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S OC IE DA DE SS E C R E TA S
M AÇONARIA

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Universo dos Livros Editora
Rua Haddock Lobo, 347 — 12º Andar
CEP 01414-001 São Paulo/SP
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Universo dos Livros é uma editora do GRUPO DOMO

Diretores: Alessandro Gerardi, Luis Afonso G. Neira e Alessio Fon Melozo

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S É R GIO PE R E IR A C OUTO

S OC IE DA DE SS E C R E TA S
M AÇONARIA

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© 2005 by Universo dos Livros
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/1998.
Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por escrito da editora, poderá ser reproduzida ou
transmitida sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação ou
quaisquer outros.

Diretor Editorial
Luis Matos

Preparação de Originais
Sandra Cristina Ribeiro

Arte
Luciane S. Haguihara

Assistência Editorial
Monalisa Neves

Revisão
Ana Paula dos Santos

Capa e Projeto Gráfico


Laboratório do Livro

SOCIEDADES SECRETAS

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Couto, Sergio Pereira.


Maçonaria / Sergio Pereira Couto. São Paulo: Universo dos Livros, 2005. (Série
Sociedades Secretas).

ISBN 85.99187-08-2

1. Maçonaria 2. Sociedades Secretas 3. Rituais I. Título. II. Série.

CDD – 366.1

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CAPÍTULO 01
O QUE É A M AÇONARIA?

O que pessoas tão diferentes como ministros, intelectuais, presidentes, inventores, cientistas e generais têm
em comum? Para os que se arriscam no nebuloso mundo das sociedades secretas a resposta pode ser mais
clara. O fato é que a maioria deles já passou pela irmandade conhecida como Maçonaria.
Dentre as sociedades conhecidas, a Maçonaria sempre foi a que mais curiosidade desperta entre as
pessoas, o que, provavelmente acontece por ela ser fechada e ter a maioria de seus ritos e símbolos mantidos
em segredo. Com o tempo, porém, muita coisa foi divulgada pela mídia em revistas e livros especializados, o
que concede ao profano (assim são chamados os não-iniciados neste seleto grupo) um panorama mais ou
menos coerente sobre o que é e como funciona a Maçonaria.
A definição mais encontrada é reproduzida a seguir, e pode ser vista em diversos sites maçons com
pequenas variações:
“A Maçonaria, Ordem Universal, é constituída por homens de todas as nacionalidades, acolhidos por
iniciação e congregados em Lojas, nas quais, auxiliados por símbolos e alegorias, estudam e trabalham
para o aperfeiçoamento da Sociedade Humana. É fundada no Amor Fraternal e na esperança de que, com
amor a Deus, à pátria, à família e ao próximo, com tolerância e sabedoria, com a constante e livre
investigação da Verdade, com a evolução do conhecimento humano pela filosofia, as ciências e as artes,
sob a tríade da Liberdade, Igualdade e Fraternidade e dentro dos Princípios da Moral, da Razão e da
Justiça, o mundo alcance a felicidade geral e a paz universal”.
Esse excerto, retirado do site Cultura Brasileira (www.culturabrasil.pro.br/maconaria.htm), pode ser
compreendido de várias maneiras. A principal informação é que um candidato a maçom não precisa deixar
necessariamente sua religião, seja ela qual for. Aliás, uma das condições necessárias para que o candidato
seja admitido é justamente não ser ateu, ou isso poderia atrapalhar o processo de candidatura.
A ordem é definida pelo Grande Oriente do Brasil – o GOB (www.gob.org.br) –, um dos órgãos que
regem o conjunto de Lojas em atividade no País, como “essencialmente iniciática, filosófica, educativa,
filantrópica e progressista”. Em nenhum momento seus membros se autodefinem como praticantes de uma
religião. O sentimento predominante em qualquer candidato é sua capacidade de ser íntegro e honesto.
Quanto à classificação de sociedade secreta, a Maçonaria vai mais longe. Outro texto, retirado do site Loja
São Paulo 43 (www.lojasaopaulo43.com.br), diz que a Maçonaria não é exatamente uma seita, mas um culto
que reúne homens de boa vontade:
“A Maçonaria não promove nenhum dogma que deva ser aceito tacitamente por todos, mas inculca nos
homens a prática da virtude, não oferecendo panacéias para a redenção de pecados. Seu credo religioso
consiste apenas em dois artigos de fé que não foram inventados por homens, mas que se encontram neles
instintivamente desde os mais remotos tempos da história: A existência de Deus e a Imortalidade da Alma,
que tem como corolário a Irmandade dos Homens sob a Paternidade de Deus”.

OS P R I NC Í P I OS DA M A Ç ONA R I A
A seguir, um texto retirado do site da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais (www.glmmg.org.br) define
os princípios da irmandade:
“A Maçonaria proclama, como sempre o fez, desde sua origem, a existência de um princípio criador,
sob a denominação de GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO.
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Proclama a LIBERDADE de consciência como sacratíssimo direito do homem.
Não impõe limite à investigação da Verdade e é para garantir esta liberdade que exige de todos os seus
membros a maior tolerância.
Honra o trabalho em sua forma honesta e o tem por dever, a que nenhuma pessoa válida pode fugir.
Proscreve qualquer discussão sectária, dentro dos seus Templos ou fora deles, em nome da Ordem.
Condena o despotismo e trabalha, incessantemente, para unir a espécie humana pelos laços de
FRATERNIDADE.
Prega o culto à Pátria, exige respeito absoluto à família e não admite a menor ofensa nem a uma nem a
outra.
Todo pensamento maçônico deve ser criador. Essa atitude mental engrandece o espírito e fortifica o
coração. Cada maçom, parte viva dos Irmãos, concorrerá para assimilar o ideal da Ordem e desenvolvê-lo
na capacidade de sua inteligência.
A Maçonaria é acessível aos homens de todas as classes, crenças religiosas e convicções políticas, com
exceção àquelas que privem o homem da liberdade de consciência e exijam submissão incondicional aos
seus chefes.
Em seus Templos aprende-se a amar e a respeitar tudo o que a virtude e a sabedoria consagram.
Os ensinamentos maçônicos induzem seus adeptos a dedicarem-se à felicidade de seus semelhantes, não
porque a razão e a justiça lhe imponham esse dever, mas porque o sentimento de solidariedade é
qualidade inata, que os faz filhos do Universo e amigos de todos os Homens”.

A S L A NDM A R K S
Muito da filosofia maçônica pode ser expresso por meio de suas landmarks, uma espécie de “constituição”
que expressa seus objetivos e uniformidades simbólicas. Esses marcos – numa tradução aproximada para o
termo – são assim constituídos:

1. A Maçonaria é uma fraternidade iniciática que tem por fundamento tradicional a fé em Deus, Grande
Arquiteto do Universo.

2. A Maçonaria refere-se aos “Antigos Deveres” e aos “Landmarks” da Fraternidade, especialmente


quanto ao absoluto respeito às tradições específicas da Ordem, essenciais à regularidade da Jurisdição.

3. A Maçonaria é uma ordem, à qual não podem pertencer senão homens livres e de bons costumes, que se
comprometam a pôr em prática um ideal de paz.

4. A Maçonaria visa, ainda, ao aperfeiçoamento moral dos seus membros, bem como de toda a
humanidade.

5. A Maçonaria impõe a todos os seus membros a prática exata e escrupulosa dos ritos e do simbolismo,
meios de acesso ao conhecimento pelas vias espirituais e iniciáticas que lhe são próprias.

6. A Maçonaria impõe a todos os seus membros o respeito às opiniões e crenças de cada um. Ela proíbe-
lhes no seu seio toda a discussão ou controvérsia, política ou religiosa. Ela é ainda um centro permanente de
união fraterna, no qual reinam a tolerante e frutuosa harmonia entre os homens, que sem ela seriam estranhos
uns aos outros.

7. Os maçons tomam as suas obrigações sobre um volume da Lei Sagrada, a fim de dar ao juramento
prestado por eles o caráter solene e sagrado indispensável à sua perenidade.

8. Os maçons reúnem-se, fora do mundo profano, nas Lojas onde estão sempre expostas as três grandes
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luzes da Ordem: um volume da Lei Sagrada, um esquadro e um compasso, para aí trabalharem segundo o rito,
com zelo e assiduidade e conforme os princípios e regras prescritas pela Constituição e os Regulamentos
Gerais de Obediência.

9. Os maçons só devem admitir nas suas Lojas homens maiores de idade, de ilibada reputação, honrados,
leais e discretos, dignos em todos os níveis de serem bons irmãos e aptos a reconhecer os limites do domínio
do homem e o infinito poder do Eterno.

10. Os maçons cultivam nas suas Lojas o amor à Pátria, a submissão às leis e o respeito pelas autoridades
constituídas. Consideram o trabalho como o dever primordial do ser humano e honram-no sob todas as
formas.

11. Os maçons contribuem pelo exemplo ativo do seu comportamento são, viril e digno, para irradiar da
Ordem no respeito do segredo maçônico.

12. Os maçons devem-se, mutuamente, ajuda e proteção fraternal, mesmo no fim de suas vidas. Praticam a
arte de conservar em todas as circunstâncias a calma e o equilíbrio, indispensáveis a um perfeito controle de
si próprios.

Vale ressaltar que a Maçonaria tem suas origens nos grupos de pedreiros-livres,
artesãos que se dedicavam à construção de grandes obras como as famosas catedrais
góticas ainda existentes nas principais cidades da Europa. Como veremos em capítulos
posteriores, esses maçons herdaram, inclusive, os símbolos desse ofício, que vão desde
o uso de aventais ao de instrumentos como colheres de pedreiros, réguas, compassos e
outros. Nesse momento, podemos nos perguntar como é que um grupo de “pedreiros-
livres” se tornou tão enraizado nos caminhos esotéricos e filosóficos? Para entender
melhor, será necessário atentar para as origens históricas da Maçonaria.

A C A NDI DAT UR A
Para que um homem possa ingressar na Maçonaria é necessária a figura do padrinho, um maçom já
estabelecido, de qualquer grau, que o convide oficialmente. Os requisitos para que a pessoa passe pelo
processo são (além de não ser ateu, como já foi dito) ter uma reputação irrepreensível e ser livre. Hoje já é
possível encontrar a Maçonaria Mista, que aceita tanto homens como mulheres, porém a maioria dos
iniciados continua sendo exclusivamente masculina. O já citado site da Loja São Paulo 43 justifica essa
escolha:
“Tendo evoluído da Maçonaria Operativa, que erguia templos no período da construção de catedrais, a
Maçonaria adotou a antiga regulamentação que provia o seguinte: ‘As pessoas admitidas como membros
de uma Loja devem ser homens bons e de princípios virtuosos, nascidos livres, de idade madura, sem
vínculos que o privem de pensar livremente, sendo vedada a admissão de mulheres assim como homens de
comportamento duvidoso ou imoral’. A regularidade da Maçonaria se deve ao fato de ater-se aos seus
princípios básicos e imutáveis regidos por mandamentos, entre os quais se inclui o que acima se disse”.
O próximo passo é iniciar uma sindicância, que será conduzida pelos maçons designados da Loja
procurada pelo candidato, visando a constatar sua reputação. Pessoas da família e de seu convívio social são
consultadas e longas conversas realizadas. Nelas, tudo é perguntado, desde seus hábitos normais até
envolvimentos políticos e gostos pessoais. Por exemplo, se o candidato já é casado e sua esposa não aprova
o ingresso, o processo é interrompido e não passa à fase seguinte.
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Depois de terem sido levantados todos os dados, a fase seguinte é a da votação, realizada em esquema
fechado e secreto. É aqui que, como numa cerimônia de casamento, aqueles que porventura tenham algo
contra o ingresso do candidato expressam sua opinião. O padrinho deve, então, realizar uma defesa do
candidato e a votação continuará até que seja alcançada uma unanimidade. Somente após essa votação é que a
cerimônia de iniciação será marcada (falaremos sobre ela mais adiante).

OS R I TOS
Por diferenças mais estruturais do que de conteúdo é possível encontrar dois grandes órgãos que regem as
Lojas: o Grande Oriente do Brasil (que é ligado ao Grande Oriente da França) e a Grande Loja do Brasil
(que se reporta à Grande Loja de Londres). Isso porque cada Loja é liberada para seguir um dos vários ritos
maçônicos existentes. O que todos têm em comum? Apenas o uso dos três graus simbólicos, que são
Aprendiz, Companheiro e Mestre maçom, dos quais falaremos com mais detalhes nos próximos capítulos.
Um rito maçônico pode ser definido como um conjunto sistemático de cerimônias e ensinamentos
maçônicos que variam de acordo com o período histórico, a conotação, o objetivo e a temática dada por seu
criador. A maioria das Lojas mundiais segue ritos como o de York, o Rito Escocês Antigo e Aceito e o
Francês ou Moderno. No Brasil, além desses, são seguidos também os chamados Rito Brasileiro e o
Adonhiramita.
De acordo com definições divulgadas em publicações maçônicas, esses ritos poderiam ser assim
resumidos:

Rito de York – Também conhecido como Real Arco. Acredita-se que tenha sido criado por volta do ano
de 1743 e levado para a Inglaterra em 1777. Era composto de apenas quatro graus no início, mas passou por
diversas transformações e hoje possui 13. É o mais difundido no mundo.

Escocês Antigo e Aceito – Rito derivado de um outro mais antigo, chamado Rito de Heredon. Suas regras
e fundamentos foram fixados a 1o de maio de 1786 e desde aquela época constitui-se de 33 graus. É o mais
difundido nos países da América Latina.

Francês ou Moderno – Iniciado em 1774, quando uma comissão foi nomeada com a missão de reduzir
graus e deixar apenas aqueles que eram simbólicos. Resultou em forte oposição, que fez quatro dos principais
graus filosóficos permanecerem. É muito praticado na França e em outros países que receberam influência
direta desse país.

Rito Brasileiro – Originado em 1878 em Recife, juntamente com o chamado primeiro movimento maçônico
brasileiro. Porém, ficou em suspenso por muito tempo até o momento de sua reestruturação, o que aconteceu
em 1976, por iniciativa do grão-mestre Lauro Sodré, que lhe deu caráter de regular, legítimo e legal.

Rito Adonhiramita – Foi criado pelo Barão de Tschoudy, escritor francês, na Paris de 1766. Possui
caráter místico e cerimonial e só está em funcionamento no Brasil.

C ONT R A OU A FAVOR ?
O espírito de fraternidade e igualdade, que já se instalou em diversos movimentos políticos, deve muito de
sua funcionalidade à Maçonaria e à sua filosofia. Quase todos os grandes acontecimentos políticos mundiais
têm relação com um nome que já esteve entre seus integrantes, como a Independência dos Estados Unidos, a
Revolução Francesa, a Revolução Russa e a Independência do Brasil.
É claro que todo o mistério que envolve a Maçonaria resultaria em desconfiança por parte de governos e
da Igreja Católica, que muitas vezes entrou em choque direto com a fraternidade. Um exemplo disso
aconteceu em Portugal quando, em 1935, o deputado José Cabral apresentou um projeto de lei que proibia o
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funcionamento das associações secretas. Um dos grandes nomes da literatura daquele país, Fernando Pessoa,
partiu para o ataque e publicou um artigo no jornal Diário de Lisboa, a 4 de fevereiro do mesmo ano. A
seguir, estão reproduzidos alguns trechos do artigo:
“A Maçonaria compõe-se de três elementos: o elemento iniciático, pelo qual é secreta; o elemento
fraternal; e o elemento a que chamarei humano – isto é, o que resulta de ela ser composta por diversas
espécies de homens, de diferentes graus de inteligência e cultura, e o que resulta de ela existir em muitos
países, sujeita, portanto, a diversas circunstâncias de meio e de momento histórico, perante as quais, de
país para país e de época para época reage, quanto à atitude social, diferentemente.
Nos primeiros dois elementos, onde reside essencialmente o espírito maçônico, a Ordem é a mesma
sempre e em todo o mundo. No terceiro, a Maçonaria – como aliás qualquer instituição humana, secreta
ou não – apresenta diferentes aspectos, conforme a mentalidade de maçons individuais, e conforme
circunstâncias de meio e momento histórico, de que ela não tem culpa.
Neste terceiro ponto de vista, toda a Maçonaria gira, porém, em torno de uma só idéia – a
“tolerância”; isto é, o não impor a alguém dogma nenhum, deixandoo pensar como bem entender. Por isso
a Maçonaria não tem uma doutrina. Tudo quanto se chama “doutrina maçônica” são opiniões individuais
de maçons, quer sobre a Ordem em si mesma, quer sobre as suas relações com o mundo profano. Ora, o
primeiro erro dos antimaçons consiste em tentar definir o espírito maçônico em geral pelas afirmações de
maçons particulares, escolhidas ordinariamente com grande má-fé.
O segundo erro dos antimaçons consiste em não querer ver que a Maçonaria, unida espiritualmente,
está materialmente dividida, como já expliquei. A sua ação social varia de país para país, de momento
histórico para momento histórico, em função das circunstâncias do meio e da época, que afetam a
Maçonaria como afetam toda a gente. A sua ação social varia, dentro do mesmo país, de Obediência para
Obediência, onde houver mais que uma, em virtude de divergências doutrinárias – as que provocaram a
formação dessas Obediências distintas, pois, a haver entre elas acordo em tudo, estariam unidas. Segue
daqui que nenhum ato político ocasional de nenhuma Obediência pode ser levado à conta da Maçonaria
em geral, ou até dessa Obediência particular, pois pode provir, como em geral provém, de circunstâncias
políticas de momento, que a Maçonaria não criou.
Resulta de tudo isto que todas as campanhas antimaçônicas – baseadas nesta dupla confusão do
particular com o geral e do ocasional com o permanente – estão absolutamente erradas, e que nada até
hoje se provou em desabono da Maçonaria. Por esse critério – o de avaliar uma instituição pelos seus
atos ocasionais porventura infelizes, ou um homem por seus lapsos ou erros ocasionais – que haveria
neste mundo senão abominação? Quer o Sr. José Cabral que se avaliem os papas por Rodrigo Bórgia,
assassino e incestuoso? Quer que se considere a Igreja de Roma perfeitamente definida em seu íntimo
espírito pelas torturas dos Inquisidores (provenientes de um uso profano do tempo) ou pelos massacres
dos albigenses e dos piemonteses? E, contudo, com muito mais razão se o poderia fazer, pois essas
crueldades foram feitas com ordem ou com consentimento dos papas, obrigando assim, espiritualmente, a
Igreja inteira.
Sejamos, ao menos, justos. Se debitamos à Maçonaria em geral todos aqueles casos particulares,
ponhamos-lhe a crédito, em contrapartida, os benefícios que dela temos recebido em iguais condições.
Beijem-lhe os jesuítas as mãos, por lhes ter sido dado acolhimento e liberdade na Prússia, no século
dezoito – quando expulsos de toda a parte, os repudiava o próprio Papa – pelo maçom Frederico II.
Agradeçamos-lhe a vitória de Waterloo, pois que Wellinton e Blucher eram ambos maçons. Sejamos-lhe
gratos por ter sido ela quem criou a base onde veio a assentar a futura vitória dos Aliados – a “Entente
Cordiale”, obra do maçom Eduardo VII. Nem esqueçamos, finalmente, que devemos à Maçonaria uma das
maiores obras da literatura moderna – o “Fausto”, do maçom Goethe.
Acabei de vez. Deixe o Sr. José Cabral a Maçonaria aos maçons e aos que, embora o não sejam, viram,
ainda que noutro Templo, a mesma Luz. Deixe a antimaçonaria àqueles antimaçons que são os legítimos
descendentes intelectuais do célebre pregador que descobriu que Herodes e Pilatos eram Vigilantes de
uma Loja de Jerusalém”.

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CAPÍTULO 02
ORIGENS DA M AÇONARIA

