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Goalball Manual de Orientacao PDF
Goalball Manual de Orientacao PDF
para Professores
de Educação Física
www.cpb.org.br
Goalball
Manual de Orientação
para Professores
de Educação Física
Goalball
Autores: Dailton Freitas do Nascimento
e Márcio Pereira Morato
Brasília – DF
2006
COMITÊ PARAOLÍMPICO BRASILEIRO
VANILTON SENATORE
Coordenador-Geral do Desporto Escolar
Goalball
Autores:
Revisão:
Sérgio Augusto de Oliveira Siqueira
e-mail: paradesportosergio@hotmail.com
Fotos:
Mike Ronchi
Tel. (61) 8166 5257
e-mail: fotossíntese@brturbo.com.br
Colaboração:
Valério da Silva Pinto
FICHA CATALOGRÁFICA
ISBN : 85-60336-04-4
978-85-60336-04-3
CDU: 796.4
SUMÁRIO
1. HISTÓRICO ..................................................................................................................................................... 11
2. CLASSIFICAÇÃO ............................................................................................................................................ 12
4. COMPETIÇÕES .............................................................................................................................................. 17
7. RESULTADOS ................................................................................................................................................. 28
O projeto Paraolímpicos do Futuro, que ora se inicia, faz parte de nossos anseios há um bom tempo.
Mais precisamente desde 2001, quando foi sancionada a Lei Agnelo/Piva, verdadeiro divisor de águas na
história do esporte brasileiro. A referida lei, que destina recursos para o fomento a diversas áreas da
prática desportiva, atende também ao meio escolar.
Sempre defendi que, antes de tomarmos qualquer iniciativa com relação ao desenvolvimento do
esporte para crianças e jovens com deficiência na escola, precisávamos criar uma cultura do esporte
paraolímpico no país. De fato, hoje, a sociedade está bem mais sensível a esta nobre causa. E, sem
sombra de dúvida, o desempenho de nossos atletas na Paraolimpíada de Atenas, em 2004, muito contribuiu
para a exposição e a conseqüente visibilidade do esporte de alto-rendimento para pessoas com deficiência.
No contexto atual de escola inclusiva, na qual alunos com e sem deficiência estudam juntos, o
Paraolímpicos do Futuro vem preencher importante lacuna: apresentar à comunidade acadêmica o
esporte adaptado, torná-lo ferramenta de integração e, ainda, garimpar futuros talentos. Com uma
estratégia de implantação gradativa, que se estenderá até 2008, o projeto tem, para 2006, ações
programadas nas cinco regiões geográficas do Brasil: Santa Catarina (Região Sul), Minas Gerais (Sudeste),
Mato Grosso do Sul (Centro-Oeste), Ceará (Nordeste) e Pará (Norte).
O trabalho tem cronograma de etapas diferenciadas prevendo a preparação do material didático e
de divulgação e a sensibilização dos agentes envolvidos diretamente. A meta do ano é levar a informação
para 3.000 escolas, média de 600 em cada uma das cinco unidades da Federação, e treinar 6.000
professores de educação física, dois em média por unidade escolar.
Como fechamento do ano, o Comitê Paraolímpico Brasileiro realizará em outubro, em parceria com
o Ministério do Esporte, o I Campeonato Escolar Brasileiro Paraolímpico de Atletismo e Natação. A
competição possibilitará a criação de ranking dos jovens atletas, que poderão pleitear, em 2007, a Bolsa-
Atleta, programa de incentivo do governo federal.
O próximo passo será seguir o rumo de integração hoje existente entre Olimpíada e Paraolimpíada,
bem como Pan-americano e Parapan-americano, competições indissociáveis, dentro de uma mesma
estrutura organizacional. A idéia é aproximarmos os Jogos Paraolímpicos Escolares das já tradicionais
Olimpíadas Escolares e Universitárias.
Como pode ver, caro(a) professor(a), na qualidade de referência dos alunos, de formador de opinião,
você só tende a alavancar a plena ambientação dos estudantes com deficiência na escola. De posse de
nova capacitação e de compromisso sedimentado em bases éticas e humanas, sua participação é
fundamental para o sucesso do projeto.
