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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

Faculdade de Farmácia
Trabalho de Conclusão de Curso

Uso de dexrazoxano na prevenção de


cardiotoxicidade induzida por antraciclinas
no tratamento an6neoplásico em população
pediátrica: revisão sistemá6ca

Camila Felix Fortis

Orientadora: Profa. Dra. Isabela Heineck 


Co-orientadora: Dra. Mônica Vinhas de Souza

Porto Alegre, janeiro de 2018


Introdução Obje/vos Métodos Resultados Discussão Conclusão

Neoplasias pediátricas

~12.600 casos novos de câncer em crianças e


adolescentes no Brasil em 2017.

Maior incidência em crianças:


§  Leucemias
§  Linfoma de Hodgkin Uso de antraciclinas
§  Linfoma não-Hodgkin
§  Tumores do SNC

Taxa de sobrevida em cinco anos ~80%

INCA, 2016
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Cardiotoxicidade

§  3º evento adverso mais frequente da QT


§  Causas mais comuns
–  Antraciclinas
–  Radioterapia

§  Subclínica (FEVE) ou clínica (IC, cardiomiopatia, etc.)


Precoce
§  Cardiotoxicidade crônica
Tardia

I Diretriz Brasileira de Cardio-Oncologia da Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2011


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Antraciclinas

Agentes antitumorais
Alvos: DNA e topoisomerase II

Chabner et al, 2011


Introdução Obje/vos Métodos Resultados Discussão Conclusão

Antraciclinas e cardiotoxicidade

Ciclo redox
Derivados quinônicos à agentes oxidantes de
fácil redução, formação íon semiquinona

Delarmelina, 2013
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Dexrazoxano

§  Derivado do EDTA

§  Hidrolases o convertem ao metabólito ativo de


anel aberto (agente quelante)

§  Liga-se ao ferro livre nos miócitos


§  Desloca rapidamente o Fe da molécula de
antraciclina
§  Inibidor da topoisomerase IIβ
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Dexrazoxano
FDA 1995 – Zinecard®
Redução da incidência e severidade de cardiomiopa3a
associada à administração de doxorrubicina em mulheres
com câncer de mama metastá3co que tenham recebido
dose cumula3va de doxorrubicina de 300 mg/m2
EMA 2011 – uso pediátrico não aprovado até 2017
ANVISA – Cardioxane®
Uso adulto e pediátrico
CONITEC 2016 – não aprovado* para incorporação ao SUS
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Obje6vo primário:

§  Avaliar as evidências existentes na literatura sobre a
efe/vidade do uso de dexrazoxano em pacientes pediátricos
oncológicos na prevenção de cardiotoxicidade induzida por
antraciclinas (incluindo a prevenção ou redução de eventos
cardiovasculares, insuficiência cardíaca, insuficiência cardíaca
conges/va, cardiomiopa/a, arritmia).


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Obje6vos secundários:

§  Avaliar as evidências existentes sobre o uso de dexrazoxano


em pacientes pediátricos oncológicos sobre: qualidade de
vida, morbidade ou mortalidade relacionadas ao
tratamento; mortalidade em geral; morbidade não
cardiológica; segurança; recidiva de neoplasia e ocorrência
de neoplasia maligna secundária.
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Pergunta estruturada para a análise das evidências (PICO)

# Eventos cardiovasculares definidos como cardiopa/a isquêmica (CI), insuficiência cardíaca, insuficiência cardíaca conges/va (ICC), internação

por ICC ou CI - isoladamente ou somados.


* Segundo definição da American Heart Associa3on.
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Estratégias de busca:
–  Pubmed/MEDLINE: dexrazoxane[Title/Abstract] AND
((Clinical Trial[ptyp] OR Compara/ve Study[ptyp] OR Meta-
Analysis[ptyp] OR Randomized Controlled Trial[ptyp] OR
Review[ptyp] OR systema/c[sb]) AND "humans"[MeSH Terms])
–  LILACS: busca por “dexrazoxane”
–  Cochrane Library CENTRAL: “dexrazoxane”
–  EMBASE: 'dexrazoxane':ab,/ AND 'human'/de AND ('clinical
trial'/de OR 'controlled study'/de OR 'meta analysis'/de OR
'randomized controlled trial'/de OR 'systema/c review'/de)
AND [embase]/lim NOT [medline]/lim
–  Centre for Reviews and Dissemina2on (CRD):
“dexrazoxane”
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Tabela 1. Ar/gos incluídos na revisão.

