Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
REDAÇÃO
Jornalista Responsável: Andrea Calmon - MTB 4n14
Edltor-E.eculivo: Simôes Neto
Editora: CidaBarros
Redatora: ÂngelaArraya
Revlsora: Mõnicad'Almeida
PROGRAMAÇÃO VISUAL
Coordenador de Diagramação: RubensManim
Coordenadora Arte e Criação: PatriciaPaiva
102
diagramacaoOeditoraonline.com.br
Diagramadora: CamilaTorquato
Acessórios ESTÚDIO
Coordenador:
Fotógrafos:
FOTOGRÁFICO
Manoel
Adriana
Carvalho
aeecsa e Aoorigo Estrela
de aparelhos. PUBUCIDADE
Diretora Comercial: ArinesGarbin
Diretora de Publicidade: Patricia Masmi
Supervlsor: Rodrigo Cortona (agência)
Executivos de Contas: Êrika Sena e NaãllTlar DeI RO')'
120
comertiaIOediloraonline.com.br
Executivos de Negócios: Cleusa Gerei<!, Oeborah Teixeira, lea Naftal, luciana
Micromovimentos Vendedoralntema:
Assislentede Publicidade:
Chlistofani, Rodrigo
agenciaOeditoraonline.com.br
SileneArrivabene
FernandaRodrigues
Cortona e Sumara Vecchio
126
vencaatacacaeecítoracníoe.com.br
ASSINATURAS CORPORAnVAS
ConsuHe sobre cesccucs e condições especiais, entre em contalO e soIi::ite \KM pcoosa direto com o !BC (11)
J393.7717ouatravésdoe-maJ.:assi'Iatuta@editoraonine.com.br
ASSINATURAS: assoannaeeo'toraonuoe.combr
Supervlsorade Ass!naturas Taliane Sara lopez
talianelopezCeditoraonline.com.br
NOME DA REVISTA é uma publicação do IBC • Instituto Brasileiro de Cultura Ltda.-Gaixa Postal 61085-
CEP 05001-970 - 5.10 PaulO- SP - ret: (0··11) 3393-nn
Números
total ou parcial desta obra
Te1.: (0··")
autorização do editor.
ao preço da última
3512-9477 ou Caixa
edição
Postal 61085
acrescido
-CEP
ARTESANATO LEVE: Arle & Decoupage • Arte em Feltro' Arte em Madeira' Arte em Tecido' Arte
em Garlonagem Especial' Criando com Biscuit • Decorando Álbuns Scrap • FAÇA FÁCIL' Galeria
em Teta· Moda & Você Chinelos' Panos de Copa • Trabalhos Anesanaís • ARTESANATO UNHA:
Arte em Barbanle • Arte em Fuxico' Arte em Patch Apliquê • Arte em Patchwork • Barbante Barroco •
Barradinhos em Crochê' Enxoval em VaS'Jf'ite· Figurino Crochê' FIQurino Ponto Cruz' F.gurino Tricô
Inverno' Monogramas em Ponto CI1J2' PONTO CRUZ FAÇA FÁCIL' Ponto Cruz Faça Fácil Especial •
Roupa em Crochê' Tric6 & Cia' Tricô Crochê Bebê' Tricô Trends' ASTROLOGIA: Anuário Astrológico
• Astros & Você Previsões' BIBLIOTECA JURIDICA: Código Civil' Código corereat . e Estatudo
da Miero e Pequena Empresa' Código de Delesa do Consumidor, Constituição Federal' Código de
Trânsito' Código Penal' Código Tributário Nacional' ccnscucecac das Leis do Tra~lho e Estatuto
do Idoso' Legislação do 3° Setor' Previdência' CUUNARIA: COZINHA FAÇA FACIL • Delicias
da Cozinha' DECOR,;ÇÃO: Anuário Casa & Ambiente Bebê' ANUÁRIO CASA & DECORAÇÃO'
Anote
132
Anuário de Paisagismo • Anuário do Feng Shui • Armários & Cios eis • Armários de Cozinha' Casa
& Ambiente Banheiros & Lavabos' CASA & AMBIENTE BEBÊ· Casa & Ambiente Cozinhas & Salas
de Almoço' Casa & Ambiente Especial' Casa & Ambiente Filh9S • Casa & Ambiente Quartos &
Closets • Casa & Ambiente Salas & livings • CASA & DECORAÇAO • Coleção Casa e Decoração'
das Faculdades
Especial'
Casal'
Almanaque
de São Paulo'
Salas de Tv' EDUCAÇÃO:
do Estudante
O Grande Livro
Extra
Projetos
Almanaque
• Almanaque
Escolares·
do Estudante
do Estudante
O Guia Projetos
Pós
Aviso importante: A On Une Editora não se responsabiliza pelo conteúdo e pela procedência dos anúncios
pubflcados nesta revista, de modo que não restará conligurado nenhu m fipc de responsabilidade civil em
decorrência de eventual não cumprimanto de pactoslirmados ent re anunciantes a leitores.
~
ANER
~
desportivo/ esportes radicais
Pilates
radical
Altura, velocidade, resistência,
desafio. As palavras-chave dos
esportes de aventura deixam
claro que, para se dar bem nessa
modalidade, o atleta precisa
estar com a mente alerta e o
condicionamento físico impecável.
E qual é a melhor prática
complementar para conquistar
tudo isso? Pilates, é claro!
I ~
Por Ângela Arraya/ Fotos Adriana Barbosa/Produção
Thatiana Bertoli! Maquiagem Pâmella Archanjo
6 Guia de Pilotes
, 'seja como amador ou atleta profissional,
quem faz atividades radicais está se
dando conta de que os preparos físico e
mental são fundamentais para melhorar
a performance e a prevenção de lesões.
O pilates beneficia praticantes e atletas
.ustamente por integrar os componentes
ários a uma prática bem-sucedida., ,
Ichele Gea Gui arães
( ""7
I
desportivo/ esportes radicais
'"
.1 ~ I. Tower
'"
,1 ~ 2. Semicircle
Nível: intermediário
Objetivo: promover mobilização da coluna e da cintura pélvica, além de força muscular
Músculos trabalhados: para vertebrais, isquiotibiais, quadríceps e glúteo máximo
Estabilidade: coluna, cintura escapular e cintura pélvica
Mobilidade: coluna vertebral
~
8 Guio de Pilotes (
I
"I
Movimento
Empurre os steps para baixo mantendo o
equilíbrio e o alinhamento da coluna.
Nível: avançado
Objetivo: favorecer o equilíbrio, a propriocepção e a força
Músculos trabalhados: quadríceps e glúteo máximo
Estabilidade: tornozelo do membro inferior do apoio, pelve e tronco
Mobilidade: quadril e joelho
",
,1 ~ 4. Going up - front
Posição inicial
Em pé sobre a cadeira. Uma perna atrás
com o joelho estendido e o pé apoiado
no step; a outra perna à frente, com o jo-
elho fletido a 90° e pé apoiado na cadei-
ra. Manter a coluna alinhada e os braços
estendidos na altura dos ombros à frente
do corpo.
Movimento
Estenda o joelho da perna a frente, pro-
jetando o corpo para cima de forma que
o joelho da perna que está no step não
ultrapasse o pé da que está no assento,
tudo isso mantendo o alinhamento.
Nível: intermediário
Objetivo: favorecer equilíbrio e força
Músculos trabalhados: quadríceps e glúteos
Estabilidade: tronco
Mobilidade: quadril e joelho
Guio de Pilotes f
"...9
I
desportivol esportes radicais
"(
~ 5. A mesa
Posição inicial
Em supino, com as mãos apoiadas
nas laterais da cadeira, os cotovelos
estendidos, o quadril elevado e alinha-
do com os ombros e joelhos, os pés
apoiados nos steps e os joelhos a 900.
Movimento
Realize a extensão dos joelhos,
empurrando os steps para baixo.
Retorne lentamente à posição inicial.
Nível: avançado
Objetívo: estimular o equilíbrio e a força, alongar peitoral e membros superiores e estabilizar a escápula
Músculos trabalhados: isquiotibias, iliopsoas, tríceps braquial, grande dorsal
Estabilidade: cintura escapular e pélvica, e coluna
Mobilidade: joelho
"(
Movimento
Leve a bola para a frente,
rolando-a até o pé e
Nível: avançado
elevando o quadril.
Objetivo: estabilidade, equilíbrio e fortalecimento global
Músculos trabalhados: abdominais e flexores do quadril
Estabilidade: cintura escapular e coluna
Mobilidade: ombros e quadril
"(
Movimento
Leve o quadril para cima, mantendo a extensão dos joe-
lhos e cotovelos. Retorne lentamente à posição inicial.
Nível: avançado
Objetivo: força e equilíbrio
Músculos trabalhados: abdominais oblíquos
Estabilidade: cintura escapular
Mobilidade: tronco e quadril
~
10 Guia de Pilotes
'I,
1 ~ 8 Airplane
'I'
~ 9. Pump one leg front - variação
Nível: avançado
Objetivo: fortalecimento e estabilização da cintura escapular
Músculos trabalhados: tríceps braquial e flexores do quadril
Estabílidade: cintura escapular, cintura pélvica e coluna
Mobílidade: cotovelos e quadril
"I
Movimento (E)
Flexione os cotovelos, elevando o corpo e mantendo
a coluna em uma posição de prancha.
Nível: avançado
Objetívo: fortalecimento
Músculos trabalhados: bíceps braquial e peitoral e
glúteo máximo
Estabílídade: coluna, pelve e cintura escapular
Mobílídade: cotovelos e quadril
Posição inicial
Em posição de quatro apoios, as duas mãos apoiadas na
Movimento
Eleve uma perna, mantendo a postura alinhada.
miniball, quadril e joelhos estendidos, pés apoiados no solo.
Quadril alinhado com os ombros, posição de prancha.
Nível: avançado
Objetivo: estabilização da cintura escapular e equilíbrio
Músculos trabalhados: estabiliza dores (todos em sinergia); motores (glúteo máximo)
Estabílídade: cintura escapular, cintura pélvica e coluna
Mobílídade: quadril
Modelo: Michel
Autor da série: equipe mullidisciplinar Império Pilates
MCalça, live!; camiseta, Track & Field; aparelhos e acessórios, Império
Pilates; estúdio, unidade Ipiranga da Império Pilates.
~
12 Guia de Pilotes
I
Artigo
Pilates e
esportes radicais:
parceria perfeita
sportes radicais ou esportes de aventura são definidos cha, no alto de uma pedra, ou sobre uma bicicleta, exige co-
como modalidades com um alto grau de risco físico, dadas nhecimento do próprio corpo, além de domínio sobre os mo-
as condições extremas de velocidade, altura, limite físico ou vimentos. Ou seja, muita propriocepção, consciência corporal
psicológico dos participantes. Uma vez que esses esportes e concentração. O trabalho de propriocepção e consciência
oferecem mais riscos do que outros em geral, tornam-se corporal é parte obrigatória da aula de pilates e deve ser es-
mais emocionantes e exigem maiores esforço físico e con- timulado por meio de exercícios de equilíbrio que estimulem
trole mental. os receptores articulares (sensores nervosos). Estes sensores
A lista dos esportes de aventura não para de crescer: enviarão ao sistema nervoso central a informação de como o
paraquedismo, snowboard, voo livre, rafting, trekking, can- corpo está no espaço para ser reorganizado ou para manter
noying, rapei, escalada, para pente, triatlon, surfe, skate, a posição. Exercícios desafiadores devem ser incorporados à
mergulho e por aí vai ... Com a lista, cada vez mais adeptos aula, pois favorecem ainda mais a concentração e o controle
procuram esse clima de diversão, desafio e adrenalina. do movimento, refletidos durante a prática esportiva.
Seja amador, ou atleta profissional, quem pratica es- Sabemos que uma respiração eficiente é imprescindível
sas atividades tem se dado conta de que o preparo físico e em qualquer atividade física. O controle consciente da respi-
mental são fundamentais para a melhora da performance e ração adquirido com a prática do pilates, além dos benefí-
a prevenção de lesões. O pilates tem beneficiado muitos pra- cios provenientes da melhor oxigenação para os músculos,
ticantes e atletas justamente por integrar os componentes proporciona um controle mental satisfatório e o comando
necessários para uma prática bem-sucedida. Corpo e mente de outras funções do sistema nervoso autônomo, como a
trabalhando juntos, tudo o que o esporte radical exige! frequência cardíaca e sudorese, que se elevam nos momen-
Deve-se começar pelo fortalecimento e pela estabiliza- tos em que nos sentimos em situação de perigo por aumen-
ção do centro, ou powerhouse, que funciona como um cilin- to dos índices do hormônio cortisol no sangue. Lembrando
dro abdominal composto pelo transverso do abdome, mús- I que os esportes radicais são interpretados como situação de
culos multífidos, assoalho pélvico e diafragma. Este último, perigo pelo nosso sistema nervoso central; assim, o equilíbrio
agirá na estabilização, protegendo a coluna e distribuindo entre corpo e mente são fundamentais.
forças para produzir um movimento eficiente, que, executa- O treinamento para a prática de esportes radicais deve
do corretamente, apresenta menor desgaste calórico, o que ser completo, incluindo fortalecimento, alongamento, treino
possibilita ao atleta manter a mesma performance duran- de equilíbrio, postura, controle respiratório, e tudo mais que
te um período mais prolongado. Há também um desgaste o pilates foca e proporciona. Não podemos esquecer que o
muscular menor, responsável pelo aumento da potência e re- treino deve ser personalizado de acordo com as necessida-
sistência, com diminuição dos movimentos compensatórios, des físicas de cada praticante e as particularidades do espor-
que causam a maioria das lesões. Tudo isso leva a uma me- te radical praticado, para otimizar seu desempenho.
lhor flexibilidade e postura, elementos indispensáveis para Se você é atleta ou praticante de esportes radicais e
a prática dos esportes radicais e tão enfatizados no método. ainda não faz pilates, permita-se ser surpreendido pelos re-
A manutenção de diversas posturas, sobre uma pran- sultados! Você nunca mais abandonará essa parceria.
lfI/IIt..
Guia de Pilotes 13
I
Força na mente
e no corpo
o karatê exige velocidade, coordenação, capacidade
aeróbia e muita agilidade mental. O pilates auxilia em
todos esses objetivos e ainda permite a execução de
golpes mais precisos e graciosos
Por Ângela Arraya/ Fotos Mônica Antunes! Produção Tha-
tiana Bertoli! Maquiagem Pâmela Archanjo
Atenção!
Antes de iniciar a série, coloque o monitor
de frequência cardíaca no peito do atleta
para monitorar os batimentos iniciais ao
ao longo de todo o trabalho.
ta.
Guia de Pilotes 15
I
Desportivo/ karatê
PARTE I - AQUECIMENTO
'I
1 ~ 1. Equilíbrio no rolo
Posição inicial
Em pé sobre o rolo, com os joelhos
semifletidos e os braços relaxados ao
longo do corpo.
Movimento
Caminhe sobre o rolo, passando a pema
de trás para a frente. Transfira o peso do
corpo para a perna de trás (base), ache o
equilfbrio. Flexione o quadril e o joelho da
perna da frente (trabalho). Eleveo joelho
com o pé em dorsiflexão. Ao mesmo
tempo faça uma abdução com os braços
até descrever um "V" . Flexione os
punhos e faça uma conchinha com as
mãos. Realizeesseaquecimento por dois
minutos e meio, alternando os membros.
Nível: intermediário
Objetívo: aquecer as articulações do tornozelo e dos joelhos, massagear a planta e as bordas dos pés, dar um estímulo
proprioceptivo e iniciar o trabalho de forma lúdica
Músculos trabalhados: flexores do quadril, do dorso do pé e deltoide médio
Estabilidade: tornozelos, joelhos, quadril e cintura escapular
Mobilidade: tornozelos, joelhos, quadril e ombros
'i
: ~ 2. Aquecimento
Nível: avançado
Objetivo: aquecer as articulações do tornozelo e joelhos, massagear a planta e as bordas dos pés, dar um estímulo
proprioceptivo, iniciar o trabalho de forma lúdica e alongar os flexores do ombro.
Músculos trabalhados: flexores e extensores do quadril e do dorso do pé, peitoral maior, bíceps braquial e deltoide
Estabilidade: tomozelo, joelho e quadril
Mobílídade: tornozelo e joelho
I
PARTE 11- CIRCUITO
"I
Movimento
Faça a abdução das pernas mantendo a flexão
dos joelhos e a pelve em retroversão. Faça 10
repetições e, em seguida, troque o lado.
Nível: intermediário
Objetívo: fortalecimento de abdutores, controle e concentração
Músculos trabalhados: glúteos, quadríceps, reto femoral, iliopsoas e sartório em isometria
Estabilídade: pélvica e das articulações dos joelhos e tornozelos.
Mobilídade: coxofemoral
"I
,1 ~ 4. Side splits com golpe de braços "Oí zuki"
I
Desportivo/ karatê
"I
5. Side body twist
- -.-
I ~
•••
Nível: intermediário
Objetivo: fortalecimento dos flexores do tronco, adutores do ombro e abaixadores da escápula e isometria dos abdutores de MI
Músculos trabalhados: reto abdominal, quadrado lombar, multífidos, oblíquos, abdominais, tensor da fascia lata, tra-
pézio, peitoral maior, redondo maior
Estabilidade: pélvica e cintura escapular
Mobilidade: tronco
'lI
,I ~ 6. Di zuki
Posição inicial
Em pé no reformer, com os joelhos se-
mifletidos, quadril em retroversão, co-
tovelos fletidos e aduzidos, antebraço
em supinação e punhos cerrados.
