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1 - Introdução

Os materiais estão em nossa vida e cultura todo o tempo. Nos mais variados eventos da
sociedade humana, em todos os seguimentos de nossa vida diária ocorrem influencias em
maior e menor grau pelos materiais.
Historicamente, o desenvolvimento e o avanço das sociedades têm estado intimamente
ligados às habilidades de seus membros em produzir e manipular os materiais para
satisfazer suas necessidades. Ex. Idade da Pedra, Idade do bronze, etc.

Os primeiros materiais são advindos da natureza pura, sendo: pedra, madeira, argila e
peles de animais. Com o passar do tempo, o homem passa a desenvolver técnicas para
uso das cerâmicas e metais. Foram sendo descobertas alterações das propriedades naturais
dos materiais a partir de tratamentos térmicos e químicos.
Porque estudar Ciência e Engenharia de Materiais?
Muitos cientistas e Engenheiros irão se deparar vez ou outra com um problema de projeto
que envolve materiais: Ex. Pontes, Barragens, Petróleo, Navios, Aeroportos, Ferrovias,
etc.
Muitas vezes, um problema de materiais consiste na seleção do material correto dentro
de uma infinidade de materiais disponíveis. Existem vários critérios para a decisão final.
 Ciência dos Materiais: Envolve a investigação das relações entre as estruturas e
as propriedades dos materiais.
 Engenharia dos Materiais: Consiste, com base nessas correlações estrutura-
propriedade, no projeto ou na Engenharia da estrutura de um material para
produzir um conjunto de propriedades pré-determinadas. Busca relacionar as
propriedades dos materiais e os elementos estruturais.
Informações fundamentais para a especificação dos materiais:
i) Condições de serviço: Definem as propriedades que o material deve possuir.
ii) Deterioração das propriedades dos materiais que possa ocorrer durante a operação
em serviço.
iii) Fatores econômicos e ambientais. Qual o custo final do material e os riscos
ambientais?

 Quanto mais familiarizado estiver um Engenheiro ou cientista com as várias


características e relações estrutura- propriedade, assim como as técnicas de
processamento de materiais, mais capacitado e confiante estará para fazer
escolhas ponderadas de materiais com base nestes critérios.

Estrutura dos materiais: se refere, em geral, ao arranjo dos componentes internos de


um material. Pode ser estudada sob três aspectos: Atômica / Microscópica /
Macroscópica.

Por Callister, pág. 3, temos:


[...] a estrutura de um material refere-se em geral, ao arranjo de seus componentes
internos.

[...] Em serviço, todos os materiais são expostos a estímulos externos que causam algum
tipo de resposta. Por exemplo, uma amostra submetida a uma ação de forças deformará,
ou uma superfície metálica polida refletirá a luz. Uma propriedade é uma característica
de um dado material em termos do tipo e e da magnitude da sua resposta a um estímulo
específico que lhe é imposto.

[...] são independentes da forma e do tamanho do material.


Propriedades dos materiais: uma propriedade consiste de uma peculiaridade de um
dado material em termos do tipo e da intensidade de sua resposta a um estímulo específico
que lhe é imposto. Geralmente, as definições de propriedade são feitas de uma maneira
independente de forma e tamanho do material
a) Mecânica: Relacionam a deformação à aplicação de uma carga ou força.
b) Elétrica: Condutividade, constante dielétrica, campo elétrico.
c) Térmica: capacidade calorífica, condutividade térmica, dilatação.
d) Magnética: Resposta de um material à aplicação de um campo magnético.
e) Óptica: Luminosidade, índice de refração, refletividade.
f) Deteriorativa: Reatividade Química dos materiais.

Além da Estrutura e Propriedades, existem outros 2 aspectos muito importantes


envolvidos na Ciência e Engenharia dos Materiais: Processamento e Desempenho.
Temos desta forma uma sequência de inter-relação linear:

Processamento Estrutura Propriedades Desempenho

Em relação a estes 4 itens, a estrutura de um material vai depender da maneira como ele
será processado e também, o desempenho de um material é função de suas propriedades.
Exemplo da fabricação do vidro
O desempenho do material está ligado às propriedades da placa de vidro. Estas
propriedades são apoiadas na estrutura do vidro e a estrutura será produto do processo de
fabricação do vidro. É bem simples de entender.

