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SUMÁRIO

Introdução à análise da obra "Memorial do


Convento " de José Saramago. Características do
texto narrativo. Biografia do autor (visualização de
documentário). Contexto histórico e classificação da
obra.
Vida e obra de José Saramago
https://arquivos.rtp.pt/conteudos/memorial-do-convento-2/

https://app.escolavirtual.pt/lms/playerteacher/resource/2748066/E?
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José Saramago, Memorial do Convento

Século XVIII – um tempo em transformação

O Palácio e Convento de Mafra, iniciado em 1717 e concluído em 1730,


constituiu a tradução mais visível de um contínuo investimento cultural e
artístico durante a corte de D. João V.

A impressão, periódica e
outra, apresentou também
durante o período joanino
uma apreciável expansão.
O auge da cultura intelectual barroca em
Portugal expressar-se-ia não só em diversas
academias literárias, mas ainda na fundação da
Real Academia da História, em 1722.
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José Saramago, Memorial do Convento

Reinado de D. João V

A indiscutível modernização Apesar da profusão de academias


cultural deste período nos domínios literárias durante a primeira metade do
artístico e arquitetónico só muito reinado, pode discutir-se o alcance e a
limitadamente existiu noutras áreas. dimensão desta renovação cultural,
embora ela traduza já novas influências
intelectuais, bem distintas da cultura das
elites portuguesas do século XVII.
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José Saramago, Memorial do Convento

D. João V – Movimento científico

A matemática, a geometria, as ciências


naturais, a química, a física, a astronomia e
a medicina suscitaram grande interesse por
parte da intelligentzia, atraindo o próprio
rei D. João V.

Introduziram-se novas técnicas e aparelhos


A «Passarola», uma aeronave desenvolvida em
com objetivos práticos (na engenharia, na Portugal no início do século XVIII, pelo Padre

tinturaria, no tiro, etc.) e importaram-se Bartolomeu Lourenço de Gusmão (século XVIII),

Biblioteca Nacional de França.


máquinas de todos os tipos.
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O Tribunal do Santo Ofício

Santo Ofício foi, acima de tudo, um A rápida ascensão da Inquisição não se


tribunal eclesiástico entre as outras deveu somente ao nítido apoio da
instâncias que formavam o Coroa, com a qual, todavia, nunca se
compósito sistema da justiça do sobrepôs, mas também, e sobretudo, ao
Antigo Regime. peso que o combate à heresia teve na
Europa católica, a partir da primeira
metade de Quinhentos.
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José Saramago, Memorial do Convento

“Um dia, aproximadamente por esta mesma


época, fui de excursionista a Mafra. Tinha
nascido na Azinhaga, vivia em Lisboa, e agora,
quem sabe se por um cúmplice aceno dos fados,
uma piscadela de olhos que então ninguém
poderia decifrar, levavam-me a conhecer o lugar
onde, mais de cinquenta anos depois, se
decidiria, de maneira definitiva, o meu futuro
como escritor.”

José Saramago, As pequenas memórias,


Palácio Nacional de Mafra -
Lisboa, Caminho, 2006
Convento de Mafra
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José Saramago, Memorial do Convento

José Saramago
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José Saramago - Biografia

 José Saramago nasceu na aldeia de Azinhaga, província do Ribatejo, no dia 16 de


novembro de 1922.

 Os seus pais emigraram para Lisboa quando ele não havia ainda completado dois anos.

 Fez estudos secundários (liceais e técnicos) que, por dificuldades económicas, não
prosseguiu.

 O seu primeiro emprego foi como serralheiro mecânico, tendo exercido depois
diversas profissões: desenhador, funcionário da saúde e da previdência social,
tradutor, editor, jornalista.
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José Saramago - Biografia


 Publicou o seu primeiro livro, um romance, Terra do Pecado, em 1947, tendo estado
depois muitos anos sem publicar (até 1966).

 Trabalhou durante doze anos numa editora, onde exerceu funções de direcção
literária e de produção.