Como surgiu uma Ordem tão complexa e intrigante como a Maçonaria? Essa é uma pergunta complexa, uma
vez que não há nenhum registro sobre o assunto que date de antes da Idade Média. Muitos estudiosos maçons
divulgam em livros especializados que “ao longo dos diversos séculos, nas diversas situações históricas,
existiram várias organizações que se estruturaram de maneira parecida com a Maçonaria, mas tinham outros
nomes e até agora não se pôde estabelecer uma ligação clara com a Maçonaria que conhecemos hoje”,
conforme relata Elias Mansur Neto1. Para o autor, o que fica claro é o fato de os organizadores desta
sociedade terem se inspirado em organizações semelhantes, que teriam existido num passado distante.
Para outros estudiosos, por sua vez, a origem da Ordem está intimamente ligada com as lendas que cercam
a construção do Templo de Salomão, conforme relatado no Antigo Testamento. Diz ele: “O mestre construtor
do Templo organizou seu pessoal para o trabalho de maneira muito parecida com a Maçonaria de hoje. O
texto bíblico nos dá conta de que o rei Salomão não conseguiu mão-de-obra qualificada em Israel para
construção do Templo. Foi então que recorreu ao seu colega Hirão (nome que, em muitos casos, é grafado
como Hiram), rei de Tiro. Hirão, atendendo ao pedido de Salomão, designou Hirão Abif, mestre na arte de
construir. Hirão Abif assumiu a construção do Templo e recrutou cerca de 153.600 trabalhadores fora das
terras de Israel. Tendo em vista as diferentes aptidões e responsabilidades que iriam assumir na construção,
Hirão os dividiu em três categorias (II Crônicas 2.18 e Reis 5.15 e 16): 80.000 para trabalhar nas montanhas
extraindo pedras; 70.000 para transportar as pedras da montanha para o local da construção; 3.600 para
construir o Templo, ensinar e inspecionar o trabalho”.
Se essa versão é a correta, não espanta o modo como as coisas aconteceram (ou teriam acontecido, uma
vez que essa é uma das versões, certamente a mais divulgada e contada pelos maçons). Assim surgiram as
terminologias que seriam usadas como padrão na Maçonaria: os aprendizes seriam os 80.000 que extraíam
pedras da montanha; os companheiros seriam os 70.000 que carregavam as pedras para o local da construção;
e os mestres, os 3.600 que trabalhavam diretamente no Templo, encarregados de ensinar e inspecionar o
trabalho. As comunicações entre Hirão e os demais trabalhadores eram feitas por meio de sinais, toques e
palavras, porque a maioria deles era de homens analfabetos. Quando do recebimento do pagamento, por
exemplo, a identificação era feita por meio de uma “palavra de passe”, diferente para aprendizes,
companheiros e mestres. Assim, a qualificação profissional de cada um era reconhecida no ato. Aquele que
se esquecesse da palavra, simplesmente não recebia nada. Essa estrutura é seguida até hoje pelos maçons
modernos.
A estrutura de Hirão foi logo copiada em outros países e começou a originar novas associações em terras
distantes, como o Oriente. De lá seguiu para o Ocidente onde, na Europa, ressurgiu sob o aspecto da franco-
maçonaria que, da mesma maneira que aconteceu a outras organizações de artesãos que se juntaram aos
chamados “ofícios francos”, tinham pleno apoio da Igreja estabelecida.
A primeira referência ao termo franco-maçonaria está num texto que tem sua origem nas atas de
associações inglesas de artesãos, datada de 856 d.C.:
“Os ofícios francos, com o pleno apoio da Igreja, instalam-se então nas quatro cidades francesas
Bruges, Band, Audenarde e Alost. A pátria oficial dos ofícios francos era a França e sua língua oficial o
francês; a Maçonaria muda, portanto, de nome e passa a ser chamada de Franco-Maçonaria”.
Nos primeiros tempos, a Maçonaria reunia pessoas de várias profissões, com predominância para os
pedreiros, que conservavam a influência da Igreja, com cada profissão elegendo seu padroeiro. Para os
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maçons foram escolhidos dois: São João Batista e São João Evangelista, com posterior fixação em São João
da Escócia. Depois disso, foram adotados sinais e palavras de passe que refletiam as influências cristãs da
época.
A Maçonaria como a conhecemos no Brasil foi trazida da Europa, por isso é interessante entender um
pouco do lado europeu, inglês e principalmente francês. Elias Mansur Neto diz a esse respeito:
“A Inglaterra merece uma atenção especial porque foi lá que se agruparam os profissionais mais
habilitados de toda a Europa, onde se intensificaram os trabalhos da Maçonaria operativa. Na Europa, os
maçons operativos foram incentivados por reis ávidos em construir as magníficas obras que surgiram na
França e na Itália. Começaram então a surgir as Lojas, até que no ano 926 instalou-se a Grande Loja de
York, sob a direção do grão-mestre príncipe Edwin. Nascia, portanto, a primeira potência maçônica com
adequada hierarquia, para o exercício do poder. Vários príncipes e a nata da sociedade inglesa se fizeram
iniciar nas Lojas de sua jurisdição; surge então a primeira Loja maçônica cercada de privilégios, quase
idênticos aos da Família Real. O próprio rei Athelstan, pai de Edwin, e os papas não ocultavam o seu
interesse protetor”.
Os tempos atuais são muito diferentes, mas naquela época pertencer a uma Ordem como a Maçonaria era
encarado por diversos membros da nobreza como um sinal de prestígio. Não era para menos: os que eram
responsáveis (ou participavam) pela construção das fantásticas obras-de-arte que eram as catedrais eram
tidos como “as pessoas mais inteligentes do mundo” e, como tal, eram os formadores de opinião, aqueles que
todos queriam ter como amigos. Logo a Loja de York criou seus próprios códigos e Constituição e tratou de
distribuí-los às demais da Europa.
Em um documento datado de 1390 e conhecido como Manuscriptus Regius, mantido conservado no British
Museum, em Londres, Inglaterra, há um texto que fala sobre como funcionava a Maçonaria, descrevendo as
regras de comportamento no trabalho, na Sociedade e dentro da igreja, à hora da missa, entre outros.
Os canteiros (ou cantarias, como eram, então, conhecidos) eram povoados não só de pedreiros, mas
também de vários tipos de profissionais que lá ficavam a fim de contribuir para a obra. Nessa época, o clero
armavase e fazia conquistas, como visto nas chamadas ordens de monges guerreiros como os Templários e os
Hospitalários, vivendo de guerras e submissão dos vencidos.
Seriam os Templários os verdadeiros antepassados dos maçons? Há o depoimento de um padre chamado
Maurice Colinom, do século XVIII, que fala sobre o assunto numa obra com fortes tendências maçônicas,
infelizmente sem maior identificação:
“Os maçons, desde séculos, esforçam-se por descobrir antepassados dos quais pudessem ter orgulho.
Encheríamos uma vasta biblioteca se reuníssemos somente as obras que pretendem demonstrar a filiação
legítima da Maçonaria com os rosacruzes, o Hermeticismo, o Cabalismo, a Alquimia, as Sociedades
Iniciáticas Egípcias, Gregas, Judias, a Tríade Secreta da Antiga China, os Colegia Fabrorum romanos, a
Cavalaria das Cruzadas ou a Ordem destruída dos Templários”.
Ninguém jamais provou, mas também não refutou.
Em 1439, os maçons buscam a proteção do rei James II e, em 1542, de James V. É quando a Maçonaria
começa a se afastar da Igreja “por entender que ela não agia como verdadeira religião”. Com o fim das
cruzadas as Lojas começam a se multiplicar rapidamente em países como a Escócia e voltam para o território
inglês. Seu crescimento é tão forte que o rei manda vir maçons italianos para juntá-los aos irmãos dos países.
É quando a Maçonaria começa a aceitar membros não pertencentes às associações de artesãos e começa a
se inclinar para o chamado “campo especulativo”, ou seja, sai do campo material (construção de edifícios)
para se concentrar no campo espiritual (“edificações espirituais”). Há Ordens que também passam a ser
aceitas, como os rosacruzes, que recebem a denominação de “maçons aceitos”.
Chega o ano de 1694 e William III da Inglaterra é iniciado. Até essa época a Maçonaria continua com
laços instituídos com a Igreja. Porém, alterações no estatuto começam a ser feitas e passa a ser imposto, como
obrigação, o “dever de ser fiel a Deus e evitar todas as heresias”.
Em 1703, a Loja de São Paulo decide, conforme texto publicado:
“Os privilégios da Maçonaria já não serão, doravante, unicamente reservados aos operários construtores,
mas, como já se praticava, estender-se-ão a todas as pessoas que dela queiram participar”.
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Algum tempo depois, em 1717, a Maçonaria se rende completamente à Inglaterra que, a partir de então,
torna-se sua grande protetora e incentivadora.
A Grande Loja de Londres surge, pouco tempo depois, da união de quatro Lojas (The Goose and Gridiren,
The Crow, The Aple Tree e The Rummer and Grapes). O grão-mestre é Anthony Sayer, que foi seguido por
George Payne, responsável por ter sido o primeiro a juntar toda a documentação existente sobre a Ordem e
formar o primeiro regulamento, impresso em 1721. Dois anos depois aparece a primeira constituição da
Maçonaria especulativa, produzida pelo pastor evangélico James Anderson.
Acontece, por fim, uma cisão entre os seguidores das obrigações antigas e das atuais. Quem não era a favor
da nova constituição se une para a fundação, em 1753, da Grande Loja dos Maçons Francos e Aceitos,
situação que perdurou até 1813, quando houve a reconciliação com a fusão dos dois grupos para a
constituição da Grande Loja Unida dos Antigos Franco-Maçons da Inglaterra.

B R E VE HI S T ÓR I A DA
M A Ç ONA R I A NO B R A S I L I M P E R I A L
Fonte: Elias Mansur Neto – O Que Você Precisa Saber Sobre Maçonaria

1787 – A Maçonaria começa suas atividades no Brasil com a Loja Cavaleiros da Luz, na povoação da
Barra, em Salvador, Bahia.

1800/1801 – Fundada no Rio de Janeiro, por maçons portugueses, a Loja União, posteriormente
denominada Reunião. Une-se ao Grande Oriente Lusitano em 1800 e, mais tarde, ao Grande Oriente da
França.

1809/1812 – Fundada na freguesia de São Gonçalo, Niterói, a Loja Distintiva. Tinha como emblema um
“índio vendado e manietado de grilhões e um gênio em ação de o desvendar e desagrilhoar”. Era republicana
e revolucionária, por isso terminou sendo dissolvida.

1822 – A Loja Comércio e Artes confere a D. Pedro o título de “Protetor e Defensor Perpétuo do Brasil”.

1823 – Em 20 de outubro, D. Pedro I proíbe as sociedades secretas no Brasil, sob pena de morte ou exílio.

1831 – O Grande Oriente do Brasil restabelece suas atividades em 23 de novembro, encerradas em 1822.
José Bonifácio é eleito grão-mestre.

1832 – Co-existência de dois Grandes Orientes: o Grande Oriente do Brasil, presidido por José Bonifácio,
e o Grande Oriente Nacional Brasileiro. Devido a uma cisão neste último, surge outra entidade, que elege o
Marechal Duque de Caxias como grão-mestre. As rivalidades da época provocam o fechamento do Grande
Oriente de Caxias.

NETO, Elias Mansur. O Que Você Precisa Saber Sobre Maçonaria. São Paulo: iEditora. Edição digital
(www.ieditora.com.br).

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CAPÍTULO 03
APRENDIZ

Neste e nos próximos dois capítulos será traçado um perfil dos três graus simbólicos (Aprendiz,
Companheiro e Mestre) que a Ordem possui. Lembremos, entretanto, que o número de “cargos” varia de
acordo com o rito adotado pela Loja em questão.
Apenas para ilustrar, por exemplo, o Rito Escocês possui, além dos graus simbólicos, outros mais
complexos cujo significado escapa dos “profanos”. Vejamos um pouco sobre o Rito de York que possui, além
dos citados, os chamados graus capitulares, que são divididos em:

Lojas de perfeição
4. Mestre Secreto
5. Mestre Perfeito
6. Secretário Íntimo
7. Preboste e Juiz
8. Intendente da Construção
9. Mestre Eleito dos Nove
10. Ilustre Eleito dos Quinze
11. Sublime Cavaleiro Eleito
12. Grande Mestre Arquiteto
13. Cavaleiro do Real Arco
14. Grande Eleito da Abóbada Sagrada

Capítulo
15. Cavaleiro do Oriente ou da Espada
16. Príncipe de Jerusalém
17. Cavaleiro do Oriente e do Ocidente
18. Soberano Príncipe RosaCruz

Areópago (Assembléia dos sábios)


19. Grande Pontífice
20. Mestre Ad Vita
21. Cavaleiro Prussiano
22. Príncipe do Líbano
23. Chefe do Tabernáculo
24. Príncipe do Tabernáculo
25. Cavaleiro da Serpente de Bronze
26. Príncipe de Mercê
27. Grande Comendador do Templo
28. Cavaleiro do Sol
29. Grande Escocês de Santo André da Escócia
30. Cavaleiro Kadosh

Tribunais
31. Grande Inspetor Inquisidor
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Consistório
32. Sublime Príncipe do Real Arco

Supremo conselho
33. Sublime Príncipe do Real Segredo

Para se ter acesso a esses altos graus é necessário ser membro de uma Loja de grau 1 a 3 e pertencente a
uma potência regular (como um Grande Oriente). Esses altos graus são separados dos simbólicos pela
constituição das lojas especiais, que os praticam de acordo com uma hierarquia bem definida, e são
considerados como aprofundamento do grau de mestre. A Maçonaria inglesa os chama de “Maçonaria
paralela”.
Porém, vamos nos concentrar apenas nos três simbólicos, com o objetivo de facilitar a compreensão. Como
vimos no capítulo anterior, a estrutura adotada para esses graus segue a mesma que Hirão Abiff adotou
quando da construção do Templo de Jerusalém. Esses graus são aceitos universalmente em todos os ritos e
países, com a utilização das mesmas palavras e símbolos de reconhecimento. Aprendiz, Companheiro e
Mestre são a base da franco-maçonaria e estão presentes nas Lojas.
Esses graus são normalmente representados por meio dos símbolos da régua (esquadro) e do compasso,
com a letra G no meio (G de God – “Deus” em inglês), e podem ser utilizados de diversas maneiras: como
enfeite de roupa – geralmente abotoaduras ou bordados em lenços e mangas de camisa; como emblema
próprio – prendedores de gravata, pins ou fivelas de cintos, e até mesmo em agendas e calendários de
empresas pertencentes a maçons. Para identificar o grau de determinada pessoa, basta atentar para a posição
dos símbolos:

1o grau – Aprendiz. O esquadro está sobreposto ao compasso. Significa que o Aprendiz ainda não
adquiriu a plena consciência de si e de todas as suas possibilidades intelectuais, não estando ainda apto para
uma construção inventiva. Há o predomínio da ação material.

2o grau – Companheiro. O compasso está entrelaçado com o esquadro. Representa a ação intelectual
interagindo com a ação material. Aqui, o obreiro (termo genérico que designa todos os que trabalham na Loja,
independentemente de seu grau) já se encontra habilitado a tentar, embora sob a vigilância do mestre,
“construir” por si só.

3o grau – Mestre. O compasso está sobreposto ao esquadro. Aqui o maçom deverá ter atingido a plenitude
do conhecimento maçônico. Há predomínio da ação intelectual sobre a material.

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Lembremos, entretanto, que ninguém pode entrar na Ordem sem ser convidado. O que acontece é que a
pessoa recebe um convite para se candidatar. Após a abertura do processo (como vimos no início deste
livro), o candidato se tornará um cidadão “probo” e terá seu nome submetido à aprovação de uma assembléia
de Mestres maçons. Se aceito, o candidato receberá a notícia por meio de seu “padrinho”, que também se
encarregará de informar a data da cerimônia de iniciação.
Pouco se sabe sobre essa cerimônia. Por exemplo, as cenas vistas em filmes em que o candidato aparece
com as roupas colocadas de determinada maneira (sem casaco ou gravata, despojado de dinheiro e objetos de
metal) contemplam apenas uma parte do ritual. A perna esquerda da calça é enrolada acima do joelho e seu
peito esquerdo é exposto ao mesmo tempo em que o sapato direito é substituído por um chinelo (o que daria
origem a um termo maçônico, “achinelado”).
Um dos maçons coloca uma venda nos olhos do candidato a fim de representar seu estado de trevas, uma
vez que ainda não é um deles, mas apenas um candidato (para os maçons todos os profanos vivem em trevas,
ou seja, na ignorância). Uma corda com um laço de correr, como o de uma forca, é colocada em sua garganta.
Em seguida, o candidato é levado à porta da sala principal, onde estará na presença do guarda interior, um
oficial que vai barrar sua passagem. Alguns instantes (e muitos diálogos) depois, o candidato é levado, ainda
com a venda, à câmara, onde estará na presença do mestre e demais membros. Uma série de perguntas rituais
é feita e cada uma suscitará uma resposta correta. É, então, feito o juramento do Aprendiz, que se compromete
a não revelar nenhum segredo aprendido na Maçonaria, “sob pena de ter minha garganta cortada, minha língua
arrancada pela raiz e enterrada na areia do mar na marca da maré baixa”.
O laço e a venda são, então, retirados, significando que o profano “recebeu a luz”. São revelados a palavra
de passe, o sinal e o aperto de mãos, todos símbolos secretos do novo maçom, admitido no grau de Aprendiz.
Já houve casos em que, em determinadas situações sociais, pessoas curiosas apresentavam-se como
maçons. Ou pior ainda: pessoas que eram conhecidas como “maçons clandestinos” (organizações maçônicas
que não são ligadas a uma potência reconhecida, como os Grandes Orientes ou Grandes Lojas),
apresentavam-se como membros da Maçonaria. Tais tentativas podem ser facilmente descobertas por
membros da Maçonaria, que o fazem com a seguinte pergunta:
“Qual é a sua Loja e a qual potência maçônica é filiada?”
Elias Mansur Neto descreve a maneira como tratar esse tipo de pessoa:
“Se tal pessoa for maçom, ela dirá o nome e a localização de sua Loja, bem como o nome da potência a
que pertence. Se a resposta não for GRANDE ORIENTE DO BRASIL, GRANDE LOJA ou COMAB,
desconfie. Provavelmente, essa pessoa não é maçom. Você deve pedir ainda sua identidade maçônica, que
geralmente tem validade de, no máximo, seis meses. Pode ocorrer ainda de esta pessoa dizer que está
momentaneamente afastada, devendo retornar numa época oportuna. Neste caso peça a ela o seu “Quite
Placet” (documento que contém todos os dados necessários para identificá-lo como maçom inativo, mas
regular). Se ele não tiver este documento, ou é um maçom irregular ou um mentiroso qualquer”.
Cada novo Aprendiz recebe um conjunto de ferramentas, que lembra a origem da sociedade: um martelo
(símbolo da força da consciência), um cinzel (as vantagens da educação) e uma régua (de 24 polegadas que
simboliza as 24 horas do dia). Quando avançam nos estudos, os Aprendizes recebem outras ferramentas.
Os conceitos do primeiro grau são bem simples. O homem é considerado uma pedra bruta, ou seja, um
material que deverá ser incluso na Grande Obra do Grande Arquiteto do Universo, ou seja, Deus. A Pedra
Bruta é o primeiro de um conjunto de três símbolos conhecidos como As Três Jóias Imutáveis. Destina-se a
tornar-se parte da construção e é bruta porque “não foi dada a forma requerida para seu lugar na estrutura”.
Toda a humanidade é conhecida como o Templo de Deus e espera-se que o agora Aprendiz passe pela
lapidação, ou seja, utilize as “experiências de sua própria vida para trabalhar sobre si mesmo e transformar-
se numa pedra adequadamente desbastada” a fim de ocupar o seu lugar no templo.
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Um conceito que é desenvolvido à medida que o Aprendiz avança em seus estudos é o da responsabilidade
individual por seus próprios atos. Logo no início, o novo maçom recebe diretrizes que o ajudarão a levar em
frente o processo. Na Loja há sete Oficiais, considerados os sete níveis da consciência. Na abertura do
Primeiro Grau fica determinado que o chamado Guarda Interior (o nível de consciência comumente conhecido
como ego) deve ficar sob controle por meio dos procedimentos rituais que serão desenvolvidos.
O ritual diz que “o Aprendiz deve colocar seu ego sob o controle de algum agente do interior de sua
psique, denominada o Primeiro Vigilante, análogo ao ‘eu’ na terminologia de Jung”.
Outra tarefa imposta ao Aprendiz é equilibrar a parte da psique em contato com o mundo físico. Para tanto,
ele deve lançar mão das seguintes ferramentas:
Martelo – força ativa equiparada à capacidade psicológica de experimentar a paixão. Simboliza a
alegria, a fúria e o compromisso.
Formão – ferramenta passiva e restritiva, que recebe os golpes do martelo. Equivale à capacidade de
análise, de classificação, de cálculo e de pensamento racional.
Esquadro – instrumento que mede, dirige e equilibra as outras duas ferramentas. Representa a
capacidade de consciência para identificar a função psicológica adequada a cada momento.

Essas tarefas têm, como principal objetivo, tomar consciência da presença dos três fatores psicológicos
associados às ferramentas e que foram descritos anteriormente, e submetê-los ao controle completo da
consciência. Dessa maneira, é possível alcançar o equilíbrio e melhorar seu próprio caráter.
Todos esses estudos e aperfeiçoamentos levam o maçom para o grau seguinte, o de Companheiro, cujos
detalhes veremos a seguir.

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CAPÍTULO 04
COM PANHEIRO

Chegados a este ponto, adentramos cada vez mais o campo especulativo. Em geral, os textos que fazem
referência ao assunto deste capítulo muitas vezes têm cunho que transita entre o psicológico e o filosófico, o
que torna mais difícil o entendimento por parte dos que não conhecem o ambiente maçom. Com o objetivo de
sermos mais claros, vamos dar pequenos passos a fim de que o leitor possa entender o conceito como um
todo.
Comecemos pensando nos graus simbólicos. Se o Aprendiz é aquele que, de acordo com a formação do
grupo de pedreiros, “aprende o ofício”, ele deverá mostrar-se apto o bastante para galgar o próximo degrau
na escala de relacionamentos. Ou seja, quanto mais o maçom souber o que lhe é ensinado e absorver esses
conhecimentos, mais próximo ele fica de deixar de ser um Aprendiz para tornar-se uma espécie de “colega de
profissão”. No jargão maçônico, ele se torna um “Companheiro”.
O termo em si designa a evolução do maçom. Ele sobe um grau na escala do conhecimento e torna-se uma
espécie de “profissional apto” a construir “o edifício espiritual” que se espera de cada membro da Ordem.
Mas, para tanto, ele deve passar por uma avaliação prático-oral, e aqui vemos como a estrutura válida
lembra muito a de uma escola: da mesma maneira que você deve provar que compreendeu a matéria para
seguir em frente com seus estudos, o Aprendiz deve mostrar que está apto a atingir a “classe seguinte”.
Para a Maçonaria, o termo Companheiro é definido da seguinte maneira: “substantivo masculino (do latim
cum = com, e panis = pão). Aquele que participa, constantemente, das ocupações do outro: condiscípulo,
companheiro de estudos; membro de uma associação de companheirismo; operário que trabalha para um
empreiteiro”.
Mario Leal Bacelar, em seu livro Espiritualização da Maçonaria, explica a necessidade do estudo para
os que vivem dentro da Maçonaria:
“Se os Mestres responsáveis por este estudo e treinamento não estiverem moral e intelectualmente
preparados – pela assimilação da Filosofia Maçônica – será a frustração do Aprendiz, principalmente em se
tratando de um intelectual, que tenha buscado iniciação na Maçonaria por mera curiosidade, por necessitar de
amparo para atingir cargos ou por simples amizade a maçons”.
Trocando em miúdos, vemos que os rituais e coisas secretas que determinaram, no passado, toda a aura de
mistério da Maçonaria são substituídos, pouco a pouco, por estudos que visam ao aprofundamento do que se
conhece sobre a Filosofia Maçônica. E para transmitir esse conhecimento, o autor ressalta a importância de
haver sempre maçons em graus superiores bem preparados, pois o Aprendiz só se torna um Companheiro
quando encontra um amparo (ou seja, alguém que o prepare) naquele que o irá avaliar e, quem sabe, guiar.
Essa transição é feita em, no mínimo, cinco meses de estudos. E somente atingindo-se determinada
pontuação (as provas podem ser tanto orais quanto escritas) é que o grau seguinte é atingido. Como se pode
ver, parece até uma nomeação militar, o que para muitos pode ser bem parecido, principalmente pelo alto
número de militares que já passaram pela Maçonaria (veja mais no Apêndice II, que trata dos maçons
famosos).
Outro livro maçom, Cartilha do Companheiro (de José Castellani e Raimundo Rodrigues), diz:
“Doutrinariamente, o grau de Companheiro é o mais legítimo grau maçônico, por mostrar o obreiro já
totalmente formado e aperfeiçoado, profissionalmente. Historicamente, é o grau mais importante da Franco-
Maçonaria, pois sempre representou o ápice da escalada profissional, nas confrarias de artesãos ligados à
arte de construir, as quais floresceram na Idade Média e viriam a ser conhecidas, nos tempos mais recentes,
sob o rótulo de ‘Maçonaria Operativa’, ou ‘Maçonaria de Ofício’. Na realidade, antes do século XVIII havia
apenas dois graus reconhecidos: Aprendiz (Entered Apprentice) e Companheiro (Fellow Craft, ou,
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simplesmente, Fellow). Na época anterior ao desenvolvimento da Maçonaria dos Aceitos, ou Especulativa, o
Companheiro era um Aprendiz, que havia servido o tempo necessário como tal e havia sido reconhecido
como um oficial, um trabalhador qualificado, autorizado a praticar seu ofício. Na Idade Média, quando as
construções em pedra eram comissionadas pela Igreja, ou pelos grandes reis, duques ou lords, a Maçonaria
operativa era um lucrativo negócio; ser reconhecido, portanto, como um Companheiro pelos operários era um
passaporte seguro para uma participação no negócio e para uma renda praticamente garantida”.