Exemplo do cimento Portland


Em função do uso pode ser produzido para atender a muitas demandas diferentes, porque
pode-se ter necessidades técnicas de projeto, pode-se requerer por exemplo Alta
Resistência Inicial, maior resistência, etc.
2 - Propriedades dos materiais
a) Mecânica: Relacionam a deformação à aplicação de uma carga ou força.
As propriedades mecânicas são fundamentais para garantir o adequado desempenho do
material. Por este motivo, é muito importante que os profissionais de Engenharia tenham
conhecimento sobre este assunto, para escolher, especificar e aplicar os materiais
adequados para solucionar as demandas de serviço.
Ex. Características com relação a esforços solicitantes tais como tração, compressão,
flexão e torção.
b) Elétrica: Condutividade, constante dielétrica, campo elétrico.
As propriedades elétricas dos materiais são importantes com relação ao projeto e
dimensionamento das instalações elétricas e também os sistemas elétricos de potência,
sistema de proteção contra descargas atmosféricas SPDA.
Conhecer estas propriedades é função dos Engenheiros, pois no momento de elaboração
de projetos e escolher materiais, estas peculiaridades são muito consideradas para
atendimento das normas ABNT.
c) Térmica: capacidade calorífica, condutividade térmica, dilatação.
As características propriedades térmicas dos materiais são assuntos fundamentais no
dimensionamento de equipamentos e estruturas. Em função destas propriedades, a
estabilidade estrutural e o desempenho dos materiais poderá ser variável. A condução
térmica deve ser considerada no projeto de edificações, para atender as normas ABNT.
d) Magnética: Resposta de um material à aplicação de um campo magnético.
Esta propriedade deve ser considerada principalmente nos projetos e montagem dos
equipamentos eletroeletrônicos. Podemos também destacar esta propriedade nas
turbinas dos sistemas de geração de energia elétrica.
e) Óptica: Luminosidade, índice de refração, refletividade.
Estas propriedades de materiais são importantes em diversos ramos da Engenharia, com
destaque para as lentes de equipamentos de telescopia, projetos de equipamentos
considerando as capacidades reflexivas e luminosas, como no caso de tintas para placas
de trânsito por exemplo.
f) Deteriorativa: Reatividade Química dos materiais.
Esta propriedade está ligada diretamente ao desempenho dos materiais, pois em função
de ambientes químicos agressivos, a vida útil dos materiais pode ser muito reduzida.
Podemos citar exemplos tais como a maresia nas regiões litorâneas oceânicas.
3 – Materiais Usuais em Engenharia
Os materiais sólidos foram agrupados de acordo com as seguintes classificações:
a) Metais
b) Cerâmicas
c) Polímeros
d) Compósitos
e) Semicondutores
f) Biomateriais
Materiais Avançados
São os materiais que passaram por processos de alta tecnologia, materiais tradicionais
que foram aprimorados para obter um alto desempenho. Ex. CD, LCD, fibra óptica, etc.

