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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

Departamento de Filosofia

Ética – Professor Erico Andrade

Flavio Joselino Benites

Em que medida a generosidade, benevolência e o cuidado servem de motivação e


parâmetro de avaliação moral de nossas ações?

Ao averiguarmos a História da Filosofia, percebemos de modo claro que a razão


sempre foi tema principal da Filosofia, mas contemporaneamente tal posição não é
hegemônica e permite nos dizer que existem “filosofias”, e não apenas uma, sobre tudo
no campo da Ética.

Nesse sentido, para David Hume a razão não é o fator decisivo para uma atitude
ética, ou benévola, sendo provado em sua obra “Uma investigação sobre os princípios da
moral”. Nos esclarece isso, ao defender que a benevolência e generosidade, logo os
sentimentos morais, eles sim, servem de parâmetros para uma ação moral boa, pois,
desencadeiam o agir de maneira que benéfica a uma comunidade. Logo, essa prática é um
benefício social, que agrega e ajuda.

No entanto, a “felicidade da humanidade, a ordem da sociedade, a harmonia das


famílias, o apoio mútuo dos amigos é sempre considerado como resultado domínio
benévolo dessas virtudes sobre os corações dos seres humanos”1, percebemos então,
independente de suas origens ou causa, os sentimentos morais bons, trazem benefícios
para a vida da sociedade.

. Pois, “embora a razão, quando plenamente desenvolvida, seja suficiente útil para
nos fazer reconhecer a tendência útil de atributos e ações, ela sozinha não basta para
qualquer censura ou aprovação moral”2

11
HUME, David. Uma investigação sobre os princípios da moral. 2ª ed. Editora da Unicamp. Campinas-
SP,2013. p.33.
2
Ibidem. p.146.
Dessa maneira, afere que a ação moral boa, o cuidado com o outro, é natural e
deve ser cultivado e trabalhado, para com aquele que está desassistido, sendo essa atitude
desencadeada a partir da motivação da generosidade e empatia, “dando-se às necessidades
de cada indivíduo uma atenção tão plena como se nossos próprios interesses estivessem
aí intimamente envolvidos”3

Com isso, percebemos a clareza do autor, pois, acentua a importância intrínseca


da generosidade, benevolência a partir da empatia, pois, essas ações morais são decisivas
para uma ação boa. De toda sorte, esses atos devem ser valorizados, e não outros que não
dialogam com essas ações.

Portanto, para Hume, essas atitudes (generosidade e benevolência) são o caminho


para a vida boa, isso porque essas ações demonstram isso, considerando ser é impossível
a sociedade não reconhecer a importância desses atos e o cultivo dos mesmos.

3
Ibidem.p.37.

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