FUNDA M E NTOS DA HI E R A R QUI A


Qual a importância de ser um Companheiro? Lembremos um pouco de como eram as coisas entre os
artesãos da Idade Média. Nesse grupo, os artesãos eram escolhidos entre vários candidatos e geralmente
apenas aqueles que mostravam possuir algum tipo de talento e vontade de aprender é que conseguiam subir de
nível. Se nos lembrarmos que estes profissionais eram muito admirados naquela época por seus feitos
maravilhosos e conhecimentos de várias naturezas (de matemáticos a religiosos, tudo servindo à construção
de belas igrejas e catedrais), faz sentido pensar que quem escolhia os “companheiros” (ou os colegas de
profissão) eram justamente os mestres, os que comandavam a obra.
E quem é que conseguia ser escolhido? Aquele que tivesse maior capacidade de liderança. A partir de
então, sua função era dirigir os trabalhos da construção, ou seja, coordenar a força de trabalho para erguer a
catedral. Nesse sistema, os chamados obreiros não eram considerados do mesmo nível dos companheiros ou
mestres, sendo os responsáveis por levantar os pesados blocos de granito, usando apenas o trabalho braçal
para colocar tudo em ordem. Os iniciados nos conhecimentos dos pedreiros é que sabiam exatamente que tipo
de material de construção usar, além de onde e quando aplicá-los. Assim, numa analogia, vemos que aquele
que ocupa o mais alto grau numa Loja (uma espécie de “grão-mestre” ou quem dirige o local de encontro dos
maçons) devia – e ainda deve –, acima de tudo, acumular o respeito adquirido de seus “obreiros”. Só depois
de algum tempo – o grau de Mestre surgiu em 1723, mas só foi implantado em 1738 – impôs-se que era
necessário ser no mínimo Mestre para atingir tal cargo. Por isso podemos afirmar que, antigamente, atingir o
grau de Companheiro tinha certa importância, a qual, com o tempo e o surgimento dos demais graus advindos
dos ritos adotados, foi sendo relativizada.
Voltemos à já citada Cartilha do Companheiro, que fala sobre este segundo grau:
(…) “foi sempre o sustentáculo profissional e doutrinário dos círculos maçônicos, não se justificando a
pouca relevância que alguns maçons dão a ele, considerando-o um simples grau intermediário”.
Então, a partir daqui, dá-se o nome de obreiro a todo maçom que se dispõe a seguir a Ordem e galgar os
graus que o rito adotado por sua Loja impõe. Alguns autores e estudiosos afirmam que o Companheiro é o
único grau que merece a atenção da grande maioria dos maçons, pois, para ser um obreiro completo, é
necessário conhecer profundamente esse grau.
Muitos dos símbolos usados no grau de Companheiro – que mexem com as percepções de profanos e fazem
crer que a Maçonaria tenha alguma ligação com “o poder das trevas” – foram, na verdade, incorporados ao
rito por adeptos da alquimia oculta, da magia, da cabala, da astrologia e do rosacrucianismo, uma vez que os
obreiros medievais nunca adotaram esses símbolos. Porém, com o tempo, tornou-se necessário distinguir os
membros da Ordem, mas, como o desejo não era de fazer alarde, o símbolo do esquadro com o compasso foi
adotado sempre de maneira discreta. Os cumprimentos com a mão, acenos e palavras de passe são recursos
usados apenas como complementação para a identificação do maçom.

As Compagnonnage
As Compagnonnage (associações de companheiros) eram companhias de trabalhadores
que foram criadas na Idade Média porque os Templários precisavam de cristãos
quando atuavam em terras do Oriente. Essas organizacões, então, os reuniam de acordo
com a sua própria doutrina e com um regulamento, chamado Dever. Esses trabalhadores
foram os responsáveis pelas construções de cidadelas no Oriente Médio e foi assim que
absorveram as metodologias de trabalho dos antigos, usadas na construção dos templos
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góticos admirados até hoje.
Há, portanto, que se observar que ser um Companheiro não é a mesma coisa que ser
parte das Compagnonnage ou associações de companheiros.

J UNG E A M A Ç ONA R I A
A partir daqui as referências ao conteúdo do grau de Companheiro tornam-se puramente filosóficas.
Mesmo quando lemos os textos maçons publicados nas mais diversas fontes, vemos que a maneira mais fácil
de entender a importância simbólica desses conjuntos é fazendo uma analogia com o trabalho de Carl Jung
(1875-1961) que, juntamente com seu professor e incentivador Freud, trouxe à tona os questionamentos sobre
o inconsciente.
Essa é a análise adotada pelo autor W. Kirk Macnulty em seu livro, Maçonaria. Assim ele entende a
passagem de Aprendiz para Companheiro:
“(…) de maneira tão natural quanto o amadurecimento de uma espiga de milho. O Aprendiz que
controla a parte mais profunda de sua psique e cujo Primeiro Vigilante tornou-se ativo, amadureceu a
ponto de atingir um estágio onde se encontra preparado para examinar os aspectos mais interiores de seu
processo psicológico”.
O Primeiro Vigilante citado, como dissemos brevemente no capítulo anterior, nada mais é do que uma
espécie de “nível de consciência”. O maçom, na analogia inerente à Maçonaria, deve construir uma pequena
catedral em si mesmo, ou seja, aprender a conhecer suas limitações e enfrentar seus defeitos, pois sua missão
é ajudar na construção da grande catedral que simboliza a união da humanidade sem distinção de povos.
Afinal, como servir aos desígnios do Grande Arquiteto sem se auto-aperfeiçoar?
Ainda segundo a explicação de Macnulty, a maior parte desse trabalho de aperfeiçoamento desenvolve-se
numa área do pensamento à qual os maçons se referem como a “Câmara Central”, que, nas palavras de Jung,
seria o Inconsciente Pessoal.

O QUA DR O DO S E GUNDO NÍ VE L
Um símbolo muito usado para falar do grau de Companheiro é uma gravura conhecida como Quadro do
Segundo Nível, que retrata a escada de Jacó (que o personagem bíblico teria visto num sonho). Ela representa
a escada que o maçom deve aprender a subir enquanto “retira sua atenção do mundo físico para examinar a
natureza de sua alma e as tarefas para o seu próprio progresso psicológico”.
No quadro há duas linhas paralelas à Escada, que são dois pilares (o complementar e o oposto com Pilares
da Nuvem e o Fogo do Êxodo, símbolos usados no grau de Aprendiz). A escada está estendida em direção
leste-oeste e define a “dimensão da consciência”, que leva da materialidade até a divindade.

FE R R A M E NTA S E S Í M B OL OS
Apesar de o Companheiro receber ferramentas físicas quando de sua iniciação, não podemos nos esquecer
de que, na Maçonaria, nada é exatamente o que parece. O que verdadeiramente conta, é o valor simbólico
dessas ferramentas, e elas não serão fisicamente usadas pelo maçom. Essas ferramentas serão aquelas usadas
no aperfeiçoamento pessoal que, neste nível, objetivam tocar o lado moral.
Aqui as ferramentas são o Nível (que simboliza a justiça), o Prumo (instrumento de verificação da vertical,
composto de um fio atado a um lastro pesado, em geral de chumbo, que o estica na vertical; aqui simboliza a
misericórdia) e uma variação do Esquadro, chamada de Esquadro da Verdade, cuja função é manter as duas
primeiras em relação.
O que o Companheiro fará com essas ferramentas? Ele as usará para trabalhar um conceito pessoal
conhecido como “pedra perfeita”. E o que vem a ser isso? O artesão usa as ferramentas necessárias para
“desbastar a pedra bruta”, enquanto o maçom esculpe sua alma e apara os defeitos próprios da natureza
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humana, preparando-se para colocar o “material” necessário na construção de sua “catedral” particular. Uma
vez que ele esteja pronto, deverá assumir o seu papel na “catedral da humanidade”, uma obra que, ao
contrário da particular – cujo arquiteto é ele mesmo –, é dirigida pelo Grande Arquiteto do Universo (ou seja,
Deus).
Tudo gira ao redor da figura de Deus. Como vimos no capítulo anterior, a letra G, que aparece no símbolo
do esquadro e do compasso, é a posição de Sua Luz dentro da obra, ou seja, concentra-se no centro do
símbolo, e tudo o mais gira ao Seu redor.
Muitos maçons costumam imprimir esse símbolo nas coisas que identificam sua atividade (desde um cartão
de visitas até a capa de uma agenda) porque a crença maçônica diz que sua presença em qualquer objeto
simboliza que nossos atos são observados de alguma maneira na “catedral da humanidade”.
Para quem não está acostumado com textos de cunho filosófico ou esotérico tudo isso pode parecer um
tanto confuso. Para a crença maçônica, tratase apenas de um estágio dentro do plano de aperfeiçoamento
pessoal. Como em toda Sociedade Secreta, só a perseverança em aplicar esses conhecimentos para a
descoberta de si mesmo é que preparará o Companheiro para atingir o próximo grau, o de Mestre.

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CAPÍTULO 05
M ESTRE

Assim a “escola” da Maçonaria continua. Depois que o Aprendiz adquiriu conhecimentos suficientes para
se tornar um “colega de profissão” ou Companheiro, é a vez de galgar o próximo degrau. Novas avaliações
são feitas até que o maçom possa ganhar a denominação de Mestre, o terceiro e último dos graus simbólicos.
O que é necessário para se tornar um Mestre maçom? Para a sua exaltação (elevação ao grau de Mestre) é
importante passar por um processo de estudos que dura aproximadamente sete meses. O grau começa com
uma iniciação com várias aulas e palestras, entre outras atividades.
Você deve estar se perguntando se quem está na Maçonaria precisa realmente chegar ao grau de Mestre.
Pense em qualquer tipo de curso que você freqüente. Não há uma evolução natural de estágios? Nesse
sentido, a palavra “evolução” talvez seja a que mais caracteriza o papel do maçom dentro da Ordem. É
necessário evoluir, aperfeiçoar-se, estudar, conhecer e entender o que é ensinado. E o caminho natural
daqueles que assim procedem é assumir um título de Mestre.
A partir desse estágio, será sempre necessário apresentar trabalhos por escrito para passar ao grau
seguinte (que já não é mais simbólico e varia de acordo com o rito adotado). Depois destes há outros graus
(conforme vimos no Capítulo 3), mas de natureza específica de cada rito adotado pelas Lojas, por isso
mesmo não abordados por este trabalho.
O Mestre seria, numa comparação acessível, embora pobre, uma “especialização de nível superior”. A
idéia é que, para se ter domínio sobre a obra que está sendo erigida (lembrando os conceitos de “catedral
interior” e “catedral da humanidade”, como vimos nos capítulos anteriores) é necessário não apenas ter
controle sobre si mesmo (confronto e aceitação de suas qualidades e defeitos pessoais), mas também a
descoberta da capacidade de orientação para com terceiros.
O Mestre será aquele que, em muitos casos, dirigirá os trabalhos, diferente do Companheiro que, muitas
vezes, faz os trabalhos. E o mais importante: é o Mestre quem está preparado, por ter consciência moral
suficiente, para indicar novos candidatos. Lembre-se de que a Maçonaria ainda é uma sociedade muito
conservadora. Afinal, quem se sentiria bem ao indicar alguém que possa manchar o nome da Ordem?

DE VOLTA A HI R Ã O
De maneira bem resumida podemos ilustrar o papel que esses três graus representam valendo-nos da lenda
de Hirão, já citada no Capítulo 2. Lembremo-nos de que tudo ocorreu quando três Companheiros, durante a
construção do Templo de Salomão, quiseram receber a palavra de passe dos Mestres. Quando Hirão se
recusou a fornecê-la para “aqueles que não mereciam”, foi atingido três vezes com os instrumentos que os
Companheiros usavam (régua, esquadro e machadinha). Os assassinos esconderam o cadáver sob um monte
de escombros e plantaram sobre este túmulo improvisado um ramo de acácia (outro símbolo muito usado pela
Maçonaria). Os três, então, fugiram e Salomão, preocupado com a ausência do arquiteto, despachou nove
Mestres para procurá-lo.
A acácia ajudou a encontrar o cadáver. Como havia ficado muito tempo enterrado, os Mestres retiraram
seus restos, exclamando: Mach Benach (“A carne solta-se dos ossos”). Depois de dar a Hirão um enterro
digno, Salomão enviou 27 Mestres à cata dos assassinos. O primeiro deles foi pego numa caverna, próximo a
uma lâmpada de azeite. Aos pés dele corria um regato e ao seu lado, havia um punhal. O Mestre que o
encontrou, ao reconhecê-lo, feriu-o e gritou: Nekun (“Vingança”). Levou sua cabeça para Salomão, que o
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repreendeu, pois achava que o direito de punir o assassino deveria ser do rei e de mais ninguém. Todos os
Mestres presentes se ajoelharam e pediram perdão pelo excesso de zelo.
O segundo se escondera num rochedo perto de uma moita de espinhos ardente, sobre a qual brilhava um
arco-íris. Tinha um cão que vigiava, mas foi traído por um homem que lhe dera asilo no local. Os Mestres,
avisados pelo traidor, enganaram o cão, capturaram o assassino e levaram-no de volta a Jerusalém, onde
morreu.
O terceiro foi morto por um leão e os Mestres tiveram que vencer a fera para apoderarem-se do cadáver
(outras versões da história contam que se defendeu de seus perseguidores com a machadinha, perdeu o
confronto e acabou sendo levado até Salomão, onde foi punido).
Nessa história entendemos um pouco dos símbolos próprios do grau de Mestre. Salomão é a
personificação da Ciência e da sabedoria supremas, qualidades desejáveis num líder. O templo é a realização
e a figura do reino hierárquico, da verdade e da razão sobre a Terra. Hirão é aquele que dominou os demais
usando Ciência e sabedoria. Governa pela justiça e pela ordem e é capaz de dar a cada um seu papel num
grande esquema.
Como podemos ver, o número três é predominante na simbologia maçônica. Três são os graus simbólicos,
três graus de hierarquia, da mesma maneira como havia três portas no Templo de Salomão (a partir das quais
cada assassino atacou). Três são também as forças da natureza, na lenda representadas pela régua que une, o
esquadro (em algumas versões, uma alavanca) que levanta e a machadinha que firma.
Os três graus simbólicos existem independentemente de qual o rito adotado pela Loja. São a síntese do
universo maçônico e mostram a evolução racional da espécie humana: a intuição (o Aprendiz), a análise (o
Companheiro) e a síntese (o Mestre). O primeiro é inexperiente e realiza seu trabalho de forma empírica, sob
a direção de seus Mestres. Utiliza-se da intuição, o que representa o alvorecer das civilizações dominadas
pelo empirismo; já o Companheiro tem um método de trabalho analítico e ordenado, o que simboliza “uma
mais avançada fase da evolução da mente humana”; o Mestre, por sua vez, “junta tudo o que está disperso
para a conclusão final da obra”, o que representa o caminho derradeiro da mente na busca da perfeição.
Nas antigas corporações de ofício, que deram origem à Maçonaria, só havia aprendizes. Os mestres-de-
obras eram escolhidos entre os mais experientes. Assim, o grau de Mestre só será criado nos primórdios da
Maçonaria especulativa (que recebia a denominação de Maçonaria dos aceitos), durante o século XVII.

S I M B OL I S M O DA M OR T E
A passagem que fala da morte de Hirão é usada pelos maçons como um lembrete de que o Mestre deve
passar por uma transformação radical, uma espécie de “morte”, por assim dizer. A transformação psicológica
que se espera do maçom é profunda e faz que ele adquira maior consciência não só de seu próprio papel
como de sua porção frente à sociedade da qual faz parte.
Da mesma maneira que no grau anterior, também este possui um quadro, o Quadro do Terceiro Grau. Sua
simbologia mais uma vez mostra algo que, com o tempo, foi difundido erroneamente pelos profanos. Trata-se
de um caixão, com direito a ossos cruzados em sua tampa, as ferramentas usadas no assassinato de Hirão logo
abaixo e encimado com a acácia, que também faz parte da lenda e que ajudou na descoberta do corpo. A
mensagem é simples: transformar-se é necessário e, para isso, é preciso fazer “morrer” determinados
aspectos de sua personalidade.
Um texto maçônico, de autoria desconhecida, fala sobre o ritual de exaltação por que o novo Mestre passa.
Diz que o Companheiro (lembremo-nos de que ainda não recebeu o grau) entra num caixão com os pés
voltados para o oriente, onde fica o trono do chefe da Loja, os calcanhares em forma de esquadro e a mão
direita sobre o coração. A mão esquerda fica estendida ao longo do corpo, que deve ser coberto com um pano
preto, dos pés à cintura, junto com o avental usado no grau anterior.
É, então, feito o seguinte juramento:
“Eu (fala-se o nome), juro de minha livre vontade e em presença do grande Arquiteto do Universo e
desta Augusta e respeitável Loja consagrada a São João, nunca revelar os segredos do grau de Mestre. Se
eu for perjuro, seja meu corpo dividido ao meio, sendo uma parte lançada ao meio-dia e a outra ao
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setentrião, e as minhas entranhas arrancadas e reduzidas ao vento. Amém”.
Uma oração maçônica muito citada neste grau diz, em determinado trecho:
“E, uma vez que o pecado destruiu em nós o primeiro templo de pureza e inocência, possa a graça
divina guiar-nos e assistir-nos na construção de um segundo templo de reforma, em que a sua glória seja
maior que a do seu antecessor”.

FE R R A M E NTA S
O Companheiro recebeu três ferramentas. O mesmo número será apresentado para o novo Mestre. O lápis é
a ferramenta ativa, pois quando o usamos, os pensamentos mudam de forma e assumem a dos traços que
estarão sendo feitos no papel. É o momento em que o material do espírito entra na psique da pessoa que está
realizando o ato do desenho e assume forma na mente, num processo que a mente simples prefere classificar
como “criatividade”.
Já o skirrett, uma ferramenta que lembra um suporte no qual um lápis é inserto, é empregada no aspecto
prático, para limitar os movimentos do lápis; o equivalente físico do entendimento humano, que transmite a
idéia das leis, tradições e princípios fundamentais que conseguimos compreender após longo e exaustivo
estudo.
A terceira e última ferramenta é o compasso, também conhecido como bigotera. Trata-se de um instrumento
que exprime qualidade precisa e proporção. É o princípio e o elemento que mantém o equilíbrio da
criatividade.

C ONC L US Ã O
Chegados a este grau, os maçons alcançam o ponto máximo da Maçonaria Simbólica. A partir disso, é
normal que sintam dúvidas sobre se suas paixões foram realmente vencidas, o que fazer agora, qual sua
função na construção da “catedral da humanidade”, quais suas obrigações para com a Loja e seus Irmãos,
enfim, qual sua real responsabilidade a partir de agora.
O segredo para ultrapassar essa fase é dedicação e muita pesquisa. O Mestre maçom tem, como principal
obrigação, “instruir-se para poder instruir”.

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CAPÍTULO 06
O TRABALHO M AÇÔNICO

À esta altura o leitor já está acostumado com alguns dos termos maçônicos mais comumente usados. Por
via das dúvidas, vamos reca pitular algumas coisas:
uma Loja é um local de reunião de maçons, onde assuntos administrativos e relativos às suas atividades
são discutidos;
sabemos, também, que a Maçonaria tem suas raízes estruturais calcadas na mesma organização que as
antigas associações de pedreiros e que seu caminho é especulativo, ou seja, voltado para os assuntos do
espírito;
a evolução de um neófito (termo usado para definir um recém-admitido numa corporação) passa por três
graus (estágios) simbólicos, presentes em todos os rituais (esquemas de organização) adotados pelas
várias Lojas. São eles: Aprendiz, Companheiro (o “colega” de profissão) e o Mestre;
também sabemos que o profano (aquele que não é iniciado) “recebe a luz” (ou seja, é iniciado na
Maçonaria) e torna-se um obreiro (aquele que irá se dedicar aos trabalhos maçônicos).

Mas o que são os tais trabalhos maçônicos?


Por definição toda e qualquer atividade que aconteça numa Loja durante uma reunião (também chamada de
assembléia) é considerado um trabalho maçônico, não importando sua finalidade – desde iniciar um novo
membro ou discutir como pagar o aluguel do local, por exemplo.

AVA L I A Ç ÕE S
É claro que é necessário dividir os assuntos abordados. Como vimos nos capítulos sobre os graus, a
evolução de Aprendiz para Companheiro e deste último para Mestre se dá por meio de trabalhos que se
parecem com “pesquisas escolares”. Apenas quando o maçom provar que domina um assunto determinado é
que pode ser exaltado (e não promovido) ao grau seguinte. Além disso, todos os graus após o de Mestre
possuem trabalhos escritos e não mais avaliações orais.
O “estudante” maçom precisa, portanto, de um kit que o ajude na confecção desses trabalhos. Este material
pode ser encontrado à venda em vários sites (como em www.reisalomao.com/reicen.htm) e é utilizado para
tornar mais rápida e eficiente a redação e apresentação de trabalhos em uma Loja. Um kit típico é o do
Aprendiz, cujo conteúdo é divulgado abertamente. Seu preço varia em torno de R$ 48,00 e ele contém:
170 trabalhos sobre os mais variados temas.
Cerca de 28 biografias de maçons.
Trabalhos sobre 16 cargos maçônicos.
Descrição de oito Rituais (REAA, Moderno, Brasileiro,York, Adonhiramita, Retificado, Shroder e
Antigos); cada um vem acompanhado de vários textos complementares.
Ícones para computador com temas maçônicos.
Cursores também maçônicos.
Dicionário Maçônico.
Bandeiras, fontes e fotos diversas.
Cenas de um filme com uma iniciação maçônica.
Vinte livros em PDF.
Mais de 1.000 Cliparts com temas maçônicos em formatos .gif e .jpeg, separados por categorias.
30 mensagens diversas.
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Músicas em MP3, Midi e Wav.
18 apresentações em Powerpoint.
Programas próprios e protegidos pelas palavras de passe.
Protetores de tela com temas maçônicos.
Wallpapers maçônicos.
Arquivo com piadas maçônicas.

Aqui vale lembrar que cada sociedade (seja a Maçonaria ou outras) faz o comércio de seus artigos
próprios. Assim o Aprendiz, dependendo de sua posição financeira, pode adquirir objetos que o ajudarão a
compor sua vestimenta e que são utilizados em qualquer trabalho maçônico, como aventais, gravatas, jóias,
painéis em madeira para decoração, anéis, pins e malhetes.
Embora os trabalhos de estudo prossigam em ritmo mais denso para aqueles que estão em graus menores,
os Mestres e demais representantes também possuem tarefas a serem cumpridas. A diferença, porém, está na
quantidade de conhecimento que estes possuem. Geralmente, são maçons que já leram muito sobre os
variados assuntos debatidos e inteiraram-se deles por completo tendo, portanto, um domínio maior sobre as
discussões. Não é por acaso que, em muitas Lojas, a quantidade de maçons de idade avançada cresce
exponencialmente: para eles, quanto mais tempo se passa como um maçom, maior é o grau que este alcança e
maior a quantidade de conhecimentos ligados à mente e ao espírito que possuem.
Seria este o motivo pelo qual preferem silenciar quando indagados?

