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1984 P ^

> O LIVRO DA CURA NATURAL £


*
Capítulo 4. HIDROTERAPIA 131

A Agua 131
Usos da Agua 133

Capítulo 5. MOVIMENTO 145


Yoga 147
Tai Chi Chuan 159
Aikido 163
Rotina Diária de Exercícios 169

Capítulo 6. MASSAGEM SUECA 173

Capítulo 7. ACUPUNTURA 199

Yin e Yang: Izanagi e Izanami 202


Os Oficiais 2Ò6
Os Cinco Elementos 211
Diagnóstico do Pulso 220
Moxa 225

Capítulo 8. MASSAGEM ORIENTAL 229

Do-In 229
Massagem em Outros 234

SEGUNDA PARTE. O JARDIM DE DEUS

Kundalini 251
Mestres e Amigos 255
Apêndices 257
Apêndice I Plantas 259
Apêndice II Pontos de Acupuntura 296
Apêndice III Diagramas Anatômicos
Glossário
Bibliografia
índice Remissivo
APRESENTAÇÃO

A História tem nos mostrado que, em diferentes partes


do mundo, certos ensinamentos fundamentais, frequentemente
chamados esotéricos, atendem ao apelo da necessidade e fa-
zem o seu retorno cíclico sob diferentes formas e metáforas.
Certamente a mais legítima herança da humanidade, esses
ensinamentos
• •"-"""*'*""*"
' —
• emergem
1
*iW1. i à.li......consciência
•• h
i coletiva
. i. nu i i permitindo
m 1
-j—-— —T 'que,
o homem, após maisjuma noite dos tempos, possa participar
conscientemente de mais uma etapa de seu processo evolutivo.
Recém sãídos de um longo e sectário período dominado
por conceitos nacionalistas e separatistas que retalharam geo-
graficamente a nossa herança cultural, ingressamos na expan-
siva era espacial sentindo que essa extensão da exploração
física nos conduz, simultâneamente, à expansão d o nosso es-
paço interior e à percepção de que os conflitos e a desunião
que prevalescem em nosso mundo exterior são reflexos ..da
fragmentação de nossa natureza pessoal. Este despertar da
consciência é a primeira etapa da renovação espiritual que
começamos a experimentar. Uma Nova Renascença que, além
de influenciar o desenvolvimento das ciências e artes como
sucedeu há 500 anos no Renascimento Europeu, tem como
característica marcante a disposição de reconsiderar conheci-
mentos tradicionais contidos pelos tabus e preconceitos cultu-
rais que sustentam as "verdades científicas" da ortodoxia
vigente.
A partir d a percepção de que as soluções dos nossos
problemas comuns encontram-se bloqueadas dentro de cada
um de nós —- resultados das velhas fixações separatistas —
o homem da Nova Renascença, mais d o que soluções exterio-
res, procura, através do processo de "individuação" — a idéia
jungiana de que é possível tornar-se "individuai", indivisível,
completo — , assumir a responsabilidade pelo seu próprio
desenvolvimento e, dessa forma, harmonizar-se com o pro-
8 DO JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

cesso de transformação e integração que caracteriza essa Re-


nascença Moderna, a controvertida e festejada Era de Aqua-
rius.
Inicialmente tomada como mais um modismo contra-
cultura!, essa nova postura crítica vem ganhando força, criando
condições para uma perfeita integração entre a moderna tecno-
logia e â sabedoria empírica da cultura tradicional dos povos
antigos. Essa união favorece o surgimento de uma cultura
universal verdadeiramente aparelhada para tornar mais feliz
a jornada d o homem sobre a terra.
Nesse sentido, valores começam a ser questionados e
novas alternativas testadas, especialmente no que se refere
aos temas de importância vital, como os métodos de preser-
vação e tratamento da saúde, os critérios alimentares e a rela-
ção do homem com o meio ambiente. Ninguém mais ousaria
refutar as evidências de que a poluição ambiental, a plastifi-
cação generalizada dos alimentos e o uso indiscriminado de
medicamentos químicos representam uma crescente ameaça à
sobrevivência da espécie humana. As contínuas constatações
dos efeitos indesejáveis das modernas drogas sintéticas, sem
negar o valor dessas substâncias em circunstâncias extremas,
enfatizam a necessidade de métodos de tratamento que dão
ofereçam efeitos secundários além dos resultados desejados.
Nos últimos anos, a comunidade científica mundial vem
se sensibilizando para os trabalhos de divulgação e pesquisa
de técnicas e disciplinas não ortodoxas, até então negadas
implícita ou explicitamente pelos representantes da ciência
oficial. O número crescente de publicações abordando esses
insólitos métodos terapêuticos, quase sempre de caráter essen-
cialmente prático e simples, tem oferecido não somente ao
Professional interessado como também ao leigo, as alternativas
naturais para a utilização indiscriminada de drogas intoxican-
tes, através de uma medicina cosmopsicossomática adaptada às
necessidades da vida moderna.
Essas práticas tradicionais, originárias de um tempo em
que o homem mantinha uma maior intimidade com a nature-
za e com o seu próprio organismo, formam as bases da ances-
tral Medicina Natural, que hoje abandona a sua condição mar-
ginal para ser gradativamente assimilada .pelas sofisticadas te-
rapias modernas — a acupuntura eletrônica, os métodos de
massagem oriental agora incorporados às atuais técnicas de
relaxamento e bioenergética, o pensamento oriental mesclan-
O l.IVRO DA C U R A NATURAL 9

do-se aos fundamentos de arrojadas formas de psicoterapia


são apenas alguns indícios dessa tendência. Esse encontro do
antigo com o novo, do Oriente com o Ocidente, do "esoté-
rico" com o "científico" constitui a estrutura da medicina
integral, a Medicina do Homem.
Perfeitamente coerente com esse renascimento cultural,
o livro de Greg Brodsky — ele próprio um profundo conhece-
dor e praticante de diversas formas antigas e modernas de
cura natural — representa uma síntese perfeita dessa endên-
cia universal. O título — DO JARDIM DO ÉDEN À E R A
D E AQUARIUS — O L I V R O D A CURA N A T U R A L —
não poderia ser mais adequado a uma obra ao mesmo tempo
compatível com as terapias tradicionais dos antigos e solida-
mente apoiada na pesquisa médica de vanguarda.
Numa linguagem isenta de tecnicismos, dirigida parti-
cularmente ao leigo, o livro apresenta uma concepção holís-
tica de saúde, abordando preciosos temas tais como os diver-
sos métodos de massagem oriental e ocidental; a hidroterapia;
a utilização terapêutica da meditação, da Yoga e dos exercí-
cios respiratórios; as propriedades medicinais dos alimentos
e das ervas; as artes orientais do Aïkido e d o T'ai Chi Chuan;
o uso do jejum e adieta sazonal adequada às necessidades de
cada organismo. Paralelamente, Brodsky se aprofunda nos
princípios da Acupuntura e nos conceitos de terapias mais
recentes, como a Bioenergética de Wilhelm Reich e os méto-
dos de controle mental utilizando as ondas alpha, além de
apresentar uma fascinante teoria sobre etapas de evolução do
homem e os aspectos naturais da vida espiritual.
Cabe ressaltar ainda o caráter iminentemente prático des-
te livro — certamente o mais completo guia, em língua oci-
dental, para a prática das disciplinas de cura natural e espi-
ritual. Em uma época em que o homem começa a perceber
as limitações de sua "civilização da dependência", as objeti-
vas instruções para o autotratamento e o desenvolvimento
pessoal das potencialidades interiores tornam o lançamento
deste livro um importante marco no trabalho de redescobri-
manto dos hábitos naturais e saudáveis entre nós. Um tra-
balho que, queremos crer, sintetiza os objetivos desta Editora
e de todos que acreditam na trajetória do homem em direção
ao Todo.

OS EDITORES
NOTA DO AUTOR

Este livro é a comunhão d; uma descoberta. A evolu-


ção da sociedade humana conduziu-nos a um momento em
que somos capazes de realizar milagres científicos e viver vi-
das completas e sadias, conquanto nos achemos incapazes de
transcender a miséria e a doença tão preponderantes em nosso
mundo. Nascem gerações sobre gerações de crianças inocen-
tes e saudáveis, apenas, para serem engolidas por um padrão
de vida corrompido em que são rapidamente programadas.
Quando as vemos crescer para a vida com esperança e ale-
gria, para serem apenas sugadas pela negatividade em torno
delas, encolhendo os ombros cansados e dizemos: "É a vida;
é assim que deve ser".
Embora tenha sido deste modo para todos nós, está-se
tornando cada vez mais evidente que não é assim que deve
ser e não ê este o caminho que deve ser trilhado,
Desde a idade dos dezoito anos tenho estudado e prati-
cado diversas disciplinas espirituais, tais como a ioga, as artes
marciais e os métodos mais contemporâneos de alcançar a li-
berdade pessoal. Durante muitos anos segui a orientação de
um guru, e seus ensinamentos conduziram-me a numerosos
renascimentos espirituais; Entretanto, somente quando com-
preendi que o verdadeiro guru encontrava-se no meu interior
fui capaz de assumir completa responsabilidade por meu pró-
prio desenvolvimento. Descobri que o crescimento maior tem
lugar na pessoa que é suficientemente livre para permanecer
sozinha, longe de qualquer sistema, c o n q u a n t o encontre os
mais altos benefícios em todas as coisas e portanto seja con-
tinuamente inspirado por outras. Isto é difícil para qualquer
12 DO JARDIM DO F . D E N À ERA DE AQUARIUS

um que tenha sido formado pela cultura de hoje em dia, em


que a negatividade e a concorrência são um modo de vida.
Foi difícil para mim.
Meu propósito ao escrever este livro é comungar com
você algumas das coisas que me estão ajudando ao longo do
caminho. Compreendo que minhas explicações começaram
muito simplesmente e que essa é apenas uma tentativa de ex-
pressar o que aconteceu comigo até agora. Não pretendo que
isto represente a última verdade, mas apenas uma vinheta da
minha verdade. . . aqui e agora. E também compreendo que,
uma vez escritas, as palavras nunca podem expressar a vida
de seus fac-símiles falados, que elas mesmas não passam de
sombras de pensamentos mais profundos. Tudo aqui é o pro-
duto do conhecimento e da experiência de minha pessoa. Sou
profundamente agradecido a meus professores e amigos por
tudo aquilo que me deram.
Meu professor de medicina natural é Masahiro Nakazono,
que estudou ele mesmo o Zen, as artes marciais, a acupun-
tura e as artes da cura durante quarenta e cinco anos. Ele foi
um amigo do recentemente falecido Morehei Ueshiba, funda-
dor do aikido, que seguiu muitos dos princípios espirituais
mencionados na Primeira Parte deste livro. O Sr. Nakazono
inspirou-me a começar o que promete ser um estudo longo
da medicina e da cura espiritual. Ele também trouxe-me os
segredos de uma filosofia antiga e quase esquecida que expli-
cava tudo desde a natureza da molécula do ADN até os pa-
drões evolucionários da própria vida. Seu desejo é que eu
apresente esses conceitos ao mundo, e a despeito de formi-
dáveis querelas estou agora realizando a sua vontade.
A história conhecida da raça humana está se expandin-
do rapidamente. Encarado recentemente como evidência o
fato da vida humana sobre a terra ter mais de um milhão
de anos, não podemos mais pensar em termos de poucos mi-
lhares de anos como representativos do período evolutivo do
homem civilizado. Muitas culturas orientais descrevem uma
série de ciclos de crescimento ou "idades" em nossa história.
Algumas dessas culturas estabelecem que a vida humana exis-
tiu sobre a terra há dois bilhões de anos atrás. Diz-se que o
advento da "Era de Aquário" é o último ciclo; ela deve che-
gar por volta do ano dois mil. Esta crença coincide com a
informação a mim fornecida pelo Sr. Nakazono, que anteci-
pou o início da 'Terceira Civilização" pana o ano 2011. As
O l.IVRO DA C U R A NATURAL 13

três idades da espécie humana mencionadas no texto também


são descritas em duas obras antigas dos japoneses. Como fo-
ram escritos na forma de fábulas japonesas, os documentos
Kojiki e Takenuchi são muito difíceis de interpretar.
As três civilizações são: a espiritual, a material e um
sinergismo criado pelas duas primeiras. Estranhamente não
tem importância se elas são ou não um fato real. Elas são
significativas em sua explicação para nós pelo fato de que
também descrevem um padrão evolucionário comum de cada
indivíduo através da vida. Como parte das três idades de de-
senvolvimento são cinco os níveis, ou estados de ( ser, que to-
dos devemos transcender. Uma compreensão da natureza des-
tes cinco níveis pode conduzir a um entendimento novo e mais
profundo da própria vida. Quando apliquei este conceito a
minha própria vida, lembrei-me constantemente de que tudo
que tem lugar no menor nível possível de existência tem tam-
bém lugar em todo o cosmo. O microcosmo é exatamente o
mesmo que o macrocosmo; a frase "assim na Terra como no
Céu" diz-nos que somos verdadeiramente criados à imagem
de Deus.
Gostaria de agradecer a minha querida amiga Rita Sper-
ling, cujo trabalho está representado no capítulo "Mente e
Meditação". Como psicóloga clínica, hipnoterapêuta e minis-
tra ordenada, Rita conduziu minha experiência oriental den-
tro da clara harmonia com os conceitos ocidentais. Sua con-
tribuição para meu crescimento e da minha esposa e meus
amigos não pode ser esquecida nunca.
A discussão da respiração e da energia tem origem em
meus estudos de Anatomia e Fisiologia ocidentais assim como
ioga, Zen e aikido. É interessante notar que muito tempo de-
pois que esse capítulo foi completado, descobri que minhas
teorias que tinham relação com os padrões de fluxo de ener-
gia na cabeça do homem eram quase idênticas àquelas sobre
as quais se fundamentava a ciência da osteopatia craniana.
A informação sobre ervas, hidroterapia e massagem sueca
foi derivada de meus estudos em diversas escolas, implemen-
tados pela experiência pessoal. A informação técnica relativa
ao alimento e à nutrição foi baseada nos estudos do Doutor
Richard Merson, quiroprático e consultor nutricional com
quem trabalhei por algum tempo.
O capítulo da acupuntura apresenta o ponto de vista
pessoal ombro a ombro com a informação mais básica do
14 DO JARDIM DO F . D E N À ERA DE AQUARIUS

assunto. Para o estudante de acupuntura meu enfoque pode


parecer um tanto esotérico, porém tentei apresentar um pouco
da consciência e do escopo da compreensão com que a acupun-
tura deve ser praticada, se for para contribuir com mais do
que uma fração de sua sabedoria para o mundo.
Minha consciência espiritual, tal como é, é o resultado
desses anos de pesquisa e de orientação de meus professores
e amigos. Sou grato a eles por tudo o que me mostraram,
especialmente a Swami Rudrananda. Finalmente espero ser
capaz de enfregar-me completamente ao Deus-Interior dentro
mim, de tal modo que todos os homens e mulheres possam
ser meus professores assim como sei que são as expressões de
minha própria alma.
Este livro é lançado com amor e sincero desejo de que o
ajuda a sentir a pureza e o poder interior que conduzirão
você à completa realização.
Primeira Parte

o TtmvDi.u 0 0 éua-n
Capítulo 1

O JARDIM DO ÉDEN

HISTÓRIA DA PRIMEIRA CIVILIZAÇÃO DO HOMEM

oram necessários milhões de anos de evolução


para que a raça humana atingisse o Jardim do
Éden, seu momento de iluminação espiritual. Es-
ta foi a Primeira Civilização do homem — um
estado de completa consciência espiritual. Uma
vez que o homem tomou conhecimento de si mesmo, o tempo
e espaço não o limitaram, quando ele se tornou senhor de seu
ambiente e de seu próprio ser. O homem espiritual gozou de
um estado perfeito de harmonia e unidade com tudo -no uni-
verso. Neste estado de bem-aventurada existência não havia
resistência às forças da vida. O homem atingira o pináculo
de seu desenvolvimento.
Depois de 100.000 anos desta existência perfeita, a raça
começou lentamente a estagnar. De qualquer maneira o status
deste ser divino não poderia permanecer imutável por mais
tejmpo. Ele tinha de continuar a evoluir ou começar a andar
ladeira abaixo. O fato de que nada no universo permanece
estável foi logo compreendido. Isso não pareceu afetar a maio-
ria da humanidade. Em seu contentamento, não havia mo-
tivo para inquietação. Somente um pequeno grupo de pessoas,
os líderes do mundo, sentiu integralmente o custo potencial
da estagnação e a falta de crescimento da espécie humana.
Decidiram que era necessário que o homejn caminhasse em
uma direção que pudesse contrabalançar a exterema espiritua-
lidade da era e causar uma imperfeição em sua completude,
a fim de que a espécie humana evoluísse. A própria sobrevi-
vência exigiria então grande movimento por parte das pessoas
do mundo, e este movimento poderia catapultar o homem a
um novo e mais alto estado — se ele passasse no teste.
17
18 DO JARDIM DO F . D E N À ERA DE AQUARIUS

O teste era o materialismo. Aconteceu então o nasci-


mento da ciência e a exploração da matéria e das coisas ma-
teriais. Os líderes do mundo sentiram que, uma vez' que a
ciência tivesse explorado completamente e compreendido a
natureza da existência material, poderia complementar e am-
pliar sua espiritualidade, permitindo assim que a raça humana
deixasse sua pastagem e se expandisse na direção de estados
de mais consciência ainda e mais evoluídos de ser. Os líde-
res sentiram que, por meio desse sinergismo, a raça humana
eventualmente transcenderia seu estado de ser, na conquista
de seu verdadeiro Eu-Divino.
De tal modo era sua escolha, sua escolha consciente, que
levava o homem a deixar o Jardim do Éden e aventurar em
busca de mais evolução. Este período do Jardim do Éden foi
chamado Primeira Civilização por alguns estudiosos de his-
tória esotérica. Levou 6 . 0 0 0 anos para que a espécie hu-
mana rompesse os laços que a prendiam e desse aos humanos
a escolha individual de seu estado de ser — e a decisão con-
tinha uma terrível responsabilidade. Os líderes do mundo que
se empenharam na realização da existência material para a
Segunda Civilização sabiam que eles tinham de suportar a
responsabilidade até que o ciclo estivesse totalmente com-
pleto. Seus descendentes deveriam continuar a tarefa de aper-
feiçoar alguma coisa ainda não nascida: uma idade da ciência.
A criação e o controle da matéria é uma manifestação
de vibrações da energia. Os seres humanos trazem consigo
estas vibrações em cada célula de seus corpos e de suas men-
tes. Uma expressão destas vibrações é o som, o som da voz
humana.
Durarite a Primeira Civilização não havia linguagem. A
natureza da fala era simplesmente a pura vibração. Desde que
o homem era uma criatura puramente espontânea, não trazia
nada consigo do passado nem levava para o futuro. Sua cons-
ciência total da vida era o aqui e agora, e funcionava ele co-
mo um canal constante para dar passagem à energia universal.
O homem inteiro era parte de uma corrente perfeita, uma har-
monia perfeita com cada movimento da natureza. Quando per-
cebia um objeto, a essência vibratória desse objeto passava
através dele e ele era capaz de expressar o objeto em som.
A "sensação" ou o "sentimento" de cada coisa no plano físico
da existência, assim como no que existia nos conceitos da
mente, era expresso como verdadeira e completa representa-
O l.IVRO DA C U R A NATURAL 19

ção em som. Era a perda deste sentido do presente e do puro


falar do Logos ("a Palavra") de que necessitava o desenvol-
vimento do materialismo. Ele foi perdido propositalmente, co-
mo parte do grande plano para a evolução da raça humana.
Quando este sentido novamente despertar na humanidade, co-
meçará a Terceira Civilização — a Era de Aquário, idade não
apenas de iluminação, mas também do testemunho e conhe-
cimento das coisas que existem. Haverá então uma corrente
espiritual em harmonia com a existência tangível.
"No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus,
e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus."
(S. João 1:1-2) A Bíblia estabelece que Deus criou o ho-
mem a Sua imagem. De fato, todo escrito esotérico no mundo
estabelece que o homem é uma duplicata exata do universo.
Estas obras também observam que todas as coisas que estão
contidas no cosmo também estão contidas em cada célula do
ser humano. Isto é uma explanação do E u . Divino — a mais
alta essência do homem. Em todos nós repousa a semente do
que chamamos Deus, e essa essência divina contém a chave
da verdadeira natureza da vida. Todas as religiões do mundo
experimentaram sempre fazer com que as pessoas compreen-
dam este fato, porém elas falharam continuamente, quer pelo
fato de desconhecerem suficientemente a própria verdade quer
porque detém seu conhecimento a partir daquilo que procuram
proteger. Mesmo esta proteção é parte do plano para a Segun-
da Civilização, pois a obra da religião foi manter a maioria
da espécie humana na meia-luz da meia-verdade a fim de que
caiamos em completa escuridão durante nosso período de in-
consciência espiritual.
No Gênesis 11:7, a Bíblia diz: "Vinde pois, desçamos e
confundamos de tal sorte a sua linguagem, que não ouça cada
um a voz do que lhe está próximo." Esta sentença indica a
primeira remoção do princípio do som espontâneo do gênero
humano, a perda do Logos da consciência da raça humana.
Este foi um dos primeiros atos da "poda" realizados por Je-
hovah para o desenvolvimento final da humanidade. "Des-
çamos": esta palavra é o indício do fato que freqüentemente
escapa a nossa análise. Deus no homem é um. O homem
agiu uma vez como Deus, e foi este Deus, como homem, que
confundiu a fala da humanidade na história simbólica da Tor-
re de Babel. Os líderes da raça que tinham de sacrificar a
Primeira Civilização a fim de criar a Segunda e a Terceira
20 DO JARDIM DO F . D E N À E R A DE AQUARIUS

forar.i um grupo de homens conhecidos como Yakwe, ou Je-


hovah. Yahwe foi dividido em três grupos menores. O primei-
ro tinha a responsabilidade de manter o segredo da divindade
da vida humana até que a Segunda Civilização estivesse rea-
lizada, de tal maneira que os homens pudessem redescobrir
sua espiritualidade quando a ciência se consumasse. O sím-
bolo, ou sinal, deste grupo era o sol. O segundo grupo era
responsável pela manutenção da espiritualidade viva, sob o
véu da religião, disseminando apenas o suficiente do segredo
de Deus para manter viva a fé. Todas as grandes religiões
do mundo tiveram origem neste grupo. Seu símbolo é a lua.
O terceiro grupo devia realizar a Segunda Civilização. Este
grupo está sob o signo da estrela. Os descendentes de cada
um destes grupos transportam seus símbolos nas bandeiras de
suas nações, embora os povos destas nações e destas religiões
hoje em dia não tenham qualquer idéia da verdadeira origem
destes símbolos. ,
Quando YAHWE começou a remover o^ princípios de
espontaneidade do mundo, o homem perdeu a capacidade de
controlar seu ambiente. As estações e os climas foram lenta-
mente criados pelas necessidades das "novas" leis da natureza,
e as raças entre os homens se desenvolveram para permitir a
sobrevivência nos diferentes climas. Vieram a existir cinco ra-
ças: a azul (diz-se ter existido na Escandinávia), a negra,
a amarela, a vermelha e a branca. As memórias da existência
primitiva tiveram de ser destruídas; o "dilúvio" da Bíblia
simboliza a distante lavagem do passado. Formou-se uma nova
tradição — a da ciência e da destruição da espiritualidade.
A necessidade de demolir todas as coisas com forma física a
fim de que fossem compreendidas exigiu grande sacrifício.
Por um período de muitos anos evoluíram as linguagens, e a
verdadeira compreensão tornou-se cada vez mais difícil. Pela
primeira vez conheceram-se fronteiras, e os homens sentiram
as diferenças de pátria, raça e linguagem. Os seres humanos
finalmente não compreendiam mais uns aos outros. Houve
conflitos e guerras quando a civilização científica foi estabe-
lecida por combate pela supremacia. Os homens guerrearam e
por sua força conduziram a raça humana a um mundo onde
o forte mantém preso o fraco. Por esta regra as metas da
Segunda Civilização deveriam ser alcançadas. Muitas doutri-
nas religiosas hoje em dia falam simbolicamente deste sacri-
fício da espiritualidade ao materialismo. Caim filho de Adão,
O l.IVRO DA C U R A NATURAL 21

que era um agricultor, matou seu irmão, Abel, que era um


pastor. A ovelha (cordeiro sagrado) era o símbolo de Deus,
o símbolo da espiritualidade. A terra representa o materia-
lismo; a ovelha, de fato, conseqüentemente se tornou um
animal de sacrifício. A natureza espiritual do homem estava
para ser destruída; Moisés jamais viu a Terra Prometida,
Cristo foi morto na cruz. . .
Hoje em dia alcançamos a Lua e realizamos viagens es-
paciais, arrastando milhares de anos de sacrifício e de guer-
ras entre homens. A luta humana tem sido a maneira de esta-
belecer o mundo científico que chamamos de nosso mundo.
Para realizar esta meta, perdemos a espiritualidade, que um
dia fez de nós verdadeiros deuses. Quando a meta estiver sen-
do atingida, seremos capazes de voltar imediatamente aos nos-
sos verdadeiros eus, nossas verdadeiras naturezas de pessoas
livres- Agora devemos encontrar nossa espiritualidade. As
religiões e todas as filosofias do mundo guardam o segredo
da responsabilidade de nossos antepassados semelhantes a
Deus. Buda, Jesus Cristo, Lao-tsé, Maomé, Moisés — todos
forani defensores do segredo. Todos eles conheceram a ver-
dade que existia no homem. Todos eles mantiveram viva a
chama mas não poderiam quebrar o segredo e anunciá-lo aber-
tamente ao mundo.
A chave do segredo ainda não foi exposta. Quando for,
todos os "deuses" antigos do mundo se manifestarão nova-
mente è agradecerão a raça humana pela obra que realizaram.
Quando a espécie humana retornar à espiritualidade, começará
a nova era, Ela já está acontecendo por toda parte no mundo
quando grupos de jovens rejeitam os valores do passado e pes-
quisam desesperadamente em busca de alguma coisa com que
substituí-los. Já começou a nos tocar a todos a compreensão
de que todos os ensinamentos, todos os padrões, todos os va-
lores da segunda idade estão para perecer logo, se podemos
apenas ouvir nossos corações. A nova idade virá como uma
ocorrência natural, sem a necessidade de revolução violenta
e sem rebelião. Ela terá lugar exatamente como uma maçã
cai ao chão quando está madura, dando suas sementes origens
a uma nova vida. A nova era está prevista para o começo do
ano 2011, mas o tempo para recobrarmos nossa verdadeira
identidade é agora.
A obra de preparação está acontecendo agora por toda
parte. Na verdadeira responsabilidade para com seus Eus-
22 DO JARDIM DO F.DEN À ERA DE AQUARIUS

Divinos, todas as pessoas do mundo procuram a liberdade


que acompanha o conhecimento de si mesmo, da natureza e
de Deus. Os movimentos de saúde, de vida natural e de espi-
ritualidade são os precursores de uma verdadeira era de pes-
soas l i v r e s . . . a q u i . . . a g o r a . . .

CINCO NÍVEIS DE CONSCIÊNCIA

Consideremos o ovo da borboleta: um organismo minúsculo,


sem consciência de sua existência ou ciência do mundo exte-
rior, vivendo em um estado de tranqüilidade, desenvolvendo-se
silenciosamente e crescendo para o tempo em que atingir a
animação. Ê o centro de seu próprio universo, completamente
em paz e totalmente dentro de si mesmo, gozando a perfeição
de seu ser, participando com prazer da corrente interior, em
contato constante com a força espontânea da vida.
Lentamente tem lugar uma mudança, uma maturação.
O ovo começa a expandir-se para além de seu estado de bea-
titude e lentamente se torna uma larva. A larva começa a

A Borboleta, símbolo dos Cinco Níveis de Existência


O l.IVRO DA CURA NATURAL 23

rastejar, a experimentar a vida. Seus instintos desenvolvem-


se em um padrão mais sofisticado quando ela toma cons-
ciência de tudo que a rodeia, e necessita de alimentação e de
abrigo. Como continua a crescer e a mudar para uma forma
mais evoluída dé vida, deve alimentar-se para sua sobrevi-
vência e deixar para trás seus restos ou resíduos biológicos
— um dos poucos sinais de sua passagem. Não sendo conhe-
cedora de qualquer futuro para si mesma, aceita seu estado
presente como o zénite da vida.
O tempo passa, e quando o verme completa seu ciclo de
desenvolvimento, instintivamente se entrelaça a si mesmo den-
tro de um casulo e afastando-se do desgaste natural do mun-
do exterior, começa a passar por uma metamorfose. Pode-se
dizer que se senta em meditação, harmonizando uma vez mais
com uma parte mais profunda de sua natureza, que pode ser
alcançada no silêncio de sua mudança interior. Agora sente
passivamente que encontrou a "realidade final". Mas pela pri-
meira vez também sabe que existe alguma coisa mais adiante;
tem um sentido da vida universal de que é uma parte e anseia
entrar em contato com a energia do universo e nela ser absor-
vida. Seus dois níveis passados de existência parecem sem
sentido e desperdiçados, e interpreta seu estado presente de
ser ccrno a representação da verdade final. O estado de meta-
morfose termina quando a larva emerge de seu casulo trans-
formada em uma linda borboleta, um ser fisicamente perfeito
e produtivo. Incapaz de comer alimento sólido, não julga
mais necessário destruir qualquer coisa para manter sua exis-
tência. Vive do néctar das flores e espalha seu pólen, distri-
buindo assim vida em retribuição de seu próprio alimento.
Imagina que agora atingiu seu mais alto nível físico e que os
três primeiros eram necessários e importantes aspectos de seu
crescimento. Sabe também que para continuar seu ciclo de
vida deve reproduzir-se. Ela passa a semente e entrega sua
vida. A borboleta então atinge seu estágio final de existência,
que e a essência e a fonte subjacente de todos os estados an-
teriores. Ela atingiu o Eu-Divino.
O homem que despende nove meses no ventre fnaterno,
que começa a engatinhar pelo mundo e a experimentar seu
ambiente aprendendo, educando-se e talvez inspirando-se —
é como a borboleta. Em seu estágio pré-natal é semelhante ao
ovo: beatificamente circundado, completamente esquecido de
qualquer outra coisa, querido, nutrido e protegido, em com-
24 DO JARDIM DO F . D E N À ERA DE AQUARIUS

pleta harmonia com seu universo inteiro, uma só coisa com


sua mãe, uma só coisa com o ambiente. Biologicamente, as
energias do feto estão sob o controle completo da mãe. O ser
humano nascente toma a alimentação de que necessita, mes-
mo às custas dos ossos maternos. A sua única função é a
sobrevivência e o crescimento de seu organismo. Este primei-
ro estágio de ser, da borboleta e do homem, é conhecido co-
mo o estado de U.

OS 5 ESTADOS DO SER

Quando nasce, o ser humano continua no estado U,


examinando no início penosamente a diferença entre si mes-
mo e o seu ambiente. Suas funções são ainda basicamente
as de preenchimento de suas necessidades homeostáticas —
alimentação, sono, e eliminação de resíduos. Finalmente se
torna cônscio de seu ambiente e do fato de que interage com
este ambiente.
Quando responde às condições e padrões em torno de
si e começa a desenvolver uma memória e o conhecimento da
experiência, ele entra no estado de O. Durante o estado O
tem lugar seu desenvolvimento intelectual. Ele ganha e arma-
zena conhecimentos, vai à escola, desenvolve seu intelecto.
O desenvolvimento da mente e a existência material na terra,
o funcionamento em sociedade, e toda a programação de seu
"computador mental" são parte deste estágio O.
Com o passar do tempo, a maioria das crianças even-
tualmente percebe alguma coisa que transcende a sua exis-
tência física, um pcuco mais alto, um sentido maior de Deus
do que lhes fala a religião. Se este sentido é alimentado e
cresce, a criança entra no estado chamado A. O estado A
O l.IVRO DA C U R A NATURAL 25

foi denominado "uma vasta planície aberta. . . sem horizon-


te" porque é o primeiro ponto de abertura da consciência
espiritual, o início da concepção do eu mais alto. É o plano
da inspiração e da imaginação, da emocionalidade e da cria-
ção d.a arte e dá música; resume-se no avanço, na pesquisa,
na escavação, no progresso.
No estado A a pessoa sente a presença de um ser divino
dentro e para além de si mesmo. Pode ter consciência de seus
dois níveis de vida anteriores e ver claramente sua própria ne-
cessidade de evolução. Esta compreensão é o primeiro passo
para a iluminação.
Se amadurece mais ainda, o indivíduo entra no estado
E. Este é o nível da visão pura, da compreensão objetiva dos
mecanismos da vida e da necessidade de uma verdadeira har-
monia e ordem. É o estado de ser que permite a pessoa levar
uma vida completamente sã e saudável, para além da com-
petição, da filosofia e da religião. A pessoa do nível E encon-
trou o seu centro interior e sabe que sua fonte está neste cen-
tro. Ele é Amor Divino que se manifesta a si mesmo através
de um ser humano e é um membro positivo e produtivo da
raça humana, que está realizando sua própria alma. Este é o
nível da santidade.
E se torna I, o preenchimento da capacidade humana.
I é a força da vida criadora do universo incorporada no ho-
mem. É o espírito do Cristo e de Buda, a fonte dos quatro
rios no Jardim do Éden.
O versículo do Gênesis 2:10 — "E do Éden saía um
rio que regava o jardim; e daí ele se dividia e se tornava
quatro cabeças" — simboliza os quatro estados (U,0,A,E)
e a fonte espiritual, I. É a parte de todos que faz de cada
um de nós o Filho de Deus. Profetizou-se que 144.000 hu-
manos do nível I estariam na terra antes de iniciar a Era de
Aquário.
As letras U, O, A, E e I significam sons ou vibrações
que caracterizam cada um destes cinco níveis. Aqui represen-
tados como letras, eles são as vibrações puras que compuse-
ram parte da linguagem da Primeira Civilização.
A população do mundo está dividida entre os quatro pri-
meiros estados. A grande maioria dos homens encontra-se no
estado de U, vivendo somente para o mundo do comércio. A
sua única meta verdadeira é a sobrevivência; pouca coisa além
disso pode ter algum significado.
26 DO JARDIM DO F . D E N À ERA DE AQUARIUS

Us intelectuais compreendem o mundo de O, o nível da


informação programada. O é o passo do estudo de rotina,
do aprendizado para citar palavras de outras pessoas, da capa-
cidade mecânica de repetir o conhecimento programado.
Quando se cresce para além do mundo da educação esta-
belecida e se começa a ampliá-la com a auto-educação, abre-se
o estado A, e como uma bela flor, começa a arder a inspi-
ração da divindade. Mais e mais pessoas estão hoje em dia
atingindo este estado, e são jovens cada vez mais jovens. O
estado de A olha para frente, o estado de O olha para trás,
e o estado de U fica no meio, juntando o dinheiro.
Mas cada época tem-nos dado uma pessoa do nível E.
Entre os poucos seres humanos que atingiram o nível E estão
Jesus Cristo, Gautama, Buda, Moisés e Maomé. Eles muda-
ram a verdadeira estrutura de suas épocas; milhares de anos
depois de sua presença nesta terra, milhões de pessoas ainda
se agarram a suas palavras, mas suas palavras não nos aju-
dam mais. Elas passaram, e nós vivemos em um mundo viti-
mado por sua própria inconsciência. Tal foi a natureza da
Segunda Civilização.
Haverá 144.000 seres humanos do nível I, vivendo em
um nível mais alto do que qualquer forma de vida que se viveu
sobre a terra desde que começou a segunda era. Estes novos
líderes mundiais conduzirão a civilização mais altamente evo-
luída na história. Alguns serão envolvidos na ciência, alguns
na educação. Outros mudarão a face da medicina, das artes
e da indústria quando a era se voltar lentamente para a ilumi-
nação. Será uma bela época e um belo futuro.
Neste tempo as pessoas serão doutores porque são cura-
dores, e outras serão advogados porque têm um sentido pro-
fundo da justiça. Os líderes da indústria se entusiasmarão e se-
rão honestos e dedicados a seu desenvolvimento. A educação
de nossas crianças será feita por guias de seu esclarecimento,
e não por programadores.
As exigências interiores de cada espírito da pessoa que
evolui serão dispostas a orientar seus empreendimentos neste
mundo. Tal é a verdadeira ordem da sociedade. Os desejos
dos parentes, as pressões sociais, a ganância e os falsos valo-
res — nenhuma destas coisas pode ter qualquer lugar no de-
senvolvimento do indivíduo para seu verdadeiro eu. Quando
tiver passado a era da motivação dos jovens para entrar em
seus campos de trabalho pelo dinheiro e pela "segurança", a
O l.IVRO DA C U R A NATURAL 27

nova era permitirá que o espírito interior se expresse a si


mesmo e cada alma procure seu próprio nível.
Tudo o que agora desejamos verdadeiramente para nós
mesmos, do fundo de nosso ser, neste novo mundo o conse-
guiremos. A consciência de cada indivíduo na raça humana
é responsável pelo que lhe acontece, exatamente como a cons-
ciência do homem criou a Segunda Civilização. Aquilo que
desejarmos realmente fazer será real.
"Façamos o homm à nossa imagem e nossa semelhan-
ça", escreve a Bíblia (Gênesis 1:26). Significa isto que so-
mos fisicamente estruturados como Jehovah? Significa isto
também que realmente nós nos criamos a nós mesmos de acor-
do com nossa própria imagem? O Deus que criou o universo
inteiro está dentro de você e de mim e se manifesta a si mes-
mo em todo o tempo como você e eu. Ele existe como
nós e através de nós e mesmo por causa de nós. Existe uma
semente dentro de cada um de nós que combina com o res-
tante e que cria nossa divindade combinada. Até agora temos
representado a resistência a esta divindade. Enquanto levamos
milhares de anos construindo um império, a semente foi sim-
plesmente mantida viva, tendo ficado adormecida pela estru-
tura da Segunda Civilização. Uma vez que for liberada a re-
sistência, a energia de nossos eus mais íntimos correrá livre
e se manifestará completamente.
Muitos homens iluminados souberam disto, porém não
foram capazes de aceitar o fato como realidade. Lentamente
as formas em evolução de pesquisa humanística e espiritual
do mundo superior estão-se aproximando do momento em que
patentearão este segredo para milhões e milhões de pessoas,
e deste momento em diante o segredo será manifesto para sem-
pre.
Capítulo 1

MENTE E MEDITAÇÃO

COMO SUA MENTE TEM INFLUÊNCIA SOBRE


SEU CORPO

fêfâmf ua mente tem influência sobre seu corpo do mes-


mo modo
1 u e s e u c o r P ° influencia sua mente.
Cada u m de s;us
rlínfi^ÈÍ pensamentos é o produto e o
produtor das alterações químicas e elétricas em
"ws***™»» seu organismo. Descobriu-se nas últimas décadas
que estas alterações na mente e no corpo são simbióticas, as
mudanças de uma criando e influenciando as do outro. A men-
te e o corpo são pólos da mesma energia criadora, como yin
e yang — contendo cada um alguma coisa do outro em sua
corrente^
Somente nos últimos anos se reconheceu no Ocidente o
efeito dos pensamentos sobre o corpo, porém isto sempre se
soube nas culturas em que se mantiveram vivos os segredos
da Primeira Civilização. A ciência ocidental ensina hoje em
dia a teoria somatopsicossomática, estabelecendo o princípio
de que o estado do corpo influencia os processos mentais, os
quais, por sua vez, afetam o estado do corpo.
Uma parte do motivo deste intercâmbio pode-se encontrar
em órgãos tais como o hipotálamo. Esta porção minúscula do
cérebro, que pesa pouco mais de sete gramas, é o centro de
abastecimento de pensamentos e sentimentos para e do córtex
cerebral. De fato, o hipotálamo pode conter nervos que acio-
nem ativamente o próprio córtex cerebral. Este órgão muito
importante recebe cada pensamento e emoção criados pela
consciência e subconsciência como impulsos nervosos e traduz
enes impulsos eni produção hormonal. O hipotálamo governa
todas as glândulas produtoras de hormônio no corpo por meio
de seu controle direto da hipófise. Desta maneira, contacta
31
32 DO JARDIM DO F . D E N À ERA DE AQUARIUS

CORTE TRANSVERSAL DO CRÂNIO


MOSTRANDO A LOCALIZAÇAO
DO HI POT ALAMO

e cojmanda a comunicação, o controle e a integração das fun-


ções de cada célula, de cada órgão e de cada sistema dentro
do corpo.
Você controla este órgão e outros semelhantes a ele com
seus pensamentos. Quando seus pensamentos conscientes e
subconscientes são positivos e saudáveis, existe uma corrente
completa de energia que percorre seu corpo^ Quando seus pro-
cessos de pensamento são negativos ou você reage mal às
situações de stress, ocorre a enfermidade e o bloqueio.
O corpo tem um sistema completo de defesa, destinado
a servi-lo em tempo de perigo, mas não pode facilmente dife-
renciar entre o perigo real de um lado e o stress mental ou a
neurose do outro lado. Quando você se encontra em um esta-
do de grande stresis as descargas do hipotálamo comandam
o funcionamento normal dia por dia do ramo parassimpático
do sistema nervoso autônomo a fim de ser supersedado pelo
ramo simpático (o sistema de emergência). Então tem lugar a
seguinte seqüência de eventos:

1. Acelera-se a freqüência cardíaca.


2. Os vasos sangüíneos na cútis e os órgãos internos se con-
traem, provocando a diminuição do fluxo sangüíneo des-
tas áreas.
O l.IVRO DA C U R A NATURAL 33

3. No mesmo período, os vasos sangüíneos se dilatam nos


músculos esqueléticos, preparando o corpo para reagir
ao possível perigo físico (luta ou fuga).
4. As secreções de todo o aparelho digestivo ficam inibidas.
A saliva, os sucos gásticos, os sucos pancreáticos, a bile
do fígado, tudo diminui ou cessa seu fluxo.
5. Todas as saídas corporais (esfíncter anal, esfíncter uri-
nário) se contraem.
6 Aumenta a decomposição química (catabolismo) do pro-
toplasma para proporcionar energia adicional ao corpo.
7. As glândulas sudoríparas aumentam sua secreção. ,
8. A medula supra-renal libera adrenalina para o sangue e
o córtex supra-renal libera glicocorticóides (cortisona).
9. A hipófise aumenta sua secreção de certos hormônios de
adaptação ao stress enquanto diminui a secreção de ou-
tros hormônios que normalmente são reguladores do sis-
tema.

Todos esses processos são parte da síndrome de adapta-


ção geral. Se o stress é ligeiro, os efeitos são fracos, porém
se o stress é intenso e crônico, os resultados podem ser de-
vastadores.
Muitos de nós vivemos sob o efeito de grande tensão.
Nosso mundo é um lugar de constante stress, e por ele todos
somos afetados. Para combater o stress crônico, em geral fazé-
mos exatamente o oposto daquilo que nossos corpos necessi-
tam.. Por exemplo, quando o stress mental obriga nosso apare-
lho digestivo a funcionar mal, de tal modo que precise de re-
pouso, nós por nosso lado o enchemos de alimento numa ten-
tativa inútil de abrandar nossas sensações de mal-estar. Assim
exigimos o funcionamento de um aparelho digestivo que foi
exatamente inibido em suas funções pelo hipotálamo como
parte de sua adaptação ao nosso stress. O conflito que vem a
seguir muitas vezes é prejudicial a todos os órgãos do corpo,
iniciando com o estômago.
Os processeos_químicos do corpo são destinados a nos
manter sadios. Esses processos devem ser respeitados e auxi-
jiãdos Removendo conscientemente os fatores desnecessários
de stressjje nosso ambiente atual e aqueles escondidos em nos-
so subconsciente, podemos aumentar nossas capacidades men-
tãls^emõciOrrals, psíquicas e físicas para nos habilitarmos me-
fhorjiorrêlacionamento com os outros. Finalmente podemo-nos
preparar para qualquer coisa que devemos enfrentar.
34 DO JARDIM DO F . D E N À ERA DE AQUARIUS

Os diversos métodos populares de desenvolvimento mental


são sistemas de desenvolvimento consciente que- podem efetuar
mudanças na psique suficientemente grandes para aparecerem
como mudanças físicas também. Aqueles que aprenderam a
contactar os níveis mais íntimos de suas mentes realizaram
"milagres". Muitos deles serão efetuados pela ação do hipotá-
lamo governada pela projeção mental consciente e pela re-
moção do stress.
A finalidade deste capítulo é ajudá-lo a atingir uma com-
preensão mais significativa do papel da mente na realização
de uma mente sadia em corpo são. Usando sua mente para se
abrir a si mesmo à perfeição de seu verdadeiro eu, você lhe
permitirá expressar inteiramente sua natureza real.

— Mente Consciente
\ (Pensamentos)

- Mente Subconsciente
(Atitudes)

RELAÇÕES MENTE-CORPO
O l.IVRO DA C U R A NATURAL 35

Aumentando suas habilidades mentais ao mesmo tempo, você


se tornará mais bem equipado para experimentar integralmente
a aventura de encontrar a pessoa que você verdadeiramente é.

DESENVOLVIMENTO — CONSCIENTE OU
SUBCONSCIENTEMENTE?

Os pensamentos que ocupam sua mente consciente são


às vezes absorvidos por sua subconsciência como atitudes.
Estas atitudes, por sua vez, influenciam seu corpo, que tem
um efeito reflexo sobre suas atitudes e sua mente consciente.
Para alterar permanentemente seus pensamentos cons-
cigntes e/ou seu corpo^ você deve m u d a r a s atitudes subcons-
agrÜÊS^ Isso pode ser feito pela penetração dos estados mais
profundos de seu ser.
A fim de compreender como esse processo se realiza, de-
vemos correlacionar os aspectos psicológicos de nossa natureza
com os níveis de existência através dos quais todos e cada um
de nós devemos evoluir. Indiferente a sua idads física, sua
verdadeira idade emocional é medida por seus valores.
O estado de U da infância, que os psicólogos chamam
de nível mágico, auto-centrado, existe normalmente em uma
criança a partir do nascimento até aos cinco anos de idade.

Atitudes de Uma Criança As Atitudes Como Elas


Normal Desde o Nascimen- Existem no Adulto Físico
to até os 5 Anos Que Não as Superou

Abandono completo Revolta pela dependência


Eu e a Mãe somos insepa- Compulsivo sentido de posse
ráveis
Eu sou o centro de meu 'Deus ciumento" — autori-
universo tarismo
Eu rejeito qualquer coisa que Ira reprimida
me contradiz
Papai e Mamãe, todos exis- Necessidade neurótica de
tem para me servir atenção
Nada mudará, eu não dei- Perfeccionismo
xarei

O estado auto-centrado, mágico, termina por volta dos


cinco anos de idade. A criança então entra no estado sub-
36 DO JARDIM DO F . D E N À ERA DE AQUARIUS

consciente do Preto-e-branco. Isto geralmente vai até a idade


dos vinte aos vinte e cinco anos.

Cinco a vinte e cinco anos Adulto Físico

"Mamãe e Papai são fortes; Luta pelo poder


eu também o sou."
"Você é diferente? Eu sou Preconceito e fanatismo
melhor!"
"Estou sempre certo, tenho Responsabilidade do cargo,
que estar." culpa reprimida
"Se você discorda, você é Superando obstáculos peno-
contra mim." samente, argumentativo
"Tenho mais do que você, Inveja
sou melhor": prova de valor

Este estágio preto-e-branco existe com o nível O e nos


princípios do nível A. Enquanto uma pessoa entra no nível A,
novas atitudes positivas coexistem com algumas atitudes ne-
gativas remanescentes.
Quando uma pessoa atinge o nível A mais alto e come-
ça a se aproximar do nível E, começam a desenvolver-se em
sua composição diversas qualidades espirituais. Primeiro, ces-
sam as manipulações, e começa a realização da vida. Depois,
o conhecimento torna-se realidade, e começa a tomar posse
um enfoque empírico da vida — direto, intensamente pessoal
e sincero: "Posso ficar sozinho e não dependo de ninguém
para a vida". "Eu sou eu, e você é você." As diferenças não
ameaçam mais: "Você pode ser diferente de mim de qualquer
modd, e eu não somente o aceito, como o respeito."
"Eu sou o responsável por mim e por você." "Posso en-
frentar corajosamente a mudança; portanto, a vida não me
aterroriza. Meu corpo mudará e um dia morrerá." "Posso
amar-me o bastante para amar livremente os outros."
Se este estágio não for alcançado pelo indivíduo, de uma
vida não realizada começam a emergir cada vez mais clara-
mente as formas de enfermidades mentais-e físicas: como não
pode adaptar-se a corrente de vida em torno de si, o indiví-
duo tenta manter a vida através de posses materiais e da ma-
nipulação de outros, especialmente de sua família imediata.
Durante o primeiro nível de existência — o estado má-
gico, auto-centrado — desenvolve-se o caráter humano em
duas partes distintas. As primeiras reações a qualquer emo-
O l.IVRO DA C U R A NATURAL 37

ção negativa ou que pareçam rejeição da parte dos pais


começam a estabelecer a parte da personalidade que podemos
chamar de eu incorreto, eu negativo. Esta parte de nós encara
tudo de negativo ou de recusa de nossos pais como rejeição e
assume para si mesmo o dano dessa rejeição. Interpreta cada
forma de negatividade expressa pelos pais como unicamente
dirigida contra si mesmo.
I Quando o indivíduo se torna mais idoso, este eu negativo
fé mascarado pelo eu defensivo e positivo, que não permite
que o mundo veja os pensamentos melancólicos e as emoções
^frustradas que existem debaixo desse íntimo escuro; ele se
1 apresenta ao mundo com uma imagem convenientemente posi-
tiva e encouraçada.

? o s v n v o / D E FENSIUO

^ E / M E N T E

OS 3 EUS
38 DO JARDIM DO F . D E N À ERA DE AQUARIUS

Durante sua vida, a maioria das pessoas jamais despeda-


çará sua armadura para objetivamente penetrar o mundo de
suas emoções negativas. Muitas terapias atualmente populares
estão empenhadas na quebra desta armadura a fim de per-
mitir o contato consciente do indivíduo com seu eu negativo,
para permitir que as emoções sejam livremente expressas e
sejam aliviadas as frustrações que por trás delas existem. Um
tal esforço, entretanto, fica longe de alcançar qualquer meta
desejável, desde que se deve transcender ambos os aspectos
da personalidade e resignar-se antes que se possa expressar a
verdadeira natureza íntima de alguém. Somente então pode o
adulto físico que vive emocionalmente no nível mágico, ou no
nível preto-e-branco, amar a criança dentro de si mesmo o
bastante para permitir que ela cresça e evolua para o existen-
cialismo — para o verdadeiro eu adulto.
A programação negativa da consciência (e da subcons-
ciência) de uma criança pequena é um processo triplo. O
primeiro é o impacto traumático de situações ou incidentes
que causam uma reação defensiva ou então procura-se ocultar
a frustração. Em segundo lugar, a repetição destas reações
faz com que elas sejam absorvidas na consciência mais pro-
funda da criança. Finalmente, a criança imita o que continua-
mente observa em seu meio, tanto da parte de seus pais quan-
to da de outras pessoas a ela familiares.
A menos que se resolvam estes padrões de comportamen-
to dos pais, a criança os repetirá inconscientemente numa ten-
tativa involuntária de fazê-los "certo". Se tiver sucesso, even-
tualmente compreende e cede. Até então, ela instintivamente
se rebelará contra estes padrões nos outros e acha impossível
reconhecê-los em si mesma apesar de estar sempre na sua
frente.
Eles foram eliminados no subconsciente, que basicamen-
te é subjetivo e não crítico, uma central elétrica emocional e
o depósito de todo conhecimento. O subconsciente pode se
assemelhar a um computador pelo fato de poder ser programado
exatamente da mesma maneira. Como um computador, não
tem conhecimento da diferença entre o verdadeiro e o falso
ou entre o certo e o errado. Sob hipnose, por exemplo, uma
pessoa não pode diferenciar entre o que um hipnotizador pro-
gramou para ela e o que ela realmente sabe que é verdade.
É essencial recordar que o subconsciente acreditará em qual-
quer coisa que para ele for programada.
O l.IVRO DA C U R A NATURAL 39

Existe uma expressão no mundo do computador (rela-


cionado com os computadores) que resume a mecânica da
informação negativa que é alimentada na mente subconscien-
te: "refugo dentro — refugo fora". Esta frase aqui significa
que você não pode esperar resultados positivos de uma mente
que foi alimentada apenas negativamente; o número de resul-
tados positivos obtidos na vida está diretamente relacionado
com a quantidade de energia positiva ou orientada para a me-
ta que se envia para o subconsciente. A energia positiva ou
negativa pode ser enviada por

1. ambiente da primeira infância: pais, família, "amigos";


2. educação formal; .
3. ambiente social, econômico, político;
4. sua própria mente consciente — auto-educação.

Se você deseja mudar alguma parte de sua composição


exterior — digamos, um traço de personalidade ou um forte
hábito destruidor — deverá encontrar dificuldade para fazê-
lo através de sua vontade consciente. Você pode, entretanto,
entrar diretamente em seu subconsciente e reprogramar _ouaL
quer traço ou tipo de pensamento, não importa quão profun-
damente enterrado ele esteja. Esta façanha não se realiza pela
força da vontade ("Eu quero parar de fumar", por exemplo),
mas pela permissão do tipo de alteração quando você a ela
se entrega ("Estou deixando todas as minhas tensões negati-
vas e os hábitos que elas produzem. Vamos iniciar com o fu-
mo."). Desta maneira você não criará qualquer fator de com-
pensação para substituir o tipo que acabou de eliminar (co-
mo, por exemplo, comer demais em vez de fumar). Seu me-
canismo natural de auto-defesa não lhe permitirá fazer quais-
quer alterações drásticas que possam provocar um desequilí-
brio em seu sistema; a força de vontade apenas cria novas
expressões de negatividade em outro lugar. Porém, abando-
nándo traços indesejáveis e ' substituindo-os por atitudes e
energias positivas você permite que seu mecanismo homeos-
tátiço básico mantenha seu equilíbrio enquanto você cresce em
busca de maior consciência.

T R A B A L H A N D O EM ALFA

A ciência tem-nos proporcionado grande auxílio- para penetrar


no subconsciente em sua descoberta das diferentes freqüências
40 DO JARDIM DO F . D E N À ERA DE AQUARIUS

de ondas cerebrais emitidas durante estados diferentes de cons-


ciência. Em poucas palavras, são elas:
ENERGIA
DE ONDA ESTADOS DE
NtVEIS CEREBRAL CONSCIÊNCIA
(ciclos p o r segundo)

:
MUNDO FÍSICO
BETA ß - ACIMA DE -
I EXTERIOR
: 14 CPS :
~ E s t a d o de Vigilia

"MUNDO ESPIRITUAL
INTERIOR
- S O N H A N D O DE DIA
ALFA oC ~ De 7 a 14 CPs ; SONO LEVE
HIPNOSE
MEDITAÇÃO
TRANSE
TETA 0
I De 4 a 7 C PS - HIPNÓTICO
PROFUNDO
- ABAIXO '
DELTA A ; INCONSCIÊNCIA
- DE 4 CPS
i
Este nfve é para cirurgia indolor
t r a t a m e n t o dentário, p a r t o , e t c .

Os cientistas pensavam outrora que o cérebro reduzia sua


atividade durante o sono porque os instrumentos de grava-
ção (eletroencefalógrafos e semelhantes) acusavam uma re-
dução de produção de impulsos de ondas cerebrais enquanto
seu sujeito dormia. Mais recentemente, entretanto, descobriu-
se que na verdade, a produção de ondas cerebrais aumenta du-
rante o sono e mesmo durante o estado Alfa de vigília. Em
tais ocasiões, a energia avança para o interior e realiza diver-
sas tarefas necessárias ao corpo e à psique.
Assim, quando alguém entra nos estados Alfa e mais
profundos, as atividades da mente em relação ao corpo au-
mentarão. A cura, por exemplo, progride enquanto dormi-
mos. Durante várias formas de meditação penetra-se no ní-
vel Alfa, emitindo "ondas Alfa", quando a atenção da mente
e a consciência se dirigem para o interior. Desenvolvendo-se
a capacidade de penetrar neste estado consciente e volunta-
riamente, você pode iniciar o controle e aumentar os benefí-
cios desta energia orientada para dentro de si mesmo. E
ainda, pode-se aumentar a quantidade total de energia dis-
ponível, já que existe progressivamente menos perda por mo-
tivo de dissipação.
O l.IVRO DA C U R A NATURAL 41

Exercício 1. Para Entrar no Estado Alfa


Diariamente, por alguns minutos, praticar a seguinte fórmula:
1. Assuma uma posição confortável (sentado, de pé ou dei-
tado).
2 . Olhe para cima e fixe seu olhar em um ponto qualquer
de atenção e prenda-o neste lugar.
3. Respire cinco vezes sem esforço e de modo completo e
exale tranqüilamente enquanto silenciosamente vai di-
zendo para si mesmo, " R . . . e . . .1.. . a . . . x . . .e".
4 . Meça a quinta expiração com uma contagem regressiva
de cinco para um e feche seus olhos quando atingir a
contagem um. Então silenciosamente diga para você mes-
mo a palavra "Alfa" (que sugerirá sua entrada no estado
Alfa). Com os olhos fechados, permaneça nesse estado
Alfa passivo durante dois minutos, permitindo que seu
corpo se, relaxe completamente, respirando com profun-
didade todo o tempo. Sugira a você mesmo que no final
de dois minutos você retornará a seu estado ordinário,
sentindo a consciência vazia, sua mente e seu corpo cla-
ros e fortes.
Usando este exercício, você eventualmente será capaz
de penetrar no estado Alfa prontamente a fim de repousar
(diga a seu subconsciente que estes dois minutos valerão pa-
ra você uma hora de repouso), introduzindo a informação
desejada em sua consciência, ou tornando favoráveis as mu-
danças em sua composição.
Porém, a fim de empregar este estado para libertar seu
verdadeiro eu de sua programação negativa do passado e per-
mitir a expressão de sua natureza real, você deve experimen-
tar-se a si mesmo como consciência, separada da mente e do
corpo. Experimente o exercício seguinte agora para ver quão
facilmente você pode afastar-se de algumas de suas tensões
e começar a fazer a separação.

Exercício 2. Para eliminar Tensões Psíquicas Negativas


1. Assuma uma posição confortável (sentado, de pé ou dei-
tado).
2 . Respire profundamente cinco vezes e deixe-se relaxar
completamente com cada expiração.
3 . Permita que todo o peso de seu corpo caia no fundo co-
mo se você se entregasse à gravidade e penetre num
estado de ser mais relaxado e mais profundo.
42 DO JARDIM DO F . D E N À ERA DE AQUARIUS

4. Abandone seus braços e mãos para baixo no seu lado e


silenciosamente diga para você mesmo: "Agora estou-
me afastando de todas as tensões e venenos psíquicos
negativos".
5. Sacuda levemente suas mãos e deixe as tensões da su.a
mente e do seu corpo fluir de seus braços e mãos para
a terra. Quando sentir que isto está acontecendo, respire
profunda e completamente, de maneira repousante e subs-
titua essas tensões por energia e ar positivos e limpos.

Você observará que na verdade não fez coisa alguma;


simplesmente permitiu que alguma coisa acontecesse criando
o pensamento e eaíiegandorsa^a sua realização. Empregado
'diariamente durante cinco a quinze minutos, este exercício
pode liberar tensões profundas em sua mente e em seu cor-
po, permitindo que você acalme seu organismo sempre que qui-
ser.
Estes exercícios simples ajudá-lo-ão a experimentar-se a
si mesmo como um ser espiritual, com uma mente e um cor-
po para sua expressão. A compreensão desse processo coloca
você em uma posição melhor para assumir a responsabilidade
da organização de suas atividades.
A desorganização geral é o fator limitador de seu cresci-
mento, enquanto a organização é um fator de libertação.

Desorganização: Desarmonia
desgasta a energia mental,
causa o distúrbio físico e a enfermidade, e provoca padrões
ineficazes de comportamento, carência dç/> comunicação, in-
compatibilidade e irracionalidade compulsiva.

Organização: Harmonia
traz uma abundância de energia mental e física,
produz saúde, e
provoca o comportamento construtivo, a comunicação fácil, a
compatibilidade, e o progresso na vida orientada para uma
meia.

A fim de organizar sua vida efetivamente, você deve ter


a boa vontade de expor suas fraquezas a fim de mudá-las.
Você deve arriscar a perder seu níyel. aparente atual de exis-
tência a fim de ganhar outro nível mais construtivo.
O l.IVRO DA C U R A NATURAL 43

Um bom primeiro passo é fazer pequena introspecção e


escolher um traço de personalidade que você sente que pode
melhorar. Esta parte de sua atual composição pode provir
de situações ou experiências da infância que não têm sentido
na sua vida atual. Você pode mentalmente "'reconduzir-se
para trás" ao tempo da experiência e mudar agora o "script"
Uma mulher de vinte e seis anos de idade com um pro-
blema de aprendizagem relatou: "Meu primeiro dia na escola
foi uma catástrofe. Eu tinha chegado à França vindo do Mar-
rocos, onde uma criança jamais tinha permissão de olhar um
adulto diretamente na face. Quando baixava a cabeça e evi-
tava os olhares dos professores, ficavam furiosos. Havia ore-
lhas de burro e palmatórias. Fiquei petrificada com a escola
e os professores, e minha experiência educacional toda foi
extremamente difícil." Esta mulher executou o exercício de
entrada no estado Alfa e de retorno mental a seu primeiro
dia de escola, mudando cada experiência negativa que cau-
sara sua dificuldade em uma experiência positiva. Ela escre-
veu um texto, desempenhou-o mentalmente e deixou que se
tornasse uma "realidade" para sua mente consciente. Depois
de cinco "ensaios" do script, o problema desapareceu por
completo.
No início, este exercício precisa tempo e prática, e so-
mente será executado com as experiências de que você cons-
cientemente puder se lembrar. Mas eventualmente sua capa-
cidade de penetrar rápida e profundamente em seu mais
secreto subconsciente aumentará, e você será capaz de elimi-
nar cada vez mais negatividade de sua vida.
O último passo é a da escolha dos traços positivos que
você deseja. O exercício seguinte, se praticado conscientemen-
te, pode exercer efeito profundo sobre você. Inicialmente, de-
ve ser empregado para desenvolver uma qualidade de emo-
ção em seu caráter, assim como o amor, a compaixão, a
gratidão, a alegria. É um meio simples e construtivo de rea-
lizar mudanças interiores.

Exercício 3. Para Desenvolver uma Qualidade Positiva


1 Escolha a emoção.
2. Personalize-a — sinta-a como se ela fosse sua própria.
3. Transfira a combinação da emoção e sua personalização
dela para a sua imaginação; veja-a e sinta-a como se
entretanto já fosse uma realidade e parte de seu ser.
44 DO JARDIM DO F . D E N À ERA DE AQUARIUS

Fabrique-a para você mesmo. Ensaie-a. Realize-a em


sua mente.
4. Cristalize-a de forma escrita, usando a primeira pessoa
e o tempo presente. Por exemplo, "eu(seu nome) sou
agora uma pessoa (sentimento)".
5. Murmure a sugestão significativamente cinco vezes antes
de entrar no estado Alfa e antes de dormir. Mantenha
esta sugestão até que se registre. Quando começar a se
manifestar, então desfrute-a.

Exercício 4
Toda noite, exatamente antes de ir dormir, permita que
os seguintes pensamentos fluam livres através de sua mente
vinte vezes enquanto toca seus dedos com os polegares como
orientadores da contagem:
"Dia por dia, de todas as maneiras, eu vou cada vez melhor."
"Meu aumento de controle de minhas faculdades me ajudará
a servir melhor a humanidade."
"Com a programação de pensamentos positivos receberei be-
nefícios e vantagens por meu desenvolvimento."
"Tenho controle total sobre todos os meus sentidos e facul-
dades em todos os níveis da mente."

Você pode influenciar mais ainda seus padrões incons-


cientes dirigindo sua energia para a fonte de seu ego e che-
gando a compreender as seguintes leis básicas:
1. A Lei da Atenção Concentrada. Quando se se concentra
em um pensamento ou uma idéia, eles tendem à auto-
realização.
2 . A Lei do Esforço Invertido. Quando uma pessoa deseja
realizar alguma coisa mas não acredita que será bem
sucedida, quanto mais experimenta, mais impossível se
torna.
3 . A Lei dos Efeitos Dominantes. Quando um pensamento
ou uma idéia estão ligados a uma emoção, sobrepujarão
e substituirão qualquer outra sugestão simultânea. O efei-
to dominante, exigitivo de ação, desta combinação tem a
maior influência sobre a mente.

"Se você pode concebé-lo, pode realizá-lo."


Maitz
O l.IVRO DA CURA NATURAL 45

Entretanto, para realizar qualquer coisa:


1. Lembre-se de que desejar pressupõe o talento e a res-
ponsabilidade para produzir.
2. Pergunte-se a si mesmo se o desejo passa no teste de
consciência:
a. É certo? b. É benéfico a todos os interessados?
3. Individualize-o.
4 . D.eixe sua imaginação emergir dentro de uma vívida
ação — "veja" e "sinta" a ação como se ela já fosse
um fato.
5 . Prepare o seu projeto; coloque-o no papel.
6. Coloque-o diante de sua mente e mantenha-o.
Explore a fonte da criatividade interior. Sua energia cons-
ciente criará para você tudo aquilo que é benéfico, bom e
que conduz ao desenvolvimento.
Exercício 5. Para Aumentar Sua Criatividade
1. Entre no estado Alfa.
2. Respire profundamente três vezes, contando regressiva-
mente de três para um e visualize os números diante de
você quando contar.
3. Gaste cinco minutos fazendo o exercício dois.
4 . Programe: "Eu agora libero e liberto o fluxo de idéias
criadoras na consciência consciente; a maneira torna-se
clara."

Praticado diariamente durante dez dias, este exercício


abrirá profundamente seu subconsciente para seus próprios
níveis criadores e seu depósito de sabedoria ali contido.
Lembre-se destes segredos de vida:

1. Olhe para dentro de si — aí está a única fonte de abas-


tecimento.
2. Pense e fale com positividade, abundância e sucesso.
3. Segure-se a suas metas confiante no caminho.
4. Em seu comportamento, honre a todos.
5. Mantenha sua energia e saúde circulando harmonioza-
mente e use-as com nobreza.
6. Você somente consegue aquilo porque você paga (no
interior).
7. Para com a fonte seja verdadeiro.
8. Alegre-se com a orosperidade alheia, fazendo jus assim
a sua própria.
46 DO JARDIM DO F . D E N À ERA DE AQUARIUS

" Ê cada vez mais evidente para mim quão injustas sfio as
pessoas que Julgam os acontecimentos a partir do tempo de sua
realização e não do momento de seu pensamento; a ação real é
quando se pensa uma coisa — o restante nada mais é do que
um desenrolar de conseqüências. É inevitavelmente terrível ver as
conseqüências desenrolarem-se tão irreparavelmente depois que o
pensamento que lhes deu origem passou há tanto tempo; as pes-
soas experimentam tratar com ações, que são simplesmente con-
seqüências e nêo podem mais portanto, manter-se vitalmente afe-
tadas deixando as causas reais dos eventos permanecerem sem
noticias e abandonadas durante todo o tempo."

Freya Stark

Quando cresce sua compreensão desta espécie de desen-


volvimento consciente, o poder e a realidade de suas próprias
obras se tornarão claros para você. Se você honestamente
aceita a responsabilidade de sua própria existência e permite
que seu verdadeiro eu interior se manifeste, logo verá que o
que lhe acontece é o resultado de seu ser interior. Na verdade,
você conquista tua vida, ela não acontece simplesmente.

O pensamento negativo produz:


1. medo. focalização da "desgraça", dualidade ("bons su-
jei«» versus maus sujeitos");
2 . imagem auto-censurável (ameaçando o ego), com an-
gústia, ressentimento, ciúmes, ansiedade, ganância, into-
lerância, mexericos, escravização;
3 . o desenvolvimento aparecendo como doença, pobreza, ca-
rências, insuficiências e fobias.

O pensamento positivo produz:


1. fé, ponto de convergência sobre o bem. unidade (sufi-
ciente bem em todas as coisas);
2 . auto-imagem adequada (segurança do eu), boa vonta-
de, bondade, confiança, caridade, compaixão, emanci-
pação;
3 . o progresso aparecendo como saúde, prosperidade, abun-
dância, sucesso e um estado geral de felicidade.
O l.IVRO DA C U R A NATURAL 47

Este trabalho é um condicionamento positivo. Todos


nós aceitamos o condicionamento em torno de nós (TV,
jornais etc.), grande parte do qual é negativo. O condicio-
namento continuado, construtivo e positivo finalmente terá
um efeito profundo sobre cada aspecto de seu ser. A positi-
vidade e a completude estão em harmonia com a natureza
básica do organismo humano físico e espiritual. Na análise
final, toda negatividade é falsa, uma mentira, uma ilusão. A
fim de viver verdadeiramente como pessoas livres e sadias,
primeiro você deve se livrar desta ilusão.

Usando o Gravador
O gravador é um aparelho maravilhoso para qualquer espé-
cie de condicionamento. Você pode proporcionar a você mes-
mo todas as sugestões muito mais facilmente e permitir que
massas de informações sejam programadas em seu subcons-
ciente. Seu modelo para qualquer condicionamento pode ser
como segue.
1. Dois minutos de espaço vazio na fita, durante os quais
você entra no estado Alfa.
2. Auto-aprofundcmento (na fita): "Relaxe. Deixe-se mer-
gulhar cada vez mais profundamente em um completo
estado de abertura e relaxamento. Respire profundamen-
te e com cada respiração sinta-se estabelecido em um
estado claro e consciente". Empregue sua própria voz
e você pode variar a sugestão para satisfazer suas ne-
cessidades.
3 Material a ser absorvido (mudanças de atitudes e coisas
semelhantes).
4. Confirmação: "Isto é verdade; é benéfico para mim; de-
sejo isto e isto é assim". Ou: "Eu estou permanente-
mente estabelecendo esta energia positiva dentro de meu
ser.
5. Contagem regressiva• para o nível Beta de um a cinco,
sugerindo consciência perfeitamente clara e saudável no
final da contagem.
Se você deseja empregar a consciência Alfa como um
instrumento de aprendizagem, junte as seguintes sugestões:
1. Sugestão de Pré-estudo: "O material que preciso apren-
der me impressiona profundamente e é completamente
absorvido por minha consciência total."
48 DO JARDIM DO F . D E N À ERA DE AQUARIUS

2. Sugestão de Pós-estudo: "O material que aprendi está


agora profundamente impresso em mim e é completa-
mente absorvido por minha consciência total. Está dis-
ponível para meu uso quando necessitar."
3. Sugestão para Pré-teste: "Esta informação e o material
exigidos neste exame fluem calmamente para a super-
fície de minha memória consciente quando eu leio cada
questão."

Aprendizado Durante o Sono

1. Grave com sua própria voz.


2. Empregue um cronômetro elétrico para colocar seu gra-
vador para funcionar quer às duas horas da manhã quer
uma hora antes de você despertar normalmente.
3. Pode também empregar uma fita contínua (que se ad-
quire nas casas «specializadas em gravadores) e colocar
o cronômetro para funcionar duas vezes: uma vez de-
pois que você tiver caído no sono e outra vez uma hora
antes de despertar.-
4. Exatamente antes de dormir, acrescente a seguinte suges-
tão para acumular em sua consciência dez vezes, em-
pregando seus dedos como guias para contar: "Com-
preensão, retenção, recordação profundas; eu aprendo,
eu progrido, eu prospero quando durmo."

Empregue Seus Sonhos para Aprender

Antes de ir dormir, entre em Alfa e programe: "Esta noite


sonharei. Meu sonho me e n s i n a r á . . . " (a me compreender
melhor, como lidar com situações diversas, que caminho de-
verei tomar e assim por diante). Então acrescente: "E acor-
darei e me lembrarei do sonho."
Tome uma caneta e papel ou um gravador ao lado da
cama. Assegure-se de que você grava o sonho de uma vez. Se
esperar até pela manhã, você pode esquecer seu sonho ou
pode ter diversos sonhos. Você pode aprender muita coisa
durante o sono uma vez que coloque este sistema para fun-
cionar. Fixe os resultados de seus auto-condicionamentos an-
tes de iniciar cada projeto. Determine e preveja os resultados
que desejar, e vá em frente com seu programa. Conserve as
imagens mentais de suas metas definidas e claras.
O l.IVRO DA C U R A NATURAL 49

Modelo de Fala

"No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus,


e o Verbo era Deus." (João 1:1).

Seus exemplos de frases são simplesmente verbalizações de


seus modelos de pensamento. Se eles são negativos, sua pró-
pria negatividade cresce. Quaisquer pensamentos negativos em
palavras serão realizados por seu subconsciente e finalmente
recairão sobre você.

"É o espírito que vivifica; a carne para nada aproveita:


as palavras que eu vos disse, são espírito e vida." (João 6 : 6 4 ) .

"Assim será a minha palavra que sair da minha boca:


não tornará para mim vazia, mas ela achará tudo quanto eu
tenho querido e surtirá o seu efeito naquelas coisas para as
quais eu a enviei." (Isaias 55:11).

Seu contato com o restante da humanidade se encontra


nos níveis mais profundos de seu ser. Uma vez que você
imagine que pode responsavelmente realizar qualquer coisa
que sua natureza interior verdadeiramente deseja, você pode
também imaginar que sua realização tanto pode ser benéfica
quanto perniciosa. A reação a seus pensamentos e palavras
é igual à ação que eles criam, mas a reação recai sobre você.
Crie positivamente; transmude, obstáculos em catalisado-
res: alquimize a negatividade em combustível de seu cresci-
mento consciente. E encontrará um estoque ilimitado de energia
positiva transbordando de cada átomo no universo. Assim,
seu eu interior pode exprimir-se no verdadeiro amor puro.

Exercício 6
1. Entre em Alfa.
2 . Para penetrar num estado ainda mais profundo, conte re-
gressivamente de cinqüenta até um, sentindo seu próprio
relaxamento mais completamente a cada respiração e a
cada contagem.
50 DO JARDIM DO F . D E N À ERA DE AQUARIUS

3. Centralize sua concentração na parte inferior do abdo-


me e continue a respirar profundamente durante dois
minutos.
4. Programe: "Eu sou a expressão radiante, cheia de sabe-
doria, cheia de amor, cheia de compaixão, do bem. Eu
tenho o domínio supremo sobre todas as manifestações
da minha mente e do meu corpo. A sabedoria infinita
me dirige, o amor divino me alimenta e tenho sucesso
em todos os meus empreendimentos."

Quem é Você?

A energia pura da alma humana se manifesta em todos e em


cada um de nós. Nós chegamos a resistir a esta energia atra-
vés da tensão e negatividade de nossas vidas. É esta resistên-
cia que bloqueia a luz que ilumina dentro de todos nós. É
tempo de abandonar nossa resistência e permitir que nossos
verdadeiros eus v i v a m . . . que a luz se expanda. . .
A humanidade ainda existe em quatro níveis, e conti-
nuamos a evoluir através deles:
U: Mágico
O: Preto
e
A: Branco
E : Existencial

Não existem homens do nível I atualmente, porém todos


estamos crescendo todo o tempo. Quando deixarmos que o
crescimento se manifeste livremente, então se revelará nossa
natureza superior. Quando_você percorre o processo de evo-
lução em busca de seu eu interior, preste atenção no quem
você ef

Você È Você Pode Parecer Ser

"Eu sou o que sou" Eu — Ego


Perfeição Potencial Potencial desviado
Existencial Mágico/Preto-e-Branco
Eu U, O, A, E
Cristo, Buda Jesus, Gautama
Céu e Terra Terra
Deus e Homem Homem
Criador e Criatura Criatura
O l.IVRO DA C U R A NATURAL 51

A fim de começar uma experiência mais completa e a


expressão do eu divino que você realmente é, você deve se
entregar a seu sentido de ser humano limitado que parece
ser. Esta entrega se realiza mais eficazmente no silêncio da
meditação quando você se abre para o movimento da energia
cósmica interior e permite que ela trabalhe em sua consciência.

