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Profissional Documentos
Cultura Documentos
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3. Rua Gonçalves Chaves 4. Rua Gonçalves Chaves esquina Princesa Isabel 5. Praça Cel. Pedro Osorio. Vista dos Casarões nos 2 e 6
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6. Praça Cel. Pedro Osorio. Ao centro o Teatro Sete de Abril. Litografia. Ludwig, década de 1840 7. Praça Cel. Pedro Osorio. Teatro Sete
de Abril 8. Praça Cel. Pedro Osório. Chafariz (Fonte das Nereidas). Ao fundo, o Teatro Sete de Abril 9. Praça Cel. Pedro Osório, esquina
Mal. Floriano [antiga Estação dos Bondes] 10. Rua XV de Novembro, vista da Rua Mal. Floriano em direção à Av. Bento Gonçalves
11. Praça Cel. Pedro Osório, vista da Prefeitura em direção à Av. Bento Gonçalves
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“Estamos no teatro.
Foi-se a época, em que o teatro era o ponto de reunião
de tudo e de todos; ou pelo gosto despertado da arte,
ou então pela agradável sensação que aí nos causava
a presença de olhares amigos.”
Lobo da Costa. Espinhos d’Alma, 1872
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21. Rua Andrade Neves esquina Gomes Carneiro. Beneficência Portuguesa 22. Beneficência Portuguesa. Postal 23. Beneficência
Portuguesa, vista do ângulo da Rua Uruguai. Postado em 1904 24. Praça Piratinino de Almeida. Santa Casa de Misericórdia. Aquarela.
Pineau, 1883 25. Praça Piratinino de Almeida. Caixa d’Água Escocesa 26. Rua Santos Dumont. Santa Casa de Misericórdia. Postal 27
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27. Santa Casa de Misericórdia. Postado em
1903 28. Rua Santos Dumont. Praça Piratinino
de Almeida e Santa Casa de Misericórdia. Postal
29. Rua Santos Dumont, próximo à Gal. Neto.
Santa Casa de Misericórdia 30. Rua Santos
Dumont, esquina Gal. Neto. Santa Casa de
Misericórdia. Postal 31. Praça Piratinino de
Almeida. Caixa d’Água Escocesa. Postal
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APRESENTAÇÃO
Almanaque do Bicentenário de Pelotas (Vol. 1)
Luís Rubira*
João Simões Lopes Neto, como bem observou Carlos Reverbel, “foi quem mais
contribuiu para o brilhantismo das celebrações do primeiro centenário de Pelotas.
Na sua empolgação pelo acontecimento, chegou a fundar uma revista mensal,
da qual saíram oito números, o primeiro em outubro de 1911, os dois últimos
(aglutinados num único volume), em maio de 1912” (REVERBEL, C. Um capitão
da guarda nacional: vida e obra de J. Simões Lopes Neto. Caxias do Sul: UCS, p.
75). É ainda Reverbel quem lamenta, nos anos oitenta, o fato de somente poucas
pessoas terem acesso à “coleção dessa revista (infelizmente hoje raríssima)”, pois,
nela, João Simões Lopes Neto disponibilizou uma importante documentação so-
bre Pelotas, reunida ao longo de muitos anos, na qual constava, por exemplo, um
“repertório de anúncios” capaz de fornecer uma “idéia das atividades econômicas
da cidade no ano do seu centenário” (Idem, p. 78).
***
João Simões Lopes Neto elegeu, portanto, a data de 7 de Julho de 1812 (mo-
mento de criação da Freguesia), para comemorar o centenário da cidade. Foi,
então, aos 47 anos que ele empreendeu, sozinho, a partir do segundo semestre
de 1911, o esforço monumental para realizar os oito números da Revista (dentre
os dez inicialmente previstos), sendo que os números 7 e 8 somente surgiram
após a comemoração do centenário. O próprio autor justificava “o atraso das
publicações por ter sido acometido de ‘moléstia grave e de demorada convales-
cença’” (Sica Diniz, C. F. João Simões Lopes Neto: uma biografia. Porto Alegre:
Editora AGE, p. 184). O Bicentenário da cidade, festejado em 7 de Julho de
2012, é, portanto, indissociável do nome e do gesto de João Simões Lopes Neto.
Transcorridos cem anos desde a publicação dos oito números da Revista, ne-
nhuma homenagem poderia ser mais justa, ao intelectual que procurou valorizar
e pensar a singularidade de sua cidade, do que editá-la integralmente (e, pela
primeira vez, de forma impressa). Por essa razão, a edição em fac-símile da Revista
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do 1º Centenário ocupa o núcleo deste primeiro volume do Almanaque do Bicen-
tenário de Pelotas. Se com ela Simões foi capaz de estabelecer o marco para a data
de comemoração do centenário da cidade, bem como de percorrer uma senda que
facilitaria o percurso do historiador Fernando Osório, é certo, então, que, ao alcan-
çar um vasto público de leitores, a Revista do 1º Centenário de Pelotas não somente
recebe o seu justo apreço (cem anos depois), mas abre o caminho para novas possi-
bilidades de reflexão e pesquisa em muitas áreas do conhecimento.
Cosmopolitismo e regionalismo
Não parece ser ao acaso que, em meio a tantas possibilidades de resgatar uma in-
formação para a seção “Curiosidades” (em diversos documentos disponíveis, entre
eles o Almanak de 1862), Simões tenha escolhido justamente a propaganda de
produtos de um refinado armazém da cidade de Pelotas, a propósito da qual ele
observa: “vão completar-se cinquenta anos, que foi publicado o seguinte anúncio
(...) e parece um anúncio da atualidade; por ele também se aprecia a antiguidade
de alguns artigos e marcas”. A seguir, então, o autor da Revista faz a reprodução
do mesmo (a atualização da grafia de algumas palavras é nossa):
ARMAZÉM DE COMESTÍVEIS
TORRES & TASSIS
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pacotes de 1/2 libra. VELAS de espermacete e composição. CHARUTOS
de todas as qualidades. FUMO para cachimbo. CAPORAL CWERVICK.
CAFÉ em grão e moído de 1a sorte, garantido. AÇUCAR cristalizado,
refinado, Pernambuco de 1a sorte. BISCOITOS ingleses e bolachinhas
da terra. TERRA romana em barricas de superior qualidade.”
A face cosmopolita e regional de João Simões Lopes Neto reluzem, assim, num
mesmo período. É preciso, aqui, fazer uma pausa, de modo a perceber que estes
elementos já estavam presentes, há bastante tempo, em nosso intelectual. Aten-
temos, então, para uma página conhecida da crítica literária brasileira. Quando
Augusto Bosi trata da “Literatura regionalista” de João Simões Lopes Neto, ele
escreve que em Simões
E prossegue, dizendo que “o fato” de João Simões Lopes Neto e Valdomiro Silveira
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que aprofundavam a linha realista estendendo-a para a compreensão
de ambientes rurais ainda virgens para a ficção.
Vê-se, portanto, que além de privilegiar vultos abolicionistas, a ordem dos “Fi-
lhos ilustres”, de fato, coloca o acento no “fator pensante, dirigente, responsável
de nossa vida urbana”. Isto explica o fato de inicialmente surgir um advogado
e político (Ferreira Viana), em seguida um charqueador (Felisberto Ignácio da
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Cunha), outro advogado, jornalista e político (Henrique Bernardino Marques
Canarim), e, em seguida, um poeta: Francisco Lobo da Costa “um dos poetas
mais populares de todo o Rio Grande” (no 2, p. 13) – único homem de letras a
quem ele se refere na Revista do 1º Centenário de Pelotas.
Simões Lopes Neto, simpático aos conterrâneos que tomaram partido pelo mo-
vimento republicano, dá, então, especial atenção a um dos descendentes de
Gonçalves Chaves:
Em síntese, João Simões Lopes Neto percebe que sua terra natal abrigou ou
gerou homens bem à frente de seu tempo. Talvez pelo fato de que, em muitos
aspectos, e, em particular, nos movimentos abolicionistas e republicanos, a ci-
dade e seus “filhos ilustres” tenham tido destaque no cenário nacional, ele faça
questão de pontuar no quinto número da Revista: “existe em Pelotas, (na Costa)
o único monumento no Brasil publicamente erguido ao ideal republicano, du-
rante o regime monárquico” (no 5, p. 68).
Buscando dar ao leitor uma idéia da intensidade das atividades econômicas que movi-
mentavam a vida urbana da cidade que estava prestes a comemorar o seu centenário,
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Simões apresenta um dado recente sobre Pelotas no primeiro número da Revista: “Da
estatística municipal de 1910 verifica-se que nesse ano existiam 188 fábricas, 278
oficinas e 822 casas diversas de negócio, ou seja, 1288 firmas em atividade” (no 1, p.
13). Ciente, portanto, das mais de mil firmas existentes no município, ele apresenta
aproximadamente 70 delas (as demais são de Piratini e Canguçu), justificando, na
página inicial da Revista, que não se trata tão somente de propaganda das empresas:
O conjunto deles, no futuro, dirá o que éramos e o que valíamos. (no 1, p. 1).
O intelectual e empresário para quem o valor maior não era o monetário (ele
mesmo escreve na página de abertura do segundo número: “Não nos move o
cálculo dos ganhos”), seleciona, então, criteriosamente, os “documentos” que
representam o diagnóstico de uma época e de uma sociedade. A grande maioria
dos anúncios (cerca de 40) está concentrada no primeiro número da Revista. Vá-
rios também são os “atestados” que irão surgir em outros números (é o caso dos
anúncios dos agentes que representam o “Comércio e navegação” e os “Automó-
veis Ford”, da refinada “Relojoaria-Ótica de Henrique Krentel”, da “Livraria Ameri-
cana”, do “Salão Le Chic”, da Fábrica de Fumo “S. Raphael”, das lojas “Bromberg
& Comp.”, da “Sociedade Rio-grandense Protetora dos Animais”, dentre outros).
Ele ressalta, é importante notar, que foi o filho de Gonçalves Chaves, Antonio
(cujos traços biográficos surgem imediatamente após o nome do pai), que, nasci-
do em Pelotas em 1813, “organizou a Companhia da Desobstrução da Foz do S.
Gonçalo (...) realizada em fevereiro de 1876, data (dia 11) em que transpuseram a
barra do S. Gonçalo – pela vez primeira – navios de alto bordo” (idem, p. 9 e 10).
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com destaque no parque industrial da cidade” (Reverbel, C. Op. cit., p. 78).
Impressionam também, a nosso ver, os anúncios de armazéns, confeitarias,
livrarias, lojas de roupas e de fazendas, de louças, vidros e cutelaria; as pro-
pagandas de hotel, bazar musical, floricultura e perfumaria; as fábricas (de
preparo de massas e moagem de café, de carros de época, de sabão e velas,
de móveis, de fumos e cigarros, de malas, de cerveja, de calçados e tecidos);
as casas de importação de produtos (mercadorias da França, Alemanha, In-
glaterra, China, Japão), ou daquelas cujos estabelecimentos encontram-se
em cidades do exterior (Paris, Hamburgo, Buenos Aires) ou espalhadas pelo
país (São Paulo, Rio de Janeiro, Pará) e também no próprio estado (Porto
Alegre, Bagé, Rio Grande, Santa Maria, Dom Pedrito, Alegrete). Destacam-se,
ainda, os bancos, companhias de seguro e profissionais liberais dos ramos
imobiliário, odontológico, advocatício. Mas caberá ao leitor, por certo, es-
miuçar a riqueza de cada um destes anúncios.
Srs.
Auxiliai a propaganda contra a crueldade:
sem justiça para os animais o civilizado nivela-se ao selvagem
Em primeiro lugar, é preciso atentar para o seguinte fato: João Simões Lopes
Neto, desde a página inicial da Revista, ao abrir a seção “A fundação de Pelo-
tas”, justificou em epígrafe:
As linhas que se vão ler não [se] impõem como afirmativa intangível:
representam, antes, concurso para trabalho escoimado (Idem, p. 03).
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Do mesmo modo, ao iniciar a “Galeria dos Fundadores”, ele escreve em nota de
rodapé: “A ausência do arquivo da Igreja Matriz no bispado, em Porto Alegre,
muito dificulta certa ordem de verificações” (Idem). Mas, se no primeiro mo-
mento em que tratou de Pinto Martins ele era enfático em sua informação, que
parecia, então, ter sido retirada de uma fonte direta, já no segundo número da
Revista existe uma oscilação no modo como ele trata o assunto: “Sabe-se que
em 1780 (...), numa parte dos terrenos de M. Carvalho de Souza (arroio Pelotas)
fundou José Pinto Martins, vindo do Ceará, uma charqueada” (n 2, p. 4). Ora, o
“Sabe-se”, aqui, indica que Simões não estava diante de um documento sólido
para afirmar que Pinto Martins fundou a primeira charqueada em Pelotas no
ano de 1780. Na verdade, logo a seguir, no mesmo número da Revista, ele nos
fornece a (única) pista de onde teria retirado tal informação:
João Simões Lopes Neto, como buscamos mostrar, tinha ciência de não ser his-
toriador. Ademais, ele insiste nisto quando, novamente, na abertura do terceiro
número da Revista, ao tratar da abordagem histórica de outros municípios,
escreve, indicando seu método de trabalho:
É, por fim, nosso intelectual quem lamenta, nos últimos dois números, o fato
de não ter tido acesso a muitos documentos que poderiam ter contribuido para
um trabalho histórico mais exaustivo: “Parte valiosa de informações não nos foi
respondida, apesar de reiterada solicitação, de forma que nosso inquérito sobre
a vida local – antiga – ressentir-se-á de lacunas: para suprí-las as empregamos
os nossos melhores esforços” (nos 7 e 8, p. 97).
***
41
A nosso ver, as contribuições documentais mais significativas que surgiram nos
últimos anos sobre esse tema (ou seja, aqueles que fizeram jus ao pedido de
Simões de realizar um “trabalho escoimado”) são duas: a investigação de Paulo
Xavier, em artigo publicado no Jornal Correio do Povo (datado de 11 de de-
zembro de 1971), que mostrou que José Pinto Martins não era cearense, mas
sim português; bem como as teses do livro Desfazendo mitos: notas à história
do continente de São Pedro, de A. F. Monquelat e V. Marcolla, publicado no
presente ano de 2012, onde são defendidas as seguintes teses:
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No entorno do fac-símile da Revista encontram-se, criteriosamente posicio-
nados, os textos dos pesquisadores Luís Borges e Adão Monquelat. A escolha
justifica-se pelo seguinte: o primeiro é um dos investigadores pelotenses mais
entusiastas no trato da obra de Simões, dedicando-se ao autor há mais de dez
anos (em 2001 publicou, em parceria com Agemir Bavaresco, História, resis-
tência e projeto em João Simões Lopes Neto, que recebeu, no ano seguinte,
na categoria de ensaio, o Prêmio Açorianos de Literatura; bem como autor de
Trocando orelhas. Ensaios de crítica, pesquisa e hermenêutica lopesnetina,
de 2003; dentre outras). Ademais, ele aporta um texto que visa penetrar em
determinados aspectos da Revista que ocupa o núcleo da presente edição. O se-
gundo pesquisador, Adão Monquelat, foi convidado a comparecer aqui por duas
razões: em primeiro lugar por ser, certamente, um daqueles que mais insuflou a
retomada das investigações sobre Simões na cidade, bem como por ter colabora-
do decisivamente para o tombamento do imóvel e a fundação da, hoje, Casa de
Cultura João Simões Lopes Neto. Neste sentido, basta lembrar de seu artigo publi-
cado nos anos noventa, precisamente intitulado “Tributo a Simões Lopes Neto”,
no qual, após dizer que o “levantamento, feito por nós, da produção literária de
Simões Lopes no período de 1897 a 1907”, desfere: “Podemos afirmar com abso-
luta convicção que, Simões Lopes escreveu os trabalhos acima em sua residência
da Dom Pedro II” (Diário Popular, 10/06/1995). Em segundo lugar pelo fato de
Monquelat vir apresentar uma nova tese: a de que o “João Cardoso”, do conto
de João Simões Lopes Neto, é o mesmo indivíduo que teria instituido o primeiro
estabelecimento saladeiril nas margens do Rio Piratini, no ano de 1780. Como,
então, João Cardoso foi parar há quilômetros do antigo forte de São Gonçalo
(onde estava sua primitiva charqueada), e estabelecer-se, ainda nas margens do rio
quilômetros acima, é algo que fica reservado para o leitor do texto. Trata-se, por
certo, de uma justa homenagem aos cem anos do conto O mate do João Cardoso,
publicado, como vimos, no jornal Diário Popular de abril de 1912.
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32. Rua Gal. Neto, quase esquina Félix da
Cunha. Clube Comercial 33. Rua Pe. Anchieta,
quase esquina Gal. Neto. Clube Comercial
34. Rua Gal. Neto, quase esquina Félix da
Cunha. Clube Comercial 35. Rua Gal. Neto,
esquina Félix da Cunha. Clube Comercial. Postal
36. Rua Sete de Setembro, esquina Pe. Anchieta.
[Antigo depósito de Oliveira Coelho & Cia]
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37. Praça Cel. Pedro Osorio. Bibliotheca Pública
Pelotense [Edifício original] 38. Bibliotheca
Pública Pelotense. [Edifício original. Sala de
Leitura]. Postal 39. Praça Cel. Pedro Osorio.
Bibliotheca Pública Pelotense. [Edifício original].
Postal 40. Praça Cel. Pedro Osorio. À esquerda,
os casarões nos 8, 6 e 2 41. Praça Cel. Pedro
Osório, próximo à Rua Barão de Butuí
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42. Praça Cel. Pedro Osorio, esquina Rua Barão de Butuí [Antigo casarão. Destruído] 43. Praça Cel. Pedro Osório, próximo à Rua Barão de Butuí
[à esquerda, o casarão destruído]. Postal 44. Praça Cel. Pedro Osório [à esquerda, antigo sobrado. Destruído, restando somente parte da fachada]. Postal
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“Rareava o movimento que minutos antes transbordava
pela Praça da República.
Já se viam poucos fregueses nos Cafés. (....)
Da torre do mercado, a qual imita, como um grande
compasso aberto, a torre Eiffel, vinham as badaladas
compassadas, solenes, graves das últimas horas da madrugada.”
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53. Praça Cel. Pedro Osorio. Quarteirão entre as Ruas Pe. Anchieta e Félix da Cunha. Aquarela. Pineau, 1883 54. Praça Cel. Pedro
Osório, esquina Rua Pe. Anchieta. Clube Caixeiral [em construção]. Postal 55. Clube Caixeiral. Postal 56. Praça Cel. Pedro Osorio.
Quarteirão entre as Ruas Pe. Anchieta e Félix da Cunha. Postal 57. Praça Cel. Pedro Osorio, desde a Rua Princesa Isabel. [Ao fundo,
antigo sobrado. Destruído]. Postal
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66. Largo de Portugal. Estação Ferroviária. [Ângulo do antigo leito do Arroio Santa Bárbara] 67. Estação Ferroviária 68. Estação
Ferroviária. Postal 69. Estação Ferroviária. Postal 70. Estação Ferroviária. Vista dos fundos
63
“Em madrugada serena e límpida partiram em uma das
diligências que da campanha conduzem passageiros a Pelotas
(...). Chegados os nubentes a Pelotas tomaram passagem no dia
seguinte para o Rio Grande e d’ali para a capital.”
Luís Borges*
Esta edição
Se podemos considerar estes alguns dos principais fatores que colocaram a Re-
vista no ostracismo, há, por outro lado, uma razão positiva que também colabo-
rou para que ela ficasse por tanto tempo olvidada: o crescente reconhecimento
de Simões Lopes Neto como ficcionista. O historiador Mario Osorio Magalhães
sintetiza a opinião geral:
J. Simões Lopes Neto (1865-1916), natural de Pelotas, neto de um * Professor de Filosofia, Teologia e Literatura.
charqueador-visconde e filho de estancieiro, é considerado um dos Pesquisador do CEIHE/UFPEL e NEL/IFSUL.
mais talentosos escritores brasileiros de todas as épocas. Sua obra prin-
cipal, já traduzida para o italiano e o espanhol, com diversas edições
brasileiras, resume-se a três livros: Contos Gauchescos (1912), Lendas
do Sul (1913) e Casos do Romualdo, este último publicado postuma-
mente. São todos de ficção, do gênero contos ou histórias curtas1.
Tal concepção, certamente, contribuiu para que suas outras facetas, como a de
historiador, ficassem obscurecidas. Magalhães, adiante, acrescenta:
70
exigiria um aparato crítico destoante dos fins precípuos desta edição, isto é, possi-
bilitar ao leitor o contato direto com o texto, tal como saiu da lavra do grande fic-
cionista pelotense – daí uma edição fac-similada –, reduzidas as notas ao essencial.
13
LOPES NETO, João Simões. Glória Farroupilha
Começando pelo começo (manuscrito); Arquivo documental ilustrado da
Revolução Federalista no Rio Grande do Sul
(manuscrito) e o volume 2 de Terra Gaúcha,
A Revista do 1º Centenário de Pelotas, certamente, foi o mais importante empre- que se perdeu.
14
Spalding em sua “Introdução” à Terra Gaúcha
endimento historiográfico de João Simões Lopes Neto. Não o único, contudo, pois afirmou estar o autor “numa verdadeira nebulosa”,
ele concebeu vários outros textos e projetos de cunho histórico. Foi talvez o mais [...] “e por isso, os erros que cometeu, as interpre-
bem-sucedido. Entende-se assim porque seus demais trabalhos históricos ficaram tações infiéis e as conclusões pouco exatas”. Os
debates sobre esses “equívocos” vão aparecer mais
inéditos13 ou obtiveram pouca ou desfavorável recepção14. Dois outros aspectos cor- claramente no ano seguinte, 1956, na guerra que se
roboram a importância da Revista: à exceção de A cidade de Pelotas – apontamen- tornou a discussão sobre a questão do monumento
a Sepé Tiaraju. Para uma discussão sobre a polêmi-
tos para alguma monografia para o seu centenário15, os textos que nela aparecem ca do monumento vide TORRES, Luiz Henrique.
se constituem na primeira história impressa da cidade. O outro motivo é que, a Historiografia sul-rio-grandenese: o lugar das
Missões Jesuítico-Guaranis na formação histórica
despeito da raridade da publicação, aparece citada nas referências bibliográficas até do Rio Grande do Sul (1819-1975). Porto Alegre:
os dias de hoje em trabalhos acadêmicos sobre a história local ou a ela relacionada16. PUCRS, 1997. Tese de doutorado em História.
15
Esse trabalho foi publicado nos Anais da Biblio-
theca Pública Pelotense, ano I, 1904, vol. I. Pelotas:
Entre seus outros textos e projetos de cunho historiográfico, o mais conhecido é Livraria Comercial, 1905, p. 47-59.
Terra Gaúcha (quiçá, a obra que o escritor mais estimava)17, editada postuma- 16
Entre os vários exemplos possíveis vide MOLLER,
mente, em 1955, pela editora Sulina, de Porto Alegre. Se compararmos o destino Cláudia Daiane Garcia. Trabalho e correção de mul-
heres negras na cadeia da cidade de Rio Grande
de Terra Gaúcha com o da Revista do 1º Centenário, esta última ainda leva a (1864-1875). X Encontro Estadual de História. O
vantagem de estar completa, uma vez que o primeiro trabalho chegou até nós Brasil ao Sul: cruzando fronteiras entre o regional e
o nacional. Santa Maria, 26 a 30 de julho de 2010.
mutilado, pois o 2º volume se extraviou18. Cabe aqui um pequeno esclarecimento. Disponível em <html//:www.eeh2010-rs.org.br/
Há dois trabalhos assim denominados. O biógrafo Carlos Diniz, a fim de diferen- resouces/anais/9/1279413800_ARQUIVO_texto-
completo.pdf> Acesso: 13/03/2012.
ciar ambas as obras, chama ao livro de leituras escolares (com mais de duzentas 17
REVERBEL, Carlos. Um Capitão da Guarda
páginas), composto para o ensino primário, de “verdadeiro Terra Gaúcha”19. O Nacional. Porto Alegre: Martins Livreiro, 1981, p.77.
outro é uma história elementar do Rio Grande do Sul, a que nos referimos acima. 18
Para mais detalhes vide REVERBEL, Carlos. Um
Capitão da Guarda Nacional. Porto Alegre: Martins
Livreiro, 1981, p. 231-237; p. 268-271.
Como se pode observar na primeira versão da conferência Educação Cívica, 19
Para mais detalhes vide DINIZ, Carlos Francisco
proferida em 17 de julho de 1904, na Bibliotheca Pública Pelotense, em que Sica. João Simões Lopes Neto, uma biografia.
Porto Alegre: AGE, 2003, p. 125-137. Foi anun-
anuncia a apresentação de seu livro Terra Gaúcha (que Diniz denomina “o ver- ciada a publicação dos cadernos do “verdadeiro
dadeiro”), o Velho Capitão explicita seus objetivos. Quer um livro Terra Gaúcha” para setembro de 2012.
71
em que se concretizasse a tradição, a história, o ensinamento cívico
e as aspirações pátrias, que eu dedicaria, mais vibrante hausto da mi-
nha pobre vida, à terra rio-grandense, mão de raça forte, túmulo de
ossadas venerandas, berço de incomedido patriotismo. Um livro que
vivesse nos ranchos das margens do Uruguai e no palácio das plagas
do oceano; e que das suas páginas simples e sinceras refulgisse nítida
e vivaz, amorosa, exemplificadora e saudosa, a plaga dos pampas, o
berço dos farrapos, a Terra Gaúcha...!20
20
LOPES NETO, J. S. Educação Cívica. Terra Gaúcha As celebrações do aniversário da Cidade, em 1912
(apresentação de um livro). Anais da Biblioteca
Pública Pelotense. Vol. 1. Pelotas: Livraria Comer-
cial, 1905, p. 58-59. Os grifos são meus.
Quase uma década antes o Capitão já estava preocupado com as comemorações
21
ORNELLAS, Manoelito de. “Prefácio”. In: LOPES
do aniversário de 100 anos de Pelotas, tanto que, em 1905, fez publicar um
NETO, João Simões. Terra gaúcha. Porto Alegre: texto a que subintitulou “Apontamentos para alguma monografia para o seu
Sulina, 1955, p. 7. Grifos nossos. centenário”. Depois de uma reunião, em 09/04/1910, na Bibliotheca Pública,
22
SPALDING, Walter. “Introdução”. In: LOPES NETO, que aprovou a “Semana Centenária”, o Conselho Municipal (equivalente ao
João Simões. Terra gaúcha. Porto Alegre: Sulina,
1955, p. 9. que seria hoje a Câmara de Vereadores) autorizou o intendente José Gonçalves
72
Barbosa a destinar a quantia de cinco contos de réis para viabilizar o evento,
que ocorreu entre os dias 7 e 15 de julho de 1912. Numa outra reunião na Bi-
bliotheca Pública, em 09/08/1911, Simões Lopes Neto apresentou um longo e
detalhado programa para os festejos do 1º centenário. Para essas celebrações foi
que o Capitão criou a Revista.
Como se vê, o programa era enorme e lotadíssimo. Não sabemos com precisão
determinar se chegou a realizar tudo o que foi anunciado, embora possamos
afirmar, pelo que já apuramos, que o foi em grande parte. Talvez reconhecendo
as dificuldades na execução de tão vasto programa, se advertia, cautelosamente,
que, embora tivesse o projeto sido aprovado pela diretoria da Bibliotheca, estaria
ainda sujeito a possíveis modificações, as quais seriam divulgadas oportunamente.
73
algo de mais permanente e útil se fizesse. Ainda sobre o intuito da publicação, um
elemento de clarividência nos soa notável, pois o Capitão já via nos “reclames” uma
fonte para a história. O diretor e redator único da Revista alerta o leitor para os
anúncios, que devem ser tomados mais como “atestados [...] da capacidade indus-
trial-comercial desta época da cidade [...]. O conjunto deles, no futuro dirá o que
erramos e o que valíamos; e, mesmo atualmente, provará a potencial econômica
municipal, em cotejo frizante com outras da mesma ou maior idade.”
23
Para a discussão a respeito de Pinto Martins vide,
em especial, MONQUELAT, A. F.; MARCOLA, V.
“Pinto Martins, o mito de um século”, Diário da Ao lançar a Revista o escritor assinala duas lacunas: uma referente ao indi-
Manhã, Pelotas, 04/09/2011.
ferentismo quanto à data de fundação da cidade, e outra, quanto ao registro
24
Cf. MONQUELAT, A. F.; FONSECA, G. R. Coletânea
e notas biográficas de poetas pelotenses. Pelotas, de sua história. Simões Lopes Neto tinha condições de escrever uma história
1985, p. 21-25. Inédito. de Pelotas, mas não o fez. O autor explicita que, desde o texto divulgado
25
REVERBEL, Carlos. Um Capitão da Guarda em 1905, ele não pretendia dar a público um trabalho sistemático e acaba-
Nacional. Porto Alegre: Martins Livreiro, 1981, p. 79.
