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ESTUDO­VIDA 

DE 
ZACARIAS

Witness Lee
CONTEÚDO

1. Uma Palavra Introdutória

2. As Visões de Consolação e Promessa (1)

3. As Visões de Consolação e Promessa (2)

4. As Visões de Consolação e Promessa (3)

5. As Visões de Consolação e Promessa (4)

6. As Visões de Consolação e Promessa (5)

7. As Visões de Consolação e Promessa (6)

8. A Advertência a Israel para Voltar­se da Vaidade da Sua Religião Ritualística para
a Realidade de uma Vida Piedosa, e o Desejo de Jeová de Restaurar Israel

  9. As Profecias de Encorajamento (1)

10. As Profecias de Encorajamento (2)

11. As Profecias de Encorajamento (3)

12. As Profecias de Encorajamento (4)

13. As Profecias de Encorajamento (5)

14. As Profecias de Encorajamento (6)

15. Uma Palavra Com Respeito ao Espírito Humano e o Cristo Revelado em Zacarias
  
  
  
  

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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
ESTUDO­VIDA DE ZACARIAS

MENSAGEM UM

UMA PALAVRA INTRODUTÓRIA

Leitura bíblica: Zc 1:1­6

Com esta mensagem começamos o Estudo­Vida de Zacarias.  

I. O STATUS DE ZACARIAS

A. Neto de Ido e Filho de Berequias

 Zacarias era neto de Ido e filho de Berequias (Zc 1:1). Em hebraico o nome Ido
quer dizer “em um tempo designado”; o nome Berequias quer dizer “Jeová abençoará”;
e o nome Zacarias quer dizer “Jeová Se lembrará.” Enfim, o significado total dos três
nomes Zacarias, Berequias e Ido é que num tempo designado Jeová abençoará e Jeová
Se lembrará. 

B. Nascido de uma Família Sacerdotal no Cativeiro
e Se Tornando um Profeta Que Retornou a Judá

 Zacarias nasceu numa família sacerdotal no cativeiro (Ne 12:1, 4, 12, 16).  Ele
foi primeiro um sacerdote, e então se tornou um profeta.   Ele retornou  à Judá com
Zorobabel no tempo do profeta Ageu em cerca de 520 a.C. (Esdras 5:1).   Zacarias e
Ageu encorajaram a edificação do templo de Deus sob as mãos de Zorobabel e Josué.
Josué era o sumo sacerdote, representando o sacerdócio, e Zorobabel, um descendente
da família real, era o governador de Judá, representando o reinado. Assim, o templo de

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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
Deus   foi   edificado   por   meio   do   reinado   com   o   sacerdócio.   Da   mesma   forma,   na
edificação da igreja como o Corpo de Cristo, tanto o sacerdócio quanto o reinado são
necessários. 

II. O TEMPO E O LUGAR DO MINISTÉRIO DE ZACARIAS

A época do ministério de Zacarias foi do segundo ano de Dario  Histapes  (1:1;


Esdras 4 – 6; diferente tanto do Dario em Daniel 9:1; 11:1 quanto daquele em Neemias
12:22), até cerca de 518 a.C., o quarto ano de Dario (7:1).

III. A PALAVRA DE ABERTURA

O livro de Zacarias inicia com uma palavra  de exortação aos filhos de Israel
para voltar a Jeová com a promessa de que Jeová Se voltará a eles (1:2­6). Eles tinham
voltado da Babilônia para Jerusalém, mas provavelmente a maioria deles não tinha
voltado ao  SENHOR. O versículo 3 diz, “Tornai para mim, diz Jeová dos exércitos, e
tornarei   para   vós,  diz   o  SENHOR  dos  exércitos.”   Aqui   temos  um   princípio:   primeiro
temos que nos voltar ao Senhor, e então o Senhor Se voltará a nós.  

IV. O OBJETIVO DA PROFECIA DE ZACARIAS

O objetivo da profecia de Zacarias é uma palavra amável de consolação de Jeová
e a promessa para Seu povo escolhido castigado que por meio da redenção de Cristo,
que em Sua humilhação se tornou o Companheiro de seus sofrimentos no cativeiro
deles.  

V. O PENSAMENTO CENTRAL DA PROFECIA DE ZACARIAS

O pensamento central da profecia de Zacarias  é que Jeová Se lembra de Seu
povo castigado e simpatiza com eles em seu sofrimento da ação excessiva das nações,
no levar a cabo a punição de Israel por Jeová.   Deus usou as nações para punir Israel,
porém as nações foram muito longe no levar a cabo a punição de Deus de Seus eleitos.
Para o sofrimento de Israel pela Sua punição, Deus enviou Cristo como Seu Anjo para
estar com eles e ir com eles por meio de seu cativeiro, que realizou uma excelente
redenção  para  a  sua  salvação.  Ele também levantou  “ferreiros”  para tratar  com  as
nações   que   haviam   tratado   excessivamente   com   Israel   (vv.   20­21).   Por   meio   de
Zacarias,   um   profeta   da   restauração,   Deus   deu   a   Seu   povo   castigado   uma   palavra
amável de consolação e promessa, dizendo que Ele traria de volta, para seu próprio
país, o Israel disperso, com a expectativa de um tempo de restauração e prosperidade
(vv. 12­17; 2:1 – 4:14; 6:9­15; 8:1­23).
Nesse pensamento central há vários fatores importantes: A simpatia de Deus, a
redenção,   a   salvação,   o   Salvador,   o   Redentor   e   o   Libertador.   Por   causa   de   Sua
simpatia,   Deus   veio   para   consolar   o   povo   a   quem   Ele   tinha   castigado.   Nessa   obra

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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
consoladora, Cristo foi enviado para cumprir a redenção para a salvação deles, fazendo
de Cristo o Salvador deles como também o seu Redentor. Na redenção de Deus para
salvação, Cristo é a centralidade. Cristo veio a primeira vez para resgatar o eleito de
Deus  ao ser  crucificado e derramar  Seu sangue.  Sua segunda   vinda  não  será  para
resgatar, mas para libertar o eleito de Deus das mãos do Anticristo e trazer um tempo
de restauração e prosperidade. Assim Cristo é também o Libertador, fazendo de Cristo
a universa­lidade. Neste único versículo vemos Cristo na cruz como o centro, e desse
centro Cristo está Se espalhando para a circunferência. Essa é a universalidade de
Cristo.   Efésios   nos   diz   que   esse   Cristo   redentor   que   produziu   o   Corpo,   a   igreja,   é
Aquele   que   a   tudo   enche   em   todas   as   coisas   (1:22­23).   Ele   seguramente   é   a
centralidade e a universa­lidade no plano de Deus e na redenção de Deus.  

VI. UMA COMPARAÇÃO ENTRE OS PROFETAS
ISAÍAS, DANIEL E ZACARIAS

Precisamos   fazer   uma   comparação   entre   os   três   profetas,   Isaías,   Daniel   e


Zacarias, em duas questões: na economia de Deus para com Seu povo escolhido e em
Cristo para o povo de Seu interesse.  

A. Na Economia de Deus para com Seu Povo Escolhido 

1. Em Isaías

No que diz respeito à economia de Deus para com Seu povo escolhido, Isaías
revela que todas as nações são para Seu povo escolhido quer seja de maneira positiva
ou negativa. A verdadeira preocupação de Deus é por Israel, e todas as nações são
utilizadas por Deus para o benefício de Israel, de maneira positiva ou negativa. Por
exemplo, a Babilônia sob o governo de Nabucodonosor foi usada de maneira negativa,
considerando que a Média­Pérsia governada por Ciro foi usada de maneira positiva.
Ciro foi escolhido por Deus e era Sua alegria. Deus o considerou como o pastor do Seu
povo no cativeiro deles.  

2. Em Daniel

Todas as nações estão soberanamente debaixo do governo divino de Deus para
Israel ser a testemunha de Deus e testemunho na terra. Satanás usou Nabucodonosor
para destruir Judá e levar os judeus cativos para Babilônia. A intenção de Satanás era
terminar o testemunho de Deus na terra com todas as Suas testemunhas. Mas ele não
percebeu que entre esses cativos, Deus tinha quatro jovens vencedores. Tudo o que
Satanás fazia, esses vencedores tinham uma maneira de se oporem a ela e anulá­la.
Eles venceram a dieta demoníaca, a cegueira diabólica e a sedução de adoração de
ídolo. Todos os dispositivos de Satanás somente resultaram no testemunho de Deus
que foi fortalecido e engrandecido pelos Seus jovens vencedores. Por fim, a autoridade
para governar a terra de Babilônia estava nas mãos de Daniel e seus três amigos.  

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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
3. Em Zacarias

Em Zacarias os procedimentos de todas as nações com Israel são para Israel
experimentar Cristo em sua ignorância. A preocupação de Deus por Israel é vista nos
Seus procedimentos com todas as nações.  

B. Em Cristo para o Povo do Interesse de Deus

1. Em Isaías

O   livro   de   Isaías   desvenda   Cristo   em   muitos   pontos,   principalmente   com


respeito ao ser de Cristo, isto é, com respeito ao que Cristo é. Com relação à Cristo
para com o povo do interesse de Deus, em Isaías vemos que Cristo é conduzido como
Aquele que é todo­inclusivo para satisfazer as necessidades do Israel castigado e das
nações julgadas. Deus é muito misericordioso em Seu procedimento não só para trazer
Cristo   para   Israel,   mas   também   para   com   as   nações.   Portanto,   Cristo   não   só   é   o
Salvador de Israel, mas também de todas as nações.  

2. Em Daniel

O livro de Daniel revela que Cristo é Aquele que é excelente que veio para ser
crucificado   para   produzir  a   nova   criação  para   unir­se  a  Ele  como  Sua   noiva   e  que
voltará com Sua noiva para dar fim ao governo  humano e substituí­lo com o reino
eterno de Deus. Em Daniel vemos que Cristo em Sua crucificação é o marco entre a
velha e a nova criação de Deus. Em Sua aparição ao profeta, Ele era Aquele que  é
excelente e precioso para apreciação e expectativa do povo de Deus. Em Sua aparição
aos poderes humanos na terra, Ele dará fim ao governo humano e se tornará o reino
divino em toda a terra pela eternidade.  

3. Em Zacarias

Em Zacarias vemos que Cristo como o Enviado de Deus é um com o sofrimento
do povo de Deus para ser seu Redentor. Também vemos que na Sua humilhação Ele
continua   com   eles   por   meio   do   seu   sofrimento   para   ser   seu   Salvador   de   maneira
perfeita e consoladora.  
O livro de Zacarias não dá ênfase ao ser de Cristo ou Sua obra. Antes, revela
Cristo   como   Aquele   que   foi   enviado   para   Israel   como   seu   Rei,   de   forma   humilde,
todavia Ele foi detestado, vendido, ferido, e transpassado, e, por meio disso, realizou a
redenção para eles. Cristo como o Anjo do  SENHOR  estava com eles no seu cativeiro.
Finalmente, Cristo lutará por Israel e será o Rei sobre toda a terra.  

VII. AS SEÇÕES DESTE LIVRO

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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
A. A Palavra Introdutória

A primeira seção do livro de Zacarias é a palavra introdutória em 1:1­6.

B. As Visões de Consolação e Promessa

A segunda seção de Zacarias consiste nas visões de consolação e promessa (1:7­
6:15). Essas visões incluem a visão de um homem como o Anjo do SENHOR montando
em um cavalo vermelho e parado entre as murteiras no fundo do vale (1:7­17); a visão
dos quatro chifres e os quatro ferreiros (1:18­21); a visão de um homem com um cordel
de   medir   em   Sua   mão   (cap.   2);   a   visão   de   Josué   o   sumo   sacerdote   aperfeiçoado,
estabelecido e fortalecido pelo Anjo do  SENHOR  com Zorobabel o governador de Judá
(cap. 3); a visão do candelabro de ouro e duas oliveiras, uma à sua direita e a outra à
sua esquerda (cap. 4); a visão do rolo volante (5:1­4); a visão do vaso de efa (5:5­11); a
visão dos quatro carros (6:1­8); a palavra conclusiva para confirmar as oito visões por
meio da coroação de Josué como um tipo de Cristo  que edificará o templo de Deus e
manterá os dois ofícios—o sacerdócio e o reinado—em paz no Seu trono (6:9­15).  

C. A Advertência a Israel e o Desejo do SENHOR de Restaurar Israel

A próxima seção (caps. 7­8) consiste na advertência a Israel de voltar da vaidade
de sua religião ritualística à realidade de uma vida piedosa, e o desejo do SENHOR de
restaurar Israel.  

D. As Profecias de Encorajamento Centradas em Cristo

A última seção (caps. 9­14) abrange as profecias de encorajamento centradas em
Cristo. Essas profecias incluem a profecia relacionada às nações ao redor de Judá em
relação a Israel (cap. 9); a profecia relacionada à visitação amorosa do SENHOR a Israel
(cap. 10); a profecia relacionada ao viver de Israel sob a opressão do império romano
(cap. 11); e a profecia relacionada ao destino de Israel na grande guerra do Armage­
dom, na salvação de sua casa, no milênio (caps. 12­14).  

ESTUDO­VIDA DE ZACARIAS

MENSAGEM DOIS

AS VISÕES DE CONSOLAÇÃO E PROMESSA
(1)

Leitura bíblica: Zc 1:7­21
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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
Nesta mensagem consideraremos as duas visões de consolação e encorajamento
em 1:7­21. Ambas as visões são fortes consolações com doces promessas de expectativa
para o sofrimento o Israel.  

I. A VISÃO DE UM HOMEM COMO O ANJO DO SENHOR MONTADO
NUM CAVALO VERMELHO E PARADO ENTRE
AS MURTEIRAS NO FUNDO DO VALE

A. Um Homem

O versículo 8a diz, “Tive de noite uma visão, e eis um homem montado num
cavalo   vermelho.”   Este   Homem   é   Cristo   em   Sua   humanidade.   Para   Daniel,   esse
Homem era excelente; para Zacarias, Ele era muito zeloso.  

B. O Anjo do SENHOR

O   Homem   aqui   é   o   Anjo   de   Jeová   (v.   11a).   O   Anjo   do  SENHOR  é   o   próprio


SENHOR como o Deus Triúno (Êx 3:2a, 4­6, 13­15). O Anjo do SENHOR também é Cristo
como a corporificação do Deus Triúno (Cl 2:9) e como o Enviado de Deus (Jo 5:36­38;
6:38­39). O Anjo do SENHOR também é o Anjo de Deus que escoltou e protegeu Israel
no caminho deles do Egito para a terra prometida (Êx 23:20; 32:34; Jz 6:19­24; Is 63:9).

C. Montado num Cavalo Vermelho

O Homem nesta visão está montado num cavalo vermelho (Zc 1:8a). Em Apoca­
lipse 6 o cavalo vermelho representa guerra que sempre envolve matança, mas aqui o
cavalo vermelho representa o mover rápido de Cristo em Sua redenção mediante o
derramar do Seu sangue.  

D. As Murteiras

O versículo 8b diz, “Ele estava parado entre as murteiras que estavam no vale;
atrás dele estavam cavalos vermelhos, baios e brancos.” Essas murteiras retratam o
povo humilhado de Israel no seu cativeiro.  

E. Permanecendo entre as Murteiras no Fundo do Vale

Como Cristo estava montado num cavalo vermelho, Ele estava parado entre as
murteiras que estavam no fundo do vale. O estar parado de Cristo entre as murteiras
que estavam no vale significa que Ele permaneceu fortemente entre o Israel capturado
na parte mais baixa do vale em sua humilhação. O Israel capturado estava na mais
baixa parte do vale, e Cristo estava pronto para fazer qualquer coisa por eles rápida­
mente. Como Aquele sobre o cavalo vermelho, Cristo, o Redentor, era o Protetor de

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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
Israel, pronto para fazer qualquer coisa por eles rapidamente de modo a cuidar deles
no cativeiro.  

F. Atrás do Anjo do SENHOR, Havia Cavalos Vermelhos, Baios e Brancos

“Atrás dele estavam cavalos vermelhos, baios e brancos” (v. 8c). Cristo estava
montando   num   cavalo   vermelho,   e   seguindo   O   estavam   cavalos   de   três   cores
diferentes. Os cavalos de três cores diferentes indicam que a redenção de Cristo (o
cavalo vermelho) conduz o Israel arrependido (os cavalos baios) para ser justificado e
aceito rapidamente por Deus (os cavalos brancos). Embora eles fossem o povo redimido
de   Deus   (os   cavalos   vermelhos),   todavia,   visto   que   eles   não   eram   puros,   eles   são
retratados também pelos cavalos baios (a cor baia indica mistura). A palavra vermelho
indica redenção, e a palavra baio indica uma mistura. Eles precisam contatar Deus e
serem tratados por Ele de modo a ganhar Deus e serem justificados por Ele, e assim
tornarem­se aqueles retratados pelos cavalos brancos. Uma vez que eles se arrepen­
dam, serão prontamente aceitos por Deus e justificados por Ele.
Esta visão dos cavalos retrata a situação de Israel em seu cativeiro. Aos olhos de
Deus, Cristo o Redentor estava com eles tomando a liderança, e eles, o povo redimido
de   Deus,   estavam   seguindo­O.   Visto   que   eles   eram   o   povo   redimido   de   Deus,   eles
aparecem, à primeira vista, como cavalos vermelhos.  Todavia, visto que eles não eram
puros, eles são retratados também pelos cavalos baios (a cor baia indica mistura). Eles
precisam contatar Deus e serem tratados por Ele de modo a ganhar Deus  e serem
justificados   por   Ele,   e   assim   tornarem­se   aqueles   que   são   retratados   pelos   cavalos
brancos.   Uma   vez   que   eles   se   arrependam,   serão   prontamente   aceitos   por   Deus   e
justificados por Ele.  

G. Os Cavalos Vermelhos, Baios e Brancos Foram Enviados
pelo SENHOR Para Percorrer a Terra

“Então   perguntei:   Meu  SENHOR,   quem   são   estes?   Respondeu­me   o   anjo   que
falava comigo: Mostrar­te­ei quem são estes. Respondeu o homem que estava parado
entre as murteiras e disse: Estes são os que o  SENHOR  tem enviado para correrem a
terra. Eles responderam ao anjo do SENHOR que estava parado entre as murteiras, e
disseram:   Nós   temos   percorrido   a   terra   e   eis   que   a   terra   toda   está   quieta   e   em
descanso” (vv. 9­11). Aqui vemos que os cavalos vermelhos, baios e brancos, represen­
tando aqueles entre Israel que seriam resgatados e trazidos de volta a Deus para Sua
justificação e aceitação, tinham sido enviados por Jeová para percorrer a terra; e eles
responderam   ao   Anjo   do  SENHOR  que   estava   parado   entre   as   murteiras   que   eles
tinham percorrido a terra e tinham visto que toda a terra estava quieta e em descanso.
Esses   versículos   revelam   que   além   de   Cristo   que   tinha   sido   enviado   como   o
Redentor para cuidar de Israel em seu cativeiro, outros tinham sido enviados por Deus
para percorrer a terra para ver a situação das nações. Como indicado pelo movimento
dos cavalos, o povo de Deus capturado ficou desestruturado e sem paz, sem descanso e
sem o desfrute da vida.  As nações, pelo contrário, estavam quietas e em descanso (v.
11). Isto indica que, aos olhos de Deus, todas as nações ao redor de Israel, naquele

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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
tempo, estavam sentadas e desfrutando sua vida em paz e quietude ao passo que os
eleitos de Deus estavam sofrendo.  
H. O Anjo do SENHOR Intercede

No   versículo   12   vemos   que   o   Anjo   do  SENHOR  intercedeu   por   Israel.   “Então


respondeu   o   anjo   do  SENHOR:   Até   quando,  SENHOR  dos   exércitos,   não   terás   tu
compaixão   de   Jerusalém   e   das   cidades   de   Judá,   contra   as   quais   tens   alimentado
indignação estes setenta anos?”  

I. O SENHOR Responde ao Anjo Que Falou com Zacarias

Nos versículos de 13 a 17 temos a resposta do  SENHOR  à intercessão de Cristo


por Israel. O  SENHOR  respondeu ao anjo que falou com Zacarias com palavras boas,
com palavras consoladoras, e o anjo disse a ele, “Clama, dizendo: Assim diz o SENHOR
dos exércitos: Zelo a Jerusalém e a Sião com grande zelo” (v. 14). Pelo fato de as nações
estarem   sentadas   e   em   paz   enquanto   Jerusalém   estava   em   dificuldade,   o  SENHOR
estava com muito ciúme por Jerusalém. Ele estava extremamente indignado com as
nações que estavam à vontade e ainda sentadas e quietas (v. 15a). Deus estava um
pouco indignado com Israel, porém as nações, em seu levar a cabo a punição de Deus
sobre Israel, tratou com Israel excessivamente (v. 15b).  
O versículo 16 continua dizendo, “Portanto assim diz o SENHOR: Acabo de voltar
para Jerusalém com misericórdia; nela será edificada a minha casa, diz o SENHOR dos
exércitos,   e   o   cordel   será   estendido  sobre   Jerusalém.”   Medir  é   para   o   propósito   de
posse.   Para   o  SENHOR  fazer   com   que   um   cordel   de   medir   fosse   estendido   sobre
Jerusalém,   significa   que   Ele   possuiria   aquela   cidade.   Setenta   anos   foram
determinados por Deus para Jerusalém, Agora, Ele estava voltando para repossuir a
cidade;   assim,   Ele   levou   um   cordel   de   medir   para   estendê­lo   sobre   ela   (2:1).   No
versículo   17   o  SENHOR  continuou   dizendo,   “Torna   a   clamar,   dizendo:   Assim   diz   o
SENHOR  dos exércitos: As minhas cidades ainda se trasbordarão de bens; o  SENHOR
ainda   confortará   a  Sião,  e  ainda   escolherá   a  Jerusalém.”  Essa   maneira   de  orar  de
Cristo por Israel foi respondida por Deus.  

II. A VISÃO DOS QUATRO CHIFRES E DOS QUATRO FERREIROS 

Nos versículos de 18 a 21 temos a visão dos quatro chifres e dos quatro ferreiros.

A. Uma Resposta para a Intercessão de Cristo

Esta visão era a resposta à intercessão de Cristo por Sião e Jerusalém (vv. 12­
17).  

B. Os Quatro Chifres

“Levantei os meus olhos, e vi, e eis quatro chifres. Eu perguntei ao anjo que
falava comigo: Que são estes? Ele me respondeu: Estes são os chifres que espalharam

10
Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
a Judá, a Israel e a Jerusalém.” (vv. 18­19). Os quatro chifres são os quatro reinos com
seus   reis—O   império   babilônico,   medo­persa,   grego   e   romano—também   retratados
pela grande imagem humana em Daniel 2:31­33 e pelas quatro bestas em Daniel 7:3­8,
que danificaram e destruíram o povo escolhido de Deus.  