O goalball é uma modalidade esportiva desenvolvida especificamente para pessoas com deficiência
visual. É baseado nas percepções auditivas e táteis, como também na orientação espacial. Caracteriza-
se como uma atividade dinâmica, interessante e especial. São três jogadores em cada equipe, que
lançam a bola, rolando no piso da quadra, para tentar fazer o gol. A outra equipe tenta impedir o gol
com os três jogadores deitando-se no piso para realizar a defesa da bola lançada pelo adversário e,
assim, a disputa segue em duas etapas; vence o jogo a equipe que conseguir o maior número de gols. O
silêncio dos praticantes e espectadores é extremamente importante para o bom andamento da partida.
O controle e a aplicação das regras são assegurados por uma equipe de arbitragem, composta por dois
árbitros principais, mesários e juízes de linhas.
1. HISTÓRICO
O esporte foi criado na Alemanha logo após a II Guerra Mundial, em 1946, pelo alemão Hanz
Lorenzer e pelo austríaco Sett Reindle. O intuito de sua criação era a reabilitação de veteranos de
guerra com deficiência visual por intermédio da prática esportiva (IBSA, 2006).
Quase trinta anos após sua origem, mas ainda apenas como evento de exibição, a modalidade fez
sua primeira aparição internacional em 1972, nos Jogos Paraolímpicos de Heidelberg, na Alemanha
(MATARUNA et al., 2005). Em 1976, foi incorporado ao programa esportivo dos Jogos Paraolímpicos
de Toronto – Canadá apenas no gênero masculino. A ampliação para o gênero feminino ocorreu somente
em 1984 nos Jogos de Nova Iorque – EUA, após a disputa do primeiro campeonato mundial em 1978,
na Áustria (MATARUNA et al., 2005).
No Brasil existem duas vertentes sobre a introdução da modalidade. Uma aponta Steven Dubner
como o ‘’Charles Miller’’ do goalball. De acordo com esta linha, Steven trouxe a primeira bola de
goalball para o país em 1985, no Clube de Apoio ao Deficiente Visual (CADEVI), de São Paulo e ajudou
a disseminar sua prática (CBDC, 2006; MATARUNA et al., 2005).
A outra versão aponta o início formal da prática após o mundial de Goalball da Holanda em 1986.
Mário Sérgio Fontes foi enviado a este evento com o intuito de conhecer a modalidade e retornou ao
país com as regras e as bolas oficiais (CBDC, 2006; MATARUNA et al., 2005). Apesar das diferentes
informações, o marco da sistematização da modalidade no Brasil é a realização do I Campeonato
Brasileiro de Goalball, em Uberlândia, no ano de 1987 (CBDC, 2006).
Em competições internacionais, a equipe brasileira debutou nos Jogos Pan-americanos da IBSA de
Mar Del Plata na Argentina em 1995. Mas o grande divisor de águas, responsável pela crescente procura
pela sua prática, conseqüente aumento do número de equipes e desenvolvimento da modalidade no
país foi, indubitavelmente, a realização do VII Campeonato Mundial em 2002 na cidade do Rio de
Janeiro. Este evento possibilitou a evolução e a capacitação de nossos atletas, técnicos e dirigentes ao
proporcionar o contato direto com o que havia de melhor em nível mundial. Tal evolução da modalidade
em nosso país pôde ser comprovada pelas conquistas posteriores ao mundial do Rio, entre as quais
podemos citar a primeira participação do Brasil em Jogos Paraolímpicos, em Atenas/2004, e a medalha
de prata nos IV Jogos Pan-americanos da IBSA realizados em São Paulo, em 2005, ambas as conquistas
com a equipe feminina (CBDC, 2006).
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2. CLASSIFICAÇÃO
Todas as classificações deverão considerar ambos os olhos, com melhor correção, ou seja, todos os
atletas que usarem lente de contato ou lentes corretivas deverão usá-las para classificação, mesmo que
pretendam usá-las, ou não, para competir (CBDC, 2006).
As três diferentes categorias competem juntas em igualdade de condições, pois os atletas têm os
olhos devidamente bandados e vendados para impossibilitar o uso de qualquer resquício visual.
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3. REGRAS BÁSICAS
BOLA
A circunferência da bola oficial de goalball assemelha-se muito à
bola de basquetebol, mas o peso é maior. Pesa 1,250 kg e não possui
enchimento (câmara de ar), fato que a mantém em maior contato com
o solo. Ela é feita de uma borracha espessa, é oca e tem pequenos orifícios
em sua superfície para potencializar o som produzido pelos guizos
internos quando entra em contato com o solo ou quando é rolada.
Bola oficial de goalball.
QUADRA
As dimensões oficiais da quadra são 18m de comprimento x 9m de largura em formato retangular.
