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(versão impressa)
ESTRUTURAS METÁLICAS
2002
Departamento de Engenharia de Estruturas
Escola de Engenharia de São Carlos – USP
Av. do Trabalhador Sãocarlense, 400 – Centro
13566-590 – São Carlos – SP
Fone (16) 273-9455 Fax (16) 273-9482
http://www.set.eesc.sc.usp.br
ISSN 1413-9928
(versão impressa)
SUMÁRIO
Resumo
Este trabalho aborda a introdução da segurança baseada em métodos probabilísticos,
aplicados nos cálculos em estados limites, apresentando informações com o objetivo de
esclarecer o meio técnico em geral a respeito dos fundamentos teóricos e das vantagens
que tal método apresenta frente ao tradicional método das tensões admissíveis.
Apresenta-se ainda alguns exemplos de cálculo, mostrando a determinação do índice
de confiabilidade e dos coeficientes adotados no método dos estados limites, os quais
são calibrados em relação aos tradicionais coeficientes de segurança do método das
tensões admissíveis.
1 INTRODUÇÃO
γ SS ≤ R (1)
onde:
γS é um coeficiente de segurança aplicado ao carregamento
S é o carregamento (ações ou solicitações) na estrutura
R é a resistência da estrutura
(2) Projeto em tensões admissíveis, em que a tensão do material é limitada por
alguma fração de sua tensão de falha e o projetista demonstra que, sob o
carregamento esperado ou especificado, a tensão alcançada não excede o
valor admissível. Isto tem sido expresso simbolicamente por:
S ≤ R γm (2)
onde:
γm é um coeficiente de segurança aplicado à tensão última do material
A equação 1 poderia tratar com diferentes níveis de incerteza das várias
ações atuantes na estrutura, aplicando-se coeficientes distintos a cada uma destas
ações. Analogamente a equação 2 pode representar também o caso onde dois ou
mais materiais diferentes são utilizados, como por exemplo o concreto armado,
aplicando coeficientes diferentes nas tensões últimas do aço e concreto, de acordo
com o grau de incerteza associado a cada resistência respectivamente.
Do argumento anterior percebe-se um passo óbvio para combinar estas duas
aproximações para introdução da segurança nas estruturas, que seria a introdução
de coeficientes de segurança separados em cada tipo de ação e em cada material
usado, sendo esta a aproximação adotada pelo novo método de introdução da
segurança que surgiria, o cálculo em estados limites.
Além disto, já se havia percebido também a possibilidade de se quantificar
probabilisticamente algumas das incertezas associadas a um projeto estrutural. Vale
comentar que o conceito de que uma aproximação probabilística poderia fornecer
uma forma razoável para definir os coeficientes de segurança não era novo quando o
método dos coeficientes parciais de segurança foi criado e, foi somente natural que a
possibilidade de definir estes coeficientes por meios estatísticos deveria ser
considerada.
É importante ressaltar ainda que o método dos coeficientes parciais é a
ferramenta utilizada para a aplicação do princípio dos estados limites, ou seja, os
estados limites de cada projeto específico são verificados com a aplicação de
coeficientes de cálculo individuais a cada variável do problema (coeficientes parciais).
As duas maiores causas de mau funcionamento estrutural são aquelas
quantificáveis por teoria probabilística racional e aquelas devidas a causas irracionais.
Densidade de
Probabilidade
Solicitação S Resistência R
desastre
Tempo
ações de trabalho são as máximas ações esperadas para o tempo de vida útil da
estrutura. As tensões resultantes são calculadas admitindo comportamento elástico e
linear. A tensão admissível é uma fração de alguma tensão limitante, tal como a
tensão de escoamento ou a tensão crítica de flambagem. A relação da tensão
limitante para a tensão admissível é denominada fator de segurança. Este fator prevê
a possibilidade de ocorrência de valores desfavoráveis das ações e propriedades dos
materiais, assim como as incertezas do modelo teórico. Os valores dos fatores de
segurança representam o juízo e experiência coletiva da atividade do cálculo
estrutural.
O cálculo em tensões admissíveis é um método de cálculo muito atrativo, é
fácil de usar do ponto de vista computacional e é de fácil compreensão. O calculista
verifica que a estrutura é segura sob ações que são fixadas em valores altos, usando
uma tensão admissível substancialmente abaixo de um valor limitante. O método
assegura que sob condições extremas de carregamento, que podem ser verificadas
facilmente, a estrutura responde elasticamente. Não há problemas com a presença de
múltiplas ações, podendo haver a superposição de efeitos. Assegurando a não
superação de uma tensão admissível elástica, a maioria dos problemas de utilização
são também levados em conta automaticamente.
Se tem-se um método tão prático, por que a mudança? Inicialmente, o método
de cálculo em tensões admissíveis dá pouca informação sobre a capacidade real da
estrutura. Para diferentes tipos de estruturas, a relação da ação limite baseada em
tensões admissíveis para a resistência última é até certo ponto variável. Isto é
especialmente verdade para estruturas indeterminadas estaticamente. Para muitas
estruturas (por exemplo estruturas de concreto armado), a suposição de linearidade
entre tensões e deformações, esforços e ações, não é muito realista até mesmo sob
níveis de ação de trabalho. No começo deste século, ficou também evidente para
muitos engenheiros, que o método de tensões admissíveis não foi uma ferramenta de
cálculo muito econômica. Isto levou ao desenvolvimento de métodos de cálculo
plástico para estruturas de aço no período de 1940 a 1950. Outros pesquisadores
começaram a perceber a possibilidade de quantificar os juízos e incertezas que são a
base dos fatores de segurança, usando teoria de probabilidade.
Fora destas várias raízes tais como, teoria de probabilidade, de plasticidade e
pesquisa extensa do comportamento de resistência última de vários tipos de
estruturas e conexões, surgiu a primeira geração de normas de cálculo baseadas na
capacidade última e, eventualmente, conhecidas como normas de cálculo em estados
limites.
No início dos anos 60, haviam duas normas de cálculo em estados limites nos
Estados Unidos. Em outros países, especialmente no leste da Europa, normas
semelhantes estavam em uso cerca de 10 a 15 anos antes. Mais normas surgiram
nos anos posteriores, e estas normas formaram a primeira geração de normas de
cálculo em estados limites, e foram colocadas em uso por volta de 1990 na maioria
dos países. As linhas comuns entre todas elas são: (1) modelos teóricos para
avaliação da capacidade de elementos estruturais baseados em pesquisas recentes;
(2) os fatores que consideram as incertezas das variáveis ação e resistência são
determinados por juízo (opinião) e calibração com as normas correspondentes em
tensões admissíveis.
φ iR ni ≥ ∑ γ j Q nj (3)
↓ ↓
para i estados limite para j combinações de ações
onde:
φ é o coeficiente de resistência
Rn é a resistência nominal
γ é o coeficiente de ponderação das ações
Q n é o efeito da ação nominal
Fez-se necessário também o desenvolvimento de um conjunto de coeficientes
de ponderação das ações mais consistentes com o novo método de cálculo e que
pudessem dar à nova geração de normas de cálculo uma base mais ampla, sendo
estes coeficientes aplicáveis em estruturas de edifícios feitas de todos os materiais,
por exemplo, aço, aço conformado a frio, alumínio, concreto armado e protendido,
madeira, alvenaria, etc. As premissas básicas deste trabalho, que resultaria nas
normas de ações e segurança, foram as seguintes:
γ D Q D + γ i Q ni + ∑ γ j Q nj (4)
onde:
γ i é o coeficiente de ponderação das ações para o máximo valor previsto
da ação durante a vida útil da estrutura.
γ j é o coeficiente de ponderação das ações para a ação variável reduzida
ou arbitrada em um certo tempo.
Em resumo, os aspectos de confiabilidade das normas mais recentes podem
ser declarados como segue: são especificações de cálculo em estados limites em
conteúdo e formato; seus estados limites aplicam-se aos elementos ou estrutura como
um todo; os coeficientes de ponderação das ações e os coeficientes de resistência
são calibrados para dar aproximadamente as mesmas confiabilidades inerentes às
especificações anteriores, testadas na época para elementos estruturais padrões; e
métodos probabilísticos (FORM, SORM) e juízos foram usados em seu
desenvolvimento.
2.1 Introdução
uma estrutura e sua capacidade real são difíceis de serem previstas exatamente, e
qualquer previsão está sujeita a incertezas, a garantia absoluta da segurança de uma
estrutura é impossível. Na realidade, segurança (ou desempenho) podem ser
garantidos somente em termos da probabilidade de que a resistência disponível (ou
capacidade estrutural) será suficiente para resistir à máxima ação ou combinação de
ações que poderá ocorrer durante a vida útil da estrutura.
Y = solicitação
pF = ∫ FX ( y) f Y ( y) dy
0
ou pF = ∫ [1 − F (x)] f (x) dx
0
Y X (5)
fX(x)
fY(y)
y x ou y
Área = FX(y)
fx2(x)
fx1(x)
fY(y)
µY µX2 µX1 x ou y
Em resumo:
pF ≅ g(µ X / µ Y ; δ X , δ Y )
∞ y
p F = ∫ ∫ f X,Y (x, y )dx dy (7)
00
∞ x
p S = ∫ ∫ f X,Y (x, y )dy dx (8)
0 0
fX(x)
fY(y)
µY µX x ou y
()
Figura 4b - Efeito das dispersões de f X ( x) e f Y y em pF
2.2.2.1 Generalização
A confiabilidade de um sistema de engenharia pode envolver variáveis
múltiplas. Em particular, a resistência e a solicitação podem ser, respectivamente,
funções de várias outras variáveis. Para tais casos, o problema resistência-solicitação
do item 2.2.1 pode ser generalizado. Esta generalização é freqüentemente necessária
em engenharia, particularmente quando o problema deve ser formulado em termos
das variáveis básicas de cálculo.
Num sentido mais amplo, a confiabilidade de um sistema de engenharia pode
ser definida como a probabilidade que o mesmo apresenta de desempenhar suas
funções ou missões pretendidas. O nível de desempenho de um sistema, obviamente
dependerá das propriedades deste sistema. Neste contexto e para a proposta de uma
formulação geral, define-se uma função desempenho ou função estado:
g(X) = g(X1, X2, …, Xn) (9)
X i − µ Xi
X 'i = ; i = 1, 2, …, n (10)
σ Xi
(
g σ X1 X '1 + µ Xi ,K, σ Xn X 'n + µ Xn = 0 ) (11)
x’ 2
g (x1, x2) < 0
g (x1, x2) = 0
0 x’ 1
( )
o ponto na superfície de falha, x'1* , x' *2 ,K, x'n* , tendo a mínima distância da origem
pode ser determinado pela minimização da função D, sujeita à limitação g(X ) = 0 :
Minimize D, sujeito à g(X) = 0.