C. Os Quatro Ferreiros

“O  SENHOR mostrou­me quatro ferreiros.  Então perguntei: Que vêm estes a fazer? Ele
respondeu:   Esses   são  os   chifres   que  espalharam   a   Judá,  de  tal   sorte  que  ninguém
levantou a sua cabeça; mas estes são vindos para lhes meterem medo, para abaterem
os chifres das nações que levantaram o seu chifre contra a terra de Judá a fim de a
espalhar.”  (vv.  20­21).  Os quatro ferreiros (v. 20) são as habilidades usadas por Deus
para destruir estes quatro reinos com seus reis.  Cada um dos três primeiros reinos—
Babilônico,   Medo­Persa   e   Grego—foi   assumido   de   maneira   hábil   pelo   reino   que   o
seguiu (cf. Dn 5; 8:3­7). O quarto ferreiro será Cristo, como a pedra cortada sem auxílio
de mãos, que esmagará o império romano restaurado e, por meio disso, esmagará a
grande imagem humana como a totalidade do governo humano em Sua volta (Dn 2:31­
35).
Cada um dos três primeiros reinos—babilônico, medo­persa e grego—foi assu­
mido de maneira hábil pelo reino que o seguiu. A Babilônia foi derrotada numa noite
quando  Dario o  Medo veio  e derrotou  Belsazar.  Quão  hábil   foi   Dario!   Assim,  como
Daniel 8 revela, o bode da Macedônia (o império grego sob as ordens de Alexandre o
Grande) veio pisotear o carneiro da Pérsia. A história nos diz que Alexandre o Grande
era muito hábil. Ele era um dos ferreiros que lidaram com os quatro chifres. Depois o
império romano veio para lidar com a Grécia. Estes quatro impérios são os fatores
centrais da história humana. Por fim, o império romano restabelecido será esmagado
em pó por Cristo como o Ferreiro principal.  
Todos os quatro impérios devastaram e destruíram Israel. Mas todos eles foram
ou,   no   caso   do   império   romano   restabelecido,   será   destruído   pelos   quatro   ferreiros
levantados por Deus. Esta é uma confortante e encorajadora palavra de promessa.  

11
Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
ESTUDO­VIDA DE ZACARIAS

MENSAGEM TRÊS

AS VISÕES DE CONSOLAÇÃO E PROMESSA
(2)

Leitura bíblica: Zc 2

Nesta   mensagem   chegamos   ao   capítulo   dois   de   Zacarias   que   é   um   capítulo


muito misterioso.  

III. A VISÃO DE UM HOMEM COM UM CORDEL DE MEDIR EM SUA MÃO 

Neste capítulo Zacarias viu uma visão de um Homem com um cordel de medir
em sua mão. “Levantei os meus olhos, e vi, e eis um homem que tinha na mão um
cordel de medir. Então perguntei: Para onde vais tu? Respondeu­me ele: Para medir a
Jerusalém, a fim de ver qual é a sua largura, e qual o seu comprimento.” (vv. 1­2).  

A. Um Homem

Este Homem é Cristo em Sua humanidade como o Anjo do SENHOR, Aquele que
fala com Zacarias (vv. 1a, 2­3a; cf. Ez 40:3; Zc 1:9­11).  

B. Um Cordel de Medir

A  linha   medindo (2:1b)  significa  medindo  para  possuir.  Por exemplo, quando


compramos   terra   ou   tecido,   podemos   medir   seu   comprimento   e   largura   primeiro.
Depois que medimos a terra ou o tecido, então procedemos para possuí­lo.  

C. Medindo Jerusalém

12
Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
O homem com o cordel de medir tencionava medir Jerusalém de maneira que o
SENHOR  pudesse repossuí­la depois de setenta anos do cativeiro de Israel (vv. 2, 4b).
Esta   medição   não   era   somente   para   saber   a   dimensão,   mas   também   para   saber   a
condição e a situação.  A medição foi feita por um homem, não por um anjo.  Um anjo
não está qualificado para medir qualquer coisa humana, pois ele não tem a natureza
humana.     Somente   Jesus,   que   tem   tanto   a   natureza   humana   quanto   a   natureza
divina, está qualificado para medir Jerusalém.  
Enquanto o templo é o sinal da casa de Deus, a cidade de Jerusalém é um sinal
do reino de Deus  para  Sua  administração. A cidade de  Jerusalém  foi  medida  e foi
encontrada sem muros (v. 4), isto  é, sem limite.   Isto indica que o reino de Deus  é
ilimitado, a dimensão do próprio Deus, e que Deus mesmo é a dimensão de Seu reino.

D. Um Muro de Fogo ao Redor e a Glória no Seu Centro

“Pois eu, diz o SENHOR, lhe serei um muro de fogo ao redor, e serei a glória no
meio dela” (v. 5). Aqui vemos que o muro da cidade de Jerusalém e a glória dentro dela
é o próprio SENHOR, indicando que o SENHOR como Cristo será a proteção de Jerusalém
em   sua   circunferência,   e   sua   glória   em   seu   centro.     Isto   mostra   a   centralidade   e
universalidade de Cristo na economia de Deus.   Hoje, Cristo é a glória no centro da
igreja,   e   é   também   o   fogo   ardente   em   redor   da   circunferência   da   igreja   para   sua
proteção. Na Nova Jerusalém, o Deus Triúno em Cristo será a glória em seu centro (Ap
21:23; 22:1,5), e esta glória brilhará mediante a muralha transparente da cidade (Ap
21:11,18a,24) para ser sua proteção de fogo.

E. O Significado Crucial Desta Visão para o Povo de Sião 

Zacarias 2:6­13 nos diz o significado crucial desta visão para o povo de Sião.  

1. O SENHOR Os Espalhou Como os Quatro Ventos dos Céus

No versículo 6b o  SENHOR  declara algo com respeito ao Seu povo, “Porque vos


tenho espalhado como os quatro ventos do céu, diz o  SENHOR.” Podemos pensar que
Deus espalhou seu povo Israel quando eles foram levados para o cativeiro. Entretanto,
este versículo não diz que Deus os espalhou, mas que Ele os propagou. Isso é como a
propagação dos crentes em Atos 8. Milhares de crentes estavam em Jerusalém, mas
Deus não estava satisfeito. Uma perseguição foi levantada a qual os propagou. Aquela
perseguição não foi boa, mas trouxe uma propagação gloriosa (At 11:19). Da mesma
forma, se os filhos de Israel não tivessem sido capturados, o testemunho de Deus teria
sido limitado à pequena cidade de Jerusalém com seu templo. Mas quando os filhos de
Israel foram espalhados para a Babilônia, quatro jovens tornaram­se testemunhas de
Deus e um testemunho para Ele (Dn 1:6).  Desta maneira, o testemunho de Deus foi
espalhado para a Babilônia.  Deus é grande e soberano e Ele tem um coração alargado.
Portanto, Ele quis que Seu testemunho fosse espalhado para lugares longínquos.  

2. O SENHOR Desejava que Eles Fugissem da Terra do Norte Para Escapar

13
Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
“Ah, ah! fugi da terra do norte, diz o SENHOR.... Ah! Sião, escapa tu que habitas
com a filha de Babilônia” (Zc 2:6a, 7). Aqui vemos que Deus quis que Seu povo deixasse
a Babilônia e voltasse para a terra santa.  

3. Cristo como o Enviado pelo SENHOR dos Exércitos e
como o Emissário, Jeová dos Exércitos 

O versículo 8 diz, “Pois assim diz o SENHOR dos exércitos: Depois da glória, Ele
Me enviou contra as nações que vos despojaram; porque aquele que tocar em vós toca
na menina do Seu olho. Qual é o significado da expressão “depois da glória”? Significa
depois do retorno dos cativos. Nos setenta anos do cativeiro de Israel, a glória esteve
ausente do centro de Jerusalém (Ez 11:23 e nota 1).  Porém, quando os filhos de Israel
retornaram a Jerusalém, a glória também retornou. Embora Josué e Zorobabel fossem
piedosos,   muitos   dos   que   voltaram   para   Jerusalém   da   Babilônia   não   eram.   Não
obstante, à vista de Deus, o retorno deles foi uma glória. Portanto, “depois da glória”
significa “depois do retorno.”  
A primeira parte do versículo 8 diz, “Pois assim diz o  SENHOR  dos exércitos:
Depois da glória, Ele Me enviou.” Quem é o Ele, e quem é o Me? O Ele se refere a
Deus, o  SENHOR  dos exércitos, e o Me também se refere ao  SENHOR  dos exércitos. O
SENHOR dos exércitos enviou o SENHOR dos exércitos. Isto significa que o SENHOR dos
Exércitos é o Emissor (vv. 9,11) e o Enviado.  
No Antigo Testamento, Jeová é um título divino que se refere ao Deus Triúno.
Isto é revelado em Êxodo 3, onde vemos que Jeová é o Deus de Abraão, o Deus de
Isaque e o Deus de Jacó. Embora haja uma distinção entre o Deus de Abraão e o Deus
de Isaque e também entre o Deus de Isaque e o Deus de Jacó, isso não significa que há
três Deuses. Dizer que há três Deuses é cair na heresia de triteísmo. Deus é triúno—o
Pai, o Filho e o Espírito. Efésios 1 nos diz que Deus o Pai nos escolheu e predestinou,
que Deus o Filho nos redimiu e que Deus o Espírito nos selou. Assim temos o Pai
escolhendo e predestinando com o Filho redimindo e o Espírito selando. Este é o Deus
Triúno, o único Deus. A palavra triúno é composta do Latim tri, significando três, e
uno, significando um; portanto, três­um. Temos um Deus, o Deus único, mas Ele tem
três­um.  
O   Pai,   o   Filho   e   o   Espírito   não   são   três   Deuses   separados,   mas   três
“hypostases... do único não dividido e indivisível Deus” (Philip Schaff). A palavra grega
para hypostasis, a forma singular de hypostases, é composta de duas palavras gregas:
hupo   que   significa   “embaixo”   ou   “debaixo   de”   e   estase   que   significa   “apoio
significativo.” Portanto, hypostases refere­se a um apoio embaixo, um apoio em baixo
de, que é, algo debaixo que sustenta, uma substância de sustentação. O Pai, o Filho, e
o Espírito são a hypostases, um objeto de sustentação que compõe a única Deidade.  
Em Zacarias 2:8 um dos três na Deidade enviou um outro dos três. O Emissor é
chamado de Ele, e o Enviado é chamado de Me. Certamente o Ele se refere ao Pai, e o
Me, ao Filho. Depois da glória, o Deus Triúno decidiu fazer algo maravilhoso. A decisão
era  que o Pai  enviaria  o Filho. Isto corresponde  ao que  é revelado em João  5 e 6.
“Quem não honra o Filho não honra o Pai que O enviou” (5:23). “Não busco a Minha
própria vontade, e sim a vontade Daquele Me enviou” (v. 30). “As obras que o Pai Me
14
Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
deu para que Eu as terminasse, as próprias obras que faço, testificam a Meu respeito
que o Pai Me enviou” (v. 36b). “O Pai que Me enviou, Ele mesmo tem dado testemunho
de Mim” (v. 37a). “Porque Eu desci do céu, não para fazer a Minha própria vontade, e
sim a vontade Daquele que Me enviou (6:38). “Ninguém pode vir a Mim se o Pai, que
Me enviou, não o atrair” (v. 44a). “Assim como o Pai, que vive, Me enviou” (v. 57a).
Zacarias 2 e João 5 e 6 todos falam do Pai enviando o Filho. Tanto o Pai quanto o Filho
são Jeová.  
Cristo como o Enviado pelo SENHOR dos Exércitos e como o Emissor, o SENHOR
dos Exércitos, será contra as nações que despojaram o povo de Sião e tocou­lhe como a
menina do Seu olho. Nossos olhos são extremamente sensíveis e imediatamente rea­
gem a qualquer coisa que os toca. “Seus olhos” referem­se aos olhos do Pai. O povo de
Deus lhe é muito querido, e quem quer que os toque toca a menina do Seu olho.  Esta
foi uma palavra de conforto, encorajamento e consolação a Zorobabel, Josué e todos os
outros que retornaram.  
Zacarias 2:9 continua dizendo, “Pois eis que agitarei a Minha mão sobre eles, e
eles virão a ser o despojo dos que os serviam; e sabereis que o SENHOR dos exércitos Me
enviou.”   Aqui   vemos   novamente  que  o  SENHOR  dos   exércitos   enviou   o  SENHOR  dos
exércitos.  

4. O Regozijo da Filha de Sião

No versículo 10 é ordenado a filha de Sião dar um grito para cantar e regozijar,
pois agora o  SENHOR  está vindo e habitará no meio dela. O Eu neste versículo é a
mesma Pessoa como o Ele e o Eu nos versículos 8 e 9.

5. Muitas Nações Se Unem ao SENHOR e Se Tornam Seu Povo

Naquele   dia   muitas   nações   se   ajuntarão   ao  SENHOR,   e   serão   o   Meu   povo;


habitarei no meio de ti, e saberás que o SENHOR dos exércitos Me enviou a ti. (v. 11).
Neste versículo, uma vez mais tanto o Eu quanto o Me refere­se ao SENHOR.  

6. O SENHOR Herda Judá Como Sua Porção

O SENHOR herdará a Judá como a sua porção na terra santa, e ainda escolherá a
Jerusalém (v. 12).  

7. Toda Carne Silencia Diante do SENHOR

O   versículo   13   diz,   “Cala­te,   toda   a   carne,   diante   do  SENHOR;   porque   ele   se


levantou da sua santa habitação.” Antes que a glória retornasse para Jerusalém, o
SENHOR estava silente, mas, depois da glória, Ele Se levantou de Sua santa habitação.

15
Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
Toda a carne—incluindo a carne dos babilônios, persas, gregos e romanos—deve estar
silente.   Somente o  SENHOR  tem o direito de falar, e somente Ele é o fator decisivo.
Hoje nosso Deus Triúno não mais está silente em Sua habitação celestial. Ele está
movendo, trabalhando e fazendo coisas na igreja. Isso indica que a glória está aqui na
igreja. A medida leva a tal glória para que todos nós nos silenciemos e permitamos
somente Deus falar.  

ESTUDO­VIDA DE ZACARIAS

MENSAGEM QUATRO 

AS VISÕES DE CONSOLAÇÃO E PROMESSA
(3)

Leitura bíblica: Zc 3

Nesta mensagem consideraremos a visão de consolação e promessa em Zacarias
3. Esta visão é para o fortalecimento e o estabelecimento dos cativos que voltassem a
considerar a reconstrução do templo de Deus na sua angústia.  

IV. A VISÃO DE JOSUÉ O SUMO SACERDOTE APERFEIÇOADO,
ESTABELECIDO E FORTALECIDO PELO ANJO DO SENHOR
COM ZOROBABEL O GOVERNADOR DE JUDÁ
16
Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
Nos primeiros quatro capítulos de Zacarias, o Anjo do SENHOR está cuidando de
cinco visões. Isto implica que Cristo como o Enviado de Deus está sempre com o povo
de Deus para cuidar deles. No capítulo três temos uma visão que nos mostra que Josué
o sumo sacerdote foi aperfeiçoado, estabelecido e fortaleceu pelo Anjo do SENHOR com
Zorobabel  o  governador  de  Judá. Josué, um  líder  mais importante entre o povo de
Deus, estava sob os cuidados do Anjo do SENHOR. A maneira do Anjo do SENHOR cuidar
de Josué foi medi­lo. Assim, o medir no capítulo dois continua no capítulo três. Cristo
veio medir Josué e assim cuidar dele.  

A. O Anjo Mostra Zacarias a Josué o Sumo Sacerdote

O Anjo mostrou Josué o sumo sacerdote a Zacarias (v. 1a). Josué representa
Cristo como o Sumo Sacerdote enviado por Deus ao Seu povo (Hb 3:1; 4:14­15; 7:26).
Josué representa e significa Israel como uma nação de sacerdotes (Zc 8:20­23; Is 2:2­
4a).  

B. Permanecendo Diante do Anjo do SENHOR Para Ser Aperfeiçoado,
Estabelecido e Fortalecido

Josué estava de pé diante do Anjo do  SENHOR  para ser aperfeiçoado, estabele­


cido e fortalecido (Zc 3:1b­10). O Anjo do SENHOR fez isto ao medi­lo. Então, Josué se
levantou diante do Anjo do SENHOR com a finalidade de ser medido por Ele.  

1. Resistindo a Satanás que Permanecia à Sua Destra

Enquanto Josué estava de pé diante do Anjo do  SENHOR, ele foi resistido por
Satanás que estava à sua destra para acusá­lo (v. 1b). A palavra Satanás quer dizer “o
acusador”, “o adversário”, e é a base para a palavra acusar no final do versículo 1. Um
adversário é um inimigo interno. Por exemplo, se alguém fora de sua família se opuser
a você, essa pessoa será sua inimiga. Mas se um membro de sua família o fizer, essa
pessoa   será   sua   adversária.   Tal   adversário   é   uma   ameaça   mais   séria   do   que   um
inimigo. Como adversário, a intenção de Satanás era depreciar Josué diante de seus
companheiros (v. 8) e frustrar a reconstrução do templo de Deus.  

2. A Defesa de Jeová Estendeu a Ele

O versículo 2 diz, “O  SENHOR  disse a Satanás: Que o  SENHOR  te repreenda, ó


Satanás; sim, repreenda­te o SENHOR que escolheu a Jerusalém: acaso não é este um
tição tirado do fogo?” A palavra do SENHOR aqui indica duas coisas. Primeiro, indica a
determinação   do  SENHOR  para   reconstruir   Jerusalém,   desde   que   Ele   a   escolheu.
Segundo, indica que o SENHOR faria algo por Josué, desde que ele fosse um tição tirado
do fogo (Am 4:11; Jd 23a). Quando o Anjo do SENHOR reprovou a Satanás, Ele parecia
estar dizendo, “Por que você veio aqui para nos aborrecer? Eu sei que você é o acusador
de Josué e seu opositor. Também sei que, embora ele seja o sumo sacerdote do Meu

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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
povo, ele não é bom o bastante. Ele é um tição tirado do fogo, mas ele está em Minha
mão. Satanás, Eu o repreendo.” 
Em   Zacarias   3:1   e   2   temos   três   participantes:   Josué,   o   Anjo   do  SENHOR  e
Satanás. Em nossa vida cristã, como povo escolhido de Deus, estamos sempre neste
tipo de situação. Deus está de frente a nós, e o maligno está a nossa destra para nos
resistir, nos opor, nos acusar e ser nosso adversário. Esta é uma repetição da cena no
jardim do Éden descrito em Gênesis 2, onde Deus pôs o homem que tinha criado em
frente   às   duas   árvores—uma   denotando   o   Senhor   e   a   outra   denotando   Satanás.
Zacarias 3 também é uma repetição de Gênesis 2. 

3. A Perfeição de Cristo como o Anjo do SENHOR Estendida a Josué
 
Zacarias 3:3­10 nos mostra como a perfeição de Cristo como o Anjo do SENHOR
foi estendida a Josué.  

a. Removendo Suas Vestes Sujas

“Ora Josué estava vestido de vestes sujas, e posto em pé diante do anjo. Este
começou a falar e disse aos que estavam diante dele: Tirai­lhe estas vestes sujas. A
Josué disse: Eis que hei feito passar de ti a tua iniquidade, e te vestirei de ricos trajos.”
(vv. 3­4a). Recentemente, quando estava considerando como o sumo sacerdote ainda
poderia estar vestido com vestes sujas, fui lembrado de como até mesmo os crentes na
igreja   poderiam   roubar   (Ef   4:28).   Podemos   não   roubar   exteriormente,   mas   intima­
mente podemos desejar algo que pertence à outra pessoa. Isso é cobiça e ganância. Do
mesmo   modo,   diariamente   falamos   muito,   e   os   assuntos   que   abordamos   em   nossa
conversa ou fofoca podem ser sujos ou com uma intenção maligna de difamar outros. É
por isso que temos que orar freqüentemente, “Senhor, me limpa. Eu percebo que ainda
estou sujo porque ainda vivo na carne que é completamente imunda.”  
O Anjo do  SENHOR  sabia de todas as coisas concernentes a Josué e não deu a
Satanás nenhuma  oportunidade para  acusá­lo.  Em tal situação Josué  pode não ter
ficado em paz. Satanás estava ao seu lado, as vestes sujas estavam nele e o Anjo do
SENHOR  estava diante dele. Porém, a perfeição de Cristo como o Anjo do  SENHOR  foi
estendida a Josué pela remoção das suas vestes sujas, fazendo assim sua iniqüidade
passar dele.  

b. Vestindo­O com Finos Trajes

“Eis que hei feito passar de ti a tua iniqüidade, e te vestirei de ricos trajos.” (vv.
4b, 5b). Um rico trajo, é uma veste apropriada ao ofício e status de uma pessoa. Por
exemplo, os juizes são vestidos com finos trajes. Da mesma maneira, Josué também foi
vestido com ricos trajos, com vestes apropriadas ao seu ofício e status como sumo.  

c. Coroando­O com uma Mitra Limpa Sobre Sua Cabeça

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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
“Eu   disse:   Ponham­lhe   sobre   a   cabeça   uma   mitra   limpa.   Puseram­lhe,   pois,
sobre a cabeça uma mitra limpa, e vestiram­no de vestidos; e o  Anjo do SENHOR estava
perto, de pé” (v. 5). A mitra limpa significa que Josué tinha sido plenamente purificado
e estava, agora, limpo na presença de Cristo como o Anjo do SENHOR.
 
d. Incumbindo­O 

Nos   versículos   6   e   7   Cristo   como   o   Anjo   do  SENHOR  incumbe   a   Josué.   Aqui


incumbir significa “dar responsabilidade.”  
Em Sua incumbência a Josué, Cristo como o Anjo do SENHOR disse, “Assim diz o
SENHOR  dos   exércitos:   Se   andares   nos   meus   caminhos,   e   observares   o   que   tenho
prescrito, também tu julgarás a minha casa, e bem assim guardarás os meus átrios, e
te permitirei entrar e sair entre os que estão aqui.” Com respeito a essa incumbência,
gostaria de mostrar que na administração de Deus entre o povo de Israel, havia três
ofícios: os sacerdotes, os reis e os profetas. A responsabilidade do sumo sacerdote era
ter clareza sobre as questões relacionadas ao povo de Deus e levar essas questões a
Deus   e   esperar   até   que   Deus   o   iluminasse   e   lhe   desse   uma   resposta   definida.   O
esclarecimento  e  a   resposta   vinham   por  meio   do  Urim   e   o   Tumim.   Então,   o   sumo
sacerdote recebia a decisão e a instrução de Deus considerando as várias situações, e
então passava a decisão e as instruções ao rei que era responsável na administração de
Deus para realizá­las. Podemos comparar o dever do sacerdote àqueles da assembléia
legislativa do governo, e o dever do rei ao do presidente do poder executivo. Da mesma
maneira   que   o   presidente   é   responsável   por   executar   as   leis   passadas   pelo   poder
legislativo, assim os reis em Israel eram responsáveis para levar a cabo as instruções
recebidas de Deus pelo sumo sacerdote. Porém, às vezes os sacerdotes e os reis eram
fracos e inadequados. Nessas ocasiões Deus levantava os profetas para falar para Ele.
Aqui em Zacarias tanto Josué o sumo sacerdote quanto Zorobabel o rei estavam um
tanto enfraquecidos e desencorajados. Então, Deus usou Zacarias o profeta para falar
por   Ele   e   fortalecer   e   encorajar   Josué   e   Zorobabel.   A   visão   no   capitulo   3   está
relacionada à decisão de Deus concernente a Josué. Como veremos, a visão no capitulo
4 está relacionada à Zorobabel e a sua responsabilidade de levar a cabo a decisão de
Deus para continuar e concluir a reconstrução do templo.  

e. Fortalecendo­O com Zorobabel o Governador de Judá

Nos   versículos   de   8   a   10   Cristo   como   o   Anjo   de   Jeová   fortaleceu   Josué   com


Zorobabel o governador de Judá (Ag 1:1, 14).  