Movimento
Transfirao peso do corpo para a pema direita
num movimento de avanço, deslizandoo pé
sobre o estofado. Mantenha o joelho da pema
de trabalho em flexão e o braço homolateral
continua no posicionamento inicial.O braço
contralateral é estendido (saindo de supinação
para a pronação com energia).A pema de trás
mantém o pé no local da base,estendendo
o joelho para acompanhar o movimento
do tronco e quadril. Volte energicamente à
posição inicialpara imediatamente fazer o
movimento para o outro lado. Façadez repeti-
ções para cada lado, altemadamente.
Nível: avançado
Objetivo: coativação dos músculos dos MMSS de forma funcional e coordenada, força, resistência e potência
Músculos trabalhados: adutores e flexores do ombro, peitoral maior, deltoide e flexores dos dedos - supinadores
e pronadores do antebraço
Estabilidade: quadril, ombros e punho
Mobilidade: ombros, cotovelos e quadril
~
18 Guia de Pilotes
I
"I
:,~ 7. Kamae
Posição inicial
Em pé no reformer, com os joelhos semifletidos,
quadril em retroversão, cotovelos fletidos e aduzi-
dos, antebraço em supinação e punhos cerrados.
Movimento
Mantendo a base, fazer movimentos de
pronação e extensão do cotovelo, e flexão de
ombros alternada mente, desferindo golpes
com os MMSS (socos). Faça 10 repetições
para cada lado alternada mente.
Nível: intermediário
Objetivo: coordenação, controle e potência
Músculos trabalhados: adutores e flexores do ombro, flexores dos dedos e antebraço
Estabilidade: ombros, cotovelos, punhos e pelve
Mobilidade: ombros, cotovelos e punhos
"I
Nível: intermediário
Objetívo: melhorar o ciclo concêntrico/excêntrico
Músculos trabalhados: flexores do quadril, flexores dorsais do tornozelo, e abdominais
Estabilidade: ombros e punho
Mobilidade: quadril, joelhos e tornozelos
'I'
"~ 9. Abdominal em suspensão na bola
,. Movimento
j..•• !l::l-------- ....•
,., No cadillac, região sacrolombar
apoiada sobre a bola, braços esten-
didos acima da cabeça, mãos segu-
rando as barras superiores do apare-
lho, quadril e joelhos flexionados e
pés em dorsiflexão.
Movimento
Estenda o quadril e um joelho, fazendo
uma flexão plantar do pé. Recolha esse
membro inferior em flexão e realize
a extensão com a outra perna. Em
seguida, volte para a posição inicial,
apoie rapidamente os pés no estofado
e repita todo o procedimento. Faça
10 repetições para cada ciclo de dois
chutes completos.
Nível: intermediário
Objetivo: fortalecimento de abdome e iliopsoas
Músculos trabalhados: flexores e extensores de quadril, tornozelos e abdominais.
Estabílídade: ombros e punhos
Mobilidade: quadril, joelhos e tornozelos
'I,
Posição inicial
Deitado em decúbito dorsal sobre a bola, com os joelhos fletidos, os bra-
ços relaxados em abdução, a cabeça relaxada apoiada sobre a bola. Respire
lenta e naturalmente por um minuto ou enquanto for confortável.
Nivel: avançado
Objetivo: alongamento de toda a cadeia anterior
Músculos trabalhados: flexores do tornozelo, reto femoral, iliopsoas,
reto abdominal, oblíquos, peitoral, flexores e adutores do ombro e escalenos
Estabilidade: coluna lombar e cervical em apoio na bola
Mobilidade: de todo o corpo em extensão Modelo: Rafael de Paula
Autores da série: equipe multidisciplinar Studios Pilates Zen
Calça. acervo; blusa. Líquido; acessórios. equipamentos e espaço
cedidos pela Biotipo Pilates.
Atenção!
Dentro dessa proposta, é possivel agregar caracteristicas de outras modalidades no estúdio de pilates para
que o atleta alcance seus objetivos dentro do esporte em questão.
~
{
20 Guio de Pilotes
I
Artigo
Circuito de
pilates para •
um jovem
karateca
Por Djanira de Paula
~ates foi embasado em váriastécnicas, dentre asquais, as - realizarabdução com rotação extema do tornozelo;
aaes milenares orientais. Escolhemos,para o desenvolvimento de - ter mais equilíbrio, principalmente do antepé;
um trabalho funcional dentro do método, o karatê, por ambos - progredir de forma geral em quesitos como sensi-
serem muito próximos em alguns gestuais, postura e no trabalho bilidade e força.
focado no centro - powerhouse =, essencialpara a boa prática. A proposta a partir disso consistiu em realizar um estu-
O karatê tem uma forte exigência em dinamismo, mes- do agudo reunindo o pilates e o karatê em um trabalho pró-
clando movimentos de grande concentração, equilíbrio e força ximo ao metabolismo aeróbio, que melhorasse o desempe-
a movimentos de explosão - o golpe =, exigindo a recuperação nho do atleta por meio do aperfeiçoamento do gesto motor,
do equilíbrio somada à concentração para um novo golpe. A focando na finalização dos movimentos específicos dentro
técnica também prioriza a respiração, na qual o golpe culmina de um dinamismo maior.
em uma expiração seguida do "KIAI". Dentro da semana, as atividades foram divididas em um
Na sequência que você acabou de conferir, apresentamos circuito de pilates direcionado para o karatê às terças e quintas-
um jovem atleta de 14 anos, há 6 no pilates. Ele possui um de- feiras e de pilates com protocolo de escolioseàs segundas e quar-
sequilíbrio muscular causado por uma hemiparesia à direita, difi- tas, com prática de dança livremente.
cultando justamente algumas das qualidades físicascitadas ante- O circuito voltado para o karatê é dividido entre duas gran-
riormente. Porém, essepadrão hemiparético é atenuado, pois o des estações (reformer e cadillac) e uma estação curinga (combo
adolescente tem o acompanhamento, desde cedo, de atividades chair), que funciona como descansoativo, ou poderá ser elimina-
que preconizam o equilíbrio de ambos os lados e pratica atividade da quando o objetivo for intensificar o trabalho.
física desde os 3 anos de idade, com experiência em street dance, Quanto ao metabolismo aeróbio, a zona de trabalho na
dança contemporânea e, atualmente, free step, modalidade de maior parte do tempo foi de 65% da função cardíaca máxima,
grande exigência na agilidade dos membros inferiores. atingindo picos de 75%, principalmente quando da execução
Há dois anos, ele desejou aprender uma luta com discipli- dos movimentos pelo lado hemiparético do atleta.
na e hierarquia e ingressou no karatê. Com base nesse período Foi notada, por parte do treinador de karatê e pelo
de prática esportiva, questionamos sobre os incômodos e as próprio atleta, uma rápida resposta da melhora do desem-
dificuldades ainda existentes. I penho nas aulas, em que sua base mais baixa e mais centra-
O procedimento consistiu em uma minuciosa reavaliação da proporcionou equilíbrio e maior facilidade nos desloca-
e análise postural estática e dinâmica, na qual identificamos os mentos dos membros inferiores por melhor adaptação de
desequilíbrios musculares. Somada a essaavaliação, foi aplicado contato dos pés no solo. O punho na posição neutra pode
um questionário sobre sentimentos e percepções que o atrapa- desferir golpes com mais exatidão e sem risco de lesão para
lhavam. O objetivo era obter melhor desempenho nas atividades o atleta, visto que antes fletia com facilidade. Melhora da
em questão. Foram apontadas as seguintes variáveis: agilidade e precisão dos movimentos em geral. Isso aconte-
- extremidades com dificuldades no cotovelo e no punho ceu com apenas oito aulas de circuito, antecedendo a troca
para supinar,estender e manter; de faixa, que aconteceu com louvor. Fatores limitantes (mo-
- preservarpunhos e mãos neutros; tivacional, cansaço, etc.). assim como fatores facilitadores
- fechar os dedos e mantê-Ios fechados; (bom vocabulário motor, trilha sonora, etc.), devem ser le-
- manter estabilidade do quadril, dos joelhos e dos pés; vados em consideração para o resultado geral.
Djanira de Paula é coreógrafa, bailarina, educadora física com especialização em: Educação Motora, Trei-
namento Abdominal, Cadeias Musculares - SGA e GDS. É membro da APGDS, sócia, coordenadora técnica
e ministrante dos cursos dos Studios Pilates Zen. *Colaborou com o artigo o professor especializado em
Grupos Especiais, Jadir Junior, sócio dos Studios Pilates Zen
Entre em forma
brincando
Depois de 60 dias do nascimento,
o bebê já pode se tornar o
principal companheiro de treino
da mãe. Com o aval médico e
um cobertor infantil para usar
em algumas posições, é possível
desfrutar por alguns meses esse
momento único dos dois
Por Ângela Arraya/ Fotos Diana Freixo! Produção Thatiana
Bertoli! Cabelo e maquiagem Pamelia Archanjo
22 Guia de Pilotes
,.r
~
Guio de Pilotes 23
mamãe e bebê
: 1. Standing Plies
Posição inicial da mãe
Em pé com as pernas afastadas
(mais que a largura dos ombros), pés
e pernas em rotação lateral.
Posição do bebê
Deitado nos braços da mãe, que o se-
gura cuidadosamente. Se ele for um
pouco maior, pode ser abraçado de
frente ou de costas para o peito.
,...
Movimento
Contraia o abdome levando o umbigo em
direção à coluna. Inspireflexionando os
joelhos para a lateral. Desça lentamente e
observe que os joelhos não ultrapassem
a linha dos tornozelos. Suba lentamente
expirando. Executede 1Oa 15 repetições.
Nível: iniciante
Objetivo: fortalecimento dos membros inferiores, priorizando os músculos adutores
Músculos trabalhados: quadríceps, adutores e glúteos
Estabilidade: cintura pélvica, coluna vertebral e cintura escapular
Mobilidade: quadril, joelhos e tornozelo
~
24 Guia de Pilotes
l
!
.. 2. The Hundred
Posição do bebê
Deitado ou sentado sobre o abdome da mãe, olhando-a de frente
e encantado nas coxas dela.
mamãe e bebê
Movimento
Eleve a parte alta do tronco (cabeça e ombros), arredondando-o gentilmente para a frente. Desça os braços no pro-
longamento do tronco sem tocá-Ios no solo e. deslize os ombros para baixo em direção caudal. Movimente os braços a
cerca de três centímetros para cima e para baixo, partindo da posição dos braços no prolongamento ao lado do tronco.
Vigorosa e repetidamente, bombe seus braços para cima e para baixo como se estivesse driblando uma pequena bola,
ou como se tentasse manter-se à tona na água. Mantenha cinco contagens para inspirar e cinco para expirar, ou seja,
dez conjuntos (100 bombas no total).
Atenção
Nesse exercício deve-se sentir o alongamento do pescoço, e não esforço. Pres-
te atenção ao corpo na hora do movimento: forçando dói, alongando não.
Nível: iniciante
Objetivo: prepara o diafragma (e a mente) para a respiração profunda e concentrada que o pilates requer
Músculos trabalhados: CORE, abdome e serrá til anterior
Estabífidade: cintura escapular
Mobífidade: pequena mobilidade de ombros com flexão e extensão, mas com grande ação muscular concentrada
A
26 Guia de Pilotes
~,
.' 3. Spine Stretch Forward
Posição do bebê
Deitado em decúbito dorsal sobre o cobertor dobrado entre as pemas da mãe, olhando para ela.
Movimento
Inspire, contraindo os músculos
do assoalho pélvico e os glúte-
os. Tente sentar em cima desses
músculos, como se você sentas-
se em uma "cama de pregos".
Em seguida, contraia o abdome
e puxe o umbigo para dentro,
apertado e tentando levantar
a cintura para cima. Expire, fie-
xionando a coluna para a frente
com os MMSS estendidos. Inspi-
re nessaposição e, expirando, re-
tome lentamente desenrolando
a coluna. Repita de 4 a 6 vezes.
Para facilitar
Se houver dificuldade de sentar com a coluna ereta, colo-
que um cobertor bem dobrado embaixo dos glúteos. Isso
manterá seu quadril mais elevado do que as pernas, facili-
tando o movimento.
Nível: iniciante
Objetívo: alongamento da coluna e dos membros inferiores
Músculos trabalhados: abdome, serrá til anterior e reto femoral
Estabílídade: cintura escapular e cintura pélvica
Mobílídade: coluna
A
Guio de Pilotes 27
mamãe e bebê
':
'. c- 4. Double Straight Leg Stretch
Posição do bebê
Um jovem bebê pode ficar deitado contra o peito e a barriga. Uma criança mais velha pode
se sentar sobre o abdome virada para a mãe. De qualquer forma, ele deve estar seguro e
confortável.
Movimento
Mantenha os pés unidos e aperte suas coxas uma contra a outra. Contraia os glúteos e o abdome, puxando o seu umbigo para a
coluna. Expireao descer levemente as pernas unidas. Inspire no momento de retorno à posição inicial.Atenção para não mover a pelve
e a coluna. Executede 5 a 10 repetições.
Para facilitar I
Proteja-se! Abaixe as pernas alguns centímetros e, em
seguida, ao invés de elevá-Ias estendidas para cima, fle-
xione os joelhos para retornar.
Nível: intermediário
e estabilizaçãoda cintura pélvica
Objetivo: fortalecimento dos músculos abdominais
Músculos abdome e reto femoral
trabalhados:
Estabilidade: cintura pélvica
Mobilidade: articulação coxofemoral
A
28 Guia de Pilotes {
:'~ 5. Seated Spine Twist
Posição do bebê
Deitado sobre as pernas da mãe. Se ele não estiver confortável, pode-se colocar um cobertor ou urna
manta para melhor acomodá-Io.
Movimento
Inspire mantendo a coluna
ereta e o olhar para a fren-
te. Expire, realizando uma
rotação da coluna para um
dos lados e realize uma insis-
tência. Mantenha o abdome
contraído e o tronco ereto
(como se suas orelhas cres-
cessem em direção ao teto).
Retome à posição inicial e
execute o movimento para
o outro lado. Fara de 4 a 6
repetições:
../ -
Para facilitar
Pode-se sentar sobre um banquinho ou almofada.
Nível: iniciante
Objetivo: fortalecimento dos oblíquos e alongamento axial da coluna vertebral
Músculos trabalhados: oblíquos e músculos profundos do dorso
Estabilidade: cintura escapular e pélvica
Mobilidade: coluna vertebral (região toracolombar)
Guia de Pilotes -
29
mamãe e bebê
:\!.f - .' ~"<c-( --::;--" ,-- • "> -:"<-~?-"~
Movimento
Ao expirar, mantenha a sua
mão segurando o bebê e
realize uma torção de tron-
co para o lado esquerdo.
Certifique-se de trazer o seu
ombro direito para a frente
e para fora do solo, levando
o ombro direito em direção
ao joelho esquerdo. Faça a
torção do tronco expirando e
retome à posição inicial inspi-
rando. Repita 10 vezes e, em
seguida, faça do outro lado.
Posição do bebê I
Contra ascoxasda mãe, de frente para ela, com os pés descansandoem seu abdome. Sea criançaainda tiver o pescoço molinho, deve ficar
com a cabeça escostadanaspemas ou nosjoelhos. Outra opção é colocar a barriga dele contra ascoxas,de costaspara a mãe, descansando
as axilassobre osjoelhos dela (boa opção para bebês que sofrem de cólicas,mas pode requerer um minuto para acalmá-Ia).
Atenção
I, Aguarde quatro ou cinco meses pós-parto e faça uma verificação médica antes de
i fazer qualquer movimento de torção. Esse exercício deve ser feito sem qualquer dor
ou tensão na incisão cirúrgica. Vá com calma, comece o movimento bem pequeno
e pare se sentir qualquer desconforto.
Nível: iniciante
Objetivo: fortalecimento dos oblíquos
Músculos trabalhados: oblíquos
Estabilidade: cintura escapular e pélvica
Mobilidade: coluna vertebral
A
30 Guia de Pilotes
'!l
Posição do bebê
Deitado sobre o cobertor, bem apoiado e feliz.
Movimento
Inspirando, flexione o joelho esquerdo trazendo o tornozelo em extensão na linha do glúteo. Execute 3 chutes va-
riando a posição do tornozelo em: extensão - flexão - extensão. Retorne à posição inicial expirando e repita com a
outra perna.
Nível: iniciante
Objetivo: fortalecimento dos posteriores da coxa e reeducação postural
Músculos trabalhados: serrá til anterior e isquiotibiais
Estabilidade: cintura escapular e pélvica
Mobilidade: joelhos
'K
: 8. Swan
, "
Posição do bebê
Deitado em um cobertor, bem apoiado e feliz.
Movimento
Inspire na posição inicial e contraia com toda sua força os músculos abdominais. Lentamente, execute uma extensão
de coluna e de membros superiores, tomando muito cuidado para não comprimir a região lombar.
I
Atenção
Se a mamãe sentir algum desconforto em ficar deitada em
Nível: iniciante
decúbito ventral pelo motivo da cirurgia do parto, deve
Objetivo: fortalecer os músculos para vertebrais e pro-
deixar para fazer este exercício somente quando não tiver
fundos do dorso, a fim de melhorar a postura pelo fato
mais incômodo algum.
de a amamentação tomar muitas horas durante o dia, e
fortalecimento dos membros superiores para facilitar o
carregamento do bebê nos braços
Músculos trabalhados: para vertebrais, músculos profundos
do dorso, serrá til anterior, peitoral inferior, bíceps e tríceps
Estabilidade: cintura escapular
Mobilidade: ombro e coluna
Modelo: 8el 8risotti dos Reis, Academia e Studio de Pilates Equipe Iron, e
Samantha Siqueira, agência Originalle Aulores da série: equipe multidisciplinar
da Academia e Studio de Pilates Equipe Iron Calça, Speedo; blusa, 8e Voga; mat,
Ekomat, conjunto infantil, Up 8aby; faixa de bebê, C&A.
