Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Aula 04 - Tutela Provisória PDF
Aula 04 - Tutela Provisória PDF
AULA 04
TUTELA PROVISÓRIA
Sumário
1 - Considerações Iniciais ................................................................................................. 2
2 - Tutela Provisória ........................................................................................................ 2
2.1 - Classificação doutrinária das tutelas provisórias ....................................................... 2
2.2 - Disciplina das tutelas provisórias no NCPC ............................................................... 6
2.3 - Tutelas de Urgência ............................................................................................ 12
2.4 - Tutela de Evidência ............................................................................................ 30
3 – Questões ................................................................................................................ 32
3.1 - Questões sem comentários .................................................................................. 32
3.2 - Gabarito ........................................................................................................... 44
3.3 - Questões com comentários .................................................................................. 44
3.4 – Lista de Questões de Aula ................................................................................... 69
4 – Destaques da Legislação ........................................................................................... 71
5 – Resumo .................................................................................................................. 73
6 – Considerações Finais ................................................................................................ 78
09555860467
TUTELA PROVISÓRIA
1 - Considerações Iniciais
Enfim temos uma aula menor! Hoje, será um encontro tranquilo, no qual
abordaremos assunto de primacial importância, contudo, menos denso quando
comparado com os temas anteriores que estudamos.
Na aula de hoje vamos nos ocupar com as tutelas provisórias, que foram
totalmente reformuladas à luz do NCPC, o que exigirá grande esforço para
compreendê-las na nova sistemática.
De todo modo, é importante registrar que não obstante a matéria seja menos
extensa – arts. 294 a 311 do NCPC – a incidência nas provas recentes é grande.
Note que a maioria das questões são, inclusive, elaboradas com base no NCPC.
Trata-se de assunto expresso no edital e totalmente reformulado pelo NCPC.
Destacamos que não iremos adaptar questões dos concursos anteriores
ao NCPC. Não faremos isso porque a nomenclatura mudou muito e trazer
questões que cobram o CPC73 pode gerar incompreensão. Assim, traremos
todas as questões elaboradas sob a égide do NCPC, inclusive questões
de nível superior, de modo que você terá como treinar a matéria.
Vamos lá, então?
Bons estudos!
2 - Tutela Provisória
2.1 - Classificação doutrinária das tutelas provisórias
Antes de apresentar a classificação das tutelas provisórias, vamos, rapidamente,
diferenciar a tutela definitiva da provisória.
Quanto à tutela definitiva1:
A tutela definitiva é aquela obtida com base em cognição exauriente, com profundo debate
acerca do objeto da decisão, garantindo-se o devido processo legal, o contraditório e a
09555860467
ampla defesa.
Essa tutela definitiva poderá ser satisfativa, ou seja, poderá ser voltada para
certificar direitos (ações declaratórias, constitutivas e condenatórias) ou para
efetivar direitos (ações executivas).
Além disso, a tutela definitiva também poderá ser assecuratória (ou cautelar),
cuja finalidade é conservar o direito do autor, neutralizando efeitos maléficos do
tempo. A tutela cautelar caracteriza-se pela referibilidade e pela temporariedade.
1
JR. DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, volume 1, 18ª edição, rev., atual. e
ampl., Bahia: Editora JusPodvim, 2016, p. 575.
A tutela provisória, por sua vez, tem por finalidade antecipar o gozo de
determinado direito ou assegurá-lo a fim de que possa ser gozado em momento
oportuno.
A tutela provisória caracteriza-se pela sumariedade da cognição, pela
precariedade e pela impossibilidade de sofrer os efeitos da coisa julgada.
09555860467
IMPOSSIBILIDADE
não poderá sofrer os efeitos da coisa julgada
DE COISA JULGADA
Feito isso, vamos analisar a classificação das tutelas provisórias, com base na
posição majoritária da doutrina.
tutela antecipada
ESPÉCIES DE
TUTELA tutela cautelar
PROVISÓRIA
tutela de evidência
09555860467
2
JR. DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, volume 1, 18ª edição, rev., atual. e
ampl., Bahia: Editora JusPodvim, 2016, p. 582.
TUTELA antecipação da
PROVISÓRIA tutela
concessão da
JULGAMENTO julgamento do
tutela jurisdicional
ANTECIPADO mérito do processo
definitiva
3
JR. DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, volume 1, 18ª edição, rev., atual. e
ampl., Bahia: Editora JusPodvim, 2016, p. 583.
Por exemplo, bloqueio de bens da pessoa devedora para que, na execução, haja
valores suficientes para pagar o valor devido.
A tutela de evidência, tal como a tutela antecipada, caracteriza-se pela
provisoriedade e por ser satisfativa. A grande distinção em relação à tutela
antecipada é que não há urgência. Nesse caso, a cessão antecipada da tutela
jurisdicional não se funda na urgência, mas na evidência do direito pleiteado pelo
autor.
Por exemplo, em um contrato de financiamento, a contratante não paga o
financiamento e, após notificação extrajudicial sem manifestação do contratante,
a financiadora ingressa em juízo com pedido de busca e apreensão do bem dado
em garantia. Nesse caso, se o juiz conceder a tutela, não o fará em face da
urgência, mas poderá determinar a medida constritiva em razão da evidência de
que a contratante não pagou as mensalidades do financiamento.