26
Cacimbinhas é hoje o município de Pinheiro
do, preferia dar a lume documentos e dados que possibilitassem a outrem
Machado. Simões Lopes Neto reagiu contra a realizar “trabalho escoimado”.
mudança de nome, embora politicamente ligado ao
Castilhismo e seus herdeiros políticos, no caso, Borges
de Medeiros. Cassiano do Nascimento, por exemplo, A Revista traz os mais diversos aspectos relativos à história de Pelotas: as origens da
a quem Simões muito admirava, foi representante urbe; uma galeria dos fundadores, na qual figuram José Pinto Martins23 e Mateus
da primeira geração republicana. Em 1903, após a
morte do “Patriarca” como era chamado Júlio de Gomes Vianna – o primeiro poeta pelotense24; a desobstrução do São Gonçalo,
Castilhos, assumiu a liderança do Partido Republi- sendo o Visconde da Graça – avô de nosso escritor – um dos realizadores da obra. A
cano Rio-grandense (PRR). A repercussão da morte
do “Chefe Republicano”, em Pelotas e em todo país, respeito dessa empreitada, afirma Reverbel25 que foi a “obra administrativa mais im-
foi enorme, como se pode observar pelos editoriais portante para o desenvolvimento de Pelotas no século XIX”. Traz um levantamento
do Diário Popular, do Correio Mercantil e da Opinião
Pública, além do discurso de Frederico Bastos e sobre a data de fundação das charqueadas; um sumário histórico da imprensa com
do vigário Marcolino Maya (vide Homenagem da a data de fundação e o nome do fundador dos jornais, desde 1851 até a Procla-
Brigada Militar ao emérito estadista Rio-Grandense
Dr. Júlio Prates de Castilhos, no 30º dia de seu mação da República; aparece também a nomenclatura antiga das ruas; a lista dos
falecimento. Porto Alegre: Globo, 1903, p.174-180). integrantes da câmara, da intendência, das juntas e conselhos municipais, desde
É interessante observar que as relações de amizade e
familiares de Simões Lopes Neto estavam, em grande
1832, com a instalação da vila, até 1912. Além da “galeria dos fundadores”, orga-
parte, envolvidas com a política castilhista, conforme niza outras duas, a dos “filhos ilustres (em que está incluído Lobo da Costa) e dos
se pode constatar ao conferir a lista de telegramas de
pêsames pela morte de Júlio de Castilhos. Entre os
“decanos da praça”, na qual figura, entre outras, as famosas Casa Scholberg (surgi-
mais chegados estavam: Joaquim Luis Osório (Idem, da em 1884), e a fábrica Lang (1864). Além disso, aparecem resenhas históricas dos
p. 229), Salles Lopes (Idem, p. 228), dr. Francisco municípios de São Lourenço, Canguçu, Piratini e Cacimbinhas.26
Simões (Idem, p. 230) e até o futuro editor dos
Contos Gauchescos, Guilherme Echenique (Idem,
p. 230). O próprio Simões Lopes Neto enviou um
telegrama com o seguinte teor: “Apresento v. exa.
meu profundo pesar extraordinária perda egrégio rio João Simões Lopes Neto historiador
grandense” (Idem, p. 229). Cassiano do Nascimento, a
quem, em 1912, Simões escreverá um Elogio Fúnebre,
manifestou-se na Câmara dos Deputados solicitando Para uma compreensão mais profunda da condição de historiador do criador de
a inserção na ata de um voto de pesar pelo faleci- Blau Nunes é necessário que captemos os índices de seu modus politicus. A faceta
mento do político gaúcho (Idem, p. 149) e depois
proferiu um discurso (Idem, p. 149-150). Alexandre de historiador de João Simões Lopes Neto manifestou-se antes mesmo de sua
Cassiano do Nascimento foi presidente do Estado do obra ficcional. Conforme já se disse, em 1905, nos Anais da Bibliotheca Pública
Rio Grande do Sul, (indicado por Júlio de Castilhos), e
procurou dar continuidade ao projeto político do cas- Pelotense fez registrar sua “A cidade de Pelotas, apontamentos para uma mono-
tilhismo, sendo fiel executor do programa positivista. grafia sobre seu centenário”27. Considerando a abalizada opinião de seu biógrafo
Apesar de Simões Lopes Neto estar ligado aos políti-
cos herdeiros do castilhismo e, consequentemente, pioneiro, Carlos Reverbel28, o escritor levava muito a sério, talvez até mais que
ao senador assassinado, não pode concordar com o a sua atividade ficcional, a escrita da história. Sua ligação com a investigação
autoritarismo do decreto baixado por Nei Costa Lima,
intendente provisório. A indignação do escritor pode
histórica fez com que fosse escolhido para integrar a Comissão de História na
ser vista no texto que publicou, sem assinatura, no Academia de Letras do Rio Grande do Sul, entidade em que ingressou em 1910.
Correio Mercantil, de Pelotas, em 05/11/1915.
27
Anais da Biblioteca Pública Pelotense, ano II, vol.
2, 1905, p. 47-59.
Quem efetivamente atribuiu a condição de historiador ao escritor pelotense foi
28
REVERBEL, Carlos. Um capitão da Guarda Nacio- o historiador Walter Spalding:
nal. Porto Alegre: Martins Livreiro, 1981, p. 231.
74
Obra de fôlego deveria ser essa “Terra gaúcha” (sic) se não se tivesse
perdido o segundo volume do original onde o autor trataria do Rio
Grande do Sul desde o advento de Silva Pais à época em que escreveu
a obra, ou seja, até mais ou menos 1910.
75
Considerações Terminais
Acredito que João Simões Lopes Neto estava imbuído de uma verdadeira
“obsessão historiográfica”. Profundamente influenciado pelo positivismo de
Augusto Comte, o pensamento de Spencer e Taine, nas versões de Sílvio Ro-
mero, José Veríssimo e Manoel Bomfim, o escritor defendia ardorosamente as
idéias de evolução , progresso, ciência, educação e nacionalismo. Deste modo,
embora se tenha consagrado pelo alto valor estético de sua literatura, estou
convencido de que mesmo esta só poderá ser analisada e compreendida em
sua inteireza mediante o estudo de sua obra não ficcional, sobretudo cívico-
-pedagógica e historiográfica.
39
LOPES NETO, J. S. “Uma trindade científica: La- Por isso, ao retomarmos duas questões principais e profundamente relacionadas
marck, Haeckel, Darwin”. Série de artigos no A Opinião
Pública, de Pelotas, publicada em janeiro de 1913. – dir-se-ia praticamente inextrincáveis –, quais sejam, de que modo a Revista se
40
Para mais detalhes vide BORGES, Luís. “Uma insere no sentido que o Autor atribuiu aos festejos dos cem anos de Pelotas, isto
teoria sobre o Cancioneiro Guasca”. In: Mundo das é, uma afirmação da cidadania; e de que maneira os textos de cunho histórico
Letras, Periódico da Academia Pelotense de Letras,
ano 10, p. 4, dez. 2010. se articulam com o conjunto da obra de Simões Lopes Neto, percebe-se que
41
MASSOT, Ivete. Simões Lopes Neto na intimidade. eles só vêm a corroborar a “compulsão historiográfica” do ficcionista de Contos
Porto Alegre: Bels/Sec, 1974, p. 144. Para mais det- Gauchescos. Talvez ainda não se tenha dito com todas as letras: não a despeito
alhes vide BORGES, Luís. Trocando orelhas. Ensaios
de crítica, pesquisa e hermenêutica lopesnetina. ou à margem, mas inclusive na condição de literato, Simões Lopes Neto era um
Porto Alegre: Edigal, p. 136-146, 2003. escritor com aguçado senso político.42
42
Um de seus textos menos conhecidos é A lei de
expulsão dos estrangeiros, aparecido no A Opinião
Pública, Pelotas, em 31/12/1912, no qual o aspecto Evidentemente, toda preocupação ideológica necessita localizar-se historica-
político fica evidente.
mente, uma vez que é nesse palco em que se disputa a hegemonia. Daí, pois,
43
Os últimos dois números da Revista saíram acop-
lados, correspondendo aos meses de abril e maio de advém sua fixação na história, de um lado, como elemento mediativo, e, de
1912. Nesse fascículo derradeiro, que circulou depois outro, como realização concreta, seja na consecução de atividades cívicas ou
dos eventos da Semana Centenária, Simões Lopes Neto
justifica o atraso em função de ter sido acometido de
participando de diversas instituições, seja na produção de conhecimento.
“grave moléstia e de demorada convalescença”.
44
Carlos Reverbel, há 31 anos, já considerava rarís- A Revista constitui-se numa fonte básica da história local, uma vez que Si-
sima a coleção da Revista do 1º Centenário de
Pelotas (Cf. Um Capitão da Guarda Nacional. Porto mões Lopes Neto, na condição de historiador, privilegiou alguns documentos
Alegre: Martins Livreiro, 1981, p. 78). e fontes primárias de difícil acesso, do que é exemplo o manuscrito de José
76
Vieira Pimenta, de 1856. O periódico mensal, certamente, circulou em pequena
tiragem e, para o fim, saiu com muita dificuldade43, tornando-se uma raridade
bibliográfica44, o que ainda mais justifica a presente edição. Nessa medida, ao
nos debruçarmos sobre a Revista, superando a mera curiosidade pelo pitoresco
de sua obra “menor” ou “secundária” ou o interesse por uma fonte clássica da
história de Pelotas, escrita por um literato da estatura de Simões Lopes Neto,
podemos vê-la não mais como um elemento isolado dentro de sua obra, porém,
como valioso auxílio para o desvelamento das raízes político-filosóficas que ins-
tigaram o gorado historiador/educador. De qualquer forma, na Revista se abe-
beraram os historiadores fundamentais da historiografia municipal, quais sejam
Fernando Osorio e Alberto Coelho da Cunha e, mesmo atualmente, repetimos,
ela continua a aparecer nas referências de trabalhos acadêmicos.
Finalmente, vê-se que, após cem anos, a Revista continua em pauta, pois o pes-
quisador A. F. Monquelat, ao proceder seu trabalho de revisão da história de Pe-
lotas45, divulgada pela imprensa em longa coleção de artigos, mais tarde coligidos
em livro, tratou de investigar, entre outras, uma informação basilar (constante in-
clusive em material destinado a escolares46) relativamente ao surgimento da urbe:
afinal, foi a empresa de José Pinto Martins o “estirão histórico”, para utilizar uma
expressão de João Simões Lopes Neto, que deu origem à fundação de Pelotas?
Alguns historiadores, por outro lado, continuam a dar ênfase às afirmações do
redator da Revista, como se pode observar, por exemplo, no texto de Magalhães:
77
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84
85
71 72 73
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71. Bairro Fragata, ângulo em direção ao centro. Ao fundo, as torres da Santa Casa de Misericórdia. Postal 72. Bairro Fragata, ângulo
em direção ao centro [À esquerda, chaminé da antiga Fábrica de Chapéus Pelotense] 73. Antiga Fábrica de Chapéus Pelotense
74. Praça 20 de Setembro [Antiga Fábrica de Fumos São Rafael] 75. Praça 20 de Setembro, ângulo em direção ao Centro. [Em primeiro
plano, a antiga Praça das Carretas]. Postal
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76. Praça Cipriano Barcelos [Em primeiro plano, a antiga Praça das Carretas e, ao centro, o complexo da Cervejaria Ritter]. Postal
77. Praça Cipriano Barcelos [Ponte de pedra sobre o antigo leito do Canal de Santa Bárbara; ao fundo a Cervejaria Ritter] 78. Praça
Cipriano Barcelos [À esquerda, ponte de pedra sobre o antigo leito do Canal de Santa Bárbara]. Aquarela. Pinneau, 1883 79. [Antigo
leito do Canal de Santa Bárbara. Ao fundo, o complexo da Cevejaria Ritter]. Postal 80. [Antigo leito do Canal de Santa Bárbara]
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89. Rua Mal. Floriano, em direção à Praça Cel. Pedro Osorio. [À direita, prédios entre as Ruas Gal. Osorio e Andrade Neves 90. Rua
Mal. Floriano, quase esquina Andrade Neves. Postal 91. Rua Mal. Floriano, quase esquina Andrade Neves. Postal 92. Rua Mal.
Floriano, vista do ângulo da XV de Novembro, em direção à Andrade Neves. Postal 93. Rua Mal. Floriano, entre XV de Novembro e
Andrade Neves 94. Praça Cel. Pedro Osorio, vista desde a Rua Mal. Floriano. Postal
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95. Rua Mal. Floriano, esquina XV de Novembro. Postal 96. Rua XV de Novembro, esquina Mal. Floriano. Postal 97. Rua XV de Novembro, esquina
Sete de Setembro. Ângulo em direção à Praça Cel. Pedro Osorio. Postal 98. Rua XV de Novembro, vista da Rua Sete de Setembro [Antigo prédio da
Livraria Universal] 99. Rua XV de Novembro, próximo à Sete de Setembro [Café ao lado da Livraria Universal]
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104. Rua XV de Novembro. [Livraria Americana e Bazar Musical]. Postal 105. Rua XV de Novembro, esquina Gal. Neto. Ângulo em direção à
Av. Bento Gonçalves 106. Rua XV de Novembro, entre Gal. Neto e Voluntários da Pátria. Ângulo em direção à Av. Bento Gonçalves
107. Rua XV de Novembro, entre Gal. Neto e Voluntários da Pátria. [Interior do antigo Hotel Aliança]. Postal 108. [Interior do antigo Hotel
Aliança]. Postal 109. Rua XV de Novembro, quase esquina Voluntários da Pátria. Ângulo em direção à Av. Bento Gonçalves. Postal
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110. Rua XV de Novembro, quase esquina Voluntários da Pátria. Ângulo em direção à Praça Cel. Pedro Osorio 111. Rua XV de Novembro,
entre Gal. Neto e Voluntários da Pátria. [Antiga Ferragem Behrensdorf] 112. Rua XV de Novembro, vista desde a Voluntários da Pátria.
Ângulo em direção à Praça Cel. Pedro Osorio. Postal 113. Rua XV de Novembro, quase esquina Voluntários da Pátria. Ângulo em direção à
Praça Cel. Pedro Osorio 114. Rua XV de Novembro, esquina Praça José Bonifácio [Edifício original do Colégio Gonzaga]
223
“Aqui de cima, podeis ver como são retas e planas as ruas
da pequena cidade. Aquela ruazinha estreita, no centro, é
a rua 15 de Novembro, onde se faz o futing e onde estão
localizados os Cafés sempre cheios e barulhentos (...).
No cais, os barcos estão parados e se vê algumas velas
brancas lembrando outros tempos.”
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118 119 120
115. Praça José Bonifácio. Catedral São Francisco de Paula [ainda com o chafariz] 116. Catedral São Francisco de Paula. Postal
117. Catedral São Francisco de Paula. [À direita, o antigo chafariz. Desaparecido]. Postal 118. Planta da Cidade de Pelotas. [1835]
119. “Preto chicoteando outro, crucificado em pelourinho”. Aquarela. Wendroth, 1851 120. “Prisão de soldados em Pelotas”.
Aquarela. Wendroth, 1851
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121. “Escravos conduzindo uma barrica”; “Preto acorrentado pela perna”; “Preto acorrentado, chicoteando outro”. Aquarela. Wendroth,
1851 122. Musicistas. Final do século XIX 123. Postal francês expedido em Pelotas 124. Primeiro uniforme do Colégio Pelotense
125. Lembrança da Exposição Artística do Clube Caixeiral de Pelotas. Postado em 1905
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126. Pelotas. Uma charqueada. Varais. Postado em 1904 127. Pelotas. Uma charqueada. Enfardação. Postado em 1904 128. Pelotas.
Desembarque de gado. Postado em 1906 129. Rua Dom Pedro II. [Ponte de madeira]. Antigo leito do Arroio Santa Bárbara. Soldados
do 29º Batalhão] 130. Dominguinhos. Tipo popular. Pelotas, início do século XX. Postal
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“Deixando o bulício da cidade, dirigi-me às margens do poético
Santa Bárbara, que nesse instante parecia dormir.”
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“Quem, pela primeira vez, desce o sangradouro, ou antes, o canal,
que une as duas lagoas, – Mirim e Patos –, justamente no ponto em
que este, – S. Gonçalo –, encontra a última, ao olhar a costa,
solta uma exclamação admirativa ante a lhaneza da paisagem.”
Heloisa Assumpção. Harmonia Excelsa, 1932
JOÃO CARDOSO:
dos Contos gauchescos para a História
A. F. Monquelat*
Valdinei Marcolla**
O João Cardoso era um sujeito que vivia por aqueles meios do Passo da Maria
Gomes; bom velho, muito estimado, mas chalrador como trinta e que dava um
dente por dois dedos de prosa, e mui amigo de novidades.”
Vancê agora lembrou? Pois bem, é sobre este João Cardoso, que Simões Lopes
Neto eternizou através de um de seus contos, “O Mate do João Cardoso”, que
pedimos licença para falar.
O nome por inteiro deste “bom velho” era João Cardoso da Silva. Foi um sujeito
importante, dono de muitos escravos e senhor de muitas terras, que viveu lá
para os lados da Forqueta Grande do Piratini.
Daí, resolvemos reler o conto de João Simões Lopes Neto, e lá estava uma pista:
“O João Cardoso era um sujeito que vivia por aqueles meios do Passo da Maria
Gomes”. Ora, no Rio Grande do Sul se dava o nome de Passo ao lugar onde se
atravessa um rio; passagem, e o nosso João Cardoso da Silva andou charqueando
com seu sócio, Teodósio Pereira Jacome, nos campos da região do Forte de São
Gonçalo, “que partem pelo Norte com o rio Piratini”; e como ainda hoje é sabido
que o Passo da Maria Gomes é lá para as bandas de Piratini, descobríssemos nós
quem era a Maria Gomes, e estaríamos novamente nas pegadas do João Cardoso.
Bem, mas quem era Maria Gomes? A mulher do Gomes? A filha do Gomes? A
viúva do Gomes? Uma dateira? Uma sesmeira?
Pergunta daqui... indaga dali... chegamos a uma história de que a tal Maria
Gomes, mulher do Manoel Gomes, indo banhar-se no tal Passo, morreu afogada.
A partir desta história, saímos atrás do Manoel Gomes; e descobrimos que lá
por aqueles meios, havia ele comprado uns campos do capitão José de Azevedo
Marques, que dos tais campos tinha apenas a concessão e posse. Esses campos,
concedidos pelo Governador do Continente, José Marcelino de Figueiredo, eram
sitos junto ao Serro Pelado, dividindo-se pelo Norte com os campos do capitão
242
Simão Soares da Silva; e pelo Sul, com os do tenente-coronel Manoel Marques
de Souza; pelo Leste, com os de Luiz Marques; e pelo Oeste, com o rio Piratini;
os quais, “teriam pouco mais de uma légua de frente e duas de fundo”.
Querendo legalizar tal compra, solicitou Manoel José Gomes, depois de cum-
prir as formalidades, sua Carta de Sesmaria a Dom José de Castro, Conde de
Rezende e Vice-rei do Estado do Brasil, que a concedeu aos sete dias do mês de
fevereiro do ano de 1794.
Agora nos indagamos: qual deles deu origem ao Passo da Maria Gomes? O
“Paço Geral de Manoel José”? Ou o “Paço Geral de João Cardoso”?
Agora leitor, dê licença que precisamos ter dois dedos de prosa e tentar tomar-
mos um amargo com o “bom velho [e] muito estimado João Cardoso”.
243
Já que não tínhamos ressábio algum e queríamos que o homem falasse como
trinta ou mais, nosso interesse é que a prosa se estendesse e corresse no tempo,
“como água de sanga cheia”.
– Oigalê! Quer dizer então que o senhor, seu João Cardoso, recebeu quatro
graças; e isso era possível, seu João Cardoso?
Dentre os papéis, havia um em que ele dizia nunca ter alcançado a graça de uma úni-
ca braça durante toda a sua vida e que todos os seus campos, os adquirira por compra.
Logo abaixo do papel de venda, havia um “Pertence esta data de terras a João
Cardoso da Silva, por compra que da mesma fiz para o dito, por ordem ante-
cipada para o fazer; e, por verdade, passo o presente por mim feito e assinado.
Arroio Grande, 17 de dezembro de 1783. Afonso Pereira Chaves”.
Aos vinte dias do mês de dezembro de 1780, o Governador pediu que o Coronel
Comandante da Fronteira desse Informe sobre o requerido.
244
Em vista do informado, despachou o Governador dizendo que; “Concedo ao
Suplicante, sem prejuízo de terceiro, légua e meia de comprido e uma légua
de largo no terreno que aponta, com declaração de que, este despacho, só terá
vigor não se apresentando outro meu mais antigo, que confira o mesmo ter-
reno. Vila do Rio Grande de São Pedro, 29 de dezembro de mil setecentos e
oitenta. Sebastião Xavier da Veiga Cabral da Câmara”.
A segunda das sesmarias adquiridas por João Cardoso foi comprada do te-
nente Ignácio Cordova e sua mulher Josefa Joaquina da Cunha, também
por instrumento particular de compra passado de próprio punho do vend-
edor, onde este diz que, “é verdade que tenho vendido ao Sr. João Cardoso
da Silva umas terras, que tenho na Forqueta grande dos rios Piratinis, que
compreendem o equivalente de três léguas de comprido e uma de largo; e
se dividem por um e outro Piratini até onde se juntam; e pelo lado oposto,
se dividem com terras que o mesmo Sr. João Cardoso comprou de José Luiz
da Cunha, como melhor se declara na Certidão da Medição; [...], cuja venda
temos feito pelo preço de vinte e seis dobles e meio [dobles ou dobrões, era
uma antiga moeda de ouro, que valia vinte e quatro mil e quinhentos réis],
cuja quantia recebi ao fazer deste [...]. Vila do Rio Grande de São Pedro, 26
de março de 1786. Ignacio Roiz Cordova; Josefa Joaquina da Cunha e, como
testemunha, José Batista de Carvalho”.
Dizia o alferes de Infantaria, Antônio Inácio Rodrigues Cordova, que ele, Supli-
cante, servia Sua Majestade há dezoito anos e que, presentemente, se achava com
obrigação de mulher, alguns escravos e com possibilidades para comprar alguns
animais; e, para efeito de melhor poder se estabelecer, pedia que “Vossa Senhoria”
fosse servido em conceder-lhe três léguas de terreno da Forqueta grande dos rios
Piratinis, no princípio dela, que se achava légua e meia adiante do Serro Pelado.
Para melhor atender ao pedido do Alferes, o Governador solicitou, aos vinte dias
do mês de dezembro de 1780, que o Comandante da Fronteira, “viesse com o
seu informe”.
245
Informou o Coronel Comandante, Rafael Pinto Bandeira, no mesmo dia 20,
desde a Vila do Rio Grande, que os campos de que tratava o pedido do alferes
Cordova, “se acham devolutos”.
Nessa altura o leitor deve estar achando que este assunto – “está como o mate
do João Cardoso!”; mas é preciso um pouco mais de paciência porque as novi-
dades são muitas e a nós pouco está importando que a galinha tenha já lambido
e relambido a orelha.
“Por este, por mim feito e assinado, digo eu, Joze Luiz da Cunha e minha mulher
Thereza Ignacia de Jesus, que é verdade que tenho vendido ao Sr. João Cardoso
da Silva, umas terras que tenho na Forqueta dos rios Piratinis, que compreendem
o equivalente de duas léguas de comprido e uma de largo, e dividem-se pelo lado
da mesma Forqueta, com terras que o dito Sr. João Cardoso comprou ao tenente
Antônio Inácio; e, pelos mais lados, dividem com terras de João Pereira Chaves,
cujas terras houve por Data concedida pela Sr. Brigadeiro Governador deste Con-
tinente, Sebastião Xavier da Veiga Cabral da Câmara, como consta dos títulos que,
com esta, junto entregamos; cuja venda tenho feito ao dito Sr. João Cardoso, por
preço de noventa e seis mil réis, que nós aceitamos; a qual quantia recebi ao fazer
desta, e dela me dou por inteiramente pago e satisfeito. E, da mesma sorte, lhe
faço entrega das ditas terras para que as possua e logre como suas próprias que
são e ficam sendo de hoje para todo o sempre, em virtude da presente venda,
que quero tenha o seu devido efeito, sem embargo de não ser feita por escritura
pública, por não haver aqui Tabelião, a qual me obrigo a fazer-lhe, todas as vezes
que houver comodidade para isso; e, para firmeza do que lhe passei esta, por mim
feita e assinada, por minha mulher e pelas testemunhas que abaixo vão assinados.
Por volta de dezembro de 1780, José Luís da Cunha, mestre carpinteiro, morador
da Vila de Porto Alegre, encaminhou requerimento ao Governador da Capita-
nia, dizendo que ele, Suplicante, possuía animais vacuns e cavalares e não tinha
246
campos onde os pudesse criar; e, “porque se acha campos devolutos na Forqueta
grande dos Piratinis, logo adiante do Serro Pelado”, pretendia ele, Suplicante, que
“V. Senhoria lhe concedesse o terreno de uma Sesmaria, que compreende três lé-
guas de comprido e uma de largo. O Suplicante é criador, tem treze filhos e filhas
e tem escravos. Serve a Sua Majestade há trinta e dois anos, acompanhou ao Sr.
Conde de Bobadela na Expedição das Missões e, até o presente, não tem obtido
graça alguma de terras pelo que, se faz digno do que requer”.
José Luís da Cunha encerrava o pedido dizendo que o terreno por ele requerido
dividia-se “com o terreno que pede José Ignacio da Costa”.
No mesmo dia 20, Rafael Pinto Bandeira, Coronel Comandante, também des-
de a Vila do Rio Grande, respondeu informando que, “os campos de que trata
este requerimento estão devolutos”; diante disso, disse o Governador em seu
despacho que: “Concedo ao Suplicante, sem prejuízo de terceiro, duas léguas
de comprido e uma de largo nos terrenos que aponta, com declaração que
este despacho só terá vigor não se apresentando outro meu mais antigo, que
confira o mesmo terreno; sendo o Suplicante obrigado a requerer Sesmaria,
no termo das Reais Ordens. Vila de São Pedro, 20 de dezembro de 1780. Se-
bastião Xavier da Veiga Cabral da Câmara”.
Deve ter percebido o leitor que os pedidos feitos por Antônio Inácio Rodrigues
Cordova, Joaquim José da Rocha e José Luís da Cunha, foram feitos e tiveram
seus despachos no mesmo dia, ou seja, dia 20 de dezembro de 1780.
247
Bem, mas vejamos alguns procedimentos tomados pela comprador João Car-
doso da Silva, quanto às suas Sesmarias.
Vimos que o pedido para medir e demarcar os campos de João Cardoso indica-
vam o nome do tenente Antônio Inácio Rodrigues Cordova para tal ato; e este,
era um dos que haviam vendido campos para ele, João Cardoso; outro detalhe
que nos despertou a atenção foi o de estar anexado ao processo do pedido
da Carta de Sesmaria a medição realizada pelo Tenente, com a data de 20 de
novembro de 1785; portanto, um mês e oito dias antes do Governador ter con-
cordado com o que pedira João Cardoso.
248
Já o Provedor da Fazenda Real, Ignacio Ozorio Vieira, além do já informado
pela Câmara, acrescentou, em 19 de setembro de 1792, “que o Suplicante está
estabelecido nas terras de que faz menção a Petição retro, e as têm povoado
com animais e demais benfeitorias”.
A quarta, e última das áreas adquiridas por João Cardoso da Silva, foi a comprada
de José Inácio da Costa e sua mulher, Antonia Joaquina de Jesus, os quais, por
instrumento particular de venda, disseram ser senhores e possuidores de uma
“Fazenda de campos”, sita na Forqueta do Piratini, com as divisas declaradas
na Carta de Sesmaria, “que me concedeu o Vice-rei do Estado [...] e, com todas
as benfeitorias, na forma que possuímos, fazendo esta venda, como, com efeito
vendidos temos, de hoje para todo o sempre, por nós e nossos herdeiros, ao
Sr. João Cardoso da Silva, por preço e quantia contratados e justo de duzentos
mil réis, que recebemos presentemente, e que ficamos pagos e satisfeitos, pelo
qual, damos plena e geral quitação [...]; e, para a inteira validade deste papel
particular de venda, que valerá como Escritura Pública, a qual não passamos por
249
estarmos longe do Cartório, que fica a mais de nove léguas [...], estando desta
forma o dito comprador empossado, tanto na posse real e atual como corporal,
sem oposição alguma, ficando desta forma por feita, firme e valiosa a sobredita
venda, à vista das testemunhas abaixo assinadas. Bom Retiro de Santo Antônio,
20 de janeiro de 1796. José Inácio da Costa; Antonia Joaquina de Jesus; José
Balthazar; Luiz Antônio Dias e Domingos Machado de Morais”.
A Sesmaria de José Inácio da Costa, que havia povoado uns campos na Forqueta
do Piratini, “com licença do Brigadeiro Governador atual, os quais terão légua e
meia de frente e duas de fundos; pelo Norte, partem com campos de José Luís [da
Cunha]; pelo Sul, com o capitão Antônio Ferreira da Silva; e pelo Este, com Joa-
quim José Rocha, em os quais campos tem o Suplicante mais de seiscentos animais
vacuns e cavalares, lavouras e escravos, [...]”; foi concedida, depois de cumpridas as
formalidades legais, aos 13 dias do mês de abril de 1790, sendo a Carta de Sesmaria,
assinada pelo Conde de Resende, datada de 15 de setembro de 1790; e “Registrada
no Livro 40, que serve de Registro Geral nesta Secretaria do Estado, a fls. 38”.
Reconhecendo ter havido algumas falhas na medição anterior de suas terras, peticio-
na João Cardoso, em meados de novembro de 1810, ao Juiz das Sesmarias, pedindo-
lhe que proceda nova medição e demarcação da “fazenda denominada da Forqueta
grande, entre os dois Piratinis, para bem da confirmação da sua Sesmaria”.
Pediu, ainda, que o Juiz determinasse o dia e mandasse notificar aos ereos e
mais partes interessadas, sob pena de revelia.
A seguir, pelo meirinho José da Cunha Pereira, foram notificados: Afonso Pereira
Chaves e sua mulher, Ana Gertrudes Alváres Pereira; o alferes Bernardo Dias de Castro
e sua mulher, Isabel Alváres; Francisca Ignacia de Jesus; Francisco das Chagas e sua
mulher, Perpétua Maria; José Rodrigues de Carvalho e sua mulher, Germana Maria;
foram citados também, pelo Meirinho, os seguintes agregados de João Cardoso da
Silva: Pedro Dias de Oliveira e sua mulher, Ana Maria; Martinho Pais de Oliveira e sua
mulher, Catarina “de tal”; Antônio Soares e sua mulher, que se deram por informados
de todo o conteúdo do despacho do Juiz, aos 24 de novembro de 1810.
“Oh! crioulo, olha esse mate!”, que as visitas estão chegando, diabo.
O TERMO DA AGULHA
Aos vinte e seis dias do mês de novembro de 1810, nos campos de João Cardoso
da Silva, denominados da Forqueta grande dos Piratinis; e, sendo aí, onde se
250
achava o Juiz das Sesmarias, Henrique da Silva Loureiro, com ele Escrivão do
seu cargo, adiante nomeado e demais Oficiais do Juízo, mandou ao piloto José
de Lemos Dourado Vizeo, que bem e verdadeiramente, debaixo do seu ofício,
declarasse se a Agulha com a qual pretendia medir os campos do Autor estava
boa, bem zerada e capaz de procurar as direções necessárias, ao que, satisfeito
pelo Piloto, foi lavrado o Termo da Agulha.
O TERMO DA CORDA
“[...], mandou vir o Ajudante da corda, Manoel Antônio da Costa Rocha, e pediu
que este, debaixo do seu cargo e perante aos demais Oficiais, medisse a corda
com que pretendia proceder a medição, declarando suas braças e qualidade, ao
que, trazendo a corda perante todos, a mediram e acharam ter cinquenta braças
dez palmos craveiros, cada braça; e, ser a corda de algodão encascado [...]”.
A MEDIÇÃO
“[...]; e, sendo aí, no lugar da barra de uma sanga, que deságua no arroio do
Meio, onde faz divisa com Afonso Pereira Chaves e seu sócio, Bernardo Dias de
Castro [proprietários da fazenda do Espírito Santo], pelo autor, João Cardoso
da Silva, foi dito ao Juiz, que visto terem sido citados todos os ereos confi-
nantes, bem como todos os seus agregados, que desse início à Medição, apre-
goando a todos os presentes, se aquela medição judicial prejudicaria a algum
dos presentes; tendo sido, pelo Porteiro, na forma do costume, chamados os
ereos, estes não ofereceram dúvida alguma, ao que o Juiz mandou levantar no
dito lugar da Sanga uma baliza de pedra tosca, que tem no seu comprimento
quatro palmos, e de largo um e meio; e dali, mandou o Juiz que dessem início
à medição pela costa do arroio do Meio; e sentando o Piloto a agulha, na barra
da Sanga, soltou ao rumo de Susudoeste pela costa do arroio do Meio, e, por
ali, se mediram cento e quinze braças [...]; e daí, compareceu a viúva Francisca
Maria, agregada do Autor, e por ela foi dito ao Juiz que, em virtude de ter sido
notificada, tinha a declarar que ali nada tinha de seu, e que plantava a favor do
Autor, [...]; e aí, mandou o Juiz parar a medição, por não haver mais tempo [...]”.
