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Leis Esquematizadas - Lei N. 8.429-92 - Diogo Surdi - 11052018 PDF
Leis Esquematizadas - Lei N. 8.429-92 - Diogo Surdi - 11052018 PDF
LEI N. 8.429/1992
SUMÁRIO
Lei n. 8.429/1992 Comentada..............................................................4
1. Das Disposições Gerais..................................................................4
2. Dos Atos de Improbidade Administrativa....................................... 16
2.1. Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam
Enriquecimento Ilícito.................................................................... 18
2.2. Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao
Erário............................................................................................ 20
2.3. Dos Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes de
Concessão ou Aplicação Indevida de Benefício Financeiro ou
Tributário...................................................................................... 23
2.3. Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os
Princípios da Administração Pública................................................ 24
3. Das Penas................................................................................... 25
4. Da Declaração de Bens................................................................ 28
5. Do Procedimento Administrativo e do Processo Judicial................ 30
6. Das Disposições Penais................................................................ 41
7. Da Prescrição............................................................................. 43
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Tais entidades, conforme mencionado, são as que são lesadas com a prá-
tica de atos de improbidade administrativa, vindo a figurar, no âmbito da
relação processual instaurada com a ação de improbidade, no polo ativo da
demanda.
É importante salientar que o Ministério Público, ainda que não seja uma
das entidades relacionadas expressamente pela Lei n. 8.429/1992, pode figu-
rar, tal como as demais pessoas jurídicas, no polo ativo da ação.
O fundamento para tal atuação é a defesa, por parte do Ministério Públi-
co, dos interesses públicos indisponíveis, conforme previsão no artigo 127 da
Constituição Federal:
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tório ou ainda que sem remuneração são considerados, para efeitos legais,
como possíveis sujeitos ativos.
Aprendendo na Prática
Jaime foi escolhido para ser jurado em um Tribunal do Júri, oportunidade em
que desempenhará uma função pública de caráter transitório e sem remu-
neração.
Caso Jaime pratique alguma das condutas elencadas como atos de impro-
bidade administrativa, deverá, nos termos legais, ser responsabilizado com
base nas disposições da Lei n. 8.429/1992.
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ATENÇÃO
No entanto, temos que fazer uma importante distinção no que se refere às
duas classes de pessoas que podem vir a figurar como sujeito ativo dos atos
de improbidade:
• Para que o agente público venha a figurar como sujeito ativo, basta
que ele tenha agido com dolo (intencionalmente) ou com culpa (por
negligência, imperícia ou imprudência).
• Para que o particular (que tenha induzido ou concorrido para a impro-
bidade) figurar como sujeito ativo, faz-se necessário, obrigatoriamente,
que ele tenha agido com dolo, ou seja, que tenha havido a intenção do
particular em cooperar para a improbidade.
Trata-se de uma regra que faz todo o sentido, uma vez que a participação
do particular, ainda que tenha sido de extrema importância para a caracteri-
zação da irregularidade, jamais seria capaz, por si só, de gerar a improbidade
administrativa.
Para a configuração do ilícito, faz-se necessária a existência de um elo de
ligação com o serviço público, condição que é preenchida pelo respectivo
agente público.
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ATENÇÃO
Para fins de prova, levaremos os seguintes entendimentos:
1) Todos os agentes administrativos estão sujeitos às disposições da Lei n.
8.429/1992 no que se refere aos atos de improbidade administrativa.
2) Os agentes políticos, de acordo com entendimento recente do STF, estão
sujeitos a uma dupla responsabilização: tanto por crime de responsabilidade
quanto por atos de improbidade administrativa.
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Tais artigos possuem o claro objetivo de evitar que uma possível omis-
são legislativa seja alegada, pela parte que está respondendo pela prática
de improbidade administrativa, como forma de evitar o ressarcimento ao
Poder Público ou a perda dos bens acrescidos ao patrimônio quando
da pratica dos atos em questão.