Ar6go População (n) Tempo médio de follow-up Desfechos


COG P9404 537 9,1 anos C, T, M
Asselin et al. (2016)
COG P9425, P9404, P9426 1008 12,6 anos M
Chow et al. (2015)
COG P9426 255 7,5 anos T, M
Tebbi et al. (2012)
DFCI P95-01 205 8,7 anos C, M
Lipshultz et al. (2010)
DFCI P95-01 205 8,6 anos T, M
Silverman et al. (2010)
COG P9425 216 5,2 anos T, M
Schwartz et al. (2009)
DFCI P95-01 205 2,7 anos C, T, M
Lipshultz et al. (2004)
Wexler et al. (1996) 38 39 meses C, T, M
Choi et al. (2010) 89 5 anos T, M
Elbl et al. (2006) 108 7 anos C, T
de Matos Neto et al. (2006) 55 18 semanas C
Elbl et al. (2005) 75 8 anos C, T, M
Paiva et al. (2005) 58 - C

C = cardiomiopa/a; T = toxicidade, cardiotoxicidade, neoplasia secundária; M = morbidade ou mortalidade


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Ar6go Desfechos
COG P9404 Cardiotoxicidade subclínica:
Asselin et al. Fração de encurtamento, espessura da parede no ventrículo esquerdo e relação espessura-
(2016) dimensão estavam piores no grupo DOX comparado ao grupo DOX+DRZ após 3 anos (P = 0,005; P
= 0,01 e P = 0,006, respec/vamente).
Níveis de troponina: grupo DOX= elevação em 10 [8,8%] de 114 pacientes vs. três [2,4%] de 125
pacientes do grupo DOX + DRZ; (P = 0,04).
Toxicidade severa (graus 3 e 4) hematológica, infecção, eventos no SNC e morte por toxicidade:
frequências foram similares entre os grupos (P variou entre 0,26 e 0,64)
NMS: taxa de incidência cumula/va de 5 anos: grupo DOX = 0,8%±0,5; grupo DOX + DRZ = 0,7%
±0,5 (P=0,17). Em 10 anos, os resultados foram de 1,2%±07 e 1,8%±0,9, respec/vamente.

Sobrevida livre de eventos em 10 anos: não diferiu entre os grupos (P = 0,9).
COG P9425,
P9404, P9426 Mortalidade geral não variou entre os grupos (12,8% com dexrazoxano em 10 anos vs 12,2%;
Chow et al. hazard ra/o [HR], 1,03; 95% CI, 0,73 a 1,45).
(2015)
COG P9426 Não houve diferença entre os grupos em relação à sobrevida livre de eventos (P = 0,70) e
Tebbi et al. sobrevida geral (P = 0,99) em 7,5 anos.
(2012)
NMS: Quatro das cinco NMS no grupo com DRZ.
COG P9425 NMS:
Schwartz et al. Grupo DOX + DRZ = 3 casos (incidência = 2,8%) Grupo DOX = 1 caso (incidência = 0,9%).
(2009)
Grupo DOX + DRZ - maior toxicidade hematológica, associado a maior risco de infecção e sepse.
Maior frequência de toxicidade pulmonar aguda grau 3/4 (P = 0,005)

Sobrevida livre de eventos em 5 anos: não diferiu entre os grupos


Introdução Obje/vos Métodos Resultados Discussão Conclusão

Ar6go Desfechos
COG P9404 Cardiotoxicidade subclínica:
Asselin et al. Fração de encurtamento, espessura da parede no ventrículo esquerdo e relação espessura-
(2016) dimensão estavam piores no grupo DOX comparado ao grupo DOX+DRZ após 3 anos (P = 0,005; P
= 0,01 e P = 0,006, respec/vamente).
Níveis de troponina: grupo DOX= elevação em 10 [8,8%] de 114 pacientes vs. três [2,4%] de 125
pacientes do grupo DOX + DRZ; (P = 0,04).
Toxicidade severa (graus 3 e 4) hematológica, infecção, eventos no SNC e morte por toxicidade:
frequências foram similares entre os grupos (P variou entre 0,26 e 0,64)
NMS: taxa de incidência cumula/va de 5 anos: grupo DOX = 0,8%±0,5; grupo DOX + DRZ = 0,7%
±0,5 (P=0,17). Em 10 anos, os resultados foram de 1,2%±07 e 1,8%±0,9, respec/vamente.