A S I NI C I A Ç ÕE S
A iniciação de novos membros é um dos trabalhos maçônicos mais importantes. Afinal, para uma escola
manter-se em funcionamento, é necessário ter sempre um bom fluxo de alunos, não é? E não podemos nos
esquecer de que esta escola é paga, bem como qualquer outra atividade social patrocinada pela Loja. Esse
dinheiro é usado não só na manutenção do local (e conseqüentemente na realização de outros trabalhos
maçônicos) como também gera contabilidade digna de uma pequena empresa.
E toda a mística da Maçonaria continua atraindo homens de todas as idades, que querem saber o que lá
acontece. Para alguns autores maçons, entretanto, o maior segredo do qual o neófito toma conhecimento ao
ingressar na Maçonaria é o fato de a Ordem não possuir segredos tão incríveis ou surpreendentes quanto se
diz e pensa. Tudo o que se ouve de boatos sobre suas atividades vem de fragmentos divulgados em Internet e
fóruns de discussão, e as interpretações dadas podem advir essencialmente da falta de conhecimento do
neófito sobre os assuntos maçons. O texto a seguir, pertencente ao chamado Juramento Iniciático da
Maçonaria, por exemplo, desperta no leigo inúmeras curiosidades e interpretações. No entanto, só quem está
dentro da Maçonaria é capaz de compreendê-lo em sua totalidade:
“Eu (nome), juro e prometo, de minha livre vontade e por minha honra e pela minha fé, em presença do
Grande Arquiteto do Universo e perante esta assembléia de maçons, solene e sinceramente, nunca revelar
qualquer dos mistérios da Maçonaria que me vão ser confiados, senão a um legítimo irmão ou em Loja
regularmente constituída; nunca os escrever, gravar, imprimir ou empregar outros meios pelos quais
possa divulgá-los. Se violar este juramento, seja-me arrancada a língua, o pescoço cortado e meu corpo
enterrado na areia do mar, onde o fluxo e o refluxo das ondas me mergulhem em perpétuo esquecimento,
sendo declarado sacrílego para com Deus e desonrado para os homens, Amém”.1

OS T R A B A L HOS
Mas basta juntar um punhado de maçons e terei já uma Loja em funcionamento? É claro que não. Uma Loja
precisa seguir uma série de procedimentos básicos para que assim seja considerada pelo órgão maior
responsável em cada região (no caso do Brasil, o Grande Oriente do Brasil ou GOB). Senão, seria mesmo
muito fácil…
Depois de os organizadores passarem por uma longa série de requerimentos e conseguirem abrir a Loja,
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não basta que entrem e comecem as atividades. O exemplo a seguir é baseado na estrutura do Rito de York
(cuja definição já foi apresentada no Capítulo 2). Aqui nenhum trabalho pode ser realizado sem que estejam
presentes pelo menos sete Mestres.
Eis o procedimento padrão:
A reunião que marca o início dos trabalhos é presidida por um Mestre, chamado de “Venerável”. Além
dele há ainda o Primeiro Vigilante (também chamado de 1o Vice-presidente da Reunião) e do Segundo
Vigilante (2o Vicepresidente da Reunião), além do Capelão (Mestre que orienta o Venerável para que a
reunião seja conduzida de acordo com as leis maçônicas). A função do Capelão é a de guarda da lei, tanto
das que regem a organização, como das leis morais que devem reger a vida dos maçons. Também devem estar
presentes as figuras do Secretário – Mestre responsável pelo registro escrito dos assuntos discutidos na
reunião –, do Primeiro Diácono – Mestre que leva documentos e instruções do Venerável para os demais
membros da Loja –, do Segundo Diácono – Mestre que leva instruções do Primeiro Vigilante para os
membros das colunas –, do Guarda Externo – Mestre que fica de guarda, na porta do Templo, para impedir
que pessoas estranhas à Ordem entrem ou permaneçam nas proximidades.
Quando estes “personagens” estão em suas posições, começam os procedimentos para a reunião dos
membros de determinado grau. Nosso exemplo seguirá uma reunião de Aprendizes. Assim, quando os mesmos
já se encontram na sala, o Venerável e os demais agirão da seguinte forma:

P rimeiro evento: Abertura Ritualística


A reunião é aberta pelo Venerável. Em seguida o Primeiro Vigilante verifica a realização correta do sinal
do primeiro grau, o que garante que todos os presentes são maçons. Em seguida é feita a leitura do Livro da
Lei (Bíblia, Alcorão, entre outros) pelo Capelão e o Segundo Diácono expõe o painel do Primeiro Grau
(geralmente um símbolo maçônico cujo significado é conhecido apenas pelos iniciados).
Então o Guarda Externo informa que a porta do Templo está devidamente guardada e o Venerável dá início
à reunião. A partir de agora nenhum maçom poderá passar de uma coluna para a outra (as colunas delimitam
setores) ou usar a palavra (ou seja, falar) sem a permissão do Venerável. Essa parte do ritual dura
aproximadamente dez minutos.

Segundo evento: Leitura da Ata da Reunião Anterior


O Venerável, então, requisita ao secretário a leitura da ata da reunião anterior e, logo após, o texto é
colocado em votação. Caso seja aprovado, será assinado pelo Venerável, pelo Capelão e pelo Secretário.

Terceiro evento: Apresentação do Expediente


O próximo passo é do Secretário, que relata aos membros as correspondências recebidas e os problemas
que deverão ser resolvidos na ordem do dia.

Quarto evento: Ordem do Dia


Aqui são colocados os problemas que precisam ser resolvidos, os quais podem ser provenientes não só do
expediente como também de qualquer outra fonte proposta pelos irmãos. Um pouco do tempo gasto aqui é
reservado para palestras sobre assuntos diversos com o objetivo de educar e instruir os maçons.

Quinto evento: Doações para a P rática de F ilantropia


Somente neste ponto é que os maçons poderão realizar atos de caridade por meio de doações colocadas
numa sacola que circula entre os membros.

Sexto evento: Concessão da P alavra aos M embros


As questões sobre a Maçonaria ou assuntos correlacionados são levantadas nesse momento. O Venerável
concede a palavra a quem se interessar em falar sobre qualquer assunto (em três momentos distintos, de
maneira que possa haver a réplica, em caso de ser necessário dar algum esclarecimento ao maçom que fez
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uso da palavra num momento anterior).

Sétimo evento: Encerramento Ritualístico


O Capelão fecha o Livro da Lei e o Venerável dá por encerrada ritualisticamente a reunião.
Como já dissemos, tudo pode ser considerado um trabalho e tudo pode acontecer durante um trabalho: uma
avaliação de membro, uma prática de caridade ou mesmo uma discussão administrativa. É claro que o
tratamento de todos os assuntos é delimitado por graus: os Aprendizes, por exemplo, não discutem se o
aluguel do local está atrasado. Sabe-se que cada grau tem uma ordem própria para essas reuniões e que a
maioria dos assuntos é discutida como numa verdadeira assembléia trabalhista. Afinal, por trás de toda pauta
sempre estará a construção da “catedral” particular e da “catedral da humanidade”.

Variações
De acordo com o Coronel Anatoli Oliynik, no Rito de York existem apenas três cargos
eletivos: Mestre da Loja, Tesoureiro e Guardião ou Guarda Externo, sendo que o
Guarda não precisa ser necessariamente “membro nato da Loja”. Para um maçom ser
eleito Mestre da Loja (ou Venerável) deve, obrigatoriamente, ter ocupado uma das
vigilâncias (de preferência as duas). É o Venerável quem, depois de eleito, indica
todos os oficiais (exceto o Tesoureiro e o Guardião) com base na tradição da linha
sucessória, desde que não haja nada que reprove a indicação de nenhum dos
pretendentes. Se houver, o Venerável não só não emite o convite oficial como o
pretendente deverá acatar a decisão “sem nenhum constrangimento ou evocação de
direito adquirido, como é costume fazer nas Lojas brasileiras”.

Extraído de CAMINO, Rizzardo de. Rito Escocês Antigo e Aceito – 1o ao 33o. 2a edição. São Paulo: Madras,
2004.

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CAPÍTULO 07
A M ULHER NA M AÇONARIA

Como vimos até agora, a Maçonaria é uma sociedade prioritariamente feita para homens; o que não
significa que não tenha atraído as mulheres. Seu fascínio e mistério sempre foram irresistíveis para elas por
diversos fatores. Mas o mais curioso é que o assunto é polêmico entre os maçons até hoje.
Embora tenham tentado minimizar a vontade feminina em fazer parte da Ordem com a criação de ordens
derivadas (para conhecê-las consulte o Capítulo 9), tal medida não parece ter surtido grande efeito. Uma
rápida pesquisa na Internet e o leitor encontrará sites que falam de novas tendências, como a chamada
Maçonaria Mista, até hoje não reconhecida pelos órgãos competentes maçônicos. De acordo com o site da
Ordem Maçônica Mista Internacional “Le Droit Humain” e da Federação Brasileira “O Direito Humano” –
www.droit-humain.org.br/v09.htm –, as principais diferenças da Maçonaria Mista estão em três pontos
essenciais: 1. ser uma sociedade mista (para homens e mulheres); 2. ser de caráter internacional; 3. ter uma
continuidade iniciática de 23 graus no total, contra os 33 do Rito de York, por exemplo.
Afinal, uma sociedade secreta como a Maçonaria pode ter mulheres em seu meio? Para os maçons
entrevistados quando da feitura deste trabalho isso é muito difícil, para não dizer impossível. Muitos
afirmaram que a tradição de manter apenas homens é antiga e acreditam que deva ser preservada a todo custo.
Outros dizem que a presença das mulheres no meio “desvirtua a atenção dos Irmãos e dos trabalhos que
devem ser feitos”. Alguns chegaram a acrescentar que, em algumas Lojas (embora não digam exatamente
quais) há portas que levam para alas diferentes, uma para cada sexo. Assim, enquanto as esposas esperam
pelo fim das reuniões, os homens podem tocar seus negócios sem preocupar-se com a espionagem feminina.
Porém, a curiosidade feminina, já lendária, às vezes parece exagerada. Registros históricos revelam
episódios que hoje podem ser vistos como verdadeiramente cômicos, de mulheres que fizeram de tudo para
descobrir o que acontecia na Maçonaria. Conta-se, por exemplo, o caso da Senhora Beaton, da Inglaterra.
Escondida no forro de madeira de uma Loja em Norfolk, ela registrou tudo que ouvira e vira. Com muita
insistência e paciência (e, supõe-se, manipulação dos maçons) conseguiu ser iniciada. E mostrou-se fiel:
apenas quando de sua morte, em 1802, foi revelado o que ela sabia.
Outro caso engraçado é o de madame Xaintrailles, embora não se saiba exatamente quando foi que viveu.
A história conta que, durante uma festa de iniciação realizada numa Loja, o maçom que examinava os
visitantes recebeu um papel dobrado de um jovem oficial da cavalaria. O papel foi levado ao orador do local
que, ao abri-lo, constatou ser uma patente de Ajudante de Ordens, emitida pelo Diretório na época da
Revolução Francesa, emitida em nome da esposa do general Xantrailles, que lá se encontrava vestida como
homem e pronta para ser iniciada.
Mas na maioria das vezes as mulheres simplesmente não conseguem bons resultados, mesmo estando em
postos elevados. É o caso da arquiduquesa Maria Tereza, da Áustria. Em 1764, numa espécie de vingança,
ela proibiu a Maçonaria de atuar em seus domínios após ser impedida de conhecer os rituais secretos. E o
mais interessante: a famosa Rainha Elizabeth I, da Inglaterra, teria tido uma reação semelhante quando
também foi proibida de iniciarse, mostrando que a Maçonaria não se dobrava nem para os mais nobres.

P R OI B I DA A E NT R A DA DE M UL HE R E S
Mas qual seria a justificativa para barrar a participação das mulheres? Os maçons consultados não revelam
muito e os textos já publicados, em livros e na Internet, tampouco são esclarecedores. A melhor pista, nesse
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caso, é mesmo a vontade férrea que a Ordem possui em manter uma tradição que remonta aos sindicatos de
pedreiros que originaram a Maçonaria. Mesmo na Ordem DeMolay, criada para abrigar jovens em idade pré-
Maçonaria (a Ordem DeMolay é abordada no Capítulo 8), percebe-se o desejo de seguir essa tradição.
Perguntados se aceitariam ou não mulheres, nove entre dez rapazes responderam que “mulher não deve se
misturar em assuntos masculinos”.
O texto a seguir, de autoria do escritor, historiador, filósofo e livre pensador Ambrósio Peters, da Ordem
de Curitiba (PR), foi publicado originalmente no site Portal Maçônico (www.samauma.com.br). Diz:
“A não admissão de mulheres na Maçonaria é uma tradição milenar que vem desde os maçons
medievais, que deles vem sendo transmitida até nós através dos manuscritos dos antigos deveres que
serviram de base para a elaboração dos regulamentos dos livros das constituições de James Anderson.
Não há nenhum preceito especial que proíba as mulheres de participar da Maçonaria. Talvez a
reclamação mais antiga que se conhece contra essa tradição seja a da Rainha Elizabeth quando no início
do reinado, ao tomar conhecimento da existência da Maçonaria, soube não poder se afiliar a ela por ser
mulher e assim não participar de seus segredos. A não admissão de mulheres na Maçonaria é uma
tradição de quase mil anos, que não pode ser abolida por ser a Maçonaria uma ordem”.
Afora os partidarismos, a verdade é que esta questão parece ter mesmo base histórica. Pesquisadores, em
diversos livros da literatura maçom, lembram que, no final do século XVI, o próprio ofício de pedreiro
impedia o acesso da profissão às mulheres. Naquela época, os empregos eram escassos e os homens, com
muito medo de que as mulheres pudessem tomar os poucos que haviam, preferiram restringir-lhes o acesso.
Essa seria uma característica própria da associação de pedreiros e não das sociedades secretas que, ao
contrário do que se pensa, não só aceitavam indiscriminadamente homens e mulheres, como incentivavam a
participação de qualquer um que se apresentasse, independentemente de sua posição social ou nível cultural.
Outras fontes indicam que essa perseguição ao sexo feminino teria sua origem em outro culto: o do deus
Mitra, uma entidade voltada para as artes da guerra e que era muito difundida na Antiguidade. Assim, os
homens, possuidores de “segredos” bem guardados, não queriam por perto participantes que não poderiam
lutar lado a lado com eles em batalhas.
Sejam quais forem as causas, essa característica de segregação não se verifica apenas na Maçonaria. O já
citado site Portal Maçônico cita, em outro texto:
“Pode até ser justo querermos aplacar as nossas consciências pelo fato de não admitirmos mulheres,
mas para o bem da Maçonaria é muito melhor deixar como está. Esta tradição é tão antiga quanto as
guildas (associações) dos maçons medievais do século IX, quando as mulheres eram socialmente
marginalizadas, uma situação que atravessou as Idades Média e Moderna e entrou pela Era
Contemporânea até ainda as primeiras décadas do século XX. Isto lembra uma resposta dada pelo Papa
João XXIII quando, em visita a América do Norte, recebeu uma comissão de mulheres que lhe foram pedir
autorização para exercerem o sacerdócio. Ele disse: Isto é uma tradição milenar que não pode ser
discutida”.
A resposta feminina não tardou a surgir, como vemos neste trecho de um artigo publicado no site
Maçonaria Feminina (http://www.triplov.com/carbonaria/maconaria_feminina/), em que a autora Anatoli
Olynik Dyn explica:
“Em nenhuma escola pesquisada anteriormente, foi encontrado algo que proibisse o ingresso da mulher
na ordem; pelo contrário, nos antigos mistérios do período operativo, a mulher desempenhava funções em
igualdade com o homem; com a diluição desses mistérios pelas religiões, principalmente a Igreja
Católica, as mulheres acabaram sendo discriminadas e inferiorizadas, e o clero feminino limitou-se a
prestar serviços aos dirigentes eclesiásticos. Alegavam, nas sociedades antigas, que a posição de
inferioridade da mulher era devido à sua fragilidade física, sendo que até a esterilidade conjugal era
indevidamente associada à mulher, pois não poderia comprometer o macho da espécie perante seus
congêneres”.

OR DE NS PA R A M UL HE R E S
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A proibição oficial ao ingresso das mulheres só aconteceu quando os landmarks (abordados no Capítulo
1) foram originalmente publicados. Mais tarde, quando, em 1717, a Maçonaria passou do campo operativo
(no qual realmente construíam catedrais) para o especulativo (no qual passaram a construir a “catedral da
humanidade”), aconteceu a publicação de uma constituição, de autoria do presbítero James Anderson, que
teria contribuído para tirar certos direitos de escravos, deficientes físicos e de mulheres. A sociedade
reprimida de então baixou a cabeça e aceitou essas mudanças.
Apenas em 1730 surgiria, na França, a chamada Maçonaria de Adoção, destinada às mulheres. Foi nessa
organização que surgiram duas ordens: a Ordem da Fidelidade, que tinha apenas quatro graus, e a Ordem dos
Cavaleiros e Heroínas da Âncora, dos Cavaleiros e Ninfas da Rosa. Essa última, embora não aceitasse
mulheres como membros, permitia que os irmãos usassem seus sinais de reconhecimento e suas palavras de
passe com elas, além de admiti-las em algumas cerimônias.
Uma ordem derivada importante nesse processo foi a chamada Ordem dos Lenhadores, surgida em 1747,
que baseara suas principais cerimônias em outra Ordem, os Carbonários, da Itália (estes últimos são
abordados em detalhes no Capítulo 9). Os lenhadores reuniam-se num local conhecido como Corte Florestal
(que, traduzido para os termos usados na Maçonaria atual, seria algo como “Pedreiros da Floresta”). Aqui, o
Mestre era chamado de Pai-Mestre e seus membros tratados por “primos” e “primas”.
Os Lenhadores eram muito populares e as mulheres da França tiveram uma calorosa e importante acolhida,
o que as fez se sentir tão bem e à vontade que acabaram gerando outras, como a Ordem do Machado e a
Ordem da Felicidade, dedicada ao combate do assim chamado “exclusivismo dos sexos”.
A França, aliás, parece ter sido o país que melhor acolheu a idéia de uma Maçonaria feminina. Em 1775
surgiu a Loja Santo Antônio, em Paris, regida pela Duquesa de Bourbon, nomeada Grã-Mestra do novo rito.
A partir desta, apareceram posteriormente mais duas Lojas, batizadas de “Candura” e “Nove Irmãs”.
Surpreendentemente, foi um homem quem teve a idéia de fundar Lojas para mulheres como filiais das já
existentes masculinas. Conhecido apenas como Cavaleiro do Bosque Beauchêne, este maçom queria que
essas filiais tivessem o mesmo nome das originais e que abrigassem as esposas, primas e parentes dos
maçons regulares. De acordo com a estrutura proposta por ele, teriam quatro graus, todos adaptados dos seus
equivalentes masculinos: Aprendizes, Companheiras, Mestras e Mestras Perfeitas. Não se sabe bem porque,
mas a idéia parece não ter saído do papel, o que leva a especulações sobre a batalha dos sexos…

FI M DA S L OJ A S FE M I NI NA S
A Revolução Francesa contribuiu, indiretamente, para que as Lojas femininas fossem extintas,
principalmente graças às suas perseguições aos nobres. Provocou a morte da princesa Lambelle, Grã-Mestra
em 1786, eleita pelas Lojas femininas e morta em 1792 na prisão.
A imperatriz Josephine Beauharmais, a famosa consorte de Napoleão Bonaparte, recebeu, no início do
período do Consulado, a missão de recuperar o prestígio dessas Lojas, missão que teria executado bem,
inclusive com a iniciação de sua dama de honra, Condessa de Canisy, em Estrasburgo, durante o ano de 1805.
Essa situação teria durado cerca de 83 anos e, ironicamente, foi o mesmo Napoleão quem ordenou sua
extinção total em 1810.
Um testemunho importante da preferência feminina pela Maçonaria vem de um nome conhecido nos meios
esotéricos. Helena Blavatsky, fundadora da Sociedade Teosófica, diz:
“A Maçonaria especulativa tem muitas tarefas a executar. Uma delas é a de admitir a mulher como
colaboradora do homem nas atuações da vida, segundo o fizeram recentemente maçons húngaros ao
iniciarem a condessa Haiderk. Outra importante tarefa é o reconhecimento prático da fraternidade
humana, de modo que a nacionalidade, a cor, a crença e a posição social não sejam obstáculos ao
ingresso na Maçonaria. O negro não há de ser irmão do branco apenas teoricamente, pois maçons da raça
negra não são admitidos nas Lojas norte-americanas. É preciso persuadir a América do Sul a participar
dos deveres para com a humanidade. Se a Maçonaria há de ser, como se pretende, uma escola de ciência e
religião progressivas, deve ir na vanguarda e não na retaguarda da civilização”.

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M A R I E DE R A I S M E
Nova tentativa de ressuscitar essas Lojas partiu de uma feminista, Marie Deraisme, no final do século XIX,
quando fundou a Grande Loja Simbólica Escocesa Mista “O Direito Humano”. Suas idéias deram certo e logo
outros países europeus como Suécia, Inglaterra, Holanda e Itália seguiam seus passos.
Deraisme nasceu em 1828, em Bourbon, na França. Escritora com grande talento para a oratória, foi
convidada a fazer conferências no Grande Oriente da França, e interessou-se pelo assunto ao ler um artigo de
jornal que falava sobre as mulheres das letras. Dedicou-se ao assunto pelos 20 anos seguintes.
Ela recebeu “a luz maçônica” em 14 de janeiro de 1892, na Loja “Les Libres Penseur”, em Pec, na
Normandia. No mesmo dia conquistou os graus de Companheiro e Mestre.
A reação do Grande Oriente da França foi violenta e terminou com a expulsão da Loja e de seu Venerável
Mestre, Obram, que foi, depois, persuadido pelo também maçom George Martin, um senador engajado na
questão feminina, a fundar com Marie a Grande Loja Simbólica Mista da França, em 4 de abril de 1893. Esta
é a conhecida “Le Droit Humain” (O Direito Humano).
Alguns anos depois, Marie fundou a primeira Loja feminista que teve o mesmo nome da mista, mas que
atuava seguindo o Rito Escocês e só aceitava mulheres. Porém, a Maçonaria mista continua a ser uma
polêmica entre os adeptos da vertente tradicional e suscita debates intermináveis, o que demonstra que a
admissão das mulheres ainda encontrará muitos obstáculos até ser totalmente aceita.

BLAVATSKY, Helena P. Ísis sem véu (vol. 1). São Paulo: Pensamento, 1995.

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CAPÍTULO 08
ORDENS DERIVADAS

O sucesso e a duração da Maçonaria ao longo dos anos lançou uma dúvida em seus seguidores: se a
família era um alicerce tão forte para a sobrevivência da Ordem, por que não torná-la parte de seu modo de
ser?
Foi quando surgiu a idéia de organizar ordens paralelas, ou derivadas, como são mais conhecidas. Elas
servem, ao mesmo tempo, para fazer que haja maior integração entre os diversos membros da família e
prepara aqueles que desejam seguir carreira na Ordem.
Hoje já existem segmentos dentro da Maçonaria que aceitam homens e mulheres, como a chamada
Maçonaria Mista, que citamos no capítulo anterior. Embora a maioria dos praticantes da Maçonaria ainda não
admita a presença de mulheres, algumas ordens surgiram com modelos diferentes. Veja algumas delas a
seguir:

FI L HA S DE J Ó
Idealizada para acolher filhas de maçons, a Ordem Internacional das Filhas de Jó foi criada em 20 de
outubro de 1921 por Ethel T. Wead Mick, na cidade de Omaha, Nebraska, nos Estados Unidos. Teve o
consentimento de J. B. Frademburg, grão-mestre da Grande Loja Maçônica de Nebrasca, e de Anna J. Davis,
a Grande Mãe da Ordem da Estrela do Oriente (da qual falaremos um pouco mais à frente).
Sua figura principal, Ethel Mick, nasceu a 9 de março de 1881 na cidade de Atlantic, no Estado americano
de Iowa. Filha mais nova de William Henry Wead e Elizabeth Delight Hutchinson Wead, teve uma educação
muito rígida. Sua mãe lia todas as noites trechos da Bíblia e fazia sempre referência ao Livro de Jó. Ethel
cresceu com a idéia de que, ao ter uma filha, ela seria “justa como uma Filha de Jó”.
Cursou Medicina no Creighton Medical College em Omaha, onde conheceu William Henry Mick, também
estudante de Medicina. Os dois casaram-se em maio de 1902 e tiveram duas filhas, Ethel e Ruth. A fundadora
da Ordem dedicava-se ao canto e à pintura a óleo em porcelana chinesa. Tinha também o hábito de ajudar e
incentivar clubes de amizades e cívicos. Foi Suprema Guardiã da Ordem de 1921 a 1922, no Bethel número
Um dos Estados Unidos, que hoje leva o seu nome, Bethel Wead Mick.
As descrições de Ethel falam de uma mulher que compreendia em profundidade os ensinamentos recebidos
de sua mãe, tradicionalista cristã, “especialmente as lições de literatura e drama encontrados no Livro de Jó”,
como se pode encontrar em vários textos maçons. Assim ela decidiu consagrar parte de seu tempo à missão
de fazer que todas as moças compartilhassem dessa educação esmerada à qual ela tivera acesso. Os arquivos
oficiais maçons registram várias reuniões preliminares realizadas com a presença de Mestres e membros da
ordem Estrela do Oriente entre 1918 e 1920, na casa e no escritório do casal William e Ethel Mick, em
Omaha. Depois de muitos estudos e considerações por parte dos maçons envolvidos, Ethel conseguiu a
fundação de sua nova Ordem e a dedicou à memória de sua mãe, Elizabeth D. Wead.
O objetivo dessa ordem é o ingresso de “moças de 13 a 20 anos, que tenham parentesco ou relacionamento
com maçons, para aperfeiçoamento do seu caráter através do desenvolvimento moral e espiritual, encontrado
nos ensinamentos que destacam reverência a Deus e às Sagradas Escrituras, lealdade com a bandeira do país
e às coisas que ela representa e amor para com os pais e familiares”.
O espírito sisudo e tradicional da Maçonaria rígida faz eco nos textos que encontramos sobre a Ordem. Por
exemplo, ao serem descritos os benefícios da organização, encontramos trechos como o seguinte:
“(Os benefícios) são inenarráveis, pois não existe nada mais adequado para uma moça que os belos
ensinamentos escritos no Livro de Jó e demonstrados em seus trabalhos ritualísticos, cerimônias, canções e
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leituras, oferecendo uma influência forte e inspiradora sobre todos que assistem à reunião de um Bethel”.

