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Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

NASSIF
Construtora e
Incorporadora Ltda

Estudo de Impacto Ambiental para


implantação de um Aterro Sanitário
para Resíduos Sólidos no Município
de Araguaina - TO

VOLUME II – RIMA

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Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Sumário
1. APRESENTAÇÃO..................................................................................................................... 9
2. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 10
3. INFORMAÇÕES GERAIS........................................................................................................ 12
3.1. Informações do Empreendedor .......................................................................... 12
3.2. Informações da Equipe Multidisciplinar Responsável pelo Licenciamento
Ambiental 13
4. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ........................................................................ 14
4.1. Justificativa para implantação do empreendimento ....................................................... 15
4.2. Alternativas tecnologias e locacionais ............................................................................. 17
4.2.1. Tecnologias empregadas ........................................................................................... 17
4.2.2. Alternativas de concepção, de localização, tecnológicas e construtivas .................. 18
4.2.3. Justificativa da Alternativa adotada .......................................................................... 19
4.3. Descrição do empreendimento ........................................................................................ 21
4.3.1. Considerações iniciais ............................................................................................... 21
4.3.2. Escolha da área do aterro ......................................................................................... 22
4.3.3. Localização ................................................................................................................ 33
4.3.4. Concepção tecnológica ............................................................................................. 35
4.4. Detalhamento do Projeto do Aterro ................................................................................ 38
4.4.1. Conformação geométrica do aterro.......................................................................... 38
4.4.2. Estimativa da produção de RSU e Estimativa da vida útil ......................................... 43
4.5. Disposição final de resíduos sólidos de serviços de saúde – RSSS ................................... 52
4.5.1. Considerações sobre resíduos de serviços de saúde ................................................ 53
4.5.2. Classificação dos Resíduos de Serviços de Saúde ..................................................... 56
4.5.3. Valas Sépticas ............................................................................................................ 59
4.5.4. Tecnologia de disposição proposta – valas sépticas ................................................. 59
4.6. Descrição e Especificação dos elementos de projeto ...................................................... 61
4.6.1. Sistema de Drenagem Superficial ............................................................................. 61
4.6.2. Drenagem de Águas sub-superficial .......................................................................... 62
4.6.3. Drenagem do Lixiviado .............................................................................................. 63
4.6.4. Sistema de tratamento dos líquidos lixiviados.......................................................... 66
4.6.5. Descrição e dimensionamento do sistema de tratamento proposto ....................... 67
4.6.6. Impermeabilização superior...................................................................................... 86
4.6.7. Drenagem e tratamento de gases ............................................................................. 86
4.6.8. Impermeabilização de fundo..................................................................................... 89
4.6.9. Sistema viário ............................................................................................................ 94
4.6.10. Solo de cobertura .................................................................................................... 95
4.6.11. Planos de operação e avanço do aterro .................................................................. 95
4.6.12. Unidades de apoio................................................................................................. 100
4.6.13. Equipamentos ....................................................................................................... 110
4.6.14. Sinalização ............................................................................................................. 111
4.6.15. Utilização futura da área do aterro ....................................................................... 112
4.7. Unidade administrativa .................................................................................................. 115
4.8. Unidade de manutenção de máquinas e equipamentos (galpão de máquinas e
equipamentos) ...................................................................................................................... 116
4.9. Guarita de acesso à área do aterro ................................................................................ 117
4.10. Abastecimento de água................................................................................................ 118
4.11. Canteiro de obra .......................................................................................................... 118
5. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL ............................................................................................... 119
5.1. Área de Influência ............................................................................................. 119
5.1.1. Área Diretamente Afetada (ADA) ...................................................................... 120

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5.1.2. Área de Influência Direta (AID) ......................................................................... 120


5.1.3. Área de Influência Indireta (AII) ........................................................................ 121
5.2. Meio Físico ........................................................................................................ 121
5.2.1. Características Climáticas e Aspectos Meteorológicos ..................................... 130
5.2.2. Características Geológicas e Pedológicas e das águas subterrâneas– Laudo
Geológico e Hidrogeológico .............................................................................................. 131
5.2.3. Hipsometria e corpos hídricos (Hidrografia) ..................................................... 146
5.2.4. Aspectos Geotécnicos ....................................................................................... 149
5.2.5. Conclusão sobre o terreno ................................................................................ 151
5.2.6. Parecer Técnico ................................................................................................. 151
5.2.7. Relatório Fotográfico do Laudo Geológico e Hidrogeológico ........................... 152
5.3. Laudo Arqueológico – Relatório de levantamento não interventivo / Diagnóstico
Arqueológico da área de implantação do Aterro Sanitário de Araguaina ............................ 160
5.3.1. Sítios Arqueológicos Cadastrados na Região .................................................... 162
5.4. Meio Biótico ...................................................................................................... 167
5.4.1. Flora................................................................................................................... 167
5.4.2. Fauna ................................................................................................................. 176
5.4.5. Relatório Fotográfico da Fauna ............................................................................... 190
5.5. Meio Antrópico ................................................................................................. 202
5.5.1. Dados Gerais ..................................................................................................... 202
6. IDENTIFICAÇÃO, ANÁLISE E/OU AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS (PROGNÓSTICO
AMBIENTAL) .............................................................................................................................. 212
6.1. Metodologia de Avaliação de Impactos Ambientais ......................................... 213
6.1.1. Método de Matriz de Interação ........................................................................ 213
6.1.2. Ações Impactantes na Fase de Implantação ..................................................... 215
6.1.3. Ações Impactantes na Fase de Operação ......................................................... 218
6.2. Avaliação dos Impactos Ambientais por meio do Método Matriz de Interação
222
6.2.1. Meio Sócio-Econômico “Antrópico”.................................................................. 222
6.2.2. Meio Biótico ...................................................................................................... 223
6.2.3. Meio Físico ........................................................................................................ 229
7. PROPOSIÇÃO DE MEDIDAS DE CONTROLE E MITIGAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS . 231
7.1. Meio Biótico ...................................................................................................... 231
7.1.1. Flora................................................................................................................... 231
7.1.2. Fauna ................................................................................................................. 233
7.2. Meio Antrópico e Físico ..................................................................................... 235
Medida de Redução das Interferências e Incômodos da Obra na População .................. 235
Medida de Recuperação e Recomposição Paisagística das Áreas de Bota-fora e das áreas
de Material de Recobrimento ........................................................................................... 236
Medida de Minimização dos Impactos Decorrentes da Desapropriação de Imóveis e
Remoção da População ..................................................................................................... 238
Medidas para Garantir a Qualidade da Água especialmente as Alternativas de Tratamento
do Percolado, Avaliando sua Eficiência em Relação aos Padrões de Lançamento de
Efluentes Líquidos ............................................................................................................. 239
Medidas de Proteção da Qualidade da Água do Lençol Freático ..................................... 242
Medidas e/ou Equipamentos para Controle de Emissões Atmosféricas, Inclusive Odores
........................................................................................................................................... 243
Medidas para Prevenção e Controle dos Impactos Associados à Proliferação de Vetores
........................................................................................................................................... 244
Medidas para Prevenção de Risco à Saúde Especialmente Decorrente do
Acondicionamento, Transporte e Disposição Final do Resíduo Patogênico ..................... 245

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Medidas e/ou Dispositivo para Prevenção de Acidentes, Especialmente nos Casos de


Aterro, Incluindo Faixas de Segurança e Disciplinamento do Uso do Solo no Entorno do
Empreendimento .............................................................................................................. 247
Medidas para Redução dos Impactos na Paisagem .......................................................... 248
8. Planos Básicos Ambientais – Acompanhamento e Monitoramento................................. 250
8.1. PBA de Educação Ambiental ............................................................................. 250
8.1.1. Objetivo ............................................................................................................. 250
8.2. PBA de Comunicação Social .............................................................................. 250
8.2.1. Objetivo ............................................................................................................. 251
8.3. PBA de Monitoramento Geotécnico ................................................................. 251
8.3.1. Objetivo ............................................................................................................. 251
8.4. PBA de Qualidade do Ar .................................................................................... 251
8.4.1. Objetivos ........................................................................................................... 251
8.5. PBA de Proteção Arbórea .................................................................................. 252
8.5.1. Objetivo ............................................................................................................. 252
8.6. PBA de Gerenciamento dos Resíduos de Serviço de Saúde .............................. 252
8.6.1. Objetivo ............................................................................................................. 252
8.7. PBA de Gerenciamento de Resíduos Sólidos .................................................... 252
8.7.1. Objetivo ............................................................................................................. 252
8.8. PBA de Gerenciamento de Efluentes Líquidos (Chorume)................................ 253
8.8.1. Objetivo ............................................................................................................. 253
8.9. PBA de Conservação do Solo ............................................................................. 253
8.9.1. Objetivo ............................................................................................................. 253
8.10. PBA de Controle a Doenças e Vetores .............................................................. 253
8.10.1. Objetivo ............................................................................................................. 253
8.11. PBA de Compensação em Unidades de Conservação ....................................... 254
8.11.1. Objetivo ............................................................................................................. 254
8.12. PBA de Gestão e Supervisão Ambiental ............................................................ 254
8.12.1. Objetivo ............................................................................................................. 254
8.13. PBA de Construção e Implantação .................................................................... 254
8.13.1. Objetivo ............................................................................................................. 254
8.14. PBA de Ação Emergencial.................................................................................. 255
8.14.1. Objetivo ............................................................................................................. 255
8.15. PBA de Controle Médico de Saúde Ocupacional............................................... 255
8.15.1. Objetivo ............................................................................................................. 255
8.16. PBA de Prevenção de Riscos Ambientais .......................................................... 255
8.16.1. Objetivo ............................................................................................................. 255
8.17. PBA de Qualidade das Águas ............................................................................. 255
8.17.1. Objetivo ............................................................................................................. 255
9. Referências Bibliográficas ................................................................................................. 257

Lista de Tabelas
Tabela 1. Produção per capita de lixo domiciliar em kg/d segundo os extratos populacionais
dos municípios brasileiros ........................................................................................................... 17
Tabela 2. Comparativo de sistemas de tratamento de resíduos. ............................................... 18
Tabela 3. Principais características da área do empreendimento. ............................................. 22
Tabela 4. Previsão de mão-de-obra para o Aterro sanitário....................................................... 22
Tabela 5. Sistema de Pontuação para Avaliação das Áreas Pesquisadas.................................... 30
Tabela 6. Matriz de caracterização e avaliação da área. ............................................................ 32

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Tabela 7. Coordenadas geográficas da área do Aterro Sanitário................................................ 34


Tabela 8. Evolução populacional e geração de resíduos sólidos domiciliares para o municipio de
Araguaina e o tempo de vida útil do aterro sanitário. ................................................................ 49
Tabela 9. Capacidade de recebimento de resíduos sólidos da célula de disposição .................. 51
Tabela 10. Níveis de tratamento. ................................................................................................ 69
Tabela 11. Disposição de Resíduos Domésticos – Equipe e pessoal a utilizar .......................... 107

Lista de Figuras
Figura 1. Visualização das 3 áreas pré-selecionadas. .................................................................. 26
Figura 2. Área 1 em detalhe. ....................................................................................................... 27
Figura 3. Área 2 em detalhe. ....................................................................................................... 28
Figura 4. Área 3 em detalhe. ....................................................................................................... 30
Figura 5. Área do Aterro Sanitário. ............................................................................................. 34
Figura 6. Entrada da área do aterro. ........................................................................................... 35
Figura 7. Seção esquemática do sistema de drenagem do lixiviado e do gás. ........................... 64
Figura 8. Concepção mais comuns de lagoas de estabilização. .................................................. 70
Figura 9. Lagoas de Estabilização no sistema Australiano. ......................................................... 73
Figura 10. Funcionamento de uma lagoa facultativa. ................................................................. 77
Figura 11. Argila de proteção na base da wetland. ..................................................................... 80
Figura 12. Rachão distribuído em toda wetland. ........................................................................ 80
Figura 13. Desenho esquemático do sistema de drenagem de gás (esq.) e foto, com exemplo,
de dreno vertical para descida do lixiviado e subida do gás. ...................................................... 88
Figura 14. Disposição dos drenos de gases com seu raio de influência...................................... 89
Figura 15. Instalação da geomembrana. ..................................................................................... 91
Figura 16. Ancoragem da geomembrana. ................................................................................... 92
Figura 17. Demonstração de como ficará a vala séptica para disposição final dos RSS. ............ 92
Figura 18. Proteção física da geomembrana após sua instalação. ............................................. 93
Figura 19. Geomembrana e drenos de líquidos e gases instalados. ........................................... 93
Figura 20. Operação do Aterro sanitário..................................................................................... 94
Figura 21. Geometrização da Rede de iluminação.................................................................... 103
Figura 22. Ilustração da altura do cinturão verde ..................................................................... 103
Figura 23. Localização da área de implantação do aterro sanitário. ........................................ 120
Figura 24. Mapa de localização da área de implantação do Aterro Sanitário de Araguaina. ... 124
Figura 25. Região onde sera instalado o Aterro Sanitário de Araguaina. ................................. 126
Figura 26. Imagem aproximada da área onde se intalará o Aterro Sanitário de Araguaina. .... 128
Figura 27. Mapa Topográfico Hidrográfico da área de implantação do Aterro Sanitário de
Araguaina. ................................................................................................................................. 129
Figura 28. Mapa geológico do município de Araguaina. ........................................................... 133
Figura 29. Mapa Geológico da área do Aterro Sanitário de Araguaina. ................................... 136
Figura 30. Mapa geomorfológico do município de Araguaina. ................................................. 138
Figura 31. Mapa geomorfológico da área do Aterro Sanitário de Araguaina. .......................... 140
Figura 32. Mapa de declividade do município de Araguaina. ................................................... 142
Figura 33. Mapa de solos para o município de Araguaina. ....................................................... 143

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Figura 34. Mapa Pedológico da área em que será implantado o Aterro Sanitário de Araguaina.
................................................................................................................................................... 145
Figura 35. Mapa Hipsométrico do município de Araguaina...................................................... 147
Figura 36. Solo na entrada da área. .......................................................................................... 152
Figura 37. Escavação para acúmulo de água............................................................................. 152
Figura 38. Vista geral da area para sul. ..................................................................................... 152
Figura 39. Solo na parte noroeste da área. ............................................................................... 153
Figura 40. Mata preservada à direita na parte norte da área. .................................................. 153
Figura 41. Esvação para acumular água feita pelo antigo proprietário no centro sul da área. 153
Figura 42. Vista longitudinal da escavação. .............................................................................. 154
Figura 43. Parede lateral mostrando camadas de argilito. ....................................................... 154
Figura 44. UTM 22L – 791404E / 9179280N ............................................................................. 154
Figura 45. Detalhde das paredes da escavação. ....................................................................... 155
Figura 46. Argilitos e Siltitos ...................................................................................................... 155
Figura 47. Argilitos e Siltitos amarelados na base da parede ................................................... 155
Figura 48. Argilitos róseos na parte superior da parede ........................................................... 156
Figura 49. Pastagem em terreno plano no centro sul da área .................................................. 156
Figura 50. Estrada no centro da área ........................................................................................ 156
Figura 51. Fragmentos de sílex na formação pedra de fogo ..................................................... 157
Figura 52. Outra escavação mais a norte da primeira .............................................................. 157
Figura 53. Sílex no argilito na parede da escavação.................................................................. 157
Figura 54. Camada de sílex nos argilitos ................................................................................... 158
Figura 55. Outra escavação para acumular água realizada pelo antigo proprietário ............... 158
Figura 56. Rede de energia na parte centro norte da área ....................................................... 158
Figura 57. Água retida pela impermeabilização das argilas o que caracteriza o solo argiloso
favorável ao empreendimento ................................................................................................. 159
Figura 58. Solo desnudo com fragmentos de sílex.................................................................... 159
Figura 59. Limite sul da área de estudo .................................................................................... 159
Figura 60. Poço/cisterna existente na área UTM 791894E/9179174N ..................................... 160
Figura 61. Delimitação e distancia de Araguaina do Monumento Natural das Árvores
Fossilizadas. ............................................................................................................................... 162
Figura 62. Foto da Área Diretamente Afetada (ADA) com pastagem de Braquiarão (Brachiaria
brizantha). (Imagem de Gustavo Lopes da Silva – Setembro de 2012). ................................... 168
Figura 63. Coleta de dados de CAP. (Imagem de Adriano Alba Bataglin – Setembro de 2012).
................................................................................................................................................... 169
Figura 64. Levantamento Florístico na fitofisionomia Cerrado Denso. (Imagem de Gustavo
Lopes da Silva – Setembro de 2012). ........................................................................................ 171
Figura 65. Indivíduos presentes na fitofisionomia Cerrado Ralo. (Imagem de Gustavo Lopes da
Silva – Setembro de 2012). ....................................................................................................... 171
Figura 66. Indivíduos presentes na fitofisionomia Cerradão apresentando fustes pouco
tortuosos. (Imagem de Gustavo Lopes da Silva – Setembro de 2012). .................................... 172
Figura 67. Mapa da Área de Influência Direta (AID) obedecendo a uma faixa de 200 metros ao
redor da propriedade destinada à construção do Aterro Sanitário.......................................... 174
Figura 68. Bacia Hidrográfica do Rio Lontra. ............................................................................. 175
Figura 69. Phyllomedusaazurea ............................................................................................. 190

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Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 70. Hypsiboasmultifasciatus ....................................................................................... 191


Figura 71. Pseudopaludicola falcipes .................................................................................... 191
Figura 72. Scinaxcf.rostratus .................................................................................................. 191
Figura 73Rhinellaschineideri .................................................................................................. 192
Figura 74Barycholosternetzi ................................................................................................... 192
Figura 75. Todirostrumcinereum ............................................................................................ 192
Figura 76. Monasanigrifrons ................................................................................................... 193
Figura 77. Ramphastostucanus ............................................................................................. 193
Figura 78. Tersinaviridis .......................................................................................................... 193
Figura 79. Thraupispalmarum................................................................................................. 194
Figura 80. Milvagochimachima ............................................................................................... 194
Figura 81. Gymnodactylusamarali ......................................................................................... 194
Figura 82. Gonatodeshumeralis ............................................................................................. 195
Figura 83. Ameivaameiva ........................................................................................................ 195
Figura 84. Leptodeiraannulata ................................................................................................ 195
Figura 85. Chelonoidiscarbonaria .......................................................................................... 196
Figura 86. Paleosuchuspalpebrosus ..................................................................................... 196
Figura 87. Cornitermescumulans(Rainha de cupim) .......................................................... 196
Figura 88. Grilo (Endecoussp.)............................................................................................... 197
Figura 89. Rophalurusamagemmon(Escorpião imperial) ................................................... 197
Figura 90. Amblipigio (Heterophrynussp.) ............................................................................ 197
Figura 91. Varredura com gancho herpetológico ................................................................ 198
Figura 92. Montagem de câmera-trap ................................................................................... 198
Figura 93. Avistamento de aves com binóculo . .................................................................. 198
Figura 94. Procura ativa em buritizal. .................................................................................... 199
Figura 95. Busca de vestígios (toca de tatu). ....................................................................... 199
Figura 96. Montagem de armadilha tipo CDC. .................................................................... 199
Figura 97. Registro deTamanduatetradactyla atropelado na BR 153. ............................. 200
Figura 98. Registro deIguana iguana atropelada na BR 153. ........................................... 200
Figura 99. Bando de Nasuanasua registrados em câmera-trap................................................ 200
Figura 100. Dasyproctaazarae Cutia Registrada em câmera-trap. ........................................... 201
Figura 101. Tamanduatetradactyla (Tamaduá-mirim) atropelado na rodovia BR153 na AID do
empreendimento. ..................................................................................................................... 201
Figura 102. Ensino Educacional no Tocantins ........................................................................... 205
Figura 103. Lixão de Araguaina ................................................................................................. 210

Lista de Quadros
Quadro 1. Representação dos níveis de declividade do terreno e a correlação como índice de
vulnerabilidade.......................................................................................................................... 141
Quadro 2. Sítios cadastrados no banco de dados do IPHAN..................................................... 164
Quadro 3. Caracterização dos pontos de Amostragem da fauna. ............................................ 176
Quadro 4. Dados quantitativos e qualitativos dos anfíbios das áreas de influência do Aterro
Sanitário de Araguaina – TO. ..................................................................................................... 178

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Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Quadro 5. Dados quantitativos e qualitativos dos répteis das áreas de influência do Aterro
Sanitário de Araguaina – TO. ..................................................................................................... 179
Quadro 6. Avifauna identificada na camapanha realizada na área de influência do Aterro
Sanitário, Araguaina-TO. ........................................................................................................... 180
Quadro 7. Mamíferos identificados para o EIA – Estudo de Impacto Ambiental do Aterro
Sanitário, Araguaína – TO.......................................................................................................... 185
Quadro 8. Número total de insetos registrados na área de influência do Aterro Sanitário,
Araguaina-TO. ........................................................................................................................... 187
Quadro 9. Número total de insetos por ordens, área, total geral, número total de famílias e
espécies coletadas..................................................................................................................... 190
Quadro 10. Matriz de Interação dos Prováveis Impactos Ambientais Identificados no Meio
Sócio-Econômico. ...................................................................................................................... 222
Quadro 11. Tabela de Impactos Ambientais quanto a flora - Pequena (P); Média (M); Grande
(G); Baixa (I); Moderada (II); Alta (III); Curta (A); Média (B) e Longa (C). .................................. 224
Quadro 12. Tabela de Impactos Ambientais quanto a fauna - Pequena (P); Média (M); Grande
(G); Baixa (I); Moderada (II); Alta (III); Curta (A); Média (B) e Longa (C). .................................. 227
Quadro 13. Matriz de Interação dos Prováveis Impactos Ambientais Identificados no Meio
Físico. ......................................................................................................................................... 229

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Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

1. APRESENTAÇÃO

O presente Estudo de Impacto Ambiental – EIA é


um documento técnico por meio do qual se avaliou
as consequências para o ambiente decorrente do
projeto de implantação do aterro sanitário de
Araguaína – TO. Propõe-se a partir do presente EIA
soluções que visam atenuar e compensar os
impactos ambientais negativos advindos da
implantação e operação do empreendimento, tendo
em vista que os impactos positivos também devem
ser destacados, uma vez que, a partir da
implantação e operacionalização de um aterro
sanitário em conformidade com as diretrizes e
normas técnicas será possível obter a correta
disposição final para os resíduos sólidos do
município em questão. O documento atende aos
preceitos do Termo de Referência expedido pelo
Instituto Natureza do Tocantins – NATURATINS,
e da Legislação Ambiental vigente no País, no
estado do Tocantins, e no município de Araguaína.
O documento é composto por quatro volumes:

Volume I - Estudo de Impacto Ambiental – EIA;

Volume II – Relatório de Impacto Ambiental –


RIMA;

Volume III – Pranchas;

Volume IV – Pranchas.

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Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

2. INTRODUÇÃO

A crescente necessidade do homem em utilizar os recursos naturais de que se


dispõe faz com que alterações no meio ocorram, desencadeando os impactos
ambientais. No artigo l0 da Resolução CONAMA 001/86, Impacto Ambiental está
definido como qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do
meio ambiente, causado por qualquer forma de matéria ou energia, resultantes das
atividades humanas que direta ou indiretamente afetam: saúde, segurança e bem-estar da
população; as atividades sociais e econômicas; as condições estéticas e sanitárias do
meio ambiente; a qualidade dos recursos naturais.
Sedo assim, o presente Estudo de Impacto Ambiental – EIA foi elaborado a fim
de cumprir com a legislação ambiental brasileira, em especial as Resoluções Federais
CONAMA no 01/86 e CONAMA no 237/97, além da Resolução Estadual COEMA no
07/05. Dessa forma, o EIA foi elaborado de acordo com Termo de Referência fornecido
pelo Instituto Natureza do Tocantins – NATURATINS, órgão estadual cuja
competência está ligada aos assuntos ambientais no Estado do Tocantins. E em
cumprimento a Resolução COEMA no 07/05 este empreendimento proposto, o Aterro
Sanitário de Araguaina, passível de licenciamento ambiental enquadra-se no grupo
Saneamento como Aterro de Grande Porte por ser considerado um empreendimento que
poderá ser enquadrado como na região norte do estado.
Certos da grave problemática quanto à disposição final adequada que deve ser
desenvolvida com os Resíduos Sólidos Urbanos no país e do desafio colocado aos
municípios, aos empresários e à sociedade como um todo no equacionamento dos
problemas, o presente empreendimento ora apresentado ao NATURATINS visa expor o
método de implantação do aterro sanitário, bem como as medidas adotadas para atenuar
ou compensar os impactos ambientais negativos provenientes da implantação do
empreendimento, assim como os ganhos ambientais que o município de Araguaina terá
com a implantação de um aterro sanitário, uma vez que atualmente existe no município
um lixão.
Todavia, não se pode deixar de expor os inúmeros impactos ambientais positivos
advindos da implantação e da operação correta e seguindo as diretrizes e normas
técnicas para um aterro sanitário, dos quais se pode destacar a melhoria da qualidade de
vida da população do município de Araguaina, podendo a partir da implantação e
operação do presente empreendimento contar com um local adequado para dispor de

10
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

maneira correta os seus resíduos sólidos. Evitar que o local onde atualmente encontra-se
inserido o lixão do município continue em funcionamento, ou seja, será evitado o
prolongamento da contaminação que o lixão provoca no meio ambiente. A gestão de
resíduos sólidos no município será favorecida, podendo contar com melhorias na coleta
e transporte dos resíduos sólidos. O ganho social para o população do município irá
atingir as 3 distinções de tempo, ou seja, os ganhos serão a curto, médio e longo prazo
para a população atual e para as próximas gerações, tendo em vista ser um
empreendimento que visa operar por mais de 3 décadas.
Destaca-se a partir do presente estudo que embora um aterro sanitário seja um
empreendimento com alto potencial poluidor, tendo em vista atuar com materiais
altamente ofensivos ao meio ambiente quando dispostos de maneira inadequada o
empreendimento em questão apresenta-se para resolver o problema que protagoniza a
maioria esmagadora dos municípios do Brasil, sendo que no estado de Tocantins essa
realidade não é diferente. Logo, buscar-se-á implantar e operar o aterro sanitário de
Araguaina de acordo com as diretrizes e normas de engenharia e de boa conduta com o
meio ambiente, tendo em vista existir atualmente no município um lixão a implantação
de um aterro sanitário será e deve ser vista como um ganho para o município, para o
estado e para o meio ambiente.

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Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

3. INFORMAÇÕES GERAIS

3.1. Informações do Empreendedor

 Nome / Razão Social: Nassif – Construtora e Incorporadora Ltda


 CNPJ: 10.712.634/0001-20
 Inscrição Estadual: 420.145.062.113
 Representante Legal: Renato Basto Nassif
 Endereço: Rua 02, n° 02, Quadra A, Cond. Residencial Dr. João Aldo Nassif,
Bairro Aterrado, CEP 12600-000, Lorena – São Paulo
 Telefone : (63) 3224 - 6776

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Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

3.2. Informações da Equipe Multidisciplinar Responsável pelo


Licenciamento Ambiental

Elaboração do EIA/RIMA

 Nome / Razão Social: Simonetti Ambiental Ltda


 CNPJ: 13.543.660/0001-60
 Inscrição Estadual: 176.000.002.86
 Representante Legal: Vinicíus Simonetti Bacellar
 Representante Técnico: Engenheiro Ambiental Thaysi Castro Coelho - CREA
205.245/D-TO
o ART n° 00007590 2012 034302 10
 Endereço: Avenida Teotônio Segurado, S/N, Quadra 601 Sul, Lote 06, Sala 02,
Plano Diretor Sul, CEP 77016-330, Palmas-TO.
 Telefone: (63) 3224 – 6776

Thaysi Castro Coelho


Engenheiro Ambiental
CREA-TO 205.245/D
ART n° 00007590 2012 034302 10

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Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

4. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

De acordo com dados das Nações Unidas, no ano de 2007 atingiu-se um marco
emblemático referente à população mundial urbana. Pela primeira vez, uma em cada
duas pessoas vive em cidades. Entre 2005 e 2030, a população das cidades deve crescer
em uma média anual de 1,78% ao ano, quase o dobro do crescimento esperado para a
população mundial como um todo. Esse aumento da população urbana – que se acelerou
nos últimos 50 anos graças às inovações tecnológicas na área da saúde e da produção de
alimentos – deverá ocorrer principalmente nos países em desenvolvimento (ICLEI,
2009).
Os novos hábitos de consumo aliados ao crescimento populacional e às
melhorias na situação econômica do pós-guerra causaram um aumento vertiginoso na
geração de resíduos. Dentre as soluções, os aterros sanitários, respeitadas as normas
ambientais, são uma alternativa viável para reduzir os impactos decorrentes da
disposição sem controle de resíduos nos países em desenvolvimento, principalmente
aqueles com grande extensão territorial e densidade populacional mais baixa (ICLEI,
2009).
A disposição final do lixo urbano é um dos graves problemas ambientais
enfrentados pelos grandes centros urbanos em todo o mundo e tende a agravar-se com o
aumento do consumo de bens descartáveis, que passam cada vez mais a compor os
grandes volumes de lixo gerados pela população (ENSINAS, 2003).
No Brasil, grande parte dos resíduos sólidos ainda é descartada sem nenhuma
forma de tratamento. Despejos clandestinos estão presentes na maioria dos municípios e
os aterros verdadeiramente sanitários são poucos. Além dos diversos impactos
ambientais locais e sobre a saúde e qualidade de vida dos cidadãos, os resíduos sólidos
urbanos sem disposição adequada consistem uma fonte significativa das emissões de
metano (CH4) (ICLEI, 2009).
Atualmente, a sociedade e a administração pública, se deparam com um grande
desafio quanto à gestão dos resíduos sólidos. Sua produção vem aumentando devido à
intensificação das atividades humanas nas últimas décadas, dificultando o manejo e
disposição correta dos mesmos.

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Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

4.1. Justificativa para implantação do empreendimento

Nenhum município do Tocantins possui sistema adequado de destinação dos


resíduos sólidos (lixo urbano). Essa é a conclusão de um procedimento do Ministério
Público Estadual (MPE-TO), que vistoriou ao longo do ano de 2011 a situação da
disposição dos resíduos sólidos nos 139 municípios do Estado, que produziu relatório
para 138 deles, restando finalizar o Relatório de Vistoria para o aterro de Palmas. Ao
todo, 32 municípios foram alvo de procedimentos do órgão, em virtude das
irregularidades na destinação do lixo urbano.
De acordo com o MPE-TO, nos 138 municípios vistoriados e que já contam com
Relatório de Vistoria, não existe, a rigor, aterro sanitário em operação, ou seja,
instalação totalmente adequada às normas técnicas e legislação aplicada ao tema. “Esses
depósitos de resíduos sólidos operam com diferentes graus de adequação, todos
apresentando irregularidades que acabam por descaracterizá-los como aterro sanitário”,
relata a avaliação prévia do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente do MPE-
TO (Caoma).
Entre as principais irregularidades encontradas pelo Caoma, está a falta de
licenciamento ambiental, o descarte dos resíduos sólidos sem separação de lixo
doméstico do comercial, sucatas e restos de árvores e o depósito irregular de lixo, que
oferece risco de contaminação do lençol freático pelo chorume. “Percebemos que a
grande maioria dos municípios têm a disposição do lixo inadequada. Embora se tenha
alguns licenciamentos que foram iniciados, os gestores municipais não deram
andamento no processo de licenciamento ambiental da área adequada para destinação
desse lixo”, pontuou o procurador de Justiça, José Maria da Silva Júnior, coordenador
do Caoma. Ele completa que essa situação gera riscos ambientais e de saúde pública
para a população.

Situação
No município de Fortaleza do Tabocão, a equipe do MPE-TO encontrou suínos
se alimentando de resíduos domésticos, além de uma cabana construída no interior do
lixão, indicando a presença contínua de catadores. Em Itaguatins, o lixão está há poucos
metros de um rio, contrariando a NBR 13896/1997, que diz que as áreas de aterros
sanitários não podem se situar a menos de 200 metros de qualquer curso de água, tais
como: rios, lagos, lagoas e oceano.

15
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Em Esperantina, o Caoma constatou que uma família reside dentro da área do


lixão, e por se tratar de um local insalubre estão expostos a diversas doenças e tal
situação é agravada pelo cultivo de mandioca, abóbora e banana para o consumo.
Na Capital, o complexo onde se localiza o aterro já foi vistoriado pelo MPE
restando apenas a elaboração do relatório. Os depósitos de Araguaína e Gurupi operam
com diferentes graus de adequação, ambos apresentando irregularidades que acabam
por descaracterizá-los como aterro sanitário, segundo aponta o MPE-TO (Jornal do
Tocantins).
O crescente processo de industrialização dos alimentos e a incorporação de
novos hábitos alimentares, neste contexto passaram a gerar cada vez mais embalagens,
com diferentes tipos de materiais, principalmente plásticos, metais e alumínios. A
mudança de hábitos culturais das sociedades modernas também trouxe um aumento na
quantidade de resíduos sólidos, a maioria dos quais bio-degradáveis ou de degradação
extremamente lenta.
A devastação dos recursos naturais e a urbanização poluidora que se segui à
Revolução industrial a partir do século XVIII, aliado ao desenvolvimento tecnológico,
deram origem a diversos resíduos com as novas atividades do homem, que passou a
utilizar os mais variados materiais em seus hábitos de consumo.
Grande parte do problema da degradação ambiental é ocasionada pelo
tratamento inadequado dos resíduos sólidos nos centros urbanos, especialmente quanto
à sua disposição. A composição do lixo urbano depende dos hábitos da população entre
outros fatores, sendo que as proporções encontradas na literatura giram em torno de
65% de matéria orgânica, 15% de papel e papelão, 7% de plásticos, 2% de vidros, 3%
de metais (materiais recicláveis) e o restante entre outros materiais como trapos,
borracha, terra, couro, louça, (baixo potencial de reciclagem) e materiais com potencial
poluidor, como pilhas, baterias e lâmpadas fluorescentes.
A produção per capita dos resíduos sólidos nos municípios brasileiros oscila
entre 0,46 e 1,29 kg. De acordo com a Tabela 1, verifica-se que quanto maior a
comunidade, maior a produção de resíduos.

16
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Tabela 1. Produção per capita de lixo domiciliar em kg/d segundo os extratos


populacionais dos municípios brasileiros
População (hab) Produção de resíduo (kg/hab/d)
Até 9.999 0,46
De 10.000 a 19.999 0,42
De 20.000 a 49.999 0,48
De 50.000 a 99.999 0,56
De 100.000 a 199.999 0,69
De 200.000 a 499.999 0,78
De 500.000 a 999.999 1,29
Mais de 1 milhão 1,16
Fonte: IBGE ( 2007)

A coleta de lixo no Brasil, segundo o IBGE (2012), cresceu 0,6 ponto percentual
de 2007 para 2008 e hoje atende mais de 50 milhões de domicílios. As 13 maiores
cidades do país são responsáveis por 31,9% deste total e 68,5% dos resíduos gerados
nas grandes cidades brasileiras são jogados nos lixões e alagados (PNSB, 2000). Ainda
segundo PNSB (2000), dos 5.507 municípios pesquisados, 63,6% depositam lixo a céu
aberto em lixões. Onde 70% do lixo são dispostos inadequadamente e, apenas 13% tem
seu destino em Aterro Sanitário. Nas cidades menores, o quadro também é assustador.
Dos 5.507 municípios, 4.026 (73,1%) tem população inferior a 20 mil habitantes. Nestes
municípios, 68,5% dos resíduos sólidos são despejados diretamente em lixões.

4.2. Alternativas tecnologias e locacionais

4.2.1. Tecnologias empregadas

Os resíduos sólidos são conceituados pela Associação Brasileira de Normas


Técnicas ABNT em sua Norma Regulamentadora NBR n° 10.004 (2004) segundo
resíduos no estado sólido e semi-sólido, que resultam de atividades de origem industrial,
doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição.
Segundo a ABNT em sua NBR n° 8.419 (1983), o aterro sanitário é uma técnica
de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem causar danos à saúde pública e
sua segurança, minimizando os impactos ambientais, método este que utiliza princípios
de engenharia para confinar os resíduos sólidos a menor área possível e reduzí-lo ao
menor volume permissível, cobrindo-os com uma camada de terra na conclusão de cada
jornada de trabalho ou a intervalos menores se for necessário.

17
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

A classificação dos resíduos segundo a ABNT 10004 (2004) é diferenciada em


duas classes, sendo elas a classe I ou resíduos perigosos, e a classe II ou resíduos não
perigosos. A classe II possui ainda uma outra subdivisão que é a dos resíduos classe IIA
ou não inertes, e os resíduos classe IIB ou inertes.
Os aterros de resíduos de Classe IIA dispõem de dispositivos de
impermeabilização da base através de manta de PEAD e camada de solo argiloso
compactado; de sistema de coleta dos líquidos percolados (chorume); de coleta e
queima ou aproveitamento energético dos gases gerados e de sistema de drenagem
superficial de águas pluviais. A implementação destes elementos propicia a
minimização da proliferação de micro e macro vetores, diminuindo os riscos de
contaminação do solo, das águas superficiais e subterrâneas, além de permitir o controle
da poluição do ar e odores.

4.2.2. Alternativas de concepção, de localização, tecnológicas e construtivas

Muitas são as tecnologias relacionadas ao tratamento e disposição final de


resíduos. Todas são avaliadas considerando suas eficiências, seus custos de implantação
e operação e suas implicações ambientais. Relacionou-se algumas: recuperação,
tratamentos biológicos, reprocessamento, tratamentos físico-químicos, reciclagem,
tratamentos térmicos, descontaminação e descaracterização de embalagens e disposição
em aterros. A Tabela 2 analisa os principais sistemas de tratamento de resíduos
aplicados no Brasil.

Tabela 2. Comparativo de sistemas de tratamento de resíduos.


SISTEMA DESCRIÇÃO VANTAGENS DESVANTAGENS
RECICLAGEM Resíduos indicados: - Preservação dos
papel, papelão,
recursos naturais;
plástico, sucata
- Economia de
ferrosa, sucata não energia;
ferrosa, madeira,
- Economia de
catalisadores, transporte (pela
baterias, pilhas,
redução de material
cartuchos e tonners. que demanda o
aterro);
- Geração de
emprego e renda;
- Conscientização da
população para as
questões ambientais.
Compostagem A decomposição dos - Geração de
resíduos orgânicos é emprego e renda;

18
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

parte integrante do - Menor volume de


ecossistema e o resíduos disposto em
composto orgânico, aterros;
material dela - Economia da
resultante, tem sido energia que gasta na
usado como transformação da
condicionador do matéria prima;
solo e fertilizante. - Transformação do
material orgânico em
composto adequado
para solo agrícola;
- Vantagens
ambientais e
econômicas
importantes obtidas
nos centros de
triagem e
compostagem.
Aterro Sanitário Técnica de disposição - Baixo custo em - Necessita de uma
final de resíduos relação a outras grande área física
sólidos no solo que opções de tratamento para construção e
pode ser amplamente e disposição final; operação;-
empregado. Mesmo - Pode ser utilizado Gera um passivo
os resíduos que para grande variedade ambiental que precisa
sobram no processo de resíduos. ser continuamente
de reciclagem, monitorado.
incineração e
compostagem
precisam de um local
para ser descartados
de forma apropriada.
Além de ser a
alternativa
econômica, técnica e
ambientalmente
viável, se comparada
às demais.

4.2.3. Justificativa da Alternativa adotada

O aterro sanitário é uma técnica de disposição final de resíduos no solo que pode
ser amplamente empregado. Mesmo os resíduos que sobram no processo de reciclagem,
incineração e compostagem precisam de um local para ser descartados de forma
apropriada. Além de ser a alternativa econômica, técnica e ambientalmente viável, se
comparada às demais.
O local onde se pretende implantar o aterro sanitário possui características
físicas e ambientais adequadas, com baixa interferência aos recursos hídricos

19
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

superficiais ou subterrâneos, bem como nenhuma interferência com áreas protegidas,


como: Área de Proteção Permanente (APP) ou Unidades de Conservação.
Pretende-se garantir e até mesmo ampliar o número de empregos, dando
prioridade a utilização de mão de obra local, numa região carente de oferta de
empregos. Haverá investimentos da ordem de aproximadamente R$ 3.000,000,00 (três
milhões de reais) nos primeiros anos de implantação do empreendimento.
Desta forma, considera-se justificada a escolha da implantação do aterro
sanitário como alternativa tecnológica e locacional mais viável para a disposição dos
resíduos sólidos (domésticos, comerciais) da classe IIA e IIB e RSS gerados no
município de Araguaína e cidades circunvizinhas.

4.2.3.1. Alternativa de Concepção e Construtiva

A topografia e o solo da área de implantação do aterro oferecem com vantagem


a possibilidade de dispor os resíduos em aterro em camadas, sendo compactado em
células e em área com sobreposição das camadas ao final do preenchimento de cada
célula, utilizando o sistema de coleta e queima dos gases e drenagem, retirada e
tratamento dos líquidos lixiviados.
A modalidade de disposição dos resíduos no solo será utilizando o método de
célula e área. Será desenvolvida uma única célula que contará com a formação de 5
bermas ou taludes. De forma que o volume total da célula será de 2.856.326,4 m³. Logo,
o total de resíduos sólidos a serem recebidos na célula completa será maior que o valor
informado, uma vez que ao chegar na área de disposição o resíduo é compactado,
reduzindo assim o seu volume, uma vez que a compactação que o lixo irá receber fará
com que seu volume reduza para 0,7 ton/m³. Logo, o total de resíduos que a célula irá
receber será de 4.080.466,2 ton.

4.2.3.2. Alternativa de localização

Buscou-se uma área com características ambientais nas proximidades do


município de Araguaína. Para a escolha da área foi considerado fatores econômicos,
espaciais, sociais, de segurança, saúde pública, e principalmente ambientais. A
implantação de um aterro sanitário em uma determinada área requer que variáveis
tecnológicas, ambientais e sócio-econômicas sejam investigadas no intuito de evitar ou

20
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

minimizar os impactos negativos que possam vir a comprometer o empreendimento ou


causar danos ao meio ambiente.
Com esse intuito foi realizada uma árdua busca utilizando-se de diversos meios
para que fosse encontrada a área mais adequada para o empreendimento.

4.3. Descrição do empreendimento

4.3.1. Considerações iniciais

A implementação do Aterro Sanitário em Araguaína vem atender a uma


necessidade básica de infraestrutura para o município. O aterro sanitário poderá receber
os resíduos do município de Araguaína até o ano de 2052, considerando a taxa linear de
crescimento populacional, chegando-se a uma vida útil de 39 anos.
O município de Araguaína atualmente possui um lixão ou vazadouro que se
encontra localizado de maneira totalmente irregular, bem como o funcionamento do
mesmo é irregular, uma vez que não atende á legislação ambiental brasileira, vai em
desacordo com todas as recomendações e normas técnicas, bem como não existe
nenhum tipo de monitoramento dos parâmetros ambientais e sociais, assim como não
existem nenhum tipo de operação do mesmo. Os impactos do lixão municipal nas áreas
circunvizinhas são eminentes, assim como a degradação ambiental que o mesmo
provoca ao meio diante de seu funcionamento sem nenhuma forma de restrição ou
controle de resíduos, disposição e monitoramento.
Aliado à problemática da disposição inadequada que os resíduos do municipio
de Araguaina recebe em função do lixão, existe ainda a implantação de um
empreendimento de grande porte vizinho à área do atual lixão de resíduos do município.
Tem-se vivenciado nos últimos anos no Brasil algumas mudanças caracterizadas
como benéficas no setor do saneamento ambiental no que a temática dos resíduos
sólidos urbanos. Boas perspectivas de sustentabilidade ambiental estão em curso por
meio da implantação de projetos que atendam a Política Nacional de Resíduos Sólidos,
Lei Federal n° 12.305 / 2010 e Decreto n° 7.404 de 23 de dezembro de 2010,
contemplando os seus princípios fundamentais (BRASIL, 2012).
A concepção do projeto do aterro sanitário fundamentou-se, essencialmente, em
critérios de engenharia e normas específicas operacionais, objetivando minimizar os
impactos ambientais e sociais causados pela disposição inadequada dos resíduos nos

21
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

municípios. A alternativa adotada para a destinação final dos resíduos teve por objetivo
a implantação de uma aterro sanitário projetado dentro da concepção da disposição do
mínimo possível de resíduos, para atender à demanda de lixo urbano da população dos
municípios por um período mínimo de mais de 30 anos.
A seguir a Tabela 3 contendo as características do aterro:

Tabela 3. Principais características da área do empreendimento.

CARACTERÍSTICAS ATERRO SANITÁRIO


Localização Rodovia BR – 153, km 168, sentido Palmas –
Araguaína
Área total do aterro 55.50.17 há (cinquenta e cinco hectares,
cinquenta ares e dezessete centíares).
Área de Reserva Legal 19,51hectares
Área de Proteção Permanente 0,48 hectares
Tipo de resíduo Classe IIA e B e RSS
Vida útil estimada >30 anos

Na Tabela 4 é apresentada a previsão de mão-de-obra para o funcionamento do


aterro sanitário.
Tabela 4. Previsão de mão-de-obra para o Aterro sanitário.

ÁREA QTDE/SETOR FUNÇÃO SETOR


Consultor Terceirizado
Ambiental 3 Engenheiro Contrato
Ambiental/Sanitarista
Jurídico Ambiental Terceirizado
Auxiliar de escritório Administração
Administrativo 3 Financeiro/comercial Administração
Ajudante geral Administração
1 Operador de pá Aterro
carregadeira
1 Vigia Aterro
Aterro 1 Motorista Aterro
1 Operador de trator Aterro
esteira
1 Operador de balança Aterro

4.3.2. Escolha da área do aterro

22
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

A realidade nacional torna-se um grande desafio aos gestores municipais, que


têm de levar em conta algumas questões básicas antes da implantação de um aterro
sanitário.
 Econômicas: Os gastos com a limpeza pública e estocagem são elevados e
devem ser bem planejados. Deve ser dada preferência a áreas que, por suas
características geomorfológicas, possibilitem a obtenção interna de solo
adequado para cobertura dos resíduos, bem como áreas localizadas, no máximo,
a 40 km dos principais centros geradores de resíduos. Devem ser evitadas áreas
cujo tamanho só viabilize a disposição dos resíduos por um curto período de
tempo, dando-se prioridade a locais que possibilitem a implantação de aterros
com uma vida útil de, no mínimo, 10 anos, conforme NBR 13.896;
 Ambientais: As formas de destino devem garantir a qualidade do meio ambiente
urbano, não devendo gerar fontes de poluição do ar, das águas e do solo e muito
menos servir de habitat para insetos e animais nocivos ao homem. A estética da
paisagem também deve ser levada em consideração. Deve-se selecionar um local
de preferência que já tenha algum grau de degradação, que já tenha sido
desmatado, dando-se preferência a terrenos sem mata nativa e/ou nascente e sem
uso econômico definido, ou então, em áreas já degradadas que permitam a
recomposição da área. Se possível, deve ser priorizada a utilização de áreas já
ambientalmente impactadas, recuperando-as e ampliando-as adequadamente,
evitando assim, que novas áreas venham a ser impactadas. A utilização desse
artifício não foi possível em Araguaína, uma vez que a área em que encontra-se
inserido o atual lixão de resíduos sólidos é muito pequena, não podendo
comportar a implantação de um empreendimento para um longo prazo de vida
útil como oque que se propõe no presente projeto, além de ser uma área muito
próxima ao centro urbano da cidade e ser objeto de desejo de grandes projetos de
loteamento, uma vez que o projeto existente no município é que ocorra o seu
crescimento urbano para próximo da região em que encontra-se inserido o lixão.
 Espacial: As formas de disposição dos resíduos não devem comprometer a
ocupação do espaço urbano, uma vez que se sabe que nas proximidades dos
aterros sanitários e lixões criam-se invasões que podem tornar-se uma malha
urbana inadequada. Tal fato será terminantemente proibido no presente aterro
sanitário que se apresenta, uma vez que tal procedimento seria caracterizado

23
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

como indo contra a legislação ambiental brasileira e da política nacional de


resíduos sólidos.
 Social: Um planejamento de limpeza pública jamais deverá facilitar o convívio
homem – lixo. Devem ser evitadas áreas localizadas junto a aglomerações
urbanas, devido aos problemas de odor, barulho e impacto visual que o aterro
poderá causar, quando não bem operado. Também, devem ser evitados locais
próximos a aeroportos, pois os resíduos depositados podem atrair urubus e
outras aves, criando riscos de acidentes com aeronaves;
 Segurança e saúde pública: O local deve contar com boas condições de acesso,
por estrada pavimentada de boa capacidade de tráfego e desprovido de rampas
íngremes. O subsolo local deve possuir características geo-hidrológicas que
minimizem a dispersão de eventuais contaminantes a jusante do local do aterro e
que dificultem a contaminação dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos.
Nesse sentido, o ideal é que o solo onde o aterro será implantado tenha
permeabilidade inferior a 10-6 cm/s, com uma zona não saturada com espessura
maior que 1,5 m, conforme dispõe a NBR 13.896/1997 da ABNT.

