68 165 27,1 61,5
Moda 68 60 21,3 49
Desvio Padrão 10,09243 1532,237 3,264123 62,85783
Mínimo 41 6 20,4 14
Máximo 82 5110 34,6 251
Percentil 25 59,25 41,25 24,85 42,25
Percentil 50 68 165 27,1 61,5
Percentil 75 73,75 730 28,525 103,25

36 R. Into, Rio de Janeiro, v. 4, n. 1, p. 23-40, jan/abr. 2006


Avaliação do perfil epidemiológico dos pacientes
portadores de infecção pós artroplastia total do joelho

Tempo de ATB
Média 61,5
Erro Padrão da Média 5,15188
Mediana 52,5
Moda 42
Desvio Padrão 30,91128
Mínimo 42
Máximo 178
Percentil 25 42
Percentil 50 52,5
Percentil 75 72

TABELAS 7 E 8: RESULTADOS DA ANÁLISE ESTATÍSTICA DA IDADE,


EVOLUÇÃO, IMC, INTERNAÇÃO E TEMPO DE ANTIBIOTICOTERAPIA.

ANEXO 8

Nº DE PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS NECESSÁRIOS

Percentual
Frequência Percentual Percentual Válido
Cumulativo

1,00 11 30,6 30,6 30,6

2,00 8 22,2 22,2 52,8

3,00 5 13,9 13,9 66,7

4,00 6 16,7 16,7 83,3

5,00 1 2,8 2,8 86,1

6,00 2 5,6 5,6 91,7

7,00 1 2,8 2,8 94,4

11,00 1 2,8 2,8 97,2

20,00 1 2,8 2,8 100,0

Total 36 100,0 100,0

R. Into, Rio de Janeiro, v. 4, n. 1, p. 23-40, jan/abr. 2006 37


Avaliação do perfil epidemiológico dos pacientes
portadores de infecção pós artroplastia total do joelho

INFECÇÕES CONCOMITANTES

Percentual Percentual
Frequência Percentual
Válido Cumulativo

Valid Escara Sacra 1 2,8 2,8 2,8

Gastroenterite (Ente-
1 2,8 2,8 5,6
robacteriae Clocae)

Não 23 63,9 63,9 69,4

Pneumonia
1 2,8 2,8 72,2
(S. Pneumonie)

Urina (E. coli) 3 8,3 8,3 80,6

Urina (E. coli) 1 2,8 2,8 83,3

Urina (E. coli +


1 2,8 2,8 86,1
Proteus mirabilis)

Urina (E. coli) 3 8,3 8,3 91,1

Urina (E. coli) 1 2,8 2,8 97,2

Urina (Proteus
1 2,8 2,8 100,0
mirabilis)

Total 36 100,0 100,0

TABELAS 9 E 10: RESULTADOS DA ANÁLISE ESTATÍSTICA DO N° DE


PROCEDIMENTOS NECESSÁRIOS E INFECÇÕES CONCOMITANTE

38 R. Into, Rio de Janeiro, v. 4, n. 1, p. 23-40, jan/abr. 2006


Avaliação do perfil epidemiológico dos pacientes
portadores de infecção pós artroplastia total do joelho

ANEXO 9

Período Pré-operatório Período Operatório Período Pós-operatório

Esterilização do
Infecção urinária, instrumental, tráfico
Manejo das infecções
escara, má higiene no ambiente cirúrgico,
concomitantes,
bucal, tricotomia profissionais, uso de
Bactéria procedimentos
antecipada, tempo de vestimenta adequada,
invasivos,
internação prolongada, luz ultravioleta, fluxo
antibioticoprofilaxia
antibioticoprofilaxia laminar, preparação da
pele, irrigação ferida

Alteração do sistema
imune, medicação
imunossupressora, Artrite Reumatóide,
Hospedeiro diabetes, artrite doenças do sistema
reumatóide idade imune
avançada, má nutrição,
risco anestésico

Duração do
procedimento, técnica Hematoma, drenagem
Dissecção extensa,
cirúrgica, sutura da ferida, persistente, necrose
cirurgias prévias no
Local da seleção do implante, de pele, reoperação,
local, obesidade, doença
Cirurgia uso de cimento com afrouxamento da
vascular, má condições
antibiótico, uso de dreno prótese, debris do
dos tecidos moles
de sucção, enxerto ósseo polietileno
estrutural, hemostasia

Ayers, DC. et al. Common complications of total knee arthroplasty. JBJS, v.79, 1997, p. 278-311)

TABELA 11: VARIÁVEIS RELACIONADAS ÀS INFECÇÕES PROFUNDAS


PERIPROTÉICAS.

R. Into, Rio de Janeiro, v. 4, n. 1, p. 23-40, jan/abr. 2006 39


Avaliação do perfil epidemiológico dos pacientes
portadores de infecção pós artroplastia total do joelho

ANEXO 10

GRÁFICO 1: ANÁLISE QUANTITATIVA DOS GERMES


ENCONTRADOS NA CULTURA.

����

����

������

��� �����������

��������������

������

40 R. Into, Rio de Janeiro, v. 4, n. 1, p. 23-40, jan/abr. 2006

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