Mantém Teu próprio caminho, Senhor!


Mantém Teu próprio caminho!
Tu és o Oleiro;
Eu sou a argila.
Modela-me e faça-me
Segundo a Tua Vontade,
Enquanto eu espero,
Submisso e tranqüilo.
George C. Stebbins

Deixe brilhar o esplendor interior de seu verdadeiro eu,


e será continuamente energizado para crescer e acelerar o pro-
cesso de seu desenvolvimento. Mantenha seus olhos nesta
fonte, e encontrará orientação e alimento.

MEDITAÇÃO — SEU SENTIDO INTERIOR

Você pode observar que sua evolução e auto-realização ocor-


rem quando você se "interioriza". Seu verdadeiro espírito não
pode se manifestar enquanto você sejencontra em um estado
de tumulto; você deve fornecer-lhe o veículo mais aberto e
desobstruído possível A meditação simples pode ajudar a
realizar este objetivo. Ela é um meio de aquietar sua mente
e seu corpo e de dirigir suas energias para o interior. Exis-
tem muitas formas de meditação, derivando cada uma das
aspirações de um grupo cultural particular. A maioria delas
realiza as funções que se propõem pelo tempo que forem di-
ligentemente praticadas. Entretanto, muitos sistemas logo se
tornam a limitação do desenvolvimento em vez de seu cata-
lisador. Com esta compreensão, você pode considerar a me-
ditação um "processo de alimentação", de preparação de ali-
mentos para a energia de seu espírito interior quando começa
a penetrar em sua consciência externa.

Meditação 1. Para Acalmar a Mente


1. Se for confortável para vòcê, sente-se em uma almofada
no chão (de tal modo que seus quadris fiquem mais ai-
52 DO JARDIM DO F . D E N À ERA DE AQUARIUS

tos do que os joelhos) com as pernas cruzadas e os joe-


lhos o mais perto possível do solo. A posição de lótus
completa é ideal se você puder fazê-la. Pode também
sentar-se na ponta de uma cadeira, com os pés firme-
mente plantados no chão. Em qualquer caso, tenha as

LÓTUS COMPLETO
O l.IVRO DA C U R A NATURAL 53

costas retas e as mãos repousando, com as palmas para


cima, sobre seus joelhos.
2. Escolha um ponto alguns metros adiante de você no
chão e casualmente fixe nele seu olhar. Uma vez inicia-
do, não mexa os olhos de modo algum. Pode, porém,
pestanejar o quanto necessitar.
3. Continue a fixar neste ponto sem mexer qualquer parte
de seu corpo de maneira alguma por períodos de dez a
trinta minutos enquanto respira completa e calmamente.
Relaxe seu peito e ombros e deixe que seu corpo se imo-
bilize. Faça as energias de sua respiração descerem pa-
ra seu abdome inferior e encha todo o seu ser.
4. Ouça o som interior de sua respiração e deixe que quais-
quer pensamentos que penetrem sua mente, flutuem sua-
vemente sem examiná-los de maneira alguma.
5. Não se mexa, nem mesmo se coçe ou mude de posição,
nem se distraia de maneira alguma. Isto precisa prática.
6. Torne-se totalmente passivo e receptivo ao poderoso mo-
vimento de energia dentro de você e "respire-o" em todo
o seu sistema. Relaxe. Deixe-se f l u i r . . .

Meditação 2
Siga o mesmo processo da Meditação 1, mas em lugar de
um ponto no chão, fixe seu olhar na ponta da chama de uma
vela acesa.

Meditação 3
Com os olhos fechados ou abertos, repita silenciosamente pa-
ra você mesmo um mantra — uma palavra ou frase cujas
vibrações, se repetidas silenciosamente ou cantadas baixinho,
têm o poder de criar estados particulares de consciência den-
tro de uma pessoa, se os deseja sinceramente. São vários os
mantras:
1. "AUM" — A Vibração Cósmica (Hindu)
2. "OM MANI PADME HUM" — "Oh meu Deus em
mim" (Tibetano)
3. "SO" na inalação — "Eu sou"
"HUM" na expiração — "Aquele" (a Essência de Deus)
(Hindu)
4 . Seu primeiro nome próprio.

Os mantras terão um efeito tranqüilizador profundo sobre


sua mente enquanto abre muitos canais para seu eu mais pro-
54 DO JARDIM DO F . D E N À ERA DE AQUARIUS

fundo. Uma vez que tenha experimentado a meditação por


um período de tempo, compreenderá o fluxo profundo de
vazio interior. Respire sempre completamente e de ma-
neira relaxada durante a meditação, porque o ar que você
respira é energia. "Absorva" qualquer coisa que penetre em
seu fluxo de energia.
Se você continuar a praticar a meditação, seu sentido in-
terior começará a desabrochar. Somente quando sua mente
se^tranqüiliza é que sua consciência pode aumentar. Isto de
nenhum modo significa que a meditação seja um "sono sen-
tado"; pelo contrário, ela.é uma aceleração de suas energias
conscientes quando fluem ativamente jem todo o seu ser.
Quando você se senta para a meditação, você interioriza sua
energia e penetra automaticamente no estado Alfa. Em qual-
quer tempo que você estiver no estado Alfa, sua energia
interna aumenta, e sua mente e seu corpo encontram repouso
e alimentação. Quinze minutos por dia de qualquer uma das
meditações introdutórias apresentadas acima começarão um
processo de saúde que pode ultrapassar qualquer forma de
medicina no mundo. Quando você aumenta o tempo que
gasta e o grau de consciência na meditação, sua energia to-
tal aumenta. Você pode então aprender lentamente a entrar
em contato e finalmente controlar todos os níveis de sua
mente e de seu corpo através da expansão de sua consciência
interior e do desenvolvimento de seus centros espirituais.
(Os centros espirituais, conhecidos como "chakras", são ex-
plicados detalhadamente mais adiante.) Este crescimento in-
terior não conduz a uma diminuição da energia externamen-
te orientada em sua vida diária mas pelo contrário leva a
um refinamento dela. Você não necessita renunciar ao mun-
do; pelo contrário, você achará que o produto de seu- de-
senvolvimento interno é um aumento natural na energia total
disponível para a expressão externa e uma sublimação com-
pleta desta expressão por um período de tempo. Quando
você desenvolve a consciência interna, as coisas que você
atrai em sua vida externa estarão em um plano cada vez mais
alto, trazendo paz com a sua expansão interior Quando este
processo continua, sua expressão total de vida se altera, se
alivia e se fortalece, tornando-o capaz de trabalhar de ma-
neira cada vez mais produtiva para você mesmo e para o
bem daqueles que o rodeiam.
Você pode meditar (interiorizar suas energias) em qual-
quer tempo, em qualquer lugar, e sem que as pessoas que o
O l.IVRO DA C U R A NATURAL 55

cercam o percebam. Os exercícios aqui apresentados são sim-


plesmente uma introdução. Uma vez que você tiver come-
çado solidamente a empregar sua própria meditação como meio
de tocar seu próprio eu interior, desenvolverá a capacidade
de "sintonizar" onde quer que esteja e sempre que suas ne-
cessidades exigirem. Continuando a alimentar este sentido de
seu eu interior, achará sua consciência mais forte e mais
completa, até que a fonte de seu eu possa verdadeiramente
alimentá-lo e guiá-lo.

CENTROS ESPIRITUAIS — OS CHAKRAS

Existem onze chakras principais, ou centros de energia, no


corpo. (Existem mais de 10.000 chakras menores somente
na cabeça; outros nas mãos, nos pés e no tronco.) Cada cha-
kra tem uma função específica, quer física quer espiritual,
que deve ser ativada antes que possa ter lugar a evolução
espiritual. Alguns chakras funcionam em você agora em graus
diversos e esta função pode ser observada em seu caráter,
personalidade e estado físico. Quando todos eles começam a
funcionar completamente, seu espírito interior se manifestará
livremente.

Os chakras são:
1. O chakra raiz (Muládhára), o primeiro chakra, es-
tá localizado na base da coluna vertebral, no sacro. É a sede
de sua energia mais profunda. Sendo um centro de energia em
vez de uma estrutura física, pode expandir-se para além dos
limites de seu corpo físico quando se desenvolve. Isto tam-
bém é verdadeiro para todos os chakras.
2. A criação ou centro sexual encontra-se no corpo ao
nível da genitália. Sua função é a criação da vida e o re-
nascimento espiritual. A energia sexual bruta que emana des-
te chakra é a força criadora básica que "aciona" a maior
parte da população do mundo. Quando você se desenvolve
espiritualmente, torna-se capaz de empregar e. de reempre-
gar esta energia em seu desenvolvimento interior (como se
explicou neste capítulo).
3. O chakra do ponto um (Tan-Den ou Hara, em ja-
ponês) está localizado entre a pube e o umbigo. Funciona
como a sede de todo o poder sobre o plano físico e é res-
Chakra da Coroa (Sahasrara)
Olho Todo-Vidente
Quarto Olho Terceiro Olho (Ajna)

Chakra da Garganta (Vishuddha

Chakra do Coração (Anahata) •

Chakra do Baço (*Manipura>-


Chacra do Ponto Um (Tan-Den)l-
A
— Centro de Criação
Chakra Raiz — 7 A
(Muladhara)

OS CHAKRAS
O l.IVRO DA CURA NATURAL 57

ponsável pela vida na terra. Ele controla todos os outros


chakras, exceto o primeiro e o undécimo. Este terceiro cha-
kra é o "centro" de seu corpo.
4 e 5. O quarto e quinto chakras situam-se no espaço
entre o umbigo e o chakra do coração. Não tenho ainda com-
preensão exata de sua finalidade e não encontrei referências
que os mencionem. Entretanto, experimentei seu movimento
de energia em um grau limitado e portanto tenho consciência
de sua presença. Um deles provavelmente está associado com
o baço (alguns textos de ioga falam do chakra do baço).
6. O sexto chakra, o centro do coração (Anãhata),
situa-se no meio do tórax, abaixo do esterno e controla as
emoções. Quando estimulado, faz aparecer e aumenta os as-
pectos mais elevados e mais nobres do homem (amor, gra-
tidão, compaixão) e portanto é o chakra do nível E do de-
senvolvimento. Está associado à glândula do timo e ao co-
ração.
7. O chakra da garganta (Vishuddha), localizado na
base da garganta, está associado à glândula tireóide. É a sede
da personalidade e dos sons criadores da fala (logos). Está
também associado ao nível E.
8. O oitavo chakra (Ajnã), também conhecido como
o "Terceiro Olho", localiza-se na fronte entre as sobrancelhas.
Está associado à glândula pineal, que também é uma espécie
de olho rudimentar. A estimulação deste chakra constitui o
início da jornada espiritual para a unidade, o início da. cons-
ciência cósmica (nível A ) . Quando desperta e amadurece,
ele se junta com o chakra diretamente acima dele como uma
haste e uma flor.
9. O nono chakra pode ser chamado de Quarto Olho.
Ele é o florescimento do oitavo chakra e a verdadeira entra-
da para o nível E.
10. O décimo chakra é o "Olho que Tudo vê." Ele re
pousa no centro da fronte e geralmente só desperta depois
que foi mobilizada a energia mais profunda. Ele abre os po-
deres mais altos da mente à compreensão da natureza do uni-
verso.
11. O undécimo chakra, o Chakra da Coroa (Sahas-.
rara), está sediado no topo da cabeça, um pouco mais para
a parte de trás. Às vezes é chamado de "O Lótus de Cem
Pétalas". O despertar deste chakra marca o início da evolu-
ção do homem para seu estado mais alto de ser ( I ) . Diz-se
cjuej^alma entra e deixa o corpo através deste chakra. Tam-
58 DO JARDIM DO F . D E N À ERA DE AQUARIUS

bém ele é o centro da projeção astral e da viagem astral. Uma


vez que a energia mais profunda tenha alimentado completa-
mente este chakra por um período de tempo, começa sua obra
de abertura de todos os outros centros na cabeça, cada um
dos quais libera um outro aspecto da verdadeira natureza
do homem. O Chakra da Coroa é a sede da consciência maior
do homem.
A menos que todos os chakras estejam funcionando den-
tro de você, você não pode ter uma vida espiritual completa.
O corpo todo funciona como um universo espiritual e físico.
Por esta razão, práticas isoladas que se centralizam apenas
nos chakras específicos não são completas o bastante para
produzir o desenvolvimento de todo o seu ser. Todos os cha-
kras eventualmente se abrirão se você puder deixar que a sua
energia^ corra por todos eles e os desperte. É um processo
simples de iniciar a "trabalhar" com eles, mas exige muita
sensibilidade e perseverança. O emprego dos chakras tam-
bém ajuda a absorver energia vital — Ki, para empregar o
termo japonês (ch'i em chinês, Prana na Índia; o termo oci-
dental é "bioenergia").

Meditação 4
Dada a natureza poderosa das Meditações 4 e 5, elas só
devem ser praticadas depois que todo o texto for lido. Sua
finalidade e efeitos são esclarecidos na seção final do livro.
Sente-se no chão ou em uma cadeira. Suas costas devem
estar retas e não apoiadas. Relaxe. O primeiro ponto de
abertura neste exercício está no Terceiro Olho. Respire len-
ta e profundamente e, quando inalar, traga a energia através
do Terceiro Olho para dentro do seu cérebro e para baixo
também para o seu chakra da garganta. Você pode engolir
ou bocejar para estender sua gàrganta um pouco (faça um
"canal" em sua garganta), para relaxar qualquer tensão
muscular nesta área. Continue a levar todo o ar e energia des-
ta respiração para baixo até atingir seu chakra do coração.
Mantenha-a aí por uns dez segundos sem esforço. A inala-
ção é mantida pela expansão de seu tórax apenas. O ar de-
ve ser bloqueado no interior. Quando você começa a sentir
uma expansão profunda e completa em seu tórax, deve re-
laxar e abolir qualquer tensão que sinta em seu corpo. Você
inala energia para dentro do chakra do coração e deixa-o
expandir-se. Tome consciência do fato de que você está co-
O l.IVRO DA C U R A NATURAL 59

meçando a abrir seu centro emocional e de que deve querer


deixar que a energia aí trabalhe para você.
Quando expirar, relaxe maris completamente, porém re-
tenha o sentido e a sensação de expansão em sua cabeça,
garganta e especialmente no seu tórax. Não exale todo o ar
que existe em seus pulmões, mas retenha bastante para aju-
dá-lo a manter a sensação de expansão. É como se houvesse,
em sua garganta e tórax, um balão alongado que você nunca
deixa esvaziar completamente quando inspira e expira.
Agora inale uma segunda vez e "leve" a energia da ina-
lação suavemente através da mesma passagem anterior e para
baixo na parte inferior do abdome. Suas vísceras então se ex-
pandirão e você está energizando o terceiro chakra. No mo-
mento em que você quiser, sentirá a energia do terceiro cha-
kra mobilizar e penetrar no centro sexual. Quando isto acon-
tecer, você pode esperar uma sensação de formigamento ali
assim como uma expansão interior mais profunda. Quando
você sentir o formigamento e a expansão, pressione e puxe
a energia que ali você sente para trás da base de sua espinha.
Aperte o esfíncter anal suavemente e puxe esta energia para
trás e para cima do centro da coluna espinhal para atingir
o chakra da coroa no topo de sua cabeça.
Esta passagem de energia do Terceiro Olho (e nariz)
através de vários chakras para a base da espinha, e dali para
o topo da cabeça, é o tipo natural de corrente de um ser hu-
mano. Esta meditação, portanto, promove a afluência de ener-
gia. Quando a energia tiver fluído livremente para dentro do
chakra da coroa durante algum tempo (que varia tanto que
chega a ser imprevisível), o chakra se desenvolve e começa
a funcionar completamente.

Meditação 5
Este tempo de meditação leva a energia toda de baixo para
o terceiro chakra com uma longa respiração. Depois de ter
esvaziado suavemente seus pulmões sem esforço, comece a
inalar muito tranqüilamente e muito lentamente. O sentido
de sua inalação deve ser o de relaxamento de suas tensões
interiores. É como se você estivesse criando um meio vácuo
interno pela expansão suave de um canal vazio aberto dentro
de seu corpo.
Quando você inspira lentamente, poderá sentir alguma
tensão criada em algum lugar profundo dentro de seu tórax
ou do abdome. Neste ponto, exale uma pequena quantidade
60 DO JARDIM DO F . D E N À ERA DE AQUARIUS

Olho Todo-Vidente
Quarto Olho
/
Chakra da Coroa- ,'/-' Terceiro Olho (Ajna)
(Sahasrara)
Glândula Pineal •
Hipófise ••

Chakra da Garganta Tiróide


(Vishuddha) • Paratiróides
- Timo
Chakra do Coração---
(Anahata)
Quinto Chakra

Chakra do Baço
(Manipura)

Centro da Terra

Centro de Criação

Chakra Raiz
(Muladhara)

OS ONZE CHAKRAS
E OS TIPOS DE
RESPIRAÇAO E FLUXO DE ENERGIA
de ar, relaxe e libere esta tensão. Comece a inspirar imedia-
tamente depois e continue inalando muito lenta e suavemente
até chegar de novo à resistência ou tensão. Relaxe completa-
mente uma vez mais quando expirar suavemente, depois pros-
siga sua inalação. Uma expansão completa semelhante a esta
pode levar vários minutos. A essência desta meditação é ex-
pansão, relaxamento e captação do Ki da atmosfera em torno
de você. Praticada conscientemente, torná-lo-á capaz de libe-
rar e empregar a energia em seu organismo quando você pe-
netrar profundamente através dos níveis de Ki bloqueado.
Estes dois exercícios são os passos iniciais básicos para
o desenvolvimento de uma consciência de seu estado interior
e o estabelecimento de um fluxo completo de energia dentro
O l.IVRO DA C U R A NATURAL 61

de você mesmo. Eles podem ser praticados diariamente du-


rante pelo menos meia hora, porém não mais do que uma
hora por dia nos primeiros três meses. Eles são extremamente
poderosos e podem realmente abalar suas estruturas se vo-
cê exagerar na sua execução. A Meditação 4 deve ser feita
dez a vinte vezes, espaçada no decorrer de meia hora de tem-
po e a meditação 5 deve ser feita pelo resto do tempo. Des-
te modo você aumentará a quantidade de energia consciente
no seu sistema e se abrirá a si mesmo de modo profundo a
mudanças cada vez maiores. Este processo de purificação de
energia produzirá níveis mais elevados de consciência e de
força dentro de você mesmo.
A sobrevivência espiritual depende do crescimento con-
tínuo e da expansão de sua energia. Os chineses antigos se-
guiam este princípio, assim como muitas outras culturas orien-
tais. Isto pode ser comprovado pela inscrição em um grupo
de pedras de jade de 2 . 6 0 0 anos atrás:

Assim deve ser feita a respiração: a respiração é retenção e


acumulação. Quando acumulada, ela se expande. Ao se expandir,
caminha para baixo. Ao caminhar para baixo, ela se torna imóvel.
Ao se tornar imóvel, fica firme. Quando estiver firme, começa a
germinar. Quando tiver germinado, cresce. Quando tiver crescido,
deve ser pressionada para trás. Ao ser pressionada para trás, atinge
a coroa da cabeça, e então pressiona para baixo. Todo aquele que
segue este princípio vive; todo aquele que o contraria morre. (Wil-
helm Helmut, A Chou Inscription on the Technique of Breathing —
Inscrição Chou sobre a Técnica da Respiração — citada in Joseph
Needham, Science and Civilization in China.)

Como com todas .as outras práticas neste livro, você dfeve
executar a meditação com intenção positiva e desejo sincero
do bem. O preço do crescimento é geralmente muito alto;
você perceberá mais e mais que seus padrões negativos e ten-
sões são lançados para a superfície, exigindo que você se
entregue à tarefa de eliminá-los. É relativamente fácil "li-
vrar-se" de um padrão destruidor pela força de vontade ou
pelo próprio abandono dele. Você achará bem mais difícil,
conquanto mais sincero e realístico, entregar-se a si mesmo
e a sua capacidade de negatividade, deixando por isso que a
energia de seu eu-fonte trabalhe para sua consciência e para
guiá-lo. Portanto, o ser humano em evolução é guiado pelo
movimento da energia cósmica dentro dele mesmo.
Capítulo 2

RESPIRAÇÃO E ENERGIA

O VÓRTICE DE ENERGIA E ADN

Todas as coisas se compõem de energia inclusive o cor-


po humano. Isto não quer dizer que nossos corpos contém
simplesmente energia no sentido comumente reconhecido, mas
que eles são energia — energia que se manifesta como matéria
viva sólida. Esta energia tem padrões específicos de fluxo,
que ditam sua função. No corpo esta função é propagar a
vida por todas as células. As células são feitas de moléculas,
que, por sua vez, são formadas de átomos. Os átomos são
criados de espirais de energia — pequenos vórtices de subs-
tancia cósmica que fluem em harmonia mútua e em harmonia
com o fluxo maior de vida universal.
O centro do vórtice atômico é o centro do próprio uni-
verso do átomo. Cada espiral de energia viaja indefinidamen-
te em um expansivo tipo de difusão a partir de sua fonte. A
fonte é conhecida como tchukon, do japonês tchu, "aqui",
e kon, "agora". Ê o ponto no espaço que proporciona aber-
tura para que a vida penetre no mundo material.
Quando consideramos o princípio da espiral de energia,
devemos olhar para a espiral universal em que vivemos. Des-
de a criação do universo que todas as estrelas e planetas de
nossa galáxia vão-se distanciando em uma grande espiral. A
ciência moderna ainda precisa descobrir como e por que isto
é assim, embora os escritos metafísicos orientais de outrora
já tenham explicado o fenômeno. Poucas pessoas, entretanto,
foram capazes de decifrar o verdadeiro sentido destes escri-
tos, devido à maneira simbólica em que foram escritos e co-
piados através das idades. Quando a ciência do Ocidente e as
filosofias do Oriente se combinarem e amadurecerem juntas,
O l.IVRO DA C U R A NATURAL 63

nós seremos felizes bastante para ver a vida como ela jamais
foi vista antes. Bastará apenas abrir os olhos e ver.
Existem espirais de energia em todo o nosso ser, desde
o cabelo de nossas cabeças até as pontas de nossos dedos.
No nível microscópico encontramos uma outra espiral, e uma
espiral muito importante. As moléculas que determinam cada
coisa a nosso respeito são feitas também de espirais. São
os genes que transportam nossa hereditariedade e compõem
os cromossomos do corpo. Estes cromossomos, que existem
no núcleo de cada célula do corpo humano, determinam ca-
da coisa, desde a cor de nossos olhos até nosso sexo. Eles
também transportam os códigos da estrutura genética de nos-
sos pais e seus antepassados. Porém, nessa composição gené-
tica, está contido muito mais, como se descobriu recçnitemente.

TCHUKON

O ponto através do qual a energia cósmica cria o mundo físico


64 DO JARDIM DO F . D E N À ERA DE AQUARIUS

Em uma experiência, turbelários (criaturas muito sim-


ples, que consistem quase totalmente em um aparelho diges-
tivo), treinados por choques elétricos para andar em um la-
birinto, foram cortados em pequenos pedaços e fornecidos
como alimento para outros vermes que não tinham aprendido
ainda a andar no labirinto. Os vermes alimentados de outros
vermes eram a metade de um grupo que estava para apren-
der a andar no labirinto do mesmo modo como os primeiros
vermes. Como resultado, os vermes que se tinham alimenta-
do de vermes "educados", aprenderam o labirinto duas ve-
zes mais facilmente que o outro grupo. Alguma coisa do
treinamento daqueles primeiros vermes permaneceu certamen-
te em sua carne — em cada célula. Desde que estamos apren-
dendo que todas as coisas estão contidas em todas as células,
o resultado da experiência não nos surpreende. Nossos cro-
mossomos contêm a composição básica de todos e de cada
um de nós, e esta composição é muito mais profunda do que
qualquer um de nós possa ainda imaginar.

MOLÉCULA DE ADN
O LIVRO DA C U R A NATURAL

Os próprios cromossomos são parte de uma molécula


maito importante chamada ADN. Este ADN (ácido desoxir-
ribonucléico) é um polímero, molécula composta de muitas
moléculas menores. É uma estrutura complexa muito grande
com peso molecular que atinge a casa dos milhões. A mo-
lécula de A D N só foi descoberta no Ocidente no início da
década de 1960, porém era conhecida no Oriente há muitos
milhares de anos atrás. Sua forma é a de uma espiral —
neste caso uma espiral dupla — e está ligada por travessas
que correm ao longo de sua extensão. Ela se parece um pouco
com uma escadinha que foi torcida em uma espiral dupla
ou hélice.
Cada secção da escada de ADN, chamada nucleotídeo,
compõe-se de ácido fosfórico, açúcar não doce e uma base
nitrogenosa. Quatro bases diferentes constituem os degraus
reais — adenina, guanina, citosina e timina. A adenina so-
mente pode combinar-se com a timina, e a guanina com a
citosina. Este acasalamento de elementos básicos é obriga-
tório e jamais muda. Devido a este fato, cada molécula de
ADN em seu corpo é exatamente a mesma de todos os outros.
Nossos genes são compostos de cerca de 1.000 destes nucleo-
tídeos, e um cromossomo é feito de cerca de 175.000 genes.
A ordem em que se dispõem os nucleotídeos nos genes de-
termina o seu código. É este código que determina cada coi-
sa a nosso respeito. Quando a molécula de ADN se divide,
começa a divisão da célula em que a molécula está contida.
Durante a-primeira fase da divisão da célula, a molécula de
ADN se separa para baixo pelo meio, como se fosse um
zipper, deixando cada elemento básico pendente da escadinha
sem o seu parceiro, seu elemento par. -Já que cada elemento
básico necessita de seu par apropriado para se completar,
atrai o elemento necessário da estrutura vizinha da célula. A
adenina, portanto, atrai a timina, e a guanina atrai a citosina.
Esta proeza notável, que é chamada pelos cientistas de repli-
cação de ADN, é filosoficamente conhecida no Oriente co-
mo karma.
Se você já conhece a palavra karma, esta interpretação
do mundo pode parecer estranha à primeira vista, mas se
tornará clara depois de alguma reflexão. É através desta lei
da obrigatoriedade dos pares básicos ou ,da atração, que o
organismo "atrai" aquilo de que necessita para se comple-
tar^ Deste modo, cada célula nova contém as mesmas pro-
66 DO JARDIM DO F . D E N À ERA DE AQUARIUS

priedades que a célula da qual ela veio. Da mesma maneira, /


nós atraímos os eventos e circunstâncias em nossas vidas que /
tendem a completar-nos. Atraímos as situações que nos testa- 7
7
rão e nos~pèrmitirão elevar-nos a nossos eus mais altos. É
pela reunião destes testes e pela superação deles que encon- V
tramos nosso verdadeiro centro e nos completamos. i
Lembremo-nos da primeira célula, de cuja semente to-
dos viemos, e que se-reproduziu fielmente, muitas vezes. Este
milagre de replicação tem lugar trilhões e trilhões de vezes,
produzindo e reproduzindo cada célula de cada ser humano
no mundo, todas guiadas pela inteligência que .criou o uni-
verso inteiro. A codificação de nossos cromossomos, como um
Intrincado programa de computador,--determina a composição
de cada indivíduo e de cada raça.. Mas o que determina a
codificação? Ê esta inteligência, este Deus dentro de nós;
Se precisamos compreender a verdadeira natureza e finali-
dade da humanidade, devemos por acaso nos ocupar do
programa ou devemos recorrer ao programador? Devemos
comprender a ambos. A ciência faz rapidamente progressos
neste sentido, a compreensão científica da vida; nosso pro-
pósito é encontrar uma compreensão espiritual também, do
contrário num futuro próximo nos encontraremos ajoelhados
diante de um computador, ê muito melhor vener a r a
dentro de nossas próprias almas, vivendo como seres huma-
nosjsadios, livres e realizados.
Na capacidade e responsabilidade da estrutura molecular
do A D N encontra-se a diferenciação de uma célula da outra
a fim de separar as funções no corpo. O osso, a pele, o mús-
culo, todos crescem de modo diferente, guiados pela codifi-
cação dos graus nesta escala. Dos 1 7 5 . 0 0 0 . 0 0 0 de nucleo-
tídeos, se apenas um estiver em uma ordem diferente, a estru-
turação é de natureza diferente nesse cromossomo. Um de-
grau a menos nos oito trilhões altera alguma coisa na nature-
za fundamental que compõe o nosso ser, exatamente como
uma estrela no espaço, mudando a posição, muda alguma
coisa em nossas vidas.

IZANAGI E IZANAMI

A Espiral de Energia
Cada "nova" descoberta feita pela ciência moderna é apenas
a revelação uma vez mais de algum antigo segredo da terra.
A estrutura e função da molécula de ADN foram explicadas
O l.IVRO DA C U R A NATURAL 67

a mim alguns anos atrás por meu professor de medicina na-


tsral porém ele a chamou de Espiral de Izanagi e Izanami.
Sua explicação deriva dos textos Xinto japoneses antigos que
explicam a base da vida física sobre a terra.

A ESPIRAL DE ENERGIA

O fato de que toda energia se move em uma espiral era


conhecido centenas de anos atrás. Mesmo a curva de luz, que
um dia se acreditou que irradiava em linha reta, eventualmen-
te se tornará conhecida como uma espiral. A ciência antiga
da acupuntura deriva uma parte importante de sua filosofia
desta espiral universal. Tem-se a tendência a pensar na es-
piral como se movendo em uma única direção — pelo me-
nos esta é a maneira como foi explicada em todas as tradu-
ções modernas. Entretanto, existem duas direções da espiral,
e elas são opostas. Desde que toda ação produz uma reação
igual e oposta, qualquer fluxo de energia terá sua parte re-
cíproca. Para compreender isto, pense em uma corda, com-
posta de duas fibras principais, torcidas em torno uma da
outra. Cada fibra é semelhante a uma espiral de energia que
se mistura com a outra. Não existe obstrução de uma para a
outra, e elas se ajustam adequadamente. Se estas duas espi-
rais de energia fluem em direções opostas, não existe cho-
que, especialmente se cada uma gira na mesma velocidade
em tomo de seu próprio eixo. Cada espiral também se com-
põe de espirais menores de energia, exatamente como uma
corda, e estas espirais menores se compõem de outras menores
ainda. As duas energias principais nesta corda cósmica são
chamadas Izanagi e Izanami no texto japonês antigo. Elas
emergem do ponto central chamado tchukon. Formam o iní-
cio da vida no plano material e se ligam por quatro níveis
de energia, que são representativos de quatro estados da exis-
tência (U, O, A, E ) . Este princípio também está simbolizado
na Bíblia pelos quatro rios e a árvore da vida no Jardim do
Éden.
O corte transversal desta imagem das duas energias é
familiar a muitos de nós. É o símbolo que acompanha todo
68 DO JARDIM DO F . D E N À ERA DE AQUARIUS

tratado de medicina e filosofia Orientais. A s duasi energias


se chamam aqui yin e yang. Cada uma é o oposto da outra,
contudo contém uma pequena porção da outra em si mesma.
A explicação de Izanagi e Izanami como yin e yang será
feita no capítulo sobre acupuntura.

A compreensão deste fluxo de energia é essencial para


se entender a medicina natural. Quando se trata da energia
do corpo, em geral se pensa que tal energia está como que
"contida" no corpo em vez de ser sua essência. A verdade
de que toda matéria é composta do vórtice de energia se
aplica especialmente ao corpo, que portanto está-se moven-
do, fluindo energia e não é uma substância estática. A chave
para o processo da cura se encontra- nesta energia e neste
fluxo. Quando a energia pára, sobrevêm a morte e o corpo
desfalece. Enquanto a energia flui livremente, existe vida e
saúde. Toda enfermidade é o produto de alguma espécie de
obstrução. Muitas escolas de medicina oriental e ocidental
traçaram um map? do fluxo de energia no corpo, sendo um
bom exemplo o mapa de acupuntura chinesa que mostra a
energia passando pelos diversos canais, ou meridianos. Al-
gumas destas escolas de pensamento diferem de outras na
medida em que se interessam pela direção do fluxo, porém
muito curiosamente, cada uma delas tem experiência clínica
para provar suas teorias. Cada uma encontrou seu método
de ser eficiente e parece que cada uma é correta. Assim é
O l.IVRO DA CURA NATURAL 69

porque a energia flui em ambas as direções porém aparece


mais em uma direção ou na outra em diferentes ocasiões,
dependendo em parte da condição do indivíduo. Se pelo
menos abrirmos nossas mentes a esta possibilidade, muitos
mistérios podem ser esclarecidos e podemos verdadeiramente
começar a compreender a natureza do corpo humano. Para
nós é importante considerar que o corpo se compõe de espi-
rais de energia e que o fluxo de que temos consciência é um
fluxo dentro de um fluxo dentro de um fluxo e assim por
diante.

Ki

O Ki japonês (energia vital) é a mesma energia que compõe


o corpo, porém seu fluxo é de natureza diferente na matéria
sólida. A energia não sólida é demonstrada na acupuntura e
tratada nos métodos bioenergéticos e similares de terapia. O
Ki flui por todos os ossos do corpo e através de todas as
estruturas ósseas também. O sistema terapêutico da quiro-
prática foi desenvolvido com a compreensão da necessidade
de ter um fluxo livre de Ki. Quando o quiroprático ou os-
teopata "ajusta" as articulações, a energia do corpo pode fluir
livremente. Estes ajustamentos também aliviam a tensão em
torno das articulações ósseas e as dispõem sempre que for
necessário. O osso é constituído para realizar todas as suas
funções perfeitamente. Ele sustenta o corpo, dá proteção aos
órgãos vitais, fabrica células sangüíneas em sua medula óssea,
armazena minerais e serve como via de*passagem para a ener-
gia.
Existem cinco níveis de energia Ki no corpo. O nível
mais profundo está na medula dos ossos. O osso reticulado ou
esponjoso constitui as terminações de muitos ossos longos e
os centros de alguns ossos achatados, e é através da camada
da medula ou esponja que viaja a energia mais profunda. O
chinês antigo desenvolveu o exercício do tai chi chuanjpara
alimentar inteiramente esta camada profunda; afirmam que
"estg^ exercício é a chave dã~saúde perfeita por'toda a vida.
Mesmo hoje em dia, o tai chi chuan é praticado em toda a
China, visando a saúde. Certos textos antigos estabeleceram
que uma vez que a camada mais profunda estivesse afetada
pela enfermidade, havia muito pouco que o médico pudesse
fazer; entretanto, estamos aprendendo rapidamente que qual-
quer disfunção do corpo pode ser curada.
70 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

A última camada do Ki flui através dos músculos e do


tecido conjuntivo do corpo; a terceira camada está nos vasos
sangüíneos e linfáticos; a quarta, mais comumente relaciona-
da com a literatura da acupuntura, está na gordura subcutâ-
nea; a quinta, a camada mais superficial, está na pele e é
contínua com a aura do corpo. A aura é o campo de força
vibratória que circunda todas as coisas vivas. Essas cinco
camadas de energia são estudadas em nosso capítulo sobre a
acupuntura.

O Interior de Sua Cabeça


Nosso órgão mais importante, o cérebro, está situado na cai-
xa óssea do crânio. O crânio consta de um número de ossos
de formas irregulares, cuja maioria está normalmente fixa em
suas posições depois da 'maturidade. As articulações entre es-
ses ossos, chamadas suturas, são no lugar onde a energia mais
profunda pode alcançar a superfície. É por este motivo que
existem muitos pontos de acupuntura na cabeça, bom número
deles se encontra nestas suturas.
Embora os ossos estejam relativamente presos em suas
posições, eles se expandem e se contraem nas suturas, se-
guindo os ritmos vibratórios do líquido cefaiorraquidiano do
corpo (oito a quatorze pulsações por minuto). Desta maneira,
a cabeça "respira" quando estas pulsações passam por ela.
Este pulso e ritmo são diferentes da batida e da respiração
do coração. Pouco se sabe a respeito dela até agora, exceto
que a onda de pulsação viaja através de todo o corpo por
meio de seu tecido conjuntivo. A ciência da osteopatia crania-
na está diretamente relacionada com a correção de anorma-
lidades dentro deste fluxo, como a acupuntura. Considera-se
muitas vezes o esfenóide como o osso mais importante do crâ-
nio. Ele forma o assoalho do crânio, proporcinando uma base
ao cérebro, e se estende até a parte da cabeça conhecida como
a fonte. Tem a forma muito semelhante a de uma ave, ou tal-
vez de um morcego voando. Para alguns metafísicos represen-
ta a fénix da vida, que se levanta de suas próprias cinzas
após a morte.
O osso esfenóide é um osso verdadeiramente importan-
te por muitas razões. Ele guarda dentro de si a hipófise, que
é a glândula-mestra do corpo. A hipófise se assenta perfeita-
mente em uma depressão profunda do esfenóide e é coberta
por uma forte membrana protetora. A glândula secreta nove
O LIVRO DA CURA NATURAL . 71

hormônios muito importantes, que comandam o restante do


sistema endócrino, ou produtor de hormônios, sistema, que
por sua vez controla todas as funções corporais. Por causa^
deste fato, a hipófise requer boa porção de alimento. Parte"?
deste alimento é físico, sendo tirado do sangue, e parte é ?
energia pura proveniente do ar que respiramos. Existe um gran- /
de espaço no esfenóide que age como câmara de acumulação (
do Ki que alimentará a hipófise. O esfenóide portanto é um ')
protetor da glândula pituitária assim como uma "fábrica" de í
energia.
Quando você respira, o ar penetra pelo nariz e passa
diretamente diante do esfenóide e um pouco deste ar circula
no sinus esfenóide. Este ar e o Ki se juntam no sinus estenóide
e fluem para os órgãos vizinhos assim como para a glândula
pituitária. Os efeitos desta respiração alcançam todo o cami-
nho para a parte posterior do cérebro quase imediatamente.
Existem outros seios aéreos que recebem e circulam o
Ki e que alimentam outras partes da cabeça e do cérebro.
A área no centro da fronte é conhecida no Oriente como o
"Terceiro Olho". Diz-se que é o olho da alma, e está ligado
Hipotálamo Hipófise
Glândula Pineal

Seio Frontal

Seio
Cerebelo
Esfenóide
Palato
Língua
Faringe

Medula Oblongata

ESTRUTURA DA CABEÇA
Mostrando o Hipotálamo, a Hipófise,
A Glândula Pineal, Estruturas Relacionadas
72 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

à glândula pineal. A glândula pineal é conhecida como olho


rudimentar pelos fisiologistas ocidentais também. Uma pessoa
que desenvolveu o Terceiro Olho tem a capacidade de ver
a vida com uma perspectiva maior, com uma consciência e
ciência que se estendem para além dos sentidos físicos. Inci-
dentalmente, o nervo que comanda os olhos e transmite sua
informação ao cérebro passa através do osso esfenóide em seu
caminho para o cérebro e do cérebro.
Logo na frente do esfenóide encontra-se o osso etmóide,
outro osso muito importante do crânio. O osso etmóide tam-
bém recebe o Ki da atmosfera e o armazena para utilização
do cérebro e do resto do corpo. O etmóide tem uma forma
interessante: tem seu início no septo nasa1 (a cartilagem que
O LIVRO DA CURA NATURAL . 73

separa as narinas) e envolve as narinas por três lados. O


etmóide contém muitas cavidades pequenas que captam o
Ki quando respiramos e com ele alimenta o cérebro através
de uma projeção sobre o osso chamada crista galli, que tem
forma um tanto ou quanto semelhante a chama de uma
vela. Esta projeção serve como ponto de fixação da mem-
brana que circunda o cérebro. O cerebrum — a parte maior
do encéfalo — se divide no meio constituindo dois hemisfé-
rios. A camada externa da membrana em torno do cérebro
ou encéfalo mergulha em'uma espécie de vale entre esses he-
misférios, e liga o osso etmóide à crista galli na frente e ao
osso occipital na parte de trás do crânio. A crista galli é um
ponto de ligação e de distribuição para o Ki a partir do etmói-
de, que depois vai a todo o cérebro.

S E I O S DO CRÂNIO

Outro seio cavitário vizinho do nariz preenche funções


semelhantes às do esfenóide e do etmóide. O seio maxilar,
por exemplo, encontra-se do lado do nariz e colhe o Ki, tan-
to para o estômago quanto para outras partes do corpo. A
conexão entre o seio maxilar e o estômago situa-se no meri-
diano da acupuntura (canal de energia) do estômago, que co-
meça logo abaixo do olho e continua embaixo do rosto e do
pescoço, através do tórax, do abdome (incluindo o estômago)
74 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

Bregma

Osso
Fronta

Seio
Fronta
Crista Gall
Osso
Etmóide

Mandíbu

CORTE TRANSVERSAL DO CRANIO HUMANO

e através da perna e do pé, terminando no segundo dedo


do pé. Alguns textos sobre acupuntura estabelecem que toda
enfermidade orgânica começa com o estômago.

RESPIRAÇÃO

Talvez estas explicações da estrutura de sua cabeça consigam


imprimir em você o quão importante pode ser para a vida
saudável a respiração correta. Cada respiração que tomamos
começa a viagem do Ki através de nossos corpos, e este Ki
é vida. Quando respiramos apropriadamente, alimentamos ca-
da parte de cada sistema do corpo. O oxigênio que penetra
em nossos pulmões representa apenas cerca de 20 por cento
do total do ar que respiramos e exatamente um quarto desta
quantidade é trocada por bióxido de carbono, principal pro-
duto residual de nosso metabolismo. O restante é expelido
com cada exalação. Os outros 80 por cento do ar que respi-
ramos consistem de vários gases que têm pouco ou nenhum
efeito sobre nossos sistemas. Portanto, metabolizamos apenas
cerca de 5 por cento da quantidade total do ar que penetra
em nossos pulmões. Todo o ar que respiramos, entretanto,
é Ki, e este Ki, energia cósmica que proporciona vida, nos
alimentará se tivermos consciência bastante para fazê-lo atuar.
O LIVRO DA CURA NATURAL . 75

Existem muitos exercícios de respiração que auxiliarão


a desenvolver esta consciência. Eles podem ter efeitos profun-
dos sobre seu estado mental e físico e sobre seu desenvolvi-
mento espiritual. Combinados com um programa geral de vi-
da saudável, podem aliviar muitos problemas físicos e "men-
tais" tais como o nervosismo, a prisão de ventre, o cansaço,
a debilidade orgânica e a fraqueza sexual. Eles ajudarão a
eliminar muitos hábitos prejudiciais, tais como o vício do fu-
mo e de comer excessivamente.
Muitas pessoas nos Etados Unidos sofrem de problemas
do seio nasal (sinus) ou de bloqueio constante do nariz por
um motivo ou por outro. Estas dificuldades muitas vezes se
devem a uma dieta pobre e igualmente a hábitos deficientes
„de saúde. As crianças que crescem com o hábito de respirar
pete boca tendem a carecer de certa sensibilidade espiritual
devido a insufjgiência de alimentação de energia das áreas
glandulares e dos seios (sinus).
O fumo é um outro hábito infeliz, porque proporciona
um estímulo artificial a todo sistema. Este estímulo è feito
através de irritação e qualquer irritação é finalmente prejudicial.
O hábito de fumar cigarros provoca a constricção dos vasos
sangüíneos periféricos do corpo, causando mais resistência à
corrente sangüínea, deixando depois uma depressão (que cau-
sa o desejo de mais outro cigarro e assim por diante). Feliz-
mente que não fumamos em nossos primeiros estágios de de-
senvolvimento. A mãe que fuma deve considerar o prejuízo
que este hábito acarretará para a criança nascitura ou na fase
de amamentação. Muitos estudantes relataram que depois de
tomar consciência do ar puro em seus pulmões por meio da
prática dos exercícios de respiração não quiseram nunca mais
enchê-los com o veneno da fumaça de cigarro. Se por acaso
seu velho hábito tentava restabelecer-se, substitutivo satisfa-
tório era fazer o exercício de 10 respirações profundas. Este
método, incidentalmente, às vezes elimina também o desejo
de fumar.
Você pode praticar os seguintes exercícios em casa, sozi-
nho ou com alguém que o "leve" através de um prcçesso de
relaxamento completo em conjunção com o exercício. Se você
tem um gravador, você pode gravar as instruções e ouvi-las
quando precisar. Com a prática diária, essas gravações com-
pensarão seu esforço muitas vezes.
76 IX) JARDIM DO É D E N À ERA DE AQUARIUS

O primeiro exercício é destinado especificamente ao rela-


xamento da mente e do corpo, a centralizar sua energia nas
vísceras e a liberar suavemente os bloqueios de energia.

Exercício de Respiração 1. Respiração Abdominal

Deite-se de costas com os joelhos dobrados e juntos e com os


pés separados numa distância semelhante à do ombro no chão.
Coloque suas mãos uma sobre a outra, em seu abdomem in-
ferior, logo abaixo do umbigo. Quando você inspirar pelo na-
riz, deixe seu abdome expandir-se; quando expirar, deixe-o
afundar completamente. Seu abdome deve elevar-se a cada
inalação e afundar a cada exalação, porém não deixe que seu
tórax se «nova de nenhuma maneira; deixe que o trabalho todo
seja feito no abdome inferior. Faça suas inspirações bem com-
pletas e, quando você atingir a plenitude, estique-se um pouco.
Quando você expirar, faça por onde colocar para fora todo
o ar. Preste sua atenção na área logo abaixo do umbigo (a
área que contém o chakra do ponto um), e concentre-se nela.
O LIVRO DA CURA NATURAL . 77

Continue este método de respiração completo e relaxante


por cerca de dez minutos. Empregue grandes inspirações
e expirações. Em cada exalação completa deixe o peso de seu
corpo repousar no solo e diga: "Relaxe-se", silenciosamente.
Faça isto a cada respiração e deixe-se repousar cada vez mais
profundamente no solo. Faça com que seu corpo se "dissolva"
a cada respiração. Depois de dez minutos mais ou menos in-
cline a cabeça para trás de modo a estender o queixo, depois
abra a boca (para liberar os bloqueios em sua garganta). Ins-
pire e expire pela boca por um ou dois minutos. Então rela-
xe-se, respire muito suavemente e repouse.

COMO SE DESENVOLVEM AS OBSTRUÇÕES

A fim de proteger-se contra as emoções infantis que muitas


vezes são também dolorosas de se manter, a psique se torna
tensa e se fecha; a "aparência externa" resultante foi cha-
mada por Wilhelm Reich de armor (armadura). Cada vez que
a criança passa por semelhante experiência dolorosa, se endu-
rece mais em sua defesa contra ela. Infelizmente, essa arma-
dura de tensão a protege também contra as emoções positivas
que quer sentir e expressar, quando então bloqueia o fluxo
livre de energia através das partes especiais do corpo associa-
das com as emoções indesejáveis.
Uma das maiores "áreas de prisão" compreende a gar-
ganta. o pescoçoT o queixo e o tórax superior. Esta área tam-
bém está relacionada com o coração espiritual (chákra do
coração) e sua energia. O fluxo de energia começa aqui du-
rante a alimentação mamária. A falta de amor enquanto se
alimenta pode criar frustrações físicas e emocionais em uma
criança, o que logo provoca obstrução de energia. Os blo-
queios continuam a desenvolver-se cada vez que, crescendo,
a criança experimenta uma situação em que se sinta rejeitada
ou não amada. A^ dor de experiências negativas — que pode
Tser expressa em lágrimas ou palavras irritadas — localiza-se
em sua garganta quando inconscientemente ela veste sua ar-
madilha cnntra__as_emoções difíceis^
Quando você aumenta o fluxo de energia através de seu
corpo por meio desta espécie de exercício e depois dirige esta
energia para uma área determinada, a energia revigorante que
flui livremente pode remover as obstruções e eventualmente
as transportará para longe como uma parte de seu próprio
fluxo livre, muito semelhante a uma corrente que depois das
78 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

chuvas de outono flui livremente e de um modo completo ao


longo de seu curso, transportando com ele a água dos char-
cos estagnados do último verão seco.
A energia aprisionada muitas vezes se arrebentará como
lágrimas espontâneas, risos, gritos estridentes, tosse ou libera-
ção de espasmos musculares crônicos. Freqüentemente estas
manifestações se acompanham de recordações de experiências
infantis dolorosas. A fim de liberar os bloqueios, é importante
deixar sair e que venham à luz livremente estas expressões.
experimentando tornar-se consciente das emoções que são a
sua origem e que as capitulam. Desta maneira, você pode atin-
gir uma compreensão livre e a harmonia com seu corpo, que
crescerá, à medida que você continua a liberar os secretos
bloqueios.
Uma mitra parte do corpo que tende a estar f e c h a d a é o
abdome inferior. Muitos de nós na sociedade moderna não
compreendemos esta parte de nossos corpos por causa de um
temor instilado em nós quando crianças, pelas palmadas que
recebemos nas nádegas, pela déia de culpa em relação ao
sexo ou pela prisão de ventre, e uma variedade de outros
fatores. Nós fomos afastados da compreensão da parte in-
ferior de nossos corpos e nos tornamos desequilibrados. O
primeiro exercício de respiração ajudará você suavemente a
abrir ambas as áreas e a começar a estabelecer um fluxo livre
e confortável.
A fim de quebrar os muitos tipos que construímos duran-
te a infância, você terá de repetir o exercício, com suas pró-
prias variações criadoras, muitas vezes. É importante que você
acompanhe a prática com uma consciência constante de que
você e somente você é responsável por sua própria_evolução
e de que ninguém mais nem qualquer_sistema traz a resposta
para seu crescimento. Lembre-se também de que todos nós
necessitamos de ajuda, às vezes; a assistência de um "guia"
pode ser valiosa para ajudá-lo em um período difícil.
Esse tipo de exercício é destinado a deixar uma quanti-
dade maior de energia fluir dentro de você, a qual eventual-
mente se torna o fluxo constante e. completo. As experiências
que você pode ter não significam necessariamente que trarão
mais energia para dentro de seu corpo, porém elas liberarão
mais energia reprimida em seu próprio corpo. É a sua ener-
gia; é apenas uma questão de bastante relaxamento e de aban-
dono. Você não precisa "segurar" seu corpo; ele não se de-
O LIVRO DA CURA NATURAL . 79

sintegrará se você relaxar. O que vooê terá de fazer nesse


exercício é simplesmente relaxar bastante de modo que pos-
sa ser o que é. O fluxo pode então passar e fluir cada vez mais
livremente, de tal modo que você possa funcionar mais es-
potânea e livremente. Assim, como uma cultura, somos pes-
soas constipadas: nós somos pessoas "presas" todo o tempo.
O tempo precisa parar de prender-nos e deixar que nossas
energias fluam em uma direção positiva para nosso cresci-
mento e evolução.
Aqui apresentamos outros exercícios para ajudar nossas
energias a fluir mais forte e livremente.

Exercício de Respiração 2. Respiração Zen

Sente-se sobre seus joelhos com as costas retas, as mãos no


seu colo com as palmas voltadas para cima, os dedos de uma
das mãos repousando sobre os da outra, com os polegares se
tocando nas pontas de modo a fazer "um círculo, ou uma bola.
O centro do círculo deve estar diretamente diante de seu ponto
um, que se situa a duas polegadas e meia abaixo de seu um-
bigo. Certifique-se de que seu pescoço está reto, levante sua
coluna e mantenha-a reta erguendo a cabeça como se você es-
tivesse constantemente se esticando um pouco mais para cima.
Faça descer seus otpbros, deixe que todo o peso de seu corpo
caia bem para baixo quando você se colocar no ponto um.
Suas inspirações serão feitas através do nariz, e as expirações
pela boca, com uni som aberto e sussurrado em ahhhhh — um
pouco como se você estivesse embaçando um espelho. Comece
com uma expiração puxando todo o ar de seu corpo pela con-
tração do abdome inferior o tanto quanto for necessário. Quan-
do fizer isto, deixe que seu corpo se incline um pouco para
frente num movimento natural causado pelos esvaziamento
dos pulmõçs. Mantenha o estado de vazio por um período
contado de quatro segundos. Depois inale ou inspire muito,
muito lentamente pelas narinas, não fazendo qualquer som,
até que seu corpo se torne ereto de novo partindo da posição
inclinada anterior e chegando a completar uma inspiração per-
feita. Seu abdome inferior deve expandir-se primeiro e depois
seu tórax. A inspiração completa deve levar um período de
oito segundos. Mantenha-se cheio de ar durante quatro se-
gundos, depois expire pela boca fazendo um som soprado
{ahhhhh). Expire lentamente por um período de oito segun-
do e mantenha a posição vazia novamente por um período
80 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

de quatro. Concentre toda sua atenção no ponto um. Cada


inspiração deve ser controlada em uma proporção invariável.
Não cometa o erro de iniciar a inspiração muito depressa e
tornando-a depois mais lenta quando você completar a con-
tagem; a quantidade de ar inalada deve ser a mesma durante
toda a contagem. A expiração é da mesma maneira; a quan-
tdade de ar que é exalada n o início deve ser a mesma que
é exalada até o final. Concentrando-se completamente no pon-
to um e respirando de maneira disciplinada e controlada cria-
rá tremenda quantidade de calor em seu corpo e desenvolverá
um K l muito forte.
Depois de alguns momentos você achará mais fácil res-
pirar nesta contagem. Quando você ficar à vontade, comece
a aumentar os períodos de retenção de quatro para sei«) e de-
pois de seis para oito segundos. Quando você atingir oito se-
gundos de retenção, permaneça em uma contagem alternada
de oito e continue desta maneira por cinco minutos. Depois
aumente todas as quatro contagens para dez, de modo que
você inspire durante dez segundos, retenha durante dez segun-
O LIVRO DA CURA NATURAL . 81

dos, exale durante dez segundos e mantenha-se sem ar du-


rante dez segundos. Você pode aumentar cada respiração o
quanto quiser. Quanto mais lentos e maiores os períodos de
respiração e retenção melhor. Se suas pernas ficarem do-
loridas ou adormecerem, não se preocupe (contanto que não
haja algum problema anterior). Use o desconforto como
um meio de disciplinar-se ainda mais. Você pode executar
este exercício em um período de trinta minutos sem qualquer
prejuízo relativo para suas pernas. Se elas tem propensão a
adormecerem rapidamente e você se sentou por mais de trin-
ta minutos, a falta de circulação em suas pernas pode ser
prejudicial. Neste caso, você pode sentar-se em uma cadeira.
Este exercício exige uma boa quantidade de disciplina e
prática. Ele é muito eficaz para tranqüilizar a mente, disci-
plinando o corpo e a mente e desenvolvendo um Kl poderoso.

Exercício de Respiração 3. Concentração e Movimento

Sente-se sobre os joelhos, no estilo japonês, ou sobre um tra-


vesseiro com as pernas cruzadas. Certifique-se de que seus
joelhos estão abaixo de sua pelve. Mantenha as costas bem
retas, coloque as mãos juntas de modo que os centros das
palmas se toquem e os dedos apontem para cima. Suas mãos
devem estar na frente de seu chakra do coração e os antebra-
ços devem estar paralelos ao chão. Incline os ombros e os
relaxe, assim como os braços, o pescoço e o tórax. Incline
a cabeça para frente um pouquinho só. Agora tome uma res-
piração completa. Quando estiver completamente cheio, "sinta"
sua energia fluindo através de seus braços, mãos e através
do chakra ^o coração. (Considere que esta energia tem ori-
c
gem : u chakra do ponto um.) Abra seus braços para fora
e para os lados, deixando a energia permanecer nas palmas das
mãos, tocando o. polegar com o indicador. (Diz-se que o con-
tato do polegar com o indicador é uma prática de ioga que
fecha o circuito de energia dentro do corpo, permitindo que
pouca ou nenhuma energia dele escape.) Expire e deixe a
energia passar por suas mãos suavemente abertas. Depois
abaixe as mãos até o chakra do ponto um (ou seja, duas
polegadas e meia abaixo do umbigo), de tal modo que se
forme um círculo com seus dedos e os polegares. Concentre-
se aí.
82 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

EXERCÍCIO DE CONCENTRAÇÃO
1

Sente-se tranqüilamente por um momento e sinta a inte-


gração de suas energias no centro de seu ser. Quando você
se sentir profundmente concentrado no ponto um, faça a pri-
meira coisa que seu corpo quiser fazer. Abra-se para o senti-
do do que está em seu interior e deixe que seu corpo fale a
você mesmo. Quando respirar, deixe que seu espírito interior
lhe fale o que quiser. Não fixe sua idéia no que está para
acontecer — deixe apenas seu corpo se mover. Se quiser
emitir sons ou mover-se ou esticar-se, faça-o. Deixe que seu
eu interior comande seu "você" -civilizado.
Este exercício produz sempre grande movimentação en-
tre os estudantes, alguns dos quais são muito ativos. Muitos
encontraram "aberturas" profundas em seu sentido de cons-
ciência. Lágrimas, risos e alguns rostos muito felizes são fre-
qüentemente observados nas classes em que realizamos estes
exercício. Parece que muitas pessoas encontram uma parte
misteriosa delas mesmas simplesmente pelo deixar ir de seu
ser interior.
O LIVRO DA CURA NATURAL . 83

EXERCÍCIO DE CONCENTRAÇÃO
2

O teste deste exercício, no sentido disciplinar, é prender


sua atenção no ponto um. Sua finalidade é ajudá-lo a encon-
trar este centro e sedar e tonificar suas energias. A energia
vem através do ponto um, para atingir todo o seu corpo e
depois até as suas mãos. Quando você junta as mãos, a ener-
gia se junta no centro das mãos e nas pontas dos dedos. Ao
mesmo tempo, existe um fluxo para o seu chakra do cora-
ção; se você estiver funcionando em seu chakra do ponto um,
também estará funcionando em seu chakra do coração. Quan-
do a energia flui através dos dedos, daí circulando em torno
do coração, cria-se um ciclo. Quando você faz uma respitação
completa a partir de seu intestino para seu tórax, mantenha-a
por um segundo, absorva, deixe o ar fluir para suas mãos e
depois permita-o sair. Você sentirá então esse fluxo passando
através de suas mãos.
O ponto um está relacionado com a saúde, a criação da
vida e qualquer atividade que tenha a ver com a existência
84 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

EXERCÍCIO DE CONCENTRAÇÃO
3

material do corpo. Qualquer desconforto físico nessa área pode


ser devido a tensão. Pela concentração neste chakra, você
pode se disciplinar de tal modo que supere a tensão. Pela
"alimentação" desta área, desenvolve-se a consciência do pon-
to um.
Nossa "retenção" é um tipo, um modo negativo de vida.
Quanto mais forte é, mais enfermos ou espiritualmente "mor-
tos" nós somos. Portanto, todos os tipos de enfermidade —
espirituais, físicas e mentais — são "retenção". Quando nós
"retemos", impedimos o fluxo de energia criadora, ou Deus,
de passar harmoniosamente por nós. A retenção se manifesta
como uma obstrução. Quando a obstrução se torna bastante
forte, ficamos doentes e quando ela se torna forte demais,
morremos. A fim de utilizar a medicina natural, devemos pri-
meiro começar a cuidar de nós mesmos permitindo a passa-
gem do fluxo.
O LIVRO DA CURA NATURAL . 85

A energia liberada lava tudo quanto o retém em baixo:


qualquer coisa que o retém também o controla. Em nossas na-
turezas verdadeiras somos vasos de energia vital, e devemos
permitir que o vaso seja. Para ser natural e vigoroso, você
deve ser um vaso da energia que cura. A cura primeiro deve
ter lugar dentro de si antes que possa tornar-se disponível
para os outros. O limite até o qual você pode_curar os, outros
é determinado pelo limite que você pode se curar a_si_mesmo.
Este exercício pode ajudá-lo a desenvolver "a aprendiza-
gem direta" — aprendendo a partir do ponto um. Você ab-
sorve conceitos de sua consciência do ponto um e não de sua
cabeça. Em nossa cultura nos acostumamos a ouvir ou a ler
palavras com nossos ouvidos ou com nossos olhos, e as idéias
vão para nossas mentes conscientes e daí escoam para o sub-
consciente. Nós filtramos as partes que não nos interessam e
as alteramos para ajustar o padrão com que nos serão mais
confortáveis. Eventualmente elas atingem nosso subconsciente
de alguma forma. Os chakras controlam nosso ser interior.
Pela abertura através destes centros'em lugar de "estar em sua
cabeça", você deixa que a energia das coisas em torno de você
e em torno das coisas que você deseja aprender penetre dire-
tamente na sua consciência mais profunda. Você então senti-
rá que está centrado em seu terceiro chakra em vez de estar
centrado em sua cabeça. Estar centrado em seu centro e
aprender daí é o que se chama "aprendizagem direta".
A energia transportada para suas mãos realiza uma parte
extremamente importante do exercício seguinte desde que exis-
te um chakra no centro de cada mão. A energia que passa
através de suas mãos enquanto trabalha com uma outra pes-
soa (na massagem, acupuntura, e semelhantes) tem de ser
energia consciente e deve tornar-se pura e forte. Porém a mais
poderosa força de movimento que você pode usar quando
ajuda outra pessoa ou a si mesmo é o amor; este amor altruís-
ta emana do chaka do coração.

Exercício de Respiração 4. Criador de Energia (para a Saú-


de Geral)
Fique de pé normalmente e relaxe. Respire cinco vezes pro-
fundamente, cada respiração em uma onda, enchendo pri-
meiro seu abdome, depois seu tórax. Faça inspirações cheias
e completas. Mantenha a quinta inspiração por alguns segun-
dos e depois expire, projetando mentalmente a energia da
86 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

A. CRIADOR DE ENERGIA B. CRIADOR DE ENERGIA

expiração para o interior de seus braços, de seus antebraços e


para a ponta de seus dedos. Ao mesmo tempo volte as palmas
de suas mãos para fora.
Certifique-se de que você expira completamente, depois
comece uma inspiração integral, fechando seus punhos ao ins-
pirar e conduzindo a energia para fora de seus braços e para
a sua cabeça. Quando sentir que a energia enche sua cabeça,
transporte-a de um lado para outro diversas vezes. Prenda a
respiração por alguns segundos.
O LIVRO DA CURA NATURAL . 87

Expire completamente, enviando a energia para os lados


de seu corpo, continuando pelos lados de suas pernas e até
o chão. Durante a expiração, abra suas mãos; volte as pal-
mas das mãos para baixo e uma para a outra, de modo que
as pontas dos dedos quase se toquem.
Agora faça uma inspiração profunda e volte as mãos
para fora novamente, conduzindo a energia da terra para o
interior de suas pernas e para seu peito. Então expire para o
interior de seus braços, para as mãos e para os dedos. Pros-
siga com esse tipo de exercício, dez ou vinte vezes.
Quando você projeta a energia para o interior de seus
antebraços e para cima no lado de seus antebraços até a cabe-
88 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

ça, você esiá fortalecendo a energia nos meridianos de acupun-


tura da parte superior do corpo. Quando você projeta a ener-
gia para fora de suas pernas e para cima no interior de suas
pernas até seu tórax, você está tonificando a e r i g i a nos me-
ridianos de acupuntura da parte inferior do corpo (veja ma-
pas no capítulo da acupuntura). A prática diária deste exer-
cício fortalecerá todo o seu sistema e pode ser empregado es-
pecificamente para uma quantidade de meridianos que têm
deficiência de energia.

Exercício 7. Relaxamento Completo

Deite-se de costas com as palmas das mãos para cima, os pés


levemente separados. Não use travesseiro. Faça então uma
respiração profunda e relaxe. Deixe que todo o peso de seu
corpo repouse no chão. Sinta seu corpo esticar-se e afrouxar
e tornar-se muito mole e quente e muito relaxado. Tome uma

RELAXAMENTO PROFUNDO

outra respiração completa. Quando expirar, sinta todo o peso


de seu corpo plantado profundamente no chão. A cada expi-
ração, diga silenciosamente para você mesmo: "Relaxe". Sinta
o calor criado pela respiração em seu abdome inferior e deixe
que esse calor se irradie por seu corpo inteiro a cada respira-
ção. Sinta-o relaxar todas as estruturas de seu corpo e fazer
você afundar cada vez mais profundamente no solo. Quando
pensar em cada parte do corpo, sinta-a relaxar completamente
(sem se mover de qualquer modo) e "penetrar" profunda-
mente no solo. Respire integral e completamente durante todo
o exercício. Concentre uma parte de sua mente sobre o ponto
um, a área duas polegadas e meia abaixo de seu umbigo. Toda
sua respiração deve ser primariamente diafragmática, sem que
seu abdome trabalhe, porém se seu tórax tende a expandir-se
durante este exercício permita-o fazê-lo.
O LIVRO DA CURA NATURAL . 89

Enquanto você relaxa, leia para você mesmo de alguma


maneira ou ouça em sua própria voz uma fita cassete anterior-
mente gravada com o seguinte:
"Sinta sua cabeça relaxar. Relaxe seu couro cabeludo. . .
sua fronte. . . seus olhos, . . seu nariz. . . suas bochechas. . .
seus lábios. . . sua boca. . . seus dentes. . . sua língua. . . seus
olhos. . . seu queixo. . . sua garganta — e afunde-se profun-
damente no solo. Sinta a parte de trás de seu pescoço rela-
x a r . . . seus o m b r o s . . . seus b r a ç o s . . . seus antebraços...
seus cotovelos. . . seus pulsos. . . suas mãos. . . seus dedos. . .
suas axilas... seu t ó r a x . . . seu a b d o m e . . . suas c o s t a s . . .
suas nádegas. . . seu sexo. . . suas coxas. . . seus quadris. . .
seus joelhos. . . sua barriga da perna. . . sua caneia. . . seus
p é s . . . seus tornozelos... seus dedos — e afunde-se pro-
fundamente no solo. (O leitor deve mencionar todas as estru-
turas do corpo.) Respire profundamente e sinta seus pulmões
relaxarem... seu f í g a d o . . . seu b a ç o . . . seu estômago...
seus r i n s . . . seu pâncreas . . sua vesícula... sua bexiga uri-
n á r i a . . . seu c o r a ç ã o . . . seu intestino delgado... seu intes-
tino grosso — e afunde-se profundamente no chão".
Então faça uma respiração integral. Quando você expirar
estique-se mentalmente desde sua cabeça e seus ombros como
se estivesse aumentando de uma polegada a sua altura. To-
me outra respiração completa e estique as extremidades de seu
corpo e se expanda como se estivesse se dissolvendo na terra e
crescendo mais ainda. Deixe todo o peso de seu corpo afun-
dar no chão e se dissolva no solo. Deixe que a energia de seu
corpo se expanda para além da estrutura física de seu corpo,
que se expanda pelo quarto, para além do quarto, para além
do prédio, para além da cidade, para além do país, para além
da terra. Deixe sua mente expandir-se e fluir e deixe que toda
a energia de seu corpo se espalhe e flua. Sinta uma profunda
snsação de deixar ir. Respire integral e profundamente de ma-
neira natural, centralizando sua atenção sobre o ponto um, e
deixe que seu corpo relaxe completamente. Sinta uma onda
de relaxamento fluir de baixo, na frente de seu corpo, através
de todas as suas estruturas, para baixo das plantas de seus pés,
para cima de suas pernas e de suas costas, na parte inferior
e superior por trás de seu pescoço e em sua cabeça, e relaxe
seu cérebro. Depois relaxe sua mente. Permaneça neste esta-
do de um a dez minutos.
Capítulo 3

O A L I M E N T O COMO R Ê M Ê D I O N A T U R A L

Assim como cada coisa no universo, o organismo humano


foi destinado a uma finalidade única — a realização completa.
Cada célula, órgão e sistema em seu corpo se destina a fun-
cionar com eficiência ótima enquanto o corpo expressa o cres-
cimento de seu espírito interior. Nada dentro de nós foi feito
para constituir um obstáculo. Cada coisa apóia a meta cen-
tral. O sinergismo do corpo saudável e do espírito sadio for-
nece um canal aberto e puro para a energia cósmica executar
seu trabalho evolutivo.
Este corpo magnífico que você carrega por toda a sua
vida é destinado a controlar a dificuldade natural mais extre-
ma e a ultrapassá-la sem um traço qualquer de perda de efi-
ciência. Esta máquina altamente sensível fornece mobilidade,
prazer, força e ação; proporciona o lugar de repouso para a
almá. É somente durante a Segunda Civilização que o ho-
mem se esquece de como empregar as energias dentro de si
mesmo. Sua perda da consciência custou-lhe tudo que uma
vez lhe foi caro e valioso. Uma de suas perdas mais pungen-
tes é a saúde e a mobilidade de seu próprio corpo. Na con-
quista de nossos verdadeiros eus, seremos capazes de readqui-
rir cada coisa que perdemos e mais ainda. O corpo humano
tem esperado bastante tempo para readquirir sua força. Ele
deve uma vez mais ser capaz de funcionar de acordo com a
finalidade para a qual foi destinado: a realização própria e
a expressão da alma humana. É através de sua escolha cons-
ciente que isto pode ter lugar em sua vida.
O corpo se nutre de alimento. Exige bom alimento, ali-
mento total, alimento cheio de energia. Quando recebe ener-
gia ativa para empregar como combustível, pode realizar to-
das as suas funções com um mínimo de desgaste enquanto
O LIVRO DA CURA NATURAL . 91

proporciona a você o máximo de energia. Se seu alimento é


insuficiente ou excessivo, incompleto ou prejudicial, o cor-
po reagirá e tentará superar sua necessidade de combustível
alhures, partindo primariamente de seus próprios estoques de
elementos carentes. Pode também experimentar absorver estas
coisas do ar ou da água ou sintetizá-las de outras substâncias
no corpo. Durante a era passada, nòssos corpos perderam mui-
to de sua capacidade de extrair seus elementos necessários dos
nutrientes deficientes aos quais nos acostumamos. Hoje em dia
necessitamos de ótimos alimentos para restabelecer-nos. Se seu
alimento não permite, que seu corpo se reconstitua constante-
mente, ele funcionará ineficientemente, criando resíduos de
toxinas. Incapaz de eliminar estas toxinas adequadamente, ele
as estocará. Este acúmulo pesa sobre o sistema, provocando
eventulamente obstrução e diminuição ou distorção do fluxo
energético. Quando estes venenos atuam, começam a afetar
a mente — o cérebro também se alimenta de um nutriente
combustível. Finalmente, o próprio espírito é afetado. Por
este motivo, seu alimento deve realizar duas funções se você
quiser atingir e manter a saúde. Ele precisa proporcionar o
máximo de energia com o mínimo de esforço assimilativo; e
ele deve permitir que seu corpo elimine seus resíduos. Todo
alimento que não for facilmente convertido em força vital pelo
seu corpo pode ser considerado inútil. Os alimentos que criam
energia ativa, por outro lado, são úteis e benéficos.

ALIMENTOS A E V I T A R

Os alimentos que diminuem sua capacidade de eliminar os


resíduos, ou aqueles que provocam eles próprios obstruções
no corpo, são prejudiciais a seu crescimento. Os alimentos que
purificam seu sistema e libertam você de energia estagnada
auxiliam seu crescimento e sua evolução a um estado mais
saudável e de maior consciência.
A cura está baseada no movimento e na liberação da
energia presa ou bloqueada, estabelecendo um fluxo. Os ali-
mentos que se seguem devem ser considerados prejudiciais a
este fluxo de saúde:

1. Açúcar branco, farinha de trigo branca e todos os ali-


mentos que contêm estes itens.
2 . Adoçantes artificiais.
92 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

3. Outros alimentos refinados ou processados que criam um


desequilíbrio no sistema, tais como o arroz branco, a fa-
rinha de arroz branco, grãos de cereais degerminados,
farinha de glúten, sorvetes, refrigerantes, bolos, confeitos,
gelatinas e doces.
4 . Carnes, peixes ou aves em conserva, ou quimicamente
processadas.
5 . Estimulantes e irritantes do sistema, tais como o café, o
cigarro, o álcool, as especiarias fortes e as drogas.
6. O leite pasteurizado e homogeneizado, os queijos fortes,
os queijos defumados, o iogurte que contêm produtos quí-
micos ou preservativos.
7 . Óleos e gorduras hidrogenadas, banhas, óleos e gorduras
animais, margarinas e óleos refinados, gorduras e man-
teigas "vegetais".
8. Vegetais parafinados, em conserva ou enlatados, ou em
forma de pickles.
9 . Sal de cozinha iodado.
10. Chocolate, cacau e todos os produtos afins.
11. Alimentos preparados por pessoas que estão com raiva,
doentes ou geralmente infelizes.

RAZÕES PARA ISTO

Açúcares e Adoçantes Artificiais

Infelizmente o açúcar branco cristalino refinado tão comum


na alimentação americana (e brasileira) não contêm valor nu-
tritivo — somente calorias. A parte que foi removida vende-se
separadamente como melado preto, que não somente contém
cerca da metade das calorias do açúcar refinado mas também
possui consideravelmente mais valor alimentício, na forma de
vitaminas e de minerais. O melado preto, incidentalmente, é
um ótimo remédio para certos tipos de anemia.
O açúcar branco é literalmente um veneno de ação lenta.
Ele rouba as vitaminas do corpo, enfraquece o pâncreas, que-
bra o metabolismo do cálcio e cria um desequilíbrio no sistema
nervoso. O emprego continuado de muito açúcar branco por
um período de anos muitas vezes produzirá hipoglicemia, ou
o diabetes e quase todas as enfermidades sistêmicas conhecidas
do homem.
O LIVRO DA CURA NATURAL . 93

O xarope de milho é a glicose manufaturada pelo trata-


mento do amido de milho com ácido sulfúrico. O xarope é
depois neutralizado com carbonato sódico e filtrado através
de ossos de boi carbonizados. É tão prejudicial quanto o açú-
car branco.
Você pode ser atraído por anúncios de açúcar "bruto",
ou turbinado. Freqüentemente não são o que parecem ser.
Quanto aos substitutivos do açúcar (adoçantes químicos), são
tão nocivos ao organismo e mesmo mais prejudiciais ao fígado
do que o açúcar branco. Uma vez que você tenha se alimen-
tado bem durante algum tempo, seu paladar cansado readqui-
rirá sua sensibilidade original, e você encontrará maravilho-
sos adoçantes naturais novos e prazer nos mais simples e sua-
ves dos alimentos. O mel natural, o açúcar de tâmaras, as
frutas frescas e secas, o melado escuro são adoçantes delicio-
sos e saudáveis quando você deseja mais do que a natureza
proporcionou.

Farinhas e Outros Alimentos Processados

Os alimentos incompletos refinados, tais como a farinha de


trigo branca, não devem ser empregados no sustento do cor-
po. As farinhas refinadas perdem os nutrientes no grande
número de métodos de processamento e de colheita. Durante
a moagem, o farelo, ou casca externa do grão é removido
e então vendido separadamente para os fazendeiros, que com
ele alimentam os cavalos, fazendo com que aumentem sua fer-
tilidade. O germe do trigo, que é também removido, é uma
fonte abundante de vitaminas B, de cálcio, de fósforo, de ferro
e de vitamina E. Refinada, a farinha de trigo branqueada é
uma fonte abundante de nada.
A farinha de trigo "enriquecida" que em geral é adicio-
nada à farinha branca tem geralmente todos os seus fatores
nutricionais naturais removidos pelos fabricantes. Estes fato-
res são então substituídos por vitaminas sintéticas de valor
questionável e certamente sem consciência das necessidades
da integralidade do alimento. Estas farinhas são empregadas
nos pães, bolos, pizzas, talharins e coisas semelhantes.
Em lugar dos produtos da farinha branca, coma os pães
de grãos 100 por cento integrais, as combinações de trigo
integral, o centeio, a soja, o gergelim, o painço ou "milho
94 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

miúdo", a aveia, as farinhas de pão de centeio integral e assim


por diante. Afaste-se dos produtos da farinha branca com-
pletamente. Leia os rótulos cuidadosamente — não somente
o que se refere a farinha mas sobretudo atentando para os
preservativos, pesticidas, emulsificadores químicos, corantes é
temperos. Você ficará surpreso com o que encontrará.
Devido à demanda já cada vez maior do público pelos
alimentos de mais alta qualidade, algumas das cadeias de su-
permercados começaram a armazenar e vender alimentos na-
turais.
»
Carnes

Quanto às carnes, mesmo as melhores possuem um auto con-


teúdo de ácido úrico (causa principal de gota e artrite) e ge-
ralmente são grandes formadoras de ácido no organismo. A
carne contribui para. intoxicação global do corpo a menos que
seja adequadamente equilibrada com outros alimentos. Os prós
e os contras da carne como uma proteína completa serão .dis-
cutidos mais adiante neste capítulo.