Toda a marcação da quadra no solo é feita em alto relevo (barbantes sob fita adesiva) para permitir
a orientação tátil dos jogadores. As metas, balizas ou gols ficam sobre as linhas de fundo da quadra
e medem 9m de largura x 1,30m de altura. Cada metade da quadra é dividida em três áreas de
dimensões idênticas: área neutra, área de ataque (ou de lançamento) e área de defesa.
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A área neutra é o espaço que separa as áreas destinadas às atuações das equipes.
A área de ataque (ou de lançamento) limita a ação ofensiva das equipes. O primeiro contato
da bola com o solo, após o lançamento dos jogadores, deve acontecer obrigatoriamente até
a linha que separa a área de ataque da respectiva área neutra da meia-quadra de cada equipe,
para que os defensores tenham tempo de ouvir e perceber a trajetória da bola lançada.
A área de defesa cerceia as ações defensivas. Somente é permitido aos jogadores efetuarem
a defesa das bolas lançadas pelos adversários com parte do corpo em contato com esta
área. Sendo esta área o principal ponto de referência para a orientação espacial dos jogadores,
existem diferentes marcações (linhas táteis) em seu interior diferenciando-a das demais
áreas. São as linhas do ala esquerdo, do pivô e do ala direito.
JOGADORES
Cada equipe é composta de três jogadores em quadra e até três reservas. São permitidas três substi-
tuições, não se contabilizando como parte dessas três possíveis as substituições realizadas no intervalo.
Ao entrarem em quadra, os atletas devem estar devidamente bandados e vendados para que não
haja desigualdade de condições entre os que não enxergam e os que possuem algum resíduo visual.
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Goalball
TEMPO
A duração da partida é de dois tempos de dez minutos com três minutos de intervalo entre
eles. É permitido o pedido de até três tempos técnicos por equipe, com duração de quarenta e
cinco segundos cada um.
INFRAÇÕES
As infrações invertem a posse de bola durante a partida. Elas são marcadas quando os jogadores:
1) não esperam a autorização do árbitro para lançar após qualquer interrupção da partida
(premature throw – lançamento prematuro);
2) tentam passar a bola para o companheiro e jogam-na para fora da quadra (pass out – passe fora);
3) defendem a bola lançada pelo oponente, mas ela retorna à meia-quadra adversária
ultrapassando a linha de centro (ball over – bola perdida);
4) outras situações.
PENALIDADES
As penalidades podem ser individuais ou coletivas. Em ambos os casos, somente um jogador
da equipe penalizada permanece em quadra para defender o tiro livre.
Na ocorrência de penalidades individuais, o jogador que a cometeu deve permanecer em
quadra para defendê-la. Em caso de penalidades coletivas, o jogador que realizou o último
lançamento de sua equipe antes do pênalti deve defendê-la. São exemplos de penalidades
individuais:
1) o lançamento em que a bola tem seu primeiro contato com o solo após a área de ataque (high
ball – bola alta);
2) o terceiro arremesso consecutivo de um jogador da mesma equipe (third time throw –
terceiro arremesso consecutivo);
3) defender a bola fora da área de defesa da meia-quadra de sua equipe (illegal defense –
defesa ilegal);
4) outras.
Penalidades coletivas:
1) Demorar mais de dez segundos para arremessar a bola após o primeiro contato defensivo
(ten seconds – dez segundos);
2) atrasar o início ou o recomeço da partida (team delay of game – atraso de jogo da
equipe);
3) outras.
ARBITRAGEM
No goalball, os árbitros têm uma função extra além de apitarem os jogos. Eles também são
responsáveis por comandar o jogo, numa espécie de narração para que os jogadores compreendam
o que está ocorrendo na partida e para facilitar o entendimento da torcida, que, na maioria das
vezes, é formada por pessoas com deficiência visual. Mesmo que os jogadores mais experientes
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saibam o que está se passando em quadra, os árbitros são imprescindíveis para a reposição rápida da
bola e para o saneamento de qualquer dúvida possível, organizando a dinâmica em quadra. Na
versão oficial, são onze árbitros no total:
1) dois árbitros principais (um de cada lado da quadra);
2) quatro juízes de linha (um em cada quina da quadra), responsáveis pela reposição de bola;
3) cinco mesários com funções de cronometragem, marcação dos arremessos, substituições,
tempos técnicos, controle de penalidades etc.
