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MANEJO DE PLANTAS DANINHAS

(noções básicas)

Antonio Luiz Fancelli


Engenheiro Agrônomo. MSc. Dr. e Docente do Departamento de Produção Vegetal, ESALQ/USP.
Caixa Postal: 09 – Piracicaba/SP – 13418-900 – fone: (19) 3429-4115 ramal 25
e-mail: fancelli@esalq.usp.br

I. INTRODUÇÃO

Em uma lavoura de milho podem aparecer inúmeras outras plantas


alheias à espécie economicamente explorada, as quais são denominadas de plantas
daninhas, invasoras ou comumente mato.
Essas plantas, como outras quaisquer, exigem os fatores básicos para
a sua sobrevivência e perpetuação, como: água, nutrientes e luz; constituindo-se em
potenciais e eficientes agentes competidores. Assim, as plantas daninhas podem
consumir os fertilizantes aplicados no sulco de semeadura, afetar a captação de luz,
bem como reduzir a disponibilidade de água para a cultura, resultando em perdas
significativas.
A redução do rendimento da cultura do milho devido à competição
estabelecida com as plantas daninhas pode atingir até 70%, em função da espécie,
do estádio fenológico da espécie considerada, do grau de infestação, do tipo de solo
e das condições climáticas reinantes no período.

II. MATOCOMPETIÇÃO E INTERFERÊNCIA

O conceito agronômico ou fisiológico de competição, segundo Blanco


(1978), refere-se às diferenças de eficiência e habilidade que os indivíduos possuem
em retirar, de um suprimento limitado, os fatores para seu crescimento,
desenvolvimento e reprodução.
Da mesma forma, determinadas espécies de plantas daninhas, em
função de suas características morfológicas relacionadas à presença de estruturas e
órgãos especiais, podem dificultar a operação de colheita e/ou afetar a qualidade do
produto final, bem como podem funcionar como hospedeiros intermediários de
patógenos, insetos-praga e, principalmente, nematóides.
E, finalmente, nesse contexto, ressalta-se que um número considerado
de espécies, além da competição por fatores básicos de produção, podem afetar o
desenvolvimento e o rendimento da cultura devido a manifestação de efeitos
alelopáticos mediante a liberação de substâncias químicas pelas raízes (exudatos)
e/ou pela decomposição de seus restos culturais, denominadas aleloquímicos.
A alelopatia é definida como sendo qualquer efeito prejudicial, direto
ou indireto, exercido por uma planta sobre outra, mediante a ação de compostos
químicos sintetizados e liberados no ambiente.
Dentre os efeitos alelopáticos comprovados, alguns exemplos podem ser
mencionados, quais sejam:

a) resíduos de capim arroz (Echinochloa crusgalli) e setária (Setaria laberi)


reduzem o desenvolvimento inicial e a produção de milho;
b) Resíduos de azevém (Lolium multiflorum) e nabo forrageiro (Raphanus
sativus) podem contribuir para a redução significativa do
desenvolvimento inicial de milho, quando o referido cereal é semeado
imediatamente após o manejo das referidas espécies de cobertura.
c) resíduos de mucuna preta (Mucuna aterrima) reduz a população de
picão preto (Bidens pilosa);
d) resíduos de feijão-de-porco (Canavalia ensiformis) inibe o
desenvolvimento de tiririca (Cyperus rotundus);
e) resíduos de cravo-de-defunto (Taggetes patula) reduz a germinação de
sementes de amendoim-bravo (Euphorbia heterophylla) e
f) resíduos de aveia preta (Avena strigosa) reduz a população de capim
marmelada (Brachiaria plantaginea).

Portanto, a combinação entre as ações de natureza diversa (anteriormente


mencionadas), a competição e os efeitos de alelopatia é denominada de
interferência, cujo emprego de métodos que possibilitem sua rápida anulação,
em todas as culturas, constitui-se em estratégia fundamental para a obtenção de
rendimentos satisfatórios e lucrativos.

III. MÉTODOS DE MANEJO DE PLANTAS DANINHAS

A estratégia adequada de manejo das plantas daninhas deve aliar a


eficiência técnica e econômica do método considerado com o momento de maior
suscetibilidade das espécies-alvo. A escolha do método deverá se fundamentar
na espécie cultivada; no tamanho e relevo da área a ser tratada; nas condições
climáticas prevalecentes no período; no tipo de solo; no sistema de produção
adotado; na disponibilidade de equipamentos e mão-de-obra; na qualidade da
água; no custo e nas espécies daninhas predominantes.
Ainda, ressalta-se que, predominantemente, a associação de métodos de controle
tem proporcionado melhores resultados, principalmente na cultura de milho
(Almeida et al., 1982).
Os principais métodos ou modalidades de manejo de plantas daninhas,
comumente empregados na agricultura, são descritos a seguir.

III.1. Método cultural


O método cultural consiste na utilização de medidas e procedimentos
objetivando a prevenção de infestações e disseminação de plantas daninhas,
como o fortalecimento da capacidade competitiva da cultura, representada
pelo seu rápido estabelecimento e desenvolvimento.
Dentre as medidas recomendadas nesse método destacam-se:
a) Utilização de sementes de qualidade e de procedência conhecida (livres
de propágulos de plantas daninhas);
b) Realização da limpeza de máquinas e equipamentos agrícolas após
operações em áreas infestadas com espécies de difícil controle;
c) Ausência de pousio;
d) Manutenção de carreadores, margem de estradas e canais de irrigação
permanentemente limpos (continuamente roçados);
e) Extremo cuidado no emprego de material orgânico como: estrume (ou
esterco) proveniente de locais infestados de plantas daninhas;
f) Uso da prática sistemática de rotação de culturas;
g) Emprego de adubações de semeadura e de cobertura criteriosamente
equilibradas;
h) Redução, dentro do possível, do espaçamento entre linhas da cultura;
i) Garantia da melhor distribuição espacial possível das plantas presentes
na área;
j) Realização da semeadura de espécies vegetais como cobertura verde no
período de outono-inverno, visando a redução da população, da
"sementeira" e da competitividade das plantas daninhas presentes na área
(através dos efeitos da alelopatia e do estabelecimento de barreira física
eficiente) e
k) Não usar, rotineiramente, a grade aradora como implemento exclusivo de
preparo do solo, pois tal procedimento poderá favorecer a germinação e a
proliferação de plantas daninhas.

III.2. Método mecânico


Os métodos mecânicos mais utilizados e conhecidos são a capina manual
e o cultivo mecânico. A capina manual, apesar de se constituir em modalidade
bastante eficiente de manejo de plantas daninhas, somente poderá ser empregada
em pequenas áreas (inferior a 10 ha), sendo atualmente destinada a pequenos
produtores e a lavouras de subsistência. Por outro lado, o controle de plantas
daninhas, baseado no uso de cultivadores mecânicos, possibilita a obtenção de
maior rendimento operacional comparado à capina manual. Porém, a não
observação de cuidados especiais exigidos nessa modalidade de controle poderá
contribuir para a destruição de raízes, concorrendo para a redução da
produtividade da cultura. Desta feita, os cultivadores mecânicos deverão dispor de
regulador de profundidade e de anteparos que reduzam a movimentação lateral de
solo, bem como apresentar número múltiplo de linhas relacionadas com a
semeadora utilizada.O cultivo mecânico pode apresentar algumas limitações
relacionadas, tais como:
a) Dificuldade de controle das plantas daninhas que se desenvolvem na linha de
semeadura (sulco);
b) Necessidade de solo seco para a sua realização, principalmente se houver
predomínio de monocotiledôneas (folhas estreitas) na gleba;
c) Baixa eficiência para glebas apresentando elevada infestação de plantas
daninhas com reprodução assexuada (rizomas, estolões e ramas); e
d) Necessidade de dois a três cultivos, em função das espécies predominantes e
das condições climáticas do ano agrícola.

É conveniente empregar o método mecânico quando as plantas daninhas


ainda se encontram na fase jovem, pois estádios mais avançados, além de dificultar
a operação em si, exigirão maior profundidade de trabalho, resultando na destruição
drástica do sistema radicular da cultura do milho.
Para Silva & Duarte (1997), os métodos mecânicos nem sempre são efetivos em
função das condições climáticas adversas e, principalmente, porque os cultivadores
não apresentam efeito residual.
Todavia, conforme citado por Fancelli (1986) e Fancelli & Dourado-Neto
(1997), o emprego racional do cultivador, ou seja, de forma superficial (até 5cm de
profundidade) e no início do desenvolvimento da lavoura de milho (2 a 5 folhas),
poderá contribuir para o desenvolvimento normal da cultura devido a:

a) Eliminação precoce dos efeitos de competição (preservando a fase crítica


de início de definição da produção);
b) Menor probabilidade de redução do sistema radicular;
c) Ausência de riscos de efeitos fitotóxicos à cultura;
d) Ruptura de crosta superficial (reducão de encrostamento), comumente
formada em solos desestruturados;
e) Maior conservação e economia de água do solo (redução da evaporação)
f) Maior taxa de aeração do solo, assegurado pelo efeito de escarificação.

III.3. Método físico


Dentre os métodos físicos para manejo de plantas daninhas, observa-
se, na prática, o uso de lança-chamas e de descargas elétricas. Tais métodos,
freqüentemente, têm sido empregados em áreas não muito extensas, relacionadas
ao cultivo de hortaliças e olerícolas, notadamente em atividades de agricultura
orgânica e/ou biodinâmica.

III.4. Método biológico


Os avanços nesse campo do controle de plantas daninhas são pouco
expressivos e normalmente estão relacionados a situações muito específicas,
dificultando sua utilização em larga escala.
III.5. Método químico
O método químico é representado pelo uso de produtos específicos
denominados herbicidas, cuja eficiência de controle é dependente de fatores
técnicos, econômicos e climáticos.
Em decorrência de seu custo, o emprego de herbicidas somente tem
proporcionado resultados econômicos satisfatórios em lavouras de milho onde o
rendimento tem se mostrado superior a 4.500 kg/ha.
Dentre as vantagens relativas ao uso racional de herbicidas, podem ser
destacadas:

a) Menor ocorrência de erosão e compactação do solo;


b) Menor dano ao sistema radicular da planta;
c) Maior racionalização do trabalho (reduzindo ou otimizando a mão-de-
obra disponível na propriedade agrícola);
d) Controle mais efetivo das espécies de plantas daninhas que apresentam
propagação vegetativa;
e) Garantia de controle de invasoras em períodos chuvosos;
f) Maior contribuição para o incremento do rendimento das culturas;
g) Maior contribuição para a redução de população de patógenos, insetos-
praga e nematóides;
h) Maior rapidez de controle (anulando quase que instantaneamente os
efeitos de competição);
i) Maior facilidade de operação; e
j) Menor probabilidade de reinfestação, sobretudo de poáceas (gramíneas).

A escolha do herbicida e de sua respectiva dose deverá se fundamentar


em critérios rigorosos, objetivando a máxima eficiência e eficácia de controle, visto
que tais produtos químicos podem elevar o custo de produção, provocar efeitos
fitotóxicos na cultura, além de se transformar em fonte de contaminação do ar, do
solo e da água.
O controle químico de plantas daninhas na lavoura de milho pode ser
representado pelo uso de herbicidas em pré-plantio (ou pré-semeadura), pré-
emergência e pós-emergência.

Herbicidas de pré-plantio (PPI) são aqueles aplicados antes da


semeadura da cultura e recomendados apenas para sistemas convencionais de
produção. Para a cultura de milho, os herbicidas de pré-plantio mais empregados
exigem sua incorporação imediata (5 a 10 cm de profundidade) após a aplicação,
por serem voláteis, pouco solúveis e, comumente, fotodecomponíveis. Atualmente,
esse tipo de herbicida tem apresentado importância irrisória para a cultura de
milho tecnificada e seu uso tem sido muito restrito.
Os herbicidas de pré-emergência (PréE) devem ser aplicados após a
semeadura da cultura e antes da emergência das espécies daninhas alvo.
Normalmente evidenciam absorção radicular, manifestando sua ação fitotóxica nas
etapas de germinação das sementes e na fase de elongação do hipocótilo das
plântulas. A eficiência desse tipo de produto químico exige as seguintes condições:

a) Preparo do solo adequado (ausência de torrões e sulcos);


b) Solo úmido (próximo da capacidade de campo); e
c) Definição de doses do produto em função da textura do solo e do teor de matéria
orgânica presente (maior presença de argila e/ou matéria orgânica implicam em
doses mais elevadas).

A ocorrência de elevada luminosidade, temperaturas altas e baixa umidade


relativa do ar, reinantes no momento da aplicação, podem provocar o aumento da taxa
de volatilização do produto.

Herbicidas de pós-emergência (PósE) são aqueles ministrados após a


emergência da cultura e das plantas daninhas a serem controladas. Para tanto, o
desempenho satisfatório desse tipo de produto, quanto ao controle das espécies-alvo
e ao menor efeito fitotóxico na cultura, é função do momento de aplicação e do estádio
fenológico da espécie comercial e da planta daninha.