Materiais do Futuro
São os chamados materiais inteligentes, dotados de censores atuantes em função de
estímulos mecânicos, térmicos, ópticos e elétricos, componentes da robótica.
Necessidades dos materiais modernos
A sociedade moderna cada vez mais incentiva novos desafios tecnológicos, e desta, forma
aumenta a necessidade do desenvolvimento de materiais cada vez mais sofisticados e
especializados.
Um desafio a ser vencido é a questão ambiental, visto que muitos materiais em suas
pesquisas e desenvolvimento e processos de produção acabam criando situações de
grandes riscos ao meio ambiente, e novas tecnologias para a redução dos impactos e
também para remediar os danos já causados, também representam desafios para ciência
e Engenharia dos materiais.
O universo de materiais diferentes para as muitas demandas a serem solucionadas é
bastante grande. Não seria possível em curto espaço de tempo citar e explicar uma
quantidade tão grande de informações.
Entretanto, para o presente curso, poderemos estudar alguns importantes materiais
utilizados na Construção Civil, partindo de alguns projetos usuais como, por exemplo, a
construção de uma edificação residencial.
Para a construção de uma casa, existem muitos materiais a serem utilizados,
principalmente a partir das peculiaridades próprias de cada projeto. O padrão construtivo
do empreendimento vai definir o grau de sofisticação dos materiais. Isto está ligado a
questão econômica e cultural do local e do proprietário do imóvel.
Entre alguns dos principais materiais utilizados na Construção Civil, podemos citar e
caracterizar detalhadamente:
 Metais
 Concreto: aglomerado formado por areia, cimento, rocha e água.
 Cerâmica
 Madeira
 Polímeros
Neoprene para apoio de pontes
Borracha
É um material polimérico que possui vasto campo de aplicação, com destaque situações
de vedação de juntas evitando a infiltração de água e encontro entre peças de materiais
rígidos, tais como vidros e metais por exemplo.
Asfalto
É uma mistura entre derivados de petróleo e brita que é responsável por realizar a
impermeabilização de aterros rodoviários visando garantir maior durabilidade das vias.
Utilizado em situações de pavimentação flexível.
Rochas
São materiais compósitos naturais com uma enormidade de aplicações na Engenharia,
desde matéria prima para processos industriais, até insumos para concreto e diversas
demandas da construção civil.
Solos para aterros
Existe uma grande variedade de solos na superfície da terra. No caso de demandas para
execução de aterros, é necessário que a partir das especificações geotécnicas para o
material, seja encontrada uma jazida para empréstimo do solo, visando atender com boa
qualidade de material o empreendimento de obra.
Concreto Armado
É um material que em sua essência busca aproveitar o que há de melhor nas características
do aglomerado concreto e do aço.
O concreto é um aglomerado formado por areia, brita e cimento.
O aço de construção é uma liga metálica desenvolvida para atuar na armadura das
estruturas de concreto armado.

Catedral e Museu de Brasília

Ponte Rio Niterói


Materiais Impermeabilizantes
São produtos utilizados para proteger estruturas visando evitar ação agressiva da
umidade.
Existem vários tipos, podemos citar mantas asfálticas, polímeros aditivos para argamassa
e concreto e pinturas de proteção do tipo imprimação.
O que é Físico-química?
É um conceito ligado a propriedades físicas e químicas dos materiais.
A Físico-Química é a ciência que nos proporciona instrumentos para interpretar e
dominar os fenômenos naturais. Na base dessa ciência encontram-se os princípios
fundamentais da termodinâmica, classicamente ensinados a partir do comportamento
dos sistemas macroscópicos.
É a disciplina que estuda as propriedades físicas e químicas da matéria, através da
combinação de duas ciências: a física, onde se destacam áreas como a termodinâmica
e a mecânica quântica, e a química.
Suas funções variam desde interpretações das escalas moleculares até observações de
fenômenos macroscópicos.
A Físico-química moderna possui áreas de estudo importantes como a termoquímica,
cinética química, química quântica, mecânica estatística e química elétrica.
A Físico-química também é fundamental para a ciência dos materiais.
O comportamento físico-químico dos materiais em serviço refere-se aos eventos que
ocorrem com a estrutura dos materiais quando estes são aplicados. Cada vez mais são
pesquisados e utilizados produtos com maior capacidade de resistir aos agentes físicos
e químicos de serviço.
O comportamento físico-químico dos materiais vai depender diretamente da
constituição molecular atômica e arranjo químico. A partir destas características será
possível identificar quais são as propriedades dos materiais.
Com a informação das propriedades, será possível definir as aplicações dos materiais.
A partir da especificação de materiais, poderemos realizar com segurança a escolha
do produto que vai solucionar nossa demanda.
Alguns fatores ambientais que influenciam no desempenho dos materiais podem ser
citados, tais como:
Intemperismos: ventos, chuvas e sol.
Atmosfera química: presença de íons agressivos, maresia, chuva ácida.
Estes fatores podem modificar as propriedades físico-químicas dos materiais.
Por exemplo:
Qual a demanda?
A construção do palácio do Planalto em Brasília DF, para atender a demandas
administrativas do Governo Federal, com escritórios e salões para reuniões, a partir
do projeto realizado por Oscar Niemeyer.