Dessa forma, sempre que ocorrer uma lesão ao Poder Público, seja ela por
ação ou por omissão, dolosa (com intenção) ou culposa, deveremos
ter, obrigatoriamente, o integral ressarcimento do dano.
Se a conduta for caracterizada como enriquecimento ilícito (que é, como
veremos adiante, a mais grave das classificações dos atos de improbidade),
perderá o agente público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acresci-
dos ao seu patrimônio.
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Álvaro foi indiciado pelo cometimento de ato de improbidade administrativa
que configura enriquecimento ilícito.
Nesse caso, a autoridade que está conduzindo o inquérito, verificando que
é muito provável que tenha ocorrido a improbidade (fumus boni juris), bem
como que Álvaro está em vias de dilapidar os seus bens (periculum in mora),
representa ao Ministério Público, que, após analisar os fatos, requer ao Poder
Judiciário a decretação da indisponibilidade.
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Caso um agente público utilize bens da administração pública para a realiza-
ção de atividades particulares, estamos diante de uma conduta que repre-
senta uma vantagem direta ao servidor, uma vez que é ele que será benefi-
ciado com a utilização dos bens. Logo, trata-se de enriquecimento público.
Caso o agente público apenas permita que os bens da repartição sejam uti-
lizados, em atividades particulares, por terceiros, nota-se que não é o ser-
vidor quem está recebendo diretamente a vantagem, mas sim um terceiro
alheio ao serviço público. Nesse caso, estamos diante de um ato que causa
prejuízo ao erário.
Caso o agente público, notificado pela administração, não preste suas contas
no prazo legal, estaremos diante de uma conduta que não causa, por si só,
vantagem ao servidor ou a terceiros. Por exclusão, estamos diante de um ato
que atenta contra os princípios da administração pública.
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3. Das Penas
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Para cada uma das condutas que dão ensejo às quatro diferentes espécies
de improbidade administrativa, a Lei n. 8.429/1992 apresenta uma série de
sanções de natureza administrativa, civil e política.
Tais sanções estão hierarquizadas de acordo com a gravidade da conduta,
de forma que as ações que ensejam enriquecimento ilícito possuem como
consequência as sanções mais graves, as que ensejam lesão ao patrimô-
nio público possuem sanções intermediárias e as que atentam contra os
princípios da administração pública, por sua vez, possuem as sanções de
menor gravidade.
As sanções de natureza civil são aquelas que implicam na obrigação de
pagar ou devolver algo ao poder público. De acordo com as normas da Lei n.
8.429/1992, são as seguintes:
a) Ressarcimento ao Erário;
b) Perda dos Bens e Valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio;
c) Multa;
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I – na hipótese do art. 9º, perda dos bens ou valores acrescidos ili-
citamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando
houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos
de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes
o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o
Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou credití-
cios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;
II – na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda
dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se con-
correr esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos
direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil
de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o
Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou credití-
cios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos;
III – na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se
houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de
três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor
da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com
o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou credi-
tícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.
IV – na hipótese prevista no art. 10-A, perda da função pública,
suspensão dos direitos políticos de 5 (cinco) a 8 (oito) anos e multa
civil de até 3 (três) vezes o valor do benefício financeiro ou tributá-
rio concedido.
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4. Da Declaração de Bens
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Elias, servidor público federal, praticou infração disciplinar que restou con-
figurada como violação dos deveres previstos no estatuto dos servidores e
como improbidade administrativa.