251
Lemos Dourado Vizeo, foi dito ao Juiz que os campos do autor, João Cardoso
da Silva, que ele havia medido, tinham de área superficial, conforme as bases e
pontos tomados, constantes destes Autos, trinta e cinco centos, noventa e sete
mil duzentas e noventa braças superficiais e que essa irregularidade do terreno
e elevação das lombas correspondiam aproximadamente a quatro léguas e meia
quadradas, conforme o mapa que apresentava e que as terras se dividem pelo
Norte, com o arroio Tamanduá, ou Lageado, e parte do Piratini maior, que di-
vide as terras de Francisco das Chagas e as de dona Francisca Ignacia de Jesus
e seus herdeiros; e pelo Leste, com a Forqueta do Piratini maior, que divide as
terras de João Rodrigues de Carvalho e de João de Jesus Maria; e pelo Oeste,
com a coxilha geral, onde nascem duas sangas; uma, para o Norte, chamada de
Rodeio velho, que deságua no arroio do Meio; e a outra, para o Sul, chamada
de o Passo da Cruz, que nasce do alto da coxilha do mesmo Rodeio velho, e
deságua no Tamanduá, que dividem as terras de Afonso Pereira Chaves e seu
sócio, Bernardo Dias de Castro; e, mais não disse e nem declarou [...]”.
Vimos que um dos notificados para assistir a medição requerida por João Car-
doso era Pedro Dias de Oliveira; e que este, por sua vez respondeu, quando per-
guntado pelo Juiz que procedeu a medição, “que nada ali tinha, senão enquan-
to o Autor lhe fizesse favor; pois, estava plantando por obséquio dele, Autor”.
Bem, depois do ato de medição e visto que as terras de João Cardoso eram maiores
do que o “permitido” pelo Foral das Sesmarias, tratou o agregado Pedro Dias de
Oliveira, dizendo-se casado, morador no Continente e alegando não ter terras onde
pudesse empregar-se na lavoura e criação de gados, daí ter-se agregado à “Estância
de João Cardoso da Silva, na Forqueta grande do Piratini, estabelecido em terras,
“que o mesmo então chamava de suas; porém, passando o dito João Cardoso a fazer
252
medir a referida Estância, no ano próximo passado de 1810, para obter a confirmação
de seu título”, foi visto que o campo tinha quatro léguas e meia quadradas, por cujo
motivo, o Juiz das Sesmarias, que procedeu a medição, “mandou, em sua Sentença,
que o Piloto distinguisse no Mapa, por uma linha de divisão, a légua e meia de sobras,
seguindo o rumo competente do Marco que serviu de peão, em direção ao rio Piratini,
apartando o terreno correspondente a uma légua de frente com três de fundos, o
que tão somente julgou, por Sentença, pertencer ao Sesmeiro, ficando assim o esta-
belecimento do Suplicante fora desse indicado terreno; e porque o Suplicante nunca
teve por graça terra alguma, e nem as possui, tendo possibilidades e escravos para as
cultivar e aproveitar aquelas sobras; e em nada é prejudicado o Sesmeiro, por se achar
inteirado e completo do terreno, segundo o seu Título e o Foral; sendo outrossim,
solteiro e de idade decrépita”, recorria a V. Exª., para que se dignasse conceder aquelas
sobras indicadas de légua e meia quadrada, cada uma, na estância denominada da
Forqueta grande do Piratini, principiando no Marco do peão de João Cardoso, que era
no arroio chamado do Meio, onde dividia com a estância do Espírito Santo, perten-
cente a Afonso Pereira Chaves e Bernardo Dias de Castro, à extrema destes e o arroio
do Tamanduá, que divisava com a Estância dos herdeiros e a viúva de Manoel Gon-
çalves da Silveira, até encontrar o Piratini, descendo por este, “até a linha de divisão
que deve ser lançada, para separação das ditas sobras [...]”.
Nem bem terminado o pleito judicial travado com Pedro Dias de Oliveira, no qual
João Cardoso teve seus direitos garantidos, eis que surge em suas terras, sem dar-
lhe tempo para gritar, “Oh! crioulo, olha esse mate!”, a indesejável visita do alferes
Jacinto Jorge de Campos, que vai logo atestando que, “em observância do Despa-
cho retro do Ilmo. Exmo. Sr. Marquês de Alegrete, Governador e Capitão General
desta Capitania, em nomeação que tive do Coronel Comandante Interino da Fron-
teira, Teles José de Matos Pereira e Castro, em Ofício com data de 10 de agosto
do presente ano, passei no lugar denominado Forqueta dos Piratinis, onde se acha
sita a estância do Juiz das Sesmarias, Francisco de Souza Maia, sendo presentes
os ereos confinantes Afonso Pereira Chaves e João Cardoso da Silva, lhes fiz ver
bem e claramente o Título de Concessão, que das mencionadas terras tem o dito
Francisco de Souza Maia, conforme ato de 13 de agosto de 1814, assinado pelo
Ilmo. Exmo. Sr. Dom Diogo de Souza, e dei posse a Francisco de Souza Maia, Juiz
das Sesmarias desta Fronteira, das terras concedidas na Carta de Sesmaria, com
as divisas que compreendem do Marco do peão do ereo João Cardoso, no arroio
do Meio, onde se divide com o ereo Afonso Pereira Chaves e o arroio Tamanduá,
que divide a estância do falecido Manoel Gonçalves e tem contrário o Piratini; e
descendo por este a encontrar com a linha de divisão e separação das terras do
mesmo ereo, João Cardoso. E, por ser verdade, passei a presente que assinei com
as testemunhas abaixo. Forqueta do Piratini, 20 de agosto de 1815”.
253
Dois dias após a visita do Alferes, João Cardoso vai até a Vila do Rio Grande; e
lá, no escritório do tabelião Joaquim José de Oliveira Borges, faz a entrega de
uma petição, pedindo ao Tabelião que a aceitasse e autuasse, para “efeito de
se prosseguir na assinatura do Termo de Reclamação e Protesto”; ao que, es-
tando a Petição com o devido despacho, e sido encaminhada pelo Distribuidor
do Juízo, a “aceitei e autuei, cujo conteúdo, é o que adiante se segue: Diz
João Cardoso da Silva que, sendo na tarde do dia de sábado último, dezenove
do corrente mês de agosto, se apresentou ao Suplicante em sua Fazenda da
Forqueta grande do Piratini, quatorze léguas distante desta Vila, um Alferes
do Regimento da Ilha de Santa Catarina, cujo nome o Suplicante ignora, apre-
sentando um papel, sem lhe dizer nem dar ocasião de ver o que continha, nem
ao que se dirigia, e ordenou ao Suplicante que o assinasse, apontando que
assim o determinava o Ilustríssimo e Excelentíssimo Senhor Marquês, Gover-
nador e Capitão General; e, deste modo, extorquiu do Suplicante a assinatura
no dito papel, que realmente não sabia o que continha, de maneira que, só
depois de assinado é que se lhe indicou ser uma posse, que se dava, sem dizer
qual parte da Fazenda [...]. E porque, não convindo, como desde já protesta o
Suplicante, não convir com o dito papel, nem na posse ou qualquer outro ato,
que por ele se haja dado ou celebrado; requer o Suplicante a Vossa Mercê, se
sirva mandar que, distribuída e autuada, esta, se lhe tome Termo de Reclama-
ção e Protesto, que faz contra o referido papel, assinatura e efeito a que se
dirija, para que, em tempo algum ou por nenhum outro modo o prejudique;
e que, tomado o dito Termo, com o competente número de testemunhas, se
julgue por Sentença; e, julgado que seja, se dê ao Suplicante os instrumentos
que por qualquer via lhe cumpra pedir. Pede Vossa Mercê, Senhor Juiz Or-
dinário, seja servido assim o deferir-lhe, e receberá mercê”.
A SENTENÇA
“Aos vinte e seis dias do mês de agosto de 1815, nesta Vila de São Pedro do Rio
Grande, em meu Escritório, por parte do Juiz Ordinário, capitão José Tomás da
Silva, me foram dados estes Autos, com a sua sentença retro-Julgo, por Sen-
tença, o Termo de Reclamação e Protesto, a folhas dois verso, dado o direito de
qualquer parte; e mando se dê o Instrumento requerido pelo Suplicante, que
pagará as custas. E eu, Joaquim José de Oliveira Borges, Tabelião, o escrevi.”
As chamadas “sobras” da Sesmaria de João Cardoso, que sobras não eram, pois
as havia adquirido por compra feita ao sesmeiro anterior, foram concedidas ao
juiz Francisco de Souza Maia, em 13 de agosto de 1814, por Dom Diogo de
Souza que, “achando-se na Fronteira do Rio Grande uns campos pertencentes a
João Cardoso da Silva, entre a Forqueta grande do Piratini e os arroios Taman-
duá e o do Meio, há sobras nas quais possa estabelecer uma Fazenda de criar
254
gados, pedindo-me lhas concedesse por Sesmaria, para possuí-las com legítimo
Título; e, atendendo ao seu requerimento, as diligências do Estilo, a que se
procedeu, informação da Câmara respectiva mais a do Doutor Ouvidor Geral da
Comarca e o Desembargador Procurador da Fazenda Real desta Capitania, aos
quais não se ofereceu dúvida alguma, hei por bem, em conformidade [...]”.
Aos 6 dias do mês de junho de 1815, o Juiz das Sesmarias da Vila do Rio Grande,
Francisco de Souza Maia, peticiona ao Governador, dizendo que tendo obtido a
graça, por Sesmaria, do Exmo. Governador antecessor, das sobras da estância de
João Cardoso da Silva, conhecidas pela medição que dessa se fez, conforme Carta
de Sesmaria que anexava, queria entrar na posse das ditas terras como proprietário,
“o que já não tem feito, por não dever ser Juiz em causa própria e pelas ocupações
do seu emprego”; por isso, requeria, em vista do título incluso, que lhe mandasse
dar posse delas, não havendo outro embaraço, a não ser o de que, no futuro, não
dissessem que o fez valendo-se de sua jurisdição; portanto, pedia que o Governador
fosse servido mandar que o Comandante da Vila ou do Distrito desse posse ao Su-
plicante; daí ter ocorrido a visita do Alferes as terras de João Cardoso.
As ações e a grande revelação feita por João Cardoso quanto à Indústria Saladeiril
O passo seguinte de João Cardoso, depois de ter lavrado o seu protesto, foi o de
peticionar ao Vice-rei, dizendo que na conformidade das régias determinações
de S. A. Real, pela Mesa do Desembargo do Passo, “tenho a expor a V. Exª., para
ser presente ao mesmo Real Senhor, pelo dito Régio Tribunal, que os campos
que fazem objeto da Petição de Francisco de Souza Maia, me pertencem dire-
tamente pelo legítimo Título de domínio e posse em que deles me acho, desde
antes de 1793, em cujo ano, fazendo ver ao Ilmo. e Exmo. Vice-rei, que então
era, o havê-los comprado, a vista do que, se me passou Carta de Sesmaria deles,
constante dos documentos de nos 1 e 2, em virtude da qual, foram medidos e
demarcados judicialmente; e assim, se me deu posse no mesmo ano, como se
vê dos ditos documentos; depois do que, para evitar dúvidas e pleitos com José
Inácio da Costa, que tinha uma Sesmaria debaixo das mesmas confrontações,
fiz-lhe compra dela em 1796, como se mostra dos mesmos documentos; sem,
contudo, aumentar a extensão do meu prédio, já medido e demarcado.
255
um pleito contra o mesmo Pedro Dias, para o expulsar, como, com efeito o
expulsei dali, por verdade de uma Sentença proferida com pleno conhecimento
de causa; e que, à vista dos documentos que apresentei em juízo, e das provas
testemunhais, constantes do documento de nº 3, se reconheceu e julgou judi-
cialmente o meu direito de domínio e posse, o que não podia e nem poderá
jamais ser nociva aquela medição, sinistramente feita e apoiada pela insubsis-
tente sentença proferida por aquele Juízo das Sesmarias, a qual, aparece inserta
nos documentos de nos 1 e 2 e que, com sólidos fundamentos ficou destruída,
pela que se proferiu contra o dito Pedro Dias, confirmando e destituindo ao
seu inteiro vigor e devido cumprimento, a que se pronunciou sobre a primeira
medição feita em 1793, como se vê dos mesmos documentos, sendo de notar
que, assim como à capa da arguida 2ª. medição, quis o tal Pedro Dias levantasse
com a mesma propriedade; assim, também pode o Suplicante conseguir a sua
Sesmaria, a cuja essa predicam, e aos seus efeitos me opus, pelos restritos
meios que se me patentearam, como se mostra no referido 2º documento,
logo no seu princípio, mostrando-se pelo de nº 4, que sendo eu constrangido
militarmente a prestar a minha assinatura, a uma posse, que por esse meio se
deu ao Suplicante [Francisco de Souza Maia], e que logo a reclamei pelo ju-
dicial, único meio e legítimo, protestando contra a mesma posse, e quaisquer
efeitos que pudesse vir a ter.
A dizer o Suplicante [Maia], em sua petição, que está fazendo medir a dita sua
Sesmaria, é uma falsidade escandalosíssima, com a qual, denodadamente se
propôs a enganar a S. A. Real, pois não consta, nem ele jamais mostrará com
verdade, ter dado sobre isso um só passo pelos campos, que o mesmo Real Sen-
hor tem ordenado suas previdencíssimas Leis, contra a expressa determinação
das quais tem só cuidado em meter-se de posse dos terrenos em que está por
um meio ilegítimo, e até clandestino, postergado a dúvida forma estabelecida
nas mesmas Leis, que ele desconhece ou pretende conculcar.
Nem é menos falsidade que dissesse que eu agora ando requerendo as mesmas
terras já concedidas a ele; porquanto, o que diligencio é unicamente a régia
confirmação da mesma Sesmaria antiga, já verificada nos próprios terrenos, que
os tenho, por compras de um conjunto ainda maior, e que não se preencheu,
por não haver no lugar a extensão correspondente às mesmas compras, por cujo
meio é que tenho feito o meu estabelecimento; pois, que nunca tive concessão
alguma por graça, sendo eu, um dos mais antigos colonos deste Continente;
e o primeiro que nele, à minha custa, erigi Fábrica de Carnes de charque, que
tanto tem cooperado para o seu aumento; [grifos nossos] tendo-me oferecido e
ido pessoalmente em defesa da Fronteira, com gente minha, montada, armada
e municiada, também à minha custa; tendo, de mais a mais, soldados militares,
com grande dispêndio meu, e tendo dado, também, gratuitamente, um grande
número de cavalos mansos, bestas e bois; assim como, uma avultada contri-
buição pecuniária, para suprir as precisões do Estado e defesa da Coroa, como
se mostra do documento de nº 5, cujo original tenho remetido para a Corte,
para ser apresentado a S. A. Real, em requerimento que faço sobre este mesmo
objeto, de cuja verdade, também pode V. Exª. se informar aqui por quaisquer
pessoas fidedignas, e que tenham juízo de o saber.
256
À vista pois do que venho de expor, confio que V. Exª. se persuadirá e confirmará
perante o mesmo Augusto Senhor, que a Petição do Suplicante é tão capciosa,
como falta de circunspecção; e que, por isso, deve ser desatendida.
Na petição encaminhada ao Vice-rei, disse João Cardoso ser “um dos colonos
mais antigos deste Continente”; tal afirmação deve ser entendida como um
dos colonos mais antigos, a partir da retomada da região (1776); mas, o mais
importante, é a afirmação feita quanto a ter sido ele o “primeiro que nele (Con-
tinente), à minha custa, erigi Fábrica de Carnes de charque”.
Vejamos o que mais tem João Cardoso para nos dizer sobre este seu pioneirismo
na indústria saladeiril do Continente do Rio Grande.
“Oh crioulo, olha o mate!”
“Depois do que, aconteceu também, que indo o Suplicado fazer ali um pequeno
rancho, e aparecendo o dito logo derrubado, passou a fazer, ao Ilmo. e Exmo Sr.
Marquês Governador e Capitão General, uma petição toda capciosa, queixando-
se ele, que não tendo o Suplicado feito oposição à dita posse, e, certo dela,
passara a arrasar o tal rancho, que apelida de casa: e, pretendendo comprovar
isto, com uma atestação de um Sargento-mor, Comandante do Distrito; e com
uma inquirição de títulos, ordenada por V. Exª; tudo de desvanece, e não pode
produzir efeito algum contra o Suplicante; pois, mostrando-se pelo referido
documento, o ter-se logo oposto na expressada posse e assinatura, protestando
contra uma e outra causa, pela melhor forma de direito; e, sendo bem notório,
que o Comandante do respectivo Distrito não é o indicado Sargento-mor; mas,
257
sim o Capitão, ou Tenente Romão Garcia; é, igualmente, bem sabido por todos
que o querem saber, que conforme as Leis e Direito do Reino, todas as teste-
munhas que são originadas contra alguma parte, sem esta ser ouvida, nenhuma
prova fazem; e, ainda que fosse verdade ter sido o Suplicante quem arrasou ou
quem mandou arrasar o dito rancho, não faria nisto, se não o que justamente
lhe é permitido pelo Soberano que, pelas suas Leis, é expressamente outorgado
aos seus vassalos, a faculdade [...].
Não terei dúvida a atestar o que relata o Suplicante, por ser verdade; e, acres-
centarei ainda mais, que no ano da guerra de mil oitocentos e um com os
confinantes espanhóis; foi, sem ser chamado, armado, montado e municiado;
levando seis dos seus dependentes da mesma sorte, a unirem-se à Coluna que
defendia a entrada do Exército dos inimigos, pelo Jaguarão; conservando efe-
tivamente, até levar-se o dito Exército; porém, presentemente, deve executar as
determinações do Ilmo. Exmo. Senhor Marquês Governador e Capitão General.
Rio Grande, 20 de janeiro de 1816. Manoel Marques de Souza.”
João Cardoso, não satisfeito com a resposta dada ao seu pedido, peticiona
novamente ao Marques de Souza, dizendo que, a bem de sua justiça, e para
instruir requerimento que tem a fazer, necessita que se lhe faça a graça de ate-
star, se era ou não verdade, “que ele é um dos mais antigos colonos existentes
258
nesta Capitania; que foi o primeiro que estabeleceu aqui a fábrica de charques,
trazendo, para isso, mestres à sua custa, no ano de 1780; que na guerra de
1801, sendo esta Fronteira atacada por um exército espanhol, voluntária e
imediatamente se incorporou o Suplicante às nossas tropas, montado, armado
e municiado, com seis pessoas, dos seus dependentes, igualmente prontos e à
custa [do Suplicante] com os quais se conservou efetivamente no nosso Exér-
cito, até o fim da Campanha; que fardou, à sua custa, doze soldados da Tropa
de Linha, no que, despendeu trezentos e oitenta e nove mil réis; que deu
gratuitamente para o Real Serviço trinta cavalos; que, para uma contribuição
voluntária, erigida por Sua Alteza Real, entrou o Suplicante com quinhentos e
tantos mil réis, em uma Letra, que lhe devia a Real Fazenda; que, ultimamente,
para a Campanha do Exército Pacificador, contribuiu também com uma avul-
tada porção de animais vacuns e cavalares; e que nunca houve concessão al-
guma de terras, por graça; nem alguma outra mercê, de maneira que os campos
que possui, na extensão de quatro léguas e meia, todos houve por compra que
fez de um conjunto maior, que não veio a verificar-se na sua totalidade, por
faltar terreno, em que se inteirasse, como tem acontecido a outros vizinhos; o
que é tudo notório a V. Exª., de quem, por isso, se implora e espera a graça da
Atestação, que se precisa para, autenticamente, mostrar a verdade de todo o
expendido. E. R. Mercê. João Cardoso da Silva” (grifos nossos).
Após a assinatura de Marques de Souza, havia uma nota com o seguinte teor:
“A respeito dos trinta animais vacuns e cavalares, que o Suplicante indica ter
dado para o Exército Pacificador, sei que os deu; mas, não a quantidade de
cavalos e bois; o que deve declarar quem os recebeu. Souza”.
Diante das ações tomadas por João Cardoso, a Provisão para medir e demarcar
as “sobras” concedidas a Francisco de Souza Maia foi suspensa diante da dúvida
surgida no Escrivão da Câmara, que peticionou ao Vice-rei informando que, dado
o fato de não terem retornado os documentos da Capitania do Rio Grande, dentre
eles o que deveria ouvir a João Cardoso; portanto, “parece-me haver alguma sub-
repção neste último requerimento [o de Maia], sobre o qual, V. Majestade decidirá
o que lhe parecer. Rio, 1º de agosto de 1816. Bernardo José de Souza Lobato”.
Dado vistas ao Procurador da Coroa, disse este que a dúvida do Escrivão era
procedente, “e deve esperar-se pela Informação”.
259
Sabedor do ocorrido, Maia peticiona dizendo-se informado da suspensão da
Provisão e argumenta, “que sem medir e demarcar, por tratar-se de questão so-
bre terras e sobre sobejos delas, cuja quantidade, só a medição determina”. Mas
não obteve êxito e o processo se arrasta, pelo menos até o ano de 1819 quando,
aos 15 dias de julho, o Procurador da Coroa, diante de nova petição de Maia, dá
o seguinte despacho: “Deve o Suplicante esperar a decisão da controvérsia, que
versa entre ele e João Cardoso da Silva, acerca da Sesmaria de que se trata, e
que por despacho desta Mesa, se mandou remeter ao Juízo dos Feitos da Coroa
e Fazenda, para nele se discutir e decidir legalmente.
Como se pode ver, João Cardoso morreu sem saber da sentença final; tampouco
nós conseguimos apurar se foi ela favorável ou não a João Cardoso.
Bernardo Dias de Castro, herdeiro, lindeiro e testamenteiro de João Cardoso era
seu sobrinho.
João Cardoso partiu, com certeza sabendo que a Justiça, já naquela época era
coisa tardia, demorada, maçante, embrulhona, tal qual a fama de seu mate. “O
mate do João Cardoso”.
REFERÊNCIAS
Documentos de Arquivos
260
Textos Manuscritos
261
Bibliografia:
262
Mapa dos campos de José Rodrigues de Carvalho, sitos na margem meridional da forqueta dos Piratinis.
No mapa, o asterisco [*] assinala o Passo Geral de João Cardoso.
263
264
265
147 148 149
266
150 151
147. Porto de Pelotas. Postal 148. Porto de Pelotas. Postal 149. Rua Benjamin Constant. Porto. [Entrada da Cervejaria Haertel]
150. Porto de Pelotas. [Usina do Gasômetro] 151. Rua Benjamin Constant, quase esquina XV de Novembro
267
152 153 154
268
155 156
152. Rua Gomes Carneiro, esquina Cel. Alberto Rosa. Igreja do Sagrado Coração de Jesus. Em construção 153. Bairro Fragata [Parque
Pelotense. Inaugurado em 1883]. Área no entorno das Avenidas Duque de Caxias e Pinheiro Machado. Desenho 154. [Parque Pelotense.
Avenida]. Postal 155. [Parque Pelotense. Avenida]. Postal 156. [Parque Pelotense]. Postal
269
157 158 159
270
157. [Parque Pelotense]. Postal 158. [Parque Pelotense]. Postal 159. [Parque Pelotense]. Postal 160. [Parque Pelotense]
161. [Parque Pelotense. Antigo Laboratório Souza Soares] 162. [Parque Pelotense. Antigo Laboratório Souza Soares]
271
272
273
163 164 165
274
166 167
163. [Parque Pelotense. Entrada] 164. Pelotas. Passo do Salso. Postado em 1903 165. Pelotas. Arrabaldes. Postado em 1903
166. Pelotas. Retiro. Postado em 1904 167. Arroio Moreira. [Antiga Hidráulica Pelotense]. Postado em 1903
275
168 169 170 171
276
168. Rua Pe. Anchieta. Igreja de Nossa Senhora da Luz. Postal 169. Igreja de Nossa Senhora da Luz 170. Rua da Luz, quase esquina
Pe. Anchieta. Igreja de Nossa Senhora da Luz 171. Rua Andrade Neves, esquina Dr. Amarante. Asilo de mendigos 172. Av. Bento
Gonçalves. Quartel Militar 173. Rua Santa Cruz, esquina Major Cícero [Antiga Fábrica a Vapor de Sabão e Velas]
172 173
277
278
279
174 175 176 177
280
174. Rua Barão de Santa Tecla, esquina Voluntários da Pátria. [Antigo Telégrafo] 175. Rua Gal. Neto [Antiga Drogaria de H. C. Bojunga]. Postado em
1904 176. Rua Félix da Cunha, esquina Tiradentes. Postal 177. Praça 7 de Julho, próximo à Rua Tiradentes [Antiga Farmácia Popular] 178. Rua XV
de Novembro, esquina Gal. Telles. Igreja Anglicana do Redentor. Postal 179. Rua Mal. Deodoro, esquina Gal. Telles 180. Rua Dom Pedro II [Antigo
Armazém Diophanes Lemos]
281
181
182
183
184
282
185
186
187
284
193 194
189. Praça Cel. Pedro Osorio. Ângulo da Rua Mal. Floriano. Ao centro, o Teatro Sete de Abril 190. Praça Cel. Pedro Osorio. Ângulo da Rua Mal.
Floriano. Postal 191. Praça Coronel Pedro Osorio. Teatro Sete de Abril [Fachada antiga] 192. Praça Cel. Pedro Osorio. Vista externa e interna.
Postado em 1904 193. Praça Cel. Pedro Osorio. Fonte das Nereidas [com a antiga base] 194. Planta de Pelotas. Litografia. Chapon, 1893
285
“Próximo ao centenário Chafariz, lembrou-se de ter lido na
imprensa local a matéria sobre um grupo de “amigos da Praça”, que
pensavam em cercá-la e fechá-la (...). Como se já não
bastasse terem trocado o nome de República para o desse Coronel (...).
Se, pelo menos tivessem trocado para Praça Capitão João Simões
Lopes Neto, ainda vá lá. Esse sim. Esse elevou o nome da Cidade
através de sua prosa, esse merece a homenagem.”
288
198 199 200
195. Rua Andrade Neves, entre Mal. Floriano e Sete de Setembro. Postal 196. Rua Andrade Neves. Ângulo da Mal. Floriano, em direção à
Sete de Setembro 197. Rua Mal. Floriano, esquina Andrade Neves [Antiga sede do Banco da Província] 198. Rua Andrade Neves, entre
Lobo da Costa e Mal. Floriano 199. Rua Andrade Neves, entre Gal. Neto e Mal. Floriano. [À direita, na esquina da Sete de Setembro, o
antigo Hotel Grindler]. Postal 200. Rua Andrade Neves [Antiga sede de Xavier & Irmão]. Postal
289
201 202 203
290
204 205 206
201. Rua Andrade Neves, quase esquina Sete de Setembro [Antigo Hotel Grindler] 202. Rua Andrade Neves, esquina Gal. Neto. Ângulo em
direção à Av. Bento Gonçalves. Postal 203. Rua Andrade Neves, esquina Gal. Neto. Ângulo em direção à Av. Bento Gonçalves [Antiga Casa
Bancária de Plotino Duarte]. Postado em 1904 204. Rua Andrade Neves, esquina Voluntários da Pátria. Ângulo em direção à Av. Bento
Gonçalves. [À esquerda, Edifício do Congresso Português 1º de Dezembro] 205. Rua Andrade Neves, entre Voluntários da Pátria e Cassiano do
Nascimento. [Edifício do Congresso Português 1º de Dezembro] 206. Rua Gal. Osorio, esquina Sete de Setembro [Antiga loja Ao Torrador]
291
“A rigor, é inconcebível um lugar como esse ter surgido nesta
região abarbarada. É uma espécie de licença poética da
história. Algo intrigante. Não creio que possa durar.”
294
207. Rua Gal. Osório, próximo à Sete de Setembro. Ângulo em direção à Av. Bento Gonçalves. Postal 208. Rua Gal. Osorio. [Antiga loja
Ao Barquinho] 209. Rua Gal. Osorio. [Antiga loja A Metralhadora] 210. Jogadores do Esporte Clube Pelotas. Campeão de 1912
211. Pelotas. Arrabaldes. Comemoração do Centenário. Partida de futebol entre os clubes União e Internacional. 1912. Postal
212. Praça Cel. Pedro Osorio. Prefeitura Municipal. Içamento da Bandeira. Comemoração do 1o Centenário de Pelotas. 1912.
295
296
297
298
299
NOTAS INTRODUTÓRIAS À ICONOGRAFIA DO
Almanaque do Bicentenário de Pelotas (Vol. 1)
As notas a seguir intentam traduzir a extensa iconografia sobre a cidade Pelotas relacionada neste
volume em informações complementares aos leitores. O conjunto de imagens selecionadas é res-
trito - salvo algum equívoco - ao período do primeiro centenário: 1812-1912. Este limite diz res-
peito ao momento capturado, retratado ou registrado nas plantas, cartões, fotografias, litografias,
aquarelas e desenhos aqui reproduzidos. Informações, por vezes despercebidas, desconhecidas, mas
consideradas, por relevantes à leitura da cidade. Não as considerem, porém, o leitor, intangíveis:
representam antes - como diria o Capitão - “recurso para trabalho escoimado”.
1. Praça da Matriz (atual Praça José Bonifácio) vista desde a Rua Santo Antônio (atual Rua Dr.
Miguel Barcelos). É possível avistar, ao centro, um dos quatro chafarizes da Companhia Hidráulica
Pelotense, em frente à Catedral São Francisco de Paula. Este chafariz é o único desaparecido. O
renomado médico Dr. Miguel Rodrigues Barcelos, agraciado em 1888 com o título de Barão do
Itapitocaí, residia no casarão sobrado, à esquerda. Nesta rua ainda, a 17 de junho de 1888, o mavi-
oso poeta Lobo da Costa, frequentou, pela última vez, uma taverna ali existente, horas antes de ter
sido encontrado morto nas proximidades. (MAGALHÃES, M. O. Os passeios da cidade antiga. Guia
histórico das ruas de Pelotas. Pelotas: Armazém Literário, 2000). Data aproximada da foto: década
de 1890. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Eduardo Arriada.
4. Edifício sede do Asilo de Órfãs Nossa Senhora da Conceição, fundado em 1855. À direita, no
centro da face da Rua Gonçalves Chaves, a Capela (Cf. OSORIO, F. L. Op. cit.). Data aproximada da
foto: 1910. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Eduardo Arriada.
5. Casarões no 2 (com uma carruagem à frente) e no 6 (à esquerda), à Praça Cel. Pedro Osorio. O
primeiro, construído em 1830 para o charqueador José Vieira Viana, recebeu reforma arquitetônica
classicizante em 1880, após ter sido adquirido pelo também charqueador José Antônio Moreira
(Barão de Butuí), como presente para seu filho Ângelo Gonçalves Moreira. O construtor italiano
José Isella foi o responsável por esta reforma, e também pelo projeto do Casarão nº 6, propriedade
de Leopoldo Antunes Maciel (Barão de São Luís). (Cf. GUTIERREZ, E. J. B. Barro e sangue. Mão-de-
obra, arquitetura e urbanismo em Pelotas (1777-1888). Tese de Doutorado. Porto Alegre: PUC-RS,
1999). Nota-se ainda, na fotografia, a (então) Praça D. Pedro II em obras. Data aproximada da foto:
década de 1880. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Eduardo Arriada.
