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Manejo das principais doenças

do maracujazeiro

Nilton Tadeu Vilela Junqueira


Embrapa Cerrados
E-mail: junqueira@cpac.embrapa.br
Maracujá: Situação no Brasil

Ano Produção Área Produtividade Preço/tonelada


2008 684.376t 49.112 ha 14,04 t/ha R$ 706,61

2005 479.813t 35.820 ha 13,4 t/ha R$ 646,00

Variação: + 42,0% + 37,10% + 4,8% +10,4


111111
%

Fonte: www.sidra.ibge.gov.br
Principais doenças do maracujá
Bacteriose: Xanthomonas axonopodis pv. passiflorae
Antracnose (Colletotrichum gloeosporioides Penz.
Verrugose (Cladosporium spp.)
Virose do endurecimento do fruto (PWV ou CABMV)
Doenças causadas por patógenos do solo
podridão de raízes (Fusarium solani, Phytophthora sp.)
Murcha ou fusariose (Fusarium oxysporum f.sp.
passiflorae)
Bacteriose - Sintomas
Bacteriose - Sintomas
Bacteriose - Sintomas
Bacteriose - Sintomas
Bacteriose - Sintomas
Bacteriose - Sintomas
Antracnose e Bacteriose - Sintomas
Bacteriose - Sintomas
Controle preventivo da bacteriose
1. Adquirir sementes e mudas certificadas e de
procedência conhecida, pois a bactéria pode ser
transmitida por mudas e sementes contaminadas;
2. Evitar a produção de mudas durante o período
chuvoso, a não ser que seja em estufa;
3. Fazer calagem de forma adequada. Nos Cerrados
(LVA, LA) recomenda-se elevar o índice de saturação
de bases para 50 % a 60%. Acima de 60% ocorre
deficiência de micronutrientes;
4. Disseminação da bactéria a grandes distâncias é feita
por mudas e sementes contaminadas.
5. Uma vez instalada no pomar, a bacteriose torna-se
uma doença de difícil controle.
Controle da bacteriose
6. Evitar o plantio em campo no início e durante a
estação chuvosa. No Cerrado, recomenda-se o
plantio de maio a setembro;
7. Evitar instalar novos pomares próximos de plantios
mais velhos que estejam contaminados;
8. Evitar utilizar durante a noite, sistemas de irrigação
que molham a folhagem;
9. Durante as desbrotas ou podas de formação, jamais
fazer o corte próximo da haste principal, pois os
ferimentos servem de porta para entrada de
patógenos;
Controle da bacteriose
10. Manter as plantas livres de invasoras;
11. Evitar colocar muito esterco dentro da cova,
principalmente aqueles de decomposição rápida
como o de galinha poedeira;
12. Evitar excesso de nitrogênio em períodos chuvosos.
Controle da bacteriose
13. Evitar o ácido fosfórico como fonte de fósforo ou
para limpeza de sistemas de irrigação por
gotejadores, durante o período chuvoso;
14. Sempre que possível, adicionar esterco por
cobertura, pelo menos uma vez por ano, quando as
plantas estiverem em produção;
15. Fazer sempre o manejo de pragas no pomar;
16. Não aplicar herbicidas sem protetores de deriva ou
utilize lonas de plástico (Mulching). Mesmo em
doses sub-letais, os herbicidas podem provocar
alterações na fisiologia das plantas. Ex: glyphosate
(Round up).
Efeito de métodos de manejo de plantas invasoras na
produtividade e reação de maracujazeiro-azedo à bacteriose,
avaliações de janeiro a dezembro/2002,
dezembro/2002, Brasília-DF
Brasília-DF

Produção
Peso do Frutos por Bacteriose Bacteriose
Tratamentos planta/ano
fruto (g) planta/ano (folha)¹ (fruto)²
(Kg)**

Gliphosate a 0,48% + 38,57a 159,4b 242a 12,8 a 3,5 a


uréia a 1%

Coroamento 39,88a 169,0ab 236a 9,6a 2,6a

Lona (mulching) ao
46.08a 192,0a 240a 6,2 b 1,6b
longo da fileira

Lona de 1,2 x 1,2 metros


localizada na cova 43,64a 176,0ab 248a 6,7b 1,8b

Cv. 18, 3 11,10 8,15 12,78 16, 3

Espaçamento de 3,0 m x 3,0 m; 4 aplicações de gliphosate (novembro/01, janeiro, março e maio/02).


Parcelas de 30 plantas/repetição e 4 repetições. Tukey a 5%.
¹Bacteriose nas folhas = Número de folhas atacadas/ metro linear de espaldeira
²Bacteriose no fruto: 1: ausência de sintomas; 2: até 10% da superfície do fruto coberta com lesões; 3: de
11% a 30% da superfície do fruto coberta por lesões; 4: mais de 31% da superfície do fruto coberta por
lesões.
Controle químico da bacteriose
químico
Oxicloreto de cobre a 0,4% + mancozeb a 0,2% em
pulverizações a cada 7 ou 10 dias durante o período
chuvoso e a cada 15 ou 20 dias durante o período da
seca;
Uso de pulverizações com fertilizantes foliares
TABELA 8 – Efeito de produtos minerais, fertilizantes foliares e fungicidas no controle
da bacteriose do maracujazeiro-azedo no Distrito Federal

Produção por Peso do Número de


Bacteriose Bacteriose
Tratamentos Dosagem planta/ano Fruto Frutos por
(folha)¹ (fruto)²
(Kg)** (g) planta/ano

Gesso agrícola acidificado


(pH = 4) com ácido 2kg/100 L 34,5 208,8 159,4 5,3 1,7
fosfórico (H3PO4)
Ferro EDTA (Ferrilene)* 3g/100L(i.a) 24,6 162,4 151,5 9,1 2,2
Fertilizante foliar
(Plantin II)
200g/100L (p.c) 26,4 181,6 145,4 7,6 2,0

