Você está na página 1de 5

1.

Ética: com Weber , contra Kant, por Mario Guerreiro


Ao longo deste ensaio *, estivemos trabalhando com uma importante dicotomia entre dois tipos de ética: a
deontológica e a teleológica. Como dissemos, caracteriza o primeiro tipo as éticas de Immanuel Kant e Joseph
Butler entre outras; caracteriza o segundo as éticas de Aristóteles e John Stuart Mill entre outras.
Como vimos, de acordo com uma ética deontológica, tudo que importa é o cumprimento de uma norma de justa
conduta, sem levar em consideração as intenções do agente, as circunstâncias em que ele exerce sua ação e as
previsíveis conseqüências advindas desta mesma. No entanto, de acordo com uma ética teleológica, o agente não
deve deixar nunca de levar em consideração justamente aquilo que a deontológica desconsidera completamente:
(I) as intenções do agente moral.
(2) as circunstâncias dentro das quais ele exerce sua ação.
(3) as previsíveis conseqüências da mesma podendo ser inferidas por ele [i.e. qualquer ser humano adulto
em plena posse de suas faculdades mentais e dotado de discernimento, não necessariamente de
qualquer forma de conhecimento especializado].
Quando da leitura de um importante ensaio de Max Weber, Politik als Beruf (A Política como Vocação) * *,
deparamo-nos com uma distinção de dois tipos de ética: Gesinnungsethik (ética da convicção) e
Verantwortsungsethik (ética da responsabilidade).
Antes de examinarmos o que entende ele por uma e por outra, deter-nos-emos numa passagem anterior em que
ele se refere a uma “ética absoluta”, e tudo indica tratar-se de uma alusão à ética kantiana:
“Há, por fim, o dever da verdade. É também ele incondicional, do ponto de vista da ética absoluta (...) Para dizer a
verdade, se existe um problema de que a ética absoluta não se ocupa, esse é o problema das conseqüências”
(Weber, 1993, pp.112-3).
Weber considera as conseqüências da ação o fator mais relevante na conduta ética e aqui é imprescindível que o
deixemos se expressar em suas próprias palavras:
Desembocamos, assim, na questão decisiva. Impõe-se que nos demos claramente conta do fato seguinte:
toda a atividade orientada segundo a ética pode ser subordinada a duas máximas inteiramente diversas e
irredutivelmente opostas. Pode orientar-se segundo a ética da responsabilidade ou segundo a ética da
convicção. Isso não quer dizer que ética da convicção equivalha a ausência de responsabilidade e a ética
da responsabilidade, a ausência de convicção. Não se trata disso, evidentemente. Não obstante, há
oposição profunda entre a atitude de quem se conforma às máximas da ética da convicção – diríamos, em
linguagem religiosa, “O cristão cumpre seu dever e, quanto aos resultados da ação, confia em Deus – e a
atitude de quem se orienta pela ética da responsabilidade, que diz: “Devemos responder pelas previsíveis
conseqüências de nossos atos”. (Weber, 1993, p.113, o grifo é nosso).
[obs. Na nossa cabeça não consegue entrar a idéia de uma ética digna desse nome, que não leve em
consideração essa última recomendação weberiana!!!].
Está claro, portanto, que isso que Weber chama de “ética da convicção” nada mais é do que ética do tipo
deontológico, ao passo que aquilo que Weber chama de “ética da responsabilidade” nada mais é do que ética do
tipo teleológico. A máxima caracterizadora da primeira seria plenamente endossada por Kant, para quem tudo o
que importa é o cumprimento cego do dever, sem dar a mínima importância para as previsíveis conseqüências da
ação desempenhada.
O dever, por exemplo, é jamais mentir, ainda que a conseqüência advinda de não mentir seja a morte da própria
mãe * * *. Pensador extremamente sensato, Weber se coloca visceralmente contra a tal da ética da convicção,
que só pode alimentar os piores fanatismos trazendo as mais indesejáveis conseqüências. Primeiramente, Weber
caracteriza o cego radicalismo incapaz de levar em consideração as conseqüências de uma ação:
Perderá seu tempo quem busque mostrar, da maneira a mais persuasiva possível, a um sindicalista
apegado à ética da convicção, que sua atitude não terá outro efeito senão o de fazer aumentarem as
possibilidades de reação, de retardar a ascensão de sua classe e de rebaixá-la ainda mais – o sindicalista
não acreditará.