~
32 Guio de Pilotes
Artigo
gravidez, o parto e a maternidade promovem modifica- Diante de tantas perguntas, resolvi elaborar um progra-
ções tão intensas no estado físico e mental das mulheres, que ma de pilates em que as ocupadas mamães podem participar
a simples passagem do tempo não vai fazer o truque de colo- junto com seus bebês. Dessa maneira, elas cuidam do corpo
car tudo de volta no lugar. O corpo vai precisar de alguma aju- e ainda aproveitam para relaxar e realizar uma aproximação
da. De que tipo? Você adivinhou - o bom e velho exercicio! mais amorosa e carinhosa com seu pequeno.
Porém, com o nascimento das crianças, as tarefas das Para elas, ajuda na recuperação da boa forma no
mamães aumentam muito, tornando o primeiro ano após o pós-parto, e isso vai além da reestruturação da silhueta,
parto um período difícil de seguir um programa de exercicio fí- abrangendo também o fortalecimento das costas, do pei-
sico regular. Ir para a academia? Muitas acreditam que não so- to e perfneo, além de trabalhar o realinhamento postural,
bra tempo, afinal, as novas atividades, como amamentar, tro- proporcionando alívio de dores geradas pela amamenta-
car fraldas e receber visitas, tomam praticamente o dia todo, ção e pela nova carga diária de esforço, como carregar o
ficando quase impossivel encontrar um tempinho para cuidar bebê. A prática também ajuda a reduzir as tensões, auxilia
do corpo e tentar voltar à boa forma o mais rápido possivel. no equilíbrio hormonal e mental, além de aprofundar o
Ligamentos soltos, coxas e abdome flácidos, para não vínculo entre mãe e filho. Nas crianças, previne as cólicas,
mencionar alguns quilos indesejados, podem ter-se hospeda- ajuda a conquistar um sono mais profundo, estimula a fle-
do e, mesmo com toda a reverência e excitação ao se concen- xibilidade natural, além do desenvolvimento psicomotor. A
trar em seu novo bebê, todo o estado de espírito da mulher prática é feita sempre entre mãe e bebê. Por isso, no caso de
pode ser arrastado para baixo pela condição de seu corpo. gêmeos, será necessário convocar a participação do pai ou
Depois de passar meses pensando na gestação, é chega- de algum acompanhante próximo da criança nas aulas.
da a hora de a mulher voltar a ter um novo olhar sobre si mes- Deu para perceber o quão importante essa ativida-
ma e, quanto antes começar, mais cedo o corpo responderá, de pode ser, não é? Então, agora que você já sabe tudo
com músculos firmes e fortalecidos, especialmente o assoalho sobre os benefícios do pilates com bebê, não perca mais
pélvico e os músculos abdominais. tempo, consulte seu médico(a) obstetra para se certificar
"E o meu bebê, o que faço com ele?" "Com quem de que você e seu bebê estão muito bem e aptos à prá-
eu o deixarei?" "Algum tipo de exercício pode me propor- tica de exercícios físicos. Procure uma academia e profis-
cionar segurança, bem-estar e comodidade e ser praticado sionais de qualidade, comece a se exercitar no pilates e
junto com meu bebê?" descubra muitos outros benefícios.
Isabel Cristina Brisotti dos Reis é educadora física e especialista em Interação: Nutrição, Exercício Físico e
Medicina na Promoção de Saúde. Personal trainer há 12 anos e de Pilates desde 2005, é atual sócia da Aca-
demia e Studio de Pilates Equipe Iron
De braços
abertos
Pegar, puxar, abraçar,
carregar, escrever, d ig itar.
As articulações dos membros
superiores são as grandes
executoras da maior parte
dos trabalhos que realizamos
ao longo do dia. Que tal dar-
-Ihes um agradinho?
Por Ângela Arraya! Fotos Alexandre Andrade! Produção
Thatiana Berloli! Cabelo e maquiagem Pâmela Archanjo
articulações de membros superiores
Nível: avançado
Objetivo: fortalecimento de abdome, elevadores dos ombros
Músculos trabalhados: abdominais, romboides, deltoides, deltoide médio, bíceps e trapézio
Estabílidade: cintura escapular, coluna e cintura pélvica
Mobílidade: tronco, ombros e braços
Movimento
Expirando o ar, levante o fie
ring na altura dos ombros,
sem movimentar a coluna. Re-
torne à posição inicial.
Nível: iniciante
Objetivo: fortalecimento dos paravertebrais, ombros e braços
Músculos trabalhados: peitoral maior, tríceps braquial, deltoide anterior, ancôneo e para vertebrais
Estabílidade: cintura escapular, coluna e cintura pélvica
Mobílidade: ombros, braço e cervical
~
36 Guio de Pilotes
I
'I
. ~ 3. Lunging Swackadee
Posição inicial da mãe
Em pé, deixe uma perna estendi-
da em leve diagonal e deixe uma
das extremidades da faixa elás-
tica embaixo do pé, com a mão
desse lado na cintura. Do lado
oposto, a perna flexionada e a
outra extremidade da faixa segu-
ra pela mão na altura do peito.
Movimento
Ao expirar, rode externamente
o braço que está com a faixa e
estenda o cotovelo lateralmente
acima da linha dos ombros.
Nível: intermediário
Objetívo: fortalecer a musculatura
extensora de braço e ombro
Músculos trabalhados: redondo
menor, supra e infraespinhoso, deltoi-
de médio e tríceps braquial
Estabílídade: coluna, cintura esca-
pular e pélvica
Mobilidade: ombro e cotovelo
~
Guio de Pilotes 37
I
articulações de membros superiores
"I
,i ~ 4. Si tting Spiral
Posição inicial
Sentada com as pernas
cruzadas em cima da faixa,
deixando um lado menor
de faixa no solo e a parte
maior cruzando o corpo,
sendo segura por uma das
mãos com o cotovelo fle-
xionado junto ao tronco. O
outro braço fica estendido
com a mão apoiada.
Movimento (A)
Quando expirar, faça uma ro-
tação externa de ombro sem
afastá-Io demais do tronco.
Movimento (B)
Estenda o cotovelo, e leve e
abduza o ombro.
Nível: avançado
Objetivo: fortalecimento da
musculatura estabilizadora da
escápula e rota dores externos
Músculos trabalhados: man-
guito rotador, deltoide, serrá til
anterior e grande dorsal
Estabilidade: cintura esca-
pular
Mobilidade: ombros e braços
~
38 Guia de Pilotes
I
Artigo
Daniela Ribeiro é fisioterapeuta pós-graduada em Terapia Intensiva, especializada em Pilates Studio com-
pleto pela Metacorpus /SP e Matt Pilates pela Império Pilates/SP. Fundadora e Instrutora do Studio Vértice
Pilates localizado no bairro de Higienópolis em São Paulo
Ir, vi e se sustentar
As pernas permitem a locomoção e
sustentação do corpo, além de serem
mais fortes do que os braços. Por isso, o
trabalho articular é uma forma inteligente
de manter essa região sempre funcional e
ativa
Por Ângela Arrayal Fotos Alexandre Andradel Produção
Thatiana Bertolil Cabelo e maquiagem Pãmela Archanjo
./
articulações de membros inferiores
y
: 1. Soltando O quadril
Posição Inicial
Em decúbito dorsal, a pelve e a coluna neutras, os joelhos flexionados, as pernas
abduzidas na distância do quadril, e os pés apoiados no solo, os braços ao lado
do tronco com as palmas das mãos voltadas para baixo.
Movimento (A)
Movimento (B)
Mantenha os pés apoiados no solo durante o exerddo, Com-
Expire enquanto entende uma das pernas, deslizando o
prima o abdome para estabilizar a região lombo-pélvica, mas
dedinho pelo colchonete, até a extensão total do mem-
não contraia os músculos do quadril, provocando resistênciaao bro inferior.
movimento, simplesmente permita que as pernas caiam de um
lado para o outro, o limite da abdução é até onde conseguir
manter a estabilização da pelve. Mantenha a pelve e a coluna
neutras durante o movimento das pernas.
Nível: iniciante
Objetivo: trabalhar no aquecimento induzindo a dissociação do fêmur da pelve
Músculos trabalhados: abdominais, assoalho pélvico, rotadores laterais e medial da perna
Estabilidade: quadril
Mobilídade: pelve
--.42
•
Guio de Pilotes
'Y
Movimento (B)
Continue inspirando até a metade
do círculo.
Evolução
Expire na segunda metade do cír-
culo, enquanto retorna à posição
inicial. Faça 5 círculos para uma
direção e mais 5 círculos para a
direção oposta.
Nível: iniciante
Objetivo: trabalhar no aquecimento induzindo a dissociação do fêmur da pelve
Músculos trabalhados: abdominais, assoalho pélvico, oblíquos, multífidos, músculos extensores,
flexores, abdutores e adutores do quadril e estabiliza dores da escápula
Estabilidade: da pelve e da coluna na posição neutra e da escápula
Mobilidade: da articulação do quadril
A
Guio de Pilotes 43
articulações de membros inferiores
, !
,1 3. Chute lateral
Nível: iniciante
Objetívo: equilíbrio lateral, dissociar o fêmur da pelve e estabilizar a escápula
Músculos trabalhados: extensores e flexores do quadril, abdominais, assoalho pélvico, oblíquos,
eretores da coluna e multífidos
Estabilidade: da pelve na flexão e extensão do quadril, escápula e caixa torácica
Mobilidade: quadril e tornozelo
~
44 Guia de Pilotes
\1 5. Elevação lateral das pernas com flex-ring
Nível: intermediário
Objetivo: manter o equilíbrio lateral, fortalecer os músculos abdutores e adutores da coxa
Músculos trabalhados: transverso do abdômen, assoa lho pélvico, abdutores e adutores da perna, eretores da coluna,
oblíquos, multífidos e estabilizadores da escápula
Estabílídade: da pelve e do tronco na posição neutra; da escápula
Mobilidade: da abdução da perna de cima e adução da perna de baixo
Nível: intermediário
Objetívo: alongamento da cadeia anterior da perna e fortalecimento do tronco
Músculos trabalhados: abdominais, assoalho pélvico, oblíquos, extensores
do quadril, multífidos, estabiliza dores da escápula, serrátil maior e posteriores da coxa
Estabílídade: tronco, região lombo-pélvica e escápula
Mobílídade: da articulação do joelho e do tornozelo
A
Guia de Pilotes 45
•••
,.==::::==~====~~~-------------------------
articulações de membros inferiores
'M
.-
Posição inicial Movimento (A)
Em decúbito ventral, pelve neutra, braços ao longo da cabeça e Inspire mantendo a coluna lombar e a pelve neutras, estenda o
apoiados no colchonete, escápula estabilizada, pernas estendidas tronco e o quadril elevando os braços e as pernas para fora do
e paralelas apoiadas no colchonete, flexão plantar dos tornozelos colchonete. Sempre pense em crescer, afastando o máximo pos-
com os pés em ponta. sível a cabeça dos pés.
Nível: intermediário
Objetivo: fortalecer toda cadeia posterior
Músculos trabalhados: extensores da coluna, do quadril e abdutores das pernas e dos braços
Estabilidade: articulação do quadril, cintura
Mobilidade: da pelve e cervical
~. 8. Abaixar e elevar
Nível: intermediário
Objetívo: fortalecer glúteos e posteriores da coxa, e treinar a resistência
Músculos trabalhados: abdominais, assoalho pélvico, oblíquos, glúteo máximo, posteriores da coxa, adutores e estabiliza-
dores das escápulas
Estabilidade: tronco e escápulas
Mobilidade: da flexão e extensão do quadril
~
46
•
Guia de Pilotes
r
A
Guio de Pilotes 47
articulações de membros inferiores
Movimento (A)
Expire enquanto flexiona uma-per-
na, elevando o joelho até a altura do
quadril, mantendo a coluna neutra e
distribuindo bem a descarga de peso
por toda a planta do pé, que conti-
nua apoiado.
Movimento (D)
Inspire enquanto retorna cuidadosa-
mente à posição inicial.
Evolução
Expire mantendo os calcanhares ele-
vados, flexione o joelho e o quadril
com o tronco o mais alinhado possí-
vel à pelve. Inspire enquanto volta à
posição inicial.
Nível: intermediário
Objetívo: trabalhar o equilíbrio
Músculos trabalhados: trabalhar o equilíbrio
Estabilídade: trabalhar o equilíbrio
Mobilídade: tronco
••
48 Guio de Pilotes
\f " .
Movimento (B)
Inspire enquanto estende as pernas, levando o rolo para longe. Estabilize a pelve, a caixa torácica e as escápulas.
Evolução
Expire trazendo de volta o rolo, mantendo a estabilização da pelve, da caixa torácica e escápula.
Nível: intermediário
Objetivo: fortalecer a cadeia posterior da perna
Músculos trabalhados: abdominais, assoalho pélvico, oblíquos, glúteo, posteriores e adutores
das coxas e estabiliza dores da escápula
Estabilidade: pélvica e torácica
Mobilidade: coluna, quadril, joelho e tornozelo
A
Guio de Pilotes 49
articulações de membros inferiores
~ .
.' 12. Avanço com rolo
Posição inicial
Em pé, um pé no solo distribuindo o peso do corpo entre
os tarsos laterais mediais e o calcanhar, apoiando o peito do
outro pé no rolo, com extensão do quadril e perna estendida,
tornozelo em dorsiflexão e cotovelos flexionados.
Movimento
Inspire enquanto empurra o rolo para trás, contrain-
do o glúteo e posterior da coxa excentricamente, as
espinhas ilíacas alinhadas e voltadas para a frente.
Na volta, expire puxando a perna da frente para tra-
zer o rolo de volta, contraindo o glúteo e o quadrí-
ceps concentricamente, e voltando à posição inicial.
Nível: intermediário
Objetivo: equilíbrio, alongamento do flexor do quadril e trabalhar descarga de peso do pé
Músculos trabalhados: anterior da coxa, glúteos e posterior da perna
Estabilidade: pélvica e torácica
Mobilidade: articulação do quadril e joelho Modelo: Jéssica Canoletti
Autores série: equipe multidisciplinar Núcleo Respire
da
Calça, Marc Lab; top,Speedo; regata, liquido, mat, Ekomat
~
50 Guia de Pilotes
articulações de membros inferiores
Posição inicial
Em pé, um pé no solo distribuindo o peso do corpo entre
os tarsos laterais mediais e o calcanhar, apoiando o peito do
outro pé no rolo, com extensão do quadril e perna estendida,
tornozelo em dorsiflexão e cotovelos flexionados.
Movimento
Inspire enquanto empurra o rolo para trás, contrain-
do o glúteo e posterior da coxa excentricamente, as
espinhas ilíacas alinhadas e voltadas para a frente.
Na volta, expire puxando a perna da frente para tra-
zer o rolo de volta, contraindo o glúteo e o quadrí-
ceps concentricamente, e voltando à posição inicial.
Nível: intermediário
Objetivo: equilíbrio, alongamento do flexor do quadril e trabalhar descarga de peso do pé
Músculos trabalhados: anterior da coxa, glúteos e posterior da perna
Estabilidade: pélvica e torácica
Mobilidade: articulação do quadril e joelho Modelo: Jéssica Canoletti
Autores série: equipe multidisciplinar Núcleo Respire
da
Calça, Marc Lab; top,Speedo; regata, Líquido. mato Ekomat
-.
50 Guia de Pilotes {
Artigo
A importância
de cuidar dos
membros inferiores
Por Jéssica Canoletti
través do pilates, conseguimos formatar aulas perso- ou pelo menos um pouco todos os dias, não percebem que
nalizadas que trabalham o objetivo do aluno, respeitando há uma articulação no quadril e muitas vezes, ao invés de
seu desequilíbrio postural. No Núcleo Respire, priorizamos o flexioná-Ia corretamente, não dissociam a pelve do fêmur,
controle da mente com o corpo, a respiração, o posiciona- sobrecarregando totalmente a lombar. Ou até mesmo,
mento da cervical, o posicionamento da cintura escapular quando vão pegar algo que está situado acima da altura da
e da caixa torácica, e também o posicionamento da pelve, cabeça, elevando o braço, não percebem que não há ne-
além de trabalharmos o alongamento axial, flexibilidade, cessidade de elevar o ombro junto, sobrecarregando toda a
força, coordenação motora, equilíbrio e proporcionarmos a região da cintura escapular.
melhora do condicionamento físico. Não será uma, duas, três ou trinta vezes que esses
Todo individuo tem algum tipo de desequilíbrio pos- movimentos mal executados machucarão alguém, mas
tural, seja ele desenvolvido por algum acidente, ou por fazê-Ios durante anos de vida, com certeza sobrecarregará
vícios posturais, ou até mesmo desvios congênitos. Esses alguma parte do corpo desnecessariamente, levando a al-
desequilíbrios normalmente são descobertos pelo menos gum tipo de desconforto e até, em muitos casos, levando
após a adolescência, quando já se passaram 13, 15, 18 e a alguma lesão.
muitas vezes até 50 anos após a descarga de peso errônea Os membros inferiores são responsáveis por susten-
ser instalada. tar o tronco, a cabeça e os membros superiores, além de
Na prática, só se passássemos pelo menos o mesmo ajudar na descarga inteira do peso corporal; não menos
tempo de vida estimulando esse equilíbrio, alcançaríamos importante que nenhuma parte do corpo, os membros in-
sucesso. Mas não é assim que funciona. I feriores respondem melhor quando conseguimos alcançar
;'
Com o pilates conseguimos trabalhar o objetivo do' uma sinergia correta da musculatura.
aluno, respeitando suas individualidades e também priori- Os pés sempre alinhados com os joelhos e quadril já
zando sua qualidade de vida. ajuda consideravelmente que esta descarga de peso seja
Muitas pessoas nem percebem que não conseguem dissipada mais corretamente; além disso, o fortalecimento
dissociar algumas articulações e trabalham-nas como se correto desses membros ajuda a estabilizar suas articula-
fossem um osso ou um músculo só, sendo que na verdade ções, sem sobrecarregá-Ias medial ou lateralmente.
a articulação é a junção de um ou dois ossos, exatamente Sendo assim, é muito importante que o treinamento
como o nome diz, têm a função de articular. dos membros inferiores seja sempre feito, respeitando qual-
Muitas pessoas, executando a marcha, por exemplo, quer desequilíbrio que o indivíduo possa ter e estimulando a
que é um movimento simples e fazemos quase o dia todo, busca de equilibrar o máximo possível toda essa descarga.