Assim...
urgente urgente
Além disso, temos o fim das cautelares em espécie. O NCPC não dispõe de
um livro específico para tratar das cautelares em espécie, tal como tínhamos no
CPC73. Não temos mais, portanto, dispositivos específicos para tratar do arresto,
do sequestro, da caução, da busca e apreensão, da separação de corpos etc.
A supressão dessas cautelares específicas decorreu do fato de que o nosso
sistema confere ao magistrado o poder geral de cautela. Desse modo, não haveria
necessidade de uma disciplina específica para temas cautelares. Isso não impede
que essas cautelares específicas sejam concedidas, mas o fundamento será
extraído do art. 301, do NCPC, que disciplina a temática em termos gerais.
Disposições Gerais
O NCPC, ao contrário do que tínhamos em relação ao CPC73, consolida a
disciplina relativa à tutela de evidência e agrupa as tutelas de natureza urgentes
sob o nome de “tutelas de urgência”.
Assim, essa é a classificação das tutelas adotada pelo NCPC:
TUTELA
PROVISÓRIA
tutela de
tutela de urgência
evidência
confere-se à parte prazo para que ela possa emendar o pedido, a fim de tornar o
pedido antecedente em pedido principal.
Há, portanto, uma sistemática específica em relação à forma de se apresentar os
pedidos em juízo.
Nos arts. 295 a 299, todos do NCPC, temos algumas regras gerais específicas:
o art. 295 esclarece que as tutelas provisórias, quando requeridas
incidentalmente, não dependem do pagamento de custas:
Art. 295. A tutela provisória requerida em caráter INCIDENTAL independe do
pagamento de custas.
O dispositivo acima não traz limitações às medidas aplicadas, ele prevê, de modo
geral, a possibilidade de que sejam utilizadas quaisquer medidas executivas,
como, por exemplo, a fixação de multas.
De acordo com a doutrina4, conclui-se que esse
dispositivo concede ao julgador “um poder geral de
cautela e de efetivação, com a adoção de todas as
medidas provisórias idôneas e necessárias para a
satisfação ou acautelamento adiantados”.
4
JR. DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, volume 1, 18ª edição, rev., atual. e
ampl., Bahia: Editora JusPodvim, 2016, 603.
DISPOSIÇÕES GERAIS
d) I e II.
e) III.
Requerimento
Ao contrário do que tínhamos em relação ao CPC73, o NCPC não prevê a
possibilidade de concessão de ofício da tutela provisória. Logo, não poderá
o magistrado, mesmo que entenda presentes os pressupostos, conceder uma
tutela provisória sem requerimento da parte (ou seja, conceder de ofício)5.
Portanto, o entendimento atual é no sentido de que a tutela provisória está
circunscrita ao princípio da demanda, de modo que a parte deverá requerê-la
expressamente.
Isso, contudo, não impede que o magistrado, ciente da situação fática envolvida
no processo – à luz do princípio da cooperação –, consulte a parte interessada
para que requeira a tutela. É o que nos ensina a doutrina6:
(...) tem em conta a estrutura cooperativa do novo processo civil, pode o juiz, percebendo
que é possível tutelar a parte provisoriamente, consultá-la a respeito de seu interesse na
obtenção de uma tutela sumária (art. 6º, CPC). Não pode o juiz, porém, antecipar a tutela
de ofício (seja satisfativa, seja cautelar), dado o regime de responsabilidade objetiva
inerente à sua fruição (art. 302, CPC), o qual a parte pode não ter interesse em submeter-
se.
Fungibilidade 09555860467
5
JR. DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, volume 1, 18ª edição, rev., atual. e
ampl., Bahia: Editora JusPodvim, 2016, p. 606.
6
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo
Civil Comentado, 2ª edição, rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016,
p. 377/8.
Legitimidade
Quando falamos em tutelas provisórias, pensamos sempre que ela será requerida
pelo autor. Assim, o autor, diante do risco da demora ou da probabilidade do
direito, pode requerer uma das espécies de tutelas provisórias.
Contudo, como ressalta a doutrina8, “todo aquele que alega ter direitos à tutela
jurisdicional (definitiva) está legitimado a requerer a antecipação provisória dos
seus efeitos”. Portanto, o autor, o réu e os terceiros intervenientes possuem
legitimidade para requerer tais tutelas. O mesmo ocorre em relação ao Ministério
Público, tanto quando atuar como parte como na função de fiscal da ordem
jurídica.
Disposições Gerais
Conforme já explicitado, a tutela de urgência é concedida sempre que houver
elementos que evidenciem que a não concessão possa implicar perigo de dano,
ou risco ao resultado útil do processo. 09555860467
7
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo
Civil Comentado, 2ª edição, rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016,
p. 378.
8
JR. DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, volume 1, 18ª edição, rev., atual. e
ampl., Bahia: Editora JusPodvim, 2016, p. 587.
(MPT/Procurador do Trabalho/2015)
Com base no Código de Processo Civil, julgue:
Na decisão que conceder tutela de urgência, o juiz indicará, de modo claro e preciso, as
razões do seu convencimento, mas não concederá a medida quando houver perigo de
irreversibilidade do provimento antecipado.
Está correta a assertiva em face do que prevê o art. 298, do NCPC, que declina
que a “decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela provisória, o
juiz motivará seu convencimento de modo claro e preciso”. Além disso, de acordo
com o art. 300, §1º, prevê que “a tutela de urgência de natureza antecipada não
será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão”.
Vamos aprofundar um pouco o conteúdo?