Naturalmente os sistemas ambientais estão em condições de estabilidade, mas a


intervenção humana provoca o desequilíbrio, causando alterações na entrada de matéria
e energia, resultando em um processo anormal no sistema, ou seja, o impacto ambiental.
Diante dessa complexidade de processo, faz-se necessário desenvolver um
conhecimento sobre os elementos componentes desse sistema e perceber a significância
dos estudos ambientais e seu inter-relacionamento com outros elementos do sistema
ambiental.
Na realidade, tais estudos consistem no processo de predizer e avaliar os
impactos de uma atividade humana sobre condições naturais e delinear os
procedimentos a serem utilizados preventivamente para mitigar ou evitar tais efeitos.
A implantação de um aterro sanitário em uma determinada área requer que
variáveis tecnológicas, ambientais e sócio-econômicas sejam investigadas no intuito de
evitar ou minimizar os impactos negativos que possam vir a comprometer o
empreendimento ou causar danos ao meio ambiente. Nesse sentido, o primeiro passo
deste trabalho foi realizar a avaliação prévia da área disponível para ver se atende a
todas as exigências da NBR 13.896 e das restrições da legislação pertinente. Essa
avaliação preliminar levantou várias condicionantes naturais e antrópicas, em conjunto

24
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

com as questões relacionadas à viabilidade econômica e da própria concepção do aterro


sanitário.
Portanto, foi realizado o estudo comparativo entre a área escohida e outras 2
áreas para se determinar qual seria a mais viável para implantação do empreendimento.
a) Foi demandado a empresas imobiliárias a busca por áreas contendo área
superior a 50 hectares nas proximidades de Araguaína e de preferência
próximo à BR 153 para facilitar o transporte dos resíduos sólidos. Foram
indicadas 3 áreas próximas à BR 153 e com o tamanho solicitado, todavia a
área escolhida foi a que mais se apresentou viável para implantação do
empreendimento;
b) Foi verificado problemas em documentações em uma das propriedades que
apresentaram interesse, o que impossibilitava a concretização do estudo;

Esta metodologia visa descartar áreas inadequadas e sugerir locais de menor


impacto possível, não apenas do ponto de vista ambiental, mas também do ponto de
vista técnico, econômico, operacional e social.
A avaliação de alternativas para seleção de áreas envolveu o levantamento de
várias condicionantes naturais e antrópicas, em conjunto com as questões relacionadas à
viabilidade econômica e da própria concepção do aterro sanitário.
Os principais aspectos considerados foram as restrições legais, os condicionantes
ambientais, os condicionantes tecnológicos, a condição de preservação da área,
favorecendo-se as áreas que já possuam um nível de antropização e que de preferência
já tenha sido desmatada, para se evitar o desmatamento de uma área ainda preservada. A
seguir são apresentadas as 3 áreas que foram pré-selecionadas, e diante das
características, justifica-se a escolha da área em questão para o presente estudo.
Na Figura 1 pode-se observar a imagem das 3 áreas pré-selecionadas como
disponíveis á implantação do aterro sanitário, sendo discutidas separadamente as
características de cada uma delas, apresentando-se os pontos fundamentais que
desencadearam a escolha da área 3 para implantação do empreendimento.

25
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 1. Visualização das 3 áreas pré-selecionadas.

4.3.2.1. Área 1 – Descartada

A área 1 encontra-se na margem esquerda da BR 153, no sentido Palmas-


Araguaina com coordenada UTM localizada a 791335 - E / 9179830 – S. A distância da
área para o inicio do perímetro urbano do município de Araguaina é de 24,1 km. A área
possui o total de 55,25 hectares, sendo que 52,6% desse total é área destinada ao uso
alternativo. Uma vez que possui uma nascente na área sendo necessária a preservação
da área de proteção permanente. A nascente dentro da propriedade encontra-se na
coordenada UTM 790953 – E/9180124 – S, sendo a área remanescente pertencente à
área de reserva legal.
Chegou-se à conclusão em relação à presente área que a mesma não seria
proveitosa para a implantação de um aterro sanitário. Uma vez possuir uma nascente

26
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

d’água dentro de sua limitação, muito próximo ao centro da área, e outro ponto negativo
dessa área foi que boa parte da área que poderia ser utilizada encontra-se averbada como
área de reserva legal, impossibilitando o seu uso.
Observou-se que a área possuía boa localização, por estar situada às margens da
BR 153, todavia a extensão de área que poderia ser utilizada era muito pequena, o que
poderia influenciar negativamente no tempo de vida útil do aterro sanitário. Na Figura 2
é possível observar a área 1 em detalhe.

Figura 2. Área 1 em detalhe.

4.3.2.2. Área 2 – Descartada

A área 2 encontra-se na margem esquerda da BR 153, no sentido Palmas-


Araguaina com coordenada UTM localizada a 791086 - E / 9178030 – S. A distância da
área para o inicio do perímetro urbano do município de Araguaina é de 26 km. A área
possui o total de 58,08 hectares, totadia, grande parte da sua área é representada por
vegetação bastante densa, o que caracteriza uma área muito bem preservada. Observou-
se ainda a presença de uma nascente localizada na coordenada UTM 790693 –
E/9178184 - S sendo necessária a preservação da área de proteção permanente. Foi
possível averiguar também a presença de dois corpos d’água que se cruzam no meio da

27
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

propriedade, o que reduziria ainda mais área do terreno que não poderia ser utilizado.
Além das áreas de proteção permanente soma-se ainda a área de reserva legal, o que
reduz ainda mais a área útil dentro da propriedade para implantação do aterro sanitário.
Chegou-se à conclusão em relação à presente área que a mesma não seria
proveitosa para a implantação de um aterro sanitário. Uma vez por possuir uma nascente
d’água dentro de sua limitação, muito próximo ao centro da área, e outro ponto negativo
dessa área é que a mesma encontra-se muito bem preservada, sendo necessário mantê-la
assim, em preservação.
Observou-se que a área possuía boa localização, por estar situada às margens da
BR 153, todavia a extensão de área que poderia ser utilizada era muito pequena, o que
poderia influenciar negativamente no tempo de vida útil do aterro sanitário, além de
possuir alto grau de preservação da vegetação. Na Figura 3 é possível observar a área 2
em detalhe.

Figura 3. Área 2 em detalhe.

4.3.2.3. Área 3 – Área escolhida

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Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

A área 3 encontra-se na margem direita da BR 153, no sentido Palmas-


Araguaina com coordenada UTM localizada a 791314 - E / 9179245 – S. A distância da
área para o inicio do perímetro urbano do município de Araguaina é de 24,7 km. A área
possui o total de 55.50.17 há (cinquenta e cinco hectares, cinquenta ares e dezessete
centíares). Dentre as vantagens observadas nessa área, destaca-se que praticamente toda
sua área que pode ser utilizada, ou seja, a excetuando-se a área de reserva legal, já
encontra-se desmatada, dento em vista ter sido outrora área para prática da pecuária pelo
antigo proprietário. Foi possível averiguar que não há a presença de nascentes na área, o
que já se caracteriza como um ponto favorável em relação às áreas 1 e 2, uma vez que
ambas apresentavam nascentes dentro do seu perímetro.
Chegou-se à conclusão em relação à presente área que a mesma seria proveitosa
para a implantação de um aterro sanitário, tendo em vista a dificuldade encontrada para
se promover a compra de áreas em Araguaína que atendam as exigências referentes à
distância de centros urbanos, corpos hídricos, aeroportos e área suficiente para se ter
uma prazo de vida útil proveitoso para o empreendimento. Assim como as demais áreas
a localização do terreno é bastante favorável, por se tratar de terreno próximo à rodovia,
com ótimo acesso e fácil localização para o transporte da coleta dos resíduos sólidos
urbanos.
A caracterização da área escolhida é mais detalhada nos próximos pontos do
estudo, de forma que são apresentadas todas as suas informações relevantes. A área 3 é
apresentada em maior detalhe na Figura 4 abaixo:

29
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 4. Área 3 em detalhe.

Apresenta-se na Tabela 5, o sistema de pontuação adotado, para hierarquização e


seleção de áreas. Com os pontos que foram dados a cada item nas áreas pesquisadas, foi
feita a análise para a escolha de uma área que melhor alocasse o aterro sanitário.

Tabela 5. Sistema de Pontuação para Avaliação das Áreas Pesquisadas.

Proximidade de perímetro urbano - P Pontuação máxima de 50 pontos


P > 3 km 50 pontos
1 < P < 3 km 30 pontos
P < 1 km 10pontos
Distância do aterro ao centro de massa - D Pontuação máxima de 200 pontos
D > 10 km 0 pontos
10 < D < 20 km 100 pontos
D < 10 km 200 pontos

Vias de acesso Pontuação máxima de 200 pontos


Pavimentadas em boas condições:
Asfaltada 120 pontos
Encascalhada 80 pontos

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Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Com exigências de melhorias 30 pontos


Inexistente 0 pontos
Planas ou sem rampas fortes 80 pontos
Com rampas médias 40 pontos
Muito íngremes 0 pontos
Disponibilidade de infraestrutura Pontuação máxima de 100 pontos
De água no local 50 pontos
 Facilidade/custo de captação-baixo 30 pontos
 Alto 10 pontos
De esgoto 30 pontos
De energia 20 pontos
Impacto visual da paisagem Pontuação máxima de 100 pontos
Pequena interferência 100 pontos
Média interferência 50 pontos
Grande interferência 0 pontos
Topografia Pontuação máxima de 50 pontos
Ondulado com alta declividade 30 pontos
Ondulado com baixa declividade 50 pontos
Plana 10 pontos
Condições climáticas (Direção do vento) Pontuação máxima de 100 pontos
A direção dos ventos afeta os núcleos 0 pontos
urbanos
A direção dos ventos não afeta os núcleos 100 pontos
urbanos
Condições geotécnicas dos solos Pontuação máxima de 100 pontos
Profundos com boa capacidade de suporte e 100 pontos
baixa permeabilidade
Rasos com boa capacidade de suporte e 50 pontos
média a baixa permeabilidade
Arenosos, rasos a profundos, com média a 30 pontos
baixa capacidade de suporte e média a alta
permeabilidade
Disponibilidade de solo para cobertura Pontuação máxima de 200 pontos
No local da obra 200 pontos
Num raio de 10 km 100 pontos
A mais de 10 km 50 pontos
Profundidade do lençol freático - H Pontuação máxima de 100 pontos
H > 10 m 100 pontos
5 < H < 10 m 50 pontos
H<5m 0 pontos
Susceptibilidade a contaminação de Pontuação máxima de 100 pontos
manancial
Alta 0 pontos
Média 50 pontos
Baixa 100 pontos
Uso atual Pontuação máxima de 100 pontos
Terra sem uso 100 pontos
Utilizada com pastagem 50 pontos
Utilizada com agricultura 30 pontos
Utilizada com indústria ou urbanizada 0 pontos
Titularidade Pontuação máxima de 100 pontos

31
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Pertencente à prefeitura 100 pontos


Particular, disponível para venda 50 pontos
Não disponível para venda 10 pontos
TOTAL MÁXIMO DE PONTOS 1500 pontos

A escolha da área para o Aterro Sanitário busca o aproveitamento das vias


existentes em relação ao crescimento urbano da área metropolitana, uso e ocupação do
solo, além de definições já tomadas em relação a regiões onde deve ser implantado o
aterro sanitário.

4.3.2.4. Avaliação

A avaliação da área foi baseada nos relatórios técnicos, mapas de localização,


dados bibliográficos e levantamentos de campo. O instrumento balizador foram os
parâmetros das condicionantes ambientais, as restrições legais e os condicionantes
tecnológicos apresentados no quadro anterior, onde cada área recebeu uma pontuação
individual para que no final, uma fosse eleita para a implantação do Aterro Sanitário .
A aplicação de tal metodologia torna-se complexa, visto que medir, pesar e
avaliar os elementos da natureza requer antes de qualquer coisa, a ponderação dos
impactos ambientais que esse empreendimento possa a vir causar no meio natural. Ao
mesmo tempo prever se a instalação causará pontos positivos à qualidade ambiental e à
qualidade de via da população envolvida no processo; se a área avaliada contempla os
pré-requisitos para a integração do aterro Sanitário, como por exemplo, a distância do
centro gerador e o custo que cada município terá com o deslocamento até a área
escolhida.
Com esse intuito elaborou-se a Tabela 6 seguinte que apresenta o resultado da
matriz de caracterização e avaliação para a área.

Tabela 6. Matriz de caracterização e avaliação da área.

PARÂMETROS DE AVALIAÇÃO ÁREA PONTOS


Proximidade com perímetro >20 km do perímetro urbano 50
urbano do município
Distância do aterro ao centro >30 km 0
gerador de massa
Condições das vias de acesso Pavimentação asfáltica sem 200
rampa forte
Disponibilidade de Facilidade para captação 80

32
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

infraestrutura
Impacto visual na paisagem Pequena interferência 100
Topografia Ondulado com baixa 50
declividade
Direção dos ventos Não afeta núcleos urbanos 100
Condições geotécnicas do Solos profundos areno- 50
solo argilosos com boa
capacidade suporte e baixa e
média permeabilidade
Disponibilidade de solo para No próprio local do 200
cobertura empreendimento
Profundidade do lençol Entre 5 e 10 metros 50
freático
Susceptibilidade de Média 50
contaminação de manancial
Uso atual Pastagem e pecuária 50
Titularidade Particular 50
Total 1030

A partir da análise da Tabela 6 concluiu-se que a área é adequada à implantação


do aterro sanitário.
A área selecionada não corresponde à zona de recarga de aquífero e esta a
jusante de qualquer poço subterrâneo que promove o abastecimento de água ao
município de Araguaina, uma vez que todo o município é abastecido por água de poços
subterrâneos distintos, não sendo utilizado nenhum manancial superficial para o
abastecimento. Logo, os pontos de captação são realizados por poços subterrâneos do
tipo semi artesiano, onde a profundidade desses poços pode variar de 100 a 1500
metros, o que impossibilita a contaminação desses mananciais, ponto esse positivo ao
empreendimento, embora sejam tomadas todas as medidas de segurança necessárias,
para que nem o solo tampouco a água sejam contaminados por efluente do
empreendimento. As informações prestadas pelas instituições envolvidas nas questões
legais de uso do solo, e de áreas de proteção ambiental não indicam restrições
institucionais.

4.3.3. Localização

A área total da propriedade em que será implantado o aterro sanitário é de


55.50.15 hectares. Todavia á área em que será implantada a célula de disposição final
dos resíduos sólidos será de aproximadamente 120.715,00 m².

33
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Ressalta-se que na presente área foi atendida a reserva legal exigida pela
legislação.
Na Figura 5 mostra-se uma vista da área onde será implantado o aterro sanitário,
indicando-se seus acessos.

Figura 5. Área do Aterro Sanitário.

Na Tabela 07 apresentam-se as coordenas geográficas que formam o polígono da


propriedade em questão.

Tabela 7. Coordenadas geográficas da área do Aterro Sanitário.

Coordenadas UTM do empreendimento


P001 22M E792563,140 S 9178683,780
P002 22M E791314,640 S 9179245,230
P003 22M E791601,208 S 9180311,050
P004 22M E791455,420 S 9180366,310
P005 22M E791603,21 S 9180304,08
P006 22M E791434,15 S 9180366,69

A Figura 6 consta com uma vista da BR 153 nas proximidades da entrada do


Aterro Sanitário.

34
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 6. Entrada da área do aterro.

4.3.4. Concepção tecnológica

A concepção do aterro sanitário se embasou, fundamentalmente, na topografia


original da área, em função da qual, do escoamento superficial da água, da vegetação
existente e do alto nível de degradação da área, foi concebida toda a drenagem sub-
superficial, a drenagem de lixiviados, a disposição das células de lixo da área, de tal
forma que sua implantação deverá atender, de forma mais natural possível, as
características originais do terreno, sem interferência em cursos d’água ou encostas.
O dimensionamento das etapas utilizadas para receber os resíduos domiciliares e
de serviço de saúde do aterro sanitário baseou-se no principio de maior aproveitamento
da área para obtenção de uma vida útil, compatibilizando os tempos necessários para os
serviços de escavação e aproveitamento dos solos locais como material de cobertura
com os serviços de disposição de resíduos. Para efeito de projeto foi considerado a
evolução populacional do município de Araguaína para efeito de cálculo da geração de
resíduos sólidos domiciliares (RSD) urbanos, além de considerar que a quantidade de

35
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

resíduos de serviço de saúde (RSS) gerados equivale a aproximadamente 2% do total de


RSU.
Nesse sentido foram realizadas as seguintes considerações:
 Para o cálculo de geração de resíduos foi considerada a geração per capita média
do município de Araguaína de 0,7 kg/hab/dia para geração de resíduos sólidos
domiciliares e públicos. Será considerado um aumento da população de acordo
com a taxa de crescimento, sendo que esse aumento provocara
concomitantemente o aumento na geração dos resíduos sólidos;
 Para a determinação do volume de resíduos sólidos domiciliares foi considerado
o peso específico aparente de 0,70 ton/m³ referente ao lixo compactado dentro
da célula de resíduos sólidos domiciliares;

O aterro deverá contar com todos os sistemas e instalações necessários à sua


adequada operação e controle técnico e ambiental, envolvendo (Ver prancha 02/28 e
03/28):
 Áreas específicas para disposição e tratamento de resíduos sólidos
domiciliares;
 Sistema de drenagem e tratamento de líquidos lixiviados, compreendendo
o chorume oriundo do processo de decomposição dos resíduos;
 Sistema de drenagem de água pluviais;
 Dotação de infraestrutura na área, envolvendo a instalação de rede de
energia elétrica, vias de acesso principais e secundárias e colocação de
cerca em toda extensão do empreendimento, além da infraestrutura e
logística necessárias para a boa operação do aterro;
 Planejamento da utilização e plano de encerramento do aterro sanitário.

A concepção do aterro sanitário baseou-se nos conceitos da sustentabilidade


econômica, social e ambiental de sistemas integrados de destinação de resíduos sólidos
urbanos. Essas premissas envolvem desde concessões públicas ou parcerias público-
privada para exploração de unidades rentáveis do empreendimento, até políticas e ações
públicas voltadas para solucionar os problemas sócio-ambientais.
Os componentes do sistema integrado de destinação final de resíduos sólidos são
descritos a seguir:

36
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

a) Célula de Disposição e Tratamento de RSU

A unidade de destinação final dos resíduos domiciliares ocupará uma área de


120.715,00 m² e foi dimensionada para uma vida útil de 38 anos. O empreendimento
será composto em duas etapas, onde se instalará toda infraestrutura necessária para o
funcionamento do aterro sanitário e se promoverá a operação do mesmo com o
recebimento dos resíduos sólidos.

b) Unidade de tratamento de líquidos percolados

A unidade de tratamento dos líquidos percolados foi dimensionada para receber


uma vazão de até 5,81 l/s que se caracteriza como a vazão de final de plano, ou seja, o
sistema de tratamento estará preparado para receber todo líquidos percolado gerado ,
desde o inicio até o final de plano do aterro. Nessa unidade de tratamento, todo volume
de percolado gerado será tratado considerando uma eficiência mínima de 90%. Estimou-
se, para o lixiviado afluente, uma DBO igual a 6.000 mg/l e uma DQO de 12.000 mg/l.

c) Unidades de infraestrutura

O aterro sanitário contará com unidades de apoio às atividades de disposição


final dos resíduos sólidos, constando de:
 Uma central de apoio aos funcionários, onde ficarão instalados os
sanitários e vestiários, refeitório, e sala administrativa;
 Rede de iluminação;
 Guarita de controle de entrada e saída;
 Galpão de armazenamento de máquinas e equipamentos.

d) Unidade de disposição de RSS

A unidade de tratamento e disposição final do RSS consistira de valas sépticas


que é caracterizada como o método de destinação final específico para o aterramento da
fração infectante do RSS. Consiste em valas escavadas em local isolado no aterro,
revestidas por material impermeável constituído de manta geo sintética do tipo PEAD
2,00 mm que recebem os resíduos de saúde e logo após uma cobertura de cal para

37
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

eliminação de patógenos através da rápida variação de pH e posteriormente uma


cobertura de solo. Na vala séptica não se promove a coleta do lixiviado.

e) Inspeção e Controle dos Resíduos Sólidos Urbanos

O controle dos resíduos será feito na chegada dos veículos ao aterro, devendo os
mesmos ser pesados, para as devidas anotações e controle, fazendo-se a separação dos
mesmos por tipo – domésticos ou resíduos de serviço de saúde. Os resíduos domésticos
serão destinados à célula de disposição e compactação de lixo, observando um plano de
evolução do aterro. Enquanto que os resíduos de serviço de saúde serão destinados à
vala séptica.

4.4. Detalhamento do Projeto do Aterro

O Aterro Sanitário será implantado em uma área de 55.50.17 ha (cinquenta e


cinco hectares, cinquenta ares e dezessete centiares), sendo que apenas 120.715,00 m²
serão destinados à disposição final dos Resíduos Sólidos Domiciliares, 1.680,00 m²
serão destinados à disposição final dos RSS, e 26.098,25 m² destinados ao sistema de
tratamento de líquidos percolados.

4.4.1. Conformação geométrica do aterro

A conformação topográfica do aterro será definida como célula e área.


Inicialmente serão escavados 2 metros (abaixo do nível do solo) e depois de finalizada
essa etapa, a célula será composta acima do nível do solo, sendo constituída de 5
taludes superiores, com altura de 5,00 metros cada e bermas de 5,00 metros em cada
lateral de forma a possibilitar o transporte de veículos na camada dos taludes
devidamente compactados e plantados por gramíneas.
A conformação geométrica no final de plano do aterro sanitário deverá atingir a
altura total de 25,00 metros de altura, somando-se os cinco taludes. A célula terá
formato de tronco de pirâmide com a conformação geométrica semelhante a um
retângulo, possuindo 150,00 metros na largura da parte superior do terreno e 222,00 de
largura na parte inferior do terreno, de forma que o comprimento total será de 650,00
metros na trincheira. A variação na largura da trincheira se deve ao fato do alargamento
do terreno no sentido inferior da área, por esse motivo, a trincheira também será
alargada, de modo a promover o aumento da vida útil da mesma.

38
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

A área prevista para a disposição dos resíduos sólidos será também a área
limitada para a execução dos serviços de escavação, que consistirão na retirada de solo
para conformação da fundação do aterro sanitário, bem como para fornecimento de
material de cobertura e demais serviços inerentes à operação do empreendimento.
O plano de escavação consiste na escavação de 2,00 metros na célula, para se
retirar o solo de superfície e aproveitamento desse solo para a realização dos taludes
laterais, que possuirão inclinação máxima 1V:1H, com os devidos caimentos para os
elementos de drenagem de líquidos percolados que serão implantados em toda a
superfície da célula. Prevê-se, ainda, a proteção superficial com grama nas áreas de
platôs e taludes que ficarem expostos por períodos longos, principalmente em épocas de
chuva.
Os serviços de escavação deverão ser executados por todo o período de
implantação e operação do aterro sanitário, concatenando às etapas de disposição de
resíduos, otimizando as áreas de estocagem de material de cobertura e, ao mesmo
tempo, garantindo o seu fornecimento ininterruptamente.
O aterramento do aterro sanitário deverá ocupar as áreas escavadas e preparadas
para o recebimento dos resíduos. A configuração geométrica, em forma piramidal, se
formará com a execução da célula com início na 276,550, até o fechamento, na cota
301,550 (ver Prancha 01/28). A altura final da célula, após compactação e cobertura
sanitária deverá ser de 5,00 metros, com taludes externos com inclinação mínima de
1H:1V e máxima de 1V:2,5H e bermas intermediárias de 5,00 metros de largura.
Conforme observado na Prancha 02/28, as dimensões foram definidas para
receber aproximadamente 4.087.359,00 toneladas de RSD.
O empreendimento possuirá basicamente duas fases para seu pleno
funcionamento. A primeira fase será aquela que estará vinculada à obtenção das
licenças prévia e de instalação, onde será implantado o aterro sanitário e instalada toda
infraestrutura necessária.
Na segunda fase, será a fase vinculada à obtenção da licença de operação,
quando o aterro sanitário entrará em operação após estar com toda implantação
necessária para o seu funcionamento em conformidade. Sendo assim, as fases de
funcionamento do aterro é composta distintamente pelas duas fases que seguem:

Primeira Fase

39
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

A fase de implantação da infraestrutura do aterro sanitário consistirá na


instalação de toda infraestrutura física e operacional necessária para dar suporte à
operação do mesmo. Nessa fase, serão realizadas as seguintes obras:
 Cercamento da área, (Vide prancha 01/28 e 02/28);
 Plantação do cinturão arbóreo em todo o aterro, (Vide prancha 02/28 e 03/28);
 Construção de unidade administrativa de apoio aos funcionários; (Vide pranchas
17-22/28, 26-27/28)
 Construção de guarita de segurança; (Vide pranchas 17/28 e 23-27/28)
 Instalação da rede de abastecimento de água por meio de poço semi artesiano e
de adaptação da rede de distribuição de energia elétrica já existente; (Vide
prancha 02-03/28)
 Construção da drenagem sub-superficial de líquidos percolados; (Vide prancha
09-10/28)
 Construção do sistema de drenagem de água pluvial; (Vide prancha 04-08/28)
 Construção do sistema de tratamento de líquidos percolados, (Vide prancha 12-
16/28). O sistema de tratamento de líquidos percolados, assim como a célula de
deposição dos resíduos sólidos domiciliares, será construído em etapas.
Sabendo-se que é necessário um prazo de no mínimo 1 ano para que os líquidos
gerados infiltrem pela massa de lixo, alcancem a drenagem e sejam
transportados até o sistema de tratamento. Logo, não havendo necessidade de
que todo o sistema seja construído na primeira etapa, uma vez que o mesmo é
dimensionado para o tempo de vida útil final do aterro que é de 38 anos;
 Abertura da primeira vala séptica para RSS; (Vide prancha 11/28)
 Implantação da abertura parcial da trincheira para disposição final dos resíduos
sólidos domiciliares. Não havendo a necessidade de se abrir toda a trincheira de
uma só vez, será realizada a abertura inicial da trincheira, contando com a área
de 22.500,00 m², perfazendo a utilização de 150,00 metros na largura da área,
por 150,00 metros no seu comprimento.

Quanto ao material de cobertura para o aterro, será utilizado o próprio solo


retirado durante a escavação da trincheira, sendo que à medida que a trincheira for
aumentando, consequentemente maior quantidade de solo será retirada, e será sempre

40
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

esse solo o utilizado para realização da cobertura do lixo que ocorrerá no findar de cada
frente de trabalho.
A implantação dos sistemas de proteção ambiental na área que irá receber os
resíduos da primeira etapa, contará com a execução do sistema de drenagem de águas
sub-superficiais, camada de solo argiloso compactado na fundação, instalação de manta
de PEAD com a respectiva camada superior de solo visando a proteção mecânica e
execução do sistema de drenagem de lixiviado na fundação, além dos acessos
operacionais e coletores de gases.
A implantação da primeira etapa do sistema de tratamento de líquidos
percolados será realizada nessa fase e poderá receber 0,968 l/s.em sua máxima vazão.
A fase inicial de implantação deverá ter duração de cerca de seis meses. A
segunda fase será a etapa de operação do aterro sanitário, mediante a disposição dos
resíduos na célula de lixo e será distribuída e irá evoluir periodicamente à medida que
os resíduos forem ocupando os espaços já abertos na célula.

Segunda Fase

Após ser finalizada a primeira etapa de instalação da infraestrutura para


operação do aterro sanitário, será solicitado junto ao órgão ambiental competente a
obtenção da Licença de Operação (LO), por meio da qual o aterro sanitário estará
autorizado para receber os resíduos de serviço de saúde e os resíduos sólidos
domiciliares.
Cabe ressaltar ainda, que 3 elementos do projeto da primeira fase serão
implantados de maneira parcial, tendo em vista que o aterro sanitário, em função de sua
utilização periódica estará em constante evolução. Logo, os 3 elementos do projeto que
estarão sendo ampliados ao longo de tempo e do recebimento dos resíduos sólidos são:

 Valas sépticas para RSS

Na primeira fase será implantada uma vala séptica, com a devida


impermeabilização e meios de operação necessários. À medida que forem sendo
recebidos RSS e esses estiverem sendo depositados na vala séptica será possível
observar quando a mesma deverá ser finalizada, por já estar completamente preenchida.
Após o enchimento ou finalização de uma vala séptica será aberta a outra, conforme

41
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

pode ser observado na prancha (02-03/28 e 11/28). Por esse motivo, não se faz
necessário que todas as valas sépticas sejam imediatamente abertas e instaladas, uma
vez que sua utilização se fará de acordo com o tempo de operação.

 Célula de deposição de resíduos sólidos domiciliares

Como já é sabido, o aterro sanitário contará com a implantação de uma única


célula, que contará inicialmente com uma trincheira com 2,00 metros de profundidade, e
posteriormente, após a utilização de toda essa trincheira, se iniciara a deposição dos
resíduos sólidos verticalmente, por meio da construção de taludes com 5,00 metros de
altura de lixo cada e o total de 5 taludes. De forma que ao final de operação o aterro
sanitário estará com 25,00 metros de altura. Sabendo-se que a área total ocupada pela
trincheira será de 120.715,00 m², inicialmente, na primeira fase do empreendimento será
aberta e instalada a trincheira com a drenagem de líquidos percolados, drenagem de
gases e impermeabilização de base com apenas 22.500 m², representando a ocupação de
uma área de 150,00 x 150,00 metros, conforme pode ser observado na Pranchas (02-
07/28). Tal procedimento se deve ao fato de que não haverá a necessidade de abertura
de toda a trincheira com 120.715,00 m², uma vez que toda essa área não seria
preenchida com resíduos sólidos rapidamente, além do que, isso poderia prejudicar os
sistemas de drenagens instalados em função da exposição excessiva e desnecessária ao
solo, chuva, vento e demais condições climáticas. Sendo assim, inicialmente será aberta
a área de 150,00 x 150,00 m² de área, que será preparada para o recebimento imediato
dos resíduos sólidos domiciliares, e à medida que os resíduos forem ocupando o espaço
na trincheira, a mesma será ampliada, bem como toda a infraestrutura que se torna
necessário nela.

 Sistema de tratamento de líquidos percolados

O sistema de tratamento de líquidos percolados será composto por lagoas de


estabilização. Sabendo-se que, após a deposição e compactação, o resíduos sólido leva
um tempo expressivo para iniciar o processo de geração de líquidos e para que esses
líquidos comecem a criar o volume suficiente para ser drenado para o sistema de
drenagem subsuperficial e posteriormente para o sistema de tratamento. Por esse
motivo, acredita-se que para inicio de operação a implantação da primeira lagoa, cuja

42
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

característica será anaeróbia seja o suficiente para comportar a vazão inicial de líquidos
percolados que serão gerados. Logo, inicialmente, o sistema de tratamento será
composto unicamente pela primeira lagoa de tratamento, estabelecendo-se o prazo de 1
ano, tendo em vista ser praticamente esse o prazo para que os resíduos líquidos
comecem a chegar ao sistema de tratamento. Após 1 ano de operação será terminado o
sistema de tratamento de líquidos percolados, que será constituído por 3 lagoas de
estabilização e uma lagoa de infiltração no solo do efluente tratado. Todavia, a primeira
lagoa a ser instalada, contará com toda a infraestrutura necessária e de segurança para o
tratamento do resíduo líquido que iniciar a aparecer no sistema, contando com
impermeabilização de base composta por argila compactada, seguida por manta de
PEAD 2,00 mm.

4.4.2. Estimativa da produção de RSU e Estimativa da vida útil

O aterro sanitário poderá operar com o recebimento de aproximadamente 150


toneladas de Resíduos sólidos domiciliares por dia. Considerando que no município de
Araguaina a geração per capita de acordo com a bibliografia especializada é de 0,7
kg/hab/dia, contando com o número de habitantes conforme consta o Censo do IBGE do
ano de 2010, com estimativa para o ano de 2012, considerou-se ainda a taxa de
crescimento apontada pelo IBGE como sendo de 2,8% ao ano para o municipio de
Araguaina. Iniciou-se os cálculos de dimensionamento para o ano de 2013. Considerou-
se também que todo o resíduo gerado no município seja coletado, e que o solo de
cobertura represente 20% do total de lixo que é aterrado. Espera-se que seja gerado de
RSS aproximadamente 2% da massa de resíduos sólidos urbanos conforme informa a
bibliografia especializada da área.
O peso específico considerado foi de 700 kg/m³, conforme consta em
bibliografia especializada para os resíduos sólidos urbanos e de 350 kg/m³ para os
resíduos sólidos de serviço de saúde, FREEDMAN (1994). A Tabela 8 apresenta a
evolução populacional do município de Araguaina com a produção de resíduos a cada
ano.

43
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Tabela 8. Evolução populacional e geração de resíduos sólidos domiciliares para o municipio de Araguaina e o tempo de vida útil do
aterro sanitário.
PLANILHA DE ESTIMATIVA DO TEMPO DE VIDA ÚTIL DO ATERRO SANITÁRIO DE ARAGUAINA - TO
Volume de RSU Volume de RSU
Geração "per Massa de RSU Massa de RSU Massa de RSU
População aterrados a compactado + Solo
Tempo capta" de RSU gerada por ano coletada por aterrada por
urbana 0,7t/m³ de cobertura
(kg/hab.dia) (t/ano) ano (t/ano) ano (t/ano)
Item (m³/ano) (m³/ano)
1 2013 156123 0,7 39889 39889 39889 56985 68382
2 2014 164988 0,7 42155 42155 42155 60221 72265
3 2015 169608 0,7 43335 43335 43335 61907 74288
4 2016 174357 0,7 44548 44548 44548 63640 76368
5 2017 179239 0,7 45796 45796 45796 65422 78507
6 2018 184258 0,7 47078 47078 47078 67254 80705
7 2019 189417 0,7 48396 48396 48396 69137 82965
8 2020 194721 0,7 49751 49751 49751 71073 85288
9 2021 200173 0,7 51144 51144 51144 73063 87676
10 2022 205778 0,7 52576 52576 52576 75109 90131
11 2023 211539 0,7 54048 54048 54048 77212 92654
12 2024 217462 0,7 55562 55562 55562 79374 95249
13 2025 223551 0,7 57117 57117 57117 81596 97916
14 2026 229811 0,7 58717 58717 58717 83881 100657
15 2027 236246 0,7 60361 60361 60361 86230 103476
16 2028 242860 0,7 62051 62051 62051 88644 106373
17 2029 249661 0,7 63788 63788 63788 91126 109351
18 2030 256651 0,7 65574 65574 65574 93678 112413
19 2031 263837 0,7 67410 67410 67410 96301 115561
20 2032 271225 0,7 69298 69298 69298 98997 118796
21 2033 278819 0,7 71238 71238 71238 101769 122123
22 2034 286626 0,7 73233 73233 73233 104618 125542
23 2035 294651 0,7 75283 75283 75283 107548 129057
24 2036 302902 0,7 77391 77391 77391 110559 132671
49
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

25 2037 311383 0,7 79558 79558 79558 113655 136386


26 2038 320102 0,7 81786 81786 81786 116837 140205
27 2039 329064 0,7 84076 84076 84076 120109 144130
28 2040 338278 0,7 86430 86430 86430 123472 148166
29 2041 347750 0,7 88850 88850 88850 126929 152315
30 2042 357487 0,7 91338 91338 91338 130483 156579
31 2043 367497 0,7 93895 93895 93895 134136 160964
32 2044 377787 0,7 96524 96524 96524 137892 165471
33 2045 388365 0,7 99227 99227 99227 141753 170104
34 2046 399239 0,7 102006 102006 102006 145722 174867
35 2047 410418 0,7 104862 104862 104862 149802 179763
36 2048 421909 0,7 107798 107798 107798 153997 184796
37 2049 433723 0,7 110816 110816 110816 158309 189971
38 2050 445867 0,7 113919 113919 113919 162741 195290

Volume total de lixo aterrado com compactação e cobertura 3907596

50
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Por ser um aterro sanitário, o mesmo deve garantir uma vida útil mínima de 20
anos para atender os critérios e exigências da norma e da resolução do CONAMA. Para
o projeto em questão será adotada uma vida útil muito superior a 20 anos, conforme
encontra-se apresentado na Tabela 7, pretende-se alcançar com o aterro sanitário o
prazo de vida útil de 38 anos, considerando a mesma taxa de crescimento populacional,
que por sinal é bastante alta para o município. De forma que o 5° talude só será
preenchido por volta de 2050, dependendo do inicio da operação do aterro, que estima-
se começar em 2013.
Os recalques em aterros sanitários variam da ordem de 25 a 50% (Stearns, 1987
e Wall e Zeiss, 1995 apud Machado Santos, 1997). Nesta caso, estabeleceu-se como
premissa de projeto um recalque médio de 30%.
A previsão da produção volumétrica total de RSD a ser disposto no aterro
sanitário foi especificado na Tabela 8, na Tabela 9 a seguir encontra-se ilustrado a
capacidade que a célula terá de recebimento dos resíduos sólidos domiciliares que serão
gerados.

Tabela 9. Capacidade de recebimento de resíduos sólidos da célula de disposição

Estrutura Dimensões (m) Profundidade Grau de Toneladas


/Altura (m) compactação recebidas

Largura Comprimento Largura


superior inferior

Trincheira 150 650 222 2,00 (0,7 kg/m³) 344.900,00


Talude 1 150 650 222 5,00 (0,7 kg/m³) 862.250,00
Talude 2 140,5 640 211,4 5,00 (0,7 kg/m³) 803.250,8
Talude 3 131 630 200,8 5,00 (0,7 kg/m³) 745.682,5
Talude 4 121,6 620 190,3 5,00 (0,7 kg/m³) 689.544,9
Talude 5 112,2 610 179,7 5,00 (0,7 kg/m³) 634.838,07
Total de resíduos recebidos: 4.080.466,27 toneladas

Realizando-se a comparação entre a geração de resíduos sólidos no prazo de 38


anos, conforme a Tabela 7, e a capacidade de recepção desses resíduos por parte da
célula total, conforme observado na Tabela 8 permite-nos concluir que o aterro sanitário
estará preparado para receber os resíduos sólidos durante esse tempo de operação com
muita tranquilidade em relação ao espaço, uma vez que o total gerado observado na

51
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Tabela 7 foi de 3.907.596,00 toneladas, e o total que a célula possui capacidade para
receber é de 4.080.466,27 toneladas, que equivalem a 2.856.326,45 m³.

4.4.2.1. Dimensionamento da célula de destinação final

A geometria final dos taludes de um aterro sanitário está intimamente ligada às


condições de controle da estabilidade dos taludes, de drenagem interna de gases e de
lixiviado, além dos critérios operacionais e construtivos, considerando-se,
adicionalmente, a grande deformabilidade do maciço de resíduos sólidos.
A célula tera na sua parte enterrada o formato piramidal invertido e a sua parte
em área no formato piramidal. Assim, a geometria definida preconiza a implantação de
células de resíduos que deverão ser executadas com 5 metros de altura, com taludes
externos na inclinação máxima de 1:2,5 (V:H) e bermas intermediárias com 5 metros de
largura. Essa geometria poderá vir a ser ajustada em etapas subsequentes,
principalmente, nas etapas operacionais iniciais, em função do diagnóstico do
monitoramento geotécnico específico do empreendimento.
Será uma célula que terá como cota de base do aterro o nível do solo a 276,550
na lateral superior, onde se desenvolverá a primeira fase de implantação do projeto e a
cota de finalização da célula contendo os 5 taludes será de 301,550. A capacidade final
de armazenamento de resíduos sólidos, para o layout apresentado para o aterro é de
4.080.466,27 toneladas de resíduos, o que equivalem a 2.856.326,45 m³.

4.5. Disposição final de resíduos sólidos de serviços de saúde – RSSS

É importante ressaltar que o empreendimento em questão irá promover a


disposição final dos resíduos de serviço de saúde, ou seja, não será disposta de nenhuma
tecnologia para promover o tratamento do resíduo de serviço de saúde, sendo que o
empreendedor é isento dessa responsabilidade, por meio da Resolução CONAMA n°
358/2005, que destaca no Art. 3° o que encontra-se transcrito abaixo, e também o Art.
16°, §3°, que também reforça a ideia da responsabilidade pelo tratamento dos resíduos
de serviço de saúde serem atribuídas ao gerador.
“Cabe aos geradores de resíduos de serviço de saúde e ao responsável legal,
referidos no art. 1 desta Resolução, o gerenciamento dos resíduos desde a geração até a
disposição final, de forma a atender aos requisitos ambientais e de saúde pública e saúde
ocupacional, sem prejuízo de responsabilização solidária de todos aqueles, pessoas

52
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

físicas e jurídicas que, direta ou indiretamente, causem ou possam causar degradação


ambiental, em especial os transportadores e operadores das instalações de tratamento e
disposição final, nos termos da Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981”.
Quando no começo do texto é passada a responsabilidade para os geradores e
responsável técnico, esta se referindo ao seguinte trecho transcrito abaixo:
“Esta Resolução aplica-se a todos os serviços relacionados com o atendimento à
saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar e de trabalhos
de campo; laboratórios analíticos de produtos para saúde; necrotérios, funerárias e
serviços onde se realizem atividades de embalsamamento (tanatopraxia e
somatoconservação); serviços de medicina legal; drogarias e farmácias inclusive as de
manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde; centros de
controle de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos; importadores,
distribuidores e produtores de materiais e controles para diagnóstico in vitro; unidades
móveis de atendimento à saúde; serviços de acupuntura; serviços de tatuagem, entre
outros similares”.
Logo, o responsável técnico que trata a lei, refere-se aos responsáveis técnicos
dos referidos estabelecimentos de saúde informados acima.
O presente empreendimento, como ressalta o Art. 1° da CONAMA 358/05, irá
promover sua responsabilização solidária, sendo que irá dispor de local adequado,
contendo a segurança necessária para a disposição final do resíduo de serviço de saúde,
todavia, não se responsabilizará pelo tratamento do mesmo, uma vez que deve-se
ressaltar a Lei n° 12.305/2010, que reforça a informação de que o tratamento deve ser
de inteira responsabilidade do seu gerador, no Art. 16°, §3°.

4.5.1. Considerações sobre resíduos de serviços de saúde

Os resíduos de serviços de saúde, que incluem praticamente todos os resíduos


sólidos gerados em estabelecimentos prestadores de serviços de saúde são
tradicionalmente conhecidos como lixo hospitalar. Embora constituindo pequena
parcela do total dos resíduos urbanos produzidos, são particularmente importantes pelo
risco potencial que apresentam como fonte de proliferação de microorganismos
causadores de doenças. Por outro lado, a heterogeneidade que caracteriza sua
composição, como a presença frequente de materiais perfurantes e cortantes e a
existência de substancias químicas tóxicas, inflamáveis ou radioativas contribuem para

53
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

o incremento dos riscos e problemas que podem acarretar, tanto dentro do


estabelecimento de saúde, como externamente no meio ambiente.
No entanto, um dos problemas mais sérios enfrentados pela humanidade é o
manejo e destino correto dos resíduos de serviço de saúde. São poucos os municípios
brasileiros que reconhecem a importância do saneamento dos Resíduos de Serviço de
Saúde – RSS e poucos são aqueles que se preocupam com seu gerenciamento,
principalmente no que concerne à destinação final. Mesmo aqueles onde estão sendo
apresentadas propostas e metodologias de coleta diferenciada, direcionam seus trabalhos
apenas a hospitais e centros de saúde da pública. Em uma pesquisa do IBGE (2000)
colheu dados alarmantes quanto ao destino dos resíduos produzidos pelos serviço de
saúde, coletados diariamente e proveniente dos 5507 municípios brasileiros: apenas
14% das prefeituras pesquisadas afirmam tratar desses resíduos de forma adequada.
Este panorama induz à necessidade de encontrar medidas para preservar a saúde
das pessoas que os manuseiam, bem como evitar sua má destinação e ainda propiciar
recursos que façam seu tratamento antes do seu destino final, sendo desta forma de
responsabilidade da empresa geradora do resíduo.
Os resíduos de atividade hospitalar, por em sua terminologia não englobar todos os
estabelecimentos que são fontes potenciais de contaminação como ambulatórios, bancos
de sangue, entre outros, teve que haver uma mudança em sua nomenclatura, para
Resíduos de Serviço de Saúde. Tendo como definição usual, a todos os serviços
relacionados com o atendimento à saúde humana ou animal, inclusive os serviços de
assistência domiciliar e de trabalhos de campo; laboratórios analíticos de produtos para
saúde; necrotérios, funerárias e serviços onde se realizem atividades de embalsamento
(tanatopraxia e somatoconservação); serviços de medicina legal; drogarias e farmácias
inclusive as de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde;
centros de controle de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos;
importadores, distribuidores e produtos de materiais e controles para diagnóstico in
vitro; unidades móveis de atendimento à saúde; serviços de acupuntura; serviços de
tatuagem, entre outros similares, possuindo potencial de risco, em função da presença
de materiais biológicos capazes de causar infecção, produtos químicos perigosos,
objetos perfurocortante efetiva ou potencialmente contaminado e mesmo rejeitos
radioativos, necessitando de cuidas específicos de acondicionamento, transporte,
armazenagem, coleta e tratamento (MOREL, 1991).