1) Um Tipo de Cristo

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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
O versículo 8 diz, “Ouve, pois, Josué, sumo sacerdote, tu e teus companheiros
que se assentam diante de ti; porque são homens de presságio; porquanto eis que farei
vir o meu servo, o Renovo”. Isto se refere à Zorobabel que é um tipo de Cristo como o
Servo do SENHOR, o Renovo de Davi, em sua humanidade e fidelidade real (Zc 6:12).  

2) A Pedra Que o SENHOR Colocou Diante de Josué
 
Zacarias 3:9 continua dizendo, “Eis a pedra que tenho posto diante de Josué;
sobre   uma   só   pedra   estão   sete   olhos.   Eis   que   eu   esculpirei   a   sua   escultura,   diz  o
SENHOR  dos   exércitos,   e   tirarei   a   iniquidade   desta   terra   num   só   dia.”   Esta   pedra
(Zorobabel)   posta   diante   de   Josué   também   simboliza   Cristo   (Is   28:16;   Mt   21:42).
Zorobabel era uma pedra posta diante de Josué para levar a cabo a economia de Deus.

a) Os Sete Olhos Estão Sobre Esta Pedra

Sobre esta pedra única (Cristo) estão os sete olhos (Zc 3:9a; 4:10). Estes sete
olhos representam o Espírito sete vezes intensificado (Ap 5:6). Cristo é a pedra com os
sete Espíritos como Seus olhos.  

b) O SENHOR Esculpe a Escultura da Pedra

Eis que eu esculpirei a sua escultura (Zc 3:9b). Isso indica que Deus trabalhará
em Cristo como a pedra para a redenção, a salvação e a edificação de Deus. Esculpir é
cortar. Quando Cristo estava na cruz, Ele foi esculpido, cortado, por Deus.  

c) O SENHOR Remove a Iniquidade da Terra Santa Num Só Dia

Além disso, o SENHOR removerá a iniquidade desta terra num só dia (v. 9c). Isso
indica que Cristo em quem Deus trabalhou redimirá o pecado da terra de Israel num
só dia, o dia da Sua crucificação (1Pe 2:24). Por meio da Sua morte na cruz, Cristo o
Cordeiro de Deus tirou o pecado do mundo (Jo 1:29).  

3) Cada Um dos filhos de Israel Convida Seu Próximo Para
Vir Debaixo da Videira e debaixo da Figueira
 
Zacarias 3:10 conclui, “Naquele dia, diz o SENHOR dos exércitos, chamareis, cada
um de vós ao seu próximo para debaixo da videira e para debaixo da figueira.” Após
nosso pecado ser tirado e nossa situação com Deus ficar satisfeita, haverá paz entre
nós e Deus e podemos vir para desfrutar a videira e a figueira juntos. Isso retrata
como desfrutamos Cristo como a videira, a árvore de vida, e como a figueira, cheia do
fruto de vida. Cristo veio primeiramente cumprir a redenção, liberando o Espírito e
sendo   cortado   por   Deus   na   cruz.   Isso   então   resulta   em   Sua   redenção   para   nosso
desfrute Dele como a videira e como a figueira. O medir levado a cabo por Cristo como
o Anjo do SENHOR resulta em tal situação maravilhosa.  

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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
ESTUDO­VIDA DE ZACARIAS

MENSAGEM CINCO

AS VISÕES DE CONSOLAÇÃO E PROMESSA
(4)

Leitura bíblica: Zc 4

Nesta mensagem consideraremos a visão de consolação e promessa no capítulo
quatro de Zacarias.  

V. A VISÃO DO CANDELABRO DOURADO E AS DUAS OLIVEIRAS

A. Uma Visão para Fortalecer Zorobabel o Governador de Judá no Reinado

O sacerdócio e o reinado são os dois ofícios na administração de Deus entre Seu
povo. Esses dois ofícios sempre caminham juntos como um par e nunca separarão. O
sacerdócio pode ser comparado ao poder legislativo do governo, e o reinado, ao poder
executivo.   Na   administração   de   Deus   das   questões   legislativas   são   decididas   pelo
próprio Deus por meio do Urim e do Tumim usados pelo sumo sacerdote. As decisões
tornam­se conhecidas por meio do sacerdócio e então são executadas, realizadas pelo
reinado.  
Na   vida   da   igreja   hoje,   precisamos   do   sacerdócio   e   do   reinado.   Por   meio   do
exercício do sacerdócio, somos levados à presença de Deus. Por meio do exercício do
reinado   pelos   mais   velhos,   os   mais   experientes,   a   igreja   é   salva   da   anarquia   e
preservada em uma boa ordem. Para a vida da igreja, nós como povo de Deus com Sua
administração, devemos ter o sacerdócio e o reinado.  
Uma função do sacerdócio é nos ensinar a como adorar a Deus e como ter a
lembrança adequada do Senhor à Sua mesa. Não devemos adorar a Deus ou devemos
nos lembrar do Senhor segundo nosso conceito natural. Em João 4:24 o Senhor Jesus
disse, “Deus é Espírito, e é necessário que os que O adoram  O  adorem em espírito e
veracidade.” Esse capítulo também nos mostra que a adoração que Deus deseja é que
bebamos Dele como a água viva. Quanto mais O tomarmos como nossa água viva, mais
O adoramos. Não bebemos de Deus exercitando nossa mente, mas exercitando nosso
espírito. Ao considerar a lembrança do Senhor à Sua mesa, também precisamos da
instrução do sacerdócio. É crucial percebermos que a maneira para nos lembrar do
Senhor   não   é   exercitar   nossa   mente   para   recordar   tudo   o   que   Ele   fez   em   Sua
encarnação, viver humano, crucificação e ressurreição; a maneira para nos lembrar

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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
Dele é desfrutá­Lo ao comê­Lo e bebê­Lo. Quando participamos  do pão e do cálice,
lembramos Dele e O adoramos.  
As visões em Zacarias 3 e 4 estão respectivamente relacionadas com o sacerdócio
e o reinado. A visão anterior no capítulo três concernente a Josué era para fortalecê­lo
no sacerdócio. Fortalecer Josué era fortalecer o sacerdócio e estabelecê­lo. A visão do
candelabro dourado e as duas oliveiras no capítulo quatro era fortalecer Zorobabel o
governador  de Judá  no reinado. Zorobabel  não  era um  rei,  mas um  governador  na
posição de um rei. Embora Zorobabel não fosse de fato um rei, ele era um renovo, um
descendente da família real de Davi. No capitulo 3, Josué foi medido, e como resultado
desse   medir,   ele   foi   fortalecido   e   estabelecido   por   meio   do   limpar.     No   capitulo   4,
Zorobabel   foi   medido   de   modo   que   ele   pudesse   ser   fortalecido   e   estabelecido   para
continuar   e   completar   a   reedificação   do   templo.   O   fortalecimento   de   Josué   no
sacerdócio e de Zorobabel no reinado ambos são para a reconstrução do templo.  

B. O Significado do Sacerdócio de Josué e o Candelabro de Ouro

O   sacerdócio   de  Josué  significa   o  sacerdócio   da   nação  de   Israel   para   com   as


nações para Deus. O candeeiro de ouro significa o testemunho brilhante da nação de
Israel para com as nações para Deus. Deus escolheu Israel para ser uma nação de
sacerdotes (Êx 19:6).  Sua intenção era usar a nação de Israel como um sacerdócio para
levar   as   nações   a   Deus  para  que   elas  pudessem   entrar  na   presença   de  Deus   para
serem   iluminadas,   expostas,   tratadas   e   transfundidas   por   Deus   com   as   riquezas
divinas.    Ademais,   os   sacerdotes   deviam   ensinar  as  nações   como  adorar   e servir   a
Deus.   Além   do   mais,   para   que   os   sacerdotes   fizessem   isso,   eles   teriam   que   estar
familia­rizados com a lei de Deus e Seus regulamentos. Além de ser uma nação de
sacerdotes, Israel era para ser um testemunho estável para Deus. Então, no capítulo
três temos o sacerdócio, e no capítulo quatro, o candelabro.  

C. O Candelabro

O anjo que falava com Zacarias o despertou e disse­lhe, “Que vês tu? Respondi:
Vi, e eis um candeeiro todo de ouro, que tem o seu vaso em cima, e sobre si as suas sete
lâmpadas; há sete canudos, e cada um deles vai unir­se a uma das lâmpadas que estão
em cima do candeeiro” (Zc 4:2). O candelabro aqui significa a corporificação do Deus
Triúno.  
1. Sua Substância

A substância do candelabro é ouro, retratando o Pai como sua fonte e natureza.  

2. Sua Forma

A   forma   do   candelabro   é   um   candelabro   retratando   o   Filho   como   a


corporificação.  

3. Sua Expressão

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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
A expressão do candelabro  é as sete lâmpadas, retratando o Espírito como a
expressão sete vezes intensificada.  

4. Seu Suprimento

O   suprimento   do   candelabro   é   os   sete   tubos   para   cada   uma   das   lâmpadas,


retratando o Espírito sete vezes intensificados de Deus como seu suprimento abun­
dante (Fp 1:19b).  

5. Cristo, a Nação de Israel e as Igrejas Locais

Primeiramente, Cristo é o candelabro como o testemunho de Deus (Êx 25:31­39).
Segundo, a nação de Israel é o candelabro como o testemunho de Deus. Terceiro, as
igrejas locais são os candelabros como o testemunho de Cristo (Ap 1:12, 20b).  
D. As Duas Oliveiras nos Dois Lados do Candelabro
 
Zacarias 4:3 diz, “Vi junto a ele duas oliveiras, uma à direita do vaso e a outra à
sua esquerda.” Essas duas oliveiras representam Josué o sumo sacerdote e Zorobabel o
governador na época, que era os dois filhos do óleo, enchido com o Espírito do SENHOR
para a reconstrução do templo de Deus (vv. 3­6, 12­14). Os dois filhos do óleo também
são   as   duas   testemunhas   nos   últimos   três   anos   e   meio   da   presente   era   que   serão
testemunhas de Deus na grande tribulação para o fortalecimento do povo de Deus—os
israelitas   e   os   crentes   em   Cristo   (Ap   11:3­12;   12:17).   Essas   duas   testemunhas   são
Moisés e Elias. Moisés, representando a lei, e Elias, representando os profetas, que
ambos testificam por Deus. A expressão “a lei e os profetas” (Lc 16:16) refere­se ao
Antigo Testamento. A lei está centrada em Moisés, e os profetas estão centrados em
Elias.   Esses  dois,  Moisés   e  Elias,   darão   suporte   e  suprimento  aos   israelitas   perse­
guidos e os crentes durante a grande tribulação.  
A   nação   de   Israel   é   o   candelabro,   representando   o   testemunho   de   Deus.   O
testemunho de Deus precisa brilhar. Para esse brilhar deve haver o queimar, e para
que haja o queimar, deve haver o suprimento de azeite. Para ter o azeite, deve haver
algumas oliveiras. As duas oliveiras nos dois lados do candelabro são os dois filhos do
óleo, Josué e Zorobabel. 
Em Zacarias 4:11 o profeta diz ao anjo, “Que são estas duas oliveiras à direita do
candelabro, e à sua esquerda?” No versículo 12 Zacarias continua perguntando, “Que
são estes dois  ramos  de oliveira, que se acham  junto  às  duas  bicas de ouro,  e que
vertem de si ouro?” No versículo 11 há duas árvores, e no versículo 12, dois ramos. Os
dois ramos fazem parte das duas árvores. Quando o vaso do candelabro estiver sem
óleo, as duas árvores suprirão óleo pelo fluir dos ramos para dentro das duas bicas. O
óleo fluirá então das bicas para o vaso, e do vaso para dentro do candelabro.  
O  pronome  relativo  que  no  versículo  12  não  refere   às   bicas,  mas   aos   ramos.
“Esses ramos vertem ouro deles mesmos.” Verter ouro é fazer o ouro fluir. A palavra
ouro  aqui  se  refere ao  óleo.  O  óleo e o ouro são  um.  O  óleo  denota  o Espírito, e  o
Espírito é Deus. Além disso, o ouro em tipologia tipifica Deus. O ouro que enche o vaso

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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
é   o   Espírito;   o   Espírito   é   Deus;   e   Deus   é   representado   por   meio   do   ouro.   Quando
aplicamos essa questão a nossa experiência hoje, vemos que o Espírito que flui de nós é
Deus, e Deus é ouro. Então, quando ministramos Cristo a outros, suprindo­os com óleo,
estamos suprindo­os de fato com Deus. Deus está fluindo de nós para dentro deles.
Todos nós devemos ser oliveiras que vertem Deus de nós mesmos para os outros. Dessa
maneira o óleo será suprido para o necessitado por aqueles que são oliveiras das quais
Deus está fluindo.  
Vamos considerar mais além por que as duas árvores são chamadas de os dois
ramos. Nos capítulos 3 e 4, a mesma pessoa, Zorobabel,  é retratado por um renovo
(3:8), uma árvore (vv. 3,11), e um ramo (v. 12).  Isto indica que Zorobabel mesmo não é
a fonte.  Ele não é uma árvore completa em si mesmo; antes, ele é uma árvore que é,
na verdade, um ramo de uma outra árvore, e esta árvore é a fonte.   Além do mais,
Zorobabel é também um renovo de outra árvore, que é Cristo.  Cristo é a única oliveira;
e   Zorobabel   e   todos   os   crentes   de   Cristo   são   ramos,   renovos,   de   Cristo   (Jo   15:5a).
Assim,   todos   os   crentes   são   as   muitas   oliveiras,   não   no   sentido   de   serem   árvores
separadas, mas no sentido de serem ramos de Cristo, a única oliveira. Ser ramo é ser
uma ramificação. Embora Cristo seja a  única  oliveira, muitos ramos tem resultado
Dele. A ramificação desses ramos é Cristo sendo ramificado. Esses ramos ou renovos,
são hoje as muitas oliveiras na terra. Você não é tal oliveira? Assim, todos os crentes
são as muitas oliveiras, não no sentido de serem árvores separadas, mas no sentido de
serem ramos de Cristo, a única oliveira. Como ramos, precisamos suprir os outros com
óleo,  isto  é,  com   o  Espírito,  para  que  eles   possam   ser   estimulados.  Louvado  seja   o
Senhor que em Cristo somos oliveiras que suprem os outros com o Espírito sete vezes
intensificado! 

E. Zorobabel, o Governador de Judá, Que Lançou o Fundamento
da Reconstrução do Templo, Produziu a Pedra Angular

“Respondeu­me o anjo que falava comigo: Não sabes o que são elas? Respondi:
Não, meu senhor. Ele prosseguiu e me disse: Esta é a palavra do SENHOR a Zorobabel,
a qual diz: Não por força nem por poder, mas por Meu Espírito, diz o  SENHOR  dos
exércitos. Quem és tu, ó grande monte? diante de Zorobabel tornar­te­ás uma campina;
ele produzirá a pedra angular, dizendo com aclamações: Graça, graça a ela.... As mãos
de Zorobabel têm posto os alicerces desta casa” (vv. 5­7, 9a). Zorobabel, o governador
de   Judá   que   lançou   o   fundamento   da   reconstrução   do   templo   produziu   a   pedra
angular, indicando que ele concluiria a reconstrução do templo de Deus pelo Espírito
do  SENHOR,  não   por  força   nem   por   poder.   O  profeta   Zacarias   disse  essa  palavra  a
Zorobabel para sustentar, encorajar, fortalecer e estabelecer a mão de Zorobabel para
que ele pudesse continuar a edificação do templo até sua consumação.  
Enquanto   que   o   capítulo   três   refere­se   à   morte   de   Cristo,   a   qual   é   para
redenção, o capítulo quatro fala do Espírito para levar a cabo a economia de Deus.
Conforme o Novo Testamento, a morte de Cristo para nossa redenção, é seguida pelo
Espírito.   Hoje   não   somente   devemos   ministrar   Cristo   aos   outros,   mas   também
devemos   supri­los   com   o   Espírito.   O   Cristo   que   ministramos   é   Aquele   que   foi
crucificado,   que   ressuscitou   dentre   os   mortos,   e   que   em   ressurreição   tornou­se   o

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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
Espírito que dá vida (1Co 15:45b). Quando falamos aos outros sobre Cristo, devemos
supri­los com o Espírito.  

F. A Pedra angular com Gritos de Graça

A pedra angular com aclamações de “Graça, graças a ela!” indica que Cristo, que
é graça como pedra, sobre a qual estão os sete olhos do SENHOR, o Espírito sete vezes
intensificado de Deus para a completação da reconstrução do templo de Deus (3:9; 4:7­
10; Ap 5:6). Produzir a pedra angular é completar a edificação. Essa pedra angular é
um tipo de Cristo. Para a edificação de Deus Cristo é uma pedra em três aspectos.
Cristo é a pedra de fundamento para sustentar o edifício de Deus (Is 28:16; 1Co 3:11),
a pedra de esquina para juntar os membros gentios e judeus do Seu Corpo (Ef 2:20;
1Pe 2:6), e a pedra angular para consumar o edifício de Deus.  
As aclamações de “Graça, graças a ela!” indica que a pedra é graça em si mesma.
A   pedra  angular   é   a   graça   de  Deus  para  nós,   e  esta   graça  é   Cristo.  “E   a   Palavra
tornou­se carne e armou tabernáculo entre nós... cheio de graça e de realidade” (Jo
1:14). Isso revela que em Sua encarnação Cristo trouxe Deus a nós primeiramente
como   graça   e   então   como   realidade.   Graça   é   Deus   no   Filho   como   nosso   desfrute;
realidade  é   Deus   desfrutado   por   nós   no   Filho.   Quando   Deus   é   desfrutado  por   nós,
temos graça. Quando Deus é percebido por nós, temos realidade. Tanto graça como
realidade são Cristo. A pedra angular é, portanto o Cristo que é a graça de Deus para
nós para ser a cobertura do edifico de Deus. 
Zacarias   4:10   diz,   “Pois   quem   despreza   o   dia   dos   humildes   começos,   esse
alegrar­se­á vendo o prumo na mão de Zorobabel. Aqueles sete são os olhos do SENHOR,
que percorrem toda a terra.” “Estes sete”, que são os “olhos do  SENHOR”, são os sete
olhos sobre a pedra em 3:9. Apocalipse 5:6 fala de um Cordeiro com “sete olhos que são
os   sete   Espíritos  de   Deus.”   Os   sete  olhos   da   pedra  são  os   sete  olhos   do  SENHOR  e
também   os   sete   olhos   do   Cordeiro,   Cristo.   É   crucial   percebermos   que   a   pedra,   o
SENHOR, e o Cordeiro são um. Cristo o Cordeiro é a pedra, e Ele também é o SENHOR.
Assim os sete olhos da pedra e os sete olhos do SENHOR são os sete olhos de Cristo. De
acordo com Apocalipse 5:6, estes sete olhos são os sete Espíritos, que é, o Espírito sete
vezes intensificado. Os sete Espíritos são os sete olhos de Cristo. Isso indica que o
Espírito Santo é os olhos de Cristo. Isso indica que Cristo e o Espírito Santo, embora
distintos, não  estão separados.  Da  mesma  maneira  que nossos   olhos   são essencial­
mente um com nosso corpo, assim o Espírito Santo é essencialmente um com Cristo.  
Cristo é a pedra esculpida por Deus o Pai (Zc 3:9). Este Esculpido é Cristo, e o
escultor é o Pai. Embora o Pai e o Filho sejam distintos, eles são essencialmente um na
realização   da   redenção   eterna.   Como   resultado   dessa   redenção,   podemos   desfrutar
agora   Cristo   como   o   Espírito,   até   mesmo   como   o   Espírito   sete   vezes   intensificado.
Conforme a palavra de Paulo em 2 Coríntios 13:14, temos o amor de Deus o Pai como a
fonte,   a   graça   de   Cristo   como   o   curso,   e   a   comunhão   do   Espírito   Santo   como   a
transmissão para nosso desfrute. De tudo isso vemos que a redenção foi realizada pelo
Filho, e agora o Espírito é suprido a nós para a edificação de Deus. A edificação da
igreja será consumada por meio do Espírito.  

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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
ESTUDO­VIDA DE ZACARIAS

MENSAGEM SEIS

AS VISÕES DE CONSOLAÇÃO E PROMESSA
(5)

Leitura bíblica: Zc 5

As cinco primeiras visões que Zacarias viu (1:7–4:14), Deus falou uma palavra
confortadora, consoladora e encorajadora a Josué, Zorobabel e ao povo. Deus disse que
estaria com eles e faria algo por meio deles. Dessa maneira Ele os encorajou a que não
parassem   a   obra   de   edificação   no   templo,   mas   que   continuassem   terminando   a
edificação  do templo sob   o governo   do sacerdócio  de  Josué,   o sumo  sacerdote,  e  do
reinado de Zorobabel, o governador. Considerando que as primeiras cinco visões eram

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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
positivas,   as   últimas   três   visões   que   Zacarias   viu   (5:1­6:8)   eram   negativas,   porque
dizem respeito ao juízo universal de Deus sobre as pessoas más e o mal sobre a terra.
Essas três visões são a visão do rolo volante (5:1­4), a visão do vaso de efa (vv. 5­11), e
a   visão   dos   quatro   carros   (6:1­8).   Nesta   mensagem   consideraremos   as   duas   visões
registradas no capítulo cinco.  

VI. A VISÃO DO ROLO VOLANTE

A. O Significado do Rolo Volante

“E outra vez levantei os meus olhos, e olhei, e vi um rolo volante. Perguntou­me
o anjo: Que vês tu? Eu respondi: Vejo um rolo volante” (5:1­2a). O rolo volante significa
a justa lei de Deus e sua justiça (justo juízo). Sem julgamento, pode haver retidão, mas
não   haverá   justiça.   Quando   um   caso   particular   estiver   sujeito   à   julgamento   justo,
então haverá justiça.  

B. Seu Comprimento de Vinte Côvados e Sua Largura de Dez Côvados

O comprimento do rolo volante sendo de vinte côvados e a largura é dez côvados
significam o testemunho da lei por dois quadrados de dez côvados por dez côvados. O
número dois é o número para testemunho, e o número dez significa completação em
plenitude.   Portanto,   a   lei   de   Deus   é   um   testemunho   ao   mundo   inteiro,   e   os   dois
quadrados de dez côvados por dez côvados indicam a completação em plenitude da lei.  

C. A Maldição

O versículo 3a diz, “Ele me disse: Esta é a maldição que sai pela face de toda a
terra.”  A  maldição significa  a  punição de  Deus  no julgar pecados  conforme Sua  lei
justa. A lei de Deus é justa, e esta lei justa não tolera injustiça. O fato de que o juízo de
Deus é uma maldição indica que isto é um assunto muito sério. Esse rolo volante será
a base do juízo completo de Deus sobre todo o pecado na terra.  

D. O Significado de Furtar

Os versículos 3b e 4b falam daqueles que furtam. Furtar significa pecar contra o
homem, que são o resultado de ganância e cobiça. Hoje é uma era de furtar. Negócios e
comércios envolvem furtos. Todos são gananciosos e cheios de cobiça. O apóstolo Paulo
poderia guardar muitos dos Dez mandamentos, mas ele não pôde cumprir o manda­
mento que diz respeito à cobiça (Rm 7:7­8).  