Sobrevida livre de eventos em 10 anos: não diferiu entre os grupos (P = 0,9).
COG P9425,
P9404, P9426 Mortalidade geral não variou entre os grupos (12,8% com dexrazoxano em 10 anos vs 12,2%;
Chow et al. hazard ra/o [HR], 1,03; 95% CI, 0,73 a 1,45).
(2015)
COG P9426 Não houve diferença entre os grupos em relação à sobrevida livre de eventos (P = 0,70) e
Tebbi et al. sobrevida geral (P = 0,99) em 7,5 anos.
(2012)
NMS: Quatro das cinco NMS no grupo com DRZ.
COG P9425 NMS:
Schwartz et al. Grupo DOX + DRZ = 3 casos (incidência = 2,8%) Grupo DOX = 1 caso (incidência = 0,9%).
(2009)
Grupo DOX + DRZ - maior toxicidade hematológica, associado a maior risco de infecção e sepse.
Maior frequência de toxicidade pulmonar aguda grau 3/4 (P = 0,005)

Sobrevida livre de eventos em 5 anos: não diferiu entre os grupos


Introdução Obje/vos Métodos Resultados Discussão Conclusão

Ar6go Desfechos
COG P9404 Cardiotoxicidade subclínica:
Asselin et al. Fração de encurtamento, espessura da parede no ventrículo esquerdo e relação espessura-
(2016) dimensão estavam piores no grupo DOX comparado ao grupo DOX+DRZ após 3 anos (P = 0,005; P
= 0,01 e P = 0,006, respec/vamente).
Níveis de troponina: grupo DOX= elevação em 10 [8,8%] de 114 pacientes vs. três [2,4%] de 125
pacientes do grupo DOX + DRZ; (P = 0,04).
Toxicidade severa (graus 3 e 4) hematológica, infecção, eventos no SNC e morte por toxicidade:
frequências foram similares entre os grupos (P variou entre 0,26 e 0,64)
NMS: taxa de incidência cumula/va de 5 anos: grupo DOX = 0,8%±0,5; grupo DOX + DRZ = 0,7%
±0,5 (P=0,17). Em 10 anos, os resultados foram de 1,2%±07 e 1,8%±0,9, respec/vamente.

Sobrevida livre de eventos em 10 anos: não diferiu entre os grupos (P = 0,9).
COG P9425,
P9404, P9426 Mortalidade geral não variou entre os grupos (12,8% com dexrazoxano em 10 anos vs 12,2%;
Chow et al. hazard ra/o [HR], 1,03; 95% CI, 0,73 a 1,45).
(2015)
COG P9426 Não houve diferença entre os grupos em relação à sobrevida livre de eventos (P = 0,70) e
Tebbi et al. sobrevida geral (P = 0,99) em 7,5 anos.
(2012)
NMS: Quatro das cinco NMS no grupo com DRZ.
COG P9425 NMS:
Schwartz et al. Grupo DOX + DRZ = 3 casos (incidência = 2,8%) Grupo DOX = 1 caso (incidência = 0,9%).
(2009)
Grupo DOX + DRZ - maior toxicidade hematológica, associado a maior risco de infecção e sepse.
Maior frequência de toxicidade pulmonar aguda grau 3/4 (P = 0,005)

Sobrevida livre de eventos em 5 anos: não diferiu entre os grupos


Introdução Obje/vos Métodos Resultados Discussão Conclusão

Ar6go Desfechos
COG P9404 Cardiotoxicidade subclínica:
Asselin et al. Fração de encurtamento, espessura da parede no ventrículo esquerdo e relação espessura-
(2016) dimensão estavam piores no grupo DOX comparado ao grupo DOX+DRZ após 3 anos (P = 0,005; P
= 0,01 e P = 0,006, respec/vamente).
Níveis de troponina: grupo DOX= elevação em 10 [8,8%] de 114 pacientes vs. três [2,4%] de 125
pacientes do grupo DOX + DRZ; (P = 0,04).
Toxicidade severa (graus 3 e 4) hematológica, infecção, eventos no SNC e morte por toxicidade:
frequências foram similares entre os grupos (P variou entre 0,26 e 0,64)
NMS: taxa de incidência cumula/va de 5 anos: grupo DOX = 0,8%±0,5; grupo DOX + DRZ = 0,7%
±0,5 (P=0,17). Em 10 anos, os resultados foram de 1,2%±07 e 1,8%±0,9, respec/vamente.

