UNIVERSIDADE ESATUDAL DE MARINGÁ (UEM/CRG) 12 de Agosto de 2022

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA TÊXTIL

CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

DET/9872 – CONTROLE ESTATÍSTICO DA

QUALIDADE
Aulas 15 e 16 – Fundamentos do CEP

Roteiro de Aula
1 Introdução ao Controle Estatístico do Processo

2 Introdução as cartas de controle

3 Tipos de cartas de controle

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Bibliografia
básica

COSTA, A.F.B.; EPPRECHT, E.K.; CARPINETTI, MONTGOMERY, Douglas C. Introdução ao Controle

L.C.R. Controle Estatístico de Qualidade. 2 ed. Estatístico da Qualidade, 7 ed. São Paulo: LTC,
São Paulo, Atlas, 2005. 2017.
CONTROLE ESTATÍSTICO DO
PROCESSO
CEP e as ferramentas básicas para melhoria da qualidade

O controle estatístico do processo (CEP) é uma poderosa coleção de ferramentas de resolução de

problemas útil na obtenção da estabilidade do processo e na melhoria da capacidade através da redução
da variabilidade. Suas principais ferramentas são:
1. Histogramas ou diagrama de ramo-e-folhas
2. Folha de controle
3. Gráfico de Pareto
4. Diagrama de causa-e-efeito
5. Diagrama de concentração de defeito
6. Diagrama de dispersão
7. Gráfico de controle

Aulas 15 e 16 – Fundamentos do CEP

TEORIA DA
VARIABILIDADE
Shewhart: O precursor do gráfico de controle

Das sete ferramentas, o gráfico de controle de Shewhart é, provavelmente, o mais

sofisticado tecnicamente. Ele foi desenvolvido na década de 1920 por Walter A.
Shewhart, do Bell Telephone Laboratories.

Aulas 15 e 16 – Fundamentos do CEP

DET/9872 – Controle Estatístico da Qualidade Aulas 15 e 16 – Fundamentos do CEP

Causas aleatórias Diz-se que um processo que opera apenas com as causas
1
e atribuíveis do
aleatórias da variação está sob controle estatístico. Este
fato se deve as variações ocorrerem por causas inevitáveis
do processo.

controle Outros tipos de variabilidade podem, ocasionalmente,

estatístico do
estar presentes na saída de um processo. Estas
2 variabilidades podem ocorrer devido a manuseamento
incorreto da máquina, erro do operador ou defeitos na

processo matéria-prima. A essas causas, que podem ser evitadas se

dá o nome de causas atribuíveis de variação.
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Percebam as diferenças entre os tempos t1, t2 e t3. Claramente a partir do tempo t1, encontra-se o processo
fora do controle estatístico. Conseguem distinguir quais mudanças ocorreram no processo?
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Um objetivo maior do controle estatístico do

processo é detectar rapidamente a
ocorrência de causas atribuíveis das
mudanças do processo, de modo que a
investigação do processo e a ação corretiva
possam ser realizadas antes que muitas
unidades não conformes sejam fabricadas.
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O gráfico de controle é uma das técnicas

para monitoramento on-line do processo
largamente usadas para esse propósito. Os
gráficos de controle podem ser usados,
também, para estimar os parâmetros de um
processo de produção e, através dessa
informação, determinar a capacidade do
processo.
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O objetivo do controle estatístico do

processo é a eliminação da variabilidade no
processo. Pode não ser possível eliminar-se
totalmente a variabilidade, mas o gráfico de
controle é uma ferramenta eficaz para a
redução dessa variabilidade, tanto quanto
possível.
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PRINCÍPIOS BÁSICOS DOS

GRÁFICOS DE CONTROLE
Base Estatística do Gráfico
de Controle
O gráfico de controle é uma apresentação gráfica
de uma característica da qualidade que foi medida,
ou calculada, a partir de uma amostra versus o
número da amostra ou o tempo.

Os elementos do gráfico são:

• O eixo da abscissa que indica o número da
amostra ou tempo;
• O eixo da ordenada que indica a característica da
qualidade amostral;
• A linha central que representa o valor médio de
controle da característica de qualidade;
• Os limites superior e inferior de controle que
indicam se as amostras avaliadas estão ou não
dentro das especificações.