E. O Significado de Jurar Falsamente pelo Nome do SENHOR
 

27
Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
Zacarias 5 também fala a respeito daqueles que juram falsamente pelo nome do
SENHOR  (vv. 3c, 4c). Jurar falsamente pelo nome do  SENHOR  significa pecar contra
Deus, os quais são resultados de um relacionamento errado com Deus. Aqueles que
juram  falsamente dessa  maneira  não são honestos, fiéis  e  sinceros  com  Deus.  Eles
podem   reivindicar   falar   e   agir   em   nome   de   Deus,   mas   sua   reivindicação   é   uma
falsidade. Tal falsidade certamente é uma ofensa a Deus.  
A   lei   de   Deus   dada   a   Moisés   tem   duas   seções:   a   primeira   concernente   ao
relacionamento entre o homem e Deus, e a segunda concernente aos relacionamentos
entre homens.   Ser reto com Deus e com o homem é ser justo. Aqueles que não são
retos com ambos, Deus e o homem, sofrerão o juízo de Deus.
 
F. O Julgamento de Deus dos Pecados Atinge
a Casa dos Pecadores e Reside Lá

Falando do julgamento de Deus, o versículo 4 diz, “Fá­lo­ei sair, diz o  SENHOR
dos exércitos, e entrará ele na casa do ladrão, e na casa daquele que jurar falsamente
pelo meu nome; ficará no meio da casa do tal e a consumirá juntamente com a sua
madeira e com as suas pedras”. A descrição neste versículo indica que o exercício do
juízo de Deus sobre os pecados será extremamente sério e também assaz completo.  

VII. A VISÃO DO VASO DE EFA

Os versículos de 5 a 11 descrevem a visão do vaso de efa que é o vaso de medir,
um recipiente capaz de conter um efa, usado para compra e venda em negócios.  

A. Seu Surgimento em Toda a Terra

“Então saiu o anjo que falava comigo e me disse: Levanta os teus olhos, e vê que
é isto que sai. Eu perguntei: Que é isto? Ele disse: É o vaso de efa que sai. Disse ele
mais: Esta é a sua semelhança em toda a terra” (vv. 5­6). Uma grande porcentagem da
população mundial está envolvida com negócios ou comércio. A aparência do comércio
não é ruim; antes, em toda a terra o comércio parece ter uma aparência adequada.
Mas como veremos, realmente o comércio de hoje é totalmente maligno.  

B. Uma Mulher Sentada dentro do Vaso de Efa

“E uma mulher estava sentada dentro do vaso de efa. Prosseguiu o anjo: Esta é
a impiedade” (vv. 7b­8a). Isto significa que a iniqüidade contida no comércio, é como a
cobiça, o engano e o amor ao dinheiro. O vendedor ama dinheiro e tenta tirar dinheiro
do bolso do comprador; o comprador também ama dinheiro e tenta obter as coisas para
si a um preço baixo, por meio disso economizando dinheiro.  
A   visão   em   Zacarias   5   corresponde   àquela   de   Babilônia,   a   Grande,   em
Apocalipse 18. Essas visões nos mostram que, aos olhos de Deus a iniquidade contida
no comércio é uma forma de idolatria e fornicação. Comércio é uma mulher adúltera
cobiçosa por ganhar dinheiro.  

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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
C. Uma Tampa de Chumbo Sobre Abertura do Vaso de Efa

Em Zacarias 5:7 e 8 vemos que uma tampa de chumbo, um peso de chumbo,
colocado sobre a abertura do vaso de efa. Isto significa a restrição da iniquidade no
comércio pela soberania de Deus. A iniquidade está escondida e restrita no comércio
internacional.   Se   o   comércio,   especialmente   o   comércio   internacional,   pudesse   ser
restringido, toda a terra seria santa.  

D. Duas Mulheres que Vão Adiante

“Então levantei os meus olhos, e vi: eis que saíram duas mulheres” (v. 9a). A
mulher tornando­se duas mulheres significa o duplo efeito do comércio uma vez que
ele se torna livre de restrição.  

E. Duas Mulheres Saíram do Vaso de Efa entre a Terra e os Céus

“E o vento estava nas suas asas (ora tinham elas asas como as asas da cegonha)
e elevaram o efa entre a terra e o céu” (v. 9b). Tudo isso significa a rápida difusão do
comércio iníquo.  

F. Uma Casa Edificada pela Mulher na Terra de Sinear

“Perguntei ao anjo que falava comigo: Para onde levam elas o efa? Respondeu­
me: Para lhe edificar uma casa na terra de Sinear; quando a casa tiver sido preparada,
ela será estabelecida no seu lugar” (vv. 10­11). Isto significa que a soberania de Deus
fará a iniquidade no comércio, a qual o povo de Israel aprendeu dos babilônios em seu
cativeiro, voltar para a Babilônia (a terra de Sinear). Deixe esta iniquidade voltar à
Babilônia. Todas as pessoas entre os eleitos de Deus devem ser honestas e simples em
seu viver.

ESTUDO­VIDA DE ZACARIAS
29
Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
MENSAGEM SETE

AS VISÕES DE CONSOLAÇÃO E PROMESSA
(6)

Leitura bíblica: Zc 6

As visões em Zacarias 5 e 6 são todas concernentes ao julgamento de Deus. No
capítulo cinco a visão do rolo volante (vv. 1­4) revela que a justa lei de Deus e sua
justiça   não podem   permitir  nenhuma   injustiça  na  terra.  Devemos  ser  corretos  com
Deus e o homem; caso contrário, sofreremos o julgamento de Deus. A visão do vaso de
efa   (vv.   5­11)  mostra­nos   que  a  pior  coisa   na   terra   é   o  comércio.   Aparentemente  o
comércio é algo bom, mas, na verdade, é maligno, cheio de maldade. Nesta mensagem
continuaremos a considerar os dois assuntos revelados no capítulo seis: a visão dos
quatro carros (vv. 1­8) e a palavra final para confirmar as oito visões neste livro (vv. 9­
15).  

VIII. A VISÃO DOS QUATRO CARROS

Em 6:1­8 temos a última das oito visões no livro de Zacarias—a visão dos quatro
carros.  

A. O Significado dos Quatro Carros

“De novo levantei os meus olhos, e vi: eis que quatro carros saíam dentre dois
montes”   (6:1a).   Os   quatro   carros   significam   os   quatro   ventos   (vv.   4­8)   dos   quatro
cantos da terra (Ap 7:1­3) para o julgamento de Deus dos pecados sobre a terra.  Estes
quatro ventos são usados por Deus para levar a cabo Sua administração em todo o
universo.   Em particular, eles são usados por Deus para levar a cabo Seu juízo, não
principalmente sobre pessoas individuais, mas sobre nações, governos e reinos.  
Na visão em Zacarias 1:18­21, Zacarias viu quatro chifres que foram levantados
para prejudicar e destruir o povo de Deus, Israel. Então Deus preparou esses quatro
“ferreiros” para destruir esses quatro chifres. O primeiro desses ferreiros foi o império
persa, soberanamente usado por Deus para destruir a Babilônia, o primeiro chifre. A
Pérsia era um grande império; seu território estendia desde o Mar Mediterrâneo até o
Oceano Índico. Certamente não era fácil para ninguém conquistar esse vasto império.
Mas   Alexandre   o   Grande,   um   homem   jovem,   veio   e   rapidamente   derrotou   tudo   do
império persa. Tudo isso estava debaixo do soprar do vento soberano de Deus para
trazer o segundo ferreiro para destruir o segundo chifre. Então Júlio César veio com o
exército romano e em pouco tempo conquistou o império grego, fundado por Alexandre.
O império romano, o último chifre, tem perdurado até agora por mais de dois mil anos.

1. Cada Carro é Equipado com Cavalos

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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
“No primeiro carro eram cavalos vermelhos, no segundo carro cavalos pretos, no
terceiro carro cavalos brancos, e no quarto carro cavalos baios com malhas” (6:2­3). O
fato de cada carro estar equipado com cavalos retrata o mover rápido do julgamento de
Deus. De nosso ponto de vista, o julgamento de Deus pode estar vindo lentamente.
Entretanto, segundo a visão de Deus, Seu julgamento vem rapidamente com um mover
rápido. 

2. Cavalos de Cores Diferentes

Esses cavalos de cores diferentes, vermelho, preto, branco e salpicado, repre­
sentam as diferentes maneiras do julgamento de Deus.  
Quando o Senhor Jesus vier, Ele será mais rápido que o vento; Ele será como o
relâmpago. O último vento trará Cristo como o último Ferreiro, o consumador, que
destruirá   o   Anticristo   com   seu   reino   e   pisará   o   grande   lagar.   Num   instante   Ele
esmagará a grande imagem humana (Dn 2) dos dedos do pé para a cabeça, terminando
todo o governo humano nesta terra.  

B. O Significado dos Dois Montes

 Zacarias 6:1 fala de dois montes. Os dois montes significam um testemunho do
juízo de Deus na terra.  Dentre os dois montes, os quatro ventos vêm para testificar a
toda à terra que Deus está no trono e que a terra está sob Sua administração.  

C. O Significado das Montanhas de Bronze

“E os montes eram de bronze” (v. 1b). Em tipologia o bronze tipifica julgamento.
Assim, esses dois montes de bronze tipificam montes de julgamento. O julgamento de
Deus vem para levar a cabo Seu testemunho.  

D. Aqueles Que Saíram da Terra do Norte Fazem
Repousar o Espírito de Deus na Terra do Norte

“E me chamou e me disse: Eis que aqueles que saíram para a terra do Norte
fazem repousar o meu Espírito na terra do Norte” (v. 8). Isto significa que os julga­
mentos sobre os países do norte, Assíria e Babilônia (Jr 1:14­15; 4:6; 6:1; 25:9; 46:10;
Ez 1:4), deu descanso ao Espírito de Deus. O julgamento sobre esses países foi um
conforto para Deus.  

IX. A PALAVRA CONCLUSIVA PARA
CONFIRMAR AS OITO VISÕES

Deus deu oito visões para confortar Israel. Zacarias 6:9­15 é a palavra final para
confirmar as oito visões de conforto, consolação e encorajamento.  

A. Por Meio da Coroação de Josué o Sumo sacerdote
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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
As visões são confirmadas pela coroação de Josué o sumo sacerdote—tipificando
Cristo em Seu sacerdócio—unido a Zorobabel o governador de Judá, tipificando Cristo
como o renovo de Davi em Seu reinado, que mantém os dois ofícios, o sacerdócio e o
reinado, em paz no Seu trono.   Antes da época de Zacarias, ninguém tinha mantido
ambos os ofícios, pois o sacerdócio é da tribo de Levi e da família de Arão, e o reinado é
da tribo de Judá e da família de Davi. Porém, o rei Uzias tentou usurpar o oficio do
sacerdócio (2Cr 26:18­21), mas Deus o castigou com lepra, e ficou leproso até o dia de
sua morte.  
Em   Zacarias   6:9­13   tanto   Josué   quanto   Zorobabel   são   um   tipo   de   Cristo.   Isso
significa que duas pessoas tipificam uma pessoa. Cristo  é o Único a manter os dois
ofícios   do   sacerdócio   e   do   reinado.   Quando   Ele   vier,   Ele   reunirá   o   sacerdócio   e   o
reinado sobre Seus ombros. Em toda história, Ele é a única pessoa qualificada para
conduzir os encargos destes dois ofícios na administração de Deus. Por conseguinte,
em   Hebreus   7,  Cristo   é   tanto  o   Sumo  Sacerdote   quanto  o  Rei,   como  tipificado  por
Melquisedeque (cf. Gn 14:18).   Visto que Melquisedeque carregava os dois ofícios, do
sacerdócio e do reinado, ele foi um tipo de Cristo como Aquele que carregaria tanto o
sacerdócio quanto o reinado na administração de Deus.  

B. A Garantia da Conclusão da Reconstrução do Templo de Deus

“Eis o homem cujo nome é o Renovo; brotará do seu lugar, e edificará o templo
do  SENHOR.   Ele   edificará   o   templo   do  SENHOR”   (Zc   6:12b­13a).   Isto   indica   que   a
palavra conclusiva no capítulo 6 é para a segurança da completação da edificação do
templo de Deus (v. 15). A coroação de Josué, foi uma garantia para o povo de que Deus
faria algo para completar a reedificação do templo. 

C. A Esplêndida Coroa Sendo como um
Memorial no Templo do SENHOR

“A coroa esplêndida será como um memorial no templo do SENHOR” (v. 14). Isto
significa o lembrar do Messias vindouro (Cristo) pelo povo escolhido de Deus. A coroa
com a qual Josué foi coroado foi removida de sua cabeça e posta no templo.  Ela devia
ser um memorial para os filhos de Israel a fim de lembrar o Messias vindouro, Aquele
que viria para ser o Rei e o Sacerdote, a fim de executar a administração de Deus, para
o cumprimento da economia de Deus.
  

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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
ESTUDO­VIDA DE ZACARIAS

MENSAGEM OITO

A ADVERTÊNCIA A ISRAEL PARA SE VOLTAR DA VAIDADE DE SUA
RELIGIÃO RITUALÍSTICA PARA A REALIDADE DE UMA VIDA
PIEDOSA, E O DESEJO DO SENHOR DE RESTAURAR ISRAEL

Leitura bíblica: Zc 7­8

Nesta mensagem consideraremos Zacarias 7 e 8. Estes capítulos abrangem a
advertência a Israel para se voltar da vaidade da religião ritualística (7:3­6; 8:19a)
para  a  realidade de uma  vida   piedosa  (7:7­14;  8:16­17,  19b) e  também  o  desejo do
SENHOR de restaurar Israel (8:2­23).  

I. A ADVERTÊNCIA A ISRAEL PARA SE VOLTAR DA
VAIDADE DE SUA RELIGIÃO RITUALÍSTICA PARA A
REALIDADE DE UMA VIDA PIEDOSA

A. Voltar da Vaidade de Sua Religião Ritualística 

Zacarias   7:3­6   fala   da   vaidade   da   religião   ritualística.   Em   particular,   esses


versículos mencionam o choro e o jejum. O povo de Israel chorou, jejuou e separou a si
mesmo no décimo mês para expressar sua dor pelo ataque e sítio a Jerusalém pelos
babilônios (Jr 52:4). O povo chorou, jejuou e separou a si mesmo no quarto mês para
expressar sua dor pela demolição da cidade de Jerusalém (2Rs 25:3­4). Israel chorou,
jejuou   separou   a   si   mesmo   no   quinto   mês   para   expressar   sua   dor   pela   queima   do
templo de Deus e a cidade de Jerusalém (Jr 52:12­13), e no sétimo mês para expressar
sua aflição pelo assassinato de Gedalias (2Rs 25:22­26).  

B. Voltar para a Realidade de uma Vida Piedosa

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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
Israel não foi somente advertido para voltar da vaidade da sua religião ritua­
lística, mas também voltar à realidade de uma vida piedosa.  

1. Para Ouvir a Palavra de Deus

Primeiro, foi dito a Israel que desse ouvidos à palavra de Deus proclamada pelos
profetas (Zc 7:7, 11).  

2. Julgar com Juízo Verdadeiro

Se o povo de Israel quisesse ter a realidade de uma vida piedosa, eles teriam que
julgar com juízo verdadeiro, mostrar misericórdia e compaixão, cada um para com seu
irmão, não oprimir a viúva e o órfão, nem o estrangeiro e o pobre, e nenhum deles
intentassem no seu coração o mal contra seu irmão (vv. 9­10; 8:16b­17a).  

3. Cada Homem Falando a Verdade ao Seu Próximo

Além disso, o povo de Deus foi incumbido de cada homem falar a verdade ao seu
próximo. Não era para eles intentarem mal em seus corações contra o seu próximo,
nem   amassem   o   juramento   falso,   porque   todas   essas   eram   odiadas   pelo  SENHOR
(8:16a, 17b).  

4. Amar a Verdade e a Paz

Finalmente, os filhos de Israel deveriam amar a verdade e a paz (v. 19b). Eles
foram advertidos para que voltassem da sua religião ritualística com choro e jejum à
realidade   de   uma   vida   piedosa,   uma   vida   plena   de   justiça,   bondade,   compaixão,
verdade, e paz.  

II. O DESEJO DO SENHOR DE RESTAURAR ISRAEL

Zacarias   8   revela   o   desejo   do  SENHOR  para   restabelecer   Israel.   Esta   é   uma


questão preciosa.  

A. O Desejo do SENHOR e a Restauração de Israel

1. O SENHOR dos Exércitos Zela por Sião com um Grande Zelo

O SENHOR dos exércitos zela por Sião com grande zelo. Sem dúvida, Ele zela por
ele com grande furor contra seus inimigos (v. 2). Embora Deus seja amor, Ele tem
grande furor contra os inimigos de Seu povo. Ele tem zelo pelos Seus amados eleitos.

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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
2. O SENHOR Retorna a Sião e Habita no Meio de Jerusalém

Assim   diz   o  SENHOR:   Tenho   voltado   para   Sião,   e   habitarei   no   meio   de


Jerusalém, e Jerusalém será chamada a cidade da verdade, e o monte do SENHOR dos
exércitos, o monte santo (v. 3).  

3. Os Velhos e Velhas Habitarão nas Ruas de Jerusalém

Assim   diz   o  SENHOR  dos   exércitos:   Ainda   nas   ruas   de   Jerusalém   habitarão
velhos e velhas, tendo cada um na mão o seu cajado por causa da sua muita idade (v.
4). Isso indica que a cidade estará numa situação maravilhosa e que os velhos e velhas
terão o verdadeiro desfrute de vida.  

4. As Ruas da Cidade Estarão Cheias de Meninos e Meninas Brincando

As ruas da cidade serão cheias de meninos, que brincarão nas suas ruas (v. 5).
Isso indica que a cidade estará tranquila e muito agradável.  

5. Será Maravilhosa Tanto aos Olhos do Resto de
Israel Quanto aos Olhos do SENHOR

A situação de Jerusalém na restauração será tão maravilhosa tanto aos olhos do
resto do povo quanto aos olhos do SENHOR (v. 6). Quando as pessoas virem o deleite de
Jerusalém, elas poderão dizer, “Isso é maravilhoso!” e Deus poderá dizer, “Sim, isso é
maravilhoso!”  

6. O SENHOR Salva Seu Povo da Terra do Oriente e da Terra do 
Ocidente

Assim diz o  SENHOR  dos exércitos: Eis que salvarei o meu povo, tirando­o da


terra   do   oriente   e   da   terra   do   ocidente;   eu   os   trarei,   e   eles   habitarão   no   meio   de
Jerusalém; eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus em verdade e em justiça (vv. 7­
8). Acredito que a terra do oriente é a Babilônia e que a terra do ocidente é a Espanha,
pois naquela época a Espanha era considerada a maior parte da terra, o lugar do pôr­
do­sol.  

7. Os Filhos de Israel São Encorajados à Serem Fortes

Assim diz o SENHOR dos exércitos: Sejam fortes as vossas mãos, ó vós que nestes
dias ouvis estas palavras da boca dos profetas, que existiam nos dias em que foi posto
o fundamento da casa do SENHOR  dos exércitos, isto é, do templo, a fim de que fosse
edificado  (v. 9). Esta é uma palavra encorajando os filhos de Israel a serem fortes e
valentes e finalizar a obra de reedificação da casa de Deus.  

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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
8. O Resto dos filhos de Israel Ganham Salários
e Também Seus Animais

Pois antes daqueles dias não tinham os homens salários, nem os animais lhes
davam ganhos; nem havia paz para o que saía, nem para o que entrava por causa do
adversário; porque incitei todos os homens, cada um contra o seu próximo (vv. 10­11).  

9. O SENHOR Faz Com que o Resto de Israel Herde Bênçãos

Pois haverá a semente da paz: a vide dará o seu fruto, e a terra produzirá a sua
novidade, e os céus darão o seu orvalho; e farei que o resto deste povo herde todas
estas coisas (v. 12). Por causa dessas bênçãos, toda a região será frutífera e produtiva
para o desfrute do povo.  

10. O SENHOR Salva o Povo e o Povo Torna­se uma Bênção

Como vós éreis uma maldição entre as nações, ó casa de Judá e ó casa de Israel,
assim eu vos salvarei, e sereis uma bênção; não tenhais medo, mas sejam fortes as
vossas mãos. Pois assim diz o  SENHOR  dos exércitos: Como resolvi fazer­vos o mal,
quando   vossos   pais   me   provocaram   à   ira,   diz   o  SENHOR  dos   exércitos,   e   não   me
arrependi; assim tornei a resolver nestes dias fazer o bem a Jerusalém e à casa de
Judá; não tenhais medo (vv. 13­15). Deus será bom para eles em todos os sentidos.  

11. Os Jejuns Tornam­se Gozo e Alegria e em
Festas Alegres para a Casa de Judá

Assim diz o SENHOR  dos exércitos: O jejum do quarto, e o jejum do quinto, e o
jejum do sétimo, e o jejum do décimo mês se tornará para a casa de Judá em gozo e em
alegria, e em festas alegres; portanto amai a verdade e a paz (v. 19). Em vez de jejuns
haverá festas alegres cheia de boa comida para o desfrute do povo de Israel.  
B. As Nações Vêm a Israel Pedir o Favor do SENHOR, 
e os filhos de Israel São Sacerdotes a Elas

As nações virão a Israel para pedir o favor, a graça, do SENHOR, e os filhos de
Israel serão sacerdotes para elas (vv. 20­23). Antes desse tempo toda a nação de Israel
será um sacerdócio. Eles ensinarão os gentios, as nações, a conhecer  o caminho de
Deus   e   a   pessoa   de   Deus,   e   eles   lhes   ensinarão   a   adorar   e   servir   a   Deus.   Como
sacerdotes,   eles   trarão   as   nações   à   presença   de   Deus   para   que   elas   possam   ser
iluminadas, corrigidas e favorecidas com todas as riquezas de Deus. Isto é o sacerdócio.
No reino milenar, depois que os judeus forem salvados na vinda do Senhor, eles se
tornarão os sacerdotes para ensinar todas as nações a se arrependerem.  

1. Os Povos, Até mesmo os Habitantes de
Muitas Cidades, Virão à Israel

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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
“Os   habitantes   de   uma   cidade   irão   à   outra   cidade,   dizendo:   Vamos   apressa­
damente   para   suplicar   o   favor   [graça]  do  SENHOR,   e   para   buscar  o  SENHOR  dos
exércitos;   eu   também”   (v.   21).   O   versículo   22   continua   dizendo,   “Muitos   povos   e
poderosas nações virão a buscar em Jerusalém ao SENHOR dos exércitos e a suplicar o
favor  do  SENHOR.” Espero que naquele dia em todas as igrejas locais que a situação
seja como essa. Sempre que alguém disser, “Vamos à reunião”, outros possam dizer,
“Eu também irei.” Essa será a situação no milênio. Não somente todo o povo de Israel,
mas também os gentios que estarão vivendo com eles buscarão a Deus.  