Sobrevida livre de eventos em 10 anos: não diferiu entre os grupos (P = 0,9).
COG P9425,
P9404, P9426 Mortalidade geral não variou entre os grupos (12,8% com dexrazoxano em 10 anos vs 12,2%;
Chow et al. hazard ra/o [HR], 1,03; 95% CI, 0,73 a 1,45).
(2015)
COG P9426 Não houve diferença entre os grupos em relação à sobrevida livre de eventos (P = 0,70) e
Tebbi et al. sobrevida geral (P = 0,99) em 7,5 anos.
(2012)
NMS: Quatro das cinco NMS no grupo com DRZ.
COG P9425 NMS:
Schwartz et al. Grupo DOX + DRZ = 3 casos (incidência = 2,8%) Grupo DOX = 1 caso (incidência = 0,9%).
(2009)
Grupo DOX + DRZ - maior toxicidade hematológica, associado a maior risco de infecção e sepse.
Maior frequência de toxicidade pulmonar aguda grau 3/4 (P = 0,005)

Sobrevida livre de eventos em 5 anos: não diferiu entre os grupos


Introdução Obje/vos Métodos Resultados Discussão Conclusão

Ar6go Desfechos
COG P9404 Cardiotoxicidade subclínica:
Asselin et al. Fração de encurtamento, espessura da parede no ventrículo esquerdo e relação espessura-
(2016) dimensão estavam piores no grupo DOX comparado ao grupo DOX+DRZ após 3 anos (P = 0,005; P
= 0,01 e P = 0,006, respec/vamente).
Níveis de troponina: grupo DOX= elevação em 10 [8,8%] de 114 pacientes vs. três [2,4%] de 125
pacientes do grupo DOX + DRZ; (P = 0,04).
Toxicidade severa (graus 3 e 4) hematológica, infecção, eventos no SNC e morte por toxicidade:
frequências foram similares entre os grupos (P variou entre 0,26 e 0,64)
NMS: taxa de incidência cumula/va de 5 anos: grupo DOX = 0,8%±0,5; grupo DOX + DRZ = 0,7%
±0,5 (P=0,17). Em 10 anos, os resultados foram de 1,2%±07 e 1,8%±0,9, respec/vamente.

Sobrevida livre de eventos em 10 anos: não diferiu entre os grupos (P = 0,9).
COG P9425,
P9404, P9426 Mortalidade geral não variou entre os grupos (12,8% com dexrazoxano em 10 anos vs 12,2%;
Chow et al. hazard ra/o [HR], 1,03; 95% CI, 0,73 a 1,45).
(2015)
COG P9426 Não houve diferença entre os grupos em relação à sobrevida livre de eventos (P = 0,70) e
Tebbi et al. sobrevida geral (P = 0,99) em 7,5 anos.
(2012)
NMS: Quatro das cinco NMS no grupo com DRZ.
COG P9425 NMS:
Schwartz et al. Grupo DOX + DRZ = 3 casos (incidência = 2,8%) Grupo DOX = 1 caso (incidência = 0,9%).
(2009)
Grupo DOX + DRZ - maior toxicidade hematológica, associado a maior risco de infecção e sepse.
Maior frequência de toxicidade pulmonar aguda grau 3/4 (P = 0,005)

Sobrevida livre de eventos em 5 anos: não diferiu entre os grupos


Introdução Obje/vos Métodos Resultados Discussão Conclusão

Ar6go Desfechos
DFCI P95-01 NMS: Não foram observados casos de neoplasia maligna secundária.
Silverman et al.
(2010) Sobrevida: não houve diferença entre os grupos tratados com ou sem dexrazoxano em relação
à sobrevida livre de eventos (P = 0,81) e sobrevida geral (P = 0,66) em dez anos.
DFCI P95-01
Lipshultz et al. Fração de encurtamento: diferença entre os grupos DOX e DOX+DRZ não foi significa/va em 5
(2010) anos(−0,41, 95% IC −1, 07 a 0,26).
Dimensão diastólica final: não diferiu entre os grupos.

Dimensão sistólica final: grupo DOX+DRZ - próxima a zero. Grupo DOX - significa/vamente
maior que zero.
Relação espessura-dimensão diastólica final: no grupo DOX+DRZ - próxima de zero na maior
parte do período de follow-up, porém, reduziu significa/vamente comparado à zero após 5
anos. No grupo DOX, o parâmetro reduziu progressivamente e foi significa/vamente menor que
zero após 2 anos. A diferença entre-grupos foi significa/va nos anos 3-5.

Sobrevida livre de eventos: não diferiu entre os grupos (77% vs. 76%) (P,99)
DFCI P95-01 Níveis elevados de troponina T, >>no DOX: DOX (n=76) 50% vs. DOX + DRZ (n=82) 21%,
Lipshultz et al. P<0,001)
(2004) Níveis extremamente elevados de troponina T: DOX 32% vs. DOX + DRZ 10%, P<0,001

Função cardíaca analisada por ecocardiograma: sem diferença significa/va entre os grupos.