São os dois árbitros principais que orientam a dinâmica do jogo, estabelecendo certa ordem
por intermédio de comandos padronizados na língua inglesa. Mesmo nos campeonatos realizados
no Brasil, são utilizados os comandos em inglês, visando a facilitar o entendimento dos atletas do
país em eventos internacionais. São exemplos da utilização de comandos básicos:
1) iniciar ou reiniciar a partida após qualquer interrupção (play – inicia/joga);
2) indicar que o lançamento foi para fora da quadra sem tocar em nenhum jogador oponente (out
– fora);
3) indicar que a bola lançada saiu de quadra após ser bloqueada pelo defensor. A posse de
bola ainda é da equipe que a defendeu (block out – bloqueio fora).
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Goalball
4. COMPETIÇÕES
Em nível internacional, os jogos paraolímpicos são, sem dúvida, a competição de maior destaque.
Atualmente eles são realizados nas mesmas instalações dos jogos olímpicos e iniciam-se poucos
dias após o encerramento destes. A organização dos jogos paraolímpicos é de responsabilidade
do Comitê Paraolímpico Internacional (IPC, 2006).
Existem também competições continentais a cada dois anos, em anos ímpares (Pan-americano,
Europeu etc.) e jogos mundiais a cada quatro anos, nos anos pares, em que não ocorrem os jogos
paraolímpicos. Ambos os eventos são organizados pela IBSA (IBSA, 2006).
No Brasil, existem competições regionais e nacionais organizadas pela CBDC. Atualmente são
cinco regionais (realizados no primeiro semestre do ano) semelhantes às divisões geográficas do
país, com algumas alterações em virtude da variação do número de equipes participantes em
cada região:
1) Regional Centro-Oeste;
2) Regional Norte-Nordeste;
3) Regional Sul;
4) Regional Sudeste I;
5) Regional Sudeste II.
Os campeonatos nacionais da série A (primeira divisão) e da série B (segunda divisão) são
disputados por doze equipes cada um, no segundo semestre de cada ano (CBDC, 2006). Existem
também outros eventos ou competições informais, realizados por federações estaduais, instituições
especializadas, secretarias de esportes das prefeituras etc. Até mesmo campeonatos universitários
entre estudantes de Educação Física sem deficiência visual foram realizados: primeiramente em
2004, na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e, em 2005, nas Faculdades Integradas
de Amparo (FIA) no Estado de São Paulo, fato inédito no Brasil (CBDC, 2006).
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5. INICIAÇÃO AO ESPORTE
A falta de materiais oficiais não deve ser um fator limitador da iniciação ao esporte. Mesmo porque
alguns contextos podem apresentar certas dificuldades em adquirir tais materiais e, além disso, adaptá-
los de uma maneira coerente e alicerçada às possibilidades e necessidades de cada contexto e de seu
respectivo público é um dos fatores primordiais para a facilitação da prática de modalidades esportivas
por iniciantes.
A BOLA
A audição do barulho da bola precisa ser bem clara para facilitar a identificação de sua trajetória
pelos alunos. Para este fim, pode-se colocar pequenos sinos no interior de qualquer bola disponível
(basquetebol, futebol, futsal, handebol, etc.), ou ainda, envolvê-las com sacolas plásticas. É interessante
também que a bola fique um pouco murcha para manter grande contato com o solo.
Para facilitar o manuseio da bola, seu tamanho e peso devem se adequar às características de cada
turma. Circunferências reduzidas para os mais novos ou menores e circunferências aumentadas para os
maiores ou mais velhos.
O ESPAÇO DE JOGO
A escolha do espaço deve priorizar a segurança dos alunos. É importante que seja amplo e ausente de
obstáculos que possam machucar os alunos, tais como escadas, buracos, paredes com quinas, postes
etc. As quadras esportivas são as mais indicadas, mas qualquer outro espaço (pátio, gramado etc.) pode
ser utilizado.
Após a escolha do espaço são imprescindíveis a sua delimitação e marcação. Não é necessário fazer
a marcação de toda a quadra, mas principalmente da área de defesa, principal espaço de localização e
orientação dos jogadores.
Para a marcação da quadra, pode-se usar barbante sob fitas adesivas, fitas de náilon utilizadas para
marcação em quadras de areia, carpetes, tapetes ou outros tecidos. Sinais táteis que possibilitem a
orientação dos alunos em quadra, para que eles possam sair e voltar ao lugar que ocupavam.
Estes sinais não devem ser modificados constantemente, pois isso dificultaria a criação de mapas mentais
das quadras pelos alunos, fator primordial na orientação espacial sem a utilização de recursos visuais.