[obs. A referência de Weber a “um sindicalista”, vem bem a calhar, uma vez que um líder sindical está
transformando o Brasil numa república anarco-sindicalista, sonho dourado dos pelegos gerados por
Vargas, de João Goulart e Leonel Brizola].
Ainda neste mesmo parágrafo, logo a seguir, ele caracteriza os expedientes ad hoc de que costumam se servir os
partidários da ética da convicção:
Quando as conseqüências de um ato praticado por pura convicção se revelam desagradáveis, o partidário
de tal ética não atribuirá responsabilidade ao agente, mas ao mundo, à tolice dos homens ou à vontade
de Deus, que assim criou os homens. O partidário da ética da responsabilidade, ao contrário, contará com
as fraquezas comuns do homem (pois, como dizia muito procedentemente Fichte, não temos o direito de
pressupor a bondade e a perfeição do homem) e entenderá que não pode lançar a ombros alheios as
conseqüências previsíveis de sua própria ação. Dirá, portanto, “Essas conseqüências são imputáveis à
minha própria ação”. (Weber, 1993, pp.113-4).
Parece que o protonazista Johann Gottleib Fichte (1762-1814) tinha ao menos o mérito de ser contra, avant la
lettre, o desequilibrado J.J.Rousseau e seu nobre selvagem.
* Referimo-nos ao nosso ensaio inédito Sete Tipos de Mentira: aspectos lógicos, éticos e psicológicos
* * Max Weber: “A política como vocação” em M. Weber: Ciência e Política: Duas Vocações, São Paulo, Editora
Cultrix, 1993.
* * * Vide a este respeito Mario A.L. Guerreiro: “Argumentando contra Kant: em defesa da mentira dentro de
especiais condições” em Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, n.o 159, Immanuel Kant: Bicentenário.
Revista Jus Vigilantibus, Quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008. Disponível em: < http://jusvi.com/artigos/31514>.
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
2. A ética da convicção versus a ética da responsabilidade (Egidio Vaz in: Poder Politico )
O ingresso na carreira política gera um dilema fundamental para políticos: seguir a sua convicção pessoal ou
tomar decisões impostas pelas circunstâncias. Em muitos casos, os eleitores acusam os governantes e legisladores
de serem traidores ou oportunistas, figuras que, uma vez eleitas, se esquecem das suas promessas ou, nalguns
casos, o que escreveram.
Isso ocorre, do ponto de vista político, porque as decisões desses políticos não são tomadas livremente. Muito
pelo contrário, o político precisa de ter em conta uma série de condicionamentos que tornam impraticáveis certas
ações que correspondam a um juízo de valor pessoal.
Para entendermos o que é ética de convicção e ética de responsabilidade, precisamos de alguns esclarecimentos
preliminares.
A noção de ética
A discussão sobre ética remonta a Antiguidade grega. Naquele período, filósofos como Sócrates, Platão e
Aristóteles buscavam produzir um conhecimento capaz de fornecer respostas absolutas para todos os tipos de
questionamento humano.
Na sua obra clássica intitulada Ética a Nicômaco, Aristóteles sistematizou padrões de comportamento ético no
relacionamento entre os cidadãos. Para ele, a principal forma de exercitar o comportamento ético era através do
diálogo. Nos diálogos, os cidadãos exercem a arte do contraditório, na qual as frases emitidas possuem um
padrão de verdade e mentira.
Max Weber, estabeleceu, em princípios do século XIX, a distinção entre a ética da convicção e ética da
responsabilidade.
Para Weber, quanto maior o grau de inserção de determinado político na arena política, maior é o afastamento
das suas convicções pessoais e adoção de comportamentos orientados pelas circunstâncias.
Este afastamento de crenças e suposições pessoais e a adoção de medidas, muitas vezes contraditórias, é
determinado pela ética da convicção e pela ética da responsabilidade.
A ética da convicção é, para Weber, o conjunto de normas e valores que orientam o comportamento do político
na sua esfera privada. Já a ética de responsabilidade representa o conjunto de normas e valores que orientam a
decisão do político a partir da sua posição como governante ou legislador.