11'
Guia de Pilotes 51
I
52 Guio de Pilotes,,--
. ~
Pilate
ces
Pessoas com necessidades
especiais também podem se
beneficiar com a prática para obter
mais qualidade de vida
Ângela Arraya/ Fotos Manoel Carvalho/ Produção Thatiana 8ertoli/ Cabelos
e maquiagem Pâmela Archanjo/ Assistente de fotografia Camila Calicchio
Guia de Pilotes 53
Grupos especiais
----- -----,;'~
I //
/' I
: I ./\
"/
Nível: iniciante
Objetívo: alongamento da cadeia anterior dos membros superiores
Músculos trabalhados: powerhouse, peitoral maior, coracobraquial
Estabílidade: cintura escapular
Mobílidade: articulação glenoumeral
Nível: intermediário
Objetivo: fortalecer os extensores de cotovelos
Músculos trabalhados: powerhouse, tríceps braquial e ancôneo
Estabílidade: cintura escapular
Mobílidade: articulação do cotovelo
54 Guia de Pilotes
Grupos especiais
Nível: iniciante
Objetivo: alongamento da cadeia anterior dos membros superiores
Músculos trabalhados: powerhouse, peitoral maior, coracobraquial
Estabilidade: cintura escapular
Mobilídade: articulação glenoumeral
Nível: intermediário
Objetivo: fortalecer os extensores de cotovelos
Músculos trabalhados: powerhouse, tríceps braquial e ancôneo
Estabilidade: cintura escapular
Mobilidade: articulação do cotovelo
54 Guio de Pilotes
:'% ~.' ''''lzX ~:CJ~-"B.''''_m:,~~,;:,~ _,7'''' .,...., -,
..,~;3.Arms up",and dow:n _,'_ '. ,' .. '0: ~ ': C ,', "
--,
-I
,·1'
r
Posição inicial
Na cadeira de rodas ao lado do cadillac, com a coluna ereta e os pés apoiados, segurar as alças
do aparelho com os ombros posicionados a 180°, cotovelos estendidos e punhos neutros.
Movimento
Realizar extensão de ombros, levando as mãos em direção aos joelhos.
Nível: intermediário
Objetivo: fortalecimento de extensores do ombro
Músculos trabalhados: powerhouse, grande dorsa/, peitoral maior, deltoide posterior
Estabilidade: cintura escapular
Mobilidade: articulação glenoumeral
lr--
Nível: iniciante
Objetivo: mobilidade da coluna e controle abdominal
Músculos trabalhados: powerhouse e para vertebrais
Estabilidade: cintura escapular
Mobilidade: coluna cervical, torácica, lombar e articulação sacroilíaca
Nível: iniciante
Objetivo: alongamento da cadeia lateral
Músculos trabalhados: powerhouse e inc/inadores de tronco
Estabilidade: tronco
Mobilidade: coluna cervical, torácica e lombar
Posição Inicial
Sentado no cadillac com as pernas esticadas, os pés em
direção às barras laterais, as mãos segurando a barra-
-torre com flexão de ombro e cotovelo a 90°. O instrutor
pode auxiliar na manutenção da posição.
~
56 Guia de Pilotes
Movimento
Direcionando o queixo em sentido ao peito, faça uma fle-
xão anterior do tronco, quando a barra torre será desloca-
da para a frente. Retorne à posição inicial desenrolando a
coluna.
Nível: iniciante
Objetivo: mobilidade da coluna e alongamento da
cadeia posterior
Músculos trabalhados: powerhouse, para vertebrais e
cadeia posterior de MMII
Estabilidade: cintura escapular
Mobilidade: coluna cervical, torácica e lombar
r r
I
-~,
( Movimento (B)
:------------------------------------.~~~ Ao retornar, leve o tronco para o lado oposto das mãos,
realizando um movimento de abdução e rotação externa
do membro superior que está mais lateral, retorne à po-
sição inicial, desenrolando a coluna.
Nível: iniciante
Objetivo: mobilidade de coluna, alongamento da cadeia
posterior e rotadores de tronco
Músculos trabalhados: powerhouse, eretores da espi-
nhas e multífidos
Estabilidade: cintura escapular
Mobilidade: coluna cervical, torácica e lombar
Guia de Pilotes 57
Grupos especiais
Nível: iniciante
Objetivo: alongamento de cadeia lateral
Músculos trabalhados: powerhouse e interespinhais
Estabilidade: cintura escapular
Mobilidade: coluna cervical, torácica e lombar
Movimento
Posição Inicial Realize uma rotação
Sentada sobre o reforme r clínico, com os mem- associadaa uma abdu-
bros inferiores para fora. Uma das mãos segura ção de ombro, estican-
uma alça do aparelho gerando rotação inter- do ao lado do copo,
na e adução além da linha média do ombro. na altura do ombro,
A mão contralateral fica apoiada na cama do o braço que segura a
aparelho, ao lado do corpo. alça do aparelho.
A
58 Guio de Pilotes
I
Posição inicial Movimento
Sentado no reformer clínico, com os pés em direção às Direcionando o queixo ao peito, confie no auxílio do ins-
barras laterais, e as mãos segurando a barra-torre com trutor e faça uma flexão anterior do tronco, levando o
flexão de ombro a 90°. carrinho para trás. Retorne à posição inicial desenrolan-
do a coluna.
Nível: iniciante
Objetívo: mobilidade de coluna e alongamento de cadeia posterior
Músculos trabalhados: powerhouse e para vertebrais
Estabilidade: cintura escapular
Mobilidade: coluna cervical, torácica e lombar
r, \ Posição inicial
Com a cadeira de rodas de costas
para o wall unit. os ombros abdu-
zidos e alinhados na linha média,
punhos em posição neutra, e mãos
segurando as alças do aparelho.
Movimento
Faça uma adução horizontal dos mem-
bros superiores, levando os braços para a
frente do corpo.
Nível: intermediário
Objetivo: fortalecimento de adutores do ombro
Músculos trabalhados: powerhouse, peitoral maior, coracobraquial
Estabilidade: cintura escapular
Mobilidade: articulação acromioclavicular
~
Guia de Pilotes 59
Grupos especiais
Posição inicial
Com a cadeira de rodas ao lado do
wall unit, uma das mãos, a mais
distante do aparelho, segura uma
de suas alças com rotação interna e
adução além da linha média de om-
bro. A outra mão descansa ao lado
do corpo.
Movimento
Rotação de ombro associada a uma
abdução de ombro farão o braço abrir
para a lateral do corpo, com o instrutor
auxiliando o movimento.
Nível: avançado
Objetivo: combinar movimentos relacionados aos padrões primitivos e ao emprego de reflexos de postura e endireitamento
Músculos trabalhados: peitoral maior, bíceps branquial, coracobraquial, deltóide, supraespinhoso, infraespinhoso,
redondo maior, redondo menor e grande dorsal
Estabilidade: cintura escapular
Mobilidade: articulação acromioc/avicular
i I Posição inicial
Com a cadeira de rodas ao lado
do wall unit, um dos braços es-
tendidos em leve diagonal ao lado
do corpo, segurando uma das al-
ças do aparelho, ombro abduzido
a 60° e o punho em posição pro-
nada. O braço contralateral, mais
longe do aparelho, descansando
ao lado do corpo.
Movimento
Realize uma adução do ombro,
levando a alça do aparelho até a
altura do quadril.
Nível: iniciante
Objetivo: fortalecimento de adutores de ombro
Músculos trabalhados: powerhouse e redondo maior
Estabilidade: cintura escapular
Mobilidade: articulação acromioclavicular
-.
60 Guia de Pilotes
Posição inicial
Com a cadeira de
rodas de frente para o
wall unit. adução e
flexão dos ombros
a 90° e adução dos
mesmos na linha
média, ambas as mãos
segurando as alças do
aparelho.
Movimento
Contando com o apoio
do instrutor, realize
abdução e adução dos
ombros na linha média.
Nível: intermediário
Objetivo: fortalecimento da musculatura abdutora dos ombros
Músculos trabalhados: powerhouse, deltoide, supraespinhoso e subescapular
Estabilidade: cintura escapular
Mobilidade: articulação glenoumeral
,
'\
Posição inicial
Sentado na cadeira de rodas em
frente ao wall unit, com flexão dos
ombros a 90°, antebraço em posi-
W. 1 , -.-.
ção supinada, cotovelos estendidos
e mãos segurando as alças do apa-
relho.
j
Movimento
Realizar uma flexão de cotovelo a 90°,
mantendo o ombro em isometria de 90°.
O exercício será realizado bilateralmente.
Nível: intermediário
Objetivo: fortalecimento da musculatura f1exora do cotovelo
Músculos trabalhados: bíceps braquial e braquial anterior
Estabilidade: cintura escapular
Mobilidade: articulação do cotovelo
Guia de Pilotes 61
Grupos especiais
, '" :- ~;o;~~r'v.,~ e'lt ,~' -.~ c';.l ~ C'. , ~ ,"-:~ -~ <;~-v~' '''''''-1;,
Posição inicial
Na cadeira de rodas em frente ao wall
unit, Flexão de ombros a 45°, com
rotação externa e punhos alinhados,
com os braços estendidos em diago-
nal para baixo. As mãos seguram as
alças do aparelho.
Movimento
Realizar uma flexão dos cotovelos até
90°, associado a uma abdução dos
ombros de 450. No retorno, realizar
uma extensão de cotovelos e adução
dos ombros.
Nível: iniciante
Objetivo: fortalecimento de flexores do cotovelo e abdutores do ombro
Músculos trabalhados: bíceps braquial, deltoide, supraespinhoso e subescapular
Estabilidade: cintura escapular
Mobilidade: articulação do cotovelo
Posição inicial
Na cadeira de rodas em frente ao
wall unit, com flexão anterior de
tronco e as mãos segurando a bar-
ra-esqui acima da cabeça.
Movimento
Durante a expiração, realizar uma ro-
tação de tronco, em seguida retornar
à posição inicial. O exercício deve ser
feito para os dois lados.
Nível: iniciante
Objetivo: mobilidade da coluna
Músculos trabalhados: powerhouse e multífidos
Estabilidade: cintura escapular
Mobilidade: cintura escapular e coluna vertebral
Modelos: Beatriz Silva Rodrigo e Tatiana Kasahara
Autores da série: equipe multidisciplinar Metacorpus Pilates
Tops e calça lilás. liquido: calça cinza, Be Voga; top cinza, Speedo; equipamentos e espaços. Metacorpus Pilates
~
62 Guia de Pilotes
Artigo
Pilates para
cadeirantes
Por Tatiana Kasahara e Beatriz Silva Rodrigo
~ates é um método de condicionamento físico ba- Os diferenciais biomecânicos que o pilates oferece ao
t~~m seis princípios fundamentais: concentração, con- aluno cadeirante - como alongamento axial, respiração,
trole, movimento fluido, respiração e coordenação matara. concentração, estabilização do tronco, diminuição do im-
Nascido em 1880, Joseph Pilates criou primeiramente um pacto articular - auxiliam esses alunos nas atividades coti-
repertório de exercícios que eram executados no solo. Du- dianas. Devemos trabalhar bem a questão do aumento de
rante a Primeira Guerra Mundial, quando foi feito prisioneiro força em membros superiores, uma vez que essa muscula-
e transferido a um campo de trabalho britânico, aprimorou tura é sobrecarregada. É importante gerar uma harmonia
seus movimentos com auxílio de molas e macas para reabili- dos movimentos, estimulando as estruturas proprioceptoras
tar soldados feridos. e proporcionando maior coordenação motora na execução
Podemos citar como benefícios do Pilates: das atividades diárias.
• alongamento axial; t importante lembrar que na respiração utilizamos
• aumento do equilíbrio e controle motor; muito a mobilidade de todo tórax, que estimula a contração de
• melhora da postura; músculos respiratórios importantíssimos e dificulta o aparecimento
• aumento da flexibilidade; de possíveispatologias relacionadas à respiração (ex.: pneumonia).
• ganho de tônus e de força muscular; O pilates, por trabalhar órgãos internos e mus-
• melhora do estresse; culaturas profundas, pode estimular o bom funcionamento
• tratamento e alívio de dores crônicas; intestinal também. Sendo assim, é importante para esse pú-
• desenvolvimento da consciência corporal; blico que passa a maior parte do tempo na mesma posição.
• melhora da mobilidade das articulações; Muitos alunos nos relatam esse tipo de melhora.
• estimulação do sistema circulatório No caso de cadeirantes, exercícios específicos para
e oxigenação do sangue; controle e sustentação do tronco, fortalecimento de mem-
• melhora a capacidade ventilatória; bros superiores para facilitar transferência de peso para ou-
• aumento da sensação geral de bem-estar. tros locais (cama, cadeira, sofá) e estímulos de equilíbrio são
Até pouco tempo atrás, o tratamento de pacientes essenciais, explicam as especialistas.
com lesão medular estava restrito à prevenção de danos É importante lembrar também que, mesmo aquele
à medula espinhal, sendo o tratamento fisioterapêutico que precisa de auxílio para realizar os exercícios, deve sem-
limitado à reabilitação intensiva. Com o aumento da ex- I pre ter em mente que ele é responsável pelos cuidados com
pectativa de vida dos pacientes com lesão medular, o' o próprio corpo, destacam as duas.
processo de reabilitação desviou-se da preocupação de Os exercícios apresentados nesse treino, devidamente
sobrevivência para a melhoria da qualidade de vida e o adaptados, proporcionam aos alunos melhoras nos seguin-
aumento da independência funcional. tes aspectos:
A evolução dos pacientes portadores de lesão medular, • independência e autonomia;
assim como as respostas destes às aulas de pilates, é impre- • melhora da estima;
visível. As funções sensitivas, motoras e funcionais preserva- • melhora da função dos aparelhos circulatório, diges-
das abaixo do nível da lesão apresentam padrões variáveis de tivo, respiratório e excretor;
recuperação. t importante que o paciente tenha o mínimo • melhora da força e resistência muscular dos mem-
de controle de tronco para frequentar as aulas. Alguns exer- bros superiores e do tronco;
cícios podem ser feitos na própria cadeira de rodas. • desenvolvimento do equilíbrio estático e dinâmico.
,..,
Guio de Pilotes 63
Grupos especiais
Sem medo
do sobrepeso
Estar com uns quilinhos a mais não é
impedimento para praticar pilates, e o melhor
de tudo é que o método ajuda a combater
problemas relacionados à obesi
dor nas costas e d ---~
Grupos especiais
"I
Nível: iniciante
Objetívo: alongamento dos músculos para vertebrais e da parte posterior dos membros inferiores
Músculos trabalhados: para vertebrais e isquiotibiais
Estabilidade: pelve e membros inferiores
Mobilidade: coluna vertebral, quadril e ombros
"I
: ~ 2. Elevação da bola
Nível: intermediário
Objetivo: fortalecer os músculos adutores, músculos do assoalho pélvico e abdome
Músculos trabalhados: adutores e abdominais
Estabilidade: pelve e coluna vertebral
Mobilidade: joelhos
~
66 Guia de Pilotes
"!
.'~ 3.QuadrÚpede
Nível: iniciante
Objetivo: fortalecimento do músculo peitoral, alongamento da coluna com dissociação de membros inferiores e superiores
Músculos trabalhados: peitoral maior, para vertebrais, tríceps braquial, glúteo máximo e bíceps femoral
Estabilidade: coluna vertebral, pelve e cintura escapular
Mobilidade: articulação do quadril e cintura escapular
'I!
- el: intermediário
. tivo: fortalecimento dos músculos abdominais e dos músculos dos membros superiores
culos trabalhados: abdominais
Estabilidade: coluna vertebral e pelve
tlldede: quadril e cintura escapular
A
Guia de Pilates 67
Grupos especiais
"I
,1 t,. 5. Ponte
Nível: intermediário
Objetivo: fortalecimento dos músculos para vertebrais e glúteos
Músculos trabalhados: para vertebrais e glúteos
Estabilidade: coluna vertebral e pelve
Mobilidade: quadril e joelhos
"I
A
68 Guiade Pilotes
"I
Nível: intermediário
Objetivo: fortalecimento dos músculos abdominais e controle da pelve
Músculos trabalhados: abdominais e peitoral
Estabilidade: coluna vertebral e pelve
Mobilidade: quadril, coluna cervical e joelhos
"I
Nível: iniciante
Objetivo: alongamento dos músculos contralaterais
Músculos trabalhados: oblíquos e para vertebrais
'\1
Nível: intermediário
Objetivo: fortalecimento dos músculos abdominais, alongamento dos músculos posteriores dos membros inferiores, mobilida-
de entre as vértebras e conscientização corporal
Músculos trabalhados: isquiotibiais e abdominais
Estabilidade: coluna vertebral e pelve
Mobilidade: joelhos, ombros e coluna vertebral
"I
Nível: iniciante
Objetivo: alongamento do músculo peitoral, trabalho do centro de força, mobilização de cintura escapular e controle da pelve
Músculos trabalhados: abdominais
Modelo: Marian Bouzeen
Estabilidade: coluna vertebral e pelve
Auloria da série: equipe mullidiseiplinar do Spa da Menle Sludio
Mobilidade: articulação dos ombros Pilates Roupas, Mare Lab; mal, Ekomal.