Para esta proposta, o método de multiplicadores de Lagrange pode ser usado.
Minimizando “D” (CASTRO, 1997), chega-se à seguinte expressão para a
mínima distância que é chamada de índice de confiabilidade β ( dmin = β ):
∂g
− ∑ x'i*
i ∂X ' i *
β= (12)
2
∂g
∑ ∂X'
i i *
em que:
∂g
∂X ' i *
α i* = 2
(13b)
∂g
∑i ∂X' *
i
( ) ( )
X i − x i* = σ Xi X 'i + µ Xi − σ X i x' * i + µ Xi = σ Xi ( X 'i − x' * i )
∂g ∂g dX ' i 1 ∂g
= =
∂X i ∂X ' i dX i σ X i ∂X ' i
Então:
n
∂g
g( X 1, X 2 ,K, X n ) = ∑ ( X 'i − x'i* ) +K
i =1 ∂X 'i *
∑
i −1 ∂X ' i *
µg
β= σg (17)
g( X) = a 0 + ∑ a i X i
i
a 0 + ∑ ai X i = 0 (18)
i
(
a 0 + ∑ a i σ Xi X'i + µ Xi = 0
i
) (18a)
( ) ( ) ( )
a 0 + a 1 σ X 1 X '1 + µ X 1 + a 2 σ X 2 X ' 2 + µ X 2 + a 3 σ X 3 X ' 3 + µ X 3 = 0
que é uma superfície plana no espaço x’1, x’2, x’3 como mostrado na figura 6.
A distância do plano de falha, equação 18a, à origem das variáveis reduzidas
X’ é:
a 0 + ∑ a i µ Xi
i
β= (19)
∑ (a σ )
2
i Xi
i
x’2
Plano da superfície
estado limite
x’ 1
0
x’ 3
p S = P a 0 + ∑ a i X i > 0
− a 0 + ∑ a i µ Xi
pS = 1− Φ
i
( )
2
∑i ai σ Xi
a 0 + ∑ a i µ Xi
pS = Φ
i
(20)
( )
2
∑ a i σ X i
i
p S = Φ( β ) (20a)
onde:
φ = coeficiente de resistência
γ i = coeficiente de ponderação das ações para ser aplicado à ação Qi ou à
solicitação Si.
superfície de falha à origem das variáveis reduzidas deve satisfazer a algum valor
alvo previamente determinado. Como indicado anteriormente, a forma de cálculo mais
geral é aplicar um coeficiente de cálculo em cada uma das variáveis básicas de
cálculo, conhecido também como método dos “coeficientes parciais”. Sem perda de
generalidade, estes coeficientes podem ser aplicados aos respectivos valores médios
das variáveis de cálculo, assim:
(
g γ 1µ X1 , γ 2 µ X 2 ,K, γ n µ Xn = 0) (22)
x i*
γi = (23)
µ Xi
x'i* = −α i* β
onde:
∂g
∂X 'i *
α i* = 2
∂g
∑i ∂X'
i *
(
x i* = µ Xi − α i* βσ Xi = µ Xi 1 − α i* βδ Xi )
Portanto, os coeficientes de cálculo procurados são:
γ i = 1 − α i* βδ Xi (24)
x i* − µ X i
x' =
*
i
σ Xi
(
(2) Calcula-se ∂g ∂X 'i ) *
e α i* .
(3) Obtém-se x i* = µ Xi − α i* βσ Xi .
(4) Repete-se os passos de (1) a (3) até atingir a convergência.
Os coeficientes de cálculo procurados são então obtidos com a equação 24.
Para variáveis não normais, µ X i e σ X i devem ser substituídos pelas médias e
desvios padrão normais equivalentes µ NX i e σ NX i no algoritmo acima.
4.1 Introdução
mais simples para tratar combinações de ações é assumir que a máxima combinação
das ações ocorrerá quando uma das ações estiver com o seu valor máximo, enquanto
as outras ações assumem seus valores instantâneos ou arbitrados em um certo
tempo. Em outras palavras, a máxima combinação “S” de uma soma de várias ações,
Xi, durante o período de referência, T, é:
S = max max X i + ∑ X j (25)
i
T j≠i
Descrição R Rn VR Distribuição de
probabilidade
(1) (2) (3) (4)
Concreto armado, flexão
Grau 60 ( f y = 60 ksi ) 1,05 0,11 Normal
Grau 40 ( f y = 40 ksi ) 1,14 0,14 Normal
Colunas curtas de conc. arm. 0,95 0,14 Normal
Vigas de conc. arm., cisalhamento
Estribos mínimos 1,00 0,19 Normal
Aço estrutural
Elementos tracionados,
escoamento 1,05 0,11 Lognormal
Viga compacta, momento
uniforme (cálculo plástico) 1,07 0,13 Lognormal
Viga-coluna (cálculo plástico) 1,07 0,15 Lognormal
Aço conformado a frio (chapa
dobrada)
Vigas travadas lateralmente 1,17 0,17 Lognormal
Alumínio
Vigas travadas lateralmente 1,10 0,08 Lognormal
Alvenaria estrutural não armada,
compressão
Fabricação não inspecionada 5,30 0,18 Lognormal
Nota: R = resistência média
R n = resistência nominal
VR = coeficiente de variação da resistência
4.2.1.2 Ações
Estão resumidos na tabela 2 os valores médios, coeficientes de variação e
distribuições de probabilidade para efeitos das máximas ações em 50 anos e das
ações reduzidas. De modo geral, estes estudos estatísticos são um resumo de
valores relatados em vários estudos anteriores de ações e modelos de ações
estruturais, comportamento de elementos estruturais e cálculo baseado em
confiabilidade. Tanto quanto possível, as estatísticas das ações são baseadas em
pesquisas “in loco”, medidas de pressão do vento em edifícios e modelamento
probabilístico da conversão de uma ação pesquisada em uma máxima ação usada
para propósitos de análise e cálculo de confiabilidade.
Além da variabilidade básica da ação, incertezas surgem do modelo que
transforma a ação real variável tanto no tempo quanto no espaço, em uma ação
estática equivalente distribuída uniformemente que será usada no cálculo. Incertezas
também surgem na análise que transforma a ação uniformemente distribuída em
efeito desta ação, incluindo idealização bi-dimensional de estruturas tridimensionais,
idealização de apoios, rigidez de conexões e continuidade (GALAMBOS, 1982). Estas
incertezas são incluídas nos coeficientes de variação listados na tabela 2.
Segundo GALAMBOS, 1982, estatísticas das ações devidas a neve, vento e
ação variável de ocupação (sobrecarga de utilização) foram determinadas através de
Ação X Xn VX Distribuição de
probabilidade
(1) (2) (3) (4)
D (ação permanente) 1,05 0,10 Normal
L (sobrecarga de utilização) 1,00 0,25 Valor extremo tipo I
LRED (sobrecarga reduzida) 0,25-0,50 0,60 Gama
W (ação do vento) 0,78 0,37 Valor extremo tipo I
S (ação da neve) 0,82 0,26 Valor extremo tipo II
Rn
= Dn + Ln (26a)
FS
, (D n + L n )
Rn = 17 (26b)
4
3
6
β 2
2 5
1
0
0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
L 0 Dn ou Sn D n
Curva Descrição R Rn Vn
5 aço (D+L) 1,07 0,13
6 aço (D+S) 1,07 0,13
AT = 37m2 (área de influência do elemento)
destes formatos estudados pode ser analisado. Neste formato o efeito último das
ações fatoradas ficaria então:
U = γ DD n + γ Q Q n + ∑ γ j Q nj (28)
γS
2,0
γL
1,5
Coeficientes γ ou φ
γD
1,0
φ
0,5
D+L
D+S
0 1 2 3 5
4
(L/D) ou (S/ D)
sempre foi feito, haverá algum desvio da confiabilidade alvo ( β 0 ) para certas
situações de carregamento. Assim há uma necessidade de selecionar um conjunto de
coeficientes de ponderação das ações e combinações que minimize a extensão deste
desvio de β 0 sobre todas as situações possíveis de projeto. Fazendo isto, chega-se
então aos valores dos coeficientes de cálculo procurados (CASTRO, 1997).
5 EXEMPLO
φRn ≥ γ D D n + γ L L n
Rn Dn Ln
νR = ; νD = ; νL =
R D L
e
ν R = 0,95; ν D = 0,95; ν L = 118
,
g( X) = R - D - L
∂g ∂g ∂g
= σR = −σ D = −σ L
∂R' ∂D' ∂L'
Então:
R−D−L
= β = 2,50
σ R2 + σ D2 + σ L2
Onde
L = 2D
e
( )
σ D = 0,1D ; σ L = δ L L = δ L 2D = 0,5D e σ R = 0,11R
Donde:
R − D − 2D
= 2,50
(0,11R) + (0,10D) + (0,50D)
2 2 2
σR 0,533D
αR = = = 0,722
σ R2 + σ D2 + σ L2 ( 0,533D ) (
2
) (
+ 0,100D
2
)
+ 0,500D
2
− σD − 0,100D
αD = = = −0,136
σ R2 + σ D2 + σ L2 0,738D
− σL − 0,500D
αL = = = −0,678
σ R2 + σ D2 + σ L2 0,738D
0,80R ≥ 103
, D + 142
, L
Observe que neste caso (linear), não é necessário processo iterativo para se obter os
coeficientes de cálculo.
Para determinar os correspondentes coeficientes nominais de resistência e de
ponderação das ações, observa-se que:
Rn Rn
νR = = 0,95 ou R=
R 0,95
Similarmente,
Dn Ln
D= e L=
0,95 118
,
Rn Dn Ln
0,80 ≥ 103
, + 142
,
0,95 0,95 118
,
ou
0,84Rn ≥ 108
, D n + 120
, Ln
projetos sobretudo mais econômicos, promovendo assim o uso das novas normas. O
objetivo de escapar dos problemas do passado e obter resultados claramente mais
racionais deve ser sempre mantido.
No entanto, ressalta-se que o método dos estados limites é mais racional do
que o das tensões admissíveis, mesmo em se tratando de arbitrar valores
A maioria das normas em estados limites adotam valores menores de γf para
as ações permanentes do que para as sobrecargas afirmando que o peso próprio da
estrutura pode ser determinado com maior precisão do que as sobrecargas.