54
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Com relação aos resíduos dos serviços de saúde, só nos últimos anos iniciou-se
uma discussão mais consistente do problema. Algumas prefeituras já implantaram
sistemas específicos para a coleta destes resíduos, sem, entretanto, atacar o ponto mais
delicado da questão: a manipulação correta dos resíduos dentro das unidades de trato de
saúde, de forma a separar os com real potencial de contaminação daqueles que podem
ser considerados lixo comum. A forma adequada de destinação final ainda não é
consensual entre os técnicos do setor, a prática, na maioria dos municípios, é a
disposição final em lixões, os catadores disputam esses resíduos, tendo em vista
possuírem um percentual atrativo de materiais recicláveis (MONTEIRO;et al, 2001).
É importante salienta que das 149.000 toneladas de resíduos residenciais e
comerciais gerados diariamente no Brasil, apenas uma fração inferior a 2% é composta
por RSS, e, destes, apenas 10 a 25% necessitam de cuidados especiais. Portanto, a
implantação de processos de segregação dos diferentes tipos de resíduos em sua fonte e
no momento de sua geração conduz certamente à minimização de resíduos, em especial
àqueles que requerem um tratamento prévio à disposição final. Nos resíduos onde
predominam os riscos biológicos, deve-se considerar o conceito de cadeia de
transmissibilidade de doenças, que envolve características do agente agressor, tais como
capacidade de sobrevivência, virulência, concentração e resistência, da porta de entrada
do agente às condições de defesas naturais do receptor.
Considerando esses conceitos, foram publicadas as Resoluções RDC ANVISA
n° 306/04 e CONAMA n° 358/05 que dispõem, respectivamente, sobre o gerenciamento
interno e externo dos RSS. Dentre os vários pontos importantes das resoluções destaca-
se a importância dada à segregação na fonte, à orientação para os resíduos que
necessitam de tratamento e à possibilidade de solução diferenciada para disposição
final, desde que aprovada pelos órgãos de meio ambiente, limpeza urbana e de saúde.
Embora essas resoluções sejam de responsabilidades dos Ministérios da Saúde e Meio
Ambiente, ambos hegemônicos em seus conceitos, refletem a integração e a
transversalidade no desenvolvimento de trabalhos complexos e urgentes.
No Brasil, órgãos como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA
e o Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA têm assumido o papel de
orientar, definir regras e regular a conduta dos diferentes agentes, no que se refere à
geração e ao manejo dos resíduos de serviços de saúde, com o objetivo de preservar a
saúde e o meio ambiente, garantindo a sua sustentabilidade. Desde o inicio da década de
90, vêm empregando esforços no sentido da correta gestão, do correto gerenciamento

55
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

dos resíduos de serviços de saúde e da responsabilização do gerador. Um marco deste


esforço foi a publicação da Resolução CONAMA n° 005/93, que definiu a
obrigatoriedade dos serviços de saúde elaborarem o Plano de Gerenciamento de seus
resíduos. Este esforço se reflete, na atualidade, com as publicações da RDC ANVISA n°
306/04 e 358/05.
De acordo com a RDC ANVISA n° 306/04 e a Resolução CONAMA n° 358/05,
são definidos como geradores de RSS todos os serviços relacionados com o
atendimento á saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar e
de trabalhos de campo, laboratórios analíticos de produtos para a saúde, necrotérios,
funerárias e serviços onde se realizem atividades de embalsamento, serviços de
medicina legal, drogarias e farmácias inclusive as de manipulação, estabelecimentos de
ensino e pesquisa na área da saúde, centro de controle de zoonoses, distribuidores de
produtos farmacêuticos, importadores, distribuidores e produtores de materiais e
controles para diagnóstico in vitro, unidades móveis de atendimento à saúde, serviços
de acupuntura, serviços de tatuagem, dentre outros similares.
Dentro desta linha, o presente aterro sanitário vem oferecer, uma opção para a
disposição final dos resíduos de serviço de saúde do município, no sentido de
estabelecer um novo modelo de gestão, no qual os resíduos não serão mais descartados
clandestinamente por meio de lixões, promovendo riscos potenciais para quem os
manipula. Uma vez que no artigo 3 da Resolução CONAMA 358/05, cabe aos
geradores de resíduos de serviço de saúde o gerenciamento dos resíduos desde a
geração até a disposição final, de forma a atender aos requisitos ambientais e de saúde
pública e saúde ocupacional, sem prejuízo de responsabilização solidária de todos
aqueles, pessoas físicas e jurídicas que, direta ou indiretamente, causem ou possam
causar degradação ambiental, em especial os transportadores e operadores das
instalações de tratamento e disposição final, nos termos da Lei no 6.938, de 31 de
agosto de 1981.

4.5.2. Classificação dos Resíduos de Serviços de Saúde

De acordo com IPT/Cempre (2000), os resíduos sólidos podem ser classificados


de várias formas: 1) por sua natureza física: seco ou molhado; 2) por sua composição
química: matéria orgânica e matéria inorgânica; 3) pelos riscos potenciais ao meio
ambiente; e 4) quanto à origem.

56
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Com relação aos riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública a NBR
10.004/2004 classifica os resíduos sólidos em duas classes: classe I e classe II.
Os resíduos classe I, denominados como perigosos, são aqueles que, em função
de suas propriedades físicas, químicas ou biológicas, podem apresentar riscos à saúde e
ao meio ambiente. São caracterizados por possuírem uma ou mais das seguintes
propriedades: inflamabilidade, corrossividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade.
Os resíduos classe II, denominados não perigosos são subdivididos em duas
classes: classe II-A e classe II-B. Os resíduos classe II-A – não inertes podem ter as
seguintes propriedades: biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água.
Os resíduos classe II-B – inertes, não apresentam nenhum de seus constituintes
solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, com
exceção dos aspectos cor, turbidez, dureza e sabor.
Com relação a origem e natureza, os resíduos sólidos ao classificados em:
domiciliar, comercial, varrição e feiras livres, serviços de saúde, portos, aeroportos e
terminais rodoviários e ferroviários, industriais, agrícolas e resíduos de construção civil.
Com relação à responsabilidade pelo gerenciamento dos resíduos sólidos pode-
se agrupá-los em dois grandes grupos.

O primeiro grupo refere-se aos resíduos sólidos urbanos, compreendido pelos:

 Resíduos domésticos ou residenciais;


 Resíduos comerciais;
 Resíduos públicos.

O segundo grupo, dos resíduos de fontes especiais, abrange:

 Resíduos industriais;
 Resíduos da construção civil;
 Resíduos radioativos;
 Resíduos de portos, aeroportos e terminais rodoferroviários;
 Resíduos agrícolas;
 Resíduos de serviços de saúde.

57
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

A classificação dos RSS vem sofrendo um processo de evolução contínuo, na


medida em que são introduzidos novos tipos de resíduos nas unidades de saúde e como
resultado do conhecimento do comportamento destes perante o meio ambiente e a
saúde, como forma de estabelecer uma gestão segura com base nos princípios da
avaliação e gerenciamento dos riscos envolvidos na sua manipulação.
Os resíduos de serviço de saúde são parte importante do total de resíduos sólidos
urbanos, não necessariamente pela quantidade gerada (cerca de 1% a 3% do total), mas
pelo potencial de risco que representam à saúde e ao meio ambiente.
Os RSS são classificados em função de suas características e consequentes riscos
que podem acarretar ao meio ambiente e à saúde.
De acordo com a RDC ANVISA n° 306/04 e Resolução CONAMA n° 358/05,
os RSS são classificados em cinco grupos: A,B,C, D e E.
 Grupo A – engloba os componentes com possível presença de agentes biológicos
que, por suas características de maior virulência ou concentração, podem
apresentar risco de infecção. Exemplos: placas e lâminas de laboratório,
carcaças, peças anatômicas (membros), tecidos, bolas transfusionais contendo
sangue, dentre outras.
 Grupo B – contém substâncias químicas que podem apresentar riscos à saúde
pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de
inflamabilidade, corrossividade, reatividade e toxicidade. Ex.: medicamentos
apreendidos, reagentes de laboratório, resíduos contendo metais pesados, dentre
outros.
 Grupo C – quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham
radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de eliminação
especificados nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN,
como, por exemplo, serviços de medicina nuclear e radioterapia etc.
 Grupo D – não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou
ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares. Ex.:
sobras de alimentos e do preparo de alimentos, resíduos das áreas
administrativas etc.
 Grupo E – materiais perfuro-cortantes ou escarificantes, tais como lâminas de
barbear, agulhas, ampolas de vidro, pontas diamantadas, lâminas de bisturi,
lancetas, espátulas e outros similares.

58
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

4.5.3. Valas Sépticas

A técnica de aterramento dos resíduos sólidos de serviços de saúde, por meio de


valas sépticas, consiste no uso do método de trincheiras. A área escolhida para tal
finalidade deve possuir as seguintes características: o terreno deve ser alto e argiloso, o
lençol freático deve estar bem abaixo da superfície.
A vala séptica, esta técnica, com a impermeabilização do solo de acordo com a
norma da ABNT, é chamada de célula especial de RSS. Consiste no preenchimento de
valas escavadas impermeabilizadas, com largura e profundidade proporcionais à
quantidade de lixo a ser aterrado. A terra é retirada com retroescavadeira ou trator que
deve ficar próxima às valas e, posteriormente, ser usada na cobertura diária dos
resíduos. Os veículos de coleta depositam os resíduos sem compactação diretamente no
interior da vala e, no final do dia, é efetuada sua cobertura com terra, podendo ser feita
manualmente ou por meio de máquina.
A cobertura da massa de resíduos com cal é pratica comum, a principio vista
como medida de efeito bactericida. Estudos desenvolvidos por REGO & NODA (1993)
, em experimentos de bancada, mostraram que a utilização de cal sobre resíduos sólidos
de serviços de saúde dispostos em valas foi ineficiente na eliminação de patogênicos,
como vírus, bactérias, fungos, protozoários, entre outros. Já BRACHT (1993) sugere a
disposição final em valas com cal ou valas sépticas como uma alternativa para os
municípios pequenos e acrescenta que, nestes municípios, a incineração é impraticável
devido às condições econômicas e que a vala séptica é uma opção perfeitamente viável.
A disposição dos resíduos sólidos de serviços de saúde com resíduos sólidos
urbanos é uma alternativa de tratamento e disposição final bastante questionada. Porém
alguns autores concordam que, na inexistência de outro método de tratamento, a
disposição final dos resíduos sólidos de serviços de saúde em valas sépticas constitui
uma alternativa emergencial podendo ser aceita quando as condições econômicas dos
municípios forem desfavoráveis e o volume dos resíduos gerados for pequeno
(TAKAYANAGUI, BRACHT, 1993).

4.5.4. Tecnologia de disposição proposta – valas sépticas

59
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Vala Séptica é o método de destinação final específico para o aterramento da


fração infectante dos RSS. Consiste em valas escavadas em local isolado no aterro,
revestidas por material impermeável que será constituído por uma manta de Polietileno
de Alta Densidade (PEAD) com espessura de 2 mm, que recebem os resíduos de saúde
e logo após uma camada de cal, que uma técnica utilizada para exterminar os
microorganismos patogênicos contidos no RSS, posteriormente uma cobertura de solo,
de forma que após . Devem ser executadas em locais onde o nível freático seja mais
profundo. Nas valas sépticas os resíduos dispostos não são compactados, diminuindo,
assim, sua vida útil em comparação a de um aterro sanitário.

4.5.4.1. Descrição da vala séptica

O acesso às valas se fará pela guarita de entrada do Aterro Sanitário. A


localização das valas de resíduos sólidos encontra-se descrita nas Pranchas (02-03/28),
sendo que a descrição detalhada da vala encontra-se na Prancha (11/28). Serão no total,
28 valas de resíduos de serviços de saúde, distribuídas na lateral do terreno, conforme
pode ser observado na Prancha (02/28), a conformação das valas serão de 3,00 metros
de largura, 3,00 metros de profundidade e 20,00 metros de comprimento. As valas serão
realizadas em escavações do tipo caixote, sem a ocorrência da inclinação do talude, o
que não se faz necessário, uma vez que devido à pequena dimensão não promoverá
nenhum tipo de risco de trabalho, além de promover o maior aproveitamento da área
para disposição desses resíduos.

4.5.5.3. Operação do sistema

A Operação da Vala Séptica é realizada através do lançamento dos RSS pelos


equipamentos coletores e posteriormente um adensamento dos mesmos pela concha da
retroescavadeira, com o objetivo de maximizar sua vida útil. A infraestrutura dessa vala
contará com a drenagem de águas pluviais de modo a evitar o contato dessas águas com
o resíduo, tal procedimento será realizado durante a implantação da vala, promovendo a
elevação das laterais, de modo a evitar fisicamente a entrada água para a vala,
impermeabilização da base e das laterais utilizando argila compactada e geomembrana
de PEAD 2,00. A cobertura dos resíduos com solo deverá ser diária e após o
fechamento da célula deverá ser realizada a impermeabilização superior da célula com

60
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

manta de PEAD 2,00 mm de modo a evitar a infiltração de água pluvial. Também será
realizada a segurança e proteção da área, através da implantação de cercas e fixação de
placas indicativas de alerta, com a discriminação da natureza dos resíduos ali
depositados. Logo, conclui-se que a técnica de aterramento empregada será o método de
trincheira. O solo retirado da vala aberta será armazenado na área de armazenamento de
solo, sendo os resíduos lançados e espalhados na trincheira com a ajuda de um trator de
esteiras.Na sequência será realizado o processo de desinfecção usual, realizado através
da técnica denominada caiação, que consiste na formação de uma camada de óxido de
cálcio – CaO (cal virgem) sobre os resíduos previamente acomodados e espalhados,
funcionando como uma camada selante e protetora.Imediatamente após a desinfecção os
resíduos serã cobertos pela terra retirada da vala.

4.6. Descrição e Especificação dos elementos de projeto

4.6.1. Sistema de Drenagem Superficial

Neste item apresentam-se os elementos básicos utilizados na elaboração do


Projeto de Drenagem Pluvial da área onde será implantado o Aterro Sanitário. Tais
elementos compreendem a apresentação dos modelos hidrológicos e hidráulicos,
adotados no dimensionamento das estruturas do sistema e a descrição de sua concepção
integrada. O sistema de drenagem superficial terá a função de recolher e desviar as
águas da bacia de contribuição para fora do aterro sanitário, reduzir o volume de
percolado gerado, melhorar as condições de operação do aterro durante chuvas intensas
e evitar eventuais erosões e deteriorações nos taludes e acessos (Ver pranchas -04-
08/28).
A drenagem de escoamento será em superfície livre, por ser mais econômica e
mais eficientes na solução dos problemas com obstruções, que são facilmente
identificadas e solucionadas. Os elementos do sistema de drenagem utilizados no aterro
sanitário constam das plantas de detalhe do Projeto, compreendendo canaletas e canais
com diferentes geometrias e dimensionamentos, descidas hidráulicas em colchão reno,
caixas de passagem em gabião e alvenaria, galerias em tubos de concreto nas travessias
e dissipadores em pedra rachão.

61
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Trata-se de Modelos Hidrológicos empregados na determinação das vazões de


projeto, que pelas características do sistema a projetar, apenas canaletas superficiais, foi
adotado o Método Racional.
Dimensionamento Hidráulico das diversas unidades foi realizado utilizando a
fórmula de Manning, de acordo com os critérios que serão apresentados.
De um modo geral, um estudo hidrológico tem como objetivo principal a
previsão de descargas prováveis em uma determinada bacia, para um dado período de
retorno. Tal previsão pode ser feita, basicamente, a partir de duas fontes de informações:
os dados pluviométricos históricos na seção considerada, ou, na falta destes, o que é
mais comum, as observações pluviométricas feitas na área, geralmente disponíveis.
Neste caso, a avaliação das descargas é feita por meio de métodos empíricos que
correlacionam as precipitações às descargas, na seção considerada.
Deste modo, podem-se utilizar vários métodos hidrológicos para a avaliação das
descargas de projeto, a partir das precipitações. Aqui, foi escolhido o método racional,
pois as bacias a serem drenadas têm áreas de contribuição muito reduzidas, o que torna
a aplicação deste método um procedimento seguro.

4.6.2. Drenagem de Águas sub-superficial

Um dos principais aspectos geotécnicos a ser considerado para a implantação de


um aterro sanitário é a permeabilidade do solo de fundação. Os drenos sub-superficiais
terão a finalidade de reduzir as sub-pressões que poderão ocorrer nas camadas inferiores
ao sistema de impermeabilização e atuarão quando da ocorrência de elevações do nível
freático.
Segundo a Norma da ABNT NBR 13896/97 “Aterros de resíduos não perigosos
– Critérios para projeto, implantação e operação”, entre a superfície inferior do aterro e
o mais alto nível do lençol freático deve haver uma camada natural de espessura mínima
de 1,50 m de solo não saturado. Esse critério é atendido na proposta do presente aterro
sanitário.
No presente contexto, o nível do lençol freático foi detectado em sondagens
realizadas na área, encontrando-se em posição mais profundo que 5 (cinco) metros, e a
permeabilidade d solo não saturado que será utilizado para a impermeabilização de
fundo é de 10-9 cm/s (inferior a 5x10-5 cm/s, estabelecido pela Norma 13896/97).

62
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Pelas características naturais, não seria necessário a construção de uma camada


de solo impermeabilizante na fundação do aterro. Porém por medidas de segurança, no
terreno utilizado para implantação das célula de resíduos domiciliares e públicos, será
realizada uma escavação de 2,0 (dois) metros, onde se promoverá a retirada desse solo e
o acondicionamento do mesmo em uma área para esse fim, onde será realizada a
estocagem do solo que será utilizado para realizar a impermeailização da base e as
camadas de cobertura de solo sobre o lixo posteriormente. Após a escavação, conforme
rege as diretrizes da engenharia, será realizada a compactação do terreno com trator
compactador até se alcançar o nível máximo de compactação, com permeabilidade
inferior a 10-6 cm/s, que é uma permeabilidade melhor que a preconizada pela NBR
13896/97, com a finalidade de prevenir qualquer infiltração através de possíveis fraturas
geológicas e/ou heterogeneidades granulométricas, possivelmente existentes no maciço
rochoso subjacente. Será instalada a manta de geomembrana PEAD 2,00 mm para
aumentar a segurança e diminuição dos riscos de contaminação do lençol freático.
O sistema de drenagem estará desvinculado do lixo disposto na célula e, dessa
forma, a água coletada por esse sistema estará totalmente separada, todavia, por motivos
de segurança, a água coletada por esse sistema será lançada no sistema de tratamento de
líquidos percolados, todavia, esse sistema somente se fará necessário e a sua construção
será viável somente após a finalização do primeiro talude vertical, onde se construirá na
base desse o sistema de drenagem de água pluvial com o transporte até o sistema de
tratamento, uma vez que no uso da trincheira, a drenagem de água pluvial será feita por
meio da elevação da parte superior externa das laterais, evitando-se assim que a água da
chuva entre na trincheira.

4.6.3. Drenagem do Lixiviado

O sistema de drenagem de lixiviado terá como objetivo coletar e encaminhar,


para o sistema de tratamento, os líquidos percolados por meio da massa de resíduos
mais o chorume produzido, evitando o comprometimento do aquífero e corpos hídricos
superficiais, devido à elevada carga poluidora presente no mesmo. Tais serviços
também serão fundamentais para permitir uma eficiente operação do aterro (Ver
pranchas 09-10/28).

Os dispositivos de drenagem são basicamente dos seguintes tipos:

63
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

 Drenos de lixiviado na fundação (base);


 Drenos horizontais de lixiviado.

A concepção do sistema de drenagem de lixiviado se baseia na execução de


drenos horizontais a serem construídos na base da célula de resíduos, que coletarão
lixiviado e, certamente gás. Tais drenos se interligam com os drenos verticais de gás,
levando o lixiviado até a base do aterro.
Apesar de esses poços trabalharem com a função de permitir o escape de gás
contido na massa de resíduos para a atmosfera, eles também propiciarão que o lixiviado
que a eles se dirija seja conduzido, por gravidade, caindo no interior das chaminés até
uma rede de drenos principais que se situará na fundação do aterro. Tais drenos
principais reunirão, então, todo o lixiviado e o encaminharão até a mesma caixa de saída
do sistema, indo, daí, para o sistema de tratamento de lixiviado (Figura 7).

Figura 7. Seção esquemática do sistema de drenagem do lixiviado e do gás.

a) Sistema de Drenagem de Lixiviado na Fundação

A drenagem geral do lixiviado na fundação do aterro sanitário será constituída


de drenos principais, drenos coletores, drenos secundários e poços verticais de
drenagem.

64
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Esses drenos horizontais serão implantados na base do aterro com as seguintes


características:
 Uma linha de drenos ao longo da parte interna do pé do talude da célula, de
maneira a coletar os líquidos lixiviados, impedindo a ocorrência de acúmulo de
lixiviado junto à base do talude e posterior passagem para a área externa da
camada de cobertura do talude (drenos anelares);
 Linha de drenos destinados a interligar os drenos horizontais com os drenos de
gás. A concepção adotada baseia-se na espinha de peixe. Adotar-se-á uma
declividade inferior a 1%, a fim de direcionar o lixiviado para o sistema de
tratamento de lixiviado.

A implantação do sistema de drenagem de lixiviado acorrerá por etapas. Será


implantado o sistema de drenagem de lixiviado de base da célula. Inicialmente, esse
sistema deverá ser implantado nas cotas mais baixas da área, uma vez que facilitará o
escoamento do lixiviado para o sistema de drenagem de lixiviado, bem como evitar a
superexposição do sistema, na montante, às intempéries e ao trânsito de máquinas.
Além disso, ao iniciar a implantação da drenagem nas cotas mais elevadas (montante da
área), poderá vir a prejudicar a operação da célula nas cotas mais baixas (jusante da
área).
Inicialmente, a drenagem será implantada na Primeira fase com a implantação da
primeira fase da trincheira de disposição final de resíduos sólidos, assim que iniciar a
Segunda fase e os resíduos começarem a ser depositados no aterro e a área usada for
diminuindo seu tamanho a trincheira será expandida, expandindo-se assim também o
sistema de drenagem de lixiviados e gases. Por esse motivo o sistema será instalado em
etapas, à medida que a trincheira for aumentando.

b) Coleta e Encaminhamento do Lixiviado

O lixiviado coletado pelos drenos de fundação serão conduzidos a poços de


visita localizados nas adjacências das vias. A função desses poços será de recepcionar as
vazões geradas e encaminhá-los para a estação de tratamento de lixiviado. Cada poço de
visita terá dimensão de aproximadamente 2,5 metros de profundidade por 1,20 metros
de comprimento e largura e tempo total de acumulação de lixiviado de 1 hora. Deverá

65
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

ser revestido interna e externamente com argamassa impermeabilizante. Do último poço


sairá a tubulação até a unidade de tratamento de lixiviado.

c) Manutenção do Sistema de Drenagem de Lixiviado

Deverão ser realizadas 3 operações básicas para realização da manutenção do


sistema de drenagem de lixiviado:
 Realização semanal de inspeções visuais em todo o sistema de
drenagem e de recalque de lixiviado. A partir dos resultados obtidos
nas inspeções, serão identificadas e programadas as ações necessária
à manutenção do sistema existente;
 Avaliação semanal das condições físicas e operacionais das caixas de
passagem e do sistema de tratamento de lixiviado, identificando-se a
necessidade de reparos civis em todos os componentes do sistema de
drenagem de lixiviado;
 Avaliação dos recalques e identificação de eventuais deslizamentos
que possam ter comprometido o sistema de drenagem e execução da
manutenção dos mesmos.

4.6.4. Sistema de tratamento dos líquidos lixiviados

Para a previsão do volume de líquidos a ser tratado, considera-se o chorume que


é gerado na decomposição da matéria orgânica e pelo lixiviado, decorrente da
percolação de líquidos no interior do aterro. A vazão de lixiviado (percolado+chorume)
gerada em um aterro sanitário, independentemente do método como é calculada, é
diretamente proporcional à chuva incidente e à evapotranspiração. No caso do aterro
sanitário, verifica-se um regime de chuvas pelo qual as precipitações são concentradas
em alguns meses do ano, sendo que no restante ocorrem eventos pluviométricos pouco
significativos.
Se a este fenômeno é somado o efeito da evapotranspiração, o resultado
observado na prática é que a produção de lixiviado se concentra em poucos meses do
ano.

66
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

De fato, nos meses de precipitações fortes tem-se um aumento significativo do


volume de chorume armazenado pela chuva incidente, juntamente com o efeito de
diluição, enquanto nos meses de seca, nos quais prevalece a evapotranspiração, temos o
fenômeno oposto de redução do volume armazenado e de uma concentração do
chorume com relação aos parâmetros poluidores.

4.6.5. Descrição e dimensionamento do sistema de tratamento proposto

Líquidos Percolados

O chorume gerado em aterros sanitários é decorrente da percolação, através das


camadas do aterro, de líquidos de origem externa: águas de chuva, escoamento
superficial, águas subterrâneas e fontes, da água gerada no processo de decomposição
dos resíduos orgânicos e da umidade inicial do lixo.
No processo de percolação de líquidos através das camadas de lixo no aterro,
ocorre a solubilização de substâncias orgânicas e inorgânicas, formando um novo
líquido de composição bastante variável.
As características do chorume são alteradas em função das características dos
resíduos dispostos no aterro (composição, teor de umidade, grau de compactação), de
fatores relativos à área de disposição de resíduos (permeabilidade do aterro, escoamento
superficial, idade do aterro) e de fatores climáticos (regime de chuvas, temperatura).
O processo de decomposição dos resíduos acontece em três fases: a primeira,
aeróbia, a segunda, acetogênica e a terceira, metanogênica. Em cada fase, a
suscetibilidade das substâncias químicas à lixiviação é modificada, alterando a
composição do percolado.
Como descrito por Almeida e Vilhena (2000), a decomposição aeróbia ocorre
num curto espaço de tempo (aproximadamente um mês), enquanto ainda há oxigênio na
região aterrada. Bactérias aeróbias iniciam a decomposição da matéria orgânica presente
nos resíduos, com produção de gás carbônico (CO2) e grande liberação de calor.
A fase acetogênica começa quando há redução do oxigênio disponível e passam
a atuar as bactérias anaeróbias e facultativas. São produzidos compostos orgânicos
simples e de alta solubilidade, principalmente ácidos graxos voláteis, e nitrogênio

67
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

amoniacal. Os ácidos reduzem o pH do percolado, liberando assim gases, como o gás


sulfídrico (H2S).
Esta fase pode durar alguns anos. O chorume apresenta aí, grande quantidade de
matéria orgânica, com altos valores de DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio) e
DQO (Demanda Química de Oxigênio).
Na última fase de decomposição, as arqueas metanogênicas, na ausência de
oxigênio, consomem os compostos orgânicos simples formados na fase anterior. Há
formação de metano (CH4) e gás carbônico (CO2). Devido ao consumo dos ácidos
voláteis, o pH se eleva para próximo da neutralidade.
Durante a vida de um aterro, é usual se ter as três fases de decomposição da
matéria orgânica acontecendo simultaneamente, uma vez que coexistem resíduos
depositados há muitos anos e outros vazados recentemente.
O tratamento do líquido percolado pode se dar no próprio aterro e através da
descarga do mesmo em um sistema externo de tratamento. As tecnologias utilizadas são
similares às de tratamento de esgotos. As diferenças estão nos valores dos parâmetros
envolvidos que, na composição do chorume, têm concentrações significativamente mais
altas do que nos esgotos domésticos.

Nível de Tratamento

A remoção dos poluentes no tratamento, de forma a adequar o lançamento a uma


qualidade desejada ou ao padrão de qualidade vigente está associada aos conceitos de
nível do tratamento e eficiência do tratamento.
O tratamento dos esgotos é usualmente classificado através dos seguintes níveis:
 Primário;
 Secundário;
 Terciário
O tratamento primário visa a remoção de sólidos sedimentáveis e parte da
matéria orgânica, predominando os mecanismos físicos de remoção de poluentes. O
tratamento secundário, no qual predominam mecanismos biológicos, o objetivo é
principalmente a remoção de matéria orgânica e eventualmente nutrientes (nitrogênio e
fósforo). O tratamento terciário objetiva a remoção de poluentes específicos ou ainda, a
remoção complementar de poluentes não suficientemente removidos no tratamento
secundário. A Tabela 10 informa a remoção nos níveis de tratamento.

68
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Tabela 10. Níveis de tratamento.


Nível Remoção
Primário  Sólidos em suspensão sedimentáveis
 DBO em suspensão (matéria orgânica componente dos sólidos em
suspensão sedimentáveis)
Secundário  DBO em suspensão (matéria orgânica em suspensão fina, não
removida no tratamento primário)
 DBO solúvel (matéria orgânica na forma de sólidos dissolvidos)
Terciário  Nutrientes
 Patogênicos
 Compostos não biodegradáveis
 Metais pesados
 Sólidos inorgânicos dissolvidos
 Sólidos em suspensão remanescentes

Tratamento Biológico do chorume

O tratamento biológico tem por objetivo estabilizar os constituintes orgânicos do


chorume (líquidos percolados), reduzindo a sua DBO a valores compatíveis com o meio
ambiente e com a legislação. Os tratamentos biológicos podem ser aeróbios ou
anaeróbios. Dentre os tratamento biológicos destaca-se nesse estudo a utilização de
lagoas de estabilização

Lagoas de estabilização

As lagoas de estabilização são reservatórios de pequena profundidade,


construídos em diques de terra e com o fundo compactado e impermeabilizado, nos
quais as águas residuárias são tratadas por “processo naturais”.
A origem dessa modalidade de tratamento não está claramente identificada,
devido principalmente à sua semelhança física com reservatórios de águas naturais.
Relatos de uso de lagoas para criação de peixes, na China, alimentados por resíduos
orgânicos e mais recentemente, na Alemanha, para depuração adicional de efluentes
tratados com o auxílio de peixes, já em fins do século passado, constituíram,
provavelmente, as primeiras experiências sobre esse processo. Cabe também citar o
emprego de lagoas para fins de armazenamento de água no estado do Texas, EUA,
seguidas por ações mais sistematizadas, com o emprego de lagoas para depuração de

69
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

águas residuárias, a partir de demandas impostas pela Segunda Guerra Mundial


(Gloyna, 1971).
O avanço dos conhecimentos nas áreas de microbiologia e bioquímica de
tratamento de águas residuárias contribuiu decisivamente para o entendimento dos
diversos mecanismos de depuração bioquímica que ocorrem nas lagoas, permitindo,
dessa forma, identificar em bases racionais os critérios de aplicação dessa tecnologia no
tratamento de águas residuárias das mais diversas origens.
Lagoas de estabilização consistem em reservatórios de pequena profundidade,
construídos em diques de terra e fundo compactados e impermeabilizados. Devido à
simplicidade construtivas e ausência de equipamentos mecânicos, apresentam baixos
custos de investimentos e operação. Lagoas são consideradas, atualmente, a tecnologia
de tratamento que mais se aproxima de ambientes hídricos naturais e, portanto,
reconhecidas como as de menor impacto ao ambiente sob o ponto de vista das reações
de depuração de águas residuárias.
Entretanto, esse processo requer áreas significativamente maiores que processos
mecanizados de tratamento de efluentes. O procedimento mais usual para redução da
área requerida consistem na associação em série de diferentes modalidades de lagoas,
como o sistema desenvolvido na Austrália, em 1950, por Parker e colaboradores, tendo,
no Brasil, a designação de Sistema Australiano (Victoretti, 1973). Sua característica
básica consiste no emprego de um conjunto de unidades em série, constituído por lagoa
anaeróbia, facultativa e de maturação. A Figura 8 ilustra as concepções mais
comuns desenvolvidas para lagoas de estabilização.

Figura 8. Concepção mais comuns de lagoas de estabilização.

70
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Concepção do sistema proposto

Estações de tratamento que incluem como uma de suas unidades a lagoa


anaeróbia, geralmente são aquelas que, junto com outras lagoas (facultativa e de
maturação), formam um sistema denominado Australiano, sendo esse o sistema
proposto.

4.6.5.1. Lagoa anaeróbia – Tratamento primário

As lagoas anaeróbias são projetadas para recebimento de elevadas cargas


orgânicas em relação à sua superfície, o que resulta em ausência de oxigênio dissolvido
na massa líquida. Nesse caso, a remoção de poluentes é obtida pela sedimentação e ação
de microorganismos anaeróbios, eliminando a necessidade de algas para produção de
oxigênio do meio líquido. Portanto, lagoas anaeróbias são projetadas com
profundidades maiores que as recomendadas para lagoas fotossintéticas.
As lagoas anaeróbias são reconhecidas atualmente como excelente opção para
remoção de poluentes orgânicos, porém devem ser considerados como etapa inicial do
tratamento, pois, como qualquer outro reator anaeróbio, produzem efluentes com
ausência de oxigênio dissolvido, concentrações indesejáveis de amônia e sulfetos,
fazendo-se necessária uma etapa posterior de tratamento, usualmente baseada em
processos biológicos aeróbios. Lagoas fotossintéticas (facultativas) são recomendadas
para tratamento adicional do efluente de lagoas anaeróbias.
As lagoas anaeróbias são classificadas como unidade em que ocorre processo
biológico de tratamento devido à intensa atividade bioquímica que naturalmente se
desenvolve nesses reatores, devido à ausência de oxigênio dissolvido na massa líquida a
matéria orgânica carbonácea é convertida em biogás, o qual pode ser facilmente
observado na superfície líquida da lagoa pela liberação intensa de bolhas de gás.
Entretanto, a etapa inicial de remoção dos poluentes ocorre pela ação de forças
físicas, que fazem com que os poluentes com densidade superior à da água, designados
sólidos sedimentáveis, se depositem no fundo das lagoas formando banco de lodo e, por
outro lado, partículas menos densas se acumulam na superfície.
Os microorganismos responsáveis pela degradação da matéria orgânica podem
ser encontrados em qualquer ponto da massa líquida, porém é no lodo acumulado no
fundo da unidade que se encontra a maioria da biomassa ativa e, portanto, concentra-se

71
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

nessa zona a produção de biogás. A liberação do gás a partir da camada de lodo, sob a
forma de pequenas bolhas, contribui para a mistura na camada líquida, promovendo o
contato entre bactérias e poluentes presentes na água. Dessa forma, nas lagoas
anaeróbias é possível atingir eficiência de remoção de poluentes superior à obtida em
decantadores primários.
Na camada flotante também ocorrem reações de degradação da matéria orgânica,
e sua espessura e área de recobrimento das lagoas são bastante variáveis e dependem da
carga orgânica aplicada e das condições ambientais, como insolação, temperatura e
principalmente ventos. Há duas correntes de opinião a respeito da conservação ou
retirada dessa camada flotante, conforme discutido por Hess (1980):
 A camada flotante deve ser mantida para diminuir o contato entre a
massa líquida e o oxigênio atmosférico, a fim de reduzir as perdas de
calor do líquido e minimizar a emissão de odores.
 A camada flotante deve ser removida para evitar a proliferação de
mosquitos e atenuar os aspectos visuais indesejáveis de lagoas
anaeróbias.
A decisão final sobre a conveniência ou não da remoção da camada flotante
acumulada nas lagoas anaeróbias está relacionada às condições ambientais da região.
Em regiões de clima frio, os benefícios obtidos pela proteção superficial contra perdas
de calor para a atmosfera justificam a não remoção dessa capa. Cabe também salientar
que, devido à progressiva estabilização dos materiais constituintes dessa camada, como
gorduras e fibras de celulosa, estas camadas tendem a se romper e sedimentar nas
lagoas, amenizando eventuais aspectos estéticos desagradáveis.
Caso seja necessário controlar a presença de materiais flutuantes em lagoas, o
uso de jatos de água permite a sua fragmentação, ou podem ser utilizados raspadores
manuais para sua fragmentação e remoção.
As lagoas anaeróbias, quando comparadas a uma estação de tratamento
convencional, podem substituir, com vantagem, em termos de eficiência, custos e
facilidade operacional, as seguintes unidades:
 Decantadores primários;
 Adensadores de lodos;
 Digestores anaeróbios;
 Unidades de desaguamento de lodos;

72
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

 Bombas, tubulações e dispositivos de transferência de lodos.


Lagoas de estabilização, se adequadamente projetadas e operadas, permitem
integração harmoniosa ao ambiente, como elemento paisagístico natural. Na Figura 9 é
apresentada a vista aérea de conjunto de lagoas de estabilização.

Figura 9. Lagoas de Estabilização no sistema Australiano.

Vantagens

 Tecnologia consolidada;
 Geralmente apresentam menor custo;
 Simplicidade construtiva;
 Não requer equipamentos especiais;
 Facilidade operacional;
 Não necessitam de decantador primário, adensador de lodo e unidades de
desaguamento de lodo (o volume de lodo acumulado é muito baixo).

Descrição do processo

 Sedimentação de materiais pesados;


 Flotação de materiais leves;
 A maior parte da biomassa encontra-se no fundo;
 Matéria carbonácea é convertida em biogás;
 Na superfície podem-se encontrar bactérias facultativas;

73
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

 No fundo, há predominância de bactérias estritamente anaeróbias.

Dados da lagoa anaeróbia


Parâmetro Dimensão
Altura 4,5 metros
Largura e comprimento no meio 44,00 metros
Largura e comprimento no fundo 39,5 metros
Largura e comprimento no espelho 48,5 metros
Borda livre 0,5 metros
Largura e comprimento com borda livre 49,5 metros
Crista do talude 5,00 metros

4.6.5.2. Lagoa facultativa – Tratamento secundário

Dentre os sistemas de lagoas de estabilização, o processo de lagoas facultativas é


o mais simples, dependendo unicamente de fenômenos puramente naturais. O esgoto
afluente entra em uma extremidade da lagoa e sai na extremidade oposta. Ao longo
desse percurso, que demora vários dias, uma série de eventos contribui para a
purificação dos esgotos.
A matéria orgânica em suspensão (DBO particulada) tende a sedimentar, vindo a
constituir o lodo de fundo. Este lodo sofre o processo de decomposição por
microorganismos anaeróbio, sendo convertido em gás carbônico, água, metano e outros.
Apenas a fração inerte (não biodegradável) permanece na camada de fundo.
A matéria orgânica dissolvida (DBO solúvel), conjuntamente com a matéria
orgânica em suspensão de pequenas dimensões (DBO finamente particulada) não
sedimenta, permanecendo dispersa na massa líquida. A sua facultativa se dá através de
bactérias facultativas, que tem a capacidade de sobreviver tanto na presença quanto na
ausência de oxigênio (daí a designação de facultativas, que define o próprio nome da
lagoa). Essas bactérias utilizam-se da matéria orgânica como fonte de energia,
alcançada através da respiração. Na respiração aeróbia, há a necessidade da presença de
oxigênio, e que é suprido ao meio pela fotossíntese realizada pelas algas. Há, assim, um
perfeito equilíbrio entre o consumo e a produção de oxigênio e gás carbônico.

74
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

 Bactérias – Respiração
o Consumo de oxigênio;
o Produção de gás carbônico.
 Algas – Fotossíntese
o Produção de oxigênio;
o Consumo de gás carbônico.
Para a ocorrência da fotossíntese é necessária uma fonte de energia luminosa,
neste caso representada pelo sol. Por esta razão, locais com elevada radiação solar e
baixa nebulosidade são bastante propícios à implantação de lagoas facultativas.
A fotossíntese, por depender da energia solar é mais elevada próximo à
superfície. Na medida em que se aprofunda na lagoa, a penetração da luz é menor, o que
ocasiona a predominância do consumo de oxigênio (respiração) sobre a sua produção
(fotossíntese), com a eventual ausência de oxigênio dissolvido a partir de uma certa
profundidade. Ademais, a fotossíntese só ocorre durante o dia, fazendo com que durante
a noite possa prevalecer a ausência de oxigênio. Devido a estes fatos, é essencial que as
principais bactérias responsáveis pela estabilização da matéria orgânica sejam
facultativas, para poder sobreviver e proliferar, tanto na presença, quanto na ausência de
oxigênio.
O processo de lagoas facultativas é essencialmente natural, não necessitando de
nenhum equipamento. Por esta razão, a estabilização da matéria orgânica se processa
em taxas mais lentas, implicando na necessidade de um elevado período de detenção na
lagoa. A fotossíntese, para que seja efetiva, necessita de uma elevada área de exposição
para o melhor aproveitamento da energia solar pelas algas, também implicando na
necessidade de grandes unidades. Desta forma, a área total requerida pelas lagoas
facultativas é a maior dentre todos os processos de tratamento dos esgotos. Por outro
lado, o fato de ser um processo totalmente natural está associado a uma maior
simplicidade operacional, fator de fundamental importância em nosso meio.
O processo de lagoas facultativas, apesar de possuir uma eficiência satisfatória,
requer, como comentado, uma grande área, muitas vezes não disponível na localidade
em questão. Há, portanto, a necessidade de se buscar soluções que possam implicar na
redução da área total requerida. Uma destas soluções é a do sistema de lagoas
anaeróbias seguidas por lagoas facultativas.
O esgoto bruto entra numa lagoa de menores dimensões e mais profunda.
Devido às menores dimensões dessa lagoa, a fotossíntese praticamente não ocorre. No

75
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

balanço entre o consumo e a produção de oxigênio, o consumo é amplamente superior.


Predominam, portanto, condições anaeróbias nessa primeira lagoa, denominada, em
decorrência, lagoa anaeróbia.
As bactérias anaeróbias tem uma taxa metabólica e de reprodução mais lenta do
que as bactérias anaeróbias. Assim sendo, para um período de permanência de apenas 3
a 5 dias na lagoa anaeróbia, a decomposição da matéria orgânica é apenas parcial.
Mesmo assim, essa remoção da DBO, da ordem de 50 a 70%, apesar de insuficiente,
representa uma grande contribuição, aliviando sobremaneira a carga para a lagoa
facultativa, situada a jusante.
A lagoa facultativa recebe uma carga de apenas 40 a 50% da carga do esgoto
bruto, podendo ter, portanto, dimensões bem menores.
Basicamente as lagoas facultativas são aquelas nas quais ocorrem,
simultaneamente, processos de fermentação anaeróbia, oxidação aeróbia e redução
fotossintética. Em comparação com as lagoas anaeróbias apresentam algumas
vantagens, a Figura 16 ilustra o funcionamento de uma lagoa facultativa.

 Apresentam maior confiabilidade de operação;


 São mais eficientes;
 Efluente com elevado teor de oxigênio;
 Menor risco de liberação de odores.
 Durante o dia, a matéria orgânica solúvel e finamente particulada é removida por
bactérias aeróbias supridas com oxigênio liberado pelas algas durante seu
processo de fotossíntese. Durante a noite, as bactérias facultativas tem
importante papel na remoção da matéria orgânica solúvel e finamente
particulada;
 A matéria orgânica sedimentável é digerida por bactérias anaeróbias.

76
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 10. Funcionamento de uma lagoa facultativa.

Dados da lagoa facultativa


Parâmetro Dimensão
Altura 1,5 metros
Largura média 102 metros
Largura de fundo 100,5 metros
Largura no espelho 103,5 metros
Borda Livre 0,5 metros
Largura com borda livre 104,5 metros
Comprimento médio 204 metros
Comprimento fundo 202,5 metros
Comprimento no espelho 205,5 metros
Comprimento com borda livre 206,5 metros

4.6.5.3. Lagoa de maturação – Tratamento terciário – Wetland

No Reino Unido a técnica de “Wetlands” tem sido muito utilizada. O uso de


leitos com plantas aquáticas tem demonstrado bons resultados na remoção de
componentes orgânicos e na remoção de nitrogênio amoniacal quando associada ao seu
tratamento encontram-se lagoas anaeróbias e facultativas antecedendo sua utilização.
Sendo assim, tais sistemas têm sido considerados potenciais como tratamento
secundário ou terciário de chorume, que tenha sido previamente tratado em sistemas
biológicos aeróbios. Há uma proposta de um projeto de pesquisa do governo Inglês para

77
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

estudar o tratamento de chorume através de um sistema composto de uma lagoa aerada


(artificialmente) seguida pela passagem do efluente num leito de pedregulho onde
crescem plantas aquáticas “wetland”.
Os wetlands construídos tratam-se de um sistema artificialmente construído com
diferentes tecnologias constituído de plantas aquáticas em diferentes substratos tais
como: areia, cascalho, brita ou outro material inerte. Nessas condições, o wetland
reproduz a atuação da natureza, trata o chorume através de processos físicos, químicos e
biológicos. As plantas aquáticas têm funções definitivas neste processo de tratamento,
absorvem material orgânico, nutrientes e metais pesados. As raízes e rizomas das
plantas excretam substâncias de ações biológicas, como também promovem a
transferência de oxigênio do ar atmosférico para o substrato, proporcionando assim,
possibilidades de nitrificação.
As características do ecossistema são atribuídas a uma combinação de fatores,
tais como a alta produtividade das plantas, superfícies de grande adsorção em
sedimentos e plantas, interface aeróbica e anaeróbica e uma ativa população
microbiológica (Urbanic-Bercic, 1994). Já que essas condições resultam em altas taxas
de atividades biológicas, elas dão a oportunidade de transforma poluentes comuns como
esgotos municipais em produtos menos danosos ou nutrientes essenciais que podem ser
utilizados pela biota (Kadlec e Knight, 1996). Como consequência, wetlands
construídos tem sido usado para imitar wetlands naturais no tratamento de chorume.
Efluentes tratados em wetland incluem os resíduos líquidos drenados de minas ácidas,
de sistemas de drenagem de águas pluviais, resíduos de animais, efluentes do tratamento
secundário de esgotos e chorume de aterros sanitários (Bobberteen e Nickerson, 1991).
A capacidade de acumulação de metais por diferentes espécies de plantas de
wetlands pode influenciar na seleção das plantas a serem colocadas em wetlands
construídos. O aumento da temperatura pode ter um efeito benéfico no resultado do
desempenho das plantas no tratamento. Além disso, fornecendo oxigênio, as plantas tem
um efeito positivo na biodegradação aeróbia de orgânicos e tem o potencial de mudar a
reação redox causando a solubilização/precipitação de metais.

Benefícios do uso de Wetland Construídas

Compostos orgânicos

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Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

O número de compostos orgânicos que podem potencialmente criar problemas


ambientais é muito grande. Diversas pesquisas utilizando-se de wetland mostram
remoções devido à volatilização e a degradação biológica no ambiente de wetland. Os
wetlands podem apresentar tanto zonas aeróbicas como anaeróbias muito próximas, o
que fornece diferentes processos microbiológicos ao longo do gradiente redox.
Um wetland raso oferece a oportunidade de retirada de substâncias voláteis pelo
ar. A eficiência não é tão grande como sistemas mecânicos, mas a diferença é
compensada pelo longo tempo de retenção.

Metais

Metais são removidos por troca de cátions para os sedimentos do wetland, os


precipitados como sulfídricos e outros sais insolúveis. O efeito de armazenamento na
planta ocorre basicamente pelas raízes (Surface et. al, 1993). Os sedimentos anaeróbios
provocam a redução do sulfato a sulfito e facilitam a precipitação química. Em
consequência, boas remoções de metais são relatadas operando-se wetlands.
Boas remoções ocorrem para outros metais, por exemplo, o cromo é reduzido
em 70% em aproximadamente 70 horas em wetlands de fluxo superficial (Srinivasan e
Kadlec, 1995). Áreas recomendadas para redução de ferro e manganês estão por volta
de 100 a 500 m² por quilo de metal removido por dia (US Bureau of Mines, 1991). Isso
corresponde a tempo de retenção de 1 a 10 dias.
Pouco é conhecido sobre alguns elementos tais como o boro, o arsênio e o
selênio, entretanto, sabe-se que as condições corretas para a remoção podem
intencionalmente ser projetadas no wetland (Masscheleyn et al., 1991).