Primeiramente devemos lembrar que a tutela de urgência abrange tanto a tutela
antecipada como a cautelar. De acordo com a doutrina, quando o NCPC se refere
a “perigo de dano” está abordando a concessão da tutela de urgência de natureza
antecipada (satisfativa); ao passo que quando se reporta à expressão “risco ao
resultado útil do processo”, temos campo para tutela de urgência de natureza
cautelar (conservativa).
Essa possível associação feita pelo legislador é criticada pela doutrina. Afirmam,
em síntese, que a tutela de urgência antecipada não deve ser concedida apenas
com a hipótese de dano. Além disso, critica-se o fato de associarem a tutela de
urgência cautelar à necessidade de conservar o processo, quando deveria visar à
proteção do direito. Como sucedâneo do conceito legal, sugere-se9:
A tutela provisória é necessária simplesmente porque não é possível esperar, sob pena de
o ilícito ocorrer, continuar ocorrendo, ocorrer novamente, não ser removido ou de dano não
ser reparado ou de reparável no futuro. Assim, é preciso ler as expressões perigo de dano
e risco ao resultado útil do processo como alusões ao perigo da demora. Vale dizer: há
urgência quando a demora pode comprometer a realização imediata ou futura do direito.
Nesse contexto, para a prova, que é o que realmente importa para nós,
primeiramente devemos assinalar a alternativa que fizer referência à literalidade
expressa do dispositivo. Se a questão se referir ao entendimento doutrinário,
09555860467
9
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo
Civil Comentado, 2ª edição, rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016,
p. 383.
“perigo de dano”
para a literalidade
do NCPC
“risco ao resultado
TUTELA DE útil do processo”
URGÊNCIA
“perigo da
demora”
para a doutrina
(periculum in
mora)
10
JR. DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, volume 1, 18ª edição, rev., atual. e
ampl., Bahia: Editora JusPodvim, 2016, 610.
periculum in mora
PARA CONFIGURAÇÃO
plausibilidade do
DA TUTELA DE
direito
URGÊNCIA
irreparabilidade
do dano ou de
difícil reparação
Veja:
§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação
09555860467
prévia.
Assim, a tutela provisória antecipada concedida à parte deve poder ser revertida,
ou seja, deve haver a possibilidade de que as partes retornem ao status quo em
caso de decisão definitiva que reverta a concessão provisória.
O art. 301 ratifica o que dissemos no início. Não existe mais regras específicas
acerca das cautelares, mas apenas a disciplina geral que estudamos nesta aula.
Ao contrário do CPC73, que expressamente abordava cautelares específicas, no
NCPC elas não mais existem.
Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante
arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e
qualquer outra medida idônea para asseguração do direito.
Assim...
•arrestos
•sequestros
•arrolamento de bens
•registro de protesto contra alimentação de bem
•QUALQUER outra medida idônea para assegurar o direito
Veja que a última hipótese traz uma regra geral, que amplia a possibilidade de
concessão de cautelares, na medida em que forem identificadas as situações
necessárias no caso concreto.
Além disso, é importante conhecer:
COISA.
RESPONSABILIDADE
Sentença desfavorável.
Nesse caso, inicialmente a tutela era provável, contudo, em cognição
exauriente, conclui-se improcedente o pedido.
Sentença resolutória com mérito, em razão do acolhimento de
prescrição ou decadência.
SUBJETIVA Caso o juiz, apreciando melhor a celeuma ao final do processo, conceda
sentença desfavorável à parte autora (ainda que acolhendo a prescrição ou
decadência), somente haverá responsabilização da parte se demonstrar dolo ou
culpa ao pedir a tutela provisória.
09555860467
aditamento
concessiva
prazo de 15 dias
DA DECISÃO
emenda
denegatória
prazo de 5 dias
09555860467
SUMARIZADA EM PEDIDO DE
REQUISITOS DA INICIAL natureza antecipada;
conflito
periculum in mora
valor da causa
09555860467
extingue o
o réu sai intimado
em caso de processo sem
para contestar segue o processo
autocomposição julgamento de
em 15 dias
mérito
extingue o
processo com
julgamento de
mérito
3ª CORRENTE – findo o prazo de dois anos, há formação da coisa julgada material, com
possibilidade de ação rescisória caso adentre nas hipóteses legais.
§ 6o A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade dos
respectivos efeitos só será afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar, proferida
em ação ajuizada por uma das partes, nos termos do § 2o deste artigo.
Veja:
Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter
antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que
se objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem natureza
antecipada, o juiz observará o disposto no art. 303.
concessão antecedente.
11
JR. DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, volume 1, 18ª edição, rev., atual. e
ampl., Bahia: Editora JusPodvim, 2016, p. 629.
Está correta a assertiva, porque está de acordo com os arts. 306 e 307, ambos
09555860467
do NCPC.
Sigamos!
Concedida a tutela, a parte autora tem o prazo de 30 dias para ajuizar a ação
principal, sem necessidade de adiantamento de custas processuais, podendo,
inclusive, aditar pedidos na forma do §2º, do art. 308, do NCPC.
O §1º permite à parte formular o pedido principal conjuntamente com o pedido
cautelar.
Veja:
Art. 308. Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado pelo
autor no prazo de 30 (trinta) dias, caso em que será apresentado nos mesmos autos
em que deduzido o pedido de tutela cautelar, NÃO dependendo do adiantamento de
novas custas processuais.
