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A HIPNOSE E O CÂNCER – UMA PERSPECTIVA HUMANITÁRIA PARA O

TRATAMENTO
Autor: Fabíolla de Oliveira
E-mail: fabiolladeoliveira.psi@hotmail.com
Fabíolla de Oliveira

Por ser enfermidade com elevada incidência de óbito, a neoplasia maligna impõe
ao paciente e familiares um ambiente de insegurança e incertezas. Há um íntimo e
oculto sentimento de finitude que nos momentos mais difíceis espreita a fé e a confiança
no tratamento. O bem estar psicológico do paciente e do seu núcleo familiar é decisivo
para prevenir, tratar e lidar com os efeitos do diagnóstico do câncer. Alguns fatores
podem contribuir para o surgimento da doença, como fatores externos e internos,
(INCA 2011).
Com o diagnóstico do câncer e diante da possibilidade da morte o paciente, deve
buscar alternativas que assegurem equilíbrio psicológico para enfrentar a angústia e a
inevitável dor do tratamento clínico-medicamentoso. O Psico-oncologista é o
profissional que oferece ao paciente e aos familiares o conforto e equilíbrio emocional
necessário para o enfretamento da doença. Dentre as ferramentas disponíveis à psico-
oncologia, a hipnose ganha relevante destaque por apresentar resultados efetivos ao
atenuar, sem efeitos colaterais, as dores físicas e psíquicas resultantes do tratamento.
Uma característica da hipnose é a comprovação de seus benefícios, sua eficácia está
demonstrada em suas aplicações e utilizações (CAIRE, 2012).
Conforme Caire (2012), a hipnose é um estado alterado de consciência que se
predispõe ao aprendizado, contribuindo de forma significativa para o alívio das dores
oncológicas. Quando auxiliado pela hipnoterapia, o paciente oncológico encontra
conforto e um ressignificado no estar com câncer, compreende as emoções surgidas
com doença e que atuam no pensamento de forma a inferir mudanças comportamentais,
aliviando as angústias psíquicas e as dores físicas.
A hipnose surge como uma técnica alternativa, contribuindo de forma positiva e
eficaz no combate ao câncer, auxiliando o controle da desesperança, da angústia que o
estar com câncer causa, no manejo da dor oncológica, amenizando a intensidade e
promovendo a compreensão intrapsíquica que acarreta essa doença (CAIRE, 2012).
A técnica da hipnose, contribuí para a qualidade de vida do paciente oncológico,
uma interação entre mente e corpo, conectando o paciente com seus recursos interiores,
considerando o paciente em sua totalidade (CAIRE, 2012).
O sucesso da hipnoterapia é alcançado através das metas e objetivos que são
traçados no início da psicoterapia, com a intenção da ressignificação do olhar do
paciente em relação à doença e todas suas demandas de complexidades e significados
entrelaçados ao diagnóstico de câncer (CAIRE, 2012).
À medida que o paciente percebe que pode influenciar significativamente em
seus aspectos cognitivos e que esta consciência interfere de forma incisiva no seu
comportamento, dar-se lugar às ressignificações e ao modo de olhar a doença, em que a
esperança começa a ter um lugar na vida do paciente (NEUBEM, 2009).
Conforme Carvalho (2012), aplicar a hipnose contextualizada com o tratamento
clínico é prática positiva que produz efeitos benéficos e eficazes. Seus resultados
positivos auxiliam na terapia e na recuperação do paciente dentro de uma visão clínica
da medicina.
Utilizar hipnose contribui muito no tratamento oncológico, obtendo-se um
resultado eficaz, pois ocorre o fortalecimento do sistema imunológico, colabora na
diminuição ou extinção dos efeitos colaterais que é imposto pelo tratamento, pois a
hipnose atua na mente humana, promovendo uma melhor qualidade de vida ao paciente
(PIREDDA; GUIMARÃES, 2009).
Sessões de hipnose oportunizam emersões na construção de novos conceitos
quanto à probabilidade da cura, possibilitando visualizar um futuro, isso somente é
possível, pois na hipnoterapia o paciente ressignifica a doença e o estar com câncer,
sendo esse diagnóstico e conteúdo traumatizante, transformado em palavras que podem
ser elaboráveis, sendo o câncer sentido de forma mais amena (CAIRE, 2012).

REFERÊNCIA
CAIRE, Licia Ferreira. Hipnose em pacientes oncológicos: um estudo psicossomático
em pacientes com câncer de próstata. São Paulo, 2012.
CARVALHO, C. O essencial sobre a hipnose: Teorias, mitos, aplicações clínicas e
investigações. Instituto Superior de Psicologia Aplicada – CRL. Rainho & Neves.
Lisboa, 2012.
INCA. ABC do câncer: abordagens básicas para o controle do câncer. Instituto
Nacional de Câncer – Rio de Janeiro: Inca, 2011. Disponível
em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/abc_do_cancer.pdf. Acesso em: 22 out
2015.
NEUBEM, Maurício da Silva. Hipnose, dor e subjetividade: Considerações teóricas e
clínicas. Maringá, 2009.
PIREDDA, C.M.; GUIMARÃES, F.R. Hipnose em oncologia. Anais do II Congresso
Brasileiro de Hipnose Clínica e Hospitalar, 2009.

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