79
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 11. Argila de proteção na base da wetland.

Figura 12. Rachão distribuído em toda wetland.

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Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Sendo assim, as dimensões adotadas para a wetland que servirá como lagoa de
polimento do sistema de tratamento de chorume do aterro regional de Porto Nacional
sãs as que seguem abaixo:

Comprimento 45,00 metros


Comprimento com 46,50 metros
borda livre
Largura 43,00 metros
Largura com borda 44,50 metros
livre
Borda Livre 0,5 metros
Profundidade 2,00 metros

Vegetação
Para o preenchimento da wetland será utilizada a vegetação próxima à área do
aterro.
A vegetação utilizada será da Juncus geradii spp, que segundo Bernard, (1998),
Johnson et al, (1998) e Maurice & Lager, (1999), tem alcançado bons resultados
quando aplicada para o sistema de wetlands construídas.

Tipo de operação

Quanto ao tipo de fluxo hidráulico o fluxo do afluente ocorrerá de maneira


subsuperficial, onde a percolação se dará ao longo da extensão do wetland por entre o
meio filtrante, tendo contato com as raízes e rizomas da vegetação. A entrada do
afluente será por meio disperso e distribuído acima da vegetação. Enquanto que a coleta
do efluente se dará de maneira submersa.
Os detalhes da Lagoa de maturação “wetland” encontram-se na Prancha (14/28).

81
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

4.6.5.4. Desidratação do lodo da lagoa anaeróbia

Os lodos gerados no tratamento biológico da lagoa anaeróbia serão enviados


para a desidratação e secagem em leitos de secagem. Os leitos serão cobertos com telhas
em polipropileno translúcidas, para evitar a incidência de chuva sem prejuízo da ação
solar sobre a camada de lodo. Estima-se que a partir do 5° ano de operação a lagoa
anaeróbia passe por uma limpeza, que será realizada por meio da coleta do lodo em
acúmulo localizado na base da lagoa utilizando-se de caminhão limpa fossa, que por
meio da introdução do equipamento acoplado à mangueira de sucção do caminhão
limpa fossa, que após succionar o lodo em excesso irá realizar a acomodação do mesmo
nos leitos de secagem.
Portanto, a construção dos leitos de secagem será realizada após 5 anos, contado
do inicio de operação da lagoa anaeróbia do aterro sanitário de Araguaina.
Será construído um único leito de secagem, tendo em vista que a geração do
lodo faz-se em quantidade bastante reduzida na lagoa anaeróbia e o tempo de retirada
ser bastante prolongado de uma limpeza para outra, contendo as seguintes dimensões:

Largura 5
Comprimento 12
Profundidade 1
Superfície unitário 60
de secagem

O lodo desidratado será disposto no aterro sanitário na célula de resíduos sólidos


domiciliares. Na prancha (16/28) encontra-se representado o leito de secagem.

4.6.5.5. Valas de decantação - Lançamento do efluente tratado

Depois de realizado o tratamento dos líquidos percolados oriundos da


decomposição dos resíduos sólidos os mesmos estarão totalmente qualificados para
serem dispostos em um curso hídrico ou em solo. A eficiência do tratamento, que
garantirá as condições para o lançamento dos líquidos será confirmada por meio dos
resultados das análises do sistema de tratamento, as análises serão realizadas no afluente
na entrada do sistema, ou seja, na entrada da lagoa anaeróbia, e outra análise será feita

82
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

para o efluente na saída do tratamento, ou seja, na saída da lagoa de maturação


“wetland”. Detalhes referentes à qualidade da água subterrânea encontram-se detalhados
no Plano Básico Ambiental referente ao tema, que se encontra anexo ao presente
projeto.
Tendo em vista não existir na área do aterro sanitário nenhum curso hídrico para
que se efetue o lançamento do efluente tratado, o mesmo será disposto em valas de
percolação.
A concepção construtiva das valas refere-se à busca da melhor maneira possível
obtida e que é utilizada para se dispor os efluentes líquidos de forma que esses não
influenciem negativamente ao sistema.
O uso de valas de decantação é largamente utilizado principalmente em locais
que não dispõe de curso hídrico para o lançamento do efluente. Ocorre a presença das
valas de decantação também em locais onde existe o curso hídrico, entretanto prefere-se
realizara a infiltração desse efluente no solo ao invés de lançá-lo no curso hídrico.

Características e vantagens do uso de valas de decantação

A literatura comprova que ocorre em valas de decantação a remoção de DBO,


DQO, N e P, todavia estima-se que a remoção desses componentes no tratamento das
lagoas de estabilização obtenha eficiência de mais de 90%, sendo que o remanescente
que existir de contaminantes serão 100% tratados nas valas de percolação.
Preconiza-se ainda que o solo utilizado para o desenvolvimento do presente
sistema de disposição final de efluente possua características argilosas, fato que é
comprovado no solo em que se localizará o aterro sanitário, o que favorecerá a
evapotranspiração e dificultará a ocorrência de infiltração, que embora não irá
proporcionar nenhuma desvantagem para o solo do local ou para as águas subterrâneas,
tendo em vista que o tratamento alcançara quase que a totalidade do tratamento,
perfazendo quase que 100% na remoção de contaminantes, uma vez que, o pequeno
remanescente de contaminantes que ainda existirem no efluente após a passagem pelas
lagoas serão removidos por meio do sistema de valas de percolação no solo.

Constituintes do sistema

Entrada do efluente

83
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Após sair da 3 ª lagoa, no caso, a lagoa de maturação “wetland”, o efluente será


conduzido pela tubulação de saída da 3ª lagoa para a vala de decantação. Logo, esse
será o sistema de entrada às valas. Um conjunto de tubulações que conduzirá o efluente
da lagoa de maturação para as valas de decantação.

1° Constituinte – Lagoa de acumulação

O primeiro constituindo do sistema será a lagoa de acumulação, que distribuirá


para as valas o efluente a ser disposto. A distribuição será feito por meio de tubulações
que fará a ligação do efluente da lagoa de acumulação para as valas.
A distribuição será equilibrada e ocorrerá por gravidade. A lagoa de acumulação
ficará em uma cota topográfica acima das valas, para que assim, possa distribuir o
efluente às valas. A profundidade total da lagoa de acumulação será de 1,00 metro.
Sendo que as tubulações de distribuição para as valas ficarão à profundidade de
20,00cm. Quando o efluente alcançar essa altura, naturalmente será conduzido para a
tubulação, e por sua vez direcionado até as valas.

2° Constituinte – Valas de decantação

Após ser distribuído da lagoa de acumulação o efluente alcançará as valas. As


valas serão distribuídas na conformação de espinha de peixe conforme pode ser
observado na Prancha 15/28 que descreve o sistema. Todas as valas terão a mesma
profundidade, de 40,00 cm, mesmo comprimento, de 50,00 metros, e a mesma largura,
sendo de 1,50 metros. O que diferenciará as valas não será a profundidade e sim a cota
em que as mesmas estarão localizadas. Logo, todas as valas terão a mesma
profundidade, com linhas diferenciadas por cota.

1ª Linha da espinha de peixe

A primeira linha da espinha de peixe estará localizada na mesma cota, sendo que
uma ficará localizada do lado direito e outra do lado esquerdo à lagoa de acumulação. A
tubulação de entrada nas valas sairá da lagoa de acumulação e chegará às valas à altura
de 10,00cm. E a tubulação de saída que conduzirá o efluente para a segunda linha da

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Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

espinha de peixe ficará localizada a 20,00 cm de profundidade. Tal procedimento é


necessário para que o efluente não volte, da vala de decantação para a lagoa de
acumulação.

2ª Linha da espinha de peixe

A tubulação de saída da primeira linha da espinha de peixe conduzirá o efluente


para a segunda linha da espinha de peixe, sendo que a vala da primeira linha da direita
conduzirá para vala da direita localizada na segunda linha e na vala da esquerda o
mesmo processo ocorrerá. A profundidade da vala será a mesma, diferenciando-se
unicamente a cota de localização da vala, que será mais baixa que da primeira linha da
espinha de peixe.

3ª Linha da espinha de peixe

O processo da 2ª linha de espinha de peixe será a mesma para a 3ª linha.


Diferenciando-se unicamente a cota de localização que deverá estar mais baixa que da
2ª linha.

4ª Linha de espinha de peixe

De maneira similar à 3ª linha de espinha de peixe será a mesma para a 4ª linha.


Diferenciando-se unicamente a cota de localização que deverá estar mais baixa que da
3ª linha.

5ª Linha de espinha de peixe

Essa será a última linha da espinha de peixe e funcionará como uma válvula de
escape pois o objetivo é que essa linha não seja utilizada, excetuando-se eventos raros
que precisam ser previstos. Sendo assim, a última linha que contará com 2 espinhas de
peixe será uma medida de segurança que existirá no sistema.

85
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

4.6.6. Impermeabilização superior

Existem dois tipos de cobertura de resíduos em um aterro sanitário, aquela que


se processa diariamente, nas atividades normais de deposição de lixo e a cobertura final
do aterro, a ser nos locais onde a deposição já se encerrou.

a) Cobertura diária

São muitos os benefícios advindos da execução da cobertura diária dos resíduos.


Tal cobertura promove uma melhor apresentação visual do aterro, melhora as condições
de acesso à célula de lixo, reduz significantemente o transporte de lixo leve (papel, etc.)
pelo vento, reduzo os riscos de transmissão de doenças por vetores, diminui odores,
reduz a ocorrência de pontos de foto e ajuda na atenuação do percolado.
Assim sendo, é importante que tal camada funcione adequadamente e não seja
destruída, principalmente, por erosões provocadas por águas superficiais não
controladas. Assim se impõe a execução de um sistema de drenagem provisória ao
longo do perímetro da célula, que controle as águas de chuva durante a implantação do
depósito. Tal cobertura diária será executada no aterro com espessura máxima de 20 cm.
Esse solo de cobertura ocupa aproximadamente 10% do volume total da célula.

b) Cobertura final

A cobertura final de solo deve ser encarada como fator decisivo no sucesso da
operação do aterro, já que esta camada servirá de base para a operação das células
subsequentes. Neste sentido, a cobertura final do aterro deverá ter no mínimo 60 cm de
espessura de solo compactado. No que se refere a revegetação do aterro, deve-se colocar
uma camada de solo orgânico, o qual será utilizado como elemento adubador. Esta
camada de solo adubador será colocada após o uso da referida célula como via de
acesso para a célula que estará em operação.

4.6.7. Drenagem e tratamento de gases

Os gases produzidos nos processos de decomposição do lixo apresentam uma


composição variada de acordo com a fase em que o processo se encontra. A maior

86
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

quantidade de gás gerada durante a vida útil do aterro é resultado da decomposição


anaeróbia do resíduo. Nesta fase, os principais gases emitidos são o metano e o dióxido
de carbono. A liberação destes e outros gases para a atmosfera provocam alguns
impactos como a ocorrência de odores, contribuição para a deterioração da camada de
ozônio, etc.
O sistema de drenagem de gases a ser implementado no Aterro Sanitário terá por
finalidade retirar os gases gerados no processo de degradação, de forma a aliviar as
pressões internas que ocorrem no maciço, garantindo a estabilidade geotécnica dos
taludes e, consequentemente a segurança da obra. Esse sistema possibilitará queima dos
gases nos níveis superiores, controlando a emissão dos mesmos à atmosfera.
Desta forma, a maneira mais rápida e de custo mais baixo para minimizar estes
problemas é a drenagem e a queima destes gases. Portanto, nas áreas onde foram
depositados resíduos deverão ser instalados drenos de gases e queimadores.
A concepção deste sistema consiste na implantação de drenos verticais que
permitirão a drenagem dos gases e sua combustão em queimadores diretamente
instalados nos drenos. Além desta função principal, o sistema será projetado de modo a
funcionar também como facilitadores ao escoamento vertical dos líquidos no interior da
massa de lixo. A interligação do sistema de drenagem de gases e de chorume sendo
realizada na base do aterro é de grande importância para a não obstrução e
comprometimento dos drenos de gases pelo percolado. É importante destacar ainda a
presença de drenos horizontais de chorume que facilitarão o fluxo de gás para os drenos
verticais tendo em vista que também estarão interligados.
Os queimadores ou flares serão colocados individualmente em cada dreno
vertical. Desta maneira, cada dreno poderá ter sua eficiência monitorada isoladamente,
além de permitir uma melhor investigação na massa de lixo circundante. Inicialmente, o
sistema de drenagem não terá contrapressão (extração forçada), portanto, os gases serão
drenados livremente à pressão atmosférica. Caso os gestores do aterro sanitário optem
pela coleta do biogás numa fase mais avançada da operação, o sistema poderá ser
adaptado sem necessidade de grandes alterações à concepção inicialmente prevista e
será possível, desta maneira, utilizar os gases para aproveitamento energético ou queima
em um único ponto central, em um queimador do tipo “enclausurado”.
Os drenos verticais (Figura 13) projetados para este aterro são constituídos por
peças ou tubos perfurados de concreto armado (CA-2) envolvidos por pedras britadas e
por um queimador tipo flare devidamente adaptado aos diferentes tamanhos diametrais

87
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

encontrados. Serão implantados drenos verticais e queimadores (ou flares) diretamente


instalados em cada um dos drenos. O sistema será projetado de modo a funcionar
também como facilitador do escoamento vertical dos líquidos no interior da massa de
lixo. A interligação do sistema de drenagem de gases e de lixiviado, na base do aterro, é
de grande importância para a não obstrução e comprometimento dos drenos de gases
pelo percolado.

Figura 13. Desenho esquemático do sistema de drenagem de gás (esq.) e foto, com
exemplo, de dreno vertical para descida do lixiviado e subida do gás.

A influência do dreno nos resíduos se dá radialmente ao seu eixo vertical,


perfazendo, assim, uma forma cilíndrica quando em relação à sua profundidade. Os
parâmetros de produção de biogás por tonelada de lixo dependerão de estudos futuros,
com base na estimativa da vazão gerada na massa de lixo.
É evidente que no inicio de operação a geração de gás irá ocorrer de maneira
bastante lenta, semelhante à geração do líquido, todavia, bem como a drenagem de
líquidos horizontal, junto à base do aterro, a drenagem de gases, constituída de maneira
vertical serão implantadas de imediato para o inicio de operação do aterro sanitário.
Todavia, a implantação dos queimadores ou flares que irão queimar o biogás gerado
serão instalados somente após 1 ano de operação do aterro sanitário, tendo em vista o
biogás iniciar sua geração efetiva e a utilização dos flares ser efetivamente necessária e
possuir vazão de biogás para queimar.

Na Figura 14 está apresentada a disposição dos drenos de gases na célula.

88
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 14. Disposição dos drenos de gases com seu raio de influência.

4.6.8. Impermeabilização de fundo

A impermeabilização de base com a implantação de uma camada de argila


compactada e com mantas sintéticas impermeáveis (geomembranas) terá por finalidade
evitar a contaminação das águas subterrâneas, controlada pelo monitoramento periódico
de sua qualidade, que indicará a possibilidade de ocorrência de rasgos e/ou furos nas
referidas mantas (Ver Prancha 06/28).
Considerando que a permeabilidade do solo não saturado que será utilizado para
a impermeabilização do fundo do aterro será superior a 10-9 cm/s, inferior, ou seja,
melhor que a estabelecida pela norma da ABNT – NBR 13.896/97 (5x10-6 cm/s), não
seria necessário a construção de uma camada de solo impermeabilizante na fundação do
aterro. Porém, por medida de segurança, no terreno utilizado para implantação das
células de resíduos domiciliares e públicos, será colocada uma camada de 50,00 cm de
solo argiloso compactado, com permeabilidade de 10-6 cm/s, com a finalidade de
prevenir qualquer infiltração. As mantas em PEAD terão espessura de 2,00 mm e
recobrirão toda a superfície definida pelo projeto.
Em relação à drenagem sub-superficial, para a implantação das mantas, serão
consideradas as diretrizes seguintes:

 O sistema composto geomembrana/solo, compactado e a superfície de apoio


(fundo e taludes da escavação) devem estar nivelados, compactos e isentos de
qualquer tipo de material contundente, depressões e mudanças abruptas de

89
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

inclinação do terreno não previstas no projeto. Recomenda-se promover a


limpeza da superfície imediatamente antes da colocação da geomembrana;
 A colocação da geomembrana deve ser realizada imediatamente após os serviços
de preparação da superfície de apoio, a fim de evitar a deterioração do terreno
produzida por chuva, vento, perda de umidade do solo e trânsito local;
 As canaletas de ancoragem devem ser executadas previamente, porém com um
mínimo de desbarrancamento dos lados, pelo efeito da chuva ou do trânsito
local;
 As canaletas devem ser escavadas nas dimensões adequadas, sendo
recomendado os seguintes valores mínimos: distância da borda do talude de
60,00 cm, largura de 30,00 cm e profundidade de 30,00 cm. Estes valores devem
ser função da altura e da inclinação do talude.

Antes do inicio da instalação da geomembrana devem ser verificadas as


condições da superfície de apoio das canaletas de ancoragem:

 Os painéis devem ser posicionados de acordo com a sua numeração. Quando os


painéis são as próprias bobinas, a abertura deve ser iniciada a partir da crista dos
taludes e feita, de preferência, mecanicamente. Os painéis constituídos pela
emenda de várias bobinas na fábrica devem ser posicionados conforme
estabelecido no projeto, e a partir daí é que deve ser iniciada a sua abertura;
 A geomembrana deve ser aplicada no sentido da máxima inclinação do talude e
ser posicionada de forma a ter o mínimo possível de rugas ou ondas;
 Devem ser previstas ancoragens temporárias como sacos de areia, por exemplo,
que não causem danos à geomembrana, para evitar os levantamento dos painéis
pelo efeito do vento;
 Antes do início da solda, os traspasses devem estar limpos e isentos de umidade;
 Caso seja inevitável o trânsito de veículos sobre a geomembrana instalada, deve
ser prevista uma proteção, que poderá ser feita, por exemplo, com um geotêxtil
espesso ou ser executada através de uma via de circulação, de tal forma que o
equipamento avance sobre a camada já colocada;
 Para evitar qualquer tipo de dano à geomembrana, todo cuidado deve ser tomado
para evitar danos causados por queda de objetos ou movimentação de pessoas

90
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

sobre a manta. Nenhum objeto deve ser posicionado sobre a manta sem proteção
e os soldadores devem utilizar calçados especiais;
 As emendas devem sempre ser executadas no sentido da máxima inclinação do
talude, não sendo aconselhável executar emendas horizontais ao longo do talude.
Caso seja inevitável, recomenda-se que a emenda não esteja localizada na parte
superir do talude e nem a uma distância menor que 15,00 cm do seu pé. No
fundo, a emenda deve estar a uma distancia de 1,50 m do pé do talude.

Nas Figuras 15 e 16 ilustra-se como deverá ser feita a colocação da


geomembrana e o detalhe da sua ancoragem, e na Figura 17 encontra-se ilustrada a
concepção de como deverá ficar a célula de RSS após a preparação do terreno e
colocação da geomembrana, sendo também realizada nessa a ancoragem da
geomembrana, assim como na célula de resíduos domiciliares.

Figura 15. Instalação da geomembrana.

91
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 16. Ancoragem da geomembrana.

Figura 17. Demonstração de como ficará a vala séptica para disposição final dos
RSS.
Após a instalação da geomembrana na célula de resíduos domiciliares e sua
devida ancoragem, deverá ser acrescentada uma cama da de solo argiloso sobre a
mesma, cuja finalidade é promover a proteção física da geomembrana durante a
colocação dos resíduos sólidos sobre a mesma por máquinas como caminhões e tratores.
As Figuras 18, 19 e 20 ilustram o resultado.

92
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 18. Proteção física da geomembrana após sua instalação.

Figura 19. Geomembrana e drenos de líquidos e gases instalados.

93
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 20. Operação do Aterro sanitário.

4.6.9. Sistema viário

O acesso à área é realizado pela rodovia BR – 153 no sentido Palmas –


Araguaína com entrada logo após o km 169.
As vias de acesso serão destinadas ao trânsito de equipamentos e veículos em
operação, de modo a assegurar o acesso seguro às áreas de disposição de lixo e a
interligação entre todas as outras unidades existentes no aterro sanitário sob quaisquer
condições climáticas. A via principal circundara toda a extensão do terreno e dará
acesso às vias secundárias que, por sua vez, serão utilizadas para o acesso direto às
áreas de descarrego de lixo e do local de estocagem de solo.
As vias secundárias serão construídas conforme plano de operação do aterro,
podendo ser substituídas e modificadas em função dessa operação. Essas vias não serão
dimensionadas pelos métodos tradicionais, por se tratarem de vias provisórias e que
terão o lixo como suleito do pavimento.
Recomenda-se, portanto, que após o corte e regularização da camada de lixo seja
executada uma camada de solo misturada com “cascalho” compactada com 40 cm de
espessura, apenas para garantir as condições de tráfego da via.
É importante ressaltar que a declividade longitudinal da via não deverá ser
superior a 10% e a largura da pista terá no mínimo 6,00 metros.

94
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Todas as vias, principal e secundárias, terão um sistema de manutenção visando,


principalmente, manter as características de largura, declividade longitudinal e
transversal da via, pavimentação e drenagem existentes, quando da implantação da
mesma.
Um sistema de drenagem ineficiente é um dos principais fatores na formação de
falhas em estradas não-pavimentadas em épocas de chuvas. Desta maneira, deve-se
evitar que águas de chuva oriundas dos taludes da área de disposição de lixo cheguem à
pista de rolamento, bem como as águas que escoarem no sentido do cinturão verde para
a via principal. Esta proteção será efetuada por canaletas retangulares (lado interno da
pista) e semicirculares (lado externo – cinturão verde) nas laterais da pista. A canaleta a
ser utilizada será a semicircular, pré-moldada de concreto, de 0,4 m de diâmetro.

4.6.10. Solo de cobertura

Os serviços de escavação da célula de deposição de resíduos sólidos serão


realizados no decorrer da via útil do empreendimento, praticamente sem interrupção,
com variação, evidentemente, na velocidade de obtenção de material terroso, função da
necessidade da obra.
O solo escavado da célula será utilizado como material de cobertura. Dessa
forma não será necessária a utilização de solo externo da área do aterro.
O solo da primeira etapa será depositado em um local apropriado no interior da
área do aterro, para servir como uma espécie de pulmão de material de cobertura. O solo
proveniente da escavação da primeira lagoa (lagoa anaeróbia) que ocorrerá na primeira
fase de implantação do aterro também irá compor esse pulmão de reserva de material.
Ao longo das etapas de evolução do aterro, o próprio solo de escavação será
utilizado como material de cobertura. Estima-se que aproximadamente 20% do volume
da célula será composta por material de cobertura que é utilizado para cobertura diária
do lixo.

4.6.11. Planos de operação e avanço do aterro

A construção da célula se dará após o espalhamento e compactação dos resíduos,


sendo dispostos de montante para jusante da área, contra os taludes resultantes de
escavação, talude de células em execução ou conformação natural, constituindo as

95
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

células de lixo com altura de cerca de 5,00 metros. O recobrimento das células com
material inerte ocorrerá continuamente, paralelamente ao serviço de disposição e
compactação dos resíduos.
No topo das células o recobrimento se dará sucessivamente ao avanço da frente
de operação. O lixo, compactado conforme descrito anteriormente permitirá o tráfego e
descarga de caminhões basculantes que trarão o solo de cobertura sanitária necessários.
Este solo será espalhado por trator equipado com lâmina, constituindo, dessa forma, a
camada de cobertura da célula.
À medida que as células forem sendo executadas, os drenos verticais de gás
deverão ser alterados antecipadamente à subida da próxima célula, devendo-se
promover a queima dos gases nesses drenos, para o controle da emissão dos mesmos à
atmosfera e de odores.
Tanto para os taludes de alteamento de resíduos, como para os taludes em solo
resultante das atividades de escavação, será necessária a execução de proteção
superficial dos mesmos, com o propósito de manter a sua integridade, sem que ocorram
riscos de instabilidade ou incidência de erosão.
Os taludes em solo resultantes dos serviços de escavação, que permanecerão
expostos por um grande período de tempo, deverão ser protegidos por elementos de
drenagem provisórios, como canaletas de berma, canais e descidas hidráulicas em
concreto e alvenaria, além do plantio de grama.
Periodicamente, deverão ser efetuados serviços topográficos com a atualização
do “as bulit” de implantação das células de lixo e de todos os elementos de drenagem
superficial, drenagens internas de efluentes líquidos e de gás, acessos construtivos e de
acesso às áreas de disposição de resíduos.
O dimensionamento das etapas utilizadas para receber os resíduos domiciliares e
públicos do aterro sanitário baseou-se no principio de maior aproveitamento da área
para obtenção de uma vida útil de 38 anos. Conforme definido no modelo tecnológico
proposto para o aterro sanitário, o mesmo será operado em duas fases distintas:

Primeira Fase

A fase de implantação da infraestrutura do aterro sanitário consistirá na


instalação de toda infraestrutura física e operacional necessária para dar suporte à
operação do mesmo. Nessa fase, serão realizadas as seguintes obras:

96
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

 Cercamento da área;
 Plantação do cinturão arbóreo em todo o aterro;
 Construção de unidade administrativa de apoio aos funcionários;
 Construção de guarita de segurança;
 Instalação da rede de abastecimento de água por meio de poço semi-artesiano e
de adaptação da rede de distribuição de energia elétrica já existente;
 Construção da drenagem sub-superficial de líquidos percolados;
 Construção do sistema de drenagem de água pluvial;
 Construção do sistema de tratamento de líquidos percolados. O sistema de
tratamento de líquidos percolados, assim como a célula de deposição dos
resíduos sólidos domiciliares, será construído em etapas. Sabendo-se que é
necessário um prazo de no mínimo 1 ano para que os líquidos gerados infiltrem
pela massa de lixo, alcancem a drenagem e sejam transportados até o sistema de
tratamento. Logo, não havendo necessidade de que todo o sistema seja
construído na primeira etapa, uma vez que o mesmo é dimensionado para o
tempo de vida útil final do aterro que é de 38 anos;
 Abertura da primeira vala séptica para RSS;
 Implantação da abertura parcial da trincheira para disposição final dos resíduos
sólidos domiciliares. Não havendo a necessidade de se abrir toda a trincheira de
uma só vez, será realizada a abertura inicial da trincheira, contando com a área
de 22.500,00 m², perfazendo a utilização de 150,00 metros na largura da área,
por 150,00 metros no seu comprimento.

Ao término da primeira fase e com os serviços de implantação concluídos,


inicia-se a disposição de resíduos da segunda fase.

Segunda Fase

Após ser finalizada a primeira etapa de instalação da infraestrutura para


operação do aterro sanitário, será solicitado junto ao órgão ambiental competente a
obtenção da Licença de operação (LO), por meio da qual o aterro sanitário estará
autorizado para receber os resíduos de serviço de saúde e os resíduos sólidos
domiciliares.

97
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

À medida que o aterro for evoluindo, os equipamentos de proteção ambiental


como drenagens e tratamentos irão evoluir também.
Cabe ressaltar ainda, que 3 elementos do projeto da primeira fase serão
implantados de maneira parcial, tendo em vista que o aterro sanitário, em função de sua
utilização periódica estará em constante evolução. Logo, os 3 elementos do projeto que
estarão sendo ampliados ao longo de tempo e do recebimento dos resíduos sólidos são:

 Valas sépticas para RSS

Na primeira fase será implantada uma vala séptica, com a devida


impermeabilização e meios de operação necessários. À medida que forem sendo
recebidos RSS e esses estiverem sendo depositados na vala séptica será possível
observar quando a mesma deverá ser finalizada, por já estar completamente preenchida.
Após o enchimento ou finalização de uma vala séptica será aberta a outra, conforme
pode ser observado na Prancha (11/28). Por esse motivo, não se faz necessário que
todas as valas sépticas sejam imediatamente abertas e instaladas, uma vez que sua
utilização se fará de acordo com o tempo de operação.

 Célula de deposição de resíduos sólidos domiciliares

Como já é sabido, o aterro sanitário contará com a implantação de uma única


célula, que contará inicialmente com uma trincheira com 2,00 metros de profundidade, e
posteriormente, após a utilização de toda essa trincheira, se iniciara a deposição dos
resíduos sólidos verticalmente, por meio da construção de taludes com 5,00 metros de
altura de lixo cada e o total de 5 taludes. De forma que ao final de operação o aterro
sanitário estará com 25,00 metros de altura. Sabendo-se que a área total ocupada pela
trincheira será de 120.715,00 m², inicialmente, na primeira fase do empreendimento será
aberta e instalada a trincheira com a drenagem de líquidos percolados, drenagem de
gases e impermeabilização de base com apenas 22.500 m², representando a ocupação de
uma área de 150,00 x 150,00 metros, conforme pode ser observado na Prancha (02-
03/28). Tal procedimento se deve ao fato de que não haverá a necessidade de abertura
de toda a trincheira com 120.715,00 m², uma vez que toda essa área não seria
preenchida com resíduos sólidos rapidamente, além do que, isso poderia prejudicar os
sistemas de drenagens instalados em função da exposição excessiva e desnecessária ao

98
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

solo, chuva, vento e demais condições climáticas. Sendo assim, inicialmente será aberta
a área de 150,00 x 150,00 m² de área, que será preparada para o recebimento imediato
dos resíduos sólidos domiciliares, e à medida que os resíduos forem ocupando o espaço
na trincheira, a mesma será ampliada, bem como toda a infraestrutura que se torna
necessário nela.

 Sistema de tratamento de líquidos percolados

O sistema de tratamento de líquidos percolados será composto por lagoas de


estabilização. Sabendo-se que, após a deposição e compactação, o resíduos sólido leva
um tempo expressivo para iniciar o processo de geração de líquidos e para que esses
líquidos comecem a criar o volume suficiente para ser drenado para o sistema de
drenagem subsuperficial e posteriormente para o sistema de tratamento. Por esse
motivo, acredita-se que para inicio de operação a implantação da primeira lagoa, cuja
característica será anaeróbia seja o suficiente para comportar a vazão inicial de líquidos
percolados que serão gerados. Logo, inicialmente, o sistema de tratamento será
composto unicamente pela primeira lagoa de tratamento, estabelecendo-se o prazo de 1
ano, tendo em vista ser praticamente esse o prazo para que os resíduos líquidos
comecem a chegar ao sistema de tratamento. Após 1 ano de operação será terminado o
sistema de tratamento de líquidos percolados, que será constituído por 3 lagoas de
estabilização e uma lagoa de infiltração no solo do efluente tratado. Todavia, a primeira
lagoa a ser instalada, contará com toda a infraestrutura necessária e de segurança para o
tratamento do resíduo líquido que iniciar a aparecer no sistema, contando com
impermeabilização de base composta por argila compactada, seguida por manta de
PEAD 2,00 mm.
Durante a operação do último talude, deverão ser iniciados os serviços de
encerramento do aterro sanitário, contando com camadas de cobertura mais espessas e
demais sistemas que deverão ser apresentados e discutidos com os órgãos ambientais de
controle ambiental da época, que provavelmente será em 2050.
Essa logística operacional preconizada visa minimizar a ocupação da área de
disposição de resíduos, garantindo portanto, uma vida útil adequada para o
empreendimento.
Busca-se definir toda a rotina operacional básica do Aterro Sanitário. Estão
descritas todas as operações básicas para o desenvolvimento de ações de

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Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

acompanhamento da operação e da manutenção do aterro sanitário, necessário para a


avaliação do comportamento dos sistemas envolvidos, da movimentação, descarga e
decomposição do lixo, ou quaisquer outros acontecimentos que tenham uma capacidade
real ou potencial de afetar a operação do aterro sanitário.
O aterro sanitário, como uma obra de engenharia, deve possuir uma rotina para a
ordenação dos trabalhos e uma consequente eficiência operacional. Sendo assim,
apresenta-se a seguir os procedimentos operacionais a serem implementados no aterro,
nas suas varias atividades, compostos de Atividades Administrativas e Atividades
Operacionais necessárias ao pleno funcionamento de forma integrada entre as ações de
controle e as ações de operação.

4.6.12. Unidades de apoio

As unidades de apoios são componentes do projeto que dizem respeito à


segurança, ao controle, a manutenção, ao estoque de materiais, ou seja, a todas as
instalações que apoiarão a atividade fim de destinação final dos resíduos.

4.6.12.1. Atividades administrativas

a) Sistema de Proteção e Segurança


Como unidades de proteção e segurança do aterro serão implantadas cerca e
alambrado reforçado. O alambrado reforçado será implantado na entrada da guarita
principal, afastando-se 50,00 metros para cada lado, com 2,50 metros de altura.

b) Cerca de Proteção
A cerca a ser construída terá estacas de cerca de 2,00m de comprimento,
espaçada a cada 2,50 e assentadas sobre o solo. O cercamento de todo o perímetro da
propriedade já existe, sendo que esse será mantido. A fiação é em arame liso, com 6
(seis) fiadas Futuramente, o empreendedor substituirá as estacas de madeira por estacas
de concreto da ponta virada, fixadas ao solo por fundação de concreto. No local onde
haja esquina na cerca, será necessária a colocação de uma estaca de reforço junto à que
fica na esquina. A cerca de concreto terá 8 fiadas de arame farpado nacional
galvanizado ou arame liso e fixado nas estacas usando arame galvanizado.

100
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

c) Controle de acesso
A portaria que será implantada para permitir o controle de entrada das pessoas e
veículos ao empreendimento constara de uma edificação composta por uma sala de
operação da balança para atender aos fiscais de pesagem e uma balança eletrônica
rodoviária.
Podem-se destacar entre as atividades mais comuns em termos administrativos
do funcionário que ficar localizado na guariata as seguintes ações: o controle de pessoas
que chega ao aterro e entram o controle dos resíduos a serem dispostos no aterro, o
controle dos materiais que serão utilizados para uma operação integrada.
Será realizado um cadastro das pessoas que efetivamente trabalham na operação
e na manutenção do aterro sanitário, onde conste neste cadastro os nomes das pessoas,
respectivas funções, RG, data de admissão, grau de instrução, controle de imunização,
data de treinamentos operacionais, etc. A todas as pessoas cadastradas será então
fornecido um crachá de identificação, que será de uso obrigatório para se entrar na área.
Este cadastro deverá ficar em local de fácil acesso, para que o controle da
segurança do aterro tenha facilidade de localização, de modo a permitir ou não a entrada
ao aterro sanitário.
Para a verificação da distribuição dos funcionários no aterro serão feitas quatro
anotações de apontamento dos funcionários em serviços, sendo que estes apontamentos
serão realizados no inicio e término dos seus turnos. Tal anotação se dará
eletronicamente por meio de cartão de ponto.

d) Controle de Entrada e de Passagem de Resíduos


O controle do recebimento dos resíduos consiste na operação preliminar de
vistoria, que será efetuada na portaria, onde os caminhões que transportam resíduos,
antes de se dirigirem a balança para pesagem, deverão ser vistoriados por fiscais
treinados. Será implantar uma balança rodoviária eletrônica para pesagem dos resíduos
na entrada e na saída, após o descarregamento. A capacidade da balança será de 60
toneladas, com capacidade de pesar o caminhão+lixo.
Os fiscais serão instruídos para não permitir que determinados tipos de resíduos
e/ou firmas não autorizadas adentrem ao sistema do aterro sanitário. Para tanto, os
fiscais da portaria deverão passar por um treinamento inicial, de forma a ser delegada a
autoridade de liberar ou não o ingresso de caminhões na área.

101
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

As balanças deverão ser aferidos a cada seis meses, pelo órgão responsável –
INMETRO, para preservar a constância nas pesagens com pesos reais de lixos.
Os seguintes tipos de resíduos terão acesso livre a área do aterro sanitário:
 Resíduos domésticos (Classe IIA);
 Resíduos de Serviços de Saúde;
 Podas de árvores.

Para que tal operação de controle seja a mais efetiva possível, é necessário que
seja feito um cadastro de todos os veículos que deverão se utilizar o aterro para deposito
de resíduos, ficando tal documento sempre disponível na portaria para consulta pelos
fiscais. Qualquer veiculo que conste da relação terá acesso garantido ao aterro, desde
que não contenha carga inadequada ao depósito.
Em todos os veículos deverão ser primeiro tirado a sua tara, sempre com o
tanque complementar cheiro, após inspeção pelo corpo de fiscais. Será cadastrado no
sistema de Controle de Pesagem de Resíduos e receberá uma autorização para poder
adentrar ao aterro sanitário.
Além deste controle, só será permitido à entrada de veículos que tenham
adesivos de identificação da prefeitura a qual pertence, para melhor controle de
resíduos. Outros veículos que cheguem ao aterro sem estes requisitos, não entrarão sob
hipótese alguma, salvo liberação do Engenheiro residente.
O controle de origem, qualidade e quantidade de resíduos destinados ao sistema
será efetuado por balança rodoviária, a qual se destina a controlar todo e quaisquer
resíduo disposto no aterro. Após a fiscalização do veículo que adentra ao resíduos, será
realizado a fiscalização do tipo de resíduo e, após a liberação, será realizada
automaticamente a pesagem do veículo com os resíduos.
O passo seguinte será a liberação pelo fiscal para o descarregamento dos
resíduos em área previamente definida. Após o descarregamento dos resíduos, ele
retorna à balança para pesar novamente, sendo neste instante emitido o ticket para
controle. O local de descarregamento dos resíduos será comunicado diariamente aos
fiscais de controle de entrada de resíduos no inicio de cada turno para que só se
disponha os resíduos em áreas autorizadas.

e) Rede de iluminação

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Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Uma rede de iluminação foi concebida na entrada do aterro sanitário, no local


onde se localizara a guarita e unidade de apoio aos funcionários, tendo em vista que o
aterro apenas irá funcionar no período diurno, não funcionando durante a noite.
Em relação ao tipo de lâmpada adotado na rede, as normas técnicas recomendam
que para uma altura de montagem de aproximadamente 9,00 metros, o fluxo luminoso
deve ser superior a 25.500 lumens (lm).
É importante também ressaltar que as árvores do cinturão verde não deverão
interferir na luminosidade da via, quando atingirem a fase adulta. Caso seja necessário
realizar serviços de poda, pode-se determinar a linha de corte (poda) medindo a
distancia “D” do poste até os galhos mais baixos da árvore, assim como a altura “h” em
que estará montada a luminária, e proceder ao cálculo da altura da linha de corte pela
expressão (H = h – 0,26D). As Figuras 21 e 22 ilustram a geometrização deste cálculo.

Figura 21. Geometrização da Rede de iluminação

Figura 22. Ilustração da altura do cinturão verde

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Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

f) Unidade Administrativa
Consistirá na implantação de uma unidade administrativa para apoio às
atividades do aterro sanitário. Constará de uma edificação composta por uma sala
gerencial onde se manterá os serviços administrativos, um conjunto de banheiros,
masculino e feminino, contando também com vestiários, uma copa e um refeitório. O
projeto dessa unidade encontra-se detalhado mais adiante, no presente projeto.

g) Unidade de manutenção de máquinas e equipamentos


Haverá um galpão modulado e pré-fabricado para suporte a manutenção das
máquinas e equipamentos do empreendimento, tais como: 1 trator de esteira, 1 pá
carregadeira e 1 caminhão basculante. Esse galpão contará com um local para
higienização das mãos do funcionário que estiver no local, além do sistema de
tratamento de separação de água e óleo. O solo será impermeabilizado com o uso de
concreto e sistema de drenagem que conduzirá a água resultante da limpeza do local
para o sistema de tratamento. O projeto dessa unidade encontra-se detalhado mais
adiante, no presente projeto.

4.6.12.2. Atividades operacionais

Geralmente, antes de se proceder ao inicio da disposição dos resíduos


domésticos na célula do aterro sanitário, uma série de atividades preliminares devem ser
executadas, visando otimizar as atividades de deposição que se seguirão, bem como
evitar problemas ambientais.
As principais atividades preliminares são:

1. Limpeza do local

As operações de limpeza serão executadas mecanicamente e/ou manualmente, com


utilização de equipamentos adequados, complementados com emprego de serviços
manuais.

2. Terraplenagem de confinamento da célula

104
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Configuram-se como as atividades de corte e aterro, necessárias à obtenção dos


platôs projetados, bem como da área de deposição. No presente caso, todas essas
atividades listadas abaixo estão sendo consideras como executadas quando da
implantação do aterro sanitário, considerando-se então que todas as obras de
terraplanagem necessárias já foram executadas.

3. Instalação de rede de drenagem superficial provisória

Os projetos previamente elaborados de drenagem e revestimento vegetal, só


desempenharão as suas funções quando consolidados, o que implica necessariamente na
adoção de um conjunto de medidas, que visa objetivamente controlar a erosão na região
da célula de disposição até a conclusão das obras de drenagem e que o revestimento
vegetal se consolide. Tal drenagem provisória é fundamental para permitir que a célula
tenha condições operacionais de funcionamento mesmo sob condições adversas de
clima como de chuvas intensas.
O projeto de controle das obras consiste essencialmente em conseguir que o
carregamento dos grãos de material seja, tanto quanto possível, diminuído e se produza
uma deposição muito próxima do local onde se deu o carregamento, evitando-se assim a
ocorrência de processos erosivos, o que é caracterizado como muito difícil de acontecer,
tendo em vista ser as condições pedológicas do local muito boas.
Por outro lado, a harmonia ecológica nas relações solo/água/flora, consiste
inicialmente em se alcançar a consolidação de um tipo de revestimento vegetal
constituído por gramíneas, isoladamente ou em conjunto, o que resultará numa massa
verde como proteção mínima e inicial das superfícies expostas pelas obras.
Este revestimento de proteção inicial será o responsável pela reconstituição do
solo, permitindo assim o desenvolvimento da natureza por meio da disseminação
natural das espécies nativas circundantes, as quais passarão a encontrar então as
condições mínimas de sobrevivência nesta área.

4. Instalação de proteções ambientais (impermeabilização, sistema de


drenagem de percolados, drenagem de gás, monitoramento, etc.).

A implantação da impermeabilização de base das células dos resíduos


domésticos do aterro sanitário se dará através de uma camada de argila devidamente

105
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

compactada. Será usada uma camada de 0,60 cm de argila para a completa


impermeabilização do fundo da célula. Sobre o solo compactado se implantará a
geomembrana de polietileno de alta densidade (PEAD) de 2,00 mm de espessura.
Tal sistema de impermeabilização é fundamental para garantia das condições
ambientais do local e considera-se que toda essa impermeabilização de base já se
encontre executada quando da implantação do aterro sanitário, considerando-se que
todas estas áreas de deposição já devem estar protegidas com sistema de
impermeabilização de fundo.
Não se concebe qualquer disposição de lixo numa célula sem que ela esteja com
toda a sua rede de drenagem, de percolado e de gases totalmente executada, de acordo
com o projeto em questão. Considera-se que os drenos de gás e de percolado que se
situam sobre o aterro de base já se encontram executados quando da implantação do
Aterro Sanitário, considerando-se então que todas as áreas de deposição sobre o aterro
de base já devam estar dotadas de redes de drenagem.

5. Preparo das entradas de acesso principal e secundárias

São os acessos destinados a permitir o transito de equipamentos e veículos em


operação, com as finalidades de interligar cortes e aterros, assegurar acesso à célula. No
caso em questão, considera-se que toda esta infraestrutura viária já se encontra
executada quando da implantação do aterro sanitário.

6. Construção das edificações de apoio (unidade administrativa, guarita e


galpão de equipamentos)

São obras de infraestrutura necessárias as atividades de suporte à operação do


aterro sanitário. O detalhamento dessas unidades encontram-se detalhadas à frente ao
presente projeto.

4.6.12.3. Disposição dos resíduos sólidos domésticos

A implantação correta do aterro sanitário depende de algumas operações,


resumidas na compactação e cobertura das células. A compactação do lixo é realizada à
medida que se forma as células, com o objetivo de além de reduzir o volume,

106
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

possibilitar o tráfego dos veículos de coleta carregados e dos equipamentos utilizados na


operação do aterro, bem como reduzir o rebaixamento futuro da massa aterrada.
A técnica correta estabelece que o lixo seja descarregado no solo, no sopé do
inicio do descarregamento anterior, e empurrado por trator de esteira, formando rampas,
com inclinação correspondendo a 1(V):1(H).
Dessa forma, o peso do trator, concentrando-se na traseira do sistema de esteiras
quebra e amassa caixas, latas, garrafas, etc., reduzindo o volume do lixo de maneira
mais eficiente. Para obtenção de bons resultados, recomenda-se que a compactação se
desenvolva no sentido ascendente e que seja repetida de três a cinco vezes sobre cada
camada de lixo. Na Tabela 11 são apresentados os equipamentos e equipe a ser
utilizada.

Tabela 11. Disposição de Resíduos Domésticos – Equipe e pessoal a utilizar

Equipamento a Uso do Mão de obra a Uso da mão de obra


utilizar Equipamento utilizar
Trator de esteira Espalhamento e Operador de Operação da
D6-E com lâmina compactação do máquina máquina
lixo
Caminhão Transporte de solo Motorista Operação do
basculante 6 m³ caminhão
Pá carregadeira Escavação da célula Operador de Operação da
durante sua máquina máquina
evolução
Caminhão pipa Umedecimento da Motorista Operação do
(eventualmente) cobertura em caminhão
épocas secas
Encostador Controle dos
caminhões na frente
de descarga
Auxiliar de serviços Limpeza geral
gerais
Auxiliar Responsável pelo
administrativo correto desempenho
dos serviços
administrativo
Equipe de À medida que a
topografia célula for
(eventualmente) crescendo, a equipe
irá realizar a
conferencia
topográfica da base
Encarregado Responsável pelo
controle das

107
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

atividades dos
motoristas, auxiliar
de serviços gerais e
encostador
Engenheiro Responsável
Ambiental técnico pela
operação do aterro
sanitário

4.6.12.4. Atividades concomitantes

a) Drenagem de gases
No local em que se processa a disposição, podem existir drenos de gás que
precisam ser elevados juntamente com o lixo que os rodeia. Essa elevação deve se
proceder com a colocação da tela metálica para suportar as pedras da Mao, que então
são colocadas no espaço anelar entre a parede do tubo e a tela.
Feito o dreno vertical o lixo deve ser encostado a ele, em todos os lados
simultaneamente, com o objetivo de não provocar a inclinação do dreno, tirando-os do
prumo. Tal encosto deve ser feito com cuidado, se sugerindo que seja feito de modo
natural.

b) Cobertura dos Resíduos nas Células


O topo da célula que for sendo encerrada deverá ser executado a camada final de
cobertura argilosa na espessura compactada de 15,00 cm. A espessura compactada de
recobrimento com solo deverá ser de 0,60m até 1,00m nas áreas da célula onde a
superfície ficara exposta permanentemente (bermas e taludes definitivos).
Em época de estiagem, deverá ser feito o recobrimento periódico da camada de
cobertura com água (caminhão pipa), evitando-se o ressecamento excessivo do solo.

c) Execução de Proteção de Taludes – Cobertura Vegetal (gramíneas)


Nos taludes de lixo onde a disposição já se encerrou, e que estejam já na
conformação (posição, largura, declividade, etc.) e cotas definitivas, já dotados da
cobertura argilosa de 0,60cm a 1,00m, deverá ser efetuado de imediato a plantação de
gramíneas, visando a estabilização geotécnica dos taludes.

d) Descrição geral dos serviços a serem controlados

108
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

 Disposição de lixo;
 Cobertura de lixo com solo; confecção de acessos principais e secundários;
 Carregamento de terra;
 Transporte de terra;
 Abertura de drenos;
 Fechamentos de drenos;
 Confecção de drenos de gás e execução de aterros;
 Manutenção de taludes;
 Carregamento de tubos, pedras, etc.