Atualmente, a modalidade de pós-emergência é subdividida em:


● Pós-emergência precoce (PósEp), quando as plantas daninhas de folhas largas
apresentarem até 2 folhas e as espécies de folhas estreitas ainda não
perfilharam;
● Pós-emergência inicial (PósEi), quando as plantas daninhas de folhas largas
apresentarem 2 a 4 folhas e as espécies de folhas estreitas evidenciarem o
primeiro perfilho;
● Pós-emergência normal (PósEn), quando as plantas daninhas de folhas largas
apresentarem 4 a 6 folhas e as espécies de folhas estreitas apresentam de 1 a
3 perfilhos; e
● Pós-emergência tardia (PósEt) ou jato dirigido, quando as plantas de milho
apresentarem 7 a 10 folhas ou quando for efetuada a aplicação de produtos não
seletivos (na entrelinha).

A ação efetiva de herbicidas em pós-emergência depende da qualidade da


aplicação (uniformidade e recobrimento), da retenção do produto pela folha
(necessidade freqüente de adição de adjuvantes), da ausência de vento, bem como da
predominância de temperatura e umidade relativa do ar, adequadas. Finalmente,
ressalta-se que a utilização de herbicidas em pós-emergência tardia, na modalidade
de jato dirigido, devido ao prejuízo na produção que este tipo de controle pode
ocasionar na cultura de milho, somente é justificada em situações emergenciais ou
relacionada à ocorrência de imprevistos ou falhas atribuídas às outras modalidades
de controle. Assim, planejar a aplicação de herbicidas em jato dirigido, apesar da
comodidade e da aparente eficiência, contribuirá para que as plantas daninhas
concorram com a cultura de milho durante as etapas críticas de definição de
produção desse cereal, resultando na perda significativa de rendimento.

IV. FATORES INFLUENTES NA EFICIÊNCIA DE HERBICIDAS

Ao efetuar a operação de pulverização é necessário que sejam consideradas


e implementadas uma série de medidas e técnicas que visem a garantia da
eficiência de controle e a minimização de perdas e acúmulos de produtos químicos
no ambiente.
Assim, entende-se por tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas, o
emprego de todos os conhecimentos científicos que proporcionem a correta
colocação do produto no alvo estipulado, no momento considerado ideal e em
quantidade necessária para eliminar ou amenizar, de forma segura, um
determinado problema, garantindo, concomitantemente, a proteção do aplicador e
do ambiente.
De forma geral, inúmeros são os fatores que interferem na ação eficiente de
controle de plantas daninhas por parte dos herbicidas, dentre os quais merecem
especial destaque:

a) qualidade da água;
b) temperatura;
c) umidade relativa do ar;
d) umidade do solo;
e) tipo de solo;
f) velocidade do vento;
g) qualidade de aplicação;
h) mistura de produtos químicos;
i) momento de aplicação;
j) cobertura do alvo;
k) dose;
l) volume de calda e
m) tamanho de gota.

IV.1. Qualidade da água


A água utilizada na pulverização deverá apresentar alguns atributos básicos
de qualidade, principalmente quanto ao teor de argila em suspensão, presença de
matéria orgânica, teor de cálcio e pH. Assim, a garantia da eficiência da maioria dos
produtos aplicados exige água limpa (ausência de argila e matéria orgânica em
suspensão), ácida (pH entre 3,0 e 5,5) e com baixo teor de cálcio em solução.
Portanto, no momento do abastecimento do pulverizador não deverá
ser dispensado o uso de peneiras e filtros, bem como o medidor de pH. A
constatação de pH elevado (acima de 5,5) implicará na adição de acidificantes na
calda, salvo raras exceções.

IV.2. Temperatura
A temperatura exerce acentuada influência na eficiência e eficácia de
herbicidas, notadamente naqueles aplicados em pré-emergência e pós-emergência.
Temperaturas altas, no caso de herbicidas pré-emergentes, provocam o
aumento da espessura da gota empregada, favorecendo a evaporação da água e a
volatilização do produto, dificultando a absorção pelas plantas.
Da mesma forma, temperaturas extremas (baixas ou altas) interferem
no metabolismo das plantas, reduzindo a absorção de herbicidas pelas espécies
daninhas.
Nesse contexto, não se recomenda a aplicação de herbicidas quando a
temperatura for superior a 35oC ou inferior a 12oC.

IV.3. Umidade relativa do ar


Condições relacionadas à baixa umidade relativa do ar (inferior a 50 %)
podem comprometer significativamente a ação de controle por parte dos herbicidas,
principalmente, daqueles aplicados em pós-emergência. Tal fato pode ser atribuído à
consolidação do estado de estresse da planta e à acentuada desidratação da cutícula
que reduzirá a penetração dos produtos solúveis em água.
Ainda, a incidência de elevada luminosidade, aliada à baixa umidade
relativa do ar (inferior a 50%) e ao baixo conteúdo de água no solo, induz ao aumento
de espessura da cutícula e da camada lipofílica na folha da planta, dificultando a
absorção dos herbicidas (Hess, 1992)
.
IV.4. Umidade do solo
A umidade do solo interfere na eficiência da maioria dos herbicidas de
pré-emergência e de pós-emergência em função da importância da presença da água
no metabolismo das plantas.
Devido à exigência de adequada e constante umidade de solo, no
momento de sua aplicação, os herbicidas pré-emergentes, quando utilizados em
condições de baixa umidade (ausência ou falta de continuidade de chuva e
retardamento de irrigação) apresentarão reduzida eficiência de controle. Esse fato
pode ser constatado na forma de faixa de transição de controle, principalmente
quando o herbicida é aplicado em áreas extensas após chuvas inferiores a 12-15
mm.
No caso de herbicidas pós-emergentes, de maneira genérica, devido à
umidade desfavorável do solo provocar estresse hídrico nas plantas daninhas, não se
recomenda sua aplicação nessas condições.
Todavia, produtos aplicados incorporados ao solo (PPI), devido à baixa
solubilização e foto-decomposição, apresentam menor taxa de perda se
distribuídos em solos secos. Em presença de acentuada umidade, os tipos de
herbicidas citados poderão ser menos adsorvidos pelo solo e, conseqüentemente,
movimentarem-se para a sua superfície e tornarem-se passíveis de volatilização.

IV.5. Tipo de solo


A eficiência de controle de plantas daninhas pelos herbicidas
aplicados em pré-emergência depende diretamente da textura e do teor de matéria
orgânica do solo. Assim, quanto maior for o teor de matéria orgânica (acima de 3,0-
3,5%) e de argila (superior a 50%), bem como predominar CTC acima de 80
mmolc/dm3 (ou 8 cmolc/dm3), constata-se o aumento linear da taxa de adsorção e
de redução de mobilidade desses herbicidas no solo, restringindo sua ação sobre
as espécies-alvo. Ainda, tais fatores implicarão no aumento de dose para a maioria
dos herbicidas aplicados em pré-emergência. Em solos portadores de matéria
orgânica acima de 5% raramente são recomendados controles em pré-emergência.
Para produtos aplicados em pós-emergência, somente deverão ser
levados em consideração os fatores acima descritos, no que diz respeito ao
aumento da dose a ser aplicada, quando se objetivar o aproveitamento de
eventuais efeitos de residualidade inerentes a alguns ingredientes ativos de
herbicidas.

IV.6. Vento
Visando a redução de perdas por volatilização, o recobrimento do
alvo, a garantia de eficiência do produto e a minimização de injúrias em culturas
vizinhas devido à deriva, recomenda-se não aplicar nenhum tipo de herbicida
quando a velocidade do vento for superior a 8-10 km/hora.

IV.7. Qualidade de aplicação


A tecnologia da aplicação de herbicidas assume acentuada
importância para o alcance dos objetivos designados, bem como para a obtenção
da melhor relação benefício/custo da ação empreendida.
Os principais equipamentos empregados para a aplicação de
herbicidas são os pulverizadores terrestres (costais ou tratorizados), os aplicadores
aéreos (aviões) e, atualmente, o pivô central (herbigação).
A aplicação adequada de herbicidas será consolidada através da
consideração detalhada das condições climáticas reinantes no período, do pleno
alcance do alvo estipulado, da ausência de deriva e da garantia de irrisória
agressão ao operador e ao meio ambiente.
A aplicação de herbicidas, via água de irrigação (herbigação), vem
sendo amplamente utilizada, principalmente, pela maior praticidade e menor custo
(50% inferior ao método tratorizado). Todavia, sua eficiência é maior quando o alvo
for o solo, sendo, portanto, tal tipo de aplicação recomendada para herbicidas de
pré-emergência ou pré-plantio incorporado. No caso de herbigação utilizando
herbicidas pós-emergentes, estes poderão ter a eficiência prejudicada, pois
grande parte do produto aplicada é perdida para o solo. O uso adequado da
prática da herbigação exige equipamentos (pivô central) devidamente regulados e
calibrados, não sendo aceitável variação entre bicos (e torres) maior que 10%.

IV.8. Momento de aplicação


De acordo com Matuo (1990), a aplicação do defensivo agrícola no
momento correto constitui-se num dos fatores e componentes de custo mais
importantes para a garantia do sucesso do produto indicado, pois os defensivos
apresentam máxima eficiência somente quando aplicados de acordo com suas
características e no momento de maior suscetibilidade do alvo (praga, doença ou
planta daninha).

IV.9. Cobertura do alvo


Cada classe ou tipo de herbicida requer cobertura mínima do alvo
(nº de gotas por cm2) para expressar sua capacidade máxima de controle, uma
vez que, dependendo do objetivo da aplicação, pode-se realizar a operação
estipulada com maior ou menor volume de calda. É importante salientar que todo
e qualquer defensivo deve ser dirigido única e exclusivamente ao alvo de atuação
(solo ou folhas). A exigência mínima quanto ao número de gotas por unidade de
área da superfície a ser atingida, para cada tipo de produto, pode ser observada
na Tabela 1.

Tabela 1. Número mínimo de gotas (por cm2) exigido na aplicação


de diferentes tipos de defensivos agrícolas

Tipo de produto gotas/cm2


Herbicidas em pré-emergência 20 – 30
Herbicidas de contato (pós-emergência) 30 – 40

Herbicidas sistêmicos (pós-emergência) 20 – 30

Inseticidas 20 – 30
Fungicidas sistêmicos 30 – 40
Fungicidas de contato 50 – 70

IV.10. Bicos (pontas) de pulverização


Existe no mercado uma grande variedade de bicos que variam
quanto ao ângulo de pulverização, tamanho das gotas, pressão de trabalho
e vazão. Na escolha dos bicos a serem utilizados na pulverização deve-se
considerar o alvo que se deseja atingir, o volume de aplicação, a pressão de
trabalho e as condições climáticas local.
Os bicos de pulverização são projetados para produzir os jatos de
pulverização, com determinado ângulo em uma certa vazão. A medida que a
pressão varia, o ângulo do jato de pulverização também é alterado. Assim tem-se
que:

Quando aumenta a pressão aumenta o ângulo de pulverização


Quando diminui a pressão diminui o ângulo de pulverização

No mercado, os bicos mais comuns apresentam ângulo de 80 ou 110


graus. Normalmente é mais vantajoso trabalhar com bicos de maior ângulo (110º)
devido à possibilidade de se operar com a barra mais próxima do alvo, o que
auxilia na diminuição da deriva (deslocamento da gota provocado pelo vento), e na
minimização dos efeitos negativos provocados pela oscilação das barras do
pulverizador, durante a operação.
Matthews (1979), citado por Matuo (1990), classificou os bicos de
acordo com a energia envolvida na formação das gotas (tabela 2).

Tabela 2. Tipos de bicos e suas respectivas recomendações de uso

Energia Tipo Uso


Hidráulica Impacto Bicos de baixa pressão com gotas grandes. Recomendado
para a aplicação de herbicidas em áreas com plantas
perenes.
Leque Para pulverização de superfícies planas como o solo.
Cone Para pulverização de folhagens.
Gasosa Pneumático Pulverização de folhagens, principalmente árvores e
arbustos.
Centrífuga Disco rotativo Aplicação de baixos volumes com controle do tamanho de
gotas. Baixa rotação produz gotas grandes e alta rotação
forma gotas pequenas.
Cinemática Vibratório Gotas grandes e uniformes para evitar deriva.
Térmica --- Tratamento especial em armazéns e florestas.
Elétrica Eletrostático Gotas eletricamente carregadas e atraídas por objetos
aterrados.
Dentre os materiais utilizados para a confecção dos bicos, em trabalho realizado
pelo professor Mattew J. Novak, da Universidade de Oregon (EUA), no ano de
2000, demonstrou-se a seguinte ordem de resistência:

Cerâmica > Kematal = Aço Inox > Nylon > Latão

Quanto à substituição dos bicos, a recomendação dos fabricantes é


que a troca deve ser efetuada quando a média de vazão dos bicos, presentes no
equipamento, ultrapassar em 10% a vazão correspondente de um bico novo.

IV. 11. Dose utilizada


Além do momento de aplicação e da plena cobertura do alvo, a dose
empregada é outro fator que interfere diretamente na eficiência dos defensivos
aplicados. O uso de doses menores que as recomendadas pelo fabricante pode
se constituir em fonte de provável inconsistência de resultados, principalmente em
casos em que as interações com o ambiente sejam acentuadas. Por outro lado,
doses muito acima da recomendada pelo fabricante podem garantir a eficiência
instantânea de controle, porém oneram os custos de produção e contribuem para
a seleção de espécies resistentes ao ingrediente ativo empregado.