7. “O Teatro foi construído em 1835, segundo projeto atribuído a Eduardo Kretschmer e manteve
sua fachada tal como foi retratada até 1916, quando sofreu grande reforma elaborada pela firma
Perez, Monteiro & Cia (fachada de José Torrieri)”. (SCHLEE, A. R. Op. cit.). Data aproximada da foto:
década de 1870. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Eduardo Arriada.
8. Antiga Praça Dom Pedro II (atual Cel. Pedro Osorio). Tem origem nas terras de Mariana Eufrásia
da Silveira, cuja divisão é conhecida como segundo “loteamento”. Nesta divisão, este terreno foi
condicionado obrigatoriamente, a ser destinado a uma praça. Era conhecido como “Campo” (ver
nota 46), nome que persistiu até a primeira arborização. Ao centro, o chafariz conhecido como Fon-
te das Nereidas, o maior dos quatro importados da França na década de 1870. Ao fundo, o Teatro
Sete de Abril. (Cf. GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada da foto: década de 1870. Fotógrafo
desconhecido. Acervo: Eduardo Arriada.
9. Antiga estação central da Companhia Ferro Carril e Cais de Pelotas, na esquina da Praça Pedro II
(Praça Cel. Pedro Osorio) com a Rua São Jerônimo (atual Rua Mal. Floriano). Data aproximada da
foto: década de 1880. Fotógrafo desconhecido. Fonte da Imagem: ARRIADA, E. Pelotas. Gênese e
desenvolvimento urbano (1780-1835). Pelotas: Armazém Literário, 1994.
10. Vista da então Rua de São Miguel (XV de Novembro), conhecida ainda como Rua dos Canários
(pela origem de alguns casais de imigrantes que a habitaram). Durante muito tempo foi a principal
rua da cidade, tendo este trecho específico recebido um calçamento (década de 1980) exclusivo
para os pedestres (Cf. ARRIADA, E. Pelotas. Gênese e desenvolvimento urbano [1780-1835]). Pelo-
tas: Armazém Literário, 1994). Data aproximada da foto: década de 1880. Fotógrafo desconhecido.
Fonte da Imagem: ARRIADA, E. Op. cit.).
11. Fotografia tomada do balcão da Prefeitura Municipal (antiga Intendência Municipal), vendo-se
302
a Rua XV de Novembro em direção à Avenida Bento Gonçalves. Nesta foto, além da praça gradeada
e do Teatro Sete de Abril (ao fundo) com sua antiga fachada, chamam a atenção, à esquerda, em
primeiro plano, alicerces aparentes. Trata-se, provavelmente, dos alicerces levantados para a pro-
jetada nova Igreja Matriz, cuja pedra fundamental fora lançada pelo Imperador D. Pedro II, quando
de sua primeira visita a Pelotas, em 1846. A nova Matriz jamais passou dos alicerces, que segundo
João Simões Lopes Neto, tinham “mais de metro de altura” e lá permaneceram por décadas, sendo
inclusive parcialmente aproveitados em novas construções no local. (Cf. LOPES NETO, J. S. “Notas
Diversas”, in: Revista do 1º Centenário de Pelotas, nº 3, p. 41). Data aproximada da foto: década de
1870. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.
12. Antigo edifício do Mercado Público Pelotense, visto da lateral da Prefeitura Municipal. Confor-
me Gutierrez, “em 1849, os edis aprovaram as plantas do prédio e da cisterna do Mercado Público,
elaboradas pelo arquiteto alemão Roberto Offer. Tentando não perder a elegância da concepção
original, os vereadores modificaram o projeto”. (GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada da
foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. (Postal: Lembranças de Pelotas. Mercado. Pelotas:
Livraria Pelotense, de Albino Isaacsson, nº 06. Reprodução parcial). Acervo: Eduardo Arriada.
13. Outra face do antigo Mercado Público, vista do encontro das Ruas Lobo da Costa e Andrade
Neves. À direita, volume proeminente da ala destinada aos pescados. “Ignora-se até que ponto o
projeto pensado por Roberto Offer foi executado. (...) o Mercado Público de Pelotas acabou com-
pondo uma planta retangular, formada por quatro blocos com pátio central. Chanfros substituíam
os quatro vértices do anel construído, marcavam os acessos em portadas com vão de arco pleno.
Nos quatro cantos, as paredes chanfradas terminavam com um frontão triangular” (GUTIERREZ, E.
J. B. Op. cit.). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. (Postal: Lembran-
ças de Pelotas. Mercado. Pelotas: Livraria Pelotense, de Albino Isaacsson, nº 03. Reprodução parcial).
Acervo: Eduardo Arriada.
14. Vista do Mercado Público Municipal desde a Praça Cel. Pedro Osorio. Ao fundo, a torre de alve-
naria, projetada pelo agrimensor e engenheiro da Câmara Municipal, Romualdo de Abreu e Silva.
“Longitudinalmente e transversalmente, o prédio fora pensado em três partes. (...). Os elementos de
composição faziam analogias estilísticas a elementos do classicismo. Não fosse o fato de as portas
de arco de meia-circunferência repetirem-se sucessivamente ao longo das fachadas, o prédio do
Mercado Público se confundiria com uma fortaleza” (GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada
da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Reprodução parcial de Postal. Acervo: Nelson
Nobre/Pelotas Memória.
15. Mercado Público Municipal, do ângulo da Praça Cel. Pedro Osorio. “Formalmente, o prédio do
Mercado conservou o despojamento dos tempos de milícia; funcionalmente, representou a pos-
sibilidade de um lugar adequado para o comércio, para as quitandeiras, para os carros e para o
abastecimento de água, através da cisterna” (GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada da foto:
década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Reprodução parcial de Postal. Acervo: Nelson Nobre/
Pelotas Memória.
16. Mercado Público Municipal visto do ângulo do antigo Liceu da Agronomia Eliseu Maciel. Segun-
do Gutierrez, “dois lugares para os carros de aluguel foram demarcados pela Câmara, em 1874: um
ficava exatamente em frente ao Teatro Sete de Abril, indo desde a rua São Miguel [XV de Novembro]
até a do Imperador [Félix da Cunha]; o outro local eram as frentes leste e sul do edifício do Mer-
cado Público” (GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo
desconhecido. Postal. Acervo: Eduardo Arriada.
17. Mercado Público Municipal, do ângulo da Praça Cel. Pedro Osorio. O cotidiano da movimentada
vida urbana de Pelotas, aqui retratado, na confluência de pessoas no antigo mercado. Data aproxi-
mada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal. Acervo: Eduardo Arriada.
18. “Mais do que a dos outros prédios públicos ou privados da cidade, a arquitetura do Mercado
fez referência aos tempos difíceis de guerra, da qual o Rio Grande acabara de sair em frangalhos.
A sobriedade, as paredes grossas, poucos traços e muito corpo, os cheios prevalecendo sobre os
vazios, a matéria sobre a luz, o todo sobre o detalhe, demonstraram uma afinidade entre a solução
303
encontrada para o Mercado e as arquiteturas que experimentaram o classicismo, como, por exem-
plo, a arquitetura chã, pombalina, ou a dos militares” (GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada
da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Fonte da Imagem: FERREIRA & C. - Almanach de
Pelotas III (1915). Oficinas Tipográficas do Diário Popular, 1914.
19. Pátio interno do antigo edifício do Mercado Público Pelotense. Fotografia emblemática do con-
traste social ainda vivenciado no período pós-abolição da escravatura. À esquerda meninos bem
trajados brincam; ao centro, negros, prováveis descendentes de escravos, procuram restos de comi-
da no chão, e não sobre as bancas. No canto inferior direito, a silhueta do fotógrafo e sua máquina,
e de curiosos que lhe fazem companhia. Mulheres com seus vestidos longos e os homens todos
com seus chapéus. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Acervo:
Eduardo Arriada.
20. Outra vista do pátio interno do antigo Mercado Público de Pelotas, vislumbrando-se as bancas.
Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Eduardo Arriada.
21. Hospital da Beneficência Portuguesa visto da esquina das Ruas Gomes Carneiro e Andrade
Neves. Fundada em 1857, a Sociedade Portuguesa de Beneficência teve sua primeira sede à Rua da
Igreja (atual Rua Pe. Anchieta). O edifício de seu hospital, em primeiro plano na foto, inaugurado em
julho de 1861, foi totalmente demolido (cf. OSORIO, F. L. Op. cit.). Data aproximada da foto: 1900.
Fotógrafo: Henrique Patacão. Fonte da Imagem: MICHELON, F.; ESPÍRITO SANTO, A. C. Catálogo
Fotográfico – Século XIX/1930 – Imagens da Cidade. Pelotas: Editora e Gráfica Universitária/UFPel,
2000.
22. Hospital da Beneficência Portuguesa. A capela de São Pedro, edifício mais alto à esquerda teve
suas obras concluídas em 1891. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconheci-
do. Postal. Acervo: Eduardo Arriada.
23. A Capela de São Pedro e o hospital da Beneficência Portuguesa de Pelotas, desde o ângulo da
antiga Rua Independência (atual Rua Uruguai). Ao fundo, palacete com mirante, de propriedade
da Baronesa do Arroio Grande (atualmente demolido). Postal: Lembranças de Pelotas. Mercado.
Pelotas: Livraria Pelotense, de Albino Isaacsson, s/nº. Postado em 1904. Acervo: Eduardo Arriada.
24. Reprodução de uma das oito aquarelas pintadas pelo artista francês Pineau. “A segunda aqua-
rela importante retrata a Santa Casa de Misericórdia e a sua majestosa capela de São João Batista.
O prédio principal do hospital já contava com dois pavimentos — o primeiro foi inaugurado em
1872 e o segundo em 1877 — e a capela deveria estar recebendo os seus reparos finais, já que seria
consagrada em 12 de julho de 1884” (SCHLEE, A. R. Op. cit.). Data da imagem: ano de 1883. Autor:
Dominique Pineau. Fonte da Imagem: OSORIO, F. L. Op. cit.
25. Caixa d’água adquirida pela extinta Companhia Hidráulica Pelotense junto à empresa Hanna
Donald & Wilson, Abbey Works, da cidade de Paisley, Escócia. Foi trazida em navio, desmontada em
peças, juntamente com o engenheiro responsável por coordenar a montagem, iniciada em maio de
1875 e concluída em setembro do mesmo ano. Para conduzir o material, a Companhia Ferro Carril
e Cais, estendeu trilhos até o antigo Largo da Caridade. Ao fundo, a Santa Casa de Misericórdia. (cf.
GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada da foto: década de 1880. Fotógrafo desconhecido.
Acervo: Eduardo Arriada.
26. Santa Casa de Misericórdia, entre as Ruas da Palma (atual Gal. Neto) e Sete de Setembro, frente
à Rua da Lagoa (posterior Rua Marquês de Caxias e atual Rua Santos Dumont; no trecho específico,
atual Praça Piratinino de Almeida). Edifício cuja pedra fundamental foi colocada em dezembro de
1861, foi inaugurado em 1872 a segunda e definitiva sede da Santa Casa, tendo seus enfermos sido
transferidos totalmente no mesmo ano (Cf. OSORIO, F. L. Op. cit.). Data aproximada da foto: década
de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal. Acervo: Eduardo Arriada.
27. Ao edifício inicialmente projetado pelo português José Vieira Pimenta, foram acrescentadas a
nova ala para os alienados e a capela de São João Batista (1884), projetadas e executadas sob a
direção do arquiteto italiano José Isella (cf. GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada da foto:
304
década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Hospital da Misericórdia. Pelotas: Edi-
ções Meira, nº 11. Endereçado e escrito em francês. Postado em 1903. Acervo: Eduardo Arriada.
28. Vista da atual Rua Santos Dumont, do ângulo da Rua Gal. Neto em direção à Rua Mal. Floriano.
À esquerda, área verde que em 1854 chamava-se Praça da Cavalhada. Segundo Alberto Coelho da
Cunha, “em seu início teve o nome de Praça da Caridade, em 18 de julho de 1881 passou a chamar-
-se Silveira Martins, nome que veio a trocar, em 16 de março de 1893, pelo que ainda conserva, de
Piratinino de Almeida” (cf. GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). À direita, a Santa Casa de Misericórdia. Ao
fundo, também à direita, parte do complexo da antiga Cervejaria Ritter. Data aproximada da foto:
década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal: Lembrança de Pelotas. Santa Casa de Misericórdia.
Pelotas: Livraria Pelotense, de Albino Isaacsson, nº 07. Acervo: Eduardo Arriada.
29. Santa Casa de Misericórdia de Pelotas. Ao centro da fotografia, a fachada lateral, à Rua Gal.
Neto. Data aproximada da foto: 1900. Fotógrafo: Henrique Patacão. Fonte da Imagem: MICHELON,
F.; ESPÍRITO SANTO, A. C. Op. cit.
30. Santa Casa de Misericórdia. Rua Santos Dumont, esquina Rua Gal. Neto. “Nas fachadas principais,
o ritmo estava marcado pelas aberturas e pilastras coríntias, de ordem ‘colossal’ ou ‘monumental’”.
(GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal
intitulado: Santa Casa - Pelotas. Pelotas: Edição Meira, s/nº. Acervo: Eduardo Arriada.
31. Caixa d’água escocesa à Praça Piratinino de Almeida. No topo, ao lado do mirante, pequeno
barracão de madeira que servia de abrigo ao guarda, para ali designado, por necessário à segurança
do equipamento. Note-se a arborização que, por incipiente, conferia destaque ao reservatório. Data
aproximada da foto: década de 1880. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Hydraulica Pelo-
tense. Reservatorio. Acervo: Eduardo Arriada.
32. Clube Comercial, visto da Rua Gal. Neto, quase esquina Rua do Imperador (atual Félix da Cunha).
Prédio originalmente projetado em 1871, pelo arquiteto italiano José Isella, para residência do char-
queador Felisberto José Gonçalves Braga. (cf. MOURA, R. M. G. R. de; SCHLEE, A. R. 100 Imagens da
Arquitetura Pelotense. 2ª edição. Pelotas: Pallotti, 2002). Data aproximada da foto: 1900. Fotógrafo:
Augusto Amoretty. Fonte da Imagem: MICHELON, F.; ESPÍRITO SANTO, A. C. Op. cit.
33. Clube Comercial, visto do ângulo da Rua Gal. Victorino (atual Rua Pe. Anchieta), quase esqui-
na Rua Gal. Neto. O edifício, somente a partir de 1888, tornou-se a segunda e definitiva sede do
aristocrático Clube Comercial. (cf. MOURA, R. M. G. R. de; SCHLEE, A. R.). Data aproximada da foto:
1900. Fotógrafo: Augusto Amoretty. Fonte da Imagem: MICHELON, F.; ESPÍRITO SANTO, A. C. Op. cit.
34. Clube Comercial visto da Rua General Neto, quase esquina Rua Félix da Cunha. “A princípio,
o Clube Comercial ocupava apenas o pavimento superior (área que correspondia efetivamente à
residência do charqueador) e alugava parte do térreo”. (MOURA, R. M. G. R. de; SCHLEE, A. R. Op.
cit.). Data aproximada da foto: 1900. Fotógrafo: Henrique Patacão. Fonte da Imagem: MICHELON,
F.; ESPÍRITO SANTO, A. C. Op. cit.
35. Clube Comercial. Outra vista desde a Rua General Neto, quase esquina Rua Félix da Cunha.
“Em 1908, o prédio foi vitimado por um incêndio que o destruiu parcialmente. Coube a Sebastião
Obino reconstruí-lo e ampliá-lo, construindo uma nova ala, com frente para a [Rua] Félix da Cunha”
(MOURA, R. M. G. R. de; SCHLEE, A. R. Op. cit.). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo
desconhecido. Postal intitulado: Hospital da Misericórdia. Pelotas: Edições Meira, nº 11. Endereçado
e escrito em francês. Postado em 1903. Acervo: Eduardo Arriada.
36. Depósitos da antiga firma “Oliveira, Coelho & Cia”, à Rua Sete de Setembro, esquina Rua Pe. An-
chieta. Conhecido anteriormente como “O grande armazém”, foi construído em 1875 para residên-
cia de Theodosio Fernandes da Rocha, na parte superior. Abrigava comércio no pavimento inferior.
Data aproximada da foto: década de 1910. Fotógrafo desconhecido. Referência da Imagem: LLOYD,
R.. Impressões do Brazil no Século Vinte. Sua História, Seo Povo, Commercio, Industrias e Recursos
[sic]. Lloyds Greater Britain Publishing Company Ltda, 1913, 1ª Edição, p. 847.
37. A Biblioteca Pública Pelotense surgiu da iniciativa do ilustrado português Antônio Joaquim Dias,
305
proprietário do jornal Correio Mercantil, no ano de 1875. Ainda sem sede própria, obteve abrigo
gratuitamente nas dependências do Hotel do Universo, do Visconde da Graça, localizado na Rua da
Palma (atual Gal. Neto), esquina da Rua Gal. Victorino (atual Pe. Anchieta), local em que recebeu as
primeiras doações de livros. Em 1878, o mesmo Visconde foi convidado para efetuar o lançamento
da pedra fundamental do prédio próprio da nobre instituição, que seguiu, com algumas modifica-
ções, projeto de José Isella, arquiteto italiano. (GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada da foto:
1900. Fotógrafo: Henrique Patacão. Fonte da Imagem: MICHELON, F.; ESPÍRITO SANTO, A. C. Op. cit.
38. O edifício, de pavimento único, foi inaugurado parcialmente (primeiro salão) em março de 1881.
Somente em agosto de 1888 foi concluído, com todas as devidas escaiolas e outros acabamentos
arquitetônicos. “Todo o requinte e elegância eram destinados para a casa de cultura da cidade, que
se intitulava a Atenas riograndense” (GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada da foto: década
de 1890. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Bibliotheca Publica Pelotense – Sala de Leitura:
Edições Meira, nº 46. Acervo: Eduardo Arriada.
39. Bibliotheca Pública Pelotense ainda com a escadaria de acesso. “De frente para a praça, em toda
a extensão, localizava-se o salão principal. De uso mais restrito, a sala para as sessões, a secretaria
e a sala de estudos ficavam nos fundos, abrindo-se para o poente. No meio, situava-se o salão para
guardar os livros, com dois corredores de cada lado, que ligavam a duas salas de aulas, para os
cursos noturnos, e a dois acessos de duas entradas laterais. A fachada principal era composta pelo
porão alto, pelo pavimento térreo e pela platibanda. Esta possuía, no centro, um frontão em forma
de arco de circunferência, também chamado de arco cimbrado, que valorizava a porta principal. O
acesso da frente também foi marcado por duplas colunas, que se repetiam no intervalo das duas ja-
nelas laterais e nos cunhais, ou seja, nas extremidades, vértices do edifício. Essa marcação estrutural
foi reforçada no porão e na platibanda, que em cima das janelas recebeu balaústres vazados. As
janelas de duas folhas de abrir receberam postigos e bandeiras de arco pleno, com vidros coloridos,
sendo encimadas por rosetas decorativas” (GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada da foto:
década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Bibliotheca Publica Pelotense: Edições
Meira, s/nº). Acervo: Eduardo Arriada.
40. (Imagem da capa). À esquerda, os casarões nos 8, 6 e 2, respectivamente, à Praça Cel. Pedro Oso-
rio. “Públicos ou privados, de grande ou pequeno porte, os edifícios da cidade, quanto à decoração,
estavam repletos de analogias à arquitetura da Antiguidade, representando ‘civilização’, ‘cultura’ e
‘bom gosto’. Essas três moradas deram forma à fachada oeste da quadra do outro lado da atual Pra-
ça Cel. Pedro Osório, em frente ao Paço e à Bibliotheca (...). Por isso, pela ostentação e pela riqueza
de ornamentação que apresentaram, têm merecido destaque. Construídos no final da década de
setenta do século XIX, os ‘palacetes’, que se debruçavam sobre a área verde, alcançaram o ápice do
refinamento, servindo de exemplo às obras executadas posteriormente” (GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.).
Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Reprodução parcial de Postal.
Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.
41. Ao centro, o casarão nº 8, construído em 1878 para o Conselheiro Francisco Antunes Maciel
(Barão de Cacequi); à sua direita, o casarão nº 6, edificado em 1879 para Leopoldo Antunes Maciel
(2º Barão de São Luís) e o casarão nº 2, originalmente erguido no início do século XIX para o char-
queador José Vieira Viana. Este, inicialmente de arquitetura colonial, passou em 1880, por reforma
que o adaptou à linguagem eclética, de orientação clássica (cf. MOURA, R. M. G. R. de.; SCHLEE, A. R.
Op. cit.). “Os pesquisadores são unânimes em afirmar que as casas dos irmãos e barões de São Luís
e Cacequi, e a reforma da vivenda que havia pertencido a José Vieira Viana, foram de responsabi-
lidade de José Isella. Na época das modificações, o sobrado pertencia a Alfredo Gonçalves Moreira
(...). À esquerda, ainda, antigo casarão pertencente à família Moreira”. (GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.).
Data aproximada da foto: 1900. Fotógrafo: Henrique Patacão. Fonte da Imagem: MICHELON, F.;
ESPÍRITO SANTO, A. C. Op. cit.
42. Antigo casarão pertencente à família Moreira, situado Praça Cel. Pedro Osorio, esquina da an-
tiga Rua da Regeneração (atual Rua Barão de Butuí). Demolido. Rua da Regeneração, assim como
Praça da Regeneração foram nomes alusivos à abdicação de D. Pedro I (7 de abril de 1831) e o
consequente início do período regencial, quando o governo retornou à mão dos brasileiros. (cf.
MOURA, R. M. G. R. de.; SCHLEE, A. R. Op. cit..; GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada da foto:
306
1900. Fotógrafo: Henrique Patacão. Fonte da Imagem: MICHELON, F.; ESPÍRITO SANTO, A. C. Op. cit.
43. Conjunto arquitetônico dos casarões à Praça Cel. Pedro Osorio, próximo à Rua Barão de Butuí.
Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Postal. Acervo: Eduardo Ar-
riada.
44. Outra vista do conjunto arquitetônico dos casarões à Praça Cel. Pedro Osorio; ângulo próximo
da Rua Princesa Isabel. À esquerda, parte do primeiro prédio (de um pavimento) da empresa de
Pompas Fúnebres Moreira Lopes; e a seu lado, antigo sobrado, do qual hoje resta apenas parte
da fachada. Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Postal. Acervo:
Eduardo Arriada.
45. Conjunto arquitetônico no entorno da Praça Cel. Pedro Osorio, hoje quase totalmente destruído.
Vista da esquina com a atual Rua Princesa Isabel. Antiga Rua São Francisco [de Assis], posterior-
mente Rua Treze de Maio (em alusão à Abolição de 1888). Depois ainda, foi chamada de Alberto
Rosa, em homenagem ao pelotense proprietário da casa de esquina do primeiro plano na imagem.
Princesa Isabel é o nome dado na metade do século XX. (MAGALHÃES, M. O. Op. cit.). Atualmente,
outra rua, a leste, recebeu a denominação de Alberto Rosa. Data aproximada da foto: década de
1890. Fotógrafo desconhecido. Postal: Lembrança de Pelotas. Rua Felix da Cunha. Pelotas: Livraria
Pelotense, de Albino Isaacsson, nº 3. Postado em 1906. Acervo: Eduardo Arriada.
46. Alameda no interior da Praça Dom Pedro II (atual Cel. Pedro Osorio). A porção de terreno onde
se encontra a praça principal da cidade de Pelotas era parte da propriedade de Mariana Eufrásia da
Silveira. “Quando do loteamento de suas terras, estava destinada exatamente para praça. Primeiro,
o ‘Campo’ foi denominado de Praça de Regeneração; depois, foi chamado de D. Pedro II; mais tar-
de, outra vez, recebeu o nome Regeneração; passado um tempo, trocaram para República, e, por
último, para Cel. Pedro Osório”. (GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Ao fundo, da esquerda para direita, os
casarões nos 8, 6 e 2. Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Acervo:
Eduardo Arriada.
47. Praça Cel. Pedro Osório, desde ângulo próximo à Rua Lobo da Costa (da direita para a esquerda
os casarões nos 2, 6 e 8). “Até a década de setenta do século XIX, a praça não teria sofrido melhora-
mentos. Em abril, e depois em julho de 1876 recebeu as primeiras árvores. No lugar do pelourinho,
em 25 de junho de 1873, foi colocado o primeiro chafariz. Em novembro de 1876, com o objetivo de
chamar concorrentes, os vereadores decidiram que deveriam mandar elaborar planta para a feitura
de um gradil de ferro, sobre base de alvenaria, em toda a circunferência da praça” (GUTIERREZ, E.
J. B. Op. cit.). Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Nelson
Nobre/Pelotas Memória.
48. Praça Cel. Pedro Osório, vista da confluência das Ruas Félix da Cunha e Princesa Isabel. No cen-
tro, ao fundo, o chafariz Fonte das Nereidas. À esquerda, a gruta existente próxima ao lago artificial.
À direita, uma construção de madeira, aparentemente provisória, no interior da praça. Trata-se,
possivelmente, de um antigo teatro ou rinque para patinação. Sabe-se que “a partir do ano de 1878,
pôde-se perceber o interesse da prática de atividades de patinação em Pelotas. Desde que o Sr. An-
gelino Soveral obteve da câmara municipal da cidade o aval para a criação do primeiro ‘skating rink’
de Pelotas, iniciou assim, o fomento pelas atividades com patins. Com um prazo de concessão do
terreno de até cinco anos, onde hoje se localiza a Praça Coronel Pedro Osório, na época denominada
como Praça Pedro II, a quadra de patinação seria construída para atender aos futuros patinadores
da cidade” (DIÁRIO DE PELOTAS, 1878, in: KOSLOWSKY, M. “Manifestações esportivas na cidade de
Pelotas: 1835 – 1935”. Site NetHistória. Brasília, set. 2004. Sessão Ensaios. Acesso em: 10 set. 2012).
Data aproximada da foto: década de 1880. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Eduardo Arriada.
49. Nesta imagem, já é visível (ao fundo) a nova torre metálica do Mercado Público, impor-
tada de Hamburgo, Alemanha, que substituiu a antiga, de alvenaria, fazendo uma referência
singela à torre Eiffel de Paris. (cf. GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada da foto: década
de 1910. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Pelotas. Praça República. Acervo: Nelson
Nobre/Pelotas Memória.
50. O projeto do lago (em destaque na foto), juntamente com a gruta, foi realizado pelo engenheiro
307
da Câmara Municipal Romualdo de Abreu e Silva, tendo sido alvo de duras críticas da imprensa da
época. Foi chamado, por exemplo, de “galinheiro do Romualdo” devido à quantidade de animais,
principalmente pela profusão de aves, em local julgado nobre demais para um recanto deste tipo.
Por ironia, acabou se consolidando como um dos espaços mais atrativos, paisagisticamente, do
interior da praça, permanecendo ali até hoje. (Jornal O Cabrion [Pelotas: 1879-1881]). Data aproxi-
mada da foto: década de 1910. Fotógrafo desconhecido. Observação: especificamente neste postal,
a data da postagem não corresponde a data da imagem. Acervo: Eduardo Arriada.
51. Na imagem aparece o popular “redondo da praça”, ou seja, o passeio que circundava o chafariz.
A fonte das nereidas, aqui, ainda encontrava-se cercada por gradil de ferro e sobre a antiga base,
rodeado por oito luminárias de ferro. Ao fundo, o Paço Municipal. Data aproximada da foto: déca-
da de 1910. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Pelotas. Praça República. Acervo: Eduardo
Arriada.
52. Antigo quiosque de ferro, à esquina da Praça Cel. Pedro Osorio com a Rua 15 de Novembro (No
quarteirão, imediatamente atrás do quiosque, encontrava-se o casarão do General Osório, o qual,
“como inúmeras outras construções da cidade, foi derrubado por seus proprietários na década de
1980, como reação à lei de tombamento do patrimônio histórico, promovida pelo poder público
municipal” (MOURA, R. M. G. R. de; SCHLEE, A. R. 100 Imagens da Arquitetura Pelotense, p. 99).
O presente quiosque não foi o único instalado junto à praça. Pelo menos dois outros elementos
metálicos similares a este compuseram o mobiliário urbano da cidade, e podem ser vistos nas
imagens do século XIX. Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Postal:
Lembrança de Pelotas. Praça da República. Pelotas: Livraria Pelotense, de Albino Isaacsson, nº 11.
Acervo: Eduardo Arriada.
53. Quarteirão fronteiro à Praça Cel. Pedro Osorio, entre as Ruas Pe. Anchieta e Félix da Cunha,
composto por três casarões. O primeiro, à esquerda, com uma bandeira afixada era um “prédio de
esquina pertencente à Associação Comercial e que abrigava o Clube Comercial — construído em
1873 e demolido em 1904 para dar lugar à atual sede do Clube Caixeiral” (SCHLEE, A. R. Op. cit.). A
seu lado, a residência do charqueador Pinto da Rocha. E, por fim, à direita, o sobrado de esquina
que veio a ser conhecido como “Casa da Banha”. Observe-se que, em primeiro plano, surgem dois
Cavalheiros conversando, e, à direita, o bonde da Companhia Ferro-Carril e Cais, no qual o condutor,
com seu chicote em riste, comanda os muares. Data da imagem: 1883. Reprodução de uma das oito
aquarelas pintadas pelo artista francês Pineau. Fonte da Imagem: OSORIO, F. L. Op. cit.
54. Sede social do Clube Caixeiral (União e Progresso), à Praça Cel. Pedro Osório, esquina Rua Pe.
Anchieta. Fundado no natal de 1879, e após ter passado por diversas sedes alugadas, em 1904
teve realizado o desejo de uma sede própria (cf. MOURA, R. M. G. R. de; SCHLEE, A. R. Op. cit.). Esta
imagem, publicada em um postal, mostra o final da construção. Projeto elaborado pelo arquiteto
Caetano Casaretto, em 1902. Data aproximada da foto: 1905. Fotógrafo desconhecido. Postal inti-
tulado: Caixeiral (em construcção). Pelotas: Edições Meira, nº 52. Acervo: Eduardo Arriada.
55. Edifício do Clube Caixeiral. Representa “um marco da arquitetura eclética pelotense. De aspecto
único, volumetria prismática e recortada, apresenta uma série de elementos decorativos que lhe ga-
rantem um caráter excepcional – o que era reforçado pelas duas pequenas torres que encimavam a
construção (infelizmente demolidas)” (MOURA, R. M. G. R. de; SCHLEE, A. R. Op. cit.). Data aproxima-
da da foto: Ano de 1904. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Club Caixeiral. Pelotas: Edições
Meira, s/nº. Postado em 1912. Acervo: Eduardo Arriada.