As dimensões da quadra de jogo também podem ser alteradas em vista do espaço disponível para a
prática e das características de cada turma – quantidade de alunos, tamanho e idade –, mas sem nunca
perder de vista a importância de fazer uma sinalização tátil adequada.
AS TRAVES
As traves são muito importantes também como pontos de referência, pois dão uma idéia geral de
toda a quadra, facilitando a “leitura” do espaço pelo mapa mental construído pelos jogadores.
Para a sua confecção, pode-se utilizar cordas, barbantes, cones, colchões ou outros materiais similares.
As cordas ou barbantes podem fazer o papel de travessão e devem ser estendidos de fora a fora sobre
a linha de fundo da quadra e amarradas a alambrados, grades ou postes que não ofereçam riscos aos
alunos. As traves laterais podem ser feitas com cones ou colchões, colados ou não no chão.
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Goalball
A altura do gol deve estar de acordo com a média de altura da turma, caso contrário ele perde seu
papel de ponto de referência, pois os alunos podem nem percebê-lo, passando por baixo do travessão,
se estiver muito alto, ou tropeçar, caso esteja demasiadamente baixo.
RECONHECIMENTO DO ESPAÇO
As atividades desse grupo devem ter como foco principal a orientação espacial na área restrita de
quadra, mas podem e devem explorar também o ambiente extraquadra.
É importante que os alunos conheçam todo o ambiente ao qual se relacionam, facilitando a conquista
de autonomia para movimentar-se de forma segura e livre. Atividades de exploração do ambiente de
forma guiada, ou melhor, com a utilização de colegas de turma ou monitores como guias, são as mais
utilizadas e indicadas. Cabe aos guias descrever o ambiente de maneira clara e objetiva, destacando
possíveis pontos de referência para facilitar a construção de mapas mentais do ambiente, fator
indispensável para a orientação espacial dos alunos.
Em quadra, pode-se começar com a utilização de guias e depois passar para atividades individuais ou
em grupo por meio de circuitos ou estafetas. Criar “caminhos” a percorrer nos pontos referenciais de
quadra (ala esquerda, centro, ala direita, trave esquerda, trave direita etc.). Buscar criar deslocamentos
nas mais diversas direções e sentidos (para frente, para trás, direita, esquerda, diagonais), buscando
sempre o contato com os pontos referenciais da quadra, principalmente da área de defesa.
Lembrar de não modificar constantemente as marcações de quadra para não dificultar a construção
de seus mapas mentais pelos alunos. Sempre que houver alguma mudança, os alunos devem ser avisados
e todo o processo de identificação da quadra refeito.
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OPOSIÇÃO ADVERSÁRIA
Essas atividades devem priorizar a relação com o adversário e, conseqüentemente, com as metas a
atacar e a defender, com o objetivo de desenvolver as técnicas (ofensivas e defensivas) e táticas individuais.
As técnicas ofensivas ganham certo grau de aprimoramento com a busca de estratégias para direcionar
o arremesso à meta adversária (para direita, meio ou esquerda), achar formas de aumentar a potência
do arremesso (com giro ou meio giro) ou na adequação às regras (lançar rasteiro, com deslocamento à
frente, com menos barulho etc.). As técnicas defensivas são exploradas na escolha da melhor forma de
posicionar seu corpo (em pé, agachado, ajoelhado, deitado) para defender sua meta das bolas lançadas
pelo adversário e na identificação da trajetória da bola que vem em sua direção.
Jogos reduzidos – 1 x 1 e 2 x 1 – com adaptação de quadra, metas e algumas regras são os mais
utilizados. Esses jogos proporcionam a elaboração de respostas aos problemas reais de jogo de maneira
menos complexa da que ocorre nos jogos formais. É a iniciação de um pensamento tático individual
relacionado aos gestos técnicos utilizados no jogo. Como diria Garganta (1995), “(...) o como fazer
(técnica) mediado pelas razões do fazer (tática) (...)”.
JOGO FORMAL
Utilização do jogo formal de goalball com todas as suas características essenciais. Não há necessidade
de exigir a cobrança de todas as regras oficiais. Podem e devem existir adaptações nas regras diante das
características e necessidades de cada contexto, como visto acima. Mais importante que exigir as regras
oficiais é proporcionar o contato dos alunos com todos os aspectos do jogo (quadra, bola, parceiros,
adversários, meta a defender, meta a atacar, regras a cumprir, táticas e técnicas a executar etc.),
contribuindo para a construção do conhecimento dos alunos em relação a uma modalidade integrante
do contexto cultural das pessoas com deficiência visual e com seu desenvolvimento motor.