4.6.12.5. Atividades posteriores

a) Execução do sistema de drenagem definitiva nas áreas de deposição já encerrada

Nos taludes de lixo onde a deposição já se encerrou, e que estejam já na


conformação e cotas definitivas, e já devidamente gramados, deverá ser feito, de
imediato, a execução das canaletas de berma, canaletas meia cana, etc., visando
preservar os taludes.

b) Monitoramento do lençol freático

A cada dois meses serão coletados amostras para análise laboratorial dos
seguintes parâmetros: nível estático do poço; pH, DBO, DQO, nitrogênio amoniacal,
carbono orgânico total, ferro, sólidos totais, fósforos, coliformes totais e fecais (ver
locação dos poços na Prancha 02-03/28).

c) Controle de vetores

O recobrimento diário dos resíduos, evitará a proliferação de vetores durante a


operação e, no encerramento do aterro, a camada final de lixo ficará coberta com
espessura mínima de 0,60m de terra. Com esta medida, os vetores, tais como insetos,
aves e roedores estarão devidamente controlados.

109
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

d) Manutenção do sistema viário

Os acessos em geral terão um sistema de manutenção, visando principalmente


manter as características de largura, declividade longitudinal e transversal,
pavimentação de drenagens existentes quando da implantação da mesma.
Deverão ser desenvolvidos trabalhos de inspeção ao longo dos acessos (uma vez
por semana), procurando detectar a ocorrência de algum dano nos mesmos.
Caso se detecte anomalia serão executados todos os serviços necessários, de
modo a recompor as características da via, tais como re-execução da sub-base, troca da
base, re-execução de pavimento, reconformar as declividades transversais, desobstrução
de bueiros, canaletas, etc.
Em termos de recuperação, as principais ações a serem tomadas dizem respeito à
reconstituição do subleito e do pavimento que suportam a camada rolante, que
porventura tenham sido destruídos ou erodidos, ou mesmo estejam apresentando o
fenômeno denominado “solo borrachudo”.

4.6.13. Equipamentos

Os equipamentos operacionais do aterro foram dimensionados para uma taxa de


rendimento de 150 ton/dia, com operação de 8 horas/dia.
Equipamentos indispensáveis:

a) Trator Esteira D6 – E com lâmina

Para o volume de resíduos a serem dispostos diariamente no aterro, será


necessário o uso de 1 trator de esteira do tipo D6 – E ou similar, o qual será utilizado
nas atividades de espalhamento e compactação dos resíduos e cobertura do lixo com
solo.

b) Pá carregadeira sobre pneus

Será necessário somente uma pá carregadeira, tipo CASE WA 180 ou similar,


para as operações de carregamento de solo no caminhão basculante e promover a
escavação para ampliação da célula, à medida que esta for expandindo sua área inicial.

110
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

c) Caminhão basculante de 6m³

Os volumes de solo necessários para a cobertura de lixo são pequenos, o que


implica na necessidade de apenas 1 caminhão basculante de 6 m³ de capacidade.

Equipamentos cujo uso é facultativo e eventual:

a) Escavadeira

Para as funções de abertura de valas e drenos na fase inicial de implantação do


aterro, onde se iniciará a escavação, deve ser prevista a utilização de 1 escavadeira tipo
SH 200 com concha de 60cm de largura, ou similar.

b) Balança

Capacidade: 60 toneladas;
Dimensões da plataforma de pesagem: 4,00m x 20,00m;
Plataforma de pesagem: cobertura de concreto;
Instalação: Totalmente sobre o piso;
Sistema de leitura: Indicador digital, com auto diagnóstico indicando qualquer
eventual problema técnico antes que gere pesagens erradas;
Sistema de impressão: Impressora de tíckts em papel liso, formulários contínuos,
fichas ou formulários pré-impressos;
Sistema gerenciador: Permite o total controle de todos os veículos que entrarem
e saírem do local;
Proteção total contra sobre e subtensões;
Comunicação: Saída de dados compatível para interligação com computador;
Célula de carga: 06 (seis) células de carga;
Alimentação: 110/220 V.

4.6.14. Sinalização

111
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Para que se organize o fluxo de veículos e equipamentos, deverão ser previstas


placas de sinalização que serão afixadas interna e externamente ao aterro, as quais são
classificadas em duas categorias:

a) Placas de Regulamentação

São placas a serem utilizadas nas vias externas de acesso ao aterro, indicando a
localização do empreendimento, cujas descrições e afixações deverão estar de acordo
com as normas do órgão de trânsito competente. Inclui-se também nesta categoria a
placa de licenciamento e operação do empreendimento, a qual deverá ser afixada junto à
entrada, em local visível.

b) Placas de orientação

São placas que serão usadas internamente, as quais serão do tipo: de localização,
de direção e de advertência.
As placas de localização serão afixadas em todos os sistemas, com os
respectivos dizeres de identificação como: aterro sanitário, células de resíduos, unidade
gerencial e administrativa, estação de tratamento de lixiviado, etc.
As placas de direção serão afixadas em pontos estratégicos do sistema viário,
para direcionar o fluxo de veículos às células e outras unidades do aterro.
As placas de advertência serão afixadas nos acessos e lugares sujeitos a riscos
por tráfego pesado ou danos estruturais.

4.6.15. Utilização futura da área do aterro

Sabe-se que áreas utilizadas para aterros sanitários não são adequadas para
construção de edificações de grande porte pela presença de emanações de biogás, bem
como pelo recalque diferencial elevado no solo.
No entanto, desde que os gases definitivamente canalizados por drenos
adequados, e desde que a cobertura final seja suficiente para isolar os resíduos sólidos
dispostos no terreno, as áreas poderão ser utilizadas para fins de recreação, pois não há
impedimentos no sentido de se utilizar as áreas encerradas para a implantação de
parques com atividades de lazer.

112
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Para garantir a segurança da população vizinha ao aterro, embora a população


vizinha ao aterro encontra-se a uma distancia maior que 500,00 metros, conforme
recomenda a ABNT NBR 13.896, todavia, essa distancia não é para núcleos
populacionais, e sim à fazendas da região, o que não se configura como núcleos
populacionais e sim a apenas uma residência, recomenda-se a realização de
acompanhamento sistemático da estabilidade do maciço, e avaliação das pressões
internas de gases e do percolado, a partir do monitoramento dos poços piezométricos.
É importante ressaltar que a reutilização da área para a implantação de um
parque de lazer não deverá ocorrer imediatamente após o término da operação do aterro.
Para isto acontecer, deverão ser tomadas medidas para evitar impactos no que se refere
à erosão, desestabilização dos taludes e ao comprometimento das áreas situadas a
jusante do aterro. Para tanto, é necessária a implantação de uma camada de cobertura
final com aproximadamente 60 cm de espessura e o plantio de gramíneas e árvores de
pequeno e médio porte, sobretudo resistentes às temperaturas elevadas.
Após o encerramento da disposição dos resíduos sólidos devem ser realizadas
atividades de manutenção e controle para viabilizar a utilização da área e garantir a
segurança da vizinhança do aterro.
Recomenda-se ainda o uso da área para atividades de educação ambiental, por
meio da qual, escolas e a comunidade acadêmica poderão agendar e realizar visitas à
área do aterro com o intuito de apresentar o local onde outrora se realizava a disposição
final dos resíduos, e que após o seu término permanece sob acompanhamento técnico e
ambiental, garantindo assim a segurança do meio ambiente.
No local após o término do seu funcionamento funcionará ainda a unidade
administrativa onde 2 funcionários permanecerão para garantir a segurança do local
evitando-se a entrada de estranhos à área, e promovendo o controle visual do local.
As análises de água subterrânea continuaram a ser realizadas a cada 2 meses,
além do acompanhamento geotécnico e de qualidade do efluente do sistema de
tratamento de líquidos percolados, enquanto esses estiverem tendo vazão, não
demarcando-se assim uma data ou um período de anos específicos. Muito se fala que
após o encerramento das atividades e recebimento de lixo os aterros sanitários
continuam a gerar gases e líquidos por cerca de 15 anos, o que acarreta no seu
monitoramento por um prazo de no mínimo 30 anos. Sendo assim, após a finalização da
vazão dos líquidos e gases, o empreendedor continuará tendo a responsabilidade de
realizar análises por mais um período de 15 anos, de modo que o acompanhamento e a

113
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

segurança do empreendimento sejam mantidos mesmo após a finalização de suas


atividades.

Possíveis usos futuros

A área de um aterro sanitário, após seu encerramento não possui muitas


alternativas para uso, sendo que as mais viáveis são: paisagismo (espaço aberto, zonas
de transição), e recreação (parques, praças, trilhas, campos de futebol).

Uso futuro para a área do aterro sanitário de Araguaina

Finalizando-se o uso do aterro sanitário para disposição de resíduos sólidos, o


uso do local será para realização de atividades educativas. Tais atividades serão
desenvolvidas por meio de palestras e visitas técnicas que estudantes e acadêmicos
poderão realizar na área do aterro sanitário.
Na visita os alunos receberam material educativo e de conscientização e
educação ambiental. Um profissional da área de gestão ambiental irá ministrar a palestra
de educação ambiental aos estudantes. Os acadêmicos e docentes das instituições de
ensino superior que demonstrarem o interesse no desenvolvimento de pesquisas na área
do aterro poderão desenvolvê-las mediante a autorização do empreendedor.
Logo, o uso futuro da área do aterro será de um local de visitação e
desenvolvimento de educação ambiental, sendo que as atividades de monitoramento e
acompanhamento técnico das ferramentas ambientas continuaram a ser desenvolvidas
pelo espaço de tempo estimado de 15 anos após a finalização da geração de líquidos e
de gases.
Tem que se assinalar que o fechamento de um aterro sanitário é uma atividade
separada do projeto e da operação do mesmo. Sendo assim, próximo ao seu fechamento,
considerando-se três anos antes do seu fechamento, o empreendedor deverá apresentar
um projeto detalhado para o desenvolvimento do seu fechamento, contendo os detalhes
do mesmo, uma vez que o presente projeto volta-se à implantação e operação do aterro
sanitário de Araguaina-TO. Basicamente realizando-se uma prévia do que deverá conter
em tal projeto de encerramento, pode-se citar:

 Projeto da camada de cobertura de selagem;

114
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

 Sistema de controle de águas e drenagem;


 Controle dos gases do aterro;
 Controle do tratamento dos percolados;
 Sistema de monitoramento ambiental.

4.7. Unidade administrativa

No aterro sanitário existirá uma unidade de apoio aos funcionários, também


chamada de unidade administrativa. Essa unidade será composta por uma edificação em
alvenaria de 104,20m² que ficará localizada na coordenada UTM Longitude 791329 m
E e Latitude 9179284 m S. As pranchas referentes ao projeto estrutural, arquitetônico,
hidráulico, elétrico e sanitário encontram-se localizadas sob os n°s: Pranchas 17-28/28.

Componentes da unidade administrativa

A unidade administrativa irá compor um ambiente onde os funcionários poderão


realizar horário de descanso, refeições, banho e uso de sanitários e serviços
administrativos, sendo que todas as repartições e componentes dessa unidade serão
separados por paredes e janelas, compondo um ambiente mais organizado para o
ambiente de trabalho.

Refeitório

O refeitório será um local arejado e em perfeitas condições de higiene para os


funcionários realizarem suas refeições, bem como em períodos de descanso realizar
lanches. Ele estará preparado para receber 15 pessoas, sendo que o aterro esta com
expectativa de compor o quadro de funcionários com 5 funcionários, sendo que as
demais vagas serão para visitantes que estiverem presentes e para o caso de ampliação
do quadro de funcionários o local já estará preparado para recebê-los. O refeitório
contará ainda com mesas e cadeiras para a acomodação dos funcionários. A área do
refeitório é de 36,14m².

Sala de administração

115
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

A sala de administração estará preparada para receber 2 funcionários do setor


administrativo. Esses funcionários irão desempenhar serviço como checagem de tickets,
arquivamento de tickets, além do controle e auxilio técnico aos balanceiros. A área da
sala de administração é de 12,25m²

Copa

A copa será o local onde os funcionários poderão armazenar e aquecer os


alimentos para o consumo. Contará com uma geladeira, uma pia, um micro-ondas e um
armário. Por meio dessas ferramentas os funcionários poderão guardar seu alimento e
retirá-los posteriormente para realizar o consumo. A área da copa é de 7,00m². O
sistema de tratamento dos efluentes líquidos da copa e dos sanitários será
compartilhado, distinguindo-se que a copa possuirá a caixa de gordura antes do tanque
séptico e sumidouro.
O tratamento do efluente gerado na pia da copa encontra-se descrito em um item
abaixo.

Sanitários

Os sanitários contarão com instalações sanitárias além de vestiários para os


funcionários promoverem a troca de roupas e banhos, possuindo também banco e
armários. Sendo que haverá o sanitário feminino e o sanitário masculino. O sanitário
feminino possuirá a área de 20,54m², contando com 3 chuveiros e 3 bacias sanitárias. O
sanitário masculino possuirá a área de 20,57m², contando com 3 chuveiros, 3 mictórios
e 1 bacia sanitária.

4.8. Unidade de manutenção de máquinas e equipamentos (galpão de máquinas e


equipamentos)

Esta previsto para o empreendimento a instalação de uma unidade de


manutenção de máquinas e equipamentos. As máquinas que estarão constantemente
trabalhando no aterro sanitário será: 1 trator de esteira do tipo D6-E ou similiar, 1 pá
carregadeira sobre pneus, e 1 caminhão basculante.

116
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Dessa forma, o galpão estará preparado para comportar as 3 máquinas, logo,


possuirá a dimensão de: 30,00 metros de comprimento, 10,00 metros de largura, e 5,00
metros de altura. O material que constituirá o galpão será em estrutura de concreto
armado, e o telhado em telha de fibrocimento estrutural – brasilit. A estrutura em
concreto armado se faz necessária, tendo em vista ser uma estrutura de grandes
dimensões, e que a presença de ventos poderia afetar a estabilidade da estrutura caso
essa fosse em material metálico.
No local do armazenamento de máquinas e equipamentos também será realizado
o abastecimento dos motores das máquinas, sendo que não haverá nenhum tipo de
armazenamento de combustível no local, o local servirá unicamente como transferência
do combustível, tendo em vista que o combustível virá de veículos devidamente
autorizados para esse fim, sendo que esses veículos serão de responsabilidade do posto
que estará disponibilizando o combustível. Ou seja, o combustível será fornecido pelo
posto de gasolina, e esse por meio de contrato firmado com o empreendedor será o
responsável pelo transporte e abastecimento das máquinas no aterro sanitário, de forma
que o abastecimento será realizado no galpão de máquinas e equipamentos.
Não haverá nenhum tipo de lavagem de peças ou máquinas nesse local, logo não
será utilizado nenhum tipo de produto químico ou solvente no galpão de máquinas e
equipamentos.

4.9. Guarita de acesso à área do aterro

A guarita de acesso à área do aterro contará com uma edificação em alvenaria,


com 9,00 m². Funcionará como local para se realizar a identificação e autorização de
entrada para caminhões contendo resíduos sólidos e visitantes, de forma que pessoas
não autorizadas e devidamente registradas não poderão entrar. Tal procedimento torna-
se indispensável para a operação adequada do aterro sanitário e controle de pessoas
dentro do empreendimento.
Dentro da guarita haverá computadores e um armário para arquivamento de
materiais. Haverá também a presença de um bebedouro contendo água mineral para o
consumo dos funcionários. O sanitário ficará localizado concentrado na unidade
administrativa de apoio aos funcionários, uma vez que a mesma ficará próximo à

117
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

guarita, tornando-se desnecessário a presença de outro sanitário na guarita. (Vide


Pranchas 17/28 e 23-27/28).

4.10. Abastecimento de água

Visando o abastecimento de água para as instalações que necessitam desse


recurso será realizado por meio do uso da água de um poço semi-artesiano, o mesmo
ficará localizado na coordenada UTM Longitude 791324 m E e Latitude 9179275 m S.
O poço semi artesiano terá a profundidade de aproximadamente 100,00 metros. Segue
anexo ao presente projeto a solicitação de anuência que solicita a autorização para
perfurar o respectivo poço semi-artesiano para o setor de outorga do NATURATINS.
Logo depois de obtida a anuência para perfuração do poço, será realizada a perfuração,
e posteriormente será realizada a outorga para uso desse recurso hídrico, tal outorga será
solicitada ao órgão ambiental competente, a saber, NATURATINS. Portanto, durante a
implantação do aterro sanitário, estará sendo também realizada a instalação do poço
semi-artesiano, tão logo o NATURATINS autorize por meio da LI a instalação do aterro
sanitário de Araguaina (Vide Prancha 02-03/28).
O armazenamento da água será realizado por meio do uso de uma caixa d’água
com capacidade de 5000 m³ de água, composta por material em fibra de vidro com as
seguintes dimensões: 2,28 x 1,83 x 1,64 metros.
O uso da água proveniente do poço semi-artesiano se limitara a serviços de
limpeza e uso dos sanitários não sendo utilizada para o abastecimento humano. A água a
ser utilizada para consumo dos funcionários do aterro sanitário será água mineral, que
estará disponível por meio de bebedouros com galões de água mineral de 20 litros.

4.11. Canteiro de obra

Existem diversas regulamentações voltadas para a prevenção de riscos de


acidentes de trabalho e a garantia da segurança do trabalhador nesse ambiente. Aliado a
esse fato deve-se também promover a garantia da melhoria das condições ambientais,
uma vez que as atividades humanas no meio podem provocar impactos ambientais tanto
para o meio biótico, abiótico e antrópico.

118
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Com o objetivo de propor melhorias nas condições de trabalho e de minimizar


ao possível os riscos de impactos ambientais, apresenta-se as instalações que irão
compor o canteiro de obras do Aterro Sanitário de Araguaína

5. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

5.1. Área de Influência

Para definição das áreas de influência do empreendimento foram consideradas as


especificidades da mesma, as tipologias dos impactos, os raios de alcance das suas
consequências sob esses diferentes pontos de vista, suas fases de desenvolvimento e as
ações envolvidas em cada uma dessas fases:
Como Área de Influência Direta (AID) considerou-se os meios físicos e biótico e
os principais elementos ambientais a serem afetados: a água superficial e subterrânea, o
relevo, a cobertura vegetal e a fauna associada. Para a Área de Influência Indireta, foi
considerado todo o município onde se localizará o empreendimento, particularmente no
que se refere aos aspectos socioeconômicos. Com base nesses pressupostos foram
definidas as seguintes áreas de influência:

 Área Diretamente Afetada (ADA): Representada pelo perímetro do aterro


sanitário, localizada, aproximadamente entre as coordenadas geográficas
10°32’15” S e 48°21’51” W (Figura 23);

 Área de Influência Direta (AID): Representada por um espaço geográfico


ampliado, 200,00m ao redor do perímetro do aterro,definido pela equipe como
suficiente para representar os efeitos das alterações ambientais decorrentes dos
impactos previsíveis para o aterro;

 Área de Influência Indireta (AII): Foi caracterizada por ser real ou


potencialmente sujeita aos impactos indiretos da implantação e operação do
empreendimento. A área de influência indireta contempla basicamente o
município de Araguaina.

119
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 23. Localização da área de implantação do aterro sanitário.

5.1.1. Área Diretamente Afetada (ADA)

A área destinada à construção do Aterro Sanitário é ocupada atualmente por


pastagem. Esta área basicamente apresenta uma paisagem simplificada, com pastagem
dominante de Braquiarão ( Brachiaria brizantha), com arbustos de vegetação pioneira
espalhadas pela pastagem em toda a extensão da Área Diretamente Afetada.

5.1.2. Área de Influência Direta (AID)

A Área de Influência Direta esta demarcada por uma faixa de 200,00 metros no
entorno da propriedade do aterro. Esta faixa abrange uma área de terra com o mesmo
perfil da propriedade diretamente afetada. Tratam-se de propriedades pequenas com alto
índice de intervenção humana, com parte do terreno ocupado por Braquiarão

120
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

(Brachiaria brizantha), utilizada pastoreio como principal atividade econômica dos


proprietários afetados.

5.1.3. Área de Influência Indireta (AII)

A Área de Influência Indireta (AII) é definida como a área que potencialmente


será afetada pelos impactos indiretos da inserção do empreendimento, abrangendo os
ecossistemas que poderão ser atingidos com o funcionamento do aterro na área
diretamente afetada, sendo que esta área, segundo a Resolução do CONAMA 0001/86,
deverá: “Definir os limites da área geográfica a ser diretamente ou indiretamente afetada
pelos impactos, denominada área de influência do projeto, considerando, em todos os
casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza”.
Para a determinação da AII, levou-se em consideração pontos do
empreendimento, como canteiro de obras, obras de apoio, movimentos de terra para
escavação da trincheira e cobertura de resíduos, desmatamentos, entre outros, e também
se objetivou a avaliação da inserção do aterro sanitário na região e os reflexos dos
conflitos ambientais no meio biótico, abiótico e antrópico.

5.2. Meio Físico

A região onde está situada a cidade de Araguaína caracteriza-se por possuir uma
fisiografia marcada pela presença de pedimentos cobertos por arenitos e lateritas e
couraças limoníticas, com cotas medias entre 200 e 250m. Esses pedimentos ocupam
extensas áreas e estão em muitos locais bastante dissecados, dando origem a um relevo
mais acidentado onde se destacam os declives abruptos em forma de cuestas nas
chapadas lateríticas e as pequenas cristas suavemente onduladas, constituídas por
interflúvios semi-aplainados.
Esse clima é o principal responsável pela savana, cobertura vegetal que cobre a
maior parte do Estado do Tocantins e está bem representada no Município de
Araguaína, onde predominam cerrados, tendendo a cerradões nas áreas aplainadas
cobertas por solos arenosos, latossolos e crostas lateríticas. Árvores de maior porte,
típicas de floresta tropical, formam manchas isoladas ou matas galerias.

121
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

A savana tropical apresenta árvores de pequeno a médio porte, formando o


cerrado, os cerradões e os campos limpos, característicos de clima quente e com média
taxa pluviométrica.
Apresenta-se a seguir nas Figuras 24, 25 e 26 os mapas de localização da área do
Aterro Sanitário de Araguaína, o mapa contendo a imagem da região em que será
implantado o aterro sanitário, a imagem da área do aterro sanitário e logo mais adiante
na Figura 27 o mapa topográfico hidrográfico da região em que se encontra inserida a
área do Aterro Sanitário.

122
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

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Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 24. Mapa de localização da área de implantação do Aterro Sanitário de Araguaina.

124
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

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Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 25. Região onde sera instalado o Aterro Sanitário de Araguaina.

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Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

127
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 26. Imagem aproximada da área onde se intalará o Aterro Sanitário de Araguaina.

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Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 27. Mapa Topográfico Hidrográfico da área de implantação do Aterro Sanitário de Araguaina.
129
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

5.2.1. Características Climáticas e Aspectos Meteorológicos

A caracterização climática caracterizou-se pela busca dirigida do conhecimento


da realidade ambiental e de dados disponíveis nas áreas influenciadas pela implantação
do Aterro Sanitário e onde se farão sentir os impactos.
Os levantamentos das informações referentes à área buscaram a obtenção do
máximo de dados disponíveis, complementados por visita técnica no local do
empreendimento e seu entorno.
Contatos com o órgão Governamental (NEMET), ligado a Secretaria de
Agricultura e Instituições de Pesquisas (UNITINS e EMBRAPA), bem como
concessionários de serviços do Estado do Tocantins foram feitos para o levantamento de
informações pertinentes ao projeto do Aterro Sanitário.
As informações sobre os Aspectos Climáticos na área do Aterro Sanitário foram
embasadas na coleta de informações junto à população sobre a predominância de ventos
na região, visto que a mesma não possui dados científicos relacionados a este elemento
e comprovação desta predominância junto aos profissionais responsáveis nas entidades
oficias do Estado do Tocantins.
Para o Tocantins (1999), que adota a classificação de KOPPEN o clima da
região de Araguaína é AWI e caracteriza-se por apresentar:
O clima da região de Araguaína é tropical úmido ou de savana tropical (AW) de
Koppen, caracterizado pela alternância de duas estações características, sendo uma seca
de maio a setembro e outra chuvosa de outubro a abril. A precipitação media anual esta
entre 1.500 a 2.000 mm e a temperatura media em torno dos 25° C, com mínima de
19ºC em junho e julho e a máxima de 32ºC em agosto e setembro.

5.2.1.1. Clima

A região está inserida nos domínios do clima Aw, próxima da transição para o clima
Equatorial, da classificação de Koeppen. O clima Aw (tropical úmido) se caracteriza por
apresentar duas estações bem definidas: verão chuvoso (Novembro a Maio) e inverno seco
(Junho a Outubro). A temperatura média anual oscila entre 25 a 26 ºC. A pluviosidade
média da região é normalmente superior a 1500 mm, havendo uma certa irregularidade em
termos absoluto na precipitação total de ano para ano com 270 dias de chuva e umidade
relativa de 60% (INMET, 2012).

130
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

O município de Araguaína está caracterizado nas Folhas cartográficas Araguaína


(SB.22-Z-D) e Conceição do Araguaia (SB.22-X-B). Limita-se ao Norte com os
municípios de Aragominas, Muricilândia, Carmolândia, Santa Fé do Araguaia; ao Sul,
com Nova Olinda e Pau d’Arco; a Leste, com os municípios de Babaçulândia,
Wanderlândia e Piraquê; a Oeste, com o rio Araguaia

5.2.1.2. Pluviometria

O regime de chuvas é sazonal e tipicamente tropical, com o período chuvoso de


novembro a abril e o período de estiagem de maio a outubro. As precipitações máximas
anuais variam de 1.500 (mm) a 1.854 (mm).

5.2.1.3. Temperatura

O clima da cidade de Araguaína é caracterizado por temperaturas médias anuais


que variam de 24 C e 34º C.

5.2.1.4. Direção dos ventos

O regime de ventos predominante no Município de Araguaína é de calmaria com


quase inexistência de ventos fortes, com direção predominante no sentido Leste para
Oeste. A calmaria é explicada pela homogeneidade geomorfológica.

5.2.1.5. Umidade relativa do ar

A região do Município de Araguaína apresenta umidade relativa média anual de


66%.

5.2.2. Características Geológicas e Pedológicas e das águas subterrâneas–


Laudo Geológico e Hidrogeológico

Os laudos apresentados pelo Geólogo Ismael Nunes que serão dispostos no


decorrer do Laudo Geológico e Hidrogeológico, embora não estejam assinados no
presente estudo, encontra-se junto ao empreendedor uma via do mesmo laudo, idêndita à
que se apresenta abaixa e devidamente assinado, podendo ser apresentada ao presente
órgão caso seja solicitada.

131
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

5.2.2.1. Relevo

O relevo apresenta-se de forma estrutural com declive suave igual ou inferior a 5%,
com Superfície Tabulares e Patamares Estruturais. Faz parte da Bacia Sedimentar do
Parnaíba, com compartimentos geoambientais dos domínios das Bacias Sedimentares Paleo-
Mesozóica e Meso-Cenozóica (Depressões e Patamares). Possui solos dos tipos Latossolos,
Neossolos, Argissolos e Plintossolos (EMBRAPA, 1999).

5.2.2.2. Geologia

Na Folha Araguaína, utilizando-se de todos os dados geológicos, geofísicos,


geoquímicos, geocronológicos e petroquímicos existentes na área, foi possível
subdividir em três unidades tectônicas: Domos Gnáissicos, correspondendo ao domínio
cratônico de Silva & Sá (op. cit.); Faixa Orogênica Tocantins-Araguaia (grupos
Estrondo e Tocantins) e Sinéclise do Parnaíba.
Capeando essas unidades, foram registrados outros eventos deposicionais mais
recentes, representados pelas coberturas arenosas e/ou detrítico- lateríticas, de idade
terciária e quaternária e aluviões quaternárias, agrupadas nas unidades designadas
Coberturas Tércio-Quaternárias e Depósitos Aluvionares.
Na Figura 28 estão representadas 4 unidades Geologicas para o município de
Araguaína, bacias sedimentares, depósitos sedimentares inconsolidados, embasamentos
em estilos complexos e faixas orogênicas.

132
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 28. Mapa geológico do município de Araguaina.

5.2.2.2.1. Geologia local

O local onde será implantado o Aterro Sanitário do Município de Araguaína está


posicionado diretamente sobre sedimentos paleozóicos da Formação Pedra de Fogo da
Bacia do Maranhão.
A Formação Pedra de Fogo, unidade que engloba a área do Aterro Sanitário de
Araguaína, tem idade Permiana e é constituída por uma seqüência cíclica de arenitos,
siltitos, folhelhos, calcários, algumas vezes dolomiticos, brechas intraformacionais e
folhelhos carbonosos, com intercalações de leitos, blocos e concreções arredondadas de
chert, contendo no topo madeira petrificada(psaronius).
Na área do estudo a porção superior da sequencia, composta principalmente por
siltes, argilas e arenitos finos é predominante, conforme é mostrado no relatório
fotográfico.

133
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

É freqüente a presença de leitos irregulares e descontínuos de sílex branco, em


finas camadas, intercalados nos folhelhos, siltitos e arenitos, onde ocorrem as
concreções esféricas e achatadas totalmente silicificadas.
Na base da sequencia é comum um sedimento argilo siltoso, listrado nas cores
vermelha e creme amarelado com aleitamento irregular.
A fração pelítica com intercalações de sedimentos químicos e psamíticos indica
mudanças cíclicas no regime de fluxo que propiciou a deposição dessas rochas.
Coberturas Cenozóicas - São sedimentos geralmente inconsolidados que formam
extensas coberturas normalmente nas áreas mais baixa do relevo, em meio a
intercalações de coberturas de cascalhos laterizados. São formadas por areias, creme
esbranquiçadas com tonalidades amareladas e granulação fina a média, com variações
para frações argilosas. Estão capeando os sedimentos da Formação Pedra de Fogo.
Raros vestígios de cobertura Terciária estão presentes, geralmente como crostas
laterizadas que apresentam cores avermelhadas, amareladas e amarronzadas, ricas em
cascalho laterítico ou crostas endurecidas, que normalmente se distribuem nas partes
mais elevadas do relevo aplainado. Ocorrem normalmente sob a forma de canga
laterítica e crostas limoníticas duras, como solo laterítico de coloração vermelha, rico
em concreções limoníticas.
Quanto à estruturação tectônica da área e seu entorno, está relacionada à
tectônica regional que afetou a Bacia do Maranhão, estando entretanto totalmente
estabilizada.
Na Figura 29 encontra-se o mapa geológico da região em que encontra-se
inserido o Aterro Santário de Araguaína.

134
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

135
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 29. Mapa Geológico da área do Aterro Sanitário de Araguaina.

136
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

5.2.2.3. Geomorfologia

O município de Araguaína está inserida dentro dos domínios da unidade


geomorfológica denominada a leste pela Depressão do Araguaia (médio e baixo), a
oeste pela Depressão do Tocantins (médio), separadas centralmente pelos Patamares do
Araguaia, caracterizando vasta superfície rebaixada no sentido centro-leste e centro
oeste com altimetria que varia de 200 a 300m (apresentando bastante regularidade que
confere um aspecto de um intenso corredor) (Figura 30), onde observa-se relevo
suavemente dissecado em forma de topo convexo e formas de topo tabular. Nos vales
aprofundados que dissecam a área ocorrem faixas contínuas de florestas de galerias,
associados praticamente a paisagens de cerrado, veredas e buritizais (SEPLAN 2004).
Reconhece várias fases erosivas, resultando na elaboração dos pediplanos.
Refere-se à abertura dos relevos dobrados e à interferência de uma movimentação
tectônica recente sobre a drenagem e a superfícies aplanadas (SEPLAN 2004).
As Regiões geomorfológicas constituem grupamentos de Unidades
geomorfológicas que apresentam semelhanças resultantes da convergência de fatores de
sua evolução. Na área em estudo estão presentes sete Regiões geoambientais, delineadas
por DEL’ARCO et al. (1995): (I) a Depressão do Baixo e Médio Araguaia, (II) a
Depressão do Médio Araguaia (Seção III), (III) os Planaltos do Interflúvio Tocantins-
Araguaia (Barrolândia), (IV) as Serrarias e Depressão de Xambioá, (V) a Depressão de
Palmeirante-Tupiratins, (VI) o Interflúvio da Serra do Estrondo, (VII) e o Patamar
Rebaixado de Colinas do Tocantins (SEPLAN 2004).

137
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 30. Mapa geomorfológico do município de Araguaina.

138
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

139
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 31. Mapa geomorfológico da área do Aterro Sanitário de Araguaina.

140
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

5.2.2.4. Declividade

Quanto a declividade foi registrada 5 níveis (Quadro 1 e Figura 32). Entende-se


como vulnerabilidade o grau de estabilidade do relevo com relação à maior ou menor
energia erosiva e está correlacionada a percentagem de declividade. Observa-se que no
município predomina de baixa a média declividade e vulnerabilidade, restringindo a
média e alta vulnerabilidade para os Patamares do Araguaia. A Depressão do Tocantins
apresenta as mais baixas declividades e vulnerabilidades em relação a Depressão do
Araguaia.

Quadro 1. Representação dos níveis de declividade do terreno e a correlação como


índice de vulnerabilidade.

Declividade Índice de Vulnerabilidade Descrição


0-5% 1.0 Muito Baixa
5-12% 1.5 Baixa
12-25% 1.7 Baixa-Média
25-35% 2.4 Média-alta
 35% 2.8 Alta
Fonte: Adaptado e modificado de CREPANI et al. (1998).

141
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 32. Mapa de declividade do município de Araguaina.

As planícies e os terraços fluviais, típicas formas de acumulação, não se


enquadram nessa classificação, que abrange somente os relevos dissecados. As
restrições nessa classe, entretanto, não se devem a erosão, mas às inundações periódicas
frequentes ou eventuais que dificultam as atividades agrícolas de culturas permanentes.

5.2.2.5. Pedologia

As classes de solo são representadas por Neossolo Quartzarênico com 41,10%


em áreas, Argissolos Vermelho-Amarelo com 26,17%, Latossolo Vermelho Amarelo
com 18,71%, Plintossolos Pétrico com 8,30%, Neossolo Lítico com 4,56%, Solos
Hidromorficos com 1,01% e Argissolo Vermelho com 0,15% (SEPLAN 1999).
Na Figura 33 estão representados os solos segundo Embrapa em 4 grandes
grupos Neossolo Quartzarênico, Argissolos Vermelho-Amarelo, Plintossolos Pétrico e
Latossolo Vermelho Amarelo.

142
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 33. Mapa de solos para o município de Araguaina.

Na Figura 34 encontra-se localizado o mapa pedológico da região em que


encontra-se inserida a área do Aterro Sanitário de Araguaina.

143
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

144
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 34. Mapa Pedológico da área em que será implantado o Aterro Sanitário de Araguaina.

145
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

5.2.2.5.1. Solos locais

O solo existente é do tipo argilo síltico arenoso, espesso, em grande parte da área
e é composto por argilas, siltes, areias finas e médias. Cascalho principalmente
laterítico, mal selecionados, compostos basicamente por quartzo e alguns minerais
opacos, de cor amarelo avermelhado são encontrados nos leitos das drenagens. São
solos de fertilidade média a baixa, vegetação de cerrado, tendo sido utilizados
amplamente no passado como pastagem. Caracteriza-se por ser solo desenvolvido sobre
rochas de natureza sedimentar pelítico psamitica da Formação Pedra de Fogo, que é
atestado pela característica argilo-síltico arenosa e cor vermelha amarelada.
Apresentam-se geralmente bem drenados, com textura argilosa, estrutura franca,
pequena, de consistência pouco friável, ligeiramente plástico a plástico e medianamente
pegajoso a pegajoso.

5.2.3. Hipsometria e corpos hídricos (Hidrografia)

Quanto a hipsometria observasse claramente que a região apresenta a partir dos


Patamares do Araguaia na porção centro-leste que corta o município, as maiores
altitudes e no seu entorno a leste formado pela Depressão do Tocantins sua redução mas
com uma certa heterogeneidade, tendo ao sudeste as maiores altitudes e diminuindo no
sentido norte. Já na Depressão do Araguaia percebesse as menores altitudes e maior
homogeneidade das mesmas apresentando uma vasta superfície com altitudes entorno
de 200 a 300m, no sentido dos Patamares do Araguaia (central-leste) para oeste até
chegar no rio Araguaia (Figura 35).

146
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 35. Mapa Hipsométrico do município de Araguaina.

O Município de Araguaína está localizado na parte norte do estado do Tocantins,


numa área que se estende desde a Rodovia Belém Brasília até a margem direita do Rio
Araguaia, sendo cortado pelo Rio Lontra que é afluente do Rio Araguaia pela margem
direita. A cidade é cortada também por vários cursos d’água dentre os quais o Rio
Pontes, os córregos Tiúba, Neblina, Jardim, Gurguéia e outros menores. O Córrego
Grota Grande, afluente do Rio Lontra pela margem esquerda é o coletor das águas
provenientes da área do estudo. O período chuvoso vai de outubro a abril.
O padrão de drenagem na região onde esta a área de estudo, pode ser
considerado dentrítico, localmente assumindo aspecto retangular. Quanto à classificação
genética dos cursos d’água, são em geral do tipo conseqüentes. Os córregos que cortam
a cidade fazem parte da Bacia do Rio Araguaia e tem direção predominante leste oeste e
norte sul, estando na maior parte de seus cursos, controlados por fraturas em padrão
retangular meandriforme.
De modo geral o padrão de drenagem é retangular e os vales são relativamente
incisos. Na área de litologias paleozóicas, percebe-se o modelado de vertentes suaves

147
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

com declividades claramente direcionadas para o eixo das drenagens em sistema de


rampa bem definido. A vegetação dominante é de Savana desenvolvida sobre
Latossolos Vermelho Amarelos e Areias Quartzosas (RADAMBRASIL, 1981).
A área estudada, ainda não urbanizada, é, em sua maior parte, topograficamente
plana, destacando-se apenas o pequeno declive no sentido norte nordeste em direção aos
vales das pequenas drenagens que forma o Córrego Grota Grande que corre de sul para
norte, em direção ao Rio Lontra.
A área em estudo está no denominado Interflúvio do Tocantins Araguaia que é
definida como a área que ocorre ao entre os vales dos rios Tocantins e Araguaia,
constituindo um corredor deprimido. A unidade constitui um conjunto homogêneo, com
altimetria de 220 a 300 m (RADAMBRASIL, 1981).
Em mapeamentos anteriores, a unidade recebeu a adjetivação de Ortoclinal do
Médio Tocantins. Isto se devia a sua posição em relação às escarpas cuestiformes do
Planalto Sedimentar Piauí – Maranhão, e ao fato de ocorrer transversalmente à estrutura
monoclinal que a truncava (RADAMBRASIL, 1981).
Segundo o autor, a unidade apresenta relevo de dissecação suave, predominando
extensivamente as formas tubulares, com grande diversidade de expressão areolar. Em
menor escala, ocorrem trechos de relevos aplanados ainda conservados. Essas seções
aplanadas bordejam áreas serranas, ou mesmo trechos marginais aos rios na região.
O Rio Lontra, assim com os principais cursos d’água que cortam o município,
eventualmente apresentam bancos de areia ao longo de seu leito e frequentemente o seu
curso é interrompido por travessões e corredeiras.

5.2.3.1. Hidrografia local

Quanto aos recursos hídricos, o local escolhido para a implantação do Aterro


Sanitário do Município de Araguaína, está numa região relativamente plana e distante o
bastante para evitar poluição do curso de drenagem mais próximo, uma vez que todo o
produto gasoso e líquido do aterro passará por processo de tratamento adequado.
O nível freático foi possível ser alcançado através de sondagem que
apresentaram as seguintes profundidades: SPT 01 1ª etapa = 6,83m e SPT 02 = 5,40m;
SPT 03 = 4,85m; SPT 04 = 5,19m; SPT 05 = 5,20m; SPT 06 = 5,38m; SPT 07 = 4,99m;
SPT 08 = 5,27m; SPT 09 = 5,22m; SPT 10 = 4,85m; SPT 11 = 4,78m; SPT 12 = 4,12m;
SPT 13 = 4,97m.

148
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

São medidas de profundidade do nível freático com a média 5,00metros,


portanto, 3,00 metros abaixo do fundo das valas ou trincheiras que serão escavadas e
que de acordo com o projeto terão 2,00 metros de profundidade, para deposição dos
resíduos sólidos.
As águas superficiais são drenadas para a parte norte, em direção ás águas do
Córrego Grota Grande, localmente possuindo dois braços, uma a oeste e outro a leste,
que condiciona a direção do fluxo das águas do lençol freático no local.
Estudos hidrogeológicos já realizados na região reconhecem estes terrenos
inseridos na unidade litogica denominada Formação Pedra de Fogo, que está
sobrejacente as formações Piauí, Longá e Cabeças, descritas no item geologia, como
promissores para captação de água subterrânea através de poços tubulares profundos.
Na área não existe nenhum poço tubular profundo, mas em fazendas próximas situadas
no mesmo contexto geológico, poços tubulares profundos produzem água subterrânea
de excelente qualidade, com vazões variando de 8.000 a 15.000 litros por hora com
nível estático (freático) de aproximadamente 10,00 metros.
No projeto está programada a perfuração de um poço tubular profundo no ponto
de coordenada UTM 22L 07 91 324E/91 79 275N.

5.2.4. Aspectos Geotécnicos

5.2.4.1. Declividade Natural

A área destinada à implantação do Aterro Sanitário do Município de Araguaína


está assentada sobre uma superfície relativamente plana, estando ausente qualquer
ondulação brusca no terreno. As cotas relativas mais altas em torno de 277 metros e
situam-se na parte oeste da área, limítrofe com a rodovia BR-153, diminuindo
predominantemente para leste. Na parte sudeste da área também há uma diferença de
nível com caimento para leste/nordeste. A parte mais baixa do terreno tem cotas
próximas de 254 metros. A região mais baixa constitui-se de uma convergência dos
pontos de maiores elevações na área.

5.2.4.2. Cortes

Os cortes necessários na implantação do projeto serão as escavações das lagoas


anaeróbia, facultativa e de maturação e da célula (vala ou trincheira).

149
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

A primeira vala terá 120.715m² com o perímetro medindo 650,00 + 150,00 +


650,00 + 222,00m. com profundidade de 2,00 metros.
Deslizamentos são descartados, pois a textura do solo no local garante alta
resistência a desabamentos e deslizamentos. O solo e o subsolo possuem sustentação
lateral e vertical, para o tipo de escavação projetada com o talude inclinado.

5.2.4.3. Aterros

Na área em estudo para a implantação do Aterro Sanitário do Município de


Araguaína, o aterro necessário será para o recobrimento das vala ou trincheira, na sua
camada de impermeabilização e na deposição após cada camada de detritos depositada,
até o seu enchimento, usando-se para isso o próprio material retirado quando da sua
escavação e que será devidamente depositado para esse fim.

5.2.4.4. Erosão

Os processos de erosão no local, devido à área ser relativamente plana, e ainda


não habitada, são muito incipientes, devido ao fato dos solos apresentarem um baixo
potencial erosivo, conjugado ainda com a baixa declividade.
No entanto é necessário que se faça um adequado escoamento das águas
superficiais quando da abertura das valas ou trincheiras, para se evitar problemas
futuros de erosão, principalmente no período chuvoso.

5.2.4.5. Fundações de obras

A área escolhida para a implantação do Aterro Sanitário do Município de


Araguaína oferece plenas condições para a construção e implantação dos módulos de
disposição e tratamento de resíduos sólidos. O solo tem as todas as características
favoráveis, tais como, resistência a desabamentos e deslizamentos, alta porosidade e
baixa permeabilidade, podendo ser construídas as obras civis que compõem o projeto do
Aterro Sanitário.

5.2.4.6. Habitações

Na etapa de campo foi constatado que existe atualmente a sede da Fazenda Bela
Vista dentro do perímetro da área destinada a Implantação do Aterro Sanitário. Essa
sede será demolida e desativada, com a recuperação e revegetação da área.

150
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

5.2.4.7. Sondagens para verificação do lençol freático

As sondagens SPT usadas para caracterizar o grau de compactação do solo,


foram importantes para a descrição detalhada da composição do solo como também sua
granulometria. Algumas dessas sondagens atingiram o lençol freático, definindo assim o
local da implantação das células de deposição dos resíduos sólidos.
Foram realizadas duas etapas de sondagem, uma de 3 furos para a determinação
da viabilidade da área e outra com 13 furos abrangendo toda à área e principalmente o
local onde serão construídas as obras do Aterro Sanitário.

5.2.5. Conclusão sobre o terreno

Após os estudos foi constatado que a área de 55,7583 hectares, apresenta


parâmetros positivos para a implantação do ATERRO SANITÁRIO DO MUNICIPIO
DE ARAGUAÍNA, não sendo encontrados os principais fatores negativos que poderiam
causar restrições ao seu uso, quais sejam: não apresenta locais alagadiços e nem sujeitos
à inundações, não apresenta solos compressíveis e/ou corrosivos, não apresenta
litologias cársticas (calcário) que possibilitem a formação de grutas e/ou cavernas, que
podem provocar afundamento e consequentemente desabamentos, não foi e nem é usado
como deposito de materiais nocivos, tendo sido utilizado até o momento como
pastagem, estando, portanto apta a ser usada para o objetivo proposto.

5.2.6. Parecer Técnico

Baseado nas condições geomorfológicas (formas de relevo), pedológicas (solo),


geológicas (solo e sub-solo), hidrológicas (águas superficiais), hidrogeológicas (águas
subterrâneas) e geotécnicas (condições geotectônicas), observadas no local e seu
entorno, como também na analise da planta topográfica e do Projeto do Aterro Sanitário
de Araguaína e considerando o objetivo proposto para a utilização do terreno, nada
existe, seja pela sua natureza, como pela concepção técnica do projeto que possa
desaconselhar a sua aprovação para uso sanitário pela comunidade, com beneficio para
a população do Município de Araguaína, desde que sejam seguidos e respeitados os
pareceres, as sugestões e as recomendações deste laudo.

151
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

5.2.7. Relatório Fotográfico do Laudo Geológico e Hidrogeológico

Figura 36. Solo na entrada da área.

Figura 37. Escavação para acúmulo de água.

Figura 38. Vista geral da area para sul.

152
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 39. Solo na parte noroeste da área.

Figura 40. Mata preservada à direita na parte norte da área.

Figura 41. Esvação para acumular água feita pelo antigo proprietário no centro sul
da área.

153
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 42. Vista longitudinal da escavação.

Figura 43. Parede lateral mostrando camadas de argilito.