IV.12. Volume de calda aplicado e tamanho de gotas


Na pulverização de qualquer defensivo agrícola o volume de calda
aplicado por unidade de área (hectare) deve ser apropriado ao tipo de produto, de
alvo e de equipamento disponível. A classificação da pulverização tratorizada em
função do volume de calda aplicada, proposta por Matthews (1979), citado por
Matuo (1990), pode ser visualizada na tabela 3.

Tabela 3. Classificação da pulverização tratorizada em função do volume de


calda empregado (Mattheus, 1979).
Designação Volume (litros/hectare)
Culturas herbáceas Culturas
e gramíneas arbóreas
Alto volume (AV) > 600 > 1000
Médio volume (MV) 200 a 600 500 a 1000
Baixo volume (BV) 50 a 200 200 a 500
Muito baixo volume (MBV) 5 a 50 50 a 200

Ultra baixo volume (UBV) <5 < 50


Tabela 4. Classificação da pulverização aérea em função do volume de
calda aplicada

Pulverização Volume (litros/hectare)


Alto volume (AV) > 30
Baixo volume (BV) 10 – 30
Ultra baixo volume (UBV) < 8-5
Baixo Volume oleoso (BVO) 1 a 4 (*)
(*) óleo

A pulverização de alto volume (AV) é caracterizada quando a


quantidade (ou volume) de calda aplicada supera a capacidade máxima de
retenção pelas folhas, de maneira que ocorra escorrimento. Nesta modalidade de
aplicação, a deposição de defensivo sobre o alvo é proporcional à concentração
da calda e independente do volume pulverizado, cuja dose é determinada em
função da concentração (gramas de i.a./100 litros de água, por exemplo). Quanto
maior o porte da planta alvo, maior o volume de calda necessário para provocar
o escorrimento.
O ultra baixo volume (UBV) é definido como o volume mínimo de
calda por unidade de área necessário para que o controle seja satisfatório. Esse
tipo de controle é sobremaneira dependente das características do alvo (porte,
localização e outros). As aplicações de defensivos mediante o uso dessa
modalidade de aplicação implicam no emprego de gotas menores e mais
concentradas, no intuito de garantir adequada cobertura do alvo.
Atualmente, observa-se acentuada tendência para a adoção de
aplicações em UBV e BVO devido à agilidade de controle, aproveitamento efetivo
do momento ideal de aplicação, melhor relação custo-oportunidade e redução de
custos.
As situações recomendadas para o uso de aplicações com baixo
volume (BV), ultra baixo volume (UBV) ou Baixo volume oleoso (BVO) são: a)
pulverizações cujo alvo é a folha; b) áreas apresentando plantas com pequeno
porte e pouca área foliar; c) aplicação em locais onde o transporte e o manuseio
de grandes volumes de calda são problemáticos; d) locais com dificuldade de
obtenção de água e que o uso de formulações prontas se faz necessário, sem
implicar em misturas complexas de produtos; e) áreas restritas como estufas,
viveiros e outros, onde a possibilidade de manutenção de uma atmosfera
saturada com determinado produto é viável e efetiva; f) áreas extensas; g)
dessecação e h) em situações com necessidade premente de intervenção.
Figura 1. Faixas de deposição das aplicações nos sistemas convencionais
e no sistema BVO (aplicação aérea) – Monteiro (2006).

Ainda, o volume de calda deve variar em função do objetivo e do


tipo de pulverização, sendo que para a aplicação de herbicidas o volume de
calda pode variar entre 50 e 400 litros/ha, conforme descrito na Tabela 5.

Tabela 5. Volumes de calda usualmente utilizados para aplicação terrestre


de defensivos (adaptado de Fundação ABC, 1996)

Volume de Calda (litros/ha)


Inseticidas 100 – 300
Herbicidas 50 – 400
Fungicidas 150 – 500

De acordo com Matuo (1990), a cobertura do alvo é proporcional


ao volume de calda aplicado e ao tamanho das gotas utilizado, sendo que a
taxa de recobrimento aumenta à medida que o volume de calda é elevado e/ou
o tamanho das gotas é diminuído. Assim, taxas de cobertura satisfatórias
podem ser obtidas mesmo através do uso de volumes de calda menores, porém
associados ao emprego de gotas pequenas (menor que 10μm).
A rigor, gotas menores aderem-se mais facilmente ao alvo; no
entanto, o uso das mesmas implica em uma série de limitações relacionadas,
principalmente, com a evaporação e o deslocamento pelo vento (deriva). O
tempo de evaporação das gotas é dependente do seu diâmetro inicial e do
tempo que a mesma permanece no ar até atingir o alvo. Desta maneira, quanto
menor for a gota, maior será a superfície livre do volume aplicado, bem como
maior será a sua exposição à evaporação. Por isso ao realizar pulverizações
com bicos que proporcionem a formação de gotas pequenas (inferiores a 100 μm
de diâmetro), as exigências ambientais tornam-se mais importantes devido ao
aumento dos riscos de evaporação das gotas, o que as impedem de atingirem o
alvo.
Ao iniciar o processo de evaporação o diâmetro da gota diminui exponencialmente
(com a redução proporcional de massa), com conseqüente diminuição da
velocidade terminal.
Por outro lado, gotas muito grandes tendem a se coalescerem (reunir) e
escorrerem para o solo, causando perdas do produto aplicado (notadamente em
casos de aplicação de herbicidas em pré-emergência e de dessecantes
sistêmicos).
A Tabela 6 mostra o tempo de duração das gotas em função de seu diâmetro
inicial, segundo trabalhos desenvolvidos na Fundação ABC.

Tabela 6. Tempo para extinção de gotas de água e respectivas distâncias


de queda (Fundação ABC, 2000)

Diâmetro 20ºC e UR = 80% 30ºC e UR = 50%


inicial
(μm) Tempo Distância Tempo Distância
(segundos) (centímetros) (segundos) (centímetros)

50 14 13 4 3
100 57 670 16 180
200 227 817 65 210

O tamanho das gotas varia em função da pressão de trabalho (quanto


maior a pressão, menor o tamanho das gotas) e do tamanho e formato do orifício
dos bicos. Segundo resultados obtidos na Fundação ABC (1996), um único bico
pode resultar gotas de tamanhos homogêneos ou variáveis, produzindo uma névoa
composta de gotas uniformes ou desuniformes, resultando no denominado
“espectro de variação do tamanho de gotas”. Na maioria das vezes, o referido
espectro apresenta 50% do volume pulverizado contendo poucas gotas de
tamanho relativamente grande (maior que 210 μm) e 50% contendo gotas muito
pequenas (menor que 210 μm). Assim, através da escolha apropriada do tipo de
bico a ser utilizado é possível selecionar o tamanho das gotas produzidas, pois um
mesmo volume pode ser aplicado com diversos espectros, produzindo padrões de
cobertura variados. É importante destacar que uma pulverização perfeitamente
ajustada deve conter todas as gotas, ou grande parte delas, aderida ao alvo de
forma uniforme e sem escorrimentos. A adesão e o contato com o alvo estipulado
podem ser maximizados mediante o uso conjunto de adjuvantes à base de silicone.
Tabela 7. Principais fatores interferentes na eficiência de herbicidas

Fator Exigência
Qualidade da água Ausência de argila em suspensão
Ausência de matéria orgânica em suspensão
Baixa concentração de Cálcio
pH da água 3,0 a 5,5
Temperatura do ar (máxima) < 30°C
Temperatura do ar (mínima) > 12°C
Umidade relativa do ar > 50%
Velocidade do vento < 10 km/hora

V. MISTURA DE PRODUTOS QUÍMICOS

As misturas de tanque apesar de serem comumente utilizadas por


parte dos agricultores, objetivando ampliar o espectro de controle de plantas
daninhas, além de serem proibidas, podem apresentar efeito contrário caso não
tenha sido adotadas algumas precauções básicas.
Muitos produtos, em mistura, poderão apresentar incompatibilidade,
bem como afetar o pH da calda, reduzindo a ação de controle. Portanto, não se
recomenda a mistura de produtos na propriedade agrícola sem, contudo, se
certificar das informações necessárias para tal fim.
Ainda, cumpre ressaltar que é de extrema importância a seqüência da colocação
dos produtos no tanque do pulverizador, devendo ser obedecida a seguinte ordem:
1) água; 2) pó molhável; 3) solução aquosa; e 4) concentrado emulsionável.

VI. REGULAGEM OU CALIBRAÇÃO DO PULVERIZADOR

Antes do início do processo de regulagem do equipamento destinado


para a aplicação de herbicidas, recomendam-se os seguintes procedimentos: a)
limpar o tanque do pulverizador com água limpa e corrente; b) remover, lavar e
avaliar o estado dos bicos e filtros; c) verificar o funcionamento do manômetro; d)
acionar o funcionamento do equipamento, sem os bicos, objetivando a total
desobstrução dos dutos; e) recolocar os bicos e acionar o equipamento visando a
verificação de eventuais vazamentos e entupimentos; f) avaliar a uniformidade e a
sobreposição dos jatos; e g) proceder a substituição de bicos defeituosos (com
vazão desuniforme).
Assim, somente após a realização da completa inspeção do
equipamento, proceder-se-á a regulagem propriamente dita do pulverizador,
objetivando a garantia da distribuição uniforme do produto por unidade de área.
A regulagem de um pulverizador tratorizado inicia-se com a
conversão da recomendação básica emitida em volume total de calda (litros/ha)
para volume individual por bico do pulverizador (litros/bico).
A título de exemplo, considerar-se-á que se deseja adotar a vazão
(Q) de 200 litros/ha e que o pulverizador utilizado apresenta 34 bicos (n)
espaçados (e) de 0,5m entre si.
Assim, a largura efetiva de trabalho (L) será expressa por:

L = n.e = 34.0,5 = 17 metros

Em seguida, deverão ser escolhidas a pressão de trabalho do pulverizador e a


velocidade de operação do trator.
É de suma importância lembrar que, preferencialmente, a rotação de
trabalho do motor deverá proporcionar rotação nominal da tomada de potência do
trator de, aproximadamente, 540 rotações por minuto (rpm) e a marcha de
trabalho deverá proporcionar velocidade de operação entre 6 e 8 km/hora em
pulverizadores convencionais e 8 a 15 km/hora em pulverizadores auto-
propelidos. Quanto à pressão de trabalho, na maioria dos casos, a mesma deverá
se posicionar entre 30 e 80 PSI (lbf/pol2).
No exemplo considerado, o trator trabalhará com rotação do motor
igual a 1700 rpm e em 3ª marcha reduzida, resultando na velocidade aproximada
de 6,5 km/hora, ao passo que o pulverizador apresentará pressão de trabalho de
35 PSI (lbf/pol2).
Posteriormente, coloca-se água limpa até a metade do reservatório
do pulverizador e conduz o pulverizador acoplado ao trator até o local de
apropriado para a regulagem do equipamento. Em seguida, deverá ser
demarcada uma distância na área de, pelo menos, 50 metros e anotar o tempo
gasto para o cumprimento do trajeto, pelo conjunto trator-pulverizador, na
velocidade e rotação estipuladas.
Para maior precisão de regulagem, recomenda-se repetir o
procedimento acima descrito por, pelo menos, três vezes.
No exemplo, adotar-se-á como sendo 30 segundos o tempo gasto
para o trator acoplado ao pulverizador percorrer uma distância de 50 m (F)
demarcada no terreno.

Assim, a área efetiva de trabalho (A) será:

A = L.F = 17 m.50 m = 850 m 2

Onde: L se refere à largura efetiva (m) de trabalho.


Ainda, sabendo-se que a área de 1 ha é igual a 10.000m2 e o volume total de calda
a ser utilizado (Q) é de 200 litros/ha, pode-se determinar a quantidade de calda a
ser aplicada (Y) na área efetiva de trabalho (A) utilizada para regulagem, ou seja:

⎛ 200litros ⎞
Y =⎜ ( )⎛ 200litros ⎞
⎟. 850m = ⎜
2
2 ⎟
( )
. 850m 2 = 17litros
⎝ ha ⎠ ⎝ 10000m ⎠

Sendo assim, neste exemplo, a vazão desejada (em litros) no tempo gasto (30
segundos) para percorrer a área demarcada para regulagem (850m2) é de 17 litros.
Desta maneira, a vazão por bico do pulverizador (q) será:

Y 17litros 0,5litro
q= = = 0,5litro = = 1,0litro / min uto
n 34bi cos 30segundos

Logo após a determinação do tempo (T) gasto na distância estabelecida


(exemplo: 30 segundos para percorrer os 50 metros), com o pulverizador
estacionado e na pressão escolhida, procede-se a coleta da água de um ou mais
bicos, escolhidos aleatoriamente, com o auxílio de recipientes apropriados, durante
o tempo (T) correspondente àquele anotado no campo.
Assim, se a quantidade de água coletada nos 30 segundos (relativo ao
exemplo) for abaixo do exigido, ou seja, inferior a 0,5 litro/bico, recomenda-se
aumentar a pressão no manômetro (no máximo até 40 lbf/pol2) ou reduzir a
velocidade de trabalho.
Da mesma forma, se a quantidade de água coletada nos 30 segundos
(relativo ao exemplo) for superior a 0,5 litro/bico, ou seja, acima do exigido, pode-se
reduzir a pressão no manômetro (no mínimo até 30 lbf/pol2) ou aumentar a
velocidade de trabalho (no máximo até 8 km/hora).
Os ajustes na pressão de trabalho serão necessários até que todos os bicos
apresentem a vazão calculada, tolerando-se, no máximo, 5% de variação na vazão
entre os bicos.