§ 1o O pedido principal pode ser formulado conjuntamente com o pedido de tutela cautelar.
§ 2o A causa de pedir poderá ser aditada no momento de formulação do pedido principal.
Assim:
30 dias ou se o juiz declarar extinto o processo principal, com ou sem julgamento do mérito,
mas, cessada a medida por qualquer desses motivos, a parte pode intentar nova ação e
repetir o pedido com os mesmos fundamentos.
Está incorreta a assertiva, uma vez que, na parte final contrária, o parágrafo
único do art. 309, do NCPC, prevê que, por qualquer motivo, a eficácia da tutela
cautelar cessará, sendo vedado à parte renovar o pedido, a não ser que haja
novo fundamento.
Sigamos!
Para encerrar o tópico, confira o art. 310, do NCPC:
Art. 310. O indeferimento da tutela cautelar NÃO OBSTA a que a parte formule o
pedido principal, NEM influi no julgamento desse, SALVO se o motivo do
indeferimento for o reconhecimento de decadência ou de prescrição.
Para a prova...
exceto no caso de
não impede o
reconhecimento de
ajuizamento da ação
prescrição ou
principal
decadência
O INDEFERIMENTO
DA TUTELA
CAUTELAR
não influencia o
julgamento da ação
principal
Está correta a assertiva, que está de acordo com o art. 310, do NCPC.
Confira outra questão.
(OAB/XVI Exame/2015 – adaptada)
Alan ajuizou ação provisória cautelar antecedente em face de Roberta, obtendo deferimento
de pedido liminar para indisponibilizar a venda de veículos de propriedade da ré. De posse
da decisão liminar, Alan protocolizou ofício junto ao órgão competente em 30 de janeiro,
tendo a liminar sido efetivada em 10 de fevereiro, ou seja, quatro dias antes da citação de
Roberta. As datas citadas eram dias úteis.
Com base na hipótese narrada, assinale a afirmativa correta.
a) O ajuizamento da ação principal dentro do prazo legal veda ao magistrado revogar a
tutela provisória antes da sentença de mérito.
b) O ajuizamento da ação principal no dia 14 de março acarreta a perda da eficácia da tutela
provisória deferida e a extinção da ação cautelar.
c) A eventual falta de diligência de Alan ao inobservar o prazo legal para execução da decisão
acautelatória acarretará a automática extinção dos processos cautelar e principal.
d) O indeferimento do pedido acautelatório formulado por Alan obsta o ajuizamento da ação
principal, por falta de interesse.
09555860467
Esquematizando o procedimento...
TUTELA CAUTELAR
ANTECEDENTE
citação para
manifestar/provas em 5
dias
o processo segue
juiz decide em 5 dias
regularmente
em caso de infrutífera a
autocomposição autocomposição
Sigamos!
Antes de analisar cada uma dessas hipóteses, cumpre observar que não existe
impedimento para que procedimentos específicos disciplinem outras hipóteses de
09555860467
tutela de evidência.
Vejamos as hipóteses do NCPC:
Abuso do direito de defesa ou de manifesto propósito protelatório do
réu.
Nesse caso, é necessário ouvir o réu para a concessão da tutela de evidência,
não podendo ser concedida liminarmente.
Trata-se de uma hipótese em que a tutela de evidência é concedida com intuito
punitivo, como uma sanção à parte que agir de má-fé ou que provoque
12
JR. DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, volume 1, 18ª edição, rev., atual. e
ampl., Bahia: Editora JusPodvim, 2016, 631.
3 – Questões
Destacamos, mais uma vez, que não iremos adaptar questões dos
concursos anteriores ao NCPC. Não faremos isso porque a nomenclatura
mudou muito e trazer questões que cobram o CPC73 pode gerar incompreensão.
Assim, traremos todas as questões elaboradas sob a égide do NCPC,
inclusive questões de nível superior, de modo que você terá como treinar a
matéria.
09555860467
alegados pelo autor presumir-se-ão aceitos pelo réu como ocorridos, caso
em que o juiz decidirá dentro de cinco dias.
d) O pedido principal, cuja causa de pedir poderá ser aditada, terá de ser
formulado pelo autor no prazo de 30 (trinta) dias a contar do deferimento
da tutela cautelar.
e) A tutela de urgência cautelar antecedente torna-se estável se da decisão
que a conceder não for interposto o respectivo recurso. Nessa hipótese,
qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever,
reformar ou invalidar a tutela estabilizada no prazo de dois anos.
antecipatória.
e) efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado pelo
autor no prazo de trinta dias, em autos apensos e mediante o pagamento de
novas custas processuais.
impugnada mediante recurso, uma vez que a lei prevê que somente a tutela
da evidência tem a aptidão à estabilização dos seus efeitos.
3.2 - Gabarito
Questão 01 – D Questão 02 – B
Questão 03 – A Questão 04 - E
Questão 07 - E Questão 08 - B
Questão 09 - A Questão 10 - B
Questão 11 – A Questão 12 – D
Questão 17 – B Questão 18 – A
Questão 21 – E Questão 22 – D
09555860467
Questão 23 – D Questão 24 – D
Questão 29 – C Questão 30 - A
Comentários
09555860467
Item II: hipótese que permite a concessão de tutela da evidência, que não faz
coisa julgada e nem se estabiliza. É a tutela de evidência punitiva, baseada no
art. 311, I, do NCPC.