~
70 Guia de Pilotes
Artigo
Benefícios
puro pessoas
ae qualquer
idade, sexo,
JMQI,mae peso
rática do pilates não é problema para quem está acima pacto psicológico positivo, ajudando a diminuir o estresse e
o peso, afinal os resultados e os benefícios são os mesmos melhorando a qualidade de vida.
- melhora da força muscular, equilíbrio, disposição e coorde- Durante as aulas, existe uma maior atenção aos mús-
nação. Durante as aulas, é desenvolvido um eficiente trabalho culos abdominais, não por estética, mas com o objetivo
e consciência corporal que, além de auxiliar na correção da de promover a resistência, estabilização e sustentação da
oostura, traz ainda um aumento da autoestima, servindo como coluna vertebral, permitindo que o exercício seja realizado
estímulo e motivação para praticar uma atividade física. com uma melhor postura e maior segurança, evitando,
Os exercícios podem ser modificados de diversas assim, possíveis desconfortos.
-naneiras, para diferentes níveis de capacidade física, de Mantendo o ritmo da atividade, mesmo estando com
acordo com a força e resistência de cada um, evoluindo sobrepeso, é possível atingir desde o nível iniciante ao mais
de forma gradativa, de maneira que não sobrecarregue as avançado sem nenhum problema. O alívio da dor causada por
a iculações, principalmente as da coluna vertebral, dos deficiências associadasà obesidade, principalmente problemas
JOelhos e dos pés, evitando futuros desconfortos e dores na coluna vertebral, é outro benefício que um programa de
usculares. Além disso, o método permite variadas formas pilates oferece. O corpo precisa de movimento, e esta é uma
de adaptação com a utilização de acessórios, como bolas, alternativa de atividade física segura, pois é de baixo impacto,
il~as, faixas, entre outros, que facilitam quando existe al- ativa o sistema de defesa imunológica do organismo, estimula o
;; ma dificuldade durante a realização dos movimentos. sistema circulatório, facilita a eliminação das toxinas através da
No pilates o trabalho de fortalecimento muscular é rea- melhora do fluxo da linfa e a oxigenação do sangue junto com
:=ado de forma tranquila, com movimentos sutis, a respiração o aumento da capacidade pulmonar.
::2 um ritmo ao exercício, trabalhando a força com resistência, Apesar da luta constante com o sobrepeso, descubro
ém com um método diferente das atividades de musculação I através do pilates, ao avançar cada nível, a deliciosa sensa-
::atizadas nos aparelhos das academias. ção de superar limites, sempre atingindo meus objetivos, por
A respiração consciente desenvolvida junto com o exemplo, quando encontro um exercício novo insisto até con-
- irnento exige muita concentração, por isso diminui o seguir realizá-Io. Normalmente quando faço um movimento
z: o dos pensamentos, acalma a mente, promovendo um pela primeira vez, mesmo não sendo tão simples, até por
::axamento. Quando a respiração vira um ato superficial e minhas limitações relacionadas ao peso, encontro algumas
~::'essado, muitos problemas podem se manifestar, como dificuldades, mas com persistência e dedicação, nunca fiz dis-
:: - Idade de concentração, insônia e ansiedade. so um obstáculo. Hoje, como instrutora de pilates, pratico o
Todos nós estamos sempre em busca de saúde, bem- método não só por necessidade, mas pelo prazer, podendo
-estar e autoestima. Esta é uma opção de atividade física que afirmar que tudo é possível, quando se tem força de vontade
ove o relaxamento físico e mental, podendo ter um im- e se acredita no seu potencial.
Cristina Abrami
~
72 Guio de Pilotes
Sem
corcunda
A hipercifose se caracteriza pelo
posicionamento dos ombros, caídos
e para a frente, "fechando" a caixa
torácica. Mas é possível reverter
o quadro com exercícios de níves
inciante e intermediário se for
postural. Confira a série a seguir.
Por Ângela Arrayal Fotos Fernanda Venãnciol Produção
Thatiana Bertolil Cabelo e maquiagem Pãmela Archanjo
. Atenção!
Em alguns casos de hipercifose, o instrutor pode considerar neces-
sário usar um apoio sob a cabeça do praticante: almofada, bola
murcha ou toalha enrolada
=~----'----
Nível: iniciante
Objetívo: mobilização de ombros e alongamento de peitoral
Músculos trabalhados: supraespinhoso, deltoide, serra til e subescapular
Estabilidade: cintura pélvica e coluna
Mobilidade: cintura escapular e ombro
,.,
: ~ 2. Mobilização da coluna torácica e fortalecimento
abdominal
Nível: iniciante
Objetivo: mobilização da coluna torácica, alongamento de peitoral e fortalecimento abdominal
Músculos trabalhados: abdominais
Estabilidade: pelve
Mobilidade: coluna
~
74 Guia de Pilotes
'"
..~ 3. Double Leg Kick
Movimento (B)
Retorne à posição inicial e, ao mes-
mo tempo, estenda a coluna e os
MMSS mantendo as mãos unidas.
Nível: intermediário
Objetívo: fortalecimento de para vertebrais, controle do centro de força, coordenação de movimento dos MMII
e alongamento de peitoral
Músculos trabalhados: abdominais, para vertebrais, romboides, glúteos, isquiotibiais e grande dorsal
Estabilidade: pelve e cintura escapular
Mobilídade: coluna, joelhos e ombros
'"
,1 ~ 4. Extensão de tronco -
~
Guia de Pilotes 75
coluna saudável/ hipercifose
Nível: iniciante
Objetívo: fortalecimento de para vertebrais e glúteos, controle do centro de força em posição de desafio, mobilidade e fortale-
cimento da cintura escapular.
Músculos trabalhados: abdominais, para vertebrais, deltoide e serrá til
Estabílídade: cintura escapular e pelve
Mobilídade: coluna e ombros
Evoluçaõ
Flexione os tornozelos e retorne
~ posição inicial.
Nível: iniciante
Objetivo: dissociação de MMII e sustentação de tronco
Músculos paravertebrais, abdominais, quadríceps e tríceps da perna
trabalhados:
Estabílídade: coluna, cintura pélvica e cintura escapular
Mobílídade: joelho e tornozelo
~
76 Guia de Pilotes
'"
: ~~ 6. Downstretch
Nível: intermediário
Objetívo: estabilização do tronco, dissociação cintura escapular e fortalecimento de deltoide
Músculos trabalhados: deltoide, abdominais, serrá til e peitoral
Estabílídade: cintura escapular
Mobílidade: ombro e coluna vertebral
'"
: ~ 7. Long Box Pulling Straps
Nível: iniciante
Objetivo: fortalecimento de tríceps e paravertebrais
Músculos trabalhados: abdominais, tríceps, grande dorsal e para vertebrais
Estabílídade: pelve e cintura escapular
Mobílidade: coluna e MM55
~
Guia de Pilates 17
coluna saudável! hipercifose
'I,
: ~ 8. Chest Expansion
Nível: iniciante
Objetívo: fortalecimento serrátil, tríceps, deltoide, reposicionamento dos ombros e estabilização do tronco
Músculos trabalhados: abdominais, tríceps, serrá til e deltóide
Estabilidade: tronco, cintura escapular e pelve
Mobilidade: ombros e cervical
'I,
: ~ 9. Remada
I!
Nível: iniciante
Objetivo: fortalecimento de tríceps, romboides, bíceps e quadriceps
Músculos trabalhados: tríceps, romboides, bíceps, quadríceps e abdominais
Estabilidade: pelve, MMII e tronco
Modelo:Ludmila Pedroso de Oliveira, CGPA pilates
Mobilidade: MMSS Autor das séries:equipe multidisciplinar CGPA pilates
Macacão, Marc Lab; mat, Ekomat; espaço e aparelhos cedidos
pelo CGPA pilates
~
78 Guia de Pilotes
artigo
Cifose
~,J!i
percifose
uando observamos uma pessoa de perfil, facilmen- Dependendo da idade, histórico da pessoa ou
t IZlsualizamos três curvaturas fisiológicas na coluna ver- doença preexistente - como no caso da osteoporo-
tebra. A cifose é uma dessas curvaturas normais, loca- se -, a conduta em relação aos exercícios deve ser
lizada na região torácica, considerada normal entre 20° muito cuidadosa.
e 45° graus. Os exercícios para a hipercifose gerada pela osteo-
Uma alteração frequente nessa parte da coluna é a porose devem ser modificados e dosados especialmente
hipercifose, que é um aumento no grau da cifose torácica para cada caso, devendo sempre atender as característi-
acima de 45°. Há diversas causas para isso acontecer, as cas e limitações que a doença exige.
mais comuns são a má postura, provocada por desequilí- O instrutor de pilates deve ter conhecimento da pa-
brio muscular, e a osteoporose. tologia e, principalmente, conhecer as modificações ne-
Independentemente da causa, a hipercifose normal- cessá rias e os exercícios indicados para cada caso, pois
mente acompanha algumas alterações posturais, como corre-se o risco de provocar danos nas vértebras já debili-
cabeça anteriorizada, enrolamento dos ombros, encurta- tadas se a amplitude do movimento e a carga empregada
mento do músculo peitoral maior, hipo ou hiperlordose estiverem além da capacidade do praticante.
lombar e abdome protruso. Mais do que um desequilíbrio postural, a hipercifo-
No pilates, com exercícios específicos cuidadosa- se causada pela osteoporore se deve à microfraturas nas
mente selecionados pelo instrutor, conseguimos trabalhar vértebras em forma de cunha, devido a sua desminera-
todos os desvios relacionados à hipercifose. lização. E esse grau de curvatura exacerbado em alguns
Tanto no trabalho de solo como nos aparelhos, é casos avançados são irreversíveis, podendo o profissional
possível não só despertar a consciência corporal do prati- apenas interferir na velocidade do processo, aplicando
cante de maneira efetiva, mas também trabalhar os dife- I exercícios adequados para estabilizar a curvatura já exis-
rentes grupos musculares de forma equilibrada. tente e contribuir para aumentar a massa óssea através
Dessa forma, o praticante é levado a reconhecer de exercícios adequados.
seus padrões posturais indesejáveis e reeducar sua postu- Os exercícios selecionados na série que você acabou
ra no dia a dia, além de fortalecer e alongar a musculatura de conferir devem preconizar o fortalecimento da mus-
de todo o corpo. Um corpo equilibrado realiza rnovirnen- ~ . culatura paravertebral e abdominal. Também trabalham
tos de forma mais econômica, além de prevenir desgastes a propriocepção do corpo para a reeducação da coluna
indesejáveis nas articulações e futuras dores. vertebral no seu eixo correto (permitindo as três curvatu-
É importante, sempre que tivermos algum desvio em nos- ras normais) e o alongamento dos músculos peitorais.
sa postura, trabalhar os problemas para não deixar que eles evo- Esse reequilíbrio muscular/postural dará o suporte
luam, contando sempre com a ajuda de um profissional compe- necessário para manter a coluna ereta e sem sobrecar-
tente para a realização de uma avaliação postural detalhada. gas, atingindo a tão desejada boa postura.
~:;, ~
·i5,.~)
~'_:;~~~.:,r, ~
\~'~"",' .~.,i?J"
, ~\;._~-i.',,:r
- \\\'-
-.â-rotina de trabalho
voltada para quem apresenta
hiperlordose, os exercícios devem
priorizar o fortalecimento do abdome
e da musculatura paravertebral,
principalmente da região lomba
Alessandra Truzzi
I
Sem desvio
postural
Ficar em pé muitas horas pode ser
uma verdadeira tortura para quem sofre
de hiperlordose, um incômodo que
pode ser combatido com uma série
simples, realizada no estúdio
,.,..
Guia de Pilotes 81
coluna saudável! hiperlordose
'lI
Nível: iniciante
Objetivo: mobilizar e segmentar a coluna vertebral
Músculos trabalhados: abdominais e para vertebrais
Estabilidade: cintura escapular
Mobilidade: coluna, pelve e quadril
'lI
~
82 Guia de Pilotes
Movimento
Flexione e estenda os tornozelos e
depois retome à posição inicial para
fazer as repetições.
Nível: iniciante/intermediário
Objetivo: alongamento de isquiotibiais, tríceps da pema e da musculatura da
região lombar; alinhamento e flexibilidade de MMII, estabilização e mobilidade da pelve
Músculos trabalhados: quadríceps, tríceps da perna, glúteos e abdominais
Estabilidade: cintura escapular
Mobilidade: coluna e MMII
'"
"~ 3. Stomach Massage Round Back
• •
Posição inicial Movimento (A)
Sentado sobre o reformer com o tronco flexionado, as Empurre a barra com os pés e estenda os joelhos.
mãos na extremidade do carrinho, a coluna enrolada,
MMII flexionados e afastados, pés apoiados na barra em
"V" (calcanhares juntos e metatarsos apoiados na barra
e afastados).
A
Guia de Pilotes 83
coluna saudável! hiperlordose
Movimento (B)
Flexione e estenda os tornozelos e
retorne à posição inicial.
Nível: intermediário
Objetivo: alongamento de isquiotibiais, tríceps da pema e paravertebrais, alinhamento e flexibilidade de MMII
Músculos trabalhados: quadríceps, tríceps da perna, para vertebrais, abdominais
Estabilidade: cintura escapular
Mobilidade: MMII
"1
Nível: iniciante
Objetivo: alongamento de isquiotibiais, tríceps da perna e para vertebrais, dissociação da articulação coxofemoral
Músculos trabalhados:isquiotibiais, tríceps da perna e abdominais
Estabilidade: cintura escapular
Mobilidade: articulação coxofemoral
A
84 Guia de Pilotes
I
'I,
..~ 5. Tendon Stretch
Nível: intermediário
Objetívo: controle do tronco, mobilidade dos ombros, alongamento de isquiotibiais e para vertebrais
Músculos trabalhados: abdominais, tríceps, deltoide e glúteos
Estabilidade: joelhos e pelve
Mobílidade: articulação de ombros
'I,
- I
Nível: iniciante
Objetivo: fortalecimento abdominal e mobilidade da coluna lombar
Músculos trabalhados: abdominais
Estabilidade: cintura escapular
Mobilidade: lombar e pelve
A
Guio de Pilotes 85
coluna saudável! hiperlordose
'"
,~~7. Criss Cross
Nível: intermediário
Objetivo: fortalecimento abdominal, dissociação coxofemoral e estabilização pélvica
Músculos trabalhados: abdominais
Estabílídade: pelve e região lombar
Mobilidade: coxofemoral e coluna toráxica e cervical
'"
,'~ 8. Spine Strech com Bola
Nível: iniciante
Objetivo: alongamento de para vertebrais e isquiotibiais, estabilização pélvica e controle do tronco
Músculos trabalhados: abdominais
Estabilidade: pelve e cintura escapular
Mobilidade: coluna
~
86 Guio de Pilotes
Artigo
Lordose e
hiperlordose
Por Alessandra Truzzi
~oluna vertebral é a base do esqueleto humano e tem o método pilates é uma excelente ferramenta
U/:n~s funções importantes, como o suporte da cabeça e do para o alinhamento corporal e, através de exercícios
tronco, proteção do eixo nervoso, e é o eixo de movimentação cuidadosamente escolhidos e orientados pelo instrutor,
do corpo. conseguimos trabalhar todas as alterações posturais re-
Ao observá-Ia no plano sagital, vemos três curvaturas lacionadas à hiperlordose.
fisiológicas. Nas regiões cervical e lombar, essas curvaturas nor- Por sua característica de trabalhar o corpo de forma
mais são chamadas de lordose e, na região torácica, de cifose. integrada, e não apenas grupos musculares isoladamen-
A presença dessas curvaturas e de vértebras unidas por te, o método pilates torna possível, através da prática
discos intervertebrais e estruturas ligamentares permitem que a contínua, levar a coluna vertebral ao seu eixo correto,
coluna absorva mais os impactos constantes da força da gravida- melhorar o alongamento de todo o corpo e, ao mesmo
de e de outras sobrecargas a que estamos expostos durante toda tempo, fortalecer a musculatura de forma equilibrada.
a vida, sem sofrer lesões, do que comparada com uma coluna O restabelecimento das três curvaturas fisiológi-
retificada ou uma coluna com curvatura muito acentuada. Ao cas da coluna e o reposicionamento da pelve na posição
mesmo tempo, permite que a coluna tenha elasticidade e mobi- neutra garante, além de uma postura melhor, o equilíbrio
lidade, dando liberdade para os movimentos de flexão, extensão, necessário para movimentar-se com maior economia de
inclinação lateral e rotação axial. movimentos, menos sobrecargas e mais eficiência.
A curvatura da lordose lombar é considerada normal Os exercícios selecionados, numa rotina de trabalho
quando está entre 40° e 60°. Uma alteração frequente nessa voltada para a organização corporal de quem apresenta
parte da coluna é a acentuação da curvatura, passando de 60°, hiperlordose, devem preconizar o fortalecimento abdo-
chamada de hiperlordose. Não é raro a pessoa com hiperlordose minal, o fortalecimento e alonyamento da musculatura
se queixar de dor nessa região. paravertebral. principalmente da região lombar.