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6. TREINAMENTO ESPORTIVO
No jogo de goalball o resultado final da partida pode ser definido por detalhes, especificamente os
detalhes técnicos, o que caracteriza a modalidade como uma atividade que demanda de seus praticantes
a aplicação de gestos adequados. Os atos de defender e atacar são uma constante no jogo. Devem ser
enfatizados nas programações de treinamentos como fatores determinantes na formação geral dos
jogadores, subsidiando e facilitando os seus movimentos específicos.
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Deslizamento Fixo
Deslizamento Lateral
• Finalização é a defesa propriamente dita. Esta é a fase mais importante do processo. É o momento
em que o jogador, depois da fase de reação, encontra-se deitado lateralmente com os braços
estendidos acima da cabeça, esta voltada para trás, pernas estendidas e o tronco inclinado um
pouco à frente, formando uma barreira com o corpo no piso, impedindo o gol do adversário.
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Para execução da defesa, devemos observar que os jogadores estejam protegidos, tornando a prática
do jogo uma atividade segura. Os acessórios básicos de segurança utilizados no jogo são: cotoveleiras e
joelheiras, mais especificamente o uso de coquilha para os homens e espumas de proteção de seios e
ventre para as mulheres.
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• Arremesso com giro: o jogador segura a bola com uma das mãos, posiciona-se de frente para a
equipe adversária e, após um deslocamento rápido, realiza um giro de 360° lançando a bola.
ASPECTOS TÁTICOS
Sendo um jogo de freqüentes ações defensivas e ofensivas, será necessário que a equipe elabore
formas de impossibilitar o gol do adversário e, ao mesmo tempo, de romper a barreira defensiva
formada pela outra equipe.
SISTEMAS DEFENSIVOS
• Defesa simples: nesta defesa, o pivô apresenta-se centralizado com os alas posicionados no meio
das suas referidas linhas.
• Defesa compacta: nesta defesa, os jogadores apresentam-se concentrados mais ao centro da área
da equipe. O pivô centralizado e os alas posicionados na parte final interna das suas referidas linhas.
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• Defesa Diagonal: é um sistema mais complexo. Esta defesa é empregada para defender bolas
diagonais. Veja, na figura, que os jogadores deslocaram-se para anular o ataque adversário do lado
direito, ou seja, pivô descentralizado à esquerda, ala esquerdo posicionado próximo à linha lateral
e o ala direito avançado. Quando o ataque adversário acontecer no lado esquerdo, haverá uma
inversão no posicionamento dos jogadores.
SISTEMAS OFENSIVOS
• Ataque Flutuante: o jogador ataca em posição diversa da que defende. Veja o exemplo da figura.
O ala esquerdo atacando na ala direita e retornando a sua posição original.
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7. RESULTADOS
Fonte: http://www.paralympic.org/release/Summer_Sports/Goalball/Results?sport_id=8
Fonte: http://usuarios.lycos.es/goalball/Paginas/internacionales/mundiales.htm
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• Categoria Feminina
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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARBANTI, Valdir J. Dicionário de educação física e desporto. 2.ed. Barueri: Monde, 2003;
CBDC. Disponível em www.cbdc.org.br. Acessado em 10 de maio de 2006.
COMITÉ OLÍMPICO ESPAÑOL. Deportes para minusvalidos físicos, psíquicos y sensoriales. Espanha:
Comitê Olimpico Español,1982.
CONDE, Antônio J. M. Vamos Jogar Goalball? Benjamin Constant. Rio de Janeiro, ano 3, no7, p.77-22, set-1997.
GARGANTA, Júlio. “Para uma teoria dos jogos desportivos coletivos”. In: GRAÇA, A.; OLIVEIRA, J. (Eds.).
O ensino dos jogos desportivos. 2.ed. Porto: Universidade do Porto, 1995;
IBSA. Disponível em www.ibsa.es. Acessado em 13 de maio de 2006.
IPC. Disponível em www.paralympic.org. Acessado em 16 de maio de 2006.
MATARUNA, Leonardo et al. Inclusão social: esporte para deficientes visuais. In: DA COSTA, L. Atlas do
esporte no Brasil. Rio de Janeiro: Shape, 2005, p.645-649.
TUBINO, Manuel J. G. Metodologia científica do treinamento desportivo. 3.ed. São Paulo: IBRASA, 1984.v.1.
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