Entretanto muitos estudiosos do assunto contestam esta posição afirmando que o
termo ação permanente inclui itens como acabamentos, divisórias, utilidades
penduradas e forros que podem ocasionar uma variabilidade maior do que a prevista
pelas atuais normas de cálculo. Nas normas de hoje o menor γf cobre quase todas as
ações permanentes ou de longa duração, incluindo itens como pressão de terra que
são as ações com menos precisão dentre as que atuam nas estruturas. HEGER,
1993, afirma que existe significativamente mais incerteza nas ações permanentes do
que é assumido na escolha do corrente coeficiente de ponderação da ação
permanente do LRFD, 1986, γf=1,2.
Segundo BEAL, 1994, estudos de falhas reais mostram que, exceto em casos
evidentes de erros, estas são quase sempre causadas por resistência inadequada ao
invés de variabilidade das ações normais. Normas correntes recomendam γf da ordem
de 1,4 a 1,6 para as ações e γm da ordem de 1,0 a 1,15 para o aço. Isto sugere que as
margens de segurança dos materiais estão insuficientes, o que pode ser corrigido
pela alteração dos dados estatísticos utilizados na análise (relação resistência média
pela nominal e/ou coeficiente de variabilidade da resistência).
Pode-se concluir disto que o problema de introdução da segurança nas
estruturas não estará resolvido apenas com boas formulações probabilísticas, mas
sobretudo, é necessário que se tenha dados confiáveis das variáveis envolvidas no
cálculo.
De certa forma a revolução tem ainda que começar, pois as primeiras normas
em estados limites não apresentaram diferenças significativas em relação às normas
em tensões admissíveis, o que foi desejado realmente em um estágio inicial, para não
introduzir mudanças muito bruscas em relação ao produto final, ou seja, os elementos
estruturais projetados. Sabe-se que o que foi feito inicialmente foi uma calibração,
entretanto, espera-se naturalmente que isto mude com a evolução das normas e com
a obtenção de mais dados experimentais.
7 BIBLIOGRAFIA
Resumo
O comportamento estrutural de tremonhas piramidais de aço é estudado através de
procedimentos analíticos, numéricos e experimentais. As análises são feitas para
modelos de tremonhas não-enrijecida e enrijecida. Os protótipos para ensaios foram
feitos em escala real. As análises fornecem recomendações que possibilitam
racionalizar as dimensões de placas e enrijecedores com os seus adequados
espaçamentos.
1 INTRODUÇÃO
(a) (b)
Figura 1 - (a) tremonha não-enrijecida; (b) Tremonha enrijecida
1
Professor Adjunto, Escola de Minas, UFOP, Ouro Preto, MG, ecar@em.ufop.br
2
Professor Titular do Departamento de Engenharia de Estruturas da EESC-USP, calil@sc.usp.br
2 OBJETIVOS
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Materiais
3.2 Métodos
bg
Th ( ag) = p NT (bg ) .sen αb . (2)
2
ag
Th (bg ) = p NT ( ag) .sen α a . (3)
2
onde:
p NT ( ag) e p NT (bg ) = pressões normais médias sobre as paredes nas posições
genéricas “ a g ” e “bg ” = lados de um retângulo genérico transversalmente à tremonha
onde:
3 3
1 p NTa .a .I b + p NTb .b .I a (6)
M =
12 a.I + b.I a
b
1
M .a
2 5p
NTa .a 4
∆a = − 8 + (7)
E .I a 384
4
1 M .b 2 5 p NTb .b
∆ = − + (8)
b E.I 8 384
b
(a) (b)
Figura 5 - Definição das malhas de elementos finitos nas tremonhas. (a) não-enrijecida (b)
enrijecida.
4 RESULTADOS
120
1000
Experimental Experimental
Analítico 100 Numérico
800 Analítico
Numérico
Deslocamentos (mm)
Tensões (MPa) 80
600
60
400
40
200
20
0 0
0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100
700
Experimental Experimental
80
600 Numérico Numérico
Analítico Analítico
500
Deslocamentos (mm)
60
Tensões (MPa)
400
40
300
200
20
100
0
0
0 20 40 60 80 0 20 40 60 80 100
Pressões (kPa) Pressões (kPa)
1400
Experimental 50
1200 Numérico Experimental
Analítico Numérico
40
1000 Analítico
Deslocamentos (mm)
Tensões (MPa)
800 30
600
20
400
10
200
0 0
0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100
Pressões (kPa) Pressões (kPa)
3000 Experimental
Numérico 140 Experimental
2500 Analítico Numérico
120
Analítico
Deslocamentos (mm)
2000
Tensões (MPa)
100
1500 80
60
1000
40
500
20
0
0
0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100
Pressões (kPa) Pressões (kPa)
400
Numério 18 Experimental
Analítico Numérico
16
300 Experimental Analítico
14
Deslocamentos (mm)
Tensões (MPa)
12
200
10
100 6
2
0
0
0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100
Pressões (kPa) Pressões (kPa)
Figura 10 - Tensões e deslocamentos em função das pressões em enrijecedor com vão na face
1.
5 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AALAMI, B.; WILLIAMS, D.G. (1975). Thin plate design for transverse loading.
London, Beccles and Colchester. 194p.
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Resumo
Este trabalho apresenta um estudo sobre as estruturas metálicas espaciais abordando
os seguintes aspectos: histórico, desenvolvimento, tipos, vantagens do sistema
tridimensional e comportamento estrutural. Atenção especial é dispensada às tipologias
de treliças espaciais mais comuns no Brasil, formadas por tubos circulares com
variações de inércia nas extremidades. A influência da variação de inércia nas
extremidades das barras no comportamento destes elementos isoladamente (resistência
à compressão) e comportamento global da estrutura, foi estudada via elementos finitos.
Descrevem-se vários sistemas de ligações patenteados utilizados em outros países e os
comumente usados no Brasil. Apresentam-se resultados experimentais e teóricos de
uma treliça espacial com dimensões em planta de 7,5 x 7,5m. Na análise teórica foram
consideradas variação de inércia nas barras e os efeitos não lineares físicos e
geométricos.
1 INTRODUÇÃO
Os registros mais antigos de estruturas espaciais datam dos séculos XVIII e XIX
na França e Alemanha, respectivamente. Em 1906 Alexander Graham Bell desenvolveu
um sistema de estrutura espacial pré-fabricado para construção de torres, trabalho este
que pode ser considerado pioneiro como projeto racional de estruturas espaciais.
Nos dias atuais o uso de estruturas espaciais está consagrado e vem crescendo
em todo o mundo. O fator mais importante do desenvolvimento das estruturas espaciais
foi o grande número de pesquisas, abordando diversos aspectos do seu comportamento e
projeto.
O Committee on Spacial Structures - ASCE (1972, 1976) reúne uma vasta
bibliografia contendo os principais trabalhos sobre estruturas espaciais até então
publicados.
O termo estrutura espacial é muito genérico, MAKOWSKI (1987) faz uma
subdivisão em três grupos: estruturas em cabos, estruturas laminares e estruturas
reticuladas, que são as mais utilizadas e nas quais estão incluídas as treliças espaciais,
objeto de estudo deste trabalho.
1
Prof. Adjunto do Centro Universitário de Lins, Aluno de Doutorado na EESC-USP, alexsander@fpte.br
2
Professor Associado do Departamento de Engenharia de Estruturas da EESC-USP, goncalve@sc.usp.br
a b
c d
Quanto à forma e tipo de apoio, são várias as possibilidades, os mais comuns são
apresentados na Figura 2.
a) c) e)
b) d)
Figura 2 - a) apoio direto no banzo inferior; b)pé de galinha; c) viga de transição; d)pé de
galinha com travejamento interno; e)apoio direto no banzo superior
3
LE-EESC: Laboratório de Estruturas da Escola de Engenharia de São Carlos
EUROCODE (1992)
O EUROCODE 3 (1992) adota a filosofia de curvas múltiplas de flambagem e
apresenta um conjunto de 4 curvas que são representadas por uma formulação analítica,
sendo cada curva, diferenciada em função da forma da seção e do eixo de flambagem
pelo parâmetro α, que também considera os efeitos das imperfeições iniciais e tensões
residuais.
Estas curvas são as mesmas desenvolvidas pelo ECCS4, entretanto, apresenta
equacionamento um pouco diferente para o parâmetro de imperfeições iniciais.
A força normal resistente à flambagem por flexão é dada por:
χβ A Af y
Nb.Rd = γM1: coeficiente de minoração do
γ M1 material.
1 βA: fator que considera a flambagem
χ= ≤1 local dos elementos da seção.
2 0.5
φ + φ 2 − λ χ: fator que considera o efeito da
flambagem do elemento
(
φ = 0.5 1 + α λ − 0.2 + λ
2
) λ : esbeltez reduzida
λ 1 : esbeltez limite entre flambagem
β A Af y λ elástica e inelástica
λ= = (β A ) 1 2 Ncr: Força normal crítica elástica (Euler)
Ncr λ1
π 2E
λ1 =
fy
Os valores de α para cada curva são:
curva a b c d
α 0,210 0,340 0,490 0,760
NBR-8800 (1986)
A norma brasileira para estruturas metálicas, no item elementos comprimidos, é
baseada nas recomendações do EUROCODE e também adota as múltiplas curvas de
flambagem provenientes do ECCS, com a seguinte formulação:
N c = φρQA g f y φ: coeficiente de resistência do material.
4
ECCS – European Convention for Constructional Steelwork
β=
2λ
1
2 [1 + α λ −0,04 +λ ]
2 2 λ : esbeltez reduzida
fe= Tensão crítica elástica (Euler)
kL fy fy
λ= =
r π 2E fe
Os valores de α para cada curva são:
curva a b c d
α 0,158 0,281 0,384 0,572
AISC-LRFD (1994)
O AISC-LRFD adota uma única curva de flambagem independente da seção
transversal e eixo de flambagem. A equação desta curva foi estabelecida tomando
como base a curva 2 do SSRC5 e admitindo uma imperfeição inicial com valor máximo
de 1/1500 no meio do elemento. A expressão matemática da curva 2 do SSRC foi
modificada a fim de se obter uma forma mais simples.
f a = 0,658 λ Qf y
2
λ Q ≤ 15
,
0.877
f a = 2 Qf y λ Q > 15
,
λ
kL fy fy
λ= =
r π 2E fe
5
SSRC – Structural Stability Research Council
kL fy fy * fy
λ= = λ =
r π 2E fe f e*
fe = tensão de flambagem elástica fe* = tensão de flambagem elástica com
(EULER) variação de inércia (LUSAS)
inércia variável
0,6
0,4
0,2
0,0
40 60 80 100 120 140 160 180 200 220
Índice de esbeltez λ
inércia variável
0,6
0,4
0,2
0,0
40 60 80 100 120 140 160 180 200 220
Índice de esbeltez λ
Figura 6 - Gráfico (λ x ρ) com e sem variação de inércia, barra φ 88x2,65 (estampagem reta)
inércia variável
0,6
0,4
0,2
0,0
40 60 80 100 120 140 160 180 200 220
Índice de esbeltez λ
0,4
0,2
0,0
40 60 80 100 120 140 160 180 200 220
Índice de esbeltez λ
Figura 8 - Gráfico (λ x ρ) com e sem variação de inércia, barra φ 88x2,65 (estampagem nova)
0,8
inércia constante
inércia variável
0,6
0,4
0,2
0,0
40 60 80 100 120 140 160 180 200 220
Índice de esbeltezλ
0,8
inércia constante
inércia variável
0,6
0,4
0,2
0,0
40 60 80 100 120 140 160 180 200 220
Índice de esbeltez λ
100
Normal resistente (kN)
inércia cont.