A hiperlordose lombar pode acompanhar algumas altera- • Esse procedimento, na maioria das vezes, já é su-
ções posturais, como: ficiente para aliviar dores e prevenir o aparecimento de
1- a nteversão pélvica; patologias indesejáveis, como protrusões discais e até
2- hipercifose torácica; hérnias de disco.
3- desequilíbrio de força muscular entre os músculos Deve-se estimular a consciência corporal, traba-
anteriores e posteriores do tronco; lhando a propriocepção do corpo, como ajudar o prati-
4- fraqueza da musculatura abdominal/abdome protruso; cante a reconhecer e evitar maus hábitos posturais, que
5- musculatura paravertebrallombar encurtada; reforçam padrões indesejáveis, e substituí-Ios por outros
6- músculos iliopsoas encurtados. mais adequados e preventivos.
Nível: intermediário
Objetívo: fortalecimento muscular e desafiar a estabilidade da coluna pelo movimento unilateral da perna
Músculos trabalhados: quadríceps femoral e glúteo máximo
Estabilidade: coluna
Mobilidade: extensão de joelho
Evolução
Ambas devem inspirar, rolando a coluna para cima e articular saindo da flexão de tronco, crescendo a coluna axialmente. Depois,
devem repetir o procedimento soltando, cada uma, o braço esquerdo, dessa vez com o outro braço solto e, por fim, fazer todo o
procedimento trocando os papéis de quem flexiona o tronco para a frente e quem o flexiona para trás.
Nível: intermediário
Objetivo: fortalecimento muscular e alongamento
Músculos trabalhados: rotadores do tronco, isquiotibiais, quadrado lombar, reto abdominal, oblíquos externo e interno
Estabilidade: pelve e coluna durante a rotação e escápula
Mobilidade: coluna
Movimento 2
Pessoa 1 faz um spine para alongar a cadeia mestra pos-
Nível: intermediário (pessoa 1) e avançado (pessoa 2)
terior, depois desenrola lentamente a coluna, descendo
Objetivo: alongar a cadeia mestra posterior e trabalhar a
mobilidade da coluna femoral da pelve vértebra por vértebra, enquanto a pessoa 2 retorna à
posição inicial do spine.
Músculos trabalhados: reto abdominal, oblíquo externo
e reto femoral
Estabilidade: pelve, coluna e escápula
Mobilidade: coluna
~
90 Guia de Pilotes
- ,
, -'
" 5. Mermaid '
Nível: intermediário
Objetívo: flexão lateral da coluna
Músculos trabalhados: abdominais e os oblíquos
Estabilidade: coluna
Mobilidade: Coluna, ombros e braços
Guio de Pilotes 91
I
em dupla
r
Posição inicial- Duas pessoas Movimento - Duas pessoas
As duas em decúbito dorsal, com a coluna neutra, os joelhos fle- As duas pessoas devem expirar e elevar a ponte, retiran-
xionados a 90°, as pernas abduzidas, os pés juntos e apoiados do as vértebras lombares e torácicas do solo, enquanto
sobre a bola, e os braços estendidos ao longo do corpo. Inspira- mantêm a abdução das pernas e a flexão dos joelhos.
ção para preparar. Após manter a posição inspirando, retornam à posição
inicial expirando.
Nível: intermediário
a bola parada
Objetivo: fortalecer rotadores laterais e isquiotibiais, enquanto mantêm
Músculos trabalhados: isquiotibiais
Estabílidade: tronco e escápulas
Mobílidade: coluna, rotação lateral do quadril e abdução dos membros inferiores
-I
Mobílidade: coluna e pelve
92 Guia de Pilotes
em dupla
• H' > "" ••
Nível: iniciante
Objetívo: fortalecimento muscular
Músculos trabalhados: glúteo máximo e quadríceps
Estabilidade: escápula e lombar
Mobilidade: joelho e quadril
••
••
94 Guio de Pilotes
Artigo
Pilates
em dupla
Por Alessandra Truzzí
om o dia a dia repleto de atividades, gerar adesão à Vale ressaltar que, mesmo tendo um enfoque lúdi-
prática de uma atividade física e torná-Ia um hábito é o co, os exercícios estimulam a concentração, o equilíbrio
grande desafio dos profissionais da área. e a consciência corporal dos alunos.
Os alunos de pilates precisam sair renovados das au- A série pode ser executada utilizando diversos
las, para que possam obter maior disposição para enfren- acessórios, como bolas de diversos tamanhos, rolos,
tar os problemas do cotidiano e alcançarem o aumento círculos mágicos, entre outros, o que torna a aula ainda
da autoestima, a saúde e o bem-estar. mais divertida.
Para isso, não basta apenas que os alunos apren- Exercícios que enfatizam o lúdico devem ser inse-
dam a técnica e executem corretamente os exercícios; é ridos no plano de aula, pois visam ao desenvolvimento
necessária a integração entre o professor e o aluno, e o motor, intelectual e social dos alunos.
grupo como um todo. Independentemente das limitações dos alunos e
As sensaçõesde alegria e alto-astral sãofundamentais dos diferentes níveis de aprendizado motor, a inserção
para a motivação dos alunos, tão importante para a adesão ?e exercícios em duplas traz para a aula de pilates a co-
e manutenção da prática de qualquer atividade física. operação e o respeito mútuo - comportamentos vitais
Todas as pessoas gostam de certa forma de brinca- para o convívio em sociedade.
deiras, ou de se divertirem com algo ... E por que não os Nós, que somos de fato, instrutores (as), só conse-
alunos de pilates? guiremos atingir nossas metas e objetivos quando incor-
Nossaproposta foi a de desenvolveruma série de mat porarmos o real sentido de nossa função, que é orientar
pilatesem duplas, aplicadade forma lúdica e dinâmica, a fim e ensinar o caminho para o conhecimento, amparado
de proporcionar a integração e a motivação dos alunos. pela relação de cooperação e respeito mútuo.
Aline Hirosse é fisioterapeuta com especialização em Fisiologia do Exercício, Treinamento Resistido na Saú-
de na Doença e no Envelhecimento, Ergonomia, Pilates Posture, Home Care e Reabilitação Sensório-Motora
no Esporte. É proprietária do estúdio WCC - Woman's Care Center.
Fernanda Ribeiro Naves é graduada em Fisioterapia e pós-graduada em Ergonomia. Formada
em Estúdio Pilates pela Espaço Vida Pilates e em Mat Pilates pelo Grupo Posture. Professora
de Pilates no WCC Estúdio Pilates e responsável por programas de Qualidade de Vida no Trabalho
pela Movimentar Consultoria e Fisioterapia Ltda.
Guia de Pilotes
"'95"
I
, , Os exercícios de pilates para amenizar
a tibromialgia devem começar com uma
aula mais leve, com alongamentos e
relaxamentos. De acordo com a resposta
positiva do aluno, acrescentam-se, pouco a
pouco, exercícios de fortalecimento., ,
Natalia Costa Nogueira
Nível: iniciante
Objetivo: melhorar a mobilidade da coluna e alongar a cadeia posterior
Músculos trabalhados: toda a cadeia posterior de perna e coluna
Estabilidade: cintura pélvica e escapular
Mobilidade: coluna
Nível: iniciante
Objetivo: alongamento da cadeia posterior e peitoral
Músculos trabalhados: peitoral e toda a cadeia posterior da coluna
Estabilidade: cintura escapular
Mobilidade: coluna e cintura pélvica
98 Guio de Pilotes
Posição inicial
Deitada de costas na cama do cadillac,
r
com os dois pés na barra, as mãos ao
lado dos pés, os joelhos flexionados e
junto ao peito, o glúteo atrás da barra.
Movimento
Empurre a barra para cima e alongue
o corpo, levando-o na mesma direção
das pernas, que estão retas. Para um
alongamento máximo, tente levar o
corpo contra as pernas estendidas.
Flexione os pés enquanto flexiona o
joelho sobre o peito, voltando para
a posição inicial, de forma lenta,
descendo vértebra por vértebra e
certificando-se de que os joelhos estão
flexionados sobre o peito enquanto
desenrola a coluna.
Nível: intermediário
Objetivo: alongar para vertebrais lombares e isquiotibiais e fortalecer o abdome.
Músculos trabalhados: para vertebrais , isquiotibiais e abdome
Estabilidade: quadril e cintura escapular
Mobilidade: extensão de joelho e flexão de tronco
Nível: iniciante
Objetivo: melhora na mobilidade da coluna e alongamento de glúteo máximo e piriforme
Músculos trabalhados: glúteo máximo
Estabilidade: quadril
Mobilidade: flexão de joelhos e abdução de quadril
Guia de Pilotes 99
alongamentos
Atenção: Não deixe os cotovelos hiperestendidos, abra somente a parte superior das costas
e expanda a caixa torácica. Certifique-se de que as costas estão alongadas axialmente.
Nível: iniciante
Objetivo: alongar para vertebrais e iscuictibieis
Músculos trabalhados: para vertebrais e isquiotibiais
Estabilidade: tronco e quadril
Mobilidade: flexão de joelho e tornozelo
Mil e uma
ossibilidades I
. ';\1,
.
,IV
Posição inicial
De lado com os joelhos levemente
flexionados, as duas alças fixadas no
pé de baixo, e o antebraço de baixo
apoiado do solo. A perna de cima
cruza a que está embaixo, e o braço
de cima, em flexão, segura a barra
do aparelho.
Movimento
Expirando, eleve o quadril ao mes-
mo tempo em que empurra a bar-
ra em diagonal para cima no pro-
longamento do corpo. As pernas
acompanham o movimento, com a
extensão dos joelhos. Volte à posi-
ção inicial inspirando.
Evolução
Também é possível apoiar apenas a
mão no lugar do antebraço durante
a execução do movimento.
Nível: intermediário
Objetívo: fortalecer quadríceps femoral e trabalhar mobilidade de tronco
Músculos trabalhados: glúteo máximo, bíceps femoral e semitendíneo semimembranoso
Estabilidade: quadril
Mobilidade: flexão de joelho e elevação de tronco
,..,
Guia de Pilotes 103
r
Nível: avançado
Objetivo: fortalecimento de membros inferiores e de deltoides
Músculos trabalhados: glúteos, isquiotibiais, panturrilha, deltoides e abdominais
Estabilidade: tronco
Mobilidade: quadril e ombro
N)v~J:;;''V;;'))Ç;;'DD
Objetivo: alongamento de quadnceps e Tottaje(jmeniD 61:'iriuÕ'ps tO' (lj)f.)Dmií\óis
Músculos trabalhados: tríceps, abdominais e glúteos.
Estabilidade: cintura escapular e quadril
Mobílidade: joelhos e cotovelos
Movimento
Realize um afundo (flexione os
joelhos) expirando, ao mesmo tempo
em que empurra o braço esquerdo
na direção da perna direita, e gire o
tronco simultaneamente. Volte, ao
contrário, inspirando.
Nível: aVã~;=-:
Objetivo: - - _ oe peitoral, deltoide anterior e membros inferiores
Músculos aerroral, deltoide anterior e perna como um todo
Estabilidade: --_ S escsouter
Mobílidade: ::.= -: :=20ri). tornozelo e ombros
-- ,1
Posição inicial
Movimento
Em pé com as pernas em posição
Eleve o braço direito expirando ao mesmo tempo em que inclina o tronco
anteroposterior (dessa vez com a
para a esquerda, volte, ao contrário, inspirando.
esquerda na frente da direita), uma
alça em cada pé, a barra na mão di-
reita passando por cima do ombro
direito, e o cotovelo flexionado. A
mão esquerda fica na cintura.
Nível: intermediário
Objetívo: de deltoides e abdominais
fortalecimento
Músculos trabalhados: lombar, dorsais e deltoides
Estabilídade: membros inferiores
Mobilídade: coluna e ombros
r.------
ni---·'
,
Posição inicial
Para chegar à posição inicial desse exercício, é preciso ficar em pé com uma alça em cada pé, segurando a barra
com ambas as mãos na altura do quadril. Em seguida, vire a barra para o lado esquerdo, formando um x despro-
porcional com os tubos elásticos. Passeo pé esquerdo por dentro desses tubos, cruzando-os e deixando um pé
ligeiramente mais para trás que o outro. Por último, flexione levemente o joelho do pé que ficou mais para trás.
Movimento
Realize um afundo (flexão de
joelhos) em equilíbrio, expiran-
do ao mesmo tempo que reali-
za uma extensão do quadril no
lado direito e uma flexão dos
cotovelos. Volte, ao contrário,
inspirando.
Nível: avançado
Objetivo: equilíbrio, fortalecimento de membros inferiores e bíceps
Músculos trabalhados: bíceps e perna como um todo
Estabilidade: cintura escapular e tronco
Mobilidade: joelho, quadril, tornozelo e cotovelos
~
106 Guiade Pilotes
I
I
~
Nível: intermediário
Objetivo: equilíbrio
Músculos trabalhados: glúteos, abdominais e deltoides
Estabilidade: tronco
Mobilidade: membros inferiores e deltoides
Posição inicial
Em pé com uma alça em cada pé,
coloque a barra no chão e passe por
cima dela, passando-a para a parte de
trás do corpo, onde ficará segura com
ambas as mãos na altura do quadril. A
perna esquerda fica estendida com o
pé apoiado no solo, enquanto a per-
na direita fica elevada em leve flexão
de joelho, com a ponta do pé direito
apontada para baixo.
Movimento
Realize uma extensão dos ombros
expirando ao mesmo tempo em que
realiza a extensão do joelho direito.
Volte, ao contrário, inspirando.
Nível: avançado
Objetivo: equilíbrio e fortalecimento de quadríceps e tríceps
Músculos trabalhados: quadríceps e tríceps
Estabilidade: cintura escapular e tronco
Mobilidade: articulação dos ombros e do joelho
A
Guia de Pilotes 107
li
I
Posição Inicial
Movimento
Em pé com uma alça em cada pé,
Realize um agachamento inspirando e volte, ao contrário, expirando.
e ambas as mãos segurando a barra
acima da cabeça.
Nível: avançado
Objetívo: estabilização do tronco e fortalecimento dos membros inferiores
Músculos trabalhados: lombar; dorsais e perna como um todo
Estabilidade: cintura escapular e tronco
Mobilidade: joelho, quadril e tornozelo
Posição inicial
Movimento
Estendaas pemas expirando ao mesmo
tempo em que realiza um desenvolvi-
mento, elevando os braços acima da ca-
beça e fazendo uma rotação de tronco.
Nível: intermediário
Objetivo: estabilização do tronco, fortalecimento de membros inferiores e deltoides
Músculos trabalhados: lombar; dorsais, deltoides e perna como um todo
Estabilidade: cintura escapular e tronco
Mobilidade: joelho, quadril, tornozelo e ombros
~
108 Guio de Pilotes
• •
Nível: intermediário
Objetivo: mobilidade de coluna
Músculos trabalhados: abdominais
Estabilidade: cintura escapular
Mobilidade: coluna
l
Posição inicial Movimento
Deitado com uma alça em cada pé, segurando a barra Enrole a coluna expirando, ao mesmo tempo em que rea-
do aparelho na altura da pelve. liza uma flexão dos cotovelos e volte, ao contrário, inspi-
rando.
Nível: intermediário
Objetivo: mobilidade de coluna e fortalecimento do bíceps
Músculos trabalhados: abdominais e bíceps
Estabilidade: cintura escapular
Mobilidade: coluna e cotovelos
Posição inicial
Posição de quadrúpede com uma alça em cada pé. A
perna direita e o braço esquerdo ficam elevados e es-
tendidos, enquanto a mão direita, segurando a barra,
e a perna esquerda, com o joelho flexionado, ficam
I
apoiadas no chão. O olhar deve ser mantido para bai-
LL..,.'»~--..I.Ii xo, alinhando a cervical com a coluna.
I
\,--------------------
Movimento
Flexione o joelho direito expirando e volte, ao contrário,
inspirando.
Nível: avançado
Objetívo: estabilização do corpo como um todo e fortalecimento da cadeia posterior do corpo
Músculos trabalhados: glúteos, isquiotibiais, lombar e dorsais
Estabilídade: cintura escapular e tronco
Mobilídade: joelho e quadril
Nível: iniciante
Objetivo: fortalecimento da cadeia posterior do corpo
Músculos trabalhados: deltoides, dorsais, lombar e glúteos
Estabílidade: tronco
Mobílidade: ombros e cotovelos
11 O Guia de Pilates
(
.,----------------------
Posição inicial Movimento
Em decúbito ventral com uma alça em cada pé, segure Traga o pé direito com a ponta para o alto em direção
a barra de encontro ao solo na altura do rosto, com os do glúteo, flexionando o joelho enquanto expira. Volte à
antebraços apoiados no chão. posição inicial inspirando.
r---------------------·----------
r
I Evolução
Nível: iniciante
Objetivo: fortalecimento de glúteos e isquiotibiais
Músculos trabalhados: glúteos e bíceps femoral
Estabilidade: cintura escapular e tronco
Mobilidade: joelho
(
I
I
,-
I
~~--------------------------~
Posição inicial Movimento
Deitado em decúbito lateral com as duas alças fixas no Eleve a perna de cima expirando e volte à posição inicial
pé de cima. A barra fica apoiada embaixo do tronco com inspirando.
a mão do braço de cima segurando uma ponta dela.
Nível: intermediário
Objetivo: fortalecimento de membros inferiores
Músculos trabalhados: abdominais e flexores do quadril
Estabilidade: tronco
Mobilidade: articulação do quadril
í
Posição inicial Movimento
Em decúbito ventral, com a barra apoiada nos pés e as Eleve os dois braços acima da cabeça expirando e volte
alças seguras pelas mãos na linha dos ombros, braços es- à posição inicial inspirando.
tendidos na lateral do corpo.