56. Praça Cel. Pedro Osorio. Novamente o quarteirão entre as Ruas Pe. Anchieta e Félix da Cunha,
agora com a sede do Clube Caixeiral. Observe-se, à direita, o prédio que existia (atualmente de-
molido) após a “Casa da Banha”. Data aproximada da foto: 1905. Fotógrafo desconhecido. Postal:
Lembrança de Pelotas. Club Caixeiral. Pelotas: Livraria Pelotense, de Albino Isaacsson, nº 4. Postado
em 1906. Acervo: Eduardo Arriada.
57. Praça Cel. Pedro Osorio, desde a Rua Princesa Isabel. À direita, sobrado em estilo colonial. Cons-
truído entre 1830 e 1835, o prédio serviu de quartel-general a tropas imperiais durante a Guerra
dos Farrapos em 1836 (Cf. Sítio do IPHAE – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado
308
do Rio Grande do Sul. Livro Tombo. Acessado em 10 de setembro de 2012). Ao fundo, antigo so-
brado em que funcionava a loja Torre Eiffel, posteriormente destruído. Data aproximada da foto:
1905. Fotógrafo desconhecido. Postal: Lembrança de Pelotas. Praça da República. Pelotas: Livraria
Pelotense, de Albino Isaacsson, nº 1. Acervo: Eduardo Arriada.
58. Praça Cel. Pedro Osorio. Prefeitura Municipal e Bibliotheca Pública Pelotense. A fundo o antigo
Mercado Público. Nesta aquarela, o acesso principal da Bibliotheca Pública tem sua escadaria em
obras (Cf. SCHLEE, A. R. Op. cit.). Data da imagem: 1883. Reprodução de uma das oito aquarelas
pintadas pelo artista francês Pineau. Fonte da Imagem: OSORIO, F. L. Op. cit.
59. Fotografia capturada em um dos jardins do interior da Praça Pedro II (atual Cel. Pedro Oso-
rio), mostrando o prédio da Câmara Municipal (atual Prefeitura Municipal) pouco depois de sua
inauguração. Ao lado direito, a Bibliotheca Pública Pelotense, ainda em obras. No lado esquerdo,
o antigo Mercado Público. Data aproximada da foto: década de 1880. Fotógrafo desconhecido.
Acervo: Eduardo Arriada.
60. O edifício da Prefeitura Municipal foi projetado pelo engenheiro da Câmara, Romualdo de Abreu
e Silva, e executado pelo empreiteiro Carlos Zanotta. Sua inauguração ocorreu no ano de 1881.
“Igualmente como no caso do Mercado, foi possível verificar na arquitetura do Paço Municipal a
influência do classicismo (...) um classicismo bastante decorado, ornamentado ou enfeitado, para
poder evidenciar a riqueza que a cidade ainda detinha” (GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproxima-
da da foto: 1900. Fotógrafo: Henrique Patacão. Fonte da Imagem: MICHELON, F.; ESPÍRITO SANTO,
A. C. Op. cit.
61. A Intendência Municipal (atual Prefeitura Municipal) e, à esquerda, o antigo Liceu de Agro-
nomia. Data aproximada da foto: Década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: 8.
Intendencia Municipal e Lyceu de Agronomia. Acervo: Eduardo Arriada.
62. Prefeitura Municipal de Pelotas, “prédio significativo, construído em terreno de esquina e valo-
rizado pela sua relação com o entorno. Recupera a tradicional tipologia dos prédios de ‘câmara e
cadeia’, ou seja, sobrado de volume retangular caracterizado pelo pórtico, que protege a pequena
escada e sustenta a grande sacada” (MOURA, R. M. G. R. de; SCHLEE, A. R. Op. cit.). À sua direita, a
Bibliotheca Pública Pelotense. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido.
Postal. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.
63. O palladiano edifício da antiga Escola Eliseu Maciel, projeto dos franceses Dominique Villard
e Dominique Pineau (cf. MOURA, R. M. G. R. de; SCHLEE, A. R. Op. cit.). Data aproximada da foto:
1900. Fotógrafo: Henrique Patacão. Fonte da Imagem: MICHELON, F.; ESPÍRITO SANTO, A. C. Op. cit.
64. Antigo Liceu. Projetado a pedido da família Maciel, como presente ao povo de Pelotas, e em
homenagem à memória do tenente-coronel da Guarda Nacional, Eliseu Antunes Maciel. O edifício
foi concluído entregue em 1883, mobiliado e equipado para ser uma escola. Após diversos trâmites
burocráticos, em março de 1888 foram iniciadas as aulas no Liceu de Agronomia, Artes e Ofícios
(cf. GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido.
Postal. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.
65. Antigo Liceu Eliseu Maciel. Seu pórtico tetrastilo (com quatro colunas coríntias), com respectivo
entablamento e frontão triangular, conferiu à simétrica construção grande qualidade estética, tor-
nando-os um dos mais significativos, originais e representativos prédios da arquitetura pelotense
do século XIX (cf. MOURA, R. M. G. R. de; SCHLEE, A. R. Op. cit.). Data aproximada da foto: década
de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Pelotas. Escola de Agronomia e Veterinária.
Acervo: Eduardo Arriada.
66. A Estação Ferroviária, construída em 1884 (cf. MOURA, R. M. G. R. de; SCHLEE, A. R. Op. cit.), no
antigo Largo da Estação (atual Largo de Portugal). Vista do ângulo do leito do Arroio Santa Bárba-
ra (atualmente aterrado). Data aproximada da foto: 1900. Fotógrafo: Henrique Patacão. Fonte da
Imagem: MICHELON, F.; ESPÍRITO SANTO, A. C. Op. cit..
67. Com a chegada da linha ferroviária Rio Grande-Pelotas-Bagé, o município passou a contar com
309
esta bela e ampla estação, que seguia o modelo de maior escala previamente estabelecido pela
companhia administradora dos caminhos de ferro (cf. GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada
da foto: década de 1880. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Eduardo Arriada.
68. O imponente edifício da Estação Ferroviária possuía mansardas nas alas laterais, além de uma
marquise de ferro protegida por lambrequins de madeira no acesso principal, marcado pelo segun-
do piso, o qual reforçava a hierarquia do conjunto (cf. MOURA, R. M. G. R. de; SCHLEE, A. R. Op. cit.).
Data aproximada da foto: Década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: 3. Estrada de
Ferro. Estação de Pelotas. Acervo: Eduardo Arriada.
70. A fachada posterior, voltada para os trilhos, comportava a plataforma de embarque e desembar-
que da Estação Ferroviária. Era protegida por longa cobertura, estruturada sobre mãos-francesas de
ferro (cf. MOURA, R. M. G. R. de; SCHLEE, A. R. Op. cit.). Data aproximada da foto: Década de 1900.
Fotógrafo desconhecido. Acervo: Eduardo Arriada.
71. Antiga Praça Constituição, também chamada de Praça das Carretas. Pequena porção que foi
preservada sob o nome de Praça 20 de Setembro. Em julho de 1848, “os vereadores (...) propuseram
que os carros não entrassem mais na cidade. Julgaram que o lugar mais próprio era rumo a oeste,
do outro lado do [Arroio] Santa Bárbara, entre as ruas Martins Coelho, Hércules e São Jerônimo
[atuais Ruas Tiradentes, Lobo da Costa e Marechal Floriano], local onde consolidou-se a praça das
Carretas. Depois, em junho de 1852, a comissão encarregada da compra do terreno, composta pelos
vereadores Domingos José de Almeida e José Inácio da Cunha, avaliou que a área oferecia aco-
modação suficiente para ‘paradouro’ de cavalares e das numerosas carretas que quotidianamente
vinham da Campanha e da serra dos Tapes para a cidade” (GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Ao centro,
as torres da Santa Casa de Misericórdia, quase irreconhecíveis, por retocadas. O artista-fotógrafo
ainda adicionou uma fantasiosa paisagem ao fundo. Data aproximada da foto: Década de 1900.
Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Pelotas (Vista pela Praça Constituição). Pelotas: Edições
Meira, nº 35. Acervo: Eduardo Arriada.
72. A imagem mostra a ligação do Bairro Fragata com o Bairro Centro. Vista que, parcialmente (ou seja,
no fundo à direita), corresponde à atual Praça 20 de Setembro. “Alberto Coelho da Cunha afirmava
que, pela face oeste, a praça limitava-se com a chamada lomba do Fragata, e que, no seu centro, fora
construído um prédio para a estação dos carros da Empresa de Ferro-Carril, um espaço tomado da
Câmara por arrendamento, em 1873, e acrescido pela Intendência em 1893. Em anexo, esse mesmo
prédio contava com um cercado, em que eram soltos, para descanso os muares vindos do serviço. Na
beira da ‘tapagem’, tinham sido plantados exemplares de Gerivá. Demolidas as casas da estação, ainda
por algum tempo subsistiram as cocheiras, as estrebarias, as dependências. Nesse ponto, a praça foi
suprimida, para dar acomodação às instalações da Companhia Força e Luz, e para o cercado em que
pretendia a Sociedade Agrícola e Pastoril promover suas exposições e feiras. Em última instância, veio
a doação para a projetada escola de Artes e Ofícios [atual Instituto Federal Sul-Riograndense]. Por fim,
concluiu: “E essa velha praça desapareceu do número de logradouros públicos da cidade” (cf. CUNHA,
A. C. da. Logradouros públicos. Pelotas, s.d. s.p., citado a partir de GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). À es-
querda, chaminé da antiga Fábrica de Chapéus Pelotense. Data aproximada da foto: 1900. Fotógrafo:
Henrique Patacão. Fonte da Imagem: MICHELON, F.; ESPÍRITO SANTO, A. C. Op. cit.
73. Antiga Fábrica de Chapéus Pelotense, à Praça da Constituição (proximidades da atual Praça 20
de Setembro). “Esta fábrica foi fundada na cidade de Pelotas em 1880, pelos srs. Cordeiro e Wiener,
e em 1892 adquirida pelo comendador Carlos G. Rheingantz (...). A sua produção, que é atualmente
de 1.000 chapéus por dia, pode ser elevada a muito mais (...). Os maquinismos da fábrica, que são
todos modernos e dos mais aperfeiçoados tipos, compreendem 61 máquinas para fabricação exclu-
310
siva dos chapéus e outras para o preparo da matéria-prima (...). A matéria-prima empregada é, para
os chapéus de feltro de pelo, o pelo de lebre, coelho e castor; e para os chapéus de feltro de lã, a lã
fina rio-grandense. Trabalham atualmente na fábrica 152 operários de ambos os sexos. A fábrica
possui também, para o serviço próprio, bem montadas oficinas de ferraria, serralheria, marcenaria
e cartonagem. Há um dínamo de 35 ampères e 110 volts, para a iluminação elétrica do estabeleci-
mento. Os produtos são vendidos no Rio Grande do Sul e exportados para vários outros estados da
União. A fábrica tem, em várias exposições, obtido medalhas de ouro e prata” (LLOYD, R.. Op. cit.).
Data aproximada da foto: 1900. Fotógrafo: Henrique Patacão. Fonte da Imagem: MICHELON, F.;
ESPÍRITO SANTO, A. C. Op. cit.
74. Fábrica de fumos São Raphael, de Romeu & Cia. fabricante dos “afamados fumos Chileno”.
Fundada em 1894 pela firma Olivé & Cia. (em outro prédio à Praça da Constituição), passou em
1896 à firma Nova & Cia, finalmente girando à razão social Romeu & Cia, dos sócios Juan Romeu e
Antônio Cyrillo de Souza. “Funciona em (...) prédio de construção térrea, com cinco aberturas para
a Praça da Constituição (...). Recebe em geral o fumo do Cerrito, de Canguçu e de Porto Alegre, e
em menor escala do Rio de Janeiro e de Minas (...). Produziu em 1910 cinquenta e oito mil quilos de
fumo manipulado (...) cujos mercados de consumo encontram-se neste Estado e na Republica do
Uruguai. Emprega 14 operários e mais 06 mulheres” (FERREIRA & C. - Almanach de Pelotas I 1913).
Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Eduardo Arriada.
75. Antiga Praça das Carretas. À esquerda, a ponte de pedra sobre o Arroio Santa Bárbara. Ao
fundo, profusão de edificações, muitas assobradadas. “Em 1848, depois de muita negociação, os
vereadores indicaram uma área, na margem direita do [Arroio] Santa Bárbara, para as carretas que
transportavam lenha e alimentos do interior, a fim de fornecê-los à cidade” (GUTIERREZ, E. J. B. Op.
cit.). Data aproximada da foto: Década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Carreta
de Bois. Pelotas: Edições Meira, nº 14. Acervo: Eduardo Arriada.
76. “A Praça das Carretas não era um lugar de contemplação e de divertimento. Esse espaço mar-
ginal reservava-se às atividades de transporte e de abastecimento à zona urbana situada do outro
lado do arroio. Após alguns anos, ali também se localizaram as estrebarias da Companhia de Ferro
Carris e Cais de Pelotas. Pouco a pouco, o espaço foi ocupado. O local era visto pela classe senhorial
como ‘foco de imoralidades, fundição de crioulos e entretenimento de escravos’” (GUTIERREZ, E.
J. B. Op. cit.). Ao centro, o complexo da Cervejaria Ritter e, ao fundo, as torres da capela de São
João Batista, da Santa Casa de Misericórdia. Data aproximada da foto: Década de 1890. Fotógrafo
desconhecido. Postal: Un Faubourg de Pelotas. Edition de la Mission brésilienne de propagande.
Acervo: Eduardo Arriada.
77. “Antiga Praça das Carretas, vendo-se a ponte de pedra sobre o Arroio Santa Bárbara (hoje des-
viado). Ao fundo, a Cervejaria Ritter” (GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada da foto: 1900.
Fotógrafo: Henrique Patacão. Fonte da Imagem: MICHELON, F.; ESPÍRITO SANTO, A. C. Op. cit.
78. Ponte de Pedra sobre o Arroio Santa Bárbara. Ao fundo, edifícios da Cervejaria Ritter e da Santa
Casa da Misericórdia. Em primeiro plano, à direita, a antiga Praça Henrique D’Ávila (atual Praça Ci-
priano Barcelos), na margem esquerda do Arroio. Segundo planta litografada em 1893 (ver figura nº
195), esta praça denominou-se, ainda, Praça de S. Martines [sic]. (cf. SCHLEE, A. R. Op. cit.). Data da
Imagem: 1883. Reprodução de uma das oito aquarelas pintadas pelo artista francês Pineau. Fonte
da Imagem: OSORIO, F. L. Op. cit.
79. Antigo leito do canal Santa Bárbara. Ao fundo, o complexo pertencente à cervejaria Ritter. “Em
2 de setembro de 1880, em sessão da Câmara, o terreno provincial, situado entre as duas pontes
do arroio Santa Bárbara, à margem esquerda do citado arroio, foi concedido à municipalidade para
praça pública. Em reconhecimento, com o objetivo de perpetuar a memória do presidente da pro-
víncia, foi a praça chamada de Henrique D’Ávila”. (GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada da
foto: Década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.
80. Novamente o antigo leito do Canal de Santa Bárbara. À direita, atual Praça Cipriano Barcelos.
“Estava localizada na margem esquerda do arroio Santa Bárbara, com frente à atual Rua Barão de
Santa Tecla, no terreno compreendido entre as pontes das ruas hoje conhecidas como Marechal
311
Floriano e Lobo da Costa; ficava vizinha à Praça das Carretas. ‘Parte deste terreno foi conquistado
ao arroio, cujo curso, ao sair da ponte de alvenaria, inclina-se com forte inflexão para leste, vindo
a beirar os prédios da Rua Paissandu [Barão de Santa Tecla] com frente a oeste, que se prolonga à
embocadura da Rua Riachuelo [Lobo da Costa] que era banhada no seu término por essas águas’”
(GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada da foto: Década de 1900. Fotógrafo desconhecido.
Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.
81. Vista desde a ponte de pedra à Rua Marechal Floriano na direção sul. À esquerda, a atual Praça
Cipriano Barcelos: “A Câmara mandou cavar um canal em linha reta, desde a atual Rua Marechal
Floriano, em toda a largura da Praça Constituição. O arroio foi desviado; o canal, recolhido. O leito
antigo, aterrado, passou a fazer parte da praça. O mesmo ocorreu com os terrenos particulares,
situados entre as ruas presentemente chamadas de Lobo da Costa e Tiradentes; todos aproveitaram
para avançar sobre o arroio, que fora afastado” (GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada da
foto: década de 1910. Fotógrafo desconhecido. Fonte da Imagem: LLOYD, R.. Op. cit.
82. Carreteiros em descanso (provavelmente na antiga Praça das Carretas). “Em 1880, na Praça das
Carretas, a Câmara mandou colocar uma pena d’água e tanques competentes para o abastecimen-
to dos condutores de carretas da campanha, que ali estacionavam, encontrando dificuldades para
se suprirem d’água, não só para eles próprios, como para seus animais” (GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.).
Data aproximada da foto: Década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Carreteiros
em descanso. Pelotas: Edições Meira, nº 13. Endereçado e escrito em francês. Postado em 1903.
Acervo: Eduardo Arriada.
83. Evento desconhecido nas proximidades da antiga Praça da Constituição, junto à ponte de pe-
dra. Ao fundo, a Santa Casa de Misericórdia. Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo
desconhecido. Fonte da Imagem: ARRIADA, E. Op. cit..
84. Antigo cartão postal com imagens de dois estabelecimentos fabris: Fábrica de Chapéus Pelotense
de C. G. Rheingantz e Fábrica de Cerveja Ritter. Sobre a cervejaria, no Almanaque de Pelotas de 1913,
relata-se que funcionava “em prédio (...), situado à Praça Floriano Peixoto, sob os nos 102 e 104,
ocupando vasta área edificada com o aproveitamento do subsolo, em que foram cavados porões. O
edifício compreende pavimento térreo e de sobrado, contendo 12 aberturas para o exterior. Gira sob
a firma C. Ritter & Irmão, constituída por Carlos e Frederico Jacob Ritter, cujo contrato social na Junta
Comercial, em 1901 registrado, estabelecia em 500 contos [de réis] seu capital. De exclusiva proprie-
dade de Carlos Ritter, começou a Cervejaria Ritter, nesta cidade, em proporções modestíssimas em
1870. Foi então instalada à Rua 24 de Outubro, atual Tiradentes (antiga Rua Martins Coelho), sobre a
margem esquerda do [Arroio] Santa Bárbara, em um casebre situado no interior de um terreno toma-
do por aluguel a Procópio Gomes de Oliveira. Poucos anos após, como o desenvolvimento (...) exigisse
maior instalação, foi ela transferida para o local onde atualmente se encontra. O estabelecimento ali
erguido ocupa a área superficial de 3.054m², tendo sido aproveitado todo o terreno (...), de forma a
não haver hoje mais como estender a edificação (...). A caldeira para fabricação da cerveja é de dezoito
mil garrafas. A instalação de luz elétrica em todo o estabelecimento data de 1905 (...). Também existe
na fábrica uma seção para o preparo de bebidas refrigerantes, sem álcool, apenas gasosas, como limo-
nada, espumantina, syphon e águas minerais (...). O maior consumo da produção (...) é feito dentro do
Estado, encontrando o excedente, em avultada proporção, fácil colocação em todos os outros Estados
da República, inclusive o de Mato Grosso. Regula ser de 4.500.000 garrafas por ano a produção de
cerveja” (FERREIRA & C. - Almanach de Pelotas I 1913). Data aproximada da foto: 1900. Fotógrafo: à
esquerda, Henrique Patacão; à direita, desconhecido. Postal. Pelotas: Coleção da Livraria Americana,
nº 15. Postado em 1912. Acervo: Eduardo Arriada.
85. Antigo Canal de Santa Bárbara. “Em 1876, sobre a margem esquerda desse canal [leia-se arroio],
a Câmara mandou construir uma estaca [leia-se uma estacada] de madeira. Em 1888, quando a
praça foi nivelada e aterrada, substituíram a estaca por um cais de alvenaria com extensão de
125m. Para esse serviço, contrataram José Rafael Machado e Companhia. Não fazia um quadrado
perfeito; media 122m de frente; de fundos, pelo norte, 150m e, pelo sul, 164m” (GUTIERREZ, E. J.
B. Op. cit.). Data aproximada da foto: Década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal. Acervo:
Eduardo Arriada.
86. “A Cervejaria Ritter é o estabelecimento no Brasil que se dedica ao preparo do malte nacional.
312
Para isso, dispõe de instalações apropriadas, e anualmente, para consumo próprio, prepara doze
mil sacos de cevada de 50 quilos cada um, quantidade máxima que se pode obter (...). Dispõe
ainda a fábrica de um excelente e perfeito laboratório químico, atendido por um diretor, que é
engenheiro-cervejeiro, formado e diplomado por uma academia alemã (...). Possui medalhas de
ouro, prata e um Grande Prêmio, distinções essas conferidas em Porto Alegre em 1881, em Ber-
lim [Alemanha] em 1886, em Paris [França] em 1889, em Porto Alegre em 1901, em Saint Louis
[EUA], em Rio de Janeiro (Grande Prêmio) em 1908 e Pelotas, em 1910. É a única que submeteu
o seu produto a análise em todos os laboratórios do Brasil, para, por essa forma, destruir uma
falsa análise emanada do Laboratório do Estado do Pará, em que um químico peitado por con-
correntes que não podiam, em favor da sua mercadoria, vencer a procura esmagadora da cerveja
Ritter, perpetrou um ato de venalidade, infamante da profissão, que veio a redundar no descrédito
próprio. A pureza da cerveja Ritter foi também constatada no Laboratório de Manchester [EUA],
que veio a confirmar o favorável laudo de todos os laboratórios brasileiros” (FERREIRA & C. -
Almanach de Pelotas I 1913). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido.
Postal intitulado: Lembranças de Pelotas. Fábrica de Cerveja de Carlos Ritter & Irmão. Pelotas: Livra-
ria Pelotense, de Albino Isaacsson, nº 4. Postado em 1904. Acervo: Eduardo Arriada.
87. Rua Mal. Floriano (antiga São Jerônimo), em direção à Praça Cel. Pedro Osorio, entre Gal. Osorio
e Andrade Neves. A Rua São Jerônimo foi projetada no segundo arruamento da cidade, em terras
de Mariana Eufrásia. Partia da lateral do terreno destinado a uma praça (futura Praça Cel. Pedro
Osorio), atingindo, na direção oeste, o Arroio Santa Bárbara. MAGALHÃES, M. O. Op. cit. Data apro-
ximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Fonte da Imagem: ARRIADA, E. Op. cit.
88. Idem. Trecho entre as Ruas Gal. Osorio e Andrade Neves. Ao centro, um bonde puxado por
muares aproxima-se, ladeado por casarões, alguns assobradados. À direita, na esquina, um “frade-
-de-pedra (marco, ou pequena coluna, geralmente de pedra, usada para proteger, contra o choque
de veículos, as esquinas, os cunhais, os portões, etc)” (CORONA, E. & LEMOS, C. A. C. Dicionário da
arquitetura brasileira. São Paulo: Edart, 1972). Ao fundo, árvores da antiga Praça da República.
Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Pelotas. Rua
Marechal Floriano. Acervo: Eduardo Arriada.
89. Idem. “Nos idos de 1830 esta Rua foi dedicada a São Jerônimo, santo católico que, assim como
Santa Bárbara, o povo costumava invocar contra os rigores do tempo” MAGALHÃES, M. O. Op. cit.).
Data aproximada da foto: 1900. Fotógrafo: Henrique Patacão. Fonte da Imagem: MICHELON, F.;
ESPÍRITO SANTO, A. C. Op. cit.
90. Ao fundo, a atual Praça Cel. Pedro Osorio. Na esquina, o estabelecimento Ao Pharol Pelotense,
de Ambrósio Perret. Além deste, Perret foi proprietário de um avançado estabelecimento agrícola, a
Quinta Bom Retiro, no Retiro, proximidades do Arroio Pelotas. Na Quinta, “foi pioneiro (...) ao reali-
zar um trabalho experimental de adaptação de várias qualidades de frutas importadas da Europa,
Estados Unidos, Japão e Austrália que resultou em grandes viveiros. Esse estabelecimento vendia
sementes, plantas e inclusive exportava enxertos para os países vizinhos” (GRANDO, M. Z. Pequena
agricultura em crise: o caso da “Colônia Francesa” no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Fundação
de Economia e Estatística Siegfried Emanuel Heuser, 1989, p. 48). Na década de 1910, viria ainda
a ser um dos diretores da Companhia Fiação e Tecidos. Data aproximada da foto: década de 1890.
Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Uma parte da Rua Marechal Floriano. Acervo: Eduardo
Arriada.
91. Rua Mal. Floriano, quase esquina Rua Andrade Neves. No sobrado à direita, na esquina, funcio-
nou, na década de 1910, uma das sucursais da filial pelotense do Banco da Província. (cf. GRANDO,
M. Z. Op. cit.). Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado:
Lembrança de Pelotas. Rua Marechal Floriano. Pelotas: Livraria Pelotense, de Albino Isaacsson, nº 5.
Acervo: Eduardo Arriada.
92. Ao centro, numa das esquinas com a Rua Andrade Neves, casarão em estilo colonial, com beiral
aparente, cujo endereço foi cedido à construção da majestosa sede do Banco Pelotense, erguida em
1916, por ocasião do primeiro decênio de fundação da pujante instituição financeira. Data aproxi-
mada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Rua Marechal Floriano.
313
Pelotas: Edições Meira, nº 5. Acervo: Eduardo Arriada.
93. Rua Mal. Floriano nº 06. Primeiro edifício onde funcionou a loja Torre Eiffel, fundada em 1890
e adquirida por Tarcílio Fabião em 1894. (cf. DOMECQ & Cia., M. O Estado do Rio Grande do Sul.
Barcelona: Estabelecimento Graphico Thomas, 1916. p. 301-303). Data aproximada da foto: década
de 1890. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Eduardo Arriada.
94. Junto à praça, o quiosque de ferro conhecido como “Garrafão”. Ao fundo, o Clube Caixeiral, com
suas duas torres. À esquerda o Teatro Sete de Abril, com o prédio ainda térreo do “Hotel Brazil” ao
seu lado. (cf. MICHELON, F.; ESPÍRITO SANTO, A. C. Op. cit.). Data aproximada da foto: década de
1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Lembrança de Pelotas. Praça da República. Pelotas:
Livraria Pelotense, de Albino Isaacsson, nº ilegível). Acervo: Eduardo Arriada.
95. À direita, sobrado construído para segunda e definitiva sede da loja Torre Eiffel, cuja proprie-
dade, a partir de 1894, passou a Tarcílio Fabião. Residia com sua família no pavimento superior (cf.
DOMECQ & Cia., M. Op. cit.). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido.
Postal intitulado: Lembrança de Pelotas. Rua Marechal Floriano. Pelotas: Livraria Pelotense, de Albi-
no Isaacsson, nº ilegível. Acervo: Eduardo Arriada.
96. Vista na direção norte. À esquerda, uma das belas luminárias de ferro que adornavam as esqui-
nas da elegante cidade. À esquerda o alteroso edifício da loja Torre Eiffel, cuja fachada principal era
encimada pelo busto de seu proprietário (cf. DOMECQ & Cia., M. Op. cit.). Data aproximada da foto:
década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Rua 15 de Novembro. Pelotas: Edições
Meira, nº 2. Acervo: Eduardo Arriada.
97. Ângulo em direção à Praça Cel. Pedro Osorio. À direita, o edifício da importante Livraria Uni-
versal, de Echenique & Irmão. Esta firma foi inicialmente fundada, por Guilherme Echenique, tendo
como sócios seu irmão Carlos e o cel. Pedro Luiz da Rocha Osorio, este comanditário. Guilher-
me foi vice-intendente de Pelotas e conselheiro municipal, além de coronel da Guarda Nacio-
nal. A Livraria Universal, inaugurada em dezembro de 1887, lançou diversos autores gaúchos,
dentre eles João Simões Lopes Neto (primo de Guilherme Echenique), Luís Araújo Filho, Lobo
da Costa, Julieta de Melo Monteiro, Carlos von Koseritz, Alfredo Varella, José Romangueira Cor-
rêa, etc. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado:
Lembrança de Pelotas. Rua 15 de Novembro, esq. 7 de Setembro. Pelotas: Livraria Pelotense, de
Albino Isaacsson, nº ilegível. Acervo: Eduardo Arriada.
98. Antigo prédio da Livraria Universal, especialmente construído para sede do estabelecimento,
e ocupado a partir de 1893. Ao lado direito, edifício em três pavimentos que abrigava o depósito
e as oficinas. Esta importante casa editora e livraria, já em 1891 abrira uma filial em Porto Alegre,
na Rua dos Andradas; e outra em Rio Grande, em 1898. Foi a responsável pelas primeiras edições
de Cancioneiro Guasca, de Contos Gauchescos e de Lendas do Sul, de João Simões Lopes Neto (cf.
LONER, B. A.; GILL, L.; MAGALHÃES, M.O.; Dicionário de História de Pelotas. Pelotas: Editora da UFPel,
2010. p. 164-165; João Simões Lopes Neto in: Revista do 1º Centenário de Pelotas, nº 1, p. 164-165).
Data aproximada da foto: 1900. Fotógrafo: Henrique Patacão. Fonte da Imagem: MICHELON, F.;
ESPÍRITO SANTO, A. C. Op. cit.
99. Café Java, um dos muitos cafés existentes na cidade, pontos de encontro e sociabilidades. Ficava
ao lado da Livraria Universal. Era frequentado pelo advogado e político Alexandre Cassiano do Nas-
cimento, pelotense que chegou aos cargos de ministro e senador, que costumava por lá palestrar
(cf. texto “Há um século no Correio do Povo”, in: Correio do Povo, Porto Alegre, 12 de fevereiro de
1912. Acessado em fevereiro de 2012). Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo des-
conhecido. Acervo: Eduardo Arriada.
100. Atualmente, uma das esquinas mais movimentadas do centro da cidade (à esquerda, as pes-
soas estão em frente ao prédio onde, hoje, é o Café Aquários). Os cafés, bem como as confeitarias,
eram abundantes neste trecho (próximo ao atual Calçadão da Rua XV de Novembro) e adjacên-
cias. Estes tipos de estabelecimentos tinham por característica serem espaços muito frequentados,
constituindo-se em verdadeiros palcos de sociabilidades na pulsante vida urbana de Pelotas. Con-
314
forme a iconografia, alguns estavam presentes desde o fim do século XIX. Data aproximada da foto:
década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Rua 15 de Novembro. Pelotas: Edições
Meira, nº 7. Acervo: Eduardo Arriada.
101. Trecho de intenso comércio, entre as Ruas Sete de Setembro e Gal. Neto. Vista na direção da
Av. Bento Gonçalves. A Rua XV de Novembro “foi uma das primeiras 19 ruas da freguesia [de São
Francisco de Paula], projetada em 1815 [ver figura 1] nos terrenos de propriedade do capitão-mor
Antônio Francisco dos Anjos. Recebeu, na ocasião, o nome de Rua de São Miguel, com o qual fi-
gura na planta de 1835” (MAGALHÃES, M. O. Op. cit.). Data aproximada da foto: década de 1900.
Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Pelotas. Rua 15 de Novembro. Acervo: Eduardo Arriada.