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de
perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:
Item III: a tutela de urgência antecedente pode se tornar estável caso a parte
contrária não apresente recurso. Vejamos o art. 304, do NCPC:
Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se estável
se da decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso.
6º A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade dos respectivos
efeitos só será afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar, proferida em ação
ajuizada por uma das partes, nos termos do § 2o deste artigo.
Comentários
A alternativa A está incorreta. O art. 305, em seu parágrafo único, do NCPC,
determina que o pedido de tutela cautelar equivocado deve ser entendido como
a tutela que verdadeiramente se pretendia, ou seja, a natureza satisfativa. Nesse
caso, o juiz observará o procedimento da tutela antecipada.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, pois traz o que está
expressamente previsto no art. 310, do NCPC.
Art. 310. O indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte formule o pedido
principal, nem influi no julgamento desse, salvo se o motivo do indeferimento for o
reconhecimento de decadência ou de prescrição.
A alternativa C está incorreta. Com base no art. 306, do NCPC, o réu será citado
para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar o pedido e indicar as provas que
pretende produzir.
A alternativa D está incorreta. Conforme art. 308, do NCPC, efetivada a tutela
cautelar, o pedido principal terá de ser formulado pelo autor no prazo de 30
(trinta) dias, caso em que será apresentado nos mesmos autos em que deduzido
o pedido de tutela cautelar, não dependendo do adiantamento de novas custas
processuais.
Note que, nesse caso, não haverá alteração na causa de pedir. Aqui reside o erro
da alternativa. A parte não poderá alterar fatos e fundamentos do pedido, após
a efetivação da medida cautelar.
A alternativa E está incorreta. A estabilização não é um fenômeno da tutela de
urgência cautelar, mas sim da tutela de urgência antecipada antecedente.
Comentários
Comentários
A alternativa A está incorreta. A eficácia da tutela provisória será mantida na
pendência do processo e durante a sua suspensão, embora possa ser revogada
ou modificada. Porém, se o processo é extinto, sua eficácia é perdida. Vejamos o
art. 296, do NCPC.
Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas
pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada.
Parágrafo único. Salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória conservará a
eficácia durante o período de suspensão do processo.
09555860467
Comentários 09555860467
Note que a questão se limita a tratar da cobrança do dispositivo legal. Assim, leia
a lei com atenção e aprenda os termos.
A denominada tutela provisória não pode ter natureza satisfativa, uma vez
que essa modalidade de tutela jurisdicional se presta unicamente a
assegurar a futura eficácia de tutela definitiva, resguardando direito a ser
satisfeito.
Comentários
A assertiva está incorreta. Vejamos o art. 294, que prevê que a tutela provisória
de urgência pode ser concedida em caráter antecedente ou incidental. Assim, a
tutela provisória poderá ser satisfativa ou cautelar. O erro da questão está em
mencionar que a tutela provisória pode ser concedida apenas na modalidade
cautelar.
Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência.
Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser
concedida em caráter antecedente ou incidental.
Comentários
A alternativa A está incorreta. Conforme o art. 294, do NCPC, em seu parágrafo
único, a tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser
concedida em caráter antecedente ou incidental. Essa é uma grande novidade
do Novo Código de Processo Civil.
A alternativa B está incorreta. Com base no art. 295, a tutela provisória
requerida em caráter incidental independe do pagamento de custas.
c) não é apta a gerar a estabilização dos seus efeitos, uma vez que a lei
ressalva a inaplicabilidade deste fenômeno processual para a Fazenda
Pública.
d) é apta a gerar a estabilização dos seus efeitos, por ausência de recurso
no prazo oportuno e, assim, fará coisa julgada material, que poderá ser
desconstituída por meio de ação rescisória, no prazo de dois anos.
e) é apta a gerar a estabilização dos seus efeitos, desde que não tenha sido
impugnada mediante recurso, uma vez que a lei prevê que somente a tutela
da evidência tem a aptidão à estabilização dos seus efeitos.
Comentários
Diante desta situação, tal decisão não é apta a gerar a estabilização dos seus
efeitos. Isso ocorre porque o pedido de tutela é incidental e não antecedente.
Apenas o pedido de tutela antecedente, quando não impugnado, pode atingir a
estabilização. Observe que o enunciado da questão menciona expressamente que
o pedido de tutela foi incidental.
Acerca do procedimento da tutela antecipada requerida em caráter
antecedente, vejamos os art. 303 e 304, do NCPC.
Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição
inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de
tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano
ou do risco ao resultado útil do processo.
Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se estável se da
decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso.
Comentários
O abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da
parte constituem hipóteses em que a lei autoriza o juiz a conceder a tutela da
evidência punitiva. Vejamos o art. 311, I, do NCPC.
09555860467
Comentários
A alternativa A está correta, pois está prevista no art. 294, do NCPC.
Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência.
Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser
concedida em caráter antecedente ou incidental.
Comentários
Vamos analisar cada um dos itens:
O item I está correto, pois está previsto no art. 294, do NCPC.
Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência.
Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser
concedida em caráter antecedente ou incidental.
O item II está incorreto. De acordo com o art. 296, do NCPC, a tutela provisória
conserva a sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a qualquer tempo,
ser revogada ou modificada. Assim, a revogação ou modificação da medida não
se restringe apenas à sentença.
Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode,
a qualquer tempo, ser revogada ou modificada.
Parágrafo único. Salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória conservará a
eficácia durante o período de suspensão do processo.