Nível: iniciante
Objetivo: fortalecimento da cadeia posterior do corpo
Músculos trabalhados: deltoides, dorseis, lombar e glúteos
Estabilidade: tronco
Mobilidade: ombros
Nível: intermediário
Objetivo: fortalecimento de membros inferiores e abdominais com estabilização do tronco
Músculos trabalhados: glúteos e abdominais
Estabílídade: tronco
Mobilidade: articulação do quadril
A
112 Guio de Pilotes Guio de Pilotes 1:
•••
Artigo
Mul tifuncionalidade
em alta
Por Luiz Fioretto
ymstick é um equipamento multifuncional que foi proporcionando resistência e feedback para os músculos
erra o Finlândia em 1997 e lançado em 2003. No Brasil posturais. Também fortalece os músculos menores e mais
ele chegou no final de 2010 e já está presente em mais de 30 fracos, muitas vezes em torno das articulações.
países.Eleé baseado em dois conceitos bem conhecidos: exer- A segurança é outro ponto alto, pois é muito mais fácil
cício com barra (bastão) e exercício com elástico (tubo elástico de segurar nas mãos do que as bandas elásticas convencionais,
ou banda elástica). além de ser compacto, leve e acessível.
Originalmente foi desenvolvido para condicionamento As alças e a barra podem ser fixadas no corpo de várias
muscular e atualmente é utilizado também para melhorar o formas e fornecem um feedback instantâneo no que diz res-
equilíbrio, a mobilidade articular, a coordenação e o condicio- peito ao posicionamento das partes do corpo, como ombros,
namento físico geral. Pode ser utilizado em reabilitação, pilates, cintura escapular, quadril e tronco.
treinamento resistido, personal trainer, treinamento cardiovas- Com ele, é possíveldesafiar a estabilização do tronco e do
.cular e aulas coletivas. centro de força, escolhendo exercícios nos quais o ponto fixo
É composto por uma barra de fibra de vidro com 130 cm. estiver o mais longe possíveldo ponto que está em movimento.
Possuiuma manopla central de espuma com 70 cm e dois tu- A estabilidade articular no Gymstick refere-se à ativação
bos elásticos com 75 cm que são fixados nas extremidades da dos grupos musculares intrínsecas ao redor das articulações.
barra, além de duas alças nas extremidades dos tubos elásticos. Ao utilizá-Io, as mãos e os pés são conectados e a tração dos
Pesa300 gramas. tubos elásticos ajudam a dar maior eficiência na estabilização
Entre os principais benefícios do aparelho, encontramos das articulações.
o fato de ele oferecer resistência em praticamente qualquer Boa parte dos exercícios com o Gymstick são movimentos
direção desejada e em qualquer posição: em pé, decúbito ven- compostos que exigem diversas ações conjuntas, e os movi-
tral/dorsal/lateral, ajoelhado e na posição de quadrúpede. mentos são multiplanares, com mudança de direção e, acres-
A instabilidade criada pelos.diversos vetores de força que centando o componente equilíbrio, ajudam a promover uma
o Gymstick proporciona ajuda a melhorar a força dos músculos maior sinergia dos grupos musrulares,
estabilizadores, assim como o aumento da força e da resistên- ( Por fim, para acompanhar o desenvolvimento de cada
cia muscular, o equilíbrio, a estabilidade da articulação, a coor-
<- um, o Gymstick é dividido em cinco intensidades. Cada cor de
denação e a consciência postura!. elástico tem espessura diferente e, consequentemente, oferece
Por trabalhar com exercícios multiplanares, é possí- diferentes níveis de resistência, veja:
vel fazer uma gama de exercícios que não se consegue ~ Verde = Leve (1 a 10 kg)
realizar em equipamentos convencionais de pilates. Tam- Azul = Moderado (1 a 15 kg)
bém desenvolve intensificada propriocepção articular no Preto = Forte (1 a 20 kg)
praticante - quando se realizam os exercícios, o corpo está Prata = Extra Forte (1 a 25 kg)
constantemente a trabalhar contra a tensão das bandas, Dourada = Superforte (1 a 30 kg)
Luiz Fioretto é professor de Educação Física, pós-graduado em Musculação e Condicionamento Físico e Pila-
tes Funcional e Condicionante. Também é Máster trainer em FitPro, pela Radical Fitness, e em Gymstick. Dá
aulas particulares de pilates e é palestrante da Escola Fitness.
,,~ A
113 Guia de Pilotes Guia de Pilates 113
micromovimentos
,~~ _"' hl
eta
~
114 Guio de Pilotes
I
Posição inicial Movimento
Em posição de quadrúpede, com o fêmur vertical, bem Inspire suavemente e, ao expirar longamente, ative a muscula-
apoiado no solo e bem encaixado no quadril que está tura do assoalho pélvico, procurando realizar uma pequenina e
diretamente acima do joelho. Ombro bem em cima do sutil báscula da pelve, iniciando pela tração do cóccix para dentro,
punho, coluna neutra, com sacro, torácica e crânio ali- seguida de um gentil movimento na conexão lombossacral. A
nhados no ar. intenção é manter o restante da coluna estável sem movimento,
procurando encontrar um pequeno movimento apenas na re-
gião da conexão do sacro com a lombar.
Nível: todos
Objetivo: mobilizar a articulação lombossacral
Músculos trabalhados: assoalho pélvico, reto abdominal, multífidos lombares
Estabilidade: lombossacral
Mobilidade: coluna cervical e torácica e cintura escapular
~
.. 2. Roll down com flex ring
Nível: todos
Objetivo: mobilizar a articulação lombossacral
Músculos trabalhados: assoalho pélvico, reto abdominal, multífidos lombares
Estabilidade: lombossacral
Mobilidade: coluna cervical e torácica, cintura escapular
I
IJ,,. e
'P>1'
o 1 entos cos ove s e est4eJ'1n.ocCllstals
e~ •.~ .•.
,-
"!
, 4. Respiração intercostal unilateral com overball
Nível: todos
Objetivo: mobilizar as articulações costovertebrais, costoesternais, intervertebrais
Músculos trabalhados: oblíquos, grande dorsal, intercostais
Estabilidade: intervertebrais, costovertebrais, costoesternais
Mobilidade: cintura pélvica e coluna lombar
~ ~~
: 6. Flexão e extensão torácica com overball
I
".~"
micromovimentos
'I
" 7. Bridging
Posição inicial
Deitada em decúbito dorsal, coluna neutra, braços do lado do tronco, pernas flexionadas com os pés apoiados no
solo na largura dos quadris.
Movimento
Inspire e, enquanto expira longamente, procure aproximar seus ísquios internamente, fazendo a báscula do cóccix,
e comece a elevar sua pelve, procurando descolar cada vértebra do solo até que joelhos, púbis, costelas e esterno
formem uma única linha.
Evolução
Mantenha uma relação entre pelve e costelas que preserve a neutralidade da coluna. Inspire parado em cima e, en-
quanto dá um relaxante suspiro, amacie seu peito e procure" afundar" seu esterno em direção à coluna, enquanto
apoia as vértebras dessa direção no solo. Siga descendo uma vértebra de cada vez até relaxar a pelve e permitir que
o cóccix volte a sua posição relaxada.
Nível: todos
Objetivo: mobilizar as articulações costovertebrais, costoesternais e intervertebrais
Músculos trabalhados: diafragma, intercostais, oblíquos, reto abdominal, assoalho pélvico
Estabilidade: costovertebrais, costoesternais, intervertebrais
Mobilidade: alinhamento dos membros inferiores
A
118 Guia de Pilotes
~, -
,'~ 8. Mermaid - flexão lateral com flex ring "
,.,.
Guio de Pilotes 119
••
micromovimentos
Posição inicial
Deitada em decúbito dorsal, coluna neutra, braços ao lado do corpo, pernas flexionadas, pés apoiados no solo na largura do
quadril. Cabeça sobre a overball na região occiptal.
Movimento
Cabeça pesada, relaxada sobre a overball, como se boiasse na água. Realizar movimentos bem pequenos de "sim" (para cima e para
baixo) e "não" (para um lado e para o outro) com o nariz. Podem-se realizar também pequenos movimentos circulares, como se o
nariz desenhasse pequenos círculos no ar. Procure utilizar o mínimo de esforço possível, relaxando mais e mais. Coloque sua atenção
no local onde o movimento ocorre, nas duas primeiras vértebras do pescoço.
Nível: todos
Objetivo: mobilizar as articulações atlanto-occipitais, atlas-áxis
Músculos trabalhados: multifidos cervicais, flexores do pescoço
Estabílídade: coluna vertebral torácica e lombar
Mobílídade: atlanto-occipital, atlas-áxis, cervicais
~
120 Guio de Pilotes
I
Artigo
Os
movimentos
. ., .
mvrsivers
Por Sílvia Gomes
star vivo é estar em constante movimento. Ain- tossimos, rimos, defecamos, a pressão sobre esse assoa-
da quando estamos bem parados, quietos, comple- lho é potencializada e sua musculatura responde como
tamente relaxados, milhares de movimentos estão uma cama elástica. É como se vestíssemos um collant de
acontecendo em nosso corpo. sustentação interna.
Podemos começar pensando no coração, nossa Essa musculatura está fixa nos ossos da pelve, in-
mágica bateria, com seu bombear constante, ou na cluindo ísquios, púbis e cóccix e, quando se contrai,
respiração, com o pulsar incessante do diafragma. Na tende a aproximar esses ossos. Dessa forma podemos
realidade todos os nossos órgãos, com sua musculatura pensar, por exemplo, nos pequenos movimentos do cóc-
lisa que funciona à mercê de nosso comando voluntário, cix para dentro e para fora, numa relação direta com as
E os ossos? Ainda sendo as peças mais rígidas Vale lembrar também a importância fundamen-
do nosso corpo, carregam a responsabilidade de gran- tal dos movimentos da pelve feminina, por exemplo,
de parte de produção de nossas células sanguíneas, já no momento do parto. Se a estrutura fosse rígida a
guardando em si esse intenso e contínuo movimento ponto de não ceder à pressão mecânica, a passagem
do bebê seria impossível.
celular. Além disso, o esqueleto recebe a reverberação
de toda essa movimentação dos órgãos, especialmente Pensemos agora no sutil movimento da atlas e axis,
através de suas articulações. as duas primeiras vértebras cervicais que apoiam o crâ-
A caixa torácica, ou cesta torácica, como tem nio. A maior parte dos movimentos da cervical acontece
sido sugeirdo pela Polestar, é como uma cesta de os- aí. Experimente fazer micromovimentos de sim e de não
sos. Cada costela se articula com dois outros ossos, com a ponta do nariz, tão pequeninos que só você per-
em geral uma vértebra e o osso esterno, através de ceba, e note como somos capazes de movimentos sutis.
suas extremidades, formando assim uma cadeia ao Se dar conta desses movimentos exige também
mesmo tempo fechada e móvel. t
quietude e concentração. Em todas as articulações do
Cada vez que inspiramos, aumentando o volume' corpo temos uma grande quantidade de propriocepto-
dos pulmões e captando oxigênio, em seguida, expira- res que indicam a sua posição no espaço. Geralmente,
mos, essas pequenas articulações se movem. Imaginem nas regiões cujos movimentos são pequeninos, o número
o que aconteceria se essa estrutura fosse rígida, sem _ desses sensores é ainda maior, justamente pela reduzida
movimento, qual não seria nossa dificuldade para in- amplitude de seu movimento.
Outro exemplo é a pelve. Quando estamos em mentos, quase invisíveis, explorá-Ios, incrementa nossa
pé, grande parte do peso de nossos órgãos fica sobre consciência corporal, relaxa e garante uma melhor dis-
a pelve, e a musculatura interna que a forra forma um tribuição de cargas ao longo de todas as nossas estrutu-
verdadeiro assoalho pélvico. Cada vez que espirramos, ras corporais, dissipando forças e garantindo equilíbrio.
Silvia Gomes é professora de educação física formada pela Unicamp, especialista em Biomecânica e Pilates, modalidade à qual se dedica desde 1999.
Atualmente coordena quatro estúdios em São Paulo e na Bahia, ministra cursos de aprofundamento em Pilates (Gestantes, Terceira Idade e Treinamento para
o Professor), além de redigir um blog sobre o assunto, atualmente com 327 seguidores.
Testerápido com o leitor: você conhece direitinho a forma- e para eles o assunto faz diferença sim, gerando inclusive acu-
ção do seu instrutor de pilates? Já teve curiosidade de perguntar, sações de que uns estariam "invadindo" fatias do mercado
ou ele se apresentou? E dos demais instrutores do espaço que que não Ihes competem. Fato é que não existe legislação bra-
você frequenta? Você foi direcionado a seu atual instrutor porque sileira que reconheça ou regulamente o método como profis-
ele era o mais indicado para o seu caso, ou porque era o que são ou especialidade profissional. Dessa forma, os conselhos
estava disponível dentro do seu horário de preferência? federais de fisioterapia e de educação física absorveram a fun-
Conversando com muitos instrutores, donos de estúdios ção de normatizar e fiscalizar a atuação dos seus respectivos
e alunos, traçamos um painel da realidade que encontramos profissionais no que concerne ao uso do pilates como recurso
atualmente no país: as pessoas procuram o método pelos de suas atribuições. Por isso, decidimos entender esse com-
mais diversos motivos, encontram um estúdio que lhe agra- plexo cenário do pilates e compartilhar com você, leitor, o que
da, fazem uma avaliação que vai nortear o futuro instrutor a descobrimos, acompanhe.
adequar seu treino dentro de determinadas necessidades e,
pronto, começa a prática. Os lados da questão
Até hoje não existe uma formação especifica em pila- Fomos ouvir os representantes de classe e as associações
tes, e os cursos básicos na área pedem como requisito que o de pilates para entender como cada um enxerga a questão.
aspirante a instrutor seja formado ou graduando em educa- Fizemos as questões a seguir para o Conselho Federal de Edu-
ção física, fisioterapia ou áreas afins às ciências do corpo e do cação Física (Confef), a Associação Brasileira de Pilates (ABP),
movimento. Para os alunos que chegam ao estúdio, porém, a Aliança Brasileira de Pilates (Abrapi). O Conselho Federal de
nada disso parece fazer muita diferença, afinal, com exceção Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Coffito) foi convidado di-
de algumas pessoas que procuram o método para tratar le- versas vezes a também utilizar este espaço para dar seu ponto
sões e patologias, ninguém faz muita questão de se inteirar de vista, mas optou por não responder nossa entrevista. Entre
da habilitação de quem lhe ministra as aulas. os que optaram por dar seu parecer sobre o assunto, confira
Mas muitos de nossos leitores também são professores, a resposta de cada um:
I
tira-dúvida
~
124 Guiade Pilotes
nais que deverão se ajustar aos critérios definidos pelos competência de um determinado profissional. Portanto,
seus próprios conselhos de classe, que irão supervisionar respeitando as áreas de atuação de cada profissional, pre-
a prática profissional de cada um deles. Essas definições vista na definição da própria profissão, podemos reconhe-
estão todas apresentadas sob forma de resoluções pu- cer facilmente a definição desses fazeres profissionais em
blicadas pelos Conselhos Federais de Fisioterapia, Terapia cada área. Ao profissional de educação física, ao bacharel/
Ocupacional e de Educação Fisica. licenciado em dança cabe educar e re-educar por meio do
ABP: Ambos são considerados agentes de saúde. Os movimento como professores que são, ao fisioterapeuta
fisioterapeutas tm a aplicação das atividades profissionais cabe restaurar e recuperar funções como terapeuta que
mais amplas e podem atuar com reabilitação, manuten- se utiliza do movimento. Percebe-se, no entanto, inter-
ção, prevenção e promoção das condições cinéticofun- faces muito limítrofes que confundem a atuação desses
cionais. Os profissionais de educação física possuem a profissionais e certamente o pilates cria esse universo bor-
regulamentação da sua profissão direcionada ao condi- derline dessas atuações. Pensamos que em qualquer caso
cionamento físico e promoção da saúde. Ambas as pro- devemos contar com a ética de cada um deles no recorte
fissões são regulamentadas por Lei Federal, sendo que as adequado para as aplicações mais precisas do método em
funções, competências e prerrogativas profissionais se- cada área, inclusive poder contar com o encaminhamento
guem as resoluções dos seus conselhos de classe. de um profissional para o outro sempre que for necessá-
Confef: A afirmação está correta. Não se trata nem rio. Seja para outro profissional de pilates, cuja atuação
de convenção informal, nem de que haja uma lei espe- se ajuste melhor ao que um determinado cliente precise,
cifica para o pilates, uma vez que se trata de método de seja para outro profissional que agregue outro método
aplicação de exercícios físicos. Contudo, as profissões [de necessário num determinado momento e atenda as ne-
profissional de educação física e de fisioterapeuta] estão cessidades especificas num dado momento.