VII. PRESENÇA DE PLANTAS DANINHAS E RENDIMENTO DO MILHO

O milho (Zea mays L.), como a maioria das poáceas (gramíneas), por
ocasião da emergência de suas plântulas, mantém a semente sob o solo,
caracterizando a natureza hipógea de seu processo produtivo.
Em condições favoráveis, a emergência das plântulas de milho
ocorrerá entre 5 e 10 dias após a semeadura.
Aproximadamente 7 a 10 dias após a emergência, a plântula
apresenta-se com duas folhas totalmente expandidas, encontrando-se, a partir
dessa fase, apta a iniciar o processo fotossintético. Nesta etapa, evidencia-se um
grupo de raízes alongadas, ligadas ao primeiro nó do caulículo, ainda não
portadoras de ramificações.
A partir da emissão da 3/4a folha, nota-se a franca exaustão das
reservas contidas na semente, o desencadeamento da fase de ramificação e
desenvolvimento do sistema radicular, bem como o início da etapa de absorção
efetiva de nutrientes e água presentes no solo.
Por ocasião da plena expansão da 4/6a folha, principia o processo de
diferenciação floral, o qual origina os primórdios da(s) espiga(s) e da panícula,
culminando no início da definição do potencial de produção da planta.
Assim, a partir da emissão da 2a/3a folha, a presença de plantas
daninhas na lavoura de milho poderá acarretar perdas significativas na produção em
função de competição por fatores de produção, bem como por eventuais efeitos
alelopáticos decorrentes da liberação de aleloquímicos no meio por algumas
espécies vegetais. O nível de redução do rendimento da cultura será função de seu
estádio de desenvolvimento e das espécies de plantas daninhas presentes na área,
além do tipo de herbicida e da dosagem aplicada.
Para muitos autores o período crítico de prevenção de interferência
(PCPI), período no qual a lavoura de milho deverá permanecer isenta de qualquer
tipo de interferência (mato-competição e alelopatia), corresponde à emissão da 3ª/4ª
folha até a emissão da 10ª/12ª folha.
Esse fato foi confirmado por Fancelli et al. (1998a), em ensaio
conduzido na ESALQ/USP-Piracicaba/SP, com o objetivo específico de avaliar a
interferência de plantas daninhas, bem como de seu momento de controle, nos
componentes de produção e no rendimento de milho, em função dos estádios
fenológicos da cultura. Os autores concluíram que, quando o início do controle de
plantas daninhas ocorreu apenas a partir da emissão da 5a folha do milho,
evidenciou-se a redução do comprimento médio da espiga, do número médio de
grãos por fileira e do rendimento médio de grãos.
Cumpre mencionar que em outro experimento, Fancelli et al. (1998b)
observou a possibilidade de reduções de rendimento em lavouras de milho
provocadas por grande parte dos herbicidas pós-emergentes recomendados para a
cultura, sobretudo àqueles pertencentes ao grupo das sulfoniluréias, quando os
mesmos foram aplicados após a emissão da 5ª/6a folha do referido cereal. Os
principais efeitos observados corresponderam à redução no número de linhas de
grãos e na má formação e redução do comprimento das espigas.
Da mesma forma, outros experimentos demonstram a importância
da necessidade do controle do mato nos estádios iniciais da cultura, sendo
totalmente abominado a realização do controle de plantas daninhas somente
após a 6a folha do milho, por mera comodidade ou negligência.
Neste contexto, em experimento conduzido na região de Ponta
Grossa-PR, com a cultura de milho, Zagonel (1998), citado por Fancelli &
Dourado-Neto (1997), observou redução no rendimento da cultura de acordo
com o atraso do início do controle das plantas daninhas. Conforme observado
na Figura 1, quando o controle foi efetivado 19 dias após a emergência (DAE) e
26 DAE, em comparação com o tratamento mantido permanentemente no
limpo, resultou em perdas de produção da ordem de 10 % e 24%,
respectivamente.

8473
8303 M IL H O
7963
7648
Rendimento (kg/ha)

6500

4851

T 2 8 19 26 31
D ia s a p ó s e m e r g ê n c ia

Figura 2. Perdas de rendimento da cultura de milho em função da época


do início do controle de plantas daninhas. Ponta Grossa-PR
(Zagonel, 1998 citado por Fancelli & Dourado-Neto, 1997)

O controle de plantas daninhas na cultura de milho reveste-se de


acentuada relevância visto que a ausência de espécies competidoras
concorrendo com a cultura nos períodos de definição da produção podem
possibilitar a obtenção de rendimentos compensadores.
Ainda, devido à acentuada habilidade competitiva e ampla
adaptabilidade inerente às plantas consideradas daninhas, as mesmas podem
provocar a redução de 36 a 83% da produtividade, em função das espécies
presentes, dos estádios fenológicos da cultura, das condições climáticas reinantes
no período, bem como pelo método de controle empregado.
Quando o controle de plantas daninhas for predominantemente baseado no uso
de herbicidas, alguns cuidados tornam-se imperiosos objetivando a prevenção de
aquisição de resistência aos produtos químicos por parte dos biótipos
característicos da região considerada.
Assim, algumas medidas deverão ser implementadas, tais como:

● Alternar ingredientes ativos e/ou modos de ação;


● Usar, sempre que possível, a mistura de produtos;
● Evitar o emprego de herbicidas com elevada atividade residual;
● Reduzir, dentro do possível, o número de aplicações;
● Evitar produtos pouco seletivos;
● Utilizar a prática da rotação de culturas;
● Utilizar efetivamente os efeitos alelopáticos relacionados à cobertura
viva ou morta e
● Combinar ou associar métodos culturais e mecânicos com métodos
químicos de controle.

Finalmente, evidencia-se a necessidade da lembrança de que os


herbicidas podem se tornar potentes fontes poluidoras, se forem utilizados de
forma indiscriminada e irracional. Portanto, os critérios relacionados à escolha do
produto, da dose, do modo e do número de aplicações, além do momento e da
modalidade de controle deverão ser fundamentados em rigorosos critérios
técnicos, econômicos e ambientais, de forma a preservar a qualidade do meio e
do alimento produzido.
VIII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Agronômico do Paraná. O milho no Estado do Paraná. Londrina.
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Fancelli (2004) Fancelli (2004)

Fitoxicidade de 2,4-D Efeito de atrazina em sementeira

Fancelli (2004)
Fancelli (2004)
Corda-de-viola ou corriola Fitoxicidade de metolachlor

Fancelli (2004)
Fancelli (2004)

Fitoxicidade de clorimuron Fitoxicidade de nicossulfuron


MANEJO DAS PRINCIPAIS PRAGAS DO MILHO

Antonio Luiz Fancelli


Engenheiro Agrônomo. MSc. Dr. e Docente do Departamento de Produção Vegetal, ESALQ/USP.
Caixa Postal: 09 – Piracicaba/SP – 13418-900 – fone: (19) 3429-4115 ramal 25
e-mail: fancelli@esalq.usp.br

I. INTRODUÇÃO

Em um sistema de produção adequado às condições de uma dada


região, a obtenção da produtividade desejada deverá ser função da maximização
da lucratividade. E, na cultura do milho, o controle de pragas constitui-se numa
das atividades de importância econômica que necessita ser enquadrada nesse
contexto.
Para tanto, é necessário:

● Conhecer as principais pragas reinantes na região de produção;


● Saber identificá-las e correlacioná-las com os fatores climáticos e
práticas agrícolas adotadas;
● Conhecer os princípios básicos de controle, com ênfase no nível
de dano econômico e na utilização racional de ingredientes ativos
dos defensivos; e
● Conhecer os produtos registrados para a cultura e disponíveis no
mercado.

Como o controle populacional se processa pela disponibilidade de


alimentos e pela ação dos inimigos naturais, um ambiente alterado pelo uso de
monocultura (cultivos sucessivos) em extensas áreas, associado à utilização de
defensivos de largo espectro de ação, pode ocasionar o favorecimento de
algumas espécies (pragas) em detrimento de outras (inimigos naturais).
Sendo assim, algumas de insetos se tornaram importantes pragas
devido à expansão da área cultivada com milho (em alguns casos, com cultivos
sucessivos), ausência de entressafra e vulgarização do uso de inseticidas de largo
espectro.
Do ponto de vista agronômico, o controle químico visa manter a
população de insetos, denominados pragas, num patamar inferior ao nível de
dano econômico, de tal forma que a vida útil do ingrediente ativo seja maximizada.
É importante salientar que o controle químico da população de insetos-praga é
apenas uma das diferentes formas de controle passíveis de utilização. Assim,
para esse fim, outros tipos de medidas deverão ser sempre considerados.
O manejo de pragas deve objetivar a garantia do aumento da
produção por unidade de área, com o máximo retorno econômico e o menor
impacto ambiental possível.

II. ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO POPULACIONAL

Os insetos podem ser agrupados em estrategistas “r” ou “k”, de


acordo com a habilidade de colonização, intensidade de danos provocados nas
plantas e capacidade de reprodução.
Os estrategista “r” se reproduzem e colonizam seu hospedeiro
rapidamente; não são específicos e podem causar danos severos em curto
período de tempo, bem como emigram quando as condições não mais forem
favoráveis. Como exemplos clássicos de estrategistas “r” podem ser citados os
pulgões, ácaros, tripes e lagartas desfolhadoras, em geral.
Os estrategistas “k”, por sua vez, são organismos especializados;
apresentam baixa capacidade reprodutiva; raramente extrapolam a capacidade
suporte do hospedeiro (e do ambiente) e apresentam ciclo biológico mais longo.
Como exemplos deste grupo de pragas, podem ser citados os corós, grilos,
larva-arame, lesmas e centopéias.
Evidentemente que, pelas suas características, os estrategistas “r”
são organismos afeitos a ambientes instáveis e pouco diversificados e, portanto,
de manejo muito mais difícil, quando comparado aos estrategistas “k”.

III. PRINCIPAIS PRAGAS DA CULTURA DE MILHO

Atualmente, diversas espécies de insetos e outros invertebrados


são citados como pragas da cultura de milho, porém, somente algumas delas
podem ser consideradas economicamente importantes.
Segundo Gassen (1989), nas lavouras sob preparo convencional de
solo predominam as pragas cujos adultos apresentam habilidade de vôo e de
deslocamento (pulgões, percevejos e mariposas, principalmente), uma vez que
tais pragas infestam as lavouras desde a emergência das plântulas até a
colheita. Na maioria das vezes, devido à ausência de inimigos naturais, as
referidas pragas atingem o nível de dano econômico rapidamente, suscitando a
necessidade de implementação de medidas efetivas de controle.
No sistema plantio direto, devido à ausência de preparo de solo e a
presença de palha na superfície, é comum o desenvolvimento de populações de
insetos nativos (também conhecidos como residentes) e de ciclo biológico longo.
Dentre eles, podem ser destacados os consumidores de palha e de raízes (coros
e percevejo castanho) e os inimigos naturais das pragas, em geral.
Ainda, é importante salientar que o sistema de plantio direto pode
desencadear o desenvolvimento de populações de insetos sobre os restos de
cultura, os quais provocam danos na cultura seguinte. Neste caso é importante
monitorar continuamente a lavoura objetivando a identificação das espécies de
pragas presentes, de acordo com as plantas predominantes na gleba ou na
região

Tabela 1. Pragas potenciais da cultura do milho originadas em espécies


utilizadas como cobertura vegetal, em sistemas de plantio direto

Cultura anterior Pragas potenciais


(a ser dessecada) (em plântulas de milho)
Aveias Lagarta-da-aveia e lagarta-rosca
Azevém Broca-do-azevém
Crucíferas Lesmas, caracóis, lagartas e percevejos
Gramíneas Tripés e cigarrinhas
Leguminosas Percevejos e lagartas
Milheto Curuquerê-dos-capinzais e lagarta-rosca
Pastagens Cigarrinhas, gafanhotos e cupins

Adaptado de: Gassen (1989).