Lembremo-nos um pouco de Jó, um personagem bíblico nascido no deserto da Arábia.


Como todos os personagens do Livro Sagrado, pouco se sabe em termos históricos
sobre ele, a não ser que era homem piedoso, honesto, temente a Deus, dono de muitas
riquezas e casado. Tinha sete filhos e três filhas.
Um dia o demônio propôs a Deus que tirasse as riquezas de Jó e afirmou que, fazendo
isso, a fé dele acabaria. Deus assim permitiu e, em pouco tempo, Jó perdeu seus bens,
viu a morte de seus filhos e de sua esposa e finalmente contraiu uma terrível doença.
Mesmo passando por tudo isso, continuou um servo de Deus. Este, vendo que
continuava firme em seus propósitos e sua fé, logo curou suas feridas, devolveu seus
bens e constituiu outra família.

Pouco se sabe sobre o trabalho ritualístico, mas divulga-se que se baseia no triângulo – as três Filhas de
Jó, o Livro Sagrado e a Educação –, com representações latinas e gregas. O Livro de Jó é definido como uma
composição literária tipicamente maçônica, cujo personagem principal é uma espécie de modelo. Trata-se de
um homem repleto de sentimentos como inocência, piedade, modéstia, retidão, honestidade, lealdade e
compaixão pelos órfãos e viúvas.
Todos esses são considerados princípios fundamentais da Maçonaria e as integrantes da Ordem Filhas de
Jó seguem os ensinamentos extraídos do livro. Vestem túnicas brancas, conhecidas como hobbys, que eram
supostamente utilizadas na época de Jó. Suas bordas possuem desenhos de chaves gregas em branco e
simbolizam a fé na forma de viver. A realeza, símbolo da Ordem, é representada pelas cores branca (pureza)
e púrpura. Seu lema é “A virtude é uma qualidade que grandemente honra uma mulher”.
Pré-requisitos para fazer parte da Ordem:
ter idade entre 11 e 20 anos incompletos;
ter parentesco maçônico ou forte relacionamento com famílias maçônicas;
ter disponibilidade para freqüentar as reuniões;
acreditar em um ser superior.

Estrutura da Ordem
Um Bethel, como é chamado o templo sagrado da Ordem, possui um Conselho Guardião, que é formado
por maçons, mães de Filhas de Jó, ou esposas de maçons, que ajudam as componentes a realizar seus
trabalhos. Por esse conselho passam todas as decisões a ser tomadas em nome da Ordem.
Divide-se em 20 cargos, assim distribuídos: Honorável Rainha, 1a Princesa e 2a Princesa (eleitas),
Secretária, Tesoureira, Capelã, Bibliotecária, Musicista, 1a Mensageira, 2a Mensageira, 3a Mensageira, 4a
Mensageira, 5a Mensageira, 1a Zeladora, 2a Zeladora, Guarda Interna e Guarda Externa (cada gestão dura
seis meses).
As componentes são iniciadas de maneira ritualística, com a utilização de paramentos, palavras e toques
próprios. Para assistir a uma cerimônia é necessário ser um maçom regular, pai, padrasto, avô ou tutor de um
membro ou candidata. Esta, por sua vez, deverá ter pelo menos 20 anos de idade com parentesco maçônico
comprovado, ou seja, deve ser esposa, filha, neta, mãe, irmã, meia-irmã ou viúva de um Mestre maçom.
Para fundar um Bethel é necessário o patrocínio de uma Loja maçônica ou de um grupo de maçons. A
autorização vem dos Estados Unidos, por meio da Suprema Guardiã. Após sua aprovação é enviada uma
Carta Constitutiva, documento que oficializa sua existência.
Em seguida é feita uma seleção de 15 ou mais candidatas qualificadas para a associação, que devem
assinar o formulário de pedido de autorização para organizar um Bethel. As candidatas são então iniciadas
por membros de um Bethel possuidor da Carta Constitutiva quando disponível; caso não seja possível, por
uma Oficial Instituidora que administra o juramento.
Aquelas que constituem o Conselho Guardião do Bethel são nomeadas pelo período de um ano; já as
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Oficiais são eleitas ou nomeadas para a permanência de seis meses em seus cargos. Entre suas atividades
principais estão as atividades filantrópicas como a angariação de fundos para caridades específicas, além de
coletas e trabalhos a favor dos necessitados. Entre as atividades sociais estão equipes de competição, coral e
teatro, chás, recepções e festas formais.

E S T R E L A DO OR I E NT E
Outra organização paramaçônica voltada para esposas, filhas, noras, mães, irmãs, netas, bisnetas e viúvas
de Mestres maçons regulares em suas Lojas, a Estrela do Oriente (ou Eastern Star) foi criada em 1850 pelo
maçom Robert Morris, que era advogado e grão-mestre do Estado de Kentucky, nos Estados Unidos. Seu rito
de adoção possuía, originalmente, apenas três graus: Aprendiz, Mestra e Perfeita Mestra. Sua atuação
espalhou-se consideravelmente nos anos seguintes por países como Estados Unidos, França, Inglaterra, Itália,
Espanha, Alemanha, México, Panamá, Filipinas, Japão, Porto Rico, Havaí, Austrália, Canadá, entre outros.
Hoje se estima que possua cerca de 1.200.000 membros. No Brasil, apareceu pela primeira vez no Rio de
Janeiro em agosto de 1997. Na época havia apenas quatro Capítulos aqui instalados. Hoje se contam mais de
vinte somente em São Paulo, um no Espírito Santo e um na cidade de Bagé, no Rio Grande do Sul.
Além dos já tradicionais trabalhos ritualísticos, a Ordem tem como objetivos trabalhar com educação,
edificação de caráter, ressaltar os valores morais e espirituais, fazer caridade e servir ao próximo, além de
dar suporte às Filhas de Jó.
Apesar dessas características, não se define como uma religião ou uma sociedade feminista. Suas reuniões
acontecem num templo maçônico ou em suas Salas Capitulares, uma vez que é necessário estar ligada a uma
Loja maçônica, por causa do uso em comum das instalações. Porém, a Ordem tem independência e deve
manter-se por conta própria.
Os requisitos para se afiliar são os seguintes:
idade mínima de 18 anos;
acreditar em um ser superior;
ter boa conduta moral;
ter bom relacionamento de amizade, fidelidade e irmandade.

Para se iniciar, a candidata precisa ter uma solicitação assinada por ela e mais dois membros do Capítulo
que a recomendam. A candidata deve apresentar a mesma documentação requerida pela Maçonaria, incluindo
a regularidade do Mestre maçom cujo parentesco lhe permita a iniciação.
O Capítulo Fronteira Sul, de Bagé, possui um hino à sua Ordem, criado em agosto de 2001, cuja letra diz:

“Estrela fulgurante
És tu, mulher,
Presença viva, sempre constante
Nos grandes gestos
De caridade e compaixão.

Vai, Estrela Nobre,


Com proteção
E bençãos de Adonai;
São teus caminhos (bis)
Paz, Amor e Perfeição. (bis)

Maçonaria é teu berço


Nas fronteiras do Cone Sul,
Onde nasce o Quero-Quero
E o céu se banha de azul.
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Cultivando no infinito
Do Amor, Esperança e Fé,
Teu canto, Fraternidade, (bis)
é do Universo o Bem Maior. (bis)”

OR DE M DE M OL AY
A história dessa Ordem confunde-se com a origem dos Cavaleiros Templários, participantes de várias
Cruzadas. Numa época em que os chamados sarracenos dominavam a Terra Santa e entravam em choque
diretamente com os cristãos, os Templários tornaram-se uma ordem muito rica e dona de inúmeros bens, o
que atraiu a cobiça do Rei da França, Filipe IV, conhecido como o Belo.
O último grão-mestre dos Templários foi Jacques DeMolay, nascido na cidade de Vitrey, França, em 1244.
Apesar dos poucos dados sobre sua infância ou mesmo sobre sua família, sabe-se apenas que DeMolay, aos
21 anos, tornouse membro dos Templários e mais tarde, em 1298, grão-mestre, cargo que o colocava acima
de grandes lordes e príncipes. A época em que DeMolay assumiu o cargo era uma das mais sangrentas da
História. Os muçulmanos conquistaram cidades importantes para os cristãos, como Antioquia, Trípoli,
Jerusalém e Acre. Os Templários, cujo poder bélico já estava em decadência, refugiaram-se em Chipre à
espera de uma nova Cruzada, que acabou não acontecendo.
Enquanto isso, os bens dos Templários eram visados pelos ricos e poderosos. A lista incluía casas,
propriedades e tesouros. Seus líderes eram respeitados e temidos pelo povo. Essa situação perduraria até
que, em 1305, Filipe, o Belo, temendo o crescente poder dos Templários e dos Hospitalários, uma Ordem
irmã, resolveu destruir as Ordens e apoderar-se de suas riquezas. Para isso arquitetou um plano que
necessitava da concordância do então papa Clemente V (Bernardo de Goth, ex-arcebispo de Bordeaux). A
idéia era unificar as duas Ordens ou subordinar todos aos Hospitalários.
Então, convocou os grão-mestres das Ordens para Paris. Temendo algum golpe, o grão-mestre dos
Hospitalários deu uma desculpa e não compareceu. Mas Jacques DeMolay, com quase 70 anos, compareceu
ao encontro munido de um plano detalhado para uma nova cruzada e a proposta de manter as ordens
separadas.
Porém, Filipe estava irredutível em seu propósito, e, assim, no dia 13 de setembro de 1307, uma sexta-
feira (talvez esteja aí uma possível origem para o medo das sextas-feiras 13), a ordem foi dada e cerca de 15
mil Cavaleiros Templários foram aprisionados em grilhões especialmente confeccionados. E tudo com o
consentimento do papa.
DeMolay estava entre os aprisionados e foi torturado junto com os demais por sete longos anos em que os
Templários foram acusados de feitiçaria e idolatria, entre outros. Filipe forçou Clemente V a apoiar a
condenação da Ordem, e todas as propriedades e riquezas foram transferidas para outros donos. DeMolay
recusou-se a trair os líderes de sua Ordem e, em 18 de março de 1314, uma comissão especial, nomeada pelo
papa, reuniu-se em Paris para determinar o destino dele e de três dos preceptores dos Templários. Havia seis
anos DeMolay assinara uma confissão sob tortura. Os juizes decidiram-se pela prisão perpétua, o que foi
aceito por dois dos cavaleiros, mas DeMolay negou a antiga confissão e um outro preceptor, Guy D’Avergnie
ficou ao seu lado. Pelos costumes da época, isso era uma retratação que deveria ser punida com a morte.
Assim, a 18 de março de 1314, Jacques DeMolay e seu companheiro foram queimados vivos no pelourinho,
numa pequena ilha do Rio Sena. DeMolay, durante sua morte, teria, segundo documentos, intimado o papa, o
rei Filipe, o Belo, e o cavaleiro Guillaume de Nogaret, ministro de Filipe e que ajudara com o plano, “a
comparecer diante do tribunal de Deus”. Amaldiçoou-os e aos seus descendentes, com estas palavras:
“Vergonha! Vergonha! Vós estais vendo morrer inocentes. Vergonha sobre vós todos. Nekan, Adonai!!!
Papa Clemente…, Cavaleiro Guillaume de Nogaret…, rei Filipe; intimo-os a comparecer perante o Tribunal
do Juiz de todos nós dentro de um ano para receberdes o seu julgamento e o justo castigo. Malditos!
Malditos! Todos malditos até a décima terceira geração de suas raças!!!”
Quarenta dias depois o Papa Clemente V morreu vítima de uma infecção intestinal. Filipe, o Belo, faleceu
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em 29 de novembro de 1314, ao cair de um cavalo durante uma caçada em Fountainebleau, e Guillaume de
Nogaret morreu numa manhã da terceira semana de dezembro, envenenado por uma vela feita por Evrard, ex-
Templário.
Para tornar-se membro é necessário cumprir com os seguintes requisitos:
ter menos de 21 e pelo menos 12 anos de idade completos;
professar sua crença em Deus e reverenciar Seu Santo Nome;
afirmar lealdade a seu país e respeito à bandeira nacional;
aderir à prática de moral pessoal;
fazer votos de seguir os elevados ideais típicos das Sete Virtudes Cardeais da Coroa da Juventude;
aprovar a filosofia da Irmandade Universal e a nobreza de caráter exemplificada pela vida e morte de
Jacques DeMolay;
estar ciente de que o ingresso na Ordem DeMolay não lhes garantirá no futuro a iniciação em um Corpo
Maçônico.

A fundação
A idéia da fundação surgiu em 1919 com Frank Shermann Land, que conheceu Louis Gordon Lower. Land
foi uma espécie de figura paterna para o rapaz, que acabara de perder seu pai, recém-ingressado na
Maçonaria.
Não tardou muito para ver que Lower possuía sérios problemas, típicos da adolescência. Foi quando Land
teve a idéia de formar um clube para rapazes que, inicialmente, teve oito dos amigos de Lower. Fundaram,
assim, a Ordem DeMolay em 18 de março de 1919. Todos os membros estudavam na mesma escola e tinham
entre 16 e 18 anos. Cada um convidou alguns amigos para se reunir no Templo do Rito Escocês, onde a
Ordem foi formalmente constituída. Era desejo comum que o nome da Ordem tivesse algo a ver com a
Maçonaria. E DeMolay foi escolhido por ser símbolo de lealdade e tolerância.
Houve sugestões de que o número de membros ficasse limitado a 75 no princípio, pois passavam por uma
fase de crescimento. Mas Land argumentava que, se a Ordem podia ser boa para eles, poderia ser também
para jovens que ainda não a conheciam.
Assim, em menos de um ano, o Capítulo-Mãe, estabelecido em Kansas City, atingiu o número de 2.000
membros. Alguns meses após a fundação, Land percebeu a necessidade de consagrar-se um ritual específico.
Entrou em contato com o maçom responsável pelo Setor Educacional de Kansas City, o então Editor-Chefe do
Kansas City Journal, Frank Arthur Marshall. Os dois escreveram um ritual com dois degraus, introduzido
pela primeira vez em 1919 e que permanece quase inalterado.
Algum tempo depois, percebendo que a Ordem necessitava de sua total dedicação, Land tornou-se
Secretário Geral da Ordem DeMolay, cargo que ocupou até o final de sua vida, em 1959.
A Ordem invoca tudo o que é bom e correto e possui sete virtudes, conhecidas como As Sete Virtudes
Cardeais, que são:

1. Amor Filial: o amor entre pais e filhos.

2. Reverência pelas Coisas Sagradas: o respeito pelo que é sagrado; principalmente o amor que temos pelo
nosso Pai Celestial.

3. Cortesia: o que ilumina a nossa vida; a nossa Educação.

4. Companheirismo: o amor que temos por nossos irmãos e amigos, que mantém vivos os ideais de nossa
Ordem.

5. Fidelidade: cumprir, conscientemente seus compromissos junto aos seus ideais, seus irmãos e amigos e
ao Pai Celestial.

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6. Pureza: de pensamentos, palavra e ações.

7. Patriotismo: amor e respeito por sua pátria, seu povo, suas origens. É a busca de ser sempre um bom
cidadão, respeitando as leis de seu país.

E, por fim, possui um código de ética, que diz:

“Um DeMolay serve a Deus;


Um DeMolay honra todas as mulheres;
Um DeMolay ama e honra seus pais;
Um DeMolay é honesto;
Um DeMolay é leal a ideais e amigos;
Um DeMolay executa trabalhos honestos;
Um DeMolay é cortês;
Um DeMolay é sempre um cavalheiro;
Um DeMolay é um patriota tanto em tempo de paz quanto em tempo de guerra;
Um DeMolay sempre permanece inabalável a favor das escolas públicas;
Um DeMolay é o orgulho de sua Pátria, seus pais, sua família e seus amigos;
A palavra de um DeMolay é tão válida quanto sua confiança;
Um DeMolay, por preceito e exemplo, deve manter os elevados níveis com os quais se comprometeu”.

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CAPÍTULO 09
A CARBONÁRIA

O nome é estranho, mas a verdade é que essa variação da Maçonaria surgiu com um propósito diferente.
Enquanto a ordem original se preocupa com aspectos metafísicos, a Carbonária, cujos membros denominam-
se “carbonários”, volta suas atenções para o aspecto político da sociedade.
Para entender bem seus objetivos, vamos conhecer um pouco de sua história. O nome “carbonário” definia,
originalmente, os carvoeiros que atuavam nas florestas da Alemanha no século XVIII. Porém, essa palavra
adquiriu contexto mais complexo no século XIX, quando vários países europeus viviam uma política liberal e
nacionalista, sobretudo na Itália, onde os chamados libertários queriam criar uma nação mais unificada.
Assim, a queima do carvão veio a simbolizar a purificação das idéias e a propagação intensificada dos ideais
de liberdade e progresso, noções bem difundidas no meio maçônico.
Da mesma forma como a Maçonaria teria se originado de uma associação de pedreiros, os carbonários
derivam sua ideologia de uma associação de trabalhadores que surgiu originalmente na Idade Média, na
mesma época do surgimento da chamada franco-maçonaria. No entanto, havia algumas diferenças
fundamentais: os maçons tinham seus rituais baseados na ideologia dos pedreiros, enquanto os carbonários
montavam os seus fundamentados em tradições de carvoeiros, lenhadores, carpinteiros e artesãos, todos tendo
em comum o fato de lidarem com a madeira. Os cargos mais elevados recebiam terminologias relacionadas
às árvores (os mais conhecidos eram sempre chamados “irmão” mais algum tipo de árvore, como “irmão
carvalho”, por exemplo).
A mesa em torno da qual se reuniam era conhecida como O Cepo. Suas cadeiras eram formadas com
montes de gravetos. Seus objetos de uso, numa simbologia próxima à dos maçons, eram típicos das atividades
madeireiras, como serras, machados, pedaços de madeira e folhas de carvalho. Também a exemplo dos
maçons, os carbonários utilizavam aventais de couro vermelho durante seus trabalhos.
Embora as razões pelas quais a Carbonária tenha se voltado mais para o lado político constituam um
grande mistério, a verdade é que ela teve papel fundamental na História européia. Estima-se que o período de
transição que a definiu com mais clareza tenha ocorrido entre 1807 e 1812 no Sul da Itália, quando o Ministro
da Polícia do Reino de Nápoles e da Sicília, Marghella, tornou-se patrono dessa Ordem, composta
exclusivamente por homens. Isso aconteceu durante o reinado de Joachim Murat (1767-1815), que era
cunhado e um dos principais generais de Napoleão.
Marghella queria a unificação da Itália sob um regime de Monarquia Constitucional, que seria usado para
depor governantes estrangeiros como o próprio Murat. Os pesquisadores italianos acreditam que o ministro
tenha conseguido, com o uso de muita lábia, converter a sociedade em uma ordem que seguia um rígido
código militar (com direito a membros armados) e que, nos anos seguintes, exerceria grande influência
política. Para estes, os carbonários teriam sido os autores da grande maioria das rebeliões que não deram
certo naquele período, e terminaram sendo sufocados no ano de 1850.
Porém, o ideal de libertação daquele país permaneceu, propagou-se por quase toda a península e atraiu
nomes de peso como Camilo Cavour, primeiro-ministro do Estado nortista do Piemonte, e o famoso líder
Giuseppe Garibaldi, um dos principais influenciadores da nossa Revolução Farroupilha.
É claro que a posição da Ordem variava muito de acordo com o país onde ela atuava. Na Itália, defendia a
instauração de uma Monarquia Constitucional; mas na França, por exemplo, era adepta à República. O ano
era 1820 e os Bourbons combatiam violentamente qualquer ideal de cunho liberal. Estima-se que a Ordem
tenha tido papel fundamental nas revoluções de 1830 e 1848 e que tenha dado total assistência a Napoleão
Bonaparte, ajudando-o a chegar ao poder.
Curiosamente, os carbonários sumiram do mapa na Itália por volta de 1870, quando a nação italiana já era
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uma realidade. O mesmo aconteceu na França. Teriam eles entrado em alguma espécie de “período de
hibernação”, esperando, a exemplo dos mesmos períodos observados na Rosacruz, o momento certo de
ressurgir?

P OR T UGA L
Enquanto isso, na Península Ibérica, a Carbonária mantinha-se em atividade. Em Portugal, a exemplo dos
outros países, manteve-se em atividade paralela à Maçonaria, embora nem todos os maçons fossem
carbonários. Era definida como uma “sociedade secreta essencialmente política”, inimiga declarada de
congregações religiosas, e impunha a seus associados “possuírem de maneira oculta uma arma com os
competentes cartuchos”. O significado exato dessas palavras escapa ao entendimento da maioria das pessoas,
embora haja textos que as interpretem como uma espécie de “aviso para estarem sempre prontos para
empunharem suas armas a fim de salvar o nacionalismo”. O que não deixa de ser um tanto estranho,
principalmente se levamos em conta que o panorama político da Europa está mais preocupado com questões
sociais e internacionais como o terrorismo do que com ondas de auto-afirmação nacional.
Sabe-se também, de acordo com a obra dirigida por Joel Serrão, que a Ordem “contribuía direta e
indiretamente para a educação popular e assistência aos inválidos. Tinha uma hierarquia própria, em certos
aspectos semelhante à Maçonaria, tratando os filiados por ‘primos’. Os centros de reunião e aglomerações de
associados chamavam-se, por ordem crescente de importância, ‘choças’, ‘barracas’ e ‘vendas’”.
A Carbonária Portuguesa era composta de pessoas das mais elevadas categorias sociais e foi estabelecida
entre 1822 e 1823 “por oficiais italianos que procuravam, por meio de sociedades secretas, revolucionar
toda a Europa Meridional”.
A ligação com a Ordem é conhecida no país até 1864, quando praticamente todos os partidos políticos
possuíam a sua própria Carbonária. Pouco tempo depois entra num período de hibernação e volta com toda
força à atividade em 1890, quando há uma indignação “suscitada pelo afrontoso ultimato da Inglaterra (1890)
e as desastrosas conseqüências da Revolta de 31 de janeiro de 1891, com o seu cortejo de prisões,
deportações e perseguições de toda espécie, arrastaram a mocidade acadêmica para as sociedades secretas”.
O ano de 1896 mostra o surgimento de uma Carbonária diferente, cuja influência se deu de maneira
intensiva em quase todos os acontecimentos de caráter político e social ocorridos por lá, principalmente nos
que visavam a defender as liberdades públicas ameaçadas e combater o congregacionalismo e os abusos do
clero. Em 28 de janeiro de 1908, quando começaram diversos movimentos que levaram à queda da
Monarquia, sua participação tornou-se mais ativa, o que levou a uma ação conjunta com a Maçonaria que,
preocupada com o número crescente de civis presos e militares transferidos, nomeou uma comissão de
resistência encarregada de agir em conjunto na implantação da República. A partir daí, a Carbonária manter-
se-ia no poder até 1926, quando foi oficialmente extinta. Sabe-se, entretanto, que meios de comunicação
como a Internet ainda são utilizados pela Ordem para espalhar seus ideais e reunir interessados que,
esporadicamente, revelam-se como irmãos.