Tomemos como exemplo, o caso de um governante que tenha a convicção pessoal de que é necessária a redução
de impostos. Esse governante pode ter realizado uma campanha eleitoral focalizando esse tema e essa
necessidade: redução da carga tributária, conforme suas crenças particulares. Porém, uma vez governo, depara-
se com a escassez de recursos financeiros para atender à serviços básicos como a segurança social, educação,
saúde, etc.
Perante esse dilema, o governante precisa de tomar uma decisão: ou seguir uma norma particular (ética de
convicção), e reduz os impostos sabendo que vai faltar dinheiro para o Estado cumprir com as suas
responsabilidades; ou toma uma outra medida, como governante (ética de responsabilidade), mantendo ou
elevando os impostos para daí viabilizar recursos necessários para o normal funcionamento do Estado.
A distinção proposta por Weber entre convicção e responsabilidade traduz um dilema que certamente aparecerá
nalgum estágio da carreira de qualquer político. Tal distinção permite aos eleitores e analistas, uma compreensão
mais elevada dos meandros do mundo político.
Porém, é muito importante ter em mente que a distinção não significa uma carta em branco para que os políticos
traiam as suas promessas; ela apenas reconhece a necessidade de adaptação às circunstâncias.
Teorias de Max Weber
Max Weber (1864-1920) apresenta um pensamento que integra diversas correntes no seu discurso sobre os
aspectos éticos. Weber constata que qualquer ação eticamente orientada pode ajustar-se a duas máximas que
diferem entre si: pode orientar-se de acordo com a ética da convicção ou de acordo com a ética da
responsabilidade.
A ética da convicção, de caráter deontológico, apresenta a virtude como estando submetida ao respeito pelo
imperativo categórico da lei moral. Regula-se por normas e valores já estabelecidos que pretende aplicar na
prática, independentemente das circunstâncias ou das consequências daí resultantes. Trata-se, portanto, de uma
ética do dever, atendendo que os seus princípios se traduzem em obrigações ou imperativos aos quais se deve
obedecer. É uma ética do absoluto, sem dúvidas, formal, na qual os seus princípios se traduzem em imperativos
incondicionais. O que define o bem ou o mal mais não é do que a tradução ou concordância de valores ou
princípios em práticas adequadas.
A ética da responsabilidade, de caráter teleológico, apresenta um pendor mais utilitarista atendendo que orienta
a sua ação a partir da análise das consequências daí resultantes. Esta análise levará em linha de conta o bem que
pode ser feito a um número maior de pessoas assim como evitar o maior mal possível. Espera-se portanto que
uma ação se traduza na maior felicidade possível para o maior número de pessoas possível. A ética da
responsabilidade pode apresentar também um vertente que difere do utilitarismo e que se prende com a
finalidade, ou seja a bondade dos fins apresenta-se como justificativa para que se tomem as medidas necessárias
à sua realização. Trata-se, assim, de uma ética centrada na eficácia de resultados, na análise dos riscos, na
eficiência dos meios e procura conciliar uma postura pragmática com o altruísmo. Ao contrário da ética da
convicção não é uma ética de certezas, intemporal e formal, é uma ética contextualizada, situacional, que
pondera várias possibilidades de ação, apoiada em certezas provisionais, sujeita ao dinamismo dos costumes e do
conhecimento.
Bibliografia:
JESUS, Maria Margarida Nascimento – Ética y Actividad Empresarial, Cultura y Valores Éticos en las Empresas
Algarveñas. Tese de Doutoramento, Universidade de Huelva, 2001.
MORIN, Edgar / PRIGOGINE, Ilya e AAVV – A Sociedade em Busca de Valores. Lisboa, Instituto Piaget, 1998.
WEBER, Max – A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. Barcarena, Editorial Presença, 2005.
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
3. Teorias éticas, segundo Max Weber (Prof. Ms. Roger Moko Yabiku)
- A ética da convicção
A ética teoriza sobre as condutas morais. Então, vale a pena indagar se existe somente uma teoria ética. É claro
que não. Magistralmente, o sociólogo alemão Max Weber dividiu as teorias éticas em dois grandes grupos. O
primeiro grupo compreende a ética da convicção, ou deontologia (tratado dos deveres). O segundo, a ética da
responsabilidade, ou teleologia (estudo dos fins). Isso não quer dizer que a convicção exclui totalmente a
responsabilidade e vice-versa.