Sobrevida livre de eventos em 2,5 anos = 83% em ambos os grupos (P=0,87).
Introdução Obje/vos Métodos Resultados Discussão Conclusão

Ar6go Desfechos
DFCI P95-01 NMS: Não foram observados casos de neoplasia maligna secundária.
Silverman et al.
(2010) Sobrevida: não houve diferença entre os grupos tratados com ou sem dexrazoxano em relação
à sobrevida livre de eventos (P = 0,81) e sobrevida geral (P = 0,66) em dez anos.
DFCI P95-01
Lipshultz et al. Fração de encurtamento: diferença entre os grupos DOX e DOX+DRZ não foi significa/va em 5
(2010) anos(−0,41, 95% IC −1, 07 a 0,26).
Dimensão diastólica final: não diferiu entre os grupos.

Dimensão sistólica final: grupo DOX+DRZ - próxima a zero. Grupo DOX - significa/vamente
maior que zero.
Relação espessura-dimensão diastólica final: no grupo DOX+DRZ - próxima de zero na maior
parte do período de follow-up, porém, reduziu significa/vamente comparado à zero após 5
anos. No grupo DOX, o parâmetro reduziu progressivamente e foi significa/vamente menor que
zero após 2 anos. A diferença entre-grupos foi significa/va nos anos 3-5.

Sobrevida livre de eventos: não diferiu entre os grupos (77% vs. 76%) (P,99)
DFCI P95-01 Níveis elevados de troponina T, >>no DOX: DOX (n=76) 50% vs. DOX + DRZ (n=82) 21%,
Lipshultz et al. P<0,001)
(2004) Níveis extremamente elevados de troponina T: DOX 32% vs. DOX + DRZ 10%, P<0,001

Função cardíaca analisada por ecocardiograma: sem diferença significa/va entre os grupos.

Sobrevida livre de eventos em 2,5 anos = 83% em ambos os grupos (P=0,87).
Introdução Obje/vos Métodos Resultados Discussão Conclusão

Ar6go Desfechos
DFCI P95-01 NMS: Não foram observados casos de neoplasia maligna secundária.
Silverman et al.
(2010) Sobrevida: não houve diferença entre os grupos tratados com ou sem dexrazoxano em relação
à sobrevida livre de eventos (P = 0,81) e sobrevida geral (P = 0,66) em dez anos.
DFCI P95-01
Lipshultz et al. Fração de encurtamento: diferença entre os grupos DOX e DOX+DRZ não foi significa/va em 5
(2010) anos(−0,41, 95% IC −1, 07 a 0,26).
Dimensão diastólica final: não diferiu entre os grupos.

Dimensão sistólica final: grupo DOX+DRZ - próxima a zero. Grupo DOX - significa/vamente
maior que zero.
Relação espessura-dimensão diastólica final: no grupo DOX+DRZ - próxima de zero na maior
parte do período de follow-up, porém, reduziu significa/vamente comparado à zero após 5
anos. No grupo DOX, o parâmetro reduziu progressivamente e foi significa/vamente menor que
zero após 2 anos. A diferença entre-grupos foi significa/va nos anos 3-5.

Sobrevida livre de eventos: não diferiu entre os grupos (77% vs. 76%) (P,99)
DFCI P95-01 Níveis elevados de troponina T, >>no DOX: DOX (n=76) 50% vs. DOX + DRZ (n=82) 21%,
Lipshultz et al. P<0,001)
(2004) Níveis extremamente elevados de troponina T: DOX 32% vs. DOX + DRZ 10%, P<0,001

Função cardíaca analisada por ecocardiograma: sem diferença significa/va entre os grupos.

Sobrevida livre de eventos em 2,5 anos = 83% em ambos os grupos (P=0,87).
Introdução Obje/vos Métodos Resultados Discussão Conclusão

Ar6go Desfechos
DFCI P95-01 NMS: Não foram observados casos de neoplasia maligna secundária.
Silverman et al.
(2010) Sobrevida: não houve diferença entre os grupos tratados com ou sem dexrazoxano em relação
à sobrevida livre de eventos (P = 0,81) e sobrevida geral (P = 0,66) em dez anos.
DFCI P95-01
Lipshultz et al. Fração de encurtamento: diferença entre os grupos DOX e DOX+DRZ não foi significa/va em 5
(2010) anos(−0,41, 95% IC −1, 07 a 0,26).
Dimensão diastólica final: não diferiu entre os grupos.