Figura 44. UTM 22L – 791404E / 9179280N

154
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 45. Detalhde das paredes da escavação.

Figura 46. Argilitos e Siltitos

Figura 47. Argilitos e Siltitos amarelados na base da parede

155
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 48. Argilitos róseos na parte superior da parede

Figura 49. Pastagem em terreno plano no centro sul da área

Figura 50. Estrada no centro da área

156
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 51. Fragmentos de sílex na formação pedra de fogo

Figura 52. Outra escavação mais a norte da primeira

Figura 53. Sílex no argilito na parede da escavação

157
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 54. Camada de sílex nos argilitos

Figura 55. Outra escavação para acumular água realizada pelo antigo proprietário

Figura 56. Rede de energia na parte centro norte da área

158
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 57. Água retida pela impermeabilização das argilas o que caracteriza o solo
argiloso favorável ao empreendimento

Figura 58. Solo desnudo com fragmentos de sílex

Figura 59. Limite sul da área de estudo

159
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 60. Poço/cisterna existente na área UTM 791894E/9179174N

5.3. Laudo Arqueológico – Relatório de levantamento não interventivo /


Diagnóstico Arqueológico da área de implantação do Aterro Sanitário de
Araguaina

A arqueologia não se restringe a um estudo de vestígios materiais enterrados no


solo. Ela utiliza de diversas áreas do conhecimento para uma melhor compreensão de
seu mais evidente objeto de estudo: o homem. Estudos que compõe uma caracterização
ambiental são uma dessas importantes ferramentas que possibilitam uma melhor
compreensão da associação do seu objeto de estudo e seu meio ambiente. Uma análise
sobre a geomorfologia, geologia, recursos hídricos e vegetação pode trazer resultados
diretamente ligados a atividades humanas como: exploração de recursos,
desenvolvimento de práticas de subsistência; além de possibilitar datações relativas e o
conhecimento sobre eventos climáticos.
O presente diagnóstico tem o objetivo de avaliar o potencial arqueológico da
área diretamente afetada pela implantação do aterro sanitário localizado no munícipio
de Araguaína – TO.
A área de implantação do aterro possui características física tais como
disponibilidade de recursos hídricos, local de boa visibilidade e grande oferta de matéria
prima para confecção de objetos (afloramentos).
Além dessas condicionantes que já caracterizam a área como sendo de alto potencial
do ponto de vista arqueológico é necessário considerar a presença de sítios já registrados no
banco de dados do IPHAN, e classificados como sendo de alta relevância científica, bem

160
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

como a identificação de material arqueológico em superfície no momento da realização de


caminhamento na área do empreendimento.
Além destas condicionantes, o território do município de Araguaína está localizado
próximo à formação da Chapada das Mesas, na qual vem sendo registrado gradativamente
importantes sítios arqueológicos. Outra condicionante é que Araguaína faz fronteira como o
município de Filadélfia que possui o Monumento Natural das Árvores Fossilizadas que é o
mais importante registro florístico tropical-subtropical permeano no hemisfério Sul.
Esta Unidade de Conservação de uso integral possui 31.758 hectares. Foi criada
pela Lei Estadual nº 1.179, de outubro de 2000, com o objetivo de preservar o patrimônio
fossilífero presente na área. É uma UC de caráter especial pelo fato de ser uma Unidade
de Proteção Integral e ter como objetivo básico a preservação de lugares singulares, raros
e de grande beleza da paisagem (SNUC, Art. 12).
O Monumento Natural das Árvores Fossilizadas tem este nome em função da
existência de sítios paleontológicos e arqueológicos onde são encontrados os fósseis de
árvores como pteridófitas, esfenófitas, coníferas e cicadácias (BRITO et al 2007).
Embora exista uma demarcação do parque esse tipo de material paleontológico é
identificado em toda a região em abundância e pode ser identificado também no território
do município de Araguaína, embora não tenha sido visualizado nesta pesquisa inicial.
Abaixo segue mapa de localização do parque em relação ao município que dista
aproximadamente 60km da entrada do parque no distrito de Bielândia (Figura 61).
Do ponto de vista da pesquisa arqueológica estas jazidas de material fossilizado
podem ter servido como áreas de coleta de matéria prima para confecção de objetos e
instrumentos por grupos pretéritos, conforme já foi identificado em varias regiões do
Brasil.

161
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 61. Delimitação e distancia de Araguaina do Monumento Natural das


Árvores Fossilizadas.
Fonte: BRITO et al 2007

A vistoria foi realizada no mês de outubro de 2012 atendendo as normativas que


regem a elaboração de levantamentos arqueológicos não interventivos conforme a portaria
230 do IPHAN em base aos artigos 1º ao 4º que tratam da pesquisa arqueológica vinculada a
fase de Licença Prévia (LP) dos empreendimentos.
Dessa maneira o diagnóstico arqueológico foi realizado com base na
contextualização arqueológica e etno-histórica da área de influência do empreendimento
como também no levantamento não interventivo de campo.

5.3.1. Sítios Arqueológicos Cadastrados na Região

Conforme descrito no capitulo anterior à região hoje denominada como município


de Araguaína vem sendo ocupada por grupos pretéritos a milhares de anos. Além das
pesquisas pioneiras realizadas dentro do programa arqueológico do PRONAPA, hoje, os
recentes projetos de pesquisa arqueológica, em sua maioria, estão vinculados aos processos
de licenciamentos ambientais respaldados legalmente pela constituição federal, resoluções
do CONAMA e portarias do IPHAN.
Este respaldo legal fomentou as pesquisas e, portanto vem ocorrendo um aumento
significativo no número de sítios arqueológicos registrados no CNSA do IPHAN. É

162
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

importante ressaltar que o contexto restrito ao território municipal, por isso no decorrer da
presente pesquisa consideramos também os sítios cadastrados nos municípios
circunvizinhos.
Ainda se faz necessário ressaltar que foram listados aqui os sítios que já fazem parte
do cadastro nacional de sítios arqueológicos. É possível que já tenham sido identificados
outros sítios, mas que ainda não foram incluídos no banco de dados. No que se refere ao
município de Araguaína o sítio Lontra II possui datação de o sítio teve uma datação de 2.080
+/- 70 b.p.(Beta 129032) ( apud Braga, Dias et al, 2004, p.62).

163
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Quadro 2. Sítios cadastrados no banco de dados do IPHAN.


Sítios Cadastrados nos Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN - CNSA) Tocantins
Município Numero Nome dos Sítios Sigla Descrição Sumária
de
sítios
Torre i-c 509 (ou 212.1) TO00246 Sítio lítico a céu aberto
Lontra ii - torre 582 TO00247 Sítio lítico a céu aberto
Araguaína 5
Lontra i - torre 607 TO00248 Sítio lítico a céu aberto
Torre i-c 510 (ou 212.2) TO01143 Sítio lítico a céu aberto
Gurgéia - Torre 658 TO01144 Sítio lito-cerâmico a céu aberto
Abrigo do cajueiro II TO00315 Formação Arenítica com forte erosão e uma ação muito intensa de
vândalos
Abrigo cajueiroI TO00316 Formação arenítica com erosão e grande desmoronamento.
Abrigo do bacurí TO00318 Formação Arenítica em
decomposição
Abrigo do sol TO00319 Formação Arenítica destruída pela ação da natureza
Abrigo dos coelhos TO00320 Pequeno abrigo com gravações no paredão de entrada com algumas
gravações nas paredes.
Babaçulândia 15 Sítio alto santarém I TO00321 Sítio Cerâmico a céu aberto e solo de terra preta
Sítio esperança TO00322 Sitio em pequena elevação as margens do Rio Tocantins
Sítio matrinxã TO00323 Sítio lítico em uma colina, com declive bem acentuado para dentro de um
córrego seco (hoje)
Sítio ouro negro TO00324 Sítio cerâmico em mata muito densa.
Sítio alto santarém II TO00325 Sítio Cerâmico a céu aberto no quintal da casa
Mundo novo TO00326 Paredão com gravações rupestre em formação Arenítica.
RaposoI TO00327 Sitio a céu aberto na barranca, na margem direita do Córrego Raposa.
Raposo II TO00328 Sitio a céu aberto em área de Capoeira e uma antiga moradia.
Sítio ribeirão de pedras TO00329 Sítio a céu aberto no terreiro da propriedade
Sítio abrigo da matança TO00330 Formação arenítica com muita erosão na parte externa e um ação muito
forte de vândalos
Wanderlândia 1 TORRE I-C 487 (ou TO00244
202.2)
Sítio Lítico a
céu
Nova Olinda 1 Olinda- Torre 730 Aberto

Fonte: IPHAN

5.3.1.1. Patrimônio Histórico Cultural de Araguaina

O patrimônio histórico Cultural de um povo é constituído principalmente das


estruturas afetivas que um determinado grupo elege para ser preservado pela memoria local.
No caso de Araguaína temos uma cidade que embora tenha tido seu inicio ainda no
século XIX, sua maior referencia esta ligada ao processo desenvolvimentista do pais que é
fortemente marcada pela construção da estrada Belém-Brasília que trouxe uma perspectiva

164
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

diferente para a região. A memória da construção desta estrutura viária esta fortemente
arraigada nas lembranças das pessoas quando se fala de um passado do lugar.
A construção da estrada foi uma das prioridades do governo de Jucelino
Kubitschek sendo que em 1958 é sancionado o decreto nº 3.710, criando a Comissão
Executiva da Rodovia Belém-Brasília (LOPES 2009).
A rodovia serviu como um importante elemento de modificações do espaço,
assim como na vida sócio econômica das pessoas que se empenharam no processo mais
intenso de ocupação destas áreas, neste sentido este elemento pode ser aqui
compreendido como importante marco na história do município.
Do ponto de vista arquitetônico modelo desenvolvimentista contribuiu para que
remanentes do inicio da ocupação não ficasse de pé, existe um forte apelo ao que novo e
moderno na cidade, sendo que nenhum monumento foi tombado.
No que se refere as manifestações culturais a cidade ainda preserva os festejos
da festa do Divino que é identificada também em varias regiões do país, e é
caracterizada pela reunião de várias pessoas denominadas de devotos, segundo Silva
(2009).
Na região norte existe cerca de 37 grupos de devoção e no
domingo de pentecostes (50 dias após o domingo de páscoa),
todos se confraternizam em uma grande festa devocional onde
se dá encerrada as manifestações daquele ano só retornando no
próximo ano (SILVA 2009, p.3.).

Os agentes que dão vida a esta manifestação possui em comum uma postura
mantenedora de uma fé forte que ver sendo repassada de pai para filho ao longo do
tempo e se configurando como uma tradição secular, que pode também ser
compreendida neste contexto como parte de manifestações ordenadas na categorização
de patrimônio imaterial.
Tanto o patrimônio material como o imaterial podem ser identificados como
pontos de referencias constituídas pela sociedade, de acordo com os interesses de cada
grupo, neste sentido todos esses instrumentos que antes conferia aos grupos suas
identidades sociais é segundo Norra (1981,p9) um sequestro hoje realizado pela história
onde a memória enquanto construtora da identidade social seria vida e a historia uma
construção problemática do que já não existe mais, assim passa a se construir lugares de
memória, que não são na realidade a memória em si, mas, mas pontos de ancoragem,

165
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

pois no momento que uma tradição da memória enquanto processo experimentado e


vivenciado coletivamente começa se esvair é preciso se criar marcos para essa nova
memória.
Sendo assim, o festejo do Divino Espirito Santo configura se dentro desta
realidade, pois trata se de uma herança que vem ao longo do tempo sendo legada de pai
para filho, constituindo se assim através da memória coletiva que a cada ano da formas
a essa manifestação.
A festa de um modo geral envolve vários ritos que vão desde a preparação da
comida até a forma de se fazer às orações, estes preparativos agregam pessoas de região
vizinha, que veem na preparação da festa uma forma de agradecer as graças recebidas.
Este festejo tem características eminentemente populares, podendo ser considerada
assim como uma festa do povo.
Neste sentido ela corresponde ainda, aos anseios de vários pesquisadores que a
reconhece como um bem cultural, uma vez que a cultura de um povo não se manifesta
somente a partir dos bens físicos, pois suas aspirações estarão sempre ligadas aos
simbolismos das representações culturais.
Ao pensar a festa do divino na configuração do espaço urbano da cidade de
Araguaína, percebe-se uma manifestação cultural religiosa que configurou se como
tradição de um povo que busca através da fé a solução para diversas situações do seu
cotidiano, toda essa movimentação que une as pessoas é segundo Damata,

resultado de uma complexa relação entre duas modalidades de


percepções, pois o fato de a consciência individual dizer o que
deve ser lembrado e o que deve ser esquecido, implica
distinções em um quadro de infinitas possibilidades sociais e
experiências históricas (DAMATA 1983, p.129).
Sendo assim, pode se considerar que a noção individual de algo ou alguma coisa
que é importante para si transcende os interesses individuais, tornando se interesse
comum, ou seja, de uma coletividade onde a noção de pertencimento une as pessoas em
idéias comuns (DANTAS 2006).
Na configuração do espaço urbano a festa do Divino se caracteriza como uma
importante manifestação, que agrupa um grande número de pessoas simples e de muita
fé, que fazem do festejo uma representação cultural, onde os representantes são imagens
de si e do outro e do mundo a que se insere, podendo assim ser considerado como

166
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

práticas simbólicas que envolvem várias esferas de uma dinâmica que é o imaginário
social de um grupo.
Backzo (1985, P.54) afirma que é por meio do imaginário é que se pode alcançar
as aspirações medos e as esperanças de um povo, sendo que este é expresso por
ideologias utopia, e também por símbolos alegorias rituais e mitos.
O espaço urbano é um local de intensos conflitos, pois tudo se organiza e
movimenta, por traz da organização espacial da ordem estabelecida estão os agentes
sociais que compõe neste espaço todo um cenário sócio cultural, pois na verdade
segundo Certeau (1996,p.199) o patrimônio não é feito dos objetos criados na cidade,
mas das capacidades criadoras e do estilo inventivo, que articula a maneira de uma
língua falada, a pratica sutil e múltipla de um vasto conjunto de coisas manipuladas e
personalizadas, reempregadas e politizadas. Finalmente o patrimônio são todas estas
artes de fazer.
Portanto, dentro das definições aqui apresentadas a Festa do Divino deve ser
pensada sob múltiplos aspectos, tão grande é a dimensão do festejo, falamos aqui de
memória, identidade, cultura popular, representações sociais e todos estes conceitos, o
festejo se apresenta de forma eminente, assim fica visível tão grande sua importância
nas manifestações culturais da Cidade que , esconde por trás da modernidade, seu dia a
dia, seus costumes e tradições, ou seja toda a vida que da sentido a sua estrutura física.

5.4. Meio Biótico

5.4.1. Flora

5.4.1.1. Levantamento da Vegetação

Área Diretamente Afetada

A área destinada à construção do novo aterro sanitário é ocupada atualmente por


pastagem. Esta área basicamente apresenta uma paisagem simplificada, com pastagem
dominante de Braquiarão (Brachiaria brizantha), com arbustos de vegetação pioneira
espalhadas pela pastagem em toda a extensão da Área Diretamente Afetada (Figura 62).

167
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 62. Foto da Área Diretamente Afetada (ADA) com pastagem de Braquiarão
(Brachiaria brizantha). (Imagem de Gustavo Lopes da Silva – Setembro de 2012).

O levantamento florístico foi realizado através de visitas à área de coleta de


material botânico para a identificação das espécies. Foram distribuídas 12 parcelas de
20 x 50 m para os procedimentos de caracterização e coletas botânicas, totalizando 1,2
ha inventariados.
A distribuição das parcelas foi realizada de modo a maximizar a
representatividade da área de estudo, caracterizando todas as tipologias vegetais
existentes na área. Foram amostrados com o auxílio de fitas métricas, todos os
indivíduos com Circunferência a Altura do Peito (CAP – 1,30 m do solo) igual ou acima
de 15,7 cm presentes em cada subdivisão (Figura 35). Posteriormente os dados de CAP
foram transformados em Diâmetro a Altura do Peito – DAP (m). Com esses dados
foram calculados: Densidade Absoluta (DA), Densidade Relativa (DR), Dominância
Absoluta (DoA), Dominância Relativa (DoR), Frequência Absoluta (FA), Frequência
Relativa (FR), Índice de Valor de Importância (IVI) e Índice de Valor Cobertura (IVC).

168
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 63. Coleta de dados de CAP. (Imagem de Adriano Alba Bataglin – Setembro de 2012).

A identificação das plantas sempre que possível foi realizada durante o processo
de amostragem pela equipe, com o auxilio de chaves para identificação, as espécies que
não foi possível realizar a identificação no local, foi realizada a coleta de material
botânico para posterior consulta à literatura especializada.

5.4.1.2. Vegetação presente na área do empreendimento

Segundo Whittacker (1975) as diferentes formas de vegetação e suas


distribuições na atmosfera obedecem um controle exercido pelo clima, onde a relação
entre a pluviosidade e temperatura determina os padrões da vegetação por toda
superfície da Terra. O cerrado caracteriza-se pela presença de invernos secos e verões
chuvosos, um clima classificado como Aw de Köpen (tropical chuvoso), como
registram Sano e Almeida (1998). De acordo com Eiten (1984); Furley (1992), o
cerrado apresenta um mosaico de paisagens, com acentuadas variações fitofisionômicas
que acompanham gradientes em escala local, que conforme Coutinho (1978) essas
variações se devem a fatores físico-químicos do solo, geomorfológicos, topográficos,
pastoreio e queimadas.

169
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

De acordo com Veloso (1991), a Savana (Cerrado), é conceituada como uma


vegetação xeromorfa, preferencialmente de clima estacional (mais ou menos seis meses
secos), sendo subdividida em quatro subgrupos de formação: Savana Florestada, Savana
Arborizada, Savana Parque e Savana Gramíneo-Lenhosa.
Desta forma, encontram-se três destas formações na área de estudo distribuídas
nas porções norte e sudeste da propriedade conforme Anexo I.

Cerrado Denso (Savana Arborizada)

Essa Formação caracteriza-se pela presença de indivíduos arbóreos de porte


médio, entre 5 e 9 m, com fustes tortuosos e classe de diâmetro variando de 15 cm a 40
cm, com copas bem ramificadas quase sempre se tocando, que vegetam sobre um
estrato arbustivo/herbáceo denso com a presença de palmeiras (Figura 64).
Dentre os indivíduos encontrados com maior frequência nesta formação durante
o levantamento florístico destacam-se em ordem de frequência: Pau D'água (Vochysia
thyrsoidea), Capitão do Campo (Terminalia argentea), Grão de Cavalo (Caryocar
brasiliense), Vermelhinho (Cassia lucens), Cega Machado (Physocalymma
scaberrimum), Cachimbeira (Cariniana rubra), Pindaíba (Xylopia aromatica) e
Cachamorra (Sclerolobium paniculatum). No estrato inferior destaca-se a presença da
palmeira Piaçava (Attalea funifera).

170
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 64. Levantamento Florístico na fitofisionomia Cerrado Denso. (Imagem de Gustavo Lopes da
Silva – Setembro de 2012).

Cerrado Ralo (Savana Parque)

O Cerrado Ralo é constituído por uma vegetação de árvores e arbustos, com


cobertura arbórea de 5 a 20 %. A camada de arbustos e ervas é a mais destacada se
comparada aos demais subtipos do cerrado, especialmente pela cobertura graminosa.
Essa característica geralmente implica na utilização desta fitofisionomia para pastagem
de bovinos, com destaque para a utilização de queimadas frequentes no período que
antecede a estação chuvosa para a renovação da cobertura graminosa.
Remanescem ainda 3,8 ha desta fitofisionomia na área inventariada, onde recaiu
uma parcela amostral para levantamento florístico, a qual revelou segundo o inventário
a presença dos seguintes indivíduos arbóreos com CAP maior que 15,7 cm: Capitão do
Campo (Terminalia argentea) – 3 indivíduos, Sambaíba (Curatella americana) – 3
indivíduos, Ipê Branco (Tabebuia roseoalba) – 2 indivíduos, Cega Machado
(Physocalymma scaberrimum) – 1 indivíduo, Grão de Cavalo (Caryocar brasiliense) –
1 indivíduo e Olho de Boi (Diospyros brasiliensis) – 1 indivíduo. No estrato inferior a
dominância da vegetação fica por conta da presença do Braquiarão (Brachiaria
brizantha) e grande quantidade de Piaçava (Attalea funifera) (Figura 65).

Figura 65. Indivíduos presentes na fitofisionomia Cerrado Ralo. (Imagem de Gustavo Lopes da Silva –
Setembro de 2012).

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Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Cerradão (Savana Florestada)

O Cerradão é uma tipologia florestal de feições xeromórficas que ocorre


geralmente em forma de manchas ou maciços, entremeado à outras formações de
Cerrado (SEPLAN, 2005). Na área de estudo essa fitofisionomia pode ser observada na
porção Sudeste da propriedade com uma área de 4,50 ha, apresentando a dominância
dos seguintes indivíduos arbóreos: Cega Machado (Physocalymma scaberrimum),
Capitão do Campo (Terminalia argentea), Mutamba (Guazuma ulmifolia), Gonçalo
Alves (Astronium fraxinifolium), Itaipóca (Tabebuia odontodiscus), Grão de Cavalo
(Caryocar brasiliense), Sangue de Tatu (Pterocarpus michelii) e Murici (Byrsonima
sericea).
Observa-se uma vegetação com indivíduos de porte variando entre 8 a 12 m,
com eventuais exemplares sobressaindo o dossel, permitindo ainda o desenvolvimento
de estratos inferiores. Os indivíduos de maior porte possuem fustes pouco tortuosos,
alguns retilíneos (Figura 66).

Figura 66. Indivíduos presentes na fitofisionomia Cerradão apresentando fustes pouco tortuosos.
(Imagem de Gustavo Lopes da Silva – Setembro de 2012).

Área de Influência Direta (AID)

172
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

A Área de Influência Direta da flora está demarcada por uma faixa de 200
metros no entorno da propriedade do aterro (Figura 67). Esta faixa abrange uma área de
terra com o mesmo perfil da propriedade diretamente afetada. Tratam-se de
propriedades pequenas com alto índice de intervenção humana, com boa parte do
terreno ocupado por Braquiarão (Brachiaria brizantha), utilizada pastoreio como
principal atividade econômica dos proprietários afetados.
As formações florestais seguem a mesma tendência, apresentando semelhança as
formações florestais apresentadas na Área Diretamente Afetada (ADA), apenas com a
presença de uma formação não identificada na ADA. Foi encontrada uma pequena
porção de cerrado típico (Savana Arborizada). Trata-se de uma fitofisionomia que se
caracteriza por apresentar indivíduos com altura variando entre 4 e 8 metros, com
aspecto esguio e copas geralmente verticalizadas, pouco ramificadas, apresentando
cobertura arbórea entre 20 e 30% (SEPLAN, 2005).

173
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 67. Mapa da Área de Influência Direta (AID) obedecendo a uma faixa de 200 metros ao redor
da propriedade destinada à construção do Aterro Sanitário.

Área de Influência Indireta (AII)

A Área de Influência Indireta (AII) é definida como a área que potencialmente


será afetada pelos impactos indiretos da inserção do empreendimento, abrangendo os
ecossistemas que poderão ser atingidos com o funcionamento do aterro na área
diretamente afetada, sendo que esta área, segundo a Resolução do CONAMA 001/86,
deverá “definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos
impactos, denominada área de influência do projeto, considerando, em todos os casos, a
bacia hidrográfica na qual se localiza”.
Para a determinação da AII, levaram-se em consideração pontos do
empreendimento, como canteiro de obras, obras de apoio, movimentos de terra para
cobertura de resíduos, desmatamentos, processos erosivos, entre outros, e também se
objetivou a avaliação da inserção do aterro sanitário na região e os reflexos dos conflitos
ambientais no meio biótico.
Neste contexto, devido aos efeitos dos impactos não serem tão significativos
quanto nas Áreas de Influência Direta (AID) e a Diretamente Afetada (ADA), definiu-se
como AII a Bacia Hidrográfica do Rio Lontra (Figura 68), uma vez que esta influencia
diretamente sobre a diversidade biológica do meio ambiente.

174
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 68. Bacia Hidrográfica do Rio Lontra.


Fonte: SEPLAN (2012).
Para efeito de preservação biológica, a única unidade de conservação dentro da
Área de Influência Indireta (Bacia do Rio Lontra) é a Área de Preservação Ambiental
(APA) das Nascentes de Araguaína, mas o empreendimento não afetará diretamente a
mesma devido a distância entre elas.

175
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

5.4.2. Fauna

5.4.2.1. Metodologia

Árae de Estudo

As áreas de amostragem que compõem a coleta de dados primários deste estudo


compreendem localidades sob influência Direta - AID e Indireta – AII do futuro Aterro
Sanitário no município de Araguaina - TO, localizada no interflúvio das bacias do rio
Pontes e ribeirão Gurguéia composta por um mosaico de paisagens de mata de galeria,
buritizal, cerradão, cerrado e pastagens.
Os pontos amostrados para a avaliação ecológica rápida envolvendo os diversos
táxons estão indicados no Quadro 4 e visualizados no Anexo II. Para a caracterização
regional dos ambientes foi utilizado um mosaico de Imagens de Satélite CBERS 2B de
2012 com confirmação em campo.

Quadro 3. Caracterização dos pontos de Amostragem da fauna.


Área de GPS¹
Pontos Influência Drenagem Tipo de Formação
UTM Fuso 22M
FAU1 AID 791549 9180316 Rio Pontes Cerradão
FAU2 AID 791483 9179427 Rio Pontes Pastagem
FAU3 AID 792545 9178816 Rio Pontes Cerrado em Regeneração/Represa
FAU4 AII 792133 9179742 Rio Pontes Matas de Galeria/Cerrado/Represa
FAU5 AII 789212 9179930 Ribeirão Gurguéia Cerrado/Mata Galeria/Pastagem
AII Mata de Galeria com
FAU6 799513 9194111 Rio Pontes
Buritis/Represa/Pastagem
Legenda: ¹ - Sistema de coordenadas UTM, Fuso 22M, DATUM SAD 69.

Para amostragem da biocenose e análise de seu levantamento foi aplicada a


metodologia da Avaliação Ecológica Rápida - AER, que tem como base o Rapid
Assessment Program – RAP, um programa desenvolvido pela Conservation International
(C.I. 1993) para avaliação biológica de situações onde se necessita de informações sobre o
estado de uma dada área alvo, onde são trabalhados ao mesmo tempo e área uma massa
de dados biológicos. Para este estudo considerou-se como áreas alvo as diferentes
paisagens naturais ou não com suas variadas formações de borda sobre os seguintes
temas, nos quais se realizou levantamentos primários para anfíbios, répteis, aves,
mamíferos e entomofauna.
Para este estudo considerou-se como áreas alvo as diferentes paisagens naturais
ou não com suas variadas formações de borda que constituem a Área de influencia

176
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

direta com paisagens de cerrado, cerrado em regeneração e pastagem e Área de


Influência Direta nas paisagens de mata de galeria, buritizal, cerrado e pastagem.

Caracterização dos Ambientes

Matas de galeria (MT ou MG)- São formações florestais ripárias sempre verdes
ocupando áreas bem drenadas associadas aos cursos d’água. Estas matas apresentam
certo grau de preservação na área de influência do empreendimento, muitas vezes
respeitando as dimensões de APP, mas com efeito de borda entre paisagens de pasto
presentes principalmente nos tributários das drenagens rib. Gurguéia e rio da Ponte.

Cerrado (CD)- O cerrado sensu stricto é uma vegetação que ocorre geralmente em
faixas extensas e contínuas neste Bioma (Ribeiro & Walter 1998), caracterizado por
uma camada herbácea com predominância de gramíneas e por uma camada lenhosa, que
varia de 3-5 m de altura, com cobertura arbórea de 10 a 60%. As duas camadas são ricas
em espécies vegetais. As formações de cerrado estão mais presentes na área de
influência indireta em fragmentos matrizes em contato com matas de galeria e
pastagens, na área de influência direta apresenta um pequeno remanecente.

Veredas e Buritizais (BU) - formação bastante representativa na região associada a


áreas de brejos (BB) e matas de galeria de pequenos tributários. Na área do
empreendimento não foi identificada esta paisagem.

Cursos d’água – são duas as drenagens na área de influência o rio Pontes e o ribeirão
Gurguéia, seus tributário que limitam o emprendiemnto se encontram com seu leitos
secos, com pequenas manchas úmidas. Ná região são frequentes os barramentos na
formação de represas (RE), que ainda retem o curso na forma lêntica.

Áreas modificadas (AM) - caracterizadas pela supressão de vegetação original,


substituída principalmente por áreas de pastagens. Também se classificou como áreas
modificadas as vias de acesso (estradas de fazenda) ao empreendimento e a rodovia
pavimentada BR 153.

177
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Quadro 4. Dados quantitativos e qualitativos dos anfíbios das áreas de influência do Aterro Sanitário de Araguaina – TO.
Forma de Estado de
TAXON Nome Comum AID AII RE BU BB MT AM AM/CT Hábito
Registro Conservação
CLASSE AMPHIBIA
Ordem Anura
Família Bufonidae
Rhinella schneideri (Werner, 1894) Sapo-cururu 10 15 3 15 7 AV TE/G NA
Família Hylidae
Dendropsophus cf. nanus (Boulenger, 1889) Perereca 1 1 AV AR/E NA
Hypsiboas multifasciatus (Günther, 1859″1858″) Perereca 1 1 AV AR/G NA
Scinax cf. rostratus (Peter, 1863) Perereca 2 3 3 2 AV AR/E NA
Scinax fuscovarius (A. Lutz, 1925) Raspa-cuia 1 1 1 1 VO AR/G NA
Phyllomedusa azurea (Cope 1862) Perereca 3 1 2 AV/VO AR/E NA
Família Leptodactylidae
Leptodactylus fuscus (Schneider, 1799) Rã 16 16 AV/VO TE/G NA
Leptodactylus labyrinthicus (Spix, 1824) Rã 4 4 AV TE/E NA
Leptodactylus gr. podicipinus (Cope, 1862) Rã 7 40 33 7 7 AV TE/E NA
Leptodactylus syphax Bokermann, 1969 Rã 1 1 AV TE/G NA
Família Leiuperidae
Pseudopaludicola falcipes (Hensel, 1867) Rãzinha 50 50 50 50 AV/VO SF/E NA
Família Strabomantidae
Barycholos ternetzi (Miranda Ribeiro 1937) Rãzinha-da-mata 2 3 3 2 AV TE/E NA/E N
Total de espécies 12 10 8 5 2 4 1 2 7
Total de espécimes 210 94 115 91 2 27 3 8 79
Legenda: Ambientes: CT- Curso Temporário, MT – Mata, AM – Área Modificada, BB – Brejo, BU – Buritizal, RE – Represa. Forma de registro: AV – Avistamento, VO –
Vocalização. Hábito: AR – Arborícola, TE – Terrestre, F – Fossorial, SF – Semi-fossorial, G – Generalista, E –Especialista. Estado de conservação: EN – Endêmico, NA – Não
Ameaçada. Áreas: AID – Área de Influência direta, AII – Área de Influência Indireta.

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Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Quadro 5. Dados quantitativos e qualitativos dos répteis das áreas de influência do Aterro Sanitário de Araguaina – TO.
TAXON Nome Comum AID AII BU RE MT CD CT AM Forma de Registro Guilda/Hábito Estado de Conservação
CLASSE REPTILIA
Ordem Squamata
Subordem Anfisbaenia
Família Amphisbaenidae
Cobra-de-duas-
3 3 VE I/F/E NA
Amphisbaena sp. cabeças
Subordem Lacertilia ou Sauria
Família Iguanidae
Iguana iguana (Linnaeus, 1758) Camaleão 1 2 3 AT/AV H/SC/E NA
Família Gymnophthalmidae -
Lagartinho-de-rabo-
1 1 AV I/SF/E NA/E N
Micrablepharus maximiliani (Reinhardt & Luetken, 1862) azul
Família Phyllodactylidae
Gymnodactylus amarali (Barbour, 1925) Briba 3 1 4 AV I/SF/E NA
Família Dactyloidae
Norops chrysolepis (Duméril & Bibron, 1837) Papa-vento 1 1 AV I/AR/E NA
Família Teiidae
Ameiva ameiva (Linnaeus, 1758) Calango-verde 11 9 5 15 AV I/TE/G NA
Tupinambis sp. Téiu 1 1 1 1 AV C/TE/E NA
Família Tropiduridae
Tropidurus oreadicus Rodrigues, 1987 Calango 7 18 5 10 3 7 AV I/SC/G NA
Família Sphaerodactylidae
Gonatodes humeralis (Guichenot, 1855) Lagartixa 1 1 AV I/SC/E NA
Subordem Serpentes ou Ophidia
Família Dipsadidae
Leptodeira annulata (Linnaeus, 1758) Cobra-cipó 1 1 AV C/TE/G NA
Ordem Chelonia
Família Testudinidae
Chelonoidis carbonaria (Spix, 1824) Jabuti 1 1 AV O/TE/G NA
Ordem Crocodylia
Família Alligatoridae
Paleosuchus palpebrosus (Cuvier, 1807) Jacaré-coroa 19 19 AV C/A/E NA
Total de espécies 12 8 9 1 2 2 3 2 7
Total de espécimes 81 28 53 1 20 6 16 4 34
Legenda - Ambientes: CT- Curso Temporário, MT – Mata, AM – Área Modificada, BU – Buritizal, RE – Represa, CD – Cerrado. Forma de Registro: AV – Avistamento, AT – Atropelado, VE –
Vestígio. Guilda/hábito: I – Insetívoro, H – Herbívoro, C – Carnívoro, O – Onívoro, SF – Semi-fossorial, A – Aquático, SC – Escansorial, AR – Arborícola, TE – Terrestre, F – Fossorial, G –
Generalista, E – Especialista. Estado de conservação: NA – Não Ameaçada, EN-endêmica . Área de influência: AID – Área de Influência direta, AII – Área de Influência Indireta.

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Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Quadro 6. Avifauna identificada na camapanha realizada na área de influência do Aterro Sanitário, Araguaina-TO.
Área de influência Ambientes amostrados Guilda Forma de
Taxa Nome Comum Status
AID AII CD RG REP AM BU MT Trófica Registro
Ordem Tinamiformes
Família Tinamidae
Crypturellus parvirostris (Wagler, 1827) inhambu-chororó 1 1 1 1 R ON AV
Crypturellus undulatus (Temminck, 1815) Jaó 1 1 R ON Z
Ordem Anseriformes
Família Anhimidae
Dendrocygna viduata (Linnaeus, 1766) irerê 7 7 R ON AV
Família Anatidae
Anhima cornuta (Linnaeus, 1766) anhuma 2 2 R ON AV
Ordem Ciconiiformes
Família Ardeidae
Egretta thula (Molina, 1782) garça-branca-pequena 2 2 R PS AV
Ardea alba Linnaeus, 1758 garça-branca-grande 1 1 R ON AV
Butorides striatus socozinho 1 1 R ON AV
Tigrisoma lineatum socó-boi 1 1 R ON AV
Família Ciconiidae
Mycteria americana (Linnaeus, 1758) cabeça-seca 1 1 R ON AV
Família Threskiornithidae
Mesembrinibis cayennensis (Gmelin, 1789) coró-coró 1 1 R ON AV
Theristicus caudatus (Boddaert, 1783) curicaca 2 2 4 R ON AV
Ordem Cathartiformes
Família Cathartidae
Cathartes aura (Linnaeus, 1758) urubu-de-cabeça-vermelha 2 4 6 R DT AV
Coragyps atratus (Bechstein, 1793) urubu-de-cabeça-preta 8 5 5 8 R DT AV
Ordem Falconiformes
Família Accipitridae
Ictinia plumbea (Gmelin, 1788) sovi 1 1 VN CA AV
Gampsonyx swainsonii Gaviãozinho 2 2 R CA AV
Heterospizias meridionalis (Latham, 1790) gavião-caboclo 1 1 R CA AV

180
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788) gavião-carijó 2 1 1 R CA AV


Família Falconidae
Caracara plancus (Miller, 1777) caracará 4 12 16 R ON AV
Herpetotheres cachinnans (Linnaeus, 1758) acauã 1 1 R CR AV
Milvago chimachima (Vieillot, 1816) carrapateiro 1 1 1 1 R ON AV
Falco femoralis (Temminck, 1822) falcão-de-coleira 2 1 1 R CA AV
Ordem Charadriiformes
Família Charadriidae
Vanellus cayanus (Latham, 1790) batuíra-de-esporão 2 2 R IN AV
Vanellus chilensis (Molina, 1782) quero-quero 6 1 2 5 R ON AV
Ordem Columbiformes
Família Columbidae
Columbina squammata (Lesson, 1831) fogo-apagou 2 2 R GR AV
Columbina talpacoti (Temminck, 1811) rolinha-roxa 69 7 62 R GR AV
Patagioenas cayennensis (Bonnaterre, 1792) pomba-galega 1 4 4 1 R GR AV
Uropelia campestris (Spix, 1825) rolinha-vaqueira 2 2 R GR AV
Ordem Psittaciformes
Família Psittacidae
Amazona amazonica (Linnaeus, 1766) curica 2 2 R FR AV/Z
Ara ararauna (Linnaeus, 1758) arara-canindé 8 8 R FR AV/Z
Aratinga leucophthalma (Statius Muller, 1776) periquitão-maracanã 16 10 6 R FR AV
Brotogeris chiriri (Vieillot, 1818) periquito-de-encontro-amarelo 52 46 6 R FR AV
Ordem Cuculiformes
Família Cuculidae
Crotophaga ani (Linnaeus, 1758) anu-preto 13 5 8 R ON AV
Guira guira (Gmelin, 1788) anu-branco 11 11 R ON AV
Piaya cayana (Linnaeus, 1766) alma-de-gato 1 1 R ON AV/Z
Ordem Caprimulgiformes
Família Caprimulgidae
Hydropsalis albicollis (Gmelin, 1789) bacurau 1 1 R IN AV/Z
Chordeiles nacunda (Vieillot, 1817) corucão 5 5 R IN AV
Chordeiles pusillus (Gould, 1861) bacurauzinho 1 1 VS IN AV

181
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Ordem Apodiformes
Família Trochilidae
SubFamília Trochilinae
Amazilia fimbriata (Gmelin, 1788) beija-flor-de-garganta-verde 1 1 R NC AV
Phaethornis ruber (Linnaeus, 1758) rabo-branco-rubro 3 2 3 2 R NC AV
Ordem Galbuliformes
Família Galbulidae
Galbula ruficauda (Cuvier, 1816) ariramba-de-cauda-ruiva 3 6 3 2 4 R IN AV
Família Bucconidae
Monasa nigrifrons (Spix, 1824) chora-chuva-preto 4 4 1 3 4 R IN AV/Z
Nystalus chacuru (Vieillot, 1816) joão-bobo 1 1 R IN AV/Z
Ordem Piciformes
Família Ramphastidae
Pteroglossus inscriptus (Swainson, 1822) araçari-miudinho-de-bico-riscado 2 2 2 2 R FR AV
Ramphastos vitellinus (Lichtenstein, 1823) tucano-de-bico-preto 1 2 1 1 1 R ON AV
Ramphastos tucanus Linnaeus, 1758 tucano-grande-de-papo-branco 2 4 2 4 R FR AV
Família Picidae
Celeus flavescens (Gmelin, 1788) pica-pau-de-cabeça-amarela 1 1 R IN AV
Dryocopus lineatus (Linnaeus, 1766) pica-pau-de-banda-branca 1 1 R IN AV
Veniliornis passerinus picapauzinho-anão 2 1 1 R IN AV
Ordem Passeriformes
Família Thamnophilidae
Thamnophilus amazonicus (Sclater, 1858) choca-canela 1 1 R IN AV
Thamnophilus pelzelni (Hellmayr, 1924) choca-do-planalto 2 2 R IN AV
Família Furnariidae
Furnarius rufus (Gmelin, 1788) joão-de-barro 1 2 3 R IN AV
Família Dendrocolaptidae
Lepidocolaptes angustirostris (Vieillot, 1818) arapaçu-de-cerrado 1 1 R IN AV
Família Tyrannidae
Elaenia spectabilis (Pelzeln, 1868) guaracava-grande 1 1 R IN AV
Elaenia flavogaster (Thunberg, 1822) guaracava-de-barriga-amarela 2 1 1 2 R IN AV
Hirundinea ferruginea (Gmelin, 1788) gibão-de-couro 2 2 R IN AV

182
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Legatus leucophaius (Vieillot, 1818) bem-te-vi-pirata 1 1 VS IN AV


Megarynchus pitangua (Linnaeus, 1766) neinei 1 1 R ON AV
Myiarchus ferox (Gmelin, 1789) maria-cavaleira 4 3 4 3 R ON AV
Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) bem-te-vi 4 10 6 4 2 2 R ON AV/Z
Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819 suiriri 6 6 6 6 VN IN AV
Todirostrum cinereum (Linnaeus, 1766) ferreirinho-relógio 2 2 R IN AV
Família Tityridae
Pachyramphus polychopterus (Vieillot, 1818) caneleiro-preto 2 2 R IN AV
Família Corvidae
Cyanocorax cyanopogon (Wied, 1821) gralha-cancã 7 7 R ON AV/Z
Família Troglodytidae
Troglodytes musculus (Naumann, 1823) cambaxirra 2 2 4 R IN AV
Família Polioptilidae
Polioptila dumicola (Vieillot, 1817) Balança-rabo-de-mascara 1 1 R IN AV
Família Turdidae
Turdus amaurochalinus Cabanis, 1850 sabiá-poca 2 2 VS ON AV
Turdus leucomelas (Vieillot, 1818) Sabiá-pardo 2 2 R ON AV/Z
Família Vireonidae
Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789) pitiguari 1 1 R IN AV
Família Thraupidae
Dacnis cayana (Linnaeus, 1766) Saí-azul 1 1 R FR AV
Ramphocelus carbo (Pallas, 1764) pipira-vermelha 4 4 R FR AV
Tersina viridis (Illiger, 1811) saí-andorinha 4 2 6 VS FR AV
Thraupis palmarum (Wied, 1823) Sanhaço-pardo 2 2 R FR AV
Thraupis sayaca (Linnaeus, 1766) Sanhaço-azul 1 1 2 R FR AV
Família Fringillidae
Euphonia chlorotica (Linnaeus, 1766) Fi-Fi-verdadeiro 2 1 1 R FR AV
Família Emberizidae
Sporophila nigricollis (Vieillot, 1823) baiano 7 11 18 R IN AV
Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766) tiziu 13 26 39 R GR AV
Família Cardinalidae
Saltator maximus (Statius Muller, 1776) tempera-viola 1 1 R ON AV/Z

183
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Família Icteridae
Cacicus cela (Linnaeus, 1758) xexéu 1 1 R FR AV
Procacicus solitarius (Vieillot, 1816) iraúna-de-bico-branco 1 1 R FR AV
Gnorimopsar chopi (Vieillot, 1819) graúna 87 87 R ON AV/Z
Icterus cayanensis (Linnaeus, 1766) encontro 11 10 10 11 R ON AV
Molothrus oryzivorus (Gmelin, 1788) iraúna-grande 4 4 R ON AV
Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789) vira-bosta 6 6 R ON AV
Sturnella superciliaris (Bonaparte, 1850) polícia-inglesa-do-sul 20 20 R ON AV
Família Passeridae
Passer domesticus (Linnaeus, 1758) Pardal 20 20 EX ON AV
Espécies 85 44 66 21 9 7 43 22 12 - - -
Espécimes 611 208 403 59 23 17 432 59 21 - - -
Legenda: AID- área de influência direta, AII- área de influência indireta; Habitats de Ocorrência: CD – Cerrado, RG – Regeneração, REP- Represa, AM – Área Modificada, BU – Buritizal e MT – Mata. Forma de
Registro:A V (Espécies identificadas por avistamentos); Z (Espécies identificadas pela vocalização). GUILDA TRÓFICA: ON (Onívoros); DT (Detritívora); IN (Insetívoros); CA (Carnívoros); GR (Granívoros); FR (frugívoros);
NC (Nectarívoros); PS (Piscívoros); STATUS: R (Espécies Residentes), VN (Migratórios visitantes do Norte), VS (Migratórios visitantes do Sul), EN (Espécies Endêmicas do Cerrado) e EX (Espécies Exóticas).

184
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Quadro 7. Mamíferos identificados para o EIA – Estudo de Impacto Ambiental do Aterro Sanitário, Araguaína – TO.
Forma
de Estado de
Táxon/Espécies Nome comum AID AII AM CD BU MT RE/AM Guilda/Hábito Registro Conservação
Ordem Carnívora
Família Canidae
Cerdocyon thous (Linnaeus 1766) Cachorro-do-mato 2 2 O/G AV/AT NA
Família Procyonidae
Nasua nasua (Linnaeus 1766) Quati 7 8 1 8 1 5 O/G AV/CT NA
Ordem Artiodactyla
Família Cervidae
Mazama americana (Erxleben 1777) Veado mateiro 1 1 H/E VE NA
Ordem Didelphimorphia
Família Didelphidae
Monodelphis domestica (Wagner 1842) Catita 1 1 O/I/G AV NA
Ordem Cingulata
Família Dasypodidae
Euphractus sexcinctus (Linnaeus 1758) Tatu-peba 2 1 2 1 O/G AV/VE VU
Ordem Pilosa
Família Myrmecophagidae
Tamandua tetradactyla (Linnaeus 1758) Tamanduá-mirim 1 1 M/E AV/AT VU
Ordem Primatas
Família Cebidae
Callithrix penicillata (É. Geoffroy 1812) Sagui-do-cerrado 5 5 O/G VO NA
Ordem Rodentia
Família Dasyproctidae
Dasyprocta azarae (Lichtenstein 1823) Cutia 1 2 1 2 H/E AV/CT NA
Família Erethizontidae
Coendou prehensilis (Linnaeus 1758) Ouriço-cacheiro 1 1 H/F/E AV NA
Total de espécies 9 4 8 5 3 2 2 2 - - -

185
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Total de espécimes 32 11 21 7 10 3 6 6 - - -
Legenda - Localidades com amostragem: AID - Área de Influencia Direta e AII - Área de Influencia Indireta. Os campos indicados por números destacam a presença e quantidade de indivíduos nas localidades.
Para os habitats foram consideradas as formações de Buritizal (BU), Mata (MT), Represa em área modificada (RE/AM), Cerrado (CD) e Área Modificada (AM). Quanto a Guilda: Herbívoros (H), insetívoros (I),
onívoros (O), mirmecófagos (M) e frugívoros (F). Quanto ao hábito Especialista (E) e Generalista (G). Quanto à situação de conservação: Não Ameaçados (NA) e Vulneráveis (VU). Forma de registro: Avistamento
(AV), Câmera-trap (CT), Vocalização (VO), Vestígios como fezes e pegadas (VE) e atropelamento (AT).