Café e Outros Estimulantes

Geralmente o café e os temperos fortes vão de encontro ao


fluxo de energia harmoniosa dentro e através de todo o orga-
nismo humano. Portanto, devem ser evitados ou tolerados
ao mínimo. Os pesquisadores descobriram que o café tomado
com moderação — isto é, não habitualmente — é um recupe-
rador eficaz, estimulante que pode ser empregado em ocasiões
especiais quando tal melhoria é necessária. Porém, o emprego
habitual e freqüente do café rouba o tono do intestino grosso
e enfraquece o sistema'nervoso. Ele muitas vezes provoca a
prisão de ventre crônica e as vítimas se sentem dependentes
d o café, o.que agrava sua condição. O café, também se desco-
briu, é a causa principal de dores de cabeça e enxaquecas, de
úlceras e talvez mesmo do câncer.

Produtos do Leite

O processo de aquecimento empregado para pasteurizar e ho-


mogeneizar o leite mata as bactérias prejudiciais que ele pode
conter, mas também mata as bactérias benéficas e as enzimas
O LIVRO DA CURA NATURAL . 95

necessárias, deixando o produto quase vazio de força nutritiva.


A crença de que o leite comercialmente preparado é uma das
proteínas mais fáceis de digerir infelizmente não é verdadeira.
Crianças sem conta ficam curadas de cólicas crônicas quando
se lhes retira da dieta o leite pasteúrizado e homogeneizado
devido ao casual esclarecimento de alguns médicos. Mesmo o
leite natural não é a melhor escolha, desde que não é uma
fonte ideal de proteínas exigindo exageradamente muitas en-
zimas pancreáticas para a digestão e portanto sobrecarregando
demasiadamente o pancreas já de si abatido (especialmente
nos últimos anos de vida). Um animal não pode produzir leite
a menos que seus hormônios sexuais sejam desequilibrados,
e alguns práticos bioquímicos de vanguarda asseguram que
grandes excessos de hormônios sexuais femininos estão entre
os principais gatilhos da célula cancerosa. O iogurte e a coa-
lhada caseira são mais benéficos, já que contêm uma cultura
de bactérias vivas e de enzimas vivas. Cem gramas de iogurte
por dia auxiliarão a digestão e a eliminação adequadas. Os
queijos brancos, os queijos de leite de cabra e os queijos da
fazenda são todos boas fontes de proteína e de cálcio, se co-
midos em pequenas quantidades.

Óleos

As gorduras vegetais ou margarinas vegetais são na realidade


óleos "hidrogenados". Este termo indica que elas são feitas
de óleos refinados pela introdução de hidrogênio venenoso
sob tremendo calor e pressão, na presença de um catalisador
metálico. As gorduras não saturadas portanto tornam-se sa-
turadas, resultando em gordura ou manteiga endurecidas. Estes
produtos geralmente são muito difíceis de digerir por causa
do grande calor que matou todas as enzimas. O seu emprego
contínuo p por muito tempo pode produzir lesões graves do
fígado, desde que o fígado tem a gigantesca tarefa de desto-
xificação, de destruição, ou metabolização de todas as subs-
tâncias estranhas que entram no corpo.
Incidentalmente, todas as margarinas são feitas de gor-
dura hidrogenada — mesmo as chamadas margarinas naturais.
Uma margarina natural não existe. Como para qualquer óleo
vegetal refinado, e m p r e g a i o processo de alto-calor para
refiná-las, e estes processos quase sempre contêm preservati-
vos e outros produtos químicos. As gorduras animais reaque-
96 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

cidas caem na mesma categoria que qualquer outra gordura


ou óleo que tenha sido aquecido. Elas tendem a obstruir as
artérias vitais que mantêm normal o bombeamento cardíaco.
Evite reusar qualquer óleo ou gordura depois que ele foi
aquecido uma vez.
O óleo de semente de algodão não deve ser empregado
em circunstância alguma. O algodão não é oficialmente um
produto alimentar e portanto é impregnado com grandes
quantidades de sprays venenosos, em quantidades maiores
mesmo do que as geralmente empregadas nos produtos co-
merciais. Os melhores óleos de cozinha e de salada ainda
devem ser adquiridos em seu armazém local de alimentos
naturais.

Outros

Entre os outros itens que devem ser evitados estão os alimen-


tos enlatados, engarrafados, congelados ou empacotados, que
contêm aditivos, preservativos de conserva e semelhantes. (Leia
os rótulos.) Além disso, o sal de cozinha ordinário é refinado
e contêm aditivos químicos. Em lugar dele empregue o sal
marinho natural; ele não é adulterado e contêm alguns minerais.
Os produtos do cacau — tais como o chocolate e o pó de ca-
cau — agem como o café, estimulando o coração, elevando
a pressão sangüínea, aumentando primeiro e depois baixando
o açúcar do sangue, o que cria uma falsa idéia de segurança
(pelo fato de que o corpo parece relaxar quando a taxa de
açúcar do sangue cai), enquanto prejudica causticamente o
pâncreas, os rins e o fígado. A digestão ruim, a prisão de ven-
tre, a deficiência de cálcio que dá origem aos dentes ruins e
ossos fracos, vários problemas cardíacos, e nervosismo geral,
são todos causados pela ingestão de substâncias do cacau. Os
derivados do cacau não devem ser dados às crianças. Imagi-
ne quantas mães dão às suas crianças chocolate antes de deitar
e depois tem que discipliná-las porque elas, estimuladas, se
recusam a dormir.
Os utensílios de alumínio para cozinhar e guardar os
alimentos prejudicam muitas vitaminas e outros nutrientes do
alimento e suspeita-se de que são causadores de certas espécies
de envenenamento alimentar quando empregados em conjunção
com vinagre. O alumínio é também liberado em seu alimento
e se associa com a lesão da vesícula biliar e muitos outros
problemas de toxicidade.
. 90
O LIVRO DA CURA NATURAL

A eliminação dos alimentos negativos de sua dieta por


si só é sem dúvida um passo positivo. Entretanto, você não
pode fazê-lo todo de uma vez. Se você experimentar, prova-
velmente cairá rapidamente de novo em seus velhos hábitos
alimentares. Não se deixe subjugar pela enormidade das mu-
danças que precisa fazer, inicie lentamente, eliminando alguns
itens prejudiciais de sua dieta a cada semana, ou a cada mês,
e comece a se esforçar daí. Certifique-se de que você as subs-
titui por alguma coisa melhor.

QUANTO DE PROTEÍNAS?

Uma das grandes controvérsias que empolgam os nutricio-


nistas é a do valor relativo de diversas proteínas, das pro-
teínas animais em particular. Existem alguns que acham que
as proteínas completas são somente aquelas encontradas na
carne, no peixe, no leite e nos ovos e que portanto grandes
quantidades de tais alimentos são essenciais à boa nutrição.
Outros promovem as proteínas "quase" completas e menos
concentradas, tais como as sementes, em especial as semen-
tes de gergelim, as sementes germinadas, a soja, as nozes e
suas pastas assim como os legumes. Outros ainda advogam
em favor da proteína retirada dos frutos, dos vegetais, das no-
zes e dos grãos.
A verdade repousa em algum lugar de seu próprio orga-
nismo, e a questão será decidida por sua consciência indivi-
dual. É verdade que as proteínas são os construtores essen-
ciais dos tecidos de seu corpo e que sem elas você morreria
logo. É também verdade que existem suspeitas de que o ex-
cesso de proteínas seja a causa de uma quantidade de enfer-
midades mentais e físicas que atualmente são "incuráveis" pe-
la ciência moderna (esquizofrenia, câncer e outras). O grande
impulso para as dietas de muitas proteínas comum na Améri-
ca de hoje poderia ser o resultado das influências de grandes
negócios e nada tem a ver com a saúde.
Uma criança que cresce necessita de boas quantidades de
proteína para auxiliar seu crescimento. Elas devem ser equi-
libradas com o consumo adequado de carboidratos e de outros
elementos. Jamais se deve fazer uma alimentação exclusiva-
mente de proteínas, assim como a dieta sem qualquer proteína
seria totalmente prejudicial.
Quando o corpo progride um pouco mais exige cada vez
menos concentrações de proteínas para restabelecimento de
98 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

seus tecidos e pode ser sustentado com quantidades surpreen-


dentemente pequenas. De fato, uma alimentação excessiva-
mente alta em proteínas pode ser a causa de muitos cânceres.
O pâncreas deve secretar grandes quantidades de sucos (en-
zimas) que têm a tarefa de decompor as proteínas no intes-
tino delgado. Se a alimentação for excessivamente forte em
proteínas, o pâncreas pode não ser capaz de estocar energia
bastante para realizar a tarefa. O próprio câncer é uma pro-
teína selvagem-que muitas vezes acompanha uma toxicidade
grave, um excesso de proteínas e uma alimentação desequi-
librada.
Muitas pessoas são contra o comer carne por motivos es-
pirituais. Sem dúvida que você tira a vida quer para comer o
boi quer para comer a cenoura. Na realidade, a cenoura tem
mais consciência de sua intenção de matar do que o boi. Cf
reino vegetal já se demonstrou que tem um nível de sensibili-
dade maior e mais sofisticado do que o próprio homem de
hoje. O notável cientista polígrafo Cleve Backster descobriu
que mesmo as plantas caseiras ordinárias respondiam aos seus
pensamentos verdadeiros de fazer-lhes mal. Elas têm uma tal
capacidade de estabelecer contato profundo com a pessoa que
cuida delas que podem manter uma consciência total do
estado emocional da pessoa, não importa onde ela esteja. Cada
cenoura grita pela vida quando é arrancada do chão. Se você
colocar esta cenoura deitada no chão, ela retomará seu cresci-
mento. Ela ainda contém a força essencial da vida que sinte-
tizou diretamente do sol, da água, do ar e da terra. Esta força
vital é transmitida a você quando você se utiliza de vegetais
saudáveis para sua alimentação.
A carne é uma forma diferente de vida; ela perde sua
força vital no momento do abate. Não há dúvida de que é
uma forma de proteína completa e altamente concentrada,
semelhante à que existe em nossos corpos, porém a carne tam-
bém possui a mais alta quantidade de toxinas. A carne ven-
dida no comércio geralmente contém grandes quantidades de
produtos químicos, antibióticos e hormônios. A carne tem
duas vezes o potencial putrefativo das outras fontes de pro-
teínas. Quando se considera a energia disponível, os vegetais,
as nozes e os grãos são alimentos mais saudáveis. A minúscula
central elétrica de energia inerente a cada semente ou grão
tem o potencial completo da planta adulta que eventualmente
se tornará. Esta energia vital é transmitida a você quando vo-
O I.IVRO DA CURA NATURAI 99

cê come grãos e sementes integrais e sadios. Já se afirmou


que um bife exige mais energia para a digestão do que propor-
ciona ao organismo.
Os músculos de seu corpo absorvem ácido úrico gerado
pela ingestão de carne. Eventualmente eles ficam saturados
quando a carne se cristaliza em pontos semelhantes a agulhas
pontiagudas, causando a votê a dor e o desconforto do reu-
matismo, da neurite, da ciática, da gota e de diversas enfer-
midades hepáticas.
O comer carne é simplesmente um assunto de gosto, há-
bito e cultura individuais. Certamente a carne não fornece ao
corpo a melhor fonte disponível de proteínas. Este fator cultu-
ral é de extrema importância. As pessoas têm comido carne
por muito tempo. Sua estrutura genética contém os padrões
químicos e metabólicos de seus ancestrais. Se sua família vem
de um clima frio e duro dos comedores de carne com batatas,
você pode encontrar um pouco de dificuldade para se con-
verter ao vegetarianismo. Pode levar alguns anos de lenta
conversão para se estabelecer em uma dieta mais conveniente
a sua consciência atual. O clima em que você vive e seus há-
bitos de vida (trabalho, esportes^ sexo) exercerão uma parte
importante no estabelecimento de suas necessidades de uma
alimentação particular.
Se você come carne, deve ser tão sadia quanto possível.
As carnes de órgãos internos (i. e . , fígado, rins) contêm
as maiores quantidades de nutrientes, porém, contaminadas,
retêm as maiores taxas de contaminantes. A carne das aves de
caça, de peixe, os ovos fertilizados, os bifes saudáveis ou a
carne de carneiro comidas duas vezes por semana devem sa-
tisfazer suas necessidades químicas e habituais quanto à con-
centração de proteínas enquanto você lentamente se converte a
uma dieta que está mais de acordo com padrões de vida mais
saudáveis que você agora está estabelecendo. O restante de
suas necessidades protéicas pode ser adequadamente satisfeito
por vegetais, nozes,» sementes e legumes novos.
A grande prioridade dada às proteínas concentradas em
nossa cultura está bem fora de proporção com as necessidades
corporais. Se não for perigoso, pelo menos é prejudicial co-
mer proteína animal três vezes por dia durante sete dias por
semana. Existe considerável evidência a apoiar as teorias do
câncer/pâncreas aqui mencionadas. Se você considerar o fato
de que tantos americanos geralmente comem ovos na refeição
100 IX) JARDIM DO É D E N À ERA DE AQUARIUS

matinal (freqüentemente com bacon ou toucinho), alguma es-


pécie de carne, um produto do leite, o peixe no almoço e no-
vamente no jantar, sorvete na sobremesa e possivelmente cas-
tanhas entre as refeições, você começa a entender o problema.
A realidade global da nutrição geral repousa no equilí-
brio delicado entre os alimentos crus cheios de energia e os
alimentos cozidos, em como estes alimentos são combinados e
em como seu corpo responde a eles.

DIETAS

Todos nós diferimos um pouco bioquimicamente um do outro.


Não existe nenhuma disciplina dietética que possa ser ideal
para todos. Isto é especialmente verdadeiro porque o alimento
é um remédio poderoso. Alguns de nós temos mais putrefação
em nossos organismos do que outros e necessitamos de alimen-
tos de maior poder de purificação, que dissolvam os bloqueios
da energia morta. Em tais casos, os frutos crus e os sucos
de frutas naturais são muitas vezes a prescrição adequada.
Se você é mais afetado pela reconstituição dos tecidos, você
pode introduzir mais vegetais verdes e crus na dieta, mais
grãos e boa proteína vegetal, tal como a manteiga de gergelim
ou de soja. Uma vez que você tenha os pontos negativos sob
controle e tenha satisfatoriamente purificado o interior, pode ini-
ciar uma aceleração consciente de seu programa alimentar pelo
rebalanceamento da proporção de alimento cru 'cheio de ener-
gia' em relação ao alimento cozido que você come. Quando
um vegetal é cozido, a maior parte de sua vida fica destruída
pelo calor (nem é preciso mencionar a destruição de suas en-
zimas e a perda de vitaminas e de mineirais na água). Os áto-
mos de que eles se compõem revertem ao estado mineral e se
destrói a maior parte de seu valor. O valor principal das ver-
duras supercozidas está no fato de propiciar maior eliminação.
As verduras adequadamente cozidas (ferventadas), entretanto,
são mais facilmente assimiladas do que as verduras cruas e
são necessárias à dieta comum.
Tempos atrás quando nosso ambiente exterior era rela-
tivamente puro e limpo, conseguia-se provavelmente um bom
equilíbrio com 50 por cento de alimentos crus e 50 por cen-
to de alimentos cozidos. Hoje em dia vivemos em um am-
biente hostil, tanto para um quanto para outro tipo de alimen-
tação. Então, para a saúde e para o crescimento é necessário
o processo de purificação. O equilíbrio do alimento cheio de
O LIVRO DA CURA NATURAL . 101

energia e dó alimento morto deve ser mantido adequadamente


para que tenha lugar a purificação. Quando a energia de seu
corpo está em constante alteração, os alimentos que você co-
me devem mudar também. No inverno você. precisa mais de
alimento que produz calor, que é também útil ao armazena-
mento de energia. O Kl de seu corpo está orientado para o
interior durante a estação fria. O verão, quando sua energia
corporal tende a fluir para a superfície, é um bom tempo de
limpeza e de expulsão de toxinas, (o capítulo sobre a acupun-
tura explicará melhor este ponto). Você deve portanto comer
de acordo com as estações. Uma pessoa relativamente sadia
deve comer:

Outono-lnverno Primavet a- Verão Dias mais


Quentes

30% de grãos inte- 30% de verduras 70% de ver-


grais, com algumas cruas duras cruas
sementes, nozes e pas- 30% de frutas cruas 30% de fru-
ta de nozes. 20% de grão e de tas
30% de verduras fer- alimentos, animais,
ventadas ou refoga- nozes e pastas de
das nozes, e sementes
20% de verduras 20% de verduras
cruas ferventadas ou
20% de alimentos ani- refogadas
mais e fruta sobretu-
do seca

Quando se empregam mais alimentos animais, os grãos


devem ser reduzidos proporcionalmente.

Dieta de Purificação e Jejum

Quando for o caso de jejuar ou de fazer a purificação, você


deve aumentar os frutos e reduzir qualquer outra coisa. Se
você não estiver bem, especialmente se estiver sofrendo de
qualquer distúrbio gastrintestinal, deve aliviar a carga de seu
organismo imediatamente. Enquanto estiver assim, corte sua
refeição matinal e substitua-a por um copo de água quente.
A água fria da torneira ou a água da nascente deve ser aque-
cida a uma temperatura tépida mas não deve ser fervida. É
conveniente que você adicione um pouco suco de limão. Beba
102 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

isto diariamente como sua refeição matinal. Certamente você


pode beber tanta água quanto precisar durante o dia — mas
se afaste da água gelada.
Por volta das 11:00 ou 11:30 você deve fazer uma
refeição que consista em frutas cruas e verduras. Se achar
que estes vegetais crus dão gases ou são difíceis de digerir,
experimente as verduras ferventadas ou os sucos de verduras.
Muitas pessoas têm este problema por causa da fraqueza de
seu aparelho gastrintestinal; devem converter-se aos alimentos
crus lentamente.
O jantar deve ser cedo e deve consistir em vegetais e
grãos. Se você estiver doente, deve eliminar toda proteína
animal. O jejum é a melhor maneira de curar todo seu orga-
nismo. A eliminação da refeição matinal e de alimentos pesa-
dos é o início de uma boa preparação para o jejum.
Em última análise, você deve encontrar seu próprio equi-
líbrio de alimentos e suas curas dietéticas. Penetre em sua pró-
pria consciência e_ouça seu gorpo cuidadosa e honestamente
Isto nem sempre é fácil. Além de seus próprios padrões nega-
tivos, que podem estar longe de lhe concederem um contro-
le, você enfrentará dúzias de diferentes teorias dietéticas sob
todos os ângulos possíveis. Faça experiências com seus ali-
mentos até encontrar o regime que lhe for conveniente. Se
você se sentir melhor com uma alimentação nova, continue
com ela. Se os alimentos pesados o tornam Vagaroso, "into-
xicado pelo alimento", ou doente, afaste-se deles. Seu corpo
lhe está dizendo alguma coisa. Informe-se com pessoas conhe-
cedoras do assunto — médicos, nutricionistas, iogis, macro-
bióticos — e tempere sua dieta com sensibilidade honesta e
consciente que seu corpo necessita. Eventualmente sua dieta
será determinada pelo tipo de vida que você feva_g_<Lj?uritP
cação que você deseja realizar.. Seus verdadeiros valores e
desejos o orientarão a uma conscientização a respeito do
alimento.
O aparelho digestivo é semelhante a qualquer outra parte
de seu corpo. Ele preoisa de exercícios fortes para ser sau-
dável. Se seu alimento é demasiadamente rarefeito para o
seu estilo de vida, você não terá a força e a energia que pre-
cisa. Entretanto, abuso não é exercício, e você deve saber a
diferença.
A mudança completa de hábitos alimentares antigos e
demasiadamente repentina pode produzir um temporário des-
O. LIVRO IJA CURA NATURAL 103

conforto inesperado, fornecendo a você uma falsa justificativa


para retornar aos velhos hábitos, por mais destruidores que
sejam. A rápida liberação na corrente sanguínea das toxinas
armazenadas, pode produzir _a náusea, a tontura, os vômitos,
o mal-estar e as dores gerais e uma sensação de pouca ener-
gia. £ pôHãntÕ~lnêÍhõr fazer uma transição gradual. Prova-
velmente você levará dois ou três anos de experimentação
séria até fazer uma transição completa na alimentação.
Lembre-se de que não é uma privação você desistir de
todo o lixo saboroso que vem comendo durante todos estes
anos. É o dom da vida, que se realiza na iluminação. Seu
corpo foi feito para sobreviver e reproduzir-se e não para
adoecer ou viver cansado. Cada célula, cada sistema em seu
corpo foi destinado a funcionar com perfeição. Todos os ins-
tintos básicos de seu ser foram aparelhados com esta finali-
dade. Com a permissão de "fazer suas coisas", o corpo., hu-
mano se restabelecerá e se rejuvenscerá de uma maneira que
a ciência ainda não foi capaz de pretender compreender
As regras da natureza são explícitas. Ouça-as.
Se você remover a causa da enfermidade — o armazena-
mento de toxinas, o bloqueio da energia, as. tensões, as maté-
rias estranhas. — não somente você está possibilitando a cura
de seu corpo como também assegurará a você mesmo uma
vida mais longa. Além disso, você se permitirá atingir um
nível de consciência que jamais sonhou.
Depois que você tiver disciplinado seu apetite habitual,
você passará naturalmente a comer apenas as quantidades de
alimentos que realmente precisar. Existe uma forte distinção
entre apetite e fome. A fome é a necessidade instintiva de
seu corpo de se alimentar bem. O apetite é o desejo de em-
purrar qualquer coisa pela garganta para preencher uma ne-
cessidade psicológica. O ser humano é o único animal na na-
tureza que come mesmo quando não precisa.
O comercialismo alimentar combina com a neurose na-
cional para criar comedores compulsivos em vez de pessoas
conscientes. Como o cachorro de Pavlov, nós salivamos ao
som da televisão, do rádio ou quando o nervosismo toma
conta de nós. Tais hábitos de comer cansam o organismo e
daí não podermos nos alimentar melhor com a comida que
comemos. Desde que esta alimentação geralmente é incom-
pleta por princípio, provocamos grandes dificuldades. O pon-
to é comer o que precisamos e relaxar. Respirar em vez de
104 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

comer para se acalmar emocionalmente, e mais importante:


Não coma quando não estiver com fome.
O americano médio provavelmente come três vezes mais
do que realmente precisa. Como o alimento moderno geral-
mente é desvitalizado e desvalorizado, em geral ele armaze-
na a parte não assimilável como gordura e queima calorias
e energia nervosa para continuar vivendo. Porém ele parece
cansado e se sente cansado e gasta uma tremenda quantidade
de dinheiro e de energia tentando cuidar de suas enfermidades.
Uma vez que você se tenha estabilizado em uma boa
dieta, você notará que está comendo menos de qualquer ma-
neira — e que necessita de menos alimento. A razão é que
você está sendo adequadamente alimentado.

A U M E N T O S ESPECIAIS

Temperos

Você pode empregar a maioria dos temperos se os usar com


muita parcimônia e discreção. Enquanto estiver purificando
seu corpo ou se restabelecendo, entretanto, não deve usar ne-
nhum tipo de tempero exceto um pouco de shoyu (molho
de soja), o gersal (sal com gergelim), ou as pastas de cas-
tanhas. Experimente sempre evitar temperos fortes tais como
pimenta do reino, curry (empregue se for preciso a pimenta
malagueta), mostarda e conservas. Estes condimentos têm
tendência acentuada para irritar o canal alimentar facilmente
lesado e provocar a má digestão. Também possuem um efei-
to prejudicial sobre os rins, sobre a bexiga e o aparelho re-
produtor.

Castanhas

As amêndoas e as pastas de amêndoas são os alimentos mais


alcalinos e mais nutritivos e, entre as castanhas, as mais be-
néficas para a reconstituição do esmalte e dos ossos.
Por ordem de importância, as outras castanhas são: o
fruto da nogueira peça, o pinhão, as nozes escuras, as nozes
da nogueira branca, os frutos da faia, as nozes negtas da In-
glaterra, as avelães e as pistácias (não salgadas).
O caju e as castanhas portuguesas não são muito reco-
mendados. Ambos são um pouco difíceis de digerir e as x;as-
O LIVRO DA CURA NATURAL . 105

tanhas portuguesas consistem quase totalmente de carboidra-


to concentrado.
Quanto ao amendoim, nem mesmo se trata de uma cas-
tanha. Ele está entre as vagens mais prejudiciais e formadoras
de ácido da família das leguminosas, especialmente quando
torrados. O amendoim é difícil de digerir e de ser assimilado
e acredita-se que reduz a capacidade do corpo para absorver
vitamina Bia, que é especialmente necessária quando se está
anêmico. Por outro lado eles contêm alguma proteína. É me-
lhor verificar a resposta de seu próprio organismo ao amen-
doim.
Todas as castanhas que de alguma forma forem subme-
tidas ao calor tornam-se mais difíceis de digerir.

Sementes

É necessário vida para produzir a vida e a semente é o vórtice


da própria vida. É na semente que a alquimia da criação co-
meça a fazer sua mágica. A ciência conhece ainda relativa-
mente pouco a respeito da tremenda interação das forças
vitais contidas na semente; ela sabe apenas que as sementes
são um magnífico alimento, rico em proteínas, minerais, vi-
taminas e lecitina. Além de sua importância na decomposição
dos depósitos de colesterol na corrente sangüínea, a lecitina,
juntamente com o suco de cenoura, é um dos melhores puri-
ficadores do fígado que o homem conhece. É ela portanto
vitalmente importante para proteger o fígado, nosso órgão
principal de desintoxicação; lembre-se de que o fígado deve
constantemente manipular toda a carga de toxinas com que
é sobrecarregado.
A semente excede as castanhas em valor proteínico, espe-
cialmente a semente de girassol, a semente de abóbora e de
gergelim, da qual se fabrica uma deliciosa pasta conhecida co-
mo tahini. Uma das sobremesas mais saborosas e nutritivas
é o tahini misturado com um pouco de mel não filtrado e
não aquecido. O tahini misturado com uma pasta de soja,
"misso", é também excelente pasta salgada, que se usa no
pão em lugar da manteiga.

Produtos da Soja

O coalho do feijão de soja, To-Fu, é provavelmente a fonte


mais facilmente assimilável de proteínas disponíveis hoje em
106 IX) J A R D I M DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

dia. £ muito barata e simples de preparar. Grama por gra-


ma, a soja contém mais proteína do que a própria carne,
sem as toxinas naturais c químicas em geral presentes na carne.
Os produtos da soja entretanto não devem ser comidos
à vontade. Qualquer coisa em excesso produzirá o desequilí-
brio do corpo, c a soja demais pode provocar prisão de ven-
tre e outros problemas. Empregue a soja como você emprega-
ria qualquer outra fonte concentrada de proteínas — equili-
bradamente com outros alimentos. Existem muitos bons livros
dc cozinha que podem cnsiná-Io a empregar adequadamente
a soja.

Brotos

As sementes germinadas, são verdadeiramente a dádiva dos


deuses. No silêncio do inverno, quando não existem em ne-
nhum lugar hortaliças frescas para se adquirir, você pode con-
segui-lo em seu pequeno saco de sementes, e rapidamente —
dentro de três dias você tem deliciosas verduras frescas. Nes-
ta ocasião, seu valor nutritivo vitamínico fica dobrado. Além
do mais seu conteúdo de ácido fólico (esta preciosa e rara vi-
tamina B que evita a anemia perniciosa) eleva-se de 28 para
106 partes. Além disso, no processo de germinação, a semen-
te fabrica vitamina C, e sua proteína se torna completa. Para
que você possa proporcionar a você mesmo este presente, é
necessário o seguinte: ( I ) coloque um punhado de sementes
minúsculas em uma vasilha de vidro; ( 2 ) lave-as bem; ( 3 )
molhe-as durante a noite; ( 4 ) decante todo o excesso de
água; ( 5 ) cubra tudo com gaze de algodão; e ( 6 ) lave uma
vez por dia (não molhar de novo à noite).
Muitas pessoas colocam as sementes em germinação em
um lugar escuro durante três dias. Outros as colocam ao sol
no último dia para que fabriquem a preciosa clorofila. De
qualquer maneira, elas são ótimas nas saladas, nos sanduí-
ches com alguma pa9ta, para comer simpleshiente' com um
pouco de limão, mel e óleo, ou — dependendo da espécie
de semente que você emprega — refogados muito levemente
em uma colher de óleo de shoyu e de alho.
As boas sementes para germinação são as sementes de
alfafa, soja, trigo, feijão japonês, rabanete, ervilha, lentilha,
trigo sarraceno, salsa, milho, cevada, aveia e o trifólio.
A semente germinada é uma das maiores "descobertas"
antigas da nova era. A surpreendente taxa de valor nutritivo
O LIVRO DA CURA NATURAL . 107

que elas contêm coloca-as entre os alimentos mais valiosos


que você possa desejar. E têm um ótimo sabor.

COMBINAÇÕES DE ALIMENTOS

Comer certos alimentos combinados é literalmente o mesmo


que experimentar misturar água e ácido sulfúrico. Provoca a
liberação de gases venenosos que criam uma fermentação des-
truidora e a putrefação no organismo. Algumas regras gerais
a respeito da combinação dos alimentos são as seguintes:
1. Quase toda união de verduras cruas e de frutas é compa-
tível, com exceção das frutas cítricas e dos melões.
2 . Não misture as proteínas. Carne, peixe, galinha, ovos ou
produtos do leite não devem ser servidos com grãos,
pães, cereais, vagens secas, castanhas ou talharins. Um
pouco de arroz integral, milho, ou batatas pode ser ser-
vido com qualquer uma das proteínas acima se se incluir
uma boa salada de folhas verdes.
3 . Não misture grãos e fruías.
4 . Coma todos os melões sem mistura.
5 . Não combine frutas ácidas com outros alimentos.
6 . Não tome líquido quinze minutos antes ou depois das
refeições. Olhe o mapa na página 108 para uma orien-
tação melhor.

JEJUM

Observe os hábitos dos animais. Quando um animal selva-


gem está doente, procura um lugar tranqüilo perto de água
limpa, aí ele fica, dorme o mais possível e não toma alimento
de qualquer espécie. Ele jejua e assim permite a cura de seu
corpo.
Se você precisa se curar de uma condição física extrema-
mente ruim, você deve se determinar bem à se restringir a
períodos variáveis a uma dieta de frutas cruas, hortaliças e
sucos de frutas, ou você pode também querer passar por um
jejum total — período durante o qual você só toma água.
Não existe forma mais eficiente de medicina disponível para
o homem do que o jejum. Ele representa uma das verdades
essenciais de toda a cura. A eliminação não pode ter lugar
enquanto existe obstrução. Uma vez que seu corpo pára de
digerir, começa a eliminar. Todos os venenos que bloquearam
QUADRO DE COMBINAÇAO DE ALIMENTOS

COMA PROTEÍNA ANIMAL


SEM OUTRAS
FONTES DE PROTEÍNA

O ARROZ
/ BEBA INTEGRAL.1
/ P E L O MENOS O MILHO
' 1 5 MINUTOS .<4-OU A BATATA PODEM 1
ANTES OU 15 MINUTOS SER SERVIDOS COM
D E P O I S DA REFEIÇÃO PROTEÍNAS
SOMENTE \ / (NAO COM CARNE)
(NAO BEBA NAS R E F E I Ç Õ E S ) V SE A REFEIÇÃO INCLUI
/ \ SALADA
IOGURTE E / \
FRUTOS SECOS / \ OS BROTOS
LOU BANANAS / . „ „ . A E OS GRÃOS
. PODEM SER v. MISTURE \ FONTES
V COMIDOS JUNTOS MELÕES <feSAO BOAS FONTES
x
V SOMENTE
COM MELÕES.
MISTURE FRUTAS
ACIDAS S O M E N T E
:OM FRUTAS ACIDAS.

seu organismo podem ser purificados em cada nível de seu


ser — físico, mental e espiritual.
O jejum permite que todos os órgãos de seu corpo se
engrenem para remover o peso desnecessário, para purificar
a si mesmo das toxinas venenosas e para rejuvenescer. Uma
das causas principais da enfermidade é o estabelecimento das
toxinas (bloqueio de energia) no corpo; nada as remove e
permite que o corpo se cure mais completamente do que o
jejum. Enquanto se jejua, o corpo pode distribuir seus recur-
sos — pode reagrupar e reequilibrar suas energias para au-
xiliar a efetuar um renascimento de todo o organismo. Exis-
te um dito popular entre os alemães que reza assim: "se a
O LIVRO DA CURA NATURAL . 109

doença não pode ser curada pelo jejum não pode ser curada".
Os médicos do Instituto Psiquiátrico de Moscou recentemente
tiveram um tremendo sucesso no tratamento de distúrbios
emocionais, tais como a esquizofrenia e a paranóia grave,
através apenas de jejum e de exercício.
Em um recente artigo de revista sobre o assunto o Dr.
Allan Cott dizia:
Observou-se que este t r a t a m e n t o foi eficiente em mais de 64
por cento dos casos de esquizofrenia de longa duração; quarenta e
sete por cento dos pacientes, acompanhados durante os seis anos
seguintes, mantiveram sua melhora. Aqueles que voltaram a u m a
dieta de altas proteínas (e alimento morto) recaíram em seu estado
primitivo. Os efeitos máximos da terapêutica foram observados dois
a três meses depois de retomar a alimentação exata que tinha sido
prescrita. Aqueles que continuaram com alimentação limpa e sim-
ples não apresentaram recorrência de nenhum de seus sintomas.

Existem muitos tipos diferentes de alimentação chamadas die-


tas. Existe a dieta de "frutas", a dieta de "salada", a dieta de
"sucos", a dieta da "uva", a dieta do "arroz integral", a dieta
do "milho", a dita do "grape fruit", a dieta da "laranja" e as-
sim por diante. Entretanto, estas são na realidade monodie-
tas — regimes de alimento único que duram cerca de um a
sessenta dias.
As monodietas são um bom caminho para se chegar ao
jejum. Junto com os enemas, auxiliam o corpo na prepara-
ção de um jejum mais longo e mais completo, ajudando a
remover as toxinas acumuladas durante anos de alimentação
ruim.
Estas dietas também fortalecem a vontade e tornam pos-
sível enfrentar o jejum "total" pelo fato de não se tomarem
alimentos por longos períodos. A conquista de um jejum to-
tal (somente água) de qualquer duração acima de três dias
pode ser difícil — especialmente se no começo não se tomam
enemas diários. O organismo, liberto da tarefa de digerir e
de assimilar alimentos, começa a despejar tremendos volumes
de toxinas armazenadas e de venenos que estavam na corrente
sangüínea. É importante ajudar a removê-los por meio de
enemas e de banhos.
Os enemas podem ser necessários apenas nos primeiros
três a quatro dias, mas os banhos diários ou as longas du-
chas devem continuar, além do repouso físico, e o banho de
sol sempre que possível. A continuação dos enemas diários
110 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

pode tender a enfraquecer tremendamente sua energia, em-


bora sejam tão importantes na eliminação de toxinas.
Têm sido empregados enemas de café nos programas de
desintoxicação pesada porque tais enemas têm um poderoso
efeito estimulante sobre o fígado. O café, substância orgânica
não desejável em sua dieta cotidiana, torna-se extremamente
benéfico neste caso. Os enemas de café podem ser tomados
diariamente (pela manhã) nos primeiros dez dias de um je-
jum. Não é aconselhável empregar o café instantâneo ou o
que foi secado no congelamento. Ferva um bule de café e
deixe-o esfriar. Use-o quando quiser tomar um enema de água
pura, porém abstenha-se de enemas de café ao final da tarde;
eles são um tremendo energizador e podem tirar todo seu
sono noturno. Se você descobre quaisquer efeitos colaterais
de "taquicardia" ou se você tem quaisquer problemas no
útero, nos ovários, na próstata ou no aparelho urinário, o
enema de café pode não ser conveniente.
No início de um jejum deve-se tomar um enema claro
pela manhã ao levantar-se ou ao deitar-se. Sem esta precau-
ção. não é raro que se experimentem alguns dos sintomas
de "autotoxemia" — tonteiras, náuseas, extrema fadiga, irri-
tabilidade e às vezes mesmo febre e vômitos de bile. Se você
foi um grande comedor de carne, de pão de farinha branca,
de sobremesas e de doces, deve preceder qualquer jejum de
água ou de sucos de mais de cinco dias de duração com dietas
de diversos frutos crus e legumes de pelo menos sete dias
cada um, junto com os enemas para ajudar a desintoxicar
seu organismo. É uma boa idéia durante os últimos três dias
de uma dieta de sete dias de frutas e legumes crus tomar
somente sucos frescos de verduras cruas, tais como suco de
cenouras, três ou quatro vezes por dia. A cenoura misturada
com salsa crua, pequenas quantidades de gengibre fresco,
beterrabas ou aipo são também muito bons purificadores. Uma
vez relativamente purificado seu organismo de suas toxinas
principais, você pode passar por algumas monodietas de lí-
quidos durante três a dez dias cada uma. O suco de cenou-
ra, o suco de grapefruit, o suco de maçã ou o suco de uva
(todos sem açúcar) são boas partidas. Eles ralentarão o pro-
cesso digestivo até o ponto em que se torne mais fácil a en-
trada em um jejum total. À medida que seu corpo "passa"
de um jejum para outro, você achará cada vez mais fácil e
mais confortável fazê-lo.
O l.IVRO OA CURA NA f U R A I 111

Quando se começa um jejum deve-se seguir as regras


abaixo:
1. Prepare-se com diversos jejuns curtos (dois a três dias).
2. Coma somente frutos e legumes durante dez dias antes
do jejum.
3 Comece com sucos de frutas ou de verduras por dois
a três dias.
4 . Durante o jejum, beba somente água ou água com um
pouco de suco de limão.
5. Tome enemas diários durante os primeiros três dias.
6. Faça muito repouso, tome ar fresco, fique à luz do sol
e faça algum exercício leve.
7. Deixe que seu corpo e sua mente repousem. É incon-
veniente para você jejuar enquanto tem trabalho para
fazer ou quando está vivendo um período de stress.
Uma dieta de sucos é o melhor que você pode fazer em
tais condições.
8. Limite seu primeiro jejum a um máximo de dez dias.
(O jejum não deve ultrapassar os 25 dias sem a su-
pervisão de um expert.)
9. Já que é mais fácil jejuar no tempo quente, tente pla-
nejar seus jejuns para a primavera e o verão próximos.
10. Acima de tudo, não quebre o jejum com alimento pe-
sado ou com muito alimento. Inicie novamente com
sucos, e retorne lentamente às frutas sólidas, depois
aos sucos e verduras cruas, aos purês de verduras fer-
ventadas; depois adicione legumes sólidos e iogurte.
Não coma qualquer grão, pão, ovo ou carne durante
um período igual à metade do tempo do jejum. O seu
retorno às frutas e legumes sólidos deve levar dois a
quatro dias depois de um jejum de dez dias, seis a oito
dias depois de um jejum de vinte a trinta dias, dez a
doze dias depois de um jejum mais prolongado. Mas-
tigue bem e coma lentamente. Siga o instinto de seu
corpo. Se você tentar recuperar o tempo perdido ou
se deixar agir seu desejo emocional pelo alimento so-
bre você, fará mais mel do que bem; seria melhor que
jamais tivesse jejuado.

Se existe realmente grande perigo no jejum, é quando


o jejum termina. É possível provocar sérios- espasmos — e.
mesmo a morte — pela introdução de alimentos inadequados
112 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

em aparelho intestinal que se tornou demais relaxado, aberto


e desprotegido para trabalhar de novo.
O único período em que um jejum completo e repentino
é conveniente é durante certas enfermidades agudas, quando
o corpo está em estado de emergência. Em tais casos você
pode começar a jejuar imediatamente porque o processo di-
gestivo diminui drasticamente. Deve-se jejuar quando existe
febre, náuseas, resfriado, dores intestinais e coisas semelhan-
tes — mas não antes de verificar com um médico. Você pode
não ter tempo para jejuar em certas condições, que possam
exigir medicamentos. Até que você saiba o que é bom para
você mesmo, é sempre melhor fazer as coisas com segurança
e tomar alguma orientação. Leva tempo para purificar seu
corpo naturalmente, e uma infecção muitas vezes pode ser
afastada com drogas eficazes. Entretanto, você deve saber
sempre o que está tomando e como contrabalançar os efeitos
colaterais de qualquer remédio que toma. Os antibióticos,
por exemplo, matarão a maioria das infecções bacterianas
em seu organismo, mas também eliminarão a maioria ou to-
das as bactérias benéficas de seu trato intestinal. Tendo pa-
rado de tomar o remédio, deve comer iogurte, beber coa-
lhada, ou kefir, ou tomar bacilos acidófilos durante uma
semana ou duas. Procure seu médico e certifique-se de todas
as medidas a tomar com respeito aos efeitos colaterais de
qualquer medicação.
Ainda não existem meios conhecidos de destruir um ví-
rus na corrente sangüínea; qualquer infecção por vírus ainda
deve ser destruída pelo próprio corpo através de seus pró-
prios meios naturais. Os antibióticos são freqüentemente pres-
critos para enfermidades viróticas, embora tendam a prolon-
gar muitas condições, eliminando do corpo as bactérias que
ele precisa para combater aquela enfermidade. O jejum, a
vitamina C e o repouso, por exemplo, acabarão com a maio-
ria dos casos de pneumonia por vírus em 15 dias. Desde que
a maioria dos médicos prescreve aspirina e antibióticos, a
condição raramente é aliviada, se o for, em menos de um
mês, e muitas vezes se arrasta por meses a fio. Esta medici-
na de eliminação não está apenas em conflito direto com as
necessidades corporais, mas freqüentemente provoca efeitos
colaterais graves e de longa duração. (A aspirina tomada por
um período de tempo em geral prescrito pode provocar in-
flamações gástricas, úlceras ou lesões renais.)
O LIVRO DA CURA NATURAL . 113

Algumas observações mais sobre o jejum. As pessoas


com mais de 40 anos ou que têm alguma enfermidade crôni-
ca ou aguda ou anemia não devem jejuar em nenhum tempo
sem supervisão. Tranqüilize sua mente e suas emoções en-
quanto jejua. Não jejue enquanto estiver fazendo algum tra-
balho manual pesado — isto pode levá-lo a uma exaustão
grave. Banhe-se regularmente enquanto jejua, para facilitar
a purificação do organismo. As duchas e as saunas devem
ser empregadas com moderação e cautela. Um jejum de me-
nos de sete dias ou uma série de curtos jejuns em rápida su-
cessão, mesmo sendo benéficos, em geral não produzirão um
efeito profundo ou duradouro.
Depois do jejum, certifique-se de que seus movimentos
viscerais têm uma base regular. Eles devem começar dois a
três dias depois que se retomou a alimentação. Uma boa
maneira de aumentar o peristaltismo (movimento semelhante
a ondas dos intestinos) é usar pequena quantidade de água
salgada ou o suco de um limão integral como enema ocasio-
nal, que sempre deverá ser igual à temperatura do corpo. Use
três quartos de água. Permite-se também empregar infusões de
ervas tais como botão-de-ouro, consolda, artemísia, erva-dos-
gatos, capim-de-barba ou bardana como enema; elas serão
absorvidas na corrente sangüínea através das paredes intestinais.
Algumas pessoas pensam que os enemas têm uma tendên-
cia a tornar os intestinos preguiçosos e que seu uso repetido
cria a necessidade de um laxativo. Em geral, o caso não é
este. Na verdade, você descobrirá que seu organismo limpo
evacuará facilmente e naturalmente nos dias em que você não
usa o enema. Longe de constituir a formação de hábito, os
enemas tonificam os intestinos. Entretanto, é sempre melhor
empregar enemas ou qualquer outro auxílio para a saúde
somente quando são necessários.
Uma outra palavra a respeito do enema. Jamais suspen-
da a bolsa a mais de 60 cm acima de você, pois a pressão
de água pode tornar-se bastante grande para provocar lesão
no delicado tecido interno.

VITAMINAS

A terapêutica vitamínica é uma das mais novas e mais


promissoras ciências no mundo da nutrição. A descoberta, a
identificação, o emprego e a aceitação do papel poderoso das
vitaminas na saúde representa uma longa e controvertida luta
114 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

na história da medicina. Ê um drama que se desenrolará por


muitos anos ainda. Muitos séculos atrás pessoas encarregadas
de curar observaram a associação de certos hábitos dietéti-
cos com enfermidades específicas e os efeitos benéficos de
alimentos especiais.
Milhões de pessoas têm morrido por causa de uma simples
deficiência de vitamina, todavia a aceitação da teoria da doen-
ça por deficiência tem menos de 100 anos. Entretanto, consi-
derando o fato de que a descoberta e o isolamento da vitami-
na tem apenas 70 anos, já fizemos um longo caminho. Infe-
lizmente, em breve provavelmente você necessitará de uma
prescrição médica para comprar a maior parte das vitaminas. A
AMA* tem sido fortemente pressionada a controlar seu uso,
enquanto os cientistas diariamente acumulam evidências do
papel cada vez maior que as vitaminas naturais, as enzimas
e os minerais podem exercer na prática global da cura.
As vitaminas são um grupo de substâncias orgânicas al-
tamente deterioráveis que ocorrem em quantidades variáveis
nos alimentos naturais. São essenciais à vida (Latim, viía,
"vida") e vitais à manutenção, à saúde e ao crescimento do
organismo humano. As enzimas são catalisadores que regulam
nosso metabolismo e nossa bioquímica — processos dos quais
a vida depende primariamente. Os minerais contêm todos os ele-
mentos de nossos tecidos corporais e estão vinculados às en-
zimas pelas assim chamadas ligações coordenadas, que ca-
talisam as enzimas. Quanto à controvérsia a respeito das vi-
taminas naturais versus vitaminas sintéticas, existe uma evi-
dência cada vez maior de que tanto as vitaminas naturais
quanto as vitaminas sintéticas ou os suplementos alimentares
contêm elementos altamente benéficos que ainda não foram
isolados pela ciência. A diferença, entretanto, está no fato de
que as substâncias não isoladas e agora encontradas nas vi-
taminas sintéticas estão proporcionando um benefício ques-
tionável ao organismo humano. Considerando o fato de que o
americano médio consome cada ano cerca de 1 quilo e 800
gramas de aditivos químicos nos alimentos (na forma de pre-
servativos e de emulsificadores), pode-se pensar que não pre-
cisamos de nada mais. Os alimentos naturais integrais e as
vitaminas que eles fornecem são completos, equilibrados e
em um estado facilmente assimilável pelo organismo humano.

* AMA = American Medicai Association (Associação Médica Norte-


americana).
O LIVRO DA CURA NATURAL . 115

Por esta razão, sao mais desejáveis do que as vitaminas sin-


téticas.
As descriçõs seguintes das vitaminas conhecidas, com
suas fontes, abordam também alguns outros fatos importantes
em relação a elas.

Vitamina A

A vitamina A é uma das vitaminas das quais se acredita que


nossa cultura seja extremamente deficiente. Ela é necessária pa-
ra os ossos e para o crescimento dos dentes assim como para a
boa visão. Em geral, são deficientes de vitamina A aquelas pes-
soas que sofrem de infecções graves ou de qualquer enfermi-
dade séria — especialmente do estômago, do fígado ou dis-
túrbios intestinais. A vitamina A é lipossolúvel e pode ser
armazenada no corpo, mas quando o suprimento está esgota-
do, requer muito tempo para reconstituí-lo. Ela é destruída
pelo óleo mineral. Acredita-se também que a vitamina A seja
uma das vitaminas mais importantes (junto com a vitamina
E ) no retardamento do processo de envelhecimento e no au-
xílio à prevenção de cálculos renais. A carência desta vita-
mina pode provocar cegueira noturna; hipersensibilidade à
claridade; azia, prurido e inflamação das pálpebras; fadiga
ocular; dores no globo ocular; terçóis; nervosismo; esgota-
mento; pústulas; descamação da pele nos cotovelos, nos joe-
lhos, nas nádegas e na parte de trás dos braçòs; secura do
cabelo, com ausência de brilho e lustre; caspa; unhas rígi-
das; e alguns problemas urinários ou vaginite nas mulheres.
Encontra-se a vitamina A em mais abundância no damasco,
na couve, no dente-de-leão, no bife de fígado, na mostarda,
batatas-doces, nabos, agrião, gema do ovo e os óleos de fíga-
do de peixe.

Vitamina B

As células das quais somos primariamente compostos exigem


vitamina B. Em vista de cinqüenta por cento da dieta nacio-
-nal americana consistir em alimentos feitos com açúcar refi-
nado e farinha de trigo branca, muitos americanos são bem
deficientes desse complexo vitamínico. Já que as vitaminas
B foram removidas destes alimentos no processo do refino,
o corpo deve substituí-las com as que existem em seus esto-
ques. Antes de tudo, as vitaminas B não são armazenadas
116 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

muito bem no corpo, e estes alimentos refinados são direta-


mente responsáveis pela produção de deficiências graves. As
vitaminas B também são removidas do corpo pelo fumo e pe-
la ingestão de álcool, doces, bicarbonato de sódio, fermento
em pó e todos os antibióticos. Sendo hidrossolúveis, as vita-
minas B se perdem na água em que os alimentos foram co-
zidos. No que se refere às pílulas de vitamina B, é importante
tomar o complexo integral. Não tome uma vitamina em sepa-
rado, exceto com a orientação de um médico qualificado. A
ingestão de vitaminas B isoladas pode produzir um desequi-
líbrio metabólico, se tomadas unicamente em grandes doses,
porque a ingestão de qualquer uma das vitaminas do comple-
xo pode aumentar a necessidade de outras.
A carência do complexo B causa problemas a todo o apa-
relho digestivo, fígado, nervos, língua, olhos, boca e artérias.
Sabe-se que as vitaminas B evitam a hepatite, a pelagra, o
beribéri, a prisão de ventre, o ardume dos pés, a secura e a
irritação dos olhos, a sensibilidade das gengivas, a depressão,
a fadiga, as náuseas, a indigestão ,alguns tipos de anemia e o
fígado gorduroso, entre outros distúrbios.
Os alimentos ricos em vitaminas B são os levedos de
cerveja, o levedo primário, o fígado, o coração, os rins, as
castanhas, as sementes, os germes, o iogurte, germe de trigo,
o soro do leite, os grãos, os legumes, o feijão de soja, o leite,
a casca externa do arroz polido, e as frutas e legumes frescos
e crus.
O exame da língua pode fornecer alguma idéia sobre se
você ingere vitamina B suficientemente. Ela deve ter um ta-
manho moderado, e mesmo de cor rósea, com as bordas po-
lidas, sem que se apresente qualquer placa ou indentação on-
de repousa sobre os dentes. As papilas do paladar devem ser
uniformemente pequenas e devem cobrir toda a superfície,
incluindo as margens da língua. Se sua língua estiver racha-
da, encoberta, ou hipersensível, pode ser uma deficiência de
vitamina B ou de outras vitaminas.

Vitamina C

Por muitos anos antes que seus poderes medicinais fossem


aceitos, empregou-se a vtamna C com sucesso no combate e
na prevenção do escorbuto. Muitos médicos hoje em dia exis-
tem que propõem doses maciças de vitamina C para curar ou
O LIVRO DA CURA NATURAL . 117

evitar a pólio, a pneumonia, a hepatite, o resfriado comum e


muitas outras doenças por vírus.
Esta vitamina hidrossolúvel provavelmente é a mais de-
teriorável de todas. As frutas e os legumes deixados sem re-
frigeração durante alguns dias em geral perdem a maior parte
de sua vitamina C. A vitamina C é extremamente sensível ao
ar, ao calor e à água. As frutas devem ser cortadas, ou ras-
padas imediatamente antes de serem comidas para evitar que
com o ar percam suas vitaminas. Quanto mais tempo você
esperar para comer o alimento que foi preparado, menor será
seu valor nutritivo. Todas essas frutas e vegetais devem ser
conservados em ambiente refrigerado. O bicarbonato de sódio
também destrói a vitamina C, assim como o fumo, o stress
e a exposição do corpo a venenos e toxinas. Já que a vitami-
na C não se armazena no corpo, ela deve ser reposta diaria-
mente. A vitamina C age como um antibiótico já que destrói
os fermentos de microorganismos no corpo. Ê um agente des-
toxificante, evita o escorbuto, protege a saúde de todos os
tecidos corporais — inclusive os dentes, as gengivas, os ossos,
os vasos sangüíneos e os olhos — e ajuda o corpo a fabricar
o "cemento" que mantém juntas todas as nossas células. Ela
protege contra a infecção e resfriados e ajuda as feridas a se
curarem mais rapidamente. Um sinal de deficiência de vitami-
na C é muitas vezes a hemorragia nas gengivas, a queda dos
dentes e a contusão fácil.
A azarola e o fruto da roseira brava são as mais ricas
fontes conhecidas de vitamina C. São o fruto da azaroleira
e do botão d e rosa brava, retirados depois que as flores mur-
charam. Outras fontes ricas em vitamina C são o pimentão
verde, os brócolos, a couve-flor, o agrião, a couve-rábano, o
repolho (cru), o morango, a acelga, o melão cantalupo, as
folhas do nabo, os tomates, os brotos e as frutas cítricas.

Vitamina D

A vitamina D promove a absorção intestinal de cálcio e de


fósforo e é portanto absolutamente necessária ao corpo. A
sua ausência provoca a doença conhecida como raquitismo.
A vitamina D é lipossolúvel. Ela protege a glândula tireóide,
evita certas espécies de artrite e auxilia na manutenção dos
ossos fortes e dos dentes, na ação normal do coração e na
coagulação do sangue. É encontrada nos raios solares e na
118 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

manteiga, nos ovos, no fígado, no peixe, nos óleos de fígado


de peixe, nos cogumelos e nos produtos do leite.

Vitamina E

De todas as vitaminas, nenhuma teve uma história tão tem-


pestuosa quanto a vitamina E, desde sua descoberta como
uma vitamina da "fertilidade", em 1922. Ela foi sempre
cercada de controvérsia e até hoje ainda são feitas novas rei-
vindicações para ela. Existe uma forte evidência a proclamar
que a vitamina E retarda o processo de envelhecimento.
Os estudos indicam que esta vitamina exerce um papel-
chave, evitando que as células se tornem gordurosas e agindo
para prevenir a intoxicação por falta de oxigênio das mem-
branas celulares. A vitamina E é um poderoso desintoxicante
Acredita-se que os americanos modernos estejam patologica-
mente desprovidos desta vitamina, já que é encontrada em sua
maioria nos alimentos que raramente comem. Os grãos in-
tegrais e seus óleos, os óleos vegetais prensados a frio, e as
verduras de folhas verdes desenvolvidas em solo organica-
mente composto contêm grandes quantidades de vitamina E.
Ela é destruída pela ação do ranço dos óleos e das gorduras
e pelo óleo mineral.
A vitamina E foi extensamente utilizada na terapêutica
da esterilidade, no aborto, na menopausa, nas enfermidades
cardíacas e dos vasos sangüíneos, no diabetes, na distrofia
muscular e na azia (para evitar a contração de escaras teci-
duais); e para dissolver os coágulos frescos e evitar a embo-
lia, aumentando a baixa contagem plaquetária e curando as-
sim a tromboflebite. Protege o coração, os vasos sangüíneos,
os músculos e o aparelho reprodutor e é um anticoagulante
natural, evitando portanto a apoplexia. A falta de vitamina
E pode ser uma das causas da distrofia muscular.
Os alimentos ricos em vitamina E são os germes do tri-
go e o óleo do germe do trigo, as sementes, o óleo de ger-
gelim, o óleo da sçmente de girassol, o óleo de soja, o óleo
de milho e as folhas dos legumes verde-escuros.

Vitamina K

Às vezes conhecida como vitamina da coagulação sangüínea,


a vitamina K é uma descoberta relativamente nova; muito
pouco se sabe a respeito de seus efeitos. Acredita-se, entre-
O LIVRO DA CURA NATURAL . 119

tanto, que protege o corpo contra a hemorragia, que parece


evitar o aborto, e que protege contra algumas substâncias
cancerígenas A vitamina K só aparece no corpo várias sema-
nas depois do nascimento. Já que a hemorragia postpartum
pode ser aliviada com a vitamina K, é conveniente que as
futuras mamães comam quantidade suficiente de alimentos
ricos em Vitamina K. Esses alimentos são alfafa, espinafre,
repolho crespo, as folhas da cenoura e todas as outras verdu-
ras em folha.
A aspirina, o óleo. mineral e as drogas da sulfa destroem
a vitamina K no corpo.

Vitamina P

Também conhecida como rutina e bioflavinóide, a vitamina P


acompanha a vitamina C; em geral, ocorrem juntas nos ali-
mentos. A vitamina P é útil nos casos de pressão alta, para
diminuir a possibilidade de apoplexia, para evitar a hemorra-
gia e para proteger contra os efeitos prejudiciais dos raios-X;
é também utilizada no tratamento das hemorragias das gen-
givas, de eczema, de glaucoma, de cirrose hepática e de pso-
ríase. Os alimentos ricos nesta vitamina são o pimentão
verde, a polpa branca da casca das frutas cítricas, as uvas,
as ameixas secas, as ameixas, a groselha preta e os frutos da
rosa brava.

Vitamina F

A vitamina F é a designação de ácidos gordurosos insatura-


dos que o corpo é incapaz de produzir. Encontra-se no óleo
vegetai, nos óleos prensados de grãos integrais, nas sementes
e no óleo de peixe. Foi utilizada no tratamento de proble-
mas da próstata e nas enfermidades cutâneas assim como
para evitar a asma, a artrite e o eczema nas crianças.

MINERAIS E , ENZIMAS

Os minerais, substâncias vitais de que se compõe uma boa


parte de nosso tecido corporal, encontram-se em todos os
frutos e vegetais organicamente crescidos, no melado, no mel
de abelha não cozido e não adulterado, e no xarope puro
de bordo. Infelizmente, a maioria dos alimentos hoje em dia
provavelmente cresce em solo depauperado pelo uso constante
120 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

de fertilizantes químicos e são muito pobres de minerais vitais


— especialmente aqueles minerais residuais não presentes nos
fertilizantes do comércio.
Encontram-se enzimas em muitos dos nossos alimentos
se não forem supercozidos. Como a maioria das vitaminas,
as enzimas também são destruídas pelo alto-calor; é mesmo
possível que uma enzima morra com o calor de um dia quen-
te. As enzimas são necessárias, senão para todas, pelo menos
para muitas das reações químicas que têm lugar em nossos
corpos.
Em nossa cultura, a maioria das vitaminas, das enzimas,
e dos minerais disponíveis tanto são perdidas através do co-
zimento dos alimentos quanto são jogadas fora com o líquido
do cozimento. É portanto vital comer uma percentagem mais
alta de vegetais crus, ou ligeiramente ferventados, levemente
assados ou ligeiramente refogados (na menor quantidade possí-
vel de óleo). As frutas em geral nunca devein ser cozidas
de maneira alguma. Se você deve comer carne ou peixe,
faça-o definitivamente crus ou quase, e muito raramente. As
carnes apresentam uhi único problema. Ou elas foram pre-
paradas organicamente sem hormônios, antibióticos e doen-
ças, ou, se os animais foram apanhados em seu estado sel-
vagem, não existem problemas reais de comer a carne crua.
Por outro lado, enquanto o supercozimento da carne comer-
cialmente adquirida destrói as substâncias benéficas nela con-
tida, também tendem a matar muitas substâncias perniciosas.
Portanto, parece que o cozimento é a única maneira sensata
de tratá-la. Se você precisa comer carne, acompanhe-a sem-
pre com um pouco de vinho, que matará muitas das toxinas
da carne (como também a vitamina C ) .

SUPLEMENTOS

Se você não está cultivando seus próprios vegetais e se come


das verduras compradas em "supermercados comuns", pode
ser conveniente tomar alguns suplementos nutricionais. Exis-
tem muitos suplementos vitamínicos no mercado, e é difícil
até escolher entre eles. Ê provável que sua própria investiga-
ção seja mais luminosa do que os reclames de propaganda
dos fabricantes. Se você escrever aos fabricantes de vitaminas
ou se tiver um médico seu para fazê-lo, você receberá al-
gumas informações surpreendentes. Ainda que a maioria das
vitaminas "naturais" contenha alguns elementos naturais, elas
O LIVRO DA CURA NATURAL . 121

não são 100 por cento de fontes naturais. A vitamina C é um


bom exemplo; são raros os tabletes de vitamina C 100 por
cento natural a despeito dos rótulos em que se lêem: "orgâ-
nica", "natural" e assim por diante. A demanda popular tem
feito escassear as fontes naturais, e os fabricantes freqüente-
mente se utilizam de menos de 25 por cento destes elementos
em seus suplementos de vitamina C, juntamente com 75 por
cento ou mais de ácido ascórbico sintético. Raríssimo é o rótulo
(se alguém o fizer) que revela as percentagens ou mesmo o
fato de que se empregaram fontes artificiais da vitamina. É
prudente, portanto, exigir a documentação do fabricante ou
de seu distribuidor a respeito da pureza de seus suplementos
alimentares e suas propriedades. Seu médico pode fornecer
uma informação completa e segura de três ou quatro labora-
tórios verdadeiramente "naturais" nos Estados Unidos, assim,
tais como a Standard Process Laboratories (Texas) Nutralite
(Califórnia), e Shaklee (Califórnia).
Um suplemento mineral muitas vezes é necessário na for-
ma de alga marinha seca, que é rica em iodo e todos os ou-
tros minerais do mar, e/ou farinha de ossos de vitela, que
contém cálcio, fósforo e minerais residuais na mesma propor-
ção em que ocorre na natureza.
Os suplementos de vitamina C, E e A, ajudarão a com-
bater a absorção de toxinas de nossa atmosfera e de nosso
solo pulverizado com produtos químicos. Pode-se também
adicionar um bom suplemento de vitamina B tal como a cas-
ca do arroz, o levedo de cerveja, o fígado dessecado, ou germe
de trigo cru, para auxiliar o fígado, nosso principal órgão de
desintoxicação, a realizar a enorme tarefa que a civilização
lhe impôs.

FRUTOS E VERDURAS, SEUS VALORES ALIMENTÍCIOS


E PROPRIEDADES MEDICINAIS

Certos alimentos possuem propriedades medicinais definidas


assim como val&r nutritivo.

Verduras

Folha de alfafa. Hoje se sabe que aquilo que um dia se con-


siderou conveniente apenas para o gado bovino é um dos
melhores alcalinisadores sistêmicos conhecidos do homem. £
rica em vitamina K, agente da coagulação sangüínea, e em
122 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

nitrogênio, cálcio, potássio, fósforo e magnésio. Beba o suco


natural ou a empregue crua como brotos nas saladas. Tome-a
em tabletes ou em forma de farinha quando não puder com-
prá-la fresca.
Aspargo. Em seu estado natural, o aspargos tem propriedades
muito fortes de purificação dos rins e da bexiga; pode ser co-
mido ou seu suco pode ser bebido com moderação. Acredi-
ta-se que o cozimento inverta o efeito, de tal maneira que se
torne irritante do rim. O aspargo contém potássio, sódio,
manganês e ferro.
Beterrabas. As beterrabas são um excelente purificador do
fígado, reconstituidor dos corpúsculos vermelhos, dissolvente
da fibrina, regulador da menstruação e diurético. Ricas1 em
manganês, elas também contêm potássio, ferro e sódio. Beba
o suco natural tanto das folhas quanto da raiz. Empregue as
raízes cruas, raladas e as folhas, moídas ou picadas, nas
saladas.
Brócolos. O brócolo é um purificador corporal e um dimi-
nuidor de peso; ele tem grande quantidade de vitamina A,
de potássio, de fósforo e de enxofre. Triturado ou picadinho
é bom nas saladas. Ele se torna menos benéfico quando co-
zido por causa de seu alto conteúdo de enxofre.
Repolho. É um bom purificador, porém deve ser empregado
com moderação por causa de seu grande conteúdo de enxofre
e de cloro. Também contém ferro, silício, cálcio e potássio.
Seu efeito é pernicioso quando cozido ou temperado com vi-
nagre, sal ou açúcar. Empregue-o nas saladas ou tome o seu
suco.
Cenouras. Um fantástico purificador da bile e das matérias
mortas presas no fígado, as cenouras cruas — tanto integrais
quanto o seu suco — proporcionam muitos dos elementos
e das vitaminas necessitados pelo homem (alguns pesquisa-
dores julgam que elas contêm tudo). As cenouras têm um
grande conteúdo de potássio, de cálcio, de ferro, de magné-
sio, de manganês, de enxofre, de cloro, de fósforo e de proteí-
nas, sendo uma das melhores fontes conhecidas de vitamina A.
Couve-flor. Embora razoavelmente com grande conteúdo de
proteínas e ds fósforo, a couve-flor não tem valor medicinal
particular. Como os outros membros da família dos repolhos,
seu alto conteúdo de enxofre pode irritar os rins se for co-
mido em grandes quantidades. Isto é sobretudo verdade quan-
do a couve-flor é cozida.
O LIVRO DA CURA NATURAL . 123

Aipo. É mais eficaz em seu estado natural. As folhas verdes


do aipo contêm insulina e o talo retém tremenda quantidade
de sódio orgânico, que ajuda a eliminar os depósitos de cál-
cio. O aipo é rico em magnésio e em ferro necessário às cé-
lulas sangüíneas. Seu conteúdo grande de cloreto de sódio
orgânico torna o suco de aipo a bebida perfeita para os dias
quentes. É excelente para os distúrbios nervosos. Beba o suco
do aipo antes de deitar-se, ele ajudará a evitar a insónia,
especialmente em combinação com um enema quente que
contenha um pouco de sabão de marfim vegetal.
Pepinos. Grande tonificador do fígado, dos rins e da vesí-
cula biliar. O alto teor de sílica e de flúor dos pepinos torna-
os excelentes para os cabelos e_ as unhas. Os pepinos são
também ricos em potássio, ferro e magnésio. Sua casca é mui-
to valiosa, porém não deve ser comida a menos que a planta
tenha crescido naturalmente, sem o auxílio de produtos quí-
micos.
Dentes-de-leão. Estimulante das glândulas endócrinas, dos rins
e do fígado, o dente-de-leão ajuda na eliminação linfática e
na excreção através da pele. Também alimenta a estrutura
óssea e os dentes. O dente-de-leão é rico em magnésio, po-
tássio, cálcio, sódio e vitaminas A, B, C e D. A flor do dente-
de-leão é mais rica em vitamina D. O dente-de-leão pode ser
picado nas saladas e seu suco natural pode ser misturado com
suco de cenoura.
Endívia-chicória (da família das chicórias). Purificador do
fígado e estimulante d o baço, a endívia-chicória é rica em
potássio, cálcio, sódio e fósforo. Devido a suas propriedades
altamente nutritivas de todo o sistema ocular, a chicória é
ótima para todos os problemas da vista. Beba o suco de chi-
cória misturado com o de cenoura, aipo, e de salsa. A chi-
cória deve ser comida crua nas saladas.
Erva-doce. Altamente alcalinisante, a erva-doce ajuda a sol-
tar o catarro. É um estimulante digestivo e bom diurético, com
granae conteúdo de potássio, de sódio e de ferro. A erva1-
doce é deliciosa em saladas cruas ou em iguarias semelhantes.
Alho. Poderoso purificador do sangue, estimulante digestivo,
purificador sistêmico e diurético, o alho tem um efeito bené-
fico sobre o sistema linfático e é um poderoso e valioso pu-
rificador das mucosas, especialmente dos pulmões, dos seios
nasais, do nariz e da garganta. Ele tem uma reputação de ser
poderoso antibiótico, porém pode ser um pequeno irritante
124 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

dos rins. Sua ação purificadora do sangue também torna o


alho extremamente útil em condições de alta pressão arterial.
Também serve como purificador da linfa. O alho é mais efi-
caz empregado cru nas saladas ou como tempero em outros
alimentos. Acredita-se que a mastigação de diversos dentes
de alho cru no início de um resfriado seja suficiente para
afastá-lo totalmente. O suco de alho cru também pode ter
um efeito muito poderoso: o de estancar o câncer.
Repolho crespo. O repolho crespo cru é um valioso purifi-
cador sistêmico. É rico em vitaminas, enxofre, fósforo, cloro
e potássio. Contudo, se o organismo estiver excessivamente
ácido, o repolho crespo produzirá gases.
Alho porro. Estimulante do pâncreas, bom purificador do
organismo, estimulante digestivo e purificador da corrente san-
güínea, o alho porro é também estimulante dos músculos quan-
do estão sobrecarregados de ácido úrico. Este membro da
família da cebola é rico em potássio, cálcio e vitaminas B
e C; contém também fósforo, cloro e enxofre. O alho porro
deve ser comido cru, junto com outros alimentos, em saladas
ou puro.
Alface (todas as variedades). Quase todas as vitaminas co-
nhecidas são encontradas na alface. A alface estimula o me-
tabolismo e ajuda a todo o processo digestivo e de excreção.
Um dos alimentos mais nutritivos das células e dos tecidos da
estrutura nervosa e muscular, a alface em um alto conteúdo
de potássio, de cálcio, de sódio, de magnésio, de ferro, de sílica
e de flúor. A alface romana é a variedade com o mais alto
conteúdo de vitaminas e de sais minerais.
Alface do mar (como a alga). Um suprimento muito rico de
iodo orgânico torna a alface marinha útil nas condições pa-
tológicas da tireóide, tais como o bócio. A alface do mar em
geral pode ser comprada picadinha ou em pó. Dada a
sua potência extremamente alta, não deve ser usada em
quantidades acima de um quarto de uma colher de chá por
dia; deve ser comida salpicada nas saladas ou misturada com
suco de verduras cruas.
Folha de mostarda. Alimento razoavelmente purificador do
sangue, a folha de mostarda tem um alto conteúdo de enxo-
fre, fósforo, cloro e outros elementos, sobretudo o potássio.
As folhas devem ser comidas cruas quando são novas. Elas
podem ter efeito um pouco laxativo.
O LIVRO DA CURA NATURAL . 125

Urtigas. Valiosas, nutrientes, um pouco diuréticas, as urti-


g a s ' s ã o ricas em vitamina, potássio, cálcio e sódio. Use-as
cruas, picadinhas, nas saladas.
Quiabo. Ütil no tratamento dc inflamação intestinal, do có-
lon, da bexiga e dos rins, o quiabo é também um bom auxi-
liar da digestão. Tem grande conteúdo de cálcio, e pequeno
de sódio. O quiabo é bom para ser comido cru, triturado e
misturado com espinafre, alface e outros ingredientes da sa-
lada.
Cebolas. Benéficas às mucosas, as cebolas cruas são muitas
vezes comidas junto com o alho no início de um resfriado.
As cebolas são ricas em carboidratos, potássio, cálcio, sílica,
fósforo e ferro. Seu efeito medicinal é maior quando são co-
midas cruas.
Salsa. Como as cenouras e as chicórias, a salsa é extrema-
mente nutritiva do sistema ocular. £ também útil contra as
inflamações dos rins, da bexiga, da uretra e dos órgãos ge-
nitais. Estimulante digestivo e regulador do fígado e do baço,
a salsa é rica em potássio, magnésio, cálcio e cloro. Use-a
crua nas saladas (picadinha) ou como suco. Não empregue
mais do que uma ou duas colheres de chá para servir na
salada ou mais de 100 gramas de suco de salsa por dia; a
salsa em excesso pode provocar sérios distúrbios neurológicos.
£ uma excelente idéia comer salsa junto com a carne porque
auxilia a eliminar o excesso de ácido úrico produzido na di-
gestão.
Batata baroa. Boa para o aparelho urinário, quaisquer condi-
ções da bexiga ou cálculos renais, a baroa é rica em fós-
foro, enxofre, sílica, potássio e cloro. Seu melhor efeito é
conseguido quando tanto as folhas quanto as raízes são em-
pregadas cruas nas saladas. Evite, a variedade silvestre, que é
venenosa para o homem.
Ervilhas. As ervilhas cruas com suas vagens — quer pica-
dinhas quer em suco — são um tônico para o pâncreas. Ex-
celente vegetal, a ervilha é rica em potássio e magnésio e
razoavelmente al'ta em proteína. A cocção aumenta o conteú-
do de carboidratos de 15 para 55 por cento.
Pimentões (verdes, amarelo e vermelho doce). Bons para a
pele, para as unhas e para o cabelo devido a seu conteúdo de
vitamina C, os pimentões — especialmente os pimentões crus
— também possuem um alto conteúdo de sílica e de flúor.
Batatas (inglesas). Ralada crua, a batata é boa como ca-
126 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

taplasma para infecções, picadas de percevejos e quaisquer


irritações cutâneas. O suco cru, acreditam alguns, é bom pa-
ra gota, reumatismo e lumbago. As batatas são ricas em vi-
taminas A, B e C e contêm algumas proteínas muito valiosas.
A cocção diminui o conteúdo vitamínico e aumenta o conteú-
do de carboidratos de 20 para 65 por cento. As batatas fritas
na gordura não somente são indigestas, mas produzem dis-
túrbios do fígado e da vesícula biliar.
Batatas (doces). Conquanto as batatas doces contenham
cerca de 20 por cento mais de carboidratos do que as batatas
inglesas, podem ser melhores para você. Elas contêm menos
potássio porém mais sódio, cálcio, sílica e cloro. O cozimen-
to tem os mesmos efeitos sobre seus elementos que sobre os
das batatas inglesas.
Abóbora. Laxativo e diurético, a abóbora não irrita os rins.
Com baixo teor de carboidratos, a abóbora é rica em sódio,
potássio, magnésio, ferro, cloro e fósforo. A abóbora crua
é deliciosa picadinha e comida com beterrabas, cenouras, e
outras raízes. O cozimento aumenta o conteúdo de carboidra-
tos para mais de 50 por cento.
Rabanetes. Dissolvente do muco e do catarro, estimulante
digestivo, purificador do sangue, dos rins e da bexiga, os ra-
banetes são ricos em potássio, sódio, cálcio, cloro, fósforo
e enxofre; grande variedade também contém sílica.
Espinafre. O espinafre é o alimento mais nutritivo para to
do o aparelho digestivo e excretor e para todas as células,
tecidos, nervos e músculos. Ele estimula naturalmente a ação
peristáltica dos intestinos, contém a melhor qualidade de fer-
ro orgânico que se possa conseguir, e é rico em sódio, po-
tássio, cálcio e magnésio. O cozimento destrói as qualida-
des orgânicas de seus elementos e intensifica o conteúdo de
ácido oxálico ao ponto de formar cristais altamente destrui-
dores nos rins. O espinafre cru é excelente em saladas sozi-
nho ou em combinação com outras verduras.
Tomates. Ver capítulo de Frutas.
Jerimum (de todas as espécies). Com qualidades muito
semelhantes às da abóbora, o jerimum é comido melhor cru,
como da maneira recomendada para a abóbora.
Nabos (brancos e amarelos). As folhas e as raízes de na-
bos são excelentes para todas as partes da estrutura óssea
humana. Seu conteúdo mineral é de quase 50 por cento de
potássio. As raízes e as folhas possuem uma taxa excessi-
O LIVRO DA CURA NATURAL . 127

vãmente alta de cálcio, ferro, magnésio e potássio. Ê difícil


digerir as folhas de nabo cruas a menos que sejam bem pica-
_ dinhas. As raízes podem ser picadas, cortadas em tiras, tritu-
radas ou transformadas em suco }unto com as folhas.
Agrião. É um purificador do organismo, especialmente da
corrente sangüínea. Ele dissolve as fibrinas coaguladas nos
vasos sangüíneos, uma causa das hemorróidas e de algumas
outras formações tumerais. Um dos alimentos mais ricos em
enxofre, o agrião tem muito potássio, cálcio, sódio, magné-
sio, fósforo e cloro.