BRASIL
No Brasil moderno ainda é possível ver algumas das atividades da Carbonária, que existe desde 1800, por
influência francesa e portuguesa. É definida como uma “Maçonaria Florestal, uma ordem milenar de origem
druida e de rito essencialmente florestal. Trata-se de uma sociedade secreta que desde os seus primórdios
teve papel de destaque em movimentos sociais importantes como a libertação dos escravos, a Revolução
Farroupilha, a Independência do Uruguai e de outros países da América do Sul”.
Os princípios da Carbonária traduzem-se em seis pontos principais:

1. A Maçonaria Florestal proclama, como vem fazendo desde a sua origem, a existência de um Princípio
Criador, sob a denominação de “Sagrado Mestre do Universo”.

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2. A Maçonaria Florestal não impõe limite à livre investigação da verdade e à liberdade de pensamento e
consciência, defendendo a mais plena liberdade de expressão e de pensamento como direito fundamental e
inalienável do ser humano; e é para garantir a todos a amplitude dessa liberdade que ela exige a tolerância.

3. A Maçonaria Florestal é acessível aos homens de todas as raças e de quaisquer crenças religiosas,
credos políticos, sistemas filosóficos e ideológicos, desde que sejam livres e de bons costumes.

4. A Maçonaria Florestal combate a ignorância, a superstição e a tirania, e qualquer forma de pré-


julgamento do ser humano baseado em raça, religião ou credo político, ideológico ou filosófico.

5. A Maçonaria Florestal condena a exploração do homem pelo homem, o cerceamento por qualquer forma
da liberdade, os privilégios e regalias indevidas, a hipocrisia, mas enaltece o mérito da inteligência, a prática
da virtude, bem como o valor demonstrado na prestação de serviço à Ordem, à Pátria e à Humanidade.

6. A Maçonaria Florestal, por ser uma entidade mediadora nos choques ideológicos entre os homens,
permite as discussões em suas Vendas, acerca das matérias que mereçam o apoio da Ordem e dos Bons
Primos, nas causas da Liberdade, Igualdade e Humanidade.

A Ordem, entretanto, tornou-se perseguida a partir da promulgação da bula condenatória do papa Pio VII,
em 1821, em todos os países nos quais funcionava. No Brasil teve, entre seus simpatizantes, Joaquim do Lêdo
e José Bonifácio de Andrada e Silva.
A sede da chamada Grande Loja Carbonária do Brasil fica em Curitiba, Estado do Paraná. Em 1984 foi
reestruturada, regularizada e personalizada juridicamente como Grande Loja Carbonária do Brasil. Os pontos
necessários para a constituição de uma Loja carbonária são os seguintes (texto retirado do site Carbonária –
www.triplov.com/carbonaria/carbonaria_brasil/):

1. Que seja formada por, pelo menos, 7 Mestres maçons.

2. Que seja dirigida por 3, iluminada por 5 e tornada justa e perfeita por 7.

3. Que trabalhe segundo um ritual que utilize os símbolos da construção.

4. Que tenha as suas sessões num local fechado e coberto onde se encontrem as colunas J e B, as três
grandes luzes entre as quais o esquadro, o compasso e o canivete, instrumentos do grau, e o pavimento em
mosaico.

5. Que pratique os graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre.

6. Que a iniciação no grau de Aprendiz, a efetuar-se sob o sinal do triângulo, compreenda a câmara de
reflexões, as provas e a passagem das trevas à luz; que a elevação ao grau de Companheiro Fendedor tenha
lugar à luz da estrela flamejante; que a exaltação ao grau de Mestre inclua a comunicação da lenda de Hiram;
que a cada grau corresponda um compromisso solene.

7. Que se considere maçom carbonário todo aquele que tenha sido formalmente iniciado numa Loja
maçônica justa e perfeita.

8. Que exista um grão-mestre eleito pelo povo maçônico carbonário.

9. Que o grão-mestre tenha o direito de presidência em toda e qualquer reunião maçônica carbonária.

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10. Que o grão-mestre possa, se necessário, criar maçons carbonários e conferir graus.

11. Que o grão-mestre possa autorizar a criação de Lojas (Vendas).

12. Que os irmãos (Bons Primos) tenham o direito de estar representados nas reuniões gerais maçônicas
carbonárias, por meio das respectivas Lojas (Vendas).

13. Que cada irmão tenha o direito de apelar, para um corpo superior, das decisões da sua Loja (Venda).

14. Que cada irmão tenha o direito de visitar e tomar assento em qualquer Loja (Venda).

15. Que os visitantes sejam maçonicamente examinados antes de admitidos em qualquer Loja (Venda).

16. Que nenhuma Loja (Venda) se intrometa em assuntos internos de outra nem confira graus a irmãos que
não sejam do seu quadro.

17. Que cada irmão esteja sujeito à Constituição, leis e regulamentos da Grande Loja Carbonária do Brasil.

18. Que todo o candidato à iniciação seja isento de defeitos e mutilações e maior de 18 anos.

19. Que cada Loja trabalhe sob a invocação do Sagrado Mestre do Universo, cabendo a cada irmão plena
liberdade de interpretar, religiosa ou filosoficamente, aquele conceito.

20. Que a terceira das três grandes luzes indicadas no ponto 4 dos princípios essenciais seja o Livro da
Lei, representado pela Bíblia Sagrada.

21. Que todos os maçons carbonários sejam iguais dentro da Loja (Venda), onde trabalham,
independentemente das suas diferenças na sociedade pagã.

22. Que os conhecimentos adquiridos por iniciação nos vários graus sejam mantidos secretos e só
comunicados a outros irmãos.

23. Que se aceitem os ensinamentos simbólicos da Maçonaria em geral como ciência especulativa com
profundo objetivo moral.

Venda Carbonária é o nome dado a uma Loja que, por tradição, deve ser construída em
meio a uma floresta adquirida pelos maçons carbonários. O site anteriormente
mencionado cita a intenção de construir um castelo em estilo medieval, cuja área
deverá ser de 1.500 m2, com salas de aula, alojamentos, refeitórios, cozinha, praça de
esportes e lazer. O projeto prevê o recolhimento de 60 menores abandonados, com
entre 8 e 12 anos de idade, que receberão ensino e atendimento em período integral.

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CAPÍTULO 10
TEXTOS M AÇÔNICOS

Para concluir este livro, pensamos que uma boa maneira de mostrar um pouco mais o pensamento
maçônico seria apresentar alguns de seus escritos. Por isso, dedicamos este capítulo aos textos escritos por
mãos maçônicas que, como o leitor terá oportunidade de conferir, muitas vezes enveredam para um campo
puramente filosófico.
Dentre os mais interessantes, destacamos a letra do Hino Maçônico, escrita pelo imperador Dom Pedro I.
Os demais textos foram gentilmente cedidos pelos autores e sites citados. Lendo-os, percebemos claramente
que para percorrer o caminho maçônico são realmente necessários muita dedicação e estudo, além de manter
a mente aberta para novos e mais amplos conceitos.

Hino da Maçonaria1
Autoria: D. Pedro I

Da luz, que se difunde, sagrada filosofia


surgiu no mundo assombrado, a pura Maçonaria.

Maçons alerta, tende firmeza


vingai direitos, da natureza.
Da razão, parte sublime, sacros cultos merecia
altos heróis adoraram, a pura Maçonaria.

Maçons alerta, tende firmeza vingai direitos, da natureza.


Da razão, suntuoso templo, um grande rei erigia,
foi então instituída, a pura Maçonaria.

Maçons alerta, tende firmeza


vingai direitos, da natureza.
Nobres inventos não morrem, vencem do tempo a porfia
há de os séculos afrontar, a pura Maçonaria.

Maçons alerta, tende firmeza


vingai direitos, da natureza.
Humanos sacros direito, que calcará a tirania
Vai ufana restaurando, a pura Maçonaria.

Maçons alerta, tende firmeza


vingai direitos, da natureza.
Da luz depósito augusto, recatando à hipocrisia
Guarda em si com zelo santo, a pura Maçonaria.

Maçons alerta, tende firmeza


vingai direitos, da natureza.
Cautelosa, esconde e nega, a profana a gente ímpia
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Seus mistérios majestosos, a pura Maçonaria.

Maçons alerta, tende firmeza


vingai direitos, da natureza.
Do mundo o Grande Arquiteto, que o mesmo mundo alumia
Propício protege, ampara, a pura Maçonaria.

Maçons alerta, tende firmeza


vingai direitos, da natureza.

Os mandamentos do maçom
Fonte: Site A Arte Real (www.esquadrocompasso.cjb.net)

1o) Adora o Grande Arquiteto do Universo.


2o) O verdadeiro culto que se pode tributar ao Grande Arquiteto consiste nas boas obras.
3o) Tem sempre a tua alma em estado de pureza, para que possas aparecer de um momento para outro
perante o Grande Arquiteto.
4o) Não sejas fácil em te encolerizar; a ira é sinal de fraqueza.
5o) Escuta sempre a voz de tua consciência.
6o) Detesta a avareza, porque, quem ama demasiado as riquezas, nenhum fruto tirará delas, consistindo isso
egoísmo.
7o) Na senda da honra e da justiça está a vida; o caminho extraviado conduz à morte espiritual.
8o) Faz o bem pelo próprio bem.
9o) Evita as questões, previne os insultos e procura sempre ter a razão do teu lado.
10o) Não te envergonhes do teu Destino, pensa que este não te desonra nem te degrada; o modo como
desempenhas a tua missão é que te enaltece ou te amesquinha perante os homens.
11o) Lê e medita, observa e imita o que for bom; reflexiona e trabalha; ocupa-te do bem-estar dos teus
irmãos e trabalharás para ti.
12o) Contenta-se com tudo e com todos.
13o) Não julgues superficialmente as ações de teus Irmãos e não censures aereamente. O julgamento
pertence ao Grande Arquiteto do Universo, porque só Ele pode sondar o coração das criaturas.
14o) Sê, entre os profanos fracos, sem rudeza, superior sem orgulho; humilde sem baixeza; e, entre Irmãos,
firme sem obstinação, severo sem inflexibilidade e submisso sem servilismo.
15o) Justo e valoroso, defende o oprimido e protege a inocência, não exaltando jamais os serviços
prestados.
16o) Exato observador dos homens e das cousas, atende unicamente ao mérito pessoal de cada um, seja
qual for a camada social, posição e fortuna a que pertence.
17o) Se o Grande Arquiteto te der um filho, agradece, mas cuida sempre do depósito que te confiou. Sê,
para essa criança, a imagem da Providência. Faz com que até aos 12 anos tenha temor a ti; até aos 20 te ame e
até a morte te respeite. Até aos 12 anos sê o seu mestre; até aos 20 seu pai espiritual e até a morte seu amigo.
Pensa mais em dar-lhe bons princípios do que belas maneiras; que te deve retidão esclarecida e não frívola
elegância. Esforça-te para que seja um homem honesto, avesso a qualquer astúcia.
18o) Ama o teu próximo como a ti mesmo.
19o) Não faça o mal, embora não espere o bem.
20o) Estima os bons, ama os fracos, atende aos maus e não ofendas a ninguém.
21o) Sê o amparo dos aflitos; cada lamento que tua dureza provocar, são outras tantas maldições que cairão

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sobre a tua cabeça.
22o) Com o faminto, reparte o teu pão; aos pobre e forasteiros dá hospitalidade.
23o) Dá de vestir aos nus, mesmo com prejuízo do teu conforto.
24o) Respeita o peregrino nacional ou estrangeiro e auxilie sempre.
25o) Não lisonjeies nunca teu Irmão, isso corresponde a uma traição; se te lisonjearem receia que te
corrompam.
26o) Respeita a mulher, não abuse jamais de sua debilidade; defende-lhe a inocência e a honra.
27o) Fala modernamente com os pequenos, prudentemente com os grandes; sinceramente com os teus iguais
e teus amigos; docemente com os que sofrem, mas sempre de acordo com a tua consciência e princípios de sã
moral.
28o) O coração dos justos está onde se pratique a virtude, e o dos tolos, onde festeja a vaidade.
29o) Não prometas nunca sem a intenção de cumprir; ninguém é obrigado a prometer, mas prometendo é
responsável.
30o) Dá sempre com satisfação, porque mais vale uma negativa delicada do que uma esmola que humilhe.
31o) Suporte tudo com a resignação e tem sempre confiança no futuro.
32o) Faz do teu corpo um Templo, do teu coração um Altar e do teu espírito um apóstolo do Amor, da
Verdade e da Justiça.
33o) Concentra, ao menos uma vez por dia, todas as vibrações da tua alma, no sentido de estares em
contato com o Grande Arquiteto do Universo.

A Corda de 81 Nós
Fonte: CASTELLANI, José. O Rito Escocês Antigo e Aceito – História, Doutrina e Prática. Paraná: A
Trolha, 1988.

A Corda de 81 Nós é um dos ornamentos do templo maçônico, em alguns ritos, e é encontrada no alto das
paredes, junto ao teto e acima das colunas Zodiacais (no caso do REAA).
Sua origem mais remota parece estar nos antigos canteiros trabalhadores em cantaria, ou seja, no
esquadrejamento da pedra informe medievais, que cercavam o seu local de trabalho com estacas, às quais
eram presos anéis de ferro, que, por sua vez, ligavam-se, uns aos outros, através de elos, havendo uma
abertura apenas na entrada do local.
O nó central dessa corda deve estar acima do Trono (cadeira do V∴M∴) e acima do dossel, se ele for
baixo, ou abaixo dele e acima do Delta, se o dossel for alto, tendo, de cada lado, quarenta nós, que se
estendem pelo Norte e pelo Sul; os extremos da corda terminam, em ambos os lados da porta ocidental de
entrada, em duas borlas, representando a Justiça (ou Eqüidade) e a Prudência (ou Moderação).
Embora existam cordas esculpidas nas paredes, em alto relevo, o ideal é que ela seja natural de sisal com
os nós eqüidistantes em número de oitenta e um mesmo, coisa que nem sempre acontece, na maioria dos
templos, tirando o simbolismo intrínseco da corda. E ela deve ter 81 nós, por três razões:

1. O número 81 é o quadrado de 9, que, por sua vez, é o quadrado de 3, número perfeito e de alto valor
místico para todas as antigas civilizações: três eram os filhos de Noé (Gênese, 6-10), três os varões que
apareceram a Abraão (Gênese, 18-2), três os dias de jejum dos judeus desterrados (Esther, 4-6), três as
negações de Pedro (Matheus, 26-34), três as virtudes teologais (I Coríntios, 13-13). Além disso, as tríades
divinas sempre existiram em todas as religiões: Shamash, Sin e Ishtar, dos sumerianos; Osiris, Ísis e Hórus,
dos antigos egípcios; Brahma, Vishnu e Shiva, dos hindus; Yang, Ying e Tao, do taoismo etc., além da
Trindade cristã.

2. O número 40 (quarenta nós de cada lado, abstraindo-se o nó central) é o número simbólico da penitência
e da expectativa: quarenta foram os dias que durou o dilúvio (Gênese, 7-4), quarenta dias passou Moisés no
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monte Horeb, no Sinai (Êxodo, 34-28), quarenta dias durou o jejum de Jesus (Matheus, 4-2), quarenta dias
Jesus esteve na Terra, depois da ressurreição (Atos dos Apóstolos, 1-3).

3. O nó central representa o número um, a unidade indivisível, o símbolo de Deus, princípio e fundamento
do Universo; o número um, desta maneira, é considerado um número sagrado.

Esotericamente, a Corda de 81 Nós simboliza a união fraternal e espiritual, que deve existir entre todos os
maçons do mundo; representa, também, a comunhão de idéias e de objetivos da Maçonaria, os quais,
evidentemente, devem ser os mesmos, em qualquer parte do planeta.
Embora alguns exegetas afirmem que a abertura da corda, em torno da porta de entrada do templo, com a
formação das borlas, simboliza o fato de estar, a Maçonaria, sempre aberta para acolher novos membros,
novos candidatos que desejem receber a Luz maçônica, a interpretação, segundo a maioria dos pesquisadores,
é que essa abertura significa que a Ordem maçônica é dinâmica e progressista, estando, portanto, sempre
aberta às novas idéias, que possam contribuir para a evolução do Homem e para o progresso racional da
humanidade, já que não pode ser maçom aquele que rejeita as idéias novas, em benefício de um
conservadorismo rançoso, muitas vezes dogmático e, por isso mesmo, altamente deletério.

Os Segredos da Maçonaria Comentados


Fonte: Site A Maçonaria sem segredos (www.geocities.com/orcosta1007/segredos_maconaria.html)

Há um grande exagero quando se comenta ou se tenta comentar os tais segredos existentes na Maçonaria.
Os leigos, ou melhor dizendo, aqueles que de alguma forma não convencional passaram a conhecer alguma
coisa da Maçonaria, escrevem e levam o leitor a uma grande confusão.
Os religiosos, principalmente os evangélicos, conseguem criar verdadeiros prodígios da ficção, tudo em
nome de um Capeta tão necessário para que estes possam amedrontar a já assustada população e extorquir o
máximo possível de dinheiro destas.
Obviamente que estamos falando acima de pessoas com desvio de conduta que denigrem a imensa
população de bom leigos e verdadeiros evangélicos, afinal, quem de alguma forma não o é, nesse imenso
planeta escola.
Portanto, vamos sair do mundo da fantasia e vamos falar com sinceridade, e no final, por favor, livrem-nos
da leitura de e-mails que denotam um nível de inteligência infantil, própria do fanatismo em seu grau mais
perigoso e letal para o indivíduo que por este é tomado.
Os Templários, ou os guardiões das rotas cristãs foram inicialmente mercenários a serviço dos cristãos, ou
seja, assassinaram em nome da religião.
Receberam a Luz, descobriram que o Deus dos Cristãos e o dos Mulçumanos era o mesmo e que, portanto,
estavam errados e passaram a usar a energia da iniciação para construir um mundo melhor, no entanto, isto
não era interessante para os Papas e Reis da época, sendo assim, foram quase todos exterminados e taxados
de bruxos demoníacos e outras invencionices que pudessem acobertar o assassinato de seus membros e o
roubo de suas riquezas.
Dizer que a Maçonaria se originou dos templários é no mínimo uma piada de mau gosto contada por um
artista de péssima qualificação profissional.
A Maçonaria é uma sociedade de caráter universal que procura através de alguns meios didáticos tornar o
homem um ser social e sociável, ou seja, um ser que dentro dos padrões ocidentais devemos chamar de
cristão.
A grande pergunta que se deve fazer é, isso realmente foi conseguido? Isso realmente vai acontecer? Se
vai, quando a humanidade começará a sentir e participar dessa grande mudança?
Vamos gradativamente responder a este e outros questionamentos que se fazem necessários e que nos
qualificamos para responder por sermos maçons por opção de vida, maçons por pesquisarmos por mais de
uma década para realmente nos tornar iniciados, ou seja, homens de bem.
As reuniões maçônicas são feitas em um local fechado para que pessoas desqualificadas não possam
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interpretar erroneamente qualquer tema que esteja sendo discutido pelos participantes. Nesse ponto pergunto,
as reuniões da sua empresa são abertas ao público ou elas interessam somente aos participantes? E as do
condomínio não são assistidas só pelos condôminos? E como faríamos para que em uma época na qual não
havia os tais cartões magnéticos os maçons pudessem se relacionar mundialmente? É isto mesmo, foram
criados sinais e palavras de identificação e de uma forma inteligente esses sinais e palavras identificam o
nível iniciático de cada maçom.
Não ser maçom e querer saber quais são esses sinais e palavras é no mínimo desabonador, pois trata-se de
uma pessoa de má índole querendo se passar ou integrar um grupo de pessoas onde não foi convidado a
participar, portanto, um ser nocivo à sociedade humana como um todo, afinal, qual será a sua intenção? O que
ele pretende ganhar com isso? Como vemos há mais fantasia do que se possa imaginar, o ser humano é afeito
aos enigmas criados pela sua mente, quase sempre nocivos a ele.
Alguns dirão: e os tais rituais, porque existem?
Tudo o que fazemos faz parte de um ritual; para que possamos almoçar é quase sempre necessário o ritual
da compra, da escolha do cardápio, do cozimento, da preparação dos pratos, do horário estipulado como hora
do almoço, dos pratos na mesa, dos que terão assento à mesa e muito mais.
Em uma reunião maçônica para que tudo ocorra na mais perfeita ordem e para que todos se sintam à
vontade desde o momento que antecede a reunião até o momento do seu término, estendendo-se até a próxima
reunião, há uma série de regras e procedimentos que estimulam o homem a respeitar o seu semelhante, bem
como a se aproximar de uma força maior benfeitora e única no universo que no mundo ocidental
majoritariamente chamamos de DEUS e apelidamos de Grande Arquiteto do Universo, pois, majoritariamente
somos cristãos, afinal, professamos algumas das religiões que utilizam como livro sagrado a Bíblia, bem
como os evangelhos.
Olhem bem, estamos falando de Maçonaria teoricamente, assim como em todas as sociedades, inclusive as
religiosas, temos os grupos que se utilizam dessas sociedades para fins condenáveis e que, portanto, devem
ser denunciados e isolados do convívio da população onde se situam.
Estamos falando do braço da Maçonaria que se dedica à perfeição do homem e da sociedade e não do
braço puramente político, formado por maçons, porém, que não é Maçonaria, que foi criado em cima da
Maçonaria para poder dar vazão à vaidade do homem e que é chamado de Graus Filosóficos. É esta
sociedade, criada por maçons nem sempre bem-intencionados, que é combatida dentro da própria Maçonaria.
A verdadeira Maçonaria possui somente três graus que são, Aprendiz, Companheiro e Mestre.
A tal sociedade filosófica inicia no grau quatro e dependendo do rito poderá ir até 99. Pode ser que nesse
momento estejam criando um rito com 999 graus, depende do nível de degradação e vaidade dos homens ali
envolvidos e creiam vão achar explicação política e esotérica para cada um deles.
Há uma grande maioria de homens que entra na Maçonaria (a dos três graus) que vive décadas dentro dela
e nunca a entende, ou seja, morre sem que nunca se transforme verdadeiramente em maçom. São esses homem
que fomentam a importância dos tais segredos, dos gestos e dos rituais. E por que agem assim? É porque não
conseguindo ver a importância da Maçonaria para a humanidade como um todo pela sua doutrina, pelos seus
princípios e objetivos maiores, tentam mostrá-la de uma forma que cause medo e respeito aos que o cercam,
através de uma coação psicológica que vem em prejuízo dos verdadeiros maçons e da humanidade como um
todo.
A verdadeira Maçonaria exige que seus membros possuam um nível de participação religiosa, respeitando
todas as religiões que para ela possuem o mesmo valor desde que participem da transformação do homem
(chamado num primeiro momento de pedra bruta) em um homem de bem (chamado nesse segundo momento de
pedra polida).
Quanto à pergunta formulada no início sobre a transformação processada dentro da Maçonaria (a dos três
graus) no homem e na sociedade como um todo para a construção de um mundo melhor, creiam, se depender
do que está sendo feito no Brasil, a resposta é um sonoro (NÃO) está sendo feito e sabem porque?

1. As Lojas estão sendo transformadas em feudos familiares, ou de níveis de parentesco, ou ainda de


colegas de trabalho etc, cujos fins nem sempre são os mais dignos, isto que dizer que uma Loja com, por
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exemplo, 40 membros poderá estar sendo dominada sempre pelo mesmo grupo formado fora da Loja.
Portanto, nunca haverá Maçonaria neste núcleo arregimentado em seu nome.