Dimensão sistólica final: grupo DOX+DRZ - próxima a zero. Grupo DOX - significa/vamente
maior que zero.
Relação espessura-dimensão diastólica final: no grupo DOX+DRZ - próxima de zero na maior
parte do período de follow-up, porém, reduziu significa/vamente comparado à zero após 5
anos. No grupo DOX, o parâmetro reduziu progressivamente e foi significa/vamente menor que
zero após 2 anos. A diferença entre-grupos foi significa/va nos anos 3-5.

Sobrevida livre de eventos: não diferiu entre os grupos (77% vs. 76%) (P,99)
DFCI P95-01 Níveis elevados de troponina T, >>no DOX: DOX (n=76) 50% vs. DOX + DRZ (n=82) 21%,
Lipshultz et al. P<0,001)
(2004) Níveis extremamente elevados de troponina T: DOX 32% vs. DOX + DRZ 10%, P<0,001

Função cardíaca analisada por ecocardiograma: sem diferença significa/va entre os grupos.

Sobrevida livre de eventos em 2,5 anos = 83% em ambos os grupos (P=0,87).
Introdução Obje/vos Métodos Resultados Discussão Conclusão

Ar6go Desfechos
Wexler et al. Fração de ejeção: média de diminuição da LVEF após dose cumula/va de DOX (superior no DOX
(1996) isolado):
grupo controle: 2,7%
grupo DRZ/ICRF-187: 1,0%
(P = 0,02)

Grupo controle desenvolveu cardiotoxicidade significa/vamente mais cedo do que o grupo
ICRF-187 (P<0,01). A proporção cumula/va de pacientes que desenvolveram cardiotoxicidade
após 210, 360 e 410 mg/m2 de doxorubicina foi de 5,7 e 10 de 15 do grupo controle,
comparado a 0, 2 e 4 de 18 do grupo que recebeu ICRF-187.
Relatou-se um episódio de insuficiência cardíaca conges/va no grupo controle.

Sobrevida livre de eventos: similar entre os grupos (P = 0,92), com média de 17 meses em
ambos os grupos. Todos os eventos foram recidivas/progressões.
Introdução Obje/vos Métodos Resultados Discussão Conclusão

Ar6go Desfechos
Choi et al. (2010) Cardiotoxicidade por aumento do diâmetro VE ou diminuição da FE (P = 0,017)
Grupo controle: 22 (52,4%); Grupo DRZ: 13 (27,7%)

Cardiotoxicidade clínica (P = 0,049)
Grupo controle: 6 (14,3%); Grupo DRZ: 3 (6,4%)

Sobrevida livre de eventos cardíacos em 5 anos (P = 0,04)
Grupo controle: 45,8%; Grupos dexrazoxano: 69,2%

Matos Neto et al. Função sistólica do ventrículo esquerdo avaliada pelo Percentual de encurtamento (PE, %)
(2006) Diferença não significante: grupo sem DRZ 18,92% vs grupo com DRZ 11,1%, p= 0,248
Nenhum dos dois grupos apresentou alteração significa/va da média dos valores da %PE ao
longo do tempo, em todas as avaliações.

Elbl et al. (2006)
Cardiotoxicidade subclínica:
Fração de encurtamento: 35% pacientes do grupo sem DRZ com valores patológicos ou
limítrofes vs. 23% pacientes com DZR (p<0,01)
Fração de ejeção: 6% pacientes do grupo com DRZ com valores limítrofes de EF vs. 15% dos
pacientes do grupo sem DZR ob/veram valores limítrofes e 10% foram diagnos/cados com
diminuição patológica da EF. A diferença entre os grupos foi significa/va (p<0,01).
Introdução Obje/vos Métodos Resultados Discussão Conclusão

Ar6go Desfechos
Choi et al. (2010) Cardiotoxicidade por aumento do diâmetro VE ou diminuição da FE (P = 0,017)
Grupo controle: 22 (52,4%); Grupo DRZ: 13 (27,7%)

Cardiotoxicidade clínica (P = 0,049)
Grupo controle: 6 (14,3%); Grupo DRZ: 3 (6,4%)

Sobrevida livre de eventos cardíacos em 5 anos (P = 0,04)
Grupo controle: 45,8%; Grupos dexrazoxano: 69,2%

Matos Neto et al. Função sistólica do ventrículo esquerdo avaliada pelo Percentual de encurtamento (PE, %)
(2006) Diferença não significante: grupo sem DRZ 18,92% vs grupo com DRZ 11,1%, p= 0,248
Nenhum dos dois grupos apresentou alteração significa/va da média dos valores da %PE ao
longo do tempo, em todas as avaliações.