Frutas.

Maçãs. A maçã crua ou o suco da maçã é um auxílio alta-


mente valioso para a digestão. As maçãs também são um
excelente purificador dos intestinos, especialmente quando
existem neles algumas retenções. O suco de maçã ao natural
também é excelente nos casos de febre e de inflamação.
Rica em magnésio, ferro, sílica e potássio, as maçãs são mui-
to boas para as monodietas de curta duração. Comidas com
o estômago vazio, as maçãs têm um efeito levemente diuré-
tico e laxativo sobre o intestino grosso.
Damascos. Os damascos amadurecidos na árvore são uma
das mais delicadas fontes de ferro orgânico para a constitui-
ção de glóbulos vermelhos e de sílica para os ossos, para os
dentes, para as unhas e para os cabelos; eles são também
uma das fontes mais valiosas de gordura orgânica e de vita-
mina A. Razoavelmente rico em sais minerais, os damascos
são um alimento excepcionalmente nutritivo. O cozimento
destrói todas as qualidades vitais desta fruta. Excelente aditi-
vo às saladas de frutas e de legumes, os damascos podem ser
empregados integrais ou adicionados como temperos, batidos
até formarem uma pasta consistente e condimentados com su-
co de limão, suco de cebola ou de alho. Eles também cons-
tituem uma boa sobremesa ou junto com outras frutas, uma
verdadeira refeição. Os damascos só devem ser comidos ma-
duros, ocasião em que a polpa cede a uma leve pressão dos
dedos.
Banana. A fruta màis versátil que se pode comer em com-
binação com quase qualquer outra fruta, a banana é rica
em potássio, sódio e magnésio. Só se deve comer bananas
maduras, quando em nenhuma parte delas houver um pou-
quinho verde, inclusive na ponta (elas podem ser aquecidas
128 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

ao forno para amadurecer rapidamente). As bananas madu-


ras são muito fáceis de digerir e suavizam o trato intestinal.
Consideradas pelo seu efeito regulador sobre o intestino gros-
so, são um auxílio valioso no tratamento quer da diarréia quer
da prisão de ventre.
Amoras, morangos, etc. Frutos nutritivos valiosos, todos os
grãos secos contêm grandes propriedades purificadoras. São
ricos em potássio e outros elementos minerais assim como
açúcares naturais. Os grãos secos ou bagas cruas podem ser
comidos integralmente ou em forma de suco. O cozimento,
o enlatamento e a conserva destroem seu princípio orgânico
de vida.
Cerejas. As cerejas são um bom purificador do sangue, dc
fígado e dos rins e estimulante digestivo. Elas são ricas em
açúcares naturais de frutas, elementos minerais, magnésio,
ferro e sílica.
Groselhas. Estimulante da secreção das glândulas e purga-
tivo de enfermidades da mucosa no trato intestinal, as gro-
selhas são boas para os rins e contra as doenças inflamatórias
do corpo. Conquanto ricas em potássio, as groselhas quando
cozidas com açúcar e usadas como geléia ou gelatina produ-
zem ácido em demasia.
Tâmaras. As tâmaras são ricas em potássio e cloro e pos-
suem alto teor alcalino. As tâmaras são um excelente subs-
tituto do pão porque estão entre as frutas mais ricas em car-
boidratos naturais. Compostas de açúcares naturais, as tâma-
ras são compatíveis com outras frutas e são um bom subs-
tituto dos doces tanto para adultos quanto para crianças. O
açúcar de tâmara é um ótimo substituto dos açúcares de ca-
na e de outros.
Figos (branco ou escuro). Um dos laxativos naturais mais
conhecidos — o melhor para crianças — os figos têm um
alto teor de potássio, de cálcio e de magnésio.
Uvas. Valioso estimulante digestivo e um dos maiores auxi-
liares na eliminação do ácido úrico do organismo, a& uvas
são excelentes para restabelecer o adequado equilíbrio ácido-
alcalino do corpo. Ricas em potássio e ferro, estão entre as
nossas frutas mais benéficas. As uvas são um excelente ali-
mento para monodietas curtas.
Grapefruit. O grapefruit ao natural dissolve o cálcio inorgânico
no corpo, especialmente quando tais depósitos de cálcio na
cartilagem e nas articulações são produzidos por artrite. O
O LIVRO DA C U R A NATURAL . 129

suco fresco de grapefruit é excelente para diminuir as febres.


Rico em ácido salicílico, potássio, ácidos de frutas, açúcar
natural e outros elementos alcalinos, o grapefruit é um outro
excelente alimento para monodietas curtas.
Limões. Purificador estomacal e adoçante, o limão está en-
tre os melhores remédios na farmacopéia de alimentos natu-
rais. Rico em ácido cítrico orgânico e alcalinizador poderoso,
o limão ajuda com adequado equilíbrio ácido-alcalino do corpo
e alivia muitas outras condições de desconforto. Os limões
são excelentes para resfriados e para a influenza. O suco de
limão misturado com água quente é bom para inflamaçõesi
da garganta sendo benéfico também nos casos de dispepsia
e de distúrbios estomacais.
Limas. As características dos limões e das laranjas estão
presentes nas limas. Elas devem ser chupadas quando madu-
ras.
Melões (todas as variedades). Com boa ação diurética para
muitos distúrbios renais e ricos em potássio, os melões não
devem ser comidos com outros alimentos. Uma refeição toda
composta inteiramente de melões é muito benéfica. A melan-
cia constitui excelente monodieta de curta duração.
Nectarinas. Boas purificadoras, as nectarinas (variedade de
pêssego, de casca macia, sem pêlo, dos Açores) possuem
grande quantidade de potássio e algum cálcio e sódio. Sua
composição é muito semelhante à dos pêssegos porém com
maior percentagem de carboidratos. A castanha do caroço é
altamente nutritiva e auxiliar o pâncreas no combate à for-
mação de tumores.
Azeitonas. Alimento em geral saudável, as azeitonas auxi-
liam a dissolver o muco no corpo. Elas são particularmente
ricas em gordura e possuem um teor excepcionalmente alto
de potássio e de minerais sem água e de sais.
Laranjas. Ricas em potássio, cálcio, magnésio, silica, ácidos
cítricos orgânicos, sais ácidos de frutas e vitaminas A, B, e C,
as laranjas são excelentes para curtas dietas de frutas. Quan-
do jejuar com apenas o suco de laranja, faça o suco com par-
tes iguais de água destilada e um pouco de limão.
Mamões. Auxiliador do pâncreas como digestivo protéico, o
mamão é também um valioso estimulante do apetite. Rico em
sódio, magnésio, fósforo, enxofre e vitamina C, são excelentes
para todo o aparelho digestivo e são uma das melhores frutas
conhecidas para monodietas curtas ou longas.
130 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

Pêssegos. Estimulante digestivo, laxativo, diurético e purifi-


cador dos rins e da bexiga, os pêssegos são ricos em potás-
sio, cálcio, sódio. São facilmente digeridos e fortemente alca-
linos. Os elementos vitais se perdem quando os pêssegos são
cozidos e enlatados.
Peras. Forte diurético e valioso purificador sistêmico, as pe-
ras são ricas em elementos alcalinos. O cozimento costuma
destruir seu valor alimentício.
Dióspiros. Completamente maduros os dióspiros são ricos
em potássio e magnésio, contendo também algum fósforo.
Laxativo, o dióspiro também possui uma alta percentagem
de carboidrato.
Abacaxi. Purificador altamente valioso, diurético e digestivo,
o abacaxi é rico em enxofre e cloro e em ácidos cítrico, má-
lico e tartárico. O abacaxi contém enzimas que destroem
muitas espécies de infecções agudas no corpo tais como
abscessos e pústulas. Ê também benéfico para a inflamação
de garganta. O abacaxi é sempre mais benéfico ao natural, cru.
Ameixas. Forte laxativo, as ameixas tendem a irritar os rins.
São ricas em potássio, cálcio, magnésio, fósforo e ácidos de
frutas. Para comer são melhores as ameixas secas.
Romã. Laxativo moderado, com efeito purificador e refres-
cante do organismo, as romãs são excepcionalmente ricas em
sódio, que representa quase 50 por cento dos minerais e sais
combinados; elas são também ricas em vitaminas B e C, e
contêm um pouco de vitamina A.
Marmelo. O marmelo maduro é rico em açúcares naturais
de frutas. Os marmelos verdes ou aqueles aos quais se jun-
tou açúcar são altamente formadores de ácido.
Ruibarbo. Conquanto seja um adstringente, o ruibarbo de-
ve ser empregado com extrema cautela devido a seu excessi-
vo conteúdo de ácido oxálico e de ácido tânico. Diz-se que
o ruibarbo (ruibarbo medicinal) possui um efeito regulador
sobre o intestino grosso, sendo freqüentemente empregado no
tratamento da prisão de ventre. Mastigue um pouco do talo
cru do ruibarbo diariamente.
Tomates. Os tomates crus têm muita vitamina C. Comidos
com amidos concentrados tais como pão, macarrões ou arroz,
os tomates provocam ulceração do trato intestinal e pro-
blemas na vesícula biliar. O mesmo se diga dos tomates comi-
dos com açúcar ou amidos açucarados. Os tomates cozidos
têm pouco valor.
Capítulo 4

HIDROTERAPIA

A AGUA

Seu corpo se compõe primariamente de água. Elemento


básico do protoplasma do corpo, a água é portanto essencial à
vida. A maioria das pessoas tem ciência deste fato, mas rela-
tivamente poucas se utilizam bem da água ou tiram proveito
de suas propriedades em busca de uma vida melhor e mais
saudável. Por certo que tomamos água exatamente como
fazemos muitas outra« coisas em nossa vida. Entretanto,
esta atitude representa nossa pobreza interior; é parte da li-
mitação que nos impusemos a nós mesmos e a nossas vidas.
Se quisermos ganhar nossa espiritualidade, devemos remover
aquelas limitações e experimentar a vida novamente. Comece-
mos com os elementos. Comecemos com a água.
A água é o elemento de transporte e dissolvente de cada
coisa em nosso corpo. Na forma de sangue arterial, ela vei-
cula a nutrição a todas as partes do corpo; na forma de san-
gue venoso e de linfa, remove os resíduos. O sistema linfático
do corpo é seu aparelho de "remoção de lixo"; muitas pes-
soas possuem muito pouco conhecimento a respeito, embora
este sistema importantíssimo muitas vezes constitua a diferen-
ça entre a saúde e a doença. Uma corrente linfática sadia é
essencial à vida. Sem ela os produtos residuais de nosso me-
tabolismo se acumularão e logo morreremos. A linfa é água.
A água permeia tudo em nossos corpos e é o meio básico de
nòssa química. A maioria dos alimentos que comemos são
hidrossolúveis, especialmente as vitaminas, e esses elementos
são necessários em todos os lugares do corpo.
Algumas culturas antigas, sentindo que a água possuía
em si própria a vida, ocupavam-se dela com grande respeito.
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132 DO JARDIM DO ÉDFN À 1:.RA DE AQUARIUS

E natural que se pense assim a respeito da água, desde que


ela é verdadeiramente um denominador comum. Em nossa
cultura atual perdemos a capacidade de saborear ou de sentir
a verdadeira natureza da água. Reconquistando esta faculda-
de, podemos elevar nossas vidas através do conhecimento de
toda a vida que nos cerca. Mesmo que você viva na cidade,
onde possui apenas água fluorada, quimicalizada, filtrada, es-
terilizada e reconstituída, você podie compreender sua natu-
reza e seu valor simplesmente gastando um pouco de tempo
em uma "introdução formal". Isso pode ser feito através de
técnicas mentais de conhecimento, pela penetração do ele-
mento enquanto se está no estado Alfa, ou sentando-se tran-
qüilamente em meditação por alguns minutos, respirando pro-
fundamente para seu próprio centro (fazendo o exercício com-
pleto de concentração), depois simplesmente bebendo um co-
po de água. O fato de que você pode agora executar esta ex-
periência ainda pode lhe parecer estranho, porém abre sua
mente e seu espírito à possibilidade de que você tem estes
sentidos trabalhando para você. Se você relaxar bastante, po-
derá sentir e experimentar tudo em volta de você sem o em-
prego de drogas ou de quaisquer métodos artificiais. Exercite
sua paciência e sinceridade de modo a tornar-se bastante cons-
ciente para permitir que a energia das coisas circule através
de você.
Deixe a energia da água atingir você quando a beber.
Sinta o gosto, a temperatura, a textura e o movimento da
água quando ela penetra em sua boca e desce, ao seu estô-
mago. Sinta o que a água é. Sinta-a de dentro, exatamente
como você se sente de dentro. Uma vez que você se entrega
ao sentimento bastante consciente da água, você conhecerá a
natureza intrínseca da água. Isto não é exercício de despertar
sensorial; é um meio de abrir sua consciência a viver melhor
com os elementos básicos de sua vida. É um exercício de ser-
vivo — e ser vivo é um pouco mais divertido do que ser mor-
to, total ou parcialmente. Uma vez que você venha a "conhe-
cer" a água por esse modo, pode eventualmente conhecer to-
dos os elementos que o rodeiam e empregá-los em favor de
sua saúde e seu bem-estar.
A medicina natural implica em viver naturalmente com
estes elementos; é uma maneira de viver naturalmente con-
sigo mesmo. O emprego da água neste exercício não é aci-
^»»nte. Combinada com o ar, é a própria vida. Biologicamente,
O LIVRO DA C U R A NATURAL . 133

a vida desta terra veio da água. A vida começou no mar, um


ambiente de água salgada. A vida de água doce desenvol-
veu-se com a evolução do rim (que fornece um ambiente de
água salgada aos nossos tecidos). Começando com a água,
você pode aprender a conhecer a natureza de um dos elemen-
tos mais fundamentais e simples.

USOS DA ÁGUA

O uso dos elementos da natureza é o meio mais simples,


mais seguro e mais barato de cuidar de sua saúde. A água
é o meio mais versátil para este cuidado. Ela pode ser em-
pregada como gelo, líquido, ou corrente, interna ou exter-
namente. Como a pele é o órgão maior de eliminação no cor-
po, o banho diário com um bom sabão e água constitui um
emprego fundamental (e muitas vezes negligenciado) da água
na terapêutica e na prevenção. E também é agradável.
Alguns outros usos da água são:

como estimulante — muito quente ou fria


como sedativo — em banhos quentes ou tépidos
como tônico — água quente tomada internamente melhora
o apetite, a digestão e a nutrição
como diurético — para aumentar a micção
como diaforético — em banhos quentes para aumentar a pers-
piração
como emético — água salgada quente para produzir os vômitos
como purgativo — em enemas para esvaziar os intestinos
como antipirético — para diminuir a febre
como hipnótico — para produzir o sono
como purificador — externo e interno

Uso Interno da Água

Empregada internamente, a água melhorará os processos gerais


do corpo, tais como a digestão, a eliminação, a nutrição e o
metabolismo geral. A melhor maneira de empregar a água in-
ternamente é bebê-la na forma de chás de ervas. Milhares e
milhares de ervas delicadas que servem como remédio para
toda espécie de doença precisam de água. A água de beber
comum é também muito benéfica. Pegue 250 gramas de água
fria corrente (ou da fonte) e aqueça-a a uma temperatura
134 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

um pouco acima da que se diz água morna, não totalmente


quente. (A água não deve entrar em ebulição, pois a ebuli-
ção desperdiçará grande quantidade de seu conteúdo de oxi-
gênio.) Beba este copo de água quente pela manhã ao levan-
tar-se durante uma semana. Depois disto passe pelo menos
vinte minutos sem comer. Você sentirá os efeitos desta água
bem quente logo que penetre em seu estômago. O próprio
estômago relaxará e o fígado, a< vesícula biliar, o baço, o
pâncreas e os intestinos se aliviarão e ficarão purificados ao
mesmo tempo que tonificados para funcionar melhor. Você
pode começar a suar levemente ou sentir uma sensação mais
ou menos estranha e desconfortável em sua cabeça. Esta sen-
sação é devido à liberação de toxinas excessivas em seu corpo
através da corrente sangüínea. Se você sentir esta sensação,
tome o copo de água quente duas vezes por dia durante pelo
menos dez dias e recorra às plantas que estão indicadas no
Apêndice I deste livro como purificadores sangüíneos. Você
pode também juntar tanto quanto suco de limão quiser, para
adoçar e purificar seu estômago. Este simples copo de água
ajudará a eliminar as toxinas de seu corpo, estimulará
a circulação através do aparelho digestivo ou acalmará o
"nervosismo estomacal", auxiliará nos casos de .indigestão e
se tornará notavelmente eficiente na constipação simples. Me-
lhor que tudo, entretanto, você descobrirá que quando tiver
usado o copo de água quente durante pelo menos sete dias,
seu corpo começará a se regularizar. Então significa que você
deve seguir seus sentidos interiores naquilo que seu corpo além
disso deseja e necessita.

O Enema

Um dos usos mais importantes da água para melhorar e man-


ter a boa saúde é o enema. A popularidade do enema nasceu
ç morreu no período dos últimos cinqüenta anos, mais pro-
vavelmente devido à facilidade com que os laxativos artifi-
ciais podem ser tomados em comparação com o esforço neces-
sário para se tomar um enema. Nós descobrimos que uma das
maiores causas da saúde ruim é o bloqueio de eliminação dos
resíduos causado pela prisão de ventre. A prisão de ventre,
que também se diz constipação, pode resultar de um bloqueio
físico específico, que só pode. ser tratado por uma operação
cirúrgica; por outro lado, o bloqueio pode ser devido à ca-
rência do tono dos intestinos. A última causa provavelmente
O LIVRO DA C U R A NATURAL . 135

é responsável por 99 por cento dos casos de prisão de ventre


neste país. Um enema ligeiro, um pouco de exercício diário
e uma boa dieta podem diminuir a necessidade de laxativos
e de enemas também, e em pouco tempo. O caíé é úm es-
timulante, irritante dos intestinos, e portanto atua como laxa-
tivo irritante e diurético. Outros irritantes que provocam eva-
cuação dos intestinos são tão prejudiciais quanto o café por-
que enfraquecem o tono do intestino grosso. Ele passa então
a necessitar de mais estimulantes para executar seu trabalho.
A prisão de ventre simples é mera insuficiência de tono para
o peristaltismo do intestino grosso ou às vezes de ambos os
intestinos. O peristaltismo é o movimento semelhante a on-
das ao longo dos intestinos que transporta o material residual
para o reto a fim de ser eliminado. O indivíduo sadio com
uma dieta normal deve evacuar pelo menos uma vez e às
vezes duas vezes por dia. Se o material residual permanece
no intestino grosso por mais tempo do que deve, o excesso
de água dos resíduos é absorvido pelo corpo, ressecando as
feses e endurecendo-as, tornando mais difícil a evacuação;
este é o início da constipação. Se existe constipação — o
ralentamento da ação peristáltica do intestino grosso e a
retenção da matéria fecal por mais tempo do que o normal
— o corpo absorve os resíduos e as toxinas das fezes e torna-
se limitado em sua eliminação destes venenos. Ê por este mo-
tivo que muitos naturalistas sempre insistiram na irrigação
colônica ou outros meios de purificação do cólon. A evacua-
ção normal é um sinal de boa saúde. A dieta adequada e o
exercício são essenciais a um aparelho gastrintestinal sadio e
portanto um corpo saudável. Se sua dieta contém muitos ali-
mentos irritantes e estimuladores, tais como o café, a carne,
os temperos, ou álcool, certos sistemas tenderão a falhar em
seu padrão normal de energia de digestão ou de eliminação.
Em alguns casos de prisão de ventre, o movimento intestinal
foi inibido ou diminuído por meio de bloqueios mentais ou
de depleção de energia em um órgão particular devido a tais
estimulantes. Um enema simples ainda é o melhor meio de
aliviar esta condição. Às vezes meia caneca de água no intes-
tino grosso é suficiente para provocar a evacuação total dos
intestinos. Outras vezes, torna-se necessário um enema de dois
ou três quartos de água para uma limpeza total. Os enemas
geralmente são inofensivos mas podem habituar. Como qual-
quer outra coisa, correm o risco de serem utilizados em ex-
136 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

cesso, mas o temor de enemas ou da lavagem do muco


intestinal geralmente é infundado. Na maioria das circuns-
tâncias você pode tomar um enema por dia durante sema-
nas sem qualquer resultado prejudicial. Sem dúvida que o
enema não deve ser necessário com tanta freqüência. Ao pri-
meiro sinal de simples prisão de ventre, que significa diminui-
ção acentuada de seu padrão normal (se o seu padrão normal
é defecar duas vezes por dia e você procura o banheiro apenas
uma vez num período de dois dias), é conveniente tomar um
enema e investigar sua alimentação, seu sono e seus exercícios
habituais. Às vezes, o cansaço pode produzir prisão de ventre.
Entretanto, nunca se deve tomar um laxativo sintético;
o enema é muito mais orgânico e seguro. Os laxativos artifi-
ciais estão entre as drogas de não prescrição mais prejudiciais
do mercado. Afaste-se delas. Um pouco de frutas secas
— como passas, figos, peras e ameixas secas — fazendo parte
de sua dieta regular e o emprego delas em conjunção com o
enema serão mais eficazes com o correr do tempo.
Às vezes, pode-se usar ervas nos enemas para que sejam
absorvidas na corrente sangüínea. Os enemas com a erva bo-
tão-de-ouro no caso de infecções internas são úteis; pode-se
empregar diversas ervas no enema para sedar e suavizar a in-
flamação do intestino grosso. Qualquer erva que lhe faz bem
quando tomada como chá também pode ser empregada como
enema. O enema de água um pouco salgada aumentará o peris-
taltismo e estimulará o cólon hipotônico. A temperatura da
água no enema deve ser de 37 a 38°C. Se for quente demais,
será doloroso, e se for muito frio, produzirá cãibras e cons-
trição do intestino.
A maneira adequada de tomar um enema é deitado de
bruços ou de lado, ou na posição de joelhos-tórax (tórax e
joelhos no chão, nádegas para cima). Tome tanta água quanto
for confortável, respirando profundamente todo o tempo. Cer-
tifique-se de que não existe ar no tubo de enema. Libere água
bastante de modo a correr água quente e não água fria do tubo
para o cólon. Empregue um lubrificante como a vaselina ou
óleo de coco para proteger o canal anal. Quando tiver sido
injetada boa quantidade de água no reto, fique de pé e faça
algum movimento do corpo e alguma massagem, iniciando
com a parte inferior esquerda do abdome, que é a área do
cólon descendente, massageando lentamente para cima e para
baixo até atingir a altura das costelas. Depois trabalhe cruzan-
O LIVRO DA CURA NATURAL . 137

do seu abdome (o cólon transverso) até as costelas do lado


direito(o cólon ascendente) e para baixo no lado direito até
o início do cólon. Toda a água de um enema deve depois ser
evacuada.
Gasta-se tempo e paciência para se fazer um enema ade-
quado. A massagem, a vibração, o movimento de percurssão
assim como a massagem nas próprias pernas ou na parte infe-
rior das costas, e o massageamento das vísceras, tudo é bené-
fico enquanto você se senta esperando que toda a água seja
evacuada. Isto é algo que não pode ser feito às pressas; gasta-
se de meia a uma hora para se fazer um bom enema, depen-
dendo de sua condição, e é um tempo bem empregado.

O Uso da Água na Pele

O efeito geral da água empregada terapeuticamente sobre o


corpo depende de seus extremos de temperatura. Muito quente
ou muito fria, a água aumentará a circulação, estimulará (fria)
ou suavizará (quente) as extremidades nervosas superficiais
do corpo que entram em contato com a água, e ajudará o tono
da musculatura do corpo.
As aplicações de água sobre a pele podem ser divididas
em muitas categorias- aplicações locais quentes ou frias, com-
pressas, cataplasmas, fricções, banhos, massagens, duchas, sau-
nas, e assim por diante.

Efeitos Gerais das Aplicações Quentes

1. Relaxamento de todas as estruturas da pele.


2. Relaxamento dos músculos.
3. Alívio das dores do cansaço nas articulações.
4. Alívio da congestão nos órgãos internos através dos efeitos
de reflexos dos nervos espinhais.

Efeitos Gerais das Aplicações Frias

Os efeitos gerais das aplicações frias se dividem em duas


categorias: as reações primárias e as reações secundárias. A
reação primária da pele à água fria é a contração dos vasos
sangüíneos menores da pele, com dilatação dos vasos internos
depois que eles passaram também por ufna breve contração.
As reações gerais às aplicações de água fria são as seguintes:
138 DO JARDIM DO ÉDFN À 1:.RA DE AQUARIUS

Primeira Reação Reação Secundária

1. Contração dos vasos 1. Dilatação dos vasos


sangüíneos pequenos da sangüíneos pequenos
pele, com dilatação dos da superfície, com con-
vasos sangüíneos inter- trações dos vasos inter-
nos depois de rápidas nos.
contrações.
2. Palidez da pele. 2. Enrubescimento dia pe-
le.
3. Arrepio e aspereza da 3. Pele mole, lisa e fle-
pele. xível.
4 . Sensação de frio. 4 . Sensação de calor.
5 . Tremores, calafrios e ba- 5. Sensação de conforto c
ter dos dentes, às vezes de bem-estar.
com sensações de cons-
trições dolorosas e per-
turbadoras.
6 . Aceleração do pulso. 6. Pulso lento com dimi-
nuição da tensão.
7. Perturbação respiratória; 7. Respiração livre, lenta
respiração ofegante e e profunda.
profunda.
8. Resfriamento da pele. 8. Aquecimento da pele.
9 . Leve aumento da tem- 9 . Queda da temperatura
peratura interna. interna.
10. Retenção da perspira- 10. Aumento da perspira-
ção. ção.

Os chuveiros ou banhos quentes seguidos de curtos jatos


de água fria são muito benéficos para o aumento do tono e da
energia sendo também muito estimulantes. Entretanto, longas
duchas ou banhos frios produzem rigidez e calafrios e re-
sultam na diminuição da capacidade funcional. Banhos quen-
tes curtos diminuem a fadiga muscular e a irritabilidade e pro-
vocam o relaxamento. Os banhos quentes muito prolongados
têm um efeito enrijecedor. Os banhos frios tendem a elevar a
pressão sangüínea; a compressa fria na espinha ou uma longa
compressa, é especialmente boa para esta função. As com-
pressas espinhais quentes tendem a diminuir a pressão san-
güínea devido à diminuição da resistência da pressão san-
güínea periférica. O sistema nervoso é restaurado e estimulado
O LIVRO DA C U R A NATURAL . 139

por compressas frias e suavizados e aliviado por compressas


quentes. Os tratamentos com água fria em geral são emprega-
dos nas condições traumáticas agudas.; os tratamentos com
água quente são comumente prescritos para as doenças crôni-
cas ou inflamações e infecções agudas. Uma compressa ou um

EMPLASTRO ESPINHAL

banho neutro (com a mesma temperatura do corpo) desinto-


xicará e aliviará o corpo, assim como terá um efeito psicoló-
gico ou hipnótico quando empregado junto com exercícios
mentais ou condicionamento hipnótico.
Eu me habituei durante os últimos anos a tomar banho
de chuveiros muito quentes duas vezes por dia, sempre segui-
dos por alguns jatos de água fria e descobri que este hábito é
extremamente estimulador e rejuvenescedor. Também aumen-
tou minha resistência ao frio e tornou o calor mais tolerável.
Jatos de água fria com esguichos podem também ser ma-
ravilhoso tratamento para muitas condições. Uma pessoa pode
ser borrifada da cabeça aos pés, começando pela parte de trás
do pescoço e orientando o jato para baixo, seguindo o meri-
diano da bexiga (ver capítudo sobre acupuntura) por trás e
para baixo das pernas. O esguicho traz grande alívio ao sis-
tema nervoso e tonifica o restante do corpo. Você pode se-
guir os meridianos da acupuntura com a água para aumentar
o fluxo de Ki através deles simplesmente com um jato de água
fixa ao longo dos braços, das pernas e do abdome na direção
do fluxo de Ki, projetando mentalmente o Ki a fluir mais po-
derosamente nesta direção. Ê desejável um forte jato de água.
A água exerce papel muito importante nas infecções agu-
das. O emprego de água aumentará a circulação e apressará
a absorção de exsudatos mucosos e serosos e de outras toxinas.
Limitará a congestão, aliviará a dor e aumentará a nutrição
140 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

tecidual, melhorando a cura das células. Quando se emprega


adequadamente junto com ervas e outros remédios orgânicos
(especialmente a erva botão-de-ouro), a água purificará e es-
terilizará quaisquer tecidos corporais.
É importante relembrar que no tratamento das infecções
o primeiro remédio e o remédio primário deve ser a água pura,
tomada internamente para infecções internas ou externamente
para cortes infectados ou infecções da pele. Em geral, é prefe-
rível a água quente por causa de. sua capacidade de aumentar
o metabolismo e de eliminar as infecções e toxinas da pele ou
dos órgãos internos. Esta é uma das razões por que a resposta
instintiva do corpo à infecção é aumentar a temperatura. Se
você estiver consciente de suas reações corporais e começar a
empregar a terapêutica da água aos primeiros sinais de infec-
ção, geralmente poderá evitar a necessidade de antibióticos ou
de outras medicações químicas. Certas ervas — tais como o
botão-de-ouro, o gengibre, o alho e o sassafrás — são muito
eficientes no combate a todas as espécies de infecções e podem
ser eficazmente empregadas com a água.
O sal também pode ser usado junto com a água na forma
de sulfato de magnésio (sal amargo) ou o sal de mesa comum
para quaisquer infecções Cutâneas. O sal amargo é eficaz em
banhos quentes para neurite, reumatismo, ciática, tuberculose,
arteriosclerose, diabetes e toxemia geral. Os banhos quentes
com sal amargo ajudam a rápida eliminação de ácido úrico do
corpo e promovem o restabelecimento da alcalinidade sangüí-
nea. O excesso de água no corpo também pode ser tirado pelo
emprego de banhos de sal. Um banho de sal amargo forte pode
ser preparado com um quilo de sulfato de magnésio em meia
banheira de água a uma temperatura de 38°C. O banho deve
ser tomado num período de vinte e cinco a trinta minutos, até
que você esteja transpirando livremente. Seque-se, cubra-se
com cobertores e deixe-se esfriar gradualmente. Se você estiver
superfatigado, ou se seu corpo não estiver eliminando as toxinas
adequadamente, um banho como este tomado a cada dia du-
rante sete a dez dias pode proporcionar-lhe um grande bem.
Também podem ser empregados os banhos de água com
sal marinho (sal grosso) para se conseguir um efeito desen-
toxicador e estimular a atividade eliminadora da pele. Você
pode adquirir sal marinho ou pode empregar o sal comum
combinado com sulfato de magnésio e cloreto de magnésio
nas seguintes proporções: 1.500 g de sal sulfato de magnésio.
O LIVRO DA C U R A NATURAL . 141

sal comum para 2 . 2 5 0 gr. de cloreto de magnésio e de 100 a


300 grs. de sulfato de magnésio. De 14300 a 14600 grs. deste
sal marinho deve ser combinado para dissolver-se na metade
de uma banheira de água a uma temperatura de cerca de
27°C. O banho com sal marinho para a pele ou para o tono
corporal deve ser tomado somente durante o tempo necessário
para esfregar completamente todo seu corpo com esta solução.
Depois seque-se vigorosamente com uma toalha.
Um outro tratamento maravilhoso, chamado a "brasa sal-
gada", é muito eficaz para aumentar a circulação em condições
tais como o diabetes ou a doença de Bright. Umedeça o sal
comum até que se torne uma pasta e esfregue-o vivamente em
todo seu corpo; continue a esfregar-se debaixo de um chuveiro
ou na ducha corporal. Esse tratamento não deve ser empre-
gado quando se tem enfermidades cutâneas.
O extrato de pinho fino também é muito benéfico em si-
tuações de nervosismo, neurite, reumatismo e distúrbios re-
nais e cardíacos. O extrato de pinho fino adicionado a um
banho normal de água estimulará a atividade da pele. A ina-
lação do vapor de um tal banho terá um efeito tranqüilizador
sobre o revestimento das vias aéreas e sobre os pulmões.
Nos casos de distúrbios cutâneos, as fontes de águas mi-
nerais quentes ou os banhos de enxofre (as preparações de
enxofre podem ser adquiridas em algumas farmácias) são ex-
celentes. Tomado diretamente, este tipo de banho também é
eficaz para aliviar a neurite, o reumatismo e muitas condições
nervosas.
Uma compressa abdominal (um pedaço de pano grosso
bastante comprido para dar a volta em todo o corpo), tor-
cida em água fria é excelente nas congestões crônicas do estô-
mago, do baço, do fígado, ou do plexo solar. Envolva a com-
pressa de água fria em torno de seu abdome e. cubra-a com
uma toalha turca por duas a três horas, ou em alguns casos
por toda a noite. Quando a compressa se tornar quente com
o calor de seu corpo, não deve ser mudada. A idéia da com-
pressa é melhorar a circulação a fim de aliviar a congestão.
Uma fricção com um lençol úmido muitas vezes se em-
prega nos distúrbios nervosos. Tire toda sua roupa, fi-
que de pé em um chuveiro, cubra seu corpo da cabeça até
os pés com um lençol. Deixe a água do chuveiro correr sobre
você por dez a quinze minutos e depois ainda embrulhado no
lençol peça a alguém que o esfregue todo. Quando o lençol
estiver aquecido, deixe cair mais água fria sobre ele. Isto leva
142 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

mais cerca de quatro minutos. Se você estiver muito fraco pode


sentar-se em um banquinho todo o tempo desde o começo até
o fim. A fricção com o lençol é um excelente energizador.
Nos casos de alta temperatura, que às vezes pode atingir
um ponto perigoso (40 a 41°C), você pode deitar-se em uma
banheira com água a 37°C, reduzindo gradualmente a tempe-
ratura da água para 27 a 29°C, adicionando água fria. Duran-
te este tratamento, a temperatura do corpo deve ser tomada
constantemente; não se deve baixar a temperatura a menos de
38°C. A temperatura do corpo acima da normal nem sempre é
algo que se deva recear ou que deva ser suprimido. O hábito
de nossa sociedade é tomar aspirina sempre que a tempera-
tura se eleva um pouco, porém a aspirina muitas vezes pode
ser mais prejudicial que a febre. Sabe-se que ela provoca in-
flamações gástricas e mesmo úlceras hemorrágicas. A tempe-
ratura é simplesmente um meio que o corpo tem de queimar
as impurezas ou a inflamação. Somente febres muito altas
constituem perigo, desde que podem provocar lesão cerebral.
Entretanto, só se deve usar a água, e não álcool sobre a pele
para baixar as febres. Grandes quantidades de álcool sobre
a pele podem intoxicar o corpo; soube-se mesmo que provoca
a morte.
Pode-se empregar lama para aliviar distúrbios cutâneos
tais como pústulas, picadas e feridas, simplesmente colocando
a lama sobre a área afetada por 45min a uma hora.
Um chuveiro quente seguido de sua defecação matinal é
muito benéfico para estimular a circulação e tonificar a mus-
culatura do corpo. Como se mencionou acima pode ser seguido
por um chuveiro ou um jato de três segundos a um minuto de
água fria. Para evitar o choque da água fria, prepare-se men-
talmente para o frio e depois diminua lentamente a temperai
tura por um período de cerca de dez segundos, até que a água
esteja gelada. Não deixe de concentrar a água nas costas, na
nuca, na parte inferior das costas, na genitália, nas coxas e
nos pés. A cabeça não deve ficar muito tempo sob a água fria.
Você deve evitar o chuveiro de água fria durante enfermida-
des ou se estiver com artrite ou qualquer distúrbio urinário.
E u descobri que este processo é o vitalizador natural mais
eficaz possível. Combinado com a respiração adequada, o chu-
veiro quente-e-frio proporcionará um acréscimo de energia
quando o cansaço o tiver vencido. Isto aumentará sua energia
sexual enormemente sem torná-lo "nervoso".
O LIVRO DA C U R A NATURAL . 143

Se você desenvolve bem o ponto-um (centro de energia),


será capaz de ficar de pé debaixo de um chuveiro frio sem
desconforto e sem tornar-se tenso. Quando você respira com-
pletamente pelo abdome inferior, a água fria será um catali-
sador para o aprofundamento de sua concentração. Se você
permanece concentrado no ponto-um, sentirá realmente o au-
mento de sua energia mental e física. No treinamento aikido,
muitas vezes usamos banho de imersão no meio do inverno
em correntes geladas das montanhas para a melhoria geral da
energia e da concentração.
Pode-se empregar fricções de todas as espécies para esti-
mular os sistemas circulatórios e nervoso e como tônico geral.
O tipo mais fácil de fricção é o de esfregar uma toalha fria,
que geralmente se aplica aos braços, tórax, abdome, pernas e
costas, nesta ordem. Simplesmente mergulhe a toalha em água
fria, cubra a área a ser esfregada com ela, friccione-a e seque
totalmente,
Para o músculo fatigado, pode-se usar sobre as partes afe-
tadas unguento de vitamina E, loção feita da casca da hama-
mélis ou de absinto. Esfregue bastante com um deles e man-
tenha o corpo quente. Os banhos de contrastes quente e frio
são muito eficazmente empregados em muitos tipos de pro-
blemas musculares. Qualquer estiramento muscular, torção,
fadiga muscular, cãibra ou rigidez podem ser facilmente alivia-
dos por aplicações imediatas de água. Aplica-se a água fria
por ocasião da lesão e continua-se a aplicá-la intermitente-
mente até doze horas. Vinte e quatro horas mais tarde, em-
pregam-se compressas ou banhos quentes seguidos de com-
pressas frias, numa proporção de cinco minutos quente para
um minuto fria. Três repetições do ciclo, realizadas uma ou
duas vezes por dia, aliviarão a fadiga, a congestão e os espas-
mos musculares.
Os banhos de água fria localizada também são benéficos
para hemorróidas. O banho de assento foi empregado por ge-
rações e gerações para quaisquer problema da região pélvica.
Sente-se em uma bacia de água fria, ou de água quente seguida
sempre por água fria. No caso de hemorróidas, tenha cuidado
para não empregar água quente demais. A loção de hamamélis
pode ser também empregada para contrair as hemorróidas. As
hemorróidas nunca serão'um problema entretanto se sua ali-
mentação for correta e se você fizer habitualmente movimen-
tos viscerais ao levantar-se toda a manhã. Somos criaturas de
144 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

hábitos, e os hábitos podem ser conscientemente criados ou


alterados se tivermos perseverança. A boa dieta, uma pequena
projeção mental1 e uma boa quantidade de banhos de assento
na primeira semana tanto podem realizar milagres com relação
a algum sofrimento de prisão de ventre crônica quanto com
respeito às hemorróidas.
As compressas podem ser empregadas em todo o corpo,
para tudo, desde as dores de cabeça até a tonsilite, gota e dis-
túrbios musculares crônicos.
A água na natureza desce por causa da força da gravi-
dade. A mesma coisa se deve dizer da água em nossos corpos
Aquilo que bebemos será eliminado através do aparelho uri-
nário, através do trato intestinal, pela perspiração ou atra-
vés dos pulmões. Este é o fluxo normal de purificação do cor-
po por meio do uso da água. Contudo, até mesmo o uso da
água pode'ser em excesso. Seus rins devem filtrar 150 litros de
água por dia, e não tem sentido sobrecarregar desnecessaria-
mente a capacidade destes órgãos. No inverno, por exemplo,
quando o tempo é muito frio, necessita-se beber muito pouca
água. Recebemos grande quantidade de água dos alimentos que
ingerimos. No verão bebe-se mais água: ela pode ser tomada na
forma de sucos de frutas, chás e semelhantes. Se você acha que
transpira demais durante os meses de verão sem exercício, pode
ser uma boa idéia reduzir o consumo de água. Os rins, que eli-
minam a maior quantidade de toxinas excretadas do corpo,
são extremamente importantes para a boa saúde. Eles estabe-.
lecem a química do corpo e, de acordo com os textos chineses,
são os armazéns de uma espécie de Ki, chamado "jing Ki",
elemento básico de fornecimento de vida ao corpo, de forneci-
mento de força ao esperma masculino e ao óvulo feminino. Os
rins devem ser protegidos e conservados aquecidos e não so-
brecarregados. O emprego de açúcar, de café, de chás estimu-
lantes, de álcool e de cigarros terá um efeito negativo direto
ou indireto sobre os rins. Tome cuidado com seus rins; eles
mantêm a química de seu corpo em equilíbrio.
Neste capítulo, apresentei alguns métodos para o em-
prego da água para se conseguir uma boa saúde e promover
a cura em condições patológicas. Deve-se relembrar, entre-
tanto, que o emprego consciente de qualquer elemento é a
forma mais valiosa de terapêutica que uma pessoa pode ter.
Compartilhei com você a minha experiência deste elemento;
agora faça você a sua própria experiência.
Capítulo 5

MOVIMENTO

O universo está em constante movimento. O movimento


significa vida. O movimento de uma espiral de energia vita-
liza a célula única que marca o início de nosso tipo de vida
humana. À medida que este tipo de vida evolui, nós nos cons-
tituímos em um ser que constantemente troca energia com o
cosmo. À medida que esta energia passa através de nós, ela
nos alimenta, nos nutre e cria o movimento interno e externo
de nossas vidas. Na expressão natural deste intercâmbio encon-
tramos nossa saúde. O intercâmbio de energia é aumentado p:lo
movimento, e o movimento perfeito do corpo é uma extensão
do interior para o exterior enquanto recebe estímulos que mo-
vem do exterior para o interior.
Este fluxo natural de energia c uma garantia de boa saú-
de; o alimento se tira da atmosfera e aquilo que não tem uso
ou as coisas que estão em excesso no corpo são expelidas.
É o instinto natural dos sistemas celulares a agir como peque-
nos centrífugos de energia, apresentando à superfície tudo quan-
to expressa a natureza interior da célula e afastando para lon-
ge tudo o que permanece das funções vitais de um momento
ante? p c ' s tipo de expansão continua até começar um fluxo
de contração, iniciando um movimento na direção oposta, que,
quando completo, retorna à expansão. O instinto deste movi-
mento é conservado intacto pelas funções cerebrais, pela respi-
ração, pelo alimento e pelo exercício físico. Se ocorre qual-
quer deterioração na qualidade de qualquer um destes quatro
itens, o tipo de energia centrífuga-centrípeta das células tam-
bém se deteriora. Quando a deterioração continua, todo o sis-
tema fisiológico do corpo pode, e realmente acontece, decom-
por-se — resultando na doença ou na morte.
146 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

Todos os sistemas interiores do corpo são animados por


seus próprios movimentos assim como pelo estímulo exterior.
Quando os estímulos exteriores trazem perigo ou são fortes
demais ou desequilibram, o sistema nervoso responde ordenan-
do algum movimento a fim de estabelecer um equilíbrio. Co-
brimos nossos ouvidos quando nos encontramos diante de for-
tes ruídos; transpiramos com o calor, tiritamos com o frio, pes-
tanejamos, vomitamos depois de ingerir um alimento ruim, e
rapidamente eliminamos bactérias ou toxinas através de diver-
sos órgãos excretores. Mas este tipo natural de movimento é
apenas a metade da realidade. A outra metade é um movi-
mento interno, não considerando nossa fisiologia normal, ba-
seado em um instinto natural para um fluxo de energia com-
pletamente saudável. Este é o movimento de exercício e de
expressão.
Em nossa cultura, nos esquecemos como nos movimen-
tar a partir do "interior"; nós nos movemos quase inteiramente
em resposta a estímulos externos ou a padrões planejados.
O instinto interno que nos orienta em um movimento natural
está destinado a nos manter em boa saúde. A menos que tal
instinto seja alimentado, logo se perde. Nós nutrimos um
tal instinto seguindo-o, ouvindo nossa voz interior. Os exer-
cícios físicos, saudáveis são os movimentos que obedecem às
tendências íntimas de nosso corpo. Estes movimentos ajudam
a tratar de nossos corpos e a protegê-los de outras enfermida-
des. Eles podem ser miiito variados: o esfregar os braços, a
massagem abdominal, o bocejo, a alteração do ritmo de nossa
respiração, o espreguiçar-se esticando a espinha, e mesmo o
desejo de um certo alimento ou de uma bebida, todos seriam
constantemente produzidos por nosso instinto natural para uma
boa saúde. E mesmo que os movimentos que realizamos pos-
sam ser extenuantes, eles não fatigarão o corpo se forem dita-
dos por nosso sentido interior. Os métodos de ginástica inven-
tados por nossa inteligência ou orientados a uma meta especí-
fica podem não ser diretamente prejudiciais ao corpo, mas
nem um nem outro conduzem diretamente a uma boa saúde.
São os exercícios desenvolvidos através de uma necessidade
interior que continuam toda a vida a produzir a saúde e a
mente e o corpo sadios. Todos os esportes competitivos e as
ginásticas são em última instância manifestações exteriores,
embora a ginástica moderna tenha um lugar na constituição
de um corpo forte. Algumas artes físicas que possuem um sen-
O L I V R O DA C U R A NATURAL . 147

lido interior ou dm benefício interno de qualquer importância


provieram de sistemas tais como a yoga, as artes marciais
(artes do combate: judô, aikido e semelhantes), e de certos
sistemas de terapêutica que atualmente começam a ser popu-
lares, como aqueles que estampou a obra de Wilhelm Reich.
Pode-se dizer com segurança que geralmente é através da prá-
tica dos exercícios orientais que o homem do ocidente tem
uma possibilidade maior de encontrar alguma coisa de seu pró-
prio eu interior.

YOGA

A hata yoga, que provém da Índia, é exercício muito benéfico


quando realizado com a consciência profunda e a responsabili-
dade que a torna mais do que um meio de relaxar a mente e
o corpo. Diz-se que os primeiros exercícios de hatha, chama-
dos "âsanas", emergiram espontaneamente da consciência dos
sábios na meditação. Trabalhando principalmente sobre as
glândulas endócrinas e no sistema neuromuscular, estes exercí-
cios abrem áreas de bloqueio, permitindo assim um livre fluxo
de Ki.
Se praticados regularmente, os seis importantes âsanas se-
guintes aumentarão a energia, a saúde e a tranqüilidade da
mente. Existem muito mais âsanas, cada um dos quais com
muitas variações. Se você quiser estudar com mais profundidade
a hatha yoga, deve procurar a orientação de um professor.
A prática diária, junto com.a instrução de um professor qua-
lificado uma vez ou duas por semana, produzirá resultados sur-
preendentes em um período de tempo relativamente curto. Vo-
cê não pode propriamente aprender os aspectos mais profun-
dos da hatha yoga. Somente através de livros.
Enquanto estiver fazendo a hata yoga, você deve evitar
qualquer tipo de tensão. Para serem totalmente eficazes, estes
exercícios devem ser feitos sem esforço. Relaxe sempre em cada
postura, respirando completamente e acalmando sua mente. Se
você fizer algum esfôrço, os âsanas serão mais prejudiciais do
que benéficos a sua saúde. Não se preocupe se você não pode
realizar exatamente cada postura como mostra a ilustração; o
exercício ainda "trabalhará" você. Desde que o hatha é um
sistema de desenvolvimento, eventualmente seus músculos se
estenderão de tal modo que conseguirão as posturas indicadas.
148 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

Antes de iniciar cs âsanas, é necessário preparar seu cor-


po pelo estiramento, pela flexão e pela torção em movimentos
longos e fáceis, movendo-se lentamente para evitar de levar a
seus músculos o stress. Mantenha sua mente livre de proble-
mas e de pensamentos ruins e concentre-se nos âsanas. Esta
preparação deverá durar cerca de dez minutos.
Entre os âsanas, assuma o âsana da "pose do cadáver".
Deite-se de costas, com os pés ligeiramente afastados. Coloque
suas mãos a cerca de quinze centímetros dos lados do corpo,
com as palmas para cima. Feche os olhos e faça três respirações
profundas de purificação para relaxar todo seu corpo e permi-
tir que cada âsana produza seu efeito.
Cada um dos primeiros cinco âsanas devem ser realiza-
dos duas vezes. O último pode ser feito quantas vezes quiser.

Âsana 1. Pose da Pinça (Paschimotanâsana)

,0 âsana da pose da pinça (flexão para frente) estimula os


rins e as glândulas supra-reni-is. Tem um forte efeito sobre os
órgãos sexuais e sobre a parte inferior das costas, e tranqüiliza
a mente. Massageia todas as vísceras e produz um intercâmbio
de linfa na altura da virilha.

1. Sente-se com os pés estendidos diante de você, com os


braços em seu colo. ,
2. Relaxe-se nesta posição e faça três respirações profundas.
3. Agora estique seus braços para o teto, fechando os pole-
gares juntamente. Estique o mais alto que for possível
sem esforço. Não premia a respiração.
O L I V R O DA C U R A NATURAL . 149

4. Em seguida, estique seus braços para a frente por sobre


a9 pernas até atingir os tornozelos ou os pés; então, se-
gure. (É muito importante segurar firme, de tal modo
que o restante do corpo possa relaxar.) Depois, incline
o tronco para frente até que sua cabeça encoste nos joe-
lhos. Não se esforce; em vez disto, relaxe na posição.
Pode levar algum tempo até sua cabeça atingir os joelhos,
mas não tenha pressa.
5. Deixe a cabeça pender frouxamente; relaxe os ombros;
respire profunda e lentamente, concentrando a respiração
no abdome inferior. Concentre o peso de seu corpo sobre
as pernas e, não nas nádegas. Os joelhos devem estar pla-
nos, se possível. Este exercício também pode ser feito de
pé. Realize-o com a pose do cadáver.

COBRA

Âsana 2. Cobra (Bhujangâsana)

O âsana da cobra estica e abre a área torácica, purifica os pul-


mões e estimula a parte inferior das costas, os rins e o intesti-
no grosso.

1. Deite-se de barriga para baixo, rosto para o lado com as


mãos espalmadas no chão na altura de seus ombros. Os
cotovelos ficarão estendidos no ar encostado no seu corpo.
2. Repouse sua testa no solo, depois estique lentamente seu
queixo para frente e para cima, arqueando as vértebras
superiores de suas costas.
3. Lentamente, com o auxílio de suas mãos, continue a levan-
tar as costas até que os braços fiquem quase estendidos.
150 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

Seus cotovelos devem permanecer encostados ao corpo e


seus quadris devem ficar no solo. Experimente olhar para o
teto ou para a parede atrás de você. Respire profunda-
mente; não deixe que sua respiração se prenda. Permane-
ça assim o tempo que lhe for confortável. Experimente
relaxar os ombros e a parte superior das costas entre as
omoplatas.
4. Desça lentamente enquanto expira. Mantenha seu olhar
para trás enquanto apóia o abdome inferior, depois o
abdome, o peito, os ombros, o queixo e a fronte.
5. Relaxe completamente com o rosto para o lado e os bra-
ços estiondos ao longo de seu corpo.

INVERTIDA SOBRE OS OMBROS


O LIVRO DA C U R A NATURAL . 151

Âsana 3. Investida sobre os ombros (Sarvangâsana)

A invertida sobre os ombros é chamado de Sarvangâsana, ou a


"postura de todos os membros", pois que é benéfico a todos
os órgãos do corpo. Este âsana os ajuda a colocar-se na po-
sição adequada no tronco e estimula e melhora o funciona-
mento da tiróide na base da garganta — a glândula do corpo
de controle da juventude e da longevidade.

1. Deite-se de costas com as mãos nos lados do corpo, as


palmas voltadas para baixo e com os pés juntos.
2. Levante suas pernâs em um ângulo de noventa graus, es-
ticando-as o mais possível. Pare, depois continue a le-
vantá-las acima de sua cabeça, deixando seu corpo em
uma posição vertical. Levante-o dó solo com as mãos
até que o corpo esteja na posição vertical; então apóie
com as mãos a parte inferior do corpo, com os cotovelos
no chão, suspendendo as costas.
3. Seu pescoço deve estar esticado e plano com o solo, seu
queixo pressionando a base da garganta. Relaxe cons-
cientemente qualquer tensão na base da garganta, do pes-
coço e dos ombros.
4. Respire pelo nariz com os olhos fechados. Mova os pés
nos tornozelos para relaxar as pernas. Depois de alguns
minutos nesta pose, experimente esticar-se para cima um
pouco mais. Mantenha esta posição de dois a sete mi-
nutos.

Âsana 4. Peixe (Matsyâsana)

A postura do peixe estimula a tiróide esticando-a de maneira


oposta à invertida sobre os ombros. Ela libera as energias blo-
queadas na garganta e no peito e ajuda a aliviar os problemas
dos sinus, a febre do feno e os resfriados auxiliando os pul-
mões a expelir o muco. A postura do peixe deve ser feita co-
152 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

mo um complemento à posição uivertida sobre os ombros de-


pois de um curto relaxamento na posição do cadáver.

1. Deite-se de costas com os braços ao longo do corpo —


as mãos e os dedos sob as coxas, segurando-as.
2. Faça pressão sobre os cotovelos para assumir uma posi-
ção meio sentado. Deixe pender a cabeça para trás e pro-
cure levantar o peito e abdome.
3. Lentamente vire o topo de sua cabeça para o chão. Su-
porte seu peso (excluindo as pernas) na base da espi-
nha e no topo de sua cabeça. Faça um arco tão alto
quanto possível, respirando profunda e completamente.
Relaxe seus ombros; estique o pescoço e a base da gar-
ganta. Mantenha-se por dois a cinco minutos.

TORÇÃO DA ESPINHA
Ãsana 5. Torção da Espinha (Ardha Matsyendrâsana)

A torção da espinha é eficaz contra as dores lombares. F.!a


também tonifica o fígado e o baço. estimula os intestinos e
equilibra a cintura.

1. Sente-se com a perna direita estendida, cruzando o pé


esquerdo por sobre o lado oposto do joelho direito.
2. Estenda o braço direito por sobre a perna esquerda e
passando do lado esquerdo do joelho esquerdo, volte a
parte superior de seu corpo para a esquerda e apóie o
peso sobre o braço esquerdo, que deve estar atrás de você.
3. Segure a perna direita com a mão direita, voltando sua
cabeça mais para a esquerda, olhando o mais possível
para trás de você mesmo.
O LIVRO DA C U R A NATURAL . 153

4. Respire profundamente, relaxe e depois torça-se para a


esquerda. Mantenha o peito relaxado e estire o abdome
inferior de modo a manter a verticalidade do corpo. Dê
uma pequena torção extra antes de sair da postura o mais
lentamente possível. Depois torça na direção oposta. Lem-
bre-se de não prender a respiração.

POSIÇÃO N9 1 POSIÇÃO N<? 2


Âsana 6. Saudação ao Sol (Suryanamaskar)

Fique de pé de maneira completamente relaxada com os pés


juntos, as mãos para baixo nos lados de seu corpo, e concen-
tre-se no ponto um. Tome uma respiração completa e deixe
seu corpo relaxar mais profundamente.

1. Levante as mãos na sua frente, na posição de prece, ex-


pirando.
2. Agora inspire e, mantendo juntas as mãos, lentamente
curve-se para trás, esticando primeiro as mãos na sua
147 D O JARDIM DO ÉDEN A ERA DE AQUARIUS

SAUDAÇÃO AO SOL
POSIÇÃO N9 3

SAUDAÇÃO AO SOL
POSIÇÃO N° 4
O LIVRO DA C U R A NATURAL . 155

frente, e depois para cima na direção do teto e para trás


o mais confortável que possa ser para você. Baixe-se para
trás enquanto completa a inspiração, conservando as per-
nas razoavelmente retas e esticando a área inferior das
costas.
Agora expire lentamente quando se curva para frente, es-
ticando as mãos o mais distante possível de seu corpo na
direção do teto e da parede que está na sua frente, e,
curvando-se para baixo leve-as até o solo, realizando uma
expiração completa, Seus joelhos devem permanecer retos
e seu corpo relaxado, com a cabeça pendida para baixo.
Toque o solo com qualquer parte de suas mãos que você
puder sem esforço ou sem se puxar de qualquer maneira.
Deixe seu corpo descer naturalmente neste movimento.
Agora coloque sua perna esquerda para trás, com o
joelho tocando o chão o mais confortavelmente possível,
flexione o outro joelho e estique seu corpo para cima
e para trás impelindo a cabeça para trás o mais pos-
sível. Experimente olhar para o teto atrás de você.
As pontas de seus dedos devem permanecer em contato
com o solo. Este movimento é acompanhado de uma
inspiração.

SAUDAÇÃO AO SOL
POSIÇÃO N? 5

Leve o pé direito para trás para junto do esquerdo, e


eleve suas nádegas no ar, formando um triângulo com
seu corpo, e, deixando sua cabeça entre os dois braços,
empurre os caloanhares levemente para baixo até o solo
de modo a esticar as barrigas das pernas. Este movimen-
to é acompanhado por uma expiração.
156 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

6. Agora conduza seus joelhos, o peito c o queixo até o


chão, prendendo a respiração. Mantenha esta posição
por um segundo.

SAUDAÇÃO AO SOL
POSIÇÃO N ° 6

SALDAÇAO AO SOL
POSIÇÃO N9 7

7. Inspirando, estique sua cabeça e seu corpo para cima


e para trás, deixando a parte inferior do corpo no solo.
Empregue os músculos de suas costas para este estira-
mento muito mais do que os músculos de seus braços.
8. Agora expire completamente enquanto volta à posição
do triângulo, impelindo seus calcanhares bem para o
solo.
O LIVRO DA C U R A NATURAL . 157

SAUDAÇÃO AO SOL
POSIÇÃO NC 8

SAUDAÇÃO AO SOL
POSIÇÃO N<? 9

9. Depois leve seu pé esquerdo para perto do direito no-


vamente, deixando o pé direito no lugar, e depois esti-
cando-o de maneira oposta à posição 4. Levantando a
cabeça e os ombros para trás, arqueie suas costas tanto
quanto possível.
10. Agora, quando você expira, eleve ambos os pés junta-
mente, com as mãos apoiadas no solo, a cabeça pen-
dente junto de seus joelhos.
158 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

SAUDAÇAO AO SOL SAUDAÇAO AO SOL


POSIÇÃO N° 10 POSIÇÃO NP 11

11. Depois, inspirando de novo, lenta e profundamente le-


vante o tronco e conduzindo as mãos para o alto e pa-
ra trás da cabeça, estique-se na direção da parede na
sua frente e depois na direção do teto, e para trás o
tanto quanto puder.
12. Retorne à posição 1 (a posição de prece), expire len-
tamente, fique de pé por um momento nesta atitude, de-
pois faça as mãos voltarem ao ponto inicial e repouse.

O Exercício da Saudação ao Sol de hatha yoga significa


um tremendo estiramento de sua espinha., das pernas, das co-
O LIVRO DA C U R A NATURAL . 159

xas e dos braços enquanto estende cada uma das outras partes
de seu corpo também. Este exercício deve ser feito seis a oito
vezes.

SAUDAÇAO AO SOL
POSIÇÃO N9 12

Depois dos exercícios, faça um relaxamento profundo fi-


nal na pose do cadáver, viajando mentalmente por todo seu
corpo e relaxando-o, parte por parte.
Se você sentir que deseja praticar mais. profundamente a
hatha é importante buscar a supervisão de um "expert".

T'AI CHI CHUAN

As artes marciais que podem melhor servir ao homem ociden-


tal como um exercício interior são o t'ai chi chuan e o aikido.
O t'ai chi chuan, uma arte chinesa de centenas de anos, con-
siste em movimentos lentos de relaxação que fazem circular
um aumento de energia por todo o corpo. Qualquer um pode
160 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

PREPARAÇÃO
YU-PEI SHIH

aprendê-lo, qualquer que seja a idade, o sexo ou a condição


física. Uma lição semanal é suplementada pela prática priva-
da de vez em quando. Depois de seis a nove meses chega-se
ao final da "forma" como é chamada e pode-se realizá-la em
apenas dez minutos. Praticado diariamente por um período
de muitos anos, o t'ai chi chuan pode proporcionar uma força
e saúde extraordinárias à pessoa mais fraca. Desde que não
se pode aprender o t'ai chi chuan por meio de um livro, a
descrição seguinte servirá apenas como introdução e espera-
mos que um início. A "forma" de t'ai chi é uma série de len-
tos movimentos destinados a tranqüilizar a energia no corpo
enquanto aumenta seu fluxo. Para ter lima idéia do que é o
t'ai chi chuan, fique de pé sossegadamente com o corpo re-
laxado, os joelhos ligeiramente flectidos, as costas retas po-
rém relaxadas e com as mãos pendentes nos lados do corpo.
O LIVRO OA C U R A NATURAL 161

Agora imagine que você é um boneco ou um marionete pen-


dente de um fio preso pela parte mais alta de sua cabeça.
Permaneça de. pé por um momento e absorva a sensação
deste pensamento. Em seguida, imagine um pequeno peso de
chumbo pendente da base de sua espinha, puxando-o em
linha reta para baixo. Depois pense em um peso menor pen-
dente de seu queixo; isto manterá sua cabeça completamente
no nível.
Agora mova todo seu corpo muito lentamente em qual-
quer direção, mantendo a mesma altura do chão (sua cabeça
não deve balançar para cima ou para baixo). Deixe rodo o
peso de seu corpo afundar 110 solo; sinta-o sendo puxado
pela gravidade enquanto você anda lentamente movendo seus
braços como se flutuassem na água. Enquanto for confortá-
vel esta atitude, deixe que toda a energia de seu pensamento
repouse na área a cerca de sete centímetros abaixo de seu
umbigo, o ponto um (em chinês tan t'ien). Não se mexa nem
faça força; apenas relaxe e deixe as coisas se aquietarem en-
quanto você se move. Se esta sensação lhe agradar, provavel-
mente você gostará do t'ai chi.
Um dos pontos principais que se ensina aos estudantes de
t'ai chi é o do enraizamento de si mesmo ao solo. Quando o
corpo relaxa completamente e seu peso se assenta no chão,
você sente que seus pés se tornam enraizados na terra, um de
cada vez. Isto significa que cada passo é estável e sólido, po-
rém o praticante tem os movimentos ágeis. O pé que não tem
peso é "vazio" (yin) e o pé que se enraíza está completa-
mente plantado (yang). A eficácia deste princípio depende
do relaxamento — relaxamento completo.
Depois de um longo período de prática, o peso de seu
corpo parecerá tornar-se maior do que jamais foi. Por exem-
plo, o braço de uma pessoa completamente relaxada parece
mais pesado do que o de uma pessoa que está tensa porque
a relaxação necessita de abandono à gravidade em vez de se
lutar çom ela. O t'ai chi ensina o princípio do abandono da
luta contra a gravidade de tal modo que se possa aumentar
a quantidade de energia disponível para usos positivos.
A prática do t'ai chi pode abrir a você o caminho de mais
chi (Ki) e fazê-lo estabelecer-se no ponto um. Deste centro,
ele flui depois a fim de fortalecer todas as funções e sistemas
corporais, incluindo os revestimentos da pele. O ponto um
162 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

desenvolvido completamente produz abundante saúde, pele cla-


ra e imensa força.
Esta força é explicada pelo princípio chamado de inte-
gração de massa: uma gota de água tem uma força muito pe-
quena; a mesma coisa se diga de um pequeno sopro de ar.
Porém, quando conduzidos juntos em uma massa combinada,
o poder unido de todas as gotas de água e de todos os sopros
de ar podem formar uma onda de maré ou um furacão de
força devastadora. Portanto, se as diversas energias de sua
mente e de seu corpo são integradas juntamente numa só
massa para girar em torno do ponto um — concentrada —
você pode tornar-se uma pessoa extremamente poderosa.
O estudo adiantado de t'ai chi conduz você à prática dos
chamados "push hands" (mãos de ferro — compressão feita

só com as mãos, uma contra outra), forma sutil de combate en-


tre dois praticantes. Ê através da prática da "mão de ferro"
que se comprendem os aspectos mais práticos do t'ai chi. Pelo
fato desta prática ser de natureza competitiva, tenho observado
muitos estudantes que tendem a perder o sentido de espiritua-
lidade enquanto a realizam. Antes de iniciar o estudo do l'ai
O LIVRO DA C U R A N A T U R A L . 163

chi chuan, decida o que você quer. Se for o crescimento es-


piritual, oriente sua mente no sentido de atingir esta meta;
determine-se não se deixar levar por sua própria natureza
competitiva. A competição destrói a verdadeira espiritualidade.
O t'ai chi chuan pode ser estudado em muitas das maio-
res cidades dos Estados Unidos. Pode ser que haja uma Asso-
ciação de T'ai Chi Chuan perto de onde você mora, que lhe
forneça informações a respeito do estudo. Ê necessário de
qualquer maneira um mestre competente.

AÏKIDO

O aikido, uma arte marcial japonesa, foi fundado pelo fale-


cido professor Morehei Ueshiba antes da Segunda Guerra
Mundial. Meio de desenvolvimento de um espírito pacífico e
de harmonia da mente e do corpo, o aikido é primariamente
um sistema espiritual e não físico. De fato, o rótulo "arte
marcial", que significa uma técnica militar ou de luta, pode
não se aplicar ao aikido no futuro, embora muitos estudantes
de aikido tenham desenvolvido uma tremenda força e habili-
dade técnica na defesa de qualquer agressão. Na nova era,
entretanto, a significação e a importância desta arte podem
ser totalmente diferentes. O aikido é não-competitivo. Pra-
ticado conscientemente, pode proporcionar ao estudante co-
mo que um espelho de si mesmo como um meio de decom-
por sua própria resistência interna à vida e aos outros seres
humanos. Na prática do aikido não existe o ataque para ven-
cer; não existe competição de qualquer espécie. O professor
Ueshiba desenvolveu a arte com a compreensão de que a in-
ternaüzação das energias negativas e da agressão era neces-
sária para a realização espiritual. Ele era um estudante dos
antigos princípios Xinto que foram apresentados neste livro,
e sua crença pode ter sido a de que o aikido seria uma parte
da nova era. Como a verdadeira natureza do aikido é a har-
monia de movimento e do fluxo interno, através de sua prá-
tica consciente, pode-se atingir um grande desenvolvimento. En-
tretanto, deve ser praticado com um desejo de crescimento
interior e de aumento de consciência por parte do estudante,
e não de autodefesa.
O aikido constitui a base dos conceitos de movimento e
exercício expressos neste livro. O estudo do aikido necessita
de longos anos de prática dedicada. Uma vez que você tenha
164 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

passado nos estágios preliminares de aprendizagem aprendendo


a movimentar-se bem e a cair (seis meses a um ano), será
capaz de começar um trabalho através do qual crescerá para o
resto de sua vida. Para compreender uma pequena parte da
natureza do aikido em seus primeiros aspectos físicos, expe-
rimente os seguintes exercícios.

O BRAÇO INFLEXÍVEL

Exercício 1 de Aikido. O Braço Inflexível


Primeiro, meça sua força física pedindo a um amigo que pren-
da seu braço contra a sua resistência. Mantendo as palmas das
mãos para cima, faça um punho fechado, contraia o braço e o
estique. Seu companheiro deve segurá-lo no pulso e no coto-
velo ou segurá-lo cm seu ombro e experimentar dobrar o bra-
O LIVRO DA C U R A N A T U R A L . 165

ço no cotovelo. Seu movimento deve ser suave, não brusco


nem aos arrancos, do contrário pode sem querer provocar em
você algum dano. À medida que a pressão aumenta e você
resiste, seu braço se tornará cada vez mais firme até que de
repente se curva. Isto pode ser-lhe desagradável enquanto ele
estiver aplicando a pressão, por causa da rigeza de seu pró-
prio músculo.
Agora estenda seu braço de novo e re!a.\e-o completa-
mente. Concentre sua mente no ponto um, pensando nele co-
mo no centro de seu corpo e de sua força e, ao mesmo tem-
«o, como uma bomba poderosa ou uma fonte da montanha
através da qual jorra torrencialmente um fluxo imenso de
água. Esta "água" é a imagem mental de seu próprio Ki,
que então encherá o braço e jorrará até a ponta de seus de-
dos tanto quanto você possa imaginar.
Pense em seu braço como uma mangueira de apagar fo-
go. Enquanto a "água" estiver correndo através dele, não po-
de ser flexionado porém realiza através do bocal toda a pres-
são de dentro. O bocal neste caso é constituído por seus de-
dos. Qualquer pressão que seu companheiro exerça em seu
braço será conduzida para fora de seus dedos pelo fluxo de
seu próprio Ki. Antes de tentar dobTá-lo, deixe que todo o
peso do braço se concentre em sua parte inferior. Seus ombros,
o pescoço, o braço e a mão devem relaxar completamente.
Concentre-se no peso que se apóia na parte de baixo do ombro,
a parte superior do braço, a parte inferior do braço, o pulso e
a mão. £ essencial que você não resista nem lute contra a
a pressão para dobrar seu braço; em vez disto, concentre-se
no fato de que esta pressão está sendo orientada para fora
de seus dedos.
Enquanto seu companheiro lentamente aumenta a pressão,
imagine uma quantidade cada vez maior de água jorrando de
seus dedos e para longe de seu corpo. Se você se apossar
desta imagem, seu braço se flexionará, mas não se curvará
completamente e os únicos músculos que se contrairão serão
os músculos extensores na parte de fora do braço. O resto
de seu corpo estará completamente relaxado e você será capaz
de resistir a um teste muito poderoso deste tipo sem se ex-
tenuar absolutamente. Se você pensa em resistir ou lutar con-
tra a pressão sobre seu braço, experimentará considerável di-
ficuldade, tensão e tremulação do braço. Comece praticando
com uma pequena pressão, aumentando-a lentamente até que
sua capacidade de estender seu Ki se torne cada vez maior.
166 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

Desde que o aikido não envolve competição ou luta, a


ação de apertar os músculos de qualquer maneira diminuirá
o fluxo de Ki, e você experimentará uma inclinação para ten-
tar substituí-lo pelo poder muscular. O músculo está limitado

em suas capacidades, porém o Ki, sendo a energia da natureza,


é ilimitado; a única restrição de seu fluxo em você é a resis-
tência que você proporciona.
O LIVRO DA C U R A N A T U R A L . 167

Exercício 2 de Aikido. Levantamento


Quando você compreende o princípio da concentração e o
fluxo de Ki, pode aplicar sua compreensão a qualquer ato.
Como exemplo, peça a alguém que o levante colocando as
mãos em suas axilas e dobrando os joelhos para levantá-lo de
frente e de baixo para cima. Concentre-se no topo de sua
cabeça e reteze o corpo. Você será facilmente levantado.
Experimente de novo, concentrando desta vez seus pen-
samentos no ponto um e deixando que todo o peso de seu
corpo se apóie no chão. Pense "embaixo", enviando o Ki atra-
vés de seus braços para o chão e apóie-se profundamente em
seu ponto um. Ignore o fato de que alguém está tentando le-
vantá-lo. Se seu companheiro puder levantá-lo do chão total-
mente será com grande dificuldade.

ARREMETIDA

Exercício 3 de Aikido. Arremetida


Sente-se no chão com os pés na sua frente e os joelhos um
pouco dobrados; experimente resistir sendo arremetido por
uma pessoa que está de pé. Coloque suas mãos nos antebraços
dele e empurre-o o mais forte que puder. Como suas costas
não agüentam, será fácil para ele derrubar você.
168 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

Experimente a mesma coisa concentrando-se no seu pon-


to um. Não resista com suas mãos, mas empregue-as como
um ponto de contato do qual você pode desviar a energia
que lhe está sendo enviada, fazéndo-a empurrá-lo para baixo
em vez de para cima. Quanto mais você relaxar, mais fácil
será ficar aí sentado, mesmo que cinco homens juntos o em-
purrem. Você pode parar a força de um homem forte com
um único dedo se deixar que o seu próprio Ki flua sem re-
sistência. Este é um dos mais importantes princípios do aiki-
do; o único vencedor é o homem que compreendeu a natureza
da luta e que a ultrapassou.
A fim de conseguir este estado da mente, você deve con-
centrar sua energia na derrota da negatividade em seu próprio
interior em vez de derrotar aqueles que você percebe que o
estão agredindo.
Estas técnicas são uma amostra das muitas que compreen-
dem a arte do aikido. Maior treinamento é difícil (embora
possível) sem a orientação de um instrutor qualificado. En-
sina-se a queda e outras técnicas, de maneira que você possa
aprender a receber todo o ensinamento da técnica do aikido
sem ser lesado. Existem muitos bons livros escritos sobre o
assunto por mestres como K. Tohei e K. Ueshiba (ver biblio-
grafia).
Outrora o aikido foi uma arte de iutar tanto quanto o
jujitsu. O fundador, Mestre Ueshiba, descobriu que o homem
que nunca luta sempre vence — e sem se esquivar. O treina-
mento em aikido pode eventualmente desenvolver um corpo
forte e flexível; além disso, você descobrirá uma parte de você
mesmo que é mais relaxada, mais pacífica, e mais apta a en-
trar em contato com a vida em qualquer nível.
A filosofia da não-luta é a pedra angular do aikido.
Nossas vidas estão cheias de toda a sorte de "agressões", al-
gumas físicas, outras verbais. Qualquer agressão pode ser de-
volvida ao agressor ou anulada sem vingança e sem causar
prejuízos.
Por meio desta disciplina, você pode aprender a fluir
de tal maneira que seu sentido interior o proteja e o mante-
nha em forma, mental e fisicamente, exatamente como a na-
tureza mantém todas as coisas em equilíbrio. Pela descoberta
da paz interior, mesmo que seja apenas momentânea, pode-se
enfrentar os testes da vida e não ser apanhado nas redes da
negatividade e do medo.
O LIVRO DA C U R A NATURAL . 169

Instintivamente, o animal sadio sabe o que precisa para


permanecer sadio. Igualmente poderoso é o instinto de sobre-
vivência ou de cura em um animal doente. A cultura de nos-
sos dias produziu em nós uma deterioração em tal medida
que nossos movimentos e nossos hábitos não estão de acordo
com o que verdadeiramente desejam e necessitam nosso corpo
e nosso espírito. Portanto, é necessário que assimilemos práti-
cas que possam restabelecer o fluxo natural e a força de nos-
sos sistemas de energia física, psíquica e espiritual.
Ê fundamental conhecer nosso corpo por dentro, encon-
trando um meio de colocar o corpo e a mente em harmonia
um com o outro e em harmonia com a energia criada em
torno dele. Se você estiver em desarmonia com sua própria
energia interior e em conflito com o fluxo total do universo,
sua vida será expressa em doenças e infelicidades. O movi-
mento puro, como o puro viver, está em harmonia com a
natureza. Ele nos proporciona tudo o que na natureza é po-
sitivo e nos ensina a tratar com tudo aquilo que chamamos
de negativo.