2. Dez Homens Pegarão na Orla da Veste de
um Judeu Dizendo Que Irão Com Eles 

“Assim diz o SENHOR dos exércitos: Naqueles dias pegarão dez homens de todas
as línguas das nações, sim, pegarão da orla da veste daquele que  é judeu, dizendo:
Iremos   convosco,   porque   temos   ouvido   que  Deus   é  convosco.”   (v.   23;   Is   2:2­3a).  De
alguma   maneira   o   Senhor   reverterá   a   situação   de   Babel   e   lidará   com   o   problema
causado   pelas   diferentes   línguas   entre   as   nações.   Deus   já   fez   isso   uma   vez,   em
Pentecostes   (At   2).   O   que   aconteceu   em   Pentecostes   é   uma   prefiguração   do   que
ocorrerá durante a era do reino milenar.  

3. Os Filhos de Israel Serão Sacerdotes para as Nações

Os filhos de Israel serão os sacerdotes para as nações (Isa. 2:3b­4a). A intenção
de Deus segundo Êxodo 19:6 era ter Israel como uma nação de sacerdotes, e Ele nunca
esqueceu isso. Deus tem esperado por um tempo oportuno para fazer isso, mas não
tem, contudo, havido a chance de fazê­lo. Na época da restauração, todos os Israelitas
serão os sacerdotes. Eles estarão muito ocupados como sacerdotes para as nações, ensi­
nando­as como adorar e servir o  SENHOR. As nações antigamente eram idólatras ou
ateístas, mas todas elas se voltarão a Deus, e Deus se voltará a elas para ser o Seu
Deus. Portanto, elas precisarão aprender a como adorar e servir o SENHOR.  
Essa   foi   a   palavra   encorajadora   falada   aos   filhos   de   Israel.   Zacarias   parecia
estar dizendo, “Se esqueçam de jejuar e lamentar. Voltem­se para Deus e voltem­se
para uma vida piedosa. Então um tempo de restauração virá entre vocês, e as nações
se voltarão a vocês e voltarão a habitar com vocês como povo de Deus. Vocês tomarão a
frente para ajudá­los, ensiná­los e acompanhá­los na adoração de Deus.”  
Durante o reino milenar, Israel estará na parte terrena, ao passo que nós, os
crentes do Novo Testamento, estaremos na parte celestial. Seremos os reis, os co­reis
com  Cristo, e também  seremos  os  sacerdotes, os sacerdotes  celestiais para servir a
Deus. Porém, nem todos os crentes estarão lá, mas somente os crentes vencedores.
Estar ou não no reino milenar que será um tempo de provas para nós, dependerá se
formos   ou   não   vencedores   em   nossa   vida   cristã   nesta   era.   Se   formos   vencedores,
estaremos   na   parte   celestial   do   reino   milenar   como   os   reis   e   sacerdotes.   Se   não,
estaremos em algum outro lugar para sermos disciplinados e nos tornarmos amadure­
cidos.  

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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
ESTUDO­VIDA DE ZACARIAS

MENSAGEM NOVE

AS PROFECIAS DE ENCORAJAMENTO
(1)

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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
Leitura bíblica: Zc 9

O encargo de Zacarias era ajudar o povo de Israel que retornou a ver o propósito
de Deus. Naquela época o propósito de Deus era restaurar o templo como o centro do
Seu interesse. Por meio de Zacarias o Senhor parecia estar dizendo a eles, “Eu não
quero seu jejum e lamentação. Esqueçam essas coisas. Eu peço­lhes até mesmo que
esqueçam o que fiz no passado para lidar com vocês. Vocês precisam saber o que quero
que   façam   hoje.   Quero   que   vocês   percebam   que   Meu   desejo   é   que   o   templo   seja
edificado pelo Meu povo para ser o centro e realidade do Meu interesse na terra.” Hoje
a intenção de Deus, Seu desejo, é que sejamos um com Ele. Ele trouxe­nos de volta ao
lugar genuíno, para a base, para a fundação do templo. Deus quer que vejamos que o
Seu interesse, desejo e encargo é terminar a edificação desse templo.  
Deus tem um encargo. Este encargo é que Ele possa ganhar um povo nesta era
para conhecer Seu coração, perceber Seu desejo e ser um com Ele para edificar o Corpo
de Cristo. Este é o desejo de Deus. O desejo de Deus está relacionado à Sua economia.
A economia de Deus é ter Cristo como tudo, tê­Lo como o centro e a circunferência, a
centralidade e a universalidade do mover de Deus nesta terra. Todos nós precisamos
ver isso.  
Ao longo do livro de Zacarias Cristo é revelado. No capitulo um vemos Cristo
como o Homem montado num cavalo vermelho para cuidar do sofrimento do povo de
Deus; no capítulo dois, como Aquele que está medindo Jerusalém; no capítulo três,
como   Aquele   que   é   o   Sumo   Sacerdote,   tipificado   por   Josué   o   sumo   sacerdote   e
retratado   pela   pedra   com   sete   olhos;   no   capítulo   quatro,   como   Aquele   que   é   o
verdadeiro   Rei,   tipificado   por   Zorobabel   e   no   capítulo   seis,   como   o   Único   que   está
qualificado   para   sustentar   tanto   o   oficio   do   sacerdócio   quanto   do   reinado   para   a
consumação da edificação do templo de Deus. Agora devemos continuar a ver que esse
Cristo todo­inclusivo está completamente envolvido com a história humana. A história
humana   desde   Adão  até  a   última  pessoa   da   raça   humana  não   é  nada   sem   Cristo.
Entretanto, segundo a economia de Deus, Cristo está intimamente envolvido com a
história humana. Isso significa que Cristo está envolvido com cada aspecto crucial dos
quatro   impérios   representados   pela   grande   imagem   humana   em   Daniel   2.   Como
veremos, o Cristo revelado em Zacarias 9­14  é um Cristo que está envolvido com a
história humana de maneira refinada, particular e até mesmo íntima.  
As   visões   nos   capítulos   de   um   a   seis   de   Zacarias   eram   principalmente   para
consolação   dos   filhos   de   Israel,   ao   passo   que   as   profecias   nos   capítulos   de   nove   a
quatorze   são   principalmente   para   o   encorajamento   deles.   Sem   Cristo   não   há   nem
consolação   nem   encorajamento.   A   consolação   em   Zacarias   de   1—6   é   Cristo,   e   o
encorajamento em Zacarias de 9—14 também é Cristo. Nesta mensagem considera­
remos a primeira das profecias de encorajamento.  

I. A PROFECIA CONCERNENTE ÀS NAÇÕES AO REDOR
DE JUDÁ EM RELAÇÃO A ISRAEL
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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
A profecia em Zacarias 9 diz respeito às nações ao redor de Judá em relação a
Israel.  

A. Concernente à Destruição Realizada sobre as Nações ao
redor de Judá por Alexandre o Grande

A profecia nos versículos de 1 a 7 diz respeito a destruição realizada sobre as
nações ao redor de Judá por Alexandre o Grande, rei do império grego (336­323 a.C.,
com a influência de seus quatro sucessores até 44 a.C.), profetizada por Daniel em seu
livro como o abdômen e as coxas da grande imagem humana em 2:32c, como a terceira
besta em 7:6, como o bode em 8:5, e como um rei poderoso em 11:3.  

B. O SENHOR Protegendo Jerusalém com Seu Templo como Sua Casa

Zacarias 9:8 diz, “Ao redor da Minha casa acamparei contra o exército, para que
ninguém passe nem volte; e não passará mais por eles o exator: pois agora o tenho
visto com os meus olhos.” Isso revela que durante o ataque de Alexandre o Grande, o
Senhor protegeu Jerusalém com seu templo como Sua casa. Embora Alexandre, um rei
poderoso, tenha causado dano a tantas nações ao redor de Judá, ele não causou muito
dano à Judá e Jerusalém, e não danificou em nada o templo.  

C. Cristo É Bem Recebido Temporariamente como
o Rei em Jerusalém de Forma Humilde

Os dois versículos no capítulo nove estão relacionados com Cristo, os versículos
9 e 10, são uma inserção. Isso significa que o versículo 11 é na verdade a continuação
do versículo 8. O versículo  9 diz, “Regozija­te muito, filha de Sião;  exulta,  filha  de
Jerusalém; eis que vem a ti o teu rei. Ele é justo, e trás a salvação; ele é pobre e vem
montado sobre um jumento, sobre um potrinho, filho de uma jumenta.” Isso revela que
Cristo viria de maneira justa com salvação para nós e que Ele montaria num jumento,
filho   de   uma   jumenta.   Esse   versículo   foi   cumprido   nos   quatro   Evangelhos   quando
Jesus Cristo entrou em Jerusalém a última vez. Ele veio como um Rei, mas como um
Rei humilde, um Rei humilhado, não montando em um cavalo majestoso, mas em um
jumentinho.  

D. O Reino Milenar como um Tempo de Restauração

O versículo 10 diz, “E destruirei os carros de Efraim e os cavalos de Jerusalém, e
o arco de guerra será exterminado. Ele anunciará a paz às nações; o seu domínio se
estenderá de mar a mar, e desde o Rio até as extremidades da terra.” Isso se refere ao
reino milenar que será um tempo de restauração. No milênio, Deus fará cessar toda
guerra. Esta palavra concernente ao reino certamente deve ter sido um conforto e um
encorajamento ao povo de Israel.  
A sequência nesse capítulo é muito significativa. Os versículos de 1 a 7 dizem
respeito ao dano e devastação causados por Alexandre o Grande às nações ao redor de
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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
Judá. Então o versículo 8 continua a dizer que o próprio Senhor se acampou ao redor
do  Seu  templo dentro  da   cidade  santa. Isso  salvou  Judá, Jerusalém  e o  templo da
devastação de Alexandre. Jerusalém e o templo foram poupados e salvos da devastação
do inimigo. Isso foi uma boa libertação e um sinal da restauração vindoura. Porém, a
restauração   vindoura   precisa   da   vinda   de   Cristo.   Por   isso,   depois   da   palavra   no
versículo 8 concernente à libertação de Jerusalém e o templo, o versículo 9 diz que
Cristo está vindo, sendo justo e trazendo salvação. Finalmente, a situação está correta
e adequada para a vinda de Cristo, e Ele virá humildemente, e também de maneira
íntima, montado num jumento.  
Qual deve ser o resultado da vinda de Cristo? Como o versículo 10 indica, após a
Sua vinda, paz e restauração deverá estar aqui, e o domínio de Deus também deverá
estar aqui. Na restauração o primeiro item é paz: “Ele anunciará paz às nações.” O
segundo item é domínio: “Seu domínio se estenderá de mar a mar.”  
Entretanto, quando Cristo veio a primeira vez, Ele foi bem recebido temporaria­
mente   e   por   fim   foi   rejeitado,   detestado   ao   máximo,   e   levado   à   morte   para   ser
crucificado. Com relação à Sua rejeição pelos filhos de Israel, o Senhor Jesus disse,
“Jerusalém, Jerusalém!  Que matas  os  profetas  e  apedrejas  os  que  te são enviados!
Quantas vezes Eu quis reunir os teus filhos, como a galinha ajunta a sua ninhada
debaixo das asas, e vós não quisestes! Eis que a vossa casa vos é deixada deserta” (Mt
23:37­38). A palavra casa denota a casa de Deus, a qual era o templo. Ela era a casa de
Deus, mas aqui ela é chamada “sua casa.” A casa de Deus tinha se tornado a casa
deles, e ela seria totalmente destruída por Titus em 70 d.C. (Mt 24:2).  
Porque os filhos de Israel rejeitaram Cristo o Rei, a restauração foi suspensa por
um templo, e o momento do julgamento sobre os filhos de Israel começou, o qual durou
aproximadamente vinte séculos. Portanto, Cristo precisa vir uma segunda vez, desta
vez não montando um jumento, mas vindo como relâmpago (Mt 24:27). Então a paz e o
reino   eterno,   como   o   domínio   de   Deus,   estarão   na   terra   de   mar   a   mar.   Esta   é   a
sequência de acordo com o significado espiritual.  

E. Concernente à Vitória dos Heróis Judeus
Macabeus Sobre Antíoco Epifânio

A profecia nos versículos 11 a 17 de Zacarias 9 diz respeito à vitória dos heróis
judeus Macabeus sobre Antíoco Epifânio, o rei da Síria (175­163 a.C.), o reino do norte,
profetizado por Daniel em seu livro em 8:9­14, 23­25 e 11:28­35. Antíoco Epifânio foi o
primeiro   tipo   da   vinda   do   Anticristo,   que   fará   as   coisas   malignas   profetizado   em
Daniel 8:10­13, 23­25,; 11:30­32a.  
Deus levantou os heróis Macabeus para encontrar Antíoco e derrotá­lo. Daniel
11:32b diz, “Mas o povo que conhece o seu Deus se tornará forte e ativo.” Creio que os
Macabeus e os seus seguidores sabiam que esta palavra se aplicava a eles e que eles
foram encorajados por ela. Eles mostraram força e agiram contra Antíoco Epifânio.  
Zacarias 9:13 diz, “Porque para mim curvei Judá como um arco e o enchi de
Efraim; suscitarei a teus filhos, ó Sião, contra os teus filhos, ó Javã! E te porei, ó Sião,
como espada de valente.” A palavra  Javã aqui  refere­se  à Grécia e  é a chave para
compreender os versículos de 11 a 17. Os filhos da Grécia são Antíoco e os que estão
com ele, e os filhos de Sião são os Macabeus. Assim, o versículo 13 está dizendo que na
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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
época de Antíoco Epifânio Deus despertaria Seus filhos, os filhos de Sião, contra os
filhos da Grécia.  
Os versículos 14 e 15 continuam dizendo, “Por cima deles será visto o SENHOR, e
as suas flechas sairão como o relâmpago; o Senhor Jeová tocará a trombeta, e irá com o
redemoinho do sul. O SENHOR dos exércitos os defenderá; eles devorarão, e pisarão aos
pés as fundas; beberão, e farão alvoroço como de vinho; e ficarão cheios como as bacias
de sacrifício, como os cantos do altar.” Nestes versículos  deles  e  eles  se referem aos
Macabeus que seriam defendidos por Deus.  
O versículo 16 continua, “O  SENHOR  seu Deus os salvará naquele dia como o
rebanho do seu povo; porque eles serão como as pedras de uma coroa, elevadas sobre a
terra dele. “Aquele dia” refere­se a 25 de dezembro de 161 a.C. 
O versículo 17 conclui, “Pois quão grande é a sua bondade, e quão grande é a
sua formosura! O trigo fará florescer os mancebos, e o mosto as donzelas”. Esta é uma
palavra falada em congratulações aos Macabeus por sua vitória.  
A   primeira   parte   deste   capítulo   está   relacionada   a   Alexandre   o   Grande,   e   a
última parte, com Antíoco Epifânio. A palavra concernente à Cristo, que está envolvido
com a história humana, é inserida nos versículos 9 e 10. Cristo, claro que, não veio
durante o tempo do império grego, mas durante o tempo do império romano. Como
veremos em uma mensagem posterior, Zacarias também profetizou com respeito ao
império romano.  

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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
ESTUDO­VIDA DE ZACARIAS

MENSAGEM DEZ

AS PROFECIAS DE ENCORAJAMENTO
(2)

Leitura bíblica: Zc 10

Nesta mensagem consideraremos a profecia de encorajamento em Zacarias 10.  

II. A PROFECIA CONCERNENTE À VISITAÇÃO
AMOROSA DO SENHOR A ISRAEL

A   profecia   no   capítulo   dez   de   Zacarias   diz   respeito   à   visitação   amorosa   do


Senhor a Israel. Como veremos, esta visitação amorosa é de fato a vinda de Cristo a
Israel.  

A. O Senhor Encoraja os filhos de Israel a Buscar Mais Bênçãos

“Pedi ao  SENHOR  chuva no tempo das chuvas serôdias, ao  SENHOR, que faz as


nuvens  de chuva,  dá  aos homens  aguaceiro e a cada um, erva no campo”  (v. 1). A
palavra   chuva   aqui   significa   bênção.  Pedir  por  mais   chuvas   é  buscar  mais  bênção.
Assim, nesse versículo o Senhor está encorajando os filhos de Israel a buscar mais
bênçãos enquanto Ele é favorável a eles. Enquanto o Senhor for tão favorável a nós,
devemos pedir­Lhe que nos envie ainda mais favor. Considerando que Deus está nos
dando abundância de chuva, devemos pedir­Lhe mais chuva. Isso indica que todos nós
precisamos orar pelas bênçãos abundantes do Senhor.  

B. O Senhor Punirá os Falsos Pastores

Os versículos que 2 e 3a dizem, “Porque os ídolos do lar falam coisas vãs, e os
adivinhos veem mentiras, contam sonhos enganadores e oferecem consolações vazias;
por isso, anda o povo como ovelhas, aflito, porque não há pastor. Contra os pastores se
acendeu a minha ira, e castigarei os bodes­guias.” Entre os judeus no tempo antigo,
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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
muitos   possuíam   ídolos   domésticos,   os   quais   eram   imagens   ou   falsos   deuses   que
guardavam  em  suas  casas. Todos esses  falsos  deuses  e  todos  os  adivinhos  falavam
mentiras e falsos sonhos; eles confortavam em vão. Então, as pessoas vagavam como
ovelhas. Eles eram afligidos porque não havia nenhum pastor. O versículo 3 nos diz
que a ira do Senhor foi acendida contra os pastores e que Ele castigaria os bodes­guias.
Os pastores aqui são os bodes­guias. Os pastores adequados são os profetas, as pessoas
adequadas que falam por Deus.  
Hoje temos uma prática maravilhosa na vida da igreja. Encorajamos todos os
santos a profetizarem; fazemos de cada santo um profeta. No mover do Senhor entre
Seu povo hoje, o mais importante é falar por Ele. Paulo encorajou todos os santos a
profetizarem (1Co 14:1, 24, 31, 39a).  

C. O Senhor Visita a Casa de Judá como o Seu Rebanho

“Mas o SENHOR dos Exércitos tomará a seu cuidado o rebanho, a casa de Judá, e
fará desta o seu cavalo de glória na batalha” (Zc 10:3b). Deus veio ao Seu povo de tal
maneira graciosa para visitá­los. Sua visita a eles foi a vinda de Cristo a eles. Claro
que, o capítulo dez não menciona o nome Jesus Cristo ou Messias, mas a palavra visita
aqui deve ser compreendida como a vinda de Cristo. Dois mil anos atrás Ele veio na
forma de um homem.
Esta porção da Palavra fala sobre o Pastor do rebanho de Deus. No Novo Testa­
mento o Senhor Jesus se comparou a um pastor. Ele veio como o verdadeiro Pastor e
condenou os outros pastores que eram os anciões, os escribas e os sacerdotes. Eles
eram pastores iníquos, mas o Senhor Jesus era o único Pastor. Ele até mesmo nos
disse que Ele era o bom Pastor que dava Sua vida pelas ovelhas (Jo 10:11, 14­15). Por
um lado, o Senhor puniu os falsos pastores; por outro lado, Ele, o verdadeiro Pastor,
visitou Seu rebanho.  
Ao visitar Seu rebanho Ele faz dele como um cavalo de majestade. Você é uma
ovelha ou um cavalo de majestade? Todos nós precisamos progredir de forma que não
sejamos mais ovelhas, mas cavalos de majestade. Depois de ser visitada pelo Senhor
como   o   Pastor,   cada   ovelha   fraca   entre   o   povo   de   Deus   torna­se   um   cavalo   de
majestade.

D. De Judá Sairá a Pedra Angular, o Prego, o
Arco de Batalha, e Todos os Chefes Juntos

Zacarias 10:4 continua, “De Judá sairá a pedra angular, dele a estaca da tenda,
dele o arco de guerra, dele sairão todos os chefes.” O pronome dele três vezes usado
neste versículo refere­se a Judá no versículo anterior. O versículo 4 indica que quando
nos tornamos cavalos de majestade, nos tornamos uma pedra angular, estacas, arcos
de guerra e chefes. Quando nos tornamos cavalos, produzimos esses quatro tipos de
coisas.  

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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
E. A Casa de Judá e o Povo de Efraim São como Homens
Poderosos que Pisoteiam Seus Inimigos

A casa de Judá e o povo de Efraim serão como homens poderosos que pisoteiam
seus inimigos, porque o SENHOR está com eles (v. 5). O SENHOR fortalecerá a casa de
Judá e salvará a casa de José. O SENHOR os trará de volta, porque Ele tem compaixão
deles, e será como se Ele não os tivesse rejeitado. O SENHOR é o seu Deus, e Ele lhes
responderá   (v.   6).   Seus   corações   se   alegrarão   como   que   pelo   vinho,   e   corações   se
exultarão no SENHOR (v. 7). Esta deve ser nossa situação e condição na vida da igreja
hoje.  

F. O SENHOR Assobia para Eles e Os Ajuntam

Os versículos de 8 a 12 revelam aspectos adicionais da visitação amorosa do
Senhor a Israel. O versículo 8 diz, “Eu lhes assobiarei, e os ajuntarei; porque os tenho
remido; multiplicar­se­ão, como se têm multiplicado”. O assobio do Senhor não é estri­
dente, mas moderado e suave, algo como o cantar de um pássaro. Frequentemente
durante nosso tempo de reavivamento matinal, o Senhor assobia a nós, nos chamando
e nos ajuntando a Ele.  
Os versículos 9 e 10 continuam, “Eu os semearei por entre os povos, e em terras
remotas se lembrarão de mim; viverão com seus filhos, e tornarão a vir. Também os
farei voltar da terra do Egito, os congregarei da Assíria e os trarei para a terra de
Gileade e do Líbano; não se achará lugar para eles.” O povo do Senhor certamente se
multiplicará. Creio que veremos muitos novos nas igrejas locais. Isso será a verdadeira
multiplicação da nova maneira.  
O versículo 11 continua a dizer, “Ele passará o mar de aflição e ferirá as ondas
no mar, e todas as profundezas do Nilo secarão; a soberba da Assíria será abatida, e o
cetro do Egito se retirará. O mar mencionou que aqui é o Mar Vermelho que, junto com
o Nilo, protege o Egito e o mantém separado. Porém, Deus golpeará as ondas no Mar
Vermelho e secará o Nilo.  
O versículo 12 conclui, “Eu os fortalecerei no SENHOR; e no seu nome andarão,
diz o SENHOR.” O Eu aqui é o SENHOR, indicando que o SENHOR fortalecerá Seu povo
Nele mesmo. Eles então andarão no Seu nome. Estar no nome de alguém é ser um com
a pessoa que é a realidade daquele nome. Estar no nome de Deus é ser um com Deus
em nosso andar diário, viver, caminhada e ter nosso ser no nome de Deus.  
Tudo   do   capítulo   dez   fala   sobre   a   visitação   amorosa   de   Deus.   Precisamos
perceber e lembrar que esta visitação é na verdade a vinda de Cristo. Posso teste­
munhar   pela   minha   experiência   que   quando   desfrutamos   a   visitação   amorosa   do
Senhor, nossa situação é exatamente igual a do povo de Deus descrita neste capítulo.
Frequentemente após desfrutarmos tal visitação amorosa, nossa situação muda. Em
Sua visitação amorosa, Ele nos encoraja para que busquemos mais bênçãos. Somos
pequenos cordeiros, mas depois da Sua visitação amorosa, nos tornamos cavalos. Não é
que   somos   ousados   ou   fortes,   mas   depois   da   visitação   do   Senhor   com   Seu   querido
toque, somos fortalecidos para nos tornar cavalos de majestade na batalha. Por fim, o
Senhor nos fortalece em Si mesmo de maneira que possamos andar em Seu nome.  