80 inércia var.
experimental
60
40
20
Índice de esbeltez λ
180
140
experimental
120
100
80
60
40
20
Índice de esbeltez λ
300
280
260
240 inércia cont.
220 inércia var.
Normal resistente (kN)
200
experimental
180
160
140
120
100
80
60
40
20
40 60 80 100 120 140 160 180 200 220
Índice de esbeltez λ
Aparelho de
Reta Tradicional Nova apoio
Figura 15 - Modelos de estampagens ensaiados e aparelho de apoio
260 260
240 inércia const. f =245MPa 240 inércia const. f =245MPa
y y
220 inércia const. f =421MPa 220 inércia const. f =421MPa
y y
200 inércia var. f =245MPa 200 inércia var. f =245MPa
1,0
260
tubo seção const.
240 inércia const. f =245MPa
y
tubo estampagem reta
coeficiente de flambagem ρ
220 inércia const. f =421MPa
y 0,8 tubo estampagem trad.
200 inércia varf =245MPa
tubo estampagem nova
Normal resistente (kN)
y
180 inércia var. f =421MPa
y
160 experimental
0,6
140
120
100 0,4
80
60
40 0,2
20
0
40 60 80 100 120 140 160 180 200 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
3.2.1 Nó típico
É o mais comum e também o que merece mais atenção quanto ao seu
desempenho dentre os sistemas de ligações brasileiros. A Figura 26 apresenta um
exemplo desta conexão em que oito barras com extremidades amassadas são unidas por
um único parafuso.
Figura 26 - Nó típico
3.2.4 Nó de aço
Dentre os sistemas de ligação apresentados, o nó de aço é o que tem melhor
desempenho, produzindo efetivamente um nó de melhor comportamento estrutural. A foto
da Figura 29 apresenta um nó de aço na estrutura.
Figura 29 - Nó de aço
As forças foram aplicadas nos nós do banzo inferior (4 nós ver Figura 31) por
meio de atuadores hidráulicos com pistão vazado da marca ENERPAC, modelo RCH com
capacidade de 300,0kN, para a medição das forças aplicadas utilizou-se células de carga
com capacidade de 300,0kN, fabricadas no LE-EESC.
Toda a instrumentação foi conectada a um sistema de aquisição automática de
dados, o SYSTEM 4000. A Figura 32 exibe uma visão geral do ensaio.
Para o caso de nós típicos não se pode determinar , com precisão , a rigidez do
trecho correspondente ao nó. Portanto, idealizou-se duas situações extremas:
- na primeira hipótese, o nó foi formada por uma barra equivalente com largura igual ao
tubo estampado e espessura igual a altura dos tubos superpostos na região da ligação.
Esta barra possui comprimento de 6,0cm a partir do PT ( eixo do parafuso) até o início do
trecho de seção variável.
- na segunda hipótese foi considerado o trecho nodal com a inércia correspondente
somente a um tubo com a extremidade estampada.
Entre esses dois extremos foram feitas análises intermediárias com inércia do
trecho nodal equivalendo a 5% e 10% da inércia do nó formado por superposição dos
tubos.
440 NOTAS
400
Linear 1 I =100% - inércia do trecho nodal
360 NLG - I=100% correspondente a inércia da seção
Força aplicada (kN) 320 NLG - I=10%
280 NLG - I=5% formada pela superposição de todas
240 NLG - I=tubo as barras estampadas concorrentes
Experimental
200
no nó.
160
120
2 I = 10% e I=5%- porcentagens
80 relativas à inércia da seção definida
40
em 1.
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 3 I = tubo - inércia do trecho nodal
Deslocamentos verticais (cm) correspondente à inércia da seção
formada pelo tubo com extremidade
estampada.
Figura 35 - Deslocamentos verticais máximos
160 160
140 140
Força aplicada (kN)
120 120
100 100
80
barra 15 - exp.
80
barra 11 - exp. barra 16 - exp.
60 60 teórico - NLG
barra 13 - exp.
40 teórico - NLG 40 teórico - ideal
téorico - ideal 20
20
0
0
0 -50 -100 -150 -200 -250 -300 -350 -400 -450 -500 -550
0 -50 -100 -150 -200 -250 -300 -350 -400 -450 -500
ε(µε)
ε(µε)
180 180
160 160
140 140
Força aplicada (kN)
100 100
80 80 barra 5 - exp.
barra 3 - exp.
barra 6 - exp.
60 barra 4 - exp. 60 teórico - NLG
teórico - NLG
40 teórico - ideal
teórico - ideal 40
20 20
0 0
0 -50 -100 -150 -200 -250 -300 -350 -400 -450 -500 -550 -600 -650 0 -50 -100 -150 -200 -250 -300 -350 -400 -450 -500 -550 -600 -650
ε(µε) ε(µε)
160 160
140 140
120
Força aplicada (kN)
120
Força aplicada (kN)
100 100
80 80
60 barra 1 - exp.
60 barra 12 - exp.
40 barra 14 - exp. 40 barra 2 - exp.
teórico - NLG 20
teórico - NLG
20
teórico - ideal téorico - ideal
0 0
-20 -20
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200 250 300 350
ε(µε) ε(µε)
6 CONCLUSÕES
7 BIBLIOGRAFIA
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Resumo
A proposição deste trabalho está relacionada com a crescente utilização, no Brasil, de
estruturas espaciais planas e também cúpulas constituídas por elementos tubulares de
seção transversal circular em aço e alumínio, utilizando o sistema de ligação
denominado nó típico. Este estudo tem como objetivo simular o comportamento deste
sistema de ligação, mesmo que simplificadamente, quando o mesmo se encontra
inserido na estrutura. Para isto, todas as extremidades das barras que se sobrepõem
para formação do sistema de ligação foram modeladas com elemento de casca para
melhor conhecer a distribuição de tensões nesta região. Sendo uma análise
experimental imprescindível para avaliar se as hipóteses adotadas nos modelos
matemáticos são convenientes, o nó típico, discretizado com elemento de casca, foi
inserido em uma estrutura espacial plana, uma vez que podíamos dispor dos resultados
experimentais de protótipos deste tipo de estrutura, ensaiados no Laboratório de
Engenharia de Estruturas da EESC-USP. O protótipo é constituído por elementos
tubulares de seção circular em aço USI-SAC-41 conformados a frio e com solda de
costura. Os parafusos utilizados em todas as ligações são do tipo ASTM-A325. Os
resultados comparados limitam-se a deslocamentos , deformações em diagonais de
apoio e carga crítica da estrutura.
1 INTRODUÇÃO
1
Mestre em Engenharia de Estruturas
2
Professor Associado do Departamento de Engenharia de Estruturas da EESC-USP, goncalve@sc.usp.br
2 ANÁLISE EXPERIMENTAL
A estrutura foi apoiada nos seus quatro nós extremos inferiores, em colunas
de aço, as quais por sua vez foram engastadas à laje de reação.
A aplicação de força se deu nos quatro nós centrais, no sentido gravitacional.
A figura 1 apresenta as características e dimensões do protótipos ensaiado.
30
20
Experimental
10 Teórico (treliça ideal)
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80
80
Força aplicada / atuador hidráulico (kN)
70
60
50
30
20
Experimental
Teórica (treliça ideal)
10
0
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 1300
Deformação (µε)
3 ANÁLISE NUMÉRICA
3
Ansys Elements Reference - Release 5.4 (1997)
4
Ansys Elements Reference - Release 5.4 (1997)
Esta consideração tem como objetivo simplificar a análise nesta região, uma
vez que o modelo não considera o deslizamento relativo entre as extremidades e,
consequentemente, o atrito entre as superfícies em contato.
Outra simplificação adotada nos modelos, refere-se a pressão causada pelo
parafuso, também desprezada nas análises6.
Para simular o comportamento deste nó, o mesmo foi inserido em um modelo
que representa o protótipo ensaiado no laboratório de Engenharia de Estruturas da
EESC-USP, já descrito anteriormente.
Devido as limitações da versão do programa ANSYS existente no
Departamento de Engenharia de Estruturas da EESC-USP, introduziu-se apenas um
nó completo, modelado com elemento de casca, de cada vez na estrutura, sendo o
restante da estrutura modelada com o elemento de barra (BEAM24).
A figura 16 apresenta o modelo completo analisado através do programa
ANSYS sendo que as barras são compostas do BEAM24 e os nós, simulado com
elemento de casca, foram introduzidos no nó central (1), nó lateral (2) e nó de
extremidade (3), individualmente para cada modelo analisado.
70
60
50
40
Força crítica experimental
30
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Deslocamento do nó central (mm)
7.7 kN
7.7 kN
F −7 . 7
σ1 = = = −0.0166 kN / mm 2
Ag 465
23.3 kN
23.3 kN
F −23.3
σ= = = −0.0501kN / mm 2
Ag 465
7
A tensão σ representa simplesmente um indicativo da tensão média (Força sobre Área) na barra
indicada.
31.0 kN
31.0 kN
F −31.0
σ= = = −0.0667kN / mm 2
Ag 465
38.8 kN
38.8 kN
F −38.8
σ= = = −0.0834kN / mm 2
Ag 465
46.5 kN
46.5 kN
F −46.5
σ= = = −0.1000kN / mm 2
Ag 465
50.7 kN
50.7 kN
F −50.7
σ= = = −0.1090kN / mm 2
Ag 465
Banzo superior
Figura 20 – Tensões axiais (kN/mm2) da extremidade da barra para carga última obtida
numericamente.