186
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Quadro 8. Número total de insetos registrados na área de influência do Aterro Sanitário, Araguaina-TO.
AID AII
CDC PITFAL CDC PITFAL

CD/PASTO

CD/PASTO

TOTAL
MATA

MATA
TAXON ESPÉCIE NOME COMUM GUILDA
Ordem Lepidoptera
Subordem Glossata
Família Pyralidae Morfoespécie Mariposa 1 1 Fitófago
Família Gelechiidae Morfoespécie Mariposa 2 2 Vegetais
Morfoespécie Mariposa 1 1 Vegetais
não identificado Morfoespécie Microlepdoptero 1 1 ?
Ordem Coleóptera
Família Chrysomelidae Morfoespécie Besouro 1 1 Vegetais
Família Carabidae Morfoespécie Besouro 2 1 3 Predador
Morfoespécie Besouro 1 1 Predador
Família Silphidae Morfoespécie Besouro 1 1 Necrófago
Família Dermestidae Morfoespécie Besouro 1 1 Detritivo, vegetais, animais, peles, etc.
Família Scarabaeidae
Subfamília Scarabaeinae Morfoespécie Besouro 3 3 Detritivo
Morfoespécie Besouro 3 3 Detritivo
Subfamília Rutelinae Morfoespécie Besouro 1 1 Detritivo
Família Tenebrionidae Morfoespécie Besouro 1 1 cereais
Morfoespécie Besouro 2 2 cereais
Família Cucujidae Catarthus quadricollis Besouro 1 1 cereais
Família Ptiliidae Morfoespécie Besouro 1 1 esporos de fungos
Família Staphylinidae Morfoespécie Besouro 3 3 Predador
Morfoespécie Besouro 1 1 Predador
Morfoespécie Besouro 1 1 Predador
Família Bostrichidae Rhysopertha dominica Besouro 1 1 cereais
Ordem Blattodea
Família Blattellidae Morfoespécie Barata 1 1 Detritivo

187
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Ordem Hemíptera
Subordem Auchenorrhyncha
Superfamília Membracoidea
Família Cicadellidae Morfoespécie Cigarrinha 1 1 Fitófago
Morfoespécie Cigarrinha 1 1 Fitófago
Subordem Heteroptera
Família Miridae Morfoespécie Percevejo 1 1 Fitófago
Ordem Díptera
Dípteros
Família Cecidomyiidae Morfoespécie diminutos 12 2 14 Fitófago ou detritivo
Dípteros
Morfoespécie diminutos 4 4 Fitófago ou detritivo
Stenodiplosis sorghicola Mosca do sorgo 2 2 Fitófago ou detritivo
Morfoespécie Dípteros diminutos 1 1 Fitófago ou detritivo
Família Chironomidae Morfoespécie Mosquito 2 2 Fitófago
Morfoespécie Mosquito 8 8 Fitófago
Morfoespécie Mosquito 3 3 Fitófago
Família Psychodidae
Subfamília Flebotominae Lutzomyia sp. Mosquito-palha 1 1 Fitófago e hematófago
Ordem Orthoptera
Subordem caelifera
Família Phalongopsidae Endecous sp. Grilo 1 1 2 Onívoros
Ordem Hymenoptera
Família Formicidae
Subfamília Myrmicinae Morfoespécie Formiga (alada) 2 2 ?
Subfamília Formicinae Morfoespécie Formiga 3 1 4 onívoras
Morfoespécie Formiga (alada) 1 1 2 ?
Morfoespécie Formiga (alada) 1 1 ?
Morfoespécie Formiga (alada) 2 2 ?
Subfamília Ponerinae Morfoespécie Formiga 2 2 Insetívora (predadoras)
Paraponera clavata Formiga 1 1 predadora
Família Braconidae Morfoespécie Vespa diminuta 1 1 Parasitóides
Ordem Embiidina

188
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Família Oligotomidae Oligotoma sp. Desconhecido 3 3 6 Larvas detritiva adulto não alimenta
Ordem Psocoptera
Família Lachesillidae Morfoespécie Piolho-de-casca 1 1 Detritivo
Ordem Isoptera
Família Termitidae Cornitermes cumulans cupins 100 100 vegetais
Total de espécimes 36 109 42 6 193
Total de espécies 15 6 23 6 44

189
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Quadro 9. Número total de insetos por ordens, área, total geral, número total de
famílias e espécies coletadas.
AID AII

CD/PASTO/PITFALL

N° DE ESPÉCIMES
N° DE FAMÍLIAS

N° DE ESPÉCIES
MATA/PITFALL
CDASTO/CDC

MATA/CDC
ORDENS
%
LEPIDOPTERA 4 0 1 0 3 4 5 2,6
COLEOPTERA 6 3 16 0 10 16 25 13,02
HEMIPTERA 0 0 2 1 3 3 3 1,04
DIPTERA 21 0 14 0 3 8 35 18,23
BLATTODEA 0 0 0 1 1 1 1 0,52
ORTHOPTERA 0 1 0 1 1 1 2 1,04
HYMENOPTERA 1 5 6 3 2 8 15 7,82
PSOCOPTERA 1 0 0 0 1 1 1 0,52
EMBIIDINA 3 0 3 0 1 1 6 3,13
ISOPTERA 0 100 0 0 1 1 100 52,08
TOTAL 36 109 42 6 26 44 193 100

5.4.5. Relatório Fotográfico da Fauna

Figura 69. Phyllomedusaazurea

190
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 70. Hypsiboasmultifasciatus

Figura 71. Pseudopaludicola falcipes

Figura 72. Scinaxcf.rostratus

191
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 73Rhinellaschineideri

Figura 74Barycholosternetzi

Figura 75. Todirostrumcinereum

192
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 76. Monasanigrifrons

Figura 77. Ramphastostucanus

Figura 78. Tersinaviridis

193
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 79. Thraupispalmarum

Figura 80. Milvagochimachima

Figura 81. Gymnodactylusamarali

194
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 82. Gonatodeshumeralis

Figura 83. Ameivaameiva

Figura 84. Leptodeiraannulata

195
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 85. Chelonoidiscarbonaria

Figura 86. Paleosuchuspalpebrosus

Figura 87. Cornitermescumulans(Rainha de cupim)

196
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 88. Grilo (Endecoussp.)

Figura 89. Rophalurusamagemmon(Escorpião imperial)

Figura 90. Amblipigio (Heterophrynussp.)

197
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 91. Varredura com gancho herpetológico

Figura 92. Montagem de câmera-trap

Figura 93. Avistamento de aves com binóculo .

198
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 94. Procura ativa em buritizal.

Figura 95. Busca de vestígios (toca de tatu).

Figura 96. Montagem de armadilha tipo CDC.

199
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 97. Registro deTamanduatetradactyla atropelado na BR 153.

Figura 98. Registro deIguana iguana atropelada na BR 153.

Figura 99. Bando de Nasuanasua registrados em câmera-trap.

200
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Figura 100. Dasyproctaazarae Cutia Registrada em câmera-trap.

Figura 101. Tamanduatetradactyla (Tamaduá-mirim) atropelado na rodovia BR153 na AID do empreendimento.

201
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

5.5. Meio Antrópico

5.5.1. Dados Gerais

O estado do Tocantins está inserido entre os paralelos 5° 10’ 06” e 13° 27’ 59”
de latitude sul, e entre os meridianos 45° 44’ 46” e 50° 44’ 33” de longitude oeste. Sua
extensão territorial é de 277.620,914 km².
O município de Araguaína possui superfície total da unidade territorial de
4.000,403 km², equivalendo a 1,45% do território do estado do Tocantins. O município
possui os seguintes limites municipais:
 Norte: Piraquê, Carmolândia, Aragominas, Muricilândia e Santa Fé do Araguaia;
 Sul: Pau D’Arco e Nova Olinda;
 Leste: Babaçulandia, Wanderlândia e Filadélfia;
 Oeste: Estado do Pará.

A densidade demográfica do município, ou seja, a quantidade de habitantes por


km² é de 37,62 hab/km².

5.5.1.1. Caracterização Social e Econômica

A caracterização sócio – econômica tem sua origem no inicio do processo de


ocupação da região norte de Goiás, final do século XIX, até a criação do município de
Araguaína (1958), com a construção da BR 153/Belém – Brasília (1958-1975), e por
último com a criação do estado do Tocantins a partir da Constituição Federal do Brasil
de 1988. A região político-administrativa de Araguaína é composta por Aragominas,
Araguaína, Babaçulândia, Carmolândia, Filadélfia, Muricilândia, Nova Olinda,
Palmeirante, Santa Fé do Araguaia e Wanderlândia.
Do inicio da ocupação até os dias atuais a agricultura de subsistência constitui
uma atividade importante no município. A agricultura familiar ainda é mantida pelo
plantio de arroz, feijão, milho, mandioca e outros. A pecuária se resume em
bovinos/leite/corte, suinocultura tradicional e aves. O pequeno produtor rural não
produz todos os produtos de que necessita. Tal fator provoca o incentivo da produção de
produtos para o mercado local e regional, adquirindo recursos para comprar o
necessário para satisfazer as necessidades básicas.

202
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Até os anos 40 a e 50 do século XX, a economia local continuou tendo o setor


primário como área mais importante, mas começou a desenvolver os primeiros passos
para algumas atividades do setor terciário, principalmente com os investimentos
federais canalizados para a região Norte e Centro-oeste e no setor do comércio de
gêneros alimentícios e vestuário, que no conjunto vieram a constituir o motor da
economia regional para atender o crescimento urbano e regional.
Nos anos 60 e 70 o setor terciário, representado pelo comércio e prestação de
serviços foi o pilar da economia municipal. Nesta década o processo de urbanização foi
mais expressivo, embora continuasse com forte presença do setor rural na dinamização
da economia local.
O município de Araguaina possui a população mais expressiva dentre os
município da região norte do estado. Em função da infraestrutura nos diferentes setores
da economia possui indicativo para o desenvolvimento local e regional. De acordo com
o IBGE, no estado do Tocantins as três cidades com maior concentração de população
são Palmas, Araguaina e Gurupi.
A caracterização sócio-econômica dos município do estado do Tocantins de uma
forma geral pode ser definida com forte presença do setor rural do que no setor urbano.
O número de industriais é pouco expressivo quando comparado com as outras unidades
federais do pais, visto que a maior parte dos produtos provem dos estados de Goiás,
Minas Gerais e São Paulo inviabilizando a implantação de industrias no Tocantins.
Nesse sentido, o surgimento da cidade de Araguaina como pólo regional durante
a ultima metade do século XX ocorreu por oferecer todo um aparato na área de
comércio, bancos e de prestação de serviços em geral, já que os outros municípios eram
desprovidos destes recursos. O desenvolvimento local acabou por tornar a cidade de
Araguaina um pólo regional de abastecimento e prestação de serviços para outras
localidades, ultrapassando as fronteiras do estado de Goiás, atingindo os estados de
Mato Grosso, do Pará, do Maranhão e do Piauí.
O crescimento do número de empresas no município de Araguaina também tem
crescido consideravelmente. De acordo com dados apresentados, apenas a partir de
1969 registrou-se crescimento expressivo do setor empresarial. Nos anos 70, o setor
terciário, representado pelo comércio e prestação de serviços sustentou a economia
municipal. Nos anos 80, em função do pouco crescimento econômico brasileiro, o
desenvolvimento local apresentou irrelevante crescimento no setor empresarial. Nos
anos 90 em função da criação do estado do Tocantins e da construção da capital do

203
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

estado, a cidade de Palmas concentrou o maior desenvolvimento do estado provocando


diminuição e pouca perspectiva do crescimento econômico no município de Araguaina
– TO.
As empresas Agroindustriais que se encontram instaladas no Município são as
que mais empregam trabalhadores. A pecuária é mais expressiva, em específico, a
bovinocultura de corte disponibiliza poucos empregos comparada a outras atividades.
Um número reduzido de trabalhadores executa todo o trabalho da média e grande
propriedade.
No municipio de Araguaina, o processo de urbanização esta em vias de
desenvolvimento, conservando muito do arcaico, ou seja, do Brasil rural sem emprego
de tecnologias e informação, onde o setor rural exerce muita influencia no setor urbano.
O desenvolvimento do setor urbano esta literalmente ligado a criação de infraestrutura,
que passa pela instalação de empresas e industrias, correspondendo a criação de
empregos para absorver a mão-de-obra disponível que tende a ser crescente.
Nos últimos anos, a fronteira da soja nos Cerrados vem se estendendo no centro
do estado do Tocantins, apresentando também na micro-região administrativa de
Araguaina algumas áreas de plantio em conjunto com as lavouras de milho e arroz,
trazendo uma ligeira movimentação do comercio, bem como instalação de
representantes comerciais de maquinas, implementos agrícolas e insumos para o plantio,
alem de catalisar mais Mao-de-obra para trabalho, refletindo num aspecto positivo para
a sócio-economia regional.

5.5.1.2. Caracterização das Condições de saúde e educação da população

5.5.1.2.1. Condições atuais dos serviços de Educação

De acordo com o IBGE (2010) os dados do censo apontam um alto contingente


de potenciais estudantes de nível superior num breve espaço de tempo, e que podem
necessitar de um número muito maior de vagas do que as que são oferecidas atualmente
no município de Araguaína.
Ainda de acordo com o IBGE (2010) a situação educacional do estado do
Tocantins é de 740.022 alunos matriculados, sendo nos cursos pré-escolar 62.970,

204
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

ensino fundamental 545.120 e ensino médio 131.932, conforme pode ser observado na
Figura 102.

Figura 102. Ensino Educacional no Tocantins

Educação Infantil

De acordo com dados da Prefeitura Municipal, existe atualmente no município


20 Centros de Educação Infantil – CEI que são diretamente mantidos pelo município,
enquanto que os CEI que atuam em caráter de convênio entre o município e insituições
particulares perfaz o número de 5 instituições, contando no total com 62.970 alunos
matriculados em todas essas instituições.

Ensino fundamental

O ensino fundamental, também conhecido como educação primária são os


primeiros seis anos de educação estabelecida e estruturada que ocorre entre as idades de
aproximadamente cinco ou seis anos a aproximadamente 12 anos. As escolas de nível
fundamental são de responsabilidade do município, sendo que atualmente de acordo
com levantamento realizado pela Prefeitura no ano de 2012, o número de escolas de
nível fundamental no município de responsabilidade do mesmo é de 28 unidades e
outras 2 unidades em situação de convêncio com o município. As instituições

205
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

particulares contam atualmente no município com aproximadamente 10 unidades


intercalando-se em instituições religiosas e outras fora do cunho religioso.
A maior parcela dos alunos do município encontram-se nessa faixa etária, logo o
número de escolas é maior, uma vez que 545.120 alunos encontram-se matriculados nas
unidades escolares que oferecem o ensino fundamental, sendo esse contingente de
alunos distribuídos nas instituições públicas e privadas.

Ensino médio

A educação no nível de ensino médio em Araguaina e em todos os municípios


do estado do Tocantins são de responsabilidade do estado, sendo geralmente composto
por unidades amplas e com alto número de salas e acomodações para os alunos, sendo
que dessa forma são sempre unidades bem localizadas e em menos número, uma vez
que possuem maior capacidade que as escolas municipais que atuam no nível
fundamental.
Atualmente, no município existem 16 instituições de ensino médio cuja
responsabilidade é do estado, e aproximadamente 5 instituições particulares que
atendem aos alunos do nível médio. O total de alunos que encontram-se distribuídos
nessas unidades escolares de nível médio é de 131.932 alunos.

Ensino superior

Quanto às Instituições de Ensino Superior – IES existentes no estado do


Tocantins, essas estão atendendo parcela das exigências escolares, porém com uma
oferta de vagas inferior à demanda e sem a abrangência necessária de áreas do
conhecimento, de forma a possibilitar um desenvolvimento sustentado da região, seja
pela formação de recursos humanos qualificados, seja pela produção de conhecimento
apropriável pela população.
O município de Araguaina conta atualmente com 3 IES realizando os cursos em
regime presencial regular, sendo essas instituições e os referidos cursos oferecidos:
 Universidade Federal do Tocantins – UFT – Biologia (Licenciatura), Física
(Licenciatura), Geografia (Licenciatura), Gestão de cooperativas (tecnologia),
Gestão de Turismo (Tecnologia), História (Licenciatura), Letras (Português),

206
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Letras (Inglês), Logística (Tecnologia), Matemática (Licenciatura), Medicina


Veterinária, Química (Licenciatura), Zootecnia.

Contando também com cursos de pós graduação na referida instituição

 Instituto Tocantinense Presidente Antônio Chagas – ITPAC – Administração,


Ciências Contábeis, Direito, Educação Física, Enfermagem, Farmácia,
Medicina, Odontologia, Pedagogia e Sistemas de Informação.

Contando também com cusros de pós graduação na referida instituição.

 Faculdade Católica Dom Orione – Administração e Direito, contando também


com cursos de pós graduação.
 Intituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – Agronomia (Bacharelado),
Ciências Biológicas (Licenciatura), Computação (Licenciatura).

O município conta ainda com duas instituições que oferecem cursos superiores
na modalidade de Educação à Distância – EAD, sendo elas a Fundação Universidade do
Tocantins – UNITINS, e o Centro de Educação à Distância UNIDERP – Universidade
Anhanguera.

5.5.1.2.2. Condições atuais dos serviços de atendimento à Saúde

O município de Araguaina conta com Unidades Básicas de Saúde (UBS) que


geralmente sãos postos e centros de saúde com atendimento de urgências e emergências.
O município que coordena as unidades de saúde por meio da Secretaria Municipal de
Saúde conta ainda com o apoio do governo federal por meio do Sistema Único de Saúde
(SUS) e o do Programa de Saúde da Família (PSF).
De acordo com a Vigilância Sanitária o município conta com 1 Centro de
Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST), 1 Centro de Controle de Zoonoses
(CCZ), Núcleos hospitalares de Epidemiologia (NHE) e com unidade de Centro de
Informação Estratégica em Vigilância em Saúde (CIEVS).

207
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

O Hospital de Doenças Tropicais de Araguaina caracteriza-se como referência


do ramo no cenário nacional. O Hospital Regional de Araguaína possui
responsabilidade compartilhada entre o Governo Federal, por parte do Ministério da
Saúde, Governo Estadual, por parte da Secretaria Estadual de Saúde e do Governo
Municipal, por parte da Secretaria Municipal de Saúde, todavia, a esfera administrativa
da gestão encontra-se centrado nas mãos do Governo Estadual. Os leitos existentes no
Hospital Regional de Araguaina encontram-se dispostos na Tabela abaixo:

HOSPITAL REGIONAL DE ARAGUAINA - TO


ESPECIALIDADE LEITOS EXISTENTES LEITOS SUS
Cirúrgico 113 113
Clínico 79 79
Complementar 32 32
Obstétrico 1 1
Pediátrico 1 1
Outras Especialidades 3 3

O HRA é o maior mantenedor de serviços de urgência e emergência no


município, atendendo também para serviços ambulatoriais, de apoio e especialidades,
conforme descrito na Tabela acima.
O município conta também com unidades de saúde particular e municipal,
destacando-se o Hospital Oswaldo Cruz, Hospital Dom Orione, Instituto de Doenças
Renais do Tocantins, Hospital São Lucas de Araguaina e o Hospital Municipal.
Os Centros de Saúde da Família ou Unidade Básica de Saúde perfaz o total de
17 unidades, Clinicas e Laboratorios públicos e particulares também perfazer uma boa
parcela das instituições voltadas à saúde no município.

5.5.1.3. Condições atuais do serviço de limpeza urbana

No Brasil, o serviço sistemático de limpeza urbana foi iniciado oficialmente em


25 de novembro de 1880, na cidade de São Sebastião do Rio de Jeaneiro, então capital
do Império. Nesse dia, o imperador D. Pedro II assinou o Decreto n° 3024, aprovando o
contrato de “limpeza e irrigação” da cidade, que foi executado por Aleixo Gary e, mais
tarde, por Luciano Francisco Gary, de cujo sobrenome origina-se a palavra gari, que
hoje denomina-se os trabalhadores da limpeza urbana em muitas cidades brasileiras.

208
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Dos tempos imperiais aos dias atuais, os serviços de limpeza urbana vivenciaram
momentos bons e ruins. Hoje, a situação da gestão dos resíduos sólidos se apresenta em
cada cidade brasileira de forma diversa, prevalecendo, entretanto, uma situação nada
alentadora.
Grande parte dos resíduos gerados no país não é regularmente coletada,
permanecendo junto às habitações (principalmente nas áreas de baixa renda) ou sendo
vazada em logradouros públicos terrenos baldios, encostas e cursos d’água.
A limpeza urbana do município de Araguaina engloba os seguintes serviços:
coleta do lixo doméstico e comercial e público, varrição das ruas e logradouros
públicos, e ainda a coleta dos resíduos de serviços de saúde. Não existe planejamento ou
mecanismo de monitoramento e avaliação dos serviços. Não há ferramentas e
mecanismos para verificar o volume de lixo coletado, bem como, informações sobre o
grau de eficiência da varrição.
O serviço de responsabilidade da Prefeitura Municipal foi transferido para uma
empresa terceirizada, a saber, a empresa Litucera Limpeza e Engenharia que desenvolve
o referido serviço de limpeza urbana nos últimos anos no município.
A empresa dispõe de caminhões compactadores cuja função é unicamente
coletar os resíduos sólidos domésticos e comerciais, dispondo da capacidade de 15 m³,
com compactador para promover a redução do volume dos resíduos que são colocados
no caminhão.
O serviço de coleta dos resíduos sólidos domésticos é realizado em todo o
perímetro urbano do município, atendendo todos os bairros do mesmo. A coleta dos
resíduos de serviço de saúde são realizados também pela Empresa que executa a coleta
dos resíduos sólidos domésticos e comerciais.
A varrição de vias e logradouros públicos é realizada utilizando-se de carrinhos
manuais, equipados com duas rodas e em material plástico, com a finalidade específica
de acondicionar por meio da colocação interna de sacos de lixo, os resíduos
provenientes da varrição das vias e logradouros públicos.

5.5.1.4. Condições atuais da disposição final dos resíduos sólidos domésticos e de


serviço de saúde em Araguaina

209
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Atualmente a disposição final dos resíduos sólidos urbanos no município de


Araguaina tem sido realizada utilizando-se um lixão a céu aberto. A área onde se
encontra o lixão é um terreno municipal. Tal procedimento, além de ser considerado
crime ambiental é também vedado pela Resolução 416/2009 do Conselho Nacional de
Meio Ambiente – CONAMA.
A localização do lixão de Araguaina é às margens da rodovia TO – 222 que dá
sentido ao município de Araguanã. Fato que também preocupa a população do
município e a população próxima ao lixão é o crescimento da cidade e o surgimento de
loteamentos próximos ao lixão. Além dos já citados alarmantes que torna a paralização
do lixão emergencial, existe vizinho à área do lixão o projeto construção de um
shopping Center. A Figura 103 ilustra as condições do lixo no lixão de Araguaina.

Figura 103. Lixão de Araguaina

Autoridades locais e regionais de Araguaina alertam que o crescimento


populacional do município de Araguaina tende a ocorrer para próximo da localização
em que encontra-se o lixão atualmente.
Portanto, o fato do lixão encontrar-se em desacordo com critérios e diretrizes
estabelecidos pelo CONAMA transforma-o em um assunto que deve ser resolvido com
a maior brevidade possível, favorecendo dessa forma a população por meio da melhoria
na qualidade de vida, maior prevenção de doenças relacionadas ao descarte e disposição
final inadequado de resíduos sólidos, e para o meio ambiente, uma vez que com o
descarte irregular de resíduos sólidos diretamente no solo torna-se evidente a
possibilidade de contaminação do solo e das águas subterrâneas e superficiais.

210
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

5.5.1.4.1. Responsabilidade pela desativação do atual lixão de Araguaina

No presente Estudo de Impacto Ambiental encontra-se detalhado


sistemáticamente os procedimentos de implantação e operação do Aterro Sanitário de
Araguaina, que será implantado e operador pelo empreendedor NASSIF
CONSTRUTORA E INCORPORADORA LTDA. Todavia, o empreendedor não se
responsabilizará pela desativação ou recuperação da área em que encontra-se o atual
lixão do município, uma vez que o mesmo é de inteira responsabilidade do município e
possívelmente também da empresa terceirizada que realiza a coleta e a disposição final
desses resíduos sólidos coletados no lixão.
Portanto, o presente estudo visa promover uma alternativa para que se promova
a correta disposição final dos resíduos sólidos de Araguaina a partir de sua operação,
sendo que a gestão, desativação e recuperação do então lixão existente no município em
nada abrange o presente empreendimento, e tampouco transfere a responsabilidade de
recuperar a área para o presente empreendedor.

211
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

6. IDENTIFICAÇÃO, ANÁLISE E/OU AVALIAÇÃO DOS


IMPACTOS AMBIENTAIS (PROGNÓSTICO AMBIENTAL)

A Resolução CONAMA 001/86 define impacto ambiental como: “Qualquer


alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por
qualquer forma de matéria ou energia resultnte das atividades humanas que, direta ou,
indiretamente, afetam: a saúde, a segurança e o bem estar da população; as atividades
sociais e econômicas, a biota e as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente”.
De acordo com a definição de Garcia (1987), impacto ambiental será
relacionado diretamente em conformidade com o enfoque funcionalista, como qualquer
fator ou perturbação que tende a desequilibrar o estado de equilibrio instável em que se
encontra um sistema. Considerando um enfoque estruturalista, impactos ambientais são
aqueles fatores, ou condições de um sistema, que levem a mudanças estruturais do
mesmo.
Outro autor define impacto ambiental como uma alteração física ou funcional
em qualquer dos componentes ambientais. Essa alteração pode ser qualificada e, muitas
vezes quantificada, podendo ainda ser favorável ou desfavorável ao ecossistema ou à
sociedade humana (TOMMASI, 1994).
De acordo com a Norma NBR 8.419/84 da Associação Brasileira de Normas
Técnicas – ABNT, aterro sanitário é uma técnica de engenharia que visa confinar
resíduos sólidos no próprio solo, dispondo-os em menor área possível, reduzindo-os ao
menor volume permissível, cobrindo-os com uma camada de terra na conclusão de cada
jornada de trabalho, ou em intervalos na jornada de trabalho se for necessário. Toda esta
técnica deverá ser utilizada sem causar danos ou riscos à saúde pública e à sua
segurança, minimizando os impactos ambientais.
Portanto, ao entender as definições de impacto ambiental e aterro sanitário,
conclui-se que, para a implantação deste empreendimento é necessário realizar algumas
atividades impactantes ao meio ambiente, o que ocasiona a geração de prováveis
impactos ambientais no sítio do empreendimento e seu entorno.
Desta forma, vê-se a necessidade de identificar e avaliar as atividades
impactantes juntamente com os prováveis impactos ambientais oriundos de sua
implantação, nas fases de planejamento (elaboração de projetos), implantação e
operação, propondo assim, medidas mitigadoras, compensadoras ou potencializadoras,

212
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

visando diminuir as conseqüências negativas e ampliar ou potencializar os benefícios


atingidos.
A avaliação de impactos ambientais é um instrumento da política ambiental
brasileira formada por um conjunto de procedimentos capaz de assegurar o exame
sistemático dos impactos ambientais de determinada ação e de suas alternativas
(MOREIRA, 1992; apud MILARÉ, 2005).
Segundo Sousa (2004) a avaliação de impacto ambiental tem por objetivo
contemplar diversas óticas – sociais, físicas, biológicas e socioeconômicas – permitindo
assim que as decisões sejam tomadas de forma lógica e racional

6.1. Metodologia de Avaliação de Impactos Ambientais

De acordo com Moreira (1992), os métodos de análise de impacto ambiental


tiveram origem na Lei “National Environmental Protection Act” (EUA), que começou a
vigorar em 1970. Os métodos de AIA foram se diversificando de acordo com os
projetos propostos e com a diversidade de ambientes sujeitos a impactos. Na medida em
que profissionais buscavam a compreensão das relações de causa e efeito das ações dos
projetos e seus impactos, levando em conta a dinâmica dos sistemas ambientais, os
métodos evoluíram na tentativa de alcançar a integração dos fatores ambientais e a
abordagem holística do meio ambiente.
Segundo Braga et al. (2005) os métodos hoje correntemente disponíveis para a
avaliação de impactos ambientais, em sua maioria, resultam da evolução de outros
existentes. Alguns são adaptações de técnicas de planejamento regional, de estudos
econômicos ou de ecologia. Outros foram concebidos no sentido de considerar os
requisitos legais envolvidos, como é o caso dos Métodos das Matrizes e das Redes de
Interação. Esses métodos envolvidos têm em comum a característica de disciplinarem os
raciocínios e os procedimentos destinados a identificar os agentes causadores e as
respectivas modificações decorrentes de uma determinada ação ou conjunto de ações.
No presente estudo utilizou-se do Método de Matriz de Interação, com o intuito
de qualificar e quantificar os impactos potenciais que o empreendimento poderá gerar.

6.1.1. Método de Matriz de Interação

213
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

O método Matriz de Interação consiste no preenchimento de uma matriz, onde


cada célula preenchida corresponde a um possível impacto ambiental identificado,
obtendo como objetivo o cadastramento, a caracterização e a quantificação desses
impactos. Seu preenchimento caracteriza por apresentar na horizontal (linha)
informações relativas ao impacto ambiental identificado em todas as fases do
empreendimento (preliminar, implantação e operação), e na vertical (coluna) apresenta
informações relativas à valorização dos atributos desse impacto.
Segundo Leopold et al. (1971), os impactos ambientais apresentam dois
principais atributos, sendo a magnitude e a importância. Magnitude caracteriza por
apresentar a grandeza de um impacto em termos absolutos (temporal e espacial),
podendo ser definida como a medida de alteração no valor de um fator ou parâmetro
ambiental em termos quantitativos ou qualitativos. Já importância, caracteriza por ser a
intensidade do efeito relacionado como um dado fator ambiental afetado com outros
impactos, apresentando as seguintes características: direto/indireto;
local/regional/estratégico; curto prazo/médio prazo/longo prazo;
temporário/permanente; reversível/irreversível.
Para o presente estudo, adotou-se a matriz de interação simplificada, cujo
método facilita a identificação e avaliação das características pontuais de cada impacto
identificado, bem como o meio afetado (físico, biótico ou antrópico).
A classificação qualitativa dos impactos ambientais, ou melhor, a valorização
dos atributos, é designada da seguinte maneira, conforme Tomasi (1994) e Silva (1996):

 Valor: o impacto é positivo ou benéfico quando uma ação causa


melhoria da qualidade de um fator ou parâmetro ambiental. O impacto é
negativo ou adverso quando uma ação causa um dano ou prejuízo à
qualidade de um fator ou parâmetro ambiental.

 Ordem: o impacto direto resulta de uma simples relação de causa e


efeito. O impacto indireto resulta de uma reação secundária em relação à
ação, ou quando é parte de uma cadeia de reações.

 Espacial: um impacto é considerado local quando a ação circunscreve-se


ao próprio sítio e às suas imediações. O impacto regional é aquele que se
propaga por uma área além das imediações do sítio onde se dá a ação e; o

214
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

impacto é estratégico quando é afetado um componente ambiental de


importância coletiva, nacional ou mesmo internacional.

 Temporal: um impacto é considerado de curto prazo quando o efeito


surge no instante em que se dá a ação; um impacto de médio prazo
ocorre quando o efeito ambiental se manifesta num tempo médio e; um
impacto é de longo prazo quando se manifesta a um longo tempo após a
ação.

 Dinâmica: um impacto é temporário quando os efeitos de ação têm


duração determinada e; um impacto é considerado permanente quando
uma vez executada a ação, os efeitos não param de se manifestar num
horizonte temporal conhecido.

 Plástica: o impacto é reversível quando uma vez cessada a ação, o fator


ambiental retorna as suas condições originais e; um impacto é
irreversível, quando cessada a ação, o fator ambiental não retorna as suas
condições originais, pelo menos num horizonte de tempo aceitável pelo
homem.

6.1.2. Ações Impactantes na Fase de Implantação

Destaca-se a seguir as principais ações impactantes oriundas da fase de


implantação do empreendimento:

1. Contratação de mão-de-obra especializada: Podemos considerar uma das


atividades mais importante de todo o processo, visto que, um item mal projetado
pode causar danos irreparáveis. Então esta atividade consiste na contratação de
uma equipe intelectual multidisciplinar consistindo em diversos profissionais,
tais como: engenheiro sanitarista, engenheiro ambiental, engenheiro florestal,
biólogo, geológico, assistente social, enfim, profissionais capacitados e
adequados para a elaboração do devido estudo.

215
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

2. Planejamento de implantação do empreendimento: Esta etapa também


apresenta uma grande importância no processo de implantação do
empreendimento, considerando que para obter sucesso é necessário obter um
bom planejamento, com o auxilio da equipe multidisciplinar formada por
profissionais habilitados e capacitados para tal atividade.

3. Contratação da mão-de-obra: A primeira atividade impactante na ocasião da


implantação do empreendimento é a contratação de mão-de-obra. Esta
representa a força de trabalho necessária para o cumprimento de todas as tarefas
relacionadas ao empreendimento.

4. Aquisição de implementos e equipamentos: Refere-se à compra de


implementos e equipamentos (manta PEAD, mudas de espécies arbóreas de
cerca viva, maquinarias, tubulações de drenagem, cimento, tijolo, etc.)
especificamente no início da etapa de implantação, a fim de satisfazer a todas as
etapas de implantação do empreendimento.

5. Limpeza da área: Apesar de grande parte da área já apresentar a vegetação


nativa suprimida anteriormente será necessário realizar a limpeza de gramíneas,
herbáceas, tocos e raízes.

6. Implantação do canteiro de obras: Destaca-se nessa etapa a implantação do


canteiro de obras para auxiliar e dar apoio logístico na implantação do aterro
sanitário.

7. Construção do sistema viário: Caracteriza-se pela construção do sistema viário


a ser implantado dentro do empreendimento, visando aprimorar a logística de
deslocamento dentro da área do aterro sanitário.

8. Implantação das estruturas físicas (edificações): Refere-se à implantação de


toda estrutura física, ou melhor, da unidade gerencial e administrativa do
empreendimento, visando atender a demanda do aterro sanitário (galpão de
guarda de máquinas, guarita e unidade administrativa).

216
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

9. Adequação da rede de energia elétrica: Consiste na adequação da rede de


energia elétrica já existente na área do empreendimento.

10. Implantação da rede de abastecimento de água: Refere-se à implantação de


toda estrutura para fornecimento de água (poço semi artesiano, tubulações, caixa
d água, etc).

11. Preparação da área (movimentação de solo): Esta etapa caracteriza por


apresentar atividades de terraplanagem, onde são realizados cortes, aterros,
compactação do solo, enfim, modificação do relevo para implantação do
empreendimento.

12. Implantação da célula de disposição e tratamento de resíduos sólidos


urbanos – RSU: Consiste na escavação do terreno conforme dimensões
estipuladas no memorial de cálculo apresentado, estruturação dos taludes,
compactação do solo com argila e implantação da manta PEAD, objetivando o
recebimento de resíduos sólidos urbanos. Cabe ressaltar que esta atividade será
realizada na etapa de implantação e ao longo da etapa de operação.

13. Implantação de vala séptica: Consiste na implantação de valas sépticas do tipo


trincheiras, onde são abertas diversas valas impermeabilizadas consecutivas, em
conformidade com normas da ABNT, com objetivo de receber resíduos sólidos
de serviço de saúde. Ressalta-se que esta atividade será realizada na etapa de
implantação e ao longo da etapa de operação.

14. Implantação da unidade de tratamento de lixiviados: Esta etapa consiste na


implantação do sistema de tratamento de lixiviado.

15. Implantação do sistema de drenagem pluvial e lixiviados: Refere-se na


implantação do sistema hidráulica do sistema de drenagem pluvial em toda área
do empreendimento, e do sistema hidráulico de drenagem de percolados
(lixiviado e chorume).

217
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

16. Implantação do sistema de drenagem de emissões gasosas: consiste na


implantação de um sistema de drenagem de emissões gasosas, oriundo da
decomposição do resíduo sólido.

17. Implantação do cinturão verde: Conforme designado pelo projetista, toda área
será delimitada por espécies arbóreas (cerca viva). Portanto, esta etapa consiste
na preparação do solo para recebimento das mudas de cerca viva.

18. Aquisição das espécies arbóreas e de insumos agrícolas para a implantação


do cinturão verde: Consiste na aquisição de mudas de espécies arbóreas para
cerca viva, bem como insumos agrícolas para implantação do mesmo.

19. Implantação de proteções ambientais: Refere-se na implantação de sistemas


de proteção que visam garantir as condições ambientais local, tais como:
impermeabilização das células de disposição final de resíduo sólido e de valas
sépticas, sistema de drenagem de percolado (lixiviado e chorume) e sistema de
drenagem de gás.

20. Implantação de Sinalização: Consiste na implantação de placas sinalizadoras,


indicativas e educativas no empreendimento e seu entorno.

6.1.3. Ações Impactantes na Fase de Operação

Destaca-se a seguir as principais ações impactantes oriundas da fase de operação


do empreendimento:

1. Implantação da célula de disposição e tratamento de resíduos sólidos


urbanos – RSU: Consiste na escavação do terreno conforme dimensões
estipuladas, estruturação dos taludes, compactação do solo com argila e
implantação da manta PEAD, objetivando o recebimento de resíduos sólidos
urbanos.

2. Implantação de valas sépticas: Consiste na implantação de valas sépticas do


tipo trincheiras, onde são abertas diversas valas impermeabilizadas consecutivas,

218
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

em conformidade com normas da ABNT, com objetivo de receber resíduos


sólidos de serviço de saúde.

3. Manutenção dos taludes: Refere-se na proteção imediata dos taludes formados


das células de disposição de resíduos e valas sépticas, procurando implantar
gramíneas visando à estabilidade geotécnica do talude.

4. Aquisição de gramíneas e insumos agrícolas para manutenção dos taludes:


Consiste na compra de gramíneas, bem como insumos agrícolas, para plantio ao
longo dos taludes, visando à estabilidade geotécnica dos mesmos.

5. Transito de veículos e maquinários dentro do empreendimento: Consiste no


transito de veículos transportadores de resíduo sólido urbano (caminhão,
caminhoneta e automóvel utilitário) e/ou resíduo sólido de serviço de saúde, e
maquinários dentro do empreendimento. Refere-se também no transito de
automóveis pequenos de passeio dentro do aterro sanitário oriundos de
funcionários e visitantes.

6. Pesagem do resíduo sólido: Esta atividade consiste na pesagem do veículo


transportador de resíduo sólido, a fim de quantificar o peso da carga
transportada, bem como controlar a capacidade de carga de cada célula de
disposição de resíduo ou vala séptica.

7. Despejo e acomodação do resíduo sólido: Refere-se na retirada do resíduo


sólido do veículo transportador objetivando sua acomodação adequada conforme
sua característica.

8. Disposição final do resíduo sólido: Consiste na disposição final do resíduo


sólido em células de disposição final de resíduo sólido urbano ou valas sépticas
para resíduos de saúde.

9. Recobrimento das células de disposição de resíduos sólidos e valas sépticas:


Referem-se no ato de recobrir diariamente as células e valas sépticas,

219
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

imediatamente após o término da jornada de trabalho ou quando necessitar, com


material sólido (camada de solo orgânico).

10. Revegetação do aterro: Destaca-se nesta etapa a necessidade de revegetar o


aterro formado pelo fechamento da vala séptica e/ou célula de disposição de
resíduo sólido. Recomenda-se a implantação de gramíneas na área do aterro
objetivando transformar em jardins, parques, praças esportivas, áreas de lazer

11. Drenagem de percolados (lixiviado e chorume): Este consiste no ato de drenar


os lixiviados, bem como chorume formado pela decomposição do resíduo
sólido, até o sistema de tratamento de lixiviados.

12. Operação do tratamento de lixiviados: Caracteriza por realizar o tratamento


físico-químico e bacteriológico de todo material drenado para o mesmo.

13. Drenagem dos gases: Consiste na captura dos gases (metano, gás sulfídrico,
nitrogênio, hidrogênio e dióxido de carbono), gerados na decomposição do
resíduo sólido disposto no aterro sanitário, obtendo alguns objetivos, sendo eles:
(01) diminuir seu lançamento na atmosfera diminuindo a poluição e o efeito
estufa; (02) diminuir o risco de incêndio no empreendimento e; (03) diminuir o
risco de explosão no aterro sanitário.

14. Operação de limpeza do empreendimento: Este consiste na limpeza mecânica


e/ou manual com equipamentos adequados, complementados com emprego de
serviços manuais.

15. Preservação da área preservação permanente – APP: Refere-se na


preservação da APP existente na área do empreendimento, caracterizado por um
córrego intermitente conforme previsto na Resolução CONAMA 303 de 20 de
março de 2002.

16. Preservação da área de reserva legal – ARL: Refere-se na preservação da


ARL existente na área do empreendimento, conforme previsto na Lei Federal nº
4771 de 15 de setembro de 1965.

220
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

17. Manutenção do sistema viário do aterro sanitário: Este caracteriza pelo


monitoramento e reparação periódica do sistema viário do empreendimento,
visando sempre o aprimoramento da logística de transporte e permanência de
suas características de implantação, evitando desta forma o surgimento de
processos erosivos, buracos, anomalias, enfim.

18. Manutenção da sinalização: Consiste no monitoramento e reparação periódica


de toda sinalização existente no aterro sanitário, diminuindo desta forma os
riscos de acidente de trabalho, aprimorando a qualidade de vida dos
colaboradores.

19. Manutenção do cinturão verde (cerca viva): Caracteriza-se no monitoramento


e reparação periódica do cinturão verde no entorno do empreendimento, visando
diminuir o quantitativo de emissão de gases poluentes, o risco de acidente de
trabalho e diminuir a poluição visual.

20. Manutenção preventiva e corretiva dos componentes do aterro sanitário:


Destaca-se por apresentar um plano de monitoramento e manutenção periódica
dos componentes do aterro sanitário, sendo eles: célula de disposição de resíduo
sólido, vala séptica, sistema de tratamento de lixiviados, sistema de drenagem
pluvial e de lixiviados, sistema de drenagem de gás, máquinas, maquinários e
veículos.

21. Implantação do programa de acompanhamento e monitoramento: Esta


etapa consiste na implantação de vários programas de acompanhamento e
monitoramento de diversos parâmetros ambientais, evitando desta forma, a
modificação de suas características naturais. Podemos destacar os seguintes
parâmetros: água subterrânea, água superficial, solo, ar, flora, fauna, entre
outros.

221
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

6.2. Avaliação dos Impactos Ambientais por meio do Método Matriz de


Interação

De acordo com Moreira (1992), os procedimentos para a avaliação de impactos


são mecanismos estruturados para identificar, analisar, organizar e comparar dados
sobre os impactos ambientais, tendo por objetivo identificar, prever e interpretar estes
impactos de um empreendimento. Neste contexto, o mesmo autor diz que nenhum
método conhecido pode ser considerado o mais eficiente, pois todos eles apresentam
uma série de vantagens e desvantagens, o que não permite recomendar a escolha de um
ou de outro para as avaliações ambientais.
Desta forma, a avaliação dos impactos ambientais, foi feita com base na matriz
de Interação, sendo que esta sofreu alteração a fim de obter-se um resultado melhor,
assim, é possível observar a que meio pertence o impacto, se é positivo, negativo ou
indefinido, ao mesmo tempo que se analisa sua importância, magnitude e duração, além
de uma pequena descrição do mesmo.
A partir desta matriz, foi possível identificar e avaliar os impactos pertinentes ao
empreendimento.

6.2.1. Meio Sócio-Econômico “Antrópico”

Os impactos identificados no meio sócio-econômico teve os seguintes fatores


ambientais: social, econômico e paisagismo.

Quadro 10. Matriz de Interação dos Prováveis Impactos Ambientais Identificados


no Meio Sócio-Econômico.

FATORES IMPACTO AMBIENTAL CLASSIFICAÇÃO


AMBIENTAIS

Risco de geração de conflitos I, T, N, C, R, Lo

Provável aumento da geração de empregos diretos e indiretos na região D, T, Po, C, R, Re


MEIO SÓCIO -
ECONÔMICO

Possível diminuição do número de pessoas desempregadas I, T, Po, C, R, Re


SOCIAL

Provável aumento na qualidade de vida do população de Araguaina I, P, Po, L, R, Lo

Possível depreciação da qualidade de vida do trabalhador I, P, N, L, Ir, Lo

Provável aumento da incidência de doenças respiratórias I, T, N, M, R, Lo


Possível aumento da incidência de intoxicação I, T, N, C, R, Lo
Provável aumento de incidência de intoxicação alimentar I, T, N, C, R, Lo

222
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Possível aumento da possibilidade de contração de doenças transmitidas por I, T, N, C, R, Lo


vetores nas imediações do local
Possível aumento na incidência de acidentes I, T, N, C, R, Lo

Provável geração de transtornos e incomodações aos motoristas usuários da D, T, N, C, R, Lo


rodovia BR 153, via de acesso ao empreendimento
Possível desapropriação de edificações civis (residências) situadas dentro da I, P, N, C, Ir, Re
área de influência do empreendimento delegada pelo CONAMA
Possível geração de incerteza para os moradores que habitarem no entorno D, P, N, C, Ir, Re
do empreendimento
Provável promoção do desenvolvimento sustentável para o meio antrópico I, P, Po, L, R, Lo

Aumento da renda local D, T, Po, C, R, Re


Possível desvalorização das terras a nível local D, P, N, C, Ir, Re
ECONÔMICO

Aumento do desemprego e redução do volume de renda em circulação na D, T, N, M, R, Re


economia local
Provável remanejamento e/ou indenização dos moradores instalados dentro I, P, Po, C, Ir, Re
da área de influência do empreendimento delegada pelo CONAMA

Provável alteração das belezas cênicas naturais D, P, N, C, Ir, Lo


GISMO
PAISA-

Possibilidade de incidência de poluição visual D, T, N, C, R, Lo

Legenda: D = Direto; I = Indireto; T = Temporário; P = Permanente; Po = Positivo; N = Negativo; L = Longo Prazo; M =


Médio Prazo; C = Curto Prazo; R = Reversível; Ir = Irreversível; Lo = Local; Re = Regional; E = Estratégico.

6.2.2. Meio Biótico

Continuando a apresentação da matriz de interação, estão relacionados no


quadro a seguir, os impactos ambientais identificados no meio biótico, sendo que no
Quadro 18 encontram-se os impactos sobre a flora e no Quadro 19 os impactos sobre a
fauna.

223
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Impactos Ambientais sobre a Flora

Quadro 11. Tabela de Impactos Ambientais quanto a flora - Pequena (P); Média (M); Grande (G); Baixa (I); Moderada (II); Alta (III); Curta (A); Média (B) e
Longa (C).
AMPLITUD
NATUREZA
E

Importância

Magnitude
Indefinido
Negativo

Duração
Positivo
FASE ATIVIDADE IMPACTO MEIO COMP. DESCRIÇÃO
PROJETO

Levantamento de Campo Estudos de Campo Biológico X Estudos e levantamento dos meios físico, biológico e antrópico.