“Cumpra suas obrigações”, ou “cumpra as prescrições”, apontam as máximas da ética da convicção. É tudo preto
no branco, não existindo tons de cinza. Ou tudo é rigidamente certo, ou tudo rigidamente errado. Não há
questionamentos, pois as verdades já são pré-estabelecidas.
A ética da convicção se desdobra em duas vertentes:
a) a de princípio, de respeito rigoroso às normas morais e legais, sem tanto se preocupar com consequências, no
esquema: “respeite as normas, haja o que houver”,
b) a de esperança, na qual os ideais religiosos são predominantes, com o lema “o sonho acima de tudo”.
Apesar de a ética da convicção ser prescritiva, há de se levar em consideração a liberdade humana. Então, se
pode seguir os preceitos morais, ou não. Pode-se adotar outros valores ou princípios morais, sem deixar de ter a
convicção, as certezas, o cumprimento das ordens. Todavia, pode-se também aceitar as responsabilidades de se
desobedecer o cumprimento fiel da norma moral ou legal, visando a melhor consequência dos atos. Ou, ainda, se
pode resolver abandonar a conduta moral, já que fazer o bem ou o mal é uma escolha. E não destino.
Conforme a ética da responsabilidade, as pessoas são responsáveis por aquilo que fazem. Em vez de se seguir
fielmente normas morais ou legais, os indivíduos fazem uma análise meticulosa de uma situação, no intuito de
avaliar os efeitos previsíveis de uma ação. E também outros fatores como: resultados positivos para a maior parte
das pessoas, ampliar a quantidade de alternativas de escolha (dos males, o menor).
- A ética da responsabilidade
Na ética da responsabilidade, a decisão decorre das implicações que cada conduta enseja, obrigando o agente do
conhecimento das circunstâncias vigentes. Há análise de riscos, cálculo de custo benefício, para atingir fins mais
valiosos, pois seriam altruístas e imparciais.
Diferentemente da ética da convicção, a ética da responsabilidade não tem como parâmetro de conduta
princípios ou ideais, muito menos crenças existentes anteriormente. Segundo a ética da responsabilidade,
analisam-se situações concretas e seus possíveis impactos. E se escolhe a decisão que causa maiores benefícios
para a coletividade adotada. Legítima é a ação que causa em bem maior e evita um mal maior.
A ética da responsabilidade divide-se em duas vertentes. A primeira é a ética utilitarista, na qual se exige o maior
bem para o maior número de pessoas, ou seja, levar mais felicidade possível e com mais qualidade (critério de
eficácia) para o maior número de pessoas (critério de quantidade). Já na segunda, a ética da finalidade se traduz
pela bondade dos fins que, eventualmente, justificariam as ações tomadas, desde que em sintonia com o
interesse coletivo. Em miúdos, “faça o bem custe o que custar, mesmo que desobedeça uma norma moral ou
legal”.
Quanto às ações, há o seguinte:
a) nas ações segundo a ética da convicção, há imediata, ou quase imediata, aplicação de princípios prescritos
anteriormente;
b) na ética da responsabilidade, há expectativa de se alcançar fins (finalidade), ou consequências (utilitarismo).
Em suma: na ética da convicção se faz algo porque é um mandamento e se deve cumprir as obrigações (na
vertente de princípio – respeito às normas, haja o que houver; na de fé – o sonho antes de tudo); na ética da
responsabilidade se faz algo por que é o menor dos males ou gera mais bem para os outros (na vertente da
finalidade – alcança-se os objetivos altruístas custe o que custar, na vertente utilitarista – o maior bem para mais
gente).
A pureza da doutrina, a luta por ideais e a manutenção a qualquer custo dos seus princípios caracterizam a ética
das convicções. A linha que separa os virtuosos dos não-virtuosos é bem delimitada. Virtuosos são os que seguem
os preceitos morais ou legais, e os demais não fazem parte desse grupo. Há de se tomar cuidado para, por
exemplo, não se resvalar no fanatismo seja religioso (orientado pela fé) ou mesmo de princípios (orientado por
partidos, ideologias, etc). E muitas vezes há perseguição ou violência contra quem pensa diferente.
A ética da responsabilidade analisa o presente para tentar assegurar um futuro, com resultados presumidos. Não
se trata simplesmente de “boas intenções”, mas de poupar males à coletividade. Ela pretende alcançar metas
possíveis de serem cumpridas, com eficácia dos resultados e dos meios, com posicionamento pragmático e
postura altruísta.