 Colaborou como crítico literário na revista Seara Nova.

 Em 1972 e 1973 fez parte da redacção do jornal Diário de Lisboa, e também


coordenou, durante cerca de um ano, o suplemento cultural.
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 Pertenceu à primeira direção da Associação


Portuguesa de Escritores e foi, presidente da
Assembleia Geral da Sociedade Portuguesa de
Autores, desde 1985 a 1994.

 Casou com Pilar del Río em 1988 e em


fevereiro de 1993 passou a dividir o seu
tempo entre a sua residência habitual em
Lisboa e a ilha de Lanzarote, no arquipélago
de Canárias (Espanha).
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Em 1998, foi-lhe atribuído o


Prémio Nobel de Literatura.
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José Saramago - Bibliografia

Terra do Pecado (1947)

Manual de Pintura e Caligrafia (1977)

Levantado do Chão (1980)

Memorial do Convento (1982)

O Ano da Morte de Ricardo Reis (1984)

A Jangada de Pedra (1986)


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José Saramago - Bibliografia

História do Cerco de Lisboa (1989)

O Evangelho Segundo Jesus Cristo (1991)

Ensaio Sobre a Cegueira (1995)

Todos os Nomes (1996)

A Caverna (2000)

O Homem Duplicado (2002)


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José Saramago - Bibliografia

Ensaio Sobre a Lucidez (2004)

As Intermitências da Morte (2005)

A Viagem do Elefante (2008)

Caim (2009)

Claraboia (2011)

Alabardas, Alabardas, Espingardas, Espingardas (2014)


Classificação da obra
Que aspetos caracterizam o No romance histórico do século XX, os
romance histórico da segunda acontecimentos passam a ser perspetivados de uma
metade do séc. XX forma múltipla, expondo o ponto de vista do
homem comum, dando voz a quem nunca a teve e
apresentando versões diferentes de factos
reconhecíveis.
O discurso histórico é hoje considerado parcial e
parcelar, pois regista apenas uma parte daquilo que
aconteceu. As minorias são pobres em documentos,
por isso, se tornam pobres em História.

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Classificação da obra
Por que razão se refere que a obra de A ficção do século XX, em geral, revela um grande
Saramago revela um grande fascínio fascínio pela História. Nos romances de José
pela História? Saramago, o discurso da ficção e da História
entrelaçam-se. O passado torna-se presente ao ser
reescrito, num outro momento, e a História deixa
de ser considerada um repositório da verdade.
Assim, a conceção de História como um todo
acabado cai e passa a valorizar-se o discurso
histórico com marcas do eu e do momento da sua
escrita, como um tecido rendado onde os vazios
também têm significação.
Complexidade da classificação
Romance histórico
- pela detalhada descrição da sociedade

Ressuscita e interpreta uma portuguesa do início do séc. XVIII, marcada pela


época passada – o reinado de sumptuosidade da corte, associada à Inquisição;
D.João V
- pela exploração do operariado na construção do
Convento de Mafra;
- pela referência à guerra da sucessão;
- pelo projeto de construção da passarola do Pe.
Bartolomeu de Gusmão.

Romance de espaço
- por representar uma época, onde transparece não
só o ambiente histórico, mas também vários
quadros sociais, reconstruindo vários locais da
Ação passa-se em 2 lugares
primordiais – Lisboa e Mafra cidade de Lisboa, o palácio do rei, a vila de Mafra e
povoações envolventes.
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Romance social
- por apresentar uma crónica de costumes, onde o

A ação desenvolve-se em torno autor se mostra preocupado com a realidade social,


de dois meios sociais distintos: a numa tentativa de encontrar uma explicação para o
corte e o meio popular
presente, através do exemplo do passado, sendo,
também nessa linha, um romance de intervenção.

Romance de ação
- a história da construção do convento de Mafra;

Construção do convento e - a construção da passarola voadora do padre


construção da passarola
Bartolomeu de Gusmão.

Romance de amor
- a intriga amorosa vivida entre Blimunda e
Baltasar;
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