constituídas por lei. Sendo duas leis distintas, evidente- ABP: Inicialmente, é importante ressaltar que existe
mente são duas profissões distintas que têm atribuições uma regulamentação que descreve quem são os agentes
distintas. A posição do Confef é no sentido de respeito de saúde no Brasil. Essa regulamentação é apresentada
ético entre as profissões e respeito às leis vigentes. Se fos- na Constituição de 1988 e está ligada à responsabilidade
se permitido ao fisioterapeuta atuar dinamizando exercí- profissional, submetida a um órgão de classe que regula-
cios físicos, atividades físicas e/ou esportivas com objetivo menta e fiscaliza o exercício de cada profissão. Quando se
de promoção da saúde, prevenção de doenças e condi- fala em transformar as condições cinéticofuncionais do ser
cionamento físico, não haveria necessidade da criação do humano, por meio da cinesioterapia, neste caso método
profissional de educação física. Se o Congresso Nacional pilates, não se pode colocar uma atividade relacionada à
promulgou duas leis distintas, se o Conselho Nacional saúde pública em mãos de leigos sem prerrogativas profis-
de Educação estabeleceu duas diretrizes curriculares e se sionais que garantam a qualidade do atendimento. Portan-
a Classificação Brasileira de Ocupações reconhece duas to, esses leigos não devem atuar com a cínesioterapia na
profissões distintas, é porque existe diferença entre elas. forma de transformar as condições cinéticofuncionais do
indivíduo, sob pena de prejudicar as funções. Indivíduos
G.P.: Embora muito se fale sobre educadores físicos sem a formação profissional adequada não têm legitimi-
e fisioterapeutas, também existe, em menor número, te- dade jurídica para atuar com métodos de saúde, enquanto
rapeutas corporais, bailarinos, coreógrafos e terapeutas estas ações estiverem relacionadas a práticas profissionais
ocupacionais transitando pelo mundo do pilates ... Qual devidamente regulamentadas.
seria o lugar desses outros profissionais no mercado? A Confef: Nessa indagação faz-se necessário separar
atuação deles também deve ser restrita a um nicho? No- cada uma dessas pessoas que desempenham os papéis
vamente, suas atribuições são baseadas em convenções citados. Vamos procurar resumir: terapeutas são aqueles
informais, ou estão normatizadas em alguma lei? que desempenham qualquer atividade terapêutica. Por-
Abrapi: Em relação aos terapeutas ocupacionais, em tanto estarão invadindo a área da fisioterapia e da .erapia
resolução publicada em 08/06/2011 o Coffito entende ocupacíonal e acreditamos que estas estejam impedindo
que o método pilates não se constitui como recurso tera- tal possibilidade por uma questão de defesa da sociedade.
pêutico utilizável por esse profissional [o terapeuta ocu- Quanto aos bailarinos. são profissionais que desempenham
pacional] já que as sua aplicações, segundo o conselho, o balé profissionalmente e, se estiverem recuperando algu-
não se enquadram no escopo de práticas relacionadas ma lesão, certamente procurarão um fisioterapeuta para
com o fazer do terapeuta. Essa questão esta sendo con- recuperação via método pilates e, se estiverem exercitan-
testada pela classe de terapeutas ocupacionais e deverá do-se, para manutenção da condição física tão necessária
ainda ser reapresentada para discussão junto aos conse- ao bom desempenho artístico dos bailarinos, procurarão
lhos. Quanto aos bailarinos, bacharéis e/ou licenciados, um profissional de educação física que utilize o método
ou seja, tenham recebido formação universitária que ofer- pilates. Quanto aos coreógrafos, a lógica é a mesma, uma
te disciplinas relacionadas com o estudo do movimento, vez que são profissionais que possuem legislação própria e
sua estrutura, suas funções, suas aplicações na área da tem estabelecido claramente o papel que devem desempe-
educação, a sua atuação profissional não sofre fiscaliza- nhar. Em nenhum caso existe a possibilidade de atuarem
ção de conselhos já que estes ainda não existem. Como no condicionamento físico ou no tratamento de lesões.
disse anteriormente, o método pilates deve constituir-se
como uma forma de aperfeiçoamento ou especialização G.P.: Recentemente uma profissional de educação
profissional que se agrega a alguma formação anterior na física, reclamando por termos utilizado um fisioterapeu-
A
Guia de Pilotes 125
I
ta como fonte no Guia de Pilates 2, argumentou que os
fisioterapeutas não têm certas disciplinas na graduação,
como fisiologia, fisiologia do exercício, emagrecimento,
treinamento, etc., e por isso eles não podem atuar na par-
te de condicionamento, treinos, fitness, etc. Ok. Supondo
que um fisioterapeuta com curso de pós-graduação, espe-
cialização ou mestrado na área da Educação Física tenha
tido oportunidade de sanar a carência nessas disciplinas,
ele estará livre então (pela lei e/ou pela convenção infor-
mal) a atuar nas áreas de pilates que os educadores físicos
reivindicam só para eles? E o contrário, claro, também é
possível (educadores físicos com pós/especialização/mes-
trado na área de fisioterapia atuando com reabilitação,
patologias etc.)?
Abrapi: As disciplinas de Fisiologia, Fisiologia do
exercício e, inclusive, Fisioterapia Desportiva, que ensina a
treinar e recuperar atletas, fazem parte integrante da gra-
de curriculular do curso de Fisioterapia. Na verdade o que
observamos é que existem interpretações equivocadas do
conselho de Educação Física em relação ao método Pila-
tes, entendendo que este deve ser monopolizado por esta
profissão e segundo o que a classe profissional manifesta,
isto parece ser um entendimento muito mais desses ór-
gãos do que propriamente do profissional de educação
física que está trabalhando com o Pilates. O Confef/CREF
teve no passado uma posição em relação ao mercado de
trabalho do educador que conflitou com profissionais de
outras áreas, inclusive com profissionais da dança desde
a época em que foi regulamentada como profissão em
1989. Essas áreas são necessariamente afins e hoje em
dia já vemos esses profissionais compartilharem cursos de
extensão, de especialização e outros, exatamente devido
as suas interfaces. Pensamos que seria muito fácil apenas
respeitar as áreas de atuação de cada profissional que já
estão previstas nas leis que definem as competências de
cada um, mais ou menos assim: fisioterapeuta previne,
trata, recupera e promove a saúde com os recursos que
constituírem sua formação; os educadores físicos previ-
nem, condicionam, educam e assim promovem saúde; da
mesma forma profissionais de outras áreas de educação
do movimento, como a dança e a yoga. O mais importan-
te é a qualidade da formação desses profissionais e este
é o foco é da ABRAPI: definir parâmetros de formação
que assegurem a qualidade do trabalho com o método
em todo o pais.
ABP: Existe um grande equivoco em afirmar que o fi-
sioterapeuta não tem em sua grade curricular a disciplina
de Fisiologia. Afirmamos que o fisioterapeuta tem todas
.as disciplinas correspondentes à formação da ciência do
movimento em sua grade curricular. Entretanto, a atu-
ação direcionada ao condicionamento físico está ligada
à intervenção na condição do indivíduo saudável e não
portador de patologias com necessidade de reabilitação,
neste caso sendo o foco de atuação do profissional de
educação física. O que deve ficar claro é que não se pode
confundir método pilates com profissão e, portanto, o
que está em questão não é o fato de um profissional de
educação física exigir a exclusividade do método pilates,
mas sim qual o propósito do método pilates na prescrição
do exercícios: condicionamento do aluno ou reabilitação
do paciente.
Confef: Cursos de pós-graduação não possibilitam to da formação em fisioterapia, a ênfase deve ser dada aos
exercício profissional. Melhor esclarecendo: se um profis- agentes físicos, ou seja, a utilização de diversos aparelhos
sional de educação física formar-se em curso de pós-gra- e técnicas para recuperação de lesões e doenças, já que
duação em fisioterapia, não poderá exercer a profissão de esta é a missão principal do fisioterapeuta. Nos currículos e
fisioterapeuta e vice-versa. Pós-graduação é curso de apro- áreas de conhecimento da formação em educação física, a
fundamento de conhecimento e próprio para pesquisa. ênfase deve ser dada ao movimento humano intencional,
Contudo, a parte inicial da questão nos causou estranheza, aos diagnósticos e prescrições de exercícios físicos e espor-
pois evidentemente, nos cursos de graduação em fisiote- tivos visando à promoção da saúde e qualidade de vida,
rapia, estuda-se a disciplina Fisiologia. Aliás, nos cursos de formando campeões para a vida.
formação da área da saúde, muitas disciplinas são comuns
a todas as profissões, como anatomia, fisiologia, biologia, G.P.: Além da formação básica, sabemos que o mer-
cinesiologia, entre muitas outras. A questão é que cada cado de pilates oferece também e cada vez mais cursos
profissão terá um nível de aprofundamento e adequação à específicos de aprofundamento (como pilates para grá-
respectiva profissão. Nos currículos e áreas de conhecimen- vidas, para idosos, para crianças, para dor lombar e por
•
Tira-dúvida
aí vai). O acúmulo dessas habilitações continuadas altera ABP: Não há justificativa que permita a utilização de
alguma coisa quanto a essa questão da atribuição dos di- atividades profissionais que não faça parte da profissão
ferentes tipos de profissional dentro do pilates? Por exem- superior do profissional, de acordo com a sua graduação.
plo: um profissional de educação física que também seja A justificativa segue a mesma perspectiva da questão an-
instrutor de pilates e além da formação básica tenha feito terior.
vários cursos de pilates para patologias de coluna, pilates Confef: Como muito bem ressaltado na pergunta,
para dor lombar, pilates para hérnia de disco etc., poderia hoje não basta a formação básica, há a necessidade da
atuar com reabilitação então? educação continuada, ou seja, o aprofundamento de
Abrapi: Novamente voltamos às definições e con- conhecimentos para uma intervenção diferenciada e es-
troles estabelecidos pelos diferentes conselhos através pecializada. /isso ocorre em todas as áreas profissionais,
de suas resoluções e as interfaces entre as profissões. Os como a medicina, com suas diversas especializações, a en-
cursos de pós-graduação, acadêmicos ou não, sempre genharia, com as diversas formações, e assim por diante.
agregam conhecimento ao profissional, mas não o ca- Contudo, é necessário explicitar que a intervenção profis-
pacitam formalmente para atuar além da área definida sional fica restrita à formação básica. Um profissional de
nas leis que criaram as respectivas profissões e definiram educação física pode aprofundar-se em cardiologia para
suas competências. Esse conhecimento agregado, ofere- mélhor interação com 05 médicos e poder melhor com-
ce ao profissional da área clínica novas ferramentas para preender as necessidades de seus beneficiá rios. Contudo,
sua atuação na prevenção, reabilitação e pós-reabilita- mesmo que ele possua pós-graduação em cardiologia,
ção e, ao profissional de movimento, o conhecimento NUNCA poderá intervir nessa área. Nosso entendimen-
de como ensinar movimento a quem tem determina- to-é o mesmo em relação a todas as demais profissões,
das limitações sem risco, ou até mesmo de interagir dai estarmos contrários aos fisioterapeutas que desejam
de forma multidisciplinar com os profissionais da área descaracterizar sua profissão atuando em academias, ou
clínica, dando continuidade a um trabalho de educação abrindo clínicas de condicionamento físico com a utiliza-
do movimento após realizada a reabilitação. Esse conhe- ção de que" método gímnico" for.
cimento oferecido para as diferentes áreas profissionais
não precisa ser visto como uma ameaça a nenhuma ca- G.P.: Dentro dessa questão das atribuições de um
tegoria, pois ele não altera em nada o escopo de prática e outro, continuamos com dúvidas quanto à prevenção/
definido para cada profissão. Esse conhecimento apenas proteção de forma geral (da saúde, da postura, etc.).
aproxima as competências, aumenta o diálogo entre as Quem é habilitado para fazer isso, o profissional de edu-
diferentes profissões e, mais uma vez, vale ressaltar que cação física ou o fisioterapeuta?
cabe à ética de cada profissional a forma de aplicar o Abrapi: Movimentar-se de forma adequada é em si
conhecimento que possui. promoção de saúde. A prática do método pilates carre-
~
128 Guia de Pilotes
I
ga, através de seus princípios, o desenvolvimento de um conselhos e , não menos importante, a consciência e a
corpo mais saudável. A prevenção e proteção da saúde, ética do profissional que exerce o método em saber quais
o desenvolvimento da respiração, de movimento fluido, são seus limites de atuação, especialmente levando em
coordenado e eficiente de todos os sistemas corporais e conta quais são os seus conhecimentos para atender de-
de uma postura mais adequada, a ampliação da consci- terminada pessoa / grupo. Um pilates bem aplicado equi-
ência de si mesmo (limites e potencial idades) são intrínse- libra todos os sistemas corporais que possuímos, incluindo
cos ao método, independentemente do profissional que os que não enxergamos, como o sistema energético, que,
o aplica. De qualquer forma, esses elementos intrínsecos uma vez equilibrado, promove saúde física e mental geral.
desenvolvidos através dos exercícios de Pilates são preven- Vale lembrar que pilates vem sendo também há dezenas
tivos das mais diversas possibilidades de futuras condições de anos utilizado por profissionais de psicologia e psiquia-
patológicas, sendo a prevenção, portanto, comum à di- tria em diversas partes do mundo. Sua forma de aplicação
versas profissões, incluindo dança, yoga, terapia ocupa- difere da que é usada pelo educador físico, que também
cional, fisioterapia, educação física, dentre outras. difere da usada pelo fisioterapeuta, e assim por diante.
ABP: Cada profissional deve atuar conforme a sua ABP: Realmente, às vezes parece ser bem complexa
prerrogativa profissional. No primeiro momento deve-se e difícil de entender a área de atuação de cada profissão.
identificar a necessidade e o objetivo do indivíduo que Nesse caso, existe o fato de o exercício físico vir a com-
procura a prática do método pilates e avaliar se o caso en- plementar a terapia de uma patologia, atuando dois pro-
volve a reabilitação, ou se está voltado ao atendimento de fissionais com competências diversas, como o tratamento
uma pessoa saudável, que visa ao condicionamento físico pelo médico da osteoporose em combinação com a indi-
de forma geral. Esses fatores determinarão o profissional cação de exercícios que o fisioterapeuta deva prescrever
mais indicado para suprir as necessidades da população. para essa patologia.
Confef: Todos os profissionais da área da saúde tem a Confef: É uma questão de respeito às atividades pro-
responsabilidade de atuar de forma preventiva e proteto- fissionais. Tomemos o exemplo colocado, correção postu-
ra. A questão é em que nível. O profissional de educação ral: se há necessidade de correção, já temos alguma patolo-
física, ao realizar diagnóstico e/ou avaliação funcional em gia, certo? Se não há correção, então estamos tratando de
determinado beneficiário, ao constatar algum distúrbio, prevenção e, nesse caso, a atribuição é do profissional de
seja ele qual for, deverá encaminhar ao profissional espe- educação física. Coordenação motora, desenvolvimento es-
cifico. Por exemplo, se identificar algum distúrbio circula- portivo, seja com que objetivo for, é da responsabilidade do
tório, deverá encaminhar a um médico, e não tentar com profissional de educação física. Contudo, tratamento auxi-
seus conhecimentos dar alguma solução. Por outro lado, liar de doenças é uma questão um pouco mais complexo,
os médicos, psicólogos e fisioterapeutas não têm a atri- por isso, atua-se muito hoje com equipes multiprofissionais.
buição de ministrar ou orientar qualquer tipo de exercício Os médicos atuam na sua área de competência, os psicó-
físico visando à promoção da saúde, mas têm a obrigação logos, os nutricionistas, os fisioterapeutas e os educadores
de recomendar aos seus pacientes que façam atividades físicos, todos têm um papel relevante, cada qual na sua
físicas sem prescrevê-Ias, orientando que procurem um respectiva área de competência. Possivelmente na área da
profissional de educação física para a prestação dos ser- educação física cause um pouco de espanto devido a que
viços ou prescrição. É muito simples, trata-se de respeito essa área, durante muitas décadas, era considerada apenas
ético e de cumprimento das atribuições de cada atividade como responsável pela disciplina Educação Física escolar.
profissional. Principalmente depois da promulgação da Lei 9.696, esse
G.P.: Também temos uma certa dificuldade em per- conceito está ultrapassado e cada vez mais seus profissio-
ceber os atribuições em vários casos nos quais o pilates se nais são requisitados em equipes multidisciplinares para au-
aplica, como a simples correção postural, o trabalho de xiliar na qualidade de vida das pessoas e até dos pacientes.
coordenação motora, a prática como complemento para Quanto ao pilates, repetindo que se trata de método de
modalidades desportivas ou como tratamento auxiliar de ginástica, deverão ser respeitadas as condições individuais
doenças que não são necessariamente fisioterapêuticas de cada pessoa. Tratando-se de idosos, grávidas, obesos,
(osteoporose, fibromialgia, cardiopatias, parkinson, etc.), deficientes físicos,' ete., é necessário que sejam profissio-
ou mesmo adaptação da prática de pilates para grupos nais com conhecimentos específicos para cada um desses
especiais (idosos, crianças, grávidas, obesos, deficientes segmentos. Reafirmando que, se for condicionamento físi-
físicos, etc.), Como fica a questão das atribuições nesse co ou promoção da saúde, as atividades deverão ser con-
caso? duzidas por profissional de educação física para garantir
Abrapi: Os limites de atuação para as diferentes minimamente a qualidade e segurança do serviço, evitando
atribuições sempre deverão considerar as resoluções dos riscos aos praticantes.
Participaram desta matéria: Jorge Steinhilber, presidente do Confef; Hamilton Ostroga Scherer, secretário-
geral da Associação Brasileira de Pilates; Eduardo Freitas da Rosa, diretor científico da Associação Brasileira
de Pilates e toda a diretoria da Abrapi.
Para quem tiver curiosidade de conhecer as
determinações de ambos os conselhos, pesquise:
Resolução Confef n° 201/2010
Resolução Coffito n° 386/2011
Anote
Vértice Pilates
Império Pilates
R. Tupi, 626, Higienópolis, São Paulo/SP
Tels.: (11) 2975-4243/7891-2958 Tel.: (11) 3825-9466/8116-2440
www.imperiopilates.com.br
verticepilates@hotmail.com
<