102. Vista na direção da Praça Cel. Pedro Osorio. Por volta de 1835, aproximadamente, “foi sendo
chamada, extraoficialmente de Rua dos Canários”. Isto em virtude da leva de imigrantes (cerca de
48 casais) proveniente das Ilhas Canárias, que chegaram em 1789 a terras recebidas na região
serrana do município, onde cultivavam trigo. “Alguns desses pioneiros e seus descendentes teriam
se transferido, a partir de 1835, com o advento da Revolução Farroupilha, para o centro da cidade,
localizando-se em número significativo na Rua de São Miguel. Aí teriam começado a se dedicar
ao comércio e a identificar a própria rua” (MAGALHÃES, M. O. Op. cit.). Data aproximada da foto:
década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Pelotas. Rua 15 de Novembro. Acervo:
Eduardo Arriada.
103. Rua XV de Novembro, quase esquina Gal. Neto. Ângulo em direção à Praça Cel. Pedro Osorio.
Somente “em 15 de Novembro de 1895, seis anos depois da proclamação da República” consegui-
ram os vereadores mudar o nome da rua, motivados pelo prestígio da data (cf. MAGALHÃES, M.
O. Op. cit., p. 73-74). À direita, em primeiro plano, a Livraria Americana. Data aproximada da foto:
década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Fonte da Imagem: LLOYD, R.. Op. cit., p. 841.
104. Postal mostrando alguns dos comércios existentes à Rua XV de Novembro (Livraria Americana
e Bazar Musical), além de uma terceira imagem que retrata o movimentado cotidiano desta conhe-
cida “artéria” da cidade. Fundada em Pelotas, em 1875, a Livraria Americana era propriedade de Car-
los Pinto & Cia. Instalou filiais em Porto Alegre (1879) e em Rio Grande (1885). Editou vasta quanti-
dade de livros, livretos, catálogos, estatutos de autores e instituições locais, nacionais e estrangeiras,
trazendo a público inúmeras traduções da literatura universal. “Sua coleção Biblioteca Econômica,
de baixo preço e formato de bolso, apresentava, sem pagar direitos autorais, traduções de Dau-
det, Dostoiévisky, irmãos Goncourt, Paul de Koch, Maupassant, Turgeniev, Zola, Sacher-Masoch
e diversos outros autores”. O estabelecimento, sediado em edifício de grande valor arquitetônico,
com “colunas encarnadas”, esteve, por várias razões sociais, sempre sob controle da família Pinto,
sucumbindo, em 1917, à forte concorrência da Livraria Universal, que, por fim, adquiriu seu acervo
e maquinário. Carlos Pinto esteve fortemente envolvido na criação da Biblioteca Pública Pelotense,
tendo sido o seu primeiro tesoureiro. Em relação ao Bazar Musical: era propriedade de João Abadie
& C., e localizava-se em frente à Livraria Americana, no outro lado da rua. É um dos mais antigos
prédios de Pelotas que possuíra fachada em ferro fundido, cujos delgados pilares lhe propiciavam
avantajada vitrine. Conforme anúncio do início do século XX, era uma “casa especial e de confiança
para a venda de música, instrumentos e artigos musicais”. Fazia ainda importações de pianos, etc.
(cf. LONER, B. A.; GILL, L.; MAGALHÃES, M.O. Op. cit., p. 164-165; SIMÕES LOPES, J. S. Revista do 1º
Centenário de Pelotas, nº 1, p. 04). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhe-
cido. Postal intitulado: Livraria Americana; Bazar Musical; Rua 15 de Novembro. Pelotas: Coleção da
Livraria Americana, nº 11. Postado em 1903. Acervo: Eduardo Arriada.
105. “No passado era a Quinze [de Novembro], entre todas as outras, a nossa rua principal e a mais
movimentada. Nela é que ficavam os melhores hotéis e livrarias, as confeitarias mais chiques, as gran-
des casas de moda e o melhor comércio em geral” (MAGALHÃES, M. O. Os passeios da cidade antiga, p.
74). Data aproximada da foto: década de 1880. Fotógrafo desconhecido. Fonte da Imagem: ARRIADA,
E. Pelotas. Gênese e desenvolvimento urbano (1780-1835). Pelotas: Armazém Literário, 1994.
106. Ao centro, três antigos estabelecimentos pelotenses: Hotel Aliança, Ferragem Behrensdorf e
Livraria Pelotense. Ao fundo, na esquina com a Rua Voluntários da Pátria, o palacete de três pavi-
mentos, construído para residência do Barão de Conceição, Manoel Alves da Conceição. Foi proprie-
315
tário da “maior casa exportadora e importadora da região. Ao mesmo tempo em que comercializava
artigos e couro, financiava a produção de charque (emprestando dinheiro a juros). (...) A partir de
1900, com a falência total do Barão, o imóvel passou a sediar inúmeras instituições, como o Banco
Mauá, a Cia. Telefônica e o Centro Republicano, (...) etc” (MOURA, R. M. G. R. de; SCHLEE, A. R. Op.
cit.). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Nelson Nobre/
Pelotas Memória.
107. Postal com vista do pátio interno do antigo Hotel Aliança. “Há informações de que o Hotel
Aliança, inicialmente Café de la Alliança, começou a funcionar em 1843, quando a Revolução Far-
roupilha já estava declinando. Porém, não há muitos dados que comprovem esta data. O que se
sabe, através do jornal O Rio-Grandense, de Rio Grande, é que em 1847 o hotel existia e oferecia
hospedagem. Desse modo, esteve em funcionamento por mais de 120 anos, ininterruptamente. O
primeiro proprietário que se tem notícia foi o alemão Adolph Hermann Schreiber, o qual o vendeu,
em 1853, para [os italianos] Santiago Pratti e Thomaz Gotuzzo. Desta data até o final da década de
1920 o hotel permaneceu com a família Gotuzzo, período de maior destaque, pela qualidade dos
serviços, conforto e higiene” (MÜLLER, D. “Progresso sacrificou o Velho Hotel Aliança”, in: Diário Po-
pular, 23 de agosto de 2008. Acessado em 13 de janeiro de 2012). Data aproximada da foto: década
de 1910. Fotógrafo desconhecido. Postal. Acervo: Eduardo Arriada.
108. Interior do antigo Hotel Aliança. “Sabe-se que, pelo menos desde 1847, se localizava na Rua
15 de Novembro. Em 1857 seus proprietários constroem um sobrado na mesma rua, mas não no
mesmo local, com ‘espaçosas salas para bilhares, numerosos e decentes aposentos para viajantes’. O
hotel se estendia até a Rua Anchieta, onde foi construída, em 1892, uma nova entrada (...). Sempre
esteve à frente dos demais nas comodidades que oferecia, passando por reformas, ampliações,
embelezamentos, instalações de infraestrutura, visando ao melhor atendimento dos hóspedes (...).
Chegou a possuir 50 quartos, várias salas para exposições, sala de visita com piano, salão para
refeições, salão para bilhares e pátio ajardinado. Desde a década de 1850 o hotel, além de hospe-
dagem, oferecia serviços de alimentação dentro e fora do hotel, preparando almoços e jantares
nos seus salões e restaurante; vendia os mais variados produtos, entre eles, ‘especial sortimento de
líquidos e conservas importados da Europa’; era o local preferido pela população da cidade para
comemorações, criação de clubes, partidos políticos e sociedades, discussões políticas e literárias
ou, simplesmente, para uma ‘palestra’ na área [pátio interno] ou no restaurante. As mais diversas
comemorações, como homenagens à família real, ainda no período imperial; festas cívicas, home-
nagens a vultos das artes e da política, tinham como palco o hotel. Nestas comemorações eram
servidos ‘lautos banquetes’, sempre acompanhados das bandas de música. O hotel abrigou figuras
famosas do teatro, da música, das letras e da política. Foi considerado ‘um estabelecimento que
acompanha o progresso de Pelotas’, símbolo de modernidade, honrando a cidade. Mesmo com o
grande sucesso que obteve, principalmente no início do século 20, devido às constantes reformas e
melhoramentos realizados por seu proprietário Caetano Gotuzzo [pai do talentoso pintor Leopoldo
Gotuzzo], o Hotel Aliança foi sacrificado em nome deste mesmo progresso” (MÜLLER, D. Idem). Data
aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal: Lembranças de Pelotas. Hotel
Alliança – Pateo Interior [sic]. Pelotas: Livraria Pelotense, de Albino Isaacsson, s/ nº. Reprodução
parcial. Endereçado em espanhol. Postado em 1904. Acervo: Eduardo Arriada.
109. À direita, em primeiro plano, parte da fachada da Ferragem Behrensdorf. Ao centro, a Livraria
Pelotense. Esta livraria era propriedade de Albino Isaacsson, imigrante sueco nascido em 1858, que
chegou ao Brasil por volta de 1890, residindo inicialmente no Distrito de Santa Eulália, zona rural
de Pelotas. Além de livraria, o estabelecimento tinha uma oficina tipográfica, onde foram impressos
muitos cartões postais da cidade. Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhe-
cido. Postal: Lembranças de Pelotas. Rua 15 de Novembro. Pelotas: Livraria Pelotense, de Albino
Isaacsson, s/ nº. Reprodução parcial. Postado em 1904. Acervo: ETH-Bibliothek Zürich, Bildarchiv.
110. Quando o conde D’Eu esteve em Pelotas, no final do ano de 1865, observou: “Aqui é que o
estancieiro, o gaúcho cansado de criar bois e matar cavalos [não seria ao contrário?] no interior da
campanha, vem gozar as onças e os patacões que o ajudou em tal mister. É também em Pelotas
que, ao pé dos ricaços que vão a descansar, florescem em todo seu esplendor as indústrias que ali-
mentam o verdadeiro luxo rio-grandense, os dos arreios. Estas indústrias, como se sabe, são duas:
a dos couros lavrados, cinzelados, coloridos, bordados de mil maneiras, e a das peças de prata,
316
não menos artisticamente trabalhadas. As diferentes classes de população estão, porém, bem
separadas: em certas ruas as residências ricas; noutras as lojas. Especialmente na Rua do Comércio
[atual Rua Félix da Cunha] e na rua São Miguel [atual Rua XV de Novembro] vê-se uma fila con-
tínua dessas lojas, onde estão expostos estribos, esporas enormes, peitorais e freios, tudo de prata,
ostentando esplendor deslumbrante, que iguala, não digo à da Rua do Ouro, de Lisboa, mas até à
‘Strada degli Orefici’, de Gênova”. (Trecho de Viagem militar ao Rio Grande do Sul citado a partir de
GUTIERREZ, E. J. B. Barro e sangue. Mão-de-obra, arquitetura e urbanismo em Pelotas (1777-1888).
UFPel, Pelotas; 1ª edição, 2004. p. 409). Data aproximada da foto: década de 1880. Fotógrafo des-
conhecido. Fonte da Imagem: ARRIADA, E. Pelotas. Gênese e desenvolvimento urbano (1780-1835).
Pelotas: Armazém Literário, 1994.
111. Conhecida como Ferragem Behrensdorf, sua história se confunde com a da transformação
econômica do Estado do Rio Grande do Sul. Tem origem na firma Warncke & Doerken, de Adolf
e Albert Doerken, com Augusto Warncke, que fundou a casa matriz em Porto Alegre em 1866, e
uma filial em Rio Grande. Em 1874, esta filial é transferida para Pelotas, à Rua XV de Novembro.
Em 1883, assume a gerência da sucursal de Pelotas o Sr. Franz Behrensdorf, girando sob a firma
Warncke & Doerken, Sucessores, ficando independente da casa matriz. Em 1894, assume como
único proprietário. Com seu falecimento, em 1901, sua viúva D. Carlota, constituiu a sociedade
Vva. Franz Behrensdorf & Cia., com Alexander Tollens e Alexander Reguly, dando prosseguimento
ao negócio. Em 1907, o Sr. Franz Behrensdorf Jr. assume como sócio, desligando-se em 1909 o Sr.
Tollens. Negociando por atacado e varejo, possuía vastos depósitos e grandes armazéns, salas de
exposição dos artigos, luxuosos escritórios. Fazia avultada importação e exportação, direto da Ale-
manha, França, Inglaterra e dos Estados Unidos da América do Norte, de máquinas, especialmente
agrícolas; máquinas a vapor, bombas, caldeiras, debulhadeiras, moinhos a vento, arados, ceifadei-
ras, plantadeiras, cultivadoras, máquinas para marcenaria, carpintaria, serralheria, máquinas para
padaria, automóveis. A Ferragem Vva. Behrensdorf foi responsável pela importação e construção
do grande pavilhão de exposições agroindustriais de Porto Alegre. (Cf. DOMECQ & Cia., M. Op. cit.,
p. 217-220; COSTA, A. R. da. O Rio Grande do Sul (completo estudo sobre o estado). Porto Alegre:
Livraria do Globo, 1922. II vol. p. 93. Data aproximada da foto: década de 1910. Fotógrafo desco-
nhecido. Fonte da Imagem: LLOYD, R.. Op. cit., p. 841.
112. Nesta fotografia da Rua XV de Novembro é possível ver diversos estabelecimentos comerciais
e a profusão de construções assobradadas (que geralmente tinham o pavimento inferior destinado
ao comércio e o superior a depósito de mercadorias ou residência do proprietário). Data aproximada
da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: R. 15 de Novembro. Pelotas:
Edições Meira, nº 58. Reprodução parcial. Acervo: ETH-Bibliothek Zürich, Bildarchiv.
113. A imagem certamente retrata um evento cívico, dado o séquito através de carruagens e a
decoração da rua com a Bandeira Nacional brasileira. Trata-se, provavelmente, uma comemoração
de aniversário da Proclamação da República ou Dia da Bandeira. Fotografia apanhada do alto de
uma edificação, à altura da platibanda. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo des-
conhecido. Acervo: Eduardo Arriada.
114. Edifício original do Colégio Gonzaga, inicialmente nominado Colégio São Luiz Gonzaga, com o
lendário “coqueiro da saudade” ao seu lado. Este educandário foi fundado pelo padre José Anselmo
de Souza, da ordem dos Jesuítas, em março de 1895. No primeiro ano de funcionamento, começou
com 15 alunos, tendo ao fim deste, 92. Em 1900 inaugurou sua capela e um novo prédio para aulas.
Em 1902, já era comparado ao colégio D. Pedro II, na capital, Rio de Janeiro, dada a qualidade do
ensino. É quando passa a chamar-se Ginásio São Luiz Gonzaga, com 220 alunos. Outro novo edi-
fício, ao fundo da capela, para aulas foi iniciado em 1904. No ano de 1905, a “casa velha” de João
Francisco Braga, à esquina da Rua XV de Novembro com (atual) Praça José Bonifácio foi destruída
para dar lugar ao prédio do Ginásio Gonzaga, recebendo o novo edifício sua “pedra angular”, em
maio de 1906. Um museu interno de história natural é inaugurado em 1909. Em 1910, Irmãos Ma-
ristas assumem a direção do Curso Elementar. Quatro anos mais tarde, passou a oferecer o Curso
Comercial (possuiria futuramente um banco, o “Banco do Gonzaga”, para atividades práticas). Em
1916 recebe luz elétrica, em substituição à iluminação a gás acetileno. No prédio à esquina da Rua
Pe. Anchieta com Gal. Argolo, teve inauguração de um grande Salão (teatro), e de dormitórios para
internato, no sótão. Para uso dos alunos, especialmente internos, em 1920 o colégio adquire uma
317
chácara no arrabalde da Luz. Em 1926, os Irmãos Lassalistas assumiriam a instituição, dedicando-se
os Jesuítas a outro estabelecimento em Santa Maria. Com instalações a princípio bem modestas,
pouco a pouco foram construídos outros prédios (laboratórios de química, física e biologia, qua-
dras de esportes, biblioteca, etc.), de forma a ocupar, hoje, quase a totalidade de seu quarteirão. (Cf.
PARMAGNANI, J. J.; RUEDELL, O. Memorial do Colégio Gonzaga - 100 anos dedicados à educação.
Porto Alegre: Pallotti, 1995, p. 19-56). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desco-
nhecido. Fonte da Imagem: Idem
115. Antiga Praça da Matriz. Na imagem, vê-se a Catedral São Francisco de Paula ainda com o largo
ornado por um dos quatro chafarizes importados da França. Após perder sua função utilitária,
e em despeito de seu caráter estético, foi removido, entre 1915 e 1916. Desde então, nunca foi
recolocado em parte alguma da cidade, e é considerado desaparecido. Por escassa a iconografia
que o retratasse, somando-se a isso as realocações de outros dois chafarizes (o único a ocupar
seu local original é o chamado “Fonte das Nereidas”, à Praça Cel. Pedro Osorio), algumas gerações
desacreditaram da sua existência. À direita, em primeiro plano, a linha dos bonds da Ferro-Carril e
Cais; ao fundo o “coqueiro da saudade” e a “Casa Velha”, primeiro edifício do Colégio Gonzaga, la-
deado por diversas construções particulares, posteriormente adquiridas e demolidas para dar vazão
à expansão do complexo do educandário. Data aproximada da foto: virada do século XIX para o XX.
Fotógrafo desconhecido. Fonte da Imagem: Postal. Acervo: Eduardo Arriada.
116. Até o início do século XX, “embora de grandes dimensões (aproximadamente 220m² e com
uma capacidade para 700 fiéis), era ainda [a Catedral] bastante primitiva [arquitetonicamente]:
nave única com tribunas laterais [internas, com esmerado trabalho em madeira], altar-mor ao fun-
do e as duas bases das torres (...). As fachadas laterais, tipicamente coloniais, estavam em total
desacordo com as proporções e ‘estilo’ da principal (...). Esse (...) aspecto (...), conforme tudo indica,
se manteve até 1915” (MOURA, R. M. G. R. de; SCHLEE, A. R. Op. cit., p. 40). Data aproximada da foto:
década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal. Acervo: Eduardo Arriada.
117. A Catedral São Francisco de Paula e o seu chafariz. Instalado em julho de 1873, assim como
os outros três, foi, quando da inauguração, devidamente abençoado, e comemorado por sonoro
repicar dos sinos da Matriz. A festividade era alusiva ao importante melhoramento, que colocava
um fim à era do abastecimento de água por meio das cacimbas existentes na cidade. No entanto,
era propriedade da Companhia Hidráulica Pelotense, que para proteger seus interesses, mantinha
todos os chafarizes gradeados, cada um sob a vigilância de um guarda, a fim de garantir tanto sua
integridade quanto o pagamento pelo serviço. Na imagem, o equipamento está recebendo manu-
tenção. Quanto ao relógio da Igreja, instalado abaixo da torre sul (à esquerda), foi doado ao Colégio
Gonzaga na segunda década do século XX. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo
desconhecido. Postal. Acervo: Eduardo Arriada.
118. Segundo Simões Lopes Neto, “A primeira planta de Pelotas (Vila de S. Francisco de Paula) foi
levantada em meados de 1834 pelo engenheiro Eduardo Kreschmar” (LOPES NETO, J. S. “Notas
Diversas”, in: Op. cit., volume III, p. 41). Pelotas tornou-se Vila em 1832, tendo sido elevada a Cidade
em 1835. Segundo Gutierrez, Eduardo Kretschemer, em 1820, foi autor da retificação e ampliação
da planta do Rio de Janeiro; em 1834, trabalhou na planta de Pelotas e, em 1833, fez projetos
de estudo para a abertura da barra do canal São Gonçalo. A nacionalidade, a grafia do nome e a
formação de Eduardo deixam dúvidas. Assim, referindo-se a esse profissional, escreveram: “‘enge-
nheiro norte-americano Eduardo Krschmar’; ‘o primeiro arruador, Eduardo Kreschmar’; ‘engenheiro
Ernesto Kristcknan’; ‘alemão Eduardo Von Kreschmer’, respectivamente, João Simões Lopes Neto,
Fernando Osório, Heloísa Assumpção, Yunes e Amaral” (GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit., p. 171-172). A ele
é atribuído ainda, o projeto do Teatro Sete de Abril, projetado em 1834, justamente quando esteve
em Pelotas. Data: Ano de 1834. Autor: Eduardo Kreschmar. Fonte da Imagem: Fundação Biblioteca
Nacional (Biblioteca digital).
119. “Preto chicoteando outro, crucificado em pelourinho”. Hermann Rudolf Wendroth era um
mercenário alemão (...) [que] veio para o Brasil em 1851, contratado para lutar contra Rosas. (...)
Wendroth tinha o olhar de um guerreiro beberrão, e a ele devemos as mais pitorescas imagens de
Pelotas. (Cf. SCHLEE, A. R. Op. cit.). Data: Ano de 1851. Autor: Hermann Rudolf Wendroth. Fonte da
Imagem: AL-ALAM, C. C. A negra forca da princesa: Polícia, Pena de morte e Correção em Pelotas
318
(1835-1857). Pelotas: Sebo Icária, 2008.
120. “Prisão de soldados em Pelotas”. A pintura, feita no interior de uma cadeia, foi proporcionada
pela prisão do artista e soldado. “Devido a um desses excessos [cometidos pela tropa e atribuídos
ao caráter dos mercenários], Wendroth foi preso e conduzido para a Cadeia Pública de Pelotas que,
além de registrar, tratou de decorar com ‘caricaturas’ e farta ‘produção literária’. No final de agosto
de 1851, o 15º Batalhão partiu de Pelotas com destino a Jaguarão”. (SCHLEE, A. R. Op. cit.). Data: Ano
de 1851. Autor: Hermann Rudolf Wendroth. Fonte da Imagem: AL-ALAM, C. C. Op. cit.
121. Aquarelas cujo tema é a escravidão. “Wendroth era um artista-mercenário, capaz de evitar o
‘costrumbismo’ [pinturas agradáveis de hábitos estrangeiros e de costumes desconhecidos] para
denunciar o atípico. (...). Quando na prisão, não se resignava, desenhava. Suas aquarelas e desenhos
são realistas, um realismo à serviço de um espírito satírico (no sentido da caricatura (...); no sentido
da denúncia)” (SCHLEE, A. R. Op. cit.). Data: Ano de 1851. Autor: Hermann Rudolf Wendroth. Fonte
da Imagem: AL-ALAM, C. C. Op. cit..
122. “Além dos saraus domésticos para a prática musical em família, havia saraus em casas de profes-
sores de música, onde seus alunos tocavam o que haviam aprendido durante aquele ano. Havia, ainda,
saraus realizados em casas de famílias importantes da cidade em honra a algum artista que estivera
dando concertos” (LONER, B. A.; GILL, L. A.; MAGALHÃES, M. O. (Orgs.). Op. cit., p. 231). Data aproximada
da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.
123. Considerando que a presente pesquisa da iconografia de Pelotas, para compor este almana-
que, verificou que atualmente temos acesso a pouco mais de duas centenas de imagens anteriores
ao primeiro centenário de Pelotas, este postal francês, expedido em Pelotas, é um dos indicativos
da influência da cultura francesa na cidade. Postado em 14/11/1903. Autor desconhecido. Acervo:
Nelson Nobre/Pelotas Memória.
125. As antigas exposições artísticas eram eventos com intuito de expor os talentos artísticos (em
pintura, música e costura, entre outros trabalhos manuais) das jovens senhoritas da sociedade. Fo-
ram muito freqüentes em Pelotas desde meados do século XIX até meados do XX. Data aproximada
da foto: década de 1900. Autor desconhecido. Postal. Remetido em 1905. Acervo: Nelson Nobre/
Pelotas Memória.
126. “As charqueadas eram estabelecimentos onde se preparava a carne salgada e seus subprodu-
tos. Diferentemente dos demais núcleos charqueadores da América do Sul, o Núcleo Charqueador
Pelotense, situado no encontro do arroio Pelotas com o canal de São Gonçalo, constituía uma zona
fabril, com mais de trinta saladeiros localizados lado a lado, sem os campos destinados à criação e
onde perto de 2000 escravos labutavam” (LONER, B. A.; GILL, L. A.; MAGALHÃES, M. O. [Orgs.]. Op.
cit., p. 59-61). Na cena acima, o aspecto dos extensos varais (ou secadores), barras longas de madei-
ra disposta a metro e meio do solo, onde as mantas de charque ficavam ao sol. Data aproximada da
foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Xarqueada (Varaes) [sic]. Pelotas:
Edições Meira, nº 29. Postado em 1904. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.
127. Processo de enfardação do charque. “Ao anoitecer, ou quando a chuva caía, [as mantas] eram
amontoadas em vários pontos dos varais. Completamente seco, o charque era arrumado novamen-
te em pilhas para esperar o embarque” (LONER, B. A.; GILL, L. A.; MAGALHÃES, M. O. [Orgs.]. Op. cit.,
319
p. 59-61). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado:
Xarqueada (Enfardação) [sic]. Pelotas: Edições Meira, nº 30. Endereçado em francês. Postado em
1904. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.
128. Desembarque de gado no Ramal. Cada charqueada abatia uma média de seiscentos bois por
dia de trabalho (cf. LONER, B. A.; GILL, L. A.; MAGALHÃES, M. O. [Orgs.]. Op. cit., p. 59-61). Data
aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Desembarque de
gado - Ramal. Pelotas: Edições Meira, nº 47. Endereçado em francês. Postado em 1906. Acervo:
ETH-Bibliothek Zürich, Bildarchiv.
129. Soldados do 29º Batalhão sobre a ponte de madeira da Rua Sete de Abril (atual Rua Dom Pedro
II). Antigo leito do Arroio Santa Bárbara. “Uma (...) ponte foi construída em 1882, pela Companhia
Ferro Carril e Cais de Pelotas, situada no prolongamento da Rua Sete de Abril, atual D. Pedro II.
Em 1888 a Câmara Municipal mandou alargar esta ponte pelo alinhamento à rua” (PETER, G. D.
Santa Bárbara. O braço morto que ainda vive na memória. Pelotas: UFPel/Curso de especialização
em conservação de patrimônios em centros urbanos. 2004, p. 13). Data aproximada da foto: 1900.
Fotógrafo: Henrique Patacão. Fonte da Imagem: MICHELON, F.; ESPÍRITO SANTO, A. C. Op. cit..
130. “Natural do Congo, o Dominguinhos veio para a Bahia já casado. Sendo vendido como escravo
para o Rio Grande, veio, depois, para Pelotas, onde casou pela segunda vez. (...) Trovador da cor
inconfundível do carvão, dançarino incansável que atravessou a vida sempre carregando o peso da
desventura, constantemente a rir, a cantar e a dançar” (OSORIO, F. L. Op. cit., p. 314-315). Nasceu em
1818 e viveu 107 anos. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Fonte
da Imagem: Idem.
131. Lavadeiras e pequenas embarcações no Arroio Santa Bárbara. “Em 1832, a Câmara de vereado-
res da vila de São Francisco de Paula proibiu a edificação e o levantamento de cercas, nas margens
do arroio Santa Bárbara, que privassem o uso de lavagens de roupas, por ser o único lugar, na vila,
destinado para essa atividade. No mesmo ano, foi apresentada proposta pelos vereadores para
colocar os despejos no mesmo arroio, um ponto um pouco mais abaixo da lavagem da roupa, no
passo do Santa Bárbara, no lugar onde as águas corriam em direção ao cemitério” (MAGALHÃES,
M. O. Op. cit., p. 23-24). Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Acervo:
Nelson Nobre/Pelotas Memória
132. As lavadeiras utilizavam o antigo leito do Arroio Santa Bárbara, e motivaram o nome da
Rua das Lavadeiras (chamada popularmente de Rua do Francisco Ourives; posterior Rua Man-
duca Rodrigues e atual Rua Prof. Araújo), conforme a Planta da Freguesia de São Francisco de
Paula, elaborada por Maurício Ignácio da Silveira em 1815 (ver figura 1). (cf. MAGALHÃES, M.
O. Op. cit., p. 23-24). A imagem mostra a face norte da ponte de pedra. Ao fundo, a Cervejaria
Ritter. Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Nelson
Nobre/Pelotas Memória.
133 Ponte de ferro sobre o Arroio Santa Bárbara, à Rua Dom Pedro II (antiga Rua Sete de Abril).
“Em 1907, [a ponte de madeira da Rua Sete de Abril] foi demolida e substituída por outra, segundo
Alberto [Coelho] da Cunha ‘mandada vir da Europa pela Empresa Industrial e Construtora do Rio
Grande do Sul para servir a projetada estrada de Ferro de São Lourenço e por ela cedida à Intendên-
cia Municipal na administração do dr. Antero Leivas’”. (PETER, G. D. Op. cit., p. 13). Data aproximada
da foto: década de 1900. Autor desconhecido. Postal intitulado: 11. Ponte da Rua 7 de Abril sobre
o Rio S. Bárbara). Acervo: Eduardo Arriada.
134. Postal reproduzindo fotografias dos soldados do 29º Batalhão sobre a ponte de ma-
deira da Rua Sete de Abril (atual Rua Dom Pedro II) e da Caixa d’Água de ferro. Vista esta
tirada da lateral da Praça Piratinino de Almeida. Data aproximada da foto: década de 1900.
Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Ponte da rua 7 de Abril; Caixa d’Água. Pelotas:
Coleção da Livraria Americana, nº 09. Endereçado e escrito em francês. Postado em 1907.
Acervo: Eduardo Arriada.
135. Atualmente este antigo trecho de ramal ferroviário, após o desvio do referido arroio, deu lugar
à Rua Barão de Mauá. Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Acervo:
320
Nelson Nobre/Pelotas Memória.
136. Antiga ponte do Ramal, à atual Rua Barão de Mauá, antigo Bairro do Estaleiro. “O bairro (...)
deve seu nome a um pequeno estaleiro que já existia antes de 1830 sobre a margem esquerda do
arroio Santa Bárbara, no lugar onde faz um acentuado cotovelo, no extremo sul da hoje rua Mare-
chal Deodoro, e era situado no lugar onde se acha a fábrica de conservas alimentícias Aliança
[do senhor Leivas Leite], próximo à antiga Caieira. Daí em meados de setembro de 1832 desceu
para a água o casco da barca Liberal”. Ainda segundo Osorio, o primeiro barco a vapor que sulcou
as águas do estado e o primeiro construído no Brasil. Completa Gutierrez: Antônio José Gonçalves
Chaves, [Domingos] José de Almeida, mais José Vieira Viana e José Marques Canarim importaram
da fábrica Stean Engine, de Nova York, um motor e caldeira e, em São Francisco de Paula, constru-
íram o casco e montaram a barca Liberal”. (Cf. GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit., p. 219-220; PETER, G. D.
Op. cit., p. 13; OSORIO, F. L. A cidade de Pelotas. 3. ed. Pelotas: Armazém Literário, 1997. p. 97). Data
aproximada da foto: década de 1900. Autor desconhecido. Postal intitulado: 9. Ponte da Rua 7 de
Abril sobre o Rio S. Bárbara). Acervo: Eduardo Arriada.