45
Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
ESTUDO­VIDA DE ZACARIAS

MENSAGEM ONZE 

AS PROFECIAS DE ENCORAJAMENTO
(3)

Leitura bíblica: Zc 11

Nesta mensagem consideraremos a profecia no capítulo onze de Zacarias.  

III. A PROFECIA CONCERNENTE AO VIVER DE ISRAEL
DEBAIXO DA OPRESSÃO DO IMPÉRIO ROMANO

A   profecia   em   Zacarias   11   aborda   o   viver   de   Israel   debaixo   da   opressão   do


império   romano.   Como   veremos,   neste   capítulo   há   evidência   que   prova   que   está
relacionado à tirania do império romano.  

A. A Destruição Realizada na Vizinhança
de Israel pelo Império Romano

46
Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
Os versículos de 1 a 3 revelam a destruição realizada na vizinhança de Israel
pelo império romano. O fogo no versículo 1 refere­se à vinda do César romano para
devastar o Líbano e o Jordão.  

B. Os Filhos de Israel Caem nas Mãos dos
Seus Vizinhos e na Mão de Seus Reis

O viver de Israel sob a tirania do império romano é visto nos versículos de 4 a 6.
Os filhos de Israel caíram nas mãos dos seus vizinhos e nas mãos de seus reis. Os
vizinhos mencionados no versículo 6 se referem aos reis e governadores subordinados
ao império romano, como Herodes e Pilatos, na região da Palestina. O rei no versículo
6 é César.  

C. O SENHOR como Jesus Apascenta o Aflito do Rebanho de Israel
 
Nos versículos de 7 a 11 e 14, vemos o  SENHOR  como Jesus que apascenta o
aflito do rebanho de Israel. O versículo 7a diz, “Assim apascentei as ovelhas destina­
das para o matadouro, verdadeiramente as ovelhas mais miseráveis.” O “Eu” aqui se
refere ao  SENHOR, como indicado no versículo anterior. O  SENHOR  como Jesus veio
para alimentar Seu povo, que estavam prestes a ser massacrado, os aflitos do rebanho.
Os   versículos   7b   a   11   dizem,   “Tomei   para   mim   duas   varas;   a   uma   chamei
Formosura,   a   outra   chamei   União;   e   apascentei   as   ovelhas.   Exterminei   os   três
pastores num só mês; porque a minha alma se enfastiou deles, e a sua alma também
teve nojo de mim. Então eu disse: Não vos apascentarei: o que morre, morra; o que há
de ser exterminado, seja exterminado, e os que restam, comam cada um a carne do seu
próximo. Tomei a minha vara Formosura e a fiz em pedaços, para destruir a minha
aliança   que   tinha   feito   com   todos   os   povos.   Foi   quebrada   naquele   dia;   assim   as
miseráveis   dentre   as   ovelhas   que   me   respeitaram,   reconheceram   que   isto   era   a
palavra   do  SENHOR.”   Aqui   vemos   que   o  SENHOR  como   Jesus   trouxe   duas   varas   —
Formosura e União. Formosura refere­se à graça, e União refere­se a estar vinculado
na unidade.  Jesus veio como o Pastor para alimentar o rebanho de Deus com graça, de
modo que eles possam ter unidade. Então o  SENHOR  como Jesus, pôs à parte os três
pastores—os sacerdotes, os anciões e os escribas. Ele os destruiu, e as suas almas O
detestaram. O Senhor Jesus como o Pastor adequado, foi rejeitado, deixando os filhos
de Israel como um rebanho sem qualquer pastor (Jo 10:11). Com respeito a Israel estar
sem   um   pastor,   Mateus   9:36   diz,   “Vendo   ele   as   multidões,   compadeceu­se   delas,
porque estavam aflitas e errantes, como ovelhas que não têm pastor.” Além disso, Ele
quebrou a vara, Formosura (Zc 11:10). Isso indica que Ele quebrou a aliança que Deus
fez por intermédio de Moisés, deixando o povo sem uma aliança para cobri­los. Deste
modo, Ele tirou a graça (Formosura).  
O versículo 14 continua, “Então fiz em pedaços a minha segunda vara União,
para dissolver a irmandade entre Judá e Israel.” Isso indica que o amor unidor tam­
bém foi tirado. Como resultado, a nação estava dividida e cheia de guerras internas (v.
9). Desde o dia da crucificação de Cristo, não tem existido nenhuma unidade entre os
judeus. Embora os do reino do norte, Israel, e os do reino do sul, Judá, fossem irmãos,
a irmandade entre eles foi feita em pedaços por causa do amor unidor que foi feito em
47
Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
pedaços.   Isso   aconteceu   enquanto   eles   estavam   vivendo   sob   a   opressão   do   império
romano.
 
D. O Messias, como o Pastor Adequado de Israel, Foi Detestado,
Agredido, Rejeitado e Vendido por Trinta Moedas de Prata

Zacarias 11:12 e 13 revelam que o Messias, como o Pastor adequado de Israel,
foi detestado, agredido, rejeitado e vendido por trinta moedas de prata, o preço de um
escravo (Êx 21:32). O que é profetizado aqui foi cumprido nos Evangelhos. O Senhor
Jesus foi vendido sob o reinado do império romano, e foi julgado pelas leis romanas.  
Zacarias que 11:12 e 13 diz, “Eu lhe disse: Se vos parecer bem, dai­me a minha
paga;   e   se   não,   deixai­vos   disso.   Pesaram,   pois,   por   minha   paga   trinta   moedas   de
prata. O SENHOR disse­me: Arroja­as ao oleiro, esse belo preço em que fui apreçado por
eles. Tomei as trinta moedas de prata, e arrojei­as ao oleiro na casa do SENHOR”. Isso
indica  claramente que Cristo foi  detestado, agredido,  rejeitado e vendido.  A fim  de
compre­ender estes versículos e saber o que a prata proporcionou e quem a lançou na
casa do SENHOR, precisamos estudar os quatro Evangelhos.  

E. Os Filhos de Israel Deixados aos Cuidados de
Pastores Insensatos e Imprestáveis

Os   sacerdotes,   os   anciãos,   e   os   escribas   como   os   pastores   malignos   foram


exterminados e Jesus como o Pastor apropriado foi crucificado, rejeitado ao máximo.
Portanto,   os   filhos   de   Israel   foram   deixados   aos   cuidados   de   pastores   insensatos   e
imprestáveis, que não quiseram  cuidar deles (vv.  15­17).   Isto significa que após a
crucificação  de Cristo, não houve liderança  apropriada entre o povo de Israel. Eles
lutaram   um   com   o   outro,   devorando   um   ao   outro.   Os   pastores   insensatos,
imprestáveis, que se levantaram entre eles, levaram­nos a mais sofrimentos.   Esta
espécie de situação permitiu a Titus, o príncipe romano, devastar todo o país de Judá
em 70 d.C.
Este capítulo seguramente refere­se ao viver de Israel sob a tirania do império
romano. O próprio Senhor Jesus viveu sob o reinado das leis romanas; Ele viveu sob o
reinado de César, a mais alta lei, e também sob o reinado de Herodes e Pilatos que
eram   governantes   subordinados.   Sob   esse   reinado,   Ele,   o   verdadeiro   e   adequado
Pastor,   foi   rejeitado,   agredido,   vendido   e   crucificado.   Com   respeito   a   isto,   Mateus
26:31, uma citação Zacarias 13:7, diz, “Fere ao pastor, e espalhar­se­ão as ovelhas do
rebanho”. Quando Cristo, o Pastor, foi posto à cruz, todas as ovelhas do seu rebanho se
espa­lharam.  
Os capítulos de nove a onze de Zacarias desvendam Cristo de maneira muito
íntima. O centro das profecias nestes capítulos é Cristo como o Messias rejeitado. No
capítulo nove, Cristo veio e entrou em Jerusalém como o Rei numa forma humilde. Em
seguida, o capítulo dez revela essa Pessoa amável, íntima e gentil como o Pastor vindo
em Sua visitação amorosa a Israel. Quando Ele tinha trinta anos de idade, Ele veio
para pastorear as pessoas. Durante os três anos e meio do Seu ministério na terra, Ele
ministrou suprimento espiritual ao povo escolhido de Deus. O tempo do Seu ministério
foi   um   tempo   de   pastorear,   e   muitos   foram   ajudados   pelo   Seu   pastorear.   Porém,
48
Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
porque Sua ajuda se tornou muito popular, os anciões, escribas e sacerdotes ficaram
com   inveja.   Em   sua   inveja,   eles   prenderam   Jesus   por   meio   da   traição   de   Judas.
Seguindo isto, Ele foi julgado primeiro pelo sumo sacerdote segundo a lei de Deus e
então pelas leis do governo romano, Herodes e Pilatos, segundo a lei romana. O Senhor
Jesus foi completamente justificado. Pilatos falou para os judeus que ele não podia
encontrar nada errado com Jesus (Jo 18:38; 19:4), mas eles não lhe deram ouvidos, e
suas   vozes   o   superaram.   “Quando,   pois,   O   viram   os   principais   sacerdotes   e   os
servidores,   gritaram:   Crucifica­O!   Crucifica­O!   Disse­lhes   Pilatos:   Tomai­O   vós   e
crucificai­O, porque eu não acho culpa Nele” (Jo 19:6). Em vez de agir justamente,
Pilatos entregou Jesus nas mãos dos judeus. Eles levaram Jesus e então O conduziram
para um lugar chamado Gólgota, e lá eles O crucificaram. Eles rejeitaram o Seu Rei ao
máximo.  
O Messias veio de maneira gentil, como um amigo íntimo para visitar Seu povo
Israel como Seu Rei. Se eles estivessem preparados, eles teriam Lhe dado boas­vindas.
Então o reino dos céus teria sido estabelecido na terra, e o tempo da restauração teria
chegado.   Isto   deveria   ter   acontecido   dessa   maneira,   mas   por   causa   da   rejeição   de
Israel de Cristo, isso não aconteceu. Se percebermos isto, então compreenderemos o
que é revelado com respeito a Cristo em Zacarias de 9­11.  
Mais   detalhes   com   respeito   a   Cristo   são   revelados   em   Zacarias   do   que   em
Daniel. Daniel revela principalmente que Cristo é Aquele que vai a Deus para receber
poder, autoridade e o reino. Tendo recebido o reino, Ele virá para a terra como a pedra
que esmaga golpeando a grande imagem humana, isto é, para esmagar completamente
o   governo   humano.     Zacarias   desvenda   Cristo   intimamente   como   o   Salvador   e
Redentor vindouro. Inicialmente, Ele foi bem recebido pelo povo, porém, mais tarde,
sob   a   influência   dos   anciões,   sacerdotes  e   escribas,  eles   mudaram   sua   opinião  e  O
detes­taram. O Senhor Jesus foi vendido, julgado, sentenciado e posto na cruz para
morrer.  Portanto, o Messias, que foi bem  recebido temporariamente, foi  totalmente
rejeitado.   Como   resultado,   o   povo   de   Israel   foi   dividido,   perseguido   pelo   império
romano e disperso por toda a terra.  

ESTUDO­VIDA DE ZACARIAS

MENSAGEM DOZE

AS PROFECIAS DE ENCORAJAMENTO
(4)

49
Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
Leitura bíblica: Zc 12

Leitura bíblica: Zc 12:1­9; 14:1­7, 12­15,

O Cristo desvendado no livro de Zacarias  é um Cristo que está intimamente
envolvido com a história humana. Os primeiros seis capítulos revelam que Ele está
envolvido   com   o   império   persa,   e   os   últimos   seis   capítulos   revelam   que   Ele   está
envolvido com o império grego e o império romano. Como temos visto, o centro das
profecias nos capítulos de nove a onze é Cristo como o Messias rejeitado. Nos capítulos
de doze a quatorze, Cristo é desvendado como o Messias que volta para ser entronizado
como o Rei, não somente sobre Israel, mas sobre todo o mundo. Sua primeira vinda,
descrita em Zacarias 9—11, foi humilde e íntima; Sua volta, descrita em Zacarias 12—
14, será com poder e autoridade.  
Zacarias   12—14   aborda   a   profecia   concernente   ao   destino   de   Israel   em   três
assuntos: na grande guerra do Armagedom (12:1­9; 14:1­7, 12­15), na salvação de sua
casa (12:10­13:9),  e no  milênio (14:8­11, 16­21). Nesta  mensagem  consideraremos a
profecia de encorajamento relacionada ao destino de Israel na grande guerra do Arma­
gedom. Porém, primeiro eu gostaria de dar uma palavra com respeito ao significado do
espírito humano como revelado em 12:1.  
Este  versículo diz,  “Sentença  pronunciada  pelo  SENHOR  contra  Israel.  Fala   o
SENHOR, o que estendeu o céu, fundou a terra e formou o espírito do homem dentro
dele.” Os céus são para a terra, a terra é para homem, e o homem foi criado por Deus
com um espírito para que ele possa contatar Deus, receber Deus, viver Deus, cumprir o
propósito de Deus para Deus, e ser um com Deus.  É maravilhoso que tal versículo
como este esteja em um livro do Antigo Testamento que desvenda um Cristo que está
tão envolvido com a história humana e políticas. Isso indica que em Sua economia
Deus  planejou  ter Cristo como  a  centralidade  e a  universalidade de Seu  mover  na
terra. Como o próprio Deus, Ele reina sobre toda a raça humana, administrando a
situação mundial era após era por milhares de anos. Para Seu povo escolhido, que se
importa com Ele como o Criador e como o Redentor, há a necessidade de Ele criar um
receptor de forma que ele tenha a capacidade para receber tudo aquilo que Deus tinha
planejado   para   Cristo   ser.   Cristo   é   maravilhoso,   mas   se   nós   não   tivéssemos   um
espírito, como poderíamos recebê­Lo? Hoje em cada círculo de sociedade, as pessoas
não exercitam seu espírito. Até mesmo nos círculos religiosos, a questão do espírito
humano   é   negligenciada   ou   até   mesmo   oposta   e  negada.   Se  negligenciarmos   nosso
espírito humano, não haverá maneira para contatarmos Deus.  
Em João 4:24 o Senhor Jesus disse claramente que Deus é Espírito e que os que
O adoram O adorem em espírito. Este é o princípio básico. Adorar Deus é contatar
Deus,  receber  Deus,  desfrutar  Deus   e experienciar  Deus.  Entretanto,  muito poucos
entre a raça humana hoje sabe que Deus é um Espírito e que fomos criados por Deus
com um espírito. Deus ordenou que devêssemos contatá­Lo e recebê­Lo por meio do
exercitar do nosso espírito humano.  
Na   criação   de   Deus   há   princípios.   Por   exemplo,   se   quisermos   ver   cores
diferentes, temos que usar nossos olhos. Suponha que eu seja cego. Eu posso ouvir as
cores? Eu posso cheirá­las? Certamente não! Para ver cores, temos que usar o órgão
adequado. O princípio é o mesmo em relação a nós e Deus. Deus é real, contudo alguns
50
Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
ousam   dizer   que   não   há   Deus.   Claro   que,   se   não   exercitarmos   nosso   espírito,
seguramente não haverá Deus para nós. Não podemos tocar Deus por meio de nosso
corpo físico. Nem podemos compreendê­Lo por meio de nossa mentalidade, por meio da
nossa mente, pois este não é o órgão adequado para usar ao contatar o Senhor. Deus é
Espírito. Se quisermos adorá­Lo, contatá­Lo e recebê­Lo, temos que exercitar nosso
espírito. Agradeça a Deus que em Sua criação Ele fez três coisas cruciais, igualmente
importantes—céus, a terra, e nosso espírito. Nosso espírito, portanto, é tão crucial, tão
importante, como os céus e a terra.  
Zacarias é um livro que desvenda Cristo como o centro e a circunferência de
Deus, contudo este Cristo está intimamente envolvido com a história humana. Não
somente qualquer um pode conhecer esta Pessoa, mas o povo escolhido de Deus que
percebem   que   têm   que   um   espírito   pode   conhecê­Lo.   Ao   ler   o   livro   de   Zacarias   e
contatar   o   Cristo   revelado   neste   livro,   temos   que   saber   primeiro   que   temos   um
espírito. Então precisamos exercitar nosso espírito para orar, dizendo, “Senhor, quero
ganhar  o  Cristo  que  é revelado em  Zacarias.”  Se  exercitarmos  nosso espírito dessa
maneira, sentiremos algo vivo tocando­nos profundamente.  É por isso que há neste
livro tal versículo como 12:1, um versículo que nos encarrega de prestar toda atenção
ao receptor dentro de nós, nosso espírito humano, para que possamos receber o Cristo
revelado no livro de Zacarias.  
O propósito de Deus é para que recebamos Cristo. Entretanto, Cristo é complexo
em tudo o que Ele é. Ele é todo­inclusivo, porque Ele é muitos itens. Além disso, este
Cristo todo­inclusivo está muito envolvido com a história, políticas e governos. Como
podemos entender tal Pessoa? A única maneira é, depois de ler e estudar, nos voltar a
oração. Quando nos voltamos à oração, exercitamos nosso espírito. Nesse momento,
Cristo dispensa a Si mesmo para dentro de nós. Este é o dispensar celestial, divino.
Por intermédio deste dispensar recebemos Cristo como nossa vida, nossa luz, nossa
paciência, nosso amor, nosso tudo.  
Embora Zacarias fosse um jovem, ele conhecia o segredo de contatar Deus para
receber o que Deus tinha revelado. Todos nós precisamos aprender dele a exercitar
nosso espírito para receber Deus e receber o que Ele revelou.  
Vamos agora continuar considerando a profecia no capítulo doze.  

IV. A PROFECIA COM RESPETIO AO DESTINO DE ISRAEL NA
GRANDE GUERRA DO ARMAGEDOM, NA SALVAÇÃO
DA CASA DELES, E NO MILÊNIO

A. Na Grande Guerra do Armagedom

Os capítulos doze e quatorze nos mostram muitos aspectos do destino de Israel
na grande guerra do Armagedom.  

1. A Maior Guerra entre Humanidade

51
Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
A guerra do Armagedom será a maior guerra entre humanidade. Ela terminará
o governo humano na terra no final da grande tribulação que virá; num curto período
de tempo esta era se consumará.  
2. Uma Guerra no Final da Grande Tribulação

Esta guerra acontecerá no final da grande tribulação de três anos e meio (Mt
24:21; Dn 7:25; 12:7; Ap 11:2; 13:5).  

3. Uma Guerra Motivada pelo Anticristo

A guerra do Armagedom será uma guerra motivada pelo Anticristo para des­
truir Israel (Ap 16:12­16; 9:13­16; 19:19).  

4. Uma Guerra Empreendida por Satanás
por meio de Seus Seguidores Humanos

Embora essa guerra seja motivada pelo Anticristo, será empreendida por Sata­
nás por meio de seus seguidores humanos contra Deus com Seus santos (Ap 16:13­14;
17:14; 19:14; Zc 14:5b). Satanás tem seus seguidores, e Deus tem Seus santos. Por
milhares de anos, Satanás tem exercitado seus dispositivos para ganhar pessoas para
o seu exército. Deus também tem trabalhado para preparar Seus escolhidos para ser
Seu exército. Finalmente, na grande guerra do Armagedom, haverá dois exércitos—o
exército terreno de Satanás e o exército celestial de Deus.  

5. Uma Guerra Travada pelo Anticristo com Seus Seguidores
Diretamente contra Cristo com Seus Vencedores

A   guerra   do   Armagedom   será   travada   diretamente   pelo   Anticristo   com   seus


seguidores contra Cristo com Seus vencedores (Ap 19:19, 11, 14; 17:14). O Anticristo, a
corporificação de Satanás, será o comandante do seu exército, e Cristo, a corporificação
de Deus, será o Comandante do exército de Deus. Assim, por um lado, será uma guerra
diabólica; por outro lado, será uma guerra divina. Nessa guerra divina, Cristo destru­
irá o Anticristo “pelo sopro da Sua boca” e o aniquilará “pela manifestação da Sua
vinda” (2Ts 2:8). Estas são as armas que Cristo usará para derrotar o Anticristo.  

6. Uma Guerra que Será o Grande Lagar da
Cólera de Deus Pisoteado por Cristo

Esta guerra será o grande lagar da cólera de Deus pisoteado por Cristo em Sua
vinda   para   julgar   o   mundo   (Ap   14:17­20;   Is   63:1­6).   Muitas   pessoas   malignas   que
odeiam Deus se unirão ao Anticristo para lutar contra Deus. Quando essas pessoas
malignas se juntarem ao Armagedom, elas na verdade serão as uvas a serem pisadas
por Deus no lagar da cólera de Sua ira. Ao reunir seus exércitos e muitas pessoas
malignas, o Anticristo, na verdade estará fazendo um trabalho para Deus.  

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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
7. As Nações Que Participarem Também Serão
Ajuntadas pelo SENHOR Deus

As   nações   que   participarem   naquela   guerra   internacional   contra   Jerusalém


também serão ajuntadas por Deus. A metade da cidade de Jerusalém será levada em
cativeiro,   mas   o   restante   do   povo   não   será   expulso   da   cidade   (Zc   14:2).   Em   Sua
misericórdia Deus ainda preservará metade do Seu povo eleito.  

8. O SENHOR Fará de Jerusalém um Cálice de Tontear
e uma Pedra Pesada para Todos os Povos ao Redor

O SENHOR fará de Jerusalém um cálice de tontear para todos os povos em redor
e também para Judá, durante o sítio contra Jerusalém, isto é, para os exércitos do
Anticristo e para todas as pessoas malignas com ele. Deus causará espanto nos seus
cavalos e loucura nos seus cavaleiros (12:2­4). Jerusalém não só precisará de proteção
divina   contra   o   Anticristo   e   seus   exércitos,   mas   também   contra   Satanás   e   seus
demônios e espíritos malignos. Podemos não saber como Deus fará de Jerusalém um
cálice de tontear e uma pedra pesada, mas sabemos que Ele fará isto.  

9. O SENHOR Golpeará Todos Aqueles Que Sitiarem
Jerusalém durante Esta Guerra

O SENHOR golpeará todos aqueles que sitiarem Jerusalém durante a guerra do
Armagedom.   A   carne   deles   apodrecerá,   estando   eles   de   pé;   apodrecer­se­lhes­ão   os
olhos nas suas órbitas, e lhes apodrecerá a língua na boca. Uma grande confusão da
parte do SENHOR estará entre eles; cada um agarrará a mão do seu próximo, cada um
levantará a mão contra o seu próximo. Além disso, se ajuntarão as riquezas de todas
as nações circunvizinhas, ouro, prata e vestes em grande abundância. A mesma praga,
estará nos cavalos, nos mulos, nos camelos, nos jumentos e em todos os animais que
estiverem naqueles arraiais (14:12­15).  

10. O SENHOR dos Exércitos Será a Força
dos Habitantes de Jerusalém

O  SENHOR  dos exércitos será a força dos habitantes de Jerusalém e fará dos
líderes de Judá como um braseiro ardente debaixo da lenha e como uma tocha entre a
palha; eles devorarão, à direita e à esquerda, a todos os povos em redor, e Jerusalém
será habitada outra vez no seu próprio lugar. O  SENHOR  salvará primeiramente as
tendas de Judá, para a glória da casa de Davi e a glória dos habitantes de Jerusalém.
Naquele dia, o  SENHOR  protegerá os habitantes de Jerusalém; e o mais fraco dentre
eles, naquele dia, será como Davi, e a casa de Davi será como Deus, como o Anjo do
SENHOR  (Cristo) diante deles. (Em 12:8 o Anjo do SENHOR  está em aposição a Deus.)
Além disso, o SENHOR procurará destruir todas as nações que vierem contra Jerusalém
(12:5­9).  