Nessa situação, a autoridade administrativa competente deve instaurar pro-
cesso administrativo disciplinar para a investigação da situação. Tendo sido
verificada a ocorrência das duas infrações, a autoridade deve proceder da
seguinte forma:
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Temos que cuidar, no entanto, para não confundirmos tais situações com
a impossibilidade de responsabilização por atos cometidos anterior-
mente à vigência da Lei n. 8.429/1992 (que ocorreu em 03/06/1992),
e, por consequência, da própria Constituição Federal de 1988. Nesse sentido,
temos a importante decisão do REsp 1129121, de 2013:
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Se estivermos diante de uma conduta prevista na Lei n. 8.429/1992 como
improbidade administrativa, mas que foi praticada, por exemplo, no mês de
dezembro de 1991, não poderá haver a responsabilização por tal prática, uma
vez que a Lei n. 8.429/1992 apenas entrou em vigor em meados de 1992.
Assim, ainda que a Constituição Federal de 1988 já estivesse em vigor, não
há que se falar em responsabilização com base em uma norma legal que
apenas foi publicada posteriormente à prática de improbidade administrativa.
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Não demorou para a questão chegar no STF, que, por meio da ADIN 2.797,
manifestou seu entendimento de que não era possível ao legislador or-
dinário impor um entendimento contrário ao até então esposado pelo
tribunal superior.
A grande controvérsia surgiu, no entanto, quando o mesmo tribunal deci-
diu, no julgamento da Questão de Ordem 3.211/DF, que caberia a ele próprio
(STF) o julgamento das ações de improbidade administrativa contra seus
próprios membros:
ATENÇÃO
Não obstante a decisão do STF, o entendimento que deve ser levado para as
provas de concursos é o de que é competente para o processamento e julga-
mento das ações de improbidade administrativa o juiz ordinário comum de
primeiro grau.
Caso a banca exija o conhecimento do posicionamento do STF, vindo a exigir a
literalidade da ementa expressa na Questão de Ordem 3.211, deve-se enten-
der que, de acordo com a Suprema Corte, cabe ao STF julgar seus mem-
bros nas ações de improbidade.
Da mesma forma, deve-se seguir o entendimento anterior do STF no que se
refere a não possibilidade da aplicação do foro por prerrogativa de
função no âmbito de ações de natureza cível ou após o término do
exercício do mandato ou cargo.
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A circunstância das contas de determinado agente público ou do órgão onde
este desempenha suas atribuições terem sido aprovadas pelos tribunais ou
conselhos de contas não impede que, diante de provas, seja o respectivo
agente responsabilizado pela prática de improbidade.
Isso ocorre porque os tribunais e conselhos, em determinadas situações, não
conseguem detectar que houve a prática de improbidade.
Da mesma forma, ainda que não haja dano ao patrimônio público, poderá o
agente público ou terceira pessoa ser responsabilizado pela prática de im-
probidade, situação que ocorre, por exemplo, com a violação dos princípios
da administração pública.
A única ressalva, nesta última situação, fica por conta da pena de ressarci-
mento, ou seja, para que o agente seja obrigado a ressarcir o erário, deverá
obrigatoriamente ser comprovado que houve dano ao Poder Público.
7. Da Prescrição
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Aprendendo na Prática
Afonso foi eleito vereador de um pequeno município. Caso ele venha a come-
ter, no curso do seu mandato, algum ato que configure improbidade admi-
nistrativa, poderá o Poder Público propor as medidas necessárias à respon-
sabilização de Afonso no prazo de 5 anos após o término do seu mandato.
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ATENÇÃO
Com base neste importante julgado, devemos levar para a prova as seguintes
informações:
a) A ação de ressarcimento não mais é imprescritível para todos os danos
decorrentes de ilícitos civis.
b) No caso de ilícito civil decorrente de improbidade administrativa ou que
envolva matéria criminal, a ação de ressarcimento continua sendo impres-
critível, podendo o Estado ajuizar o ressarcimento a qualquer tempo.
c) Não há, ainda, uma definição acerca do prazo prescricional para as demais
ações de ressarcimento (aquelas que não são decorrentes de improbidade ou
de matéria criminal). Ainda assim, uma eventual questão de prova cobrando
o assunto deve ter como resposta o prazo de 5 anos.
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