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Ode 171123160336 PDF
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1ode - vocábulo de origem grega que significa um Cân=co laudatório (de louvor) de uma pessoa, de uma ins=tuição ou de um
acontecimento.
Ode1 Triunfal - Álvaro de Campos
Traços futuristas do poema
Reprodução de um ambiente moderno que reflete:
• a força e turbulência das máquinas descritas e exaltadas;
• as massas humanas representa=vas da agressividade dinâmica e vital dos tempos
contemporâneos.
• U=lização de um es8lo caudaloso, torrencial e aparentemente caó8co, cons=tuindo, por
isso, uma rutura com a lírica tradicional
1ode - vocábulo de origem grega que significa um Cân=co laudatório (de louvor) de uma pessoa, de uma ins=tuição ou de um
acontecimento.
Metáfora (e adje9vação) u9lizada na quarta estrofe que serve para sinte9zar o local onde se
encontra
”Desta flora estupenda, negra, ar=ficial e insaciável”:
• Reforça o paralelo entre a vida mecânica e a natureza:
• Assumindo a primeira como a mais verdadeira e pura, na medida em que
pertence aos tempos modernos.
Marcas de sadomasoquismo
O sujeito poé=co chega a desejar fundir-se fisicamente com a realidade que exacerba, a fim de obter
um prazer mais intenso e imediato:
• “Poder ao menos penetrar-me fisicamente de tudo isto,/Rasgar-me todo, abrir-me
completamente, tornar-me passento/A todos os perfumes de óleos e calores e carvões/
Desta flora estupenda, negra, ar=ficial e insaciável”.
Conceção de tempo apresentada na terceira estrofe
• O sujeito poé=co afirma “Canto, e canto o presente, e também o passado e o futuro”:
• Defesa da fusão das três épocas num só momento, o atual, que, contudo, só poderá
fazer sen8do se es8ver apoiado no passado e for entrevisto em função do futuro.
Enumeração
• “Em vós, ó coisas grandes, banais, úteis, inúteis,/Ó coisas todas modernas/Ó minhas
contemporâneas, forma atual e próxima/Do sistema imediato do Universo!”
• Reforça a mul8plicidade, em termos de importância, de elementos que merecem a
admiração do sujeito poé8co.
Comparação
• “(Um orçamento é tão natural como uma árvore/E um parlamento tão belo como uma
borboleta.)”
• Apresenta um novo conceito de arte, assente na supremacia do moderno sobre o
natural, reforçando a importância daquele.
Gradação
• “Eh-lá grandes desastres de comboios!/Eh-lá desabamentos de galerias de minas!/Eh-lá naufrágios
deliciosos dos grandes transatlân=cos!/Eh-la hô revoluções aqui, ali, acolá,/
Alterações de cons=tuições, guerras, tratados, invasões,/Ruído, injus=ças, violências e talvez para
breve o fim,/A grande invasão dos bárbaros amarelos pela Europa,/E outro Sol no novo Horizonte!/
“Grandes trópico humanos de ferro e fogo e força”;
• Enfa8za, elogiando, o progresso, inclusivamente a sua vertente trágica e por meios
progressivamente mais nega=vos.
Anáfora
• “O Momento de tronco nu e quente como um fogueiro,/O Momento estridentemente ruidoso e
mecânico,/O Momento dinâmico passagem de todas as bacantes ”
• Intensifica o valor do tempo presente.
Estrofe nove – estrofe parenté9ca de nove versos - conteúdo
• O furor do «eu» que grita o seu amor pela civilização muda bruscamente de tom:
• Quebra no ritmo frené=co do texto.
• A estrofe de nove versos que, significa=vamente, surge entre parênteses e que começa com o
verso «(Na nora do quintal da minha casa…» marca uma mudança de tom no discurso do
sujeito poé=co, uma vez que traduz uma reminiscência ao seu eu interior, uma evocação
nostálgica da infância.
• Dis8ngue-se das outras estrofes quanto ao seu assunto.
• Nesta estrofe, o sujeito poé=co reflete sobre o mistério do mundo, a fatalidade da morte e a
ternura perdida da infância.
• Recorda o espaço e algumas figuras da sua “infância”, um tempo em que “era outra
coisa” diferente da atualidade.
Estrofe nove – estrofe parenté9ca de nove versos - importância
• Nota dissonante em toda a Ode:
• Chamada de atenção para a inconstância do sujeito poé=co.
• Reflexão pessoal que revela a saudade e a nostalgia face ao tempo da infância
• Apesar da apologia impetuosa da força e da modernidade, esta reflexão
denuncia a sua incapacidade de se integrar plenamente no tempo que exalta.
• O “eu” introduz observações de carácter pessimista que antecipam a sua
fase mais in=mista e abúlica (3ªfase)
Monós9co final
• “Ah não ser eu toda a gente e toda a parte!”
• Emoções contraditórias:
• Fascício – a=tude de deslumbramento face às realidades exaltadas e com as quais
se pretende fundir.
• Frustração – reconhece a impossibilidade da concre8zação do seu desejo:
• É, afinal, apenas um observador e cantor épico de uma realidade que lhe é
exterior.
Onomatopeias - importância
• Trazem a realidade audi8va para o poema;
• Inclusão de reproduções dos sons que envolvem o sujeito e que se associam ao ambiente
que merece o seu elogio.
Influências:
• Futurismo de Marinew:
• Subs=tuição da esté=ca aristotélica do Belo (conseguida através da imitação da
Natureza) pela exaltação da energia, da velocidade, do dinamismo, da agressividade e da
força da civilização mecânica do futuro.
• Sensacionismo de Walt Whitman:
• Expressão de todas as sensações experimentadas pelo arrebatamento cosmopolita e
pela apologia da civilização mecânica. Pessoa define-o, referindo que “a única realidade
da vida é a sensação. A única realidade da arte é a consciência da sensação”.
• Anáforas - expressam a sucessão caó=ca dos fenómenos da civilização industrial, permi=ndo
ao sujeito poé=co acompanhar o seu ritmo alucinante e vigoroso:
• «Olá grandes armazéns…/Olá anúncios eléctricos…/Olá tudo»;
• «Eh-lá-hô fachadas…!/Eh-lá-hô elevadores…/Eh-lá-hô recomposições ministeriais!»
• «Por todos os meus nervos (...) Por todas as papilas...»;
• «Poder ir na vida triunfante (...) Poder ao menos penetrar-me...»;
• «Ó coisas todas modernas, / Ó minhas contemporâneas...»;
• Irregularidade estrófica, métrica e rimá8ca, que resulta num ritmo irregular e nervoso.
• Advérbios de modo evidenciam a atração eró=ca e carnal do sujeito pelas máquinas e pela
modernidade:
• «demasiadamente»;
• «carnivoramente»;
• «perver=damente».