Aulas 15 e 16 – Fundamentos do CEP

Aulas 15 e 16 – Fundamentos do CEP 12 de Agosto de 2022

Enquanto todos os pontos estão

1 dentro dos limites de controle, diz-
se que o processo está sob
controle.

Entretanto, se pelo menos um

ponto se localiza fora dos limites
de controle, diz-se que o processo
2 está fora de controle e medidas
corretivas/preventivas serão
tomadas para eliminação das
causas atribuíveis do processo.

COUTINHO, Thiago. Engenharia da Qualidade: o que é e como se tornar um profissional da área? Disponível em:
<https://www.voitto.com.br/blog/artigo/engenharia-da-qualidade>. Acesso em 07 Jul. 2022.
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Mesmo que todos os pontos se situem entre

os limites de controle, se eles se comportam
de maneira sistemática ou não aleatória,
então isso pode ser uma indicação de que o
processo está fora de controle. Exemplo: De
20 pontos plotados, 18 estão na parte acima
da linha central e dentro do limite superior de
controle.
O CEP e o comportamento
aleatório
Se o processo está sob controle, todos os pontos marcados devem ter um
padrão essencialmente aleatório.

Em geral, há uma razão pela qual um padrão não aleatório particular aparece
em um gráfico de controle, e se puder ser descoberta e eliminada, o
desempenho do processo pode ser melhorado.

Para construir um gráfico de controle torna-se necessário estimar a

característica de qualidade a ser avaliada, o tamanho da amostra, a média
da característica da qualidade, o desvio-padrão da média e seus limites
inferior e superior de controle.

Aulas 3 e 4 – Definições e conceitos de qualidade

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Processo de Seja w uma estatística amostral que

mede alguma característica da
construção geral qualidade de interesse, e suponha que
a média de w seja µw e o desvio-
de um gráfico de padrão de w seja σw.
controle

em que L é a “distância” dos limites de

controle à linha central, expressa em
unidades de desvio-padrão.
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Processo de
Proposição dos gráficos de Proposição dos gráficos de
controle controle

construção A teoria geral dos gráficos de

controle foi proposta,
Os gráficos de controle
desenvolvidos segundo esses
princípios são, em geral, chamados

geral de um primeiramente, por Walter S.

Shewhart.
de gráficos de controle de
Shewhart.

gráfico de
controle
Auditor da qualidade Assistente da qualidade

O gráfico de controle é um artifício

para se descrever, de maneira
precisa, o que se entende por
controle estatístico; como tal, ele O uso mais importante do gráfico
pode ser usado para vigilância e de controle é melhorar o
monitoramento do processo on- processo.
line.
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Uso do gráfico de Seja w uma estatística amostral que

mede alguma característica da
controle como qualidade de interesse, e suponha que
a média de w seja µw e o desvio-
ferramenta para padrão de w seja σw.
melhoria da
qualidade
em que L é a “distância” dos limites de
controle à linha central, expressa em
unidades de desvio-padrão.
 Uso do gráfico de controle como ferramenta
para melhoria da qualidade

A maior parte dos processos não

TOLEDO, José Carlos D.; BORRÁS, Miguel
Ángel A.; MERGULHÃO, Ricardo C.; et al.
Qualidade - Gestão e Métodos. Rio de
Janeiro: LTC, 2017.
opera em estado de controle
estatístico.
O uso rotineiro e atento dos gráficos
de controle ajudará na identificação de
causas atribuíveis. Se essas causas
puderem ser eliminadas do processo,
a variabilidade será reduzida e o
processo melhorará.

O gráfico de controle apenas

detectará causas atribuíveis. A ação da
gerência, do operador e da engenharia
será, usualmente, necessária para a
eliminação das causas atribuíveis.

para melhoria da qualidade
TOLEDO, José Carlos D.; BORRÁS, Miguel
Ángel A.; MERGULHÃO, Ricardo C.; et al.
Qualidade - Gestão e Métodos. Rio de
Janeiro: LTC, 2017.
Uso do gráfico de controle como ferramenta
Uma parte muito importante do
processo de ação corretiva associada
ao uso do gráfico de controle é o plano
de ação para fora-de-controle ou PAFC
(out-of-control-action plan, OCAP). Um
PAFC é um fluxograma ou descrição
textual da sequência de atividades que
devem ser realizadas em seguida à
ocorrência de um evento ativador.
O PAFC consiste em pontos de vistoria,
que são potenciais causas atribuíveis, e
finalizadores, que são as ações
empreendidas para resolver a condição
fora de controle, de preferência pela
eliminação da causa atribuível.
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Classificação dos gráficos de Proposição dos gráficos de

controle controle

Classificação Podem ser classificadas em

gráficos de controle para variáveis
Se a característica da qualidade
pode ser expressa como um
número em alguma escala contínua

dos gráficos e gráficos de controle para

atributos.
de medida, ela é, usualmente,
chamada de uma variável.