A partir da demanda de serviço, definida pela especificação do produto, a empresa


que executou a obra buscou identificar no mercado os produtos que fornecessem a
resistência de serviço para o edifício, garantindo durabilidade e segurança para a obra.
Alguns exemplos de materiais e suas aplicações, observando o processo do
comportamento físico-químico em serviço.

Casarão no Centro de Salvador BA

Ponte em arco feita com rochas na Estrada Real MG.


Museu da Inconfidência Mineira em Ouro Preto MG

Arcos da Lapa no Centro do Rio de Janeiro RJ


Taj Mahal, em Agra, Índia

Pirâmides de Gizé, Egito


Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos – Diamantina MG

Ponte Darcy Mendonça em Vitória ES


As imagens a seguir pertencem ao arquivo do Prof. Hiram e foram retiradas em visitas aos locais. Não serão
apresentados os endereços destas imagens nesta aula.

Patologia em Pilar de Concreto


Armado

Manchas em
revestimento
cerâmico de
edificação
Descolamento de placas
cerâmicas em revestimento de
fachada.

Problemas na madeira
dos tapumes de obra
Problemas na
rampa para
veículos em lava
jato.

Situação de
contato
madeira
alvenaria em
edificação
Revestimento de rua
– encontro
paralelepípedos de
rocha e blocos de
concreto

Patologias em
revestimento causadas
pela ação de chuva
Isotropia
Um material isotrópico é algo que mantém suas propriedades intrínsecas em todas as
regiões de seu corpo sólido.
Ex. Um produto que foi fundido em condições controladas, como um metal ou polímero.

Anisotropia
Remete ao conceito oposto ao de isotropia, ou seja, um material que não mantém fixas
suas propriedades em diferentes regiões de seu corpo sólido.
Ex. uma peça de madeira com alguns “nós” presentes.
Elasticidade
Remete ao comportamento das borrachas, o termo elasticidade está ligado a capacidade
do corpo se deformar elasticamente após uma determinada aplicação de carga força.

Resiliência
É um conceito que explica o fato de alguns corpos sofrerem pressões de cargas e
apresentarem uma deformação elástica e posteriormente, voltarem exatamente a suas
características físicas anteriores a aplicação das cargas externas.
Termo ligado ao poder de recuperação.
Esforços Simples
Os principais esforços simples a serem estudados em Resistência dos Materiais são:
 Esforço Normal
 Esforço Cortante
 Momento de Torção
 Momento Fletor

 Esforço Normal (N)


Soma algébrica das componentes, na direção normal à seção, de cada uma das forças
atuantes de um dos lados desta seção.
É responsável pelos eventos de tração e compressão nas peças estruturais

Içamento de carga – Tração Um pilar estrutural – Compressão


 Esforço Cortante (Q)
É a soma vetorial das componentes, sobre o plano da seção, das forças situadas de um
dos lados desta seção.

Esforço de cisalhamento simples, tendência de corte sobre um parafuso.

 Momento de Torção (T)


O momento torsor atuante numa seção S é a soma algébrica dos momentos das forças
situadas de um dos lados desta seção em relação ao eixo normal à seção que contém
o seu centro de gravidade.
 Momento Fletor
É a soma vetorial das componentes, sobre o plano da seção, dos momentos de todas
as forças situadas de um dos lados da seção em relação ao seu centro de gravidade.
[...] A análise Estrutural é a parte da Mecânica que estuda as Estruturas, consistindo
este estudo na determinação dos esforços e das deformações a que elas ficam
submetidas quando solicitadas por agentes externos (cargas, variações térmicas,
movimento de apoios, etc.). (Sussekind, 2001)

[...] As estruturas se compõem de uma ou mais peças, ligadas entre si e ao meio


exterior de modo a formar um conjunto estável, isto é, um conjunto capaz de receber
solicitações externas, absorvê-las internamente e transmiti-las até seus apoios, onde
estas solicitações externas encontrarão seu sistema estático equilibrante.