137. O Moinho Pelotense ficava, inicialmente, em uma das margens do Arroio Santa Bárbara. Sua
origem é a “Grande Fábrica a Vapor de Farinhas Pelotense, de Delfino Borges. Dotado de um gênio
ativo e empreendedor, teve o Sr. Delfino Borges a glória de dotar a nossa cidade de um estabeleci-
mento de primeira ordem, como seja a sua importante Fábrica a vapor de farinhas pelotenses (...)
primeira em seu gênero em todo o Brasil, possuindo as mais aperfeiçoadas máquinas que estão em
uso na culta Europa e nos Estados Unidos” (Jornal A Ventarola, 11 de Setembro de 1887, p. 2. Pelo-
tas: Chapon, 1887). Na chaminé, nesta imagem, está assinalada a data 1893. Datação aproximada:
1900. Fotógrafo: Henrique Patacão. Fonte da Imagem: MICHELON, F.; ESPÍRITO SANTO, A. C. Op. cit..
138. O segundo proprietário do estabelecimento, já conhecido como Moinho Pelotense, foi Pau-
lino T. da Costa Leite. “Em 1894, fundou-se o Moinho Rio-Grandense (em Porto Alegre), sendo o
Sr. Albino Cunha um dos organizadores deste estabelecimento fabril que ficou mais tarde único
proprietário [...]. Mais tarde [o comendador José Albino da Cunha] adquiriu por compra o Moinho
Pelotense, tendo assim na mão os dois primeiros estabelecimentos industriais do ramo. Sendo mui-
to diminuta a produção de trigo do Estado, a importação deste cereal foi feita da Argentina, sendo
descarregado em trapiche próprio e transportado até á fabrica por uma pequena linha de trilhos
que muito facilita a descarga, assim como a carga dos sacos de farinha. A produção do moinho
Pelotense foi levada até mais de 30.000 quilos diários de farinha esmeradamente elaborada e cujas
marcas Eclipse, Primor e Coqueiro gozam nos mercados grande popularidade, aliás, muito mereci-
da, na Europa e principalmente na Inglaterra [...]. A ideia primitiva foi de instalar o moinho no Rio
Grande [na cidade de Rio Grande]. Porém, as exigências descabidas Cia. exploradora no novo porto
do Rio Grande, com respeito á aplicação das taxas de carga e descarga das mercadorias embarcadas
ou desembarcadas no novo porto, fizeram com que o Sr. Cunha sutasse os trabalhos de edificação
da fabrica projetada.” (DOMECQ & Cia., M. Op. Cit., p. 142-149). Data aproximada da foto: década
de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Moinho Pelotense de Paulino T. da Costa Leite.
Acervo: Eduardo Arriada.
139. Operários em frente à obra da ponte metálica da estrada de ferro sobre o Canal São Gonçalo,
“com 600m de extensão e vão central móvel para passagens de embarcações, construída no fi-
nal do século XIX, sob responsabilidade da empresa inglesa Southern Brazilian Rio Grande do Sul
Railway Company Limited”. Data aproximada da foto: fim do século XIX. Fotógrafo desconhecido.
(DAMETTO A. P. de A. Os metais no patrimônio Urbano de Pelotas, RS - 1870 a 1931. Dissertação
Mestrado em Memória Social e Patrimônio Cultural. Instituto de Ciências Sociais, UFPel, 2009. p.
59). Acervo: Eduardo Arriada.
140. Ponte ferroviária sobre o Canal São Gonçalo, que interliga Rio Grande, Pelotas e Bagé, cuja
estrada de ferro (...) “consolidou o tripé econômico porto-charque-gado, estruturado na criação,
produção e exportação do couro, da carne salgada e derivados”. (SANTOS, Carlos Alberto Ávila. Ecle-
tismo na fronteira meridional do Brasil [1870-1931]. Tese. Doutorado em Arquitetura. Conservação
e Restauro. Salvador, Universidade Federal da Bahia, 2007, p.76, in: DAMETTO A. P. de A. Os metais
no patrimônio Urbano de Pelotas, RS - 1870 a 1931. Dissertação Mestrado em Memória Social e
Patrimônio Cultural. Instituto de Ciências Sociais, UFPel, 2009. p. 59). Data aproximada da foto:
321
década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Eduardo Arriada.
141. A segunda litografia [de Peter Ludwig], “‘Huma parte da povoação de Pellotas, subindo pelo
caminho do Porto’ vem reforçar nossas especulações a respeito das intenções do seu autor, pois
mostra os fundos de uma grande residência senhorial (ou conjunto de prédios), toda ela cercada
por muros que delimitam várias áreas de vegetação ou banhados. O que é urbano, o que é rural?
Fernando L. Osório conta que até 1907 existiu ‘fronteiro ao antigo cais de madeira e paralelo à
margem do Rio S. Gonçalo, na continuação da rua Canarim, hoje Conde de Porto Alegre’ um antigo
prédio; ‘o primeiro aqui erguido’, pois era a ‘sede da fazenda existente, como indicavam a sua ampli-
tude, conforto, arquitetura e quantidade de menores edificações adjacentes’ (construído em 1784).
Não estaria ele se referindo ao prédio litografado? Seria este, então, a sede da fazenda e, depois
charqueada, do capitão Domingos Rodrigues?” (cf. SCHLEE, A. R. Op. cit.). Em Luccock encontramos
o seguinte: “Uma parte da povoação de Pelotas”. Uma vez transposto o São Gonçalo encontra-se,
rumo ao norte e entre o Passo dos Negros e a Lagoa dos Patos, uma vasta extensão de terrenos
pantanosos, formados pela acumulação dos sedimentos de muitas eras. Em meio desses atoleiros
existem várias casas e algumas estâncias, entre as quais a Fazenda de Pelotas, que se diz ocupar dez
léguas quadradas. O proprietário passa por ser cavalheiro de grandes riquezas e poderio; sua casa é
ampla, situada em terras elevadas (...). É toda caiada de branco e, tendo por fundo espessas matas,
forma um objeto grandioso quando contemplada do rio. O rio Pelotas corre abaixo dela” (LUCOCK,
John. Notas sobre o Rio de Janeiro e partes meridionais do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo:
EDUSP, 1975). Litografia editada em 1846. Fonte da Imagem: GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit., p. 139.
Fonte da imagem: GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit., p. 139.
142. Postal reproduzindo três vistas do Porto de Pelotas. Data aproximada da foto: década de 1900.
Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Porto de Pelotas (Estaleiro); Porto de Pelotas (Praça São
Domingos); Porto de Pelotas (Lado Sul). Pelotas: Coleção da Livraria Americana, nº 10. Endereçado e
escrito em francês. Postado em 1904. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.
143. Postal do porto de embarque, em Pelotas. À esquerda, Praça Domingos Rodrigues. Data apro-
ximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Pelotas - Porto de
Embarque. Pelotas: Endereçado e escrito em francês. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.
144. Aspecto do Porto de Pelotas no fim do século XIX. A desobstrução da foz do Canal São Gon-
çalo, muito almejada pelos pelotenses, foi adiada por mais de quatro décadas desde as primeiras
tratativas sob o comando do grupo responsável pela Barca Liberal. Realizada em 1876, abriu a
perspectiva de grande crescimento econômico, por permitir o embarque e o desembarque de mer-
cadorias em maior quantidade, em navios maiores e de praças mais distantes. Os primeiros deles
foram o palhabote norte-americano Tampico, navio de barra-fora, e a canhoneira inglesa Beacon.
Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. (NETO, João Simões Lopes.
Revista do 1º Centenário de Pelotas, nº 3, p. 45). Acervo: Eduardo Arriada.
145. Porto, Cais e Praça Domingos Rodrigues, no Porto de Pelotas, no Canal São Gonçalo. “Em 1845,
a Câmara fixou em 33m a distância entre os edifícios e o canal São Gonçalo. Nesse mesmo ano,
para João Ribas e Irmãos poderem construir um armazém junto à margem do São Gonçalo, com
a distância de 19,20m entre o prédio e a água, tiveram de destinar área para praça, com 88m de
frente ao dito canal, mais 154m de fundo. Até hoje, a praça mantém a denominação Domingos Ro-
drigues, em homenagem ao pai dos doadores, comprador das terras que foram doadas a Mariana
Eufrásia. Em 1846, a Câmara de vereadores pagou a Manoel Eguia oito mil réis pela despesa feita
com os serventes na demarcação da praça, que ficava sobre o porto da cidade”. Data aproximada da
foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. (GUTIERREZ, E. J. B. Barro e sangue. Mão-de-obra,
arquitetura e urbanismo em Pelotas (1777-1888). Tese de Doutorado. Porto Alegre: PUC-RS, 1999,
p. 217-218). Postal intitulado: 9. Porto, Caes e Praça Domingos Rodrigues. Acervo: Nelson Nobre/
Pelotas Memória.
146. Cais do Porto de Pelotas. “Em 1834, a Câmara Municipal dispõe um logradouro para o esta-
belecimento do porto. Ele ‘tinha início no terreno da antiga Alfândega (Rua Benjamin Constant)
e estendia-se até o local’ onde funcionaria o Frigorífico Anglo (atual sede do Campus Porto, da
Universidade Federal de Pelotas). Embora grande fosse o comércio feito por via fluvial, (...) havia um
322
grave problema que era representado pela sua obstrução (...), especialmente na sua barra no en-
contro com a Lagoa dos Patos”. Data aproximada da foto: década de 1910. Fotógrafo desconhecido.
(LONER, B. A.; GILL, L. A.; MAGALHÃES, M. O. [Orgs.]. Op. cit., p. 195-198). Fonte da imagem: LLOYD,
R. Op. cit., p. 845.
147. Vista do porto de Pelotas. Antes da desobstrução da barra do São Gonçalo, “os produtos tinham
que ser enviados em iates para São José do Norte, sendo transferidos então para barcos maiores
que viajavam até o destino final das mercadorias, com prejuízos para os negócios da região”. Data
aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. (LONER, B. A.; GILL, L. A.; MAGA-
LHÃES, M. O. Op. cit., p. 195-198). Postal intitulado: Porto de Pelotas. Acervo: Eduardo Arriada.
148. Vista do porto de Pelotas. Em primeiro plano, um navio descarrega algumas barricas. O pro-
blema da obstrução do Canal São Gonçalo começou a ser “resolvido com a entrada em funciona-
mento, em 1868, de uma empresa com capitais da própria cidade, que se ocupou da dragagem do
canal, tendo seu calado sido ampliado para 9 e ½ pés ingleses de água. Assim, a partir de 1876, o
porto pelotense começou a receber embarcações maiores, até de 700 toneladas Data aproximada
da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido (LONER, B. A.; GILL, L. A.; MAGALHÃES, M. O. Op.
cit., p. 195-198). Postal intitulado: Pelotas. Vista do Porto. Acervo: Eduardo Arriada.
149. Entrada da Cervejaria Sul-Riograndense, de Leopoldo Haertel. Portão à Rua Benjamin Cons-
tant. À direita, o prédio que serviu de residência à família do industrialista. Em 1916, Domecq
publicou grande matéria sobre a fábrica: “Fundado em 1889, pelo Snr. Leopoldo Haertel, e insta-
lado à Rua Conde de Porto Alegre nº 56 (e nº 44), este estabelecimento principiou a sua vida com
elementos modestos e um capital bastante resumido (...). Aos poucos, porém, a fábrica foi progre-
dindo, melhorando e ampliando sempre a sua produção e captando a confiança e a simpatia do
público. O seu desenvolvimento foi tal, que as primitivas instalações se tornaram insuficientes e,
seis anos passados, o Snr. Leopoldo Haertel mandou construir o prédio atual [em 1915] que ocupa
três quartos de quadra, com frente para as Ruas Benjamin Constant, Conde de Porto Alegre e José
Patrocínio e cuja planta e instalação respondem admiravelmente às necessidades da formidável
produção diária de 15.000 garrafas, permitindo elevá-la facilmente a 25.000. Atualmente é uma das
mais poderosas fábricas de cerveja do Estado do Rio Grande do Sul e as diferentes marcas da sua
fabricação de tal forma se têm imposto ao público que, em Porto Alegre, onde existem importantes
fábricas deste produto, essas marcas de cerveja são consumidas em larga escala, sendo altamente
apreciadas (...). As máquinas, importadas da Alemanha, são das mais aperfeiçoadas e intensivas e
representam um capital importante; a sua instalação foi feita pela conhecida casa Bromberg & Cia,
cuja ação se acha ligada à instalação e desenvolvimento de numerosas indústrias deste Estado. As
matérias primas empregadas e escolhidas entre as mais convenientes são importadas da Alemanha,
da Norte-América e de Chile; a sua excelência explica o favor que os consumidores dispensam aos
produtos da Cervejaria Sul Rio-Grandense e especialmente às cervejas das marcas Perú, Porco e São
Luiz, cuja esmerada fabricação e altas qualidades higiênicas as tornam preferidas do publico. A fá-
brica entrega igualmente para o consumo gelo e aguas gasosas, presidindo á sua preparação a mais
rigorosa higiene. Os diversos departamentos da fábrica são perfeitamente adequados ao fim espe-
cial a que são de destinados [sic], obedecendo a sua instalação aos rigorosos preceitos da higiene.
Em Impressões do Brasil (publicado em 1913), consta que o Sr. Leopoldo Haertel nasceu em Porto
Alegre, em 1862, e estudou em São Leopoldo. Iniciou a fabricação de cerveja, com o sr. Bopp, em
Porto Alegre, há 35 anos; e mais tarde fundou modestamente o seu estabelecimento em Pelotas”.
Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. (DOMECQ & Cia., M. Op. cit., p.
250-254; LLOYD, R. Op. cit., p. 842). Fonte da imagem: MICHELON, F.; ESPÍRITO SANTO, A. C. Op. cit.
150. Instalações da Usina do Gasômetro, no Porto de Pelotas. Ao fundo, um dos balões de gás. “O
grande progresso social e científico [do final do século XIX] que ocasionou melhorias significativas
na iluminação pôde ser notado em Pelotas, com a criação, em 1875, da Cia. Rio Grandense de Ilu-
minação a Gás”, sendo a cidade a primeira a apresentar esse serviço no Estado. Substituídas foram,
de vez, a iluminação a azeite de mocotó (1840) e a de gás hidrogênio (1853) nas vias públicas. Este
antigo Gasômetro, segundo consta, funcionou até a década de 1940, quando as dificuldades na
obtenção de matéria prima de qualidade foram intransponíveis. Localizava-se no prolongamento
da Rua Alm. Barroso (antiga Rua de Baixo; Rua das Fontes), quase no encontro com o Canal São
Gonçalo. A partir de 1915, a energia elétrica passou a fazer parte da vida dos pelotenses, após a
323
chegada da empresa Light & Power. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desco-
nhecido. (cf. LONER, B. A.; GILL, L. A.; MAGALHÃES, M. O. Op. cit. p., 141-142). Acervo: Nelson Nobre/
Pelotas Memória.
151. Rua Benjamin Constant, quase esquina XV de Novembro. Janeiro de 1909. Recepção do se-
nador Alexandre Cassiano do Nascimento, pela Associação Comercial, em reconhecimento aos
serviços prestados à cidade, conseguindo-lhe a Alfândega. O político era conduzido por uma bela
carruagem, decorada com a devida pompa. Ao fundo à direita, bonde puxado por muares, linha
XV de Novembro, da Cia. Ferro-Carril e Cais, de Pelotas. Data aproximada da foto: década de 1900.
Fotógrafo desconhecido. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.
152. Rua Gomes Carneiro, quase esquina Cel. Alberto Rosa. Vista da fachada lateral da Igreja do
Sagrado Coração de Jesus, em construção, faltando ainda a torre. A paróquia do Sagrado Coração
de Jesus foi criada em novembro de 1912 pelo primeiro bispo de Pelotas, D. Francisco de Campos
Barreto. Uma primitiva igrejinha de madeira, edificada ao lado da atual, foi substituída por templo
de maiores e mais cômodas proporções, construído em terreno doado pelo casal Evaristo Alves
Ribas e Ambrosina Ribas. Sua torre é encimada por imagem do Sagrado Coração de Jesus, com
Cristo de braços estendidos a abençoar o porto da cidade. Data aproximada da foto: década de
1910. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.
153. Parque Pelotense, de José Álvares de Souza Soares. “Vista tomada de uma fotografia do
Sr. Augusto Amoretty. Num distante domingo, 2 de fevereiro de 1883, a população pelotense,
representada por mais de três mil pessoas, comparecia à inauguração do “Parque Pelotense”,
local com uma área superior a 20.000 m2, localizada na vila do Prado (Fragata). Nossa cidade
recebia do sr. José Alvares de Souza Soares, o mais aprazível local de entretenimento, até então
criado em nosso meio. Para se deslocar até o Parque a população pelotense, vinda de todos
os quadrantes da cidade, o fazia através da estrada do Fragata. A companhia Ferro Carril e
Cais de Pelotas prolongou a linha de bonde até a entrada do Parque. Pelo que nos foi dado
a ler, a inauguração do mesmo aconteceu de forma extraordinária. De longe se avistava um
galhardete (bandeira em forma de trapézio), onde se lia: ‘Parque Pelotense’”. Gravura: Autor
desconhecido. Data: Ano de 1883 (cf. O Mandolinista, in: Sons e Tons. Jornal O Pervígil, de 4 de
fevereiro de 1883). Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.
154. Cartão postal retratando a avenida principal do Parque Pelotense. “José Alvares de Souza Soa-
res, o crente do sistema homeopático, o entusiasta pela opulência da flora brasileira - eis o criador
do Parque Pelotense. Fez das cem mil braças quadradas que adquiriu na Vila do Prado um magní-
fico parque. Ali formou a Chácara do Cambará, montando o estabelecimento para o fabrico do seu
afamado xarope Peitoral de Cambará, com o respectivo Laboratório Homeopático Rio-Grandense
belamente construído e adornado, e do qual se passa por uma extensa varanda aérea que vai ter-
minar em um elegante ‘chalet’. Em menos de dois anos, Souza Soares transformou um terreno árido
em quinta admirável”. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. (cf. O
Mandolinista, in: Sons e Tons. Jornal O Pervígil, de 4 de fevereiro de 1883). Postal intitulado: Avenida
do Parque. Pelotas: Edições Meira, nº 22. Endereçado e escrito em francês. Acervo: ETH-Bibliothek
Zürich, Bildarchiv.
155. Outro cartão postal retratando a avenida principal do Parque Pelotense. Era um local de lazer
completo para a época. Possuía “água farta e superior, cristalina, em vertentes naturais, jorrando de
uma fonte caprichosa e artisticamente construída, serpenteando por cima de colinas até lançar-se
com abundância em um lago artificial, onde os patos se banham; plantação variada em arvoredos
frutíferos, hortaliças e flores; jardins primorosos e esquadrejados à inglesa, chalets por toda parte,
estufas, pontes toscas, ninhos de aves - um conjunto de utilidade e belezas – tudo ali se encontra,
tudo ali causa espanto, porque custa a acreditar-se que haja quem tanto faça em tão pouco tempo. O
busto de [Dr.] Hannemann [Christian Friedrich Samuel Hahnemann, criador do sistema homeopático
de medicina alternativa], erguido sobre uma coluna que tem por base caprichosos montículos de
delicadas flores, ali ostenta a superioridade que lhe dão seus fervorosos adeptos, entre os quais Souza
Soares ocupa, entre nós, um lugar bem distinto”. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo
desconhecido. (cf. O Mandolinista, in: Sons e Tons. Jornal O Pervígil, de 4 de fevereiro de 1883). Postal
intitulado: Avenida principal do Parque Pelotense. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.
324
156. Um dos aprazíveis recantos do Parque Pelotense. “Com efeito, nenhum outro local pode, por
enquanto, oferecer as vantagens recreativas do Parque, aonde a par de uma sombra deleitável, se
aspira o perfume das flores e os poéticos encantos d’um panorama agradável. O Sr. Souza Soares
deu à inauguração do seu estabelecimento campestre um caráter puramente popular. Franquean-
do-o ao público, sem distinção de classes, mostrou-se indistintamente afável e obsequioso com
todos”. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. (Jornal Onze de Julho,
de 4 de fevereiro de 1883). Postal intitulado: Pelotas. Parque Pelotense. Pelotas: Edições Meira, nº
34. Postado em 1906. Acervo: ETH-Bibliothek Zürich, Bildarchiv.
157. Escola régia no interior do Parque Pelotense. “Passando além daquela fachada, de modesta
aparência, sem riqueza de ornato, [o jornal] O Mandolinista reconheceu que ali, onde a indústria
exerce-se proveitosamente, onde a propriedade é legítima, vai ter lugar de honra - o mestre - por-
que no Parque Pelotense a escola é o ponto de partida para a prosperidade social. Honra a Souza
Soares pela elevação dos seus princípios, pela sublimidade que revela na sustentação do ensino,
pelo exemplo que oferece ao governo e aos miseráveis poderosos do dinheiro!” Data aproximada da
foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Parque Pelotense. Pelotas: Edições
Meira, nº 34. Assinado por Leopoldo Souza Soares, filho de José Alvares de Souza Soares. Acervo:
Nelson Nobre/Pelotas Memória.
158. Cartão postal mostrando uma aleia do Parque Pelotense. “A Sociedade Medicinal Souza Soares
Limitada foi constituída no Porto, Portugal, entre os membros da família Souza Soares, em 12 de
julho de 1910, (...) com o objetivo de desenvolver e colocar os produtos farmacêuticos da Casa
Souza Soares (...). O primeiro estabelecimento Souza Soares foi fundado modestamente no Brasil,
na cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul, em 1874, pelo Sr. José Alvares de Souza Soares, depois
visconde de Souza Soares; e tomou logo proporções tais, que em 1883 foi necessário transferi-lo
para o grandioso Parque Souza Soares, criado especialmente para esse fim, num dos arrabaldes
daquela cidade”. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. (LLOYD, R. Op.
cit., p. 844). Postal intitulado: Parque Pelotense. Pelotas: Edições Meira, nº 40. Endereçado e escrito
em alemão. Acervo: ETH-Bibliothek Zürich, Bildarchiv.
159. Cartão postal mostrando outra vista dos jardins do Parque Pelotense. “O Parque ocupa uma
área de mais de 300.000 metros quadrados, com as edificações necessárias para todo o fabrico da
empresa, casas para moradia dos empregados etc., e pomares e jardins de recreio, franqueados ao
público, que muito os procura (...). A sucursal no Brasil funciona na (...) Avenida 20 de Setembro; está
admiravelmente instalada e esplendidamente aparelhada, sendo no seu gênero um dos primeiros
estabelecimentos da América do Sul” (LLOYD, R. Op. cit., p. 844). Data aproximada da foto: década
de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Parque Pelotense. Pelotas: Edições Meira, nº 41.
Postado em 1905. Acervo: ETH-Bibliothek Zürich, Bildarchiv.
160. Familiares em momento de lazer no Parque Pelotense, ao som de uma vitrola, sob uma árvore.
“O visconde de Souza Soares, falecido em junho de 1911, fundador desta grandiosa empresa, nas-
ceu a 24 de fevereiro de 1846, em Vairão, Portugal; veio para o Brasil em 1862, indo primeiro residir
em Pernambuco, onde se empregou em casa de um seu irmão. Mais tarde, estabeleceu-se por conta
própria. Vindo para o Rio Grande do Sul em 1872, estabeleceu-se em 1873, com uma pequena
farmácia homeopática, que no ano seguinte transferiu para a cidade de Pelotas. Começou desde
então a prosperar o seu negócio, e por essa época foi lançado o seu famoso Peitoral de Cambará.
(...) Inaugurou em 1883 o conhecido Parque, onde funciona hoje o estabelecimento; e voltando a
Portugal em 1900, aí organizou a sua sociedade, montando também uma fábrica e laboratórios
neste país. Os negócios deste grandioso estabelecimento são, desde a morte do visconde, dirigidos
por seus filhos Leopoldo e Miguel, entre os quais está dividido o capital da empresa” (LLOYD, R. Op.
cit., p. 844). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Nelson
Nobre/Pelotas Memória.
161. Antigo laboratório Souza Soares. “O estabelecimento compreende várias seções: seção de
preparo e acondicionamento de remédios homeopáticos e específicos, compreendendo seis vas-
tos salões seguidos do escritório, depósitos de vidros, seção de lavagem e esterilização de frascos
etc.; laboratórios farmacêutico e químico, compreendendo três salas, equipadas com macerado-
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res, prensas, trituradores, máquinas de comprimir pastilhas, almofarizes etc., e todos os aparelhos
modernos necessários às exigências do estabelecimento; tipografia, estereotipia, encadernação e
douração, ocupando 3 vastos salões com prelos, tesouras, prensas, afiador automático, máquinas
para encadernação e douração etc. etc” (LLOYD, R. Op. cit., p. 844).. Data aproximada da foto: década
de 1910. Fotógrafo desconhecido. Fonte da imagem: idem;
162. Parque Pelotense. Antigo Laboratório Souza Soares. “Existe também no estabelecimento uma
refinação para o açúcar empregado na composição dos preparados, montada com aparelhos dos
tipos mais modernos e aperfeiçoados. A Casa Souza Soares leva ao mercado, não só grande nú-
mero de remédios homeopáticos, tais a Febrilina, Nervosina, Estomachina etc. etc., como também
grande número de preparados e específicos, entre eles o famoso e reputado Peitoral de Cambará. O
Peitoral de Cambará, específico para as moléstias das vias respiratórias, que goza no Brasil de justa
reputação, é extraído de uma árvore medicinal, muito abundante no estado do Rio Grande do Sul,
conhecida pelo nome de cambará” (LLOYD, R. Op. cit., p. 844). Data aproximada da foto: década de
1900. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.
163. Parque Pelotense. Entrada principal, vendo-se um bonde da linha do Prado, que cortava a
avenida principal do parque. Data aproximada da foto: década de 1910. Fotógrafo desconhecido.
Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.
164. Cartão postal mostrando dois aspectos do Passo do Salso, cuja estrada encontrava a antiga
estrada do Fragata, no prolongamento da Rua Mal. Floriano, por ali acessando Pelotas. Data aproxi-
mada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Um chalet na estrada do
passo do Salso; Estrada do passo do Salso. Pelotas: Coleção da Livraria Americana, nº 1. Endereçado
e escrito em francês. Postado em 1903.
165. Cartão postal mostrando uma quinta (propriedade rural, com moradia) nos arrabaldes (parte
de uma cidade ou povoação que fica fora ou nas adjacências de seus limites) de Pelotas. Data
aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Palmeiras; Uma
quinta – Arrabaldes. Pelotas: Coleção da Livraria Americana, nº 19. Endereçado e escrito em francês.
Postado em 1903.
166. Carruagens dirigindo-se ao Retiro, um dos balneários preferidos para o lazer, durante o século
XIX. O passo do Retiro ficava no Arroio Pelotas, próximo ao núcleo charqueador pelotense. Data
aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Retiro. Pelotas:
Edições Meira, nº 37. Postado em 1904.
167. Solenidade nas instalações da Companhia Hidráulica Pelotense junto ao Arroio Moreira. Al-
guns senhores navegam nas águas tranqüilas da represa inaugurada oficialmente em 1874. Ao
fundo, torre do reservatório, com sistema estrutural metálico Eiffel. Data aproximada da foto: dé-
cada de 1890. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Hydraulica Pelotense. Pelotas: Edições
Meira, nº 12. Endereçado e escrito em francês. Postado em 1903.
168. Antiga Capela de Nossa Senhora da Luz, no arrabalde da Luz. “A capela de Nossa Senhora
da Luz foi erguida em cumprimento de um voto religioso. O capitão de barco José Fernandes da
Victória, encontrando-se quase cego e desesperançado, fiou-se de um milagre para recuperar a
visão perdida (...). Invocou em suas orações a intercessão da Senhora da Luz, a quem prometeu
erguer uma ermida, caso se visse curado. O milagre realizou-se, e o devoto cumpriu sua promessa”.
Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. (LOPES NETO, J. S., Revista do
1º Centenário de Pelotas, nº 3, p. 93). Postal intitulado: Capella N. S. da Luz. Acervo: Nelson Nobre/
Pelotas Memória.
169. Antiga Igreja de Nossa Senhora da Luz, no terreno da Rua Pe. Anchieta esquina Rua da Luz.
“Escolhido o local, a metro e meio distante da povoação, em sítio ameno e tranquilo, longe de
bulícios e de rumores, em que as almas pias, naquele tempo de crença religiosa ardente, ainda nu-
merosas, pudessem em pleno recolhimento expandir os sentimentos que à solidão conduzia-nas a
necessidade de orar e de elevar a alma às alturas do infinito, de coração pio, humilhado na grandeza
do desconhecido, ele conseguiu do capitão de ordenanças João José Teixeira de Araújo, em situação
326
de seu agrado, o terreno necessário para colocação da ermida”. A requerida licença veio na forma de
uma provisão, em dezembro de 1821. O cemitério atrás da ermida foi autorizado em maio de 1823.
Neste antigo templo, uniram laços de matrimônio, em maio de 1883, Júlio Prates de Castilhos e sua
esposa Honorina, uma pelotense. Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhe-
cido. (LOPES NETO, J. S. Revista do 1º Centenário de Pelotas, nº 6, p. 93; MAGALHÃES, M. O. Op. cit.,
p. 23-24). Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.
170. Igreja de Nossa Senhora da Luz. “A imagem da Senhora da Luz trazida [da cidade] do Porto,
Portugal, foi colocada no altar em agosto de 1824, sendo então abençoada a ermida, com a cir-
cunstância devida. A capela contava com 70 palmos do altar à porta e 24 de largura, com sacristia
ao lado, muito posteriormente destruída. Tendo se reconhecido de exíguas proporções (...) foi mo-
dernamente resolvida sua demolição (...). A pedra fundamental da nova edificação foi lançada em
1899 e as obras têm prosseguido”. Esta fotografia é apanhada justamente do único lado em que
foi preservado o nome de Rua da Luz (antigamente, neste trecho da atual Rua Rafael Pinto Ban-
deira, do outro lado, recebia a mesma denominação). (LOPES NETO, J. S. Revista do 1º Centenário
de Pelotas, nº 6, p. 93). Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Postal
intitulado: Capella N. S. da Luz. Fonte da Imagem: Nelson Nobre/Pelotas Memória.
171. Rua Andrade Neves, esquina Dr. Amarante. Primeiro prédio construído para sede Asilo de Men-
digos de Pelotas, cuja entrada principal dava-se pela Rua Andrade Neves. Seu projeto “foi elaborado
pelo engenheiro ‘da Câmara Municipal da capital do Império’, José de Magalhães (...) considerado
um dos mais importantes arquitetos brasileiros do século XIX (...). A pedra fundamental da obra foi
lançada em 1887 e sua inauguração ocorreu em fevereiro de 1892”. Somente em 1928, o arquiteto
Caetano Casaretto daria ao asilo sua configuração arquitetônica atual, reformulada e ampliada
(cf. MOURA, R. M. G. R. de; SCHLEE, A. R. Op. cit., p. 40). Data aproximada da foto: década de 1900.
Fotógrafo: Henrique Patacão. Fonte da imagem: MICHELON, F.; ESPÍRITO SANTO, A. C. Op. cit.