de controle
Propósito dos gráficos Propósito dos gráficos

O gráfico de controle é um artifício

para se descrever, de maneira
precisa, o que se entende por
controle estatístico; como tal, ele O uso mais importante do gráfico
pode ser usado para vigilância e de controle é melhorar o
monitoramento do processo on- processo.
line.
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Classificação dos gráficos de

controle
Podem ser classificados em dois tipos, conforma a natureza dos
1 dados

2 Gráficos de controle para variáveis

3 Gráficos de controle para atributos

Aulas 15 e 16 – Fundamentos do CEP

GRÁFICOS DE CONTROLE PARA

VARIÁVEIS
Se a característica da qualidade pode ser expressa como um
1 número em alguma escala contínua de medida, ela é, usualmente,
chamada de uma variável.

2 É conveniente descrever a característica da qualidade com uma

medida de tendência central e uma medida de variabilidade.

3 O gráfico é o mais amplamente usado para controle da tendência

central, enquanto gráficos com base, ou na amplitude amostral ou
no desvio-padrão amostral, são usados para controlar a
variabilidade do processo.
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E quando não há como Formas de mensuração

mensurar a característica?

Gráficos de
Para casos em que as
características de qualidade não
são mensuradas, pode-se utilizar
Neste caso, pode-se julgar cada
unidade do produto como
conforme ou não-conforme com

controle para
base no fato de ela possuir, ou não,
medidas de natureza discreta certos atributos, ou podemos
para controle da qualidade. contar o número de não

atributos
conformidades de um produto.

Gráfico de controle para atributos é a solução

Gráficos de controle para tais características da

qualidade são chamados de gráficos de controle
para atributos
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Um fator importante no uso do gráfico de

controle é o planejamento do gráfico de
controle, ou seja, estabelecer a seleção do
tamanho da amostra, dos limites de controle
e da frequência da amostragem.
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A decisão dos limites de controle é fundamental no estudo

1 do CEP, uma vez que o ajuste de seus valores deve ser
melhor balanceado para evitar a ocorrência dos erros tipo I
e tipo II.

Escolhas dos
Ao afastarmos os limites de controle da linha central,
diminuímos o risco de um erro tipo I – isto é, o risco de um
2 ponto cair fora dos limites de controle, indicando uma

limites de controle
condição de fora de controle, quando nenhuma causa
atribuível está presente.

Ao aumentarmos o espaço entre os limites de controle,

estaremos aumentando o risco do erro tipo II – isto é, o
3 risco de um ponto cair entre os limites de controle quando
o processo está, na verdade, fora de controle.
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Tamanho da
amostra
Em geral, amostras maiores tornarão mais
fácil detectarem-se pequenas mudanças no
processo.

Se a mudança no processo for relativamente

grande, então devemos usar tamanhos de
amostra menores do que usaríamos se a
mudança de interesse fosse relativamente
pequena.
Aulas 15 e 16 – Fundamentos do CEP

Frequência de amostragem
A situação mais desejável, do ponto de vista de detecção de
1 mudanças, seria a extração de grandes amostras muito
frequentemente; Isto, no geral, não é factível economicamente.

2 O problema geral é o de alocação do esforço de amostragem. Isto é,

ou toma-se pequenas amostras a intervalos bem curtos, ou
amostras maiores a intervalos mais longos.

3 A prática industrial tende a favorecer a primeira medida. Além disso,

com a revolução da indústria 4.0, a tecnologia possibilita a coleta de
um volume maior de dados por meio de sensores e medidores
automáticos.
Análise de padrões em
gráficos de controle
Observe a figura ao lado, que representa uma
carta de controle do tipo 𝑋 .

Todos os pontos estão dentro de controle?

O processo está sob controle?