50
30
20
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Deslocamento (mm)
11.8 kN
11.8 kN
F −11.8
σ= = = −0.0253kN / mm 2
Ag 465
24.6 kN
24.6 kN
F −24.6
σ= = = −0.0529kN / mm 2
Ag 465
35.5 kN
35.5 kN
F −35.5
σ= = = −0.0763kN / mm 2
Ag 465
47.0 kN
47.0 kN
F −47.0
σ= = = −0.1010kN / mm 2
Ag 465
61.5 kN
61.5 kN
F −61.5
σ= = = −0.1323kN / mm 2
Ag 465
64.5 kN
64.5 kN
F −64.5
σ= = = −0.1387kN / mm 2
Ag 465
Neste modelo, pelo fato do nó não estar em uma posição de dupla simetria da
estrutura, como no primeiro modelo – nó central, temos uma diminuição da carga
crítica da estrutura.
Esta diminuição decorre do fato que não temos uma simetria dos esforços nas
barras concorrentes ao nó e também devido a influência do esforço cortante nas
diagonais causando uma maior rotação do nó, acabando por plastificar a região da
extremidade da barra. Na região central da barra o valor da tensão axial
(σ = - 0.138kN / mm2 ) fica abaixo do valor de plastificação ( f y = −0.35kN / mm2 ) .
Figura 24 – Tensões axiais (kN/mm2) da extremidade da barra para carga última obtida
numericamente
20
12
0
0 2 4 6 8 10 12 14
Deslocamento (mm)
10.8 kN
F −10.8
σ= = = −0.0232kN / mm 2
Ag 465
15.4 kN
F −15.4
σ= = = −0.0331kN / mm 2
Ag 465
Figura 29 –Tensões axiais (kN/mm 2) nas extremidade das barras que compõem o nó típico
para a carga última obtida numericamente
Os fatores apresentados tornam esta região bastante crítica, fazendo com que
o modo de falha da estrutura, na simulação numérica, ocorra para um carregamento
bastante inferior (15.0kN/atuador hidráulico) ao obtido experimentalmente
(40.0kN/atuador hidráulico) no ensaio do protótipo.
Justifica-se este fato, pela descrição do comportamento desta região na
realização do ensaio. Por ser uma região bastante solicitada da estrutura (diagonal de
apoio) e devido aos problemas apresentados (dobramento da extremidade da barra
para confecção do sistema de ligação) com baixos valores de carga aplicada, ocorre a
plastificação desta região sem, no entanto, conduzir a estrutura à ruína. Na
continuidade do ensaio, em função do aumento da carga aplicada, ocorre uma
rotação excessiva desta região comprometendo o conjunto, parafuso e chapa de
pressão, o que leva a estrutura ao colapso localizado do nó (fig. 28).
Para o modelo numérico utilizando o nó típico discretizado com elemento de
casca, ainda não foi possível simular o comportamento observado no ensaio. Isto
ocorre devido a grande concentração de tensões nesta região, não absorvida pelo
modelo numérico, terminando por interromper o processo iterativo da solução não-
linear para um nível de carregamento bastante baixo na estrutura (15.0 kN/atuador
hidráulico) se comparado com experimental.
Estudos futuros, com a melhoria deste modelo (contato, atrito, parafuso, etc.)
permitirão uma melhor modelagem desta região para que melhor represente o modelo
físico de ruína.
80
Força aplicada / atuador hidráulica (kN)
Experimental
70 Teórico (modelo 1-nó central)
Teórico (modelo 2-nó lateral)
60 Teórico (modelo 3-nó de extremidade)
Teórico (treliça ideal)
50
30
20
10
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Deslocamento do nó central (mm)
80
Força aplicada / atuador hidráulico (kN)
Experimental
70
Teórico (modelo 1-nó central)
Teórico (modelo 2-nó lateral)
60 Teórico (modelo 3-nó de extremidade)
Teórico (treliça ideal)
50
40
Força crítica experimental
30
20
10
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Deslocamento do nó de extremidade (mm)
70
60
50
30
Experimental
20 Teórico (modelo 1-nó central)
Teórico (modelo 2-nó lateral)
10 Teórico (modelo 3-nó de extremidade)
Teórica (treliça ideal)
0
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 1300
Deformação (µε)
5 CONCLUSÕES
6 BIBLIOGRAFIA
EBERLEIN, H. (1984). Single and double-layer MERO domes. In: MAKOWSKI, Z.S.
Analysis, design and construction of braced domes. New York, Nichols Plublishing
Company. p.541-574.
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ZHAO, H. L.; HUANG, W. M. A method to calculate the critical loads of single layer
shollow lattice domes with initial imperfections. In: INTERNATIONAL CONFERENCE
ON SPACE STRUCTURES, 4th, University of Surrey, Guildford, 1993. Proc.
London, Thomas Telford.
Resumo
Neste trabalho são apresentadas análises teóricas e experimentais de treliças metálicas
espaciais, constituídas por barras de seção tubular com extremidades estampadas,
onde foram analisadas as situações construtivas usuais: treliça com nós típicos
(extremidade das barras estampadas, sobrepostas e unidas por um único parafuso),
com nós de aço (sistema de conexão formado por uma peça com aletas de aço
soldadas), e com sistema misto de conexão (emprego de nós típicos nas regiões menos
solicitadas e nós de aço nas restantes, respeitando imposições construtivas). Os
resultados experimentais foram obtidos em ensaios de quatro protótipos que simulavam
um trecho de treliça espacial, constituídos por uma malha quadrada sobre quadrada,
com 7,5x7,5x1,5 (m). A análise teórica dos protótipos foi feita admitindo-se os casos de
linearidade e também de não linearidade física e geométrica, levando-se em
consideração a variação de inércia das barras junto aos nós. Os resultados
encontrados permitiram avaliar e comparar o comportamento global e os estados
limites últimos dos diferentes sistemas de treliça espacial analisados.
1 INTRODUÇÃO
1
Mestre em Engenharia de Estruturas, Aluno de Doutorado na EESC-USP, maiola@sc.usp.br
2
Professor Doutor do Departamento de Engenharia de Estruturas da EESC-USP, mamalite@sc.usp.br
a) MERO b) TRIODETIC
c) UNISTRUT d) NODUS
Figura 2 - Nó típico
Figura 3 - Nó de aço
45 EUROC/93 (f = 41,2)
y
40
AISI (f = 41,2)
(kN/cm 2)
35 y
30
AISI (f = 24,5)
y
25
cr
EXTREM. TIPO A
f
20 EXTREM. TIPO B
tensão crítica
EXTREM. TIPO C
15 EUROC/93
f = 24,5
y
10
λ = 100
λ = 60
λ = 140
0
0 50 100 150 200
índice de esbeltez (λ )
Figura 5 - Curvas de resistência à compressão e resultados experimentais
3 ANÁLISE EXPERIMENTAL
P o n to s d e ap licação d e fo rça
A p o io s
D C
B
1
PLA N TA
ELEVAÇÃO
Figura 6 – Esquema geral dos protótipos ensaiados
4 ANÁLISE TEÓRICA
• os nós de aço foram modelados com elementos de casca (fig. 11), com a
espessura das chapas na região da união barra-chapa avaliadas de maneira a
reproduzir a inércia correspondente à soma das inércias dos elementos
componentes, ou seja, chapa de nó mais extremidade estampada da barra.
5 RESULTADOS
A força última teórica dos protótipos foi estimada pela resistência das barras
comprimidas, admitindo-se uma análise linear sem a consideração da variação de
inércia das extremidades das barras. Na tabela 3 são apresentadas a máxima força
aplicada para os quatro protótipos ensaiados bem como as estimadas teoricamente.
A resistência à compressão destas barras foi determinada com base nas
normas NBR - 8800 (1986) “curva a”, AISI-LRFD (1991) e EUROCODE (1992) “curva
c”. O EUROCODE recomenda a curva c, quando da utilização nos cálculos do valor
da resistência ao escoamento da aço trabalhado a frio.
Para vinculação das barras, foram supostos apoios simples em ambas as
extremidades (K=1,0).
Na determinação da resistência à compressão foram adotados os valores de
resistência ao escoamento do aço obtidos nos ensaios de tração (tab. 2). Para o
módulo de elasticidade longitudinal adotou-se E=20500 kN/cm2.
Quanto aos resultados da análise teórica não linear dos protótipos observou-
se que estes foram próximos dos obtidos pela análise linear, como pode ser visto nos
gráficos da figura 12. Nestes gráficos destaca-se também a significativa diferença
apresentada nos deslocamentos verticais avaliados teoricamente com os acorridos
experimentalmente.
a) PROT 1 b) PROT 2
300 300
270 270
240 240
210 210
Força total (kN)
experimental
Força total (kN)
180 180
teórico não-linear
150 150
teórico linear
120 120
90 experimental 90
teórico não linear
60 60
teórico linear
30 30
0 0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 0 10 20 30 40 50 60 70 80
δ (mm)
δ (mm)
c) PROT 3 d) PROT 4
Destaca-se que pelo fato da análise teórica não linear desenvolvida ter
procurado representar de maneira simples e viável de ser empregada na prática de
projetos o detalhe das extremidades das barras e suas conexões, efeitos importantes
como deslizamento das barras junto aos nós (perda de atrito) e a própria abertura do
nó (perda de contato), que são fatores de difícil simulação teórica não foram
considerados nesta análise. Outro fator colaborante para a proximidade dos
resultados da análise teórica linear e não linear foi o de terem sido analisados
pequenos protótipos, com elevada relação altura/vão (1:5), portanto tratando-se de
casos com grande influência da força cortante não levando a efeitos significativos da
não linearidade geométrica, entretanto, para casos freqüentes das treliças espaciais,
onde os vãos são relativamente elevados diante da altura, os efeitos desta não
linearidade podem ser significativos e devem ser analisados.
Da análise experimental dos quatro protótipos de treliça espacial observou-se
dois modos de ruína:
PROT 1
PROT 2
PROT 3
PROT 4
180
150
120
Força total (kN)
PROT 1
PROT 2
90
teórico linear (PROT 1)
teórico linear (PROT 2)
60
30
0 20 40 60 80 100
δ (mm)
270
PROT 1
240 PROT 3
210 PROT 4
180 teórico linear
Força total (kN)
150
120
90
60
30
0 20 40 60 80 100
δ (mm)
Figura 16 - Deslocamento vertical do nó central(PROT 1, PROT 3 e PROT 4)
240
meio da barra
extremidade da barra
210
teórico linear
180
Força total (kN)
150
120
90
60
30
270
240
210
180
Força total (kN)
150
120
90
s.g. 33
60 s.g. 34
s.g. 35
30 s.g. 36
teórico linear
0
6 CONCLUSÕES
As treliças metálicas espaciais têm sido cada vez mais empregadas nas
coberturas de grandes áreas, apresentando características que fazem desta opção
uma solução viável economicamente e esteticamente satisfatória. São leves,
geometricamente harmônicas, apresentam grande uniformidade de barras e nós, e
necessitam de um número reduzido de apoios nas duas direções (comportamento
global de placa).