O item III está incorreto. Conforme art. 297, do NCPC, o juiz poderá determinar
as medidas que considerar adequadas para a efetivação da tutela provisória.
Art. 297. O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para efetivação
da tutela provisória.
Parágrafo único. A efetivação da tutela provisória observará as normas referentes ao
09555860467
Comentários
A alternativa A está correta, conforme prevê o art. 295, do NCPC.
A alternativa B está correta, com base no art. 303, do NCPC.
A alternativa C está correta, pois reproduz o art. 311, I, do NCPC. Trata-se da
tutela de evidência punitiva.
A alternativa D está incorreta e é o gabarito da questão. De acordo com o art.
300, §3º, do NCPC, a tutela de urgência de natureza antecipada não será
concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
Comentários
A alternativa A está incorreta e é o gabarito da questão. De acordo com o art.
294, do NCPC, a tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser
concedida em caráter antecedente ou incidental. Trata-se de uma possibilidade
de concessão e não de uma obrigatoriedade. O erro da questão está em falar
“será concedida”.
Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência.
Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser
concedida em caráter antecedente ou incidental.
Comentários
A assertiva está incorreta. O art. 311, do NCPC, prevê que a tutela da evidência
será concedida independentemente da demonstração de perigo de dano ou de
risco ao resultado útil do processo.
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração
de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:
Comentários
Vejamos os art. 294 e 299, do NCPC.
Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência.
Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser
concedida em caráter antecedente ou incidental.
Art. 299. A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando
antecedente, ao juízo competente para conhecer do pedido principal.
Comentários
Vamos analisar cada um dos itens.
O item I está incorreto. De acordo com o art. 300, §1º, do NCPC, para a
concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real
ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer,
podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não
puder oferecê-la. Assim, o erro da questão está em mencionar que se trata de
um dever do juiz tomar essas medidas.
O item II está correto, conforme prevê o art. 301, do NCPC.
Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto,
sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer
outra medida idônea para asseguração do direito.
c) da evidência cautelar;
d) da evidência sancionatória;
e) inibitória cautelar.
Comentários
O NCPC prevê duas espécies de tutela provisória, a tutela de urgência e a tutela
de evidência. A tutela de urgência, conforme art. 294, do NCPC, se divide em
tutela cautelar (asseguradora de um direito) e tutela antecipada (satisfativa).
Já o art. 311, do NCPC, trata sobre a tutela de evidência.
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de
perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:
Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, pois traz o entendimento
09555860467
Comentários
Essa questão requer o conhecimento do art. 9º, parágrafo único, I, do NCPC.
Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja
previamente ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I - à tutela provisória de urgência;
de urgência cautelar, sem ouvir o réu, quando verificar que este, sendo
citado, poderá torná-la ineficaz.
b) Interposto o recurso, a tutela provisória cautelar será requerida
diretamente ao tribunal.
c) Havendo suspensão do processo, a tutela provisória cautelar também será
suspensa.
d) Cessa a eficácia da tutela provisória cautelar, se o juiz declarar extinto o
processo principal, com ou sem julgamento do mérito.
e) O indeferimento da tutela provisória cautelar não obsta a que a parte
formule o pedido principal, nem influi no julgamento desse, salvo se o motivo
do indeferimento for o reconhecimento de decadência ou de prescrição.
Comentários
A alternativa A está correta, com base no art. 300, §2º, do NCPC.
§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.
A alternativa C está incorreta. De acordo com o art. 296, do NCPC, salvo decisão
judicial em contrário, a tutela provisória conservará a eficácia durante o período
de suspensão do processo.
Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a
qualquer tempo, ser revogada ou modificada.
Parágrafo único. Salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória conservará a
eficácia durante o período de suspensão do processo.
A alternativa D está correta, pois está previsto no art. 309, III, do NCPC:
Art. 309. Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter antecedente, se:
III - o juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou extinguir
o processo sem resolução de mérito.
Comentários
A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 295, do NCPC, a tutela
provisória requerida em caráter incidental independe do pagamento de
custas.
A alternativa B está incorreta, pois o art. 299, do NCPC, não traz tal
especificação. Ao tratar da competência, o Código define que a tutela provisória
pode ser requerida ao juízo da causa e, quando antecedente, ao juízo competente
para conhecer o pedido principal. Importante frisar que essa regra se aplica às
tutelas de urgência de forma geral e, portanto, às antecipadas e cautelares.
A alternativa C está incorreta. Conforme art. 300, §1º, do NCPC, para a
concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir
caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte
possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente
hipossuficiente não puder oferecê-la.
A alternativa D está incorreta. Os meios de concretização não são taxativos.
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Vejamos o art. 296, do
NCPC:
Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a
qualquer tempo, ser revogada ou modificada.
Parágrafo único. Salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória conservará a
eficácia durante o período de suspensão do processo.
Comentários
A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 398, o requerido será
citado, para, no prazo de 5 dias, dar a sua resposta.
Art. 398. O requerido dará sua resposta nos 5 (cinco) dias subsequentes à sua intimação.
A alternativa C está incorreta, uma vez que tal informação não se dessume do
art. 307, do NCPC, que apenas explicita que não sendo contestado o pedido, os
fatos alegados pelo autor presumir-se-ão aceitos pelo réu como ocorridos, caso
em que o juiz decidirá dentro de cinco dias.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, pois traz o previsto no
art. 300, §1º e §2º, do NCPC:
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
§ 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução
real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a
sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não
puder oferecê-la.