2. A Maçonaria precisa de homens (masculino e feminino) que possuam condições de auxiliar


financeiramente os menos favorecidos pela sorte. Os que estão dentro da Maçonaria e não a compreendem
trazem os menos favorecidos pela sorte para dentro da Maçonaria; frustram com isto o que está sendo
admitido e a sociedade como um todo que vê na Maçonaria uma sociedade inócua.

3. Vocês conhecem aquela passagem de que é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do
que um rico entrar no reino dos céus, pois é, a Maçonaria precisa transformar estes ricos em homens de bem,
para que estes ajudem a comunidade que os cerca e com isto aumentem a sua chance de entrar no reino dos
céus.

4. Para encerrar este primeiro capítulo gostaríamos de salientar que:


O antiCristo é formado pelos que vendem o Cristo.
O antiCristo é formado pelos que vendem milagres.
O antiDeus é formado pelos que vendem Deus.
O antiDeus é formado pelos que vendem milagres de um Deus.
Dai de Graça o que de Graça receberdes, eis ai o verdadeiro cristão.
A iniciação poderá ser alcançada por toda pessoa que siga o que preceituam os Livros Sagrados, porque
dentro deles está o segredo da iniciação, dentro deles está o meio de transformar o homem matéria no
homem espírito, o grande segredo é estudá-los e praticá-los de uma forma inteligente, investigativa,
esclarecedora, sem os prejuízos do fanatismo que tanto mal tem feito a humanidade em todas as épocas.

O que é a verdade? (Para meditar)


Fonte: Site A arte real (www.esquadrocompasso.cjb.net)

Do latim veritas. O que é integralmente de conformidade com a realidade; qualidade pela qual as coisas
aparecem como são: realidade; representação fiel de algo que exista.
O conceito de verdade faz parte dos problemas filosóficos fundamentais, e alguns o apresentam como
questão central de toda filosofia teórica. O primeiro passo na reflexão filosófica consiste realmente em se
formular uma pergunta sobre a natureza e os critérios de verdade. Passa-se assim a pesquisar uma razão para
tudo que existe; pensa-se num princípio que possibilite ao entendimento humano distinguir um ser genuíno de
outro não genuíno, realidade de aparência, verdade de erro. Dessa interrogação sobre o problema da verdade
desenvolveram-se os diversos campos da Filosofia, dentro do pensamento grego. A Lógica, a Ética, a Física
têm uma raiz comum no problema da verdade. Todas elas se fundamentam no pressuposto de que a visão
imediata da realidade, bem como os propósitos imediatos do impulso instintivo, não são validos em caráter
final.
Na busca dos valores que não se resumem à mera aparência, a esfera do pensamento dirigiu-se para a
determinação do que é verdadeiro, separando-o do que é falso. E os diferentes sistemas caracterizaram-se
pela maneira como cada qual procurou resolver esse problema. Através dos tempos, igualmente, cada escola
apresentou sua concepção sobre este assunto, podendo-se acompanhar a sua formulação desde os filósofos
jônicos da Natureza até aos filósofos mais modernos de diferentes tendências: existencialistas,
fenomenologistas partidários de Hussel, neokantianos etc.

Podemos estudar a verdade partindo das seguintes premissas:


1. se a verdade existe na realidade, ou somente no intelecto.
2. se existe somente no intelecto que compõe e divide.
3. da relação da verdade com o ser.
4. da relação da verdade com o bem.
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5. se Deus é verdade.
6. se todas as coisas são verdadeiras por uma só verdade ou por muitas.
7. da eternidade da verdade.
8. se o bem é racionalmente anterior à verdade.

Apenas como exemplo vamos considerar somente o primeiro item. Se a verdade existe somente no
intelecto, ou, antes, nas coisas.
Ora, julgamos uma coisa fundada, não no que nela existe por acidente, mas, no que lhe pertence por
essência. Uma coisa é considerada verdadeira, absolutamente falando, quando se ordena para o intelecto, do
qual depende. Por isso são chamadas verdadeiras as coisas artificiais, em ordem ao nosso intelecto; assim é
chamada verdadeira a casa resultante da semelhança da forma, existente na mente do artífice; e verdadeira a
oração enquanto procede do intelecto verdadeiro. Semelhantemente, as coisas naturais chamam-se
verdadeiras, enquanto realizam a semelhança das espécies existentes na mente divina; assim, chamamos
verdadeira à pedra que realiza a natureza própria da pedra, preexistente no conceito do intelecto divino. Por
onde, a verdade, principalmente, existe no intelecto, e secundariamente nas coisas, enquanto estas dependem
do intelecto, como do princípio. A verdade de uma coisa é a propriedade do ser que lhe foi atribuído.

Algumas definições
A verdade existe no intelecto que apreende a realidade como ela é; e, na realidade enquanto tem seu
conformável com o intelecto.

A verdade pode ser fática ou criada: fática quando decorre de um fenômeno natural e criada quando
produto de elaboração intelectiva. Ex.: dois e três são cinco.

A verdade existe em virtude, em potência, quando só existe como realidade, mas ainda não foi
apreendida pelo intelecto. Ex.: A árvore que cai na floresta sem ninguém ver. Ela fez barulho?

A verdade é imutável? O que permanece após todas as mutações, é imutável. Ora, a verdade permanece,
após todas as mutações, porque, após todas elas, é verdadeiro dizer-se existir ou não existir. Logo a
verdade é imutável.

A verdade é o meio pelo qual se manifesta àquilo que é. (Santo Agostinho)

Em função do intelecto, a verdade é a suma semelhança do princípio, a qual não tem nenhuma
dessemelhança. (Santo Agostinho)

A verdade é a retidão, perceptível só da mente. (Santo Anselmo que defendeu a solução platônica
relativa à origem das idéias)

A verdade é a adequação da coisa com o intelecto.

Continue pensando sozinho sobre o assunto e você vai descobrir maravilhas!

Ata da Sessão Maçônica de 09/09/1822 no Grande Oriente Brasílico


Fonte: Boletim Official do Grande Oriente do Brazil, No 10, 3o anno, outubro de 1874.

Comentário: assim se realizava uma sessão de trabalhos maçônicos à epóca da Independência. Note o uso
dos três pontos em triânglo para abreviar as palavras. A grafia antiga da maioria das palavras foi mantida.
“20 do 6o mez 9 de Setembro (13) – Aberto o Gr∴ O∴ em Assembléa geral de todo o povo maçom∴, o
Ill∴ Ir∴ 1o Vig∴ dirigiu A Aug∴ asembléa um energico, nervoso e fundado discurso, ornado d’aquella
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eloquencia e vehemencia oratoria, que são peculiares a seu estilo sublime, inimitavel e nunca assaz louvado,
e havendo elle com as mais solidas rasões demonstrado que as actuaes politicas circumstancias de nossa
patria, o rico, fertil e poderoso Brazil, demandavão e exigião imperiosamente que a sua cathegoria fosse
inabalavelmente firmada com a proclamação de nossa Independencia e da Realeza Constitucional na pessoa
do Augusto Príncipe Perpetuo Defensor Constitucional do Reino do Brazil, foi a moção approvada por
unanime e simultanea acclamação, expressada com o ardor do mais puro e cordial enthusiasmo patriotico.
Socegado, mas não extincto o ardor da primeira alegria dos animos, por verem prestes a realisar-se os votos
da vontade geral pela Independencia e engrandecimento da Patria, propoz o mesmo Ir∴ 1o Vig∴ que a sua
moção deveria ser discutida para que aquelles, que ainda podessem ter receio de que fosse precepitada a
medida de segurança e engrandecimento da Patria, que se propunha o perdessem pelos debates, de que a
proclamação da Independencia do Brazil e da Realeza Constitucional na Augusta Pessoa do Principe
Perpetuo Defensor do Brazil, era a ancora de salvação da Patria. Em consequencia do que sendo dado a
palavra a quem quizesse especificar seus sentimentos fallárão os IIr∴ – Apolonio Mollon, Camerão,
Picanço, Esdras, Democrito e Caramurú (6) e – posto que todos approvarão a moção reconhecendo a
necessidade imperiosa de se fazer reconhecida a Independencia do Brazil e ser acclamado Rei d’elle o
Principe D. Pedro de Alcantara, seu Defensor Perpetuo e Constitucional, comtudo, como alguns dos mesmos
opinantes mostrassem desejar que fossem convidadas as outras provincias colligadas para adherirem os
nossos votos, e effectuar-se em todas simultaneamente a desejada Acclamação, ficou reservada a discussão
para outra assembléa geral, sendo todos os IIr∴ encarregados de dissiminar e propagar a persuasão de tão
necessaria medida politica.
Sendo proposto por um dos IIr∴ que a doutrina politica proclamada no periodico intitulado O Regulador
éra subversiva dos principios constitucionaes e jurados n´esta Aug∴ Ord∴ emquanto pretendia fazer
persuadir aos povos do Brazil principios aristocraticos, que não se compadecem com a liberdade
constitucional, que os Brazileiros anhelão e que só pode fazer a sua felicidade politica, e muito mais, quando
tal doutrina é diametralmente opposta ao systema constitucional abraçado, proclamado, jurado e seguido pelo
Aug.: e Perpetuo Defensor do Reino do Brazil, e por tanto, só propria para nocer a seus interesses provando
as asserções insidiosas do congresso de Lisbôa de que os aulicos do Rio de Janeiro pretendem restabelecer
os despotismo o que é falso, e que por isso deveria ser chamado ao Gr∴ Or∴, em assembléa geral, o
redactor d´aquelle periodico, para ser reprehendido, por procurar propagar taes principios desorganisadores,
em contravenção aos juramentos que prestára n´esta Aug∴ Ord∴, quando foi empossado no lugar que
occupa no quadro no 1 foi approvada a proposição debaixo da comminação de penas MMaç∴ no caso de
desobediencia ao chamamento, ficando logo resolvido, que deveria effectuar-se o comparecimento em
assembléa, que então se destinou para o dia 23 do mesmo mez, e que aquelles dos nossos IIr∴ que fosse
assignantes do Regulador, enviassem immediatamente ao redactor os numeros do mesmo periodico, que
tivessem, com carta em que lhe significassem que o dispensavão da continuação de remessa dos números
ulteriores, bem como da restituição da assignatura recebida por se contentarem conhecer um homem com tão
pouca despeza.
Fazendo-se por fim, do solio acostumado annuncio para as proposições a bem da Ordem, concluio o Ir∴
que tomára o Gr∴ Malhete, propondo a collocação de uma caixa de beneficencia na sala dos Passos
perdidos, onde em todas as sessões os IIr∴ que a ellas concorressem, ficassem obrigados a lançar algumas
moedas em signal de sua caridade, e que fazendo-se receita em separado do producto dessa caixa, elle fosse
applicado ao soccorro de viuvas necessitadas, e a educação de orphãos, carecedores de meios de frequentar
as escolas de primeiras letras. Esta proposição que bem dá a conhecer a sensibilidade e humanidade do
proponente foi geralmente approvada com um enthusiasmo, cujos effeitos a assembléa fará sem duvida
proveitosos aos objectos da mais bem empregada caridade.”

Carta do Grão-Mestre D. Pedro I, Ordenando o Fechamento do Grande Oriente


Data: 21 de outubro de 1822
Enviada por D. Pedro ao 1o Grande Vigilante, Joaquim Gonçalves Ledo, continha ordens para suspender os
trabalhos do Grande Oriente Brasílico (ou do Brasil).
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“Meu Ledo:
Convindo fazer certas averiguações tanto publicas como particulares na M∴ mando primo como
Imperador, secundo como G∴ M∴ que os trabalhos se suspendão até segunda ordem Minha. É o que tenho a
participarvos agora. Resta-me reiterar os meus protestos como I∴ Pedro Guatimozin G∴ M∴ – S.
Cristovão, 21 Obro. 1822.
PS – Hoje mesmo deve ter execução e espero que dure pouco tempo a suspensão porque em breve
conseguiremos o fim que deve resultar das averiguações.”
Esta ordem, embora tenha um caráter imediatista, não foi cumprida imediatamente. Ledo preferiu manter
entedimentos com o Grã-Mestre. Assim, uma nova carta foi escrita em 25 de outubro, para o 1o Grande
Vigilante:
“Meu I∴
Tendo sido outro dia suspendidos nossos augustos trabalhos, pelos motivos que vos participei, e achando-
se hoje concluidas as averiguações, vos faço saber que segunda-feira que vem os nossos trabalhos devem
recobrar o seu antigo vigor, começando a abertura pela G∴L∴ em assembléa geral.
É o que por ora tenho a participar-vos, para que passando as ordens necessarias assim o executeis.
Queira o S∴A∴ do U∴ dar-vos fortunas imensas como vos deseja o vosso I∴P∴M∴
R∴ +.”
O fechamento por definitivo do Grande Oriente brasileiro deu-se em 25 de outubro. De acordo com Elias
Mansur Neto, de onde o texto das cartas foi retirado, a expressão “I.P.M.R +” significa Irmão Pedro Maçom
Rosa-Cruz. Trata-se do sétimo grau pertencente ao Rito Francês ou Moderno, adotado pelo então Grande
Oriente Brasílico.

Manuscriptus Regius
Documento datado de 1390 e publicado por James Halliwell, foi mencionado pela primeira vez no ano de
1670. Em 1757 foi descoberto como parte da biblioteca Real inglesa (de onde adquiriu o adjetivo Regius).
Nessa época o rei George II doou-o ao Museu Britânico, onde permanece até hoje.
O documento é analisado por Elias Mansur Neto em sua obra, O Que Você Precisa Saber Sobre
Maçonaria (da iEditora, versão em PDF). De acordo com o autor, o documento, cujo verdadeiro título é A
Poem of Moral Duties (“um Poema de Deveres Morais”) fala de diversos assuntos, a maioria deles ligados à
Maçonaria como era regida naquela época. Os pontos abordados são:
A fundação da Maçonaria por Euclides no Egito;
A introdução da Maçonaria na Inglaterra sob o reinado de Athelstane;
Os Deveres, quinze artigos;
Os Deveres, quinze pontos;
A estória dos Quatro Coroados;
A estória da Torre de Babel;
As sete artes liberais;
Uma exortação sobre a missa e como se comportar na igreja;
Uma instrução sobre boas maneiras.

Os artigos sobre os deveres dos maçons são, ao todo, 15, e dispostos como a seguir:

Artigo 1 – O mestre maçom deve ser digno da confiança do seu Senhor; deve pagar aos Companheiros um
salário justo, com o dinheiro do seu Senhor.
Artigo 2 – Todo mestre maçom deve comparecer às reuniões gerais, a menos que tenha uma boa
justificativa para a sua falta.
Artigo 3 – O Mestre maçom não manterá consigo um Aprendiz por um tempo superior a sete anos e deverá
alojá-lo durante a sua aprendizagem.
Artigo 4 – O Mestre maçom não pode aceitar um escravo como Aprendiz.
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Artigo 5 – O Mestre maçom não pode aceitar como Aprendiz nem um “bastardo” nem alguém que
apresente alguma doença ou tara.
Artigo 6 – O salário do Aprendiz deve ser menor do que o do Companheiro, mas deve ser aumentado na
medida do seu progresso.
Artigo 7 – O Mestre maçom não admitirá em seu cantaria (canteiro) nem ladrões nem assassinos.
Artigo 8 – O Mestre maçom pode despedir de seu cantaria um operário incapaz e substituí-lo por outro.
Artigo 9 – O Mestre maçom deve garantir a qualidade das fundações de sua obra.
Artigo 10 – O Mestre maçom não deve jamais pegar uma obra de um outro Mestre maçom, sob pena de ter
que pagar uma multa de 10 libras.
Artigo 11 – Um maçom não trabalhará à noite, a não ser para estudar.
Artigo 12 – Não se deve denegrir a obra de seus Companheiros.
Artigo 13 – O Mestre maçom deve fornecer um ensinamento completo a seu aprendiz.
Artigo 14 – O Mestre maçom somente admitirá Aprendizes, se tiver tarefas suficientes a lhes confiar.
Artigo 15 – O Mestre maçom não deve abandonar os Companheiros que cometeram erros, pois ele deve
também cuidar de suas almas.

Esses deveres são complementados por 15 pontos:

1o ponto: um profissional deve amar a Deus e a Santa Igreja, bem como a seus Companheiros.
2o ponto: os feriados serão também pagos aos maçons.
3o ponto: o Aprendiz deve guardar segredo de tudo que seu Mestre lhe disser e de tudo que ouvir na Loja.
4o ponto: o Aprendiz não deve denegrir seu ofício, nem a seu Mestre ou a seus Companheiros, pois está
sujeito às mesmas leis que eles.
5o ponto: os maçons devem receber seus salários com submissão. O Mestre deve dispensar um maçom
antes do meio dia, caso não tenha mais tarefas a confiá-lo.
6o ponto: os desentendimentos entre maçons devem ser resolvidos de maneira amigável, após o trabalho ou
nos feriados.
7o ponto: um maçom não deitará com a mulher de seu Mestre nem de um Companheiro.
8o ponto: um Mestre pode nomear certos Companheiros para postos de responsabilidade, para servirem de
intermediários entre ele e os demais Companheiros.
9o ponto: em seu turno, os Companheiros devem servir a mesa, comprar as provisões e prestar contas de
suas despesas.
10o ponto: um maçom não deve dar apoio àqueles que se obstinam em permanecer errando; eles serão
convocados perante uma assembléia e excluídos da cantaria (canteiro).
11o ponto: um maçom deve corrigir amavelmente aqueles cujo trabalho apresenta erros.
12o ponto: em assembléia, os Mestres, Companheiros, Comanditários e Dignitários locais se entenderão,
no sentido de se fazer respeitar as leis da cantaria.
13o ponto: o maçom não deve roubar e nem ser cúmplice de quem rouba.
14o ponto: o maçom deve jurar fidelidade a seu Mestre, a seus Companheiros e a seu rei.
15o ponto: aquele que transgredir um destes artigos será convocado perante uma assembléia. Se persistir
em seus erros, será excluído da cantaria, será preso e terá seus bens confiscados.

Observação: o áudio pode ser acompanhado em arquivos em formato Real Audio, Windows Media Player ou
MP3 no site A Maçonaria (www.culturabrasil.pro.br/maconaria.htm).

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APÊNDICE 01
SIM BOLOGIA E FRASES ABREVIADAS

Ao se falar em Maçonaria, as primeiras lembranças que nos vêm à mente são dois de seus maiores
símbolos: o compasso e o esquadro. Na verdade, a Ordem é cheia de simbologias, que são parte de sua
tradição e um de seus mais poderosos legados, uma vez que transmitem mensagens próprias. Por isso, este
apêndice será dedicado a que conheçamos alguns desses símbolos e vejamos um pouco das idéias que eles
carregam.

Acácia – símbolo da Maçonaria, representa segurança, clareza, inocência e pureza. Essa árvore era
sagrada para os hebreus e usada pelos antigos como símbolo de virtude e de outras qualidades da alma.

Alavanca – instrumento que acompanha a régua (a razão), símbolo do esforço e da perseverança.

Avental – símbolo do trabalho maçônico, é a principal peça do vestuário e possui a forma de um retângulo
com um triângulo na parte de cima. Nos dois primeiros graus (Aprendiz e Companheiro) é simples e não
possui nenhum tipo de adorno. Nos demais graus pode ter cores e desenhos variados, conforme o rito
adotado. O fundo é sempre o mesmo, branco.

Cinzel – segunda ferramenta para aperfeiçoamento da Pedra Bruta. O cinzel de aço simboliza a
receptividade e o discernimento especulativo.

Colunas – simbolizam os limites do mundo criado, da vida e da morte, dos elementos masculino e
feminino, do ativo e do passivo.

Compasso – símbolo da espiritualidade e do conhecimento humanos. Dependendo de sua posição sobre o


Livro da Lei (outro símbolo que veremos mais adiante) indica o grau a que pertence o maçom que o utiliza.
Por exemplo, para o Aprendiz, localiza-se abaixo do esquadro, determinando a predominância da matéria
sobre o espírito. Sua abertura, que simboliza o nível do conhecimento humano, varia até o máximo de 90º,
que é equivalente a um quarto do conhecimento. Portanto, quanto mais aberto, mais domínio o maçom possui.
Também retrata a justiça, a imparcialidade e a infalibilidade de Deus, o Supremo Arquiteto do Universo.

Delta luminoso – símbolo do Supremo Criador, do Supremo Arquiteto, cujo olho luminoso tudo vê e
provê. Simboliza também os atributos próprios da Divindade, a Onipresença, a Onividência e a Onisciência.
O delta é, também, uma lembrança de que a Maçonaria não sobrepõe qualquer religião sobre as demais. Uma
vez que ela própria não é uma religião, respeita e reverencia todas as crenças existentes.

Esquadro – o complemento do símbolo do compasso. É, por si mesmo, um instrumento que “permite traçar
o ângulo reto e, portanto, esquadrejar todas as formas”. É visto como um símbolo de retidão e uma das Jóias
Móveis de uma Loja (confira o significado desse símbolo mais adiante). O esquadro seria, assim, uma “Jóia
do Venerável”, o mais justo e eqüitativo dos maçons. Representa a matéria que, por sua vez, representa o
Aprendiz.

Estrela de cinco pontas – símbolo do Homem Perfeito, da Humanidade plena entre Pai e Filho. Representa
o homem em seus cinco aspectos: físico, emocional, mental, intuitivo e espiritual, totalmente realizado e
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ligado ao Grande Arquiteto do Universo. É interpretada como o “homem de braços abertos, mas sem
virilidade, porque dominou as paixões e emoções”.

Jóias Móveis – símbolos de cargos próprios das Lojas. Estas jóias móveis são o esquadro, o nível e o
prumo, que representam respectivamente os cargos do Venerável Mestre, do Primeiro Vigilante e do Segundo
Vigilante.

Letra G – representação do chamado Divino Geômetra, o Supremo Arquiteto ou Deus. Foi escolhida por
ser a primeira letra da palavra Deus em vários idiomas (Gas em siríaco, Gada em persa, Gud em sueco, Gott
em alemão, God em inglês, entre outros).

Livro da Lei – o livro sagrado da Maçonaria. Como se trata de uma sociedade em que são aceitos
integrantes das mais diversas religiões, o Livro da Lei será o da religião predominante em cada local. Por
exemplo, em lojas do Oriente Médio é o Alcorão, na Europa, a Bíblia, e assim por diante. É considerado uma
das Três Luzes Emblemáticas de toda Loja, juntamente com o esquadro e o compasso. Esses três símbolos
estão expostos no chamado Altar dos Juramentos, onde são feitas as declarações maçônicas.

Loja – local onde os maçons se reúnem, também conhecido como Templo. Deve ter pelo menos sete
mestres em cada Loja e ser um local coberto e fechado. Tem sua entrada principal no ocidente e o Venerável
Mestre no oriente.

Malhete – instrumento de trabalho do Venerável Mestre e dos Vigilantes, cargos que estão logo abaixo e
que, juntamente com o Mestre, dirigem a Loja. Simboliza a vontade, a força do trabalho e a determinação.

Malho – ferramenta para aperfeiçoamento da Pedra Bruta. É o símbolo do comando.

Nível – também conhecido como prumo, é o instrumento que mostra o horizontal e o vertical. Ao completar
o ângulo reto com a horizontal, o nível comprova a verdadeira horizontalidade. É o símbolo da igualdade
entre os maçons dentro da Maçonaria.

Pedra Bruta – símbolo da inteligência do Aprendiz, que ainda está “rude”, com vestígios do mundo
“profano”. É por meio de disciplina e educação de sua personalidade que ele irá “aparar as arestas” de si
mesmo, e vencer suas paixões, subordinando inteiramente sua vontade à prática do bem. A tarefa principal da
Pedra Bruta é justamente estudar a fim de adquirir o conhecimento do simbolismo de seu grau e entender
completamente sua interpretação do ponto de vista filosófico.