Elbl et al. (2006)
Cardiotoxicidade subclínica:
Fração de encurtamento: 35% pacientes do grupo sem DRZ com valores patológicos ou
limítrofes vs. 23% pacientes com DZR (p<0,01)
Fração de ejeção: 6% pacientes do grupo com DRZ com valores limítrofes de EF vs. 15% dos
pacientes do grupo sem DZR ob/veram valores limítrofes e 10% foram diagnos/cados com
diminuição patológica da EF. A diferença entre os grupos foi significa/va (p<0,01).
Introdução Obje/vos Métodos Resultados Discussão Conclusão

Ar6go Desfechos
Choi et al. (2010) Cardiotoxicidade por aumento do diâmetro VE ou diminuição da FE (P = 0,017)
Grupo controle: 22 (52,4%); Grupo DRZ: 13 (27,7%)

Cardiotoxicidade clínica (P = 0,049)
Grupo controle: 6 (14,3%); Grupo DRZ: 3 (6,4%)

Sobrevida livre de eventos cardíacos em 5 anos (P = 0,04)
Grupo controle: 45,8%; Grupos dexrazoxano: 69,2%

Matos Neto et al. Função sistólica do ventrículo esquerdo avaliada pelo Percentual de encurtamento (PE, %)
(2006) Diferença não significante: grupo sem DRZ 18,92% vs grupo com DRZ 11,1%, p= 0,248
Nenhum dos dois grupos apresentou alteração significa/va da média dos valores da %PE ao
longo do tempo, em todas as avaliações.

Elbl et al. (2006)
Cardiotoxicidade subclínica:
Fração de encurtamento: 35% pacientes do grupo sem DRZ com valores patológicos ou
limítrofes vs. 23% pacientes com DZR (p<0,01)
Fração de ejeção: 6% pacientes do grupo com DRZ com valores limítrofes de EF vs. 15% dos
pacientes do grupo sem DZR ob/veram valores limítrofes e 10% foram diagnos/cados com
diminuição patológica da EF. A diferença entre os grupos foi significa/va (p<0,01).
Introdução Obje/vos Métodos Resultados Discussão Conclusão

Ar6go Desfechos
Elbl et al. Cardiotoxicidade: sinais de clínica de não foram diagnos/cados.
(2005)
Fração de encurtamento: mesmo número de pacientes apresentou decaimento patológico, mas a
análise esta•s/ca exibiu diferença intergrupo (19% vs. 41%; P <0,05)

Paiva et al. Não foi demonstrado efeito cardioprotetor pelo DRZ pela fração de encurtamento e fração de ejeção.
(2005)

* Nenhum estudo avaliou qualidade de vida.


Introdução Obje/vos Métodos Resultados Discussão Conclusão

Ar6go Desfechos
Elbl et al. Cardiotoxicidade: sinais de clínica de não foram diagnos/cados.
(2005)
Fração de encurtamento: mesmo número de pacientes apresentou decaimento patológico, mas a
análise esta•s/ca exibiu diferença intergrupo (19% vs. 41%; P <0,05)

Paiva et al. Não foi demonstrado efeito cardioprotetor pelo DRZ pela fração de encurtamento e fração de ejeção.
(2005)

* Nenhum estudo avaliou qualidade de vida.


Introdução Obje/vos Métodos Resultados Discussão Conclusão

Cardiotoxicidade
§  Diferença esta•s/ca favorecendo o uso de dexrazoxano na
prevenção de cardiotoxicidade subclínica nos EC de maior
tempo de follow-up (WEXLER et al., 1996; ELBL et al., 2005,
ELBL et al., 2006; CHOI et al., 2010; LIPSHULTZ et al., 2010;
ASSELIN et al., 2016). Assim, o uso de dexrazoxano auxilia na
prevenção de cardiotoxicidade;
§  DRZ não elimina totalmente os riscos de cardiomiopa/a, mas
possibilitou a u/lização de doses maiores de antraciclina;
§  Dois ECNR não observaram diferença em disfunções
ventriculares com ou sem o uso de DRZ (PAIVA et al., 2005;
MATOS NETO et al., 2006) àfollow-up foi de até seis meses.
Introdução Obje/vos Métodos Resultados Discussão Conclusão

Definições de cardiotoxicidade
§  Choi et al., 2010: §  European Society of
Aumento do diâmetro do Cardiology:
ventrículo esquerdo para a idade ou FEVE < 50% e
FE <28%. diminuição >10% do
§  Elbl et al., 2006: valor basal.
FE < 30% e/ou FEVE < 55%.
§  Wexler et al., 1996: §  FDA:
FEVE < 45%, diminuição > 20% Redução da FEVE > 20%
comparado ao valor basal ou se valor basal normal ou
evidência clínica de insuficiência redução > 10% se valor
cardíaca conges3va. basal não for normal.