R O T I N A DIÁRIA DE E X E R C Í C I O S

Para iniciar comunicando-se com seu corpo neste nível, você


deve estabelecer um tipo de movimento natural e espontâneo
em vez dos movimentos programados e intelectualizados, que
nos foram impostos pelo condicionamento cultural que falamos.
Você deve começar com o Exercício n<? 2 de Respiração e o
movimento que se segue. Pratique esse exercício diariamente
durante várias semanas antes de tentar qualquer outra forma
de exercício. Pela respiração adequada e pela concentração
interior, você pode eventualmente dissolver os hábitos e pa-
drões de vida que construiu e começar a deixar que seu corpo
se expresse verdadeiramente com espontaneidade.
Depois de algumas semanas de movimento por meio d o
Exercício n<? 2 de Respiração, pode procurar integrar-se em
uma rotina diária de exercícios que foram desenvolvidos com
uma compreensão do corpo e de suas necessidades pela es-
pontaneidade e fluência. Deve-s; imaginar que esta rotina é
como que um adjunto ao Exercício n? 2 de Respiração. A
combinação assegurará uma prática perfeita de todo o corpo.
O Exercício n? 3 de Respiração deve ser praticado diariamen-
te, se se quiser um sistema de energia forte e sadio.
170 DO JARDIM DO ÉDEN A ERA DE AQUARIUS

Rotina Diária
1. Fique de pé confortavelmente com os pés afastados, as
mãos estendidas dos lados do corpo. Relaxe seu corpo.
Tome uma respiração profunda e, quando expirar, co-
mece um espreguiçar lento de dentro para fora. Sinta-
se espreguiçando para fora a partir do peito e do abdo-
me como se seu corpo fosse dividir-se em dois e expan-
dir-se a partir do centro. Sinta o estiramento mover-se
para seus ombros, braços, mãos e para as pontas dos
dedos. Estique o pescoço para fazê-lo elevar-se, ar-
queie o corpo um pouco para trás e sinta seu leve au-
mento com o corpo esticando-se para ambos os lados.
Faça isto durante uns trintas segundos.
2. Estique-se para cima, juntando seus pés estreitamente
elevando-se lenta e suavemente, cada vez mais na dire-
ção do teto. Sinta seu corpo dividir-se horizontalmente
no nível do ponto um e arremeta-o para cima afastan-
do-o do chão erguendo-se na ponta dos pés, sentindo
que seu corpo relaxa mais e mais a cada segundo. En-
quanto você se espreguiça, deixe o ar ser absorvido por
sua própria musculatura. Permita que a sua respiração
seja suave, relaxada e completa. Procure sentir a espécie
de estiramento que você sente quando pela manhã ao le-
vantar-se você se espreguiça. Tente alcançar o teto com
as pontas de seus dedos, depois arremeta um pouco mais
para cima a base de sua mão. Curve-se levemente
para trás enquanto continua este espreguiçamento pro-
fundo e lento que abrirá seu peito e abdome. Se achar
difícil ficar de pé sobre seus dedos, concentre-se forte-
mente no seu ponto um e achará mais fácil executar
o exercício.
3. Agora comece a estirar-se para frente na direção do
teto diante de você, depois para a parede na sua fren-
te e curve-se na cintura, pendendo todo para baixo,
de tal modo que suas mãos toquem o solo ou alcancem
os dedos dos pés. Deixe seus ombros relaxarem e sua
cabeça pender. Mantenha os joelhos retos e sinta seu
corpo relaxar lentamente na posição esticada. Não faça
força. Não experimente puxar-se para baixo. Deixe que
seu corpo se estique naturalmente sem forçar ou exte-
nuar-se de qualquer maneira. Quando executar este
exercício, faça-o com um senso profundo de relaxação
O LIVRO DA C U R A NATURAL . 171

de maneira a não criar qualquer resistência contrabalan-


çando o estiramento que você realizou. Você descobrirá
que a maioria das rotinas atléticas de estiramento (que
incluem contorção e violência) criam uma resistência
no corpo igual à quantidade de estiramento que propor-
ciona. Em outras palavras, você anulará o verdadeiro
benefício de seu exercício se se forçar, já que seu cor-
po não será capaz de receber a nova abertura que seu
exercício lhe dá. Pelo relaxamento em seu exercício,
você evita a criação de novas tensões enquanto elimina
as antigas. Deixe seu corpo pender para frente na po-
sição curvada e permita-lhe que ele se torne cada vez
mais apto a respirar. Fique atsnto a qualquer tensão
em seu corpo e simplesmente concentre sua respiração
na área qut estiver tensa ou retezada; "ponha" a res-
piração aí para relaxá-la e abri-la.
4. Em seguida, volte a cabeça à posição reta, tentando
suavemente atingir a parede na sua frente e levante a
parte superior de seu corpo a partir da cintura, manten-
do reta suas costas como se novamente se esticasse pa-
ra cima até o teto. Depois curve-se para trás o mais
confortavelmente possível, relaxando e respirando na po-
sição. Todos estes movimentos devem ser feitos lenta-
mente, com um grande senso de controle, de modo
a não movimentar-se bruscamente. Mantenha o sentido
de relaxamento cada vez mais profundamente em cada
posição. ''
5. Agora afaste novamente seus pés e curve-se pela cintu-
ra, atingindo com a mão direita o lado esquerdo de seu
pé esquerdo, estendendo o braço esquerdo para cima no
ar acima de você. Levante os olhos para a mão esquer-
da quando você a levantar no ar e acomode-se profun-
damente na posição, respirando natural e completamen-
te o tempo todo. Mantenha esta posição por trinta se-
gundos a um minuto, depois inverta-a, colocando sua
mão esquerda no lado direito de seu pé direito e olhan-
do para cima na direção de sua mão direita levantada.
6. Volte à posição de pé e gire^seu corpo acompanhando
com a cabeça até o eixo do aedo grande do pé, torcen-
do o corpo para a esquerda o quanto possível e depois
para a direita, com um movimento suave de oscilação,
172 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

respirando completamente o tempo todo. Mantenha seus


pés fixos e permita que seus braços balancem livremente.
7. Agora curve-se para o lado estendendo o braço por
sobre a cabeça e mantendo suas pernas levemente flec-
tidas, expirando e relaxando nessa posição. Não torça
seu corpo de maneira alguma porém curve-o de tal mo-
do que você consiga um estiramento completo dos mús-
culos no lado do corpo.
8. Agora, com as pernas bem afastadas, curve-se para a
frente pela cintura, com as mãos pendentes para o solo
e se puder ponha os dedos no chão.
9. Levante-se com os braço? estendidos e curve-se para
trás o mais que puder. Faça isto lentamente e com res-
piração completa várias vezes.
10. Agora apóie seu peso todo nos pés. mantendo-os per-
feitamente planos, e agache-se com a outra perna es-
tendida. Levante os dedos do pé estendido para procu-
rar estirá-los por baixo da perna. Assegure-se de man-
ter o pé que está em repouso no chão completamente
plano. Alterne o exercício várias vezes.
11. Fique de pé e volte os dedos dos pés para dentro, os
calcanhares e os joelhos para fora e agache-se com o
tronco curvado para a frente a fim de estirar a parte
interna de suas coxas tanto quanto puder, suavemente.
12. Continue agachado, porém levante suas costas o mais
reto possível. Enganche suas mãos por trás das costas
enquanto estiver fazendo este exercício e force as ná-
degas para a frente.
13. Agora com os pés juntos, dobre os joelhos, ponha as
mãos sobre eles e realize um movimento de rotação,
curvando os joelhos o tanto quanto puder fazê-lo para
esticá-los completamente e flexionar os tornozelos e
os joelhos. Gire desta maneira em ambas as direções.
Capítulo 6

MASSAGEM SUECA

A massagem, uma das mais antigas e básicas formas de


medicina, tem sido empregada com êxito por muitas culturas do
homem como meio de promover e restaurar a saúde. Já por
volta do ano 3 . 0 0 0 a . C . , os chineses usavam a massagem
como medida terapêutica científica; também Hipócrates, o
pai da medicina moderna, a empregou. O valor da massagem
é tão grande hoje em dia quanto o foi antigamente. Sua ne-
cessidade. em nossa sociedade artificial, é cada vez maior.

Aqueles que estão pesquisando em busca da liberdade es-


piritual, que começa com a saúde, devem encontrar um meio
perfeito de atingir e de manter este estado — um meio que
seja eficiente, seguro e facilmente disponível. O emprego das
mãos no tratamento com a consciência e o conhecimento in-
terior profundos é um de tais meios, e pode ser fator importan-
te na satisfação desta busca.
A massagem é boa para você. Ela ajuda seus músculos,
o cérebro, os nervos e os órgãos internos; aumenta a respira-
ção celular de maneira natural e promove a nutrição de cada
parte de seu corpo. O metabolismo do corpo está constante-
mente criando uma necessidade de sangue oxigenado e fresco
nos tecidos. Esta nece.sisdade se satisfaz pela boa e forte
circulação e por um tipo de respiração apropriada. Mantém-
se a circulação por movimentos corporais que aumentam o
metabolismo, que, por sua vez, aumenta a necessidade de
sangue novo, e assim por diante. A massagem faz com que o
sangue e a linfa velhos saiam dos tecidos e voltem ao coração
e aos pulmões enquanto o corpo permanece passivo. Este pro-
cesso abre espaço para o sangue fresco penetrar sem aumentar
o metabolismo. Portanto, muitas vezes é possível que se re-
174 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

movam mais resíduos pela massagem do que pelo movimento


do próprio corpo da pessoa. Este fato torna a massagem ines-
timável para qualquer sofrimento de fadiga (interna ou exter-
na), doença ou problemas mentais ou emocionais.
Muitas pessoas temem tocar no corpo de uma outra pes-
soa mesmo de maneira terapêutica; muitos pensam em tocar
no corpo de outra pessoa somente quando há uma relação de
sensualidade. E o contato com as mãos numa pessoa deitada
na cama muitas vezes parece direto demais, real demais. Por
causa deste fato, geralmente tocamos em uma outra pessoa
com nosso "'eu exterior" em vez de permitirmos a nós mes-
mos tocá-la como uma expressão de nosso ser interior. A
massagem deve ser realizada a partir deste enfoque do ser
interior, do verdadeiro centro da pessoa. Quando você prati-
car o toque da massagem a partir de seu interior, passará a
compreender a essência da energia física de uma maneira que
somente pode vir através e da experiência consciente.
Os movimentos de massagem sueca foram desenvolvidos
primeiro por P. H. Ling, que nasceu na Suécia, em 1776.
Ling foi um mestre da esgrima e da ginástica antes de iniciar
os movimentos de massagem terapêutica que o tornaram fa-
moso no mundo inteiro. Uma massagem sueca adequada pro-
porciona significativa contribuição para a saúde em geral e
para o bem-estar das pessoas que vivem na sociedade moder-
na. O tratamento de trinta minutos em geral administrado nos
clubes de saúde é menos valioso do que a verdadeira massa-
gem corporal completa, que deve levar de quarenta e cinco
minutos a duas horas. Acredita-se geralmente que a massa*-
gem nada mais é do que o friccionamento muscular executado
por pessoas treinadas; porém quando a pessoa tiver recebido
uma massagem completa feita por massagista talentoso, jamais
a menosprezará novamente. O relaxamento e o enriquecimen-
to que ela proporciona assim como a liberação das tensões e
das toxinas pode ser mais benéfico- do que uma medicação
tomada durante anos. O prazer absoluto de uma boa massa-
gem é verdadeiramente insuperável.
Não existem escolas reconhecidas na maior parte dos Es-
tados Unidos que ensinem massagem sueca como meio de tra-
tamento das enfermidades, talvez por causa da atitude atual
das autoridades médicas. Todavia, é medida terapêutica po-
derosíssima contra muitos problemas internos, principalmente
porque a estimulação das células aumenta a taxa de respiração
O LIVRO DA C U R A NATURAL . 175

e de eliminação. Um músculo que trabalhou até o seu máximo


e que necessita de repouso recuperar-se-á somente 20 por cen-
to depois de um repouso de trinta minutos; porém, ele se re-
cuperará 100 por cento depois de apenas cinco minutos de
massagem.
De acordo com o renomado quiroprático, Dr. George
Goodheart, Jr., as tensões ou bloqueios de energia nos mús-
culos afetam diversos mecanismos do corpo. A lista seguinte
mostra a relação direta entre músculos específicos e órgãos
que eles afetam. A massagem destes músculos pode portanto
aliviar certos distúrbios funcionais dos órgãos correspondentes.

Relações de Músculos para com Mecanismos Corporais

Músculo Mecanismo Corporal

Subescapular Coração
Trapézio (Médio) Baço
Grácil, Sartório, Gastrocnê-
mio, Solear Supra-renais, pós-ílio
Tendões da 'perna
Glúteo Médio e Mínimo Reto
Glúteo Máximo Otero, vesículas seminais
Esternoclidomastóide, Es- Glândulas sexuais
caleno, Esplênio
Redondo Menor, Infraspi- Seio (sinus)
natus
Peitoral, Divisão do Clavi- Tiróide
cular
Peitoral, Divisão do Clavi- Estômago
cular Alergia
Peitoral, Divisão do Esterno Fígado
Psoas Renal
Fáscia Lata Cólon
Supraspinatus Cansaço cerebral
Latissimus Dorsi Pâncreas
Del tóide, Serra tus Pulmão
Corabraquial Pulmão
Músculos Abdominais Duodeno
Piriforme
Trapézio (Superior e infe- Otero, vesículas seminais
rior)
Olho, ouvido
176 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

Apresentamos a seguir alguns distúrbios que podem ser


tratados pela massagem sueca:

Rigidez das articulações Fadiga de qualquer órgão,


Calcificações em torno das especialmente do coração
articulações Insónia
Contração ou espamo mus- Congestão intestinal
cular Metabolismo preguiçoso
Fraqueza do tono muscular Toxemia
ou atrofia muscular Obesidade
Contorção muscular ou de Paralisia
outro tecido qualquer, Aderências
torção e luxações seme- Subluxações
lhantes Reumatismo
Edema ou qualquer incha- Problemas circulatórios
ção Gota
Debilidade sexual Efeitos secundários de in-
Nervosismo flamação
Debilidade nervosa Nevralgia
Problemas cardíacos Artrite
Distúrbios digestivos Fraturas (depois de calcifi-
Eliminação fraca, prisão de cada)
ventre A maioria das outras lesões

A massagem sueca não deve ser empregada nas seguin-


tes condições:
1. Alta temperatura e dores associadas a uma infecção.
2 . Artrite em uma articulação isolada (que pode indicar a
presença de infecção bacteriana).
3. Hemorragia (qualquer sangramento interno pode ser au-
mentado pela massagem).
4. Veias varicosas, flebite aguda (inflamação de veias), ou
trombose (coágulo); a massagem por sobre a áiea afe-
tada pode deslocar um coágulo.
5 . Sobre o local de uma fratura ate que ela esteja curada;
daí para frente, a massagem acelerará ainda mais a cura.
6. Massagem abdominal quando existe náusea, vômito e
diarréia; também a massagem abdominal na mulher grá-
vida.
7. Icterícia (o corpo deve permanecer quieto).
8. Distensão do abdome ou massa ou inchação abdominais.
O LIVRO DA C U R A NATURAL . 177

Pode-se fazer massagem em uma pessoa tanto no chão


quanto sobre uma mesa apropriada (com cerca de 9 0 cm de
altura, 180 cm de comprimento, 60 cm de largura, coberta
com 5 cm de espuma de borracha e um lençol protetor de
plástico). Se você trabalha no chão, faça com que a pessoa
se deite sobre um tapete ou qualquer coisa estofada, coberta
com um lençol de plástico e um lençol de cama para absor-
ver o óleo e os cremes de massagem.
Os institutos de saúde, em geral empregam óleo mineral
para lubrificar o corpo para a massagem porque o óleo mineral
é mais barato e de fácil manejo. Você pode substituí-lo por
outros óleoi mais benéficos, tais como o óleo de oliva (di-
luído com suco de limão), óleo de coco, ou o óleo do germe
de trigo; você pode perfumar-los misturando com essências
naturais. O óleo mineral não é particularmente bom para
o corpo quer externa quer internamente. O óleo que você
emprega deve estar na temperatura ambiente, e em geral ele
é "cortado" com uma combinação de loção de hamamélis
e de álcool pa.ra tornar mais fácil sua remoção do corpo de-
pois da massagem. Primeiro despeje o óleo em suas mãos,
para aquecê-lo. Depois, quando passar a trabalhar, espalhe-o
por sobre cada secção do corpo. A pessoa que está sendo mas-
sageada deve ser coberta com as pontas do lençol sobre o
qual está deitada. Enquanto você trabalha, descubra a área
que está massageando. Quando tiver terminado, cubra de no-
vo antes de passar à área seguinte.
Assegure-se de que a pessoa esteja confortável. Depois,
fique de pé ou de joelhos de modo a começar a massagem
por trás da cabeça da pessoa. Diga-lhe para fixar sua atenção
na própria respiração, usando-a como meio de relaxamento
para alcançar o máximo benefício da massagem. Faça o exer-
cício de concentração. À medida que prossegue com a massa-
gem, mantenha sua atitude de concentração no chakra do
ponto um, deixando a energia fluir deste ponto através de suas
mãos. Pense que seus movimentos começam no ponto um, de
modo a trabalhar com o equilíbrio e o peso de todo seu cor-
po, e não apenas com os braços e as mãos. Enquanto você
se movimenta, mantenha as costas retas. Se você estiver de
pé e trabalhando em uma mesa, sua posição deve ser ampla,
de tal modo que possa alterar seu peso à medida que se mo-
vimenta. A posição adequada é muito importante, já que ela
o torna capaz de conseguir o máximo benefício de sua massa-
:
178 DO JARDIM DO ÉDFN À1 . R AD E AQUARIUS

gem. Se você estiver trabalhando no chão, ajoelhe-se direta-


mente de modo que seu peso fique centralizado. Movimente-
se a partir de seu ponto um, e não somente com os braços
ou os ombros. Trabalhe sempre diretamente na frente de si
mesmo, nunca em um ângulo, ou de lado.

TÉCNICAS

Os movimentos de massagem na categoria sueca podem ter seis


classificações:
1. Deslizamento: movimentos longos e suaves
2. Amassadura: friccionando e amassando
3. Fricção: amassadura profunda
4. Percussão: pancadinhas
5. Vibração: tremendo e agitando
6. Golpes nervosos: leve golpeamento com as pontas dos
dedos

Deslizamento

O deslizamento é um movimento introdutório, e constitui o


primeiro tempo de qualquer massagem em cada parte do cor-
po. Coloque ambas as mãos (toda a palma e todos os dedos
assim como o polegar) na parte do corpo em que você vai
trabalhar no ponto mais perto de você. Deslize para o centro
do corpo (na direção do coração) com pressão profunda.
Depois, volte suas mãos suavemente (mantendo contato com
o corpo) e repita a manobra movendo de novo para den-
tro com pressão. Realize este movimento seis vezes sobre a
maioria das partes do corpo a menos que você sinta necessida-
de de um tratamento mais intenso.

DESLIZAMENTO
O LIVRO DA C U R A NATURAL . 179

O deslizamento é muito relaxante, nutrindo ao mesmo


tempo a área que está sendo massageada assim como o resto
do corpo. Ele tem relação direta com o fluxo do Ki, pois que
se destina a auxiliar o movimento de líquidos corporais. (Os
chineses dizem que o sangue segue o Ki.) Desde que a dre-
nagem linfática do corpo depende da existência de um gra-
diente de pressão (o fluxo de uma área de pressão maior para
uma menor), este movimento tem grande importância. Ele
aumenta imediatamente o fluxo de linfa e de sangue a partir
da periferia para o centro do corpo elevando a pressão na
periferia. A linfa transporta as impurezas e toxinas para longe
dos tecidos e para o coração assim como para os pulmões' a
fim de que se realize a purificação. Seus deslizamentos devem
ser firmes e bastante profundos para torná-lo apto a sentir
a reação da própria carne ao seu movimento.

Amassadura ou amassamento

A amassadura é uma classificação geral que inclui diversos


tipos diferentes de manobras. Ela tem um efeito estimulador
e nutritivo dos músculos, dos vasos sangüíneos, dos linfáticos
e do sistema nervoso.

DIREÇÃO DO MOVIMENTO
. * TT
DIREÇÃO DA ESPIRAL

AMASSADURA
180 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

O primeiro tipo de amassadura é o amassamento trans-


versal, um movimento circular feito com várias partes da mão
ou com a mão inteira. Os círculos são dirigidos para fora a
partir do centro para a parte lateral do corpo, começando
a manobra na parte do corpo mais perto do centro em di-
reção a periferia. Este movimento rompe as aderências nos te-
cidos e deixa que outros movimentos acionem o sangue e a
linfa mais livremente para o coração. A principal manobra de
amassamento transversal é feita com os polegares ou as pontas
dos dedos, qualquer que pareça mais bem adaptado à parte
do corpo sobre a qual se trabalha. O movimento de amassar
feito com toda a mão geralmente é empregado nas costas e
no tórax.
O tipo seguinte de amassadura é o pinçamento. Este tipo
se executa com os dedos e os polegares juntos, dobrando ape-
nas a primeira articulação, de tal modo que você está pin-
çando a pele com a porção central de sua mão e não a belis-
ca nem a agarra entre as pontas de seu polegar e de seus de-
dos. Puxe a pele direto para cima sem puxá-la para você ou
empurrá-la. Trabalhe com as mãos alternadamente. Segure a
pele com uma das mãos fazendo-a oscilar para cima na dire-
ção do coração ou do centro do corpo. Depois segure quase
que a mesma pele com a outra mão e com esta mão movi-
mente-a para baixo, de modo a mover lentamente para cima
o corpo com alternados movimentos de pinça de ambas as
mãos. Quando você tiver compreendido o sentido deste mo-
vimento desenvolverá a necessária coordenação e ritmo.

ROLAMENTO—A
O LIVRO DA C U R A NATURAL . 181

A terceira parte da amassadura é o rolamento, movimen-


to de um lado para outro das diversas partes do corpo. Inicie
com ambas as mãos apontando na mesma direção com uma
em cada lado do corpo (ou parte). Depois movimente-as
uma em direção da outra de tal modo que elas cruzem no

ROLAMENTO—B

centro e cada mão termine no lado oposto de onde começou.


Quando elas cruzarem, deve haver uma separação de cerca
de 2,5 cm entre elas para que fique espaço para uma ação de
torção. Este movimento deve caminhar para cima desde a
parte do corpo em que você está trabalhando até o coração.

Fricção

A fricção consiste em pequenos círculos dirigidos no sentido


interno (observe que os círculos da manobra de amassadura
são dirigidos para íora), feitos com os polegares ou as pontas

FRICÇÃO
182 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

dos dedos. £ um movimento de penetração profunda, realiza-


do em torno das articulações dos ossos para quebrar os de-
pósitos e as aderências e para afrouxar as articulações em
gerai. £ também eficiente no tratamento de bloqueios físicos
relacionados com problemas emocionais, subluxações e acúmu-
lo de toxinas no corpo.

POSIÇÃO DAS MAOS PARA PERCUSSÃO EM SOCO

Percussão
A percussão é um movimento muito estimulante do sistema
nervoso, do fluxo sangüíneo e do tono muscular. As panca-
dinhas de leve têm um efeito sedativo. A maior parte da per-
cussão é feita com um movimento alternado das mãos enquan-
to elas e os braços ficam muito frouxos e relaxados.
O primeiro tipo de percussão é o açoitamento ou per-
cussão cubital. Isto se faz com a face ulnar do punho fecha-
do. Geralmente é um movimento muito forte para ser feito
no sacro. Estimula os nervos do sistema nervoso autônomo e
relaxa a tensão da pelve.
O segundo tipo de percussão é a percussão em soco com
golpes secos e intermitentes (hacking). Isto também é feito
com a parte ulnar da mão, porém com os dedos estendidos
e se faz sobre todo o corpo.
Uma outra forma de percussão é o movimento de pan-
cadinhas com a mão em forma de taça (cupping). Dê a suas
mãos uma ligeira forma de taças, de tal modo que as juntas
dos dedos fiquem levantadas. Sove o corpo firme e rapida-
mente, fazendo um som oco com as palmadas. Para um mo-
vimento ligeiro, empregue os lapinhas, que são semelhantes
O LIVRO DA C U R A N A T U R A L . 183

às pancadinhas (cupping), porém se fazem com as pontas dos


dedos.
Suas manobras de percussão devem ser feitas o mais ra-
pidamente possível, de modo a criar uma espécie vibratória de
sensação. Se o movimento bem feito de percussão estimula e
acalma ao mesmo tempo, então será muito benéfico. Não em-
pregue qualquer movimento de percussão nas costas em cima
dos rins; poderia causar-lhes alguma lesão.

Vibração

A vibração é um movimento trêmulo que se estende de


seu braço para o corpo da pessoa massageada. Coloque
uma das mãos no corpo e a outra mão por sobre a sua pri-

VIBRAÇAO.

meira mão; depois concentre seu peso diretamente sobre suas


mãos, faça pressão para baixo e envie a vibração de seu cor-
po para suas mãos, exercendo ao mesmo tempo alguma pres-
são. Este movimento é muito sedativo dos nervos e ao mesmo
tempo estimula os órgãos internos. Ele pode ser empregado
quase que em qualquer parte do corpo porém geralmente é
feito nos ombros, nas coxas e nas costas.

Golpes Nervosos

Os golpes nervosos são ligeiros movimentos da ponta do de-


do que se inicia na porção média da parte que você está mas-
184 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

sageando e que se estende para fora, arrastando-se para baixo


do corpo da pessoa para acalmá-la e tranqüilizá-la mais ainda
— uma boa maneira de terminar a massagem.

ORDEM

A ordem em que os movimentos de massagem são apresenta-


dos neste livro é determinada pela estrutura linfática e circu-
latória do corpo assim como pelo fluxo de energia vital. Pa-
ra o relaxamento inicial, comece com alguns movimentos na
cabeça, no rosto e no pescoço. Depois prossiga para o peito,
o abdome, o braço direito, o braço esquerdo, a perna direita,
a perna esquerda, as costas e o pescoço e a parte posterior
das pernas antes de voltar à cabeça.
Diz-se que a massagem sueca geralmente está em uma
ordem diferente, embora as "manobras" sejam as mesmas. As
escolas de massagem ensinam uma ordem do braço direito,
braço esquerdo, pernas, peito, abdome, parte posterior das
pernas e as costas. Nós temos observado que esta ordem tende
a empurar o sangue e a linfa para uma área que pode já estar
congestionada, diminuindo portanto o benefício da massagem.
Trabalhando para fora a partir do centro de circulação e de
respiração, você alivia o corpo das tensões que limitam estas
funções. Esta ordem permite um fluxo mais fácil de sangue
velho para o coração e para os pulmões a fim de ser purifi-
cado, portanto tornando sua massagem mais completa e eficaz.
Observe que no estudo das áreas do corpo que são aces-
síveis à massagem, fazem-se referências aos pontos dos meri-
dianos de acupuntura. O Apêndice II fornece uma completa
explicação disto. Por exemplo, "Jen ying ( E 9 ) " refere-se ao
ponto nove do meridiano do estômago.

Cabeça

Massageie o couro cabeludo antes de despejar qualquer óleo


em suas mãos. Coloque a mão esquerda por trás da orelha
esquerda e vire o rosto da pessoa para a esquerda de modo
que a cabeça repouse em sua mão. Esfregue vivamente o lado
direito da cabeça acima das têmporas com a parte de sua
mão direita perto do pulso, com movimentos rítmicos para
baixo. Depois inverta o processo; tome a cabeça com a mão
direita e massageie com a parte de sua mão esquerda perto
O LIVRO DA C U R A NATURAL . 185

do pulso. Você pode massagear para cima até o topo do crâ-


nio, em volta e por trás das orelhas, em toda a extensão da
parte de trás dai cabeça, em torno do osso occiptali e por
trás das têmporas. Este movimento relaxará a pessoa e aju-
dará a drenagem do sangue venoso da cabeça, permitindo
um fluxo mais fácil de sangue fresco.

Rosto e Pescoço

Coloque um pouco de óleo (muito pouco) em suas mãos,


espalhe o óleo na testa e no rosto, e comece sua massagem
com deslizamentos da palma de sua mão aberta a partir do
centro da testa embaixo das têmporas para as maçãs do rosto,
cobrindo-as completamente com os polegares. Já que seu Ki
flui na direção em que seus dedos apontam, mantenha-os sem-
pre apontando na direção de seus movimentos. Gaste algum
tempo massageando a testa com os polegares em pequenos
movimentos circulares, estendendo a pele para fora e para
baixo. Continue este movimento por baixo das têmporas e
no rosto com os dedos e as palmas das mãos. Depois, prossi-
ga com as pontas de seus dedos, caminhando para baixo para
os lados do rosto e por sobre os olhos (tenha cuidado com as
lentes de contato — retire-as antes do trabalho), cobrindo as
maçãs do rosto e caminhando em seguida em torno dã boca,
do queixo, da garganta e do pescoço. Seus movimentos devem
ser suaves e sensíveis às reações da pessoa que você massa-
geia. Algumas pessoas se irritam facilmente ou se ressen-
tem com uma massagem muito forte, enquanto que outras pre-
ferem que a massagem seja mais profunda e mais penetrante.
Seu trabalho e sua energia devem produzir o relaxamento e
liberar a tensão assim como produzir uma sensação de pro-
funda tranqüilidade.
Quando tiver terminado a cabeça faça uma massagem
intensa no pescoço e na garganta para relaxá-los mais ainda.
O pescoço é mais importante, pois aí concentra-se grandes
bloqueios de tensão. Depois de alguns deslizamento« suaves,
empregue as mãos em rápida sucessão e aplique uma pres-
são vibratória com as pontas de seus dedos ao longo do
pescoço e rapidamente na parte superior dos ombros. Depois
continue no resto do corpo.
Na maior parte do corpo você deve iniciar a massagem
com movimentos de deslizamento, empregando as manobras
186 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

para espalhar o óleo. Isto evita movimentos supérfluos e tor-


na a massagem mais eficiente. Não empregue óleo demais do
contrário você escorregará sobre a pele. O óleo deve ser em-
pregado para diminuir a fricção, porém o seu excesso torna
muito difícil captar a sensibilidade do corpo.

Tórax e Abdome

Fique do lado da pessoa e coloque um pouco de óleo sobre


todo o peito. O deslizamento do peito é um movimento mui-
to ^bonito e produzirá tremendo efeito sobre a respiração da
pessoa e sobre quaisquer tensões nesta área. (Nos estabeleci-
mentos comerciais, o deslizamento completo do peito geral-
mente não se faz em mulheres. Se você estiver massageando
uma mulher, pergunte-lhe se ela prefere que você massageie
seus seios ou simplesmente use o seu senso de discreção.
A massagem suave dos seios pode ser muito benéfica para
tonificá-las e promover a drenagem linfática.) Depois que o
tórax tiver sido oleado, coloque suas mãos uma de cada lado
da caixa torácica, com o final das palmas das mãos sobre
a borda inferior das costelas e os dedos apontando retos para
cima na direção da cabeça. Deslize para baixo para os lados
do corpo, voltando as pontas de seus dedos também na dire-
ção de baixo. Em seguida movimente-se reto para cima pelos
lados do corpo até as axilas com um movimento firme e pro-
fundo e depois volte até o final das costelas (com um movi-
mento superficial e leve). Agora, até o centro do peito nova-
mente, onde você começou e, com uma pressão profunda, até
a base do pescoço na clavícula; então massageie o pescoço e os
ombros, pressionando firmemente para baixo os ombros, e de-
pois para cima (com um movimento ligeiro) até o pescoço,
e do pescoço para a base do crânio no processo mastóide atrás
das orelhas. Em seguida, voltando as palmas de suas mãos pa-
ra fora e para cima (a borda de sua mão é agora a única
parte que toca o pescoço), deslize para baixo com pressão,
empurrando o sangue e a linfa do pescoço para os ombros.
Faça pressão para a parte de trás dos ombros, empurrando
para baixo, na base do pescoço por trás, na clavícula e para
baixo até o meio do peito. Tudo isto se considera como um
movimento e deve ser feito com ritmo e suavidade de um úni-
co movimento. O movimento inteiro deve ser feito dez ou
mais vezes, sentindo a reação da pessoa.
O l.IVRO DA C U R A NATURAL

DIREÇÃO DO DIREÇÃO DO
DESLIZAMENTO DESLIZAMENTO
NO TÓRAX NO TÓRAX
1. 2.
DO JARDIM DO KDEN À ERA DE AQUARIUS

DIREÇÃO DO DIREÇÃO DO
DESLIZAMENTO DESLIZAMENTO
NO TÓRAX NO TÓRAX
7. 8.
O LIVRO DA C U R A NATURAL . 189

DIREÇÃO DO
DESLIZAMENTO
NO TÓRAX
9.
Em seguida, volte o rosto da pessoa para o lado e com
dois dedos de sua mão esquerda massageie o músculo ester-
noclidomastóide a partir de sua inserção na parte de baixo do
crânio até sua origem no tórax. A massagem deve consistir em
um pequeno movimento circular, que relaxa e nütre este mús-
culo. Diz-se que o esternoclidomastóide se relaciona com o seio
(sinus), com o estômago (junto com os músculos- circunvizi-
nhos e outras estruturas) e com o ponto Jen ying ( E 9 ) de
acupuntura na frente do esternoclidomastóide; este último é
um ponto do estômago associado a faringite, congestão pul-
monar e bloqueio profundo da energia para a cabeça. Como
geralmente não é tratado com acupuntura ou moxa (erva de
queimar), só pode- ser afetado pela massagem. Exatamente na
parte anterior do músculo esternoclidomastóide (na margem
posterior da mandíbula) está o ponto de acupuntura T'ien:
yung (ID17), um nocaute de judô e um ponto de renovação.
A pressão indiscriminada neste ponto pode ter forte efeito so-
bre a pessoa que está sendo massageada, especialmente se for
um diabético ou um fatigado. Já que você pode deixá-lo in-
consciente em uma questão de segundos, deve tomar cuida-
do. Depois de massagear cuidadosamente este músculo de am-
bos os lados, trabalhe na mandíbula e na área do queixo por
trás, embaixo e em torno das orelhas assim como cruzando
o rosto e puxando-o na mandíbula um pouco, trabalhando em
190 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

movimentos circulares no queixo e nas maçãs do rosto. A bo-


checha é uma outra área de tremenda tensão, de retenção
de angústias e de outras emoções. Por essa razão, é impor-
tante realizar um trabalho perfeito.
Agora dedique-se inteiramente a ambas as clavículas em
um movimento, circular com o indicador e o dedo médio de
uma das mãos, procurando perceber qualquer dor da pessoa e
observando suas áreas dolorosas. Depois, comece a amassa-
dura do tórax com o espaço entre cada costela, massageando
os músculos intercostais (que levantam e abaixam as costelas
na respiração). Trabalhe direto para baixo por entre as cos-
telas, a partir do esterno para o lado de fora do corpo tanto
quanto puder alcançar em um movimento. Depois volte ao
ponto inicial e trabalhe para baixo no mesmo caminho em um
movimento circular com um ou dois dedos. Massageie todas as
costelas da mesma maneira, tomando cuidado para não irritar
a área da mama e sua aréola. Quando tiver acabado este movi-
mento sobre todas as costelas, faça grandes movimentos de
ondulação, de recuperação e de amassadura com a mão inteira
cruzando todo o peito. Complete as séries de movimentos com
grandes deslizamentos do tórax três ou quatro vezes. O mús-
culo peitoral necessita de atenção especial. Ele se relaciona
com as funções do estômago, do fígado, do baço e a cons-
tricção pulmonar deste músculo produzirá problemas nestas
áreas.
O movimento seguinte pode ser um pouco deselegante
sobre uma mesa porém pode ser feito se você for bastante alto.
Ê muito fácil de fazê-lo no chão. Coloque suas mãos por de-
baixo das costas da pessoa e feche seus dedos juntos. Depois
levante-a suavemente e, enquanto vibra ambos os braos, co-
mece a separar suas mãos puxando-as para os dois lados do
corpo, arrancando portanto toda tensão da área espinhal para
fora e para os lados do corpo. Massageie toda a espinha desta
maneira, oferecendo vibração a todas as vértebras e a todas as
costelas. Este é um movimento muito relaxante, sendo benéfico
a todos os nervos e músculos em torno da espinha.
Quando tiver acabado o peito, dobre os joelhos da pessoa
que está sendo massageada de modo que os músculos abdo-
minais se relaxem. Coloque suas mãos de cada lado do abdo-
me da pessoa, com os dedos apontando para longe de você.
Circule ambas as mãos em torno uma da outra em um movi-
mento lento, profundo, circular e na direção dos ponteiros do
O LIVRO DA C U R A NATURAL . 191

relógio. Quando a mão esquerda cruzar a direita, retire-a de


tal modo que a direita possa passar por baixo, da esquerda.
Seja muito sensível a qualquer inchação ou massa possível ou
algum caroço em qualquer parte do abdome; pergunte à pessoa
se sente alguma coisa nesta área. Se sentir, tome o cuidado
de massagear em torno desta área a fim de observar se a sensi-
bilidade é devido à tensão ou a inflamação de alguma espécie.
Você pode enviar a pessoa a um médico que possa fazer um
diagnóstico de qualquer anormalidade que você encontrou.
Depois do deslizamento circular, você massageará o có-
lon. Coloque as pontas de dois dedos de cada uma das mãos no
canto inferior esquerdo do abdome (acima da flexura sigmói-
de do cólon) e faça movimentos de amassadura retos para ci-
ma no lado esquerdo e para a área do estômago com uma das
mãos enquanto deixa a outra no lugar. (Este movimento pode
eliminar a prisão de ventre e as tensões no cólon descendente
e permitir um fluxo livre de excreção.) Depois vibre para
cima ao longo do mesmo caminho com a mão rastejante. De-
pois atravesse o abdome da mesma maneira e massageie para
baixo ao longo do cólon ascendente até o canto direito infe-
rior do abdome. Você trabalhará na direção das costas ao
longo do fluxo do cólon, massageando e vibrando as tensões
e bloqueios neste órgão importantíssimo. Agora, faça os mo-
vimentos de amassadura e de ondulação em todo o abdome
com ambas as mãos e termine com deslizamento.

Braços e Mãos

Depois de colocar algum óleo em sua mão para aquecê-la; es-


palhe-o uniformemente ao longo do braço direito desde as
pontas dos dedos até o ombro, usando longas manobras de
deslizamento. Mantenha frouxo o pulso de sua mão direita,
de tal mdo que o braço se levante suavemente da mesa. Com
a mão esquerda faça um movimento de deslizamento em toda
a parte de fora do braço (superfície do extensor), tocando seus
dedos por sobre a articulação do ombro e fazendo todo o ca-
minho em volta das costas, depois retorne sem qualquer pressão.
Mude de mão de maneira a segurar o pulso de sua mão es-
querda, e faça o mesmo movimento na parte de dentro (super-
fície do flexor) do braço com a sua mão direita, espalhando o
óleo para cima até as axilas. Repita este movimento alternado
várias vezes, usando-o para espalhar o óleo.
192 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

Comece massageando o braço com fricção em lorno da


articulação do ombro. Inicie na parte da frente da axila, usan-
do tanto seus polegares quanto as pontas dos dedos para fazer
círculos ao longo do sulco do músculo deltóide, caminhando
para cima até o topo do ombro. Movimente-se suavemente por
sobre o processo acromial da escápula, sem fricção, e depois
desça pelo outro lado da axila friccionando.
Agora reassuma sua posição atrás da cabeça da pessoa e
levantando o braço suavemente com ambas as suas mãos, uma
segurando o pulso e a outra segurando o cotovelo da pessoa,
coloque-o de tal maneira que a mão fique em repouso, com
a palma para cima, sobre o solo ou sobre a mesa diante de
você. Faça quatro ou cinco movimentos de deslizamento na
parte superior do braço, segurando-o com pressão forte na
axila; esta área contém grande número de linfonodos, que de-
vem ser bem massageados para promover uma drenagem com-
pleta. Você também pode fazer como quem "passa a ferro"
— um movimento de deslizamento com a parte larga de suas
mãos (superfície ulnar). Depois, faça a amassadura, amas-
sando com ambos os polegares, fazendo círculos de um lado
para outro em uma linha abaixo do meio da parte superior do
braço, exatamente abaixo da axila até o cotovelo. (Não tra-
balhe com as pontas dos dedos nas axilas; muitas pessoas são
sensíveis ou sentem cócegas nesta área.) Então repita o movi-
mento com os polegares separados, movendo cada um em uma
linha um pouco para o lado e depois em uma terceira linha
completamente para o lado, a fim de proporcionar uma amas-
sadura completa. Siga este processo depois com um pouco
mais de manobras de deslizamento. Faça então um movimen-
to de agarrar, dando ênfase à condução do sangue e da linfa
para as axilas (enviando-os para trás do coração). Depois dos
movimentos de segurar continue ondulando, e finalmente sove
com pancadinhas. Nas axilas dê apenas tapinhas ligeiros, e não
cuteladas ou palmadas.
Depois, volte o braço para o lado da pessoa, com a pal-
ma da mão para baixo, e reassuma sua posição inicial. Siga a
mesma rotina no lado de fora do braço que você seguiu na
parte de dentro, terminando com fricção em torno do cotovelo.
Levante o pulso em sua mão esquerda de modo a que o ante-
braço aponte diretamente para cima. Coloque o polegar de sua
outra mão na cavidade da face medial do cotovelo, seu dedo
indicador na face posterior e seu dedo médio na cavidade na
O LIVRO DA C U R A NATURAL . 193

face lateral. Faça pequenos círculos com todos os três dedos


simultaneamente enquanto movimenta o antebraço em todas
as direções. Para o interior do cotovelo, repouse o braço para
baixo com a palma para cima. Coloque seus polegares na arti-
culação e movimente-os em torno dela, fazendo pequenos cír-
culos de movimento para dentro. *
Depois, trate o antebraço exatamente da mesma maneira
como a parte superior do braço, primeiro internamente (super-
fície do flexor) e depois do lado de fora, terminando com
fricção no pulso. Levante o pulso em ambas as suas mãos, com
o cotovelo da pessoa flectido e repousando sobre a mesa.
Trabalhe com os polegares em ambos os lados do pulso, pe-
netrando profundamente entre todos os ossos, sentindo qual-
quer tensão que aí possa haver. Dobre o pulso enquanto tra-
balhá, de modo a aproximá-lo de diversos ângulos diferentes.
Segure as costas da mão em sua mão esquerda, apoian-
do-a bem. Coloque sua palma direita contra a palma da mão
da pessoa, com os dedos apontando para baixo em direção
do pulso, como se você estivesse sacudindo as mãos. Corra sua
mão direita por baixo da palma com pressão, com o polegar de
fora e com as pontas dos dedos sem pressão. Depois mude de
mãos para apoiar a mão do massageado com sua mão direita
e repita seis manobras semelhantes nas costas da mão. Então,
comece a amassadura ao longo das cotsas da mão, entre os
ossos metacarpianos a partir dos carpais (pulso) até as arti-
culações dos dedos. Massageie com seus polegares em um
movimento circular, espalhando a energia para fora, pois o
sentido da massagem é a dissipação profunda das tensões.
Depois estique cada um dos dedos puxando-os com seus de-
dos indicador e polegar, e trabalhe na parte dorsal (nas cos-
tas) da mão com o mesmo movimento circular, a partir da
ponta do dedo até sua base. Termine nas costas das mãos
com algumas manobras de deslizamento. Volte a mão para
cima e repita os mesmos movimentos, pnmei.ro massageando
entre os metacarpianos e depois os dedos. Mantenha o dedo
mínimo e o polegar entre o dedo mínimo e o anular de cada
•uma de suas mãos e massageie a palma da mão com seus
polegares enquanto enverga a mão para trás. Termine com
algum deslizamento.
Quando tiver terminado a massagem da mão deixe-a de
costas para baixo ao lado da pessoa. Coloque ambas as suas
mãos em forma de taça em torno da articulação do ombro
194 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

uma sobre a outra. Incline-se sobre o ombro e vibre de tal


maneira que a vibração seja enviada para o ombro e para fora
por todo o corpo. Sua capacidade de vibração será adquirida
com a prática; você descobrirá que quando tiver desenvolvido
boa vibração será muito tranqüilizante e benéfica para qual-
quer pessoa a sua massagem. Você pode terminar com cinco
ou seis deslizamentos sobre o braço, seguidas por uns poucos
golpes nervosos, simplesmente fazendo correr as pontas de
seus dedos por baixo do braço a partir do ombro até os dedos
duas ou três vezes. Depois vá para o outro braço e siga a mes-
ma rotina, terminando com golpes nervosos.

Pernas e Pés

Agora massageie com deslizamentos toda a perna direita, colo-


cando um pouco de óleo também no pé. Massageie para cima
até o quadril todo o lado do corpo. Geralmente quando se
massageia alguma pessoa que possa se sentir envergonhada,
pode-se colocar uma toalha por sobre a área da virilha, para
estabelecer um ponto de parada enquanto se estiver traba-
lhando nas pernas. Isto pode fazer a pessoa sentir-se mais
confortável e mais capaz de relaxar completamente. Lembre-se
também de cobrir as partes do corpo sobre as quais você não
está trabalhando, com um lençol para aquecimento. Trabalhe
em torno dos quadris com fricção profunda e depois ao longo
da parte superior da perna com o mesmo processo que empre-
gou nos braços, dando especial atenção à área do músculo da

DESLIZAMENTO DO PÉ
COM OS NOS DOS DEDOS
O LIVRO DA C U R A NATURAL . 195

fáscia lata, o tensor do lado de fora da parte superior da coxa.


Esta é uma área de tremenda "prisão" e de tensão. A massa-
gem adequada aqui pode ser muito benéfica.
Friccione em torno do joelho, e depois na parte inferior
da perna faça a mesma coisa, tomando muito cuidado para não
golpear ou pressionar com força ao longo da "canela", uma
área muito sensível. Lembre-se de que você não massageia
os ossos mas os tecidos.
Friccione em torno dos epicôndilos do perónio e da tí-
bia (os ossos da parte inferior da perna) e os ossos trasais.
Depois segure o pé, com sua mão debaixo do calcanhar, vol-
tando seu corpo um pouco de lado para a pessoa que está
sendo massageada, e corra a palma de sua mão por baixo da
planta do pé a partir da base dos dedos até o calcanhar, sete
ou oito vezes. Este é o deslizamento da planta do pé. Então,
segure o calcanhar com sua outra mão, fazendo deslizamentos
da mesma maneira embaixo da parte dorsal. Outra boa ma-
nobra para a planta dos pés é o deslizamento realizado fazendo-
se correr as articulações dos dedos de sua mão desde os dedos
até o calcanhar, dez ou doze vezes, pressionando profunda-
mente para dentro da carne. Depois faça a massagem entre os
metatarsianos e nos dedos exatamente da mesma maneira co-
mo você o fez na mão. Deve-se dar ênfase especial à amassa-
dura profunda da planta dos pés com os polegares. Esta área
tem muitos pontos de refliexo que governam todo o corpo. A
massagem destes pontos é de tremendo benefício para aliviar a
fadiga, as tensões e os distúrbios orgânicos. (A ciência da
reflexologia dos pés vem de uma escola particular de acupun-
tura, ver capítulo 7.) Dê especial atenção aos lados dos pés e
aos dedos e em torno do calcanhar. ( O calcanhar pode ser
trabalhado agora ou pode ser massageado depois, quando a
pessoa estiver deitada de barriga para baixo.) Termine o pé com
um movimento de deslizamento.
Proporcione vibração perto ou na altura de 5 cm acima
do joelho. Termine as pernas como fez com os braços, com
movimentos de deslizamento e golpes nervosos. Cubra esta
perna e passe para a outra, trabalhando exatamente da mes-
ma maneiiti.

Costas e Pescoço
Quando tiver terminado ambas as pernas, vire a pessoa de bru-
ços e comece a massagem das costas. Esta é a área mais fácil
196 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

de trabalhar e aquela que conserva a maior quantidade de


tensões em muitas pessoas. Faça o deslizamento para cima
começando muito perto da coluna espinhai e a cada movimen-
to que se sucede golpeie de uma distância pequena de tal mo-
do que com cinco ou seis movimentos você cubra as costas.
Depois, massageie usando as pontas de seu polegar fazendo
círculos de ambos os lados da coluna espinhal, uma vez perto
dela e outra vez distante. Para um outro movimento de amas-
sadura, coloque sua mão direita no lado das costas da pessoa,
acima da pelve, com a face ulnar de sua mão perto da coluna
espinhal e os dedos curvando-se para baixo para o lado da
mesa. Coloque a outra mão por sobre a primeira para fazer
mais pressão e faça grandes círculos orientados a partir da
coluna espinhal e movendo-se para cima na direção da cabe-
ça. Aplique mais pressão nos golpes que se dirigem para longe
da coluna espinhal. O sistema linfático corre para cima nas
costas; você deve massagear em conjunto com seu fluxo, para
ajudá-lo. Depois que tiver terminado a amassadura, comece
a .fricção em volta de toda a coluna espinhal, trabalhando a
partir do pescoço para baixo e penetrando o mais profunda-
mente que puder sem provocar desconforto. Depois da fricção,
faça a ondulação, primeiro de um lado do corpo — traba-

AMASSAM ENTO DAS


COSTAS COM TODA A MAO
O LIVRO DA C U R A n a t u r a l 197

lhando a partir da coluna espinhal para os lados das costelas


— e depois do outro lado. Siga este movimento com ondula-
ções por sobre toda a área das costas e então faça o amassa-
mento. Tanto a ondulação quanto os movimentos de segurar
devem caminhar para cima nas costas. Preste atenção especial
à parte superior dos ombros e do pescoço, assegurando-sè de
que seu trabalho seja feito no lugar onde exista tensão. Os
movimentos de segurar são excelentes para esta finalidade.
Em seguida coloque seus dedos indicador e médio na base
do pescoço e trabalhe para baixo com um movimento de vi-
bração profundo e penetrante. Você pode segurar o pulso da
mão que você está usando com a outra mão para ajudar a
forçar seu movimento. Quando você massageia estas áreas,
tenha em mente que o maior número de pontos de reflexo no
corpo estão ao longo da coluna espinhal, nas mãos e nos pés.
Termine a massagem das costas com três ou quatro golpes ner-
vosos.

Parte Posterior das Pernas, dos Pés e Nádegas


Inicie a massagem desta área pelas nádegas, massageando-as
profunda e firmemente. Esta área indicará o estado de sua
energia; a pessoa que você está tratando sentirá muitas cóce-
gas e se sentirá desconfortável durante sua massagem se você
não permanecer quieto e tranqüilo dentro de você mesmo.
Faça movimentos circulares profundos em torno do músculo da
fáscia lata e todos os músculos glúteos das nádegas. Destá ma-
neira você alimenta as glândulas sexuais, o útero, os vasos se-
minais e o cólon, assim como os outros órgãos que transpor-
tam energia para toda esta área. Depois passe para a parte su-
perior da perna, a parte inferior e finalmente para os pês,
dando ênfase especial aos calcanhares. Quando tiver acabado,
peça que a pessoa volte a deitar-se de barriga para cima.
Você deve terminar por onde começou — na cabeça e
no rosto. Você pode massagear um pouco com as pontas de
seus dedos em volta da parte posterior da cabeça, nas têm-
peras, acima das têmperas, acima dos músculos temporal e
frontal, em torno dos olhos e das orelhas, nas bochechas, no
queixo e em todo o rosto com um movimento suave e rela-
xante. Quando tiver terminado, cubra todo o corpo exceto o
rosto, com o lençol e deixe a pessoa relaxar.
Depois que ela. tiver repousado já por alguns minutos, co-
loque uma mistura de álcool e loção de hamamélis nas costas
198 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

ds sua mão para a-queoê-la um pouco, deixando-a escorrer


através de seus dedos para o corpo da pessoa enquanto você
a esfrega o corpo inteiro, com as mãos para cortar todo óleo.
(Isto só é necessário se você tiver usado óleo mineral de
oliva.) Cubra de novo a pessoa com o lençol, batendo de
leve'contra o corpo e esfregando as áreas onde houver um ex-
cesso de óleo. Este processo deve ser realizado com um sen-
tido de solicitude para com a pessoa, de um ser humano que
verdadeiramente tem cuidado pelo outro. Sua atitude será sen-
tida e mais do que apreciada. Não importa qual a finalidade de
sua massagem, este momento a intensificará se você manifes-
tar esta consideração. Depois deixe a pessoa relaxar e repou-
sar por algum tempo ainda.
Você pode demorar em sua massagem o quanto quiser,
dependendo de quão profunda você quer que ela seja e depen-
dendo do que precisa realizar. Algumas massagens podem to-
rnar mais de duas horas e podem liberar tensão bastante para
torná-lo mais do que recompensado pelo tempo que gastou.
Quando a massagem terminar, a pessoa deve sentir-se relaxa-
da, sonolenta, muito tranqüila e sossegada.
A massagem sueca é um trabalho energético e recompen-
sador. Você por isso se sentirá cansado, porém se se sentir dre-
nado de energia ou emocionalmente exausto, você não terá
trabalhado com a consciência voltada para o ponto um e deve
descobrir onde é que se enganou em sua atitude no trabalho
da massagem. Os exercícios de respiração e de concentração
certamente ajudarão se for este o caso. Uma boa massagem
deste tipo é como uma sinfonia; ela é construída lentamente,
aumenta suavemente até um crescendo de movimento e ter-
mina lentamente em um estado muito passivo e tranqüilizante.
Sua massagem pode levar uma pessoa até onde você qui-
ser, até quase qualquer estado de sensação, se você realmente
se torna sensível e bastante eficiente. Quando tiver compreen-
dido este fato acerca da massagem, também poderá compreen-
der a grandeza do corpo e de sua energia.
Capítulo 7

ACUPUNTURA

Durante a Primeira Civilização foi a compreensão huma-


na da natureza da vida que levou o homem à harmonia
completa com o universo. Tanto esta compreensão quanto
esta harmonia desapareceram com o advento da segunda era.
Durante a Segunda Civilização (que inclui o tempo presen-
te) as artes cosmológicas antigas perderam lentamente os
seus segredos espirituais como parte da pesquisa feita pela
ciência. O homem gozou de um estado espontâneo e cons-
ciente. Enquanto assim foi, não houve quase nenhuma ne-
cessidade de qualquer forma científica de medicina. Na pri-
meira idade do homem, a raça humana foi uma entidade "to-
talmente saudável. O próprio conceito de doença era desco-
nhecido, desde que jamais se quebraram as leis da natureza
Como estava em harmonia com o Criador, o homem esta-
va unido à energia que fêz estas leis. Ele era incapaz de
se prejudicar a si mesmo.
Quando sua consciência declinou, também ele decaiu
desta situação de bem-estar. Como o homem continuou a
perder a harmonia com o Criador, seu sistema interior che-
gou a um estado patológico e experimentou falar-lhe de seus
enganos. Ele não poderia entretanto ouvir nem compreen-
der; o homem se esquecera de seu verdadeiro estado e co-
meçou a procurar fora de si mesmo respostas para os pro-
blemas por ele mesmo criados. Com o tempo, as leis da
acupuntura foram sendo escritas como uma ciência, o ho-
mem há muito perdera toda a lembrança de sua primitiva
existência espiritual.
O período de vida deste ser outrora divino tornou-se
mais curto com a redução de sua consciência, e antes que
reconhecesse seu estado de decadência já havia caído na
bestialidade.
200 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

O mais antigo e completo tratado chinês sobre a medi-


cina é o Huang Ti Nei Ching Su Wen (Clássico de Medicina
Chinesa do Imperador Amarelo; aludido como Nei Ching),
Foi escrito há quase 5 . 0 0 0 anos atrás e começa com uma
pergunta que é, de fato, um comentário sobre este tempo:
"Eu ouvi dizer que antigamente os seres humanos viviam
para mais de cem anos. Em nosso tempo, já estamos cansa-
dos com a idade de cinqüenta anos. Isto por acaso se deve
às alterações nas circunstâncias, ou talvez seja porque a hu-
manidade tem negligenciado as leis da Natureza?"
O tempo de vida dos homens da primeira idade era de
várias centenas de anos, enquanto que o Imperador Amare-
lo Chinês ( 2 . 6 9 7 a . C . ) empenhava-se em uma vida cons-
trutiva de apenas um século. O Imperador Amarelo e seu
conselheiro falaram do povo da Primeira Civilização e de
seu declínio:

Ouvi dizer que antigamente existiram os assim chamados Ho-


mens Espirituais: eles se assenhorearam do Universo e controlaram
o Yin e o Yang. Respiraram a essência da vida, tornaram-se in-
dependentes na preservação de seu espírito, e seus músculos e
suas carnes permaneceram imutáveis. Conseqüentemente eles go-
zaram de uma longa vida, uma vida sem fim própria do Céu e
da Terra. Tudo isto foi o resultado de sua vida de acordo com
Tao, o Caminho Reto.
Nos tempos medievais existiram os Sapientes; sua virtude foi
preservada e (fielmente) se dedicaram à defesa de Tao, o Caminho
Reto. Eles viveram de acordo com Yin e Yang, e em harmonia
c o m as quatro estações. Eles se afastaram deste mundo e se
r e t i r a r a m dos negócios mundanos; preservaram suas energias e
salvaguardaram completamente seus espíritos. Eles perambularam
e percorreram todo o universo e puderam ver e ouvir além de
oito lugares distantes. Por todos estes meios eles aumentaram sua
vida e a fortaleceram, e por último atingiram a posição do Ho-
m e m Espiritual.
Eles foram sucedidos pelos Sábios. Os Sábios atingiram a har-
monia com o Céu e a Terra e seguiram estritamente as leis dos
oito ventos. Os Sábios foram capazes de ajustar seus desejos aos
negócios mundanos e em seus corações não houve nem ódio nem
angústia. Eles não desejaram separar suas atividades do mundo;
poderiam ser diferentes aos costumes. Não sobrecarregaram seus
corpos com o trabalho físico nem sua mente com a meditação
excessiva. Não se interessaram por nada, e consideraram a felici-
dade e a paz interiores como fundamentais e a satisfação interior
como a realização mais alta. Seus corpos jamais poderiam ser
prejudicados e suas faculdades mentais dissipadas. Assim, cies
poderiam atingir a idade de cem anos ou mais.
O LIVRO DA C U R A NATURAL . 201

Eles foram sucedidos pelos Homens de Virtude Excelente que


seguiam as regras do universo e emulavam o Sol e a Lua, e tam-
bém descobriram a disposição das estrelas; eles poderiam antever
(os trabalhos de) Yin e Yang e obedecer-lhes; e poderiam distin-
guir as q u a t r o estações. Eles seguiram os tempos antigos e ex-
perimentaram m a n t e r sua harmonia com Tao. (Assim fazendo)
a u m e n t a r a m sua idade e viveram uma longa vida.

O livro do Gênesis declara que Adão e Noé viveram


mais de 900 anos e descreve o declínio do período de vida.
Enquanto o "homem primitivo" desenvolvia as ferra-
mentas e utensílios, estava também desenvolvendo o uso de
agulhas e registrando os vestígios das grandes leis cosmo-
lógicas da acupuntura. O desenvolvimento da ciência na
Segunda Civilização demandou a perda da monscincia espi-
ritual em cada aspecto da vida. A porção espiritual, e por-
tanto a verdadeira base da acupuntura como forma de me-
dicina foi quase toda perdida, deixando-nos hoje apenas com
um grupo de leis com as quais somente podemos começar a
compreender a acupuntura. Os aspectos mais profundos des-
ta filosofia médica jamais puderam ser compreendidos por
muitos de nós que estudamos a acupuntura e a empregamos
nos hospitais e nas clínicas de todo o mundo, desde que
esta compreensão somente pode advir com a consciência es-
piritual da pessoa que a pratica. Exatamente como muitos
médicos da medicina sintomática atualmente prescrevem dro-
gas, pode-se esperar que o acupuntor de hoje coloque
agulhas em pontos prescritos para anestesia cirúrgica ou para
indisposições específicas, a fim de conseguir um resultado
aparente, sem jamais encontrar a causa. Esta espécie de tra-
tamento que trata apenas dos sintomas não passa de um
paliativo da condição, deixando que ela retorne de uma outra
forma em outro lugar no corpo. É somente através de uma
compreensão completa do homem como mente, corpo e es-
pírito que seremos capazes de realizar avanços significativos
na arte de curar. Se pudermos uma vez mais desenvolver a
verdadeira compreensão da natureza de nosso ser, seremos
capazes de aliviar as causas da doença em todos os níveis, aju-
dando portanto a raça humana na evolução de seu verdadeiro
eu. É óbvio, então, que cada um de nós individualmente deve
encontrar seu eu interior que compreende seus próprios pa-
drões de funcionamento como espírito, relevando seu plano
à mente sensitiva e que esta mente se harmonize com o corpo.
202 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

Desta maneira, a acupuntura e todas as outras artes tera-


pêuticas oferecerão uma contribuição mais positiva à raça
humana, eliminando naturalmente aqueles aspectos da me-
dicina que são inválidos e substituindo-os por práticas per-
feitas.
Yin e Yang: Izanagi e Izanami

JOVKM YIN

YANG
YIN

JOVEM YANG

YIN E YANG

Toda a teoria da acupuntura está baseada na existência


da energia cósmica no corpo. Esta energia é polarizada em
aspectos positivos e negativos conhecidos como yin e yang.
No início deste livro falamos de yin e yang como Izanagi e
Izanami. Eles, na verdade, são a mesma energia, porém re-
presentam aspectos diferentes desta energia. Cada um deles
transporta parte do outro em seu fluxo. Assim como nada
é puramente positivo ou negativo, não existe o verdadeiro
branco ou preto, bom ou mau etc.
Pode-se apresentar os diversos aspectos de yin e yang.
(A lista que apresentamos abaixo segue as obras de Mann,
Oshawa, Beau e Worsley.

Yang Yin
Sol Lua
Quente Frio
Macho Fêmea
Ativo Passivo
Duro Mole
Número ímpares Número pares
Primavera e Verão Outono e Inverno
Luz Escuridão
Pesado Leve
Força Fraqueza
Seco Dmido
Denso Poroso
O LIVRO DA C U R A NATURAL . 203

Sistema Nervoso simpático Sistema nervos parassim-


pático
Leste e Sul Oeste e Norte
Superior Inferior
Interior Exterior
Fogo Água
Costas Abdome
Febril Frio
Ressecado Molhado
Avançado Retraído
Agudo Crônico
Interno Externo
Clima tropical Clima frio
Contração Expansão
Centrípeto Centrífugo
Tempo Espaço
Vermelho Roxo
Próton Elétron
Sódio Potássio
Animal Vegetal
Salgado, amargo Apimentado, ácido, doce
Vitaminas D, K Vitamina C
Ki protetor (wei-reside fo- Ki de nutrição (ch'i-arma-
ra dos meridianos) zenado nos órgãos yin)
Líquido corporal claro e Sangue, líquido corporal
limpo turvo e sujo
Poderoso, condição de pros- Fraco, condirão decadente
peridade
Órgãos que transportam órgão que armazenam e
energia mas não a re- transportam energia
têm
A energia Yin eleva-se da terra e cria a energia Yang.
A energia Yang desce do céu e penetra na terra, recriando,
por sua vez, a energia Yin. Como diz o Nei Ching:

A energia que provém da mãe por ocasião do nascimento é


"energia fundamental" (Yin); a que vem do pai é secundária
(Yang). Quando cessam as duas energias, sobrevêm a m o r t e . . .
As energias YIN e YANG circulam nas partes externas e inter-
nas do corpo sem cessar, e no estudo do estado da energia YIN
e YANG dos doze meridianos somos capazes de encontrar a ori-
gem da enfermidade, e se existe um excesso ou uma deficiência
de energia; assim, podemos localizar os distúrbios e conhecermos
204 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

os lugares onde podemos produzir uma alteração de energia entre


os diferentes meridianos, podemos restabelecer a circulação inter-
rompida de energia e portanto o equilíbrio entre YIN e YANG.

ENERGIA YIN ENERGIA YANG .


ELEVANDO-SE DA DESCENDO DO CÉU
TERRA PARA O CÉU PARA A TERRA

Como é mostrado na ilustração, a direção do fluxo da


energia yin é para cima a partir do interior das pernas e do
tórax e centrifugamente para fora da superfície anterior dos
braços para o céu. A energia yang flui centripetamente para
O LIVRO DA C U R A NATURAL . 205

baixo a partir da face posterior dos braços, por baixo do


tórax ou das costas (dependendo do meridiano em questão),
para baixo e para os lados de fora das pernas em direção à
terra.
Quando as energias de yin e yang estão em equilíbrio,
o organismo está em um estado de fluxo completo. Quando
se quebra o equilíbrio — quando um ou outro fica com seu
fluxo bloqueado, em excesso ou irregular — segue-se a doen-
ça e mesmo a morte.
O Nei Ching declara: "O Yin e o Yang estão contidos
no Tao, princípio básico de todo o universo. Eles criam
toda a matéria e suas transmutações. O Tao é o início e o
fim; vida e morte; e se encontra nos Templos dos Deuses.
Se você quiser curar a doença, deve encontrar a causa bá-
sica'' .
Yin e yang são as forças da vida que criam todas as
coisas; elas não estão contidas simplesmente nestas coisas.
Esta força vital funciona como uma unidade no corpo, aque-
la que está em harmonia ou em desarmonia consigo
mesma, com'seu ambiente e com todo o universo. A mente,
o corpo e o espírito são inseparáveis. Os princípios de acu-
puntura mostram verdadeiramente a unidade entre o mundo
material e o espiritual. A harmonia destes mundos é o fator
essencial da saúde e do bem-estar de tudo aquilo que tem
vida. Uma vez que alguém perceba a significação
completa deste conceito, pode compreender que qualquer
doença, física ou mental, possa ser tratada com êxito por
meio da prática de uma medicina consciente que compreen-
da todos os aspectos da vida. As antigas leis de acupuntura
podem combinar-se com a moderna tecnologia e uma evo-
lução da consciência humana para formar um sistema que
preencha esta meta assim como muitas outras necessidades
básicas de nossa sociedade.
Os chineses antigos descobriram alguns caminhos atra-
vés dos quais flui a energia de forma concentrada no corpo.
(A energia flui através do resto do corpo também, porém
de maneira que ainda não foi graficamente demonstrada além
do fato de que é uma espiral e não afeta direta e imediata-
mente o funcionamento dos órgãos do corpo.) Estes cami-
nhos são conhecidos como os quatorze meridianos principais
da acupuntura (ver Apêndice II) e os oito meridianos ex-
tras, através dos quais a energia da mente e do corpo está
206 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

em um estado constante de fluxo e pode ser diietamente afe-


tada pela terapêutica.

OS OFICIAIS

A fim de compreender os conceitos cosmológicos da me;


dicina oriental, é necessário observar os órgãos e os meri-
dianos a partir do ponto de vista dos chineses antigos. No
Ocidente tendemos a pensar na estrutura do corpo antes de
considerar sua função (por exemplo, primeiro o fígado
e depois sua função metabólica). Entretanto, o con-
ceito oriental antigo do órgão é exatamente o oposto. Pri-
meiro vem o sistema de energia ,a função, da qual a estru-
tura mais tarde se desenvolve. Este sistema primário de ener-
gia é conhecido como um oficial da mente-corpo. Os ofi-
ficiais de qualquer sociedade são aqueles que governam e
orientam o povo. Por este motivo pode-se ver os sistemas
de energia como entidades personificadas, cada uma das quais
governa um aspecto da vida do organismo. Os sistemas ofi-
ciais de energia »desenvolvem padrões de fluxo que se ex-
pressam como os meridianos no corpo físico. Para compre-
ender verdadeiramente a acupuntura, deve-se conhecer estes
oficiais assim como os órgãos e os níveis de energia com os
quais estão associados. Os cinco níveis de vida — U, O. À,
E, I — podem estar correlacionados com os oficiais. Nós
não estamos falando dos órgãos mas dos sistemas de energia
que compõem o organismos humano.

I — O Eu Divino

Este é a fonte de consciência da mente-corpo. O nível I é


o plano da criação do universo e do homem dentro dele. Esta
criação é possível através do planejamento e, quanto mais
alta a mente cria a vida e a existência, mais o faz por meio
de planejamento. O pensamento se torna criação quando a
subconsciência mais profunda prepara e inicia o plano bá-
sico para esta criação. Este planejamento é feito por meio
do fígado (sistema de energia), o oficial conhecido como
Controlador do Planejamento. Isto pode ser observado no
plano físico pelo fato de que o fígado organiza as ações do
corpo estabelecendo todo seu metabolismo. Ele organiza as
funções de todos os outros órgãos e mantém o sangue livre
O L I V R O DA C U R A NATURAL . 207

de toxinas de modo que possam funcionar bem. Ele armazena


o sangue e fornece um gerador de energia auxiliar a estes
órgãos, proporcionando-lhes um repouso temporário quando
estão fatigados. O fígado é lesado pelá cólera como o pla-
nejador muitas vezes se torna frustrado quando observa que
seus planos não estão sendo seguidos pelos outros órgãos.
Ele governa também os olhos, uma vez que você deve ver para
planificar; quando o fígado adoece, a visão tanto física
quanto espiritual se obscurece.
O fígado está ligado à vesícula biliar que é o sistema de
julgamento e de tomada de decisões. Como a energia pura
do cosmo se manifesta no organismo individual, assim deve
manifestar-se primeiro através do sistema de energia do fí-
gado, que então espalha suas criações por meio da vesícula
biliar, julgando e tomando decisões. A vesícula biliar é,
portanto, o único oficial relacionado somente com a energia
pura. Todos os outros devem cuidar de energia puras do cos-
mo e de energias impuras da terra. Embora o fígado extraia a
energia pura do cosmo, também cuida da energia impura
da terra desintoxicando as impurezas do organismo. Enquan-
to o fígado estiver sadio, as decisões do indivíduo são per-
feitas, já que a vesícula biliar funciona sobre a pura ener-
gia cósmica atraída pelo fígado. Se o fígado se torna corrom-
pido, o julgamento do indivíduo é imperfeito e não pode
mais confiar em suas próprias decisões. Quando isto
acontece, a pessoa se torna azeda na mente e no corpo e
começa a mostrar-se cada vez mais irritada, carece de esta-
bilidade emocional, não repousa, receia e tem a profunda
sensação interior de estar separada (de D e u s ) . Se a situa-
ção não for corrigida-, leva-o à violência, hostilidade, confu-
são, caos e à demência. £ portanto da máxima importância
que a mente e o corpo se purifiquem de venenos e toxinas
o mais possível. O fígado e a vesícula biliar são diretamente
afetados pelos pensamentos, emoções, alimento e bebida. Sem
dúvidas, as manifestações aqui descritas são observadas tanto
no nível físico quanto no nível psíquico.

E — O Espírito Divino

Diz-se que está sediado no coração o Espírito Divino, sen-


do considerado como a verdadeira raiz da própria vida. O
sistema de energia do coração é o Supremo Controlador,
208 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

com a responsabilidade de tomar o comando e estabelecer


a ordem "da vida dentro do organismo. Ele recebe a energia
do fígado e da vesícula biliar e a transporta para o restante
da mente-corpo, controlando todos os aspectos da função
do organismo na vida. Obviamente, o coração depende in
totum do fígado por sua energia pura, e sua doença e morte
teriam origem na insuficiência hepática. O coração leva ale-
gria e amor a todo o resto do corpo quando ele se com-
porta de acordo com as vontades e desejos dos outros onze
oficiais.
O trabalho do coração está associado ao do intestino
delgado, que tem a tarefa de separar o puro do impuro. É
sua tarefa transformar o material enviado a ele em energia
pura e resíduos. £ também uma parte da função deste sis-
tema de energia separar ações e pensamentos puros dos im-
puros. Se este oficial falha, perde-se a pureza do pensamento
e segue-se a estagnação da mente. O corpo fica envenena-
do e enche-se de toxinas. Resultam a ansiedade, a depres-
são e a insegurança com os oficiais agora interessados no
estado da mente-corpo. O corpo deixa de se nutrir adequada-
mente; segue-se a fraqueza, as inchações, as infecções e artrites
e doenças mais graves.
O planejamento e a tomada de decisão do fígado e da
vesícula biliar não podem ocorrer adequadamente se o puro
Ki corporal não for oferecido a estes oficiais de tal modo
que possam executar seu trabalho. Por outro lado, grande
quantidade de planos e de decisões devem ter lugar para
separar o puro do impuro. Pode-se agora facilmente obser-
var que estes órgãos e sistemas são total e completamente
interdependentes. Por este motivo, observamos uma vez mais
que devemos olhar o corpo-mente como um todo.
As duas funções do nível E proporcionam proteção ao
coração assim como ao resto do organismo. Primeiro é o
Protetor do Coração, ou o sistema de energia da Circulação-
Sexo. Este sistema envolve o coração e fornece um organis-
mo protetor em torno do Supremo Controlador. O Protetor
do Coração expressa seu trabalho junto com o triplo-aquece-
dor, o Oficial de Aquecimento Central. O triplo-aquecedor
estabelece e mantém a atmosfera adequada para as funções de
todos os órgãos e sistemas da mente-corpo. Ele controla o
calor do corpo e o calor da simpatia e dos vínculos sociais e
de família. Os sistemas de circulação-sexo e do triplo-aque-
O LIVRO DA C U R A NATURAL .209

cedor movem o sangue e o Ki através do organismo e har-


monizam todas as suas ações internas. Juntos, eles habilitam
a todos os outros órgãos e sistemas a funcionar.

A —

O nível seguinte da cadeia do fluxo energético é o nível A,


o nível da inspiração, dos pensamentos e das emoções. Neste
o nível, diz-se, unem-se os mundos físico e espiritual.
O baço recebe o Ki que passou pelo sistema do nível
E e mistura-o com a energia derivada do nível físico (ali-
mento) . Esta energia alimentar, conhecida como wei, é a
energia que mantém e protege o organismo físico e psíquico.
O estômago está associado ao baço, e juntos eles realizam
suas funções. O estômago é o oficial que recebe, decompõe
e amadurece o alimento enquanto o baço transporta a ener-
gia através de todo o corpo. Antes que o baço possa con-
trolar este transporte, deve assimilar e misturar o puro Ki
do plano espiritual com a energia do alimento. Se a ener-
gia do coração não veio com amor não pode alimentar ade-
quadamente o resto do organismo. Se o estômago não de-
compõe completamente e não amadurece o alimento, sua ener-
gia não pode ser assimilidade pelo corpo. O sistema de ener-
gia do estômago governa a digestão da vida também, e po-
de-se observar que a incapacidade de absorver e assimilar
o conteúdo da vida está realiconada com a fraqueza do es-
tômago e do baço. Tem-se observado muitas vezes que o
indivíduo que não pode lutar e preeneher as exigências de
sua vida é deficiente neste sistema.

O —

O "espírito animal" reside no nível O que governa a recep-


ção do Ki a fim de alimentar o corpo físico (pulmões) e
a remoção dos produtos metabólicos e dos resíduos alimen-
tares (cólon). Os pulmões são o oficial Controlador do Ki
e eles recebem e convertem o Ki celestial em Ki do corpo-
mente. Todos os órgãos e sistemas dependem deste Ki para
seu funcionamento, exatamente como os pulmões dependem
do baço para receber a energia que vem do cosmo.
Desde que o oficial controlador d o . Ki é responsável pela
purificação e regeneração do sangue e da mente, se este
210 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

oficial não funcionar adequadamente, as faculdades mentais


do organismo se decompõem.
O cólon (ou intestino grosso: os termos aqui neste livro
são empregados indiscriminadamente) especializa-se no as-
pecto de purificação do trabalho do nível O e é conhecido
como o Controlador da Drenagem dos Detritos. Este oficial
remove os resíduos do corpo e da mente. Depois que todos
os oficiais tiverem feito seu trabalho, seus produtos residuais
são eliminados pelo cólon (e em parte pelos rins). Os resul-
tados da função inadequada deste sistema energético são a
constipação mental e física e a reabsorção de venenos e to-
xinas em todo o sistema. A capacidade de aprender, de ou-
vir os outros e de pensar com clareza depende do efetivo
funcionamento dos pulmões e do cólon. Todos os órgãos,
entretanto, dependem do trabalho destes sistemas para sua
manutençlo e desenvolvimento.