Conforme observado na Tabela 1, as estratégias para o manejo de


pragas na cultura de milho devem ser elaboradas em função da espécie vegetal
cultivada anteriormente, principalmente no sistema de plantio direto onde os
restos de cultura são mantidos como cobertura vegetal.
O emprego dessas espécies vegetais não corresponde,
necessariamente, à presença das pragas citadas, porém é preciso monitorar e
examinar toda a gleba nas fases de dessecação e de semeadura da cultura de
milho, com o objetivo de definir o método de controle a ser utilizado e o manejo
das espécies que ocasionalmente possam tornar-se praga.
Dentre as pragas de maior importância econômica para a cultura de milho,
podem ser citadas: (a) Corós ou bicho-bolo, (b) broca da cana-de-açúcar, (c)
cigarrinha-das-pastagens, (d) cigarrinhas do milho, (e) curuquerê-dos-capinzais,
(f) cupim, (g) lagarta-da-espiga, (h) lagarta-do-cartucho, (i) lagarta-elasmo, (j)
lagarta-rosca, (k) larva-alfinete, (l) larva-angorá, (m) larva-arame, (n) percevejo
castanho, (o) percevejo do milho e (p) pulgão verde do milho.
Salienta-se que tais pragas são agrupadas em pragas de solo
(subterrâneas e de superfície) e pragas de parte aérea, de acordo com a sua
localização predominante, no ambiente de produção.
III.1. Coró (Dilobderus abderus, Phyllophaga sp e Cyclocephala flavipennis)

Para Gassen & Schneider (1992) existem várias espécies de corós


nos agroecossistemas brasileiros.
O coró-das-pastagens (Dilobderus abderu), ataca as culturas
comerciais provocando danos, principalmente, nos meses do outono / inverno,
sendo que as fêmeas adultas dependem de palha para realizar a postura nos
meses de janeiro e fevereiro. O nível de dano econômico para a cultura de milho
é inferior a 1 larva/m2.
Gassen (1989) destaca que vários inimigos naturais nativos
alimentam-se de ovos, de larvas e de adultos dessa espécie de coró e que, entre
os predadores de adultos, destacam-se as aves noturnas que atacam fêmeas
durante o vôo de disseminação. Outros predadores também são encontrados
nas galerias formadas pelos corós, porém seus hábitos alimentares não são
ainda completamente conhecidos. Há relatos na literatura de que larvas-arame
(Melanotus spp. e Conoderus spp.) também foram encontradas predando corós.
O coró-do-trigo (Phyllophaga sp.) apresentam larvas com duas
fileiras paralelas de espinhos na face ventral da extremidade do abdômen
(raster), caracterizando a espécie. Os adultos são besouros de cor marrom-claro,
com 2 cm de comprimento, apresentando pêlos dourados na parte ventral do
corpo. O referido inseto ataca a cultura de milho independente da presença de
palha ou do sistema de preparo de solo, sendo comum a ocorrência de revoadas
nos meses de outubro e novembro. Após a revoada, as fêmeas sobem à
superfície do solo (preferencialmente ao escurecer), nos períodos em que o solo
encontra-se úmido, liberando ferormônios que atraem os machos para a cópula.
Uma vez realizada a cópula, as fêmeas retornam ao subsolo e efetuam a
postura. Tais larvas se deslocam sob a superfície do solo em direção à base das
plantas de milho, destruindo a parte subterrânea. A maioria das larvas é
encontrada na camada superficial, até 10 cm de profundidade, em pequenas
câmaras. É importante destacar que o preparo de solo não deve ser considerado
como método de controle destas pragas, pois através de aração ou gradeação
do solo a mortalidade de larvas atinge nível máximo de 30 %, apenas restrita à
faixa compactada pela roda do trator, sendo que na área restante a mortalidade
é insignificante. Ainda, diferentes citações dão conta que insetos do gênero
Phyllophaga sp. podem ser controlados por bactérias do gênero Bacillus e por
algumas espécies de fungos (Cordyceps sp., Metarhizium anisopliae e
Beauveria bassiana.) e de protozoários, que, sob condições favoráveis,
provocam a mortalidade de grande número de larvas.
O coró ou bicho bolo pertencente à espécie Cyclocephala
flavipennis ocorre preferencialmente em áreas com abundância de palha e de
resíduos orgânicos, não causando danos às plantas cultivadas. Gassen (1989)
cita que o Cyclocephala flavipennis apresenta características de deslocamento e
de localização no perfil do solo semelhantes aos das espécies do gênero
Phyllophaga, porém pode ser diferenciado pela forma de distribuição de espinhos
e cerdas no raster (parte ventral do último segmento abdominal).
A maioria dos inseticidas registrados para o tratamento de sementes
(sobretudo os neonicotinóides e fipronil) é eficaz no controle de corós, quando a
larva de terceiro estádio estiver presente no momento da semeadura (Ávila 2003).
Tabela 2. Descrição geral, sintomas e controle do coró ou bicho-bolo

CORÓ OU BICHO- BOLO (Phyllophaga spp., Phyllophaga cuyabana, Phyllophaga


latefissa, Phytalus sanctipuli, Diloboderus abderus e Cyclocephala spp.)
Ordem: Coleoptera. Família: Scarabaeidae.
Local de postura dos ovos: no solo e em gramíneas nativas.
Ciclo biológico: 2 a 4 anos.
Período de incubação: 7 a 14 dias.
Longevidade da pupa: 20 a 30 dias.
Longevidade das larvas: 3 a 7 meses.
Descrição: larvas de corpo esbranquiçado e em forma de “C”, apresentando cabeça de
cor marrom, 3 pares de pernas e ponta do abdômen brilhante e transparente.
Desenvolvem-se de fevereiro a novembro, passam por quatro estádios larvais e atingem
50 mm de comprimento. As larvas de Dilobderus abderus apresentam distribuição de
cerdas longas no ventre do último segmento abdominal, o que caracteriza a espécie.
Adultos de Dilobderus abderus e Phyllophaga spp. apresentam 25 mm de comprimento e
cor marrom escura, sendo que os machos possuem uma proeminência no dorso da
cabeça e não voam. As fêmeas não apresentam estas características, voam e, após a
cópula cavam galerias no solo onde realizam a postura, principalmente nos meses de
janeiro e fevereiro. Adultos de Cyclocephala spp. apresentam 13 mm de comprimento e
cor alaranjada.
Danos: os danos causados pelos corós dependem da espécie e da época de ocorrência.
As larvas podem alimentar-se da palha existente na superfície do solo, bem como das
sementes e das raízes das plantas de milho, danificando-as. Em função do nível de
ataque podem provocar o tombamento das plantas (ou até a morte das mesmas),
normalmente em reboleiras. Ressalta-se que os adultos têm preferência pela oviposição
em certos tipos de solo, em função de sua textura. Maiores danos ocorrem quando a
semeadura de milho é efetuada entre os meses de agosto e meados de outubro
(podendo no entanto, continuar atacando o miilho, na safrinha)
Controle: para a determinação da estratégia de controle, mostra-se fundamental a
identificação da espécie. A semeadura de leguminosas e crucíferas (nabo-forrageiro ou
canola) na época de outono/inverno, como palhada, pode contribuir para a minimização
do ataque às culturas. Todavia, o tratamento de sementes e a aplicação de inseticidas no
sulco de semeadura têm sido eficientes. Aração e gradeação não contribuem para o
controle, pelo menos em porcentagem significativa.
III.2. Larva-alfinete (Diabrotica speciosa)

A larva-alfinete (Diabrotica speciosa) é mais conhecida por sua forma


adulta, a vaquinha verde-amarela, “patriota” ou “brasileirinho”, que se alimenta das
folhas de diversas culturas, como feijão, soja, adubos verdes, além de inúmeras
outras espécies, danificando-as significativamente.
Na cultura de milho esta praga é mais importante pelos danos
provocados ao sistema radicular, uma vez que as larvas perfuram as raízes,
podendo resultar no tombamento e morte das plantas.

Tabela 3. Descrição geral, sintomas e controle de larva-alfinete

LARVA-ALFINETE (Diabrotica speciosa)


Ordem: Coleoptera. Família: Chrysomelidae.
Local de postura dos ovos: no solo, próximo ao colo da planta hospedeira.
Ovos por fêmea: 100 a 300.
Ciclo biológico: 33 a 62 dias.
Período de incubação: 6 a 10 dias.
Longevidade da larva: 23 dias.
Longevidade da pupa: 17 dias.
Longevidade do adulto: 12 dias.
Descrição: larva cilíndrica, de cor branca, cabeça marrom e corpo afilado, atingindo
tamanho máximo de 12 mm. O adulto (besouro) possui cor verde, tamanho de 6 mm,
cabeça marrom e 6 manchas arredondadas, de coloração amarela, nas asas.
Dano: o consumo médio diário por adulto é de cerca de 10 cm2 de área foliar, podendo
acarretar uma perda de cerca de 20 a 30 % na produção. As larvas alimentam-se das
raízes e perfuram o sistema radicular, podendo atingir pontos de crescimento e levar
plântulas de milho à morte. Lavouras infestadas com mais de 10 larvas de vaquinha por
planta de milho apresentam drástica redução de raízes e sérios problemas de
acamamento. Em decorrência do acamamento, emitem raízes adventícias na região
dos nós, possibilitando a continuidade do crescimento e desenvolvimento do colmo,
porém, de forma recurvada, semelhante à ação de vento. Este sintoma é conhecido
como “pescoço de ganso”.
Controle: Adulto: aplicação de inseticidas na parte aérea das plantas e utilização de
plantas atrativas como o taiuiá (Cerathosanthes hilariana) e o lab-lab (Dolichos lab-
lab), nas quais serão efetuados o controle. Larva: tratamento de sementes e,
principalmente, aplicação de inseticidas no sulco de semeadura. Em alguns casos de
elevada infestação, podem ser efetuadas aplicações de inseticidas via pivô central
(insetigação).
Vale destacar que a larva-alfinete é considerada uma praga de difícil detecção e
controle devido ao fato de atuar abaixo da superfície do solo e de seus sinais se
manifestarem tardiamente. Desta forma, ao constatar a presença de adultos na
lavoura de milho (ou no final do ciclo da cultura antecedente), deve-se realizar um
levantamento minucioso próximo ao colo da planta e em seu sistema radicular no
intuito de detectar a presença de ovos e possível ataque das larvas.
Lavouras atacadas por mais de 10 larvas por planta de milho
apresentam drástica redução de raízes e sérios problemas de acamamento. Em
decorrência do acamamento, verifica-se a emissão de raízes adventícias na região
dos nós, possibilitando a continuidade do crescimento e desenvolvimento do colmo,
porém, de forma recurvada, semelhante ao sintoma provocado pela ação de vento.
Este sintoma é conhecido como “pescoço de ganso”.
A aplicação de inseticidas no sulco de semeadura, constitui-se na
principal estratégia de controle dessa praga, apesar do uso do tratamento de
sementes poder contribuir significativamente para a redução da população dessa
praga.

III.3. Lagarta-rosca (Agrotis ipisilon)

A Lagarta-rosca ocorre em vários ambientes e, normalmente, está


associada a plantas hospedeiras preferenciais, sendo comum encontrá-la em
plantas daninhas como a língua-de-vaca (Rumex sp) e o caruru (Amaranthus sp).
Ocorre, predominantemente, em áreas onde se evidencia a presença
de restos vegetais na superfície do solo, que servem de abrigo e proteção. Esse
inseto também pode ser encontrado no sulco de semeadura, onde age perfurando
o colo das plântulas, ou até mesmo cortando as plântulas, próximo ao solo, e
transportando-as para dentro de seus abrigos ou galerias, dificultando, desta
forma, seu controle através de pulverizações convencionais. As lagartas possuem
hábito noturno e seccionam (ou anelam) o colmo da planta na altura do colo,
configurando o sintoma de “coração morto”, provocando significativa perda de
estande.
O ataque de Lagarta-rosca pode desencadear também a emissão de
perfilhos pelas plantas. Martins (2000) cita que uma única lagarta é capaz de
destruir de 4 a 6 plantas. Em períodos de seca, o controle efetuado com inseticidas
aplicados na semente ou em área total é insatisfatório. Assim, resultados
experimentais recentes mostram que a aplicação de inseticidas, via líquida, no
sulco de semeadura, é considerada uma alternativa eficiente de proteção contra as
lagartas que atacam plântulas de milho.
Tabela 4. Descrição geral, sintomas e controle da Lagarta-rosca

LAGARTA-ROSCA (Agrotis ipisilon)


Ordem: Lepidoptera. Família: Noctuidae.
Ciclo biológico: 34 a 64 dias.
Longevidade da lagarta: 25-28 dias
Longevidade da pupa: 12-15 dias
Longevidade do adulto: 12-15 dias.
Ovos por fêmea: 750 a 1250.
Descrição: lagarta de cor marrom-acinzentada, medindo 40 mm de comprimento
quando completamente desenvolvida, a qual se enrola quando tocada. O adulto é uma
mariposa que apresenta asa anterior marrom e asa posterior branca com borda lateral
acinzentada, e que mede, aproximadamente, 35 mm de envergadura. As posturas são
efetuadas nas folhas e colmos das plantas, uma vez que após a eclosão dos ovos as
lagartas dirigem-se para o solo, onde permanecem protegidas durante o dia e
locomovem-se em busca de alimentos após o anoitecer. Normalmente, abrigam-se ao
redor das plantas atacadas, num raio de 10 cm e numa profundidade de 7 a 10 cm.

Dano: as lagartas possuem hábito noturno e seccionam (ou anelam) o colmo da planta
na altura do colo, configurando o sintoma de “coração morto”, provocando significativa
perda de estande. Inicialmente as lagartas provocam o seccionamento parcial do colo,
porém, quando a lesão é grande, surge o chamado “coração morto”, com conseqüente
morte da planta. O ataque de lagarta-rosca pode desencadear também a emissão de
perfilhos pelas plantas e uma única lagarta é capaz de destruir de 4 a 6 plantas.
Controle: a) Tratamento de sementes; Aplicação de inseticidas específicos
(principalmente junto a herbicidas dessecantes); b) Eliminação de plantas de caruru e
língua-de-vaca (abrigo de larvas); c) Aplicação de inseticidas via líquida (no sulco de
semeadura) e d) Controle biológico através de microhimenópteros e mosca (11 a 21%
de parasitismo). Em algumas áreas providas de irrigação por pivô central pode ser
efetuada a aplicação de inseticidas via água de irrigação (insetigação).