1. Conceitos básicos
As peças que compõem as estruturas, possuem, evidentemente, três dimensões. Três
casos podem ocorrer:
i) Duas dimensões pequenas em relação à 3ª;
ii) Uma dimensão pequena em relação a outras 2;
iii) As 3 dimensões consideráveis
2. As grandezas fundamentais Força e Momento
2.1 – As forças são grandezas vetoriais, caracterizadas por direção, sentido e
intensidade. Sua unidade kN.
No espaço possuem componentes X, Y e Z.
2.2 – Chama-se momento M de uma força F em relação a um ponto O ao produto
vetorial do vetor OM pela força F.
2.3 – Redução de um sistema de forças a um ponto.
Conceito Físico:
Para reduzir um sistema de forças a um determinado ponto do espaço, basta transferir
todas as forças para este ponto, acrescentando para cada uma delas, seu momento em
relação a este ponto.
 Um sistema de forças é então redutível a uma Resultante R e a um momento
resultante M em relação a qualquer ponto O do Espaço.

2.4 – Conceito de tensão


A Tensão é um conceito ligado a aplicação de uma determinada força em uma área
limitada. É semelhante ao estudo das pressões, entretanto, para a Resistência dos
Materiais sólidos, a potencial resistência à tensão é um importante fator para o
dimensionamento das estruturas.
É uma variável utilizada para a escolha dos materiais a serem adotados nas demandas de
engenharia. Por exemplo, materiais com altas tensões de resistência aos esforços
solicitantes são utilizados em estruturas, como é o caso de concreto armado, aço e
madeiras.
2.4.1 Tensão de projeto ou trabalho
É o valor da tensão de projeto, calculada pelo responsável técnico de projeto estrutural
para a escolha do material a ser aplicado na estrutura. Esta tensão será o esforço que
deverá ser resistido pelo material em sua situação de trabalho.
Ex. Cargas em pontes, cargas de vento, cargas verticais em edifícios, etc.

2.4.2 Tensão Admissível


Esta variável está vinculada ao material a ser aplicado, este valor é referente a Resistência
do Material aos esforços estruturais. Valores de tensões e esforços superiores a esta tensão
admissível nas estruturas podem inviabilizar a aplicação de determinados tipos de
materiais.
Ex. a tensão admissível do aço é normalmente superior à da madeira, por isso, é comum
utilização de aço em situações de grandes esforços solicitantes como guindastes.
2.4.3 Fator de Segurança
É uma relação entre a tensão admissível do material e a tensão de projeto. Utilizada para
o dimensionamento das peças estruturais garantindo a segurança do material para atender
as demandas de cargas e tensões das estruturas. Sempre deverá ser maior que 1,0, caso
contrário, o material não deverá ser aplicado, porque não vai suportar a carga de trabalho.

3. Condições de equilíbrio
Para um corpo, submetido a um sistema de força, estar em equilíbrio, é necessário
que elas não provoquem nenhuma tendência de translação nem rotação a este corpo.
Assim, em X, Y, Z, deveremos ter:

Resultante de forças R = 0
Resultante de momentos M = 0

3.1 Casos particulares importantes

3.1.1 Sistema de forças concorrentes no espaço


As forças são aplicadas em um determinado ponto do espaço, para equilíbrio a resultante
deverá ser nula. Não haverá momento para esta situação.

3.1.2 Sistema de forças paralelas no espaço


Forças que não são concorrentes, nesta situação a soma de momentos deverá ser nula
juntamente com a soma de forças no eixo de paralelismo.

3.1.3 – Sistemas de forças coplanares


São forças localizadas em um determinado plano, deverão se nulas as resultantes dos
eixos do plano e o momento em determinado ponto O deste plano.
4. Graus de liberdade
Uma estrutura possui 6 graus de liberdade, sendo 3 de movimentos de translação e 3
de movimentos de rotação.
É evidente que estes 6 graus de liberdade precisam ser restringidos, de modo a evitar
toda tendência de movimento da estrutura, garantindo seu equilíbrio.
Esta restrição é dada por apoios, que devem impedir as tendências de movimento,
através do aparecimento de reações sobre a estrutura, nas direções dos movimentos
que eles impedem, isto é, dos graus de liberdade que eles restringem.
Estas reações de apoio se oporão às cargas aplicadas à estrutura, formando este
conjunto de cargas e reações um sistema de forças em equilíbrio, e regidas, pelos
grupos de equações já citados.