U —

O nível básico da terra é o nível U, e o meio básico da


vida é a água. O Controlador da Água é o sistema de ener-
gia do rim. O Ki do corpo aí é armazenado, junto com as
substâncias vitais de ambos os sexos. Diz-se que o Contro-
lador da Água "cria o osso e a medula óssea" e que "o
próprio cérebro é o Mar da Medula Óssea". O sistema
de energia do rim funciona um pouco como o intestino del-
gado no sentido de que serve para separar a energia pura
da matéria residual. 'Ele governa a vontade do homem para
sobreviver e evoluir.
Os rins realizam seu trabalho básico e importantíssimo
com a ajuda da bexiga, que armazena o excesso de água e
controla sua passagem para fora do corpo. O meridiano da
bexiga é o maior do corpo (ele tem sessenta e sete pontos)
e governa o trabalho de todos os outros sistemas através de
sua passagem ao longo da espinha. O restante da mente-cor-
po, portanto, depende inteiramente deste nível para sua
existência e funcionamento adequados.
Se o sistema do nível U se desequilibrar, o organismo
começa a "afogar-se" em seus próprios resíduos, e os próprios
ossos começam a se decompor. Como uma pessoa que se
afoga, o indivíduo não tem tempo para os outros em sua
vida; ele está muito ocupado em tentar salvar-se a si mesmo.
O LIVRO DA C U R A NATURAL . 211

As inchações, intumescências, a teimosia e o medo resultam


de constantes ameaças de aparições de "fantasmas" na obs-
curidade. A insegurança total do organismo vem a seguir,
levando à insanidade e às vezes ao suicídio.
Obviamente toda a entidade humana depende deste equi-
librador químico básico assim como, por sua vez, ele de-
pende de todos os outros. Esta interdependência e a uni-
dade de corpo, mente e espírito estão entre os mais impor-
tantes e significativos princípios da acupuntura.

OS CINCO ELEMENTOS

Quando chegarmos a compreender a relação entre os cinco


níveis e os oficiais, podemos ver quanto os chineses antigos
desenvolveram o seu conceito dos cinco elementos.
Os elementos são:
I—Madeira: _ a essência da vida, todo o crescimento,
divindade, coisas vivas
E—Fogo: o calor psíquico, o espírito mais elevado e as
emoções mais altas
A—Terra: o desenvolvimento físico do corpo, a inspiração
espiritual e as emoções inferiores
O—Metal: ar, ouro, os produtos da terra, o intelecto
U—Agua: o meio básico ou a química da vida, a fonte da
existência física

A relação destes elementos é:

•Mãe" "Filho"
Madeira cria fogo
Fogo cria terra
Terra cria metal
Metal cria água
Agua cria madeira
e isto se explica pelo seguinte raciocínio:

Madeira cria fogo (queimando)


Fogo cria terra (cinzas)
Terra cria metal (encontrado na terra)
Metal cria água (pela fusão)
Agua cria madeira (proporciona o crescimento)
212 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

CICLO DE SHEN (FÍGADO PARA CORAÇAO)

Os órgão correspondem aos elementos da seguinte ma-


neira:

Yin Yang

Madeira Fígado Vesícula biliar


Fogo Coração Intest, delgado
Terra Baço Estômago
Metal Pulmão Intest, grosso
Agua Rim Bexiga

(Os sistemas de circulação-sexo e triplo-aquecedor são


omitidos por motivo de simplificação. Ambos pertencem ao
elemento fogo.)
Como explicamos, o coração fornece energia para o
baço e retira energia do fígado; o intestino delgado propor-
ciona energia ao estômago e a retira da vesículo biliar, e
assim por diante. De acordo com a Lei dos Cinco Elementos,
portanto, a estimulação do elemento madeira (fígado ou
vesícula biliar)\ tenderá a aumentar a energia disponível
para o elemento fogo (coração ou intestino delgado). Mais
ainda, se for tratado o órgão yin, os efeitos diretos serão so-
O LIVRO DA C U R A NATURAL . 213

FOGO

O CONTROLE OU
CICLO DE K'0

mente sobre os órgãos ym (a menos que outros pontos se-


jam estimulados). Isto também se aplica aos órgãos yang.
Assim, se o coração (yin) for estimulado, o baço (yin) será
afetado também. Se o intestino delgado (yang) for sedado,
o estômago (yang) também será sedado.
Junto com esta relação mutuamente criadora (chamada
o ciclo de shen) existe também um de controle (muitas ve-
zes referido como "destruição"), conhecido como ciclo de
k'o. Baseados neste princípio, certos elementos subjugam ou
se sobrepõem à capacidade de outros. Assim

O fogo subjuga o metal (fundindo-o)


O metal subjuga a madeira (cortando-a)
A madeira subjuga a terra (cobrindo-a)
A terra subjuga a água (reprezando-a)
A água subjuga o fogo (extinguindo-o)

Enquanto esta energia da mente-corpo estiver relativa-


mente limpa e sadia, tal relação não é destrutiva; simples-
mente proporciona um outro canal para a passagem de ener-
gia. Se a energia de um órgão (ou de um elemento comple-
214 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

FOGO

RELAÇÃO DOS 5 ELEMENTOS


COM OS ÓRGÃOS

to) se torna de tal modo envenenada que seja iminente a


destruição deste órgão, contudo, o órgão tenta descarregar
sua energia destruidora para dela se libertar.
Ele procura passar esta energia negativa, como uma batata
quente, para outro órgão ao longo dos canais do ciclo de
k'o mas acontece que apenas contamina o órgão seguinte na
linha. Esta energia tem o nome de "energia agressiva".
Quando três elementos tiverem sido. contaminados por ener-
gia agressiva segue-se a morte. 0 praticante deve portanto re-
mover tal energia do corpo.
O complexo relacionamento entre os órgãos acoplados
e os elementos pode ser visto claramente no diagrama abaixo.
Quando a mente-corpo apresenta seu "caso" ao prati-
cante de acupuntura, revela-lhe o desequilíbrio que exis-
te nos diversos níveis. A melhor maneira que tem
o praticante para interpretar esta informação é através
do método chinês de tomar o pulso em combinação
com muitos outros meios de diagnóstico (a cor, a voz, o
cheiro do corpo do paciente, a história médica e outros
fatores). As pulsações revelam exatamente onde se encon-
O L I V R O DA C U R A NATURAL .215

tram os desequilíbrios e como eles devem ser tratados. Ou-


tros métodos de diagnóstico empregados pelos japoneses e
chineses raramente podem ser tão precisos como a verificação
do pulso. Entretanto, já que leva muitos anos para se apren-
der a ler os pulsos, e se exige uma sensibilidade maior
do que a maioria dos profissionais desejam cultivar, mais
métodos sintomáticos de diagnóstico e de tratamento são ago-
ra populares. Um pulso chinês correto revela a qualidade e
a quantidade da energia de todos os órgãos e sistemas do
corpo. Pelo uso dos pontos de comando nos braços e nas
pernas, o profissional pode criar um novo equilíbrio.

Os pontos de comando são:

Meridianos Yin

Pontos

órgão Elemento Madeira Fogo Terra Metal Água


Pulmão Metal 11 10 9 8 5
Coração Fogo 9 8 7 4 3
Circulação-sexo Fogo 9 8 7 5 3
Fígado Madeira 1 2 3 4 8
Baço Terra 1 2 3 5 9
Rim Água 1 2 3 7 10

Meridianos Yang

Pontos

órgão Elemento Metal Água Madeira Fogo Terra

Intest. Grosso Metal 1 2 3 5 11


(Cólon)
Intest. Delgado Fogo 1 2 3 5 8
Triplo-Equecedor Fogo 1 2 3 6 10
Vesícula Biliar Madeira 44 '43 41 38 34
Estômago Terra 45 44 43 41 36
Bexiga Água 67 66 65 60 54

Como os sessenta pontos de comando estão associa-


dos aos cinco elementos (cinco níveis), a energia de todo o
corpo e da mente pode ser afetada por seu uso.
216 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

FOGO

CICLO DE K O TRANSPORTADOR PARA TRANSFERÊNCIA


DE EN ERGIA (PULMÕES INDIRETAMENTE
(RINS PARA O CORAÇAO) PARA CORAÇAO)

Os pontos de comando podem ser usados como se segue.


Uma pessoa que tem um fígado com excesso de energia
(fígado é madeira) e um coração fraco pode ser tratada pela
localização de uma agulha no ponto de madeira de seu meri-
diano do coração (Coração9). (Os tratamentos em geral são
O LIVRO DA C U R A NATURAL . 217

feitos bilateralmente.) Isto retirará o excesso de energia do


elemento madeira e suprirá com ela o coração. Desde que de
acordo com o ciclo de shetn o coração é o órgão seguinte na
linha depois do fígado, a energia passará facilmente do fígado
para o coração. Se o excesso de energia for encontrado nos
rins em lugar do fígado, a estimulação do ponto água do me-
ridiano do coração retirará o excesso de energia dos rins
(elemento água) e suprirá com ela o coração. Esta passará
por cima do fígado de acordo com o ciclo de k'o.
Se, entretanto, o excesso de energia for no baço ou nos
pulmões, a energia não pode ser transferida diretamente para
o coração. O praticante deve então empregar um ou mais
órgãos como veículos de transporte para transferir a energia.
Por exemplo, suponhamos que a energia nos pulmões
é excessiva enquando é deficiente no coração. Como se fosse
uma comporta, o praticamente abre o ponto madeira do cora-
ção para estabelecer um canal e transferir a energia que virá
dos pulmões mais tarde no tratamento. O ponto metal ( o ele-
mento dos pulmões é o metal) do fígado é estimulado para
retirar-se o excesso de energia dos pulmões, deixando-a pas-
sar através do fígado e para o coração.
Esta é uma explicação simples dos trabalhos dos pon-
tos de comando. Para compreender um pouco mais como
funcionam, devemo-nos lembrar uma vez mais dos cinco es-
tados de ser e dos cinco elementos.
Os cinco elementos são sinônimos dos cinco níveis, cada
um representando um nível de energia ou campo vibratório
que governa certos aspectos da vida. As características físi-
cas comuns (tais como a compleição) de um indivíduo não
são de forma alguma uma indicação do nível de desenvolvi-
mento ou estado espiritual da pessoa. De preferência, eles
mostram ao olho experimentado os desequilíbrios ou tendên-
cias ao desequilíbrio que existem na mente-corpo.
O quadro seguinte é adaptado do quadro fornecido por
Felix Mann em Acupuncture, íhe Ancient Chinese Art of
Healing (Acupuntura, a Antiga. Arte Chinesa de Curar) Ele
declara:

Eu mesmo não tive oportunidade de verificar todos os fatores


mencionados no quadro adiante e tenho minhas dúvidas quanto à
exatidão de alguns deles, porém que a maioria está correta não
tenho a menor dúvida já que eu mesmo os usei no diagnóstico
e tratamento com sucesso.
Os Cinco Elementos
ELEMENTO MADEIRA FOGO TERRA METAL AGUA

Vibração I E A O U
órgão Yin Coração Baço Pulmões Rim
Fígado
Órgão Yang Intestino Delgado Estômago Intestino Grosso Bexiga
Vesícula Biliar
Sentido Comandado Fala Paladar Olfato Audição
Visão
Órgão Comandado Língua Boca Nariz Ouvidos
Olhos
Alimenta Vasos Sangüíneos Carne Pele Ossos
Músculos
Nivel de Energia Fáscia Muscular Vasos Sangüíneos Subcutânea Pele Osso
Expande-se em (apre-
senta condição de
saúde das) Unhas Compleição Lábios Pêlo corporal Cabelos
Lesões de uso exces-
sivo Caminhar Marcha Sentar-se Reclinar-se Posição de pé
Líquido emitido Lágrimas Suor Saliva Muco Urina
Rançoso Queimado Flagrante Fétido Pútrido
Odor corporal
Raiva Alegria Simpatia Tristeza Medo
Emoção
Temperamento Asso-
ciado Deprimido Instabilidade emocional Obsessivo Medroso Angustiado
Controle Melancolia e "Arroto" "Tosse" "Tremor"
Na excitação e na mu-
dança, transfere a Tristeza (Obstinação) (Rejeição) (Libertação de
(Decisões)
capacidade de (Compaixão) tensão)
Planeta Marte Saturno Vénus Mercúrio
Júpiter
(Pioneiro Inovador) (Dignidade e (Prazer sensual (Inteligência bá-
(Magnanimidade
bondade) autoridade Guerras e ju- sica
naturais) risdição) Inteligência dos

tirada)

ELEMENTO MADEIRA FOGO TERRA METAL AGUA

Valores Psíquicos Faculdades espirituais Espírito divino Idéias e opiniões Espírito animal Força de vontade
e ambição
Estação Primavera Verão Meio-verão Outono Inverno
Tempo de Florescimento Amadurecimento Preservação Colheita Armazenamento
Tempo perigoso Vento Calor Umidade Seco Frio
Sabor Azedo Amargo Doce Picante Salgado
Excesso neutralizado
por Picante Salgado Azedo Amargo Doce
Tonificar com Doce Picante Salgado Azedo Amargo
Sedar com Azedo Amargo Doce Picante Salgado
Na doença exige Doce Azedo Salgado Amargo Picante
Som Grito Gargalhada Canto Choro Gemido
Cor Verde/azul Vermelho Amarelo Branco Preto
Direção Leste Sul Centro Oeste Norte
Cereais Benéficos Trigo Painço-Milho Centeio Arroz Feijões
Carne Benéfica Frango Carneiro Vaca Caválo Porco
Compleição Esverdeado Rosado Amarelado Pálido EScuro
Personalidade Trabalhador Ativo Calmo Simples Gosta de Movi-
mento
Número 8 7 5 9 6
Oficial de Criação, Supremo Digestão de Vida Recebimento do Equilíbrio Hídrico
Planejamento, Comando, e Alimento Ki
Decisão, Ordem, Proteção, Eliminação de
Julgamento Transformação de Transporte de Resíduo
Matéria, Energia
Separação do puro do
impuro
Estado Fisiológico de Mudança
Desenvolvimento Nascimento Crescimento (puberdade) Maturidade Armazenagem
220 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

Sabe-se, por exemplo, que aquele que tem um fígado (ma-


deira) fraco é mais sensível do que a média das pessoas ao vento
(madeira) leste (madeira), que suas unhas (madeira) podem estar
manchadas, e que pode ter uma visão indistinta com pintas pretas
(madeira). Uma pessoa que sente frio (água) em seus ossos (água)
o diagnóstico feito pelo pulso confirma que tem uma fraqueza
nos rins (água). Uma pessoa com fluência verbal (fogo) e muito
corada (fogo) tem uma hiper-atividade do coração (fogo). Uma
criança amedrontada (água), que não quer dormir no escuro e
urina (água) na cama, tem um distúrbio renal (água). Um diabé-
tico (terra) que come muito açúcar (terra)' provavelmente termi-
nará em coma diabética (terra). Uma pessoa hipertensa renal
(água) que come muito sal (água) pode terminar no túmulo.

Cada elemento se relaciona com um sabor particular


assim como com todos os outros sentidos, emoções e subs-
tâncias que são parte deste reino particular. Qualquer exces-
so ou deficiência em qualquer um destes resultará no de-
sequilíbrio da energia do órgão. Por este motivo, é necessário
equilibrar todas as coisas e saber como recriar este equilíbrio
quando qualquer aspecto foi exagerado ou negligenciado.
Portanto, o uso de agulhas de acupuntura não é bas-
tante no tratamento da doença. A dieta, a respiração, o exer-
cício, os padrões mentais e emocionais, tudo contribui para
um estado de ser da pessoa e tudo deve ser levado em con-
sideração. O escopo do tratamento válido é portanto vasto
e deve alterar completa e eficazmente a polaridade das for-
ças que trabalham no indivíduo. Com esta compreensão o
profissional terá um efeito profundo e permanente sobre
aqueles que. buscam seu auxílio.

DIAGNÓSTICO DO PULSO

O diagnóstico pela pulsação não se limita apenas aos


domínios da medicina chinesa. Os antigos egípcios, gregos,
árabes e hindus desenvolveram métodos de diagnóstico pela
pulsação. Foi na China, entretanto, que, por muitos séculos se
aperfeiçoou o diagnóstico pela pulsação até levá-lo a uma
ciência mais exata, pelo emprego do qual o praticante pode
conhecer a história médica do paciente e a condição atual
proporcionando um diagnóstico bastante preciso. Desde que o
assunto é vasto (escreveram-se muitos volumes sobre a pul-
sação), não podemos discuti-lo nem mesmo brevemente aqui
mas somente afirmar sua validade como um meio de diag-
nóstico. Por algum tempo senti que o método de diagnóstico
O LIVRO DA C U R A NATURAL . 221

pela pulsação é um simples exemplo do fato de que o es-


tudo de qualquer parte do corpo — ouvidos, olhos, língua,
pés, mãos etc. — revelará ao estudante perspicaz informa-
ção suficiente para torná-lo capaz de interpretar toda a vida
deste indivíduo.
O diagnóstico pela pulsação foi desenvolvido por causa
de fatores culturais que restringiram o contato do médico
com os pacientes femininos e com a realeza; um ponto acei-
tável de contato foi encontrado no pulso. Desde que o Nei
Ching declara que o sangue segue o Ki, a artéria radial tor-
nou-se um ponto lógico de observação.
Como introdução ao estudo da pulsação, gostaria de
citar uma de minhas histórias favoritas (uma história
árabe) relativa ao diagnóstico pela pulsação, do livro de
Amber e Babey-Brooke The Pulse in Occident and Orient
(O Pulso no Ocidente e no Oriente).

É a história do médico Unani que foi chamado para tratar


da esposa do sultão. Como naquela época era proibido que a
mulher de um Moslém mostrasse qualquer parte de seu rosto ou
de seu corpo a um homem estranho, o médico tinha de fazer
seu diagnóstico pela interpretação do pulso que lhe era estendido
através de uma fenda feita na cortina. O doutor era tão sábio
que não duvidou em diagnosticar e tratar de sua paciente. O
sultão, impressionado, comprimentou o médico pela sua experiên-
cia. "Meus dedos são tão sensíveis que amarrando um barbante
em torno do pulso de um paciente e pelas vibrações que sinto,
sempre posso fazer o diagnóstico certo."
O sultão decidiu então testar o médico e ao mesmo tempo
ensinar-lhe uma lição. Ele disse ao médico: "será amarrado um
barbante em torno do pulso de um indivíduo escondido atrás de
uma cortina. Se você diagnosticar a doença, receberá uma recom-
pensa magnífica. Porém se você falhar, será expulso de meu reino
e todos os seus bens serão confiscados".
Quando chegou o tempo da experiência, amarraram um barbante
no pulso de uma vaca de tal maneira que podia ser sentida uma
leve batida e deram ao médico o cordão que estava preso através
da fenda da cortina: Ele segurou o barbante por um minuto e
replicou: "Tudo de que esta criatura precisa é de capim".
t

Palpitação do Pulso

A pulsação é sentida na artéria radial do pulso e divi-


de-se em três seções, cada uma das quais tem uma posição
superficial e outra profunda.
222 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

Mão Esquerda Mão Direita


Superficial Profunda Profunda Superficial
Posições
I. Delgado Coração 1? Pulmões I. Grosso
V. Biliar Fígado 2? Baço Estômago
Bexiga Rins 3 a Circ. Sexo T. Aquecedor

- POLEGADA
BARRA —*
CÜBITO
PULSOS ESQUERDOS PULSOS DIREITOS

SUPERFICIAL PROFUNDO SUPERFICIAL PROFUNDO

1 ID C 1 IG P
2 VB F 2 E BP
3 B R 3 TA CS
A primeira seção chama-se polegada e localiza-se exa-
tamente na parte distai da apófise radial. A segunda seção
chama-se barra e está aproximadamente em oposição à apó-
fise radial. A terceira seção, chamada cúbito, está logo abai-
xo. Cada seção ocupa cerca de polegada e meia da artéria
variando, sem dúvida, com a idade e o tamanho do indi-
víduo. O acupuntor emprega seus dedos indicador, médio e
anular para apalpar o pulso. Ele toma o pulso esquerdo do
paciente com sua mão direita e vice-versa. O paciente deve
estar sentado ou reclinado, e espera-se que os estados físicos
e mentais do acupuntor sejam conscientes e tranqüilos du-
rante a tomada do pulso.

As Posições
Segundo Felix Mann, "a posição superficial foi com-
parada à elasticidade da parede arterial e a posição pro-
funda à cessaçãç do fluxo de sangue dentro da artéria.
Sugeriu-se que a pressão exigida para o diagnóstico da pul-
sação superficial é a pressão diastólica, enquanto que o diag-
nóstico da pulsação profunda é a pressão sistólica". Uma
O LIVRO DA C U R A NATURAL . 223

vez que se tenha desenvolvido a sensibilidade necessária,


sentir-se-ão os níveis de pulsação superficial e profunda;
eventualmente seguir-se-á uma sensação do nível intermediá-
rio. Quando sente isto, o acupuntor pode determinar os pontos
mais delicados na pulsação: diferenciação entre circulação
(posição profunda.— vasos sangüíneos e linfáticos) e sexo
(posição intermediária — energia vital) ou baço (profunda)
e pâncreas (intermediária), e as qualidades do pulso.
As Qualidades

Existem vinte e oito qualidades básicas de pulsação, cujo


estudo exige muitos anos. Algumas destas qualidades são
representadas no quadro a seguir, extraído de Wallnofer e de
von Rottauscher, Chinese Folk Medicine (Medicina do Povo
Chinês).
O Dr. J. R. Worsley ensina uma maneira simples e
eficaz de se aprender a tomar o pulso e transformá-lo em
tratamento. Tomam-se centenas de pulsações antes de se qua-
lificar para qualquer leitura com toda a correção e consis-
tência, mas eventualmente atinge-se a proficiência.
A pulsação é registrada primeiro somente pela quanti-
dade:

4- + + extremamente (perigosamente) forte

-(- + muito forte

+ forte

V normal (para esta pessoa)

— levemente fraco

muito fraco

extremamente fraco, quase inexistente

Uma vez estabelecidas as pulsações, elas se escrevem


como abaixo:

I. Delgado y Coração V Pulmões V I- Grosso \/


V. Biliar — Fígado \/ Baço V Estômago —
Bexiga -f Rins \/ Circ. Sexo V T. Aquecedor +
224 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

A leitura também pode ser. expressa em termos dos


cinco elementos conforme mostra o gráfico da página se-
guinte.
Este problema simples pode ser solucionado com duas
agulhas colocadas bilateralmente. O ponto água da ve-
sícula biliar (43) é estimulado a fim de remover a energia
excessiva da bexiga para a vesícula biliar. Estimula-se o pon-
to fogo do estômago (41) para remover a energia ex-
cessiva do triplo-aquecedor para o estômago. Ambos os trata-
mentos seguem o ciclo de shen e permanecem nos órgãos
yang.

OS SETE PULSOS PIAO OS OITO PULSOS LI


("Pulsos Superficiais") ("Pulsos Profundos")

Flutuante; deslizante co- Esticado como a corda Simples; um pequeno Lento, hesitante; 3 bati-
mo um peixe ou um de um alaúde. pulso débil escondido e das para um ciclo de
pedaço de madeira na que morre a intervalos. respiração.
água

Fraco e vazio, percebe- Firme; como se uma Sentido profundamente; Curvado c caído; mesmo
se como um talo de corda estivesse sendo tor- um seixo mergulhado na quando se aplica pres-
cebola, vazio no meio e cida firmemente. água. são é difícil de ser en-

©
firme cm ambos os la- contrado.

O
dos.

Inccrto; como um bar- Grande; fluindo majesto- Disperso, lento; como Timidamente cscondido
bante de pérolas desli- samente. um salgueiro dançando c suave.
zando pelos dedos à brisa da primavera.

(ooõoo)
Cheio c longo. Oscilante e hesitante; o lo caminha lentamente, Frágil, flexível, deslizan-
desvanece ou pára te, extremamente fraco.

®
pouco tempo
como um cani-
vete cortando bambu
ou como pingos
de chuva
chapeando
na areia.
O LIVRO DA C U R A NATURAL . 225

FOGO

ACUA METAL

DIAGNOSTICO DOS PULSOS NOS TERMOS DOS 5 ELEMENTOS

Os problemas tornam-se mais complicados quando os


desequilíbrios se tornam mais intensos e o praticante deve
aprender a equilibrar as pulsações quantitativamente enquan-
to lhes equilibra a qualidade. Sem dúvida, isto leva muitos
anos de estudo e de prática, e maior estudo dos métodos
utilizados está além da finalidade deste livro.

MOXA

Moxa é o nome dado a uma erva (artemísia) usada no


tratamento pelo calor. Consta que a arte da moxabustão foi
desenvolvida no Norte da China, onde muitas doenças fo-
ram atribuídas ao rigoroso clima frio. O uso do calor (yang)
para combater essas enfermidades yin (frias) variou desde
do aquecimento direto da pele até sua fricção com uma
grande escova mergulhada em água fervente. A evolução da
arte culminou em três métodos básicos que são empregados
hoje em dia. Eles são o tratamento com rolos de moxa;
moxa queimada sobre a cabeça de uma agulha; e moxa
226 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

queimada sobre uma fatia de gengibre, alho ou cebola ou


sobre a própria pele.
A moxa é empregada mais ou. menos da mesma maneira
que as agulhas, porém geralmente é reservada para aquelas
condições que têm origem numa deficiência de energia yang
ou de Ki em geral. A moxa (artemísia ou Artemísia vulga-
ris) queima-se com uma vibração muito delicada que abre
os pontos de acupuntura, removendo daí o Ki adicional para
a área. Se se deixam os pontos abertos, resultará a sedação.
Se os pontos forem fechados (pressionando-os com o dedo),
o resultado é a tonificação. A moxa quase sempre é em-
pregada para tonificar.
Muitos, profissionais, especialmente no Japão, especiali-
zam-se no uso da moxa com excelentes resultados. Devido
ao aroma da fumaça ser muito calmamente do sistema ner-
voso, essas pessoas são geralmente muito calmas e emocio-
nalmente tranqüilas.

EMPREGO DE ROLOS DE MOXA

A moxa geralmente é preparada pela secagem de fo-


lhas limpas de artemísia, removendo-se o talo e as nervuras
da folha e amassando-se o restante da folha em uma massa
compacta como se fosse feltro. Na China isso se chama de
ai jong (veludo de artemísia). Os japoneses freqüentemente
empregam a artemísia em um estado menos refinado e às
vezes simplesmente usam as folhas secas e amassadas enro-
ladas em leve papel poroso para fazer "cigarros" de 15 cm
de comprimento e 1 cm de diâmetro. Mantêm-se os bastões
na altura de 1 cm a 2,5 cm da pele até que o ponto em
questão fique aquecido. O paciente sente o calor desde o iní-
cio e deve dizer "quente" quando sente que começa a queimar.
Retira-se então o bastão e imediatamente é substituído pela
pressão da ponta de um dedo no ponto. Repete-se depois o
processo. Geralmente realizam-se de três a trinta aquecimen-
tos desta maneira para tonificar um ponto. Os tratamentos
yang (tonificação é um tratamento yang) geralmente são rea-
lizados com um número ímpar de aquecimentos (três, cinco,
sete, nove e assim por diante). É essencial que o ponto seja
fechado com o dedo para ter lugar a tonificação. A sedação
(yin) geralmente é realizada com número par de vezes,
sem tocar no ponto com o dedo.
O LIVRO DA C U R A NATURAL . 227

Uso de Moxa Suspensa nas Agulhas

A moxa feita em casa, que pode ser usada em rolos,


geralmente não é aceita para o uso em a ulhas. Neste se-
gundo método, insere-se uma agulha especial no ponto a
ser tratado, depois do que coloca-se uma bola de moxa do
tamanho de uma avelã acesa sobre a alça. O efeito do tra-
tamento então é duplo, já que inclui tanto a agulha quanto
a vibração da moxa. Este tratamento fornece uma prova de
que a vibração da moxa é responsável pelo resultado e não
simplesmente o calor.
Os tratamentos de moxa só são eficazes quando se em-
prega a erva apropriada (artemísia). Os cigarros e muitas
outras ervas não têm quase efeito algum. O tratamento moxa-
agulha pode ser repetido várias vezes.

Uso de Moxa Solta na Pele

As vezes, queimam-se pequenos cones de moxa direta-


mente sobre a pele e removem-se logo que o paciente sente
o calor. Este método pode ser perigoso e deixar uma ferida
se o cone não for removido com rapidez bastante; também
leva muito tempo. Por isso, está sendo rapidamente abando-
nado. Hoje em dia, a moxa é queimada às vezes sobre uma
fatia de alho, de cebola ou de gengibre, que então se
coloca sobre a pele. Esta técnica, popular no Japão, muitas
vezes é empregada para os espasmos musculares e outros
problemas dos músculos.

Usos de Moxa

A moxa é muito eficaz no tratamento de condições de


debilidade ou aquelas provocadas por frio, problemas mus-
culares e ósseos, certas formas de artrite e distúrbios nervosos
— todas as formas de excesso de yin. Geralmente, é um
tratamento tonificante e é muito benéfico para o sistema
nervoso.

Onde a agulha não exercer qualquer efeito, a Moxa realizará milagres


— dito clássico.
228 IX) JARDIM DO HDEN À ERA DE AQUARIUS

Como este livro não pretende ser um tratado completo


de acupuntura, apresentamos apenas uma introdução ao as-
sunto do ponto de vista de seu uso como um veículo para
o desenvolvimento da sensibilidade espiritual.
O tratamento incorreto da acupuntura pode ter resul-
tados desastrosos, e não se deve tratar-se a si mesmo ou a
outras pessoas sem um treinamento adequado com uma apren-
dizagem sob a orientação de um mestre ou em uma escola
de acupuntura. Para se informar a respeito de tais escolas
(não existe nenhuma nos Estados Unidos), * pode-se escre-
ver para o Dr. J. R. Worsley com o seguinte endereço: Tlic
College of Chinese Acupuncture (UK), 6 Glebe Crescent,
Kenilworth, Warwickshire, England. A fim de se preparar
para um treinamento de acupuntura, você deve estudar ana-
tomia e fisiologia ao nível colegial, a história da acupuntura,
os clássicos chineses Huang Ti Nei Ching Su Wen, l Ching,
e o Tao Te Ching, e os livros do Dr. J. R. Worsley e outros
mestres da acupuntura. Também pode ser útil estudar astro-
logia, quiromancia, iridologia (diagnóstico da íris), embrio-
logia, homeopatia e técnicas quiropráticas e osteopáticas.
Entretanto, se você deseja estudar acupuntura com se-
riedade ou simplesmente elevar-se como um ser humano mais
saudável e mais completo pode começar a sentir e afetar a
energia que flui através dos meridianos em si mesmo e nos
outros por meio das técnicas de massagem oriental que se
encontram no capítulo seguinte (Cap. 8 ) . Para sua maior
compreensão, o Apêndice II apresenta uma descrição do ca-
minho de cada meridiano, assim como as localizações dos
pontos de alarme, já que estes pontos geralmente são fáceis
de encontrar e de serem pressionados.

* Desconhecemos também a existência dc qualquer escola de


Acupuntura no Brasil (N. do T.).
Capítulo 8

MASSAGEM ORIENTAL

A massagem oriental difere muito da massagem ociden-


tal pelo fato de que originalmente ela foi proposta com uma
aguda consciência dos pontos e meridianos de acupuntura.
A massagem oriental cobre todo o corpo, com alguns movi-
mentos semelhantes aos empregados na massagem ocidental
porém sem o uso de lubrificantes. Os movimentos incluem
fricção, pressão, golpe, torção, puxão, beliscão, flexão e libe-
ração de articulações.
Enquanto a massagem oriental pode ser realizada em
outra pessoa, como qualquer massagem, também pode ser
feita pela própria pessoa no seu próprio corpo (Esta forma
de auto-tratamento é conhecida no Japão pelo nome de
DO-IN). Como é uma boa idéia perfazer uma rotina completa
em seu corpo a cada manhã no início do dia de forma posi-
tiva, e que produza saúde, esta espécie de massagem é ideal.
Incluídas na massagem oriental estão muitos pontos de diag-
nósticos de acupuntura que o tornarão capaz de fazer uma
boa idéia da condição de seu corpo em qualquer ocasião.
Antes de iniciar, faça um exercício de concentração pro-
funda, estendendo a energia até as pontas de seus dedos e
as palmas de suas mãos.

AUTO-MASSAGEM (DO-IN)

Já que suas mãos são os instrumentos com os quais


você trabalhará no resto do corpo, deve aumentar sua ener-
gia e sensibilidade massageando-as. Flexione e torça os dedos
em todas as direções, puxe-os retos para fora a fim de libe-
230 IX) JARDIM DO HDEN À ERA DE AQUARIUS

rar a energia nas juntas, belisque e torça as extremidades de


todos os dedos. Flexione seus pulsos em todas as direções
e esfregue as mãos. Esfregue-as vigorosamente para criar ca-
lor; depois com elas cubra os olhos e sinta este calor sendo
absorvido pelos olhos enquanto se relaxam e se nutrem.
Agora coloque seus polegares sobre os olhos, pressionando
de leve o forame supraorbitário acima de cada olho (ver ilus-
tração na p. 240, que é uma abertura no crânio através
da qual passam os nervos e os vasos sangüíneos. Pressione
muito suavemente; você sentirá a pressão estimular estes ner-
vos. Mantenha durante cinco segundos e afrouxe durante dez,
repetindo a ação por três vezes. Você sentirá o benefício
deste exercício. Com o dedo indicador pressione levemente
por cima do forame infraorbitário sobre a maçã do rosto
abaixo do olho para estimular a energia em seu meridiano
lo estômago assim como os nervos e os músculos de seu
rosto. Agora friccione suas têmporas do lado de sua cabeça,
em toda sua extensão, em torno e por trás do ouvido com
a base de suas mãos, friccionando para cima e para baixo,
dando ênfase ao movimento para baixo. Este movimento es-
timulará o fluxo de sangue para o couro cabeludo e relaxará
grande quantidade da tensão existente em sua cabeça. Faça
movimentos semelhantes por toda sua cabeça, massageando-a
completamente. Você pode também dar leves batidas no topo
de sua cabeça. Isto estimulará a energia dos meridianos da
bexiga, da vesícula biliar e do vaso governador que passam
no topo de sua cabeça. Agora esfregue levemente os olhos
com seus dedos indicadores em movimentos circulares e
suaves. Pressione o canto interno e externo dos olhos muito
levemente com as pontas dos dedos, para estimular os nervos
e os meridianos de energia que passam por aí. Belisque a
base de seu nariz. Faça uma pequena massagem em seu na-
riz também. Esfregue a pele de seu rosto por baixo dos
olhos, puxando-a para fora na direção das orelhas. Segure
suas orelhas entre os dedos indicador e polegar e massageie-
as totalmente puxando para baixo os lobos das orelhas,
curvando as orelhas para trás na direção de sua cabeça, fle-
xionando-as para frente e fazendo uma boa massagem geral
pois constatou-se que elas contêm muitos pontos-chave que
controlam a energia de todo o corpo. (Por causa disto,
nos últimos anos tem-se utilizado das orelhas para uma
grande quantidade de anestesia de acupuntura.) Agora,
O L I V R O DA C U R A N A T U R A L . 231

usando seu polegar, pressione ao longo da base do


crânio, em torno da parte posterior de seu pescoço, sentindo
qualquer tensão e as áreas dolorosas ou de sensibilidade aí
e massageando e trabalhando-as com uma pressão constante
profunda e firme, enquanto segura sua cabeça com a mão
oposta. Continue para baixo de seu pescoço com ambas as
mãos, esticando-o, voltando-o em todas as direções, puxando
para baixo nos lados do pescoço enquanto você estica a ca-
beça para baixo, puxando para baixo também os ombros,
pressionando a área do músculo esternoclidomastóidéo, mas-
sageando este músculo, pressionando em torno da tiróide (lo-
calizada embaixo do pomo de Adão), e massageando tam-
bém esta área. Na massagem de seu rosto e do queixo,
certifique-se de que sua massagem atinge a área embaixo
e na frente do queixo, na parte superior e inferior dos
lábios, suas sobrancelhas, suas pestanas etc.

Fígado
Estômago Sinuses
Cócix
Vesícula Biliar Baço
Canal Brônquico Pescoço
Part-' Posterior da
daCat
Cabeça. Garganta e Amígdalas
Bexiga — Olho
Ouvido — Estômago
Pulmão Tiróide
Articulações doBraço Pâncreas
Fígado -
Nervos - Supra-renais
Vesícula Biliar - Rim
Cólon Transverso Vértebras Espinhais
Cólon Ascendente — Apêndice

Intestino Delgado Canais do Ureter
Genitais — Bexiga
Articulação do Quadril _
Coxa
Hipófise
Joelho
Nervo Ciático
Formação do Osso

PÉ DIREITO
232 IX) JARDIM DO HDEN À ERA DE AQUARIUS

Agora, com a mão direita segure seu cotovelo esquerdo


e comece a bater vigorosamente no ombro direito na junção
com o pescoço, cobrindo a maior área possível atrás de seu
pescoço. Continue no ombro, e depois descendo pelo braço,
pelo antebraço em ambos os lados, no seu outro braço, no
tórax, na parte inferior das costas, nas pernas e no abdome
— de fato, em todo o seu corpo, com vigorosas pancadas
para estimular a circulação do sangue e a energia através
do corpo. Descobriu-se que este método é seguro e muito
eficaz para estimular o Ki.
Agora, sente-se e comece a massagear seus pés. Segure
seu tornozelo com uma das mãos e gire seu pé totalmente
no tornozelo com a outra mão várias vezes lentamente e de
maneira completa. Segure o pé do mesmo modo e gire
todos os dedos. Depois flexione todos os dedos para frente
e para trás, apertando-os e comprimindo-os, pressionando
contra a base de cada dedo e quebrando qualquer tensão
que possa neles encontrar-se. Penetre os quatro dedos da

Fígado

Vesícula Biliar

Canal Brônquico
Garganta < Bexiga
Ouvido
1 Pulmão
rArticulação do Ombro
c Braço
Coração
Sui
Nervos
Baço
Cólon Transverso
Vértebra;
Cólon Descendente
Canais d( Intestino Delgado

Órgãos genitais
— Articulação do Quadril
Coxa
Joelho
Nerv
Formação do Osso

PÊ ESQUERDO
O l.IVRO DA ( URA NATURAI. 233

mão profundamente no calcanhar, aperta o calcanhar, belis-


que o tendão de Aquiles e bata com o calcanhar no chão.
Todos estes movimentos estimularão os diversos centros de
reflexo no pé. Dê palmadas na planta do pé e esmurre-a
com a mão fechada. Segure o tornozelo com ambas as mãos
e sacuda-o bem, segure o pé agarrando-o pelos dedos com
a mão e levante a perna sobre sua cabeça, forçando o joelho
o mais possível e relaxando-o para esticar a barriga da perna
e a planta do pé.
Coloque as plantas dos pés juntas, segurando seus tor-
nozelos com ambas as mãos e pressione suavemente ambos
os joelhos para baixo até o chão. Curve-se para a frente a
fim de aumentar o estiramento, levando seus calcanhares o
mais perto possível de suas nádegas.
Agora, sente-se sobre seus joelhos, coloque os pés vi-
rados para o lado de fora e flexione-se para trás, repou-
sando suas pernas o mais possível para baixo e estirando
todos os músculos de seu peito e de seu abdome. Levante
os braços acima de sua cabeça e agite-os levemente de um
lado para outro, respirando completamente. Respire com uma
inspiração profunda e muito lenta. Depois abra bem a boca
e force todo o ar a sair bem rápido. Repita isto sete ou
oito vezes. Agora, deite-se de costas, cruze as pernas com os
joelhos flectidos como se estivesse sentado, e sinta a parte
interna do pé, em volta do tornozelo, e a parte in-
terna da perna até o joelho, em todos os diversos pontos
que podem tornar-se mais sensíveis, verificando os pontos
que podem indicar distúrbios orgânicos (ver Apêndice I I ) .
Agora, ainda deitado de costas com os joelhos flectidos e
os pés planos sobre o solo, comece a apalpar as diversas
partes do abdome, sentindo seus próprios órgãos e massa-
geando-os, especialmente o cólon, trabalhando a partir do la-
do esquerdo inferior em um movimento circular, transversal-
mente e para baixo pelo lado direito, para quebrar as ten-
sões e a constrição no cólon. Pode apalpar seu fígado, o
estômago e os intestinos muito facilmente e fazer uma idéia
geral de sua condição através de sua sensibilidade e grau
de rigidez. Se notar quaisquer áreas dolorosos ou de sensi-
bilidade ou rigidez acentuadas, procure o Apêndice II para
ver a que estas áreas correspondem. Termine este exercício
com alguns movimentos de relaxamento profundo.
234 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

MASSAGEM EM OUTROS

Quando você massageia outra pessoa, deve deitá-la de cos-


tas, ajoelhando-se no seu lado esquerdo, no estilo ja-
ponês (sentando-se sobre o dorso de seus pés, com os de-
dos dos pés juntos e os calcanhares separados). Observe
sua respiração e conte o número de respirações em relação
à quantidade de batidas cardíacas. Você pode fazer isto se-
gurando seu pulso e tomando a pulsação radial, colocando
seu segundo, terceiro e quarto dedos sobre a artéria radial
exatamente acima da origem do polegar e da articulação do
pulso. Compare sua freqüência com sua própria respiração
e a proporção de suas batidas cardíacas, que devem ser nor-
mais se você estiver para começar uma massagem. Uma pro-
porção de quatro para seis batidas do coração por respira-
ção é comum. Uma contagem de cinco é o ideal. Se houver
mais batidas (é raro que haja menos), a pessoa deverá re-
pousar por alguns minutos e respirar profundamente para
relaxar antes que você comece. Neste caso, será uma boa
idéia verificar novamente a pulsação depois da massagem
para ver se ainda está rápida.
Agora ponha sua mão direita no ombro e sua esquerda
no lado da pelve perto de você. Incline-se sobre a pessoa
e gaste algum tempo para sentir a energia nela. Estes dois
pontos de maior acúmulo de energia tóxica, a áxila e a vi-
rilha, são áreas de acúmulo de linfa e onde você pode
"captar" a energia do corpo. Este é seu primeiro pon-
to de "leitura". Você deve continuar a inclinar-se sobre
estas áreas com razoável porção de seu peso corporal, pres-
sionando-a para dentro, durante o tempo de duas ou três
de suas respirações. Depois, sem se mover de sua posição,
incline-se sobre o outro lado e pressione os mesmos pontos
com toda a palma de sua mão. A pessoa não deve sentir
qualquer desconforto com sua pressão. Você deve ser capaz
de pressionar "através dele" como se estivesse empurrando
sua energia para o solo e também expulsando as toxinas psí-
quicas e físicas. A sua capacidade de realmente mover a
energia tóxica aumentará com a prática de massagem e com
seu próprio desenvolvimento interior.
Uma vez que você tiver sentido a energia da pessoa
deste modo e tiver sentido seu corpo, vire-a para o outro
lado, colocando suas mãos na cintura dela entre as últimas
O LIVRO DA C U R A NATURAL .235

costelas e a pelve, uma das mãos em cima da outra e puxe


lentamente o tecido mole deste lado do corpo em sua direção.
Isto é para "quebrar" o fluxo de energia no corpo de tal
modo que você possa começar a influenciar o tipo de energia
da pessoa quando sentir-lhe o tono geral das vísceras, espe-
cialmente do intestino grosso. Depois mova a energia do
outro lado do corpo (o lado mais perto de você) na cin-
tura empurrando-a com seus polegares e as mãos transver-
salmente ao corpo, sentindo a energia que flui na pessoa
neste ponto.
Tanto os movimentos de puxar quanto os de empurrar
devem ser feitos com um senso de seu movimento a partir
do ponto um, o centro de seu corpo. Se você empregar so-
mente a força de seus braços, não terá nenhum efeito sobre
a energia da outra pessoa.

Abdome

Comece a apalpar o abdome, pressionando transversalmente


nas três linhas — a linha do centro a partir do esterno até
a pube e uma linha paralela de cada lado desta. Sinta os
diversos órgãos aí, especialmente o fígado, o estômago e os
intestinos. Se o fígado tiver descido abaixo da caixa torácica
e estiver duro ou inchado ou sensível, pode ser sinal de infla-
mação ou outra indisposição. Você deve procurar sentir
a energia no fígado. Isto também se aplica ao estô-
mago e aos intestinos. O intestino grosso passa pelo lado
direito do abdome para a área exatamente abaixo das cos-
telas, cruza o abdome em cima do umbigo, elevando-se sob
o estômago e desce pelo lado esquerdo, como cólon des-
cendente, para o reto.
Um ponto de acupuntura, o ponto de alarme do intes-
tino grosso está localizado mais ou menos a 2,5 cm para a
direita do umbigo. O ponto de alarme é aquele pelo qual
você pode sentir qualquer irritação ou indisposição de um
órgão. A dor produzida pela pressão em qualquer um des-
tes pontos de alarme significará uma disfunção neste meri-
diano particular. Uma quantidade moderada de pressão para
baixo feita com o dedo ou com o polegar direto neste ponto
indicará a condição do intestino grosso.
A área entre o umbigo e a pube é também de grande
importância. É a sede do ponto um (o terceiro chakral. e
236 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

os pontos de acupuntura aí localizados têm forte efeito sobre


todo o corpo. Eles possuem nomes como "Porta da Infân-
cia", "Confluência da Energia Vital", e "Palácio da Medula
Óssea".
Os pontos de alarme localizados nesta área são do in-
testino delgado (VC4), do meridiano do triplo-aquecedor
(VC5), e da bexiga ( V C 3 ) . A química da urina (e portanto
a química de todo o corpo) assim como o sistema regulador
de calor do corpo podem ser controlados por pontos localiza-
dos ao longo desta linha central, chamada o Vaso da Con-
cepção ( V C ) . É o meridiano que se estende do períneo do
corpo até o lábio inferior e que se divide em três seções: a
área entre o períneo e o umbigo governa a função genitu-
rinária, a área do umbigo até o processo xifóide do esterno
(meio do tórax) governa a função digestiva, e a área do
processo xifóide até o lábio inferior governa a função res-
piratória. No centro do esterno, na altura do mamilo, está
um ponto de alarme (VC17) que diagnostica os problemas

VASO DA CONCEPÇÃO
O LIVRO l)A C U R A NATURAL 237

do meridiano do triplo-aquecedor e do meridiano da circula-


ção-sexo. No espaço intercostal (o espaço entre as costelas),
abaixo da costela exatamente sob cada um dos mamilos,
localiza-se o ponto E l 8 , que é o ponto de alarme da vesícula
biliar. No espaço acima da segunda costela por sobre o
mamilo está o ponto E l 5 , que é um ponto de alarme dos
pulmões. Exatamente abaixo da clavícula por sobre a pri-
meira costela, uma ou duas polegadas para o lado até o
centro do corpo, está o terminal do meridiano dos rins, R27.
um ponto de alarme do rim e da vesícula biliar. Existe tam-
bém um ponto de alarme da vesícula biliar, não localizado
em qualquer um dos meridianos básicos, no espaço seguinte
ao espaço intercostal abaixo do E l 8 . Na ponta da décima
primeira costela está o F13, um ponto de alarme do baço.
Na ponta da décima segunda costela está o VB25, que é
um outro ponto de alarme do rim e da vesícula biliar. Cerca
de 2,5 cm ou menos abaixo da ponta do processo xifóide
encontra-se um ponto de alarme do coração, VC14, e cerca
de 5 cm abaixo do processo xifóide está o VC12, um ponto
de alarme do estômago e dos triplo-aquecedores.
Enquanto se apalpa o abdome, deve-se também tomar
conhecimento de qualquer protuberância, rigidez muscular,
dor excessiva pelo contato ou qualquer dor espontânea sem
contato. Você deve também apalpar as coxas, as pernas,
em torno dos joelhos, as panturrilhas, o tornozelo e os pés
em busca de áreas dolorosas e preste atenção nelas quando
tiver de realizar a massagem. A massagem oriental não trata,
no sentido ordinário da palavra; em outras palavras, não
significa diagnóstico e tratamento por um médico profissio-
nal. Você está lidando com energia neste caso e a energia
dirá a você exatamente a espécie de massagem que você
deve proporcionar, exatamente como um massagista sueco
proporcionará massagem adicional em uma área que ele en-
controu mais tensa. Você pode sentir estas áreas e fornecer
a massagem indicada. Este geralmente c um processo de to-
nificação e de reforço. Muitas vezes serve como primeiro
socorro no tratamento de enfermidade aguda. Não é substi-
tutiva entretanto dc diagnóstico médico completo e nunca
se deve pensar nela como tal. Um acupuntor qualificado
pode em alguns casos servi-lo melhor do que um médico oci-
dental experimentado.
238 IX) JARDIM DO HDEN À ERA DE AQUARIUS

No caso de dor espontânea nestes pontos ou de dor


proveniente da pressão superficial, diz-se que o problema do
órgão é estar demasiado yin — isto é, tem um excesso de
energia yin ou está deficiente de energia. A massagem indi-
cada portanto é yang ou estimulação (que é o fator de equi-
líbrio). Sua massagem neste ponto será portanto yang, um
movimento circular muito rápido de duração curta (cerca
de trinta segundos a dois minutos). Empregue seu polegar
ou as pontas dos dedos e não deslize por sobre a pele. De
preferência, mova a pele e a carne por baixo dela como
uma coisa só. Ao longo'da linha central do corpo, nos bra-
ços e nas pernas, a massagem yang tradicionalmente é feita
na direção contrária ao movimento dos ponteiros do relógio.
Entretanto, como os meridianos de acupuntura no corpo são
bilaterais, o lado esquerdo sempre reflete o direito. A dire-
ção do fluxo de energia nos braços e nas pernas contra-
balança este fator bilateral, de tal modo que o movimento
na direção contrária ao dos ponteiros do relógio é
a direção adequada para sua massagem sobre as extremi-
dades. No dorso, entretanto, a massagem yang deve ser feita
em direção do centro do corpo. Por exemplo, a massagem
yang sobre VC4 (o centro do abdome) será na direção con-
trária à dos ponteiros do relógio. Contudo, em outros pontos
do tórax, tanto na frente quanto nas costas, a massagem
yang se fará em direção do centro do corpo — na direção
contrária aos ponteiros do relógio do lado direito e do lado
esquerdo na direção dos ponteiros do relógio. Isto intensi-
fica e estimula uma energia mais densa no meridiano que
está sendo massageado.
A massagem yin é feita nos pontos de alarme (ou ou-
tros pontos relacionados, que são sensíveis à pressão mais
profunda ou que são contraídos. Os músculos espásticos,
os órgãos inflamados, as áreas tóxicas, todos devem rece-
ber massagem yin. Esta é feita com um movimento circular
lento é profundo dos polegares ou das pontas dos dedos. O
movimento é feito em cima do ponto (não deve deslizar so-
bre a pele). Ê de longa duração (dois a cinco minutos). A
direção é a oposta da massagem yang, na direção dos pon-
teiros do relógio, ao longo da linha central e das extremi-
dades, e afastando do centro no dorso. t
Quando tiver terminado o abdome, volte-se para o om-
bro mais perto de você e coloque uma das mãos sobre o
O LIVRO l)A CURA NATURAL 239

ombro enquanto segura o pulso com a outra mão. Levante


o braço, pressione-c para baixo sobre o ombro e as axilas,
e gire o braço em um movimento circular contra a pressão
de sua mão. Sinta qualquer tensão, aderências, bloqueios e
coisas semelhantes e massageie-as suavemente. A pressão
sobre o ombro e as axilas ajudará a quebrar a energia tó-
xica presa na axila. Pressione em torno do pulso e da mão,
sentindo especialmente ao redor da eminência tenar do po-
legar (a parte grande da base do polegar), que lhe propor-
cionará um sentido da quantidade total e da qualidade total
de Ki desta pessoa. Existe aqui um ponto de acupuntura que
não está no quadro, que é um ponto importante "de leitura".
Pode levar muito tempo para você se tornar bastante sensí-
vel até ser capaz de ler o Ki através deste ponto, porém
a prática constante e a experiência com o tempo o conduzi-
rão ao sucesso. Quando você massageia os braços, também
deve ser sensível a quaisquer áreas musculares espásticas e
observe os meridianos que passam através delas. Quando
tiver terminado este braço, mude de lado e repita os mes-
mos movimentos no outro braço. Depois puxe cada dedo
para liberar a energia neles existente. Sinta as pontas dos
dedos criar um sentido do Ki em cada uma e observe os
meridianos de acupuntura que começam ou que terminam
neste dedo. Tornar-se consciente do tono de cada dedo e
da energia que passa através dele é uma outra boa maneira
de procurar o conhecimento da energia do corpo.

Cabeça

Massageie a cabeça e o rosto da mesma maneira como


na massagem sueca (porém sem óleo), permanecendo es-
pecialmente sensível às áreas seguintes:
O canto interno do olho é o primeiro ponto do meri-
diano da bexiga e o ponto onde ele se reúne ao meridiano
do intestino delgado. É um ponto muito bom para liberar a
tensão pela pressão muito suave com as pontas de seus de-
dos mínimos. As glândulas lacrimais repousam aí de modo
que não deve fazer muita pressão.
O canto de fora do olho é o início do meridiano da
vesícula biliar e o ponto onde ele se reúne ao meridiano do
triplo-aquecedor (a confluência de suas energias).
240 IX) JARblM do í:den à URA de aüuarius

O ponto no canto de fora do globo ocular é o último


ponto do meridiano do triplo-aquecedor.
O ponto exatamente na frente do trágus da orelha é
o décimo nono ponto (último ponto) do meridiano do in-
testino delgado.
Exatamente acima do centro do globo ocular, no cen-
tro da testa repousa o ponto quatro do meridiano da vesí-
cula biliar (usado nos problemas de fraqueza da visão).
Dez pontos da cabeça, chamados pontos E (pontos de
alta sensibilidade) por Wilhelm Reich, têm relações com o
delicado tono da energia. Seis deles estão relacionados com
os pontos de acupuntura e se localizam na área da linha do
cabelo. Existem dois de cada lado que pertencem ao meri-
diano da bexiga, lateralmente, B3 e B4 e dois que perten-
cem ao Vaso Governador, medialmente, VC22 e VC23.

E8
VB4

PONTOS "E

Proíbem-se inserções de agulhas no VU22 em crianças de


menos de sete anos de idade, o que significa que para elas
este ponto somente pode ser tratado por meio de massagem
muito superficial. Os dois pontos E finais são os E8, proi-
bidos à punção e o VB4, ambos localizados acima das têm
porás.
Ao longo do topo da cabeça, VG19 e VG20, conheci-
dos como os '"Pontos do Mar da Medula Óssea", são muito
importantes para a concentração da energia de todo o corpo.
Estes pontos são sempre tratados por motivo de um dese-
quilíbrio na energia mental. A pressão sobre VG19 e VG20
tem efeito muito forte sobre todo o organismo. Isto se apli-
ca mais facilmente no final da massagem, quando a pes-
soa está sentada.
O LIVRO DA C U R A NATURAL . 241

Pescoço

Geralmente neste ponto um praticante oriental realizará


liberações cervicais que são muito semelhantes à quiropráti-
ca ocidental e têm mais ou menos o mesmo efeito. Já que
muitos nervos cranianos passam pelo pescoço para o corpo
(além do próprio cordão espinhal), a tensão e os desvios
da coluna espinhal podem produzir, e produzem, grandes
danos. O praticante tem a tarefa de liberar esta tensão e de
ajustar quaisquer subluxações que possam existir. O ajus-
tamento do pescoço permite um fluxo livre de energia em
todo o corpo. Entretanto, esta espécie de trabalho está além
da finalidade de nosso livro. Se você quiser maiores infor-
mações a respeito destes ajustamentos, sugerimos procurar
uma boa escola de quiroprática (depois de ter procurado um
bom quiroprático).

Pernas

No Japão, quando se faz mas-:'gem em uma mulher, você


deve perguntar a ela se consente massagear-lhe as pernas, já
que seria considerado falta de educação levantar a perna de
uma mulher; você pode apenas levantar-lhe o pé por trás.
Entretanto, a não ser que você esteja massageando uma mu-
lher oriental ou uma senhora de idade , você pode agora
massagear as pernas, .com a pessoa deitada de bruços.
Levantando a perna pelo tornozelo e joelho, curve o
joelho para cima todo até o tórax, mantendo sua mão por
trás da articulação do joelho. Pressione o tornozelo contra
a coxa de modo que o joelho fique solto. Depois force e
desdobre-o novamente, colocando o pé contra a parte interna
da coxa oposta, colocando o joelho no lado de baixo.
Segure a parte interna do joelho e a coxa oposta e pressione
para baixo cóm um leve movimento de estiramento.
Massageando agora o pé, curve a borda externa para
baixo na direção da planta, provocando uma liberação e
curve cada dedo para baixo para liberar a primeira falange.
Depois puxe na falange distai para liberar os outros. Como o
dedo grande não se libera facilmente pela flexão, tenha cui-
dado para não provocar alguma dor, tentando curvá-lo com
muita força. De preferência, deve puxar o dedo grande para
liberá-lo. Muitas pessoas têm os pés muito sensíveis, com
242 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

grande quantidade de tensão presa nos dedos. Você pode


ter dificuldades em liberar os dedos, porém se relaxar a
pessoa primeiro por meio de uma pequena massagem (sem
óleo), será capaz de liberar a tensão de todos eles com toda
a facilidade.

Dorso

Faça com que a pessoa se volte e se deite de bruços. As-


segure-se de que está confortável, com o rosto para o lado
e as pernas esticadas (os dedos apontando para dentro, os
calcanhares para fora). Suas mãos devem estar colocadas
nos lados do corpo ou perto do rosto, com os cotovelos flec-
tidos. Peça-lhe para inspirar toda vez que você retirar as
mãos de suas costas e expirar cada vez que você pressionar.
Faça com que se concentre nas inspirações. Ajoelhan-
do-se à sua esquerda, com as costas retas e a consciência
concentrada em seu ponto um, incline-se sobre suas costas,
com a mão direita sobre a crista posterior do ílio (lado di-
reito) e a mão esquerda sobre a escápula esquerda. Sinta
suas mãos e os braços afastarem-se enquanto você pressiona o
peso de seu corpo para baixo. Mantenha a posição para sua
expiração completa. Depois passe suas mãos em volta de tal
modo que sua mão esquerda esteja na escápula direita e
sua mão direita no lado esquerdo da pelve. Repita o mesmo
movimento, massageando lentamente o lado direito da colu-
na espinhal com sua mão esquerda, pressionando e liberando
toda a parte de baixo, em ritmo com sua respiração. Em
seguida, movimente sua mão direita para o lado direito da
pelve e massageie o lado esquerdo da coluna espinhal do
mesmo modo. Enquanto você massageia as costas, mantenha
a consciência de sua própria energia e permaneça concen-
trado e sensível.
Agora coloque suas mãos, uma em cima da outra, no
lado direito e na parte inferior das costas e pressione reto
para baixo. Depois, levante suas mãos completamente do
corpo, eleve-as alguns centímetros e pressione de novo. Mas-
sageie todo o dorso desta maneira. De tempos em tempos,
levante as mãos, mova-as com um leve movimento de es-
cova alguns centímetros para baixo nas costas, de maneira
que na ocasião em que suas mãos deixam a pele do paciente
elas se moverão três ou quatro polegadas para baixo. Assim,
O LIVRO DA C U R A NATURAL .243

você se movimenta para cima e escova para baixo. Este


movimento acalma a energia do sistema nervoso quando pas-
sa através do meridiano da bexiga, que corre por baixo das
costas.
Quando tiver terminado ambos os lados da coluna es-
pinhal, faça força e coloque sua mão direita por baixo do
quadril direito de modo que você possa elevá-lo inclinando-
se para baixo. Coloque sua mão esquerda por sobre a área
da décima, undécima e duodécima costelas do lado direito.
Quando a pessoa inspirar, levante o quadril direito tão alto
quanto puder fa^ê-lo confortavelmente sem levantar seus
ombros e abaixe os quadris quando expirar, pressionando
firmemente no lado com sua mão esquerda. Isto estenderá
e relaxará todos os músculos das costas e do abdome (sen-
do os principais deles o transverso, o oblíquo externo e o
oblíquo interno e os músculos eretores da espinha). Faça
isto de cada lado por dez a vinte vezes, dependendo do vo-
lume de tensão existente na pessoa. Para realizar este movi-
mento, mova para trás e para frente com seus braços retos de
modo a utilizar os músculos de suas costas ao invés de seus
braços.
Agora faça a pessoa sentar-se com as pernas abertas e
de pé com os joelhos curvados, inclinando-se para a frente
de tal modo que seus cotovelos pressionem contra as partes
internas de seu joelho. Depois ponha seus polegares de cada
lado da coluna espinhal, pressionando-a nos músculos para-
espinhais (o grupo de eretores da espinha). Estes músculos,
que movimentam e mantêm a coluna espinhal, estão comu-
mente em uma área de grande tensão. Mais ainda, os ner-
vos espinhais passam através desta área para todas as partes
do corpo. Usando o peso de seu corpo, pressione firme e
continuamente de um modo reto para baixo, estendendo o
seu Ki profundamente no corpo. Este tipo de movimento
chamado shiatzu, é uma forma de massagem japonesa muito
benéfica para a tensão e debilidade musculares. Mova-se
para cima ao longo da coluna espinhal desta maneira, expi-
rando e inspirando em harmonia com a respiração da pes-
soa que está sendo massageada, estendendo seu Ki cada
vez mais profundamente nela para suavizar os nervos en-
quanto estimula o fluxo de energia. Sua pressão não deve
ser excessiva, os seus polegares começarão a tremer. Eles
devem permanecer mais ou menos retos. Quando você pro-
244 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

gride para cima em todo o dorso deste modo, encontrará


algumas áreas mais tensas do que outras. Uma área muito
comum de extrema tensão é o meio das costas, que é área
de manutenção de medo e de cólera. Faça alguma massagem
extra nestas áreas e prossiga para a parte superior da re-
gião torácica acima da escápula no ponto em que você em-
pregará os quatro dedos de cada mão para pressionar em
cima e em torno dos ombros de modo semelhante àquele
com que você progrediu nas costas.
Agora ponha as palmas de ambas as mãos sobre a co-
luna espinhal na décima segunda vértebra torácica e mas-
sageie-a para cima das costas, pressionando cada vértebra
com uma pressão forte para baixo, levemente dirigida para
a cabeça. Diga à pessoa para expelir o ar a cada pressão
que você fizer para baixo.
Ê muito importante para você que a pessoa se deixe le-
var sem qualquer resistência consciente a seus movimentos;
de outra maneira, você pode prejudicá-la. Diga-lhe para
continuar a respirar profundamente e a relaxar, bem como
deixar-se ir a cada vez que você pressionar para baixo. Se
achar que ele resiste inconscientemente ou que não pode
"deixar-se levar" bastante para que você possa livremente
massageá-lo, deixe de realizar aqueles movimentos que po-
deriam ser perigosos, tais como a pressão sobre a coluna
espinhal. Em vez disto, em um segundo tempo, faça o shiatzu
ao longo da coluna espinhal.
Agora fique de pé sobre as partes superiores das coxas
da pessoa, diretamente sob as sádegas (e distante dos joe-
lhos), segurando-se em uma cadeira para manter seu equi-
líbrio se for necessário. Ande muito lentamente para cima

ANDAWOO SOBRE AS COXAS


O LIVRO DA C U R A NATURAL .245

e para baixo no lugar, levantando e baixando seus pés de


modo que a cada passo você sinta que se torna um
pouco mais pesado. Seus passos devem ser muito lentos
e rítmicos. Isto é muito suavizante para o sistema nervoso
e quebra grande parte da tensão fixada nas nádegas e nas
coxas. Se não houver dor, faça trinta a quarenta passos desta
maneira; do contrário, somente dez ou doze até o momento
em que houver reclamação.
Agora fique de pé sobre os pés da pessoa, de frente
para a pessoa, com o arco de seu pé pressionando o dele e
seus dedos no chão. Regule a quantidade de peso que você
coloca sobre os pés dele inclinando-se mais ou menos para
a frente de modo a impor quantidades variáveis de peso so-
bre seus dedos. Assegure-se de que os dedos dele estão apon-
tando para dentro e os calcanhares para fora antes de cami-
nhar sobre seus pés desta maneira. Isto expulsa as toxinas
e aumenta o fluxo de energia nos pés. Por causa da exis-
tência de muitos centros de reflexos aí, a estimulação pró-
pria do fluxo de energia nos pés tem um forte efeito sobre
todo o corpo. Você encontrará os tornozelos e os pés sensí-
veis nas pessoas que possuem distúrbios nervosos, hepáticos
e urinários.
Em seguida, fique de pé ao lado, com as suas costas
voltadas para ele, com um pé sobre a planta do pé dele e
seu outro pé sobre o tornozelo. Caminhe lentamente para
cima e para baixo, imprimindo peso bastante sobre o tor-
nozelo e o pé para produzir um movimento da energia e
do sangue, porém não tanto que cause muitas dores. Esta
parte estará um pouco dolorosa em muitas pessoas que têm
perturbações urinárias e problemas do sistema nervoso de
modo que você deve ajustar sua pressão de acordo. Entre-
tanto, é muito benéfico para estes distúrbios, sendo im-
portante exercer pressão bastante exata para produzir alte-
ração nesta condição toda vez que fizer a massagem.
Você pode continuar este trabalho com golpes (uma
forma de pancadinhas) sobre a espinha, concentrando-se na
sétima vértebra cervical; na terceira, sexta e duodécima vér-
tebras torácicas; na quarta vértebra lombar; e no sacro.
Este é um movimento do tipo martelo realizado somente com
uma das mãos, batendo lentamente como se sua mão fosse
feita de massa de padeiro, muito frouxa e pesada. Deixe-a
cair nas costas com um pouco mais do que seu próprio peso
246 DO JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARlUS

e mantenha-a aí; não a levante reta como se quisesse reco-


lher um soco violento (golpe de caratê). Em outras pala-
vras, deixe a mão no lugar quando ela golpear as costas
e sinta seu afundamento direto para baixo. O efeito é um
pouco semelhante ao arremeço de argila contra uma parede.
A ação estimula os nervos espinhais e os pontos de acupun-
tura nestas áreas.
Se você julgar que o movimento do golpe é forte de-
mais pode substituí-lo por um golpe em forma de taça: o
mesmo movimento com uma mão em forma de taça profun-
da. O som e a ação criados devem ser muito ocos, você
não deve dar palmadas nas costas da pessoa com a palma
da mão aberta.
Agora peça à pessoa que se sente. Fique de pé atrás,
apoiando o pesso de suas costas com seus joelhos cur-
vados se for necessário. Pressione profundamente com seüs
polegares a área do ombro (acima da escápula) e a base
do pescoço. Muitas pessoas trazem uma tremenda quanti-
dade de tensão em seu pescoço e sobre os ombros, e você
pode massagear esta área com pressão profunda e firme, em-
bora suave. Em seguida pressione para baixo ao longo da
área entre os processos espinhais de cada vértebra e a borda
medial da escápula, afrouxando e massageando o trapézio,
os músculos eretores da espinha, e os rombóides maior e
menor. É sempre necessário que se dê uma atenção adicional
a esta área por causa da grande quantidade de tensão que
geralmente carrega. A pressão no ponto de acupuntura ID11
no centro da escápula, dá a você uma boa idéia de condição
do intestino delgado. Se existir muita tensão nestes músculos,
você saberá que existe irritação de alguma espécie no intes-
tino delgado, possivelmente crônica, causada por hábitos ali-
mentares ruins. O ponto ID10 que é lateral ao ID11 e está
diretamente embaixo da espinha da escápula quando se jun-
ta à cabeça do húmero é um ponto associado a todo o
braço e muitas vezes é tratado nos problemas do braço.
Se a pessoa tem tensão nos ombros, tensão no braço ne-
vralgia ou coisas semelhantes indica-se a massagem sedativa
neste ponto.
Agora pressione todos os dedos (excluindo o polegar)
de ambas as mãos ao longo do topo da cabeça no Vaso
Governador, muito concentrado em você mesmo e muito
aberto à energia da natureza-que passa através de você. Fique
O L I V R O DA C U R A NATURAL . 247

de joelhos atrás da pessoa, seus dedos pressionando a cabeça


dela durante cerca de vinte a trinta segundos, com o senti-
mento geral e o pensamesto de permitir que seu Ki flua livre-
mente através dela para regular todo o equilíbrio de energia
em seu corpo. Então, movimente de leve suas mãos para o
lado, ao longo dos meridianos da bexiga e da vesícula biliar
e para baixo nas têmporas e nas costas assim como no lado
da cabeça, parando brevemente em cada área, de modo a
sentir a energia de toda a cabeça e repousando suas mãos
mais longamente onde mais trabalho for exigido. Deve-se
fazer muito pouca fricção no topo da cabeça, quase sempre
pressão.
Depois apóie a fronte com uma das suas mãos e pres-
sione por baixo do osso occipital, em todas as áreas de ten-
são ao longo de uma linha exatamente por baixo do crânio.
Existem muitos linfonodos nesta área e a pressão profunda
relaxará a pessoa, embora aí também encontre muitas vezes
partes dolorosas. Isto nutrirá uma área que gasta muito
tempo de trabalho recebendo muito pouco alimento por cau-
sa da tensão que comumente carrega. A drenagem linfática
produzida por sua massagem permitirá um fluxo mais livre
de sangue fresco e de linfa através da cabeça. Os pontos BIO
da bexiga de cada lado são os pontos do "Mar de Energia",
os pontos reguladores da energia geral de todo o corpo. O
VG15, diretamente por trás da protuberância occipital, é o
ponto do "Mar da Medula óssea", regulando a energia mais
profunda no corpo. Tanto o VG19 quanto o VG20, no topo
da cabeça, também são pontos do "Mar da Medula Óssea".
Agora, ajoelhe-se com um só joelho do lado da pessoa,
com o outro joelho em suas costas. Segure a base do pescoço
com uma das mãos e as têmporas com os polegares e os
dedos da outra mão. Gire a cabeça em um círculo plano e
grande enquanto oferece uma contrapressão com a mão no
pescoço. Faça a pessoa inspirar profundamente quando a
cabeça vai para trás e expirar totalmente quando leva a
cabeça para frente. Faça cerca de cinco ou dez círculos em
cada direção. Este é um movimento tremendamente relaxante
e acalmará toda a energia do corpo e da mente.
Faça-a inspirar enquanto puxa a cabeça reto para trás,
pressionando sobre o ponto BIO de cada lado muito pro-
fundamente. Faça isto também separadamente no ponto VG15.
Você pode proporcionar uma leve vibração neste ponto e,
248 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

enquanto ela expira, curve-lhe a cabeça para a frente. Por


último, mantenha a pessoa deitada e relaxe por alguns mi-
nutos.
Esta massagem é em si mesma completa se, durante a
áua realização, você cobrir todos os pontos diagnósticos do
corpo e proporcionar adequadamente a massagem indicada
para todos aqueles pontos. Se feitos como uma medida pre-
paratória para a acupuntura ou simplesmente visando a saú-
de e o tono geral, isto é tudo o que você precisa fazer. A
maioria dos praticantes chineses não faz nada além de rea-
lizar a acupuntura na pessoa depois de tomar o pulso e
examiná-la por outros meios. Julgo, entretanto, que toda
a energia do corpo deve ser transformada se se quiser pro-
duzir um efeito profundo sobre a saúde da pessoa; por este
motivo, recomendo uma massagem oriental completa antes
do primeiro tratamento de acupuntura. O diagnóstico pela
pulsação é sempre o seu primeiro contato com a pessoa. To-
mando novamente o pulso depois da massagem você terá
uma indicação do efeito da massagem. Contudo, lembre-se
de que a mudança será temporária até que você tenha feito
um certo número de massagens deste tipo. Muitos profissio-
nais da acupuntura estão usando cada vez menos agulhas e
confiando mais na massagem com os dedos e nas manipula-
ções . Uma combinação de agulhas é de massagem muitas
vezes pode ser muito eficaz.
Neste capítulo, apresentei uma ligeira introdução ao
assunto da massagem. Pode-se gastar a vida toda neste estu-
do sem aprender sequer dez por cento de todo o conheci-
mento do mundo a respeito desta arte.
Mais importante é aquilo que ainda não se sabe. A ca-
pacidade de curar com as suas mãos é uma parte básica e
vital da herança humana, que foi esquecida há milhares
de anos. Os curadores daquela época passada muitas
Vezes pagaram um alto preço pelo seu sucesso, atraindo para
seus próprios corpos as toxinas que liberavam de outra pes-
soa . Você deve estar aberto à energia do universo como
sua fonte de poder quando toca em outras pessoas para
curar. Quando sua resistência interior a esta fonte se en-
trega conscientemente, seu verdadeiro poder e espírito emer-
girá como a capacidade e o direito inato de curar-se a si
mesmo e a todos aqueles que um dia se colocarem em suas
mãos com esta finalidade.
KUNDALINI

A humanidade está agora no limiar de sua maior realiza-


ção. Finalmente a Segunda Civilização está atingindo seu fim.
A energia de Deus está começando a manifestar-se cada vez
mais forte em milhares e milhares de pessoas por todo o
mundo, para além de sua compreensão e para além do reino
dos valores lógicos ou sociais de nossos tempos. O profundo
espírito interior que se tornou manifesto como a vida huma-
na milhões de anos atrás está mais uma vez realizando seu
trabalho exterior, e como uma corrente subterrânea que de
repente irrompe na superfície para alimentar a todas as coi-
sas vivas que a rodeiam, esta energia primordial logo se
nos tornará conhecida.
Já chegou o tempo de terminar a matança e a destrui-
ção do homem e de seus trabalhos. Chegou o momento de
uma compreensão maior do universo em torno de nós e den-
tro de nós. Estamos nos aproximando da idade do amor do
homem pelo homem.
Quando começar a despontar, a nova idade encontra-
rá resistência na estagnação e no medo que provêm da ig-
norância. Existem aqueles que continuarão a perpetrar os
erros da atual cultura, levantando ainda mais guerras e pre-
ferindo a morte à mudança. Porém, suas ações são simples-
mente os estertores dos últimos dinossauros. Não há mais
jeito de fazer parar o tempo. Cabe a nós, que sentimos o
Deus interior render nossa, resistência a Seu fluxo e evoluir
tranqüilamente. Antes que chegue a Terceira Civilização, a
guerra e o distúrbio atingirão seu pico e, como toda coisa
que cresce, seremos testados pela vida. Não podemos re-
sistir à vida, mas podemos sim deixar que energias mais
251
252 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

profundas e mais fortes vindas do interior sejam capazes de


nos absorver nelas.
Você e eu somos o resultado total de todas as coisas
que se fizeram antes de nós. Em nosso código genético e
em nosso espírito contemos as potencialidades de cada pen-
samento e ação que sempre se realizou na história da hu-
manidade. Nós contemos o mais alto e o mais baixo, o
mais beatífico e o mais diabólico. Somos os portadores da
herança do homem; "arrastando nuvens de glória", cami-
nhamos neste momento para aquele que talvez seja o maior
momento de nossa história. Libertando nossos eus interio-
res permitimos que se realize a verdadeira finalidade de nos-
sa existência, e essa finalidade transcende a todas as coisas
e conceitos que agora conhecemos. Está focalizada na parte
mais alta de nossa natureza. Nossas vidas significam um
processo contínuo de abertura para este eu mais alto. . .
este eu-origem. Significa abrir-nos a nós mesmos ao cosmo
inteiro, permitindo que seu fluxo nos lave e nos liberte e
nos alimente. Quando isto acontecer, a crosta de negativi-
dade que nos envolve pode ser amolecida e liberada para ser
eliminada. Na medida que cada camada é penetrada e des-
cartada, nossas vidas vão se tornando mais livres, mais ho-
nestas e realizadas. Enquanto isto está para acontecer, po-
demos cultivar nossas fontes de energia mais profunda. Atra-
vés do desenvolvimento físico e mental, da i meditação espi-
ritual e da vida natural sadia, proporcionaremos a nossos
sistemas de energia uma oportunidade para sintonizar os
movimentos do cosmo que nos estão levando para a nova
era há tanto tempo esperada. A energia exigida para nossa
evolução neste momento é a mais profunda e a mais pode-
rosa que agora podemos constatar. Esta energia é conhecida
no Oriente como Kundalini.
A energia Kundalini reside em um estado de adormeci-
mento na base da espinha, o sacro (a palavra latina para
"sagrado"). Através da prática de certas técnicas de yoga
e de maneiras de viver, ou através de um nascimento parti-
cularmente "bem dotado", ou às vezes de outros fatores, o
Kundalini pode ser despertado. Então ela se eleva através da
espinha até o chakra da coroa no topo da cabeça. Depois
de algum tempo, o chakra da coroa "amadurece" a partir
de um poderoso alimento proporcionado por esta energia e
começa novamente a descer para o cérebro. Isto catalisa o
O LIVRO DA C U R A NATURAL . 253

desenvolvimento da "consciência cósmica" ou da inspiração


divina. Os exercícios dê meditação números 4 e 5 são desti-
nados a prepará-lo para a elevação da Kundalini.
Alguns intérpretes dos métodos de yoga destinados a
despertar a Kundalini a têm chamado de verdadeira base de
todos os gênios. Durante gerações, os praticantes indianos e
tibetanos consideraram esta energia como a epítome da es-
piritualidade, a realização mais alta possível de um ser hu-
mano. Para eles, era a única ligação com o verdadeiro Eu-
Divino, sua única conexão com a Primeira Civilização. Exis-
tências foram gastas em práticas yogas difíceis no desejo de
fazer elevar esta energia evolutiva poderosa, e aqueles que
foram afortunados bastante para experimentar um completo
despertar da Kundaliini foram considerados como seres di-
vinos, separados da massa da humanidade.
Para nós, aqui e agora, a elevação da Kundalini não
passa de um começo. Ela é tanto essencial à evolução da
humanidade quanto nossos cinco sentidos são para nós nes-
te momento. Quando ela se tiver levantado e permitido que
funcione em tantos de nós quanto for possível, a raça hu-
mana pode evoluir simples e naturalmente e com a cons-
ciência de seu próprio destino. Esta energia será completa-
mente funcional em 144.000 pessoas antes do ano 2000.
Quanto você penetrar em seus níveis de energia mais
profundos, reconhecerá uma parte natural de seu ser que
foi perdida. Isto não pode ser realizado através de drogas
ou por quaisquer meios que não sejam seus próprios esfor-
ços completos. Você pode ser ajudado a encontrar a parte
mais profunda de seu próprio eu e pode mesmo receber uma
visão instantânea de sua natureza. Mas seu próprio estilo
de vida e sua consciência são necessários para realizar um
verdadeiro despertar, que se cumpre pelâ entrega consciente
de sua resistência ao trabalho da força vital dentro de você
mesmo. Quando sua energia mais profunda despertar e co-
meçar a caminhar para o alto da espinha, produzirá diver-
sos movimentos que terão lugar em seu corpo e realizarão
alterações em sua própria constituição (atitudes, energia se-
xual, sensibilidade etc.). Os movimentos físicos são pro-
duzidos pela liberação da energia profunda à medida que se
opõe à resistência proveniente dos bloqueios em sua psique.
Estes movimentos são completameste naturais e não devem
ser temidos. À medida que seu sistema elimina seus bio-
254 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

queios e sua tensão profunda, estes movimentos diminuirão e


desaparecerão sem qualquer necessidade de controle de sua
parte. Todo seu ser precisa conscientemente deixar-se ir e
abrir-se a si mesmo para níveis mais profundos de energia
e perseverar em seus esforços em busca do desenvolvimento.
Para começar este processo evolutivo, deve-se assumir
uma maneira de vida totalmente focalizada sobre o desenvol-
vimento. Quando estiver desenvolvida a consciência de seu
eu interior, você compreenderá que esta realização somente
vem através de sua entrega. Este processo é simples e com-
pletamente natural. Ele simplesmente permaneceu desconhe-
cido para a maioria da humanidade durante a Segunda Ci-
vilização. Como um sexto sentido sobre o qual nada sabe-
mos, ele se manteve adormecido esperando sua ressurrei-
ção. Quando despertar, ele desabrochará lenta e tão comple-
tamente quanto seu vaso — você — o permitir. Assim como
uma mulher grávida deve comer conscientemente, dormir
conscientemente e por outro lado agir de maneira positiva
para dar à luz uma pessoa verdadeiramente sadia, assim você
deve conscientemente alimentar seu ser interior para deixá-
lo crescer adequadamente e apresentar seu verdadeiro eu. Do
mesmo modo que a mãe deve ser rigorosa na boa alimenta-
ção de seu filho, você deve ser rigoroso e completo em seus
esforços em busca de seu desabrochar. Desta maneira, os
centros espirituais em seu corpo nascerão para a vida e rea-
lizarão as funções para as quais foram feitos. Sua vida en-
tão mudará, quando você atrair expressões mais altas de
sua energia e quando compreender seu verdadeiro eu dentro
de si mesmo.
A força que você descobrirá quando penetrar em seus
níveis mais profundos será devida a um aumento em seu
fluxo total de energia. Esta energia primordial e primitiva
liberada em seu sistema significa para você uma evolução
produtiva^ e positiva na direção de um estado mais alto de
ser. Se você usar indevidamente esta energia, eventualmente
ela se expandirá para além das capacidades de sua consciên-
cia; e sendo incapaz de contê-la, você se verá rasgado por sua
própria força. O seu ego e sua personalidade podem começar
a tomar posse, e lentamente sua força se tornará uma "força
de vontade" em vez de uma entrega a seu verdadeiro eu.
Lord Acton disse que "o poder tende a corromper e o po-
der absoluto corrompe absolutamente". Somente uma libe-
O L I V R O DA C U R A NATURAL .255

ração honesta e sincera de seus valores menores permitirão


que você continue a desenvolver-se. O poder que você desen-
volve através da elevação da Kundalini torna-se terrível. Ne-
cessita-se de um verdadeiro e profundo desejo do próprio
eu-origem para resguardar-se de ser enlaçado em padrões ne-
gativos de outras manipulações. Este compromisso para com
seu verdadeiro eu deve ser renovado diariamente pela lem-
brança de quem você é e sendo verdadeiro para com isto.