§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação
prévia.
Comentários
Vejamos os art. 308 e 309, ambos do NCPC, os quais preveem que, depois de
efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado pelo autor
no prazo de 30 (trinta) dias, caso em que será apresentado nos mesmos autos
em que deduzido o pedido de tutela cautelar, não dependendo do adiantamento
de novas custas processuais.
Art. 308. Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado pelo
autor no prazo de 30 (trinta) dias, caso em que será apresentado nos mesmos
autos em que deduzido o pedido de tutela cautelar, não dependendo do
adiantamento de novas custas processuais.
§ 1o O pedido principal pode ser formulado conjuntamente com o pedido de tutela cautelar.
§ 2o A causa de pedir poderá ser aditada no momento de formulação do pedido principal.
§ 3o Apresentado o pedido principal, as partes serão intimadas para a audiência de
conciliação ou de mediação, na forma do art. 334, por seus advogados ou pessoalmente,
sem necessidade de nova citação do réu.
§ 4o Não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art.
335.
Art. 309. Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter antecedente, se:
I - o autor não deduzir o pedido principal no prazo legal;
II - não for efetivada dentro de 30 (trinta) dias;
III - o juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou extinguir o
processo sem resolução de mérito.
Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela cautelar, é vedado à
parte renovar o pedido, salvo sob novo fundamento.
O argumento não deverá ser acolhido, pois a ação principal foi ajuizada dentro
do prazo de 30 dias, que é contado da efetivação da medida cautelar. Portanto,
a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.
09555860467
Comentários
Nesse caso, o juiz reconhecerá a perda de eficácia da liminar deferida, julgando
extinto o processo cautelar, sem resolução de mérito.
Art. 309. Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter antecedente, se:
I - o autor não deduzir o pedido principal no prazo legal;
II - não for efetivada dentro de 30 (trinta) dias;
III - o juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou extinguir
o processo sem resolução de mérito.
Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela cautelar, é vedado à
parte renovar o pedido, salvo sob novo fundamento.
Comentários
A assertiva está incorreta, pois, somente com a decisão limitar, será iniciado o
09555860467
Comentários
A assertiva está incorreta. De acordo com o art. 309, parágrafo único, do NCPC,
cessada a eficácia de uma medida cautelar deferida, é vedado à parte renovar o
pedido.
Comentários
A assertiva está incorreta, pois uma vez efetivada a tutela cautelar, o pedido
principal deverá ser ajuizado no prazo de 30 dias. Caso esse prazo não seja
observado, a tutela cautelar antecedente perderá a eficácia e será extinta sem o
julgamento do mérito.
Comentários
De acordo com o Novo Código de Processo Civil, o juiz, a requerimento da parte,
09555860467
poderá decretar o sequestro e nomear depositário aos bois, cuja escolha poderá
recair em uma das partes, desde que ofereça maiores garantias e preste caução
idônea.
É importante lembrar que a diferença entre o arresto e o sequestro está no fato
de que o primeiro visa resguardar a execução por quantia, ao passo que o
segundo tem por objetivo assegurar a execução de coisa.
De todo modo, no NCPC não há mais tratamento específico para essas tutelas
cautelares, que agora estão previstas de forma genérica. Veja:
Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto,
sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer
outra medida idônea para asseguração do direito.
Comentários
A alternativa A está correta, conforme o caput, do art. 305, do NCPC.
A alternativa B está correta, de acordo com o que prevê o art. 306, do NCPC.
Veja:
Art. 306. O réu será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar o pedido e indicar
as provas que pretende produzir.
A alternativa D está correta, ante o que dispõe o parágrafo único do art. 307,
do NCPC.
Comentários
De acordo com o art. 308, do NCPC, a interposição de ação cautelar preparatória
obriga o autor a propor a ação principal no prazo de 30 dias, contados da data
da efetivação da medida cautelar.
Gabarito: INCORRETO
Gabarito: CORRETO
Gabarito: INCORRETO
requisitos legais.
II. Não é possível antecipação dos efeitos da tutela sem comprovação de periculum in mora.
III. O Código de Processo Civil admite expressamente a concessão de tutela antecipada ex
officio.
Está correto o que consta APENAS em
a) I.
b) II e III.
c) I e III.
d) I e II.
e) III.
Gabarito: A
Gabarito: B
Gabarito: CORRETA
30 dias ou se o juiz declarar extinto o processo principal, com ou sem julgamento do mérito,
mas, cessada a medida por qualquer desses motivos, a parte pode intentar nova ação e
repetir o pedido com os mesmos fundamentos.
Gabarito: INCORRETO
Gabarito: CORRETO
Gabarito: CORRETO
(MPT/Procurador do Trabalho/2015)
Com base no Código de Processo Civil, julgue:
Na decisão que conceder tutela de urgência, o juiz indicará, de modo claro e preciso, as
razões do seu convencimento, mas não concederá a medida quando houver perigo de
irreversibilidade do provimento antecipado.
Gabarito: CORRETA
4 – Destaques da Legislação
art. 294, do NCPC: classificação das tutelas no NCPC
Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência.
Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser
concedida em caráter antecedente ou incidental.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.