III.4 Lagarta elasmo (Elasmopalpus lignosellus)

A lagarta elasmo é considerada uma das principais pragas da cultura


de milho e ocorre, principalmente, quando a cultura é instalada em solos arenosos,
bem drenados, em períodos secos e com altas temperaturas. Também tem sido
problemática para culturas semeadas em solos sob vegetação de cerrado,
sobretudo no primeiro ano de cultivo após arroz, trigo ou pastagem.
Os danos provocados pelo ataque desta praga na cultura de milho
são semelhantes aos descritos anteriormente para a lagarta-rosca; todavia, o
ataque de elasmo pode ser facilmente distinguido uma vez que o referido inseto,
mediante orifício, penetra no colmo da planta, enquanto que a lagarta-rosca
alimenta-se apenas externamente, não manifestando nenhuma ação de
penetração.
O ataque da lagarta elasmo ocorre, principalmente, nos primeiros
30 dias após a emergência das plântulas de milho. As lagartas, inicialmente,
alimentam-se das folhas (raspagem), descendo em seguida para o solo, onde
penetram na planta na altura do colo, construindo uma galeria ascendente que
culmina na destruição do ponto de crescimento da planta (tecidos
meristemáticos).

Tabela 5. Descrição geral, sintomas e controle de lagarta elasmo

LAGARTA ELASMO (Elasmopalpus lignosellus)


Ordem: Lepidoptera. Família: Pyralidae.
Local de postura dos ovos: folhas, bainhas e colmo de plantas hospedeiras, ou no
solo.
Local de eclosão dos ovos: solo.
Ciclo biológico: 50 a 80 dias.
Longevidade da larva: 21 dias.
Longevidade da pupa: 8 dias (no solo, próximo ao colo da planta)
Longevidade do adulto: 10 a 12 dias.
Ovos por fêmea: 110-130.
Descrição: as lagartas completamente desenvolvidas medem cerca de 15 mm de
comprimento, apresentam cor verde-azulada, sendo extremamente saltitantes, quando
tocadas. O adulto é uma pequena mariposa com cerca de 20 mm de envergadura,
possuindo cor cinza-amarelada.
Danos: o ataque da lagarta elasmo ocorre, principalmente, nos primeiros 30 dias após a
emergência das plantas de milho. As lagartas inicialmente alimentam-se das folhas,
descendo em seguida para o solo, penetrando na planta na altura do colo e construindo
uma galeria ascendente que culmina na destruição do ponto de crescimento da planta
(tecidos meristemáticos). O sintoma típico do ataque é conhecido como "coração morto"
(morte das folhas centrais) o qual provoca a morte das plantas e, conseqüentemente, a
queda do estande. Outro sintoma comum provocado pelo ataque de lagarta elasmo é o
perfilhamento das plantas, devido à morte do meristema apical.
Controle: utilização de inseticidas sistêmicos aplicados no sulco por ocasião da
semeadura. Os inseticidas aplicados logo após o aparecimento da praga não têm
apresentado desempenho satisfatório. Em algumas áreas providas de irrigação por pivô
central pode ser efetuada a aplicação de inseticidas via água de irrigação (insetigação).
O tratamento de sementes e a utilização de inseticidas sistêmicos aplicados no
sulco por ocasião da semeadura se constituem nos principais métodos de controle.
Todavia, em condições de seca (ou baixa disponibilidade de água), o tratamento de
sementes, não tem contribuído adequadamente para o controle da referida praga.
Também. os inseticidas aplicados logo após o aparecimento da praga não têm
apresentado desempenho satisfatório. Em algumas áreas providas de irrigação por
pivô central pode ser efetuada a aplicação de inseticidas via água de irrigação
(insetigação).

III.5 Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda)

A lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda – Smith, 1797) é


considerada a principal praga do milho, não somente no Brasil, como nas Américas
Central e do Sul, e em algumas ilhas a oeste da Índia. No Brasil, está distribuída em
todo o território nacional provocando perdas na produção, segundo Martins (2000),
entre 15 e 34%, dependendo do estádio em que se encontra a cultura no momento
do ataque, da intensidade de ataque e do tempo transcorrido entre o início do
ataque e o controle. Estima-se que os danos provocados por esta praga ocasionam
prejuízos entre 400 milhões de dólares anuais (Cruz, 1999) e 1,2 bilhões de dólares
anuais (Fancelli, 2005) aos produtores brasileiros de milho.
A lagarta-do-cartucho ataca as plantas de milho, principalmente, no
início do desenvolvimento, podendo ser observados danos provocados pela mesma
até por ocasião da emissão da espiga. As larvas recém-eclodidas alimentam-se da
casca do próprio ovo e após essa primeira refeição, permanecem em repouso por
um tempo variável de 2 a 10 horas. Após esse período começam a se alimentar dos
tecidos verdes das folhas, iniciando, geralmente, pelas partes mais suculentas e
deixando intacta apenas a epiderme membranosa, provocando o aparecimento de
lesões conhecidas como “folhas raspadas”. À medida que crescem, iniciam as
perfurações das folhas, podendo destruir completamente as plantas mais novas.
Ressalta-se que, em algumas situações, a lagarta-do-cartucho também poderá se
alojar na extremidade das espigas danificando os grãos ali presentes, bem como
perfurá-las lateralmente, favorecendo o aumento da taxa de grãos ardidos.CRUZ et
al. (1993) e Fancelli & Correia (2007) salientam que os danos ocasionados por
esses insetos podem estar relacionados com o aparecimento de diferentes
patógenos, uma vez que predispõe os grãos à proliferação e colonização por fungos
produtores de micotoxinas, como Aspergillus flavus, Fusarium moniliforme,
Gibberella zeae, Penicillium spp. e Diplodia zeae. O seu controle deve ser
efetuado, mediante levantamento criterioso, após a constatação de 10 a 15% de
plantas de milho com folhas raspadas. As principais medidas recomendadas para
tal fim são: (1) tratamento de sementes (para ataques precoces); (2) aplicação de
inseticidas específicos com bico leque de alta vazão (300-500litros de calda) e
direcionado sobre a linha de plantas (dar preferência para inseticidas fisiológicos
ou biológicos e evitar piretróides); (3) emprego de estratégias de proteção à
“tesourinha” (Doru luteipes), principal responsável pela predação dos ovos da
lagarta mencionada; e (4) controle biológico proporcionado pelo Baculovirus
spodoptera ou por predadores de ovos como Trichogramma pretiosum, Campoletis
flavicincta e Telenomus sp.

Tabela 6. Descrição geral, sintomas e controle da Lagarta-do-cartucho

Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda)


Ordem: Lepidoptera. Família: Noctuidae.
Local de postura dos ovos: preferencialmente nas folhas.
Ciclo biológico: 32 a 46 dias.
Período de incubação: 2 - 4 dias.
Longevidade da pupa: 10 a 12 dias (permanece no solo).
Longevidade da larva: 12-15 dias (depende da temperatura ambiente).
Longevidade do adulto: 14 - 18 dias.
Ovos por fêmea: 100 a 550.
Descrição: a lagarta completamente desenvolvida mede 40 mm de envergadura e tem
coloração variável de pardo-escuro a preto (esverdeada, em algumas situações),
apresentando 3 finas listras dorsais de coloração branco-amarelada e cerdas pretas ao
longo do corpo. A cabeça é menor que o tórax apresentando coloração parda-escura a
preta, sutura epicranial com bordos de coloração branca e característico “Y invertido”
na parte frontal. O adulto (mariposa) possui asa anterior de cor marrom–acinzentada e
asa posterior de cor branco-acinzentada. Mede, aproximadamente, 35 mm de
envergadura e efetua a postura dos ovos em massa.
Dano: a lagarta-do-cartucho é a principal praga da cultura de milho e o nível de dano à
lavoura se dá em função da época de semeadura, clima, estado nutricional e estádio
fenológico das plantas. O período crítico de ataque compreende aos estádios
correspondentes à emissão de 2 a 10 folhas, exigindo seu efetivo controle. A lagarta-
do-cartucho reduz significativamente a área foliar das plantas (reduzindo a taxa
fotossíntetica), favorece a incidência de patógenos e pode destruir quantitativamente e
qualitativamente as espigas.
Controle: o controle deve ser efetuado após constatação, mediante levantamento
criterioso, de 10-15% de plantas de milho com folhas raspadas. Podem ser realizados:
(1) tratamento de sementes (para ataques precoces) e aplicação de inseticidas
específicos, até a 10-12ª folha, com bico leque de alta vazão e direcionado sobre a
linha de plantas (dar preferência para inseticidas fisiológicos ou biológicos); (2)
emprego de estratégias de proteção à “tesourinha” (Doru lineare), principal responsável
pela predação dos ovos da lagarta mencionada; e (3) controle biológico proporcionado
pelo Baculovirus spodoptera ou por predador de ovos como Trichogramma pretiosum,
Campoletis flavicincta e Telenomus sp.
III.6 Lagarta da espiga (Helicoverpa zea)

A lagarta-da-espiga também é considerada uma das importantes


pragas da cultura de milho no Brasil, principalmente, quando a lavoura é destinada
à produção de milho verde. Seu ataque pode provocar perdas de até 8 a 10% na
produção, dos quais, aproximadamente, 2 a 3 % são conseqüência da destruição
direta dos grãos; 1,5 a 2% são decorrentes do apodrecimento dos grãos e 3 a 5%
podem ser devidos aos danos provocados nos estilos-estigma (cabelos do milho),
impedindo o processo de fecundação.
A fêmea da referida praga deposita 1 a 2 ovos/planta,
preferencialmente, no estilo-estigma. Após 3 a 4 dias ocorre a eclosão e as larvas
começam a se alimentar imediatamente e, à medida que se desenvolvem,
penetram nas espigas e destroem os grãos.
O ataque das espigas de milho por esta praga, além do prejuízo
direto, favorece a infestação de outras pragas como o caruncho (Sitophilus
zeamais) e a traça (Sitotroga cerealella).

Tabela 7. Descrição geral, sintomas e controle da lagarta da espiga

LAGARTA DA ESPIGA (Helicoverpa zea)


Ordem: Lepidoptera Família: Noctuidae
Local de postura dos ovos: preferencialmente nos estilo-estigmas.
Ciclo biológico: 35 a 40 dias.
Longevidade da larva: 13 a 25 dias.
Longevidade da pupa: 10 a 15 dias. (na fase de pupa, permanece no solo)
Longevidade do adulto: 12-18 dias.
Ovos por fêmea: 100-600.
Descrição: lagarta de cor amarela, marrom ou verde, com faixas escuras pelo corpo e
que, quando completamente desenvolvida, mede 3,5 cm. O adulto (mariposa) mede,
aproximadamente, 40 mm de envergadura, possui asa anterior amarela ou esverdeada,
com manchas escuras dispersas e bem demarcadas.
Dano: as lagartas podem destruir os grãos da extremidade da espiga, bem como os
estilos-estigmas, provocando falha de granação. A importância do dano é maior em
lavouras de milho verde, milho doce e destinadas à produção de sementes.
Controle: aplicação de inseticidas específicos e seletivos, por meios apropriados,
respeitando o período de carência do produto; Emprego de estratégias de proteção à
“tesourinha” (Doru lineare), principal responsável pela predação dos ovos da lagarta
mencionada.
Seu controle pode ser realizado mediante a aplicação de inseticidas
específicos e seletivos, por meios apropriados, respeitando o período de carência do
produto; bem como pela utilização de Beauvaeria bassiana e Bacillus turingiensis.
Ainda, o emprego de estratégias de proteção à “tesourinha” (Doru luteipes), principal
responsável pela predação dos ovos da referida lagarta, também deverá ser
considerado.

III.7 Percevejo preto do milho (Leptoglossus zonatus)

O adulto do percevejo preto do milho apresenta comprimento de,


aproximadamente, 20 mm e cor marrom-escura com duas manchas circulares no
pronoto. No hemiélitro observa-se uma faixa transversal amarela em “zigue-zague”
sendo destacada uma expansão na forma de folha nas tíbias (ou patas) posteriores.
As formas jovens podem ser abundantes em determinadas épocas e apresentam
coloração alaranjada. Quando ocorrem em populações elevadas e na fase inicial de
enchimento de grãos causam prejuízos significativos à cultura de milho. Os adultos
introduzem o rostro entre as brácteas, atingindo os grãos que podem ser
completamente deformados ou apresentarem manchas escurecidas. A aplicação de
inseticidas específicos somente se justifica em altas populações, sobretudo em
campos de produção de sementes.