Pedra Cúbica – símbolo de complemento do aperfeiçoamento do Aprendiz por parte do companheiro.


Quando o primeiro, com a ajuda do malho e do cinzel, trabalha sua Pedra Bruta e a transforma em um “cubo
imperfeito”, cabe ao segundo polir o “cubo” com a ajuda do esquadro, do nível e do prumo. Em termos mais
comuns, é o processo de disciplina por que passa o Aprendiz, valendo-se do conhecimento adquirido e tendo
a ajuda do companheiro. O objetivo é tornar-se um cubo perfeito, estando apto a colaborar na construção da
Humanidade perfeita.

Régua – é o instrumento de trabalho do Aprendiz. Por ser um instrumento ativo, com ela o novo maçom
poderá traçar retas e ângulos e, assim, delinear seus trabalhos. Retrata a noção de infinito. Tem 24 polegadas
de comprimento, simbolizando as 24 horas do dia. Assim, demonstra a necessidade de se calcular, com
exatidão, o tempo e o esforço despendidos no trabalho a ser realizado.

Três Grandes Luzes – o conjunto de símbolos constantemente expostos sobre o altar e jamais separados: o
Livro da Lei, o esquadro e o compasso.
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Três pontos – simboliza o triângulo, um símbolo que possui várias interpretações, todas conciliáveis entre
si: luz, trevas e tempo; passado, presente e futuro; sabedoria, força e beleza; nascimento, vida e morte;
liberdade, igualdade e fraternidade, entre outras.

Trolha – também conhecida como colher de pedreiro, é uma pá achatada usada para assentar e alisar a
argamassa. É um símbolo de tolerância, que lembra ao maçom a necessidade de se aceitar as possíveis falhas
e defeitos dos demais irmãos. Também é definida como um símbolo de amor fraternal, o “cimento” que une a
Maçonaria. O objeto também pode ser interpretado como um símbolo de perdão, esquecimento das diferenças
e da paz que deve reinar entre os verdadeiros irmãos.

A B R E VI AT UR A S M A Ç ÔNI C A S
Algumas frases são bastante utilizadas na Maçonaria, principalmente na redação de documentos. Todas são
caracterizadas com a utilização dos três pontos (o triângulo) na abreviação das palavras. A seguir, uma lista
com as mais utilizadas:

Abreviatura Leitura

A∴ G∴ D∴ G∴ A∴ D∴ U∴ A Glória do Grande Arquiteto do Universo

A∴ D∴ Anno Domini

A∴ Dep∴ Anno Depositiones

A∴ F∴ and A∴ M∴ Ancient Free And Accepted Mason

A∴ L∴ Ano Luz

A∴ M∴ Ano Mundi

A∴ Or∴ O ano da Ordem

An∴ Anjo

Ao Oc∴ Ao Ocidente

Ao Or∴ Ao Oriente

Ap∴ M∴ Aprendiz Maçom

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Apr∴ Aprendiz

B’n∴ Irmãos em inglês (brothers)

B∴ Irmão em inglês (brother)

C∴ Compasso

C∴ M∴ Câmara do Meio

C∴ M∴ Companheiro Maçom

C∴ G∴ Capitão da Guarda

Cav∴ Cavaleiro

D∴ Diácono

D∴ G∴ M∴ P∴ Deputado Grande Mestre Provincial

E∴ A∴ Aprendiz em inglês (Entered Apprendice)

E∴ C∴ Excelente Companheiro

E∴ V∴ D∴ Egrégios Vixit Domini (Viveu Para o Senhor)

F∴ A∴ M∴ Maçom Livre e Aceito em inglês (Free and Accepted Mason)

F∴ C∴ Companheiro em inglês

F∴ E∴ C∴ Fé, Esperança e Caridade

G∴ A∴ Grande Arquiteto

G∴ L∴ Grande Loja

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G∴ M∴ Grão-Mestre

G∴ M∴ C∴ Grande Mestre de Cerimonias

G∴ O∴ Grande Oriente

G∴ O∴ B∴ Grande Oriente do Brasil

G∴ P∴ Grande Precursor

G∴ S∴ Grande Secretário

G∴ T∴ Grande Tesoureiro

G∴ T∴ Guarda do Templo

H∴ A∴ B∴ Hiran Abif

J∴ Juramento

L∴ Loja

L∴ D∴ P∴ Liberdade de Pensar (ou de Passagem)

M∴ M∴ Mestre Maçom

M∴ C∴ Câmara do Meio em inglês (Middle Chamber)

M∴ C∴ Mestre de Cerimônias

M∴ Maçom

M∴ M∴ Mestre Maçom

M∴ R∴ Mui Respeitável

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M∴ V∴ M∴ Mui Venerável Mestre

Maç∴ Maçom ou Maçonaria

MM∴ Maçons

Or∴ (ou Mmaç∴) Oriente ou Orador

P∴ D∴ Primeiro Diácono

P∴ G∴ M∴ Past Grand Master (Ex-Grão-Mestre)

P∴ P∴ P∴ Presente, Passado e Porvir

P∴ S∴ Palavra Sagrada

P∴ V∴ Primeiro Vigilante

Q∴ I∴ Querido Irmão

R∴ C∴ Rosa-Cruz

R∴ E∴ A∴ A∴ Rito Escocês Antigo e Aceito

R∴ L∴ Respeitável Loja

R∴ M∴ Respeitável Mestre

S∴ D∴ Segundo Diácono

S∴ F∴ U∴ Saúde, Força e União

S∴ P∴ S∴ Saúde, Progresso e Solidariedade

S∴ S∴ S∴ Saúde, Saúde, Saúde (ou Stlella-Sedet-Soli)

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S∴ V∴ Segundo Vigilante ou Silêncio e Virtude

V∴ L∴ Verdadeira Luz

V∴ M∴ Venerável Mestre

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APÊNDICE 02
M AÇONS FAM OSOS

Muitos dos grandes nomes da História, como pudemos ver, fizeram ou fazem parte da Maçonaria. A prova
disso é esta lista, que foi compilada pelo site Guia do Maçom
(http://www.mercuri.com.br/guiadomacom.htm). Esta relação é a mais completa de que se tem notícia e
mostra nomes de quase todos os países, religiões e atividades. Prova de que a irmandade dos pedreiros-
livres se expandiu em rápida velocidade, o que justificaria o medo e o receio que outros órgãos da sociedade
(incluindo a Igreja Católica) sentiram de seu poder. Só para se ter uma idéia, eis alguns nomes que foram
membros do Grande Oriente do Brasil (GOB):
Campos Sales, Dom Pedro I, Marechal Floriano Peixoto, Frei Caneca, Gonçalves Ledo, Hermes da
Fonseca, José Bonifácio, Luís Alves de Lima e Silva (o Duque de Caxias), Marechal Deodoro da Fonseca,
Nilo Peçanha, Prudente de Morais, Rodrigues Alves, Rui Barbosa, Washington Luiz e Wenceslau Braz.
Veremos seus nomes inseridos na lista abaixo, em que todos os maçons famosos estão listados por ordem
alfabética. Vale lembrar, também, que o Marechal Deodoro da Fonseca, o fundador da República do Brasil,
foi o 13o Grão-Mestre da Maçonaria. O militar foi iniciado em 20 de setembro de 1873 na Loja Rocha Negra,
afiliada ao Oriente de São Gabriel, no Estado do Rio Grande do Sul.

A. Lorney Mackey – Presidente do Sínodo da Igreja Presbiteriana

Adolfo Gustavo II – Rei da Suécia

Albert A. Michelson – Prêmio Nobel de Física, descobridor da velocidade da luz

Albert Schweitzer – Prêmio Nobel da Paz

Alejandro – Príncipe da Iugoslávia

Alexander Cartwright – Criador do jogo de Baseball

Alexander Fleming – Cientista, Prêmio Nobel de Medicina, descobridor da penicilina

Alexandre Dumas – Escritor e dramaturgo

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Alexandre Dumas – Escritor e dramaturgo.

Álvaro de Albornóz – Ministro da Espanha

Amadeo De Saboya – Rei da Espanha

Amir Habibullah Khan – Rei do Afeganistão

Anastásio Bustamante – Presidente do México

Anderson – Líder da Igreja Presbiteriana

André Citroën – Industrial, fundador da Citroën

Andrew Jackson – Presidente dos Estados Unidos

Andrew Johnson – Presidente dos Estados Unidos

Andrew Johnson – Presidente dos Estados Unidos.

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Benjamin Franklin – Descobridor da eletricidade, um dos 13 maçons que assinaram a Constituição dos
EUA.

Antonio Carlos Gomes – Poeta

Antonio José de Sucre – Libertador e presidente do Peru

Antonio Nariño y Alvarez – Precursor da Independência da Colômbia

Asgeir Asgeirsson – Presidente da Islândia

Áudio Murphy – Soldado herói da Segunda Guerra Mundial

Avery Brundage – Presidente do COI

Baden Powel – Músico Brasileiro

Benjamin Franklin – Descobridor da eletricidade, 1 dos 13 maçons que assinaram a Constituição dos EUA

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Buffalo Bill Cody – Explorador do oeste americano.

Bernardo O’Higgins – Libertador do Chile

Bertil – Príncipe da Suécia, Grão-Mestre da Grande Loja da Suécia

Buffalo Bill Cody – Explorador do oeste americano

Carl Von Ossietzky – Prêmio Nobel da Paz

Carlo Lorenzini – Criador do personagem Pinóquio

Carlos XV – Rei da Suécia

Carlos Pellegrini – Presidente da Argentina

Charles C. Hilton – Fundador da Cadeia de Hotéis Hilton

Charles C. King – Bioquímico, descobridor da Vitamina C

Charles Edward Wilson – Presidente da General Electric Co

Charles H. Mayo – Médico fundador da Clínica Mayo

Charles M. Talleyrand – Estadista francês

Charles R. Richet – Prêmio Nobel de Medicina

Christian Hans Oersted – Físico, Prêmio Nobel

Charles R. Richet – Prêmio Nobel de Medicina.

Clark Gable – Ator de cinema

Condorcet – Enciclopedista

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Constantino I – Rei da Grécia

Count Bassie – Compositor de jazz

Crawford W. Long – Médico, primeiro a usar éter como anestesia

Cristiano VII – Rei da Dinamarca

David Crockett – Herói do oeste americano

Diego Martínez Barrios – Presidente do Governo Espanhol

Dom Pedro I – Imperador do Brasil

Dom Pedro II – Imperador do Brasil

Dom Pedro IV – Duque de Bragança e rei de Portugal

Crawford W. Long – Médico, primeiro a usar éter como anestesia.

Dom Pedro II – Imperador do Brasil.

Domingo Faustino Sarmiento – Presidente da Argentina


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Douglas Fairbanks – Ator de cinema

Douglas Macarthur – General norte-americano

Duke Ellington – Compositor de jazz

Duque de Wellington – General inglês na Batalha de Waterloo, que derrotou Napoleão

Earl Warren – Presidente da Corte Suprema dos Estados Unidos

Eberhard Faber – Fundador da Cia. de lápis Johan Faber

Edmund Burke – Historiador e estadista britânico

Eduardo VII – Rei da Inglaterra

Eduardo VIII – Rei da Inglaterra

Edvard Benes – Presidente da Checoslováquia

Edwin Aldrin – Astronauta do módulo lunar Apolo XV

Elias Ashmoll – Arqueólogo fundador do Ashmoleum Museum de Oxford

Elie Ducommun – Prêmio Nobel da Paz

Emile Loubet – Presidente da França

Enrico Bignanni – Fundador da Primeira Internacional Sindicalista

Emile Loubet – Presidente da França.

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Edvard Benes – Presidente da Checoslováquia.

Enrico Fermi – Prêmio Nobel de Física

Ernest Borgnine – Ator de cinema

Felix Salten – Escritor infantil, autor de Bambi

Francis Scott Key – Autor do Hino Nacional dos Estados Unidos

Francisco I – Imperador do Sacro Império Romano

Francisco de Miranda – Patriota venezuelano e libertador do Peru

Francisco de P. Santander – Herói nacional da Colômbia

Francisco Glicério de Cerqueira Leite – Senador da República

Franklin Delano Roosevelt – Presidente dos Estados Unidos

Franz Listz – Compositor

Franz Schubert – Compositor

Frederic C. Hopkins – Bioquímico, Prêmio Nobel de Medicina

Frederick A. Bartholdi – Arquiteto (Estátua da Liberdade)

Frederico II, El Grande – Rei da Prússia

Frederico VIII – Rei da Dinamarca

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Franklin Delano Roosevelt – Presidente dos Estados Unidos.

Franz Schubert – Compositor.

Frederico Guillermo III – Rei da Prússia

G. C. Barber – Presidente da Igreja Metodista

General Henry “Hap” Arnold – Comandante da força aliada na Segunda Guerra Mundial

General Manuel Belgrano– Herói nacional da Argentina

Geoffrey Fisher – Arcebispo de Canterbury de 1945 a 1961

George VI – Rei da Inglaterra

George Brent – Ator de cinema

George Canning – Primeiro-Ministro inglês

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George Hubin – Ministro de Estado da Bélgica

George Washington – Primeiro Presidente dos Estados Unidos

Gerald R. Ford – Presidente dos Estados Unidos

Giosue Carducci – Prêmio Nobel de Literatura

Giovani Belzoni – Arqueólogo, fundador da Egiptologia moderna

Giovanni Casanova – Célebre italiano, escritor e artista

Giuseppe Garibaldi – Unificador da Itália

Giuseppe Garibaldi – Unificador da Itália.

Harry Houdini – O mais notável mágico do mundo.

Guillerme II – Rei da Holanda

Guillerme IV – Rei da Inglaterra


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Gustavo III – Rei da Suécia

Gustavo V – Rei da Suécia

Gustavos E. Loehr – Co-fundador do Rotary Club

Harry Houdini – O mais notável mágico do mundo

Harry S. Truman – Presidente dos Estados Unidos

Harvey W. Corbett – Arquiteto do Rockefeller Center em Nova York

Hector Berlioz – Compositor

Heinrich von Stepphan – Estadista, fundador da União Postal Universal

Henri Dunant – Fundador da Cruz Vermelha

Henri Lafontaine – Prêmio Nobel da Paz

Henry A. Wallace – Vice-presidente dos Estados Unidos

Henry Ford – Industrial, fundador da Ford

Henry Harley – Chefe supremo das Forças Aéreas norte-americanas na Segunda Guerra Mundial

Hiram E. Shorey – Co-fundador do Rotary Club

Humberto I de Saboya – Rei da Itália

Henri Dunant – Fundador da Cruz Vermelha.

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James A. Garfield – Presidente dos Estados Unidos.

Isaac Peral – Inventor do submarino

Ishiro Hatoyama – Primeiro-ministro japonês

Israel Brodie – Grão-rabino

J. Aiguader – Prefeito de Barcelona

J. Michel e Jacques E. Montgolfier – Inventores do globo aerostático

Jamal Ad-Din al-Afghani – Fundador da Reforma Islâmica

James A. Garfield – Presidente dos Estados Unidos

James Buckhanan – Presidente dos Estados Unidos

James Hoban – Arquiteto da Casa Branca, nos Estados Unidos

James K. Polk – Presidente dos Estados Unidos

James Madison – Presidente dos Estados Unidos

James Monroe – Presidente dos Estados Unidos

Jan Masaryk – Patriota Checoslovaco

Jaume Ferrán i Clua – Bacteriólogo

Jean François Chalgrin – Arquiteto do Arco do Triunfo, em Paris

Jean François Champollion – Decifrador da escritura hieroglífica

Jimmy Carter – Presidente dos Estados Unidos


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Joaquim José da Silva Xavier – Tiradentes, líder da Inconfidência Mineira

James Monroe – Presidente dos Estados Unidos.

Joaquim José da Silva Xavier – Tiradentes.

Joaquim Saldanha Marinho – Senador da República

Joaquín Crespo – Presidente da Venezuela

Johann Sebastian Bach – Compositor

John Fitch – Inventor do barco a vapor

John G. Diefenbaker – Primeiro-Ministro do Canadá

John Glenn – Astronauta, presente na primeira órbita terrestre

John Wilkes – Fundador do Sindicalismo inglês

Johon H. Gilletti – Fundador da Gillette

Johon Hancock – Um dos nove maçons que assinaram a declaração da Independência dos Estados Unidos

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Jons Jakob Berzelius – Químico sueco criador da moderna simbologia química

José Antonio Paez – Presidente da Venezuela

José de San Martín – Libertador da Argentina, herói do Chile e do Peru.

José Rizal – Libertador das Filipinas.

José Bonaparte – Rei da Espanha

José Bonifácio de Andrade e Silva – Conselheiro do Império do Brasil

José de San Martín – Libertador da Argentina, herói do Chile e do Peru

José Maria da Silva Paranhos Júnior – Barão do Rio Branco

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José Rizal – Libertador das Filipinas

Joseph Dobrowsky – Pai da literatura tcheca

Joseph Guillotin – Médico e inventor da guilhotina

Joseph-Pierre Proudhon – Sociólogo, autor da teoria do socialismo

Juan De la Cierva– Cientista inventor do helicóptero

Jules Grevy – Presidente da França

King Gillette – Criador da lâmina de barbear

Lajos Kossuth – Patriota da Independência Húngara

Lejzer Ludvig Zamenhof – Criador da língua Esperanto

Leon Tolstoy – Escritor

León-Victor Bourgeois – Prêmio Nobel da Paz e presidente da ONU

Leopoldo I – Rei da Bélgica

Lewis Wallace – Militar e escritor, autor de Ben-Hur

Lord Widgerey – Presidente do Tribunal Superior de Justiça britânico

Louis Amstrong – Compositor de jazz

Louis Orlando – Construtor do primeiro barco a vapor

Ludwig van Beethoven – Compositor.

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Luíz Alves de Lima e Silva – Duque de Caxias, patrono do Exército Brasileiro.

Louis B. Mayer – Co-Fundador da Metro-Goldwyn-Mayer

Ludwig van Beethoven – Compositor

Luis Mariano de U. – Conde de Urquijo, político

Luíz Alves de Lima e Silva – Duque de Caxias, patrono do Exército Brasileiro

Luther Burbanks – Botânico, Prêmio Nobel na categoria

Mahomed Shan Aga Khan III – Patriarca dos muçulmanos ismaelitas

Manoel Ferraz de Campos Sales – Presidente da República

Manuel Barrera – Ministro da Espanha

Marc Chagall – Pintor

Marc Twain – Escritor

Marechal Deodoro da Fonseca – Primeiro presidente da República do Brasil

Marechal Floriano Peixoto – Segundo presidente da República do Brasil

Marechal Hermes Rodrigues da Fonseca – Oitavo presidente da República do Brasil

Mário “Cantinflas” Moreno – Ator de cinema e comediante

Mark W. Clark – Militar, general e Chefe das Forças Aliadas

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Marechal Deodoro da Fonseca – Primeiro presidente da República do Brasil.

Marechal Floriano Peixoto – Segundo presidente da República do Brasil.

Marshall Thurgood – Presidente da Corte Suprema dos Estados Unidos

Mathew Webb – Nadador, primeiro a atravessar o Canal da Mancha

Moses Mendelsshon – Filósofo alemão

Muhammad Rasid Ridu – Fundador da Escola Islâmica Salafiya

Mustafa Kemal Ataturk – Fundador da moderna Turquia

Napoleão Bonaparte – Militar, Imperador da França

Nat King Cole – Cantor

Nathan Rothschild – Fundador do Banco Rothschild

Nelson Carneiro – Senador (Autor da Lei do Divórcio)

Niccola Paganini – Violinista e compositor

Nicolas Puccini – Compositor

Nilo Peçanha – Presidente da República


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Oliver Hardy – Ator de cinema

Omar Bongo – Presidente do Gabão

Oscar Wilde – Poeta e dramaturgo irlandês

Oscar I – Rei da Suécia e Noruega

Padre Diogo Antônio Feijó – Herói do Império

Napoleão Bonaparte – Militar, Imperador da França.

Oscar Wilde – Poeta e dramaturgo irlandês.

Paul Doumer – Presidente da França

Paul P. Harris – Fundador do Rotary Club

Pedro Rico – Prefeito de Madrid

Peter Sellers – Ator de cinema

Phillip – Duque de Edimburgo e marido da rainha Elisabeth II

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Praxedes Mateo Sagasta – Presidente do governo espanhol

Próspero Moisés Loria – Fundador da Sociedade Humanitária

Rafael Salazar Alonso – Ministro espanhol

Ramón Franco – Militar e político espanhol

Ranson Olds – Industrial, fundador da Oldsmobile

Reza Pahlevi – Último xá do Irã

Richard Byrd – Militar, primeiro a sobrevoar os Pólos

Robert Peary – Explorador, primeiro homem no Pólo Norte

Praxedes Mateo Sagasta – Presidente do governo espanhol.

Rui Barbosa de Oliveira – Senador e escritor.

Robert Smirke – Arquiteto do Museu Britânico


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Ronald Appleton – Físico, Prêmio Nobel na categoria

Ronald Morrish – Químico, Prêmio Nobel na categoria

Rougent De Lysle – Compositor da Marselhesa

Rthomas Arne – Compositor do Hino Nacional da Inglaterra

Rudyard Kipling – Escritor e poeta, Prêmio Nobel de Literatura

Rui Barbosa de Oliveira – Senador e escritor

Sadi Carnot – Presidente da França

Salvador Allende – Presidente do Chile

Salvatore Quosimodo – Prêmio Nobel de Literatura

Sammuel Colt – Criador do revólver Colt

Samuel Gompers – Fundador da Federação Americana de Trabalhadores

Samuel Hahnemann – Criador da Homeopatia

Santiago Derqui – Presidente da Argentina

Santiago Ramón y Cajal – Prêmio Nobel de Medicina

Sigmund Freud – Psiquiatra introdutor da psicanálise

Silvester Schiele – Co-Fundador do Rotary Club

Simón Bolívar – Libertador da Colômbia, Venezuela, Equador, Peru e Bolívia

Salvador Allende – Presidente do Chile.

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Simón Bolívar – Libertador da Colômbia, Venezuela, Equador, Peru e Bolívia.

Sir Edmund Barton – Primeiro-Ministro da Austrália

Sir John J. C. Abbott – Primeiro-Ministro do Canadá 1891-92

Sir Joseph Banks – Botânico, fundador da Royal Society

Sir Robert Laird Borden – Primeiro-Ministro do Canadá

Stanislao II – Rei da Polônia

Swami Vivekananda – Líder Hindu

Sweinn Björnsson – Presidente da Islândia

Tagore Rabindanath – Escritor e poeta, Prêmio Nobel de Literatura

Theodor Roosevelt – Presidente dos Estados Unidos

Thomas S. Raffles – Fundador de Singapura

Vicente Guerrero – Presidente do México e general

Virgil Grissom – Astronauta, presente na primeira manobra espacial da Apolo X

Voltaire – Escritor e filósofo

Walt Disney – Cineasta

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Voltaire – Escritor e filósofo.

Warren G. Harding – Presidente dos Estados Unidos

Walter Chrysler – Industrial fundador de Chrysler

Warren G. Harding – Presidente dos Estados Unidos

Wilhem Oswald – Químico, Prêmio Nobel na categoria

Willem Pijper – Compositor

William H. Taft – Presidente dos Estados Unidos

William McKinley – Presidente dos Estados Unidos

William Thornton – Arquiteto do Capitólio, nos Estados Unidos

Winston Spencer Churchil – Primeiro-Ministro inglês

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Wolfgang Amadeus Mozart – Compositor.

Wolfgang Amadeus Mozart – Compositor

Zéphirin Camélinat – Co-fundador da Internacional Socialista

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