Construtivamente existem no mercado vários sistemas, em aço e alumínio.
Em geral empregam-se barras de seção tubular circular, conectadas entre si a
dispositivos denominados "nós". Do ponto de vista econômico, os nós representam
uma parcela significativa do custo destas estruturas, podendo inviabilizar o emprego
de um determinado sistema. Várias empresas e pesquisadores de vários países vêm
procurando desenvolver novos sistemas que sejam bem sucedidos em relação a
custo e eficiência estrutural.
No Brasil são adotados sistemas simples, abordados neste trabalho, onde
empregam-se barras de seção tubular circular com extremidades estampadas e
conectadas entre si por um único parafuso (denominado usualmente por "nó típico"),
ou conectadas a dispositivos constituídos por aletas de aço soldadas, onde cada aleta
conecta uma barra (denominado "nó de aço"). O primeiro sistema apresenta
excentricidades significativas, enquanto o segundo, teoricamente, não apresenta
excentricidades.
Na prática de projetos, tem-se observado que o modelo teórico empregado é
o de treliça ideal, ou seja, barras sem variação de inércia e nós perfeitamente
articulados sem excentricidades, procedendo-se à análise linear. Em seguida, o
dimensionamento é feito admitindo-se também as barras sem variação de inércia e
perfeitamente articuladas nas extremidades. Entretanto, vários pesquisadores
chamam a atenção para a necessidade de se analisar tais estruturas considerando
seu comportamento não linear, principalmente a não linearidade geométrica.
Ensaios em barras isoladas, realizados no Laboratório de Estruturas da
EESC-USP, mostraram que a variação de inércia nas extremidades pode conduzir à
uma redução significativa da resistência à compressão da barra, tomando como
referência o cálculo admitindo-se barras com inércia constante. Tal efeito é mais
pronunciado nas barras com pequena esbeltez, o que na prática é usual nas
diagonais de apoio e nas barras mais solicitadas do banzo comprimido, portanto,
recomenda-se nesses casos não desprezar os efeitos da variação da inércia.
Além da variação de inércia, outros fatores podem influenciar de maneira
significativa a resistência das treliças espaciais, como por exemplo: imperfeições
geométricas iniciais, excentricidades nos nós, flexibilidade dos sistemas de conexão,
e para o caso dos nós típicos, o deslizamento das barras proveniente da perda do
atrito nas conexões.
A análise teórica não linear desenvolvida neste trabalho procurou representar
de maneira simples e viável de ser empregada na prática de projetos, o detalhe das
extremidades das barras e suas conexões. Como foram analisados pequenos
protótipos, os resultados desta análise não foram significativamente diferentes dos
obtidos pela análise linear, tendo em vista que as deformações e os deslocamentos
teóricos foram relativamente pequenos. Entretanto, é extremamente difícil considerar
numa análise teórica fatores relevantes como os deslizamentos e a abertura dos nós
7 BIBLIOGRAFIA
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factor design specification for cold-formed steel manual. Washington, DC.
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INTERNATIONAL CONFERENCE ON SPACE STRUCTURES, 4. Guildford, U.K.,
1993. Proceedings. London, Thomas Telford. v.1, p.631-639
MAIOLA, C.H.; SÁLES, J.J.; MALITE, M.(1998). Treliças metálicas espaciais: análise
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extremidades estampadas. In: CONGRESSO DE ENGENHARIA CIVIL DA UFJF, 3.,
Juiz de Fora, agosto 1998. Anais. p.11-20
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flatened (stamped) ends subjected to compression - a theoretical and experimental
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trusses. Journal of the Structural Division, v.108, n. ST6, p.1324-1335, June.
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layer grids. London, Applied Science Publishers. p.331-354.
Agradecimentos
Resumo
A cobertura do pavilhão da Feira Internacional de Indústria e Comércio, localizado na
cidade do Rio de Janeiro, no bairro de São Cristóvão, foi considerada a maior
cobertura pênsil do mundo, sem apoios intermediários, até ser recentemente
desativada. Neste trabalho pretende-se resgatar a importância da obra pioneira no
Brasil, ressaltando a sua concepção arquitetônica e o seu projeto estrutural. Através de
ensaios realizados no laboratório de Estruturas da EESC-USP foram obtidos dados
sobre as características mecânicas do material empregado na estrutura de cabos. Um
estudo numérico do comportamento da estrutura da cobertura foi executada,
utilizando-se o programa de elementos finitos MEF-cabos. Este programa foi
implementado em AGUIAR [1999] para a análise não linear física e geométrica de
estruturas de cabos tridimensionais.
1 DESCRIÇÃO DA OBRA
1
Profa. Doutora da PUC-Minas, campus de Poços de Caldas, elizabeth@pucpcaldas.br
2
Prof. Associado do Departamento de Engenharia de Estruturas da EESC-USP, barbato@sc.usp.br
210,00 m
A B
PLANTA
250,00 m
~ 22
=
14,90 m
CABOS TENSORES
29,20 m
ESPIAS 0 3/8"
CABOS PORTANTES
11,10 m
3,80 m
VIGA CAIXÃO
1/2 CORTE AA
2 ASPECTOS ESTRUTURAIS
Figura 2.1 - (a) Vista externa, (b) vista interna, (c) entrada do Pavilhão de São Cristóvão
1,0 m, que se ancoravam nos encontros de concreto. Existiam ainda os cabos espias
verticais junto aos lagos (ancorados no solo) e os tirantes diagonais na região de
pequena curvatura mais ao centro (ancorados nos pilares), que colaboravam no
combate às oscilações da estrutura de cabos devido à ação do vento.
3 PROBLEMAS DE EXECUÇÃO
Figura 4.1 - Cabo de 1” de diâmetro (6x19 – filler), alma de fibra natural, empregado nos cabos
tensores principais
A estrutura da cobertura era formada por uma rede de cabos de aço polido,
categoria 6x19, com diâmetros variáveis (1”, 7/8”, ¾”, 5/8”,1/2” e 3/8”), e distribuídos
dependendo da região ser mais ou menos solicitada. A distribuição dos cabos é
mostrada na figura 4.2.
A composição dos cabos tensores principais era do tipo filler, com diâmetro de
1”, sendo as pernas compostas de arames de diâmetros aproximadamente iguais,
como mostra a figura 4.1.
esta amostra foi ensaiada pelo Laboratório de Estruturas da EESC com a finalidade
de se obter algumas informações a respeito de suas propriedades mecânicas.
0.6
0.5
0.4
(kN/mm 2)
0.3
0.2
0.1
0.0
0.000 0.001 0.002 0.003 0.004 0.005 0.006 0.007
-0.1
(mm/mm)
350.0
300.0
250.0
200.0
(kN)
150.0
100.0
50.0
0.0
0.0 2.5 5.0 7.5 10.0 12.5 15.0 17.5 20.0
(mm)
1.4
1.2
1.0
(kN/mm 2)
0.8
0.6
0.4
0.2
0.0
0.0E+00 5.0E-03 1.0E-02 1.5E-02 2.0E-02 2.5E-02
(mm/mm)
Um ensaio de tração também foi realizado nos arames que compõem o cabo
de aço original, utilizando-se um equipamento DARTEC do Laboratório de Estruturas
de Madeiras do Departamento de Estruturas da EESC-USP. O alongamento foi
monitorado através de um extensômetro apropriado de comprimento inicial de 25 mm.
Foi imposto, durante todo o ensaio, um controle da velocidade de deslocamento igual
a 0,01 mm/s.
Os fios de aço de diâmetro aproximado de 1,7 mm apresentaram a curva de
tensão-deformação da figura 4.8. O módulo de elasticidade inicial, medido a 0,2% de
deformação chegou a 20.000 kgf/mm2 (200 kN/mm2). O coeficiente estrutural do cabo
E cable 90
é igual a k cable = = = 0,45 .
E wire 200
140
120
100
(kgf/mm2)
80
60
ensaio 3
40 ensaio 4
20 ensaio 5
ensaio 6
0
0 0.002 0.004 0.006 0.008 0.01
(mm/mm)
2.5
2 fio 3
1.5 fio 4
1 fio 5
0.5 fio 6
0
0 1 2 3 4 5
(mm)
Figura 4.9 - Curvas de carga-deslocamento dos fios de 1,7 mm de diâmetro, até a ruptura
Para os outros 4 ensaios a tensão de ruptura dos fios individuais, entre 140 a
160 kgf/mm2 (tabela 4.1), indica tratar-se de fios de aço de média resistência.
Segundo gráfico da figura 4.10, retirado do catálogo C-11 da CIMAFE (Companhia
Industrial e Mercantil de Artefatos de Ferro), os fios estão dentro da faixa de
classificação Plow Steel.