Instalação do Canteiro de
Obras
Implantação do Sistema Será necessária a remoção da vegetação para a instalação do
INSTALAÇÃO

Viário Interno canteiro de obras, abertura de estradas internas, nos locais onde
Remoção da Vegetação Biológico Flora X P I C
Extração de Material para irão ficar as obras de apoio (administração, balança, guarita) e nas
Cobertura de Resíduos áreas de empréstimo que servirão para cobertura de resíduos.
Instalação das Obras de
Apoio
Criação de um Cinturão
Criação do Cinturão Verde Será criado um cinturão verde de 20 a 30 m de largura no entorno
Verde de Isolamento no Biológico Flora X M II C
no Entorno do aterro.
Entorno
Modificação da paisagem com o depósito dos resíduos e os
Alteração da Paisagem Biológico Flora X P I C
movimentos de terra para cobertura dos mesmos.
OPERAÇÃO

Início do processo erosivo com a implantação do empreendimento


Erosão Biológico Flora X P I A
e suas características de abertura e movimento de terra.
Funcionamento do Aterro
Possível Desequilíbrio na O desmatamento e o aumento de insetos da área pode causar
Biológico Flora X M II C
Reprodução da Flora desequilíbrio ecológico.
Reflorestamento com espécies nativas das áreas degradadas que
Recuperação das Áreas
Biológico Flora X G II C não serão usadas no empreendimento (cinturão verde e reserva
Degradadas Existentes
legal).

224
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

A recuperação das áreas degradadas resultará na proteção do solo


Proteção do Solo Biológico Flora X M II C
contra a erosão.
O controle da preservação das áreas de reserva legal resultará em
Controle da Preservação da
Biológico Flora X M III C uma menor intervenção antrópica e consequente aumento da flora
Área de Reserva Legal
nativa.
DESATIVAÇÃO

Desativação e Recuperação Recuperação da Área do Na desativação do aterro, será recomposta a vegetação de toda a
Biológico Flora X G III C
do Lixão Atual Aterro Sanitário área com espécies nativas.

225
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

226
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Impactos Ambientais sobre a Fauna

Considerações Gerais de impactos por mudanças nas paisagens e eliminação de habitas e nichos sobre a comunidade faunística.

Quadro 12. Tabela de Impactos Ambientais quanto a fauna - Pequena (P); Média (M); Grande (G); Baixa (I); Moderada (II); Alta (III); Curta (A); Média (B) e
Longa (C).
AMPLITUD
NATUREZA
E

Importância

Magnitude
Indefinido
Negativo

Duração
Positivo
FASE ATIVIDADE IMPACTO MEIO COMP. DESCRIÇÃO
PROJETO

Estudos e levantamento dos grupos da fauna terrestre vertebrados e


Levantamento de Campo Amostragem de Campo Biológico X
invertebrados.

Instalação do Canteiro de
Obras
Implantação do Sistema
Com a remoção da paisagem atual natural ou antrópica haverá
Viário Interno
INSTALAÇÃO

Remoção da Vegetação Biológico Fauna X M II B eliminação de habitats e alteração nos nichos, fuga e aumento da
Extração de Material para predação por espécies oportunistas.
Cobertura de Resíduos
Instalação das Obras de
Apoio
Será criado um cinturão verde de 20 a 30 m de largura no entorno
Criação de um Cinturão
Criação do Cinturão Verde do aterro, o mesmo facilitará a conexão de remanescentes de
Verde de Isolamento no Biológico Fauna X G III C
no Entorno paisagens naturais, aumentando a conectividade e fluxo de grupos
Entorno
da fauna.
Modificação da paisagem com o depósito dos resíduos e os
OPERAÇÃO

Alteração da Paisagem Biológico Fauna X M I C movimentos de terra para cobertura dos mesmos, atração de
espécies oportunistas.
Funcionamento do Aterro
Início do processo erosivo com a implantação do empreendimento
Erosão Biológico Fauna X P I A e suas características de abertura e movimento de terra, na
diminuição e alteração de habitas.

227
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Alteração das estruturas tróficas favorecendo espécies


Possível Desequilíbrio na oportunistas, com alta pressão nas espécies especialistas de habitat
Biológico Fauna X M II C
Reprodução da Flora e nicho.

Reflorestamento com espécies nativas das áreas degradadas que


Recuperação das Áreas não serão usadas no empreendimento (cinturão verde e reserva
Biológico Fauna X G II C
Degradadas Existentes legal). Criação de novos habitats e ampliação dos nichos tróficos,
aumento no recrutamento e colonização das áreas.
A recuperação das áreas degradadas resultará na proteção do solo
Proteção do Solo Biológico Fauna X M II C
contra a erosão, na manutenção dos habitats e nichos tróficos.
O controle da preservação das áreas de reserva legal resultará em
uma menor intervenção antrópica e consequente aumento da flora
Controle da Preservação da
Biológico Fauna X M III C nativa, com o aumento de habitats e nichos tróficos, diminuição do
Área de Reserva Legal
efeito de borda, aumento da conectividade e dispersão das
espécies.auna
DESATIVAÇÃO

Na desativação do aterro, será recomposta a vegetação de toda a


Desativação e Recuperação Recuperação da Área do
Biológico Fauna X G III C área com espécies nativas, aumento de habitas e nichos tróficos a
do Lixão Atual Aterro Sanitário
serem colonizados.

228
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

6.2.3. Meio Físico


Quadro 13. Matriz de Interação dos Prováveis Impactos Ambientais Identificados no Meio
Físico.
FATORES IMPACTO AMBIENTAL CLASSIFICAÇÃO
AMBIENTAIS

Provável aumento da deterioração da fertilidade e das características físicas D, T, N, M, R, Lo


do solo
Possível redução da capacidade de permeabilidade do solo D, T, N, M, R, Lo
Risco da redução da capacidade física do solo de sustentar a flora terrestre D, T, N, M, R, Lo

Provável redução da capacidade física do solo em servir de substrato para D, T, N, M, R, Lo


flora terrestre
Risco de alteração das propriedades químicas dos solos D, T, N, M, R, Lo
Possível redução do potencial da capacidade produtiva do solo em funcionar D, T, N, M, R, Lo
como habitat da microflora local
RECURSO EDÁFICO

Possível redução do potencial da capacidade produtiva do solo em funcionar D, T, N, M, R, Lo


como habitat da microfauna local
Possível desestruturação e descaracterização do solo D, P, N, C, Ir, Lo
Provável alteração na topografia do solo D, P, N, M, Ir, Lo
Modificação da paisagem cênica natural D, P, N, C, Ir, Lo
Modificação da paisagem cênica atual da área do antigo lixão D, P, Po, C, R, Lo
Provável retorno da fertilidade do solo situado na área do antigo lixão D, P, Po, C, R, Lo
Provável retorno da fertilidade do solo situado na área das células de D, P, Po, C, R, Lo
disposição de resíduos e valas sépticas
Possibilidade de retorno da capacidade do solo em servir de substrato para D, P, Po, C, R, Lo
flora terrestre na área do antigo lixão

Possibilidade de retorno das características físicas do solo presente na área do D, P, Po, C, R, Lo


antigo lixão

Possibilidade de retorno da capacidade do solo em servir de substrato para D, P, Po, C, R, Lo


MEIO FÍSICO

flora terrestre nas áreas das células de disposição de resíduoas e valas


sépticas
Possibilidade de retorno das características físicas do solo presente nas áreas D, P, Po, C, R, Lo
das células de disposição de resíduos e valas sépticas

Possível alteração da qualidade física da água em função da turbidez I, T, N, M, R, Lo


Provável alteração da composição química da água I, T, N, M, R, Re
RECURSO HÍDRICO

Possibilidade de alteração da capacidade de irradiação solar I, T, N, M, R, Lo

Possível redução da disponibilidade de água no corpo hídrico I, T, N, L, R, Lo

Risco da depreciação na tensão superficial da água I, T, N, M, R, Re


Risco de alteração nas qualidades físicas das águas subterrâneas I, T, N, M, R, Re

Risco de alteração nas qualidades químicas das águas subterrâneas I, T, N, M, R, Re

Provável redução do assoreamento do corpo hídrico adjacente ao D, P, Po, C, R, Lo


empreendimento, bem como a possibilidade de permanência de suas
características físicas
Possível redução da qualidade do ar e alteração das características químicas D, T, N, C, R, Lo
do ar
AR

Provável geração e/ou aumento do efeito estufa local D, T, N, M, R, Lo

Possível redução da translocação da luz D, T, N, C, R, Lo


Provável incidência da poluição sonora D, T, N, C, R, Lo
Risco de alteração do micro-clima regional I, T, N, M, R, Re
CLIMA

Provável promoção do desenvolvimento sustentável para o meio físico I, P, Po, L, R, Lo

229
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Legenda: D = Direto; I = Indireto; T = Temporário; P = Permanente; Po = Positivo; N = Negativo; L = Longo Prazo; M =


Médio Prazo; C = Curto Prazo; R = Reversível; Ir = Irreversível; Lo = Local; Re = Regional; E = Estratégico.

230
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

7. PROPOSIÇÃO DE MEDIDAS DE CONTROLE E


MITIGAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

Um empreendimento planejado desde a fase de sua concepção, quando são


avaliadas suas potencialidades e estudada a sua viabilidade econômica, definindo-se
medidas para sua implantação e operação que reduzam ao mínimo a geração de
impactos ambientais negativos, tem em princípio, maior probabilidade de sucesso,
aliado a um significativo ganho ambiental.
Cabe lembrar que as medidas de controle ambiental podem ser apresentadas em quatro
níveis, a saber:

 Minimização: que correspondem a ações que visam reduzir ou eliminar


impactos;

 Reabilitação: que correspondem a ações que visam reintegrar os ambientes à


condição original;

 Compensação: que são ações no sentido de compensar impactos que não podem
ser minimizados;

 Potencialização: que correspondem a ações que visam priorizar e intensificar


positivamente o impacto identificado.

A execução de tais medidas deve ser aplicada de acordo com o cronograma


estabelecido para as atividades em conformidade com a necessidade e a urgência da
mitigação dos impactos.

7.1. Meio Biótico

7.1.1. Flora

231
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

As medidas mitigadoras descritas abaixo foram propostas conforme o impacto


ambiental possuir caráter negativo ou positivo, podendo ser, respectivamente,
minimizadora ou potencializadora, conforme segue abaixo:
a) Remoção da Vegetação: A retirada da vegetação ocorrerá nas atividades de
Instalação do Canteiro de Obras, Implantação do Sistema Viário Interno,
Extração de Material para Cobertura de Resíduos e Instalação das Obras de
Apoio, sendo que foram propostas as seguintes medidas de mitigação para cada
uma delas:
 Como forma de compensar a retirada da vegetação para a instalação do aterro,
pode-se criar um cinturão verde, com o plantio de árvores ao redor do
empreendimento, o que irá propiciar um corredor ecológico para a fauna e
ajudará na contenção de possíveis problemas ambientais, aliando a preservação
ecológica e desenvolvimento social;
 Na criação de estradas internas, é possível fazer o plantio de espécies nativas ao
redor das mesmas para diminuir a poeira e barulho resultante da movimentação
de veículos;
 A Reserva Legal poderá ser ampliada para compensar as áreas que servirão de
empréstimo;
 Também pode ser ampliada a Reserva Legal a fim de compensar os locais das
obras de apoio;
b) Alteração da Paisagem: A mudança da paisagem é inevitável e irreversível em
um empreendimento deste tipo, no entanto, a arborização do interior do aterro
pode amenizar esta alteração paisagística;
c) Erosão: Os processos de erosivos estão relacionados com o escoamento de águas
superficiais, assim, faz-se necessária a drenagem de toda a área do aterro para
que estas sejam conduzidas de forma correta e para o local certo, impedindo a
erosão;
d) Possível Desequilíbrio na Reprodução da Flora: Uma das formas mais eficazes
para o controle do desequilíbrio da flora é o acompanhamento e avaliação
periódica dos níveis dos agentes disseminadores, sendo que quando estes índices
chegam a limites críticos, faz-se necessário o controle dos agentes causadores da
alteração e a inserção dos que fazem a manutenção do equilíbrio;

232
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

e) Criação do Cinturão Verde no Entorno: Como forma de melhorar a finalidade da


criação deste cinturão, indica-se o plantio de árvores nativas do cerrado, como:
Gonçalo-Alves (Astronium fraxinifolium), Pau D’óleo (Copaifera langsdorffii),
Xixá (Sterculia striata), entre outras;
f) Recuperação das Áreas Degradadas Existentes: A fim de potencializar a
recuperação das áreas degradadas, aconselha-se o enriquecimento destas áreas
com o plantio de espécies nativas;
g) Proteção do Solo: Visando aumentar o efeito de proteção do solo contra a
erosão, o reflorestamento das áreas degradadas, poderá ser feito com o aumento
da densidade dos indivíduos arbóreos;
h) Controle da Preservação da Área de Reserva Legal: Para ter um maior controle
da Reserva Legal, a área pode ser cercada e ter sua entrada proibida;
i) Desativação e Recuperação do Lixão Atual: Na recomposição da vegetação de
toda a área, indica-se para efeito potencializador, o acompanhamento de
profissionais da área ambiental, o plantio de espécies nativas do bioma do aterro,
adubação prévia para melhor pegamento das mudas do reflorestamento e
irrigação das mesmas quando necessária.

7.1.2. Fauna

Dado que muitos dos impactos prognosticados tendem a se reproduzir ou mesmo


a se agudizar para as etapas de implantação e operação, foi concebido para a fauna
terrestre e organismos aquáticos programas que abrangem indistintamente todas as
etapas do empreendimento.
As medidas de mitigação dos impactos ambientais negativos decorrentes da
limpeza da área e supressão da vegetação (memos que pequena) na implantação da
planta do Aterro Sanitário e seu funcionamneto deverão evitar um impacto de maior
intensidade, e compensar restaurando o impacto ocorrido. Ainda, estas medidas deverão ser
contempladas, incorporadas e programadas a todas as ações da implantação, manutenção e
operação do empreendimento, estabelecendo obrigatoriedade ao empreendedor do seu
cumprimento.
Estudar o melhor traçado possível nas intervenções de supressão da paisagem
(limpeza e ou desmatamento), que não haja obstrução dos sistemas naturais de
drenagem, evitando os cursos d’água, relevo acidentado, solo com vulnerabilidade

233
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

média a alta, que o delineamento da limpeza e supresão sejam em faixas sequênciais


ascendentes e descendentes para permitir a fuga e facilitar a operação de resgate da
fauna (um subprograma da fauna) e período sazonal, no fim do período da seca e ou fim
do período de chuvas.
Para mitigar os impactos ambientais gerados que trata também aumento da
interferência humana, obras de drenagem e circulação de veículos entre outros afetando
as populações da biota terrestre e aquática na sua redução e perda de habitat, como
ainda a simplificação da fauna através morte por atropelamento e provável ações de
caça, está sendo proposto a implantação de algumas medidas.
Para a fauna terrestre a medida de mitigação mais usual adotada tem sido
erradicar o uso ilegal (caça e apanha para xerimbabo) com a implicação da perda do
emprego, a ser previsto nas normas internas para colaboradores e terceirizados,
implantação de placas informativas/educativas com dizeres (é crime contra a fauna sua
apanha, caça e maus tratos), (a caça é proibida pela Lei 9.605, é cabível penalidades).
Quanto à mortalidade da fauna por atropelamento também são aplicados
instrumentos de sinalização ressalvando os cuidados com a velocidade nas áreas de
acesso com os dizeres (preserve a vida, não a mate), (cuidado travessia de animais
silvestres), (cuidado por onde passa-travessia de animais), (cuidado posso atravessar
“figura de um animal”), (Atenção: passagem de animais sobre a pista), (placas com
apenas figuras dos animais), (velocidade máxima permitida entre 30 e 40Km/h. As
ações são temas também do Programa de Educação Ambiental junto com os cuidados e
acidentes com animais peçonhentos (subprograma da fauna). É importante lembrar que
a instalação de placas em rodovias deverão obedecer sua normatização segundo DNIT
(quanto ao local, tamanho, distância do acostamento e outros) e a sinalização de
regulamentação é composta de sinais normatizados pelo CONTRAN/ DENATRAN
com o objetivo de organizar a circulação viária, indicando aos condutores de veículos
proibições, restrições ou obrigações, relativas à utilização das vias públicas.
Para mitigar os impactos ambientais onde o foco principal é a fuga e ou não fuga
(fauna impossibilitada da fuga) principalmente direcionado para mamíferos, répteis,
anfíbios e artrópodes quanto da limpeza e supressão da vegetação na área e o contato
com as vias de acesso está sendo proposto um Subprograma de salvamento da fauna
(etapa de limpeza e supressão da vegetação) ainda o reforço como tema para o
Programa de Educação Ambiental.

234
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Os demais impactos sobre a fauna, quanto à eliminação de corredores e uso e


ocupação dos habitats pela fragmentação da paisagem não são mitigáveis e está sendo
proposto um Subprograma “Levantamento da Ocupação e Uso da Fauna Silvestre das
Áreas Impactadas” para minimizar seu efeito e poder avaliar e planejar futuros manejos
desta fauna afetada.

7.2. Meio Antrópico e Físico

Medida de Redução das Interferências e Incômodos da Obra na População

Esta medida visa reduzir transtornos e incômodos a população vizinha, e


conflitos com o empreendedor. Portanto, propõem-se as seguintes ações:

 Implantar instrumentos de comunicação, para prestar esclarecimento sistemático


a comunidades vizinhas, em relação ao empreendimento, visando diminuir a
emergência de boatos que possam interferir negativamente no processo de
implantação do empreendimento;

 Criar um canal de comunicação entre a comunidade e o empreendedor para


consolidar formas de convivência adequada na fase de operação do
empreendimento;

 Criar um Programa de Comunicação Social e Educação Ambiental para


funcionar como um canal de comunicação entre a comunidade e o
empreendedor;

 Estabelecer um relacionamento construtivo com instituições governamentais,


para auxílio na execução do Programa de Comunicação Social e Educação
Ambiental;

 Implantar nas imediações do empreendimento placas educativas e indicativas.

235
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Medida de Recuperação e Recomposição Paisagística das Áreas de Bota-fora e das


áreas de Material de Recobrimento

Várias são as medidas de recuperação e recomposição paisagística das áreas de


bota-fora, dentre as mesmas, destaca-se algumas alternativas técnicas e procedimentos
operacionais para tal atividade.

Práticas de Caráter Geotécnico

Os trabalhos precedentes de recuperação do meio físico desempenham papel


primordial para dar sustentação à atividade de revegetação, e não devem ser
negligenciados. A desestruturação do solo oriunda da atividade de extração mineral, ou
melhor, extração de cascalho e do próprio material solo, precisa de um trabalho de
estabilização para evitar processos erosivos e de escorregamentos em conseqüência das
chuvas.
Para tanto, recomenda-se o nivelamento dessas áreas degradadas com intuito de
harmonizar ou reconformar o solo local com a superfície, promovendo a formação das
características necessárias e adequadas para a atividade de recomposição vegetal. Em
certos casos, recomenda-se a formação de taludes com certo grau de declividade,
geralmente 1:1,5, para manter a estabilidade do terreno e facilitar a recomposição
vegetal.

Práticas de Caráter Edáfico

As práticas de caráter edáfico visam criar as condições necessárias ao


desenvolvimento das plantas no solo. Embora que na exploração do material mineral
haja a retirada de solo orgânico e seu uso seja uma prática comum, existem muitos
fatores que podem ajudar na preservação deste solo e que ainda não são postos em
prática.
Por outro lado, muitas vezes se faz necessário o acondicionamento de um
substrato para a sua utilização como meio de crescimento das plantas para suprir a falta
do solo. Neste caso, o interesse primordial de qualquer estratégia de recuperação de área
degradada é interferir em um ou mais fatores de formação de solo e acelerar sua gênese.

236
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Por este motivo, tal como assevera Sánchez (2000), a recuperação do solo, como
substrato da vegetação, é um dos aspectos mais importantes da recuperação de áreas
degradadas, tanto assim, que é entendido por muitos como o próprio objetivo da
atividade.
Levando em consideração a necessidade de recuperação do solo, na ocasião da
remoção do solo orgânico, recomenda-se preservar um material sólido que possa servir
como agente de propagação das plantas e da fauna ou como abrigo da vida animal. Esse
material é conhecido como serrapilheira, que caracteriza por armazenar sementes,
rizomas, tubérculos em todo seu horizonte em aproximadamente 20 cm.
Após retirado este material, deverá ser armazenado em cordões ou leiras
atingindo máximo 1,5 m de altura, com objetivo de criar uma situação tal, que o solo
mantenha sua atividade microbiana e se conserve, e na medida do possível local arejado
e úmido.
O local de armazenamento deve ser preservado contra a luz direta do sol,
considerando a possibilidade de aumento de temperatura ocasionando a morte da
microfauna, e o local também deve ser bem drenado, a fim de evitar umidade excessiva
e carreamento pelas águas pluviais.
Tendo em vista que muito das vezes o solo a ser recuperado apresente
características de ausência de porosidade (compactação), em decorrência do trânsito de
veículos pesados, necessitando realizar a subsolagem do mesmo, com a finalidade de
afrouxar o solo incrementando sua porosidade, favorecendo o escoamento da água,
aeração e o desenvolvimento das raízes vegetais.
Feito a subsolagem, acomoda-se o solo orgânico na área degradada, adotando
uma relação mínima de 1 x 4 (1m² de solo orgânico cobrindo 4m2 da área degradada,
com espessura média de 5cm).
Para a eficaz do manejo e recomposição desse substrato, considerando as
possíveis carências ou limitações de micronutrientes e macronutrientes do solo,
recomenda-se que faça análise do solo local, com intuito de corrigir estas deficiências,
por meio de fertilizantes, adubos e/ou corretivos agrícolas.

Práticas de Caráter Vegetativo

Juntamente ao manejo do substrato, é preciso definir os fatores relativos às


plantas em si. Algumas das atividades a desenvolver são: seleção da espécie, produção

237
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

de mudas ou outro tipo de material de propagação, escolha dos fornecedores,


determinação dos cuidados necessários para o plantio, manutenção, etc.
Considerando as condições geralmente encontradas em áreas de bota-fora,
recomenda-se o recobrimento rápido do solo estéril com um consórcio entre gramíneas
e espécies leguminosas (capins Brachiaria humidicola, Brachiaria Decumbens e
Calopogonium mucunoides), e caso a área comporte uma vegetação de maior porte,
utilizar espécies arbóreas nativas, conforme a característica fitofisionômica local,
favorecendo o processo sucessional de regeneração natural da área.
Para a recomposição via consórcio, recomenda-se uma densidade de sementes de
7 Kg/ha para as brachiárias, e 7 Kg/ha de calipogônio, podendo ser semeadas via
plantadeira ou a lanço, incorporando ao solo com uma grade leve. A função específica
da leguminosa é enriquecer o solo com a fixação de nitrogênio e fornecimento de
matéria orgânica em maior volume, visando reativar a microfauna do mesmo de forma
mais acelerada. Recomenda-se também que se plante a uma profundidade de 2 a 6 cm,
em sulcos horizontais com espaçamento de 0,15 m entre eles. Ressalta-se que essa
medida proporcionará um efeito de microterraceamento, que, além de favorecer a
permanência das sementes no local desejado, favorece a redução da velocidade de
escoamento da água superficial. Recomenda-se que o plantio seja realizado no período
chuvoso para evitar maiores custos, dando condições para o estabelecimento das
espécies.
E para a recomposição vegetal utilizando espécie nativa, será necessário realizar
um levantamento das espécies vegetais presentes no entorno da área, para a aquisição de
mesmas espécies, o qual serão plantadas manualmente até a altura do colo da muda e
levemente compactadas de modo a favorecer sua fixação, em covas de 0,216 m2 (0,60 m
x 0,60 m x 0,60 m). Lembrando que o plantio deverá ocorrer no período chuvoso para
evitar maiores custos, e dando condições de estabelecimento das espécies, e que a
escolha do espaçamento, bem como as espécies adotadas (pioneiras, secundárias), serão
conforme a característica de cada área.

Medida de Minimização dos Impactos Decorrentes da Desapropriação de Imóveis


e Remoção da População

238
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Procurando minimizar os impactos decorrentes da desapropriação de imóveis e


remoção da população, recomendam-se as seguintes medidas:

 Para implantação do empreendimento, promover estudo de área, visando assim


eliminar este tipo de impacto ambiental;

 Verificar atentamente os limites estipulados pela resolução CONAMA, que se


torna obrigatório a desapropriação do imóvel e/ou remoção da população vizinha
ao empreendimento;

 Contratar profissional devidamente qualificado para promover a avaliação das


benfeitorias e do imóvel rural;

 Promover indenizações obtendo valores reais de mercado local;

 Não descumprir prazos estipulados e/ou combinados para pagamento da


indenização;

 Caso haja remoção, remover para áreas que no mínimo se assemelham com as
áreas desapropriadas, bem como áreas que sejam produtivas.

Medidas para Garantir a Qualidade da Água especialmente as Alternativas de


Tratamento do Percolado, Avaliando sua Eficiência em Relação aos Padrões de
Lançamento de Efluentes Líquidos

Visando garantir a qualidade das águas recomenda-se as seguintes medidas:

 Realizar corretamente a implantação do sistema de drenagem de água pluvial;

 Promover um programa de manutenção periódica do sistema de drenagem de


água pluvial, a fim de evitar acidentes e/ou danos no funcionamento do sistema,
o que ocasionaria no carreamento do mesmo;

 Realizar corretamente a implantação do sistema de drenagem de lixiviados;

239
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

 Promover um programa de manutenção periódica do sistema de drenagem de


lixiviados, a fim de evitar acidentes e/ou danos no funcionamento do sistema, o
que ocasionaria no carreamento do mesmo;

 Contratar profissional devidamente qualificado (engenheiro sanitarista ou


engenheiro ambiental) para dimensionamento do sistema de tratamento de
lixiviados;

 Contratar mão-de-obra devidamente qualificada para implantação do aterro


sanitário e demais atributos;

 Realizar corretamente a implantação do sistema de tratamento de lixiviados,


verificando atentamente as dimensões propostas pelo projetista;

 Promover um programa de manutenção periódica do sistema de tratamento de


lixiviados, a fim de evitar acidentes e/ou danos no funcionamento do sistema, o
que ocasionaria no carreamento do mesmo;

 Realizar corretamente o processo de impermeabilização do fundo das células de


disposição de resíduo, valas sépticas e lagoas de estabilização;

 Verificar atentamente a estrutura implantada e promover testes de


impermeabilização de fundo dos componentes do aterro sanitário citados acima,
antes do inicio de suas atividades, para que não ocorra vazamento e carreamento
do percolado;

 Preservar a APP do corpo hídrico intermitente existente na área, conforme


diretrizes da Resolução CONAMA º 303 de 20 de março de 2002 que cita as
distâncias mínimas de preservação, objetivando diminuir ou anular o
escoamento superficial e carreamento de material particulado e sólido do
empreendimento;

 Recuperação da APP (quando necessário) do corpo hídrico em questão,


adotando as técnicas de recomposição de vegetação mencionado no item 4.5.3;

240
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

 Recompor imediatamente os solos nus e dispostos a ações de intempéries, com


vegetação de crescimento rápido (gramíneas e leguminosas), diminuindo assim
o possível carreamento de material particulado e sólido para o corpo hídrico;

 Implantar um dique de proteção ao final do sistema viário em direção ao corpo


hídrico, visando impedir o carreamento de percolados da célula de disposição de
resíduo, suportar possíveis processos erosivos, bem como possíveis massas de
resíduo sólido carreado;

 Elaboração de um Plano de Emergência conforme diretrizes da NBR 13.896/97


da Associação Brasileira de Normas Técnicas, que dispõe sobre critérios
técnicos para elaboração, implantação e operação de aterros sanitários, para que
sejam adotados os procedimentos indicados em caso de emergência;

 Implantação adequada do sistema de tratamento de efluente doméstico (fossa


séptica e sumidouro) em conformidade com as diretrizes da NBR nº 7.229/1993
e NBR nº 13.969/1997 da Associação Brasileira de Normas Técnicas, que
dispõe sobre implantação desse sistema de tratamento, a fim de evitar acidentes
e/ou danos no funcionamento do sistema, o que ocasionaria no carreamento do
mesmo;

 Realizar o controle de efluentes graxos (óleos combustíveis, lubrificantes, graxas


e etc.) gerados pela manutenção das máquinas, veículos e equipamentos,
adotando esta atividade em locais devidamente adequados para tal, onde serão
recolhidos e terão destinação adequada, evitando o derramamento no solo e o
carreamento dos mesmos;

 Promover campanhas periódicas de coleta do efluente gerado ao final do sistema


de tratamento a fim de verificar suas características física química e
bacteriológica estão dentro dos padrões aceitável para a infiltração do efluente.

241
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Medidas de Proteção da Qualidade da Água do Lençol Freático

Tem-se que grande parte das medidas propostas no item anterior, serão adotadas
para minimizar os impactos relativos à qualidade da água do lençol freático, sendo eles:

 Contratar profissional devidamente qualificado (engenheiro sanitarista ou


engenheiro ambiental) para o correto dimensionamento do sistema de tratamento
de lixiviados;

 Contratar mão-de-obra devidamente qualificada para implantação correta do


aterro sanitário e demais atributos;

 Realizar corretamente a implantação do sistema de drenagem de água pluvial;

 Promover um programa de manutenção periódica do sistema de drenagem de


água pluvial, a fim de evitar acidentes e/ou danos no funcionamento do sistema,
o que ocasionaria na percolação do lixiviado;

 Realizar corretamente a implantação do sistema de drenagem de lixiviados;

 Promover um programa de manutenção periódica do sistema de drenagem de


lixiviados, a fim de evitar acidentes e/ou danos no funcionamento do sistema, o
que ocasionaria na percolação do lixiviado;

 Realizar corretamente a implantação do sistema de tratamento de lixiviados,


verificando atentamente as dimensões propostas pelo projetista;

 Promover um programa de manutenção periódica do sistema de tratamento de


lixiviados, a fim de evitar acidentes e/ou danos no funcionamento do sistema, o
que ocasionaria na percolação do lixiviado;

 Realizar corretamente o processo de impermeabilização do fundo das células de


disposição de resíduo, valas sépticas, lagoas de estabilização e tanques de
decantação;

242
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

 Verificar atentamente a estrutura implantada e promover testes de


impermeabilização de fundo dos componentes do aterro sanitário citados acima,
antes do inicio de suas atividades, evitando vazamentos e a percolação de
lixiviados;

 Elaboração de um Plano de Emergência conforme diretrizes da NBR 13.896/97


da Associação Brasileira de Normas Técnicas, que dispõe sobre critérios
técnicos para elaboração, implantação e operação de aterros sanitários, para
adotar as medidas propostas em caso de emergência;

 Implantação adequada do sistema de tratamento de efluente doméstico (fossa


séptica e sumidouro) em conformidade com as diretrizes da NBR nº 7.229/1993
e NBR nº 13.969/1997 da Associação Brasileira de Normas Técnicas, que
dispõe sobre implantação desse sistema de tratamento, a fim de evitar acidentes
e/ou danos no funcionamento do sistema, o que ocasionaria na percolação do
lixiviado;

 Realizar o controle de efluentes graxos (óleos combustíveis, lubrificantes, graxas


e etc.) gerados pela manutenção das máquinas, veículos e equipamentos,
adotando esta atividade em locais devidamente adequados para tal, onde serão
recolhidos e terão destinação adequada, evitando o derramamento no solo e o
carreamento dos mesmos;

Medidas e/ou Equipamentos para Controle de Emissões Atmosféricas, Inclusive


Odores

Como medida de controle de emissões atmosférica e odorífera, recomenda-se as


seguintes ações:

 Caso o sistema viário do empreendimento não seja pavimentado ou calçado,


promover aspersão de água periodicamente, visando reduzir as emissões de
materiais particulados;

243
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

 Implantar placas reguladoras de velocidade dentro do empreendimento,


objetivando regular a velocidade do trânsito de veículos dentro do aterro
sanitário, reduzindo a emissão de materiais particulados;

 Implantar um programa de manutenção da sinalização do aterro sanitário;

 Realizar manutenção periódica nas máquinas, caminhões e veículos automotivos


que pertencerem a empresa, de acordo com a Resolução nº 739/89 do
CONTRAN, a fim de manter o perfeito funcionamento ocasionando na redução
de emissão de gases poluentes;

 Implantação e manutenção do cinturão verde (cerca viva) no entorno do


empreendimento, funcionamento como barreira de emissões de material
particulado e névoas de poeira;

 Implantação e manutenção do sistema de drenagem de gases oriundos da


decomposição do resíduo sólido, para posterior queima, conforme especificado
no projeto;

 Orientar os trabalhadores quanto à importância do uso de EPI (botas, calça,


camisa de manga comprida, luva, máscara, capacete, protetor auricular para
operadores de máquinas e maquinário) e exigir que os mesmos utilizem na
operação da atividade;

 Cobrir diariamente e rigorosamente as células de disposição de resíduos e as


valas sépticas como o material sólido, uma forma evitar a propagação dos maus
odores.

Medidas para Prevenção e Controle dos Impactos Associados à Proliferação de


Vetores

Como medida para prevenção e controle desse impacto, sugere-se as seguintes


ações:

244
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

 Cobrir diariamente e rigorosamente as células de disposição de resíduos e as


valas sépticas como o material sólido, uma forma evitar a proliferação de
vetores;

 Realizar a supressão da vegetação e/ou limpeza de área, apenas nos locais


necessários para implantação do empreendimento;

 Fiscalizar diariamente as imediações do empreendimento, com a finalidade de


verificar disposições inadequadas de resíduos ao longo da área do aterro
sanitário, o que poderá provocar a proliferação de vetores;

 Ao encontrar animais transmissores de doença no aterro sanitário, utilizar


técnicas de afugentamento de animais.

Medidas para Prevenção de Risco à Saúde Especialmente Decorrente do


Acondicionamento, Transporte e Disposição Final do Resíduo Patogênico

Várias serão as medidas que o empreendedor terá que tomar para a devida
proteção da saúde de seus colaboradores e clientes, dentre as quais se destacam:

 Instalação de lixeiras ao longo do empreendimento;

 Orientar os trabalhadores quanto à importância do uso de EPI (botas, calça,


camisa de manga comprida, luva, máscara, capacete, protetor auricular para
operadores de máquinas e maquinário) e exigir que os mesmos utilizem na
operação da atividade;

 Cobrir diariamente e rigorosamente as células de disposição de resíduos e as


valas sépticas como o material sólido, uma forma evitar a proliferação de
vetores;

245
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

 Dimensionar e construir adequada os componentes do aterro sanitário, seguindo


atentamente as diretrizes da legislação vigente, para que não ocorram
vazamentos de percolados, carreamento da massa de resíduo sólido, danos nos
sistemas de drenagem (pluvial, lixiviado e gases), o que possa ocasionar no
contato direto com o homem e provocar doença;

 Fiscalizar diariamente as imediações do empreendimento, para que possa


identificar possíveis acomodações irregulares do resíduo sólido, o que poderá
provocar focos de dengue;

 Restringir o máximo possível a retirada da vegetação nativa nas imediações do


empreendimento, de forma a evitar, o aparecimento de casos de febre amarela e
outras doenças decorrentes do desequilíbrio ambiental;

 Fornecimento, por parte do empreendedor, de água potável (filtrada ou mineral),


adequada para o consumo humano;

 Contratar profissional devidamente qualificado (engenheiro sanitarista ou


engenheiro ambiental) para dimensionamento correto do sistema de tratamento
de lixiviados;

 Contratar mão-de-obra devidamente qualificada para implantação correta do


aterro sanitário e demais atributos;

 Implantação e manutenção do sistema de drenagem de gases oriundos da


decomposição do resíduo sólido, para posterior queima, conforme especificado
no projeto, evitando possível intoxicação pelas vias respiratórias;

 Realizar corretamente a implantação do sistema de drenagem de lixiviados e


promover um programa de manutenção periódica deste sistema, a fim de evitar
acidentes e/ou danos no funcionamento do sistema, o que poderia ocasionar no
contato primário e possíveis intoxicações;

246
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

 Realizar corretamente a implantação do sistema de tratamento de lixiviados,


verificando atentamente as dimensões propostas pelo projetista e promover um
programa de manutenção periódica desse sistema, a fim de evitar acidentes e/ou
danos no funcionamento do sistema, o que poderia ocasionar no contato
primário e possíveis intoxicações;

 Realizar corretamente o processo de impermeabilização do fundo das células de


disposição de resíduo, valas sépticas e lagoas de estabilização;

 Verificar atentamente a estrutura implantada para disposição final de resíduos e


o sistema de tratamento de lixiviados, promover testes de impermeabilização de
fundo dos componentes do aterro sanitário citados acima, antes do inicio de suas
atividades, evitando vazamentos e a percolação de lixiviados o que poderia
ocasionar no contato primário e possíveis intoxicações;

 Elaboração de um Plano de Emergência conforme diretrizes da NBR 13.896/97


da Associação Brasileira de Normas Técnicas, que dispõe sobre critérios
técnicos para elaboração, implantação e operação de aterros sanitários, para
adotar as medidas propostas em caso de emergência.

Medidas e/ou Dispositivo para Prevenção de Acidentes, Especialmente nos Casos


de Aterro, Incluindo Faixas de Segurança e Disciplinamento do Uso do Solo no
Entorno do Empreendimento

Para proposição e adoção de medidas e/ou dispositivo para prevenção de


acidentes, será adotado a legislação vigente quanto à segurança e saúde do trabalho.
Portanto, sugerem-se as seguintes ações:

 Orientar os trabalhadores quanto à importância do uso de EPI (botas, calça,


camisa de manga comprida, luva, máscara, capacete, protetor auricular para
operadores de máquinas e maquinário) e exigir que os mesmos utilizem na
operação da atividade;

 Capacitar os trabalhadores para exercício da função;

247
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

 Capacitar os operadores de máquinas para o exercício da função;

 Capacitar os trabalhadores por meio do Plano de Emergência, para


procedimentos em situação de emergência;

 Não permitir o transporte de trabalhadores dentro de caçambas, ou na parte


externa de qualquer máquina;

 Implantação e manutenção de sinalização (placas sinalizadoras e indicativas)


dentro e nas imediações do empreendimento;

 Cumprir as diretrizes das seguintes Normas Regulamentadoras (NR): (01) NR –


5: Comissão Interna de Prevenção de Acidente (CIPA); (02) NR – 6:
Equipamentos de Proteção Individual (EPI); (03) NR – 7: Programa de Controle
Médico e Saúde Ocupacional; (04) NR – 18: Condições e Meio Ambiente de
Trabalho na Indústria da Construção; (05) NR – 21: Trabalho a Céu Aberto; (06)
NR – 24: Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho; (07) NR –
26: Sinalização de Segurança;

 Aquisição do Kit de primeiros socorros, onde deverá ser acomodado em local de


fácil acesso e disponível a todos os trabalhadores;

 Aquisição de extintores de incêndio.

Medidas para Redução dos Impactos na Paisagem

Considerando que o empreendimento modifica toda paisagem local, propõem-se


algumas medidas para minimizar os impactos no ambiente:

 Implantação e manutenção do cinturão verde (cerca viva) no entorno do


empreendimento, minimizando poluição visual, ruídos, odores e poeira;

248
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

 Recompor imediatamente áreas degradadas ou áreas que se encontram solo nu,


com vegetação de crescimento rápido (gramíneas e leguminosas) e onde suportar
uma vegetação de maior porte, implantar espécies nativas;

 Preservar a APP do corpo hídrico intermitente, conforme diretrizes da Resolução


CONAMA º 303 de 20 de março de 2002, que cita as distâncias mínimas de
preservação;

 Preservar a Reserva Legal do imóvel rural do empreendimento, conforme


diretrizes da Lei Federal nº 4.771 de 15 de setembro de 1965, que cita as
porcentagens de área para preservação.

249
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

8. Planos Básicos Ambientais – Acompanhamento e


Monitoramento

De acordo com a identificação e avaliação dos impactos ambientais provenientes


da implantação e operação do empreendimento Aterro Sanitário de Araguaina,
apresenta-se a seguir os objetivos dos Planos Básicos Ambientais, cuja finalidade será o
desenvolvimento de medidas que promovam a mitigação dos impactos ambientais
negativos e a potencialização dos impactos ambientais positivos.
Apresenta-se a seguir a lista de PBAs que se pretende colocar em ação, sendo
que alguns terão sua execução ocorrendo a partir da emissão de LI e outros a partir da
operação do aterro sanitário.
Apresenta-se portanto, os PBAs que se pretende executar, a versão completa de
cada PBA será apresentado logo após a emissão da LP por parte do órgão ambietal.
Dessa forma, a apresentação dos PBAs na sua versão completa caracterizar-se-ão como
o pedido formal da LI do empreendimento.
Diante dos PBAs apresentados em seguida, o empreendedor apresenta-se à
disposição do órgão ambiental competende para solicitar a exclusão de algum PBA
citado, ou a inclusão de algum PBA que não tenha sido citado no presente estudo.

8.1. PBA de Educação Ambiental

8.1.1. Objetivo

O objetivo geral deste programa é propor ações pedagógicas e educativas que


propiciem a compreensão da importância do Aterro Sanitário de Araguaina para
sociedade e o ambiente, o conhecimento dos impactos negativos decorrentes da
implantação do aterro sanitário incluindo as ações mitigadoras que serão desenvolvidas
para minimizá-los, e a conscientização ambiental de toda comunidade envolvida a fim
de promover a adoção de novas atitudes e práticas que contribuam para a melhoria da
qualidade de vida e ambiental.

8.2. PBA de Comunicação Social

250
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

8.2.1. Objetivo

O objetivo geral deste programa é dar suporte para a implementação do


Programa de Educação Ambiental e das ações de Educação em Saúde. Especificamente,
o programa deverá contemplar os seguintes aspectos:
● Repassar informações reais sobre os objetivos do projeto do aterro sanitário de
Araguaina e suas interferências sobre o meio ambiente e a paisagem local por meio de
reuniões, palestras, distribuição de folders sobre o empreendimento para a comunidade.
● Incentivar a adoção de práticas compatíveis com a conservação e recuperação do
meio ambiente.
● Favorecer à implementação do Projeto, mediante o envolvimento da população direta
e indiretamente atingida pelas intervenções e das áreas de influência.
● Fortalecer os canais de comunicação diretos entre a sociedade local de Araguaina e a
Nassif Construtora e Incorporadora Ltda, de modo a esclarecer a população da região
sobre a importância projeto do aterro sanitário.

8.3. PBA de Monitoramento Geotécnico

8.3.1. Objetivo

Este programa de monitoramento tem como principal objetivo geral desenvolver


atividades que permitam acompanhar e avaliar o comportamento geotécnico e a
estabilidade dos maciços de resíduos do aterro sanitário de Araguaina (TO),
contribuindo, desta forma, para o melhor entendimento do complexo comportamento
dos Resíduos Sólidos.

8.4. PBA de Qualidade do Ar

8.4.1. Objetivos

Controlar a geração e migração de gases no aterro sanitário de Araguaina (TO)


seguindo-se os seguintes passos:

251
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

 Quantificar quantitativamente e qualitativamente os gases produzidos no aterro


sanitário, através de drenos específicos;
 Monitorar a qualidade do ar no entorno do aterro sanitário;
 Preservar a qualidade do ar para dessa forma evitar doenças, como as
respiratórias.

8.5. PBA de Proteção Arbórea

8.5.1. Objetivo

Este programa tem como objetivo promover a Proteção Arbórea (cinturão verde)
do aterro sanitário de Araguaina. A implantação desse PBA buscará promover a
estabilização destas áreas e melhorar o seu aspecto paisagístico, utilizando-se para tanto
o plantio com espécies recomendadas pela literatura para esse fim.

8.6. PBA de Gerenciamento dos Resíduos de Serviço de Saúde

8.6.1. Objetivo

O objetivo geral do Programa de Gerenciamento dos Resíduos dos Serviços de


Saúde (PGRSS) é estabelecer as condições necessárias para a segurança do processo de
disposição final dos resíduos.

8.7. PBA de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

8.7.1. Objetivo

A execução do programa de gerenciamento de resíduos sólidos tem como


objetivo principal a correta disposição final dos resíduos depositados no

252
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

empreendimento durante a fase de Implantação quanto na Operação, em conformidade


com a legislação ambiental, de forma a garantir o controle efetivo durante toda a vida
útil do aterro.

8.8. PBA de Gerenciamento de Efluentes Líquidos (Chorume)

8.8.1. Objetivo

O Programa de Gerenciamento de Efluentes Líquidos tem como objetivo


principal o gerenciamento e controle dos efluentes líquidos gerados no aterro sanitário
de Araguaina de forma a minimizar os impactos potenciais associados a qualidade das
águas superficiais e subterrâneas.

8.9. PBA de Conservação do Solo

8.9.1. Objetivo

O objetivo geral deste programa será a identificação, cadastramento,


mapeamento, monitoramento dos solos e focos de erosões na área do Aterro Sanitário
de Araguaina, bem como a recomposição e/ou recuperação das áreas degradadas pelas
obras de implantação e operação do mesmo, de forma a proceder a recomposição
paisagística com características próximas à situação original reduzindo os impactos
ambientais negativos.

8.10. PBA de Controle a Doenças e Vetores

8.10.1. Objetivo

O objetivo do presente programa baseia-se em promover procedimentos de


modo a evitar a ocorrência de vetores de doenças no empreedimento, para que dessa

253
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

forma o empreendimento não promova ou facilite a ocorrência de doenças relacionadas


à vetores que possam estar presentes no ambiente do aterro sanitário.

8.11. PBA de Compensação em Unidades de Conservação

8.11.1. Objetivo

Atender à legislação ambiental, em especial a Lei nº 9985/2001 que instituiu o


Sistema Nacional de Unidades de Conservação, indicando novas áreas para implantação
destas unidades ou direcionando recursos para unidades de conservação já
estabelecidas.

8.12. PBA de Gestão e Supervisão Ambiental

8.12.1. Objetivo

O Programa de Gestão e Supervisão Ambiental tem como objetivo geral dotar o


empreendimento de mecanismos eficientes que garantam a execução de todas as ações
planejadas para controlar, minimizar, monitorar e compensar os impactos gerados, de
forma a manter um elevado padrão de qualidade ambiental na implantação e operação
do Aterro Sanitário de Araguaina.

8.13. PBA de Construção e Implantação

8.13.1. Objetivo

Estabelecer mecanismos eficientes para garantir a execução das obras com o


total controle, monitoramento e mitigação dos impactos gerados, observando a
legislação vigente.

254
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

8.14. PBA de Ação Emergencial

8.14.1. Objetivo

O PBA de Ação Emergencial tem como objetivo geral garantir a segurança dos
funcionários e comunidade em geral, proteger as propriedades circunvizinhas e as
operações essenciais do Aterro Sanitário de Araguaina.

8.15. PBA de Controle Médico de Saúde Ocupacional

8.15.1. Objetivo

O Programa de Conotrle Médico de Saúde Ocupacional terá como objetivo


estabelecer o controle de saúde física e mental do trabalhador, em função de suas
atividades, e promover a realização de exames médicos admissionais, de mundaça de
função e retorno ao trabalho, demissional, e exames médicos periódicos.

8.16. PBA de Prevenção de Riscos Ambientais

8.16.1. Objetivo

Objetiva preservar a saúde e integridade dos trabalhadores, através da


antecipação, reconhecimento, avaliação e controle da ocorrência de riscos ambientais no
ambiente de trabalho, como forma de proteção do meio ambiente e dos recursos
naturais.

8.17. PBA de Qualidade das Águas

8.17.1. Objetivo

255
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

Monitorar a qualidade das águas superficias mais próximas e subterrâneas dentro


da área com vistas a identificar eventuais alterações na qualidade dos recursos hídricos
em decorrência da implantação do Aterro Santiário de Araguaina.

256
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

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