Tabela 8. Descrição geral, sintomas e controle do percevejo do milho

PERCEVEJO DO MILHO (Leptoglossus zonatus)


Ordem: Hemiptera. Família: Coreidae.
Ciclo biológico: 18 a 30 dias.
Longevidade do adulto: 30 dias.
Ovos por fêmea: muito variável .
Descrição: adulto com comprimento de aproximadamente 20 mm, apresentando cor
marrom-escura com duas manchas circulares no pronoto. No hemiélitro observa-se uma
faixa transversal amarela em “zigue-zague” sendo destacada uma expansão na forma de
folha nas tíbias posteriores.
Dano: deformação e escurecimento (presença de manchas) dos grãos; Favorecimento de
incidência de patógenos e formação de micotoxinas.
Controle: aplicação de inseticidas específicos com populações altas do inseto

III.8 Cigarrinhas do milho (Dalbulus maidis e Peregrinus maidis)

As cigarrinhas do milho (Peregrinus maidis e Dalbulus maidis), são


pequenos insetos, normalmente encontrados no cartucho das plantas de milho, os
quais podem atingir elevadas populações em curto período de tempo. Apesar de
sugar a seiva das plantas, a importância maior destas pragas está relacionada com
a transmissão de doenças provocadas por espiroplasmas, micoplasmas e vírus, as
quais resultam nos sintomas denominados “enfezamento do milho” ou “corn-stunt”.
Os insetos mencionados apresentam coloração bege ou
esbranquiçada, com cerca de oito milímetros de comprimento e são encontrados,
geralmente, dentro do cartucho da planta de milho. A distinção entre as duas
espécies de cigarrinhas pode ser efetuada através da observação das tíbias
posteriores dos insetos uma vez que Dalbulus sp. apresenta duas fileiras de
espinhos ao longo da tíbia e Peregrinus sp. não possue fileiras de espinhos, bem
como apresenta um esporão na base do tarso.
A aplicação de produtos químicos específicos na bordadura da lavoura e de
pastagens próximas, mostra-se necessário. Porém a utilização de genótipos
tolerantes às doenças por eles transmitidas apresenta maior efeito. Ainda, alguns
estudos evidenciam a possibilidade do uso do controle biológico mediante a ação
de parasitóides sobre os ovos, como Anagrus breviphragma e Oligoquita sp.

Tabela 9. Descrição geral, sintomas e controle de cigarrinhas

CIGARRINHAS (Peregrinus maidis e Dalbulus maidis)


Ordem: Homoptera Família: Delphacidae (Peregrinus maidis) e
Cicadellidae (Dalbulus maidis)
Local de postura dos ovos: folhas (são inseridos nos tecidos das folhas).
Ciclo biológico: 65 a 70 dias.
Longevidade dos ovos: 8 dias.
Longevidade das ninfas: 12 a 13 dias.
Longevidade do adulto: 42 dias (femea) e 16 dias (macho).
Ovos por fêmea: 130 ovos.
Descrição: insetos de coloração bege ou esbranquiçados, com cerca de oito milímetros
de comprimento, encontrados geralmente dentro do cartucho da planta de milho. A
distinção entre as duas espécies de cigarrinhas pode ser efetuada através das
observação das tíbias posteriores dos insetos uma vez que Dalbulus sp. apresentam
duas fileiras de espinhos ao longo da tíbia e Peregrinus sp. não possuem fileiras de
espinhos, além de apresentar um esporão na base do tarso.
Danos: transmissão de doenças provocadas por espiroplasma, micoplasma e vírus,
provocando os sintomas conhecidos como “enfezamento do milho”.
Controle: aplicação de produtos químicos específicos na bordadura da lavoura e de
pastagens próximas, ou mesmo nas lavouras de milho, entre a emissão da 3ª e 8ª folha
Utilização de genótipos tolerantes às doenças por eles transmitidas; Controle biológico
mediante a ação de parasitóides sobre os ovos, como Anagrus breviphragma e
Oligoquita sp.
III.9 Curuquerê-dos-capinzais (Mocis latipes)

O curuquerê-dos-capinzais (Mocis latipes) é considerado uma praga


de fácil controle, uma vez que pode ser combatida mediante aplicação de doses
mínimas da maioria dos inseticidas existentes no mercado. Porém, a presença
destas na cultura de milho é extremamente preocupante devido à voracidade com
que ataca a lavoura. Há relatos de que a referida praga ocorre em “reboleiras”
situadas no interior da área, e pode dizimar completamente as plantas de milho
em apenas dois ou três dias, se não for detectada no início do ataque. Portanto,
uma vez constatada a presença de curuquerê-dos-capinzais em áreas cultivadas
com milho, deve-se proceder ao controle o mais rápido possível.
Vale salientar que nas áreas em que o controle de plantas daninhas
de folhas estreitas (gramíneas) não foi considerado satisfatório e em sistemas
Santa Fé (milho + braquiária) mal conduzidos, os riscos de infestação de
curuquerê-dos-capinzais são maiores, pois as gramíneas (poáceas), são plantas
consideradas hospedeiros intermediários da praga, sobretudo o capim marmelada
(Brachiaria plantaginea)

Tabela 10. Descrição geral, sintomas e controle de curuquerê-dos capinzais

CURUQUERÊ-DOS-CAPINZAIS (ou lagarta-militar) (Mocis latipes)


Ordem: Lepidoptera. Família: Noctuidae.
Local de postura dos ovos: folhas das plantas.
Ciclo biológico: 46 a 51 dias.
Período de incubação: 7 a 12 dias.
Longevidade das lagartas: 20 a 30 dias.
Longevidade da pupa: 10 a 15 dias.
Descrição: lagartas de cor verde-escura, com estrias longitudinais castanho-escuras,
limitadas por estrias amarelas, e com deslocamento do tipo "mede-palmo". O inseto
adulto (mariposa) atinge 40 a 45 mm de envergadura e apresenta cor pardo-
acinzentada, com estria transversal nas asas anteriores.
Danos: o curuquerê-dos-capinzais, normalmente, é proveniente de área de pastagem
adjacente, em período seco, e alimenta-se do limbo da folha (exceto a nervura central),
destruindo-a completamente. A referida lagarta não se aloja no cartucho da planta.
Controle: o controle químico é recomendável imediatamente após constatada a
presença das lagartas na lavoura, principalmente, se o milho estiver entre os estádios
de pendoamento e grãos leitosos; Observar a presença da lagarta em plantas daninhas
situadas ao redor da lavoura de milho, sobretudo no capim marmelada ou papuã, e
eliminá-las; Efetuar o controle químico nas bordaduras; Manter a lavoura de milho livre
da presença de plantas daninhas e longe de áreas com hospedeiros intermediários.
O curuquerê-dos-capinzais, normalmente, é proveniente de área de pastagem
adjacente e alimenta-se do limbo da folha do milho (exceto a nervura central),
destruindo-a completamente. Este inseto não se aloja no cartucho da planta.

III.10 Percevejo Barriga Verde (Dichelops furcatus e D. melacanthus)

O percevejo barriga-verde é conhecido como inseto secundário em


soja, se transformou na segunda praga mais importante para a cultura do milho.
A espécie mais freqüente na região sul do Brasil é Dichelops (Neodichelops)
furcatus (Hem., Pentatomidae) e nas mais quente e de cerrado predomina a
espécie Dichelops melacanthus (Hem., Pentatomidae). O ciclo biológico das
duas espécies completa-se em pouco mais de um mês, sendo que os adultos
voam distâncias curtas (até alguns quilômetros) em busca de plantas
apropriadas, como ervilhaca (Vicia spp.), nabo forrageiro (Rhaphanus sp.) e
outras leguminosas.

Tabela 11. Descrição geral, sintomas e controle do percevejo do milho

PERCEVEJO BARRIGA VERDE (Dichelops furcatus ou D. melacanthus)


Ordem: Hemiptera Família: Pentatomidae
Ciclo biológico: até 6 meses
Longevidade do adulto: 60 dias.
Ovos por fêmea: muito variável.
Oviposição: ovos verde em fileira dupla
Descrição: Os adultos atingem 9 mm de comprimento, apresentando
coloração marrom uniforme, abdome verde e espinhos laterais negros no
protórax (D. melacanthus) ou espinhos laterais marrons no protórax (D.
furcatus). Suas ninfas são marrons com a cabeça pontiaguda.
Dano: Provoca o enrugamento e deformação de folhas, além de favorecer o
desencadeamento de perfilhos abundantes e anormais. Em situações
especiais representadas por condições climáticas estressantes aliadas a
elevadas populações do inseto, poderão culminar na morte das plântulas.
Ainda, o ataque tardio (após a 3ª/4ª folha) poderá favorecer a ocorrência de
plantas dominadas.
Controle: Tratamento de sementes com neonicotinóides (prática obrigatória),
acompanhada da aplicação foliar de inseticidas específicos, até a emissão da
segunda folha do milho, quando a pressão populacional for muito acentuada e
após lavouras de soja e trigo.
O percevejo barriga-verde suga a base das plântulas de milho, injetando saliva
visando facilitar a penetração de seu estilete e a solubilização de substâncias
nutritivas presentes na célula. A toxina injetada na saliva provoca alterações
fisiológicas na planta, culminado no enrugamento e deformação de folhas, além de
favorecer o desencadeamento de perfilhos abundantes e anormais. Em situações
especiais representadas por condições climáticas estressantes aliadas a elevadas
populações do inseto, poderão culminar na morte das plântulas. Ainda, o ataque
tardio (após a 3ª/4ª folha) poderá favorecer a ocorrência de plantas dominadas.
Os sintomas típicos do dano causado pelo percevejo são o
aparecimento de folhas com orifícios dispostos em linha transversal no limbo foliar,
apresentando halo amarelado ou mesmo faixas longitudinais, não muito largas, de
coloração amarelo claro. Finalmente cumpre salientar que quanto menor o
tamanho da planta atacada, maior será o potencial de dano causado pela referida
praga.

III. 11 Broca da cana-de-açúcar (Diatraea saccharalis)

A broca da cana-de-açúcar (Diatraea saccharalis) têm se tornado


uma praga de difícil controle na cultura de milho, principalmente, nas regiões
canavieiras não tradicionais e/ou em expansão.
O adulto migra dos canaviais (também de lavouras de arroz e sorgo,
além de outras) para as áreas onde o milho está sendo cultivado, faz a postura dos
ovos e após 6 dias, aproximadamente, eclodem originando as larvas que,
inicialmente, se alimentam das folhas do milho e logo após penetram no colmo das
plantas.
É considerada uma praga preocupante para a cultura de milho por ser
de difícil controle, uma vez que o hábito de se alojar no interior do colmo impede
que os defensivos aplicados atinjam-na efetivamente.
A identificação da broca pode ser efetuada pela abertura longitudinal
do colmo das plantas de milho, onde se observa a presença da larva ou da galeria
construída pela mesma.
As principais características da broca da cana-de-açúcar estão
descritas na tabela 12.
Tabela 12. Descrição geral, sintomas e controle da broca da cana-de-açúcar

BROCA DA CANA-DE-AÇÚCAR (Diatraea saccharalis)


Ordem: Lepidoptera Família: Pyralidae
Local de postura dos ovos: folhas do milho.
Ciclo biológico: 53 a 60 dias.
Período de incubação: 4 a 9 dias. (pode durar até 30 dias).
Longevidade da larva: 25 a 50 dias.
Longevidade da pupa: 9 a 14 dias.
Ovos por fêmea: 300 (pode chegar até 650).
Descrição: o adulto é uma pequena mariposa com 20 mm de envergadura
apresentando cor amarelo-palha, com prolongamentos na parte frontal da cabeça. As
larvas apresentam cabeça marrom e corpo esbranquiçado, com inúmeros pontos
escuros.
Danos: prejuízos diretos causados através da penetração e alimentação dos tecidos
no interior do colmo. Os prejuízos indiretos são considerados mais importantes pois
as galerias construídas no interior do colmo debilitam as plantas, tornando-as mais
suscetíveis a tombamentos, infertilidade dos pendões, redução de produtividade, além
de facilitar a entrada de patógenos oportunistas.
Controle: devido ao local de ataque dessa praga, o controle químico, normalmente,
não apresenta eficiência satisfatória. A possibilidade do uso do controle químico, com
sucesso, depende da detecção das larvas nos estádios inicias, quando as mesmas
ainda encontram-se entre as folhas. Portanto, o levantamento da população de
adultos com armadilhas de feromônios, objetivando a aplicação de defensivos no
momento correto, reveste-se de acentuada importância. Considerando a eficiência
obtida na cana-de-açúcar com o controle biológico, é possível estender a metodologia
também para a cultura de milho.