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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
11. O SENHOR como Cristo Vem com Seus Santos

 Zacarias 14:3­7 revela que o SENHOR como Cristo virá então com Seus santos e
irá lutar contra Satanás, corporificado no Anticristo, e seus seguidores, as nações.  

a. Os Pés do SENHOR como Cristo Estarão Sobre o Monte das Oliveiras

Os pés do  SENHOR  como Cristo, estarão sobre o monte das Oliveiras, que está


defronte de Jerusalém para o oriente. O monte das Oliveiras será fendido pelo meio,
para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; metade do monte se
apartará para o norte, e a outra metade, para o sul (v. 4).  

b. O Restante de Israel Fugirá para o Vale das Montanhas do SENHOR

O restante de Israel fugirá para o vale das montanhas do SENHOR (v. 5).  

c. Naquele Dia não Haverá Luz

Naquele dia não haverá luz; as estrelas luzentes (o sol, a lua e as estrelas) se
retirarão. Será um tipo de dia conhecido apenas ao SENHOR, não dia nem noite. Mas
acontecerá que a tarde haverá luz (vv. 6­7). Isso indica que Deus mudará varias coisas
no universo de modo a julgar os seres humanos malignos e salvar Seus eleitos.  

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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
ESTUDO­VIDA DE ZACARIAS

MENSAGEM TREZE 

AS PROFECIAS DE ENCORAJAMENTO
(5)

Leitura bíblica: Zc 12:10­14; 13:1­9

Na mensagem anterior vimos o destino de Israel na grande guerra do Arma­
gedom. Nesta mensagem consideraremos a profecia de encorajamento com relação à
salvação de casa de Israel.  

Na Salvação da Casa de Israel

1. O Endurecimento Veio Sobre uma Parte de Israel

Romanos 11:25b diz que veio um endurecimento sobre uma parte de Israel até
que tenha entrado toda a plenitude dos gentios. No tempo presente, Deus aparente­
mente abandonou Israel, e Israel tornou­se um tanto endurecido. Este endurecimento
continuará até que o tempo dos gentios seja cumprido.  

2. Todo o Israel Será Salvo

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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
Quando a completação da plenitude dos gentios chegar, todo o Israel será salvo
(Rm 11:26­27). Esta  será  a  salvação da casa  de Israel. No mesmo dia e ao mesmo
tempo, serão salvos milhares de israelitas.  

3. Talvez Aconteça Enquanto a Grande Guerra do
Armagedom Estiver Prestes a Terminar

Pode ser que esta salvação da casa de Israel aconteça enquanto a grande guerra
do  Armagedom  estiver  prestes   a  terminar  (cf.  Zc  14:2­3).  Ao  término  da   guerra  do
Armagedom,   Cristo   virá   para   terra,   e   o   restante   de   Israel   verão   Aquele   a   quem
transpassaram, se arrependerão e lamentarão, e crerão em Cristo e O receberão (Ap
1:7; Zc 12:10). Desta maneira todo o Israel será salvo. Esta será a salvação da casa de
Israel atribuída por Deus.  

4. O SENHOR Deus Derramará sobre a Casa de Davi e sobre os
Habitantes de Jerusalém o Espírito de Graça e de Súplicas

Zacarias 12:10a diz, “E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém
derramarei o espírito da graça  e de súplicas; olharão para  aquele a  quem  traspas­
saram.” Em Atos 2 Deus derramou Seu Espírito sobre toda a carne (v. 17), e três mil
foram salvos. Mas quando o Senhor derramar o Espírito de graça sobre os habitantes
de Jerusalém, muitos milhares de Israel, até mesmo toda a raça de Israel, será salva. 
O Espírito de graça em Zacarias 12:10 é um termo doce, e está em contraste ao
Espírito de poder em Atos 1:8 e 2:1­4. Devemos experienciar o Espírito tanto como o
Espírito de poder como o Espírito de graça. O Espírito de poder é para nos fortalecer,
mas o Espírito de graça é para levar­nos ao desfrute do Deus Triúno. Em Atos 2 havia
a   participação   no   poder   divino   por   meio   do   Espírito   Santo,   mas   não   havia   tanto
desfrute do  Deus  Triúno.   Em  Atos   2, no  inicio da  era  da  graça,  a   era  da  igreja, o
Espírito   era   principalmente   o   Espírito   de   poder.   Mas   em   Zacarias   12,   no   final,   a
consumação, da era da graça, o Espírito será principalmente o Espírito de graça para o
desfrute do Deus Triúno.  
Na época da aparição da segunda vinda do Senhor, a restante de Israel terá
sofrido todos os tipos de sofrimentos. Eles sofreram a destruição de Jerusalém em 70
d.C.   e   se   espalharam   para   outros   países.   Nesses   outros   países   eles   continuaram
sofrendo perseguição. Hoje a maioria dos judeus permanece na dispersão, mas muitos
estão voltando à nação de Israel. Na época do Anticristo, serão mortos dois terços em
toda   a   terra   de   Israel   (13:8­9a).   A   metade   da   cidade   de   Jerusalém   sairá   para   o
cativeiro (14:2). A metade que permanecer já não mais terá nenhum prazer pela vida
humana ou em adquirir bens e altas posições. Eles perceberão que estão carentes de
Deus   e  exercitarão   seu   espírito  (12:1),   não  suas   mentes.   Nessa   conjuntura,   eles   se
arrependerão,   porque   perderam   o   seu   prazer   por   tudo.   O   Espírito   Santo   será
derramado sobre neles, e eles seguirão seu espírito e estarão plenamente ocupados
com Deus. Creio que por eles terem aprendido que tudo aparte de Deus é vaidade e por
exercitarem seu espírito, o derramar do Espírito de Deus sobre eles será intensificado.
Os judeus no dia de Pentecostes eram teimosos e duros. Consequentemente, o Espírito

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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
de   poder   foi   derramado   para   inspirá­los   a   se   arrependerem.   Mas   os   habitantes   de
Jerusalém em Zacarias 12:10 já terão se arrependido; então, o Espírito de graça será
derramado sobre eles para que possam receber o Deus Triúno como o seu desfrute.  
Zacarias 12:10a também nos fala que eles olharão para Aquele a quem traspas­
saram.   Isto   significa   que   eles   olharão   para   Cristo   que   foi   traspassado   por   eles.
Apocalipse 1:7a se refere a isto: “Eis que Ele vem com as nuvens, e todo olho O verá,
até mesmo aqueles que O traspassaram.” O traspassar de Cristo é o fundamento da
redenção. Separado do ser traspassado de Cristo, não haveria base para nossa reden­
ção.  
Os   judeus   arrependidos   olharão   para   Aquele   a   quem   traspassaram.   Embora
tenha sido seus antepassados que traspassaram o Senhor Jesus, Deus conta como se
fosse feito por esses que se arrependeram. A razão para isto é que aos olhos de Deus
todo o povo de Israel é uma só pessoa.  

a. Prantearão Sobre Ele com Prantos e Chorarão
Amargamente Sobre Ele com Choro Amargo

Zacarias 12:10b continua dizendo, “Pranteá­lo­ão como quem pranteia por um
unigênito e chorarão por ele como se chora amargamente pelo primogênito.” Um filho
único é muito querido de seus pais, e um filho primogênito tem honra entre os muitos
filhos.   O   Israel   arrependido   pranteará   sobre   Cristo   como   o   único   Filho   de   Deus   e
chorará amargamente sobre Ele como o Filho de primogênito de Deus.  
No Novo Testamento Cristo é revelado primeiro como o Filho unigênito de Deus
e então como o Filho primogênito de Deus. João 1:18 diz que o Filho unigênito que está
no seio do Pai O deu a conhecer. João 3:16 nos fala que Deus amou o mundo de tal
maneira   que   Ele   deu   Seu   Filho   unigênito.   Pela   Sua   morte   e   ressurreição,   o   Filho
unigênito se tornou o Filho primogênito (Rm 8:29; Hb 1:6a). Segundo o Novo Testa­
mento, Cristo ser o Filho unigênito é para sermos redimidos e recebermos vida eterna.
O tornar­se de Cristo como o Filho primogênito por meio da morte e ressurreição é
para   nós   nos   tornarmos   os   filhos   de   Deus   como   herdeiros   para   herdar   todas   as
riquezas do que Deus é, isto é, receber, participar em, e desfrutar todas as riquezas do
Deus Triúno. No seu arrependimento, Israel reconhecerá  Cristo tanto como o Filho
unigênito   como   o   Filho   primogênito   de   Deus.   Eles   perceberão   que   como   o   Filho
unigênito   Cristo   os   resgatou   e   trouxe­lhes   a   vida   eterna   e   que   como   o   Filho
primogênito, Ele fez deles os herdeiros para herdar as riquezas do Deus Triúno como o
seu desfrute.  

b. Haverá Grande Pranto em Jerusalém

Naquele dia, será grande o pranto em Jerusalém, como o pranto de Hadade­
Rimom, no vale de Megido. A terra pranteará, cada família à parte; a família da casa
de Davi à parte, e suas mulheres à parte; a família da casa de Natã à parte, e suas
mulheres à parte; a família da casa de Levi à parte, e suas mulheres à parte; a família
dos simeítas à parte, e suas mulheres à parte. Todas as mais famílias, cada família à
parte,   e   suas   mulheres   à   parte  (Zc   12:11­14).   Aqui   temos   três   tipos   de   famílias:  a
família real de Davi, a família do sacerdócio (Natã e Levi), e a família de um homem
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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
maligno (Simei que amaldiçoou a Davi).  Zacarias usa essas famílias como ilustrações.
Todos aqueles que olharem para Cristo, O traspassado, com um espírito arrependido,
prantearão sobre Ele.  

5. A Provisão Divina e a Preparação Soberana
para a Salvação da Casa de Israel

Chegamos agora a Zacarias 13, um capítulo sobre a provisão divina e a prepa­
ração soberana para a salvação da casa de Israel.  

a. A Provisão Divina de um Redentor com Sua Redenção

Esta provisão divina inclui um Redentor com Sua redenção (vv. 1­7a).  

1) Deus Providencia uma Fonte Aberta

Deus providenciou para a casa de Davi e os habitantes de Jerusalém uma fonte
aberta (o lado traspassado de Cristo—Jo 19:34, 37) para o pecado e para a impureza.
“Naquele dia, haverá uma fonte aberta para a casa de Davi e para os habitantes de
Jerusalém, para remover o pecado e a impureza”  (Zc  13:1). O traspassar de Cristo
abriu tal fonte. Esta é uma questão de redenção.  

2) Deus Cortou os Nomes dos Ídolos e Fez com que os Falsos Profetas
e o Espírito Imundo Fossem Removidos da Terra

Deus cortará os nomes dos ídolos e fará com que os falsos profetas e o espírito
imundo sejam removidos da terra (vv. 2­4). Ele limpará essas coisas negativas para o
povo de Israel possa ser esvaziado para receber Cristo.  

3) Cristo Veio para Ser o Verdadeiro Profeta, Mas Foi Rejeitado e Ferido
em Seu Lado na Casa de Israel, Seus Parentes na Carne

Cristo veio ser o verdadeiro Profeta (Mt 13:57) mas foi rejeitado e ferido em Seu
lado na casa de Israel, Seus parentes na carne (Zc 13:5­6; 12:10); e a ferida se tornou a
base da redenção deles realizada para eles na Sua morte (Jo 19:34, 37; Ap 1:7).  
Zacarias   13:5   diz,   “Cada   um,   porém,   dirá:   Não   sou   profeta,   sou   lavrador   da
terra, porque fui comprado desde a minha mocidade.” Os versículos 2 a 4 falam de
Deus   fazendo   com   que   os   falsos   profetas   sejam   removidos   da   terra.   Isso   limpou   o
caminho para Cristo vir como o verdadeiro Profeta. Porém, de acordo com o versículo
5, Ele disse que não era um profeta, mas um lavrador da terra. Isto significa que Ele

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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
não era o tipo de profeta, um falso profeta, mencionado nos versículos precedentes. Ele
veio como o verdadeiro Profeta.  
O versículo 6 continua a dizer, “Alguém lhe perguntará: Que são estas feridas
entre os teus braços? Então responderá ele: As com que fui ferido na casa dos que Me
amam. Neste versículo a frase “dos que Me amam” se refere aos parentes de Cristo, os
filhos de Israel. Os filhos de Israel O mataram, mas Ele considerou a ação deles como
feridas daqueles que O amavam. Isto é muito doce.  

4) Cristo, o Companheiro do SENHOR, Vindo como o Pastor Enviado de
Deus aos Filhos de Israel, Porém Foi Ferido até Morte por Eles

Cristo,   o   Companheiro   do  SENHOR,   veio   como   o   Pastor   enviado   de   Deus   aos


filhos de Israel, porém foi ferido até a morte por eles (v. 7a; Mt 9:36; Jo 10:11; Mt
26:31; At 2:23). Zacarias 13:7a diz, “Desperta, ó espada, contra o meu pastor e contra o
homem  que  é  o meu companheiro,  diz  o  SENHOR  dos  Exércitos;  fere o  pastor, e as
ovelhas ficarão dispersas.” Cristo era tanto um parente dos filhos de Israel como um
Companheiro   do  SENHOR.   Quando   Ele   estava   pendurado   na   cruz,   seus   parentes   O
feriram, e Deus chamou a espada para golpeá­Lo. Ele estava numa situação onde Seus
parentes estavam contra Ele e onde Deus, de quem Ele é um Companheiro, também
estava contra Ele.  
A palavra no versículo 7a sobre ferir o Pastor é citada pelo Senhor Jesus em
Mateus 26:31. Ferir o Pastor significa atacar o Pastor. Imediatamente após estabe­
lecer a mesa, Ele disse aos Seus discípulos que seria atacado e que eles, as ovelhas,
seriam dispersas.  

b. A Preparação Soberana de um Povo para Receber
o Redentor com Sua Redenção

Em Zacarias 13:7b a 9 vemos a preparação soberana de Deus de um povo para
receber o Redentor com Sua salvação. Em Sua salvação para a casa de Israel, Deus
proveu não somente redenção, mas também um povo para receber Sua redenção. Da
mesma maneira, Deus nos preparou antes mesmo de nascermos para ser os recipien­
tes da Sua salvação.  

1) Deus Reage à Rejeição de Cristo pelos Filhos de Israel
e Volta a Sua Mão Sobre Eles como os Pequeninos

O versículo 7b diz, “Voltarei a minha mão para os pequeninos.” Aqui os “peque­
ninos” se refere ao povo de Israel. Isso indica que na Sua preparação, Deus reagiu à
rejeição   de   Cristo   pelos   filhos   de   Israel,   e   voltou   Sua   mão   sobre   eles   como   os
pequeninos, punindo­os por intermédio de Titus o príncipe romano e seu exército em
70 d.C. e os espalhou para as nações para serem desprezados, humilhados, perseguidos
e destruídos ao longo da era da graça até hoje (Mt 21:41a; 23:38; 24:2).  

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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
2) Na Grande Tribulação Dois terços Deles
Serão Exterminados pelo Anticristo

Na grande tribulação na consumação da era atual, em toda a terra de Israel,
dois terços deles serão exterminados pelo Anticristo em sua perseguição dos judeus (Zc
13:8a; Ap 11:2; 13:7).  

3) Um Terço do Restante Será Deixado na Terra

Um terço do restante será deixado na terra e será passado pelo fogo e purificado
como a prata e provados com se prova o ouro pela perseguição do Anticristo (Zc 13:8b­
9a). Estes serão aqueles que são inscritos no livro como o registro secreto (Dn 12:1b).  

4) Eles Invocarão o Nome do Senhor
e o Senhor Lhes Responderá

Eles invocarão o nome do Senhor, e o Senhor lhes responderá. O Senhor dirá
que eles são o Seu povo, e eles dirão que o Senhor é o Deus deles (Zc 13:9b). Eles serão
salvos para o desfrute das riquezas do Deus Triúno, primeiro no milênio para serem os
sacerdotes   para   ensinar   as   nações   e   então   na   Nova   Jerusalém   para   participar   em
todas as bênçãos que Deus tem ordenado de eternidade a eternidade. Esta é a salvação
da casa para Israel.  

60
Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
ESTUDO­VIDA DE ZACARIAS

MENSAGEM QUATORZE

AS PROFECIAS DE ENCORAJAMENTO
(6)

Leitura bíblica: Zc 14:8­11, 16­21,

O centro das profecias nos capítulos de doze a quatorze é Cristo como o Messias
rejeitado vindo para ser entronizado. Nas duas mensagens anteriores consideramos a
profecia concernente ao destino de Israel na grande guerra do Armagedom e na salva­
ção da  sua  casa.  Nesta  mensagem  consideraremos  primeiro a  profecia  de  encoraja­
mento com respeito ao destino de Israel no milênio e então faremos uma comparação
de   duas   categorias   principais   dos   acontecimentos   nos   livros   de   Daniel   e   Zacarias.
Seguindo isto, gostaria de dar uma palavra concernente à nossa necessidade de sermos
introduzidos na esfera da economia de Deus.  

D. No Milênio

1. Águas Vivas Sairão de Jerusalém

No milênio não haverá sede. Águas vivas sairão de Jerusalém, a metade delas
irão para o mar oriental, o Mar Morto, e metade delas para o mar ocidental, o Mar
Mediterrâneo (14:8). Isto é semelhante ao registro no livro de Ezequiel com respeito à
água viva que flui do templo de Deus (Ez 47:1­2).  

2. O SENHOR como Cristo É o Rei Sobre Toda a Terra

No milênio o SENHOR como Cristo será o Rei sobre toda a terra, e Ele será um só
Deus e o Seu nome um só nome (Zc 14:9).  

3. Jerusalém Será Exaltada e Habitará em Seu Lugar  

Jerusalém Será Exaltada e Habitará em Seu Lugar (v. 10).

4. O Povo Habitará em Jerusalém e
Não Haverá Mais Maldição

E   habitarão   nela,   e   não   haverá   mais   destruição,   porque   Jerusalém   habitará


segura (v. 11). Em vez de maldição, haverá bênção com segurança.  

61
Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
5. Todos Os que Restarem de Todas as Nações que Vieram Contra Jerusalém,
Subirão de Ano em Ano para Adorar o Rei, o SENHOR dos Exércitos,
e para Celebrarem a Festa dos Tabernáculos.

E acontecerá que, todos os que restarem de todas as nações que vieram contra
Jerusalém, subirão de ano em ano para adorar o Rei, o SENHOR dos Exércitos, e para
celebrarem a festa dos Tabernáculos (v. 16). Aquele que não subir a Jerusalém, para
adorar o Rei, o SENHOR  dos Exércitos, não virá sobre ele a chuva, mas haverá praga
com que o  SENHOR  ferirá as nações. Este será o pecado deles (vv. 17­19). Porque a
presente era é a era da graça, Deus envia chuva sobre o justo e o injusto semelhante­
mente (Mt 5:45). Mas a era vindoura será a era da justiça. Aqueles que não subirem
para Jerusalém para adorar o Rei e celebrar a Festa dos Tabernáculos não receberão
chuva. Isto é justo.  

6. Santidade ao SENHOR dos Exércitos

No milênio, nas campainhas dos cavalos será gravado, “Santidade ao SENHOR”; e
as panelas da casa do  SENHOR  serão como as bacias diante do altar  (Zc 14:20). As
panelas são algo pequeno, e as bacias são algo grande. Mas no milênio as panelas na
casa de Deus serão tão grandes quanto às bacias diante do altar. Sem duvida, cada
panela em Jerusalém e Judá será santidade ao  SENHOR  dos exércitos;  todos os que
oferecerem   sacrifícios   virão   e   delas   tomarão   e   nelas   cozerão;   e   nunca   mais   haverá
novamente um cananeu (ou, mercador) na casa do SENHOR dos exércitos por aquele dia
(v. 21). Este é o destino de Israel no milênio.  

UMA COMPARAÇÃO DE DUAS PRINCIPAIS CATEGORIAS
DE FATOS NOS LIVROS DE DANIEL E ZACARIAS

Vamos agora continuar a fazer uma comparação de duas principais categorias
de fatos nos livros de Daniel e Zacarias.  

I. DAS COISAS CONCERNENTES AO GOVERNO HUMANO

A. No Livro de Daniel

Em Daniel a grande imagem humana significa todo o governo humano na terra
como um esqueleto (cap. 2). As quatro bestas que saem do Mar Mediterrâneo dão um
esboço do governo humano na terra (cap. 7). Um carneiro e um bode com seus suces­
sores dão um esboço do império persa e o império grego com seus sucessores, termi­
nando com Antíoco Epifânio, que é o primeiro tipo de Anticristo (cap. 8). O rei do sul e
o   rei   do   norte   dão   um   registro   das   guerras   entre   os   sucessores   do   império   grego,
terminando com Antíoco Epifânio, o primeiro tipo de Anticristo (cap. 11). As setenta
semanas   dão   um   esboço   do   destino   de   Israel,   do   retorno   do   seu   cativeiro   para   a
consumação da presente era, terminando com o Anticristo (cap. 9).  

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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
B. No Livro de Zacarias

Em Zacarias a profecia concernente às nações ao redor de Judá em relação a
Israel dá alguns detalhes da invasão do império grego na terra santa e a derrota de
seu sucessor pelos heróis judeus (cap. 9). A profecia concernente ao viver de Israel sob
a opressão do império romano dá alguns detalhes sobre o viver sob a tirania do império
romano (cap. 11). A profecia concernente  ao destino de Israel na grande guerra  do
Armagedom dá os detalhes de como o governo humano, tipificado pela grande imagem
humana em Daniel 2, será destruído em sua parte final, representado pelos dedos do
pé da grande imagem humana (caps. 12, 14).  

II. DAS COISAS CONCERNENTES À CRISTO

A. No Livro de Daniel

O livro de Daniel revela certos fatos cruciais com relação à Cristo. De acordo
com 9:26, a crucificação de Cristo, o Messias, foi a terminação da velha criação e a
germinação da nova criação de Deus em Sua ressurreição. Em 10:4­9 vemos o apareci­
mento do Cristo excelente, a centralidade e universalidade do mover de Deus na terra,
para Daniel  para  sua  apreciação, consolação, encorajamento, expectativa  e estabili­
zação.   Daniel   7:13­14   desvenda   a   vinda   de   Cristo   como   o   Filho   do   Homem   com   o
domínio  eterno,   glória   e  reino  dados   a   Ele  pelo  Ancião  de  Dias,  para   que  todos   os
povos, nações e línguas possam servi­Lo. Finalmente, Daniel fala acerca da aparição
de Cristo como a pedra cortada sem auxilio de mãos para golpear a grande imagem
humana   para   terminar   todo   o   governo   humano   na   terra   e   se   tornar   uma   grande
montanha, representando o reino eterno de Deus que enche toda a terra (2:34­35).  