Tabela 4.1
fio 3 4 5 6
2
Tensão de ruptura (kgf/mm ) 163 157 147 145
força de ruptura do fio (kgf) 370 356 334 329
força de ruptura do cabo (kN) 420 405 380 375
5 ANÁLISE NUMÉRICA
2 2
X Y
Z = −9 + 14,9 (5.1)
122,5 74,5
2 2
X Y
1= + (5.2)
122,5 74,5
7006
3205
1518
160
40 6932 X
80
1402
3069
6858
Figura 5.1 - Numeração dos nós dos setores B e C da cesta (cabos tensores paralelos ao eixo
Y e cabos portantes paralelos ao eixo X)
Tabela 5.1
Parcela de Número de iterações
protensão
Carreg. protensão Carreg. prot. + pp
1 13606 6018
2 11500 2870
3 10850 2740
4 9591 2275
5 12012 2514
6 9041 2207
7 9731 1972
8 9167 2056
9 8130 2265
10 8241 1941
total de iterações 101.869 26.858
nó
100
105
110
115
120
125
130
135
140
145
150
155
160
80
85
90
95
0
-1
coord. Z (m) -2
-3
-4
-5
-6
-7
configuração inicial
-8
1a. Etapa protensão
2a. Etapa protensão
Figura 5.2 - Coordenadas verticais do cabo portante mais afastado do centro (x=-104m)
nó
100
105
110
115
120
125
130
135
140
145
150
155
160
80
85
90
95
-103.9
-104
-104.1
coord. X (m)
-104.2
-104.3
-104.4
-104.5
-104.6
-104.7
configuração inicial
-104.8
1a. Etapa protensão
2a. Etapa protensão
nó
1402
1409
1416
1423
1430
1437
1444
1451
1458
1465
1472
1479
1486
1493
1500
1507
1514
6
coord. Z (m) 4
-2
-4
configuração inicial
-6 1a. Etapa protensão
2a. Etapa protensão
nó
3069
3077
3085
3093
3101
3109
3117
3125
3133
3141
3149
3157
3165
3173
3181
3189
3197
3205
12
configuração inicial
10
1a etapa protensão
8 2a etata protensão
coord. Z (m)
6
4
2
0
-2
-4
nó
6858
6867
6876
6885
6894
6903
6912
6921
6930
6939
6948
6957
6966
6975
6984
6993
7002
16
14
12
10
coord. Z
8
6
4
2
0
-2 configuração inicial
1a. Etapa protensão
2a. Etapa protensão
3.5E+05
3.0E+05 1a. Etapa protensão
2.5E+05 2a. Etapa protensão
força (N)
2.0E+05
1.5E+05
1.0E+05
5.0E+04
0.0E+00
13
19
25
31
37
43
49
55
61
67
73
79
1
7
elemento
Figura 5.7 - Força nos elementos do cabo portante entre os nós 80 a 160 (x=-104m)
3.5E+04
3.0E+04
2.5E+04
2.0E+04
1279
1288
1297
1306
1315
1324
1333
1342
1351
1360
1369
1378
1387
elemento
Figura 5.8 - Força nos elementos do cabo portante entre os nós 1402 a 1518 (x=-78m)
3.6E+04
3.5E+04
3.4E+04
3.3E+04
2915
2925
2935
2945
2955
2965
2975
2985
2995
3005
3015
3025
3035
3045
elemento
Figura 5.9 - Força nos elementos do cabo portante entre os nós 3069 a 3205 (x=-52m)
força (N)
4.5E+04
4.0E+04
3.5E+04
6671
6682
6693
6704
6715
6726
6737
6748
6759
6770
6781
6792
6803
6814
elemento
Figura 5.10 - Força nos elementos do cabo portante central - nós 6858 a 7006 (x=0)
configuração de referência
2.5E+05 vedação + pressão de vento
vedação + sucção de vento
2.0E+05
força (N)
1.5E+05
1.0E+05
5.0E+04
0.0E+00
11
16
21
26
31
36
41
46
51
56
61
66
71
76
1
elemento
Figura 5.11 - Força nos elementos do cabo portante entre os nós 80 a 160 (x=-104m)
configuração de referência
3.5E+05 vedação + pressão de vento
3.0E+05
2.5E+05
força (N) 2.0E+05
1.5E+05
1.0E+05
5.0E+04
0.0E+00
1279
1282
1285
1288
1291
1294
1297
1300
1303
1306
1309
1312
1315
1318
1321
1324
1327
1330
1333
1336
elemento
Figura 5.12 - Força nos elementos do cabo portante entre os nós 1402 a 1460 (x=-78m)
configuração de referência
4.0E+05 vedação = pressão de vento
3.5E+05 vedação + sucção de vento
3.0E+05
força (N)
2.5E+05
2.0E+05
1.5E+05
1.0E+05
5.0E+04
0.0E+00
2915
2919
2923
2927
2931
2935
2939
2943
2947
2951
2955
2959
2963
2967
2971
2975
2979
elemento
Figura 5.13 - Força nos elementos do cabo portante entre os nós 3069 a 3137 (x=-52m)
configuração de referência
4.5E+05 vedação + pressão de vento
4.0E+05 vedação + sucção de vento
3.5E+05
3.0E+05
força (N)
2.5E+05
2.0E+05
1.5E+05
1.0E+05
5.0E+04
0.0E+00
6671
6676
6681
6686
6691
6696
6701
6706
6711
6716
6721
6726
6731
6736
6741
elemento
Figura 5.14 - Força nos elementos do cabo portante central - nós 6858 a 6932 (x=0)
nó
104
110
116
122
128
134
140
146
152
158
80
86
92
98
-103.9
-104 configuração de referência
vedação +pressão de vento
coord. X (m)
nó
100
105
110
115
120
125
130
135
140
145
150
155
160
80
85
90
95
0
-1 configuração de referência
vedação + pressão de vento
-2 vedação + sucção de vento
coord. Z (m)
-3
-4
-5
-6
-7
-8
-9
-10
Figura 5.16: Coordenadas verticais do cabo portante mais afastado do centro (x=-104m).
nó
1402
1409
1416
1423
1430
1437
1444
1451
1458
1465
1472
1479
1486
1493
1500
1507
1514
configuração de referência
6 vedação + pressão de vento
4 vedação + sucção de vento
coord. Z (m)
2
0
-2
-4
-6
-8
nó
3069
3078
3087
3096
3105
3114
3123
3132
3141
3150
3159
3168
3177
3186
3195
3204
14
configuração de referência
10.5 vedação + pressão de vento
vedação + sucção de vento
coord. z (m)
7
3.5
0
-3.5
-7
nó
6858
6868
6878
6888
6898
6908
6918
6928
6938
6948
6958
6968
6978
6988
6998
20
18 configuração de referência
16 vedação + pressão de vento
14 vedação + sucção de vento
coord. Z (m)
12
10
8
6
4
2
0
-2
-4
-6
6 BIBLIOGRAFIA
Resumo
Este artigo apresenta os resultados obtidos nos ensaios realizados em perfis de chapa
dobrada submetidos à flexão. Esses ensaios foram realizados em duas situações
distintas, sendo que, a primeira compreende ensaios em perfis isolados sob três
diferentes tipos de carregamento. Na segunda situação fez-se ensaios em perfis
conectados a telhas de aço, onde simulou-se o efeito de sucção devida a ação do vento.
Os testes em ensaios isolados foram executados sobre perfis tipo U e Z, com forças
transversais concentradas. Esses perfis foram travados lateralmente nos pontos de
aplicação das forças e nos apoios. Os testes nos perfis conectados às telhas de aço
foram realizados em uma “caixa de sucção” desenvolvida especificamente para este
projeto. Foram ensaiados perfis tipo U e tipo Z, conectados às telhas pela mesa
tracionada através de parafusos auto-brocantes. As telhas de aço têm seção trapezoidal
com espessura de 0,65 mm .
1 INTRODUÇÃO
1
Prof. Doutor do Departamento de Engenharia Civil da UNESP, campus de Bauru, javaroni@feb.unesp.br
2
Prof. Associado do Departamento de Engenharia de Estruturas da EESC-USP, goncalve@sc.usp.br
Corte A
3
YU, W. W. (1985) Cold formed steel design. New York: Wiley-Interscience. 545p.
Corte A
Corte A
2 OBJETIVOS
Este trabalho tem como objetivo o estudo de perfis de aço formados a frio,
perfis tipo U, U e Z enrijecidos, quando submetidos à flexão.
O projeto de pesquisa foi desenvolvido em duas situações distintas. A primeira
refere-se à utilização dos perfis tipo U e tipo U enrijecido enquanto perfis fletidos,
isoladamente, com travamentos laterais em pontos discretos. Os perfis foram
submetidos à ação de forças concentradas, variando-se a distância entre os pontos
travados lateralmente e os pontos de aplicação das forças.
A segunda situação refere-se ao uso dos perfis U, U e Z enrijecidos como
terças, conectados por parafusos auto-brocantes às telhas de aço, sujeitos a ações de
sucção devidas ao efeito do vento em coberturas. Os ensaios foram realizados em
uma “caixa de sucção” especialmente desenvolvida para estes ensaios. A simulação
do carregamento foi realizada através da retirada do ar contido no interior dessa caixa
por meio de um aspirador.
Os resultados obtidos experimentalmente são confrontados com os
procedimentos utilizados no dimensionamento de elementos estruturais de aço
formados a frio.
3 MATERIAL
R=
13
12.5
20
50 10 80 10 50
200
t=0,65
105 95
40
25
1035
4 ASPECTOS TEÓRICOS
A solução teórica de Timoshenko, Gere (1961), para uma viga “I” sob
momento de flexão uniforme, simplesmente apoiada, equação (1), tem sido usada
como uma solução de referência.
π π 2 ECω
Mcr = EI yGIt 1 + (1)
L GIt L2
1
Cb = = 1.75 + 1.05 r + 0.3 r 2 ≤ 2.3 (2)
ω
12 ,5 M max
Cb = (3)
2 ,5 M max + 3M A + 4 MB + 3 Mc
onde:
M max = momento fletor máximo.
MA = momento fletor a um quarto do vão.
MB = momento fletor no meio do vão.
MC = momento fletor a três quartos do vão.
Mc
Mn = Wc (4)
Wc ,ef
onde:
Wc = Módulo elástico da seção bruta para a fibra extrema comprimida.
Wc,ef = Módulo elástico de seção efetiva calculada com a tensão Mc/Wc na
fibra comprimida.
Mc = Momento crítico calculado de acordo com a equação (5) ou equação (6).
10 My
Mc = M y 1 − (5)
9 36 M e
Para Me ≤ 0.5My
Mc = Me (6)
Me = Cb r0 A σ eyσ t (7)
onde:
Cb = Coeficiente de flexão.
r0 = Raio polar de giração da seção transversal em torno do centro de
cisalhamento.
A = Área da seção transversal bruta.
π 2E 1 π 2 ECw
σ ey = e σ et = GIt + .
(K L
y y / ry )
2
Ar0
(K t Lt )2
Ky,Kt= Coeficientes de flambagem em relação ao eixo y e à torção,
respectivamente.
Ly,Lt= Comprimento lateralmente destravado para flexão em torno do eixo y e
para a torção, respectivamente.
Esta expressão tem como vantagem permitir a consideração dos diferentes
comprimentos de flambagem, à flexão e à torção, para os perfis com travamentos
laterais intermediários.