172. Antigo quartel do 9º Batalhão de Caçadores, atual 4º Batalhão da Polícia Militar de Pelotas
(a partir de 1924), na Av. Bento Gonçalves, entre as Ruas Santa Cruz e Alm. Barroso (conhecida
popularmente como Rua de Baixo; nominada oficialmente Rua das Fontes até 1869). Na esquina
desta rua, entre 1812 e 1820, foram sepultados, em antigo cemitério, os primeiros mortos da fre-
guesia. Já a Rua Santa Cruz, seu nome tem origem na cruz da Santa Missão, erguida em 1846 em
comemoração à pregação que dois padres andaram fazendo na Igreja Matriz. “Embora um pouco
distante do terminal da Rua (na Barroso com Bento Gonçalves), dela se avistava o sagrado símbolo
da crucificação. Em 1858, a Rua Santa Cruz teve o nome mudado para Rua do Cerro Largo. O povo,
no entanto (...) continuou chamando-a de Santa Cruz” (LOPES NETO, J. S. Revista do 1º Centenário
de Pelotas, nº 3, p. 93). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal
intitulado: Penitenciária. Pelotas: Edições Meira, nº 10. Endereçado e escrito em francês. Postado em
1902. Acervo: Eduardo Arriada.
173. Rua Santa Cruz, esquina Major Cícero. Antiga Fábrica a Vapor de Sabão e Velas, de Luiz Beltrão,
fundada em 1871. A Rua Major Cícero “era conhecida inicialmente como Rua do Torres, em home-
nagem ao ilustre cidadão Antônio José Torres, em cuja casa (...) fizeram-se algumas reuniões para
decidir em que lugar deveria centralizar-se a freguesia (...). Essa casa ainda existe e é considerada
uma das mais antigas remanescentes dos primórdios da cidade”. Na segunda metade do século XIX,
teve o nome alterado para Três de Fevereiro, em alusão à batalha de Monte Caseros (1852). A deno-
minação referente ao major Cícero de Góes Monteiro, getulista morto em combate, é da década de
1930 (cf. MAGALHÃES, M. O. Op. cit., p. 37-38). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo
desconhecido. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.
174. Rua Barão de Santa Tecla, esquina Voluntários da Pátria. O fotógrafo Pacatão, na virada do
século XIX para o XX, indica esta foto como sendo o “Antigo Telégrafo”. Segundo Simões Lopes Neto,
o telégrafo teve sua primeira estação instalada em maio de 1878. O primeiro telegrafista foi, ainda,
Antônio Manoel da Costa (LOPES NETO, J. S. Revista do 1º Centenário de Pelotas, nº 4, p. 60). Data
aproximada da foto: 1900. Fotógrafo: Henrique Patacão. Fonte da Imagem: MICHELON, F.; ESPÍRITO
SANTO, A. C. Op. cit.
175. Antiga Drogaria de H. C. Bojunga, à Rua Gal. Neto. Data aproximada da foto: década de 1900.
Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Drogaria H. C. Bojunga. Endereçado e escrito em alemão.
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Postado em 1904. Acervo: ETH-Bibliothek Zürich, Bildarchiv.
176. Ginásio Pelotense, atual Colégio Municipal Pelotense. Edifício que abrigou o educandário de
1903 a 1961. “Palacete original do Comendador Domingos Rodrigues Ribas, construído entre 1832
e 1835 pelo arquiteto português João de Deus Dias, especialmente contratado em Lisboa”. Possui-
dor de grande fortuna e sempre amparado por seu cunhado, João Francisco Vieira Braga (o Conde
de Piratini), permitindo-se ao luxo de viver em uma residência de dois pavimentos com camarinha,
que seguia o modelo do Paço Imperial. O sobrado abrigou a Família Imperial em 1865 e em 1885
(cf. MOURA, R. M. G. R. de; SCHLEE, A. R. Op. cit., p. 56). Data aproximada da foto: década de 1900.
Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Pelotas - Gymnasio Pelotense. Acervo: Nelson Nobre/
Pelotas Memória.
177. Farmácia Popular, de Viúva Silveira & Filho, à Praça 7 de Julho (antiga Praça do Mercado, nome
alterado por ocasião do centenário da cidade). Vista pela face sul (lado da Rua Tiradentes). “A Far-
mácia Popular, fundada em Pelotas em 1876 pelo farmacêutico e químico Sr. João da Silva Silveira,
diplomado pela Faculdade de Medicina da Bahia, é uma das mais conhecidas no Brasil, não só pela
importância do estabelecimento, como também pela fama que alcançaram os seus produtos. Por
morte do fundador, passou em 1900 o estabelecimento à sua viúva e filho, e atualmente é dirigido
pelo filho do Sr. Silveira, o Sr. Nelson R. Silveira, também diplomado em Farmácia. O edifício em que
está instalada a farmácia foi expressamente construído para esse fim, e nele se acham instalados
laboratórios e consultórios clínicos, onde conhecidos facultativos dão consultas, entre eles o Dr.
João da S. Silveira, também filho do fundador. O sortimento de drogas é recebido diretamente dos
Estados Unidos e da Europa. A firma tem no Rio de Janeiro importante casa filial para a fabricação
de preparados do químico e farmacêutico, o falecido sr. Silveira. Esta filial está sob a gerência de
outro filho do Sr. Silveira, o Sr. Gervásio R. Silveira. Entre os preparados da casa, salienta-se o famo-
so Elixir de Nogueira, depurativo do sangue, conhecido e procurado no Brasil e no Prata. Contíguo
ao estabelecimento, em Pelotas, à Praça do mercado, 3 e 5, existe um grande depósito de drogas e
fábrica de vários preparados [no detalhe, o edifício à térreo, direita]”. (cf. LLOYD, R. Op. cit., p. 849-
850). Data aproximada da foto: década de 1910. Fotógrafo desconhecido. Fonte da Imagem: idem.
178. Rua XV de Novembro, esquina Gal. Telles. Catedral Anglicana do Redentor. Em 1892, chega-
vam a Pelotas os reverendos protestantes James Watson Morris e John Gaw Meen, com a missão
de fundar um templo da religião na cidade. Após 17 anos alugando diversos prédios, em 1908, o
terreno para a Igreja estava adquirido. Elaborado o projeto por Gaw Meen, teólogo e engenheiro
civil, o templo foi inaugurado em 1909. Um monumento interessante, não só pela correção das
suas proporções, bem como pelo aspecto pitoresco da vegetação que lhe reveste. Essa hera, ao
longo do ano proporciona aspecto e coloração aprazíveis. Popularmente, por isso, conhecida “Igreja
Cabeluda”, seu estilo retoma elementos de tradição gótica. É marcada pela pureza interior e pelo
apurado trabalho em madeira que a decora (MOURA, R. M. G. R. de; SCHLEE, A. R. Op. cit., p. 56).
Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: 12. Capella
do Redemptor. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.
179. Rua Mal. Deodoro, esquina Gal. Telles. Assinalada por Henrique Patacão como residência de
Paulino Leite (segundo proprietário do Moinho Pelotense), esta residência, pouco depois pertenceria
a Francisco Santos, um dos pioneiros da cinematografia brasileira. Português natural da cidade de
Porto, nascido em 1872, fundou em Pelotas a Guarany-Filmes. Nesta residência, que foi sede da
empresa, foram gravadas, por exemplo, cenas do filme Os óculos do vovô (1913), do qual restam
pouco mais de 5 minutos, recuperados pela Cinemateca Brasileira. Data aproximada da foto: dé-
cada de 1900. Fotógrafo: Henrique Patacão. Fonte da Imagem: MICHELON, F.; ESPÍRITO SANTO, A.
C. Op. cit.
180. Antigo Armazém Diophanes Lemos, à Rua Sete de Abril (atual Rua Dom Pedro II). Fundado em
1870 por Rocha & Cia., passando a girar sob firma definitiva em 1902. Era “uma das mais antigas
casas e das que tem a sua ação comercial mais radicada à evolução da localidade”. Data aproximada
da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido (LOPES NETO, J. S. Revista do 1º Centenário de
Pelotas, nº 4, p. 60). Acervo: Nelson Nobre/ Pelotas Memória.
181. Planta da Cidade de Pelotas, 1882. Ilustrada e litografada por Hugo Bergamini. Ofertada como
presente à municipalidade, na ocasião. Esta planta, além de demarcar todos os lotes nos quarteirões
328
representados, traz ainda sete ilustrações. São elas, em sentido anti-horário: Câmara Municipal,
Escola Maciel, Matriz, Jardim da Praça Pedro II, Caridade, Biblioteca e Correio – Casa de F. Braga.
Data da imagem: 1882. Autor: Hugo Bergamini. Acervo: Eduardo Arriada.
182. Cartão postal mostrando dois aspectos da Rua XV de Novembro: Intendência Municipal (atual
Prefeitura Municipal) e um trecho próximo à esquina da Rua Voluntários, ângulo em direção à
Praça Cel. Pedro Osório. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal
intitulado: Lembranças de Pelotas. Intendencia Municipal; Rua 15 de Novembro. Pelotas: Livraria
Pelotense, de R. Strauch & Co., nº 1. Endereçado e escrito em francês. Postado em 1904. Acervo:
ETH-Bibliothek Zürich, Bildarchiv.
183. Praça Cel. Pedro Osorio. Prefeitura Municipal e Bibliotheca Pública. Data aproximada da foto:
década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Fonte da imagem: Postal intitulado: Bibliotheca e Inten-
dencia Municipal; Rua 15 de Novembro. Pelotas: Edições Meira, nº ilegível. Endereçado e escrito em
francês. Postado em 1907. Acervo: Eduardo Arriada.
184. Praça Cel. Pedro Osorio [Ao lado direito da Bibliotheca, antigo prédio comercial. Destruído].
Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Intendencia
e Bibliotheca. Pelotas: Edições Meira, nº 15. Endereçado e escrito em francês. Postado em 1907.
Acervo: Eduardo Arriada.
185. Praça Cel. Pedro Osorio, vista da esquina das Ruas Mal. Floriano e XV de Novembro. “A Compa-
nhia Ferro Carril e Cais de Pelotas assinou contrato com a Presidência da Província no ano de 1870:
através dele, adquiriu o privilégio de construir linhas férreas urbanas e suburbanas e explorá-las
pelo espaço de 35 anos, ao fim dos quais passariam a pertencer ao município”. Data aproximada
da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Praça da Republica. Pelotas:
Edições Meira, nº 57. Acervo: Eduardo Arriada.
186. Praça Cel. Pedro Osorio, vista da Rua XV de Novembro esquina Mal. Floriano. Ao centro, um dos
quiosques de ferro ali existentes. Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhe-
cido. Postal intitulado: Praça da Republica. Pelotas: Edições Meira, nº 06. Postado em 1903. Acervo:
Eduardo Arriada.
187. Rua XV de Novembro, esquina Lobo da Costa. Cena da recepção ao ministro alemão Baron
von Treutler, que trafega a Rua XV de Novembro em galante carruagem. Fotografia apanhada da
escadaria do prédio da Intendência Municipal. Na esquina, acha-se instalada uma loja chamada
Copacabana. Posteriormente, deu lugar a outra chamada “Ao Louvre”. Sucedeu ainda, no local, uma
sede do Tiro de Guerra 31, instituição ligada à defesa nacional. No fim da década de 1920, recebeu
a imponente sede do Banco do Brasil, em uma edificação que, a despeito da transferência da sede,
persiste de pé até os dias de hoje, sem devida utilização ou manutenção. Data aproximada da foto:
década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Recepção do Ministro Allemão Baron
von Treutler (1ª). Pelotas: Edições Meira, nº 18. Endereçado e escrito em francês. Postado em 1903.
Acervo: Eduardo Arriada.
188. Praça Cel. Pedro Osorio. Ao fundo, a Rua XV de Novembro. Ângulo da entrada da Prefeitura,
em direção à Av. Bento Gonçalves. Visível abundância de carros. À esquerda e ao fundo, atrás da es-
cadaria da Biblioteca Pública Pelotense, prédios comerciais instalados sobre os antigos alicerces da
projetada nova Igreja Matriz, jamais erguida. Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo
desconhecido. Postal intitulado: Pelotas - Praça da Republica. Pelotas: Postado em 1906. Acervo:
Eduardo Arriada.
189. Praça Cel. Pedro Osorio. Ângulo da Rua Mal. Floriano. Ao centro, o Teatro Sete de Abril, ainda
com a fachada antiga. Ao fundo, o Clube Caixeiral, com suas duas torres. Junto ao teatro, o Hotel
Brasil, de Antônio Scotto (1885), que em 1899 vende a Del Grande Irmãos (ANJOS, M. H. dos.
Estrangeiros e Modernização: a cidade de Pelotas no último quartel do século XIX. Pelotas, UFPel,
2000, p. 118). Data aproximada da foto: década de 1910. Fotógrafo desconhecido. Fonte da ima-
gem: LLOYD, R. Op. cit., p. 841.
190. Praça Cel. Pedro Osorio. Ângulo da Rua Mal. Floriano. “Em 09 de novembro de 1873 foi inau-
329
gurado o tráfego de bondes movido por muares (...). A estação central situava-se na Praça Pedro II
(atual Cel. Pedro Osório) esquina da São Jerônimo (hoje Mal. Floriano)”. Data aproximada da foto:
década de 1890. Fotógrafo desconhecido. (LONER, B. A.; GILL, L. A.; MAGALHÃES, M. O. Op. cit., p.
34). Fonte da imagem: Postal intitulado: Pelotas - Praça da Republica. Pelotas. Acervo: Nelson
Nobre/Pelotas Memória.
191. Praça Coronel Pedro Osorio. Antiga fachada do Teatro Sete de Abril. Data aproximada da foto:
década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.
192. Cartão postal mostrando dois aspectos da então Praça da República: exterior e interior. No
primeiro, o gradeamento da praça; no segundo, o “redondo da praça” ainda com o chafariz sobre
antiga base. Na década de 1910, quando este chafariz recebeu uma base de alvenaria mais elevada,
teve ainda suas quatro figuras femininas montadas em cavalos (no espelho d’água) levemente
afastadas: tudo isso para dar mais monumentalidade, e realçar, assim, seu valor estético. Data apro-
ximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. (LONER, B. A.; GILL, L. A.; MAGALHÃES,
M. O. Op. cit. p. 56-58). Postal intitulado: Praça da República (Exterior); Praça da República (Interior).
Pelotas: Coleção da Livraria Americana, nº 7. Endereçado e escrito em francês. Postado em 1904.
Acervo: Eduardo Arriada.
193. Grupo de meninos á frente da Fonte das Nereidas, à Praça Cel. Pedro Osorio. “O primeiro cha-
fariz a ser instalado, (...) recebeu autorização para ser instalado no centro da Praça em 25 de junho
de 1873. (...) Essa fonte [seu modelo] fez muito sucesso na Exposição Universal de Paris, em 1867.
Foi esculpida pelos artistas Jean Baptiste Jules Klagmann e Ambroise Choiselat” (LONER, B. A.; GILL,
L. A.; MAGALHÃES, M. O. Op. cit. p. 56-58). Data aproximada da foto: década de 1910. Fotógrafo
desconhecido. Acervo: Eduardo Arriada.
194. Planta de Pelotas litografada por Eduardo Chapon, na ocasião do primeiro decênio da sastrería
(alfaiataria) La Jóven España, do Sr. Rafael Bassols (1883 - 1893). Apesar de não possuir caráter
oficial (como a planta de 1882, não foi desenhada a pedido da municipalidade, por um profissional
especialmente designado), a litografia tem esmerado acabamento, e traz informações relevantes
sobre a zona urbana da cidade. Iniciativa provavelmente bem sucedida para impactar o público. À
esquerda uma representação da dita “jovem Espanha”, portando na mão direita um escudo com as
insígnias de Castela e Leão, e, na esquerda, uma lança. A ‘sastrería’ ficava à calle San Miguel, entre a
Rua Sete de Setembro e a ‘do Gal. Netto’. Litografia. Autor: Eduardo Chapon. Data da imagem: ano
de 1893. Acervo: Eduardo Arriada.
195. Cartão postal mostrando a Rua Andrade Neves, entre Mal. Floriano e Sete de Setembro. Trecho
de intenso comércio, transformado em calçadão na década de 1980. A Rua Andrade Neves “já figu-
rava na primeira planta do povoado (1815)” inicialmente chamada de Rua das Flores. Na imagem,
algumas carroças e carruagens dividem o espaço com a linha de bonde, que dobra da Rua Mal.
Floriano. Ao fundo, em edifício sobrado, o Hotel Grindler, que abrigava no seu pavimento inferior
a loja de armas e “artigos de metal branco garantido Scholberg & Cia”, filial da empresa belga es-
pecializada no comércio e exportação de artigos de cutelaria, armas e munições, artigos de bazar e
ferragens. O coqueiro à esquina era uma marca registrada; havia uma linha de armas brancas com
este nome, com o símbolo estampado como logomarca. Foi fundada em 1854 sob a firma Viúva
Laport & C. Data aproximada da foto: década de 1910. Fotógrafo desconhecido. (MAGALHÃES, M. O.
Op. cit., p. 20-21; LOPES NETO, J. S. Revista do 1º Centenário de Pelotas, nº 1, p. 13). Postal intitulado:
Pelotas – Rua Andrade Neves. Acervo: Eduardo Arriada.
196. Rua Andrade Neves. Ângulo da Mal. Floriano, em direção à Sete de Setembro. Grande movi-
mento de carros (carroças) que faziam o transporte de passageiros e carga mediante pagamento.
A cidade contava com serviço de diligências para passageiros, e essas também transportavam en-
comendas, correspondências e dinheiro. Nesta rua (além de flores) “também existiu, antes de 1850,
defronte a um antigo cemitério entre a Avenida [Bento Gonçalves] e a [Rua] Doutor Amarante, a
primeira forca que funcionou em Pelotas (...), nesse ano transferida para a Praça das Carretas. O
nome da rua foi mudado em fevereiro de 1869 para homenagear o Gal. José Joaquim de Andra-
de Neves, Barão do Triunfo, morto em combate na Guerra do Paraguai dois meses antes”. Data
aproximada da foto: década de 1910. Fotógrafo desconhecido. (GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit., p. 269;
330
MAGALHÃES, M. O. Op. cit., p. 20-21). Acervo: Eduardo Arriada.
197. Rua Mal. Floriano, esquina Andrade Neves, onde funcionou sede do “Banco da Província do
Rio Grande do Sul - A sucursal desta importante instituição bancária está estabelecida em Pelotas
desde 1890 e faz um número avultado de transações, que tem sempre aumentado de ano para ano”
(LLOYD, R. Op. cit., p. 840-841). Data aproximada da foto: década de 1910. Fotógrafo desconhecido.
Fonte da imagem: idem.
198. Rua Andrade Neves, entre Lobo da Costa e Mal. Floriano. Ao centro a Drogaria e Pharmacia
Sequeira. “O Sr. Eduardo C. Sequeira (...) iniciou o seu negócio em 1870, fundando a casa que gira
sob a sua firma individual. Os negócios da casa são feitos a varejo e por atacado. O Sr. Sequeira
importa, da América do Norte, Europa e Norte do Brasil, drogas e produtos químicos de toda a sorte,
perfumarias, chá (marca Blended, Inglaterra), mercadorias essas que vende por todo o estado. O Sr.
Sequeira exporta também o Peitoral de Angico Pelotense, de fabricação sua, cuja extração atinge a
30.000 vidros anualmente e que é enviado para quase todos os pontos do Brasil. O estabelecimento
funciona em prédio próprio, construído especialmente para esse fim (...). Trabalham no estabeleci-
mento 20 empregados. (...). O sr. Eduardo C. de Sequeira nasceu em 1847, na cidade do Rio Grande,
e iniciou a sua carreira na drogaria do sr. Halwell, onde esteve durante 6 anos”. À direita, é visível
o sobrado em estilo colonial no local onde, após sua demolição, em 1916, seria inaugurado o belo
exemplar arquitetônico construído para sede definitiva do Banco Pelotense, em comemoração aos
seu primeiro decênio de existência. Eduardo Sequeira foi membro da diretoria do Banco Pelotense
(cf. LLOYD, R. Op. cit., p. 840-841). Data aproximada da foto: década de 1910. Fotógrafo desconhe-
cido. Fonte da imagem: idem.
199. Rua Andrade Neves, entre Gal. Neto e Mal. Floriano. Vista na direção oposta à imagem an-
terior. Sobre esta imagem, veiculada em cartão postal, escreveu Moraes: “a rua Andrade Neves,
onde aparece a firma Scholberg & Cia. [firma com que a filial girou de 1907 a 1936] com clássico
coqueiro, espingarda (arma fixada no cunhal da esquina da loja, apontada para cima], e o escudo
do Vice-cônsul da França Leopoldo Jouclá [sócio de 1882 e 1907]; o sobrado ao lado [em primeiro
plano, à direita] é o Hotel Grindler; em frente à ferragem Scholberg, uma carroça de meia-praia e,
ao meio da rua, os trilhos da Companhia de Ferro Carril. Da esquina surge um rapaz de recados; na
porta do Hotel Grindler, um indivíduo com uma sacola; virando à esquerda para entrar à Rua Sete
de Setembro, um cidadão a cavalo; ao alto destaca-se um enorme chapéu da firma Quintas & Cia.,
fábrica de forma de chapéus para senhores; ao lado a placa do Salão Pará, na esquina o candelabro
de iluminação a gás, e o poste da Companhia Telefônica União. À quadra seguinte, em frente ao
‘Bule Monstro’, uma carroça de frete (ponto de parada). Em seguimento (...), já na esquina da rua
Marechal Floriano, destaca-se o sobrado da casa comercial Perret” (MORAES, H. C. de, in: Jornal
Diário da Manhã, 17 de fevereiro de 1984). Data aproximada da foto: década de 1910. Fotógrafo
desconhecido. Postal intitulado: Pelotas – Rua Andrade Neves. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Me-
mória.
200. Cartão postal com imagem da sede da firma de Xavier & Irmão. Fundada em 1875, em 1903
passou a girar sob esta firma, de sociedade de José Ignácio da Silva Xavier e de Feliciano Ignácio
Xavier. Uma das casas mais importantes do Estado no ramo de importação de secos e molhados
por atacado (DOMECQ & Cia., M. Op. cit., p. 231-233). Data aproximada da foto: década de 1900.
Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Xavier & Irmão (Edifício próprio). Pelotas: Edições Meira.
Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.
201. Rua Andrade Neves, quase esquina Sete de Setembro. Antigo Hotel Grindler, fundado em 1897
por Carlos Grindler. Em 1909, por motivos de saúde que forçaram seu afastamento dos cuidados
do hotel, o Sr. Grindler arrendou-o a André Luiz Konrady e a André D. Raupp, seus sobrinhos. Estes
souberam manter a boa fama do estabelecimento, mantendo a excelente adega, com os melhores
vinhos de todas as proveniências, “pacientemente reunidos”, além das “mais finas conservas im-
portadas do estrangeiro” (DOMECQ & Cia., M. Op. cit., p. 309).. Data aproximada da foto: década de
1900. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Nelson Nobre/ Pelotas Memória.
202. Rua Andrade Neves, esquina Gal. Neto. Ângulo em direção à Av. Bento Gonçalves. À esquerda,
na esquina, antiga casa bancária de Plotino Duarte. Imediatamente ao lado desta, a antiga residên-
331
cia de D. Cândida Dias (1875; obra de José Isella), conhecida hoje como “Casa Amarela” (LLOYD, R.
Op. cit., p. 840-841; CHEVALIER, C. José Isella. Arquitetura em Pelotas na segunda metade do século
XX. Pelotas: Mundial, 2002. p. 127). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desco-
nhecido. Postal intitulado: Lembrança de Pelotas. Rua Andrade Neves. Pelotas: Livraria Pelotense, de
Albino Isaacsson, nº ilegível. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.
203. Cartão postal com imagem da Rua Andrade Neves, esquina Gal. Neto. Ângulo em direção à Av.
Bento Gonçalves, destacando a Casa Bancária de Plotino A. Duarte, edifício em primeiro plano, à es-
quina. “A ideia de se criar um banco em Pelotas [o futuro Banco Pelotense], partiu de Plotino Amaro
Duarte, proprietário de uma casa de câmbio em que atuava como representante do Banco de Lon-
dres [Bank of London]” (LONER, B. A.; GILL, L. A.; MAGALHÃES, M. O. Op. cit. p. 26). Ao lado, entre os
dois sobrados, a antiga residência de D. Cândida Dias. Data aproximada da foto: década de 1900.
Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Prédio da Casa Bancária de Plotino Amaro Duarte - Rua
Andrade Neves, 169, esq. General Netto. Postado em 1904. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.
204. Rua Andrade Neves esquina Voluntários da Pátria. Ângulo em direção à Av. Bento Gonçalves.
À esquerda, edifício sede do Congresso Português 1º de Dezembro, em estilo arquitetônico neoma-
nuelino (variante portuguesa do estilo neogótico). “Em 1895, surgiu o Congresso Português 1º de
Dezembro e, em 1901, o Grêmio Republicano Português. Suplantadas as divergências de caráter
político (sabe-se que a República foi proclamada em Portugal no ano de 1910), em 1926 fundiram-
-se os dois grupos no Centro Português 1º de Dezembro, cuja sede própria [também em estilo
neomanuelino], foi inaugurada” em janeiro de 1930, do outro lado da Rua Andrade Neves, neste
mesmo trecho (cf. LONER, B. A.; GILL, L. A.; MAGALHÃES, M. O. Op. cit. p. 26). Data aproximada da
foto: virada do século XIX para XX. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Eduardo Arriada.
205. Rua Andrade Neves, entre Voluntários da Pátria e Cassiano do Nascimento. Antigo edifício do
Congresso Português 1º de Dezembro (ver nota anterior). Posteriormente demolido. Data aproxi-
mada da foto: virada do século XIX para XX. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas
Memória.
206. Rua Gal. Osorio, esquina Sete de Setembro. Casa comercial Ao Torrador, de Narciso Silva, ironi-
camente vítima de incêndio algum tempo depois. Na fotografia, proprietário e funcionários estão à
frente da loja. Data aproximada da foto: década de 1910. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Nelson
Nobre/Pelotas Memória.
207. Rua Gal. Osório, próximo à Sete de Setembro. Ângulo em direção à Av. Bento Gonçalves. Ao
centro, um bonde da Companhia Ferro Carril. Atrás deste, sobrado de esquina, antiga residência
do Sr. Leo Zilberknop, que atualmente sedia o Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo. A Rua Gal. Osorio
“chamava-se inicialmente Rua do Rogério”, em um antigo morador proprietário de um dos três
primeiros prédios ali existentes em 1818. “Por ser mais ampla – mais larga do que as outras ruas
que mandou traçar para a Freguesia de São Francisco de Paula –, Antônio dos Anjos considerou-a
digna do qualificativo de [Rua] Augusta”, nome que figura já na planta da freguesia de 1815. (...).
“Com este nome, permaneceu até fevereiro de 1869”, quando, em meio ao ufanismo gerado ao fim
da Guerra do Paraguai (1865-1870), passou a homenagear o popular Gal. Manuel Luís Osorio. Este,
“no intervalo das campanhas militares, recolhia-se à sua residência, na Praça (ao lado do Grande
Hotel)”. De sua antiga residência, resta apenas a ruína da fachada (MAGALHÃES, M. O. Op. cit., p. 67-
68). Data aproximada da foto: década de 1910. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Pelotas
– Rua General Osorio. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.
208. Rua Gal. Osorio. Antiga loja de fazendas Ao Barquinho. Data aproximada da foto: década de
1900. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.
209. Rua Gal. Osorio. Antiga loja de fazendas A Metralhadora de Ramiro Fonseca. Data aproximada
da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.
210. “Sport Club Pelotas – Campeão de 1912. Como se vê, naquela época a pujante associação
sulista se compunha de elementos animadores, pertencentes às mais distintas famílias pelotenses”.
Grupo de jogadores da equipe Campeã do Citadino de 1912. O Esporte Clube Pelotas, ainda hoje, é
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o mais antigo clube pelotense a praticar ininterruptamente o futebol, desde sua fundação em 11
de outubro de 1908. E. C. Pelotas e seu coirmão Grêmio Esportivo Brasil (fundado a 7 de Setembro
de 1911), são os últimos remanescente do período abordado na presente obra; dentre inúmeros
existentes na cidade dedicados à prática do esporte bretão (ALVES, Eliseu de Mello. A História do
Futebol em Pelotas [1901-1941]). Pelotas: Mundial, 1984. p. 38). Data da Imagem: ano de 1912.
Fotógrafo desconhecido. Fonte da Imagem: idem.
211. Cartão postal de série especial comemorativa, com fotografias dos eventos e festejos relativos
à comemoração do Centenário de Pelotas. Retrata um dos jogos de futebol realizados aqui em alu-
são à data. O Sport Club União, que aceitara o desafio do Sport Club Internacional (da capital, em
sua primeira excursão), foi goleado naquele dia 9 de julho: S. C. União 0x6 S. C. Internacional. Data:
ano de 1912. Fotógrafo desconhecido. (ALVES, Eliseu de Mello. A História do Futebol em Pelotas
(1901-1941). Pelotas: Mundial, 1984. p. 32-33). Postal intitulado: Centenário de Pelotas 1812-1912
match União Versus Internacional 9-7-1912. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.
REFERÊNCIAS
Bibliografia:
AL-ALAM, C. C. A negra forca da princesa: Polícia, Pena de morte e Correção em Pelotas (1835-
1857). Pelotas: Sebo Icária, 2008.
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dial, 2002.
CORONA, E. & LEMOS, C. A. C. Dicionário da arquitetura brasileira. São Paulo: Edart, 1972.
DOMECQ & Cia., M. O Estado do Rio Grande do Sul. Barcelona: Estabelecimento Graphico Thomas,
1916.
GRANDO, M. Z. Pequena agricultura em crise: o caso da “Colônia Francesa” no Rio Grande do Sul.
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333
Recursos [sic]. Lloyds Greater Britain Publishing Company Ltd. 1913. 1ª Edição.
LONER, B. A.; GILL, L. A.; MAGALHÃES, M. O. (Orgs.). Dicionário de História de Pelotas. Pelotas: UFPel,
2010.
LUCOCK, J. Notas sobre o Rio de Janeiro e partes meridionais do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia; São
Paulo: EDUSP, 1975.
MAGALHÃES, M. O. Os passeios da cidade antiga. Guia histórico das ruas de Pelotas. Pelotas: Arma-
zém Literário, 2000.
MICHELON, F.; ESPÍRITO SANTO, A. C. Catálogo Fotográfico – Século XIX/1930 – Imagens da Cidade.
Pelotas: Editora e Gráfica Universitária/UFPel, 2000.
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Porto Alegre: Pallotti, 1995.
PETER, G. D. Santa Bárbara. O braço morto que ainda vive na memória. Pelotas: UFPel/Curso de
especialização em conservação de patrimônios em centros urbanos. 2004.
SCHLEE, A. R. “Oito olhos sobre Pelotas, quatro visões de uma cidade”, in: Revista da ANPUR v. 6, n.
3, 2000: Cinco Séculos de Cidade no Brasil.
Fontes diversas:
Jornais:
Diário da Manhã
Onze de Julho.
O Pervígil.
Publicações digitais:
IPHAE – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Rio Grande do Sul. Livro Tombo.
MÜLLER, D. Progresso sacrificou o Velho Hotel Aliança, in: Diário Popular, 23 de agosto de 2008.
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Composto com os tipos
Libra SansSerif e Libra SansSerif Light, em
papel couche 170g e impresso no
Parque Gráfico da Pallotti,
Santa Maria, RS.