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Textos bíblicos: Efésios 5.22-33; 2º Coríntios 11.2; João 4.16-18; Filipenses 4.8
O assunto tem sido pouco estudado entre nós. A Ordem dos Pastores do Brasil,
secção de São Paulo e Rio de Janeiro, não possuem nenhum trabalho sobre o assunto.
Para firmarmos uma posição sobre este assunto, teremos que tentar responder certas
perguntas fundamentais como:
1 - O que é casamento?
Na consideração deste assunto, teremos que partir, antes de mais nada, para
uma breve recapitulação histórica do casamento, tanto na história profana, como no
Velho e no Novo Testamento.
Will Durant, naturalmente, não crê na Bíblia e não aceita a idéia original do
casamento, que foi instituído por Deus com toda a exuberância que o ato merece. E, na
verdade, os animais “descobriram” e não inventaram - não o casamento, mas
o “acasalamento”. Aliás, acasalamento é o que muitos seres humanos estão fazendo
hoje.
Will Durant entende que o quê fez os seres humanos deixarem a poligamia e
organizarem mais o ato do casamento foi o fator econômico. Foi ficando difícil a um
homem sustentar várias mulheres e todas as implicações desse tipo de união. Também
foram surgindo problemas de propriedade e herança, com a melhora dos valores sociais
do mundo. Isto levou os seres humanos a adotarem uma só mulher e procurar
desenvolver com ela todo o empreendimento da família.
“Legalmente reconhecida a união pessoal realizada por um homem e uma mulher, com
a intenção de viver junto e ter relação sexual, e implicando propriedade e direitos de
herança”.
O historiador francês Georges Duby, diz: “Casamento, o que é necessário que
seja aberto, público, e cerimonial... está no centro do todo sistema de valores, na junção
entre o material e o espiritual. Ele regula a transmissão de riquezas de uma geração
para outra... porque casamento também regula atividade sexual para procriação, ele
pertence ao reino do que é profano e do que é sagrado” (The Knight).
O passo mais decisivo para o casamento civil veio com a Reforma Protestante,
principalmente com a influência de Martinho Lutero. Ele dizia: “Regulamento do
casamento é da alçada da autoridade civil e não da Igreja” (ob. Cit.). Mas ele
concordava que a Igreja poderia dar bênção a quem se casasse dentro do rito
básico (1529).
A fonte que temos sobre o assunto é o Velho Testamento que, no entanto, não
nos dá detalhes sobre muita coisa do casamento. Dentre outras, colhemos as seguintes
informações:
- Os pais cuidavam do casamento dos filhos: Gênesis 24; Juízes 14.1-4.
- Era usual também, dar a filha mais velha primeiro, e a mais nova depois, mesmo
pagando por ambas: Gênesis 29.26.
No caso do testemunho, vemos que Boaz, para formalizar o seu casamento com
Rute, fez publicamente diante de anciãos do povo, e tomou 10 homens como
testemunha do fato (Rute 4.1-12). O ato de trocar os sapatos era o costume da época
dos Juizes (4.7).
Em geral, era o ato público que legalizava ou oficializava o casamento, para que
fosse reconhecido:
A noiva era escoltada por moças virgens até a câmara nupcial. Em alguns
casos, o acompanhamento levava tochas ou lâmpadas, com ramos de murta e
grinaldas de flores. Este costume parecia perdurar nos dias de Jesus, daí sua parábola
das 10 virgens (Ver Owen C. Whitehouse - Costumes Orientais - Antigüidades Bíblicas).
Temos até aqui trabalhado nos conceitos, para que tenhamos uma idéia sobre a
natureza do casamento e da chamada “união estável” ou de amasiados.
Para ficarmos prontos para uma aplicação ao caso, temos que considerar agora a
natureza da Igreja, da sua membresia e das condições para que alguém se ligue à
igreja. Nestas considerações, por falta de instruções específicas na Bíblia,
principalmente no Novo Testamento, temos que jogar também com o que chamamos:
Ética Cristã.
Em outras palavras, a ética que a Igreja dita para o mundo é aquela que brota
de vidas transformadas por Cristo e que segue o caminho dos objetivos ideais do ser
humano, como ensinados por Cristo.