Calda Viçosa (Formulação) Fórmula-café 30,8 186,1 165,5 7,6 2,0

Argila silicatada (Rocksil) 3kg/100L (p.c) 25,8 162,0 159,2 9,3 2,2

1,5kg+ 200g/L
Rocksil + Plantin II
(p.c) 32,2 211,2 152,4 5,2 1,9

Oxicl. de cobre + mancozeb 0,4%+0,2% (i.c) 31,7 192,4 164,8 6,1 1,6

Tiofanato metílico 250g/100L (p.c) 19,5 144,3 135,2 20,6 3,8

Testemunha - 13,6 129,0 105,4 15,6 4,2


Antracnose - Sintomas
Sintomas de antracnose e frutos tratados com fungicidas
Antracnose em ramos
Antracnose - Frutificação de Colletotrichum em ramos
secos
Efeito de métodos de manejo de plantas invasoras na
plantas invasoras
produtividade e reação à antracnose. Avaliações
de janeiro a dezembro/2002, Brasília-DF

Produção
Peso do Frutos por Antracnose Antracnose
Tratamentos planta/ano
fruto (g) planta/ano nos frutos 1 nos ramos 2
(Kg)

Gliphosate a 0,48% + 38,57a 159,4b 242a 2,8 a 54,2 a


uréia a 1%

Coroamento 39,88a 169,0ab 236a 1,6 b 38,4 b

Lona (mulching) ao
46.08a 192,0a 240a 1,3 b 25,5 b
longo da fileira

Lona de 1,2 x 1,2 metros


43,64a 176,0ab 248a 1,2 b 27,2 b
localizada na cova

Cv. 18, 3 11,10 8,15 12,93 14,08

Espaçamento de 3,0 m x 3,0 m; 4 aplicações de gliphosate (novembro/01, janeiro, março e maio/02).


Parcelas de 30 plantas/repetição e 4 repetições. Tukey a 5%.
¹ Antracnose nos frutos : 1: ausência de sintomas; 2: até 10% da superfície do fruto coberta com lesões;
3: de 11% a 30% da superfície do fruto coberta por lesões; 4: mais de 31% da superfície do fruto coberta
por lesões.
² Antracnose nos ramos = Área lesada na haste principal.
Virose do Endurecimento do fruto -
Sintomas
Manejo da virose
• Mudas certificadas produzidas em telados que não
permitem a passagem do pulgão
• Uso de quebra-ventos em volta do pomar
• Arranquio das primeiras plantas com sintomas
• Adubação orgânica a base de esterco de galinha (60
litros/planta adulta em 3 parcelas de 20 litros)
• Adubação química equilibrada
• Plantio de mudas maiores para diminuir o tempo de
exposição à virose
• Evitar plantios na época de revoadas de pulgão
• Vazio sanitário
Verrugose ou Cladosporiose

Sintomas de verrugose ou cladosporiose em mudas


Verrugose ou cladosporiose em botões florais
Verrugose em fruto novo
Verrugose em fruto maduro
Controle das doenças fúngicas
e bacterianas das folhas

• As medidas adotadas para a bacteriose são


eficazes também para fungos

• Fungicidas a base de tebuconazole (Folicur a 120


ml/100 L) a intervalos de 15 dias intercalado com:
• Calda viçosa (Fórmula de café),
• oxicloreto de cobre 400 g/100 litros de água + 200
gramas de mancozeb ou enxofre molhável
• Fertilizantes foliares (gesso, fosfitos de potássio)
Murcha ou fusariose

• Plantio de mudas sadias e certificadas;

• Arranquio e destruição das plantas doentes;

• Possibilidade de uso de porta-enxertos resistentes


Há várias espécies silvestres com potencial

• Plantio de mudas maiores em campo


Murcha de fusarium ou fusariose
Podridão do pé causada por Fusarium solani
Nectria haematococa
Manejo da Podridão-de-raízes ou Podridão do colo
(Fusarium solani, Phytophthora sp.)
• Irrigar adequadamente, mantendo os gotejadores com uma distância
mínima de 60 cm do pé das plantas adultas;
• Não instalar o pomar em solos mal drenados;
• Evitar mudas produzidas em recipientes muito
pequenos ou jamais plantar as mudas depois que
as raízes entrelaçaram;
• Efetuar os plantios em camalhão ou em montículos (murundus);
• Nunca colocar esterco em contato com o colo da planta
• Plantar mudas maiores em campo para diminuir o tempo de exposição às
doenças de solo e pragas
Pragas mais importantes
Mosca do botão floral
Percevejos
Cigarrinha verde
Ácaros
Besouros
Tripes
abelhas
Cigarrinha verde
Cigarrinha verde
Vazio Sanitário
• Medida sanitária usada com sucesso, no controle da ferrugem da
soja em Mato Grosso;

• Deverá ser implantada no Estado de São Paulo para controle da


Virose em Maracujá;
Como é feito? (medida legislativa)

1. Elimina-se todos os plantios velhos de maracuja e pés de fundo de quintal, ao


mesmo tempo, em toda a região;

2. Elimina todos os hospedeiros alternativos da virose (leguminosas de


cobertura) e faz uma poda pesada em todos os maracujás nativos)

3. Todos os produtores terão que plantar na mesma época em que a revoada de


pulgões é menor;

4. As mudas terão que ser feita por viveiristas certificados, dentro de telados
protegidos com telas que não permitem a passagem de Pulgão e cigarrinhas;

5. As mudas deverão ser levadas para o campo com mais de 50 cm de altura


para diminuir o tempo de exposição à virose e à fusariose.
Obrigado pela atenção

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