III.12 Pulgão do Milho

Os pulgões são nativos da Ásia e da Europa de onde foram


introduzidos na América. No Brasil, tem sido observado maiores populações
nas regiões onde se efetua a semeadura de milho sobre milho (safrinha), em
condições de veranicos prolongados e em plantas deficientes de boro, além de
regiões que se utiliza inseticidas de amplo espectro de ação (não seletivos).
São insetos que podem sobreviver até três meses sob
temperaturas inferiores a 5ºC, originando poucas ninfas, e morrer a
temperaturas constantes, superiores a 28ºC. Durante o verão, os pulgões
sobrevivem sobre plantas hospedeiras secundárias podendo ser levados pelo
vento para culturas de milho semeadas nas proximidades.
Tabela 13. Descrição geral, sintomas e controle de pulgão do milho

PULGÃO DO MILHO (Rhopalosiphum maidis)


Ordem: Homoptera. Família: Aphididae.
Descrição: as formas ápteras medem cerca de 1,5 mm de comprimento e apresentam
cor verde-azulada. As formas aladas são menores, possuem asas transparentes e são
responsáveis pela reprodução da espécie. Os pulgões são insetos com aparelho bucal
picador-sugador, atacando preferencialmente as folhas novas das plantas. A reprodução
destes insetos é efetuada por partenogênese. Podem ser facilmente reconhecidos pelo
grande número de indivíduos pequenos, de coloração verde, vivendo em colônias,
principalmente, nos pontos de crescimento das plantas, como o cartucho, pendão e
gemas florais.
Danos: os pulgões extraem a seiva das plantas de milho, exercem efeito fitotóxico pela
injeção de saliva, bem como podem transmitir vírus. Ainda, seus dejetos líquidos
acumulados sobre as folhas ocasionam o desenvolvimento de fumagina (fungo), que
prejudica a interceptação de radiação solar com conseqüente redução da fotossíntese
bruta. Os maiores problemas são observados em alguns genótipos, principalmente em
cultivares de milho doce, através da transmissão do vírus do mosaico anão.
Controle: aplicação de inseticidas específicos e seletivos, objetivando a preservação de
inimigos naturais; adubações equilibradas e fornecimento de boro.

IV. MANEJO DE PRAGAS

O manejo de pragas tem por objetivo manter a população do inseto-


alvo em níveis abaixo do nível de dano econômico.
A variação temporal da população de insetos varia em função da
época de semeadura (associado às condições climáticas), do genótipo utilizado,
do sistema de produção adotado, do programa de rotação de culturas, da
adubação empregada e das outras espécies de plantas existentes nas áreas
circunvizinhas.

IV.1 Manejo integrado de pragas (MIP)

Em decorrência dos prejuízos causados pelos insetos-praga, apesar do uso


crescente de inseticidas, foi idealizado um sistema de manejo de pragas baseado
na ecologia aplicada, denominado “manejo integrado de pragas”. O referido
sistema visa a manutenção do equilíbrio biológico das áreas de produção, bem
como aumentar a vida útil e a eficácia dos inseticidas empregados na agricultura,
O manejo integrado de pragas, mais precisamente, se constitui em um sistema
operacional ecológico cujas práticas, economicamente compatíveis, objetivam a
regulação do nível populacional das pragas através da preservação e/ou
aumento dos inimigos naturais, auxiliado pelos princípios da tolerância parcial
das plantas a injúrias.

O limite de tolerância das plantas ao ataque de pragas deve ser


conhecido para nortear a decisão de qualquer aplicação de inseticida, uma vez
que, a seletividade dos produtos químicos recomendados e a manipulação
(manejo) ambiental devem visar a preservação de inimigos naturais. A utilização
criteriosa de defensivos, além de propiciar a redução de custos, contribui para a
redução de riscos de resíduos tóxicos nos alimentos e no ambiente, atendendo
aos anseios da sociedade na busca de melhor qualidade de vida.

Ainda, de acordo com Cave (1985), a operacionalização do manejo


integrado de pragas exige o pleno conhecimento dos insetos-alvo e dos inimigos
naturais, além dos princípios do controle biológico natural, do controle biológico
artificial (introdução de artrópodes benéficos e de inseticidas microbianos), do
controle biológico clássico (introdução de inimigos naturais nas áreas de cultivo),
do controle químico e das principais estratégias de controle cultural.

V. MÉTODOS DE CONTROLE

Dentre as modalidades de manejo ou de controle das pragas do


milho, merece especial destaque os métodos: cultural, biológico e químico.

V.1 Controle Cultural


O método cultural de controle de pragas em lavouras de milho
consiste na aplicação de medidas e procedimentos que apresentem como
objetivo precípuo evitar a ocorrência e/ou aumento populacional de pragas. Além
disso, visa também fortalecer a planta ou a espécie vegetal considerada,
possibilitando o seu rápido estabelecimento e crescimento, contribuindo para o
aumento da tolerância e da dificuldade de ataque.
Assim, as práticas de manejo; como o preparo do solo; a rotação
de culturas; a época de semeadura; o controle de plantas daninhas; a adubação
verde; o manejo das áreas marginais; programas adequados de rotação de
culturas, adubações equilibradas; além de outras que exercem grande influência
na dinâmica populacional e na ocorrência de pragas na cultura de milho, devem
ser consideradas e efetuadas de maneira que possibilitem amenizar os riscos de
ocorrência de pragas.
O preparo adequado do solo possibilita efetuar a semeadura em
profundidade ideal e uniforme, garantindo a redução do período compreendido entre a
semeadura e a emergência das plântulas e, conseqüentemente, diminuindo o tempo
de exposição das sementes aos insetos de solo.
O uso de nutrientes em níveis adequados à cultura (e ao solo) e de
forma equilibrada, também garante o rápido estabelecimento das plantas na área, bem
como possibilita baixos níveis de estresse, reduzindo a possibilidade de danos
causados por insetos.
A época de semeadura também é considerada um importante fator na
incidência de pragas, pois a variação temporal da população de insetos é função das
condições climáticas reinantes no período. Assim, as decisões de manejo, além da
definição da época de semeadura, deverão contemplar o histórico da área, a escolha
de híbridos (genótipos) e o planejamento do controle de pragas.
No sistema plantio direto, a manutenção de palha (restos de cultura) na
superfície do solo favorece o desenvolvimento de comunidades nas quais as
interações e as relações de dependência são mais complexas. Normalmente, grandes
quantidades de restos de cultura na superfície do solo proporcionam aumento na
população de predadores e parasitóides que auxiliam no controle biológico das
pragas. Por outro lado, Gassen (1989) relata que, de maneira geral, tem-se observado
maior incidência de lagartas em sistema de semeadura convencional quando
comparado com o sistema de semeadura direta (ou “plantio direto”), devido ao maior
conteúdo de água existente no solo sob plantio direto, o que prejudica o
desenvolvimento das larvas. Porém, também tem sido constatado que as larvas de
vaquinhas (larva-alfinete) têm causado maiores danos ao sistema radicular da cultura
de milho em sistema de semeadura direta, quando comparados aos sistemas de
semeadura convencional.
O momento de aplicação de herbicidas dessecantes, antes da
semeadura, e o intervalo entre a morte das plantas dessecadas e a emergência do
milho, são extremamente importantes para o controle das pragas que se desenvolvem
associadas a outras plantas hospedeiras (daninhas ou não) que ocupam a área. Como
exemplos podem ser citadas a lagarta da aveia, a broca do azevém e as lagartas que
se encontram associadas ao nabo forrageiro e ao milheto.
Ainda, é importante ressaltar que as práticas culturais, efetuadas com o
intuito de afetar os insetos fitófagos, associadas a procedimentos físicos, químicos e
mecânicos, pode ser considerada parte do manejo ambiental, uma vez que visam o
controle das pragas sem desfavorecer a sobrevivência dos artrópodes benéficos no
sistema agrícola. Dentre as práticas culturais mencionadas destacam-se: (i) a rotação
de culturas; (ii) a implantação de culturas em faixas; (iii) o manejo de plantas daninhas
pós-colheita; (iv) a aração após a colheita (exposição de insetos aos raios ultra-
violetas); (v) o uso de coberturas verdes; (vi) a implantação de culturas iscas; (vii) o
emprego de culturas atrativas aos inimigos naturais (armadilhas); (viii) o uso de
genótipos tolerantes a pragas; (ix) a implantação de quebra-ventos; (x) barreiras
vegetais; (xi) ilhas biogeográficas e (xii) culturas intercalares.
Finalmente, salienta-se que o manejo cultural das pragas na cultura de milho deve
ser efetuado de forma economicamente viável, porém compatível com a utilização
de técnicas que favoreçam a reprodução e o desenvolvimento de populações de
espécies benéficas (inimigos naturais), ao mesmo tempo em que desfavoreçam a
disseminação e multiplicação das pragas. Normalmente, a utilização de híbridos
mais tolerantes à ocorrência de insetos-praga é a melhor opção do ponto de vista
econômico.

V.2 Controle Químico


Na prática, o emprego de inseticidas tem sido o método de controle
mais utilizado para a redução de pragas da cultura de milho. Porém, alguns
equívocos têm se tornado freqüente, como o uso contínuo do mesmo ingrediente
ativo e pulverizações preventivas indiscriminadas. Infelizmente, esses
procedimentos não levam em consideração o nível de dano econômico, o material
genético, as exigências de mercado, as condições climáticas, bem como as
conseqüências danosas sobre os inimigos naturais, ambiente e mecanismos de
resistência aos produtos químicos.
Desta maneira, cabe salientar que o controle químico deve ser
considerado como uma das diversas alternativas de controle de insetos, que deverá
ser empregado, única e exclusivamente, em situações de extrema necessidade,
quando os efeitos de todas as demais medidas foram esgotadas. A decisão pelo uso
de inseticidas deverá obedecer a critérios rígidos objetivando amenizar ao máximo o
impacto ambiental e garantir a qualidade dos alimentos.

V.3 Controle Biológico


O desequilíbrio biológico constatado nas últimas décadas e a
necessidade de reduzir o efeito do uso de defensivos agrícolas ao meio ambiente
tem despertado interesse pelo controle biológico ou pelo controle natural como
alternativa à ocorrência de grandes surtos de pragas.
O controle biológico se manifesta sempre que um inseto considerado
praga for atacado por outro inseto considerado benéfico ou por agentes
entomopatogênicos, como vírus, bactérias, fungos ou protozoários. A essência
desse tipo de controle refere-se ao uso de organismos vivos na manutenção de
população de determinados insetos em equilíbrio, no agroecossistema, de forma a
se evitar danos econômicos nas espécies cultivadas.
No controle biológico, a ação dos inimigos naturais (artrópode, arachinídeo ou
entomopatógeno) é dependente da capacidade de captura da presa ou do
hospedeiro; do potencial biótico do inimigo natural (relacionado ao número de
gerações e ao número de descendentes); da especificidade (os inimigos naturais
específicos são mais eficientes) e da capacidade de consumo do predador ou de
parasitismo do parasitóide. Cabe ressaltar que a referida capacidade de consumo
do predador deve ser superior ao crescimento populacional da praga.
O controle biológico natural é aquele que se manifesta sem a intervenção
do homem, em que os inimigos naturais presentes nas áreas consideradas,
exerçam a ação controladora sobre a população da praga alvo, podendo ou não
reduzir a sua densidade populacional a níveis inferiores aos que causam dano
econômico. Independentemente do caso, o controle biológico natural mostra-se
extremamente útil ao manejo ecológico de pragas.
O controle biológico artificial é exercido pela ação do homem a partir da
introdução de espécies exóticas de inimigos naturais ou provenientes da criação
de espécies nativas para liberações controladas. Essa ação pode ou não reduzir
a pressão de população da praga a níveis inferiores ao nível de dano econômico.
Dentre as pragas da cultura de milho que podem ser controladas
biológicamente, a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) mostra-se como a
mais importante, pois a utilização de produtos químicos sem critério técnico e a
ausência de um sistema integrado de controle da referida praga têm provocado,
nos últimos anos, um aumento dos problemas relacionados à resistência e à
ocorrência de grandes surtos.
Ainda, o controle natural (ou auto-regulação), pode ser definido como a
regulação da população de insetos-praga mediante competição por alimentos e
por espaço vital, ou por competição entre espécies de pragas que necessitam do
mesmo nicho ecológico.
A variação temporal da população de insetos em uma determinada área
ou região, que ocorre por diversas razões, pode ser considerado um dos fatores
de controle natural. Pois, de maneira geral, a primeira geração resulta poucos
indivíduos (imigração para a lavoura que está sendo implantada) e, após
algumas gerações, atinge uma população crítica que coincide com limitação de
espaço e de alimento, ou com a senescência da planta.
Dentre os inimigos naturais utilizados para o controle da lagarta do
cartucho, os mais importantes são a tesourinha (Doru luteipes), o
microhimenóptero do gênero Trichograma e o vírus Baculovirus spodoptera.
Esses dois últimos organismos já são comercializados em larga escala,
apresentando resultados satisfatórios quando ministrados na lavoura mediante
os cuidados exigidos pelas respectivas espécies.

VI. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O manejo de pragas na cultura do milho reveste-se de suma importância


para a consolidação de produtividades satisfatórias e lucrativas. Todavia, a maior
eficácia da ação deverá ser sempre fundamentada na combinação de estratégias
(ou medidas), incluindo as práticas culturais, o emprego de tecnologia apropriada
objetivando a redução do nível de estresse de planta, o uso racional de
inseticidas e a manutenção das condições de atuação dos inimigos naturais no
sistema de produção adotado.
VII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Coró ou bicho-bolo
Fancelli (2004)©

Cigarrinha do milho

Fancelli (2004)©

Curuquerê dos capinzais Fancelli (2004)©

Lagarta da espiga

Fancelli (2004)© Fancelli (2004)©

Lagarta elasmo Lagarta rosca


Fancelli (2004)© Fancelli (2004)©

Tesourinha Lagarta do cartucho

Fancelli (2004)© Fancelli (2004)©

Folha raspada por Spodoptera Larva alfinete

Fancelli (2004)©
Fancelli (2004)©
Dano de Spodoptera
Fancelli (2006)
Percevejo preto
Percevejo barriga Verde

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