Outra vez é o apóstolo Paulo que nos lança mais luz. Em Efésios 5.22-33,
falando do relacionamento entre Cristo e a Igreja, ele usa a figura do relacionamento do
marido com a esposa. A figura usada, é óbvio, é de um casamento legítimo. Jesus,
quando falou com a mulher Samaritana, revela detalhes maravilhosos do assunto. Em
João 4.16, Ele manda a mulher chamar seu marido. Ela, sinceramente, diz-lhe que não
tem marido. Mas Jesus que tudo sabe, revela que ela teve 5 maridos (talvez tenha se
divorciado 5 vezes), e o marido que tinha agora (vers.17,18) não era dela.
O fato de a mulher dizer que não tinha marido e de Jesus dizer que o que ela
tem não é dela, mostra que ela era divorciada de 5 maridos e vivia maritalmente com
um atualmente, mas este, Jesus não considerava marido. E, pelo que parece, a mulher
na sua sinceridade também não o considerava marido. Portanto, a situação marital da
mulher era pecaminosa, por isso que ela precisava de Jesus. Tudo isto nos leva a crer
que a Igreja do Novo Testamento só aceitava na sua membresia, as pessoas
regularmente casadas.
O Poder da Igreja de Ligar e Desligar - O texto de Mateus 16.18, cuja melhor tradução
é: “tudo o que ligares na terra, terá sido ligado”, e “tudo o que desligares, terá sido
desligado”, pode favorecer certas decisões não especificadas pela Bíblia. Neste caso,
uma Igreja pode tomar a decisão de aceitar um casal amasiado e isto será feito. Só que
a Igreja deve estar cônscia de que a decisão foi tomada primeiramente por Deus. Do
contrário, a Igreja estará agindo a sua revelia, na carne e não no Espírito.
O TESTE DOS TRÊS EFEITOS – Neste caso, procura-se averiguar que tipo de efeito a
nossa decisão var provocar:
EFEITO SOBRE NÓS – Pergunta-se: de que maneira esta decisão vai afetar a
vida de nossa igreja? Vai melhorar o padrão das famílias? A juventude vai ficar mais
propensa a não se casar legalmente ou não? Se a resposta for negativa, é provável que
a decisão não seja recomendável.
EFEITO SOBRE A CASA DE DEUS – De que maneira esta decisão vai afetar a
casa de Deus, a boa fama do Evangelho, o próprio caráter de Deus? Se a resposta for
negativa, é provável que a decisão seja desaconselhável.
O TESTE DO SEGREDO – Raciocínio: Isto que vamos fazer pode ser feito
abertamente, todos devem tomar conhecimento sem problema de reprovação, ou
devemos fazer veladamente, para que ninguém venha tomar conhecimento do fato. Se
a resposta for negativa, é melhor que não se realize.
O TESTE DA UNIVERSALIDADE – Isto que vamos fazer, seria bom que todas
as Igrejas o fizessem? Ou somente a nossa Igreja vai fazer numa circunstância
especial? Se a resposta for negativa, é melhor não fazer.
A LUZ QUE VEM DE CIMA – É a consulta a Deus. Neste caso, temos que orar a
Deus, perguntando sinceramente o que Ele quer que seja feito. Deus dará a resposta
de alguma maneira, e a convicção virá a todos. É bom notar que, segundo o Novo
Testamento, a despeito de adotarmos o regime democrático, a melhor decisão que
demonstra inequivocamente a vontade do Espírito Santo, é o da unanimidade. Se não
há unanimidade, não se devem assumir certas decisões controvertidas.
CONCLUSÕES
Poderá haver um caso ou outro, muito especial, que a Igreja deverá analisar e
aceitar a dita “união estável”. Neste caso, vale a decisão unânime de uma Igreja
autônoma.
Como hoje, muitos casais, por razões de direitos hereditários, não estão se
casando civilmente, mas apenas fazendo um contrato de convivência conjugal, seria
muito temerário uma igreja entrar indiscriminadamente na aceitação de tais uniões.
Com base nas considerações que vimos de fundamentar, cremos que não vale
a pena entrar por este caminho. O apóstolo João, no Apocalipse 21.2,9, fala da NOIVA
DO CORDEIRO. A menção é de casamento legítimo e santo. Cremos que a Igreja do
Senhor Jesus deve primar por ter na sua membresia pessoas oficialmente casado.
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Pr. GELSON L. H. DA ROSA