MESTRES E AMIGOS

As pessoas que estão em torno de você são reflexos de seu


eu. Por suas reações a você, elas mostram a maneira pela
qual você a elas se apresenta. Você cresce pelo esvaziamento
de sua resistência aos outros, que é sua resistência à visão
objetiva dentro de você mesmo. Uma vez que você venha
a liberar sua resistência a si mesmo, suas interações com os
outros mudarão.
Cada ser humano nesta terra serve à vida e servindo à
vida, também serve a tudo o que a vida contém. Seja dentro
de sua natureza, seja dentro de cada célula de seu corpo. O
máximo que a vida tem para oferecer é a realização com-
pleta. Esta realização está restrita e reprimida pela resistên-
cia e pela tensão. O barómetro que mostra sua própria ten-
são encontra-se na pessoa que está perto de você. Por este
motivo é necessário que você deixe ir e permita que os
outros sejam catalisadores de seu crescimento. Quando você
abandona sua resistência a um outro ser humano, também
abandona sua resistência a si mesmo.
Se você se achar irritado, ofendido ou intolerante cons-
tantemente para com os outros, olhe para sua própria natu-
reza e encontrará a base destas formas de negatividade em
você mesmo. O que você acha de mais perturbador nos
outros é muitas vezes na verdade o mesmo traço que sobres-
sai tão alto em você. Por este motivo você se torna emo-
cionalmente descontrolado por causa dos outros. Para crescer
espiritualmente, você deve quebrar a resistência a seu eu-ori-
gem e aceitar com amor todos os traços de seu ser, reco-
nhecendo todo o tempo que as características negativas são
parte de sua crosta superficial e se transformarão em um
fluxo de pura energia quando você "deixar ir" e abrir-se
a seu eu-origem. Assim fazendo, você se torna capaz de
256 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

aceitar a todas as pessoas, que são na verdade aspectos da


mesma energia universal.
A tradição do guru (mestre e guia espiritual) deve ter
começado com este conceito. O estudante "entrega-se" com-
pletamente ao guru e olha-o como sua fonte de força. O
mestre, por sua vez, proporciona o amor, o alimento e a
sabedoria ao estudante e o orienta em sua jornada. Embora
este sistema tenha sido parte da tradição da Segunda Civi-
lização, na verdade deixa muito a desejar. Tem valor ines-
timável para o estudante ser capaz de submeter-se totalmen-
te a um outro ser humano, renunciar a seu sentido do eu
e mostrar-se submisso aos pés do guru. Porém, todo homem
é um guru para você mesmo se você encontrou seu eu in-
terior. Então, você aprenderá de muitas pessoas e encon-
trará uma demanda interior constante para sua honestidade,
sinceridade e espontaneidade. Como o guru está sempre dian-
te de você, assim ele está dentro de você. . .
Quando o fluxo entre você mesmo e os outros é com-
pleto, você começará a criar a Terceira Civilização que al-
gum dia proporcionará a mesma comunicação livre de es-
pírito como o fez na Primeira Civilização. Quando você pu-
der comunicar-se sem as barreiras da linguagem e puder ob-
servar que cada homem não passa da expressão de seu pró-
prio ser, você se tornará livre, você retornará a seu verda-
deiro estado. O fluxo integrado de energia dentro de você
se espalhará para aqueles que estão a sua volta e atingirá
a outros seres humanos em todo o mundo, exatamente como
o fluxo deles passará através de você, completando-o. Se-
melhante às facetas de uma jóia delicada, a humanidade se
destina a completar-se a si mesma, através de si mesma e a
tornar-se uma.
Na segunda era houve muitos grandes mestres. Eles
mantiveram a chama viva quando o mundo percorria seu
caminho mais escuro. Agora, a chama se espalha e começa
a arder nos corações das pessoas em todos os níveis de vida.
A raça humana está evoluindo. Nós estamos no final de uma
idade e no início de nossa maior liberdade. Todos os gran-
des santos de todas as idades se unirão a você quando você
se abrir a seu verdadeiro eu. Cristo, Buda, Moisés, Maomé,
todos pertencem à Segunda Civilização. Aqui e agora exis-
te apenas UM — e este um é você.
APÊNDICES
Apêndice I

PLANTAS

O emprego de plantas provavelmente é a forma mais antiga


e fundamental de terapêutica médica da terra. Todo animal
em seu estado selvagem instintivamente come certas plantas
para a saúde, para equilibrar os efeitos das estações e para
aliviar a doença. O uso de plantas na medicina human tem
sido do mesmo modo universal durante muitos séculos. Foi
somente no século XVII que a medicina começou a se se-
parar da botânica. Em nosso século esta separação se com-
pletou quando se disseminou o emprego de anitibióticos e
de remédios patenteados. Os efeitos secundários de muitas
destas drogas hoje são evidentes, fazendo voltar portanto
nossa atenção para os métodos de tratamento mais seguros
e mais naturais, dos quais não se possa esperar que pre-
judiquem.
A confiança nas plantas é algo que se conhece em todo
o mundo. Elas são menos práticas do que as pílulas, desde
que exigem tempo de preparo e mais espaço para guardar.
Entretanto, a relutância em tomar quaisquer medidas que
sejam necessárias (embora inconvenientes) para se tratar de
si mesmo é um indício da inconsciência que colocou o mun-
do moderno na posição em que hoje se encontra.
Quando você tiver aprendido as propriedades destas plan-
tas e tiver começado a usá-las conscientemente (combinadas
com todos os outros fatores que proporcionem saúde), você
compreenderá como é simples esvaziar seu armário de re-
médios e liberar-se da doença. Bem usadas, as plantas, alia-
das a um bom senso na alimentação podem aliviar 80 por
cento das condições que atualmente custam às pessoas bi-
lhões de dólares a cada ano.

259
260 DO JARDIM DO I.DEN À URA DP. AQUARIUS

Você pode encontrar a maioria das plantas que aqui


apresentamos nas farmácias locais especializadas em flora
medicinal ou nas casas de produtos naturais. Ê uma boa
idéia comparar os preços — eles variam consideravelmente
de um revendedor para outro. As ervas empacotadas em
forma de saquinhos de chá também custam mais caro do
que as plantas soltas, e o custo adicional geralmente não é
vantajoso a menos que suas condições de vida sejam tais
que a conveniência adicional dos sacos seja necessária. Você
pode colocar as ervas em qualquer vasilha seca, tendo o
cuidado sempre de afastá-la da luz solar muito forte.
Todas as plantas que apresentamos mais adiante po-
dem ser tomadas como chá, a menos que se especifique ex-
pressamente uma outra maneira. Elas são muitas vezes bem
saborosas e são muito eficazes para os distúrbios assina-
lados .
Para fazer um chá, mergulhe as folhas em água ferven-
do (em geral uma porção de erva que caiba numa colher
de chá para um copo de água) durante vinte minutos; as
raízes e a casca devem ser lentamente fervidas pelo menos
durante meia hora. As plantas medicinais nunca devem ser
cozidas e jamais devem ser preparadas em utensílios de alu-
mínio.
Os chás em geral são facilmente absorvidos pelo corpo
quando usados em enemas, depois de um enema de água
clara para purificar as vísceras. O chá deve permanecer nos
intestinos cerca de dez minutos.
As propriedades medicinais da maioria das plantas tam-
bém podem ser aproveitadas pela fabricação de tinturas em
álcool. Estas tinturas penetram na corrente sangüínea e nos
tecidos mais rapidamente do que o fazem os chás. Tritura-se
uma quantidade de planta seca até se tornar um fino pó;
as plantas ainda verdes são trituradas até se tornarem uma
pasta. A tintura consiste em duas partes de vinho ou de
aguardente para uma parte de planta. Às vezes adiciona-se
um pouco de água. Tampa-se a mistura que é colocada em
um lugar escuro durante quatorze dias. Neste tempo a gar-
rafa deve ser agitada uma vez por dia. Depois de quatorze
dias, a mistura é coada e jogam-se fora os resíduos. A por-
ção líquida, a tintura, pode ser eficaz em quantidades muito
pequenas. Por exemplo, a tintura de botão-de-ouro ou de
dente-de-leão pode ser tomada para perturbações crônicas do
O L.IVRO DA C U R A N A T U R A I . 261

fígado ou dos rins na proporção de quatro gotas três vezes


ao dia por período de duas semanas a vários meses. Este
regime atua lenta e eficazmente no sentido de aliviar as con-
gestões e as inflamações crônicas destes órgãos.
Boa parte do material apresentado adiante provém de
excelentes livros sobre ervas e suas virtudes medicinais co-
mo o de Jethro Kloss, Back to Eden e o de Mrs. M. Grieve,
A Modem Herbal, que coloquei na bibliografia.

Definições de
Propriedades Medicinais de Ervas
Adstringente: que causa contração e que faz parar a eva-
cuação
Afrodisíaco: que excita o desejo sexual
Alterativo: que produz uma mudança saudável
Anódino: que alivia a dor
Anti-hermíntico: que expele os vermes
Antibilioso: que age sobre a bile, que alivia a biliosidade
Antiemético: que faz cessar o vômito
Antiepilético: que faz cessar os espasmos
Antilítico: que evita a formação de cálculos nos órgãos uri-
nários
Antiperiódico: que pára os movimentos periódicos mórbidos
Antiflogístico: que age contra a inflamação
Antirreumático: que alivia ou que cura o reumatismo
Antiscorbútico: que cura ou evita o escorbuto
Anti-séptico: oposto a putrefação
Antispasmódico: que alivia ou evita os espasmos
Anti-sifilítico: que tem um efeito sobre ou que cura as
doenças venéreas
Aperiente: levemente laxativo
Aromático: estimulante, picante
Carminativo: que expele vento das vísceras
Catártico: evacuador das vísceras
Cefálico: usado nas doenças da cabeça
Colagogo: que aumenta o fluxo de bile
Condimento: que melhora o sabor do alimento
Demulcente: que suaviza, que alivia a inflamação
Desobstruente: que remove as obstruções
262 DO JARDIM DO I . D E N À URA DP. AQUARIUS

Depilatório: que remove o pêlo


Depurativo: que purifica o sangue
Detergente: que purifica das bolhas, úlceras e feridas
Diaforético: que produz perspiração (transpiração)
Dispersivo: que dissolve e que remove os tumores
Diurético: que aumenta a secreção e o fluxo urinário
Emético: que produz vômitos
Emenagogo: que promove o fluxo menstrual
Emoliente: que amolece e que abranda as partes inflamadas
Esculento: alimentício
Estimulante: que produz aumento temporário na atividade
vital
Estíptico: que faz parar a hemorragia e o sangramento
Estomáquico: que reforça e proporciona o tono ao estô-
mago
Exantematoso: que serve para as erupções e doenças cutâ-
neas
Expectorante: que ajuda a expectoração
Farináceo: que tem a consistêneia da farinha ou do pol-
vilho
Febrífugo: que abate e diminui as febres
Galactagogo: que promove a secreção de leite
Hepático: relativo ao fígado; que serve como remédio para
as doenças do fígado
Herpético: que serve de remédio para erupções cutâneas,
micoses, etc.
Laxativo: que promove a ação das vísceras
Litontríptico: que dissolve os cálculos nos órgãos urinários
Maturação: amadurecimento ou apresentação de bolhas, tu-
mores e úlceras na cabeça
Mucilaginoso: que suaviza as partes inflamadas
Nauseante: que produz náuseas
Nervino: que age especificamente sobre o sistema nervoso,
tranqüilizando a excitação nervosa
Oftálmico: remédio para as doenças do olho
Parturiente: que induz e promove o trabalho de parto ao
nascimento
Peitoral: que alivia as infecções do tórax
Proliferante: que produz rápido crescimento de partes ou
de células
Refrigerante: que diminui a temperatura
Resolutivo: que dissolve e que remove os tumores
O L.IVRO D A C U R A N A T U R A I . 263

Rubefaciente: que aumenta a circulação, produzindo enru-


bescimento da pele
Sedativo: que acalma os nervos
Sialagogo: que aumenta a secreção de saliva
Sudorífico: que produz transpiração profusa
Tônico: revigorante e fortificante
Vermífugo: que expele os vermes
Vulnerário: eficaz para curar feridas

Tônicos
Os tônicos são agentes que podem ser usados para for-
tificar seu organismo. Na lista a seguir, os nomes em itálico
sãp os tônicos especialmente recomendados.

Ervas Tônicas

Lírio branco ou do brejo, eupatório, gengibre, pimenta


comprida, raiz amarga, escrofulária, casca de álamo, botão-
de-ouro, salgueiro branco, marroio preto, giesta, quebra-febre,
consolda, gnafálio, hera-terrestre, ênula-campana, dente-de-
leão, valeriana, barba-de-bode, visco, folhas-de-framboeza-
vermelha, mil-folhas, salva, verbena, camomila, botão-gigan-
te-de-salomão, ginseng.

Tônicos Específicos dos Nervos

Botão-de-ouro (um dos melhores tônicos do sistema nervoso


e poderoso purificador das membranas mucosas), salgueiro
branco, coifa, valeriana (Jehro KIoss recomenda tomar o tô-
nico de valeriana fria muitas vezes durante o dia), visco,
partes iguais de betônica brava, agrimônia.
Tônico dos Pulmões

A mistura de uma colher de chá cheia de consolda,


marroio-negro, gnafólio, hera-terrestre, raiz de gengibre e a
metade de uma colher de chá de pimenta comprida.

Tônico Contra a Debilidade Geral e Perda de Apetite

Dente-de-leão, hera-terrestre, barba-de-bode, artemísia,


betônica brava, agrimônia, pimenta comprida, escrofulária,
264 •DO JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

casca de álamo, marroio-negro, giesta, mil-folhas, salva eu-


patório.

Tônicos Calmantes

Camomila, Valeriana, verbena, hamamélis, losna (absín-


tio).

Plantas Principais e Seus Usos


Absíntio
(Artemisia absinthium)

P A R T E S USADAS: toda a planta


PROPRIEDADES MEDICINAIS: aromático, tônico, anti-séptico,
febrífugo, estomáquico, anti-helmíntico, nervino
BOM PARA: distúrbios biliares e hepáticos, icterícia, febres
intermitentes, para expelir os vermes, para diarréia crô-
nica, flatulência, digestão difícil e para acalmar os ner-
vos

Uso: jomentações para o reumatismo, inchações, e contu-


sões

O absíntio pode ser usado para afastar as traças das


roupas.

Algodoeiro-Silvestre
(Asclepias syriaca)

PARTE USADA: raiz

PROPRIEDADES MEDICINAIS: emérito, purgativo, alterativo,


diurético, tônico, anódino

BOM PARA: problemas menstruais, distúrbios das vísceras e


dos rins, asma, perturbações estomacais, condições es-
crofulosas do sangue, cálculos biliares, tifo com catarro
(produz expectoração e alivia a tosse), aumenta o fluxo
urinário)
O L.IVRO DA CURA NATURAI. 265

Uso: fomentações (com massagem simultânea) para con-


gestão hepática

A raiz fervida do algodoeiro-silvestre tem um sabor se-


melhante ao aspargo.

Alho
(Allium sativum)

PARTE USADA: bulbo


PROPRIEDADES MEDICINAIS: diaforético, diurético, expecto-
rante, estimulante, estomáquico, anti-séptico, anti-hermín-
tico, carminativo
BOM PARA: pressão arterial alta, tuberculose, feridas infec-
tadas, edemas, resfriados, vermes intestinais

Usos: suco preparado fresco serve para distúrbios intesti-


nais
suco natural para fazer cessar o crescimento de células can-
cerosas
óleo de alho, suco de cebola fresca e água no uso interno
(10-25 gotas a cada quatro horas), para as infecções
respiratórias
mistura de óleo no nariz para nariz entupido e coriza
dente de alho fixado em cada lado da boca entre os dentes
e a língua é bom para os resfriados

Altéia
(Althaea officinalis)

PARTES USADAS: raiz, folhas, flores

PROPRIEDADES MEDICINAIS: diurética, demulcente, mucilagi-


nosa, emoliente

Usos: cataplasma de folhas novas mergulhadas; em água


quente: para hipersensibilidade e inflamação
chá (ferva lentamente uma colher de sopa de altéia em um
copo de água durante 10 minutos e deixe-o ficar esfrian-
do; beba um ou dois copos cheios por dia) para in-
flamação e irritação do canal alimentar, dos aparelhos
266 •DO JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

urinário e respiratório (problemas pulmonares, rouqui-


dão, catarro, diarréia, disenteria, cálculos ,distúrbios re-
nais), e para banhar os olhos inflamados
decocção (coloque 120 g de raiz seca em cinco canecas de
água, ferva as raízes até que a água chegue a três ca-
necas e depois passe na peneira — não deve tornár-se
muito espessa e viscosa) para substituir o muco natural
raspado dos intestinos, para queixas de dores nos ór-
gãos urinários, para relaxar e curar as contusões, deslo-
camentos, dores musculares ou dos tendões
raiz transformada em pó e fervida no leite para a hemorragia
dos órgãos urinários, e disenteria
raiz transformada em pó e fervida no vinho para doenças do
peito
cataplasma de folhas novas mergulhadas em água quente
para diminuir a inflamação
folhas esmagadas que se friccionam no ponto das picadas de
abelhas, socadas com salitre para extrair espinhos
flores, fervidas na água e no óleo, com um pouco de mel
e de alume, como gargarejo para infecções da garganta.

Artemísia
(Artemísia vulgar is)

P A R T E S USADAS: toda a planta

PROPRIEDADES MEDICINAIS: emenagoga, anti-epiléptica, esti-


mulante, ligeiramente tônica, nervina, diurética, diaforé-
tica

BOA PARA: rins e bexiga, aumento do fluxo urinário, febre,


gota, reumatismo, dores agudas nos intestinos e no es-
tômago, paralisia, convulsões, todos os problemas dos
genitais, contusões, abscessos

Usos: chá (2 a 3 copos por dia) para a menstruação su-


primida
fomentação para contusões e abscessos

As folhas de artemísia sozinhas são chamadas de "mo-


xa" e são empregadas como parte do tratamento de acupun-
tura.
O L.IVRO DA CURA NATURAI. 267

Bardana
(Arctium lappa)

PARTES USADAS: raiz, folhas, sementes. Droga oficial: raiz


seca

PROPRIEDADES MEDICINAIS: raiz: diurético, depilatório, al-


terativo, diaforético
folhas: supurativas
semente: alterativa, diurética

BOA PARA: gota, reumatismo, escrófulas, feridas cancerosas,


sífilis, dores ciáticas, gonorréia, lepra, emagrecimento,
268 •DO JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

escorbuto, distúrbios renais, cataplasmas dos pés, com-


plicações histéricas, úlceras antigas e feridas, contração
dos tendões ou retrações de artérias, queimaduras

Usos: fomentação quente do chá para inchações


unguento para erupções cutâneas, queimaduras, feridas, in-
chações hemorróidas
cataplasmas de folhas para tumores, inchações gotosas, con-
tusões, superfícies inflamadas
semente esmagada no vinho para dor ciática
suco para purificar o sangue, para picadas de cobras, apen-
dicite
chá para todas as indicações internas acima
A bardana é um dos purificadores naturais do sangue
mais fortes que se conhece. Um jejum de dez dias durante
os quais se bebe um copo cheio de extrato fresco de suco
de bardana duas vezes por dia, é a melhor maneira de purifi-
car totalmente o sangue.

Botão-de-Ouro
(Hydrastis canadensis)

PARTE USADA: raiz

PROPRIEDADES MEDICINAIS: laxativo, tônico, alterativo, de-


tergente oftálmico ,antiperiódico, aperiente, diurético, an-
ti-séptico, desobstruente

BOM PARA: resfriados, infecções bacterianas e por vírus, dis-


túrbios estomacais e hepáticos, prisão de ventre habi-
tual, circulação nivelada, todas as condições catarrais
da mucosa (garganta, vias nasais, brônquios, intestinos, es-
tômago, bexiga, etc.), hemorróidas

Usos: uma colher de sopa seis vezes ao dia para náusea


durante a gravidez
combinado com coifa e pimentão para o coração
chá, escovado nos dentes e nas gengivas para a piorréia ou
inflamação das gengivas
chá, injetado com cateter de borracha (por um médico ou
enfermeira) duas a três vezes por dia, logo depois de
O L.IVRO DA CURA NATURAI. 269

esvaziar a bexiga e deixado o maior tempo possível den-


tro dela para um distúrbio dá bexiga (como último
recurso)
chá, aspirado pelo nariz a partir da própria mão côncava
para distúrbios nasais
infusão de pequena colher de sopa de botão-de-ouro mace-
rada com uma de ácido bórico em uma caneca de água
fervendo bem agitada, esfriada ou coada, para os olhos.
Coloque uma colher de sopa em meio copo de água
e banhe os olhos usando um conta-gotas
combinado com coifa e lúpulo para os nervos espinhais (me-
ningite)

O botão-de-ouro é venenoso em quantidade muito gran-


des, porém com moderação é anti-séptico poderoso. Um dos
melhores substitutos da quinina, aumenta a força de qual-
quer erva que o acompanha.
Como tônico geral, tome seis gotas de extrato de botão-
de-ouro diariamente em qualquer espécie de suco, ou. tome
uma colher de sopa de chá 4 a 6 vezes por dia. O botão-
de-ouro tem gosto amargo e portanto deve ser macerado com
quantidade igual de uma outra erva, tal como a hortelã.
Para as crianças dê doses menores.

Camomila Romana
(Anthemis nobilis)

PARTES USADAS: flor

PROPRIEDADES MEDICINAIS: estimulante, tônico, aromático,


estomáquico, antispasmódico, anti-séptico, emético

BOA PARA: dispepsia, fraqueza do estômago, regulação dos


períodos menstriiais, resfriados, Bronquites, perturbações
da bexiga, para expelir vermes, febre malária, hidropsia,
icterícia, histeria, distúrbios nervosos, estágios iniciais e
intermitentes de febre tifóide, problemas renais, baço,
pesadelos, dèlirium tremens, gota, dores de cabeça pe-
riódicas
270 •DO J A R D I M DO É D E N À ERA DE AQUARIUS

CAMOMILA

Usos: chá como lavagem de feridas e para os olhos fracos,


como shampoo para os cabelos, como bebida sedativa
antes de deitar-se e para todos os problemas acima
cataplasma (feito das flores, com as cabeças da papoula
amassadas) para acalmar a dor, diminuir a inchação e
evitar a gangrena
unguento (com uva-de-cão) para contusões, deslocamentos,
inchações calosas e calosidades
Como tônico geral, a camomila romana aumenta o ape-
tite e é relaxante.

Cenoura
(Daucus carota)

PARTES USADAS: raiz e semente

PROPRIEDADES MEDICINAIS: raiz: desobstruente, diurética,


estimulante
semente: carminativa
O L.IVRO DA CURA NATURAI. 271

BOA PARA: fígado, rim, distúrbios da bexiga, edema, cál-


culos, flatulência, soluço, disenteria, tosses crônicas, icte-
rícia, obstrução das vísceras (especialmente o fígado),
boa para expelir vermes das vísceras e para aumentar
o fluxo menstrual e aliviar a dor da micção

Usos: cataplasma de raspa de cenoura para úlceras, absces-


sos, carbúnculos, feridas escrofuláceas e cancerosas e
feridas graves
suco fresco como excelente purificador do fígado
chá das flores (e de toda a erva) para edema
chá das sementes do fundo para aliviar a cólica e aumentar
o fluxo urinário

Cabelo de Milho

PROPRIEDADES MEDICINAIS: anódino, diurético, demulcente,


alterativo, litorintríptico

BOM PARA: perturbações dos rins e da bexiga, problemas


da próstata, micção dolorosa, e anurese

Uso: verde ou seco, no chá

Coifa
(Scutellaria lateriflora; florece em julho com flores azuis não
conspícuas em racemos de um lado)

P A R T E S USADAS: toda a planta

PROPRIEDADES M E D I C I N A I S : antispasmódica, nervina, tônica,


diurética

BOA PARA: acalmar os nervos, para as dores de cabeça ner-


vosas, para suprimir o desejo sexual indevido, para deli-
rium tremens (produz o sono), para a doença da dança
de São Vito, para a paralisia agitante, convulsões, es-
pasmos, epilepsia, nevralgia, reumatismo, hidrofobia, pi-
cadas de cobras e de insetos venenosos; substitui tam-
bém o quinino
272 DO JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

Uso: chá de toda a planta seca e pulverizada, colhida em


junho, para tudo que foi relacionado acima

Para a insónia, misture 1 colher de sopa de coifa, raiz


nervosa, lúpulo, erva-de-gato e cimicífuga. Mergulhe uma
colher de sobremesa cheia da mistura em 1 copo de água
fervendo.

Consolda Maior
(Symphytum officinale: "fazer brotar junto")

P A R T E USADA: flor
PROPRIEDADES MEDICINAIS: demulcente, adstringente, peito-
ral, vulnerário, mucilaginoso, estíptico, proliferador de
células
Usos: cataplasma da raiz fresca moída bem pequena para
gota e articulações dolorosas, úlceras supuradas, dores
de artrite
chá de raiz, tomada em uso interno para distúrbios pulmona-
res (tosses, catarro, úlcera ou inflamação dos pulmões,
hemorragia, expectoração excessiva na asma e na tuber-
culose), úlceras, distúrbios intestinais, qualquer hemor-
ragia interna (melhor remédio para a urina sanguino-
lenta)
chá das folhas, tomado em uso interno para escrófula, ane-
mia, disenteria, diarréia, leucorréia, qualquer compro-
metimento da mucosa gástrica
fomentações de chá quente bem forte ou unguento de erva
fresca para contusões ruins, inchações, deslocamentos,
feridas novas, cânceres, ossos quebrados, bolhas
cataplasma de folhas frescas para rupturas, dores no peito,
feridas novas, úlceras, queimaduras, contusões, chagas,
gangrena.

As raízes e as folhas da consolda maior contêm o agente


da cura chamado alantoína, um proliferador celular. Ele auxi-
lia as bordas dos ossos e das feridas a crescerem juntas e
alivia as úlceras gástricas e duodenais assim como as irrita-
ções intestinais que produzem diarréia. Essa propriedade da
consolda maior é reconhecida hoje em dia em nossa ciência
farmacêutica.
o LIVRO DA CURA NATURAL 273

O creme umedecedor de consolda maior e o creme pu-


rificador, disponíveis nas farmácias, ajudam a remover os
problemas cutâneos e a restabelecer o viço da pele.
O emprego de consolda maior na dieta auxiliará a pu-
rificar o sangue. A raiz ou as folhas moídas podem ser es-
palhadas sobre a comida sem afetar o sabor e a raiz pode
ser fervida como um vegetal e os brotos novos podem ser
comidos como aspargo.

Dente-de-Leão
(Taraxacum officinal e)

PARTES USADAS: folhas e raiz

PROPRIEDADES MEDICINAIS: hepático, levemente laxativo,


diurético, catártico, depurativo, tônico, estomáquico; es-
timulante geral do organismo, especialmente do apare-
lho urinário

BOM PARA: icterícia, doenças cutâneas, escorbuto, escrófula,


eczema, distúrbios renais e da bexiga, diabetes, edema,
inflamação das vísceras, febre, pedras e cálculos, dispepsia
atônica, constipação crônica, distúrbios e hemorragias
menstruais, para aumentar o apetite, promover a diges-
tão, para anemia (seus sais nutritivos naturais purificam
o sangue e neutralizam os ácidos que ele contém)

Dente-de-leão, usado principalmente nos distúrbios he-


páticos e renais aumenta a atividade do fígado e também do
pâncreas e do baço. O suco do dente-de-leão contém po-
tássio, sódio, ferro e vitamina A. A raiz profunda, assada,
constitui excelente substituto do café, ajudando a aliviar a
dispepsia, a gota e o reumatismo.

Echinacea
(Brauneria angustifolia)

PARTES USADAS: toda a planta


PROPRIEDADES MEDICINAIS: anti-séptico, alterativo, afrodi-
síaco
274 •DO JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

BOM PARA: envenenamento do sangue, febre, antrazes, bo-


lhas, peritonite, condições sifilíticas, picadas e mordidas
de insetos ou cobras venenosos, erisipelas, gangrena, dif-
teria, tonsilite, formação de pus, feridas, infecções, pús-
tulas, infecções da garganta, hemorróidas

A echinacea é um bom purificador do sangue e aumenta


a resistência à infecção.

Feno Grego

(Trigonella foenumgraecum)

PARTE USADA: semente

PROPRIEDADES mucilaginoso, farináceo


MEDICINAIS:
Usos: cataplasma da semente do solo misturada com água
em uma grossa pasta para feridas, úlceras, inchações,
abscessos, pústulas
pasta misturada com carvão em pó: inflamações
chá para infecção da garganta (gargarejo), febres, inflama-
ção do estômago e dos intestinos, raquitismo, anemia,
debilidade e como substituto do óleo de fígado de ba-
calhau na escrófula
sementes socadas até que estejam dilatadas em uma pasta
grossa como gelatina, para ser tomada no uso interno
para o estômago e os intestinos assim como para dia-
betes. £ igual à quinina para evitar as febres
sementes fervidas no óleo de soja ou em leite de nozes
são muito nutritivas

Framboesa Vermelha
(Rubus stringosus)

PARTES USADAS: folhas e fruto

antiemético, adstringente, laxati-


PROPRIEDADES M E D I C I N A I S :
vo, estomáquico, parturiente, tônico, estimulante, altera-
tivo
fruto: laxativo, antiácido
O L.IVRO DA CURA NATURAI. 275

BOM PARA: remover os cancros da mucosa, as aftas e o


cancro da garganta; serve para lavar as feridas e úlce-
ras; alivia a náusea, diminui o fluxo menstrual sem
pará-lo abruptamente e alivia as dores da menstruação;
disenteria e diarréia, especialmente nas crianças peque-
nas

Durante o parto, beber o chá quente de framboesa para


diminuir a dor. Para um parto mais fácil, beber um copo
de chá bem forte com um suco de laranja três vezes ao
dia durante o último mês de gravidez.

Gengibre

(Zingiber officinale)

PARTE USADA: raiz


PROPRIEDADES MEDICINAIS: estimulante, penetrante, carmi-
nativo, aromático, sialagogo, tempero, rubefasciente, dia-
forético (quando tomado quente)

BOM PARA: gripe, diarréia, resfriados, infecções por vírus,


bronquite crônica, dispepsia, gases e fermentação, cólera,
gota

Usos: raiz, mascada, para estimular as glândulas salivares


e aliviar a paralisia da língua, a infecção da garganta e
o excesso de muco
quente como chá para dar início à menstruação
combinado com ervas laxativas mais fortes no chá para náu-
seas

Ginseng
(A maravilha do mundo; Panax quinquefolium — do grego
panakos, uma panacéia, referindo-se à virtude miraculosa que
os chineses lhe atribuem, considerando-a como remédio efi-
caz para a maioria das doenças)

PARTE USADA: raiz

PROPRIEDADES MEDICINAIS: demulcente, estomáquica, leve-


mente estimulante
276 •DO JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

BOA PARA: resfriados, distúrbios torácicos, tosses, perturba-


ções estomacais, prisão de ventre, problemas pulmonares,
inflamação do trato urinário, distúrbios nervosos, fadi-
ga, úlceras gástricas (um pedaço da raiz crua do ta-
manho de uma ervilha comido três vezes por dia)

O ginseng é um tônico geral e aumenta o apetite se to-


mado em doses pequenas por longo período (uma colher
de chá do extrato ou um pedaço da raiz crua do tamanho
de uma ervilha diariamente). Tomado quente, produz a trans-
piração. Não deve ser tomado nos distúrbios da próstata,
pois poderia provocar maior irritação da glândula.

Haraamélis
(Hamamelis virginiana)

PARTES USADAS: casca e folhas


PROPRIEDADES MEDICINAIS: adstringente, tônico, antiflogísti-
co, sedativo

BOA PARA: diarréia (internamente e como enema), hemor-


róidas e disenteria, gonorréia, leucorréia, distúrbios da
garganta, tumores dolorosos, inflamações externas, pús-
tulas, inflamação dos olhos, picadas de insetos, veias va-
ricosas, servindo para estancar o sangramento da mens-
truação excessiva, as hemorragias pulmonares e o san-
gramento do nariz

Diz-se que o hamamélis faz parar o sangramento de


uma veia varicosa rompida e ajuda a restabelecer outras veias
varicosas até a normalidade. Esta ação é devida a seu poder
de contrair a fibra muscular das veias.

Hortelã
(Monarda punctata)

PARTES USADAS: toda a planta

PROPRIEDADES MEDICINAIS: estimulante, carminativa, sudorí-


fica, diurética, emenagoga
O L.IVRO DA CURA NATURAI. 277

BOA PARA: menstruação suprimida, náuseas, vômitos, gases

A hortelã acalma a dor e é muito tranqüilizante e suavi-


zante.

Hortelã Pimenta
(Mentha piperita)

P A R T E S USADAS: toda a planta

PROPRIEDADES MEDICINAIS: aromática, estimulante, estomá-


quica, carminativa, antispasmódica, digestiva; óleo: es-
timulante, rubefaciente

BOA PARA: calafrios, febres, vertigens, gases, náuseas, vô-


mitos, diarréia, disenteria, cólera, cardiopatia, palpitação
do coração, infecções por vírus, histeria, resfriados (em
muitos casos produzirá a cura se tomada como primeira
indicação)

Usos: poção feita de óleo de hortelã pimenta na água quen-


te para cólica
chá feito com quantidade igual de betônica silvestre para
distúrbios nervosos
externamente (1 colher de sopa de essência de hortelã pi-
menta para 1 copo cheio de água) para reumatismo, ne-
vralgia, dores de cabeça
chá (vários copos) ou folhas (bem mastigadas e engolidas)
para dores de cabeça

A hortelã pimenta é estimulante geral e afrodisíaco leve.


Um copo de chá forte de hortelã pimenta agirá mais pode-
rosamente no organismo do que qualquer licor. Ê excelente
substituto do café — purificador e fortificante do corpo, en-
quanto o café o envenena. Para uma bebida refrescante, com-
bine o chá com sucos de frutas.
De acordo com Plínio, os gregos e os romanos coroa-
vam-se com hortelã pimenta em seus banquetes e com ela
decoravam suas mesas, assim como a usavam para molhos
saborosos e vinhos.
As folhas de hortelã pimenta são maiores, mais curtas
e tem um cerne mais escuro do que a hortelã comum. Quan-
278 •DO JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

do mastigadas, proporcionam ao hálito uma sensação de fres-


cura, que as folhas de hortelã comum não dão.

Hortelã Verde
(Mentha viridis)

PARTES USADAS: toda a planta

PROPRIEDADES MEDICINAIS: antispasmódica, aromática, diu-


rética, diaforética, carminativa, estimulante

BOA PARA: cólicas, gases; dispepsia, espasmos; náuseas; vô-


mitos; cálculos na bexiga; supressão, dor ou urina uren-
te; inflamação de rins e da bexiga; para aliviar o estô-
mago depois de um emético; hemorróidas (aplicada lo-
calmente); para tranqüilizar os nervos

Uso: chá para todos os distúrbios acima

A hortelã verde freqüentemente é empregada como tem-


pero de cozinha. É boa para ser comida com a carne, pois
que ajuda a digestão das fibras da carne. Pode ser usada
como molho, machucada bem fina em vinagre adocicado, ou
como geléia. Adicione folhas de menta quando for preparar
geléia de maçã ou coloque-as na gelatina. Use um punhado
de folhas para a metade de uma caneca de geléia; coe o
líquido. Nunca ferva a menta, ou a hortelã.

Lobélia
(Lobélia injlata; recebeu o nome do botânico Matthias de
Lobel, nascido em Lille, na França e morto em Londres
em 1616)

PARTES USADAS: toda a planta

PROPRIEDADES MEDICINAIS: emética, expectorante, diurética,


nervina, diaforética, antispasmódica

BOA PARA: palpitações e fraqueza cardíacas, todos os pro-


blemas brônquios, febres, coqueluche, pneumonia, me-
O L.IVRO DA C U R A N A T U R A I . 279

ningite, pleurisia, hepatite, peritonite, frenite, nefrite, dif-


teria. distúrbios convulsivos e inflamatórios (epilepsia, .
tétano, tonsilite)

Usos: cataplasma (da própria planta ou combinada com a


casca de olmo escorregadio: 1 / 3 de lobélia para 2 / 3
de casca de olmo escorregadio): torções, inflamações,
contusões, micoses, erisipelas, picadas de insetos, hera
venenosa, inflamações externas (reumatismo, abscessos,
pústulas)
infusão para tratamento de oftalmia
compressas para asma (seguidas de um emético)
emético (grandes doses produzem vômitos, pequenas doses
cessam os vômitos) para distúrbios digestivos
chá para escarlatina, catapora, varíola, sarampo — em gran-
des doses para purificar o estôcago, e depois junto com
outros remédios

A lobélia é a mais poderosa erva relaxante conhecida


que não tem efeitos prejudiciais. Ela atoa diretamente sobre
os centros nervosos e os centros respiratórios e influencia
as estruturas mucosas, serosas, nervosas e musculares. Ê por-
tanto útil para aliviar as congestões, as dores de parto e
as cãibras menstruais e muitas condições violentas, tais como
as convulsões. Por si mesma a lobélia não pode curar dis-
túrbios importantes, mas é muito benéfica em conjunto com
outras medidas tais como um enema de infusão de erva-
dos-gatos pela manhã e à noite.
Para uma tintura antispasmódica que se demonstrou efi-
caz nestas condições, infunda 31 g de semente de lobélia, de
coifa amassada, de repolho de jaritacaca, de mirra de resina
e de cimecifugina e 15 g de pimentão em uma caneca de
vinho ( álcool), tudo colocado em uma garrafa bem fecha-
da. Agite bem a garrafa uma vez por dia durante uma se-
mana, depois passe o líquido numa peneira. Jethro Kloss
relata em" seu livro Back to Eden (De Volta ao Éden) que
tem administrado uma gota ou duas desta bebida a uma
criança em convulsões colocando-a em seu dedo e empur-
rando-a para dentro da boca da criança e tem observado
que as convulsões param imediatamente.
280 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

Mil-folhas

(Achillea millefolium)

PARTES USADAS: toda a planta


PROPRIEDADES MEDICINAIS: adstringente, tônico, alterativo,
diurético, vulnerário, diaforético, estimulante

BOM PARA: distúrbios renais, descarga de muco da bexiga,


dispepsia, diarréia, disenteria, sarampo, varíola, catapora,
tifo, para expelir gases do estômago, diabetes, doença
de Bright, resfriados, e para curar a mucosa, como tam-
bém para febres (tome quente)

Usos: chá (internamente) e vapor (respirado) para hemor-


ragias pulmonares
enema, depois de um enema de limpeza, para as hemorragias
dos intestinos e (diariamente) para hemorróidas infla-
madas e hemorróidas comuns
ducha para leucorréia
pomada para feridas antigas, úlceras e pústulas

Morango
(Fragaria vesca)

PARTES USADAS: folhas, raiz, fruto

PROPRIEDADES MEDICINAIS: adstringente, tônico, diurético,


laxativo; frutto: refrigerante, diurético

USOS: chá das folhas e raiz como bebida, para os distúrbios


intestinais e tonificação do apetite e do organismo em
geral e purificação do sangue;; como bebida e enema,
para limpeza do estômago; como bebida e lavagem, para
eczema
fruto cru para cálculos, febre, gota reumática

O chá de morango pode ser usado como bebida no lu-


gar do chá e do café. Para dentes descoloridos, deixe o
suco de morango permanecer nos dentes por 5 minutos; de-
pois lave-os com água quente com um pouco de soda. Es-
O L.IVRO DA CURA NATURAI. 281

fregando um morango cortado na face, logo depois de lavar,


branqueará a pele. Uma queimadura ligeira do sol pode ser
aliviada pela fricção de um moranço cortado sobre ela; para
queimadura solar grave, passe o suco da folha durante um
período de meia hora por sobre a lesão, depois lave-a com
água quente à qual se adicionou algumas gotas de tintura
de benzoína.
í
Pimentão
(Capsicum annum)

PARTE USADA: fruto


PROPRIEDADES MEDICINAIS: estimulante, tônico, sialagogo,
alterativo, anti-séptico, rubefasciente

BOM PARA: rins, baço, pâncreas, trismo, febre amarela, pús-


tulas e feridas, reumatismo, inflamação, pneumonia, pleu-
risia, hemorragias uterinas, inflamações da garganta e
difteria, resfriados (com calafrios e sensação de umi-
dade)

O pimentão c o estimulante mais poderoso e de ação


natural prolongada que se conhece. É usado para malária,
insuficiência cardíaca e outras condições que exigem ação
rápida. Todo o sistema circulatório é afetado e não existe
reação. O pimentão também tem o poder de despertar a
ação dos órgãos secretores e sempre deve ser usado depois
da lobélia. Um pequeno pimentão espremido ou socado, nos
dedos dos pés ajudará a esquentar os pés.

Pulmonária
(Pulmonaria offiánalis)

PARTES USADAS: toda A planta


PROPRIEDADES MEDICINAIS: demulcente, expectorante, muci-
laginosa, peitoral

BOA PARA: tosse, influenza, catarro, resfriados, infecções por


vírus, icterícia amarela, distúrbios pulmonares, hemorra-
gia dos pulmões e todas as perturbações dos brônquios
282 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

Emprega-se a pulmonária também para lavar as úlceras


nas áreas genitais e para diminuir o fluxo menstrual excessi-
vo (quando tomado como chá).

Ruibarbo
(Rheum palmatum)

PARTES USADAS: raiz e sementes (cuidado: as folhas são


venenosas)

PROPRIEDADES MEDICINAIS: vulnerário, tônico, estomáquico,


aperiente, astringente

BOM PARA: desarranjos intestinais e estomacais, dor de ca-


beça, fígado, e escrófula

Usos: a raiz em pó regula o peristaltismo do intestino gros-


so, limpa e tonifica, sendo um laxativo leve e tônico
para as crianças, auxiliando na diarréia e na disenteria
decocção de sementes aumenta o apetite, estimula os duotos
biliares, provoca a ejeção de materiais biliosos
decocção da raiz para as infecções escrofulosas

Salsa
(Petroselinum sativum)

PARTES USADAS: folhas, raiz, semente

PROPRIEDADES MEDICINAIS: diurético, aperiente, expectoran-


te, carminativa, tônica, emenagoga; suco: antiperiódico;
semente: febrífuga, emenagoga

Usos: chá das raízes ou das folhas como bebida serve para
a urina difícil, hidropsia, icterícia, febre, cálculos renais,
cálculos biliares, obstruções no fígado e no baço, sífilis,
gonorréia, distúrbios da vesícula biliar, cálculos bilia-
res, câncer (como curativo e preventivo: rico em potás-
sio, no qual o vírus do câncer não pode viver); como
fomentações quentes para picadas e mordidas de insetos
chá da semente macerada (uma colher de sopa para um copo
de água, infundido e coado) para matar os parasitas
existentes no cabelo
O L.IVRO DA CURA NATURAI. 283

cataplasma de folhas esmagadas para mordidas e picadas de


insetos venenosos, glândulas inchadas, mamas intumes-
cidas, para secai o leite

A salsa da horta foi empregada nas trincheiras durante


a Primeira Guerra Mundial para as complicações renais pro-
venientes de disenteria.
Desde que o suco da salsa da horta é demasiadamente
forte para se tomar puro, deve-se misturar uma parte do
suco de salsa com seis partes de suco de cenoura e de aipo;
beba até uma caneca por dia. Não deve ser tomado antes
de ir para a cama, já que a salsa da horta é um poderoso
estimulante. O suco também é bom para enxaqueca, distúr-
bios visuais, endurecimento das artérias e pressão sangüínea
alta (pois que é rico em clorofila), e para manter a saúde
geral (uma fonte de vitamina A, e que também contém
ferro, sódio, enxofre e vitamina C ) .

Salsaparrilha
(Smilax officinalis)

PARTES USADAS: raiz

PROPRIEDADES MEDICINAIS: alterativa, diurética, demulcente,


anti-sifilítica, estimulante, antiscorbútica

BOA PARA: reumatismo, gota, inflamações internas, resfria-


dos, catarro, febre, aumento do fluxo urinário, para ex-
pelir gases, e para escrófula

Usos: banhar os olhos e para os problemas cutâneos


chá (bebido cupiosamente depois de se tomar um emético)
como antídoto para um veneno

Uma mistura de 15 g de salsaparrilha em um litro de


água", fervido por 20 minutos, ajuda nos casos de psoríase;
beber a metade enquanto está quente, e o restante no de-
curso do dia.
284 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

Salva
(Salvia officinalis)

PARTES USADAS: folhas


PROPRIEDADES MEDICINAIS: sudorífica, adstringente, expec-
torante, tônica, aromática, antispasmódica, nervina, ver-
mífuga, estimulante, carminativa

Usos: chá como bebida para o excesso de desejo sexual,


para a espermatorréia. para as perturbações estomacais
e intestinais, para as doenças hepáticas e renal, para os
distúrbios nervosos e as febres de delírio, para reuma-
tismo; com limão e mel freqüentemente evita o desen-
volvimento do resfriado; para febres, infecções por vírus,
pneumonia (tome um enema quente, grande dose de
purificador corporal e laxativo, antes de ir deitar e tome
3 a 5 copos de chá de salva quente a intervalos de
meia hora) ; como forte lavagem para as feridas, úlce-
ras e abrasões grosseiros da pele
jomentação no couro cabeludo para escurecer o cabelo, fá-lo
crescer e remove a caspa

Como substituto do quinino, a salva é mais eficaz, e


não tem efeitos secundários. £ uma bebida boa para se tomar
em lugar do chá comum.

Sassafrás
{Sassafras officinalis)

PARTES USADAS: casca da raiz

PROPRIEDADES MEDICINAIS: aromático, estimulante, alterati-


vo, diaforético, diurético

BOM PARA: estômago e intestino (alivia os gases), cólicas,


rins, bexiga, todas as infecções do aparelho respiratório
superior, reumatismo, sífilis, espasmos (tomado quente)
e problemas cutâneos

O sassafrás é excelente tônico primaveril que se deve


tomar para purificar o sangue e todo o organismo. Seu gosto
O L.IVRO DA CURA NATURAI. 285

agradável torna-o apreciado como bebida e útil para dar


sabor às ervas de gosto desagradável.

Valeriana
(Valeriano officinalis)

PARTES USADAS: raiz


PROPRIEDADES MEDICINAIS: aromática, tônica, anódina, an-
tispasmódica, nervina, carminativa

BOA PARA: convulsões e cólicas infantis, febres baixas, res-


friados, cálculos na bexiga, úlceras no estômago, ser-
vindo para evitar os gases, aliviar a palpitação do co-
ração, promover a menstruação (tome quente), para
pústulas e bolhas (use interna e externamente), para
fortalecer a visão, especialmente quando enfraquecida
por carência de energia no nervo óptico

Uso: chá: sarampo, escarlatina, agitação nas crianças: duas


colheres de sopa duas a três vezes por dia

A valeriana é excelente tônico para os nervos, pois tem


influência poderosa sobre o sistema cefalorraquidiano; ela se-
de os mais altos centros nervosos, alivia as dores e promove
o sono. É útil para tranqüilizar os histéricos. Descobriu-se
que foi de grande ajuda para acalmar a população durante
os raides aéreos na Inglaterra durante a Segunda Guerra
Mundial.

Verbasco
(Verbascum thapsus)

PARTES USADAS: folhas e flores

PROPRIEDADES MEDICINAIS: anódino, diurético, demulcente,


antispasmódico, vulnerário ,adstringente, emoliente, pei-
toral

Usos: chá das folhas: como bebida para asma, para o cru-
pe, bronquite, afecções pulmonares, febre do feno, hi-
286 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

VERBASCO

dropsia, catarro, inchação das articulações, hemorragia


dos pulmões e das vísceras, tosses (na quantidade de
1 copo de vinho, freqüentemente); como fomentações
quentes para hemorróidas inflamadas, úlceras, tumores,
caxumba, inflamação das amígdalas, infecção maligna
da garganta, qualquer inchação glandular; como lava-
gem para as feridas abertas, assim como gargarejo para
infecções da garganta, e para dor de dente manter o
líquido na boca
O L.IVRO DA CURA NATURAI. 287

chá das jlores produz o sono, alivia a dor, é bom para o


catarro ligeiro, cólicas, purgante (em grandes doses)
água destilada das flores é boa para queimaduras e erisipe-
las
óleo (as flores maceradas em óleo de oliva em uma garrafa
bem fechada por vários dias, exposta ao sol ou perto
do fogo), aplica-se externamente às hemorróidas e ou-
tras inflamações das mucosas, enregelamentos, contu-
sões; duas ou três gotas em cada ouvido várias vezes
por dia serve para dor de ouvido ou para aliviar a in-
flamação supurada no ouvido interno

Para conseguir um germicida eficaz, mergulhe flores de


verbasco 21 dias em óleo de oliva.

Verbena
(Verbena hasta ta)

PARTES USADAS: toda a planta

PROPRIEDADES MEDICINAIS: tônica, sudorífica, expectorante,


vulnerária, emética, nervina, emenagoga, vermífuga, ads-
tringente, antispasmódica, galactagoga

BOA PARA: febres, epilepsia, espasmos, úlceras, oftalmia,


para expelir catarro da garganta e do peito (nos resfria-
dos, na coqueluche, pneumonia, asma e tuberculose),
para produzir a transpiração, na escrófula, doenças
cutâneas, perturbações ginecológicas, aumenta o fluxo
menstrual), para expelir os vermes, no nervosismo, de-
lírio, insanidade, na falta de sono, nas cefaléias nervo-
sas, para tonificar o organismo na convalescença de
doenças cardíacas, para remover obstruções (nos intes-
tinos, no cólon e na bexiga), nas perturbações estoma-
cais (quando existe respiração curta e difícil), apendi-
cite; serve também como substituto do quinino

Usos: chá, aplicado externamente em pústulas e hemorrói-


das
cataplasma, para dor de cabeça, nevralgia do ouvido, reuma-
tismo
288 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

Zimbro
(Juni perus comrmtnis)

PARTES USADAS: casca e bagas


PROPRIEDADES MEDICINAIS: carminativo, diurético, estomá-
quico
BOM PARA: distúrbios renais e da bexiga, corrimento, es-
corbuto, hidropsia, perturbações torácicas, escrófula

Para a maioria das finalidades é melhor combinar o


zimbro com outras ervas, tais como a giesta, as aparinas e
o buxo. O zimbro é útil para evitar a disseminação de doen-
ça contagiosa. Use-o em vaporizador ou para fumigar o quar-
to de um paciente, e masque as bagas ou gargareje o chá
forte quando tiver sido exposto a uma doença infecciosa.
PLANTAS PARA NECESSIDADES D O SEU CORPO

ABSCESSOS, cenoura (cataplasma), lobélia, artemísia, batata


(cataplasma)
ADENÓIDES, erva de botão-de-ouro
ANEMIA, consolda maior, dente-de-leão, feno grego
A P E N D I C I T E , SUCO de bardana, verbena
A P E T I T E , camomila, ginseng, erva de botão-de-ouro, moran-
go, absíntio
ASMA, consolda maior, linhaça, lobélia, verbena
A U M E N T O DE CIRCULAÇÃO, pimentão, botão-de-ouro, hamamé--
lis, combinação de casca de bago de loureiro, botão-de-
ouro, coiía
AMIGDALITE, salva
BILIOSIDADE, camomila, cascara sagrada
BEXIGA, camomila, cenoura, consolda maior, cabelo de milho,
erva de botão-de-ouro, artemísia, sassafrás, hortelã, va-
leriana, verbena, mil-folhas
BRONQUITE, gengibre, erva de botão-de-ouro, pulmonária, ver-
basco
BÓCIO, echinácea
BAÇO, pimentão, dente-de-leão, botão-de-ouro, salsa
CÂNCER, bardana, consolda maior, raiz de dente-de-leão, alho,
erva de botão-de-ouro, salsa
C A N C R O NA BOCA, bardana, erva de botão-de-ouro, framboe-
sa vermelha
CALAFRIOS, pimentão, hortelã pimenta, salva
CÓLICA, semente de cenoura, linhaça, hortelã, sassafrás, pi-
mentão, valeriana
CONVULSÕES, lobélia, hortelã, coifa, valeriana
CÃIBRAS, pimentão
CRUPE, v e r b a s c o
289
290 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

CASPA, bardana, salva


CONTUSÕES E CORTES, consolda maior, botão gigante de Sa-
lomão, lobélia, artemísia
CÁLCULOS BILIARES, cáscara sagrada, algodoeiro, salsa, rui-
barbo
C Á L C U L O ( R E N A I S ) cenoura, altéia, artemísia, salsa, hortelã,
valeriana
CABELO, bardana, salva
CEFALÉIA, camomila, hortelã pimenta, ruibarbo, verbena
CORAÇÃO, pimentão, botão-de-ouro, hortelã pimenta, valeria-
na, verbena, coifa
CIÁTICA, bardana
CUTÂNEAS, DOENÇAS, bardana, dente-de-leão, botão-de-ouro,
salsaparrilha, sassafrás, verbena
C O Q U E L U C H E , lobélia, verbena
D E L I R I U M E D E L I R I U M T R E M E N S , lobélia, coifa, valeriana,
verbena
D I A B E T E S , dente-de-leão, erva de botão-de-ouro, altéia, mil-
folhas
DIARRÉIA, consolda maior, gengibre, altéia, verbasco, hortelã,
framboesa vermelha, ruibarbo, morango, absíntio, mil-
folhas
D I F T E R I A , echinácea, erva de botão-de-ouro, lobélia
DORES, hortelã, coifa, valeriana
DISTÚRBIOS INTESTINAIS, consolda, dente-de-leão, echinácea,
feno grego, botão-de-ouro, altéia, algodoeiro, artemísia,
verbasco, ruibarbo, salva, sassafrás, pimentão, morango,
verbena
D O E N Ç A DE BRIGHT, erva de botão-de-ouro (combinada com
folhas de pêssego, dama-da-campina, trifólio e cabelo
de milho), hortelã, mil-folhas
DISTÚRBIOS TORÁCICOS, consolda, botão gigante de Salomão,
ginseng, sassafrás, verbena, .mil-folhas
DISTÚRBIOS DO C Ó L O N , botão-de-ouro, hortelã, verbena
D I S E N T E R I A , consolda maior, gengibre, altéia, verbasco, hor-
telã, framboesa vermelha, ruibarbo, morango, hamamélis
D I S P E P S I A , camomila, pimentão, gengibre, botão-de-ouro, sal-
va, hortelã, mil-folhas
D O R E S DE OUVIDO, suco de limão
DESMAIOS; pimentão, hortelã pimenta
O L.IVRO DA C U R A N A T U R A I . 291

DISTÚRBIOS F E M I N I N O S , consolda maior, raiz de dente-de-leão,


botão gigante de Salomão, algodoeiro, salsa, verbena,
mil-folhas
D O R E S ABDOMINAIS, gengibre
DOR, camomila, botão gigante de Salomão, verbasco, coifa
D E S L O C A M E N T O S , consolda maior, lobélia, absíntio
DOR DE DENTE, verbasco, sassafrás
DISTÚRBIOS U T E R I N O S , feno grego, hamamélis, mil-folhas
ECZEMA, dente-de-leão, botão-de-ouro, morango
E M É T I C O S E A N T I - E M É T I C O S , botão gigante de Salomão (an-
ti), lobélia, hortelã (anti)
E P I L E P S I A , coifa, valeriana, verbena
ERISIPELAS, pimentão, echinácea, botão gigante de Salomão,
botão-de-ouro, lobélia
E N V E N E N A M E N T O SANGÜÍNEO, bardana, echinácea, botão-de-
ouro
EMISSÕES NOTURNAS, salva
ESCARLATINA, pimentão, botão-de-ouro, valeriana
E S C R Ó F U L A , bardana, consolda maior, dente-de-leão, algodoei-
ro, salsaparrilha, verbena
ESCORBUTO, dente-de-leão
ESPASMOS, pimentão, sassafrás, hortelã pimenta
ESPERMATORRÉIA, bagas de zimbro, salva
E S T I M U L A N T E S , pimentão, gengibre, hortelã pimenta, valeriana
F E R M E N T A Ç Ã O E GASES, gengibre, hortelã, salva, salsaparri-
lha, sassafrás, hortelã, valeriana, mil-folhas
FEBRE, camomila, pimentão, echinácea, feno grego, lobélia,
artemísia, salva, salsaparrilha, valeriana, verbena, absín-
tio, mil-folhas
F U R Ú N C U L O E ANTRAZES, bardana, cenoura (cataplasmas),
echinácea, lobélia (cataplasma), artemísia
F E B R E DO F E N O , verbasco
FÍGADO, cenoura, cascara sagrada, dente-de-leão, botão-de-
ouro, lobélia, algodoeiro, salsa, ruibarbo, salva, absíntio
FERIDAS, bardana, camomila, cenoura, consolda maior, echiná-
cea, feno grego, mil-folhas
GANGRENA, camomila, consolda maior, echinácea
G E N I T A I S , (urência, prurido), altéia
GONORRÉIA, bardana, botão-de-ouro, bagas de zimbro, salsa
GOTA, bardana, gengibre, artemísia, salsaparrilha
GRIPE, consolda maior, botão-de-ouro, pulmonária, altéia,
verbasco, salsaparrilha
292 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

GARGANTA, INFECÇÃO DA, pimentão, echinácea, feno grego,


alho, gengibre, botão-de-ouro, marroio branco, verbas-
co, salva, sassafrás, verbena
HEMORRAGIAS, consolda maior, botão-de-ouro, hemamélis,
mil-folhas
HEMORRÓIDAS, bardana, botão-de-ouro, mil-folhas, hamamélis
HIDROCEFALIA (água no cérebro), salva, coifa
HISTERIA, hortelã, coifa, valeriana, verbena
HIDROPSIA (edema), camomila, cenoura, dente-de-leão, bagas
de zimbro, lobélia, algodoeiro, verbasco, salsa, hortelã.
HEMORRÓIDAS, botão-de-ouro, verbasco, hortelã pimenta, ha-
mamélis, mil-folhas
INDIGESTÃO, pimentão, ginseng, botão-de-ouro, lobélia, coifa
absíntio
INFLAMAÇÕES, pimentão, feno grego, linhaça, botão-de-ouro,
lobélia, altéia, artemísia, salsaparrilha, hamamélis
INSANIDADE, hortelã pimenta, coifa, verbena
INSETOS, PICADAS OU MORDIDAS DE, echinácea, lobélia, salsa,
coifa
INTESTINOS, cáscara sagrada, feno grego, botão-de-ouro, mo-
rango
ICTERÍCIA, camomila, dente-de-leão, pulmonária, salsa, absín-
tio
INCHAÇÕES, bardana, camomila, consolda maior, feno grego,
artemísia, absíntio
INFECÇÃO DO A P A R E L H O RESPIRATÓRIO SUPERIOR, gengibre,
botão-de-ouro, hortelã pimenta, salva
LEPRA, b a r d a n a
LEUCORRÉIA, consolda maior, botão-de-ouro, bagas de zim-
bro, absíntio, mil-folhas
L U M B A G O , verbena
LEITE, para secar nas mães que amamentam, salva
MENSTRUAÇÃO (diminuição do fluxo), pulmonária, hamamé-
lis, mil-folhas
MENSTRUAÇÃO (aumento de fluxo), camomila, cenoura, gen-
gibre, valeriana, verbena, mil-folhas
MUCOSAS (doenças das), botão-de-ouro, mil-folhas
MICÇÃO NA CAMA, cabelo de milho, algodoeiro, pacova, erva
de São-João
M A M A S (sensíveis, inchadas, duras), consolda maior, salsa
MARASMO, coifa
O L.IVRO DA C U R A N A T U R A I . 293

MICOSE, botão-de-ouro, lobélia, salsaparrilha


M E N I N G I T E E S P I N H A L , botão-de-ouro, lobélia
MORDIDAS, echinácea
NÁUSEAS, botão gigante de Salomão, gengibre, botão-de-ouro,
hortelã
NERVOSISMO, camomila, lobélia, raiz de altéia, artemísia, hor-
telã pimenta, salva, coifa, coifa com botão de ouro
e lúpulo, hortelã, valeriana, verbena
NEVRALGIA, botão gigante de Salomão, hortelã pimenta, coifa
OBESIDADE, bardana, sassafrás
OVÁRIOS, bardana
OUVIDOS (supuração), suco de limão
OLHOS, camomila, suco de cenoura, botão de ouro, altéia,
salsaparrilha, sassafrás
ÓRGÃOS GLANDULARES, echinácea, verbasco, salsa
PÂNCREAS, pimentão, dente-de-leão, botão-de-ouro
PARALISIA, pimentão, gengibre, salsa, coifa, valeriana, ver-
bena
PERSPIRAÇÃO, PRODUTORES DE, verbena
PÚSTULAS, valeriana
PLEURISIA, pimentão, linhaça, lobélia, mil-folhas
P N E U M O N I A , consolda maior, altéia, salva, verbena
PREVENÇÃO DA DOENÇA, dente-de-leão e folhas de dente-de-
leão, alho, botão-de-ouro, bagas de zimbro
PRÓSTATA, cabelo de milho, alho, botão-de-ouro
PURIFICADOR DE SANGUE, bardana, dente-de-leão, echinacea,
salsaparrilha, sassafrás
PARTO, cimicífuga preta, cimicífuga azul, folhas de framboesa
vermelha, videira de índia
PRISÃO DE V E N T R E , cáscara sagrada, gengibre, raiz de rui-
barbo
PRESSÃO SANGUÍNEA A L T A , botão-de-ouro, coifa, valeriana,
verbena
PERDA DA FALA, botão-de-ouro
P U L M Õ E S , consolda maior, gengibre, ginseng, botão-de-ouro,
lobélia, altéia, verbasco, hortelã pimenta, salva, hama-
mélis, mil-folhas
PESADELO, hortelã pimenta
PICADAS DE COBRAS, bardana, echinácea, coifa
PÚSTULAS, camomila, cenoura, pimentão, consolda maior,
echinácea, linhaça, botão-de-ouro, verbasco, valeriana,
verbena, hamamélis
294 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

QUEIMADURAS, bardana, consolda maior


REUMATISMO, bardana, pimentão, lobélia, horteíã pimenta,
salsaparrilha, coifa, absíntio
RESFRIADOS, gengibre, ginseng, botão-de-ouro, pulmonária,
hortelã pimena, salsa, salsaparrilha, valeriana, verbena,
mil-folhas
ROUQUIDÃO, botão-de-ouro, altéia, verbasco
RINS, camomila, cenoura, pimentão, consolda maior, dente-
de-Ieão, botão-de-ouro, bagas de zimbro, altéia, salsa,
salva, sassafrás e hortelã
R U P T U R A S , consolda maior, botão gigante de Salomão
SANGRAMENTO, consolda maior, verbasco, hamamélis
SEXUAL, D E S E J O (Excessivo), salva, coifa
SEIO, DISTÚRBIOS DO, gengibre, botão-de-ouro
SONO, PRODUTOR DE, verbasco, hortelã pimenta, coifa, verbena
SÍFILIS, bardana, echinacea, botão-de-ouro, algodoeiro, salsa
SEDE, camomila, dente-de-leão, pimenta, folhas de frambroe-
sa vermelha, salva, salsaparrilha, sassafrás, hortelã, folhas
de morango
SURDEZ, lobélia, sassafrás
SARAMPO, valeriana, mil-folhas
S U M A G R E - V E N E N O S O , echinacea, botão-de-ouro, lobélia
TIRÓIDE, coifa
T O N S I L I T E , echinásea, botão-de-ouro, verbasco, salva
T U M O R E S , linhaça, artemísia, verbasco, hamamélis
TOSSES, consolda maior, linhaça, ginseng, pulmonária
TRISMO, pimentão, lobélia
TRANPIRAÇÃO N O T U R N A , salva, folhas de morango
ÜLCERAS, cenoura, pimentão, consolda maior, feno grego, bo-
tão-de-ouro, pulmonária, verbasco, salva, valeriana, mil-
folhas
URINÁRIO, A P A R E L H O , bardana, cenoura, cabelo de milho, den-
te-de-leão, ginseng, bagas de zimbro, altéia, algodoeiro
silvestre, pimenta, artemísia, salsa, salsaparrilha, hortelã,
mil-folhas
Ú T E R O hamamélis
Ü L C E R A DE D E C Ú B I T O , botão-de-ouro, hamamélis
URINA, URÊNCIA DA, bardana, hortelã
VARIZES, hamamélis
V Ô M I T O S ( P R E V E N T I V O ) , lobélia, hortelã pimenta, hortelã
VERRUGAS, verbasco
O L1VJRO DÃ C U R A NATURAL

VERMES, camomila, cenoura, salva, verbena, absíntio


V E R T I G E M , hortelã pimenta
VERRUGAS, verbasco
VERMES, camomila, cenoura, salva, verbena, absíntio
Apêndice II

PONTOS DE ACUPUNTURA

Tradicionalmente as obras de acupuntura apresentam uma


lista de todos os pontos principais e fornecem um grupo de
sintomas relacionados a cada um. Eu não incluí estes sinto-
mas nem descrevi a localização anatômica exata de cada ponto
(exceto quanto aos pontos de alarme), desde que exige uma
tendência para experimentar equiparar o tratamento dos sin-
tomas e seguir a orientação do autor sobre o tratamento
(que varia de um autor para outro) em lugar de desen-
volver o sentido pessoal da energia do corpo.
Como este não é um texto completo sobre acupun-
tura, este apendice foi acrescentado como complemento para
o estudo da acupuntura a partir de outras fontes. Por isso, as
ilustrações dos meridianos foram excluídas já que são acessí-
veis em qualquer outro lugar.*
Os atributos dos pontos que aqui foram alistados são
os que são básicos para o texto ou aqueles encontrados
geralmente nas fontes incomuns. Os atributos citados —
tais como "tono mental" e "coragem tranqüila" — são as-
sinalados por Roger la Fuye em seu clássico Traité d'acu-
puncture (Tratado de Acupuntura). Eles servirão para pro-
porcionar um sentido maior das "personalidades" daqueles
pontos importantes.
Deve-se relembrar que mais de 400 pontos não assi-
nalados nos mapas são empregados por mestres da acupun-:
tura. Isto pode explicar alguma confusão entre os autores
de livros sobre acupuntura com relação a que pontos po-
dem ser encontrados, onde, e assim por diante. Desde que

* Veja a obra "Mapa Anatômico dos Meridianos Chineses" ~ Ed.


Ground Informação.
296
O L.IVRO DA C U R A N A T U R A I . 297

os usos e localizações destes pontos são segredos guarda-


dos ciosa e tradicionalmente, sobre eles não se escreveram,
e não estão contidos em qualquer livro de língua inglesa
contemporânea. Entretanto, uma vez que o estudante tem
consciência de sua existência, encontrará muitos destes pon-
tos por si mesmo, por sua própria sensibilidade, e aprende-
rá como empregá-los quando a necessidade o exigir.

OS CAMINHOS DOS MERIDIANOS

Os caminhos clássicos mostrados na maioria dos ma-


pas de acupuntura indicam apenas os cursos externos dos
meridianos, porém eles também têm ramos internos. As
descrições dos meridianos que vêm a seguir apresentam am-
bos os ramos.
Para explicações de termos que para nós são incomuns,
e que devem ser empregados nas descrições cuidadosas dos
meridianos de acupuntura, consulte o glosário que vem de-
pois desta seção.
Na prática, os pontos de acupuntura são referidos por
uma abreviatura que consiste na letra ou letras iniciais do
meridiano e o número do ponto. Assim, o ponto quatro do
meridiano do coração (Ling dao) é referido como C4; ;do
mesmo modo, VB22 significa o .vigésimo segundo ponto do
meridiano da vesícula biliar (Yan ye).

MERIDIANO DOS PULMÕES ( P )

O meridiano dos pulmões começa na região do peito.


O caminho estende-se como um ramo desde sua fonte até o
cólon; ele sobe, contorna o estômago, atravessa o diafragma
na cárdia, penetra nos pulmões, sobe até a garganta, emer-
ge na área subclavicular e se torna superficial no primeiro
ponto do meridiano; aí desce à superfície anterior do braço,
passa pela curva do cotovelo, pelo lado de fora do tendão
do bíceps, corre ao longo da superfície ântero-externa do
antebraço e o sulco radial do pulso, segue a superfície ex-
terna do primeiro metacarpiano e termina na ponta do pole-
gar. Um canal anastomótico estende-se do pulso até a pònta
do dedo indicador para unir o meridiano dos pulmões com
o meridiano do intestino grosso.
298 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

Pulmão. Meridiano metal.


órgão de energia de reserva.
Órgão ligado ao intestino grosso.

"Os pulmões controlam o Qi (Ki)." Isto tem dois significados,


pois Ki em chinês significa tanto energia quanto respiração, muito
mais do que o Prana dos hindus.
O Jing Ki do "alimento sólido e liquido", que é produzido como
resultado de digestão no estômago e no aparelho- digestivo supe-
rior, passa primeiro nos pulmões, onde combina com o Ki do ar,
e assim se forma o verdadeiro Ki do ser humano. Isto também se
chama de Ki benfasejo da saúde, em oposição ao Ki maléfico da
doença.
O verdadeiro Ki é aquele que ó recebido do Céu, combinado
com o Ki do alimento. Ele preenche as necessidadec de todo o
corpo.
Ling Shu, zijie shenxie llun

A respiração do homem une o Jing Ki do Céu e da Terra a fim


de formar o verdadeiro Ki do corpo.
Zangshi, leijing

Os pulmões proporcionam vida à pele, que por sua vez alimenta


o rim.
Feliz Mann, Os Meridianos de Acupuntura

Ponto de alarme: P I .
Melhor tempo para tratar: 3 horas da manha.