B. No Livro de Zacarias

O   livro   de   Zacarias   revela   muitas   coisas   concernentes   à   Cristo.   Primeiro,   o


Cristo redentor, como um homem e como o Anjo do SENHOR, a corporificação do Deus
Triúno,   foi   enviado   por   Deus   para   estar   com   Seu   povo   humilhado   Israel   no   seu
cativeiro, tipificado pelas murteiras nos vales (1:8­11). Então Cristo, como um homem
em   Sua   humanidade,   era   o   Enviado   pelo  SENHOR  dos   exércitos   e   também   era   o
Emissor, o  SENHOR  dos exércitos, lidando com as nações que despojaram o povo de
Sião e os tocaram como tocam a menina do Seu olho (2:1, 8­10). 
Seguindo isto, Cristo era o Servo do  SENHOR  e o Renovo para ser a pedra com
sete olhos esculpida por Deus para a remoção da iniquidade da terra santa para a
edificação do templo de Deus (3:8­9). Cristo também era a pedra angular de graça para
a conclusão do edifício do templo de Deus (4:7­9). Cristo como o Renovo para a edifica­
ção do templo de Deus se assentará e reinará no Seu trono como um Sacerdote e como
um Rei (6:12­13).  
Cristo como o Rei de Israel veio humildemente para Jerusalém montando em
um jumento, sobre um jumentinho (9:9), contudo Cristo como o Pastor dos eleitos de

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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
Deus foi rejeitado e vendido ao preço de um escravo, trinta moedas de prata (11:12­13).
Cristo como o Companheiro de Deus era o Pastor enviado de Deus, mas foi ferido até a
morte (13:7).  
Em Sua vinda, Cristo aparecerá aos filhos de Israel como seu Redentor e Salva­
dor, Aquele que foi transpassado por eles, e eles olharão para Ele e prantearão sobre
Ele (12:10). Cristo veio como o verdadeiro Profeta, mas foi rejeitado e ferido por Israel
que era Seus parentes, para preparar uma base para a salvação deles e uma fonte
aberta para o pecado e a iniquidade deles (13:5­6, 1).  
Ao término desta era, Cristo virá para permanecer sobre o Monte das Oliveiras
e pelejará com as nações que sitiam Jerusalém (14:3­4). Então Cristo como  SENHOR
será Rei sobre toda a terra no milênio (v. 9).  
O Cristo desvendado em Zacarias, O traspassado com quem havia uma fonte
aberta, é a centralidade e universalidade da economia de Deus. Como tal Pessoa, Ele
está   intimamente   envolvido   com   a   história   humana,   em   particular,   com   o   império
persa, o império grego, e o império romano. O império romano foi especialmente útil
para Cristo. Cristo nasceu sob o governo do império romano. Sem o império romano,
não teria sido possível para Cristo nascer. Ele cresceu, levou a cabo Seu ministério, foi
crucificado, ressuscitado e ascendido sob o governo do império romano. A morte de
Cristo para a realização da redenção eterna de Deus foi consumada sob o governo do
império romano. A formação da igreja e também a pregação do evangelho aconteceram
sob o governo do império romano. Seguramente, o império romano cuja influência na
lei e cultura continua ainda hoje, tem sido usado por Deus para cumprir Sua intenção
para fazer de Cristo a centralidade e universalidade da Sua economia.  

UMA PALAVRA CONCERNENTE A NOSSA NECESSIDADE DE SERMOS
LEVADOS PARA A ESFERA DA ECONOMIA DE DEUS

Neste momento gostaria de dizer uma palavra concernente a nossa necessidade
de sermos levados para a esfera da economia de Deus.  
A maioria dos cristãos considera que a Bíblia é um livro que lhes ensina a serem
bons, éticos, religiosos e espirituais. Isto não está errado; é certo e bom. Mas isto é bom
somente para seus próprios benefícios; isto não é tudo para Deus. Ensinar pessoas a
serem boas, morais, éticas, religiosas e espirituais é apenas uma questão secundária
na Bíblia. O ponto principal na Bíblia diz respeito à economia de Deus, contudo, no
cristianismo hoje quase ninguém fala sobre a economia de Deus. Os livros de Isaías,
Daniel   e   Zacarias   são   sobre   Cristo,   não   somente   como   nosso   Salvador,   Redentor   e
Libertador, mas também como a centralidade e universalidade do mover de Deus para
cumprir Sua economia na terra. Fora da restauração do Senhor, onde você pode ouvir
tal palavra? Por alguém dificilmente se importar com a economia de Deus, o Senhor
tem­se   demorado   por   quase   dois   mil   anos.   A   situação   mundial   está   pronta   para   o
Senhor Jesus voltar, mas e quanto à economia de Deus?  
O centro da economia de Deus é ter um Corpo para expressar Cristo. Por fim,
este Corpo será a noiva de Cristo para encontrá­Lo como Seu complemento [repro­
dução] e virá para a terra com Ele para levar a cabo o passo final da economia de
Deus.  Hoje, a situação mundial está pronta para Sua vinda, mas o Senhor, contudo,

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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
não tem conseguido Seu complemento. Portanto, Ele não tem caminho para voltar. Ele
ainda está esperando.  
Ao   longo   dos   séculos,   o   Senhor   tem   trabalhado   continuamente   por   meio
daqueles   que   O   amam   para   restaurar   as   verdades   perdidas.   Mas   por   causa   da
estagnação deles, o Senhor tem que mover muito lentamente. Martinho Lutero era
forte em relação à justificação pela fé, um item básico, mas não com relação à prática
da igreja. Seguindo Lutero, os místicos foram usados por Deus para restaurar a vida
interior, e com Zinzendorf e seus companheiros houve a restauração da prática da vida
da igreja de um modo inicial. Mais tarde, no décimo nono século, Deus usou os Irmãos
Unidos   para   restaurar   a   prática   da   vida   da   igreja   de  um   modo   muito   mais   pleno.
Porém, eles logo se degradaram. Então, no início deste século o Senhor fez algo na
China para obter a restauração da vida da igreja de maneira plena. Hoje a restauração
nesse sentido pleno chegou a nós.  
Estou preocupado que os queridos santos que tem sido trazidos para a restau­
ração do Senhor tenham principalmente recebido primeiro ajuda quanto à certeza da
salvação   e   então   em   tais   questões   como   piedade,   éticas,   espiritualidade   e   vitórias.
Todas essas coisas são muito boas. Apesar disso, não creio que muitos entre nós na
restauração do Senhor tenhamos clareza quanto à economia de Deus. A economia de
Deus é dispensar Cristo aos Seus eleitos para que possam se tornar o Corpo de Cristo
primeiro para expressá­Lo e então a noiva de Cristo para se unir a Ele e cumprir a
economia de Deus no dispensar divino. Claro que, estou contente que tantos tenham
vindo   receber   ajuda   para   buscar   Deus,   buscar   Cristo,   crescer   em   vida,   e   ser   mais
piedoso, mais espiritual, e mais vencedor, mas não estou satisfeito com isto. Eu antes
prefiro que todos nós tenhamos olhos para ver a economia de Deus. Minha intenção,
minha meta, em todas estas mensagens é ajudá­los a avançar além da esfera da busca
pela espiritualidade para outra esfera para ver o desejo de Deus, o bom prazer de
Deus.  
Segundo o Seu arranjo eterno, ou economia, Deus deseja ter a igreja, uma igreja
adequada no sentido bíblico. O cristianismo é a totalidade de organização, mas a igreja
revelada na Bíblia deve ser absolutamente orgânica e cheia de Cristo como vida, cheia
do   Deus   Triúno   em   Sua   consumação—o   Espírito   todo­inclusivo   que   dá   vida—para
edificar­nos com a vida e natureza de Deus e nos unir com Ele como um só espírito.
Esta é a economia de Deus por meio do Seu dispensar.  
Hoje no cristianismo, até mesmo entre os mais espirituais, o que é ensinado não
é alimento, mas açúcar. Este tipo de ensinamento prejudica você mais do que o nutre.
Se você ler estas mensagens somente com o propósito de receber ajuda para ser um
buscador de Deus, um buscador de Cristo, e até mesmo crescer em vida, mesmo isto
está na esfera do açúcar. Você precisa de alimento sólido (Hb 5:11­14). Considerando
que leite é para bebês, alimento sólido é para os maduros. Entre os milhões de cristãos
hoje,   quem   não   é   um   bebê?   Temos   conduzido   os   estudos­vida   da   Bíblia   durante
dezessete anos, contudo muitos santos ainda estão estagnados, demorando­se, vague­
ando, na esfera de ser espiritual, vitorioso, vencedor, e assim por diante. Muito poucos,
até mesmo entre os cooperadores, estão qualificados para dar uma mensagem sobre a
economia de Deus com o dispensar divino. Precisamos ser levados para outra esfera,
não a assim chamada esfera espiritual, mas a da economia de Deus, o dispensar de
Deus. Não ficarei satisfeito até que veja isso. Estou um tanto contente que o Senhor
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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
tenha liberado todas estas verdades entre nós, e tenho plena fé e segurança de que
todas estas coisas serão finalmente percebidas; contudo ainda anseio ver o cumpri­
mento delas.  

ESTUDO­VIDA DE ZACARIAS

MENSAGEM QUINZE

UMA PALAVRA CONCERNENTE AO ESPÍRITO HUMANO
E O CRISTO REVELADO EM ZACARIAS

Leitura bíblica: Zc 12:1; Is 42:5­6; Jo 4:24; 2Tm 4:22; Zc 3:9; Ap 5:6; Zc 1:8­11, 20­21;
2:1­2, 5, 8­9, 11; 4:7, 2­3, 11­14; 9:9; 11:7­13; 14:9, 16­17; 4:9; 6:12­15, 1,

O livro de Zacarias revela que Cristo é maravilhoso e que Ele é a centralidade e
a universalidade da economia de Deus. Mas como podemos receber tal Cristo? A forma
e   o   instrumento   pela   qual   podemos   receber   Cristo  é   nosso  espírito  humano.   Nesta
mensagem, portanto, gostaria de dar uma palavra concernente ao espírito humano e o
Cristo revelado em Zacarias.  

VERSÍCULOS SEMELHANTES EM ZACARIAS E ISAÍAS
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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
Nos   livros   de   Zacarias   e   Isaías,   ambos   têm   muito   a   dizer   sobre   Cristo,   há
versículos semelhantes que falam claramente a respeito do espírito humano.  Zacarias
12:1 diz, “Fala o SENHOR, o que estendeu o céu, fundou a terra e formou o espírito do
homem dentro dele.” Isto revela que os céus são para a terra, a terra é para o homem,
e o homem foi criado por Deus com um espírito para que ele possa contatar Deus,
receber Deus, viver Deus, cumprir o propósito de Deus para Deus, e ser um com Deus.
Isaías   42:5   é   um   versículo   semelhante   a   Zacarias   12:1.   “Assim   diz   Deus,   o
SENHOR, que criou os céus e os estendeu, formou a terra e a tudo quanto produz, que
dá fôlego de vida ao povo que nela está e o espírito aos que andam nela.” A palavra
hebraica traduzida por fôlego aqui também pode ser traduzida como espírito (cf. Pv
20:27). Estes versículos semelhantes ambos mencionam três assuntos: os céus, a terra,
e o espírito humano. Considerando que Zacarias 12:1 fala de Deus formando o espírito
humano, Isaías 42:5 simplesmente fala de Deus dando um espírito ao homem.  
O   versículo   6   continua   a   falar   com   respeito   ao   propósito   de   Deus   ao   dar   ao
homem um espírito. “Eu, o SENHOR,  te chamei em justiça, tomar­te­ei pela mão, e te
farei mediador da aliança com o povo e luz para os gentios”. Aqui vemos que Deus
pretende dar Seu Filho Cristo a nós como uma aliança e como uma luz aos gentios. Tal
Cristo   é   maravilhoso,   mas   a   menos   que   possamos   recebê­Lo,   Ele   nada   tem   a   ver
conosco. Para receber este Cristo, temos que ter um receptor dentro de nós, e este
receptor é nosso espírito humano. Deus nos deu um espírito de forma que possamos
receber, participar de, participar em e desfrutar Cristo como a aliança e como a luz.  

ADORADORANDO DEUS EM ESPÍRITO

Neste ponto gostaria de lembrá­lo da conversa do Senhor com a mulher sama­
ritana em João 4. O Senhor Jesus disse a ela, “Aquele, porém, que beber da água que
Eu lhe der, de modo algum terá sede, para sempre; pelo contrário, a água que Eu lhe
der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna” (v. 14). Quando ela
Lhe pediu que lhe desse desta água, Ele lhe disse para ir e chamar seu marido (vv. 15­
16). A intenção Dele era ajudá­la a conhecer seus pecados. Porém, ela imediatamente
mudou a conversa para a questão de adoração, dizendo, “Nossos pais adoraram neste
monte, vós, contudo, dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar” (v. 20). O
Senhor Jesus replicou, “Mulher, crê­Me, que vem a hora em que nem neste monte nem
em Jerusalém adorareis o Pai.... Mas vem a hora, e agora  é, quando os verdadeiros
adoradores adorarão o Pai em espírito e veracidade... Deus é Espírito, e é necessário
que os que O adoram O adorem em espírito e veracidade” (vv. 21, 23­24). João 4:24, um
versículo maravilhoso, iguala­se à  Zacarias 12:1 e Isaías 42:5.  
Em Sua palavra à mulher samaritana, o Senhor Jesus parecia estar dizendo,
“Mulher, você não sabe o que é adorar Deus. A verdadeira adoração de Deus não é em
um monte ou em Jerusalém—é em seu espírito. Somente usando seu espírito você pode
tocar Deus. Eu sou seu Deus, e estou aqui como água viva para você beber de Mim. A
maneira de beber esta água viva é exercitar seu espírito. Isto é o que significa adorar o
Pai.” Deus nos deu um espírito para que possamos adorá­Lo por beber Dele.  

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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
O SENHOR É COM NOSSO ESPÍRITO

Outro versículo crucial  concernente ao espírito humano é 2 Timóteo 4:22. “O
Senhor seja com o teu espírito. A graça seja convosco.” Este versículo não diz que o
Senhor seja com nossa mente, alma ou coração; ele nos diz que Ele seja com nosso
espírito. Dentro do mais profundo, no centro de nosso ser, temos um órgão particular—
o espírito humano—criado por Deus com a finalidade de recebê­Lo e contê­Lo. Todos
nós, especialmente os jovens, precisamos ver que hoje o Senhor Jesus Cristo  é com
nosso espírito.  

NOSSO ESPÍRITO E O ESPÍRITO SETE
VEZES INTENSIFICADO

Nosso espírito humano regenerado se assemelha a Cristo, que é o Espírito (2Co
3:17). Considerando isto, Zacarias 3:9 diz, “Porque eis aqui a pedra que pus diante de
Josué; sobre esta pedra única estão sete olhos; eis que eu esculpirei a sua escultura,
diz o SENHOR dos Exércitos, e tirarei a iniquidade desta terra num só dia.” Esta pedra
que   foi   esculpida   com   a   escultura   de   Deus   para   tirar  o   pecado   do  povo   de  Deus   é
Cristo. Os sete olhos da pedra são “os olhos do SENHOR que percorre toda a terra de um
lado   para   outro”   (4:10).   Para   entender   o   significado   dos   sete   olhos,   precisamos
considerar Apocalipse 5:6. “Eu vi... um Cordeiro em pé, como recém­imolado, tendo sete
chifres e sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a terra.” O
Cordeiro aqui, que é a pedra em Zacarias 3:9, é Cristo, e os sete olhos são o Espírito
sete vezes intensificado. Assim, o Cristo que foi esculpido por Deus para tirar nosso
pecado possui o Espírito sete vezes intensificado. De fato, Ele, o último Adão, tornou­se
Espírito   que   dá   vida   (1Co   15:45b),   até   mesmo   o   Espírito   sete   vezes   intensificado.
Cristo hoje é o Espírito, e nós temos um espírito particularmente formado por Deus
para se igualar a Cristo.  
Agora vamos continuar a considerar o Cristo que é desvendado no livro de Zaca­
rias. Na primeira parte deste livro (caps. 1­6), há cinco visões concernentes à Cristo, e
na última parte (caps. 9­14), muitos detalhes concernentes a Ele.  

VISÕES CONCERNENTES À CRISTO

Na primeira das cinco visões concernentes à Cristo, Cristo é desvendado como o
Homem como o Anjo do SENHOR montando em um cavalo vermelho e parado entre as
murteiras no fundo do vale (1:7­17). As murteiras representam os humilhados, contudo
precioso povo de Israel no seu cativeiro. O fato de Cristo estar montando um cavalo
vermelho indica que Ele era O redentor. O fato de ser o Anjo do SENHOR indica que Ele
era   o Enviado por  Deus  para  cuidar  do Seu povo  com  muita  expectativa  enquanto
estavam no cativeiro.  
Na segunda visão (vv. 20­21) Cristo  é o último Artesão usado por Deus para
quebrar   os   quatro   chifres—Babilônia,   Pérsia,   Grécia   e   o   império   romano—o   qual
danificou e destruiu o povo escolhido de Deus (vv. 18­19). Cristo não só será o Único

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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
para quebrar os quatro chifres, mas também para esmagar todo o governo humano dos
dedos dos pés até a cabeça, como retratado pela grande imagem humana em Daniel 2. 
Na visão seguinte Cristo é Aquele que mede Jerusalém para possuí­la (Zc 2:1­2).
Este não só possui Jerusalém, mas também se torna o centro de Jerusalém como a
glória no meio dela e a circunferência de Jerusalém como o muro de fogo em redor dela
(v. 5). Além disso, Ele é o Emissor e o Enviado. Ele, o SENHOR dos exércitos, enviou­Se
como o Anjo do SENHOR (vv. 8­9, 11).  
Na quarta visão Cristo é desvendado como a pedra angular de graça (4:7). Como
indicado em 3:9, nesta pedra estão sete olhos, tipificando os sete Espíritos, isto é, o
Espírito sete vezes intensificado. Cristo é então a pedra angular de graça para consu­
mar a edificação de Deus com o Espírito sete vezes intensificado.  
A  quinta  visão  envolvendo  Cristo  é a  visão do candelabro de  ouro e as  duas
oliveiras (4:2­3, 11­14). O candelabro aqui  significa  a nação de Israel como o teste­
munho coletivo de Deus que reflete todas as Suas virtudes. Podemos dizer que este
candelabro também é um tipo de Cristo, a corporificação do Deus Triúno. Na época de
Zacarias as duas oliveiras eram Josué e Zorobabel, mas durante os três anos e meio da
grande tribulação, as duas oliveiras serão Moisés e Elias.  

DETALHES CONCERNENTES À CRISTO

Os últimos seis capítulos de Zacarias são divididos em dois grupos: capítulos de
nove a onze, que falam da primeira vinda humilde de Cristo, e capítulos doze a qua­
torze, que falam da segunda vinda vitoriosa de Cristo.  

Em Sua Primeira Vinda

Em Sua primeira vinda, Cristo veio como um Rei humilde e foi bem recebido
temporariamente como o Rei em Jerusalém de forma humilde. Com relação a isto, 9:9
diz, “Alegra­te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que o teu rei virá
a ti, justo e salvo, pobre, e montado sobre um jumento, e sobre um jumentinho, filho de
jumenta.” Cristo também veio como um Pastor (11:7­11), pastoreando em Formosura
(graça)   e   União   (unidade).   Porém,   Ele,   o   Pastor   adequado   de   Israel,   foi   detestado,
ferido, atacado, rejeitado e vendido por trinta moedas de prata (vv. 12­13). Os filhos de
Israel foram abandonados pelos falsos pastores, inúteis e imprestáveis—os anciãos, os
sacerdotes e os escribas—que não cuidavam deles (v. 17).  

Em sua Segunda Vinda

Nos   capítulos   de   doze   a   quatorze,   vemos   Cristo   na   Sua   segunda.   Em   Sua


segunda vinda, Ele será não somente o Rei sobre Israel, mas também sobre todo o povo
na terra. “O SENHOR será rei sobre toda a terra; naquele dia um só será SENHOR, e um
só o seu nome” (14:9). Ele reinará sobre toda a terra, e todos os povos da terra subirão
para   Jerusalém   de   ano   em   ano   para   adorarem   o   Rei,   o  SENHOR  dos   exércitos,   e
celebrar a Festa dos Tabernáculos (v. 16). Para aqueles que se recusarem a subir para
Jerusalém para adorar o Rei, não haverá chuva (v. 17).  

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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.
O CRISTO E O TEMPLO DE DEUS

O livro de Zacarias revela claramente que Deus deseja a reconstrução do templo
(4:9;   6:12­15).   Porém,   sem   Cristo,   tudo,   inclusive   o   templo,   é   vazio.   Precisamos   de
Cristo, contudo, Cristo precisa de um Corpo. Este Corpo é o templo de Deus, a casa de
Deus, a expressão de Deus, a satisfação de Deus. Portanto, hoje devemos enfatizar
tanto   Cristo   quanto   a   igreja.   Concernente   a   Cristo,   precisamos   prestar   atenção   a
ambos   os   aspectos   cruciais   desvendados   nos   capítulos   de   um   a   seis   e   os   detalhes
desvendados nos capítulos de nove a quatorze.  

O JULGAMENTO DE CRISTO SOBRE TRÊS
CATEGORIAS DE COISAS

Finalmente,   gostaria   de   mostrar   que   no   livro   de   Zacarias   podemos   ver   o


julgamento de Cristo. A visão do Rolo Volante (5:1­4), a visão do vaso de efa (vv. 5­11),
e a visão dos quatro carros (6:1­8) são visões de julgamento. O julgamento de Cristo
será levado a cabo pelos quatro carros que saem de entre dois montes de bronze (v. 1).
Bronze aqui significa julgamento. Embora os dois montes de bronze não representem
Cristo, eles estão estreitamente relacionados com Cristo, porque Ele foi designado por
Deus para levar a cabo o julgamento sobre os vivos e os mortos (Jo 5:22; At 10:42;
17:31; 2Tm 4:1). Por um lado, Cristo é o Redentor e o Salvador; por outro lado, Ele é o
Juiz. Como o Juiz, Ele levará a cabo o julgamento de Deus.  
De acordo com Zacarias, o julgamento de Cristo por toda a terra será sobre três
categorias de coisas negativas. Primeiro, Ele julgará o roubo (5:3b, 4b). Roubar signi­
fica   pecar   contra   o   homem   que   é   a   questão   de   ganância   e   cobiça.   Segundo,   Cristo
julgará   a   questão   de   jurar   falsamente   pelo   nome   do  SENHOR  (vv.   3c,   4c).   Jurar
falsamente pelo nome do SENHOR significa pecar contra Deus que é a questão de um
relacionamento errôneo com Deus. Aqueles que juram falsamente dessa maneira, não
se relacionam com Deus em fidelidade e honestidade. Terceiro, Cristo julgará todo o
governo humano tipificado pela grande imagem humana em Daniel 2. Ele, o  último
Artesão,   virá   como   a   pedra   cortada   sem   auxilio   de   mãos   e   esmagará   esta   grande
imagem dos dedos dos pés até a cabeça. Assim, Ele limpará a terra de todo roubo, todo
falso juramento pelo nome do SENHOR, e tudo do governo humano.  
Precisamos ver como o julgamento de Cristo está relacionado a nós hoje.  Deve­
mos ter cuidado para não roubar dos outros de maneira alguma, e também devemos
ter cuidado para sermos honestos e fiéis com Deus. Então, seremos  corretos com o
homem e também corretos com Deus. Finalmente, precisamos ver que Cristo virá como
a   pedra   cortada   sem   auxilio   de   mãos   e   esmagará   todo   o   governo   humano   e   assim
trazer o reino eterno de Deus.  

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Nota do tradutor: Onde se lê “SENHOR”, também se pode ler Jeová.

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