Trata a teoria da convicção de uma ética dos deveres, obrigações, de consciência, certezas, imperativos
categóricos, ordens incondicionais, com conforto das respostas prontas e das verdades absolutas. De certa forma,
compreende um idealismo purista, dogmático, lírico, dedutivo, com características de catecismo ou cartliha.
Por outro lado, a ética da responsabilidade contém propósitos, razões, resultados previsíveis, análise de
circunstâncias e fatores condicionantes, com desafios das soluções relativistas. Faz paralelo a um realismo
pragmático, realista, frio, analítico, calculista, indutivo, pluralista, flexível. Depende de situações e de condições. É
cética e permeada de análises de risco.
Critérios para a Tomada de Decisão Ética
Existem quatro abordagens principais para a tomada de uma decisão ética e muitas vezes são elas mesmo que
acabam por nos colocar em situações de difícil escolha. A abordagem utilitária (“o conceito ético de que os
comportamentos morais produzem um bem maior para um numero maior”), a abordagem individualista (“o
conceito ético de que as ações morais quando elas promovem os melhores interesses no longo prazo do
individuo, o que basicamente leva a um bem maior”), a abordagem da moral e dos direitos (“o conceito ético de
que as decisões morais são aquelas que melhor mantém os direitos das pessoas afetados por elas”) e a
abordagem da justiça (“o conceito ético de que as decisões morais precisam ser baseadas nos padrões de
equidade, justiça e imparcialidade”).
Na abordagem utilitária o mais importante é fazer uma escolha que beneficie a maioria das pessoas. Um
problema existente neste tipo de abordagem e que às vezes só são consideradas as pessoas afetadas diretamente
e acabam por desconsiderar pessoas afetadas indiretamente. Em minha opinião todas as pessoas afetadas
diretamente ou indiretamente devem ser levadas em conta. Por exemplo, uma empresa que inventa um
estimulante para as vacas produzirem mais leite, proporcionando uma maior produção para os fazendeiros,
porém, muitas vezes as vacas contraem doenças extremamente dolorosas e o leite sai contaminado, o que
prejudicava indiretamente os consumidores.
A próxima é a abordagem individualista na qual o livro defende como sendo muito boa no longo prazo, porém eu
discordo completamente desta opinião. Caso a pessoa tenha um pensamento individualista mesmo sendo em
longo prazo isto pode vir a prejudicar muitos à sua volta. No século passado este pensamento foi totalmente
aplicado na maioria das empresas que acabaram por virar as costas para as questões ambientais. Agora nós nos
encontramos no meio de uma crise ambiental na qual a boa parte dos especialistas fala da possibilidade de não
conseguirmos reverte-la. Por isso acredito que este tipo de abordagem na qual só e levada em conta o bem estar
individual não é ético quando aplicado ao mundo dos negócios.
A terceira é a abordagem da moral e dos direitos que acredito ser a mais certa e ética do meu ponto de vista. Este
tipo de abordagem acaba por considerar vários tipos de direitos tais como; os direitos de consentimento livre, o
direito a privacidade, o direito a liberdade de consciência, os direito de liberdade de expressão, o direito a um
processo justo, e o direito a vida e a segurança. Mesmo esta sendo a mais sensata de todas, acredito ser uma das
menos aplicadas no mundo de hoje, embora este cenário esteja mudando.
Há também a abordagem da justiça que tende a ser bastante justa e deve ser aplicada de acordo com um
regulamento interno da empresa. Assim ela e bastante similar ao pensamento subjacente ao domínio da lei.
Neste caso acredito que este tipo de abordagem pode ser bastante útil caso o regulamento seja redigido
corretamente, pois do que adiantam leis se elas não forem pensadas para o bem comum.
Assim estes tipos de abordagens são muito diferenciados e cabe ao gerente/gestor/administrador saber escolher
qual aplicar e qual não aplicar de acordo com seus valores.
(Texto baseado no livro “Ética Empresarial: a gestão da reputação”, de Robert Srour).
Disponível em: <http://treeofhopes.blogspot.com.br/2010_08_01_archive.html>. Acesso em: 12 jul.
2012.

Você também pode gostar