Vocês observam algum fenômeno de

ocorrência de padrões no gráfico ao lado?

Aulas 15 e 16 – Fundamentos do CEP

Análise de padrões em
gráficos de controle
A disposição de pontos que ocorrem de
maneira crescente ou decrescente
(observe a partir do 4º e do 18º pontos as
tendências de crescimento e
decrescimento, respectivamente) são
chamadas de sequência crescentes ou
decrescentes.

Embora o processo não esteja realmente

fora de controle, a produção pode ser
melhorada pela eliminação ou redução
das fontes de variabilidade que estejam
causando esse comportamento cíclico.

Aulas 15 e 16 – Fundamentos do CEP

Padrão cíclico

Note que as médias amostrais marcadas

exibem um comportamento cíclico,
embora estejam todas dentro dos limites
de controle.

Tal padrão pode indicar um problema com

o processo, tal como fadiga do operador,
falhas na entrega da matéria-prima,
acúmulo de calor ou tensão, e assim por
diante.

Aulas 15 e 16 – Fundamentos do CEP

Padrão cíclico

Note que as médias amostrais marcadas

exibem um comportamento cíclico,
embora estejam todas dentro dos limites
de controle.

Tal padrão pode indicar um problema com

o processo, tal como fadiga do operador,
falhas na entrega da matéria-prima,
acúmulo de calor ou tensão, e assim por
diante.

Aulas 15 e 16 – Fundamentos do CEP

DET/9872 – Controle Estatístico da Qualidade
O Statistical Quality Control Handbook
(Manual do Controle Estatístico da
Qualidade) (1956) da Western Electric
sugere um conjunto de regras de
decisão para a detecção de padrões
não aleatórios em gráficos de controle.
Especificamente, sugere que se conclua
que o processo está fora de controle se:
Aulas 15 e 16 – Fundamentos do CEP
1 Um ponto se localiza fora dos limites de controle
três sigmas.
2
Dois, em três pontos consecutivos, se localizam
além dos limites de alerta de dois sigmas
Quatro, em cinco pontos consecutivos, se localizam a
uma distância de um sigma ou mais em relação à linha
3 central ou oito pontos consecutivos se localizam de um
mesmo lado da linha central.
Aulas 15 e 16 – Fundamentos do CEP
Subgrupos
racionais
Uma ideia fundamental no uso de gráficos de
controle é a coleção de dados amostrais de
acordo com o que Shewhart denominou
conceito de subgrupo racional.
12 de Agosto de 2022
O conceito de subgrupo racional significa
que subgrupos ou amostras devem ser
selecionados de tal modo que, se estiverem
presentes causas atribuíveis, a chance de
diferenças entre os subgrupos será
maximizada, enquanto a chance de
diferenças decorrentes dessas causas
atribuíveis dentro de um subgrupo será
minimizada.
Aulas 15 e 16 – Fundamentos do CEP 12 de Agosto de 2022

Subgrupos
racionais
Na primeira abordagem, cada amostra
consiste em unidades que foram produzidas
ao mesmo tempo (ou tão próximas quanto
possível). Idealmente, gostaríamos de tomar
unidades consecutivas de produção.

Usa-se essa abordagem quando o objetivo

principal do gráfico de controle é detectar
mudanças no processo.
Minimiza a chance de variabilidade decorrente das causas atribuíveis
dentro de uma amostra, e maximiza a chance de variabilidade entre
Usa-se essa abordagem quando o objetivo amostras, se estiveram presentes causas atribuíveis.
principal do gráfico de controle é detectar
mudanças no processo.
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Subgrupos
racionais
Na segunda abordagem, cada amostra
consiste em unidades do produto que são
representativas de todas as unidades que
foram produzidas desde que a última
amostra foi tomada.

Essencialmente, cada subgrupo é uma

amostra aleatória de toda a saída do
processo durante o intervalo de
amostragem.

Esse método de escolha de subgrupos

Minimiza a chance de variabilidade decorrente das causas atribuíveis
racionais é, em geral, usado quando o gráfico dentro de uma amostra, e maximiza a chance de variabilidade entre
de controle se destina à tomada de decisões amostras, se estiveram presentes causas atribuíveis.
sobre a aceitação de todas as unidades do
produto que foram produzidas desde a
última amostra.
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QUALIDADE
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sextas
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