* FE = fração de encurtamento
* FEVE = fração de ejeção ventricular esquerda
Introdução Obje/vos Métodos Resultados Discussão Conclusão

Cardiotoxicidade clínica
§  Não foram encontradas evidências de que DZR previne
cardiotoxicidade clínica ou cardiomiopa6a. Um ECRN
favoreceu o uso de DZR neste desfecho (CHOI et al., 2010).

§  Possíveis jus/fica/vas: dose e tempo de seguimento


–  Maior risco em doses superiores a 450-500 mg/m2 (STEINHERZ &
STEINHERZ, 1991). Com exceção de Wexler et al. (1996), a média de
dose cumula/va foi ~300 mg/m2;

–  Cardiotoxicidade induzida por antraciclinas se manifesta tardiamente
na maioria dos casos.
Introdução Obje/vos Métodos Resultados Discussão Conclusão

Sobrevida livre de eventos e NMS

§  Resultados de sobrevida livre de eventos sugerem não haver


relação entre uso de dexrazoxano e diminuição da a/vidade de
antraciclinas;

§  Dois estudos com pacientes com linfoma de Hodgkin ob/veram


resultados de maior incidência de NMS nos grupos u/lizando DRZ
(SCHWARTZ et al., 2009; TEBBI et al., 2012).
Introdução Obje/vos Métodos Resultados Discussão Conclusão

Sobrevida livre de eventos e NMS


§  Acompanhamento mais prolongado destes estudos não
encontrou associação entre dexrazoxano e aumento de
mortalidade, mortalidade por neoplasia secundária ou recidiva
do câncer original (CHOW et al., 2015);

§  Influência de DZR em NMS pode ser considerada marginal, em


consonância com úl/ma decisão do EMA (EMA, 2017). van Dalen
et al. (2011) não encontraram diferença significa/va entre
pacientes tratados ou não com DZR em adultos com câncer de
mama avançado (VAN DALEN et al., 2011).
Introdução Obje/vos Métodos Resultados Discussão Conclusão

Limitações
§  Inclusão de ensaios clínicos não randomizados.
§  Não houve análise quan/ta/va dos dados.
§  Excluídos aqueles trabalhos que na íntegra não
fossem em português, inglês, alemão ou
espanhol, com a perda de um estudo
relacionado ao tema.
§  Não houve busca na chamada ‘literatura
cinzenta’.
Introdução Obje/vos Métodos Resultados Discussão Conclusão

Conclusões
§  Dexrazoxano parece exercer algum nível de cardioproteção na população
pediátrica cujo tratamento envolva o uso de antraciclinas― embora definições
dis/ntas para cardiotoxicidade tenham sido usadas na literatura. Poucos
eventos clínicos foram relatados. Assim, a proteção contra toxicidade
subclínica é mais evidente do que proteção contra cardiomiopa/a (toxicidade
clínica- discu•vel).

§  Morbidade pelo tratamento: favorecimento do uso de dexrazoxano.

§  Não houve alteração na sobrevida livre de eventos com o uso de dexrazoxano.


Mortalidade geral não foi afetada pelo uso de dexrazoxano.
Introdução Obje/vos Métodos Resultados Discussão Conclusão

Conclusões

§  O uso de dexrazoxano e o desenvolvimento de uma segunda neoplasia ou a


recidiva da doença, não parecem ter causalidade.

§  A cardiotoxicidade induzida por antraciclinas se manifesta tardiamente na


maioria dos casos. Assim, se faz necessário manter o acompanhamento dos
pacientes pediátricos em tratamento com antraciclinas para determinar os
efeitos a longo prazo do uso de dexrazoxano e avaliar qualidade de vida
destes pacientes.
Obrigada pela atenção!

Perguntas?
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
Faculdade de Farmácia
Trabalho de Conclusão de Curso

Uso de dexrazoxano na prevenção de


cardiotoxicidade induzida por antraciclinas
no tratamento an6neoplásico em população
pediátrica: revisão sistemá6ca

Camila Felix Fortis

Orientadora: Profa. Dra. Isabela Heineck 


Co-orientadora: Dra. Mônica Vinhas de Souza

Porto Alegre, janeiro de 2018

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