1. Zhong fu (Chung ju) — Depósito Médio. Ponto de


alarme. Ponto de entrada. União: pulmão e baço (yin
maior). Localizado duas polegadas (chinesas anatô-
micas = distância entre as pregas ao longo do terceiro
dedo das mãos) lateral ao mamilo e quatro polegadas
(idem) e oito fen (um décimo da polegada chinesa
anatômica) acima dele, no primeiro espaço intercostal.
2. Yun men — Portão da nuvem.
3. Tian fu (T'ien fu) — Depósito Celeste. Cauterizações
proibidas, ponto "Janela do Céu".
4. Xia bai (Hsieh pai) — Branco Puro.
5. Chi ze (Ch'ih chih) — Charco do Pé. Ponto Água.
6. King zui (K'ung tsui) — Orifício Maior. Ponto de
acumulação.
O L.IVRO DA C U R A N A T U R A I . 299

7. Lie que (Lieh ch'ueh) — Garganta Esreita. Ponto Lo.


Ponto de saída. Ponto Lo geral. Ponto mestre de
Ren mo. Ponto acoplado de Yin qiao mo.
8. Jing qu (Ching chu) — Canaleta do Meridiano. Ponto
Metal do meridiano metal yin. Cauterizações proibidas.
9. Tai yuan (T'ai yuan) — Abismo Muito Grande. Reu-
nião de artérias e veias. Ponto do sangue arterial. Pon-
to Terra. Ponto origem.
10. Yu ji (Yu chi) — Região do Peixe. Ponto Fogo. Cau-
terização proibida.
11. Shao shang — Pequeno Comerciante. Ponto Madeira.
Cauterizações proibidas. Último ponto. Ponto de saída.

MERIDIANO DO INTESTINO GROSSO (IG)

O meridiano do intestino grosso começa na ponta do


dedo indicador. Percorre a extensão deste dedo no lado do
polegar, passa para a superfície dorsal da mão entre os dois
primeiros metacarpianos, continua ao longo da tabaqueira
anatômica, e sobe para a superfície externa da parte supe-
rior do braço; ali passa na frente do epicôndilo do úmero,
corre até o V do deltóide e passa para o ombro na articula-
ção acromioclavicular. No ponto IG16, situado na face in-
terna desta articulação, se volta para a sétima vértebra cervi-
cal e reaparece lateralmente na base do pescoço, no ponto
IG17. Aqui a via se bifurca; um ramo segue um curso inter-
no, enquanto que o outro permanece na superfície.. O ramo
interno desce até os pulmões, atravessa o diafragma e junta-
se ao cólon. O ramo superficial também começa no ponto
IG17: atravessa internamente a parte inferior da mandíbula
ao longo das raízes dos dentes; permanece interna e volta-se,
atingindo a parte vertical da mandíbula inferior, onde sobe
por meio do maxilar para atravessar a mandíbula superior
e emerge na superfície do lábio superior. O ramo direito
emerge na face esquerda e o ramo esquerdo na face direita;
as vias cruzam no ponto Jen chung (um ponto fora dos
meridianos) e termina no ponto perto das narinas. Um ca-
nal anastomótico estende-se desde o término para unir o
meridiano do intestino grosso ao meridiano do estômago.
300 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

Intestino Grosso. Meridiano metal.

Órgão de eliminação (afeta toda a eliminação de todo


o corpo — i. e., muco, pele etc.).

De acordo com as concepções chinesas:


O estômago controla o recebimento, a maceração e o enri-
quecimento (digestão) do alimento liquido e sólido.
O baço controla o movimento, a ransformação e a distribuição
da essência pura do alimento liquido e- sólido já macerado e enri-
quecido, para todas as partes do corpo, a fim de alimentá-lo.
O intestino delgado toma o material residual da digestão do lí-
quido e através da bexiga o expele para a uretra.
O intestino grosso toma os detritos sólidos remanescentes e os
expele em tempo apropriado, tendo as funções de transmissão, dre-
nagem de detritos e controle da defecação.
Felix Mann, Os Meridianos de Acupuntura

Órgão acoplado ao pulmão.


Ponto de alarme: E25 (meridiano do estômago).
Melhor tempo para tratar: 5 horas da manhã.

1. Shang yang — Yang de Mercador. Ponto Metal de


meridiano metal Yang. Primeiro ponto. "Ponto Den-
tal".
2. Er jian (Erh chien) — Segundo Intervalo. "Ponto da
Tranquilidade Abdominal." Ponto Água.
3. San jian (San chien) — Terceiro Intervalo. Ponto Ma-
deira.
4. Hegu (Ho Ku) — União dos Vales. Ponto Fonte. Pon-
to de entrada. Na tonificação, "O Grande Eliminador".
Na sedação, "Alivia a Dor". Centro de reunião geral
do ponto yang.
5. Yang xi (Yang ch'i) — Corrente Yang. Ponto Fogo.
6. Pian li (P'ien li) — Linha Lateral. "Ponto do Tono
Mental". Ponto Lo.
7. Wen liu — Corrente Quente. Ponto de acumulação.
8. Xia lian (Shou hsia lien) — Ângulo inferior.
9. Shang lian (Shou shang lien) — Angulo Superior.
10. (Shou) San li — Três Milhas. Não deve ser confundido
com E36.
O L.IVRO DA C U R A N A T U R A I . 301

11. Qu chi (Ch'u ch'ih) — Tanque Falso. "Ponto da Pre-


cisão Mental". "Ponto Antispasmódico". Ponto de toni-
ficação. Ponto Terra. Ponto Ho de união superior do
intestino grosso.
12. Zhou liao (Chou liao) — Osso do cotovelo.
13. Wu li (ang wu li) — Cinco Milhas, Piqure proibida.
14. Bei nao (Pi nao) — Osso Externo do Braço. Ponto de
Yang wei mo.
15. Jian yu (Chien yu) — Osso Yu do Ombro. Ponto inde-
pendente associado ao ombro. Ponto de Yang qiao mo.
16. Ju gu (Chu ku) — Grande Osso. Ponto de Yang qiao
mo.
17. Tian ding (T'ien ting) •— Vaso Celeste.
18. Fu tu — Apoio e Arremetida. Ponto "Janela do Céu".
Não deve ser confundido com E32.
19. He liao (Ho liao) — Osso Semente. Cauterização proi-
bida.
20. Ying xiang Ying hsiang) — Fragância Benvinda. "Pon-
to da Hipófise." Ponto de saída. Ponto de união de
luz solar yang. Reunião de IG,E. Cauterizações proi-
bidas.

MERIDIANO DO ESTÔMAGO (E)

O meridiano do estômago começa no lado do nariz. A


via estende um ramo desde sua origem até o meridiano da
bexiga. O caminho desce ao longo da superfície anterior da
bochecha até a mandíbula superior, onde continua ao longo
das raízes dos dentes antes de se voltar para frente; aí con-
torna os lábios e continua para baixo. Os ramos esquerdo
e direito da via cruzam-se no ponto VC24. Continuando ho-
rizontalmente ao longo da mandíbula inferior, a via emerge
e se torna superficial na frente do gônio (canto posterior da
mandíbula) no ponto E5. Daí remonta verticalmente à área
da têmpora, até o ponto E8. Um ramo deixa o ponto E5 e
se divide em dois ramos. Um deles torna-se interno; atravessa
o diafragma e se une ao estômago. O ramo permanece na
superfície; desce toda a extensão do tronco em linha com o
mamilo até a flexura da virilha; aí um ramo interno que vem
do piloro emerge e se junta ao ramo superficial da via no
ponto E30. Daí a via passa a ser única e superficial; desde
302 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

a extensão da coxa e atravessa a superfície ântero-externa da


perna por sobre o dorso do pé e termina na ponta do segundo
dedo do pé. Um canal anastomótico estende-se desde o
dorso do pé até a extremidade do primeiro dedo para unir o
meridiano do estômago ao meridiano do baço.

O Jing Qi que é requerido para alimentar os órgãos do corpo é


produzido pela "maceração e amadurecimento" do alimento e do li-
quido no estômago. Sem a ação alimentícia do Jing Qi, os outros
órgãos do corpo não poderiam funcionar.
O Jing Qi (Energia Vital) produzido no estômago e distribuído
aos outros órgãos é armazenado no rim. Este Jing armazenado pode
ser empregado para nutrir os órgãos e também pode ser transfor-
mado no Jing de poder sexual e sêmen. Diz-se portanto:
"Os rins são a raiz do primeiro Céu (pré-natal). O baço e o es-
tômago são a raiz do último Céu (pós-natal)."
O Jing sêmen renal estimula o nascimento. O Jing do estômago
é exigido para o crescimento.
Felix Mann, Çs Meridianos de Acupuntura

Estômago. Meridiano Terra.

Órgãos de digestão: física, mental e psíquica (a capacidade


de digerir a vida).
Órgão ligado ao baço.
Ponto de alarme: VC12 (meridiano vaso da concepção).
Melhor hora para tratar: 7 horas da manhã.

1. Cheng qi (Ch'eng ch'i) — Cabeça Ligada. Reunião de


E, VG, B, VB. Picada proibida.
2. Si bai (Ssu pai) — Borda Inferior. Reunião de E, VB.
3. Ju Kiao (Chu liao) — Osso da Mandíbula. Reunião de
E, IG. Não deve ser confundido com VB24 do mesmo
nome.
4. Di cang (Ti ts'ang) — Recebe Lágrimas. — Reunião de
E, VC.
5. Da xing (Ta ying) — Quatro Brancos. Reunião de
E, VB.
6. lia che (Chia ch'e) — Osso Grande. Reunião de E, F.
Ponto de Yang qiao mo.
7. Xia guan (Hsia kuan) — Celeiro da Terra. Reunião de
E. F. Ponto de Yang qiao mo. Cauterizações proibidas.
Não deve ser confundido com VC10 do mesmo nome.
O L.IVRO DA C U R A N A T U R A I . 303

8 Tou wei) — Grande Benvindo. Ponto de entrada Cau-


terizações proibidas.
9 Ren ying (Jen ying) — Homem Benvindo. Mar do Pon-
to de Energia. "Janela do Céu." Reunião de E, VB.
Cauterizações e picadas proibidas.
10 Shui tu (Shui t'u) — Água Esvaindo.
11 Qi she (Ch'i she) — Casa de Ki.
12 Que pen (Ch'ueh p'en) — Vaso Quebrado. Reunião de
E, IG, TA, F, VB.
13 Qi hu (Ch'i hu) — Porta do Ki.
14 Ku fang (K'u fang) — Armazém.
15 Wu ui (Wu i) — Cortina da Sala. Ponto de alarme do
pulmão. Localizado acima do mamilo, no segundo es-
paço intercostal.
16 Ying chyang (Ying ch'ang) — Janela da Mama.
17 Ru zong (Ju chung) — Meio da Mama. Cauterizações
e picadas proibidas.
18 Ru gen (Ju ken) — Janela da Mama. Ponto de alarme
da vesícula biliar. Localizado abaixo do mamilo, no
quinto espaço intercostal.
19 Bu yung (Pu yung) — Não Confortável.
20 Cheng man (Ch'eng man) — Recebendo Plenitude.
21 Liang men — Portão da Ponte.
22 Guan men (Kuan men) — Portão da Margem.
23e Tai yi (T'ai i) — Grande Unidade.
24 Hau rou men (Hua ju men) — Portão do Alimento Es-
corregadiço.
25 Tian shu (T'ien ch'u) — Pino Celestial. Ponto de alar-
me do cólon. Localizado ao nível do umbigo, a três
polegadas chinesas da linha mediana. Shokanten de yang
menor.
26 Wai ling — Barreira Externa.
27 Da ju (To chu) — Grande Poder.
28 Shui dao (Shui tao) — Caminho da Agua.
28 Gui lai (Kueei lai) — O Retorno.
30 Qi chong (Ch'i ch'ung) — Ordem de Arremetida. Cen-
tro de reunião. Ponto particular de alimento. Mar de
alimentação.
31 Bi quan (Pi kuan) — Margem da Coxa.
32 Fu tu — Próstata Fugidia. Reunião de veias. Não con-
fundir com IG18 do mesmo nome.
304 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

33. Yin shi (Yin shih) — Mercado Yin.


34. Liang qiu (Liang ch'iu) — Dique de Viga. Ponto de
acumulação.
35. Du li (Tu pi) — Nariz de Tolo.
36. (Zu) San li (Tsu shang lien) — Três Milhas de Perna.
"Ponto da Objetividade Divina." Ponto Ho de reunião
inferior do estômago. Mar de alimentação. Centro de
reunião de ponto particular de energia. Reunião de
energia. Cauterização proibida para crianças de menos
de sete anos. Um dos pontos mais importantes do corpo.
Tem efeito muito poderoso sobre a condição de todo o
corpo e está relacionado com todas as formas de doenças
mentais e físicas.
37. Shang }u xu (Tsu shang lien) — Grande Vazio Superior.
Mar do ponto de sangue. Ponto Ho de reunião
interior do intestino grosso.
38. Tiao koui (T'iao kou) — Boca de Secção.
39. Xia ju xu (Tsu shia lien) — Grande Vazio Inferior.
Mar do ponto de sangue. Ponto Ho de reunião infe-
rior do intestino delgado.
40. Feng long (Feng lung) — Esplendor Abundante. Ponto
LO. "Ponto da Palavra Tranqüila".
41. Jie xi (Crieh ch'i) — Liberação da Corrente. Ponto de
Fogo. "Ponto de Energia e Felicidade."
42. Chong yang (Ch'ung yang) — Arremetida Yang. Ponto
Fonte. "Ponto da Perfeita Tranqüilidade." Ponto de
saída.
43. Xian gu (Hsien ku) — Vale da Excavação. Ponto Ma-
deira.
44. Nei ting (Nei t'ing) — Pátio da Corte Interior. Ponto
Água.
45. Li dui (Li tui) — Acordo Difícil. Ponto Metal. Último
Ponto. "Ponto do Pagamento Desumano" (proveniente
da indiscreçâo dietética e doenças agudas).

MERIDIANO DO BAÇO (B)

O meridiano do baço começa na ponta do primeiro


dedo do pé. O caminho corre ao longo da face interna do
pé, passa na frente do torzonelo, e sobe ao longo da super-
fície interna da perna e da superfície anterior da coxa; passa
O L.IVRO DA C U R A N A T U R A I . 305

por sobre a flexura da virilha e continua a subir ao longo


do abdome até que se torna interno; passa através do baço
e do estômago, sobe para a garganta e se dispersa na raiz
da língua. Um ramo estendido a partir do estômago emerge
na borda costal; o caminho superficial termina na caixa
torácica. Um canal anastomótico estende-se a partir do tér-
mino para unir o meridiano do baço ao meridiano do co-
ração.

O baço controla o movimento de líquido no estômago.


Su Wen, jingmo bielun

O baço governa o sangue.


Agora, se o baço estiver doente, não pode mover o líquido em
favor do estômago. Assim, os quatro membros não são capazes de
conseguir o Oi do aiimento líquido e sólido. Pois que o Qi decai
gradualmente. O meridiano não pode funcionar corretamente e os
músculos, os ossos, a pele e a carne não têm Qi com que crescer
e portanto não podem funcionar.
Su Wen, taiyin yangmln lun

Baço-Pâncreas. Meridiano Terra,

órgão associado ao estômago.


Órgão de energia de reserva, hematopoese, desenvolvi-
mento mental, moral e intelectual.
Ponto de alarme: IG3.
Melhor hora para tratar: 9 horas da manhã.

1. Yin bai (Yin pai) — Branco Secreto. Ponto de entra-


da. Ponto Madeira. Cauterização proibida. Picada proi-
bida na gravidez.
2. Do du (Tsu ta tu) — Grande Capital. Ponto Fogo.
Cauterização proibida na gravidez. "Ponto de Ener-
gia Intelectual."
3. Tai bai (T'ai pai) — Brancura Suprema. Ponto Ter-
ra do meridiano Terra yn. "Ponto de Equilíbrio e da
Alegria." "Ponto da Tranqüilidade Cerebral." Fonte.
4 . Gong sun (Kung sun) — Neto do Príncipe. Ponto LO.
Ponto Mestre de Chong mo. Ponto associado a Yin
wei mo.
306 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

5. Shang qiu (Shang ch'iu) — Barreira de Mercador. Reu-


nião de veias. Ponto Metal. "Ponto do Sono Tran-
qüilo." Ponto de circulação.
6. Sçn yin jiao (San yin chao) — Três Cruzamentos Yin.
Grupo LO de três yin inferiores. Reunião de E, R, F.
"Ponto Mestre do Sangue." "O Ponto Tranqüilizador
e Fortificador."
7. Luo gu (Luo ku) — Vale Avariado. Cauterização proi-
bida.
8. Di ji (Ti chi) — Motivador da Terra. Ponto de acumu-
lação.
9. Yin ling quan (Yin ling ch'uan) — Fenda da Barreira
Yin. — Ponto Água. Cauterização proibida. Comple-
mentar do Triplo-aquecedor.
10. Xue hai (Hsueh hai) — Mar de Sangue. Ponto Fogo.
11. Ji me>n (Chi men) — Boca do Cesto.
12. Chong men (Ch'ung men) — Portão de Arremetida.
Reunião de E, F.
13. Fit she — Casa do Depósito. Reunião de BP, F.
14. Fu jie (Fu chieh) — Nó do Abdome.
15. Da heng (Ta hung) — Nó do Abdome.
15. De heng (Ta hung) — Grande Horizontal. Ponto de
Yin wei mo.
16. Fu ai — Sofrimento do Abdome.
17. Shi dou (Shih tou) — Tubo Alimentar.
18. Tian xi (T'ien ch'i) — Ravina Celeste.
19. Xiong xiang (Hsiung hsiang) — Região do Tórax.
20. Zhou rong (Chou jung) — Glória Circulante.
21. Da bao (Ta pao) — Grande Envoltório. Ponto LO de
todos os pontos LO. Ponto de saída.

MERIDIANO DO CORAÇÃO (C)

O meridiano do coração começa no próprio coração,


entre os vasos aferentes e eferentes. Um ramo da via une-
se diretamente ao intestino delgado; o outro ramo torna-se
a via principal do meridiano. Esta via sobe para a gar-
ganta, passa pelo olho e continua para o cérebro; aí desce
de novo ao longo do tórax, onde se torna superficial; emerge
na axila e desce ao longo da superfície interna do braço; a
O L.IVRO DA C U R A N A T U R A I . 307

via termina na ponta do dedo mínimo da mão, depois de


ter-se estendido em um canal anastomótico unindo o meri-
diano do coração ao meridiano do intestino delgado.

O coração é a raiz da vida., sua reflexão exterior está na face,


sua reflexão interior, nos casos sangüíneos.
Su Wen, zangzlang lun

O Qi do coração comunica-se com a língua; se o coração está


harmonioso, então a lingua é capaz de reconhecer os cinco sabores.
Ling Shu, modu pian

Coração. Meridiano Fogo.

Órgão associado ao intestino delgado.


Órgão de energia de reserva, coragem moral.
Ponto de alarme: VC14.
Melhor tempo para tratar: 11 horas da manhã.

1. Ji quart (Chi ch'uan) — Fonte Extrema. Ponto de en-


trada.
2. Qing ling (Ch'ing ling) — Espírito Azul-Verde. Picada
proibida.
3. Shai. hai — Um Mar Pequeno. Ponto Água. "A Ale-
gria de Viver."
4. Ling dao (Ling tao) — Via do Espírito. Ponto Metal.
5. Tong li (T'ung li) — Que Penetra no Interior. Ponto
LO. "Ponto da Audácia."
6. Yin hung (Yin ch'i) — Barreira Yin. Ponto de acumu-
lação.
7. Shen men — Portão do Espírito. Ponto Terra. Pon-
to fonte. "Ponto do coração".
8. Shao fu — Pequeno Depósito. Ponto Fogo do meri-
diano fogo yin.
9. Shao chong (Shao ch'ung) — Pequena Arremetida.
Ponto Madeira. Ponto de saída. "Ponto Afinador."

MERIDIANO DO INTESTINO DELGADO (ID)

O meridiano do intestino delgado começa na ponta do


quarto dedo da mão. A via sobe ao longo da superfície
308 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

interno posterior do braço, contorna o omoplata e alcança


a superfície posterior do pescoço no ponto ID15; daí o
caminho passa por sobre o ombro para a clavícula e se
torna interno; continua até o coração, atravessa o diafragma,
passa pelo estômago e une-se ao intestino delgado. Um ou-
tro ramo sobe em toda a extensão do pescoço até a face;
passa por sobre o ângulo externo das pálpebras e caminha
para trás até se perder no ouvido, onde termina. Um canal
anastomótico estende-se desde a mandíbula, atravessando o
osso da bochecha para unir o meridiano do intestino delgado
ao meridiano da bexiga.

O intestino delgado é o oficial que recebe a abundância e que


está encarregado da transformação da matéria.
Su Wen, linglan mldlan lun

A doença do intestino delgado faz com que a água e os alimen-


tos o ultrapassem e apareçam nas fezes produzindo oligúria ou
hematúria.
Zhangfu biaoben yongyao shi

Intestino Delgado. Meridiano Fogo.

Órgão associado ao coração.


Órgão de eliminação; órgão da transformação da ener-
gia alimentar, da compreensão dos princípios mais
altos (alimento espiritual).
Ponto de alarme: VC4.
Melhor hora para tratar: 1 hora da tarde.
1. Shao ze (Shao chih) — Pequeno Charco. Ponto de en-
trada. Ponto Metal.
2. Qian gu (chien ku) — Vale do Futuro. Ponto Água.
3. Hou xi (Hou ch'i) — Ravina Posterior. Ponto Madeira.
"Ponto da Vitalidade." Ponto Mestre de Du mo. Pon-
to associado de Yang quiao mo. Reunião de ID, IG,
E, TA, VB, VG, P. VC.
4. Wan gu (Wan ku) — Osso do Pulso. Ponto Fonte.
"Ponto da Segurança."
5. Yang gu (Yang ku) — Vale Yang. Ponto Fogo do
meridiano fogo yang.
6. Yang lao — Apoio do Velho. Ponto de acumulação.
O LIVRO OA C U R A NATURAL 309

7. Zhe sheng (Chih cheng) — Membro Correto. Ponto


LO. "Ponto de Equilíbrio."
8. Xiao hai (Hsiao hai) — Mar Pequeno. Ponto Terra.
Ponto Ho de reunião superior do intestino delgado.
9. Jian zhen (Chien chen) — Ombro em Pé. Cauteriza-
ção proibida.
10. Nao yu — Yu da Lâmina do Ombro. Ponto indepen-
dente associado à lâmina do ombro.
11. <T\an zong (T'ien tsung) — Ancestral Celeste.
12. Bing feng (Ping feng) — Vento Ávido. Reunião de ID,
IG, TA, VB.
13. Qu yuan (Ch'u yuan) — Parede Torta.
14. Jian wai yu (Chien wai yu) — Exterior do Ombro Yu.
Ponto independente associado ao exterior do ombro.
15. Jian zhong yu (Chien chung yu) — Meio do Ombro
Yu.
16. Tian chang (Tien ch'uang) — Janelas do Céu. Ponto
"Janela do Céu."
17. Tian rong (T'ien yung) — Aparência Celeste. Ponto
"Janela do Céu."
18. Quan liao (Ch'uan liao) — Osso da Bochecha. Reu-
nião de ID, TA, VB. Cauterização proibida.
19. Ting gong (T'in kung) — Palácio da Audição. Reunião
de ID, TA, VB. Ponto de "saída.

MERIDIANO DA BEXIGA (B)

O meridiano da bexiga começa no ângulo interno do


olho. A via sobe verticalmente e contorna o crânio até a
superfície posterior do pescoço, onde se divide em dois ra-
mos paralelos e verticais. Um ramo desce ao longo da es-
pinha. O outro ramo corre ao longo da borda interior da
omoplata. Quando passa pelo crânio perto do vértice, o me-
ridiano estende um ramo lateral até o ouvido e o cérebro.
A dupla via dorsal desce até a região lombar onde o ramo
para vertebral estende-se internamente para o rim e vai
até a bexiga. O segundo ramo superficial atravessa as ná-
degas e segue para baixo até a superfície posterior da coxa
tão distante quanto possível do espaço poplíteo. Daí em dian-
te a via é única e superficial; desce a superfície posterior
da panturrilha, passa pelo maléolo externo, e termina na
310 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

ponta do quinto dedo do pé depois de ter-se estendido em


um canal anastomótico para unir o meridiano da bexiga ao
meridiano dos rins.

A bexiga é o oficial de uma região. Armazena líquido; se o Qi


se move, então pode-se urinar.
Su Wen, linglan midian lun

Bexiga. Meridiano Água.

Órgão de eliminação (toxinas líquidas e emoções nega-


tivas). Regula as inconsistências de caráter pro-
vocadas por enfermidades crônicas de longa du-
ração.
Órgão associado ao rim.
Ponto de alarme: VC3.
Melhor hora para tratar: 3 horas da tarde.

1. lin ming (ching ming) — Fulgor dos Olhos. Ponto de


entrada. Ponto de reunião do yang maior. Reunião de
B, E, 1D, TA. Ponto de yang e yin qiao mo. Caute-
rizações proibidas.
2. Zan zhu (s'uan chu) — Coleção de Bambu. Cauteri-
zações proibidas.
3. Mei chong (Mei ch'ung) — Arremetida da Sobran-
celha.
4. Qu chai (Ch'u Tz'u) — Criado Curvo.
5. Wu chu (Wu cr'u) — Cinco Lugares. Cauterizações
proibidas.
6. Cheng guang (Ch'en kuang) — Recebe Luz. Cauteri-
zações proibidas.
7. Tong tian (T'ung t'ien) — Penetrar no Céu.
8. Luo que-(Le ch'ueh) — Final LO.
9. Yu zhen (Yu chen) — Travesseiro de Jade.
10. Tian zhu (T'en chu) — Pilar Celestial. Mar do ponto
de Energia. Supostamente vagossimpático
11. Da zhu (Ta chu) — Lançadeira Grande. Mar do pon-
to de Sangue. Ponto do osso especial. Reunião de
B, ID, VB, P, BP.
12. Feng men — Porta do Vento. Reunião de B, VG
O L.IVRO DA CURA NATURAI. 311

13. Fei yu — Yu do Pulmão. Ponto associado do pulmão.


14. Jue yin yu (Chueh yin yu) — Yu Yin menor. Ponto
associado do CS.
15. Xin yu (Hsin yu) — Yu do Coração. Ponto associa-
do do coração e da chakra do coração. "Ponto da
Auto-Confiança."
16. Du yu (Tu yu) — Yu do Vaso Governador. Ponto
associado de VG. Picada proibida.
17. Ge yu (Ko yu) — Yu do Diafragma. Ponto associado
do diafragma. Centro de reunião dos pontos gerais de
yang e yin e sangue. Hemorragias. "Ponto de
Acordar."
18. Gan yu (Kan yu) — Yu do Fígado. Ponto associado
do fígado.
19. Dan yu (Tan yu) — Yu da Vesícula Biliar. Ponto
associado de VB.
20. Pi yu (P'i yu) — Yu do Baço. Ponto associado do
baço.
21. Wei yu — Yu do Estômago. Ponto associado do es-
tômago.
22. San jiao yu (San chião yu) — Yu do Triplo-Aquece-
dor. Ponto associado do triplo-aquecedor.
23. Shen yu — Yu do Rim. Ponto associado do rim.
"Ponto de Decisão."
24. Qi hai yu (Ch'i hai yu) — Sede de Yu do Kl. Ponto
extra associado da região lombar superior.
25. Da chang yu (T'a chang yu) — Yu do Intestino Gros-
so. Ponto associado do I G .
26. Guan yuan yu K(uan yuan yu) — Yu da Origem da
Margem. Ponto extra associado da região lombar in-
ferior.
27. Xiao chang yu (Hsiao ch'ang yu) — Yu do Intestino
Delgado. Ponto associado do ID.
28. Pang guang yu (P'ang kuang yu) — Yu da Bexiga.
Ponto associado da bexiga.
29. Zhong lu yu (Chung t' un yu) — Yu do Meio das Cos-
ias. Ponto extra associado do sacro.
30. Bai huan yu (Pai huan yu) — Yu do Círculo Branco.
Ponto extra associado do esfíncter anal. Cauterização
proibida.
31. Shang liao — Osso Superior. Reunião de B, VB.
"Ponto da Última Juventude" (menopausa).
312 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

32. Ci liao (Tz'u liao) — Segundo Osso.


33. Zhong liao (Chung liao) — Osso do meio. Reunião
de B, VB, F.
34. Xia liao (Hsia liao) — Osso inferior. Reunião de B,
VB.
35. Hui yang — Reunião do Yang.
36. Fu fen — Perto da Divisão. Reunião de B. ID.
37. Po hu (P'ei hu) — Porta da Alma Animal.
38. Gao huang (Kao huang) — Entre o Coração e o Dia-
fragma. Ponto especial para formação de células san-
güíneas.
39. Shen tang (Shen fang) — Entrada do Espírito. Hema-
topoese (antileucocitose), associada com espasmos.
"Ponto da Confiança Alegr-e."
40. Yi xi (lhsi) — Grito de Dor.
41. Ge guan (Ko kuan) — Margem do diafragma.
42. Hun men — Portão da Alma Espiritual.
43. Yang gang (Yang kang) — Rede Yang.
44. Yi she (I she) — Morada do Pensamento.
45. Wei cang (Wei ts'ang) — Celeiro do Estômago.
46. Huang men — Portão do Coração-Diafragma.
47. Zhi shi (Chih shih) — Sala Ambiciosa.
48. Bao huang (Pao huang) — Diafragma do Ventre e do
Coração.
49. Zhi bian (Chih pien) — Fronteira da Ordem.
50. Cheng fu (Ch'eng fu) — Recebe e Apóia. Cauteriza-
ção proibida.
51. Yin men —« Portão Próspero. Cauterização proibida.
52. Fu xi (Fou ch'i) — Cidade Flutuante.
53. Wei yang — Yang de Equilíbrio. Ponto Ho de reunião
do triplo-aquecedor.
54. Wei zhong (Wei chung) — Meio de Equilíbrio. Ponto
Terra. Cauterização proibida. Ponto associado da
pele. Ponto Ho de reunião inferior da bexiga.
55. He yang. (Ho yang) — Yang de União.
56. Cheng jin (Ch'eng chin) — Músculos de Manutenção.
Picada proibida.
O L.IVRO DA C U R A N A T U R A I . 313

57. Cheng shan <Ch'eng shan) — Montanha de Apoio.


58. Fei yang — Voar e Dispersar. Ponto LO. "Ponto da
Infatigabilidade."
59. Fu yang — Yang do Osso do Pé. Ponto de Yang qiao
mo.
60. Kun lun — Montanhas de Kun Lun (perto do Tibete).
Ponto Fogo. Tranqüiliza a qualquer dor em qualquer
lugar do corpo.
61. Pu shen (Pu ts'an) — Auxilio do Criado. Ponto de
Yand qiao mo.
62. Shen mo (Shen mei) — Meridiano de Extensão. Cau-
terização proibida. "Ponto de Sono Tranqüilo." Ponto
Mestre de Yang qiao mo. Ponto associado de Yin qiao
mo. Ponto de Yang qiao mo.
63. Jin men (Chin men) — Portão de Ouro. Ponto de
acumulação. Ponto de Yang wei mo.
64. Jing gu (Ching ku) — Osso Capital. Ponto Fonte.
"Ponto do Apetite Delicado."
65. Shu' gu (Shu ku) — Ligação do Osso. Ponto Madeira.
"Ponto de Consolação."
66. (Yang) Tong gu (T'ung ku) — Penetração do Vale.
Ponto Água do meridiano yang da água.
67. Zhi yin (Chih yin) — Extremidade de Yin. Ponto Me-
tal. Ponto de saída. "Ponto do Equilíbrio Geral."

MERIDIANO DOS RINS (R)

O meridiano dos rins começa na ponta do quinto dedo


do pé, embora a via não emerja nem se torne superficial
até o ponto R I , localizado na planta do pés na aponeurose
plantar. Daí o caminho sobe, contorna o maléolo interno,
sobe toda a extensão ao longo da perna na sua face inte-
rior e se torna interno na ponta do cóccix. A via continua
até os rins e a bexiga, atravessa o diafragma, passa pelos
pulmões e sobe até a garganta onde se perde nas raízes da
língua. Um ramo se afasta dos pulmões, passa pelo coração
e emerge na superfície de cada ponto do meridiano dos rins
no tórax; a via termina na clavícula. Contudo, visando a fi-
nalidades práticas, apresenta-se a via do meridiano dos rins
314 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

como uma linha quebrada ao longo do tórax. Um canal


anastomótico estende-se do término para unir o meridiano
dos rins ao meridiano da Circulação-Sexo.

Rim. Meridiano Água.

Órgão de energia de reserva. Regula todos os líquidos


do corpo, as lágrimas, a insegurança e as neuroses.
Órgão associado à bexiga.
Ponto de alarme: VB25.
Melhor hora para tratar: 5 horas da tarde.

1. Yong quan (Yung ch'uan) — Fonte Murmurante.


Ponto Madeira. Ponto de entrada. "Ponto da Cora-
gem."
2. Ran gu (Ian ku) — Vale Ardente. Ponto Fogo. "Pon-
to de Tranqüilidade."
3. Zhao hai (T'ai ch'i) — Mar da Reflexão. Ponto Terra.
Ponto Fonte. "Ponto do Despertar."
4. Shui quan (Ta chung) — Fonte de Água. Ponto de
acumulação. "Ponto de Simpatia Sorridente."
5. Da zhong (Shui ch'uan) — Grande Sino. Ponto Terra.
Ponto Fonte.
6. Tai-xi (Chao hai) — Grande Ravina. "Ponto do Sono
Alegre." Ponto LO.
7. Fu liu — Corrente de Retorno. Ponto Metal.
8. Jiao xin (Chião hsin) — Garantias de Mudança. "Mes-
tre do Ponto Sangue." "Ponto Fortificante e Tranqüi-
lizante." Ponto de Yin qiao mo.
9. Zhu bin (Chu pin) — Convidado de Construção. Pon-
to Água do meridiano água yin.
10. Yin gu (Yin ku) — Vale Yin. Ponto Água do meri-
diano água yin.
11. Heng gu (Hung ku) — Osso Transversal (pube). Pi-
cada proibida.
12. Da he (To ho) — Grande Fulgor.
13. Qi xue (Ch'i hsueh) — Orifício do Ki. Confluência
da energia vital. "Porta do Ponto das Crianças." Pon-
to de Chong mo.
O L.IVRO DA C U R A N A T U R A I . 315

Quando um homem atinge a idade dos oito anos, o rim está


cheio de Qi, os dentes mudam e o cabelo cresce. Com a idade de
16 anos, o Qi do rim é abundante, aparece a subst&ncia sexual
(Tienkui ocorre nos homens è nas mulheres), o Jing Qi flui e o Yin
e Yang se harmonizam, sendo portanto possível ter crianças. Aos
24 anos de idade o Qi renal é equilibrado e os músculos e ossos
sfio fortes, portanto os verdadeiros dentes crescem e se desenvol-
v e m . . . Com 56 anos, o Qi do fígado declina, os músculos não po-
dem mover-se„ a substância sexual está exaurida, existe pouco Jing,
o Sang do rim declina, a forma e as substâncias todas estão em
seus limites. Aos 64 anos, os dentes e os cabelos caem... Agora
que os cinco Zang declinaram, os músculos e os ossos também de-
caíram e a substância sexual terminou; portanto, o cabelo se torna
branco, o corpo pesado, o andar já não é ereto e não existe crianças.
Se as pessoas tiverem crianças com a idade avançada isto sig-
nifica que seu período normal de vida excede os limites da nor-
malidade, seu Qi e vasos sangüíneos continuam a penetrar normal-
mente e o Qi renal tem um excesso.
Su Wen, shango tian zhen lun

O Portão da Vida tem a força do fogo chamado o Yang origi-


nal, e este é o fogo das coisas vivas.
Jingyue quanshu

Os rins criam o osso e a medula.


Su Wen, ylnyang ylngziang dalun

Se os rins não criam, então a medula não pode estar cheia.


Su Wen, nitiao lun

O cérebro é o mar da medula.


Ling Shu, hallun

Toda a medula começa no cérebro.


Su Wen, wuzang shengcheng lun

14. Si man (Ssu man) — Plenitude de Quatro. "Palácio


do Ponto da Medula Óssea." Ponto de Chong mo.
15. Zhong zhu (Chung chu) — Fluxo Médio. Ponto de
Chong mo.
16. Huang yo (Huang yu) — Yu Intestinal. Ponto inde-
pendente associado dos intestinos. Shokaten de yin
menor. Ponto de Chong mo.
17. Shang qu (Shang ch'u) — Mercador Curvado. Ponto
de Chong mo.
18. Shi guan (Shih kuan) — Borda óssea. Ponto de
Chong mo.
316 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

19. Yin du (Yin tu) — Capital Yin. Shokanten de yin ab-


soluto (de acordo com Yosio Manaka). Ponto de
Chong mo.
20. Tong gu (Fu) (Yin t'ung ku) — Penetração do Vale
(abdome).
21. You men (Yu men) — Potão do Inferno. O Piloro.
Shokanten do yang menor (de acordo com Yosio Ma-
naka). Ponto de Chong mo.
22. Bu lang (Pu lang) — Caminhando na Varanda. Ponto
de saída.
23. Shen feng — Selo do Espirito.
24. Ling xu (Ling ch'u) — Cemitério do Espírito.
25. Shen zang (Shen ts'ang) — Depósito do Espírito. Reu-
nião de R, E, F.
26. Yu zhong (Huo chung) — Entre Elegância.
27. Yu fu — Depósito. Ültimo ponto.

MERIDIANO DA C1RCULAÇÃO-SEXO (CS)

O meridiano começa exatamente abaixo do diafragma


na área do aquecedor central. O caminho emerge da caixa
torácica e se junta à axila; daí desce ao longo da super-
fície anterior do braço, entre o meridiano dos pulmões e
o meridiano do coração. Passa por sobre a superfície do
pulso, corre ao longo da palma da mão, e termina na ponta
do terceiro dedo da mão. Um canal anastomótico estende-se
da palma da mão para unir o meridiano da circulação-sexo
ao meridiano do triplo-aquecedor.

O envoltório do coração é o órgão do qual provém o sentimento


de felicidade.
Su Wen, linglan midlan lun

O coração é o maior controlador do Zang e do F u . . . se a mal-


dade penetra no coração, prejudicâ-lo-á de tal modo que o coração
não pode resistir-lhe; se o coração for prejudicado, então o Shen
o deixará e se o Shen o deixar, morre-se. Assim, a presença da
maldade no coração depende do envoltório do coração.
Ling Shu, xleke plan
O L.IVRO DA C U R A N A T U R A I . 317

Circulação-Sexo. Meridiano Fogo.

Órgão de energia de reserva. Governa as secreções se-


xuais internas e externas e a sexualidade.
Órgão asociado do triplo-aquecedor.
Ponto de alarme: VC1 (circulação); RI 1 (sexo).
Melhor hora para tratar: 7 horas da noite.

1. Tian chi (Tien ch'ih) — Lagoa Celeste. Ponto de en-


trada. Reunião de CS, TA, VB, R, F. Ponto de reu-
nião yin absoluto. Ponto "Janela do Céu".

2. Tian quan (Ch'ien ch'uan) — Fonte Celeste (de K l ) .

3. Qu ze (Chu chih) — Charco Curvado. Ponto Água.

4. Xi men (Ch'i.men) — Portão do Kl. Ponto de acumu-


lação. Ponto de forte efeito psíquico.

5. Jian shi (Chien shi) — O Intermediário. Ponto do gru-


po LO dos três yin superiores. Ponto Metal.

6. Nei guan (Nei kuan) — Borda Interna. Ponto LO. Pon-


to LO geral. "Ponto do Amor Perfeito." Ponto de for-
te efeito psíquico. Ponto Mestre Yin wei mo. Ponto
associado a Chong mo.

7. Da ling (Ta ling) — Grande Barreira. Ponte Fonte.


Ponto Terra. "Ponto da Tranqüilidade Sexual."

8. Lao gong (Lao kung) — Palácio do Aborrecimento.


Ponto Fogo do meridiano fogo yin. Ponto de saída.
Ponto de forte efeito psíquico.

9. Zhong chong (Chung heng) — Arremetida pelo Meio.


Ponto Madeira. Último ponto. Ponto da hipotensão ar-
terial. "Ponto da Amizade Equilibrada."

MERIDIANO DO TRIPLO-AQUECEDOR (TA)

O meridiano do triplo-aquecedor começa na ponta do


quarto dedo da mão. A via sobe ao longo da superfície
318 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

posterior do braço, entre o meridiano do intestino grosso


e o meridiano do intestino delgado. Corre por trás do om-
bro no ponto TA 14, procedendo para a frente da clavícula.
Aí, o caminho se torna interno e continua assim até perto
do ponto VC17; ;deste ponto, um ramo se estende para
dois "centros ideais" — da circulação-sexo e do triplo-aque-
cedor; um ramo interno que provém da mama emerge e
se torna superficial na clavícula; continua até o ponto TA 15
por trás do ombro, remonta ao pescoço até a apófise mas-
tóide, contorna a orelha, passa pelas têmporas e atinge a
órbita do olho. Outro ramo começa no ponto TA 17, corre
até o ouvido interno, atravessa-o, emerge diante da orelha,
e termina o meridiano do triplo-aquecedor na ponta da
sobrancelha. Um canal anastomótico estende-se desde a pon-
ta da sobrancelha para unir o meridiano do triplo-aquecedor
ao meridiano da vesícula biliar.

Triplo-Aquecedor. Meridiano Fogo.

Sistema associado da circulação-sexo.


Função: regulação do calor relacionado com a circula-
ção e:

A. Respiração — todo o trabalho dos pulmões

B. Digestão — funções de:


1. Estômago
2. Fígado
3. Pâncreas

C. Sistema Geniturinário
1. Gônadas
a. hormônios
b. óvulo
2. Supra-renais
a. córtex
b. medula
3. Rins
O LIVRO OA C U R A NATURAL 319

0 Aquecedor Superior, do diafragma inferior que fica por baixo


do coração até o orifício superior do estômago, controla a receção
e não expele. O Aquecedor Médio, no meio do estômago, tem uma
posição Intermédia, controla a maceração e ao amadurecimento do
alimento e dos líquidos. O Aquecedor Inferior, no orifício superior
da bexiga, controla a divisão do puro e do impuro, controla expelin-
do e não recebendo para transmitir.
Nanjlng «anshlylnan thuo

A água e o alimento penetram através da boca; tém cinco sa-


bores; fluindo cada um deles em seu próprio mar; todos os líquidos
se movem ao longo de suas vias próprias; portanto, os três aque-
cedores emitem Ql a fim de aquecer a carne; aquilo que a pele
sente é Jin, e aquilo permanece e não se move é Ye.
Ling Shu, wulong jlnyue blelun

O Triplo-Aquecedor é a vida da água e do alimento e o começo


e o fim do Ql.
Nanjing canshiynan

O Aquecedor Superior é o primeiro motor e distribui os cinco


sabores alimentares, vaporiza a pele, enche o corpo, umedece os ca-
belos do corpo, é semelhante à irrigação da névoa e do orvalho e
se chama Qi.
Ling Shu jueql plan

O Aquecedor Médio recebe o Qi, extrai o suco e transforma-o


em uma substância que se chama sangue.
ling Shu, jueql plan

Drenar significa o fluxo e o escoamento de água. O Aquecedor


Inferior controla a emissão e não a recepção, ,a distribuição e não
o retorno.
Zhangthi leijing

Pontos de alarme: VC5 principal; VC7 sexual (infe-


rior); VC12 digestivo (médio); VC17 respiratório
(superior).
Melhor hora para tratar: 9 horas da noite.
1. Guan chong (Kuan cr'ung) — Ataque da Fronteira.
Ponto Metal. Ponto de entrada.
2. Ye men (Yeh men) — Portão de Secreção. Ponto
Água.
3. Zhong zhu (Chung chu) — Ilha do Meio. Ponto Ma-
deira. "Ponto da Aleçria Ouente."
321 310 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

4 Yang chi (Yang ch'ih) — Lagoa Yang. Ponto Fonte.


Cauterização proibida. "Ponto do Retorno à Tran-
qüilidade."
5 Wai guan (Wai kuan) — Fronteira Externa. Ponto LO.
Ponto LO geral. Ponto Mestre de Yang wei mo. Ponto
associado a Dai mo.
6 Zhi gou (Chi kou) — Trincheira do Ramo. Ponto Fo-
go do meridiano fogo yang.
7 Hui zong (Hui tsung) — Reunião de Ancestrais. Pon-
to de acumulação.
8 San yang luo (San yang le) — Três Lo Yang. Ponto
do grupo LO dos três yang superiores. Picada proi-
bida.
9 Si du (Ssu tu) — Quarta Canale ta.
10 Tian jing (T'ien ching) — Bem Celestial. Ponto Ter-
ra. "Ponto da Serena Tranqüilidade." Ponto Ho da
reunião superior do triplo-aquecedor.
11 Qing leng yuan (Ch'ing leng yuan) — Abismo do Frio
Puro.
12 Xiao luo (Hsiao le) — Rio Luo do Degelo.
13 Não hui — Reunião do Ombro. Ponto de Yang wei
mo.
14 Jian tiao (Chien liao) — Osso do Ombro.
Tian liao (Tien liao) — Osso Celestial. Reunião de
15 TA, VB. "Ponto Higrométrico." Ponto de Yang wei
mo.
Tian you (T'ien yu) — Janela do Céu. Cauterização
16 proibida. Ponto "Janela do Céu". Ponto de forte efei-
to psíquico.
Yi feng (l feng) — Anteparo do Vento. Reunião de
17 TA, VB. Ponto da surdez.
Qi mai (Chi mei) — Meridianos da Alimentação.
Cauterização proibida.
18
Lu xi (Lu hsi) — Respiração do Crânio. Picada proi-
bida.
19 Jiao sun (Chia sun) — Ângulo do Ouvido. Reunião
de TA, VB, 1D. Picada proibida.
20 Er men (Erh men) — Portão do Ouvido. Reunião de
TA, ID, VB. Ponto da surdez.
21
(Er) He liao (Ho liao) — (Ouvido) Osso da Harmo-
nia. Ponto de saída. Ponto da surdez.
22
O L.IVRO DA C U R A N A T U R A I . 321

23. Si zhu kong (Ssu chu k'ung) — Cortina de Bambu de


Seda. Cauterização proibida. Ponto da surdez.

MERIDIANO DA VESÍCULA BILIAR (VB)

O meridiano da vesícula biliar começa no ângulo ex-


terno do olho. O caminho contorna a cabeça por sobre o
ouvido, corre para trás dele até o pescoço na frente do
meridiano do triplo-aquecedor, e une-se à clavícula; um ra-
mo saído do mastóide atravessa o ouvido interno, emerge
na frente do pavilhão (da orelha) e retorna ao ângulo ex-
terno do olho; outro ramo deixa a fonte para unir-se ao
ponto E5. Um canal anastomótico estende-se desde o ponto
E5 para unir o meridiano da vesícula biliar ao meridiano
do triplo-aquecedor. O mesmo ramo remonta à órbita ocular,
desce ao longo da mandíbula até a clavícula e daí estende
um ramo interno até a mama, onde atravessa o diafragma
e continua para o fígado e a vesícula biliar; o ramo prin-
cipal continua o caminho que emerge em dois pontos na
parte inferior do abdome; um é o ponto E30 e outro está
localizado nos pêlos púbicos. Daí, o caminho se interna-
liza e continua horizontalmente até o colo do fémur. Um
ramo superficial sai da clavícula, desce ao longo da linha
da axila para unir-se ao outro ramo no colo do fémur;
daí um único e externo caminho desce ao longo da super-
fície externa da coxa e da perna, passa pelo maléolo ex-
terno, continua ao longo do dorso do pé para terminar na
ponta do quarto dedo do pé. Um canal anastomótico esten-
de-se desde o dorso do pé até o primeiro dedo do pé para
unir o meridiano da vesícula biliar ao meridiano do fígado.

A vesícula biliar é o verdadeiro e correto oficial, que sobressai


na tomada de decisões.
S u Wen, linglan mldian lun

A vesfculla biliar é um apêndice do fígado e auxiliam-se mutua-


mente. Mesmo que o Qi do fígado seja forte, sem a vesícula biliar
não existe decisão. Se o fígado e a vesícula biliar se ajudarem mu-
tuamente, criam-se então bravura e coragem.
Zhangshi leijing
322 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

Vesícula Biliar. Meridiano Madeira.

Órgão de eliminação. Governa a função de armazena-


mento e liberação da bile da própria vesícula bi-
liar e diz-se que todos os traços emocionais têm
"uma natureza biliosa". Chamado de meridia-
no do hipocondríaco, geralmente é considerado
valioso no tratamento de todas as enfermidades
obviamente psicossomáticas.
Órgão associado ao fígado.
Pontos de alarme: VB23 principal; VB24 comple-
mentar.
Hora melhor para tratar: 11 horas da noite.

1. Zhong zi liao (T'ung tsu liao) — Osso do Olho. Pon-


to de entrada. Reunião de VB, ID, TA. Ponto de
reunião yang menor.
2. Ting hui (T'ing hui) — Reunião de Audição.
3. Shang guan (Ko chu jen) — Borda Superior. Reunião
de VB, E, IG, TA. Picada proibida.
4. Han yan (Han yen) — Mandíbula Detestada. Reunião
de VB, E, TA, IG.
5. Xuan lu (Hsuan lu) — Crânio Suspenso. Reunião de
VB, E, TA, IG.
6. Xuan li (Hsuan li) — Milímetro Suspenso. Reunião
de VB, E, TA, IG.
7. Qu bin (Ch'u pin) — Cabelo Torcido nas Têmporas.
Reunião de VB, B.
8. Shuai gu (Shuai ku) — Vale Seguinte. Reunião de
VB, B.
9. Tian chong (Tien ch'ung) — Arremetida Celeste.
Reunião de VB, B.
10. Fu bai (Fou pai) — Branco Flutuante. Reunião de
VB, B.
11. (Tou) Qiao yin (T'ou chião yin) — Yin do Orifício
(da Cabeça). Reunião de VB, TA.
12. Wan gu (Wan ku) — Osso Final. Reunião de VB, B.
13. Ben shen (Pen shen) — Espírito da Raiz. Reunião
de VB, B. Ponto de Yang wei mo.
14. Yang bai (Yang pai) — Branco Yang. Reunião de
VB, IG, TA, E, B. Ponto do olho. Ponto de Yang
wei mo.
O L.IVRO DA C U R A N A T U R A I . 323

15. (Tou) Lin qi (T'ou lin ch'i) — (Cabeça) Acima das


das Lágrimas. Cauterização proibida. Reunião de VB,
B. Ponto de Yang wei mo.
16. Mu chuang (Nu ch'uang) -— Janela do Olho. Reunião
de VB, B. Ponto de Yang wei mo.
17. Zheng ying (Cheng ying) — Ying Verdadeiro. Reunião
de VB, B. Ponto de Yang wei mo.
18. Cheng ling (Ch'eng ling) — Espírito de Recepção.
Picada proibida. Reunião de VB, B, TA. Ponto de
Yang wei mo.
19. Nao kong (Nao K'ung) — Cavidade do Cérebro. Pon-
to de Yang wei mo.
20. Feng chi (Feng ch'ih) — Barreira do Vento. Reunião
de VB, T A . Supostamente vasossimpático. Ponto
olho. Ponto de Yang wei mo e provavelmente Yang
giao mo.
21. Jian jing (Chien ching) — Roda do Ombro. Reunião
de VB, TA, E. Ponto de Yang wei mo.
22. Yuan ye (Yuan i) — Abismo da Axila. Cauterização
proibida.
23. Che jin (Chih chin) — Músculo do Flanco. Ponto de
alarme secundário. Reunião de VB, B. Localizado no
tórax no quarto espaço intercostal, uma polegada chi-
nesa na direção medial ao ponto VB22.
24. Ri yue (Jih yueh) — Sol e Lua. Ponto de alarme
principal. Reunião de VB, BP. Ponto de Yang wei
mo. Localizado no tórax, em linha com o mamilo,
no oitavo espaço intercostal.
25. Jing men (Ching men) — Portão Capital. Ponto de
alarme do rim. Localizado no tórax, na extremidade
da décima segunda costela.
26. Dai mo (Tai mei) — Meridiano Extra da Cintura.
Ponto especial das doenças ginecológicas. Ponto Dai
mo.
27. Wu shu (Wu ch'u) — Cinco Pivôs. Ponto de Dai mo.
28. Wei dao (Wei tao) — Via de Ligação. Ponto de Dai
mo.
29. Ju liao (Chu liao) — Osso da Moradia. Ponto de
Yang qiao mo.
30. Huan tiao (Huan t'iao) — Círculo de Saltador. Reu-
nião de VB, B.
324 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

31. Feng shi (Feng shih) — Mercado do Vento.


32. Zhong du (Chung tu) — Canaleta Média.
33. (A7) Yang quan (.Yang kuan) — Margem Yang (do
Joelho). Cauterização proibida.
34. Yang ling quan (Yang ling ch'uan) — Fonte da Bar-
reira Yang. Ponto especializado nos músculos. Ponto
Terra. "Ponto da Coragem Tranqüila." Ponto Ho de
reunião inferior da vesícula biliar.
35. Yang jiao (Yang chião) — Cruzamento Yang. Ponto
de acumulação.
36. Wai qiu (Wai ch'iu) — Barreira Externa. Ponto de
acumulação.
37. Guang ming (Kuang ming) — Brilhante e Claro. Pon-
to LO.
38. Yang fu — Suporte Yang. Ponto Fogo. "Ponto da
Alegria Ativa."
39. Xuan zhong (Hsuan chung) — Sino Suspenso. Ponto
do grupo LO de três yang inferiores. Ponto especia-
lizado na medula óssea, leucocitose.
4 0 . Qiu xu (Ch'iu ch'u) — Barreira Solene. Ponto Fonte.
"Ponto da Calma Inabalável."
4 1 . (Zu) Lin qi (Tsu lin ch'i) — (Pé) Acima das Lágri-
mas. Ponto Madeira do meridiano madeira yang.
Ponto de saída. Ponto Mestre de Dai mo. Ponto as-
sociado a Yang wei mo. Reunião de VB, B.
4 2 . Di wu hui — Reuniões de Cinco Terras. Cauteriza-
ção proibida.
4 3 . Xia xi (Hsieh ch'i) — Ravina Escura. Ponto Água.
4 4 . (Zu) Qiao yin (Tsu ch'iao yin) — (Pé) Orifício Yin.
Ponto Metal. Último ponto.

MERIDIANO DO FÍGADO (F)

O meridiano do fígado começa na ponta do primeiro


dedo do pé. A via vai do maléolo interno superior por
cima da superfície interna da perna e contorna a virilha.
Um canal anastomótico estende-se deste local para unir o
meridiano do fígado ao meridiano do estômago. Daí a via
do meridiano do fígado começa a ser interna, sobe até o
fígado e a vesícula biliar, atravessa o diafragma e estende
até as costelas. A trajetória interna sobe até a garganta e
O L.IVRO DA C U R A NATURAI. 325

daí para a testa, onde passa e se une ao olho e ao vértice


e finalmente une-se ao vaso governador. Um ramo se se-
para do olho e desce de novo até os lábios. Um canal anas-
tomótico estende-se desde o fígado e une o meridiano do
fígado ao meridiano dos pulmões.

O fígado é o centro do aspecto mais importante da vida.

Fígado. Meridiano Madeira.

Este órgão é a base de todo o metabolismo, da elimi-


nação das toxinas e venenos em todos os níveis
(físico, mental e psíquico). Órgão de energia de
reserva.
Órgão associado à vesícula biliar.
Ponto de alarme: F14.
Hora melhor para tratar: 1 hora da manhã.

1. Da duri (Ta tun) — Grande Estima. Ponto Madeira


do meridiano madeira yin. Ponto de entrada.
2. Xing jian (Hsing chien) — Espaço de Marcha. Ponto
de sedação. Ponto Fogo. "Ponto da Tranqüilidade Fe-
liz."
3. Tai chong (T'ai ch'ung) — Suprema Arremetida. Pon-
to independente associado a espasmos. Ponto Terra.
Ponto Fonte. "Ponto do Relaxamento Total".
4. Zhong feng (Chung feng) — Selo Médio. Ponto Me-
ta).
5. Li gou (Li kou) — Barreira de Inseto. Ponto LO.
"Mestre do Ponto Sangue" (menstrual).
6. Zhong du (Chueh yin chung tu) — Capital Média.
Ponto de acumulação. "A Alegria Sem Ponto de
Preocupação."
7. Xi quan (Hsi kuan) — Borda do Joelho.
8. Qu quan (Ch'u ch'uan) — Fonte Curvada. Ponto
Agua.
9. Yin bao (Yin pao) — Invólucro Yin. "Doçura do
Ponto da Vida."
10. (Zu) Wu li (Yin wu li) — (Pé) Cinco Milhas.
11, Yin lian (Yin lien) — Ângulo Yin.
326 DO JARDIM IX) ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

12. Ji mai (Ch'i mei) — Meridiano Agudo. Picada proi-


bida.
13. %hang men (Chang men) — Portão do Capítulo. Pon-
to de alarme do baço. Ponto particular de centro
de reunião dos cinco órgãos yin. Reunião de F, VB.
Shokanten de yin maior. Ponto de Dai mo. Localizado
no ponto da undécima costela.
14. Qi men (Ch'i men) — Portão do Período. Ponto de
alarme. Ponto de saída. Reunião de F, BP. Shokan-
ten de yin absoluto. Ponto de Yin wei mo.

VASO DA CONCEPÇÃO (VC)

Vaso da Concepção.

Governa todos os órgãos do corpo através do sistema


nervoso central.
Perínuo até o umbigo (pontos 1-8): geniturinário.
Umbigo até o processo xifóide (pontos 9-15): diges-
tivo.
Processo xifóide até o lábio inferior (pontos 16-24):
respiratório.

1. Hu yin — Reunião de Yin. Reunião de VC, TA.


Cauterização proibida. Ponto LO geral. Ponto de
Chong mo.
2. Qii gu (Ch'u ku) — Osso Curvado. Reunião de VC,
F.
3. Zhong ji (Chung chi) — Extremidade Média. Ponto
de alarme da bexiga. Reunião de VC, BP, IG, E, ID,
B, TA, VB, R, F. Localizado na linha mediana do
abdome a quatro polegada chinesas abaixo do umbigo.
4. Guan yuan (Kuan yuan) — Origem da Borda. Ponto
de alarme do intestino delgado. Reunião de VC, BP,
R, F. Localizado na linha mediana do abdome a três
polegada chinesas abaixo do umbigo.
5. 'Shi men (Shih men) — Portão de Pedra. Ponto de
alarme principal do triplo-aquecedor. Centro de ener-
gia. Ponto do Mar de Energia." Localizado na linha
mediana do abdome a duas polegadas chinesas abai-
xo do umbigo.
O L.IVRO DA C U R A N A T U R A I . 327

6 Qi hai (Ch'i hai) — Mar de Kl. Centro de Energia.


"Ponto do Mar de Energia." Reunião de VC, R.
7 Yin jiao (Yin chião) — Cruzamento Yin. Ponto de
alarme inferior do triplo-aquecedor. Reunião de VC,
TA inferior. "Ponto de Equilíbrio Sexual." Localizado
na linha mediana do abdome a uma polegada chinesa
abaixo do umbigo.
8. Shen que (Shen ch'ueh) — Deficiência do Espírito.
Picada proibida.
9 Shui fen — Divisões da Água.
Xia wan (Hsia kuan) — Dueto Inferior. Não deve ser
10
confundido com E7 do mesmo nome.
Jian li (Chien li) — Milha Estabelecida. Reunião de
11
VC, E, ID, P, BP.
Zhong wan (Chung kuan) — Dueto Médio. Ponto de
12
alarme médio de E e TA. Ponto particular do centro
de reunião de cinco órgãos yang. Reunião de VC, ID,
E, TA, P, F. Localizado na linha mediana do abdo-
me a quatro polegadas chinesas acima do umbigo.
13 Shang wan (Shang Kuan) — Dueto Superior. Reunião
de VC, E, ID. Ponto anticonvulsivo e de digestão.
14 Ju que (Chu ch'ueh) — Grande Deficiência. Ponto de
alarme do coração. Localizado na linha mediana do
abdome a seis polegadas chinesas acima do umbigo.
15 Jiu wei (Chiu wei) — Cauda de Pomba. Ponto LO.
Ponto particular de centro de reunião dos centros vi-
tais. Ponto anticonvulsivo. (nervos). Ponto de alarme
de VC.
16 Zhong ting (Chung t'ing) — Vestíbulo do Meio.
17 Sran zhong (Hsien chung) — Dentro da Mama. Ponto
de alarme do triplo-aquecedor superior. Ponto parti-
cular do centro de reunião da energia da respiração.
Ponto do Mar de energia. Reunião de VC, ID, TA,
BP, F. C, Picada proibida. "Ponto de Antigas". Locali-
zado na linha mediana a uma polegada chinesa e seis
fen acima do limite externo xifóide na altura dos ma-
milos.
18 Yu tang (Yu t'ang) — Corte de Jade.
19 Zi gong (Tz'u kung) — Palácio de Púrpura.
20 Hua gai (Hua kai) — Revestimento de Flor.
21 Xuan ji (Hsuan chi) — Jade de Pérola.
328 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

22. Tian tu (T'ien t'u) — Arremetida do Céu. Ponto "Ja-


nela do Céu". Ponto de Yin wei mo.
23. Lian quan (Lien ch'uan) — Fonte de Ângulo. Ponto
de Yin wei mo.
24. Cheng jiang (Ch'eng chiang) — Talo de Recepção.
Reunião de VC. IG, E, VG.

VASO GOVERNADOR (VG)


Também chamado Sistema Nervoso ou Vaso do Comando
Vaso Governador.
Governa a função física e mental de todo o corpo.
Física (pontos 1-13): uma polegada chinesa posterior
ao ânus acima da sétima vértebra cervical.
Mental (pontos 13-26): sétima vértebra cervical até a
gengiva superior.

1. Chang qianq (Ch'ang ch'iang) — Longa Força. Pon-


to LO. Reunião de VG, VB, R, F.
2. Yao yu — Força Geratriz do Ponto Yu. Ponto inde-
pendente associado à área renal.
3. (Yao) Yang guan (Yang kuan) — (Força Geratriz)
Borda Yang. Sistema nervoso periférico. Localizado
na quinta vértebra lombar sobre o processo espinhoso.
3a. Arrolado por alguns textos. Função sexual. Localiza-
do na quarta vértebra lombar do processo espinhoso.
4 . Ming Men — Portão da Vida. "Ponto da Segunda Ju-
ventude."
5. Xuan shu (Hsuan ch'u) — Pivô Suspenso.
6 . Ji zhong (Chi chung) — Meio da Espinha. Cauteriza-
ção proibida. Sistemas nervosos, respiratório, digestivo
e pele. Localizado na décima segunda vértebra torá-
cica do processo espinhoso.
6 . a Arrolado em alguns textos. Sistema nervoso. Locali-
zado na undécima vértebra torácica do processo espi-
nhoso.
7. Zhong chu (Chung ch'u) — Pivô Médio. Picada e
cauterização proibidas. "Ponto de Força."
8. Jin suo (Chin shu) — Músculo Contraído.
9 . Zhi yang (Chih yang) — Yang Extremo. "Calmante
do Ponto da Ânsia de Matar."
O L.IVRO DA C U R A N A T U R A I . 329

10. Ling tai ( Ling t'ai) — Torre Sobrenatural. Picada


proibida. "Ponto de Força." Localizado na sexta vér-
tebra torácica do processo espinhoso.
10a. Arrolado em alguns textos. Localizado na quinta vér-
tebra torácica do processo espinhoso.
11. Shen dao (Shen tao) — Via do Espirito. Reunião de
VG, B. Picada proibida. "O Ponto da Ânsia de Ma-
tar Tranqüilizada." Localizado na quarta vértebra to-
rácica do processo espinhoso.
11a. Arrolado em alguns textos. Ponto de sedação nervosa.
Localizado na terceira vértebra torácica do processo
espinhoso.
12. Shen zhu (Shen chu) — Pilar do Corpo. "Ponto da
Sinceridade Social."
13. Tao dao (T'ao Tao) — Via do Forno. "Ponto da
Salvação Física e Mental." Reunião de VG, B. Co-
nexão de energia física e mental. Dobra a ação de
VG19, tendo efeito sobre as supra-renais e a hipó-
fise. Considerado como ponto especial para solidifi-
car o efeito de outros tratamentos, que, embora judi-
ciosamente aplicados, não conseguiram o resultado
esperado. Localizado na sétima vértebra cervical do
processo espinhoso. Felix Mann dá a VG14 todos os
atributos (ponto de reunião do centro) aqui apresen-
tados no ponto VG13. Esta lista segue La Fuye e
outras autoridades que também arrolaram um ponto
extra 13 a.
13b. Localizado no processo espinhoso da quarta vértebra
cervical.
14. Da Zhui (Ta ch'ul/ — Vértebras do Grande Martelo.
Ponto geral do centro de reunião de yang. Reunião
de todos os meridianos yang, incluindo VG.
15. Ya men — Portão do Mutismo. Reunião de VG, B.
Cauterização proibida. "Ponto do Retorno à Vida."
Ponto de Yang wei mo.
16. Feng Fu — Palácio do Vento. Ponto do mar da me-
dula óssea. Reunião de VG, B. Ponto "Janela do
Céu" Ponto de Yang wei mo. Cauterização proibida.
17. Nao hu — Porta do Cérebro. Reunião de VG, B.
Cauterização e picada proibidas.
18. Qianq jian (Ch'iang chien) — Divisor de Força. Cau-
terização proibida.
330 DO JARDIM IX) ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

19. Hou ding (Hou ting) — Cume Posterior. Hipófise e


sistema nervoso. "Ponto da Memória Inteligente."
"Ponto de Equilíbrio."
20. Bai hui (Pai hui) — Cem Reuniões. Ponto do mar da
medula óssea. Reunião de todos os meridianos yang
mais VG com F.
21 Qian ding (Ch'ien ting) — Cume Anterior.
22 Xin hui (Hsin hui) — União do Crânio. Picada e cau-
terização proibidas nas crianças.
23. Shang xing (Shang hsing) — Estrela Superior. Reu-
nião de VG, B.
24. Shen ting (Shen t'ing) — Vestíbulo do Espírito. Reu-
nião de VG, E, B. Picada proibida.
25 Su Liao — Osso Liso. Cauterização proibida.
26. Ren zhong (Shui kou) — Meio do Homem. Reunião
de VG, IG, E.
27. Dui duan (Yueh t'uan) — Intercâmbio Correto.
28. Yin ijao (K'en chião) — Cruzamento da Gengiva. Reu-
nião de VG, VC, E.
DIAGRAMAS ANATÔMICOS

Crânio

Clavícula
Vértebras Cervicais
Omoplata Processo Coracóide
Esterno Úmero
Processo Xifóide. Rádio

carpais
Metacarpals
Falanges

Perónio
Tarsais
Metatarsals

Vista Anterior do Esqueleto

331
322IX)J A R D I M DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

Frontal
Parietal
Occipital Temporal Escamoso
Temporal Mastóide Maxilar
Vértebras Cervicais Mandíbula

Omoplata.
Costelas
Ümero.
Vértebras Lombares
llio
Rádio

Fémur ótula

Tíbia
Perónio

Calcân

Vista Lateral do Esqueleto


O L I V R O OA C U R A N A T U R A L 323

Occipital

Vértebras Cervicais

értebras Torácicas

Vértebras Lombares
Cóccix

Tíbia

Perónio

Vista Posterior do Esqueleto


334 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

Orbicular do Olho
Orbicular da Boca Zigomático

Deltóidp.
Peitoral Maior
Coracobraquial Latissimus Dorsi
Triceps Longo tlaCa Serrátil Anterior
Bíceps do Braço
Redondo Pronador Reto Abdominal
Braquiorradial Obliquo Externo
Flexor tio Carpo Radia Glúteo Médio
Palmar Longo Tensor cia Faseia Lata
Flexor Maior Sartório
dos Dedos Aductor Longo
Abdutor do Polegar^ Grácil
Aponeurose Palmar Reto do Fémur
Vasto Lateral
Vasto Medial

Perónio Longo Gastrocnêmio


Tibial Anterior
Extensor Longo Solear
i o s Dedos
Solear Retináculo Superior
Duas Orlas do Retináculo' do Extensor
Interior do Extensor
Vista Anterior da Camada
Superficial dos Músculos
O L.IVRO DA CURA NATURAI. 335

Frontal

PlatismaL -Esterno clidomastóide


Delióidcl "Trapézio
Bíceps do Braço/^ -Infraspinatus
Braquialp'
"Redondo Menor
~ Redondo Maior
Braquiorradial Tríceps "Latissimus Dorsi
Ancônio —;
Peitoral MaiorC
Serrátil Anterior -
Oblíquo Externo -Glúteo Médio
Reto do Abdome
Tensor da Fáscia Lata -Glúteo Máximo

"Vasto Lateral
Reto do Fémur • -Bíceps do Fémur

-Gastrocnêmio
-Solear

'Extensor Longo dos Dedos

Vista Lateral da Camada


Superficial dos Músculos
336 IX) JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

M. Esternoçlidomastóide
M. Trapézio

M. Infraspinatus
M. Redondo Menor
M. Rombóide Maior
M. Latissimus Dorsi M. Redondo Maior
M. Triceps (cabeça lateral)
M. Triceps (cabeça longa)
M. Ancônio
M. Glúteo Médio Extensor dos Dedos
M. Comum
M. Glúteo Máximo
Carpo
Curto
Adutor Longo do
Polegar
Extensor Ulnar do Carpo
M. Flexor Ulnar do Carpo

M. Gastrocnêmiò
M. Solcar
M. Perónio Longo
M. Perónio Curto
M. Flexor Longo do Hálux

Vista Posterior da Camada


Superficial dos Músculos
GLOSSÁRIO

aderência união anormal de duas superfícies


aferente que transporta para o centro
Alfa, estado emissões de ondas cerebrais de menos de 14 ciclos por
segundo. Este é um estado meditativo ou de sono que depende de in-
dução tanto consciente quanto não-consciente
amassadura movimento circular, com círculos dirigidos para fora e
movimento do centro para a periferia do corpo, movimento da mas-
sagem sueca, fricção, amassamento
anastomótico que liga
anterior situado diante de, ou na parte da frente
apalpar examinar pelo toque
Beta, nível estado normal de vigília
cauterização terapêutica pela queimadura
concentração manutenção da ordem interna e do fluxo de energia
mental e física
cervical relativo ao pescoço
chakra um dos centros espirituais no corpo
costal relativo às costas
craniano relativo à cabeça, sua parte superior
crista galli projeção do osso etmóide à qual está ligada a membrana
que envolve o cérebro e através da qual o Ki alimenta o cérebro
diastólica, pressão pressão sangüínea por ocasião do relaxamento entre
as contrações do coração
distai longç de qualquer ponto de referência
D N A ( A D N ) (ácido desoxirribonucleico), a molécula que transporta o
código genético I
dorsal em direção das costas
deslisamento movimento de golpes longos e suaves da massagem sueca
eferente que transporta ou que leva para longe do centro
energia superficial energia do corpo que reside na primeira e segunda
camadas, perto da superfície
esfenóide osso composto elevado da base do crânio
espástico de, ou relativo a espasmo
etmóide osso de forma irregular, com muitas cavidades pequenas que,
mantêm o ar. Ele ajuda a constituir a porção anterior do assoalho cra-
niano, da parede medial da cavidade ocular, as partes superiores do septo

337
338 DO JARDIM DO ÉDEN À ERA DE AQUARIUS

nasal e as paredes laterais assim como a parte do teto nasal; situa-se an-
teriormente ao esfenoide e posteriormente aos ossos nasais
fen um décimo de polegada chinesa (polegada chinesa anatômica)
flebite veias varicosas (inflamações)
fricção amassadura profunda, movimento da massagem' sueca
guru mestre, guia espiritual
hacking golpe com a porção ulnar das mãos, com os dedos estendidos
em um movimento de rápida alternação
hatha yoga "Yoga Sol-Lua", a prática dos exercícios para purificação
mental e física
intercostal entre as costelas
k'o, ciclo de ciclo de acordo com o qual cada um dos cinco elementos
controla o outro
lateral de, ou para o lado
leucocitose aumento de glóbulos brancos no sangue
lombar na parte inferior das costas, as últimas cinco vértebras antes
do sacro
linfa líquido transparente encontrado nos vasos linfáticos
linfonodo estrutura de forma oval através da qual passa a linfa
mantra palavra ou frase que auxilia alguém na criação de um estado
particular de consciência
medial de ou para o centro
Nei ching o Livro Clássico de Medicina Interna do Imperador Amarelo,
livro importantíssimo de medicina chinesa, atribuído a Huang Ti, o Im-
perador Amarelo, no ano 2697 A.C. Título completo: Huang Ti Nei
Ching Su Wen
nucleotídeo componente do ADN e do ARN
ponto-um (Hara ou Tan Den) o terceiro chakra ou centro espiritual
pancadinhas movimento da massagem sueca, segurando a pele com a
porção central da mão, levando os dedos e os polegares juntos, curvâdos
apenas na primeira articulação e que funciona com a alternação das
mãos
picada inserção de uma agulha de acupuntura
plantar relativo à planta do pé
ponto de acupuntura ligçiras cavidades na superfície do corpo, ao
longo das vias dos meridianos, onde sua energia pode ser afetada
ponto de alarme série de pontos no tórax e no abdome que se tornam
particularmente sensíveis quando o meridiano ao qual eles correspondem
está desequilibrado
ponto de comando 60 pontos localizados nas extremidades, que cor-
respondem aos cinco elementos
pontos associados (Lo, junção, conexão), pontos ligados por um vaso
secundário que passa entre dois meridianos do mesmo elemento, i. e.,
fígado/ Vesícula biliar
ponto de saída pontos nos quais a energia superficial deixa o meridiano
ponto de reflexo pontos localizados no pé, que podem ser massageados
para beneficiar os órgãos do corpo
pontos fonte pontos nos quais a energia de todo o meridiano pode ser
afetada através de uma única manipulação de agulha
posterior por trás ou na parte de trás
polegada aqui em geral falamos de polegada chinesa (pouce); unidade
de medição para localizar os pontos de acupuntura que variam com o
O L.IVRO DA C U R A N A T U R A I . 339

indivíduo, sendo seu valor a distância entre as pregas ao longo do ter-


ceiro dedo de cada mão
praximal próximo a qualquer ponto de referência; mais próximo
pulso radial expansão alternada e o recolhimento de uma artéria, sen-
tida no pulso
piloro abertura do estômago para o intestino
rolamento movimento de amassadura da massagem sueca, onde ambas
as mãos apontando na mesma direção, começam em lados opostos do
corpo (ou da parte do corpo) e se movimentam uma na direção da outra,
cruzam-se no meio e terminam nos lados opostos de onde começaram
sedação redução do movimento de Ki em um meridiano
sela túrcia depressão em forma de sela no osso esfenóide no qual se
situa a hipófise
shen, ciclo de o ciclo de acordo com o qual cada um dos cinco ele-
mentos engendra o seguinte
shiatsu forma de massagem japonesa que emprega a pressão dos pole-
gares nos músculos
somato-psicossomática, teoria crença de que o estado do corpo influen-
cia os processos mentais, os quais, por sua vez, afetam o estado do corpo
subcutânea, camada sob a pele
subluxação deslocamento menor (luxação)
sistólica, pressão pressão sangüínea por ocasião da contração do coração
t'ai chi chuan forma chinesa de exercício e de tratamento auto-defen-
sivo com energia
(apinhas movimento de percussão da massagem sueca
tchukon nome japonês do ponto central do qual emergem as duas
maiores energias, Izanagi e lzanami
Terceiro Olho oitavo chakra localizado entre as sobrancelhas
trombose formação de coágulo em vaso sangüíneo
tintura solução de substância medicinal de base alcoólica
tonificação aumento de fluxo de energia em meridiano de acupuntura
triplo-aquecedor sistema regulador de calor do corpo
ulnar o lado do osso da ulna; o lado do dedo pequeno da mão
ventral para o ventre
vibração movimento de massagem sueca, tremor e vibração
vórtex massa de energia que tem um movimento de rodopio tendente
a formar um vazio no centro
wei Ki protetor do corpo
yang aspecto de contração da energia cósmica
yin aspecto expansivo da energia cósmica

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