5 – Resumo
Classificação doutrinária das tutelas provisórias
TUTELA DEFINITIVA: aquela obtida com base em cognição exauriente, com profundo debate
acerca do objeto da decisão, garantindo-se o devido processo legal, o contraditório e a ampla
defesa.
TUTELA PROVISÓRIA: tem por finalidade antecipar o gozo de determinado direito ou assegurá-
lo a fim de que possa ser gozado em momento oportuno.
CARACTERÍSTICAS DA TUTELA PROVISÓRIA:
COGNIÇÃO SUMÁRIA - a decisão se assenta em análise superficial do objeto litigioso
PRECARIEDADE - poderá ser revogada ou modificada a qualquer tempo
IMPOSSIBILIDADE DE COISA JULGADA - não poderá sofrer os efeitos da coisa julgada
ESPÉCIES DE TUTELA PROVISÓRIA, CONFORME A DOUTRINA:
tutela antecipada: é satisfativa e urgente. Além de ser provisória, nessa tutela antecipa-se
a concessão da prestação jurisdicional à parte em razão de alguma situação urgente.
tutela cautelar: é provisória e fundada na urgência. A diferença dessa tutela é que nesse caso
ela é conservativa. Assim, não há concessão da tutela jurisdicional, mas conservação do interesse
da parte a fim de que ela possa ser beneficiada posteriormente com a tutela jurisdicional.
tutela de evidência: caracteriza-se pela provisoriedade e por ser satisfativa. A grande
distinção em relação à tutela antecipada é que não há urgência. Nesse caso, a cessão antecipada
da tutela jurisdicional não se funda na urgência, mas na evidência do direito pleiteado pelo autor.
SÍNTESE
• antecipada
• provisória
• satisfativa
• urgente
• cautelar
• provisória
• conservativa
09555860467
• urgente
• evidência
• provisória
• satisfativa
A tutela provisória divide-se em tutela de urgência (que engloba a tutela antecipada e cautelar)
e as tutelas e evidência.
As tutelas de urgência (tutela antecipada e cautelar) podem ser antecedentes ou incidental.
As tutelas provisórias incidentais independem do pagamento de custas.
As tutelas provisórias podem ser revogadas ou alteradas a qualquer tempo.
As tutelas provisórias conservam a eficácia durante o período de suspensão do processo, exceto
decisão judicial em sentido contrário.
O juiz poderá determinar as medidas necessárias para efetivação de tutelas provisórias
concedidas, inclusive, os instrumentos previstos para o cumprimento provisório de sentença.
As decisões que envolvem tutela provisórias devem ser claras e precisas (princípio da
cooperação).
REQUERIMENTO: o NCPC não prevê a possibilidade de concessão de ofício da tutela
provisória.
FUNGIBILIDADE: no NCPC não temos essa regra, tal como disposta no Código anterior.
Observe-se que a fungibilidade ainda é aplicada de forma específica tão somente para as tutelas
de urgência de caráter antecedente, com base no parágrafo único do art. 305, conforme veremos
adiante.
LEGITIMIDADE: o autor, o réu, os terceiros intervenientes e o Ministério Público (como parte
ou fiscal da ordem jurídica) possuem legitimidade para requerer tais tutelas.
Tutelas de Urgência
PARA CONFIGURAÇÃO DA TUTELA DE URGÊNCIA
“perigo de dano” ou “risco ao resultado útil do processo”
plausibilidade do direito
irreparabilidade do dano ou de difícil reparação
CAUÇÃO: como a concessão de tutela antecipada implica riscos, pois a cognição é sumária,
poderá o magistrado exigir caução.
FORMAS de concessão da tutela de urgência:
sem a oitiva da parte contrária (inauditera altera pars ou in limine); ou
com a notificação da parte contrária para apresentar pedido de justificação em face do
requerimento provisório deduzido.
A tutela de urgência de natureza antecipada NÃO será concedida quando houver perigo
09555860467
09555860467
extingue o
o réu sai intimado
em caso de processo sem
para contestar segue o processo
autocomposição julgamento de
em 15 dias
mérito
extingue o
processo com
julgamento de
mérito
Tutela de Evidência
CONCEITO: É técnica que serve à tutela provisória, fundada em cognição sumária: a
antecipação provisória dos efeitos da tutela satisfativa. Aqui surge a chamada tutela provisória
de evidência. Nestes casos, a evidência se caracteriza com conjugação de dois pressupostos:
prova das alegações de fato e probabilidade de acolhimento da pretensão processual.
HIPÓTESES DE CABIMENTO DA TUTELA DE EVIDÊNCIA
Abuso do direito de defesa ou manifesto propósito protelatório do réu (liminar).
Alegações de fato comprovadas apenas com documentos e tese firmada em julgamento de
casos repetitivos ou em súmula vinculante (liminar).
09555860467
Ação de depósito, quando quem está com algum bem em razão de contrato de depósito e não
a entrega a quem de direito na forma e nos prazos devidos, poderá a parte demandar tutela de
evidência com a cominação de multa em caso de não devolução no prazo fixado (liminar).
Petição instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos sem oposição
razoável do réu (liminar)
6 – Considerações Finais
Chegamos ao final do nosso sexto encontro. Como você notou, foi uma aula mais
tranquila. Menos regras do NCPC, mais doutrina. Não é mesmo?
Aguardo vocês no próximo encontro!
Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato
conosco. Estou disponível no fórum no Curso e por e-mail.
Ricardo Torques
rst.estrategia@gmail.com
www.fb.com/rstorques
09555860467