4.1 Apoios de estruturas planas carregadas no próprio plano


a) Apoio do 1º gênero ou charriot – 1 reação vertical.
b) Apoio do 2º gênero, articulação ou rótula – 1 reação vertical e 1 horizontal.
c) Apoio do 3º gênero ou engaste – 1 reação vertical, 1 horizontal e 1 momento

4.2 Estaticidade e Estabilidade


Podem ocorrer 3 casos:
a) Os apoios são em número estritamente necessários para impedir todos os
movimentos possíveis da estrutura. Relação de equilíbrio estável – estrutura
isostática.
b) Os apoios são em número inferior ao necessário para impedir todos os
movimentos possíveis da estrutura. Estrutura hipostática – equilíbrio instável.
c) Os apoios são em número superior ao necessário para impedir todos os
movimentos possíveis da estrutura. Equilíbrio é estável e a estrutura é
hiperestática.
5. Esforços Simples
Um sistema de forças atuando sobre um corpo, encontra seu equilíbrio através de
reações de apoio que provocam. Vejamos os efeitos estáticos que estas carga e reações
provocam em cada uma das seções do corpo.

a) N – Esforço Normal
Soma algébrica das componentes, na direção normal à seção, de cada uma das forças
atuantes.
Conceitos de TRAÇÃO e COMPRESSÃO.

b) Q – Esforço Cortante
Definimos, então, esforço cortante atuante numa seção com sendo igual à soma
vetorial das componentes, sobre o plano da seção, das forças situadas de um dos lados
desta seção.
Conceito de CISALHAMENTO (tendência de corte).

c) T – momento de Torção
Definimos, então, momento torsor atuante numa seção S como sendo a soma algébrica
dos momentos das forças situadas de um dos lados desta seção em relação ao eixo
normal à seção que contém o centro de gravidade.
Tendência de giro da estrutura – eixos de rotação

d) M – Momento Fletor
Definimos, então, como momento fletor atuante numa seção, à soma vetorial das
componentes, sobre o plano da seção, dos momentos de todas as forças situadas de
um dos lados da seção em relação ao seu centro de gravidade.
CALLISTER JR. W. D. Ciência e Engenharia de Materiais: uma Introdução. 5
ed. Rio de Janeiro: LTC, 2000.
CALLISTER, W. D. Fundamentos da Ciência de Engenharia de Materiais. 2 ed.
Rio de Janeiro: LTC, 2006.
VAN VLACK, L. H. Princípios de Ciência e Tecnologia dos Materiais. São Paulo:
Editora Campus, 1994.
ALVES, Líria. Físico-química. 2014. Disponível em: <http://brasilesco.la/b2427>.
Acesso em: 09 set. 2014.
SUSSEKIND, J. C., Curso de Análise Estrutural 1 Estruturas Isostáticas. 11 ed.
São Paulo: Globo, 1991.
* Todas as imagens foram obtidas pelo Google imagens a partir de pesquisas dos
temas.

Bibliografia Complementar

BAUER, L. A. Falcão. Materiais de Construção Volumes 1 e 2: Novos Materiais


para Construção Civil. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2014.
BRANCO, C. A. G. M. Mecânica dos Materiais. Fundação Calouste Gulbenkian,
Lisboa, 1985.
ASKELAND, D. R E PHULÉ, P. P. Ciência e Engenharia dos Materiais. Editora
Cengage Learning, 2008.
JONES, D.; ASHBY, M. Engenharia de Materiais. Rio de Janeiro: Campus, 2007.
Vol.2.
GERE, J. M.; GOODNO, B. J. Mecânica dos Materiais. 7 ed. São Paulo: Cengage
Learning, 2010.
D. R. Askeland e P. P. Phulé, The Science and Engineering of Materials, Cengage
Learning, 6a edição, 2010.

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