O texto-base para a norma brasileira determina a resistência à flambagem
lateral com torção através da expressão:
Wc ,ef fy
λ0 = (9)
Me
π 2 ECbdI yc
Me = (10)
L2
π 2 ECbdI yc
Me = (11)
2 L2
onde:
d é a altura da seção;
L é o comprimento livre (distância entre pontos travados lateralmente) da barra;
Iyc é o momento de inércia da parte comprimida da seção em relação ao eixo
baricêntrico paralelo à alma, tomando-se a seção bruta;
Cb é o coeficiente de equivalência de momento na flexão, que a favor da
segurança pode ser tomado igual a 1,0 ou calculado pela expressão (3).
x0
kx k
y0
D
hy
C.G.
hx
kφ =
(
D α2 + β2 ) α β
α tanh + β tan
−1
(13.a)
b 2 2
b b
α =π + k (13.b)
λ λ
b b
β = π − + k (13.c)
λ λ
b 2t
k= σ (13.d)
π 2D
π2 λ2
EIωc + GIt + 2 kφ
Ncr = λ π
2
(14)
Ix + Iy
+h +h 2
x
2
y
A
Fazendo-se:
2D
kφ = (16)
bw
P'
2D
kφ = 1 − A (18)
bw + 0.06 λ σ w
E (α + α ) ±
Ncr =
1
(α1 + α 2 )2 − 4α 3 (19)
2
2
onde:
η k
α1 =
β1
(β 2 + 0,039It λ2 ) + φ
β 1ηE
(20.a)
β
α 2 = η I y − 2 y 0 3 (20.b)
β1
ηβ 2
α 3 = η α 1I y − 3 (20.c)
β1
Ix + Iy
β 1 = hx2 + (20.d)
A
β 2 = Cω + I x (x0 − hx )2 (20.e)
β 3 = I xy (x0 − hx ) (20.f)
β 4 = β 2 + (y 0 − hy )[I y (y 0 − hy ) − 2 β 3 ] (20.g)
0 ,25
β 4 bw
λ = 4 ,80 3
(20.h)
t
2
π
η = (20.i)
λ
Et 3 1,11P' b 2 λ
2
kφ = 1 − w 2
2 2
(20.j)
5,46 (bw + 0 ,06 λ ) EAt bw + λ
π 2 D bw λ
σw = + (21)
tbw2 λ bw
M M
M/ =2EI/L M/ =4EI/L
a) Compressão b) Flexão
2Et 3 1,11P' b 2 λ
2
kφ = 1 − w 2
2 2
(22)
5,46 (bw + 0 ,06 λ ) EAt bw + λ
Mu
R= (23)
My
5 ENSAIOS DESENVOLVIDOS
d
y y y
t
b b b
Perfil A Ix Wx rx Iy ry It r0 Cw x x0
2 4 3 4 4 6
(cm ) (cm ) (cm ) (cm) (cm ) (cm) (cm ) (cm) (cm ) (cm) (cm)
U127x50x2,25 4,94 118,8 18,7 4,90 11,7 1,54 0,083 5,88 322,8 1,20 2,85
U127x50x3,00 6,51 153,6 24,2 4,86 15,1 1,53 0,195 5,83 415,8 1,24 2,85
U127x50x17x2,25 5,54 135,2 21,3 4,94 18,9 1,85 0,093 6,57 672,9 1,48 3,92
U127x50x17x3,00 7,24 171,9 27,1 4,87 23,6 1,80 0,217 6,49 839,3 1,44 3,88
Z127x50x17x2,25 5,72 152,4 24,0 5,16 38,5 2,59 0,096 5,77 1032,8 0 0
Z127x50x17x3,00 7,56 188,2 29,6 4,99 49,5 2,56 0,227 5,61 1316,0 0 0
C a rre g a m e n to 1
P P P P
C a rre g a m e n to 2
P P
C a rre g a m e n to 3
P P
1 2 3 6 7 2 3 4 7 8
1
5 4 9 8 6 5 10 9
Perfil A Perfil B Perfil A Perfil B
6 7 8 13
3 4 5
1500 1500
L/2 L/2
(a)
9 11
10 12
(b)
23,06
6,19
Figura 12 - Tensões normais na mesa comprimida – perfil U2A
0 ,578
k= = 0 ,95
σ2 + 0 ,34
σ1
onde σ1 é a menor e σ 2 é a maior tensão normal no elemento não enrijecido.
Analisando-se as deformações ocorridas ao longo de todo o processo de
carregamento verifica-se que a distribuição de tensões deixa de ser uniforme para
valores correspondente a aproximadamente 25% da força última, obtendo-se nessa
σ1
situação a relação
σ 2 = 0,67 .
Em função dessa variação de tensões de compressão, o cálculo da largura
efetiva para o elemento passa a ser efetuado com k = 0 ,95 , contra o valor de 0,43
para elemento não enrijecido sobre compressão uniforme. Dessa forma pode-se obter
λ = 0 ,732 e, embora maior que 0,673, deve-se observar que λ foi obtido para a
tensão indicada na figura 12 cujo valor não reproduz a relação linear entre tensão e
deformação, o que deve proporcionar um valor de λ menor que o calculado
anteriormente.
Em contrapartida, da mesma forma que o giro alterou a distribuição de
tensões ao longo da mesa na seção transversal do meio do vão, o giro nos trechos de
extremidades dá-se em sentido contrário, neste caso, aumentando a tensão de
compressão na borda livre. Então, para seções contidas nesse trecho, o coeficiente
de flambagem de K pode ser admitido próximo ao valor de 0,45, justificando-se a
ocorrência da flambagem local da mesa nesse trecho, onde o momento fletor,
consequentemente a tensão normal correspondente, é menor.
O fato da flambagem local da mesa ocorrer a uma distância de 1,5 metros do
apoio justifica-se pelos dispositivos de travamento utilizado. Estes dispositivos não
permitem a rotação da seção transversal, podendo-se atribuir a eles uma determinada
restrição à rotação da seção transversal, indicando um coeficiente de flambagem por
torção (Kt) inferior a 1.
Como a ocorrência da flambagem local da mesa deu-se a aproximadamente
0,5 metro do ponto contraventado, obtém-se como comprimento efetivo de flambagem
por torção 1 metro resultando, portanto, em um valor de Kt≅0,5. Isto justifica-se pelo
Como nos ensaios à flexão, esta etapa do trabalho teve como objetivo a
obtenção de resultados experimentais referentes às terças submetidas ao efeito de
sucção devido ao vento, bem como a verificação dos modos de falha possíveis e a
verificação dos resultados teóricos em comparação com os obtidos nesses ensaios.
Para a execução desses ensaios foi projetada e construída uma, assim
denominada, caixa de sucção, executada em módulos de 1 m x 6 m, permitindo-se a
variação das suas dimensões em planta para ensaios de painéis de 3 m x 6 m até
painéis de 6 m x 12 m.
A simulação do efeito de sucção fez-se através da diferença entre a pressão
externa e a pressão interna. Para tanto, o ar contido no interior da caixa de sucção foi
retirado de maneira gradual por meio de um aspirador. Essa retirada do ar interno à
caixa implica em uma diminuição da pressão interna em relação à pressão externa, a
pressão atmosférica, proporcionando a diferença de pressão desejada.
Os ensaios foram realizados em perfil tipo U, U enrijecido e Z enrijecido com
comprimento total de 5.740 mm. Desses ensaios, uma primeira série foi realizada sem
linhas de correntes e, em uma segunda série, as terças foram executadas com 2
linhas de correntes a cada terço de vão. As telhas de aço utilizadas têm seção
trapezoidal com altura de 40 mm e espessura de chapa de 0,65 mm, conectadas aos
perfis de chapa dobrada por meio de parafusos auto-brocantes.
p (kN/m2)
1,2
1,0 Ø
0,8
0,6
0,4
(Z127x50x17x3,00)
0,2
0,0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0
Giro (o)
A tabela 8 traz o modo de falha ocorrido para cada um dos ensaios realizados
observando-se também os deslocamentos relativos medidos.
p (kN/m 2)
1,2
1,0 2 3 4
0,8
Po nto 2
Po nto 3 0,6
Po nto 4
Po nto 5 0,4
Po nto 6 8
Po nto 7 0,2 7 6 5
Po nto 8
0,0
-1200 -900 -600 -300 0 300 600 900 1200
Deformação (ue)
Ressalta-se que esses valores devem ser restritos às condições utilizadas nos
ensaios aqui desenvolvidos e a sua extrapolação a outras situações está sujeira a
possíveis erros na avaliação da resistência ao momento fletor.
Para o perfil tipo Z sem linha de corrente foi realizado apenas um ensaio,
portanto, o valor obtido (FR=0,35) não pode ser considerado como representativo para
o tipo de perfil.
Para efeitos de comparação os valores aqui obtidos podem ser confrontados
com os resultados obtidos por LaBoube (1992) e incorporados ao AISI a partir de
1991. Em seu trabalho e aproveitando-se de resultados de outros estudos, LaBoube
determina um coeficiente R como sendo uma quantidade empírica que corresponde a
razão entre o momento fletor obtido em ensaio e o momento fletor de início de
escoamento. Esse coeficiente R foi obtido para perfis tipo U e Z enrijecidos,
considerando-se vigas biapoiadas e vigas contínuas, obtendo-se como resultados os
seguintes valores médios:
Perfil tipo U enrijecido (biapoiado, sem linha de corrente): R=0,40
Perfil tipo Z enrijecido (biapoiado, sem linha de corrente): R=0,50
Perfil tipo U enrijecido (contínuo, sem linha de corrente): R=0,60
Perfil tipo Z enrijecido (contínuo, sem linha de corrente): R=0,70
6 CONCLUSÃO
Perfis fletidos:
As falhas para as quais o modo previsto não correspondeu ao observado
deveu-se a superposição dos efeitos de deslocamento lateral e rotação da seção
transversal, alterando a distribuição uniforme de tensões de compressão na mesa
superior. Dessa forma, a flambagem local da mesa comprimida não ocorreu na
posição de máximo momento fletor. Para os valores do coeficiente de flambagem
lembra-se que os mesmos irão depender do detalhe dado ao travamento. Como
realizado aqui, proporcionou-se uma restrição ao giro na seção travada lateralmente,
podendo-se adotar valores de K menores que 1. Por outro lado, imaginando-se esse
travamento realizado através de barra redonda certamente não poderia ser adotado
Kt=0,5. Cabe ao engenheiro a avaliação desses parâmetros, observando-se que a sua
influência na determinação da resistência do perfil é significativa. As expressões
utilizadas pela norma brasileira para a determinação do momento crítico não permitem
a consideração dos diferentes valores daqueles coeficientes de flambagem.
7 BIBLIOGRAFIA
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manual. Washington, AISI.
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manual. Washington, AISI.
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distortional buckling of channels Zees in flexure. In: INTERNATIONAL SPECIALTY
CONFERENCE ON COLD-FORMED STEEL STRUCTURES, 14th, St. Louis, Missouri,
USA. Proceedings. p.39-52
HANCOCK, G. J.; KWON, Y.B.; BERNARD, E.S. (1994). Strength design curves for
thin-walled sectinos undergoing distortional buckling. Journal of Constructional Steel
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YU, W. W. (1985). Cold formed steel design. New York: Wiley-Interscience. 545p.